Jornal de Abrantes dezembro 2019

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/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas / DEZEMBRO 2019 / Edição n.º 5586 Mensal / ANO 119 / DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

REGIÃO

ABRANTES

Andar à nora nas rotundas Pág 24

TagusValley comemora 15 anos em Abrantes ESPECIAL Págs. 15 a 18 MAÇÃO

Presépio da Serra, uma tradição em movimento Págs. 27

Boas Festas

SOCIEDADE

Mundo Rural junta 5 mil em Lisboa

MÓVEIS

MOVÍRIS

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Ao lado da SAPEC, em frente às bombas combustíveis BP

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A ABRIR / FOTO OBSERVADOR /

EDITORIAL /

Desde o dia 25 de Novembro que a iluminação de Natal está “ligada” no centro histórico de Abrantes e com apontamentos nas rotundas de entrada da cidade. A programação de Natal engloba animação, mercadinhos, ofertada de pinheiros naturais (700), passagem de ano com a M80 e concerto de ano novo em Carvalhal, no dia 5 de janeiro.

Patrícia Seixas DIRETORA

Boas Festas e que venha 2020 Chegou dezembro e com ele as cidades, vilas e aldeias enchem-se de luzes, cor e música que despertam em nós os melhores sentimentos. Ou, pelo menos, deviam. Eu gosto do Natal. Para mim, significa o reencontro da família, a alegria dos mais pequenos que colocam um sorriso na cara dos mais graúdos. Gosto da mesa cheia de gente, das novidades que temos para contar uns aos outros e dos votos de Boas Festas. Mas também é a altura em que lembramos que nem todos vivem esta época com a mesma alegria. No entanto, vem aí um Ano Novo e vamos tentar vivê-lo da melhor forma que conseguirmos e as circunstâncias nos permitirem. Haja esperança e fé no futuro. Na sua edição do JA deste mês, mostramos-lhe o que se faz e o que acontece no Tagusvalley. O Parque de Ciência e Tecnologia que está instalado nos antigos pavilhões da Quimigal, em Alferrarede, comemora 15 anos de existência. Apesar de ser reconhecido quer a nível nacional como internacional, a comunidade parece estar distanciada do que por lá se faz. Descubra-o. É seu e pode ajudar nas situações mais práticas da vida. Basta que tenha uma ideia e que a queira colocar em prática. Arrisque e, quem sabe, não muda de vida... Agora outra questão que parece influenciar o humor dos condutores. Sabe conduzir dentro de uma rotunda? Pois é, apesar de parecer algo simples, não é uma situação pacífica. Uma rotunda que, no caso de Abrantes, tenha duas entradas (e são várias) conseguem tirar do sério o mais sereno dos automobilistas. Nunca sabemos quando é que vamos ser atingidos pelo carro do lado e há mesmo quem evite as rotundas para não se enervar. Aqui, tentamos explicar-lhe como circular e como defender-se em caso de acidente. Mas não se iluda! Porque, ao que parece, em Abrantes há regras que não se aplicam. Se no Código da Estrada está bem explicado como circular, por cá, as autoridades não se entendem. Numas rotundas é assim, noutras é assado. Portanto, o melhor é precaver-se. Entre com cuidado pela faixa que entender ser a mais correta (nesta altura já nem eu consigo assegurar-lhe qual é), faça figas e mantenha os olhos nos retrovisores e o pé no travão. Boa sorte! No mês de novembro a Media On, em conjunto com outros parceiros, organizou a conferência “Saúde Mental – Diagnóstico e Prevenção”. Ouvimos especialistas, pacientes que deram a volta por cima e conseguem ter uma vida dita normal e ficámos a saber que 25% população portuguesa sofre de algum tipo de perturbação. Um número que nos faz pensar e analisar bem o nosso modo de vida. Por fim, o Mundo Rural. Foram cerca de 5 mil as pessoas que se deslocaram dos mais diversos pontos do país para se concentrarem pacificamente no Terreiro do Paço, em Lisboa. Nós também estivemos por lá para percebermos que o mundo rural é o nosso mundo. É a nossa casa, o nosso modo de vida, a nossa maneira de fazermos as coisas. E quer se queira quer não, é diferente da das cidades. E cabe-nos a nós lutar por ele pois esta é a nossa casa. Tudo isto e muito mais no seu JA de dezembro. Boas leituras! Resta-me desejar-lhe um Santo e Feliz Natal e que 2020 nos seja mais leve. Boas Festas!

ja / JORNAL DE ABRANTES

Realizaram-se no dia 12 de novembro as Comemorações do 101º aniversário do Armistício. Um momento que decorreu no Jardim da República, junto ao Monumento dos Mortos da Grande Guerra, e que contou com a deposição de uma coroa de flores em homenagem aos combatentes mortos ao serviço da pátria pelas mãos do comandante do RAME, do presidente do Município e do presidente da direção do Núcleo da Liga dos Combatentes de Abrantes.

PERFIL /

/ Nuno Gomes Professor de Matemática, Empresário 48 anos

Naturalidade / Residência Arouca, Abrantes Um filme “O Rapaz que prendeu o Vento”, fez-me chorar. A beleza está na simplicidade! Uma viagem que marcou A N2 de bicicleta com o Daniel: pelo tamanho do desafio, pelas pessoas que congregou, pela mudança que me provocou. As nossas contas diziam ser possível fazer os 738 kms da terceira maior estrada do mundo, que liga Chaves a Faro, em apenas 24h a pedalar. Não foi, por 3 minutos... Um momento importante Dizer que sim a um pedido de boleia do André Castro para Chamonix! Fomos no pequeno carro da Paula, o jipe já era velho e gastava muito! Os 1800 kms da viagem não foram suficientes para tanto que queríamos dizer um ao outro, felizmente haveria outros tantos no regresso e ainda uns dias nos Alpes. Foi como um

conhecido, chegou a Chamonix já como Amigo e regressou como elemento da família. Um recanto diferente na região O Alto do Caneiro (ao entardecer) e o Outeiro de São Pedro (ao amanhecer): do alto, perde-se o detalhe da coisa pequena. Uma música Porto Covo, da dupla Carlos Tê e Rui Veloso. Ao ouvi-la é inevitável recordar a aventura nas BTT’s entre Abrantes e Sagres, num só dia. Foram os primeiros 400kms da dupla Daniel Simões/Nuno Gomes e o primeiro dia que dormi a pedalar. No jantar, depois da chegada, estava na mesa ao lado o Carlos Tê... A Vida está sempre a Dar, só é preciso estar desperto! Um livro “Born to Run” de Christopher McDougall: simples, genuíno, revolucionário! Um país para visitar

Portugal. Ainda tem tanto para descobrir e revisitar que não consigo destacar nenhum outro país que me chame mais. Gosto muito de Montanha e quero visitar muitos países usando a bicicleta. É um sonho ainda pouco nítido, estou a trabalhar nele. Se fosse presidente de Câmara o que faria? Abrantes tem uma centralidade que lhe devia dar maior protagonismo. Falta-lhe alguma personalidade (e muitas ciclovias)! A minha prioridade seria a de fazer caminho no sentido de transformar Abrantes numa cidade mais limpa, com mais pessoas, mais saudáveis e mais felizes; com menos carros e muito mais bicicletas. O que mais e menos gosta na sua localidade? Mais: as pessoas; a centralidade; o Castelo de bode Menos: o Tejo como ele está

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759, Ana Rita Cristóvão (CP7675 A), anaritacristovao@mediaon.com.pt. Colaboradores Carlos Serrano, José Martinho Gaspar, Paulo Delgado, Teresa Aparício, Paula Gil, Manuel Traquina. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

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JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019


ENTREVISTA /

“Não temos, a nível de saúde pública, maior problema do que a doença cardiocerebrovascular” // As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal. A hipertensão arterial é um dos fatores de risco no surgimento de AVC’s e enfartes e a sua prevalência deve-se 90% aos hábitos de vida, como o consumo excessivo de sal.

M

anuel Carvalho Rodrigues é cardiologista há cerca de 30 anos. Exerceu no antigo Hospital da Força Aérea e foi no mandato 2017-2019 presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão. Atualmente, é médico no Hospital Pêro da Covilhã e faz serviço de urgências no Hospital de Abrantes. Defende que a falta de adesão ao tratamento e de transformar a consciência em prática diária impedem um bom controlo da hipertensão e, consequentemente, da saúde do coração.

diria que hoje a nossa capacidade de podermos ajudar um doente nas fases agudas, que são aquelas que salvam vidas, é razoável e é boa. As nossas constrições são de ordem burocrática, que, por razões que às vezes ninguém entende, não nos permitem acesso a tratamentos e a hospitais mais diferenciados que podiam dar àquele doente uma resposta de salvar a vida. Por isso penso que é mais na legislação e na burocracia que temos problemas do que propriamente na capacidade de podermos arranjar respostas boas às pessoas. Muitas vezes são grãos na engrenagem que não permitem que as coisas possam funcionar melhor. Agora que nós temos já recursos de grande e muito boa qualidade em Portugal, isso temos. E, na sua generalidade, a população de Abrantes também vai tendo acesso a eles. Poderia ser melhor? Claro que sim, podia. Não vamos escamotear a realidade.

As doenças do aparelho circulatório, nomeadamente AVC’s e enfartes do miocárdio, são cada vez mais comuns. Estes problemas de saúde podem ser causados pela hipertensão?

Nós não temos, a nível de saúde pública em Portugal, maior problema do que a doença cardiocerebrovascular. E [esses problemas de saúde] são maioritariamente, para não dizer quase exclusivamente, provocados pela hipertensão arterial.

Quais são os principais fatores de risco da hipertensão?

O principal fator de risco da hipertensão é o consumo de sal. O sal não é só o maior obstáculo, é o único obstáculo. De tudo aquilo que são os nossos hábitos de vida, aquele que influencia decisivamente o estabelecimento e a aparição da hipertensão arterial é o sal. E não saber que sou hipertenso ou saber e não controlar essa hipertensão, em termos práticos, o risco é igual. (…) O nosso grande problema é fazer sentir à população em geral que a hipertensão arterial não dói, não se sente. É algo que pode aparecer a qualquer altura da nossa vida. E, como tal, só temos uma maneira de saber se somos ou não somos hipertensos, que é medir.

Uma das justificações dadas pelas pessoas é a de que se retirarem o sal as refeições ficam sem sabor...

Nós quando nascemos não conhecemos o sabor do sal. Foi um hábito que foi instalado desde muito cedo que fez com que agora, quando já temos os hábitos enraizados, tenhamos esse tipo de

/ Manuel Carvalho Rodrigues admite que são cerca de três milhões os portugueses com hipertensão arterial. conversa. O sal é uma questão de hábito. Se não tivermos hábito, não teríamos essa ideia de que ‘agora custa-me comer sem sal’. Não, não custa. Para além de que as ervas aromáticas são uma excelente alternativa ao sal porque conseguem fazer com que tenhamos a sensação de uma comida agradável e ela não tem sal.

A seu ver, a população está devidamente sensibilizada para o problema da hipertensão?

Está sensibilizada. Se hoje formos junto da população perguntar se têm ideia se o sal faz mal ou não, acho que 90% das pessoas diz que sabe. Se, depois desta consciência, a toma como hábito de vida é outra conversa: não toma. E, por isso, não basta ter consciência, é preciso adaptar a consciência à realidade. Se perguntar a um doente se tem a noção de que se lhe faltar os medicamentos ele não pode melhorar, ele diz-lhe que sim. Mas a verdade é que ele não os toma. Ou seja, não é por falta de informação e de consciência que estamos mal, é por falta de transformar esta consciência e informação em realidade, em prática diária.

Foi presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão. Que trabalho desenvolveu durante o seu mandato?

Foi um bocadinho buscar a memória da Sociedade, perceber aquilo que já tinha sido feito, e bem, nomeadamente a grande luta contra o sal, também toda a identificação dos fatores de risco associados à hipertensão, e a partir daqui ver o que é que podemos acrescentar mais. Pareceu-me que

“Não é por falta de informação e de consciência que estamos mal, é por falta de transformar a consciência em prática diária.”

uma das coisas que deveria acrescentar mais, e foi a minha bandeira de mandato, era a adesão ao tratamento. Na minha perspetiva era, e é, e ainda será nos próximos tempos, essencial fazer com que o doente seja o principal responsável por assumir se se quer tratar ou não, e se quer tratar-se tem de cumprir aquilo que é o seu tratamento. E eu acho que é esta muita falta de adesão ao tratamento, ou seja, muita medicação que não é comprada, que não é tomada, e cuja prescrição é alterada, a razão major para continuarmos a ter números tão preocupantes na causa de morte por doença cardiocerebrovascular.

A capacidade para dar uma resposta eficaz a nível de cardiologia, particularmente na região do Médio Tejo, está bem do coração ou está em insuficiência cardíaca?

Nunca se está bem. Por isso, eu digo que há alguns aspetos que devem ser melhorados, nomeadamente em termos de referências dos doentes para unidades hospitalares mais diferenciadas. Mas eu

Estamos na época do Natal, altura de alguns excessos alimentares. Há cuidados especiais a ter para manter o coração de boa saúde?

Eu não acredito que os fundamentalismos resolvam as questões. Não é nos exageros do Natal que o gato vai à filhós, como se costuma dizer. É pelo dia a dia, o não controlar, o não estar atento e não vigiado que nós acabamos por ter estas doenças todas. Porque deixar de comer o nosso bacalhau no Natal? Não. Deixar de comer aquilo que são as várias iguarias, umas com mais sal, outras com mais açúcar, por causa do Natal? Não. Não é o Natal e não são as nossas tradições que nos devem fazer mudar o nosso estilo de vida. O nosso estilo de vida muda-se no nosso dia a dia, sabendo que há tradições - que eu defendo que devam ser continuadas. Acabar-se com o consumo de bacalhau, nomeadamente na época natalícia, porque tem muito sal... não me passa isto pela cabeça nem é essa a mensagem. O que eu digo é: o nosso dia a dia deve ser regrado e de acordo com aquilo que são as normas que estão estabelecidas – muito pouco consumo de sal, e isso é possível no dia a dia. Ana Rita Cristóvão

Dezembro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Abrantes

RAME festeja 3.º aniversário e Foi três em um. Num dia e numa única cerimónia o Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME) assinalou o seu Dia da Unidade (3.º aniversário), promoveu o Juramento de Bandeira do 8º curso de Praças do Exército português e fez a transferência de comando, sendo o Coronel de Infantaria Mário Alvares substituído pelo Coronel de Infantaria Luís Fernando Barroso. Neste mesmo dia o Chefe do Estado Maior do Exercito agraciou o presidente da Câmara de Abrantes com a Medalha D. Afonso Henriques, assim como a equipa de comando cessante. A manhã do dia 21 de novembro começou em festa com a presença de muitos convidados, essencialmente muitos comandantes de unidades militares que se associaram ao Dia da Unidade do mais recente regimento do exército português. O Coronel Mário Alvares fez o seu último discurso enquanto comandante, antes da tomada de posse do seu sucessor, Coronel Luís Fernando Barroso. No púlpito da parada e perante os militares em sentido, Mário Alvares, com muita emoção à mistura, no início da alocução citou o filósofo Arthur Schopenhauer: “apenas dois caminhos conduzem à fama, alcançada pela realização de feitos extraordinários: as ações e as obras. Um grande coração é a qualificação especial para o caminho das ações e uma grande mente para o das obras”. Mário Alvares fez os agradecimentos na despedida pública do cargo de comandante do RAME. Dirigiu-se ao Chefe do Estado Maior do Exército e ao presidente da Câmara de Abrantes, aos presidentes das câmaras de Mação e Vila de Rei e ainda ao presidente da Assembleia Municipal de Abrantes. O comandante do RAME destacou o trabalho desenvolvido pelo RAME, na área da emergência e promovendo as capacidades para o apoio de emergência. A consolidação do quadro de pessoal e a aquisição de equipamento necessário às funções que desempenha no país são um dos exemplos. Depois virou-se para um balanço da atividade do RAME, num balanço rápido em que ficou vincado o reforço e o âmbito da sua atividade: “Cerca de 870 mil quilómetros percorridos em ações de prevenção de incêndios florestais, percorrendo territórios de 147 concelhos. O emprego de pelotões

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JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019

de rescaldo, de destacamentos de engenharia e de módulos de alimentação no apoio ao combate aos fogos rurais, nomeadamente nos incêndios de Vila de Rei e de Mação, ou a formação em operações de rescaldo são um exemplo do trabalho desenvolvido.” Mário Alvares revelou que os números e ações de balanço não se confinam à unidade sediada em Abrantes, pois teve uma abrangência a outras unidades militares do Exército. Para além do apoio à emergência há outras duas áreas em que o RAME tem mantido uma grande atividade: ações de apoio à comunidade e formação geral de Praças para o Exército português. Nas áreas de apoio à comunidade destacou os cursos de liderança, em parceria com o Rotary Clube de Abrantes, e ainda a realização de sessões de apoio de hipoterapia com os agrupamentos de escolas de Abrantes e Sardoal. Já na formação militar, desde 2017, foram


REGIÃO / Abrantes

apresenta novo comandante

O Coronel Luís Fernando Barroso (á esquerda) é o novo Comandante do RAME

formados pelo RAME 826 militares. Nesta cerimónia juraram bandeira 32 Praças do 8º curso. De seguida direcionou o discurso para os militares que iriam jurar bandeira daí a alguns minutos e para os familiares que assistiam ao evento. Sempre com um discurso positivo, afirmou não ter dúvidas que “os vossos filhos são hoje jovens com valores morais reforçados e com objetivos para o futuro mais bem definidos”. E desejou aos novos soldados que “continueis a acreditar nas vossas capacidades” e, em modo de conclusão pediu “nunca se esqueçam que o sucesso é conseguir

o que se quer e a felicidade é gostar do que se conseguiu”. E concluiu: “O futuro do apoio militar de emergência será sempre um projeto em aberto, que se definirá todos os dias, crescendo e adaptando-se em função daquilo que sejam as necessidades que essa realidade exige. (…) Acima de tudo, agir para continuar a ter grandes ideias como parte de um desafio constante em pensar diferente, abrindo assim portas para novas oportunidades focadas na credibilidade e na valorização do que fazemos”. Outro dos momentos foi a condecoração do presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge

Valamatos, com a medalha de D. Afonso Henriques, o maior grau de distinção do Exército. “Considerando a sua permanente disponibilidade, comprometimento institucional e sentido de serviço público, proporcionando e dinamizando a participação ativa do RAME no apoio social, ambiental, cultural e desportivo da edilidade, ações que permitiram reforçar a disponibilidade do Exército na realização de missões relacionadas com a satisfação das necessidades e qualidade de vida das populações, (…) colaboração em diversas atividades e eventos do RAME (…) sentido patriótico e uma inexcedível vontade em manter uma estreita

ligação com a Instituição Militar.” E depois o General José Nunes da Fonseca condecorou o presidente da Câmara de Abrantes com a Medalha de D. Afonso Henriques – Mérito do Exército. Foram ainda condecorados o segundo comandante do RAME Tenente Coronel António Ferreira, o adjunto do comandante, Sargento Mor Paulo Rainho, e o primeiro-cabo Cardoso. Seguiu-se o juramento de bandeira, numa cerimónia de grande emoção para os 32 praças que juraram servir o Exército, a Bandeira e a Pátria e para os seus familiares. Na mesma cerimónia tomou posse o novo comandante do

RAME, Luís Fernando Barroso. Coronel de Infantaria, vem da Academia Militar e é natural de Porto de Mós. Casado e com duas filhas, assume o comando do RAME depois de servir o exército na formação de táticas e operações militares e depois de ter desempenhado as funções de segundo comandante do Regimento de Infantaria Nº 1 de Beja. Jurou o compromisso, assinou a posse e depois recebeu o Estandarte Nacional das mãos do comandante das Forças Militares Terrestres, como ato formal da posse do novo cargo. José Nunes da Fonseca vincou o trabalho das várias unidades do Exército e o papel fulcral do RAME no planeamento, integração e seguimento dos meios: “No apoio ao combate de incêndios, merecem destaque as ações de patrulhamento, vigilância, prevenção, deteção e rescaldo enquadradas pelos sistema de gestão integrada de fogos rurais. Noutras catástrofes naturais, uma intervenção completa [do RAME] poderá incluir, numa perspetiva alargada, transporte terrestre das populações afetadas, organização e execução do lançamento de carga aérea, ou até a deteção, identificação, monitorização, proteção, descontaminação e gestão de perigos e riscos dos agentes do tipo nuclear, biológico, químico e radiológico”. Texto e fotos: Jerónimo Belo Jorge

Dezembro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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SOCIEDADE /

Caso Jorge Ferreira Dias: Tribunal absolve Câmara de Abrantes O Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria absolveu a Câmara Municipal de Abrantes no processo intentado pela massa insolvente da empresa “Jorge Ferreira & Dias, Lda” , em que era pedida uma indemnização de seis milhões de euros à autarquia. Trata-se de uma sentença do processo n.º 842/13.7BELRA e que pode ainda ser alvo de recurso para o Tribunal Central Administrativo. Na terça-feira, 26 de novembro, em comunicado lido no início da reunião do executivo municipal, o presidente, Manuel Jorge Valamatos, deu conta da decisão, conhecida no dia anterior [25 de novembro]. Diz o presidente que o Tribunal julga “totalmente improcedente a presente ação por inexistência de facto ilícito e culposo e, nessa medida, absolve o réu do pedido”. O autarca leu ainda que na decisão do Tribunal é admitido que “a Câmara Municipal de Abrantes nunca se opôs neste processo a ouvir o representante da empresa “Construções Jorge Ferreira Dias”, independentemente da nossa certeza de que o município e os seus representantes legais sempre agiram de boa fé e em conformidade com todos os princípios legais. Perante esta decisão, consideramos a clarificação de que a Câmara Municipal de Abrantes nada deve ao Sr. Jorge Ferreira Dias ou às suas empresas, nem estes à Câmara Municipal de Abrantes”. Em declarações aos jornalistas após a reunião do executivo, o presidente do Município de Abrantes admite que “uma parte substancial daquilo que são as queixas do senhor Jorge Ferreira Dias estavam expressas neste processo em tribunal” e refere que “desde sempre que percebemos que os nossos técnicos e os nossos juristas fizeram o seu trabalho de forma correta, dedicada, justa, e sempre entendemos que da parte da Construção Jorge Ferreira Dias havia um sentido de culpar a Câmara e de nos condenar de forma injusta”. “O tribunal é a entidade que tem responsabilidade de julgar verdadeiramente este tipo de situação (...) decidiu absolver a Câmara de qualquer irregularidade, de ter praticado qualquer ato ilegal, e nós ficamos satisfeitos porque há o reconhecimento do tribunal de que os nossos técnicos fizeram com correção o seu trabalho”, acrescentou o autarca que admite: “Isso deixa-nos tranquilos”. Esclarecendo que este “é o único processo que está em curso”

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e aquele que “dominou todas as nossas atenções e que todos esperávamos que tivesse um resultado (...) o mais rápido possível”, Manuel Jorge Valamatos assume que a Câmara Municipal ficará com a mesma tranquilidade caso o empresário Jorge Ferreira Dias apresente recurso. “É um direito que assiste a qualquer cidadão, a qualquer entidade, é possível, e nós aceitaremos isso naturalmente”, diz. Recorde-se que, até ao momento, a autarquia tem reunido com Jorge Ferreira Dias, no âmbito desta situação. Quando questionado acerca da continuidade destas reuniões, o presidente da Câmara Municipal respondeu que estará “sempre disponível para receber o senhor Jorge Ferreira Dias ou qualquer outro cidadão”. O presidente da Câmara Municipal de Abrantes deu ainda conta de que “houve uma reunião mais técnica com os nossos técnicos e com o sr Jorge Ferreira Dias (...) onde foi colocado um conjunto de questões por escrito e nós já analisámos esse dossiêr que nos foi apresentado,

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019

Câmara Municipal de Abrantes nada deve ao Sr. Jorge Ferreira Dias ou às suas empresas, nem estes à Câmara Municipal de Abrantes” temos a resposta e vamos marcar uma reunião num futuro próximo para apresentar as nossas conclusões. Nessas questões que foram colocadas, muitas delas têm a ver com o processo que decorre em tribunal e na sentença vem lá tudo devidamente esclarecido e acho que não deixa dúvidas a ninguém”. Jorge Ferreira Dias, contactado pelo Jornal de Abrantes, reafirmou aquilo que tem vindo a dizer ao longo dos últimos anos, de que a Câmara de Abrantes, com todas as decisões tomadas, lhe destruiu a vida. Acha estranho que o juiz do

Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria venha dar razão à Câmara quando esta “perdeu pelo menos quatro processos” e garante que os advogados estão a analisar a sentença para que possa vir a tomar uma posição pública. Sobre um eventual recurso para o Tribunal Central Administrativo afirma não saber, por agora, se vale a pena: “A Câmara é responsável pela minha destruição (...) mas há outras coi-

sas para podermos mexer ainda. Vamos aguardar”. Jorge Ferreira Dias voltou afimar que foi feito um pedido de indemnização, foi justificado, mas “o juiz é que sabe”. “Não sei se valerá a pena recorrer, sou muito pequenino e agora com a ministra da Agricultura por lá (...) sou muito pequenino”. Ana Rita Cristóvão e Jerónimo Belo Jorge


PUBLIREPORTAGEM / LINK chega este mês e vai ligar todas as cidades do Médio Tejo Agora é possível circular pelas cidades do Médio Tejo através do Transporte a Pedido. Aproveite Ligações diretas e rápidas. Ligue-se a nós e utilize o Transporte a Pedido!

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Sabia que agora pode circular entre as cidades do Médio Tejo através do Transporte a Pedido? É verdade! É já a partir do dia 9 de dezembro e por apenas 3€ - 4€ euros. Chama-se “Link- estamos ligados” e é o nome desta nova campanha do Transporte a Pedido (TAP), da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Nesta primeira fase, a nova vertente possibilita a circulação, nos dias úteis, entre todas as cidades do Médio Tejo, Abrantes, Entroncamento, Fátima, Ourém, Tomar e Torres Novas, com intervalos de 2h30m em 2h30m. Miguel Pombeiro, secretário executivo da CIM do Médio Tejo, afirma que este novo serviço garante “ligações diretas e rápidas” e vai “atingir novos públicos”. Para o secretário executivo o LINK “é um complemento à oferta de transporte público existente” e “corresponde a uma necessidade” uma vez que a oferta é reduzida. “Com o Transporte a Pedido temos tido a intenção de possibilitar a circulação das pessoas das aldeias e freguesias às sedes de concelho, nomeadamente o público mais idoso. Neste caso, com o LINK, vamos captar outros públicos, como o turista que pretende circular nas cidades do Médio Tejo, a população ativa da região, ou todos aqueles que carecem deste tipo de serviço”, salienta Miguel Pombeiro. O LINK é um novo serviço de Transporte a Pedido. Para utilizar basta o cliente recorrer ao sistema de reservas, que são feitas através do número

Abrantes Tomar

Ourém

08:00 10:30 13:00 15:30 18:00

Fátima Tomar

08:35 11:05 14:35 15:05 18:35

Ourém 09:00 11:30 14:00 16:30 19:00

Abrantes Entronc. T. Novas

Torres Novas Entroncamento

Abrantes

08:00 10:30 13:00 15:30 18:00

08:25 10:55 13:25 15:55 18:25

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de telefone gratuito 800 209 226, de segunda a sexta-feira (exceto feriados), no horário das 9h00 às 15h00 do dia útil anterior ao que o cliente pretende viajar. Mas não fica por aqui, o LINK vai ter reservas online, através do endereço transporteapedido.mediotejo.pt, que deverão ser realizadas também até às 15h00 do dia anterior à viagem, mas durante todos os dias da semana. Assim, o objetivo da CIM do Médio Tejo é avançar com esta nova experiência, que prevê a implementação de uma solução experimental de transportes, que vai certamente melhorar a mobilidade nas ligações entre cidades do Médio Tejo, em complemento aos serviços existentes de transporte regular de passageiros e aos serviços de transporte a pedido de âmbito municipal no território do Médio Tejo. De salientar que todos os serviços de Transporte a Pedido beneficiam atualmente de um desconto atribuído no âmbito do PART - Programa de Apoio à Redução Tarifária. Neste sentido, com o LINK será possível fixar o custo de bilhete a preço reduzido entre 3€ e 4€ para todas as ligações entre cidades do Médio Tejo. Com a ligação entre as cidades do Médio Tejo, o Transporte a Pedido dá um passo evolutivo no sentido de continuar a proporcionar uma mobilidade mais flexível e acessível a diferentes públicos. O Projeto é cofinanciado pelo Fundo Ambiental através do Programa de Apoio à Redução Tarifária.

Fátima

T. Novas

Entronc. Abrantes 10:05 12:35 15:05 17:35 20:05

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10:30 13:00 15:30 18:00 20:30

Serviço disponível em dias úteis

Projeto cofinanciado pelo Fundo Ambiental através do Programa de Apoio à Redução Tarifária.

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ATUALIDADE / Vila de Rei

Casa Xavier vai ser recuperada para fins sociais A Fundação João e Fernanda Garcia solicitou ao Município de Vila de Rei a doação do imóvel “Casa Xavier”, na freguesia da Fundada, para criar uma nova valência social, nomeadamente, “para acolhimento de migrantes e casa abrigo para vítimas de violência, assim como outras valências de carácter social”. O pedido foi discutido e aprovado em reunião do Executivo, no dia 15 de novembro, e foi aprovado por unanimidade depois de se ter percebido que o contrato estava blindado, ou seja, que em caso de incumprimento por parte da IPSS, o imóvel voltará à posse do Município. O presidente da Câmara Municipal, Ricardo Aires, explicou que o imóvel “é um edifício grande que era do Patriarca das Índias” Dom Mateus de Oliveira Xavier (Vila de Rei, 14 de outu-

/ A casa da família Xavier, na localidade da Silveira, freguesia da Fundada, é uma casa rural de uma família de proprietários também rurais, que iniciou construção em meados de setecentos.

bro de 1858 — Goa, 19 de maio de 1929). O edifício, propriedade do Município, está fechado e, neste momento, o objetivo de o vir a transformar para efeitos turísticos está afastado devido à impossibilidade de os municípios não poderem efetuar candidaturas para esse fim. “A curto prazo, não há perspetiva de podermos fazer aquela obra”, disse o autarca. “Tendo uma IPSS do concelho de Vila de Rei a querer dinamizar mais uma valência social e que está à procura um imóvel e sabendo que temos aquele disponível, creio que esta é uma boa solução para a Casa Xavier porque também vai trazer mais postos de trabalho”, acrescentou Ricardo Aires. Na proposta aprovada em reunião do Executivo, pode ler-se que “considerando a classificação de Interesse Municipal do imóvel em questão, propõe-se que a doação do imóvel “Casa Xavier”, à Fundação João e Fernanda Garcia, opere com os seguintes ónus, que deverão constar na escritura e no registo: manter o uso do edifício, exclusivamente, para fins sociais, sendo que em caso de incumprimento, o edifício reverterá para o Município;

em caso de hipoteca, a mesma só será possível para garantir despesas com comprovadas obras de restauro do próprio edifício; em caso da extinção da Fundação João e Fernanda Garcia ou alteração do seu fim social, o imóvel reverterá para o Município”. Ricardo Aires lembrou que “como presidente da Câmara tenho que me preocupar com o património do Município, até porque estamos a doar e é óbvio que tínhamos que ter alguns ónus. Hoje estou cá eu mas amanhã estará cá outro presidente da Câmara e outro Executivo e nós temos que salvaguardar o Município”. “Junta-se o útil ao agradável”, referiu o presidente pois, assim, “o Município salvaguarda o interesse municipal e a IPSS consegue uma nova valência onde vai proporcionar novos postos de trabalho e, ao mesmo tempo, cuidar daquele edifício que o Município tinha fechado”. No entanto, Ricardo Aires não acredita que vá acontecer uma reversão no acordo “porque tenho a certeza que a Fundação João e Fernanda Garcia irá cumprir com tudo o que está estabelecido”.

têm tido, ao longo dos últimos anos, uma importância crescente, estando a ser gradualmente inserida e promovida em políticas nacionais e internacionais. O conjunto de medidas inseridas no PALMVR, ao serem implementadas, vão criar diversas vantagens na mobilidade, segurança e conforto ambiental para todos os utilizadores.” O PALMVR apresenta critérios de prioridade de modo a

acomodar os projetos e obras às disponibilidades financeiras do Município, com propostas concretas de zonas a inter vir que devem estar presentes nas tomadas de decisões quanto à requalificação do espaço público. Desta forma, quando futuramente, a médio prazo, as áreas em questão forem intervencionadas, terão sempre em conta os dados, medidas e propostas inseridas no PALMVR.

Patrícia Seixas

Plano de Acessibilidade Local aprovado para as freguesias O Executivo Municipal de Vila de Rei aprovou por unanimidade, na sua reunião ordinária de 15 de novembro, o Plano de Acessibilidade Local do Município de Vila de Rei (PALMVR), documento que pretende promover a pedonização dos centros urbanos e a adoção de práticas de mobilidade suave, como garantia do direito à mobilidade por parte de todos os cidadãos, e que prevê a execução de um conjunto de intervenções e melhorias nas três sedes de freguesia. O documento estabelece orientações/ações concretas para a construção de “um ambiente urbano de maior qualidade, mais confortável e acessível para todos, com um aumento da capacidade de circular a pé ou em modos suaves de mobilidade, proporcionando às pessoas maior segurança, maior conforto ambiental e um uso mais amigável do espaço urbano”. De entre as propostas inseridas

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no PALMVR, encontram-se medidas como a criação de percursos cicláveis em território concelhio, numa extensão de 38 km; rede de parqueamento prioritário para 20 lugares de bicicleta (com reforço a prazo para 70 lugares); conjunto de intervenções em zonas prioritárias de espaço público, com vista a melhorar a as condições de circulação pedonal, a acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada e a segurança rodoviária para peões e ciclistas (requalificação da Calçada da Fonte e construção do troço de ciclovia em falta na EN2, com ligação posterior à Calçada da Fonte; criação de passeios nos eixos viários mais importantes da sede do concelho, em Vila de Rei; intervenções de requalificação e adaptação na zona frontal à escadaria da Igreja e no Largo do Mercado, em Fundada; atuações no espaço público entre a Igreja e a antiga Casa do Povo onde se localizam a paragem de táxis, instalações sanitárias pú-

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019

/ A criação de percursos cicláveis em território concelhio, numa extensão de 38 km, é uma das medidas propostas

blicas e a paragem de autocarros, em S. João do Peso). O PALMVR terá enquadramento no PAMUS – Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável do Médio Tejo, visando a promoção da acessibilidade aos espaços públicos por parte de pessoas com mobilidade reduzida, particularmente pessoas com deficiência. Para Ricardo Aires, presidente do Município de Vila de Rei, “as políticas de acessibilidade


ATUALIDADE / Vila Nova da Barquinha

Tribunal indefere providência cautelar interposta por agropecuária a Município // A notícia foi avançada pelo presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire, reunião do executivo de 13 de novembro.

é que seja utilizado o imóvel com a finalidade lucrativa que está a desenvolver (…) com capacidade para 3.800 animais””. Em resposta ao pedido, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria esclarece que o decretamento das providências cautelares depende da verificação de requisitos cumulativos”, entre os quais que “os interesses públicos e privados em presença” e “os danos que resultariam da sua concessão não se mostrem superiores àqueles que podem resultar da sua recusa, sem que possam ser evitados ou atenuados pela adoção de outras providências”. Nesse sentido, Fernando Freire explica que a agropecuária tentou invocar a questão da nulidade (casos mais graves em que os direitos fundamentais são postos em causa) mas que “a sentença do tribunal vai contra a questão de todos os vícios

cominados com a nulidade” e que o mesmo órgão judicial entendeu que “não há violação do direito fundamental, nomeadamente o direito ao livre exercício da iniciativa privada, uma vez que a empresa não está impedida ou amputada de desenvolver essa atividade até porque ela tem outras explorações no âmbito nacional”. Ou seja, este ato trata-se de um ato anulável, considerado menos grave pela Ordem Jurídica, uma vez que “não ofende o direito fundamental previsto na Constituição”. Assim, o tribunal aprecia que a deliberação da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha de revogar a licença de utilização “não foi arbitrária nem desproporcionada”, uma vez que “a deliberação municipal suspendenda apenas versa sobre uma das instalações exploradas pela Requerente, em nada afetando ou condicionando a atividade da Requerente nas demais instalações que

explora, termos nos quais a Requerente mantém intocada a liberdade de iniciativa económica”. O tribunal explana ainda que a deliberação do município foi “precedida da realização de uma vistoria (…) em cujo auto se concluiu que ‘Os resíduos provenientes da última lagoa existente são encaminhados para uma caixa de visita, no exterior da exploração e, posteriormente a uma outra que vai dar acesso à linha de água existente (ribeira) a céu aberto, sem qualquer tratamento’, (…) tendo o transbordamento de lagoas sido verificado igualmente em posterior Inspeção efetuada pelo IGMAOT”. O presidente do Município de Vila Nova da Barquinha explica ainda que a agropecuária “não intentou a ação principal [de impugnar a deliberação da Câmara Municipal], ou seja, deviam-no ter feito e não o fizeram no prazo de 3 meses. Ou seja, como a ação principal já ca-

Ana Rita Cristóvão PUBLICIDADE

O processo cautelar intentado pela Agropecuária Valinho, SA e cujos réus eram a Câmara Municipal, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT) e ainda a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGVA) foi indeferido, ou seja, “perderam-no no Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria”. Em declarações ao JA, o autarca diz que “sinteticamente, o tribunal dá-nos razão em toda a linha”, o que significa que “vão ter de cumprir o plano de despovoamento com data limite de janeiro de 2020”. No processo apresentado pela agropecuária, e cujo documento da sentença o JA teve acesso, é referido que a pretensão da requerente era a de suspender “a deliberação da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha de 14 de fevereiro de 2018”- que, recorde-se, revoga a autorização de utilização desta suinicultura - , mas também de “suspender a eficácia (…) da deliberação da Agência Portuguesa do Ambiente, datada de 21 de março de 2019” e ainda “a deliberação da Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, datada de 27 de março de 2019”. Um procedimento cautelar pedido, afirma o autarca de VN Barquinha, com o propósito de que “o estabelecimento não seja encerrado e que pudesse continuar a laborar (…) “no fundo, o que eles querem

ducou, logo a providência cautelar não faz sentido”, explica. Acrescenta o tribunal que o exercício da atividade da sociedade comercial, com uma instalação na herdade do Colmeiro, é “ele próprio balizado por vários diplomas legais que preveem a obrigatoriedade de as instalações serem objeto de controlo prévio ao exercício dessa atividade e de acompanhamento do mesmo posteriormente ao seu início”. Quanto à deliberação da APA, que indeferiu a licença ambiental, e à deliberação da DRAPLVT, que indeferiu a licença de exploração, o tribunal considerou que “não se verifica probabilidade de procedência da ação principal a intentar pela Requerente”. “Em síntese, resulta claro que ao longo de todo o processo o Município ouviu a APA – que confirmou a caducidade da licença ambiental – e bem ainda a DRAPLVT que também confirmou que a licença não tinha sido renovada”, refere o presidente do Município de Vila Nova da Barquinha, pelo que, acrescenta o Tribunal, “não se verifica a probabilidade de procedência da ação principal a intentar pela Requerente com este fundamento”. Em suma, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria considera “improcedente a providência cautelar requerida”, recusando o decretamento da mesma e, assim, dando como “indeferido o pedido” feito pela Agropecuária Valinho, SA. E agora? Fernando Freire explicou ao JA que a agropecuária pode “vir sempre com uma nova ação” ou até “com uma indemnização cível, por danos”, mas que o Município vai sempre evocar a temporalidade do pedido – ou seja, as pessoas/entidades têm prazos para interpor as ações em tribunal” e, neste caso, não o fizeram. Recorde-se que maus cheiros intensos com origem nos efluentes pecuários foi a origem de toda esta situação. Fernando Freire, anteriormente, havia já destacado a importância de “devolver a qualidade de vida aos residentes e visitantes de um concelho com uma forte aposta no turismo sustentável”.

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ATUALIDADE / Constância

Estrada Militar cortada ao trânsito durante três meses para obras Há cerca de um ano que a estrada militar – que serve o Campo Militar de Santa Margarida - se encontra com condicionamentos devido problemas no terreno, nomeadamente num talude. O assunto veio a reunião de Câmara 24 de outubro, na qual o presidente da autarquia, Sérgio Oliveira, explicou que a demora na intervenção no local se devia ao facto de algumas zonas na estrada não terem marco de delimitação do terreno e o proprietário ter levantado questões sobre a intervenção que a engenharia militar queria fazer na sua propriedade. Na altura, o presidente do Município deu também conta de que “só há relativamente pouco tempo é que o proprietário autorizou os militares a entrarem no terreno e fazer a intervenção que é necessária fazer”. Agora, o anúncio pelo qual se esperava chegou na reunião do executivo de 21 de novembro: “a obra vai iniciar no dia 2 de dezembro”,

anunciou o presidente da autarquia. Em declarações ao JA, Sérgio Oliveira adiantou que a condução da empreitada vai estar a cargo da Brigada Mecanizada, em conjunto com a Engenharia Militar, pelo

que “a estrada vai estar cortada pelo período de três meses e quando reabrir estará em condições de segurança para as pessoas e bens que atravessam aquela infraestrutura”, que, relembra, é

gerida pela instituição militar e “sobre a qual a Câmara Municipal não tem qualquer jurisdição”. Em termos de alternativa rodoviária, “vai haver colocação de sinalética junto à Estrada Nacional

Município pretende “iniciar o quanto antes a requalificação” do Parque Ambiental de Santa Margarida “Já referi em diversas intervenções que o Parque Ambiental de Santa Margarida (…) necessita de uma intervenção de fundo. Está com problemas que não são de agora, é um equipamento que conta quase com 20 anos e necessita de uma intervenção de fundo que nós iremos concretizar durante o ano de 2020”. Foram as declarações do presidente da Câmara Municipal de Constância, Sérgio Oliveira, quando questionado em reunião do executivo por Manuela Arsénio (CDU) sobre “o que é que se perspetiva em termos de recuperação no Parque Ambiental”, dando conta de uma situação recente em que “caiu um pedaço de teto” no espaço Ecoteca. Desde as necessidades de requalificação a nível “da torre, a questão das madeiras, a questão da impermeabilização do próprio teto da Ecoteca e o próprio arranjo de alguns segmentos de iluminação”, Sérgio Oliveira assume, em declarações ao JA, que o “Parque Ambiental de Santa Margarida foi daqueles equipamentos que ao longo dos últimos anos foi deixado completamente à sua sorte” e que

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“pouco se fez, pouco se pensou naquele equipamento e a verdade é que atingiu um nível de deterioração considerável”. O autarca deu conta de que foi recebida há pouco tempo a notícia de que “a candidatura que tínhamos apresentado ao Turismo de Portugal não foi considerada elegível”, uma vez que a verba que a entidade tinha para este tipo de apoios foi já esgotada. Perante a não aceitação da candidatura, que previa “uma intervenção mais de fundo e com algumas melhorias, e que não passaria só pela conservação daquilo que lá existe, passaria também por dar outro tipo de conforto àquelas instalações”, a autarquia anunciou que está a avançar com o plano B. “Não sendo aprovada a candidatura que seria financiada a 85% e em que estaríamos a falar de um investimento de 260.000,00€, pegámos no plano B (…) que já tínhamos preparado. O plano B foi fazer o levantamento do que é que a torre precisa para ser substituída e chamar uma empresa da especialidade para nos dar um orçamento para a substituição; as madeiras

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019

do parque foi o nosso carpinteiro que fez o levantamento e o levantamento dos materiais que vão ser precisos está feito e vai ser por administração direta; a parte da iluminação elétrica será também uma entidade externa que irá fazer a avaliação do que é preciso para requalificar aquilo”, disse Sérgio Oliveira que explicou estes passos são o início para “pôr os procedi-

mentos internos a andar para iniciar o quanto antes a requalificação daquele espaço”. Relativamente à criação de novas valências para o espaço, o presidente do Município responde que “primeiro manter, conservar e recuperar, e depois então pensar-se em algo que acrescente valor àquele equipamento que temos”. Ana Rita Cristóvão

e dentro mesmo da povoação da aldeia de Santa Margarida. O trânsito far-se-á pelo acesso direto à aldeia de Santa Margarida e depois em direção a Malpique, pela porta de armas principal”, adianta. “Feito este processo todo, em que há-de estar a fazer um ano” desde que “foram colocados aqueles constrangimentos que lá estão - maciços em betão, e que foi cortada uma das faixas da estrada militar”, o presidente do Município diz que este foi um processo com várias etapas: “foi preciso primeiro a Engenharia estudar a intervenção técnica que teria que fazer; foi preciso apresentar aquilo que se queria fazer ao proprietário do terreno; pelo meio, houve dúvidas relativamente a onde é que terminava a propriedade do Estado e onde começava a propriedade do particular; foi preciso ter autorização do proprietário para poder intervir no terreno; e, por último, foi preciso pedir autorização ao ICNF para abater um conjunto de sobreiros, antes até da maquinaria entrar”. O autarca salienta que neste processo o papel da Câmara Municipal foi o de “moderar as duas partes. (…) O que interessa agora é que efetivamente a obra vai ser iniciada”. Ana Rita Cristóvão

Edifício Pirâmide recebe XVII Jornadas de História Local No dia 6 de dezembro, o Edifício Pirâmide, em Abrantes, acolhe a partir das 10h00 as Jornadas de História Local. Uma iniciativa de entrada gratuita e sem inscrição que vai contar, com reflexões acerca de diversas temáticas ligadas à história da região, que vão desde Abrantes até Constância e Vila Nova da Barquinha. Vão também ser apresentados vários livros de diversos autores locais, numa iniciativa onde vão estar presentes figuras como Anabela Cardoso, António Alpalhão, Joaquim Gomes dos Santos, José Martinho Gaspar ou José Alves Jana. Nestas jornadas vai ainda acontecer o lançamento do nº 34 da revista Zahara. Ao longo do dia vão-se resgatar memórias, avivar tradições e no final, os participantes levam para casa um certificado de participação. A iniciativa do Município de Abrantes, no âmbito do programa FinAbrantes, tem o apoio do CEHLA e do Grupo de Teatro Palha de Abrantes.


ATUALIDADE / Sardoal

ce-presidente adiantou que o Município “só pode ajudar na medida das possibilidades” porque “não podemos deixar de dar apoio nas águas residuais”. O Município não tem “capacidades físicas” para fazer mais mas, “até agora, as coisas têm estado a correr bem”.

Autarquia + Familiarmente Responsável

Ainda na reunião de Câmara, o vice-presidente, que presidiu à reunião por ausência de Miguel Borges, deu conhecimento que o Município voltou a receber a distinção do Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis. “Recebemos, e digo recebemos porque somos todos responsáveis por isso, o galardão de Autarquia + Familiarmente Responsável”, anunciou Jorge Gaspar, informado que a “bandeira vai ser entregue dia 27 de novembro e tem palma, o que significa que já somos distinguidos há três anos consecutivos”. Os vereadores socialistas congratularam-se com o facto e Pedro Duque quis deixar “o apelo de que

/ Lagar da Coopoval, em Valhascos não nos acomodemos a esta insígnia que vimos ostentando” e deixou “o nosso compromisso e a nossa solidariedade para que melhoremos e, se for preciso e possível, ampliar os apoios que têm vindo a ser dados”. “Estamos cá disponíveis para isso até porque essa é uma das vertentes que nós consideramos prioritárias no nosso concelho”, assumiu Pedro Duque. Jorge Gaspar relembrou depois que os apoios que a Autarquia dá às famílias “vão muito para além da área

social” e “às vezes esquecemo-nos”. O vice-presidente da Câmara de Sardoal referiu que “muitas vezes, por uma questão de confidencialidade, os apoios não são visíveis nem se sabe a quem se destinam”. E recordou que há outros apoios e “que não servem só para ajudar quem mais precisa, servem também para incentivar outras áreas”. Jorge Gaspar falou do dinheiro que as famílias podem poupar com os apoios que o Município dá em áreas como o desporto, cultura ou educa-

ção e deixou a garantia de que “se continuarmos à frente dos destinos do concelho, nós ou qualquer outra pessoa, este será sempre um ponto de convergência”. O autarca afirmou que este “é um dos faróis pois passa pelo bem-estar das pessoas e dá importância àquilo que é a base de uma sociedade, a família”. Sardoal completa este ano uma ‘mão cheia’ de bandeiras, visto que é o quinto ano consecutivo que a autarquia recebe a distinção de Familiarmente Responsável. PUBLICIDADE

Na reunião da Câmara Municipal de Sardoal, realizada a 13 de novembro, o vereador socialista Pedro Duque questionou o Executivo acerca do apoio que o Município está a prestar aos lagares do concelho. “Porque estamos em época desta atividade, gostaria de saber qual o ponto de situação acerca do apoio que o Município está a prestar aos lagares do concelho, sendo que nos anos anteriores era dado um apoio nas descargas das águas residuais. Esse apoio tem vindo a ser prestado?”, questionou o vereador, inquirindo ainda da regularidade do mesmo. O vice-presidente Jorge Gaspar disse que o Município está a dar o apoio habitual apesar de reconhecer que este “não é suficiente”. “Felizmente, temos mais um lagar a laborar este ano, até porque há azeitona que nunca mais acaba”, começou por dizer Jorge Gaspar. Quanto apoio prestado, “está a ser dado tal como em anos anteriores mas este ano tem acontecido que o nosso apoio não é suficiente quer para lavagens, quer para transporte de águas russas”. O vi-

Paulo Sousa

Município apoia lagares do concelho

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ATUALIDADE / Mação

Câmara de Mação paga refeições a todos os alunos É uma medida de apoio às famílias do concelho de Mação. A autarquia vai, a partir do próximo ano [2020], pagar as refeições de todos os alunos do concelho. Ou seja, as refeições das crianças dos jardins de infância e do primeiro ciclo já tinham o financiamento municipal e agora passa a ser a todos os alunos, sem exceção. Esta é uma medida que deverá representar um custo de cerca de 40 mil euros por ano. A projeção do valor foi feita de acordo com os dados do mês de outubro deste ano em que o Agrupamento escolar de Mação “gastou” pouco mais de quatro mil euros nas refeições dos seus alunos. Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, explicou que esta é uma medida de apoio às famílias do concelho e que cimenta o galardão quem tem vindo a ser recebido consecutivamente desde há sete anos de uma autarquia + Familiarmente Responsável. Aliás, a bandeira verde dos sete anos de galardão foi recebida no dia da aprovação desta medida [27 de novembro]. Os procedimentos dos alunos será sempre o mesmo. As crianças e jovens têm de requisitar as senhas de refeição na escola só que

não pagam e os relatórios mensais são depois enviados à autarquia para fazer o respetivo pagamento. Vasco Estrela revelou que esta medida vai abranger os cerca de 600 alunos do Agrupamento de Escolas de Mação. Na base da proposta, Vasco

Estrela revelou que a Câmara “tinha disponibilidade financeira para assumir esta despesa e, deste modo, aliviar as despesas das famílias. Os alunos mais carenciados já tinham os apoios sociais às refeições e aos manuais escolares, agora chegamos a todos os alu-

nos do concelho”. O edil justificou ainda a medida para que os munícipes vejam que “não estamos só a olhar para o primeiro ciclo e para o pré-escolar, mas sim para todo o ensino. Serão 832 refeições por mês no escalão B e 559 no escalão A”.

prio e o vice-presidente, já tiveram “conversas com as autoridades de Portugal [neste caso o INFARMED] e efetivamente há boas possibilidades que se instalem aqui empresas desta área”. Na mesma linha de conversa adiantou ainda que têm tido contactos com a entidade que está a gerir processos de clientes desta área específica que procuram terrenos e locais para estas atividades.

“Estamos a tentar criar condições, sem qualquer constrangimento, para a instalação deste tipo de empresas. Posso garantir que já tivemos, seguramente, uma dezena de visitas de interessados”, disse Vasco Estrela. O presidente da Câmara de Mação garantiu que “neste momento são três empresas interessadas sendo esta a que tem o processo mais avançado”. No entanto, reafirma

Vasco Estrela disse ainda que as famílias de Mação vão ter alguns ajustes no que são os seus orçamentos, por via dos ajustes da tarifa da água, uma vez que os preços vão aumentar, pela adesão do concelho ao sistema intermunicipal Tejo Ambiente. O autarca diz que uma medida não é o contraponto com a outra, mas “havendo possibilidade de o fazer, entendemos tomar esta decisão”. Recorde-se que a Câmara Municipal de Mação é uma das autarquias [juntamente com Abrantes, Sardoal e Vila de Rei] que recebe uo galardão “Autarquia + Familiarmente Responsável”. Na base destas distinções está a adoção de várias políticas por parte dos municípios a nível familiar, de educação, habitação, transportes, saúde, cultura, desporto, tempo livre e participação social. Entre as medidas nestas áreas destacam-se, por exemplo, os apoios ao nascimento, pagamento de creches, comparticipação a consultas de oftalmologia e de medicamentes, oferta de vacinação, cantinas sociais e escolares abertas e transportes escolares gratuitos para estudantes. Jerónimo Belo Jorge

Empresa canadiana de cannabis a caminho Uma empresa produtora de cannabis para fins medicinais poderá estar a caminho de Mação, mais propriamente em terrenos adjacentes à zona industrial de Ortiga. A informação foi confirmada pelo presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela, após a reunião do executivo municipal [de 27 de novembro]que aprovou o pedido de viabilidade para a instalação da empresa. Trata-se, ao que apurámos, de uma empresa que vai produzir cannabis exclusivamente para fins medicinais e 100% para exportação. Ao que conseguimos saber a empresa, de capitais canadianos, vai ter a unidade de cultivo da cannabis, com recurso a estufas, e uma outra de embalamento. “Trata-se de uma unidade cuja produção é para fins terapêuticos e totalmente para exportar”, garantiu o autarca que explicou ainda que, a concretizar-se, será um investimento de três milhões de euros e vai criar cerca

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de 15 postos de trabalho. Neste caso trata-se de um terreno da Junta de Freguesia de Ortiga e mais algumas estruturas que ficam lá perto. Aliás, a junta de freguesia também tem estado a trabalhar para que se concretize este projeto. Vasco Estrela não adiantou muito mais informação porque não quer gerar expectativas sobre questões que não estão dependentes da Câmara de Mação: “nós não mandamos no dinheiro dos investidores. Agora estamos cá para dar todas as condições para que as empresas se instalem”. O autarca de Mação revelou que tem mantido este projeto sob alguma reserva, mas acrescentou que não se podem esconder porque as deliberações são públicas. Este é um processo que está a avançar, “mas temos mais interessados, mais projetos a avançar nesta área”, garantiu Vasco Estrela que confirmou ainda que ele pró-

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019

que “não posso garantir à população do concelho que está certo o investimento porque os empresários são donos do seu dinheiro. O que faço é garantir condições para que se instalem cá. Depois a decisão passa para a esfera dos privados”. Vasco Estrela garante, no entanto, que tudo a correr bem deverá ter a instalação desta empresa canadiana em meados de 2020. Jerónimo Belo Jorge


SOCIEDADE /

Festival de Filosofia só regressa em 2020 // O ano de 2019 não vai ter Festival de Filosofia em Abrantes. A Câmara Municipal e o Clube de Filosofia estão agora a trabalhar para levar a efeito a edição de 2020.

be de Filosofia, estamos a começar a trabalhar para que em 2020 possamos retomar o Festival com determinação e com a grandeza que ele merece. Entendemos que é um evento com muito potencial e queremos que ele possa vir, gradualmente, a aumentá-lo”, anunciou o autarca. O vereador do Bloco de Esquer-

/ O Edifício Pirâmide, em Abrantes, acolheu algumas sessões do Festival de Filosofia em 2018

“Estamos a trabalhar para retomar o Festival com determinação e com a grandeza que ele merece”

houve eventos a que nós não demos continuidade e não continuámos a apostar” mas que o Festival de Filosofia “é um evento que consideramos muito relevante e de muito interesse”. À margem da reunião de Câmara, em declarações à comunicação social, o presidente da Autarquia explicou a situação da não realização do Festival de Filosofia este ano mas acrescentou que perceberam “que é um evento que temos que manter e que temos que reforçar”. Manuel Jorge Valamatos adiantou depois que “neste momento, com o Clube de Filosofia, estamos a preparar estrategicamente a ação para que em 2020 consigamos fazer a sua terceira edição” e lembrou que nunca esteve estipulado que o Festival de Filosofia iria ter uma realização anual. Patrícia Seixas PUBLICIDADE

Na reunião do Executivo da Câmara Municipal de Abrantes, realizada a 12 de novembro, o presidente Manuel Jorge Valamatos anunciou que, após ter reunido com o Clube de Filosofia de Abrantes, “entendemos, em conjunto, que este ano vamos fazer a atribuição de uns prémios de anos anteriores para fechar este processo”. O presidente disse entender que o Festival de Filosofia “é um evento de grande importância, que foi relevante” e que “teve a sua expressão de forma muito intensa nas duas primeiras edições”. “Este ano, com a equipa do Clu-

da questionou o porquê da não realização do Festival de Filosofia e lembrou que “é um Festival que demora algum tempo a programar” e que “possivelmente, já haveria contactos feitos”. Armindo Silveira referiu que “as duas edições anteriores tiveram a presença de figuras nacionais e, inclusivamente, o Alto Patrocínio do senhor Presidente da República. Tiveram oradores convidados do Brasil, de Espanha, França e outros países e foram objeto de referência nos meios de comunicação social genérica e especializada”. O vereador não quis utilizar a palavra “pena” mas lá disse que “foi com alguma surpresa que eu tive conhecimento, pelas redes sociais, que este ano, possivelmente, não se iria realizar. A confirmação foi dada agora pelo senhor presidente da Câmara”. Armindo Silveira referiu que “era um Festival que abrangia três Municípios” e disse que “gostava de saber o que falhou nesta organização” e “como é que isto acabou assim, de um dia para o outro”. Manuel Jorge Valamatos respondeu a Armindo Silveira, dizendo que o Festival “não acabou, muito pelo contrário. Fizemos duas edições e em 2020 pretendemos fazer a terceira edição de forma mais consolidada e determinada”. O presidente reconheceu que “já

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SOCIEDADE /

Mundo Rural mostrou-se em Lisboa

Não foi uma exposição sobre o interior do país, tão pouco de gastronomia ou de tradições culturais. Foi uma concentração no Terreiro do Paço que juntou cerca de cinco mil pessoas, segundo a organização. E a organização de uma concentração nacional em Lisboa, sem adereços ou protestos contra alguém, ou alguma instituição, em particular, partiu de Abrantes. No dia 22 de novembro, uma sexta-feira bastante chuvosa (de manhã) fez deslocar cidadãos de norte a sul do país ao Terreiro do Paço, zona próxima do Ministério da Agricultura. Cerca das 13 horas já por ali estava um grupo de homens do mundo rural que resolveram levar a toalha e, num dos bancos da praça, fizeram uma mesa farta onde não faltou o chouriço, o presunto e o queijo. Igualmente não faltou o pão e, claro, o garrafão de vinho. O mundo rural vive-se desta forma e diziam “na apanha da azeitona é assim, mas no campo”. Depois das 14 horas começaram a chegar em grupos ou de forma

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individual e alguns traziam t’shirt’s com mensagens de defesa do mundo rural, outros vinham munidos de cartazes e outros ainda de cartolinas. O objetivo era o mesmo. Mostrar que o mundo rural pode estar unido apesar de todos os seus

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019

/ André Grácio quer o Mundo Rural tal como ele é no discurso do Governo.

setores. Aliás, a forma como aconteceu esta concentração, embora com pouco mediatismo, foi disso um exemplo. Não foram as associações ou confederações setoriais que se juntaram. Foram os cidadãos anónimos que resolveram ir, por meios próprios, até Lisboa. Quando, a meio da concentração, desceram dois assessores do Ministério da Agricultura que vieram à praça para se inteirar das reivindicações, André Grácio, mentor da concentração, foi claro: “Nós não temos um documento para entregar e esta concentração é contra ninguém. Queremos apenas que olhem para o mundo rural como ele é, com todas as suas tradições e ajudem quem quer continuar a viver pelo interior do país.” A mensagem simples vinca a ideia de uma defesa global do interior do país. André Grácio vai mais longe e ao Jornal de Abrantes reafirma o que já havia dito: “Nós queremos continuar a viver no interior. Precisamos de políticas diferenciadoras e que criem condições

para atrair pessoas para o interior e não para as afastar. Nós não queremos que o país seja dividido pela A1 e A2. Mas queremos manter as tradições porque a nossa vida é no campo, com os animais, com a lama. É na agricultura, pecuária, na apicultura, na caça e pesca e, sim, também nas touradas.” Uma das frases mais ouvidas dos cidadãos presentes foi contra os partidos animalistas, que defendem políticas de cidade sem conhecer a realidade do campo. “Nós não aceitamos maus tratos aos animais, mas um cão correr nos campos num dia de chuva é mais feliz do que vestido com um casaco dentro de casa”, ouviu-se a um dos manifestantes. Já outros gritavam pela defesa da caça. E outros pelas touradas. E é neste campo, da tauromaquia, que por ventura pode haver posições mais controversas. Os mentores, alguns nem são muito adeptos das touradas e defendem que pode haver alterações à forma como estas acontecem, mas fazem parte do mundo rural português e não se pode acabar com elas num estalar de dedos. “Era um problema para a economia, para as espécies em causa e para os empregos que geram. Não podemos atirar para o ar e depois o Estado que resolva”, grita outro dos defensores do mundo rural. Alguns políticos não ficaram alheados desta concentração. O PSD foi ao Terreiro do Paço com três deputados, em que João Moura se mostrou ao lado daquilo que é o interior do país. Pedro Santana Lopes, líder do Aliança, também se mostrou ao lado daqueles que representam dois terços do território do país enquanto o deputado e líder do CHEGA, André Ventura, foi cumprimentando os presentes e ouviu as queixas afirmando que vai defender as tradições do país. O PCP deslocou ao local elementos da distrital de Lisboa e o CDS também foi mostrar a sua solidariedade. Aliás, os centristas apresentaram neste mesmo dia na Assembleia da República uma proposta para a criação de um Conselho Consultivo do Mundo Rural. André Grácio e Manuela Ruivo, dois dos mentores desta concentração, mostraram-se satisfeitos com a representatividade que se registou e que terá mesmo superado as expectativas. André Grácio revelou que o objetivo não é a criação de um movimento ou um partido político, antes mostrar que há uma ausência de representatividade do mundo rural, na globalidade. E no final deixaram a mensagem de uma concentração pacífica, sem alvos “a abater”, com conteúdo e limpa, já que dela não resultou lixo no chão do Terreiro do Paço. Resta saber se a semente vai germinar. Jerónimo Belo Jorge


ESPECIAL / 15 anos Tagusvalley

Tagusvalley 15 anos

// O Tagusvalley – Parque Tecnológico do Vale do Tejo, é um parque de ciência e tecnologia que está instalado em Alferrarede, nas antigas instalações da Quimigal, e celebra 15 anos de existência. O Tagusvalley é o único Parque de Ciência e Tecnologia do concelho de Abrantes, da região do Médio Tejo, do distrito de Santarém e até numa zona mais alargada do centro do país, desde o litoral até à raia. “Coloca-nos, portanto, numa posição estratégica na região”, disse Paula Grijó, presidente da Direção da Tagusvalley – Associação para a gestão do Tecnopolo. Num parque de ciência e tecnologia, “temos o conhecimento e temos as empresas” que se vão “alimentando” mutuamente, pois o conhecimento é produzido e entregue às empresas e, por outro lado, elas próprias também geram mais conhecimento. No Tagusvalley “trabalhamos na investigação aplicada”, ou seja, “no nosso ADN está a procura em desenvolver conhecimento que, conhecendo as necessidades do nosso tecido empresarial, possa ser aplicado para melhorar o desenvolvimento da empresa”. “Temos tecnologia ao serviço da comunidade, das empresas”, tanto no Inov’Linea - Centro de Transferência de Tecnologia Alimentar como no Line.IPT – Inovação Industrial e Empresarial, e “temos

esta perspetiva proativa de irmos junto das empresas fazer propostas de projetos e serviços que temos para oferecer mas o contrário também acontece , não só com empresas da região mas de todo o país”, explicou Paula Grijó que adiantou que “nos nossos centros de transferência de tecnologia e conhecimento prestamos serviços a empresas de vários pontos do país”. Para além do conhecimento, o Tagusvalley conta com a área dedicada ao empreendedorismo, à incubação e acolhimento empresarial. “Aqui prestamos apoio ao desenvolvimento de uma ideia de negócio desde o princípio até estar pronta a instalar-se”, com a vantagem de “sermos parceiros de um conjunto de entidades de âmbito nacional”. No Tagusvalley, quem tem um projeto novo que queira lançar, tem acesso a um conjunto de ferramentas “que o ajudam a dar esses passos mais rapidamente e ir falando com pessoas que podem ser úteis para essas ideias de negócio, quer na área financeira, da contabilidade, da imagem ou jurídica”. Ainda nesta área, “temos a incubadora, neste momento com

/ Paula Grijó e Pedro Saraiva 37 empresas e que também é, no fundo, o primeiro passo para elas crescerem. Temos, portanto, condições não só de apoiar as empresas que nascem aqui, como aquelas que aqui vêm incubar por entenderem que este é um ecossistema favorável ao desenvolvimento do seu projeto empresarial. E estamos a trabalhar agora no alargamento das nossas áreas de acolhimento empresarial em termos da sua diferenciação. Neste momento temos uma incubadora, vamos passar a ter também um acelerador”. Nestes 15 anos, segundo Paula Grijó, “não tem sido difícil” fazer com que as empresas que nascem

na incubadora se estabeleçam no concelho de Abrantes ou na região. “Das 69 empresas aqui criadas, 83% têm-se mantido vivas e ativas e se a grande maioria fica no concelho, as outras ficam na região. O desafio a respeito destes projetos tem a ver essencialmente com o conseguirmos dar mão-de-obra para que as empresas se possam fixar cá e terem área suficiente no acelerador para que possam crescer e seguir depois o seu caminho, indo, por exemplo, para a zona industrial”, acrescentou Pedro Saraiva, diretor executivo do Tagusvalley. Por último, “e esta tem a ver com o ADN daquilo que é o Parque”, fala-

mos da área da promoção da cultura científico-tecnológica. “Esta é uma área em que começámos a trabalhar no ano passado e é bastante inovador em termos do panorama nacional”, explica Paula Grijó. O projeto está a ser implementado em Abrantes mas a intenção é, num futuro próximo, envolver todos os municípios que compõem a CIMT – Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Neste momento, todas as turmas do 1º ciclo do concelho de Abrantes “têm no seu currículo o acesso à aprendizagem de linguagens de programação”, ou seja, “todos os alunos do 3º e 4º anos” estão a aprender algumas bases que, no futuro, independentemente da profissão que tenham, “vão ser muito importantes na sua formação”. O Tagusvalley tem, pelo segundo mandato consecutivo, a presidência da TecParques - Associação Portuguesa de Parques de Ciência e Tecnologia, que é a associação que representa os parques tecnológicos de Portugal. “Se aqui temos uma rede interna que já é muito importante para o nosso desenvolvimento, imagine-se o que é estarmos integrados numa rede de âmbito nacional em que cada parque tem áreas diferentes e onde podemos partilhar os nossos contactos e as nossas parcerias”, concluiu Paula Grijó, também presidente em exercício da Direção da TecParques. Patrícia Seixas

Dezembro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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ESPECIAL / 15 anos Tagusvalley

//Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, instituição que assume a presidência da Tagusvalley – Associação para a gestão do Tecnopolo, faz um balanço dos 15 anos do Parque de Ciência e Tecnologia e revela os investimentos que vão ser feitos num futuro próximo. “Esperamos que todos considerem que o futuro também passa por ali”, afirma. 15 anos de Tagusvalley... Já estava no Executivo aquando da criação do Parque Tecnológico. O que levou a que esta aposta se concretizasse?

Tanto em Portugal como na Europa, muitas cidades procuravam parques de ciência e tecnologia com a ideia de conseguir ter um espaço onde as empresas pudessem incubar, pudessem experimentar a sua atividade e que dali nascessem novas empresas e postos de trabalho. Em novembro estivemos no Encontro Ibérico de Parques Tecnológicos e percebemos que ali se desenvolve um mundo económico muito interessante. Há 15 anos percebemos a relevância de um parque tecnológico em Abrantes e tínhamos o espaço, que acabou por ser um dois em um. A Quimigal foi um polo industrial enorme, o espaço estava devoluto e era importante requalificar e a instalação do parque tecnológico do Vale do Tejo naquele espaço foi uma excelente aposta. Já ajudámos a constituir muitas empresas, já se criaram muitos postos de trabalho e o volume de negócios vai na ordem dos 50 milhões de euros ao longo destes 15 anos. Em impostos para o Estado e para o Município, já geraram uma receita de cerca de 5 milhões de euros.

Em setembro, foi anunciado um reforço de capital de 320 mil euros pela Câmara Municipal de Abrantes para a realização de um projeto com valor superior a dois milhões de euros e cuja candidatura já foi aprovada. Estamos a falar de quê concretamente?

Vimos essa candidatura aprovada pelo Portugal 2020, mais concretamente pelo Programa Centro 2020 e que tem a ver com candidaturas no âmbito de infraestruturas tecnológicas. É um investimento

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“O Tagusvalley foi uma aposta e continua a ser” previamente mapeado e validado pela Agência Nacional de Inovação. Este investimento prende-se com duas áreas distintas que se cruzam entre si mas que, no fundo, fecham este ciclo de investimento e o propósito destes 15 anos do Parque Tecnológico do Vale do Tejo, gerido pela Tagusvalley.

E o que vamos ver nascer naquele espaço?

No pavilhão que tem servido para a realização de alguns eventos e que está já num estado muito frágil, vamos ver nascer novas estruturas que pretendem ser espaços com capacidade para receber empresas. Fundamentalmente, empresas que já estão consolidadas mas que querem avançar com novos produtos ou novas estratégias de mercado. Ao lado desse edifício, vamos ter o acelerador para empresas que estão numa fase mais avançada de desenvolvimento e que precisam de um impulso e de informação mais especializada. Nestes dois edifício vamos ter um investimento de cerca de um 1.150.000 euros, sendo que vamos ter 650 mil euros de investimento noutra área, que tem a ver com desenvolvimento de produtos e equipamentos. Aqui tem a ver com a valorização do Inov’Linea e do Line.IPT, capacitando-os ainda mais tecnologicamente.

É desta que a ESTA se instala definitivamente no Tagusvalley ou continua a ser um projeto com uma maqueta?

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019

A Associação Tagusvalley, que gere o Tecnopolo, para além do Município de Abrantes, conta ainda com a Nersant e o IPT. Para nós, a presença da ESTA – Escola Superior de Tecnologia de Abrantes é importantíssima e decisiva no desenvolvimento do nosso concelho e da região. Temos vindo com o IPT a afirmar o reforço da ligação com o Parque de Ciência e Tecnologia e só vemos o crescimento e valorização da ESTA ligado ao Parque, também para o impulsionar porque estas forças cruzam-se. Por isso, faz todo o sentido que integre o Parque de Ciência e Tecnologia. E o investimento que falámos anteriormente vai preparar condições para instalarmos a ESTA pois a ESTA é um investimento à parte. Logo que estejam reunidas todas

“Temos muita confiança no futuro mas teremos que trabalhar muito”

as condições, avançaremos para a implementação do projeto.

As empresas tecnológicas não param de aparecer, inclusive no Tagusvalley. Tem o Município conseguido aproveitar o que vai surgindo na incubadora para dinamizar a área empresarial do concelho?

Há muitas empresas que têm vindo “beber” mais informação e tecnologia ao Tagusvalley e a grande maioria fica na região, algumas no nosso concelho e outras que procuram concelhos vizinhos. O Tagusvalley foi uma aposta, continua a ser, e esperamos que todos considerem que o futuro também passa por ali.

No início, o projeto era maior mas, com a crise económica, algumas ideias ficaram em stand by. Qual o futuro do Tagusvalley?

Com a ESTA instalada no Parque de Ciência e Tecnologia, com mais conhecimento, precisamos de mais notoriedade e mais projeção e seguramente muitas mais empresas irão nascer, muitos mais postos de trabalho serão criados, muito mais envolvimento haverá, maior sustentabilidade acontecerá. Neste momento estamos a investir dinheiro no Parque de Ciência e Tecnologia mas procuramos que, no menor tempo possível, o Parque se torne autossustentável e faça o seu caminho sem que haja investimento público. Temos muita confiança no futuro

mas teremos que trabalhar muito e de forma determinada para que a autonomia e a sustentabilidade do Parque aconteça o mais rápido possível. Não podemos é abandoná-lo.

15 anos depois... que balanço faz do Tagusvalley?

O Parque Tecnológico do Vale do Tejo foi criado com a intenção de aproveitar aquelas instalações devolutas que tinham o perfil certo para o projeto. O Parque de Ciência e Tecnologia foi denominado de Parque Tecnológico de Vale do Tejo e criou-se a Tagusvalley, a associação que faz a gestão. Foi uma excelente aposta, na altura sob a liderança de Nelson Carvalho, em algo que tem vindo a crescer com sistemáticas ampliações. Com as obras que vamos fazer agora, o Parque ganha uma posição e uma robustez ainda maior e começam a estar reunidas excelentes condições, também pela maturidade adquirida ao longo destes 15 anos, para se avançar agora para novas fases de desenvolvimento. Portanto, com muito esforço, dedicação, empenho, obviamente que com uma responsabilidade financeira significativa mas percebemos, também pelos 50 milhões de euros que já gerou, pelas dezenas de postos de trabalho que já criou, pela dezenas de empresas que ajudámos a construir, que é claro que vale a pena. E temos a expetativa de podermos fazer muito mais. Patrícia Seixas


ESPECIAL / 15 anos Tagusvalley

Uma casa com tecnologia e ciência // Em 2019 a visão do Tagusvalley em 2030 está escrita da seguinte forma: “Um Parque Tecnológico que em 2030 criou as condições para se afirmar no panorama regional e nacional como um polo de apoio à criação de emprego qualificado e ao serviço aplicado da inovação e desenvolvimento tecnológico nas empresas, particularmente orientado para os sectores da energia, do alimentar e economia circular, da metalomecânica e automação e das tecnologias de informação.”

Mas afinal de contas o que é o Tagusvalley? Trata-se de um Parque de Ciência e Tecnologia, fundado em 2004, que tem como principal acionista a Câmara Municipal de Abrantes (96%), tem ainda o Nersant (0,22%), Instituto Politécnico de Tomar (2%), Tejo Energia (1,56%) e pelo Instituto Politécnico de Santarém (0,22%). No que diz respeito ao funcionamento do Tagusvalley trabalha em rede e parcerias regionais, nacionais e internacionais. E dedica-se à prestação de serviços de inovação, incubação empresarial, desenvolvimento tecnológico e empreendedorismo; à captação e mobilização de empresas para localização no Parque Tecnológico; Integração em redes nacionais e internacionais de ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo; dinamização de projetos e atividades em cooperação entre Universidades, Institutos Politécnicos, centros de investigação, empresas e autoridades locais e regionais; criação de condições que possibilitem a instalação de um Centro de Incubação de Empresas e um Centro de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, no Parque de Ciência e Tecnologia do Vale do Tejo; desenvolvimento ou participação em projetos de investigação, empreendedorismo, incubação empresarial e desenvolvimento tecnológico de uma forma autónoma ou em parceria com outras entidades públicas, ou privadas do Sistema Científico e Tecnológico nacional e internacional; desenvolvimento de estudos e consultoria nos domínios da Inovação, empreendedorismo, incubação empresarial e Desenvolvimento Tecnológico; organização de atividades de investigação, formação, colóquios e seminários ajustados às neces-

apoio ao emprego, qualificação e empreendedorismo; na divulgação de programas comunitários; na promoção da mobilidade no emprego; e na formação profissional no espaço europeu.

2010-2018 Incubação de empresas

69 Faturação

•Revelabit é o laboratório de transferência de conhecimento no sector da comunicação organizacional: produção de conteúdos e consultoria técnica e é o que está a dar os primeiros passos.

Postos de trabalho

•T_Code> atua na literacia digital

50 ME 137 2019 Incubação de empresas

37 50 26

Postos trabalho nas empresas

Postos de trabalho nas instituições

sidades e estratégias do tecido produtivo regional. E na prática, o Tagusvalley pode “oferecer” a um empreendedor Pré-incubação e ideação; incubação de base tecnológica; incubação industrial; tecnologias de informação com maior intensidade de recursos humanos; aceleradores de Empresas; IT.Ppoint e ainda lotes e frações. Neste âmbito o Tagusvalley, como espaço dedicado à competitividade, inovação e desenvolvimento tecnológico, apresenta três laboratórios que permitem os mais variados serviços e apoio técnico.

•Inovlinea permite trabalhar na

transferência alimentar. Nas hortofrutícolas e cárneos com scale-up industrial e ensaios de mercado e processos de conservação com tecnologias emergentes (Aquecimento Óhmico); Alta Pressão Hidrostática; Ultrassons; Ultravioleta; PEF (nova tecnologia de processo) e Liofilização (processo com crescente procura de mercado).

•Line.IPT está na Indústria 4.0 e

no desenvolvimento de protótipos

com trabalho ao nível de máquinas; automação; e sistemas de informação.

•Inovpoint ou seja a incubadora do parque, tem serviços de incubação; programas de aceleração de ideias; apoio ao plano de negócios; acolhimento de empresas; espaços e equipamentos; instalações Plug & Play; competitividade; cooperação; networking; e desenvolvimento empresarial. •Inova-te, um Gabinete de Apoio

ao Empreendedor que pode dar apoio na validação de ideias de negócio nos sectores estratégicos do Parque Tecnológico (agroalimentar, energia, metalomecânica e tecnologias da informação, comunicação e eletrónica); apoio na validação de modelos de negócio; identificação de redes e parceiros; identificação de soluções de financiamento.

•GIP Tagusvalley é um gabinete

de inserção profissional que pode dar apoio na procura ativa de emprego; na divulgação de medidas de

e empreendedorismo no ensino junto de 500 alunos do primeiro ciclo. Quer dizer que, neste momento faz a promoção da literacia digital; empreendedorismo nas escolas; desenvolvimento de competências pessoais, empreendedoras e sociais; e promoção da cultura científica e tecnológica.

Tem ainda lotes para o acolhimento de empresas externas ao Parque Tecnológico do Vale do Tejo ou em fim de processo de Incubação com tipologia de utilização mista à medida das necessidades das empresas (300m2, 600m2, 900m2). Naquilo que é o futuro o Tagusvalley tem em projeto de execução o IT.Point (candidatura aprovada para um investimento de dois milhões 158 mil euros) para além de diversos investimentos nos laboratórios já existentes e diversos investimentos em equipamentos laboratoriais do Inovlinea, no Line. IPT no Revelabit. A estrutura organizacional apresenta 15 profissionais (objetivo de 19 em 2021) onde se inclui o diretor-executivo e tem ainda 11 protocolados com o Instituto Politécnico de Tomar, na área técnica e cientifica.

Dezembro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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ESPECIAL / 15 anos Tagusvalley

2 milhões de investimento no Parque Tecnológico //O IT.Point vai ser a nova infraestrutura do Parque de Ciência e Tecnologia do Vale do Tejo e vai permitir a requalificação de parte do maior edifício da antiga Quimigal, conhecido como o “pavilhão de exposições”.

O Tagusvalley apresentou uma candidatura ao programa Portugal 2020 na área de infraestruturas tecnológicas da região centro e a mesma foi aprovada, o que representa um investimento global de 2 milhões 158 mil euros. Neste contexto a Câmara Municipal de Abrantes deliberou reforçar a sua presença na estrutura acionista da Tagusvalley através da aquisição de 64 unidades de participação por 320 mil euros. O IT.Point é um “Centro de Acolhimento de Empresas de Tecnologia de Informação, espaço para acolhimento de empresas intensivas em recursos humanos altamente qualificados: suporte ao processo logístico partilhado das infraestruturas científicas e tecnológicas, empresas e entidades instaladas no Parque de Ciência e Tecnologia”. O IT.Point vai assentar numa área de 2400 metros quadrados [modulares]de área de acolhimento empresarial tecnológico. 900 metros quadrados num edifício que vai ser construído de raiz e vai ser um dos primeiros aceleradores de empresas. Depois vão ser mais 1500 metros quadrados de acolhimento direcionados para empresas de base tecnológica. Mas a ocupação do “pavilhão de feiras” só ficará completo quando para ali se mudar, em definitivo, a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), cujo projeto também está concluído e à espera de financiamento, possivelmente, do Portugal 2030. Acrescente-se que os laboratórios da ESTA já funcionam no Tagusvalley e os indicadores destas in-

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O T-Code está implementado no concelho de Abrantes e abrange 500 crianças fraestruturas apontam para que o conhecimento “científico e académico” esteja de “mãos dadas” e em simbiose com as outras estruturas. No mesmo processo está a reabilitação de um edifício para a criação da cantina de suporte à

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019

ESTA e ao Parque. O crescimento do Tagusvalley assenta nos centros de transferência de competência já instalados, o Inov Linea e o Line.IPT, estando o Revelabit a dar os primeiros passos na área das tecnologias da informação e comunicação. O objetivo estratégico é que o Tagusvalley crie as condições para se afirmar no panorama regional e nacional como “um polo de apoio à criação de emprego qualificado”.

T-Code ou a programação informática para crianças

O Tagusvalley atua no mercado das empresas tecnológicas, na

incubação empresarial, nos laboratórios ou no ensino superior. Mas como a tecnologia começa desde cedo, implementou o projeto T-Code que assenta na criação e gestão de conteúdos educacionais. Quer isto dizer que, de forma muito simples, este programa atua diretamente nas escolas do primeiro ciclo do ensino básico do concelho de Abrantes e aponta áreas de atuação na programação, gestão de conteúdos, webdesign e vídeo. Ou seja, coloca as crianças do ensino primário a trabalhar em softwares de criação de conteúdos ou animação [Scratch, Python3 e Raspberry Pi.]. Para já apenas implementa-

do no concelho de Abrantes, o T- Code pode crescer para a área do Médio Tejo e lançando o Tagusvalley num território no qual é a única estrutura do género. O âmbito do programa é nas escolas e a abordagem apresentada aos “miúdos” nos jogos, internet, automação e competências comportamentais. Com este programa, o Tagusvalley pretende: capacitar os jovens para as profissões do futuro; capacitar a região e as pessoas para as competências digitais; desmistificar a ideia que a programação está diretamente ligada à exclusão social; e reforçar as competências digitais nos professores.


ATUALIDADE / Abrantes

Cineteatro S. Pedro com fumo branco à vista

/ O cine-teatro S. Pedro está fechado há dois anos.

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O complexo processo do cineteatro S. Pedro, em Abrantes, pode finalmente ficar concluído no início do mês de dezembro. Falta apenas a sociedade Iniciativas de Abrantes, proprietária do imóvel, pronunciar-se sobre uma contraproposta que a autarquia abrantina apresentou, cuja decisão deverá ser tomada em assembleia geral no dia 8 de dezembro. Manuel Jorge Valamatos, à margem da reunião do executivo municipal de 26 de novembro, disse aos jornalistas que o processo está a caminhar para o fim e com boas perspetivas de resolução. Questionado sobre se a contraproposta apresentada era de 35 anos de arrendamento o autarca escudou-se em explicações revelando apenas que “há perspetiva de fumo branco, de muito fumo branco”. Valamatos não quis adiantar qualquer pressuposto do eventual negócio a ser celebrado entre a autarquia e a Iniciativas de Abrantes, mas nas entrelinhas foi deixando a mensagem de muita confiança na proposta que foi feita aos proprietários do imóvel cultural. Aliás, o presidente chegou mesmo a dizer que a Iniciativas de

Abrantes reúne a 8 de dezembro pelo que “dia 9 [de dezembro] os senhores jornalistas estão convidados para uma conferência de imprensa à porta do cineteatro”, sinal de que o acordo estará quase alcançado. Caso a Autarquia avance com a aquisição ou arrendamento, o cineteatro S. Pedro necessita de uma intervenção de fundo na estrutura e no seu interior antes que volte novamente a servir na sua função. Com este desfecho ganha forma a ideia que Manuel Jorge Valamatos deixou no ar no dia 26 de outubro, numa entrevista à Antena Livre, de que o antigo mercado diário de Abrantes vai ser um pavilhão multiusos. Nessa altura o presidente da Câmara revelou que Abrantes precisa de um pavilhão multiusos ou centro cultural [caso o negócio do cineteatro não se concretizasse]e de um pavilhão desportivo. E como locais apontou, também na mesma entrevista, o antigo mercado diário [pavilhão multiusos] e o antigo campo de futebol do Barro Vermelho. Também na última Assembleia Municipal Valamatos já tinha “avançado” com a possibilidade do antigo mercado diário de Abrantes poder ser um pavilhão multiusos com a garantia de salvaguarda das fachadas, mas com a reconversão dos espaços interiores.

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Dezembro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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REPORTAGEM /

A luta contra o preconceito e a importância de ouvir: debater a saúde mental é responsabilidade de todos nós Debater a importância da saúde mental, os seus sinais de alerta e os riscos que existem, bem como desconstruir os estereótipos existentes na sociedade e descobrir formas de reintegrar pessoas com problemas do foro mental na comunidade. Tudo isto esteve em cima da mesa no dia 16 de outubro, no Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, no âmbito da conferência “Saúde Mental – Diagnóstico e Prevenção”. A iniciativa, da organização do grupo Media On (detentora das Rádios Antena Livre, Rádio Tágide e do Jornal de Abrantes), da Rádio Aurora – A Outra Voz, e em parceria com o Município de Sardoal e com a Associação Internacional de Estudos sobre a Mente e o Pensamento, juntou vários especialistas num debate que contou ainda com testemunhos reais de quem luta diariamente contra o sofrimento e o julgamento da sociedade perante o diagnóstico de “doente mental”. “Arthur Fleck é um homem que enfrenta a crueldade e o desprezo da sociedade, juntamente com a indiferença de um sistema que lhe permite passar da vulnerabilidade para a depravação. Durante o dia é um palhaço e à noite luta para se tornar um artista de stand up comedy… mas descobre que é ele próprio a piada. Sempre diferente de todos em seu redor, o seu riso incontrolável e inapropriado ganha ainda mais força quando tenta contê-lo, expondo-o a situações ridículas e até à violência. Preso numa existência cíclica que oscila entre o precipício da realidade e da loucura, uma má decisão acarreta uma reação em

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cadeia de eventos crescentes e, por fim, mortais”. Foi assim, com a síntese que faz alusão ao filme Joker, estreado em 2019, pela voz do jornalista Jerónimo Belo Jorge, que se deu o mote para o debate. Nuno Faleiro Silva, psicólogo no Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, e responsável pelo projeto Rádio Aurora - A Outra Voz, foi o primeiro a usar da palavra e a alertar para uma realidade impactante: “As pessoas quando chegam aos cuidados de saúde mental chegam demasiado tarde”. Admitindo que “existe uma tendência para individualizar excessivamente a doença mental”, o psicólogo considerou que a principal causa para este adiamento se prende com “a discriminação” de que são alvo as pessoas que sofrem destas patologias. Discriminação essa que representa “uma outra forma de sofrimento” além daquela pela qual já passam por ter um problema de saúde. “A saúde mental é uma coisa de todos nós”. Nuno Silva realça que “a questão do estigma em Portugal tem tido pouca atenção”, isto é, a problemática dos estereótipos de que são alvo as pessoas com problemas de saúde mental – de que “são loucas, descontroladas, inválidas, violenta” - bem como a necessidade de recuperar a sua participação “cívica, social e de palavra” está não só esquecida e desvalorizada como “todo este imaginário coletivo perante as pessoas com problemas de saúde mental é uma enorme barreira na aproximação aos serviços”. Uma solução mágica não existe, mas há trabalho que “começa nas

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019

/ A conferência contou com vários especialistas na área da saúde mental

“Quando se tem um rótulo de doença mental [uma pessoa] deixa de ter outras doenças quaisquer”

famílias” e que vai desde “as autarquias até às escolas, nos cuidados de saúde primários, na comunidade, … todos temos responsabilidade na saúde mental”, defende, alertando para os números: “todos os anos se suicidam 1000 pessoas; a cada dia três pessoas suicidam-se, e é um problema seríssimo do ponto de vista da saúde pública”. No outro lado da moeda, o psicólogo reconhece que “há sinais de mudança” mas que os mesmos “só serão válidos quando se refletirem na vida das pessoas” e quando a

saúde mental deixar de ser “o parente pobre da saúde”. E se há local onde as ideias das crianças e jovens são formadas e onde se moldam pensamentos e comportamentos é nas escolas. Margarida Bolas, psicóloga do Agrupamento de Escola de Sardoal, garante que, no que toca à prevenção, “é possível fazer uma identificação atempada”, sendo que no caso dos alunos mais velhos são “eles mesmos que nos vêm bater à porta”. E ajuda a compreender o desenrolar dos problemas de saúde mental através da identificação de dificuldades que representam fatores de alerta: no caso dos alunos do pré-ciclo, ter dificuldades em brincar ao ‘faz de conta’, em descrever acontecimentos ou em pegar em lápis e plasticina podem ser sinais de alerta; já no primeiro ciclo, a presença de fobias, medos, inquietude, bem como queixas de dores de cabeça ou barriga sem motivo aparente, problemas em dormir e alimentar e até ter atitudes de bully (pessoa que pratica bullying sobre outras), são comportamentos a que famílias e comunidade escolar devem estar

atentos; já na idade da adolescência, alguns dos sinais prendem-se com a dificuldade na aceitação corporal pessoal, isolamento e preocupações excessivas com o rendimento escolar. No entanto, a psicóloga esclarece: “Estes sinais de alerta não são necessariamente sinais de alarme”. Mas e se lhe disser que você que está a ler isto pode ser parte ou vir a fazer parte da percentagem de população portuguesa que tem uma doença mental? Segundo o relatório da Health at a Glance 2018, da OCDE, (estimativas referentes a 2016), Portugal é o quinto país da União Europeia com maior prevalência de problemas de saúde mental. Ansiedade, depressão ou problemas com consumo de álcool e drogas, distúrbios bipolares e esquizofrenia são alguns dos casos. A representante da Federação Portuguesa das Associações das Famílias de Pessoas com Experiência de Doença Mental – FamiliarMente, Joaquina Castelão, revela que os problemas de saúde mental “afetam no mínimo 25% da população e em Portugal são mais de dois milhões de pessoas que podem


REPORTAGEM /

/ Filipa, Jusub e Rúben deram o seu testemunho, provando que é possível lutar pelos sonhos apesar do diagnóstico de problema de saúde mental

ser afetadas por doenças de foro mental”. A responsável salienta que “o Google não é a resposta para tudo” e que existe uma “falta de literacia muito grande” cuja “culpa é de todos nós” uma vez que não existem programas no sentido de apoiar as pessoas e famílias que sofrem com problema de saúde mental. “A família tem dificuldade em chegar aos profissionais de saúde devido à forma como o Serviço Nacional de Saúde está organizado”, constata. “Temos de ir subindo patamares”, explica a responsável, no sentido de explanar que não é um médico de família de clínica geral que fará o diagnóstico de uma pessoa com um problema a nível mental. A família foi outro dos pontos levantados neste debate, uma vez que esta acaba por sofrer com o sofrimento do familiar e com os custos e carga inerente à existência da doença, num país em que “não dispomos de serviços e número suficiente para apoiar a todos”, explica a responsável da FamiliarMente que vê nesta questão uma das maiores lutas. E se já se falou de crianças, jo-

vens e famílias, Luísa Delgado, diretora do serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar do Médio Tejo, veio introduzir outra palavra-chave na discussão: o idoso. “Particularmente aqui, no Médio Tejo, [o idoso] é uma realidade muito consistente”, referiu, destacando a importância de perceber “até que ponto esta questão está a fazer sofrer o próprio”. A responsável deixou a mensagem de que importa contrariar a ideia pré-feita de que “quando se tem um rótulo de doença mental [uma pessoa] deixa de ter outras doenças quaisquer” e deixou claro também que “psiquiatria não é só medicamentos”. Mas se a solução não passa completamente por medicação, o que devemos fazer? E o que devemos não fazer? Filipe Madeira, psicanalista, reiterou a importância de não dizer a alguém com um problema de saúde mental expressões como ‘deixar estar, isso não é nada’. “Isso não resolve a situação de dor”, alerta o especialista que considerou o isolamento como o principal fator que aumenta a gravidade da situação, com destaque para o isolamento

interno – isto é, no seio da família. Assim, a base para ajudar alguém com problemas a nível mental é influenciada por três pilares: as relações de família, as relações de amizade e as relações amorosas. Pilares onde importa “a possibilidade de nos projetarmos no futuro”, diz. Ouvir, dar atenção e olhar são alguns dos chavões que representam um importante papel para a reintegração e adaptação destas pessoas na sociedade. Cláudia Mourão, enfermeira especialista em saúde mental e membro do ACES Médio Tejo, destaca isso mesmo: “temos de aprender a olhar” sem discriminar e a tomar atitudes que “começam em cada um de nós, quer sejamos ou não especialistas”, de modo a combater aquilo que considera ser “grande”: a falta de vizinhança e a indiferença. E uma das atitudes a tomar passa por algo tão simples como anti-depressivos naturais. A água, o sol, o partilhar e falar, o amor, carinho e sexo, o riso, o dormir bem, o exercício físico, o respirar, o ter atividades de lazer. Em suma, pequenos mas importantes ‘pormenores’ que nos permitirão, explica a especialista, “mudar um bocadinho cada um de nós e uns aos outros”. E se as lutas são várias e há trabalho que tem vindo a ser feito, como “o papel positivo de trabalho na prevenção primária” desenvolvido pelo ACES Médio Tejo, o serviço de Psiquiatria do CHMT, projetos como a Rádio Aurora – A Outra Voz, entre outros, a responsável da Associação FamiliarMente, Joaquina Castelão, falou ainda nesta conferência na importância da aplicação de um plano de atuação para

“As pessoas quando chegam aos cuidados de saúde mental chegam demasiado tarde”

a área da saúde mental. Um plano que, diz a responsável, “existe, está aprovado, [e que a ser posto em prática atuará também na região do Médio Tejo] e não está em vigor por falta de verba”. Joaquina Castelão deixou ainda o apelo ao Estado para que “de uma vez por todas, olhe para a saúde mental como se olha para as outras áreas da saúde”.

“O problema que eu tenho não me define” E se é importante ouvir quem ajuda a tratar a dor e o sofrimento, importa também ouvir o lado que mais precisa de ser ouvido: quem sofre na pele com a colocação de rótulos por parte da sociedade e quem tem a força e a capacidade de se superar dia após dia. É o caso de Rúben Cruz, que carrega consigo síndrome de Asperger – uma perturbação do espetro do autismo que afeta as capacidades de relacionamento. Rúben começou a ser seguido por um psicólogo aos 7 anos. Era vítima de bullying e relata que “o problema era o isolamento”. “A minha família ficou sem chão e sacrificaram muito do seu tempo em debates e associações para saber o que eu sentia, o que eu era”,

conta-nos, recordando o momento em que descobriu que era portador de uma doença do foro mental. “As pessoas diziam que eu não chegava a lado nenhum e vejam onde eu estou agora... estou na Rádio Aurora!”. E está mesmo. Aos 21 anos, Rúben conseguiu ultrapassar os obstáculos que a doença lhe impunha e está há 4 meses envolvido no programa de rádio produzido do Hospital Júlio de Matos para todo o país, através da alavanca das rádios regionais como a Antena Livre. E Rúben deixa bem clara uma mensagem para todos nós: “O problema que eu tenho não me define”. Ao lado de Rúben estava Jusub. Contou-nos o quanto lhe custou “estar dependente da minha família” e o quão difícil “é ver a minha mãe na rua e ouvir ‘lá vai a mãe do maluquinho’ ”, num alerta para a crueldade da sociedade que julga não só quem tem o problema de saúde bem como aqueles que vivem em seu redor. Daí que, Filipa, outro dos testemunhos presentes na conferência, tenha realçado a urgência de se “falar mais sobre saúde mental e haver um contacto mais direto com as populações” para que “a sociedade não pense que somos ET’s”. Sublinha também que ir ao psiquiatra não pode ser apenas “eles receitarem medicamentos e pronto”, numa chamada de atenção para o mais essencial: falar e ser ouvido. E foi com esse propósito em mente que a conferência “Saúde Mental – Diagnóstico e Prevenção” juntou ao vivo e através das ondas sonoras da rádio ouvintes, especialistas e testemunhos, no sentido de mostrar que a prevenção começa em nós e ajudar o outro também. Ana Rita Cristóvão

Dezembro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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SOCIEDADE /

Bairro a Bairro, Aldeia a Aldeia: O projeto que leva a Junta de Freguesia até aos cidadãos Tal como o nome indica, a ideia é ir de bairro a bairro, de aldeia a aldeia, para reunir com a população das várias comunidades da União de Freguesias de Abrantes (São João e São Vicente) e de Alferrarede. Abertas a todos os cidadãos, estas sessões de debate e partilha promovidas pela Junta de Freguesia de Abrantes e Alferrarede têm como intenção “ouvir as pessoas” numa “conversa franca de café”, em que se esperam “criar soluções para alguns dos problemas que nos possam identificar”, conforme explica o presidente da União de Freguesias, Bruno Tomás. “Este projeto começou desde o primeiro dia em que fomos eleitos, há cerca de dois anos. A intenção é ouvir as pessoas porque aquilo que nós partilhamos com elas para nos poderem confiar o voto são para quatro anos e ao fim de um ano às vezes as prioridades mudam e nós precisamos da ajuda delas. Há aqui uma interatividade entre as pessoas sobre o que é que se pode melhorar”, explicou o autarca ao JA.

Bruno Tomás explica que estas sessões, que ocorrem mensalmente, acontecem “um mês na nossa parte mais rural, nas nossas aldeias, e depois no mês a seguir fazemos na urbanidade, nos bairros”. A primeira sessão foi nos Casais de Revelhos e desde então já passou por sítios como Sen-

tieiras ou Abrançalha, sendo evidente, diz o responsável, que “na ruralidade corre muito bem, as pessoas quando são convocadas ficam sempre disponíveis. Na urbanidade há muito menos participação. Há aqui qualquer coisa que ainda não percebemos, mas não desistimos.”.

CONSERVATÓRIA DO REGISTO CIVIL, PREDIAL, COMERCIAL E CARTÓRIO NOTARIAL DE SARDOAL --- CERTIFICO, narrativamente para efeitos de publicação, que no dia vinte de novembro de dois mil e dezanove, foi lavrada uma escritura de Justificação, exarada de folhas cinquenta e quatro a folhas cinquenta e cinco verso do Livro de Notas para escrituras diversas número Cento e três — D, na qual Fernando Constântino Moleirinho e mulher Maria de Fátima Conde Falcão Constantino Moleirinho, naturais da freguesia e concelho de Sardoal, casados sob o regime da comunhão geral, residentes na Rua Lúcio Serras Pereira, n° 31, Sardoal. Declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do prédio Urbano, sito na Rua Lucio Serras Pereira, no 31, freguesia e concelho de Sardoal, composto por casa de habitação de rés do chão e 1° andar, com a superfície coberta de duzentos metros quadrados e logradouro com cem metros quadrados, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 1611. Que o referido prédio, com a indicada composição, veio à posse, dos justificantes por Doação verbal efetuada por volta do ano de mil novecentos e noventa, de seus sogros e pais, respetivamente, Manuel Nascimento Falcão e Maria Eugénia Serras Leitão Falcão, casados que foram no regime da comunhão geral, residentes em Sardoal, não tendo porém, sido reduzido a escritura pública a referida aquisição. Que desde essa data, em que se operou a tradição material do prédio, passaram a trata-lo como se fosse seu, a utilizá-lo como casa de habitação, nele fazendo obras de conservação e restauro, a trazer pontualmente pagas as respetivas contribuições, a suportar os seus encargos, pagando os respetivos impostos, agindo com a convicção de serem proprietários daquele imóvel e como tal sempre por todos foram reputados. Que nos termos expostos, vem exercendo a posse sobre o mencionado prédio, com a indicada composição, ostensivamente, à vista de todos, sem oposição de quem quer que seja, em paz, continuamente, há mais de vintes anos. Que assim e dadas as características da sua posse, adquiriram o identificado prédio por usucapião, que aqui invocam por não lhe ser possível provar, pelos meios extrajudiciais normais, a aquisição do seu domínio e posse.

No entanto, destaca que esta iniciativa “está a acontecer há dois anos e é uma rotina e um hábito que temos de criar nas pessoas” num caminho de “política participativa”. Dia 23 de novembro aconteceu uma nova sessão da iniciativa, desta vez na Escola Nº4 de Abrantes, na Chainça. Apesar do “convite que é distribuído na caixa do correio, porta-a-porta”, a pouca adesão foi notória, com o autarca assumir que “devíamos ter muito mais gente do que o que tivemos” e que é necessário deixar “o conforto do lar” para “vir à reunião e partilhar”. Hora e meia de troca de ideias e possíveis soluções para questões que afetam o dia-a-dia da comunidade, debatidas entre o executivo da Junta de Freguesia e cinco fregueses que marcaram presença. Assim foi a sessão em que se ouviu desde o pedido de estacionamento para certos bairros até à repavimentação de várias estradas na freguesia, até ao aumento do número de contentores de lixo pela freguesia e passando ainda por questões de outra ordem, como a falta de apoio à terceira idade e o futuro da antiga Sociedade da Chainça. Mas se expor os problemas e apresentar sugestões é o primeiro passo, o segundo passará por resolver. Nesse sentido, quando questionado pelo JA sobre até que ponto é que as questões apresentadas pelos cidadãos serão postas em prática, Bruno Tomás explicou que é “muito simples: Nós fazemos sempre uma ata de cada reunião. São vários pontos que são compilados e sempre que podemos, na semana a seguir, o pedido de um sinal, disto e daquilo, tentamos estar no terreno e cumprir com esse desígnio. E

A Conservadora de registos: Sandra Maria Mano Cavacas

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019

E prova de que a junção da Junta de Freguesia à comunidade pode originar ideias e soluções é, por exemplo, a questão da antiga Sociedade da Chainça. Uma habitante da freguesia questionou sobre qual o futuro da antiga Sociedade e, após discussão, o executivo da Junta assumiu o compromisso de “em janeiro, nas instalações da Junta de Freguesia, na Chainça” ter lugar uma sessão de debate extraordinária com o propósito de entender qual o futuro que as pessoas querem para a antiga Sociedade. “É um ponto importante que temos que discutir com as pessoas. Nós, Junta de Freguesia, não temos legitimidade nenhuma para dizermos se é A ou se é B. O que nós temos é legitimidade para ouvir as pessoas da Chainça e encontrarmos, em conjunto, a melhor solução para a antiga Sociedade da Chainça”, reiterou Bruno Tomás. Ana Rita Cristóvão

--- CERTIFICO, narrativamente para efeitos de publicação, que no dia quinze de outubro de dois mil e dezanove, foi lavrada uma escritura de Justificação, exarada de folhas quarenta e nove a folhas cinquenta e uma do Livro de Notas para escrituras diversas número Cento e três — D, na qual Francisco da Silva Sobreira, e mulher Maria Matilde Serras, naturais, ele da freguesia e concelho de Sardoal, ela da freguesia de Alcaravela, concelho de Sardoal, casados sob o regime da comunhão geral, residentes na Praceta Cristóvão Falcão, Lote 56, 3° A, Massamá, declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do prédio rústico, sito em Venda, freguesia de Alcaravela, concelho de Sardoal, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, composto por olival, e solo subjacente de cultura arvense em olival, com a área de duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar pelo norte, sul e poente com Framaterra — Sociedade Agrícola e Florestal, Lda e Nascente, Elias Navalho Jorge, inscrito na matriz rústica sob o artigo 74 da secção J, que o referido prédio, com a indicada composição, veio à sua posse, por volta do ano de mil novecentos e oitenta e oito já no estado de casados, por compra verbal Augusto Lopes Louro e mulher Maria Umbelina residentes que foram em Monte Cimeiro, Alcaravela, Sardoal, não tendo porém, sido reduzida a escritura pública a referida Compra; Que desde essa data, em que se operou a tradição material do prédio passaram a cultiva-lo, a colher os seus frutos, a trazer pontualmente pagas as respetivas contribuições, a suportar os seus encargos, agindo com a convicção de serem proprietários daqueles imóveis e como tal sempre por todos foram reputados. Que nos termos expostos, vêm exercendo a posse sobre o mencionado prédio, com a indicada composição, ostensivamente, à vista de todos, sem oposição de quem quer que seja, em paz, continuamente, há mais de vinte anos. Que assim e dadas as características da sua posse, eles primeiros outorgantes adquiriram o identificado prédio por usucapião, que aqui invocam por não lhe ser possível provar, pelos meios extrajudiciais normais, a aquisição do seu domínio e posse. Sardoal, 4 de Novembro de 2019

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O compromisso que saiu da reunião com a comunidade

CONSERVATÓRIA DO REGISTO CIVIL, PREDIAL, COMERCIAL E CARTÓRIO NOTARIAL DE SARDOAL

Sardoal, 20 de Novembro de 2019 A Conservadora, em substituição legal: Sandra Maria Mano Cavacas

só assim, não vale a pena ser por palavras, só por atos.”. Além de ouvir a população, nestas sessões a Junta de Freguesia dá também a conhecer o trabalho que desenvolve ao longo dos 64 quilómetros quadrados de freguesia. O propósito, diz Bruno Tomás, é que “toda a gente perceba que a Junta de Freguesia de Abrantes e Alferrarede não limpa só valetas e varre ruas”. A próxima sessão vai acontecer em fevereiro e pretende “voltar à ruralidade. Vamos voltar à Abrançalha de Cima, Paul e Senhora da Luz, juntando estas três comunidades numa só reunião”, adianta Bruno Tomás.


SOCIEDADE /

Luna Hotel Turismo inaugura salão de eventos na passagem de ano Uma estreia “em grande” admite Tânia Evaristo, que levanta o véu e conta-nos que está a ser preparada uma festa “com muito glamour, com muito charme, mas também com muita diversão”. Isto porque o artista convidado é o Toy.

O salão pode acolher até 250 pessoas

“A festa vai ser composta por um welcome drink, vamos ter um jantar, vamos ter fogo de artifício, vamos ter a ceia, vamos ter animação noite dentro – também com DJ – portanto, como diria o Toy, vai ser ‘toda a noite’ ”, revela.

Uma noite especial, em que se espera casa cheia e prova disso são as “muitas reservas” que fazem com que sejam já poucos os lugares disponíveis para passar um réveillon num espaço a estrear. Ana Rita Cristóvão

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O Hotel foi inaugurado em junho de 2017 e as novidades não param de surgir desde então. A partir do próximo ano, que está já aí à porta, vai poder realizar o seu copo d’água, organizar um batizado, comemorar o seu aniversário ou até dar um baile no novo salão para eventos do Luna Hotel Turismo, em Abrantes. O anúncio do novo espaço já tinha sido dado em setembro pelo presidente de Câmara Municipal em reunião do executivo, onde Manuel Jorge Valamatos deu conta da satisfação pelo “grande investimento de reabilitação” que tem acontecido no antigo Hotel de Turismo e pela constante “valorização de todo o espaço junto ao hotel: as piscinas, os balneários, o ginásio e agora a construção de um novo espaço para eventos com uma cobertura ajardinada de forma artificial”. Entretanto a obra avançou e neste momento é tempo de “finalizar os últimos detalhes”, conforme contou ao JA a diretora do Luna Hotel Turismo, Tânia Evaristo. “Este é um projeto que já estava previsto desde que ficámos com o Hotel Turismo de Abrantes, agora Luna Hotel Turismo, e tem a ver com a efetiva necessidade e procura que existe para um espaço na cidade que consiga albergar um maior número de pessoas”, salienta. Com capacidade máxima entre “as 200 e as 250 pessoas sentadas”, o salão tem utilização prevista “para grupos e eventos. Portanto, tudo o que seja casamentos, batizados, jantares, comemorações, bailes, e tudo o que seja eventos que possam surgir, este espaço vai estar aberto precisamente para dar essa resposta. O salão de eventos vai ser mais um espaço disponível para essas comemorações”. Além disto, a responsável explica que este espaço “urge em existir” uma vez que vai também “dar a resposta em dias pontuais ao serviço diário do hotel” como é o caso do domingo, em que a casa enche e em que os 70 lugares da sala do restaurante principal não chegam para responder à procura, e vai também servir para comemorar dias especiais, como o dia dos namorados ou a Páscoa. Com vista para a piscina e para a árvore de natal da cidade – na torre da Telecom, no largo de Santo António, a abertura oficial do salão vai acontecer na passagem de ano.

CENTRO RECREATIVO E CULTURAL

Agradecimento Na impossibilidade de agradecer individualmente a todas as pessoas, que de diversas formas nos confortaram com o seu carinho e apoio durante este momento difícil, vimos agradecer profundamente as palavras, atos e gestos de apoio e amizade, muito especialmente a toda a equipa médica do hospital de Abrantes, com um agradecimento especial ao dr. Mário Gola, que acompanhou e cuidou de forma tão generosa e empenhada o nosso querido familiar. Homem de vida cheia, ser humano generoso, iluminava as nossas vidas na qualidade de marido, pai, avó, bisavó, tio, primo, sogro, amigo e nas tantas outras dimensões que assumia e deixa-nos um legado que jamais esqueceremos, temos a certeza que era esta a forma que queria ser recordado e que pretendia que pudessemos agradecer a todos os que fizeram o favor de ser seus amigos. Uma vez mais, muito obrigado a todos pelo vosso amor, amizade, carinho, apoio e respeito demonstrados à nossa família e ao nosso ente querido, que tem tantos amigos verdadeiros. Estamos muito gratos,

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA CONVOCATÓRIA Nos termos do artigo 16º, número 2 alínea b) dos estatutos convoco a Assembleia Geral do Centro Recreativo e Cultural de Barreiras do Tejo para reunir na sua Sede, sita na rua da Barca, n.º 107 em Barreiras do Tejo, no dia 13 de Dezembro de 2019, pelas 20,30h, com a seguinte ordem de trabalhos: 1- APRECIAÇÃO E VOTAÇÃO DO PLANO DE ACTIVIDADES PARA O ANO DE 2020, 2- APRECIAÇÃO E VOTAÇÃO DO ORÇAMENTO PARA O ANO DE 2020, 3- OUTROS ASSUNTOS DE INTERESSE PARA A COLECTIVIDADE.

Edmundo dos Santos Alves Data de Nascimento: 26 de Janeiro de 1931 Data da sua Partida: 28 de Outubro de 2019

Se a esta convocatória não comparecer o mínimo estatutário de metade dos associados fica, desde já, feita Segunda convocatória para 1 hora depois (21,30 h), funcionando então a Assembleia com qualquer número de associados, em conformídade com o disposto no número l do artigo 16º dos Estatutos. Barreiras do Tejo, 18 de Novembro de 2019 O Presidente da Assembleia-geral António Manuel Moreira Barata

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SOCIEDADE /

Sabe conduzir nas rotundas de Abrantes?

tundas de Abrantes, a Câmara Municipal de Abrantes responde desta forma: “(...) na cidade de Abrantes constata-se que na maior parte dos casos a dimensão das mesmas não permite a criação de duas vias de trânsito no seu interior pelo que não dispõem de qualquer sinalização horizontal, com exceção da Rotunda do Quartel, da Rotunda dos Plátanos e, eventualmente, da Rotunda do Olival, devendo, em todas as outras, designadamente nas mencionadas no pedido (Rotunda

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A circulação automóvel nas rotundas está definida no código da estrada, mas em Abrantes provoca discussões, algumas quase académicas. Afinal de contas as rotundas de Abrantes têm uma ou duas faixas de rodagem? E quem circula sabe o código da estrada? E faz infrações quando não cumpre? Para estas perguntas há, naturalmente, respostas para todos os gostos e algumas, dizem, baseiam-se em opiniões de quem sabe. No Jornal de Abrantes fomos à procura de respostas para saber se, em Abrantes, as rotundas têm uma ou duas faixas. A Câmara Municipal de Abrantes, que tem a responsabilidade da postura de trânsito no concelho, em resposta às perguntas efetuadas por escrito pelo JA, revela que a circulação normal segue as regras do código da estrada. Mas acrescenta que “a interpretação deste artigo torna-se algo confusa e mesmo de difícil execução quando nas rotundas há apenas uma via no seu interior porque nesses casos teremos que aplicar o artigo 13º, nº 1, do código da estrada”. Ou seja conduzir sempre pela direita. E à pergunta concreta de quantas faixas de rodagem têm as ro-

da Liberdade [Escola Dr. Solano de Abreu], Rotunda de São José [Lidl] e Rotunda da Portagem[Barreiras do Tejo], transitar-se em cumprimento do artigo 13º do código da estrada”. Ou seja, mesmo com duas faixas de acesso a estas rotundas, a circulação, pelos visto, deverá ser só por uma. Ora, desta forma pode haver um constrangimento no trânsito. Nesse sentido, na mesma resposta ao nosso jornal, a Autarquia revela que para “minimizar alguns problemas que estão a ocor-

rer nalgumas rotundas, pondera-se eventualmente a eliminação de uma via de trânsito na abordagem das rotundas onde a sua dimensão não permite a existência de duas vias no seu interior, bem como a execução de sinalização horizontal onde a mesma seja tecnicamente possível”. E nas escolas de condução, os instrutores contactados pelo nosso jornal indicam que ensinam como diz o código em rotundas com duas faixas, mesmo que não tenham marcações. “Já tiveram e foram desaparecendo com o tempo. Tinham duas faixas”, mesmo a do Lidl que é uma das que provoca mais discussões. Por isso, havendo duas faixas antes da rotunda, quem sair na primeira saída encosta-se à direita, quem sair nas outras encosta-se à esquerda e fará a rotunda por dentro. “Ensinamos assim porque é assim que, depois, os alunos vão fazer no exame e na sua vida” de condutores. Já do lado policial oficialmente não há posição, mas oficiosamente é muito simples. A polícia cumpre a legislação e as indicações da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). No caso de acidente, fazem o registo da ocorrência “e tiram as medidas”.

O que diz a legislação Artigo 13.º do Código da Estrada que a posição de marcha dos veículos deve fazer-se pelo lado direito da faixa de rodagem, conservando das bermas ou passeios uma distância suficiente que permita evitar acidentes. Artigo 14.º do mesmo código [sobre rotundas] que: 1 - Nas rotundas, o condutor deve adotar o seguinte comportamento: (...) b) Se pretender sair da rotunda na primeira via de saída, deve ocupar a via da direita; c) Se pretender sair da rotunda por qualquer das outras vias de saída, só deve ocupar a via de trânsito mais à direita após passar a via de saída imediatamente anterior àquela por onde pretende sair, aproximando-se progressivamente desta e mudando de via depois de tomadas as devidas precauções. Quando à ANSR, aguardamos a resposta às perguntas enviadas por email, com os casos concretos de Abrantes. No fim da linha estarão as seguradoras que poderão ter de decidir, caso haja um qualquer incidente. Das várias fontes que o JA contactou ninguém deu uma resposta concreta, mas a linha é a mesma. Há uma definição daquilo que são as regras do trânsito, mas face à ausência de linhas “desenhadas e visíveis” poderá ficar “a coisa dividida a meias, ou seja, 50/50”. Ou seja, há que seguir o código da estrada, mas ter muita atenção e, acima de tudo, muito bom senso na circulação nas rotundas. E se vai na via da esquerda tenha atenção, pois poderá estar a entrar numa rotunda só com uma via. Jerónimo Belo Jorge

NOTARIADO PORTUGUÊS CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE. ---Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte seis de Novembro de dois mil e dezanove, exarada de folhas cento e vinte e três a folhas cento e vinte e cinco verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas CENTO E OITENTA E TRÊS - A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual os Senhores GUALTER NUNES VASCO e mulher VANDA MARIA FERREIRA DIAS VASCO, casados no regime de comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Santa Margarida da Coutada, do concelho de Constância, residentes na Travessa D. Pedro V, número 3, em Constância, DECLARARAM que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do Prédio misto sito na Rua dos Combatentes, número 3, em Malpique, na freguesia de Santa Margarida da Coutada, do concelho de Constância, composto na parte urbana de casa de rés-do-chão para habitação, com a área de oitenta e um metros quadrados, dependência com a área de cinquenta e seis metros quadrados e logradouro com a área de vinte metros quadrados e na parte rústica de citrinos, olival e solo subjacente de cultura arvense de regadio sob coberto de olival, com a área total de mil e duzentos metros quadrados, inscrito na matriz urbana sob o artigo 54 e na matriz cadastral sob o artigo 39 da secção 011 . ­---Que a parte urbana do prédio encontra-se descrita na Conservatória do Registo Predial de Constância sob o número NOVECENTOS/Santa Margarida da Coutada e lá inscrita a favor de MAXIMIANO JOSÉ DE MOURA ou MAXIMIANO JOSÉ DE MOURA JÚNIOR, casado, pela Ap. 3, de 06/02/1897 e que a parte rústica do prédio está omissa na Conservatória do Registo Predial de Constância. ­---Que, o identificado prédio misto, veio à sua posse em três de Dezembro de dois mil e dezoito; por lhe ter sido adjudicado em Processo de Inventário por óbito de João Félix Abreu e mulher Florinda Maria Nunes, com o número 706/13.4TBABT, que correu termos no Juízo Local Cível de Abrantes, Tribunal Judicial da Comarca de Santarém, (Verba 37) e que o prédio, por sua vez, veio à posse dos Inventariados por herança aberta por óbito de Jerónimo Nunes, falecido em dezanove de Maio de mil novecentos e sessenta e cinco e de Umbelina Maria, falecida em dez de Outubro de mil novecentos e noventa, pais da Inventariada Florinda Maria Nunes-”·­---Que, no ano de mil novecentos e cinquenta e cinco, o falecido Jerónimo Nunes, comprou o prédio urbano inscrito na matriz sob o artigo 54 da freguesia de Santa Margarida da Coutada, do concelho de Constância, ao titular inscrito Maximiano José de Moura ou Maximiano José de Moura Júnior, mas os justificantes desconhecem se foi feita a competente escritura, mas sabem que o mencionado Jerónimo o adquiriu há mais de sessenta e quatro anos e que desde então o possuiu por si, continuando a posse a ser exercida pelos Inventariados João Félix Abreu e mulher Florinda Maria Nunes, e actualmente pelos justificantes, como legítimos proprietários, usufruindo do referido imóvel, utilizando-o, fazendo obras de beneficiação, amanhando-o, cultivando-o, apanhando a fruta e cortando a madeira, suportando e pagando as respectivas contribuições e impostos, e ainda, sempre procederam a expensas suas às limpezas que foi necessário fazer-lhe ao longo do tempo, que sempre exerceram a posse ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuadamente, há mais de vinte anos, sendo por isso uma posse pacifica, continua e publica, e de boa fé, pelo que adquiriram o referido prédio por usucapião. ··­---Que o prédio urbano encontra-se registado provisoriamente por dúvidas, a favor dos ora justificantes, pela Ap. 643, de 03/07/2019. ­---Que os justificantes não possuem, assim, título que permita estabelecer o trato sucessivo dos titulares inscritos, até ao referido Jerónimo Nunes. ---Que os titulares inscritos foram notificados por carta registada com aviso de recepção, para a morada conhecida, e editalmente nos termos do artigo 99.º do Código do Notariado, nomeadamente pela afixação de editais na Junta da freguesia de Santa Margarida da Coutada, do concelho de Constância e na Conservatória do Registo Predial de Constância, cujo Processo se encontra arquivado sob o número 04/2019, de 2019, no Maço de Notificações de Titulares Inscritos. ­---Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. ---Abrantes, 26 de Novembro de 2019.

A Notária SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE

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JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019


CULTURA / NOMES COM HISTÓRIA / Grupo

Este largo e a Alameda de Santo António que o continua formam um extenso espaço verde, situado na zona alta da cidade. O nome actual proveio de um antigo convento de franciscanos que outrora existiu neste local e do qual não existem vestígios, a não ser uma cisterna que ainda podemos ver junto do eléctrico da Telepizza. Esta foi a terceira localização deste convento que tinha como patrono Santo António, também ele frade franciscano, cuja primeira fundação data de 1526, na ribeira da Abrançalha junto da ermida da Senhora da Luz. Aí estiveram alguns anos, mas por ser um sítio insalubre, passado algum tempo deslocaram-se para Vale de Rãs, um local com muita água mas bastante húmido, pelo que os frades continuavam a adoecer muito frequentemente. Pediram então autorização ao rei Filipe I para se instalarem num local chamado Fonte do Ouro, já bem perto da então vila de Abrantes. Obtido o consentimento do rei, foi lançada a primeira pedra em 15 de Maio de 1601, mas só mais tarde construíram a igreja do convento, sendo a primeira missa rezada a 14 de Abril de 1721. Segundo testemunhos da época, era um templo que embora pequenino era muito bonito e asseado… Com a extinção das ordens religiosas em 1834, fecharam o convento e algum tempo depois a Câmara comprou aqueles terrenos e tudo foi destruído. Em 1860, no local onde estava a igreja, foi construído o matadouro municipal que ali funcionou até meados do século XX. Dele restam apenas as duas colunas que podemos ver na parte central do Edifício Pirâmide, construído no mesmo local, no início do presente século. Em frente do edifício Pirâmide, no centro de uma pequena rotunda, encontra-se o monumento de homenagem ao Dr. Manuel Fernandes, médico famoso que entre 1923 e 1959, ano da sua morte, muito contribuiu para o desenvolvimento da cidade. Tratava igualmente os ricos e os pobres, facto pelo qual chegou a ser bastante criticado na altura e que lhe trouxe mesmo muitos dissabores. Ainda jovem, entrou no corpo clínico do Hospital do Salvador, então ligado à Misericórdia,

Largo de Santo António

Regularize o pagamento dos portes de envio do seu jornal através da nossa redação ou por transferência bancária: NIB 0035 0001 9517 6307 7 Juntos fazemos uma região muito mais forte! e aí prestou sempre gratuitamente os seus serviços. Mesmo o dinheiro que recebia das consultas prestadas aos menos necessitados era por ele entregue à instituição. Como na altura havia muita pobreza em Abrantes, criou, como valência da Misericórdia, o Posto de Protecção à Infância que disponibilizava consultas, vacinas e alimentos gratuitos a crianças de tenra idade. Trabalhou também na Sopa dos Pobres que, como o nome indica, fornecia comida aos mais desfavorecidos e abrigava raparigas sem apoio familiar. Além de médico foi também um cidadão empenhado e ao seu dinamismo e espírito empreendedor se deve a construção de uma Casa de Saúde, moderna e bem equipada, do Hotel de Turismo, Colégio de Nossa Senhora de Fátima, Teatro de S. Pedro e Colégio La Salle. O edifício da Casa de Saúde, muito modificado e aumentado, alberga agora a Abranclínica. Logo no ano seguinte à sua morte, a população abrantina erigiu-lhe este monumento, colocado num local por ele muito vivido, porque próximo da sua residência, situada na rua de Santa Iria, do seu local de trabalho na Casa de Saúde e do hotel que ele frequentava nos poucos tempos livres de que dispunha. Da autoria do escultor Vítor Marques, então jovem professor da Escola Industrial e Comercial de Abrantes, é feito em pedra e composto

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Teresa Aparício

Desejamos a todos os nossos leitores, ouvintes, anunciantes, parceiros e colaboradores um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de sucessos.

por duas partes: uma rectangular onde se encontra incrustado um medalhão em bronze com a sua efígie e por baixo vemos um cálice com uma serpente enroscada, cuja simbologia está ligada à Medicina. Ladeando o medalhão, estão gravadas (hoje quase invisíveis) cenas da mitologia grega representando os trabalhos de Hércules, herói grego que simboliza a força e a coragem, atributos que a ele muito se adequavam. Sobre esta pedra ergue-se outra que termina com dois pináculos, um deles truncado, representando a sua vida terminada prematuramente, quando ainda muito dele havia a esperar. Este vasto espaço, quando ainda era um terreno térreo e desarborizado foi também um muito frequentado lugar de negócios. A partir de 1893, começou ali a realizar-se um mercado mensal de gado, que chamava a Abrantes muitos agricultores da região e em 1920, no terceiro domingo de cada mês, passou a ser o local do mercado de roupa, calçado e quinquilharias várias. Em 1954, com a construção do hotel, sentiu-se necessidade de dignificar os espaços próximos, pelo que foram transferidos os mercados para a Esplanada Dr. António Augusto da Silva Martins, hoje Largo 1º de Maio e iniciaram-se então os trabalhos que conduziram este local àquilo que ele é hoje, um espaço ajardinado, verde e agradável.

Dezembro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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ATUALIDADE / Abrantes

Luís Ferreira, munícipe residente em Alvega, foi pela segunda vez a uma reunião da Câmara Municipal de Abrantes para alertar o Executivo da situação dos moradores da Estrada Nacional 118, junto às bombas de combustível. Na reunião de dia 12 de novembro, Luís Ferreira começou por falar “do estacionamento indevido em cima do passeio porque isso continua, principalmente com os camiões a danificarem o passeio”. O munícipe acusou os condutores de “estacionarem na estrada, pondo em perigo os demais utentes da via, incomodam quem está em casa a descansar porque deixam o camião a trabalhar enquanto vão ao café”. Para este problema, Luís Ferreira lembrou que já se falou “na colocação de uns pilaretes e a marcação da estrada com uma linha amarela para alertar os condutores de que ali é proibido estacionar. Isso continua tudo por fazer e está a fazer um ano que eu ando a alertar para estas situações”. O parque de estacionamento contíguo à superfície comercial que recentemente abriu naquele espaço também parece trazer problemas aos moradores. Segundo Luís Ferreira, o parque ficou elevado, com vista para os quintais e o trânsito passa agora pela Travessa das Nogueiras. “A construção do estacionamento após a demolição de uma casa de habitação não é mais do que uma varanda e um miradouro sobre a minha propriedade e as dos meus vizinhos”, afirmou Luís Ferreira que adiantou ainda que o “muro de 90 centímetros é uma coisa que não se pode admitir pois não posso estar no meu quintal sem que a aldeia inteira saiba o que é que eu estou a fazer”. E acusou a Câmara de ser responsável por “deixar construir e não ter ação de fiscalização sobre aquilo que ali estava a ser feito. Nem sequer se preocuparam com os outros moradores”. Na opinião de Luís Ferreira, “esse parque de estacionamento não tem razão de ser e faz com que todo o trânsito que ali pare, circule pela Travessa das Nogueiras. É uma travessa e que sempre serviu somente para os moradores”. No entanto, frisou, “nós não somos contra o facto de as pessoas utilizarem a Travessa das Nogueiras pois sempre foi utilizada. Mas utilizem-na com a entrada e a saída que sempre existiu, junto à fonte. É que, neste momento, estamos a viver dentro de uma rotunda”.

As explicações da Câmara Municipal

Manuel Jorge Valamatos respondeu depois ao munícipe, alertando para o facto da Nacional 118 estar

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OPINIÃO /

José Alves Jana FILÓSOFO

Chumbar sob a alçada da Infraestruturas de Portugal (IP). No entanto, a Câmara afirmou que a colocação de pin’s naquele local está a ser avaliada. O autarca considerou que a “situação está relativamente avançada e julgamos que num curto espaço de tempo, ou nós ou a IP, irá colocar ali uns pin’s de proteção àquela zona do passeio, tanto para proteger o passeio das deformações como para proteger as pessoas que ali circulam”. Manuel Jorge Valamatos garantiu que “iremos avançar logo que tenhamos luz verde da Infraestruturas de Portugal”. Relativamente à solução para aquele local, foi o vereador João Gomes quem respondeu, referindo que, ali, são os condutores que estão a infringir as regras, incorrendo num ilícito e considera lamentável que a Câmara tenha que agir para fazer cumprir. “A Câmara tem que assumir as suas responsabilidades mas estamos a falar de uma situação muito concreta: estacionamento irregular em cima do passeio. E há entidades que também têm que fazer essa gestão”, referindo-se à ação de fiscalização por parte da GNR. João Gomes acrescentou mesmo ser “lamentável nós termos que estar a agir por falta de civismo das pessoas”. Já em relação à fiscalização e ao estacionamento, João Gomes garantiu que tudo foi feito segundo as regras e também esclareceu a altura do muro que foi construído. “Lamento dizer-lhe”, dirigindo-se a Luís Ferreira, “mas não é verdade que não tenha havido fiscalização”. O vice-presidente lembrou ainda que se trata de “um posto de desenvolvimento para aquele local com a abertura de um supermercado, que tem uma bolsa de estacionamento que garante estacionamento ordenado e localizado já para evitar que as pessoas parem na estrada ou em cima dos passeios”. Já em relação ao muro, o vice-presidente disse não perceber “a questão da privacidade”. João Go-

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019

mes reiterou que o muro cumpre com a lei porque “entre propriedades, a altura pode ir até 1,80 m”. Explicou depois que a cota do terreno de Luís Ferreira está abaixo da cota do parque de estacionamento e optou-se por não se construir um muro com 1,80m “porque depois o senhor ia dizer que nós lhe tapámos o sol”. Mas deixou ainda uma solução ao munícipe: “se acha que a sua privacidade foi comprometida, o senhor é que pode fazer do seu lado alguma vedação que evite essa situação”.

A oposição

Também a oposição comentou a situação de Alvega. Armindo Silveira, vereador do Bloco de Esquerda, disse ter estado no local e verificado a questão do estacionamento irregular mas referiu, acima de tudo, a demora dos processos. “Eu desloquei-me ao local para verificar os problemas que foram levantados já na reunião de setembro e que voltam agora aqui a ser falados”, começou por dizer o vereador, que não se quis pronunciar acerca da questão do licenciamento por confiar nos serviços. No entanto, acrescentou que “é óbvio que o parque de estacionamento está muito mais elevado do que os quintais e a privacidade acabou por ser afetada”. Já no que diz respeito ao estacionamento ilegal na estrada, em cima do passeio, Armindo Silveira contou que “no dia em que lá fui e já lá passei outras vezes, estava lá um grande camião parado”. Já Rui Santos, vereador do PSD, também esteve no local, e assumiu que falou com as autoridades a esse respeito. “Dentro daquilo que também são as competências dos vereadores, inteirei-me da situação e alertei as entidades competentes”, disse o vereador social-democrata. Relativamente à fiscalização e licenciamento do parque, Rui Santos não se pronunciou e deu “como verdadeiras as explicações prestadas” pelo vice-presidente. Patrícia Seixas

O

chumbo é parte de uma eficaz bateria de técnicas da escola seletiva: o seu objetivo é garantir que poucos chegam ao topo. Não é apropriada numa “escola para todos”, de escolaridade obrigatória, porque esta não tem aquele objetivo. Na velha escola, quando um aluno não tinha sucesso era posto fora: o exame e o chumbo serviam para isso. Na escola para todos, de ensino obrigatório, por definição ninguém pode ser posto fora. Qualquer análise estatística mostra que são os pobres os que mais chumbam: o chumbo é parte de uma tecnologia que evita que os pobres tenham sucesso. A escola tem sido lugar de massacre e humilhação dos pobres. Todas as análises mostram que o chumbo de um aluno quase nunca lhe traz benefícios: não resolve o problema, agrava-o. Então, é chumbado para quê? É e sempre foi mais fácil pôr um aluno fora (da sala, da escola) do que ensiná-lo. É mais fácil certificar o insucesso do aluno, chumbá-lo, do que ajudá-lo a ter sucesso. Mas este é que é o trabalho – outro trabalho – da escola para todos. A velha escola não ensinava tão bem como se quer fazer crer: basta ver os estudos de iliteracia para ver que

ensinava muito pouco e o uso que as pessoas fazem hoje do que (mão aprenderam). Não é por razões económicas (poupança) que se quer reduzir ou eliminar o chumbo da escola pública. A poupança é uma boa medida, mas não é a principal razão. Reduzir ou eliminar o chumbo não é passar o aluno que não sabe, é a escola (e não só) organizar-se para que todos os alunos aprendam o mais possível. Não é verdade que todos os alunos tenham de atingir o mesmo padrão elevado. A Carla nunca aprenderá a ler e escrever, mas vai ter de andar na escola uma dúzia de anos: chumbá-la ano após ano é apenas tortura. A tecnologia da escola selectiva afirmou-se e consolidou-se na sociedade e no sistema escolar e os professores praticam-na há 200 anos. A escola para todos, de ensino obrigatório, exige outra bateria de técnicas para promover o sucesso de todos. Desde logo a definição do que pode ser isso de sucesso de todos: não pode ser todos passarem no mesmo teste para todos no fim de um ensino igual para todos. Que é então? Mas uma nova tecnologia de sucesso para todos exige uma boa formação de professores, exige novos instrumentos e novos hábitos de trabalho, e exige uma nova organização da escola. Repito: a solução não é, não pode ser, passar o aluno que não sabe, mas ensiná-lo. Mas como? Este é que é o nó central do problema, isto é que devia estar a ser discutido. Desde há 200 anos que há “esta” escola e se repetem as queixas de que “hoje” a escola já ensina pouco. Se fosse verdade, qual seria a boa conclusão? Desde que há escrita, há 5.000 anos, repetem-se as queixas de que a juventude de “hoje” não presta, a civilização está ameaçada. A prova de que isto é mentira está nos sucessos alcançados a todos os níveis: da ciência às artes, dos negócios ao desporto. Os resultados caiem do céu? P.S. – Não deixo de me espantar quando vejo pessoas proferir sentenças definitivas sobre problemas que não se deram ao trabalho de pensar e estudar… vê-se no que dizem. E dizem elas que dantes a escola ensinava bem. O quê?

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Estacionamento irregular na EN 118, em Alvega, revolta moradores


REPORTAGEM / Presépio da Serra, uma tradição em movimento

Nuno Alves MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS nmalves@sapo.pt

/ Assim foi o presépio da Serra em 2018 (foto de José Manuel Pires)

/ Representação de um lagar de azeite antigo, em alusão a uma das atividades características da região Desde “o lagar, a serração, o edifício da Câmara de Mação, os coretos, as fontes, a escola” até aos ofícios como o do ferreiro, o malhar do pão, da apanha da azeitona, do jogar das cartas e dos miúdos a brincar” e até à representação do “barco no Tejo característico da Ortiga”, são diversos os motivos trabalhados ao pormenor e que chamam gente da região, e de fora, para vir apreciar esta arte e ir “escrevendo o mérito da obra”. Uma tradição que acaba também por chamar os filhos da terra, que dali saíram por circunstâncias da vida, a vir dar uma mãozinha. “A associação foi o fermento para que aqueles que tiveram que se deslocar para outras paragens nunca perdessem a ligação à sua aldeia. E este presépio leva a que as pessoas tenham uma ligação forte à aldeia e daí haver toda esta dinâmica para que o José Manuel consiga fazer esta obra”, diz-nos Manuel Serras, que admite que o presépio acaba por ser um bocadinho de todos os cerca de 76 habitantes da aldeia da Serra. Mas o reconhecimento não é apenas de quem visita. Manuel

Serras refere que “a Câmara Municipal já atribuiu uma verba anual de prémio pela obra. O presépio no primeiro ano foi a concurso, mas como tem algum relevo a Câmara deixou de o pôr a concurso, atribuindo um montante anual de prémio, para despesas de manutenção, etc”. Com peças diferentes, novos acrescentos e num espaço próprio, o presépio da Serra é “uma obra que merece ser visitada”, defende o presidente da Associação Recreativa e Cultural da Serra, que deixa as indicações para os mais desorientados: “vindo do lado de Alferrarede, passando depois pelo Sardoal, como quem vai em direção a Vila de Rei, vê uma placa que diz ‘Venda Nova’. Virando à direita, são mais uns quilómetros em frente até encontrar a placa da aldeia da Serra”. Com inauguração a 7 de dezembro, o presépio da Serra vai estar em exposição até ao dia 12 de janeiro e pode ser visitado das 13h00 às 16h00 nos dias úteis, e das 10h00 às 18h00, aos fins de semana, sendo ainda possível agendar visitas de grupos. Ana Rita Cristóvão

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e há tema que na esfera internacional gera amores e ódios é a globalização. Num extremo estão os grupos anti-globalização, que permanecem fieis à oposição contra as desigualdades económicas e uniformização cultural que a globalização trouxe. No outro extremo, estão os defensores da globalização. O argumento é simples e igualmente válido: a globalização traz com ela benefícios e oportunidades para todos se for bem regulada. O ponto fulcral está no reforço das capacidades e competências das principais organizações internacionais, como a ONU, a OMC, o Banco Mundial ou a UNESCO, para fomentar a paz e segurança, promover o desenvolvimento económico de forma partilhada e com ganhos mútuos, bem como a protecção e valorização do património cultural de cada povo. Contudo, a globalização mudou o mundo de outra forma. A globalização permitiu a universalização de conceitos civilizacionais agora partilhados, regra geral, por todo o mundo, de forma relativamente consensual. Em primeiro lugar, a globalização permitiu-nos adquirir a conciência de “nós” enquanto seres que não estão restringidos ou constrangidos por barreiras fronteiriças. Somos uma comunidade global de seres humanos, independentemente da nacionalidade, tribo, clã, etnia, cor ou religião. Somos todos iguais. E isso trouxe-nos a consciência do valor e necessidade de protecção e valorização de direitos fundamentais que sustentam os pilares da civili-

Pela globalização da consciência zação moderna e imprescindíveis à condição humana: o valor da vida e da dignidade humana, o direito à individualidade, ao bem-estar e felicidade pessoal e colectivos. Mas mais importante que tudo foi a consumação e reconhecimento da existência de uma comunidade global humana com desafios comuns que não poderão ser endereçados de outra forma que não seja colectivamente. As ameaças à segurança, à prosperidade económica e mesmo à sobrevivência da própria civilização humana são agora globais e colectivas. Isso mostra-nos que sem um esforço conjunto internacional, sem iniciativas globais coordenadas supra-nacionalmente e para lá dos interesses individuais dos Estados, qualquer acção unilateral nunca chegará a conseguir enfrentar essas ameaças. Questões como guerras regionais, fluxos migratórios, refugiados, as alterações climáticas, desigualdades económicas, redes criminosas transnacionais ou a sobreexploração dos recursos naturais são agora problemas comuns a toda a humanidade que minam cada vez mais intensamente os pilares da nossa sociedade. Sem uma acção conjunta, estas ameaças continuarão a ganhar uma força que brevemente poderá estar fora do nosso poder de resolução. Contudo, independentemente dos seus problemas, a globalização dá-nos uma certeza: a unidade faz a força.

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Já dizia o poeta Fernando Pessoa que “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. E foi do sonho de um homem que nasceu “um presépio especial” que é hoje património inconfundível e parte do legado do concelho de Mação. Estamos a falar do Presépio da Serra. Uma autêntica obra de arte que começou a ganhar vida em 2010, quando José Manuel Pires, natural da aldeia da Serra, decidiu apresentar a sua ideia à Associação Recreativa e Cultural da Serra, no sentido de aí encontrar uma casa para aquele que é um presépio em movimento à dimensão da aldeia. Com a colaboração especial da sua esposa, Maria Adélia, que, “com muita cumplicidade, assumiu a feitura e manutenção das roupas que vestem as figuras do presépio”, bem como o embelezamento do espaço em redor, a obra foi inaugurada no salão da associação e exposta ao público pela primeira vez em 2011. Quem nos conta a história é Manuel Serras, presidente da coletividade, que tem bem presente na memória aquilo que tem sido a evolução deste minucioso trabalho e que não esquece todos aqueles que vão ajudando o senhor José Manuel a levar cada vez mais longe o nome da aldeia. “Todos os anos, o presépio foi sempre diferente”, conta-nos. E este ano não é exceção. Até porque 2019 representa uma nova página na história deste projeto. “O presépio foi crescendo e entretanto o espaço no salão da associação foi sendo pequeno, portanto sentiu-se a necessidade, devido ao valor da obra em causa, da aquisição de um terreno próximo da associação. Comprou-se esse terreno para instalar o presépio. A obra iniciou-se em 2018 e já está concluída”, revela Manuel ao JA. Assim, numa nova casa que é “exclusivamente para o presépio” e que foi preparada a partir do zero, o presidente da associação explica que este ano se alcança uma “outra apresentação” ao mesmo tempo que se “dá dignidade à obra”. Os trabalhos começaram no início do ano e não é difícil perceber o porquê: são 40 metros quadrados de presépio, alimentado por 250 metros de cabo elétrico, 100 metros de tubo de água, entre uns tantos parafusos e outros materiais. Isto tudo para fazer brilhar as 120 figuras “vestidas a rigor”, das quais 49 em movimento, num presépio onde estão representadas 21 profissões. Tudo feito pelas mãos de José Manuel Pires.

OPINIÃO /

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PUBLICIDADE / NOTARIADO PORTUGUÊS

---Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte e um de Novembro de dois mil e dezanove, exarada de folhas cento e uma a folhas cento e nove verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas CENTO E OITENTA E DOIS - A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual os Senhores ARLINDO LUÍS DOS SANTOS e mulher MARIA MARGARIDA QUINTAS, casados no regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Souto, do concelho de Abrantes, residentes na Rua Combatentes do Ultramar, número 491, em Sobral Basto, Carvalhal, Abrantes, DECLARARAM que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios: --UM) Prédio misto, sito em Sobral Basto, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto na parte urbana de casa de habitação de rés­do-chão, com a área coberta de sessenta e quatro metros quadrados e logradouro com a área de vinte metros quadrados e na parte rústica de cultura arvense, figueiras e oliveiras, com a área total de mil e seiscentos metros quadrados, a confrontar de Norte com Herdeiros de Manuel António Júnior, de Sul e de Poente com Herdeiros de Manuel Vicente e de Nascente com Herdeiros de José Guia, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 569 (anterior artigo 1521 da extinta freguesia de Souto). ---D01 S) Prédio rústico, sito em Casal das Cortes, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de figueiras, hortas, macieiras, oliveiras e pessegueiros, com a área de quinhentos e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com Herdeiros de Manuel Rodrigues Quintas, de Sul com Herdeiros de António Rodrigues Quintas, de Nascente com Adelina Maria Quintas e de Poente com Herdeiros de Maria da Conceição e Silva, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 84 da secção BF. ---TRÊS) Prédio rústico, sito em Safra, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de olival e solo subjacente de cultura arvense em olival, com a área de trezentos e sessenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Francisco Miguel Rosário Pimenta, de Sul com Herdeiros de Manuel António Luis, de Nascente com Andreia Sofia Duarte dos Santos e de Poente com Herdeiros de Manuel Rodrigues Quintas, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 267 da secção BF. ---QUATRO) Prédio rústico, sito em Sobreira Grande, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de cultura arvense de regadio, macieiras, oliveiras e pessegueiros, com a área de quatrocentos metros quadrados, a confrontar de Norte e de Poente com Herdeiros de António Alves Pinto, de Sul com Hermínia Florência Pedro e de Nascente com Celeste Maria Carpinteiro, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 156 da secção BH. ---CINCO) Prédio rústico, sito em Conheirinhas, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de cultura arvense, mato, pastagem ou pasto e pinhal, com a área de quatro mil duzentos e quarenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Manuel do Rosário Machado, de Sul com João Dias, de Nascente com Francisco Miguel Rosário Pimenta e de Poente com Teresa Paula do Carmo Pedro, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 168 da secção AT. ---SEIS) Prédio rústico, sito em Caldeira, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de olival, com a área de quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Manuel da Silva Alves, de Sul com Herdeiros de Maria Joaquina Carpinteiro, de Nascente com Herdeiros de Manuel Rodrigues Quintas e de Poente com Manuel da Silva Alves, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 4 da secção 88. ­---SETE) Prédio rústico, sito em Carapinheira, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de cultura arvense de regadio, cerejeiras, macieiras e pessegueiros, com a área de duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Herdeiros de Manuel Rodrigues Quintas, de Sul com Jesuína de Jesus, de Nascente com lsaltina Rosa Pinto Salgueiro e de Poente com Rosária Maria Quintas Macieira da Silva, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 32 da secção 88. ---OITO) Prédio rústico, sito em Brejo, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de pinhal, com a área de mil quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Herdeiros de Manuel Vicente, de Sul com José Pereira da Silva Dias, de Nascente com Herdeiros de Maria da Conceição e Silva e de Poente com Herdeiros de Manuel da Silva, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 66 da secção 88. --NOVE) Prédio rústico, sito em Caldeira, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de olival, com a área de mil metros quadrados, a confrontar de Norte e de Nascente com Herdeiros de António Rodrigues Quintas, de Sul com Herdeiros de Maria Joaquina Carpinteiro e de Poente com Herdeiros de Manuel Rodrigues Quintas, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 79 da secção 88. ---DEZ) Prédio rústico, sito em Carapinheira, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de cultura arvense e mato, com a área de quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Herdeiros de Manuel da Silva, de Sul com Herdeiros de José Maria Pedro, de Nascente com Herdeiros de José Guia e de Poente com Georgina Maria, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 28 da secção 88. ---ONZE) Prédio rústico, sito em Casal das Cortes, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de olival e sobreiros, com a área de mil setecentos e sessenta metros quadrados, a confrontar de Norte e de Sul com Herdeiros de Manuel Rodrigues Quintas, de Nascente com Eugénia da Silva Quintas de e de Poente com Manuel Penteado, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 69 da secção 8F. ----DOZE) Prédio rústico, sito em Brejo, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de pinhal, com a área de mil e oitocentos metros quadrados, a confrontar de Norte com Herdeiros de Manuel Vicente, de Sul com José Pereira Dias da Silva, de Nascente com Abílio Lopes e de Poente com Herdeiros de Maria da Conceição e Silva, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 64 da secção 88. ---TREZE) Prédio rústico, sito em Casal das Cortes, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de cultura arvense e oliveiras, com a área de duzentos metros quadrados, a confrontar de Norte com lida Margarida Quintas, de Sul com Arlindo Luis dos Santos, de Nascente com Herdeiros de José Morgado e de Poente com Rosária Maria Quintas Macieira da Silva, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 96 da secção BF. ­---CATORZE) Prédio rústico, sito em Rachão, Souto, na União de freguesias de Aldeia do Mato e Souto, do concelho de Abrantes, composto de cultura arvense de regadio, oliveiras, mato e cultura arvense, com a área de mil e quarenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Martinho dos Santos António, de Sul com Herdeiros de Rosária Maria dos Santos, de Nascente com lsilda Maria e de Poente com Herdeiros de José Luis dos Santos, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 185 da secção CI (anterior artigo 185 da secção CI da extinta freguesia de Souto---QUINZE) Prédio rústico, sito em Carregal, Souto, na União de freguesias de Aldeia do Mato e Souto, do concelho de Abrantes, composto de cultura arvense, oliveiras e pessegueiros, com a área de quatrocentos metros quadrados, a confrontar de Norte com Maria Teresa dos Santos Barquinha, de Sul e de Nascente com João do Carmo Rodrigues e de Poente com Herdeiros de Francisco Luis dos Santos, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 212 da secção CI (anterior artigo 212 da secção CI da extinta freguesia de Souto). ­---DEZASSEIS) Prédio rústico, sito em Vale do Carregal, Souto, na União de freguesias de Aldeia do Mato e Souto, do concelho de Abrantes, composto de oliveiras e pinhal, com a área de dois mil setecentos e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com Elisa Ferreira do Rosário José, de Sul com José Maria Tomé, de Nascente com Herdeiros de José de Oliveira e de Poente com Francisco Maria Jacinto, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 37 da secção CR (anterior artigo 37 da secção CR da extinta freguesia de Souto). ­---DEZASSETE) Prédio rústico, sito em Vale do Carregal, Souto, na União de freguesias de Aldeia do Mato e Souto, do concelho de Abrantes, composto de cultura arvense de regadio e sobreiros, com a área de duzentos metros quadrados, a confrontar de Norte com Herdeiros de José Luis dos Santos, de Sul e de Nascente com Manuel da Conceição Santos e de Poente com lsaltina Maria, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 50 da secção CR (anterior artigo 50 da secção CR da extinta freguesia de Souto). ­---DEZOITO) Prédio rústico, sito em Várzea da Fonte, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de mato e sobreiros, com a área de oitenta metros quadrados, a confrontar de Norte com José Guia e Herdeiros de Manuel Rodrigues Quintas, de Sul com Manuel Vicente Gaspar, de Nascente com Herdeiros de Manuel Rodrigues Quintas e de Poente com José Guia, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 177 da secção BC. ­---DEZANOVE) UM SEXTO (1/6) do Prédio rústico, sito em Várzea da Fonte, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de pinhal e sobreiros, com a área de seis mil e duzentos metros quadrados, a confrontar de Norte com Herdeiros de Manuel Rodrigues Quintas e João Pires, de Sul oliveiras e pinhal, com a área de dois mil setecentos e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com Elisa Ferreira do Rosário José, de Sul com José Maria Tomé, de Nascente com Herdeiros de José de Oliveira e de Poente com Francisco Maria Jacinto, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 37 da secção CR (anterior artigo 37 da secção CR da extinta freguesia de Souto). ­---DEZASSETE) Prédio rústico, sito em Vale do Carregal, Souto, na União de freguesias de Aldeia do Mato e Souto, do concelho de Abrantes, composto de cultura arvense de regadio e sobreiros, com a área de duzentos metros quadrados, a confrontar de Norte com Herdeiros de José Luis dos Santos, de Sul e de Nascente com Manuel da Conceição Santos e de Poente com lsaltina Maria, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 50 da secção CR (anterior artigo 50 da secção CR da extinta freguesia de Souto). ­---DEZOITO) Prédio rústico, sito em Várzea da Fonte, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de mato e sobreiros, com a área de oitenta metros quadrados, a confrontar de Norte com José Guia e Herdeiros de Manuel Rodrigues Quintas, de Sul com Manuel Vicente Gaspar, de Nascente com Herdeiros de Manuel Rodrigues Quintas e de Poente com José Guia, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 177 da secção BC. ­---DEZANOVE) UM SEXTO (1/6) do Prédio rústico, sito em Várzea da Fonte, na freguesia de Carvalhal, do concelho de Abrantes, composto de pinhal e sobreiros, com a área de seis mil e duzentos metros quadrados, a confrontar de Norte com Herdeiros de Manuel Rodrigues Quintas e João Pires, de Sul direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verificando-se assim todos os requisitos legais para que ocorra a aquisição dos citados imóveis por usucapião, titulo este que, por natureza não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais ---Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. Abrantes, 21 de Novembro de 2019. A Notária: SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE

NOTARIADO PORTUGUÊS CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE ---Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia onze de Novembro de dois mil e dezanove, exarada de folhas quarenta e nove a folhas cinquenta e uma verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas CENTO E OITENTA E TRÊS — A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual os Senhores ALEXANDRA MARIA DIAS MANUEL e marido PAULO RENATO ANDRADE BRÁS, casados no regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Abrantes (São Vicente), do concelho de Abrantes, residentes na Rua de Santa Luzia, lote B4, primeiro andar esquerdo, em Abrantes, DECLARARAM que com exclusão de outrem ela é dona e legítima proprietária do Prédio urbano, sito na Rua D, em Tapadão, Alferrarede, na união de freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, do concelho de Abrantes, composto de rés-do-chão para comércio com garagem, primeiro andar para habitação com sótão, com a área coberta de sessenta metros quadrados e logradouro com a área de cem metros quadrados, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número DOIS MIL QUINHENTOS E TRINTA E CINCO/Alferrarede, lá registado a seu favor pela inscrição Ap. 2349, de 16/07/2019, anteriormente inscrito na matriz sob o artigo 2619. ---Porém, na realidade o prédio compõe-se desta parte descrita, com a área total de cento e sessenta metros quadrados e de uma parte não descrita correspondente a oitocentos e cinquenta e quatro metros quadrados. ---Que as duas áreas, a descrita e a não descrita, formam o prédio actualmente inscrito na matriz sob o artigo 8137. ---Que é possuidora quer da parte descrita quer da parte não descrita —área de oitocentos e cinquenta e quatro metros quadrados, que agora pretende justificar, por ser a única herdeira de ÁLVARO MARIA MANUEL, falecido no dia trinta e um de Agosto de mil novecentos e noventa e oito, na freguesia de São João Batista, do concelho de Abrantes, no estado de casado, em primeiras e únicas núpcias de ambos e sob regime da comunhão de adquiridos, com ela Primeira Outorgante Rosária da Conceição Dias, natural que era da freguesia de São Vicente, do concelho de Abrantes, com última residência habitual na Rua Manuel Lopes valente Júnior, em Abrantes, sem deixar testamento ou qualquer outra disposição de última vontade, e por ROSÁRIA DA CONCEIÇÃO DIAS lhe ter cedido a meação e o quinhão hereditário que possui naquela herança aberta por óbito do referido Álvaro Maria Manuel, conforme escrituras, uma de Habilitação de Herdeiros, outorgada no dia vinte e sete de Novembro de mil novecentos e noventa e oito, exarada a folhas três e seguinte, do Livro de Notas VINTE E NOVE — F, do extinto Cartório Notarial de Abrantes, cujo acervo foi transferido para este Cartório e uma de cessão de meação e quinhão hereditário outorgada no dia vinte e um de Junho de dois mil e dezanove, exarada a folhas cento e trinta e quatro e seguintes, do Livro de Notas CENTO E SETENTA E SETE -A, deste Cartório Notarial, os quais haviam adquirido a referida parcela de terreno para logradouro do acima identificado prédio urbano, por volta do ano de mil novecentos e setenta e oito, por compra verbal a JOAQUIM DIAS e mulher RITA DE JESUS, casados no regime da comunhão geral e a SABINO BAPTISTA e mulher MARIA AMÉLIA JESUS, casados no regime da comunhão geral de bens, residentes em Alferrarede, Abrantes, sem nunca terem outorgado a respectiva escritura. ---Que, a justificante, por si e ante-possuidores se encontra na posse do referido prédio desde a mencionada data, portanto, há mais de vinte anos, e vem exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, fazendo a sua conservação e obras de beneficiação, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecida como sua dona por toda a gente, pacificamente, porque sem violência, continua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verificando-se assim todos os requisitos legais para que ocorra a aquisição da citada parte não descrita por usucapião, titulo este que, por natureza não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. ---Que, em consequência da presente justificação, o prédio tem a seguinte descrição: Prédio urbano, sito na Rua D, actualmente Rua Manuel Lopes Valente Júnior, número 10, em Tapadão, Alferrarede, na união de freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, do concelho de Abrantes, composto de rés-do-chão para comércio com garagem, primeiro andar para habitação com sótão, com a área coberta de cento e trinta e nove metros quadrados e logradouro com a área de oitocentos e setenta e um metros quadrados, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número DOIS MIL QUINHENTOS E TRINTA E CINCO/Alferrarede, inscrito na matriz sob o artigo 8137. -----Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. ---Abrantes, 11 de Novembro de 2019. A Notária: SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE

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JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019

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Festas Felizes União de Freguesias de Abrantes e A lferrarede

União de Freguesias de S. Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo Dezembro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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SAÚDE /

Falta pouco para o Natal e nesta altura do ano o consumo alimentar altera-se frequentemente. Esta época caracteriza-se por refeições e festejos de mesa farta, onde não faltam muitos doces e fritos natalícios. As tentações surgem logo nos primeiros dias de dezembro sob a forma de azevias, sonhos e outras especialidades sazonais. Contudo, e para o bem da nossa saúde e boa forma física, é importante relembrar que moderação, bom senso e disciplina são três regras fundamentais para se obterem refeições nutricionalmente mais equilibradas. A tradição dita uma mesa bem recheada de sugestões hipercalóricas para a consoada, mas há formas subtis de conseguir reduzir o peso calórico do menu, sem abdicar de um natal com sabor e diversidade alimentar. Existem variadíssimas alterações que podem ser feitas nas receitas típicas para que os pratos se tornem mais saudáveis, mas igualmente saborosos: - Substitua os alimentos gordos pelas versões meio-gordas ou magras (ex: leite magro, cacau magro, natas magras, manteiga magra, etc.); - Opte por carnes magras (peru, frango, coelho); - Prefira gorduras de origem vegetal (azeite) e adicione-as em pequena quantidade; - Opte por confeções mais simples e sem gordura (preferir o peru assado sem gordura e o bacalhau cozido, temperado com pouco azeite); - Substitua os fritos por assados no forno sem gordura; - Sempre que possível, troque as natas por iogurte natural ou grego ligeiro; - Na preparação das sobremesas, reduza o açúcar e a gordura. Use açúcar amarelo ou mascavado e prefira a confeção no forno em vez da fritura; - Escolha sobremesas mais ricas em fruta; - Valorize os figos, ameixas, passas e alperces secos que podem ser uma alternativa às bolachas, aperitivos doces e bolos indiferenciados que se colocam na mesa nesta altura do ano. Embora tenham mais açúcar que os frutos frescos (e por isso devem ser consumidos com moderação) são ricos em fibra, pobres em gordura e com baixo teor de sal, o que não acontece com a maioria

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São jovens do ensino secundário de Abrantes, Tomar e Torres Novas e passaram a manhã de dia 13 de novembro numa ação de Mass Training, formação em Suporte Básico de Vida. Estas atividades decorreram em simultâneo nas três Unidades Hospitalares que compõem o CHMT, EPE, e contaram com a colaboração de profissionais do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, professores e alunos, num total de mais de 200 participantes. Nas ações de Mass Training os jovens aprendem a executar técnicas de Suporte Básico de Vida, recorrendo a sessões práticas, com manequins adequados, que permitem aos participantes experienciar técnicas de compressão, muito próximas da realidade. Esta formação ensina um conjunto de procedimentos a realizar em situação de emergência, com o objetivo de garantir a manutenção da vida e o ganho de tempo, até à chegada de ajuda especializada. Na Unidade Hospitalar de Torres Novas os jovens tiveram ainda a oportunidade de ver como está equipada a sala de emergência assim como a ambulância SIV. Anualmente o Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, organiza várias ações de formação em Suporte Básico de Vida dirigidas não só à comunidade escolar, mas também a várias Instituições da região onde se insere, promovendo desta forma um contacto direto com a sociedade civil e aproximando-se da população.

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da doçaria. - Introduza na ementa de Natal alimentos que melhorem o metabolismo e ajudem a queimar calorias como é o caso da canela, do gengibre, da pimenta, do ananás, do abacaxi, da papaia e do chá verde. - Sirva água, águas aromatizadas e sumos naturais, em detrimento dos refrigerantes e bebidas alcoólicas. Se a festa for em sua casa, e para que não tenha que passar o resto da semana a ingerir as sobras, opte por acondicionar e distribuir os alimen-

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2019

tos que sobraram pelos seus familiares, voltando assim à sua rotina de alimentação saudável. Para que este Natal seja efetivamente um Natal saudável, opte por fazer passeios a pé, caminhadas ou até mesmo corridas em grupo, de forma a gastar algumas das calorias ingeridas nesta época festiva. Tome a iniciativa e verá que o seu corpo agradece. FELIZ NATAL!

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Dezembro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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Correio de Natal

Cartas para o Pai Natal Dia 06.12 Praça Raimundo Soares 21:00 / 00:00

Bem vindo, Natal!

Caminhada de pais natais Dias 07, 08, 14, 15, 21 e 22.12 Praça Barão da Batalha 10:00-13:00 // 15:00-19:00

Ateliers e oficinas criativas Com Bi-Dom

Não esquecer... Dia 31.12—01.01.20 Praça Barão da Batalha 22:30-03:30

Passagem d’Ano

Dia 05.01.20 Igreja Sr. dos Aflitos, Carvalhal 18:00

Concerto de Ano Novo com Acácio Teixeira e convidados Abusa gratuito até 6 de Janeiro

Vox Populi

Organização da Associação Comercial e Empresarial de Abrantes, Constância, Sardoal, Mação e Vila de Rei Dias 09, 12, 16 e 23.12 Praça Barão da Batalha 10:00-13:00 // 15:00-19:00

Ateliers e oficinas criativas Divisão de Cultura e Turismo

Dias 09, 12, 16 e 19.12 Centro Histórico 14:30-17:30

Manifestação P.P.P

Curso Profissional de Artes do Espetáculo da ESMF. Neste Natal propomos conhecer Mário Cesariny divulgando um “Natal Surreal”que brinca com as palavras. Dia 10.12 Praça Barão da Batalha 10:00-13:00

Biblioteca na Praça Natal

Divisão do Conhecimento 15:00-19:00

Ateliers e oficinas criativas Divisão de Cultura e Turismo

Dias 11, 13, 18 e 20.12 Praça Barão da Batalha 10:00-13:00 // 15:00-19:00

Natal Sustentável

Curso Profissional de Artes do Espetáculo da ESMF. D. Natalícia traz-nos um “Natal Sustentável” através de 3 contos de Natal. Dia 12.12 Espaço Jovem 20:00-23:00

Workshop de costura Divisão de Desporto, Juventude e Associativismo

Workshop enfeita o teu Natal

Aprender com os nossos com Ana Catarina Assunção

Dia 14.12 Mercado Municipal de Abrantes 10:30

Oficina para pais e filhos

Sabores com conto e medida Bolachas de Natal com Renata Gil. De 14—15.12 Praça Barão da Batalha 10:30-17:00

Mercados de Natal do Ribatejo Interior Mercado de produtos agroalimentares e artesanato. Organização da TAGUS.

Dia 17.12 Praça Barão da Batalha 10:00-13:00 // 15:00-19:00

Biblioteca na Praça Natal

Divisão do Conhecimento

Jogos educativos e atividade multicultural

Divisão do Conhecimento Dia 19.12 10:00-13:00 // 15:00-19:00

Ateliers e oficinas criativas

Divisão do Desenvolvimento Social


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