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Distribuição Gratuita
Megaph Cultne ural Ano V – Nº 62 – Edição Quinzenal 1 de dezembro de 2016
Divulgação
A
Gestão pública terá mudanças na área cultural em Itapira Página 2
Sarau Cultural é aprovado no ProAC
Brazuca faz aniversário com novo tributo ao Tim Maia em Mogi Guaçu
festa conceitual Brazuca Até Umas Horas, que privilegia a música brasileira,
Editorial
completa um ano neste sábado (3). Para comemorar em alto estilo, nada como convocar
novamente a Banda Monallizza, responsável por lotar a primeira edição do evento e abrir com
chave de ouro uma série de rolês elogiados e sempre com grande público. Página 3
O Sarau Cultural ‘Por Trás da Rotina Itapirense’ faturou um edital de R$ 40 mil do ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo). O evento
independente terá diversas edições temáticas em 2017 com apoio do programa da Secretaria Estadual de Cultura. Página 8 Fernando Pineccio/Arquivo/Megaphone
www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 1 de dezembro de 2016 | Página 2
Editorial
Cenário favorável
O
s bastidores da política cultural em Itapira começaram a ganhar novos contornos nos últimos dias. O prefeito José Natalino Paganini (PSDB) oficializou a troca de comando da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. Sai o atual titular, Marcelo Dragone Iamarino, e entra o vereador eleito, que se licenciará do cargo na Câmara, Tiago Fontolan Batista – que também vai acumular o comando da Secretaria Municipal de Promoção Social. A mudança, ao menos à primeira vista, foi bem recebida por diversos setores ligados à Cultura na cidade. Isso pelo fato de que a entrada de um novo secretário na pasta possa reabrir os canais de diálogos com diversos grupos organizados – especialmente os independentes, não conveniados, que nos últimos quatro anos viram as portas da pasta pública (!) se fecharem. Também, espera-se, que a gestão cultural na cidade possa ocorrer com mais transparência, fator questionado, inclusive, com representação no Ministério Público. Se Tiago Fontolan não é diretamente ligado ao setor cultural, ao menos ressurge, agora, a esperança de que as ações da área possam se desenvolver com um mínimo de apoio e, principalmente, sem ‘estranhas forças contrárias’ que tentam impedir a realização de determinados eventos quando não há favorecimento a interesseiros travestidos de gestores. O voto de confiança – mais um – está dado. Que o novo secretário possa trabalhar, ouvir os grupos, produtores e artistas, e tomar decisões que priorizem o coletivo, e não grupos de amigos e apadrinhados. Como sempre deveria ser, simples assim. Boa sorte!
Culturando Troca de comando Possivelmente a partir dos primeiros dias de janeiro a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Itapira estará com novo comando. Vereador eleito neste ano, Tiago Fontolan assumirá funções no secretariado municipal, acumulando também o comando da pasta de Promoção Social. Bem visto Em um primeiro momento, a mudança parece ter sido bem aceita nos bastidores culturais e artísticos da cidade. O comentário que mais rolou é que a atual gestão fechou tanto as portas e impediu tanto o diálogo que qualquer pessoa com o mínimo de boa vontade que assuma o cargo já será capaz de melhorar substancialmente as relações, especialmente com os grupos independentes. Claro que se espera muito mais! No Guaçu Já na Secretaria Municipal de Mogi Guaçu, por enquanto ainda segue o atual secretário Luiz Carlos Ferreira. Em contato telefônico com a reportagem do Megaphone, ele afirmou que o prefeito
eleito Walter Caveanha (PTB) ainda não fechou a composição de seu time de governo para o segundo mandato. Por isso, optou por não dar entrevista neste momento. Duro golpe Por falar em Secretaria de Cultura e Turismo de Itapira, a atual gestão precisou engolir a seco a vitória do Sarau Cultural, que conquistou aprovação do Governo Estadual, pelo ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo), para realizar mais uma série de eventos em espaços públicos. Ganha a cultura e a cidadania. Só perde quem tentou impedir um movimento orgânico e consciente de seus direitos e deveres. Dezembro E também por falar em Mogi Guaçu, a Prefeitura já anunciou a programação especial de fim de ano, que levará a diversos espaços muitas atividades culturais, entre shows e apresentações de dança, por exemplo. Em Itapira, contudo, até agora nenhum sinal das tradicionais atividades.
A coluna ‘Outra História Por Favor’ é publicada no Megaphone Cultural pelo Clube do Livro ‘Outra Xícara Por Favor’ com periodicidade mensal. Contato outraxicaraporfavor@hotmail.com
O Meio de tudo
L
Nádia Fressatto de Godoy
áquesis suspirou e prosseguiu seu processo de trançar, torcer e enrolar. Em suas mãos havia um fio cor cinza-chumbo, espesso e forte com veios de cor dourada ao longo de toda a sua extensão. Admirou sua beleza, sentindo sua textura firme e macia. O fio saía da tela em que trabalhava, espalhava-se pelo chão como se não houvesse rumo até chegar a suas mãos. Decidiu que daria uma atenção especial a ele, colocou-o em sua cadeira e dirigiu-se à imensa e infinita tapeçaria na parede, estudou seu caminho pela tela e encontrou o exato momento em que Cloto o havia criado e inserido naquele mundo multicolorido.
Voltou à sua cadeira e começou o processo de organizá-lo. Dava-lhe voltas e voltas, amarrava forte e apertado. -Láquesis. – chamou Cloto – Átropos está voltando. A velha senhora voltava do fundo da caverna em que moravam. Estava menos rabugenta do que quando saíra, pois sua função era a de maior responsabilidade, o corte, mas ele vinha com um gosto amargo todas as vezes, em especial quando eram fios pequeninos. -Olá Átropos! – sorriu a gentil Cloto. – Você parece melhor. Você quer ajudar a Láquesis com o fio dela? -Não. Cloto cutucou Láquesis em sua cadeira. -Ahn... Vamos lá Átropos, sei que você gosta de tecer e fiar. Você já fez isso um dia, não foi? Você não precisa ficar aí cortando os fios e fazendo uma cena com a tesoura. A velha a encarou por um tempo, deu de ombros, andou pela caverna através da multidão de fios espalhados, escolheu um e entregou para Láquesis. -Entrelace. – disse. Laquesis olhou confusa. -Não posso. Não há compatibilidade. Olhe para eles! – o fio que ela lhe entregava era fino e delgado, de um verde profundo como a floresta e não havia nele nenhuma alteração ou fragilidade. -Você quer minha ajuda, ou não? Entrelace. Não querendo contrariá-la, Láquesis entrelaçou. Cheiro de café. Ela havia lido esses dias que o café se ligava aos receptores de cansaço driblando o sistema nervoso deixando-o mais desperto e com uma sensação de bem estar. Não sabia se era verdade, mas o cheiro era tão bom que lhe dava arrepios de prazer. Estava em pé diante da pequena pia, pela janela da cozinha entravam raios de sol que banhavam o ambiente. Ela adorava aquilo, o Sol vindo dar-lhe bom dia enquanto preparava o café. Ouviu o barulhinho do café escorrendo pelo coador e permitiu-se um pequeno momento de paz e beleza. Sorriu. Beleza. Ela estava ainda de camiseta de dormir e shorts velho, o cabelo preso em um coque emaranhado. A cozinha era pequena e simples. Pia, armário, um fogão de 4 bocas, uma geladeira pequena, uma mesinha de 2 lugares encostada na parede. Ela pegou sua enorme caneca de café, deu 4 ou 5 passos até a sala, e se olhou no espelho que ficava na parede entre o quarto e o banheiro. É verdade que estava descabelada e desarrumada, mas ali naquele momento, com sua enorme caneca de café fumegante, o sol aquecendo sua casa e suas roupas, ela se achou linda. Estava mais linda que em qualquer outro momento do dia. E o momento passou. Olhou no relógio, tinha que sair em 15 minutos. Tomou seu café de uma vez enquanto lutava para tirar a roupa e se jogar no banho. Todo o processo de se arrumar foi confuso e rápido, mas em dez minutos estava vestindo sua calça social, camisa e por cima de tudo, sua roupa de proteção. Pegou a mochila, sempre pronta, o capacete e saiu correndo do apartamento. Na garagem, desativou o alarme de sua “bebê”, montou nela, colocou o capacete e deu partida. Sentiu ela despertar sob suas pernas, era quase imperceptível, projetada para não vibrar. O pequeno percurso no interior da garagem era como fazer a exame prático todos os dias. Os espaços eram pequenos e cheios de voltas, todo tipo de veículo estava espalhado pelo local. Ao sair, a luz do sol a atingiu feito raio e da mesma forma, Natalie correu pelas ruas. Depois do café, correr de moto era seu momento preferido, amava aqueles minutos em que podia sentir o calor do sol atravessando a roupa, o vento lambendo o corpo e a adrenalina pulsando. Amava passar nos pequenos espaços, encontrar saídas onde não havia e buscar chegar cada vez mais rápido ao trabalho. O tempo passava muito rápido e atravessar aquela cidade podia levar horas. Um labirinto infinito de emoções! Pontualidade era o forte de seu escritório, mas não o dela. Em poucos minutos as ruas se encheram de carros, ônibus e motos. A pequena vantagem que ela havia criado se esvaiu no congestionamento daquela avenida. -Mas que porcaria! – Gritou em seu capacete. O corredor entre os carros estava congestionado de motos! Olhou para o mostrador digital da moto, faltavam 10 minutos. Não ia dar. Não parada desse jeito. Precisava sair dali. Olhou em volta em frenesi. O único espaço razoavelmente livre era a calçada. Não pensou mais, com algumas manobras e muitos palavrões ela chegou a calçada e, para espanto dos desavisados usuários de smartphones, subiu nela. Sobre a calcada, ela acelerou. Deixou sua moto cantar o aviso
“Estou indo, saiam da frente”. Desviando de pedestres, postes, sacos de lixo e moradores de rua, ela foi. Eram exatas 9 horas quando chegou no escritório. Já não vestia sua roupa de proteção nem capacete. No escritório, sua mesa estava impecável, seus livros de processo civil e direito civil organizados por ordem de tamanho, sua pequena réplica da Justiça descansava sobre o computador. Os outros advogados iam se ajeitando em suas mesas, havia fila na maquina de expresso. Pegou sua agenda e olhou seus compromissos. Dia cheio. Entrevistas marcadas, audiências para ir, ligações para fazer e uma lista interminável de processos para analisar. Não havia tempo a perder. Era 14h00 quando percebeu que não havia almoçado e não teria tempo para almoçar. Teria uma audiência em meia hora e o fórum ficava longe o suficiente para ser um desafio. Pegou a chave da moto e foi. No caminho, repassava o caso mentalmente, os nomes das partes, o que sua cliente havia falado... Era aquela que o marido queria expulsar da casa ou aquela que queria expulsar o marido? Não...Era a primeira, ela tinha um bebê, lhe mostrara a foto. Então, era simples, divórcio, marido queria a casa, ela não tinha outra casa, família de outro estado. Tinha um bebê e isso era bom, provavelmente conseguiria ficar na casa. Natalie via em sua mente os detalhes do caso com bastante clareza, o que não viu foi o farol que ficara vermelho, assim como ficou também o chão. Ela não ouvia direito, tinham rostos em volta dela, alguém estava com a mão em seu pescoço e parecia falar algo. -Tem pulso. -Está viva? É melhor não mexer. -Não vou mexer. Alguém ligou pra ambulância? -Louca de pedra! Passou no farol vermelho! Nem deu pra ver. Ela dormiu. Acordou e...poxa como doía! Estava assustada, a cabeça doía demais, tentou se levantar. Algo estava muito errado. -Calma, calma! – dizia alguém, a enfermeira. – Olha pra mim, consegue me ouvir? Ela piscou. Acenar com a cabeça doía. -Ótimo, não se mexa, você está no hospital. Vou chamar o doutor. Você vai ficar quietinha? Piscou novamente. Pouco depois a enfermeira voltou com o médico. -Ela acabou de acordar, esta consciente. -Tudo bem, pode ir agora, eu cuido dela. Em seu campo de visão apareceu um homem. Devia ter uns 33 anos ou pouco mais, barba por fazer, mas parecia intencionalmente desenhada, olhos verdes, verdes como uma profunda floresta. -Olá Natalie. Como vai? Sou Fábio, seu médico. Consegue falar? -Ág... - O que? – disse ele. -Água. - disse com a voz arranhada. Ele colocou água em um copinho de café, daqueles de plástico. E deu-lhe um único gole. -Melhor? Depois você poderá tomar mais água. Você sabe o que aconteceu? Ela sabia, mais ou menos. Tinha uma boa ideia afinal, lembrava-se da velocidade, de perceber o carro vindo pelo canto do olho, do pânico no fundo de sua garganta e a certeza da colisão. Lembrava-se inclusive de perceber que naquele momento, tudo parou. Lembrou-se de olhar para o velocímetro e se perguntar, por que eu estou correndo tanto? Aquele momento pareceu durar mais que todo o dia. Lembrou-se de um impacto muito forte e só. -...Então ele te atingiu, você bateu sua cabeça, teve uma concussão e está em observação, mas estamos preocupados com sua perna, você teve fratura exposta e perdeu bastante sangue. Mas já está tudo sob controle. Ele sorriu, um sorriso lindo, frio, e profissional. E então, algo inesperado aconteceu. Ele pegou sua mão e a acariciou de leve. Ele era quente. Quente como os raios de sol em sua cozinha, quente como o primeiro gole de café, e ela percebeu que por traz daquela superfície fria, havia um núcleo de uma estrela em eterna fusão. Sorriu de volta e, apesar de toda a dor, apesar do cabelo emaranhado, das roupas rasgadas, apesar disso tudo, sentiu-se linda. -Pronto, entrelacei. Láquesis admirou os dois fios entrelaçados. O fio cinza parecia torce-se sobre si e ao final da torção entrava o fio verde, e então eles seguiam numa dança contínua como bailarinos de tango. Ela ergueu os fios para mostrá-los às outras. Cloto estava encantada pela combinação inesperada, a arte de tecer é muito complicada, deve haver compatibilidade, e os fios devem se unir ou se soltar conforme a necessidade da tela, mas essa combinação de fios parecia criar algo novo, sozinhos eram errados, mas unidos assim, pareciam criar um mundo de possibilidades. Átropos deixou um sorriso sincero escapar-lhe dos lábios. -Você disse que não havia compatibilidade, olhe para eles! exclamou a velha sinceramente feliz - São opostos incompletos que no entrelaçar de suas existências parecem terem nascido para a perfeição. Cloto sorria ainda mais: -Essa é a função divina, quando a Morte, a Vida e o Destino se unem no trabalho da tecelagem, o resultado é o improvável criando elos de pura beleza.
Nádia Fressatto de Godoy, 26, é fundadora do Clube do Livro Outra Xícara Por Favor.
Expediente Megaphone Cultural CNPJ: 16.796.177/0001-86
Textos: Fernando Pineccio* Projeto Gráfico: Cássio Rottuli (9.9946.9027) Vendas: Wanella Bitencourt (19) 9.9373-8742 Cidade-sede: Itapira/SP
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O Jornal Megaphone Cultural circula quinzenalmente. A distribuição é gratuita e você pode retirar o seu exemplar em alguns postos fixos nas cidades de Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu:
MOGI MIRIM
Banca Estação | Praça João Sarkis Filho – Centro / Banca da Praça | Praça Bernardino de Campos – Centro / Banca Santa Cruz | Rua da Saudade – Santa Cruz / Fatec ‘Ogari de Castro Pacheco’ Rua Tereza Lera Paoletti, 570, Jardim Bela Vista / Banca Antonelli Rua Soldado Constitucionalista, 54 - Jardim Soares
Bancas do Sardinha | Rua Pedro Botesi - Tucura / School Skate Store | Rua Padre Roque, 284 - Sala I - Centro / Fatec ‘Arthur de Azevedo’ Rua Ariovaldo Silveira Franco, 567, Jardim 31 de Março / Banca São José | Praça São José - Centro
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Choperia Tradição | Avenida Luiz Gonzada de Amoedo Campos, 31 – Planalto Verde / Disco Tem | Avenida Nove de Abril, 90 - Centro / Banca da Capela |Praça da Capela - Capela
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www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 1 de dezembro de 2016 | Página 3
Brazuca completa um ano e ‘chama o síndico’ de novo
I
dealizada para celebrar a música brasileira com um novo conceito de evento, a festa ‘Brazuca Até Umas Horas’ completa um ano em Mogi Guaçu e novamente convoca a Banda Monallizza com seu elogiado e empolgante tributo ao Tim Maia. O evento está confirmado para este sábado (3), às 22h00, n’O Profeta Pub Rock – mesmo palco da primeira edição, há um ano, quando a homenagem ao rei da Soul Music brasileira lotou completamente o espaço. Neste ano, a festa também teve edição itinerante em Itapira. “Não encontramos maneira melhor de comemorar sem ser convidando a banda que iniciou tudo isso”, comentou o idealizador do evento, Cléber Rodrigues. “Além disso, teremos novamente a linda Dj Pagu, que foi nossa convidada mais requisitada pra voltar, e claro, nossos parceiros e residentes DJs Ed e Nikito, que estão conosco desde o começo em todas as edições. É do baile”, comemorou. A banda Monallizza é conhecida pelas apresentações enérgicas e que passam por todas as fases da carreira de Tim, desde os clássicos mais dançantes, os funks e as músicas românticas, até as preciosidades criadas durante a fase racional de um dos artistas mais geniais da música nacional. Canções como ‘Sossego’, ‘Do Leme ao Pontal’, ‘Que Beleza’, ‘Não Quero Dinheiro’, ‘Ela Partiu’, ‘Descobridor de Sete Mares’, ‘Bom Senso’ e ‘Imunização Racional’ são alguns dos destaques do repertório que sempre é cantado em coro pelo público. Os ingressos antecipados estão sendo vendidos a R$ 15,00. Na hora, com nome na lista, o preço será de R$ 20,00. Sem nome na lista, R$ 25,00.
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A classificação etária é de 18 anos. Os pontos de venda estão disponíveis em Mogi Guaçu (Lojas Essência Boardshop no Centro e no Shopping Buriti e na Everyday Head Shop), em Itapira (Loja Preserve Streetwear) e em Mogi Mirim (Essência Boardshop). O evento tem a organização da Comunidade Produções. Mais detalhes na página oficial do rolê no Facebook (www.bit.ly/brazuca1ano). O Profeta Pub Rock fica na Rua Vereador João da Rocha Franco, 39, no Centro. MAIS Também n’O Profeta Pub Rock, está marcada para o próximo dia 9 mais uma edição da festa Roots & Rocks. A noite conta com a super-banda de Reggae Patuah, além da prata-da-casa Uavalua e do DJ Mouse. Os ingressos antecipados também custam R$ 15,00, sendo R$ 20,00 na hora (com nome na lista) e R$ 25,00 (sem nome na lista). As vendas acontecem nos mesmos pontos já citados. Para o dia 16 de dezembro já está confirmado o show do rapper Projota, também em Mogi Guaçu. O evento acontece no Tianena, às margens da Rodovia SP-340 (Mogi Mirim-Mogi Guaçu). O evento que integra a marca Roots & Rocks é promovido em parceria com a Noite de Música Boa, que também está comemorando um ano. A noite ainda conta com os DJs Mouse e Claytão e as atividades começam às 22h00. No dia seguinte, 17, em Itapira, tem as bandas Garage Machine e Santusa, além do DJ Rafilskis, no Madrid Lounge Bar. O evento também conta com a assinatura da Comunidade Produções. Todos os detalhes dos rolês na página da produtora (www.bit.ly/ comunidadeprod).
Banda Monallizza volta a se apresentar em Mogi Guaçu
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01/12 - Roni Bueno 02/12 - Linha de Base 03/04 - Roçabilly Brothers 04/12 - Mr. Ghost 07/12 - Trilogia Urbana 08/12 - Mad Dogs 09/12 - Altos e Baixos 10/12 - Tatu Music 15/12 - Zezão Acústico 16/12 - A Bela e os Feras 17/12 - Trio Rox 18/12 - Confraternização do Rock - 70 e Tal, Metanira, Delta Harmônico e TMB 22/12 - Anderson Lalão 23/12 - Rotta do Som 29/12 - Marcelo Espanhol 30/12 - Geração Acústica
03/12 - Banda Monallizza (Tim Maia Tributo) 09/12 - Patuah + Uva Lua 10/12 - Aniversário do Pub Rock (5 anos) com The Legends 16/12 - Devils Party
O CHOPINHO Telefone: (19) 3843-7230 Rua Dr. Norberto da Fonseca, 240 - Nova Itapira Facebook: Ochopinho
01/12 - Everton Coraça 02/12 - Aimberê Dantas 03/12 - Ed Campos 08/12 - Carlos Henrique 09/12 - Wellington Clemente 10/12 - Everton Coraça 15/12 - Ed Campos 16/12 - Marcão Andrade 17/12 - Flávia DeSenna 22/12 - Rafael Storari 23/12 - Gustavo Mariano 29/12 - Ed Campos 30/12 - Marco Aurélio
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Casa das Artes de Itapira abre ciclo de Recitais dos Alunos
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Gratuitos: eventos servem para demonstrar evolução do aprendizado
A
programação dos Recitais dos Alunos da Casa das Artes teve início na noite da última terça-feira (29), com recital de flauta. O cronograma, que segue até dia 9 de dezembro, tem atividades abrigadas no auditório da associação cultural, à Rua Campos Salles, 4, no Centro. Na última quarta-feira (30) também foram apresentados os recitais de viola caipira e de metais. Nesta quinta-feira é a vez do recital
de clarineta e saxofone. Na prática, os recitais servem para que os alunos dos cursos de musicalização possam demonstrar, em público, o aprendizado adquirido ao longo do semestre. As apresentações acontecem individualmente ou em grupos e são divididas por instrumentos. “É a chance dos alunos mostrarem a evolução do aprendizado adquirido ao longo dos meses. As apresentações costumam reunir pais, familiares e ami-
Recitais dos Alunos da Casa das Artes RECITAL
DATA
HORÁRIO(S)
Flauta
Terça-feira (29/11)
20h00
Viola Caipira
Quarta-feira (30/11)
19h30
Metais
Quarta-feira (30/11)
19h30 / 20h45
Clarineta & Saxofone
Quinta-feira (01/12)
20h00
Bateria & Percussão
Terça-feira (06/12)
20h00
Cordas
Quarta-feira (07/12)
19h30 / 20h45
Piano
Quinta-feira (08/12)
20h00
Violão
Sexta-feira (09/12)
19h30 / 20h45
Entrada franca, ingressos limitados a 70 lugares.
gos dos aprendizes, além de outros alunos da Casa”, disse o maestro César Lupinacci, diretor artístico da associação cultural. O ciclo será retomado na próxima semana, mais precisamente na terça-feira (6), com recital de bateria e percussão às 20h00. Na quarta-feira (7), novamente dois recitais, ambos de cordas, às 19h30 e às 20h45. Na quinta-feira (8), será a vez do recital de piano e, por fim, o recital de violão na sexta-feira (9), também às 19h30 e às 20h45. A entrada é franca em todos os eventos, porém limitadas de acordo com a capacidade do auditório. A cada recital, serão distribuídos 70 ingressos, que devem ser retirados antecipadamente na secretaria da Casa das Artes, que fica no mesmo endereço do auditório. Informações e reservas pelo telefone 3863-0032 ou pelo e-mail contato@casadasartes.art.br.
Texas Hold’em Fest reúne bandas ‘owtlaw’ em Mogi Mirim Está confirmada para o próximo dia 10 a primeira edição do Texas Hold’em Fest, em Mogi Mirim. O evento acontece em uma chácara e reúne as bandas Roçabilly Brothers, Os Cabrones e Forasteros. A estrutura ainda conta com praça de alimentação e exposição de artesanato. O objetivo da festa é reunir bandas com influências Outlaw e Rock and Roll em um clima que remete também a uma confraternização
entre motociclistas. O início das atividades é previsto para 18h00. Segundo a organização, haverá ainda promoção de cerveja puro malte da marca 1500. Para o público em geral, os ingressos antecipados custam R$ 10,00. Motociclistas coletados têm desconto e pagam R$ 5,00. O evento ocupa as dependências da Chácara do João Vitor, às margens da Rodovia dos Agricultores – vicinal entre Mogi
Mirim e Artur Nogueira. O acesso à rodovia é feito pelo trevo na altura do KM 159, próximo à empresa Irmãos Davoli. Mais informações podem ser obtidas junto aos organizadores pelos telefones (19) 9.9289-2718 (Marcelo) ou 9.8282-6789 (Daniel). Detalhes também na página oficial do evento no Facebook (www.bit.ly/texasfest), onde também há um mapa disponível para facilitar a chegada ao local do evento.
Recitais são gratuitos, mas têm ingressos limitados
Cantata de Natal terá quatro apresentações A Casa das Artes de Itapira divulgou as datas das apresentações da Cantata de Natal, que reúne alunos do Projeto Batutinha, desenvolvido pela associação cultural em parceria com a Prefeitura Municipal de Itapira. Neste ano, o tradicional evento terá quatro exibições em locais diferentes. O cronograma começa no dia 14 de dezembro (quarta-feira) no Centro Espírita ‘Luiz Gonzaga’, na Vila Kennedy. No dia seguinte, o evento vai à Igreja de São Judas Tadeu, no Cubatão. Já no dia 18 será a vez da Igreja de Nossa Senhora da Penha, no Centro e, por fim, dia 21, a Igreja de Nossa Senhora Aparecida dos Prados receberá
o espetáculo que costuma emocionar e arrancar muitos aplausos. Todas as apresentações são gratuitas e começarão às 20h00. Nas duas primeiras noites, os coralistas serão acompanhados pela Orquestra da Casa das Artes e convidados. Já nas duas apresentações finais, a participação especial será da Banda da Casa das Artes. Os repertórios das cantatas envolverão músicas sacras e natalinas, executadas pelos músicos e cantadas pelo grande coral sob a regência do maestro César Lupinacci, diretor artístico da Casa das Artes. A estimativa é que quase 200 pessoas sejam mobilizadas em cada apresen-
tação e a expectativa é de grande público em todas as exibições. “A Cantata já é um sucesso e é um dos nossos eventos mais esperados do ano. Sempre atrai muitos pais, familiares e amigos das crianças e dos músicos participantes, e a população como um todo sempre prestigia muito as apresentações. Então, será mais uma temporada repleta de alegria e com muita emoção, com certeza”, comentou Lupinacci. Também dentro da programação especial de fim de ano, o Coral Batutinha se apresentará na Clínica de Repouso Santa Fé, dia 17, e a Orquestra da Casa das Artes na Igreja de Santa Rita de Cássia, dia 19. Divulgação
Cantatas costuma emocionar público
Bar.bearia/Divulgação
Projeto Coreto termina com show de Flávia DeSena
Roçabilly toca no evento em Mogi
O Projeto Coreto tem sua última edição deste ano na manhã do próximo domingo (4). Na ocasião, a cantora itapirense Flávia DeSena se encarrega de encerrar a atual temporada com seu repertório que privilegia grandes composições de nomes como Vinicius de Moraes, Adoniram Barbosa, Djavan e Lulu Santos, entre outros. A apresentação começa às 10h00 no coreto do Parque Juca Mulato e é aberta ao público, com classificação etária livre. No domingo passado, dia 26, o evento teve a participação do Coral Madrigal Voxxes, formado por quatro vo-
zes - Ana Cecilia Torrecilas Sartori (soprano), Maria Valéria Chinatto Vassoler (alto), Antônio Maria Claret (tenor) e Carlos Alberto Lupinacci (baixo). O evento reuniu aproximadamente 150 espectadores, média de público mantida ao longo de praticamente todas as apresentações deste ano. O Projeto Coreto tem por objetivo resgatar a frequência familiar em apresentações musicais de qualidade e gratuitas no coreto do Parque Juca Mulato. Os eventos, antes mensais, aconteceram quinzenalmente nos dois últimos meses.
Divulgação
Flávia DeSena encerra ciclo do Projeto Coreto
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romovido na noite da última sexta-feira (25), o musical ‘Todos Juntos Somos Fortes’, de encerramento de ano do Projeto Viva Música, superou todas as expectativas. O evento foi abrigado no Ginásio de Esportes ‘Santo Breda Sobrinho’, no Centro de Lazer ‘Hideraldo Luiz Bellini’, e reuniu perto de 600 espectadores, segundo estimativas. A apresentação reuniu a Banda Sinfônica Lira Itapirense aos grupos de musicalização de diversos NAIs (Núcleos de Assistência Integral), onde são desenvolvidas as atividades do projeto idealizado pela corporação musical em parceria com a Secretaria Municipal de Promoção Social. O Coral da Melhor Idade também marcou presença. A desenvoltura com que as crianças se apresentaram arrancou não só aplausos, mas também despertou muita emoção no público formado por muitos pais e familiares. “Foi mesmo muito emocionante, o resultado deste evento foi bem acima do esperado, tanto pela questão de público, quanto pela parte musical”, comentou o maestro Maurício Perina, diretor artístico da Lira. O
Leo Santos/Megaphone
Projeto da Banda Lira encerrou temporada em alto estilo
’ a ic s ú M a iv ‘V o d to n e Encerram a ir p a It m e a n io c o m e e ta n enca
Projeto Viva Música envolve centenas de crianças em período contrário ao da escola regular. O objetivo é auxiliar no desenvolvimento e na formação da criança, com atividades que estimulam a expressão de ideias e sentimen-
Câmbio!
tos, ampliam o vocabulário e desenvolvem capacidades e potencialidades durante a infância, favorecendo a criatividade, a concentração, socialização e afetividade. O evento começou às 19h30 e teve entrada fran-
ca. A abertura foi feita por uma fanfarra formada por 86 crianças e que já impressionou e conquistou muitos aplausos. Em seguida, as crianças se apresentaram em grupos de, em média, 60 componentes. Uma das músi-
cas do repertório foi cantada inicialmente somente pelas senhoras que compõem o Coral da Melhor Idade, com as crianças entrando em seguida e ampliando o coro. Baseado nas obras ‘Os Músicos de Bremem’ (Irmãos Grimm)
e ‘Os Santimbancos’ (Bardotti, Bacalov e Chico Buarque), o repertório incluiu músicas como ‘Bicharia’, ‘O Jumento’, ‘Um Dia de Cão’, ‘A Galinha’, ‘História de uma Gata’, ‘Minha Canção’, ‘Todos Juntos’ e ‘Alô Liberdade’. As últimas peças foram apresentadas com todas as crianças no palco. Ao todo, perto de 260 crianças abrilhantaram o espetáculo. Já a Banda Lira levou ao evento 45 músicos – todos também ornamentados com adereços alusivos à temática do musical. “Quero agradecer à Secretaria de Promoção Social e aos funcionários envolvidos que nos auxiliaram na preparação do evento, e, de forma muito especial a dedicação das professoras Letícia Fernandes e Salua Oliveira e do professor Luciano Santos, além do empenho da supervisora Silvane Pozetti. Todos eles fizeram um trabalho intenso para preparar as crianças, planejar as apresentações e organizar o evento. Essa parceria com a Prefeitura através da Secretaria de Promoção Social é algo muito positivo e recebemos muitos elogios. Todos saíram do evento bastante emocionados”, frisou Perina. O evento teve duração aproximada de 1h15.
Clayton Clemente/Divulgação
Divulgação
Broove é uma das atrações
Shows recheiam programação de dezembro em Mogi Guaçu
Serra Negra recebe evento multicultural
Semana da Cultura Independente é opção em Serra Negra A Estância Turística de Serra Negra abriga, entre os dias 10 e 17 de dezembro, o evento ‘Câmbio – Semana da Cultura Independente’, que reúne arte e cultura sob temas relacionados à economia criativa e veganismo, por exemplo. O objetivo é fomentar um intercâmbio cultural com muita troca de ideias e uma programação que reúne desde palestras, workshops e lançamento de livro até exposição fotográfica e exibições de filmes e documentários. E claro, muita música! As atividades são organizadas pelos coletivos Pense
e Macaco Chico, fundados na própria cidade e que prepararam um verdadeiro encontro de expressões artísticas que se cruzam entre as mais de 20 atividades previstas. A ideia é reunir músicos, escritores, produtores, ativistas e formadores de opinião que terão a oportunidade de participar de debates que se debruçam sobre as formas de consumo e sobre como enxergamos o mundo e nos relacionamentos com os fatos sociais e políticos. A ideia é também aproveitar o grande fluxo de turistas durante o último mês do ano para apresentar as mais
diversas formas de cultura e arte ao público. A programação, cuja maior parte das atividades é gratuita, terá como ápice o Festival Action & Action, no dia 17, que reunirá diversas atrações, entre elas as bandas Horace Green e Freddy Groovers, além de food trucks com opções veganas e palestras entre os intervalos dos shows. Programação completa, bem comos locais dos eventos e informações sobre ingressos para o festival podem ser consultados na página oficial do evento no Facebook (www. bit.ly/cambioserranegra).
A Prefeitura Municipal de Mogi Guaçu divulgou a programação do ‘Natal Luz 2016’, como é conhecido o período de eventos especiais durante o mês de dezembro na cidade. As opções começam já entre os dias 1 e 4 com apresentação do tradicional espetáculo de
dança ‘Quebra Nozes’, no Teatro Tupec do Centro Cultural. O espetáculo está a cargo do Ballet Coppélia da Cia de Dança de Campinas, por meio do Projeto Dança e Cidadania. Para o dia 5 está marcada a chegada do Papai Noel na Praça Rui Barbosa (Recanto). A
programação segue até o dia 19 com diversas atividades, especialmente shows musicais, em vários espaços da cidade. Com exceção do evento no Tupec, todas as atividades são gratuitas. Em diversos shows, a programação conta com o apoio da Agência Kinkan.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA TEATRO TUPEC
Balé ‘O Quebra Nozes’ Dias 1 e 2 – 20h00 e Dias 3 e 4 – 18h00 Ingressos a R$ 20,00 por dia de evento.
PRAÇA RUI BARBOSA (RECANTO)
Dia 5 – 19h00 – Chegada do Papai Noel Apresentação da Banda “Luizinho Lanzi”
PARQUE DOS INGÁS
Dia 5 – 19h00 – Espetáculo ‘Branca de Neve’, com Tum Tum Academia Dia 5 – 20h30 – Projeto Sementeira, com a Banda Sinfônica de Mogi Guaçu Dia 9 – 19h30 – Banda Inspirados Dia 9 – 20h30 – Espetáculo ‘O Pequeno Príncipe’, com Corpo Livre Academia de Ginástica e Dança Dia 10 – 19h30 – Banda Broove Dia 10 – 20h30 – Espetáculo ‘Broadway’, com Studio de Artes e Dança WM’s
IGREJA MATRIZ DA IMACULADA CONCEIÇÃO Dia 14 – 20h00 – Cantata de Natal – Coral Municipal ‘Professora Zenaide Franco de Faria Mello’ 20:00 - Igreja Matriz Imaculada Conceição Dia 15 – Concerto de Natal da Banda Sinfônica de Mogi Guaçu
PARQUE DOS INGÁS
Dia 16 – 8h00 - Encontro de Lian Gong Dia 16 – 19h30 - Banda Primavera Nacional Dia 16 – 20h30 – Studio de Dança Beleza ‘A’ Dia 17 – 8h30 – Agita Guaçu, com Academias de Zumba Dia 17 – 19h30 – Banda Uvalua Dia 17 – 20h30 – Sol Escola de Dança
PRAÇA PADRE ARMANI
PRAÇA PADRE ARMANI
Dia 17 – 10h00 – Apresentação musical com Sandro Morelli e Armando Morelli
AVENIDA BANDEIRANTES
Dia 17 –19h00 – Chegada do Papai Noel Rua Dr. Benedito Macário de Mattos, 50
Dia 10 – 9h30 – Banda Marcial dos Ypês
Dia 11 – 9h00 – Viola Na Feira, com a Orquestra Guaçuana de Viola Caipira Defronte à sede da Secretaria Municipal de Educação
PARQUE DOS INGÁS
Dia 11 – 19h30 - Banda Tanto Herói Canalha Dia 11 – 20h30 – Elite Dance Crew
CASMOÇU
PARQUE DOS INGÁS
Dia 18 – 19h30 – Orquestra Guaçuana de Viola Caipira
PRAÇA DUQUE DE CAXIAS
Dia 18 – 10h00 – Roda de Samba e Choro – Grupo da Estação
www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 1 de dezembro de 2016 | Página 6
Mapeamento tenta combater assédios em bares e baladas em cidades da Baixa Mogiana
O
Coletivo Educacional de Mulheres ‘Maria Lacerda de Moura’, que envolve integrantes de Mogi Mirim e Mogi Guaçu, realizou uma pesquisa com o objetivo de mapear os lugares que possam ser perigosos para as mulheres em relação à violência nas cidades de Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu. Além disso, o trabalho batizado de ‘Mulher, você se sente segura?’ buscou também identificar como ocorreram as violências psicológicas e físicas; bem como em que espaço de tempo essas situações aconteceram e quais são critérios que as mulheres consideram importantes para que se sintam seguras nos ambientes. O mapeamento foi realizado de forma online entre os meses de agosto e setembro de 2016. Agora, o Coletivo de Mulheres pretende promover treinamentos com os estabelecimentos da região, buscando ofertar melhores condições para as mulheres nesses ambientes. A pesquisa foi realizada via internet, de maneira sigilosa, atingindo 90 participantes residentes em Mogi Mirim, Mogi Guaçu e Itapira. Das mulheres que colaboraram com a pesquisa, 75% disseram que já sofreram assédio em algum bar/balada; e a quantidade de vezes que isso ocorreu surpreendeu, pois das mulheres entrevistadas, 56,5% disse ter sofrido violência cinco vezes ou mais; 17,4% quatro vezes; 17,4% três vezes e 8,7% de
Divulgação
Iniciativa de coletivo abrange bares de Itapira, Mogi Mirim e Guaçu uma a duas vezes. Outro tópico abordado pela pesquisa buscou identificar os três principais critérios que as mulheres julgam necessários para um estabelecimento comercial receber o Selo de Estabelecimento Seguro. O primeiro critério foi de ‘Segurança’ com 70% das respostas. O segundo contemplou a possibilidade de ‘Funcionários sensíveis a lidar com denúncias de assédio’ com 65,6%, e o terceiro destacou a necessidade da ‘Presença de funcioná-
rias mulheres’ com 52,2%. O quarto critério considerou a necessidade da existência de ‘Espaço para amamentação’, com 48,9%. Com base nos dados, a próxima etapa visa promover um treinamento voltado para os estabelecimentos com o objetivo de formar multiplicadores que darão assistência às mulheres em caso de violência, seja ela física ou verbal. A proposta é que os estabelecimentos sejam orientados no sentido de dar suporte às vítimas que passem por situações que
fujam a normalidade. Não é normal, por exemplo, que uma mulher seja agredida por qualquer homem pelo simples fato de ser sua namorada, assim como não é normal que mulheres sejam beijadas a força ou seguras pelo braço quando passam pelo corredor em uma festa. Da mesma forma, não pode ser normalmente aceito um homem achar que tem o direito de passar a mão pelo corpo de uma mulher enquanto ela caminha pela festa ou puxar seu cabelo.
Os tipos de situações acima foram destacadas pelas mulheres que responderam a pesquisa e o Coletivo Educacional de Mulheres ‘Maria Lacerda de Moura’ propõe, portanto, uma parceria junto aos espaços para que, em caso de pedido de ajuda de uma mulher ou diante de uma situação de violência, haja intervenção do estabelecimento de forma correta e legítima. Alguns relatos anônimos que compõem a pesquisa foram divulgados pelo coletivo
para denotar situações de assédio que na maioria das vezes são tratados como naturais pela sociedade. “Sempre em baladas, não importa qual, os homens sempre chegam nos puxando pelo braço, nos importunando. E se não damos bola ainda somos xingadas”, disse uma participante. “Estava no balcão comprando uma cerveja e o sujeito encostou em mim e ficou se esfregando até eu xingá-lo. Essa foi uma das situações”, comentou outra. “Olhares e cumprimentos com beijos molhados no rosto tentando ser sedutores” e “em lugares lotados também acontece do cara ficar encostando e se você reclama, a errada é você, já que está ali no meio e isso é tido como normal por eles”, consideraram outras mulheres pesquisadas. De acordo com as responsáveis pelo mapeamento, os estabelecimentos serão convidados dentro dos próximos dias a participarem de um treinamento promovido pelo coletivo. Na ocasião, também receberão informações sobre violência, como proceder e como pode fazer para tornar seu estabelecimento mais seguro. Os participantes receberão um selo que atesta que o local está informado e se comprometeu com a causa. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (19) 98330-3136 (Samantha Lodi) e (19) 99131-4272 (Ludmila Fontoura), ou ainda pela página do coletivo no Facebook.
www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 1 de dezembro de 2016 | Página 7
Leo Santos/Arquivo/Megaphone
Tiago Fontolan assume secretarias de Cultura e Turismo e de Promoção Social
O
ex-presidente do Lar Gracinda Batista e do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), Tiago Fontolan Batista, eleito vereador neste ano, vai assumir as secretarias municipais de Cultura e Turismo e de Promoção Social de Itapira. O anúncio oficial foi feito na última sexta-feira (25) pelo prefeito José Natalino Paganini (PSDB), mas a informação já havia sido antecipada no site do Megaphone Cultural. Fontolan ocupará o lugar dos atuais titulares das pastas, Marcelo Dragone Iamarino e Eliana Assugeni Sobreiro Dias, respectivamente. No caso de Eliana, ela deverá retornar às suas funções do cargo original para o qual é concursada, de coordenadora de creches. Já Iamarino deve deixar a administração. A familiaridade e a experiência no setor de assistência social foram determinantes para
que Fontolan fosse convidado a assumir a gestão da Promoção Social na cidade. Já para acumular o comando da Cultura e Turismo, além da intenção da administração em reduzir custos de sua estrutura administrativa, pesaram também a capacidade de diálogo e a boa abertura que Fontolan mantém com os mais diversos grupos organizados, organizações e setores ligados à área. Inicialmente, a mudança parece ter sido bem aceita nos bastidores culturais e artísticos do município, que esperam mais diálogo e respeito por parte da gestão pública do setor. Marcada por episódios polêmicos e críticas quanto à falta de transparência, a gestão de Iamarino deixa um legado de portas fechadas e falta de apoio a muitas iniciativas culturais na cidade, especialmente as independentes. Entre frequentes desgastes gerados à administração tucana, figura, por exemplo,
representação ao MP (Ministério Público) denunciando supostas irregularidades nas contas da pasta. O caso segue em andamento. DUPLO DESAFIO A cogitada fusão das secretarias de Esporte e Lazer e Cultura e Turismo, intenção confirmada até pelo próprio prefeito, foi descartada ao menos por enquanto. A ideia é que Promoção Social e Cultura e Turismo sigam atuando separadamente, porém com um mesmo secretário que comandará as respectivas equipes. Para Fontolan, assumir duas pastas na municipalidade trará a oportunidade de trabalhar em áreas com as quais mantém proximidade. “Enxerguei esse convite como uma chance de trabalhar bastante pela população, pela cidade, colocar em prática tudo o que aprendi ao longo dos anos. Na Câmara, até mesmo por não poder gerar despesas ao
município, o vereador acaba ficando um pouco amarrado e nem sempre consegue executar tudo o que deseja”, considerou. O novo secretário, entretanto, sabe que enfrentará críticas pela decisão. “Isso é natural e vou encarar de maneira tranquila. Eu entendo e compreendo que as pessoas me elegeram para ser vereador, que me deram seu voto de confiança para ser vereador, mas tomei essa decisão depois de consultar muita gente que me ajudou na campanha. Foi uma decisão muito bem estudada e eu espero reverter essas críticas mostrando meu trabalho”, acrescentou. Até a última quarta-feira (30), a Prefeitura não havia informado quando o novo secretário deveria assumir efetivamente suas funções nas duas pastas. A assessoria de imprensa da administração também não respondeu à solicitação de entrevistas com Eliana e Iamarino.
Crítica | A Chegada Por Rodrigo Gueiros
Denis Villeneuve, diretor canadense já conhecido por obras marcantes no cinema, como ‘Os Suspeitos’, ‘Sicario - Terra de Ninguém’ e o ‘Homem Duplicado’, volta aos cinemas trazendo toda a sua sensibilidade, nos presenteando com uma verdadeira obra de arte em ficção científica. ‘A Chegada’ é daqueles filmes que realmente te faz sentir o quanto é prazeroso sentar em uma poltrona de uma sala de cinema e apreciar com emoção as duas horas de qualidade cinematográfica que o longa proporciona. É arte! Baseado no conto de ‘Story Of Your Life’, de Ted Chiang, ‘A Chegada’ traz o conflito de interesses políticos onde doze nações discutem, de formas diferentes, qual seria o procedimento adequado para lidar com a invasão alienígena e, principalmente, o choque e as diferenças culturais entre elas, colocando essas questões muito acima da ciência. O choque cultural fica evidente na força da comunicação, mostrando a importância do sentido das palavras ou de uma frase, que podem ser interpretadas de inúmeras maneiras, mudando todo o contexto de uma conversa ou numa tentativa de comunicação com outros povos e outras culturas. No filme, doze naves espaciais aterrissam misteriosamente na Terra, em doze locais estrategicamente diferentes. Tentando descobrir uma maneira de se comunicar com uma delas, uma equipe de elite, liderada pela linguista Louise Banks (Amy Adams), é reunida para investigar. Longe da base onde a equipe está concentrada, a humanidade está apavorada e à beira de um colapso, hesitando por um ataque em massa contra os alienígenas, principalmente pela ausência de informações sobre o que está acontecendo e pela ignorância de alguns líderes de países onde as naves aterrissaram, que desejam propor um ataque aos invasores sem ao menos tentarem contato com eles. Com a equipe montada e a presença de Louise, chega o momento de adentrar em uma das naves, onde os invasores abrem a porta a cada 18 horas na tentativa de comunicação com os terráqueos. Quando uma das conchas (nome dado pela equipe) é mostrada ao espectador
pela primeira vez, na cena em que Louise tem o primeiro contato visual com ela, é impossível não associar ou fazer referências ao Monólito de “2001: Uma Odisseia no Espaço” no mais profundo encontro ao desconhecido - e esse primeiro contato, vem acompanhado de uma sequência absurdamente perfeita da trilha sonora assinada por Jóhann Jóhannsson, que do início do filme até o momento que a equipe entra na esfera, a música os acompanha num elevador sonoro frenético, ditando o ritmo da cena até o primeiro contato visual e comunicativo entre os seres desconhecidos de ambos os lados. Dada a complexidade da trama e a sensibilidade da linha entre a comunicação e as consequências no caso dela ser mal interpretada, Louise ainda se vê em um conflito particular, curiosamente onde o roteiro brinca com o espectador, obrigando-o a prestar atenção máxima e desvendar os flash´s que permeiam a mente da nossa especialista em comunicação. O roteiro de Eric Heisserer apresenta diversas camadas, vai além da comunicação, explorando a protagonista, o roteiro traz profundamente a ideia de que a todo o momento você está em contato com a morte. O que você faria se soubesse quando e como vai morrer? Questionamento que leva à reflexão de nossas relações com a vida e aos valores das quais ela está relacionada. No amor? Na família? Amigos? Ou na sociedade? A Chegada é um excelente filme que nos leva a ótica do mais profundo fascínio do desconhecido, dos mistérios e da descoberta. Toda vez que alguém entra na concha, o espectador entra junto e com eles exploram o oculto e quebram a parede da comunicação. Sem dúvida um dos melhores filmes do ano e o melhor do gênero desta década, uma narrativa que clama por união, comunicação e a compreensão do homem na sua forma mais íntima de lidar com o desconhecido. Com tantos atributos, a nova obra de Villeneuve vem como forte candidata para a lista dos concorrentes ao Oscar 2017, e não será surpresa se o filme receber inúmeras indicações.
Nota (5/5) Rodrigo Gueiros, 35, é publicitário, designer gráfico e crítico de cinema, um apaixonado pela sétima arte e, talvez, o ser humano que mais assistiu a série Breaking Bad neste planeta. Para ler mais críticas de filmes e séries, acesse www.cinefilosanônimos.com
Fontolan assume duas pastas administrativas Arquivo/Megaphone
Marcelo Iamarino deixa comando da Cultura após gestão criticada
Para onde foi Fidel?
E
sta semana foi anunciada a passagem para outro plano do emblemático Fidel Castro, líder da revolução cubana. Foram noventa anos de vida, sendo mais de 50 dedicados ao seu país, ao desenvolvimento local regido por suas convicções e inspirações. É mais do que complicado falar de uma personalidade tão ímpar, que além de muito inteligente, usou de uma metodologia controversa para governar. Posso atestar daqui do Brasil que o país vai bem, mesmo vivendo com menos. Saúde pública funciona, atestada, por exemplo, pelo cineasta americano Michael Moore, que levou um grupo voluntários com doenças crônicas causadas pelo trabalho em meio a poeira e destroços do World Trade Center para serem tratados por lá, já que nos Estados Unidos eram enganados por seus planos de saúde particulares. Além disso, Cuba exporta médicos para Portugal, Espanha, África, Brasil. Na cultura, Cuba também se destaca. Apesar de muitos artistas terem fugido do regime de Fidel, muitos outros ficaram na ilha e cultivaram sua arte por lá. No documentário ‘Buena Vista Social Club’, o produtor e guitarrista americano Ry Cooder, sob o olhar do cineasta Wim Wenders, redescobre a ilha isolada do mundo pela imposição econômica dos Estados Unidos e enxergam que ela fervilha de vida. Talvez tenha sido este episódio que tocou Fidel quanto à aldeia global que o mundo estava se tornando. O documentário foi gravado em 1996 e para que os músicos redescobertos ali pudessem ganhar o mundo houve um flexibilização das regras de saída do país, e não somente para eles. A música cubana toma o mundo de assalto até que estes baluartes, pouco a pouco se vão para onde foi agora o Fidel, ou para um local melhor. Mas a cultura em Cuba não se reduz apenas ao Buena Vista, o cinema e a música são destaques num cenário em que o compositor Léo Brower ajudou a construir. Apesar do pouco dinheiro para quem lá se apresenta vindo de fora do país, se encontra muita organização e cerca de 20 orquestras em atividade. Numa ilha de território que é metade do estado de São Paulo isso é tremendamente impactante. Cuba é o único país latino americano que consegue bater as metas de educação estipuladas pela ONU, tem o segundo melhor IDH do continente inteiro. Por isso, quando penso em Fidel, eu imagino um case que demonstra ótimos exemplos a seguir e a abolir da conjuntura para estabelecimento de um regime de governo. A ilha ao mesmo tempo tem um caráter igualitário sem ser plenamente democrática, ou seja, uma ambiguidade que somente quem por ali viveu anos poderia elucidar e nos fornecer mais detalhes e particularidades que observando daqui não nos é nítido suficiente.
por Ricardo Pecego
Mas resolvi falar de Fidel principalmente porque há um tempo eu já demonstro nos meus devaneios que um país que se prende à economia, como cerne de sua existência, está fadado a entrar em crises e recessões. Cuba, diante do regime de Fidel, sofreu e ainda sofre com o impacto do embargo comercial que os Estados Unidos impuseram. Foi na economia o ponto escolhido para se exterminar o país que hoje demonstra em seus indicadores que vai muito bem, tanto que o próprio governo americano se rendeu e iniciou, de alguns anos para cá, o fim deste embargo. Cuba é a prova viva que os valores humanos e a redução do nosso status econômico podem garantir uma vida mais igual e humana. Muitos dos discordantes deste escriba terão de entender isso na prática. Veja a questão do desenvolvimento de pesquisa em Cuba, que já é uma contundente prova que não se constrói o desenvolvimento apenas calcado no montante de dinheiro que se tem para investir. Dar acesso ao conteúdo de conhecimento está estabelecido e partilhado pela humanidade é fundamental para o processo. O arcabouço desse conteúdo está estabelecido desde o início do século XX, hoje apenas aplicamos esse conhecimento e os modernizamos, remodelamos. Só não estamos num patamar de desenvolvimento melhor porque as empresas preferem lançar moda para vender. Elas modificam os aparelhos em detalhes ínfimos ano após ano, e investem metade de seus orçamentos em publicidade. A propaganda não constrói, ela apenas modela a opinião e desde meados dos anos 50 ela tem se preocupado em nos tornar egocêntricos, mimados e cheios de desejos, tirando o foco do ser humano em desenvolver a humanidade. Por isso que Fidel é um case, porque ele fez mais com muito menos. O que está faltando para que possamos aprender com o que de bom o ser humano faz? Basta apenas comemorar a morte de Fidel porque ele era comunista? Ou é importante observar e absorver todo esse complexo case, conhecer mais profundamente do que apenas estas linhas, ou que a internet dispõe de informação. Porque não trocar ideias com pessoas de lá, com dissidentes de lá, com seu médico cubano? Não se atenha a perguntas do tipo: quanto você ganhava? Pergunte como se vivia, como se relacionam com os vizinhos, como eram os professores, o que vocês comiam, o que vocês leem, todo esse tipo de pergunta será mais proveitosa, e vai trazer à tona as possibilidades e dificuldades da ilha com clareza. E você poderá, inclusive, enxergar que pessoas de vidas humildes conseguiram estudar e se formar médicos, e fazendo um paralelo com a nossa realidade vai começar a entender a ponta do iceberg dos paradoxos e virtudes de um terno ditador.
Ricardo Pecego, 38, é produtor cultural, aspirante a esteta e acha que o mundo, inclusive o Brasil, ainda tem jeito.
anorama
www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 1 de dezembro de 2016 | Página 8
Sarau Cultural é premiado com ProAC de R$ 40 mil Superação: evento ignorado por secretário de Cultura de Itapira ganhou importante aporte do Governo do Estado
C
riado em 2013 com o objetivo de ocupar espaços públicos com diferentes manifestações artísticas, o Sarau Cultural ‘Por Trás da Rotina Itapirense’ acaba de assinar contrato com a Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo, que vai financiar oito edições ao longo de 2017. Com organização a cargo de coletivos independentes, o Sarau Cultural teve seu projeto aprovado no ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo), o que garantirá um investimento de R$ 40 mil para a realização das edições temáticas. O contrato foi assinado em São Paulo no último dia 11 e passa a vigorar em 60 dias. No último sábado (26), o evento teve nova edição na Praça Bernardino de Campos, porém ainda sem integrar o cronograma do projeto, que está em fase de definição. Desta vez, as atividades foram alusivas ao Dia da Consciência Negra, celebrado dia 20 de novembro. A notícia da aprovação na modalidade de editais do programa do Governo Paulista foi bastante comemorada não só pelos envolvidos no projeto, mas também pelo público e por ativistas do setor cultural da cidade. Isso pelo fato de que o evento passou a ser alvo de uma espécie de boicote velado da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Itapira depois que ganhou tons mais politizados, embora apartidários, a partir de 2014. A ponto, por exemplo, da pasta negar autorização para que uma edição especial pelo Dia da Mulher, em março do ano passado, ocupasse as dependências do CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados), no Istor Luppi. Ainda assim o evento foi realizado na quadra do espaço, com aval da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer. Para os simpatizantes da iniciativa, a aprovação no ProAC representou uma resposta à pasta local que preferiu ignorar até mesmo uma versão menor do projeto, apresentada pelos organizadores durante reunião do Conselho Municipal de Política Cultural. “Não pretendemos mudar o ‘modus operandi’ do coletivo, que nasceu como um grupo que busca uma mudança social, mostrar que as tomadas de decisões e a própria organização em si podem acontecer de formas bem sucedidas, praticando a efetiva democracia, de forma horizontal, igualitária e que respeita e incorpora a diversidade da sociedade. Por isso, esse prêmio não representa simplesmente uma nova fase do Sarau Cultural, mas também constitui uma prova de que dá pra fazer muita coisa, sem desrespeitar a diferença das pessoas, com respeito às diversas crenças, etnias e sexualidade. E o mais importante, que não precisamos de um ‘chefe’ dando ordens, nós temos condição de elaborar e executar projetos de qualidade”, comenta uma das idealizadoras do evento, a professora e mestranda em Educação Aline
Divulgação
Aline Longo assinou contrato com Secretaria Estadual de Cultura Fernanda Longo, 23. Para cumprir o projeto, os organizadores do Sarau deverão manter o caráter itinerante e que prevê a descentralização e a acessibilidade cultural, fomentando a participação local e abrindo espaço para as mais diferentes formas de arte. “O objetivo geral é contribuir para o resgate e difusão da cultura local por meio do estímulo e democratização da arte em suas diferentes linguagens e em diversos locais do município, bem como abranger as várias camadas sociais, possibilitando que a prática artística e cultural deixe de ser, cada vez mais, um privilégio elitizado e possa tornar-se mais acessível e popular”, descreve o texto acolhido pela Secretaria Estadual de Cultura. “O Sarau acontecerá de forma acolhedora e sem nenhum tipo de censura, todas as formas pacíficas de manifestação artística e cultural poderão ser incorporadas sem necessidade de agendamento ou inscrição”, complementa o projeto. A ideia é realizar edições mensais e temáticas que tratem de assuntos ligados à Questão Racial no Brasil, Patrimônio e Produção Cultural Itapirense, Identidade de Gênero e Direitos Trabalhistas, por exemplo. Desta forma, o evento pretende seguir abordando temas ligados a heranças históricas, sociais, políticas, econômicas e culturais da cidade. Antes de cada edição, os assuntos serão problematizados em palestras, oficinas e debates com o objetivo de fomentar novas reflexões acerca de cada uma dessas “inquietações”, como descreve o projeto. A principal novidade possibilitada pelo financiamento ficará por conta da chamada ‘incorporação temática’ – processo no qual essas reflexões resultarão em quatro edições do ‘Sarau Temático na Escola’, que serão realizadas em escolas estaduais, com a proposta de também tirar os estudantes de sua rotina
habitual para que possam experimentar novas ideias e conceitos. Ao justificar a necessidade da atividade independente, o projeto se debruçou na ausência de políticas públicas municipais que tenham, de fato, alguma eficácia quanto ao estímulo e a preservação do potencial cultural itapirense. “Observa-se um processo contrário, através de uma sociedade que perdeu sua identidade negra e cujos representantes, assim como em outros locais do país, são mantidos marginalizados. Manifestações populares contemporâneas como o Hip Hop e até mesmo o Funk não são tratados como movimentos dignos de serem respeitados, uma vez que não se caracterizam como interesse da elite conservadora. Além disso, questões de gênero são banalizadas, onde homossexuais e, principalmente, travestis são hostilizados e até mesmo espancados; o uso e o tráfico de drogas se fortalecem como alternativa aos problemas sociais; onde a política ainda é fundamentada no coronelismo e
voto de cabresto, cujas lideranças desejam uma sociedade passiva e alienada. Deste modo, a iniciativa desse Sarau cultural se faz tão necessária contra esse processo, pois tem a potencialidade de informar, discutir, e transformar as pessoas por meio da democratização da arte, além de promover o sentimento de pertencimento do indivíduo e a apropriação dos espaços públicos”, destaca o texto. De acordo com Aline, o projeto encaminhado ao ProAc foi construído por “muitas vozes e mãos”. Em 2015, uma primeira versão chegou a ser inscrita, mas não foi selecionada. Neste ano, o texto foi reformado e a proposta ganhou novos colaboradores. “Na elaboração, buscamos mostrar todo o trabalho que já foi feito, esperando potencializar nossas atuações, valorizar ainda mais o público e os artistas participantes. A partir desta nova fase podemos trabalhar de uma forma que valorize mais os artistas por meio da ajuda de custo para produção, promover oficinas, ampliar a qualidade de equipa-
mentos, divulgação e produção com caráter itinerante. Creio que o prêmio do edital seja uma razão para que o poder público municipal reavalie o olhar que tem atribuído aos envolvidos para que uma relação mútua de respeito seja estabelecida, uma vez estejamos trabalhando pela cidade e pela democratização da politização da cultura como um todo”, enfatizou. RESISTÊNCIA Ao lançar a iniciativa ao lado do amigo Julièder Francisco Meneghini, Aline pensou em um formato que unisse artistas locais e garantisse espaço a artistas, principalmente independentes, para que pudessem exibir seus trabalhos, fossem bandas, poetas, artistas plásticos, fotógrafos, rappers, etc. As edições iniciais foram abrigadas na Praça Bernardino de Campos, mas depois o evento se tornou itinerante e desembarcou em locais como a Pisa de Skate, a Festa de Maio e o CEU. Com uma evolução orgânica, o Sarau Cultural passou a Fernando Pineccio/Arquivo/Megaphone
Sarau Cultural deu importante passo com aprovação em edital
conglomerar as mais diversas linguagens, desde literatura, dança e teatro, até movimentos ligados ao Maracatu e ao Hip-Hop. Ganhou também um contexto questionador com a inclusão, na pauta das edições, de abordagens sociais e políticas, o que serviu para ‘despertar animosidades’. “Nossas propostas e ideais estão muito acima de qualquer partidarismo. Eu me recordo de uma noite em que apresentamos o projeto, em menor versão, ao Conselho Municipal de Política Cultural e os representantes de diferentes segmentos culturais não se deram nem ao trabalho de abrir para uma leitura parcial. Já deixaram o projeto de lado. Em outra ocasião, fomos criticados, com emprego de termos bem desrespeitosos, por levamos a população LGBT para a praça pública. Somos constantemente tratados como pessoas que ‘não tem mais o que fazer’, como se fosse simples organizar e mobilizar, sem recursos, tanta gente e material para fazer esses eventos acontecerem”, disse. Mesmo após a aprovação do ProAC, as nítidas dificuldades no relacionamento com a administração local se mantiveram. Ao solicitar uma reunião com o prefeito José Natalino Paganini (PSDB) para discutir detalhes da execução do projeto, Aline foi informada de que o assunto teria que ser tratado diretamente com o secretário de Cultura Marcelo Dragone Iamarino. À reportagem, na última semana, a assessoria de imprensa da Prefeitura disse que “a representante do Sarau Cultural não foi recebida por desencontro na agenda do prefeito” e que “ela deverá ser contatada pelo Gabinete para agendar reunião já nos próximos dias”. A reportagem também solicitou posicionamento do secretário sobre o assunto, mas a assessoria não deu qualquer retorno. O momento, contudo, é de celebração – e de emoção – para quem resistiu às adversidades para manter acesa a chama ideológica de um movimento que agora se consagra perante a uma importante ferramenta de incentivo cultural. “Durante esses anos mantive o sonho de ver esse movimento crescer, e o envolvimento com a Educação me fez acreditar ainda mais na arte como principal instrumento de transformação da sociedade, para mudarmos a nós mesmos e o nosso ambiente. A premiação é mais que gratificante, ela abre novos caminhos. Fico muito feliz que nosso trabalho foi reconhecido. Não estamos brincando, fazemos isso por amor à arte, cultura e educação. Pra gente, é uma forma de sobreviver, de lutar junto a todos que sofrem com a homofobia, o machismo, o racismo e também com a desvalorização dos pequenos movimentos culturais. Esse é a chance de reforçar ainda mais que cultura é um conceito muito amplo e vai muito além dos desejos e das vontades do poder público”, desabafa Aline.