Megaphone Cultural #45

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Distribuição Gratuita

Megaph Cultne ural Ano V – Nº 45 – Edição Quinzenal 18 de fevereiro de 2016

Bob Marley ganha tributo em Mogi Guaçu

O

Profeta Pub Rock, em Mogi Guaçu, abre suas portas nesta sexta-feira (19) para mais uma festa da Doce Amargo Produções. Batizado de Roots & Rocks, o evento reverencia a obra do rei do reggae Bob Marley. A son-

zeira ao vivo fica por conta da banda One Love – Marley Project, enquanto o DJ Mouse detona nas pick-ups. Os ingressos antecipados ainda estão à venda com valores promocionais, já que na portaria o preço sobe. Página 3

História

Visibilidade

Exposição relembra assassinato de Joaquim Firmino em Itapira

Sarau Cultural aborda temática LGBT em março

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Jornalista lança livro com artigos repletos de nostalgia O jornalista itapirense Humberto Butti, 58, lança nesta sexta-feira (19), seu primeiro livro, batizado de ‘O Menino Magricela de Orelhas Grandes’. O título faz referência à figura física do autor na infância, personagem que passeia pela maioria dos artigos inseridos na obra. O lançamento está marcado para as 19h30, na sede do Circolo Ítalo-Brasiliano XV

de Novembro, na Praça Bernardino de Campos. Em mais de 200 páginas, a obra reúne textos escritos pelo jornalista e que remetem a tempos passados do município, abrangendo fatos, pessoas e lugares que despertam boas recordações. Na noite de lançamento, o autor autografará as obras adquiridas pelos presentes. A entrada é fraca. Página 5

Batemos um papo com o músico e radialista Vitão Bonesso Página 2

Jovem de Itapira cursará Licenciatura em Música Aluna da Casa das Artes há oito anos, a estudante itapirense Laura Helena Campanini, 18, passou no vestibular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), onde cursará Licenciatura em Música. A boa nova chegou no último dia 12 e as aulas já começam no próximo dia 28. Apaixonada por violoncelo, Laura pretende seguir carreira como musicista profissional, possivelmente em uma orquestra.

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Cultuado

Mostra de Tim Burton está aberta em SP Página 6

Confraternização

Banda Lira promove Sarau Página 4


www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 18 de fevereiro de 2016 | Página 2

Editorial

Pelo real fomento cultural

N

o começo deste mês, o TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou determinação que proíbe eventos culturais com potencial lucrativo de receber incentivos fiscais por meio da Lei Rouanet. Ainda cabe recurso da decisão que, na prática, pretende vetar a renúncia fiscal em privilégio de eventos de grande porte, como o Rock in Rio, que em 2011, por exemplo, captou R$ 6 milhões junto a empresas patrocinadoras que puderam abater 30% do valor do Imposto de Renda. Em alguns casos, o percentual de desconto pode chegar até a 100%. A determinação, contudo, ainda não entrou em vigor, motivo pelo qual, nesta semana, o Ministério da Cultura deu mostras de que, ao menos por enquanto, pretende continuar aprovando projetos capazes de se sustentar sozinhos. Caso R$ 356 mil (o pedido

Quando e como o rock entrou na sua vida? Vitão Bonesso: Bem cedo... Eu devia ter uns 4 ou 5 anos. Meu pai gostava de Johnny Rivers, The Ventures, e claro, dos Beatles, e eu fui pegando carona em tudo que ele ouvia. A coisa ficou ainda mais forte na festa de meu aniversário de 5 anos, em julho de 1966, quando meu pai chamou uma banda de garotas para se apresentar. De cara me apaixonei pela bateria e de lá pra cá já se vão cinco décadas... Como você começou a trabalhar com rádio? Vitão: O rádio começou em meados de 1982, quando eu ouvia meio por cima a programação da 97 FM, de Santo André. Eu achava tosco demais aquilo, era tudo mal feito, até que em 1986 eu me mudei para bem próximo da emissora, comecei a visitar o estúdio e conhecer todo mundo de lá. Eles, é claro, me adoraram, pois eu sempre tinha em mãos as ultimas novidades, que acabavam indo para a programação da rádio. Aos poucos fui ajudando a rádio em especiais de final de semana, até que em novembro de 1988 me ofereceram um horário para fazer um programa, que viria ser o Backstage. Você hoje mantém um programa na rádio Kiss FM e uma web radio, ambos chamados Backstage. Começando pelo programa, como ele funciona? Vitão: Muita coisa foi mudando ao longo dos anos. O rádio sofreu um solavanco e tanto com a chegada da internet e eu fui me encaixando na realidade do momento. Mesmo sendo meio tradicionalista em certos aspectos, não teve jeito, tive que me virar. Atualmente o Backstage tem algo de 'cult', continua sendo referência entre os velhos e os novos ouvintes, graças também à curiosidade dos ouvintes em querer saber o que o Kerry King

TRABALHANDO A CREDIBILIDADE

Pri Secco/Divulgação

itão Bonesso é provavelmente o radialista especializado em rock que há mais tempo está no ar. Hoje comandando um programa e uma web radio chamados ‘Backstage’, Vitão não pensa duas vezes para explicar como consegue se manter no ar em uma época em que a internet acabou com o ineditismo no mundo da música: “A credibilidade”. Dessa forma, ele está há dez anos à frente da rádio e apresenta o programa na rádio Kiss FM (transmitida para a região pela frequência 107,9) aos domingos à noite. Além disso, ele ainda encontra tempo para comandar as baquetas da principal banda em tributo ao Black Sabbath, o Electric Funeral. Direto, divertido, polêmico, sincero. Com a palavra, Vitão Bonesso.

absorvê-las – utilizando recursos que poderiam financiar milhares de outros projetos de real fomento à cultura. Na decisão do TCU, o ministro Augusto Sherman, relator do processo, diz que não consegue “vislumbrar interesse público a justificar a renúncia de R$ 2 milhões da receita do IR em benefício da realização de um projeto com altíssimo potencial lucrativo como o Rock in Rio”. É um importante passo para acabar com esse tipo de coisa que agora assistimos novamente através do projeto de Claudia Leitte. Porém, é mais que urgente que a discussão entre na pauta nacional e as determinações sejam realmente instituídas e acatadas, não só pelo Ministério da Cultura, mas também por secretarias estaduais e municipais que subsidiam projetos via leis de incentivo. Afinal, em tese, o objetivo desses mecanismos é fomentar, e não reforçar.

VITÃO BONESSO

ouvia quando era adolescente, querendo saber sobre Thin Lizzy, Dust, Armageddon, Budgie, essas coisas. E a rádio Backstage, como é? Todo mundo tem espaço lá? Se uma banda nova e independente quiser tocar lá, o que deve fazer? Vitão: A Rádio Backstage esta completando dez anos dia 13 de fevereiro. Foi a forma de eu ficar 'no ar', quando deixei a Brasil 2000 em janeiro de 2006. Então, a Rádio Backstage é o programa, só que com 24 horas no ar. Lá você encontra tudo que precisa em se tratando de Heavy Rock. Na programação tem os novos de Megadeth, Slayer, Anthrax etc., assim como Sweet, Slade, Grand Funk Railroad, Nazareth e por aí vai. Sobre as bandas novas e independentes, o Metal nacional tem espaço, inclusive divulgando de uma forma mais forte, com exibição de banners e a inclusão do programa Backstage nesse esquema de promoção. É claro que isso tem um custo, mas garanto que é bem em conta e tem retorno bem satisfatório. Uma prática que deve remontar ao tempo dos fenícios em se tratando de rádio é o famoso jabá (o empresário, a gravadora ou o próprio artista pagar para ter sua música veiculada na emissora). Como você se posiciona em relação a isso? Já recebeu alguma proposta indecorosa para tocar alguma coisa? Vitão: Nunca fiz parte do esquema do jabá! As pessoas acham que o jabá era um dinheirinho que o artista dava aos programadores e diretores artísticos das emissoras. A coisa era

Vitão Bonesso concentra larga experiência no radialismo e no Rock das gravadoras. O divulgador chegava na rádio todo feliz: 'Olha, Vitão, eu tenho aqui o novo do Van Halen, estou trazendo pra você em primeira mão, ninguém tem, blá blá blá...' Eu caia na gargalhada e mostrava o 'play list' do programa: eu já tinha tocado não só a música 'nova', como boa parte do álbum. Os caras ficavam muito putos (risos). Hoje o tal do jabá já era. A internet mudou tudo, as gravadoras que tinham

ce de um programa de rádio voltado ao rock era tocar algum lançamento antes dos concorrentes. Hoje, é óbvio, isso acabou por conta da disseminação dos discos via internet, seja de forma legal ou não. Qual passou a ser o grande atrativo de um programa de rádio agora que o ineditismo acabou? Vitão: O grande trunfo do Backstage foi a credibilidade. Sempre trabalhei isso. Ser hones-

Vitão e Vinny Appice, ex-baterista do Black Sabbath e do Dio

bem mais vultosa. As rádios que estavam numa posição melhor no ibope, é claro, recebiam uma verba mais gorda. Comigo nunca teve nada disso. Inclusive, eu sempre fui uma pedra no sapato

Maiden junto com o Janick Gers e o Dave Murray também foi do além. Um programa em especial foi maravilhoso: foi quando o baterista do Deep Purple, Ian Paice, esteve no programa. O cara ficou lá duas horas escolhendo sons e comentando cada um deles. A festa de aniversário de sete anos do programa com a presença de todos os músicos do Manowar contando histórias hilárias... Tem muitos momentos e pouco espaço pra contar. Você também é baterista. Como e por que começou a tocar? Vitão: Comecei a batucar nas coisas justamente depois daquela festa de aniversário que comentei. Eu tinha 5 anos e a bateria foi fazendo parte da minha vida cada vez mais, decorando todas as viradas do Ringo Starr, depois passando para John Bonham, Ian Paice, Neil Peart... Até que em 1975 ganhei meu primeiro kit da marca Pinguim, de segunda mão.

Reprodução/Arquivo Pessoal

V

Por Tony Monteiro

inicial foi de R$ 540 mil) aprovados para captação pela empresa que administra a carreira da cantora Claudia Leitte. A grana deverá custear o livro assinado pela cantora, que segundo o parecer do MinC, “trata-se de uma obra de cunho jornalístico, com entrevista com a artista não só sobre a sua trajetória, mas também impressões sobre o cenário da música nacional e estrangeira” e que, por isso, “a obra gera impacto cultural positivo”. Enquanto isso, escritores independentes, companhias de teatro, pequenas editoras, músicos e iniciativas como esta, do Megaphone Cultural, trabalham às duras penas para fazerem seus materiais, para produzir e colocar na rua os objetos de suas paixões misturadas com ofício. É desmotivador, mesmo, ver grandes eventos e artistas com viabilidade econômica suficiente para custear suas obras – e com demanda de público para

que se posicionar de uma forma mais severa frente a isso não se mexeram o suficiente e o resultado está aí: todas se arrastando... Antigamente, o grande lan-

to ao ponto de tocar um som que eu não gosto e eu mesmo dizer: 'Isso é ruim pra cacete.' Mas por ser um lançamento e eu ter respeito pelo meu público, lá está o programa mostrando. A questão

do fim do ineditismo me fez procurar outras formas de fazer o Backstage ser atrativo e aí vem aquele fator credibilidade. Você tocar o que muitos já baixaram, mas dar seu parecer. Você sabe tanto quanto eu que ao longo dos anos nos tornamos formadores de opinião e esse é outro aspecto relevante no programa. Por fim, ele continua dando uma audiência espantosa, num horário que na maioria das grades de várias emissoras é considerado um mico - ou você acha que eu estou no ar por causa dos meus olhos verdes? (risos) Por falar em mico, qual foi o maior que você passou ao vivo em um programa de rádio? Vitão: Cara, já rolou desde uma vontade monstro de mandar um fax pro rio Tietê, uma garrafa d'água cair em cima da mesa de som, comentar alguma coisa no ar achando que o microfone estivesse desligado, ou mesmo sabendo mesmo que ele estava ligado. Por exemplo, na semana do impeachment do Fernando Collor, eu soltei no ar: 'Quer saber? Esse pamonha do Collor só fez uma coisa de interessante: tentar comer a gostosa da cunhada dele'. Tomei uma 'carcada' enorme da direção da rádio, já que os donos eram 'colloridos' (risos). E qual foi sua maior emoção apresentando um programa? Vitão: Várias... Muitas! Ter o Bruce Dickinson ao vivo no estúdio junto com o guitarrista dele, o Alex Dickson, fazendo uma hora direto de acústico, ali do meu lado, foi sensacional. Lançar The X Factor e Virtual XI do Iron

Você mantém o Electric Funeral, banda que presta tributo ao Black Sabbath. Como surgiu a ideia de montar essa banda? E por que Black Sabbath, já que, pelo que sei, sua banda favorita é Beatles? Vitão: A história do Electric Funeral começou em setembro de 1988, quando eu estava me apresentando com uma banda no Black Jack Bar. Era tradição ao final de cada apresentação rolar uma jam com os músicos da plateia. Naquela noite toquei com Edu Ardanuy, Cachorrão e Hélcio Aguirra. Tocamos alguma coisa do Sabbath e combinamos de armar uma banda tributo. Assim, nos juntamos ao baixista Renê Seabra e ao vocalista Cris Skepis e estreamos no dia 17 de novembro de 1988. No dia seguinte, o Backstage estreava na 97 FM... Que semana hein?! Porque Sabbath? Todos amavam a banda e o Bill Ward, assim como o Vinny Appice, fazem parte das minhas influências. Nossos ídolos estão morrendo. Muito em breve, poucos deles estarão por aí e praticamente todos aposentados. O que vai ser do rock quando isso acontecer? Você identifica alguém ou alguma cena que possa preencher essa lacuna? Vitão: Complicado, meu caro... Nós que estamos aí com pouco mais de 50 anos até nos conformamos, pois curtimos cada um desses heróis que estão partindo nos tempos em que eles tinham seus 25, 30 anos. Já a molecada que está aí com 20 ou 30 anos sente muito também, pois a produtividade desses grandes músicos chegou ao fim e só nos resta reverenciar todo um legado deixado por cada um deles. Eu me sinto triste, mas muito agradecido por tantos ensinamentos que me foi passado por esses caras. Mas é a vida... ou a morte.

Antonio Carlos Monteiro é guitarrista, jornalista e crítico de música. Atua como redator na Revista Roadie Crew e colabora com o Megaphone Cultural.

Expediente Megaphone Cultural Textos: Fernando Pineccio*

Impressão: Jornal Tribuna de Itapira

Vendas: Alexandre Battaglini (9.9836.4851)

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Projeto Gráfico: Cássio Rottuli (9.9946.9027) Cidade-sede: Itapira/SP

PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO

ITAPIRA

Circulação na Baixa Mogiana e Circuito das Águas imprensa@portalmegaphone.com.br

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O Jornal Megaphone Cultural circula quinzenalmente. A distribuição é gratuita e você pode retirar o seu exemplar em alguns postos fixos nas cidades de Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu:

Banca Estação | Praça João Sarkis Filho – Centro / Banca da Praça | Praça Bernardino de Campos – Centro / Banca Santa Cruz | Rua da Saudade – Santa Cruz / Banca Bela Vista | Praça da Bíblia - Santa Cruz / Jazz Café |Rua José Bonifácio, 365 – Shopping Sarkis / Mil Mídias |Rua 24 de Outubro, 166 - Centro / Costa Maneira|Rua Alfredo Pujol, 190 - Centro / Luli Padaria Caseira | Avenida Paoletti, 93 – Santa Cruz / Center Supri  Rua José Bonifácio, 194 – Centro – 3863-0972

MOGI MIRIM

Bancas do Sardinha | Praça Rui Barbosa (Centro) e Rua Pedro Botesi (Tucura) / School Skate Store | Rua Padre Roque, 284 - Sala I - Centro

MOGI GUAÇU

Choperia Tradição | Avenida Luiz Gonzada de Amoedo Campos, 31 – Planalto Verde / Disco Tem | Avenida Nove de Abril, 90 - Centro / Banca da Capela |Praça da Capela - Capela / Woodstock Barbearia & Tattoo  Rua Manacás, 295, Ypê Pinheiros – 9. 9602-2811

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Divulgação

DJ Mouse marca presença no evento

PROGRAME-SE

Agenda dos melhores eventos de 18/02 a 04/03

AGENDAS PATROCINADAS PUBLIQUE SEUS EVENTOS: (19) 9.9836.4851)

O PROFETA PUB ROCK Telefone: (19) 9.8179-8114

Rua: Vereador João da Rocha Franco, 39 - Mogi Guaçu

19/02 - One Love – Marley Project (Roots & Rocks) 20/02 - Heartbreakers (Tributo a Led Zeppelin; 27/02 - Boneca de Cera

M

19/02 - Beno Zaterka 20/02 - Daniel Fernandes 25/02 - Everton Coraça 26/02 - Aimberê Dantas 27/02 - Tempero Brasileiro Duo Restaurante Pizzaria  Bar Balada & Eventos

AVENIDA JACAREÍ, 64 – ITAPIRA

19/02 - Let it Beatles 26/02 - Linha de Base 04/03 - Helter Skelter

CHOPERIA TRADIÇÃO facebook: Choperia-Tradição

Avenida Luiz Gonzaga de Amordo Campos, 31 Jardim Casagrande - Mogi Guaçu

One Love toca em Mogi Guaçu

‘Roots & Rocks’ tem início previsto para 22h00. Os convites do primeiro lote estão nas últimas unidades e custam R$ 15,00. No segundo lote, os preços sobem para R$ 20,00 e, na portaria, o valor do ingresso será de R$ 30,00. As vendas antecipadas acontecem em Mogi Guaçu (Essência

Boardshop, Choperia Tradição e Everyday Head Shop) e em Mogi Mirim (Essência Boardshop). O evento tem o apoio das lojas Calmaneggo Skateshop e School Skate Store e cobertura da Dom Publicity e Hypecam. Convites e outras informações também junto aos organizadores Cleber

(19.9-9675-9728), Camila (19.9-8333-6708) ou Matheus (19.9-91836767). Detalhes e reservas também pela página oficial do rolê no Facebook (www. bitly.com/RootsRocks). O Profeta Pub Rock fina na Rua Vereador João da Rocha Franco, 39, no Centro de Mogi Guaçu.

Próximo sarau discutirá pluralidade de gênero

A primeira edição do Sarau da Pluralidade de Gênero e Sexualidade foi confirmada para o dia 19 de março (sábado), em Itapira. A iniciativa é fruto da parceria entre os coletivos ‘Voz Popular’ e ‘Por Trás da Rotina Itapirense’. O objetivo é aproveitar as celebrações pelo Dia Internacional da Mulher – celebrado no dia 8 do mesmo mês, para fomentar a discussão em torno de temas ligados à diversidade das identidades de gênero e sexualidade e garantir maior visibilidade ao público LGBT. As atividades ocuparão a Praça Bernardino de Campos, no Centro, a partir das 14h00, com programação aberta ao público. O cronograma segue o mesmo formato dos saraus anteriores, reunindo diferentes linguagens artísticas. “O evento contará com exposições fotográficas, apresentações de dança, rodas de conversa e muita arte e informação

Rua Dr. Norberto da Fonseca, 240 - Nova Itapira https://www.facebook.com/ochopinho

Arquivo/Megaphone

aior referência mundial quando o assunto é Reggae, o jamaicano Bob Marley é o homenageado na festa ‘Roots & Rocks’, agendada para esta sexta-feira (19) n’O Profeta Pub Rock, em Mogi Guaçu. Na ocasião, o ícone ganha tributo a cargo da prestigiada banda One Love - Marley Project, já conhecida pelo trabalho que reverencia a obra do ídolo. A organização é da Doce Amargo Produções, que no fim do ano passado produziu o evento ‘Brazuca até umas horas!’, que homenageou o ‘rei da Soul Music’ brasileira, Tim Maia. A One Love reúne os músicos Marcelo Pagotto (voz/baixo), João Rodrigo (guitarra/voz), Roque Magalhães (guitarras), Cris Monteiro (percussão) e Marcelo Alves (bateria). O Hip Hop também estará presente na festa com o DJ Mouse. O

Telefone: (19) 3843-7230

Divulgação

y le r a M b o B , e a g g e R o Ícone d u ç a u G i g o M m e ta s fe dá tema à

O CHOPINHO

Aline é uma das idealizadoras e organizadoras do Sarau de produção local para reforçar o amor e o respeito. Teremos uma decoração expressiva e bem especifica ao tema desta edição do Sarau Cultural”, comenta uma das organizadoras do evento, a estudante Ali-

ne Fernanda Longo, 23. O evento também conta com bar com bebidas e alimentação – incluindo opções vegetarianas – além de camisetas personalizadas cuja renda ajuda a custear os investimentos na pro-

dução. “É válido reforçar que o evento é aberto a qualquer participação sem a necessidade de agendamento”, lembrou Aline. Outras informações podem ser obtidas pela página www. facebook.com/sarauitapira.

18/02 - Serginho e Júlio 19/02 - Adriano Texugo & Michele Drummer 20/02 - Trio Altos e Baixos 21/02 - Marcelo Espanhol & Trio 25/02 - Vandinho Pec 26/02 - Tri Martolod 27/02 - Let it Beatles 28/02 - Major Rank


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U

ma exposição inédita do Museu Histórico e Pedagógico de Itapira aborda um crime ocorrido há 128 anos e que motivou até mesmo a mudança do nome da cidade. Em 11 de fevereiro de 1888, o delegado Joaquim Firmino de Araújo Cintra era brutalmente assassinado em sua casa, diante de sua esposa e filha, acusado de ser abolicionista e proteger escravos. O crime aconteceu na cidade de Penha do Rio do Peixe, que diante da extrema repercussão do crime acabou mudando de nome, passando a se chamar Itapira. Batizada de ‘O Crime da Penha - O assassinato que transformou uma cidade e assombrou gerações’, a mostra foi aberta nesta quinta-feira (18) e segue até dia 13 de maio no museu instalado no Parque Juca Mulato, com visitação gratuita. “O delegado Joaquim Firmino era acusado de ser abolicionista e de negar-se a buscar e prender escravos foragidos, além de escondê-los em sua casa. Entretanto, documentos comprovam que ele mesmo possuía escravos não libertos como sua propriedade”, comenta

o curador da exposição, Eric Lucian Apolinário. O assassinato do delegado – que hoje dá nome à Delegacia de Polícia de Itapira ganhou a atenção da imprensa e repercutiu rapidamente, com o caso sendo reportado por grandes veículos de comunicação da época, como a Revista Ilustrada e o jornal A Província de São Paulo, hoje chamado O Estado de S. Paulo (Estadão). “O crime ficou nacionalmente conhecido como ‘O Crime da Penha’ e, devido à imensa repercussão, os acusados foram prontamente identificados e o julgamento ocorreu apenas alguns meses depois do fato”, lembra Apolinário. A lista dos réus concentrou cerca de 40 anos, incluindo diversos fazendeiros penhenses. O principal acusado, contudo, foi o médico e fazendeiro americano James Warne, ex-combatente do Exército Confederado durante a Guerra Civil Americana. Todos, no entanto, foram absolvidos. O crime marcou tanto os moradores da então Penha do Rio do Peixe e os envolvidos no caso que, dois anos após o episódio, em 1890, a Câmara Municipal iniciou o processo de pedido de mudança do nome da cidade para Itapira,

Delegado morto em 1888 dá tema à nova exposição

Passado revirado Exposição detalha assassinato que motivou a mudança de nome de Itapira na tentativa de ‘apagar’ a negra mancha dos acontecimentos de 11 de Fevereiro de 1888. Na exposição os visitantes terão acesso a trechos do processo que investigou o assassinato, incluindo depoimentos fundamentais como os da esposa e da filha da vítima, bem como auto de

corpo de delito. “Uma cópia do processo estará exposta, assim também como documentos originais de compra e venda de escravos e as atas referentes à mudança do nome da cidade, além de matérias de jornais da época, os famosos retratos feitos pelo desenhista italiano Ângelo Agostini para a histórica

Banda Lira promove Sarau de Confraternização em Itapira

Evento também arrecada recursos para manutenção da sede

A

primeira edição do Sarau da Banda Lira Itapirense foi agendada para o próximo dia 20, sábado. O evento acontece nas dependências do Educandário Nossa Senhora Aparecida e tem por objetivo reunir músicos e amigos da corporação em um ambiente de confraternização. Além disso, a iniciativa também visa arrecadar fundos para custear parte das obras de reforma e manutenção da sede da Banda Lira, que já estão em andamento. Os convites custam R$ 20,00 por pessoa e dão direito a um lanche de frango ou pernil e um refrigerante. “É um evento em que preten-

demos reunir nossos músicos, equipe técnica, amigos e familiares, e também é aberto ao público que costuma acompanhar nossas atividades”, comenta o maestro e diretor artístico da centenária instituição, Maurício Perina. Durante o evento, a animação ficará por conta de grupos formados por próprios músicos da Banda Lira e alguns convidados. “A ideia é mesmo promover um sarau, reunindo amigos e familiares em uma confraternização que também tem o intuito de contribuir com os nossos trabalhos”, frisou o maestro. As atividades têm previsão de início para 20h00. Os ingressos são limitados e estão à venda na sede da Lira, situada à Rua Comendador João Cintra, 41, na região central, ou diretamente com membros da corporação que atuam como voluntários na organização do evento. A intenção, segundo a direção

Revista Ilustrada, além de fotografias daquele período”, frisa Apolinário.

ASSUNTO INCÔMODO Passado mais de um século do ocorrido, o tema ainda é tratado com muito cuidado nas rodas de conversa sobre a história da cidade e representa assunto polêmico e bastante delicado especialmente nas famílias cujos antepassados tiveram alguma ligação com o episódio. “Após todos esses anos, este ainda é um tema muito delicado sobre a história de Itapira. Além de envolver famílias tradicionais, durante décadas e mais décadas o fato foi intencionalmente ignorado e até mesmo abafado pelos próprios acusados, que exerciam grande poder político e social naquele período tão conturbado da história brasileira”, ressalta Apolinário. De acordo com ele, nada sobre o assunto é encontrado nos periódicos itapirenses publicados nas décadas seguintes ao caso, justamente pelo fato de que os réus viveram até os primeiros anos do século 20 e seus descendentes mantiveram o silêncio. “O assunto só voltou à tona com o exce-

lente trabalho de pesquisa do historiador Jácomo Mandato, nas proximidades do centenário do acontecido no final dos anos 80, e posteriormente em 2001, quando do lançamento de seu livro ‘Joaquim Firmino - O Mártir da Abolição’. Hoje, graças à facilidade que a internet nos proporciona, podemos nos aprofundar ainda mais e encontrar vários documentos e jornais da época com artigos referentes ao crime”, salienta o curador da mostra. Ele lembra ainda que o bárbaro assassinato do delegado foi amplamente propagado pela imprensa abolicionista da época, em um período que antecedeu a abolição da escravatura, cuja lei foi assinada pouco tempo depois do crime, em maio do mesmo ano. “A proposta dessa exposição é justamente apresentar os fatos de um acontecimento tão decisivo para a história de Itapira”, finaliza Apolinário. A visitação acontece de segunda a sexta-feira entre 8h00 e 11h15 e 13h00 e 17h15. Aos domingos, a mostra pode ser conferida entre 8h30 e 11h30. Outras informações e agendamentos de escolas e grupos podem ser feitos pelo telefone (19) 3863-0835. Vagner Sanches/Divulgação

Sarau deverá entrar na programação fixa da Lira da Lira, é realizar edições contínuas do evento, com intervalos de dois a três meses. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3813-3330. SOBRE A BANDA LIRA A Banda Lira Itapirense foi fundada em 10 de abril de 1909, tendo recebido

a declaração de Utilidade Pública Municipal em 15 de julho de 1970. Com 106 anos de história, a corporação é considerada uma das mais antigas bandas com atividade ininterrupta no país. Atualmente, a corporação reúne 46 músicos em sua composição sinfônica, que se apresentam sob a

batuta do maestro Maurício Perina, diretor artístico da instituição desde 1999. A Banda Lira Itapirense conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Itapira, por meio das secretarias municipais de Cultura e Turismo e de Promoção Social, e com o patrocínio do Cristália

Produtos Químicos e Farmacêuticos, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura do Brasil. As atividades da instituição podem ser acompanhadas pelo site www. bandaliraitapirense.org. br e pela página oficial no Facebook (www.facebook. com/bandaliraitapirense).


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e d o ã ç e l o C memórias NOMES DE PESO Os textos de apresentação de ‘O Menino Magricela de Orelhas Grandes’ reúnem nomes de destaque no âmbito jornalístico regional. Mais que profissionais expressivos, os convidados desempenham ou desempenharam papeis importantes na vida pessoal do autor, tanto como amigos quanto como companheiros de redações. Caso, por exemplo, do jornalista Paulo Rogério Tenório, que ingressou na carreira através do incentivo de Butti. Fato que rende reconhecimento do hoje editor-chefe do Tribuna de Itapira, cargo que passou a ocupar em 2004 depois de 12 anos de atuação n’O Impacto. “Minha vida profissional será eternamente grata a este ‘garoto’ de coração enorme. Lembro como se fosse hoje, quando ainda ‘aspirante’ a jornalista, de ter recebido a oportunidade de escrever pequenas resenhas de jogos do futebol amador itapirense no Caderno de Esportes do finado jornal Cidade de Itapira, cuja editoria era comandada por um dos grandes amigos que fiz em minha passagem terrena até agora”, narra Tenório em referência ao autor do livro, no primeiro prefácio da obra. Outros dois prefácios carregam a assinatura do jornalista José Antônio Pires de Souza, o Tuia, e do escritor, historiador e colunista do Tribuna de Itapira, Arlindo Bellini. Nas orelhas do livro, as apresentações da obra ficam por conta dos jornalistas Celso Davoli de Oliveira, assessor de impren-

sa da Prefeitura itapirense, e Mauro de Campos Adorno Filho, jornalista, articulista e um dos fundadores de O Impacto. O lançamento da obra acontece na sede do Circolo Ítalo-Brasiliano XV de Novembro, na Praça Bernardino de Campos, 165, no Centro. A solenidade começa às 19h30, com sessão de autógrafos após as apresentações formais. A primeira tiragem culminou em 200 exemplares. Cada um será vendido a R$ 35,00. Depois do lançamento, o livro poderá ser adquirido na Banca da Estação e no site www.artexpressaeditora.com.br. Os quase cinco anos entre a sugestão para que concebesse a obra e a efetiva produção do livro culminaram em sentimentos de emoção e orgulho no autor. “Estou muito ansioso, com a sensação de dever cumprido. Dizem que na vida devemos plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Muita gente me ajudou para que esse livro saísse, as histórias envolvem muitos lugares e um sem número de pessoas. Estou muito feliz”, diz Butti. De acordo com ele, há planos para uma nova obra, que poderá focar fatos históricos do esporte itapirense.

Obra concentra artigos repletos de emoções e boas lembranças

Jornalista reúne recordações em livro

Lembranças carregadas de emoção Se a nostalgia é a tônica principal de todo o conteúdo dos artigos que compõem ‘O Menino Magricela de Orelhas Grandes’, a emoção também se faz presente não somente na obra, em si, mas em todo o contexto que a cerca. A dedicatória do livro é direcionada à Mariane, filha do autor Humberto Butti que tem, hoje, sete anos de idade. E inspiração para os artigos está, segundo o autor, na saudade de um período em que, apesar de todas as dificuldades, a alegria se fazia sempre presente. “Ente essas memórias estão passagens não só da minha vida, mas também da própria cidade e de muitas outras pessoas que viveram um passado que não volta mais. Embora a vida fosse difícil, tudo era muito bom”, comentou Butti. Aliás, o saudosismo latente na personalidade do jornalista acabou o levando para um nicho praticamente voltado a um resgate histórico, acrescido por uma licença poética bastante característica. “Tenho uma maneira diferente de escrever essas histórias. Em volta de um detalhe consigo desenvolver todo o artigo e envolver tantas pessoas”, explicou. A carga de emoção, inclusive, já se fazia presente na própria concepção dos artigos. Butti revelou que foi às lágrimas ao escrever um deles, batizado de ‘Refém do Passado’. “Sou de um tempo em que eu nem imaginava que um dia iria recordar aquele tempo e sofrer de saudade. Um tempo tão bom que hoje me sinto refém do passado, pois é nele que busco a força para viver o presente e sedimentar o ca minho do

Fernando Pineccio/Megaphone

receita caseira. “Eu descobri a Art Expressa, que é uma editora de Itapira e que permite a tiragem sob demanda. Isso foi em novembro e permitiu que os planos voltassem a caminhar. Os originais já estavam todos prontos e agora, três meses depois, o livro está pronto”, comemora Butti.

Fernando Pineccio/Megaphone

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ista Humberto Butti, 58. A obra que sai pela Art Expressa editora concentra 93 textos distribuídos em 212 páginas, capazes de levar o leitor a uma verdadeira viagem no tempo por uma “Itapira que já passou”, conforme define o próprio autor. São escritos que abrangem fatos ocorridos principalmente na infância – mas também em outros períodos da vida do autor. Mais que um baú de lembranças, o livro é carregado de emoções externadas por Butti, que nas páginas aparece sempre como o personagem que dá título à compilação – “e que ainda está vivo dentro de mim”, diz o jornalista. “O leitor irá encontrar detalhes que chamam a atenção por tratarem de recordações que envolvem pessoas e lugares. Com certeza suas páginas trazem emoção e recordação de um tempo que não existe mais”, comenta Butti. O primeiro livro do jornalista chega após mais de três anos de uma abrangente carreira profissional com passagens pelos principais órgãos de imprensa da Baixa Mogiana. Depois de abandonar os estudos de Engenharia de Produção e atuar por vários anos em agências bancárias, foi por volta de 1984 que Butti, sempre apaixonado pela escrita, foi convidado a integrar a equipe do extinto jornal Cidade de Itapira, onde iniciou os trabalhos junto à equipe de cobertura esportiva. Depois disso, galgou cargos nas rádios Clube de Itapira, Chamonix, Cultura e CBN de Mogi Mirim e nos jornais O Impacto, também em Mogi Mirim, e no Tribuna de Itapira. O conteúdo da obra, contudo, é resultado de sua contribuição como articulista do jornal A Cidade, também de Itapira, entre os anos de 2010 a 2012. Além das atuações em emissoras e periódicos, Butti também trabalhou como Chefe de Cerimonial nas prefeituras de Itapira e de Mogi Mirim. “Sempre gostei de escrever e foi por isso que o diretor do Cidade de Itapira me chamou. Depois disso surgiu a oportunidade de trabalhar na Rádio Clube, onde fazia o programa Bola Rolando. E aí virou profissão”, lembra o jornalista. Os artigos que deram origem ao livro nasceram do saudosismo característico do autor. O primeiro deles foi escrito em uma tarde de 2010 quando Butti ouvia música e começou a se lembrar da época de infância, em que passava, junto ao pai, pelo Itapira Bar, instalado nos arredores da Praça Bernardino de Campos. “Minha cabeça viajou no tempo e eu senti até o cheiro das azeitonas que ficavam em um barril em um canto do bar. Eu estava descansando e me levantei e comecei a escrever sobre essas lembranças. Resolvi publicar e comecei a escrever semanalmente (para o Jornal A Cidade)”, conta Butti. A ideia do livro nasceu da sugestão de leitores e amigos que incentivaram o autor a reunir os textos em uma só compilação. A obra, contudo, demorou a sair do forno pelas dificuldades importas por todo um contexto – desde a busca por recursos até imposições do mercado editorial. “As editoras nas quais eu fiz orçamentos somente produziam a partir de mil exemplares. Isso tem um custo alto e, cada vez que conseguia chegar ao valor, o orçamento já tinha mudado e estava mais caro”, revela. A solução surgiu no fim do ano passado e, para surpresa do jornalista, veio na forma de

futuro”, diz o primeiro parágrafo do texto. “Foi em um dia que estava ouvindo, pela internet, os programas da Rádio Nacional e comecei a pensar nos tempos passados, em tantas coisas que aconteceram e tanta gente que já se foi. Comecei a escrever o artigo e, na metade, mal conseguia enxergar a tela do computador de tanto que chorava. E cada vez que me lembro disso, fico emocionado novamente”, contou o jornalista, de fato, com os olhos marejados na entrevista concedida em uma mesa do Jazz Café, na região central de Itapira, na manhã do dia 11 passado. O local, aliás, também serviu de inspiração para outro artigo, que versa sobre o Rock and Roll. Apesar do saudosismo e da nostalgia, Butti diz que não se prende ao passado. “Sou um refém no sentido de resgatar as coisas boas do passado, de preservar. Não podemos esquecer o que passou”, frisou o jornalista, que acredita que a sociedade atual vive uma época de individualismo exacerbado e ausência de respeito. “A educação está em falta em boa parte da juventude. Ou não receberam orientações, ou não absorveram a que foi dada. Falta respeito, a vida de todo mundo está muito apressada. Não temos mais aquela calmaria do passado, não temos a tranquilidade de andar pelas ruas esperando por respeito”, opinou. A expectativa do autor é que o livro seja bem recebido pelo público, até pelas diversas referências a locais e pessoas que criam verdadeiros círculos sociais no município. “Acho que muita gente vai gostar, especialmente a geração anterior a esta. Muitas pessoas têm carência de ter em mãos algo que faça com que elas relembrem os tempos vividos”, finaliza o jornalista.


www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 18 de fevereiro de 2016 | Página 6

MIS abre exposição O mundo de Tim Burton O MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, abriu a exposição ‘O Mundo de Tim Burton’. A aguardada mostra explora toda a gama do trabalho criativo de um dos diretores mais cultuados do cinema contemporâneo. A exposição reúne desenhos da infância do autor até sua carreira consolidada. A retrospectiva de trabalhos de Tim Burton foi originalmente montada pelo MoMA em 2009 e depois viajou para as cidades de Melbourne, Toronto, Los Angeles, Paris e Seul. Depois disso, ‘O Mundo de Tim Burton’ se aprofundou na temática de seu protagonista, seus assuntos e sua perspectiva criativa única, apresentando mais de 150 novas obras não vistas na exposição anterior. O MIS é a primeira instituição da América Latina a sediar a mostra, aberta no último dia 4 e que segue aberta até 15 de maio. "A exposição ‘O Mundo de Tim Burton’ foi apresentada em quatro continentes ao longo dos últimos seis anos", observa a curadora da exposição, Jenny He. "E, para sua estreia na América Latina, Tim Burton, sua equipe e eu estamos muito felizes em colaborar com uma

instituição que personifica a arte contemporânea e a cultura cinematográfica em São Paulo com a sua história recente de exposições célebres e uma base fiel de visitantes”. A mostra reúne cerca de quinhentos itens incluindo obras de arte e esboços raramente ou nunca vistos, pinturas, storyboards e bonecos de sua vasta filmografia, que inclui ‘Edward, Mãos de Tesoura’, ‘O Estranho Mundo de Jack’, ‘Batman’, ‘Marte Ataca!’, ‘Ed Wood’, ‘Os Fantasmas se Divertem’, entre outros, e de projetos não realizados e pouco conhecidos que revelam seu talento como artista, ilustrador, fotógrafo e escritor. Entre os itens estão storyboards do filme feito para a televisão João e Maria; seus primeiros curtas, realizados no início da década de 1970 e nunca lançados; desenhos feitos por Tim Burton em guardanapos e emoldurados em dois frames com 45 desenhos cada; esboços de Edward, personagem de Johnny Depp em ‘Edward, Mãos de Tesoura’, e bonecos dos personagens Victor, Edgar e Elsa Van Helsing da animação Frankenweenie. A visitação acontece entre 11h00 e 20h00 de terça-feira a sexta-feira.

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Mostra ocupa dependências do MIS na capital

Aos sábados, das 9h00 às 21h00 e, aos domingos e feriados, das 11h00 às 19h00. Os ingressos, aos domingos, custam R$ 12.00 (inteira) e R$ 6.00 (meia). Na terça-feira a entrada é gratuita. Para outros dias, os valores são diferenciados e em muitos deles a disponibilidade de convites já está esgotada. A classificação etária é livre. Mais informações sobre a exposição e compra de ingressos no site www.mis-sp.org.br.

Talissa Lopes/Divulgação

Sutto lançou segunda obra na Casa das Artes

Escritor itapirense apresenta novo livro

O segundo livro do artefinalista Paulo Antônio Sutto, 50, foi oficialmente lançado na noite do último dia 13, em Itapira. Batizada de ‘Anotações ao Vento – Escritas ao Acaso’, a obra reúne 70 poesias, distribuídas em 83 páginas e escritas ao longo de três décadas. A solenidade de apresentação da coletânea foi abrigada no auditório da Casa das Artes, na região central do município, reunindo cerca de 50 pessoas que puderam adquirir a obra, cumprimentar o autor e colher autógrafos. “Escrevo

desde os 17 anos e sempre procurei extravasar meus sentimentos e frustrações no papel. Nestes textos compartilho com o leitor uma parte da minha vida”, comenta Sutto. A publicação sai pela Editora Garcia, com tiragem inicial de 100 cópias. Somente durante o lançamento, mais da metade dos exemplares foram comercializados, segundo o autor. A primeira obra de Sutto saiu em 2013 sob o título de ‘Contos Para Ler Antes de Dormir’, com temática voltada a histórias de terror. Ele revelou que

já possui outro projeto em vista. “Já tenho um segundo volume das histórias de terror encaminhado, mas acredito que o lançamento ficará para o próximo ano. Escrevo os livros apenas com o objetivo de divulgar esse hobby”, ressalta. Cada exemplar da nova obra custa R$ 15,00 e pode ser adquirido diretamente com o escritor. Uma prévia da obra foi disponibilizada no site www.escritosaoacaso. snack.ws. Outras informações podem ser obtidas pelo email paulosutto@ gmail.com.


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é s te r A s a d a s a C a d a n Alu p m a ic n U a n a ic s ú M m e aprovada A

Laura se prepara para aulas em Campinas

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os 18 anos de idade – e desde os 10 participando das atividades da Casa das Artes – a estudante itapirense Laura Helena Campanini se prepara para ingressar no curso de Licenciatura em Música. Ela passou no vestibular da Unicamp (Universidade de Campinas) e inicia o curso no próximo dia 29, focando uma carreira profissional especificamente na área de violoncelista. O resultado saiu no último dia 12 e colocou a estudante em um misto de êxtase e ansiedade resultantes tanto da alegria quanto por certo nervosismo diante dos novos caminhos a serem percorridos, agora fora de casa. “Comecei a estudar na Casa das Artes em 2008 no curso de Musicalização Infantil. Primeiro fiz aulas de flauta transversal, e também fiz violino, depois entrei para a Banda da Casa”, lembra a estudante, que chegou a ganhar uma bolsa de estudos na própria instituição, há cerca de quatro anos, ainda

O Maracatu em Itapira por Daniela Kleinfelder e Flávio Eduardo Mazetto

no curso de flauta transversal. Apaixonada por música desde a infância, Laura conta que cresceu ouvindo obras de nomes como Beethoven, Thaicovisk e Vivaldi em sua casa, o que contribuiu sobremaneira para sua afinidade e interesse pela música clássica. “Sempre gostei da música erudita e barroca, o que me motivou a buscar essas atividades. Porém, chegou um momento que eu percebi que a flauta era mais um hobby, uma paixão, e comecei a fazer aulas de violoncelo”, lembra a estudante. Isso foi no final de 2014 e as aulas anteriores de violino lhe deram maior facilidade para lidar com o novo instrumento. Com toda adolescente prestes a atingir a maioridade, Laura também teve seus momentos de autoquestionamento e pensou em mudar totalmente de rumo, dedicando-se ao Direito. Porém, a música predominou e, ainda em 2014 ela prestou vestibular pela primeira vez, como treineira, para a Unesp (Universidade Estadual Paulista), focando o Bacharelado em Violoncelo, e para a própria Unicamp. No último vestibular, contudo, a coisa foi bem mais séria. Já formada,

Laura focou a Licenciatura em Música e saiu vitoriosa na busca pela vaga. “Sempre tive apoio da minha família e todos estão muito felizes. Eu nem acreditei quando saiu o resultado. Na verdade, primeiro fui ver os nomes das pessoas que eu conhecia, estava com medo de ver o meu. Aí recebi uma mensagem de uma amiga me parabenizando e fui conferir. Tinha passado”, celebra. As aulas acontecem em período integral. No curso com duração de quatro anos, o aluno recebe a formação em duas vertentes, a musical e a pedagógica. Apesar disso, Laura não pretender dar aulas. Seus planos miram mesmo a atuação como musicista. Para isso, ela pretende iniciar a licenciatura e, posteriormente, ir ao curso específico do instrumento pelo qual se apaixonou – o que lhe impõe pelo menos seis anos de estudos pela frente. “Minha intenção é mesmo viver da música. Pretendo tentar uma vaga em uma orquestra, por exemplo”, revela a estudante que não se ilude e tem consciência das dificuldades da carreira, especialmente em cidades interioranas. “Piracicaba é uma das cidades da região em que essa

área tem mais oportunidades. Sei das dificuldades, mas é isso o que eu quero fazer”, pontua.

VÍNCULO Mesmo com os novos desafios pela frente, Laura não pretende se afastar da Casa das Artes. Ela diz que continuará participando das atividades da banda e da orquestra que está em fase de criação. O diretor artístico da associação cultural, César Lupinacci, destaca que o sentimento é de missão cumprida. “É exatamente esse o nosso objetivo. Preparamos o aluno para que ele saia da casa com bagagem para seguir um caminho profissional na música”, diz o maestro que também foi professor da estudante. “A Laura é uma das primeiras alunas de uma safra de profissionais que queremos formar. O caminho é este e isso tende a aumentar nos próximos anos, já que a Casa das Artes ainda é relativamente nova”. Sem esconder o orgulho, Lupinacci lembra que vários ex-alunos da instituição se formaram musicalmente e acabaram retornando como profissionais, atuando agora como professores na própria instituição e formando outros alunos.

O brilhante futuro inacessível da Música Popular Brasileira por Ricardo Pecego

“O Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação é uma manifestação da cultura popular brasileira, afrodescendente. Surgiu durante o período escravocrata, provavelmente entre os séculos XVII e XVIII, onde hoje é o Estado de Pernambuco [...]. Como a maioria das manifestações populares do país, é uma mistura de culturas ameríndias, africanase europeias.” (Fonte: http://maracatu.org.br/. Acesso em: 11fev.2016) A sociedade moderna é considerada a sociedade do espetáculo. Neste sentido, a mídia e as instituições oficiais dão grande visibilidade para certas manifestações culturais que promovem valores hegemônicos da sociedade consumista, individualista e mercantil. Vemos um exemplo disto no carnaval: as grandes escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo; os grandes blocos comandados por artistas famosos no Nordeste. Estes eventos carnavalescos são explicitamente privilegiados pela mídia em geral, em detrimento da profusão maravilhosa de pequenas manifestações culturais presentes em bairros e organizados de forma autônoma por jovens, mulheres, grupos diversos de militâncias e mesmo por aqueles que apenas querem a diversão de forma alternativa. Na perspectiva de valorizar as manifestações culturais de grupos alternativos, estamos organizando um Bloco de Maracatu na cidade de Itapira. A ideia de montar um grupo na cidade surgiu com membros do Coletivo

Voz Popular, durante o Sarau da Consciência Negra, realizado em 2014. Naquele espaço de debate cultural houve a apresentação de um grupo de Maracatu de Mogi Guaçu, que chamou a atenção das pessoas presentes pela riqueza e ao mesmo tempo, simplicidade da organização e do movimento. As discussões para a organização das oficinas do Maracatu itapirense ocorreram no final de 2015, e o Coletivo Voz Popular buscou o apoio e a parceria do músico Diogo Gomes, de Mogi Guaçu, que é o responsável por coordenar o grupo daquela cidade. Já foram realizados três encontros, que ocorrem nas tardes de domingo, na Praça Bernardino de Campos. A participação é aberta às pessoas que se interessarem e não há necessidade de conhecimento musical ou instrumental. As oficinas acolhem diversas formas de expressão: a cantoria, a dança e o manuseio de diferentes instrumentos. Tudo isto é realizado a partir de uma estratégia democrática e com muita alegria, onde a participação coletiva é o foco principal. A organização do Bloco de Maracatu em Itapira tem como objetivo a intervenção cultural e política em diversas datas durante o presente ano. Trata-se de uma forma de diálogo com a população através desta manifestação cultural. O grupo pretende realizar apresentações nos bairros, tendo em vista pensar e debater a vida de nossa cidade, procurando caminhos coletivos para as mudanças sociais. Próximo encontro: domingo, 21 de fevereiro, 19h00, na Antiga Estação da Fepasa, no Centro.

Daniela Kleinfelder, 29, é professora de Geografia na rede pública estadual e militante do Coletivo Voz Popular. Flávio Eduardo Mazetto, 43, é professor de Sociologia na rede pública estadual e militante do Coletivo Voz Popular.

Como já relatei algumas vezes por aqui, hoje, na música, só tem espaço em mídia de massa quem paga para aparecer, aos demais, nada restante. Sabiamente a evolução nos levou a um patamar social, onde graças à dona Internet é possível vasculhar, pesquisar e conviver com uma realidade um pouco mais feliz, do que está da primeira frase que escrevi acima. Ressalto que é uma realidade feliz, que vive hoje nossa música popular brasileira, pois devido ao tempo e as conversas de aprendiz, consegui me fazer um admirador das vertentes, sem me preocupar com estilo, e com isso descobre-se quanto é imensa a diversidade nossa. Digo isso inspirado por uma realidade, que me coloca à frente de trabalhos como de Alexandre Andrés, mineiro de BH, ou de Thiago Amud, carioca, de Gian Correa, da cidade de Caconde, Renata Rosa de Pernambuco, Sérgio Pererê, outro mineiro sô, Fábio Peron, Leandro Cabral de Sampa e a genial Clarice Assad. Falo deles pela proximidade que o momento presente nos coloca, mas me só me aproximei por que neles enxergo e vivo a diversidade da nossa música, num altíssimo nível estético, artístico e de engajamento pessoal, dedicação e fruição de ideias e projetos, um turbilhão de coisa boa! Para que uma geração com essa capacidade se formasse, e pudesse assim ser catalogada como futuros sustentáculos de uma cultura tão ampla, temos que reverenciar seis artistas, que no meu ponto de vista conseguiram aglutinar em seu entorno uma gama de outros artistas, e desta forma manter, o sopro constante na vela deste veleiro chamado MPB. Falo de Radamés Gnattali, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Milton Nascimento, Mônica Salmaso e André Mehmari. Cronologicamente não são todos contemporâneos, mas dentro do estilo que cada um desenvolveu e empregou brilhantemente na sua arte, fica mais que justa a homenagem e a influência marcante que imprimem nessa geração que destaquei acima. É mais que preciso escutar os artistas da ECM, gravadora alemã que abraçou o trabalho de Egberto desde cedo e formou um casting tão singular, que mesmo com seu brilhantismo próprio, admira e é influenciado pela música Gismontiana. O compositor virou figura frequente de temporadas européias e japonesas e de tão admirado tem seu trabalho apresentado por grandes orquestras sinfônicas mundo a fora. Hermeto eu conheci pela gravação do festival de Montreux de 79. Ouça bem a apresentação da banda, antes de entrar no palco, a euforia do público e do apresentador com relação a nossa música é de emocionar. Foi por ele que conheci este festival, talvez o mais importante da música em todos os tempos. É um mestre do experimentalismo, não que sua obra se resuma a isso, mas acho que de todos estes que destaquei, seja o mais arrojado ao escolher as formações instrumentais e construção dos arranjos. Bituca, ou se preferir, Milton Nascimento, é o artista que trouxe a canção mineira para o mundo. A letra que mescla com arranjos nos dá ao mesmo tempo calma, preguiça e vontade de chorar. Com inúmeros parceiros, Milton conseguiu se tornar uma

entidade da nossa música, que pode trafegar do protesto ao romantismo com identidade marcante e reconhecida em todo planeta. Mônica Salmaso surgiu para nossos ouvidos em meados dos anos 90 numa gravação que para mim é referência para qualquer um que faça voz e violão. Ao lado do mestre Paulo Bellinati lançou o CD Afro-Sambas, contendo as composições de mesmo nome de autoria de Baden Powell e Vinícius de Moraes. Acredito que foi justamente seu carisma atrelado à sua capacidade de cantar, que reaproximou o público, principalmente dos grandes centros urbanos, dessa MPB mais elaborada, lírica harmonicamente falando. Esse movimento estimulou muitas pessoas a enxergarem a possibilidade de sustentar uma carreira, mesmo fora dos grandes meios de mídia. André Mehmari é um ilustre desconhecido ainda do público de música, mas talvez nossa grande revelação da última década. André conseguiu prestígio internacional, por arranjos e uma forma de compor que lembra Gismonti, Hermeto sem fugir da canção, ou seja, não é um artista apenas instrumental. Com sua capacidade vem ajudando e muito para que as novas gerações tenham espaço e arranjos que acompanhem a re-evolução do que conhecemos por MPB. E não poderia cometer a injustiça de dar o título máximo para o compositor que não se camuflou por de trás de um único estilo e que contribuiu, para que todos estes tivessem a capacidade de transcender o muro que dividia o popular e o erudito. Radamés Gnattali foi um gaúcho que nascido em 1906 teve oportunidade de conviver com Villa Lobos, Pixinguinha, Cartola, Nazareth, Jobim e tantos outros. Ele conseguiu realmente enxergar que nossa diversidade musical e cultural não deve respeitar padrões ou limites que se coloquem para um estilo. A música pode e deve trafegar pelo universo das notas, das harmonias e resultar naquilo que toca o artista e o público, vide a ‘pomposidade’ que ele dá aos arranjos de Carinhoso, Aquarela do Brasil ou a simplicidade que extrais de suas composições catalogadas como eruditas. Disse ele em entrevista certa vez: “Para mim Villa Lobos é tão importante quanto Pixinguinha”. O disco de 1982 em dueto com o violonista Raphael Rabelo, ‘Tributo a Garoto’, é outro que quero destacar, pois demonstra muito bem o que eram os arranjos de Radamés. Se quiser entender o que acontece com essa nova geração, terá que se dar ao maravilhoso trabalho, de conhecer esse universo que foi Radamés Gnattali e por consequência os demais que citei. Não que não tenhamos outros grandes intérpretes e compositores a destacar, mas a meu ver em virtude da geração que destaquei, acredito que a trilha a seguir é essa, por isso fico feliz ao saber que teremos tantas possibilidades destes em diante, pois as tendências são de que os trabalhos de cada um desenvolvam, e promovam o surgimento de tantos outros que mesmo secretamente (por não ter espaço de divulgação) continuarão encantando plateias e mostrando ao mundo que nossa verdadeira riqueza não é material.

Ricardo Pecego, 38, é produtor cultural, aspirante a esteta e acha que o mundo, inclusive o Brasil, ainda tem jeito.


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Cavini marca forte presença em cenário da música clássica na região

O Ã Ç A L E V E R MUSICAL! voltar e me preparar por mais um ano antes de entrar na Unicamp” recordou. Nos cinco anos seguintes, Cavini descobriu muitos outros talentos. “Na minha família, somente eu quis seguir a carreira de músico. A convite de um professor (Ângelo Fernandes), eu comecei a acompanhar no piano outros cantores e acabei me apaixonando pela arte de cantar. Hoje acho que gosto muito mais de cantar do que qualquer outra coisa”, ressaltou. Atualmente, Cavini cursa Canto Lírico e no currículo já acumula a participação em vários espetáculos. “No ano passado representei a personagem Bernardo no musical ‘West Side Story’, de Leonard Bernstei, com a Banda Henrique Marques, de Limeira. Também cantei como solista na ‘The Messiah’, de G. F. Handel, com a Orquestra Sinfônica de Indaiatuba, e participei do coro das óperas ‘Le Nozze di Figaro’, de W. A. Mozart, com a Orquestra Sinfônica da Unicamp, ‘Don Giovanni’, de Mozart, com a Orquestra Sinfônica da Unicamp, e ‘Dido & Aenas’, de H. Purcell, com o Coro Contemporâneo de Campinas, do qual faço parte como regente assistente e cantor”, explicou. Quando não está estudando e ensaiando, Cavini rege o Coral UniversIdade, da Unicamp (Universidade de Campinas), voltado para o público da terceira idade. Em

Divulgação

O

itapirense Leandro Augusto Cavini, 28, tem se destacado em um gênero pouco comum para os dias atuais: a música clássica. Formado em regência pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ele tem sido requisitado para participar de vários musicais e óperas como pianista, regente e barítono. Residindo em Campinas (SP) desde 2011, quando iniciou a faculdade, Cavini recorda que desde pequeno já sabia qual seria a profissão a seguir. “Comecei a fazer aulas de piano, instrumento que escolhi como formação aos 6 anos. Era vidrado em música e ficava fora do ar quando assistia alguma apresentação de ópera ou musical na televisão. Meus pais (Eliana e Vilberto Cavini) perceberam logo esse interesse e investiram neste sonho”, disse. Enquanto ainda cursava o Ensino Médio, Cavini frequentou o Conservatório Integrado de Música, em Amparo (SP). Em 2009, ingressou na UNESP (Universidade Estadual Paulista), na capital, onde frequentou por seis meses as aulas do curso Composição e Regência. “Como era muito novo e não conhecia ninguém na capital, não me acostumei. Também tinha a questão financeira, pois não conseguia emprego. Então resolvi

Pianista e barítono itapirense se destaca música clássica

Itapirense atua como regente, Amparo, no Conservatório Integrado, o músico ministra aulas de regência para novos talentos. “Se comparado com países europeus, é claro que o Brasil é carente neste estilo de arte, mas é mito pensar que as pessoas não se in-

teressam mais por música clássica. As óperas abrigadas no Teatro Municipal de São Paulo, por exemplo, estão sempre com a venda esgotada de ingressos. E o público também é formado por pessoas jovens. Esse gênero

barítono e pianista

só não é mais divulgado por falta de incentivo do governo em apoiar pequenos grupos. O público é fiel sim e a qualidade das exibições é sempre alta, pois não se forma um cantor lírico em menos de 10 anos”, opinou.

DOMÍNIO Cavini desmistificou ainda a concepção de que a vida de artista é fácil e cheia de glamour. “Quando não estou no ensaio ou dando aulas, estou em casa estudando. Para seguir esta carreira é preciso saber pronunciar pelo menos um pouco de italiano, francês, alemão e inglês. A pronúncia tem que ser perfeita. Como cantor não posso treinar a voz por mais de uma hora e meia por dia, mas nada impede que eu passe horas ensaiando as peças em casa no piano. Não há limites até que alcancemos a perfeição”, revelou. Ele incentivou ainda os muitos músicos que, assim como ele, sonham em seguir a carreira clássica. “Se você for dedicado e responsável, não importa a profissão que você escolha seguir, sempre será bem sucedido. Tem que dominar um instrumento, estudar os ritmos eruditos e populares e procurar o auxílio de bons professores. A Casa das Artes de Itapira é um exemplo. E não há músico sem conhecer literatura, artes plásticas e história. Ouvir músicas de outros gêneros também é muito importante, pois é a partir delas que formamos um olhar crítico. E por último tem que saber atuar, pois o cantor lírico também é uma espécie de ator”, aconselhou.


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