Megaphone Cultural #61

Page 1

www.portalmegaphone.com.br

Distribuição Gratuita

Megaph Cultne ural Ano V – Nº 61 – Edição Quinzenal 10 de novembro de 2016

Outra vez na estrada!

Fernando Pineccio/Arquivo/Megaphone

Adaptação de ‘Romeu e Julieta’ criada pela Cia Talagadá – Teatro de Formas Animadas voltará a circular em 2017. A peça terá novas apresentações em pelo menos mais 14 cidades, todas com menos de 50 mil habitantes. O projeto que prevê a nova circulação foi aprovado recentemente pelo ProAC (Programação de Ação Cultural) do Estado de São Paulo. Ano passado, a montagem já havia circulado também com apoio da lei de incentivo. Página 8

Entrevista

Trocamos ideia com o baixista Ricardo Ravache (Harpia, Centúrias) Página 2

Menos grana

Orçamento da Cultura volta a cair em Itapira Página 7

Social

Projeto em Itapira tem aulas gratuitas de violão e guitarra

Página 5

Viola & Uipa

Concerto instrumental reverte recursos aos animais em Itapira

Página 4

Lançamento

Baterista do Legião Urbana ‘resgata’ origem itapirense

Página 6


www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 10 de novembro de 2016 | Página 2

Editorial

Mudanças por vir?

R

eflexo direto das eleições, começam agora as especulações quanto às definições dos novos secretariados municipais – equipes dos novos prefeitos eleitos que desbancaram seus adversários nas urnas, e manutenção ou alterações nos grupos que permaneceram no poder, como é o caso de Itapira e Mogi Guaçu. Em Mogi Mirim, está previsto para hoje o anúncio da composição do novo prefeito a partir de 2017, Carlos Nelson Bueno (PSDB). Em Mogi Guaçu, ainda não se tem notícias de possíveis mudanças na continuidade do governo de Valter Caveanha (PTB). Já em Itapira, a troca de cadeiras é dada como certa em diversas áreas de suporte ao prefeito reeleito José Natalino Paganini (PSDB). Na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, por exemplo, o atual titular Marcelo Iamarino, não deve permanecer no cargo. Ao menos é o que circula nos bastidores da própria administração. A secretária municipal de Educação, Flávia Rossi, e o de Negócios Jurídicos e Cidadania, José Augusto Francisco Urbini, deverão ser confirmados hoje no governo de Carlos Nelson e já estariam de malas prontas para retornarem ao trabalho político em Mogi, onde residem. Outra medida dada como certa seria a junção das secretarias de Cultura e Turismo e Esportes e Lazer, resgatando o formato do que um dia foi o Decet (Departamento de Cultura, Esporte e Turismo). Algo como o atual presidente, Michel Temer (PMDB), tentou fazer com o Ministério da Cultura, que voltaria a se unir ao MEC (Ministério da Educação), mas foi vencido pela resistência. Em Itapira, nos meios culturais e artísticos, a possível união das duas pastas já é vista com cautela. O receio é de que as atividades da Cultura e Turismo, já tão relegadas e direcionadas nos últimos quatro anos, sejam ainda mais prejudicadas. O que resta é aguardar!

Culturando Coreto lotado! O Projeto Coreto tem nova edição neste domingo (13) em Itapira. Desta vez, a ação coordenada pela Casa das Artes oferta o show da cantora Mônica Martelli Carpi. O show gratuito e com classificação etária livre começa às 10h00 no coreto do Parque Juca Mulato. Na última edição, com apresentações da Orquestra de Cordas e Banda da Casa das Artes, o evento bateu recorde de público. Brinquedos e sorrisos Tem prosseguimento, até o dia 11 novembro, a campanha de arrecadação de brinquedos sob o comando da Acei (Associação Comercial e Empresarial de Itapira). O objetivo é arrecadar brinquedos novos ou usados em bom estado para distribuir a crianças carentes no final do ano. Vários postos de arrecadação foram disponibilizados em estabelecimentos comerciais e industriais da cidade, bem como na sede da Acei, que fica na Rua Comendador João Cintra, 323, no Centro. Mais informações pelo telefone (19) 3913-9444. Menos, de novo... A peça orçamentária da Prefeitura itapirense deverá destinar, mais uma vez, menos recursos à pasta da Cultura e Turismo. O orçamento do setor, que já é o menor, novamente deverá amargar queda – isso se nenhuma emenda parlamentar ‘salvar’ o pacote de verbas que está tramitando na Câmara. O

texto precisa ser aprovado até dezembro. Mudanças Em Itapira e em Mogi Mirim são aguardadas mudanças nas direções das secretarias de Cultura. Na primeira cidade, a troca de secretário já é quase dada como certa – até mesmo por muitos problemas internos gerados pelo atual, segundo se especula. Em Mogi, a mudança deve ser natural, motivada pela troca de governo. Já no Guaçu, Luiz Carlos Ferreira deve continuar no posto que já ocupa desde o início do governo Caveanha. Inscrições Por falar em Mogi Guaçu, a Secretaria Municipal de Cultura da cidade recebe somente até esta sexta-feira (11) as inscrições para o concurso da Pérola Negra 2016. A eleição está confirmada para o próximo dia 19. A Rainha do concurso receberá prêmio de R$ 600,00, enquanto que a Princesa e a Miss Simpatia receberão, respectivamente, R$ 400,00 e R$ 200,00. As inscrições devem ser feitas na Secretaria de Cultura, instalada no Centro Cultural, na Avenida dos Trabalhadores, 2.651, no Jardim Camargo. Contatos para informações também pelo telefone 3811-1844. A íntegra do regulamento está publicada no site www. mogiguacu.sp.gov.br. A eleição e a premiação do concurso acontecerão no Teatro Tupec, também no Centro Cultural, a partir das 19h30.

RICARDO RAVACHE

Uma história de peso no Heavy Metal nacional Tamy Leopoldo/Divulgação

Antonio Carlos Monteiro

O

Heavy Metal brasileiro dos anos 80 deixou não apenas alguns discos e boas lembranças, mas também pavimentou o caminho para tantos músicos que hoje, direta ou indiretamente, dão continuidade ao que aqueles pioneiros fizeram. Nesse contexto, o baixista Ricardo Ravache pode ser considerado um privilegiado, já que fez parte das formações clássicas de duas bandas seminais para o metal nacional (e que continuam na ativa até hoje), Harppia e Centúrias, tendo gravado dois discos até hoje saudados pelos fãs, A Ferro e Fogo e Ninja. Nessa conversa com o Megaphone Cultural ele conta como foi sua trajetória na música e, de quebra, ainda lembra algumas histórias interessantes. Quando e como o rock entrou na sua vida? Ricardo Ravache: Durante a infância, eu somente ouvia música clássica, principalmente pela admiração que eu tinha pelo meu tio-avô que era músico profissional. Por outro lado, minha irmã já ouvia os clássicos do rock. Até que um dia eu me vi sozinho em casa com a vitrola e o álbum E Pluribus Funk do Grand Funk Railroad, o ‘da moeda’. Aí a coisa não prestou... (risos) A partir de então, o contágio foi incurável. Por que escolheu o baixo como instrumento? E você começou numa época em que não havia escolas de música como existem hoje. Como foi seu aprendizado? Ricardo: Como era muito próximo de meu primo Marcos Patriota (guitarrista do Harppia e do Centúrias), queríamos montar uma banda e acabei ganhando um baixo de presente em setembro de 1976. Era um Giannini Stratosonic e veio também um amplificador BAG. Ou seja, um instrumento razoável e um amplificador questionável (risos). Existiam conservatórios tradicionais, cheguei a frequentar, mas não levei adiante. Acabei sendo autodidata. Não sou um exemplo de pessoa disciplinada. Com quem você tocou antes do Harppia? Ricardo: Toquei numa banda de rock n’roll chamada Aeroplano. Entrei na última formação e meio por acaso. Conheci o guitarrista Lippo Baldassarini no Metrô, ele distribuía filipetas de um show dessa banda. Perguntei se ele conhecia algum baterista e acabei sendo apresentado para o Tibério Correia, que me levou para o Aeroplano. O Tibério acabou se tornando um luthier respeitado, o que é até hoje, e, no final das contas, acabei levando-o para o Harppia alguns anos depois. Lá em 1985, enquanto algumas bandas participavam da coletânea SP Metal, o Harppia já gravava um EP próprio, A Ferro e Fogo. Imagino que tenha feito um bem danado ao ego... Ricardo: Ah, fez, sim. A princípio, fiquei um pouco chateado por não termos entrado no SP Metal, mas entendi que os planos para o Harppia eram maiores. Eu, Jack Santiago (vocal), Marcos Patriota (guirarra) e, principalmente, o Hélcio Aguirra (guitarra) sempre tivemos uma relação de amizade com Luiz Calanca (Baratos Afins) e ficamos muito felizes por ele eleger o Harppia para a gravação de um trabalho mais completo. Um ponto que eu sempre acho importante destacar é a qualidade da capa do álbum, que ficou a cargo do artista plástico Chico Guerreiro, que, na minha

Ravache possui longa história de atuação no metal nacional concepção, deu um grande profissionalismo ao projeto. Ele também é o responsável pelas capas brilhantemente desenhadas dos álbuns do Golpe de Estado. Eu costumo dizer que todos nós construímos um avião com ele no ar: as bandas estavam descobrindo como tocar e timbrar os instrumentos, os técnicos de estúdio estavam descobrindo como captar aquele som e nós estávamos descobrindo como se fazia jornalismo musical. Considerando isso, como foi a gravação do disco? Ricardo: Tem um detalhe que poucos sabem, mas desde meados dos anos 70, Marcos Patriota e eu descobríamos juntos os prazeres da música e procurávamos obter o máximo de informação disponível, mas era pouca. Comprávamos exemplares importados da revista Guitar Player, fazíamos um esforço colossal pra entender o que estava escrito (risos) e nos interessávamos por tudo o que se referia a musica e produção musical. Na época, o ‘colegial’ (os três últimos anos do ensino médio) era profissionalizante e optamos pela especialização em eletrônica. O Hélcio já trabalhava como técnico e consertava amplificadores valvulados. Resumindo a história, já sabíamos o que queríamos em termos de tibragem dos instrumentos, posicionamento dos microfones, inclusão de efeitos nas gravações, ou seja, fomos muito preparados para essa gravação, dentro das possibilidades da época. Apesar do sucesso do disco, essa formação do Harppia não durou muito tempo. Por que isso aconteceu? Ricardo: Como qualquer banda formada por seres humanos existem as diferenças de pensamento, de atitudes, uns são mais encrenqueiros que os outros, e ser encrenqueiro é típico do rock, você concorda? Além disso, o sucesso não trouxe recompensa financeira. Mas pelo menos deixamos um ‘filho’ que valeu a pena criar, o álbum A Ferro e Fogo. Não demorou e você passou a fazer parte do Centúrias. Como se deu sua entrada na banda? Ricardo: As bandas eram amigas e sempre estavam juntas nos eventos. Quando Jack, Patriota e eu saímos do Harppia, queríamos montar uma nova banda. Chegamos a compor cinco músicas. Num determinado ponto, Jack se afastou por motivos pessoais e convidamos o Nilton ‘Cachorrão’ Zanelli (vocal). Essa banda não chegou a gravar e acabou se dissipando, também.

Logo em seguida, o Centúrias também se fragmentou e a união foi inevitável. Com você, Paulo Thomaz (bateria), Cachorrão e Patriota, o Centúrias gravou o disco Ninja. Como foi a gravação? Ricardo: Estávamos muito bem entrosados. Ensaiávamos longamente durante os fins de semana, fazíamos shows com uma boa frequência e acabamos entrando afiados no estúdio. Em uma única noite gravamos toda a base do álbum. Em mais duas ou três sessões, foram finalizados a voz e detalhes de guitarra, efeitos especiais (risos) etc.  Uma característica muito marcante em Ninja é o fato de ele ter muito bom humor. Certa vez, entrevistando o guitarrista do Barão Vermelho, Frejat, ele comentou que achava o heavy metal muito ‘reclamão’. Você concorda com isso Ricardo: Bom, a impressão pessoal que tenho do Frejat é que o tal do reclamão é ele mesmo. Em algum momento dos anos 90, o Barão esteve hospedado no centro da cidade e fui com um amigo até o lugar em que eles estavam. Esse amigo ia negociar uns CDs com o guitarrista Rodrigo. Todos os membros da banda foram muito simpáticos e agradáveis, menos o Frejat, que se escondeu num quarto pra não ver as pessoas estranhas (meu amigo e eu). Achei ridícula a atitude dele. Já nosso bom humor é característica de pessoas que são amigas e gostam de estar juntas. Isso é refletido nas músicas e acho que tem que ser assim mesmo. Logo depois de gravar Ninja, o Centúrias encerrou atividades. Por que isso aconteceu? Ricardo: Depois da gravação, ainda fizemos um ou dois shows. Não lembro bem. Mas o motivo do fim, sinceramente, eu não descobri até hoje. Fiquei muito triste com essa separação e não consegui entender o porquê de a banda ter se dissipado. Ainda estou boiando... O Centúrias ensaiou algumas voltas ao longo dos anos, mas só foi retornar de fato em 2012. Por que só você e Cachorrão participam da formação que gravou Ninja? Ricardo: Esses ‘revivals’ foram feitos só por divertimento, mesmo. Aproveitamos o talento do Tadeu Dias (guitarra) e fizemos essas poucas apresentações. Eu e o Cachorrão estávamos disponíveis, mas o Paulão estava dedicado ao Baranga e o Tadeu também tinha lá seus compromissos. O

Patriota já mora há muito tempo fora do Brasil, não tinha como participar. Cumpre destacar que o culpado pela volta definitiva do Centurias é o Ricardo Batalha, jornalista (N.R.: redator-chefe da revista Roadie Crew) e amigo de longa data. Indiscutivelmente, um dos mais importantes incentivadores do metal no Brasil. Como vocês encaram o Centúrias hoje: é um hobby muito bem feito ou ainda há o sonho de galgar degraus no mundo da música? Ricardo: É um hobby que procuramos sempre fazer da melhor maneira possível. Queremos deixar marcas boas e positivas, queremos celebrar essa paixão que é o metal. Ah! E não é porque se trata de um hobby que tocamos de graça. Tem cachê sim, tá OK? (risos) Há algum plano de gravarem um novo disco? Ricardo: Há, sim. Estamos trabalhando nisso. Já temos as músicas. Só não consigo te dizer com precisão a data do lançamento. Mas que vai, vai sim. Uma pergunta pra te complicar: se você tivesse que escolher um dos discos, qual seria, A Ferro e Fogo ou Ninja? Ricardo: Mas você não me complica não, Tony. Essa é muito fácil. É o Ninja. As composições me agradam mais; grande parte delas tem a grife do Jack Santiago, pois foram fruto da formação pós-Harppia, que eu comentei acima e que foram trazidas para o Centúrias. O álbum reflete o talento do Patriota, que é um guitarrista absolutamente admirável. Além disso, eu participei com uma composição, tive mais atuação nos arranjos como um todo e isso me agrada (risos). Vai por mim, é o Ninja mesmo. Pra terminar: você se considera realizado como músico? Ricardo: Vou ser muito sincero: não chego a me considerar um músico. Não ganho a vida como tal. Para ser músico, eu teria que largar tudo, me dedicar com afinco, perderia o prazer de tocar e daí, pelo que me conheço, não seria feliz. Acho que o que sou me satisfaz muito. Procuro melhorar sempre, mas acho que o equilíbrio que achei entre família, trabalho, música e amigos me faz feliz. Por fim, sou muito agradecido e honrado por ter participado de duas bandas emblemáticas, de ter gravado dois álbuns queridos por headbangers e não-headbangers. Mas ser realizado não significa que eu não queira mais. Quero mais, sim. Muito mais!

Antonio Carlos Monteiro é guitarrista, jornalista e crítico de música. Atua como redator na Revista Roadie Crew e colabora com o Megaphone Cultural.

Expediente Megaphone Cultural CNPJ: 16.796.177/0001-86​

Textos: Fernando Pineccio* Projeto Gráfico: Cássio Rottuli (9.9946.9027) Vendas: Wanella Bitencourt (19) 9.9373-8742 Cidade-sede: Itapira/SP

PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO

ITAPIRA

Impressão: Jornal Tribuna de Itapira Circulação na Baixa Mogiana e Circuito das Águas www.portalmegaphone.com.br imprensa@portalmegaphone.com.br

facebook.com/megaphonenews *Exceto matérias assinadas. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do Megaphone Cultural.

O Jornal Megaphone Cultural circula quinzenalmente. A distribuição é gratuita e você pode retirar o seu exemplar em alguns postos fixos nas cidades de Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu:

MOGI MIRIM

Banca Estação | Praça João Sarkis Filho – Centro / Banca da Praça | Praça Bernardino de Campos – Centro / Banca Santa Cruz | Rua da Saudade – Santa Cruz / Fatec ‘Ogari de Castro Pacheco’  Rua Tereza Lera Paoletti, 570, Jardim Bela Vista / Banca Antonelli Rua Soldado Constitucionalista, 54 - Jardim Soares

Bancas do Sardinha | Rua Pedro Botesi - Tucura / School Skate Store | Rua Padre Roque, 284 - Sala I - Centro / Fatec ‘Arthur de Azevedo’ Rua Ariovaldo Silveira Franco, 567, Jardim 31 de Março / Banca São José | Praça São José - Centro

MOGI GUAÇU

Choperia Tradição | Avenida Luiz Gonzada de Amoedo Campos, 31 – Planalto Verde / Disco Tem | Avenida Nove de Abril, 90 - Centro / Banca da Capela |Praça da Capela - Capela

Quer ser um distribuidor? Entre em contato: (19) 9.9307-4481 ou contato@portalmegaphone.com.br


www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 10 de novembro de 2016 | Página 3

A

nova edição do Concerto Trilhas, protagonizado pela Banda Lira Itapirense em prol da Associação Pétalas de Rodas – Unidas Por Laços de Solidariedade, reuniu perto de 450 pessoas ao Clube da Saudade na noite do último dia 4. O evento teve por objetivo arrecadar fundos para o grupo de mulheres que atuam junto a pacientes e pessoas que já passaram pelo tratamento contra o câncer de mama e representou o encerramento das ações especiais do Outubro Rosa, como é conhecido o período que chama a atenção para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. Com pouco mais de uma hora de duração, a apresentação foi marcada pela emoção e também pela surpresa: as integrantes do Coral Cristália, grupo já esperado para sua participação especial na noite, entraram em cena usando lenços na cabeça, adereço comumente adotado por pessoa sem tratamento contra o câncer e que, por efeitos da quimioterapia, acabam, perdendo seus cabelos temporariamente. Todos os coralistas, incluindo os homens, também carregaram velas ao cruzarem o salão em meio aos espectadores do concerto, antes de cantarem as músicas ‘Conquista do Paraíso’ e ‘Hallelujah’, momento em que muitos dos presentes não conseguiram conter as lágrimas. “Foi uma belíssima homenagem e uma grande surpresa pra todas nós, da associação, e para o público em geral. Ninguém sabia que os coralistas fariam isso e realmente foi muito emocionante”, comentou a presidente da Pétalas de Rosas. Ao todo, 48 músicos da formação sinfônica da Lira se reuniram para executar o repertório com 12 peças e que incluiu somente músicas que

Emoção e surpresa marcam nova edição do Concerto Trilhas ficaram famosas por integrarem trilhas sonoras de filmes, games e séries. As músicas foram tocadas simultaneamente à exibição de imagens da obra correspondente em um telão. O maestro e diretor artístico da Banda Lira Itapirense, Maurício Perina, também avaliou positivamente o evento e elogiou a atuação dos músicos. “Foi um evento que ficou acima das expectativas com relação à apresentação da banda. Foi uma noite muito especial, pela causa do evento e pelo excelente desempenho da banda diante de um concerto complexo, com luzes apagadas e em sincronismo com vídeos. Mais uma vez a banda sinfônica Lira Itapirense conduziu o público a uma viagem ao mundo da imagem e som”, destacou o maestro. De acordo com Vanda, os recursos arrecadados no evento serão somados às verbas obtidas com outras ações – entre elas o concerto do ano passado. O objetivo é a aquisição de um veículo para reforçar o trabalho de atendimento domiciliar da instituição. “Quero agradecer especialmente o Coral Cristália, a Banda Lira Itapirense, ao Clube da Saudade, Instituto Konekti, Beto Som, ao padre Ildefonso Ribeiro Luz, da Matriz de Nossa Senhora Aparecida dos Prados, ao médico Newton Santana e a todos que nos ajudaram e nos ajudam sempre. Esse evento foi uma ação de graças, fechou com chave de ouro nossa programação”, finalizou a presidente.

Leo Santos/Megaphone

Concerto emocionou e surpreendeu público que lotou salão do Clube da Saudade

Também beneficente, evento reúne Associação Down e Banda Lira em Itapira Acontece nesta sexta-feira (11) a primeira edição do concerto especial da Banda Lira Itapirense em parceria com a ADI (Associação Down de Itapira). Depois de nove meses de ensaios, 30 assistidos da instituição que participam das atividades de musicalização coordenadas pela Lira se apresentarão no espetáculo que ocupará as dependências do Salão Social do Clube de Campo Santa Fé. Com início às 20h00, o concerto com mais de uma hora de duração terá repertório com oito músicas, que serão interpretadas simultaneamente pelos assistidos cuja idade varia entre 3 e 50 anos,

com acompanhamento de cerca de 50 músicos da Banda Sinfônica Lira Itapirense. Os convites são limitados a 400 lugares e têm o valor simbólico de R$ 5,00 e podem ser adquiridos antecipadamente na sede da entidade, à Rua Sinhô Chagas, 83, no Cubatão, ou nas lojas Tom Chaveiro (Avenida Rio Branco, 102, Centro; e Avenida Brasília, 400, Jardim Magali). De acordo com psicóloga da ADI, Tarissa Martins de Oliveira, o evento tem como finalidade mostrar o progresso dos downs em três anos do projeto de musicalização desenvolvido em parceria com a Lira. “A

corporação musical disponibilizou uma professora (Salua Oliveira) para ministrar aulas de musicalização uma vez na semana. E durante esses três anos, nós percebemos uma melhora significativa na coordenação motora e postura corporal. Os assistidos também adquiriram uma responsabilidade maior em estudar em casa. Preocupados em fazer bonito para os amigos e familiares, eles ouviram as orientações da professora e começaram a praticar em casa”, comentou. Segundo a profissional, os ensaios começaram oficialmente em fevereiro.

“Nossos downs se preparam para tocar o mesmo repertório dos músicos da Lira. Eles estão muito empolgados e se dedicaram de verdade. Até na divulgação eles estão nos auxiliando”, frisou Tarissa. “Orientamos os interessados a comprarem os convites com antecedência, pois não sabemos se haverá comercialização no dia”, avisou. Toda renda do evento será revertida para a manutenção dos projetos desenvolvidos pela entidade. Atualmente a ADI atende 33 pessoas com síndrome de down. Mais informações sobre o espetáculo e compra de ingressos pelo telefone (19) 3843-6669.

AGENDAS PATROCINADAS

PROGRAME-SE

PUBLIQUE SEUS EVENTOS: (19) 9.9836.4851)

AGENDA DOS MELHORES EVENTOS DE 20/10 A 29/10 10/11 - Zezão Acústico 11/11 - Trio Altos & Baixos 13/11 - Hudson 17/11 - Anderson Lalão 18/11 - A Bella e os Feras 19/11 - Trio Rox

CHOPERIA TRADIÇÃO Avenida Luiz Gonzaga de Amordo Campos, 31 Jardim Casagrande - Mogi Guaçu

O PROFETA PUB ROCK

Telefone: (19) 9.8179-8114 Rua: Vereador João da Rocha Franco, 39 - Mogi Guaçu

11/11 - Hemp Family (Tributo ao Planet Hemp) + DJ Nikito 12/11 - Noite do Metal com Dots (Tributo ao System Of a Down) + Sabbazera (Tributo ao Black Sabbath) + Metanira (autoral) 14/11 - Bem Maia (Tributo a Jorge Ben e Seu Jorge) + DJ Chegado 18/11 - Caldeirão do Rock com Rock Village + Delta Harmônico 19/11 - Sábado – Zimbra (lançamento do CD ‘Azul’) + Voltare

O CHOPINHO

Telefone: (19) 3843-7230 Rua Dr. Norberto da Fonseca, 240 - Nova Itapira Facebook: Ochopinho

Facebook: Choperia-Tradição

10/11 - Adriano 11/11 - Ed Campos 12/11 - Marcão Andrade 14/11 - Ed Campos 17/11 - Everton Coraça 18/11 - Marco Aurélio 19/11 - Flávia DeSenna 24/11 - Ed Campos 25/11 - Rafael Storari 26/11 - Rafael Zanella


www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 10 de novembro de 2016 | Página 4

Nó na Língua é atração gratuita na Casa das Artes de Itapira

O

quarteto instrumental Nó na Língua será a atração desta sexta-feira (11) na série de concertos gratuitos da Casa das Artes de Itapira. O grupo se apresenta a partir das 20h00 no auditório da associação cultural situada à Rua Campos Salles, 4, no Centro. Apesar da entrada franca, os ingressos são limitados de acordo com a capacidade do espaço, cuja lotação máxima comporta até 70 espectadores sentados. Desde o mês

passado, todas as edições da série de concertos atraíram grande público, com praticamente todos os convites sendo distribuídos. Os ingressos devem ser retirados antecipadamente na secretaria da Casa das Artes, que fica no mesmo endereço. Prata-da-casa, o Nó na Língua é composto por Luís Giovelli (piano), Luís Gustavo Giovelli (saxofone), Jr. Domingues (bateria) e Kleber Pinto Barbosa (contrabaixo). O grupo tem a proposta de buscar novas possibili-

Divulgação

Quarteto instrumental apresenta músicas que farão parte do disco dades sonoras e concepções no âmbito da música instrumental brasileira. No evento desta sexta-feira, mais especificamente, o grupo apresentará suas novas músicas que posteriormente serão

incluídas em um álbum que será gravado com financiamento do ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo), cujo projeto foi aprovado recentemente. A série de concertos gra-

tuitos da Casa das Artes segue até o fim deste mês, sempre às sextas-feiras, com início às 20h00 e ingressos limitados. No dia 18 será a vez do concerto ‘Música de Câmara – Cordas / Violino’,

com Henrique Lupinacci & Alunos. A última edição está marcada para o dia 25, com Concerto de Piano de Fúlvio Ferrari. Informações pelo telefone 3863-0032 ou no site www.casadasartes.art.br.

Música boa por uma boa causa! Apresentação de Camila Ghizellini/Divulgação

Duo lotou auditório

Leo Santos/Megaphone

Zé Guerreiro (à frente) se une a mais três músicos por uma boa causa em Itapira

Concerto de violas reverte recursos à Uipa de Itapira Um concerto instrumental agendado para o próximo dia 18 no Clube da Saudade tem por objetivo arrecadar recursos para auxiliar nas atividades da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais) de Itapira. A apresentação estará a cargo do Zé Guerreiro Quarteto e terá ainda participações especiais do Grupo de Sax da Casa das Artes e da dupla Bola e Bia. Os convites custam R$ 20,00 e podem ser adquiridos antecipada-

mente na agropecuária Agro Del (Avenida Liberdade, 432, Jardim Soares), na Casa das Artes (Rua Campos Salles, 4, Centro), na sede da Uipa (Rua Celencina Caldas Sarkis, 250) ou diretamente com os voluntários da organização. O início das atividades é previsto para 20h00. O quarteto é formato por Zé Guerreiro (viola brasileira), Tiago Brasil (violão/viola), Rafael Ramos (baixo elétrico) e Ricardo Perez (percussão). No concerto, o grupo abordará as vertentes

tradicional e contemporânea da viola, executando músicas de nomes como Tião Carreiro, Almir Sater e Ivan Vilela, entre outros. “Queremos fazer um show bonito, no qual possamos, ao mesmo tempo, ajudar colaborar com a Uipa e ajudar a divulgar a cultura nacional, principalmente a caipira, da nossa região”, comentou Zé Guerreiro. Batizado de ‘Música pelos Animais’, o evento terá toda sua renda revertida às ações da Uipa, que passa por sérias

dificuldades financeiras que inclusive demandaram recente decisão de não mais acolher animais até que as dívidas sejam quitadas. Com pequeno repasse mensal do município, a receita da organização não é suficiente para as despesas gerada pelos mais de 100 animais abrigados atualmente. Clube da Saudade fica na Rua Carlos Chagas, 169, no São Benedito. Mais informações na página oficial da Uipa no Facebook (www.facebook. com/UipaItapira).

Evento tem shows de rock com open bar em Itapira O Vip Eventos, em Itapira, abriga neste sábado (12) a primeira edição do ‘Open Rock’, evento que reúne shows de rock com o conceito de open bar. Na ocasião, duas bandas subirão ao palco do espaço situado à Rua Baptista Venturini, 36, na Santa Fé: Setenta & Tal e Two Guys, One Band. O início das atividades é previsto para as 22h30, com open bar de cerveja, vodka, refrigerante, água e energético até 2h30 madrugada seguinte. Os

convites antecipados custam R$ 30,00 (homens) e R$ 20,00 (mulheres) e podem ser adquiridos, em Itapira, na Agência Avalon e na Skull Barber. A 70 & Tal é formada por Thais Maragno (voz), Arian Nogueira (guitarra), Krys Freitas (baixo) e Lívia Tellini (bateria), enquanto que o duo Two Guys, One Band reúnem os Renato Luchetti (bateria) e Raphael Mattos (guitarra). Mais informações sobre o evento pela página oficial no Facebook (www.bit.ly/openrock).

Divulgação

Two Guys, One Band é uma das atrações do evento

Patrícia Gatti e Ricardo Matsuda arrancaram aplausos O auditório da Casa das Artes ficou completamente lotado na noite do último dia 4, durante show do Duo de Viola e Cravo, formado por Patrícia Gatti e Ricardo Matsuda. O espaço comporta até 70 pessoas sentadas e todos os convites disponíveis foram esgotados. A apresentação integrou a série de concertos gratuitos que segue até o fim deste mês na associação cultural. Em aproximadamente 1h15 de show, a dupla apresentou músicas que compõem o novo álbum, batizado de ‘O Cravo e a Rosa’, com destaque para versões de obras da MPB (Música

Popular Brasileira) consagradas por nomes como Tom Jobim, Dorival Caymmi, Milton Nascimento, Hermeto Pascoal, Baden Powell e Edu Lobo, por exemplo. A apresentação teve início às 20h00, mas antes disso, no período da tarde, Patrícia e Ricardo ministraram uma oficina, para 20 pessoas, sobre a história dos instrumentos utilizados pelo Duo, especialmente o cravo e a viola, além do violão. Foram duas horas de atividades interativas que abordaram a apresentação dos instrumentos, funcionamento, origens e contextualização histórica e sonoridade.


www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 10 de novembro de 2016 | Página 5

P

Léo Santos/Megaphone

Albannez conduz iniciativa que fomenta acesso ao aprendizado musical

Vagner Sanches/Divulgação

ermitir o acesso de crianças e adolescentes carentes a aulas de violão e guitarra. Esse é o objetivo do projeto ‘Música Para Todos’, lançado recentemente em Itapira pelo guitarrista Renato Albannez, 37. O músico, com quase 20 anos de atuação profissional, decidiu abrir um dia na agenda para se dedicar, com aulas gratuitas, aos ensinamentos de crianças que queriam aprender a tocar os instrumentos de corda. As atividades acontecerão sempre às quartas-feiras, com horários flexíveis que se adaptam de acordo com a rotina escolar e outros eventuais compromissos dos alunos, que só terão como contrapartida a frequência nas aulas e a dedicação aos estudos – tanto os escolares, quanto os do campo musical. A ideia, de acordo com Albannez, surgiu quando ele resolveu ensinar um primo de 13 anos a tocar guitarra. “É um garoto que, se precisasse pagar pelas aulas, não teria condições. Me ofereci pra ensinar e, pra minha surpresa, a evolução dele está sendo fantástica. Com isso, comecei a pensar em

Guitarrista ministra aulas gratuitas para crianças e adolescentes em Itapira quantos possíveis talentos musicais acabam se perdendo por falta de oportunidade de aprender a tocar, e então comecei a planejar esse projeto”, conta. Apesar do aluno-inspiração ter iniciado as aulas na guitarra, o idealizador do

projeto lembra que geralmente a entrada no universo musical acontece mesmo pelo violão. “Será uma aula por semana, com uma hora de duração. Nos demais dias o aluno poderá treinar o que foi passado. É exatamente como funciona nas aulas

‘Palhaço atrapalhado’ fecha programação do Circuito Cultural Paulista em Itapira A peça teatral ‘Desconforto’ fechará a temporada 2016 do Circuito Cultural Paulista em Itapira. A apresentação acontece no próximo dia 19, na Casa da Cultura ‘João Torrecillas Filho’, com início às 19h00. O espetáculo mostra a sina de Conforto, um palhaço muito

atrapalhado que acredita ser um grande ilusionista e que tenta convencer a todos de que realmente consegue realizar um grande show. Seus truques às vezes dão certo, às vezes nem tanto, criando expectativas e causando gargalhadas. Em muitos momentos, Conforto chama os especta-

pagas”, detalha o guitarrista. Albannez também aproveitou para pedir a colaboração da comunidade, que pode apoiar o projeto cedendo violões que eventualmente estejam parados em casa. “Tem muita gente que tem aquele violão parado num

canto, sem uso. A ideia é que esses instrumentos sejam emprestados para ficarem à disposição dos alunos e para que possamos, inclusive, ter aulas em grupos”, explica o músico, que começou tocar aos 11 anos por influência do pai, Carlos Albano, que

também era músico e que faleceu há 10 anos. As aulas acontecerão em uma sala na Avenida Paoletti, 90, na Santa cruz. Os interessados devem manter contato diretamente com Albannez, que analisará o perfil socioeconômico para garantir que o projeto realmente atenda somente a quem não tem condições de pagar pelas aulas particulares. “É mesmo um projeto social de iniciação musical, então é destinado a quem precisa mesmo”, reforça. Na carreira profissional, além de dar aulas, criar arranjos e produzir as mais diversas bandas, Albannez também já acompanhou muitos grupos e artistas, como, por exemplo, as bandas Dedo de Moça e Mangaba. Atualmente, toca com o cantor italiano radicado em Itapira, Tony Angeli, e com a Banda Mega, de Amparo-SP, bem como atua como vocalista e guitarrista do grupo itapirense Garage 3 Rock Band. O contato pode ser feito pelo email renatoguita11@gmail.com, pelo telefone (19) 9.9988-5122 ou ainda pelo perfil do músico no Facebook (www.facebook. com/renato.albannez). Leo Santos/Arquivo/Megaphone

Motociclistas voltam a promover evento em Itapira

dores para participarem de suas mágicas. A entrada é gratuita, mas pede-se a doação de um quilo de alimento não perecível. O Circuito Cultural Paulista é promovido pela Secretaria Estadual de Cultura em parceria com as prefeituras das cidades participantes do programa.

Festival Harley-Davidson tem segunda edição Máquinas: evento gratuito acontece no próximo sábado, no Parque Juca Mulato A segunda edição do Festival Tennessee Harley-Davidson está confirmada para o próximo sábado, 12, no Parque Juca Mulato. O evento, que teve sua primeira edição em novembro do ano passado, novamente deverá mobilizar centenas de motociclistas e suas grandes máquinas de duas rodas e legítimas representantes da famosa marca americana. As atividades têm previsão de início para 11h00. O evento também simboliza o lançamento da edição 2017 do Motor Rock – Encontro de Motociclistas de Itapira. A entrada é franca e aberta ao público em geral. As ati-

vidades, assim como no ano passado, serão concentradas na quadra do Parque Juca Mulato e seus arredores, com a Avenida dos Biris. Um ciclo de shows também será atração. As bandas Kerozene, Jack James e Love Gun (Kiss Cover), que se apresentaram na primeira edição, voltam a subir ao palco do evento, que também conta com show do grupo Estado Livre. Uma praça de alimentação também estará disponível. Uma das barracas será beneficente à Polem (Associação de Apoio às Pessoas com Lesão Medular), situação que muitas vezes é provocada justamente

por acidentes motociclísticos. Também haverá barracas de serviços e artigos relacionados à cultura do motociclismo. Assim como no ano passado, o evento começará com a recepção de um comboio de motocicletas que parte de Campinas-SP, mais precisamente da concessionária Tennessee Harley-Davidson, sediada no distrito de Sousas. A previsão é que os motociclistas integrantes do comboio cheguem a Itapira por volta do meio-dia. A reportagem tentou contato com os organizadores, tanto os representantes da concessionária quanto do Motor Rock, mas não houve retorno. O evento conta com o apoio da Prefeitura Municipal e de diversos motoclubes.


www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 10 de novembro de 2016 | Página 6

O

baterista Marcelo Bonfá, do grupo Legião Urbana, revelou o primeiro single de seu novo disco solo que está prestes a ser lançado. O trabalho, divulgado no site da revista Rolling Stone Brasil, foi batizado de ‘Vem Dar um Nó’ e conta com a participação de Seu Jorge. A inspiração para a nova música, segundo o baterista, veio do resgate de sua “origem caipira”. Bonfá nasceu em Itapira em janeiro de 1965 e deixou a cidade no final dos anos 70, indo para Brasília com o pai, funcionário do Banco do Brasil e que foi transferido para a capital federal. “Estou resgatando minha origem caipira de Itapira, uma pequena cidade rodeada de canaviais e cafezais do interior de São Paulo”, disse Bonfá em entrevista à Rolling Stone sobre os conceitos da mú-

sica e do novo álbum, batizado de ‘Música de Alambique’. ‘Vem Dar um Dó’ é a única faixa autoral do novo trabalho do baterista, que também incluiu no disco versões para músicas de nomes como Jorge Mautner, Raul Seixas, Zeca Baleiro, Inezita Barroso, Leo Canhoto & Robertinho, Itamar Assumpção e Vanguart, por exemplo. No álbum, Bonfá explora o universo dos alambiques e da cachaça brasileira. “As músicas falam do universo da cachaça de uma forma divertida com alusões à minha concepção de qualidade de vida ligada à natureza e sustentabilidade”, explicou o músico que, inclusive, produz uma cachaça, chamada de ‘Perfeição’, em Minas Gerais. Ouça um trecho da música ‘Vem Dar um Dó’ no portal do Megaphone Cultural (www.bit. ly/marcelobonfa).

Marcos Hermes/Divulgação

Divulgação

Baterista do Legião Urbana, Marcelo Bonfá resgata sua ‘origem caipira de Itapira’

Marcelo Bonfá apresenta novo trabalho

Temer diz que orçamento do MinC será elevado em mais de 40% Na esfera federal, o orçamento destinado ao ¨MinC (Ministério da Cultura) deverá ser 40% maior em 2017. Ao menos foi o que garantiu o presidente Michel Temer (PMDB) na última segunda-feira (7), durante cerimônia da Ordem do Mérito Cultural, em Brasília (DF). Em seu discurso, Temer disse ainda que vai estender os benefícios da Lei do Audiovisual até 2022 e afirmou que setor cultural é privilegiado por sua importância, mesmo neste momento de “arrocho”. “Aumentamos em mais de 40% o orçamento destinado ao Ministério da Cultura em 2017. (O setor cultural) obteve exatamente essas verbas extraordinárias, num momento de arrocho,

num momento de aperto, não é? Mas a cultura foi privilegiada neste momento. A cultura é o mais importante bem do povo brasileiro. É por meio dela que nós nos comunicamos”, disse. Logo após o anúncio, o ministro da Cultura, Marcelo Calero, explicou que a ampliação do orçamento do ano chega “muito próximo” de repor o que foi cortado pelos contingenciamentos promovidos nos anos anteriores pelo governo federal. Segundo ele, em breve será lançado um projeto chamado Bibliotecas do Amanhã. “Acho que nós conseguimos apresentar ao presidente Temer, que esteve muito sensível às nossas demandas, uma série de planos e projetos para o ano que vem, desde o fortalecimento

da Funarte (Fundação Nacional das Artes), passando pelas questões da Lei do Audiovisual. Foi um conjunto de ações que eram merecedoras de maior atenção orçamentária”, defendeu. PASSO ATRÁS Logo que assumiu a Presidência da República, no entanto, Michel Temer extinguiu o Ministério da Cultura, rebaixando-o ao status de uma secretaria subordinada ao Ministério da Educação. Diante da repercussão negativa, voltou atrás e recriou a pasta. Depois, durante a posse de Calero, o presidente fez um mea culpa e admitiu que percebeu, “desde os primeiros instantes”, que a área era “tão fundamental” para o Brasil.

Ordem do Mérito Cultural homenageia samba

Divulgação/Agência Brasil

Dona Ivone Lara foi grande homenageada da noite Na cerimônia realizada na noite da última segunda-feira, o Governo Federal entregou a Ordem do Mérito Cultural a 30 artistas e seis instituições que contribuíram com o desenvolvimento da cultura brasileira. A condecoração - maior honraria pública oferecida no setor cultural - é concedida anualmente e desde 1995 já agraciou mais de 500 artistas e projetos. Este ano, em comemoração ao centenário do samba, a grande homenageada foi Dona Ivone Lara, referência feminina e pioneira na composição de sambas-enredos em uma

época quase que majoritariamente dominada pelos homens. Além de Dona Ivone Lara, que esteve presente na cerimônia apesar de sua saúde frágil, receberam o grau máximo de grã-cruz Clementina de Jesus, Donga, Papete, Ismael Silva e Noel Rosa, todos em memória, além do poeta e escritor Ferreira Gullar. Na classe cavaleiro, os condecorados foram: Ricardo Cravo Albin, Rildo Hora e Rosa Maria Araújo. Entre os grupos e instituições, receberam a homenagem a Focus Cia. De Dança, a Fundação Darcy Ribeiro, o Grupo Teatro da

Laje, o Instituto Ricardo Brennand, o Maracatu Feminino Coração Nazareno e o Museu do Samba. Já na classe comendador, foram agraciados os seguintes artistas: Abel Gomes, Alcymar Monteiro, Ana Mae Barbosa, Andrucha Waddington, Beatriz Milhazes, Carlinhos de Jesus, Carlos Alberto Serpa de Oliveira, Carlos Vereza, Fernando Meirelles, Fred Gelli, Isaurinha Garcia, Jorge Aragão, Jovelina Pérola Negra, Marcus Faustini, Mauro Mendonça, Neguinho da Beija Flor, Nelson Sargento, Rosa Magalhães, Silas de Oliveira e Vik Muniz.


www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 10 de novembro de 2016 | Página 7

Orçamento de 2017 prevê nova queda nos recursos da Cultura e Turismo em Itapira

O

orçamento destinado às ações culturais e de turismo em Itapira sofrerá nova queda em 2017. Ao menos é o que aponta o texto-base que fixa a receita e estima as despesas para o próximo exercício, em trâmite na Câmara Municipal. A peça orçamentária do próximo ano estabelece um orçamento de R$ 1,51 milhão à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, que segue com as menores verbas dentro da distribuição de recursos. O montante é R$ 200 mil a menos que o disponibilizado para este ano, de R$

1,71 milhão. O orçamento vigente também amargou queda em relação ao ano passado, cujo orçamento, de R$ 2,33 milhões, era R$ 600 mil maior. A peça orçamentária deu entrada na Câmara há pouco mais de uma semana e foi enviada à Comissão de Finanças e Orçamento, que deverá exarar parecer para que o texto possa ser discutido e votado. Contudo, a matéria ainda pode receber emendas, portando os valores destinados a cada pasta ainda poderão ser alterados. De forma geral, o orçamento municipal itapirense para 2017 também será

menor que o estipulado para o exercício vigente. As verbas recuaram cerca de R$ 2,3 milhões de acordo com a receita fixada para o próximo ano, que totaliza R$ 284 milhões. A retração, de acordo com a Secretaria Municipal da Fazenda, se deve principalmente à queda na arrecadação e na previsão de que alguns convênios não se concretizem ou se renovem a partir de janeiro. Caso o texto receba emendas, nova análise das Comissões será feita antes da votação. Obrigatoriamente, o orçamento deve ser aprovado até o início do recesso legislativo em 21 de dezembro.

Secretaria de Cultura e Turismo, na Casa da Cultura, pode ter orçamento reduzido

Capitão Fantástico e a vida fora do sistema

Crítica | Indignação por Tercio Strutzel

E

m 1951, Marcus (Logan Lerman), um jovem judeu de Nova Jersey, é uns dos recém-chegados à Universidade Winesburg, em Ohio. Entre novas experiências, Marcus também sofrerá com repressões e preconceitos na conservadora faculdade. Local também em que um momento sua vida converge com a brilhante filha de um ex-aluno. Tá, se você leu essa sinopse acima já está pensando: “Ih, lá vem mais um daqueles dramas sobre antissemitismo”. Não, não é. ‘Indignação’ é um filme sobre (in)tolerância. E trata desse tema em um nível muito mais profundo e sutil, além de abordá-lo por uma via de mão dupla. Marcus é um jovem tranquilo e dedicado aos estudos que vive com a mãe submissa e o pai amistoso-preocupado-autoritário. Como todo jovem americano às vésperas de entrar para a universidade, Marcus está ansioso para deixar a casa dos pais e as rotinas enfadonhas que tanto o incomodam e de quebra se livrar do alistamento no exército. Mas a sua vida acadêmica se mostra longe de ser um paraíso, já que Marcus é obrigado a conviver com uma série de diferenças em todos os ambientes da universidade. Uma das poucas válvulas de escape que ele encontra é em Sophia, a filha de um médico ex-aluno de Winesburg e uma moça um tanto “avançada” para os costumes da época. Este cenário muito bem construído testará a relação de Marcus com diversos tipos de pessoas com as quais ele tem de conviver. E diante deste cenário o tema do longa passa a ser descortinado em suas diversas faces. Marcus critica a intolerância com que os judeus são tratados, mas, por outro lado, ele se incomoda com o fato de ser um dos poucos judeus na universidade, se incomoda com os colegas de quarto, com o convite para participar de uma fraternidade restrita a judeus, se incomoda também com os rituais cristãos da universidade, com o reitor, com o trabalho que tem de executar. Ele se incomoda com diversos traços da personalidade de Olivia Hutton (Sarah Gadon), com a preocupação excessiva do pai e a submissão da mãe. Enfim, o rapaz critica ferozmente a intolerância que enxerga dos outros para si ao mesmo tempo em que pratica a intolerância com tudo e todos à sua volta. A intolerância é um tema tão complexo e polêmico, além de já exaustivamente

abordado, por isso é muito gratificante ver o ponto de vista inédito que o roteirista e diretor James Schamus nos mostra. Tudo é muito sutil e explicado através de linguagens subjetivas. A direção opta pela narrativa visual em vez de ficar explicando tudo verbalmente, como os takes nos pratos de comida kosher para destacar que a família de Marcus está entre essa linha de judeus mais ortodoxos. Com isso a direção de arte se obriga a ser muito rica e bem produzida, pois cada elemento em cena conta uma parte da história. Mesmo o contexto sociopolítico da década de 1950 é explanado muito superficialmente. O roteiro tem um ritmo cadenciado ao longo dos 120 minutos de projeção, mas os plot-twists precisos fazem com que o filme seja interessante do começo ao fim. Os diálogos bem construídos também contam histórias paralelas em suas entrelinhas. O maior exemplo está na discussão com o reitor Hawes Caudwell (Tracy Letts), onde Marcus vai se inflamando e deixando extravasar a sua própria intolerância enquanto critica severamente a rigidez catedrática do mestre. Seguindo esse mesmo estilo, no terceiro ato o roteiro dá saltos rápidos em direção ao desfecho sem grandes explicações. E elas não são necessárias. O entendimento novamente se dá através da narrativa visual bem elaborada, inclusive conectando a sequência inicial do filme com o final de uma forma quase poética. Um ponto que me chamou muito a atenção foi em relação à fotografia. Filmes de época normalmente lançam mão de iluminação fraca e esmaecida e tons de sépia. Além disso, o tema polêmico pede o fácil clichê de utilizar cenas obscuras. Mas tudo isso é ignorado e o que vemos na tela é uma fotografia muito clara e intensa, sobretudo em alguns momentos em que Marcus desfruta da companhia de Olivia. Também é notável como Logan Lerman vai desenvolvendo o personagem numa crescente. De tímido estudante na casa dos pais ao jovem que em poucos meses enfrenta o reitor sem rodeios, o protagonista carrega grande responsabilidade, pois está presente em todas as passagens do longa. Apesar da boa utilização da linguagem visual, ‘Indignação’ não é uma obra-prima, mas vale ser apreciado por abordar de maneira original um tema que normalmente é recheado de clichês.

Nota (4/5)  Tercio Strutzel ama ler, escrever e desenhar histórias em quadrinhos. Adora cinema, mas está ficando viciado em séries. Também é serial reader de Stephen King e está sempre em busca de atividades culturais por São Paulo. Mais críticas de filmes e séries em www.cinefilosanônimos.com

Leo Santos/Arquivo/Megaphone

R

ecentemente, tive a oportunidade de assistir ao filme ‘Capitão Fantástico’. Essa frase já é extremamente importante, pois assim que tiver oportunidade de assistir e comentar isso com outros que também o fizeram, essa frase já vai bastar para que uma longa reflexão prossiga daí em diante. Ressalto aqui que este talvez seja um dos filmes mais importantes da década destacando a carreira de um grande ator que é esse Viggo Mortensen. Quem já gostou de sua atuação em ‘A Estrada’ (The Road, 2009) vai se entusiasmar com o Capitão. Do filme gostaria de buscar três pontos importantes para pensarmos. São pontos de vista muito presentes nos cotidiano que assistindo a vivência dos personagens damos conta da importância dos mesmos. Estes pontos de reflexão são primordiais para a consolidação da sociedade humana nos próximos cinquenta anos. O primeiro ponto que gostaria de ressaltar é quanto à educação. O filme demonstra que mesmo sozinho um pai consegue educar os filhos no âmbito do conhecimento produzido pela humanidade no sentido acadêmico, no sentido prático da manutenção da vida e da sobrevivência, criando um questionamento filosófico quanto à sociedade corporativa e consumista em que vivemos. Esta sociedade atual refuta em determinados meios a filosofia, elencando a mesma como uma matéria de indução ideológica, o que verdadeiramente não é. A filosofia é a forma de expressar seu pensamento quanto à vida, o meio em que se vive, com quem se vive e principalmente buscando nossa origem, e em diversos momentos nosso destino após essa passagem por esse planeta azul. O fato de que muitas teorias sociais tendem a explicar, elucidar, e até mesmo teorizar o meio político, onde está o centro do conflito e injustiças desse sistema. Eles não a transformam numa teoria de alienação, mas de reação à manutenção de injustiças sociais, que ocorrem nos falhos moldes que perduram até os dias de hoje. Pensemos de forma prática: nosso formato de sociedade está falido, pois não tem como todas as pessoas tornarem-se ricas, com recursos suficientes para comprar o que seja de nosso desejo, primeiro porque não tem disponível no planeta matéria-prima suficiente para esse nível de consumo, segundo porque não tem como ter uma força de produção que se nivele abaixo de uma sociedade formada só por ricos (a não ser que utilizemos mão-de-obra escrava extraterrestre). Sendo essa proposição impossível, penso no inverso, se nos tornarmos mais pobres, podemos facilitar o alcance de todos ao básico (já que muitos não têm) e passar a desenvolver o mundo para todos. Pensando em menos recurso disponível, não devemos pensar que tudo tenha que ser menos. Pensando na educação, podemos pensar que ela será sucatea-

por Ricardo Pecego

da, mas na realidade, e como acontece no filme, a educação dentro do seio familiar é a melhor que existe, pois ali estão pessoas que se amam, umas ensinando as outras pela teoria que os livros contém, e pela prática dos conhecimentos e experiências angariadas pela vida dos mais velhos em prol dos mais novos diretamente. O que é importante ressaltar é que defendo a escola, não essa do formato jesuíta, mas uma escola que seja um centro de integração comunitária para que possamos criar laços de amizade, dividir e aprimorar aquilo que aprendemos em casa. O segundo ponto importante na relação da nossa realidade com o filme é quanto a nossa alimentação. É mais do que importante que sejamos vigilantes quanto à qualidade do que servimos à mesa. A transgenia, os GMO´s, a publicidade e os pesticidas estão vencendo a batalha para que se mantenham vendadas nossas bocas e nossos olhos. Pela beleza do alimento, ou da forma como ele é divulgado na mídia em geral, nós consumimos, servimos nossos filhos e nos tornamos reféns de um cartel que enriquece pessoas que pretendem que a sociedade permaneça nesse formato do eterno sonho de ser “bem de vida”. Temos plena capacidade de selecionar e até mesmo, em muitos casos, de produzir aquilo que consumimos, com qualidade superior ao que temos disponível. Somente com um choque destes que os produtores vão se atentar à forma de plantio e cultivo daquilo que deve nos deixar sadios para os demais enfrentamentos que cercam nossas vidas. O terceiro e essencial ponto de reflexão entre nossas vidas e o filme diz respeito quanto à interação social, o ponto fraco do ‘Capitão Fantástico’ e seus filhos, que apesar de inteligentes e autossuficientes não viviam em sociedade plena, gozavam do espaço dado a quem quer abdicar do nosso imperfeito sistema de vida. Não enxergaram que justamente essa imperfeição é parte não apenas do sistema, mas de nossa essência enquanto humanos, nós não temos resposta para tudo (por isso os cientistas e filósofos permanecem ativos) e muitas vezes o conhecimento nos leva a julgamentos de valor, e fatalmente sempre nos colocamos degrau acima daqueles com quem convivemos. Daí seguem as críticas que sem o diálogo adequado transformam famílias em inimigos, e das pessoas que nos cercam em potenciais concorrentes desta competição que se tornou a vida, em busca de um lugar no paraíso ao lado de Deus, sem abrir mão de um bom quinhão e dinheiro para deixar a Terra. Fica minha sugestão desse filme, uma forma de enxergar aquilo que estamos nos tornando e exercitar a crítica dos caminhos a seguir, mesmo sabendo que não seremos nós muito menos nossos netos que vão delimitar o ponto final dessa jornada incrível, que mal sabemos como começou.

Ricardo Pecego, 38, é produtor cultural, aspirante a esteta e acha que o mundo, inclusive o Brasil, ainda tem jeito.


anorama

www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 10 de novembro de 2016 | Página 8

Fernando Pineccio/Arquivo/Megaphone

Cia Talagadá prepara novas apresentações​de adaptação de 'Romeu e Julieta'

Montagem da Talagadá voltará a circular ano que vem

A

Grupo teatral de Itapira é novamente contemplado no ProAC e espetáculo de rua terá nova temporada em 2017

adaptação da Cia Talagadá para o clássico ‘Romeu e Julieta’, de William Shakespeare, voltará a ser apresentada a partir do próximo ano. A companhia itapirense foi novamente contemplada por um edital do ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo). Desta vez, a montagem de 2015 que já foi apresentada em Itapira e região será levada a mais 14 cidades, todas com menos de 50 mil habitantes e localizadas em regiões com acesso reduzido a produções artísticas e culturais. Também haverá apresentações na capital paulista, totalizando 18 encenações do espetáculo de rua no qual a Cia Talagadá se apoderou do tema de um dos maiores clássicos da dramaturgia universal para fomentar reflexões acerca de questões como vulnerabilidade social, intolerância, preconceito, violência e opressão. Em sua primeira turnê com ‘Romeu e Julieta’, a Cia Talagadá circulou

por oito cidades com mais de 25 apresentações. Recentemente, a Cia Talagadá teve duas propostas aprovadas no ProAC. Porém, o regulamento do programa de fomento permite que um mesmo proponente opte por apenas uma produção, caso seja selecionado em vários editais. “Nesse ano, a Cia. Talagadá se inscreveu em três editais do ProAC (Circulação de Artes Cênicas para Rua, Produção de Espetáculo de Artes Cênicas para Público Infantil e Circulação de Espetáculo Artes Cênicas Infantil, esse último em parceria com a Cia Ofélias de Mogi Guaçu. Para nossa alegria, tivemos projetos premiados em dois editais: Circulação do Espetáculo de Rua (que no caso será a adaptação de ‘Romeu e Julieta’) e para a montagem do espetáculo infantil ‘Monstro e Cia’. O projeto de circulação do espetáculo ‘Cinderela’ em parceria com a Cia Ofélias não foi selecionado. Tivemos que escolher entre circular com

‘Romeu e Julieta’ ou produzir ‘Monstro e Cia’. Apesar da lógica de ser mais vantajoso p ro d u z i r u m e s p e t á c u l o novo custeando toda sua infraestrutura e depois tê-lo como mais um produto em mãos, ‘Monstro e Cia’ é um espetáculo que já vinha sendo encaminhado e pré-produzido como foi informado no próprio projeto enviado ao ProAC e que mesmo em longo prazo e com menor investimento conseguirá ser realizado sem a premiação”, comentou o ator Valner Cintra, um dos integrantes do grupo e responsável pela direção do espetáculo que voltará a ser apresentado. De acordo com ele, o momento turbulento pelo qual o país atravessa figurou entre as motivações para a opção pela retomada da adaptação com forte teor de crítica social. “Acreditamos que o espetáculo se faz muito importante nas ruas, provocando o espectador a refletir sobre as consequências de suas ações na sociedade.

E é justamente por essa potencialidade que acreditamos que nosso projeto tenha sido selecionado anteriormente, no edital de Produção de Espetáculos Inéditos, como agora, nesse momento em que também há turbulência no próprio investimento à arte e à cultura não só no Estado de São Paulo, mas em todo o Brasil”, acrescenta. Exemplo disso é que o número de projetos a serem selecionados pelo programa caiu de 12, no ano passado, para seis neste ano, sendo três projetos representantes da capital paulista e mais três de todo o interior. “O fato de estarmos entre os três selecionados entre tantos espetáculos de todo o estado quer dizer muita coisa, tanto por sua qualidade técnica e estética, mas, principalmente, por seu contexto e engajamento politico e social tão pertinente à atualidade e à arte de rua”, avalia Cintra. Além dele, compõem a Cia Talagadá os atores Danilo Lopes e João Bozzi. Em ‘Romeu e Julieta’, o

grupo conta ainda com a participação dos músicos Luan Freitas e Diogo Gomes. Outro músico, Leonardo de Matteu Alves, também participará como stand-in (ator substituto) de Gomes. A trilha sonora é assinada por Luís Giovelli. As cidades que receberão as apresentações ainda serão divulgadas. “Apesar de já haver um contato inicial com as cidades contempladas em nosso projeto, estamos esperando a virada do ano para a confirmação e divulgação das mesmas, pois, se tratando de um seguinte às eleições municipais, acontecem muitas mudanças de uma gestão para outra”, explicou Cintra. Na adaptação, cinco moradores de rua em um ambiente cheio de lixo e tralhas de toda espécie tentam subverter suas próprias realidades por meio do universo lúdico, no qual suas figuras grotescas interpretam a si mesmas utilizando-se de objetos, instalações, assemblages, música e performances para recontar,

a seu modo, o enredo famoso mundialmente. O final trágico da peça é de conhecimento geral, porém os personagens abusam de metáforas nos fatos que antecedem seu desfecho, o que acaba surpreendendo os espectadores. De acordo com Cintra, o novo projeto contemplado também prevê a realização de uma Oficina de Iniciação ao Teatro de Formas Animadas com uma carga de 24 horas, que deverá ser promovida em alguma instituição que de assistência a moradores de rua em Itapira. Os detalhes para essa ação também estão sendo definidos. Cintra também revelou que o espetáculo deverá ganhar modificações em sintonia com o contexto atual do país. “Isso que é interessante neste trabalho, pois, apesar de ser uma adaptação de uma obra universal e atemporal de Shakespeare, dialoga também com a atualidade, fazendo com que o espetáculo esteja sempre em constante readequação”, finaliza.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.