WWW.REVISTASIM.COM.BR ANO XV | Nº 98 ARQUITETURA | ARTE | DECORAÇÃO | DESIGN
LUZ
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O olha r ap ura
A ONU e a UNESCO elegem 2015 como o ano internacional da luz
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MAIS: Delícias da Paraíba Escritórios descolados Olhavê e Hélia Scheppa...
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SIM!
#98 O ANO DA LUZ
Diretor Executivo Márcio Sena (marciodesena@gmail.com)
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LUCAS OLIVEIRA
Um apanhado sobre iluminação com entrevistas e projetos
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Coordenação Gráfica e Editorial Patrícia Marinho (patriciamarinho@globo.com) Felipe Mendonça (felipe.bezerra@globo.com)
AMO O VERDE
ZOOM | OLHAVÊ
LUCAS OLIVEIRA
Histórias de amor para celebrar o Dia do Meio Ambiente
Carol Kirschner (carolmiraimidia@globo.com)
PROJETO | DAVID BASTOS 116
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REDAÇÃO / DESIGN / FOTOGRAFIA Edi Souza (edisouza.sim@gmail.com) Erika Valença Emanuele Carvalho Lorena Moura Mariana Clarissa
TUCA REINES
ALEXANDRE BELÉM
Lucas Oliveira
ZOOM | HÉLIA SCHEPPA
124 ESCRITÓRIOS | DIOGO VIANA
HÉLIA SCHEPPA
LUCAS OLIVEIRA
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ESCRITÓRIOS | TETU ARQUITETURA 128
GUSTAVO SOTER
VICTOR ELEUTERIO
PORTIFÓLIO | SANTOS & SANTOS
Joelma Santos (81) 3039.2220 (comercial@revistasim.com.br) SIM! é uma publicação trimestral da MIRAI ASSESSORIA EM COMUNICAÇÃO LTDA Redação | Comercial R. Rio Real, 49 - Ipsep - Recife - PE CEP 51.190-420 redacao@revistasim.com.br Fone / Fax: (81) 3039.2220 Os textos e artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista.
134 DELÍCIAS | JOÃO PESSOA
EUDES SANTANA
GERAL SIGA-ME VAMOS LER! DESIGN ENTREVISTA PERFIL É TUDO! JARDINS JARDINEIRA DELÍCIAS
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Operações Comerciais Eliane Guerra (81) 9282.7979 | 9536.7969 (elianeguerra@revistasim.com.br)
MARCO PIMENTEL
110 PROJETO | ALEXANA VILAR
Arquiteto Colaborador Alexandre Mesquita (mesquitaita@gmail.com)
Novidades do mercado
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O Instagram pelo mundo
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Sugestões gostosas de leitura
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Náiade Lins e Calu Fontes
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Raquel Rolnik
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Giuseppe Sarubbo apresenta a Sadi
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É tempo de pendurar os quadros
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Arborização urbana
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A delicadeza do Amor Perfeito
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Mesas de chá
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CAPA LED por Lucas Oliveira
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MOMENTO SIM!
Auditório lotado numa noite incrível, que deixou todos empolgados e com a cabeça fervilhando de ideias...
DIZENDO SIM! A CARUARU
Edi Souza, Pedro Vilarim, Pablo Patriota, Amanda Casé, Haroldo Bernardino e Patrícia Marinho
Para lançar a edição 97, a SIM! se uniu a Unifavip no encontro “Arquitetura em pauta: Caruaru do futuro”. O colóquio reuniu em torno de 200 pessoas, entre professores, alunos e profissionais da área, em torno dos assuntos abordados na matéria de capa, na qual estampamos as potencialidades e os desafios da Capital do Agreste. “Os estudantes puderam refletir um pouco mais sobre seu mercado de atuação e ainda pensar sobre qual modelo de cidade eles querem no futuro”, comentou o coordenador do curso de Arquitetura, Eduardo Moura, que junto ao público conferiu o debate provocado pelos arquitetos entrevistados Pedro Vilarim, Pablo Patriota, Amanda Casé e Haroldo Bernardino. Mais do que fomentar ideias, o debate resultou em novas ações sobre o Plano Diretor de Caruaru e cidades vizinhas. Vem coisa boa por aí...
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
+ Confira a cobertura completa em: Terezinha, Eduardo Moura, Camila Leal e Juliana Melo
Nancy Nery
A matéria de capa fazendo sucesso
Todos atentos às ideias de Haroldo Bernardino
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Pablo Patriota e Amanda Casé
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CHEGOU A DOMODI A loja Domodi, comandada pelo empresário Doriva Medeiros, conta com um super mix para os projetos de design em área externa. Motivo de sobra para arquitetos, designers, empresários do setor e público em geral conferir na noite de abertura os destaques do lugar, projetado pelo arquiteto Romero Duarte. FOTOS: VICTOR MUZZI
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Mary Mansur e Doriva Medeiros
Romero Duarte e Vikentios Kakakis
Taciana Feitosa, Gisele Santana e Roberto Curra
Guilherme Nanes, Maristela Beltrão e Alípio Tenório
Andrea Bezerra, Melissa Lins e Ana Dárcia
Sandro e Beth Curra com Pragana
Regina e Carlos Fernando Pontual
Fátima Moraes e Andrea Bessa
Silvana Gondim
Marcelo Guila, Mônica Paes e Marcos Grizzi
Roberto Lins, presidente do Ágape, e Betanea Lopes
Dona Zélia Suassuna
Manuel Dantas Suassuna
PRAGANA NA FLORENSE O artista Carlos Pragana lançou em março sua mais nova exposição, intitulada “Colagem Impressa”, baseada em recortes e montagens que ao final são impressos em larga escala. A mostra está sendo realizada na Florense, em Boa Viagem, e a noite de abertura foi um sucesso, reunindo vários nomes da Arquitetura, do Design e da Arte Pernambucana. FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
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EM NOME DO PAI Manuel Dantas Suassuna reverenciou o legado deixado por seu pai, Ariano Suassuna, expondo sua coleção particular no Shopping RioMar. A mostra reuniu telas e esculturas que retratam a emoção da família. Na abertura, não faltou sentimento, história e admiração. FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Carmem Peixoto e Jorge José Santana
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Geralda Farias
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MOMENTO SIM!
DESIGN EXPORT O evento “Design para Novos Mercados – como o design pode impulsionar seu negócio”, que aconteceu em março, marcou o encerramento do Programa Design Export e contou com a participação de nomes importantes do setor como a pernambucana Marcelle Sultanum, representando a Rishon Cosméticos, e de Fred Perman, diretor da empresa Herbert Perman, sobre o projeto na perspectiva do designer. A iniciativa foi promovida pelo Centro Pernambucano de Design e pelo Centro Brasil Design. FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Ana Brum, Letícia Castro e Luciene Torres
Tiago Terra e Marcelle Sultanum
Beth da Matta e Hugo Honijk
Fred e Tereza Perman com Ricardo Notari
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CÓRDULA EM LIVRO O lançamento do livro “Raul Córdula: Poéticas” aconteceu na Arte Plural Galeria, em Recife. A obra foi escrita pela pesquisadora e curadora de arte Joana D’Arc Lima. Dividido em duas partes, o livro apresenta fragmentos que remontam a vida do Córdula artista, do crítico, do curador e do professor de História da Arte. O lançamento reuniu diversos admiradores do paraibano. Daniel Santiago, Raul Córdula, Carlos Trevi, Edson Menezes e Joana D’Arc Lima
FOTOS: TIAGO LUBAMBO
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Cavani Rosas e Raul Córdula
Raul Córdula, Joana D’Arc Lima e Carlos Augusto Lira
Amélia Couto Córdula, Cláudia Rocha
Diogo Viana e Tico Melo
Adroaldo Carneiro e Márcia Nejaim
Fernanda Durães e Beatriz Esteves
TAPETES BELGAS Tapetes com detalhes inovadores marcam a nova coleção de Adroaldo, a Amazing Collection Limited. A loja recebeu peças exclusivas, produzidas na Bélgica, e que desembarcam pela primeira vez no Brasil, com desenhos assinados por arquitetos e uma paleta de cores que vai dos tons pasteis e neutros ao preto. Gisa Araújo e Carla Pinheiro
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
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Carol Soter, Adroaldo Henrique e Anna Medeiros
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Nicola
Leo Santana e Miguel Jesus
Fátima Paturi e Maria do Carmo Calado
ARTE PARA O BEM A XVI Exposição de Artes do IMIP, no Museu do Estado de Pernambuco, reuniu obras de renomados artistas pernambucanos, entre pintores, escultores e fotógrafos. Ao todo foram 130 artistas participantes. Toda a renda arrecadada será utilizada na construção do Instituto de Oncologia do Imip, Governador Eduardo Campos. FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Pedro Frederico e Carlos Trevi
Marcelo Peregrino, Edson Menezes e Maurício Arraes
Mário Baô e Luciana Ramos
Jaqueline e Jaidete Ferreira com Maria Eduarda Costa
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Soraya Carneiro Leão e Kassia Medeiros
NOVAS PREMIAÇÕES O NOVO Núcleo de Profissionais, Arquitetos e Designers, comandado por Adriana Cavendish, reuniu arquitetos e lojistas no restaurante Alphaiate, em Boa Viagem, para apresentar as novidades para 2015 e realizar a premiação dos profissionais que carimbaram o passaporte para Singapura, Grécia e Lima. Márcia Marinho e Tânia Jurema
Humberto Zírpoli
FOTOS: GLEYSON RAMOS
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Marinete Virgolino
Veruska Costa e Marcos Grizzi
Carlos Ranulpho
PRECIOSIDADES O marchand Carlos Ranulpho abriu as portas da sua galeria para a exposição “Grandes artistas e suas facetas”. Dentre os destaques, uma obra do compositor Capiba, Wellington Virgolino, Lula Cardoso Ayres, bem como uma tartaruga pintada por Francisco Brennand. Uma noite genial! FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Maria do Loreto
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Rozze Domingues e Isabel Cristina
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#EUDIGOSIM
Faz tempo que a luz transcedeu seu papel de nos tirar da escuridão. Tornou-se sinônimo de vida, brilho, destaque, sinalização e até de segurança... Os espaços são como nós, seres humanos, a procura de energia que nos alimente, iluminando aquilo que temos de melhor para seduzir a nossa volta, deixando tudo as claras para pisar com segurança, gerando vida ou seria ‘dando a luz’?
“Lo que brilla con luz propia nadie lo puede apagar ” (Pablo Milanés) Dominar a luz é papel difícil, precisa ser estudado minuciosamente, calculado, pensado com atenção. Reflete não só no individual, mas fortemente no coletivo, pois é quase regra geral que a luz seja compartilhada. Pense no seu mundo, no seu lugar, nas cidades que passou, nas ruas por onde andou e imagine tudo sem luz... Patrícia Marinho
LUCAS OLIVEIRA
patriciamarinho@globo.com
ILUSTRAÇÃO: CARLOS VAREJÃO
Iluminar — Dicionário Michaelis
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(lat illuminare) vtd 1 Derramar, difundir, espalhar luz em ou sobre: Potente farol ilumina a vastidão oceânica. vpr 2 Encher-se de luz: O palácio iluminou-se. vtd 3 Ornar com luzes: Iluminaram vistosamente o terreiro da fazenda. vtd 4 Aconselhar, esclarecer, inspirar: “Uma vitória tão segura como a verdade divina que ilumina todos os corações” (Rui Barbosa). vtd 5 Civilizar, ilustrar, instruir: Muito contribuiu Rondon para iluminar o espírito dos índios. vtd 6 Revestir de luz, de inspiração mística: “...tu, ó meu Deus, iluminas as minhas trevas” (Salmo 18, 29 trad. do Pe. Matos Soares). vtd e vpr 7 Alegrar(-se): Falta uma criança para iluminar esta casa. Ao ouvir o sim da bem-amada, o jovem iluminou-se. vpr 8 Aclarar-se o espírito; granjear entendimento e cultura: Iluminara-se mediante longos e acurados estudos. vtd 9 Adornar com iluminuras: Iluminar um álbum. vint 10 Fazer iluminuras.
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EDITORIAL Luz, verde, ação... Este número da SIM! expressa vida no seu sentido mais amplo da palavra. O primeiro motivo vem de como explicar as sensações que um projeto de iluminação pode causar a quem busca aconchego dentro de casa, entusiasmo a um espaço comercial ou encanto por meio da cenografia. A luz é mesmo alma da boa arquitetura, capaz de realçar ou diminuir um trabalho, segundo lojistas, luminotécnicos e arquitetos entrevistados para nossa matéria de capa.
E como não poderia faltar, a sensibilidade fotográfica do grupo Olhavê e de Helia Scheppa preenchem de imagens/ sensações as páginas do Zoom, antecedendo outra viagem sensorial da nossa equipe. Trata-se da seção Delícias, na qual chefs paraibanos elevam ao máximo o conceito de textura, composição e sabor, em produções que saltam aos olhos. No mais, não deixe de conferir o que é vida nos trabalhos de Náiade Lins, Alexana Vilar e David Bastos, além de saber o que dizem nossos colunistas: Marcelo, Tita e Mesquita, numa edição que considero, de fato, múltipla!
NO MEIO DO VERDE COM MUITA ALEGRIA, A ARQUITETA FERNANDA DURÃES PARA AS LENTES DE LUCAS OLIVEIRA E LUCIANO LACERDA
LUCAS OLIVEIRA
Útil e encantador tal como os projetos cheios de estilo do escritório Santos & Santos, que nos abre seu portfólio rico em cor, forma e design, em produções cada vez mais versáteis. Aliás, essa é uma palavra que também define a nova estrutura das áreas de trabalho. Assim contam os profissionais da Tetu Arquitetura (CE) e do escritório Diogo Viana (PE) sobre a ambientação que incentiva a criatividade e, claro, enchem de frescor os espaços corporativos.
PATRÍCIA MARINHO
Em segundo, não há nada mais vivo do que sentir o cheiro do mato, ouvir o barulho das folhas e colocar os pés descalços no chão. Essa relação íntima com a natureza, de quem se sente responsável por ela, ilustra a matéria #AmoOVerde, inspirada pela Villa Garden e justificada pelo atual discurso de preservação e racionamento, que permeia o dia mundial do meio-ambiente (5 de junho).
ENTREVISTA ESPECIAL COM A ARQUITETA RAQUEL ROLNIK
Edi Souza
LUCAS OLIVEIRA
LUCAS OLIVEIRA
edisouza.sim@gmail.com
FOI TUDO E UM POUCO MAIS, A PRODUÇÃO COM A EQUIPE DA URBAN ARTS PARA A COLUNA DE ALEXANDRE MESQUITA
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MARCO PIMENTEL
EM JOÃO PESSOA, MIRANDO O ESPELHO DO CHEF ONILDO ATRAVÉS DAS LENTES DO NOSSO AMADO FOTÓGRAFO MARCO PIMENTEL
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Todas as novidades do NUCLEOPE e de sua área de atuação podem ser conferidas no www.nucleope.com.br
A cada campanha, o Núcleo de Decoração de Pernambuco (NucleoPE) procura por roteiros com cunho arquitetônico e cultural que enriqueça os nossos associados e arquitetos. Desta vez, embarcamos para o Leste Europeu, onde conhecemos as cidades de Praga, Viena, Karlovy Vary e Bratislava, cada uma com um perfil histórico, onde o antigo e o moderno se misturavam numa explosão cultural. A interação entre velhos e novos viajantes foi demais, podemos ver isso através de alguns relatos:
“Foi muito bom esses dias com vocês. Vou sentir saudades. Muitas história, muitas risadas. Nos divertimos de verdade. Acho que deu pra dar uma recarregada nas baterias. Foi show. Cada momento era um flash.” (Adriana Velloso)
“Parabéns pelo sucesso da viagem e obrigada a diretoria e a todos do NucleoPE, por essa viagem e dias maravilhosos que podemos compartilhar. Foi muito bom e divertido, os hotéis foram ótimos,a organização e dedicação de vocês, muito acolhedor para todos nós. Obrigada a todos da viagem pela companhia.” (Zenaide Condé)
“Semana Maravilhosa! Agradeço a todos a atenção e o carinho, espero revê-los em breve.” (Maria Do Loreto)
“Obrigado ao NucleoPE e a todos os companheiros de viagem! Programa perfeito!” (Cláudio Portella)
No segundo semestre, o NucleoPE desbravará Minas Gerais. Visitando Inhotim, considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina, e a mostra da Casa Cor Minas Gerais. Teremos ainda a viagem ao Sul da França, com passagem por Nice, Mônaco, Aux de Provence, entre outras. Até Lá!
O Núcleo de Decoração de Pernambuco nasceu em 2007. Hoje, ele conta com 31 empresas associadas, distribuídas entre 15 segmentos de Arquitetura, Decoração e Design, e mais de 1.500 profissionais cadastrados.
Avenida Domingos Ferreira, 1486, sala 06 Boa Viagem, Recife-PE (81) 3325.7557 atendimento@nucleope.com.br /nucleodedecoracao.pernambuco
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Fique por dentro das atividades do NOVO Núcleo, no segmento da arquitetura e decoração www.novonucleo.com.br
UMA CAMPANHA E TANTO!
Novos no NOVO E é com muito prazer que anunciamos a inserção de três novos integrantes no NOVO. Como todas as que fazem parte do nosso Núcleo, essas empresas estão sempre antenadas nas novas tendências do mercado, trazendo para o profissional de Arquitetura e Decoração o que há de mais relevante no setor. Aos que chegam: sejam muito bem-vindos! Evviva Bertolini Ambientes Planejados Diferente de todas as outras. Isso mesmo. Diferente. Porque tudo o que fazemos tem um objetivo único: criar ambientes personalizados para sua casa. Não criamos apenas móveis, criamos espaços de vida onde você pode receber os amigos, viver o dia a dia da sua família, trabalhar ou simplesmente não fazer nada, confortavelmente. Afinal de contas, a casa é sua, é o seu espaço... lugar para suas escolhas. www.evviva.com.br | (81) 3326.9439 Natiflora Paisagismo Mantenha seu jardim com o toque de sofisticação da Natureza. Garantindo qualidade há 20 anos no mercado, a Natiflora projeta, executa e mantém seu jardim. Corte seu gasto sem perder o estilo, tenha um mínimo investimento para ter o bem-estar do paisagismo em seu ambiente. www.natiflora.com.br | (81) 3455.5243
“Você ultrapassando fronteiras”. Este é o mote da nossa campanha 2015. De 10 de março a 28 de fevereiro do ano que vem, ela vem mesmo com o objetivo de sair do lugar comum e ir além. Como fazemos sempre, as premiações seguem o caráter cultural e de formação, com foco em ações que levem o profissional a enriquecer seus conhecimentos. Os destinos refletem o objetivo do NOVO: Punta del Leste, Sul da Espanha e Canadá – cidades e regiões reconhecidas por suas envergaduras culturais, históricas e arquitetônicas.
E por falar em Anuário, a edição número 4 já está na gráfica e deve ser lançada ainda este semestre! Aguarde!
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E este ano teremos a 8ª edição do Concurso Cultural de Projetos de Arquitetura do NOVO Núcleo, que será lançado em Julho. O vencedor da categoria Projeto de Graduação ganha um laptop de última geração. Já os quatro vencedores das categorias profissionais – Projeto Arquitetônico Residencial; Projeto Arquitetônico Comercial; Projeto de Interior Residencial e Projeto de Interior Comercial – serão contemplados com a viagem ao Sul da Espanha e os projetos vencedores serão divulgados no Anuário da Arquitetura e Decoração de Pernambuco.
DOE! O NOVO Núcleo continua apoiando o trabalho da ONG Hospitalhaços, que trabalha na construção e melhoria de brinquedotecas espalhadas pelos principais hospitais da Região. Participe doando brinquedos e livros.
O NOVO Núcleo de Profissionais, Arquitetos e Designers é um grupo com importantes lojas de materiais para arquitetura e decoração. A marca é composta por profissionais do segmento, que fazem a diferença no mercado e, ao mesmo tempo, participam das nossas atividades.
Sandrin Ambientes Planejados Inspirando credibilidade e transparência, desde 1971, a Sandrin trabalha para levar mais bem-estar a você. Nós acreditamos que atitudes transparentes podem fazer do mundo um lugar melhor para se viver. Por isso, fomos os primeiros do setor a desenvolver o sistema Compra Segura, pelo qual você acompanha o seu pedido através do site, garantindo toda a segurança em suas compras. Com uma produção em escala de altíssima qualidade, a Sandrin agrega duas unidades fabris, totalizando 17 mil m² de área construída, distribuídas em um terreno de 45 mil m² em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. A Sandrin é uma empresa que pensa em um mundo melhor, e nossas lojas espalhadas pelo país estão pertinho de você para lhe proporcionar bem-estar em todos os momentos. www.sandrin.com.br | (81) 3094.2224
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3. Apostando no resgate da cultura nordestina, os alunos da disciplina Design de Cadeiras, do curso de Design da Universidade Federal de Pernambuco, desenvolveram 14 protótipos inspirados no que o Nordeste tem de melhor. A gastronomia, o couro, e elementos da arquitetura, como o cobogó, ganharam novas formas nos trabalhos cheios de identidade.
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4. Personalidade e conforto são os conceitos utilizados pelo designer brasileiro Felipe Protti, na criação das suas obras. Elas estão no showroom da Carbono, marca que prioriza e destaca os novos talentos do Design jovem. Para este momento, Protti desenvolveu uma linha exclusiva de cadeiras e sofás, na qual explora o retrô moderno. As peças são feitas de madeira, couro e ferro. São produtos neutros que se adequam em qualquer ambiente. www.carbonodesign.com.br
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MATÉRIA COMPLETA NO SITE
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2. Os irmãos Campana criaram a coleção Cangaço inpirada nas roupas utilizadas por Lampião e seu bando. O projeto contou com a parceria do artesão Espedito Veloso de Carvalho, e, juntos, vestiram cadeiras, poltronas e sofás. O sucesso é tão grande que a matéria publicada nas páginas da Casa Vogue já tomou conta das redes sociais com força total.
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LUCAS CUERVO/ REPRODUÇÃO
1. A nova coleção da Magis aporta na Casapronta com peças criativas, cheias de vida e estilo. A poltrona Proust é uma das que surgem com um estilo super clássico. Originalmente criada na década de 70, ficou conhecida como um ícone do Design do século XX. O modelo é do designer italiano Alessandro Mendini e está disponível em diversas cores. www.casapronta.com.br
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LUCAS OLIVEIRA
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1. Pra deixar a festa junina mais animada, a Tok&Stok convidou o grafiteiro e artista plástico pernambucano Derlon Almeida para assinar a linha exclusiva “Sertão João”. Os desenhos, inspirados no cordel, trazem a estética da xilogravura para canecas, copos, aventais, pratos, jogos americanos, panos de prato, vasos, entre outros objetos. E viva o São João! www.tokstok.com.br
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2. A inspiração para a nova garrafa do gin Tanqueray® NºTEN veio da silhueta clássica das coqueteleiras dos anos 20, auge do movimento Art Decó. O corpo mais translúcido traz o vidro em um tom de verde claro, a logomarca na horizontal e o tradicional carimbo vermelho. É o único feito à base de cítricos frescos, botânicos selecionados à mão e um toque final de camomila. O centro de sua base lembra a forma de um squeezer de cítricos. A bebida foi eleita a predileta de bartenders em todo mundo, em pesquisa do relatório anual “Os 50 melhores bares do mundo” da Drinks International. www.tanqueray.com
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GUIADOS EM MILÃO Os arquitetos Zezinho e Turíbio Santos foram os correspondentes da SIM! no 54º Salão Internacional do Móvel de Milão. A dupla conferiu os principais acontecimentos em torno do evento, a exemplo da exposição Fuorisaloni na Via Durini (em Brena) e na Trienalle di Milano (na Zona Tortana). “A cidade está mais pulsante em tudo, desde a crise de 2008, com mais empresas, visitantes e dinheiro”, comentou Zezinho. Por todos os lados, peças icônicas de design, sempre com algum toque de cor, traços marcantes e estilo contemporâneo, a exemplo do que demonstraram marcas como Kartell e Thonet. MATÉRIA COMPLETA NO SITE
+ www.revistasim.com.br
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) já divulgou a programação do 6º Encontro de Tecnologia de Informação e Comunicação na Construção (TIC). O TIC é um evento nacional que será realizado nos dias 04, 05 e 06 de novembro, com a presença de pesquisadores, estudantes, profissionais da construção civil, desenvolvedores de ferramentas e de plataformas, além de outros agentes responsáveis pela melhoria dos processos de gestão dos edifícios e das cidades. Por isso o tema: Edificações Infra-estrutura e Cidade – Do BIM ao CIM. Segundo o coordenador do Departamento de Expressão Gráfica da UFPE, Max Andrade, haverá dois grandes momentos nesse encontro bianual, o de debates e o de workshops. “O tema deste ano exige um aprofundamento. Digo isso porque BIM é a modelagem de informação da construção, que une todo o conteúdo gerado durante o cliclo de vida de um edifício. Enquanto o CIM faz todo esse resumo de informações com relação a bairros e cidades inteiras”, diz ele, vislumbrando um uso comum no futuro. Durante o TIC serão discutidas as novas tecnologias que permitem a utilização desses recursos, como meio de otimizar o gerenciamento do espaço urbano. Informações sobre o evento: www.tic2015.com.br MATÉRIA COMPLETA NO SITE
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UMA DÉCADA DE ARTE
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A Arte Plural Galeria completa dez anos de existência. O espaço que foi fundado, em 2005, por Fernando Neves e Luciana Carvalho, congrega artistas iniciantes e nomes consagrados. Ao todo já foram realizadas 65 exposições. São mostras de pintura, desenho, cerâmica, adereços, porcelana, objetos, fotografia, além de cursos, debates e palestras. Por lá também ganha espaço a literatura, com o Sarau Plural, e a música, com o projeto Gerações Musicais. “Chegar à nossa primeira década de vida é motivo de orgulho, pois sabemos que isso significa o reconhecimento do nosso trabalho pelo público e pelos artistas”, destaca Fernando Neves. Para comemorar, a galeria organiza a exposição “Visões do Outro”, que mistura temas da memória e da transformação, e é assinada pelos artistas plásticos Renato Valle e Christina Machado, com curadoria de Raul Córdula. A mostra fica aberta ao público até o dia 20 de junho. www.artepluralgaleria.com.br | (81) 3424.4431
PLANEJAMENTO 4D
Construir uma edificação não é um trabalho simples. Um dos maiores problemas de uma empresa que trabalha com construção civil é conseguir acompanhar e visualizar corretamente o planejamento de uma obra. Para isso, muitas organizações estão investindo em uma alta tecnologia para descomplicar e facilitar este processo. O planejamento 4D foi a solução encontrada. Este projeto inovador atua como um programa de visualização do andamento de uma construção. Tudo isso a partir de um cronograma pré-estabelecido, que permite ver todas as etapas do projeto, desde a primeira parede erguida, vigas, pilares, até a sua conclusão total. Ele é produzido a partir de imagens virtuais, que vão simular as etapas para descobrir se elas irão ocorrer da maneira correta.
O maior ponto positivo da utilização é poder identificar os prós e os contras de cada etapa. A tecnologia ajuda a evitar desperdícios, gastos extras e atrasos DPI Studio www.dpi3d.com | (81) 3327.3630
Em Pernambuco, a empresa DPI Studio é especializada na reprodução de projetos de arquitetura no mundo virtual, além de ser uma pioneira neste serviço. Bruno Lima é um dos sócios e fala sobre o diferencial do 4D: “Esta é uma excelente oportunidade que os construtores têm para poder otimizar a obra, visualizar algum erro ou situação que possa dar algum problema no futuro e que sem o Planejamento 4D não seria percebido. O maior ponto positivo da utilização é poder identificar os prós e os contras de cada etapa. A tecnologia ajuda a evitar desperdícios, gastos extras e atrasos”. A construtora Odebrecht ergue diversas edificações anualmente e para aumentar a eficácia dos seus trabalhos, vem investindo cada vez mais nesta tecnologia, como explica o engenheiro da Odebrecht Paulo Martins: “Nós da Odebrecht acreditamos que o planejamento 4D traz uma maior precisão quanto ao acompanhamento da obra, facilitando a compreensão desta por parte da equipe que a compõe e até evitando retrabalho por falha de entendimento da sequência das atividades e interferências entre elas. Estávamos buscando uma ferramenta que ilustrasse de forma mais clara as etapas, de acordo com o que havíamos planejado na nossa reunião de engenharia que antecede o inicio da venda do empreendimento. E o fato do 4D ser um planejamento ilustrativo se torna uma grande vantagem, pois se transforma em uma linguagem de fácil compreensão”.
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SIGA-ME! Para quem navega pelo Instagram, separamos uma lista de seis perfis que destacam algumas das mais lindas cidades do mundo. São vários cliques que revelam a beleza e a singularidade desses lugares.
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1. No @lisboalive você confere os encantos das cidades de Lisboa, Cascais e Sintra. O antigo e o novo se misturam pelas ruas, onde o céu deixa tudo mais incrível. 2. O @instarecife apresenta uma seleção das melhores fotos da capital pernambucana que foram publicadas com a hashtag #instarecife. É o Recife sendo visto a partir dos mais diversos ângulos, uma cidade multicultural.
3. A peregrinação de Letícia Sabino por São Paulo está no @porondeandeisp. As imagens são um ensaio sobre os obstáculos e experiências, sob a perspectiva de quem anda a pé pela cidade. 4. Para quem é fã da cidade Londrina tem o @_we_love_london. Lá estão os principais pontos turísticos, como o Big Ben e a cabine telefônica, que ganham novas cores e contornos a cada foto.
FOTOS: REPRODUÇÃO
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6 5. A cidade luz ganha ainda mais brilho através das lentes do @conexaoparis, que revela detalhes dos pontos turísticos e da gastronomia local. O sucesso do blog toma conta do insta... 6. No @conexaomadri há espaço para fotos das comidas típicas, bebidas e todos os detalhes da cidade espanhola que, mesmo sendo dinâmica e moderna, ainda consegue preservar sua herança histórica.
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VAMOS LER!
LUCAS OLIVEIRA
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Adailton Laporte de Alencar é graduado em Desenho Industrial pela UFPE, mestre e doutorando em Design pela mesma instituição. Atualmente, trabalha na FABK Indústria Criativa e leciona no curso de Design da FBV / DeVry. A convite da Revista SIM!, ele escolheu as suas publicações favoritas.
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M.C. Escher pop ups Autor: Martin Howard Editora: Thames & Hudson Este livro une a arte do pop up (arquitetura em papel que ao abrir o livro faz as figuras saltarem) com um dos maiores artistas gráficos, o holandês Maurits Cornelis Escher, que tinha como principal característica em seus trabalhos as construções impossíveis e ilusões de ótica.
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Ilustração e artes gráficas Autor: Sebastião Cavalcante e Silvio Campello Editora: Blucher É uma obra rica em ilustrações e bastante explicativa. Este livro do meu amigo Sebba é uma ótima dica para quem quer se enveredar no mundo gráfico e conhecer toda sua evolução.
Móvel Moderno no Brasil Autor: Maria Cecília Loschiavo Editora: Olhares A segunda edição dessa obra foi muito aguardada entre os interessados no assunto. Agora posso dizer que temos uma excelente, que serve de referência para quem procura e quer mergulhar no universo do Design e na formação do móvel moderno brasileiro.
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Rock para pequenos Autor: Laura Macoriello Editora: Edições Ideal Como sou roqueiro de carteirinha e pretendo passar esse legado para os meus filhos (já passei para Pedrinho e agora é a vez de Celeste), nada melhor do que o livro “Rock para pequenos” para a iniciação. A autora escolheu artistas de peso para contar um pouco da sua história e ensinar bons hábitos para as crianças. Bowie, por exemplo, ensina a respeitar as diferenças, e Jimmy Hendrix ensina a escovar os dentes.
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A rasteira da perna cabeluda Autor: André Balaio Editora: Bagaço Sou fã de terror e assombrações, então indico a HQ do meu amigo André Balaio, que retrata a história da perna cabeluda. Ela começou a habitar os pesadelos dos recifenses nos anos 1970. Muitos acreditaram que uma “perna cabeluda” perseguia e dava violentos chutes em quem se arriscava a sair à noite pelas ruas desertas. Muito legal preservar e divulgar os mitos mais assustadores do imaginário popular.
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LUCAS OLIVEIRA
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Livro das Perguntas Autor: Pablo Neruda Editora: Cosac naify Ilustrado por Isidro Ferrer, essa publicação é pura poesia de texto e imagens. É um dos livros de um dos maiores poetas do século XX. O título é uma viagem com destino ao imaginário do autor, possui excelente projeto gráfico e impressão cuidadosa.
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Rasura Autor: Luiz Zerbini Editora: Cosac naify Artista de minha admiração que mostra um pouco do seu processo criativo de Luiz Zerbini. O título rompe com o formato convencional das publicações de arte e constrói uma relação a partir de uma montagem de detalhes de quadros, esboços, recortes de livros e revistas, reunindo, assim, os elementos fundamentais do processo de criação de Zerbini.
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O Círculo do Destino Autores: Raja Monhanty, Sirish Rao Editora: Wmf Martins O livro fala da ordem da vida. De tão belo, poderia ser todo emoldurado. É ilustrado no estilo Patachita de Orissa. É uma parábola que critica o desejo de controlar o futuro.
Joana Lira é artista gráfica pernambucana. A força de um desenho e o que ele pode alcançar é sua busca incansável. Ela acredita que o regional pode ser – e muito – universal. Desde 1999, mora em São Paulo, mas nunca deixou de lado a raíz pernambucana.
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Charley Harper An Illustrated Life Autor: Todd Aldman Editora: Ammo Trabalho primoroso sobre Charley Harper, que sempre traduziu a natureza em traços simples e magníficos. Este é mesmo um dos grandes ícones norte-americanos na área da ilustração. Em sua carreira de décadas, estão centenas de ilustrações de grande riqueza gráfica e estética.
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O Doente Autor: André Viana Editora: Cosac naify Texto bem depurado de narrativa forte e envolvente. É a história de alguém que procura sentido numa trajetória marcada por sucessivas tragédias familiares, mas sem abrir mão de boas doses de humor e Jack Daniel’s.
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DESIGN | NÁIADE LINS
MÚLTIPLAS LINGUAGENS
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Designer pernambucana valoriza forma e movimento em diferentes suportes
A arte de Náiade Lins é inqueta, incapaz de se acostumar com os modismos do tempo e as regras do Design. Essa busca por novos suportes lhe mantem por décadas no mercado de decoração, resultando em um portfólio versátil que integra madeira, aço, tecido, tinta e outros elementos incontáveis na sua trajetória. Uma mistura de força e delicadeza em peças que se adaptam nos mais diferentes contextos. Essa ligação direta com o trabalho lhe fez acumular diferentes produções. Algo estimulado desde criança, quando sua inspiração era o artesanato feito por sua mãe. “Ela amava pintura e eu logo comecei pintando porcelanas”, lembra. A habilidade manual foi aprimorada e ligada ao seu fascínio pelo inusitado. “Adoro o abstrato e desenhar o que vejo. Até hoje é assim”, conta. Suas expressões foram evoluindo para objetos que ganharam espaço nas principais feiras de Design, como Paralela Gift, Salão de Milão, Maison & Object entre outras.” Seu traço autoral, cheio de movimento e estilo, ganhou força. É o que ratifica nomes como o arquiteto Humberto Zírpoli, que entre os trabalhos feitos em parceria, inclui uma galhada de árvores com folhagem definitiva, no Greenmix, em Boa Viagem. “Nós já sabíamos o que era preciso pro salão, em uma conversa, decidimos a melhor forma de viabilizar. Assim, Náiade apostou no ecologicamente correto produzindo uma verdadeira instalação. Foi mais uma demonstração do quanto ela consegue se integrar à equipe e transmitir um conceito”, ressalta Humberto. Do ponto de vista residencial, um bom exemplo está aplicado no apartamento projetado por André Carício. Ele destaca uma sala repleta de soluções contemporâneas, como o grande painel de madeira por trás
de um sofá, recebendo iluminação especial para ressaltar a escultura na cor amarela. “Eu queria algo de cor forte, com personalidade e na horizontal, para que ficasse proporcional com a medida do sofá. Em resumo, acho a produção de Náiade bastante impactante e original pelo desenho e também pelo material (madeira). Gosto de produtos naturais e esse deixa o ambiente mais aquecido”, define. Em termos de versatilidade, Náiade mescla suportes na cenografia do Rock & Ribs, no Bairro do Recife. O lugar recebeu itens como uma grande moto de dois metros imitando a Harley-Davidson, feita de isopor, pendurada no teto. Ela compõe o espaço com uma parede repleta de instrumentos musicais e outra com caricaturas de grandes nomes da música. “Ela foi uma grande parceira, porque todas suas ideias eram possíveis. Me encantei pela rapidez, criatividade e nenhum medo de colocar a mão na massa junto comigo”, afirma a arquiteta Renata Tropiano. A brincadeira com as proporções aparece em outro contexto comercial, feito exclusivamente para a reforma do Mingus, onde elegância e modernidade precisariam estar representadas. Motivo para uma luminária de traços realçar o restaurante com a leveza das bolas de plástico pintadas em laca cintilante. “Tínhamos como referência os verdadeiros lustres de Design e procuramos a pessoa certa para executá-las, pois ela não se limita em termos de material e está sempre inovando através de pesquisas”, arremata a arquiteta Soraya Carneiro Leão, da ArqMulti.
Adoro o abstrato e desenhar o que vejo. Até hoje é assim
Náiade Lins atelienaiadelins@outlook.com (81) 3037.4179
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NO ALTO: 1. MESA MANGUE NO RESTAURANTE ENTRE AMIGOS PRAIA - FOTO LUCAS OLIVEIRA 2. LUMINÁRIAS NO MINGUS - FOTO THIAGO FREIRE 3. MOTO NO ROCK & RIBS - FOTO LUCAS OLIVEIRA ACIMA, ÁRVORES NO GREENMIX FOTO LUCAS OLIVEIRA AO LADO, PAINEL DE MADEIRA EM PROJETO DE ANDRÉ CARÍCIO - FOTO DIVULGAÇÃO NA PÁGINA ANTERIOR, NÁIADE POR LUCAS OLIVEIRA
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DESIGN | CALU FONTES
CORES, DESENHOS E TEXTURAS Um novo olhar para a cerâmica, com personalidade e emoção FOTOS: AMANDA CAMPELLO
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“Mexer com a composição de cores e estampas me proporciona surpresas e descobertas”. Calu Fontes oferece novas sensações em suas peças, num trabalho de observação e imersão em um mundo lúdico, que remete a experiências e sentimentos. “Meu processo criativo é basicamente intuitivo. Diria que em 99% das vezes não sei como a peça vai terminar. Não planejo muito. Nem cor, nem desenho, as coisas vão acontecendo naturalmente, surgindo da intuição e das experiências vividas durante o processo. É frequente buscar inspiração na natureza, na geometria, nos tecidos, nas viagens feitas, nas leituras. Mistura de cores, sobreposições de desenhos e texturas”, completa Calu. Sem um estilo definido, a artista quer transmitir emoção, enxergar como esse novo elemento pode causar bem-estar nas pessoas que interagem com suas criações. O suporte escolhido preferencialmente para sua arte é a cerâmica e a porcelana, o que a levou ao trabalho com azulejos. “Amo trabalhar com cerâmica/porcelana, acho que sem pensar escolhi o caminho certo...”, comenta. Calu costuma dizer que, na contramão de sua profissão, a vida a levou para sua paixão. Formada em Arquitetura e Urbanismo, pela Universidade Mackenzie, em 1998, exerceu a profissão por um curto período. “Logo no inicio da faculdade, enquanto meus colegas estagiavam em escritórios de projetos, eu resolvi estagiar em um ateliê de cerâmica e porcelana, pois minha grande paixão estava ali, na pintura e nas descobertas que experimentava a cada peça que nascia”, lembra. Isso foi em 1993, quando a artista iniciou seus trabalhos com esse material, onde se iniciou no processo de transposição das pinturas que já fazia com aquarela, nanquim e pastel seco para a superfície da porcelana e da cerâmica. Em 2000, abriu o próprio espaço de trabalho, com ele a divulgação e a consolidação do seu trabalho. Com o rigor dos antigos artesãos, a artista confecciona cada peça, superpondo camadas de adesivos e pinturas à mão, e está sempre em evolução. O azulejo voltou a ocupar um lugar de destaque nas áreas internas e externas. Nesse contexto, os painéis produzidos pela artista ganham lugar especial na Arquitetura, em uma ação bem dinâmica, na qual o contexto do local e a necessidade do cliente se sobressaem.
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Amo trabalhar com cerâmica/porcelana, acho que sem pensar escolhi o caminho certo
O painel de Peixes e Tramas e a nova linha de ladrilhos, desenvolvida para a Decortiles, são as peças que a artista destaca em seu portfólio. O primeiro foi desenvolvido para o Design Weekend de 2012, ela se propôs fazer um painel de azulejos para a cidade de São Paulo. “Meu desejo era que esta obra despertasse o olhar do passante, provocando surpresas, sensações e curiosidade”, diz. Já o segundo, foi um convite da marca para desenhar uma coleção de ladrilhos hidráulicos exclusiva, que foi lançada no último mês de março durante a Expo Revestir 2015. “É, atualmente, minha grande paixão. Já gostava de ladrilhos antes e tenho um olhar admirado para estas peças. O desafio foi dar uma cara nova para esse material, com os 17 itens feitos artesanalmente, um a um”, comenta. O painel faturou o prêmio de melhor produto e, com o resultado, foi exposto na Feira Milão 2015.
Ateliê Calu Fontes atendimento@calufontes.com http://calufontes.com (11) 3034.0352 37
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ENTREVISTA | RAQUEL ROLNIK FOTO: LUCAS OLIVEIRA
REPENSAR A CIDADE
Eu quero um espaço público para todos
Um dos nomes mais engajados na discussão da política pública urbana no Brasil é, sem dúvida, Raquel Rolnik. A arquiteta, urbanista, professora da USP e relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU passou por Caruaru e Recife para debater com estudantes da Unifavip e UFPE temas ligados à cidade. Para ela, existe o esgotamento de um modelo que foi incapaz de produzir uma estrutura justa num momento em que se fala de iclusão social e diminuição da pobreza. Confira esse e outros tópicos na entrevista exclusiva para a SIM!: O modelo | O que existe hoje são verdadeiros puxadinhos de cidade, quando as pessoas vão estentendo as moradias em um lugar sem grau básico de urbanidade. É um modelo de crescimento comum para várias capitais e que possui algumas caracteristicas. Entre elas, é que a Organização do Estado Brasileiro na área urbana não é uma organização para produzir cidade ao pé da letra, mas para dar suporte ao negócio e à extração de renda para determinados setores, a exemplo do segmento imobiliário. A cidade | A base fundamental do território é sua dimensão pública, o espaço coletivo, a rua, a praça. E, no Brasil, se você for examinar, isso é totalmente relegado e esculhambado, em que o ambiente público é uma especie de conexão entre os espaços privados de consumo, de lazer, de moradia, e de estudo. Essa é a minha crítica ao dizer que isso é dominante, apesar de termos avança-
do na democracia, na liberdade de organização dos partidos e do voto universal. Mas isso não deu conta de atender o que são os direitos básicos do cidadão, e eles estão berrando nas ruas desde os movimentos de junho de 2013. Voz da população | Qual a capacidade dos protestos em transformar a política urbana, só o tempo dirá! Estamos no começo de um novo ciclo. O modelo dominante está morto, mas ainda é dominante. Morto, mas hegemônico. O interessante é que esse novos movimentos não apenas demandam, eles fazem. Quando dizem “eu quero um espaço público para todos”, então eu pratico ali, naquele território, um espaço público para todos. As ocupações são uma estratégia muito importante, porque você tem uma experimentação de como eu uso esse lugar de forma democrática, experimentando viver ali.
Plano Diretor | O que aconteceu com o PD foi exatamente o que houve com os espaços participativos que nós construimos nesse ciclo que eu disse ter acabado. O Plano também era uma esfera, na qual houve a tentativa de partilhar a discussão da cidade para um campo abrangente. Porém, o seu processo decisório real continuou passando pelos canais por onde sempre passou, não mudando em nada, deixando muita gente importante por fora da discussão. Arquitetura | Nós tivemos um período muito triste para a Arquitetura, ficando confinada ao circuito imobiliário e das grandes grifes, enquanto temos um potencial muito grande. O terminal de ônibus, por exemplo, não tem que ser algo horroroso, mas pode ser um objeto arquitetônico lindo e que requalifique a cidade. Por isso, defendo: menos empreiteira e mais arquiteto dentro da política pública urbana, como oportunidade de transformar nossa paisagem.
+ www.revistasim.com.br Raquel Rolnik raquelrolnik@usp.com.br 38
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PERFIL | SADI – GIUSEPPE SARUBBO
A QUALIDADE FALA MAIS ALTO Ousadia e tendência como marca e objetivo de vida FOTOS: LUCAS OLIVEIRA | DIVULGAÇÃO
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A história de sucesso da Sadi Importações e do seu sócio-fundador Giuseppe Sarubbo é pautada em conceitos que vão além dos de empreendedorismo. Fundamenta-se em ensinamentos herdados dos seus pais, como respeito, confiança, honestidade e amor pelo que se faz. Ainda pequeno, fazia da marcenaria do seu pai, Antônio Sarubbo, seu ambiente preferido para brincar e aprender. Ali tinha a oportunidade de acompanhar de perto a produção de peças encomendadas por arquitetos de renome como Borsoi, Jerônimo Cunha Lima e Carlos Fernando Pontual. Não tardou, decidiu estudar Arquitetura e, ainda na faculdade, viu que sua meta não era somente se debruçar sob a prancheta, mas sim apresentar e comercializar algo que faltava no mercado, “foi vivenciando essa realidade de mercado que notei que podia unir minhas paixões — Itália, Design e qualidade — e dessa junção fazer um negócio. Iniciei, assim, a importação de mármores e revestimentos especias de excelência. Hoje, a Sadi tem 22 anos e conta com um mix exclusivo de produtos únicos atuando em todo o Brasil”, conta Guiseppe. De olho na realidade do mercado, a Sadi importação criou dois braços compostos de duas empresas, a Marmorart e Korium Unique. Cada uma com seu segmento, produtos e sócios definidos. A Mamorart é fruto da sociedade com Cristiano Malta, “a nossa empresa tem como objetivo o beneficiamento do mármore, granito e materiais sintéticos. Todo trabalho é feito com tecnologia de ponta para garantir a qualidade e exclusividade da aplicação dos nossos produtos”, conta Cristiano.
“
ANTÓNIO ALMEIDA, GIUSEPPE SARUBBO E CRISTIANO MALTA
Foi vivenciando essa realidade de mercado que notei que podia unir minhas paixões — Itália, Design e qualidade — e dessa junção fazer um negócio Giuseppe www.sadi.com.br www.mamorartne.com.br www.koriumunique.com.
”
Já o outro braço, a Korium Unique, conta com a sociedade com António Almeida, que prospectou em viagens técnicas/comerciais a Europa e Estados Unidos, pisos e revestimentos inéditos, como o couro natural reciclado, cortiça in natura e pastilha de vidro luminescente,“em relação ao couro, existe um grande cuidado na produção. É um produto único, 100% ecológico — proveniente de matérias primas recicladas”, conta António. Quanto a pastilha de vidro luminescente, trata-se de um mosaico, que capta e carrega internamente toda a energia de raios ultravioletas, oriundos de fontes luminosas naturais ou artificias, e que reproduz luminosidade segura no ambiente por 06 horas, em piscinas, e sinalização de jardins, durante a noite.
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UM NOVO OLHAR Arte, pesquisa e afeto são a máxima no trabalho do Olhavê FOTOS: ALEXANDRE BELÉM
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Fotografia como fonte, pesquisa e afeto. É com essa ideologia que o Olhavê foi criado e é regido até hoje pelo casal de pernambucanos Alexandre Belém e Georgia Quintas, que hoje moram em São Paulo. Com projetos humanizados, dialogados, pequenos, delicados e concentrados no espírito de experimentar e pensar a fotografia com seus autores, conseguiram transformar o instituto em referência na área. O Olhavê nasceu em setembro de 2007, em formato de blog, para falar de fotografia como ferramenta de trabalho e expressar, através de uma fusão de conteúdo, o olhar fotográfico de Alexandre e Georgia. Passados alguns anos, transformou-se em ferramenta de trabalho. “Com o crescimento do Olhavê, começamos a fazer curadoria de fotografia, texto para fotógrafos e livros. Não paramos em termos de conteúdo”, lembra Belém. Em 2010, mudaram-se para São Paulo com a filha Sofia, responsável pela criação do nome da plataforma. Georgia é antropóloga, professora e pesquisadora, especializada em filosofia e crítica da imagem fotográfica. É curadora independente e autora de várias publicações. Alexandre é jornalista, fotógrafo e editor de imagens. Em 2012, venceu o Prêmio Abril de Jornalismo na categoria Digitais/Blogs com o livro Sobre Imagens. Foi membro da comissão de nomeação do World Press Photo Multimidia Contest (2011) e juiz suplente do POY Latam (2013). É autor de vários livros.
Enxergamos a fotografia como comunidade
“Acreditamos muito na educação visual, e boa parte da nossa energia está no ensino. Pensamos na fotografia não como uma demanda de mercado, mas sobretudo como uma demanda de dedicação e pesquisa para com quem a realiza: os fotógrafos. Enxergamos a fotografia como comunidade”, explica Alexandre Belém. A marca tem duas linhas de cursos: uma é a edição fotográfica e acompanhamento de projeto, que tem turma fixa e duração de um ano; a outra é mais teórica, estuda a filosofia da imagem, o corpo na fotografia, fotografia e literatura.
+ Mais sobre o Olhavê www.revistasim.com.br Mesmo morando na capital paulista, Alexandre e Georgia ainda mantém laços com Pernambuco através de projetos com profissionais da cidade. No site da SIM!, eles apresentam três autores do Recife que encaram a fotografia de maneira respeitosa e com muita dedicação, Beto Figueiroa, Chico Barros e Bruno Vilela. “De alguma forma, já trabalhamos (ou vamos trabalhar) com eles por acreditarmos nessa relação que eles tem com a linguagem fotográfica”, diz.
Olhavê www.olhave.com.br
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POESIA NO OLHAR
ARTHUR MOTA
Fotógrafa experimenta as lentes através do celular
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“O ser humano vive de histórias, e as pessoas têm uma necessidade de contá-las e conhecê-las. A fotografia nos proporciona conhecer as histórias visualmente. Sentir, documentar, perceber, mudar. Tudo isso tem um papel importante no meio social. Ela informa, distrai, atrai”. Foi com esse sentimento, de externar e revelar sentimentos, emoções e o cotidiano do mundo ao seu redor que Hélia Scheppa enveredou pelo mundo da fotografia. Recifense, formada em Jornalismo, Hélia iniciou sua carreira profissional em 1998. A partir daí, trabalhou em grandes sucursais da capital pernambucana, como a Folha de Pernambuco, onde passou sete anos, e o Jornal do Commercio, onde ficou até março deste ano. Desde que saiu das redações, passou a desvendar outros universos, nos quais se descobre a cada dia. Num mundo não muito distante do que ela viveu durante todos esses anos, a fotografia de celular veio para desacelerar. “Tudo começou como uma brincadeira. Saía para as pautas do jornal e fotografava o entorno. As pessoas foram gostando, procuravam, comecei a inscrever em concursos e acabou tomando outro rumo”, lembra.
A fotografia nos proporciona conhecer as histórias visualmente. Sentir, documentar, perceber, mudar
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ZOOM | HÉLIA SCHEPPA
Sem conseguir definir sua obra, Hélia segue reproduzindo o que vê e experimentando novos formatos com a fotografia.
“Estou sempre aberta a novas experiências e aprendizados com a fotografia. Fotografia é, para mim, muita intuição. Não tenho um estilo, tenho sensações. Tem muito de solidão, muito do que estou vivendo no momento. Cada foto tem um pouco de mim”, reflete.
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Entre outros prêmios que já recebeu, Helia Scheppa acumula mais um, agora voltado a sua nova fase. A premiação nacional no Mobgraphia, destinado à fotografia realizada pelo celular, onde a fotojornalista ficou entre os top 3 da categoria street, e que está em exposição no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo. A foto que ganhou o prêmio foi tirada durante um incêndio que aconteceu no Recife em 2014. “Fui fazer o rescaldo desse incêndio e, ao passar por um dos becos da comunidade, vi um menininho, de aproximadamente quatro anos, sentado, sozinho. Fiz o meu trabalho e quando voltei ele permanecia no mesmo lugar, paradinho. Isso me chamou muita atenção. Fui até lá conversar com ele, vi que ele estava curioso com toda a movimentação, com todas aquelas pessoas. Nessa conversa, o fotografei a partir do celular”, lembra.
Hélia Scheppa (81) 9829.4110 heliascheppa@gmail.com 49
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É TUDO!
Alexandre Mesquita Arquiteto, especialista em Design de Interiores e professor universitário Alexandre Mesquita e Neto Belém – Design de interior: (81) 3039.3031 www.alexandremesquita.com.br alexandre@alexandremesquita.com.br
COLECIONISMO Dumaresq
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PARA PENDURAR
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O complemento perfeito de uma decoração é mesmo a arte exposta na parede. E como muitos arquitetos já sabem, não basta sair pendurando tudo sem critério, é preciso um olhar sensível para conseguir harmonia nesse tipo de arrumação. Sendo assim, o resultado é show! De início, gosto de entender bem a identidade do cliente, captando preferências e afinidades com relação à pintura, gravura, fotografia e outros suportes que serão inseridos na rotina da casa. Em resumo, é fazer a seguinte provocação: “Como você se sentiria convivendo com deterninada peça todos os dias?”. A partir da resposta, que pode até ser menos sensível e puramente decorativa, é hora de organizar o acervo de acordo com o ambiente. Nessa hora é bom esquecer a visão tradicional, de tudo setorizado por obra e estilo, para mostrar a possibilidade de unir itens de assinatura artística a outros mais acessíveis financeiramente. Quando isso acontece, fica um verdadeiro fluido, porque esse mix de peças dá o tom de exclusividade e bom gosto. Outro detalhe curioso, e que pode influenciar bastante no trabalho, é a personalidade do morador, que pode ser alguém inquieto, acumulador ou mesmo um ser desapegado. Alguém com mania de perfeição dificilmente ficará contente com suas telas distribuidas de modo desconexo, por exemplo. E por aí vai. Mas antes de encher a casa de furos, é bom organizar cada item no chão. Observar a proporção das coisas e seguir a lógica daquele espaço. O ideal é utilizar o acervo do cliente, pois deve ser algo que simbolize seus afetos e preferências. Por fim, a boa iluminação garantirá que tudo esteja devidamente realçado e transmitindo a energia que se precisa, bem como nas quatro produções especiais que apresentamos a seguir.
Obras de arte em diferentes linguagens também merecem ganhar destaque na parede. Por isso, não há problema algum em reunir diferentes expressões, independete de ser uma sala, um home ou um escritório. Dessa forma, é possível expôr a paixão pelo colecionismo de pequenos formatos, a exemplo da seleção que fizemos na galeria Dumaresq ao juntar gravura (Tânia Brito), aquarela (Tatiana Moz), fotografia (Adriana Veiga) e técnica mista (Ana Lisboa). Não é preciso combinar a cor da tela com o tom da decoração. Se há uma obra com aquele apelo sentimental, ele merecerá estar à vista do morador da casa e de seus visitantes. O mesmo acontece com esculturas que podem ser colocadas sobre uma base, levando em conta o tamanho, o peso e o tipo do material. A casa dos grandes colecionadores geralmente é assim, aborratada de itens dos mais diferentes formatos, e seria um crime escondê-los numa caixa meramente por uma questão estética.
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2 PEQUENAS ARTES Amparo 60
www.amparo60.com.br | (81) 3033.6060 Para quem está começando a apreciar o trabalho de alguns artistas, fiz uma seleção que considero básica, ou mesmo coringa em alguns casos. Tratam-se de nomes consagrados, revelados em pequenos formatos, que caem bem em qualquer espaço da casa ou do apartamento, assim como o produzido na Galeria Amparo 60. São as Colagens de Cristiano Lenhard, o nanquim da série Espelho Meu, de Gil Vicente, as paisagens da série Habitar, de Fernando Augusto, e o postal de Paulo Meira. Essa combinação de nomes traduz o melhor do mercado local, percebendo a riqueza e a variedade das nossas produções. Na hora de pendurá-los, ainda chama atenção o mix de molduras em desenho quadrado e retangular, confeccionados com madeira, reforçando sobriedade e bom gosto para qualquer ambientação dos dias de hoje.
DIVULGAÇÃO
PLURALIDADE 3
Gabinete D & Imagem
www.gabineted.com.br | (11) 4328.0070 Ainda sob o aspecto de coleção, convidei o amigo Wair de Paula, da Gabinete D & Imagem, para montar uma sugestão nesse universo da arte. A resposta foi imediata: uma belíssima composição feita em sua própria casa, onde reúne, na biblioteca, telas, esculturas, colagens e guaches. “Nesse ambiente temos Ligia Clark (preto e branco), escultura de Emanoel Araujo, um relevo de Abraham Palatnik, duas monotipias de Mira Schendel, uma pintura de Macaparana (vermelha vertical), um papel de Kracjberg e um guache de Franz Kupka. Isso dá uma certa noção de ecletismo”, comenta Wair. “Gosto de misturar obras distintas, mas dentro do conceito básico – tudo o que penduro em minha casa é porque gosto. Claro que é uma coleção boa, pois trabalhamos com isso – mas não temos dogmas”, comepleta ele, revelando algo básico que é o apreço por tudo o que foi selecionado.
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4 COLECIONISMO Urban Arts
espinheiro@urbanarts.com.br | (81) 3032.0034
Para mostrar que versatilidade é palavra de ordem na decoração, preparei duas arrumações distintas para uma sala de estar e para um quarto de adolescente. Nesse último, o universo de uma garota que adora bonequinhas e temas afins está representado através de duas grandes fotos amolduradas, além de ilustrações digitais em tamanhos menores e a pequena fotografia de uma nuvem. Tudo garimpado na loja Urban Arts, que comercializa obras originais e de reprodução, com a possibilidade de colocar a moldura na hora.
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
A primeira possibilidade é mais geométrica, combinando as linhas e respeitando a proporção dos quadros, com os menores embaixo e os maiores acima. Na segunda sugestão, foi permitido brincar e desalinhar tudo, reforçando o clima jovem. Algo semelhante acontece em nosso outro ambiente, combinando os elementos ao mobiliário colorido. A organização é toda com fotografias em diferentes temas – que vem sendo cada vez mais explorado na ambientação contemporânea. Na hora de escolher é bom levar em consideração que cores fortes geram ação e movimento, trazendo cada vez mais alegria e descontração ao espaço.
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PAISAGISMO | #AMOOVERDE #AMOVERDE
Tempos de flores, de primavera Tempos de amores, de abrir a janela Tempos de luz, de sabiรก Deixa o mato verde se espalhar Nosso planeta precisa de carinho De muito ar puro e riacho clarinho Vamos tentar nossa Terra viver Deixa o mato verde florescer Tom Jobim
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A poesia de Tom Jobim enfatiza como é linda e encantadora a natureza, que há séculos inspira poetas, músicos e românticos, e que nos traz vida, através das suas sementes, raízes, folhas e flores. É crescente o desejo do ser humano pelo verde e tudo que ele proporciona. O querer viver perto da natureza é uma constante e, cada dia mais, ganha adeptos. O verde acalma e renova, energiza e revigora, além de ter valor terapêutico e medicinal. A Revista SIM! foi inspirada pela campanha da Villa Garden, “Amo o Verde” — que deseja incentivar esse amor compartilhando momentos especiais que o verde nos proporciona —, e embarcou em busca de pessoas e histórias que contassem suas relações com as plantas e que carregam dentro de si um amor sincero pelo meio ambiente. FOTO: ARAQUÉM ALCÂNTARA TEXTOS: LORENA MOURA
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ACERVO PESSOAL
RICARDO MARTINS
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ARAQUÉM ALCÂNTARA é o fotógrafo reconhecido mundialmente por ter dedicado sua vida a fotografar a natureza e o povo brasileiro. Levou onze anos para percorrer todos os Parques Nacionais do Brasil e registrar a biodiversidade da nossa flora e fauna. “Há exatos 38 anos, caminho por esta terra abençoada e fértil, rompendo serras, montanhas e vales, varando rios e veredas, documentando a tormentosa caminhada de nosso povo. E foi na Mata Atlântica, nas selvas da Amazônia, no agreste do cerrado e na aridez da caatinga que dei forma ao meu modelo de universo, à minha matriz criativa”, explica Araquém. O contato com a natureza começou cedo. “Meu
pai me ensinou a abraçar as árvores, a sentir o orvalho, encarar o frio. Mas hoje sinto que perde-
mos essa relação porque as pessoas não vivem mais isso. É uma angústia perceber que os meus netos não vão ver mais o que eu vejo, porque o homem só pensa em dizimar a natureza. Eu culpo todos que administram o país e que não entendem nada da natureza. Eu ando pelo Brasil como ninguém, faltam leis e também deveriam estimular os brasileiros a terem mais contato com a natureza. Eu mesmo já fui mais de 100 vezes à Amazônia e sempre que volto fico indignado com a devastação que o lugar vem sofrendo”, lamenta Araquém. Seu grande acervo de imagens viraram livros, são 44 obras autorais, incluindo “Terra Brasil”, o exemplar de fotografia mais vendido no país. E Araquém não para de pensar em novos projetos, e já tem novos trabalhos em construção, como os livros Iauaretê que será apenas sobre onças; A Ferro e Fogo, um ensaio sobre as queimadas; O Suor do Cais, antologia em branco e preto; e também um com imagens da África selvagem e outros também em fase de construção.
O jornalista FRANCISCO JOSÉ é conhecido por desbravar as matas e os cantos mais desconhecidos da natureza, e é através de suas reportagens que ele vai nos apresentando os lugares mais encantadores do mundo. “Há
mais de 20 anos ando pelo mundo embrenhado nas matas, curtindo a natureza. E fazendo do verde as pautas do meu trabalho. Acampar den-
tro da floresta amazônica e acordar com o canto das aves é uma experiência única”, conta. Para Chico José, o nível de uma sociedade pode ser avaliado pela sua relação e convivência com o meio ambiente. “Muita gente reclama dos animais peçonhentos que invadem as áreas urbanas. Certamente isso acontece porque o habitat dos bichos está sendo invadido e destruído pelo homem. Em compensação, quando há preservação, a convivência entre seres humanos e natureza, torna-se muito mais saudável e duradoura. Respeitar o verde é uma forma de ampliar a própria vida. E deixar uma herança digna para nossos sucessores”. A discussão sobre o verde e o meio ambiente, para ele, deveria se feita de maneira global, “Se considerarmos o verde como defesa da natureza e sustentabilidade da convivência humana, nas gerações atuais e futuras, temos que discutir a manutenção dos nossos mananciais de água, o combate a todo tipo de poluição, saneamento básico nos centros urbanos, punição mais severa para quem desmata nossas florestas, maior incentivo à ciência para descobrir, na imensidão amazônica, remédios para doenças como o câncer. Enfim, valorizar o verde que nos resta”, finaliza.
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Para um dos precursores do paisagismo em Pernambuco, o arquiteto paisagista LUIZ VIEIRA, o meio ambiente é o suporte da vida. “Seja numa cidade ou numa floresta, a sociedade precisa conviver com os sistemas físicos e naturais, respeitando os condicionantes ambientais e aproveitando as oportunidades existentes para uso e ocupação ur-
O convívio com áreas verdes é fundamental para nosso bem-estar físico e mental, além da apreciação
bana.
da paisagem e exposição ao sol”. Para Vieira, faltam políticas que discutam sobre a real necessidade do uso do paisagismo nas cidades. “O campo de atuação do paisagismo é imenso, principalmente na intervenção urbana em espaços públicos. Os governantes precisam se conscientizar da importância de projetos bem elaborados e inovadores que atendam aos anseios e necessidades da população”, finaliza.
A arquiteta paisagista MARTA DE SOUZA LEÃO é uma das pioneiras nessa área no estado, sócia da Jardinaria e proprietária da Agroflora. “Minha relação com o verde é bem antiga, meu pai sempre foi um ecologista nato, talvez por isso, ao me formar em Arquitetura me especializei em paisagismo e depois em gestão ambiental. O verde está sempre presente na minha vida, tanto nos projetos dos jardins, na loja, na minha casa, na fazenda onde temos uma RPPN — Reserva Particular do Patrimônio Natural, onde o verde impera”. O debate sobre o verde deveria ser constante e presente nas escolas. “Não dá mais para discutir o verde, temos que agir verde, ou seja, através da educação ambiental, da implantação e manutenção de mais áreas verdes e do cuidado com a água, sem desperdício. O homem tem que agir muito rápido para viver em equilíbrio com a natureza, pois a Terra já vem demonstrando que não suporta mais tantos maus tratos e talvez não dê mais tempo às futuras gerações habitarem este planeta”, ressalta Marta.
“Desde a infância gosto de estar em contato com a natureza e, durante o meu crescimento, também fui sendo estimulado pelo meu pai a manter essa ligação com o verde. No começo, o ato de cultivar e plantar era apenas um hobby de criança, até o momento em que escolhi o paisagismo como profissão.
Eu sinto um amor enorme pelas plantas, não consigo viver sem, e assim, todo dia coloco a mão na terra e faço questão de ter um momento para aguar as plantas”, explica LUCIANO LACERDA, paisagista e proprietário da Villa Garden. “Precisamos das plantas para oxigenar e também para nos alimentar. Tudo vem da terra, ela é o início. As áreas verdes deveriam ser aumentadas e, para isso, seria necessário um maior investimento em plantio de árvores. Com isso, ganharíamos mais áreas sombreadas, gramados, uma verdadeira cobertura vegetal que só contribuiria para melhorar a vida da humanidade”, pontua.
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA | MURILO - ARQUIVO PESSOAL
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“Quando adolescente tinha o hábito de cultivar plantas e isso ganhou ainda mais força quando passei um tempo em Israel, onde tive a oportunidade de trabalhar no campo com as mais diversas culturas, como a de abacaxi, abacate, uva, entre muitas outras. Quando me formei em agronomia, esse amor pela natureza cresceu ainda mais e hoje ,através do paisagismo, tenho a certeza que não conseguiria trabalhar com outra coisa. O verde me faz mais feliz”, enfatiza o agrônomo e paisagista MARCELO KOSMHINSKY. Nosso colunista adora debates envolvendo o verde e destaca a ausência de lugares arborizados dentro da área urbana. “A relação do verde com a cidade foi se perdendo. Deveriam ser realizadas mais campanhas para aumentar o número dessas áreas nas metrópoles”, defende.
A arquiteta paisagista e gerente do Jardim Botânico do Recife, ZENAIDE NUNES, vive rodeada de verde em 100% do seu dia de trabalho. Para ela, essa sua relação contribui para uma qualidade de vida melhor. “A natureza tem o poder de acalmar, diminui o calor e promove paz interior. Hoje eu posso dizer que durante todo o meu dia, eu respiro o verde e a cada dia fico mais feliz por isso. Quero trabalhar ainda mais com essa proposta de estar sempre em contato com a natureza”, conta. Zenaide foi a responsável pela criação do projeto de requalificação do Jardim Botânico. Nele, procurou dar ao lugar um ar ainda mais confortável, criando uma área de convivência,“Esse é o lugar onde nos encontramos conosco e com nossos semelhantes. Temos que fazer com que as pessoas tenham ainda mais vontade de estar
é preciso entender que o verde não precisa do homem, e sim, somos nós que precisamos do verde para vivermos”, enfatiza Zenaide. em contato com a natureza,
Desde os sete anos de idade, MURILO SOARES é apaixonado por plantas e hoje, aos 36, a jardinagem e o paisagismo viraram sua profissão, hobby e amor. “Vivo
plantas 24 horas por dia, até em sonhos. Minha paixão é tanta que aos 15 anos ganhei o concurso do mais belo jardim de Blumenau por 3 anos consecutivos, até o momento em que deixei de concorrer e virei juiz do concurso na região”. O menino prodígio, aos 18 anos, começou a dar aulas na primeira escola profissionalizante de jardinagem do Brasil, do Senai/Senac e não parou mais. Hoje, Murilo é paisagista e engenheiro florestal, especialista em garimpar plantas raras. Em uma metalúrgica, transformou a área externa da empresa em um grande jardim botânico particular com mais de 1.000 espécies nativas e exóticas. Desde então, especializou-se em macropaisagismo e escreve a coluna Garimpo de plantas na Revista Natureza. “Durante os anos que administrei o Parque das Águas ajudava nas aulas de educação ambiental e circuitos botânicos monitorados e vi a importância de plantar essa sementinha verde no coração das crianças. Respeitar a natureza e desenvolver a observação da vida, a importância das árvores, tanto nas florestas como na arborização urbana”.
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA | TUCA - ARQUIVO PESSOAL
Ele já foi monge beneditino e noviço do Mosteiro de São Bento, em Olinda. Mas foi na arte que encontrou sua verdadeira devoção e tornou-se pintor, desenhista, escultor, ceramista e artista plástico. TIAGO AMORIM ficou conhecido mundialmente pelo seu trabalho que mistura elementos da arte popular nordestina, aliados à flora e fauna brasileira. Sua ligação com a natureza é muito forte. No Alto da Mina, em Olinda, ele mora e tem seu ateliê misturado ao verde, rico em arborização. Para ele, o meio ambiente deveria ser mais preservado. “O
verde é a base de tudo. Ele é a formação da vida, nos fornece o oxigênio e ainda nos alimenta. Temos que conservá-lo”, defende o artista, que completa: “O meio ambiente, suas plantas e os animais guiam minha arte. Para mim a natureza é vida, é Deus presente em cada planta. E isso torna a vida e a arte mais especial”.
A chef de cozinha Héllida Kelsh tem outra paixão além de cozinhar e estar com a sua família. É no seu orquidário, em Paudalho, na zona da mata norte de Pernambuco, que ela encontra paz e energia para enfrentar a sua rotina. “Não consigo viver sem esse lugar. Ás vezes, quando saio do restaurante, tento ir dormir lá para sentir a paz que reina por lá. É
revigorante. Não tem nada melhor do que sentir e respirar aquele ar puro, além de acordar com o canto do pássaros”. No espaço, ela possui em torno de 800 espécies de orquídeas e muitos outros tipos de plantas. “O mais legal é que não fizemos jardins prontos, deixamos as plantas livres para seguirem o curso normal da linha da natureza. Não deixo que cortem nenhuma árvore e no restaurante também não abro mão de utilizar ingredientes naturais, além de usar flores para alegrar e dar vida ao ambiente”.
“Eu vivo no verde, no azul do mar. Em Noronha, é possível sentir de perto as mudanças na natureza, acompanhar os ciclos dos peixes, da chuva. A diferença entre a cida-
Hoje eu vivo o verde e ele me acompanha em 100% do meu dia”, conta com alegria
de grande e aqui é gritante.
o empresário TUCA SULTANUM, que há dez anos passou a morar na Ilha. Entre uma reunião de trabalho e outra, Tuca encontra espaço para praticar uma corrida e ainda desfrutar das belezas naturais. “Fazer trilhas e correr pela ilha é uma experiência incrível. Aqui podemos aprender com a natureza, porque ela nos ajuda a refletir sobre a vida e o papel de cada um no mundo”. Hoje, trabalha na administração das suas pousadas e do o site “Amo Noronha”.
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
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“Minha
relação com o verde é intensa, faz parte da minha essência e desde pequena nutro um grande amor pelas plantas. Eu era a regadora oficial da casa, sempre adorei esse momento. É uma questão bem
sentimental e faz parte da minha história. Eu respiro esse amor desde que acordo”, comenta TITA DE PAULA, da Dona Jardineira, que ainda dá aulas e oficinas de jardinagem para os pequenos, presta consultoria verde para algumas empresas além de sair pelas ruas da zona norte do Recife em sua bicicleta repleta de flores. Para ela, a discussão sobre o verde é muito ampla. “Passa desde a criação de espaços urbanos com mais inserção do verde até uma maior consciência das pessoas em se darem conta que o meio ambiente tem papel fundamental na nossa vida, nos ajudando a respirar. Fora a questão de bem-estar que proporciona”, finaliza.
EDUARDA NEVES, é uma criança que ama as flores e plantas. “Gosto de ir ao Jardim Botânico e aos parques. Quero ser arquite-
A empresária BETH CURRA é apaixonada por flores e é responsável por levar ainda mais beleza e encanto a loja Florense Recife.
mas agora gosto mesmo é de ficar perto da natureza”.
“Ter
ta ou médica,
Mesmo tendo apenas 9 anos, ela já mostra uma consciência ambiental, “Costumo falar no colégio com minhas amigas que se as pessoas tiverem que derrubar uma árvore, deveriam plantar mais três para compensar”.
contato com o verde sempre me fez bem. Esse sentimento de carinho só cresceu, e hoje insiro essa paixão no meu ambiente de trabalho. Semanalmente compro flores
para decorar a loja, porque para mim elas agregam beleza, leveza e humanizam o ambiente. Os clientes reparam e comentam, é uma coisa que mexe com as pessoas. Faz parte da Florense esse verde, um dos grandes exemplos é o nosso jardim externo, que tratamos com prioridade”. Em casa o contato de Beth com as plantas não poderia ser diferente. “Na varanda tenho um orquidário. Na parte de cima ficam as mais bonitas, que estão florindo. Na parte de baixo funciona uma espécie de hospital onde as trato. Elas são minhas filhas também e, por isso dedico minha atenção e amor. O verde faz parte da minha vida”.
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Tiago Ribeiro é coordenador de política de práticas integrativas e complementares da Secretaria de Saúde do Recife e alia as plantas ao seus trabalhos, e que procura levar a fitoterapia aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). “Hoje, o verde adquire um lugar importante, e os objetivos estão relacionados à uma estruturação e consolidação de uma assistência farmacêutica de plantas medicinais e fitoterapia. Isso significa poder apresentar medicamentos fitoterápicos de baixo custo e com efetividade comprovada, além de poder dispor de muda para que a população e as comunidades possam cultivar em suas casas e fazer o uso racional das mesmas. O projeto ainda oferece cursos que ensinam a fazer chá, tintura, xarope e identificar a planta e as partes a serem utilizadas de forma segura”. Para isso, eles pretendem utilizar o Jardim Botânico do Recife para o cultivo dessas espécies e também para a instalação do Laboratório de Fitoterapia. Para Tiago, restabelecer o contato com o universo curativo das plantas medicinais vai muito além de um pragmatismo terapêutico. “É restituir um contato profundo com a terra, com a natureza, com a vida, com um saber de nossos antepassados e com a capacidade humana de poder cuidar de si mesmo e do outro, reconstruindo a ponte que liga essas diferentes dimensões”.
A natureza também pode ser um refúgio para muitas pessoas, inclusive, pode ser o ambiente ideal para quem pratica a meditação. Para a instrutora da Ong Arte de Viver, CAROL GODOY, a meditação na natureza serve para nos conectar com algo maior, mais profundo. “Intuitivamente, procuramos sempre estar perto do meio ambiente para entrar nesse espírito elevado de conexão e
Porque a natureza nos oferece essa possibilidade de se conectar. É uma integração perfeita, só temos a ganhar. Pelo menos
energias positivas.
duas vezes ao ano viajo para ficar perto da natureza, meditar, relaxar e me desconectar do celular e do mundo, é minha forma de recarregar a energia”.
Há mais de 40 anos, o médico CELERINO CARRICONDE faz uso da fitoterapia, das plantas medicinais no tratamento de diversas doenças, ele foi umas das primeiras pessoas no Brasil a defender o uso desse método no sistema público de saúde. “Quando
comecei com essa ideia não fui bem aceito, tentaram até caçar o meu diploma. Mas depois começaram a surgir os primeiros resultados que comprovavam os benefícios gerados pelas plantas. E hoje a ten-
dência mundial é cada vez mais voltarmos para o uso delas na medicina. Porque além de terem uma energia impressionante, possuem muitas substâncias que ajudam a melhorar nossa saúde. Mas não é só o uso delas que propiciarão essa boa condição, é necessário também um trabalho em conjunto que alie o uso das plantas, uma alimentação saudável e acupuntura, por exemplo”, garante o Dr. Celerino. Na ONG Centro Nordestino de Medicina Popular, que fundou há 25 anos, o médico comercializa mudas de ervas, como hortelã graúda, artemísia e várias outras. Ele segue dando orientações em programas na rádio Folha FM.
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
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A Natiflora investe no paisagismo e tem como missão levar a natureza para perto das pessoas. A criação da empresa surgiu de um interesse mútuo entre as sócias Lizandra Mendonça, Nathalie Mendonça e Renata Romaguerra, mas principalmente por causa de Nathalie que, formada em agronomia, se dedicou integralmente a natureza, a terra e suas plantas. “Fiz curso em Holambra e quando voltei senti a necessidade de criar um projeto que englobasse tudo isso, foi assim que surgiu a Natiflora. Nossa relação com o meio ambiente é muito íntima, norteia todo o nosso trabalho. São 20 anos de amor com as
O cuidado que temos com elas é igual ao que é necessário na relação entre pessoas, como atenção, cuidado e amor. Nas plantas temos que regar tudo isso todos os dias”, destaca Nathalie.
plantas.
A empresária MARIANA NOVAES, sócia da loja Jardinaria, é filha de Marta de Souza Leão e cresceu escutando a mãe falar sobre os benefícios que o contato com a natureza nos faz, com essa ideia de manter o verde por perto. “Adoro poder escapar um pouco da cidade, respirar o ar do campo, ver as plantas. Isso tem um valor inestimável para mim. O verde é intrínseco na gente, somos uma coisa só. Há um certo tempo adotei esse modelo no meu estilo de vida, no trabalho e também na alimentação orgânica que consumo”. Mas se tem uma coisa que Mariana adora e não abre mão é presentear os amigos e familiares com flores. “Tem coisa mais linda do que acompanhar uma flor nascendo. É uma alegria enorme. É vida, e por isso gosto, de presentear com flores, é como desejar vida e vitalidade a outra pessoa”.
A administradora CATARINA DURÃES segue o rumo contrário da maioria dos entrevistados desta matéria. Ela nunca teve um grande contato com as plantas, nem mesmo nutria uma amor por elas. Administradora por formação, ingressou na carreira bancária e, após um longo tempo de trabalho, ficou saturada da rotina estressante dos bancos. Mas isso mudou quando, sem grandes pretensões, visitou um feira voltada para área de construção, a Feicon, e por lá, conheceu o jardim vertical. Foi amor á primeira vista. E desde esse dia resolveu trazer esse projeto ao Nordeste. “Foi um trabalho de formiguinha. Fui a vários arquitetos apresentar este novo modelo de jardim, e logo pude constatar que Pernambuco era carente deste tipo de jardim”. Rapidamente ele foi sendo bem aceito e, assim, ela deu origem a empresa Ecogreen. “Hoje trabalhamos com o quadro verde, construção a seco, telhado verde, cobogó, além do jardim vertical”, explica Catarina. Na sua vida pessoal a mudança foi tão grande que atualmente seu sentimento pelo verde é outro. “Hoje eu até falo com as plantas. Acredito que elas possuem o poder de melhorar nossas vidas. Temos que preservá-las para garantir nosso futuro”.
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA | CLAUDEMIR - GREG
A arquiteta FERNANDA DURÃES é a favor do uso do verde em seus projetos porque agrega beleza, aconchego e deixa as pessoas mais calma e felizes. “No meu trabalho, sempre procuro oferecer aos clientes um projeto que traga algo do meio ambiente para suas vidas, como os jardins verticais e os wallgreens, por exemplo”. Defensora declarada do aumento de áreas verdes em Recife, reforça a ideia de que a cidade ainda é carente de espaços desse tipo. “É uma pena, porque esses lugares tem o poder de unir as pessoas e fazer com que elas se sintam confor-
infelizmente, ,o que vemos é o corte indiscriminado de árvores, e áreas cada vez mais concretadas”.
táveis e protegidas. Mas,
A palavra amor, define o sentimento do advogado JOÃO VICENTE BAPTISTA pelas plantas que divide seu tempo entre a profissão e a plantação de mudas. Aos sete anos plantou pela primeira vez, e, hoje, contabiliza um número de 2000 espécies plantadas. “Tudo começou quando meu avô me levava para passear e ia apresentando as diferentes plantas que encontrava. Era uma aula completa. E isso gerou em mim um amor incondicional pelo verde. Fiz alguns cursos e pude aprender que
Há quatro anos o chef CLAUDEMIR BARROS, juntamente com os chefs Sofia Mota e Rivandro França iniciaram o projeto “Plantar Ação”. A iniciativa tem como objetivo de melhorar a agricultura familiar local, através do incentivo ao cultivo, palestras e apresentações de algumas receitas para aumentar a renda do agricultor. A ideia apresenta a população envolvida informações sobre as culturas que já são plantadas pelos próprios agricultores, para que eles possam entender a importância do seu trabalho e também valorizar mais o que a terra dá “Defendo o verde e principalmente essa prática, porque
cada uma precisa de um tratamento diferente, são únicas. Há cerca de dois meses, Joca criou a Baobás do Recife, empresa que comercializa diversos tipos de mudas, das mais simples às mais exóticas.
vem dela, vem da terra o nosso maior sustento. A natureza, em toda sua plenitude, tem que ser preservada e multiplicada. Não é só consumir,
+w ww ww.re ww. w.re w. evist vist vi stas a im i .c com m.b br Para acompanhar as novidades e as próximas ações da campanha #AmoOVerde, acesse as nossas redes sociais. Instagram: @revista_sim | @villagardenpaisagismo Facebook: Revista SIM | Villa Garden Paisagismo
só retirar. É preciso defender a agricultura familiar tanto para o consumo de produtos mais saudáveis, como para a preservação da natureza”, conta Claudemir que já levou seu projeto para municípios como Amaraji, Frei Miguelinho e para hortas na Região Metropolitana do Recife e pretende ainda mais. “Estamos nos organizando para partir para o Sertão com o mesmo objetivo de ensinar e propor novas soluções. Mas, nesse caso, em especial, vamos um pouco mais além e temos como meta desmistificar alguns cactos comestíveis como o facheiro”, finaliza.
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JARDINS
Marcelo Kozmhinsky é engenheiro agrônomo, paisagista e educador (81) 9146.7721 | 9146.4563 www.raiplantas.com
É PRECISO ARBORIZAR Leis municipais visam melhorar a qualidade ambiental
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Recentemente, foi aprovada a lei municipal de nº 18.112/2015, que trata a melhoria da qualidade ambiental das edificações, pela obrigatoriedade da instalação do “Telhado Verde” e da construção de reservatórios de acúmulo ou de retardo do escoamento das águas pluviais para rede de drenagem. A medida é consequência dos estudos realizados pela UFPE, que mapeou as ilhas de calor existentes na cidade, comprovando grandes variações de temperatura em um mesmo trecho da cidade Entre os motivos está a supressão das árvores e a impermeabilização do solo, resultantes da invasão do asfalto e dos edifícios. Em algumas áreas, próximas à Bacia do Pina ou Horto de Dois Irmãos e a Guabiraba, estão ilhas de amenização do calor graças à concentração do verde. Outra medida importante adotada pela Prefeitura da Cidade do Recife (PCR, inclui o plantio de árvores na cidade, visando inserir 30 mil mudas por ano. Eles possuem um Manual de Arborização Urbana (disponível em http:// www2.recife.pe.gov.br/wp-content/uploads/Manual_Arborizacao.pdf), com referências técnicas para orientar as iniciativas e serviços de plantio com indicação de espécies que podem e devem ser plantados em ambientes naturais e construídos. Esse Manual aponta o uso de arbustos e também árvores de pequeno, médio e grande porte. Outra lei que trata do assunto é a de nº 17.666 de 2010, que proíbe o uso de algumas espécies para plantio, exceto com autorização do Secretário Municipal do Meio Ambiente. São elas: Eucalipto, Guapuruvu, Ficus, Flamboyant, Paineira, Pinus e Espatódea. Essas árvores estão proibidas, por motivos como toxicidade, inadequação do porte, das raízes e muitas vezes a coincidência de mais de um desses fatores.
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O MANUAL OFERECIDO PELA PREFEITURA DO RECIFE APRESENTA ORIENTAÇÕES TÉCNICAS PARA O PLANTIO
Eucalipto, Guapuruvu, Ficus, Flamboyant, Paineira, Pinus e Espatódea. Essas árvores estão proibidas por motivos como toxicidade, inadequação do porte, das raízes e muitas vezes a coincidência de mais de um desses fatores
Delas destacamos o Ficus. Árvore de grande porte, popular entre jardineiros, lojas e público em geral pela facilidade de seu cultivo e da possibilidade de topiaria. Infelizmente, o desconhecimento sobre esse gênero causa grandes transtornos para a cidade, como entupimento de galerias, calçadas e redes de esgoto.
época, não tinha mais que 1,5 m. Suas raízes criaram uma verdadeira trama na tubulação impedindo a passagem de água. Quando finalmente foram removidas do sistema de drenagem, o comprimento das raízes tinha atingido o 1º andar, ou seja, aproximadamente 24 metros de extensão.
Nesses anos de trabalho, me depararei com alguns fatos inacreditáveis com o Ficus. Certa vez, ele foi plantado em um condomínio, numa jardineira de apartamento do 9º andar. Depois de poucos anos, todo sistema de drenagem da água das jardineiras e varandas da estrutura não funcionava mais. Foi solicitada a remoção dessa árvore que, na
Existem, ainda, orientações quanto à substituição e supressão de árvores na cidade, mesmo em residências. Faz-se necessário um requerimento, que será decidido pelo Secretário Municipal do Meio Ambiente, após laudo elaborado por um técnico. O não cumprimento das normativas poderá acarretar em penalidades.
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Outra lei que trata o assunto é a de Nº 17.978/2014, que altera o art. 80, da lei municipal nº 16.243, de 1996, com redação dada pelo art. 4º da lei municipal nº 16.930, de 2003, que passa a vigorar com redação no Art. 80. Nela, os projetos iniciais de novas construções situadas nos Setores de Sustentabilidade Ambiental (SSA) deverão apresentar um projeto de revitalização e/ou implantação de área verde, em local a ser definido em conjunto pelo poder público municipal e privados, correspondente ao dobro da área do lote. Para quem não sabe, há os serviços oferecidos pela PCR aos cidadãos, pelo número 156 da Emlurb. Nele, é possível solicitar plantio, poda, tratamento contra fungos e erradicação em logradouros públicos. Ainda existe o contato da Secretaria do Meio Ambiente, no Setor de Projetos de Revitalização de Áreas Verdes (PRAVs), que atende áreas privadas. O problema é que, na prática, a população e profissionais da área de jardim e paisagismo desconhecem o Manual de Arborização da cidade. Além disso, o serviço de poda nos logradouros é precário, assim como o tempo de atendimento, podendo muitas vezes demorar meses para realização.
Isso sem falar na quantidade de postes e fios que crescem na cidade, exigindo cabeamento subterrâneo e remoção de toda essa estrutura suspensa que enfeia a cidade e ainda provoca podas drásticas, tanto pelo serviço da Prefeitura como através da empresa de Companhia de Eletricidade (Celpe).
A EMLURB OFERECE À POPULAÇÃO O SERVIÇO DE PLANTIO, PODA, TRATAMENTO CONTRA FUNGOS EM LOUGRADOROS PÚBLICOS
O poder público tem a capacidade de resolver todos esses problemas, mas fica represado por burocracias. O cidadão sente essa ineficiência no cotidiano, ao se deslocar pelas vias e receber o calor, que só aumenta. Muitas ações podem ser desenvolvidas em educação ambiental, no sentido de estimular o plantio e a preservação dessas árvores em suas calçadas, desenvolvendo um trabalho que vai desde o benefício de descontos no IPTU, educação com agentes sociais — para explicar todos os benefícios que cada ação individual pode gerar ao meio ambiente e, consequentemente, ao município. Será que conseguimos? Tomara que sim!
Secretaria Municipal de Meio Ambiente – Recife (81) 3355.5817
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DOGFORDSTUDIOS / DEPOSITPHOTOS.COM
Mas o que esperar de uma ma flor linda, cheirosa e além m de tudo, comestível?
Ana Patrícia de Pa Paula (Tita de Paula) Jornalista, designe designer floral, paisagista e jardineira Dona Jardineira: ((81) 3036.6314 / 9152.1237 Instagram e Faceb Facebook: dona jardineira contato@donajardineira.com.br contato@donajard
Uma prova que são mesmo perfeitas e bem valorizadas é que são usadas há séculos como cosméticos e também como medicamento. Quer mais? Ela é comestível! Com um sabor levemente adocicado, deixa uma simples salada super decorada. Mas o que esperar de uma flor linda, cheirosa e, além de tudo, comestível? Conhecida e apreciada no mundo todo, virou um prato cheio para as mais diversas lendas entre vários povos. Com uma boa dose de romancismo, já foi motivo de ciúme na Grécia antiga e poção do amor na Inglaterra, já foi amuleto pra afastar o mal entre os romanos, já foi perfume para os celtas e já foi remédio para os chineses.
CURIOSIDADES É o poder! Acredita-se que na peça teatral “Sonhos de Uma Noite de Verão” (meados de 1590), de Shakespeare, a poção de amor dada à Titânia foi feita com o amor-perfeito. Enquanto ela dormia, fez com que, ao acordar, se apaixonasse pela primeira pessoa que viu na sua frente.
IVONNEWIERINK / DEPOSITPHOTOS.COM
AMOR-PERFEITO
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A viola é uma florzinha bem delicada. Assim c como sugere o amor. Planta de origem europeia e da família da Violaceale, possui mais de 500 e espécies (frequentemente surgem novas espéc cies, resultado de hibridações), sendo mais pop pular entre nós a Tricolor e a Wittrockiana, mais conhecidas como amor-perfeito. E é delas que vamos falar. Da mesma família das violetas, é ideal para colorir qualquer jardim. Suas flores, arredondas, achatadas e com cinco pétalas justapostas, podem vir em combinações incríveis de branco, azul, vermelho, roxo, amarelo, róseo e marrom. Um atrativo e tanto para borboletas e abelhas. Apesar do porte pequeno, são muito vistosas e apresentam manchas que, muitas vezes, lembram, curiosamente, feições humanas.
Lendas à parte, a amor-perfeito é uma flor de fácil cultivo. Perene, é considerada rústica, tem rápida germinação e, ao florir, dependendo do tipo, pode chegar a 30 cm de altura. Se dá bem com sol, mas adora climas amenos, tanto que em locais muito quentes, preferem sombra leve, pois perdem o vigor com o calor. Por isso, o solo deve ser sempre úmido e fértil, rico em húmus. Deve ser regada regularmente, mas sem excessos. Indicada para o plantio tanto em jardins como em canteiros, tinas e vasos. Essa flor deixa qualquer cantinho cheio de vida e cor. Assim, como sugere o amor.
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CAPA
O ANO DA
LUZ De origem solar, térmica ou elétrica, vibrante ou tranquilizante, quente ou fria, em movimento ou estática, aberta, difusa, intensa, concentrada, revelando novas percepções do mundo ao redor; é um elemento tão constante que poucas vezes nos damos conta de sua presença, apenas sentimos seu efeito. Capaz de mudar nosso estado de espírito, a luz tem um papel fundamental em conjunto com a arquitetura.
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA TEXTOS: EMANUELE CARVALHO
É
É imprescindível à vida e ao desenvolvimento humano, mesmo sendo ela um elemento intangível, proporciona respostas emocionais e psicológicas, sensações de bem-estar, agradabilidade e conforto. “Além de causar este impacto no usuário, é ela que define e desenha a leitura noturna da arquitetura, promove a definição dos espaços e da decoração, resultando no ‘humor’ do ambiente”, explica a arquiteta e professora Neide Senzi, do escritório paulista Senzi Lighting. Por sua importância e necessidade, 2015 foi definido como o Ano Internacional da Luz e das Tecnologias Baseadas em Luz. O título foi instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) e pela Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), com a proposta de suscitar a reflexão sobre os benefícios e as consequências da evolução das tecnologias relacionadas. As tecnologias que surgiram a partir da luz trouxeram solução nas mais variadas áreas. Desde a grande revolução provocada pelo americano Thomas Edson, em 1879, ao fabricar a primeira lâmpada de incandescência com filamento de carbono, que substituiu o lampião a gás e permitiu a generalização do uso da eletricidade em todo o mundo, inúmeros desafios têm aparecido. Atualmente, são os relacionados a um presente e futuro mais sustentáveis e a adoção de novos hábitos e práticas. De acordo com Neide Senzi, as premissas básicas para um bom projeto de iluminação são de conciliar a técnica da luz com seu valor estético sem esquecer da minimização de custos com energia elétrica. “O parâmetro de análise de um sistema econômico de iluminação é a relação entre o custo de instalação e o de operação, sendo o custo de instalação o custo inicial de compra de equipamentos (luminárias, lâmpadas e equipamentos auxiliares) e o de operação o custo de reposição desses equipamentos, além do custo mensal de energia”, pontua.
ARQUIVO GERAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Num momento em que o Brasil enfrenta a ameaça da falta de energia e, algumas regiões, de água, que interfere diretamente na geração de energia elétrica no País, todos os esforços são necessários para a racionalização do consumo, da mudança de hábitos ao surgimento de produtos dotados com tecnologias mais eficientes. Estima-se que entre 20% e 25% do consumo de energia elétrica mundial decorre da iluminação. Da capacidade de iluminar cidades e ambientes depende a ampliação e melhoria de fatores como saúde, conforto, qualidade e expectativa de vida das populações de todo o mundo.
NO BRASIL, O SERVIÇO PÚBLICO DE ENERGIA SÓ CHEGOU EM 1883, COM A INAUGURAÇÃO DO SISTEMA EM CAMPOS DOS GOYTACAZES, NO RIO DE JANEIRO, PRIMEIRA CIDADE DA AMÉRICA LATINA A RECEBER ILUMINAÇÃO PÚBLICA ELÉTRICA, ATRAVÉS DE UMA TERMELÉTRICA A VAPOR FORNECENDO ENERGIA PARA 39 LÂMPADAS DE 2000 VELAS CADA
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CAPA | O ANO DA LUZ
A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA LED Os materiais utilizados nas lâmpadas passaram por grandes avanços tecnológicos nos últimos anos para atender à evolução dos produtos. Com o objetivo de criar algo que ajudasse a enxergar no escuro, Thomas Edison jamais imaginaria que sua invenção se tornaria uma aplicação tão versátil. É nessa área que se destaca uma das mais importantes tecnologias criadas nas últimas décadas e objeto de estudos desde então: o LED (Light Emitting Diode), que conta com a mesma tecnologia utilizada nos chips de computadores. Criado em 1963, o LED trará inúmeras novidades e aplicações que beneficiarão o planeta. Isto porque a grande vantagem sobre outras tecnologias de iluminação é o baixo consumo de energia, aliado à eficiência e à durabilidade. “O LED vai crescer mais que outras fontes de luz, no mercado já existem equipamentos pensados para essa tecnologia. Mas o momento é de transição, se os equipamentos eram pequenos, estão menores ainda. No caso do LED, vivemos a primeira evolução quando passou a ser uma luz funcional, agora, na segunda, entra o mais importante que é a normatização dos produtos, com as informações corretas sobre fluxo luminoso, durabilidade e vida útil, que valide a qualidade dos fabricantes para
uma escolha correta e sem surpresas desagradáveis”, acredita Edite Araújo, proprietária da Daluz Iluminação. Sobre a regulamentação das lâmpadas, foi publicado, no último dia 17 de março, duas portarias que passam a disciplinar a fabricação e importação dos produtos. Elas são regulamentadas pelo Inmetro. Uma delas, a 143, trata dos aspectos técnicos da qualidade das lâmpadas de LED e indicadores para a certificação. Já a 144, envolve os fabricantes, importadores e lojistas quanto à comercialização. São obrigados a ter certificação os modelos tubular, pera, dicróica, AR, PAR, refletora, globo, bolinha e cápsula, que passa a valer a partir de 16 de março de 2017.
No caso do LED, vivemos a primeira evolução quando passou a ser uma luz funcional, agora, na segunda, entra o mais importante que é a normatização dos produtos Edite Araújo
Automação: Segundo Adolpho Leimig, proprietário da Light Design+Exporlux Recife, sistemas inteligentes de iluminação podem acentuar os detalhes arquitetônicos de uma sala ou criar um clima especial. Ligando e desligando automaticamente, podem propiciar economia energética, pois a intensidade de luz é regulada conforme a necessidade e as lâmpadas não precisam ficar totalmente acesas como acontece normalmente, com sofisticados sistemas de controle. “Com a automação, você já ganha 10% de economia energética, com o intuito de disponibilizar apenas a quantidade necessária de luz. Aliando a outras tecnologias, como o LED, soma-se muito mais”, explica Adolpho.
LUZ DO SOL Em se tratando de iluminação, as cortinas têm um papel fundamental para o controle de alguns aspectos, desde a preservação de móveis e objetos, que podem se desgastar devido à exposição excessiva à luz solar, passando pela privacidade, conforto para os olhos, economia de energia e melhor rendimento do sistema de refrigeração. Além de reduzir a entrada de raios solares e calor, elas permitem visibilidade exterior, mantendo a privacidade. As cores escuras reduzem o brilho da superfície e o ofuscamento, oferecendo melhor visão exterior e menor conforto térmico porque absorve mais calor. Já as claras aumentam o brilho da superfície, o ofuscamento direto e refletido e também reduzem a visão exterior, conferindo maior conforto térmico, porque tem maior reflexão. De acordo com Fabiana Larocerie, gerente da Uniflex Recife, as opções são tantas que podem atender a todas as necessidades e preferências. “Nossa primeira função é definir a funcionalidade da cortina, para um aproveitamento melhor de luminosidade”, explica.
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COM ABERTURAS DE 1%, 3%, 5% E 10% AS THERMOSCREENS, DA UNIFLEX, PROTEGEM NÃO SÓ AS PESSOAS, MAS TAMBÉM PISOS, MÓVEIS, APARELHOS ELETRÔNICOS E OBRAS DE ARTE
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Quem desenha o espaço é o arquiteto, esse profissional está habilitado a trabalhar com a interferência da luz, com as formas
ESTHER STILLER Referência em arquitetura de iluminação no Brasil, Esther Stiller acumula 48 anos de profissão, com uma experiência invejável com mais de dois mil projetos de iluminação. Sua competência é indiscutível, assim como sua importância na formação do segmento de iluminação no país. A arquiteta paulista começou na profissão, ainda como estagiária, em 1967, no escritório do renomado arquiteto e designer Livio Levi. Em entrevista para a Revista SIM!, Esther falou sobre o avanço na profissão, as novas tecnologias e o mercado de trabalho. Confira!
Revista SIM! | Como foi o início do seu trabalho? Esther Stiller | Tenho 70 anos, 48 de profissão. Muita coisa mudou desde quando comecei a trabalhar, a iluminação tem um enfoque diferente. Sempre quis ser arquiteta, a iluminação entrou na minha vida. Quando comecei a trabalhar com Livio Levi, aprendi muito. Com o seu falecimento, fui procurada para levar adiante seu escritório, e aceitei meu primeiro grande desafio. Livio, que foi pioneiro, fez o trabalho de valorizar a plástica da arquitetura. Percebi a tendência e passei a valorizar também. A prestar atenção às pessoas inseridas no ambiente. Passei a ver que a iluminação em si é mais importante que o design das luminárias. SIM! | O mercado nomeia o profissional que projeta a iluminação de várias maneiras (Luminotécnico, Lighting Designer, Arquiteto, Arquiteto de Iluminação). Como deve ser chamado esse profissional? Esther | A minha definição é simples: quem desenha o espaço é o arquiteto, esse profissional está habilitado a trabalhar com a interferência da luz, com as formas. Com exceção para a iluminação cênica, teatral, acredito que o restante dos projetos tem que ser trabalhados pelos arquitetos. O termo Lighting Designer, que, a grosso modo, significa concepção de iluminação, surgiu nos EUA, quando arquitetos americanos pediram apelo à Broadway para realizar uma parceria técnica com iluminadores cênicos. Vejo essa fusão como uma parceria mesmo, onde o arquiteto pode ter um lighting desig-
ner em sua equipe, mas este não pode tocar o projeto sozinho. Não gosto do termo por conta da vulgarização da profissão, não que não seja correto nem válido. Mas, na minha opinião, quem projeta iluminação é o arquiteto, e gosto de nomeá-la arquitetura de iluminação ou iluminação arquitetônica.
A iluminação tem que passar por quatro aspectos muito importantes: visão, psicologia, técnica e economia SIM! | O que falta no mercado para a formação de um bom arquiteto de iluminação? Esther | Ou a pessoa conhece a técnica sobre iluminação ou vai ficar a mercê dos vendedores de loja, do que é apenas oferecido pelo mercado. A iluminação nos cursos de arquitetura precisa ser melhor trabalhada, dentro da carga horária, apenas um semestre é dedicado à iluminação, e muito superficial. Para que o arquiteto saísse capacitado para realizar um bom projeto de iluminação, seria necessária a discussão mais ampla, mais técnica, sobre fachos luminosos, conjunto de superfícies iluminadas para dar volume, entre outros. A saída são os cursos de curta duração, mas, infelizmente, não existe qualidade nessa formação no Brasil.
SIM! | O trabalho de iluminação deve ser mais objetivo ou subjetivo? Esther | A luz tem que definir os espaços habitáveis, onde você circule por ambientes iluminados. Nós, arquitetos iluminadores, precisamos aprender sobre a expectativa do ser humano e a aplicação da técnica da luz no espaço. A iluminação tem que passar por quatro aspectos muito importantes: visão, psicologia, técnica e economia. O trabalho do arquiteto é sempre subjetivo, é a sua interpretação diante de um problema, e é preciso respeitar as influências que a luz tem sobre o cérebro. Volta a necessidade de capacitação, da valorização do conhecimento, para que o resultado seja esteticamente atraente e que atenda ao usuário psicologicamente e a própria função metabólica. SIM! | A tecnologia LED veio pra ficar? Esther | Até pouco tempo trabalhávamos com lâmpadas com fachos de luz definidos que atendiam a nossa necessidade. Hoje com o LED mudou tudo, resultado ótico do projeto sobre fachos luminosos e a física, como a luz se comporta, as sensações que provoca, benefícios, custo (de consumo e investimento). Há uma infinidade de possibilidades a se criar com essa tecnologia. Que pode ser boa ou ruim, vai depender do grau de aprofundamento técnico de quem vai projetar. Em relação à economia, à responsabilidade dos sistemas, a tendência é evitar desperdício dos bens naturais, esse é nosso compromisso com a sociedade, para garantirmos o futuro. 77
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CAPA | O ANO DA LUZ
NA HORA DE PROJETAR... Para a execução de um bom projeto de iluminação, a função é o primeiro e mais importante parâmetro, que será determinante para a escolha do tipo de luz que o espaço precisa. Nesse contexto, dois aspectos são relevantes: o primeiro garante boa visibilidade, segurança e orientação dentro do ambiente; o segundo, é sobre a utilização da luz como principal instrumento de ambientação, criando efeitos e destacando objetos ou superfícies. A escolha de lâmpadas e luminárias é o item que deve vir após a definição do sistema de iluminação, que é responsável pela distribuição da luz e pela função que ela exercerá no ambiente, como geral, localizada e de tarefa; luz de destaque, efeito, decorativa e modulação de intensidade. Características como temperatura de cor, índice de reprodução de cores (IRC) e tempo de vida, também devem ser levadas em consideração. O IRC, pode chegar a 100%, ele informa o desempenho da lâmpada e o percentual em relação a luz natural, que pode
variar de cor, da mais azulada à avermelhada. A temperatura de cor (medida em Kelvin – K) não está relacionada ao aquecimento da lâmpada e sim à tonalidade da luz que emite. “Quanto maior a temperatura de cor, mais azulada e fria é a luz emitida pela lâmpada, quanto menor, mais amena e quente será”, explica Lúcia Araújo, da Allumé Iluminação, sócia de Claudia Castello. Um bom exemplo de funcionalidade é o apartamento projetado pela arquiteta Ju Nejaim em parceria com a Daluz Iluminação. “Uma iluminação que atenda às expectativas do ambiente de maneira adequada, é o ponto principal. A ideia inicial era tornar o ambiente funcional e, ao mesmo tempo, sofisticado, destacando os objetos e mobiliário, mas que também oferecesse praticidade para o dia a dia”, explica Nejaim, que selecionou as luminárias Duetto para compor o living. “É uma peça versátil e moderna, oferecendo duas funções, com uma luz geral e duas pontuais. Além de ser bonita, não pesa no ambiente e ilumina na medida certa. Para a iluminação periférica,
A ideia inicial era tornar o ambiente funcional e, ao mesmo tempo, sofisticado, destacando os objetos e mobiliário Ju Nejaim
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optei pelas minidicróicas, que destacam obras, objetos e até os detalhes na parede. Finalizei o corredor com o charme imposto pela arandela de parede Flip, que tem um papel decorativo e causa um efeito bonito”, comenta a arquiteta. A iluminação artificial tende a imitar a luz natural, pois o nosso ciclo vital está intimamente ligado à luz do sol. Quanto mais próximo a luz artificial for da natural, melhor o ser humano se sentirá em ambientes fechados. Trazer um pouco da natureza para dentro do ambiente, com a luz mais amarelada, mais confortável, foi o ponto de partida do projeto do escritório M.Rubem Advogados Associados, no bairro de Boa Viagem, no Recife-PE.
Também em parceria com a Daluz Iluminação, o arquiteto Fabio Morim, conseguiu deixar o ambiente mais clean e harmônico, onde a luz é o grande foco do projeto e a luminária é um detalhe. “A intenção, ao optar por uma luminária de parede, foi criar um ambiente com menos informações, onde a iluminação não parte do teto, sem rasgos no gesso. Nesse caso, o teto funciona como rebatedor de luz, o que não gera sombras e não atrapalha o trabalho de quem vai utilizar o ambiente”, comenta Fábio. Ele utilizou lâmpadas fluorescentes de alto padrão, dividindo a iluminação da sala em dois níveis, o primeiro da luz geral, e o segundo é a iluminação direcionada, pontual, que corrige a cor e dá mais brilho.
Quanto maior a temperatura de cor, mais azulada e fria é a luz, quanto menor, mais amena e quente será Claudia Castello CLAUDIA CASTELLO E LÚCIA ARAÚJO, SÓCIAS NA LOJA ALLUMÉ ILUMINAÇÃO
O teto funciona como rebatedor de luz, o que não gera sombras e não atrapalha o trabalho de quem vai utilizar o ambiente Fabio Morim Ju Nejaim (81) 3036.6986 Fábio Morim www.fabiomorim.com.br | (81) 3326.0682 79
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CAPA | O ANO DA LUZ | MANECO QUINDERÉ
REALCE E CONFORTO Projeto alia a tecnologia com funcionalidade FOTOS: LUCAS OLIVEIRA ARQUIVO PESSOAL
Com um design moderno e inovador, e projeto desenvolvido pelo escritório Farias e Denton Arquitetura e Design e Maneco Quinderé e Associados Iluminação, a unidade da Bodytech Company Shopping Recife, no bairro de Boa Viagem, possui 2.500 m² de área. A academia investe num conceito de sustentabilidade, onde todos os ambientes foram projetados para receber o máximo de iluminação natural, utilizam também iluminação com tecnologia LED, além de serem totalmente integrados. “Temos uma preocupação com um design mais limpo e uma certa sobriedade na
escolha dos materiais para que algumas áreas mais importantes sobressaiam”, explica Antônio Juarez Farias Junior, arquiteto que assina o projeto junto com Ana Lila Denton, que trabalhou em parceria com Maneco Quinderé no projeto de iluminação da academia. A característica mais marcante do projeto arquitetônico é a fachada, uma releitura de alguns edifícios de Brasília, desenvolvida para a unidade da capital federal e replicada para algumas unidades do grupo, que recebem, durante o dia, toda a incidência solar necessária para iluminar vários ambientes.
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CAPA | O ANO DA LUZ | MANECO QUINDERÉ
A iluminação toda executada com tecnologia LED conseguiu imprimir em cada espaço da academia o clima do ambiente. A sala direcionada para atividades de yoga e alongamento oferecem uma iluminação mais amarelada, trazendo mais conforto e um maior relaxamento. As duas destinadas a prática de running e de indoor cycle, exprimem uma atmosfera mais high tech, com iluminação realçando os materiais utilizados, com formas geométricas e elevações de piso. Além do parque aquático com duas piscinas, uma semiolímpica e outra para bebês, onde a iluminação natural e a artificial estão em harmonia. “Gosto muito de fazer projetos a quatro mãos, de trabalhar em parceria com a arquitetura, pois conseguimos trazer o melhor para o cliente. Em que procuro oferecer uma relação entre a iluminação e a percepção humana, trazendo conforto visual. A escolha do LED além de proporcionar isso, traz maior economia para o espaço”, comenta o iluminador e designer de luminárias Maneco Quinderé.
Maneco Quinderé e Associados Iluminação www.manecoquindere.com.br | (21) 2579.6683
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Farias & Denton Arquitetura e Designer www.fariasedenton.com.br | (21) 2513.5228
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Procuro oferecer uma relação entre a iluminação e a percepção humana, trazendo conforto visual
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CAPA | O ANO DA LUZ | NEIDE SENZI
LUZ CÊNICA
Projeto-piloto traz modernidade e a tecnologia para loja da TIM em Curitiba FOTOS: DIVULGAÇÃO
Desde a iluminação da fachada elíptica até os detalhes dos interiores da GSM/TIM, a arquiteta Neide Senzi, do escritório Senzi Lighting, criou sistemas personalizados, integrados à arquitetura, que transformam lâmpadas e equipamentos usuais, de baixo custo de implantação, em sofisticados efeitos cênicos. Colorido, dinamismo e eficiência técnica constituem os diferenciais do projeto. O edifício, situado em Curitiba, possui fachada dupla revestida por vidro transparente e abriga em toda a extensão painéis com imagens institucionais. A distribuição dos pontos de luz visou eliminar regiões sombreadas, preocupação que se repete em outros ambientes da loja. Já a transição para o espaço interno é feita pelo estreitamento da passagem e pela ambiência escura do hall de entrada, onde se destaca o circuito de LEDs azuis embutidos no piso.
Com criatividade podemos contornar a tecnologia deficitária brasileira e os altos custos dos importados
“No mesmo sentido, todo o fechamento perimetral da loja é revestido na cor preta, o que desloca a percepção do usuário para a série de cenários coloridos da luminotécnica, criados em correspondência com a setorização da arquitetura em três ambientes principais”, explica a arquiteta. O destaque do projeto é o auditório de estrutura metálica e fechamento em painéis curvos de acrílico transparente. Nele, a luminotécnica adota o sistema RGB (sigla em inglês para Vermelho, Verde e Azul) e o princípio da homogeneidade da iluminação, o “efeito pintura”, que originou o desenho. Iluminar os montantes metálicos, as bordas do acrílico ou utilizar LEDs eram procedimentos inviáveis, por critérios de dimensionamento e custo. “Com criatividade podemos contornar a tecnologia deficitária brasileira e os altos custos dos importados”, comenta Senzi.
Senzi Lighting www.senzilighting.com.br (11) 5054.0297
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CAPA | O ANO DA LUZ | BEATRIZ ESTEVES & CLÁUDIA TORRES
CAMINHO ILUMINADO A luz como sinalização é o grande diferencial desse projeto FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
O conjunto arquitetônico, composto por três torres, no bairro do Pina, Recife-PE, deveria se destacar no contexto urbano, através de uma iluminação equilibrada e ao mesmo tempo de grande impacto visual, que criasse um percurso seguro com uma boa orientação visual. A iluminação do Empresarial RioMar Trade Center é do escritório Via Arquitetura Iluminação, de Beatriz Esteves e Cláudia Torres, e foi erguido ao lado de uma passarela que liga o Shopping RioMar ao ponto de ônibus, local de grande circulação de pessoas. “O projeto inclui área interna, fachadas, marquise, além da integração com o shopping. O que criamos foi uma sinergia entre arquitetura e urbanismo e a contemporaneidade da construção. A solução com a luz foi deixá-la mais leve, como numa praça”, explica Beatriz Esteves. Para isso, todo o passeio foi iluminado com postes APE, com quatro metros de altura, e balizadores Dueto, com um metro, em aço inox e vidro jateado, ambos da Light Design + Exporlux. Os primeiros são luminárias em formato de totem de luz, com grande apelo estético, mas, ao mesmo tempo, com qualidade funcional necessária para o projeto. Os balizadores, com lâmpadas fluorescentes, têm dupla função: iluminar a calçada e o jardim. “Além dos postes e balizadores que formam um caminho de luz, outros elementos arquitetônicos foram valorizados através da iluminação: os bancos foram ressaltados com fitas de LED na sua base, e a marquise do acesso principal recebeu iluminação do tipo up-light, formando um pórtico de luz”, explica Cláudia Torres.
A solução com a luz foi deixá-la mais leve, como numa praça
Via Arquitetura Iluminação (81) 3032.2826 86
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CAPA | O ANO DA LUZ | DIEGO FERRAZ
NA MEDIDA CERTA Projeto se apropia da iluminação natural, além de destacar objetos e obras de arte FOTOS: ELVIO LUIZ
Charme, sofisticação e beleza imprimem o projeto do apartamento de uma família que adora receber amigos e familiares. Pela localização, à beira mar de Jaboatão dos Guararapes – PE, os ambientes são favorecidos com a entrada de muita luz natural, o que valoriza a escolha da paleta. Já a iluminação artificial destaca as obras de arte, o mobiliário e objetos. “O projeto de luminotécnico prioriza e destaca tudo o que é considerado importante pelos moradores. Em parceria com a Daluz Iluminação, escolhemos pontos de luz adequados, misturando importantes elementos com luz indireta, luz focal e generosos rasgos iluminados nas paredes, proporcionado pela luminária Top Box, feita sob medida, além de um pendente robusto na mesa de jantar”, comenta o arquiteto Diego Ferraz. Para valorizar a luz ambiente, Diego optou pelas cores claras, com o amarelo destacado em algumas peças do mobiliário, fazendo contraponto com a madeira, deixando o apartamento, de 500m², com um ar mais aconchegante.
Escolhemos pontos de luz adequados, misturando importantes elementos com luz indireta, luz focal e generosos rasgos iluminados nas paredes
Diego Ferraz Arquiteto www.diegoferraz.com.br (81) 3465.6944 88
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CAPA | O ANO DA LUZ | MÁRCIA CHAMIXAES
TOQUE DE SOFISTICAÇÃO A iluminação imprime aconchego e personalidade ao ambiente FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Robusto e personalizado, o projeto de iluminação desse apartamento de 330 m2, localizado na Zona Sul do Recife-PE, assinado pela arquiteta e light designer Márcia Chamixaes, imprime um ar intimista à ampla sala. Apreciadores de obras de arte contemporânea e objetos de design assinados, os proprietários consideram a iluminação item fundamental no projeto de ambientação, assinado pela arquiteta Luciana Pimentel. “Devido as limitações do pé direito do espaço, a solicitação dos clientes e da arquiteta de interiores foi pensar na iluminação com a menor interferência no forro”, explica Chamixaes. A proposta para as salas partiu de um detalhe linear no gesso, que percorre quase todo o espaço e disponibiliza luz indireta e difusa obtida com a instalação de fitas de LED de cor morna e confortável para o uso do ambiente.
DIVULGAÇÃO
O detalhe linear no gesso foi o ponto de partida do projeto e disponibiliza luz indireta e difusa, de cor morna e confortável
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CAPA | O ANO DA LUZ | MÁRCIA CHAMIXAES
Para deixar o ambiente ainda mais agradável, luminárias tipo tocheiro com cúpula, da Artemide, compõe o ambiente de estar. Um pendente, da mesma marca cria um ponto de interesse para a sala de jantar. “No home theater, optamos por não usar pontos de luz no teto para valorizar o plano vertical da estante. Este partido de iluminação torna o ambiente bastante aconchegante”, comenta Márcia. Toda iluminação do apartamento é controlada por sistema de automação, permitindo a mudança dos cenários.
Iluminação é um item fundamental no projeto de ambientação. Usada de maneira correta, oferece conforto e agradabilidade ao ambiente
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CAPA | O ANO DA LUZ | MÁRCIA CHAMIXAES
O charme da iluminação fica por conta das luminárias decorativas do hall. Os pássaros, criados por Ingo Maurer, dão o tom do que a pessoa encontrará ao passar pela porta. As telas e objetos foram valorizados por pontos mais focados em luminárias integradas, com lâmpadas MR16 LED.
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Márcia Chamixaes mchamixaes@yahoo.com.br | (81) 9648.1158
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LUCAS OLIVEIRA
CAPA | O ANO DA LUZ
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NO SITE WWW.REVISTASIM.COM.BR Confira o projeto de iluminação arquiteta Neide Senzi para o Museu Pelé, em Santos-SP, no site Mais sobre as técnicas de iluminação decorativa O projeto luminotécnico do escritório PMZ Arquitetura, de Lorena Pontual, Elza Mendonça e Giuliana Zirpoli. Uma seleção do que há de novo no mercado de iluminação
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PORTFÓLIO FOTOS: DIVULGAÇÃO FOTO DE ZEZINHO E TURÍBIO: LUCAS OLIVEIRA TEXTO: EDI SOUZA
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Há sete anos, dois grandes nomes da Arquitetura firmavam a sociedade que originou o escritório Santos & Santos. Trata-se da parceria entre Zezinho e Turíbio, que desde o primeiro trabalho juntos movimentam o mercado da Arquitetura na sua mais variada atuação. Além da emblemática concepção de interiores, já bem conhecida pelo público final, existe a versatilidade do traço que contempla design, ambientação, cenografia e estruturação dos espaços, executada por uma verdadeira brigada de 32 colaboradores gerais, sendo 14 arquitetos.
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Para essa equipe a premissa básica é a de “seriedade e respeito ao cliente, à Arquitetura e à cidade, sem deixar de lado o fator criativo, porque aqui não há nada proibido”, resume Turíbio ao lembrar que nenhum projeto é parecido com o outro, por valorizar o modo de vida de quem está ali. Dessa forma, o grupo alcança um portfólio versátil, com produções que podem estar no interior do Estado ou na mais rica capital do mundo. “Não importa, teremos sempre o mesmo olhar. Mas se você me perguntar o que mais gostamos de fazer, direi que é mexer na planta e, assim, mudar a vida das pessoas”, completa Zezinho. Essa transformação em torno da rotina acompanha o perfil das novas construções, com ambientes cada vez menores, exigindo soluções práticas, rápidas e funcionais. “O tamanho dos apartamentos tem relação direta com a tecnologia. A primeira coisa que foi reduzida foi a televisão, que deixou de ser um tubo de imagem para se tornar algo estreito. Então, você já ganha 60 cm de profundidade. Isso, claro, sem falar no desejo de todo mundo querer morar no mesmo lugar, por uma série de motivos, originando as edificações altas e compactas”, comenta Turíbio, que faz questão de observar o desenvolvimento e suas consequências para a cidade do Recife, mais especificamente o bairro de Boa Viagem. Sobre o contexto urbanístico, o escritório defende o que acrescenta à coletividade, reforçando o debate sobre o que seria um “bom projeto”. “Temos uma arquitetura de ponta e, em alguns casos, relativamente correta. Em compensação, lidamos com uma cidade que perdeu a oportunidade de ser um marco arquitetônico”, destaca Turíbio. Sobre o que de fato seria referência para a dupla, Zezinho resume: “Aquilo que é bom e bem executado. Não o que precisa de explicações, pois não há justificativas para a criação. A arquitetura não se limita, existe para lhe seduzir ou não”.
Não importa, teremos sempre o mesmo olhar. Mas se você me perguntar o que mais gostamos de fazer, direi que é mexer na planta e, assim, mudar a vida das pessoas Zezinho Santos
RAIO X Formação: Turíbio – Arquitetura e Urbanismo na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Zezinho – Arquitetura e Urbanismo e Administração na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco)
Anos dedicados à Arquitetura: Turíbio - 26 anos Zezinho - 21 anos
Suas referências na Arquitetura: Turíbio – a boa Arquitetura..... Zezinho – Cole Porter (é o que inspira....)
+ www.revistasim.com.br NO SITE DA SIM! VOCÊ CONFERE MAIS TRÊS PROJETOS COMERCIAIS DO ESCRITÓRIO SANTOS&SANTOS
Santos & Santos Arquitetura www.santosesantosarquitetura.com.br (81) 3081.5900 98
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Edifício Central Park O escritório também segue a linha de projetos em parceria com construtoras. Um deles é o prédio residencial que está sendo erguido na zona norte, pela Rio Ave, onde há apartamentos com cerca de 300 m2, sendo um por andar, já apresentados em uma planta diferenciada. “Por idealizarmos a forma como o edifício será utilizado, traçamos uma estrutura na qual tudo funciona dentro da residência, com boa circulação e otimização criteriosa do espaço. E isso, demonstrado já na forma decorada”, explica Turíbio ao apontar para salas amplas, varanda gourmet, quartos sociais e de hóspedes. Neste caso, serão 16 unidades numa única torre. As áreas de alguns cômodos são divididas de tal forma que não há comunicação com os demais, como por exemplo, as suítes dos moradores e a de hóspede, garantindo privacidade no uso. “Fora isso, é importante pensar na apresentação, com um hall de entrada confortável e uma área de lazer que atenda a rotina dos moradores”, completa. 99
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Casa de Campo
Imagine uma espaçosa casa na serra projetada para trazer aconchego e leveza a um casal com seus dois filhos. Pois essa foi a intenção do escritório ao deixar a paisagem do interior pernambucano entrar de vez na estrutura de 920 m2 marcada por sua forma limpa e convidativa. O térreo reúne salas de estar, living e jantar, além de um generoso pátio com piscina, amplo terraço e cozinha gourmet. Por lá, ainda há dois quartos de hóspedes, a copa e a cozinha. No primeiro pavimento, quatro suítes, além do estar da família e da sala de áudio e vídeo. O projeto utiliza cerâmica, porcelanato, madeira, pintura, vidro e pedra natural. A paginação dos materiais, as esquadrias, a luminotécnica e todo o detalhamento são assinados pela equipe do escritório. As esquadrias pivotantes da sala de estar e living chamam atenção, alcançando todo o pé-direito do ambiente. Já no terraço, as portas são totalmente retráteis, permitindo a integração com a área da piscina.
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Apartamento sob medida Para tornar descolada a moradia de um jovem casal, o escritório apostou em elementos de cor e design por todo o apartamento. A área social foi ampliada, absorvendo a metragem de uma das quatro suítes originais, revelando que é possível adaptar a planta à necessidade atual. A parte luminotécnica, o acabamento em forro de gesso e a automação também incrementam o projeto, com todos os detalhes personalizados pela equipe Santos & Santos. O porcelanato bege no piso da sala e das suítes foi o único material preservado. “Destacamos o bom uso das peças, mostrando que nem tudo deve ser levado à sério ou ser muito certinho. Um exemplo disso são as cadeiras da mesa de jantar em formatos e cores diferentes”, concordam os arquitetos. Já a cozinha ganha acabamento em porcelanato da Porto Design e parede em pastilhas de aço inox. “Uma curiosidade foi a grande sintonia com os clientes, pois houve a questão de identidade. Prova disso é a parede de madeira que surgiu como proposta deles, vista em outras interferências nossas, e adoramos”, comenta Turíbio.
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Arte e design A ambientação deste apartamento na Av. Boa Viagem foi pensada para atender a nova rotina do casal de moradores, que reside em São Paulo. A planta inicial possuia quatro quartos, mas apenas três permanecem por meio de duas suítes e um espaço para hóspedes. Para Zezinho e Turíbio, esse é um trabalho refinado, que valoriza as boas obras de arte mantidas em acervo. O hall de entrada, por exemplo, apresenta espelho de murano, cortina e obra de Marcelo Silveira, adiantando que este é um lugar de estilo e personalidade. “A sala tem fotos da família, peças de design e de arte popular. Ou seja, une o antigo ao moderno”, complementam os arquitetos. Para não perder a vista pro mar, por conta da área social estreita, o escritório aplicou espelhos em frente ao sofá, refletindo toda a paisagem da praia. A poltrona branca desenhada pelos irmãos Bouroullec faz ar de escultura em meio a obras de Mestre Valentino e Zé Patrício. “Tínhamos uma belíssima coleção em mãos e catalogamos tudo isso, num projeto muito bem acolhido pelos clientes”, afirma Turíbio.
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Santices Poucos lugares comerciais no Recife são tão descolados como essa loja dentro da Dona Santa | Santo Homem. A grife de roupas queria atingir um consumidor diferente do que já circulava por lá, oferecendo uma arquitetura ligada ao conceito pop/antenado. “Fizemos um trabalho mais ligado à arquitetura de interiores do que à decoração, porque queríamos essa mistura em que nada está conectado, mas seguindo uma mesma linguagem”, diz Turíbio. Esse mix inclui peças dos anos 1960 e 1970, dividindo espaço com produtos mais atuais. “Não existe limites aqui, nem mesmo a cor, que é bem eclética. A composição foi feita com itens de plástico comprados no centro da cidade, tecidos floridos e adesivos que, quando bem agrupados, ganham ritmo e estilo”, defende. A mescla de elementos de design vintage e objetos garimpados em brechós são bem representados através de cadeiras antigas, couro de vaca, espelhos e muito mais. O arremate fica por conta da intervenção de Nando Zevê, que soube inserir a arte de rua ao contexto de moda do lugar.
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Missy Maison O município de Sousa, no interior da Paraíba, ganhou uma estrutura comercial que dialoga com as tendências mundiais. A loja, instalada em um prédio que já existia, recebeu as características da marca de roupa infantil, apresentadas de maneira lúdica, sem ser convencional. A grande prova está na imponente árvore de madeira, desenhada pelo escritório e executada por um marceneiro local, rementendo a toda poesia que envolve o Sertão e a memória das pedras portuguesas. “Saímos do básico para algo não esperado, agrupando as necessidades comerciais com a brincadeira da cenografia”, falam os arquitetos. O lado romântico presente no estilo dos produtos casa perfeitamente à ousadia da ambientação, como se vê nos dois círculos que revelam copa e provador. A cor lilás aparece em diferentes tons e composições, seja adesivada ao forro ou mesmo na parede. “Também gostamos da parte luminotécnica, porque a luz natural pode ser bem aproveitada durante o dia, enquanto à noite usa-se o LED disposto nos rasgos do teto ou aproveitamos o charmoso lustre do salão”, finaliza Turíbio.
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Cenografia
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A arquitetura do Instituto Ricardo Brennand forma o contexto perfeito para uma cenografia de casamento pensada com arte, flores e peças de antiguidade. A composição com margaridas e orquídeas-coral realçam a passarela para a capela de Nossa Senhora das Graças, num sofisticado contraste com tijolos aparentes, vitrais e peças antigas. “Atuar com cenografia é bom para o escritório, pois envolve uma série de fatores práticos e logísticos pensados para algo que dura um dia. É mesmo um exercício de criatividade onde é necessário compreender cada espaço”, falam os arquitetos. Neste caso, a sala de entrada abriga o bolo de casamento e os doces. O piso ladrilhado em preto e branco é a única parte visível da estrutura do Instituto. Das paredes ao teto, toda sala é revestida por um degradê de orquídeas e margaridas, indo do coral ao laranja, amarelo e branco. A equipe ainda desenhou as mesas para bolo e doces utilizando chapas de ACM dourado como acabamento.
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PROJETO ALEXANA VILAR
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COLEÇÃO À MOSTRA O projeto tem como destaque a paixão do proprietário
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FOTOS: EUDES SANTANA
Uma grande reforma estrutural, com o objetivo de oferecer um ar descontraído e informal, garantindo lugar de destaque às coleções do proprietário, foi promovida nesse apartamento de 145 m². Segundo a arquiteta Alexana Vilar, o principal desafio foi integrar o acervo de discos de vinil, CDs, DVDs e livros à decoração e compartilhar o hobby com a família e os amigos. Por este motivo, a área social do apartamento gira em torno das peças. Com a necessidade de espaço, um dos quatro quartos foi incorporado à área social, que recebeu uma estante para acomodar os discos. Ambientes claros, inundados de luz natural e cores que oferecem uma atmosfera apropriada ao encontro de amigos. “A paleta é explorada a partir da base neutra, com o branco presente na estante, valorizando o colorido das capas dos CDs”, explica Alexana.
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PROJETO ALEXANA VILAR
Os tons vivos também predominam no móvel de apoio da mesa de jantar, criado pela arquiteta, e na mesa lateral, da Living Interiores. Os revestimentos das cadeiras fazem o contraponto, com a adoção de cores quentes, como o vermelho, que conversam com a base em laca da mesa W, que harmonizam com o cinza escolhido para os sofás, também da Living. O destaque do mobiliário fica por conta das poltronas revestidas com um maxi “pied de poule”, da Matiz tecidos, que interage com as telas multicoloridas de artistas plásticos, como Romero Andrade Lima, Zé Som, Zé Paulo e Paulo Meira. Os tapetes conferem conforto e fazem uma marcação do home e do estar, ambos da A Carneiro Home. Já as cortinas, para vestir e proteger dos raios solares, são roll-on brancas com tela solar, da Real Cortinas. O projeto de iluminação foi conduzido pela Daluz, que valoriza os elementos mais atraentes do apê. Dentro desse contexto, entram alguns elementos com valor emocional para a família, que a arquiteta incorporou ao projeto: a cristaleira antiga, as cadeiras e a mesa da varanda, herança da avó materna. Além do baú, que data do período colonial, e da tela com uma cena do filme de Carlito, pintada pela mãe do proprietário. “Também levei em consideração o uso de materiais de alta resistência e de fácil manutenção, uma vez que a dona da casa acumula muitas atividades profissionais. Para isso, foram utilizados porcelanato de grande formato no piso das áreas sociais, vidros, espelhos, laminados texturizados e laca”, acrescenta a arquiteta. Alexana Vilar www.alexanavilar.com.br | alexanavilar@gmail.com (81) 3031.0662 | 9225.0704 114
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PROJETO DAVID BASTOS
CONFORTO URBANO FOTOS: TUCA REINES
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Esse é um projeto que pode ser facilmente aplicado em qualquer lugar do mundo
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Madeira e peças de design dão o toque de personalidade ao projeto
Embora o arquiteto David Bastos esteja sempre ligado a projetos cercados por grama, grandes terrenos e amplas varandas, ele não deixa de ousar quando o assunto é ambientação com cara de morada urbana. Prova disso é o trabalho de interiores deste apartamento de 300 m2, localizado na Vila Nova Conceição, em São Paulo, onde mora um casal com duas filhas. O objetivo foi amenizar o agito da cidade, trazendo o aconchego fornecido pela madeira nos seus mais variados formatos. O maior exemplo está no living, que abriga a estante de madeira freijó, desenhada pelo escritório e executada por marceneiro. Ela abriga livros e objetos de acervo pessoal dos moradores, seguindo a linguagem elegante de traços finos proposto na decoração. “O móvel atende a necessidade dos clientes de dispor o material que eles mais gostam, sem falar que ainda foi possível incluir uma lareira e valorizar esse aspecto de conforto dentro de casa”, comenta David. Para seguir a uniformidade em cor e estilo, as paredes também foram revestidas em madeira. Dessa forma, há uma junção completa entre os espaços de estar e varanda, que foram integrados para dar amplitude e fazer deste lugar uma grande área de convívio em família. “É claro que também era preciso ser funcional, por isso o sofá atendendo os dois lados da sala, um para a TV e outro para o setor da estante, em que se pode contemplar e passar horas conversando”, diz o arquiteto.
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O m贸vel atende a necessidade dos clientes de dispor o material que eles mais gostam, sem falar que ainda foi poss铆vel incluir uma lareira e valorizar esse aspecto de conforto dentro de casa
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PROJETO DAVID BASTOS
O complemento fica por conta de itens do mobiliário, como peças italianas da Casual Móveis e sofá e pasticcas Living Divani — este último com assento modular que caracteriza uma elegância despreocupada por seus elementos esféricos. Isso sem falar nas cadeiras Etel, nas poltronas da De Padova e nas cortinas Uniflex. A iluminação da La Lampe, com trilho e luminárias direcionadas, também faz sua contribuição em ser pontual e geral, de acordo com a necessidade do momento. “Esse é um projeto que pode ser facilmente aplicado em qualquer lugar do mundo. Ele não é uma tradução da cidade de São Paulo, é sim do que pode ser uma boa morada dentro de uma megalópole”, defende. A suíte master tem 29 m2 e nem por isso deixou de ser tão bem valorizada quanto os cômodos maiores. Razão para ganhar o reforço dos espelhos, garantindo amplitude e a sobriedade de tons que imitam a madeira. Tudo organizado junto as peças que estavam guardadas pelo casal. “O resultado foi a total satisfação da família, que aguardou o período de execução de oito meses, que justificou a riqueza de detalhes do trabalho”, arremata David.
David Bastos Arquitetura www.davidbastos.com (71) 3319.5355 | (11) 3088.5500
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PROJETO
A NOVA ONDA DOS
ESCRITÓRIOS
Já se foi o tempo em que o planejamento de interiores para escritórios envolvia o uso de cores neutras e móveis tradicionais, como reflexo de ambientes sérios e até mesmo sisudos. Hoje as empresas investem na mistura de cores para inserir na sua estrutura um ar mais leve e descontraído, expressando versatilidade e ainda estimulando pessoas. A troca do mobiliário convencional por outro moderno também representa a forte ligação com as tendências, revelando combinações ousadas e contemporâneas.
DIVULGAÇÃO
LUCAS OLIVEIRA
Motivo de sobra para a Revista SIM! ir em busca dos modelos que estão mudando o ambiente de trabalho, a exemplo dos quatro projetos apresentados nas páginas a seguir. Dois deles realizados pela equipe de Diogo Viana, no Recife/PE, que abusa na mistura de cores, sem deixar de lado a funcionalidade do espaço. Isso sem falar nas duas outras opções assinadas pela Tetu Arquitetura, em Fortaleza/CE, que mescla formas e materiais irreverentes em produções cada vez mais cosmopolitas.
Diogo Viana Arquitetos www.diogoviana.com.br (81) 3325. 3253
Tetu Arquitetura www.tetuarquitetura.com (85) 3023.9300
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PROJETO ESCRITÓRIOS | DIOGO VIANA
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Em um espaço de 180 m², o arquiteto Diogo Viana apostou no contraste de móveis neutros e um carpete colorido, imprimindo ar descontraído. Tudo bastante inovador, combinando perfeitamente com a proposta de trabalho de uma empresa de promoções e eventos do Recife. “O conceito utilizado foi o open space, muito aplicado em outros países. Trata-se da criação de um ambiente sem divisórias, incentivando o trabalho em equipe e aumentando a produtividade”, explica o arquiteto. Neste projeto, ele ainda utilizou o modelo da arquitetura industrial, que busca a elaboração de espaços versáteis, aliados ao conforto das áreas que transmitam segurança na execução das atividades. “Essa ideia é facilmente identificada no teto, nas paredes rústicas e na sala de reunião onde uma grande luminária faz referência as que eram utilizadas nas fábricas de antigamente”, comenta Diogo Viana. Por falar em iluminação, ela é toda em Led e foi executada pela Daluz. Essa parte do projeto seguiu as normas de segurança do trabalho, que preza por um conjunto de luz que, ao ser instalado de forma correta, evita ofuscamento, sombras e contrastes excessivos.
O conceito utilizado foi o open space, muito aplicado em outros países. Trata-se da criação de um ambiente sem divisórias, incentivando o trabalho em equipe e aumentando a produtividade
Outro destaque é o revestimento utilizado nas paredes de tijolos naturais, comprados em olarias. As cortinas têm filtro solar e são da Hunter Douglas, vendidas pela Habitare. Ainda assim, é no piso que está o ponto alto dessa ambientação, com sua padronagem de cores que aposta no roxo e faz referência à marca da agência. O carpete, da marca americana Interface, insere ar descontraído e, ao mesmo tempo, inovador ao estilo empregado. Já o mobiliário é todo feito com o cabeamento embutido, sendo desenvolvido pela Tecnoflex, do grupo Notable.
LIBERDADE Diogo Viana
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PROJETO ESCRITÓRIOS | DIOGO VIANA
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Os profissionais de uma empresa de tecnologia do Recife ganharam um estímulo a mais na hora de criar softwares para hospitais. É que na intervenção descolada do arquiteto Diogo Viana, a pequena sala com capacidade para quase 30 pessoas oferece um mix de cores entre amarelo, azul e branco. Da área de trabalho à sala de reunião, tudo foi pensado para dar um ar mais leve, facilitando o processo criativo dos funcionários. “A proposta foi criar um clima mais jovem. E conseguimos! A ilustração nas paredes faz parte desse conceito, pois é exclusiva e feita pelos designers do Estúdio Madri, de Recife. Ela foi definida a partir do tema de trabalho dessa equipe. Já o papel de parede, imitando o tijolo aparente, busca conforto visual e aconchego. De modo geral, o desafio maior foi ajustar a área
de circulação para a quantidade de pessoas, obtendo resultado satisfatório”, completa Diogo. Os assentos das cadeiras são todos coloridos, assim como os painéis divisores de acrílico. O mobiliário é de padrão corporativo, da Tecnoflex (grupo Notable). O ambiente mais sóbrio é a sala de reunião, onde a cor branca se mistura com a parede preta, traduzindo a seriedade nos momentos de briefing. Por fora, todo lado esquerdo é formado por um whiteboard, ou seja, uma grande lousa que será utilizada para os registros do grupo. Por fim, a parte de móveis soltos foi fornecida pela Itálica Casa. A iluminação foge do padrão, sendo muito branca e comercial, utilizada para valorizar as cores e as reproduzir da maneira correta.
COLORIR A proposta foi criar um clima mais jovem. E conseguimos! Diogo Viana
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PROJETO ESCRITÓRIOS | TETU ARQUITETURA
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FOTOS: VICTOR ELEUTERIO
O projeto da Tetu para uma agência de publicidade de Fortaleza/ CE aposta na atmosfera jovem que estimula o convívio e a interação. “Em 100 m², unificamos vários ambientes com auxílio de reforços estruturais. Criamos uma grande sala técnica com capacidade para 35 estações de trabalho. Com exceção dos banheiros e a sala de reunião, que exigem um ambiente mais reservado, todo o resto se conecta”, explica Valter Costa Lima, da Tetu. O projeto de iluminação foge do padrão tradicional encontrando na irregularidade das formas o seu diferencial. “Toda essa descontinuidade não implica em desfavorecimento da luz, que supre a necessidade que um ambiente de trabalho exige”, explica Valter. Já a copa, é reversível e pode ser integrada à sala técnica. O teto foi pintado em azul e prolongado até a sala técnica, o que reforça a ideia de conexão. As modernas cadeiras da copa são da Desconexo Design. A sala de reunião é ampla com pintura marmorato nas paredes e piso laminado, conferindo ao ambiente modernidade e sofisticação. O lavabo possui dois materiais em destaque: cimento e madeira. “Projetamos uma pia de concreto, em que a semelhança visual de sua superfície com a aparência das paredes dá ideia de material único que se junta ainda ao piso de cimento queimado com borda de madeira maciça. A iluminação natural é reforçada com a luz das arandelas ao lado do espelho de moldura barroca”, ressalta Valter, que destaca também que quase todo mobiliário tem assinatura da Tetu Arquitetura.
CONEXÃO Em 100 m², unificamos vários ambientes com auxílio de reforços estruturais Valter Costa
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LEVEZA PROJETO ESCRITÓRIOS | TETU ARQUITETURA
O desafio, então, foi inserir nossa linguagem Valter Costa
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FOTOS: GABRIEL BESSA
Na expansão da sede de um escritório de advocacia de Fortaleza/CE, a Tetu fugiu do padrão da formalidade e imprimiu no seu projeto um clima levemente despojado na concepção de uma nova recepção, sala para um advogado e uma nova sala de reunião. “O desafio, então, foi inserir nossa linguagem sem ter que seguir a mesma linha de raciocínio do projeto anterior, fazendo com que existisse harmonia entre as duas etapas do escritório”, explica Valter Costa Lima ao descrever o lugar de apenas 40 m². Para a sala de reunião, a Tetu criou toda parte de marcenaria. O ambiente possui integração com a área da diretoria por intermédio de uma grande porta de correr. “Tomamos cuidado para ressaltar locais específicos como o acesso à sala de reunião”, ressalta Valter. Na ante-sala, a combinação de cores e texturas com o sofá e o tapete conferem suavidade ao espaço, que ainda ostenta uma obra de Burle Marx. Para o piso de toda a nova estrutura, optou pelo uso de laminado sóbrio. Na sala do advogado, as paredes cinzas harmonizaram com o papel de parede aplicado na parte superior próximo ao teto. A recepção foi marcada pelo estilo coordenado de materiais. Em seu centro, um usou balcão de atendimento em mármore travertino e bancada em MDF que combinam com o amadeirado da estrutura em madeira e a fórmica da porta principal.
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DELÍCIAS NA CAPITAL PARAIBANA | BLUE RESTAURANTE
DAS PASSARELAS ÀS CAÇAROLAS A chef Luby Baltar prepara pratos unindo as influências americana e nordestina FOTOS: MARCO PIMENTEL TEXTO: ERIKA VALENÇA
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É uma mistura inusitada, mais precisamente entre Cajazeiras e Estados Unidos que a chef Luby Baltar busca inspiração para elaborar suas criações no Blue Restaurante, em João Pessoa. Ex-modelo da Elite models por 11 anos e apaixonada por moda, viajou o mundo, conheceu sabores e criou uma gastronomia autoral que une estilo, muita personalidade e sabor. “Sempre encarei o trabalho de modelo como um emprego e não como uma carreira. Ao decidir voltar para o Brasil, vi que era necessário trazer um diferencial, então estudei gastronomia e descobri, assim, uma outra paixão. Tive a oportunidade de estagiar em restaurantes de estilos distintos,como o Casatua, o Ocean Prime e o Schera’s e deles tirar os melhores ensinamentos”, conta Luby, que trabalha um menu enxuto, em que une iguarias regionais e americanas em um só momento, “costumo brincar dizendo que misturo tapioca com barbecue”, conta. No preparo do Delícias, Luby optou por apresentar o Tartar de salmão com molho ponzo, abacate e wontons. Prato que mistura textura, sabores e a refrescância necessária para harmonizar com o clima quente e de praia de João Pessoa, “o aspecto estético do prato, de como cada ingrediente é disposto, é tão importante quanto o que é servido e seu sabor. O contato visual é o primeiro impacto que o comensal tem com a comida, logo, é preciso inovar, seguir tendências, assim como na moda. Primei pela volumetria dos ingredientes, pincelei com molho Jack Daniels e polvilhei azeitona e salsa desidratadas para conseguir esse efeito e movimento”, finaliza a chef. Blue Restaurante https://www.facebook.com/VemProBlue (83) 2107.4016
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DELÍCIAS NA CAPITAL PARAIBANA | QUINTAL RESTÔ
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CUMPLICIDADE E SABOR Um verdadeiro oasis gastronômico escondido em João Pessoa
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FOTOS: MARCO PIMENTEL TEXTO: ERIKA VALENÇA
Na gastronomia, assim como na arquitetura, unir rusticidade e sofisticação, sem tender ao over é uma tarefa para poucos. É preciso ir além do bom gosto, das noções estruturais, do uso combinado de cores e trabalhar com o objetivo também focado em aguçar outros sentidos (olfato e paladar) de um comensal. O Quintal Restô em João Pessoa, comandado pelo casal de chefs Filipe e Marcela Rodriquez trabalha com a filosofia de oferecer uma experiência gastronômica ao seu cliente e não apenas servir uma refeição, “nosso trabalho começa com o despertar da curiosidade, seja a de encontrar fisicamente nosso restaurante, uma vez que não há nenhuma sinalização, seja a de nos entregar a responsabilidade de agregar sabores”, explica Filipe. O menu confiance oferecido pela casal possui características únicas que unem ingredientes locais e produtos frescos preparados com técnicas e apresentação de alta gastronomia, “trabalhando dessa maneira, encontramos a liberdade de transitar por diversos estilos gastronômicos, de fazer experimentos inusitados, mantendo sempre nossa característica de juntar o que é nosso com um toque da gastronomia francesa, ou seja, o rústico com o sofisticado”, conta Marcela Rodriguez. Para apresentar ao Delícias um pouco do trabalho executado pelo casal, eles prepararam, segundo Marcela, uma ode ao mar, uma aquarela do marítima. “A comida, no primeiro momento, tem que saltar aos olhos, por isso unimos conceitos como o de cor, textura e volumetria. Primeiramente pensamos na diversidade de textura, por isso optamos pelos frutos do mar (lagosta, bacalhau, vieira). No segundo momento, o quesito cor, surgiu um purê rústico em cor-de-rosa, também rico em volumetria. Para finalizar, totuille de parmesão e areia comestível de rapadura”, finaliza Marcela.
Quintal Restô www.quintalresto.blogspot.com (83) 9179.3900 137
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DELÍCIAS NA CAPITAL PARAIBANA | ROCCIA
GASTRONOMIA COMO
PATRIMÔNIO Tradição e personalidade servida à mesa
FOTOS: MARCO PIMENTEL TEXTO: ERIKA VALENÇA
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É tratando a gastronomia como manifestação cultural de uma sociedade que o chef Onildo Rocha, do Roccia, em João Pessoa, desenvolve seu trabalho. “Trago para a mesa conceitos e costumes nossos. Estudei muito para fazer minhas criações sem influência de insumos internacionais, preservando o que temos de melhor”, explica Onildo que ainda completa, “É preciso conhecer nossos ingredientes, resgatar o que nos foi dado, o que faz parte da nossa cultura e assim poder desenvolver misturas e receitas com o objetivo de apresentar uma gastronomia autoral, rica em estrutura e sabor”, explica. Para ele, também é fundamental buscar no passado a inspiração para o preparo e até para a releitura de pratos tradicionais. Seguindo essa filosofia, preparou para o Delícias uma sobremesa que une conceitos a tradição dos bolos e cultivo do açúcar, “Preparei um tradicional bolo de macaxeira, acompanhado de uma canele sorvete de leite de cabra, calda de pimenta de cheiro e rapadura. As sensações são bem distintas mas se completam e harmonizam”, revela. Para montagem, o simples como parte de um todo, “encontrei na estética geométrica uma forma coordenada para enaltecer a volumetria do bolo e valorizar os diferentes sabores”, explica. Já o prato utilizado foi uma forma que o chef encontrou de agregar a arte do ceramista Chico Ferreira que, dentre os seus trabalhos, desenvolveu a técnica do crochê prensado em cerâmica.
Roccia https://www.facebook.com/cozinharoccia/ (83) 8827.7480
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DELÍCIAS | MESA DE CHÁ BY PARTICOLARE
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
CLASSE SE O ESTILO
Receber bem é sinônimo de capricho e dedicação. Com esse pensamento, a arquiteta Márcia Nejaim preparou uma mesa de chá repleta de detalhes e funcionalidades que fazem a diferença na hora de servir. “Tentei seguir os moldes dos chás tradicionais da Inglaterra, por isso optei por peças de origem e design ingleses (como o organizador niquelado que serve de torradeira), bem como escolhi um cardápio que contemplasse essa ideia, fornecido pela Otavianas. Assim, compus a mesa usando uma uma louça mint — que é a cor tendência e que vem com tudo. Também misturei estilos de forma coordenada, como o brilho da prata, o toque da madeira e a leveza do acrílico”, ressalta.
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PRATO RASO ARENA R$ 59
PORTA BOLO DE VIDRO COM TAMPA R$ 590
XÍCARA COM PIRES ARENA R$ 99
COPO VID ANAIS R$ 59
RECIPIENTE PARA LEITE DE VIDRO R$ 189
ENGEITE ALGHERO R$ 519
RECIPIENTE ALEX R$ 590
URNA VASARIAH R$ 769
CANECA DE VIDRO TRANSPARENTE R$ 390
CESTA QUAD RATAN R$ 99
GARRAFAA BISTRÔ R$ 390
VASO CERÂMICA R$ 219
TIGELA DE VIDRO M R$249 | P R$ 190
ROSA EQUADOR GRANDE R$ 39
CESTA FORESTIRE R$ 739
ROSA EQUADOR BOTÃO R$ 9,90
BANDEJA RED BRIXTON R$ 629
CAIXA PARA CHÁ R$ 390
COPO DE VIDRO PHOEBE R$ 59
RECIPIENTE PRA GELEIA R$ 290
ORGANIZADOR NIQUELADO R$ 1.290
GUARDANAPO CAMBRAIA MISTA R$ 49
GARRAFA VISTRÔ R$ 390
PORTA BOLO PARA CUPCAKE R$ 99
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Particolare (81) 3032.3296 | https://www.facebook.com/particolarehome Otavianas.homecakes (81) 9976.4779 / 9103.1035 | @otavianas.homecakes
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DELÍCIAS | MESA DE CHÁ BY CHÁ COM CHITA
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
DELICADEZA A MO ROMANTISMO
Com um mix de elementos coloridos e mesclando objetos novos e antigos, a empresária Amanda Alcântara, da Chá com Chita, apresenta uma mesa prática, que encanta com o estilo romântico. Com charme e delicadeza, ela aposta na beleza da porcelana e no estilo eclético dos quadros. “A proposta é sugerir uma mesa composta por itens funcionais, que já façam parte de um acervo tradicional da casa do anfitrião, tudo para propor uma montagem prática. Além disso, usamos utensílios coloridos que tragam alegria e vida ao espaço, deixando de lado uma combinação tradicional proporcionando uma harmonia entre eles”, revela.
QUADRO CAIXA FILOSOFAL R$ 119
BOLEIRA PÓAS DE PORCELANA 4XWIPFLI R$ 139
GARRAFA DE VIDRO LAR DOCE LAR, 4XWIPFLI R$ 47
PORCELANA G FLORZINHAS RINA AMMAR R$ 229
CESTA DE PÃES HOME AND GARDEN R$ 49
PRATOS CASAMIGA R$ 12
MANTEIGUEIRA 4XWIPFLI R$ 94
PRATO 3 ANDARES VIDRO AZUL URBAN R$ 189
PASSARINHOS DE PORCELANA 4XWIPFLI GRANDE R$ 49
LEITEIRA DE PORCELANA, DD. R$ 56
PEQUENO R$ 21
PERFUMEIRA DE PASSARINHO LILIAN R$ 36
CAIXA DE VIDRO ETHNIX R$ 169
CONJUNTO COM 6 COPOS ÁGUA ETHNIX R$ 105
RAMEQUIN DE PORCELANA DD R$ 25
XÍCARAS FLORAIS PORCELANA ACERVO DA CASA BULE PORCELANA ACERVO DA CASA
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Chá com Chita Av. Dezessete de Agosto, 2133, Casa Forte, Recife - PE (81) 3267.6662
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DELÍCIAS | MESA DE CHÁ BY CASA MODELO
&
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
CHARMEE NTR DESCONTRAÇÃO A arquiteta Márcia Vieira, proprietária da Casa Modelo, apresenta uma mesa de chá em que celebra a harmonia alcançada através dos contrastes e da comunhão com a natureza. “A concepção dessa mesa girou a partir da escolha da louça portuguesa Vista Alegre. A partir dela que o caminho de estudo e uso de cor foi trilhado, formando a ideia de contrastes. A combinação do tom forte do amarelo, o sóbrio do marinho e o branco, o uso das formas geométricas, como a mesa, os jogos americanos e as bandejas e os enfeites em porcelana como parte de uma cena natural de uma tarde de chá”, conta.
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GUARDANAPO PAPEL MULTICOLIRDO ANNE COM 20 UNIDADES R$ 7,50 JOGO TACAS COM 6 PEÇAS CONTHEY R$ 183 FAQUEIRO 48 PEÇAS PRESTO INOX ST JAMES R$ 359,90 JOGO BLUE COM 3 PEÇAS V. DO BRASIL R$ 235 PÁSSAROS BRANCOS EM CERÂMICA COM 6 UNIDADES R$ 115 BOMBONIERE BICO DE JACA AZ UNICA R$ 89,50 SUPORTE RETANGULAR PARA DOCE 3 ANDARES R$ 225 PÁSSARO COLORIDO EM CERÂMICA R$ 135 PRATO PARA SOBREMESA 16X2 BICO DE JACA AZ UNICA R$ 17,90 VASO TOPIARA LIMÕES UNIQUE R$ 42 PRATO COM BORDA RENDADA R$ 125 JOGO AMERICANO INDIAN HAVELI MARINHO R$ 6,90 JOGO DE JANTAR CHÁ/CAFÉ COM 30 PEÇAS CASTELO BRANCO R$ 2.210
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Casa Modelo (81) 3032.2757 | http://www.acasamodelo.com/ Pátio Café (81) 3034.3534| http://opatiocafe.com.br/
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WWW.REVISTASIM.COM.BR ANO XV | Nº 98 ARQUITETURA | ARTE | DECORAÇÃO | DESIGN
LUZ
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O olha r ap ura
A ONU e a UNESCO elegem 2015 como o ano internacional da luz
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e d o
& Santos s o t n Sa
MAIS: Delícias da Paraíba Escritórios descolados Olhavê e Hélia Scheppa...
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