Jornal de Abrantes maio 2021

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/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas MAIO 2021 / Edição nº 5603 Mensal / ANO 121

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ENTREVISTA Médio Tejo pode ser cluster do Hidrogénio verde Págs. 3 e 4

MAÇÃO Está a nascer um Parque Arqueológico no Calvário

Jornal de Abrantes comemora 121.º aniversário SOCIEDADE A nova vida das velhas escolas Págs. 16 e 17

Pág. 14

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// Já há projeto para a nova Escola Superior de Tecnologia de Abrantes

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“É d'ESTA!” Págs. 8 e 9

SOCIEDADE Carlos Andrade Costa de saída do CHMT Pág. 5 ABRANTES Bombeiros Voluntários em números Pág. 20

Grupo

uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

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/ JORNAL DE ABRANTES

121 ANOS

(*DE 1 A 31 DE MAIO)

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A ABRIR / FOTO OBSERVADOR /

EDITORIAL /

Em anos normais, o Tejo e Zêzere em Constância, teriam o colorido de seis dezenas de barcos para receber a Bênção de Nossa Senhora da Boa Viagem. Como o ano é pandémico, a Câmara de Constância não deixou de assinalar o seu feriado municipal, de forma simbólica. Esperemos que em 2022 regresse a Fé e a Tradição da segunda-feira de Páscoa.

/ Patrícia Seixas / DIRETORA

PARABÉNS JA! O seu Jornal de Abrantes deu mais uma volta em redor do sol e comemora neste mês de maio o seu 121.º aniversário. Um ano atípico em muitos aspetos mas realizado em plenitude. Estivemos aqui em ano de pandemia, levámos até si o JA ininterruptamente, muitas vezes sem percebermos bem como era possível. Com o país e o mundo parado, reinventámo-nos e, consideramos por aqui, fomos bem sucedidos. Para que tal tarefa fosse possível, e ainda continua a ser, há que agradecer a todos os que connosco colaboram e a si, caro leitor, que nunca deixou de estar desse lado. Agradecer também a TODOS os que, ao longo de 121 anos, fizeram o Jornal de Abrantes e o encheram de histórias e assim escreveram a História de uma cidade, de um concelho, de uma região. Para comemorarmos este aniversário, levamos o JA para a era do digital. O seu jornal continua em edição online mas tem, a partir de agora, um novo site na internet e espera pela sua visita em www.jornaldeabrantes.pt. É nesta renovada página que poderá ir ficando a par da atualidade local, regional, nacional e internacional enquanto preparamos mais uma edição do seu Jornal. Ainda durante o último ano, mais concretamente desde 7 de novembro de 2020, o JA ganhou visibilidade em portal nacional ao integrar uma parceria com jornais regionais e o SAPO, portal líder de audiências. É só procurar-nos em SAPO VOZ. E agora, será que é d'ESTA? Após 22 anos em instalações provisórias e muitas intenções depois, foi apresentado o projeto da nova Escola Superior de Tecnologia de Abrantes. O antigo complexo da Quimigal, hoje Tagusvalley – Parque Tecnológico do Vale do Tejo, vai acolher a nova Escola. Sem financiamento assegurado, o investimento de quatro milhões de euros, vai mesmo avançar porque o presidente da Câmara de Abrantes não quer “perder mais tempo”. Venha a ESTA e venham os alunos. Sejam todos bem-vindos à cidade de Abrantes. Mas se falamos em escola nova, não tem curiosidade de saber a utilização dada às antigas escolas do Estado Novo que ainda “povoam” as nossas aldeias? Faça essa viagem connosco nas páginas do seu jornal. Encontramo-nos daqui a um mês mas, apesar de o país estar a desconfinar, continue alerta. Não vamos facilitar e hipotecar o futuro, deitando a perder os sacrifícios que temos feito.

ja / JORNAL DE ABRANTES

Este poste está na Rua José Domingos Catroga, no acesso à empresa Vítor Guedes, em Rossio ao Sul do Tejo. A sua posição revela a iminência de poder tombar a qualquer momento. Com a instabilidade do tempo, mais umas chuvas e vento forte e poderá acontecer o pior. À atenção de quem de direito...

PERFIL /

/ Maria Inês Baptista Esteves, 49 anos / Secretária de Direção

/ Naturalidade/Residência? Tramagal / Entroncamento / / Prato preferido? Sou uma fã de comida realmente saudável. Não dispenso um bom peixe grelhado com legumes, por exemplo. / / Um recanto para descobrir? O Alto Douro, onde se encontram recantos fantásticos de um país por muitos desconhecido. / / Um disco Abba “Love Stories” porque sou romântica, porque os Abba marcaram varias gerações e porque têm letras que me cativam e falam da vida e do amor no dia a dia de cada um de nós. /

/ Um filme “A vida é bela” é um filme que me marcou muito, pela história que conta na época da segunda Guerra Mundial. É de uma sensibilidade sem tamanho. Um pai que tenta transformar uma história de terror numa brincadeira para que o seu filho não se aperceba do que na realidade se está a passar. / / Uma viagem já feita ou por fazer Vietname/Camboja / / Uma figura da História : Aristides de Sousa Mendes / / Um momento marcante : Entre muitos que poderia referir… talvez a minha primeira viagem de avião. Marcou-me. / / Um sonho por realizar? O sonho comanda a vida. Há sempre sonhos por realizar…Mas, viver à beira mar.

/ Se fosse presidente de Câmara o que faria? Não cobrava IMI / / O que mais e menos gosta na sua cidade? Gosto de ver e sentir o convívio e as possibilidades que existem de podermos desfrutar do mesmo. O que gosto menos é a estagnação a que se assiste. Cidades cada vez “mais vazias” e com menos pessoas. / / Uma proposta para um dia diferente na região? Uma bela caminhada a culminar com um belo piquenique, com família e/ou amigos. Numa pergunta anterior referi o Alto Douro, mas também é um facto que a nossa região tem locais extraordinários e que muita gente desconhece. É preciso descobrir, valorizar e usufruir.

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759. Colaboradores Berta Silva Lopes, Leonel Mourato, Paula Gil, Paulo Delgado, Taras Dudnyk, Teresa Aparício. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

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JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021


ENTREVISTA /

O Médio Tejo pode ser a região do Hidrogénio verde // A Médiotejo21, Agência Regional de Energia e Ambiente do Médio Tejo e Pinhal Interior Sul, foi constituída em 2009 e rapidamente começou a trabalhar com autarquias e algumas empresas na eficiência energética. Desde muito cedo que apontou o hidrogénio verde como um caminho a ser desenvolvido pelo Médio Tejo. Mais de dez anos depois da criação, o diretor da Médiotejo21, Ricardo Beirão, engenheiro eletrotécnico, revela que a agência já movimentou,

em candidaturas e projetos, mais de 4 milhões de euros e que há um grande investimento de uma empresa de capitais suíços para os terrenos ao lado da RPP Solar, próximo da Central do Pego. Trata-se de um projeto que vai criar uma unidade de produção de Hidrogénio Verde com 80 hectares de painéis fotovoltaicos. E há outro na calha, podendo ainda somar-se, se for esse o caminho escolhido, a reconversão das unidades de carvão da Central do Pego

por Jerónimo Belo Jorge

ção, tendo em conta as necessidades dos edifícios e de acordo com as ofertas de mercado. Este trabalho também é feito para os cidadãos particulares. Houve uma alteração a partir de 2018, quando assumi a direção da Agência, que foi a sua abertura aos cidadãos. Fazemos um trabalho que não é muito visível, mas que existe e que tem retorno. Nós temos metas na redução da pegada carbónica que tanto ouvimos falar. E isso não se faz somente numa vertente. Faz-se “atacando” todos os setores do mercado, incluindo o particular. Cada vez que somos solicitados, fazemos esse aconselhamento. E houve a concordância do Conselho de Administração (presidido pela Câmara de Ferreira do Zêzere e que tem a Tejo Energia e as Câmaras de Abrantes, Tomar e Ourém) na abertura dos serviços de aconselhamento a particulares. Até porque o mercado de energia está sempre a mexer, é um mercado muito frenético. O que fazemos é o estudo de cada caso, colocamos em cima da mesa e o decisor toma a sua opção.

O que é a Médiotejo21 - Agência Regional de Energia e Ambiente?

O nome Médiotejo21 foi criado porque somos uma agência que desde 30 de maio de 2009 (30 de maio é o Dia Mundial da Energia). E foi criada por vontade da presidente da Câmara de Abrantes da altura (Maria do Céu Albuquerque) em conjunto com o engenheiro Marques Nogueira, que continua a ser consultor da agência. A presidente da Câmara de Abrantes sentia, em 2009, que estava para começar um grande caminho na área da energia e ambiente. E tentou procurar quem tinha estado na génese das agências de energia, que ainda eram poucas. Trouxe para Abrantes esse conhecimento para criar a Médiotejo21 para o Médio Tejo e Pinhal Interior Sul. Quando o Pinhal Interior Sul se dividiu, com Oleiros e Proença-a-Nova a irem para a CIM da Beira Baixa, já eram associados da agência, estavam satisfeitos e continuaram. E isso permitiu-nos avançar com protocolos de colaboração com os municípios da Beira Baixa para lhes fornecermos os nossos serviços.

O que motivou a criação desta agência?

O Médio Tejo é um território diversificado. Tem municípios grandes e pequenos. Logo, há municípios que têm recursos humanos da energia e ambiente nos quadros e há outros que não têm. Havia, na altura, um grande caminho a percorrer e com perspetiva de financiamentos comunitários a que se juntava a falta recursos humanos nas autarquias. E depois outros constrangimentos legais. Por exemplo só técnicos das autarquias podem fiscalizar, sugerir, acompanhar, mas não podem assinar projetos desta índole. Abarcamos um território mais vasto na procura de financiamento e captura de investimento nestas áreas para esta região (Médio Tejo e Pinhal Interior Sul).

Falamos de uma instituição com 27 associados (15 Municípios e 12 empresas). Que benefícios têm os associados? Já são 28 porque tivemos a adesão,

E no ambiente, qual o papel da Agência?

/ “Há um projeto para instalar uma unidade de produção de hidrogénio verde no Casal Curtido, próximo da Central do Pego”

recentemente, de uma empresa multinacional de capitais suíços devido a um projeto que estamos a desenvolver. Temos associados públicos (municípios) e privados. Nós não vendemos produtos nem serviços. Nós fazemos o casamento, o encontro, entre a procura e a oferta. Ou seja, há necessidade de haver intervenção no âmbito da eficiência energética e do ambiente nos municípios. Há empresas, há entidades que desenvolvem esses serviços e nós fazemos o aconselhamento e avaliação técnica. E depois fazemos esse casamento que permite que as coisas avancem.

Esta área está em mudanças constantes. O mercado de energia está liberalizado. Que papel tem a Médiotejo21 no mercado elétrico? Analisa o mercado? Propõe aquisição de serviços?

Uma das atividades da agência é dar apoio aos municípios ou a quem nos solicita. E temos uma ligação estreita com a Comunidade Intermunicipal do

“Seja em consumo, seja em euros a iluminação pública é o maior gasto nos municípios em energia”

Médio Tejo que tem uma figura que é a central de compras onde lança os concursos e procedimentos para que os municípios ali comprem a sua energia aos fornecedores que se apresentam. Ali vê-se qual a melhor oferta para aquilo que os municípios pretendem. Não é um trabalho simples, porque tem-se em linha de conta a tipologia de edifícios e os vários segmentos. Na Médiotejo21 ajudamos na procura da melhor solu-

Tudo está interligado. A redução da fatura energética representa a redução da pegada carbónica. Com uma fórmula matemática simples conseguimos apurar a redução das toneladas de emissões de CO2 relacionadas diretamente com a redução de consumo de energia. Posso dizer que de 2009, e somos quatro colaboradores (dois engenheiros eletrotécnicos, um engenheiro mecânico e uma engenheira de ambiente), fizemos os planos de ação de energia sustentável para a região e para cada município, fizemos a matriz energética regional, executámos um plano intermunicipal para as alterações climáticas, temos várias candidaturas a programas nacionais e da união europeia. Está tudo interligado. Em todos estes documentos há a vertente energética e ambiental. Quando intervimos numa área, estamos a intervir na outra, obrigatoriamente.

Sei que fazem análises à iluminação pública. Também analisam a eficiência energética de piscinas municipais e edifícios públicos de que forma? ▶

Maio 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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ENTREVISTA / ▶ Está tudo dito. Temos três caminhos que seguimos na área da energia. A iluminação pública...

de euros. É um investimento robusto e muito superior àquilo que é o apoio comunitário, se for aprovado. Trata-se da instalação de um parque de painéis fotovoltaicos (80 hectares) na zona do Casal Curtido (freguesia de Concavada) ao lado do edifício da RPP Solar e próximo da Central do Pego, e o eletrolisador com capacidade de produção de 10 MW. Quando começámos com esta ideia do hidrogénio, sempre tivemos a ideia clara do local onde construir uma unidade destas e que era na Central Termoelétrica do Pego. Como sabemos, está num processo de remodelação…

… É uma despesa enorme...

As pessoas não fazem ideia. Seja em consumo, seja em euros, é o maior gasto que existe nos municípios. Mas a nossa intervenção é a iluminação pública, depois as piscinas municipais e a seguir os restantes edifícios. As piscinas foram desagregadas dos edifícios municipais porque têm características diferentes.

O cidadão, para recorrer à Médiotejo21, precisa de ser sócio?

Os cidadãos perceberam que há linhas de financiamento para a eficiência energética nas casas particulares ou outras entidades. Sempre houve o fundo de eficiência energética e o fundo ambiental. O certo é que desde 2013 [desde que estou na Agência] não temos histórico de termos tido uma procura tão grande como de 2018 para cá. Para o aviso 25, que tem linhas de apoio à instalação de painéis solares, mudança de portas e janelas, a Agência fez 47 candidaturas e para pessoas de, por exemplo, Coimbra, Esposende, do Algarve de vários pontos do país. No fundo ambiental também estamos a acompanhar cerca de 20 projetos.

O que é que mudou em 2018? Há uma maior consciência ambiental?

Os decisores (políticos) passaram a trazer a eficiência energética para o seu discurso, a mitigação das alterações climáticas (…) houve uma maior publicitação das linhas de financiamento e as pessoas passaram a ter mais atenção que ali (eficiência energética) também se pode poupar e, na minha opinião, os fundos deixaram de estar escondidos.

Sei que fizeram ações de formação de Gestores Municipais de Energia? Há ligação entre estes gestores e a Agência?

Há gestores municipais de energia porque a Médiotejo21 deu formação. Há um técnico municipal para tratar dos assuntos de energia ou para ser o gestor dos pontos de consumo dos municípios e há o gestor local de energia (que nós formámos) para as IPSS. Também vamos ao privado porque só temos a poupança global se “atacarmos” todas as vertentes.

… mas ainda não está fora de hipótese as duas unidades de carvão passarem para a produção de hidrogénio?

Perspetiva-se. E isto é um somatório, se a Central do Pego enveredar por esse caminho temos o início do cluster do hidrogénio. Temos um outro projeto em vista para o Médio Tejo de uma outra empresa, que ainda não posso revelar o nome, para uma unidade de produção de hidrogénio, mas só para a mobilidade.

“Projeto de multinacional suiça prevê instalação de 80 hectares de painéis fotovoltaicos e um eletrolisador de 10 MW”

Desde 2009 até final de 2020 diria que, entre financiamento ganho e captação de investimento privado (nacional e estrangeiro), representa mais de 3 milhões de euros. A Agência não tem fins lucrativos, tem um orçamento que ronda os 100 mil euros anuais. Ou seja, não conseguimos fazer muitas flores. Mas há um trajeto que nos leva para valores mais elevados. Todas as candidaturas da eficiência energética ao Portugal 2020 ou ao POSEUR passaram pela Médiotejo21. Tivemos umas candidaturas que passavam pelas juntas de freguesia em que foi difícil chegar a todas e foram os presidentes de Câmara que ajudaram a desbloquear essas situações.

“Até final de 2020, o Médio Tejo era a única região de Portugal que se tinha proposto a ser região hidrogénio verde”

O Médio Tejo já deu mais passos no objetivo de ser uma “região Hidrogénio Verde”?

A região do Médio Tejo, até final de 2020, era a única região de Portugal que se tinha proposto para ser a região de ponto de partida para o hidrogénio. Entre 2018 fez-se um primeiro evento em Tomar para falar sobre hidrogénio. Em 2019 fizemos um outro no Entroncamento, que nos enche de orgulho, porque tivemos 170 participantes de 11 países onde já estiveram presentes entidades para falar de projetos concretos. Começámos a criar o 'Cluster HyTagus' com entidades portuguesas e europeias para con-

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O que é que já representou o investimento desenvolvido a partir ou que passou pela Médio Tejo21?

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021

Este cluster do hidrogénio verde, com estes dois projetos de grande dimensão e, se avançar, a reconversão da Central do Pego, pode ser o ponto de “explosão mediática” da Agência?

Não gostamos dessa expressão. Nós queremos fazer o nosso trabalho e ser reconhecidos por quem de direito…

… mas se estes projetos avançarem?

certar ações. Temos um projeto com a CIMT que está em “PDA” [Project Developement Assistence] juntamente com outras 11 na Europa. E isto faz com que os holofotes internacionais se virem para a região. Posso adiantar que temos uma candidatura ao POSEUR para a construção de uma central de produção de hidrogénio verde [produzido à custa de energia renovável, neste caso solar ou eólica]. A cadeia de valor assenta na produção, no armazenamento, na distribuição e no consumo. Primeiro

para instalar na rede de gás natural, depois para as frotas de mobilidade e depois para as frotas municipais. E há possibilidade de alargamento ao mercado privado quanto os veículos o permitirem.

Está a avançar agora? Para onde?

Está a avançar. É um projeto e muitos milhões. Já é público, trata-se de uma empresa de capitais suíços que fez uma candidatura de vários milhões de euros que pode ter financiamento de 85% até um máximo de 5 milhões

Estamos plenamente confiantes que este primeiro projeto para a Concavada vai ser aprovado e vai mesmo avançar. Até porque construímos uma candidatura para ir aos rácios máximos do aviso. Mas sim, estamos desde a primeira hora no processo, desde a primeira hora no projeto do hidrogénio do Médio Tejo. Queremos ser reconhecidos pelas entidades a quem prestamos serviços porque serão elas que nos dão o ganha-pão. Faremos 12 anos em maio e queremos estar cá outros tantos. *Pode ler a entrevista completa em jornaldeabrantes.pt


SOCIEDADE / Carlos Andrade Costa de saída do CHMT

Hospital de Abrantes mostrou obras em curso

// O presidente do Conselho de Administração, Carlos Andrade Costa, vai deixar a liderança do Centro Hospitalar do Médio Tejo para assumir a administração do Hospital de Vila Franca de Xira.

A unidade de Abrantes do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) está a ter um conjunto de obras em sequência, sendo que está a começar, nesta altura, a preparação do estaleiro para a instalação do primeiro equipamento público de Ressonância Magnética do distrito de Santarém. Trata-se de um investimento de um milhão e 300 mil euros num equipamento necessário ao diagnóstico médico e que leva a que os hospitais do distrito recorram aos privados. E mesmo assim, de acordo com Ivone Caçador, diretora Clínica do CHMT, há muita dificuldade no agendamento deste tipo de exames. Os que são considerados urgentes têm resposta do setor privado, mas os menos urgentes têm tempos de espera muito elevados. Para além das melhorias e rapidez no diagnóstico dos doentes, há ganhos consideráveis em termos financeiros e de recursos humanos. Neste momento estão a preparar o estaleiro para que possa ser feita a instalação do equipamento que, tratando-se de um bloco de grandes dimensões, a sua instalação no piso 2, no serviço de Imagiologia, terá de ser feita uma adaptação neste setor. Carlos Andrade Costa frisou que a obra física deverá estar concluída

A partir de junho, aquela unidade do distrito de Lisboa que serve os concelhos de Vila Franca de Xira, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja e Benavente vai mudar do Grupo Mello para as mãos do Estado e o nome do administrador já está escolhido. Carlos Andrade Costa ainda está ligado ao Centro Hospitalar do Médio Tejo que integra os hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas e com uma série de investimentos de vários milhões de euros em curso. O Jornal de Abrantes tentou ao longo da última semana de abril uma confirmação oficial junto da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, mas não obteve qualquer resposta. Carlos Andrade Costa é licenciado em Direito e tem um vasto currículo na área da gestão hospitalar, tendo iniciado a sua atividade profissional como administrador hospitalar no Centro Regional de Lisboa do Instituto Português de Oncologia. Foi ainda administrador delegado do Hospital Central Dr. José de Almeida; administrador delegado do

“Carlos Andrade Costa foi reconduzido em 2020 a mais três anos de mandato”

Hospital Ortopédico de Sant’Ana e do Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão. Foi membro do Conselho de Administração da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo. Esteve também ligado a hospitais militares como membro da direção do Hospital das Forças Armadas, sendo até ao momento o único civil que geriu aquele tipo de unidades. Desde julho de 2014, que preside ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE.

Carlos Andrade Costa entrou num Centro Hospitalar do Médio Tejo cheio de problemas financeiros e de articulação entre as três unidades (Abrantes, Tomar e Torres Novas). Nesta altura o CHMT tem em curso um investimento de vários milhões de euros. Atente-se que apenas na unidade de Abrantes estão em curso remodelações de eficiência energética, a obra da Ressonância Magnética (1,3 ME) e o lançamento da requalificação da urgência (2,9 ME). Carlos Andrade Costa tinha sido reconduzido em fevereiro de 2020 a mais três anos de mandato como presidente do Conselho de Administração do CHMT, ou seja até 2023. Jerónimo Belo Jorge

em finais de agosto para que em setembro sejam feitos todos os testes e certificação, devendo a Ressonância Magnética entrar ao serviço em outubro. O administrador hospitalar mostrou também uma nova área de balneários para os profissionais, com a criação de um espaço com capacidade de 220 cacifos. O que quer dizer que permite melhorar as condições a cerca de 70 profissionais por cada turno. E quem passa perto do Hospital de Abrantes pode ver uma grua junto ao edifício. Trata-se da continuidade do projeto do âmbito de uma candidatura efetuada ao Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR). Ou seja, trabalhos na área da eficiência energética. JBJ PUBLICIDADE

Maio 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Sardoal

“Por favor, deixem a Santa Casa da Misericórdia em paz” // Com um recorde de duração, decorreu na noite de de 13 de abril, a Assembleia Municipal de Sardoal. Em ano de eleições autárquicas, muitos foram os problemas levantados e com acusações aqui e ali, tendo a discussão política ocupado a maior parte do tempo. / Foto: Taras Dudnyk

Os ânimos exaltaram-se na última Assembleia Municipal de Sardoal, realizada a 13 de abril, quando o presidente da Junta de Sardoal, Miguel Alves, quis saber a posição do presidente da Câmara Municipal relativamente à situação da Santa casa da Misericórdia e ao pagamento não integral de salários. Um problema que Miguel Alves considera “enorme” porque é “a segunda maior entidade empregadora do concelho e onde, nos últimos sete meses, quatro foram pagos parcelarmente”. Um assunto que, segundo disse, “é muito preocupante, é um número de famílias envolvidas, é muita gente lá a trabalhar e que nos têm feito chegar pedidos para que os apoiemos e ajudemos”. O presidente da Junta de Freguesia avançou que “os trabalhadores não veem reconhecido o seu esforço e dedicação e isso é mau”. Acusou depois Miguel Borges de “ultimamente, da boca do nosso presidente da Câmara, não se tem escutado uma só palavra” e quis saber o que é que “o presidente está a pensar fazer”. Afirmou que “nenhum deputado municipal do Partido Socialista ou mesmo um vereador tem assento naquela casa, apesar das sucessivas recusas” e lembrou que “as duas mais altas figuras da Santa Casa são o provedor e o presidente da Assembleia Geral, que é presidente da Câmara” tendo “sido ambos eleitos pelas listas do Partido Social Democrata”. Nesse facto, Miguel Alves diz “só ver recuos e não avanços”. Instou depois Miguel Borges a dizer “como se sente em relação ao que tem vindo a acontecer àquelas famílias que ganham o ordenado mínimo ou pouco mais que isso”. Miguel Alves acusou também a gestão da Santa Casa da Misericórdia de “cobardia” pelo facto de comunicarem com os funcionários através de “documentos colocados numa parede e a que apelidam de comunicação”. Afirmou que “não se entendem lá dentro” e que “a culpa do desentendimento só tem um nome e chama-se jogos de poder”.

“Não é por se agitar mais forte a bandeira que os problemas são resolvidos” Miguel Borges

Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal respondeu ao presidente da Junta, dizendo que acompanha a realidade da Santa Casa da Misericórdia, que o assunto

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tou “que pessoas que pensam que têm caráter” venham com motivações políticas e explicou que a Mesa Administrativa é composta por várias pessoas em que algumas não têm qualquer filiação partidária. O provedor reforçou que a Santa Casa tem necessidade “é de pessoas de caráter, de pessoas que sem mesmo nós lhes dizermos, são o apoio diário daquela instituição”. “Eu neste momento sinto tristeza e mágoa porque pessoas que não conhecem nada da história da Santa Casa da Misericórdia nos últimos 30 anos, se permitem virem agora falar de boca cheia como se tivessem conhecimento de alguma coisa”, desabafou Anacleto Batista. Miguel Alves acusou depois a Direção da instituição de amadorismo e desafiou a Mesa Administrativa a dar lugar aos mais novos. Anacleto Batista informou ainda Miguel Alves que os relatórios de contas da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal são públicos e estão à disposição de todos. O provedor pediu depois “por favor, deixem a Santa Casa da Misericórdia em paz”.

PSD reage a discussão sobre Santa Casa da Misericórdia

/ Santa Casa da Misericórdia de Sardoal levada a discussão à sessão da Assembleia Municipal tem sido debatido nas reuniões do Executivo e “que eu tenho-me pronunciado sobre ele”. “É claro que acompanho a situação, é claro que falo com os funcionários da Santa Casa, é claro que os funcionários vêm ter comigo e lamentam-se e eu encaminho-os e coloco o Gabinete de Ação Social à disponibilidade para as suas dificuldades”, afirmou o presidente da Câmara que questionou: “sabem porque é que os senhores não sabem isso? Porque eu não venho para o Facebook”. Miguel Borges disse não fazer aproveitamento político da situação da instituição, que caracterizou de “muito triste”. “Mas gostava de ver algumas pessoas, com a mesma velocidade com que dizem que algumas pessoas não receberam o ordenado naquele mês, dissessem com a mesma rapidez que os ordenados foram repostos três ou quatro dias depois. E isso nunca é feito porque não é isso que interessa”, continuou o autarca. “É lamentável que esta situação aconteça e eu não tenho qualquer dúvida que os membros da Santa Casa sãos primeiros a lamentar esta situação”, disse. Miguel Borges esclareceu também que se estavam a baralhar as posições e que, “enquanto presidente da Mesa

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021

da Assembleia Geral da Santa Casa, eu não tenho que estar a dar satisfações a nenhum dos senhores, tenho que dar satisfações aos Irmãos”. Contudo, referiu que enquanto presidente da Câmara “estou a trabalhar nesse sentido, articulando com o diretor da Segurança Social mas fazendo-o de forma sigilosa pelo respeito daquilo que é institucionalmente a função de cada um”. É que, segundo Miguel Borges, “o que interessa é resolver, não é agitar”. O presidente da Autarquia acrescentou ainda que “não é utilizar a Santa Casa da Misericórdia como arma de aproveitamento político, pois isso é estarmos a aproveitar o que está a ser os problemas e a desgraça das pessoas. Não é assim que as coisas se resolvem. Não é por se gritar mais alto, não é por se agitar mais forte a bandeira que os problemas são resolvidos. Estão a ser resolvidos e acredito que brevemente, assim as coisas corram como é vontade da Mesa Administrativa, as coisas aconteçam”.

Provedor acusou Miguel Alves de “ignorante e agir de má-fé”

Mas foi pela voz do deputado municipal Anacleto Batista que o «caldo entornou». O também pro-

vedor da Santa Casa de Sardoal acusou Miguel Alves de não saber o que se passa na instituição e chamou mesmo o presidente da Junta de Freguesia de Sardoal de “ignorante” e de estar a agir de má-fé. Anacleto Batista disse que Miguel Alves “é ignorante porque não conhece as coisas, nem conhece, efetivamente, aquilo que é a instituição e fala como se a conhecesse. E está de má-fé porque antes de serem processados os vencimentos, é convocada a delegada sindical, previamente e atempadamente, e colocado um comunicado, não é um papel qualquer”. Quanto aos funcionários da instituição, o provedor declarou que “compreendem a situação que se vive e estão com a Mesa Administrativa e com todos os Órgãos”. Anacleto Batista acrescentou que “toda a gente sabe aquilo que se tem feito para que a instituição Santa Casa da Misericórdia de Sardoal seja praticamente a única do país que não teve um único caso de covid-19”. E esse facto deve-se, segundo o provedor, ao trabalho “dos funcionários e funcionárias daquela casa”. As contas irão ser prestadas aos Irmãos assim que for possível, garantiu Anacleto Batista que lamen-

Na sequência desta discussão, o Partido Social Democrata de Sardoal emitiu um comunicado onde afirma que “tem vindo a acompanhar a atual situação da Santa Casa da Misericórdia com grande proximidade e preocupação” e que “este acompanhamento tem sido feito pelos seus eleitos locais, muito especialmente pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal em quem depositamos total confiança na gestão deste assunto”. Para o PSD de Sardoal “a instituição Santa Casa da Misericórdia de Sardoal tem mais de 500 anos e merece todo o nosso respeito”. Dizem compreender “o «desconforto» dos funcionários que, apesar do seu grande empenho e dedicação no dia-a-dia da vida da instituição, têm-se deparado com constrangimentos preocupantes no momento de receberem o seu vencimento”. A Comissão Política concelhia deixa “uma palavra de solidariedade e agradecimento pelo que têm feito pela instituição e indiretamente pela nossa comunidade” e relembra o facto de “não ter havido caso algum de COVID-19 entre os utentes”, facto que se deve, “sem dúvida alguma, ao Plano de Contingência mas principalmente à forma profissional como muito bem o têm posto em prática”. “Não é disto que a Santa Casa necessita, não é disto que o concelho precisa!”, remata o partido que diz “continuar a acompanhar este problema, que urge ser resolvido para bem da Instituição, mas principalmente dos trabalhadores e utentes que dela dependem”. Patrícia Seixas


REGIÃO / Sardoal

Município aprova redução do IMI para contratos de arrendamento // O Município de Sardoal vai manter a redução em 20% da taxa de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) aplicável a prédios urbanos arrendados para habitação em todo o concelho. Miguel Borges, presidente da Câmara de Sardoal, justificou esta proposta, que foi aprovada por unanimidade em reunião do Executivo de 7 de abril, ao dizer que “sabemos que há necessidade de aumentarmos o mercado de arrendamento do nosso concelho, sabemos que há algumas casas que estão fechadas em que os proprietários estão a pagar IMI sem que tenham algum benefício”. O autarca lembrou que “não há muito tempo, fizemos uma ação com o IRU, precisamente sobre o arrendamento, sensibilizando as pessoas para que houve grandes alterações legislativas no mercado de arrendamento, desmitificando o pensamento de que «as pessoas vão para lá e nunca mais de lá saem». Há uma maior proteção para ambas as partes, quer arrendatários, quer senhorios”. Para o efeito, até 31 de agosto, os interessados devem dirigir-se ao Balcão Único da Câmara Municipal ou enviar para e-mail geral@cm-sardoal.pt o formulário

próprio, disponível no sítio www. cm-sardoal.pt, anexando documentos solicitados. As condições exigidas para beneficiar desta redução são: possuir contrato de arrendamento em vigor (registado no Serviço de Finanças da área do prédio e válido para o ano do benefício pretendido); encontrar-se afeto a “habitação” (devidamente registado na Caderneta Predial); contrato de arrendamento a destinar-se exclusivamente a fins habitacionais; comprovar arrendamento para habitação através do recibo eletrónico de renda emitido ou Declaração Anual de Rendas, referente ao ano do benefício fiscal pretendido; que o benefício seja atribuído à fração, independentemente do número de proprietários, pelo que o pedido deve apenas ser formulado por um dos proprietários. Os requerimentos terão que ser entregues até 31 de agosto de 2021 e este benefício vai ser extensível a todo o concelho. Patrícia Seixas

/ Foto: Taras Dudnyk

/ Câmara aprova redução de IMI e prolonga apoios no âmbito da Covid-19

Câmara mantém apoios no âmbito da Covid-19 Com o intuito de minimizar os impactos negativos que a pandemia da Covid-19 tem provocado no concelho de Sardoal, nomeadamente ao nível da economia local, o Município de Sardoal, por proposta do presidente de Câmara, aprovada em 7 de abril último, irá dar continuidade aos apoios concedidos até 31 de julho 2021. “Desde o início desta pandemia que temos vindo a isentar, ininterruptamente, as taxas e tarifas da

ocupação de espaço público de esplanadas, as tarifas fixas e consumos de água, saneamento e resíduos para os consumidores não domésticos, designadamente estabelecimentos comerciais e industriais, instituições de beneficência e associações. Há ainda isenção de taxas para o serviço de impressão na Biblioteca”, explicou o presidente Miguel Borges. Esta deliberação estava tomada até dia 30 de abril de 2021 e foi agora prolongada por mais três meses, ou

seja, até 31 de julho de 2021 e foi aprovada por unanimidade. “Findos estes três meses, voltaremos a analisar se se justifica ou não continuar com este apoio”, informou o autarca. Para Miguel Borges, este “é o apoio possível para o nosso tecido empresarial mas que julgo que é bem-vindo”. Reforçou que Sardoal “é dos poucos municípios que não interrompeu este tipo de apoio” e lembrou que quando os estabelecimentos estão fechados, as despesas

pouco mais são que as taxas fixas. Na retoma, “em que os consumos são maiores, é que é ainda mais importante este apoio para podermos manter alguma dinâmica da nossa economia local”. Desta forma, continuará em vigor a isenção de taxas e tarifas para a ocupação de espaço público com esplanadas assim como das tarifas (fixa e consumos) de água, saneamento e resíduos para os consumidores não domésticos, designada-

mente estabelecimentos comerciais, industriais e instituições beneficência – Associações; Recorde-se que o Município de Sardoal é dos poucos no país que mantém estes apoios de forma ininterrupta desde a sua implementação, tendo esta continuidade sido aprovada em Assembleia Municipal, também por unanimidade, após proposta da Câmara Municipal. Patrícia Seixas PUBLICIDADE

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REGIÃO / Abrantes

Projeto da nova ESTA aprovado por unanimidade em reunião de Câmara “Hoje é um dia que marcará a história de Abrantes”, começou por afirmar Manuel Jorge Valamatos ao introduzir o primeiro ponto da ordem de trabalhos da reunião extraordinária do Executivo, realizada esta terça-feira, 27 de abril. O presidente da Câmara Municipal de Abrantes deu conta da transferência do projeto da ESTA – Escola Superior de Tecnologia de Abrantes da Tagusvalley para a Câmara, justificando que “olhar para a nossa cidade sem a nossa ESTA, é partir-nos o coração”. “Esta Escola, o ensino superior e a ciência têm que estar lado a lado com o desenvolvimento das comunidades e Abrantes e a sua Escola têm um papel importante na dinâmica do ensino superior na região do Médio Tejo”, acrescentou o autarca. Manuel Jorge Valamatos lembrou que “há mais de 10 anos que se ouve falar na nova Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, coisa que não conseguimos concretizar”. O projeto agora apresentado “vem já marcado com os pareceres que teve, com a discussão feita com o IPT – Instituto Politécnico de Tomar e, obviamente, com a diretora e

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professores da ESTA. Vem também já com marcas e linhas de orientação do ensino superior”. O presidente da Câmara de Abrantes reconheceu que este foi um projeto “que demorou a sair da gaveta mas que hoje está aqui perante nós e representa um investimento de cerca de quatro milhões de euros. É um projeto ambicioso”.

O financiamento

Quanto ao financiamento para a construção da nova ESTA, Manuel Jorge Valamatos revelou que “nesta altura, não temos Quadros Comunitários de Apoio já afetos a esta obra em concreto, mas queremos desenvolver um conjunto de ações tendo em vista o financiamento de grande parte desta Escola. Vamos trabalhar nisso”. “Não podíamos perder mais tempo”, exclamou o presidente que disse ainda que se sente “a necessidade de afirmação deste projeto, de o pôr em marcha e é isso que vamos fazer num processo de revisão técnica do projeto e vamos lançar de imediato a empreitada”. De relembrar que esta quarta-feira, 28 de abril, vai ter lugar a sessão de Apresentação do Projeto

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021

das Futuras Instalações da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), no Tagusvalley – Parque de Ciência e Tecnologia, em Abrantes, e que conta com a presença do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira. Manuel Jorge Valamatos disse ir aproveitar a oportunidade para “tentar convocar o senhor secretário de Estado para os possíveis financiamentos de futuro para a ESTA”. A nova Escola Superior de Tecnologia de Abrantes vai passar pela reconversão de dois pavilhões existentes nas antigas instalações da Quimigal, “onde antigamente fazíamos alguns eventos” e que agora vão “ser a base de todo o desenvolvimento do projeto da nova Escola. Para além da reabilitação do espaço, é dar-lhes uma vida nova”. O autarca caracterizou o projeto como “aberto, arejado, do futuro e contemporânea”. Quanto à área de implementação do edifício, é de 4408 metros quadrados, sendo a área de implementação de ESTA de 2900 metros quadrados”. O preço base do Concurso Públi-

co tem por base o valor de 3.999.000 euros e tem um prazo de execução de 720 dias, cerca de dois anos.

Oposição ao lado do Executivo na execução do projeto

Armindo Silveira, vereador do Bloco de Esquerda, colocou a questão de não estar presente no projeto um auditório e um refeitório, apesar de saber que um refeitório está já programado para servir todo o Tagusvalley. O vereador bloquista levantou ainda questões relacionadas com o financiamento da obra mas disse-se “satisfeito por ser dado mais um passo no sentido de dar condições à ESTA e aos seus alunos”. Relembrou também que “a posição do Bloco de Esquerda era a de que a Escola ficasse dentro da cidade mas pior do que a Escola não ficar dentro da cidade, era não ter Escola. Daí este projeto ser bem-vindo e querermos que ele avence rapidamente porque o tempo urge”. Rui Santos começou por dar os parabéns ao presidente da Câmara pelo projeto e disse ser “com grande satisfação que eu o vejo hoje

aqui ser aprovado”. Para o vereador do PSD, “é mais um sinal daquilo que o PSD tem vindo a dizer ao longo dos últimos anos, de que é preciso ter projetos arrojados mas que sejam necessários para o desenvolvimento do concelho e não termos projetos megalómanos, como tivemos nos últimos anos, sobretudo com a sua antecessora”. Deixou, contudo, um alerta para “o cuidado que o próximo Executivo deverá ter com o edifício onde se encontra atualmente instalada a ESTA, Não podemos, de maneira nenhuma, deixar um edifício daqueles devoluto durante muitos anos, no coração do centro histórico. Essa deverá ser uma preocupação do futuro Executivo que vier a saior das +próximas eleições autárquicas”. Manuel Jorge Valamatos confirmou que “o atual edifício da ESTA, seguramente pela sua posição e localização”, irá ser alvo de discussão acerca “da sua vocação e do seu futuro”. No entanto, adiantou o presidente, “pela sua nobreza, terá que ser também requalificado e devolvido à cidade e ao concelho”. Patrícia Seixas


REGIÃO / Abrantes Nova ESTA vai nascer no Tagusvalley e custa 4 milhões de euros Na manhã de quarta-feira, 28 de abril, decorreu a apresentação pública do projeto da nova ESTA que teve lugar no Tagusvalley e contou com a presença do secretário de Estado do Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira. “Tendo alguma pobreza de conhecimento” no que diz respeito à área da arquitetura”, o governante diz que é “um pobre engenheiro químico” mas considera que “a transformação que se possa fazer do património existente em novas coisas, é uma evolução que se deve fazer”. Até porque, como disse, “normalmente, o património existente marca sempre uma história de parte da nossa história e a história não se apaga, vai-se construindo”. João Sobrinho Teixeira referia-se ao aproveitamento dos pavilhões da antiga Quimigal, que vão acolher a nova ESTA, dizendo que “este é o caminho que deve ser feito para preservar também a memória daquilo que existiu”. Quanto ao financiamento para a obra, que vai ter um custo de 4 milhões de euros, João Sobrinho Teixeira não se comprometeu mas disse ao Jornal de Abrantes que “um bom projeto nunca fica sem financiamento”. O governante apontou, contudo,

/ Augusto Mateus, presidente do Conselho Geral do IPT, Manuel Jorge Valamatos, presidente da CMA, João Coroado, presidente do IPT e João Sobrinho Teixeira, secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

para linhas de financiamento de fundos comunitários que vão “abrir em breve” no âmbito da “qualificação das populações jovem e adulta, em envolvência com as empresas”. Depois de 22 anos de instalações provisórias, o presidente do IPT, João Coroado, disse estar satisfeito com o projeto e que agora o complexo pedagógico vai ficar todo junto, o que o torna “mais consistente”. Refe-

riu ainda que o projeto apresentado “vai resultar num edifício moderno e vai corresponder às exigências do que é o ensino superior no futuro”. João Coroado destacou também a importância de aproximar o tecido empresarial à ciência e à investigação: “Este projeto vem complementar a oferta educativa tendo em conta os laboratórios que já temos a trabalhar no Parque de Ciência e

Tecnologia e a dinâmica que se vai criar com as empresas aqui instaladas”. No seu discurso, o secretário de Estado referiu que não basta ter a Escola, é necessário criar condições para que os alunos aqui permaneçam e desafiou a que se criem novas residências de estudantes. O Jornal de Abrantes questionou Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câ-

mara de Abrantes, se esse é um dos projetos previstos pela Autarquia. O presidente disse que “fiquei muito satisfeito com essa abordagem porque encaixa perfeitamente naquilo que são os nossos planos e no nosso pensamento relativamente à recolocação da ESTA no Parque de Ciência e Tecnologia”. Com esta deslocalização para Alferrarede, a autarquia compromete-se a criar residenciais para estudantes no centro histórico de Abrantes, com o objetivo “de criar melhores condições para que mais alunos possam aqui estudar”. O autarca lembrou que o Município possui “edifícios que estão disponíveis” para esse efeito. Parte integrante do IPT, com instalações em Tomar e um total de 2.460 estudantes, a ESTA conta atualmente com 440 alunos matriculados nos quatro cursos de licenciatura, um curso de mestrado e seis pós-graduações. Nesta cerimónia, foram ainda homenageados os funcionários do IPT que completaram 25 anos ao serviço da instituição. Eugénio Almeida, o primeiro diretor da ESTA, foi um dos homenageados e recebeu a distinção pelas mãos do secretário de Estado. Patrícia Seixas PUBLICIDADE

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REGIÃO / Vila Nova da Barquinha

“Transferência de competências? Tenho que saber as continhas todas”

// “Estas são aquelas competências que, a bem ou a mal, as Câmaras Municipais vão ter que aceitar”, começou por dizer Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, adiantando que “no meu modesto entendimento, têm que me explicar” os números que lhe chegaram da descentralização da Ação Social. cias que vêm para a Câmara, quem são os recursos humanos, que tipo de recursos humanos, que tipo de protocolos existem…”, justificou o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha. Ao Jornal de Abrantes, Fernando Freire explicou que a recusa

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A descentralização de competências no âmbito da Ação Social foi um dos temas da reunião do Executivo Municipal de Vila Nova da Barquinha, em 14 de abril. “Perante este ofício não fico minimamente esclarecido sobre o que isto é, quais são as competên-

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JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021

/ Reunião do Executivo de Vila Nova da Barquinha em 14 de abril da transferência de competências na área da Ação Social se deve a “uma questão de principio e de coerência” pois, segundo o autarca, “há que saber quais são as receitas e as despesas que vêm. Elas estão apresentadas num todo, num bolo total, tal como se passou com a saúde”. Ora, para o autarca, “têm que explicar ao presidente da Câmara e respetivo Executivo o que é que levou àquele cálculo. Quando a Câmara Municipal ficar devidamente ciente que para o exercício de determinada tarefa, tem a retribuição e que essa retribuição incorpora todos os custos, estaremos em condições de aceitar. Até lá, acho que será, no mínimo menos vigilante tomar uma atitude sem ao menos sabermos do que estamos a conversar”. Segundo Fernando Freire, “o número não aparece per si, aparece com base em alguns pressupostos e sem conhecer esses pressupostos, eu não posso tomar uma decisão em consciência e esclarecida”. Sabendo que o prazo para a aceitação das competências por parte dos municípios termina a 31 de março de 2022, Fernando Freire afirmou que esta recusa poderá “ir até aos limites”. O autarca considerou que “uma coisa é eu, à posteriori, ter motivação política para dizer que eu tinha razão e que este valor não me chega e outra coisa é aceitar, num acordo de vontade. Eu aqui estou a manifestar que não

Barquinha não coloca em causa a descentralização de competências e até considera que se presta um melhor serviço, mas... tenho vontade de aceitar até que não seja esclarecido. A partir do momento em que eu conheça todos os pressupostos, todos os contratos lá enxertados, as concessões, todos os direitos e deveres que façam parte do respetivo contrato... aí, podemos firmar a nossa vontade coletiva. Até que isso não aconteça, enquanto eu estiver presidente da Câmara, não posso aceitar”. O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha não coloca em causa a descentralização de competências e considera mesmo que “prestamos um melhor serviço ao público porque estamos mais próximos mas... tenho que saber as continhas todas, os alhos e os bugalhos”. Assim sendo, o Executivo de Vila Nova da Barquinha deliberou, por unanimidade, “não aceitar a descentralização na área da Ação Social sem nos fundamentarem de facto e direito todos os itens”. O decreto-lei prevê a transferência para as autarquias locais da

celebração e acompanhamento de contratos de inserção de beneficiários do Rendimento Social de Inserção, da coordenação dos contratos locais e da garantia dos serviços de atendimento e acompanhamento social, «três dimensões muito importantes de ação social». Para a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, esta medida vai promover “uma maior proximidade e um apoio mais presente, melhor e mais eficaz”, acrescentando que implica uma transferência de 61 milhões de euros para os municípios e a deslocação de “pelo menos” um técnico de ação social do Estado para os municípios. O comunicado do Conselho de Ministros refere em resumo que “passa a caber aos órgãos dos municípios a competência, entre outras, para a elaboração e divulgação das cartas sociais municipais, incluindo o mapeamento de respostas existentes ao nível dos equipamentos sociais, para acompanhamento de situações de risco e carência social, para assegurar o serviço de atendimento e de acompanhamento social e para a implementação da componente de apoio à família para crianças que frequentam o ensino pré-escolar da rede pública”. O prazo-limite para a aceitação das competências por parte dos municípios termina a 31 de março de 2022. Patrícia Seixas


REGIÃO / Vila Nova da Barquinha

Feira do Tejo volta a ser adiada para 2022 // 2021 não vai ser o ano em que a Feira do Tejo regressa ao Parque Ribeirinho de Vila Nova da Barquinha. A decisão, esperada, foi anunciada no dia 14 de abril, em reunião do Executivo Municipal. A vereadora Marina Honório, responsável pelo pelouro da Cultura, afirmou que “se a Feira do Tejo não se pode realizar do modo como a conhecemos, não vale a pena estar a criar ou a inventar qualquer outra situação só para dizermos que a fizemos. É que a Feira do Tejo tem as suas características”. Nesta posição, foi secundada pelo restante Executivo, tendo o vice-presidente Rui Constantino lembrado que “não há clima para fazer uma festa onde o mais importante são as relações inter-pessoais que se criam nas tasquinhas, no artesanato, nos concertos… não havendo possibilidade para isso e limitar as pessoas com afastamentos, acho que é preferível não fazer”. Ao Jornal de Abrantes, o presidente da Câmara Municipal, Fernando Freire, explicou que “a situação no país está complexa”, referindo-se aos últimos dados conhecidos da situação das vacinas da Johnson & Johnson e da As-

/ Foto: Pérsio Basso

/ Feira do Tejo de 1015

Patrícia Seixas

“De mãos dadas é muito mais fácil atingirmos os objetivos” // A Altice Portugal e a Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha procederam, em 14 de abril, à assinatura do Protocolo de Investimento em Fibra Ótica de nova geração da Altice Portugal no Município de Vila Nova da Barquinha. “Num momento em que as comunicações se assumem como críticas e imprescindíveis, a Altice Portugal reforça o seu investimento e contributo para dotar os Municípios portugueses de redes que os capacitem para a transformação digital que se vive”, informou a empresa. Em Vila Nova da Barquinha, assinaram o protocolo João Teixeira, Chief Technology Officer da Altice Portugal e Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha. No final, João Teixeira falou da “ super importância” deste investimento numa região do interior do país “porque a Altice acredita que não pode haver um Portugal a duas velocidades, não podemos só investir nos grandes centros urbanos porque queremos chegar a todo o lado”. Em Vila Nova da Barquinha a Altice já consegue ter “uma cobertura de 90% de fibra ótica” e, com o protocolo agora assinado, pretende-se chegar a 90% dos fogos do concelho até final do ano, “quer

para os munícipes, quer para as empresas”. No entanto, como o investimento é privado e o objetivo principal é o lucro, as freguesias mais rurais do concelho, “ainda vão ter que esperar mais um bocadinho”. No entanto, João Teixeira adiantou que “combinei com o senhor presidente da Câmara que vamos olhar para esses casos específicos e tentar chegar a todos eles”. Fernando Freire, presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, assumiu estar satisfeito com este protocolo, mas não deixou de referir as zonas mais rurais do concelho onde, para além de não chegar a fibra ótica, a rede móvel ainda é deficitária. O diretor da Altice garantiu que também aí “já combinámos e existe igualmente um programa de expansão. Vamos tentar perceber onde estão esses lacunas e tudo faremos para poder cobrir essas lacunas”. Outro alerta deixado pelo presidente da Câmara foi o facto de se estar a avançar com a fibra ótica e

traZeneca e às datas avançadas para Portugal conseguir atingir a imunidade de grupo, “ainda que o processo de vacinação esteja a correr muito bem”. Quanto à Feira do Tejo, que se realiza anualmente em junho, “entendemos por bem, e até prova em contrário, que não há condições humanas nem sociais para que a façamos. Sob pena de estarmos a colocar em risco a própria sobrevivência e saúde humana”. A proposta de adiamento da Feira do Tejo foi apresentada em reunião de Câmara porque “há questões administrativas que têm que ser resolvidas, nomeadamente o pagamento a artistas que já estavam contratados, situação que já vem de 2020”, e a quem tem que ser comunicado o adiamento. No entanto, o dia de Santo António, 13 de junho, amplamente comemorado em Vila Nova da Barquinha, vai ser assinalado. Fernando Freire confirmou essas comemorações e acrescentou, com humor, “nem que tenha que colocar a Banda a tocar no Parque”. A situação vai ser avaliada dia-a-dia e mais perto da data, será comunicada forma como Vila Nova da Barquinha vai assinalar o dia de Santo António.

/ João Teixeira, Chief Technology Officer da Altice Portugal e Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha se deixar os antigos fios de cobre a “poluir” a paisagem. João Teixeira afirmou que há uma equipa “cuja única função é desmantelar a rede de cobre porque não temos interesse em tê-la. Mas eu também não sei se esses cabos são todos nossos, há mais operadores e mais pessoas a passarem cabos. No entanto, os

nossos eu posso garantir que iremos tirar porque o cobre é uma tecnologia em desuso e já não faz sentido nenhum”. A retirada dos fios de cobre também poderá ser uma forma de a Altice recuperar parte do investimento “porque o cobre continua a ter algum valor no mercado”.

Para Fernando Freire “o caminho faz-se caminhando” e destacou a centralidade de Vila Nova da Barquinha, o que torna o concelho “uma zona apetecível” e considerou “as tecnologias como as autoestradas do futuro”. Perante os casos concretos para os quais o autarca chamou a atenção, “é muito importante que tenhamos esta parceria porque de mãos dadas é muito mais fácil atingirmos os objetivos”. Fernando Freire destacou a disponibilidade por parte da Altice “de negociar, de chegarmos a posições consensuais onde todos ganham” e afirmou ainda que “o setor público é muito importante mas o setor privado é fundamental”. Quanto à presença da fibra ótica no concelho, “neste momento já temos na zona da Praia do Ribatejo, em alguns estabelecimentos público como o Espaço do Cidadão e a Biblioteca. Em Tancos não existe e nas Limeiras, Cafuz e Matos temos essa lacuna que vamos tentar ultrapassar”. Em Barquinha, Moita e Atalaia, “como o espaço é contínuo, é um espaço urbano com alta densidade populacional, é muito mais fácil”. A assinatura do protocolo que visa abranger 90% da população do concelho de Vila Nova da Barquinha com ligação à fibra ótica, foi assinado entre a Altice e a Câmara Municipal, numa cerimónia que decorreu no Centro Cultural da vila. Patrícia Seixas

Maio 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Abrantes

Rua Fonte Duque de Loulé nunca teve ligação à Via Industrial A questão foi levantada inicialmente pelo vereador do Bloco de Esquerda Armindo Silveira na reunião do executivo municipal de Abrantes de 23 de março. Na altura, o vereador, na sua intervenção antes da ordem do dia, levantou uma questão relacionada com a “rua Nascente Fonte Duque de Loulé, na zona norte do Parque Industrial de Abrantes, onde foi colocada uma vedação que a tornou num beco sem saída com graves consequências para as empresas que ainda ali estão instaladas”. Na mesma reunião, o vereador levantou duas questões: “porque é que a Câmara autorizou que uma empresa expandisse as suas instalações ao ponto de bloquear esta rua, dificultando inclusive o acesso a uma empresa” e “tendo em conta que estão ali instaladas algumas empresas, qual é o plano de intervenção previsto para esta zona e quando é que se inicia”. Nesta reunião de 23 de março, o presidente da Câmara de Abrantes,

/ A rua integra a um loteamento industrial privado e nunca teve ligação ao Parque Industrial Municipal

Manuel Jorge Valamatos, disse que este era um assunto que a autarquia estava a acompanhar. O presidente disse que era um assunto que está a ser resolvido e que poderá passar pela aquisição de alguns terrenos para fazer o acesso desta rua à Via Industrial. Na edição de abril do JA, e me-

diante esta reunião, noticiámos na página 2 com a referência que era uma rua sem saída: “O caso foi levantado na reunião do executivo municipal de Abrantes pelo vereador do BE Armindo Silveira. Disse o vereador que a instalação de uma outra unidade industrial cortou o acesso que existia às vias do Parque

Industrial de Abrantes. A solução passará, de acordo com o presidente da Câmara, pela aquisição de alguns terrenos para ampliar o loteamento destinado a empresas e nessa altura construir o troço de ligação que agora foi cortado”. O assunto voltou a reunião do executivo municipal de Abrantes,

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JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021

a 20 de abril, pela mão do vice-presidente, João Gomes, que é quem tem a responsabilidade pelo urbanismo e serviços técnicos e que deu uma informação mais precisa sobre este assunto. O vereador afirmou que aquela rua nunca teve saída. No sentido de esclarecer a realidade, o vereador João Gomes revelou que aquela rua nunca teve saída, não houve nenhum lote a “cortar” a rua. De acordo com o vereador, aquele loteamento industrial é privado e nunca teve ligação ao loteamento municipal. E adiantou que já esteve no local a falar com os empresários e que está já a ser trabalhada uma ligação entre aquele loteamento e a Via Industrial. A explicação do vereador João Gomes sobre a rua que nunca teve, oficialmente, ligação à Via Industrial, ou seja, era uma rua sem saída. Mas durante algum tempo, a arte e engenho habitual nos portugueses, levaram a que se quisesse atalhar caminho entre estas duas ruas, como se comprova através da imagem de satélite do Google Maps. Parece que há uma rua, mas que afinal foi, durante anos, uma passagem indevida por terrenos privados. Ficou a garantia de que essa ligação está já a ser projetada. Jerónimo Belo Jorge


REGIÃO / Abrantes

Cineteatro S. Pedro já tem projeto aprovado e poderá entrar em obra dentro de seis meses // Todos os abrantinos conhecem a história recente do Cineteatro S. Pedro. A “novela” chegou ao fim com a aquisição do imóvel, a título definitivo, pela Câmara Municipal de Abrantes por 470 mil euros. Uma decisão anunciada a 9 de dezembro de 2019. Depois de longas negociações e de um processo complicado e que teve vários avanços e recuos, a Autarquia e a Sociedade Iniciativas de Abrantes, que era a proprietária do edifício cultural chegaram a acordo para a compra e venda do Cineteatro S. Pedro. O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos anunciou o negócio no interior do cineteatro lado a lado com José Carreiras e José Alberty, dirigentes da Iniciativas de Abrantes. A compra foi no valor de 470 mil euros, a serem pagos ao longo de sete anos: 70 mil euros a serem pagos em 2020 com assinatura da escritura e 65 mil euros nos seis anos subsequentes. A escritura de compra e venda do Cineteatro S. Pedro, passando o imóvel da autoria do arquiteto Ruy Jervis d’Athouguia definitivamente para o património do Município, foi assinada no dia 21 de julho de 2020. Durante todo este tempo, e mes-

mo antes, o Cineteatro S. Pedro esteve de portas encerradas porque já se verificavam alguns problemas de segurança no edifício. Problemas agudizados durante os últimos anos e está “em condições muito frágeis e temos que intervir”. Na manhã de dia 27 de abril de 2021, foi anunciado o que a comunidade abrantina esperava ouvir há muito tempo: o projeto de requalificação do Cineteatro está concluído e a Câmara encontra-se em fase de lançamento da empreitada. Em reunião extraordinária da Câmara de Abrantes, o projeto foi aprovado por unanimidade. O investimento para o restauro, reabilitação, remodelação e ampliação do edifício representa um valor de 1.799.580 euros e tem um prazo de execução de 540 dias, ou seja, cerca de um ano e meio. O projeto segue agora para candidatura aos Quadros de Apoio Comunitário, no âmbito da CCDR

Centro e, de imediato, será lançada a empreitada pois segundo Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, “precisamos urgentemente do nosso Cineteatro S. Pedro” que “será, seguramente, um polo central da cultura na nossa região”. O autarca anunciou o projeto e informou que, além da requalificação, o espaço do Cineteatro será ainda ampliado, numa parcela de terreno que a Autarquia adquiriu à Paróquia e que passa a “permitir algum tipo de eventos no exterior, mas que irá facilitar as cargas e descargas de equipamentos necessários aos grandes concertos”. Outra garantia deixada pelo presidente da Câmara é a de que “iremos manter o rosto do edifício, não o vamos descaracterizar, vamos colocar-lhe as luzes que nunca teve, apesar de projetadas desde início, vamos manter toda a caixilharia, que será renovada também e vamos me-

lhorá-lo num projeto que irá trazer uma nova competência e uma nova capacidade ao nosso Cineteatro S. Pedro para o devolver aos abrantinos, como todos merecem”. O vereador João Gomes apresentou as plantas e explicou toda a parte de obra que irá ser efetuada no edifício e que lhe trará até novas valências e acessibilidades. Armindo Silveira, vereador do BE, questionou o Executivo acerca do prazo esperado para dar início às obras. “Nós gostávamos que fosse já amanhã”, disse Manuel Jorge Valamatos. O presidente quer que dentro de seis meses estejam em condições de avançar, mas sem garantias, pois o processo burocrático é demorado. “Existe muita burocracia, muitos processos administrativos mas, se tudo correr bem, julgamos que talvez consigamos iniciar as obras daqui a seis meses”, disse o autarca, lembrando que o projeto terá

ainda que ter o aval do Tribunal de Contas. Para Rui Santos, vereador do PSD, este “é mais um passo que se dá para devolvermos o Cineteatro à população abrantina” e adiantou que “é como muito orgulho que vejo a aprovação deste projeto”. “Ao longo destes três ano e meio enquanto vereador, este será o projeto que mais gosto me dá aprovar”, afirmou Rui Santos. O Cineteatro S. Pedro tem então o projeto de requalificação concluído e a Câmara Municipal de Abrantes está em condições de proceder ao lançamento da empreitada. O presidente da Câmara de Abrantes concluiu o ponto afirmando que “este é, de facto, um espaço de todos os abrantinos”. Em reunião do Executivo, a proposta foi aprovada por unanimidade. O projeto foi também aprovado em sessão de Assembleia Municipal que se realizou no dia 30 de abril. Patrícia Seixas

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REGIÃO / Mação

Museu de Arte Pré-Histórica reabre ao público e dá a conhecer as novidades

Com a segunda fase do desconfinamento em Portugal, o Museu de Arte Pré-Histórica de Mação reabriu as suas portas no dia 6 de abril. E fê-lo “de uma forma simbólica, mas com substância”. Na abertura, o presidente da Câmara de Mação lembrou a coordenação de Luis Oosterbeek à frente do Museu “há cerca de 20 anos e que tem tido várias dinâmicas que têm tornado o Museu cada vez mais conhecido em Portugal, na Europa e no mundo”. Vasco Estrela falou dos três projetos em curso no Museu de Mação e que passam por realidade virtual, realidade aumentada e também pelo Arqueoparque no Parque do Calvário. “São mais três projetos que pretendem consolidar a estratégia do Museu, de abertura à sociedade, para que possam ser também reconhecidos pela nossa comunidade maçaense. Foi algo que sempre tentámos fazer de uma forma muito vincada e que estes projetos também vão ajudar na concretização destes objetivos. Por outro lado”, continuou Vasco Estrela, “tornarão o Museu mais vivo, mais participado, com novas experiências adaptadas ao mundo em que hoje vivemos e que tornarão o Museu ainda mais atrativo”. O diretor científico do Museu de Arte Pré-Histórica de Mação, Luis Oosterbeek, falou da rea-

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bertura “ainda num contexto de muitos receios que existem no país, mas com uma vontade muito forte de relançar as atividades – que nunca chegaram a estar completamente paradas – e com novos recursos”. Para além do Museu, visitámos o Parque Arqueosocial do Andakatu, ainda em desenvolvimento, que permite e vai proporcionar um conjunto de experiências práticas de aprendizagem das técnicas de gravura e pintura rupestre, bem como de outros tipos de objetos e construções. Permite porque tem tido e estão agendadas ações com crianças e com os alunos da Universidade Sénior e terá, de futuro, um conjunto de atividades programadas, ou por marcação, que permitirão ter experiências práticas.

Uma viagem pela História A ideia é construir o primeiro Arqueoparque do país, juntamente com o Município e do Museu de Mação. “Já tínhamos esta ideia há muitos anos e, finalmente, tornou-se realidade”, disse o arqueólogo Pedro Cura que fez a apresentação do Parque Arqueosocial. A escolha do Calvário foi fácil “pois era um espaço que já aqui estava e tornou-se muito adequado. Já era usado pela população e oferece uma oportunidade única

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021

de podermos implementar um parque dentro da própria vila e mesmo em frente ao Museu”. No entanto, devido ao facto de o parque se erguer numa colina, com socalcos, “não é muito adequado à construção de uma aldeia completa de uma cronologia só. Portanto, nós rematámos de outra forma: vamos construir este Arqueoparque fazendo uma viagem pelas várias cronologias, ou seja, pela arquitetura pré-histórica”. O jardim será então dividido em quatro espaços: paleolítico – que já tem uma cabana praticamente construída -, neolítico – que seriam os primeiros agricultores -, calcolítico – ou Idade do Cobre, com os primeiros metalúrgicos – e a Idade do Bronze. Pedro Cura explica que “estes ainda os englobamos dentro da pré-história porque são comunidades que, embora no calcolítico e no bronze já trabalhem os metais, continuam a trabalhar muito a pedra”. A opção por estas quatro cronologias também tem muito a ver com o facto de serem as quatro cronologias “com muita evidência no concelho de Mação”. “Do Paleolítico, como há junto aos Terraços do Tejo, do Neolítico que vamos vendo através do megalitismo e a grande e forte presença do bronze e calcolítico que ocupam várias áreas desde o

Bando dos Santos, o Castro de S. Miguel, que é o mais famoso, ou o Castro da Zimbreira”. Na construção do Parque, que está “a ser feita a conta-gotas devido à pandemia”, está empenhado o Clube Sénior e o Agrupamento de Escolas de Mação. “Sempre que é possível, vêm até cá ajudar, ou na construção ou, no caso dos séniores, com conselhos” pois, como diz Pedro Cura, “muitas destas construções assemelham-se a construções que ainda se faziam na sua época”. Há portanto, “uma participação muito ativa destas duas gerações”. O grande objetivo é que o Parque abra ao público mas que continue “com esta parceria, muito vincada, com a Escola e o Clube Sénior”. Uma das ideias é criar uma horta, na Idade do Bronze, com a tecnologia pré-histórica e que “seja mantida, tanto pelos mais velhos, como pelos mais novos. Se irá produzir ou não”, aí a história já será outra. Espanha, França, Dinamarca e Finlândia foram os primeiros países na Europa a construir este tipo de parques. Em Mação, o projeto foi candidatado pelo Instituto Terra e Memória ao programa Portugal Inovação Social “e tem uma comparticipação grande por parte da Câmara como investidor social”. Patrícia Seixas

Problema Social Exclusão social Área de Intervenção Cidadania e Comunidade

90 977 € Financiamento Total

63 684 € Portugal 2020 (70%)

27 293 € Investimento Social (30%)

Este projeto é uma solução de inovação social que parte do Património como elemento catalisador de múltiplas respostas a vários dilemas sociais comuns em territórios com: a) baixa densidade e dispersão demográfica e envelhecimento e isolamento da população; b) baixa diversidade de atividades económicas e reduzidas oportunidades de emprego; c) perda de coesão sociocultural.


REGIÃO / Mação

A realidade que nos leva ao passado // O primeiro passo é, então, experimentar a realidade virtual. Assim que colocamos os óculos que nos “fecham” a visão da sala real que nos remete para a sala virtual, podem vir à memória fragmentos do filme “Revelação” protagonizado por Demi Moore e Michael Douglas em 1994. Só que aqui, em Mação, não temos o Arkamax com os enormes corredores e gavetas com informação da empresa de novas tecnologias que quer lançar um CD-ROM com alta velocidade. No Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado no Vale do Tejo, em Mação, ficamos noutro ponto da região. Agarramos no comando que nos envia o feixe de luz com o qual podemos aceder ao menu que a experiência nos proporciona. Assim que acionamos com o “feixe de luz” o projeto “Rocha F-155” [permitam-me usar este nome] o bordeaux da sala do Museu de Mação transforma-se na margem do rio Tejo. Se olharmos em redor [para nos ambientarmos], percebemos que estamos numa zona de rochas, com a encosta da margem mais acima. Se rodarmos a cabeça à esquerda ou à direita, temos as águas do Tejo e se rodarmos o corpo poderemos olhar [e apreciar] a outra margem. A Margarida Morais e a Sara Garcês explicam que o objetivo do projeto é mesmo ficarmos integrados na paisagem. Depois vamos em busca da tal “Rocha F-155”. Quando a localiza-

mos, ao olharmos quase para os nossos pés, sem os vermos, percebemos claramente que estão ali as gravuras gravadas pelos antepassados. E caso não consigamos identificar aquilo que está gravado na

rocha, podemos sempre utilizar a ajuda [na Arkamax era o ‘anjo’] do realce das imagens. Começamos pelo Neolítico, o período mais antigo, e temos representações antropomórficas e zoomórficas. Com o “azul

fluorescente” do realce podemos identificar as gravuras. Se nos baixarmos, podemos fazer a aproximação visual como se estivéssemos no local exato das gravuras. No quadro que nos surge no canto superior direito da nossa “visão”, podemos subir para a idade do bronze. E aí, junto aos pés, multiplicam-se as gravuras da pedra. Muitos círculos e espirais. Outra idade e outra forma de ver o mundo. Margarida Morais explica que provavelmente seria uma forma destes habitantes da região representarem o mundo que os rodeava e, de alguma forma, uma primeira abordagem de arte. E depois poderemos tirar o realce das gravuras rupestres e dar um salto no tempo da idade do bronze até 1971. Porquê este ano? Porque foi a data em que foi concluída a construção da Barragem do Fratel e a consequente submersão das gravuras. Sara

Garcês diz que a barragem pode ter deixado debaixo de água mais de sete mil gravuras rupestres que acredita estarem preservadas pelas águas do Tejo. Este é um dos momentos desta visita. Ao apontarmos o feixe de luz para 1971, percebemos que as águas [virtuais, é certo] do Tejo inundam as margens e submergem as gravuras. Aliás, naquele mundo ficamos com água pelos joelhos [mais ou menos é a perceção que temos] embora na realidade as gravuras tenham um metro e meio ou mais de água em cima. Podemos sempre olhar em redor, para a paisagem, antes de pedirmos ajuda do realce para nos “pintar” as gravuras e percebermos [ou tentar, pelo menos] como será a realidade nos dias de hoje. E pronto. A visita é rápida, mas leva-nos para um outro mundo. Mas um mundo nosso. Jerónimo Belo Jorge

A Feira Mostra de Mação foi motivo de uma comunicação do presidente da Câmara na reunião do Executivo de 28 de abril. Vasco Estrela, ainda sem conhecer a decisão das autoridades de saúde e do Governo na próxima fase de desconfinamento no que diz respeito aos eventos ao ar livre, disse que “a esta data, não podemos garantir a realização da Feira”. Admitiu, no entanto, ser “pouco provável” que existam condições para a realização da Feira Mostra no formato em que a conhecemos. “A regra do bom-senso a isso indica pois nada aponta para que estejamos a viver com normalidade na altura”. Vasco Estrela relembrou ainda que há contratos com artistas, com 50% do valor já pago, que terão que ser revistos e renegociados. “A Câmara de Mação cumpriu aquilo que estava determinado na legislação em vigor, relativamente a compromissos assumidos com artistas e outros equipamentos. Esses compromissos estão honrados”. Contudo, a haver autorização do Governo para a realização de eventos ao ar livre, o autarca tem receio de vir a ser confrontado com um “só não realizam porque não querem”. A Câmara irá ainda avaliar a realização de um espetáculo, na altura,

com muito menos público, “se as condições da pandemia o permitirem, se as condições de espaço o permitirem, se as autoridades o permitirem... neste momento está tudo em cima da mesa e penso que os próximos 15 dias serão decisivos para tomarmos decisões finais sobre este assunto”. Vasco Estrela não deixou de referir que, para além das decisões da autoridade de Saúde e do Governo, há que “perceber a sensibilidade de outras partes”. A mesma situação verifica-se no que concerne à realização das Festas de Verão. As associações “até têm vontade” de as organizar mas “os receio são muito maiores e sobrepõem-se a essa vontade. E bem”. Vasco Estrela apela a “regras de bom-

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É “pouco provável” que haja Feira Mostra

-senso que penso que estão a ser seguidas”. No entanto, “uma vez mais, poderemos cair no limite em que há condições legais para se fazerem e pode acontecer que uma ou outra associação decida fazer as festas”. Se alguma associação decidir avançar com os festejos, a Câmara pouco poderá fazer para além “da sensibilização ou do não dar apoio”. No limite, poderá haver um veto por parte da Autarquia ao não passar a licença necessária. Segundo Vasco Estrela, “qualquer decisão, e conhecendo todos os promotores das festas no concelho, acho que não farão nada que não tenha o consenso da Câmara e das Juntas de Freguesia”. Patrícia Seixas

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REPORTAGEM /

As velhas escolas ganham nova vida // São mesmo muitos os edifícios que foram fechando portas e ficaram devolutos. Agora, gradualmente, têm vindo, grande parte deles, a ser ocupados. Ou por associações, ou por juntas de freguesia. Há casos de empresas e casas de oração. E há outros, em Vila de Rei, em que esses edifícios foram adquiridos e são casas de habitação.

por Jerónimo Belo Jorge

Estes dois anos 2020 e 2021 marcam, seguramente, o futuro dos nossos jovens porque, derivado das medidas de contenção da pandemia, tiveram de largar a escola e ter aulas em casa, com recurso às novas tecnologias. Seguramente há 60 ou 70 anos isso não seria possível. E neste olhar para trás poderíamos pensar que não havia tecnologias, mas havia muito mais escolas, ou seja, menos concentração de alunos. É certo que o interior tinha mais população. Também é certo que a maior parte da população fazia apenas a quarta classe e, nalguns casos, nem isso. E depois havia os que concluíam o sétimo ano, à altura, antes de enveredarem pelos caminhos do trabalho ou então pela via dos estudos para poderem ser “doutores”. É nesta linha que cada uma das freguesias, em muitos casos cada uma das aldeias, tinham uma escola primária. Podemos recordar sempre o orgulho que os nossos, agora idosos, falam da escola da terra, da sua escola. A escola era, à altura, como que a fibra ótica ou uma boa rede de comunicações dos nossos dias. Ao longo destas décadas o interior foi perdendo fulgor, população e jovens. E as escolas que proliferavam por todas as terras foram, necessariamente, fechando portas, por forma a evitar que uma escola tivesse dois ou três alunos como chegou a acontecer. Isto muito antes das cartas educativas dos municípios ou de outras estratégias que, entretanto, foram surgindo. Os seis concelhos da área de in-

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JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021

fluência do Jornal de Abrantes têm mais de centena e meia de edifícios escolares. Mais precisamente 163 edifícios que já tiveram professores e alunos e que foram a vida das suas terras. Hoje, estes seis concelhos têm cerca de três dezenas de escolas em funcionamento naquilo que são as atividades para as quais foram construídas. As autarquias, proprietárias da quase totalidade destes edifícios, foram fazendo os encerramentos de acordo com as normas do Ministério da Educação.

ABRANTES

84 escolas 17 a lecionar 56 cedidas ou com outras utilizações 11 estão fechadas Abrantes é o maior concelho. Tem 741 km2 de território e tem, espalhados por esta vasta área, 84 edifícios que, outrora, tiveram aulas e vida. Nesta altura tem 17 destes edifícios com atividades letivas, sendo que há escolas recentes como

Bemposta, Rio de Moinhos, Maria Lucília Moita ou António Torrado. E há outras requalificadas como as duas secundárias, Manuel Fernandes e Solano de Abreu ou a Básica do 2.º e 3.º Ciclo D. Miguel de Almeida. E tem mais duas em processo de requalificação: Otávio Duarte Ferreira, em Tramagal, e a Escola de Alvega. Mas se 17 estão com as atividades normais, quer dizer que há 67 edifícios que estão fechados às atividades letivas.


REPORTAGEM / das Mós está, neste momento, fechada e sem utilização. Quanto aos outros 8 edifícios espalhados pelo concelho, estão cedidos a associações ou juntas de freguesia que cuidam do património. E se estes são locais para as sedes sociais destas associações, acabam, em grande parte (e antes da pandemia), por dar vida a estas aldeias que foram perdendo habitantes ao longo dos anos. Ainda no final do mês de abril, a Câmara de Sardoal cedeu um espaço da Escola de Valhascos a uma associação desta localidade.

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VILA NOVA DA BARQUINHA 10 escolas 4 a lecionar (2 escolas e 2 JI) 5 cedidas ou com outras utilizações 1 fechada para reconversão

De acordo com a Câmara Municipal de Abrantes, de todas estas escolas há 56 que estão cedidas ou têm outras funções que não as aulas. E em muitas das aldeias a cedência foi feita a associações locais que ocupam as escolas como sedes ou como local para desenvolver atividades. Os escuteiros e ranchos folclóricos ocupam uma grande parte destes edifícios, mas há outro tipo de associações, clubes de caçadores e juntas de freguesia. Por exemplo, a antiga escola básica Dr. Raul Figueiredo, em Barreiras do Tejo, que está cedida ao Rotary Clube de Abrantes e ao Lions Clube de Abrantes. Noutro exemplo destas cedências, o edifício de Água Travessa, freguesia de Bemposta, está em processo de cedência a uma entidade privada para atividade comercial. Junta-se ainda a este lote de cedências a juntas de freguesia para poderem ter serviços ou outras atividades mais locais. É verdade que a maior parte destas associações ocupa, com menos ou mais atividade, estes edifícios e não os deixa entrar em degradação. A Câmara de Abrantes tem vindo a fazer estas cedências de forma gradual mediante a assinatura de protocolos de forma a garantir a preservação do património edificado. Neste momento, e de acordo com os dados recolhidos pelo JA, estão fechadas e sem atividade no concelho de Abrantes 11 escolas, ou seja 11 edifícios devolutos. Em relação a estes edifícios não há, no momento, qualquer projeto de requalificação. Há no entanto o caso de Mouriscas, em que a antiga escola primária da freguesia, se encontra em elevado estado de degradação por não ter utilização há muitos anos. De acordo com a Câmara Municipal de Abrantes, o edifício está cedido à

ADIMO (Associação de Desenvolvimento Integrado de Mouriscas) desde 2001. Ainda de acordo com a autarquia, a ADIMO apresentou uma candidatura ao PRODER para a recuperação do edifício. Mas a meio do processo, a entidade que tinha a responsabilidade de gerir o processo alterou as regras e vedou a comparticipação dos municípios a estes projetos. Sem este apoio, a ADIMO foi obrigada a desistir desta candidatura. Neste momento a escola está encerrada, cada vez com mais sinais de degradação e com acompanhamento do estado de conservação ou risco de ruína do edifício.

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CONSTÂNCIA

17 escolas 3 a lecionar 13 cedidas ou com outras utilizações 1 sem utilização Em Constância quase todos os edifícios escolares estão ocupados. Tal como na região, as diversas escolas foram fechando, com a concentração dos alunos nos três centros escolares, em cada uma das freguesias. Apenas a antiga escola de Portela está, nesta altura, sem qualquer utilização. De acordo com a Câmara de Constância todos os edifícios que ficaram devolutos foram sendo cedidos a juntas ou associações de cada uma das aldeias. Em Montalvo, a antiga escola nº2 deu corpo, muito recentemente, à Extensão de Saúde daquela freguesia. Na aldeia de Santa Margarida a antiga escola é agora o novo Centro Escolar.

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MAÇÃO

25 escolas 3 a lecionar 13 cedidas ou com outras utilizações 8 sem uso 1 demolida passou a um largo O concelho de Mação, por seu turno, tem uma ocupação diversificada das suas antigas escolas, sendo que tem apenas três a lecionar: duas na vila e uma em Cardigos. Depois, espalhados pelas aldeias, os edifícios têm as mais variadas utilizações, sendo que a cedência às associações também surge no topo das soluções encontradas. Neste concelho, já houve interesse de cidadãos em adquirir uma das antigas escolas para habitação, como acontece em Vila de Rei, mas o processo acabou por ser travado. Mesmo assim, há uma escola que serve agora de residência de artistas, na Louriceira, ou uma outra que foi cedida a uma empresa, no Penhascoso. De referir que a cooperativa Melbandos ocupa um destes edifícios que já foi escola e há uma outra que já não existe. De acordo com a Câmara de Mação, a escola do Casal da Barba Pouca estava em ruínas e a população entendeu que era um bom local para ser criado um largo ou espaço de estacionamento.

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SARDOAL

10 escolas 1 a lecionar 8 cedidas ou com outras utilizações 1 fechada O concelho de Sardoal tem, neste momento, um centro escolar novo, inaugurado este ano de 2021 que recebe a totalidade dos alunos do concelho. Naquilo que é o edificado que pertence ao Município, apenas a escola de Cabeça

Vila Nova da Barquinha segue a mesma linha daquilo que são os concelhos da região. As escolas que foram fechando foram sendo cedidas a associações por forma a poderem desenvolver as suas atividades. Na vila, uma delas é a Galeria de Santo António onde estão presentes vários artistas. Da educação passou à cultura. O concelho tem apenas um edifício que está sem utilização, mas à beira de entrar numa candidatura no âmbito da estratégia local de Habitação. Trata-se da antiga escola de Moita do Norte. Por exemplo, Praia do Ribatejo, que tinha uma escola C+S, tem agora a escola básica e jardim de infância. Já em Tancos, o edifício funciona como albergue de juventude e centro comunitário. E há ainda o exemplo do edifício da Portela da Laranjeira que é agora sede da Associação Apicultores do Tejo e Sorraia.

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VILA DE REI

22 escolas 1 a lecionar 4 habitação 11 cedidas ou com outras utilizações 6 sem função Vila de Rei também concentrou as atividades letivas no centro escolar da vila tendo grande parte dos edifícios cedidos às associações das aldeias onde as escolas estão edificadas. Há no concelho de Vila de Rei 8 edifícios que são particulares, sendo que quatro deles são casas de habitação. Isso mesmo, foram adquiridas para habitação as escolas de Valadas, Aivado, Quinta das Laranjeiras e Brejo Fundeiro. Depois há ainda dois destes edifícios (Casal Novo e Lagoa Fundeira) que são casas de oração para as populações locais.

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REGIÃO / Constância

Extensão de saúde abriu em Montalvo após 12 anos de reivindicações // Os mais de mil habitantes da freguesia de Montalvo, no concelho de Constância, que estiveram sem médico de família e serviço de enfermagem desde 2009, viram essa situação ser alterada no dia 8 de abril. A Autarquia deu conta da abertura da nova Extensão de Saúde da freguesia de Montalvo, afirmando que este “é um dia em que devemos estar todos satisfeitos, num processo negocial e reivindicativo longo e difícil por parte da autarquia e das populações”. “Ao fim de mais de uma década a obra está feita, está em funcionamento e a população vai passar a ter cuidados de saúde na sua área de residência”, disse o presidente da Câmara Municipal de Constância, Sérgio Oliveira. A antiga extensão de saúde funcionou até 2009 no edifício da Casa do Povo de Montalvo e ficou sem médicos de família e serviços de enfermagem naquele ano devido à falta de profissionais de saúde. Desde então, os utentes tiveram de se deslocar a Constância ou a Abrantes, a oito e a 10 quilómetros de distância da sede do concelho, respetivamente, numa situação que nunca foi do agrado da população, que chegou a organizar vigílias de protesto. “São mais de mil pessoas que vivem em Montalvo, muitas delas envelhecidas e sem meio de transporte para acederem aos cuidados médicos a Constância ou a Abrantes, e esta abertura de um serviço público de proximidade, com a importância que têm os cuidados de saúde primários, é fundamental para aumentar a

qualidade de vida no território e captar e fixar as pessoas”, destacou Sérgio Oliveira. O novo equipamento de saúde em Montalvo resulta da adaptação do antigo edifício da escola do 1.º ciclo Dr. José Godinho, já desativada, para extensão de saúde, no âmbito de uma parceria entre

o município, que investiu cerca de 160 mil euros na reabilitação do espaço, dos quais 90 mil euros com apoios de fundos comunitários, e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), que assegurou o recheio do edifício, dotando-o de equipamentos, mobiliário e

A antiga extensão de saúde funcionou até 2009 no edifício da Casa do Povo

recursos humanos. Durante o mês de abril existiu atendimento médico uma vez por semana, às sextas-feiras, durante todo o dia e a partir deste mês de maio, o atendimento médico passará a efetuar-se três vezes por semana, às segundas, quartas e sextas-feiras, sempre no período da manhã. Relativamente aos cuidados de enfermagem, estão a ser efetuados às segundas, quartas e sextas-feiras, no período da manhã. Segundo o presidente da Câmara de Constância, há ainda a possibilidade de os utentes de Montalvo que “nunca fizeram a transferência de ficha para Constância, ficarem com médico de família e serem atendidos na nova extensão de saúde”, bem como “as pessoas de Montalvo que têm ficha em Constância têm a possibilidade de pedir a transferência de ficha para a extensão de saúde de Montalvo”. Sérgio Oliveira disse ainda que, “apesar de ser um momento de alegria e de festa, não existirá cerimónia de inauguração tendo em conta a situação pandémica”. “Festa e cerimónia de inauguração apenas fará sentido com a presença de população que vai usufruir deste equipamento de saúde, o que, não sendo possível, o momento formal e de celebração ficará adiado para melhor ocasião”, concluiu o autarca. C/ Lusa

Monumento a Camões foi reabilitado // A Associação da Casa-Memória de Camões levou a cabo a reabilitação do monumento a Camões, “uma notável criação artística do escultor Lagoa Henriques que se transformaria num ícone da vila de Constância”. Inaugurado em junho de 1981 pelo Presidente da República, general Ramalho Eanes, passados 40 anos, os efeitos do tempo eram já bem visíveis: o monumento apresentava crescentes sinais de degradação na sua estrutura de betão, com desagregação de materiais, em especial nas arestas, deixando à vista a armação de ferro em crescente oxidação e ameaçando novas e maiores desagregações. Por seu lado, a parte em mármore estava a ficar bastante enegrecida, também por efeito do tempo e da acumulação

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JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021

de sujidade. “Impunha-se, por isso, uma intervenção com vista a reabilitar e restaurar a componente de betão e a limpar a componente de mármore do monumento que, respeitando as suas características, lhe conferisse maior dignidade e garantisse a sua preservação. Foram esses trabalhos que a Associação da Casa-Memória de Camões em Constância promoveu neste início de ano e que agora ficaram concluídos”. Assim, no betão foi efetuada a picagem com meios manuais, eli-

Agora reabilitado, continuará a ser “um Camões afável e eternamente jovem”

minando o betão em mau estado até chegar às armaduras, realizada a preparação da superfície de betão estrutural com aplicação de produtos reparadores e protetores em estrutura de betão armado, enchimento de toda a base do monumento e regularização geral com betão afagado. No mármore, a intervenção consistiu na aplicação de um produto de limpeza adequado, na remoção do verdete com recurso a jato de água e na aplicação de produto impermeabilizante para pedras naturais.


REGIÃO / Vila de Rei

Município devolve montante de IMI’s rústicos às Juntas de Freguesia // Nos anos de 2017 e de 2019, anos de grandes incêndios florestais, a Câmara Municipal de Vila de Rei isentou o pagamento do valor do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) nos prédios rústicos das freguesias. As isenções, aprovadas em Assembleia Municipal, verificaram-se em 2017 na freguesia de Vila de Rei e, em 2019, nas freguesias de Fundada e São João do Peso, todas pelo período de 5 anos. Na proposta apresentada em reunião de Câmara, em 16 de abril, lê-se “considerando que, nos termos da alínea a) do nº 1 do artigo 23º da Lei nº 73/2013, de 3 de setembro, constituem receitas das freguesias: a) O produto da receita do IMI sobre prédios rústicos (…)” e “considerando os ofícios das três juntas de freguesia do concelho de Vila de Rei em que todas referem uma quebra de receitas significativa devido às isenções do Imposto Municipal sobre Imóveis nos prédios rústicos aprovadas pela Assembleia Municipal devido aos incêndios no valor médio anual de 50.000,00 euros, 7.000,00 euros e 2.500,00 euros para Vila de Rei, Fundada e São João do Peso, respetivamente, e devido à pandemia com quebra nas receitas e aumento nas despesas”. Como tal, as Juntas de freguesia estão agora a reivindicar esses valores que causam algum desequilíbrio na tesouraria. Assim sendo, e “tendo em conta o prejuízo que as juntas de freguesia estão a sentir, de modo a minimizar o impacto das medidas tomadas aquando dos incêndios,

proponho para deliberação da Câmara Municipal as transferências às juntas de freguesia no ano de 2021 nos seguintes montantes: Junta de Freguesia de Vila de Rei: 50.000,00 euros; Junta de Freguesia da Fundada: 7.000,00 euros; Junta de Freguesia de São João do Peso: 2.500,00 euros”, lê-se na proposta do presidente de Câmara que foi aprovada por unanimidade. O presidente da Autarquia, Ricardo Aires, explica-nos que este tema “já tem algum tempo e, na altura, eles [presidentes das Juntas de Freguesia] também aceitaram

Passadiços do Penedo Furado já podem ser percorridos

// A segunda fase dos Passadiços do Penedo Furado já se encontra terminada, sendo assim já possível percorrer o troço de passadiços entre a Praia Fluvial do Penedo Furado e o miradouro das Fragas do Rabadão.

A Câmara Municipal de Vila de Rei aprovou, por unanimidade, o

início de procedimento da alteração do Regulamento das Praias Fluviais do concelho. A ideia é criar zonas específicas em que a presença de animais, nomeadamente de cães, seja permitida para evitar confrontos e altercações entre os banhistas. “A tentativa de presença de canídeos, enquanto animais de estimação e companhia, sente-se cada vez mais nas praias em geral, e também nas praias fluviais de Vila de Rei. Dada esta circunstância e pretendendo evitar situações de constrangimento entre os utentes das praias, pretende-se

Com a finalização desta segunda fase de trabalhos, os Percursos Pedestres ‘Trilho das Bufareiras’, ‘Grande Rota da Prata e do Ouro’ e ‘Grande Rota do Zêzere’ podem igualmente já ser percorridos. O vice-presidente e responsável pelo pelouro do Turismo do Município de Vila de Rei, Paulo César Luís, afirma que “os Passadiços do Penedo Furado são, desde a sua criação, um dos principais e mais visitados pontos turísticos do nosso concelho. Esta ampliação do seu percurso permite que os visitantes tenham também acesso a uma zona de miradouros e mais quedas de água, reforçando a já elevada beleza destes Passadiços. Passam também a estar disponíveis três dos Percursos Pedestres que passam pelo concelho, numa altura do ano em que são já muitos os visitantes que procuram os notáveis trilhos de Vila de Rei”. Os trabalhos tiveram um custo de 104.056,60 euros + IVA e, ao todo, fo-

ram intervencionados 760 metros de distância (com regularização do piso e colocação de guardas em madeira) e criados mais 260 metros de passadiços em madeira. No total, desde a Praia até ao miradouro das Fragas do Rabadão, os caminhantes irão agora percorrer cerca de 1400 metros. Os trabalhos incluíram ainda a criação de uma via de acesso à Bicha Pintada em passadiço de madeira, a remoção de grades metálicas e consequente substituição por madeira e a substituição de pontes em betão por pontes em madeira. Enquanto os trabalhos da 3ª Fase estiverem a decorrer (que vão fazer a ligação entre o local do final desta 2º fase e a Praia), foi criada um pequeno desvio para que os caminhantes, caso assim o desejem, possam fazer o percurso de forma circular, percorrendo a distância entre o miradouro das Fragas do Rabadão e a Praia Fluvial pela Estrada Nacional 2.

porque tinha que haver solidariedade entre todos”. No entanto, adianta, “quem está a levar por tabela são as Juntas de Freguesia e, sendo assim, vamos ajudá-los a reativar esses valores para não serem injustamente penalizados”. Trata-se então de uma ajuda, nos valores referidos pois, neste momento, as Juntas “não têm certas receitas” e Ricardo Aies considera uma medida “justa”.

… e inicia Regulamento das Praias Fluviais

estabelecer as regras e condições para a uniformização da entrada e permanência de canídeos nas praias, estabelecendo a classificação de “Praia Dog-Friendly”, tornando-se necessária a inclusão desta regulamentação no Regulamento das Praias Fluviais de Vila de Rei”, segundo a proposta apresentada. Ao Jornal de Abrantes, o presidente da Câmara Municipal explicou que, atualmente, “os animais são proibidos nas praias fluviais” do concelho, mas “nós queremos que em certos locais das nossas praias os animais possam estar com os seus donos”. “É mais um chamativo e penso que não vai prejudicar as outras pessoas, visto tratar-se de áreas específicas” adianta Ricardo Aires. Esta situação já tinha sido referido algumas vezes “e há um pedido por parte do concessionário da praia do Pego das Cancelas”, mas é algo que acontece recorrentemente, “principalmente em Fernandaires, onde o nadador-salvador tem que andar constantemente a dizer que não pode e assim evita-se isto. Quem quiser trazer o cão, tem áreas específicas para o ter consigo e as pessoas já não andam a falar umas com as outras, por vezes de forma desagradável”. Patrícia Seixas

Maio 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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SOCIEDADE / Abrantes alarga DECIR Municipal

No âmbito do seu trabalho, os bombeiros foram ainda chamados para quedas de árvore (27), queda de elementos de construção (3), inundação de estruturas (16), remoção de elementos em risco de queda (7), limpezas de pavimento (148), patrulhamentos (48), abastecimento de água (4), abertura de portas (14), abertura de elevadores (3), busca e resgate de pessoas (3), busca e resgate de pessoas em meio aquático (2), busca e resgate de animais (18) e busca e resgate de animais em meio aquático (7). E depois junta-se ainda a atividade de transportes de doentes que a corporação efetua. Quanto à caracterização das valências dos operacionais, aponta-se 11 chefias, 21 motoristas de pesados, 44 motoristas de ligeiros, 23 TAS (Tripulante de Ambulância de Socorro), 13 operadores de telecomunicações, 10 mergulhadores, 17 CES (Condutor de Embarcação de Socorro) e 19 SGA (Salvamento em Grande Ângulo). Em termos de vínculo, os Bombeiros Voluntários de Abrantes têm 23 elementos com vínculo laboral à Associação Humanitária, 5 na equipa de intervenção permanente com vínculo à Câmara Municipal e Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e 46 sem vínculo laboral.

A Câmara Municipal de Abrantes vai reforçar em 2021 o apoio aos kits de primeira intervenção contra incêndios das juntas de freguesia do concelho. Neste sentido, o executivo municipal aprovou em reunião de 6 de abril, o apoio de 160 mil euros para celebração dos necessários contratos interadministrativos com as nove freguesias que este ano vão integrar este dispositivo. De referir que a verba deste ano representa mais 35 mil euros do que a disponibilizada em 2020. Estes contratos visam o apoio às Juntas de Freguesia de Abrantes e Alferrarede, Aldeia do Mato e Souto, Bemposta, Mouriscas, S. Facundo e Vale das Mós, Rio de Moinhos, Tramagal, Alvega e Concavada e Carvalhal para que tenham, no período do verão, a viatura com o kit de primeira intervenção em prontidão, assim como a sua tribulação. De referir que este ano as freguesias de Alvega e Concavada e Carvalhal integram pela primeira vez este dispositivo. Nesta altura apenas as freguesias de Fontes, Martinchel, Pego e S. Miguel/Rossio não integram o Dispositivo Especial Contra Incêndios Rurais (DECIR). De acordo com o funcionamento destas equipas, cabe ao comandante dos Bombeiros Voluntários de Abrantes a integração das mesmas nas ações de prevenção ou combate a fogos rurais, sendo que em dias de alerta laranja ou vermelho, as mesmas são pré-posicionadas no seu território por forma a acorrer a qualquer ignição que ocorra. De referir que estas equipas constituem, e por provas dadas no anos anteriores, para a existência de uma resposta mais rápida e eficaz no ataque inicial aos incêndios até que cheguem as equipas de Bombeiros, Força Especial de Proteção Civil, GNR ou meios aéreos. Estas equipas estão equipadas com maquinaria, mangueira e tanque com capacidade de 600 litros de água, estando também apetrechadas com rádios de comunicação com ligação ao sistema SIRESP por forma a integrarem os dispositivos das ocorrências.

Jerónimo Belo Jorge

JBJ

Bombeiros de Abrantes, 2020 em números A atividade dos Bombeiros é transversal a diversas atividades de socorro ou de apoio a outras atividades, embora haja sempre uma ligação muito direta a emergências médicas ou então aos incêndios. Mas há muito mais na vida profissional de uma corporação para além das atividades que, grande parte das vezes, são mais mediáticas. E destas atividades colocamos de lado a sempre necessária formação que vai sendo feita ao longo de cada ano, para além de outras tarefas e competências inerentes ao trabalho destas equipas. Abrantes tem uma população de cerca de 35 mil habitantes, 741 km2. Tem zonas rurais e florestais, zonas industriais, rios e albufeiras, autoestrada e linhas férreas. Tem, por isso, do ponto de vista do socorro, uma abrangência muito grande, para além das distâncias a percorrer serem, nalguns casos, bem longas. Por isso mesmo o JA foi olhar para o relatório de atividades de 2020, já com a pandemia, e desde logo há a registar um número inferior de ocorrências. Se em 2020 os bombeiros tiveram 4 434 chamadas a serviço, em 2019 tinham tido 7 799 chamadas. Ou seja, em tempos de pandemia houve uma redução de todas as ocorrências com a exceção dos conflitos legais ou familiares que tiveram um re-

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gisto mais elevado. Naquilo que são as atividades desta corporação de bombeiros voluntários, a emergência pré-hospitalar lidera a lista de ocorrências, com 3 519 serviços, com 1 601 a terem ocorrido na freguesia urbana de Abrantes e Alferrarede, seguindo-se S. Miguel/Rossio com 404 e o Tramagal com 248 chamadas. Fontes foi a freguesia com menos emergências: 49. Passando para os acidentes rodoviários, houve um registo de 93 situações com a presença de operacionais da corporação com os despistes (47) e as colisões (43) a liderarem a lista, que tem ainda três atropelamentos. Nas freguesias, a maior incidência é também em Abrantes e Alferrarede com 41, seguindo-se S. Miguel/Rossio (13) e Bemposta (7). Entrando nas ocorrências por conflitos legais que tiveram intervenção dos Voluntários de Abrantes, 49 representaram agressões, 16 para remoção de cadáver, 10 por tentativa de suicídio e quatro por suicídio consumado. A freguesia de Abrantes e Alferrarede tem o maior numero de ocorrências nesta área, com 46 registos de um total de 79, seguindo-se S. Miguel/ Rossio com 11 e Alvega/Concavada com cinco. Nos incêndios rurais o concelho de Abrantes registou, no ano de 2020, 63 ocorrências, número

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021

Incêndios Rurais

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2020 – 63 2019 – 147 2018 – 78 2017 – 140 2016 – 81

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Emergência pré-hospitalar – 3519 Acidentes rodoviários – 93 Conflitos legais – 79 Incêndios rurais – 63 Incêndios urbanos e industriais – 42 Outras ocorrências – 300 Transportes – 338 Total: 4 434

Ocorrências ano 2020

bem inferior aos fatídicos anos de 2017 (140) e 2019 (147). Neste parâmetro, Abrantes e Alferrarede tiveram um total de 9 ocorrências, seguindo-se Alvega/Concavada com 8, Bemposta com 7, Aldeia do Mato/Souto e S. Facundo/Vale das Mós com 6. De referir que no ano passado todas as freguesias do concelho tiveram registo de incêndios, sendo que Carvalhal é a freguesia com menor número de ocorrências, com apenas 1 registo. Também na área de incêndios urbanos ou industriais, os bombeiros foram chamados a 42 situações com 23 a terem acontecido na área urbana, ou seja, em Abrantes e Alferrarede. Segue-se S. Miguel/ Rossio com 7 ocorrências e Mouriscas com 4.


SOCIEDADE /

// Filipe Oliveira foi o cidadão de Bemposta que apresentou, em 2016, uma proposta no âmbito do Orçamento Participativo municipal para a construção ou instalação de um parque infantil e parque desportivo no Centro Escolar daquela freguesia. A proposta foi aceite e entrou na votação do Orçamento Participativo de Abrantes em 2016. Como o centro escolar não tinha muito espaço para as crianças poderem dar asas e corpo às brincadeiras dentro do recinto, o Filipe achou que seria uma boa opção a concretização desta ideia. A proposta foi aprovada em 2016, mas ainda não tinha sido concretizada. O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, já tinha dito, e reafirmou no dia 16 de abril, que quer ter todos os projetos dos orçamentos participativos executados antes do lançamento do próximo programa em 2022. É que a autarquia aprovou uma alteração neste programa. Tornou-o bienal, sendo que nos anos em que não há Orçamento Participativo, o valor (300 mil euros) é disponibilizado para um programa de apoio ao associativismo. Não para atividades ou eventos, mas para apoio à requalificação ou melhoria do património das associações. Ou seja, poderá ser para recuperar edifícios, telhados, viaturas que possam ser usadas no transporte de crianças e jovens no desporto. Há um conjunto de

possibilidades que as associações poderão candidatar até setembro. Voltando ao Orçamento Participativo, a proposta do Filipe ganhou a vida que este pretendia na manhã do dia 16 de abril. Os dois espaços foram inaugurados com a presença do presidente da Câmara de Abrantes e dos presidentes das Juntas de Freguesia de Bemposta, Manuel João Alves, e de S. Facundo e Vale das Mós, António Campos, cujas crianças estudam naquele centro escolar. Num investimento de 46 mil euros, as crianças passaram a dispor de um recreio mais atrativo e de um pequeno polidesportivo com relva artificial onde poderão praticar futebol ou basquetebol. É que, como dizia o pequeno Tiago Martim Bogalho, “antes só tínhamos as marcações no chão para jogar ao mata e à macaca” e que nos jogos podiam partir vidros ou estragar árvores. Já a Yara Sofia Oliveira disse que desde que começou a pandemia não voltaram ao recreio habitual. E acrescentou que “amigo Manuel João [presidente da Junta de Freguesia de Bemposta] mandou

/ Manuel Jorge Valamatos prometeu que jogava futebol com as crianças e chegou equipado / Inauguração do parque infantil e parque desportivo no Centro Escolar de Bemposta

fazer um portão muito giro para podermos ir jogar para o recinto das festas”. E foram as crianças que fizeram o maior agradecimento por terem um espaço novo para a brincadeira. Filipe Oliveira, o proponente deste projeto ao Orçamento Participativo, afirmou que na altura [2016] as filhas tinham entrado na escola, que estava muito despida de infraestruturas, e surgiu a hipótese de fazer a candidatura. Foi feita,

aprovada e está concretizada. “E melhor do que aquilo que eu esperava. E esta manhã, esta menina que está aqui [a filha] disse-me que finalmente iria poder jogar futebol na escola”, salientou o proponente do projeto. O presidente da junta de freguesia disse que é a conclusão de uma obra de 2016 que felizmente está pronta e “há que enaltecer a qualidade destas infraestruturas”. Manuel João Alves contou uma

Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

Escola de Bemposta já tem parque de lazer

pequena história das crianças que estavam sempre a perguntar quando é que o campo estava pronto. E depois acrescentou um excerto de uma conversa de uma das crianças na véspera da inauguração: “Amanhã tenho de vestir o fato dos ricos porque temos pessoas importantes e vamos inaugurar uma coisa muito importante”. Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, chamou os alunos para perto de si depois do ato formal de inauguração. E fez um cumprimento especial ao Filipe Oliveira que teve o condão de mostrar o que é a génese do Orçamento Participativo. O autarca destacou o facto de uma parte da obra inaugurada não fazer parte do Orçamento Participativo, mas que representa uma necessidade de continuar a haver investimento nas escolas do concelho. Isto porque a proposta apresentada ao Orçamento Participativo tinha uma previsão de despesa de 12 mil euros e a intervenção agora inaugurada representou um investimento superior a 46 mil euros. O autarca destacou a importância do programa Orçamento Participativo, que vai regressar em 2022, e frisou a vontade de, até lá, fechar todos os projetos votados e que ainda não ganharam corpo. E explicou que há alguns que estão com algumas complicações legais por necessidades de acordo com privados, o que nem sempre é fácil de resolver. Manuel Jorge Valamatos disse que tinha prometido “jogar à bola” com as crianças quando inaugurassem o polidesportivo e cumpriu. Equipado com sapatilhas, chamou um grupo de alunos, a quem ofereceu uma bola de futebol e outra de basquetebol, e desafiou-os para uns pontapés e uns cestos. E no meio dos gritos da garotada, mostrou que ainda “sabe” fazer um lançamento de dois pontos. Agora são as crianças que vão desfrutar dos dois espaços. O presidente da Câmara pediu aos alunos do Centro Escolar de Bemposta para “cuidarem do campo” para que os irmãos mais novos, no futuro, possam ali ter momentos de diversão nas pausas das aulas.

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ECONOMIA /

Chamaconta soprou velas dos 40 anos

A 22 de abril de 1981 António Lopes criou uma pequena empresa de contabilidade a que deu o nome de Chamaconta. Dois anos depois abriu uma pequena loja no largo do Cineteatro de Alferrarede. Foi assim que começou um “negócio” que assinalou 40 anos a 22 de abril de 2021. Zélia Lopes é a mulher que está ao leme da empresa que continua de portas abertas como papelaria e ponto de correios e que no dia 22 de abril quis assinalar a efeméride. Entre o bolo de aniversário, contou ainda com a presença de alguns parceiros da empresa, autarcas e o pároco de Alferrarede.

Frederico Miranda abriu Meu Super em Abrantes

Zélia Lopes relembrou alguns passos, desde o início com a contabilidade passando pela novidade de ter sido a primeira loja de informática de Abrantes. “No tempo em que surgiram os computadores Spectrum, o meu pai teve essa visão e fomos a primeira loja de informática de Abrantes”, explicou Zélia Lopes que depois revelou a divisão dos negócios. A contabilidade autonomizou-se com a criação da Abranfiscal e a Chamaconta manteve o nome, mas mudou-se para um espaço junto à farmácia Silva Tavares, tendo depois subido aos Plátanos e, mais

tarde, para o local onde se encontra hoje, no Largo do Comércio. Zélia Lopes destacou ainda as mudanças e adaptações no caminho da Chamaconta, quando deixou a parte informática e quando passou a assumir o ponto dos correios. Com uma equipa pequena, a empresária apontou o João e o Nelson como os colaboradores de sempre que ajudam a “levar o barco” na navegação nestes tempos, desde que assumiu o negócio, há 15 anos. “Estamos unidos desde o primeiro momento”, afirmou a empresária. Jerónimo Belo Jorge

Restaurante D'gustar apresenta nova oferta gastronómica com produtos da região A cidade de Abrantes tem mais uma oferta gastronómica para deliciar os de cá e quem nos visita. Situado em pleno Largo 1.º de Maio, em Abrantes, o restaurante D'gustar apresentou em 24 de abril, o novo «Brunch à Portuguesa» com «Koisas de Ká», que poderá apreciar entre as 10:30 e as 12 horas. Carlos Catarino e Cláudia Forte são os rostos do D'gustar e “durante mais este confinamento, fomos pensando em novas formas de trabalhar, em apresentar algo diferente da oferta habitual”. E foi “juntando uma peça daqui e uma peça dali” que os empresários se decidiram em avançar para algo “que fazia falta”. Mas vamos lá saber de que é composto este brunch que “pode parecer um bocadinho pesado mas que ao meio-dia já sabe bem”, como afirma a empresária. Dos produtos que irão aparecer na mesa dos degustadores, fala-nos Cláudia Forte que apresenta a deliciosa ementa composta “pelos queijinhos do Brejo da Gaia, o vinho do Casal da Coelheira, as couves com feijão, com couves da horta, as migas carvoeiras, a palha de Abrantes e as tigeladas”. Carlos Catarino explicou que “queremos

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A cidade de Abrantes tem, desde 9 de abril, uma nova loja de proximidade Meu Super. Situada na Avenida 25 de abril, o novo espaço comercial, com uma área total de venda de 236 metros quadrados, representa um investimento superior a 200 mil euros e criou quatro postos de trabalho diretos e dois indiretos. Esta loja, no conceito de mercearia de bairro, segue a estratégia da Sonae MC de instalação de lojas de proximidade em todo o território nacional. Esta é a segunda loja Meu Super do empresário abrantino Frederico Miranda que, há dois anos, já tinha enveredado pelo ramo alimentar com uma outra loja desta marca em Alferrarede. O empresário avança nesta parceria com a Sonae através do franchising da marca “Meu Super”, mas, ao mesmo, tempo acrescenta algumas inovações. Frederico Miranda diz que 60% dos produtos na loja vêm da rede Sonae, mas os outros 40%, entre carnes e frescos, são adquiridos a empresários locais ou regionais. Destacou o talho numa parceria com a empresa de Abrantes Cruzimpex, que trabalha a nível internacional na área das carnes. O que tem é um espaço de talho “quase premium”, face à qualidade das carnes que tem para venda. E adianta que pode vir a ser uma grande mais-valia para a oferta. Depois tem nas horto-frutícolas o fornecimento local que garante, desde logo, a frescura dos produtos. Frederico Miranda adianta ainda outros dois serviços que presta, sabendo que está numa zona da cidade com alguma população envelhecida. Se por um lado tem a entrega das compras ao domicílio, por outro a loja de Abrantes disponibiliza o “pick up and go”. Trata-se de uma reserva que o cliente pode fazer por telefone ou pela internet, dizendo a que horas passa na loja. Quando lá chega “tem o avio” pronto, é pagar e levar as compras sem necessidade de gastar muito tempo. Neste momento o empresário tem criados oito postos de trabalho diretos nas duas lojas. Jerónimo Belo Jorge

promover os produtos de cá, juntando produtos de alguns que até já são nossos fornecedores. Juntamos tudo e fazemos a conjugação numa peça só”. Um dos objetivos, segundo nos conta, “é despertar a curiosidade para virem cá descobrir”. Os empresários continuam à procura de mais produtores locais e

“estamos abertos a sugestões no sentido de podermos melhorar” a ementa. Para já, há mais uma oferta para as manhãs de sábado na cidade de Abrantes com o novo «Brunch à Portuguesa» e com «Koisas de Cá» para degustar no D'gustar. Patrícia Seixas


GALERIA /

Eunice Lopes Natural de Abrantes, desde muito cedo descobriu na fotografia a sua forma de expressão tanto na vida, como na arte e até profissionalmente. Atualmente, tem apenas 20 anos e está a concluir o curso profissional de fotografia no Instituto Português de Fotografia, em Lisboa. No entanto, apesar do seu ainda pequeno percurso apresenta já vários trabalhos e projetos fotográficos com bastante visibilidade. No ano de 2020, com a fotografia (anexo I), no IPF foi considerada a melhor do seu ano de curso. Duas das suas fotografias são também capa de dois álbuns discográficos, especificamente do fadista Diogo Carapinha e de uma banda de rock. Já fotografou vários modelos fotográficos para campanhas de marcas (Tezenis, Sumol, Kiteka Store,…) Atualmente, é fotógrafa oficial da NB Produções (anexo II), da Amaro e da Dc.autodetail. (anexo III) Tem realizado também, várias sessões fotográficas temáticas no concelho de Abrantes com uma grande procura. (anexo IV Natal, anexo V - Dia de São Valentim) Muito recentemente, para um trabalho de final de curso realizou um conjunto de fotografias de várias pessoas do concelho de Abrantes da terceira idade (anexo VI). Será realizado em momento oportuno, uma exposição destas fotografias para que todos possam apreciar. A fotógrafa caracteriza-se ainda o seu trabalho como audaz, atrevido e desafiante, estando permanentemente a testar os seus limites e a desafiar outros a participarem (anexo VII). Um dos seus grandes sonhos é abrir um estúdio em Abrantes para realizar fotografia Newborn (anexo VIII). Instagram | @eunicelphotos Facebook | Eunice Lopes Photography

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SOCIEDADE / Joaquim Chambel nomeado para gabinete de Patrícia Gaspar

CARTÓRIO NOTARIAL. TOMAR Notária: Paula Viegas Ferreira EXTRACTO

/ Foto: O Pato Bravo

Joaquim Chambel, que exercia até ao final de março as funções de chefe da Célula de Planeamento, Operações Avaliação do Risco e Informações do Comando Nacional de Emergência e Proteção Civil foi nomeado pela secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, como técnico especialista do seu gabinete. A nomeação publicada no Diário da República em 8 de abril, dá conta da entrada em funções no dia 1 de abril deste ano. Na nota curricular que acompanha a nomeação, é referido que Joaquim Chambel desempenhou as funções de chefe da Célula de Planeamento, Operações Avaliação do Risco e Informações do Comando Nacional de Emergência e Proteção Civil; foi Comandante Operacional de Agrupamento Distrital do Centro Sul; desempenhou as funções de Comandante Operacional Distrital de Santarém; foi Coordenador Distrital de Operações de Socorro de Santarém; desempenhou as funções de inspetor distrital de Bombeiros do Distrito de Santarém e exerceu funções de inspetor regional adjunto na Inspeção Regional de Bombeiros de Lisboa e Vale do Tejo. Antes, entre 1986 e 1996 exerceu funções de Comandante dos Bombeiros Municipais de Sardoal e posteriormente dos

Está conforme. Tomar, 26/04/2021. A Colaboradora Autorizada, MARIA JOÃO VITORINO SANTOS, n.º de inscrição na Ordem dos Notários: 294/02

CARTÓRIO NOTARIAL EM CONSTÂNCIA A CARGO DA NOTÁRIA INÊS FERNANDES GOMES RIJO

Entrou em funções como técnico especialista em 1 de abril

Municipais de Abrantes. De 1979 a 1986 exerceu funções de adjunto e 2.º Comandante nos Bombeiros Municipais de Sardoal. De acordo com a mesma nota, Joaquim Chambel desempenhou também funções como coordenador aéreo do S.N.B. Foi Comandante Operacional Adjunto da Zona Operacional de Santarém Norte e Comandante Operacional da Zona Operacional de Santarém Norte. Patrícia Seixas

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Bandeira Azul na região As praias do Carvoeiro (Mação), Agroal (Ourém), Aldeia do Mato e Fontes (Abrantes) e Bostelim (Vila de Rei) são as cinco praias fluviais da região do Médio Tejo que vão ter Bandeira Azul em 2021. O anuncio foi feito pelo programa Bandeira Azul. De referir que Abrantes conquista duas Bandeiras Azuis, uma para a praia fluvial de Fontes, na albufeira de Castelo do Bode, que vai receber pela terceira vez este galardão, e em Aldeia do Mato, que hasteará o galardão pelo 11º ano consecutivo. A praia de Bostelim, em Vila de Rei, vai hastear a bandeira azul que conquistou pela primeira vez em 2016. Já a praia fluvial de Carvoeiro, no concelho de Mação, é a recordista desta distinção e avança para o 15º ano com a bandeira azul. A primeira vez que recebeu a bandeira foi em 2007.

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---------Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura de Justificação de 26/04/2021, exarada a fls 136, do Livro de Notas n.º 134, do Cartório Notarial sito em Tomar, da notária Paula Cristina Viegas Rodrigues Ferreira, compareceram como outorgantes: JOÃO DO CARMO CONSTANTINO, NIF 121.950.298 e mulher ERMELINDA DA CONCEIÇÃO INÁCIO, NIF 121.950.301, casados sob o regime de comunhão geral, naturais da freguesia de Martinchel, concelho de Abrantes, onde residem na Estrada da Serra, n.º 785, Casal da Figueira. Declararam que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio urbano, sito em Casal da Figueira, freguesia de Martinchel, concelho de Abrantes, composto por casa de habitação de cave, rés-do-chão e logradouro, com a S.C. de 156m2 e S.D. de 435m2, a confrontar do norte, nascente e poente com herdeiros de Manuel Constantino e do sul com estrada, inscrito na matriz sob o artigo 546, com o valor VPT e atribuído de € 40.904,50, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes. Que, o referido prédio veio à sua posse, em 1981, como prédio rústico, por doação verbal dos pais do justificante, Manuel Constantino e Joaquina do Carmo, casados sob o regime da comunhão geral, residentes que foram em Casal da Figueira, Martinchel, Abrantes, já falecidos, após o que, de facto, passaram a possuir o aludido prédio em nome próprio, tendo pago desde sempre os respectivos impostos, aí mandando contruir a referida casa de habitação, dele usufruindo e habitando-o, fazendo nele as necessárias obras de conservação, posse que sempre foi exercida por eles de forma a considerarem tal prédio como seu, sem interrupção, intromissão ou oposição de quem quer que fosse, à vista de toda a gente do lugar e de outros circunvizinhos, sempre na convicção de exercerem um direito próprio sobre coisa própria. Que, esta posse assim exercida ao longo de 37 anos se deve reputar de pública, pacífica e contínua. Assim, na falta de melhor título, eles justificantes adquiriram o mencionado prédio para o seu património, por usucapião, que aqui invocaram, por não lhes ser possível provar pelos meios extrajudiciais normais.

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021

--------Certifico que, por escritura de vinte de abril de dois mil e vinte e um, lavrada de folhas trinta e dois e seguintes do livro de notas Cinco – I, no Cartório Notarial sito na Avenida das Forças Armadas, Edifício Camões, primeiro andar esquerdo, em Constância que se encontra a meu cargo Inês Fernandes Gomes Rijo, Notária, JOÃO MARIA DOS SANTOS, NIF 179.369.741, divorciado, natural da freguesia de Martinchel, concelho de Abrantes, onde reside na Rua de São Domingos, número 371, declarou que é com exclusão de outrem, dono e legítimo possuidor do prédio rústico, sito em Poço do Linho, na freguesia de Martinchel, concelho de Abrantes, composto de terra de olival e mato, com a área de doze mil e quatrocentos metros quadrados, a confrontar do norte com Ribeira do Poço do Linho, sul com Ribeiro, nascente com herdeiros de Luis Gonzaga Magalhães e de poente com Marco Bráz, inscrito na matriz sob o artigo 3, secção U, com o valor patrimonial para efeitos de Imposto Municipal de Transmissões de € 512,34, a que atribuiu igual valor, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes. Que o bem veio à sua posse, já divorciado (tendo-se posteriormente casado com Rosa Rodrigues da Silva dos Santos, de quem se divorciou, voltando a casar-se com Maria do Carmo Rosa Moita dos Santos, de quem também se divorciou, ambos contraídos sob o regime da comunhão de adquiridos) no ano de mil novecentos e noventa, em mês e dia que não sabe precisar, por compra meramente verbal que foi feita aos seus ante possuidores, João Mendes e Palmira Maria casados sob o regime da comunhão geral, atualmente falecidos, com última residência habitual em Medroa, na Aldeia de Vila do Mato, Abrantes, compra essa de que não ficou a dispor de título formal, após o que, de facto, passou a possuir o referido prédio em nome próprio, avivando-lhe as extremas, cultivando-o, colhendo os seus frutos e produtos, posse que sempre foi por ele exercida, durante mais de vinte anos, de forma a considerar tal prédio como seu, sem interrupção ou oposição de ninguém, à vista de toda a gente da região, sendo por isso uma posse pacífica, contínua, pública e de boa-fé, que conduz à aquisição por usucapião, não lhe sendo possível provar o seu direito de propriedade pelos meios extrajudiciais normais. Conferido está conforme. Constância, vinte de abril de dois mil e vinte e um

FILOMENA MARTO NOTÁRIA CERTIFICO para efeitos de publicação que por escritura lavrada neste Cartório no dia vinte e dois de abril de dois mil e vinte e um, lavrada de folhas setenta a folhas setenta e um do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Vinte e Seis - B, que: João Maria dos Santos, N1F 179.369.741, divorciado, natural de Martinchel, Abrantes, residente em Rua de São Domingos, n° 371, 2200-638 Martinchel, justifica os seus direitos, pela forma constante do fotocopiado, o que está conforme o original. A Notária Maria Filomena Valente Ferreira Marto 1 Que é dono e legítimo possuidor do prédio rústico, denominado Vale das Hortas, sito em Martinchel, freguesia de Martinchel, concelho de Abrantes, composto de citrinos, figueiras, horta, oliveiras e mato, com a área de oitocentos metros quadrados, a confrontar do norte com Herdeiros de Francisco Ramos, de sul com Herdeiros de José Inglês, de nascente com caminho e de poente com ribeira, inscrito na matriz sob o artigo 39 da secção D, em nome do ora justificante, com valor patrimonial e atribuído de cinco vírgula quarenta e cinco euros, o qual não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, conforme certidão de omissão ali emitida em 31.03.2021 que arquivo com valor patrimonial e atribuído de cinco euros e quarenta e cinco cêntimos. Que o prédio descrito sob o número vinte e quatro mil e cinquenta e oito a folhas cento e sessenta e seis verso, junto à certidão de omissão, nada tem a ver com o prédio que vem justificar a seu favor, tratando-se de outro inteiramente distinto embora na mesma zona, segundo declara sob sua inteira responsabilidade; Que o prédio ora justificado lhe veio à posse por doação verbal, cerca do ano de mil novecentos e oitenta e sete, feita por António dos Santos e mulher Virginia do Carmo, casados que foram em comunhão geral de bens, e residentes no lugar de Alqueidão, freguesia de Martinchel, concelho de Abrantes, doação essa nunca reduzida a escrito, não sendo hoje já possível fazê-lo, não dispondo assim de nenhum título formal comprovativo dessa mesma doação, nem meio de o obter pelos mecanismos extrajudiciais normasQue, desde então, o ora primeiro outorgante, possui o referido imóvel em nome próprio e ininterruptamente, posse essa foi adquirida e mantida sem violência e sem oposição, ostensivamente, com o conhecimento e acatamento de toda a gente, pagando as respectivas contribuições e impostos, aproveitando as utilidades possíveis, ocupando-o e agindo sempre de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade; Que, assim a posse pública, pacífica, contínua e em nome próprio, do citado imóvel desde há trinta e quatro anos, conduziu à aquisição do mesmo prédio por usucapião, que invoca para justificar o seu direito de propriedade plena para fins de registo, na citada Conservatória, o que faz através desta escritura.


SOCIEDADE /

Ciência e Liberdade em Portugal Celebram-se 47 anos após a revolução dos cravos, ocorrida a 25 de Abril de 1974. Portugal evoluiu significativamente em muitas áreas da sociedade, desde o ensino às condições de acesso a cuidados de saúde, melhorando consideravelmente a qualidade de vida de grande parte da população portuguesa. Um dos aspectos em que se observa uma considerável evolução, nestas mais de quatro décadas de democracia, é o do acesso ao ensino superior: em 1974 o número de alunos matriculados no ensino superior em Portugal não ultrapassava os 70 mil, enquanto que em 2020 este número é cerca de 400 mil! Isto permitiu, entre outras coisas, o desenvolvimento das instituições de investigação científica em Portugal, com um aumento muito impactante do número de doutoramentos: se em 1974 se verificava no nosso país só um doutoramento por 100 mil habitantes, hoje esse número ultrapassa os 30 por 100 mil habitantes (dados da Pordata, projecto da Fundação Francisco Manuel dos Santos). Hoje, há mais cientistas activos em Portugal do que em toda a história conjunta do nosso país! Há, historicamente, a nível mundial, a começar pela Grécia antiga, uma relação entre a democracia, a liberdade de pensamento, e um maior desenvolvimento científico. Isto é claramente demonstrado, com inúmeros exemplos pormenorizados, no livro “Ciência e Liberdade”, do respeitado divulgador de ciência norte-americano Tymothy Ferris, publicado em 2013, com o número 200, na colecção “Ciência Aberta” da editora Gradiva. Este professor Emérito na Universidade da Califórnia argumenta que, pelas suas características de crítica e pensamento livres em diálogos democráticos, estruturada num método experimental que permite obter conhecimento verificável por todos, é a própria Ciência fonte inspiradora das sociedades democráticas. Portugal não seria um caso diferente e a democracia trouxe um efectivo desenvolvimento científico para o nosso país que é reconhecido internacionalmente. Salvador Massano Cardoso, professor catedrático jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, e que foi deputado na Assembleia da República, reflecte: “O maior sonho do Ho-

mem é a liberdade. É com ela que consegue realizar-se. Um espírito livre é criativo, e é só na criatividade que a Humanidade avança. Em todos os campos. A Ciência é um deles. Através da Ciência conseguimos conquistar e respeitar a liberdade. E não só! A Ciência é fonte de humildade e de solidariedade quando praticada por pessoas de bem.” “A ciência é fundamental para a democracia pois coloca o foco no mérito, não tolera o populismo, é insensível a todo o tipo de estratégia de comunicação e distingue, de forma brutal, o importante do acessório”, segundo a opinião de Norberto Pires, professor de Engenharia Mecânica da Universidade de Coimbra. E acrescenta que “a ciência não deixa margem para o populismo e é totalmente imune ao disparate. Por isso, os cientistas são tão rejeitados na política”. Isto, em parte, explica que, apesar da evolução atrás indicada, a percentagem do PIB do investimento público na ciência em Portugal continue abaixo da média da Comunidade Europeia, dada a pequena “influência” política dos “nossos” cientistas no governo da República. O investimento público e privado na Ciência é fundamental para o desenvolvimento da sociedade moderna, quer a nível colectivo, quer a nível individual. A professora catedrática Helena Freitas, do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, refere-se “à ciência enquanto processo de crescimento intelectual e humano, na ambição pelo conhecimento, no desafio da procura de soluções para os problemas, no confronto livre de ideias, na audácia do pensamento, no encanto da descoberta. A Ciência liberta-nos na medida em que nos oferece sempre mais caminhos e mais desafios. A própria matriz da ciência é a liberdade.”

O desenvolvimento da ciência também tem permitido uma maior igualdade de oportunidades de género. De facto, Helena Freitas sublinha também o papel insubstituível que “a ciência tem tido na libertação da mulher e na promoção da igualdade de oportunidades”. E isto é salientado por António Galopim de Carvalho, professor catedrático jubilado de geologia da Universidade de Lisboa e um dos nossos principais decanos da comunicação de ciência para todos em Portugal: “Ao percorrer a história das ciências da Terra, pude constatar a quase ausência de mulheres, entre os muitos participantes, nesta longa caminhada. Como em qualquer ramo da Ciência, Isso deve-se, unicamente, à condição de inferioridade imposta, no passado, às mulheres, a quem a liberdade de estudar era praticamente vedada. O século XX acabou com essa indignidade e, assim, são muitas as mulheres, hoje tantas ou mais do que os homens, a ocuparem os bancos e as cátedras das universidades, e participarem na investigação científica e tecnológica”. Por fim, é importante reconhecer que a Ciência, fonte de liberdade e de pensamento crítico, não pode ficar fechada nas bancadas dos laboratórios. Para se cumprir, a Ciência precisa de ser comunicada a todos para poder ser útil. A todos, pois se a Ciência é feita pelos cientistas, o conhecimento que dela resulta é para ser usufruído por toda a humanidade. E para se cumprir este desiderato importa fortalecer a comunicação de ciência que é a garante da liberdade de acesso ao conhecimento científico. Se os comunicadores de ciência são os motores desta tarefa, a isto não se podem alhear os meios de comunicação social como veículos de difusão de informação ao alcance de todos. E a imprensa tem, naturalmente, um papel fulcral nesta difusão da Ciência, em particular a imprensa regional que é um dos pilares do sistema democrático e da liberdade de expressão. A presença de Ciência na Imprensa Regional é também uma das conquistas de Abril! António Piedade (comunicador de ciência)

OPINIÃO /

Memória/ Memoriais

/ Armando Fernandes

N

a revista do Expresso, edição de 0 1 de Abril, o famoso arquitecto Daniel Libeskindi, concedeu uma entrevista cujo título é: A arquitectura é a arte da memória. A memória tem prendido a atenção não só de arquitectos, mas sim de todos quantos pensam sobre a vida e a natureza das coisas, por assim ser, e é, as Bibliotecas, os Arquivos, os Museus e demais centros de saber, guardam, tratam, conservam, expõem e colocam à disposição das pessoas milhões de semióforos representativos da memória e, não por acaso, um dos feriados mais emblemáticos da História da nação americana (EUA) é o memorial Day (O dia da Memória). Na cidade de Abrantes podemos estudar muitos dos factos mais relevantes da sua milenar existência, desde os vestígios arqueológicos até ao passamento de militares no cumprimento do dever (um obelisco e uma placa de mármore a salientá-los são memoriais a dizerem-nos quão gratos ficámos pelo seu máximo sacrifício na defesa da Pátria. Ora, desde há um ano, o Mundo sofre as consequências de uma pandemia atroz, a qual já resultou na morte de milhões de seres humanos e, quase vitimou quase dezoito mil portugueses, para lá do sofrimento infligido aos desaparecidos, suas famílias e amigos. A peste que nos assola provoca-nos dor, medo e angústias vorazes, provoca-nos irrupções de aviltamentos mentais, desesperança colectiva que vão deixar-nos sequelas a nós e aos nossos descendentes por muitas gerações. A devastação espiritual e material que nos ataca, no meu entender deve, desde já, ser assinalada não só para memória futura, também no intento de os actos e acontecimentos a ela referentes possam constituir travejamentos educacionais nas várias áreas do saber, ou não fosse a História a recolha e reconstituição do passado remoto e recente. Em muitos países, orgulhosos de

si próprios, em múltiplos suportes lembram e perpetuam essa mesma memória. Carregamos há catorze meses o fardo pandémico, não sabemos quando o desatamos, sabemos sim estar inchado de lágrimas, suspiros e saudades, esse sentimento genuinamente português tão bem explicado pelo autor do livro A Arte de ser Português, o amarantino Teixeira de Pascoaes. Perante a pungente certeza na incerteza, atrevo-me a sugerir às Autarquias do Médio Tejo, área de influência deste jornal, logo à cabeça sugiro Câmara Municipal de Abrantes a assinalarem a triste e devastadora catástrofe sanitária a recordá-la ao modo das sete raivosas maldições bíblicas. Para que conste, o amenizar as mentes e mantermos o corpo são. Ficam as sugestões.

Na cidade de Abrantes podemos estudar muitos dos factos mais relevantes da sua milenar existência, desde os vestígios arqueológicos até ao passamento de militares

Maio 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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SOCIEDADE / CIM do Médio Tejo integra consórcio das CIM’s para participar no Programa de Revitalização do Pinhal Interior

OPINIÃO /

/ Foto: Município da Sertã

As rotas / José Alves Jana / FILÓSOFO

A

No âmbito do Programa de Revitalização do Pinhal Interior (PRPI), enquanto instrumento de orientação para a administração central e local, no horizonte temporal de 2020-2030, a CIM do Médio Tejo vai integrar o consórcio das CIM’s, juntamente com outras entidades, para a definição de uma nova estratégia para o Pinhal Interior, do qual fazem parte, no Médio Tejo, os concelhos de Mação, Sertã e Vila de Rei e em curso a possibilidade de integração do Município de Sardoal. Este programa surge devido a várias circunstâncias e necessidades, nomeadamente, devido aos incêndios de 2017 “que demonstraram a fragilidade económica, social, demográfica e a exposição aos riscos naturais e ambientais da sub-região do Pinhal Interior, com consequências trágicas em vidas humanas e que originou também danos materiais que colocaram muitos em situação de grande vulnerabilidade”, justifica a CIMT. Como também, outro motivo prende-se com o facto de hoje “se estar a atravessar um momento único e de extrema importância na definição dos modelos de governação a adotar em Portugal no próximo ciclo de programação de fundos comunitários (2021-2027), nomeadamente, no âmbito das políticas de coesão, pelo que a revisão do PRPI pressupõe a sua adaptação aos novos desafios e contextos socioeconómicos”. Para a revitalização do Pinhal

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Interior será necessário definir-se um modelo de governação a adotar, propondo-se que o mesmo tenha por base a definição de um Investimento Territorial Integrado (ITI) próprio para o Pinhal Interior, que permita operacionalizar um ecossistema e suporte ao desenvolvimento desta zona do país a partir dos recursos do território, em prol da promoção, da qualificação, da organização, da internacionalização, da captação de investimento e da capacitação dos stakeholders. Neste sentido, para se garantir a implementação da Intervenção Integrada de Base Territorial do Pinhal Interior, existe a necessidade de se assegurar a articulação da coordenação política e coordenação técnica das várias CIM que integram o Pinhal Interior. Assim, no Conselho Intermunicipal, do dia 11 de março, foi aprovada por unanimidade a participação da CIM do Médio Tejo no Consórcio das CIM’s do Pinhal Interior na sua constituição e implementação. Foi também aprovada a

O trabalho de revitalização do Pinhal Interior “não é fácil”, mas necessário

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021

participação e integração da equipa técnica desta CIM, da qual fará parte o secretário executivo, Miguel Pombeiro bem como, foi designado o presidente da Câmara Municipal de Mação e vice-presidente desta CIM, Vasco Estrela no que diz respeito ao acompanhamento político do processo. No dia 19 de abril, decorreu uma primeira sessão intitulada “Programa de Revitalização do Pinhal Interior (PRPI) – Presente e Futuro”. A sessão teve como palco a Casa da Cultura da Sertã, tendo reunido algumas individualidades presentes, entre as quais: a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, o secretário de Estado Ajunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Isabel Damasceno, o presidente da Câmara Municipal da Sertã, José Farinha Nunes, entre outras. No seu discurso, a ministra da Coesão Territorial, salientou que o trabalho de revitalização do Pinhal Interior resulta de “um modelo de governação territorial”, que “não é fácil, pois envolve um conjunto significativo de entidades”, mas que é necessário. Ana Abrunhosa recordou ainda o pedido do Município de Sardoal para integrar o Programa de Revitalização do Pinhal Interior, afirmando “fazer todo o sentido” a sua inclusão.

quem tem acompanhado o JA nos últimos meses não pode ter passado despercebida a presença nítida das Rotas de Mação. Trata-se de um projeto de múltiplas dimensões, que vão desde o reforço da identidade local ao desenvolvimento económico também local através do apelo turístico que se propõe fazer ao exterior. Se olharmos em redor, vemos como a definição de rotas se está a tornar uma moda e, por isso, multiplicam-se as rotas por todo o país. A nossa região não foge à regra e, por isso, várias têm sido definidas ao longo dos anos – que é feito delas? – e outras estão ainda em formação. Sou levado a pensar na Suíça, onde encontrei, numa visita ao meu filho, que ali vive e trabalha, um autêntico tecido de rotas com os seus pontos de apoio e aproveitamento. Até a rota dos ladrões vi anunciada. Só que os suíços têm usos e costumes bem diferentes dos nossos e fazem da saída para o campo quase uma religião. Por isso as rotas são percorridas e fruídas, tanto as de baixa altitude como as que se situam na alta montanha coberta de neve. Nós, porém… é mais sofá e televisão. Assim, não há rota que se aguente. Isso significa que as rotas estão condenadas e são um erro? De modo nenhum. Eu sou do tempo (!) em que os portugueses que tinham direito a férias as gozavam – quase todos – no mês de agosto. Isso trazia problemas sem solução, a não ser que… Foi o que aconteceu. “Faça férias repartidas” foi o slogan utilizado como catalisador de uma mudança de hábitos. Hoje, só quem é obrigado a isso, tira um mês seguido de férias. Ou seja, é possível mudar os comportamentos coletivos. Outro exemplo. Ainda não há muito, era quase impensável encontrar alguém apenas a andar, sem ser uma deslocação instrumental de ir daqui para além. Andar por andar, andar por razões de saúde, nem pensar. Hoje, é tão fácil encontrar pessoas a andar ou a correr que há até quem esteja viciado nisso.

Quero com isto dizer que não vamos muito longe se apenas multiplicamos as rotas e os passadiços, os pontos de observação e os equipamentos de acolhimento. É indispensável trabalhar – sim, trabalhar – o comportamento coletivo de modo a que as pessoas saiam do sofá e da televisão para a rua e para o exercício físico. Não como uma obrigação, não apenas para que as rotas tenham resultado, mas por todas as boas razões que o exercício ao ar livre supõe. Voltemos à Suíça. Por detrás da boa prática ao ar livre há toda uma história de séculos, que não conheço, mas há sbretudo um trabalho com mais de cem anos de fomento ativo da prática da aventura ao ar livre. O desenvolvimento de rotas e estruturas foi sendo feito a par com esse trabalho que podemos dizer educativo. Cá, parece-me que se está a avançar demasiado apenas num dos lados. Resultado, há rotas que morreram antes de na verdade terem nascido. Pelo que vejo, as Rotas de Mação têm por detrás a perceção da complexidade deste processo e estão empenhadas em trabalhar as suas várias dimensões. Oxalá sejam exemplares e tenham êxito e, nisso, sirvam de modelo.

Cá, parece-me que se está a avançar demasiado apenas num dos lados. Resultado, há rotas que morreram antes de na verdade terem nascido.


POLÍTICA / AUTÁRQUICAS / VILA NOVA DA BARQUINHA

OPINIÃO /

/ Foto: Pérsio Basso

A Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Vila Nova da Barquinha aprovou, por unanimidade, em 23 de abril de 2021, a recandidatura de Fernando Freire para liderar a candidatura à Câmara Municipal. A notícia foi partilhada publicamente no dia 25 de abril. Neste contexto árduo de pandemia em que todos vivemos, a concelhia do PS reitera a confiança plena em Fernando Freire “para continuar a desenvolver um tra-

balho de proximidade, competente, empreendedor, transparente e credível”. Fernando Freire, 61 anos, advogado e militar na reforma, avança assim com a candidatura para um terceiro mandato à frente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha. Em 2017, Fernando Freire foi eleito com 65,17% dos votos, reforçando a maioria absoluta já conquistada em 2013.

AUTÁRQUICAS / CONSTÂNCIA

PS já anunciou todos os candidatos Depois de já ter confirmado a recandidatura de Sérgio Oliveira a presidente da Câmara Municipal de Constância, a Comissão Política do Partido Socialista de Constância, anunciou que já escolheu todos os seus candidatos a cabeça de lista dos restantes Órgãos Autárquicos. António Luís Mendes, atual presidente da Assembleia Municipal de Constância, foi de novo o escolhido para liderar a lista à Assembleia Municipal.

A presidente da Junta Freguesia de Montalvo, Ana Manique e o presidente da Junta de Freguesia de Santa Margarida da Coutada, José Manuel Ricardo, são também recandidatos às respetivas Assembleias de Freguesia. Para encabeçar a lista à Assembleia de Freguesia de Constância, a escolha recaiu sobre Paulo Freitas, 45 anos, Bombeiro Adjunto de Comando na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Constância.

AUTÁRQUICAS / OURÉM

António Gameiro retira candidatura à Câmara O deputado do PS António Gameiro, retirou a sua candidatura à Câmara de Ourém, demitiu-se da presidência da Concelhia e apresentou a demissão do Conselho de Fiscalização do Sistema Integrado de Informação Criminal. A decisão surgiu na sequência de o parlamentar ser suspeito na “Operação Triângulo”, que levou à detenção da presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita. “Esta minha decisão prende-se com o facto de, perante a situação que estou a viver, ser meu dever afastar o PS, os oureenses e a função de conselheiro deste processo”, explicou António Gameiro, que tinha anunciado a candidatura ao

município do distrito de Santarém no dia 11 de abril, na sua página pessoal do Facebook. O socialista adiantou que vai

manter o lugar de deputado. “Mantenho o lugar de deputado, pois acredito que a presunção de inocência relativamente ao cargo se mantém, dado que a minha intervenção neste processo foi pessoal e profissional”, declarou o parlamentar, à Lusa. António Gameiro reiterou estar “de consciência tranquila, aguardando serenamente ser ouvido pelas instâncias judiciais”, para se “poder defender e esclarecer toda esta situação”. O negócio imobiliário que esteve na origem de quatro detenções envolveu a venda de um terreno em Monte Gordo por 5,6 milhões de euros. C/Lusa

/ Nuno Alves / MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS / nmalves@sapo.pt

E

Até 2050, a União Europeia espera ser o primeiro continente do mundo neutro em carbono. Para cumprir este objetivo, a estratégia europeia define claramente a aposta em veículos elétricos. Na Europa, os transportes rodoviários são, de longe, o maior poluidor, com mais de um quarto das emissões totais. Avançar para formas de transporte isentas de emissões é um passo de gigante para a concretização da estratégia europeia. Tal como as baterias dos telemóveis, tablets e computadores portáteis, as baterias dos carros elétricos dependem de lítio para o seu funcionamento. A extração de lítio é tudo menos amiga do ambiente: destruição total da paisagem, uso intensivo de água e poluição da água e solos são alguns dos problemas associação à sua mineração. As necessidades de água para a sua extração são particularmente alarmantes. Por cada tonelada de lítio extraída, são necessários dois milhões de litros de água. Curiosamente, a maior parte das reservas mundiais situa-se no planalto andino, entre a Argentina, Bolívia e Chile. Esta é uma das regiões mais secas do mundo mas, curiosamente, é o foco de uma das indústrias mineiras mais intensivas em água. Estas baterias requerem também cobalto. As maiores reservas deste minério situam-se na República Democrática do Congo, com menores reservas nos países da África Central. A maior parte da extração é feita em minas artesanais onde se calcula que

O grande problema verde trabalhem cerca de 40 mil crianças, diariamente expostas a partículas radioativas existentes nas poeiras das minas e a compostos sulfurosos que, em contacto com o ar e a água, se convertem em ácido sulfúrico. Uma vez mais, os países mais pobres pagam a fatura do progresso tecnológico dos países mais ricos. Depois dos metais necessários, pensemos na produção das baterias. A produção das baterias poderá ser ou não mais intensiva em carbono consoante o país onde é produzida. Baterias produzidas em países como a China, têm processos de fabrico mais poluentes que um motor de combustão interna, por continuarem a ter uma rede de produção de eletricidade altamente intensiva em combustíveis fósseis. No fim de vida destas baterias, coloca-se um problema maior: como conseguir reciclar os componentes nela existentes? Atualmente é possível extrair todos os componentes metálicos das baterias. Contudo, continua a ser mais barata a compra dos metais a uma empresa mineira do que a reciclagem das baterias. No geral, os carros elétricos são uma boa escolha para o ambiente e conseguem rapidamente pagar a fatura ambiental da sua produção. No entanto, devemos pressionar para que o desenvolvimento desta indústria siga o caminho do respeito pelo ambiente desde o seu começo.

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PS volta a candidatar Fernando Freire à Câmara

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DESPORTO /

Rotas de Mação: oficinas gastronómicas promovem culinária regional // Em parceria com o Agrupamento de Escolas Verde Horizonte, a Associação Rotas de Mação vai dar início à realização de oficinas gastronómicas dirigidas especialmente ao setor da restauração, mas abertas ao público geral, tendo em vista a promoção da gastronomia do concelho. A iniciativa deverá arrancar ainda durante o primeiro semestre de 2021. As Oficinas Gastronómicas da Associação Rotas de Mação fazem parte do plano de atividades de recém criada entidade e foram concebidas tendo em vista dois propósitos muito concretos: o primeiro, mais focado, diz respeito à capacitação e incentivo dos agentes económicos, nomeadamente restaurantes, a (re)descobrirem os pratos tradicionais do concelho e a incluí-los nas suas ementas sazonais; e o segundo, mais abrangente, o de dar a conhecer, sobretudo às novas gerações, os saberes e sabores ancestrais das gentes de Mação.

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O livro À Mesa em Mação, da autoria de Armando Fernandes e com edição da Câmara Municipal de Mação, distinguido com o Prémio de Literatura Gastronómica “pela profundidade do estudo gastronómico, social e antropológico de grande valor científico e cultural", é o ponto de partida desta ação, que conta, na sua vertente prática, com o empenho e dedicação dos alunos do Curso Profissional Técnico de Cozinha/Pastelaria do Agrupamento de Escolas Verde Horizonte. Segundo José António Almeida, diretor do Agrupamento de Escolas

JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021

Verde Horizonte, “a gastronomia assume-se, cada vez mais, como uma parte fundamental da identidade de um povo e de um território, sendo a sua promoção, sempre, um contributo importante para o seu desenvolvimento e a sua afirmação”. Já “as Oficinas Gastronómicas, aliadas a uma componente pedagógica importante, proporcionada pelos alunos e Chefs do Curso Profissional de Cozinha e Pastelaria do Agrupamento de Escolas Verde Horizonte de Mação, surgem com o objetivo da promoção territorial, proporcionando, certamente, momentos singulares de boa disposi-

ção e de aprendizagem na confeção e degustação da boa comida”. Para José António Almeida, “a aprendizagem/formação destes alunos ancora-se na tradição gastronómica do concelho e da região, vestindo-lhe uma roupagem moderna, usando novas técnicas e instrumentos tecnológicos, combinando, assim, de forma singular tradição e modernidade”. Para a Associação Rotas de Mação, a gastronomia e o receituário local são um legado riquíssimo que urge preservar e valorizar. Pela sua diversidade, pelos sabores únicos e pela excelente qua-

lidade dos produtos endógenos utilizados na confeção de dezenas de receitas, tudo isto aliado a uma certa simplicidade, contribuirá invariavelmente para a promoção do concelho enquanto destino turístico. Se o património gastronómico nacional é reconhecido e apreciado mundialmente, com distinções regulares por parte de conceituadas revistas internacionais e outros órgãos de comunicação social, é importante que os sabores mais autênticos e genuínos de cada região não se percam nem sejam desconsiderados.


PATRIMÓNIO / NOMES COM HISTÓRIA /

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uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

Queres fazer parte da nossa equipa comercial? para os professores e começou por se denominar Escola Mista de S. João. Mais tarde, após a construção, em 1948, da escola dos Quinchosos para rapazes, esta passou a ser uma escola feminina, até que, com o 25 de Abril de 1974, se acabou com a separação dos sexos no meio escolar. Em 20 de Fevereiro de 1890, foi atribuído a esta rua o nome que ainda hoje conserva. Qual a causa desta mudança? Para atribuir o nome de Luís de Camões a qualquer rua do país não é necessária qualquer razão especial, dada a importância deste insigne poeta no nosso panorama cultural. Não se sabe ao certo a sua ligação com Abrantes ou se ele, nas suas múltiplas deambulações, por aqui passou alguma vez. A tradição mantém muito viva a sua passagem por Constância, que o tornou numa figura emblemática e bem aproveitada na promoção turística do concelho. Se esteve em Constância, é muito provável que também tivesse passado por aqui, mas não há qualquer documento que o comprove, certo sim é que no canto IV dos Lusíadas aparece uma referência explícita a Abrantes. Com toda a sua lustrosa companhia Joanne forte sai da fresca Abrantes, Abrantes que também da fonte fria Do Tejo logra as águas abundantes. Este Joanne é o rei D. João I que, como é do conhecimento geral, aqui esteve antes da partida para a batalha de Aljubarrota. No início de Agosto de 1385, em Abrantes soube

da entrada do exército castelhano no país e aqui se reuniu, em conselho de guerra, com D. Nuno Álvares Pereira, para perante este grave acontecimento decidirem as medidas a tomar. Ouviu missa e orou na igreja de S. João, pedindo a Deus ajuda para o perigoso empreendimento que se iria seguir e daqui partiram ambos com os seus exércitos (a sua lustrosa companhia) em direcção a Aljubarrota. Como se vê, sabia da situação geográfica de Abrantes junto ao Tejo e, ao escrever estes versos, talvez lhe viesse à lembrança a imagem antiga de uma fonte que num dia quente de Verão lhe tivesse oferecido as suas frescas águas para matar a sede. Se assim foi ou não é um mistério que possivelmente nunca se desvendará. De qualquer modo é sempre muito gratificante para qualquer localidade que o nome de Luís Camões figure na sua toponímia. E quanto aos moradores, ao mencionarem o nome deste grande poeta sempre que escrevem a morada, talvez um dia lhes surja o desejo de lerem os seus versos, sempre belos e sempre actuais e comecem a valorizar mais a poesia, o que bem necessário é nestes tempos tão prosaicos que atravessamos.

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Rua do Cabo é certamente um topónimo antigo, hoje caído em desuso mas que foi usado pela população até meados do século XX. Cabo tem aqui o sentido de fim e indica que esta rua estava no limite do núcleo urbano e, na verdade, a antiga muralha que circundava Abrantes a nascente, não ficava muito distante. Ao que se supõe, a primeira referência escrita surge num documento de Agosto de 1631, mas já em 1617, aparece num registo da Câmara a alusão a uma Calçada do Cabo, que é certamente esta mesma rua. No entanto o topónimo deve ser bastante mais antigo. É uma rua que antigamente se podia considerar longa, pois liga a Rua de Nossa Senhora da Conceição ao Largo do Chafariz e foi em tempos uma das mais populosas de Abrantes. Sabe-se que em 1714 nela residiam 81 moradores fintados, isto é que pagavam alguma taxa pela profissão que exerciam. Entre eles destacavam-se 10 mareante, (por aqui se vê a importância do Tejo na vida da população abrantina) 4 almocreves, 4 estalajadeiros (ficava na proximidade da então denominada Rua das Estalagens, hoje com o nome de Nossa Senhora da Conceição), 2 oleiros, 2 esparteiros, etc.. Quando se desce, do lado esquerdo, encontramos uma escola, já centenária e que hoje funciona como jardim-de-infância. Foi a 3 de Maio de 1882, que o Governo de então doou à Câmara os terrenos onde se situavam os antigos fornos e padarias militares, com a finalidade de nos mesmos se construir uma escola primária para ambos os sexos. Com efeito, numa carta militar de 1768, podemos constatar que os espaços das traseiras do que hoje é a escola eram então ocupados pelos militares. Além dos fornos, também se situavam perto as cavalariças e a chamada Tapada do Mestre de Campo. Após a cedência do terreno, com as delongas e complicações habituais, passaram-se 15 anos e só em Setembro de 1897 é que se iniciou a construção da nova escola. A obra foi entregue a José Maria dos Santos, custou 4 116$500 e a sua execução foi relativamente rápida, pois em Julho de 1899 já estava concluída. Tinha duas salas de aula, residência anexa

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Consultas: - Campos, Eduardo, Cronologia de Abrantes do século XIX, C.M.A, 2005 - Campos, Eduardo, Toponímia Abrantina, C.M.A, 1989 - Carta militar de 1768, que me foi gentilmente cedida por José Vieira.

Maio 2021 / JORNAL DE ABRANTES

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SAÚDE / Hospitalização Domiciliária Pediátrica e Reabilitação Cardiorrespiratória no CHMT

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Dois novos projetos, implementados recentemente no Centro Hospitalar do Médio Tejo, na Unidade Hospitalar de Torres Novas, foram apresentados no dia 5 de abril. Pedro Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, esteve na Unidade Hospitalar onde conheceu a equipa do Serviço de Pediatria do CHMT afeta ao programa da Unidade Hospitalização Domiciliária Pediátrica. Na mesma ocasião, o presidente da autarquia de Torres Novas, visitou a nova Unidade de Reabilitação Cardiorrespiratória. O Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, iniciou no passado dia 22 de março, o programa pioneiro no país de Unidade de Hospitalização Domiciliária Pediátrica. A Unidade de Hospitalização Domiciliária Pediátrica é assegurada por uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde, médicos especialistas em Pediatria, enfermeiros especializados e assistente social. Esta modalidade apresenta-se como uma alternativa ao internamento hospitalar convencional, proporcionando assistência contínua e coordenada às crianças e jovens que cumpram um conjunto de critérios clínicos, sociais e geográficos que permitem a sua hospitalização no domicílio. Recorde-se que este programa representa, a exemplo do que acontece com a Unidade de Hospitalização Domiciliária de adultos, “uma nova fase de prestação de cuidados de saúde cada vez mais humanizados, no sentido em que os doentes poderão ser assistidos nos seus domicílios, procurando assim que o episódio de internamento domiciliário, que se efetiva dentro da casa do próprio doente, implique o menos possível com a sua dinâmica familiar e, também, com o seu conforto”, afirmou Carlos Andrade Costa, presidente do Conselho de Administração do CHMT, enfatizando ainda "o impacto que esta nova hospitalização domiciliária tem no agregado familiar da criança e do jovem, evitando também que os seus progenitores abandonem o domicilio para acompanhar o internamento hospitalar do filho ou filha. O impacto nas dinâmicas familiares é enorme e muito positivo". A Unidade de Hospitalização Domiciliária Pediátrica responde a critérios clínicos muito específicos que visam salvaguardar quer a segurança clínica do doente, quer a segurança assistencial dos profissionais de saúde. Para além do internamento no domicílio, o Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar do Médio Tejo tem em curso uma outra modalidade assistencial, iniciada também a partir do dia 22 de março: a consulta de intervenção domiciliária. Com este programa, o Serviço de Pediatria desloca-se a casa das crianças e ou adolescentes efetuando atos clínicos e assistenciais a doentes com doenças crónicos, que desta forma evitam deslocar-se ao Hospital e ainda permite aumentar o apoio aos pais em contexto domiciliário. Na Unidade Hospitalar de Torres Novas do CHMT, irá iniciar atividade muito brevemente a novíssima Unidade de Reabilitação Cardiorrespiratória.

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JORNAL DE ABRANTES / Maio 2021

O SOL QUANDE NASCE É PARA TODOS / Paula Gil / Unidade de Saúde Publica do ACES Médio Tejo O Sol é essencial à vida. Um dos beneficio da exposição solar é a produção de vit. D, essencial para os ossos, dentes e prevenção da depressão e obtida facilmente com uma pequena exposição solar. Mas, se pequenas quantidades são benéficas e essenciais, a exposição humana à radiação solar inadequada poderá ter efeitos graves sobre a saúde - na pele, nos olhos e no sistema imunológico. Os efeitos imediatos da exposição aos raios ultra-violeta (UV) excessiva é o eritema da pele (escaldão) e a fotoqueratite dos olhos (uma espécie de queimadura ocular com dor, intolerância à luz e lacrimejar). O olho humano, ao contrario da pele, não possui quaisquer mecanismos de adaptação. Por outro lado, os efeitos crónicos na pele devidos ao UV incluem o cancro e o fotoenvelhecimento e, nos olhos a catarata, entre outros. Tenha em atenção que a exposição UV não é só quando apanha sol na praia, mas também quando pratica um desporto ao ar livre, faz jardinagem, trata do seu quintal ou horta ou simplesmente quando caminha ou pratica desporto ao sol! Também as atividades profissionais ao ar livre requerem cuidados redobrados em relação à exposição solar, durante todo o ano. Tenha em atenção que uma t-shirt molhada no corpo pode deixar passar os raios ultra-

Exposição solar, entre o BEM e o MAL -violeta. Outro aspeto importante a ter em conta é o reflexo dos raios solares na neve (85%), na praia (20%), na água e na relva (5%). Estar à sombra de uma chapéu de sol ou toldo não é suficiente para evitar os escaldões. O Índice Ulta Violeta é uma medida dos níveis da radiação solar ultravioleta que efetivamente contribui para a formação de uma queimadura na pele humana (eritema). Sempre que possível escolha horas em que a nossa Sombra é maior que nós próprios. Idealmente no início ou final do dia. Redobre os cuidados nos dias em que os UV estão elevados. (www.ipma.pt). Proteja a pele! A melhor proteção é o uso de roupa adequada - camisola, calças, chapéu. As zonas da pele não cobertas por roupa deverão ser protegidas com um protetor solar contendo filtros de UVB e UVA (quando o produto possui filtro para a radiação UVA, tal é referido na embalagem do produto). Durante as primeiras exposições ao sol recomenda-se o uso de um Fator de Proteção Solar (FPS ou SPF) igual ou superior a 30, de preferência em textura de creme ou leite que deverá ser generosamente aplicado de 2 em 2 horas para ter efeito protetor. Deverá também ser aplicado antes da exposição ao sol bem como após o banho de mar ou piscina. Importa referir que “o protetor solar não deverá ser

usado para prolongar o tempo de exposição mas sim limitar os danos resultantes da exposição ao sol. Para a escolha do protetor solar mais apropriado deve ter-se em conta o tipo de pele e os valores do Índice UV. (Índice Ultravioleta Guia de utilização - Instituto Português do Mar e da Atmosfera I.P. e Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo). A exposição à radiação ultravioleta é a principal causa do cancro de pele. Tanto a duração quanto a gravidade da exposição são importantes: há uma relação dose-resposta entre o número de episódios de queimaduras solares durante qualquer período da vida (infância, adolescência ou idade adulta) e o risco de melanoma (cancro da pele muito agressivo). A pele memoriza as agressões pelo Sol ao longo da vida. Faça prevenção: •Proteja a sua pele, os lábios e os olhos do excesso de sol. Os olhos deverão ser protegidos por óculos de sol contendo filtros UVA e UVB. •Faça o autoexame da pele com regularidade (pelo menos de dois em dois meses), no sentido de identificar sinais suspeitos - um sinal antigo que muda de cor, tamanho ou forma ou que começa a sangrar ou um sinal novo que apresente uma forma irregular ou uma cor anormal. 19 Maio - Dia do EUROMELANOMA


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