Megaphone Cultural #38

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Distribuição Gratuita

Megaph Cultne ural

COLAPSO À VISTA! Seis anos após interromper atividades, CollapseNR volta com tudo! Página 8

Ano V – Nº 38 – Edição Quinzenal | 20 de outubro de 2015 Marlene do Carmo/Divulgação

Reprodução/Tribuna de Itapira

Itapira e Mogi Mirim celebram aniversários

A Mogi Mirim completa 246 anos No Museu

Fotografias antigas da cidade inspiram exposição em Itapira

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Big Band

Iniciantes

Clássicos em Cena tem penúltima apresentação

Inscrições abertas para workshop de fotografia

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s cidades de Mogi M i r i m e I t a p i ra comemoram seus aniversários de fundação nos dias 22 e 24 de outubro, respectivamente. Enquanto o município itapirense celebra 195 anos, o território mogimiriano chega aos 246 anos de sua emancipação político-administrativa. Nas duas cidades, as prefeituras definiram programações especiais para marcar as datas. Em Mogi Mirim, um ato cívico terá início às 8h00 do dia 22 no Espaço Cidadão, com hasteamento das bandeiras com participação do Tiro de Guerra, da Banda Musical e do Coral Infanto-Juvenil da Lyra Mojimiriana. Em seguida acontece o Encontro de Fanfarras com participação de diversas instituições, entidades assistenciais e escolas municipais. À noite, mais precisamente às 19h30, a Igreja Matriz de São José abriga o concerto da Orquestra Sinfônica e Coral da Unicamp (Universidade de Campinas). A programação especial do aniversário de Mogi Mirim tem sequencia no dia 25, também no Espaço Cidadão, com o Encontro de Carros Antigos, entre 9h00 e 17h00. Já o aniversário de Itapira será celebrado com o tradicional desfile cívico e comemorativo, no dia 24. O evento começa às 8h00 com

o hasteamento das bandeiras defronte à Casa da Cultura ‘João Torrecillas Filho’, com presença de autoridades políticas, civis e militares e da Banda Lira Itapirense. O desfile será alocado no Parque Juca Mulato, com início às 8h30. O cronograma envolve exibições do Tiro de Guerra de Mogi Mirim e de Mogi Guaçu, da 3ª Cia da Polícia Militar de Itapira, GCM (Guarda Civil Municipal), Defesa Civil, Grupo Escoteiro, Uipa (União Internacional Protetora dos Animais), fanfarras diversas, escolas municipais, entidades e instituições, e grupos da Banda Lira e da Casa das Artes, além de secretariais municipais e empresas da cidade. Nas duas cidades, as atividades são inteiramente gratuitas e abertas ao público. As programações completas estão disponíveis no www.portalmegaphone. com.br. A fundação de Mogi Mirim remonta à data de 22 de outubro de 1769, quando a então Freguesia de São José de Mogi Mirim foi elevada à categoria de Vila. Já em Itapira, o dia 24 de outubro de 1820 é tido como a data da fundação devido ao simbolismo do ato em que uma mata foi derrubada para dar lugar a uma igreja onde seria colocada a imagem de Nossa Senhora da Penha, padroeira do município.

Itapira celebra 195 anos Resistência

TUCA e peça de estreia celebram 50 anos com presença itapirense Leo Santos/Megaphone

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www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 20 de outubro de 2015 | Página 2

Editorial

Vem com a gente!

N

o último dia 14, o Megaphone Cultural completou um ano. Na verdade, o primeiro ano deste novo modelo de publicação, já que anteriormente o Portal Megaphone (em atividade desde 2004) já havia lançado informativos impressos. Nos últimos 12 meses, colocamos 24 edições nas ruas de pelo menos três cidades, continuamente, a cada quinze dias. Um veículo exclusivo de informação cultural – aliás, o único da região. No editorial da edição anterior já falamos disso. Por isso, talvez, soe repetitivo. Mas o momento pede celebração. Celebração, sim, pois é no mínimo prazeroso trazer ao público informação cultural, séria e comprometida,

em tempo em que o jornalismo foi banalizado por uma enxurrada de informações sem fontes confiáveis. Além disso, é muito legal falar de boa notícia, produzir informação amistosa, quando a mídia tradicional está tão ocupada com pautas tão negativas, noticiando temas tão ruins à sociedade. Hoje, comemoramos o fato da excelente aceitação do público com relação ao Megaphone Cultural, que não é só mais uma extensão do nosso site estabelecido há mais de dez anos na internet. É, verdadeiramente, um braço importante de um trabalho que quer cada vez mais alcançar leitores, conquistar parceiros, fomentar cultura e despertar atenções. Iniciamos agora um novo ciclo, em busca de mais

e novos parceiros comerciais para que possam estampar em nossas páginas suas marcas, produtos e serviços. É vincular a imagem à boa notícia – àquela que acrescenta e que agrega, que engrandece, que ajuda. À informação produzida com responsabilidade, qualidade e preocupação, que assim culmina em credibilidade e confiabilidade. Lembrando sempre de agradecer a quem está conosco até agora – anunciantes, colaboradores, parceiros, divulgadores. São os grandes responsáveis por este veículo chegar às bancas e aos pontos de distribuição. Vem com a gente! Leia todas as edições também online: www.bit.ly/ leiamegaphone. A coluna ‘Outra História Por Favor’ é publicada no Megaphone Cultural pelo Clube do Livro ‘Outra Xícara Por Favor’ com periodicidade mensal. Contato outraxicaraporfavor@hotmail.com

H

oje, não muito cedo, saí para a minha caminhada diária. Estava um dia de céu limpo e temperatura agradável de outono. Como sempre, o meu percurso é por uma avenida marginal que serpenteia o rio que abastece toda a cidade. É uma avenida bem arborizada e em todo o trajeto existem bancos estrategicamente colocados debaixo de frondosas árvores. Ao lado da marginal existe uma ciclovia, que em determinados pontos vira uma ciclofaixa e ao lado desta, uma extensa avenida com muitos pontos de comércio, oficinas de vários segmentos e algumas indústrias do lado oposto ao rio. Iniciada a caminhada, neste dia, não sei por que, comecei a prestar atenção na vida que se desenrolava enquanto me exercitava. Já tinha caminhado inúmeras vezes por esse trajeto, mas só hoje algumas coisas saltaram aos meus olhos e ouvidos. Tudo começou quando ouvi o canto de muitas cigarras e, apurando o ouvido, comecei a notar que havia pássaros cantando também. Consegui distinguir mais de um canto, uma alegria, começou a invadir a minha mente e interiormente

Vida Urbana eu me questionava como não tinha prestado atenção nisso antes. O que poderia ter-me privado detão maravilhosos sons? Pensamentos cotidianos, a rotina? Distração com o movimento, com o ruído dos motores dos carros, dos caminhões e ônibus que trafegam incessantemente pela avenida? Poderia ter sido, também, o barulho do comércio e das indústrias, mas não importa, o que realmente interessa é que hoje eu estou ouvindo todos esses cantos e a partir de hoje, nunca mais deixarei de procurá-los. Cruzo com um ciclista com fones no ouvido - que desperdício, penso imediatamente. Um senhor, com uma bicicleta antiga, vestindo camisa xadrez e um chapéu de palha, será que está indo trabalhar? Apressada, uma ciclista com o cabelo preso em um lindo e longo rabo de cavalo desliza pela ciclovia. Mais uns passos e me deparo com um sorveteiro parado, com seu carrinho, entregando sorvetes para dois rapazes. Não

é cedo demais para sorvete? Vindo em minha direção,agora, um jovem senhor, que encontro todos os dias, e quando nos cruzamos ele abre um grande sorriso e me dá um delicioso bom dia, gesto simples, mas que faz tão bem. De repente, vejo uma mulher sentada num dos bancos bem abrigada na sombra de uma árvore. Ao seu lado, largadas no banco, algumas sacolas e, conforme me aproximo, percebo que ela está colocando linha numa agulha e quando passo por ela já está costurando o que parecia ser uma camisa, será trabalho ou uma simples terapia? Adiante, vem ao meu encontro um casal já de meia idade, caminhando de mãos dadas. Casais que andam de mãos dadas me emocionam e quanto maior a idade, mais eu admiro a cumplicidade e o carinho. Logo em seguida, uma mulher, bem jovem, empurrando um carrinho de bebê. Paro e brinco um pouco com o bebê

e a mãe me confidencia que ele não se acalma enquanto ela não sai para dar uma volta com ele. Sábia criança. Sigo e desvio, ligeiramente, de um jovem que vem correndo ao meu encontro e nem bem volto ao meu percurso original, sou ultrapassada por uma garota que vem numa graciosa corrida com seus fones nos ouvidos, qual será a música que ela ouve? Será melhor que o som da natureza? Sou surpreendida pela visão de dois garotos sentados no barranco do rio, bem abaixo do nível da avenida, pescando, calmamente, alheios à vida urbana. Vontade de gritar: fisgaram algum peixe? Bem no lugar onde, feito uma maluca, seguro no poste da placa de “Pare”, dou meia volta e retorno da caminhada, tem um jardim, muito bem cuidado por uma senhora, que sempre está lá, varrendo, regando e tirando folhas do chão, que atitude louvável. Na volta, dou de cara com

por Neusa Zaniboni

uma família, ao menos foi o que pareceu, mãe, duas meninas moças e um menino, poucas famílias caminham juntas hoje em dia. Bem mais adiante, duas mulheres sentadas num dos bancos, tendo à frente um expositor repleto de livretos de alguma religião, pode pegar senhora, é de graça, que abordagem interessante! Engraçado como na volta da caminhada, tudo é novo, a paisagem é diferente, um flamboyant carregado com suas flores vermelho alaranjadas se descortina à minha frente, sem me refazer da linda visão, um tapete de flores amarelas, recém-caídas de uma árvore, se oferecem aos meus pés, não resisto, caminho sobre elas majestosamente. Mais à frente, no leito do rio, visualizo, desta vez, dois meninos nadando na água barrenta. Seriam os mesmos que pescavam? Um pintor se equilibra numa escada do outro lado da avenida, colorindo a fachada de um prédio, enquanto seu

ajudante, segura a escada com firmeza e atenção. Ofício de risco. Contorno uma leve curva e uma cena, realmente surreal, se descortina: Três moradores de rua, uma mulher e dois homes, estão sentados displicentemente sobre um cobertor xadrez, de costas para a avenida, olhando o leito do rio completamente descontraídos e, quando me aproximo, um deles se vira, abre o sorriso mais largo e sincero que encontrei nessa empreitada e me deseja um bom dia. Não pude deixar de pensar que sim, eu teria um ótimo dia. Retribuí a gentileza, efusivamente, com a certeza de que isso faria desse meu dia, o melhor dos meus dias. Pouco antes de chegar ao término da caminhada, ainda encontro com um senhor, que parecia estar sendo puxado pelo seu cãozinho de médio porte preso a uma coleira. Que companhia boa para a caminhada! Finalmente, entro na reta final, com a certeza de que a partir de hoje, vou sempre prestar atenção na vida que se desenrola bem debaixo do meu nariz e que, até então, tinha passado despercebida e camuflada. Existe muita poesia na vida urbana, basta saber ver e ouvir.

Neusa Zaniboni, 59, é aposentada do Tribunal de Justiça de Itapira, escreve coluna de culinária aos domingos no Jornal Tribuna de Itapira, e integra o Clube do Livro Outra Xícara Por Favor.

Adam Lambert, Queen e um ouvido inteligente por Rodrigo Souza

O

uvir Queen com Adam Lambert requer um ouvido inteligente. Sim, um ouvido ‘pensante’. Este Rock in Rio trouxe na comemoração dos seus 30 anos a banda que esteve presente na histórica edição de 1985. Bastou o Queen descer do palco na madrugada de sábado, dia 19 de setembro, para que a terra de ninguém chamada internet, redes sociais e afins, recebesse alguns saudosistas tapados criticando o jovem rapaz, descoberto em um reality show americano. Cheguei até ver crítica ao próprio Queen, julgado por continuar tocando sem seu cantor original. ‘Ele não canta 10% do que Fred cantava’, comenta alguém quase surdo em algum canto da Internet. Confesso que ao chegar em casa à noite e zapear alguns canais, nem me lembrava do Rock in Rio. Ao ver o Queen na programação, decidi ver uma ou duas músicas. Fui dormir mais de 2h00 da manhã. Fui capturado pelo show. Parte do entretenimento deve-se à excelente performance de Lambert. Ok, não me atrai as ‘peruagens’ dele, as reboladinhas desnecessárias. Mas, vale lembrar que, em 2009, em sua audição do American Idolos jurados fizeram o seguinte comentário: “You are theatrical singer” (Você é um cantor teatral). Superado isso passei a me impressionar pela afinação e competência do rapaz - não nunca tinha visto nem ouvido ele. A primeira impressão que veio à cabeça, com as músicas ‘One Vision’ e ‘Stone Cold Crazy’ que abriram a apresentação,foi de que a voz dele não tinha o mesmo corpo, e potência de Fred Mercury. Me pareceu um pouco ‘mirrada’. Enquanto ouvia a banda impecável, me vinha à cabeça a voz de Mercury. Era o

que meu subconsciente aguardava. Porém, a afinação de Lambert e a semelhança do seu timbre vocal com o fundador do Queen me impressionaram, tanto que o plano de assistir duas ou três canções acabou invadindo a madrugada junto com as 25 músicas do setlist. Em poucos minutos percebi que a comparação entre os dois era mera estupidez. Lambert não está lá para substituir Fred Mercury. Ele está lá para cantar com o Queen. E tem competência de sobra para isso, gostem ou não. Tanto que o show e repertório enfatizam esse limite entre o cantor e banda. Bryan May cantou sozinho Love of My Life, repetindo ele - membro fundador da banda - o ato de Fred Mercury há 30 anos no mesmo Rock in Rio. Ou então quando o baterista Roger Taylor contou ‘A Kind of Magic’. Até mesmo Lambert fazendo um dueto com imagens e sons gravados de Mercury durante ‘Bohemian Rhapsody’. A pontinha de ‘intromissão’, vamos dizer assim, foi com a música, ‘Ghost Town’, de autoria de Lambert. E ainda assim, a canção gravada originalmente como uma balada meio pop-dance-eletrônica, foi ‘salva’ pelo Queen que deu cara mais pesada que a letra pede. Saíram os ‘putz’ ‘putz’ pra entrar guitarra distorcida e bateria de verdade. Percebem? Ninguém quer substituir Fred Mercury por Adam Lambert. Isso acontece na imaginação atrofiada de alguns ouvintes. Como nunca quiseram substituí-lo por Paul Roger (vocalista do Free que também tocou com o Queen). Compará-los é desnecessário. Lambert assumiu um papel que poucos conseguiriam ou teriam competência pra tal. As melodias compostas por Mer-

cury são difíceis de executar, ainda mais com perfeição como feita no Rock in Rio 2015. Lambert deu a cara à tapa e teve coragem para assumir tal posto, pois ele é um mero desconhecido que se tornou vocalista de uma das maiores bandas de rock da história. Lambert tem que convencer que é digno daquele lugar. E isto é para poucos. Só pra lembrar, Fred Mercury, quando pisou no Rock in Rio em 1985, tinha quase 40 anos, e 15 deles só de carreira com o Queen. Diferente dos 34 anos de idade de Lambert, e da sua carreira que ainda está despontando para a grande mídia. Mercury era um barítono (com a voz potente na região mais grave – pra explicar de maneira simplista) que cantava na região de um tenor com mesma intensidade (região mais aguda). Compreendam que isso é algo extraordinário. A sua voz era única, com tamanha personalidade que facilmente gruda na cabeça das pessoas. A genialidade de Fred Mercury residia ainda na composição, na criação das melodias e harmonias, na mistura que resultou na opera-rock. Pra ajudar ele era ainda um interprete e artista à frente de seu tempo. Não resumam Fred Mercury a um cantor acima da média. Isso indigna qualquer bom apreciador de música. E olha que em nem sou fã do Queen! O Queen continuar na ativa, e com um cantor novo e extremamente competente acaba por perpetuar a obra de Fred Mercury, e nem de longe ofende a memória dele. Acontece que alguns saudosistas egoístas e tapados preferem ficar fechado em seu mundinho, achando que não existe nada mais que seus velhos discos, sentindo horrores ao novo. Rodrigo Souza, 32, é jornalista e músico.

Expediente Megaphone Cultural Textos: Fernando Pineccio*

Impressão: Jornal Tribuna de Itapira

Vendas: Alexandre Battaglini (9.9836.4851)

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Projeto Gráfico: Cássio Rottuli (9.9946.9027) Cidade-sede: Itapira/SP

Circulação na Baixa Mogiana e Circuito das Águas imprensa@portalmegaphone.com.br

facebook.com/megaphonenews *Exceto matérias assinadas. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do Megaphone Cultural.


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w o h s e r b a a d a r t s k c o R s a in p m a C m e ! a r I do

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Edição Quinzenal | 20 de outubro de 2015 | Página 3

Agenda dos melhores eventos de 22/10 a 05/12

PROGRAME-SE

AGENDAS PATROCINADAS PUBLIQUE SEUS EVENTOS: (19) 9.9836.4851)

Restaurante Pizzaria  Bar Balada & Eventos

AVENIDA JACAREÍ, 64 – ITAPIRA 23/10 – Tributo a Pearl Jam – Banda Blaymorphed 19/11 – Capitão 14 anos – Open Bar Fest 21/11 – Black & Back Band 05/12 – Luana Camarah

O PROFETA PUB ROCK Telefone: (19) 9.8179-8114

Rua: Vereador João da Rocha Franco, 39 - Mogi Guaçu 23/10 – Ideia Acesa 24/10 - 70 & Tal + Major Rank 30/10 - Rock do Cachorro (Evento Beneficiente) 31/10 - Halloween – Banda Head Bones (Misfits e Ramones Cover)

Banda Rockstrada durante show de abertura para o Ira! em SP

A

banda Rockstrada vai abrir o show do Ira! agendado para o próximo dia 24, em Campinas (SP). O evento acontece no Campinas Hall e integra a turnê ‘Núcleo Base’, que reativou a banda no ano passado e reuniu novamente os músicos Nasi e Edgard Scandurra no mesmo palco após sete anos separados. Além deles, a formação atual do grupo conta com Daniel Rocha (baixo), Evaristo Pádua (bateria) e Johnny Boy (teclados). Já a Rockstrada reúne os músicos Rafael Pompeu (voz e guitarra), Emerson Silva (bateria), Danilo Zacarioto (guitarra e voz) e Clayton Souza (baixo). No show ao lado do Ira!, o grupo terá participação especial de Lucas Figueiredo (saxofone).

Não é a primeira vez que a banda de Socorro (SP) pisa no mesmo palco do grupo de Nasi e Scandurra nesta nova fase. Em maio passado, a banda já abriu um show da banda em São Paulo, no Kazebre Rock Bar. A parceria entre as bandas, contudo, já existe há quase uma década. A relação da Rockstrada com o Ira! começou em 2007, quando o ex-baterista do grupo, André Jung, participou de uma apresentação da banda na abertura do show dos australianos do Spy Vs Spy e Colin Hay (Men at Work) no HSBC Brasil. Depois, em abril de 2008, a Rockstrada fez um show com a participação de Nasi em Poços de Caldas (MG). Atendendo a um convite do

CASA DE SHOWS & EVENTOS Telefone: (19) 9.9792-7325 Sesc Catanduva, a Rockstrada apresentou o show ‘Tributo IRA!’, em janeiro de 2010, com a participação de Andre Jung. A recepção do show foi tão boa que ele acabou se tornando uma turnê estadual. O guitarrista Edgard Scandurra foi um dos convidados do CD de estreia da Rockstrada, ‘Novo Caminho’, lançado em 2011. Nasi também deu sua força ao projeto, tocando uma das músicas em seu programa na Kiss FM, além de participar do clipe da música ‘Eu Não Preciso de Você’, lançada como single em 2013. O vocalista da Rockstrada, Rafael Pompeu, participou do DVD de Edgard Scandurra, lançado em 2010, e se apresentou com Nasi e Andre Jung no

Festival de Inverno de Socorro, nos anos de 2013 e 2014, respectivamente. Ele também é o criador do site www.mundoira.com.br, que por muitos anos foi a única fonte de informação a respeito da banda e seus integrantes, e responsável pelo atual logo e página oficial do Ira! no Facebook. A Rockstrada surgiu em 2003 através de uma carona e desde então soma centenas de shows repletos de muito Rock nacional e internacional, além de músicas da banda, que já foram premiadas em festivais autorais e selecionadas para coletâneas internacionais. O show no Campinas Hall tem previsão de início para 22h00. Os ingressos estão à venda pelo site www.oceaniatickets.com.br

Rua Batista Venturine, 36 - Bairro Santa Fé - Itapira 23/10 - Baile Funk 30/10 - Babel Rock Fest II com Céu em Chamas, Take Me Back, Meant to Suffer e Besta (Portugal). 07/10 - Madame’s Party – Ozzmozzy (Ozzy Osbourne Cover)

O CHOPINHO Telefone: (19) 3843-7230 Rua Dr. Norberto da Fonseca, 240 - Nova Itapira https://www.facebook.com/ochopinho 22/10 - Everton Coraça 23/10 - Waldemar Razzo 24/10 - Marcão Andrade 29/10 - Marcão Andrade 30/10 - Gustavo Mariano 31/10 - Ed Campos

Circuito Cultural Paulista anuncia mais dois eventos em Itapira

O Circuito Cultural Paulista promove suas atividades finais deste ano em Itapira nos dias 29 de outubro e 20 de novembro. O primeiro evento fica por conta do espetáculo teatral infantil 2POR4, que será encenado no anfiteatro da Escola Estadual ‘Elvira Santos de Oliveira’, na Praça Mogi Mirim, Santa Cruz. A história se desenrola quando um Quarteto de Cordas chega para realizar mais uma de suas apresentações e é surpreendido por dois palhaços maestros. Muito criativos, os desajeitados maestros começam uma disputa para decidir quem será o grande regente do dia. Durante esta competição, os candidatos à regência demonstram suas “habilidades” musicais e acabam apresentando de forma divertida os instrumentos de um quarteto de cordas e as

Sissy Eyko/Divulgação

Espetáculo infantil reabre ciclo de apresentações

propriedades do som. Por fim, descobrem que o bom andamento do espetáculo depende da harmonia dos dois juntos. O evento começa às 20h00, com duração de 45 minutos e classificação etária livre. Já no dia 20 de novembro, a magia do circo invade o CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados), na Rua Benedito

Antonio de Lima, Istor Luppi. A atividade fica por conta do espetáculo ‘Chocobrothers’, também a partir das 20h00. Com duração de 50 minutos e classificação livre, o espetáculo costuma agradar crianças e adultos. Repleto de ritmo, brilho e glamour, combina diferentes técnicas circenses como barra fixa, malabares e

equilíbrio, tudo com grandes doses de humor cenas nostálgicas que relembram os sucessos musicais dos anos 1970. Os eventos são gratuitos, e a necessidade de retirada antecipada de ingressos deve ser confirmada com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo pelo telefone (19) 3813-2010.

PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO O Jornal Megaphone Cultural circula quinzenalmente. A distribuição é gratuita e você pode retirar o seu exemplar em alguns postos fixos nas cidades de Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu:

ITAPIRA

Banca Estação | Praça João Sarkis Filho – Centro Banca da Praça | Praça Bernardino de Campos – Centro Banca Santa Cruz | Rua da Saudade – Santa Cruz Banca Bela Vista | Praça da Bíblia - Santa Cruz Jazz Café |Rua José Bonifácio, 365 – Shopping Sarkis Mil Mídias |Rua 24 de Outubro, 166 - Centro Costa Maneira|Rua Alfredo Pujol, 190 - Centro Luli Padaria Caseira | Avenida Paoletti, 93 – Santa Cruz

MOGI MIRIM

Bancas do Sardinha | Praça Rui Barbosa (Centro) e Rua Pedro Botesi (Tucura) School Skate Store | Rua Padre Roque, 284 - Sala I - Centro Rogatte Tattoo Rua XV de Novembro, 133 - Centro

MOGI GUAÇU

Choperia Tradição | Avenida Luiz Gonzada de Amoedo Campos, 31 – Planalto Verde Riff Lord Stúdio | Rua Waldomiro Martini, 63 – Centro Disco Tem | Avenida Nove de Abril, 90 - Centro Banca da Capela |Praça da Capela - Capela

Quer ser um distribuidor? Entre em contato: (19) 9.9836.4851 ou contato@portalmegaphone.com.br


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Mostra retrata primórdios da fundação de Itapira P

ara comemorar os 195 anos de fundação de Itapira, o Museu Histórico e Pedagógico ‘Comendador Virgolino de Oliveira’ abriu a exposição ‘A Belle Époque na Penha do Rio do Peixe’. A mostra começou no último dia 12 e fica disponível até 12 de

novembro. O museu fica no interior do Parque Juca Mulato, na área central da cidade. A visitação é gratuita. A exposição retrata os desdobramentos do período de virada do século 19 para o 20 em Itapira, com destaque para as transformações urbanísticas. A

proposta é apresentar ao público fotografias da cidade nas primeiras décadas, quando se chamava Penha do Rio do Peixe, até a década de 50 do século 20, referentes ao cotidiano do município neste período. Outra proposta é instigar o visitante a refletir sobre

todas as transformações. O espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 11h15 e das 13h00 às 17h15, e aos domingos, das 8h30 às 11h30. Agendamento de grupos escolares pode ser feito pelo telefone 3863.0835, em horário comercial. Divulgação

Mostra Imagens antigas da cidade são exibidas em museu

Obra de André Santiago é selecionada em Paraty A 11ª edição do Paraty em Foco – Festival Internacional de Fotografia, realizada em Paraty (RJ) no final de setembro, novamente contou com a participação do fotógrafo

itapirense André Santiago, 62. Frequentador assíduo do evento, desta vez ele teve uma foto classificada no concurso Convocatória em Foco, promovido pela organização do encontro. A

Santiago marcou nova presença em congresso de fotografia

imagem ‘Congadas’, produzida em 2013, ficou entre as 200 classificadas para a etapa final. Foram mais de dois mil trabalhos inscritos por fotógrafos de 20 países. “Para mim foi muito imporDivulgação

tante ter sido selecionado. Infelizmente não fiquei entre os vencedores, mas já estou satisfeito”, salientou. O Paraty em Foco deste ano aconteceu entre os dias 23 e 27 de setembro, reunindo nomes nomes consagrados da fotografia profissional. “Este ano, ao contrário das outras edições, optei por participar das entrevistas e bate-papos ao invés de me inscrever em workshops. Cheguei a Paraty no dia 24 e em quatro dias só respirei fotografia”, contou Santiago. O fotógrafo destacou o interesse de parte do público que ele apelidou de geração ‘Instagram’ - em algumas palestras. “Hoje muita gente usa o celular para fotografar e inclusive já há trabalhos e exposições utilizando somente este recurso. Um dos encontros falou exatamente sobre isso e o interesse foi tanto que não havia lugar para sentar”, lembrou.

Divulgação

Workshop de fotografia básica tem inscrições abertas em Itapira Impulsionar o mercado fotográfico regional e garantir mais qualificação aos iniciantes que pretendem se profissionalizar na área. Esses são os objetivos do Workshop de Fotografia Básica agendado para os dias 7 e 8 de novembro, em Itapira. O evento está a cargo do fotógrafo profissional Fabiano Franco e será dividido em dois módulos que envolverão os participantes em instruções teóricas e práticas. As atividades serão abrigadas no auditório da Acei (Associação Comercial e Empresarial de Itapira). A expectativa é que os participantes saiam do curso com uma base mais eficiente para o mercado de trabalho. “Como será meu primeiro workshop sobre fotografia, nada melhor do que passar conhecimento para quem mais precisa e com isso os alunos já terão um pouco da experiência de mercado vivido por mim”, comenta Franco, que há quase cinco anos atua no segmento, em especial em coberturas de casamentos e eventos sociais. No primeiro dia do workshop, as atividades acontecerão entre 8h00 e 15h00. Nesta etapa, os participantes poderão conhecer os diferentes tipos de câmeras e lentes, compreender como funcionam os mecanismos relativos à abertura do diafragma, velocidade do obturador, sensibilidade ISO, sensores, fotometria, balanço de branco, além de orien-

Fabiano Franco conduz curso para iniciantes

tações sobre composição, profundidade de campo e tipos de iluminação. No segundo dia, entre 8h00 e 12h00, haverá revisão do conteúdo teórico e elucidação de possíveis dúvidas. Já entre 15h00 e 18h00 acontecerá a aula prática em locação externa no Parque Juca Mulato. “Esse workshop trará um benefício enorme para os fotógrafos iniciantes, que terão um direcionamento para seguir em frente nesse ramo de trabalho, ou até mesmo o conhecimento necessário para entender melhor seu equipamento e registrar de forma criativa suas viagens e cotidiano”, acrescenta o profissional. Fabiano Franco é técnico em processos fotográficos com cursos na área de marketing fotográfico, fotografia de casamento e direção de casais. Atua também como professor de fotografia Básica, Intermediária e Avançada, com premiação e associação do Inspiration Photographers, grupo que reúne os melhores e mais talentosos profissionais de fotografia e vídeo de casamento nacional e internacional. O investimento para o workshop é de R$ 500,00 por pessoa, valor que pode ser parcelado em até duas vezes no boleto bancário. As vagas são limitadas. As inscrições devem ser feitas pelo telefone (19) 9.93405260 ou pelo email contato@fabianofranco.com.br. Para conhecer um pouco do trabalho do fotógrafo e professor, acesse www. fabianofranco.com.br. Divulgação


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m meados de abril de 1965, diversos cartazes espalhados pelo campus da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo anunciavam: “O TUCA vem aí”. Era o aviso do lançamento do Grupo de Teatro dos Universitários da Católica. A estreia aconteceria cinco meses depois, mais precisamente no dia 11 de setembro, com apresentação do espetáculo ‘Morte e Vida Severina’, concebido a partir do poema de João Cabral de Melo Neto e que foi musicado pelo jovem compositor de 21 anos chamado Chico Buarque de Hollanda, então estudante da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP (Universidade de São Paulo) e que mantinha presença frequente nos ensaios do TUCA. No palco, entre quase 50 estudantes universitários que resolveram se meter a atores, o itapirense Luis Antônio da Fonseca, o popular Toy, aluno de Direito então com 20 anos e hoje com bem vividos 70 – muitos deles dedicados ao radicalismo na emissora da família, a Rádio Clube, e também à vida política, que lhe rendeu o cargo e vice-prefeito de Itapira entre os anos de 2001 e 2004, no então governo de José Antônio Barros Munhoz. Idealizado ainda em 1963 por Antônio Mercado Neto, membro da diretoria do Centro Acadêmico ‘22 de Agosto’, o grupo somente saiu do papel após o golpe militar de 1964, que destituiu do poder o então presidente eleito democraticamente João Goulart. Ao lado de outros estudantes, também com atividades políticas-universitárias, Neto conseguiu apoio financeiro da Comissão Estadual de Teatro sob a promessa de realizar cursos e montagens teatrais. Para tanto, foram contratados os profissionais Roberto Freire, que assumiu a direção-geral do TUCA; Silnei Siqueira, para dirigir os atores; e José Armando Ferrara, responsável pela cenografia. No espetáculo, Toy Fonseca era responsável pela parte musical ao lado de Chico – conhecido na FAU por ‘Carioca’, Lúcio Mourão e de outro estudante-ator-músico chamado de Maranhão. Em sua estreia, a peça foi aplaudida em pé por aproximadamente 10 minutos, em um Auditório Tibiriçá completamente lotado. No ano seguinte o grupo levou o espetáculo ao 4º Festival Internacional de Teatro Universitário em Nancy, na França, conquistando o primeiro lugar. A popularidade rendeu outros convites e viagens ao exterior, apresentações em grandes teatros e críticas em jornais de vários países. Reverenciado pela crítica, o grupo acabou emprestando seu nome ao auditório, que passou a se chamar simplesmente Teatro TUCA. Hoje, com cinco décadas de história, o local é uma das principais referências da resistência estudantil durante a Ditadura Civil-Militar, com história extremamente não só na cultura paulistana, mas também em todo o contexto nacional. O local, inclusive, chegou a ser alvo de incêndios criminosos na década de 80, quando o Brasil se preparava para retornar ao leque de países democráticos. O espetáculo ‘Morte e Vida Severina’ reuniria também os estudantes Melchíades Cunha Júnior, 77, Hiroto Yoshioka, 72, e Henrique Suster, 73, que mais tarde seguiriam carreiras nas áreas de jornalismo, fotografia e arquitetura, respectivamente. Não somente pela ocasião dos 50 anos de inauguração do TUCA, mas também motivados por fortes laços fraternais, os três paulistanos vieram a Itapira no último dia 24 para encontrar o amigo Toy Fonseca. Recepcionados pelo anfitrião em um dia com temperatura elevada, após o almoço eles receberam a reportagem do Megaphone sob as sombras refrescantes do Parque Juca Mulato e contaram um pouco da história que há meio século os uniria para sempre. No encontro acompanhado de um saudosismo latente, os quatro amigos relembraram momentos marcantes da convivência no período universitário e enfatizaram que a repercussão da montagem não foi algo planejado. Do grupo, Henrique foi o único que não atuou como ator. Na função de produtor, ele atuava como uma espécie de gerente-geral do espetáculo e se desdobrava para controlar as dezenas de pes-

Leo Santos/Megaphone

nto o motivo dele

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T o p u r G , e s n e ir p a it a ç n e s e r p Com s o n a 0 5 s o a m a g e h c ’ a in r ‘Morte e Vida Seve Reprodução/Arquivo Pessoal/Toy Fonseca

soas envolvidas. “Nunca tivemos qualquer pretensão de ganhar prêmios, viajar com o espetáculo, nada disso. Mas era um espetáculo tão empolgante, tão bonito, que mereceu fazer a abertura do Festival das Nações, no Teatro Odéon, a convite do ministro da Cultura de Paris André Malraux. E ganhamos críticas dos jornais Le Monde e Le Figaro”, lembra. A criação do TUCA e a excelente repercussão de ‘Morte e Vida Severina’ serviria de inspiração para a criação de outros grupos teatrais universitários. TUSP (Teatro da Universidade de São Paulo), TESE (Teatro Sedes Sapientiae), TEMA (Teatro Mackenzie) e até um TUCA-Rio nasceram motivados pela dimensão que o grupo paulistano ganhou. “Fomos muito bons e ajudamos a disseminar o teatro nas universidades”, resume Hiroto. Ex-jornalista do jornal O Estado de S. Paulo, Melchíades foi convidado pelo veículo a relatar um pouco da história do TUCA e da peça teatral. No artigo publicado em 11 de setembro passado, o jornalista narra que “o mesmo entusiasmo e as mesmas emoções vivias naquela noite de 11 de setembro de 1965 contagiaram milhares de espectadores que lotaram durante meses o teatro da PUC e também teatros do Rio de Janeiro, de Curitiba, de Manaus, de cidades do interior paulista, e do outro lado do Atlântico”. A consagração de ‘Morte e Vida Severina’ veio em maio de 1966, quando o espetáculo conquistou o Grande Prêmio do 4º Festival Mundial de Teatro Universitário. Daí, a peça também passou por Portugal, onde foi assistida, “para alegria e orgulho do grupo” - conforme destacou Melchíades - por João Cabral, o autor do texto-embrião da peça. Apesar de toda a movimentação

se dar no comecinho do que seria o período mais negro da história política do país, Melchíades fez questão de destacar que o país seguia em uma efervescência cultural desde o governo anterior, de Juscelino Kubitschek, período em que, considera o jornalista, o Brasil se livrou do que Nelson Rodrigues chamou de “complexo de vira-latas”. “Estreamos a peça quando já estávamos há mais de um ano sob o governo militar, mas a ditadura ainda não era tão forte e violenta como seria depois do AI-5”, comentou Melchíades em referência ao Ato Institucional nº 5, baixado em 13 de dezembro de 1968 e que desencadeou, ao longo de uma década, uma série de ações arbitrárias e ações punitivas com efeitos duradouros, definindo o momento mais duro do regime. “Em 1968 ainda existia alguns resquícios de liberdade. Montamos a peça e fomos assistidos pelo então presidente general Castelo Branco. Ele foi à coxia cumprimentar o elenco e eu me arrependo de ter negado o cumprimento. Foi um ato grosseiro,

típico de um jovem rebelde, mas que não se justifica”, resignou-se. MEMÓRIA VIVA Em Itapira, Toy Fonseca guarda um tesouro dentro de um baú. São livros, recortes de jornais, documentos diversos, discos e fotografias exclusivas de sua autoria tiradas durante as encenações, ensaios e encontros com o grupo. Em uma delas, Chico Buarque – que talvez nunca tenha visto o retrato – aparece em pose espontânea com um litro de bebida em uma das mãos. No verso da fotografia, anotações do autor: “Chico B. Hollanda – Lisboa. Chico tomando Bagaceira. 1966. Toy”. A foto foi registrada durante a temporada do Grupo TUCA em Portugal, que na época também vivia sua ditatura salazarista. Já num livro comemorativo aos 20 anos do TUCA, editado em 1986 pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo – uma fotografia mostra um jantar entre Chico, Toy e Maranhão. O registro foi feito por Hiroto. Outras imagens mostram o itapirense em cena e que até hoje mantém o hábito e o

gosto pela fotografia. Uma delas, por exemplo, mostra a então criança Bebel Gilberto, filha de João Gilberto e sobrinha de Chico, na casa do tio em São Paulo, em 1968. Toy fala com entusiasmo e emoção dos tempos de TUCA. Ao receber os amigos em Itapira, não evitou os olhos marejados enquanto falava sobre a importância da relação mantida, mesmo à distância, ao longo de meio século. “O objetivo desta visita é, antes de tudo, matar a saudade. Alguns deles eu não via há muitos anos. É uma amizade que a gente guarda com muito carinho. Agora, são cinquenta anos de um teatro que segurou muito a barra na época da repressão e a gente fez parte do primeiro grupo”, salientou. Além dos abraços calorosos, a visita também trouxe a Toy Fonseca o convite para a criação do Grupo TucAmigos. O objetivo é manter reunido e promover ações entre as pessoas que mantém o histórico de amizade, de convivência e propósitos e ideais que os marcaram e uniram dentro de fora do palco. “O bem-querer e o

Em meio à repressão, as montagens guardavam fortes críticas sociais, muitas vezes não perceptíveis aos censores do governo. “Na sociedade da época, o teatro era, realmente, uma forma de dizer não à ditadura. E os censores eram tão burros que não entendiam isso”, ironizou o jornalista e fotógrafo Hiroto Yoshioka. Hoje, 50 anos depois da estreia do espetáculo e da inauguração do TUCA os amigos continuam dizendo não à ditadura encerrada há 30 anos e criticam quem acredita que os pedidos pela volta do regime militar partem de uma maioria. “Não são muitas pessoas. É uma minoria que pede a intervenção militar”, protestou o jornalista

Melchíades Cunha Júnior. “Mas, isso se propaga pelas redes sociais. Eu fui a uma manifestação na Avenida Paulista e vi que era meia dúzia de pessoas no meio daquela multidão que pedia a volta dos militares. Evidentemente que tem gente que quer isso, mas a democracia comporta tudo. Não podemos é desistir do Brasil, acho que cada um tem sua posição e devemos respeitar, mas se tem alguém que queira a volta do regime militar que fique pra lá”, acrescentou com a concordância de Hiroto. “Você vai a uma manifestação dessas na Paulista e todas as mídias estão lá. Se alguém levanta uma placa pedindo o regime militar, essa foto vira a manchete e isso

é amplificado”, avaliou. Além das conversas sobre o contexto político, o encontro no Parque Juca Mulato também rendeu muitas risadas, além de visitas a museus. O arquiteto Henrique Suster fez questão de contar uma das muitas peripécias de Toy Fonseca durante as apresentações teatrais. “Seguíamos o Método Stanislavski de teatro, que consiste em muita concentração dos atores antes da apresentação, para que entrem no palco inspirados e motivados com os sentimentos correspondentes à suas atuações. Se o papel é triste, os atores devem se lembrar de algo muito triste de suas vidas, se o papel foi mais alegre, devem se lembrar de algo feliz para trans-

mitem esse espírito ao público. Mas, Itapira precisa saber o que seu filho fazia em nossos espetáculos. Ele, o Chico e o pessoal da música só aprontavam, principalmente comigo que tinha que por ordem no barrado. Eles ficavam tocando violão, e o Toy com o atabaque, rasgando um samba e eu desligava a luz e dizia que precisavam se concentrar. Aí o Chico me apelidou de Henrique Pavor, o Inimigo do Samba”, finalizou entre gargalhadas e a declaração emocionada de Hiroto. “O TUCA representou muita coisa para todo mundo. Pra nós, são 50 anos de amizade e a gente nunca se esqueceu. Somos como uma confraria e esses laços não têm mais como quebrar”.

O músico Maranhão, Chico Buarque e Toy Fonseca nos tempos de TUCA

Tom politizado e bom humor marcam diálogos

respeito recíproco explicam a duração dessa convivência fraterna por tão longo tempo. E os ideais que nos animam explicam várias iniciativas realizadas nesses anos todos em defesa da democracia e da justiça social”, ressaltou Melchíades. Na verdade, o grupo já existe há muito tempo. Ou sempre existiu. Em 28 de outubro de 1991, por exemplo, vários destes amigos promoveram um ato intitulado ‘Um Grito Contra a Miséria’, divulgando uma ‘Carta às Elites’ em um TUCA completamente lotado e com as paredes ainda marcadas pelo incêndio ocorrido em 1984. Na ocasião, os presentes ouviram as palavras do sociólogo e ativista dos direitos humanos Herbert José de Sousa, o Betinho, cujo discurso precederia a criação de seu movimento contra a fome e favoreceriam a instituição de programas de proteção social como o programa Bolsa-Escola e outros semelhantes criados no governo de Fernando Henrique Cardoso e ampliados por meio do Bolsa Família, já no governo de Luis Inácio Lula da Silva. “Naquele tempo ainda não nos identificávamos como ‘TucAmigos’, e sim como ‘Democratas Anônimos’”, lembrou Melchíades. De acordo com os amigos, uma série de atividades comemorativas deve ocorrer no próximo ano, quando se completam 50 anos da conquista do prêmio francês. Uma das intenções é fomentar debates acerca dos acontecimentos das últimas cinco décadas no Brasil e no mundo e traçar paralelos com a narrativa de ‘Morte e Vida Severina’. No texto, o personagem central é um retirante que deixa o sertão nordestino em direção ao Recife. No caminho, ele se depara com a vida de um povo pobre e resignado. “Naquela época, escolhemos esse texto pela preocupação em mostrar a pobreza do nordeste brasileiro. Muitos retirantes iam para as grandes cidades em caminhões chamados de ‘pau-de-arara’ para trabalhar na construção civil. ‘Morte e Vida Severina’ retrata a viagem do Severino migrando da caatinga para o litoral em busca de trabalho e comida. Agora, 50 anos depois, o Severino de transforma em um personagem global. Ele sai dos países árabes e africanos e vai para a Europa, sai do Haiti e vem para o Brasil. Passaram-se 50 anos e a figura do Severino se ampliou no mundo”, explicou Henrique. Além de possíveis montagens para celebrar o marco na capital paulista, Toy Fonseca também não descarta a possibilidade de trazer atividades a Itapira. “Pode ser que tenhamos algo por aqui dentro dessas atividades comemorativas. Não só para comemorar, mas também para incentivar o teatro e as atividades culturais na cidade”, revelou.


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Em aparição ‘fora de época’, Banda do Nheco faz a festa com a criançada

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Banda do Nheco-Vai, Nheco Fica tirou as fantasias do armário em prol da criançada. O grupo tipicamente carnavalesco aproveitou o Dia das Crianças para fazer uma série de três apresentações em eventos voltados ao público infantil. Já no começo do mês, mais precisamente no dia 3, os divertidos palhaços viajaram até Jaguariúna (SP) para alegrar as crianças do Lar Feliz, abrigo com mais de 50 crianças e adolescentes que por motivos relacionados a agressões, rejeição, abusos, vulnerabilidades sociais ou

mesmo devido à perda dos pais acabam sendo acolhidos no local. O presidente do grupo, Alessandro Ninci, disse que o convite para visitar a instituição surgiu por acaso, e a recompensa da ação voluntária veio na forma de muitos abraços e sorrisos. “O sentimento é indescritível, não tem como descrever em palavras. O clima é sempre diferente com as crianças, no carnaval ou fora dele, a gente se doa mesmo”, comentou. Já na última segunda-feira, 12, em pleno Dia das Crianças, a ‘nhecada’ passou pelo evento ‘Criança no Parque’,

no Parque Juca Mulato no final da manhã. Depois, no início da tarde, o destino foi a Sociedade Recreativa Itapirense, que também ofertou um evento especial às crianças. “Reunimos no Parque cerca de 22 palhaços e, na Recreativa, uns 15. Tudo correu muito bem e a festa foi animada”, frisou Ninci. De acordo com ele, sempre que possível a Banda do Nheco se mobiliza para atender a convites de entidades. “O difícil é conciliar os horários, pois todos trabalham, mas nos esforçamos ao máximo”, concluiu.

e Contemporânea de Itapira começa na próxima sexta-feira (23). Como nos últimos anos, o evento novamente ocupa as dependências do Circolo Ítalo-Brasiliano di Itapira, na região central da cidade. A cerimônia de abertura, na sexta, tem início às 19h30 e conta com apresentações diversas. Duo Lupinacci, Rosa Carolina e Grupo Flamenco Vivo, maestro Paulo Sérgio (canto italiano), Cia Talagadá, Dança

ções confirmadas, segundo a curadora e idealizadora da Mostra, a artista plástica Olga Serra. Neste ano, o evento homenageia o pintor italiano Renato Guttuso (1911-1987). As atividades acontecem até o dia 31 deste mês, com exposições que reúnem ao menos sete linguagens artísticas, como pintura/artes plásticas e visuais, desenho, fotografia, gravuras, esculturas, vídeos, colagens e instalações. Neste período, o público poderá conferir obras

Andrea Nigra, Valéria Darcadia, André Santiago, Luiz Antônio da Fonseca (Toy), Rudá Serra, Olga Serra, Péricles de Almeida, Marcele Campanini, Márcia Olympio e Tiago Alexandre Pompeu. Tanto a visitação quanto a participação na abertura são gratuitas. A Mostra estará disponível ao público nos dias úteis das 8h30 às 11h00 e das 14h00 às 17h00. O Circolo Ítalo-Brasiliano fica na Praça Bernardino de Campos, 165, no Centro.

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Palhaços garantiram mais sorrisos em três eventos

Mostra de Arte tem nova edição em Itapira Historiador da MPB destaca importância A décima segunda edição de Letícia Lupinacci e Grupo dos seguintes expositores: Ana de Miele para o show business brasileiro da Mostra de Arte Moderna Zualê são algumas das atraPaula Teixeira, Juliana Bueno,

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Evento tem nova edição em Itapira

O produtor, ator e apresentador Luiz Carlos Miele, que morreu no último dia 14, aos 77 anos, no Rio de Janeiro, teve importância fundamental para o show business brasileiro, juntamente com o seu parceiro, o também produtor, compositor e jornalista Ronaldo Bôscoli (1928-1984). A afirmação é do musicólogo e historiador da música popular brasileira Ricardo Cravo Albin, para quem a dupla “produziu a essência dos primeiros pocket shows, e depois a dos grandes shows, que começaram a partir do Canecão [nos anos 60]”. A lista de artistas que tiveram Miele como produtor e diretor de seus shows é imensa e vai muito além dos nomes mais conhecidos, como Elis Regina, Roberto Carlos, Wilson Simonal e Sergio Mendes. Inclui também a cantora norte-americana Sarah Vaughan, uma das grandes divas do jazz, o bailarino e coreógrafo Lennie Dale e vários outros artistas em shows que marcaram época, como Gemini V, em 1965, com os cantores Leny Andrade e Pery Ribeiro e o conjunto Bossa 3. Para Cravo Albin, a versatilidade era a marca de Miele. “Além de produtor, ele

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Miele morreu aos 77 anos em sua casa, no Rio foi também cantor, ator, e até dançarino. Um entertainer, uma pessoa que apresentava programas de televisão com grande brilho. O Miéle não foi apenas um, mas vários”, disse. Amigo do produtor, Ricardo Cravo Albin recorda uma conversa que manteve com Miele por ocasião do lançamento do livro deste, Poeira de Estrelas: Histórias de Boemia, Humor e Música, em 2004. “Eu disse a ele: Miele , agora você já pode se candidatar à Academia Carioca de Letras [da qual Albin é presidente]. E ele respondeu: olha, Ricardo, eu não preciso

me candidatar á academia, porque eu já sou imortal”. Luiz Carlos Miele morreu em sua casa após sofrer um mal súbito. Nascido em 1938 em São Paulo (SP), o artista iniciou carreira como locutor de rádio. Ao se mudar para o Rio em 1959, foi trabalhar na TV Continental como diretor de estúdio, passando também a produzir shows de nomes como Elis Regina e Wilson Simonal. Contratado pela TV Globo, produziu programas musicais e atuou como humorista em diversos papéis. Também atuou em várias novelas da emissora.


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Big Band Casa das Artes é atração do Clássicos em Cena A temporada deste ano do projeto Clássicos em Cena em Itapira tem sua penúltima apresentação no dia 28 de outubro, quarta-feira. Desta vez, a atração é local: a Big Band Casa das Artes, associação cultural instalada há quase 18 anos em Itapira. O evento começa às 20h00, no auditório da empresa Penha S/A, que patrocina o projeto por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Leio Rouanet). A entrada é franca. Sob regência do diretor artís-

tico da Casa das Artes e maestro César Lupinacci, a Big Band é formada por professores e alunos avançados da instituição. O grupo está ativo há quatro anos com o objetivo de disseminar a música popular brasileira, bem como grandes compositores como Glenn Miller, Cole Porter, Joe Garland, entre outros, considerados grandes nomes das Big Bands, valorizando dessa forma a música instrumental. O projeto Clássicos em Cena é executado pela Direção

Cultura e tem por objetivo popularizar a música clássica. As apresentações são comentadas pelo maestro Parcival Módolo. A temporada atual em Itapira começou em julho. Os eventos mensais já apresentaram o coral Black Voices, o projeto Guitarra Portuguesa e o trio Choro Pro Santo. A apresentação final acontece no dia 19 de novembro, com o Sexteto Carlos Gomes. O auditório da Penha S/A fica na Rua Comendador Funabashi, s/n, no Jardim Magali.

Big Band é atração de nova edição do evento

Trocas crescem 71% em Feira de Livros e Gibis do Senac Itapira Divulgação

A nova edição da Feira de Troca de Livros e Gibis do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) de Itapira registrou aumento de 71% nas movimentações em relação à atividade do ano passado. O evento ocorreu entre os dias 1 e 9 deste mês na unidade que fica na Praça Bernardino de Campos, região central da cidade. Com o objetivo de estimular a leitura, a iniciativa fomentou a troca de 255 livros e 50 gibis e recebeu cerca de 100 visitantes. Nesta edição, o evento homenageou o escritor Ariano Suassuna e teve ainda a exposição do artista Pablo Martinez, que reuniu 15 quadros e alguns cartões.

Feira de Livros e Gibis foi opção em Itapira

A sagrada lei do eterno retorno por Ricardo Pecego

Quando o mercado musical começou a se desenvolver, de maneira profissional no mundo, quem levava vida de artista não era visto com bons olhos: Se fosse homem, não conseguia moça de “família” para casar, pois o estereótipo da época era desfavorável (boêmio, fanfarrão), se fosse mulher era ainda pior, pois era considerada uma amoral, vadia, uma pessoa que deveria ser extirpada do convívio social, muitas vezes inclusive abandonada pela própria família. Por essa conotação social, 99% dos artistas eram pessoas com vocação para o ofício, ou seja, bons cantores, instrumentistas, atores, gente que não se importava com o que a sociedade em geral pensava a seu respeito, ou da sua profissão, pois a arte era pungente demais para eles. Portanto, para dar oportunidade dentre muitos bons talentos, que a época oferecia, nas rádios e nos palcos, a figura do diretor artístico sempre foi exercida por alguém entendia as nuances da arte, que conseguia sentir a diferença entre o feeling e o esforço e assim montar um casting representativo. Não somente no Brasil, mas nos Estados Unidos a era do rádio foi muito intensa e transformava essas pessoas “mal vistas” em ídolos. O tempo passou, muitos ídolos surgiram, a mídia se desenvolveu e então passou ser muito bacana, na década de 80 ser famoso, ter uma estrela na calçada da fama, ter o próprio avião, com o nome da banda estampado, pedir duzentas toalhas brancas e todas as exigências absurdas que conseguisse criar (antes disso ainda se você fosse famoso, a conotação era que você era um vagabundo de sorte). Nossa sociedade nada gananciosa, assistindo a ascensão destas pessoas, de animadores de baile a cavaleiros da coroa britânica, modificou seu jeito de enxergar os artistas e então filas e filas de pessoas cheias de nenhum talento, começaram a pleitear seu direito de realizar o sonho de ser ídolo (com todas as regalias atreladas, claro!). Num desses rompantes de desejo súbito, alguém com pai e mãe ricos, ofereceu além do talento zero, uma boa grana para ser parte desta constelação de estrelas. Esse dinheiro deixou feliz tanto o diretor artístico quanto o dono da rádio - mesmo tocando uma música de alguém sem talento algum. No início, aquele ser sem talento e cheio de grana, cumpriu, coma ajuda de um empresário, os requisitos básicos para a execução dessa tramoia: uma boa banda para acompanhamento, um bom estúdio para gravar, um bom compositor para criar as músicas. Com rostinho bonito e roupas da moda ficou completo o pacote, daí pra frente: só festa. A indústria fonográfica vendo que colocar música na rádio era o mesmo que comprar um anúncio, passou a trabalhar desta maneira e com a necessidade de fabricar ainda mais ídolos aperfeiçoou até mesmo os softwares de gravação, deixando todo mundo afinado dentro e fora dos estúdios. Hoje é muito fácil mascarar a falta de talento e vender esse artista como a nova sensação (Regina Casé que o diga). Os donos das rádios, inclusive, enxergaram que não precisavam mais que seu diretor artístico fosse tão qualificado em artes, bastava saber alguns nomes de peso e

vender espaço para transformar ruídos em hits, o famoso Jabaculê, ou simplesmente Jabá. Sempre fui contra e felicito todos aqui, com a informação que o Jabá não vai acabar, mas conforme o título lá em cima alerta, está começando a apontar na curva, a necessidade do tal diretor artístico com conteúdo novamente. Como todosos artistas estão pagando as rádios para estar na programação (isso é generalizar, mas para separar as rádios, ou artistas (que tocam nas rádios), que não pagam jabá teríamos de criar um percentual, que parece com os preços de gasolina e etanol, tipo: 99,997%. Observa bem agora a lei do eterno retorno em funcionamento: Todos pagam jabá, portanto estão todos com status oficial de cliente, porém como atender a todos? Não há tempo suficiente para que todas as músicas pagantes sejam tocadas nos melhores horários. Filtrando para um gênero específico vamos utilizar o Sertanejo Universitário, Pós Graduado e Livre Docente. Existe um big bang nesse segmento musical, como eu disse, muita gente talentosa querendo ser a nova cara da revista Capricho. Seguindo com o raciocínio, existem tantas duplas novas, as que já estavam no mercado e os medalhões, que o governo teria de dar concessão para a abertura de umas 100 novas rádios só em São Paulo para que toda essa massa de “artistas” tivessem os melhores horários para veiculação da sua música. Como os diretores artísticos atuaisnão enxergam a diferença entre Alan Jackson e (prepare-se) Fiduma & Jeca (sim existe uma dupla com esse nome, não conheço, por favor, não me apresente), os donos das rádios precisam do pessoal mais old school, porque só assim ele poderá atender os clientes (já pagantes) e inseri-los, onde musicalmente eles merecem, pois acredite, já temos rádios, que dada a falta de critério artístico dos seus diretores, perdem audiência para concorrente, que pelo menos sabe montar uma grade coerente, ou seja, o Jabá continuará seu reino, até que o governo faça uma devassa nessa turma, mas precisarão nesse meio tempo de profissionais que entendam de música, pelo menos para que não coloquem no horário nobre o Jorge Vercilo no lugar do Djavan (sertanejamente falando). Os demais estilos sofrem problemas parecidos, exceto o funk ostentação e o axé bunda, nesses casos, se o diretor artístico for surdo melhor para ele. Parece coisa do mundo do Salvador Dali, comemorar que o esquema “pagar pra tocar” continuará existindo, mas como brasileiro que sou, já na meia idade, acho que toda mudança moral nesse país é gradativa na velocidade tartaruga cansada. O fenômeno ao qualalerto, nem tendência ainda é, mas será, porque nosso tempo é medido por uma espiral e mesmo seguindo em frente, conforme os desmandos monetários cheguem ao seu gargalo (pois não tem profundidade), essa espiral resgata no passado os mecanismos que funcionavam, para que voltem a ser funcionais, assim será não somente nas rádios, mas em tudo que conhecemos e que foi distorcido pelo poder da bufunfa.

Ricardo Pecego, 38, é produtor cultural, aspirante a esteta e acha que o mundo, inclusive o Brasil, ainda tem jeito.

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anorama

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orria o ano de 1996 quando o guitarrista Djamy ‘Barba’ Arenghi fundou o CollapseNR, quarteto que em pouco tempo romperia as barreiras da garagem para cravar forte presença no cenário underground nacional. Presença que veio acompanhada de peso, brutalidade e urgência, em um som repleto de influências do Thrash e Death Metal e do Grindcore. Ou, para simplificar, uma receita de Metal extremo com muita autenticidade. O ‘NR’ que acompanha o nome da banda é sigla para ‘No Rotulation’. “Não queremos nos prender a rótulos. Fazemos um Metal pesado, agressivo, mas sem rotulações”. É com essa mesma identidade que o grupo retoma as atividades agora, seis anos depois de uma paralisação que deixou a cena underground ainda mais carente por estas bandas – sem trocadilhos. Em 13 anos de atividades, o CollapseNR passou por várias

formações. A mais duradoura delas, entre 1999 2006, reunia Djamy (guitarra/voz) aos companheiros Daniel Donegá (voz), Marcelo Almeida (baixo) e Tomaz Ribeiro (bateria). Neste retorno, porém, o grupo se apresenta em formato trio, com Djamy - único membro remanescente das antigas formações e que detém os direitos sobre o nome do grupo - se unindo aos músicos Bruno Diogo (baixo/ voz) e Saulo Benedetti (bateria). Durante o período em atividade, o CollapseNR trouxe a público diversos registros, a começar por um CD demo em 1997 e que vendeu milhares de cópias. O trabalho deu visibilidade ao grupo que assinou com a Tumba Records e lançou, em 2001, o álbum ‘Faces Of Exploration’, que veio acompanhado de bônus track e clipe multimídia. A discografia da banda reúne ainda o lançamento em DVD de ‘CollapseNR - Tribo Rock Magazine’, em 2005; e os EPs ‘Natural Born Killers’ (2007 – que não

Sil Passos/Divulgação

Brunão, Djamy e Saulo: grupo volta em formato trio

teve lançamento oficial) e ‘The Messenger’, em 2008. Com uma filosofia de atuação honesta à causa, unindo composições pesadas, paixão pelo trabalho e shows alucinantes, o grupo não só tocou em grandes festivais em todo o território nacional como também saiu em turnês no Exterior. Em terras tupiniquins, o CollapseNR dividiu palco com nomes como Krisiun, Torture Squad, Korzus e Claustrofobia, entre outros. Já lá fora, a banda tocou ao lado de nomes como Napalm Death e Hate Eternal, por exemplo. Além disso, o CollapseNR foi tema de centenas de resenhas, entrevistas e matérias na imprensa geral e na mídia especializada. Resultado de um trabalho focado e que respeitou a receita primária da banda. “A proposta sempre foi fazer uma música pesada, rápida e agressiva, misturando várias vertentes do Metal, não se prendendo a rótulos”, comenta Djamy. De acordo com ele, após mudanças na formação e

devido ao desgaste fomentado principalmente por incompatibilidade de ideias, as atividades foram encerradas. C o m a s a t iv i d a d e s d o CCollapseNR suspensas, o guitarrista resolveu fundar o Biggorna, inicialmente galgado no Stoner Rock. Foi nesse grupo que chegou, primeiro, o baixista Brunão e, posteriormente, o baterista Saulo. A formação começou a dar ao trabalho autoral uma cara bastante semelhante ao executado pela CollapseNR no passado. “Com o decorrer das composições, nos vimos imergindo nas influências Thrash/ Death/Grind que o Collapse NR sempre teve”, explica Djamy. Daí para as conversas sobre um possível retorno do grupo foi apenas questão de tempo. E de muito barulho dos bons nos ensaios, claro. O retorno foi oficialmente divulgado no último dia 16, por meio da página oficial da banda no Facebook (Collapsenrofficial). “É com muita honra que comunica-

mos a volta do CollapseNR! Com profissionalismo e experiência, daremos continuidade a uma música de peso e sem rótulos. A banda tem como objetivo trazer à cena não só música extrema de qualidade, mas também um trabalho feito com honestidade e humildade. Headbangers, esperamos vê-los na estrada!”, avisou a banda em nota publicada também em inglês e que despertou comemorações dos fãs e amigos, além de votos de boa sorte na nova empreitada. A Biggorna, explica Djamy, segue em atividade como um projeto paralelo e retomando o foco original voltado ao Stoner. A retomada do trabalho com o CollapseNR, garante, está cercado daquele mesmo sentimento e propósito que deu origem à história da banda há quase 20 anos. “Quando criei o CollapseNR eu queria tocar a minha música, compor meus riffs, não queria ser músico de banda cover, queria ter uma banda autoral de Metal, viajar, fazer shows, criar amigos na cena, beber cervejas e me divertir. Hoje o sentimento é o mesmo, mas a mudança é a experiência adquirida em todos esses anos e, hoje com o retorno, sabemos exatamente o que queremos, com foco e dedicação”, diz. Sentimento que leva às melhores expectativas

para a nova fase em que a ideia básica é fomentar parcerias para reduzir as dificuldades que, bem sabe o trio, não serão poucas. “Estamos muito empolgados com a volta, as ideias estão fluindo e estamos abertos a parcerias e curiosos para ver a reação do público. É extremamente difícil se estabelecer musicalmente na cena com tantas adversidades desse mundo pós-moderno, mas que fornece ferramentas para visibilidade e reconhecimento. O importante é nunca parar e fazermos o som que queremos ouvir e ver. Queremos nos divertir acima de tudo, beber cerveja e tocar rock veloz”, enfatiza o guitarrista em meio a risos. O trio está compondo a todo vapor e já tem quatro músicas finalizadas – “de extrema agressividade”, avisa Djamy, mas ainda não há previsão de lançamento dos registros. As datas dos shows e informações gerais sobre o trabalho podem ser acompanhadas pela página no Facebook. E o público pode se preparar para várias coisas, conforme anuncia o fundador da banda, novamente aos risos: “Caos/ Insanidade/Destruição/Bate Cabeça/Mosh Pits e um colapso generalizado”.


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