N#02’FEV/MAR/2015
oNLINE
ENTREVISTA
Da veterinária à comunicação telepática
JIN SHIN JYUTSU
Uma sabedoria universal… que visa a harmonia interior do ser humano
ASTROLOGIA VOCACIONAL
Conheça a vocação profissional do seu filho e crie uma relação mais satisfatória
REPORTAGEM
Cabras monteses de regresso à serra
EDUCAÇÃO AMBIENTAL A caminho da sustentabilidade
A ALMA DAS NUVENS
O humor da atmosfera e de cada pessoa
MINI CASAS
Soluções habitacionais ecológicas e pouco imóveis 1
https://issuu.com/milpetalas.magazine 2
EDITORIAL PROMOVER a mudança Destacar este ou aquele tema pode justificar-se por diferentes razões, nomeadamente, pela premência de alertar consciências ou simplesmente de reforçar a divulgação de algo que imprime mudança.
FICHA TÉCNICA Directora: Ana Fonseca Editora: Isabel Carvalho Redacção: Ana Fonseca (jornalista e terapeuta), Paula Cristina Ferreira (terapeuta), Paulo Caetano (jornalista) Director de Arte: João Mello Design: THE BOX // STUDIO,17 Fotografia: Art4uimage Shutterstock (Image Bank) Colaboraram neste número: Ana Pago (jornalista), Artur Araújo (terapeuta), Ana Bensabat (astróloga), Antónia Vaz (terapeuta), Conceição Pinho (psicoterapeuta e presidente da Associação Luso-Brasileira Transpessoal), Daniela Ferreira (engenheira ambiental), Dinora Xavier (veterinária holística), Isabel Gomes da Costa (naturopata e nutricionista), Leonor Moreira, Paula Cristina Ferreira (terapeuta), Paula Pranto (terapeuta), Rebeca Bandeira (facilitadora do Jogo da Transformação), Rui Vasco (fotógrafo) https://issuu.com/milpetalas.magazine
Neste caso concreto, além de a publicação estar preenchida por temas que envolvem a relação dos seres humanos com os animais, há as explicações que nos fazem reflectir sobre a forma como todos nós devemos interagir com a Natureza e com o todo universal. “Os animais são mais evoluídos que os humanos” é uma entrevista que desvela um lado pouco conhecido da forma de comunicar entre espécies, além de ser uma entrega e uma área de investigação por excelência. No que toca à relação com o meio ambiente dois temas sobressaem. O primeiro é desenvolvido por um homem para quem o estreito contacto com a Natureza é o conceito que o faz construir mini-casas de forma artesanal. A segunda nota recai sobre as cabras monteses, a sua reintrodução no “território recentemente colonizado em pleno coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês”. Outros são os percursos de consciencialização, de alternativas terapêuticas, propostas e de desafios que se desenvolvem ao longo das páginas que se seguem. O caminho faz-se aprendendo... por isso há muito mais para ler neste número. Isabel Carvalho
3
SUMÁR Editorial
Entrevista: Marta Sofia Guerreiro “Os animais são mais evoluídos que os humanos” Dien Chan – Multireflexologia Método simples e eficaz Jin Shin Jyutsu A arte da auto-cura Massagem Tradicional Tailandesa Técnica asiática ancestral Varinhas de Condão Astrologia Vocacional Qual a vocação do seu filho?
14 16 18 22 24
Quintal Bioshop O Mundo atrás do balcão
28 30
Pontes de Vista Fotografia de autor
32
Ano Novo Escreva uma carta de amor
4
6
Uma Questão de Flora Medicina Veterinária Holística
36
Cabras Bravas Regresso à serra Educação Ambiental O caminho para a sustentabilidade
40 44
Os apreciadores de Nuvens Descobrir o alfabeto do céu
46
Mini Casas Habitações ecológicas e amovíveis
48
Jogo da Transformação Ferramenta para o Desenvolvimento Pessoal Flashes Aulas e Terapias Agenda
50 52 54 56
RIO 5
MARTA SOFIA GUERREIRO “Os animais são mais evoluídos que os humanos” Entrevista: Ana Pago / Jornalista
Houve tempos em que a medicina era a sua única crença e a mãe se desgostava com o ceticismo radical da filha, dedicada à cirurgia durante sete anos após licenciar-se na Faculdade de Medicina Veterinária de Évora, em 2004. A vida lá se encarregou de mostrar a Marta Sofia Guerreiro o dom que tem de ouvir o muito que os animais têm para nos dizer, mas aceitá-lo não foi fácil: uma coisa era ter sido sempre uma boa conselheira dos donos enquanto veterinária, outra bem diferente era assumir publicamente o facto de ser capaz de comunicar telepaticamente com os animais, permitindo mudar a vida de todos para melhor. “Descobri que a minha missão é dar voz a estes seres que não se conseguem exprimir verbalmente, mas não foi fácil chegar até aqui”, reconhece a comunicadora, hoje com 33 anos e um livro publicado Conversas com Animais) para passar esta mensagem de amor. O preconceito e a severidade de quem não acredita no seu trabalho fizeram-na querer desistir muitas vezes. Só a certeza de estar onde tem que estar a mantém firme na luta: “Os animais têm uma voz e uma missão intrinsecamente ligada a nós e ao nosso caminho nesta vida. Eles podem realmente ajudar-nos e fazem-no sem esperar nada em troca.” 6
Em que ponto percebeu que tinha esta capacidade de falar com os animais? A primeira vez que tive consciência das minhas aptidões não foi a comunicar com os animais e sim a ver doenças nas pessoas: eu olhava para elas e via-lhes os órgãos por dentro. Já fui cética, apesar de sempre ter respeitado toda a gente. A minha formação é em medicina, tinha um avô que era médico pediatra, na minha família ou são professores ou engenheiros. O meu ceticismo fazia sentido nesse registo. Tinha algumas sensações, mas rejeitava-as e não falava delas a ninguém. Entretanto fui para a Índia sozinha em 2010, fazer voluntariado e retiro espiritual num ashram – nessa altura estava a começar a abraçar a espiritualidade, devido a uma série de experiências por que fui passando desde criança e me fizeram questionar –, e quando voltei em 2011 tive um episódio forte. Foi essa a sua verdadeira primeira comunicação com um animal… Sim. Estava no consultório e uma cliente, a quem eu tinha vacinado o cão havia algum tempo, apareceu a queixar-se de que o animal andava apático e não comia. Dizia ela que estava a gastar imenso dinheiro em análises e ninguém descobria a razão de ele andar assim, tão tristonho. Ao que eu lhe perguntei, sem pensar, como é que ela queria que o cão tivesse entusiasmo se a dona andava triste com a morte da sogra e a depressão do marido, de cama há um mês? A senhora chorou a sua mágoa, chorámos ambas, e reagiu com naturalidade ao facto de eu lhe dizer que tinha sido o cão a contar-me aquilo naquele instante. Dois dias depois voltou ao meu consultório e incentivou-me a cuidar com carinho daquele dom que eu ainda não estava preparada para aceitar, quanto mais para assumir publicamente. Protelei a minha decisão quase um ano, com medo do futuro.
Só em meados de 2011 é que consegui desvincular-me da clínica, do muito que ganhava como médica veterinária e da minha vida confortável para poder ser fiel a mim mesma. Mudou alguma coisa quando ainda era cirurgiã veterinária? Não tinha consciência, por mais estranho que possa parecer. Muita gente dizia que eu tinha olho de lazer nos diagnósticos, mas nem sequer ponderava algo que fugisse ao convencional. Ainda por cima é tudo tão metódico na medicina, não existe abertura ao lado emocional. Tinha uma aptidão para operar maravilhosamente bem. Nunca soube de onde me vinha tanta calma e tanta destreza, mesmo no início, quando era inexperiente. As pessoas gostavam de mim enquanto médica veterinária, procuravam-me muito. Quando expliquei que já não exercia, não lhes foi fácil entender. Larguei tudo o que tinha construído sem ter nada em vista. Infelizmente, aconteceram sempre coisas muito complicadas à minha volta: isto não são fenómenos isolados e é difícil partilhá-los com quem quer que seja, sobretudo numa altura em que eu própria não tinha explicação para eles, nem queria saber disto para nada. Mas comecei a estudar, a procurar, a fazer cursos e formações, e tudo isso acabou
por me encarreirar. Só sabia que tinha que seguir o meu coração. Não estava feliz naquele contexto porque não vivia em verdade… Uma médium que consultei naquele período de incerteza disse-me que a minha missão era curar os humanos através dos animais, não podia continuar a virar costas a isso. E fez-me sentido, porque através deles eu estava a conseguir alcançar coisas muito profundas. Em 2011 estava na minha cama a ler Anatomia do Espírito, de Carolyn Myss, um livro que me mudou, e recebi a informação de que os animais adoecem e morrem pelos seus donos, ficam com as suas doenças. A partir daí comecei a investigar isso a fundo e tornou-se a minha causa mostrá-lo às pessoas: o que é que eles estão a somatizar, o que querem, onde é que um dono pode melhorar para o animal se curar e ele próprio também. Sendo que neste trabalho não ponho de parte a minha formação em medicina. Não deixo o meu lado profundamente analítico e estudioso. A alma de um animal é diferente da dos humanos? É igual. Considero até que os animais são mais evoluídos que os humanos. Pode parecer inferior, se estamos à es7
É um dom ao alcance de todos? Não gosto muito de usar a palavra dom no sentido metafísico, prefiro pensar que é um dom como tocar violino, por exemplo. Acredito que as pessoas consigam desenvolver um determinado grau, que até pode ser o grau máximo, com o seu animal – dou inclusivamente cursos para ensinar a comunicar com o animal de estimação. Todos podemos aumentar a nossa intuição, sem dúvida, vejo-a como um músculo que se deve trabalhar e que temos que aprender a reivindicar e validar. Mas também sei que há níveis intuitivos, digamos, que já têm a ver com aquilo que cada um de nós veio fazer como missão na Terra. Muitas vezes penso que esta aptidão mediúnica também só veio ter comigo porque nunca a procurei.
pera de avaliar o animal segundo a ótica comunicativa, cognitiva e racional, que é aquela a que estamos habituados. Mas enquanto nós estamos a evoluir para o amor incondicional, o animal já é esse amor. Ele somatiza as nossas doenças, morre por nós se for essa a única forma de nos ajudar no nosso processo evolutivo. Isto é o apogeu do amor incondicional. A comunicação verbal só ia estorvar. O que é que eles nos ensinam? Ensinam-nos tudo. O amor incondicional é a base da vida e nós estamos a anos-luz dessa capacidade que os animais têm de dar sem cobrar nada, sem procurar elogios ou recompensa. Para além de mostrar essa missão dos animais, transmito ainda a consciência de eles serem o nosso reflexo ou, pelo 8
menos, o reflexo da pessoa com quem estão comprometidos. Imagine que o seu cão estava comprometido consigo e é muito medroso. Como dona, terá que se perguntar onde estão os seus medos, porque eles são efetivamente o nosso espelho ampliado. Esse é um trabalho que também desenvolvo: perceber como e por que razão ele é o seu espelho, onde é que tem que trabalhar essa ferida que ele mostra. Se o dono for apegado, é natural que o animal reflita esse apego. E depois comunico e tenho mensagens específicas para a pessoa: estou com a intenção focada no animal e ele vai-me contando pormenores que eu não seria capaz de saber de outra maneira. Essa parte do processo harmoniza, mas mais do que tudo importa o foco da missão, do espelho, para nos trabalharmos a nós.
Foi a primeira pessoa em Portugal a assumir plenamente esta capacidade, a única que ainda comunica com eles de forma consistente. O preconceito é grande? Infelizmente, ainda muito grande. Quando se abre um caminho é-se sempre julgado. Dou consultas a brasileiros (por Skype) há já algum tempo e a recetividade é completamente diferente, viu-se inclusive no feedback do meu livro que está lá pela LeYa Brasil desde outubro de 2014. No Brasil há também uma médica veterinária que comunica com animais, Sheila Waligora, que escreveu há muitos anos o livro Eu Falo, Tu Falas, Eles Falam, voltado para o conhecimento dos animais e comunicação interespécies. O que eu creio haver de diferente no meu trabalho face a outros comunicadores, talvez por me ter formado muito também na vertente humana, é que faço sempre a transposição para a pessoa. Foco muito a relação com o dono e a missão do dono: como os animais somatizam, não faz sentido passar por cima disso. Temos que olhar para a situação como algo mais terapêutico, curar igualmente a pessoa para que eles não sofram.
Ainda há muita gente que acompanha e incentiva este seu caminho de entrega ao próximo, apesar do desrespeito? Sim, felizmente! Há cada vez mais pessoas sensíveis à causa, especialmente depois de lerem o livro. Eu tinha uma vida confortável e que ninguém questionava antes, enquanto médica num sistema convencional. Se não fosse por uma causa maior, não me tinha exposto. Quem me conhece sabe que não aprecio mediatismo, mas este livro tinha de ser escrito e já ajudou muitas pessoas e animais. Desde o início que a maior divulgação do meu trabalho é o passa-a-palavra, as pessoas gostam e recomendam a outras. Nos EUA, o que faz é considerado profissão desde 1970, depois de a pioneira mundial Penelope Smith ter aberto caminho. Porquê todo o receio que ainda inviabiliza este trabalho por cá? Durante muito tempo procurei essa resposta e acredito que tem a ver com o nosso historial de Inquisição, ainda mais forte do que em Espanha. A Inquisição foi uma crueldade que todo mundo já reconheceu, mas ainda está presente quando não se respeita a diferença dos outros, se julga com tanta facilidade tudo o que seja diferente.
O facto de os animais não falarem, de não haver linguagem verbal envolvida, dificulta de algum modo a compreensão do que dizem? Ou não faz diferença? Não faz diferença. A nível de comunicação telepática, o que nós recebemos são pensamentos e imagens que muitas vezes temos que saber interpretar. Às vezes não há uma completude: o animal fica com um registo e é isso que nos dá, temos que perceber que há um desenvolvimento cognitivo diferente do nosso. Para eles há determinadas coisas que são importantes e para nós não. Mas depois dão conselhos e mensagens profundíssimos, porque vão à essência. Pode até parecer que são básicos, mas espiritualmente são do mais evoluído que há. Ainda há pouco, o cãozinho com que comuniquei disse à dona que era a sua alegria de viver que a fazia continuar. A senhora não anda,
tem muitos problemas de saúde, paralisia, e quando ouviu aquilo reconheceu que o animal tinha razão. É dessa profundidade que eles são capazes. A telepatia também lhe permite comunicar com bebés e pessoas portadoras de disfunções como o autismo, paralisia cerebral, Asperger ou Trissomia XXI. O processo de receber informação do outro é idêntico? O projeto funciona da mesma forma, sim. Criei-o inspirado no meu avô pediatra e talvez depois de ser mãe consiga desabrochar ainda mais, já que pode ser tão útil para compreender o choro de um bebé. Há pouco tempo conheci outro senhor que se dedica a comunicar com bebés, o Derek Ogilvie, um escocês que chegou a ter um programa de televisão, Derek Ogilvie – The Baby Whisperer.
De que é que as pessoas têm medo ao certo? Porque esse trabalho de ódio tem muito a ver com o temor de se aceitar algo que é diferente... Às vezes julgo que tem a ver com o medo do próprio poder pessoal, daquilo que a pessoa pode ter dentro de si. Além disso, a Terra é uma escola, um local de provas e expiação. Apesar de dizermos que estamos a trabalhar para a unidade, existe dualidade: o yin e o yang, a luz e a escuridão. Quanto maior a consciência espiritual, maior é a aceitação da luz e, consequentemente, também da sombra dentro de nós para que a possamos transmutar.
9
Qual foi a história que mais a marcou até à data? Essa é a pergunta mais difícil, porque na verdade todas me marcam muito e todos os dias surgem casos maravilhosos e tocantes – tanto é assim que senti necessidade de criar um blogue para ir escrevendo sobre eles (conversascomanimais.blogspot.com). Há, de facto, um assunto que não mencionei no livro e é sobre reencarnação. Toda a vida defendi, apoiada no conhecimento destes quatro anos, que os humanos reencarnam em humanos e os animais em animais. O budismo diz que não, podemos retroceder, mas nunca tinha tido essa experiência. Até que houve um animal que comunicou ter sido uma pessoa antes e isso mexeu comigo como nunca esperei, fez-me equacionar muita coisa. Esse cão está no Cantinho dos Animais Abandonados de Viseu, um canil que ajudo bastante por ser da minha cidade. Fiquei impressionada com o olhar que me lançou da primeira vez que o visitei. De tal modo 10
que disse à responsável nunca ter visto nada igual, ao que ela me respondeu que o animal é tão fora do comum que lhe chamaram João por também lhes parecer uma pessoa. E eu voltei lá para comunicar com ele. Não me conseguia livrar da sensação de que era um homem que ali estava a olhar para mim. E era, de facto? Uma alma em tempos humana no corpo de um cão? Confirmou que sim quando comuniquei. Naquele instante fiquei com a minha crença abalada, não acreditava que pudesse acontecer. E ele disse-me outra coisa muito interessante: tinha aceitado aquela reencarnação de amor incondicional para colmatar a falha de uma vida anterior em que maltratou profundamente os cães. Então aceitou vir cão, o que normalmente não é uma estratégia continuada, mas se houver um desvio tão grande como o dele é possível aceitar uma missão assim. Impressionou-me muito, confesso. No entanto, como boa capricorniana que
sou, achei que um caso único no meio de milhares não era suficiente para generalizar e decidi partilhá-lo apenas se fosse necessário. Depois disso só me apareceu mais um passarinho, também com nome humano e uma dona incrivelmente espiritual, que me garantiu que os pássaros são mais avançados do que os cães e os gatos no estágio evolutivo. E é verdade, mais tarde fui estudar livros sobre a evolução espiritual dos animais e encontrei essa informação. Foi quando decidi que não me podia fechar a nada. De que modo esta comunicação se traduz numa oportunidade de cura para o animal e para o dono? Há uma tomada de consciência da maior parte dos pacientes, que antes disso não percebem a razão de aquilo ali estar: os animais têm este comportamento por isto assim e assim, têm esta doença porque o dono precisa de resolver aquela situação específica. Na consulta dou algumas ferramentas, porque
tros terapeutas se vir que podem ajudar mais do que eu no sentido de haver essa cura, essa metamorfose. Em que fase da sua vida surgem os projetos AMA que fundou? O primeiro foi o AMMAPET – Medicina e Terapêuticas de Parceria Espiritual Humana e Animal, com base na ideia de que as doenças nos animais de estimação são uma oportunidade para o nosso autoconhecimento, equilíbrio e evolução, sempre em parceria humana e animal. Construí-o no início de 2011, quando ainda estava em clínica. Após despedir-me acabei por criar também o AMA-Te, vocacionado para a evolução e saúde do ser humano. Só mais tarde, em finais de 2012, veio o ABC (AMA Baby & Child), em que a comunicação telepática proporciona uma ajuda preciosa nas fases da vida em que a comunicação está limitada. O AMA-Te e o AMMAPET são os mais procurados, o ABC está anda um bocadinho latente.
também me formei numa série de técnicas psicoterapêuticas que ajudam as pessoas, mas depois tem a ver com o empenho de cada um. Levam os ovos para casa, mas terão que ser eles a fazer o bolo, alcançando os tais estágios de consciência e modificação necessá-
rios. Alguém pessimista não vai conseguir deixar de o ser de um dia para o outro, não é? Há donos que dizem que ter consulta comigo lhes mudou a vida, outros precisam de acompanhamento para alterar certos padrões enraizados. E aí sou eu a primeira a aconselhar ou-
O que diria a alguém que esteja agora a fazer o luto pelo seu animal? Que tenha esta consciência de que os animais são amor incondicional. E se já acredita em espiritualidade – de outro modo não estaria a falar comigo –, que perceba que os animais estão sempre bem. São tão evoluídos que vêm logo para um plano luminoso. Eles são amor incondicional, são pureza, não precisam de passar como nós por outra dimensão para evoluírem. E só isso já serve para nos pacificar: ele está muito bem e vai reencarnar rapidamente. O mesmo animal pode vir três e quatro vezes nesta vida para acompanhar o dono. São eles que escolhem vir para a nossa família, por alguma razão temos predisposição para olhar para aquele e não para outro qualquer. Em continentes diferentes, inúmeras pessoas tiveram esta mesma experiência, o que significa que não podemos andar todos enganados em relação a isto.
11
Escuta o que te digo Anabela Cabrita passou a maior parte da sua existência a adorar animais, mas foi uma surpresa quando o primeiro comunicou com ela: um gato amarelo em fase terminal, com olhos de alma antiga, que lhe agradeceu o alívio e morreu em paz tempos mais tarde, sereno por ter podido tranquilizar a dona. “Estava a enviar-lhe reiki à distância quando comecei a receber imagens de coisas que ele queria transmitir à dona, nomeadamente alterações que ela precisava de fazer em casa por questões de saúde. Isto aconteceu há pouco mais de um ano e foi muito emotivo. Como primeira experiência foi maravilhoso porque o ajudei realmente a partir”, conta a terapeuta de reiki de 46 anos, encantada com os casos de amor que lhe foram chegando depois desse. “Não é por acaso que um animal vai parar a determinado dono: nós escolhemo-los e eles escolhem-nos a nós por haver certas aprendizagens que têm de ser feitas naquele ambiente familiar em concreto. Chegam a encarnar várias vezes na mesma família, nesta vida ou em outras, 12
para permitirem resgates cármicos”, diz. Sempre que alguém lhe pede uma dessas consultas para comunicar com o animal de estimação, vivo ou em espírito, Anabela pergunta o nome do amigo de quatro patas, a data de nascimento se a souberem, uma foto se possível (se não houver não é problema), o nome dos donos e a morada do espaço onde estão – são esses os componentes de que necessita para chegar à energia daquele animal em particular. “A comunicação é toda telepática, como se existisse à minha frente um ecrã de cinema onde vejo as imagens que eles me enviam deles mesmos, dos donos e dos espaços, através de sentimentos e padrões de comportamento”, concretiza. Por vezes são imagens ternas ou sábias, como a de um pastor alemão recém-falecido que ela viu sentado com três rosas entre as patas: uma vermelha, incentivando a dona a ter alegria de viver, uma amarela pedindo-lhe para se agarrar a objetivos agora que estava sozinha e uma cor-de-rosa para amar e deixar-se amar.
Outras são imagens hilariantes, como quando uma senhora lhe pediu para perguntar aos gatos se gostavam que ela lhes deixasse música a tocar o dia todo, enquanto estava fora a trabalhar, e ambos lhe deram a mesma resposta com comportamentos diferentes: “Um correu pelo corredor fora, virou numa porta à esquerda e enfiou-se debaixo da cama com as patas nos ouvidos. O outro correu como o primeiro, voltou à direita com a boca em direção à ficha e desligou-a da tomada com os dentes. ” A terapeuta explicou à dona que os animais são seres sensitivos, precisam de sossego para recuperarem energeticamente – sobretudo os gatos, que transmutam as energias negativas e estão sempre a limpar os espaços. Ela encaixou a lição e tudo mudou para melhor naquela casa. “A forma como eles falam connosco é maravilhosa.”
Texto: Ana Pago
Formação
TuiNa/Nível 1 O toque representa o mais antigo propósito de cura; a massagem TuiNa uma das mais ancestrais práticas de cura! Oriunda da China, esta poderosa ferramenta da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) contém os segredos da Natureza e desvenda-os através do corpo humano. Claro ou escuro, superficial ou profundo, frio ou calor, são alguns dos desequilíbrios detectados e a base de trabalho que procura a sua correcção. O Nível I da formação de TuiNa dota o interessado das chaves mestras para a sua execução perfeita, essencialmente na área de relaxamento, importante para um resultado mais abrangente e: 1. conhecer a teoria da MTC que sustenta a terapia; 2. conhecer e aplicar as principais técnicas da TuiNa; 3. adquirir conhecimentos de automassagem e autosustentação como agente de mudança; 4. prevenir a patologia no outro; 5. actuar, eficazmente, em patologias simples; 6. aumentar a disponibilidade para o toque e sensibilidade para escutar. Durante 24 horas, repartidas em seis sábados de trabalho, cuidador e cuidando saberão aliar as técnicas ancestrais da massagem às versões mais vanguardistas do saber tocar. Duração: Ao sábado, entre as 15 e as 19 horas, com intervalo de 10 minutos. Início em Maio Material necessário: roupa de algodão, papel e caneta Investimento: 190€ (sendo 50% pago no acto da inscrição) Para certificação de frequência do curso, o aluno terá que frequentar um total de 20 horas de aulas, podendo, caso seja da sua vontade, assistir em formações futuras às aulas em falta. Formadora Paula Cristina Ferreira
13
DIEN CHAN É UM MÉTODO SIMPLES, EFICAZ E CRIATIVO ENTREVISTA A ANNA ROCA dirigente da Escola Internacional de Multireflexologia Ana Fonseca / jornalista e terapeuta
14
Foi a simplicidade e eficácia da técnica multireflexológica denominada Facioterapia Dien Chan que cativaram Anna Roca, uma das principais divulgadoras e formadoras deste método criado pelo terapeuta vietnamita Bùi Quôc Châu. Natural da Catalunha, Anna Roca conciliou durante alguns anos o seu trabalho na televisão regional com as suas formações terapêuticas. Mas o “encontro” com a Facioterapia Dien Chan alterou por completo o rumo da sua vida. “O compromisso e a relação com a multireflexologia passou a ser diário” confessa à Mil Pétalas Magazine.
de um ano mais tarde, a acupunctora de quem era paciente convidou-a a trabalhar com ela no Centro Multidisciplinar de Barcelona. “Aceitei e passei de paciente a terapeuta”. Entretanto, tomou contacto com a reflexologia facial através de um professor vietnamita que reside em França. Tirou essa formação, mal sabendo que esse seria o primeiro passo para a grande descoberta da sua vida. Um ano depois esse reflexologista perguntou-lhe se ela estava interessada em traduzir textos sobre a técnica e os cursos. Disse que sim.
Embora o trabalho de realizadora na televisão da Catalunha fosse muito exigente, Anna Roca conseguiu fazer algumas formações na área das terapias complementares e/ou alternativas: reflexologia podal, Florais de Bach, Reiki e Cinesiologia. Mas, em 2003 “rompeu com a TV” e não hesitou em avançar com a reciclagem desses cursos. Cerca
Em finais de Julho do mesmo ano, conheceu Patryck Aguilar Cassarà. Ele precisava de ajuda para organizar o curso com o criador do método - o médico vietnamita Bùi Quôc Châu – mas não tinha dinheiro para lhe pagar, e ela queria muito fazer a formação, mas não tinha disponibilidade financeira. Conciliaram interesses. Foram ao Vietname e
a “grande aventura multireflexológica” começou para Anna Roca. Afirma a terapeuta e formadora que uma das coisas que mais a fascina é a simplicidade da técnica: “Obriga ao relativismo, muda a maneira de viver e de pensar e a relação entre o terapeuta e o paciente”. Há uma nova consciência, o Dien Chan tem ferramentas que permitem transferir para o paciente o seu tratamento”. Além do seu trabalho enquanto terapeuta, Anna Roca dedica-se cada vez mais à divulgação da técnica, ministrando cursos em vários pontos do globo (Portugal, Tunísia, França, Suíça, Bélgica, Canadá, Costa Rica, Uruguai, Chile, Argentina, Espanha). Uma missão que considera muito gratificante: “Quando se fala com os alunos há uma inquietude de se querer simplificar, não há secretismo, toda a informação que tenho partilho”.
E, acrescenta, “cada vez há mais terapeutas de Medicina Tradicional Chinesa a utilizarem o Dien Chan, já não utilizando tanto as agulhas. Aliás esta técnica é facilmente conciliável com outra qualquer”. Os princípios do Dien Chan também abriram uma nova linha de trabalho. A da estética terapêutica. “É incrível como no tratamento de cicatrizes se libertam memórias e recuperam tecidos”, explica.
Facioterapia Multireflexologia
Foi em 1980 que o acupunctor vietnamita Bùi Quôc Châu, concebe um método para detectar pontos energéticos no rosto humano, alguns diferentes daqueles que já eram conhecidos e utilizados na acupunctura. O seu ponto de partida foi a cultura e a filosofia vietnamita, nomeadamente o folclore e a língua e a medicina popular. Ao combinar estes conhecimentos que foi adquirindo com as teorias filosóficas – I Ching e Taoísmo – e com as suas observações de similitude de forma, definiu o mapa de pontos fixos do Dien Chan. Provas clínicas sobre milhares de pacientes fundamentaram a técnica.
Resultado: desenhou mais de 25 esquemas reflexológicos que permitem múltiplas abordagens e combinações de efeitos rápidos e extremamente eficazes, tanto no alívio de dores estruturais como no tratamento de transtornos crónicos. É comprovadamente um método surpreendente, apelativo, de fácil aprendizagem e que requer, sobretudo, uma grande criatividade. “Como indica o nome completo do método Diagnóstico Facial e Terapia Cibernética, a face é considerada como local de informação e de controlo de todo o funcionamento do corpo. Cada ponto reflexo é um emissor-receptor em direcção ao órgão correspondente e intervém tanto no tratamento como na regulação. É importante entender que cada esquema reflexológico ou ponto. BQC não tem uma ligação directa com a zona física do órgão, mas sim com a correspondência no cérebro. A estimulação de uma zona reflexa, activa o processo de auto-regulação do órgão correspondente no cérebro”, in Facioterapia Dien Chan, de Anna Roca & Patryck Aguilar Cassará (livro traduzido para português por Paula Bravo.
O professor prosseguiu as suas investigações visando entregar aos pacientes a capacidade de construírem o seu estado de saúde. E, em 1984, depois de comprovar que as estimulações de acupressão proporcionam efeitos rápidos e profundos, abandonou as agulhas. Incansável na sua busca, o professor estudou as teorias energéticas dos doutores Fitzgerald e Nogier, comprovando que os seus pontos fixos no rosto podem tornar-se esquemas reflexológicos.
15
Jin Shin Jyutsu (Fisio-Filosofia) Jyutsu = Arte, Caminho; Shin = Criador; Jin = Ser Humano de Consciência, Compreensão, Conhecimento, Compaixão. A Arte/Caminho do Criador através do Ser Humano Consciente e Compassivo. Jin Shin Jyutsu. Tem um nome estranho e difícil de pronunciar, mas é uma arte que é simples! Uma arte “complicadamente simples” dizia um estudante ao fim de vários anos de aprendizagem. Tem um nome parecido ao de uma arte marcial (Jiu-Jyutsu) mas não é uma arte de defesa e ataque! Visa, sim, a harmonia interior do ser humano em todas as suas dimensões! Tem um nome japonês mas é uma sabedoria universal. É uma arte milenar tão 16
antiga quanto o ser humano! “Vem de fábrica”! Há apenas que recordar aquilo que já sabemos de uma forma intuitiva e natural! Se estivermos com atenção, no café, no metro, no comboio, na fila da repartição onde vamos tratar de algo, percebemos que todas as pessoas a praticam embora sem terem consciência daqueles gestos, posturas e toques em diferentes áreas do corpo que, sem saber por quê, “ajudam” e “fazem sentir bem”! Ou basta olhar para os bebés e ver como brincam com os dedos das mãos e dos pés ou como chucham em diferentes dedos, de acordo com a necessidade de equilíbrio que sentem naquele momento.
Não é uma Arte que visa a “cura” mas a Harmonização! A “cura” visa os “efeitos” enquanto a harmonização visa “as causas”, dizia Mary Burmeister, a japonesa que trouxe para o Ocidente esta Arte. Transmitida de geração em geração, esta Arte acabou por cair no esquecimento, tendo sido recuperada pelo seu mestre, também ele japonês, Jiro Murai (1886-1961) após cerca de 50 anos de pesquisa. O Jin Shin Jyutsu nasce da sabedoria inata que todos temos e que nos ensina a harmonizar o corpo, a mente e o espírito, através de exercícios muito simples dos dedos e mãos (mudras), da respiração, do toque suave em 52 áreas
(26 de cada lado do corpo) (designadas por “fechaduras”/”travas”/”trincos” de segurança energética) que controlam a circulação da energia vital. São esferas energéticas, e não pontos, que regulam o trânsito dos vários rios de energia vital que geram, alimentam e regeneram todo o nosso ser. Ao longo dessa viagem pelo corpo os vários fluxos, passam por essas “rotundas”, cruzam-se, mudam de direcção, mantêm o nível em que estão (ou sobem ou descem de nível), cabendo a essas esferas o papel de “polícia sinaleiro” ou de semáforos! O Jin Shin Jyutsu tem duas vertentes. Uma consiste na auto-aplicação ou seja eu aplico a mim mesmo a Arte, por exemplo, através do toque suave das mãos nas regiões onde o trânsito não está a fluir suavemente, ou de segurar um ou mais dedos segundo a sequência mais adequada ao momento, ou da prática de mudras. A outra vertente é receber uma sessão/”massagem” de um estudante credenciado. As sessões de JSJ têm a duração de 45/50 minutos e são realizadas com a pessoa vestida e dei-
tada numa marquesa. Consiste numa ou várias sequências de toques suaves, sobre a roupa, em diferentes locais do corpo onde se localizam as 52 “travas”/”fusíveis” e não envolve massagem, manipulação de músculos, aplicação de agulhas ou uso de qualquer substância. O toque das mãos produz efeitos imediatos: harmoniza a circulação da energia ao longo dos diversos fluxos/ meridianos/rios de energia, liberta a tensão acumulada causada pelo stresse, produz relaxamento, proporciona mais vitalidade e maior percepção de si mesmo.
Para saber mais: www.jinshinjyutsu.no.sapo.pt Para aprender Jin Shin Jyutsu: ao longo do ano, em Portugal, realizam-se vários cursos. Consulte a agenda da Associação Pétalas Cósmicas, nesta revista. Artur Araújo Estudante a praticante
No final recebe uma prenda: um exercício personalizado, para praticar diariamente, nos dias que se seguem à sessão.
17
MASSAGEM TRADICIONAL
TAILANDESA Texto: Antónia Vaz
História: Situada a sudeste da Ásia, a Tailândia ou reino do Sião posiciona-se entre duas das mais antigas civilizações - a Índia e a China. O reino do Sião manteve uma tradição de comércio com os estados vizinhos e prosperou, não apenas no comércio, mas também no conhecimento e mistura de culturas que foram cruzando com as suas. A medicina tradicional deste país é uma das mais aparentes evidências, de que a medici18
na chinesa e a medicina indiana estão integradas com a sabedoria tailandesa sobre o uso de ervas e prática médica. A medicina tradicional tailandesa está separada em quatro grandes grupos, a farmácia tailandesa, a prática médica, a prática de partos e a massagem tailandesa. A Massagem tailandesa tem uma longa história desde o tempo de Buda. A alusão à massagem terapêutica tradicional tailandesa ou Nuad Bo-rarn foi encontrada numa inscrição em pedra em 1182/86 e desenvolvida por Dr
Shivago Komarpaj, médico pessoal de Buddha, venerado ainda hoje na Tailândia, como o pai da medicina, cujos conhecimentos foram passando tradicionalmente até aos presentes dias. As práticas espirituais budistas associadas a esta massagem cultivam a humildade, consciência, e concentração na cura, de modo a trazer ao terapeuta um nível mais profundo de conhecimento dele mesmo e do paciente.
Causas das doenças: O conceito fundamental da medicina tradicional tailandesa é semelhante a outras medicinas e terapias complementares. Baseia-se numa forma natural de vida, i.e., o bem estar do ser humano, não depende só do que se passa no corpo e no seu interior (corpo, mente e espírito), mas também do seu relacionamento com o ambiente externo. De acordo com a teoria médica tailandesa, a causa das doenças pode ser de várias ordens: desequilíbrio dos quatro elementos (terra, agua, ar e fogo), mudanças climatéricas, mudança de idade, mudança horária, mudanças físicas de localização, e alterações de modos de vida.
O que é a Massagem Tradicional Tailandesa: A massagem tradicional tailandesa trabalha as linhas energéticas do corpo, utilizando manobras corporais que envolvem alongamentos e acupressão, trabalhados por movimentos balanceados de yoga. Com esta técnica, conseguem-se libertar pontos onde a energia vital está bloqueada, proporcionando um aumento da flexibilidade dos músculos e articulações, estimulando a resistência natural do corpo às doenças fortalecendo o sistema imunitário. Se praticado regularmente, torna-se um cuidado médico preventivo. A essência da massagem tradicional tailandesa alem de amassar músculos e juntas, consiste também na aplicação de acupressão em pontos existentes em linhas energéticas, chamadas linhas Sen, semelhantes às linhas enérgicas ou meridianos, na medicina chinesa. Quando pressionadas estas linhas, estimula-se o fluxo energético interno do organismo. Este fluxo ou desobstrução energética, vai curar os órgãos e glândulas doentes, e eliminar as toxinas
existentes. Muitas vezes, é necessário utilizar bastante pressão nos pontos de tratamento, o que torna esta massagem diferente da massagem de óleo, tornando-a no entanto, semelhante a outras massagens de reflexologia que muitas vezes causam dor no momento, mas posteriormente proporcionam uma sensação de alívio e leveza imediata.
As técnicas empregues podem ser várias, sendo as mais habituais, a acupressão sobre as linhas energéticas, a acupressão em pontos específicos de tratamento para a patologia em questão, a aplicação de bolas de ervas comprimidas, ou bálsamos e óleos específicos. Por vezes quando há dor muscular ou alguma dor que não suporte pressão directa, pode-se utilizar a massagem 19
com bolas de ervas quentes. Esta massagem distingue-se pelas suas propriedades relaxantes e curativas, ajudando assim, a energizar músculos doridos após actividade intensa, contusões, e a reduzir a dor e rigidez muscular. Após aquecidas em vapor, as bolas de ervas quentes são gentilmente aplicadas nas áreas dolorosas assim como, em todo o corpo. O calor retino nas bolas comprimidas, juntamente com as propriedades das ervas, estimulam a circulação sanguínea e melhoram o desempenho do sistema linfático. O nome de Thai Medical Massage, provem do profundo conhecimento tailandês sobre o uso das plantas e dos seus tratamentos específicos de acupressão, sendo inclusivamente prescrita pelos médicos em hospitais. Esta massagem é feita regularmente pelo povo tailandês desde os cinco meses de idade de modo a estimular o sistema imunitário e prevenir o aparecimento de doenças, pelo que pode ser feito a pessoas de todas as idades.
20
Na Tailândia, a massagem não é vista como uma mera massagem, mas como um conjunto de técnicas de cura que o terapeuta utiliza, tendo em vista o bem-estar e alívio do paciente. A verdadeira Massagem Tradicional Tailandesa, ou Thai Traditional Medical Massage, ou Nuat Thai Bo-rarn, é feita no chão, com o paciente usando roupas largas de modo a permitir um fácil manuseamento corporal.
Benefícios: Os benefícios desta antiquíssima técnica asiática são inúmeros. A sua prática regular auxilia o sistema nervoso central, enquanto nutre e relaxa o corpo, promovendo um estado de mente pacificada estimulando o organismo num processo de autocura.
Alguns benefícios: • dilata os vasos sanguíneos, melhorando a circulação e aliviando a congestão muscular,
• actua como uma “limpeza mecânica” empurrando a linfa e acelerando a eliminação de detritos, ajudando portanto a eliminar edemas, • reduz toxinas responsáveis pelo aparecimento de cãibras e outros desconfortos após actividade muscular, • melhora o tónus muscular, ajudando a prevenir ou retardando a atrofia muscular resultante de inactividade, • previne distensões musculares, • aumenta a mobilidade articular, • por ser um exercício físico passivo, pode compensar a falta de exercício a pessoas que, por motivo de dano, doença ou idade, estejam forçadas a permanecer inactivas, • equilibra a simetria músculo-esquelética, • fortalece o sistema imunitário, • diminui o cansaço físico, • facilita a libertação de bloqueios emocionais, • dependendo do tipo de tratamento efectuado, esta massagem pode ter um efeito sedativo ou estimulante no sistema nervoso.
Disfunções que podem ser tratadas:
• dores de cabeça • dores de pescoço ou torcicolos • dores de ombro ou ombro rígido • perna rígida ou com pouca mobilidade • dores de costas • tensão muscular • tendinites • ciática • dormência • fadiga crónica • insónia • stress • irritabilidade
Antónia Vaz Certificada pela Escola de WatPo Thai Traditional Massage School Reconhecida pelo Ministério de Educação Tailandês thaiterapeutico@gmail.com
AULA ABERTA DANÇA ORIENTAL CLÁSSICA 14 FEVEREIRO | 10 HORAS
Aprenda a amar-se LAURA MOURA
Muito mais que o estereótipo da bailarina despida que faz tremer a barriga para seduzir os homens, a dança oriental é uma celebração do divino feminino que permite às mulheres tomarem consciência do corpo e exprimirem naturalmente a sua graça, com alegria e um toque de provocação. A dançar aprende-se técnica, sentido do ritmo, um pouco da cultura árabe. Outros benefícios passam pela melhoria da postura, estímulo da memória, da atenção, da flexibilidade e da circulação sanguínea, tonificação muscular, aumento dos reflexos, distribuição equilibrada da energia a partir do centro do corpo e alívio de tensões, cólicas e problemas menstruais.
ESPAÇO PÉTALAS CÓSMICAS Rua Teixeira Pascoais, 21-A | Lisboa Contactos: 211561754 | 929084049 | yogamilpetalas@gmail.com 21
Eczema, secura, inchaço, frigidez…
Se padece de uma destas condições ou, por infelicidade, de todas elas, saiba que o óleo de Rosa é um remédio eficaz contra essas manifestações. As melhores essências são as da rosa búlgara, marroquina, oriental e de Grasse. Algumas das suas moléculas são mesmo misturadas aos constituintes de outros óleos para os potenciar! Por exemplo, para problemas de pele, pode misturar 2ou 3 gotas de essência de rosa a 2 colheres de chá de óleo de amêndoa. Por fim, mas não o menos importante, e para ocasiões especiais, faça um óleo corporal contra a frigidez misturando entre 3 a 6 gotas a 3 colheres de chá de óleo de soja…
22
Gengiva de bebé dolorida?
Nesta fase em que o seu bebé começa a levar as mãos à boca, sabe qual a melhor comida para lhe dar? Opte por lhe dar pedaços de vegetais e frutas - cenoura, couve ou maçã – porque contêm óleos essenciais que ajudam a aliviar a dor e gengivas inchadas. E se desaproveita a água da cozedura de alimentos, saiba que esse líquido é precioso e riquíssimo em nutrientes. Assim, coza batatas-doces, brócolos e cenouras, por exemplo e esmigalhe-as com a ajuda da água da cozedura; essa mesma água pode e deve ser usada para o puré de batata, em vez da lactose provadamente duvidosa para a nossa saúde.
Como combater a gripe...
Se a gripe estiver instalada, é fundamental beber bastantes líquidos, incluindo aqui a levedura de cerveja diluída em água. Na tradição antiga, o alho era muito usado pelas suas propriedades antibióticas. Assim, descasque e esmague um dente de alho, envolva-o num pedaço de gaze ou num lenço e aplique no nariz, inspirando profundamente entre 3 a 10 minutos, consoante a intensidade da gripe. Renove a operação várias vezes ao dia. Tenha também perto de si o tomilho e o salgueiro: o primeiro é eficaz contra o vírus da gripe e actua na tosse; o salgueiro, origem da aspirina, ajuda a fazer descer a febre.
Bicarbonato de sódio Sabão Natural
Detergentes e Amaciadores Ecológicos
Se a aposta em produtos com características biodegradáveis (isentos de fosfatos e com reduzidos níveis de tensioativos) parece ser agora uma tendência da maioria dos fabricantes de detergentes e de amaciadores de roupa, ainda existem no mercado muitos produtos que podem causar alergias por contacto. Contudo, no mercado já há alternativas – detergentes biodegradáveis, com ingredientes à base de plantas, aromas naturais, minerais e sabão natural. Devem preferir-se detergentes biológicos com enzimas, pois actuam em determinados produtos orgânicos de difícil remoção.
As nozes de Saponária, como sabão natural. Provenientes da árvore Saponária - Sapindus mukorossis - oriunda da Índia e do Nepal, contêm na sua casca a saponina, que tem uma acção muito semelhante à do sabão quando entra em contacto com a água. Quando colocadas num saquinho de algodão, juntamente com a roupa, na máquina de lavar, têm um efeito detergente, não necessitando da adição de detergentes ou amaciadores. Se pretender aromatizar a sua roupa (pois estas nozes não têm qualquer odor especial), pode adicionar num pedaço de tecido, algumas gotas de óleos essenciais de lavanda, rosa, eucalipto, ou outro à sua escolha.
É um poderoso agente de limpeza de superfícies e de utensílios de plástico e de madeira, lavagem e branqueamento, pois neutraliza os ácidos e remove vários tipos de nódoas. Pode ser útil na limpeza de fornos, de casas de banho e como multiusos de várias superfícies da casa. Pode também ser adicionado aos detergentes de lavagem de roupa, reduzindo o consumo dos mesmos. O bicarbonato de sódio, diluído em água (fria ou quente, dependendo do tipo de utilização que se pretende fazer), pode ser utilizado na lavagem de objetos e de superfícies. E adicionado ao vinagre ou ao sumo de limão em diversas soluções de limpeza.
As nozes de saponária também podem ser utilizadas como um multi-usos. Para isso, basta ferver algumas nozes de saponária durante cerca de três minutos, deixar arrefecer, coar e colocar num pulverizador para uso doméstico. As nozes de saponária podem ser adquiridas em lojas de produtos naturais e em supermercados de produtos biológicos.
23
Educação
Astrologia vocacional Conheça a vocação profissional do seu filho O que vai ser quando for grande? Conheça o seu filho através da astrologia e tenha com ele um relacionamento mais satisfatório. Cada ser humano, quando nasce, transporta uma matriz espiritual que, mais tarde, irá construir a sua personalidade. Saber o percurso do seu filho vai ajudá-lo a ser mais feliz! Imagine que a sua filha, ainda de tenra idade, exibe, com alguma naturalidade, habilidades artísticas ao nível da expressão. Encantada, você, que sempre quis ser bailarina como a sua avó, e como mãe atenta e interessada na educação dela, começa a congeminar sobre as melhores escolas artísticas onde ela poderá vir a estudar. Existem antecedentes familiares que provam a natural habilidade da família para a dança e nem pestaneja. Em breve, a sua filha está entregue aos melhores professores clássicos de expressão corporal, tornando-se uma futura promessa naquela área. Porém, já na vida adulta, ela começa a acusar cansaço do seu trabalho de palco e a saúde fragiliza-se, fazendo-a repensar a vida profissional. Uma causa provável é que, apesar do seu inegável talento para a dança, a paixão ou o prazer naquilo que faz está ausente. Muitas pessoas cometem o erro de perpetuar uma determinada inclinação profissional existente na família. Uma família de economistas, por exemplo, tende a ver os seus descendentes a enveredarem pelo mesmo tipo de ocupação profissional. Outros, tendem a projetar nos filhos os seus sonhos esquecidos, ou não concretizados.
24
Distinção entre realização e vocação A astrologia vocacional analisa a pessoa através da esfera profissional, tendo em conta o seu talento pessoal bem como a sua forma de realização social. Depois, alia esta informação com a área vocacional e estabelece uma conexão entre ambas. Por vezes, a área de realização coincide com a vocacional, mas nem sempre é assim. Estão neste último grupo todos aqueles que a dada altura tomaram um outro rumo nas suas vidas profissionais. Interessa aqui fazer uma distinção astrológica entre realização e vocação, dado que a astrologia vive muito de palavras. Por realização, entende-se aquilo que vimos materializar na terra com suficiente satisfação e com o fim de assegurarmos a nossa sobrevivência. A área de realização, vista num mapa natal, é uma área de aprendizagem e trabalho onde o ser gosta de estar e despende muita energia, acabando por ser proficiente ao longo do tempo. Saturno, por exemplo, é um dos planetas do mapa natal a lançar uma luz sobre a área profissional que iremos desenvolver, bem como os obstáculos ou ajudas que encontraremos no caminho.
Uma observação cuidadosa das casas de terra no mapa natal de alguém poderá ajudar o astrólogo a entender como esta pessoa ganhará o seu dinheiro, que tipo de ambiente prefere ela no seu trabalho, ou ainda quais os atributos através dos quais esta pessoa deseja ser reconhecida socialmente.
Talento não significa vocação
A vocação é um termo derivado do verbo no latim “vocare” que significa “chamar”. A vocação é uma inclinação para exercer uma determinada profissão ou um talento (aptidão natural) para executar algo. Normalmente, o talento está muito ligado à área de realização mas nem sempre é lá que se encontra a vocação. Todos nós precisamos dos dois fatores na vida. Poderemos sentir-nos realizados, mas a abundância desperta quando encontramos o foco vocacional em nós. Algo que é único e pessoal. Uma determinada pessoa pode gostar e ter jeito para lidar com máquinas. Poderá fazer um percurso que o leve a pilotar aviões, realizando-se ao fazer algo para o qual tem jeito. Mas o “chamamento” poderá vir de outra área to-
talmente diferente. É na esfera vocacional que o ser humano encontra maior felicidade para fazer emergir a sua originalidade. Preparar os pais para outra dimensão Através da astrologia vocacional, preparam-se educadores, sejam eles pais ou professores, para uma outra dimensão do ser observado. A criança é vista à lupa da originalidade, algo que o mundo tenta erradicar através da sistematização do aluno. O que se pretende é aliar realização com vocação para que o consulente seja uma pessoa feliz ao desempenhar a sua função. Certo dia, um cliente meu veio à consulta. Queixava-se de desinteresse total pelo seu trabalho. Professor catedrático numa universidade, ele estava cansado e desmotivado, sentia que tinha jeito para dar aulas mas, anos a fio naquela profissão, cansara-o. O seu casamento estava à beira da rutura e um vazio instalou-se na sua vida. Nada do que fazia parecia dar certo e a sua vontade era partir numa direção totalmente diferente. A análise do seu mapa indicava um apelo ao reconhecimento através da inteligência, uma clara aptidão para a arte, 25
Áreas que traduzem capacidades inatas
A análise dos padrões comportamentais, baseados em falsas premissas, quando detetados, pode ajudar a pessoa a encontrar a sua vocação ou o seu “lugar certo”. É possível observar quais as áreas de maior conforto para a criança ou o jovem através da análise astrológica vocacional. Como este artigo não se destina a astrólogos, mas a educadores, não me alongarei em observações astrológicas, incompreensíveis para muitos. Existem algumas grandes áreas que traduzem capacidades inatas.
tendo a música um papel de destaque. Indicava, ainda, uma relação tensa com o seu pai e uma mãe muito instável e ausente. Confessou-me que o pai, também ele professor mas do ensino primário, costumava desesperar cada vez que o meu cliente, ainda criança, se sentava ao piano para tocar de ouvido, deixando a meio os inúmeros trabalhos de casa que o pai lhe passava. Era frequente ouvir o pai chamá-lo de “burro”, sempre que se enganava nos deveres. A sua mãe sofria de esclerose múltipla, o que a impediu de continuar os seus estudos musicais. Manifestando uma apatia constante, cuidava do lar, embora estivesse emocionalmente ausente. Uma análise sumária a nível astrológico psicanalítico indicava um homem que moveu montanhas (uma série de desafios e obstáculos profissionais estavam bem presentes no mapa) para se distinguir e ser reconhecido pelo pai numa esfera onde a inteligência tem um pa26
pel determinante. Obviamente, mais tarde na vida e comprovada que estava a sua demanda, este homem começou a sentir um vazio enorme. O seu trabalho refletia, em parte, uma capacidade sua, a da comunicação, mas a vocação tinha sido completamente esquecida.
Pessoas com um “bom mental abstrato” (visível através da observação da casa IX, seus regentes naturais bem como aspetos de Júpiter) têm capacidades na área da filosofia. São pessoas com claras habilidades para o mundo das leis e poderão gostar duma profissão ligada aos estudos superiores académicos. Outros poderão ter uma mente mais investigadora e profunda (casa VIII forte) que ditará profissões ligadas à investigação criminal, psicologia, entre outras. A gestão de dinheiros públicos ou uma forte tendência política, sobretudo quando existem diálogos com a casa X, cabem neste sector.
Hoje em dia, tendo-se reformado da sua atividade profissional, integra uma banda com alguns amigos de infância com quem nunca deixou de praticar e é responsável pela composição musical e as letras de algumas canções.
Mapas fortes na área relacional, com comunicação com a casa IX, poderão fomentar magistrados, advogados e diplomatas. Com determinados aspetos, também cabem neste sector os psicoterapeutas.
A análise vocacional deste homem revela uma área de realização ao nível da comunicação (o que corrobora o facto de ele dar aulas) mas também uma área vocacional no sector artístico.
O sector da saúde, com aspetos saturninos, forma médicos alopáticos, mas, com aspetos uranianos, indicará um interesse nas terapias alternativas, no campo da cura. Cabe neste sector a medicina veterinária e, com determinadas configurações, a pessoa pode ter que viver um período dedicado ao voluntariado.
A música é, de facto, uma ótima forma de comunicar com o mundo e o seu percurso de vida poderia ter sido mais feliz e abundante, logo a partir da infância.
Existem muitos mais sectores no mapa. São 12 ao todo, onde cabem todas as tendências ou polos de interesse com vista à realização profissional. Vocacionalmente, uma das observações mais imediatas do astrólogo centra-se na Lua, pois este é o luminar que nos dá a primeira clara aferição de felicidade do indivíduo. Com a ajuda da componente vocacional, podemos ajudar a realizar vocacionalmente as futuras crianças e jovens da nossa sociedade.
A astrologia é incompreendida
Hoje, educamos pessoas com base na utilidade produtiva dum hipotético futuro económico. Isto é feito sem ter em conta a criatividade ou o talento de cada um. O sistema educativo atual insiste em agudizar o potencial criativo e a criar gente descontente.
Os testes vocacionais realizados nas escolas por altura do 8.º/9.º ano de escolaridade trazem alguma luz sobre possíveis caminhos a serem percorridos pelos jovens. Poderão até ajudar a resolver a primeira grande escolha do educando nesta altura, ensinando-o a optar pela área que estará mais de acordo com o seu perfil. É uma boa análise técnica, mas insuficiente. A astrologia vocacional não se divorcia nunca da astrologia psicanalítica e a análise inclui o enquadramento familiar, firmando as suas conclusões no índice de felicidade do indivíduo, gerado pelo prazer de fazer algo inovador. Quando faço um mapa nunca vejo apenas a pessoa em questão. Não somos ilhas e, os que nos rodeiam, também têm uma palavra a dizer sobre nós. Se um indivíduo “escolheu” esta mãe e
aquele pai, como é minha crença, então eles terão uma parte da pista que leva o ser a ser mais completo. O que os pais conhecem ou intuem dos filhos está descrito nos seus mapas, bem como a possível projeção dos seus sonhos nos filhos, como é normal observar. Infelizmente, vivemos numa sociedade onde a astrologia é incompreendida e descartada, desconhecendo, quem assim pensa, que ela é uma ferramenta excecionalmente completa e sustentável que pode ajudar as pessoas a conhecerem-se melhor e a percorrerem o caminho na Terra com um sorriso nos lábios.
Ana Bensabat; Astróloga; E-mail: anabensabat@gmail.com (Texto escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)
27
Novo Ano: como pôr em prática as novas resoluções?
UMA GRANDE JORNADA COMEÇA COM O PRIMEIRO PASSO, QUE NÃO É QUANDO COLOCAMOS O PÉ NA ESTRADA MAS QUANDO PREPARAMOS A VIAGEM COM TODOS OS DETALHES, O DESTINO A ATINGIR, OS MEIOS PARA LÁ CHEGAR, A DATA DA PARTIDA E TODOS OS PORMENORES LIGADOS AO OBJECTIVO DA VIAGEM E ENTÃO ESTAMOS PRONTOS PARA METER PÉS A CAMINHO. No início do ano, muitas vezes decidimos fazer dietas ou mudanças alimentares, mas não vai além de desejos ou pequenas conquistas rapidamente superadas. Como tornar estas resoluções reais e bem-sucedidas? Em primeiro lugar sugiro que escreva uma carta de amor a si mesmo (a). Alguma vez parou para pensar no ser maravilhoso que é? No quanto a sua vida é valiosa e toca outros de modo tão profundo? No seu corpo que todos os dias se esforça para manter o equilíbrio apesar de ser ignorado e de lhe dar tantos alimentos que o prejudicam? Já pensou nas possibilidades infinitas que lhe surgem para realizar os seus sonhos se acreditar e confiar que o Universo 28
tem o melhor para si? Olhe bem para dentro do seu ser e escreva uma carta de amor para si mesmo e sinta o seu coração vibrar de alegria. Se sentir amor por si mesmo e pelo seu corpo maravilhoso vai querer trata-lo da melhor forma possível, então está na hora de delinear as mudanças: faça um diário alimentar de tudo o que come todos os dias o mais pormenorizado possível durante uma semana, incluindo a sensação física que teve depois de comer (por exemplo muitas pessoas sentem-se inchadas depois do almoço) e se por acaso teve algum desejo súbito por algum alimento tipo chocolate, bolos, fritos analise as emoções que estava a sentir e escreva isso também. Por vezes as pessoas têm dificuldade em estabelecer parâmetros de mudança porque nem sequer têm noção do que precisam de mudar e um diário alimentar ajuda a fazer este percurso de auto conhecimento. Agora que já dispõe de algumas ferramentas de autoconhecimento, seleccione companheiros de viagem. Procure um profissional na área da ali-
mentação que o possa aconselhar com um programa alimentar adequado às suas necessidades e pessoas amigas com quem poderá realizar caminhadas ou praticar algum desporto ao final do dia ou ao fim de semana. É sempre mais fácil começar com apoio do que sozinho. Com a sua carta de amor, a sua reflexão, o diário alimentar, a consulta com um profissional, está pronto para dar o primeiro passo nesta jornada de mudança alimentar aventurando-se num mundo de novos sabores rumo ao bem-estar e à saúde do seu corpo maravilhoso. Nesta viagem poderá encontrar novos pontos de interesse participando em aulas de culinária saudável, provando novos paladares em restaurantes diferentes do que seria habitual como restaurantes vegetarianos. Aventure-se. Atreva-se a sair da sua zona de conforto e seja feliz e saudável.
Isabel Gomes da Costa
Naturopata e palestrante Aconselhamento alimentar www.alquimiaalimentar.com
WORKSHOP PILARES
LYS
DE SER HUMANO NA TERRA
com: Sundari
21 E 22 DE MARÇO DAS 9.30 ÀS 18 H
Local: Figueira Mansa // Lisboa Este será um workshop de re-alinhamento, de pura presença e meditação, de encontro com a Fonte da Energia de Cura e Amor em LYS. Unindo a nossa Luz e a nossa Sombra tocamos a frequência do Todo original e assim seguimos completos, brilhando na nossa verdadeira essência interior! Chega o momento de celebrarmos em grupo a nossa essência… criando o campo energético necessário à cura de cada coração e do planeta…. Teremos oportunidade de conhecer e trabalhar com o Oráculo de Lys e a sua Geometria Sagrada :: Pilares de Ser Humano na Terra :: Mandalas de Ilustração de Qualidades e Emoções que todos pedimos para alcançar ou transcender, a fim de manifestarmos na Vida COMPAIXÃO e SERVIÇO de Ser!! Vamos descobrir como se manifestam as Mensagens do Oráculo de Lys na nossa Vida e a Vibração de Cura das suas Ilustrações. Vamos reconhecer onde se alojam no nosso corpo as emoções que nos controlam e como podemos transformar de forma positiva a sua influência no nosso Sentir e Agir na Vida quotidiana… Será um fim-de-semana totalmente dedicado à Benção de Ser Humano na Terra! www.geometriasagradadelys.com|www.sundarilys.com Infomações / Inscrições:coracaodelys@gmail.com / Valor: 77€€ Para confirmar presença: Por favor faça uma transferência no valor de 50€ para: Nib:0038 0000 3797 6664 7712 7 - Marta Diogo Os restantes 27€ serão pagos à chegada (não temos MB) 29
Quintal Bioshop
O Mundo atrás do balcão NA MINHA CARREIRA RECENTE DE EXPLORADORA DE UMA CAFETARIA BIO-VEGETARIANA, DOU POR MIM A VER O MUNDO ATRÁS DE UM BALCÃO. O BALCÃO JÁ LÁ ESTAVA QUANDO EU CHEGUEI, TAL COMO A TORRADEIRA E O FRIGORÍFICO DA SMEG - TODOS GOSTAM MUITO MAIS DELE DO QUE DE MIM, JÁ AGORA. É DO LADO ONDE NÃO ESTOU QUE PASSAM OS CLIENTES: UM MUNDO. O PALCO DESTE MUNDO É O QUINTAL BIOSHOP – MERCEARIA E LOJA DE PRODUTOS BIOLÓGICOS, COM EXTENSÃO DE CAFETARIA E SALÃO DE CHÁ, PARA OS SERVIR. 30
O meu novo mundo entra-me pela loja dentro e traz-me notícias de outros mundos, próximos ou distantes. Da Austrália, por exemplo, vêm normalmente novas sorridentes, gentis. Quando vão embora, passam pela caixa, dão sempre duas de letra – normalmente em torno de um mapa do Porto – e deixam um rasto de calor humano que casa muito bem com a nossa lusitanidade. Da Ucrânia, acolho jovens ansiosos que chova ou faça sol andam de manga curta por debaixo de agasalhos fortes e feios. Dos Açores, aconchegam-se na loja visitantes com pena de não terem mais opções bio e vegetarianas na terra
deles. Pelo meio, ficam a Bélgica, a Califórnia, a Espanha e a Suíça, numa geografia muito misturada mas exata no mapa dos afetos e experiências. Neste mundo que me desfila no Quintal, é fácil perceber, porém, que os portugueses não têm o exclusivo da simpatia, bem pelo contrário. Nove em cada 10 sisudos – daqueles que entram na sala onde só estou eu e se sentam sem nunca dizerem olá, ou boa tarde – são portugueses. Nove em cada 10 dos que vão embora e deixam um elogio ou um comentário amável sobre a comida ou o espaço (e vá lá, gorjeta), são estrangeiros.
No Quintal, a comida pode ser descrita como....boa. A regra é usar ingredientes biológicos, da época, criados e colhidos ou produzidos o mais perto possível das mesas onde se sentam os meus fregueses. O método para criar o menu passa essencialmente pelo que na minha cabeça se apresente como comidinha tradicional portuguesa... sem carne nem peixe. O processo de confecção, posto que somos uma cafetaria e não um restaurante, é também simples, nada de sofisticações técnicas que apaguem o brilho dos verdadeiros protagonistas do prato: os ingredientes biológicos.
O espírito deste Mundo em que me aventuro – depois de uma carreira de mais de 30 anos como jornalista – estava já meio construído pelas minhas parceiras mais recentes. A Mónica, com o seu amor pela saúde natural, a Alice, com o seu proverbial amor pelos animais. A mim coube juntar-lhe a atmosfera “casa da mãe”: entre, ponha-se à vontade, peça colo e mimos que será atendido. As gatas Mizuna e Rúcula e o sorriso franco da minha mana Paula – pilota exímia da máquina dos sumos e da torradeira - encarregam-se do resto.
Leonor Moreira QUINTAL BIOSHOP R. do Rosário, 177 // Porto Tel: 222 010 008
31
32
ESTAS FOTOGRAFIAS ESTÃO PROTEGIDAS PELOS DIREITOS DE AUTOR E DEVIDAMENTE IDENTIFICADAS. SÓ PODEM SER PUBLICADAS NESTA REVISTA EM CONJUNTO E SOB O TEMA DE PORTEFÓLIO
33
OUTONO | MATA DE BENFICA A procura da fotografia num espaço pequeno, como este oásis urbano, obriga a uma atenção redobrada. O detalhe pode estar em baixo ou no alto, na contraluz ou na sombra. Nos contrastes provocados pela luz viva e rasante do sol de Outono. A Natureza surpreende quem anda à procura, faz-se sentir e ouvir. A acuidade do olhar penetra até à sua própria respiração, transportando o observador para uma outra dimensão. Para o espaço do deslumbramento! A.F
34
35
Uma questão de flora mais importante da saúde holística do Apesar de conhecida como Como tudo começa indivíduo animal. O momento do nascimento parece ser “flora” intestinal, a comunideterminante para a colonização intestinal dos animais recém-nascidos. Atores em palco dade microbiana que habita o A passagem pelo canal vaginal é de- As principais bactérias benéficas da intestino dos nossos animais terminante para que as estirpes mais flora intestinal são comensais e mude bactérias alcancem a tualistas, ou seja, desempenham fundomésticos é maioritariamente importantes boca do recém-nascido e migrem até ções que beneficiam e apoiam as esconstituída por bactérias que ao intestino onde iniciam a sua função. truturas e mecanismos naturais do Nas primeiras semanas após o nasci- funcionamento do organismo do seu desempenham múltiplas funmento, a amamentação e a lavagem hospedeiro, enquanto são elas mesmo todos os elementos da ninhada por beneficiadas por recursos próprios do ções, importantes para a saúde de parte da mãe permite uma partilha da organismo onde habitam. biodiversidade microbiológica muito geral, desde a produção de importante. Algumas das vitaminas, minerais, amivitaminas, à regulação hormonoácidos e ácidos gordos que o corpo nal e à estimulação do sistema Quanto maior a diversidade de espé- dos animais necessita não está presencies e estirpes de bactérias comensais te diretamente nos alimentos mas sim imunitário contra as principais no intestino, maior a probabilidade de indiretamente, e fica disponível apenas cada indivíduo ser forte e saudável, e é após a sua “fermentação” e “digestão” doenças infecciosas. aqui, no intestino, que se inicia a fase pelas principais bactérias da flora in36
mais células bacterianas na flora intestinal do que células no próprio corpo. A atividade metabólica destas células bacterianas é tão intensa, que a flora intestinal é considerada, só por si, como sendo um órgão “esquecido” do corpo.
Impressão digital microbiológica
No ser humano foram descobertos, até ao momento, três enterotipos diferentes. Um enterotipo é uma forma de classificação dos seres, de acordo com o tipo e características da sua flora intestinal, tal como os grupos sanguíneos Rh e AB0 são uma forma de classificação dos seres de acordo com as proteínas que se encontram na membrana dos glóbulos vermelhos.
testinal. Muita da estimulação imunitária natural de que o corpo dos animais precisa para se defender das doenças infeciosas é promovida pela ação destas bactérias sobre células específicas da parede do intestino que produzem um tipo “especial” de anticorpos, as imunoglobulinas. Estas são a primeira linha de defesa do corpo e a mais importante. Colonizam e patrulham todas as mucosas e a pele e são as primeiras a sinalizar qualquer agente infecioso nocivo que entre em contato com o organismo. As bactérias benéficas da flora intestinal previnem igualmente as doenças controlando a presença de fungos, vírus, parasitas e bactérias nocivas como clostrídeos, salmonelas e estafilococos no intestino, contribuindo para a re-
gulação hormonal e promovendo o desenvolvimento de um intestino saudável regulando o nível inflamatório e a presença de substâncias tóxicas e nocivas.
Biodiversidade
A presença bacteriana da flora intestinal em cada individuo pode conter até cerca de 1000 espécies diferentes de bactérias, o que varia com a dieta, hábitos de vida, espécie animal e estado de saúde geral, entre outros fatores. As principais e mais numerosas são do género bacteroides, mas outras como clostrídeos, fusobaterias, eubactérias e bifidobactérias podem ser encontradas. O número de microorganismos da flora intestinal é tão elevado (cerca de 10 triliões) que os organismos animais têm
Dito isto, é curioso observar que os enterotipos não variam em função da idade, sexo, peso ou nacionalidade (tal como os grupos sanguíneos) e são como uma identidade ou impressão digital microbiológica, mas podem variar em função do tipo de dieta que se adota a longo prazo. Desta forma, a alimentação que assumimos para nós e para os nossos animais é relevante para o seu bem-estar, saúde e mesmo identidade!
A importância da alimentação natural na saúde holística dos animais
Se, tal como vimos, a cada ser corresponde uma identidade microbiológica e que esta pode ser alterada em função da alimentação que se adota a longo prazo, podemos perceber que a variedade alimentar é uma das peças chave e importantes para a saúde natural dos organismos. Contudo, na saúde animal e prática veterinária da atualidade, é incentivado o consumo exclusivo de ração pelos animais e desencorajado o consumo de qualquer outro tipo de alimento que não seja processado ou embalado. 37
Sendo a flora bacteriana responsável pela produção e síntese de inúmeros nutrientes desde vitaminas, minerais e aminoácidos, entre outros, se a identidade microbiológica intestinal de um organismo se encontrar desprovida dos seus nutrientes essenciais (conhecidos como prebioticos), perderá a sua identidade microbiológica e não poderá sintetizar para o organismo as vitaminas, minerais e aminoácidos essenciais, gerando por sua vez consequências na saúde geral que tanto nos são familiares hoje em dia na nossa saúde e dos nossos animais como alergias, atopias, inflamação crónica, sistema imunitário debilitado, contrair facilmente doenças sazonais e por fim o desenvolvimento de doenças autoimunes, degenerativas e cancro. 38
Tudo isto indica que, durante muito tempo, a flora intestinal não foi bem alimentada, nem tratada com respeito, e que a sua identidade foi perdida… e com ela a saúde do indivíduo também!
A solução mais simples…
A solução mais simples é respeitar a alimentação natural característica de cada espécie e implementar variedade e elementos frescos em todas as dietas. Reduzir ou eliminar alimentos processados e embalados da sua dieta e da dieta do seu animal é muito importante e pode ajudar a evitar muitos gastos em consultas veterinárias e em medicamentos que se tornam desnecessários quando a saúde do seu animal está equilibrada.
… por trás do problema…
Com certeza o seu animal já terá procurado e insistido em comer fezes de outros animais, incluindo carnívoros ou herbívoros, ou mesmo de seres humanos que encontra na rua. Em, geral são situações constrangedoras e para as quais muitas vezes não encontramos uma razão. O nome “técnico” desse comportamento é coprofagia e muito provavelmente, se o seu animal apresenta esse comportamento, é porque lhe está a chamar a atenção para uma necessidade metabólica do seu organismo que muito provavelmente tem a ver com carência de determinadas vitaminas, minerais ou aminoácidos que deveriam estar a ser produzidos pela sua própria
flora intestinal e não estão. Nesse caso, ele procura fazer uma reposição da flora intestinal consumindo a flora de outros animais presente naturalmente nos seus excrementos (cerca de 60% da massa fecal é constituída por bactérias e outros micro-organismos da flora intestinal). Pode existir também um desequilíbrio microbiológico com um excesso de microbiotas patogénicos que causam disfunção subaguda do sistema imunitário e uma solicitação acrescida de nutrientes como compensação, ou uma população excessiva de parasitas no intestino que causam mais inflamação local e menos aproveitamento de nutrientes. Muito provavelmente, se isto está a acontecer, indica que a identidade microbiota do intestino do seu animal não foi respeitada e a alimentação que
lhe faz não estará, muito provavelmente, adequada à espécie ou, em simultâneo, às necessidades metabólicas particulares do seu animal.
gastrointestinal em pessoas com doenças relacionadas com a deficiente capacidade da sua flora bacteriana em proteger e manter um tubo digestivo e sistema gastrointestinal saudável.
…e as novas soluções!
É muito curioso verificar que algumas das novas terapias, em particular quando se diagnostica uma disfunção da flora intestinal num desequilíbrio ou doença, oferecem como resposta terapêutica aquilo que, na natureza e por si sós, os animais procurariam para se tratar. Neste caso, e de acordo com o mesmo motivo pelo qual o seu animal procura excrementos para repor e equilibrar aspetos da sua saúde gastrointestinal, cápsulas congeladas de excrementos são usadas em alguns hospitais e universidades estrangeiras no tratamento de disfunções e patologias do sistema
Dinora Xavier
Diretora Clínica do Centro Veterinário de Medicina Holística Integrada e Diretora Técnica da Terra Ancestral – Produtos para saúde animal natural e biológica e ambiente sustentável www.veterinariaholistica.net www.terraancestral.pt
39
Regresso Ă Serra
Reportagem ( texto e fotos) Paulo Caetano
Uma neblina hĂşmida e pegajosa espalha-se pela Serra Amarela, desbotando os alaranjados recentes dos carvalhais. O dia apresenta um tom cinzento, quase leitoso. Um chuvisco persistente teima em cair, ensopando os discretos trilhos abertos pelo calcorrear dos animais selvagens. E engrossando as ribeiras torrenciais - que escorrem por entre penedias. 40
verticais. Eis-nos chegados ao território recentemente colonizado pelas cabras monteses. Em pleno coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Aos sons da serrania, sobrepondo-se aos cantos das felosas-do-mato e dos petos-verdes, junta-se o ruído grave das botas. Um barulho ritmado, com uma cadência constante, cada vez que a areia do caminho é calcada. Mochila às costas, binóculo e máquina fotográfica a tiracolo, Miguel Dantas da Gama acelera o passo. Galga um pouco mais pela serra, contorna uma e outra curva do carreiro, sobe sempre para um patamar mais elevado. Para trás vão ficando os carvalhais, que se tornam raros. Sucedem-se os vidoeiros, até que surge, numa cota mais elevada, uma paisagem dominada pelas urzes e outros matos rasteiros. Os fraguedos rompem do chão, como num desafio claro à gravidade – criando brenhas quase
Miguel é um naturalista com muitos anos de montanha. Dirigente e fundador do Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens (FAPAS), dedicou-se, há mais de duas décadas, ao estudo e acompanhamento da população de águias-reais que sobreviviam no interior desta área protegida. Mas as “rainhas dos céus”, como carinhosamente as chama, foram apenas um pretexto para mergulhar na natureza selvagem do Gerês. “Lembro as primeiras caminhadas com companheiros mais velhos e experientes. Quando trepávamos os penedos e, ao chegarmos ao cimo, comentávamos como seria especial, quase mágico, encontramos os velhos bodes monteses – que se extinguiram destas serras há mais de um século”, recorda enquanto caminha.
Durante anos, Miguel Dantas da Gama estudou o tema. Pesquisou as causas históricas ligadas ao desaparecimento das cabras, analisou os ecossistemas actuais tentando descortinar se teriam condições para suportar o regresso da espécie. Concluiu que sim – que o regresso das cabras não só era possível, como podia ser o pretexto necessário para dinamizar o Parque Nacional, travando o acelerado processo de degradação biológica a que se assistia. E tornou-se um dos principais defensores da reintrodução da cabra brava. Mas a sua voz – e a da associação a que pertence – pouco eco teve junto das autoridades de conservação nacionais. Todos diziam que sim, que era um sonho giro, mas ninguém movia uma palha que ajudasse a concretizar este projecto. Até que o destino lhes pregou uma partida: as autoridades galegas queriam libertar cabras do seu lado da fronteira e tinham vários exemplares num cercado, à espera de uma autorização de Madrid. Que tardava. Até que, um belo dia nos finais dos anos 90, um casal adulto e duas crias evadiram-se do cercado. Fixaram-se na Serra Amarela e por lá se reproduziram. Sem grandes espécies competidoras ou caçadores furtivos, com poucos predadores naturais. Hoje são mais de 80 cabras adultas descendentes desta parelha inicial. 41
terrenos centrais do Parque Nacional até Pitões das Júnias, mas que também já se aproximam do Planalto de Castro Laboreiro. “Foi um símbolo que regressou ao Gerês e a estas montanhas. Os serranos nunca as esqueceram, a sua presença histórica é recordada pela toponímia ainda existente: Pé de Cabril, Rio Cabril, Altar de Cabrões”, defende Miguel Dantas da Gama, que logo acrescenta com convicção: “A presença destas manadas de cabras monteses é boa para o lobo e ajudará a fixar novos casais de águias-reais que, depois da extinção recente, também estão a ser libertadas do lado galego”. Agora, nessas veredas que tão bem conhece, nos atalhos que partem das encruzilhadas, Miguel sabe que um encontro com uma manada de cabras bravas é sempre possível. Aliás, já teve vários. Mas cada um deles ainda lhe parece um sonho. “Uma manhã de 2010, aqui na Serra Amarela, abordei um penhasco por cima em busca de vestígios de nidificação das águias-reais. E avistei um bode deitado ao sol, com dois cabritos. Quedei-me sossegado e estive quase uma hora a observá-los”, lembra com entusiasmo, evocando os meandros da memória para recuperar os pormenores e as emoções desse dia: “Não me tinha apercebido que, por debaixo da pedra onde me sentava, estava uma manada inteira. E quando elas começaram a descer tiveram de passar a poucos metros de mim. Eram mais de 40 fêmeas, acompanhadas pelas crias. Não queria acreditar que estavam ali tão próximo”. Foi o regresso da cabra-montês ao seu último reduto em território nacional. Haviam desaparecido das encostas sobranceiras à Mata de Albergaria, onde foi capturado o último exemplar vivo, e para essa zona “naturalmente” regressaram. Ao perceberem que, afinal, as áreas protegidas do Gerês e do Xurés já tinham
42
cabras monteses, as autoridades galegas realizaram novas soltas de animais. Libertaram cabras bravas, oriundas da Serra de Gredos, logo no final do primeiro ano do século XXI, em diferentes pontos da fronteira. Os animais formaram manadas e foram colonizando novas zonas. Actualmente são estimados mais de 400 exemplares, disseminados por todo o vale do Rio Homem e pelos
Apesar dos sucessos que se têm registado, quer em termos reprodutivos, quer na colonização de novos territórios, a vida das cabras monteses no Gerês não é isenta de dificuldades. E um dos períodos mais sensíveis da sua existência é, precisamente, no Outono. Quando as fêmeas iniciam o estro e toda a dinâmica social muda.
Os bodes são os primeiros a denunciarem a nova situação. Tornam-se mais agitados e vigorosos. Abandonam os seus companheiros e deambulam de um lado para o outro sozinhos, galgam fragas e saltam penedos, em busca das fêmeas já receptivas. Passam horas aspirando o ar com sofreguidão, tentando apanhar na brisa a informação que necessitam. Ficam irascíveis e, quando contrariados pelos seus pares, tornam-se violentos. Quando um observador os avista na serra facilmente percebe se estão a perseguir uma fêmea em cio. Por regra, acercam-se dela tentando cheirar os seus genitais ou o focinho. Arreganham os lábios e colocam a língua de fora, para confirmar – ou não – o estro da parceira. Depois, em caso afirmativo, tornam-se acérrimos protectores. Perseguidores obcecados que a seguem por todos os trilhos. Não deixando que nenhum outro bode chegue perto da “sua” fêmea. Chegam a enxotar para longe as cabras que ainda não estão receptivas ou as próprias crias. Não querem por perto nenhum tipo de distracções. E sempre que a cabra o permite tentam, rapidamente, copular. As fêmeas em estro suportam bem estas atenções. Toleram a presença do reixelo e seguem a sua vida habitual, procurando rebentos frescos e ervas saborosas. Por vezes, é possível vermos três e quatros bodes – de diferentes idades – a perseguirem a mesma cabra… perante a aparente indiferença da “vítima”. É nesses momentos que as situações se tornam mais tensas e a Natureza selvagem dos animais se manifesta. Quando um reixelo se sente ameaçado pela presença de um rival, não hesita. Exibe com frequência a sua virilidade – tentando intimidar o adversário. Se isso não resulta, opta por medidas mais extremas. E inicia-se o combate.
O som do embate dos dois crânios é seco e poderoso. Como que sincronizados por um relógio invisível, os dois desafiantes erguem-se nas patas traseiras e buscam impulso. Depois caem com estrondo, marrando um contra o outro. Enganchando a cornadura e fincando as patas nas rochas. Repetem o mesmo movimento uma e outra vez, com uma violência crescente. Tentando encontrar uma fragilidade no oponente. Tentando ferir o rival com os seus cornos afiados e em forma de lira. Tentando que o outro competidor recue e bata em retirada. O que acaba sempre por acontecer… mais cedo ou mais tarde! Afastados os rivais, o reixelo dominante fica com o terreno livre para cobrir as suas fêmeas e transmitir os seus genes de vencedor às futuras gerações que continuarão a povoar as serranias agrestes do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Mas sempre que os avistarmos, sempre que nos emocionarmos com a sua presença, convém não esquecer que o seu regresso não se deveu a nenhuma política de conserva-
ção da biodiversidade das autoridades e dos governantes portugueses. Ao longo de cem anos, todos aqueles que nos governaram aceitaram pacificamente a extinção da cabra montês. Mesmo depois da queda dos dois ditadores fascistas, as recentes democracias ibéricas nada fizeram para que a mítica cabra brava retomasse o seu solar. Só uma partida do destino – e a acção dos galegos – permitiram que a Natureza voltasse a reclamar algo que lhe pertencia por direito e que o Homem havia destruído. 43
Educação Ambiental
o caminho a percorrer em direção à sustentabilidade Nos dias que correm deparamo-nos frequentemente com a exagerada repetição de determinados conceitos-chave relativos à temática do Ambiente, sendo o conceito de “sustentabilidade” aquele que mais se destaca.
turo, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais.”
Mas será que se sabe verdadeiramente o que é ser sustentável? E qual o caminho a percorrer, para um destino tão incerto?
Importa notar que esta definição apenas se gerou por necessidade. Isto é, de uma forma simplista, depois da revolução industrial e do consequente aumento do consumismo, começaram a surgir graves doenças que se provaram ser consequência da poluição gerada pelas fábricas que trabalhavam de forma quase ininterrupta.
O conceito de sustentabilidade foi introduzido através da definição de “desenvolvimento sustentável” em 1987, no Relatório Brundtland, pela Comissão Mundial sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, como sendo “o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no fu44
Foi então aí que se decidiu pensar sobre o que poderia ser feito para resolver ou atenuar, a toxicidade consequente do rápido e descontrolado desenvolvimento socioeconómico que se fazia sentir, tendo-se então começado a falar em proteção do meio ambiente. A
posteriori surgiu então o conceito de desenvolvimento sustentável, como modelo alternativo ao tipo de desenvolvimento que decorria na época. Este conceito é atualmente discutido entre os políticos de todo o mundo e Portugal não é exceção. Todavia, ao olharmos de forma crítica, conseguimos ver que apesar de ser um assunto muito debatido, apenas alguns países desenvolveram na prática determinadas formas de viver ditas verdadeiramente “sustentáveis”, como é o caso dos países do Norte da Europa. Inevitavelmente quando pensamos em questões ambientais e a forma como elas são debatidas em Portugal assola-nos uma sensação de desmotivação e desalento. Dá-nos a sensação de que o ambiente apenas é falado em meios políticos, traduzindo-se em metas a alcançar, mas na prática não são iden-
formação sobre matérias do ambiente, torna-se assim um vetor de comunicação transversal que acaba por irromper pelas camadas verticais de estruturas organizacionais que ainda só veem a preocupação com o ambiente como um custo que não querem ter. É preciso formar as crianças. Fazer uma reengenharia do processo educativo. Apostar na educação não formal das nossas crianças, para que, ao apreenderem que as suas raízes provêm da terra que pisamos, do ar que respiramos, da água que bebemos e das pessoas com quem nos relacionamos, consigam interiorizar o valor intrínseco do planeta terra e assim, por passa palavra, consigam mudar as mentalidades dos adultos, que, muitas vezes por vicissitudes já estabelecidas, não querem de forma alguma mudar.
tificáveis resultados palpáveis. Mas ficamo-nos apenas pela sensação. A realidade não é bem assim. A consciência ambiental de grupo está a começar a emergir, sendo progressivamente cada vez mais visíveis projetos nas áreas dos resíduos (diminuição e sua valorização), água e energia (diminuição de consumos e procura de alternativas), preservação das florestas, descontaminação de solos e do ar, etc. À parte destes projetos, surgem também e de forma pontual, algumas iniciativas de educação ambiental nas escolas. Em Portugal, a educação ambiental desenvolveu-se particularmente durante os anos 90, onde se tornaram visíveis várias atividades cívicas e educacionais, assim como determinações governamentais a elas associadas. No entanto, foi antes disso, a partir dos anos 70 que a Educação ambiental começou a ter visibilidade institucional através dos
esforços desenvolvidos pela Comissão Nacional do Ambiente, renovados posteriormente pela Lei de Bases do Ambiente e pelas competências legais assumidas pelo Instituto Nacional do Ambiente, posteriormente substituído pelo Instituto de Promoção Ambiental e, desde Junho de 2002, pelo Instituto do Ambiente. No Ministério da Educação têm vindo a ser introduzidas, gradualmente, algumas referências à educação cívica e educação para a cidadania com carácter transversal, o que tem contribuído para a implementação de projetos de Educação. Todavia o caminho da educação ambiental está dependente de todos nós – pais, educadores, amigos, ativistas. A educação ambiental é imperativa para o caminho da sustentabilidade.
O desenvolvimento sustentável assenta nas gerações vindouras como principal força motriz da evolução consciente, ecológica e naturalmente viável. Para isso temos que permitir que este tipo de educação chegue às nossas escolas, venha ao encontro de um breve momento com crianças, seja sob a forma de participação em workshops, seja em pequenos serões de divulgação, seja numa pequena brincadeira em casa com os pais/educadores. A mudança verde que tanto é necessária começa nas sementes das nossas gerações vindouras. Só essas podem germinar de forma genuína e verdadeira, povoando o mundo cinzento de um verde de mudança. (Texto escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)
Daniela Maria Ferreira Eng.ª do Ambiente danielamaria89@gmail.com
Assentando os seus pressupostos na consciencialização e divulgação de in45
Destino
Sou Pastora de nuvens, e por muito que espere, não há quem me explique o meu vário rebanho na planície aérea, não sei se o conduzo se o acompanho.
palha-se pela Serra Amarela, desbotando os alaranjado
As nuvens, às vezes, parecem que dizem meu nome, que me andam seguindo, que me abençoam não sei por onde, como em tudo na Criação. Viagem, Cecília Meireles, 1937 edição facsimle in http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/viagem.html
A alma das Nuvens Nuvens são expressões de humor da atmosfera e podem também ser lidas como reveladoras do humor de cada pessoa In Manifesto da Cloud‘s Society Appreciation
46
As nuvens são água em estado onírico. Às vezes pastoreio as nuvens. E esse tempo traz-me no eco do sentir, a certeza de que não estou só nas minhas interrogações. Cada Ser, cada imagem que vejo, advém da minha leitura e dos meus sentimentos nesse instante. E surge em mim um espaço para sentir com a mente e pensar com o coração. E a liquidez das águas do meu corpo manifesta esse sentir. É nela onde se aninham todas as memórias. O cientista Masaru Emoto (1943 – 2014) foi quem nos mostrou a relação entre o sentir do ser humano e as gotas de água. E descobriu que as gotas de água, que são parte do nosso mundo, que são parte do nosso corpo (70%), correspondem à emoção humana.
-se numa imagem nova que mostrava a mesma água límpida e cristalizada, perfeitamente simétrica, pura, e tudo, resultado da simples projecção positiva da emoção humana sobre essa água. Com isto ficou absolutamente demonstrado que existe um efeito directo entre o que sentimos no nosso corpo e o que acontece no mundo fora do nosso corpo. Sabemos que a água regista as vivências profundas, o mundo das emoções. A água é isso que em nós acumula o sofrimento psíquico, a angústia e o mal-estar irracional. Água onde me afundo e de onde bebo. Porque emoções são
Cada nuvem tem uma “alma” própria. Os sentimentos são referências que, atravessam as malhas do pensamento abstracto para acordar em nós memórias mais longínquas, novas geometrias que nos remetem a um Saber perdido. Nós somos uma consciência ligada a um campo complexo de inteligência. Ao apreciarmos as nuvens elas tornam-se, em nós, bolhas de consciência reveladoras de algo interno e quiçá mais luminoso. São o alfabeto do Céu. As nuvens são a maneira de nós percebermos o humor de Deus que a Natureza simbolicamente nos propõe vislumbrar, e assim, podermos viver melhor com emoções mais subtis.
Masaru Emoto realizou uma experiência científica . Pegou em frascos de água e passou-lhes variados sentimentos, etiquetou-os com as emoções que no momento o envolviam (raiva, alegria, ódio, amor …) e congelou-os por um determinado período de tempo. Posteriormente, foram retirados, começaram a descongelar e cristalizaram. Quando fotografados, os cristais que surgiram, manifestaram-se então como sinais reveladores da emoção sentida na altura em que foram etiquetados, quando a água estava ainda em estado líquido. O grupo liderado por este engenheiro químico pegou na água de alguns dos diques mais poluídos do centro do Japão verificando que, essa água, nunca chegava a cristalizar. Quando a observavam através de um microscópio reparavam que assumia sempre uma forma muito turva, muito nebulosa, sem simetria. Então, depois de 500 pessoas rezarem junto aquela água poluída, tendo-lhe sido aplicada uma nova emoção … a imagem anterior que mostrava a água no seu estado tóxico transformara-
energias em movimento … e quando juntamos um pensamento a qualquer emoção temos um sentimento. Ao vivermos os nossos sentimentos mais densos, vamos repetir sem parar esse sentimento que apenas nos permitiu sobreviver. Quando nos conseguimos libertar da dependência e do vício que criámos em viver repetidamente aquele sentimento, a nossa energia passa a ter uma frequência mais elevada e começamos a libertá-la para forjar uma Vida nova, recriando novas soluções para velhos problemas e assim restaurar a poesia na nossa vida.
As nuvens são um exemplo belo e contundente de como cada um de nós tem a oportunidade de participar, não de controlar ou manipular, mas integrar os eventos do nosso mundo, da nossa vida, da nossa família e do nosso corpo através da unidade complexa na qual vivemos. Isso com que podemos conectar e que nos pode por em Paz.
Maria da Conceição Pinho (Psicoterapeuta) Lisboa, Janeiro de 2015
47
MiniCasas A escultura e a olaria são ofícios que sempre o seduziram. Ajudavam-no a superar a frustração profissional, imprimindo um ritmo diferente ao seu quotidiano. Bancário durante vários anos, João Neves decidiu, então, mudar de vida e a dedicar-se a tempo inteiro à construção de MiniCasas, soluções habitacionais ecológicas e de baixo custo. “A ideia nasceu porque quis entregar-me a algo que respeitasse a susten48
tabilidade ambiental” diz à Mil Pétalas Magazine. Não é fácil fazer mudanças, adianta, “mas uma vez tomada a decisão os sentimentos de felicidade e de liberdade são fantásticos”. É na Moita de Alvorninha, nas Caldas da Rainha, que João Neves, de 49 anos, trabalha materiais como a madeira, a lã de ovelha e a cortiça para dar forma às encomendas que se vão multiplicando
ANDAR COM A CASA ÀS COSTAS à medida que os seus projectos vão sendo conhecidos. O conceito propriamente dito nasceu da sua experiência. Por um lado, sempre gostou de se deslocar e por outro as preocupações com o ambiente estiveram sempre presentes na sua vida. As habitações não são fixas, as pessoas podem “andar com as suas mini casas às costas”. Como são amovíveis, quem
adquire uma mini casa pode deslocá-la para onde entender sem que para o efeito seja necessário licenciamento. O logotipo do projecto de João Neves é, claro está, um caracol que “também leva sempre a sua casa atrás”.
Madeira, là e cortiça
As habitações, explica João Neves, têm como base de construção a madeira e a lã de ovelha que funciona como isolamento visto não só absorver mas também libertar muito facilmente a humidade. As pequenas casas, de formatos que podem ir da caravana cigana até à tenda mongol, são bastante confortáveis. E nelas, tudo é pensado até ao pormenor. Nas sanitas que são instaladas em cada mini casa “em vez de água é utilizada serradura que decompõe muito fácil e rapidamente e que tem um grande efeito de isolamento. Não cheira mal e pode depois ser utilizado como fertilizante de jardim”. Será necessário despejar os resíduos de dois em dois dias. No que respeita aos duches e equipamento de cozinha as opções são sempre decididas pelos clientes e existem várias alternativas no mercado. As águas são, contudo, aquecidas através do recurso à energia solar João Neves conta que o primeiro cliente foi uma senhora de 72 anos e confessa: “Inicialmente pensava que a maioria dos clientes iria ser estrangeira, mas o facto é que os portugueses já aderiram ao conceito”. Há também muitas pessoas de idade que adquirem mini casas como apoio às casas: abrigo de jardins, escritórios…. Uma mini casa pode custar entre os 1500 e os 15 mil euros, de acordo com a área e a qualidade dos materiais. Três das mini casas construídas por João Neves estão instaladas num parque de campismo no Louriçal, Pombal. Ana Fonseca jornalista e terapeuta 49
O Jogo da Transformação
Uma ferramenta dinâmica para o desenvolvimento pessoal O JOGO DA TRANSFORMAÇÃO É UM JOGO DE AUTO-CONHECIMENTO, TOMADA DE CONSCIÊNCIA, CRIATIVIDADE E DESCOBERTA DE NOVAS OPORTUNIDADES NA VIDA, ORIENTADO PARA O DESENVOLVIMENTO PESSOAL. O JOGO DA TRANSFORMAÇÃO FOI IDEALIZADO ORIGINALMENTE POR JOY DRAKE, POR VOLTA DE 1976, QUANDO VIVIA NA COMUNIDADE FINDHORN, UMA COMUNIDADE HOLÍSTICA E ECOVILA NO NORTE DA ESCÓCIA. A IDEIA GERMINOU ALIMENTADA POR MUITAS INFLUÊNCIAS: POR ORIENTAÇÕES RECEBIDAS DURANTE MEDITAÇÕES, UM JOGO TIBETANO E EXPERIÊNCIAS EM WORKSHOPS E VIVÊNCIAS DE GRUPO. O JOGO INICIA COM A DEFINIÇÃO DO OBJECTIVO DE JOGO E PROLONGA-SE NAS SEMANAS SEGUINTES COM A INTEGRAÇÃO NA VIDA DOS ASPECTOS VIVENCIADOS E TRANSFORMADOS DURANTE O JOGO.
50
Visão Geral do Jogo O Jogo da Transformação® é uma forma ampla e divertida de se compreender e graciosamente transformar o “jogo” da vida. É uma ferramenta de autoconhecimento e crescimento pessoal, que ajuda a desenvolver e expressar o potencial criativo latente dos jogadores. A experiência acontece ao redor de um tabuleiro que reflete com sincronicidade aspectos da vida dos jogadores. Exactamente como num jogo lúdico, o jogador joga um dado e move-se através de vários tipos de casas que lhe proporcionam diversos tipos de experiências. Através da vivência destas “Casas” (que representam movimentos na própria vida do jogador), da interação com os outros jogadores e com o facilitador, o jogador vai progressivamente descobrindo como realizar o objectivo de jogo.
O JOGO DA TRANSFORMAÇÃO APOIA OS SEUS JOGADORES, A: • trazerem mudanças positivas às suas vidas; • atingirem metas pessoais ou profissionais; • alterarem padrões de comportamento ou bloqueios internos; • trazerem relaxamento e paz de espírito na vida quotidiana; • enfrentarem os medos e bloqueios; - esclarecerem preocupações pessoais importantes, assuntos familiares, financeiros ou mudanças de carreira; • Reduzirem níveis de stress; • promoverem o seu próprio desenvolvimento pessoal. No Jogo da Transformação o jogador tem a oportunidade de obter insights (conhecimentos) sobre os seus pontos fortes, identificar bloqueios que estão a impedir o seu crescimento, de se ligar a qualidades universais (como por exemplo a Paz, o Amor e a Coragem), de fazer apreciações, vivenciar mila-
gres, reconhecer o valor de alguma dor na sua vida, aprofundar a sua ligação com o coração, exercitar a criatividade e sentir o efeito interior da transformação. Outras experiências do Jogo: exercitar o livre arbítrio, agir intuitivamente, encontrar novas maneiras e recursos para lidar com desafios e bloqueios, explorar possibilidades de diminuir o stresse, etc. O Jogo da Transformação evolui de forma criativa e profunda, num ambiente estimulante, de apoio e de compreensão. Jogar com um facilitador permite levar a experiência do jogo a um nível mais profundo. Um facilitador credenciado usa um tipo de regras avançadas, mais complexas e mantém um espaço seguro de empatia e confiança, que vai permitir aos jogadores sentirem-se motivados a trazerem maior clareza e orientação à sua vida. O Jogo da Transformação é uma vivência reflexiva e profunda sobre questões da vida pessoal, e possibilita aos jogadores um caminho de aprendizagem, autoconhecimento e transmutação. Joy Drake, criadora do Jogo, quis recriar com o Jogo da Transformação a experiência de se viver na Comunidade Findhorn. Ela queria que as pessoas pudessem aprender as lições e receber os insights que o ambiente inspirador desta comunidade propicia, sem a necessidade de lá viver por três ou mais anos. Nas suas palavras.”O Jogo é uma maneira de destilar a essência do processo educacional que acontece quando começamos a encarar a vida como uma arena de aprendizagens”. Em 1978, Kathy Tyler formou uma parceria altamente criativa com Joy. A experiência de Kathy como professora de meditação e seu alto nível de conheciemento interior ajudou a refinar o campo energético do jogo, trazendo mais foco, claridade e uma compreensão intuitiva para o processo de trabalho interior. Tanto a parte material do equipamento do jogo quanto a estrutura dos workshops foi optimizada e surgiu então uma versão comercializada em 1985.
Jogo da Transformação em Portugal 4ª Formação de Facilitadores A Formação de Facilitadores do Jogo da Transformação vai acontecer entre os dias 21 de Setembro a 4 de Outubro de 2015, em Lisboa (Rua Teixeira de Pascoais 21 - Associação Pétalas Cósmicas). A formação será conduzida por uma formadora da InnerLinks® (empresa de Consultoria & Formação que criou e desenvolve os programas e produtos do Jogo da Transformação) em Inglês e terá tradução simultânea para o Português. As duas semanas de formação intensiva são uma formação profissional para desenvolver o trabalho com o jogo e assim, aumentar o potencial de transformação de cada indivíduo. Durante a formação o formando vai aprender as regras avançadas do jogo, especialmente desenvolvidas para apoiar os jogadores nos seus processos de desenvolvimento pessoal. Ao mesmo tempo, o formando irá obter e desenvolver conhecimentos importantes no processo de facilitação, acompanhamento e coaching com o jogo. O programa de formação abordará tópicos tão diversos como: A estrutura do jogo, a dinâmica e processos nas diversas casas/experiências do jogo, o papel de ser facilitador, relacionamento com o jogo, acompanhamento em processos pessoais e desenvolvimento de capacidades de coaching, gestão de emoções, poder e capacitação, a história do jogo, etc. Os métodos de ensino consistem na explicação, aprendizagem experiencial e na prática de jogos. Os participantes que completarem a formação com sucesso obterão o credenciamento e terão permissão para oferecer e promover workshops da versão avançada do Jogo da Transformação de 2 até 6 participantes, utilizando o nome, logotipo e Manual Avançado do Jogo da Transformação. Inscrições e mais informações: Rebeca Bandeira Facilitadora credenciada e responsável pelo Jogo da Transformação em Portugal info@jogodatransformacao.com / 91 1190 777 www.jogodatransformacao.com/
51
FLASHES Formações e eventos no Espaço
Pétalas Cósmicas
Contactos: 211561754 | 929084049. Email: yogamilpetalas@gmail.com
JIN SHIN JYUTSU
CURSOS DE AUTO AJUDA
Dias 7 e 8 de Fevereiro 21 e 22 de Março Os cursos serão ministrados por Artur Araújo, estudante e praticante de Jin Shin Jyutsu, desde 2000. Trouxe esta Arte para Portugal em 2004, ano em que organizou o primeiro curso de Jin Shin Jyutsu no nosso país. Se pretender experimentar uma sessão pode efectuar a respectiva marcação (local, dia e hora) durante o curso. Formador: Artur Araújo
52
FORMAÇÃO: SELF COACHING
Dias: 2, 9 e 16 de Março; 6,13 e 20 de Abril; 4, 11 e 18 de Maio; 1, 8 e 15 de Junho “Sem conhecer a causa não podemos modificar o comportamento” Áreas integradas na formação: Eneagrama /PNL /Coaching/ Neurociência/ Gestão das Emoções. Horário Pós Laboral | duas horas por noite | três vezes por semana Inscrições: 936613182 paula.pranto@wyw.pt Formadora: Paula Pranto
PALESTRA | WORKSHOP
FACIOTERAPIA / MULTIREFLEXOLOGIA
Dia 14 | das 15 às 18 horas Método Vietnamita sem agulhas que permite o alívio rápido da dor e transtornos comuns. Tratamentos à base de estimulações e massagens sobre diversos esquemas reflexológicos do Prof. Bùi Quôc Châu. Venha aprender a estimular pontos e zonas reflexos para tratar transtornos do sistema ORL (otorrinolaringologia). Formadora: Paula M. Bravo
MEDITAÇÃO TENDO COMO BASE O CHI KUNG
MEDITAÇÃO DINÂMICA | DANÇA
SER MANDALA SER ABUNDÂNCIA
Dias 20 de Fevereiro e 6 de Março | 19.20 Numa atmosfera de união pelo coração, esta Dança vai levá-lo a sentir e a expressar as suas qualidades espirituais …envolvendo todo o seu SER!
Através do movimento, música e sentidos, pode-se acordar, dar consciência aquilo que é, na sua versão mais elevada, talvez esta seja uma das formas de experienciar a Abundância dentro de si! E assim, poderá reflectir-se no exterior…. Facilitadora: Carla Marcelo
Dia 26 de Fevereiro | 19.30 Tendo como base os princípios e alguns movimentos de Chi Kung vamos partir para um estado mais meditativo. Usamos o corpo como partida e a respiração como veículo, de forma a ganhar espaço de vida para estar, fazer, ser. Interromper a azáfama do dia-adia e crescer em todos os sentidos. São duas meditações, uma às 19h30 e outra às 21h30, é um espaço de liberdade em que nos permitimos. Pelo meio falamos, bebemos chá e aprendemos. Valor de troca: uma meditação 7€, duas 10€. Facilitador: António Pato
53
AULAS E TERAPIAS NA ASSOCIAÇÃO
PÉTALAS CÓSMICAS KIRYU: A ARTE DA HARMONIA E DA AUTO-CURA
Kiryu (Chi Kung) é uma arte externa e interna focada no fluir do sopro vital, do KI. É uma prática de movimentos não rectilíneos, executados em plena e profunda harmonia com a Natureza. É um encontro do praticante com a sua energia e com a energia de tudo o que o circunda.
PILATES
Este método de alongamento e exercício físico, que utiliza o peso do próprio corpo, baseia-se na anatomia humana e o seu objectivo é fortalecer os músculos que rodeiam e suportam o tronco. Melhora a postura, reduz o perímetro abdominal e promove uma maior consciência corporal.
YOGONG
Alia duas técnicas ancestrais: o Yoga e o Chi Kung que significa arte de manipular com êxito a energia. A técnica assenta as suas bases essenciais na prática de exercícios de recuperação de energia e da postura, contribuindo para a acalmia do ritmo cardio-respiratório do
54
praticante, correcção de posturas, melhoria da concentração geral, aumento da auto-estima e gestão do stresse.
DANÇA ORIENTAL CLÁSSICA
Muito mais que o estereótipo da bailarina despida que faz tremer a barriga para seduzir os homens, a dança oriental é uma celebração do divino feminino que permite às mulheres tomarem consciência do corpo e exprimirem naturalmente a sua graça, com alegria e um toque de provocação. A dançar aprendese técnica, sentido do ritmo, um pouco da cultura árabe.
KUNDALINI YOGA
Trata-se de uma prática extremamente completa que concilia as componentes físicas e espirituais que nos constituem.Numa prática de Kundalini Yoga teremos, sempre, um ou mais pranayamas (exercícios respiratórios), um ou mais focos específicos de olhar, ásanas (posturas físicas, dinâmicas ou estáticas), mantras (sons específicos cujas vibrações harmonizam o nosso Ser) e Meditação.
YOGA INTEGRAL
A prática do yoga actua a todos os níveis do ser humano: físico, mental e emocional e pode ser praticado por pessoas de todas as faixas etárias. O yoga percorre todo um conjunto de técnicas que alongam o corpo, massajam os órgãos internos e as glândulas do sistema endócrino, coordenam o sistema respiratório com o corpo físico, relaxam a mente e os músculos, estimulam a circulação, aumentam a provisão de oxigénio em todos os tecidos, a vitalidade e promovem a purificação do organismo.
Medicina Tradicional Massagem Numerologia de Relaxamento Chinesa Mapa Angélico Kiatsu Osteopatia Mesa Radiónica Massagem Terapêutica Terapia dos Pares BioA espiritualidade Dien Chan magnéticos dos animais Multireflexologia Reiki EMF / Harmonização Lifting Facial do Campo ElectromagReiki com Cristais Auriculoterapia nético Humano Massagem Ayurvédica Aconselhamento Operação / Iniciação Massagem Tui Na Alimentar do Timo (terapia pleiadiana) Shiatsu Método Chan’beauté Rosa do Coração (terapia pleiadiana) Drenagem Linfática Hidrolinfa Magnified Healing Massagem de Som com Astrologia Regressão com Reiki Taças Tibetanas Leitura da Aura
RUA TEIXEIRA DE PASCOAIS, 21A/B // 1700-364 LISBOA // TEL: 211 561 754 // 929 084 049 // yogamilpetalas@gmail.com
55
AGENDA | PÉTALAS CÓSMICAS FEVEREIRO
MARÇO
DIAS 7 E 8 | das 10 às 17 horas JIN SHIN JYUTSU – CURSO DE AUTO-AJUDA Por Artur Araújo
DIAS 2 | 9 | 16 CURSO DE SELF COACHING Por Paula Pranto
DIA 14 | das 15 às 18 horas PALESTRA | WORKSHOP FACIOTERAPIA / MULTIREFLEXOLOGIA Por Paula Bravo DIA 14 | 10 horas AULA ABERTA DE DANÇA ORIENTAL APRENDA A AMAR-SE E COMPARTILHE AMOR ATRAVÉS DA DANÇA Por Laura Moura DIA 20 | às 19.30 horas MEDITANDO COM MANDALAS AO SOM DE TAÇAS TIBETANAS E DE CRISTAL Por Carla Marcelo DIA 23 DIA ABERTO Consultas e Terapias: 20 euros DIA 26 | às 19.30 horas MEDITAÇÃO | BASE CHI KUNG António Pato
56
DIA 6 | às 19.30 horas MEDITAÇÃO COM MANDALAS AO SOM DE TAÇAS TIBETANAS E DE CRISTAL Por Carla Marcelo DIA 7 | das 14.30 às 18 horas WORKSHOP DE AROMATERAPIA Por Claudia Wittenburg DIA 8 | das 9 às 18 horas JIN SHIN JYUTSU GRUPO DE ESTUDO Por Artur Araújo DIAS 21 e 22 | das 10 às 17 horas JIN SHIN JYUTSU – CURSO DE AUTO-AJUDA Por Artur Araújo DIA 23 DIA ABERTO Consultas e Terapias: 20 euros
AGENDA | OUTROS EVENTOS FEVEREIRO DIA 10 CURSO DE ASTROLOGIA PSICOLÓGICA TRANSPESSOAL Por Sandra Costa Contactos: sandra1mmc@gmail. com DIA 13 MEDITAÇÃO GUIADA: “RESPIRAÇÃO E COERÊNCIA” Local: Figueira Mansa Rua Braancamp, 88, 4ºdtº Lisboa Informações: paula.pranto@wyw.pt
DIA 21 | das 10 às 18 horas WORKSHOP: EM EQUIPA Local: Figueira Mansa Rua Braancamp, 88, 4ºdtº Lisboa Contactos: info@wyw.pt DIA 28 | 18 horas CANALIZAÇÃO: O AMOR E A CONSCIÊNCIA QUE NASCEM DA UNIDADE Local: Oeiras Contactos: 214420205
MARÇO
DIA 14 | 10 horas ANJO EM MIM Local: Ponto de Luz Paço d’Arcos Contactos: terapias@pontodeluz. com.pt
DIAS 3 E 10 | das 8.30 às 15 horas VAMOS PENSAR: O QUE DE VERDADE IMPORTA Local: Lisboa e Porto Contactos: www.oquedeverdadeimporta.org
DIA 18 | das 19 às 21 horas MINI WORKSHOP PARA MULHERES: COMO DEIXAR FLUIR O SEU POTENCIAL E TORNAR-SE FELIZ E SAUDÁVEL Local: Espaço em Branco Queluz Contactos: 915244747
DIAS 21 E 22 MARÇO | das 9.30 às 18 LYS: PILARES DE SER HUMANO NA TERRA Local: Figueira Mansa Contactos: coracaodelys@gmail. com
57
58