Megaphone Cultural #51

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#MinCResiste

Distribuição Gratuita

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Megaph Cultne ural Divulgação

Divulgação

Ano V – Nº 51 – Edição Quinzenal 19 de maio de 2016

Um papo com o ator e cantor Alírio Netto

Página 2

CONTROVERSO

Fechamento do Ministério da Cultura gera polêmica Página 5

MUSICALIZAÇÃO

Banda Lira faz apresentações em núcleos assistenciais Página 6

ÍCONE

contece entre os dias 31 de maio e 10 de junho o tradicional ciclo de Recitais dos Alunos da Casa das Artes de Itapira. Na prática, os eventos têm por objetivo avaliar o desenvolvimento dos integrantes dos cursos de musicalização da associação cultural. O cronograma envolve participação dos alunos de cordas, clarineta, saxofone, metais, bateria, percussão,

OPORTUNIDADE

LANÇAMENTO

Assassinato de Joaquim Firmino inspira música da Roçabilly Brothers Página 4

viola caipira, flauta e piano. As apresentações são gratuitas, mas demandam a retirada antecipada de ingressos, que também são limitados de acordo com a capacidade do auditório da Casa das Artes. Neste domingo (22), o Projeto Coreto, também desenvolvido pela instituição, tem nova edição no Parque Juca Mulato, com apresentação da Orquestra de Viola Caipira. Página 3

O adeus a Cauby, cantor que esteve em Itapira há 21 anos

Página 8

Jardiel Carvalho/Divulgação

Casa das Artes A abriga ciclo de recitais

Alunos têm oportunidade de se apresentar em público

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Fatec Itapira abre processo seletivo para professores RELÍQUIA

Página 4

Armamento de 1932 é doado ao Museu Histórico de Itapira

Com extravagância, talento e glamour, artista conquistou gerações


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Editorial

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Contra o fechamento do MinC. Em favor da Cultura!

Megaphone Cultural assume sua posição editorial e ideológica contra o fechamento do MinC (Ministério da Cultura) e consequente reabertura do MEC (Ministério da Educação e Cultura). A posição deste veículo alternativo de informação cultural, independente e isento, é favorável à existência de um ministério que garanta a devida representatividade das ações culturais, que não podem ficar (ainda mais) em segundo plano, tampouco serem suprimidas por outro ministério que também já se mostra incapaz de resolver os próprios problemas. O Megaphone Cultural diz não ao rebaixamento da Cultura.

ALÍRIO NETTO A VIDA NO PALCO

Divulgação

Por Antonio Carlos Monteiro

V

ocalista de Heavy Metal. Mas não só isso. Alírio Netto, apesar de ter se tornado conhecido no mundo do rock pesado por sua participação nas bandas Khallice e Age Of Artemis, vem se destacando por sua atuação em musicais. Primeiro foi Judas Iscariotes em ‘Jesus Cristo Superstar’ e, mais recentemente, no elogiadíssimo ‘We Will Rock You’, baseado nas músicas do Queen e o qual interpreta Galileo, o protagonista. Alírio bateu um papo com o Megaphone Cultural e falou de sua trajetória no rock, dos desafios que enfrentou em sua carreira e de como a vida imitou a arte em seu último papel.

Quando e como o rock entrou na sua vida? Alírio Netto: Desde que eu era criança, minha mãe e meus tios sempre ouviam todas essas bandas clássicas - Beatles, Queen, Pink Floyd, Led Zeppelin, Deep Purple etc. Então, acredito que o rock já faz parte do meu DNA. Por que escolheu ser vocalista? E como foi seu aprendizado? Alírio: Foi logo depois do primeiro Rock In Rio, em 1985. Eu era criança, só que quando assisti ao Queen pela na TV pirei na hora! (risos) Aquele momento antológico de Love Of My Life me marcou muito e dali pra frente eu soube o que iria ser quando crescesse. Decidi uns anos depois começar a cantar e estudar música. Morei fora, estudei técnica vocal - o que ainda faço -, estudei piano, participei de vários grupos vocais, corais, fiz algumas óperas e tive muitas bandas. A arte nunca mais saiu da minha vida e hoje eu sou um privilegiado por viver daquilo que eu sou e amo. Quais as primeiras bandas que você teve e o que aprendeu com elas? Alírio: Comecei em bares e botecos tocando em bandas covers, bandas de baile, eventos e tal. Minha primeira banda foi a Faraway, de Florianópolis. Hoje eles têm quase 25 anos de banda e trabalham bastante. Logo depois tive a Pressus, que era uma banda de covers muito bacana. Aprendi muito com esse grupo, todos os músicos eram incríveis e cresci muito tocando com eles. Tive ainda uma banda chamada Kroll, que foi minha primeira banda autoral. Gravamos um CD demo. Depois, eu quase virei cantor lírico, mas o rock sempre gritou mais alto

Diversas facetas são marcas registradas de ator e cantor

na minha vida e logo eu estava de volta com o Khallice, que é meu xodó. Essa foi a banda que começou a abrir as portas para mim. Tivemos muitos momentos importantes, como abrir para bandas consagradas como Iron Maiden, Guns N’Roses, Dream Theater e outras. Giramos o Brasil tocando nosso som, foi a banda que me fez acreditar que valia a pena fazer música autoral. Você chegou a ter alguma outra profissão ou de cara já resolveu que ia viver da música? Alírio: Quando eu era muito novo, a vida não era tão fácil. Então, comecei a trabalhar com 11 anos como office boy. Fui garçom de boteco, carregador de compras e fazia qualquer trabalho que pudesse para aliviar os gastos em casa. Nessa época aprendi a dar valor ao trabalho e às recompensas que ele pode te dar. Com 15 anos comecei na música e então nunca mais sai de casa pra trabalhar (risos). Brincadeira! Foi aí que o trabalho de verdade começou. Você falou sobre o Khallice, que conseguiu uma boa repercussão e também contava com o guitarrista Marcelo Barbosa, hoje no Angra. A banda ainda está na ativa? Alírio: Como eu já disse, o Khallice é meu xodó. A gente teve uma resposta muito boa nos dois CDs que lançamos e tenho muito orgulho da banda e das coisas que conquistamos.

Na verdade, ela não acabou, só que também não está na ativa porque a vida acabou abrindo outras portas para os integrantes, fazendo com que o Khallice ficasse hibernando. Eu e Marcelo sempre conversamos sobre uma volta da banda. Espero que o universo conspire e algum dia a gente possa retornar. Em seguida, você passou a integrar o Age Of Artemis. Como a banda surgiu? Você ainda faz parte dela? Alírio: Quem me colocou na banda foi o Edu Falaschi, que produziu o primeiro CD e é meu amigo de longa data. Eu entrei, escrevi as letras, adaptamos algumas melodias e uma semana depois eu já estava em estúdio gravando. Já gravamos dois CDs e estamos na pré-produção de mais um que deve sair ano que vem. Em 2014, você atuou na montagem brasileira do musical ‘Jesus Cristo Superstar’, interpretando Judas Iscariotes. Como conquistou esse papel? Os musicais sempre te atraíram? Alírio: Na verdade, minha história nos musicais começou em Brasília estudando música. Lá fiz parte do coro do Teatro Nacional e comecei a atuar em musicais. Em 2000, fui chamado para atuar na versão mexicana de “Jesus Cristo Superstar” no papel de Jesus. Por isso, quando anunciaram o musical no Brasil o produtor me procurou me

perguntando se eu teria interesse em participar da versão brasileira. Achei que seria novamente para o papel de Jesus, só que ele me perguntou se eu aceitaria fazer o teste para o Judas. Aceitei o desafio na hora, me preparei para o teste, eles mandaram para os gringos e o resto é história... (risos) Sua interpretação como Judas Iscariotes foi muito elogiada. Como foi sua preparação? Alírio: Foi muito intensa! Apesar de não existir tanto material sobre o Judas, acabei encontrando bastante coisa. Tive que cavar muito fundo para construir algo que fosse verdadeiro sem ficar caricato. Quis que as pessoas não vissem Judas somente como um vilão, tentei mostrar toda a frustração dele através dessa interpretação e isso me tornou um artista e um ser humano melhor. Em um musical não basta saber cantar, também é necessário interpretar e, em muitos casos, participar de números de dança. Você teve alguma formação nessas áreas ou aprendeu por conta própria? Alírio: Minha formação é na música, no teatro eu fui jogado aos leões, literalmente. Hoje eu estudo teatro com o mesmo afinco que estudei música. Atuar ganhou um espaço tão grande na minha vida quanto a música, hoje não me vejo sem o teatro. Já na parte de dança só tenho

uma coisa a dizer: não é o meu forte! (risos) Ainda assim, meu personagem tem que dançar em “We Will Rock You”, o que foi um capítulo à parte. O coreógrafo Phil Comley me disse que eu fui o Galileo mais maluco com quem ele já trabalhou. Se isso é bom eu não sei... (risos) Sua atuação em “We Will Rock You” vem sendo muito elogiada. Como você conquistou esse papel? Alírio: Foi parecido com o que aconteceu no “Jesus Cristo Superstar”. Troquei algumas palavras com a produtora, fiz o teste, atuei, cantei, gritei e lutei muito pelo papel. Queen é minha banda favorita e Freddie Mercury, meu ídolo maior na música. Este show está sendo muito especial, pois além do reconhecimento, de conquistar mais um papel de protagonista na minha vida, de ter sido escolhido pelo Brian May, de cantar e interpretar as músicas do Queen, ainda conheci minha namorada, Livia Dabarian, que interpreta a Scaramouche, o par romântico do meu personagem. Essa química funciona muito bem dentro e fora do palco. É uma responsabilidade redobrada interpretar as músicas de um dos maiores cantores da história do rock? Alírio: Com toda certeza, essas músicas são muito difíceis de cantar e é exatamente por isso que eu me cuido muito. Cuido

da saúde e da cabeça - manter o foco é imprescindível, tenho que ter disciplina de atleta para manter o nível que o show exige. O que você levou da sua experiência como cantor de heavy metal para os palcos dos musicais? Alírio: A atitude! Sempre tive muita personalidade e isso é uma coisa que sempre faço, quero que as pessoas saibam quem sou eu através da minha arte. Essa atitude de tentar ser ouvido é uma das características mais heavy metal que eu levo pro palco. O Brasil nunca teve uma grande tradição em musicais, mas parece que isso está mudando de uns tempos para cá. Você pretende continuar se dedicando a esse gênero? Alírio: Eu não gosto de ficar refém de nenhum mercado. Gosto de cantar estilos diferentes, estar em projetos diferentes e sempre me reinventar como artista. Só faço testes para os musicais de que gosto e nos quais me vejo atuando. O mercado está crescendo muito, sim, hoje estamos entre os principais mercados do mundo com produções tipo franquias como “Jesus Cristo Superstar” e “We Will Rock You”, e também há muitos musicais brasileiros. Os dois musicais de que você participou são baseados no rock, gênero que você domina. Você concordaria em atuar em algum musical em que o estilo musical fosse outro (e como é a maioria dos musicais, a propósito)? Alírio: Sim, atuaria em qualquer projeto em que eu pudesse crescer artisticamente. Sempre busquei ser o mais versátil possível musicalmente e também agora, como ator, fazer personagens com histórias e destinos diferentes. Se você pudesse voltar no tempo, você mudaria algo na sua trajetória como músico ou deixaria que tudo acontecesse exatamente como aconteceu? Alírio: Com certeza mudaria algumas coisas, mas também entendo que minhas escolhas me tornaram o que eu sou hoje. Essa coisa de mudar o passado pode te assombrar se você não tomar cuidado. Quem vive de passado é museu. Você se considera realizado como músico/artista? Em caso negativo, o que falta para se realizar? Alírio: Até agora sim, mas sempre quero mais, então me sinto pronto pra qualquer parada.

Antonio Carlos Monteiro é guitarrista, jornalista e crítico de música. Atua como redator na Revista Roadie Crew e colabora com o Megaphone Cultural.

Expediente Megaphone Cultural Textos: Fernando Pineccio*

Impressão: Jornal Tribuna de Itapira

Vendas: Wanella Bitencourt (19) 9.9373-8742

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Projeto Gráfico: Cássio Rottuli (9.9946.9027) Cidade-sede: Itapira/SP

PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO

ITAPIRA

Circulação na Baixa Mogiana e Circuito das Águas imprensa@portalmegaphone.com.br

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O Jornal Megaphone Cultural circula quinzenalmente. A distribuição é gratuita e você pode retirar o seu exemplar em alguns postos fixos nas cidades de Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu:

MOGI MIRIM

Banca Estação | Praça João Sarkis Filho – Centro / Banca da Praça | Praça Bernardino de Campos – Centro / Banca Santa Cruz | Rua da Saudade – Santa Cruz / Fatec ‘Ogari de Castro Pacheco’  Rua Tereza Lera Paoletti, 570, Jardim Bela Vista / Banca Antonelli Rua Soldado Constitucionalista, 54 - Jardim Soares

Bancas do Sardinha | Rua Pedro Botesi (Tucura) / School Skate Store | Rua Padre Roque, 284 - Sala I - Centro / Fatec ‘Arthur de Azevedo’ Rua Ariovaldo Silveira Franco, 567, Jardim 31 de Março

MOGI GUAÇU

Choperia Tradição | Avenida Luiz Gonzada de Amoedo Campos, 31 – Planalto Verde / Disco Tem | Avenida Nove de Abril, 90 - Centro / Banca da Capela |Praça da Capela - Capela

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Casa das Artes divulga programação dos Recitais de Alunos apresentam sozinhos, em duplas ou grupos – e em alguns casos tocam em parceria com os próprios professores. O horário de início será sempre às 20h00, com entrada franca. Porém, os convites são limitados à capacidade do auditório – 70 lugares – e devem ser retirados com antecedência na secretaria da instituição. “É importante que os pais, amigos, familiares e público em geral façam a retirada antecipada dos convites, pois eles são limitados. Essas apresentações costumam ser concorridas, pois outros alunos também gostam de acompanhá-las”, ressalta a diretora de eventos da Casa das Artes, Josiane Moraes. Outras informações e reservas podem ser obtidas pelo telefone (19) 3863-0032 ou pelo email contato@casadasartes.art.br. A agenda da instituição também pode ser acompanhada pelo site www.casadasartes.art.br.

O Projeto Coreto tem nova edição no domingo (22) em Itapira. Realizado pela Casa das Artes, o tradicional evento ocupa o coreto do Parque Juca Mulato, na região central da cidade. A intenção é oferecer música de qualidade no aprazível espaço arborizado, tido como principal cartão postal do município. Desta vez, a atração fica por conta da Orquestra de Viola Caipira mantida pela associação cultural. Com regência da professora Stella Godoy, o grupo reúne 12 alunos que apresentarão um repertório voltado a grandes clássicos da música caipira, abrangendo composições famosas de nomes antigos, como Tonico e Tinoco e Tião Carreiro e Pardinho, e mais contemporâneos, como Renato Teixeira e Almir Sater, por exemplo. O Projeto Coreto

tem edições mensais e abertas à população, sempre com início às 10h00. A apresentação deste domingo tem duração aproximada de uma hora. “É um evento que já se tornou tradicional no município. Muitas pessoas já acompanham as apresentações, sempre com um clima muito descontraído, em um ambiente bem familiar”, comenta o diretor artístico e maestro César Lupinacci. A temporada atual começou no dia 17 de abril com a Banda da Casa das Artes, que atraiu perto de 100 pessoas ao Parque Juca Mulato. Depois desta edição com a Orquestra de Viola Caipira, o evento terá prosseguimento nos dias 26 de junho, 31 de julho, 28 de agosto, 25 de setembro, 30 de outubro e 27 de novembro. As atrações destas datas ainda serão anunciadas.

PROGRAME-SE

AGENDAS PATROCINADAS PUBLIQUE SEUS EVENTOS: (19) 9.9836.4851)

O PROFETA PUB ROCK Telefone: (19) 9.8179-8114

Rua: Vereador João da Rocha Franco, 39 - Mogi Guaçu 21/05 - 70 & Tal e Sons Of Seattle 27/05 - Endriah, Collapse, Céu em Chamas e Die Tribe 28/05 - The Zoo (Scorpions Cover)

O CHOPINHO Telefone: (19) 3843-7230 Rua Dr. Norberto da Fonseca, 240 - Nova Itapira https://www.facebook.com/ochopinho Divulgação

A

Casa das Artes de Itapira divulgou a programação do novo ciclo de Recitais dos Alunos. Na prática, a série de eventos tem por objetivo avaliar o desenvolvimento dos participantes dos cursos de musicalização da associação cultural sem fins lucrativos e que desenvolve atividades há quase duas décadas no município. O cronograma de apresentações acontece entre os dias 31 de maio e 10 de junho. Todas as apresentações serão abrigadas no auditório da Casa das Artes, situada à Rua Campos Salles, 4, no Centro. “É através dos recitais que os alunos têm a oportunidade de se apresentar em público, sendo acompanhado tanto por professores como por amigos e familiares”, enfatiza o maestro e diretor artístico da Casa das Artes, César Lupinacci. Durante as apresentações, os alunos se

Agenda dos melhores eventos de 19/05 a 17/06

franca na Eventos têm entrada cultural sede da associação

Restaurante Pizzaria  Bar Balada & Eventos

PROGRAMAÇÃO

AVENIDA JACAREÍ, 64 – ITAPIRA

DATA

RECITAL

HORÁRIO

Terça-feira, 31 de maio

Cordas

20h00

Quarta-feira, 01 de junho

Cordas

20h00

Quinta-feira, 02 de junho

Clarineta, Saxofone e Metais 20h00

Sexta-feira, 03 de junho

Bateria e Percussão

20h00

Segunda-feira, 06 de junho Violão

20h00

Quarta-feira, 08 de junho

Viola Caipira

20h00

Quinta-feira, 09 de junho

Flauta

20h00

Sexta-feira, 10 de junho

Piano

20h00

Divulgação

Orquestra de Viola Caipira dá o tom à nova edição do Projeto Coreto

da apresentação

Stella Godoy coman

20/05 - Everton Coraça 21/05 - Gustavo Mariano 26/05 - Ed Campos 27/05 - Flavia DeSena 28/05 - Marco Aurelio 03/06 - Wellington Clemente 04/06 - Aimberê Dantas

21/05 - Linha de Base 28/05 - Mr. Whoo 04/06 - Black & Back Band 12/06 - Jantar dos Namorados 17/06 - Luana Camarah & Banda Turnê

CHOPERIA TRADIÇÃO facebook: Choperia-Tradição

Avenida Luiz Gonzaga de Amordo Campos, 31 Jardim Casagrande - Mogi Guaçu 19/05 - Roni Bueno 20/05 - Serginho & Júlio 21/05 - ROX Tributos Acústicos 25/05 - Trio 4Tears 26/05 - Anderson Lalão 27/05 - Trio Altos e Baixos 28/05 - Maycon Carvalho 29/05 - 100 Patente


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O

Museu Municipal Histórico e Pedagógico ‘Comendador Virgolino de Oliveira’ recebeu uma nova doação de relíquias relacionadas à Revolução Constitucionalista de 1932. Desta vez, o acervo que remonta à história da guerra entre as tropas paulistas e federais na qual Itapira foi palco muitas batalhas ganhou o aporte de uma carabina de origem alemã, além de dezenas de munições intactas e deflagradas da arma, bem como munições de pistola. A doação foi feita por uma família

Léo Santos/Megaphone

residente na região do Morro do Gravi, localidade que abrigou uma das mais sangrentas batalhas e que deixou dezenas de soldados mortos nas trincheiras abertas às margens da estrada interna entre Itapira e Mogi Mirim. Segundo o relato da família, a arma e as munições ficaram guardadas no porão da casa por 84 anos. Os avós do doador, que ficaram na residência mesmo durante os combates ocorridos entre 1 e 4 de setembro de 1932, receberam o material de um soldado paulista que abandonou o setor, em troca de rou-

Arma e munições já estão inseridos no acervo do Museu

pas civis. O destino inicial da doação foi o Núcleo M.M.D.C. de Itapira, órgão destinado a pesquisas e preservação da memória dos fatos da Revolução no município. Contudo, o presidente do Núcleo, Eric Lucian Apolinário, repassou o armamento ao acervo do Museu, no qual também atua como diretor. “Esta doação é de extrema importância, não apenas pela raridade das peças, mas principalmente pelo seu contexto histórico, já que elas foram empregadas na chamada ‘resistência’ de Itapira durante as horas mais terríveis nos arredores do Morro do Gravi”, comentou. “Vale lembrar que nos últimos anos, através da confiança da população no trabalho do Núcleo, algumas peças muito interessantes foram incorporadas ao acervo do Museu Histórico e Pedagógico como um capote original usado pelas tropas federais e paulistas para aguentar o frio extremo das montanhas de Eleutério e também o lote de munições de fuzil encon-

trado no Ribeirão da Penha, outro incrível achado para as pesquisas sobre os acontecimentos 1932”, acrescentou Apolinário. A apresentação da nova doação foi feita no início deste mês, no próprio Museu. De acordo com Eric, a carabina modelo Geco foi fabricada na Alemanha em 1922 pela empresa Gustav Genschow&Co. “A partir de 1924 esta empresa começou a comercializar suas armas para toda a América Latina, principalmente para as polícias, incluindo o Brasil. Supomos que, talvez, esta arma possa ter pertencido a algum soldado da própria Força Pública (atual Polícia Militar) que possuía um batalhão combatendo na região do Gravi em Setembro de 1932”, explicou. Apolinário reforçou o apelo para que as pessoas que possuam materiais referentes à Revolução mantenham contato com o Núcleo ou com o Museu. “É importante que material fotográfico ou de qualquer outro tipo seja devidamente preservado”, finalizou.

Léo Santos/Megaphone

Museu itapirense recebe doação de armamento usado na Revolução de 1932

Apolinário cedeu doação para reforçar memória da Revolução

Roçabilly Brothers grava música que narra assassinato de delegado abolicionista em Itapira A banda Roçabilly Bromentos – incluindo trechos thers, de Mogi Guaçu (SP), grado processo que investigou o vou uma música que resgata assassinato, com depoimentos parte da história do delegado da esposa e da filha da vítima Joaquim Firmino de Araújo – além de fotografias, acordos Cunha, assassinado em 11 de de compra e venda de escrafevereiro de 1888. O crime vos, jornais que noticiaram os aconteceu na então Penha fatos e até mesmo as atas redo Rio do Peixe, cidade que, ferentes à mudança do nome após a repercussão nacional da cidade. A música será exedo obscucutada publiReprodução ro episódio, camente pela mudou seu primeira vez nome para no pocketItapira. Joa-show agenquim Firmino dado para foi capturado 20h00, com e morto por entrada franum grupo ca. A música q u e e nvo l surgiu depois via diversos que um dos fazendeiros, fundadores sob a acusado grupo, ção de proteSantiago Raiger escravos zêro, tomou foragidos, conhecimennegando-se to da história a buscá-los e do crime. “FiJoaquim Firmino foi prendê-los, quei espantaassassinado em 1888 além de esdo com essa condê-los em história que sua casa. não conhecia, A música, batizada de ‘O e em meio aos comentários Crime da Penha’, será lançada durante um ensaio alguém no próximo dia 25 (quartadisse que parecia história de -feira), no Museu Histórico moda de viola. Começamos a e Pedagógico ‘Comendador tocar e saíram algumas fraVirgolino de Oliveira’, em Itapises. Mais, tarde, sozinho, com ra. Atualmente, o local abriga o pouco conhecimento que uma mostra que reúne docutinha sobre a história e algu-

mas suposições, terminei os versos”, conta o músico. Depois de algumas transformações na formação, além de Raizêro (violão/voz), atualmente a banda conta também com Nahen Quexada (Contrabaixo Rabecão/voz). O grupo está fazendo testes com alguns músicos para se firmar, novamente, como um trio. Na apresentação em Itapira, a Roçabilly Brothers terá a participação especial do músico Beno Zaterka (gaita), que já acompanhada a banda há algum tempo. A Roçabilly Brothers foi fundada em 2014 com o objetivo de disseminar o estilo chamado ‘Caipira Outlaw’ – uma mistura de música caipira paulista com o Country Owtlaw. “As letras são cantadas em português com sotaque caipira. A sonoridade é Hillbilly, portanto, o noem Roçabilly é um trocadilho com Hillbilly, e não com Rockabilly. Apesar de caipira, a temática das letras é pesada. E este é o lado Thrash/Death e Punk da banda”, explica um dos fundadores do Raizêro. “O objetivo da banda é cantar a nossa verdade, nossa vida, nosso dia-a-dia, coisas que gostamos na nossa terra e suas histórias, com uma linguagem sincera e abrangendo também as ideias da nossa geração. Te-

Divulgação

Roçabilly Brothers lança música com viés histórico em Itapira mos orgulho de levar adiante a cultura da vida interiorana, reverenciando os antigos cantadores na construção da nossa música”, define. A expectativa para o lançamento de ‘O Crime da Penha’ é bastante positiva, de acordo com ele. “Esperamos que contribua para despertar o interesse, no público, pela história. E, também, para esse formato quase esquecido de

se contar notícias que é a moda de viola”, finaliza. Em paralelo, a Roçabilly Brothers trabalha na finalização de seu primeiro disco, com previsão de lançamento ainda para este semestre. Neste final de semana, mais precisamente entre sexta-feira (20) e domingo (22), a banda mantém presença em um estande do Ink Town – Convenção de Tatuagem de Mogi Guaçu, no

Centro Cultural da cidade, onde toca no domingo, às 16h00. Na quarta-feira (20), antes do show em Itapira, o grupo se apresenta a partir das 14h00 na Skull Barber, região central do município. No dia seguinte, a Roçabilly cumpre agenda em Socorro (SP), dia 27 em Piracicaba (SP) e, dia 28, em Botucatu (SP). O Museu Histórico e Pedagógico de Itapira fica no Parque Juca


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Será que o #MinCResiste? Fechamento do Ministério da Cultura, que volta a atuar como secretaria no Ministério da Educação, gera reações e fomenta polêmica

A

fusão entre os ministérios da Cultura e da Educação, confirmada pelas primeiras ações do presidente interino Michel Temer (PMDB), provocou reações diversas no meio artístico e setores sociais. A extinção do MinC (Ministério da Cultura) já era caso Temer assumisse o comando da República e, a julgar pelas polêmicas dos últimos dias, especialmente nas redes sociais, a união entre duas pastas com grandes demandas de trabalho não agradou a maioria das pessoas, tanto entre artistas, ativistas e militantes da cultura, como outros representantes da sociedade civil. Mais que isso, ao menos duas mulheres já teriam rejeitado o convite para chefiar a agora Secretaria Nacional de Cultura: a jornalista e apresentadora Marília Gabriela e a antropóloga Cláudia Souza Leitão, ex-secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura na gestão de Anna de Hollnda. Criado por um decreto de José Sarney em 1985, o MinC representava um símbolo marcante da redemocratização brasileira. Durante o governo Collor, o Ministério da Cultura também passou a ser somente uma secretaria vinculada à Presidência da República. Uma carta aberta assinada pela Associação Procure Saber — formada por músicos como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan — e pelo Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música (GAP), que tem Sérgio Ricardo, Ivan Lins, Leoni, Frejat, Fernanda Abreu e Tim Rescala, entre outros artistas — foi direcionada ao presidente interino Michel Temer (PMDB). No texto, eles pedem que o novo presidente reconsidere a decisão de acabar com o MinC. Além da principal crítica – de que a união dos dois ministérios reduz a capacidade do desenvolvimento cultural no país e relega a cultura ao níveis mais baixos de interesse e representatividade – o governo ainda enfrenta as reações à ausência de mulheres na nova equipe ministerial. “Considero um retrocesso perigoso diante das frágeis conquistas do setor nas últimas décadas. Ainda que se tivesse muito a corrigir,

discutir e melhorar, as políticas públicas instituídas pelo MinC possibilitaram maior inclusão e acesso à produção e ao consumo de bens culturais”, opina o produtor cultural Rodrigo Peguin, 33. De acordo com ele, é difícil prever os reflexos imediatos da fusão, mas “fica claro que as políticas culturais serão deixadas em segundo plano nesse governo interino”. “E ainda tem o agravante de a pasta da Cultura e Educação ter sido cedida a um partido que ingressou no STF (Supremo Tribunal Federal) contra as cotas em universidades e é historicamente pouco ligado a políticas de desenvolvimento cultural”, acrescenta. Para Peguin, o momento é de apreensão para a classe artística e para o setor cultural. “Se a situação não for revertida, o Brasil estará mais uma vez na contramão da economia mundial, que cada vez mais entende a importância e o potencial transformador da economia criativa”. O professor de História André Luís Augusto Avancini, 29, também se posiciona de forma “totalmente contrária” à fusão dos ministérios da Educação e da Cultura. “Penso que o que está em jogo é corrida louca para impor à população brasileira ações de um governo neoliberal ultraconservador que ignora políticas de bem estar social. Sempre que essas políticas são colocadas em prática os aspectos sociais das políticas públicas são os primeiros a serem afetados. A educação no Brasil sempre é colocada num altar nos discursos políticos, mas na prática sempre está relegada a segundo plano. Isso é fácil perceber quando olhamos para as condições de trabalho dos professores e as condições estruturais das escolas públicas”, ilustra. “Por outro lado, a cultura brasileira me parece estar em degrau mais baixo ainda. Nem mesmo nos discursos políticos ela assume papel de centralidade. Não existir um ministério que possa efetivamente defender minimamente os interesses da cultura é um retrocesso imenso, é impor uma lógica capitalista ferrenha onde cul-

Elisabete Alves/Divulgação

Prédio do Ministério da Cultura, em Brasília (DF), onde também funciona o Meio Ambiente: fusão despertou reações

MUDANÇAS Para o ator e arte educador Valner William Araújo Cintra, 36, diretor da Cia Talagadá de Formas Animadas, a unificação dos dois ministérios até poderia ser viável, caso o momento político fosse outro, diferente do qual vivemos atualmente. “Num primeiro olhar, a unificação dos ministérios da Educação e Cultura faria todo sentido devido ao fato da grande contribuição que a arte e a cultura têm na formação e

Problema está na falta de critérios, diz produtor

Para o produtor cultural e colunista do Megaphone, Ricardo Pecego, 39, o grande problema da fusão entre os ministérios da Cultura e da Educação está na ausência de critérios técnicos e de um planejamento prévio. “Acho a fusão dos dois ministérios ruim para a sociedade brasileira, não pelo fato do MinC não ter sua representatividade e peso de pasta federal, mas pelo formato em que se realiza o processo. No meu entender, estas pastas têm por obrigação de se relacionar, coisa que não acontece muito”, salienta. Ele lembra que, às vésperas da votação da admissibilidade do processo de impeachment que afastaria a presidente Dilma Rousseff (PT) do cargo, ministros se mobilizaram para apresentar um pacote de convênios “que muito mais tem cara de campanha publicitária do que programas coerentes”. “Esse pacote poderia ter acontecido há mais tempo, e ter sido mais bem estruturado”. “A transdisciplinaridade ainda é algo longe de nossos gestores públicos em geral. Minha contrariedade é justamente porque o formato dessa fusão não é claro, não se planejou os pontos de intersecção, ou independência das atividades educacionais e culturais, não se elencou um grupo de coordenadores que possam atuar na adaptação desta fusão, portanto é apenas a junção de duas fatias de pão, cujo recheio é nenhum, ou obscuro, só saberemos no decorrer das mordidas o que se tem aí nesse meio”, diz. Pecego também critica a escolha do deputado federal José Mendonça Bezerra Filho (DEM), ex-governador do Estado de Pernambuco, para chefiar o agora (e de novo) MEC (Ministério da Educação e Cultura) – que funcionou entre 1953 e 1985. “Nosso ministro da Educação e Cultura não tem intimidade ou traquejo em nenhum dos setores, que são estratégicos em qualquer país, afinal de contas tratam justamente da formação

desenvolvimento do ser humano, não só no aspecto cognitivo, como também em outras capacidades, mas principalmente nas relações interpessoais, contribuindo com uma educação mais autônoma”, pondera. De acordo com ele, nesse contexto, outro fator positivo seria a estratégia da formação de público por meio da valorização e desenvolvimento de arte e cultura com qualidade por meio da educação. “Seria possível colaborar também tanto com a formação de público quanto a novos profissionais da área, mercado que, apesar de ainda não ter a devida valorização, cresceu muito nos últimos anos, e isso se deve também aos programas de fomentos estaduais e federais”, analisa. Cintra, contudo, diz reconhecer que os objetivos atuais da unificação não correspondem ao que chama de “desejo utópico”. “Ao contrário. Distancia em muito daquilo que acredito. Assim como outros, também enxergo essa unificação, bem como o fim de outros ministérios, como uma estratégia de retaliação. Apesar de muitos brasileiros terem se mobilizado em massa por transformações políticas no país, os

tura, arte e criatividade não são vistos como constituintes essenciais do ser humano”, analisa o professor que considera a fusão um ato “pernicioso”. “Um único ministério terá que lidar com demandas sociais imensas, sem as quais não podemos falar em progresso em nosso país. E ainda vejo nessa fusão uma atitude de retaliação, pois os movimentos sociais contra o impeachment e contrários ao governo Temer e a classe artística têm assumido papel de vanguarda, assim como os movimentos estudantis têm colocado em suas pautas a luta contra o golpe e o governo interino de Temer”, afirma Avancini.

cidadã, de conteúdo prático e criativo das futuras gerações e das gerações vigentes”, enfatiza, reforçando que não vê problema na fusão, mas sim na forma como o processo foi feito. “Em muitos países as pastas funcionam em conjunto, por exemplo, na Alemanha temos o Ministério da Educação Ciência e Cultura, No Reino Unido funciona o Departamento de Cultura Esporte e Mídia, que cuida, além disso, da indústria criativa, turismo e economia digital. Portanto o problema não está na fusão, mas no formato e delimitações dessa fusão, no grupo gestor que assumirá e vai administrá-la. Parece tudo feito no velho estilo do ‘jeitinho brasileiro’”. Para Pecego, também é complicado traçar qualquer projeção, agora, dos efeitos práticos da fusão. De acordo com ele, tudo é ainda muito incerto, mas a tendência é que os mecanismos de incentivo fiscal – os quais muitos produtores temem a extinção – continuem funcionando, mas sem escapar de possíveis mudanças de avaliações de projetos. “Outro ponto é que as mudanças que antes foram sugeridas na Lei Rouanet, por exemplo, devem ser engavetadas e não sairão do papel. Também arrisco o palpite de uma diminuição das verbas de edital que o MinC disponibilizava, incluindo os da Funarte (Fundação Nacional de Artes) e de outros organismos que o MinC mantinha de forma independente dentro de sua gestão. O Plano Nacional de Cultura tende também à paralisia”, descreve. Para o produtor, pode ser também que a união dos dois ministérios não permaneça nos próximos dois anos, caso o impeachment se concretize. “Nosso país tem uma dimensão continental para a fusão de duas pastas deste porte. Lembrando que o porte é devido ao tamanho da cadeia produtiva das pastas, não pelo montante de verba que administram”, pontua.

ganhar voz junto aos movimentrabalhadores da Educação tos sociais, com a liberdade de e Cultura são os grandes resexpressão de poder criticar ponsáveis pela luta da garantia até mesmo aqueles que os da Constituição e direitos dos financiam. Essa independêncidadãos. Independentemente cia incomoda em muito os de partidarismo, por meio de gestores mais conservadores mobilizações e de seu próprio e autoritários. Assim, eles fazer artístico se colocam na precisam diminuir recursos linha de frente na legitimação de setores que justamente se dos direitos humanos. Isso tornaram um calo em seus se fortaleceu ainda mais ao pés. Diminuindo o orçamento abraçarem a causa dos estue privando cultura e educação dantes, os quais lutam contra de desenvolverem suas partio sucateamento das instituicularidades com o discurso da ções de ensino. Deste modo, necessidade de investimentos parece meio óbvia a retaliação em setores vitais, tem por disfarçada de unificação e direal objetivo sucumbirem o minuição do orçamento, fato movimento artístico/cultural/ que pode ser observado pelos social de modo que, sem políticomentários de alguns depucas públicas, tornem-se reféns tados, tanto federias quanto do Estado, processo do qual estaduais, que apoiam essa nos distanciávamos”, defende. ação e que nem procuram esconder o verdadeiro objetivo”, critica. Para ele, a decisão do governo tem a intenção de limitar o campo de atuação das pastas e, ginas is, pipocaram pá para isso, pretendem Nas redes socia da rio sté ini (M inC em defesa do M a volta do MEC minar os recursos desdo an itic Cultura), cr ). tinados aos programas. ucação e Cultura (Ministério da Ed s ferramentas de “Os programas de apoio sta As publicações de r acompanhadas à cultura fizeram com se protestos podem MinCResiste, que os trabalhadores da pelas hashtag # aCultura. arte pudessem não só #FicaMinC e #Fic desenvolver seus projetos com autonomia, como

Novo ministro garante continuidade de ações

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omeado para comandar o novo Ministério da Educação e Cultura, o deputado federal José Mendonça Bezerra Filho (DEM), ex-governador do Estado de Pernambuco, garante que não fará uma gestão de choque e descarta a possibilidade de descontinuar programas e ações das duas pastas. “Não há risco de descontinuidade, de interrupção nem de censura”, disse, por telefone, ao jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com ele, ainda que sem recursos e em meio a um ajuste fiscal, “tudo o que tiver impacto para a sociedade será mantido e fortalecido”, disse sem detalhar suas estratégias à frente da pasta federal, mas negando que a Cultura possa ser suprimida pela Educação. Mendonça Filho também garantiu que sua gestão será pautada pelo diálogo com movimentos sociais e de trabalhadores que possuem demandas ligadas ao ministério, como artistas, professores e estudantes. “Vamos dialogar

Luis Macedo/Agência Câmara

Mendonça Filho assumiu pasta unificada e buscar convergência e união com movimentos ligados à educação e cultura. O Brasil não sairá da crise sem mobilização por valores e consensos. Educação não tem partido, tem de ser consenso nacional”, defendeu.

Ex-ministro Juca Ferreira chama fusão de “retrocesso”

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ntes mesmo da decisão de Michel Temer (PMDB) de extinguir o MinC (Ministério da Cultura), o então ministro da pasta, Juca Ferreira, criticou a intenção, classificando-a como um “retrocesso ao século passado”. Antes mesmo da votação do processo de impeachment, Ferreira já havia informado que deixaria o comando do ministério para concorrer à Prefeitura de Salvador (BA). Após o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) e consequente fusão entre Cultura e Educação, o agora ex-ministro voltou a falar sobre o assunto. “O MinC foi criado no contexto da redemocratização. Sua criação foi a primeira medida marcante da democracia. Simbolicamente, sua ameaça de acabar veio às vésperas da tentativa de golpe”, disparou. Para ele, a fusão prejudica o desenvolvimento cultural do país, e as atividades então coordenadas pelo

Agência Brasil/Divulgação

Juca Ferreira critica fusão

MinC ficarão em segundo plano no MEC. “O Brasil tem 58 milhões de pessoas, da educação infantil ao pós-doutorado, para organizar. Não podemos trazer a Cultura, com toda a dimensão estratégica que ela tem, para dentro da Educação”, lamentou.


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e d o l c i c z a f a r i L Banda s I A N s o n s e õ ç a t n aprese

Vagner Sanches/Divulgação

Banda-tributo aos Mamonas Assassinas estreia em Mogi Guaçu Sil Passos/Divulgação

Alunos de musicalização participam de atividades junto à corporação

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Banda Lira Itapirense deu início a uma série de apresentações musicais junto a crianças dos NAIs (Núcleos de Assistência Integral). Os eventos têm por objetivo prestar homenagens às mães das crianças que participam dos projetos de musicalização e que frequentam as instituições, por ocasião do Dia das Mães, celebrado no último dia 8. A primeira apresentação, contudo, foi no CEU (Centro de Artes e Esportes Unificado), no Istor Luppi, na última segunda-feira (16). Na terça-feira (17) a apresentação aconteceu no NAI Criança Feliz, no Assad Alcici. Na quarta-feira (18) e na quinta-feira (19) as apresentações ocorreram

nos NAIs Cantinho da Amizade, no Barão Ataliba Nogueira, e Cristal Amarelo, no Flávio Zacchi, respectivamente. Com início sempre às 18h30, o roteiro segue na próxima semana com eventos no NAI Balão Mágico, no Jardim Raquel, na segunda-feira (23); e Arco Íris, no Della Rocha, na terça-feira (24). “Em todos estes dias, faremos as apresentações dos conteúdos trabalhados em cada sala e, em cada evento, teremos uma participação de grupos da Banda Lira, como de trompetes, de flauta doce, de saxofone e violão, além do Coral Cristália”, comentou o maestro Maurício Perina, diretor artístico da corporação. Os cursos de musicalização nos NAIs acontecem

Grupo reproduz deboche e alegria dos Mamonas dentro do Projeto Viva Música, mantido pela Banda Lira em parceria com a Secretaria Municipal de Promoção Social. A instituição também conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e do Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal.

CORAL A partir desta sexta-feira (20) a Banda Lira também passa a oferecer aulas do Coral da Melhor Idade, destinado principalmente aos idosos. A iniciativa também faz parte do Projeto Viva Música, em parceria com a Promoção Social, e a participação é gratuita.

O objetivo é oferecer atividades de entretenimento aos participantes, que terão a oportunidade de se aperfeiçoarem na área do canto coral. De acordo com Perina, o repertório de Seresta e Expressão Corporal será adequado de acordo com os gostos e conhecimentos dos coralistas. “A ideia é montar um repertório a partir da pesquisa junto aos próprios integrantes”, frisou. As aulas acontecerão sempre às sextas-feiras, entre 14h30 e 16h30, na sede da instituição, à Rua Comendador João Cintra, 41, no Centro. Inscrições e outras informações pelo telefone (19) 3813-3330. A agenda da Lira pode ser acompanhada pelo site www.bandaliraitapirense.org.br.

Informação com qualidade e imparcialidade

Criada recentemente com o objetivo de reverenciar a memória dos Mamonas Assassinas, o grupo Mamilos Assassinos estreia no próximo dia 28 em Mogi Guaçu (SP). O show acontece no Copas Music Bar e conta ainda com flash back a cargo do DJ Alex K. O grupo conta com Alexandre (voz), Tadeu (baixo), Edson (guitarra), Alex (Teclado) e Bruno (bateria). Todos já atuam

como músicos em outros projetos e resolveram se unir para garantir a diversão própria e do público. O evento tem previsão de início para 22h00. Os ingressos antecipados custam R$ 10,00, com aquisição via fone (19) 9.9198-8183. Na portaria, o valor do ingresso sobe para R$ 20,00. O Copas Music Bar fica na Rua Luiz Martini, 280, próximo ao Cerâmica Clube, no Centro.


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Fernando Pineccio/Arquivo/Megaphone

Unidade recebe inscrições de profissionais

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Fernando Pineccio/Arquivo/Megaph

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atec (Faculdade de Tecnologia) ‘Ogari de Castro Pacheco’, em Itapira, abriu processo seletivo simplificado para preencher cargos de professor de Ensino Superior. As vagas oferecidas são para admissão temporária, que obedecerá ao regime da CLT (Consolidação das Leis

Trabalhistas). As oportunidades são para os profissionais que lecionam nas disciplinas Sistemas Integrados de Gestão e Aplicações, nas áreas de Ciência da Computação, Administração e Engenharia da Produção; e Automação, nas áreas de Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica. As

inscrições começaram no último dia 16 e seguem até o próximo dia 30, entre 8h30 e 11h30 e 13h30 e 17h00, diretamente na secretaria acadêmica da unidade situada à Rua Tereza Lera Paoletti, 570, no Jardim Bela Vista. Os candidatos interessados devem ter formação específica na área

Retrocesso e retaliação: o fim do Ministério da Cultura

pretendida, bem como a titulação exigida nos editais de cada processo, que podem ser consultados nos sites www.imprensaoficial. com.br e www.fatecitapira. edu.br. Mais informações também pelo email f278acad@cps.sp.gov.br ou pelos telefones (19) 3843-1996 e 3863-5210.

“A cultura é a identidade de um povo, quando forte, temos um povo com alma, que se reconhece e não se entrega a modismos. Mas, quando a cultura fraqueja, o povo se torna moldável e, sem notar, se curva. A existência de uma revista do gabarito do Megaphone Cultural não é apenas motivo de orgulho, mas uma necessidade, um alento. Ainda mais, em tempos tão obscuros”

Este espaço publica depoimentos e comentários sobre o Megaphone Cultural – inclusive críticas e sugestões. Mande sua manifestação com até cinco linhas para contato@portalmegaphone.com.br, com foto, nome completo, idade, cidade e profissão.

O começo do fim da mansidão do país do futuro

por Aline Fernanda Longo e Samuel Augusto Elias

Em seu primeiro ato documentado como presidente interino, Michel Temer (PMDB) tornou oficial uma reforma ministerial em edição extra do Diário Oficial, reduzindo de 32 para 23 o número de ministérios. Entre as medidas mais polêmicas encontramos o fim do MinC (Ministério da Cultura), que agora se une ao da Educação, comandado pelo deputado federal pernambucano José Mendonça Bezerra Filho (DEM), figura que sugerimos ao leitor para que se informe sobre seu histórico. É válido ressaltar que esta é a primeira vez desde o governo ditatorial de Geisel que o Brasil fica sem uma pasta exclusiva para a Cultura e sem a presença de mulheres e negros na composição ministerial. Se, anteriormente, a classe artística no país como um todo lutava para manter suas vidas através da arte, esta luta se intensificou a partir de agora, o que se configura como um retrocesso dentro do processo histórico-democrático e uma retaliação aos artistas. Em um país com uma cultura imensurável, o MinC, pasta criada para dar maior visibilidade às minorias, foi uma importante conquista, embora exista uma triste e popular visão de que o MinC e as leis de incentivo à Cultura - principalmente a Lei Rouanet - não passam de forma de sustentar artistas (infelizmente vistos como desocupados) e comprar apoio político das minorias: mulheres, afrodescendentes e comunidades indígenas. Com o fim do Ministério da Cultura possivelmente exista não apenas a “boa intenção” de enxugar gastos, justificativa oficial apresentada pela nova gestão, mas também uma retaliação à postura da classe artística fomentadora da cultura contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O mesmo vale para a Educação, que nos últimos meses vem se configurando como cenário de luta dos secundaristas, com a promoção do novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes (PSDB), que em um de seus primeiros atos em sua nova função promoveu a prisão coercitiva de jovens na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). Esta atitude de Temer em extinguir este ministério, portanto, não se mostra como “alternativa” para melhorias econômicas, mas sim, é um modo de retaliação aos artistas, bem como às camadas manifestantes que, em seus trabalhos e atuações, são produtoras e fomentadoras da livre expressão e promulgadores de conteúdos politizados, e que, ao mesmo tempo, necessitam dos incentivos de políticas públicas que este ministério disponibilizava. Temos então um palco no qual se apresenta um dueto do retrocesso histórico, da extinção de uma significativa pasta administrativa e o silenciamento artístico-cultural de um país, que poderá ter como produto final uma forte desumanização do desenvolvimento social e uma tecnocratização do indivíduo. Neste palco apenas se apresentam aqueles que dançam conforme os tons de

uma política neoliberal, racista e reducionista. As cortinas se fecham para as minorias e para aqueles que dançam conforme a sua liberdade de expressão. No campo da política brasileira, os atuais políticos se mostram em conflito com quem procura, através da cultura, encontrar meios de resistência para a formação de uma sociedade de cidadãos capazes de exercer a democracia. Isso porque o Ministério da Cultura fora criado em meio às lutas populares no período da ditadura - 1964/1985, e que desde então não se preocupa em fomentar políticas a somente aos que necessitam deste recurso financeiro, mas sim, o ministério cumpre o papel de fomentar e pensar “a possibilidade de uma nação” democrática, justa, descriminada, garantidora de igualdade e de seus direitos humanos. É nesse palco, que agora vamos nos apresentar! É em meio a uma política neoliberal e reducionista que dançamos e cantamos pela valorização dos grupos LGBTs, movimentos afro-brasileiros, grupos de discussão de gênero, entre outros. Assim como foi no contexto de luta que o MinC surgiu é no contexto de luta que ele deve permanecer, pois não é somente pela economia que se constrói uma nação, mas sim pela cultura que seu povo possui e se reconhece como partícipe. Lutemos então por meio de produções independentes, das ocupações culturais do espaço público, da valorização artístico-cultural. Ocupar é resistir! O campo da cultura é um campo minado de interesses particulares burgueses, mas também é um espaço de luta e resistência das minorias. A participação é [...] um processo de vivência que imprime sentido e significado a um grupo ou movimento social, tornando-o protagonista de sua história, desenvolvendo uma consciência crítica desalienadora, agregando força sociopolítica a esse grupo ou ação coletiva, e gerando novos valores e uma cultura política nova. (GOHN, 2005a, p. 30). “O Estado deve, no sentido gramsciano, resultar da composição de elementos políticos e sociais; da força das instituições e da liberdade dos organismos privados; da inter-relação entre estrutura e superestrutura; da compenetração do aparelho estatal com a sociedade civil organizada”. (SEMERARO, 1999, p. 75). Torna-se fundamental que nós avancemos culturalmente e politicamente, como sociedade civil, para dentro de nossa constituição preservarmos os espaços a nós reservados. Neste sentido, ao invés de pensarmos em criar uma nova cultura progressista, tecnocrata e reducionista, que progride economicamente o país, precisamos pensar em como vão resistir as multiplicidades de diferenças culturais existentes e formadoras de nossa identidade cultural. Tapar a crise econômica com mais desigualdade social é atender ainda mais uma classe que há tempos já vem sendo privilegiada e calar vozes que ganharam eco ao longo da história.

Aline Fernanda Longo, 23, é mestranda em Educação pela PUC Campinas e membro dos Coletivos Voz Popular e Por trás da Rotina Itapirense. Samuel Augusto Elias, 20, é estudante de Ciências Sociais pela PUC Campinas e membro dos coletivos Voz Popular e Por Trás da Rotina Itapirense.

Eliezer Oliveira, 39, sound designer e músico (www.eliezeroliveira.com)

por Ricardo Pecego

Esse mês de maio está cheio de datas marcantes, o Dia das Mães, Abolição da Escravatura, Dia do Trabalho, e agora temos o Dia do Impeachment. Esse processo todo, em meu ponto de vista, tem três aspectos fundamentais: o primeiro é que ele investigou (mãos em chamas nesse momento) uma das poucas pessoas da vida pública que talvez não tenha praticado atos de corrupção (diferente de delitos de responsabilidade fiscal). O segundo é que os partidos derrotados na eleição desde então buscam através de um amplo suporte jurídico, qualquer motivo que sirva, uma tentativa de destituição do partido vencedor do poder. O terceiro aspecto, que fecha o tripé desse complexo contexto, contém os grupos aliciados que formam a guerrilha da direita e a guerrilha da esquerda brasileira. Estes grupos, juntos de outros subgrupos, atuam na disseminação de informações para denegrir a imagem do seu adversário. Assistindo a tudo isso estamos nós, compartilhadores das informações vindas dessas guerrilhas, cada qual com seu julgamento, montando assim o cenário do Golpe de Estado Institucional. Convenhamos: os crimes pelos quais a presidente está impedida de exercer seu mandato não são inéditos na gestão pública brasileira, de fato são erros, de fato ferem a lei de responsabilidade fiscal, mas num outro cenário político e econômico ninguém puniria o presidente por tais decretos. Lembrando aqui que, entre os pares que a julgaram (deputados e senadores), praticamente 70% também estão sendo investigados por corrupção entre outros delitos. A máquina pública se voltou contra uma legenda, o PT. Essa legenda se deixou atingir, em prol de baluartes do partido, e está assimilando e sofrendo essa rejeição. Gente que lutou e ainda luta por diversas causas coerentes e justas recebendo as mesmas pancadas que a turma do Lula merece. Gostaria de inflamar o debate e dizer que Dilma teve a governabilidade, nesse segundo mandato, efetivamente afetada por esse movimento que se instaurou para tirá-la do cargo. Fizeram de tudo para que o pequeno empresário (motor da economia) fosse ficando temeroso e a crise que é mundial foi transformada pelos meios de mídia de massa em crise nacional, culpa do PT. São os sujos falando dos demais sujos de outra sigla partidária, uma verdadeira enciclopédia de justificativas dos próprios erros, apontando os erros do adversário. Como se fizesse uma tremenda diferença saber que um escândalo roubou 80 bilhões, e o outro roubou 100 bilhões. Ambos foram roubos e prejudicaram a evolução do país e das pessoas que elegeram essa turma como representantes. Por falar em eleger, temos que parar de tornar o voto um instrumento de culpa. Eu não voto, e creio que, as pessoas em geral também não escolhem seus candidatos, para ele arruinar com o país, o estado, ou a cidade. Nós votamos em busca de uma representação, que vai buscar os melhores caminhos para que a sociedade se expanda de maneira sustentável. Se a pessoa ao assumir o cargo para o qual foi eleita, trabalhe apenas para seu próprio benefício, não é culpa do eleitor, a culpa é dela mesma. Por isso devemos, sim, fiscalizar o trabalho dos políticos que elegemos, e cobrar deles a postura

que nos levou a dar o voto. Temos diversos mecanismos para isso, não fazemos uso, nos limitamos algumas vezes à militância nas redes sociais, e isso não é suficiente. Diferentes de nós seres sociais emocionais, as pessoas sem escrúpulo, pouco se preocupam com o que é dito delas nas redes sociais. O que torna essa ação maquinada para retirada da presidenta do cargo muito forte, diante de uma determinada parcela da sociedade, é que foram: os muitos outros escândalos de corrupção surgiram nos fóruns do Brasil, e o esquema da mídia de massa destacando principalmente momentos em que o PT, ou pessoas ligadas ao grupo de Lula eram acusadas. Isso num país subeducado e subpolitizado, onde quem fala mais alto é a propaganda. Ao mesmo tempo dessa tormenta em Brasília, outras tantas tormentas em diversos estados. Sejam crimes contra educação, merenda, direitos humanos e tantos mais! Para um povo que sempre foi manso, acostumado a ser roubado desde o tempo de colônia, enxergo progresso. Nada pôde, por exemplo, impedir a votação dos deputados e dos senadores pelo impeachment, mas pela primeira vez os brasileiros comentam não apenas do resultado, mas também do conjunto da obra das eleições legislativas, concluindo que ali temos um grave problema. Estamos todos confusos, órfãos de gestão pública. Temos que nos organizar, no sentido de pesquisar as fontes das notícias, e nos certificar de que são úteis. Parar de ofender a ideologia do outro, já vi em alguns momentos no Facebook pessoas que discordam ideologicamente, mas que compreendem que desejam a mesma coisa: um lugar melhor para se viver, sem a insegurança que alguém, por ter determinado cargo, possa lhe usurpar os direitos, que qualquer ser humano tem até mesmo aqueles que repudiam os tais “direitos humanos”, como se fosse algo para ajudar pessoas más. Muito pelo contrário, os direitos humanos garantem que qualquer de nós, se um dia por uma confusão do sistema, uma arbitrariedade de uma autoridade, um erro de julgamento que tirem nossa liberdade, ofereçam possibilidades de nos defender, esclarecer, e não sermos rotulados como escória, por erros que eventualmente não cometemos. Para isso as pessoas que cometeram eventuais delitos, devem ter garantidos os mesmo direitos e assim, somente dessa maneira, poderemos recuperá-los, trazê-los ao convívio de suas famílias, e viver socialmente de forma positiva. Tem gente que não tem jeito? Tem! Muitos deles estão eleitos, outros tantos pelas ruas, e se forem pegos devem ter a punição adequada, na forma prevista na lei, para que saiam da prisão pessoas transformadas. Percebem que a atenção que damos ao próximo, como um presidiário qualquer é a mesma, em proporção, que um político eleito nos dá? Aumentemos a vigilância, desconfiemos de todos que sejam apontados como heróis ou bandidos (como disse brilhantemente Thiago Amud). Conversem, mesmo que discordem, não excluam seus amigos pela ideologia, isso os isola, os deixam ainda mais à mercê dos delinquentes da gravata. Vamos fazer dos políticos nossos representantes e dos humanos nossos irmãos.

Ricardo Pecego, 38, é produtor cultural, aspirante a esteta e acha que o mundo, inclusive o Brasil, ainda tem jeito.


anorama

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Fernando Pineccio/Megaphone

O CESSAR DA ÚLTIMA

GRANDE VOZ!

Produtor de show de Cauby Peixoto em Itapira lamenta morte do cantor em Nova Iorque’. “Foi uma coisa linda, o cenário foi especialmente feito para o show, com uma cortina de paetê com 11 metros de comprimento”, lembrou Di Salvi em referência ao tecido de lantejoulas que refletia toda a extravagância do artista e o glamour de seus shows. Cauby estava com 85 anos. Ele estava internado desde o dia 9 em um hospital da capital, e morreu em decorrência de uma pneumonia. Nascido em 10 de fevereiro de 1931 em Niterói, no Rio de Janeiro, o cantor cresceu em uma família de artistas e trabalhou no comércio até o fim dos anos 40, quando começou a participar de programas de calouros em rádios cariocas. O primeiro disco veio em 1951, dando início à carreira artística do cantor que se transformaria em um dos maiores nomes da chamada “era de ouro” do rádio brasileiro. Em 65 anos de carreira, Cauby Peixoto emplacou dezenas de sucessos. Entre as canções mais conhecidas, ‘Conceição’, Mil Mulheres, ‘Blue

Gardênia’, ‘New York, New York’ (regravação de Frank Sinatra) e ‘Bastidores’, por exemplo. Di Salvi lembra que o show em Itapira representou um grande acontecimento e surpreendeu até mesmo o próprio artista contratado para estrelar o evento, que teve abertura com show de ilusionismo e um grupo de blues ligado à Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). “O Cauby preferiu se hospedar em um hotel de Águas de Lindóia e chegou a Itapira por volta do meio-dia. Quando ele viu o local em que iria tocar, toda a produção que fizemos, mandou buscar em São Paulo um smoking que nunca havia usado. Era um smoking preto, com detalhes em cetim. Ele nos disse que já havia tocado até em cima de (perua) Kombi, e que estava muito surpreso com o cenário”, descreveu. Além de Di Salvi, a produtora reunia ainda os sócios Paulo Fiorim e Amauri Lamari. No mesmo ano, a Ellevem foi responsável por trazer ao município

um show da Rita Lee, que lançava o álbum ‘A Marca da Zorra’. Ao comentar a morte do artista, Di Salvi foi categórico: “o Brasil perdeu seu último grande cantor. Temos muitos bons cantores ainda, mas nesse estilo, daquela época de ouro, como Nelson Gonçalves, o Cauby era o último. Com certeza perdemos nosso último grande cantor”, analisou.

MPB Shell de 1982. “Um profissional impecável, visitei ele algumas vezes, no camarim, após assistir a seus espetáculos. Um lorde, um ser humano muito iluminado”, publicou. “Descanse em paz, grande Cauby. Eu vi um show dele que nunca me esqueço, talento incrível”, comentou Ed Motta. Atu-

REPERCUSSÃO A morte do artista gerou grande repercussão e provocou reações emocionadas de muitos outros artistas e de milhares de fãs. “Cauby Peixoto, a voz que nos encantou por tantos anos. Com carinho, minha oração de despedida: Deus te guarde, Deus de ampare com seus santos e anjos”, escreveu a cantora Elba Ramalho ao postar, em uma rede social, uma foto ao lado do cantor. Guilherme Arantes disse que “vai-se um gênio, um amigo” ao contar que eles estiveram juntos no Festival

almente, Cauby estava em turnê ao lado da cantora Ângela Maria. A última apresentação do cantor ao lado da parceira aconteceu no dia 3 deste mês, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. O corpo do artista foi velado no salão nobre da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e sepultado no final da tarde de segunda-feira (16) no Cemitério Congonhas, zona Sul de São Paulo.

Divulgação

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á mais de duas décadas, na noite do dia 1 º de setembro de 1995, uma sexta-feira, o Tênis Club de Itapira abria suas portas para um público estimado em 400 pessoas. No palco, a estrela principal era Cauby Peixoto, então com 64 anos, cantou seus maiores sucessos em um espetáculo com produção elogiada. A plateia aplaudiu a apresentação que inaugurou as poucas, porém marcantes atividades da então produtora Elleven Produções Artísticas, que tinha entre seus sócios o empresário Aristeu Di Salvi Filho, hoje com 62 anos. A morte do cantor, ocorrida na noite do último dia 15, em São Paulo, fez o ex-produtor itapirense se emocionar e relembrar o evento, tido como superprodução e que representou a única passagem do artista pela cidade – ao menos que se tem registro. O palco representou uma sala de apartamento, com direito a mobília de grife, e efeitos visuais que remetiam à Manhattan, nos Estados Unidos, em alusão ao nome do espetáculo, ‘Uma Noite

Aristeu Di Salvi Filho trouxe ícone da música para Itapira. Na foto, com matéria veiculada pelo jornal Tribuna de Itapira em 1995

Cantor morreu aos 85 anos em São Paulo

Divulgação

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Projeto levou arte e música a paciente no Dia das Mães

Dia das Mães foi celebrado com arte e música em hospital público de Itapira

Os pacientes internados no Hospital Municipal de Itapira receberam, no Dia das Mães, nova visita dos músicos que integram o projeto Sons do Coração. Des-

ta vez, a apresentação que passou por todos os quartos e alas da instituição para homenagear as mamães e vovós que estavam ou estão passando por tratamentos

de saúde. Ao lado dos pacientes, familiares e também os funcionários do Hospital Municipal foram agraciados pela interação junto aos músicos Luciano Coelho, o Bola,

e Dener Ângelo Dalben Bilatto, em parceria com o Grupo de Artes Zualê, a animadora Izabel de Souza e membros da Capelania do HM. Segundo a Prefeitura, os pacientes

puderam desfrutar de quase duas horas de animação através de músicas e brincadeiras. O projeto foi iniciado em 2013 de maneira simples e, ao decorrer dos anos, vem ga-

nhando corpo, sempre com intervenções em datas especiais. A previsão é que a próxima etapa do projeto Sons do Coração ocorra no Dia dos Pais, em agosto.


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