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Aulas em casa... Como foi por aí?

Aulas em casa… Como foi por aí?

Março chegou com um misto de medo, desespero e dúvida. “Essa situação vai durar até quando?”, era a minha pergunta diária em casa. Será que minha filha irá perder o ano? Será que ela consegue refazer ano que vem? Como ela vai conseguir aprender alguma coisa?

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No início era assim: a cada aula uma preparação psicológica minha e da Lígia, minha filha de 4 aninhos. Um exercício de respiração para enfrentar esse novo momento de aula pela telinha do computador. Ela sentava, e logo depois levantava, querendo falar, conversar e mexer no celular e no computador, e assim ela dispersava pela casa até, em último momento, conseguir prestar atenção na professora. Confesso que queria sumir. Muita expectativa foi criada com aulas remotas, e achei que ela conseguiria sentar, ficar quieta e aprender. Esqueci que estava diante de uma criança de apenas 4 anos.

Cheguei a perder a paciência.

Às vezes é difícil, como mãe, lembrar que já tivemos a idade deles e passamos pela pré-alfabetização, aprendendo devagar e vendo letras e números pela primeira vez. Reconhecer esse erro e pedir desculpas é um passo muito importante. Percebi que estava em um momento onde minha filha poderia amar ou odiar a escola, e tudo dependeria de como essa situação fosse conduzida no espaço familiar entre as paredes da minha casa.

Meu olhar, frente a essa situação atípica da vida, mudou. Reconheci que estava com uma oportunidade única de ver minha filha crescer, aprender junto com ela e conhecer suas dificuldades. A alfabetização vai além de aprender dentro da sala de aula, pois, muitas vezes, ler um livro, cozinhar e brincar também fazem parte e são imprescindíveis para a criança. Não somos professoras, mas sim mediadoras da educação dos nossos filhos.

A saúde emocional da minha filha foi algo mais valorizado nesse tempo, e acho que é algo que não deve passar no pós-pandemia. Uma criança segura e saudável cria mais afeto e produtividade em suas lições de casa, e isso é algo que as escola deve continuar reforçando na volta ao presencial. Cada criança passou por diferentes situações nessa pandemia. Então é necessário criar conexões, educar com acolhimento e calma.

*Carol Gama Robazza, Jornalista e mãe de Lígia. (Seguidora da @ revistameubebe no instagram. O texto dela foi escolhido para fazer parte dessa edição especial de educação)

@blogvamosvamosconversar

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