MIL PÉTALAS MAGAZINE #04

Page 1

#04’set/out/2015

oNLINE

RUI JÚNIOR

FUNDADOR DO TOCÁ RUFAR A ARTE TRANSFORMA A PESSOA E O MEIO

COMER MELHOR E POUPAR MAIS! ALIMENTAÇÃO EM TEMPOS DE CRISE

MAPA ANGÉLICO

A COMUNICAÇÃO VINDA DE CIMA

DESAFIOS E LIÇÕES DE VIDA ENTREVISTA A INÊS RODRIGUES O SOUZA

GEOBIOLOGIA E MESA RADIÓNICA: UMA PARCERIA PODEROSA!

ACUPUNCTURA VETERINÁRIA TRATAMENTO DA ARTRITE E DA DISPLASIA

ESPERANTO LÍNGUA DA PAZ E DA COOPERAÇÃO

1


https://issuu.com/milpetalas.magazine 2


EDITORIAL Procurar novas filosofias de vida... Encontrar novas formas saudáveis de nos alimentarmos... Harmonizarmo-nos com o todo universal... Prevenir em vez de remediar...

FICHA TÉCNICA Directora: Ana Fonseca Editora: Isabel Carvalho Redacção: Ana Fonseca (jornalista e terapeuta), Isabel Carvalho (jornalista) Paula Cristina Ferreira (terapeuta), Paulo Caetano (jornalista) Director de Arte: João Mello Design: THE BOX // STUDIO,17 Fotografia: Art4uimage Shutterstock (Image Bank) Miguel Boieiro (fitoterapeuta e professor de Esperanto) Mathias Roth (terapeuta) Fátima Silva (jornalista) Daniela Ferreira (Engª Ambiente) Ana Isabel Neves Dinora Xavier (veterinária holística) José Afonso fotógrafo / Pontes de Vista https://issuu.com/milpetalas.magazine

São alguns princípios que aqui defendemos com o intuito de proporcionar pistas para cada um fazer a sua caminhada no sentido da saúde e do bem-estar. Assim, trazemos à liça questões como o projecto Tocá Rufar. Uma orquestra de bombos, onde o seu fundador incorpora uma missão ao encontrar na música o elemento afectivo e aglutinador que tudo faz mover. Depois, há o potencial terapêutico da narrativa mitológica e as vibrações dos números em cada um de nós. A alimentação inteligente assente no conhecimento, a forma de nos proporcionar-mos melhores escolhas para nós e para o ambiente. O mundo mágico das plantas e as suas diferentes propriedades e aplicações; um saber ancestral que importa revitalizar. Os cavalos e as suas capacidades curativas. O crescente interesse na acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa por parte da medicina veterinária. Por fim, entre muitas temáticas mais, o poder de materializarmos novas possibilidades, reformulando a nossa vida, pois «cada um de nós é aquilo que projecta». Tudo isto, sob a alçada dos «anjos que moram no nosso interior» e nos acompanham desde o nascimento, dando-nos forças para agirmos livremente. (Escrito no estrito incumprimento do Acordo Ortográfico)

Isabel Carvalho

3


SUMÁR Editorial

RUI JÚNIOR / FUNDADOR DO TOCÁ RUFAR A ARTE TRANSFORMA A PESSOA E O MEIO QUE A RODEIA”

COMER MELHOR E POUPAR MAIS! ALIMENTAÇÃO INTELIGENTE EM TEMPOS DE CRISE “ERA UMA VEZ UM HAMBÚRGUER!” CRONIQUETA SOBRE O POTENCIAL DE AIDOS DA VILA PLANTAS SELVAGENS E ESQUECIDAS NA ALIMENTAÇÃO E NA SAÚDE

CURSO DE KIRYU CHIRYO MAPA ANGÉLICO A COMUNICAÇÃO VINDA DE CIMA OS PODERES ESTÉTICOS E INFINITOS DAS COMPETÊNCIAS E META-COMPETÊNCIAS JIN SHIN JYUTSU

HIPNOTERAPIA ENCONTRAR O PROPÓSITO DE VIDA VARINHAS DE CONDÃO MUSTAFA: O ESCOLHIDO PERFUMES DA MEMÓRIA

4

AZEREIRO O «LOURO PORTUGUÊS»

6 12 15 16 19 20 22 25 26 28

PONTES DE VISTA Fotografo José Afonso

DESAFIOS E LIÇÕES DE VIDA ENTREVISTA A INÊS RODRIGUES O SOUZA GEOBIOLOGIA E MESA RADIÓNICA: UMA PARCERIA PODEROSA!

NARRATIVA MITOLÓGICA POTENCIAL TERAPÊUTICO FLASHES QUINTA DO CAVALO KIRON

INTERVENÇÕES ASSISTIDAS POR EQUINOS

ACUPUNCTURA VETERINÁRIA

TRATAMENTO DA ARTRITE E DA DISPLASIA

TRANSUMANTES POR NATUREZA QUINTA DA AZENHA / TURISMO RURAL ENTRE LINHAS ESPERANTO

LÍNGUA DA PAZ E DA COOPERAÇÃO

AULAS E TERAPIAS AGENDA

30 32 38 44 46 48 50 54 58 62 64 66 68 70


RIO 5


RUI JÚNIOR

Fundador do Tocá Rufar

A arte transforma a pessoa e o meio que a rodeia

Isabel Carvalho / Jornalista

Que a arte «mostra a possibilidade de transformação contínua da existência ao despertar consciências e aglutinando pensamento e sentimento» é premissa defendida por conceituados autores/pedagogos/filósofos e por Rui Júnior o coração e o cérebro do projecto Tocá Rufar. Nascido no ano de 1956, em Vila Nova de Gaia, apresenta hoje um percurso artístico e de vida digno de nota, onde a música é a «arte do afecto». E, para conhecer melhor a caminhada do Tocá Rufar fomos até ao Seixal. Sentados, confortados pela paisagem, que é como quem diz, com a baía à nossa frente, numa tarde solarenga, fomos conversando... 6


O arranque acontece à volta de como tudo começou. Músico desde 1982 (ler Notas curriculares), Rui Júnior partilha palcos com outros artistas até que em 1996, dois anos antes da Expo’98, «estávamos nós a fazer um espectáculo de O Ó Que Som Tem, no Teatro da Trindade,

com o Zé Mário Branco e a Amélia Muge, recebi um convite de João Brites e da falecida Natércia, para integrar a Programação Prioritária Nacional da referida exposição».

sentassem um instrumento português. «Convidaram a Amélia Muge para criar um espectáculo de canto à capela; acho que convidaram o Júlio Pereira para fazer algo à volta do cavaquinho; o Artur Fernandes à O objectivo era juntar alguns mú- volta da concertina e eu à volta do sicos que, de alguma forma, repre- bombo». 7


lina, além de mim). A concretização do projecto, foi um bocado louco,... megalómano. Contudo, a primeira geração de tocadores, aquela que foi à Expo’98, continua muito ligada ao Tocá Rufar. Seguiram-se depois milhares e milhares, cerca de 500 novos alunos por ano e, nesta fase devemos já ter excedido os 15 mil alunos que entram e saem, mas os antigos ficaram com uma forte ligação, era o início, era a fase da construção e aqueles que o ajudaram a construir, ou seja, os primeiros 300, ficaram muito ligados, guardaram tudo, fotos ainda em papel e outros materiais que, um dia, darão um museu fantástico». Segundo Rui Júnior os recrutados são de várias faixas etárias, «mas, a maioria, são pessoas de baixo rendimento. E, isto, porque eu tenho uma tendência para me aproximar muito mais das pessoas fragilizadas do que das pessoas que estão bem. Sempre tive essa tendência e tenho-a agora cada vez mais, sou muito sensível aos mais fracos... e sou muito protector» Como defende Rui Júnior «o sonho precede a obra» assim, logo na altura, respondeu-lhes: «Uma coisa a representar o bombo... são Zés Pereiras, dezenas e dezenas de pessoas, a tocar bombo. Propus-lhes então uma orquestra nacional e, logo de início, com 300 tocadores. Depois, construí o projecto e escolhi quem o representaria, naquele período, até chegarmos à Expo’98».

Inicialmente, o projecto consistiu, diz: «Em propormos às autarquias uma comparticipação financeira para o ensino de um determinado número de alunos que, posteriormente, integraríamos nessa orquestra de 300 tocadores, que levaríamos à Expo. O pagamento seria feito no final após a apresentação de relatórios, com o número de alunos a quem ministrámos as aulas e que, efectivamente, tinham actuaAdmite ter arrastado com ele al- do na Expo». guns músicos de O Ó Que Som Tem. Fartaram-se então de trabalhar e Hoje olhando para trás é de realçar de «ficar tesos». Naquele primeiro o sucesso do projecto. Na verdade, ano e meio, a maior parte do esfor- como realça: «Em pouco tempo junço foi, no entanto, canalizado para támos mais de oitocentos alunos e «o recrutamento de jovens e menos éramos apenas quatro (João Luís jovens». Lobo, Mário Santos e Fernando Mo8

Um projecto de afecto... A caminhada do Tocá Rufar, porém, não foi sempre fácil. Chegou-nos à memória o incêndio na sede em 2011, um espaço comprado de que já tinham pago quatro anos de prestações, faltando ainda seis. Na altura, afirma Rui Júnior, «podia ter acabado tudo, éramos 17, a funcionar a tempo inteiro e, no fim, praticamente, toda a gente teve de sair. Contudo, continuamos aqui na zona do Seixal. E, estamos a ensaiar na rua, que é um pouco o nosso ADN». A persistência e a convicção do mentor do projecto havia de dar frutos. O primeiro dos quais chegou da autarquia que, prontamente, «em-


prestou-nos um edifício na zona histórica com seis salas de escritório. e começámos a operar a partir dali. Além disso, contamos também com um espaço, que pertence à câmara, onde guardamos os instrumentos. Havemos, no entanto, de voltar a construir um espaço idêntico àquele que se foi com as chamas. Ainda hoje, se me perguntarem o que faz do Tocá Rufar o Tocá Rufar acho que é - não querendo enaltecer a minha pessoa - o grande amor e dedicação que nutro pelas pessoas, sejam elas quais forem. Ora, isso faz com que todos sejam muito fiéis no Tocá Rufar». A conversa prossegue mas a pergunta impõe-se: O Tocá Rufar é muito o Rui Júnior?... «Felizmente ou infelizmente. Eu gostava muito que fosse uma estrutura que vivesse por ela própria. Assim, no dia, em que eu morresse, podia continuar; já tentei delegar e não correu bem. Tentei uma segunda vez, porque estive quase dois anos sem conseguir ensaiar,... e também não correu bem. As pessoas começaram a sair da orquestra».

O afastamento forçado ficou a dever-se a motivos de saúde. Rui Júnior admite que «a princípio ainda tentei mas não consegui, primeiro foram os braços, depois a dificuldade em respirar, aí tive que delegar. Regressei à orquestra em Janeiro passado e, os tocadores de há dois anos, estão a voltar. Acredito, portanto, que isso está ligado ao carinho que eles têm por mim».

A ideia é fazerem o que sempre fizeram, ou melhor o que o mentor do projecto sempre fez: «Primeiro projecta-se a ideia, a seguir foca-se na ideia e, quando chega lá, as coisas concretizaram-se. Aliás, sempre me perguntaram, se eu pensava chegar aqui e eu respondi que sim... porque projectei chegar aqui. O congresso já está a andar e havemos de construir uma nova sede».

O sonho precede a obra

Conseguido um terreno cedido pela câmara, de que falta acertar a localização, Rui Júnior acreditando que as coisas acabam por acontecer, afirma optimista, «se me perguntarem como vamos construir a sede? Bom, é assim: vamos ter o terreno, depois pego num tijolo e ponho-o lá, a seguir digo, pronto, começou. Passados três ou quatro anos, poderemos então dizer: Está feito».

Em Abril de 2014, como nos conta, acaba um tratamento que estava a realizar e contrariamente ao que acreditava começa a sentir-se melhor, «depois de ter pensado que nunca mais ia ser eu próprio, nem construir coisas, nem recuperar a energia que tinha, ela começou a voltar. E, em Novembro passado, apesar de estar rodeado de cepticismo disse, para o ano temos de fazer um congresso (ler Primeiro Congresso do Bombo). Além disso, daqui a dois anos, vamos começar a construir uma sede. Perguntaram-me logo, com que recursos? Respondi com nenhuns».

Orquestra onde há liberdade para decidir O Tocá Rufar absorve totalmente Rui Júnior e de acordo com as suas palavras «se mais horas houvesse por dia mais trabalharia».

9


Com o passar dos anos, a desilusão foi-se instalando no músico profissional que prefere agora a experiência gratificante de trabalhar com a orquestra de bombos e com as pessoas extraordinárias que a compõem. O Tocá Rufar é uma orquestra «a sério e quando vestem a farda e quando tocam comportam-se como músicos de alma e coração. Tal é o caso, da dona de casa, com três filhos; da mulher-a-dias, separada e com dois filhos, que pertencem a uma orquestra». Com a emoção no discurso, Rui Júnior sublinha: «Estas pessoas pertencem a uma orquestra... e nunca na vida teriam oportunidade de pertencer». O trabalho desenvolve-se partindo sempre de uma turma única, «com músicos que tocam há seis anos, cinco e, por aí adiante, até àqueles que entram no próprio dia e também tocam. Claro que têm diferentes aptidões e sentem dificuldades. Uma senhora que é um pouco disléxica, um dia apresentou-me a filha, que me observa com um olhar que eu interpretei de gratidão profunda, provavelmente, a filha estaria a pensar que se não fosse o Tocá Rufar a mãe nunca pertenceria a uma orquestra musical. Depois, existe o Rui que utiliza cadeira de rodas para se locomover, devido à sua condição física e também ele pertence a uma orquestra».

estado de união, há momentos musicais que além de serem sinfónicos, são altamente emotivos. É essa fusão que faz acontecer aquele milagre que é a música, que arranca lágrimas de emoção. E, isto, do ponto de vista musical, seja que tipo ou género de música for, é impagável. Digo muitas vezes, a música é um milagre que nem sempre conseguimos fazer. A entrega é de tal ordem que já não és tu nem ninguém, é energia pura e, isso, consegue-se no Tocá Rufar. VêDo ponto de vista musical o que é -lo acontecer é sublime». que acontece... «Às vezes a orquestra não está com muito espírito e pode A inserção social pela arte e neste estar a tocar correctamente, mas caso pela música no âmbito da ornão arranca lágrimas ao público. questra tem dado frutos. Noutras alturas consegue isso, consegue emocionar e há pessoas que, Na tua perspectiva, apesar de critino final, trazem lágrimas nos olhos. cares o posicionamento vigente ao Quando o grupo atinge um certo afirmares que a reinserção pela arte, 10

nos últimos anos, tem sido uma treta, uma grande fraude, porque não se dá arte às pessoas e a oferta é apenas de uns workshops para as entreter, queres dizer, «que promover a inserção pela arte é acreditar que cada ser é um ser auspicioso. É acreditar que aquela pessoa pode atingir o milagre que é fazer, neste caso, música». Rui Júnior não acredita é que «quem trabalha na área admita que os utentes são seres sublimes e, portanto dão-lhes coisas que acham estarem ao nível deles». No fundo, reforça, «têm dúvidas que essas pessoas possam atingir aquilo que um músico ou um artista atinge. Quando na verdade conseguem e, por isso, se transformam. Toda a arte é transformadora da pessoa e da sociedade que a rodeia».


O Tocá Rufar é um espaço de compreensão e liberdade: «Na orquestra não obrigo a nada, cada um tenta fazer o que pode. Quem sou eu para lhes dizer que não podem. A pior coisa que lhes podia fazer era limitá-los. Cada tocador sabe o esforço que faz e conhece os seus limites. Na orquestra têm liberdade para decidir»

Excertos dos seus álbuns foram utilizados por companhias de bailado nacionais e internacionais. Já como compositor para bailado, Rui Júnior é autor de: See Under X ( Ballet Gulbenkian, 1997) Joy Stick (Companhia de Dança de Almada, 2001). Como Director artístico Rui Júnior foi coordenador da Festa dos Tam-

nal portuguesa, desenvolvido desde 1996. (Fonte: página Tocá Rufar) PRIMEIRO CONGRESSO DO BOMBO Assumido pela organização com um lugar de encontro de diferentes pessoas, projectos e organizações relacionadas ou com intervenção no âmbito da percussão tradicional. Pretende ainda ser um espaço potenciador de reflexão e debate, de investigação, aprendizagens e conhecimento, de inovação e criatividade, de novas ideias e projectos, de partilha de experiências e boas práticas, e de implementação de novas redes de cooperação. O congresso quer articular a reflexão e a intervenção concreta, e convocar a investigação, as ciências e os cientistas sociais, mas também as administrações públicas (central e local), os criadores, artistas e tocadores, os construtores de instrumentos (artesãos e empresas), os professores e educadores artísticos e os agentes culturais em geral.

NOTAS CURRICULARES Rui Júnior nasceu em Vila Nova de Gaia em 1956. A iniciação como percussionista aconteceu nos Escuteiros. Depois, foi a Bélgica, em 1980-81, onde estudou percussão com Mustapha El Iraki e com Lou Mac Connell. Em 1982 regressa a Portugal. E começa a sua actividade como músico. Durante anos, partilhou espectáculos e obras discográficas de artistas portugueses como Júlio Pereira, Fausto, José Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Janita Salomé, Vitorino, Rão Kyao, Jorge Palma, António Pinho Vargas, Amélia Muge, João Afonso e Carlos Barretto, entre outros. Para o estrangeiro viaja, como músico instrumentista, quando é convidado para participar em projectos musicais.

bores (Expo’98), que envolveu cerca de 800 intervenientes; Dia de Portugal (Expo2000, em Hannover), com a participação de 21 grupos musicais; Euforia 2001 Merceyside Street Festival, envolvendo 70 artistas de oito companhias de distintos países, nas áreas da música, dança e teatro (Liverpool / Inglaterra 2001). Em Portugal, Rui Júnior é frequentemente solicitado para realizar acções de formação e dirigir espectáculos de fusão, envolvendo grupos tradicionais de “Zés Pereiras”, grupos de “Bombos de Lavacolhos” e Escolas de Samba, entre outros.

No âmbito das actividades complementares, sobressai o concerto da Orquestra Tocá Rufar, dia 28 de Novembro (à noite) e o encontro nacional de rufinas, dia 29 de Novembro (da parte da tarde). Nas áreas adjacentes na Aula Magna estarão espaços para exposição e divulgação de empresas, organizações e projectos.

O congresso estrutura-se em torno de três painéis, um por cada dimensão ou perspectiva de abordagem, e para os quais serão convidados especialistas e conferencistas que permitam dinamizar e qualificar a reflexão e o debate. No que concerne à formação, funda a (Fonte: página Tocá Rufar) Escola de Música Tocá Rufar. Além disso, cria as Oficinas de Percussão Tocá Isabel Carvalho / Jornalista Rufar, um programa de iniciação mu- (Texto escrito no rigoroso incumprisical na área da percussão tradicio- mento do Acordo Ortográfico) 11


COMER MELHOR E POUPAR MAIS! Alimentação inteligente em tempos de crise Uma vez que as despesas com a alimentação constituem uma fatia flexível do orçamento familiar, em alturas de crise, a qualidade da alimentação torna-se mais preocupante e o conhecimento revela-se uma excelente ferramenta para uma melhor escolha. Saber comprar escolhendo as opções mais económicas sem perder a qualidade das escolhas alimentares, deve ser o objectivo de qualquer consumi12

dor. Por vezes as pessoas acham que comer bem a baixo custo não é possível e optam por um excesso de arroz, batatas ou massa que depois acarreta outros problemas como a obesidade. Devem ser considerados vários aspectos numa alimentação saudável e equilibrada mas também ter em conta a mais económica e amiga do ambiente. Em primeiro lugar deve dar-se prioridade aos alimentos de origem nacional e da época, pois não só estamos a ajudar os nossos agricultores como também equilibramos o corpo com a estação do ano. Hoje em dia abusa-se de frutas vindas de outros continentes que, além de serem muito caras, são colhidas verdes e congeladas para poderem che-

gar às prateleiras dos supermercados. Vamos optar pelas frutas e legumes da nossa região. Em segundo lugar vejo muitas pessoas até com poucas posses que compram muitos refrigerantes (ice tea e cervejas, entre outros). Substituam essas bebidas por água que é sempre saudável e económica e/ou limonadas feitas em casa sem açúcar. A carne e o peixe podem ser substituídos por leguminosas como feijão, grão-de-bico, favas, lentilhas. Um prato de arroz com feijão além de ter todos os aminoácidos essenciais, é uma refeição saudável, saborosa e económica e não


precisa de carne adicionada que só vai tornar a refeição desequilibrada e incompatível. Coma carne e peixe pontualmente que o seu corpo agradece e o ambiente também.

Aproveite os talos dos brócolos e da couve-flor nas sopas. As ramas das cenouras, nabos, beterrabas também são excelentes adicionadas a sopas e os talos da salsa e coentros podem ser picadinhos e são um excelente tempero não apenas as folhas.

EVITAR DESPERDÍCIOS

Embora percam as suas propriedades, pode congelar legumes ou frutas de modo a não desperdiçar. Se tiver frutas muito maduras, faça puré, compotas, batidos.

Se consumir bebidas vegetais, tais como soja, arroz, aveia, amêndoa, faça-as em casa. Desta forma poderá preparar a quantidade necessária evitando desperdícios e ainda pode aproveitar a polpa dos mesmos para adicionar aos cereais do pequeno-almoço ou fazer sobremesas saborosas para os seus filhos.

Quando for às compras leve uma lista para não se deixar tentar pelo que não precisa e que vai apenas satisfazer a sua fome emocional mas prejudicar a saúde e a carteira.

As crianças (e adultos) gostam muito de batatas fritas e embora não seja do melhor para a sua saúde, aproveite as cascas da batata (quando utilizar batata para sopas ou puré) e frite-as de vez em quando. Por incrível que pareça isto é uma entrada cara em alguns restaurantes em Lisboa. Hoje em dia ficamos muito dependentes de comida pré-embalada e processada disponível para consumo imediato, mas não só é mais dispendiosa como prejudica a saúde por ter muitos conservantes e químicos. Se pensarmos na nossa infância até ao final dos anos 70, as compras eram feitas na mercearia da esquina ou no merca13


do local e não existiam todas as comidas embaladas que temos hoje e que achamos indispensável. Vivíamos com o que a Natureza nos dava em cada época e a transformação alquímica de tudo era feita nas nossas cozinhas pelas fadas mãe e avó.

MUDANÇA DE VALORES Recentemente participei num evento no Parlamento Europeu e para minha grande surpresa no refeitório gigantesco do mesmo, corriam em LCD permanentemente informações alimentares alertando para a necessidade de re14

dução de alimentos de origem animal preferindo os de origem vegetal, pratos coloridos e variados e também uma grande chamada de atenção ao desperdício alimentar de modo a que cada um coma apenas o que necessita sem deitar comida ao lixo e também tendo em atenção a importância da reciclagem com as embalagens usadas. Estamos a viver uma era não apenas de crise, mas principalmente de mudança de valores e quem evolui agradece, quem não evolui sente-se em crise! Por fim a pergunta fundamental: qual é a chave de uma alimentação saudável?

É a que nos proporciona saúde, vitalidade, energia, alegria, evolução interior mas também que ajude a criar uma sociedade mais saudável e um planeta em que os nossos descendentes possam viver e ser felizes. Namasté Isabel Costa Naturologista e palestrante www.alquimiaalimentar.com isacosta@netcabo.pt

petalascosmicas.associacao@gmail.com


“Era uma Vez um Hambúrguer!” Autora: Isabel Costa Co-Autora: Clara Pinto Correia

Este livro foi concebido para chegar às famílias com crianças e jovens com intolerâncias alimentares nomeadamente ao glúten e lactose; mas, ao mesmo tempo, está tambem vocacionado para aquelas pessoas do público em geral que pretendem fazer escolhas mais saudáveis e diversificar a alimentação mas se sentem já quase atordoadas por tanta informação contraditória sobre o que é que realmente “faz bem” – sobretudo quando se trata da tarefa delicada de dar de comer aos filhos. Para facilitar a consulta, o volume está divido em duas partes.

PRIMEIRA PARTE - Reflexão sobre a alimentação actual. - Dicas para as mães estimularem os filhos a comerem mais fruta e legumes e evitarem alimentos prejudiciais. - Preparação básica de algumas receitas. - Substitutos do glúten e da lactose.

SEGUNDA PARTE - Receitas adequadas a cada estação do ano, com os alimentos característicos dessa mesma estação. - Histórias do imaginário sobre alimentos escritos numa linguagem actual pela co-autora, bem conhecida pelo público português (Clara Pinto Correia). Ambas as secções contêm histórias animadas que procuram estimular os jovens a observar uma alimentação mais saudável, usando figuras de diversas fantasias infantis, e ainda com referência a algumas figuras famosas da sociedade que inspiram positivamente os jovens. As receitas não fazem referência a carne ou peixe por esses alimentos serem facilmente conhecidos do público, deixando-se assim um espaço substancial para diversas dietas alternativas, por vezes mais difíceis para as mães quando necessitam de as apresentar aos filhos pela primeira vez. O livro é inovador, e igualmente atractivo para criancas, adolescentes, jovens e adultos. 15


Croniqueta sobre o potencial de Aidos da Vila

PLANTAS SELVAGENS E ESQUECIDAS

NA ALIMENTAÇÃO E NA SAÚDE Fico muito grato ao meu amigo Dr. Valdemiro Gonçalves Pereira, economista reformado, naturalista e eminente biófilo, por me ter convidado para uma ação de formação no seu Jardim Botânico “Aidos da Vila” em Vilarinho de Bairro – Anadia. Aidos da Vila goza de uma centralidade invejável, a 30 km a norte de Coimbra e a outros 30 km a sul de Aveiro, situado em pleno centro geográfico da Bairrada. A quinta tem apenas um hectare mas é altamente favorecida por um microclima versátil, um solo silicoargiloso muito fértil com pH neutro e uma generosa toalha freática. A estes valiosos atributos há que juntar a sapiência e o 16

entusiasmo do seu proprietário que incessantemente investiga e experimenta novos processos de adaptação de plantas de todos os continentes, dilatando a biodiversidade do seu precioso espaço. Gonçalves Pereira, que iniciou há 22 anos este projeto autofinanciado, adequa as condições do solo às preferências alcalinas ou ácidas das várias espécies e cria uma verdadeira sociologia vegetal em que as plantas se consociam e se protegem mutuamente conforme as suas características específicas. Visitar este Jardim Botânico através de um percurso guiado proporcionado pelo seu autor, constitui um deslumbramento para os sentidos e uma lição

mais profícua do que, porventura, qualquer curso de botânica facultado em vários meses de áridas teorias. Sei do que falo pois, sendo também um biófilo tenho já um palmarés notável no tocante a visitas de jardins botânicos de todo o mundo. Realço os principais que vi nas seguintes cidades: Havana (Cuba), Santo Domingo (República Dominicana), Washington, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Londres (Kew Gardens), Mainau – Lago Constança (Alemanha), Paris (Jardin des Plantes), Madrid, Roma, Genebra, Edinburgh, Reiquejavique (Islândia), Malta, Christchurch (Nova Zelândia), Melbourne, Sidney, Pyongyang (Coreia do Norte), Kandy – o mais antigo do mundo (Sri Lanka), Hainan (Chi-


na), … Como é natural, visitei também os jardins botânicos de Coimbra, Porto, Serralves, Faial, Funchal, Tropical da Ajuda (lastimavelmente muito abandonado) e o da Faculdade de Ciências de Lisboa, integrando a respetiva Liga dos Amigos. Tudo isto para dizer que nenhum me encheu tanto as medidas como este dos Aidos da Vila. Poderão pensar que exagero, pois comparar este jardim com os Kew Gardens é como comparar o Papa com o cura cá da terra. Mas explico melhor! É que Aidos da Vila, pelo facto de ter apenas um hectare, proporciona uma visão de conjunto e uma perspetiva de superior utilidade porque se centra fundamen-

talmente em preparações fitoterápicas e na produção de inovadores alimentos biológicos a partir do solo. Isso ficou bem patente no almoço vegetariano que deliciou todos os participantes no dia 20 de junho de 2015. Nunca imaginei que as barbas de milho verde ficariam tão bem numa salada crudívora, nem que as pétalas das flores de feijoa eram tão doces. Para não referir o paté de tremoço e abacate, o puré de fava com beldroegas, o estufado de feijão vermelho, com broa de milho, couve-galega e rábano-silvestre, o bolo de flor de sabugueiro, a limonada com oximel, o hidromel e as infusões de plantas aromáticas. Tudo isto proveniente daquela quinta de um só hectare.

Para verem que não exagero nas minhas apreciações, acrescento que Aidos da Vila junta cerca de 700 espécies oriundas de todos os continentes, incluindo 60 fruteiras exóticas e mais de 500 aromáticas, medicinais e tintórias. No percurso efetuado deu para provar (impensável em qualquer jardim botânico estatal), groselhas e framboesas de várias cores e sabores, mirtilos, abacates, invulgares citrinos e, é claro, também damascos, pêssegos, ameixas, cerejas … Fui anotando, sem qualquer seriação rigorosa, algumas espécies à medida que íamos caminhando e que registo apenas como mera curiosidade: lúpulo, 17


erva-benta, cavalinha, equinácea, mandioca, ínula, konjac, saponária, camélia japónica, camélia chinesa (chá), pé-de-leão, Menta spicata e inúmeras mentas, nigela, mirangolo, sapoti, jabuticaba, ulmária, Armoracia rusticana, Lippia alba, canforeira, caneleira, tupinambo, angélica, consolda, santolina, tomilhos, aipos, borragem, hissope, fisális, espargo, levístico, pimpinela, salva, alcaparra, mostarda-negra, … … Com curiosidade observei os dois eucaliptos citriodora e apanhei umas folhinhas para mostrar aos alunos de fitoterapia da Universidade Sénior dos Coruchéus, lembrando um episódio que ocorreu há alguns anos no Campo de Tiro de Alcochete. As referidas folhas tinham fama de serem afrodisíacas e os magalas despenavam literalmente a única árvore que havia no citado quartel. Certa vez, o Presidente da República, Mário Soares, em visita à Unidade, recebeu do respetivo Comandante um envelope com três ou quatro preciosas 18

folhas e agradecendo, logo retorquiu “Vou dar à minha Maria para fazer um chazinho!” Aidos da Vila é também notável por ser um centro ecológico autossuficiente em termos de energia e de abastecimento de água. Estão instalados na residência vários painéis solares e fotovoltaicos que permitem eletricidade e águas quentes com fartura. Existem ainda fornos solares e tradicionais, extratores de essências, alcoolaturas e açúcares substitutos da sacarose. Os biocompostores, instalados faseadamente, decompõem a matéria orgânica proveniente dos vegetais e do estrume dos animais domésticos da quinta, constituindo um belíssimo exemplo prático do que é o modo de produção biológico. Notável é também a parte dedicada à apicultura com produção de mel de excelente qualidade, cera, pólen, própolis, oximel, hidromel, vinagre de mel e pasta vegetal dourada (azeite, mel e nozes).

No laboratório de bioquímica, Gonçalves Pereira, procede a aturados ensaios relativamente aos métodos de germinação a partir do seu banco de sementes. Com rigor, aqui se observa, estuda e respeita a planta em todo o seu ciclo de vida, ou seja, da semente à semente. Produz ainda licores, azeites e vinagres aromáticos, cosméticos, florais, sabonetes e perfumes. Em estudo está o fabrico de biojoias e de artesanatos variados com destaque para a utilização do linho e do bunho. Concluindo, lanço um repto a todos os que me leem para que os estabelecimentos de ensino aproveitem este paraíso da natureza e os conhecimentos práticos e teóricos que ele propicia. Aproveito também para sugerir veementemente visitas programadas e participação nas ações temáticas formativas que ciclicamente vão tendo lugar neste encantador espaço botânico.

MIGUEL BOIEIRO


CURSO DE KIRYU CHIRYO

http://kiryuchiryo.wix.com/kiryu

Dotar os formandos da capacidade de manutenção da sua própria saúde e da dos outros, bem como da harmonização pessoal e do seu ambiente são os objectivos primordiais da formação que se iniciará no próximo mês de Setembro. Este 2º curso de Kiryu Chiryo será ministrado pelo professor Francisco Castro que, há cerca de dois anos, deu início à primeira turma desta prática ancestral. As aulas decorrem no Estoril Wellness Center (termas do Estoril), junto ao hotel Palácio. Os estágios temáticos terão lugar em locais a anunciar. O Kiryu será estudado de uma forma holística, com o conhecimento da natureza, dos astros, da luz, dos sons, da energia, do alimento, habituando o corpo a aperceber-se de todos os momentos da existência, os 24 momentos do dia, do mês, do ano e da vida em si. As pessoas consultam o I-Ching ou fazem o Feng Shui da sua casa, vão ao médico de Medicina Tradicional Chinesa para consultar a sua saúde, mas na realidade o próprio corpo é o melhor oráculo e possui todas as respostas. A característica principal deste trabalho é utilizar movimentos fluídos e não rectilíneos, respeitando cada momento do ano: as estações, os meses, os dias e até mesmo horas do dia, pois existe uma mudança em cada um destes momentos. Através de sequências de exercícios entende-se o fluxo do Ki (Kiryu) no nosso corpo, nos órgãos internos, nos meridianos e na nossa ambiência. Isto permitirá prever situações de desarmonias, doenças, mudanças e as soluções que nos prepararão para as mesmas. O curso completo perfaz 5 módulos / 50 seminários.

Francisco Castro Após a sua formação em Medicina convencional, fez curso de Musicoterapia e Biofísica, tendo como objectivo a aplicação terapêutica de frequências. Dedicou-se a trabalhos de investigação em fitologia e etnobotânica no IBPC (Instituto Beneficiente à Pesquisa Científica).

Publicou dois livros em idioma Japonês, sobre os temas: Shizen no megumi-Própolis (Aplicação terapêutica do Própolis) Shizen to kenkou (Saúde através da Vida Natural) O estudo do Taoismo sempre foi o seu interesse para o qual ainda hoje ainda dedica grande parte do seu tempo.

No final da década de 80 ruma para o oriente, onde estudou MTC na Universidade Nacional de Beijing, Campus Japão.

Em meados dos anos 90, vem para Potugal praticar e ensinar MTC, reflexoterapia, fitoterapia, yakuzen (alimentação terapêutica), qi gong e Kiryu.

Foi professor na Universidade Jyochi Daigaku em Tokyo. Desenvolveu projectos na área de Psicologia Médica e facultou aulas de desenvolvimento pessoal no Colégio Comunitário (Jyochi Gakuin) da referida universidade.

Iniciou o primeiro curso de Kiryu Chiryo em 2013, atividade que desenvolve no no Japão (4 vezes ao ano), Espanha-Madrid (seminários bimensais) e em Portugal (seminários mensais).

19


Mapa Angélico

A COMUNICAÇÃO VINDA DE CIMA À saída de uma leitura de aura, a terapeuta sugeriu que eu pegasse num livro específico na prateleira recheada de dezenas de outras publicações. Virei-o para mim, daquela forma habitual em que nos movemos quase solenemente nas bibliotecas e nas livrarias – num misto de curiosidade – e li o título «O Poder dos Anjos», de Doreen Virtue. A estória passou-se há uns anos. Entretanto, a curiosidade cresceu depois à dimensão de dezenas de livros e de alguns mestres, que me ensinaram muito mais do que poderia supor. Ensinaram-me que quando confiamos na capacidade de superar a dualidade entre o bem e o mal, entre o «caim» e o «abel», 20

alcançamos um nível superior. Porque essa superação é a boa semente (Yod) que germinará noutra ocasião qualquer… E também me incutiram o sentir de que, independentemente do resultado, tudo é experiência e aprendizagem. E assim cheguei aos Anjos, com uma vertente muito específica: a dos anjos cabalísticos que nos acompanham desde o primeiro sopro ou mesmo desde a concepção, segundo o autor Kabaleb. De uma forma livre, traduzi assim uma das suas definições dos Anjos: «Os anjos moram no nosso interior; não podemos mexer nem um dedo do nosso corpo sem que eles nos facultem a

força necessária para o fazermos. Somos um edifício ocupado, do qual nós somos o proprietário e eles os inquilinos. Quando esta ocupação termina, o corpo físico queda-se e vem a morte. Construímos o mundo com os materiais energéticos que eles nos ministram, são os nossos Deuses Internos e graças a eles participamos na vida divina. Uma leitura apressada poderia levar-nos a achar que somos as suas marionetas, mas na realidade somos nós que mexemos os cordelinhos. Eles abastecem-nos de combustível, mas o projecto da viagem é feito pelo Homem. Somos o automóvel e o condutor e eles são a gasolina com que se enche o depósito antes de empreender a viagem».


nossos professores e, em termos cabalísticos, recebem o nome de Génios.

ANJOS DA GUARDA OU ANJOS TUTELARES Cada um daqueles génios ocupa um espaço formado por 5 graus no zodíaco, de forma a que as pessoas que nascem nesse período contam com o respectivo anjo da guarda ou guia para as áreas física, emocional e intelectual. Os três anjos que orientam os graus onde se situa o Sol no momento do nosso nascimento são os génios tutelares, sendo eles a chave principal para a descoberta do objectivo de vida e a orientação do caminho a seguir. Com a análise do programa dos anjos que regem as outras áreas da nossa existência, é-nos facultada a possibilidade consciente de aceder a ferramen-

tas com que fomos brindados superiormente, com a finalidade de cumprir o nosso objectivo de vida. Essas ferramentas conferem-nos qualidades do Divino, materiais que possuímos interiormente e que nem sempre usamos. Para mim, continuar a abrir diariamente aquelas janelinhas (aliás, grandiosos portais) justifica amorosamente todo o percurso cumprido. Porque os Anjos estão à espera da nossa Vontade expressa para intervirem no sentido do nosso bem superior, que é do conhecimento, da experiência e da aprendizagem. Paula Cristina Ferreira (Terapeuta holística) petalascosmicas.associacao@gmail.com

O ENSINO, O PROGRAMA E A ÁRVORE DA VIDA Kabaleb resgatou do tempo os programas relativos aos 72 anjos da Cabala, cuja história remonta aos primórdios da Criação. Estes super ministros estão incumbidos de ajudar os seres humanos e proporcionar-lhes o conhecimento necessário à compreensão da máquina cósmica e, por conseguinte, da sua própria missão de vida. A tradição esotérica ensina que existem nove coros: Serafins (Vontade), Querubins (Sorte), Tronos (Ordem), Dominações (Poder), Potências (Trabalho), Virtudes (Consciência), Principados (Prosperidade), Arcanjos (Comunicação) e Anjos (Imaginação), sendo que cada um é composto de 8 no activo, perfazendo o total de 72. Estes são os 21


Os Poderes Estéticos E Infinitos Das competências e meta-competências

Jin Shin Jyutsu por: Mathias Roth

Não me lembro quando ouvi falar ou li pela primeira vez as palavras do prefácio dos dois livros de texto – nas páginas não numeradas no Texto 1 e na página 1 do Texto 2 – em que a Mary diz, a propósito do Jin Shin Jyutsu: “Não é uma aplicação da técnica; é uma demonstração de arte, simplesmente SER o canal através do qual fluem os poderes estéticos infinitos do Criador.” Sei que foi após o nosso encontro inicial; eu estava já “embriagado” e as palavras fizeram sentido em todas as fibras do meu ser. Estando numa aula com a Mary eu já sabia que o que eu estava a sentir era uma “demonstração de arte”. Nenhuma “aplicação da técnica” teria retido a minha atenção por meio-dia sequer, mas os cinco dias que passei na presença dela deixaram-me a querer regressar àquele sentimento vezes sem conta. 22

Claro que nenhuma experiência genuína pode ser repetida. Cada experiência é única e completa em si mesma. E no entanto, o “quê” que a faz tão vívida é imutável na sua essência, nunca difere. Isso acontece porque a parte de mim que a reconhece é também imutável na sua essência e nunca diferente. Para mim, a presença da Mary fluiu com uma vivacidade tal, que facilmente as palavras transcenderam em muito a mensagem que elas queriam transmitir. Foi através desta facilidade que o assunto em causa se tornou vivo. A fluidez e a presença são as marcas de uma pessoa que fala diretamente a partir da sua experiência interior. A Mary aponta para o mesmo tipo de reconhecimento quando descreve o impacto de ter assistido à sua primeira palestra com Jiro

Murai (Livro de Auto-Ajuda I, p.2): “A minha procura tinha terminado e a arte de VIVER desvendou-se para mim”. Frequentemente, uma pessoa que flui apenas com consciência, considera o fluir dela simplesmente normal. Para ela, não é nada de especial, apenas uma parte da máscara humana. Se essa pessoa tem alunos, ela dir-lhe-á muito pouco acerca daquilo que a faz ser quem é – ela própria, habitualmente, não sabe. Desta forma, os alunos são deixados à descoberta sozinhos – ou nem sequer atingem essa profundidade. A mensagem parece ser “faz como eu faço e obterás os mesmos resultados que eu”. No entanto, quando tentamos e confiamos apenas no fazer, espera-nos uma surpresa.


dela, a “grande morte” inicia-se; o fazer ainda é o mesmo mas os resultados não são! Aquilo que anima e incorpora a experiência desapareceu. Deixa de haver um significado vivo para frases como aquelas que lemos antes. E no entanto, sem ela, sem o seu significado profundo que o nosso ser interior pode compreender mas que as palavras não podem explicar, apenas o método permanece, não a arte. É como no romance O Triunfo dos Porcos em que a frase “Todos os animais são iguais” é um dia corrigida para “mas

CONSCIÊNCIA Do lado do professor, a mensagem parece lógica. Afinal de contas, não é a vivacidade que flui entre as palavras a fonte da vivacidade de todos? Ponto! Num certo sentido isto é verdade. A consciência que fala com fluidez e a consciência que a reconhece é a mesma. Essa consciência não está dividida nem localizada na mente. Mas como se atinge a consciência para estar presente nas nossas ações? A consciência não está alojada nos limites das palavras que são ditas. Pelo contrário, as palavras fluem com alegria a partir da consciência. A nossa consciência, parte integrante da nossa “herança espiritual”, reconhece-o espontaneamente e esse reconhecimento é simultaneamente mágico e uma dádiva de grande profundidade. Existe uma familiaridade profunda e natural que é simplesmente parte de nós e no entanto, não é algo que se queira ou faça. O que é então que nos faz reconhecer? A mente que armazena a experiência em palavras após o facto não é capaz de o fazer. Reflecte a experiência e tenta explicá-la mas as próprias palavras não contêm o acontecimento. Quando tudo o que resta são palavras, um conceito, uma ilustração da experiência, alguma coisa ficou para trás e a vivacidade daquilo que está entre as palavras desaparece. A mente ainda está lá mas o Espírito desapareceu.

Espírito, consciência, percepção é o nosso 13: para além das palavras, antes das palavras e entre elas. As palavras que ficam, os conceitos e as descrições que são filtradas pela mente são o nosso 14. Elas pelo menos servem o propósito de deixar gravada uma imagem do que foi formalmente experienciado, de acrescentar densidade à Experiência tornando-a a Minha experiência, de construir o Eu a partir dela e desta forma criar a possibilidade de tentar compará-la a outras experiências. A experiência tem o seu lugar e significado no mundo em que encontramos outros seres humanos. No entanto, quando é tudo o que fica, quando é generalizada e é feita uma regra a partir

alguns animais são mais iguais do que outros”, a mente subitamente “melhora” a frase chave como aquela que diz que não há regras nem regulamentos n’A Arte do Criador através da consciência e da compreensão do ser humano”, acrescentando: “enquanto as regras forem seguidas”. É verdade: a Mary afirma que o nosso progresso com o Jin Shin Jyutsu depende do “cumprimento dos procedimentos estabelecidos da arte”, mas algo MAIS é necessário. Ela acrescenta: “uma comunicação desimpedida com o Criador”.

COMUNICAÇÃO A mente pode permanecer fiel aos métodos estabelecidos da arte e é aconse23


deve aceder-lhe à sua maneira, ao mesmo tempo que permanece firmemente enraizado. O modo como isso acontece em cada um de nós está para além do nosso controlo, mas todo o nosso ser é chamado para o processo! Mathias Roth © 2011 Matthias Roth, Mistralstrasse 7, D-22767 Hamburg, matthiasjsj@mac.com -www.matthiasjsj.de. O autor permite a reprodução e distribuição gratuita deste texto.

lhável que o faça. Mas “uma comunicação desimpedida com o Criador” não está nos seus domínios! A mente pode aprender a estruturar a aplicação da arte – infundir vida na arte não pode. Nem é a sua função fazê-lo. A mente lida com a aquisição das competências do Jin Shin Jyutsu, que obviamente têm o seu propósito, conquanto elas sirvam para servir a arte. A mente lida com tudo o que for para “carregar no disco rígido” por assim dizer: informação e até novo software. Para este propósito podemos de facto “fazer qualquer coisa”. No entanto, aquilo que altera a vivacidade da aprendizagem é responsabilidade do 13. Podemos referir-nos a estas competências como meta-competências do Jin Shin Jyutsu – competências de uma ordem superior e mais subtil, que enquadram as outras competências e nos permitem adquiri-las. Mas cuidado, isto, também, é um conceito e todos os conceitos são assuntos do 14. A mente, o ego, ativar-se-ão assim que perceberem que existe ainda “outro nível” e tentarão “fazer alguma coisa” para esquematizar o processo e para lidar com ele. As meta-competências do Jin Shin Jyutsu dependem da boa vontade do

24

sistema para ser, ele próprio, alterado. A “unidade de processamento central” é submetida a uma transformação. Não pode haver controlo sobre isto, quanto muito uma vontade, uma disposição. Não existe nenhum botão para desimpedir a comunicação com o Criador. Acontece quando tiver de acontecer e nós rendemo-nos ao acontecimento. Ou ficamos reféns da mente. Se assim acontecer, precisaremos de mais coisas para nos agarramos, que pode ser mais técnica ou mais informação esotérica que é mais um assunto para a mente, ou ainda mais outras coisas de outra natureza. No processo de rendição ao crescimento interior, o Coração é tanto aquele que Procura como aquele que Encontra; é tanto aquele que começa a viagem como aquele que eternamente chegou ao destino. Se “aquele método Japonês” for para crescer através de nós pela “arte do Criador, através da consciência e compreensão do Ser Humano” então não nos resta escolha senão estarmos recetivos à presença daquilo que dentro de nós um dia nos tocou na Mary, ou qualquer outro “recipiente de grande vivacidade”. Afinal, é a nossa herança. Para sermos autênticos cada um de nós

JIN SHIN JYUTSU® FISIO-FILOSOFIA É UMA ARTE ANCESTRAL DE HARMONIZAÇÃO DA ENERGIA VITAL NO CORPO. NASCIDA DA SABEDORIA INATA E PASSADA DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO PELA TRADIÇÃO ORAL, A ARTE HAVIA CAÍDO EM RELATIVA OBSCURIDADE, ATÉ SER PROFUNDAMENTE REVIVIDA NO INÍCIO DOS ANOS 1900 PELO MESTRE JIRO MURAI NO JAPÃO. APÓS SE CURAR DE UMA DOENÇA QUE AMEAÇAVA SUA VIDA, O MESTRE MURAI DEVOTOU O RESTO DE SUA VIDA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO DO JIN SHIN JYUTSU, AGRUPANDO INSIGHTS DE UMA AMPLA GAMA DE EXPERIÊNCIAS E DE RECURSOS, INCLUINDO O KOJIKI (REGISTRO DAS COISAS ANCESTRAIS). O CONHECIMENTO RESULTANTE DO JIN SHIN JYUTSU FOI ENTÃO PASSADO A MARY BURMEISTER, QUE O LEVOU PARA OS ESTADOS UNIDOS NA DÉCADA DE 1950. MARY BURMEISTER COMEÇOU A ENSINAR A ARTE A OUTRAS PESSOAS NO INÍCIO DOS ANOS DE 1960 E ACTUALMENTE EXISTEM MILHARES DE ESTUDANTES EM TODO O MUNDO.


Hipnoterapia

ENCONTRAR O PROPÓSITO DE VIDA Isabel Costa / Terapeuta / Associação Pétalas Cósmicas

A hipnoterapia é o uso terapêutico da hipnose através de um estado de relaxamento profundo (mas no qual a pessoa está consciente de todo o processo e cuja colaboração é fundamental) no qual podemos aceder às memórias do subconsciente e assim resolver muitas questões fundamentais da nossa vida. A hipnoterapia é uma experiência maravilhosa que nos coloca em contacto directo com a nossa essência interior profunda. Encontramos respostas para questões que nos acompanham muitos anos com clareza e simplicidade. Quando nos libertamos de bloqueios e condicionamentos, sentimos leveza do nosso ser e liberdade sem limites. Podemos assim encontrar o nosso propósito de vida e os caminhos do Amor abrem-se diante de nós. Através do subconsciente podemos tratar as partes do nosso corpo que nos chamam a atenção para o que precisamos de libertar ou mudar em nós e expandir a nossa mente para outro nível. As limitações são apenas impostas pelos medos e crenças.

Alguns dos objectivos que pode conquistar através da hipnoterapia: melhorar a performance académica, desportiva falar em público tranquilamente colocar a mente no sucesso, motivação melhorar relacionamentos melhorar a memória, atenção melhorar a qualidade do sono libertar-se do vicio da comida e controle do apetite desenvolver a sua espiritualidade e muito mais.

25


Alimentação no primeiro trimestre de gravidez Proteínas: ao longo da gravidez deverá ingerir pelo menos 6 gramas de proteínas por dia. Estas são essenciais para o crescimento do útero e desenvolvimento da placenta e dos seios, bem como para o desenvolvimento dos tecidos do bebé. Por exemplo: carne magra, lentilhas, feijocas, feijão cozido e grão-de-bico, sementes e nozes, tofu e produtos de soja, cereais como muesli e arroz castanho; Ferro: as necessidades de ferro na gravidez duplicam para 30 mg. A formação dos glóbulos vermelhos é vital até ao nascimento do bebé e para manter um bom nível de energia. Exemplos: carnes de aves e carne escura, ovos, damascos, legumes e folhas verdes (bróculo, couve flor, nabo e espinafre), cereais enriquecidos, sementes e nozes (caju, girassol, lentilhas, grão de bico). A evitar: carne mal cozida ou carne e peixe crus, carnes prontas a comer, fígado e outras carnes orgânicas, leite não pasteurizado, queijos moles, ovos crus, peixe exposto a poluição, legumes mal lavados.

26

Florais de Bach e o medo nas crianças Os 38 florais de Bach estão divididos em vários grupos, sendo o primeiro relativo à sensação de medo. Rock Rose, Cherry Plum, Mimules, Aspen, Red Chestnut, Cerato, Scleranthus e Gentian distinguem-se pelas suas acções nos vários tipos de receios conhecidos ou desconhecidos, protegendo a criança e ajudando a restabelecer a sensação de segurança e de protecção. Monstros no quarto, provas e exames ou medo da solidão são alguns dos sinais que os florais abordam e ajudam a resolver.


SUMO DE PEPINO Cores, números e emoções

Os números e as cores são fundamentais nas nossas vidas. O uso consciente dos tons e dos números ou a forma como escolhemos uns ou outros – ou a ‘coincidência’ de nos aparecerem à frente dos olhos frequentemente - tem um significado. Segundo Louise Hay, ficam aqui alguns exemplos bem interessantes da correspondência entre número, cor e palavra: 1 vermelho início 2 laranja cooperação 3 amarelo prazer 4 verde pragmatismo 5 azul mudança 6 índigo responsabilidade 7 violeta fé 8 bege/castanho / cor-de-rosa realização 9 tons pastel satisfação 11/2 preto / branco / cinzento-pérola intuição 22/4 coral/cobre grandeza

A framboesa e os intestinos

Prisão de ventre ou diarreias, distúrbios hemorroidais e inflamações do intestino grosso são apenas algumas das indicações das folhas da planta da framboesa! Porque contêm tanino, as infusões de framboesa adicionadas às de amoreira são também úteis nas inflamações de gengivas e garganta, podendo usar-se sob a forma de cataplasmas calmantes. Os frutos contêm ácidos de frutas que promovem o peristaltismo intestinal e limpam os tecidos do excesso de ácidos. Uma cura com framboesas pode ser útil em reumatismos, doenças de fígado, rins e hemorróidas. Além disso, como a framboesa apresenta um conteúdo abundante de vitaminas, preparada em suco, compota, doce e geleia, pode evitar ou equilibrar os casos de insuficiência de vitaminas, durante as estações do Inverno e da Primavera.

O pepino é um óptimo tónico para o fígado, rins, vesícula e dá força aos cabelos e unhas, pelo seu alto teor de sílica e flúor. O seu sumo é utilizado nas inflamações do tubo digestivo e da bexiga. O pepino tem também acção purificante e serve para eliminar a gordura da pele. Ele deve ser consumido sempre com casca (bem lavado), pois é nela que se encontram substâncias que o tornam de fácil digestão. Além disso, o pepino é um diurético natural e de grande ajuda na dissolução de cálculos renais. É rico em potássio, o “mineral da juventude”, que proporciona flexibilidade aos músculos e dá elasticidade às células que compõem a pele. Isso resulta em rejuvenescimento da epiderme e do rosto.

27


Mustafa: O escolhido Perfumes da mem贸ria 28


AS CORES E FRAGRÂNCIAS QUE EMANAM DA TENDA DE MUSTAFA NÃO DEIXAM NINGUÉM INDIFERENTE. MESMO OS MAIS RESISTENTES AO EXOTISMO DOS PRODUTOS EXPOSTOS NÃO DEIXAM DE OLHAR PELO CANTO DO OLHO E DE SE APROXIMAREM DA BANCA. ALI, ERVAS, ESPECIARIAS E PRODUTOS DE ARGÃO, ENTRE OUTROS, AGUÇAM A CURIOSIDADE E CATAPULTAM PERGUNTAS SOBRE PODERES CURATIVOS E ELIXIRES DE BELEZA. O jovem marroquino não hesita e, num português que já se faz entender, dá a conhecer as particularidades dos chás, temperos e óleos. Natural de Marraquexe, Mustafa está em Portugal desde 2008. Estudante das «Ervas Naturais do Antigamente», instalou-

-se em Faro. O gosto pelo ofício nasceu muito cedo, conta à Mil Pétalas Magazine: «O meu avô e o meu pai já vendiam especiarias e chás e eu aprendi muitas coisas com eles. Depois quis saber mais sobre o assunto e decidi tirar um curso».

de barriga e à falta de memória». Recorrendo ao pequeno caderno com informações em português sobre os produtos, Mustafa esclarece também sobre as virtudes terapêuticas do chá de cascas de romã.

Enquanto maneja habilmente as ervas e explica a forma de as usar aos clientes que se aproximam da tenda integrada num recente evento medieval em Alcochete, Mustafa fala com entusiasmo do seu projecto que passa pela abertura de uma loja onde possa comercializar os produtos, que vai ciclicamente buscar a Marrocos e a Espanha, mantendo, contudo, a sua participação nas feiras. «Todos os produtos estão certificados» faz questão de acrescentar, enquanto aponta à vez para as sacas de caril, cominhos, manjericão, casca de lima, flor de figo, lúcia-lima e de galanga.

Deve tomar-se este chá em casos de «inflamações da garganta, sangramento das gengivas. É um antibiótico natural. É muito rico em vitamina C. Este chá também ajuda quando se tem problemas de estômago e infecções urinárias».

Galanga, explica ao perceber a estranheza que o nome da erva provoca, «é da família do gengibre e é boa para os nervos, queimaduras e para o cabelo. Também faz bem ao sangue, às dores

Finalmente, as sementes negras Habbat al-Baraka: «Destas falou até Maomé» conta, orgulhoso, Mustafa. Terá sentenciado o profeta que a «semente preta cura tudo, menos a morte». E dito isto, o comerciante marroquino, membro da Associação Portuguesa Islâmica, pede aos curiosos e potenciais clientes que se aproximam da tenda um intervalo. Lava as mãos, estende o tapete no chão e prepara-se para a oração. Ana Fonseca 29


Ambiente

AZEREIRO

O «LOURO PORTUGUÊS» Travei conhecimento com esta criatura vegetal há meia dúzia de anos, quando me convidaram para palestrar sobre plantas curativas no Festival do Chícharo, em Alvaiázere. Nessa altura, membros de uma associação local de protecção ambiental mostraram-me com desvelo, um vaso com a plantinha. Achei curioso mas nunca mais pensei no azereiro. Até que, recentemente, num passeio cultural organizado pela Universidade Intergeracional de Benfica (UNISBEN) ao concelho de Oleiros, deparei com uma mancha frondosa de azereiros de grande impacto visual. Foi mais precisamente na cascata da Fraga da Água d’Alta sita na Serra do Muradal. O local é 30

deveras aprazível em termos paisagísticos. A água, derramando-se de grande altura, criou um microclima com vegetação verdejante em que sobressaem, para além dos azereiros, outras espécies de folha perene, como os folhados (Viburno tinus). O azereiro, cujo nome científico é Prunus lusitanica L, variedade lusitanica é uma árvore (ou arbusto) com o estatuto de espécie protegida por se encontrar em perigo de extinção. Trata-se de uma planta que integrava a primitiva flora laurissilva, a qual subsistia na Europa antes das glaciações. Na região macaronésica (Açores, Madeira e Canárias) também se encontram Prunus, só que pertencem a outras subespécies, nomeadamente

azorica e hixa. A variedade lusitânica é bem típica no nosso País, de tal maneira que a sua denominação comum em espanhol, francês, inglês, alemão, russo, dinamarquês, norueguês, entre outros idiomas, corresponde invariavelmente a «Louro de Portugal». Vejam a nossa enorme responsabilidade no tocante à sua manutenção.

FÓSSIL VIVO A aludida subespécie é, portanto, autóctone em Portugal onde se acha mais de metade da existência mundial, embora também possa ser encontrada em Espanha, nos Pirenéus (França) e nas vertentes do Atlas (Marrocos).


O «louro português», assim chamado porque as suas folhas de verde brilhante fazem lembrar as do loureiro, chega a atingir uma altura superior a 15 metros. Claramente proveniente da época miocénica de há 20 milhões de anos, mais milhão menos milhão, quando o clima era subtropical húmido favorecendo a existência de uma vegetação perenifólia, o azereiro é uma relíquia e um verdadeiro fóssil vivo. Há quem defenda que o topónimo «Zêzere» provém da corruptela, ao longo dos anos da palavra azereiro, uma vez que o vale de um dos maiores rios exclusivamente portugueses acolhe grande parte desta árvore. Para caracterizá-la melhor, refira-se que pertence à família das Rosáceas e ao género Prunus. As suas folhas são perenes, simples, alternas, denticuladas, lanceoladas ou ovadas e pecioladas. As inflorescências surgem no mês de maio, formando racimos de cerca de 13 cm com uma trintena de pequenas flores brancas e cheirosas. Os frutos são drupas brilhantes e amargas que, quando atingem a plena maturação, lá para meados de Agosto, adquirem cor negra. O ritidoma dos ramos é liso e avermelhado. Tanto os frutos como as folhas contêm cianeto que, como se sabe, é uma substância venenosa. Não obstante, os

pássaros comem os frutos e não lhes acontece qualquer mal, julga-se que por não digerirem as sementes.

A árvore é uma ornamental bem vistosa. Só é pena que não seja cultivada em abundância nos jardins públicos das nossas urbes.

VALOR ECOLÓGICO E CIENTÍFICO

Outrora utilizava-se a sua madeira para as artes ebanísticas, ou seja para fazer entalhes e produzir bengalas, flautas e utensílios de cozinha.

O azereiro, além de requerer humidade, prefere solos ácidos. Talvez por isso, acrescento eu, não o encontramos na Serra da Arrábida onde também persistem algumas espécies da antiga laurissilva. É que na Arrábida os terrenos têm quase sempre um pH elevado e são por conseguinte, alcalinos. O azereiro possui, obviamente, grande importância ecológica e elevado valor científico. A esse propósito, devo esclarecer que muitas das observações que venho compilando foram extraídas da excelente Monografia de J. Antunes e M.M. Ribeiro da Escola Superior de Castelo Branco, editada em 2007, a cujos autores presto merecida homenagem.

Quanto às virtudes medicinais, dizem os referidos autores que em Ávila (Espanha) usavam a casca do tronco como anti palúdico para combater as sezões e para obviar às picadas das cobras no gado. E porque não também nas pessoas, já que as víboras, únicas serpentes venenosas existentes entre nós, eram antigamente muito mais frequentes?

Miguel Boieiro

31


José Afonso “O retrato e a paisagem são os temas que mais me desafiam e fascinam. O retrato pelo captar das emoções e a paisagem pela tranquilidade do momento. Mas é na paisagem que procuro a paz e a descontracção. É um mundo só meu. Fujo dos momentos mundanos e foco-me na luz, no enquadramento, na história do que estou a ver. Penso apenas no mundo que observo através da lente”. José Afonso, fotógrafo

32

ESTAS FOTOGRAFIAS ESTÃO PROTEGIDAS PELOS DIREITOS DE AUTOR SÓ PODEM SER PUBLICADAS NESTA REVISTA EM CONJUNTO E SOB O TEMA DE PORTEFÓLIO


https://www.facebook.com/JAfonso.Photo

33


34


35


OUTONO | MATA DE BENFICA A procura da fotografia num espaço pequeno, como este oásis urbano, obriga a uma atenção redobrada. O detalhe pode estar em baixo ou no alto, na contraluz ou na sombra. Nos contrastes provocados pela luz viva e rasante do sol de Outono. A Natureza surpreende quem anda à procura, faz-se sentir e ouvir. A acuidade do olhar penetra até à sua própria respiração, transportando o observador para uma outra dimensão. Para o espaço do deslumbramento! A.F

36


37


DESAFIOS E LIÇÕES DE VIDA Entrevista por: Fátima Silva / Jornalista

Annick Rouaud

38

Acompanham-nos desde que nascemos, ajudam-nos a perceber quem somos e mostram os grandes desafios e lições das nossas vidas, mas deixam o livre arbítrio a cada um. Os números representam vibrações que se cruzam em nós numa dança que entrelaça cada uma das nossas partes entre si e com o todo, como explica Annick Rouaud, pioneira de uma nova abordagem da numerologia em França.


Não somos apenas um número, somos o cruzamento de vários números que representam as várias partes de nós, como a nossa personalidade, a nossa alma, o nosso lado feminino, masculino, a mãe, o pai, a criança, a criatividade, a comunicação, a relação com as estruturas (familiares, profissionais, etc.), a liberdade, a sexualidade, a procura de amor, o conhecimento e muitos outros aspectos. O perfil da pessoa é traçado a partir do nome e da data de nascimento, com base em cálculos e fórmulas que usam as vogais, as consoantes, cruzam ambas, bem como os números de nascimento, e cada um dos cálculos permite chegar a uma informação sobre cada aspecto do indivíduo. A articulação entre os números alcançados fornece informações ainda mais profundas sobre a pessoa analisada, por exemplo a nossa imagem do pai pode ser um 6, o nosso lado feminino um 2, enquanto a nossa personalidade pode ser um 9 e o nosso número de destino um 5. Annick Rouad encontrou-se com a numerologia por acaso, se acasos houver, e estuda os números e a sua relação com as pessoas há mais de 30 anos, tendo-se baseado inicialmente nas teorias de duas norte-americanas do princípio do século XX, Florence Campbell e Juno Jordan, que realizaram numerosos estudos e verificações, dando os primeiros passos na sistematização desta relação. No entanto, antes disso, houve um livro ainda não publicado que lhe foi parar às mãos. Era da autoria de um norte-americano, Lynn M. Buess, que a fascinou e decidiu traduzir. O livro acabou por ser publicado primeiro em França, foi aliás o primeiro nesta área, e intitulava-se «Numérologie de l’Ere du Verseau» («Numerologia da Era de Aquário»). Através da pintura, Annick Rouaud alargou a simbologia dos números e da sua representação a formas e cores. «Uma das coisas que lamento na numerologia actual é que a pesquisa tenha de

alguma forma parado, não se exploram novas direcções … ou exploram-se muito, muito pouco», diz. «Quando falo dos números é como se falasse dos meus amigos, e para mim ensinar é muito importante, é transmitir algo para que os outros possam fazer a sua própria dança, viver o seu próprio reencontro», afirma Annick Rouaud numa entrevista à Mil Pétalas Magazine. O que é a numerologia? A numerologia é o estudo dos números e da sua relação com os seres humanos. Durante muito tempo os números foram estudados em si, pelas suas energias e arquétipos, mas não se conhecia a sua aplicação aos seres humanos. Esta ideia de que os números têm uma relação com os seres humanos é muito mais recente, data mais ou menos do início do século XX, quando duas mulheres, em determinado momento,

nos EUA, uma na costa oeste e outra na costa leste, estudaram independentemente uma da outra a relação entre os números e as pessoas. Durante muitos anos elas foram testando hipóteses para ver como se aplicavam aos seres humanos. Por isso estes estudos têm uma base muito pragmática, muito concreta. Para que serve? Serve para nos conhecermos, por um lado, uma vez que os números nos acompanham durante toda a vida, e serve também para sentir e melhor escolher o melhor caminho para nós, na nossa vida. Quer dizer, como estes números nos acompanham – mesmo sem os conhecermos - o facto de os conhecermos permite-nos caminhar com eles, em vez de arriscar caminhar contra ou sem eles, beneficiando por isso da sua energia para avançar no nosso caminho e estar o mais possível num estado de alegria ou felicidade. 39


Nos mais de 30 anos em que pratico isto, nunca encontrei dois temas iguais. Mesmo no caso dos gémeos, que têm a mesma data de nascimento, o nome é diferente. Ou se duas pessoas na mesma família têm o mesmo nome, no caso de pais e filhos, a data de nascimento é diferente. Tudo isto são diferentes números que se combinam entre si. Para a identidade, são utilizados todos os nomes e apelidos que constam da certidão de nascimento e a data de nascimento completa. No absoluto é possível, mas na prática nunca me aconteceu.

Isso quer dizer que está tudo pré-determinado ou temos escolhas? Estes números acompanham-nos mas eles são muito, muito vastos, pelo que vão expressar-se de múltiplas formas na nossa existência. Somos nós que combinamos estes números. Vou dar um exemplo: tenho por exemplo o número 6, o número associado à cura, à terapia. Mas é também o número das reparações, dos que reparam automóveis, que fazem restaurações, etc. Tem muitas tonalidades, muitas subtilezas. Então, somos acompanhados por esta energia, mas não determinados por ela. Há múltiplas maneiras de exprimir a energia dos números e, pessoalmente, não acredito que haja um destino, que haja algo que nos obrigue a seguir este ou aquele caminho. Pelo contrário, podemos utilizar estes dados de uma maneira ou outra. Pode-se escolher não caminhar com os números, mas tal acarreta muitas 40

incertezas na vida, muitas questões e insatisfações. É como viver sem tocar a essência. É como se tivesses um problema numa perna e problemas para andar e ainda assim recusasses usar uma bengala. Então, podes andar na mesma, mas com muito mais dificuldades e vais caminhar muito tempo de forma desequilibrada. Ou seja, não te condicionam, mas se caminhas com eles tens muito mais facilidades. Como é que funciona, faz-se um tema, uma carta? Faz-se uma carta numerológica ou tema numerológico. É uma representação de diferentes cálculos e cada um destes números dá-nos indicações, em função do sítio onde se encontram. É possível que alguém tenha um tema igual ao de outra pessoa ou somos seres únicos?

E com o tema construído após todos os cálculos, o que é possível desvendar? Na consulta dá-se informações sobre os números que acompanham a pessoa. Há diferentes cálculos: o do número que inclui todas as consoantes, o número que inclui todas as vogais e a combinação e adição entre ambos os números e o da data de nascimento. Portanto explico quais são os números que acompanham a pessoa e o sentido de tudo aquilo: quais são as grandes vibrações que a acompanham, pelo que é que foi influenciada no seu meio familiar, quais são as energias da sua alma que a acompanham, como se articulam com a personalidade que desenvolveu e o seu meio familiar. Explico também as grandes fases da sua existência, quais as coisas que se passam no seu interior, no exterior, e as energias que vêm para que viva outras aprendizagens. Conhecer tudo isso pode ajudá-la a tomar determinadas decisões. Depois há cálculos específicos para a fase em que está, o ano em que está, são cálculos deferentes. O ano, e mês, o dia. Por exemplo uma pessoa que quer mudar de casa, há anos que são mais propícios que outros. Tal como para mudar de trabalho. Na primeira consulta é analisada a energia base.


Pode-se prever factos concretos? Não é a maneira como encaro a numerologia. Penso que temos sempre a liberdade de orientar os acontecimentos numa direcção ou outra, e mesmo se os orienta numa direcção mais confrontante, esta pode ser benéfica, há uma aprendizagem a fazer. Portanto não estou num movimento de predição, não acho que tal possa servir ao indivíduo. No entanto, posso dizer à pessoa: «Esta é a energia que se apresenta no próximo mês». Isto não é nada de muito preciso que a encerre ali dentro, mas apenas lhe indica o que serve para ela. Também é possível através da numerologia perceber entidades mais vastas, colectivas, um povo, por exemplo? E o porquê de determinados acontecimentos em determinadas alturas? Sim, é possível, por exemplo, fazer numerologia de uma empresa, a partir da sua data de criação. Isto vai dar também determinadas informações sobre as energias que a acompanham desde a sua criação e as suas fases. Não tentei abordar um país, porque são entidades mais vastas. É possível, no entanto, estudar acontecimentos específicos, analisando determinadas datas. É possível entender o que retirar de positivo de um grande acontecimento, mesmo doloroso. Para mim o foco é sempre acompanhar os seres numa perspectiva positiva, que dizer em que é que esta ou aquela situação ou acontecimento representam coisas positivas para a pessoa, uma nova aprendizagem, uma nova descoberta, uma nova maneira de ver o mundo. Numa sessão também se pode aconselhar a pessoa a fazer um determinado tratamento, consoante alguma fragilidade que tenha descoberto. Além disso, com a numerologia também é possível fazer comparações de temas, sinastria, e assim perceber quais os pontos que facilitam ou são mais confrontantes

entre duas pessoas, ver quais são, por exemplo, os seus desafios. Como surgiu a numerologia? O conhecimento dos números é muito antigo, já vem de Pitágoras, da Antiguidade, mas nessa altura foi estudada a sua essência, no absoluto, e agora descobriu-se a relação entre os números e os seres humanos. No entanto, há escolas que continuam a estudar os números, como os Rosa Cruz e outras. Às vezes a interpretação dos números e de outras disciplinas como a Astrologia parecem muito semelhantes, mas no entanto não são completamente… É verdade, é como grelhas de leitura que se encontram em determinados

sítios, mas tendo cada um a sua especificidade. São ricas e complementares uns dos outros, e se por um lado se confirmam uns aos outros, ao darem informações comuns, também se complementam. É por isso precioso ter por exemplo conhecimentos de ambas as disciplinas.

Pode dizer-se que há leis no universo e a astrologia e a numerologia respondem, manifestam essas leis. Como a geometria sagrada, é também uma expressão das leis do universo. Há uma dimensão muito vasta, espiritual, universal que se exprime através de diferentes disciplinas.

41


1 – Unidade, Não Manifestado, Tudo em Potencial, Fogo do Céu que desce, Vibração rápida. Impulso em frente, Energia Yang Elemento - Fogo Cor – Vermelho Tensão para avançar, Vontade, Liderança, Inovação, Rapidez, Originalidade, Independência, Pioneirismo, Franqueza, Desejo Impaciência, Dificuldade em ouvir o outro, Medo de agir, Solidão, Obstinação, Impulsividade, Egoísmo, Egocentrismo, Cólera, Insaciabilidade, Rebelião.

das emoções, Expressão, Criatividade, Criação, Alegria, Prazer, Optimismo, Entusiasmo, Gosto pelo Teatro, Originalidade, Dom da Palavra, Anfitrião Nato, Cheio de Recursos. Inibição, Dificuldade de Expressão, Superficialidade, Teatralidade, Extravagância, Vaidade, Autocontemplação, Apego ao Ego, Egocentrismo, Falta de Concentração, Sensível aos Traumatismos de Infância, Tendência ao Despesismo, Dificuldade de Consciencialização.

2 – Manifestação, Nascimento da dualidade, Receptividade, Energia Yin, Feminino, Elemento – Água Cor – Laranja Pacificador, Reconciliador, Diplomata, Tacto, Adaptabilidade, Cooperação, Ouve os outros, Mediador, Negociador, Amabilidade, Sentimentalismo, Sensibilidade Psíquica, Intuição, Paciência, Gosto pela Música e Poesia, Necessidade de ser Dirigido. Medo do Conflito, Preserva a paz a todo o custo, Retiro, Dificuldade em afirmar-se, Crítica, Apego ao Passado, Vitimização.

4- Nascimento da Forma, Incarnação na matéria. Elemento – Terra Cor – Verde Construção, Raízes, Estabilidade, Relação com a Estrutura (Trabalho, Família, Associações, Corpo), Fiável, Forma, Lei, Regra, Disciplina, Organização, Honestidade, Dança, Escultura, Composição Musical. Limitações, Doença, Rigidez, Hábitos, Stress, Dependência do Trabalho, Intolerância, Repúdio da Novidade, Autoritarismo, Conformismo, Medo do Desconhecido.

3 – Trindade, Acesso à unidade pelo ângulo do três; Número da criação Elemento – Ar Cor – Amarelo Acesso ao Espiritual através da espiritualização e transmutação

42

5 – Nascimento do Humano, Transcendência da Matéria O Humano no centro da Criação Cor – Azul Turquesa Procura de caminhos diferentes, Viagens, Liberdade, Curiosidade, Mudança, Gosta de Aventura, Comunicação, Troca, Procura

dos Outros, Sensualidade, Sexualidade, Carisma, Inteligência Empírica, Dificuldade em aprender com as experiências, Dificuldade de Concentração, Autocomplacência, Rebeldia face a leis e regras, Errático, Instabilidade, Dificuldade em entrar na próprias emoções, Inconstância, Hesitação, Nervosismo. 6 – Ponto de Equilíbrio, Leis de Harmonia, Reino do Amor Cor – Índigo Amor, Harmonia, Importância da casa, da família, Generosidade, Necessidade de nutrir, Sentido de Serviço, Capacidade de Empatia, Ideia de Perfeição, Sentido de Justiça, Reparação, Sentido Estético. Falta de amor próprio, Culpabilidade, Ansiedade, Hiper Responsabilidade, Convencional, Gosta do papel de Salvador, Insegurança emocional, Deixa-se Martirizar, Julga. 7- Espírito – Procura de Perfeição, da Verdade Absoluta, de Deus Cor - Violeta Mental, Fé, Confiança, Idealismo, Espiritualidade, Natureza Meditativa, Gosto pela Natureza, Sentido do Tempo, Perfeccionismo, Espírito Científico, Profundidade, Sabedoria, Gosto pela Filosofia, psicologia, ciência, metafísica, Gosto pela pesquisa e pelos rituais, Sentido de Justiça.

Fragilidade emocional, Pode aparentar insensibilidade, Vaidade intelectual, Crítica intelectual, Desprezo, Ironia, Cepticismo, Distância, Resistência do Mental. 8 – Energia – Infinito Cor – Púrpura – Bordeaux Grande energia, Vitalidade, Autoridade, Organização do Todo, Poder, Papel de Guia, Líder, Aspira a Deus, sem o saber. Autoritarismo, Paixão, Violência, Ambição, Atraído pelo Reconhecimento Material, Social e Profissional, Utilização Negativa do Sexo, Abuso de Poder, Falta de Limites, Gosto pelos Extremos, Rebelde, Pode Passar por Cima dos Outros. 9 – Iluminação, Entrega Total Cor – Ouro Entrega, Perdão, Desapego, Altruísmo, Redistribuição dos Conhecimentos, Idealismo, Artista, Sonhador, Ecletismo, Viagens Longínquas Interiores e Exteriores, Generosidade, Procura de Absoluto, Procura de Iluminação, Ama a Leitura, Sabedoria. Rebeldia, Dificuldade em manter os Pés na Terra, Dificuldades de Encarnação, Grandes Variações Emocionais, Restrições Financeiras Mas Sempre Salvo da Catástrofe, Deve Aprender Amor Condicional, Não Perdoa a Deus Ter Criado o Sofrimento.


Formação

TuiNa/Nível 1 O toque representa o mais antigo propósito de cura; a massagem TuiNa uma das mais ancestrais práticas de cura! Oriunda da China, esta poderosa ferramenta da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) contém os segredos da Natureza e desvenda-os através do corpo humano. Claro ou escuro, superficial ou profundo, frio ou calor, são alguns dos desequilíbrios detectados e a base de trabalho que procura a sua correcção. O Nível I da formação de TuiNa dota o interessado das chaves mestras para a sua execução perfeita, essencialmente na área de relaxamento, importante para um resultado mais abrangente e: 1. conhecer a teoria da MTC que sustenta a terapia; 2. conhecer e aplicar as principais técnicas da TuiNa; 3. adquirir conhecimentos de automassagem e autosustentação como agente de mudança; 4. prevenir a patologia no outro; 5. actuar, eficazmente, em patologias simples; 6. aumentar a disponibilidade para o toque e sensibilidade para escutar. Durante 24 horas, repartidas em seis sábados de trabalho, cuidador e cuidando saberão aliar as técnicas ancestrais da massagem às versões mais vanguardistas do saber tocar.

Material necessário: roupa de algodão, papel e caneta Investimento: 190€ (sendo 50% pago no acto da inscrição) Para certificação de frequência do curso, o aluno terá que frequentar um total de 20 horas de aulas, podendo, caso seja da sua vontade, assistir em formações futuras às aulas em falta. Formadora Paula Cristina Ferreira

43


Entrevista a Inês Rodrigues O souza

GEOBIOLOGIA E MESA RADIÓNICA: UMA PARCERIA PODEROSA! Há muito que Inês Rodrigues O Souza actua na área das terapias holísticas e quânticas, desenvolvendo actividades focadas na harmonização e equilíbrio dos seres humanos e ambientes. Para o efeito estuda e utiliza tecnologias muito especiais há mais de 25 anos. É facilitadora de formações como o Reiki, Karuna, Seichim, All Love, Magnified Ligth Healing, Método Milchizedek, Jin Shin Jyutsu, Geobiologia-Equilibrio Ambiental e Mesa Radiónica. Utiliza também técnicas como a Cura Reconectiva, Toque Quântico e Regeneração Celular pela Árvore da Vida. Há já vários anos que Inês introduziu a Mesa Radiónica, criada por Manoel Mattos, em Portugal. Inês como nasceu o teu interesse pelo mundo das terapias holísticas? Na adolescência ficava olhando o céu e questionando. Tinha sensações inexplicáveis mas não tinha com quem conversar sobre isso. Por volta dos 20 44

anos comecei a viver momentos em que sentia que saia do meu corpo físico. Comecei a ler algumas coisas sobre o assunto, até conhecer a projeciologia. A partir daí comecei a estudar temas como a radiestesia, radiónica, cristais, florais, entre muitos outros. O contacto com o Reiki fez, porém, toda a diferença na minha vida. Fiz o mestrado e comecei a ensinar esse maravilhoso instrumento de cura. Depois vieram naturalmente outras técnicas como karuna, seichim, all love, magnified e ligth healing, jin shin jyutsu, método melchizedek, gaidon heart, Mesa Radionica, Geobiologia e outras que passei a ensinar... Percorreste um caminho intenso com muitas actividades e aprendizagens. Actualmente há uma área a que te dedicas mais? Com a física quântica e a mudança planetária, as técnicas de cura avançaram muito. Está claro que vivemos num uni-

verso holográfico quântico. Somos e reflectimos as nossas emoções, pensamentos, sentimentos, e principalmente, as nossas escolhas. Fascina-me também a correlação directa entre o ser humano e seu ambiente. O meu trabalho desenvolveu-se tanto no sentido da harmonização pessoal quanto ambiental. Um reflecte-se no outro. Como utilizas na prática tudo isso? Realizando atendimentos e dando aulas. Acredito que todos temos o poder de auto cura, mas há fases da vida em que é importante ter alguém que facilite nos processos individuais. Então realizo atendimentos individuais com cura reconectiva - também actuo reconectando pessoas, uma escolha que possibilita uma grande elevação espiritual. Faço atendimentos com a Mesa Radiônica da qual também sou


facilitadora – podemos medir, e quantificar tudo! Situações, lugares, pessoas, aspectos da vida, saúde, trabalho, finanças, relacionamentos e resolver bloqueios e registos gravados no nosso campo energético, árvore genealógica, vidas passadas…. Todos conseguem um resultado nos atendimentos? Os resultados dependem das escolhas, pois a cura envolve sempre uma mudança de consciência. Também considero fundamental assumirmos 100% da responsabilidade de tudo o que nos acontece. Tenho acompanhado muitíssimos casos de ajustes e curas profundas com mudanças concretas, inclusive na minha própria vida, pois eu sou o meu grande laboratório. Faço diariamente muitas meditações e práticas. Trabalhas também na área empresarial e ambiental. Como se processa essa actividade? Faço Geobiologia e Feng Shui em residências, áreas rurais e em empresas. A geobiologia é uma ciência que mostra a relação do homem com seu ambiente. Somos influenciados pelos campos eletromagnéticos da terra, do ar, campos eléctricos, linhas geopáticas e rede Hartmann, assim como hoje por antenas de telemóveis, rádio, televisão e outras. Tudo isso afecta a saúde. Utilizo diversos aparelhos que detectam essas contaminações. Associando a Geobiologia, ao Feng Shui e à Mesa Radiónica, é possível fazer as mudanças necessárias. No caso de empresas podem analisar-se todos os fluxos - funcionamento, sectores, funcionários - e descobrir as causas dos bloqueios de vendas por exemplo. E depois projectar, activar o sucesso, potencializar vendas, optimizar de forma geral. Nas áreas rurais, é possível melhorar o desempenho e, por exemplo, diminuir pragas. Outro trabalho que realizo nesta área, é a harmonização ambiental para potencialização das negociações imobiliárias.

Óptimas notícias para quem integra essas áreas mas também para quem trabalha profissional ou individualmente, por exemplo, com a Mesa Radiónica. Para finalizar, que mensagem queres transmitir aos leitores? Participei recentemente numa formação interessante que me marcou muito, denominada Terapia do Coração. Esse conhecimento (quântico) consolidou-se mais ainda num seminário em que participei e onde estiveram presentes muitos pesquisadores e cientistas. Mostrou-se claramente que temos

no coração 40 mil neurónios. Ou seja, a ciência prova que a grande chave está no coração! Então se não puderem fazer mais nada... sintonizem-se com o vosso coração... respirem profundamente....deixem aí os vossos comandos, sonhos, desejos... deixem o amor fluir pelo sangue, pela vida, pelo SER...e tudo simplesmente pode nesse momento torna-se possível. É nisso que acredito!!! 45


Narrativa Mitológica POTENCIAL TERAPÊUTICO Contar histórias sempre foi uma das formas mais básicas de as pessoas expressarem as suas intencionalidades, afectividades e experiências. Além disso, contar histórias sempre se constituiu como um instrumento de perpetuação, criação e construção de conceitos, permitindo muitas vezes recriar a realidade, que muito ajudaram em alturas de crise. A narração mitológica constitui-se como um dos fios desta teia que envolve a expressão humana de sentimentos e perpetuação de histórias e conceitos ao longo da história da humanidade. Ao longo dos anos de existência da nossa espécie muitos foram os mitos perpetuados, e muitas as histórias contadas de geração em geração. A palavra falada desde sempre se revelou dotada de grande poder no círculo social em termos de experimentação do ser humano. 46

A Mitologia constituiu-se também uma parte dessa experimentação. Assim, através do estudo das lendas, mitos, narrativas e rituais, com que os povos antigos reverenciavam os deuses e heróis, e permitindo a génese da narração mitológica, que por sua vez é a narração das histórias de personagens sobrenaturais, envolvidas por grande valor simbólico e venerados sob a forma de deuses, semideuses e heróis que regiam as forças da natureza, permitiu-se a descoberta de algo mais profundo no ser humano. Qualquer mito (seja narrado ou não) possui um carácter social desde a sua concepção, pelo que só pode ser compreendido dentro do contexto geral da cultura em que foi criado. Nesse sentido a principal contribuição dos mitos é permitir a compreensão da psique humana, mostrando como desde sempre criámos sentidos para viver

a vida que nos foi presenteada. Além disso, os mitos relatam através da sua linguagem simbólica tudo o que passa a existir fora da realidade permitindo a passagem do não ser ao ser, isto é, permitindo passar da virtualidade à materialização, levando a que, através da interpretação subjectiva por parte de cada um, se identifiquem questões subconscientes que estariam subjacentes e ocultas de outra forma. Outra das riquezas da narrativa mitológica é que depois de se ouvir e depois de mexer connosco, ao recontá-la, haverá sempre uma implicação pessoal de quem a reconta, tornando-a mais complexa e densa, permitindo outras interpretações que não na sua versão original. É importante também denotar que a interpretação na recontagem narrativa é simbólica, isto porque no processo de contar e entender histórias os sujeitos também produzem uma identidade narrativa. Por meio das his-


tórias contadas ou traduzidas, a ideia é a de que o sujeito possa também narrar, embora não sendo o autor original da história, a sua própria vida.

MITOS DE CRIAÇÃO Olhando para trás, para os primeiros povos, podemos por exemplo encontrar muitos mitos de criação, dado que era uma realidade que presenciavam, mas cuja explicação careciam, a fim de encontrarem sentido na sua vida. O que melhor senão perceber de onde se vem para se saber para onde se vai? Assim sendo, os mitos criacionistas forneciam um modelo que servia de base para todas as suas actividades, para toda e qualquer criação humana, sendo muitas vezes recitados nos rituais de cura, em que o iniciado poderia regressar ao tempo de origem, conferindo-lhe um novo ponto de partida para suas experiências de vida. De uma forma prática, ao tomar conhecimento simbólico da Criação, qualquer um consegue voltar a ser simbolicamente contemporâneo da sua própria Criação, reintegrando-se, e garantindo a sensação de plenitude primordial. A necessidade de declarações míticas é satisfeita quando concebemos uma visão do mundo que explica de forma satisfatória o sentido da existência humana garantindo a criação (ou recriação) de uma visão que surge da totalidade psíquica, isto é, da cooperação entre o consciente e o inconsciente. A falta de sentido inibe a totalidade da vida e, portanto, equivale à doença. E se pararmos para pensar, qual é o Homem que actualmente não se encontra doente, quer física, quer psiquicamente? Qual o Homem que se diz plenamente satisfeito com o seu dia-a-dia, neste quotidiano tão agitado que o impele a uma atenção repartida por tudo quanto à sua volta se movimenta? É aqui que o recurso à narração mitológica se revela como uma potencial intervenção terapêutica. Basta apenas

tirar um pouco do seu tempo para se deixar imergir na narrativa, para que, permitindo-se sentir o que ela lhe suscita, faça com que a sua interpretação do mundo seja a sua salvação.

EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA A perspectiva mitológica no trabalho terapêutico fala-nos por intermédio da linguagem simbólica, proporcionando à alma a possibilidade de se revelar e exprimir, o que contribui para a humanização das relações, na medida em que cria um espaço propício à interacção significativa com a vida. Ao dispormo-nos a trabalhar sobre as nossas imagens internas estamos a permitir percorrer caminhos que nos conduzem ao acesso pessoal e directo do que é subconsciente e por vezes não passível de ser expresso, podendo por isso gerar desequilíbrios e patologias. Assim, posicionando-nos como co-autores dos nossos enredos existenciais, a unilateralidade da consciência é equilibrada pelo facto de ela se abrir ao diálogo com aspectos inconscientes, o que ocasiona a sua ampliação. O potencial terapêutico da narrativa mítica encontra então o seu expoente máximo aquando da permissão dada por nós, para a sua entrada na nossa

vida, pois através dela será possível trabalhar questões internas das nossas vidas similares às retratadas nos mitos, contribuindo para a aquisição de instrumentos valiosos que podem auxiliar-nos na obtenção de um sentido maior para a vivência diária. Encaremos então esta abordagem interpretativa como uma forma de mitologia criativa, dado que ela permite uma jornada de criação e recriação do indivíduo, permitindo-o percorrer o seu caminho próprio no mundo e estabelecer relações simbólicas mais fortes com a natureza e com os que o rodeiam, mantendo-se desta forma sempre com elevados níveis de esperança e inspiração. Em suma, a utilização do potencial terapêutico da mitologia passa por simplesmente roubar um pouco de tempo para se perder num dos seus mitos preferidos, quem sabe até, descobrir novos mitos, e permitir nessa pesquisa de si através deles, a sua transformação, por meio da qual conseguirá garantir uma expansão da sua consciência que será sentida como uma espécie de renascimento. Daniela Maria Ferreira Engenheira do Ambiente 47


FLASHES Formações e eventos no Espaço

Pétalas Cósmicas

Contactos: 211561754 | 929084049. Email: yogamilpetalas@gmail.com

VIVÊNCIA ESPECIAL DA ÁRVORE DA VIDA

MEDITAÇÃO DAS ROSAS DIAS 12 e 13 DE SETEMBRO Por Theresa Reis

A meditação das rosas integra o curso de Leitura da Aura, mas é um módulo autónomo. Durante o fim-de-semana os participantes aprendem esta poderosa e magnífica meditação de limpeza e de empoderamento e tomam consciência das suas capacidades de visualização, assim como das suas características. A meditação das rosas é também um óptimo instrumento para complementar outras práticas e terapias.

48

ANJO EM MIM

DIA 19 DE SETEMBRO Por Paula Cristina Ferreira Entre as experiências físicas e extra físicas que nos certificam da existência de Anjos, existe um lugar e um tempo em nós que é indiscutivelmente divino e infinito. Encontrar a nossa morada angélica e abrir as mensagens que já estão acessíveis ao nosso olhar faz parte da evolução do Homem, tão natural quanto o correr da água no riacho. Se esse for o apelo do teu coração, acompanha-nos nessa viagem.

DIA 13 DE OUTUBRO Por Inês Rodrigues O. Souza Participe nesta vivência profunda associada às descobertas e ensinamentos dos russos Arcady Petrov, cientista Ph.D. e autor de mais de 25 livros, e Grigorij Grabovoi, matemático, paranormal, cientista da Academia de Ciências da Rússia, que tem usado frequências numéricas para mudar consciência e matéria. Podemos materializar tudo o que precisamos: saúde, felicidade, amor, prosperidade e muito mais. Nesta vivência da Árvore da Vida, se estivermos receptivos à cura, é possível obter resultados significativos. Existem casos já manifestados de cura, como a regeneração de órgãos (dentes, útero, rins…). Tudo se interliga num campo unificado de energia. Podemos ter acesso ao macro nível do universo e ajustarmo-nos de acordo com as normas do Criador!


WORKSHOP: ESSÊNCIAS VIBRACIONAIS DE ANIMAIS DIA 25 de OUTUBRO Por Claudia Wittenburg

Durante o workshop os participantes terão contacto com estas poderosas essências produzidas durante uma cerimónia num local ainda selvagem da região norte-americana da Virgínia. Existem 45 essências

AULAS DE ESPERANTO Por Miguel Boieiro de animais individuais e outras compostas. Os remédios vibracionais são caracterizados pela sua natureza energética: cada essência contém a impressão energética, neste caso, do animal. O workshop inclui momentos de meditação que ajudarão na integração das essências.causa.

Brevemente iniciar-se-ão nas instalações da Associação aulas de Esperanto, ministradas por Miguel Boieiro (ver texto nesta revista). O esperanto foi criado, em 1887, pelo russo Lázaro Zamenhof que o pretendia tornar numa língua universal, da amizade e cooperação. A formação terá lugar uma vez por semana em horário pós-laboral.

49


OS CAVALOS

TÊM MUITO PARA ENSINAR Quinta do Cavalo Kiron Intervenções assistidas por Equinos Texto: Ana Fonseca 50


“Um projecto assim não pode ser visto como um negócio, é uma paixão e um caminho de vida”. Foi com estas palavras que Nathalie Durel, recebeu o grupo de praticantes de Kiryu / Chi Kung *, na Quinta do Cavalo Kiron, em Junho (mês chinês do Cavalo) Criadora deste método de terapias assistidas por cavalos e fundadora daquele espaço situado na zona de Fontanelas / Azenhas do Mar (concelho de Sintra), Nathalie Durel explica que os cavalos, “seres altamente desenvolvidos e de inteligência emocional elevada” têm muito para ensinar. Formada em psicologia, Nathalie há cerca de dez anos trabalhava como psicoterapeuta na sua terra natal – França. Havia, contudo chegado a uma encruzilhada relativamente a certas patologias com que se confrontava. Começou a procurar novas abordagens e alguém lhe falou em cavalos. Os dados estavam lançados: Nathalie formou-se em Equoterapia no Brasil e acabou por criar a sua própria metodologia: O Método Kiron – Intervenções Assistidas por Equinos. “Trata-se de uma aborda-

gem única que conjuga as qualidades e as capacidades naturais do cavalo com as competências e a experiência do terapeuta, coach ou facilitador formado com esta metodologia”.

onde venho, para onde vou)” explicou Nathalie Durel. E grande parte do trabalho centra-se na reacção do cavalo perante o comportamento da pessoa e vice-versa.

Na Quinta do Cavalo Kiron, os cavalos vivem num ambiente de semi-liberdade, uma condição considerada essencial para que os animais estejam equilibrados a nível emocional e que assim possam também desempenhar em pleno a sua missão. Nathalie explicou que também eles vieram de situações de maus-tratos tendo sido submetidos a todo um trabalho de reabilitação.

“Não havendo necessidade de se montar o cavalo (salvo em certos casos bem específicos, como por exemplo em determinados quadros depressivos ou em distúrbios alimentares) as intervenções com os equinos são realizadas no chão. Os cavalos e póneis são especialmente preparados para este método, totalmente seguros e calmos”. A metodologia de preparação dos equinos encontra-se baseada na etologia equina e no horsemanship adaptados às nossas necessidades específicas”.

EFEITO ESPELHO CAVALO-PESSOA As intervenções assistidas por equinos, designadamente a psicoterapia, o coaching e o desenvolvimento pessoal, entre outras, aplicam-se em várias vertentes: a nível individual, familiar, de casais, grupos e empresas. “As áreas de actuação abrangem, por exemplo, situações de toxicodependências, saúde mental, de liderança e de questões de puro existencialismo (quem sou, de

“A equipa humana que integra a Quinta do Cavalo Kiron é constituída por um especialista equino, psicólogos e psicoterapeutas, coaches, conselheiros e facilitadores de desenvolvimento pessoal. Todos formados neste método e utilizando com rigor o seu código deontológico”.

51


PORQUÊ O CAVALO? “O cavalo funciona como um espelho das nossas emoções, pelo facto de ser mais parecido com o ser humano do que possamos imaginar. O cavalo tem necessidades psico-relacionais similares aos dos humanos, o que o leva a ter reacções comparáveis e torna a sua presença durante a sessão muito rica e reveladora para o participante. Essas necessidades são: segurança, alimento, abrigo, conforto, protecção, confiança, respeito, liderança, paciência, meiguice, constância, clareza dos pedidos, sentir-se útil. O cavalo, devido ao seu carácter reservado e não intrusivo entra na relação sem ter preconceitos. É um ser autêntico que consequentemente, ensina os contactos honestos e simples. Destaca os princípios simples mas frequentemente difíceis a aplicar nas relações inter pessoais e profissionais como a confiança em si, nos outros e nos seus pedidos, a afirmação de si próprio, a clareza dos pedidos, a calma, a paciência, a escuta, o respeito, a congruência, a assertividade ... O cavalo funciona também como um espelho nosso, faz emergir a vida emocional, desperta os afectos e é o lugar das projecções do estado afectivo. O participante que brinca, age, trabalha com o cavalo acaba por se ver nos olhos deste porque as expressões e as reacções do cavalo estão ligadas aquilo que vê como expressões e reacções do próprio participante. Esclarecendo melhor: uma pessoa que tem uma dinâmica emocional muito agressiva pode não ter a consciência de que é agressiva, mas vai dizer que o mundo é agressivo para com ela. O mesmo acontece com o Cavalo. Se a pessoa tiver uma atitude agressiva com o Cavalo, o animal vai ser como um espelho de si mesma, porque vai reagir à agressividade, fugindo, ou, dependendo dos casos, tornando-se agressor. Na Psicoterapia Clássica, tenta-se ir às origens da agressividade de um paciente, na 52

tentativa de perceber porque é que ele é hiperdefensivo. Com o cavalo, essa análise é muito mais rápida. Poderia até dizer-se instantânea. O cavalo reflecte claramente o que às vezes já tem sido consciencializado pelo paciente ou coachee (no coaching), no entanto, com o cavalo, não se pode mais negar nem minimizar a coisa; o paciente ou coachee passa então a ter que iniciar as mudanças de comportamento que se impõem. Além das tomadas de consciência que provoca

ou que permite clarificar, o cavalo é o parceiro ideal para o desenvolvimento pessoal ou profissional porque é generoso, paciente, tolerante aos erros além de bem-disposto a nosso respeito mesmo se não estivermos acostumados a lidar com ele (é o caso de maioria das pessoas). Graças a essas qualidades, a aprendizagem de novos comportamentos faz-se com sucesso e são imediatamente adaptados e geralmente aplicados à nossa vida pessoal e profissional. Trata-se de um dos grandes segredos do trabalho assistido pelo cavalo seja ele efectuado em coaching ou numa psicoterapia clássica”.


MESTRES-TERAPÊUTAS

“O mais antigo testemunho sobre a domesticação do cavalo remonta a 3000 anos a.C. Eles foram durante séculos os nossos fiéis parceiros na guerras, nas viagens, na agricultura e podemos dizer que, sem sombra de duvida, os cavalos nos ajudaram a construir o mundo moderno. Actualmente, foram substituídos pelos motores dos carros, camiões, tractores, aviões e tanques e parece que não resta mais para brilhar que o mundo equestre. E se os equinos tivessem ainda muito para nos dar numa área ainda pouco divulgada? O mundo das terapias e do desenvolvimento pessoal. Todas as pessoas que estiveram em contacto com cavalos dizem que ocasionaram uma mudança neles. No entanto ninguém sabe dizer como? Método Kiron® surgiu justamente para estudar, explicar, ensinar e desenvolver esta área que permite devolver aos equinos seu verdadeiro brilho: curar os humanos. Sabemos que os Celtas, os antigos Gregos e os Índios Americanos veneravam os cavalos e já os utilizavam como mestres-terapeutas”.

APOIOS

“A Associação Kiron é uma organização sem fins lucrativos que se dedica a estimular o desenvolvimento humano com recurso a equídeos. O nosso sonho e missão é ajudar cavalos e pessoas em Portugal. Neste momento, precisamos de angariar verbas para alimentar os nossos cavalos e póneis para que assim eles possam continuar a ajudar todas as pessoas que precisam de ser submetidas a intervenções assistidas por equídeos. A nossa sede está localizada perto de Sintra (Portugal), na Quinta do Cavalo Kiron. Portugal atravessa uma situação económica muito difícil e por isso, muitos

cavalos têm sido abandonados ou estão a passar fome e precisam da nossa ajuda. Precisamos de angariar fundos para alimentar os nossos cavalos e para os cavalos que temos acolhido e salvo. Apoie este esforço através do seu donativo. Aceitamos donativos e patrocínios de todo o mundo. Pode também ajudar-nos reencaminhando esta informação para todos os seus contactos nas redes sociais. Se conhecer alguma organização ou patrocinador privado que possa ajudar-nos, passe esta mensagem de esperança. Se quiser saber mais, contacte-nos por mensagem privada.

pela Ecole de Psychologie Clinique de Aix-en Provence- France. -Diploma em Arte-Terapia pela Profac-Arles-France. - Diplomada em Educação e Saúde Pública pela Universidade de Medicina de Nancy-France.

Obrigada por apoiar a nossa causa”.

Idealizadora do Método Kiron® -Fundadora da Quinta do cavalo Kiron -Certificada em Coaching pela Certified Coaches Federation -Membro da Sociedade Francesa de Equoterapia

CURRICULO NATHALIE DUREL

Especializações: - Psicoterapeuta Transpessoal em Rêve Eveillé, Astro-Psicologia e Psico-Genealogia. -Formação em Psicologia Junguiana - Rio de Janeiro(Brasil) -Terapeuta em Equoterapia (Terapia assistida pelo cavalo) - São Paulo(Brasil) -Diplomada em Psicoterapia e Coaching assistido pelos equinos (EAGALA)(USA)

IDIOMAS FALADOS: Português-Francês-Espanhol- Inglês - Diplomada em Psicologia Clínica

53


Acupunctura veterinária

TRATAMENTO DA ARTRITE E DA DISPLASIA A acupunctura é uma terapia originária do oriente e apresenta um potencial importante na saúde e bem-estar do cão com artrite, osteoartrose ou displasia. A acupunctura e a medicina tradicional chinesa têm vindo a ser alvo de interesse crescente na medicina veterinária em Portugal. Particularmente, em casos de artrite, osteoartrose ou alguma forma de displasia é já frequente ouvir alguém dizer que o seu cão já fez tratamentos de acupunctura, ou que tomou fórmulas de fitoterapia chinesa. O QUE É A ACUPUNCTURA VETERINÁRIA? A acupunctura veterinária faz parte de um sistema médico completo com origem nas culturas e civilizações orientais. É um sistema médico tradicional que se denomina Medicina Tradicional Chinesa. 54

A sistematização do conhecimento médico oriental implica uma compreensão e integração de tudo o que existe no Universo, validando o conhecimento através de uma lógica organísmica ou sintética (Kaptchuk, 2000) organizando sinais e sintomas segundo padrões compreensíveis, de modo a contemplar o todo e o padrão global holístico do animal, para compreender o contexto da doença ou episódio clínico que motiva a consulta e a melhor forma de tratar o animal.

COMO SE PRATICA A ACUPUNCTURA VETERINÁRIA? A prática da acupunctura veterinária consiste na introdução de agulhas filiformes (da espessura de um cabelo) no corpo dos animais.

A técnica não é dolorosa podendo, contudo, alguns dos pontos utilizados terem uma sensibilidade particular, devido aos desequilíbrios fisiológicos que os animais apresentam devido à doença (Shoen, 2001). Em geral, os animais ficam tranquilos durante o tratamento, pois o efeito da acupunctura causa uma sensação de relaxamento imediata, sendo frequente adormecerem no decorrer dos mesmos. O QUE SÃO A ARTRITE, OSTEOARTROSE E A DISPLASIA CANINA? A artrite canina é uma doença inflamatória aguda que pode acometer qualquer articulação do cão quer devido a um trauma no local, a exercício intensivo, ou a desequilíbrios metabólicos, nutricionais ou hormonais entre outros.


teoartrose e displasia articular da anca, cotovelo, entre outras (Shoen, 2001). Nestes casos, a acupunctura promove bem-estar, controlo eficaz da dor articular, melhoria significativa da mobilidade e da autonomia, recuperação da massa muscular e da funcionalidade dos membros e articulações afectadas, diminuição e controlo natural da inflamação articular, redução do processo degenerativo e promoção de regeneração articular. Para que os tratamentos de acupunctura sejam realizados de forma correcta e consequentemente eficazes devem ser baseados num bom diagnóstico energético prévio que se realiza na primeira consulta de diagnóstico ao animal. Este diagnóstico consiste em identificar em cada caso quais as particularidades fisiológicas e patológicas que sustentam a doença e impedem que o animal volte ao seu estado de saúde ideal.

Quando a artrite é favorecida por uma má conformação articular pré-existente, ou seja os dois ossos que constituem a articulação não têm um encaixe perfeito, a causa da artrite pode ser uma displasia. Displasia significa que o animal tem uma conformação articular incorrecta, não adequada ou imperfeita no seu encaixe natural, o que favorece a inflamação articular, quer com o exercício normal do dia-a-dia, quer com exercício extra que lhe seja exigido. Na maioria das vezes, a má conformação tem uma origem genética, congénita ou hereditária. A inflamação que decorre posteriormente pelo uso corrente da articulação, leva à artrite e à osteoartrose, as quais têm uma origem ambiental, nutricional, física, ou seja,

para elas contribuem factores do dia-a-dia e da interacção humano-animal. A osteoartrose é uma doença articular degenerativa e representa uma evolução crónica das anteriores, com degeneração e remodelação óssea, a qual pode aumentar a má conformação articular já existente, provocar dor crónica, acentuada e limitante a longo prazo, e tornar mais ou menos incapacitante a locomoção do animal, quer pela dor, quer pela limitação física que provoca.

COMO PODE A ACUPUNCTURA AJUDAR O MEU CÃO COM ESTAS PATOLOGIAS? A acupunctura é um tratamento que apresenta uma taxa de sucesso elevada e um recurso muito importante no maneio dos pacientes com artrite, os-

Identificadas estas particularidades é elaborado o protocolo de acupunctura, ou seja, é seleccionado o conjunto de pontos específicos sobre o corpo do animal onde se deve intervir com a aplicação das agulhas, para que os processos fisiológicos de cura, regeneração articular, desinflamação e controlo da dor sejam activados. O QUE POSSO ESPERAR DESTES TRATAMENTOS? A acupunctura quando realizada correctamente, pode promover uma melhoria sintomática considerável logo após a primeira sessão, notando-se que o seu animal apresenta menos dor e não está tão limitado nos movimentos nem na autonomia. Em geral, volta a resgatar comportamentos e brincadeiras que já não fazia tão habitualmente. Com a continuidade dos tratamentos, de acordo com a indicação que lhe for dada, pode esperar que os resultados se tornem cada vez mais duradouros e o

55


animal recupere progressivamente mais capacidades, funções e mobilidade.

PODE A ACUPUNCTURA IR MAIS LONGE?

Na maioria das situações estes tratamentos permitem que o animal possa, em muito curto espaço de tempo, de acordo com o grau e evolução da lesão, voltar a ter autonomia com ausência de dor crónica, sem que para tal tenha que recorrer ao uso regular de anti-inflamatórios e possa mesmo não voltar a ser necessário utilizá-los.

Quando nos animais ainda jovens é identificado algum grau de displasia, em particular da anca ou do cotovelo, é possível utilizar a acupunctura e a medicina chinesa, não apenas como um recurso sintomático no controlo da dor e da evolução da doença, mas também pelo seu potencial regenerador, orientando os tratamentos para que durante o crescimento possa ocorrer uma remodelação óssea orientada e a própria conformação da articulação se remodele para um padrão de normalidade ao longo do processo de crescimento.

É igualmente importante identificar se o animal tem, em simultâneo, outras doenças crónicas debilitantes que comprometam a sua saúde geral e a performance do seu sistema imunitário, pois estas situações podem levar a uma diminuição da amplitude dos resultados esperados com os tratamentos.

56

Na fase de crescimento os ossos são muito plásticos estão constantemente a orientar o seu crescimento em função de forças, pressões e estímulos externos. A partir das cartilagens vão-se

desenvolvendo os canais de ossificação e a dureza do osso aumenta até à maturidade. Na fase mais plástica do crescimento ósseo, a acupunctura pode fornecer um estímulo apropriado para uma ossificação mais correcta e desta forma influenciar positivamente a tendência genética do desenvolvimento do animal. Nos casos mais avançados de doenças crónicas estabelecidas, pode ser igualmente possível favorecer uma regeneração óssea e uma remodelação orientada a partir de técnicas avançadas de acupunctura, muito específicas e melhorar a própria conformação articular já existente. Dinora Xavier Veterinária Holística


57


TRANSUMANTES POR NATUREZA Texto e fotografia: Paulo Caetano

A VELHA PONTE DE PEDRA, QUE LIGA AS DUAS MARGENS DE UM TUMULTUOSO RIBEIRO DE MONTANHA DOS PIRINÉUS FRANCESES, MANTÉM-SE INABALÁVEL SOB OS CASCOS DE DEZENAS E DEZENAS DE CAVALOS NEGROS. A ANTIGA ESTRUTURA RESISTE A TODAS AS AGRURAS DESDE QUE FOI ERGUIDA PELAS HOSTES ROMANAS E SUPORTA BEM MAIS ESTA PROVA. ESTE É UM PONTO DE PASSAGEM OBRIGATÓRIO DA MANADA COMUNITÁRIA DE CAVALOS MÉRENS DURANTE A TRANSUMÂNCIA – UM COSTUME ANCESTRAL, CUJA ORIGEM SE PERDE NA BRUMA DO TEMPO E NOS CONFINS DA MEMÓRIA COLECTIVA. 58

Os animais descem o carreiro num trote rápido, atrás dos homens armados com cajados. Abrandam o passo ao sentir a dureza do granito e as éguas tentam evitar atropelos que possam magoar os seus potros. A ponte é atravessada rapidamente, enquanto os paisanos gritam para manter a manada bem coesa. Cá atrás, a encerrar o desfile que reúne quase uma centena de animais, vêm 35 cavaleiros – gente da região, ou de outras zonas de França, que decidiu participar activamente neste velho ritual. Os cavalos vêem encharcados. Mas não se trata de suor. Desde que começaram a caminhar, logo ao nascer do dia, que o clima pirenaico mostrou como é indomável e imprevisível. Ainda o sol estava a tentar romper por entre um céu cor de chumbo quando a chuva começou a fazer-se sentir. Intensa e fria. E, nas horas

que se seguiram, nunca abrandou. Nada escapou à intempérie. Nem os campos verdejantes, nem os animais em movimento, nem os paisanos que os acompanhavam. Do outro lado do ribeiro, a ladeira desce suavemente até ao nível das águas. Os cavalos aproveitam para beber sofregamente e os homens retemperam as suas forças. As crias procuram o conforto das progenitoras e algumas tentam mamar um pouco. Mas o tempo escasseia. Ainda têm muito caminho para palmilhar e há que retomar o trilho. A paragem maior está prometida para a próxima povoação, onde os aguarda um «mata-bicho» oferecido pelas autoridades locais: sumos, vinhos, queijos, carne assada, batatas fritas e café. Além de umas lareiras para secarem a roupa e as botas.


param ruas e ruelas. Até que seguiram, passo estugado, para os limites da vila e embrenharam-se nos campos. Simon Lompède ia na frente, de cajado numa mão e boina basca na cabeça. É um dos criadores destes cavalos negros e presidente da associação local da raça. É, acima de tudo, um apaixonado pelos Mérens e pelas suas tradições. Conhece estas canadas como a palma das suas mãos. É um conhecimento antigo, que percorreu várias gerações na sua família. Tanto quando sabe, começou com o seu avô, que morreu há mais de cinquenta anos e que nunca chegou a conhecer. Os ensinamentos foram, então, passados ao seu pai e este, por sua vez, contagiou irremediavelmente o seu filho varão. «No tempo do meu avô, cada pequeno criador levava os seus cavalos para a montanha, com a ajuda da família. Os meus tios e o meu pai continuaram este costume, sem nunca esmorecer. Mesmo quando a raça esteve quase a extinguir-se nestes montes, quando estes animais não valiam nada e só davam despesa», conta com alguma nostalgia. Agora é a sua vez de levar os animais até aos cumes dos Pirinéus, com a ajuda das três irmãs, dos restantes membro da família e de muitos vizinhos.

Antes de aqui chegarem, a este ermo perdido nas montanhas pirenaicas, já o desfile transumante tinha atravessado uma das principais cidades da região: St. Girons. Foi um cortejo inusitado, logo pelas sete da manhã, que deixou boquiabertos os raros transeuntes que circulavam numa hora tão matinal. De repente, o trânsito foi cortado e o alvo-

roço tomou conta da avenida principal, trazendo ruídos e odores estranhos neste ambiente citadino. Os cascos ouviam-se a uma distância considerável, um matraquear ritmado devidamente embalado pelo som dos chocalhos que pendem dos pescoços das éguas que guiam a manada. Passaram junto à igreja matriz, atravessaram pontes, ocu-

A transumância de cavalos nos Pirinéus é uma prática tão antiga e natural que, para estes criadores, não faz sentido ser abandonada. Quando chega o tempo quente, as pastagens dos vales estão ressequidas e as moscas não dão sossego aos animais. Há que buscar erva fresca nos cumes das montanhas e, para lá chegar, há que percorrer dezenas de quilómetros, durante dias, atravessando campos e povoações. Depois, quando o clima arrefece e o Outono ameaça instalar-se, há que palmilhar os trilhos em sentido contrário, abandonar os altos das serranias e buscar o abrigo dos vales encaixados. Lá em cima, entre penedos e uma nortada que castiga, numa paisa59


gem que num ápice se torna branca, só os animais selvagens sobrevivem. Essa é a essência da transumância: simular as migrações naturais que as grandes manadas de herbívoros realizam em busca de alimento. Só que devidamente enquadradas pelo Homem, que domesticou estas raças. Sejam cavalos, vacas ou ovelhas. Todos eles migram nos Pirinéus. Claro que, com as benesses da modernidade, há quem tenha tido a ideia de realizar estas movimentações periódicas em camionetas de caixa aberta. Mas Simon - e os restantes criadores de Mérens da região de Couserans - nem sequer equacionam matar a tradição desta forma: «Economicamente, não é viável. O preço do aluguer das camionetas e o custo do gasóleo inviabilizam essa opção. Mas, mais importante, é que isso reduzi60

ria a nossa tradição e o nosso modo de vida a uma caricatura», defende Simon. Depois da paragem na povoação, iniciam-se os preparativos para uma nova etapa. Os cavaleiros preparam as suas montadas, dão-lhes uns pedaços de

maçãs, confirmam se os arreios estão firmes ou a altura dos estribos. Depois aguardam, com disciplina, que os criadores libertem a manada comunitária. E, num aparente caos controlado, todos se põem em marcha.


rulho e com as movimentações de carros e com os gritos das crianças. Mas os Mérens, conhecidos nos dois lados da fronteira como «príncipes negros», são animais calmos, muito seguros e gentis. Mesmo as fêmeas, acompanhadas pelas suas crias, não dão mostras de grande inquietude.

Nos campos, os animais mostram-se mais descontraídos. Por vezes, deixam-se ficar um pouco para trás em brincadeiras, simulando lutas ou deixando as crias mamarem. Em seguida, num ápice, desatam num galope curto até alcançarem a frente do grupo. Quando a manada tenta espraiar-se, logo alguns cajados são acenados com vigor para manter a eguada numa massa compacta. Mas, com um pouco de teimosia, sempre se consegue ratar um pouco de erva que brota nas bermas do trilho.

A paisagem sucede-se ao ritmo dos passos dos caminhantes que lideram o cortejo. São os paisanos que marcam o andamento e que funcionam como uma barreira, impedindo os cavalos de partirem à desfilada. A caminhada tem alguns pontos altos – como a entrada nas povoações, o que sempre constitui um motivo de festa, com curiosos em todas as esquinas. Já para os criadores, este é um momento de tensão.

«Aprendi a montar com sete anos. Ia buscar o cavalo sozinho com uma corda e montava-o. Hoje em dia, as coisas estão diferentes. Os cavalos Mérens são um pouco maiores e mais nervosos que no meu tempo, por causa do mercado que se criou. São animais procurados para provas desportivas, como a atrelagem, onde têm obtido bons resultados. E se é verdade que essa exposição e procura salvaram a raça da extinção, também é verdade que a descaracterizou um pouco», lamenta Simon Lompède, que logo acrescenta: «Ainda tenho uma égua de 28 anos com as antigas características. Coloquei-lhe o meu filho de três anos no dorso, num passeio pela montanha, e ela foi extremamente cuidadosa. São estes animais que eu procuro e que tento valorizar na minha coudelaria. Cavalos tão dóceis que possam ser montados por toda a gente».

Há que controlar o nervosismo dos cavalos, evitar que se assustem com o ba-

61


Quinta da Azenha TURISMO RURAL Texto: Ana Fonseca Fotografia: Alexandra Marques

Situada a escassos quilómetros da fantástica vila de Óbidos, a Quinta da Azenha assume-se como uma espécie de oásis num cenário onde a ruralidade pontifica. Construído há mais de dois séculos, aquele empreendimento de turismo rural dispõe de equipamentos que permitem uma utilização diversificada: salas para eventos e para reuniões, capela para cerimónias religiosas, piscina, biblioteca, recantos para actividades de lazer ou simples contemplação. É de aplaudir a permissão de 62

animais domésticos. A quinta dispõe de um canil, mas os animais de porte pequeno podem ficar nos quartos. Respeitar a alma do local e o meio ambiente foram os requisitos que os actuais gestores do empreendimento impuseram a si próprios quando assumiram o desafio. Foi o pai de Natasha Outerelo que descobriu na internet o anúncio que colocava a Quinta da Azenha à venda. As negociações correram bem. Natasha e o marido, Jorge Ventu-

ra, naturais de Ovar, desceram à região Oeste, e puseram mãos à obra. Com eles trouxeram Pedro Gaspar, também ele já com experiência no ramo da restauração e hotelaria. “Não caímos aqui de pára-quedas. Há cerca de 20 anos que trabalhamos em restaurantes e bares tanto em Portugal como em França” explica Jorge Ventura. Mas este “é o desafio da nossa vida” confessa o empresário, lançando um olhar à fachada do edifício que dá


acesso à recepção e recuando a memória até há cerca de cinco anos atrás: “A quinta estava abandonada, foi necessário reestruturar os quartos, os pátios, a entrada, criar e cuidar de recantos…”. Conta, por seu turno, Pedro Gaspar que já em 1811 a quinta era uma estalagem. Reza a história que “as pessoas traziam a farinha para fazer o pão e pernoitavam no local. No quarto número dois ainda é possível observar o forno a lenha que era então utilizado para o efeito”. E, claro, no exterior a azenha que dá um toque especial ao local, assim como o mágico e tranquilizante som da água. Os quartos, decorados de uma forma acolhedora com padrões diversificados, estão equipados com aquecimento central, sanitários com duche, secador de cabelo e toalheiros aquecidos e acesso à internet wireless. Os responsá-

veis pela Quinta da Azenha assumem que querem desenvolver um conceito diferente daquele que marca as unidades hoteleiras em geral. Gostam, por exemplo, de jogar com o imprevisto, “de criar espaços de refeições no jardim que surpreendam os clientes e os visitantes”. Tudo com as doses certas de “sorrisos e de boas energias” acrescenta Pedro Gaspar. Aliás, manifestam toda a sua abertura à recepção de grupos ligados a actividades como o yoga, chi kung, meditação e outras actividades de bem-estar e de desenvolvimento pessoal que procuram locais para retiros ou estágios. “Estamos num local privilegiado, perto de Lisboa, servido de uma boa rede viária” e com uma envolvente rural e ambiental bastante inspiradora. (www.quintadazenha.com) 63


POR ANA ISABEL NEVES

«Não Existe o Impossível» Já alguma vez lhe disseram que você cria a sua realidade a todo o momento? Que aquilo que lhe acontece é na realidade criado por si? «Não existe o impossível» foi o mote da palestra «CURA E HARMONIZAÇÃO: NOVAS POSSILIDADES» que Inês Rodrigues O. Souza proferiu na Associação Pétalas Cósmicas. Foi casa cheia para ouvir a terapeuta brasileira, que regressará à associação em Outubro, falar de estratégias para pintar o futuro com as cores escolhidas por nós.

MATERIALIZAR NOVAS POSSIBILIDADES

Parece quase uma arrogância dizer que «não existe o impossível», mas é precisamente essa a convicção de Inês Souza. Se uma situação se cruza comigo eu devo perguntar: - porque é que tenho este desafio? - porque é que eu estou a atrair isto? Só é traído quem é traível. Só é roubado quem é roubável. Quando eu curo o meu lado mais traível ou roubável quebro o padrão e deixo de atrair pessoas e circunstâncias em que sou traída ou roubada. Devemos aceitar tudo o que vemos e o que acontece e praticar de acordo com os nossos desejos. Só assim se encontra o fio à vida, «praticando as coisas».

64

Mas se «não existe o impossível», como reformular a vida? As novas possibilidades da nossa vida só têm que ver com as nossas escolhas. Temos que abrir mão do ego. Tudo o que precisa de ser materializado é do domínio dos elementos. Estamos a falar do nível atómico da matéria, onde a maior parte do espaço é vazio e o que imaginávamos sólido é na realidade energia. «Tudo é frequência e ondas vibratórias» e nesse sentido, nós podemos moldar o mundo à nossa volta em função das vibrações que nós próprios emitimos.

mente conhecidos. Por exemplo, quantas vezes sentimos desconforto quando entramos numa casa ou num espaço? Se são só paredes, porque será que algumas casas nos fazem realmente sentir vontade de estar noutro sítio que não ali? O que acontece é que um edifício retém e reflecte a energia das pessoas que lá estão. É por isso que nos sentimos bem (ou mal) em determinados locais. A história do sítio pesa na energia que captamos e nós devolvemos a nossa própria energia ao sítio.

OBJECTO E OBSERVAÇÃO

A vida que queremos está à nossa espera a todo o momento, mas temos de harmonizar a nossa energia e intenção com as expectativas que temos. Não chega pensar em atingir coisas se depois não nos sentimos merecedores do que queremos materializar. Na hora de atingir o impossível, temos de olhar para nós e para o mundo com uma nova energia. Temos que procurar a causa não só no domínio físico mas também noutras dimensões da nossa existência como a psíquica e a emocional. Só assim, de uma forma plena e harmoniosa, poderemos começar a curar-nos e permitir que as novas possibilidades se comecem a revelar.

Cada um de nós é aquilo que projecta. Quando observamos qualquer coisa transformamos esse objecto à medida do que queremos ou estamos preparados para observar. A nossa observação está condicionada à intenção do nosso padrão observatório. O objecto observado torna-se no que observamos. Temos que mudar a nossa observação. Procurar o lado positivo em tudo. Ser um pouco cientistas e cobaias na nossa própria experiência que é a Vida. Quando se muda o modo como observamos, o que é observado muda. Não mudamos o objecto, mudamos a intenção do nosso próprio padrão de observação. Esta questão pode parecer complexa, mas os efeitos à nossa volta são sobeja-

NÃO EXISTE O IMPOSSÍVEL


«ELASTIC HEART» (FEAT. THE WEEKND & DIPLO) And another one bites the dust Oh why can I not conquer love? And I might have thought that we were one Wanted to fight this war without weapons And I wanted it, I wanted it bad But there were so many red flags Now another one bites the dust Yeah, let’s be clear, I’ll trust no one You did not break me I’m still fighting for peace

Mensagem pelos sentidos O som atrás de mim é ensurdecedor: talheres, gargalhadas e conversas. À hora da refeição, a exuberância portuguesa é digna de registo e nem o facto de estarmos num restaurante torna a experiência menos autêntica. Eu só quero um café e por isso permaneço ao balcão à espera de ser atendida. Pregada no canto, a televisão sem som mostra uma bailarina numa coreografia que me deixa quase hipnotizada. A técnica é surpreendente mas a intensidade da bailarina é o que me faz querer saber quem é aquela figura tão pequena e tão forte ao mesmo tempo. No final do videoclip a legenda: Sia – Elastic Heart. Vou pesquisar e quando a música começa a tocar no meu computador, reconheço a melodia que já tinha passado no rádio mas que não me tinha atraído. A bailarina que tanto me tocou, Maddie Ziegler, tem 12 anos! Com esta idade tem já uma longa carreira e acredito que quase tantas horas de treino como de vida, para ser capaz de interpretar uma mensagem tão poderosa daquela maneira.

A canção fala de resiliência, da capacidade de resistir aos ataques ao coração, aos ataques a nós. Imagino que num coração elástico cabe de tudo, desde o bom à força para ultrapassar todos os desafios. Desde a capacidade de amar à capacidade de lutar. Por um objectivo ou pela vida.

Well, I’ve got thick skin and an elastic heart, But your blade - it might be too sharp I’m like a rubber band until you pull too hard, Yeah, I may snap and I move fast But you won’t see me fall apart ‘Cause I’ve got an elastic heart I’ve got an elastic heart Yeah, I’ve got an elastic heart And I will stay up through the night And let’s be clear, won’t close my eyes And I know that I can survive I’ll walk through fire to save my life And I want it, I want my life so bad I’m doing everything I can Then another one bites the dust It’s hard to lose a chosen one

A história contada pela coreografia complementa a mensagem da letra: a vida é dura, os confrontos crus, num perpétuo vale tudo pela sobrevivência. Não interessa o tamanho ou o poder físico, interessa a intensidade colocada na luta e ter um coração assim, que se adapta. Elástico.

You did not break me (You did not break me, no) I’m still fighting for peace

Acho curioso chegar a uma música pela coreografia do videoclip e à mensagem de uma canção sem a ouvir. Nem sempre as mensagens nos chegam da forma mais evidente, mas as emoções não escolhem sentidos. É preciso andar atento! Sentir é sentir. Seja a cores ou com ruído de fundo.

Oh oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh oh-oh-oh-oh Oh oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh Oh-oh-oh-oh

Well, I’ve got thick skin and an elastic heart, But your blade - it might be too sharp I’m like a rubber band until you pull too hard, Yeah, I may snap and I move fast But you won’t see me fall apart ‘Cause I’ve got an elastic heart

[x2:] Well, I’ve got thick skin and an elastic heart, But your blade - it might be too sharp I’m like a rubber band until you pull too hard, Yeah, I may snap and I move fast But you won’t see me fall apart ‘Cause I’ve got an elastic heart I’ve got an elastic heart

65


Esperanto

LÍNGUA DA PAZ E DA COOPERAÇÃO Ana Fonseca / jornalista

Língua da amizade, paz, cordialidade e cooperação entre os povos de todo o mundo, o Esperanto foi criado pelo russo Lázaro Zamenhof que, em 1887, publicou o seu primeiro livro. “Apesar de ainda não se ter afirmado de forma efectiva a nível mundial, porque as grandes potências querem impor as suas línguas” explica Miguel Boieiro, professor de esperanto, “a sua utilização tem vindo a aumentar”. A China, por exemplo, “está a apostar muito na aprendizagem desta língua, mesmo para fins comerciais”. Ao contrário do que muitos possam pensar, o Esperanto não é uma língua do passado. Cerca de 130 anos de utilização transformaram-no numa língua viva, capaz de traduzir o pensamento humano de uma forma clara e precisa. Além disso, acrescenta Miguel Boieiro, “todos os anos surgem palavras novas, 66

é uma língua evolutiva”. Não se sabe ao certo quantas palavras existem “mas são aos milhares”.

siderável dado o interesse que tem vindo a suscitar.

dão, que “reúne os esperantistas mais sabedores e todos os anos há um congresso internacional, com lugar em países diferentes, que junta milhares de participantes”. Esta língua “pertence a todos os povos e proporciona a comunicação sem qualquer tendência de hegemonia cultural, política, religiosa e económica”.

Miguel Boieiro entregou-se ao estudo do esperanto em 2002, data que marcou o final do seu mandato como presidente da Câmara Municipal de Alcochete. A companheira já estava integrada num grupo liderado por um esperantista já com três décadas de estudo e, portanto, as portas já estavam abertas e a curiosidade espicaçada.

Apesar de não existirem dados concretos sobre o número de esperantistas, estima-se que o Esperanto é falado por cerca de dois milhões de pessoas em mais de 100 países em todo o mundo. Um número bastante significativo que, tudo indica, irá aumentar de forma con-

Boieiro tirou dois cursos via internet, o que exigiu “muita dedicação e prática” mas, com uma semana de estudo, oito horas por dia, “fica-se habilitado a um nível médio de conhecimento” assegura o professor, que continuou os estudos com o professor brasileiro Paulo Nascente.

DISCIPLINA Há uma associação mundial em Roter- PROPEDÊUTICA


Para a elaboração do Esperanto “retirou-se de cada língua o que era mais inteligente e retirou-se o que podia causar confusão”. Cerca de 70 por cento das palavras “tem origem latina ou neolatina, mas a organização é mais parecida com as línguas orientais”. De acordo com Miguel Boieiro, que dá aulas de Esperanto na Universidade Intergeracional de Benfica, o Esperanto é uma disciplina propedêutica. Depois de “se saber falar esperanto é muito mais fácil aprender outras línguas. O esperanto transmite autodisciplina e ginastica a mente, porque não há necessidade de memorizar mas sim de relacionar”. Acresce que “as palavras se memorizam facilmente, há muitas palavras aglutinadas, fala-se como se escreve, cada letra tem um único som, não existem excepções, é tudo lógico”. A aprendizagem do esperanto dá, defende Miguel Boieiro, “um grande gozo intelectual”. Os esperantistas acreditam que um dia a língua sonhada e concebida por Lázaro Zamenhoj singrará. “Olhe o que se pouparia em gabinetes de tradução nos hemiciclos nacionais e internacionais”. Ana Fonseca

tariamente, optamos por ser cidadãos do mundo, através do Esperanto. Mais ampla que a outra, engloba a cultura mundial, em suas mais diversas manifestações.

ALGUMAS PALAVRAS… Amiko – amigo

Os que optam pela “dupla cidadania” através do Esperanto são chamados de esperantistas. São pessoas que não só conhecem a língua mas também a usam para comunicar-se com esperantistas de outros países, para estabelecer contactos com culturas diversas e são activistas da divulgação e da defesa da ideia da Língua Internacional.

Babilena - falador

Após o surgimento do Esperanto, pessoas que o aprenderam sentiram necessidade de organizar grupos para a prática, ensino e sua divulgação. Com o passar do tempo, esses grupos cresceram, alguns ultrapassaram as fronteiras do país de origem, novos surgiram e hoje temos centenas de organizações esperantistas em funcionamento no mundo inteiro. Juntamente com os esperantistas, esses grupos formam o Mundo do Esperanto, e as acções nele desenvolvidas constituem o que se convencionou chamar de movimento esperantista”.

Kato – gato

CIDADÃOS DO MUNDO

FILME EM ESPERANTO

“Quem aprende o Esperanto tem o privilégio de usufruir de duas cidadanias que se interagem e mutuamente se enriquecem: a primeira todos recebem automaticamente quando nascem. É influenciada pelas tradições, costumes e crenças de cada país, ou seja, pela cultura local. A segunda ganhamos quando, volun-

“Um dos primeiros filmes feitos em esperanto chama-se Incubus. Esse filme a preto e branco de 1966 é estreado por William Shatner e foi filmado inteiramente em esperanto. Na altura, os esperantistas manifestaram o seu desagrado em relação à pronúncia de William Shatner”.

Blonda – louro (a) Felica – feliz Hejmo - lar Horlogo - relógio Hundo – cão Knabo - rapaz Krajono – lápis Laborema - trabalhador Libro – livro Ludas – brinca Morgau - amanhã Nevo – sobrinho Onklo – tio Papero – papel Patro – pai Sana – são Safo – carneiro Tablo - mesa Vorto – vocábulo, palavra 67


AULAS E TERAPIAS NA ASSOCIAÇÃO

PÉTALAS CÓSMICAS KIRYU: A ARTE DA HARMONIA E DA AUTO-CURA

Kiryu (Chi Kung) é uma arte externa e interna focada no fluir do sopro vital, do KI. É uma prática de movimentos não rectilíneos, executados em plena e profunda harmonia com a Natureza. É um encontro do praticante com a sua energia e com a energia de tudo o que o circunda.

PILATES

Este método de alongamento e exercício físico, que utiliza o peso do próprio corpo, baseia-se na anatomia humana e o seu objectivo é fortalecer os músculos que rodeiam e suportam o tronco. Melhora a postura, reduz o perímetro abdominal e promove uma maior consciência corporal.

YOGONG

Alia duas técnicas ancestrais: o Yoga e o Chi Kung que significa arte de manipular com êxito a energia. A técnica assenta as suas bases essenciais na prática de exercícios de recuperação de energia e da postura, contribuindo para a acalmia do ritmo cardio-respiratório do

68

praticante, correcção de posturas, melhoria da concentração geral, aumento da auto-estima e gestão do stresse.

DANÇA ORIENTAL CLÁSSICA

Muito mais que o estereótipo da bailarina despida que faz tremer a barriga para seduzir os homens, a dança oriental é uma celebração do divino feminino que permite às mulheres tomarem consciência do corpo e exprimirem naturalmente a sua graça, com alegria e um toque de provocação. A dançar aprendese técnica, sentido do ritmo, um pouco da cultura árabe.

KUNDALINI YOGA

Trata-se de uma prática extremamente completa que concilia as componentes físicas e espirituais que nos constituem.Numa prática de Kundalini Yoga teremos, sempre, um ou mais pranayamas (exercícios respiratórios), um ou mais focos específicos de olhar, ásanas (posturas físicas, dinâmicas ou estáticas), mantras (sons específicos cujas vibrações harmonizam o nosso Ser) e Meditação.

YOGA INTEGRAL

A prática do yoga actua a todos os níveis do ser humano: físico, mental e emocional e pode ser praticado por pessoas de todas as faixas etárias. O yoga percorre todo um conjunto de técnicas que alongam o corpo, massajam os órgãos internos e as glândulas do sistema endócrino, coordenam o sistema respiratório com o corpo físico, relaxam a mente e os músculos, estimulam a circulação, aumentam a provisão de oxigénio em todos os tecidos, a vitalidade e promovem a purificação do organismo.


RUA TEIXEIRA DE PASCOAIS, 21A/B // 1700-364 LISBOA // TEL: 211 561 754 // 929 084 049 // yogamilpetalas@gmail.com

69

FOTOGRAFIA: JOSÉ AFONSO

Medicina Tradicional Massagem Numerologia de Relaxamento Chinesa Mapa Angélico Kiatsu Osteopatia Mesa Radiónica Massagem Terapêutica Terapia dos Pares BioA espiritualidade Dien Chan magnéticos dos animais Multireflexologia Reiki EMF / Harmonização Lifting Facial do Campo ElectromagReiki com Cristais Auriculoterapia nético Humano Massagem Ayurvédica Aconselhamento Operação / Iniciação Massagem Tui Na Alimentar do Timo (terapia pleiadiana) Shiatsu Método Chan’beauté Rosa do Coração (terapia pleiadiana) Drenagem Linfática Hidrolinfa Magnified Healing Massagem de Som com Astrologia Regressão com Reiki Taças Tibetanas Leitura da Aura


AGENDA | PÉTALAS CÓSMICAS SETEMBRO

OUTUBRO

DIA 3 MEDITAÇÃO Com António

DIA 7 PALESTRA Com Inês Rodrigues O Souza

DIA 31 CURSO DE TUINA Por Paula Cristina Ferreira

DIAS 12 e 13 CURSO DE LEITURA DA AURA / MEDITACÃO DAS ROSAS Com Theresa Reis

DIAS 10 e 11 CURSO DE LEITURA DA AURA Com Theresa Reis

DIA 31 TROCA DE REIKI

DIA 17 MEDITAÇÃO Com António Pato DIA 19 ANJO EM MIM Por Paula Cristina Ferreira DIA 19 | DAS 15H ÀS 17H ENCONTRO | MESA RADIÓNICA Com Alunos de Inês Rodrigues O Souza DIA 26 WORKSHOP SOBRE ELIXIRES DE ANIMAIS Por Claudia Wittenburg DIA 26 TROCA DE REIKI DIA 30 DIA ABERTO Terapias e consultas a 20 euros

70

DIAS 10 e 11 CURSO DE MESA RADIÓNICA Com Inês Rodrigues O Souza DIA 13 VIVÊNCIA: ÁRVORE DA VIDA Com Inês Rodrigues O Souza DIA 16 ACTUALIZAÇÃO DA MESA RADIÓNICA Com Inês Rodrigues O Souza DIA 17 ANJO EM MIM Por Paula Cristina Ferreira DIAS 17 e 18 CURSO DE GEOBIOLOGIA Com Inês Rodrigues O Souza DIA 24 CURSO DE TUINA Por Paula Cristina Ferreira DIA 25 WORKSHOP DE AROMATERAPIA Por Claudia Wittenburg


AGENDA | OUTROS EVENTOS SETEMBRO DIAS 4, 5 e 6 FEIRA ALTERNATIVA Parque de Jogos do INATEL Estádio 1º de Maio, Lisboa

DIAS 17 E 18 SEMINÁRIO: OS ARQUÉTIPOS E AS DIMENSÕES SAGRADAS Por Annick Rouaud e Catherine Denis georgina.mendes@gmail.com 962212482

DIA 19 VENHA CONHECER OS SOLOS NA TAPADA DA AJUDA Instituto Superior de Agronomia Tapada da Ajuda, Lisboa dfangueiro@isa.ulisboa.pt | erikasantos@isa.ulisboa.pt

DIAS 20, 21 e 22 TRATAMENTOS ENERGÉTICOS E ENCONTROS INDIVIDUAIS Por Annick Rouaud e Catherine Denis georgina.mendes@gmail.com 962212482

DIAS 18, 19 e 20 AWAKENING OF LOVE Fim de Semana Transformador Com Satya, Kalid & Rupda Quinta da Enxara, Enxara do Bispo www.injoyretreats.com/awakeningoflove

DIA 23 CURSO DE NUMEROLOGIA (3ª parte) Por Annick Rouaud georgina.mendes@gmail.com 962212482

DIAS 26 e 17 CURSOS CERTIFICADOS DE LÍDER DE YOGA DO RISO Rua Anchieta, 5 – 4º Dtº, Lisboa info@terapiadoriso.pt

OUTUBRO DIA 1O FÓRUM DE ALCÂNTARA 2015 Junta de Freguesia de Alcântara Rua dos Lusíadas, Lisboa cventura.ihec@yahoo.com / 914832654

DIA 24 ATELIÊ “EM NOME DA ALMA” (2ª parte) Por Annick Rouaud e Catherine Denis georgina.mendes@gmail.com 962212482 DIA 25 CONSTELAÇÕES FAMILIARES Por Annick Rouaud e Catherine Denis georgina.mendes@gmail.com 962212482

71


72


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.