Megaphone Cultural #44

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Megaph Cultne ural Ano V – Nº 44 – Edição Quinzenal 4 de fevereiro de 2016

! K C O R O N É R E H L U M E D R LUGA

A

ntes dominadas praticamente por representantes do sexo masculino, as bandas de rock em cidades menores agora reúnem também mulheres. Em algumas delas, inclusive,

a presença de garotas é predominante. Em Itapira e região não é diferente. Caso das meninas Camilla Job Rodrigues, 24, Lívia Cremasco Tellini, 27 e Kryslayne de Souza Freitas, 27, que concentram participa-

ções em diversas bandas do gênero. A elas junta-se Thais Maragno de Oliveira, 37, com voz marcante e participações em diversas bandas e Letícia Souto, 19, que agora aposta na carreira autoral. A paixão pela

música, segundo elas, as conduziu aos palcos, e o que era um hobby acabou se transformando em atividade quase profissional. Ao menos por enquanto. Afinal, lugar de mulher também é no Rock and Roll! Página 5

Reggae

Evento presta tributo a Bob Marley em Mogi Guaçu

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Nheco passa por quatro cidades A divertida Banda do Nheco faz a alegria em quatro municípios da região durante o carnaval. O grupo itapirense desfila em Águas de Lin-

Atrações

Após três anos, Circuito Sesc de Artes volta a Itapira

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dóia, Serra Negra, Monte Alegre do Sul e Itapira com suas criativas brincadeiras e palhaçadas características. Página 8

Grande procura

Banda Lira encerra ciclo de oficinas

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www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 4 de fevereiro de 2016 | Página 2

Editorial

O

Competência pra fazer folia...

s formatos tradicionais do carnaval estão em discussão. Cada vez menos as cidades pequenas conseguem promover a festa com os desfiles de escolas de samba. As dificuldades vão desde a questionável escassez de verbas para o carnaval – mas que muitas vezes jorra para outros tipos de eventos, alguns dos quais privados – até a desorganização tanto do poder público quanto das agremiações carnavalescas. Em algumas cidades da região, outros formatos vêm conquistando tanto foliões mais saudosos como parte do público mais jovem. Em Serra Negra, ano passado, foi oferecida pela Prefeitura uma festa em praça pública com um

A

grupo só de marchinhas. O local ficou repleto de pessoas que se divertiram na maior tranquilidade. No último sábado (30), o bloco ‘E Eu Ligo’, de Mogi Mirim, deu show com seu Grito de Carnaval, também em praça pública, mas organizado sem um tostão de verba pública. Nesta sexta-feira (5), a Casa das Artes de Itapira promove mais uma edição de seu concorrido Grito de Carnaval, no Clube de Campo Santa Fé. Iniciativa privada que resgata o charme e alegria dos antigos carnavais de salão. Em Mogi Guaçu, mensalmente, a Roda de Samba e Choro faz bonito, sempre em um domingo, e agora tem edição especial de “ressaca de carnaval” no dia 14 deste mês. São iniciativas que

agradam não só pela qualidade do repertório, mas por características como organização, segurança e ambiente amistoso, além de um público que, geralmente, compreende a proposta e participa com responsabilidade e descontração. E são bons exemplos nos quais os responsáveis pelos eventos municipais podem se mirar para ofertar uma nova opção aos amantes do carnaval. Sem a velha demagogia de que não houve tempo hábil, de que não tem dinheiro ou que a crise atrapalhou. Vontade política e adequação ao contexto são indispensáveis pra quem realmente quer se mostrar competente à frente das pastas responsáveis por ações como estas. Basta querer. A coluna ‘Outra História Por Favor’ é publicada no Megaphone Cultural pelo Clube do Livro ‘Outra Xícara Por Favor’ com periodicidade mensal. Contato outraxicaraporfavor@hotmail.com

Oca

Marina Risther Razzo

o abrir os olhos pela manhã, passava bons minutos fitando o teto, ouvindo apenas o tiquetaquear do velho relógio de parede. As batidas do seu coração entravam então no mesmo ritmo das batidas do relógio, e aos poucos ela se preparava para se levantar e dar início a um novo dia. Não abria as janelas tão logo se levantava. A luz do sol que entrava forte em seu quarto deixava suas pupilas irritadas. Ela já acordava irritada suficiente, era mais prudente deixar suas pupilas em paz. Trocava-se no escuro. Já estava tão habituada que sabia como encontrar tudo, ainda que não estivesse enxergando nada. O armário de sapatos estava abarrotado. Diversas sandálias, sapatilhas, dos mais variados modelos, que ela ganhava ao longo dos anos, todos novos, muitos ainda nas caixas. Ainda assim, usava sempre o mesmo tênis All Star, desbotado, surrado. Mas não havia nada mais confortável, pensava. Na cozinha, enchia uma grande xícara de café. Nem forte, nem fraco, mas na intensidade ideal. Precisava do café como quem precisa de uma droga. A sua irritação matinal quase desaparecia depois da segunda xícara de café. Quando se olhava no espelho, não se achava nem bela, nem feia. Tudo que sentia ao ver seu próprio rosto refletido em sua frente era indiferença. Era justamente essa indiferença, essa sensação de vazio, oca, esse nada que sentia por si própria, que mais a incomodava. Gostaria de ter uma opinião a respeito de si mesma, de olhar no espelho e sofrer algum tipo de reação. Mas nada acontecia. Podia passar longos minutos se olhando, que ainda assim seria como olhar para uma mera estranha. As rugas, marcas do tempo que já se fora, se intensificavam a cada ano. Um dia alguém a dissera que rugas eram sinais de vivência e sabedoria. Não lembrava quem havia dito, mas achava que essa pessoa pouco sabia das coisas. Tantas rugas, e continuava se achando só mais uma perdida nesse mundo. Pronta para sair, pegava sua velha bolsa e colocava dentro “Folhas na Relva”, de Walt Whitman, já com as páginas amareladas e lombadas gastas de tanto manuseio. Era seu livro favorito, e relia-o a todo instante. Achava que ninguém falava sobre a essência do ser humano com tanta beleza como Whitman. Suas poesias preenchiam um pouco do espaço vazio que havia dentro dela. Ao sair, se dirigia sempre a mesma banca de jornais que ia todos os dias, para comprar o mesmo jornal periódico, que ela nunca lia. Logo em seguida, ia até uma pequena loja de conveniência a dois quarteirões da banca de jornais, para comprar um maço de cigarros, sempre da mesma marca, que fumava já há mais de vinte anos. Naquele dia, no entanto, não iria comprar cigarros. Repetiu todos os atos de sua manhã com o mesmo esmero, mas ao sair da banca de jornais com o jornal no braço, não sabia para onde deveria ir. As pessoas que passavam na rua estavam preocupadas com seu próprio mundinho. Olhavam fixamente para as telas de seus celulares, ouviam música, conversavam com a pessoa ao lado, e nenhuma delas pôde reparar que havia uma mulher parada no meio da calçada, segurando um jornal na mão, e chorando. Era um choro baixinho, mas sentido. Seus olhos estavam fixos no nada, e seus pés cravados no chão não sabiam para onde ir. E não seria apenas naquele dia que ela deixaria de

comprar cigarros. Durante nove meses ela estaria privada de seu vício, de seu hábito, de sua rotina. “Oito meses”, lembrou ela, já que estava entrando no segundo mês de gravidez. Grávida aos 40 anos. Que ironia. Tantos anos tentando engravidar, tantos exames, tratamentos, tantas noites perdidas sonhando com o filho tão desejado. Sua dificuldade para engravidar lhe custara um casamento e a felicidade de viver. Ela e o ex-marido haviam casado quando ambos estavam com 25 anos. Recém-formados, apaixonados como nunca. Haviam começado a namorar durante o primeiro ano de faculdade. Ele cursava engenharia, ela cursava letras. Eles eram diferentes como o sal e o açúcar, mas se amavam, se entendiam e se respeitavam. Dois anos após a união matrimonial já começaram a planejar o primeiro filho. Queriam ter três, pelo menos. Mas o filho nunca veio. Os médicos não sabiam dizer o que causava tamanha dificuldade, e aos poucos isso destruiu a relação dos dois. Ele queria filhos a qualquer custo, e ela não poderia dar isso a ele. Adoção estava fora de cogitação, ele dizia. Queria um filho com seu sangue, com seus traços. E agora, dez anos depois do término do casamento, ela estava grávida. Ela sentia que devia estar feliz e agradecer aos céus pelo milagre que se sucedera. Mas ela não estava. Sentia raiva do Universo por ter feito isso com sua vida. Uma noite. Sexo casual. Um cara que ela mal lembrava o nome. Seria Roger? Ou Rodrigo? Ou talvez fosse Ricardo. Não sabia. Assim como não fazia ideia de como contatá-lo, mas achava que isso nem seria justo. Podemos fazer sem camisinha, ela dissera. Não posso engravidar. Além da morte, essa era a única certeza que ela possuía na vida. Sou um casco vazio, sou infértil, sou uma mulher inútil. Os médicos ainda não sabiam explicar com certeza o que ocorrera. Ainda teria que fazer exames. Mais exames, de novo. Pensou em ligar para seu ex-marido. Ei, você não sabe da maior, estou grávida de um rapaz que nem sei o nome. Mas sabia que isso seria ridículo. Ele casou novamente, tivera filhos com sua segunda esposa. Ela não tinha direito de perturbar isso. Pensou em ligar para sua melhor amiga, mas ela estava sempre muito ocupada para conversar sobre qualquer coisa que não fosse seu super emprego como roteirista de um programa de televisão. A vida dela, tão excitante, cheia de surpresas, de emoções, de pessoas interessantes e bonitas, por que haveria de se interessar por uma entediante mulher de 40 anos que se vestia como uma adolescente inconsequente de 15 e que conseguia engravidar depois de uma noite de sexo sem compromisso? Quanto mais pensava em sua situação, mais patética se sentia. Ao sair de seu devaneio, olhou no relógio de pulso e se desesperou ao ver a hora. Faltavam 15 minutos para sua primeira aula do dia. Ultrarromantismo. Pelo menos falaria sobre um de seus temas favoritos em toda a literatura. Ainda que soubesse que dos seus 40 alunos daquela primeira turma, apenas uns oito realmente prestavam atenção em tudo que ela dizia. Detestava dar aula, essa é que era a realidade. Não pelo ato de ensinar, em si, mas nunca encontrou justiça no fato de ajudar a educar tantas crianças, filhos de outras pessoas, e nunca

ter um filho seu pra ensinar. E quase nunca, salvo poucas vezes em quinze anos de profissão, recebeu um sincero muito obrigado de algum dos pais. Dos alunos então, já nem esperava nada. Eram poucos os que demonstravam interesse por literatura. Achavam essa matéria inútil. Entre um ano e outro, sempre encontrava uma ou duas pessoas que eram apaixonados por livros, e nestes anos sentia um pouco mais de prazer em ensinar. Mas de modo geral, era maçante olhar para as caras entediadas e desinteressadas daqueles jovens. Chegou à sala de aula suando, o jornal que carregava estava levemente úmido devido ao contato com suas palmas molhadas. Chegou à sala e todos os alunos estavam estranhamente quietos, comportados, cada um em seu devido lugar. Mas a feição de tédio e desinteresse ainda estava ali. Tudo normal, então. Uma de suas alunas, que sentava bem em frente à sua mesa, passou a encará-la com uma feição de curiosidade. - Professora, você está diferente! Estou, acabei de chorar no meio da rua, vim correndo pra cá porque me atrasei, em outras palavras, estou uma lástima. Acho que isso pode ser considerado diferente. - Diferente como querida? - Não sei, mas está com um ar iluminado, está mais bonita. Poxa vida, o velho clichê da mulher grávida que fica mais bela. - Obrigada querida! As aulas do dia transcorreram normalmente, mas ela passou todo o dia de lembrando das palavras da menina. “Você está mais bonita”. Vai ver que a gravidez realmente fazia isso com as pessoas. Gostaria de ser capaz de enxergar isso em si mesma. De volta para casa, na prática sua vida continuava a mesma. Exceto pelos cigarros. A solidão, o silêncio absoluto se mantinham ali. Ela ouvia o vento que trazia a chuva como quem houve uma música cantarolada aos pés do ouvido. Perderia isso em breve. Os sons dali há algum tempo seriam de um bebê chorando, de coisas caindo ao chão. Também seriam sons de risadas, de uma mãe cantando uma bela cantiga de ninar para seu filho, de um bebê lindo dizendo suas primeiras palavras. Nem se deu conta quando começou a chorar. Sua vida nunca mais seria a mesma, mas ela nunca sentiu qualquer apreço pela vida que levava. Seguia adiante porque se achava covarde para dar um fim em tudo. Seguia adiante porque se acostumou a isso, era tudo automático. Viver havia se tornado apenas e unicamente um hábito, tal qual beber água ou escovar os dentes. Mas logo isso mudaria. Ela teria companhia. Teria alguém para amar, e seria amada. Teria alguém para ensinar, para ler todos os livros que possuía na estante. E daí que ela seria uma velha mãe solteira? Ela teria um sentido pra viver, alguém para quem viver, e isso bastava. Caminhou até o espelho e olhou para si com uma expressão curiosa. Lembrou-se de sua aluna dizendo que ela estava diferente. E ela sorriu. Olhar para seu próprio sorriso lhe causou choque, e então ela começou a rir, uma gargalhada gostosa, emocionada, sincera. Talvez eu esteja mesmo diferente, afinal de contas. Tudo iria mudar, mas na realidade ela achava que algo já havia mudado. Olhando para si mesma refletida no espelho, ela sentiu. Não saberia dizer o que. Uma esperança de dias melhores, uma paz interior, ou algo do gênero. Mas sentia. Aquele vazio incômodo fora embora.

Marina Risther Razzo, 25 anos, é advogada e uma das fundadoras do Clube do Livro ‘Outra Xícara por Favor’.

Expediente Megaphone Cultural Textos: Fernando Pineccio*

Impressão: Jornal Tribuna de Itapira

Vendas: Alexandre Battaglini (9.9836.4851)

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Projeto Gráfico: Cássio Rottuli (9.9946.9027) Cidade-sede: Itapira/SP

PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO

ITAPIRA

Circulação na Baixa Mogiana e Circuito das Águas imprensa@portalmegaphone.com.br

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O Jornal Megaphone Cultural circula quinzenalmente. A distribuição é gratuita e você pode retirar o seu exemplar em alguns postos fixos nas cidades de Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu:

Banca Estação | Praça João Sarkis Filho – Centro / Banca da Praça | Praça Bernardino de Campos – Centro / Banca Santa Cruz | Rua da Saudade – Santa Cruz / Banca Bela Vista | Praça da Bíblia - Santa Cruz / Jazz Café |Rua José Bonifácio, 365 – Shopping Sarkis / Mil Mídias |Rua 24 de Outubro, 166 - Centro / Costa Maneira|Rua Alfredo Pujol, 190 - Centro / Luli Padaria Caseira | Avenida Paoletti, 93 – Santa Cruz / Center Supri  Rua José Bonifácio, 194 – Centro – 3863-0972

MOGI MIRIM

Bancas do Sardinha | Praça Rui Barbosa (Centro) e Rua Pedro Botesi (Tucura) / School Skate Store | Rua Padre Roque, 284 - Sala I - Centro

MOGI GUAÇU

Choperia Tradição | Avenida Luiz Gonzada de Amoedo Campos, 31 – Planalto Verde / Disco Tem | Avenida Nove de Abril, 90 - Centro / Banca da Capela |Praça da Capela - Capela / Woodstock Barbearia & Tattoo  Rua Manacás, 295, Ypê Pinheiros – 9. 9602-2811

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Edição Quinzenal | 4 de fevereiro de 2016 | Página 3

PROGRAME-SE

Agenda dos melhores eventos de 04/02 a 27/02

AGENDAS PATROCINADAS PUBLIQUE SEUS EVENTOS: (19) 9.9836.4851)

O PROFETA PUB ROCK Telefone: (19) 9.8179-8114

Rua: Vereador João da Rocha Franco, 39 - Mogi Guaçu

Slasher: grupo itapirense é um dos destaques

a v o n m e t p l e H n i k Roc edição em Socorro Divulgação

O

Rock in Help Festival chega à sua quinta edição nos dias 12 e 13 de fevereiro, em Socorro (SP). O evento reúne bandas de Rock e Metal com trabalhos autorais e tributos a outros artistas, como Raul Seixas. O grupo itapirense Slasher (Thrash Metal), por exemplo, é um dos representantes de peso da música autoral nesta edição do conceituado festival que sempre reúne grande público. Neste ano, o evento acontece no final de semana posterior ao carnaval. A programação do primeiro dia, sexta-feira, conta com os grupos Supremacia, Nekrost, Slasher, Creptum e Roberto Seixas (Raul Seixas Cover). Já no sábado, o cronograma do evento oferece o som das bandas Bluezzeira de Responsa, Hazy, Kollision, Anguere, Strada de Terra, Worst, Lothlöryen e Vallet Hard. “O Rock in Help Festival é um evento de caráter beneficente, com toda a sua renda liquida revertida ao ICA (Instituto Cultura & Arte),

ROCK IN HELP V PROGRAMAÇÃO

DIA 12 – SEXTA-FEIRA 18H30 - SUPREMACIA 20H30 - NEKROST 21H30 - SLASHER 23H00 - CREPTUM 00H30 - ROBERTO SEIXAS

responsável pela administração do Conservatório de Música de Socorro”, lembra o idealizador e um dos organizadores do evento, Rafael Fávero. “O evento teve sua primeira edição em 2012 e a cada ano tem uma visibilidade exponencial na região, reunindo diversidade de bandas e abrangendo público de todas as idades, vindos de várias cidades da região e da capital paulista, além da população local”, complementa. Os shows acontecem no Centro de Exposições da

estância turística, ao lado da Estação Rodoviária. Os ingressos antecipados custam R$ 20,00 (pacote para os dois dias) ou R$ 15,00 (para o sábado). O acesso à área de camping está incluso nos convites. A abertura dos portões, na sexta-feira, acontece às 19h00, e no sábado às 15h00, e a entrada é permitida somente a pessoas maiores de 18 anos, com comprovação na portaria por meio de documento de identificação oficial com foto. Pela internet, os ingres-

16H00 - BLUEZZEIRA DE RESPONSA 17h00 - HAZY 18H30 - KOLLISION 20H00 - ANGUERE 21H30 - STRADA DE TERRA 23H00 - WORST 00H30 - LOTHLÖRYEN 02H00 - VALLET HARD

sos podem ser garantidos pelo site www.bitly.com/ rockinhelp. Outras informações podem ser acompanhadas pela página do evento no Facebook ( www.bitly. com/rockinhelpfestival) ou ainda pelo email rafaelfavero1@gmail.com e telefone (19) 9.9160-9280. O Rock in Help Festival tem o apoio do Megaphone Cultural/Portal Megaphone.com.br.

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Chaos Synopsis é o headliner do evento das bandas e um grande público no evento”, comenta um dos organizadores, Francisco Júnior. O evento é produzido de forma independente e não tem

fins lucrativos. As atividades acontecem no Vip Eventos, a partir das 18h00. Haverá sorteio de brindes para o público presente. O Vip Eventos fica na

Telefone: (19) 3843-7230 Rua Dr. Norberto da Fonseca, 240 - Nova Itapira https://www.facebook.com/ochopinho 04/02 - Carlos Henrique 05/02 - Tempero Brasileiro Duo 06/02 - Gustavo Mariano 07/02 - Wellington Clemente 08/02 - Ed Campos 09/02 - Raphael Storari 11/02 - Aimberê Dantas 12/02 - Marcão Andrade 13/02 - Everton Coraça 18/02 - Saray Tainan 19/02 - Beno Zaterka 20/02 - Daniel Fernandes 25/02 - Everton Coraça 26/02 - Aimberê Dantas 27/02 - Tempero Brasileiro Duo

AVENIDA JACAREÍ, 64 – ITAPIRA

Rock Clube Live 2016 anuncia atrações

Agendada para o dia 12 de março em Itapira, a terceira edição do festival Rock Clube Live já tem seu casting de atrações definido. Desta vez, o evento– que tem entrada gratuita - contará com as bandas Chaos Synopsis, Sangrena, Gestos Grosseiros, Kamala, Anguere e Regurgimentação Necrovaginal Sangrenta. A Chaos Synopsis, de São José dos Campos (SP), será o headliner do evento com a divulgação do novo álbum ‘Seasons Of Red’, lançado recentemente. “A expectativa é a melhor possível, o feedback está muito bom por parte do público, algumas bandas me disseram que o evento está sendo muito bem falado pelos fãs, várias excursões fechadas nas cidades da região. Esperamos excelentes performances

O CHOPINHO

Restaurante Pizzaria  Bar Balada & Eventos

DIA 13 - SÁBADO

Roberto Seixas faz tributo ao ‘Maluco Beleza’

05/02 - Catrupe (Raimundos Cover) + Boneco Voodoo 06/02 - Dallas Rebels (Pantera Cover) + Sabazzera (Black Sabbath Cover) + Collapse NR 07/02 - Os Republicados (Tributo aos Mutantes e Secos & Molhados) + Dj ED Padovan 08/02 - Queen Tribute Brazil 13/02 - Acid/C (ACDC Cover)

Rua Baptista Venturini, 36, na Santa Fé. Outras informações pela página oficial do 3º Rock Clube Live no Facebook (www. bitly.com/rockclubelive).

06/02 - Everton Coraça 07/02 - Beno Zaterka & Rodrigo 08/02 - Consulte em www.capitaoblack.com.br 09/02 - Consulte em www.capitaoblack.com.br

CHOPERIA TRADIÇÃO facebook: Choperia-Tradição

Avenida Luiz Gonzaga de Amordo Campos, 31 Jardim Casagrande - Mogi Guaçu 04/02 - Marcelo espanhol 05/02 - Rodrigo Rizzo e Sérgio bola 06/02 - Anderson Lalão 08/02 - Roni Bueno 09/02 - Máfia do Blues 11/02 - Júnior Rodrigues 12/02 - Frequência Acústica 13/02 - Rotta do som


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s ga va s va no 25 re ab a ir ap It de de da Ci l ra Co

Divulgação

O

Coral Cidade de Itapira abriu vagas para 25 novas vozes femininas e masculinas. O objetivo é ampliar o número de integrantes da corporação, que hoje somam 45 coralistas. As vagas são para sopranos e contraltos (mulheres) e tenores e baixos (homens) com idade a partir de 18 anos. Com 37 anos de atividades, o Coral Cidade de Itapira reúne integrantes com idade entre 18 e 80 anos, sendo presidido por José Antônio Valverde. A participação é totalmente gratuita, não havendo nenhum tipo de mensalidade para os coralistas. “Os interessados não precisam conhecer sua classificação vocal, pois fazemos isso na hora dos testes. O importante é gostar de cantar e gostar de repertório variado”, comenta

a maestrina Marcela Cristina Pereira. De acordo com ela, os ensaios foram retomados há uma semana e o planejamento das apresentações já está a todo vapor. Para março já está agendada uma apresentação especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O Coral também costuma marcar presença em festas de comunidades e eventos municipais. Há 25 anos, a corporação organiza o tradicional Encontro de Corais. “É uma atividade gostosa e relaxante, e forma uma nova família, reunindo amigos que gostam de cantar e se apresentar”, enfatiza Marcela. As inscrições podem ser feitas nas noites de quinta-feira na Casa da Cultura ‘João Torrecillas Filho’, durante os ensaios que acontecem entre 20h00 e 22h00.

Corporação vocal tem vagas disponíveis

Bitenka dá show em noite de reencontros

A apresentação do músico Bitenka em Itapira, sua terra natal, foi coroada em êxito. O show aconteceu na noite do último dia 20, nas dependências da Churrascaria Gaúcha. O repertório diversificado, com clássicos da MPB (Música Popular Brasileira) e do Pop Rock nacional e internacional, agradou em cheio os espectadores. Tanto que a apresentação, que tinha duração prevista de 1h30, se estendeu por 2h30 e arrancou muitos aplausos. Bitenka, pseudônimo de José Antonio Bittencourt, é itapirense radicado há 30 anos em Bauru (SP), onde mantém uma sólida e elogiada carreira musical. Sua atuação artística começou em Itapira nos anos

1980 em Itapira, época em que venceu diversos festivais e fez sucesso com o conjunto ‘Sol da Meia Noite’. Na apresentação da Churrascaria Gaúcha, o artista foi acompanhado pelos amigos e também músicos José Armando Mantuan (contrabaixo) e Osnir Prado (bateria). O evento foi organizado pela B3 Evento. Um dos responsáveis, o jornalista Humberto Butti, comemorou o resultado. “A avaliação é a melhor possível. A maior parte da divulgação foi feita através de redes sociais e isso acabou não atingindo um público ainda maior, mas o objetivo principal, que era mostrar um novo jeito de realizar eventos, oferecendo ao público a oportunidade de ver

um show de qualidade com boas acomodações, foi atingindo”, descreveu. O evento contou ainda com participações especiais dos cantores João Airton Riberti, o Peru, e Carlos Alberto Moyses, além de Carlos Alberto Junqueira e Marcelo Iamarino, que fizeram participações na bateria. Além do reencontro entre os músicos – entre eles alguns que não se viam há tempos, a noite também serviu como uma espécie de confraternização entre pessoas que raramente têm a oportunidade de se encontrar em eventos culturais. De acordo com Butti, o evento reuniu cerca de 130 espectadores que ocuparam praticamente todas as mesas disponibilizadas pelo esta-

Leo Santos/Megaphone

Bitenka voltou a tocar em sua terra natal ao lado de amigos belecimento. “A Churrascaria Gaúcha, apesar de ser um restaurante, mostrou ser ideal para esse tipo de evento”, considerou. A próxima atração da produtora é o Garage Party Folia, marcado para o dia 8 de fevereiro na discoteca do Clube de Campo Santa Fé. O objetivo é resgatar o charme e

a alegria dos antigos carnavais de salão. “Nossa intenção é sempre mostrar algo de qualidade, inovar e oferecer boas opções. Já estamos estudando os próximos passos e, se tudo correr bem, em breve teremos grandes surpresas para esse tipo de público que tem nos acompanhado. Criamos uma

linha de eventos voltada para uma faixa etária que hoje não tem muitas opções de lazer na cidade a não ser sair para frequentar locais que oferecem boa comida, mas sem muitas opções culturais. Estamos atingindo nossos objetivos e procurando buscar sempre algo de novo”, revelou Butti.

Bob Marley ganha tributo em nova Circuito Sesc de Artes festa temática em Mogi Guaçu volta a ter edição em Itapira Divulgação

Banda One Love é atração em nova edição de festa As dependências d’O Profeta Pub Rock, em Mogi Guaçu, voltam a abrigar mais uma festa da Doce Amargo Produções no dia 19 de fevereiro (sexta-feira). Depois do prestigiado ‘Brazuca até umas horas!’, que teve tributo a Tim Maia, agora a homenagem é ao ícone do reggae mundial, Bob Marley, na noitada batizada de ‘Roots & Rocks’. O tributo fica por conta da banda One Love - Marley Project, conhecida por reverenciar a obra de Bob Marley por

todo o Brasil. O grupo reúne os músicos Marcelo Pagotto (voz/baixo), João Rodrigo (guitarra/voz), Roque Magalhães (guitarras), Cris Monteiro (percussão) e Marcelo Alves (bateria). O Hip Hop também está garantido no evento por meio das pickups do DJ Mouse. Os convites do primeiro lote custam R$ 15,00 e, no segundo lote, R$ 20,00. Na portaria, o valor do ingresso sobe para R$ 30,00. As vendas antecipadas acontecem em Mogi Guaçu (Essência

Boardshop, Choperia Tradição e Everyday Head Shop) e em Mogi Mirim (Essência Boardshop). O evento tem o apoio das lojas Calmaneggo Skateshop e School Skate Store e cobertura da Dom Publicity e Hypecam. Convites e outras informações também junto aos organizadores Cleber (19.996759728), Camila (19.983336708) ou Matheus (19.9-91836767). Detalhes também na página oficial do role no Facebook (www. bitly.com/RootsRocks).

A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Itapira informou que o Circuito Sesc de Artes voltará a concentrar atividades no município em 2016. Desde 2012 o evento não aporta no município – a última vez foi ainda durante a administração anterior à do atual prefeito José Natalino Paganini (PSDB). A confirmação pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo foi feita na tarde da última segunda-feira (1). Segundo a pasta, o evento acontecerá no dia 8 de abril. “Desde 2013 tentamos trazer o Circuito Sesc de Artes para Itapira e agora, com o esforço do Sindicato Varejista e do Sesc Campinas, teremos esse grande evento em abril”, destacou nota emitida pela administração. O Circuito Sesc de Artes circula por diversas cidades paulistas sob a coordenação do Sesc (Serviço Social do Comércio), geralmente contando com o apoio de sindicatos e entidades ligadas ao setor co-

Fernando Pineccio/Arquivo/Megaphone

Circuito Sesc de Artes volta a Itapira neste ano, diz Cultura mercial. O evento oferece atrações das mais diversas linguagens artísticas, sempre de forma gratuita e em espaços públicos, como praças e parques. Em Itapira, o evento foi realizado consecutivamente

em 2010, 2011 e 2012. Depois, foi interrompido na cidade, segundo o próprio Sesc, para atender outros municípios. A programação para a nova edição ainda será definida.


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Leo Santos/Megaphone

Krys, Lívia e Camilla: atuação conjunta nos palcos

O ROCK FEITO POR ELAS Garotas mantêm forte presença na música e quebram estereótipos

J

anis Joplin, Amy Winehouse, Courtney Love, Joan Jett, Cássia Eller, Rita Lee, Celly Campelo, Pitty. Tanto no Brasil quanto no Exterior não é difícil citar alguns dos principais nomes de mulheres que se destacaram na música – mais especificamente no Rock and Roll e suas vertentes.Via de regra, todas transformaram em trabalho a paixão que as acompanhava desde a infância. Histórias não muito diferentes de muitas meninas envolvidas com o rock também nas cidades interioranas. Em Itapira, algumas dessas paixões de crianças resultaram em um verdadeiro protagonismo da presença de mulheres enveredadas pelos caminhos de um dos gêneros mais importantes da história da música mundial. Caso, por exemplo, da atendente Camilla Job Rodrigues, 24, cujo interesse pelo canto acabou a transformando em vocalista, com passagens por

várias bandas. “Desde criança eu sempre gostei de cantar. Ganhei um teclado de brinquedo do meu pai e comecei a tocar sozinha, de ouvido, e cantar. Quanto tinha 11 anos comecei a ouvir Avril Lavigne e ela foi minha inspiração, uma garota, com atitude, cantando rock. Depois disso ganhei um CD do Nirvana e fui conhecendo outras bandas e artísticas e sempre me interessando mais”, conta. A primeira banda veio quando em meados de 2005, quando Camilla tinha 13 anos, e foi criada para animar um aniversário. O interesse a levou a conhecer outras pessoas que também já se aventuravam pelos caminhos musicais. Em meados de 2009, a cantora se encontraria com algumas amigas para formar a The Sweethearts, grupo que ganhou consistência e manteve atuação bastante presente no município até meados de 2013, abrindo shows, por exemplo, de nomes como Raimundos, Velhas Virgens e Made In Brazil. Camilla conta que nunca enfrentou algum tipo de resistência ou mesmo discriminação pela atuação junto a bandas de rock – cenário quase sempre dominado por homens. “Na verdade, a recepção do público sempre foi positiva. A galera fica surpresa e acha legal. O rock não é simplesmente tocar, envolve sempre uma atitude, uma presença de palco, e sempre tocamos por amor, sem se importar muito com o que vão falar”. Apesar da experiência

junto a diversos grupos e da atuação elogiada no microfone, Camilla diz que ainda não tem certeza se quer adotar a música como profissão. “Já me falaram para me inscrever no The Voice Brasil (programa da TV Globo de talentos musicais), mas seguir uma carreira musical no Brasil sem deixar de ser autêntica é muito difícil. Se aparecer uma chance de cantar e continuar sendo como sou, posso até pensar”, pondera. Diferente dela, a tradutora Lívia Cremasco Tellini, 27, está bem decidida.“Não tenho a intenção de viver da música, profissionalmente. Trabalho com tradução técnica e amo o que faço. A música não é uma brincadeira, mas é algo que pretendo levar paralelamente”, diz a garota que escolheu a bateria como instrumento preferido, o que torna sua presença no universo musical ainda mais restrito. “Minha família sempre gostou de música, e minha mãe ouvia discos de rock e eu ficava cantando e dançando. Até mesmo minhas gerações passadas tocavam. Descobri o rock quando tinha 14 anos, no início dos anos 2000, comecei a assistir programas de videoclipes e resolvi fazer aulas de violão. Fiquei três meses, aprendi algo básico e acabei parando”, conta. O interesse pela bateria surgiu pela forma com que o instrumento a impressionava. “Eu via as baterias nos palcos, nos shows e clipes, e sempre gostei. Era o que mais chamava minha atenção nas bandas e

bandas, ela adota uma postura mais ácida ao falar do contexto da mulher inserida no meio de bandas do rock, especialmente em cidades menores, mas também em grandes centros. “O futuro é feminino, não dá mais pra negar. Estamos à frente das bandas, das manifestações, dos governos e das famílias. Não posso dizer que vai ser mais difícil para o interior aceitar isso porque o conservadorismo está em todo lugar. Mas ter a oportunidade de mostrar para as meninas que estão começando timidamente a

descobrir a música que sim, você pode e deve, é maravilhoso e revolucionário”, afirma. Ela também diz que já percebeu posicionamentos discriminatórios com relação à presença feminina em meio às bandas. “Mulheres estão sempre no extremo, ou são subestimadas ou superestimadas. Já ouvi homem dizer que ‘vocês tocam mais do que vários caras por aí’, achando que estava elogiando. A gente não toca com nossos ovários, então não faz diferença alguma”, dispara.

FOCO NA CAPITAL

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om a certeza de que representam bem o sexo feminino no rock regional, Camilla, Lívia e Krys voltaram a se encontrar na recém-formada Lady Prozac, ao lado de outra itapirense, a musicista e professora de inglês Letícia Souto, 19. No grupo, que toca no dia 6 de fevereiro no Carnarock do Vip Eventos, ela assume a guitarra. Multi-instrumentista, Letícia atualmente está estabelecida em São Paulo, onde tenta engatar uma carreira profissional na música. “São Paulo é o lugar onde tudo acontece e eu não poderia estar mais empolgada. Estou começando a conhecer os músicos e sentir como a música acontece na cidade. Tem sido um enorme aprendizado e um meio divertido de conseguir oportunidades”, explica.Sua relação com a música também começou na infância, brincando com instrumentos musicais que havia em sua casa, mas que ninguém tocava. “Quando fiz 12 anos decidi que ia tirar o pó daquele violão no canto e toquei num festival de música estudantil. Aí não parei mais”, lembra. Enquanto mantém o grupo com as parceiras de Itapira, Letícia segue compondo suas próprias músicas na capital. Também com passagens por diversas

Isabella Bueno/Divulgação

Letícia Souto aposta em trabalho autoral

eu já percebia que não havia muitas mulheres bateristas. Aí meus pais me deram uma bateria e comecei a aprender”, conta a tradutora, que sempre contou com o apoio familiar. “Até achavam que era só uma fase, mas sempre me incentivaram. Mas não era só uma fase, não”, brinca. Lívia garante que também não sofreu preconceitos, mas lembra de uma apresentação em Mogi Mirim, também como integrante da Sweethearts, em que ouviram integrantes de uma banda totalmente masculina dizendo que não iriam tocar antes de “uma banda de mulher”. “Desse comentário, apenas rimos. Em geral, as pessoas elogiam, consideram algo curioso e a recepção é muito positiva”. A fotógrafa Kryslayne de Souza Freitas, 27, também fez parte da Sweethearts ao lado de Lívia e Camilla. O grupo contava ainda com a guitarrista RaphaelaBonatti. Ela lembra que seu envolvimento com a música começou em 2003 com o convite da irmã, a DJ Kaylayne de Souza Freitas, para fazerem

juntas aulas de violão. “Começamos a ir, mas ela parou. Eu continuei e tomei gosto. Ficava no quarto ouvindo algunas bandas e tirando as notas de ouvido. A partir disso comecei a participar de bandas, e desde então nunca mais fiquei sem um projeto ligado à música”, lembra. O encontro de Camilla, Lívia e Krys na Sweethearts ocorreu depois que as três já haviam passados por outros grupos, como NeverDolls e Little Cherry, por exemplo. Krys, que inicialmente tocava guitarra, migrou para o contrabaixo. Assim como Camilla, Krys não descarta a hipótese de viver profissionalmente da música. “Eu quero algo maior, sim, na música. Mas vivo essa dualidade entre a música e a fotografia. Já pensei em estudar em conservatório, mas não consegui conciliar com o trabalho. É mais uma questão de momento. A ideia é manter essas duas carreiras, e quanto mais puder tocar profissionalmente, melhor”, enfatiza. Profissionalismo, inclusive, que a baixista reforçou durante

sua estadia na Boneca de Cera, um dos grupos mais consolidados da região e que também concentra três mulheres em sua formação com quatro integrantes. Krys também afirma que sempre foi muito bem recepcionada no meio musical, e mais precisamente no universo do rock. “Nunca senti essas dificuldades, mesmo nas bandas que tive com homens, a recepção sempre foi boa”, destaca. As três não titubeiam quando questionadas sobre a possibilidade de inspirarem outras garotas a debutarem na música, independente de ter ou não objetivos profissionais. “Quem tiver vontade, fale com os pais e vá fazer aulas, aprender. É, antes de tudo, uma grande diversão”, enfatiza Lívia. “A música faz bem para a alma, a gente conhece um monte de gente, cria uma grade família. O importante é não desistir”, indica Camilla. “Quanto ao rock, é uma coisa profunda e transformadora pra mim. Se as pessoas o explorarem mais podem encontrar muitas respostas”, conclui Krys. Divulgação

Thais em ação com a 70 & Tal

A VOZ QUE INSPIRA!

A

lém da atuação na Lady Prozac, Krys e Lívia também integram, atualmente, o grupo 70 & Tal, voltado à interpretação de grandes nomes do rock nacional e internacional. Na banda, além delas, também atuam o guitarrista Arian Zago Nogueira e a vocalista Thais Maragno de Oliveira. Aos 37 anos, a moradora de Mogi Guaçu divide a paixão pela música com a profissão de cabeleireira e é conhecida por sua voz marcante e inspiração em nada menos que Janis Joplin. “Ela foi pra mim, e talvez para o mundo, a maior das referências femininas nesse universo até hoje dominado por homens. Janis quebrou barreiras, superou preconceitos e marcou pra sempre a história do rock. Muitas outras vieram antes e depois, igualmente grandiosas, Billie Holiday, Etta James, Aretha Franklin, Joan Baez, Nina Simone, as meninas do Heart e The Runaways, e a nossa incrível Rita Lee, entre tantas e tantas outras que fizeram e fazem a diferença com muito

talento, mostrando que rock não é coisa só de marmanjo. Elas são parte da história, e com isso cada vez mais mulheres vão se inspirando e ganhando seus espaços. Lugar de mulher é em todo lugar, inclusive no rock”, enfatiza. A carreira musica começou em 199 na banda Dragster, idealizada por um amigo da cantora, o guitarrista e compositor Alexandre Cassiano, o Many. “Era uma banda autoral com letras em português, e eu fazia a segunda voz. Aprendi muito, me encantei e desde então cantar se tornou mina paixão”, comenta. Outros projetos vieram depois da primeira banda, e em determinado momento da década passada ela chegou a “dar um tempo” nos palcos. Até nascer, em 2007, a Blood Mary, banda considerada pioneira no gênero blues/rock em Mogi Guaçu e região. Thais ficou na banda até 2010 e, depois da saída, voltou a marcar presença em alguns projetos e participações especiais em outros grupos. A experiência com a 70 & tal começou em 2013. “Essa banda é meu xodó, é onde es-

tou e desejo estar”, declara. Ao falar sobre possíveis planos profissionais na área musica, a vocalista pondera e afirma que não possui mais as mesmas ambições de outrora. “A realidade do nosso cenário é lamentável. Muita gente boa e pouca gente interessada. Vejo bandas bacanas brigando há tempos por reconhecimento. Honestamente, isso desanima... Mas acredito que tudo pode acontecer, e meu sonho utópico é ouvir rock nas rádios de novo. Mas internet está aí pra isso, e coisa boa não falta. A 70 & Tal tem planos e vamos trabalhar bastante pra que eles aconteçam. E se acontecer eu vou abraçar”, enfatiza. Thais também diz que nunca foi discriminada, mas também sempre cuidou para que seu talento não fosse questionado por ser uma mulher no palco. “Sempre fui muito bem aceita e respeitada, mas sou durona (risos). Sempre me achei capaz e merecedora do meu espaço, me entrego no palco, mas me dedico bastante e procuro fazer sempre o melhor. O resto flui”, finaliza.


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Vagner Sanches/Divulgação

Oficinas de Verão devem entrar para calendário anual de eventos

a r r e c n e a r i L a d n Ba m o c s a n i c fi o e d o l cic a v i t i s o p o ã ç a i l a av Cursos aconteceram durante o mês de janeiro e tiveram grande procura

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Banda Lira Itapirense encerrou, na última quinta-feira (28), o calendário das Oficinas de Verão oferecidas durante todo o mês de janeiro. Na prática, os eventos funcionaram como cursos livres e gratuitos, abertos tanto aos componentes da corporação quanto a músicos em geral. As atividades foram iniciadas no dia 11 e o cronograma foi distribuído em 12 datas que abrangeram instruções teóricas e atividades práticas nas mais diversas áreas musicais. Ao todo, foram 227 inscrições nas oficinas com caráter pedagógico e objetivo de reforçar os conhecimentos dos participantes. A adesão dos participantes superou as expectativas, segundo o maestro e diretor da Banda Lira, Maurício Perina. “Somando esse total a algumas pessoas que apareceram na hora das atividades, acredito que atendemos mais de 250 pessoas. Para uma primeira edição desse tipo de atividade, ficamos muito satisfeitos”, comentou. As Oficinas de Verão reuniram cursos de Teoria e Percepção divididos em três

módulos, com coordenação do próprio Perina; Metais Graves (rotinas de estudos diários), ministrado pelo professor Elvis Fernandes; Percussão (Fundamentos Técnicos e Desenvolvimento Rítmico), com Caio Riberti; Percussão/Musicalização (Batucando com Colheres), com Cícero Lima; Técnica Vocal (Aquecimento, Emissão e Desaquecimento), com Claiton Lima; Saxofones (Técnica de Superagudos), com Jonas Caciano; Violão (Figuras Rítmicas e a Sonoridade no Violão), com Luciano Santos; Flauta Transversal (Estudos de Sonoridade), com Jonas Caciano; Metais Agudos (Fundamentos Básicos e Conceitos Técnicos), com Tiago Rosa, e Clarinete (Prática de Escalas e Articulação), também com Jonas Caciano. Todas as atividades foram abrigadas na própria sede da corporação, na área central do município. De acordo com Perina, as oficinas que mais atraíram participantes foram as de Teoria Musical e Percepção, Técnica Vocal e Percussão/ Musicalização. “Uma coisa muito legal que aconteceu foi a participação de aproximadamente 20 alunos do curso de Pós-Graduação em Educação Musical da UNASP (Universidade Adventista de São Paulo) na Oficina de Percussão, com o tema Batucando com Colheres. Eles

ficaram sabendo, se organizaram e vieram prestigiar. É algo muito bacana e que valoriza nossas atividades”, avaliou Perina. Com o saldo positivo, a ideia é que as Oficinas de Verão passem a integrar o calendário anual de eventos da Banda Lira Itapirense. Em 2015, a centenária corporação fez mais de 100 apresentações. Agora, a corporação já se prepara para retomar os ensaios, no próximo sábado, 6. “Estamos definindo nossa agenda e as expectativas para este ano são muito boas”, concluiu o maestro. SOBRE A BANDA LIRA A Banda Lira Itapirense foi fundada em 10 de abril de 1909, tendo recebido a declaração de Utilidade Pública Municipal em 15 de julho de 1970. Com 106 anos de história, a corporação é considerada uma das mais antigas bandas com atividade ininterrupta no país. Atualmente, a corporação reúne 46 músicos em sua composição sinfônica, que se apresentam sob a batuta do maestro Maurício Perina, diretor artístico da instituição desde 1999. A Banda Lira Itapirense conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Itapira, por meio das secretarias municipais de Cultura e Turismo e de Promoção Social, e com o patrocínio do Cristália Produtos Químicos e

Farmacêuticos, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura do Brasil. As atividades da instituição podem ser acompanhadas pelo site www. bandaliraitapirense.org. br e pela página oficial no Facebook (www.facebook. com/bandaliraitapirense).


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Conclusão de palco no Parque fica para abril

A

s obras de construção de palco fixo no Parque Juca Mulato, em Itapira, voltaram ao cronograma normal, depois de um período de desaceleração ocasionado pela falta de recursos. Com a retomada dos trabalhos em ritmo normal, a construção já começou a tomar corpo – situação bem diferente da verificada em novembro, por exemplo, quando tudo estava ainda no alicerce – apesar das obras terem começado em maio passado. Caso não ocorram novos atrasos, a previsão

é que obra seja entregue em abril, segundo apurado junto à Secretaria Municipal de Obras e Planejamento. A previsão original era de que o palco ficasse pronto em janeiro deste ano. Em novembro, a pasta municipal informou que as obras não estavam paradas, mas sim “desaceleradas” em função do atraso nos repasses da verba pelo Governo Federal. Com a retomada dos trabalhos, o titular da pasta, José Armando Mantuan, confirmou que a situação foi regularizada. Ao menos por enquanto. “Rece-

bemos a primeira parcela do repasse, no valor de R$ 125 mil, e agora a obra está caminhando em ritmo normal”, disse. Ao todo, a obra prevê investimento na ordem de R$ 295 mil. A estrutura ocupa parte da antiga quadra poliesportiva do espaço na região central da cidade. O local, que será dotado de camarins e acessibilidade, prevê a realização de shows sem a necessidade de contratação de palcos móveis, bem como a valorização da infra-estrutura turística do Parque Juca Mulato.

O jornalista Humberto Butti, 58, agendou para o próximo dia 19 o lançamento de seu primeiro livro, 'O Menino Magricela de Orelhas Grandes’. A solenidade acontece no Circolo Ítalo-Brasiliano di Itapira, a partir das 19h30. A obra é composta por 93 artigos escritos com base em fatos ocorridos na cidade, principalmente durante a infância do autor, mas também em outros períodos de sua vida. “O leitor irá encontrar detalhes que chamam a atenção por tratarem de recordações

que envolvem pessoas e lugares. Com certeza suas páginas trazem emoção e recordação de um tempo que não existe mais”, comenta Butti. O título faz referência à figura do autor na infância – um menino magricela e com orelhas avantajadas. “Na maioria dos artigos eu me chamo assim. Aí decidi usar como título”, enfatiza o autor. A obra com 216 páginas nasceu durante o tempo que o jornalista escrevia e publicava artigos semanais em um jornal de Itapira. “Muitas pessoas me

Fernando Pineccio/Megaphone

Obras voltaram a acontecer no Parque Juca Mulato

Jornalista lança obra com compilação de artigos

Uma ação coletiva pela Voz Popular

diziam para escrever um livro. Decidi realizar esse sonho agora, cinco anos desde que a ideia nasceu”, conta. O livro sai pela Editora Art Expressa. Cada exemplar será vendido por R$ 35,00. No dia do lançamento, Butti receberá os leitores e autografará cada obra adquirida. Depois, o livro poderá ser adquirido na Banda da Estação e em outros locais da cidade, bem como no site da www. artexpressa.com.br. O Circolo fica na Praça Bernardino de Campos, 165, no Centro.

Reprodução e Divulgação

Livro de Humberto Butti será lançado em Itapira

Os bambas que adoeceram do pé e o poeta ruim da cabeça por Ricardo Pecego

por Jéssica Rosa e Aline Fernanda Longo

É com prazer que abrimos esta primeira coluna, no entanto é com preocupação, e com grande vontade de agir que trazemos as seguintes manchetes para o leitor: 56 travestis foram mortas no Brasil até o dia 26 de janeiro. De 2016. Menino de seis anos que gostava de lavar louça é agredido até a morte pelo pai. Lésbica sofre estupro “corretivo” (seja lá o que isso seja). As mulheres continuam a ganhar menos que os homens. E os casos de estupro não param. A violência doméstica também não. “Falar de transexuais na universidade é falar de ausências”. Para inserir-se no mercado de trabalho é preciso esconder sua sexualidade. Todas essas manchetes estão aí, dando um soco na boca do estômago de quem não se conforma com a crueldade contra o ser humano, que tomamos aqui por sociedade conservadora. Nas escolas, meninos que brincam com meninas são afeminados e meninas que brincam com menino são “molecas” e não crianças gozando de seus direitos de brincar. Nas famílias falar de sexualidade e opção sexual muitas vezes é falar de uma doença e não de amor. É urgente a necessidade do empoderamento contra um sistema dito tradicional, que estupra, mata e oprime. Para tanto, invocamos a tradição. Sim, porque tradição é uma palavra linda. “Eu invoco a tradição dos meus ancestrais que lutaram. É na luta e na resistência que eu me encontro. E é nela que eu vou me rebelar contra meu sofrimento”. Porque sofremos a cada vez que o(a) oprimido(a) morrem. Sofremos porque é um intelectual a menos. Ou uma atriz, uma dançarina, ou um dançarino. Sofremos quando vemos amigos gays, trans e cis, sendo espancados, desmoralizados. Cada vez que uma mulher sofre um abuso, é como se fossemos abusadas. É como se estivessem tirando de nós a vontade de viver. Sabemos que existem no mínimo sete identidades de gênero, que não cabe a nós defini-las, não neste momento, No entanto, é preciso que essas identidades venham a público, que deixem de serem paradigmas para serem apenas seres humanos. Para que seja visto o amor! Nós estamos perdendo uma geração inteira de pessoas que poderiam ser muitas coisas. Ou poderiam ter sido “nada”. Mas que, ao menos, poderiam ter sido felizes

ou apenas tratadas como seres humanos. E a perda de felicidade em um mundo como o nosso, em uma cidade como a nossa, que está em 1º lugar no ranking da região em condições de se viver, não podemos suportar caladas nenhuma forma de dor que atinja outro ser humano e que possamos evitar. É nossa responsabilidade ética, como mulheres que somos, não adequadas aos padrões de heteronormatividade, que lutemos contra o verdadeiro genocídio que ocorre contra as pessoas transexuais nesse país. É nosso dever não nos calarmos perante tanto sofrimento. Podem calar essas vozes, mas não podem calar as palavras que estamos escrevendo agora. Não podem tirar-nos, o direito de ocupar a praça pública e de gritar, de cantar, de conversar, de expor, de discutir, problematizar e superar paradigmas. Não podem tirar-nos tirar o direito de declamar poesia. De beijar. De amar. De ir e vir. De sorrir e ser feliz. Não podem apagar o amor que sentimos. É por isso que não desistimos e resistimos nesses dois anos com os coletivos Voz Popular e Por trás da Rotina Itapirense. É por isso que o Sarau e a ação coletiva mostram-se forte, existem, resistem. E é por isso que eles vão continuar existindo. O Coletivo Voz Popular surgiu da união de diversas pessoas interessadas em arte, cultura e política, adeptas a um pensamento de esquerda, preocupadas com a situação municipal e querendo agir, sem ligação com partidos ou secretarias. A união com o Coletivo Por trás da Rotina Itapirense e com o Sarau começou em novembro 2014, com o Sarau do Dia da Consciência Negra, o qual contou com as mais diversas apresentações artísticas e encheu a praça de gente, alegria, boas energias e reflexão. O Coletivo Por Trás da Rotina Itapirense nasceu também de uma união de pessoas cujos seus interesses são comuns: a arte e a livre expressão, tendo por objetivo utilizar da arte para a problematização de temas relevantes para a sociedade.O primeiro Sarau da Pluralidade de Gênero acontecerá no dia 19 de março e vai contar com as mais diversas expressões artísticas. Traga sua arte e suas ideias. E jamais desista de amar, de ser quem é. E orgulhe-se. Você é especial!

Jéssica Rosa, 19, é estudante de História na Unicamp, membro do Coletivo Voz Popular/Por Trás da Rotina Itapirense. Aline Fernanda Longo, 22, é formada em História e mestranda em Educação pela PUC Campinas, membro do Coletivo Voz Popular/Por Trás da Rotina Itapirense.

Aqui do camarote da minha vida, eu assisto a decadência do carnaval, enquanto manifestação festiva popular, e lamento sua adequação ao sistema econômico. Claro que ao remontar a origem da algazarra toda, sabemos que até o próprio Cartola fora integrante de blocos de arruaceiros antes da fundação da Estação Primeira, e isso ainda coloca boa parte da sociedade a marginalizar os festejos. Entre os anos 30 e meadosdos anos 60 tudo ia bem, as comunidades viviam o samba, o trabalho de preparação do carnaval era artesanal, coletivo, de pura dedicação e amor à escola que representavam, claro que já com apoio dos bicheiros locais ali no Rio de Janeiro. Aliás, com o envolvimento dos bicheiros, as escolas se consagraram grandes, e o carnaval começa a se tornar um jogo de vaidades entre esses financiadores, que nada tinham de bamba, mas eram cheios da grana (perdoe a rima). Com a segregação cultural que aconteceu em nossa vida durante a Ditadura Militar, e a morte dos grandes bambas nos anos 80, uma nova geração de sambistas compositores surgiu e foi evidente a perda da qualidade das letras e dos ritmistas do samba, compensando estes detalhes com carros alegóricos cada vez mais opulentos e tecnológicos. A figura do carnavalesco passou a ser a principal dentro do barracão, não importando se o samba defenderia uma ditadura, ou uma personalidade totalmente inescrupulosa. O importante é ter brilho, tetas (sem ser vulgar) e uma rainha de bateria de novela. Essa decadência cultural enorme afasta o carnaval da sua comunidade, pois cada vez mais se vendem fantasias para os gringos que, com sua chegada, atraíram também os brasileiros, que por um status inconsciente também passaram a gostar de desfilar. Existe aí uma ruptura, uma desconexão com a comunidade, que é um problemão para os dirigentes das escolas de samba. Nunca se gastou tanto com carnavais. O sambódromo de São Paulo, por exemplo, dá prejuízo todos os anos para manutenção de sua estrutura. As prefeituras passaram a repassar montantes cada vez maiores de dinheiro para que as escolas de samba garantam o luxo dos desfiles. No efeito cascata, que o próprio capitalismo insiste em moldar na nossa sociedade, cidades menores passaram a desejar desfiles nos moldes do circuito Rio/Sampa, com carros alegóricos e tudo mais. As cidades que seguiram por esse modelo hoje detêm uma comunidade carnavalesca deteriorada e uma perda da tradição local e do engajamento. Algumas cidades como São Luís do Paraitinga, por exemplo, ainda oferecem aos foliões a experiência dos bailes de rua de antigamente, com repertório, que passa longe das músicas da Anitta. Lá, além de uma cadeia produtiva ampla, com o devido respeito à tradição, o carnaval alegra, transforma e aquece a economia local. É mais que urgente realçar e de novo valorizar a nossa cultura de raiz, e desta forma poder responder à altura ao senhor Chico Buarque, que em seu mais recente documentário afirma que o Funk e o Sertanejo Universitário são frutos de uma sociedade que se mostra melhor economicamente, e que esses são os estilos que a classe, antes oprimida economicamente,

elegeu. E seu domínio (dada a quantidade de pessoas das massas mais pobres) perdurará e muito no Brasil, que é cada vez menos desigual, economicamente falando. Quando eu escuto isso, sinto até o mau cheiro que estas palavras exalam, mesmo vindo de um artista ao qual tenho todos os discos, e amplo respeito pela obra. Questiono inclusive a ética, que faz com que alguém deste calibre, engesse a produção cultural à economia! A produção artística pode movimentar valores, gerar empregos e uma cadeia produtiva, que alavanque por algum aspecto a economia, mas de forma nenhuma podemos aceitar, que se empodere a economia como força motriz de criação artística. Esse efeito “Esquenta Regina Casé” é no meu ponto de vista nocivo e proposital, criando pelos meios de mídia, uma identidade que gerações acreditam serem as suas próprias, tornando a música, um balaio de bizarrices, que as pessoas assistem nos canais de televisão, criticam de seus sofás e aguardam a próxima atração, como se não tivesse outra opção, a não ser sujeitar-se. No documentário ele diz que a produção cultural, da qual ele e seus contemporâneos se inspiraram não representava a sociedade brasileira, era um tempo ruim o da Bossa Nova, em comparação ao nosso atual. Chico não percebeu que apesar dos pesares, e das disparidades econômicas monumentais dos anos 60 - quando ele estourou - essa geração lotava os festivais da canção (que aconteciam em diversos locais do Brasil), respeitava a diversidade da nossa música e foi movida por elas em seu protesto. Inclusive as letras eram metaforizadas ao máximo, para passar na censura, entoando-as nas ruas, nos campos, nas plateias como hinos. Hoje um refrão com mais de dois substantivos é Rock Progressivo! Tanto ele, Tom Zé, Caetano, Milton, Edu Lobo, Vandré, Belchior entre outros, criaram um tempo ótimo para a música, vide que muitos ali foram exilados, justamente para dificultar a difusão de sua arte, e facilitar a aproximação e coroação do “rei” e seus pupilos, com suas músicas americanas traduzidas nas coxas. Nosso Moreira da Silva pareceter previsto isso quando cria em 62 seu personagem (Kid Moringueira), parodiando a americanização da cultura brasileira (famoso movimento “the american way”, ou “jeito americano”). Por isso meu texto, meu grito, minha indignação de relegar ao poderio econômico a responsabilidade e a capacidade da manipulação da cultura, seja através da música, ou das festividades como o carnaval. Poder econômico não garante cultura. Observem o exemplo dos Reizados, que acontecem ano após ano, sem glamour, mas com amor. Quando em Pernambuco, alguns fazendeiros tentaram proibir a realização das Folias (cerca de dois anos atrás), aconteceram mobilizações pontuais, que foram eficazes para que essa arbitrariedade não fosse posteriormente sistematizada, “cronogramatizada” e oficializada pelo poder público, assim como hoje o carnaval das cidades que citei, quase sem tradição, engajamento e carinho para seu desenvolvimento. Espero que em Alvoradas vindouras, possamos descrever um cenário como Cartola (negro e favelado) tão bem o fez.

Ricardo Pecego, 38, é produtor cultural, aspirante a esteta e acha que o mundo, inclusive o Brasil, ainda tem jeito.


Edição Quinzenal | 4 de fevereiro de 2016 | Página 8

Leo Santos/Megaphone

anorama

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Banda do Nheco faz o iã g e r a n s le fi s e d o tr a u q

A

Banda do Nheco-Vai, Nheco-Fica faz quatro desfiles neste carnaval. O tadicional e divertido grupo itapirense se apresenta Serra Negra, no sábado (6); Águas de Lindóia, no domingo (7); e Monte Alegre do Sul, na segunda-feira, (8); antes de aportar em Itapira na terça-feira (9). Com o carnaval reduzido em sua “terra natal”, a trupe do Nheco sabe que a responsabilidade deverá ser ainda maior. “Sabemos que a maior expectativa está em cima da Banda do Nheco. Estamos preparando tudo com muito carinho para fazer um grande e animado desfile”, comentou o presidente da

agremiação, Alessandro Ninci. Sem revelar quais serão as principais novidades deste ano, o presidente adiantou que o público pode esperar por novas brincadeiras e muita interação, principalmente com as crianças. “Convidamos a todos, principalmente as crianças e seus avós, que sempre se divertem muito também. Os mais velhos também viram criança. Esperamos todos juntos para dar um chute nessa crise e esquecer um pouco dos problemas”, frisou Ninci. Assuntos recentes de grande repercussão, como um caso de traição cujo flagrante, em vídeo, viralizou na internet, é um dos alvos do grupo. O humor crítico

também está presente, com críticas a figuras do ambiente político brasileiro – Dilma e Lula, obviamente, não vão escapar. “Tomara que o tempo nos ajude. Nós vamos para a avenida, mesmo com chuva, mas o público geralmente não vai. Então torcemos para que o tempo esteja bom e todos se divirtam”, ponderou Ninci. O desfile no município tem previsão de início para 21h00.

RETORNO Também tradicional e muito aguardada na região, a Banda do Nheco volta a desfilar em Serra Negra quase 20 anos depois da primeira e única aparição na estância turística, no fim dos anos 1990.

Roda de Samba e Choro garante a ‘ressaca do carnaval’ em Mogi Guaçu Rodrigo Peguin/Agência Kinkan

Evento acontece mensalmente em Mogi Guaçu

A tradicional Roda de Samba e Choro de Mogi Guaçu confirmou nova edição para o dia 14 de fevereiro. Desta vez, o evento celebra a “ressaca de carnaval” com o repertório repleto de clássicos do samba e do choro. O evento acontece a partir das 10h00 na Praça Duque de Caxias, atrás da antiga estação ferroviária da Avenida dos Trabalhadores, região central da cidade. As

atividades são gratuitas e abertas ao público. O evento é conhecido pela alegria e descontração, com público que costuma concentrar famílias inteiras, com crianças, jovens e até idosos que não resistem e caem na folia. O som fica por conta do Grupo da Estação, formado pelos músicos Maurício Perina e Gilmar Bueno, mais o professor Jonas Caciano nos instrumentos de sopro. Nas

cordas, José Roberto Vital e Henrique Perina. Deilson Martins solta o vozeirão enquanto que a percussão conta com Diogo Henrique Gomes, Carlinhos Batera e Régis Leandro. A organização pede que o público contribua com a limpeza do local, levando sacolas para armazenar os resíduos gerados durante o evento. O evento tem o apoio da Agência Kinkan.

Tradicional grupo volta a distribuir alegria na região

“Já saímos em Serra negra há muito tempo e agora é uma novidade, até pelo fato de que as gerações mudam. Nossa expectativa é a melhor, em Águas de Lindóia e em Monte Alegre do Sul já temos um nome, temos um grande público que nos aguarda entre a população e turistas. Em Serra Negra também queremos fixar nossa bandeira, passar a desfilar todo ano”, comentou o vice-presidente do Nheco, Devaldo Cescon. De acordo com ele, em todos os desfiles o grupo vai à rua com aproximadamente 70 componentes. A logística envolve um ônibus que transporta os integrantes além de quatro caminhões, sendo dois guinchos-plataforma. Para ele,

os membros da banda também estão ansiosos pelo retorno à passarela – já que no ano passado desfilaram somente em Águas de Lindóia devido aos cancelamentos dos carnavais em Itapira e em Monte Alegre. Em média, as apresentações deste ano terão quase duas horas de duração. “Para Itapira, queremos fazer o mesmo que já fazemos, atraindo o maior público do carnaval na terça-feira. Vamos desfilar mais cedo e teremos mais tempo para brincar com todos. Aqui é a nossa terra e sempre fazemos questão de desfilar aqui. Estamos todos muito motivados para fazer uma festa muito bonita”, avisou Cescon.

Carnaval terá programação reduzida em Itapira A Prefeitura divulgou a programação de carnaval em Itapira, confirmando a realização de dois dias de atividades carnavalescas, conforme já antecipado pelo Megaphone na edição anterior. Segundo nota da assessoria de imprensa da administração, todas as atividades acontecerão na quadra do Parque Juca Mulato, na região central da cidade. Neste ano, o carnaval acontece entre os dias 6 e 9 de fevereiro. A programação em Itapira será nos dias 7 e 9 – domingo e terça-feira. Nos dois dias, blocos carnavalescos se apresentarão entre 16h00 e 23h00. Os confirmados, por enquanto, são as agremiações Bob Marley, Scahrfone e Interact Club. Segundo a Prefeitura, foram convidadas todas as equipes que disputam, atualmente, a 42ª edição dos Jogos de Verão de Itapira. A Prefeitura também disse que nos dois dias haverá apresentações da banda Sky e da cantora Carol Marques. Também no domingo e na segunda-feira, a escola Império do Samba fará apresentações, em formato reduzido, entre 17h00 e 18h00. Na terça-feira, as atividades de blocos e escolas acontecerão até 20h30. Em seguida, acontecerá o desfile da Banda do Nheco Vai-Nheco Fica, com trajeto compreendido entre as ruas Rui Barbosa, Ribeiro de Barros e Campos Salles, no entorno do parque. A Prefeitura informou ainda que no interior do parque serão instalados banheiros químicos e tendas. Na área externa haverá praça de alimentação. Todas as atividades são gratuitas. Outras informações devem ser buscadas junto à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo pelos telefones (19) 3813-2010 e 3813-1090.


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