SIM! 97

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15 ANOS

WWW.REVISTASIM.COM.BR ARQUITETURA | ARTE | DECORAÇÃO | DESIGN

ANO XV | Nº 97

#97

CARUARU UM MERCADO EM EXPANSÃO ARQUITETURA | URBANISMO | CONSTRUÇÃO

A VERSATILIDADE DE PAULO VELOSO + DESIGN + ARTE + DECORAÇÃO + PROJETO + MOSTRA + GASTRONOMIA + LIVROS +++ SIM_97_CAPA.indd 1

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SIM!

#97

CARUARU

Diretor Executivo Márcio Sena (marciodesena@gmail.com)

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LUCAS OLIVEIRA

O desdobramento do crescimento arquitetônico e urbanístico da cidade

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PAULO VELOSO DIVULGAÇÃO

Um tour pelas afinidades e pelos trabalhos do arquiteto ao longo de sua história

GALERIA SUASSUNA VICTOR MUZZI

ESPECIAL CASACOR

Lucas Oliveira Arquiteto Colaborador Alexandre Mesquita (mesquitaita@gmail.com)

®

CINTIA SENNA

O ano da Mostra de decoração mais importante do Brasil e suas previsões para 2015

PROJETOS UBARANA JR

SIM! é uma publicação trimestral da MIRAI ASSESSORIA EM COMUNICAÇÃO LTDA

DESIGN VICTOR AFFARO

O estilo orgânico no mobiliário e objetos do designer Paulo Alves

GERAL

Novidades do mercado

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SIGA-ME

O Instagram de Juliano Dubeux

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É TUDO!

Dicas de papel de parede

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JARDINS

Como cultivar um orquidário

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JARDINEIRA

A beleza do antúrio

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PERFIL

Tânia Jurema apresenta a Refinare

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MERCADO

Lilou e suas cerâmicas personalizadas

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DELÍCIAS

Três chefs e suas criações

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VAMOS LER!

Sugestões gostosas de leitura

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Operações Comerciais Eliane Guerra (81) 9282.7979 | 9536.7969 (elianeguerra@revistasim.com.br) Joelma Santos (81) 3039.2220 (comercial@revistasim.com.br)

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Renato Teles | Arthur Casas | Rafael Amaral Tenório | ArqMulti | Dubeux+Vasconcelos Arquitetura

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REDAÇÃO / DESIGN / FOTOGRAFIA Edi Souza (edisouza.sim@gmail.com) Patrícia Calife Erika Valença Lorena Moura Carol Kirschner (carolmiraimidia@globo.com) Emanuel Neves Manu Braga Breno Lima

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Espaço de artes da família de Ariano traz DNA armorial e apresenta três artistas de destaque

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Coordenação Gráfica e Editorial Patrícia Marinho (patriciamarinho@globo.com) Felipe Mendonça (felipe.bezerra@globo.com)

Redação | Comercial R. Rio Real, 49 - Ipsep - Recife - PE CEP 51.190-420 redacao@revistasim.com.br Fone / Fax: (81) 3039.2220 Os textos e artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista.

CAPA Casa projetada por Ângelo Porto no condomínio Monteverde em Caruaru, fotografada por Lucas Oliveira

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MOMENTO SIM! & NÚCLEO PE

UM LUXO DE 15 ANOS

Festejando juntos: Juliana Machado, Eliane Guerra, Patricia Marinho, Ana Rosa e Patrícia Calife

A edição que comemora os 15 anos da SIM! foi recebida com entusiasmo por arquitetos, empresários e leitores em geral na festa de fim de ano do Núcleo PE, no Forte do Brum. O evento reuniu diferentes profissionais da área e foi marcado pelo anúncio de premiações. Em 2015, os dez escritórios que mais pontuarem nas lojas conveniadas viajarão para Londres. Essa foi a atmosfera perfeita para a circulação da revista que mais acompanha as conquistas deste mercado. “Foi um ano de muito trabalho, mas que sempre é recompensado. Bom tê-los por aqui”, comentou a presidente do Núcleo PE, Juliana Machado. FOTOS: VICTOR MUZZI; LUCAS OLIVEIRA

ão especial

ana Azevedo conferem a ediç

Chicão, Márcia Nejaim e Suz

Os colunistas Alexan dre Mesquita e Ma rcelo Kozmhinsky cel com Bia Kozmhinsky ebram e Neto Belém

André Carício

Danielle Paes Barreto

Andréa Calábria

Naiade Lins, Mônica Paes e Simone Gomes

Júnior Freires e Romero Duarte

Sandra Vasconcelos e Henrique Cardim

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Luis Dubeux e João Vasconcelos

Márcio Nejaim, Tico Melo e Zenaide Conde

Rafael Amaral Tenório

Edite Araújo e João Domingos

Juliano Dubeux

Lorena Pontual e Giuliana Zírpoli

Hudson Figueiredo e Rejane Dubeux

Fabiana Teixeira e Taciana Carulla

Úrsula Fontes

Sumaya Duarte e George Casé

Robson Vila Nova

Analice e Humberto Zírpoli

Lala K e Diogo Viana

Chef Leandro Ricardo

Eric Dayan e Nadjania Gomes

Ju Nejaim e Diogo Cabus

Jacqueline e Jaidete Ferreira

+ Confira a cobertura completa em: www.facebook.com/revistasim

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MOMENTO SIM! & NOVO NÚCLEO

TIM TIM Fim de ano é a época ideal para confraternizações e celebrar os bons momentos. Com esse pensamento, o Novo Núcleo comemorou, no dia 10 de dezembro, na boate Pink Elephant, mais um ano de atividades a todo vapor. Na ocasião, arquitetos, lojistas e convidados puderam confraternizar e botar a conversa em dia, além de receber a edição comemorativa de 15 anos da Revista SIM! com a temática Luxo. Confira os clicks!

Noite de premiação: Patrícia

Marinho entre os irmãos Cav

endish, Adriana e André

FOTOS: VICTOR MUZZI

+ Confira a cobertura completa em: www.revistasim.com.br

Márcia Vieira e Luciana Pinho

Lúcia Helena e Carmem Lúcia Andrade Lima

Alessandra Vila Nova e Luiza Nogueira

Catarina Thiers, Adolpho Leimig e Taciana Feitosa

Naiade Lins e Guilherme Eustachio

Nethe Lima, Marcelo Souza e Marcelle Louise

Andrea Danzi e Ricardo Leal

Pablo Patriota, Mariana Caraciolo e Bernardo Lopes

Amelinha Peixoto

Gustavo Valois, Alba Valois e Selma Morais

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Daniele Sobral, Sílvia Monte e Anelise Sobral

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Natália Teixeira

Márcia Dias e Leandro Samuel

Michele Lima e Claudio Costa

Rebeca Martins e Adolpho Leimig

Milena Sotero e Maria Eduarda

Luciana Pimentel, Laila Bressani e Bárbara Poças

Ana Moura e Igor Borba

Mário Baô e Helena Nóbrega

Luciana Maimone entrega prêmio a ArqMulti

Rafael Souto Maior, Patricia Theotônio e João Domingos

Camila Ferreira Tenório, Tânia Jurema e Ana Maria Freire

Alexandre Mesquita, Emiliano Ferraz e Neto Belém

Fernando, Fábio, Renata Duque e Natasha Serak

Pablo Patriota e Eduardo Carvalho

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Os premiados da noite

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#EUDIGOSIM

O crescimento nos solicita quebrar amarras, parâmetros, e nos instiga a descobrir novas possibilidades. Não é fácil. Sem planejamento a chance de fixar morada no caos, que impulsiona o passo adiante, é quase certa. Imagine, então, quando o coletivo é o determinante nesse processo.

“O homem é o arquiteto de seu próprio destino” (Frank Miller) Você já se perguntou: Como anda a minha cidade? Do que ela precisa? O que eu posso fazer por ela? O advento do desenvolvimento tem relação direta com o indivíduo e suas expectativas, a sociedade pode e deve desenhar o espaço em que vive. Na arquitetura encontramos a possibilidade de expressar como queremos viver. Ela surge de dentro para fora, quando definimos nossa morada e saímos porta afora. Para isso, é preciso que ampliemos o nosso entorno, mudemos nossas atitudes e busquemos harmonizar conceitos e realizações. Patrícia Marinho

VICTOR MUZZI

patriciamarinho@globo.com

ILUSTRAÇÃO: CARLOS VAREJÃO

Desenvolvimento — Dicionário Michaelis sm (desenvolver+mento2) 1 Ato ou efeito de desenvolver. 2 Crescimento ou expansão gradual. 3 Passagem gradual de um estado inferior a um estado mais aperfeiçoado. 4 Adiantamento, progresso. 5 Extensão, prolongamento, amplitude. 6 Mús Elaboração de um tema, motivo ou ideia musicais por modificações rítmicas, melódicas ou harmônicas. 7 Mús Parte em que tal elaboração ocorre. 8 Mat Expressão de uma função qualquer na forma de uma série. 9 Mat Transformação de uma expressão em outra equivalente, mais extensa, porém mais acessível ao cálculo. D. direito, Biol: desenvolvimento sem metamorfose. Sin: desenvolução. 8

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EDITORIAL Um novo Desafio

Na produção local os nomes continuam fortes, prova disso é o portfófio versátil do arquiteto Paulo Veloso em obras cheias de personalidade. A força também conduz o texto de arte sobre a Galeria Suassuna e seu contexto armorial, onde aproveitamos a participação de Romero Andrade Lima, Cavani Rosas e Helena Assis para ilustrar com genialidade e beleza as páginas de Zoom. E quando o assunto é produção de interiores, nada como o capricho do escritório ArqMulti e o colorido no traço de Rafael Amaral Tenório. O complemendo ideal fica por conta dos nossos colunistas: Alexandre Mesquita opina sobre os tipos de papel de parede; a nossa jardineira Tita fala sobre o antúrio; e Marcelo Kozmhinsky traz a elegância das orquídeas.

EXPLORANDO A SEMENTEIRA MONTEVERDE EM CARUARU

LUCAS OLIVEIRA

Além de trazer o interior de Pernambuco para bem perto, este é um número que também viaja para São Paulo, com projeto do renomado Arthur Casas, e Rio Grande do Norte pelo trabalho experiente de Renato Teles. Isso sem falar no giro completo da CASACOR® ao destacar o balanço de sua matriz e seus franqueados pelo Nordeste. Até mesmo a seção Delícias ganha o estilo ousado da chef alagoana Simone Bert, do Wanchako, de Maceió/AL. Ela surge ao lado de outros dois grandes talentos: Jessica Pires, com sua confeitaria arquitetônica, e Alexandre Mon Rêver, com sua inspiração sensorial.

LUCAS OLIVEIRA

‘Crescimento’ é mesmo a palavra-chave desta edição. Digo isso não só com a expertise de quem contribuiu para uma matéria de capa em que Caruaru se mostra promissora, mas como quem ainda assume o desafio de chefiar a redação da SIM!, após anos de reportagem, tocando a premissa do desenvolvimento repassada pela chefe-jornalista Patrícia Calife. A chamada “Capital do Agreste” nos serviu de metáfora para esse momento de transformação em que planejar e cuidar formam a base das boas realizações de quem não perde sua essência.

VISITANDO A CASACOR®, A REDAÇÃO DIZ SIM! A NATAL/RN

Não perca tempo. Leia SIM! Edi Souza

LUCAS OLIVEIRA

PATRÍCIA MARINHO

edisouza.sim@gmail.com

LUCAS OLIVEIRA

PARA VICTOR MUZZI, VALE TUDO NA HORA DO CLIQUE, ATÉ SUBIR NA CAMINHONETE DURANTE A PAUTA DA GALERIA SUASSUNA

Março de 2015 marca o fim de um ciclo. É nele que me despeço da equipe, dos leitores, das fontes, dos colunistas e colaboradores da Revista SIM! Foram cinco anos de felicidade, realização, profissionalismo, desafios e por aí vai. Queria agradecer a Felipe Mendonça, meu primeiro contato (cheio de nervosismo) aqui, a Patrícia Marinho, por tantos ensinamentos e trocas, e a Márcio Sena, pelo direcionamento sempre que precisei. Quero dizer que desde o meu primeiro texto para a SIM! nunca mais vi, nem verei, a estética do mundo da mesma forma e isso devo ao nível exigido naquilo que publicamos, a responsabilidade que assumimos a cada informação. Amo o que faço, o que fiz, e nessa redação deixo parte de mim. Minha relação com a revista não acaba agora, ela simplesmente será transformada. Por isso mesmo, deixo minha cadeira para o jornalista Edi Souza, competente profissional a quem devo a tranquilidade dessa transição. Mais uma vez, mil vezes obrigada a todos!!! Patricia Calife

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Todas as novidades do NUCLEOPE e de sua área de atuação podem ser conferidas no www.nucleope.com.br

Sempre à procura de destinos inovadores, o NUCLEOPE começa 2015 no leste europeu, mais precisamente na Áustria e República Tcheca. 26 arquitetos premiados na campanha 2014 seguem com associados para encontrar paisagens exuberantes, regiões litorâneas idílicas e uma arquitetura única, some-se a isso a vida noturna agitada e uma vibrante cena artística.

Essas cidades do continente europeu, escolhidas a dedo, possuem valioso poderio arquitetônico cultural, além de um grandioso aprendizado histórico. Serão visitadas as capitais Praga e Viena e ainda a luxuosa Karlovy Vary, esta última já serviu de paisagem para grandes filmes hollywoodianos, dentre os quais: “As Férias da Minha Vida”, que teve como cenário o majestoso Grand Hotel Pupp. Lá, nossos arquitetos almoçarão e poderão conferir todo o luxo visto no filme de perto, e ainda a fábrica de cristais Moser. Também no roteiro a cidade de Bratislava, capital da Eslováquia, para uma rápida, mas definitivamente preciosa parada.

Embarcam com o NUCLEOPE: Carlos Augusto Lira, Ana Cristina Santos, Raquel Montenegro, Adriana Diniz, Taciana Carulla, Fernanda Antunes, Ana Cristina Cunha, Zenaide Condé, Celia Beatriz Tabosa, Cláudio Portela, Vera França, Maria do Loreto, George Casé, Sumaya Duarte, Roberta Gama, Kleber Carvalho, Isis Almeida, Igor Negreiros, Adriana Velloso, Aleh Villa Nova, Fernanda Ventura, Mariana Russo, Clarissa Passos Moreira, Nadjânia Gomes, Eric Dayan, Nejaim Azevedo e Santos e Santos.

O Núcleo de Decoração de Pernambuco nasceu em 2007. Hoje, ele conta com 31 empresas associadas, distribuídas entre 15 segmentos de arquitetura, decoração e design e mais de 1.500 profissionais cadastrados.

Avenida Domingos Ferreira, 1486, sala 06 Boa Viagem, Recife-PE (81) 3325.7557 atendimento@nucleope.com.br /nucleodedecoracao.pernambuco

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Fique por dentro das atividades do Novo Núcleo, no segmento da arquitetura e decoração www.novonucleo.com.br

UM ANO CHEIO DE NOVIDADES!

Este ano já corre a todo o gás para nós que fazemos o Novo Núcleo. Estamos animadíssimos com as nossas próximas ações e também já estamos contabilizando os ótimos resultados do que fizemos nos anos que passaram. Muita novidade vem por aí, mas o Novo Núcleo segue com o propósito de sempre: trazer informação e cultura para os arquitetos de Pernambuco por meio de realizações como o Concurso Cultural de Projetos de Arquitetura, cursos e oficinas, além de viagens culturais para cidades e países que tenham vocação arquitetônica. As viagens são uma oportunidade ímpar de interação e troca de ideias entre os profissionais, além, é claro, de absorver novas referências para o trabalho. Em 2014, nossos grupos puderam conhecer localidades de grande importância arquitetônica, como a Região da Toscana, na Itália; Cartagena das Índias, na Colômbia, e ainda a África do Sul. O resultado: profissionais cheios de novas ideias para aplicar em suas criações.

Passaportes carimbados E em 2015 o Novo Núcleo realiza mais excursões arquitetônicas: em maio, passaremos quatro dias descobrindo o potencial de Lima, capital do Peru, conhecida por misturar a arquitetura colonial e urbanismo moderno em uma só cidade elegante e cheia de charme. Já em junho, o Novo leva arquitetos para duas semanas em Singapura, um caldeirão cultural, resultante de povoamentos chineses, malaios e indianos. Em setembro, é vez de seguirmos para uma semana na Grécia, berço de nossa civilização, repleta de pontos de interesse para quem trabalha com arquitetura e decoração. E tem mais: os grupos que vão para Singapura e Grécia também terão passagem por Milão, onde acontece a Expo World Milano 2015, cujo tema deste ano é Feeding the Planet, Energy for Life. Assim como aconteceu em 2010, quando o Novo levou arquitetos para a Expo World Xangai, a visita vai causar grande repercussão entre os viajantes.

E mais: • Estamos preparando uma série de novidades em atualização de conteúdo, valorização profissional, e o grande lançamento da campanha 2015. Vem coisa boa por aí! • O Anuário de Ouro da Arquitetura e Decoração de Pernambuco nº 4 será lançado até meados de abril. Aguarde anúncio sobre o lançamento.

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O NOVO Núcleo de Profissionais, Arquitetos e Designers é um grupo com importantes lojas de materiais para arquitetura e decoração. A marca é composta por profissionais do segmento, que fazem a diferença no mercado e, ao mesmo tempo, participam das nossas atividades.

Avenida Domingos Ferreira, 1486, sala 11 Boa Viagem, Recife-PE (81) 3091.5451 contato@novonucleo.com.br /novonucleo

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GERAL

ESTÉTICA SERTANEJA

1. O designer Guilherme Luigi é o criador do projeto Estampas Gonzaguianas, numa homenagem ao mestre Luiz Gonzaga e à cultura do sertão nordestino. São 12 estampas que seguem as linhas Sertão, Traje e Música. Todas foram desenhadas tanto para produção industrial como para reprodução artesanal. O resultado é uma linha voltada para decoração e mobiliário, com diversas possibilidades de aplicação. O download para uso não comercial é gratuito.

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3. A coleção Anunciação, desenvolvida pela Trocando em Miúdos, em parceria com a D.uas Design, trabalha o tema armorial, com foco em artistas como Ariano, Samico e Brennand. Os destaques são os brincos e colares inspirados nos pernambucaníssimos cobogós, revelando linhas retas em muito estilo. Também foram desenhandos pássaros, estrelas e peixes, que traduzem o universo lúdico e sonhador nordestino.

VICTOR MUZZI

2. As sandálias da marca Vitalina têm inspiração nas cidades de interior, por onde a proprietária viaja e busca fornecedores de material e design. Elas são produzidas manualmente em couro e podem ser escolhidas em diversas cores. O maior diferencial das peças é o fato de fugir totalmente dos padrões de fabricação e criação.

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1. www.estampasgonzaguianas.com.br

3. www.trocandoemmiudos.com www.duasdesign.com (81) 3039.0140

LUCAS OLIVEIRA

2. Vitalina (81) 9139.3780

BRUNA VALENÇA

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QUE BELEZA!

GERAL

1. O joalheiro Antônio Bernardo criou o pingente Mocho e o selo de prata “Seis Décadas de Design”, que homenageiam o reconhecido designer de interiores Sérgio Rodrigues. A peça, com versões ouro ou prata, é uma miniatura do icônico banco Mocho criado pelo designer em 1954.

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2. O conjunto de brincos e pingente em ouro branco 18k, diamantes e águas marinhas, da designer de joias pernambucana Clementina Duarte, têm sucesso internacional pelo desenho. As peças tem inspiração na arquitetura moderna, com formas e relevos acentuados e definidos, ora com ouro polido ora com ouro cravejado de diamantes. Um jogo de luz, sombra e formas.

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3. Esse colar do Studio Lama é cortado a laser e foi criado a partir do Diagrama de Voronoi, estudado e nomeado pelo matemático russo Georgy Feodosevich Voronoy. Essa forma define as divisões celulares encontradas em diversos elementos da natureza. 1. www.antoniobernardo.com.br 2. www.clementinaduarte.com.br 3. https://www.facebook.com/studioslama

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DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

SOB NOVA DIREÇÃO

JULIANA BANDEIRA

A Evviva Bertolini está com nova diretoria. Assim, a administradora Zelândia Galvão já adianta um novo modo de gerir o empreendimento. Ela chega ao grupo com a missão de reposicionar a marca no Recife. Para isso, já está nos seus planos a criação de workshops, espaço de gourmeteria, exposições de produtos e palestras com arquitetos para criar um espaço de convivência com o cliente. “Nosso objetivo é nos aproximar cada vez mais do nosso público, e criando esse ambiente, será possível interagirmos mais com eles”.

www.evviva.com.br (81) 3326.9439

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GERAL

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1. A marca Monstera está com seu primeiro objeto em linha de série: o terrário Hermes. Em madeira de Pinus (reflorestada), vidro e couro, ele tem forma hexagonal, com cortes de extrema precisão e é feito para abrigar suculentas e cactos. Seus materiais revelam também a terra, sendo possível observar o lado escondido dos vegetais. 2. Aquele móvel encostado em casa pode ganhar novo estilo quando entregue aos cuidados da Seu Mundico. A empresa é especializada em repaginar e criar mobiliário como mesas, centros, cadeiras, quadros e caixotes, tudo com muita cor, estilo e design, conferindo a qualquer ambiente charme de forma única e personalizada. “O móvel em destque é todo em madeira MDF. Ele foi adquirido em uma loja de bairro e nós demos uma nova roupagem: os caixotes ganham funções variadas quando ganham cor e revestimento com tecidos da D.uas Design e os quadros misturam cores e estilos impressos em papel laminado e emoldurado com madeira ecológica”, conta um dos proprietários, Rodrigo Pessoa.

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3. A aposta do ano da Pantone é a cor Marsala que foi lançada em São Paulo na 19ª edição da ABIMAD, super feira do segmento de mobiliário e acessórios de alta decoração da América Latina. O tom se assemelha ao vinho produzido na cidade homônima, na região da Sicília. Possui uma tonalidade terrosa, marrom avermelhado, e quando aplicada em superfícies com texturas é reforçada e se torna uma ótima opção para almofadas e estofados. Para a diretoria da marca, a sua escolha deve-se ao tom sutilmente sedutor, que atrai para o seu calor envolvente.

ANDRÉ SOARES

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2. (81) 9984.7081 www.facebook.com/seumundico

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1. (11) 94181.9393 www.facebook.com/monsterasp

3. www.pantone.com

LIVRO CONTA A TRAJETÓRIA DE OLGA KRELL Claudio Yida Editora: Capella Editorial Em mais de cinco décadas, a arquiteta e jornalista Olga Krell conheceu e divulgou o trabalho de arquitetos, lojistas e fabricantes de todo o Brasil, razão para Claudio Yida elaborar um livro, após 30 anos convivendo e aprendendo ao seu lado. “Apesar de ter compartilhado de grande parte de sua carreira, produzir esse material foi um desafio. Felizmente, nessa tarefa, pude contar com a preciosa colaboração de inúmeras pessoas que, como eu, conviveram mais proximamente de Olga e forneceram importantes depoimentos”, diz o autor. Quem já conhece sua história poderá relembrar algumas passagens. Quem não teve contato com sua carreira poderá assimilar o que ela significou para o mercado editorial e para a decoração brasileira. 20

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DESIGN

LUCAS ROSIN

Mais abrangente que o raciocínio construtivo é o desejo de revelar a essência e o potencial da madeira

METÁFORA EM MADEIRA

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Sensibilidade e formas naturais marcam o trabalho do designer Paulo Alves

DIVULGAÇÃO

Em 2004 Paulo Alves criou a Marcenaria São Paulo e lá desenvolve peças de forte caráter e linguagem brasileira, todas ecologicamente corretas. Suas ideias vão além das amarras funcionais: buscam no traço depurado de todos os artifícios a forma capaz de materializar o máximo de expressividade.

Sua inspiração sempre está na natureza, nos caules das árvores, na madeira e nas formas que ela se apresenta. “Desenho um móvel com o objetivo de ser um bem durável, que ele transmita, através da sua fluidez e integração, emoção e conceitos como sustentabilidade, tornando-se um bem afetivo”, conta Paulo. Toda sua criação possui personalidade e poesia, desvendando uma lógica criativa em que a madeira – e suas características naturais e simbólicas – sempre será a protagonista. Os resultados são notáveis e, hoje em dia, o designer apresenta um legado que revigora o universo dos grandes mestres do mobiliário brasileiro.

GENEVIÉVE BERNARDONI

“Interpretar a realidade num jogo de metáforas para revelar a essência do objeto,” é essa busca incessante pelo senso da abstração, pela expressividade dos materiais que guiam as pesquisas e os experimentos do designer Paulo Alves. O processo criativo é alimentado por uma sensibilidade e interesse pela madeira, despertado ainda jovem, enquanto estudante de arquitetura e integrante do escritório da renomada Lina Bo Bardi.

Livro – Editado pela Editora Olhares, o designer Paulo Alves lançou no último mês de fevereiro o livro que leva o seu nome. A publicação marca a comemoração dos seus 20 anos de trabalho e conta com a participação de nomes como Nando Reis, Marcelo Rosenbaum e Zanini de Zanine, entre os autores que escrevem sobre aspectos da obra de Paulo. Ao longo do título é possível observar como certas soluções do designer avançam e se recombinam em diferentes linhas de produtos, sempre com resultados surpreendentes. “Para mim, mais abrangente que o raciocínio construtivo é o desejo de revelar a essência e o potencial da madeira, jogar luz sobre essa riqueza tão grande e mal explorada no Brasil”, diz Paulo Alves no livro que apresenta também a linha de produtos Design com Sabor, desenvolvida em parceria com a chef Morena Leite.

Estúdio Paulo Alves http://pauloalves.com.br/ | (11) 3032.4281 22

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MARCOS FREIRE

VICTOR AFFARO

Desenho um móvel com o objetivo de ser um bem durável, que ele transmita, através da sua fluidez e integração, emoção e conceitos como sustentabilidade, tornando-se um bem afetivo

VICTOR AFFARO

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Decoração e arte se unem.

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Grandes arquitetos assinam

Rock e Ribs Bar e Restaurante by

FÁBRICA: Tronco Dist. Rod. Norte 1414, Km 45 – Complexo Industrial de Suape – Cabo Sto. Agostinho – PE | Brasil CEP: 54590-000 | Tel: +55 81 3521.7070 Fax: +55 81 3521.7070 | pamesa@pamesa.com.br SHOWROOM SÃO PAULO: Rua Barão de Jundiaí, 459, Lapa – São Paulo – SP | Brasil CEP: 05073-010 | Tel: +55 11 3611.0732 Fax: +55 11 3232.1509 | projeto.arquitetura@pamesa.com.br SHOWROOM RECIFE: Domingos Ferreira, 2800 – Recife – PE | Brasil | CEP: 05073-010 | Tel/Fax: +55 81 3466.4000 Celular: +55 81 8814.1257 | luciana@pamesa.com.br (vendas) | emanuella@pamesa.com.br (administração)

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SIGA-ME! - JULIANO DUBEUX Para quem circula no Instagram, a Revista SIM! indica um perfil cultural e cheio de referências de arquitetura, o @julianodubeux. Em sua última viagem à Europa, o dono do cyberespaço fez vários clicks nas paisagens, monumentos e edificações. Navegue e aproveite!

1. Hamburgo, Alemanha — Muito bom encontrar uma região portuária sendo reconstruída e convertida em área competitiva de residências e escritórios. Lá, visualizei novas hipóteses de como o entorno do Porto do Recife poderia ser.

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2. Roterdam, Holanda — Solução inovadora para edifício de uso misto, uma caverna psicodélica. O lugar une supermercado e praça de alimentação envolvidos por apartamentos, algo difícil de conseguir numa cidade conservadora como a nossa.

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4 4. Louvan Neuve, Bélgica — Grande surpresa ao chegar na estação de trem Louvan Neuve na Bélgica. Onde poderemos imaginar uma estação de cidade pequena, no interior, produzida com uma arquitetura e com a qualidade de execução dessa magnifica obra de Santiago Calatrava?

3. Roterdam, Holanda — Recortes, entorses, deslocamentos e rotações. Lá, alcançaram volumetrias diversas combinando sistemas estruturais distintos. Nada de usar o aço como concreto. Assim é que se evolui a arquitetura e a construção... Roterdam Rock’s!!!

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5 5. Hamburgo, Alemanha — A funcionalidade e organização marcam este belo edifício às margens do lago Alster. O rigor de uma composição moderna clássica nos remete ao grande Richard Meier, autor de vários museus ao redor do mundo, sempre com suas fachadas brancas e imaculadas.

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Av. Eng. Domingos Ferreira, 3638 • Boa Viagem - Recife/PE • 81 3325.3905 • www.dellaart.com.br •

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A DELLART FAZ Só uma empresa totalmente Pernambucana consegue lhe oferecer, além de móveis planejados de alta qualidade e personalidade ao seu ambiente, um prazo de entrega de até 45 dias úteis e o preço mais competitivo do mercado. Entre agora em contato conosco e conheça o que podemos fazer pelo seu projeto.

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É TUDO!

Alexandre Mesquita Arquiteto, especialista em design de interiores e professor universitário Alexandre Mesquita e Neto Belém – Design de interior: (81) 3039.3031 www.alexandremesquita.com.br alexandre@alexandremesquita.com.br

PAPEL QUE

TRANSFORMA

P

Quatro ideias para não perder tempo e renovar a casa

Poucos materiais são tão versáteis como o papel de parede. Essa é uma opção que, sem dúvida, traçará diferentes caminhos ao projeto, de acordo com a preferência e o estilo do cliente. Em resumo, trata-se de uma mão na roda quando o assunto é trabalho ágil, limpo e de personalidade. Ou seja, um verdadeiro fluido que vem sendo aprimorado cada vez mais!

Na dúvida, vale conhecer as possiblidades oferecidas no mercado. As lojas do segmento estão investindo pesado na venda de papéis nacionais e importados, em modelos cada vez mais tecnológicos. O bacana de ir em um desses endereços é ver o comprometimento do empresário em direcionar as informações ao consumidor mais leigo e apresentar as tendências da área ao profissional. Pensando nessa troca de ideias, convidamos quatro escritórios de arquitetura para elaborar uma sugestão criativa de uso, independente do espaço. Em contato com o lojista, eles idealizaram projetos bem resolvidos.

IMAGENS: TTATTY, PASHABO / DEPOSITPHOTOS.COM

Quando bem aplicado e preservado, o produto pode durar anos. E isso é só uma das vantagens, porque em termos de decoração, ele oferece uma cenografia que passa por texturas, grafismos, formas inusitadas ou efeitos tridimensionais que podem ser discutidos em parceria com o arquiteto. Se a intenção for destacar um cantinho da casa, por exemplo, vale escolher algo que chame a atenção dos olhos e entre em harmonia com o mobiliário daquele lugar. E que fique claro: não sou contra a tinta! Mas é que uma parede pintada pode sujar com mais facilidade ou despertar alguns traumas alérgicos — a depender do material utilizado.

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As arquitetas Joanna Santos e Márcia Bandeira apostaram na descontração de um papel de parede lavável com desenho de quebra-cabeça, da marca K&G, fornecido pela Matiz. Segundo elas, o material foi a peça chave do trabalho, ao se adaptar perfeitamente com a mistura de revestimentos e os demais elementos, proporcionando aconchego e conforto visual.

Matiz www.matiztecidos.com.br (81) 3463.8909 Diâmetro Design diametrodesigninterior.blogspot.com (81) 3465.0204

DIVULGAÇÃO

LUCAS OLIVEIRA

“Essa opção trouxe linguagem moderna e lúdica ao ambiente, bem de acordo com o que procurávamos”, comenta Joanna ao definir a escolha feita ao lado da sócia. A decoração, apresentada em perspectiva, ilustra um espaço pequeno, porém bem resolvido pelo bom uso de cores e móveis proporcionais ao tamanho do lugar. “Uma outra dica para uso desse papel seria aplicá-lo em um painel de cama com uma moldura em laca e de iluminação embutida. Fica um charme”, garante Márcia. Elas ainda conseguiram sensação de conforto, trazendo a aparência acolchoada no quarto, sem perder o tom jovem e de brincadeira que precisavam.

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QUARTO DE ADOLESCENTE

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LOUNGE TROPICAL

O objetivo dos arquitetos Esdras França e Thayo Digliane foi trabalhar requinte, acabamento e personalidade. Por isso, utilizaram o papel alemão Lars Contzen, exclusivo da A3, para compor o chamado lounge tropical: um espaço para ser utilizado na hora da leitura e no convívio das pessoas de uma mesma casa. Segundo Esdras, “por se tratar de um item geométrico na decoração, criou-se um link ideal com frutas e toda atmosfera descolada do lugar”, explica.

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A cor vibrante também sugere bem-estar e traz modernidade. “Como o papel é um dos elementos de destaque, geralmente deve-se escolher a parede principal para aplicá-lo. Outra dica importante é harmonizar algumas cores desse material com objetos e elementos do ambiente”, comenta Thayo. A combinação ousada é mesmo ponto alto na decoração, com o uso de peças modernas que valorizam forma e volumetria.

A3 Design www.a3designinteriores.com.br (81) 3325.2678 Digliane e França www.diglianeefranca.com (81) 9874.5986

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SALA DE ESTAR

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O arquiteto Raul Lins utilizou as formas geométricas para valorizar a parede de uma sala que integra quatro ambientes. O espaço, de 200 m2, une área de estar, jantar e varanda em contexto moderno e sofisticado, razão para utilizar o papel de efeito 3D, da marca francesa Kinetic, fornecida pela loja Eschbach. Ele expressa um estilo contemporâneo, em harmonia com a linguagem do projeto. “Esse é um recurso últil para se chamar atenção de um determinado ponto da casa. Por isso, é importante analisar um local que não tenha informações que briguem entre si”, define Raul ao justificar o uso de um elemento tão clean. “Culturalmente, há uma resistência sobre aplicação do papel de parede na sala, pois muitos tendem a ficar over. Mas basta usar com bom senso para se criar um espaço mais diferenciado”, defende. O destaque neste trabalho é a sobriedade nos tons. É fácil perceber que há uma atmosfera masculina e de muito bom gosto. LUCAS OLIVEIRA

Eschbach www.ebdecor.com.br (81)3031.7411 Raul Lins www.raullins.com.br (81) 3033.6522 35

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ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA

Para deixar a sala de um apartamento ainda mais expressiva, as arquitetas Daniela Pessoa e Fabíola Occenstein escolheram o papel de parede espanhol da coleção Três Tintas, do catálogo HI, fornecido pela Habitare. A ideia, segundo as sócias, foi trazer o clima moderno, por meio de desenhos psicodélicos em fundo branco. “O casal de moradores queria algo com personalidade, por isso transformamos este canto da casa em um ambiente jovem, sem deixar de lado o aconchego”, revela Fabíola.

Habitare www.habitarepe.com.br (81) 3465.4053 Daniela Pessoa | Fabíola Occenstein (81) 3326.4931 arquitetas@arquitetaspe.com.br

LUCAS OLIVEIRA

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O resultado contemplou o estilo urbano com certo despojamento. Para esse fim, a harmonia junto ao mobiliário foi indispensável, favorecendo o toque de cor em alguns pontos. “Usamos mesa de canto e sofá da Studio Premium, além de tapete Adroaldo, que combinaram perfeitamente nessa atmosfera contemporânea”, completa. Também é importante destacar a ousadia no uso desse material em um local em que muitos preferem tons pastéis, trabalhando assim profundidade e estética.

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JARDINS

Marcelo Kozmhinsky é engenheiro agrônomo, paisagista e educador (81) 9146.7721 | 9146.4563 www.raiplantas.com

FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

CULTIVANDO UM ORQUIDÁRIO

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Apesar de serem muito apreciadas hoje em dia por sua beleza e elegância, as orquídeas já eram cultivadas no Oriente há cerca de 4 mil anos. No Ocidente, os primeiros registros foram feitos na antiga Grécia por Theophrastus, aluno de Aristóteles, considerado o pai da Botânica.

As orquídeas constituem, com suas mais de 25 mil espécies registradas, uma das maiores famílias do Reino Vegetal, com incontáveis híbridos de cruzamentos naturais ou artificiais. Epífitas ou terrestres, elas se adaptam a regiões tanto frias quanto quentes, secas ou muito úmidas e de al-

tas ou baixas altitudes. Isso sugere o quão rústicas essas plantas são. Lindas e em diversos tons, as flores viraram mania: são usadas para deixar a decoração das casas, dos escritórios e espaços comerciais muito mais colorida e bonita. Visitei alguns desses ambientes, onde a flor é a estrela principal, seja na varanda ou no jardim. Na franquia da Florense no Recife/PE, por exemplo, há uma enorme variedade da planta fixada numa mangueira no jardim da loja. Floridas, elas convidam à contemplação, encantando todos que passam por ali.

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A depender da espécie, é possível ter mais de uma floração anual e a durabilidade pode surpreender, chegando a três meses. Todos ponderam as dificuldades do cultivo, mas é preciso apenas alguns cuidados e paciência, pois a floração só vem quando ela está bem adaptada ao ambiente. Para entender mais do assunto, visitamos o orquidário Vill’Aldeia, que possui várias estufas. O lugar fica depois de sete quilômetros de estrada de barro de onde somos conduzidos a um oásis de flores cultivadas para comercialização, destinada ao atacado, lojistas, decoradores e ambientadores. A concepção do local surgiu após pesquisas em São Paulo e na Tailândia (maior exportador do mundo), onde conheceram as espécies com adaptabilidade para a região. Dentre as orquídeas, destaca-se a Denphal, originária da Tailândia, que flora de duas a três vezes por ano. Ela é do gênero Dendrobium (híbrido), bem adaptada ao nosso clima, já que é parecido com o do seu país de origem, e deve ser cultivada em ambiente interno com muita claridade, o que a torna resistente. A rega deve ser feita duas ou três vezes por semana, com cuidado para não encharcar, e seu substrato deve ser à base de casca de árvore.

A Cattleya é um gênero encontrado em nossas matas, portanto, nativa do Brasil e da Colômbia. Aprecia clima quente, não muito úmido e luz mais filtrada. Sua flora, uma vez ao ano, dura, em média, 15 dias. Já o Oncídium tem dois tipos, a Chuva de Ouro e a Cherry Baby. A primeira é a mais conhecida, e a segunda exala cheiro de chocolate pela manhã. Essa espécie flora uma ou duas vezes ao ano e a flor dura até dois meses em ambiente interno com claridade. A aguação deve ser feita com bom senso e sempre que o substrato secar. Ela é ótima para cultivo em residências. A Vanda tem origem na Tailândia e necessita de temperatura alta, boa luminosidade e grande umidade. Cultiva-se pendurada e precisa ter as raízes molhadas diariamente. Em caso de muito vento, é necessário molhar as raízes com mais frequência. A Phaleonopsis é a mais comercializada no mundo. Suas flores originais são brancas ou lilás, mas existem muitas variedades resultantes de cruzamentos e melhoramento genético. A flor dura até dois meses em ambiente interno com muita luminosidade. O banho de sol, do nascer até umas sete horas da manhã, faz essa orquídea vicejar bem.

Todos ponderam as dificuldades do cultivo, mas é preciso apenas alguns cuidados e paciência

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JARDINS

Podemos resumir dizendo que as orquídeas são plantas rústicas fáceis de cultivar... Os cuidados essenciais são: • Utilize preferencialmente os vasos de barro, que são porosos e drenam melhor a água. Isso evita o apodrecimento das raízes. • Regue o solo da planta fazendo com que fique nitidamente úmido. No verão, isso deverá ser feito de duas a três vezes por semana, dependendo da umidade do ar. • Mantenha a orquídea dois dedos para dentro da superfície. • Use casca de coco. Além de decorar o vaso, os substratos conservam a água por mais tempo. • Esterilize as ferramentas de poda antes de manipular outra planta, para evitar transmissão de doenças. Em caso de fissuras, utilize canela em pó, que é um cicatrizante natural.

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• Manchas nas folhas podem ser resultado de uma praga. Use detergente líquido diluído em água para lavar bem todas as folhas e raízes, borrifando nas folhas. Em caso de infestação grande, passe sabão puro. Depois, deixe a orquídea por 24 horas na sombra, lave e replante. • Ao replantar, o ideal é trocar o recipiente por um novo. Caso não seja possível, lave-o bem com cloro e finalize com detergente neutro, enxaguando antes do replante. • Folha com tonalidade muito escura é sinal de pouca luz, assim, mude a planta de lugar. • Folhas amareladas é sinal de muita luz, neste caso, transfira a orquídea para outro local. • Deixe-as em lugares mais frescos e com luminosidade, mas não em contato direto com o sol para que não desidratem. Essas plantas costumam gostar dos primeiros raios da manhã.

LUCAS OLIVEIRA

VICTOR MUZZI

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• É preciso equilibrar a quantidade de adubo. Ele deve ser aplicado, na quantidade recomendada pelo fabricante, num canto do vaso. Dessa forma, o fertilizante dissolve-se aos poucos, liberando nutrientes a cada irrigação.

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JARDINEIRA

Ana Patrícia de Paula (Tita de Paula) Jornalista, designer floral, paisagista e jardineira Dona Jardineira: (81) 3036.6314 / 9152.1237 Instagram e Facebook: dona jardineira contato@donajardineira.com.br

ANTÚRIO C

Curiosamente, um número bem razoável de pessoas me perguntam se é possível ter uma planta com flores para colocar dentro de casa. Temos uma gama enorme de opções, mas eu gosto muito de citar o ornamental Antúrio (Anthurium andraeanum). Uma, porque essa herbácea (graças também aos avanços da genética) apresenta várias formas, cores, tamanhos (alcança um pouco mais de um metro e ainda tem a versão mini) e outra, porque ele pode te dar flores o ano inteiro. Bom, não exatamente flores, pois a parte colorida é uma folha modificada (bráctea): sua verdadeira inflorescência são pontinhos amarelos que brotam na exótica espiga central, até difíceis de enxergar a olho nu. Ah, e pode-se dizer que além de tudo ele tem renome! Ganhou fama como a afrodisíaca “flor de Jorge Tadeu”, o sedutor e irresistível fotógrafo da novela global “Pedra Sobre Pedra”, de 1992.

Quer vê-lo feliz? Borrife água com um pulverizador para manter a umidade elevada, principalmente nas épocas mais quentes do ano

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Estrelismos à parte, o antúrio é uma planta tropical resistente e bem fácil de cuidar. Para plantá-lo em vaso, a melhor pedida é usar substrato à base de fibra (de coco, por exemplo), uma parte de terra, uma de areia e duas de matéria orgânica (adicionar composto orgânico semestralmente faz um bem danado a essa plantinha, renovando os nutrientes para que floresça com energia). Uma boa drenagem é fundamental. Os jardins internos ou locais sombreados ganham um colorido à parte com eles. Experimente colocá-los em meio ao verde e veja o efeito bacana em canteiros e bordaduras. O ideal é plantá-lo evitando locais com luz solar direta ou frio demasiado, que podem queimá-lo ou murchá-lo. A rega deve ser regular, evitando solo seco. Quer vê-lo feliz? Borrife água com um pulverizador para manter a umidade elevada, principalmente nas épocas mais quentes do ano.

IMAGENS: GOODOLGA, ANKA-PHOTO, BELCHONOCK, HOMYDESIGN / DEPOSITPHOTOS.COM

Curiosidades do antúrio Originário da Colômbia, o antúrio foi descoberto nas últimas décadas do século XIX e foi para a Europa antes de se espalhar para outros países. Tornou-se a segunda flor tropical mais comercializada no mundo, perdendo apenas para as orquídeas. Apesar de a primeira inflorescência ocorrer somente após um ano de cultivo, nos anos seguintes ela surge o ano inteiro, mas o padrão comercial só é atingido após dois anos do início do plantio. A planta possui flores hermafroditas que nunca se autofecundam, devido ao fenômeno da protoginia, processo natural no qual há um descompasso entre as fases de desenvolvimento (maturidade) do sexo masculino e feminino.

ATENÇÃO: diferente da fantasia da novela Pedra Sobre Pedra, em que as personagens comiam a planta para receber a visita do fotógrafo Jorge Tadeu para uma noite de amor, o antúrio tem flores e folhas venenosas. Quando ingeridas, podem causar lesões na boca, faringe e laringe, vômito, dificuldade de engolir e asfixia. São perigosas para crianças e animais de estimação.

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A CASA DA ARTE

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Galeria Suassuna sopra bons ventos e reúne artistas em Casa Forte

FOTOS: VICTOR MUZZI

Um sobrado com alma armorial, de braços abertos, muito bem capitaneado pelo artista plástico Romero de Andrade Lima e sob a curadoria de Magda Suassuna, no coração de Casa Forte. Assim é a Galeria Suassuna, que há seis meses está instalada na Zona Norte do Recife, acolhendo exposições, eventos e mostras de nomes como Tereza Costa Rêgo, Cavani Rosas, Helena Assis e Rinaldo. O espaço de 650 m² recebeu mobília e objetos de decoração garimpados das residências dos Suassuna, reproduzindo o clima das casas da família em Taperoá (PB). O prédio traz arquitetura típica do início do século XX, com clara inspiração e influência portuguesa. “Foi paixão à primeira vista”, segundo Magda. “Tudo estava pronto, nos esperando. Pintamos as paredes de branco, com os janelões em azul, para que tudo nos soasse bem familiar, já que a nossa intenção é receber em casa, para um café gostoso, um almoço, um lanche da tarde, com amigos em volta da mesa, trocando ideias e boas energias. Buscamos a quebra da formalidade em toda a galeria”, diz a curadora.

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O processo de curadoria das obras é feito por Magda, que possui uma linha de raciocínio definida e voltada para o armorial. “A minha ideia na escolha do que vai passar por aqui é manter o conceito já existente em cada canto da casa, e com a arte não poderia ser diferente. Além das exposições (com uma inédita de Cavani prevista para maio), pretendo movimentar o espaço com concertos de músicas clássicas executadas por seguidores do movimento armorial.”, conta. Sobre as mesas, distribuídas pelos terraços e jardins que circundam o prédio, os pratos dividem espaço com rabiscos, livros, catálogos e anotações de convidados, artistas e visitantes. A impressão que se tem é que a alma da casa vai mesmo soprando inspira-

ção, instigando a arte. “Este lugar tem um encanto que não sei explicar. Fico à vontade para expor trabalhos, trazer amigos e artistas e sugerir coisas novas. Ficamos muito felizes quando percebemos que as pessoas sentem-se bem, gostam de estar e de voltar aqui”, diz Romero de Andrade Lima. Para Magda, a sensação é a de ter ajudado a criar um espaço vivo, onde a arte é a matriarca, que acolhe, abriga, alivia, inspira e alimenta quem a procura. “Gosto desse ar bucólico do bairro, de poder oferecer oficinas no jardim, embaixo de uma mangueira. É bom desfrutar da proximidade com quem chega, do artista com o visitante, sentar numa sala e ler um livro sem pressa, sentindo o cheirinho bom do café vindo da cozinha.

A arte é algo que se renova, em cada espaço. Quem chega encontra uma galeria aberta, pronta para ser vivida”, finaliza Magda. Para que a proposta desse certo, Magda buscou o reforço da sobrinha e chef Rafaela Suassuna — responsável pelo delicioso e farto cardápio do Café Suassuna, de claras influências regionais, temperado com gosto pela memória da família. Os pratos são, inclusive, batizados com os nomes de membros do clã. Rafaela e Magda prezam pela simplicidade aliada ao bom gosto da cozinha pernambucana. Galeria Suassuna Praça de Casa Forte, 454, Recife-PE www.facebook.com/galeriasuassuna

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Nascida no Recife, cresceu vendo a mãe pintar em casa, como um hobby que lhe despertou a atenção para o mundo das artes. A observação a levou a admirar e a exercer o fascínio pelas artes visuais. Ainda criança, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou arquitetura. De lá, a próxima parada foi Washington, onde aprofundou a visão da arte e bebeu influências que a acompanham até hoje. Já de volta ao Recife, no seu Ateliê do Poço da Panela, no início dos anos de 1990, deixou aflorar a sua brasilidade, voltando os olhos à fauna e à flora do seu país de origem – inspiração que lhe acompanha até os mais recentes trabalhos. Tendo como a argila sua grande aliada na “mágica” de apurar o olhar e as mãos, traz nas últimas obras detalhes riquíssimos dos trópicos, como o “Pirarucu” e as “Duas Cabeças”, expostos na Galeria Suassuna.

A cerâmica é sua grande paixão, onde exerce com maestria o poder sobre argila e pedras, esculpindo e registrando formas tropicais com toques explícitos da arte pernambucana contemporânea. “A argila dá ao artista todas as possibilidades, por ser mais maleável, sem perder a qualidade, e, principalmente, por garantir o tempo de vida das obras”.

“O meu trabalho conta com a parceria de dois ceramistas de Olinda, Walter e Wando, que preparam as bases dos vasos para que eu pinte. Uso o engobe para colorir as superfícies e depois seguir com a peça novamente para o forno para queimar. Desenvolvi e desenvolvo ainda com algumas séries, entretanto, a fauna e flora me acompanham há muitos anos, é nelas que eu encontro os motivos para expressar minha arte. Nessas peças, especialmente, misturei um pouco duas séries e compus um jardim com passarinhos na argila”, conta Helena.

A argila dá ao artista todas as possibilidades, por ser mais maleável, sem perder a qualidade e, principalmente, por garantir o tempo de vida das obras

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“Senti uma necessidade de sair do monocromático, do bico de pena, e enveredar pelo universo da pintura e das cores. Agora, estou preparando uma série com esse suporte prevista para maio. Os vegetais, em todos os meus momentos, sempre foram alvo da minha observação e fazem parte dessa nova série na qual a obra apresentada está inserida. Essa tela foi feita com tinta acrílica e aplicação de ouro. O desenho teve inspiração na Sarça Ardente, árvore em que Deus apareceu para Moisés. Em minhas visões, ela também apareceu para mim e foi assim que a imaginei e reproduzi, com detalhes, cores e significados”, explica Cavani.

A arte se manifesta no artista de forma visceral e que o leva a escolha de cada suporte. Cavani é multifacetado e transita por diversos meios e técnicas simultaneamente, para executar sua arte, seja papel, concreto ou telas. “Durante muito tempo finquei minhas ideias no papel, fui para o uso de tela — de forma muito breve — mas, me atropelei com as esculturas e, hoje, voltei à ideia anterior, a pintura em tela.”, conta o artista que tem um trabalho marcado por criaturas com características humanas, animais e vegetais, combinando a liberdade criativa ao seu domínio sobre a anatomia humana e as ilustrações científicas biológicas e botânicas. Sua marca é a multiplicidade.

Recifense, do bairro de São José, com passagem por São Paulo e Brasília, considera-se autodidata, uma vez que aos 17 anos começou a viver de arte. No final dos anos 60, direcionou seu trabalho para o desenho em bico de pena. Nos anos 80, ingressou nas esculturas em concreto e também para produção de quadrinhos. Nessa linha, ilustrou as histórias reunidas na revista Argonauta: “Deixem Diana em paz” e “Voyager”, com texto próprio. Já colaborou para publicações como Folha de S. Paulo, Diario de Pernambuco, Jornal do Commercio (PE), Continente Multicultural e Le Monde Diplomatique. No trabalho em bico de pena, destaque para “O Palácio e seu entorno”, com desenhos do Palácio do Campo das Princesas, do Teatro de Santa Isabel, do Palácio da Justiça e da visão a partir da Praça da República. Na mostra Metafmorfo, expôs esculturas que trazem o lado mais livre da imaginação do artista, retratando criaturas fantásticas e tocando o surrealismo e a ficção científica.

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CAVANI Senti uma necessidade de sair do monocromático, do bico de pena, e enveredar pelo universo da pintura e das cores


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Esse quadro (acrílica sobre tela) faz parte da série Praiana. “A ideia desse tema surgiu a partir da mudança de endereço do meu ateliê de Casa Forte para a beira mar de Candeias. Foi quando passei a vivenciar e observar o meu entorno, tendo contato direto com o mar, imaginando toda a infinidade de elementos que ele me dá (incluindo o que a gente não vê, mas sabemos que está lá – como as baleias, por exemplo). Foi catando conchas e pedrinhas que surgiu essa temática. Nos quadros, expresso toda a minha admiração e vivência com o mar, inclusive uso elementos como conchas e pedras naturais em toda a série. É uma maneira de celebrar a arte e a natureza. Nessa tela, usei a figura da musa, presente em toda história da arte, e aprofundei um pouco mais da minha usual paleta de cores. Normalmente, vou dos castanhos aos ocres, mas, para essa série, mergulhei no universo dos azuis mais profundos e noturnos” conta Romero.

Gosta da “curiosidade resolvida naturalmente”, do prazer da descoberta. A tela sempre exerceu fascínio, apesar de já ter “experimentado de tudo”. Aprecia a escultura mas, por exigir muito, é pouco explorada por ele. Considera a arte um processo espontâneo de comunicação e existência, que dá continuidade ao tempo, “permanecendo e enchendo uma cidade”.

Nasceu em Olinda em 1957 e, estimulado pelo tio Ariano Suassuna, começou a desenhar, pintar e esculpir desde criança. Seu requintado desenho e seu mergulho em temas históricos da arte, que reelabora, fazem dele um dos mais sérios e produtivos artistas brasileiros figurativos da atualidade. Traz as ilustrações de “A Pedra do Reino” como o primeiro registro artístico. Em suas atividades também produz vídeos e encenações teatrais. No momento, está em processo de conclusão da série “Praianas”. Para 2015, pretende trabalhar em uma homenagem a Ariano, com ilustrações para os poemas do escritor.

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ROMERO Nos quadros, expresso toda a minha admiração e vivência com o mar, inclusive uso elementos como conchas e pedras naturais em toda a série


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PERFIL – REFINARE – TÂNIA JUREMA

É PRECISO

DIVERSIFICAR! Ousadia e tendência como marca e objetivo de vida FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

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Trabalho, dedicação, inovação e determinação acompanham a empresária e arquiteta Tânia Jurema, da Refinare Revestimentos, ao longo de toda sua história. Amante da arquitetura, iniciou sua vida acadêmica com o curso da UFPE, migrou para o de o Desenho Industrial, seguindo para o de Sistema de Informação, concluindo os dois últimos. Já com a família constituída e trabalhando como programadora de computadores da Chesf, reingressou na faculdade de Arquitetura. Formou-se, trabalhou na área e partiu para o desafio de ter seu próprio negócio. É sob a batuta da empresária que a Refinare tornou-se um dos ícones no mercado da arquitetura, bem como sinônimo de diversificação e bom gosto. “É preciso estar sempre procurando o novo e em processo de mudança. Trabalhamos hoje com as principais marcas do mercado em revestimento, louça e metais. Fomos escolhidos pela Deca como parceiros Deca Red, onde nós comercializaremos peças exclusivas da marca — em Pernambuco, só são duas empresas autorizadas a lidar com essa linha. Também estamos começando a trabalhar com tintas, representando a Ibratin, marca especializada em pinturas especiais, como aveludada, metalizada, com pedrinhas e tantas outras”, revela. Agora em 2015, a Refinare comemora seis anos de mercado, despontando na cena arquitetônica como uma das principais fornecedoras de peças com qualidade superior e com um mailing de pouco mais de mil arquitetos. Em sociedade com as filhas Mirela e Roberta e com apoio comercial do genro Esmeraldo, Tânia não esconde a satisfação de possuir uma empresa familiar. “Há quem diga que trabalhar com parente é complicado. No meu caso é sinônimo de sossego. Na Refinare os setores são bem divididos, assim como as funções. Somos uma empresa completamente familiar”, comemora.

“ Refinare www.refinare.com.br

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É preciso estar sempre procurando o novo e em processo de mudança

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MERCADO

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REVESTIR COM

PERSONALIDADE Fábrica pernambucana imprime design e exclusividade em cerâmicas de diferentes materiais, padrões e tamanhos

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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

Temos uma energia criativa competentíssima a nosso favor

1. DESIGN ASSINADO PELO STUDIO MOLLA 2. ESTAMPAS DO CATÁLOGO 3. VITROCERÂMICAS EM GRANDE FORMATO 4. O PRODUTO SE ADEQUA A DIVERSOS CORTES 5. ESTAMPA PERSONALIZADA EM VITROCERÂMICA 6. DESIGN ASSINADO POR SERGIO MATOS 7. APLICAÇÃO EM MOBILIÁRIO

A customização de ambientes é a pegada da Lilou, que há cerca de três anos vem mudando a forma de revestir. A ideia é que os arquitetos alcancem um projeto exclusivo e elegante com peças aparentemente comuns, que ganham nova roupagem e se adequam a ambientes diversos. Com sede no Recife/PE, mas com atuação em seis estados do Nordeste e em São Paulo, a fábrica traz produtos variados como cerâmicas, placas de azulejos, porcelanatos e a recém-lançada vitrocerâmica. É possível trabalhar com os revestimentos de duas formas: o cliente tanto pode enviar a imagem que deseja aplicar, quanto escolher no portfólio da marca, que conta com 150 estampas e uma tabela de 60 cores utilizadas em qualquer padrão. De acordo com o sócio Lucas Romaguera, para a produção foi preciso adquirir um maquinário exclusivo além de montar um estúdio fotográfico de ponta, para capturar a imagem que o cliente quer na sua parede, mas que não possui resolução gráfica adequada. “No nosso parque industrial, o maquinário, desenhado por nós e confeccionado na Europa, nos permite criar placas desde 15 x15 cm até porcelanatos personalizados de 80 x 80 cm. Assim, reproduzimos fielmente painéis fotográficos, obras artísticas e outras aplicações de design próprio. Isso amplia o público para a área corporativa, a exemplo de empresas de turismo e cafeterias”, explica. As estampas são, de fato, mais um diferencial alcançado pela marca, que já nasceu com o design diferenciado em seu DNA. “Para chegarmos nos resultados que pensamos para nossas padronagens, já fizemos diversas parcerias. No começo entramos em um site onde você diz o que quer e quanto quer pagar, e designers do mundo todo se oferecem para realizar o trabalho. Dessa forma alcançam produtos étnicos de culturas diferentes. Com o amadurecimento e conhecimento do mercado, percebemos que aqui mesmo na Região temos uma energia criativa competentíssima a nosso favor, dessa maneira, chegamos às empresas parceiras que hoje trabalham conosco, a exemplo do Studio Molla e D.uas Design, além de termos em nossa casa um profissional específico para atender aos clientes que nos procuram em busca de algo ainda mais exclusivo, bem como deixar o seu pedido mais versátil”, revela Lucas.

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Para Adriano Marcusso, do Studio Molla, a arquitetura, as formas, a volumetria e a harmonia aliam-se no propósito do uso completo de suas estampas. “Elaboramos para a Lilou um mix de 15 padronagens, a primeira possibilita ao arquiteto encaixe e efeito sequencia e das peças. A segunda, monocromática, permite que o profissional brinque com as repetições de um padrão fixo e em diversas escalas com um leque de opções para sua aplicação, permitindo até formas volumétricas . A terceira, primamos pelo degradê e uma tabela de cores reduzidas, o que não impede o arquiteto de brincar, pelo contrário, as cores se harmonizam e compõem um efeito flexível entre si”. Já para o designer paraibano Sergio Matos, a parceria vai além do design e funciona como um resgate cultural, “Unimos força em prol da valorização da identidade cultural, no caso desse trabalho, especificamente, a do povo Ianomami. Todas as ideias surgiram a partir de um ornamento. Assim, usamos grafismos e imagens para expressar essa cultura. Além disso, estudamos a fundo as possibilidades de trabalho com a vitrocerâmica e elaboramos peças como tampos de mesas de centro e laterais”, explica. Lilou http://lilou.ind.br/ 55

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MOSTRA CASACOR SP 2014 | ROBERTONEGRETE | FOTO: RAFAEL RENZO

O ANO DA

CA C ASAC CO C OR O A

®

A principal mostra de decoração no Brasil promete um 2015 de intensa programação. A CASACOR® está no calendário das principais capitais, com datas entre março e novembro, lançando temas que despertam o interesse de arquitetos e consumidores em geral. Para este ano, a principal estrutura, localizada em São Paulo, planeja abrir o evento já no dia 25 de maio, extendendo-se até 12 de julho. A inspiração será a brasilidade, pois ninguém abre as portas de casa como o brasileiro, valorizando a arte e o design nacionais. Segundo Lívia Pedreira, diretora superintendente da Unidade de Arquitetura e Design da Editora Abril, que responde pela marca no País, será apresentada a tendência do menor e melhor. “É uma ideia para despertar o desejo de leveza e paz frente aos excessos do mundo contemporâneo, e do ‘compartilhar’, valorizando espaços comuns e de convivência”, define. O grupo relembra o sucesso de 2014, quando 198 mil visitantes circularam pela CASACOR® SP ao longo de oito semanas, mesmo durante a Copa do Mundo - superando o quantitativo de 2013. Foram 79 ambientes distribuídos no Jockey Club de São Paulo, com organizações pensadas para toda a família. “Observamos a forte presença da madeira, seja natural, em laminados ou mesmo em papéis de parede que remetiam à madeira. Outra tendência foi o uso de espelhos, que ampliaram os espaços e deram um toque de sofisticação. Além disso, uma outra novidade foi o espelho tecnológico, que se torna uma tela de televisão e pode até ser interativo”, completa Lívia. Atualmente, a marca possui 25 franquias, sendo 20 nacionais e seis internacionais: Bolívia, Chile, Equador, Panamá, Peru e Punta Del Este.

Calendário preliminar Confira o calendário inicial da Mostra 2015, ainda sujeito a mudanças ao longo do ano LOCAL

DATAS

MARANHÃO

18/03 a 27/04

GOIÁS

16/05 a 25/06

PERNAMBUCO

18/05 a 21/06

RIO GRANDE DO SUL

19/05 a 19/07

SÃO PAULO

27/05 a 10/07

SANTA CATARINA

29/05 a 12/07

PARANÁ

23/06 a 09/08

MATO GROSSO

01/08 a 14/09

MATO GROSSO DO SUL

02/08 a 14/09

RIO DE JANEIRO

05/08 a 13/09

ALAGOAS

18/08 a 20/10

CAMPINAS

18/09 a 03/11

ESPÍRITO SANTO

21/09 a 27/10

MINAS GERAIS

21/09 a 29/10

BAHIA

26/09 a 03/11

BRASÍLIA

25/09 a 05/11

CEARÁ

08/10 a 17/11

PARÁ

17/10 a 30/11

RIO GRANDE DO NORTE

17/10 a 30/11

LITORAL - SP

15/11 a 21/12

BOLÍVIA

09/04 a 02/05

PERU

24/09 a 03/11

CHILE

05/10 a 10/11

EQUADOR

17/10 a 23/11

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LUCAS OLIVEIRA

O Nordeste é, sem dúvida, um lugar de forte potencial para arquitetura e decoração. Ao longo dos anos, a CASACOR® vem demonstrando, por meio dos seus franqueados, o alto nível de exigência do visitante. Em Pernambuco, a 17ª edição, realizada no começo do ano passado, extendeu sua estrutura com quatro espaços em um shopping de grande movimentação no Recife. “Foi a maneira de diversificar o público e atender pessoas cada vez mais interessadas nesse universo”, concordam as franqueadas Amelinha Peixoto e Rita Tristão. Até o fechamento deste número da SIM! elas ainda negociavam as novidades de 2015. Já Alagoas sediou a mostra pela primeira vez em 2014 com fôlego de veterano. Foram 48 ambientes espalhados nos 5 mil m2 do Colégio Batista, no alto do Farol, com profissionais já experientes de outros estados. Por lá, os tons vibrantes mostraram a vitalidade da região em projetos de ponta. Desta vez, o responsável é Alessandro Silva, e ele adianta que o Parque Shopping Maceió abrigará a segunda edição, com o tema ‘Ciclo da vida’. “Teremos cerca de 40 ambientes produzidos por talentosos profissionais alagoanos, destacando-se a essência do morar, aliada à tecnologia, sustentabilidade, praticidade, cultura e arte alagoana”. A expectativa é aumentar o público em 40%, recebendo cerca de 30 mil pessoas.

LUIZ VAZ

ALAGOAS

NORDESTE

PERNAMBUCO

UM GIRO PELO

XICO DINIZ

CEARÁ

ESDRAS GUIMARÃES

Maria Luiza Brandão

BAHIA

Apostamos no paisagismo, no design e na criatividade

Na Bahia já são 20 edições da Mostra. A última, realizada em um casarão histórico da capital, reuniu mais de 50 arquitetos ressaltando o contraste entre história e contemporaneidade. A vista para a Bahia de Todos os Santos permitiu o uso de materiais que valorizassem a paisagem local. Não faltou varanda, living, loft, studio, entre outros cômodos que chamaram a atenção. “O próprio imóvel serviu de destaque. Apostamos no paisagismo, no design e na criatividade. Todos ficam muito ansiosos para a inauguração, mas ainda fecharemos as parcerias de mais um ano”, conta uma das franqueadas, Maria Luiza Brandão. No Ceará, Neuma Figueiredo ainda colhe os frutos da 16ª edição realizada em novembro. “Organizamos um evento primoroso ao distribuir 35 espaços em uma casa aconchegante da capital, sempre movimentada com oficinas, leilões, lançamentos de livros e outras ações”, lembra. Para ela, o curioso foi notar um maior interesse do público jovem. “Isso foi percebido na alta venda de ingressos de meia-entrada. Esse é o nosso futuro consumidor, que já se mostra antenado a lançamentos”, finaliza.

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MOSTRA RN | Fotos: Alberto Medeiros / Divulgação

FORÇA POTIGUAR O Rio Grande do Norte sediou a CASACOR® pela segunda vez no ano passado. Foi o momento de aprimorar a organização, revelando que o evento veio mesmo para ficar. Pelo menos é assim que enxergam os franqueados César Revoredo, que é jornalista e artista plástico, e Luciano Almeida, advogado e empresário da maior casa de eventos do Estado, a Olimpo Recepções. “Queríamos uma estrutura onde o público pudesse desfrutar de entretenimento, moda, design ou apenas se encontrar num lugar agradável”, adianta Luciano ao apresentar para a Revista SIM! a sede social do América Futebol Clube, no bairro do Tirol. Foi lá que o a mostra ganhou corpo deixando um legado para o público. “Esse prédio é um dos mais importantes do modernismo brasileiro e, mesmo no pós-evento, continuamos o trabalho de restauro que será entregue muito em breve, coroando os 100 anos de Clube”, comenta César. Com olhos para o futuro, a dupla segue empolgada nos preparativos de 2015 almejando um lugar exuberante, mas ainda não confirmado até o fechamento desta SIM!. O que esperam é repetir o sucesso comprovado por mais de 20 mil pessoas que circularam em 45 dias de exposição. “Percebemos o olhar atento do visitante para as novidades trazidas por mais de 60 profissionais renomados. Por isso, a vontade de sempre evoluir”, completa César. O censo crítico de quem passou por lá auxiliou uma votação que elegeu o melhor ambiente, entre os 40 disponíveis. 58

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NA GRAÇA DO PÚBLICO – Quem ganhou a disputa foi a Suíte do Rapaz, assinada por Magnus Amorim. O lugar é para um jovem universitário, que gosta de tecnologia, arte, música e esporte. A proposta de integração dos espaços de estudo, de dormir, de vestir e do banho, através de uma divisória em vidro transparente, além do uso de materiais naturais como a madeira e a pedra, sugere tornar o ambiente mais agradável e acolhedor. O emprego de tons escuros nas cores, nas móveis e objetos, dando ares de sobriedade, foram fundamentais para fortalecer esse conceito, que foi valorizado por meio da iluminação cênica com lâmpadas e fitas de LED e pela tecnologia do sistema de áudio e vídeo. “Prezei muito pelos detalhes, por isso acabamento foi algo indispensável nessa composição”, explica Magnus. Como exemplo está o uso do granito Grigio Luna, de acabamento fosco, da Mármore LTDA. Ele oferece efeito natural e rústico, bem na proposta do lugar, assim como os seixos de pedra preta também no baheiro.

LUCAS OLIVEIRA

Magnus Amorim | (84) 3641.3764 | magnus.amorim@hotmail.com.br

Prezei muito pelos detalhes, por isso acabamento foi algo indispensável nessa composição

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MOSTRA RN

A Revista SIM! percorreu todos os cantos da CASACOR® RN para mostrar o trabalho de quem promete sediar grandes edições. Em vários lugares, o uso de revestimos ousados em madeira, cortiça ou mesmo papel mostraram a versatilidade de materiais disponíveis no mercado. A organização do mobiliário também foi ponto alto, favorecendo amplitude e boa circulação. Tudo isso sem deixar de destacar a iluminação cênica e as cores da atualidade.

1. Living de Entrada

2. Living

3. Cozinha

Cecília Sales Garcia e Flávia Melo Furtado

Racine Mourão

Ginany e Jefferson Gosson

A intenção maior do Living é proporcionar aos visitantes o impacto de entrar no primeiro ambiente da Mostra, sem deixar de acolhê-los com conforto e leveza. Por isso, tons crus e naturais provenientes do estilo rústico foram alinhados em perfeita harmonia com o brilho, as linhas retas e as superfícies lisas dos materiais contemporâneos. (84) 2010.8147 trennaarquitetura.com.br

O arquiteto escolheu diversas peças de iluminação da Candela para dar mais brilho ao projeto. O ponto alto é de fato a mescla de objetos de design, devidamente organizados e, em alguns pontos, refletidos pelo jogo de espelhos. (85) 3246.0991 racine@racearquitetura.com.br

O ambiente foi desenvolvido com base nas tendências europeias de cozinhas no estilo vintage, em seu visual retrô, porém com todos os recursos e elementos modernos e tecnológicos. Nesse sentido, a cozinha Tradizione entra na era de ambientes de grande luxo com propostas arrojadas. (84) 3222.4540 ginanyg@hotmail.com

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4. Adega

5. Business Lounge

6. Office da Empresária

Joyce Stela e Leonardo Dias

Zandra Caldas e Ana Flávia Maia

Lernardo Maia

A ideia foi trazer para dentro de casa um espaço contemporâneo, com um toque tradicional das antigas adegas portuguesas. As cores, a iluminação, a música ambiente e os revestimentos foram pensados para proporcionar um clima acolhedor e intimista. O ambiente definido pelo armazenamento dos vinhos e pela sua degustação recebeu um mobiliário usual com detalhes de adornos inspirados no tema. (84) 3201.3381 joycestela@hotmail.com leodiasoliveira@hotmail.com

Tons sombrios, iluminação pontual e destaque a diversas obras de arte e revestimentos em todas as paredes, inclusive no teto. O ambiente convida a troca de ideias e futuros contratos. É uma mistura de materiais que confere uma linguagem moderna, sem muito luxo, adaptado à atualidade, à modernidade e à tecnologia. (84) 9937.3868 | (84) 9964.4468 projetart.arquitetura@gmail.com

O office tem como homenageada a empresária Leneide Tavares, empreendedora do ramo de alimentação. Traz em sua composição materiais nobres, ao mesmo tempo aconchegantes, adicionados a toques de regionalismo nos objetos e gravuras; sem deixar de lado a vibe cosmopolita que marca a personalidade dela. (84) 3021.1818 contato@leonardomaiaarquitetos.com

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MOSTRA RN

7. Boho Garden Cíntia Senna Antes mesmo de entrar no América Futebol Clube, onde a CASACOR® RN foi instalada, um lugar chamou atenção principalmente à noite. Trata-se do “Boho” termo designado na moda para a mistura de estilos. Neste exemplo, houve a ousada junção do clássico e do contemporâneo. Foi onde a equipe da SIM! percebeu não só a força da decoração quanto o forte trabalho de paisagismo, com uma estrutura cênica que vai além da ambientação. A inspiração da arquiteta veio de Belo Horizonte/MG, sua cidade natal, onde o verde é uma predominante das grandes casas. Na composição, peças adquiridas em atiquário, a exemplo do mobiliário rústico que se harmoniza à estrutura deste gazebo feito com madeira de eucalipto e piso de vidro. Assim, é possível observar o lago de peixes ornamentais e aproveitar a calmaria do lugar. “Dessa forma adquirimos ainda mais cor e tranquilidade por se tratar de um ambiente para relaxar, sem deixar de lado a sensação de impacto”, comentou Cíntia. Ela explorou tecidos em tons vibrantes e até os tapetes ganharam novo uso, forrando o teto. (84) 8725.4430 | tutto@globo.com

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Mais sobre todos os espaços da Mostra em:

www.revistasim.com.br 62

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CAPA

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A CIDADE DO

CRESCIMENTO Caruaru, na rota dos grandes investimentos econ么micos, atrai olhares para um novo par芒metro arquitet么nico e urban铆stico FOTOS: LUCAS OLIVEIRA TEXTO: EDI SOUZA | PATRICIA CALIFE

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Não é preciso ser morador de Caruaru para notar que a cidade está em pleno vapor. Basta sair do Recife/PE, percorrer 137 km, e perceber que a paisagem de um município do Agreste pode ser semelhante à de uma metrópole com as dualidades típicas do crescimento. A transformação nos últimos anos foi gerada pelo aumento de fábricas no Distrito Industrial, a alta demanda da construção civil e o maior nível de escolaridade da população, que resultaram no impulso de 20% do Produto Interno Bruto (PIB), entre os anos de 2010 e 2012, pelo último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Significa que em Pernambuco a “capital do forró” ocupa a 5ª posição de maior PIB, antecedida por Recife, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho, sendo a segunda que mais cresce em todo Estado. Outro indicador desse desenvolvimento está na contagem da população. Ainda segundo o IBGE, Caruaru atraiu quase 9% mais moradores entre 2010 e 2014, diferente dos 4,6% registrados no Recife. Terreno fértil para os empreendedores lançarem projetos, de olho na consolidação de uma área também conhecida por seus polos.

OS NÚMEROS DE CARUARU POPULAÇÃO: 314.912 HAB ÁREA: 920,611 KM2 BIOMA: CAATINGA E MATA ATLÂNTICA MAIS DE 700 INDÚSTRIAS INSTALADAS 6 FACULDADES PRIVADAS MAIS DE 14 MIL EMPRESAS – DE TODOS OS SETORES, INCLUINDO LOJAS Fontes: IBGE | Fiepe, UPTEC-Recife | Sindiloja

Esse avanço ainda pode ser medido na quantidade de construtoras instaladas por lá. Estima-se que pelo menos 30 delas erguem equipamentos dos mais variados portes, ocasionando o chamado “boom imobiliário”. São empresas já bem conhecidas na paisagem recifense, que estenderam a atuação visando à demanda promissora. Somente a Moura Dubeux comercializa três linhas de produtos entre pequeno e grande porte. “Estamos há cinco anos estudando o mercado e percebendo o potenial econômico. Um bom exemplo está na nossa linha Beach Class, que entra no setor hoteleiro para ser o primeiro a oferecer 224 flats”, explica o supervisor comercial da marca, Tony Vasconcelos. A estrutura entrará em operação no ano de 2019. Quem também aproveita o momento aquecido é a Conic, ao apresentar o seu primeiro projeto em Caruaru, batizado Terra Brasilis. “Recebemos indicadores do grande desejo de se morar em um empreendimento classe A, que atenda a todos os pré-requisitos de conforto, qualidade e lazer interno para os seus usuários”, afirma o CEO da construtora

Lucian Fragoso. O prédio leva outra marca histórica, será o maior em área privativa erguido pela Conic. De fato, muita gente trocou a casa pelo edifício e agora experimenta um novo formato de viver, com opções mais compactas e até imponentes. Para o arquiteto Juliano Dubeux, que também esquematiza obras por lá, é importante ter sensibilidade com relação aos custos, pois o metro quadrado construído no município ainda é mais barato em comparação à capital. “Então não há a possibilidade de marcação de preço tão alto. Além disso, é forte a cultura do comércio, já que ela tem naturalmente essa vocação. Por isso é sempre bom idealizar projetos que tragam o comércio para perto da residência”, diz ele quando se refere aos altos valores dos lotes na região, precisando ser compensado nos materais a serem trabalhados na obra. “Algumas construtoras reclamavam que pagam caro pelo terreno e não têm a mesma marcação. Essa região foi erguida sob uma estrutura muito frágil em que se tem de juntar quatro ou seis terrenos pra erguer uma obra”, completa. O curioso é que historicamente, o município surgiu de uma fazenda com uma feira que se expandiu ao longo de décadas, tornando-se alimento pincipal da economia ao atender os distritos vizinhos. Hoje, o que se vê é uma região estruturada, com 17 km2 de perímetro urbano usado como âncora para as ativida-

des de quem reside ou apenas circula pela região. “Somos o atrativo em diversos segmentos. Costumo dizer que há 12 anos éramos divergentes, com pessoas saindo rumo à capital, agora somos convergentes”, adianta a pró-reitora da Faculdade Vale do Ipojuca (FAVIP), ao lembrar o perfil dos alunos do campus. “Pelo menos 60% deles vêm de um raio de 100 km de distância e aqui estudam, consomem, vão ao médico e, em muitos casos, instalam-se definitivamente”, completa. Esses visitantes formam a chamada população flutuante, que realiza investimentos e criam o chamado centro de negócios. Por dentro... Um projeto de lei arquivado em 2014 foi reapresentado este ano pelo deputado Tony Gel (PMDB). Trata-se de um debate antigo, que institui a Região Metropolitana do Agreste Central (RMAC), substituindo a denominação “de Caruaru”. Para isso, será necessário o estudo de uma série de pré-requisitos técnicos que justifiquem uma segunda Região Metropolitana em Pernambuco, partindo do Governo do Estado e entidades envolvidas. Tempos atrás foi realizado o “Estudo do Agrupamento de Municípios sob Influência de Caruaru”. pela agência ligada à Secretaria de Planejamento, que concluiu que a região “não se caracteriza como metropolitana”, por “não ter grande concentração populacional urbana e não haver conurbação ou forte tendência desse fenômeno ocorrer em médio prazo”. Hoje, sugere-se maior aprofundamento na pesquisa, por meio dessa nova tentativa.

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ARQUITETOS DE GRANDE SUCESSO

KIKA BAPTISTA

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UM MODELO EM DISCUSSÃO Novo Plano Diretor pretende englobar os desafios da cidade Toda região em desenvolvimento enfrenta desafios que se revelam em diferentes situações. O crescimento de Caruaru andou de mãos dadas com temas delicados para o poder público, que corre para sanar questões na área de mobilidade, construção e saneamento tão vinculados à paisagem atual. Esse contexto de duas faces tem provocado a seguinte reflexão: qual a cidade que se quer para o futuro? Talvez nem tão distante, mas daqui a dez anos, como será? A pergunta acima moveu um grupo de arquitetos vinculados à Associação Comercial e Industrial da Cidade (ACIC), a partir de uma de suas Câmaras Setoriais, que funciona como a organização do associativismo. Assim, profissionais do mercado e recém-formados na área participam de fóruns de discussão sobre as interferências necessárias para melhorias no espaço. No momento, o tema mais recorrente é a reformução do Plano Diretor (PD), com formato ainda semelhante ao de 2004. Segundo o coordenador desse bloco da entidade, Pedro Vilarim, é importante discutir pontos que promovam a qualidade de vida da população. “Isso precisa ser feito o mais rápido possível, porque o prazo venceu ano passado. Mesmo assim, o que importa é que este ano consigamos alcançar um plano amadurecido para as nossas áreas urbana e rural”, esclarece. Segundo os arquitetos da ACIC, o PD existente foi aprovado de maneira inclompleta, sendo que essa revisão deve ser feita em dez anos, no máximo. Um dos mais antigos profissionais da área em Caruaru, Haroldo Bernardino, diz que o documento existente hoje é semelhante ao do Recife, praticamente uma cópia, com todas as complexidades discutidas em uma capital. “Ele precisa tratar de política urbana, utilizar os instrumentos do Estatuto da Cidade e ordenar o crescimento dentro do nosso contexto real”, comenta.

O papel do arquiteto não deve ser de contestar a economia local, mas de requalificá-la utilizando o dever do qual muitos profissionais se ausentaram ao longo do tempo. Por isso, dentro dos escritórios, nós também estamos pensando em gestão e em como oferecer projetos que façam a diferença para o cliente e para a sociedade Pedro Vilarim

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QUAL A CIDADE QUE SE QUER PARA O FUTURO

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A ausência de um Plano atualizado traz consequências como a construção desordenada em bairros do subúrbio, onde a tradição de erguer paredes e levantar pavimentos é quase uma constante. “Existe a especificação do recuo frontal, mas não há as exigências de impermeabilidade. Então o cidadão faz um muro de três metros de altura, onde fora dele não há um recuo. A tradição é essa, de se ter uma parede colada na outra e ocupando a calçada. É preciso orientar e indicar o que é certo ou não ao invés de propor algo dogmático”, opina o arquiteto-sócio da Jirau, Pablo Patriota. Para a Câmara, não se deve discutir apenas a regulação em cima do lote, mas toda uma cidade. “Nossa realidade é diferente da realidade do Recife, porque estamos trabalhando a expansão urbana. A população ainda constrói muita casa, então muitos investimentos que chegam estão indo para locais distantes onde se tem dificuldade de infraestrutura em serviços. Seria esse o modelo que queremos para daqui a 30 anos? Não é o lote que responderá a isso, mas o planejamento em cima do município”, conclui Pedro. Para esse contexto, eles confirmam necessidade de continuidade da política pública em favor de projetos que beneficiem o todo. Uma área já bastante adensada é o bairro Maurício de Nassau, com mais de 15 mil habitantes. A região nasceu como um loteamento de casas simples que com o tempo abriu espaço para grande parte dos investimentos imobiliários do município, resultando em um dos trechos mais verticais e ricos do Agreste. Segundo o empresário da PBF Incorporação e ex-secretário de planejamento de Caruaru, Franco Vasconcelos, essa mudança tão drástica no tipo de construção gerou problemas do ponto de vista estrutural. “A rede de saneamento e abastecimento, por exemplo, não está dimensionada para a quantidade de edifícios erguidos em tão pouco tempo, estando à beira de um verdadeiro colapso, sem falar na mobilidade envolvendo o enorme quantitativo de carros que hoje circulam na rua. A avenida principal, chamada Agamenon Magalhães, resume muito desses problemas que em breve estarão visíveis a quem vem de fora”. Ainda segundo Franco, a solução pode vir de uma parceria público-privada, unindo a inciativa dos empreendedores ao órgão público. “É parar de transferir o problema, como se ele não fosse nosso, porque os projetos existem e, de alguma forma, precisam sair do papel. Só para citar alguns, há a proposta de revitalização do centro, com seu terminal de ônibus integrado, e as melhorias na Feira da Sulanca, que tem um trânsito caótico no seu enorno”, resume.

Tudo será melhor quando entendermos que viver bem não é pegar um carro e sair para passear com o amigo. É poder andar pela calçada e ter a chance de conversar com seu vizinho tranquilamente. Mas isso, claro, dentro de uma infraestrutrua que favoreça a mobilidade com segurança, pois inclui calçada adequada e iluminação apropriada Haroldo Bernardino

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À frente da revisão do PD está a empresa de Urbanização e Planejamento (URB), que, mediante o presidente Aldo Arruda, promete discutir todos os pontos tratados pela ACIC junto à comunidade. “A base já começou a ser montada no ano passado e a demora é em nome de uma estruturação bem feita. Por isso, fechamos convênio com a Fidem, que fica responsável por gerir o processo. A expectativa é, após audiência pública, finalizá-lo até o meio do ano, tratando o desenvolvimento de maneira coordenada, pensando itens como mobilidade e expansão urbana”, revela Aldo.

Sociedade e governo precisam pensar daqui pra frente, gerar novas culturas, como andar de bicicleta aos domingos, admirar nossos parques e viver mais fora do lote. Afinal, as pessoas estão crescendo e gerando necessidades que tempos atrás não existiam Swami Lima

Segundo o arquiteto Swami Lima, não se pode pensar no futuro sem entender o passado, afinal Caruaru tem como raíz a cultura de feira e toda a informalidade em volta dela. “Viemos da origem do comércio, mas temos também que criar outras culturas. Andar de bicicletas aos domingos em nossa principal avenida é uma novidade. Por isso, o arquiteto precisa resgatar esse papel de liderança dentro do processo, deixar de ser só uma peça e ser um maestro dentro do poder público”, conta.

É parar de transferir o problema como se ele não fosse nosso, porque os projetos existem e, de alguma forma, precisam sair do papel Franco Vasconcelos

Quem concorda é Pablo Patriota, ao incentivar o discurso de novas construções. Uma delas, já bem conhecida dos recifenses, trata dos prédios de uso misto, em que moradia e comércio proporcionam vida ao seu entorno. “Ainda bem que não importamos esse preconceito que a capital teve com relação ao uso misto, pois houve uma época modernista com grandes exemplares que foram perdendo espaço devido ao de status. Aqui, estamos vendo lançamentos para classe alta e média, com a possibilidade de tirar o povo de dentro das salas e trazer para

as calçadas, dando vida à parte inferior da construção”. Para a ACIC essa é só uma das formas de diminuir os transtornos que existem além do lote. Afinal, andar na calçada ainda é um desafio para idosos, cadeirantes e crianças. “E se formos a um trecho mais pobre, essa situação se agrava, pois o cidadão nivela a sua casa com a rua e impede o pedestre de circular. É quando se ergue o puxadinho sem ter quem oferecer suporte ou orientação técnica. Essa troca de informação precisa vir urgentemente, uma vez que estamos inchando e gerando necessidades”, finaliza Haroldo. Sobre o crescimento desordenado, a URB garante fiscalização. “Convoquei todos os envolvidos para discutir, inclusive a Câmara da Construção Civil, assim, todas essas problemáticas são levantadas, inclusive a da expansão desordenada. Hoje, não é permitido ocupar e construir em qualquer lugar, nossos fiscais atuam e nos trazem um parâmetro”, argumenta Aldo Arruda.

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O PAPEL DA FACULDADE Em 2007 a Faculdade Vale do Ipojuca (FAVIP) abria seleção para o primeiro curso de arquitetura fora da capital pernambucana. Hoje, pelo menos 200 alunos se matriculam por semestre na graduação de cinco anos, reforçando em todo o Agreste a necessidade de um novo planejamento arquitetônico e urbanístico para as cidades. Em Caruaru, pelo menos 80% deles ingressam no mercado de trabalho, abrindo escritório ou atuando em órgão público. Até a formatura, os estudantes se deparam com situações práticas que estimulam a criticidade sobre o lugar onde vivem. Um deles está no Laboratório de Habitação, onde os integrantes do último ano projetam casas de pequeno porte, com cerca de 60 m2, para moradores carentes. “Entre os critérios está a comprovação da renda máxima de até três salários mínimos. O interessado nos procura e se torna um ‘cliente’, gratuitamente, ao ganhar um projeto que atenda a suas necessidades de acordo com o entorno”, explica o coordenador do curso, Eduardo Moura. Em alguns casos, há acompanhamento da obra e, no fim de tudo, o feedback positivo do contratante.

“No campo teórico ainda discutimos as particularidades urbanísticas. E, em se tratando de Caruaru, tratamos muito a questão de Patrimônio Histórico, por meio de pesquisas na área. Só assim para despertar a consciência de quem, no futuro, estará à frente de tantos projetos relevantes”, completa. Segundo a professora Amanda Casé, a terra do forró possui diferentes pontos de vista arquitetônicos. “Quem anda pelo bairro Maurício de Nassau, por exemplo, encontra casas belíssimas com as características de sua época, preservadas pelos moradores. Só que em determinadas áreas elas estão sendo demolidas para a construção de edifícios, e nisso perdemos muitos bens da arquitetura moderna, como Borsoi, Delfim Amorim e Wandenkolk Tinoco, já que o ponto principal de verticalização é justamente nesse bairro onde haviam muitas casas”. Ainda segundo Amanda, a pesquisa, esboçada pela faculdade e discutida junto aos alunos, revela que o desejo pelo novo, incutido na população, é um dos grandes transformadores da paisagem. “Em termos de centro, identificamos que 250 bens ainda podem ser preservados. É que o comércio, devido à sua necessidade, modificou o patrimômio sobrepondo placas nas fachadas, o escondendo-o e protegendo ao mesmo tempo”, completa.

Em termos de centro, identificamos que 250 bens ainda podem ser preservados Amanda Casé

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NO DESAFIO DA PÓS-OCUPAÇÃO

Arquitetos e urbanistas confirmam que a pós-ocupação é um dos grandes desafios do planejamento. A interferência, muitas vezes sem parâmetros construtivos, interrompe o que muitos consideram o verdadeiro resgate no convívio das pessoas. Para ilustrar essa realidade, a Jirau Arquitetura apontou dois exemplos em Caruaru, onde o desenho de habitações populares já não condiz com o formato entregue anteriormente a seus moradores. Um deles é o loteamento Alto do Moura Village. Por lá, as estruturas foram projetadas no intuito de valorizar a paisagem do entorno e favorecer a relação entre a vizinhança. Motivo para se ter casas de muros baixos com terraço verde e de acesso livre à residência, sem falar no uso de cores vibrantes e padronizadas, em lotes a partir de 140 m2. “O grande vilão tem sido a paranoia da segurança, que põe tudo a perder ao motivar as pessoas a aumentarem seus muros em três metros de altura e ainda revesti-los com porcelanato. E, ainda assim, o morador corre o risco de assalto”, diz o arquiteto Pablo Patriota.

Residencial Alto do Moura Village – à esquerda, o projeto original entregue ao morador valoriza acesso livre com muro baixo e padronização de cor; à direita, moradia que sofreu intervenção ao receber muro alto e revestimento em porcelanato, descaracterizando e isolando a casa

Residencial Wirton Lira – o projeto de padronização da vila é totalmente descaracterizado pelas alterações das fachadas das residências Para ele, a sugestão seria ao menos uma parede vazada em que se pudesse mostrar o verde do quintal e amenizar o impacto já causado pelo concreto. “A insegurança destrói o que poderia ser a gentileza, algo que de fato tornaria a sociedade mais humana”, arremata. A mesma situação é percebida no residencial Wirton Lira, em Jardim Panorama, onde Pablo e sua equipe desenharam um bairro residencial de baixo custo, para ter incentivos do programa Minha Casa, Minha Vida.

O desenho faz referência às pequenas vilas urbanas, com construções distribuídas em lotes. De início, era fácil perceber os telhados inclinados e o amarelo vibrante das fachadas, além de uma marquise servindo de proteção de entrada da garagem. A ideia era fazer com que o observador da rua notasse paredes e os volumes coloridos das caixas d’água, sem esquecer que ali está um conjunto habitacional moderno.

No entanto, as primeiras ocupações já revelam uma paisagem completamente diferente, com a ‘frieza’ das obras tomando conta do espaço. “Hoje é outro bairro. O profissional até consegue redesenhar o modelo, mas em apenas 30 dias ele é completamente alterado com a justificativa da proteção, e custo a acreditar que essa é a solução. Se não repensarmos coletivamente o modelo, ele será sempre o mesmo”, questiona o arquiteto.

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O conceito começa na fachada, na qual foram combinados o universo tradicional pernambucano com o de alta tecnologia, através do uso de uma parede de cobogó ladeada por uma tela de LED de grandes proporções. “Essa tela será instalada ao ar livre e, com o objetivo de exibir conteúdos publicitários, ela é quatro vezes mais ampla do que a maior que temos montada no Recife. Ainda na área externa, parte da garagem tem fechamento em cobogó de louça, peça tradicional modernista pernambucana, que permite a entrada de brisa e ao mesmo tempo protege o que está atrás”, destaca Juliano Dubeux. Para condizer com a proposta, a ideia é usar o cobogó fabricado pela Luzarte Estrela, indústria local. “Ainda estamos estudando o tipo de cobogó e se vamos desenhar alguma coisa para que eles produzam, mas eu acho muito importante incorporar nesse painel a indústria da cidade”, completa.

GREG

NA ERA DOS EDIFÍCIOS INTELIGENTES

Quando se fala em Caruaru, a imagem que vem à mente é a de construções rústicas e de um comércio de feira que, aliás, de fato é a mais forte identidade local. Na contramão desse esteriótipo está um público cada vez mais em busca de modernidade, conforto e inovação. Foi com base nessa dicotomia que o escritório Juliano Dubeux Arquitetos Associados projetou o Times Business Center, um edifício comercial sensível às novas tecnologias, mas atento aos valores tradicionais da cidade. Para alcançar esse objetivo, foi imprescindível a atuação dos colaboradores Thiago Torres, natural de Caruaru, e Valdir Silva, que já integrou a equipe do ícone Acácio Gil Borsoi, ambos atuando nas especificações de todo o conjunto.

Trata-se de um edifício que está um degrau acima dos outros já construídos em Caruaru

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Outro ponto do Times Business Center que demonstra seu forte DNA caruaruense está no fato de ser um prédio de uso misto, com uma torre de escritórios com 18 pavimentos e uma área para lojas no térreo e primeiro andar, que atende à veia comercial do município, dotada de uma pequena praça de alimentação. Nos andares destinados às salas, há um eixo central de circulação com unidades para os dois lados, moduladas para alcançar imóveis de 33 a 35 m², tudo preparado para piso elevado, que permite rápidas adequações dos layouts com mínimo transtorno e máxima agilidade. “Essa tecnologia ainda não está disponível em Caruaru, o que torna o prédio o primeiro a ser concluído com ela na cidade”, justifica. O sistema de elevadores inteligentes cuidadosamente dimensionados foi concebido para priorizar a segurança. O último andar foi reservado para abrigar uma área de convenções com dois pequenos auditórios, que juntos têm capacidade para até

150 pessoas. Há ainda um restaurante com vista panorâmica da cidade, equipado com skybar, coberto por um teto de vidro. Segundo Juliano, “a ideia é ter um lugar para contemplar a noite, a beleza da cidade acesa. O empreendimento está numa região alta, no topo de uma importante avenida em aclive, a Agamenon Magalhães, então eu imagino que ele vai ser muito visto e vai ver muito bem Caruaru”. Outro diferencial é a generosa garagem, que compreende uma oferta de quase 300 vagas de carro. Em relação a desenho e volumetria, o prédio traz duas formas levemente curvadas contrapostas, uma com desenvolvimento para a direita e a outra para a esquerda. Como está localizado num terreno cabeça de quadra, ele tem três fachadas, onde as voltadas para leste e sudeste trazem um revestimento que combina o alumínio composto branco ao vidro de performance térmico acústica. As vitrines do conjunto de lojas apresentam pé

direito duplo. “Já que o empreendimento está num bairro muito prestigiado que é Maurício de Nassau, eu imagino que a gente vai ter aí um centro de compras muito forte e dialético com a cidade, diferente de um shopping que é todo voltado para dentro de si. Essas lojas do térreo vão ter um bom diálogo com a rua”, prevê Juliano. Quando questionado sobre o que acha do resultado final do projeto Times Business Center, o arquiteto é pragmático. “Esse é um edifício muito importante para o nosso escritório, acho que é o mais bonito que já pudemos projetar até hoje. Ele já está em obras, as lajes de garagem já estão sendo executadas e brevemente a gente já vai entrar na primeira lâmina de pavimento tipo. Trata-se de um edifício que está um degrau acima da maioria dos outros já construídos em Caruaru”, finaliza.

Juliano Dubeux Arquitetos Associados www.julianodubeux.com (81) 3424.3796

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Rua Maria Carolina, 298 Boa Viagem | Recife - PE 81 3326.0780 lucia@allumeiluminacao.com.br claudia@allumeiluminacao.com.br

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O CONDOMÍNIO POSSUI LOTES COM 2.400 M2 TRABALHANDO UM CONCEITO PLANEJADO COM HABITAÇÃO E NATUREZA. TODO EMPREENDIMENTO É CERCADO PELO VERDE NASCIDO DO REFLORESTAMENTO

REFÚGIO NO VERDE

Dá para perceber a diferença de até três graus a menos em relação ao centro, por conta da vegetação Ricardo Montenegro

Em um trecho da BR 232, a 30 km de distância do centro de Caruaru, está o condomínio Monteverde e sua proposta de habitação nos moldes do ecologicamente correto. Os idealizadores vão além e divulgam o terreno com 110 lotes, como um sonho possível próximo de uma cidade onde o agito urbano é motivo de fuga para um lugar de calmaria. É um espaço com área verde maior do que o parque da Jaqueira, no Recife/PE, cercada em zona privada. Por dentro dos muros, lotes padrão de 2.400 m2, com construção em 30% do terreno, favorecendo vias de 15 metros, com mais quatro metros de calçada e seis de pista de rolamento. Segundo o empreendedor e proprietário da imobiliária Montenegro, Ricardo Montenegro, esse padrão visa ao conforto visual dentro de parâmetros urbanísticos corretos. “O condômino leva seu projeto para aprovação, que é quando lembramos ainda exigências como a distância em 12 metros de uma casa para outra e limite de verticalização de dois andares”, explica. A preferência pelo pedestre é para que ele possa usufruir de um contexto estritamente arborizado. Para isso, toda a fiação de energia e telefone foi embutida no subsolo, amenizando ainda mais o impacto visual das cons-

truções. “Já temos 27 residências prontas dentro dessa atmosfera tão incomum dentro do Estado, porque toda a preocupação aqui é pela qualidade de vida, por isso equipamentos completos de lazer, como quadra esportiva, piscina, lago, heliponto, bar, salão de festas, entre outras ofertas”, comenta. Segundo o arquiteto responsável, Haroldo Bernardino, o projeto se destaca por valorizar a topografia original do lugar e a correta distribuição dos equipamentos. “O espaçamento das estruturas é um sonho para qualquer cidade real, que mesmo sendo numa área reservada, serve de exemplo para as questões urbanísticas de Caruaru. O interior de Pernambuco tem esse pontencial para o correto aproveitamento dos recursos naturais”, defende ele, que assina o trabalho ao lado da arquiteta Rosa Ludermir. De um modo geral, o projeto prega a sustentabilidade, ainda por meio de uma rotina saudável com coleta seletiva de lixo, segurança com o perímetro murado e vigilância diária. “Temos a sensação de liberdade, porque a criança pode brincar sabendo que a infraestrutura proporciona isso e toda família pode respirar um ar mais puro e até perceber a diferença de até três graus a menos em relação ao centro, por conta da vegetação”, conclui Ricardo.

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Haroldo Bernardino

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O interior de Pernambuco tem esse pontencial para o correto aproveitamento dos recursos naturais

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Eu mesmo já estou há dois anos cultivando um baobá e procurando o local ideal para ele, pois nada é à toa Severino Montenegro

E pensar que todo esse ‘sistema’ foi idealizado no começo dos anos 2000 por seu pai, Severino Montenegro. Ele, que é formado em contabilidade, sempre se interessou pelo universo da natureza, transformando sua própria casa na inspiração perfeita para a criação do condomínio. O bosque foi aos poucos sendo murado em 5 km e pelo menos 15 mil mudas foram plantadas, além de inúmeras árvores, proporcionando um reflorestamento que exigiu dez anos de preparo do solo, antes de se permitir a efetiva construção. “Até pensei em fazer uma casa aqui dentro, mas preferi continuar onde estou, bem ao lado do terreno, ao perceber o formato incrível que a vegetação tomou ao longo dos 40 anos em que estou instalado. É onde hoje funciona a sementeira que dá vida a todo esse complexo habitacional”, comenta Severino, que também fornece sementes aos moradores que prometerem o cuidado apropriado no futuro. Ao todo, ele possui cerca de 40 espécies, muitas delas nativas da região.

Haroldo Bernardino e Rosa Ludermir (81) 9981.2674

“Conversamos muito com o arquiteto para valorizarmos bem a vegetação. Para se ter uma ideia, fizemos uma curva na rua em função de um pé de juá, pois este é um ambiente para as pessoas e não para os carros”, diz. Para completar, o condomínio é abastecido com fonte de água natural, fornecido pelos 100 hectares de brejos de altitude, proporcionando o consumo imediato para beber e cozinhar. Sobre o replantio, ele explica que seleciona as sementes, depois de germinadas coloca em saquinhos e vai aguando até estarem prontas para ganhar um espaço. “Eu mesmo já estou há dois anos cultivando um baobá e procurando o local ideal para ele, pois nada é à toa. De um modo geral, fazemos um estudo para onde as espécies vão. Agora lido com Pau-Brasil, Flamboyant, bromélia e muitas outras plantas que sempre atraem o som do sabiá”, comenta ao demonstrar o encanto por um trabalho que começou com o auxílio de um engenheiro florestal. Na sua casa, área fértil para toda essa criação, não faltam cajueiro, goiabeira, jaqueira e muitas outras trazidas pela própria natureza.

Monteverde www.condominiomonteverde.com.br (81) 2103.4100

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HÁ 15 ANOS DIZENDO SIM! A VOCÊ

Luciano Almeida

Ana Cristina Moura

Rafael Amaral Tenório

Lucianna Pimentel

César Revoredo

Helena Assis

Romero de Andrade Lima

Magda Suassuna

Magnus Amorim

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TRAÇO DE MODERNIDADE O arquiteto Ângelo Porto investiu na proporcionalidade dos espaços ao idealizar uma residência erguida no condomínio Monte Verde. Por fora, a estrutura de linhas retas e cores sóbrias adianta uma construção moderna onde a amplitude dos ambientes traduz conforto e originalidade. Esse visual imponente para uma região do Agreste chama a atenção do visitante, que ao percorrer os ambientes se depara com a circulação eficiente, sem deixar de aproveitar cada canto disponível do lugar. “Esse é um projeto de beleza arquitetônica, que leva em consideração o traço simples, mas de personalidade. Tudo isso pensado desde a planta, ao enaltecer a volumetria, elaborando cômodos para seu total aproveitamento”, destaca Ângelo. Na sala, o pé-direito duplo chega a medir quatro metros e meio de altura, sendo uma área totalmente integrada com a parte de jantar, estar e cozinha. “As esquadrias tiveram um custo maior, porque elas possuem um terceiro trilho em todas as portas e janelas, agrupando uma tela que aproveita bem a ventilação natural”, resume o arquiteto. Além de explorar o ar natural, é possível ter boa captação da luz que vem de fora, gerando assim maior economia de energia. Dessa forma, a iluminação artificial em LED surge como o complemento pontual das áreas comuns. “É que a integração não acontece apenas entre os ambientes, mas por todo o contexto da rua, pois o vidro aproxima o que acontece do lado de fora”, completa Ângelo.

Esse é um projeto de beleza arquitetônica, que leva em consideração o traço simples, mas de personalidade

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É que a integração não acontece apenas entre os ambientes, mas por todo o contexto da rua, pois o vidro aproxima o que acontece do lado de fora

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O branco é uma predominante ao lado de elementos rústicos, como as colunas de concreto aparente e sem tratamento, situadas nos extremos da casa. Já entre as funcionalidades da moradia, está o sistema de reaproveitamento e aquecimento solar de água, que também proporcionam o custo mínimo na hora do consumo, além de completo sistema infravermelho de segurança. Essa preocupação se estende para a cozinha, onde a modernidade não foi aproveitada apenas como algo estético. “Pensamos numa exaustão eficiente para jogar os odores longe, já que a bancada de serviço está próxima à sala, então evitamos esse transtorno. Tudo isso auxiliado pelos equipamentos de ponta, como fornos elétricos e sua precisão nos preparos gastronômicos”, completa. No pavimento superior, as quatro suítes seguem o conceito de amplitude. No quarto do casal, poucos móveis e objetos foram colocados a fim de não se acumular o que é dispensável. “A vontade do cliente era de utilizar TV apenas nas áreas de convivência, evitando o isolamento dos membros da família. Com essas informações, conseguimos explorar o que era mais importante para o descanso, sempre aproveitando a iluminação natural e a boa circulação”, finaliza. Ângelo Porto Arquitetura www.angeloporto.com.br (81) 3721.5364 89

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A CASA DO ARQUITETO FOTOS DA CASA: ANTÔNIO PREGGO/DIVULGAÇÃO FOTO DO ARQUITETO: LUCAS OLIVEIRA

Um terreno de área total de 275 m², dos quais apenas 75 m² de térreo seriam utilizados como área construída, foi o ponto de partida para que a Jirau Arquitetura e Urbanismo projetasse a casa dos sonhos de seu sócio-fundador. O resultado, que chega a ser imponente dentro do que o proprietário considera como ‘de uma simplicidade franciscana’, alcançou o uso correto da luz natural, a utilização de materiais rústicos e a tradução da personalidade de seus moradores. O pátio é o protagonista do traçado, onde os espaços livres são o elemento principal da estruturação dos ambientes, que foram pensados antes das formas, para que essas surgissem organicamente equilibradas com o processo. De acordo com o arquiteto e morador Pablo Patriota, o terreno é de esquina com frente poente e norte. As faces leste e sul, com melhor ventilação, estão no interior para onde estão voltados todos os cômodos da casa. “As fachadas com face para a rua são mais opacas e as internas são abertas e transparentes e se voltam para o pátio, o que respeita nosso estilo de vida mais reservado”, completa.

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O pavimento térreo foi utilizado para distribuição da cozinha, estar, lavabo e área de serviço. Todo o resto está aberto e se divide entre jardins internos, externos e terraços. “Ali, uma parede sinuosa, construída em tijolos assentados com os furos expostos, como uma espécie de cobogó, faz as vezes de elemento divisor dos ambientes público e privado, permitindo também a entrada da ventilação e da luz natural”, explica.

Ao observar esse projeto fica impossível negar que sou cria de Wandenkolk Tinoco e que tenho na escola modernista minha principal influência

Os jardins, montados espontaneamente, trazem uma coleção de plantas que se completa a cada visita feita por Pablo às sementeiras. No geral, a edificação possui ambientes com ampla iluminação natural, circulações cruzadas de ar, coberta com beirais para proteger da incidência direta do sol e vários terraços onde a sombra cria um espaço de transição entre o fora e o dentro. Na área social, uma parede ventilada protege o poente, trazendo para a sala, que tem pé direito duplo, um considerável conforto térmico. Para tanto, recebeu brises de madeira que permitem abri-la para a vista ou controlar a entrada de luz quando é conveniente.

Já no pavimento superior, a circulação e os banheiros cumprem a função de proteger os quartos da insolação. Nele, ainda, há um reservatório e um local para condensadores de Split, ambos abrigados no interior do volume amarelo que aparece na fachada oeste. Todo o conjunto prima pela simplicidade, seja nas formas ou nos materiais. No piso foi priorizado o uso de cimento polido nas áreas sociais e queimado nas áreas internas. “Nesse tocante, fizemos uma espécie de manifesto, abolindo o porcelanato e a cerâmica, tão presentes nas residências de Caruaru, provando assim que é possível não utilizá-los tanto. Deixamos apenas na área de serviço. De uma forma geral, preferimos o uso da madeira e do reboco pintado, materiais rústicos e com identidade mais forte”, detalha Pablo.

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Como o proprietário é também apaixonado por plantas, no pavimento superior, a área que fica sobre a laje da cozinha foi aproveitada para abrigar uma horta. Nesse espaço, que ao mesmo tempo propicia atividade tanto de hobby quanto funcional, são cultivadas verduras, hortaliças e ervas medicinais.

O mobiliário é tão pessoal que foi em parte garimpado aleatoriamente nas andanças pelos mais diversos lugares e em parte desenhado pelo escritório e executado por mão de obra local. Já a iluminação, o mais natural possível, é complementada com lâmpadas em LED, em sua maior parte fluorescente e embutida, sempre no tom amarelado, trazendo o resultado mais cênico possível. Destaque para a composição de luminárias presente na sala, que imprime ar moderno sem abrir mão do aconchego. Para arrematar, Pablo afirma: “Ao observar esse projeto fica impossível negar que sou cria de Wandenkolk Tinoco e que tenho na escola modernista minha principal influência. Mantenho contato com ele sempre e pretendo ainda fazer algum trabalho em parceria com seu escritório, porque, para mim, é um dos melhores arquitetos que tive o prazer de conhecer”.

Jirau Arquitetura e Urbanismo www.jirauarquitetura.com.br (81) 4105.0040

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PORTFÓLIO FOTOS: DIVULGAÇÃO TEXTO: EDI SOUZA

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Com quase três décadas de mercado, o arquiteto Paulo Veloso comanda um escritório onde versatilidade é palavra de ordem. Os projetos que assina revelam a identidade do cliente por meio de formas marcantes e, muitas vezes, ousadas. Para isso, desenvolveu um talento que veio bem antes da formatura, quando percebeu a afinidade em desenho, interpretação de texto e história, úteis como base na profissão escolhida. Nem mesmo a paixão pelo surfe, sendo até campeão pernambucano amador, direcionou seu olhar para o esporte. A vontade de transformar a paisagem falou mais alto, levando-o a construir e decorar ambientes em diferentes situações.

PAULO VELOSO

“A boa arquitetura sabe a sua missão no mundo, ela pode ter muito protagonismo ou total neutralidade, por exemplo. Sua expressão deve ser natural e de acordo com a finalidade não só operacional, mas também cultural. Ela tem qualidade e contribui para o bem-estar da comunidade em que se insere de forma ampla, não apenas superficial”, diz. Esse contexto está inserido no desafio de projetar residências, pousadas e lojas ou ambientar casas e apartamentos. “Uma característica nossa é a pluradidade de ações, porque não executo só comercial ou residencial, minha praia é arquitetura”, argumenta. Mesmo não promovendo seus trabalhos em grandes eventos da área, o escritório consegue uma auto-divulgação do portfólio a partir da repercussão entre os clientes. “Até poderia investir em publicidade, mas a soma das minhas ações surgem muito por conta de projetos anteriores”, comenta. Foi assim, por exemplo, na intervenção realizada no restaurante peruano Wanchako, em Maceió/ AL, feita de vitrine por um investidor que pretendia construir o hotel Gungaporanga, também em Alagoas. Necessidades distintas, mas de grande apelo estético em ambas.

VICTOR MUZZI

“O bom desenho é atemporal e não só o que está sendo usado hoje é melhor. Por isso, sempre pergunto: qual é a sua história?”, questiona Paulo, ao lembrar que o modo de vida das pessoas deve ser contado no lugar onde vivem e trabalham, salvo as grandes marcas com modelo estrutural já definido. “Essa é uma linha de atuação diferente e não autoral, porque sua função é adaptar a realidade do imóvel para as características daquela empresa”. Nesse conjunto, ele estende sua atuação fora de Pernambuco, sem deixar de lado a bossa e a ousadia que o caracterizam por aqui.

Paulo Veloso Arquitetura www.pauloveloso.com.br (81) 3463.8581

A boa arquitetura sabe a sua missão no mundo, ela pode ter muito protagonismo ou total neutralidade, por exemplo. Sua expressão deve ser natural e de acordo com a finalidade não só operacional, mas também cultural. Ela tem qualidade e contribui para o bem-estar da comunidade em que se insere de forma ampla, não apenas superficial

RAIO X Formação: Arquittura e Urbanismo — Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Anos dedicados à arquitetura: 26 Premiações de destaque: 2º lugar no Concurso Nacional de Arquitetura para o projeto do Fórum do Recife, em 1997 Suas referências na arquitetura: Toda boa arquitetura me inspira. Aqui, obviamente os trabalhos de Janete Costa, Acácio Gil Borsói, Vital Pessoa de Melo, Alexandre Castro e Silva, Niemeyer, Artigas, Lina Bo Bardi, Bernardes & Jacobsen, Severiano Porto e outros Internacionais: Gaudí, Louis Kahn, Richard Rogers, Renzo Piano, Tadao Ando, Frank Gehry, Ricardo Legorreta, Charles Correa, Portzamparc, Richard Meier, Siza, Eduardo Souto de Moura e Jean Nouvel Sou capaz de passar um dia visitando uma única obra. Na Sagrada Família, na Espanha, subi e desci de todas as torres, enquanto as pessoas geralmente se dão por satisfeitas em uma

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Alphaville (Pernambuco) A residência foi projetada para um casal que comprou terreno no condomínio Alphaville — Francisco Brennand, no Curado/PE, com o desejo de erguer uma estrutura aconchegante para receber. Nessa pespectiva, o cliente pediu um jogo de cobertas diferenciado e que desse a noção de movimento — razão para o escritório utilizar uma telha de concreto que imita a madeira, instalada em diferentes níveis, dando a impressão de estarem soltas. “Por dentro da casa, percebe-se a integração dos ambientes, definida por portas de correr, a exemplo da sala conectada com o pátio da piscina. Este último, aliás, ganhou desenho especial em curva, todo margeado por um deck”, conta. A cozinha também oferece vista para a área externa, que arremata a decoração com painel de madeira, parede de ladrilho hidráulico, mesa antiga e cadeiras pintadas. O equilíbrio dos materiais se dá pelo uso de esquadrias de alumínio, peitoris de vidro e algumas pedras. Por ser bastante ampla, a construção permite o aproveitamento da luz natural reforçada com pequenos pontos artificiais no interior. Segundo o arquiteto, essa foi uma obra que inseriu a praticidade na rotina dos moradores, oferecendo bem-estar e personalidade.

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Hotel Gungaporanga (Alagoas) Um lugar de paisagem privilegiada a 33 m do nível do mar. Essa foi a base para a equipe de Paulo Veloso erguer um hotel com 18 bangalôs feitos a partir de madeira de eucalipto tratada em autoclave, que reforça a mensagem de sustentabilidade. “O projeto ainda contempla pedras naturais e telhas de cerâmica, tudo isso para não agredir a paisagem, pois o hóspede quer tudo, menos o que ele já encontra no meio urbano”, comenta o arquiteto. Um dos grandes atrativos é a piscina de borda infinita desenhada para ter o movimento de uma lagoa, por isso a mescla de pastilhas realçando duas tonalidades de cor e de profundidade. À noite, toda construção ganha o charme luminotécnico assinado por Márcia Chamixaes. “Também gosto de lembrar a hierarquia na concepção dos leitos, do mais simples ao mais sofisticado. Um, inclusive, possui total independência de circulação. Mas, no geral, é uma arquitetura simples, em que se contempla o sombreamento, as esquadrias recuadas e o terraço”, diz ele, que atualmente executa a obra de expansão do lugar.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

Honda (Pernambuco) O galpão da marca Honda, no bairro de Piedade/PE, foi montado como uma espécie de caixa metálica que revela uma estrutura nada usual nesse tipo de equipamento. “Geralmente, costuma-se ter o fechamento da coberta rente à parede do galpão. O profissional coloca uma platibanda, uma calha e faz o complemento. Aqui, usamos os mesmos materiais, mas a um metro de distância da parede. Então, se houver vazamento ou problema na coberta, essa água não infiltra a oficina ou o showroom e, no final das contas, aparenta-se ter uma caixa solta”, explica. Essa volumetria distribuída em 1.200 m2 não interfere na linguagem industrial solicitada pela marca — característica apoiada pela iluminação natural adquirida pela coberta com discreta fibra de vidro, que deixa entrar fachos de luz e não esquenta. No mais, utilizou-se piso epóxi, com variação de cores para definir áreas de trabalho e de circulação de pessoas.

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4 ROGÉRIO MARANHÃO

DIVULGAÇÃO

Engefrio (Pernambuco) A preocupação com os elementos da obra também permeou a reforma da Engefrio, no Centro do Recife/PE. Trata de um prédio antigo, anteriormente composto por uma malha de janelas, brises de concreto, parte envidraçada marcada horizontalmente e ar-condicionado exposto na janela. “Com o tempo, esses itens foram apresentando problemas e clamando por manutenção, era o momento de renovar e oferecer um novo formato àquele entorno”, explica. A solução foi demolir a parte que não era estrutural e estava comprometida, ou seja, brises, janelas com peitoril pequeno e fachada. Hoje, existe uma estrutura na qual não se percebe que uma parede foi demolida para dar lugar a uma grande pele envidraçada. “O mateiral é ACM Champagne e vidro refletido em azul. Ainda conseguimos incorporar um pavimento, porque ao longo do tempo o proprietário conseguiu comprar terrenos ao redor, e isso permitiu gerar área suficiente para ampliar o estacionamento e ganhar mais um andar, totalizando sete”, completa.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

Restaurante Wanchako (Alagoas) O restaurante peruano Wanchako, em Maceió/ AL, precisava expressar ainda mais rusticidade. O ponto já existia, mas o escritório promoveu melhorias, a exemplo de um ambiente criado para degustações especiais. “Na época era uma sala sem utilização, que pretendia ser um espaço fechado para receber grupos e servir cardápios específicos. Ele foi então decorado com a bandeira do Peru e teve a parede ornada com garrafas vermelhas”, revela o arquiteto ao lembrar uma das intervenções do período. A atmosfera inca aparece em cada detalhe. “Eu digo que o Peru é como se fosse o Egito da America do Sul, com um artesanato rico em todas as esferas, na parte de tapeçaria, carpintaria e outras matérias-primas reveladas com grande exuberância”. A ambientação evitou o brilho e apostou no opaco típico da madeira. O banheiro ganhou um enorme tronco de jaqueira utilizado como bancada e decorado com espelhos emoldurados com cedro. Muito do que foi exposto, com destaque para as máscaras temáticas, foram aproveitados do acervo pessoal dos clientes que sempre se conectaram com o universo daquele País. “No fim das contas, tornou-se um trabalho visto por pessoas de todas as partes e que gerou novos contratos”.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

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FOTOS: ROGÉRIO MARANHÃO

Apartamento em Boa Viagem (Pernambuco) A cliente é de uma família tradicional de João Pessoa/PB e que possuia acervo com grande valor histórico e sentimental. As peças pertenciam ao bisavô da proprietária deste apartamento, que não sabia como utilizá-las na decoração da nova moradia. São pratarias, mobiliários e até objetos de decoração guardados antigamente sem nenhum aproveitamento. “Trata-se de uma coleção incrível que merecia ficar exposta principalmente na sala. Por isso, explorei o branco nas paredes e no piso a fim de valorizar cada peça”, adianta. Alguns itens, inclusive, foram restaurados no Museu do Estado e agora mostram-se no ambiente principal da casa. Todos eles realçados pela iluminação pontual, a exemplo do antigo banco de praça formado por madeira e ferro. O contraste se apresenta em alguns elementos de design, como a moderna luminária da B&M colocada sobre a mesa de jantar. Ela é integrada em todo o espaço, onde se pode conviver e apreciar espelhos antigos, cristaleira entre outros móveis rústicos em meio a peças de Brennand, sofá e cadeiras da Novo Projeto.

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7 Salão Jacques Janine (Santa Catarina)

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Projetado para um shopping de Florianópolis/ SC este trabalho renova o conceito já utilizado em outras unidades da marca Jacques Janine. “É uma franquia que me permite criar, desde que haja predominância de cores claras, materiais duráveis e que seja de fácil manutenção, atendendo ao número mínimo de lugares para corte e lavagem”, revela — razão para todo mobiliário ter sido desenhado pelo escritório, a exemplo do balcão de caixa, do detalhe da bancada e do expositor de vitrine. O resultado foi um espaço com seis bancadas de corte, sendo 29 cadeiras, seis lavatórios, seis cadeiras de manicure e área de serviço. Segundo o arquiteto, chama atenção o expositor de cosméticos virado para a área externa e interna da loja. “Como a vitrine era muito extensa para o salão, deixamos uma área bem misteriosa com a persiana de madeira branca com o nome assinado em vidro e a imagem da rede. Isso para não ficar nada muito devassado, se a proprietária quiser algo mais exposto, basta abrir a persiana”, conclui. O complemento fica pelo uso da madeira, a fim de trazer aconhcego e rusticidade ao lugar.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

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PROJETO

PRIVILÉGIO URBANO Estilo e modernidade vestem obra na movimentada São Paulo

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FOTOS: FG + SG ARCHITECTURAL PHOTOGRAPHY

Imagine uma estrutura que indica privacidade e conforto em meio ao contexto denso. Essa foi a proposta do Studio Arthur Casas ao idealizar a moradia de um jovem casal e seus filhos em pleno agito de São Paulo. Os clientes já tinham o edifício construído e queriam reformá-lo para suprir necessidades como melhor distribuição dos ambientes, aconchego e ousadia, sem perder o encanto de um lar tadicional.

Antes de entrar na residência, o seu exterior diz logo a que veio. Painéis metálicos perfurados “vestem” a obra com seu tom dourado, baseados no padrão de uma folha. Segundo o escritório, o material, que combina perfeitamente com os elementos de decoração, foi inspirado na cliente estilista e seu constante interesse pelo universo da estética. Além de beleza, o resultado foi uma proximidade menos opressora com os vizinhos e ainda a criação de um jogo de luz natural para os quartos, de acordo com a posição do sol ao longo do dia.

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PROJETO

Por dentro, a equipe de arquitetos dividiu os ambientes em três pavimentos, sendo garagem, área de serviço e home theater no subsolo, cozinha, salas de jantar e estar no térreo e quartos no primeiro andar. No interior, predomina a atmosfera contemporânea, a partir do piso de madeira, das paredes brancas e do mobiliário de cores sóbrias. Portas camarão oferecem diferentes modulações entre a sala de jantar, a copa e o corredor, trazendo flexibilidade para o uso do ambiente. Na sala de estar os caixilhos correm para a lateral, permitindo uma total integração com o jardim. E por falar em verde, ele se mostra em diferentes pontos como fuga do clima urbano. Um deles é o jardim vertical, alçado em um corredor que foi iluminado naturalmente graças ao rasgo acima da escada. Outro espaço é o jardim voltado para os fundos, que, de acordo com o Studio, é “um pequeno oásis dentro da cidade”, graças à criação de um espelho-d’água intensificando a sensação de amplitude. Esse detalhe é uma vista privilegiada do quarto do casal, que possui generosa abertura para o exterior. “O resultado final foi extremamente positivo, pois atendeu a todas as expectativas do cliente”, resume a equipe do escritório.

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O arquiteto também desenhou parte dos móveis, utilizando objetos de décadas atrás herdados pela família. O que se alcançou foram itens variados e de personalidade em peças rústicas combinadas com outras de design. “A ambientação gerou um trabalho muito interessante, pois usamos madeiras especiais retiradas de uma outra casa do cliente dos anos 1950, comenta Arthur Casas, referindo-se a aparadores antigos que se tornaram mesas de centro, por exemplo.

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PROJETO

A ambientação gerou um trabalho muito interessante, pois usamos madeiras especiais retiradas de uma outra casa do cliente dos anos 50

O contraste na ambientação surge de modo pontual, como no uso de uma poltrona, em estilo capitonê, posta em destaque na sala principal. A peça divide espaço com cestos de corda náutica e outros elementos feitos com madeira, a exemplo de um banco em desenho clássico e de escada desenhada para também servir de estante.

Studio Arthur Casas www.arthurcasas.com (11) 2182.7500

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HÁ 15 ANOS DIZENDO SIM! A VOCÊ

Renata do Amaral

Cavani Rosas

Ana Flávia Maia

Auricélio Romão

Cíntia Senna

André Azevedo

Cláudia Queiroz

Flávia de Gusmão

Carmen Virginia

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PROJETO

ACONCHEGO NO LITORAL Charme e personalidade em condomínio no Litoral Sul do Rio Grande do Norte

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FOTOS: UBARANA JR/DIVULGAÇÃO

A ampliação e reforma de residência à beira-mar resultou numa estrutura aconchegante para uma família interessada em conforto, bem longe do centro urbano de Natal/RN. O projeto do arquiteto Renato Teles levou para a praia de Porto Brasil a leveza de materiais simples, monocromáticos e de fácil manutenção. A ideia era aquecer os ambientes e garantir a contemplação da paisagem em área total de 350 m2.

Os proprietários se desfizeram de um apartamento completo na cidade para investir num endereço com mais qualidade de vida

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PROJETO

Na parte externa, chama atenção a personalidade da obra, composta basicamente por madeira ipê e mármore travertino. “Eles fazem o complemento perfeito com o paisagismo, formado por espécies típicas de região com característica tropical. O coqueiro, por exemplo, já existia no terreno e foi muito bem valorizado”, comenta o arquiteto ao pontuar os destaques no trabalho da paisagista paulista Christiane Roncato, que distribuiu o verde ao redor de toda construção. “Os proprietários se desfizeram de um apartamento completo na cidade para investir num endereço com mais qualidade de vida”, comenta Renato. Para isso, foi indispensável a ousadia nos detalhes. Na porta principal, puxador de ferro fundido de 24 kg garante a beleza do pequeno terraço ao lado de um banco de madeira aproveitado do acervo dos moradores. Esse é só o primeiro indício de uma decoração que mescla rusticidade e desgin presente nos demais ambientes da casa.

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O primeiro pavimento tem piso laminado vinílico, que abriga parte do mobiliário adquirido na Officina Interiores. “Destaco a integração dos ambientes, onde se pode ler, assistir vídeo e até usufruir de uma cozinha gourmet. Tudo isso com vista favorecida pelas venezianas de madeira, que ainda auxiliam na ventilação e na entrada de luz natural”, explica Renato. A parte luminotécnica, assinada pela Quanta, é composta basicamente por uma calha de LED, a qual gera iluminação difusa.

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PROJETO

Nesse grande espaço, sobressai a mesa com cadeiras de palha, que relembram a típica decoração brasileira dos anos 1950, realçada por um charmoso ventilador de teto comprado em São Paulo. Os elementos se combinam em tons sóbrios, formando identidade. Não seria diferente no segundo terraço, organizado com sofás, cadeiras e bancos, onde também se observa uma escada helicoidal, utilizada como acesso independente para a suíte do piso superior. “Ela ainda se faz presente como uma escultura, contribuindo para a paisagem”, completa.

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No primeiro andar, o quarto do casal ganhou um terraço composto por itens da Artefacto e objetos de décor do acervo pessoal dos clientes. Trata-se de uma área generosa com varanda montada com duas poltranas e mesa de centro, onde se pode apreciar o mar e relaxar. “A estrutura é mantida com madeira e peitoril de vidro, da Vitrine Vidro, que, pela simplicidade, não interfere na beleza da praia. No final de tudo, a grande satisfação é saber que os moradores aproveitam ao máximo este projeto, pensado e executado para atender às suas necessidades”, conclui Renato.

Renato Teles renatotelesarquitetura.blogspot.com (84) 8831.3849

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PROJETO

CORES EM ALTA Tons vibrantes para trazer personalidade e ousadia ao projeto FOTOS: EUDES SANTANA/DIVULGAÇÃO FOTO DO ARQUITETO: LUCAS OLIVEIRA

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Ao apostar no uso de cores fortes, o arquiteto Rafael Amaral Tenório criou um projeto residencial onde amarelo-gema, bege, marrom, vermelho e cinza ganham destaque em um apartamento de 125 m2 . “Considero o uso desses tons uma tendência, mas, acima disso, um estilo próprio. Acredito que assim conseguimos balancear o humor, o astral e dar a personalidade dos clientes ao ambiente, essa é uma ferramenta que não abro mão”, diz ele ao explicar o perfil descolado do casal de moradores.

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Acredito que assim conseguimos balancear o humor, o astral e dar a personalidade dos clientes ao ambiente

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Outro ponto alto é a inserção de um jardim vertical, que fica integrado com a sala e a varanda, dando um clima ainda mais intimista, como o próprio arquiteto afirma. “Esse detalhe interage com o espaço e cria uma atmosfera convidativa”. Feito pela Ecogreen, possui armação em cerâmica, com regagem autossuficiente, em que a água escoa por um ralo que não interfere em nada na estrutura da casa. Na sala, além do charmoso tapete de couro, outro item que chama atenção é o móvel de suporte de madeira para a TV, com a parte superior revestida de um papel de parede texturizado, da Habitare. O mesmo material é utilizado na sala de jantar imprimindo ar de sofisticação. Outro destaque é o belo quadro que fica por trás do sofá. É uma peça de valor sentimental, feita pelo pai do cliente. O piso de todo o apartamento foi feito com um laminado de madeira, também da Habitare. Esse contexto descontraído mantém-se nos outros cômodos, a exemplo da cozinha, que combina pastilhas vermelhas e ladrilho hidráulico.

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No quarto, o objetivo da ambientação era proporcionar um clima de relaxamento. E, para isso, foram utilizadas cores neutras, de várias tonalidades, apostando no cinza das parede e dos móveis — desenhados pelo arquiteto. Ele utilizou peças que o cliente já tinha e também procurou na Decor8 alguns produtos, como o jarro regador, que fica na cabeceira da cama, e os pequenos quadros na estante. Por lá, assim como na varanda, existe o quadro do artista plástico Romero de Andrade Lima. Sobre a iluminação, Rafael explica que “foi pensada para valorizar os cenários e as texturas criadas, alinhando-se com o clima intimista do apartamento. Na varanda foi inserido um plafon externo e, em todos os demais pontos, as lâmpadas, na sua maioria, são de LED.

Rafael Amaral Tenório www.amaraltenorio.com.br (81) 4101.9028

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PROJETO

UM REINO ANIMAL E ENCANTADO Projeto de loja infantil brinca com a ambientação FOTOS: THIAGO FREIRE/DIVULGAÇÃO

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Quando convidadas para projetar a loja ReiNoceronte, as arquitetas do escritório ArqMulti, Bruna Lobo, Danielle Paes Barreto e Soraya Carneiro Leão, idealizaram um espaço para o despertar de uma criança, completamente personalizado e cheio de referências. A inspiração veio do livro Reino Reinoceronte, escrito pela filha da proprietária da loja, e transporta seus elementos para cada cantinho do lugar: os animais, a natureza e o universo de brincadeiras. “Por ter medidas reduzidas, numa área total de 30 m², a estrutura precisava de um bom planejamento, para que cada espaço fosse muito bem aproveitado e tivesse sua função”, explica Bruna.

O resultado é a unificação do lúdico com a magia de um reino sem perder de vista a necessidade comercial

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Bruna Lobo

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PROJETO Como a proposta era recriar a fauna presente na publicação, os animais entraram em forma de mobiliário, desenhado pelo escritório e executado pela Ideia Móveis. As araras de roupas transformaram-se em leão e rinoceronte, os expositores de madeira, em girafa e as prateleiras, em coelho. As nuvens fazem as vezes de luminárias, o provador foi montado em forma de castelo, e o piso vinílico traz um verde, que remete à grama. Para complementar a mobília sem destoar da atmosfera do local, foram feitos gavetões de madeira. A vitrine recebeu uma casa na árvore, sonho de qualquer criança, e um papel dourado atrás do balanço, fazendo alusão ao sol. Outro revestimento que chama atenção é o bloco cimentício Rerthy, fornecido pela Casa Revest, aplicado no setor de exposições. O ambiente, que não possui um tom predominante, chama atenção justamente pelo colorido, visto que a marca faz referência à diversidade de elementos presentes na paisagem do reino animal. A iluminação também é um dos pontos fundamentais, pois o estudo luminotécnico, assinado pela Daluz, foi planejando para valorizar os produtos. Na vitrine estão lâmpadas de LED RGB, que mudam de cor, dando um toque de alegria. Nas prateleiras e no teto foram utilizadas lâmpadas fluorescentes dicroicas e AR70, destacando os itens à venda. “O resultado é a unificação do lúdico com a magia de um reino sem perder de vista a necessidade comercial” finaliza Bruna.

ArqMulti www.arqmulti.com.br (81) 3326.0368

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MÚSICA EM EVIDÊNCIA Arquitetos transformam sala comercial num endereço de arte e requinte

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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

A natureza da atividade de uma produtora de música, localizada no Recife/PE, foi o ponto de partida para a dupla de arquitetos Luis Dubeux e João Vaconcelos idealizar esse projeto. A contradição de estilos foi largamente explorada nos sete ambientes que compõem o compacto escritório de apenas 54 m². “A ambientação é completamente relacionada à dinâmica da empresa, que atua na área de eventos, sobretudo casamentos e festas. Assim, ao chegar, o cliente é logo conduzido à sala de estar, com equipamentos de som de última geração controlados por iPad. Já o segundo encontro ocorre nas outras salas, para ajustes no programa, esclarecimento de dúvidas e fechamento de contratos”, explica Luis Dubeux.

Dubeux+Vasconcelos Arquitetura www.dubeuxvasconcelos.com.br (81) 3424.3425 130

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A otimização dos espaços foi algo importante, sempre com alguma peça de arte aproveitada da coleção

Luis Dubeux

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PROJETO O ar de nobreza, cuidadosamente trabalhado pelos arquitetos, foi alcançado a partir do uso de pedras e acabamentos dourados e em bronze, mas tudo com uma roupagem contemporânea. No todo, a paleta de cores é bem sóbria, voltada para preto, branco, cinza e bege. “As possibilidades do uso de materiais num projeto como este é grande, mas sempre utilizamos poucos produtos para obter uma unidade. Aqui, aplicamos piso em réguas bicolores da Open Revestimentos, alcançando uma padronagem listrada, painéis revestidos com laminado melamínico, papel de parede dourado da Habitare, mármore Carrara fornecido pela Artepedras e Inpermal, além de nanoglass e pintura convencional”, ressalta Luis.

(...) alcançamos um resultado harmônico e leve com elemento clássico em uma roupagem totalmente contemporânea

João Vasconcelos

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Por ser um local voltado para a música, foi indispensável a preocupação com o tratamento acústico. Para atingir esse objetivo satisfatoriamente, as paredes foram revestidas com lã de rocha, que evita escutar o som entre as salas. Já a iluminação, também planejada pela dupla, destaca as belas obras de arte colecionadas pelo proprietário. “São quadros de Gil Vicente, Tomie Ohtake e diversas antiguidades, como vasos em pasta de vidro e esculturas de bronze. O objetivo foi ressaltá-las, focando para algumas peças. Para isso, utilizamos luminárias tipo wall washer, embutidas em forro de gesso, além de elaborar múltiplos cenários. Para tornar isso possível, garimpamos o material no Empório Daluz e na La Lampe”, pontua João Vasconcelos. Outro ponto alto do projeto é o mobiliário, personalizado, com desenho dos arquitetos. “Toda a marcenaria foi criada por nós, com destaque para as mesas de trabalho e os painéis com portas cegas, ambos executados por marceneiros; e para a luminária em T invertido com lâmpadas bola criada por nós e confeccionada pela Metalmad — que gira em torno do próprio eixo —, localizada no escritório onde são fechados os contratos. Desenhamos, ainda, os puxadores, as mesas e os armários”, explica João, que além disso arremata, “foi um processo criativo único. Participamos de tudo, desde visitas em lojas, composição do ambiente e acompanhamento da obra. No final, alcançamos um resultado harmônico e leve com o elemento clássico em uma roupagem totalmente contemporânea”.

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ESTÉTICA PERUANA Gastronomia com beleza e personalidade FOTOS: CJ PHOTOGRAPHIC & AC IMAGENS TEXTO: EDI SOUZA

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A relação da chef Simone Bert com a culinária peruana é algo fascinante. A prova está na cozinha de referência nikkei (peruana e asiática) montada no seu restaurante Wanchako há quase 20 anos, em Maceió/ AL. Essa longevidade se dá pela junção de sabor e ousadia nos pratos fixos da casa e outros elaborados a partir de uma inquietude criativa. Isso mesmo, para Bert, “o tradicional cansa e as ideias fervem”. Nesse contexto, a chef incrementou uma das pedidas de sucesso do lugar para trazer ar arquitetônico. Trata-se de uma batata com creme de queijo acompanhada por frutos do mar, como lula, vieira e camarão em creme de gengibre agridoce, meio picante. “Trabalhei a apresentação inserindo um amassador de batata, muito comum nas minhas produções. Assim, eu chamo o olhar para a construção do prato como um todo”, explica Bert, que avisa existir um limite no estudo dos cardápios. “Idealizo forma, cor e textura para a equipe se guiar na elaboração. Mas há dias em que estou enlouquecida e fujo de uma subsequência”, descontrai. É assim, de jeito descolado, que a proprietária do Wanchako divulga essa comida de tantas influências para clientes fixos e turistas. “A culinária peruna é viva e abrange um universo de muita cor e tradição. Sempre captei isso nas inúmeras viagens que fiz a Lima, de olho em ingredientes típicos e, porque não, na arquitetura de lá. Tudo isso influencia”, diz ela ao lembrar as vezes que acompanhou seu marido José Luis à capital peruana, fazendo link direto com o seu trabalho e a cultura nordestina.

Idealizo forma, cor e textura para a equipe se guiar na elaboração. Mas há dias em que estou enlouquecida e fujo de uma subsequência

Wanchako www.wanchako.com.br (82) 3311.9750

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DELÍCIAS

CONTEMPLAR E DEGUSTAR

Criações que exploram a mistura dos sentidos FOTOS: LUCAS OLIVEIRA TEXTO: ERIKA VALENÇA

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Desde pequeno, o chef Alexandre Mon Rêver alimenta duas paixões: gastronomia e flores. Com o tempo e muito estudo, observou que suas duas inspirações poderiam ser complementares. A partir daí começou a desenvolver uma gastronomia rica em cores, detalhes, texturas e muito sabor.

Me preocupo em fazer algo sensorial, que mexa com os sentidos

“No meu trabalho, sempre acreditei no conceito e priorizei o ‘belo’, por isso me preocupo em fazer algo sensorial, que mexa com os sentidos, desde as texturas até a contemplação. As flores sempre aparecem como coadjuvantes das cenas que crio”, conta o chef.

Para o Delícias, o chef preparou o Jardim Mediterrâneo — vieiras caramelizadas sob ninho de linguine negro acompanhado de massa recheada de purê de frutas vermelhas. “Para confeccionar este prato, me baseei na riqueza da culinária mediterrânea. Caramelizei as vieiras para incrementar o sabor e o aspecto contrastando com a cor do linguine. Além disso, diversifiquei nas texturas e nas cores, a exemplo do rosa do purê de frutas selvagens. Para decorar, uma louça de cor viva e flores, com destaque para as miniorquídeas comestíveis”, finaliza.

Alexandre Mon Rêver @monrevercharm (81) 9647.2019

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FOTO DO PRATO

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DELÍCIAS

ARTE DE AÇÚCAR Confeiteira busca inspiração em elementos arquitetônicos e botânicos FOTOS: LUCAS OLIVEIRA TEXTO: ERIKA VALENÇA

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A confeitaria assumiu, nos últimos tempos, um papel diferente dentro da gastronomia. O que antes era apenas sinônimo de sabor e visual voltado para o clássico, abriu espaço para novas técnicas, materiais e estilos, proporcionando, além de novos sabores, a criação de verdadeiras obras de arte. É o caso da confeiteira Jéssica Pires, que trocou a vida como bióloga e se entregou à sua vocação, a de fazer arte em formato de bolo. Inquieta e sempre em busca de conhecimento, não cansa de fazer cursos para atingir a perfeição, principalmente na sua confecção de flores. “O domínio prévio de botânica me ajuda muito, conheço as espécies e suas características, mas é preciso mais, como estudo de cores, técnicas de pintura, arquitetura, artesanato, tudo que envolve arte.”, conta Jéssica, que ainda completa, “É um universo de puro encantamento, pois bolo é uma arte que se consome. A gente faz, contempla, e no outro dia ela não existe mais, por isso digo, fazer bolo é também praticar o desapego”. Para ela, “o trabalho feito por encomenda tem o foco na necessidade do cliente, entretanto, estudo a ideia com o objetivo de apresentar algo que saia do comum e que envolva um conceito mais artístico. Para esse bolo, recebi como tema Portugal, então delimitei mais a proposta. Assim, fiz algo bem arquitetônico, usei motivos da arte portuguesa em stencil na primeira camada; na segunda, reproduzi, no formato dos tradicionais azulejos, o quadriculado das pinhas; na terceira camada, apliquei a técnica de brush embroidery, reproduzindo os bordados portugueses; e no topo, lírios e hortênsias, presentes em toda região em questão”, finaliza Jessica.

O domínio prévio de botânica me ajuda muito, conheço as espécies e suas características, mas é preciso mais, como estudo de cores, técnicas de pintura, arquitetura, artesanato, tudo que envolve arte

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Jéssica Pires @jessicapsc (81) 9977.0917

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VAMOS LER! Dicas da SIM! para uma ótima leitura

BELA NO RECIFE A chef naturalista e apresentadora do GNT Bela Gil esteve na cidade e lançou o seu livro Bela Cozinha. FOTO: VICTOR MUZZI

Bela Cozinha / Bela Gil - Editora Globo A apresentadora Bela Gil veio ao Recife lançar seu livro Bela Cozinha. O trabalho é fruto do seu programa veiculado no GNT e do seu estudo e apreço pelo preparo de alimentos saudáveis. “A ideia principal do livro e do programa é a de incentivar as pessoas a cozinhar mais. O livro surge como a materialização dessa ideia, como refêrencia e consulta”, conta Bela. As receitas apresentadas na obra

correspondem à primeira temporada do programa. Para cada capítulo — cada alimento —, Bela fez uma introdução, “para deixar o livro com uma nova roupagem, com algo a mais do que o que encontramos nas estantes, elaborei textos específicos explicando a minha relação com cada alimento, valores nutricionais e o porquê de cada ítem estar ali, bem como os seus benefícios”, pontua.

Na ocasião pedimos que ela indicasse alguns livros que apresentassem sua linha de raciocínio e ela foi categórica ao indicar as obras da autora Sonia Hirsch. Selecionamos alguns títulos. São eles:

• Sem açúcar com afeto - Ideias, receitas e dicas para lidar com o doce vício Sonia Hirsch Editora Correcotia

• Paixão emagrece, amor engorda Crônicas, receitas e reflexões Sonia Hirsch Editora Sextante

• Boca Feliz - inhame, inhame Sonia Hirsch Editora Correcotia

O livro é uma fonte de ajuda para quem quer deixar o vício do açúcar. A publicação orienta o leitor sobre o consumo, além de apresentar 75 receitas. Dentre elas, massas, tortas, bolos, biscoitos e doces sem açúcar.

De maneira despojada, a autora cria textos que misturam assuntos como comportamento, filosofia e culinária. O título reúne 30 crônicas com pensamentos sobre a vida, saúde e principalmente sobre a influência que os alimentos têm em nossa alegria e bem-estar.

A publicação é uma coversa sobre a comida brasileira que produz saúde. A autora explica que não é preciso ser naturalista para ter uma alimentação saudável, basta ter informação, uma receita saborosa e vontade de cozinhar.

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LITERATURA E GASTRONOMIA

A jornalista Flávia de Gusmão narra a trajetória do chef César Santos FOTO: LUCAS OLIVEIRA

César Santos – Chef / Flávia de Gusmão - Editora Senac Nacional A gastronomia pernambucana é destaque no livro “César Santos — Chef”, sob a chancela da Editora Senac Nacional. Com texto da jornalista Flávia de Gusmão, design de Gisela Abad e fotos de Eudes Santana, a publicação narra a trajetória profissional do chef – dos primeiros ensinamentos, na cozinha da mãe, ao seu internacionalmente reconhecido restaurante Oficina do Sabor, em Olinda. “Desde as minhas primeiras viagens profissionais pelo Brasil e pelo exterior, sempre fiz (e faço) questão de colocar na lapela a bandeira de Pernambuco e não abro mão de levar comigo um Bolo de Rolo sempre que

viajo. É uma forma de mostrar um pouco da nossa riqueza de sabores”, reforça o chef. Para a jornalista Flávia de Gusmão, o leitor tem em mãos um livro primoroso como documento sobre a culinária regional, brasileira e contemporânea. Foram três anos, segundo ela, maturando a ideia, com muita pesquisa e cuidado ao trabalhar o contexto jornalístico com a liberdade literária. “César sentia falta de contar a sua biografia e também queria deixar um documento para os alunos. O livro traz, ainda, fotos belíssimas de Eudes Santana, que, com a sua expertise, captou muito bem a riqueza de detalhes desse universo”, garante.

A pedido da Revista SIM!, a jornalista também indicou três opções de livro que são leitura indispensável:

• O amor nos tempos do cólera Gabriel García Márquez Editora Record

• Dom Casmurro Machado de Assis Editora Dom Quixote

• Contos de Machado de Assis (vol. 4) Dissimulação e Vaidade João Cezar de Castro Rocha (Organizador) Editora Record

Ainda muito jovem, o telegrafista, violinista e poeta Gabriel Eligio García se apaixonou por Luisa Márquez, mas precisou enfrentar o pai da moça, que tentou impedir o casamento enviando a filha ao interior. Gabriel montou, com a ajuda de amigos telegrafistas, uma rede de comunicação que alcançava Luisa onde ela estivesse. Essa é a história real dos pais de Gabriel García Márquez e foi ponto de partida deste livro, que acompanha a paixão de Florentino Ariza por Fermina Daza.

Bento Santiago narra sua vida com foco no relacionamento com Capitu, a vizinha e seu grande amor. Ela possui um extraordinário poder de sedução, manifesto em seus “olhos de cigana oblíqua e dissimulada” capazes de atrair como a ressaca do mar. O tema traição é instigante, mas o traço fundamental é o questionamento da verdade, entendida como um dos edifícios do realismo a que o próprio escritor pertencia. A intensidade desse diálogo faz do romance uma leitura sempre proveitosa.

Esta coleção é para a compreensão da obra do “Bruxo do Cosme Velho” e revela um lado pouco explorado desse autor. Pela primeira vez, seus contos são apresentados de forma sistemática, agrupados cronológica e tematicamente. Em lugar da reedição de coletâneas publicadas por Machado de Assis, ou da organização de antologias dos “melhores”, foram reunidos contos que lidam com o mesmo tema.

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VAMOS LER!

BIBLIOTECA GOURMET Renata do Amaral lança publicação inédita sobre jornalismo gastronômico FOTO: VICTOR MUZZI

Gastronomia: prato do dia do jornalismo cultural Renata do Amaral - Coleção Novos Talentos, da Editora Universitária da UFPE Chega ao mercado editorial o “Gastronomia: prato do dia do jornalismo cultural”. Esse é o primeiro livro brasileiro sobre jornalismo gastronômico, como resultado da pesquisa de mestrado da jornalista e doutoranda em Comunicação, a pernambucana Renata do Amaral. O crescimento de textos gastronômicos desde a década passada é gritante: os mais importantes jornais brasileiros agora contam com suplementos exclusivos sobre o tema, que deixou de ser periférico para se tornar essencial.

Orientada pela professora Cristina Teixeira, a pesquisa busca suprir essa lacuna. Apesar de ser um trabalho acadêmico, a obra tem linguagem clara e acessível, podendo ser lida não apenas por jornalistas, mas também pelo público em geral. “No momento de publicação deste livro, podemos afirmar que o jornalismo gastronômico brasileiro passa por uma fase de consolidação. Os aspectos que observamos foram se sedimentando e ela agora já faz parte da gama de assuntos que merece abordagem jornalística e cultural. Isso não está mais em discussão”, explica.

A autora ainda elegeu outras três publicações importantes na área:

• Um alfabeto para gourmets M. F. K. Fisher Editora Companhia das Letras

• Pequeno dicionário de gastronomia Maria Lucia Gomensoro Editora Objetiva

• Júbilo, memória, noviciado da paixão Hilda Hilst Editora Globo

Em tempos de tantos desvirtuamentos da palavra “gourmet”, o livro da autora americana M. F. K. Fisher é um bálsamo. A comida aqui é um mote para histórias e experiências contadas com simplicidade e, ao mesmo tempo, de forma sublime. O livro está esgotado, mas pode ser encontrado facilmente no Estante Virtual.

Tem uma dúvida sobre algum termo gastronômico? É grande a probabilidade de que ele esteja aqui. O dicionário traz cerca de 3.700 verbetes e é um livro que serve como referência não apenas para jornalistas da área de gastronomia, mas também para profissionais da cozinha e para todos que se interessam pelo assunto.

Esse belíssimo livro de poesia de Hilda Hilst é meu favorito. A série “Ode descontínua e remota para flauta e oboé — de Ariana para Dionísio”, presente na obra, foi musicada por Zeca Baleiro e ganhou as vozes de cantoras como Ná Ozzetti, Olívia Byington e Mônica Salmaso cantando os poemas. Para ler e ouvir.

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ANO XV | Nº 97

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