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Distribuição Gratuita
Megaph Cultne ural Ano V – Nº 52 – Edição Quinzenal 7 de junho de 2016
DEBATE E VISIBILIDADE Peça teatral colocou questão de gênero em pauta em Itapira e Mogi Mirim
Divulgação
Supla será atração no Festival de Inverno de Itapira
C
onfirmado para ocorrer entre os dias 14 e 17 de julho, a terceira edição do Festival de Inverno de Itapira terá como destaque o cantor Supla. A atração já havia sido revelada com exclusividade pelo Megaphone Cultural nas redes sociais, e agora foi confirmada pela Prefeitura. O evento
Supla será o destaque na programação do evento
volta a ocupar as dependências da antiga Estação da Fepasa, na região central da cidade. A programação, que é gratuita, ainda está sendo definida, mas também foi apurado que o cronograma envolverá shows de Carol Marques, Bitenka e apresentação de samba, além de grupos teatrais. Página 3
Evento reúne cervejarias artesanais em julho Página 8
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REPETECO
Tim Maia recebe novo Tributo em Mogi Guaçu Página 4
CONSOLIDAÇÃO
Projeto Batutinha chega aos 10 anos Página 5
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Editorial
O MinC continua!
A
luta de artistas e entusiastas do setor cultural contra o fechamento do MinC (Ministério da Cultura) surtiu efeito. O presidente interino Michel Temer (PMDB) voltou atrás em sua descabida canetada, desintegrando o órgão do Ministério da Educação. Não que isso vá resolver todos os problemas do setor, mas a representatividade da cultura, ao menos, está mantida por meio de um ministério próprio, e não mais apenas em uma secretaria vinculada a uma pasta que mal consegue resolver as próprias demandas. A luta contra o fechamento do MinC não é para que tenhamos somente um ministério. É para que
a cultura se mantenha em um caminho de fortalecimento. Os avanços dos últimos anos existem, mas ainda são poucos e é preciso fazer muito mais. E os mais informados sabem muito bem que retornar ao status de secretaria de outro ministério seria remar pra trás nessa maré que já é forte o suficiente contra os desejos da classe. Cultura representa Educação, e isso é tudo o que os mandatários do poder, que agem como sanguessugas do Estado, não querem que o povo tenha. Uma sociedade mais culta é um povo mais pensante e questionador, e isso representa risco a quem não tem a política pela cidadania, e sim pela sede de mandar e
pelo enriquecimento. Uma batalha foi vencida, mas a guerra é constante contra os mandos e desmandos, em qualquer esfera de governo, que teimam em colocar a cultura em terceiro, quarto, quinto planos, sempre pra escanteio, sempre pra baixo. Como primeiro órgão a ser criado na redemocratização do país, o MinC é um símbolo do fim da ditadura militar, e que bom que, com a força da categoria à qual representa – ou deve representar – mais um ato ditatorial não foi engolido à seco. Agora é seguir acompanhando muito de perto, pois os riscos de que, embora ainda como ministério, a pasta seja minada em seus já pouquíssimos recursos ainda é muito grande. A coluna ‘Outra História Por Favor’ é publicada no Megaphone Cultural pelo Clube do Livro ‘Outra Xícara Por Favor’ com periodicidade mensal. Contato outraxicaraporfavor@hotmail.com
Parker Im Premium S
Por Nádia Fressatto de Godoy
egunda-feira de manhã. Despertador. Ah, como eu odeio despertadores! Levanto meio zonzo e vou cambaleando até o banheiro, dou uma olhada de canto de olho pro cara descabelado no espelho e vou tirar a água do joelho. Depois, meu café da manhã nutritivo. Não muito gostoso, mas nutritivo: pão integral, pasta de amendoim e café. Sabe, quando você tá chegando aos 30 é melhor se cuidar, ninguém quer ficar com barriga de chopp, né? Saio de casa e ainda está amanhecendo, vou pra academia andando mesmo, é logo ali. Poxa! Exercícios tornam mesmo a vida melhor! Depois de minha série “seca-barriga-aumenta-músculos”, volto pra casa me sentindo realizado, porém de olho no relógio. São 9 horas. Chego ao trabalho ainda agitado, afinal, é uma correria pra fazer tudo dar tempo. No banco a vida já está a mil. As pessoas costumam achar que só porque o banco abre às 11 da manhã, ninguém começa a trabalhar antes. Se eles soubessem! Mas deixa isso pra lá. Segundas-feiras... Odeio-as. Muito e-mail pra checar, relatório pra preencher, chefe mal humorado pra aturar e pressão, muita pressão para atingir as metas da semana. Sabe o que é interessante? No meu banco, as sextas-feiras, são como ilhas no paraíso. Parece haver um acordo tácito de que sexta é dia de pegar leve. Todo mundo é legal, todo mundo tá feliz. Agora, segunda-feira... Bom, o que eu ia fazer mesmo? Ah! Checar os e-mails. Baboseiras (delete), propaganda de lojas on-line (delete), notificações do Facebook (delete), e-mails do meu chefe com planilhas (delete, brincadeira, esse preciso ler) e um e-mail sem assunto e remetente desconhecido (delete?). Eu ia deletar, mas sabe como é... abri. Nele estava escrito: “Dia 12 de junho de 2016, às 20 horas, no Casarão, haverá uma mesa reservada, é só dar seu nome. PS: coloque sua camisa preta, você fica lindo nela”. Deletei. Depois mudei de ideia e resgatei o e-mail da lixeira. Fiquei olhando meio incrédulo no que lia. Que porcaria é essa? Olhei em volta esperando alguém rir, um olhar de canto de olho, uma risada abafada. Nada. Todos continuavam suas rotinas matinais como se nada tivesse acontecido. - Ei, cara, vem aqui. – Chamei o Paulo. -Que você quer? -Vem aqui poxa. Ele veio. Mostrei pra ele. Eu estava esperando para ver de quem seria a piadinha e, acho que ele pensou a mesma coisa, porque riu pra caramba. -Que porcaria é essa, Elton? -Foi o que eu disse! Eu não sei, recebi agora cedo, estava aí, tô achando que alguém tá zoando comigo. Resumo do dia. Nada de trabalho e muita especulação. O Paulo é um maldito linguarudo e antes do final do dia todo o setor sabia do meu “admirador secreto”. O interessante é que no começo todos acharam que era uma brincadeira de alguém do banco, acontece que ninguém sabia do que se tratava, e então, as meninas do consignado ficaram sabendo e, mais interessadas do que eu, decidiram investigar. Na terça-feira elas já haviam falado com quase todas as mulheres do banco, em menos de cinco minutos, vi a Cecí-
lia abordar casualmente três outras garotas, só enquanto pegava um café. É incrível como elas são eficientes quando querem, se fossem assim com o trabalho, seriam o setor mais produtivo do banco. Na quarta-feira elas vieram pra minha mesa em bando, pareciam feras farejando comida. -Não conseguimos nada Elton. – disse Cecília -Tentamos todas as funcionárias, mas ninguém sabe do que se trata, ou fingem não saber. – Disse Aline, com olhar conspiratório. – Talvez seja alguém de fora. Dei de ombros. Afinal, não era tão importante e segui meu trabalho. Faltando meia hora para ir embora recebi outro e-mail. “Você está mais arrumado hoje. Está querendo me impressionar? Que tipo de vinho você prefere, suave ou seco?” Olhei mono-expressivamente para o computador. Só podia ser zoeira. Eu? Mais arrumado? Discretamente olhei para mim mesmo. É, eu tava mesmo mais arrumado, a camisa bem passada e vim de gravata hoje, eu não costumo usar gravatas, eu mal me lembro de tê-la colocado de manhã. Cliquei em “responder” “Eu gosto de seco, de preferência branco” Cliquei em enviar. Minha teoria é que se eu der corda suficiente, seja lá quem for, vai se enforcar. O que eu não podia fazer era aparecer lá no dia e ser a “piada do ano” na segunda-feira seguinte. Quinta-feira e nada de novos e-mails. Fiquei meio frustrado. Agora que tinha decidido falar com a pessoa, ela decide não falar comigo. Sexta-feira. Dia em que todos estão felizes. Fui trabalhar mais à vontade, All Star, calça jeans, camiseta embaixo da camisa que estava meio aberta. Antes de sair, decidi passar um gel no cabelo. Cheguei ao trabalho e parecia que eu tinha pendurado um macaco em cada orelha. Todos me olhavam esquisito. Alguns riam meio escondidos, outros tentavam disfarçar. Logo as meninas do consignado vieram. -Onde você estava? -Abre logo, a gente quer ver! -Abre o que? – perguntei. Elas me empurraram pra minha mesa. Tinha um pacote de embrulho nela. Sabe, não é sempre que um pacote aparece na sua mesa. Fiquei meio nervoso, segurei e fiquei encarando ele como se fosse uma bomba. -Vai logo Elton! – As meninas exclamavam. Respirei fundo (esperando pela gargalhada em massa quando a zoeira terminasse) e rasguei. Era uma caneta tinteiro Parker Im Premium. Linda. Absolutamente linda. Aqui vale uma observação. Quando você trabalha em locais fechados como bancos e escritórios você acaba por criar muito apego com seus utensílios de trabalho. No meu banco, havia essa competição besta, mas da qual todo mundo participava: canetas. O banco fornecia as Bic’s normais, ocorre que nenhum gerente usava as canetas fornecidas pelo banco, cada gerente tinha a sua caneta especial. Cada um tentando ser mais especial que o outro, quanto maior o cargo, mais cara e mais especial era a caneta. Então, quando vi a Parker Im Premium na minha frente pensei: cacete, alguém gosta mesmo de mim. Eu não sabia bem o que fazer com ela, murmurei um “obrigado” e fui tirando a caneta da embalagem, dela caiu
um bilhete que estava escrito em Times New Roman “Não que sejamos namorados, mas Feliz dia dos Namorados adiantado”. As meninas deram gritinhos e o pessoal parou de rir. Não sei que aura foi aquela criada pelo presente, apenas sei que de diversão coletiva, passei a ser objeto de inveja. Decidi não usar a caneta naquele dia. Sábado passou sem incidentes, o de sempre. Domingo. Eram 18 horas. Eu estava deitado sem camisa em minha cama olhando o ventilador no teto que girava na velocidade mínima. Devia ir? E se eu fosse, e, ainda assim fosse brincadeira? Mas quem gastaria tanto dinheiro só para brincar comigo? Não... Não podia ser brincadeira. Levantei e fui me olhar no espelho. Eu até que era atraente. Não sou perfeito, tenho leves entradas nos cabelos e meu nariz é encurvado demais. Mas fora isso eu tenho um rosto legal, queixo quadrado, olhos grandes e pretos. Meu corpo esta em forma graças aos cinco dias semanais de academia. Quem poderia ser? Não é algo que eu conseguia imaginar, pois eu nunca abri espaço para intimidades no trabalho. Nunca falei sobre namoros, nunca falei sequer sobre casos, ninguém sabe de mim mais do que o necessário. Aquelas meninas do consignado são meio entronas, mas nunca contei nada a elas também. O mais próximo era o Paulo, mas mesmo ele, não sabia nada da minha vida. Quem podia ser? Não me lembro de ninguém dando em cima de mim, mas talvez eu não tenha percebido. Sempre fui distraído para essas coisas. Dezenove horas. Eu tinha que decidir. Eu levaria meia hora para chegar ao restaurante, era agora ou nunca. Quando vi, tava embaixo do chuveiro. No restaurante havia fila. Era dia dos namorados e tinha tantos casais lá que era até embaraçoso chegar sozinho. -Olá... Eu tenho uma reserva. -Qual o nome? – uma moça excessivamente maquiada me encarou como se eu fosse o culpado por ela não ter um namorado que fizesse uma reserva pra ela. -Elton Almeida Prado. -Mesa 12, ele vai te acompanhar. – e me indicou com a cabeça um garçom que me levou através do labirinto de mesas. Eu tava nervoso, minhas mãos suavam e eu podia sentir meu coração batendo nas têmporas. Acho que nunca fiquei tão apavorado. O medo de ver ali o pessoal do banco rindo de mim fazia meu estômago revirar, e ao mesmo tempo, a curiosidade me movia. Quem seria essa pessoa? A mesa ficava atrás de um reservado feito de um biombo de bambu entrelaçado, firmei o passo e fui. Seja o Deus quiser. Quando contornei o biombo e vi a mesa, meu coração deu uma falhada. Não podia ser. Simplesmente, não podia. Devia ser um engano. De todas as pessoas, de todas as possibilidades foi a que eu menos imaginava. E fiquei feliz. Imensamente feliz! Eu não havia percebido o quão feliz eu fiquei até ver meu reflexo no vidro da janela. Eu sorria e meu peito estava aquecido. Senti que nada mais existia. Estendi minha mão para cumprimentar. -Então é você Paulo. Ele sorriu de volta e nunca seu sorriso foi tão cativante.
Nádia Fressatto de Godoy, 25, é escrevente judiciária e co-fundadora do Clube do Livro Outra Xícara Por Favor.
Expediente Megaphone Cultural Textos: Fernando Pineccio*
Impressão: Jornal Tribuna de Itapira
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ITAPIRA
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O Jornal Megaphone Cultural circula quinzenalmente. A distribuição é gratuita e você pode retirar o seu exemplar em alguns postos fixos nas cidades de Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu:
MOGI MIRIM
Banca Estação | Praça João Sarkis Filho – Centro / Banca da Praça | Praça Bernardino de Campos – Centro / Banca Santa Cruz | Rua da Saudade – Santa Cruz / Fatec ‘Ogari de Castro Pacheco’ Rua Tereza Lera Paoletti, 570, Jardim Bela Vista / Banca Antonelli Rua Soldado Constitucionalista, 54 - Jardim Soares
Bancas do Sardinha | Rua Pedro Botesi (Tucura) / School Skate Store | Rua Padre Roque, 284 - Sala I - Centro / Fatec ‘Arthur de Azevedo’ Rua Ariovaldo Silveira Franco, 567, Jardim 31 de Março
MOGI GUAÇU
Choperia Tradição | Avenida Luiz Gonzada de Amoedo Campos, 31 – Planalto Verde / Disco Tem | Avenida Nove de Abril, 90 - Centro / Banca da Capela |Praça da Capela - Capela
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Divulgação
Festival de Inverno de Itapira tem Supla como destaque
O
cantor Supla será a principal atração da terceira edição do Festival de Inverno de Itapira, agendado para os dias 14, 15, 16 e 17 de julho. O evento volta a ocupar as dependências da antiga Estação da Fepasa, na região central da cidade, com
PROGRAME-SE
AGENDAS PATROCINADAS PUBLIQUE SEUS EVENTOS: (19) 9.9836.4851)
O PROFETA PUB ROCK Telefone: (19) 9.8179-8114
Rua: Vereador João da Rocha Franco, 39 - Mogi Guaçu 11/06 - Banda Monallizza (Tributo a Tim Maia) 18/06 - Adelayde (Tributo a Black Sabbath e Led Zeppelin) 25/06 - Perception (Tributo a The Doors)
O CHOPINHO Telefone: (19) 3843-7230 Rua Dr. Norberto da Fonseca, 240 - Nova Itapira https://www.facebook.com/ochopinho 10/06 - Everton Coraça 11/06 - Ed campos 12/06 - Especial de Nnamorados com Flavia DeSena 17/06 - Gustavo Mariano 18/06 - Marcão Andrade 24/06 - Carlos Henrique 25/06 - Marco Aurélio
Papito: cantor desembarca em festival itapirense
programação inteiramente gratuita. A presença do artista paulistano ligado a gênero Punk Rock e fruto do casamento ente a ex-ministra da Cultura Marta Suplicy e do ex-senador Eduardo Suplicy já havia sido adiantada com exclusividade pelo Megaphone Cultural
Alô, Vitória Régia!
Agenda dos melhores eventos de 09/06 a 25/06
nas redes sociais. A programação ainda não está totalmente definida, mas também são esperadas presenças da cantora Carol Marques e de grupos artísticos como Zualê e Cia de Theatro ‘Paulino Santiago’, além do cantor Bitenka. O evento também deverá envolver praça de
alimentação com foods trucks, grupo de samba raiz e poderá ainda englobar a Noite da Dança. Apesar das primeiras informações a respeito da programação, os h o rá r i o s e d e t a l h e s do evento ainda estão sendo formatados, com posterior divulgação a cargo da Prefeitura. Divulgação
Restaurante Pizzaria Bar Balada & Eventos
AVENIDA JACAREÍ, 64 – ITAPIRA 09/06 - Festival de Risotos 12/06 - Jantar dos Namorados 17/06 - Luana Camarah & Banda Turnê 08/07 - Banda Monallizza (Tributo a Tim Maia)
CHOPERIA TRADIÇÃO facebook: Choperia-Tradição
Avenida Luiz Gonzaga de Amordo Campos, 31 Jardim Casagrande - Mogi Guaçu 09/06 - Anderson Lalão 10/06 - A Bella e Os Feras 11/06 - Roni Bueno 12/06 - Legião Urbana Pra Sempre 16/06 - Marcelo Espanhol 17/06 - Frequência Acústica 18/06 - Adriano Texugo & Michelle Drumer
Boneca de Cera lança clipe de ‘Fora do Padrão’
Reprodução
Show em Mogi Guaçu relembra sucessos de Tim Maia
O
ícone da Soul Music brasileira, Tim Maia, volta a ganhar homenagem nas dependências d’O Profeta Pub Rock, em Mogi Guaçu. A noitada está marcada para o próximo sábado (11), com atividades a partir das 23h00. Pela segunda vez, o grupo Monallizza aporta na casa para apresentação repleta de sucessos do ‘síndico’ Sebastião Rodrigues Maia, morto há 18 anos. O grupo, que já lotou o estabelecimento no final do ano passado, traz de volta toda a energia e alto astral do show que passa por todas
Grupo de Mogi Mirim divulgou vídeo Banda Monallizza volta ao palco d’O Profeta
as fases da carreira de Tim, desde os clássicos mais dançantes, os funks e as músicas românticas, até as jóias criadas durante a fase racional de um dos artistas mais geniais da música nacional. Canções como ‘Sossego’, ‘Do Leme ao Pontal’, ‘Que Beleza’, ‘Não Quero Dinheiro’, ‘Ela Partiu’, ‘Descobridor de Sete Mares’, ‘Bom Senso’ e ‘Imunização Racional’
são alguns dos destaques do repertório que deverá ser cantado em coro pelo público. O grupo conta com Big Tiago (voz), Bene Fugagnoli (baixo), Rafinha (guitarra), Adriano Carneiro (bateria), Mestre Carioca (percussão), Paulinho Carandina (sax alto) e Norival Trezenti (sax tenor). Os ingressos para a noitada são limitados e custam R$ 15,00
até sexta-feira (10). Na portaria, o investimento para o evento será de R$ 20,00. As vendas antecipadas acontecem na Choperia Tradição, também em Mogi Guaçu. O Profeta Pub Rock fica na Rua Vereador João da Rocha Franco, 39, no Centro. Para conhecer um pouco do trabalho da banda, visite o site www.timmaiatributo.com.br.
A banda mogimiriana Boneca de Cera lançou oficialmente, no último dia 26, o videoclipe da música ‘Fora do Padrão’, faixa-título do primeiro álbum autoral do grupo, lançado no ano passado. Gravado em uma estação ferroviária, o clipe tem direção e produção de Marcelo Perri. As imagens mesclam a atuação da banda na música com os bastidores de um ensaio fotográfico para fotos de trabalho. Composição já conhecida do público da Boneca de Cera, a música tem letra
com forte posicionamento contrário ao padrão estético e de beleza estabelecido pela indústria e pela sociedade atual. A autoria da letra é a vocalista da banda, Ângela Duran. Além dela, a banda conta com Érica Nestori (baixo), Tomás Boni (guitarra) e Mara Turolla (bateria). As atividades do grupo podem ser acompanhadas pela página oficial no Facebook (www.bit.ly/bonecadecera). Assista o clipe no site do Megaphone Cultural (http://www. bit.ly/clipeboneca).
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QUESTÃO DE GÊNERO!
Coletivo Na Rego protagonizou encenação em duas cidades da região espaço urbano e dialogam com qualquer estrutura disponível nas ruas. Em Itapira, o evento aconteceu na noite de domingo (5), na região da Avenida Rio Branco e da antiga Estação da Fepasa. Talvez até mesmo pela já constante presença de travestis no local, desta vez a peça transcorreu sem qualquer interferência das autoridades. Nas duas cidades, a programação foi cumprida à noite, a partir das 20h00, com aproximadamente 1h30 de duração. Sem qualquer apoio do poder público, o grupo contou com a ajuda de outros coletivos locais, bem como de grupos teatrais, artistas e ativistas culturais. Durante as apresentações,
Rebeca Portes/Divulgação
A
p re s e n t a d a e m Itapira e em Mogi Mirim no último fim de semana, a peça teatral itinerante ‘Na Rego: Quanto custa uma hora com você?’ interferiu no cotidiano das cidades com uma temática bastante polêmica: a questão das travestis a transexuais que atuam como prostitutas em espaços públicos, como praças e ruas do país. Com apoio do ProAC (Programa de Ação Cultural) da Secretaria Estadual de Cultura, o evento circula com o objetivo de fomentar o debate acerca da presença e do contexto de vida dessas pessoas que muitas vezes vivem às margens da sociedade e convivem com situações de abuso psicológico e físico, exclusão social, discriminação e violência. Se a intenção era provocar reflexão e chamar a atenção para o assunto – quase sempre incômodo às camadas mais conservadoras da população – o plano foi cumprido com êxito. Tanto que, em Mogi Mirim – quando o espetáculo foi apresentado na noite de sábado (4), viaturas da Polícia Militar e da GCM (Guarda Civil Municipal) foram acionadas para tentar ‘conter’ as atividades na Praça Rui Barbosa, no Centro da cidade. Apesar da pressão, a peça foi apresentada na íntegra pelo Coletivo Na Rego, que se baseou na vivência com travestis e transexuais a Rua Rego Freitas, no Centro da capital paulista. O enredo, de fato, pode ser perturbador aos ditos ‘bons costumes’. Na peça, os atores se apropriam do
Fernando Pineccio/Megaphone
Peça itinerante sobre travestis e transexuais foi apresentada em Itapira e Mogi Mirim
Peça aborda questões polêmica se interfere no cotidiano das pessoa s os atores interagiram com espectadores e com motoristas que passavam pelas vias. Ao término, que incluiu uma breve cena de
Espetáculo de dança dialoga com o tempo em Itapira O espetáculo de dança ‘Tempo’ é atração no próximo dia 12 em Itapira. O evento do Circuito Cultural Paulista, programa desenvolvido pela Secretaria Estadual de Cultura, ocupa as dependências do CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados), no Conjunto Habitacional ‘Istor Luppi’. A cargo da T.F.Style Cia de Dança, o espetáculo reúne diferentes coreógrafos que apresentam seus recortes acerca das va-
riadas formas de tempo: o que passa constante, o que está por vir, o tempo cronológico a contar no relógio, o tempo subjetivo que passa ou que demora a passar. Livremente inspirado na obra ‘Sonhos de Einstein’, de Alan Lightman, cada um dos seis coreógrafos – sendo três brasileiros, um americano e um sueco - recebeu a mesma missão: apresentar o seu olhar sobre o tempo. O espetáculo é uma reflexão sobre
o viver vertiginoso do nosso tempo. A classificação é livre e a duração é de uma hora. As atividades começam às 19h00 e têm entrada franca. O Circuito Cultural Paulista é um programa do Governo do Estado realizado em parceria com as prefeituras dos municípios participantes, no interior e no litoral. A programação é divulgada bimestralmente envolvendo dança, teatro adulto e infantil, circo e música. As
nudez, os integrantes do Coletivo Na Rego falaram sobre casos de homicídios e espancamentos de travestis e transexuais em
vias públicas – situações que, invariavelmente, remetem a crimes de ódio, já que ocorrem sem qualquer outra motivação aparente.
Em Mogi Mirim, o público que acompanhou a peça não passou de 15 pessoas, conforme apurado pela reportagem. Em Itapira, a presença de espectadores foi melhor: cerca de 70 pessoas. O elenco contou com Ana Cláudia Castro, Caio Ceragioli, Carolina Hebling, Igor Gabriel Martimiano, Kanansue Gomes, Leonardo Palma e Sarah Reimann. Como parte integrante da ação, na noite de segunda-feira (6), em Itapira, houve a exibição do minidocumentário ‘Amores Transitórios’, na Praça Bernardino de Campos, a partir das 19h00. Com 25 minutos de duração, o filme trata da diversidade de gênero e relações afetivas. Isis Gasparini/Divulgação
Evento acontece no CEU e tem entrada franca temporadas vão de março a novembro, sempre com um espetáculo por mês em cada cidade participante. O objetivo do programa é promover a difusão cultural
descentralizada. Por meio da realização de espetáculos em diversas linguagens artísticas, busca atuar na formação de público e no acesso da população
à diversidade artística. O Circuito Cultural Paulista é executado pela organização social de cultura Associação Paulista dos Amigos da Arte (APPA).
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restes a completar 10 anos de atividades, o Projeto Batutinha, mantido pela Casa das Artes de Itapira, celebra também a consolidação de um trabalho voltado à inserção da música no cotidiano escolar das crianças e adolescentes. O projeto foi criado em agosto de 2006 através de uma parceria entre a associação cultural sem fins lucrativos e as secretarias municipais de Educação e de Cultura e Turismo. Desde então, o trabalho ganhou corpo e multiplicou sua abrangência, deixando de atender somente os alunos do Ensino Fundamental, como ocorria no início, para também atuar junto aos estudantes do Ensino Infantil. O aniversário do Batutinha, que é um dos carros-chefes em meio aos diversos projetos mantidos pela instituição, será celebrado no dia 5 de julho, durante nova edição da Mostra da Casa das Artes, na escola do Sesi (Serviço Social da Indústria). O tradicional evento representa a união de todos os trabalhos desenvolvidos pela associação, reunindo apresentações dos grupos de musicalização, instrumentos, grupos, banda e orquestra. Atualmente, o Batutinha é desenvolvido nas 18 escolas municipais da cidade, atendendo a aproximadamente 1.300estudantes da rede com idade entre 4 e 14 anos.
Divulgação
Iniciativa da Casa das Artes envolve crianças e adolescentes
a r a p e r p a h in t u t a B o Projet s o n a 0 1 s o d o ã ç a r o m come Ao todo, as atividades de musicalização e expressão corporal chegam a 70 salas e movimentam uma equipe pedagógica formada por 18 professoras, além de seis estagiárias. “Felizmente, chegamos ao nosso décimo ano de atividades com um trabalho bastante consolidado e aprovado pelos pais, pela Secretaria de Educação e pelos próprios alunos”, co-
memora o diretor artístico da Casa das Artes, maestro César Lupinacci. Ele enfatiza que as aulas são gratuitas, mas dos alunos são exigidos os compromissos de frequência nas aulas e nos ensaios abertos e a participação nas apresentações ou concertos – que podem chegar a 60 ao longo do ano, em média. “É um trabalho sociocultural de extrema
importância e que muito engrandece nossa comunidade, atrai os alunos para a música e mantém viva a arte”, destaca.Vale lembrar que um dos resultados práticos do Batutinha foi a criação da Cantata de Natal, evento que anualmente emociona um grande público no final do ano com apresentações temáticas que reúnem os estudantes Divulgação
Mostra de Arte de Itapira tem nova edição
Evento ocupa dependências do Circolo A décima terceira edição da Mostra de Arte Moderna e Contemporânea de Itapira começa na sexta-feira (10). O tradicional evento volta a ocupar as dependências da sede do Circolo Ítalo-Brasiliano di Itapira, na região central da cidade. A visitação se estenderá ao longo de uma semana, até o dia 16, com entrada franca. A abertura, na sexta, está marcada para
as 19h30 e também é aberta ao público. O cronograma da noite envolve apresentação de dança do Grupo AfroRemix e da Congada Mineira de Itapira. Uma apresentação musical também deverá ser confirmada nos próximos dias pela organização. Nesta edição, a Mostra de Arte homenageia o pintor ítalo-brasileiro Alfredo Volpi (1896-1988). Nascido da Itália e radicado
Informação com qualidade e imparcialidade
no Brasil, o artista foi um dos mais importantes da segunda geração do modernismo, tendo recebido, em 1953, o prêmio de melhor pintor nacional na segunda Bienal de São Paulo. As novidades do evento ficam por conta da participação de alguns expositores de outras cidades do Circuito das Águas, como Lindóia e Socorro, que expõem quadros e escultu-
ras. A mostra também reúne trabalhos nas áreas de pintura, desenhos, fotografias, colagem, gravuras, vídeos e instalações. A curadoria é de Tiago Pompeu e João Marquezini e a visitação ocorre diariamente entre 8h30 e 11h00 e 14h00 e 17h00, com exceção do sábado (8h30 às 11h00). O Circolo fica na Praça Bernardino de Campos, 165, no Centro.
a corais e músicos. As aulas também resultaram na formação de diversos grupos como Coral Batutinha, Fanfarra, Bate-Lata, Flauta e Expressão Corporal. No desenvolvimento cognitivo dos estudantes, os ganhos são os mais diversos. Além do conhecimento da história da música, com valorização especialmente dos compositores da mú-
sica popular brasileira, o Projeto Batutinha também fomenta o desenvolvimento de aspectos relevantes à formação da cidadania dos alunos, como sociabilidade, disciplina, controle emocional, solidariedade e o trabalho em grupo. Também são trabalhados temas relativos à perpetuação das tradições folclóricas e difusão cultural, além da parte afetiva, de coordenação motora e, claro, descobrimento de novos talentos. A coordenadora do projeto, professora Josiane Ferigatti Rossi, 32, enfatiza que ao longo dos últimos anos o projeto fomentou não só o desenvolvimento dos alunos, mas também dos próprios profissionais. “As mudanças vêm com a construção do projeto em si. É um trabalho constante de aperfeiçoamento da equipe, que acaba crescendo junto”, salienta. “Além da evolução dos alunos, percebemos também a evolução dos nossos professores, com encontros, capacitações e pela própria vivência”, complementa. Além das atividades nas escolas municipais, o Batutinha também acontece na própria sede da Casa das Artes, que fica na Rua Campos Salles, 4, no Centro. Mais informações sobre o projeto e demais atividades da associação podem ser obtidas no site www.casadasartes.art.br ou pelo telefone 3813-3901.
Amor de Cinema
Promoção do Dia dos Namorados no Buriti Shopping presenteia casais com look e um ano de cinema grátis O Buriti Shopping de Mogi Guaçu preparou uma promoção especial em alusão ao Dia dos Namorados. Os casais que passarem pelo estabelecimento entre os dias 1 e 12 de junho poderão escrever a frase de um filme que marcou seus relacionamentos, que deverá ser afixada em um mural. Serão premiados dois casais que terão direito a um ano de cinema grátis, além de um look completo para cada casal. Os vencedores serão divulgados no dia 17 por meio do site www.buritishoppingmogiguacu.com.br (onde o regulamento completo da promoção pode ser consultado) e na página oficial do Facebook (www.facebook.com/BuritiShoppingMogiGuacu). Além da ação promocional, o principal conglomerado comercial da região também tem opções nos mais variados segmentos para quem
quer presentear com muito estilo e romantismo neste Dia dos Namorados. São roupas, acessórios, eletrônicos, calçados, livros, DVDs e CDs, joias, celulares e eletrodomésticos, além da praça de alimentação com os melhores cardápios. O Buriti Shopping Mogi Guaçu está localizado na Avenida Brasil com a Avenida Francisco Franco de Godoy Bueno, no Centro da cidade. Atualmente, o espaço conta com 115 lojas, sendo cinco âncoras, praça de alimentação com 18 pontos, além de cinco salas de cinema.
Serviço
AMOR DE CINEMA Promoção Dia dos Namorados Participe de 1 a 12 de junho e concorra a um ano de cinema grátis + um look completo para o casal Divulgação dos casais vencedores: 17 de junho no www.buritishoppingmogiguacu.com.br
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Campus do Centro Universitário Unicesumar em Maringá: excelência em educação
Instituição de ensino oferece oportunidade de negócio em Itapira
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valiada pelo MEC (Ministério da Educação) como a melhor instituição de Ensino Superior do Brasil entre os 12 maiores grupos educacionais, o Centro Universitário Unicesumar está em busca de parceria para abertura de um polo EaD (Educação a Distância) em Itapira. O perfil dos parceiros procurados apontam para investidores ou empresários
do segmento educacional, que podem manter contato com o Centro Universitário Unicesumar pelo telefone 0800-601-6281 ou pelo site www.unicesumar.edu. br. Em um momento de incertezas econômicas que o país vem atravessando, a Unicesumar segue na contramão da economia, investindo nas oportunidades apresentadas pelo mercado. Para o pró-reitor do ensino a distância
do centro universitário, Willian de Matos Silva, a ocasião desperta nas pessoas a necessidade de qualificação profissional, seja para se manter no emprego, para descobrir uma nova profissão ou se recolocar no mercado. “Oferecer uma educação de qualidade, aliada a diversos outros benefícios, como uma metodologia flexível e cursos a um menor custo, são algumas
das grandes vantagens da educação a distância, que vai ao encontro das necessidades do mercado”, completa o pró-reitor. Com 26 anos de história, a Unicesumar é uma instituição consolidada. Seu campus-sede fica em Maringá (PR). Atualmente, possui 80 mil alunos, sendo 15 mil estudantes do ensino presencial e 65 mil do Ensino a Distância. Com seu projeto de expansão,
possui autorização do MEC para abertura de mais 186 polos pelo Brasil, totalizando 263 polos de apoio presencial. Por cinco anos consecutivos, a Unicesumar se mantém entre os 4% das melhores instituições de Ensino Superior do Brasil, segundo avaliação realizada pelo próprio Ministério da Educação em que obteve nota 4 em uma escala de 1 a 5. Esses índices reforçam o propósito da instituição
que busca, a cada dia, uma educação de excelência. Vale destacar que, em 2014, as matrículas nas instituições de ensino superior privado superaram expectativas, especialmente na modalidade EaD. Conforme os dados do Censo da Educação Superior 2014, foram realizadas 1,2 milhão de matrículas apenas nas instituições privadas, aumento de 20,36% em comparação a 2013.
www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 7 de junho de 2016 | Página 7
Leo Santos/Arquivo/Megaphone
Unidades da Etec e Fatec têm novas oportunidades para profissionais
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Etec e Fatec abrem vagas para auxiliar docente em Itapira
Fatec (Faculdade de Tecnologia) ‘Ogari de Castro Pacheco’ e a Etec (Escola Técnica Estadual) ‘João Maria Stevanatto’ – ambas em Itapira – abriram inscrições para concursos que visam contratar auxiliares docentes nas áreas de informática. Cada uma das instituições tem uma vaga disponível. Na Etec, a oportunidade é direcionada a profissional que atuará no curso de Técnico em Informática para
Internet. Já na Fatec, a vaga é para o curso de Gestão da Tecnologia da Informação. Na faculdade pública gratuita, as inscrições podem ser feitas até o próximo dia 17, diretamente na secretaria acadêmica da instituição, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h00h, de segunda a sexta-feira. O candidato deve ter diploma de nível técnico ou curso superior na área de atuação. O aprovado irá atuar em jornada de 40 horas semanais, com
salário de R$ 2.376,42. A Fatec de Itapira fica na Rua Tereza Lera Paoletti, 570, no Jardim Bela Vista. Mais informações pelo telefone (19) 3863-5210 ou pelo e-mail f278acad@cps. sp.gov.br. O edital completo está no site www.fatecitapira.edu.br. Já na Etec, as inscrições seguem até o dia 13, também na sede da instituição, das 10h00 às 12h00 e das 13h00 às 17h00. A unidade fica na Avenida Paulo Lacerda Quartim Barbo-
O ‘Capital’ e o ‘Social’ Por João Marquezini
Há muito tempo tive uma discussão com um colega de sala. Isso deve ter acontecido no 2º ano do ensino médio, em 2005. A discussão se deu posterior a uma aula de Filosofia, partindo de uma ideia extrema para entender a formação de um pensamento. O quadro era o de uma mãe que estava em estado de absoluta miséria, sem condições de alimentar seus filhos. A colocação do colega era de que a mãe precisava de dinheiro. A minha, que mantenho até hoje, era de que precisava de comida. Essa é uma discussão de ideologia. De um lado a ideia que o dinheiro, o bem, a riqueza, o capital é a solução sumária para todos os problemas. É a ideia de que o “dinheiro traz a felicidade”. E que de forma radical está o capital como regente de todas as relações sociais de nossa sociedade. Assim, todos os problemas podem ser solucionados com a compra de um produto (alimento, no caso de nosso caso de análise), o privilégio de sentar em um ponto com maior visibilidade num espetáculo, o direito de participar de um clube ou grupo, um título para obter algum reconhecimento, até mesmo a confiança e fidelidade de outras pessoas (aqui cabe outra análise: a de como ligamos diretamente a fato de uma pessoa defender outra a ela estar recebendo algo em troca e nada mais). Este pensamento se deu devido a séculos e implantação e melhorias no sistema monetário. Sistema esse que trouxe muitas facilidades às relações humanas, não somente na esfera do mercado. E o levou o acúmulo de capital, trazendo aos acumuladores grande prestígio na nossa sociedade. A que tudo indica o sistema funcionou, e muito bem. Ainda que muitos dos teóricos capitalistas e liberais façam duras críticas aos grandes acumuladores e monopolizadores do mercado. Porém, devemos rever como esse sistema afeta questões simples e como ele entra enquanto solução de problemas que não deveriam envolver o sistema monetário e muito menos as relações de mercado. Dizer que uma mãe “chora por não ter dinheiro para comprar alimentos para seus filhos e para si mesma”, é nada menos do que demagogia. Já que as lágrimas são pela falta de alimentos, pela falta de condições de alimentar a si mesma e aos filhos. Neste extremo o sistema monetário só aparece para nos isentar de uma obrigação: de ajudar esses indivíduos necessitados. Vale aqui fazer uma observação de cunho religioso, já que grande parte da
sociedade brasileira segue religiões que tem como base a caridade, a ajuda dos menos favorecidos e alocados às margens desta sociedade. Este pensamento, totalmente dominado ao sistema capitalista, chega ao absurdo de criar uma “responsabilidade” sobre a família pela condição em que se encontra, é a ideia de que “não soube controlar seu dinheiro”, “não trabalhou o suficiente”, “não soube evitar a gravidez”, “não soube escolher o marido” e por aí vai o discurso de julgamentos, sem nunca saber de fato o que ocorreu na vida destes indivíduos. Estamos falando de uma situação extrema, porém é facilmente aplicável a casos do dia-a-dia: “o que vou ganhar?”, “mas sem nenhum retorno financeiro, fica difícil ajudar!” e atualmente “com essa crise, não posso ajudar”. Não discuto a questão de que se a mãe tivesse dinheiro, ela poderia suprir não só a necessidade de alimentos dos filhos, como tantas outras essenciais à vida moderna. É preciso ter o pé no chão e observar nossa realidade. Porém, estamos falando do sentimento da mãe, que embora deseje muito mais para seus filhos, se houve somente a comida já bastava. É preciso enxergar o ponto de que as ideologias políticas e econômicas dominam nosso cotidiano e nossa forma de pensar e resolver problemas corriqueiros. Especialmente, pela minha formação, coloco a questão do desenvolvimento do pensamento e da forma como essas ideologias começam a se incorporar e se tornam naturais, pensamos ser natural culpar a vítima pelo seu infortúnio, quando sua realidade não condiz com a ideologia alinhada e incorporada ao pensamento coletivo do vem a ser o “certo”. Não se trata de querer justificar uma posição ou outra, nem mesmo induzir o leitor a crer que aqui se escreve a “verdade” e o mais correto a pensar e fazer. Trata-se simplesmente de explicitar uma formação ideológica que se diz natural a organização e desenvolvimento civilizatório da humanidade. Se trata de colocar os pingos nos “is” e ajudar o leitor a pensar um pouco para além de um discurso pronto e bem elaborado, que nos amarra e nos obriga a defender barbaridades que não gostaríamos que ocorressem conosco. Ou alguém gostaria de chegar ao ponto de não ter como alimentar seus filhos ou a si próprio, não obter nenhum pão e copo d’água e ainda ter que escutar que se está nessa situação é por “descontrole econômico”, seja dele próprio ou de um governo inescrupuloso que só visa o acumulo de um capital próprio?
João Marquezini, 27, é historiador e servidor público estadual. Atua em algumas frentes culturais coletivas e está à frente de alguns projetos dom Circolo ÍItalo Brasiliano di Itapira.
sa, 630, no Parque Santa Bárbara. Outras informações pelo telefone (19) 3843-1171 ou pelo e-mail e218adm@cps.sp.gov.br. É necessário recolher taxa no valor de R$ 51,81, a título de ressarcimento de despesas com material e serviços. Os documentos necessários são identidade (original e cópia) e diploma/certificado (original e cópia). O edital do concurso também pode ser acessado no www.etecitapira. com.br.
“A Cultura não é somente divulgada nas páginas do Megaphone Cultural, mas também valorizada e evidenciada. Com um olhar tão plural, que presa pelas diversas expressões artísticas, quanto singular, Rafael Pompeu, 32 anos, múpela riqueza de sico, cantor, compositor, publiciinformações e cuidado na edição. tário e webmaster. Vocalista da banda Rockstrada, proprietário O Megaphone da agência web Canal Z Brasil e Cultural é o um dos organizadores do festiamplificador da val Rock Ativo. Criador dos sites cultura regional! ColinHay.com.br, MundoIRA!, Ira! Salve, salve!” Oficial, entre outros. Este espaço publica depoimentos e comentários sobre o Megaphone Cultural – inclusive críticas e sugestões. Mande sua manifestação com até cinco linhas para contato@portalmegaphone.com.br, com foto, nome completo, idade, cidade e profissão.
Do Punk ao Clássico, do engessamento da cidade à vanguarda da floresta, um viva às reconexões da vida por Ricardo Pecego
Pude presenciar mais do que nunca a força do contexto e as transformações que ele nos impõe assistindo à segunda temporada de Chef´s Table no Netflix, uma série que elenca os chefs dos 50 mais representativos restaurantes do mundo, remontando suas trajetórias. Pude assistir ao episódio sobre Alex Atala, brasileiro mais renomado no meio gastronômico mundial, que diferente dos demais chefs apresentados demonstrou de cara que a comida está diretamente relacionada à morte daquilo que se tornará nosso alimento - lembro aqui que as plantas também têm vida. Foi arrebatador! Assisti ao lado de minha filha e vimos o quanto somos crus em relação ao que é nossa cultura, o quanto os indígenas e ribeirinhos têm a nos ensinar sobre nós mesmos, a importância do resgate de uma tradição que se faz vanguarda nas mãos certas - que podem ser as minhas ou as suas, dependendo da nossa capacidade de quebrar as amarras que nos prendem ao palpável. Alex Atala, um punk desde a adolescência, é hoje um dos mais representativos expoentes do clássico, por sinal, sem a pompa que a palavra sugere, dialogando com a vanguarda e revelando a todos o que já estava esquecido, pois se tratam de novidades com mais de 500 anos. Pois é, os bem-aventurados “bem de vida” se empoderam na culinária simples da mandioca, da tapioca, do palmito e até de insetos. O status de “comensais contemporâneos”, sem sequer compreender o paradoxo. Comem e nem sempre saem desta experiência, oferecida no restaurante D.O.M., sensibilizados ou reconectados à essência brasileira, que lhes seria natural caso não estivessem, assim como nós, contaminados pela modernidade fria da internet que pode proporcionar uma viagem pelo mundo sem sair do sofá e nos isola, nos faz indiferentes ao que há de melhor na humanidade como a amizade, a conversa, a troca de experiências. Parece banal, eu sei, já pensei assim, mas a cada dia que passa vejo sem volta que esse resgate das tradições só nos trarão benefícios. As coisas eram mais trabalhosas e nem tudo se modernizou o suficiente em alguns casos, mas como neste contraponto que Atala faz com a comida, sempre vamos tirar benefício fazendo analogias semelhantes. No documentário, Atala, que atua em projetos de cooperativas, ou algo do gênero em aldeias indígenas, aponta que o levar dos produtos das aldeias para a cidade gerou um frenesi de progresso nas localidades que começaram a ter problemas com lixo plástico, por exemplo, mas ele próprio se encarregou de contornar essas situações, pensando em soluções que não gerem impactos negativos nestas comunidades. A vanguarda da floresta é tão eminente que o estopim para a carreira de Atala decolar como chef se deu em um workshop que apresentou na Espanha. Seu restaurante já estava em funcionamento há um tempo, mas sem holofotes para o que vinha criando. Durante sua apresentação mostrou à plateia
um bom pedaço de palmito in natura, algo que todos ali da alta estirpe da gastronomia só conheciam dentro dos vidros de conserva. Foi um burburinho tão grande que um dos mais renomados chefs do mundo subiu ao palco para ver, tocar, cheirar e provar o tal palmito. Como somos aculturados, no momento em que a Europa e o mundo o reconheceram como chef, a brasileirada “formadora de opinião” ficou em polvorosa de dar seu aval e curtir aquilo que já deveriam ter feito antes se experimentassem ou compreendessem seu próprio país. Disto ao sucesso do D.O.M. foi um pulo. Isso me lembra do samba do Paulinho Soares, ‘O Patrão Mandou’. A letra singela, porém profunda, dizia: “o patrão mandou cantar com a língua enrolada, everybody macacada, everybody macacada. E também mandou servir whisky na feijoada. Do you like macacada? Do you like macacada? E ainda mandou tirar nosso samba da parada, very good macacada, very good macacada”. Agora, já na segunda metade do nosso primeiro milênio, com os movimentos de libertação e restauração da nossa identidade cultural, social e política, nossa verdadeira autonomia parece estar em plena efervescência. Observando diversos outros países encontraremos muitos à nossa frente, e infelizmente alguns ainda mais atrasados que nós, e que isso seja um estímulo para nossa geração, pois o trabalho será árduo para o redescobrimento desse país. Talvez apenas consigamos abrir as primeiras picadas para esse mundo novo onde, inclusive, as relações humanas precisam ser estabilizadas. Pode ser que nossos filhos e netos sejam os bandeirantes do bem que atuarão diretamente na regeneração e lapidação desta pedra preciosa que é o Brasil. Muitos pensam que sem equilíbrio econômico o país não anda, eu discordo. O dinheiro pode movimentar comércio, cidades, empresas. Pode gerar divisas - como dizem os pensadores da grana. Contudo, sem relações humanas estáveis, respeito ao próximo, cooperação e trabalho coletivo, permaneceremos patinando na escorregadia armadilha do consumo e do modismo sem consolidar uma sociedade plena e democrática. Façamos o exercício da autocrítica com relação às nossas vidas, nosso legado, nossas relações pessoais, nossas inimizades e sempre descobriremos algo a aprimorar. Aceitar nossos defeitos seria o atestado para a tolerância dos defeitos daqueles que Umberto Eco classificou de “idiotas”. Apropriando-me deste referencial como ponto de equilíbrio e medição, podemos estar acima de alguns, e abaixo de tantos outros. A busca do equilíbrio é tarefa para essa e outras vidas, que porventura venham a acontecer. Mas a experiência vivida, o conhecimento, a inventividade, a criatividade, a empatia e o talento nós acumulamos, ninguém pode nos roubar e podemos partilhar sempre. Quando partilhamos, muitos podem classificar como bondade, nesse caso eu classifico como uma habilidade, um “D.O.M.”.
Ricardo Pecego, 38, é produtor cultural, aspirante a esteta e acha que o mundo, inclusive o Brasil, ainda tem jeito.
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www.portalmegaphone.com.br Edição Quinzenal | 7 de junho de 2016 | Página 8
! A R I E J E V R E C O Ã Ç REVOLU
Revolution Beer Fest tem primeira edição em julho, em Itapira Divulgação
Evento está confirmado para o dia 8 de julho no Espaço Cedro
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gendada para o dia 9 de julho em Itapira, a primeira edição do Revolution 1932 Beer Fest já tem ingressos à venda. O evento ocupará as dependências do prestigiado Espaço Cedro, reunindo diversas cervejarias artesanais, atrativos gastronômicos e muito Rock and Roll. A iniciativa tem por objetivo promover a cultura cervejeira no município, além de contribuir para o fomento do setor e estimular a economia dos empreendimentos regionais. Por ocorrer no dia em que é celebrada a memória da Revolução Constitucionalista de 1932, o evento ganhou o nome alusivo ao importante fato histórico, que também ilustra todo o material de divulgação. A cerveja 1932, da Sauber Beer, também é a bebida oficial do evento. A realização fica a cargo do Beer Tour Paulista e do Empório Bueno, com apoio do Megaphone Cultural e do Núcleo M.M.D.C. de Itapira. Os convites antecipados estão no primeiro lote, com investimento de R$ 35,00 até o próximo dia 19. Depois, o segundo lote inicia as vendas dos ingressos ao custo de R$ 45,00 até o dia 8 de julho, um dia antes do evento. Na portaria, o valor
da entrada poderá sofrer alterações. As atividades têm previsão de início para 14h00 e devem se estender até a meia-noite. A programação musical terá apresentações das bandas Garage 3 Rock Band, Kiss Cover e Rockstrada, com abertura a cargo de Fábio Over. Uma homenagem ao Soldado Constitucionalista também integra o cronograma. Além de diversas cervejarias e lojas do ramo, o evento também contará com a presença de empresas que fornecem equipamentos e insumos para produtores caseiros de cerveja, bem como espaço gourmet com lanches e porções. As vendas antecipadas de ingressos acontecem em Itapira (Empório Bueno), Mogi Mirim (Newness Bebidas Importadas), Mogi Guaçu (Mestre Cervejeiro), São João da Boa Vista (Mr. Beer), Serra Negra (Cerveja Artesanal Boutique) e Campinas (Cervejoteca). Os convites também podem ser adquiridos pelo Facebook (www.bit.ly/revolutionbeerfest) ou pelo telefone/whatsapp (19) 9.9986-2909, com possibilidade de reserva e entrega dos convites em domicílio. Mais informações pelo site www.1932beerfest.com.br.
1932, da Sauber Beer, é a cerveja oficial da ocasião