17 minute read
Produção de uvas sob cobertura plástica
COBERTURA PLÁSTICA
Ginegar Polysack
Advertisement
PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA DE VIDEIRAS NO SUL DO BRASIL
Cristiane de Lima Wesp
cristianewesp@epagri.sc.gov.br
André Luiz Kulkamp de Souza
andresouza@epagri.sc.gov.br Pesquisadores em Fitotecnia - Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) - Estação Experimental de Campos Novos e Estação Experimental de Videira/Santa Catarina
Ocultivo de videiras no Brasil abrange cerca de 78 mil hec tares, os quais estão estabelecidos desde o extremo sul do País, em latitude de 30º 56’ 15’’S, até regiões situadas muito próximas ao equador, em latitude de 5º 11’ 15’’S.
Em função da diversidade ambiental, o País contém diferentes polos vitícolas, abrangendo produções com características distintas de manejo e tratos culturais. Nesse contexto, a viticultura brasileira apresenta características pró prias, dada a dimensão territorial do País, com diferenças climáticas importantes entre as regiões produtoras, resultando em ciclos vegetativos e épocas de co lheita em períodos distintos.
Sul em destaque
Ao contrário do observado nas regiões tropicais do Brasil, a exemplo do Vale do São Francisco, onde o cultivo possibi lita sucessivas colheitas durante o ano, em regiões mais frias do Sul do Brasil as videiras passam por um período caracte rístico de repouso hibernal, o qual permite o cultivo de apenas um ciclo produtivo por ano.
Ainda assim, a região sul destaca-se como a maior produtora de uva e seus de rivados (sucos, vinhos e espumantes), detendo em torno de 70% da área plantada com videiras no País.
As melhores safras para a viticultu ra nessa região acontecem em anos com menor precipitação pluviométrica e maior insolação, principalmente no período de maturação, uma vez que possibilitam me lhores condições para o amadurecimento das uvas e redução do molhamento do dossel, com consequente diminui -
ção da incidência de doenças fúngicas, bem como de tratamentos fitossanitá rios em excesso.
Obstáculos
Em decorrência do clima, os Estados do Sul do Brasil são os mais afetados com a ocorrência de eventos climáticos adversos, destacando-se as chuvas excessivas ocorrentes entre a brotação e a colheita as que causam maior dor de cabeça ao viticultor desta região.
Diante deste cenário, o viticultor acaba fazendo uso de pulverizações pre ventivas e frequentes para o controle de doenças fúngicas nesse período, princi palmente para as doenças antracnose, míldio e podridões.
Tais aplicações iniciam logo após a brotação, visando o controle de antracno se e escoriose e seguem a partir da floração, para o controle de míldio e podridões de cachos.
Para as cultivares da espécie Vitis vi nífera, as quais apresentam menor rusticidade em relação à Vitis labruca, a situação é ainda mais delicada, obrigando, muitas vezes, a antecipação da colheita por parte do viticultor, de modo a mini mizar as perdas ocasionadas por podridões de cachos e/ou pelo rompimento de bagas a campo devido às condições cli máticas adversas ocasionadas pelas chuvas excessivas.
Contudo, tal prática afeta negativa mente o teor de sólidos solúveis totais das bagas colhidas, bem como compro mete a qualidade enológica do mosto utilizado para a vinificação, já que a co lheita em período antecedente interrompe o processo de maturação das bagas no campo.
Solução
No contexto exposto, a demanda pela utilização de coberturas plásticas tem sido crescente em parreirais do Sul do Brasil, já que o risco em relação aos danos cli máticos é elevado, podendo inviabilizar a produção de forma direta ou indireta.
A utilização dessa tecnologia prote ge o dossel do molhamento foliar e permite que a maturação ocorra de modo prolongado a campo, sem que ocorram as colheitas antecipadas, que prejudicam a qualidade da uva obtida para fins de consumo in natura ou processamento.
Ressalta-se que a introdução de co bertura plástica sobre as linhas de cultivo retarda a maturação da uva, em comparação ao cultivo a céu aberto, pois ocasiona modificações no microclima ao redor das plantas.
Entre essas alterações, destacam-se a redução da radiação solar, bem como da velocidade do vento, a elevação das temperaturas máximas e a ausência de água livre sobre o dossel das plantas.
Tais alterações apresentam como grande vantagem, condições desfavorá veis ao desenvolvimento de doenças, com a menor necessidade e até mesmo a su pressão do uso de fungicidas, principalmente na época de maturação das uvas.
Em função desse cenário, o uso de coberturas plásticas sobre vinhedos de modo a conter os efeitos do excesso de precipitação surge objetivando a ob tenção de cachos de melhor qualidade, a alteração do calendário de colheita, a re dução de custos com tratamentos fitossanitários e a ampliação de nichos de mercado, com a introdução de cultivares viníferas destinadas ao consumo in na tura e a produção agroecológica de uvas híbridas para mesa e processamento.
Vantagens
Entre as grandes vantagens da utilização de coberturas plásticas em vinhedos da região sul, destacam-se a introdução de uvas Vitis vinífera destinadas ao consumo in natura.
Henrique Santos
Esses plantios proporcionam a di versificação dos cultivos vitícolas na região, onde predominam os cultivos com uvas americanas e híbridas (Vitis labrusca) destinadas ao processamento, permitindo agregação de renda e a construção de no vas cadeias produtivas na região.
Além disso, cresce também a cober tura de parreirais já implantados e formados de uvas americanas e híbridas destinadas ao consumo in natura, como no caso de Niágara Rosada, que atin ge ótimos preços quando cultivada sobre o plástico.
Tal prática viabiliza a transição agro ecológica e a certificação orgânica de parreirais voltados à diminuição e eli minação do uso de agrotóxicos, além de promover melhorias na qualidade da uva produzida, tanto pelo aspecto visu al como pelo maior teor de sólidos solúveis totais obtido pela prolongação da maturação, proporcionando cachos mais bonitos e doces, que entram no merca do com preços mais rentáveis, tanto pela qualidade como pela oferta da produção fora de época.
A utilização da cobertura plástica nesses parreirais tem apresentado exce lentes resultados ao pequeno produtor rural, que agrega valor à sua produção, oferecendo um produto diferenciado ao consumidor, aliando qualidade e pre ço, já que o valor recebido pela uva comum destinada ao processamento é inferior ao da uva destinada ao consumo in natura.
Mitos e verdades
O uso dessa tecnologia em cultivares americanas e híbridas destinadas ao pro cessamento ainda causa dúvidas no que diz respeito ao custo-benefício, já que o valor recebido pela comercialização da uva para esse fim é baixo e as indústrias ainda priorizam a quantidade produzi da e não a qualidade obtida.
Nesse caso, o retorno financeiro mui tas vezes é insuficiente para cobrir o custo de implantação da cobertura. No entanto, dados obtidos junto à Empresa de Pes quisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), em estu dos realizados pela Estação Experimental de Videira no município de Caçador (SC), demonstram que o cultivo de uva Bordô sob cobertura plástica, des tinada à elaboração de suco, proporcio
Ginegar Polysack
na aumento nos teores de sólidos solúveis totais na ordem de dois graus Brix, em decorrência da maturação prolonga da a campo, com colheita posterior à da uva Bordô cultivada a céu aberto em até 20 dias.
Em relação à utilização de cobertura plástica para produção de vinhos finos, com uvas viníferas, a cobertura plásti ca parece aumentar o consumo de ácido tartárico e málico, devido à redução da radiação solar e incremento da tem peratura, bem como da atividade respiratória, tornando-se uma prática ainda controversa para esse fim.
Viabilidade
No entanto, a produção de uvas viníferas ou híbridas sem semente para o mercado in natura surge como ótima op
S h u t t e r s t o c k ção de renda, viabilizando o cultivo de uvas finas destinadas à mesa, com mi croclima mais favorável ao cultivo, menor incidência de doenças, menor aplicação fitossanitária e maior preço de venda.
Vale lembrar que, entre as práticas culturais exigidas para o cultivo prote gido das videiras, em especial das Vitis vinífera, estão as podas verdes, a exem plo do desponte, que deve ser realizado para que os ramos não cresçam dema siadamente, nem fiquem expostos para fora da área protegida, sofrendo a ação do molhamento pela chuva.
Além disso, as práticas do desbrote e da desfolha devem ser adotadas nes sas cultivares visando a maior insolação e aeração no interior do dossel. Cuida dos quanto à incidência de oídio e ácaros também devem ser tomados quando da adoção desse sistema de cultivo, em decorrência das alterações microclimáti cas ocorridas pelo aumento das temperaturas e diminuição da umidade relativa do ar.
Estudos relacionados à utilização de diferentes tipos, colorações e espessu ras de plásticos também se tornam fundamentais para que se estabeleçam protocolos adequados para o cultivo protegido de videiras, gerando produção em quantida de, qualidade e com menor aplicação fitossanitária.
Pesquisas
A caracterização e a adaptação de diferentes cultivares para mesa e cultivo agroecológico em ambiente protegido também deve ser prioriza da em pesquisas futuras, para que se definam custos/benefícios, se reor ganizem cadeias produtivas e se definam materiais genéticos a serem utilizados para cada finalidade.
Diante do acima exposto, con clui-se que a utilização da cobertura plástica voltada aos mercados in na tura e agroecológico tende a crescer no Sul do Brasil, viabilizando o cul tivo em regiões de climas mais úmidos e frios e possibilitando a reorganização da cadeia vitícola em alguns polos tradicionais de cultivo por meio da agregação de renda e va lorização da produção destinada à mesa.
CERRADO BRASILEIRO
TECNOLOGIA PROPORCIONA PRODUÇÃO DE VINHOS FINOS
Givago Coutinho
Doutor em Fruticultura e professor efetivo - Centro Universitário de Goiatuba (UniCerrado) givago_agro@hotmail.com
Pertencente à família Vitaceae e ao gênero Vitis (único gênero de im portância econômica), o consumo de uvas abrange as mais variadas formas, como fruta fresca, passas, sucos, deriva dos dos frutos como os destilados (brandy, graspa), geleias e na forma de vinhos.
A produção de vinhos constitui um dos mais importantes segmentos da vi tivinicultura brasileira. De acordo com o Decreto nº 8.198, de 20 de fevereiro de 2014, que dispõe sobre a produção, cir culação e comercialização do vinho e derivados da uva e do vinho, vinho é definido como a bebida obtida pela fermentação alcoólica do mosto simples da uva sã, fresca e madura (Brasil, 2014).
Potencial mercadológico
Com grande potencial de mercado, o vinho garante renda aos vinicultores e seu consumo cresce a cada ano. As sim, o domínio do manejo correto garante a produção de vinhos de qualidade em solo brasileiro, com ares dos melhores vinhos europeus.
A videira se encontra dentre as prin cipais espécies frutíferas cultivadas originárias de regiões de clima temperado e a poda é vista como decisiva para sua pro dução (Nachtigal, Fachinello e Kersten, 2008).
Considerada uma das práticas mais importantes no manejo do vinhedo, a poda compreende uma série de opera ções que consistem na retirada parcial dos ramos lenhosos, durante a poda de inverno, ou de ramos herbáceos, na poda verde (Monteiro e Zillio, 2018). Para as frutíferas de clima temperado, é neces sária a poda seca ou hibernal, a ser realizada no período de baixa atividade fisiológica.
Pelo sistema de dupla poda é possível alcançar a qualidade necessária das bagas para elaboração de vinhos finos em de terminadas regiões do Brasil. Com este sistema a videira recebe duas podas anu ais e a colheita das uvas viníferas ocorre no período de inverno, com uma inver são do ciclo produtivo da videira, diferente do ciclo natural da planta.
No Cerrado
Shutterstock
Sul e Santa Catarina (Sul), onde é re alizada apenas uma poda no parreiral, de produção nos meses de agosto ou se tembro, no sistema de dupla são feitas duas podas, proporcionando a produção de vinhos finos e de qualidade em Es tados com predominância de temperatura mais elevada, como Minas Gerais, São Paulo e Goiás (Sudeste e Centro - -Oeste).
Criada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epa mig), esta técnica é considerada inovadora. O sistema de dupla poda consiste em alterar o ciclo natural da videira - assim o período maturação da uva ocor re no inverno. A primeira poda ocorre em setembro, para formação de ramos, e a segunda ocorre em janeiro ou feve reiro, visando à produção.
Neste sentido, os estádios de matura ção e colheita coincidem com o período de outono e no inverno (de abril a julho, até agosto), considerado seco. No ma nejo convencional, normalmente estes estádios ocorreriam no período chuvo so, que coincide com a primavera e verão (agosto a março).
Com a colheita no inverno, ocorre au mento na coloração e maior aroma das bagas, colaborando para o aumento da qualidade do vinho produzido.
NANOSSENSOR
MONITORA E RASTREIA AS FRUTAS
Paula Almeida Nascimento
Doutoranda em Fitotecnia - Universidade Federal de Lavras (UFLA) paula.alna@yahoo.com.br
As frutas climatéricas apresentam aumento na taxa respiratória no final do amadurecimento, o que possibilita sua colheita antes do estádio final de maturação. Assim, os frutos cli matéricos produzem elevado teor do hormônio vegetal etileno, no final do crescimento do fruto.
Esta fase é reconhecida como ama durecimento. Por isso, frutos climatéricos, quando colhidos no início do amadurecimento, completam esta etapa fora da planta. Pesquisadores da Embrapa Instrumentação, em São Paulo, com a Siena Company, criaram um projeto de inovação utilizando um sensor de baixo custo com nanotecnologia e inteligência artificial, capaz de rastrear e monitorar o grau de maturação das frutas que ama durecem depois da colheita, as climatéricas.
Desta forma, Yva (fruta, em tupi-gua rani) é um sensor colorimétrico semelhante a uma etiqueta QR Code, o que permite ser analisado pela câmera de ce lular. Trata-se de um sistema de codificação de informações por meio de imagens, semelhante a uma etiqueta de identifica ção, utilizado para a organização de conteúdos na web.
O Yva detecta a liberação do etileno, hormônio natural, no amadurecimento de frutos climatéricos, que ao reagir com nanopartículas em pó, ocorre uma trans formação de cor, conforme o amadurecimento do fruto. A mudança de cor é identificada e interpretada por meio de um aplicativo de celular, indicando quan do o fruto deverá estar maduro e adequado para o consumo.
Como funciona
O nanossensor pode ser instalado nas embalagens plásticas ou em caixas de fru tas, um benefício para vários segmentos de mercado, entre eles os produtores e processadores de frutas, atacadistas e va rejistas, associações, cooperativas e empresas exportadoras.
O nanossensor apresenta diversas apli cações, como monitoração da qualidade desde a colheita até ao consumidor; au xiliar o gerenciamento dos estoques de frutos, aprimorar a eficiência do siste ma, reduzindo perdas de alimentos e rastreabilidade da cadeia produtiva de produtos vegetais destinados à alimen tação humana para fins de monitoramento.
Os produtos vegetais frescos dentro das caixas e demais embalagens devem ser identificados para facilitar o aces so dos registros com todas as informações de produtos destinados à alimentação humana.
A identificação pode ser realizada por meio de etiquetas impressas com carac teres alfanuméricos, códigos de barras e QR Code. O sensor Yva foi criado com o objetivo de reduzir perdas e desper dício de alimentos ao longo da cadeia produtiva. No Brasil há perdas de mi lhões de toneladas por ano de alimentos.
Culturas mais beneficiadas
Os testes foram feitos com manga, mamão e banana, mas o sensor pode ser
F o t o s S h u t t e r s t o c k
aplicado em várias outras frutas climatéricas, bem como pêssego, caqui, ameixa, maracujá, uva, morango, goiaba, entre outras.
Outras culturas podem utilizar a ras treabilidade, como por exemplo, dos grupos das raízes, os tubérculos, e bulbos como batata, cenoura, cebola, alho, en tre outras. Além disso, hortaliças folhosas e ervas aromáticas frescas, como alface, repolho, couve, brócolis, erva-doce, entre outras, e também hortaliças não folhosas, como tomate, pepino, pimen tão, abóbora, entre outras.
Manejo
A técnica consiste inicialmente no campo, quando o produtor, no manejo correto da sua lavoura, já prepara os pro dutos vegetais para comercialização nos mercados. Assim, o cliente que quer com prar mercadoria de qualidade procura estabelecimentos idôneos para aquisição dos alimentos saudáveis.
As pesquisas brasileiras realizadas em vários anos de estudos e parcerias com empresas privadas e públicas cria ram o QR Code Yva para facilitar a vida dos consumidores com o rastreamen to e o controle de qualidade dos frutos ao longo da cadeia. Logo depois, os pesquisadores fabricam a manufatura do sensor em pó e, consequentemente, sua confecção.
Desta forma, os testes são feitos, ini cialmente, em frutas para avaliar o ama
durecimento, então usam a etiqueta com nanotecnologia para mudança de cor ao detectar o hormônio relacionado à ma turação.
Os resultados são satisfatórios, ocor rendo a distribuição do sensor para empresas e consumidores finais. Com o uso do smartphone, os clientes podem usar o aplicativo para leitura do sensor em fru tas nos supermercados, indicando quando a fruta estará pronta para o consumo.
Enfim, o sensor Yva pode ser utiliza -
do para classificação e rastreamento das frutas.
Expansão do setor
O sensor Yva pode contribuir muito para a expansão da fruticultura para exportação, agregando valor às frutas. O Brasil é um grande produtor mundial de frutas e se destaca também na expor tação para vários países. Mas, é preciso abrir novos mercados e investir em tec nologia para aumentar a produtividade e os lucros no setor da fruticultura.
O mercado de frutas movimenta bi lhões de reais por ano e gera vários empregos. Com a tecnologia do nanossensor pode-se agregar um diferencial nos produtos comercializados, com ganhos em eficiência e competitividade, por meio do monitoramento e gestão da qualida de.
Assim, é preciso investimento e em preendedorismo para alcançar a meta de exportar melhores qualidades de frutas.
Na prática
O consumidor mais exigente quer a garantia de qualidade dos alimentos que chegam às prateleiras dos estabele cimentos comerciais. O rastreamento de alimentos visa monitorar o caminho per corrido pelas frutas desde o campo até o comércio varejista.
Além disso, a rastreabilidade dos pro dutos traz informações sobre cadastro, controle dos produtores fornecedores, maior precisão na identificação da ori gem dos problemas de uso excessivo ou incorreto de agrotóxicos na produção.
A empresa tem conhecimento de toda a trajetória de seus produtos, nas caixas de frutas. Atualmente, o consumi dor, nos grandes centros urbanos, como por exemplo em São Paulo, já adquire um melão ou uma melancia tendo co nhecimento de todas as etapas de produção da exata área onde foi plantado, colheita e manejo da cultura.
A pesquisa do banco de dados pelo consumidor pode ser feita a partir de smartphones com aplicativo para leitu ra de QR Code, um código de barras bidimensional.
Tecnologia promissora
O Brasil está entre os maiores produtores mundiais de frutas e a expectativa é a expansão de novos mercados e crescimento durante as próximas déca das, com incremento tecnológico. O Yva auxilia no rastreamento de frutas, legu mes e verduras, monitorando a qualidade e o estágio de maturação de cada produto vegetal.
Além disso, o Yva contribui para o cumprimento da Instrução Normati va Conjunta nº2, de fevereiro de 2018, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (AN VISA).
Ainda novo
O lançamento do produto no mercado consumidor é bem recente, e por isso ainda não há como identificar os erros da tecnologia. O estudo começou a ser de senvolvido sete anos atrás, e há dois ou três, aproximadamente, a equipe da Em brapa firmou parceria com a Siena Company, empresa especializada em desenvolvimento de softwares.
O nanossensor Yva, no estande da Embrapa, foi apresentado publicamen te, pela primeira vez, na Anufood Brazil, feira internacional do setor de alimentos e bebidas, nos dias 09 a 11 de março des te ano, no São Paulo Expo.
A interação e comunicação com o público-alvo é essencial. Os consumi dores precisam saber mais sobre a tecnologia Yva para serem beneficiados na hora da decisão de compra. Assim, é importante divulgar ao cliente as vanta gens que ele adquire ao escolher os produtos vegetais com o sensor Yva.
Custo viável
O sensor com nanotecnologia e inteligência artificial apresenta baixo custo. O Yva é descartável e deverá chegar ao mercado com custo estimado entre R$ 0,08 e R$ 0,10 por quilo de fruta. A nova tecnologia é uma ferramenta bara ta e útil para agilizar esse trabalho e, ao mesmo tempo, monitorar a qualidade e o estágio de maturação de cada fruta.
O sensor Yva tem a meta do melhor gerenciamento de qualidade e rastreabi lidade, com identificação do ponto ótimo da colheita. Além disso, visa corrigir riscos de erro humano, já que atualmen te o processo é 100% visual, sendo os dados sujeitos a inúmeros erros, perdas e lentidão.
O Yva foi desenvolvido para auxiliar na redução de perdas e desperdício de alimentos ao longo da cadeia produtiva. A tecnologia permite monitorar a quali dade desde a colheita até chegar ao consumidor, auxiliar a gestão dos estoques, aprimorar a eficiência do sistema e re duzir perdas de alimentos.