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A arte de educar na contemporaneidade

Educar pessoas é um ato complexo, um desafio que exige dos pais, mães e responsáveis muito equilíbrio. Mas como se manter equilibrado em um contexto no qual estamos inseridos?

Por Cândida Muzzio

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Omundo vive uma profunda transformação e muitas verdades vêm sendo questionadas. O conceito de pessoa bem educada vem se transformando. Como conseguir educar respeitando, dando limites com gentileza sem perder o eixo diante dos constantes dilemas educativos que experimentamos no dia a dia? Há uma imensa oferta de informações relativas ao processo de educar na contemporaneidade, mas ainda assim os familiares seguem bastante inquietos e inseguros nesse percurso. Mas, independentemente das escolhas, os pais estão sempre preenchidos por variadas e complexas indagações sobre o ato de educar na contemporaneidade.

O conflito prevalece de forma mais ou menos consciente e as instituições parceiras nessa tarefa também vêm sendo profundamente questionadas. A escola nunca foi tão criticada e respeitada ao mesmo tempo. Os pais nunca pediram tanto aos educadores por ajuda e acolhimento. Essa dualidade no comportamento dos familiares é mais um sintoma do profundo questionamento que vêm se fazendo sobre como educar os seus filhos. Venho na última década vivenciando uma demanda crescente de pedidos de ajuda dos familiares para a educação dos filhos. São muitos os motivos que geram essas demandas, mas em geral prevalece o conflito entre o complexo dilema entre educar e punir.

Considero que apoiar as famílias e ajudá-las a refletirem é muito importante e contribui com a estruturação de muitos lares. Sabemos que a instituição escolar estará, cada vez mais, envolvida com a formação de pais, em especial nesse momento de pandemia, mas sabemos também que os adultos precisam de outros apoios.

Orientação é o caminho!

Os profissionais das emoções e subjetividade vêm ocupando um importante lugar no diálogo com as escolas. Pouco a pouco esses profissionais adentraram as escolas, estabelecendo, em geral, um diálogo bastante saudável e importante com professores e gestores no processo educativo dos estudantes. Nos últimos anos os educadores parentais passaram a complementar essa equipe, atendendo os pais e responsáveis nos consultórios de forma a orientá-los a reverem os atos que vem sendo colocados em prática em seus lares.

A Disciplina Positiva é umas das principais referências nesse trabalho e propõe a educação com respeito, gentileza e firmeza. Os educadores parentais mediam a construção de ações para lidar com as birras, as resistências às regras, as brigas entre irmãos, a dificuldade com as normas diárias da casa e da escola, entre outros aspectos.

As ideias balizadoras de liberdade com ordem e escolhas limitadas na busca de soluções para os problemas que a família esteja enfrentando se constituem na base do trabalho. As crianças e adolescentes são convocados a resolverem juntos com seus pais os problemas com soluções razoáveis relacionadas às burlas, antecipadas e úteis à cena que ora estiverem marcando a convivência familiar. De fato, esses profissionais, que são geralmente psicólogos e educadores vêm oferecendo um importante apoio às famílias.

Maria Cândida Muzzio é educadora, especialista em desenvolvimento humano, educadora parental, diretora pedagógica do Colégio Miró e formadora de educadores

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