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Você consegue dar limites ao seu filho?

Ficamos com uma confusão muito grande sem conseguir entender o que é autoridade e o que é comportamento autoritário. A autoridade é um pacto forte, o suficiente para estabelecer funcionamentos sem precisar de excesso de força para fazer o outro cumprir aquilo que foi determinado. Já no autoritarismo há uma força vertical que não se reconhece no outro, alguém capaz de contribuir na relação. Isso para pais e filhos é muito perigoso.

Quando digo ao meu filho que existem coisas inegociáveis e que não dá para viver de sobremesa sem almoçar, de alegrias sem dever, eu estou dizendo que para existir no coletivo eu preciso abrir mão da minha plenitude absoluta enquanto sujeito. O que você faz na sua casa, afeta o que faço na minha, e o que faço na minha afeta na sua, no nosso bairro, na nossa cidade, em última instância no planeta. Então é muito importante entender que as nossas escolhas extrapolam os muros de casa e invadem.

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E aí faz como? Como dar limite? A primeira coisa é não responder a essa pergunta. Porque se eu respondo, eu estou retirando de você a capacidade crítica de criar a sua própria maneira de construir a relação com o seu filho com algum limite. Não há fórmulas, agora há referências que foram testadas e que vimos que funciona.

Os pais contemporâneos têm uma dificuldade muito grande em dar limite porque não suportam o luto do crescimento dos filhos. Em geral, tentam manter posições de gestão incongruentes com o seu desenvolvimento, ou seja, terminamos limitando coisas que não deveriam ser limitadas e deixando de limitar outras que deveria haver uma interdição.

Nós vamos amar e poder ser amados. Nós temos que autorizar os nossos filhos a ir, mas temos que limitar também. Pais que entendem o limite como sinônimo de amor, cuidado e proteção ajudam enormemente os filhos a se desenvolverem melhor. Seguramente, se formos pais mais comprometidos com uma criação não violenta, mais respeitosa porém firme, que proteja os nossos filhos e tendo o limite como uma prova de amor, teremos crianças que vão se desenvolver com mais saúde e teremos encontros sociais mais saudáveis, democráticos, críticos e produtores de mais gente fina, elegante e sincera.

Lançamento!

Escrito a partir da experiência de cumplicidade e afeto na relação do autor Alessandro Marimpietri e seu filho Lucca, este livro lança luz sobre o relacionamento dos pais com os seus filhos, permitindo a ambos o crescimento e uma compreensão profunda da vida e de seus significados simbólicos. O livro Quando somos um só encanta pessoas de todas as idades e enaltece a vivência da paternidade e a potência do amor como chance de reinvenção da vida.

Autor: Alessando Marimpietri Ilustrador: Esteban Vivaldi Editora: Solisluna

*Alessandro Marimpietri é pai do Lucca, sócio fundador da Desenvolver: Psicologia e Educação, psicólogo formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), neuropsicólogo pela Universidade de São Paulo (USP), doutor em ciências da educação pela Universidad Nacional de Cuyo (UNCUYO) na Argentina, palestrante e consultor em instituições pelo Brasil. Não tem nada que doa mais nos pais contemporâneos do que dar limite. Com a chegada da pandemia, esse tema ganha contornos de urgência ainda mais significativos, porque estamos dentro de casa com nossos filhos quase o tempo inteiro, e o manejo dessa relação tem sido muito difícil

@desenvolverbahia @alessandromarimpietri 71 3354-1424/ 99669-1424

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