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Distribuição Gratuita
Megaph Cultne ural Ano V – Nº 48 – Edição Quinzenal 5 de abril de 2016
ROLÊZÃO!
MÚSICA E MOTOS
Tudo pronto para o Motor Rock em Itapira Página 6
BOA OPÇÃO
Buriti Shopping recebe exposição itinerante de objetos egípcios Página 7
O cantor, compositor e produtor Monkey Jhayam é atração na terceira edição da ‘Noite de Música Boa’, que acontece na sexta-feira (8) em Mogi Guaçu. O evento promovido pela Everyday Tabcaria & Head Shop em como proposta reunir amigos e muita energia positiva ao som, claro, de boa música. Página 4
Mamonas ganham tributo em Mogi Guaçu
O
humor besteirol dos Mamonas Assassinas é tema da nova edição do evento ‘Brazuca Até Umas
Horas’, agendado para o próximo dia 15 (sexta-feira) em Mogi Guaçu. Na ocasião, o grupo Pandemya se encarrega do repertório
TRABALHO
Exposição detalha obras de arquiteto itapirense
que relembra sucessos do grupo extinto em decorrência de um desastre aéreo em março de 1996. O evento ainda conta com os
DJs Ed, Nikito e Alessanda Pagu. O evento acontece n’O Profeta Pub Rock e os ingressos antecipados já estão à venda. Página 3
TUDO FREE
APOIO
Amparo em Foco tem 1ª edição
Circuito Sesc de Artes movimenta região
Banda Lira Itapirense renova convênios
FOTOGRAFIA
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www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 5 de abril de 2016 | Página 2
Editorial
O
Pelo bem da boa notícia
Megaphone completa, neste mês de abril, nada menos que 12 anos de existência na internet. Em mais de uma década, a única revista eletrônica segmentada em cultura esteve presente nos mais diversos acontecimentos da região, propagando a informação com qualidade e conquistando cada vez mais credibilidade e confiança. Há dois anos retomamos a versão impressa. Antes disso, já havíamos circulado em papel algumas vezes, mas sem um projeto gráfico condizente com nosso padrão. Há dois anos, isso mudou. Chegamos ao resultado que
E
u peço para elas se calarem, mas as vozes em minha cabeça ficam cada vez mais agitadas quando tento evitá-las. O meu infortúnio é que elas são muitas e se manifestam todas ao mesmo tempo, me deixando tão confuso que sou obrigado a parar tudo que estou fazendo e apenas esperar. Eventualmente, e cada vez mais morosamente, elas se calam, e ainda que por um breve, mas preciosíssimo instante, eu sinto que tomei conta de minha consciência novamente. Mas não é tão simples quanto parece, e é sempre doloroso. Você já sentiu medo alguma vez? Mas, digo medo de verdade, intenso, puro e devastador. Daquele que te faz sentir um sopro gelado na alma e cada centímetro de quem você é quer fugir e se esconder. Eu já. A minha desgraça é que me é impossível esconder ou fugir de tal medo, pois o que temo sou eu. Não adianta fechar os olhos e lutar contra ele, ou esperá-lo passar. É inútil respirar fundo ou até mesmo correr. Não há saída. O medo me acompanha para onde quer que eu vá, e não há absolutamente nada que eu possa fazer para pará-lo. Sinto os pelos de minhas costas se eriçando e as batidas do meu coração desritmadas... E sinto frio. Congelo por dentro e por fora e a sensação é de que congelarei até que todos os meus órgãos morram. Mas esse é o problema do medo. Se seus órgãos morressem, o medo teria que ir embora para sempre. Mas ele não quer ir embora, então você vai sentir como se estivesse congelando e a vida se esvaindo pouco a pouco, e vai permanecer nesse estado até que talvez, finalmente, vença o medo. Ou até que você enlouqueça. Acho
hoje está em suas mãos. Um veículo não só elogiado pelo conteúdo, mas também pelo visual. Tudo, enfim, faz parte de um só projeto. Tanto o site, conhecido por Portal Megaphone (www.PortalMegaphone. com.br) como o jornal Megaphone Cultural tomam pra si a missão de fazer circular a boa informação, o jornalismo cultural que nos meios tradicionais sempre está relegado ao caderno secundário ou ao cantinho da página. Para nós, a cultura é a pauta. Investimos na produção de boa notícia não só por ser este nosso negócio, mas também por ideologia.
Vozes desnecessário dizer qual das duas opções me ocorreu. Olho à minha volta e tudo que vejo é um lindo dia. A brisa do início do outono tem o cheiro da chuva do da anterior e de mato, e o sol ainda brilha quase como se fosse verão. Abro as janelas e deixo sua luz entrar em meu apartamento e me permito, por um instante, apreciar o cheiro da vida. O cheiro de estar vivo. Olho pela janela e vejo inúmeras pessoas se dirigindo ao trabalho, ou indo a lugar nenhum, muitas com o bom humor que é um reflexo deste belo dia. Algumas dizem “bom dia!” para os que passam ao seu lado. Outras estão mergulhadas na tela de seus celulares, que mal parecem ter consciência de existirem. Algumas ouvem música e outras estão com tanta pressa que apenas andam a passos largos. E eu as odeio. Todas. Desejo machucá-las e pôr fim à medíocre vida que elas possuem. Desejo fazê-las sofrer e vê-las implorando para continuarem vivas. Desejo dar um momento de esperança, fazê-las acreditar que continuarão vivas, apenas para ver o horror em seus olhos quando se derem conta de que não há, nem nunca houve esperança. Desejo ver o brilho no fundo de seus olhos conforme o último suspiro de vida deixa aquele corpo. Mas não, droga! Esse não sou eu. As vozes tomaram conta de mim novamente e nem sequer percebi. Está cada vez pior e sinto que em breve meu verdadeiro “eu” não existirá. Só este corpo vazio e as vozes o dizendo o que fazer. Eu vejo pessoas e
As redes sociais amplificam em demasia as notícias desagradáveis que assistimos na TV, ouvimos pelo rádio ou que estampam as páginas dos grandes veículos impressos. Pra nós, basta que sejamos portador da boa notícia. Com total respeito a quem também faz isso, sabemos, contudo, que fazemos muito bem. E vamos continuar pelo tempo que for possível – mesmo com uma receita que muitas vezes não supera a despesa, reflexo de um aparente desinteresse do mercado por veículos que valorizam a boa informação e a responsabilidade social. Nossa luta também é para mudar isso. Vem com a gente!
A coluna ‘Outra História Por Favor’ é publicada no Megaphone Cultural pelo Clube do Livro ‘Outra Xícara Por Favor’ com periodicidade mensal. Contato outraxicaraporfavor@hotmail.com
tudo que realmente enxergo são maneiras de fazê-las sofrer. As vozes me dizem para machucá-las e tentam me convencer de que irei amar a sensação. O que mais me causa horror é que passei a acreditar que irei amar realmente. Mas a parte de mim que ainda existe e cujas vozes ainda não conseguiram dominar sabe que é errado. Ou pelo menos, em algum momento do passado, sabia. Essa pequena centelha de vida dentro de mim agora apenas teme que eu machuque alguém e seja pego por isso, e que em consequência eu não possa machucar ninguém novamente. Talvez esta parte de mim também esteja morrendo... Tem que ser feito, eu sei que precisa ser feito. Olho para o magnífico palco que montei. Ali ocorrerá o ato final e tudo já está em seu devido lugar, só falta o ator principal – e único – entrar em cena. Mas há algo muito errado, eu sinto. As vozes estão caladas, quando eu tinha certeza de que elas estariam exaltadas. Evito pensar muito, antes que aquela minúscula partícula de consciência dentro de mim morra de uma vez. Permito-me, neste momento pela última vez, sentir o cheiro da vida. Suor, chuvas, folhas e fumaça. Esse é o cheiro para mim neste instante. Subo na cadeira e fecho os olhos. Tento escutar as vozes, mas elas realmente se calaram. Coloco a corda gentilmente em volta do meu pescoço e olho para baixo, me preparando para o que tenho que fazer. Mas é no exato segundo em que pulo, naquele brevíssimo momento em que o fio da vida ainda me segura a este mundo, que consigo entender. As vozes estão satisfeitas. Elas tiraram a vida de alguém. As vozes me venceram, afinal.
Marina Risther Razzo, 25 anos, é advogada e uma das fundadoras do Clube do Livro ‘Outra Xícara por Favor’.
Expediente Megaphone Cultural Textos: Fernando Pineccio*
Impressão: Jornal Tribuna de Itapira
Vendas: Wanella Bitencourt (19) 9.9373-8742
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Projeto Gráfico: Cássio Rottuli (9.9946.9027) Cidade-sede: Itapira/SP
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ITAPIRA
Circulação na Baixa Mogiana e Circuito das Águas imprensa@portalmegaphone.com.br
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O Jornal Megaphone Cultural circula quinzenalmente. A distribuição é gratuita e você pode retirar o seu exemplar em alguns postos fixos nas cidades de Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu:
Banca Estação | Praça João Sarkis Filho – Centro / Banca da Praça | Praça Bernardino de Campos – Centro / Banca Santa Cruz | Rua da Saudade – Santa Cruz / Banca Bela Vista | Praça da Bíblia - Santa Cruz / Jazz Café |Rua José Bonifácio, 365 – Shopping Sarkis / Mil Mídias |Rua 24 de Outubro, 166 - Centro / Costa Maneira|Rua Alfredo Pujol, 190 - Centro / Center Supri Rua José Bonifácio, 194 – Centro – 3863-0972 / Fatec ‘Ogari de Castro Pacheco’ Rua Tereza Lera Paoletti, 570, Jardim Bela Vista
MOGI MIRIM
Bancas do Sardinha | Rua Pedro Botesi (Tucura) / School Skate Store | Rua Padre Roque, 284 - Sala I - Centro / Fatec ‘Arthur de Azevedo’ Rua Ariovaldo Silveira Franco, 567, Jardim 31 de Março
MOGI GUAÇU
Choperia Tradição | Avenida Luiz Gonzada de Amoedo Campos, 31 – Planalto Verde / Disco Tem | Avenida Nove de Abril, 90 - Centro / Banca da Capela |Praça da Capela - Capela / Woodstock Barbearia & Tattoo Rua Manacás, 295, Ypê Pinheiros – 9. 9602-2811
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Edição Quinzenal | 5 de abril de 2016 | Página 3
Agenda dos melhores eventos de 07/04 a 04/06
PROGRAME-SE
AGENDAS PATROCINADAS PUBLIQUE SEUS EVENTOS: (19) 9.9836.4851)
O PROFETA PUB ROCK Telefone: (19) 9.8179-8114
Rua: Vereador João da Rocha Franco, 39 - Mogi Guaçu 09/04 - Tributo a Zé Ramalho – Abertura;Tributo Acústico a Nando Reis 15/04 - Tributo a Mamonas Assassinas 16/04 - Tributo a Engenheiros do Hawaii – Banda Projetos Engavetados 23/04 - Metallica Cover 29/04 - Mr. Whoo
O CHOPINHO
Divertido grupo foi vítima de desastre aéreo em 1996
Telefone: (19) 3843-7230
ra b m le re u ç a u G i g o M m e Evento s a n o m a M s o d s o s s e c u s e alegria
A
te n ç ã o , a te n ç ã o Creuzebek, vai começar a baixaria: está confirmada para o próximo dia 15 (sexta-feira) a segunda edição da festa ‘Brazuca Até Umas Horas’ em Mogi Guaçu. O evento conceitual novamente ocupa as dependências d’O Profeta Pub Rock com muita música e diversão. Desta vez, a homenagem é ao grupo Mamonas Assassinas, que há 20 anos deixou uma legião de fãs perplexos diante de uma tragédia que ceifou, precocemente, uma carreira meteórica de muito sucesso e humor que con-
quistou gerações. O show da noite fica por conta da Pandemya, que além do repertório especial com músicas dos Mamonas também interpretará músicas de nomes como O Rappa, Charlie Brown Jr e Raimundos, entre outros. Para completar o rolê, o evento ainda conta com os DJs Ed e Nikito tocando simultaneamente o melhor do Groove, mais a conceituada DJ Alessandra Pagu, com muita música brasileira nas pickups. As atividades começam às 22h00. “A expectativa muito boa, depois do sucesso que foi o primeiro
Brazuca, esperamos todos para curtir outro ícone da música brasileira e que compareça aquela galera de boas vibrações que vieram na primeira vez”, comenta um dos idealizadores do evento, Cleber Rodrigues. A primeira edição do ‘Brazuca Até Umas Horas’ aconteceu em dezembro do ano passado, com tributo ao ícone da Sol Music nacional, Tim Maia. A ocasião lotou completamente o bar e apresentou ao público um novo conceito de festa musical na região. Os ingressos para a nova edição custam R$ 15,00
no primeiro lote (válido até dia 8, caso ainda haja disponibilidade), R$ 20,00 (segundo lote até o dia do evento) e R$ 30,00 na portaria. As vendas acontecem em Mogi Guaçu (Essência Boardshop, Simetria Treinamento, C h o p e r i a Tra d i ç ã o e Everyday Head Shop) e em Mogi Mirim (Essência Boardshop e School Store). Convites também diretamente com a organização pelo telefone/ Whatsapp (19) 9.83336708 ou 9.9675-9728. O evento tem o apoio da Calmaneggo Skate Shop e cobertura da Hypecam.
Rua Dr. Norberto da Fonseca, 240 - Nova Itapira https://www.facebook.com/ochopinho 08/04 - Ed Campos 09/04 - Wellington Clemente 15/04 - Aimberê Dantas 16/04 - Everton Coraça 20/04 - Ed Campos 21/04 - Rafael Zanella 22/04 - Tempero Brasileiro 23/04 - Gustavo Nunes 28/04 - Marco Aurélio Restaurante Pizzaria Bar Balada & Eventos
AVENIDA JACAREÍ, 64 – ITAPIRA 15/04 – Garage 3 Rock Band 16/04 – Let it Beatles 29/04 – Rocky Raccoon 07/05 – 70 & Tal 14/05 – Linha de Base 28/05 – Mr. Whoo 04/06 – Black & Back Band
CHOPERIA TRADIÇÃO facebook: Choperia-Tradição
Avenida Luiz Gonzaga de Amordo Campos, 31 Jardim Casagrande - Mogi Guaçu 07/04 – Júnior Rodrigues 08/04 - Trio 4Tears 09/04 - Hud Henrique 10/04 - Tributo a Legião Urbana 14/04 - Roni Bueno 15/04 - Serginho e Júlio 16/04 - Adriano Texugo & Michele Drummer
Raoni Frizzo/ Divulgação
Amparo abriga atividades fotográficas
Amparo recebe evento fotográfico A cidade de Amparo abriga, até o próximo dia 10, a primeira edição do ‘Amparo em Foco’, evento destinado aos amantes e profissionais da fotografia. As atividades, que foram abertas no dia 1º deste mês, também integram as comemorações em torno do aniversário do município, celebrado dia 8. O cronograma reúne exposições de fotógrafos profissionais e amadores, além de oficinas fotográficas, palestras e
passeios ligados ao tema. A maior parte da programação é gratuita. Entre os destaques desta primeira edição do evento estão a exposição e palestra com o renomado fotógrafo amparense Sérgio Jorge, com mais de 50 anos de profissão e ganhador do primeiro Prêmio Esso de Fotojornalismo; a chegada da fotografia em Amparo através dos cartões postais com o historiador Roberto Pastana Teixeira Lima; um
bate papo com o presidente do Grupo Luminous de Fotografia de São Paulo, Ourivaldo Barbosa do Valle; e um paralelo sobre o papel da fotografia com repórter fotográfico Flávio Torres, idealizador e coordenador do InterFotoItu, evento promovido em Itu/SP.
Exposições O Amparo em Foco contempla duas exposições de alto nível com fotógrafos
da cidade. Há mais de 20 anos sem expor em sua terra natal, Sérgio Jorge traz para Amparo uma coletânea com 50 imagens de acontecimentos curiosos da cidade, com a exposição ‘Fragmentos de um Tempo’. Outra mostra, intitulada ‘Entre Olhares’, traz imagens de um coletivo de fotógrafos amadores e profissionais, que busca expressar sua forma de ver o mundo por meio da arte de fotografar. Além das pales-
tras e exposições exclusivas, haverá também passeios por pontos de grande interesse turístico de Amparo. Entre as atividades estão oficinas de fotografias para iniciantes, saídas fotográficas pelo centro histórico, observação das estrelas e galáxias no Pólo Astronômico e passeio pela reserva ecológica na Serra dos Feixos, no Distrito de Arcadas. Voltado à participação de todos os apaixonados pela fotografia,
o Varal Fotográfico ‘Amparo 187 anos’ representa uma grande exposição coletiva ao ar livre, utilizando o Jardim Público como pano de fundo. A programação completa está disponível no site www.amparoemfoco. com.br. Mais informações e inscrições dos passeios e oficinas pelo e-mail cinefotoamparo@gmail.com ou na página do evento em no Facebook (Facebook.com. br/amparoemfoco.)
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LEGADO REVERENCIADO
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Arquitetura de Victório Coppos é tema de exposição em Itapira
A
obra do arquiteto itapirense Victório Coppos, vivido entre 1890 e 1965 é tema de nova exposição no Museu Histórico e Pedagógico de Itapira. A mostra, batizada de ‘A Arquitetura de Victório Coppos’, será aberta no dia 15 de abril e seguirá até 30 de junho, reunindo fotografias, documentos, desenhos e estudos que revelam as diversas facetas do arquiteto. Nascido em 29 de janeiro de 1890, Victório Coppos se for-
mou pela Escola Livre de Engenharia, em São Paulo. Em Itapira, fundou uma fábrica de mosaicos e ornamentos, que abrangia qualquer trabalho arquitetônico, como construções, plantas, fachadas, balcões, túmulos e trabalhos em mármore e ladrilhos, por exemplo. O ofício, ele aprendeu com o pai, Giácomo Coppos, que era pedreiro. Com apenas sete anos de idade, Victório já o auxiliava em suas funções. Em meio século de trabalho em Itapira, o arquiteto deixou sua marca na
Com pegada alternativa e eclética, o evento sugestivamente batizado de Noite de Música Boa chega à sua terceira edição em Mogi Guaçu. A festa que abriga as dependências d’O Profeta Pub Rock acontece na sexta-feira (8), com início às 22h00. O destaque da noite fica por conta da apresentação do cantor e compositor Monkey Jhayam, paulistano reverenciado no cenário independente nacional e que transita com mui-
ta versatilidade pelo universo Reggae/Dub. O evento é promovido pela Everyday Tabcaria & Head Shop e tem a intenção de preencher uma lacuna entre os eventos alternativos do gênero. A proposta, como o nome diz, é reunir música boa, amigos e muita energia positiva. No show planejado especialmente para o evento, Monkey Jhayam se apresenta ao lado do Dj Rafilskis, com repertório que mescla Rap e Reggae com pitadas
Noite de Música Boa: evento tem terceira edição em Mogi Guaçu
Fachada do Clube XV é uma das criações do homenageado
paisagem urbana da cidade, com assinatura em fachadas de diversos sobrados e casarões, além dos portais do Instituto Américo Bairral, do Cemitério Municipal da Saudade e da antiga cadeia – atual Casa da
Cultura. Ícones arquitetônicos do município, como a Capela do Salto, em Eleutério, e o Cruzeiro do Parque Juca Mulato, também foram concebidos pelo arquiteto. Outros trabalhos de expressão – como a
fachada do Clube XV de Novembro – infelizmente não resistiram à força do tempo e à ausência de uma política de preservação do patrimônio histórico local, que permite alterações e demolições sem qualquer critério.
Victório Coppos morreu em 22 de março de 1965, aos 75 anos. A visitação acontece de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 11h15 e das 13h00 às 17h15. Aos domingos, das 8h30 às 11h30. A entrada é franca. Divulgação
Monkey Jhayam é atração em evento n’O Profeta
de Soul e Jazz. Pra completar o rolê, presença dos DJs Junka e Mouse, além de outras atrações. Já conceituado entre o público, a ideia é que a partir de julho o evento tenha edições mensais até novembro, todos os primeiros finais de semana de cada mês. Vale
ressaltar que a noitada acontece às vésperas do aniversário da cidade, portando o público pode curtir à vontade sem se preocupar com o horário. Os ingressos estão no segundo lote, com venda antecipada até o próximo dia 7 ao investimento de R$
25,00. Na portaria, o convite custa R$ 35,00. Os pontos de venda em Mogi Guaçu estão na Everyday Tabacaria e Head Shop, na Avenida Nove de Abril, 104-A, no Centro, e na Loja Essência Board do Buriti Shopping. Em Mogi Mirim, as vendas antecipadas
também acontecem na Essência Board, na Praça São José, 345, no Centro. Já em Itapira, os convites podem ser garantidos na Preserve Skate Shop, à Rua Alfredo Pujol, 160, no Centro. O Profeta Pub Rock fica na Rua Vereador João Franco da Rocha, 39, no Centro.
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Ana Rezende/Divulgação
Evento oferece atrações gratuitas para todos os públicos
Programação multicultural é destaque na região
C
om a proposta de democratizar o acesso à arte e cultura, o Circuito Sesc de Artes desembarca novamente em Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu. O evento reúne atrações totalmente gratuitas e
abertas ao público, que ocupam praças públicas nas três cidades da região que integram um cronograma que passa por outros 11 municípios paulistas durante quatro finais de semana
de abril. Em Itapira, o evento acontece no dia 8 (sexta-feira), na Praça Bernardino de Campos. No dia seguinte, 9 (sábado), é a vez de Mogi Mirim, na Praça Chico Mendes. Já em Mogi Guaçu, o cronograma será
apresentado no dia 17 (domingo), na Praça Angelina Mariotoni (Campo da Brahma). As atividades começam sempre às 16h00. A proposta do Circuito Sesc de Artes é intervir positivamente no dia-a-dia de cidades que
não possuem unidade do Sesc, democratizando o acesso à cultura e levando atrações de diversas linguagens artísticas. A ocupação de praças, parques e ruas reforça a ideia do espaço público ser um local de convi-
vência e de encontro. Como ocorre em todas as cidades beneficiadas com o programa, Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu receberão apresentações e atividades de música, teatro, dança, circo, artes visuais e literatura.
Na edição do evento que acontece dia 17 em Mogi Guaçu, o destaque musical fica por conta do show especial de Filipe Catto em homenagem à cantora Cássia Eller. Já consagrado como um dos artistas mais talentosos da nova geração da MPB (Música Popular Brasileira), Catto empresta seu timbre raro de
contratenor à interpretação de músicas lançadas pela artista falecida há 15 anos. A admiração do cantor e compositor gaúcho por Cássia Eller não é novidade para o público que o acompanha. Admiração que se traduziu em paixão, por exemplo, na gravação da música ‘Eu Queria Ser Cássia Eller’, composta por Péricles
Cavalcanti. Em alguns shows, Catto já teve a participação da percussionista Lan Lan, que acompanhou Cássia Eller durante oito anos. O repertório contempla canções famosas na voz da roqueira carioca de personalidade única, como ‘Malandragem’, de Cazuza e Frejat, e ‘E.T.C.’, de Nando Reis, por exemplo.
Em Itapira e Mogi Mirim, tributo Em Mogi Guaçu, Filipe Catto aos Novos Baianos é o destaque faz homenagem a Cássia Eller Divulgação
Novos Baianos recebe homenagem em Itapira A Praça Bernardino de Campos, na área central de Itapira, e a Praça Chico Mendes, na Zona Leste de Mogi Mirim, serão palcos do espetáculo musical ‘Dê um Rolê’, que reúne Anelis Assumpção, Curumin e Marcia Castro em uma homenagem aos Novos Baianos. Os eventos acontecem no dia 8 e 9 de abril, respectivamente, a partir das16h00. As duas cidades recebem programação idêntica. O grupo original, formado no
final dos anos 1960 na Bahia, marcou a história da Música Popular Brasileira e do Rock brazuca, reunindo diversos ritmos que se traduziram em uma verdadeira festa de sons que cativou gerações. Para se ter uma ideia, o segundo (e aclamado) disco do grupo, ‘Acabou Chorare’, mesclou guitarra elétrica, baixo e bateria com cavaquinho, chocalho, pandeiro e agogô, sendo eleito pela revista Rolling Stone como o melhor disco
da história da música brasileira. Os Novos Baianos eram Moraes Moreira, Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor, Dadi e Luiz Galvão, mas reuniram outros nomes ao longo dos anos. No repertório do show que será apresentado em Itapira, o público poderá conferir músicas como ‘Mistério do Planeta’, ‘Acabou Chorare’, ‘Barra Lúcifer’, ‘Colégio de Aplicação’, ‘Preta Pretinha’ e ‘Besta É Tu’, entre outras.
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Filipe Catto faz tributo a Cássia Eller no Guaçu
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mais cedo, às 10h00. Os shows começam às 11h00 e a última banda do dia sobe ao palco por volta da 00h30, conforme previsão divulgada pela organização. No domingo, com início também às 10h00, o evento transcorre até por volta das 20h00. O tradicional evento é promovido pelo Motoclube Piramoto, que aguarda perto de cinco mil pessoas durante os três dias de atividades. A estrutura envolve praça de alimentação, estacionamento para carros – ao custo de R$ 20,00 por dia - e para motos, gratuitamente, além de área de camping e feira de expositores. Os ingressos antecipados para o público em geral custam R$ 15,00 por dia. Para
motociclistas, não há venda antecipada. Na portaria, o público em geral desembolsa R$ 20,00, enquanto que motociclista paga R$ 10,00, também por dia. Segundo a organização, parte da renda será revertida à aquisição de equipamentos para pessoas com mobilidade reduzida. O evento tem o apoio da Prefeitura Municipal, GCM (Guarda Civil Municipal), Polícia Militar, Federação dos Motoclubes do Estado de São Paulo e Megaphone Cultural. Outras informações e pontos de venda podem ser consultados no site www.motorrockitapira. com.br. O Recinto Agropecuário fica na Rua Jacob Audi, 570, na Vila Penha do Rio do Peixe.
Evento motociclístico acontece no Recinto Agropecuário
Programação Oficial Guilherme Jugni/Divulgação
E
m sua décima segunda edição, o Motor Rock – Encontro de Motociclistas de Itapira acontece no próximo final de semana, entre sexta-feira (8) e domingo (10). O evento ocupa parte das dependências do Recinto Agropecuário Carmem Ruete de Oliveira. A programação musical, carro chefe das atrações, reúne 17 shows que garantem o rock and roll aos amantes e entusiastas do motociclismo. No primeiro dia, as atividades começam às 18h00, com a abertura oficial seguida pela bênção aos motociclistas. A primeira banda toca às 20h00 e outros dois shows complementam o cronograma inicial. No sábado, o evento abre suas portas bem
Vagner Sanches/Divulgação
Com 17 shows, Motor Rock tem nova edição em Itapira
Love Gun (Kiss Cover) é uma das atrações musicais
SEXTA-FEIRA, DIA 8 18h00 – Abertura 19h00 – Bênção aos Motociclistas 20h00 – Máfia do Blues 22h00 – Love Gun (Kiss Cover) 00h00 – Children Of The Beast (Iron Maiden Cover) SÁBADO, DIA 9 10h00 – Abertura dos Portões 11h00 – Wellington Clemente 12h30 – Estado Livre 14h00 – T-Ale 15h30 – Sons Of Seattle 17h10 – T-Ale 19h00 – Kerozene 20h50 – Jack James 22h40 – Gunser (Guns n’ Roses Cover) 00h30 – Rising Power (AC/DC Cover) DOMINGO, DIA 10 10h00 – Abertura dos Portões 10h30 – Wild Star 12h00 – Anonimato 14h00 – Jack Flash (Rolling Stones Cover) 16h00 – Johnny Voxx 18h00 – U2 Cover
fatec
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E
ntre os dias 10 de abril e 29 de maio o Buriti Shopping de Mogi Guaçu recebe o Museu Itinerante ‘Mistérios do Antigo Egito e Terra Santa’, que reúnem, ao todo, 150 peças arqueológicas. Idealizado pelo proprietário do acervo, Maisur Musa, o projeto percorre o Brasil há mais de 15 anos. Do total de itens expostos, 82 são originais e 68 são réplicas. O evento oferece visitas guiadas e escolas também podem agendar horários com direito à palestra. A exposição fica aberta diariamente, entre segunda-feira e sábado das 10h00 às 22h00 e aos domingos e feriados das 11h00 às
desde 2000 a.C. até 700 d.C., vasos de vidros romanos, perfumes e moedas. Entre as réplicas, há três do Faraó Tutancâmon, como a Máscara Mortuária, um manequim que servia para provas de roupas e jóias, do busto da rainha Nefertiti, de aproximadamente 1.330 a.C, famosa peça por ser considerada a mais bela mulher da an-
22h00, na Praça de Alimentação do conglomerado comercial. O ingresso custa R$ 16,00 (inteira) e R$ 8,00 (meia-entrada). Vale re s s a l t a r q u e , com apenas um ingresso, o visitante pode conferir a mostra várias vezes e aproveitar outras visitas e palestras. Entre as peças originais há um deus cananeu de aproximadamente 2000 a.C., candeias
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Mistérios do Antigo Egito e Terra Santa em exposição no Buriti Shopping tiguidade, além de quatro múmias. Há também um sarcófago egípcio. O objetivo do evento é divulgar e esclarecer a história de civilizações que deixaram o seu legado para a posteridade. Para grupos e s c o l a re s , h á disponibilidade de visitas a partir das 8h00. O u t ra s i n fo r mações pelo telefone misteriosdoantigoegito@ hotmail.com (22) 9.9101-1949 ou no site www.buritishoppingmogiguacu.com.br.
Exposição reúne 150 itens em Mogi Guaçu
Prazo para requerer isenção ou redução de taxa do Vestibular da Fatec termina em 8 de abril Até as 15h00 de sexta-feira (8) os candidatos ao Vestibular do 2º Semestre da Fatec (Faculdade de Tecnologia) podem requerer a redução ou isenção da taxa de inscrição, cujo valor é de R$ 75,00. O benefício é estendido a todas as unidades da faculdade, cujo
atendimento é totalmente gratuito. O procedimento começou no dia 8 do mês passado e o resultado será divulgado no dia 3 de maio – mesmo dia em que serão abertas as inscrições para a efetiva participação no processo seletivo. Neste caso, o prazo seguirá até 15h00 do dia 9 de junho. A prova
será no dia 3 de julho. Para ter direito ao benefício, o interessado deve preencher alguns requisitos básicos que comprovem sua condição socioeconômica carente. Todos os critérios podem ser consultados no site www.vestibularfatec. com.br, onde também está disponível o requerimento
Sarau Cultural: um manifesto democrático
do benefício. O requerimento de isenção ou redução da taxa também é válido para quem deseja estudar nas unidades da Fatec em Itapira ou Mogi Mirim. “Pra quem não tem computador com acesso à internet e impressora em casa, as unidades da Fatec oferecem essa estrutura. Basta se dirigir
até a nossa secretaria e solicitar. É importante que os candidatos não deixem pra última hora”, avisou o diretor das Fatecs de Itapira e de Mogi, André Luis Ferrari de Moura Giraldi. Outras informações também podem ser consultadas no site www. vestibularfatec.com.br.
O renascimento da poesia na Música Popular Brasileira
por Ricardo Pecego
Mesmo quando o Coletivo Sarau Cultural ‘Por Trás da Rotina Itapirensse’ era somente uma ideia já havia questões importantes incorporadas. Sei disso por ser umas das primeiras pessoas a quem a Aline Fernanda Longo, uma das idealizadoras, contou a sua ideia. Algum tempo depois aconteceu o primeiro Sarau Cultural, cuja intenção era ocupar a praça pública com poesia e música. E não foi realizado somente pelas mãos de uma única pessoa, envolveu a colaboração de diversos artistas e apoiadores. Desde lá muita coisa mudou. Hoje, o Sarau Cultural busca tratar temas, se politizou, mas não perdeu a premissa democrática de sua organização e abertura à participação. É preciso apontar algumas considerações. A democracia que se fala aqui não é a mesma que se fala em Brasília e a que ocupa a maioria do pensamento da sociedade. Não estamos falando simplesmente da vontade da maioria, do direito do voto uno e simplesmente. Mas, sim, da voz do povo, da abertura para qualquer um fazer suas colocações, poder falar e se expressar com a certeza de que as outras pessoas estão escutando e vendo. Estamos falando de uma forma de gerir e organizar que não se concentra em uma única pessoa. O Sarau Cultural, hoje, não é uma pessoa. São inúmeras pessoas, que às vezes nem sempre se consideram parte do coletivo, mas fazem. E qualquer um pode fazer parte do coletivo, seja na organização, colocando sua opinião sobre o projeto que está sendo idealizado, ou no momento em que ele acontece. É neste sentido que o Sarau Cultural chegou ao seu ápice com seu último evento, o 1º Sarau da Sexualidade e Pluralidade de Gênero. Desde as fases iniciais de organização das ideias, o evento contou com a opinião e discussão de dezenas de pessoas. Seu nome foi alterado ao menos duas vezes antes de se bater o martelo. Um grupo de mais de 100 indivíduos esteve em contato direto com a organização, incluindo membros de grupos de estudos de gêneros e sexualidade da UNESP de São Carlos, estudantes da UNICAMP e USP, profissionais das mais diversas áreas, pessoas que tiveram seu primeiro contato com o assunto, das mais variadas idades e visões de mundo. Destas, cerca de 30 se envolveram dire-
tamente, contribuindo periodicamente com as discussões apresentadas, fornecendo dados, dando opinião sobre a divulgação e ideias para atrações, sugerindo outros indivíduos que poderiam colaborar com a proposta. É importante ressaltar que o Coletivo Voz Popular também estava presente em todos os momentos da organização, sendo um coprodutor do evento. Além das discussões internas do grupo organizador, foi a primeira vez que o Sarau contou com uma oficina preparativa do evento principal. Uma experiência bem sucedida e que ajudou a algumas pessoas a entenderem diversas questões propostas pela temática: a diferenciação da sexualidade e gênero quanto aos seus aspectos biológicos, de identidade, dos sentimentos e especialmente da expressão. A discussão foi focada na quebra do conceito de gênero binário. Embora alguns tratem o Sarau da Pluralidade como um evento LGBT, nós não podemos configurá-lo desta forma. Pois, tanto o público quanto a temática superou os representados pelo movimento LGBT. Não poderíamos querer algo mais plural do que foi. Nem sequer temos condições de dizer qual o perfil do público ou como se enquadra a sua maioria. Em questão de faixa etária o público era jovem. Quanto à expressão de sua sexualidade e gênero, existiam indivíduos que nem sei “enquadrá-los” em um conceito já estabelecido. Presença forte de mulheres, já que o evento também colocou em pauta questões relacionadas ao feminismo. Durante boa parte do evento o microfone se manteve aberto e contou com a colaboração de poetas e discursos em favor da diversidade e maior abertura ao tipo de democracia que se implantou no Sarau. Questões políticas foram colocadas em pautas, tanto com o microfone aberto quanto na apresentação da banda Broove, especialmente a indignação dos participantes com as proporções que a corrupção chegou, tanto em âmbito federal, quando no âmbito estadual e municipal (especialmente com o caso do suposto desvio de verbas da Secretaria Municipal de Cultura). Por estas razões e por tantas outras podemos afirmar de boca cheia que o Sarau Cultural da Sexualidade e Pluralidade de Gênero foi um manifesto democrático em todos os sentidos. João Marquezini é historiador e entusiasta das causas culturais e democráticas
por Ricardo Pecego
Muito mais do que uma identidade de gênero musical (ou racial, como colocam alguns), pra mim Música Popular Brasileira é uma definição de expressão artística com raízes nos ritmos criados e/ou culturalmente naturalizados no nosso gene brasileiro. Como diria Gismonti: “música é música, e quem coloca rótulo é gravadora”. Partindo então deste princípio pétreo, destaco nessas mal-traçadas, mas mui bem diagramadas linhas, que a poesia está voltando, e como numa espiral, nossa música está passando por um momento crucial de re-evolução. Esse clique eu tomei quando li a letrada música “Kamikaze” do CD “Todo Mundo é Bom” do Coletivo Chama do Rio de Janeiro. A música em questão tem melodia de Thiago Thiago de Mello (duas vezes Thiago mesmo!) e letra de Renato Frazão, sintam o drama das duas primeiras estrofes: Bêbado de Lua Alado de vertigem Minha fuselagem É bicho no cio Ânsia que me aflige Mergulho na voragem Tremo de coragem Dentro do vazio Simples, genial e sensorial de forma sublime, deixada para os brasileiros do pós-holocausto sertanejo apreciarem lá na frente, quando estes poetas por não serem reconhecidos, enaltecidos e estimulados como deveriam, provavelmente estarão fazendo letras no além. Essa turma não vem sob a influência Indie, que toma contada cena underground, como a única opção inteligente para o público vacinado pela antisertanêjica, ou MC1N1. Essa massa de influência está vindo de onde eu e você menos suspeitaríamos. Se econtram impregnados do DNA de Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elomar, Shangai, Lenine, Ceumar, Belchior, Guinga, etc. Estou esperando agora as pessoas tomarem a pílula da profundidade, e enxergarem o óbvio dos personagens de mangás criados por esta cena Indie, que se vende muito bem, se atraca na guerra de gêneros, se mescla na onda dos repudiados, e com isso ganham a condolência da plateia. Deus me perdoe, aqui não quero desmerecer o trabalho de ninguém, muito menos generalizar toda cena Indie, parecendo dono da verdade, mas chegando aos quarenta passei a expressar minha opinião. Não tenho nenhum problema que discorde dela, só acredito que devemos ampliar nosso espectro crítico, porque se selecionarmos nossa arte pelo encantamento
de gênero estaremos cometendo o mesmo crime que se a estivéssemos repudiando por esse motivo. Arte não tem gênero, a pessoa sim, e ela pode inserir isso na sua linguagem, desde que dentro de um contexto honesto, e não pra fazer show aqui e acolá. Assisti a uma entrevista de 1989 do Paulinho da Viola no Roda Viva (TV Cultura), e ele disse, quase que exatamente, o que em 2011, Roine Stolt guitarrista e fundador da banda de rock progressivo sueca Flower Kings, me disse por e-mail. Na sua entrevista Paulinho da Viola comentou que na juventude todos ficaram loucos com o Rock Pop, que posteriormente se tornou a Jovem Guarda, e ele ficou na dúvida, pois a qualidade da música era péssima (esse adjetivo foi meu, Paulinho é um gentleman), e não se sentia à vontade de entrar na onda como toda sua geração. Passou a abominar o Rock, até que surgiram os Beatles, aí sim ele passou a ser ouvinte de Rock, depois Jazz e até música clássica. Por isso é um dos gênios compositores de nossa Música Popular Brasileira! O sueco, com quem trocava e-mails, numa resposta singela à minha medíocre pergunta: - Qual tua principal influência? - me arrebatou: “Ricardo, minha influência é a música, do Michael Jackson ao Magma, ouço de tudo porque em todos os estilos tem coisa boa”. Na aurora dos meus 35 aninhos, concluí que minha pergunta fora juvenil demais. Vamos então observar as flores do campo, e cheirar as perfumosas para que mais compositores não tenham que arrumar outro emprego, porque as letras não lhe sustentam a família. Que a profundeza não se torne obsoleta, e que a maquiagem possa ser desvendada, mesmo que opte por escutá-la, prestigiá-la, mas sabendo em que terreno pisas. Não pensem que eu também não escuto coisas de baixo calibre. Todos nós escutamos! Só temos que dar espaço nas playlists para o Tatit e toda essa safra de poetas que surgem nessa nova maré da canção. Eventos como na Mostra Cantautores de Minas Gerais, já na quinta edição, ganham corpo e importância, demonstrando que por lá o espírito Clube da Esquina está mais vivo que nunca. Faço votos que teu Google os encontre e teu coração se encha de MPB como essa letra de Alexandre Andrés e Bernardo Maranhão, “O Velho”: Junto de mim meu coração guardou você, recordação do seu viver do jeito meu. Você deixou e eu descobri com gratidão. Nunca pensei que fosse tanto parecer. Recentemente simplesmente pude ver quando eu achava que era eu, era você.
Ricardo Pecego, 38, é produtor cultural, aspirante a esteta e acha que o mundo, inclusive o Brasil, ainda tem jeito.
anorama
www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 5 de abril de 2016 | Página 8
Vagner Sanches/Divulgação
a v o n e r e s n e ir p a t I a Banda Lir s o t je o r p a ç r o f e r e s ia r parce
A
Banda Lira Itapirense formalizou nova parceria com o Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos por meio da Lei de Incentivo à Cultura, conhecida por Lei Rouanet. O acordo assinado recentemente garante a continuidade das ações desenvolvidas pela corporação dentro do projeto Escola de Música II. Na prática, o Cristália patrocina as atividades da Banda Lira por meio da dedução de parte de seu imposto de renda. A parceria entre a corporação e a empresa referência do setor farmacêutico no país começou em 2013 e, desde então, já possibilitou a expansão de quatro projetos que beneficiam centenas de alunos. Além da Lei Rouanet, gerida pelo Ministério da Cultura, a empresa também já apoiou as atividades da Banda Lira através do ProAC (Programa de Ação Cultural), vinculado à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Além do patrocínio do Cristália, a corporação – que no dia 10 de abril completa 107 anos de existência – tam-
bém conta com o apoio da Prefeitura, por meio de convênios firmados junto às secretarias de Cultura e Turismo e de Promoção Social. As parcerias possibilitam à Banda Lira a manutenção de diversos programas, que vão desde o ensino musical na própria sede, até os projetos desenvolvidos em entidades e nos NAIs (Núcleos de Atendimento Integral) – agora chamados de Grupos de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. “O patrocínio do Cristália e os convênios com a Prefeitura são importantes ferramentas que nos possibilitam desenvolver esses trabalhos e ampliar a abrangência deles. Essas parcerias acabam se complementando e assim conseguimos expandir o atendimento”, avalia o maestro Maurício Perina, diretor-artístico da corporação. A renovação dos convênios com a municipalidade também ocorreu recentemente, em solenidade abrigada no CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados) do Istor Luppi, com presença do prefeito José Natalino Paganini (PSDB) e da
secretária municipal de Promoção Social, Eliana Assugeni Sobreiro Dias. De acordo com Perina, um dos projetos financiados pelos convênios com a administração municipal, o Viva Música, passará a atender neste ano mais de 400 crianças e adolescentes inseridos nos NAIs. No ano passado, esse número foi de 320. A demanda maior é resultado da expansão do programa ao CEU. Uma das novidades deste ano é a implantação do Coral da Melhor Idade junto à Academia da Saúde, com aulas gratuitas já em andamento sempre às terças-feiras, das 19h00 às 21h00. Com o patrocínio do Cristália, a Banda Lira também leva atividades de musicalização a outras entidades e instituições, com professores que atendem ao público do Lar São José, Casa da Criança Celencina Caldas Sarkis, Educandário Nossa Senhora Aparecida, Sepin (Serviço de Proteção à Infância e Adolescência), ADI (Associação Down de Itapira) e Centro Comunitário de Eleutério Antônio Carlos Vieira, em Eleutério. Além
Vagner Sanches/Divulgação
Projetos da Banda Lira têm continuidade com apoios
Nova parceria com município foi assinada recentemente
disso, a parceria também promove as aulas de música na sede da corporação, voltadas aos instrumentos de sopro, violão popular e percussão. “O resumo de tudo isso é que em um ano cheio de acontecimentos em nosso país, nós já iniciamos com um saldo muito positivo. Ao todo, no ano passado, atendemos perto de 700 alunos, e neste ano já nos aproximamos de mil, com perspectiva de que esse número aumente ainda mais”, comemora Perina. De acordo com ele, a parceria com o Cristália também fomentará uma
série de aproximadamente 70 apresentações da Banda Lira Itapirense ao longo do ano. “Felizmente, sempre temos uma boa avaliação da empresa e também da Prefeitura, e ficamos felizes com esse reconhecimento da música como uma ferramenta de transformação de realidades e que cria muitas oportunidades”, finaliza o maestro. SOBRE A BANDA LIRA A Banda Lira Itapirense foi fundada em 10 de abril de 1909, tendo recebido a declaração de Utilidade Pública Municipal
em 15 de julho de 1970. Com quase 107 anos de história, a corporação é considerada uma das mais antigas bandas com atividade ininterrupta no país. Atualmente, a corporação reúne 46 músicos em sua composição sinfônica, que se apresentam sob a batuta do maestro Maurício Perina, diretor artístico da instituição desde 1999. As atividades da instituição podem ser acompanhadas pelo site www.bandaliraitapirense.org.br e pela página oficial no Facebook (w w w. fa c e b o o k . c o m / bandaliraitapirense).