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MUITA HISTÓRIA PRA CONTAR!
Conversamos com Paulinho Heavy, nome de grande presença no cenário Rock do país e exapresentador do Som Pop, da TV Cultura!
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m e t e d r e V la e T o it u c ir Festival C u ç a u G i g o M m e o ã iç d e a d segun
Rodrigo Peguin/Agência Kinkan
Ano V – Nº 37 – Edição Quinzenal | 1 de outubro de 2015
NA ESTRADA!
SONZEIRA!
Cia Talagadá faz novas apresentações de ‘Cabeça Oca’
Em Itapira, evento reúne bandas covers e autoral
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Iara Ferreira lança disco ao lado de Bernardo Diniz
o território nacional e até fora do país. A intenção, com isso, é divulgar e estimular atividades de educação ambiental, bem como a participação e a mobilização social. Em Mogi Guaçu, o evento tem a organização do Coletivo Guacema em parceria com o Coletivo Educador Rio Mojiguaçu e também abrigará o encerramento da sexta edição da Mostra. A iniciativa acontece de forma autônoma, sem qualquer recurso do Ministério do Meio Ambiente, mas conta com o apoio das secretarias municipais de Cultura e de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente. A programação é gratuita e aberta para todas as idades e prevê apresentações musicais, cinedebates abordando temas como água, energia, resíduos sólidos e ocupação urbana; intervenção de grafite, oficinas artísticas, feira de troca, bazar, feira de produtos orgânicos e gastronomia vegetariana, entre outras ativi-
dades que ainda serão confirmadas. O evento também terá a exibição autorizada do documentário independente ‘A Lei da Água [Novo Código Florestal]’, que também reunirá convidados da cidade em uma roda de debate. Segundo uma das integrantes do Coletivo Guacema, a engenheira ambiental Tainá Vedovello Bimbati, 25, a iniciativa se faz necessária diante dos crescentes desafios socioambientais e culturais enfrentados pelos municípios da região. “O Coletivo Guacema vê a necessidade da mobilização de pessoas, comunidades e organizações para o engajamento junto às questões socioambientais e culturais do território. O festival vem para promover cinedebates do Circuito Tela Verde, discutir a nossa realidade socioambiental e cultural, reconhecer e agregar as ações que já acontecem e mobilizar outras futuras”, comenta. Segundo a tecnóloga em Gestão e
Saneamento Ambiental Elaine Correia, 31, que também faz parte do Coletivo Guacema, o diferencial do projeto está na conjugação de atividades socioambientais com mostras da produção artística dos agentes culturais da região. “Essa rede favorecerá não só grandes ações, mas também as ações que acontecem em pequenas e microescalas em cada comunidade, podendo assim favorecer a integração de todos”, complementa. Interessados em patrocinar o evento podem entrar em contato pelo email coletivoguacema@gmail.com. A programação completa com todos os detalhes pode ser consultada na página oficial do evento (www.bitly.com/circuitotelaverde). O evento tem o apoio cultural da Agência Kinkan, Alquimia Urbana, Associação Cooper 3R's, CADESS (Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento Social Sustentável) e do Portal Megaphone/Megaphone Cultural.
recentemente, vieram a Itapira para apresentar o show de lançamento do álbum. O trabalho abrange gêneros como samba, valsa, bolero e choro, e revela o bom entrosamento entre os parceiros, que já têm material para lançar outro disco. Página 8
Gabi Lopes/Pedro Veríssimo/Divulgação
O
Festival Circ u i t o Te l a Verde confirmou sua segunda edição em Mogi Guaçu. O evento está marcado para o dia 17 de outubro, sábado, com programação diversificada que se estenderá entre 10h00 e 22h00. As atividades ocuparão a Praça Duque de Caixas, anexa ao Centro de Convergência Cultural (antiga estação ferroviária), na região central da cidade. Na prática, o evento com proposta sustentável tem por objetivo estimular atividades socioambientais, artísticas e culturais em um só espaço, com programação gratuita e aberta para todas as idades. O Circuito Tela Verde foi concebido pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Ministério da Cultura. O evento promove regularmente a Mostra Nacional de Produção Audiovisual Independente, que reúne vídeos com conteúdos socioambientais para serem exibidos em todo
Evento reúne diversas atividades culturais, artísticas e educacionais
‘Bené e Iaiá’. Não haveria nome que melhor simbolizasse a união musical da cantora itapirense Iara Ferreira e do músico carioca Bernardo Diniz. O nome do disco representa bem a parceria que nasceu da amizade entre os artistas que atuam na capital fluminense e que,
Iara e Bernardo apresentam trabalho conjunto HISTÓRIA
Livro póstumo de Jácomo Mandato conta histórias de crimes e escravos Página 5 FAZ BEM AOS OLHOS
VOLTOU
Senac Itapira apresenta exposição de pinturas
Raul Rock Club volta após seis anos parado
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Editorial
ão bastassem ser relegados sempre a segundo planos seja pelos governos em todas suas esferas ou também, infelizmente, por uma parcela esmagadora da sociedade, os equipamentos culturais públicos também se tornaram alvo de vandalismo. Recentemente, o Museu Municipal Histórico e Pedagógico ‘Comendador Virgolino de Oliveira’, em Itapira, foi alvo dos ataques, com diversos vidros da porta frontal do prédio sendo destruídos. O espaço fica no interior do Parque Juca Mulato, que também não escapou do olhar facínora dos autores do delito. Postes e luminárias foram danificados,
UMA VIDA DENTRO DO ROCK!
P
Quando e como a música (o Rock...) entrou na sua vida? Paulinho Heavy: Tive a sorte em ter nascido nos anos 60, no auge da beatlemania e em uma família numerosa, então fui devidamente catequizado em todas as vertentes do Rock pelos primos mais velhos.
Arquivo Pessoal
Hard e Heavy daquela época. Uma máfia do bem. Uma grande família com mais de cinco mil pessoas que lá iam mensalmente. Um bar de músicos, feito para os músicos e seus fãs. A nossa 'Bat Caverna', que alimentou muita gente e muito projetos em todos os sentidos.
Paulinho Heavy, ao centro, na época do Inox Lima, José Augusto Lemos, Leopoldo Rey e Tony Monteiro (esse era 'floyd'!!! - risos), entre tantos outros, eram capazes disso. Verdadeiros termômetros, que mediam a temperatura com argumentos fundamentados sobre o que deveria ou não ser levado em consideração numa determinada obra musical. Devido ao embasamento cultural, sinceridade na abordagem e respeito, sempre tive um bom relacionamento com eles. Alguns, até os dias de hoje. Foi através desse trabalho que você recebeu o convite para se tornar apresentador do 'Som Pop', da TV Cultura? Quanto tempo você ficou à frente do programa? Paulinho: Sim. Devido à notoriedade alcançada na época, em virtude de eu ter sido o principal responsável pelo lançamento da obra do Iron Maiden no Brasil e, por consequência, de várias outras bandas de Heavy, fui escolhido para ser o primeiro VJ de Rock pesado no mais tradicional programa de clipes da TV brasileira. Fiquei à frente do programa de 1983 a 1985. Como era trabalhar no
Arquivo Pessoal
Você era assessor de imprensa de gravadora. Como foi a experiência de lidar com o pior público que existe - os jornalistas? Paulinho: Fui contratado para ser assistente do Departamento de Promoção/Imprensa da gravadora EMI-Odeon e logo de cara encarei o Queen no primeiro grande show de Rock que o país recebeu, em 1981. Devido à minha desenvoltura, articulação e conhecimento de causa, sempre tive um bom relacionamento com os grandes nomes do jornalismo e críticos musicais daquela época. De ouro, ao meu ver. Uma crítica detonando um trabalho, naqueles tempos, era capaz de acabar ou estigmatizar carreiras. Pessoas como José Ramos Tinhorão, Zuza Homem de Mello, Okky de Souza, Maurício Kubrusly, Pepe Escobar, Nico Pereira de Queiroz, Walmir Medeiros de
sem qualquer resposta da Prefeitura. De qualquer forma, os danos ao patrimônio público, que atingem também a outros equipamentos, não são nem um pouco raros e sempre geram indignação. No frigir dos ovos, os destruidores estão somente atacando o que eles próprios ajudaram a pagar. E pagarão também pelo conserto. No caso de prédios que servem a campos da Cultura, Educação e Saúde, por exemplo, as ações se tornam ainda mais incompreensíveis. Uma pena que, na maioria dos casos, os autores continuarão impunes e seguros de que podem fazer os ataques sem grandes riscos de serem penalizados.
PAULINHO HEAVY
por Antônio Carlos Monteiro
aulo Toledo começou como assessor de imprensa de uma grande gravadora, no início dos anos 80. Por conta disso, foi convidado para apresentar o principal programa de videoclipes da época, o "Som Pop", já com o nome que o tornaria conhecido, Paulinho Heavy. Daí para virar vocalista de uma das mais promissoras bandas de Hard Rock do país, o Inox, foi um passo. E quando a banda não deu certo, passou para o outro lado do balcão e se tornou sócio do famoso Black Jack, um dos primeiros bares de Rock do país e pelo qual passaram praticamente todos os grandes nomes do Hard e do Heavy Nacional. Ou seja, história é o que não falta para ele contar. Então, com a palavra Paulo Toledo - ou melhor, Paulinho Heavy.
e sobrou até mesmo para um banco de concreto disponível para descanso dos visitantes defronte à Casa de Menotti Del Picchia, ao lado do Museu. Sem vigias que pudessem inibir os atos ou câmeras para auxiliar na identificação dos responsáveis, certamente o episódio deverá parar somente no registro do boletim de ocorrência feito na Delegacia de Polícia. Os vidros do Museu foram rapidamente repostos e as providências no Parque foram adotadas. Diferentemente da Concha Acústica ‘Paulino Santiago’, na Encosta do Penhão, também em Itapira, onde os banheiros do espaço estão danificados, vandalizados e servindo para atos ilícitos há meses,
sores Grupo foi um dos mais promis do Hard Rock brazuca
'Som Pop'? Você só apresentava ou também participava da escolha dos clipes que seriam apresentados? Paulinho: Era muito complicado. Imagine um sujeito de 23 anos, cabeludo e rockeiro passando clipes sobre demônios, caveiras, mulheres gostosas, bebedeiras, carros rápidos e tudo que faz parte do universo rockeiro na época da ditadura e dentro da TV Cultura. E o pior pra quem torcia o nariz e franzia a testa é que eu era campeão no recebimento de cartas e de audiência da emissora. Por ter um bom relacionamento com as gravadoras, passei a solicitar clipes de bandas que jamais passariam nas emissoras comerciais. O que era tratado como lixo ou material descartável, pra mim era ouro em pó. Dio, Saxon, Van Halen, Judas Priest, Marillion, Wasp, Queensrÿche, Scorpions, Ozzy, Whitesnake e vários outros finalmente tiveram vez na TV. Em 1985, você, junto com Fernando Costa, Rolando Castello Junior e o saudoso Segis Capuano, formou o Inox, que lançou o primeiro disco no ano seguinte, já por uma grande gravadora, a Epic. Como conseguiram de cara chegar num selo desse gabarito? Paulinho: Era mais que natural que, após ter feito a onda de Rock pesado no Brasil, que culminou com um cast recheado de rockeiros consagrados no festival, as gravadoras terem sido meio que obrigadas a apostar em uma solução caseira. Após muito investimento em equipamentos, coisa rara naquela época, conseguimos um contrato com a Epic/CBS. Por incrível
que pareça, foi a pior coisa que poderia ter acontecido pra gente... A gravadora era composta por vários nichos e um deles era o dos grupos Pop, que eram vendidos como Rock e no qual tentaram nos encaixar. O grande problema é as bandas se sujeitavam a fazer os programas de TV na época e para isso eram obrigadas a fazer shows de playbacks gratuitos em subúrbios cariocas. O que era bom pra grupos como Metrô, Zero, Dr. Silvana etc., não era pra gente. Foi uma merda perceber o Rock brigando com o Rock no mainstrean. Aliás, é uma merda perceber isso até hoje.
esperava ver. Depois de muita discussão interna, resolvemos estrear tocando no teatro Mambembe com apenas 25% do equipamento. Ao ligarmos apenas dois Marshalls e um set de potências, caiu o disjuntor do teatro. Nem luzes e efeitos poderíamos usar. E viajar com todo aquele equipamento era uma fortuna. A conta pra manter aquela estrutura não fechava. Quando caiu a ficha, somaram-se o cansaço com a cobrança das nossas famílias, o estresse com a gravadora e o tal empresário querendo penhorar nossos equipamentos pra conseguir dinheiro. Resolvemos parar.
Lembro que à época vocês foram contratados por uma produtora que pretendia fazer uma turnê de shows grandiosos. Quais eram os planos e por que a turnê acabou não dando certo? Paulinho: Porque o empresário era megalomaníaco e louco. Um ou outro, tudo bem, mas os dois na mesma pessoa, nunca! Mesmo assim, fizemos três grandes shows com ele. Dois em Caraguatatuba, com um palco enorme na praia para mais de 40 mil pessoas, e um em uma feira agropecuária em Ourinhos para 10 mil pessoas. O cara tomava Varsol. Pulamos fora.
Posteriormente, você e Fernando se tornaram proprietários do lendário bar Black Jack, na zona sul de São Paulo. Como foi passar para "o outro lado do balcão"? Paulinho: Sempre fui um frequentador assíduo do Black Jack desde seu nascimento em 1981 e tornei-me proprietário em 1988. Foi um caminho natural e praticamente uma extensão do que queríamos propor com o Inox. Um ambiente seguro e restrito aos rockeiros, ao Rock n' Roll, ao
Mesmo com o sucesso do disco, a banda acabou logo em seguida. Por quê? Paulinho: Porque o nosso maior legado, ou seja, os nossos equipamentos e estrutura, eram também nosso maior calvário. Lembro que na década de 80 não havia locais para tocar. Quanto havia, não cabia o equipamento que todo mundo queria e
Até quando ficaram com o bar e por que resolveram vendê-lo? Paulinho: Vendi minha parte na sociedade em 1994. Éramos quatro sócios e enquanto o bar rendia muito dinheiro por mês aos quatro, tudo ia muito bem. Eu era o único que vivia exclusivamente do bar. Depois de seis anos sem viajar, sem férias ou finais de semana, tocando o bar praticamente sozinho no último ano, sem grana ou pró-labore, resolvi vender minha parte e sair da sociedade. Tinha investidores amigos que queriam me ajudar a comprar a parte dos outros três para tocá-lo sozinho, mas o bode e a decepção com eles eram tão grandes que preferi não fazê-lo. O cansaço era tão grande que falou mais alto. O que você faz atualmente? Continua envolvido com a música? Paulinho: A gente sai da música, mas a música nunca sai da gente. Fiquei fora do mercado musical de 1998 a 2014 em um trabalho na área de marketing em virtude da quebra das gravadoras pela disseminação do MP3. Por incrível que pareça, mesmo com as facilidades e farta informação ao alcance dos dedos através da internet, tudo piorou. Está muito fácil gravar, fazer vídeos, divulgar etc., mas sem cabeças pensantes ou líderes ninguém sabe o que procurar, o que acompanhar e o que apoiar. Virou o festival do 'unidos do eu sozinho' na frente da tela de um computador. Chato isso. Atualmente, sou sócio-proprietário da São Paulo Digital, uma rádio web líder de audiência na internet no segmento futebol, em breve voltarei com um programa de Rock, promoção e produção de shows e um dia, quem sabe, abro um novo bar.
Arquivo Pessoal
N
Destruindo o que é seu
Inox durante uma de suas aprese
ntações
Antônio Carlos Monteiro é guitarrista, jornalista e crítico de música. Atua como redator na Revista Roadie Crew e colabora com o Megaphone Cultural.
Expediente Megaphone Cultural Textos: Fernando Pineccio*
Impressão: Jornal Tribuna de Itapira
Vendas: Alexandre Battaglini (9.9836.4851)
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Circulação na Baixa Mogiana e Circuito das Águas imprensa@portalmegaphone.com.br
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PROGRAME-SE
Agenda dos melhores eventos de 01/10 a 30/10
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AVENIDA JACAREÍ, 64 – ITAPIRA
a j a i v á d a g a l a Cia T ’ a c O a ç e b a C ‘ com s e d a d i c s ê r t a r pa
A
pós a bem sucedida turnê do espetáculo ‘Romeu e Julieta’, a Cia Talagadá cai novamente na estrada para novas apresentações da premiada peça ‘Cabeça Oca’. O grupo formado pelos atores Danilo Lopes, João Bozzi e Valner Cintra faz sua primeira parada no domingo, dia 4 de ou-
tubro, em Jacareí (SP). Na ocasião, o espetáculo faz o encerramento da Mostra de Artes Cênicas da cidade. Já no dia 21 deste mês, o espetáculo será apresentado no Festival de Teatro de Caraguatatuba, no litoral norte paulista. Por fim, o grupo fecha o ciclo de apresentações em Rio Claro (SP), no dia
31, com apresentação no SESI (Serviço Social da Indústria). “Estamos felizes demais, pois neste ano a companhia está na ativa o tempo todo, trabalhando, criando e crescendo muito.”, comenta Lopes. “Os festivais nos possibilitam uma troca necessária para o nosso crescimento. Ver que nosso trabalho
10/10 – The Mittus (Tributo a Legião Urbana) 17/10 – O Manda Chuva – Banda Sherlock Rock 23/10 – Tributo ao Pearl Jam – Banda Blaymorphed
O PROFETA PUB ROCK Telefone: (19) 9.8179-8114
Rua: Vereador João da Rocha Franco, 39 - Mogi Guaçu
está sendo selecionado e convidado para projetos e eventos como esses nos deixa cheios de alegria”, acrescentou o ator. Encenado com manuseio de bonecos, Cabeça Oca propõe uma reflexão sobre a alienação humana. No espetáculo, os atores encaram o desafio artístico de saciar o ímpeto político de denunciar atitudes contrárias ao desenvolvimento humano e, ao mesmo tempo, de transcender a capacidade criativa por meio de poéticas visuais e do teatro de formas animadas.
Heavy n’ Roll une cover e autoral em Itapira Divulgação
03/10 – Tributo ao Deep Purple – Banda Dark Purple 09/10 - Folk You 10/10 – Tributo a Metallica – Banda Frantic 17/10 - Tributo a Legião Urbana – Banda The Mittus 23/10 - Ideia Acessa
CASA DE SHOWS & EVENTOS Telefone: (19) 9.9792-7325 Rua Batista Venturine, 36 - Bairro Santa Fé - Itapira 03/10 - Noite da Tequila 10/10 - Tributo a Raul Seixas e Legião Urbana 17/10 - Heavy n’ Roll com Kamala, Iron Maiden Cover, Metallica Cover, DJ Ed Padovan 30/10 - Babel Rock Fest II com Céu em Chamas, Take Me Back, Meant to Suffer e Besta (Portugal).
CAPITÃO JACK MUSIC BAR Telefone: (19) 9.9107-8309 Av. Mogi Mirim, 472 - Centro - Mogi Guaçu/SP 03/10 - Iron Maiden Cover 10/10 - Mulheres no Comando – Bandas Boneca de Cera e Mari Maya 17/10 - Tributo ao Rammstein – Banda Militia
CHOPERIA TRADIÇÃO facebook: Choperia-Tradição
Avenida Luiz Gonzaga de Amordo Campos, 31 Jardim Casagrande - Mogi Guaçu 01/10 - Júnior Rodrigues 02/10 - Marcelo Espanhol 03/10- Roni Bueno
Kamala volta a subir no palco do Vip Eventos As dependências do Vip Eventos concentram nova edição do Heavy n’ Roll no dia 17 de outubro, sábado. O evento, organizado pela Festa Rock Itapira em parceria com o Megaphone, tem a característica de envolver tributos a grandes nomes do Rock mundial e abrir espaço para a divulgação de trabalhos autorais. Desta vez,
quem mostra o trabalho próprio é o grupo campineiro Kamala, um dos principais representantes do Thrash Metal no Estado de São Paulo. Já os tributos ficam por conta das bandas Infinite Dreams, com homenagem ao Iron Maiden que inclui músicas do mais recente álbum, ‘The Book of Souls’; e Metallica Cover Campinas. Nos
intervalos das apresentações, o público poderá conferir o set diferenciado (e repleto de Rock and Roll) do DJ Ed Padovan. Os ingressos antecipados custam R$ 20,00 e podem subir na hora do evento. As vendas acontecem em Itapira (Loja Zone Rock), Mogi Guaçu (Disco Tem), Mogi Mirim (School Skate Store), Amparo
e Pedreira (Bruno Rocha, contato pelo telefone 19.9.9659-9332) e Jacutinga/MG (Efrain, contato via 35.8808-5267). O evento tem o apoio dos blogs Simple Rock n’ Roll e Mad & Mad in Rock. O Vip Eventos fica na Rua Baptista Venturini, 36, na Santa Fé. Outras informações e reservas pelo email festarock@yahoo.com.br.
PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO O Jornal Megaphone Cultural circula quinzenalmente. A distribuição é gratuita e você pode retirar o seu exemplar em alguns postos fixos nas cidades de Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu:
ITAPIRA
Banca Estação | Praça João Sarkis Filho – Centro Banca da Praça | Praça Bernardino de Campos – Centro Banca Santa Cruz | Rua da Saudade – Santa Cruz Banca Bela Vista | Praça da Bíblia - Santa Cruz Jazz Café |Rua José Bonifácio, 365 – Shopping Sarkis Mil Mídias |Rua 24 de Outubro, 166 - Centro Costa Maneira|Rua Alfredo Pujol, 190 - Centro Luli Padaria Caseira | Avenida Paoletti, 93 – Santa Cruz
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Bancas do Sardinha | Praça Rui Barbosa (Centro) e Rua Pedro Botesi (Tucura) School Skate Store | Rua Padre Roque, 284 - Sala I - Centro Rogatte Tattoo Rua XV de Novembro, 133 - Centro
MOGI GUAÇU
Choperia Tradição | Avenida Luiz Gonzada de Amoedo Campos, 31 – Planalto Verde Riff Lord Stúdio | Rua Waldomiro Martini, 63 – Centro Disco Tem | Avenida Nove de Abril, 90 - Centro Banca da Capela |Praça da Capela - Capela
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Senac Itapira recebe exposição de pintura E
ntre os dias 1 e 9 de outubro, a unidade do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) em Itapira abriga a exposição ‘Pablo Martinez’. A mostra reúne pinturas do artista homônimo de nacionalidade mexicana e que desenvolve seus trabalhos em telas e car-
tões. A mostra tem como objetivo levar à comunidade o trabalho realizado por Pablo, valorizando as exposições de arte e sua importância na sociedade. Ao todo, 15 quadros estão expostos, além de dezenas de cartões. Pablo Martinez nasceu em 1959 na cidade do México, mas veio para o Brasil
em 1963 com a família. A visitação é gratuita e pode ser feita de segunda à sexta-feira, das 8h00 às 21h00. Aos sábados, a visitação acontece entre 8h00 e 15h00. A instituição fica na Praça Bernardino de Campos, 150, no Centro. Outras informações pelo telefone (19) 3813-8210.
A tradicional Feira de Troca de Livros e Gibis também é atração no Senac Itapira entre os dias 1 e 9 de outubro. O evento acontece anualmente em várias unidades da instituição no Estado e tem o objetivo de estimular a leitura por meio da troca de obras em bom estado de conservação. Nesta edição,
o evento homenageia o escritor Ariano Suassuna, falecido em 23 de julho de 2014, cuja produção ressalta a valorização da cultura brasileira. Obras como ‘Auto da Compadecida’, ‘O Romance d'A Pedra do Reino’ e o ‘Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta’ estarão expostas para os visitantes. Os participantes poderão trocar
livros por livros e gibis por gibis, que devem estar em bom estado de conservação. Não serão aceitos dicionários, enciclopédias, guias, revistas e obras de cunho político ou religioso. O evento é gratuito e aberto ao público. Mais informações pelo telefone (19) 38138210 ou pelo site www. sp.senac.br/itapira.
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Feira de Livros e Gibis também é opção
Leo Santos/Megaphone
Choro Pro Santo arranca aplausos em Itapira
Tela de Pablo Martinez em exposição na unidade itapirense do Senac
Trio agradou grande público O trio Choro Pro Santo foi responsável, no último dia 23, pela terceira apresentação da temporada do Clássicos em Cena em Itapira. Abrigado no auditório da empresa Penha S/A, o espetáculo recebeu a presença de 200 pessoas, que interagiram com os músicos do início ao fim. Formado por Adriano Dias (violão sete cordas), Thadeu Romano (acordeon) e Fábio Bergamini (bateria), o trio foi muito aplaudido. O repertório composto por 14 canções incluiu peças consagradas de Pixinguinha, Ataulfo Alves, Vila Lobos,
Stravinsky, Hermeto Paschoal, Waldir Azevedo, Gilberto Gil e composições próprias do grupo. Os comentários durante os intervalos ficaram a cargo do maestro Parcival Módolo. A assessoria da Direção Cultura, empresa responsável pela execução do projeto, ressaltou a acolhida do público local. “Os músicos consideraram a apresentação muito calorosa e consideraram que os itapirenses foram muito receptivos. O público participou em todos os momentos, acompanhando com palmas e canto as músicas executadas”, salientou nota oficial
do espetáculo. Patrocinado pela Penha por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), o evento foi o terceiro de uma série de cinco datas. Em julho, o coral Black Voices abriu o ciclo, seguido pelo show Guitarra Portuguesa, a cargo de Ricardo Araújo Trio, em agosto. A programação tem continuidade no dia 28 de outubro com a Big Band da Casa das Artes. O término da temporada será marcado pelo show do Sexteto Carlos Gomes, no dia 18 de novembro. Mais informações sobre a agenda podem ser obtidas no site www. direcaocultura.com.br.
Encontro reúne quatro grupos de canto coral em Itapira A vigésima quarta edição do Encontro de Corais de Itapira acontece no sábado, dia 3 de outubro. O evento já integra o calendário alusivo às comemorações dos 195 anos de fundação do município, celebrado no dia 24 de outubro. Além disso, a nova edição do tradicional encontro também comemora os 36 anos de atividades musicais do Coral Cidade de Itapira, anfitrião do evento. As atividades acontecem na Igreja Matriz de Santo Antônio a partir das 20h00. A entrada é franca, mas a organização pede
a doação de um quilo de alimento não perecível, que será revertido à Associação Pétalas de Rosas, que atua junto a pacientes em tratamento contra o câncer de mama. Além do Coral Cidade de Itapira, a noite também reunirá os corais Santa Teresa, de Mogi Guaçu; Santa Cecília, de Limeira; e TRT-15, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. “O objetivo do encontro é divulgar a música coral, proporcionar à população cultura e lazer por meio da música, e promover intercâmbio e troca de experiências entre coristas e regentes”, comenta o
presidente do coral anfitrião, José Antonio Valverde. A expectativa é que o evento alcance ou até supere o mesmo público verificado no ano passado, quando cerca de 650 espectadores assistiram às apresentações – público considerado expressivo, de acordo com a maestrina do Coral Cidade de Itapira, Marcela Cristina Pereira. “Pode parecer pouco, mas não é. Para canto coral, realmente é um público muito bom. Os corais trabalham repertório novo desde o início do ano. No início dos encontros, praticamente não havia público, era coral cantando para
Concerto beneficente da Banda Lira atrai 450 espectadores
O Clube da Saudade recebeu aproximadamente 450 pessoas na noite do último dia 18, durante a apresentação do espetáculo ‘Trilhas’, da Banda Lira Itapirense. O evento teve caráter beneficente, com os recursos arrecadados com a venda dos convites sendo integralmente repassados à Associação Pétalas de Rosas, que atua junto a mulheres acometidas pelo câncer de mama. O evento começou às 20h00 e teve duração de 1h20. O Coral Cristália também participou da apresentação temática que concentrou no repertório somente músicas famosas por integrarem trilhas sonoras de filmes. Durante a execução das músicas, um telão exibiu cenas alusivas às obras homenageadas. “Sou suspeito pra falar, mas foi muito emocionante”, resumiu o maestro Maurício Perina, regente e diretor artístico da Banda Lira. A corporação se apresentou com 46 componentes na noite. “O resultado positivo já era esperado, pois entramos de cabeça nessa parceria com a associação. É uma causa muito nobre e felizmente tudo correu dentro do planejado e
Leo Santos/Megaphone
Evento beneficiou associação solidária tivemos casa cheia”, acrescentou. A presidente da Pétalas de Rosas, Vanda Soliani, também externou sua satisfação com o resultado do evento. A verba arrecadada será integra ao caixa que prevê a aquisição de um veículo para a realização de visitas a pacientes em tratamento contra o câncer de mama. “Foi uma ideia brilhante e esperamos que possamos realizar outros eventos para arrecadar recursos e atingir este objetivo”, frisou. O Clube da Saudade também não cobrou locação do espaço. O
repertório reuniu 14 peças e o bar comercializou refrigerante, água e pipoca, cuja renda também foi revertida à associação. O concerto beneficente marcou a abertura das atividades do Outubro Rosa – como é conhecido o mês que abriga diversas atividades voltadas à luta contra a doença. O cronograma, que ainda vem sendo definido, reunirá palestras em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e igrejas, por exemplo, além da tradicional caminhada pelas ruas centrais da cidade. Divulgação
Coral Cidade de Itapira é o anfitrião da noite coral. Há anos o Coral Cidade de Itapira e outros grupos corais vêm tentando desmistificar a prática de canto coral como uma coisa cansativa e chata. Estamos ganhando a cada evento mais adeptos a esse tipo de cultura”, destaca. Os corais
participantes da nova edição do evento possuem repertórios bastante diversificados, abrangendo música erudita e popular, além de Spirituals, por exemplo. “Esperamos que seja realmente uma noite maravilhosa, de boa música, que o
público prestigie e também seja solidário doando um quilo de alimento não perecível”, finaliza a maestrina. A Igreja Matriz de Santo Antônio fica na Rua Ribeiro de Barros, 272, no Centro de Itapira.
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bibliografia sobre a história de Itapira ganhou mais uma obra na noite do último dia 25. O livro ‘A Escravidão em Itapira’, obra póstuma do historiador, jornalista e escritor Jácomo Mandato, foi apresentado ao público durante cerimônia na sede do Circolo Ítalo-Brasiliano. Na noite em que o falecimento do autor completou seis anos – Jácomo morreu em 2009, aos 76 anos – as lembranças e o sentimento de melancolia deram lugar à celebração pelo lançamento dos originais deixados em meio a seu acervo e que foi doado ao Circolo. Com 29 capítulos distribuídos em pouco mais de 200 páginas, A primeira obra póstuma de Jácomo Mandato discorre principalmente sobre os crimes cometidos por escravos ou contra eles no município. Amigos, familiares e admiradores do escritor se reuniram para acompanhar a programação de lançamento, que envolveu diversas atividades culturais. Um esquete teatral sobre o delegado abolicionista Joaquim Firmino de Araújo Cunha, assassinado em 1888, foi apresentado pelo Grupo de Artes Zualê. A noite também concentrou apresentações dos grupos de dança Afro Mix e de capoeira Muzenza. Um telão exibiu a entrevista concedida por Jácomo a Antônio Abujamra, no programa ‘Provocações’ (TV Cultura), em 2001. Quem adquiriu a obra aproveitou para solicitar o autógrafo das filhas de Jácomo, que também posaram para muitas fotos. “É uma noite muito especial e o sentimento e poder apresentar esse livro é algo muito satisfatório e comovente”, comentou
Filhas do autor autografaram exemplares em noite de lançamento Hadassa. “Nós, da família, só temos que agradecer a lembrança do meu pai e essa iniciativa do Circolo para que o trabalho dele tenha continuidade. É uma data triste pela lembrança da morte dele, mas ao mesmo tempo temos a certeza de que ele está conosco e muito feliz com esse lançamento”, acrescentou. Angelina fez coro à voz da irmã. “Ficamos muito felizes com a iniciativa do Circolo. Inicialmente, confesso que fiquei um pouco balançada com a escolha da data, mas, depois, pensei que se meu pai estivesse aqui em vida ele estaria muito feliz e a nossa
alegria seria a mesma”, disse. “Muitas pessoas que participaram da vida dele estão aqui celebrando”, emendou. O prefeito José Natalino Paganini (PSDB) marcou presença e cumprimentou as herdeiras. Já o secretário municipal de Cultura e Turismo, Marcelo Dragone Iamarino, não compareceu ao evento como era esperado. O historiador e escritor Arlindo Bellini também participou do evento. Jácomo Mandato morreu em decorrência de um ataque cardíaco. Nascido em 25 de julho de 1933, ele atuou como vereador em quatro legisla-
sábado, mas a boa aceitação do espetáculo fez com que a iniciativa fosse reexibida no domingo. Com direção musical de Fernando Augusto e Letícia Afonso, o espetáculo reuniu em seu elenco os atores Bruno Meneses, Diego Abegão, Dira Montty, Suttane Hoffmann e Tábatta Lori. “As apresentações foram lindas, com pessoas muito envolvidas, dedicadas e emocionadas. O público adorou e também se emocionou com a peça, deu pra ver a emoção transbordando nos olhos de muitos presentes”, comentou a diretora de Eventos e Comunicação da Casa das Artes, Josiane Moraes. Para fazer a segunda apresentação e ajudar a subsidiar os custos de viagem, hospedagem e alimentação, o grupo conquistou o patro-
cínio das empresas Brind-Art, Neco Lanches, Vanluc Modas, Bodega Choperia, Floricultura Natureza, Paiol Choperia, Mecânica Soares e Casarão do Gui. O transporte foi fornecido pela Universidade de Ouro Preto.
turas ente os anos de 1955 e 1982, tendo sido presidente da Câmara Municipal no biênio 1983-1984. Também presidiu a Comissão de Cultura da Câmara Municipal. Filho do italiano Pietro Mandatto e da brasileira Lucia Bizare, Jácomo foi casado com Maria Suzana da Silva, também falecida, com quem teve as duas filhas. O historiador também fundou o Centro Itapirense de Cultura e Arte e presidiu a Comissão de Turismo da Prefeitura Municipal de Itapira. Entre seus grandes feitos, criou a Semana Juca Mulato, homenageando
seu amigo e também poeta, Menotti Del Picchia, e atuou como colaborador de vários de jornais de Itapira e também de outros estados. Deixou um legado de centenas de artigos e diversos livros. Outros originais seguem no acervo e também poderão ser lançados num futuro próximo. Processo A obra sai pela ArtExpressa Editora. O responsável pela edição do livro, Alberto Luís de Mello Rosatto, comentou que a tarefa não foi das mais fáceis. “Os originais estavam
Espetáculo teatral emociona na Casa das Artes A Casa das Artes foi palco, nos últimos dias 26 e 27, para duas apresentações da peça ‘EmCantos’, do Grupo Quintal de Retalhos. As encenações foram abrigadas na área externa da associação cultural e reuniram mais de 120 espectadores. O grupo teatral é formado por alunos e ex-alunos de Artes Cênicas e de Música da Universidade Federal de Ouro Preto, em Minas Gerais. Com direção da itapirense Adriana Martins, o espetáculo foi concebido para ser apresentado exatamente em quintais, mostrando os encontros cotidianos de cinco pessoas que vivenciam a delicadeza e a beleza muitas vezes escondida nas culturas e tradições. Nos dois dias, as apresentações aconteceram durante o período da tarde. Inicialmente era prevista somente uma apresentação, no
Reprodução
Leo Santos/Megaphone
o t a d n a M o m o c á J Obra póstuma de e t r o m a u s s ó p a s o n a chega seis
CORETO Na manhã de domingo o Parque Juca Mulato abrigou nova edição do Projeto Coreto, também mantido pela Casa das Artes. Desta vez, o grupo Desenhando foi responsável por embalar o público com um repertório repleto de clássicos do choro, além de composições próprias. Segundo a organização, perto de 80 pessoas prestigiaram o evento, que acontece quinzenalmente no coreto do Parque, sempre aos domingos, gratuito e com início às 10h00.
Peça foi apresentada com direito a repeteco em Itapira
em um disquete. Conseguimos abrir em um computador de um amigo e descobrimos que apenas a primeira página de cada capítulo estava disponível em arquivo digital. O restante estava impresso, no acervo que ficou com o Circolo”, revelou. “A partir disso iniciamos um trabalho de digitalização dos originais, transformação dos arquivos, revisão, correção, edição, enfim, foi um trabalho que consumiu mais de um ano, mas agora o resultado está aqui e esperamos que seja bem aceito, pois é um registro muito importante da nossa história”, destacou. Para o lançamento, foram concebidos 100 exemplares. A expectativa, porém, é atingir uma tiragem aproximada de mil cópias. “Trabalhamos sob demanda e esperamos que esse livro circule bastante”, finalizou Rosatto. Os exemplares estão à venda por R$ 25,00 na sede do Circolo, à Praça Bernardino de Campos, 165, no Centro. André Ricardo Bruzasco/Divulgação
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! A V I T A À DE VOLTA
retoma atividades
Parado desde 2009,
Q
uase seis anos após suspender suas atividades, o Raul Rock Club ressurge com a promessa de apresentar muitas novidades ainda ocultas dos fãs de Raul Seixas. O site oficial da entidade – www.raulrockclub.com. br – voltou à ativa no dia 21 de agosto passado, data em que a morte do cantor e compositor baiano completou 26 anos. A intenção é disponibilizar no endereço virtual toda a discografia, biografia e bibliografia do artista, além de promoções. Por enquanto, o site já permite o cadastro de novos associados, que podem obter sua carteirinha personalizada e assinada pelo presidente do Raul Rock Arquivo Pessoal/ Divulgação
Club, Sylvio Passos, que fundou o fã-clube em 28 de junho de 1981, quando Raul completava 36 anos de vida. Sylvio Passos conviveu com Raul Seixas por quase uma década. Escudeiro fiel do roqueiro, o paulistano de 52 anos guarda não só as lembranças de uma relação intensa, mas também um enorme acervo de onde já saíram muitas coisas boas para os fãs. E de onde ainda pode sair muito mais. Entre outros feitos, Sylvio foi o responsável pelo lançamento do LP ‘Let Me Sing My Rock n’ Roll’ (1985), hoje uma preciosidade entre os fãs e primeiro disco independente lançado por um fã-clube no país. Tam-
Sylvio Passos promete novidades no RRC
Arquivo Pessoal/ Divulgação
bém é autor e coautor de livros sobre o artista que se tornou ícone do Rock nacional. Atualmente, além de voltar a dar manutenção ao fã-clube, também faz parte da Putos Brothers Band. A paralisação das atividades do Raul Rock Club ocorreu em dezembro de 2009, suspendendo também a circulação da Expo Raul Seixas – um projeto de exposição itinerante com itens pessoais de Raulzito. Os motivos para a decisão nunca ficaram muito claros, mas Sylvio sempre deixou claro que o Raul Rock Club não estava morto. “Como sempre pautei o trabalho do fã-clube de uma maneira atípica, assim permanecerá para todo o sempre, ou seja, sem uma forma definida. Vai se adequando aos valores e conceitos, sem nunca perder a essência anárquica e atemporal conforme foi concebido. Hoje, com todo o aparato tecnológico existente, estou estudando formas de retomar as atividades de uma forma mais moderna, afinal não se usa mais máquina de escrever, mimeógrafos e outras tecnologias que eram usadas época em que o mesmo foi fundado. Aos poucos vamos colocar tudo aí para aqueles que desejarem se juntar ao RRC. Tudo é questão de tempo”, indicou o presidente do fã-clube em entrevista ao Megaphone em dezembro de 2012.
Raul e Legião recebem tributo em Itapira Dois grandes ícones do Rock brasileiro, Raul Seixas e a banda Legião Urbana, recebem tributo no próximo dia 10 em Itapira. O evento acontece no Vip Eventos e o show fica a cargo da banda Kazza. O repertório envolve os principais sucessos nas vozes de Raulzito e de Renato Russo. O objetivo é resgatar a valorosa contribuição dos dois artistas ao Rock nacional. O início das atividades é previsto para 22h00. Os
Divulgação
Ícones do Rock ganham homenagem
ingressos antecipados custam R$ 15,00 e estão à venda na loja Zone Rock (Rua José Bonifácio, 394, Shopping Comercial
Sarkis, Box 12). Na portaria, o preço sobe para R$ 20,00. O Vip Eventos fica na Rua Baptista Venturini, 36, na Santa Fé.
Agora, com o Raul Rock Club oficialmente de volta, Sylvio diz que o objetivo maior é centralizar as informações sobre o protagonista da homenagem em uma fonte confiável. “Na verdade, nunca paramos. Mas agora sinto que Raul e seu público merecem uma fonte segura de informações no universo virtual. São tantos absurdos pulverizados por aí envolvendo Raul e sua obra que senti que o público precisa de uma fonte com credibilidade para esclarecer o que é fato e o que é lenda no que diz respeito ao artista e ao cidadão Raul Seixas. Já que ninguém está preocupado com isso e eu sou, até segunda ordem, a fonte mais segura e confiável sobre temas que abordam a vida e a obra de Raulzito, não posso deixar que fiquem por aí esculhambando Raul do jeito que estão”, dispara o presidente enquanto enfatiza que o tempo de inatividade só aconteceu “por pura sacanagem e perseguições insanas de quem nunca fez nada pelo memória de Raul”. De acordo com ele, os objetivos iniciais do Raul Rock Club seguem inalterados. “Manter viva a obra genial de Raul. Manter vivo Raul. Afinal, o que temos atualmente no Brasil que mereça algum crédito? Que aponte caminhos? Nada. As novidades continuam no passado”, critica. Sem de-
Sylvio com Raul na casa do artista em São Paulo, em 1981 talhar as intenções, Sylvio informa que os planos para esta nova fase do fã-clube são muitos. O desafio maior, diz, é se adaptar aos tempos modernos sem perder a essência. “Sou muito chato nesse sentido. O foco é no que temos de ferramentas atualmente e usá-las sem perder a originalidade, a
autenticidade. Muita coisa vem por aí sem corromper nada”, garante o paulistano, encerrando a entrevista com um trecho da música ‘Eu Também Vou Reclamar’, um dos sucessos de Raul: “Porque eu fui o primeiro e já passou tantos janeiros, mas se todos gostam eu vou voltar!”.
Frida Kahlo é tema de exposição em São Paulo
A exposição ‘Frida Kahlo - Conexões Entre Mulheres Surrealistas no México’, aberta ao público no último domingo (27), apresenta 20 obras da artista. A mostra traz ainda mais 80 obras de diversas artistas que tiveram alguma relação com Frida, eram suas contemporâneas ou que foram influenciadas também pelo surrealismo, como Maria Izquierdo, Remedios Varo e Leonora Carrington. Frida Kahlo pintou apenas 143 telas em toda sua vida. Além das telas selecionadas, o visitante poderá conhecer seu pensamento plástico por meio de 13 obras sobre papel, incluindo nove desenhos, duas colagens e duas litografias. A forte presença de Frida está presente também nos retratos de Lucienne Bloch e Nickolas Muray, que integram a mostra. Além disso, seis das obras expostas são autorretratos de Frida. Os autorretratos e retratos simbólicos são característicos entre as mulheres artistas mexicanas vinculadas ao surrealismo, que, de acordo com a curadora Teresa Arqc, marcam uma ruptura entre o âmbito do público e o estritamente privado. “Em alguns de seus autorretratos, Frida Kahlo, Maria Izquierdo e Rosa Rolanda elegeram cuidadosamente a identificação com o passado pré-hispânico e as culturas indígenas do México, utilizando ornamentos e acessórios que remetem a mulheres poderosas, como deusas
Nickolas Muray Photo Archives/Divulgação
Exposição em São Paulo homenageia Frida Kahlo ou tehuanas, apropriando-se das identidades dessas matriarcas amazonas”, disse Teresa. Artistas europeias vinculadas ao surrealismo e algumas atraídas por essa cultura ancestral mexicana formaram uma rede de relações e influências com Kahlo e com outras artistas mexicanas e, por isso, têm obras expostas nessa mostra, como a inglesa Leonora Carrington e a francesa Alice Rahon. Sobre a influência dessa cultura em artistas estrangeiras, Teresa disse que “a multiplicidade cultural, rica em mitos, ri-
tuais e uma diversidade de sistemas e crenças espirituais influenciaram na transformação de suas criações. A estratégia surrealista da máscara e da fantasia, que no México forma parte dos rituais cotidianos em torno da vida, a morte no âmbito do sagrado, funcionava também como um recurso para abordar o tema da identidade e de gênero”. A exposição vai até 10 de janeiro no Instituto Tomie Ohtake. Ás terças a visitação é gratuita e, de quarta a domingo, a entrada custa R$ 10,00.
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Museu Histórico de Itapira é alvo de vandalismo O
cultural, os autores do ato também destruíram parte da estrutura de iluminação pública do Parque. Foram quebrados postes, luminárias e um banco que fica defronte à Casa de Menotti Del Picchia. Já no Museu, o alvo foram pelo menos sete vidros da porta principal.
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, disse no último dia 21 que seria um retrocesso uma eventual fusão entre os ministérios da Educação e da Cultura, como chegou a ser especulado nos meios políticos nas últimas semanas. O ministro informou que não recebeu nenhuma sinalização da presidenta Dilma sobre uma possível união de sua pasta com a da Educação. “Ela não sinalizou e, por não ter sinalizado, eu não acredito que vá haver. É um rumor que até tem uma base, alguém propôs, mas não acredito nessa possibilidade de fusão. Se-
ria um retrocesso muito grande”, afirmou. O ministro explicou que a Cultura tem particularidades que precisam de um gerenciamento próprio e que a pasta não se fortaleceria se fosse fundida com a da Educação. “Sob o ponto de vista gerencial e administrativo, é importante que funcionem separado, porque têm as tecnologias de patrimônio, as tecnologias de museus, toda a vida do mundo artístico que precisa ser agilizada e as questões do campo da cultura popular. Se você funde, reduz a capacidade do Estado de tratar com a profundidade
Museu Histórico e Pedagógico ‘Comendador Virgolino de Oliveira’, instalado no Parque Juca Mulato, região central de Itapira, foi alvo de ataque de vândalos. O caso aconteceu entre a noite do dia 22 e madrugada do dia 23. Além do equipamento
Leo Santos/Megaphone
Os reparos na porta foram feitos já na quarta-feira. Já os postes e o banco devem ser consertados em breve. A Secretaria Municipal de Defesa Social registrou a ocorrência de danos ao patrimônio público junto à Delegacia de Polícia e o caso será investigado.
Espaço cultural foi danificado
Divulgação
Fundir ministérios da Educação e da Cultura seria retrocesso, diz Juca Ferreira
que a área cultural merece. Eu não acredito e não recomendo que se leve adiante essa ideia.” Juca Ferreira citou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que demonstram a distância que os brasileiros ainda têm dos equipamentos e instrumentos culturais. “Os dados detectados pelo IBGE e pelo Ipea é que pouco mais de 5% dos brasileiros entraram alguma vez em um museu, só 13% vão ao cinema e [os brasileiros leem] só 1,7 livro per capita por ano”. De acordo com
A Arte de transformar a morte em vida de Frans Krajcberg por Ricardo Pecego
Estive há cerca de quinze dias no sul da Bahia, mais precisamente na cidade de Nova Viçosa. Fui para ver Abrolhos e as baleias Jubarte, mas em função do vento noroeste, que estava muito violento, foi impossível realizar esses passeios. O litoral lá é lindo e extenso, (praias de mais de vinte quilômetros de extensão, estou falando de uma única praia), tudo muito tranquilo. Num certo dia, vi um painel na rua dizendo que ali estava instalado o Museu Frans Krajcberg, com uma foto que de tanto efeito eu não me conectei ao personagem. Depois de uns dias eu coloquei aquele nome no Google, pois já havia ouvido falar, não lembrava onde e, PIMBA! Putz que la vida: eu estava na mesma cidade que um dos artistas plásticos e ambientalistas mais falados do mundo! Ali em Nova Viçosa, cidade com 12 mil habitantes. Perguntei do museu e os habitantes locais diziam que ninguém pode ir lá visitar que era tudo fechado. Mesmo assim peguei minhas filhas e fomos. Um guarda nos recebeu, disse que a visitação poderia acontecer no dia seguinte pela manhã, quando o pessoal que ali trabalha estaria de serviço. Voltamos e aí um outro guarda disse que nada ali era para visitação, que se tratava de um acervo particular e ponto. Quando estava dando ré no carro, vi um senhor bem simples que estava ali assistindo nossa conversa (e que trabalha no local) cochichar alguma coisa, que mobilizou o guarda em pelo menos ligar para alguém do local, perguntando da possibilidade de realizarmos a visita. Dali alguns minutos chegou uma moto com outro guarda e uma segunda pessoa, um senhor com olhar calmo e uma fala macia de baiano da gema. Neves era o nome dele. Ele então nos levou para conhecer as obras de Frans em dois galpões. Ali diante de tanta arte fica difícil de saber onde olhar, seu trabalho é incrível, permite muitas variadas leituras, mas tem um ponto marcante: em tudo que vemos há uma tristeza, uma angústia um grito por um mundo melhor. Neves, sargento da Polícia Militar que graças à Frans se envolveu no mundo da arte (já estava pintando com Itabirito), me colocou diante de uma escultura (premiada no Japão com o primeiro lugar num concurso que reuniu outros 50 bambas) e pediu que eu fizesse uma apreciação do que eu via. E eu vi um ser humano que, há muito tempo doente, desfalecia magro, seco, com seus órgãos quase que apodrecidos e que deixara de lado a única coisa que aparentava estar bem naquela complexa estrutura, uma folha, intacta e desconectada do resto todo que era só morte. Essa e todas as esculturas de Frans são feitas com restos de árvores e plantas calcificadas, mortas, com quase três metros de altura e coloridas com as terras da caverna de Itabirito lá de Ouro Preto (MG). Tudo da sua obra é natural. Os milhares de hectares que a indústria de celulose que se instalou na região desmatou, Frans recolheu e armazenou num imenso galpão de natureza morta (literalmente) que algum dia poderá retornar à vida em forma de grito, protesto e alerta. A experiência não acabou por ali, quando íamos nos despedir, o Neves pediu que o seguíssemos para conhecer o
Frans, e lá fomos nós. Andamos então dentro de uma floresta linda de Mata Atlântica plenamente preservada, um caminho em que eu e minha esposa sonhamos e idealizamos como se fosse nosso e que nos fim das contas descobrimos que realmente era. Meu, dela e de todos nós (já explico). Chegamos a um conjunto de construções no meio dessa floresta, totalmente integrados e ali, debaixo de um rancho com telhas de tábuas pregadas. Estava um senhor em pé, firme que aos 94 anos estendeu a mão e disse: aonde esse país vai parar? Eu não sei mais o que pensar! Lamentei com ele, mas mudei o rumo da prosa para sua obra parabenizando a transformação do morto no belo, quando descobri que toda aquela floresta em volta, viva, pulsante era também obra daquele senhor. Ele plantou mais de 10 mil árvores no trabalho de revitalizar o lugar e torná-lo plenamente sustentável. Perobas, Jacarandás e muitas outras espécies, nos cercavam e nos deram a perfeita sensação de como deveria ser Nova Viçosa (que apesar de preservada, não chegava aos pés daquela reserva). Ele fez questão que visitássemos o lugar inteiro, sua impressionante residência a sete metros de altura sob 1/3 de um tronco de Piqui (a terça parte mais fina da árvore, que tem uns seis metros de diâmetro). Neves disse que é inimaginável a altura da árvore inteira, tão pouco a largura da parte mais grossa de seu tronco. De morta, virou coluna de sustentação da casa. Conhecemos depois parte de seu acervo fotográfico e os funcionários disseram, que aquele personagem que apesar da idade mantinha disposição, dinâmica e engajamento para que sua obra não parasse de produzir gritos. Gritos que hoje são meus, da minha esposa e de todos vocês leitores, pois tanto o acervo, quanto a área reflorestada e tudo mais ali dentro foi doado ao governo do estado da Bahia, ou seja, é patrimônio público, mas como é de se esperar, num país que só se preocupa com a cotação do dólar e ainda acha o norte do progresso se dará pelo viés da economia, esta obra aglomerada nos galpões que conhecemos e não são, nem de longe, suficientes para expô-las como se deve. Fora isso não há integração do poder público local em levar as crianças e jovens da cidade para conhecer o próprio patrimônio, a Secretaria de Nunca o procurou para pensar projetos, que poderiam movimentar o turismo sustentável, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia nunca mobilizou nenhuma ação que pudesse reproduzir os efeitos daquele reflorestamento na região, ou em outras localidades. Porém, a indústria de celulose, que só planta eucaliptos, que exterminam com aquíferos, fauna e flora locais, essa sim tem placas espalhadas com chancela de manejo sustentável e “cuidados” com meio ambiente em vários pontos. Tudo foi transcendental para mim, minha esposa e filhas, ter contato com alguém que sobreviveu a duas guerras mundiais (onde perdeu toda sua família), morou numa caverna por anos (em Ouro Preto) e pela arte procura gritar a necessidade de modificarmos nossa atitude. Espero que estejam escutando.
Ricardo Pecego, 38, é produtor cultural, aspirante a esteta e acha que o mundo, inclusive o Brasil, ainda tem jeito.
Ministro falou sobre hipótese de fusão o ministro da Cultura, o país tem um déficit grande nessa área e que é preciso avançar muito, porque a cultura qualifica as rela-
ções sociais, permite a vida democrática, pois educa as pessoas a conviverem com o outro e não transformarem diferença em
ódio. “Ela tem um papel de articular todas as outras dimensões da vida pública”, afirmou. Juca Ferreira disse também que não acredita, em sua avaliação pessoal, que a reforma ministerial vá atingir os ministérios ligados aos programas sociais do governo. “Eu não acredito que os ministérios da área social sejam atingidos, porque eles têm uma força simbólica grande, de sinalizar que o Estado apoia a justiça social, igualdade, o combate ao racismo e à discriminação, apoia a luta das mulheres por direitos iguais e pelo desenvolvimento cultural. Então eu acredito que, mesmo com todas as dificuldades, é importante estrategicamente manter, e creio que o governo vá manter”.
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! o c s i d m u , e t n e De rep Da amizade entre cantora itapirense e músico carioca nasceu uma parceria musical consistente que rapidamente se reverteu em um disco elogiado. A boa música agradece...
Gabi Lopes/Pedro Veríssimo/Divulgação
anorama
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“U
m disco feito para aqueles que acreditam que a música brasileira de qualidade e bom gosto ainda tem seu espaço, continua sendo criada e vale a pena ser apoiada”. É com esse recado bastante direto que a dupla Iara Ferreira e Bernardo Diniz apresentam seu primeiro trabalho conjunto, o disco ‘Bené e Iaiá’. A dupla está baseada no Rio de Janeiro, cidade na qual a apresentação em barzinhos rendeu a amizade que se transformaria em parceria musical. Iara é natural de Itapira e reside na capital fluminense há cinco anos. No dia 11 de setembro, ela e o parceiro Bernardo – carioca de Barra Mansa – vieram a Itapira para um show de lançamento do álbum. A apresentação foi abrigada na Casa das Artes e o repertório mostrou ao público que o recado da dupla, além de direto, também é bastante sincero. O trabalho conjunto de Iara Ferreira e Bernardo Diniz passeia por diversos gêneros: samba, valsa, bolero e choro estão presentes na
Bernardo Diniz e Iara Ferreira: trabalho eternizado em disco autoral obra, que chegou ao mercado há apenas dois meses. Tempo suficiente para que a boa aceitação se revertesse em elogios e palavras de incentivo. “Temos recebido palavras de muito carinho das pessoas, de identificação com nossas canções e incentivo, e isso é um retorno muito bom. Dá uma sensação gostosa de que estamos conseguindo chegar ao outro lado, nos comunicar através de nossa música e isto é o que vale mais”, comenta Iara, lembrando que uma das 12 faixas do disco – mais precisamente a terceira, agrada até mesmo a criançada. “A música se chama ‘A Lenda da Mulher de Branco’ e é a preferida das crianças. Ver os pequenos gostando, ouvi-los cantando e perguntando da história
é muito legal”, enfatiza. A amizade entre Iara e Bernardo nasceu dos encontros proporcionados pelo trabalho e interesses em comum. Os dois, por exemplo, estudaram na Escola Portátil de Música, na Urca. A parceria, no entanto, não foi formada exclusivamente para o disco. “Bernardo e eu começamos a compor juntos em 2011 e, de fato, adentramos juntos a este território da canção, pois nenhum dos dois havia feito música em parceria antes. Eu escrevia poemas, tinha apenas uma música ou outra minha, e ele compunha mais música instrumental, especialmente Choro. Em um belo dia começamos a fazer juntos, ele fazendo melodia e eu letra e não paramos mais. Quando
vimos, já tínhamos repertório de sobra”, lembra a cantora. O álbum começou a nascer a partir do incentivo de amigos e professores, como Jayme Vignoli – que assina a direção musical do disco concebido após uma bem sucedida campanha de financiamento coletivo. “Daí foi tudo uma festa, 38 músicos e amigos maravilhosos participaram do CD, ganhamos de presente as participações da Leila Pinheiro, do Joel Nascimento, do quarteto de cordas do Ricardo Amado e por aí vai. Saiu tudo bem melhor do que podíamos sonhar, foi muito feliz, com cuidado e muito verdadeiro. Uma espécie de festa de celebração do nosso encontro. Por isso creio que a gente ainda tenha muito chão pela frente, como parceiros,
já que além de tudo somos grandes amigos”, salienta Iara. O disco foi lançado no início de julho com show no Solar de Botafogo, no Rio. A apresentação da dupla em Itapira aconteceu por consequência de uma data livre na agenda após um show na Fnac Pinheiros, em São Paulo, ocorrido no dia anterior. Diferentemente do show completo, com uma banda que reúne mais seis músicos, os shows em São Paulo e em Itapira ocorreram no formato ‘pocket’, com voz e violão. “Aproveitar a ida a São Paulo para dar uma esticadinha e emendar com o show na Casa das Artes em Itapira, e isso foi uma grande alegria. Quando lançamos o CD no Rio fomos acompanhados por seis músicos no palco. Infeliz-
mente é bem mais viável, na maioria das vezes, viajar em duas do que em oito pessoas, mas fazer o show em duo foi uma experiência muito boa também. Acho que deu certo. É como se as músicas voltassem ao seu estrado original, do jeito que nasceram: só violão e voz”, avalia a cantora. Segundo Iara, mostrar o novo trabalho em sua cidade natal deu um significado especial à apresentação. “Foi emocionante. Saí de Itapira aos 16 anos para estudar e desde os 20 anos canto na noite, ou seja, lá se vão 10 anos de carreira na música e nunca tinha feito um show meu na cidade. Então, fazer este na linda Casa das Artes, este lugar tão especial e importante para a cultura local, como compositora e trazendo meu CD, foi demais. Fiquei bem nervosa, mas muito feliz”, conta a cantora que costuma visitar o município sempre que encontra um tempinho. “Visito Itapira sempre que posso para ver a família. Acho que em média a cada dois ou três meses eu vou, às vezes mais, outras menos. Depende da agenda, mas a vontade é estar sempre por perto. Minha família é muito unida, de gente festeira e é sempre uma delícia quando estamos juntos. Mesmo tendo saído de casa muito cedo o que faz com que a gente se acostume um pouco a lidar com a distância, sinto uma falta tremenda dos meus familiares e amigos”, diz. Na última terça-feira, a dupla também apresentou o trabalho na Fnac da Barra da Tijuca, no Rio. Entre outros trabalhos, ela e Bernardo se desdobram na divulgação do disco, mirando mais shows para levar o disco país afora. “Também vou continuar compondo. Tem alguns projetos novos saindo do forno em breve, vou lançar um disco novo de outra parceria em janeiro ou fevereiro, mas depois eu conto esta novidade”, promete. Promessa, aliás, que não é a única. Um segundo álbum de ‘Bené e Iaiá’ tem grandes possibilidades de acontecer. “Na verdade já temos o repertório pronto. É só a vida abrir a porta que a gente cai dentro”, finaliza Iara.