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Distribuição Gratuita
Megaph Cultne ural Ano V – Nº 50 – Edição Quinzenal 5 de maio de 2016
Megaphone Music Arte reuniu 150 em clima de descontração
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Show em Mogi Guaçu homenageia
Raul Seixas
U
m dos maiores ícones do Rock brasileiro, Raul Seixas, recebe tributo em Mogi Guaçu no próximo dia 14. O evento acontece n'O Profeta Pub Rock, a cargo de Roberto Seixas, que há quase três décadas reproduz os shows do cantor e compositor baiano com uma figura muito característica e o mesmo carisma e irreverência do homenageado. Os ingressos antecipados estão à venda. Página 3
Na Festa de Maio
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Espetáculo de tango é atração do Circuito Cultural em Itapira Bem avaliado
é revitalizada em Mogi Mirim Arte surpresa
Casa das Artes recebeu show instrumental Página 4 Página 5
Banda Lira Itapirense dá início a novo projeto
www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 5 de maio de 2016 | Página 2
Editorial
A
É pra isso que estamos aqui!
o realizar nova edição do Megaphone Music Art, no último domingo (1º de maio) em Itapira, o Megaphone Cultural reforçou sua atuação em benefício da propagação da arte e da cultura não somente por meio do jornalismo, da informação, mas também pela oferta de eventos com qualidade e muita honestidade. O público compareceu e prestigiou a programação que envolveu as bandas Boneca de Cera e Folk You, mais o Grupo de Maracatu de Itapira e a Cia Talagadá de Formas Animadas. A todos, nossos agradecimentos. Inicialmente, a proposta do evento foi a de arrecadar recursos para auxiliar na manutenção deste veículo de comunicação exclusiva-
A
mente voltado à informação cultural – que adoramos tratar por “boa notícia” – pois é assim que, geralmente, nossa pauta se apresenta aos leitores. Tivemos o imenso apoio dos artistas participantes, que reduziram ou abriram mão de seus cachês em nome da união e da fraternidade. A realização do evento, contudo, não foi capaz de mudar o panorama financeiro deste veículo, que segue lutando para se manter em circulação, na busca de novos anunciantes – a quem tratamos por amigos e parceiros publicitários – que acreditam no poder da boa notícia. É que a receita com um evento com atividades artísticas, infelizmente, nem sempre é relevante diante dos altos custos que o mercado nos impõe. Por outro lado, quem participou do
evento assistiu a um verdadeiro espetáculo que reuniu muita música, arte e uma energia positiva que se traduziu em alegria e descontração durante toda a programação. O simbolismo de ver tantas pessoas dançando, cantando e se divertindo foi algo mágico e muito representativo. Especial e significativo para a direção deste simples, porém bastante dedicado jornal. E é isso o que faz valer a pena. A repercussão da iniciativa é ótima e, pra nós, isso basta. Como basta colocar o Megaphone na rua somente pagando seus custos. É a verdade da nossa missão, é o prazer em bem informar e fomentar a propagação de notícias que acrescentem no cotidiano das pessoas. É para isso que estamos aqui. É por isso que vamos ficar. A coluna ‘Outra História Por Favor’ é publicada no Megaphone Cultural pelo Clube do Livro ‘Outra Xícara Por Favor’ com periodicidade mensal. Contato outraxicaraporfavor@hotmail.com
Neusa Maria Zaniboni
menina interiorana sentiu o coração saltar de alegria quando soube que iria, com seu pai e sua irmã caçula, de trem, para uma cidade vizinha, na casa de parentes. Um frenesi começou a tomar conta do ambiente. Iria, pela primeira vez, para uma cidade de porte bem maior do que a que morava. Sua mãe, uma costureira de alfaiataria, sempre arranjava um tempo para costurar vestidos dentro da última moda e tendências destes anos sessenta, para a menina e sua única irmã. Elas eram muito ligadas pela pouca distância entre as idades, apenas um intervalo de dois anos. A mãe quando confeccionava vestidos, era sempre em dupla, um para cada uma das filhas. Via de regra, o modelo era o mesmo, diferenciando-se apenas na estamparia ou na cor. Para esta viagem, em especial, ganharam vestidos estampados de bolas que era a última moda. A menina ficou com o tecido marrom com bolas brancas e a irmã com o amarelo também com bolas brancas. Mede, corta, costura, experimenta, ajusta, marca a barra e finalmente o traje da viajem. Era um lindo vestido ajustado na parte de cima, cortado na cintura com saia godê. Tinha vivos brancos na gola careca, nas cavas sem mangas e na barra da saia. Na cintura, um cinto do mesmo tecido do vestido ladeado por vivo branco com uma grande fivela branca redonda. O da irmã, é claro, era absolutamente do mesmo modelo. A menina estava crescendo e ao se olhar no espelho com aquele vestido levou um susto, viu-se moça. No dia do embarque, o pai levava uma filha em cada mão. A pequena cidade onde moravam possuía uma estação ferroviária, porém o trem fazia uma parada próxima à casa deles. Ficaram esperando ali, ao lado dos trilhos, por um tempo que insistia em não progredir. Porque será que quanto menos idade nós
A MENINA E O TREM temos, mais o tempo demora a passar? E estavam ali, parados. Pai entre filhas. A menina, muito ansiosa, aguardando o início da sua primeira viagem de trem para uma cidade de médio porte. Finalmente, o trem chegou. Majestoso, espalhando fumaça por entre eles, e foi parando lentamente. Embarcaram e se acomodaram em poltronas confortáveis. O trem seguiu para o seu destino. A menina observava cada detalhe. Tinha a impressão, ao olhar pela janela, de que era a paisagem lá fora que corria e não o trem. O bilheteiro passou, se equilibrando entre as poltronas, com um alicate estranho e muito engraçado. Ele pegava o bilhete da passagem, pessoa por pessoa, e com o alicate estranho e engraçado fazia vários furos e a devolvia para os passageiros. Passou, também, o vendedor de balas com um tabuleiro pendurado, por uma larga fita, em volta do pescoço. O trem ia devagar e parecia que não chegariam nunca ao destino. Toda demora gera impaciência e era tal de levanta e senta e puxa o vestido para baixo, preocupada com o modo de sentar que a mãe recomendara: “menina, ao se sentar mantenha os joelhos bem juntinhos e cubra-os com o vestido, pois é assim que se sentam as moças”. Era um dia bastante quente, de primavera, e a menina suava. Quando finalmente chegaram ao seu destino, a cidade atordoou a menina com tantos
carros, tantos sinaleiros, tanta gente apressada na faixa de pedestre, que acabara de conhecer. A menina notou certos olhares para sua pessoa e pensou que estava bonita e agradável. Finalmente chegaram à casa da tia Maria, que os recepcionou com um almoço maravilhoso e com conversas de gente grande - pouco interessantes para a menina. Na hora da partida a menina foi ao banheiro e se olhou num espelho de corpo inteiro e quase teve um ataque quando viu que seu vestido godê tinha pendido na parte de trás. Aqui, cabe um parênteses. O corte godê tende a pender, isto é, criar um bico de um lado. E o tal bico se formou na parte de trás do vestido e nesta altura já pendia para quase o meio da panturrilha. A menina, que se acreditava bonita e bem vestida, se achou feia e ridícula e ficou preocupada com a volta. Não tinha como disfarçar aquele bico, parecia a calda de um vestido de noiva encurtada. Toda a alegria da ida se tornou uma tortura na volta. Começando pelo percurso de rua que tinha muitos olhares e ela sabia que estava feia e era pelo ridículo rabo de noiva encurtado. A viajem pareceu durar o dobro do tempo da ida. Depois de se acomodar na poltrona do trem, ela não queria mais se levantar, segurou, com determinação de monge, a vontade de ir ao banheiro até não poder mais, mas numa longa viagem, fica quase impossível aguentar muito e quando se dirigiu, pelo corredor, até o banheiro, parecia que todos só tinham olhar para o bendito e ridículo rabo do godê. Chegou à sua casa, finalmente, e enfurecida mostrou para a mãe que analisou e calmamente explicou que este corte tinha esse problema, mas que ela resolveria. Não adiantaria de nada porque a viagem já tinha sido estragada pelo ridículo e maldito rabo do godê. A mãe da menina arrumou o vestido que ficou pendurado no cabide do guarda roupa da menina até o ano seguinte quando, graças a Deus, não servia mais para a menina em crescimento.
Neusa Maria Zaniboni, 59, é funcionária pública aposentada e integrante do Clube do Livro ‘Outra Xícara Por Favor’.
Expediente Megaphone Cultural Textos: Fernando Pineccio*
Impressão: Jornal Tribuna de Itapira
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Circulação na Baixa Mogiana e Circuito das Águas imprensa@portalmegaphone.com.br
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O Jornal Megaphone Cultural circula quinzenalmente. A distribuição é gratuita e você pode retirar o seu exemplar em alguns postos fixos nas cidades de Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu:
MOGI MIRIM
Banca Estação | Praça João Sarkis Filho – Centro / Banca da Praça | Praça Bernardino de Campos – Centro / Banca Santa Cruz | Rua da Saudade – Santa Cruz / Fatec ‘Ogari de Castro Pacheco’ Rua Tereza Lera Paoletti, 570, Jardim Bela Vista / Banca Antonelli Rua Soldado Constitucionalista, 54 - Jardim Soares
Bancas do Sardinha | Rua Pedro Botesi (Tucura) / School Skate Store | Rua Padre Roque, 284 - Sala I - Centro / Fatec ‘Arthur de Azevedo’ Rua Ariovaldo Silveira Franco, 567, Jardim 31 de Março
MOGI GUAÇU
Choperia Tradição | Avenida Luiz Gonzada de Amoedo Campos, 31 – Planalto Verde / Disco Tem | Avenida Nove de Abril, 90 - Centro / Banca da Capela |Praça da Capela - Capela
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TOCA RAUL!
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Agenda dos melhores eventos de 05/05 a 04/06
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O PROFETA PUB ROCK
Mogi Guaçu; Tributo a Raul Seixas é destaque em eta Pub Rock evento acontece neste mês n’O Prof
Telefone: (19) 9.8179-8114
Rua: Vereador João da Rocha Franco, 39 - Mogi Guaçu 07/05 - DOTS (System Of a Down Cover) 14/05 - Roberto Seixas (Tributo a Raul Seixas) – Abertura Os Cabrones + Paulo Véio 21/05 - Combate do Rock: 70 & Tal x Sons Of Seatle / Classic Rock x Grunge 28/05 - The Zoo (Tributo a Scorpions)
O CHOPINHO Telefone: (19) 3843-7230
de acompanhar um show do ídolo e, por isso, as apresentações são recheadas de emoção e muita descontração. “Estou radiante com essa possibilidade de voltar a Mogi Guaçu, a minha expectativa é de casa cheia para um bom espetáculo e espero poder atender a maioria das músicas que serão pedidas”, comenta Roberto, que neste ano completa 29 anos de carreira. “Quero convidar a todos de Mogi Guaçu e região para estarem comigo e com minha banda no Profeta Pub Rock”, acrescenta. Os ingressos antecipados estão no segundo lotem e custam R$ 20,00 até o dia 13. As vendas acontecem na Choperia Tradição, Everyday Head Shop ou com Waguinho Lino, pelo telefone (19) 9.98958481. Na portaria, o ingresso sobe para R$ 25,00. A entrada de menores de idade não é permitida. O Profeta Pub Rock fica na Rua Vereador João da Rocha Franco, 39, no Centro de Mogi Guaçu.
06/05 - Aimberê Dantas 07/05 - Ed Campos 13/05 - Wellington Clemente 14/05 - Carlos Henrique 20/05 - Everton Coraça 21/05 - Gustavo Mariano 27/05 - Flávia DeSena e Convidados 28/05 - Marco Aurélio 03/06 - Wellington Clemente 04/06 - Aimberê Dantas Divulgação
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cantor e compositor baiano R a u l S e i xa s ganhará nova homenagem no palco d’O Profeta Pub Rock, em Mogi Guaçu. O evento está marcado para o próximo dia 14 (sábado) e, desta vez, quem comanda o tributo é o sósia Roberto Seixas. As atividades começam às 23h00 e a abertura fica por conta da banda Os Cabrones. Se estivesse vivo, Raul Seixas completaria 71 anos no dia 28 de junho. Nascido em Salvador (BA), ele foi um dos principais ícones do Rock brasileiro entre os anos 70 e 80, deixando um legado de sucessos que segue conquistando gerações. No show em homenagem a Raulzito, Roberto Seixas interpreta tanto músicas mais conhecidas como aquelas consideradas ‘Lado B’, mas que em se tratando de Raul Seixas, estão sempre na ponta da língua dos fãs. No palco, a figura característica de Roberto, bem semelhante à de Raul, representa a oportunidade que muita gente não teve
Rua Dr. Norberto da Fonseca, 240 - Nova Itapira https://www.facebook.com/ochopinho
Restaurante Pizzaria Bar Balada & Eventos
AVENIDA JACAREÍ, 64 – ITAPIRA 14/05 - Setenta & Tal 21/05 - Linha de Base 28/05 - Mr. Whoo 04/06 - Black & Back Band
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Avenida Luiz Gonzaga de Amordo Campos, 31 Jardim Casagrande - Mogi Guaçu 05/05 - Júnior Rodrigues 06/05 - Frequência Acústica 07/05 - Hud Henrique 08/05 - Red Brown 12/05 - Marcelo Espanhol 13/05 - Tributo Acústico 14/05 - Adriano Texugo
Roberto Seixas volta a se apresentar em Mogi Guaçu
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Tango dá o tom à nova apresentação do Circuito Cultural Paulista em Itapira
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Circuito Cultural Paulista confirmou nova atividade em Itapira. Desta vez, o evento acontece no sábado (7) e integra a programação da Festa em Louvor a São Benedito, a popular Festa de Maio, que começa oficialmente hoje. A atração do Circuito Cultural fica por conta do espetáculo de dança Uma Noite de Tango, apresentado pela Cia Tango & Paixão. A estratégia de incluir o evento na programação da Festa de Maio tem por objetivo garantir maior participação do público. O musical conta com participação de bailarinos internacionais e de um tenor argentino, e mostra a história do tango em 60 minutos. O enredo inclui homenagens a
grandes compositores e cantores do gênero, como Carlos Grandel e Astor Piazzolla – responsável por aplicar uma nova linguagem ao ritmo na segunda metade do século passado. Canções fortes e românticas fazem parte do repertório. Um dos exemplos é a composição ‘Por Una Cabeza’, trilha sonora que ficou famosa no filme Perfume de Mulher’. A apresentação começa às 20h00 no Largo de São Benedito. O Circuito Cultural Paulista é um programa do Governo do Estado, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Cultura através da APAA (Associação Paulistas dos Amigos da Arte) em parceria com prefeituras de mais de 100 municípios do interior e do litoral.
Show instrumental foi destaque na Casa das Artes O violonista e compositor Rafael Thomaz se apresentou para um público de 40 pessoas na Casa das Artes de Itapira. O show instrumental aconteceu na noite do último dia 29, no auditório da associação cultural. A apresentação integrou a turnê de lançamento do disco ‘Paisagens Interiores’, álbum de estreia do músico campineiro. O repertório passeou por gêneros como samba e choro que arrancaram muitos aplausos da plateia. “Foi muito positivo esse evento, o Rafael é um excelente músico e fez uma apresentação de alto nível”, elogiou o diretor artístico da Casa das Artes, maestro César Lupinacci. O evento começou às 20h00 e teve duração aproximada de uma hora. Antes do show, ainda na tarde de sexta-feira, Thomaz ministrou uma oficina com o tema ‘Organização e Programação de Estudos Musicais’. “Foi uma atividade bem específica e tínhamos a previsão mínima de cinco participantes, mas recebemos oito”, ressaltou Lupinacci.
Musical sobre Tango será apresentado em meio à Festa de Maio Divulgação
lar, o a c i f i d e e ela qu u q a é e ã ter. á r M a c o i ó r t e cons mbolo í cria filhos s e o h n i r o de ca m i n ô n i ães! s M É s a d a i eliz D e sua ê do amor. F c o v m o c esteja Que Deus oje e sempre! família h Vereador Marquinhos
Cinco grupos disputam Festival de Teatro de Mogi Guaçu Entre 17 grupos que se inscreveram, seis foram selecionados para o 7º Festival de Teatro de Mogi Guaçu, que acontece entre os dias 4 e 19 de maio. Contudo, cinco deles confirmaram participação. As peças são apresentadas por ordem de sorteio, uma por dia, com início sempre às 20h00 no Teatro Tupec do Centro Cultural. As apresentações acontecem nos dias 10, 11, 12, 13 e 19. A apresentação inicial, que seria realizada no dia 4, foi cancelada devido à desistência de um dos grupos selecionados (Grupo de Estudo e Pesquisa em Cena de Tatuí, SP). Os espetáculos classificados em primeiro, segundo e terceiro lugares receberão
Rafael Thomaz é doutorando e mestre em música pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), onde cursou o Bacharelado em Música Popular. No show da Casa das Artes, ele mostrou ao público algumas das 20 faixas que compõe seu primeiro trabalho autoral. Premiado em diversos concursos nacionais de violão, o músico atua tanto no âmbito da música de concerto quanto na música popular.
EVENTOS Na próxima segunda-feira (9) a Banda da Casa das Artes se apresenta na praça de alimentação beneficente à Santa Casa, na Festa de São Benedito (Festa de Maio). O evento tem abertura do Grupo de Cordas da associação cultural e começa às 20h00, com acesso pela Rua General Carneiro. Na quarta-feira, dia 11, o palco instalado no Largo de São Benedito recebe novo concerto da Banda da Casa das Artes, desta vez acompanhada pela Orquestra de Cordas, a partir das 20h30.
Rodrigo Sodré/Divulgação
troféus e prêmios em dinheiro de R$ 2.200,00, R$ 1.300,00 e R$ 850,00, respectivamente. Todos os grupos inscritos receberão certificado de participação e serão concedidos troféus aos indicados como melhor atriz, melhor ator e melhor direção. Receberão medalhas de menção honrosa os que se destacarem nos quesitos de cenário, figurino, iluminação, sonoplastia, atriz revelação, ator revelação e maquiagem. O evento é organizado pela Secretaria Municipal de Cultura e a premiação será entregue no dia 20, a partir das 20h00, na Sala de Vídeo ‘Célia Maria Stábile’, também no Centro Cultural.
Peças selecionadas
‘Mobral – Mobilização Oral Brasileira da Ruptura que Aliena os Letrados’ Vidraça Cia de Teatro de Mogi Mirim (SP) ‘Presepada’ Grupo Teatral Ta’lento de Americana (SP) ‘Uma Louça Quebrada e Nenhuma Roupa Lavada’ Meraki Cia Teatral de São Paulo (SP)
Thomaz apresentou trabalho autoral
‘O Homem do Princípio ao Fim’ Cia Apocalíptica de São José do Rio Preto (SP) ‘Carlos e Neno’ STCA Produções de Salto (SP)
“Rendemos nossas homenagens a essas mulheres guerreiras e que sabem bem o valor e a importância da total dedicação a seus filhos. Um feliz Dia das Mães é o desejo do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Itapira!
Cristina Helena da Silva Gomes PRESIDENTE
Informação com qualidade e imparcialidade
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O
Projeto Arte Surpresa, da Banda Lira Itapirense, teve sua primeira edição no último sábado (30), na Praça Bernardino de Campos, em Itapira. Na ocasião, o Espaço Cultural ‘Maurício José Bazani’ foi ocupado por um grupo formado por oito músicos da corporação que executaram repertório exclusivamente focado em composições brasileiras. O projeto é fruto do apoio de um colaborador da Lira, que é de Itapira, mas que reside no Rio de Janeiro (RJ) e que subsidiou seis apresentações com o objetivo de oferecer ao público música de qualidade em shows mais informais, bem como auxiliar a corporação na manutenção de sua sede. A primeira apresentação começou às 10h30, com aproximadamente uma hora de duração. “Como de costume em apresentações aos sábados na Praça, parte do público foi itinerante. Acredito que tivemos perto de 150 pessoas nos assistindo”, comentou o maestro Maurício Perina, diretor artístico da Banda Lira Itapirense. O repertório passou por gêneros como samba, bossa nova, baião, choro e partido alto e a apresentação inicial teve ainda a participação especial e inesperada do professor José de Oliveira Barretto Sobrinho. “O professor Barreto dançou um samba para a plateia, atraindo muitos aplausos
Vagner Sanches/ Divulgação
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’ a s e r p r u S e t r ‘A Estreia do é bem avaliada
Projeto Arte Surpresa começou com apresentação na Praça
e exibindo saúde e boa forma. Tivemos também vários músicos da cidade e apreciadores de música brasileira entre o público”, frisou Perina. Até setembro serão mais cinco apresentações do Arte Surpresa. A próxima delas já tem data: dia 12 de maio na Festa de São Benedito, a popular Festa de Maio. A apresentação, às 20h00, será na praça de alimentação beneficente à Santa Casa de Misericórdia, com acesso gratuito pela Rua General Carneiro. As demais datas ainda serão agendadas e divulgadas oportunamente. Segundo o maestro, além
do incentivo à corporação, a iniciativa também representa um presente à comunidade. “É bom pra todo mundo, para o público e para a Banda Lira. Nestes eventos, nossos músicos também têm a oportunidade de tocar outros estilos dentro da música brasileira, e estamos muito contentes por essa nova parceria”, frisa. Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo telefone (19) 3813-3330 ou pelo email contato@bandalira.org.br. A agenda da corporação pode ser acompanhada pelo site www.bandaliraitapirense. org.br.
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Marcela Cristina Pereira/Reprodução
Maracatu foi uma das atrações do evento
MEGAPHONE MUSIC ART
A
proximadamente 150 pessoas prestigiaram as atividades do Megaphone Music Art, realizado na tarde de anteontem nas dependências do VIP Eventos, na região da Santa Fé. A iniciativa partiu do Megaphone Cultural – única revista eletrônica e jornal exclusivamente dedicado à informação cultural na região – e envolveu apresentações de música, teatro e de maracatu, além de exposição com as capas e matérias de destaque veiculadas pelo jornal alternativo. A programação começou às 16h00 e se estendeu até por volta das 22h30, concentrando shows das bandas Boneca de Cera e Folk You, além da intervenção teatral da Cia Talagadá, que reproduziu uma cena do premiado espetáculo Cabeça Oca, e da primeira apresenta-
reúne 150 em Itapira
ção do Grupo de Maracatu de Itapira, que abriu o cronograma. “Todas as atrações foram muito elogiadas. O Maracatu surpreendeu a todos que ainda não conheciam a atividade e que sentiram o peso dos tambores e vibraram com a batucada e cantoria”, comentou o diretor do Megaphone Cultural e um dos idealizadores do evento, Fernando Pineccio. “As bandas fizeram apresentações cheias de energia e o público respondeu à altura, com o pessoal dançando e cantando. Foi, realmente, um evento muito bonito, com um clima de descontração e muita interação entre os artistas e a plateia. A apresentação teatral também prendeu a atenção dos espectadores e foi muito aplaudida, isso é muito importante para os artistas”, frisou. O evento aconteceu de forma colaborativa e teve como objetivo auxiliar na manuten-
ção do Megaphone Cultural, que na internet já está presente há 12 anos e que, desde 2014, circula também com edições quinzenais impressas, que são distribuídas gratuitamente em Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu. De acordo com Pineccio, além do público itapirense, o evento atraiu também público de diversas cidades da região, além de registrar presenças do presidente do Conselho Municipal de Política Cultura, José Antônio Valverde, da maestrina do Coral Cidade de Itapira, Marcela Cristina Pereira, e do ex-vice-prefeito municipal e radialista Luiz Antônio da Fonseca. “Felizmente, recebemos o prestígio e o carinho de todos os presentes, a quem agradecemos pela importante presença que só faz reforçar o trabalho de propagação da informação cultural”, finalizou o organizador.
Leo Santos/Megaphone
Banda Boneca de Cera fez apresentação enérgica
Exposição sobre arquiteto itapirense é destaque
O Museu Histórico e Pedagógico ‘Comendador Virgolino de Oliveira’ abriga, até o dia 30 de junho, a exposição ‘A Arquitetura e Arte de Victório Coppos’. A mostra destaca a obra do arquiteto itapirense Victório Coppos (1890-1965), com acervo que reúne fotografias, documentos, desenhos e estudos que revelam as diversas facetas do profissional. A abertura ocorreu na noite do último dia 29 e atraiu cerca de 70 pessoas, entre familiares do homenageado, estudantes de Engenharia do IESI (Instituto de Ensino Superior de Itapira) e público em geral. A visitação é gratuita e acontece de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 11h15 e das 13h00 às 17h15. Aos domingos, das 8h30 às 11h30. De acordo com o diretor do Museu e curador da exposição, Eric Lucian Apolinário, 26, a mostra também deverá atrair muitos estudantes da
Rede Municipal de Ensino. “Incluiremos essa exposição no calendário de visitas escolares, juntamente com a mostra sobre ‘O Crime da Penha’”, frisa, referindo-se à exposição que detalha a trajetória do delegado abolicionista delegado Joaquim Firmino de Araújo Cunha, cujo assassinado motivou a mudança do nome da cidade, de Penha do Rio do Peixe para Itapira. Neste caso, a mostra – que também tem entrada franca - segue até o próximo dia 13. Nascido em 29 de janeiro de 1890, Victório Coppos se formou pela Escola Livre de Engenharia, em São Paulo. Em Itapira, fundou uma fábrica de mosaicos e ornamentos, que abrangia qualquer trabalho arquitetônico, como construções, plantas, fachadas, balcões, túmulos e trabalhos em mármore e ladrilhos, por exemplo. O ofício ele aprendeu com o
pai, Giácomo Coppos, que era pedreiro. Com apenas sete anos de idade, Victório já o auxiliava nas funções. Em meio século de trabalho, o arquiteto deixou sua marca na paisagem urbana da cidade, com assinatura em fachadas de diversos sobrados e casarões, além dos portais do Instituto Américo Bairral, Cemitério Municipal da Saudade e da antiga cadeia – atual Casa da Cultura João Torrecillas Filho. Ícones arquitetônicos do município, como a Capela do Salto, em Eleutério, e o Cruzeiro do Parque Juca Mulato, também foram concebidos pelo arquiteto. Outros trabalhos de expressão – como a fachada do Clube XV de Novembro – infelizmente não resistiram à força do tempo e à ausência de uma política de preservação do patrimônio histórico local. Victório Coppos morreu em 22 de março de 1965, aos 75 anos. Tiago Pompeu/Divulgação
Mostra tem visitação gratuita em Itapira
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Leo Santos/Arquivo/Megaphone
Evento independente tem nova edição
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Sarau discute questões trabalhistas em Itapira
O
Sarau Cultural ‘Por Trás da Rotina Itapirense’ programou nova edição em homenagem ao Dia do Trabalhador. Desta vez, o evento aporta na Praça Mogi Mirim, região da Santa Cruz, neste sábado (7), a partir das 15h00. A estratégia, assim como já ocorreu no ano passado, é garantir maior visibilidade às atividades aproveitando a movimentação gerada pela Festa de São Benedito, a popular Festa de Maio. O evento acontece em parceria com o Coletivo Voz Popular e a APEOESP (Sindicato dos Professores do
Ensino Oficial do Estado de São Paulo). A pauta foca debates em torno do papel do trabalhador na sociedade, e o cronograma novamente abrange exposições, música, batalha de rimas, apresentação do Grupo de Maracatu e até exibição de documentários. “Neste ano tão conturbado na política e na economia é ainda mais necessária essa abordagem em torno dos direitos trabalhistas e sobre quais riscos o trabalhador está correndo. De um lado, o empresariado contamina o debate público financiando campanhas milionárias de deputados e senadores que, dentro do
Congresso Nacional, ao invés de legislar para o povo, legisla em favor do seu financiador. Do outro lado, as pautas dos trabalhadores estão cada vez menos representadas pelos sindicatos e partidos”, enfatiza um dos organizadores do Sarau, o professor de História, Filosofia e Sociologia Leandro Henrique Sartori, membro dos coletivos Voz Popular e Por Trás da Rotina Itapirense. “Esse debate será levado à Praça Mogi Mirim. O que é o financiamento privado de campanha? Quem quer o fim dos direitos trabalhistas? Quem vai pagar o pato, a FIESP (Federação da
Indústria do Estado de São Paulo), representante do empresariado, ou os trabalhadores? Além das questões sobre o Dia do Trabalhador, o Sarau estará aberto a outras questões, como as ocupações das escolas em 2015, a desvalorização do professorado, entre outros temas”, acrescenta. Na programação musical estão confirmadas as participações das bandas Broove, de Campinas, e Folha Seca e Santusa, de Itapira. “Lembrando que qualquer pessoa pode participar e expor no evento, a proposta é abrir espaço para a participação e ação coletiva”, finaliza.
“Quando um jornal comemora sua 50ª edição mostra os frutos em que outrora colheu a cada estação. Arte e cultura e eventos em suas páginas são estampadas, marcando em todos os momentos matérias bem preparadas. Megaphone, criativo, continue a circular, conservando ainda bem vivo tudo o que possa informar!”
Arlindo Bellini, 75, é historiador e colunista do jornal Tribuna de Itapira. Este espaço publica depoimentos e comentários sobre o Megaphone Cultural – inclusive críticas e sugestões. Mande sua manifestação com até cinco linhas para contato@portalmegaphone.com.br, com foto, nome completo, idade, cidade e profissão.
O Sacrifício
Ofícios do ócio por João Marquezini
“Você já parou pra pensar?!” Pois é, pra pensar é preciso parar, é preciso o ócio. Tese já estudada que veio com força para o Brasil nos anos 2000 com a tradução da obra “Ócio Criativo” do Sociólogo Italiano Domenico de Mais. Antes de mais nada, é preciso deixar claro que o “trabalho” é um conceito, como a grande maioria que vigora em nossa atual sociedade, construído dentro de ideias que movimentaram o mundo entre os séculos de XVIII e XIX. Antes da Revolução Industrial o trabalho não era medido, não tinha valores estabelecidos, assim como não se havia uma remuneração da forma como imaginamos hoje. Assim os indivíduos não tinham “profissão”, mas sim ofícios, muitos deles considerados como arte. Também não havia a divisão entre o local de trabalho e outros lugares. Os padres habitavam as igrejas, ou complexos anexos a elas. Ferreiros tinham seus fornos e equipamentos nos mesmo ambiente em que descansavam. Partindo desta premissa, fica fácil notar que a Revolução Industrial não só mudou nosso entendimento de “trabalho”, mas mudou todo um modo de vida. Os preços passaram a ser calculados por “horas de trabalho”, e com as fábricas, os ofícios deixaram de ser ofícios e passaram a ser profissão. As linhas de produção de Ford marcaram o fim completo das artes como sendo o principal de uma manufatura, agora tudo é em série, e o tempo marca a eficiência. Com o tempo no comando houve a necessidade de separar o que é “hora de trabalhar” da “hora de lazer”. As fábricas marcam o “local de trabalho”, a casa passa a ser o “local de descanso” e a praça o “local de lazer”. Consequentemente, nesta forma de organização social, quem não produz, não é eficiente. Vejamos que outro importante e triste aspecto da Revolução Industrial foi a imensa massa de crianças, mulheres e idosos que foram colocados em postos de trabalhos perigosos, e as jornadas de trabalho que variavam entre 10 (para crianças) até 16 horas por dia. A Revolução Industrial também marca o início da consagração das Universidades. Era necessário se marcar um “local para o desenvolvimento da tecnologia”. A Universidade, neste período, é entendida como local para formar profissionais que irão melhorar as técnicas de produção, ou seja os filhos dos donos das fábricas. Pois a população em geral não pode “perder tempo” estudando. A população tem que trabalhar, produzir, só assim seria digna. Aqui o ócio é marcado como: o não trabalho físico. O ócio é para os ricos, que também eram os estudiosos. Percebemos então que, “estudar” não é trabalho, pois não é para os pobres. Os pobres é que “trabalham”, os ricos “estudam” e não “trabalham”. Acontece que, paralelamente ao movimento da Revolução Industrial, estava em curso outro movimento: A Revolução Francesa. A base da ideologia revolucionária francesa era a razão, a ciência, o pensamen-
to, o ócio. A razão decapitou a realeza e se apoderou do poder. Lembrando que muitos pensadores iluministas surgiram dentro dos próprios grupos, que décadas depois, foram derrubados de seus tronos. As ideias iluministas, que motivaram a Revolução Francesa, foram se espalhando pela Europa, até que no meio do Século XIX revoluções foram aparecendo derrubando os Estados Monárquicos e instaurando Estados Republicanos. Chamamos essa passagem de “Primavera dos Povos”. Para os iluministas as universidades eram o “local da razão”. A Universidade se adaptou, criou duas grandes áreas de Estudos, que hoje chamamos de ‘Humanas’ - que enxerga a razão como governante do mundo - e de ‘Exatas’, que enxerga o mundo pela eficiência da produção e desenvolvimento de novas tecnologias, a grosso modo. É importante frisar que a razão por ela mesma não é saudável ao convívio social. Vide a República Jacobiana na França, que teve seu advento com o sucesso da Revolução Francesa. Hoje a demanda de profissionais, tanto no desenvolvimento de tecnologias, quanto no aprimoramento do pensamento para o convívio social é enorme, e já não é, nem pode ser, limitado aos que são donos de fábricas. Muitos postos de trabalho valorizam a criatividade, mais que a eficiência produtiva do indivíduo. Porém ainda temos um pensamento de que “estudar” não é profissão. Entrando num ponto mais pessoal, essa semana minha mãe, sobre um amigo, perguntou “ele não acabou os estudos?”. Temos então aqui marcado o pensamento generalizado de que “estudar” é uma fase, com começo, meio e fim, e subentende-se que o fim é um posto de trabalho, que deveria ser condizente com seu tempo de estudo. O “estudar” em si não é valorizado como profissão, embora necessitamos de tanto tempo, concentração e dedicação quanto qualquer outro trabalhador. Os ofícios do ócio são aqueles que não tem ao final de um processo um produto material, mas que demandam das mesmas condições que um engenheiro necessita para construir um prédio, por exemplo. Sem se esquecer de que são indivíduos exercendo ofícios do ócio que deram condições para que o indivíduo dado como engenheiro projete e construa seu prédio. Estamos num momento em que os ofícios do ócio - e chamo de ofício, pois não temos hora ou local de trabalho que irão determinar nossas conclusões - são de extrema importância. É hora de valorizar aqueles que se dedicam dia e noite, sem descanso (pois a cabeça, diferente das máquinas, não param) para entender e melhorar nosso convívio social. É hora de valorizar nossos professores, filósofos, pedagogos, sociólogos, historiadores e tantos outros profissionais que analisam e nos se dedicam a estudar e interpretar a evolução e transformação do conviver humano e nossa interação com o meio em que vivemos.
João Marquezini, 27, é historiador e servidor público estadual. Atua nos coletivos Por Trás da Rotina Itapirense e Voz Popular e está à frente de projetos sobre a Memória e História de Itapira no Circolo Ítalo-Brasiliano di Itapira.
por Ricardo Pecego
Desta maneira, o título deste texto pode remeter imediatamente ao assassinato de alguém, ou de uma oferenda a uma mítica criatura, que ameaça a sociedade em que vivemos. Assim remontam muitos filmes, e pensando mais calmamente concluo que é justamente isso. A alegoria do título é representada pelo assassinato, e pela mítica criatura, que aqui representaremos pelos reais personagens dessa novela que é a vida. Várias pessoas no planeta hoje, para saciar a vontade da criatura mítica em manter no enquadramento dito “normal” da sociedade, criam e desenvolvem alternativas para que escapemos desse trágico fim. Essas iniciativas são o que costumamos rotular nos dias de hoje, para facilitar o entendimento: Projetos. Em sua maioria esmagadora, os bons projetos remontam uma história de luta e sacrifício de algumas pessoas em prol de uma determinada causa e nesse “assassinato” de privilégios vivem os engajados. Não enxergue isso como algo negativo, ou triste, pois as recompensas em torno de todos esses processos são fascinantes, da mesma forma não se iluda por essa beleza, porque os adversários são desleais, frios, sempre de prontidão para forçar os engajados a desistir. Colocando minha experiência de vida em cheque, encontro-me num momento de emancipação e integração às pessoas, cujo engajamento admiro, mas ainda me faltam liberdades que ampliariam esse processo. O ponto é: já acionei minha ignição! Marylin Ferguson no brilhante ‘Conspiração Aquariana’ me ajuda dia-a-dia nesse processo. Meço minha capacidade de avaliação e o patamar de meu engajamento pelos exemplos que a vida imortalizou, e mesmo estando aquém, sigo em frente. Pensemos por exemplo em Nelson Mandela. Ele fora criado em uma África do Sul que já sofria segregação por ser liderada por um grupo específico, e não por representantes de uma nação. O Apartheid, propriamente dito, foi instituído quando ele tinha já quase trinta anos. Passou mais vinte e sete na cadeia, isolado numa ilha, em cela que não conseguia ficar em pé completamente, curvado diante de seus carcereiros. Superou, mas não sem sacrifícios. Portanto a vida daqueles que se aventuram na busca pelo bem coletivo, não será um mar de rosas. Seja lá qual for a causa, não lamente, persista. Num dos filmes (já citado em outra oportunidade nessa glória de jornal) mais importantes da história, Andrei Tarkovski vivia exilado de seu país, a “saudosa” U.R.S.S. (juro que quando vi essa sigla pela primeira vez, nas olímpiadas de Seul em 1988, eu pensei: Que caramba de país é esse?). Isolado, com sua obra toda à beira da extinção pelos governantes da época, sem apoio nem do lado oposto, pois não se curvou ao capitalismo, estava emancipado das polaridades ideológicas, desapegado. Tarkovski consegue com apoio de Ingmar Bergman (cineasta sueco) uma equipe para filmar um último filme, cujo nome é ‘O Sacrifício’. Que trama maravilhosa para que hoje, 30 anos depois (o filme estreou dia 09/05/1986), eu receba a dádiva de relatar. O filme trata do sacrifício de um pai em torno de uma família vitimada pelo superficialismo humano. Na última cena, quando acontece um incêndio, sem perceberem uma das câmeras teve sua lente quebrada pela alta temperatura. Quando foram
dizer ao Tarkovski do ocorrido, propuseram criar o efeito novamente numa maquete, pois não tinham mais a casa, muito menos dinheiro para se construir outra. O cineasta propôs então que se queimasse toda película filmada e não se finalizasse o filme. Perplexos, compreenderam depois o que aquilo tudo significava, e reconstruíram para uma nova tomada da cena final. O filme foi o primeiro na história do Festival de Cannes a vencer todos os prêmios existentes. Tarkovski morreu alguns meses após sua estreia. Ao nosso redor acontece a história, cada dia que se passa ela remonta nossa trajetória por aqui, cria seus heróis e vilões, assim como também seus manipuladores (nem sempre malignos). Todos esses são personagens necessários, feliz ou infelizmente podem nos elevar de patamar na medida em que aprendemos com seus ensinamentos, ou quando desdenhamos de suas artimanhas. Portanto, sem a intenção, mas numa espécie de continuidade do que escrevi na edição anterior desse nobre Pasquim, temos que extirpar do nosso vocabulário a conotação negativa e derrotista, que nós ocidentais demos ao termo “sacrifício”. Na verdade devemos nos sentir felizes e privilegiados de sermos capazes de suportar a carga emocional dessa empreitada, quando nos engajamos. Claro que cada qual dentro do seu esquema, com diriam os psicanalistas, mas sem perder de vista a importância dos legados que perpetuarão para nosso futuro. Para todos aqueles que ainda permanecem duros feitos tijolos, como diria o Ian Anderson, que a contemplação seja suficiente, para que passem felizes por essa vida, apesar de inertes, que por algum meio, possam registrar, já que não se sensibilizam, a passagem destes que se sacrificam, e que pela tua lógica, tua racionalidade e tua evolução cogite como loucos. Oxalá que tenhamos mais loucos neste mundo, neste país, porque os que vestem a armadura do terno e gravata estão desmoralizados há séculos, como sabiamente escreveu um célebre transeunte: “Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre em nosso espírito sofrer pedras e flechas com que a fortuna, enfurecida, nos alveja, ou insurgir-nos contra um mar de provocações e em luta pôr-lhes fim? Morrer... dormir: não mais. Dizer que rematamos com um sono a angústia e as mil pelejas naturais-herança do homem: morrer para dormir... É uma consumação que bem merece e desejamos com fervor. Dormir... Talvez sonhar: eis onde surge o obstáculo, pois quando livres do tumulto da existência, no repouso da morte o sonho que tenhamos devem fazer-nos hesitar. Eis a suspeita que impõe tão longa vida aos nossos infortúnios...”. O texto acima citado é de um famoso dramaturgo, que por volta de seus quinze anos largou os estudos para ajudar a família trabalhando num frigorífico (no século XVI, não era tão bacana quanto trabalhar na Friboi) esquartejando bois e carneiros, como remontam alguns historiadores. Mesmo com estudo colegial incompleto se tornou o dramaturgo mais importante da língua inglesa. Fica o apelo para os céus que os sacrifícios sejam mantidos, por um mundo melhor (parece frase de Druída Pagão) e que tenhas a oportunidade de suportar a carga em algum momento da sua existência.
Ricardo Pecego, 38, é produtor cultural, aspirante a esteta e acha que o mundo, inclusive o Brasil, ainda tem jeito.
anorama Divulgação
Loja teve seu visual revitalizado
E
m atividade há pouco mais de sete anos, a School Store teve seu ambiente totalmente remodelado. A loja estabelecida em Mogi Mirim é uma das mais conhecidas e prestigiadas no segmento de Streetwear/Lifestyle/Skateboard, e as novidades não se resumem somente à revitalização do espaço situado na Rua Padre Roque 284, na região central da cidade. Além da reforma geral, a empresa também estabeleceu
www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 5 de maio de 2016 | Página 8
DE CARA NOVA!
Divulgação
Danilo Cunha está à frente de estabelecimento conceitual
, im ir M i g o M e d ja lo l a n io Tradic School Store se reinventa novas parcerias com distribuidores de produtos repletos de qualidade e excelente custo-benefício. “Fechamos parcerias com várias marcas novas e outras nem tão novas assim. Hoje, temos exclusividade com algumas marcas de São Paulo para as cidades de Mogi Mirim, Itapira e Mogi Guaçu”, comen-
ta o fundador da loja, Danilo Cunha, 43. O espaço também recebeu novos conceitos estéticos que incluíram grafite, tag e pixo a cargo da galera da Saka Só Crew. A disposição dos produtos também foi alterada. “Agora também temos um espaço para exposições de fotografia e de arte em geral, e es-
tamos com um projeto para montar um programa na internet com entrevistas junto ao pessoal que faz arte na região”, revela Cunha. A School Store foi fundada em fevereiro de 2009, com foco direcionado ao comércio de confecções, acessórios, tênis e skates. O estabelecimento foi pioneiro na região a ofertas produtos de
marcas como Vans, Globe e Lrg, entre outras. De acordo com Cunha, por trás do aspecto empresarial, permanece viva a proposta ideológica que acompanha a School Store desde sua criação. “Toquei por dez anos em uma banda de Hardcore e a ideia era trazer isso para a loja. A School Store é uma loja Core,
uma loja conceito, sempre em buscas de novas marcas e novas parcerias para oferecer o melhor aos clientes”. A receita, não esconde Cunha, tem dado certo. “Alguns clientes têm comentado que a loja está bem gringa (risos). É bom ouvir isso dos nossos amigos”, finaliza. Mais informações e contato com a loja pelo Facebook (www.bitly. com/School_Store), pelo email schoolstore@ig.com.br ou via fone (19) 3549-0229.