dezembro ‘15
Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso Rua da Misericórdia, 171, 4780-501 Santo Tirso t. + 252 808 260 | f. + 252 808 269 santacasa@misericordia-santotirso.org www.misericordia-santotirso.org www.facebook.com/MisericordiaSantoTirso
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editorial
Origens
por José dos Santos Pinto provedor
Misericórdia - sinónimo de benevolência, perdão e bondade Quando no reinado de D. Manuel I, a rainha D. Leonor criou, em 1498, a primeira Misericórdia do país, em Lisboa, vivíamos numa época de grande prosperidade económica. Na altura, a rainha D. Leonor tinha como principal prioridade satisfazer carências sociais com atos de custo católico. Assim, instituiu as catorze obras das Misericórdias, sendo sete corporais e sete espirituais. As Corporais são: Um – Dar de comer a que tem fome; Dois – Dar de beber a quem tem sede; Três – Vestir os nus; Quatro - Dar pousada aos peregrinos; Cinco – Assistir os enfermos; Seis – Visitar os presos; Sete – Enterrar os mortos. As Espirituais consistem em: Um – Dar bons conselhos; Dois – Ensinar os ignorantes; Três – Corrigir os que erram; Quatro – Consolar os tristes; Cinco – Perdoar as injúrias; Seis – Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo; Sete – Revogar a Deus pelos vivos e defuntos. Neste percurso de cinco séculos, pessoas de boa vontade e generosas têm impulsionado a criação de novas Misericórdias, tornando-as instituições ímpares, com um grande espírito de solidariedade, numa entrega abnegada às mais nobres causas. Por conseguinte, tem-se tentado minimizar o sofrimento dos mais carenciados e dar mais conforto aos mais desfavorecidos. A Misericórdia de Santo Tirso, com 130 anos de existência, é uma instituição pujante, assumindo um variado leque de serviços a nível social, da saúde e da educação. É nesta luta por uma humanização, que se destaca esta Misericórdia pela sua matriz solidária, no desempenho da sua missão. Ao longo dos anos, implementou soluções inovadoras, fazendo obras e aumentando o seu património. Teve capacidade de chamar para si a imagem não de uma instituição antiga, mas de uma instituição que possui a sabedoria da antiguidade e a ousadia da modernidade e inovação.
SUMÁRIO /// ATUALIDADES / ENTREVISTA COM FARIA E ALMEIDA - MÉDICO E EX-SECRETÁRIO DE ESTADO NA SAÚDE P.04 / ORIGENS - UM REGRESSO AO FUTURO P.10 / UMA ORIGEM QUE É SERVIR P.12 / A ORIGEM DO HOSPITAL DE SANTO TIRSO P.14 / O PASSADO QUE É PRESENTE E FUTURO P.18 / PLANO DE ATIVIDADES E ORÇAMENTO 2016 P.20 / NOVO COMPROMISSO APROVADO POR ASSEMBLEIA GERAL P.24 / HOSPITAL CONDE S. BENTO ‘RENASCE’ EM 2016 P.26 /// AÇÃO SOCIAL E COMUNIDADE / REFORÇADA CARTA DE COMPROMISSO NO ÂMBITO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA P.28 / SEMANA DA VITALIDADE P.29 / MISERICÓRDIA EM MOVIMENTO ZUMBA FITNESS P.32 / A ARTE DO TAI CHI CHUAN NA CASA DE REPOUSO DE REAL P.34 / YOGA SENIORES - PROMOVER A ENERGIA E O EQUILÍBRIO EMOCIONAL P.36 / S. MARTINHO DE VOLTA ÀS ORIGENS P.38 / GRUPO REFLEXÃO E PARTILHA P.44 /// FORMAÇÃO / DIA INTERNACIONAL DO VOLUNTARIADO “À CONVERSA COM SÓNIA FERNANDES” P.46 / PALESTRA EMERGÊNCIA: O QUE FAZER? P.48 /// AÇÃO EDUCACIONAL / A TERRA TREMEU NO JARDIM DE INFÂNCIA… P.50 /// SAÚDE / CUIDADOS PALIATIVOS - A ILUSÃO DA DISTÂNCIA P.52 /// CULTURA / CONCERTO CORAL NO 130º ANIVERSÁRIO DA INSTITUIÇÃO P.54 / “A COMPANHIA DOS SONS” CANTANDO AS ORIGENS DA MÚSICA TRADICIONAL P.56 / CARTOON P.57 / UMA VIAGEM PELO ÁLBUM DA FAMÍLIA MISERICÓRDIA P.58 / POEMAS P.64 /// REVELAÇÕES P.66
PROPRIEDADE IRMANDADE DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SANTO TIRSO // DIRETORA CARLA MEDEIROS // SECRETARIADO HUGO MARTINS // AVELINO RIBEIRO // COLABORADORES ALBERTO MACHADO FERREIRA // AMÉRICO AUGUSTO GONÇALVES // ANYTA // DIANA SANTOS // DIOGO DE MAGALHÃES // HUGO MARTINS // JOÃO LOUREIRO // JOSÉ ALVES DE CARVALHO // JOSÉ DOS SANTOS PINTO // LILIANA SALGADO // MANUEL CALÉM CARNEIRO // MÁRCIA GUIMARÃES // MARIA CÉU MACHADO // MARIA JOÃO FERNANDES // MARIA LUÍSA ALBUQUERQUE // MIGUEL DIAS // PAULA GUIMARÃES // SARA ALMEIDA E SOUSA // SÍLVIA RIBEIRO // SUSANA MOREIRA // VASCO FERREIRA // TIRAGEM 1100 EXEMPLARES // EDIÇÃO DEZEMBRO 2015 // DEPÓSITO LEGAL 167587/01 PERIODICIDADE SEMESTRAL // IMPRESSÃO NORPRINT // DESIGN SUBZERODESIGN // CAPA ORIGENS RETRO/VINTAGE Obs: a Revista da Misericórdia obedece ao novo acordo ortográfico.
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ENTREVISTA COM FARIA E ALMEIDA MÉDICO E EX-SECRETÁRIO DE ESTADO NA SAÚDE
“A QUALIDADE DO TRABALHO DA MISERICÓRDIA DE SANTO TIRSO É DE CONFIANÇA E NÃO FICA MAIS CARA”
Começa por, grosso modo, traçar o seu percurso profissional, deixando algumas pontas soltas, até que se justifica: “Olhe, já são muitas brancas, já deu para quase tudo”. Joaquim Faria e Almeida, a residir há longos anos na cidade do Porto, já foi, Embora a residir há longos anos na cidade do Porto, realmente, “quase tudo”. E aqui cabe, por exemplo o início Joaquim Faria e Almeida é natural da freguesia de S. da sua atividade no Hospital de S. João, os doze anos que Martinho do Campo. Em Santo Tirso, esteve depois no Hospital de Santo António, uma vez por mês, senta-se à mesa também no Porto, a direção clínica do “A Misericórdia de Santo com antigos colegas do Colégio Hospital de Vila Nova de Gaia e o ano e das Caldinhas e, entre conversas meio, mais coisa menos coisa, como médico Tirso já deu muitos animadas, advinha-se que não faltarão otorrinolaringologista em serviço em Timor. exemplos daquilo que é considerações ao que se passa nestes Pelo meio, em finais dos anos de 1980, uma possível fazer, daquilo que tempos mais ou menos conturbados. passagem pelo governo: foi secretário de se deve fazer e daquilo Na ordem do dia, em termos locais, está Estado Adjunto da então Ministra da Saúde, que em última instância é a devolução do hospital à Misericórdia Leonor Beleza. de Santo Tirso. Ele, que conhece bem um garante para o Estado as Misericórdias, diz que as populações Reside, como já referido, na cidade invicta, de um serviço de igual servidas por esta unidade hospitalar mas é natural da freguesia de S. Martinho qualidade ao feito por si podem estar tranquilas, acreditando do Campo – “Sou da casa de Arnozela”, ou pelas suas instituições. na capacidade da instituição para dar confirma – e conhece bem a Santa Casa E não digo melhor porque conta do recado. De resto, diz que o da Misericórdia de Santo Tirso. Foi, de processo de devolução dos hospitais não quero diminuir nenhum resto, presidente do Definitório quando a nacionalizados no pós-25 de Abril Santa Casa tinha como provedor Alberto desses hospitais”. só peca porque chega tarde. Em Machado Ferreira. Na Misericórdia do Porto, entrevista à Revista da Misericórdia fala foi mesário e também vice-provedor. Fala, abertamente do assunto, mas também do seu percurso por isso, em causa própria, mas também com conhecimento, profissional enquanto médico otorrinolaringologista e da quando diz que as populações de Santo Tirso e Trofa podem sua passagem pelo Ministério da Saúde. Revelou-se ainda estar tranquilas com a devolução da unidade hospitalar, um exímio contador de estórias. sediada no concelho, à Misericórdia local. “Se me permite, mais tranquilas”, enfatiza.
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ENTREVISTA COM FARIA E ALMEIDA MÉDICO E EX-SECRETÁRIO DE ESTADO NA SAÚDE
No processo de devolução dos hospitais às Misericórdias não fica mais cara do que num hospital do Estado. Por ventura, até tem dúvidas em afirmar que o grande mérito está do lado ficará mais barata”. das Santas Casas e diz mesmo que a decisão do Estado peca por ser “demasiado tardia”. “Já se perdeu tempo demais. Por O historial das Misericórdias na área da saúde chega e sobra ventura ter-se-iam feito menos unidades de saúde em termos para atestar da qualidade das mesmas, mas para Joaquim Faria hospitalares se este processo se tivesse iniciado mais cedo, com e Almeida a grande vantagem que advém deste processo é a garantia de que o doente seria igualmente a proximidade com as pessoas. “Mesmo na bem tratado, ou melhor mesmo”. Joaquim doença pode haver um relativo bem-estar Faria e Almeida concorda que talvez se se o doente tiver ao seu lado uma pessoa “Já se perdeu tempo tivesse, inclusive, “travado” o aparecimento que conhece, se tiver uma enfermeira demais. Por ventura de tantas unidades hospitalares privadas. ou um médico que conhece e confia. É ter-se-iam feito menos No caso em particular da de Santo Tirso, completamente diferente do que entrar diz que a mesma “já deu muitos exemplos num hospital ou num serviço de urgência unidades de saúde em daquilo que é possível fazer, daquilo que em que não conheça ninguém”. termos hospitalares se a se deve fazer e daquilo que em última devolução dos hospitais instância é um garante para o Estado de um Relativamente à devolução do hospital à às misericórdias se serviço de igual qualidade ao feito por si, ou Misericórdia de Santo Tirso, recuperandotivesse iniciado mais pelas suas instituições”. “E não digo melhor, -se a antiga designação de Hospital Conde porque não quero diminuir nenhum desses de São Bento, o nosso entrevistado entende cedo, com a garantia hospitais”. que o processo deve ser encarado com de que o doente seria tranquilidade, mas também diz que os igualmente bem tratado, Não vê, por isso, “nenhum motivo para primeiros dois/três anos devem servir para ou melhor mesmo”. não tornar este acordo [do Estado com as que se perceba quais as lacunas a que o Misericórdias tendo em vista a devolução hospital poderá dar resposta no futuro, ao dos hospitais nacionalizadas no pós-25 de nível das especialidades. “Estes dois/três anos Abril] extensível à Irmandade da Santa Casa da Misericórdia são, sobretudo, para se pensar e para se perceber que lacunas de Santo Tirso”. Diz ainda que “o indivíduo eficiente nem pode o hospital preencher”. Algo que “tem de ser feito com sempre é o que tem mais dinheiro, mas o que o gasta melhor” muito rigor e seriedade”, assente “numa grande ligação entre a e no caso das Misericórdias, não tem dúvidas: “a qualidade Santa Casa e os seus potenciais clientes”. Porquê? “Porque um numa casa destas é de confiança e tem outra coisa, é que não doente que entra aqui e é bem tratado, não esquece mais, mas
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o contrário também é verdade. Primeiro, será necessário um inventário completo de todos os aposentos existentes e eventuais reparações. Segundo, será necessário uma avaliação das valências que um hospital da dimensão do nosso Hospital Conde S. Bento pretende explorar. Esta avaliação deverá ser cuidadosa e muito bem pensada – que especialidades deve ter para ser capaz de dar resposta adequada e conforme o preceituado no acordo. Os pontos anteriores deverão ser meticulosamente avaliados. Para as atividades deverá ser feito um estudo de todas as necessidades (quer em pessoas, quer nos aspetos materiais). Todo este trabalho deverá ser acompanhado e, como tal, deverão ser considerados os médicos e enfermeiros que trabalham na área Santo Tirso e Trofa e em particular todo o pessoal médico e de enfermagem dos respetivos Centros de Saúde, pois conhecem bem o terreno que pisam e os seus pareceres serão, por certo, uma mais valia. Aliás, entendo que os órgãos gerentes da Misericórdia de Santo Tirso terão mais facilmente acesso às necessidades. É meu entendimento que todos os profissionais que trabalham na área geográfica em referência deverão ser convidados, pedindo-se-lhes o parecer. Desta forma, e com a benevolente colaboração de todos, o empreendimento poderá ser muito grande, mas os objetivos serão atingidos. A partir do momento em que o doente ultrapassa a porta de entrada do hospital, o atendimento terá de ser exemplar e a eficiência de qualquer tratamento estará mais próxima da perfeição. No campo da saúde há múltiplas variantes…
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ENTREVISTA COM FARIA E ALMEIDA MÉDICO E EX-SECRETÁRIO DE ESTADO NA SAÚDE
os contratempos surgem a cada momento, mas o bom atendimento dos nossos doentes e o empenhamento sério dos profissionais marcarão a futura relação entre os pacientes e o nosso hospital. Sempre assim foi e sempre assim será.”
podem fazer por ele - os enfermeiros. Foi por eles que, por ventura, terá encetado no Ministério da Saúde uma das suas maiores batalhas. Quando começou por traçar o seu percurso profissional não foi com grande entusiasmo que se o ouviu referir aos dois anos, sensivelmente, em que exerceu Este é, de resto, um ponto fundamental para Joaquim Faria e o cargo de secretário de Estado Adjunto da então Ministra Almeida. “Um sistema de saúde viável é aquele que propicia da Saúde, Leonor Beleza. Talvez porque tenha percebido satisfação ao doente, de outro modo não nos deve interessar”. que a sua convicção de que era possível mudar muita coisa, Mais, diz o mesmo responsável: “é nossa missão focarmo-nos afinal pecava por excesso. Mas orgulha-se, ainda assim, de no doente e no que pudermos fazer por ele. Um indivíduo que ter avançado com o diploma da institucionalização da carreira espiritualmente e civilmente seja correto é académica dos enfermeiros, mesmo que assim que deve pensar”. Admite, porém, para isso tenha tido de enfrentar a sua “É nossa missão que o Estado não “tem dinheiro para própria classe; ele que até já fez parte do tudo” mas diz acreditar, por outro lado, Conselho Nacional Executivo da Ordem dos focarmo-nos no doente na maior eficiência de instituições como Médicos, em representação do Conselho e no que pudermos fazer as Misericórdias. E depois, não deixa de Regional Norte. Mas os enfermeiros, no seu por ele. Um indivíduo dizer que “o bom é sempre comprável” entender, eram uma classe subalternizada, que espiritualmente e remetendo o assunto, de novo, para a quase que ignorada em termos académicos civilmente seja correto, é questão das especialidades encarandoe era preciso acabar com essa mentalidade. -as fundamentais para a viabilidade de Foi por aí; com muitas resistências – assim que deve pensar.” um hospital como o de Santo Tirso. “É nomeadamente em conselho de ministros preciso ter-se uma retaguarda que dê o – mas sempre com o apoio da Ministra da rendimento suficiente para se poder investir noutras áreas. Saúde e os ‘parabéns’ do então primeiro-ministro Cavaco Silva. Não é para a Misericórdia ganhar dinheiro, mas para poder investir”, sublinha. Eram tempos “difíceis”, “complicados” e não apenas a nível económico, mas refere-se a Leonor Beleza como “uma das A PASSAGEM PELO GOVERNO E A EXPERIÊNCIA melhores Ministras da Saúde” que este país já teve. Em TIMORENSE cenário, precisamente, de grandes dificuldades, associa-lhe Ressalve-se a afirmação acima referida - de que é missão a significativa mudança operada ao nível da mortalidade dos profissionais de saúde focarem-se no doente e no que infantil. “Hoje temos dos melhores rácios do mundo e isso
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a população “vivia muito mal”. E se aí pouco exerceu a sua especialidade, foi porque não havia, precisamente, condições para tal. Ainda assim, o ano e meio que lá esteve foi tempo suficiente para guardar uma especial ternura por aquele povo cujos ‘modos de vida’ registou em filme, mas que à custa das vicissitudes da História, acabaria por perder. Na memória, outras estórias não faltam, sendo delas um exímio interlocutor: estórias de um povo que classifica de “resistente”, “destemido” (que ia, por exemplo, à pesca munindo-se dos recursos mais primários e que nem por isso hesitava fazê-lo, mesmo perante a ameaça de um ataque dos tubarões) e que a própria vida talvez tenha ensinado a relativizar questões como a da morte, como nunca se ousaria no mundo ocidental: “O Timorense aguenta tudo. São uns resistentes”.
foi conseguido com a Dra. Leonor Beleza como Ministra da Saúde”. Dela diz ainda ter quebrado com “uma série de tabus” e talvez por isso, tenha sido encarada sempre com alguma “agressividade, dentro e fora do partido”. A sua passagem pelo Ministério da Saúde é, naturalmente, posterior à sua experiência enquanto médico otorrinolaringologista, levada a cabo após o 25 de Abril, em Timor. Aí, a agressividade fazia-se sentir, boa parte, nas condições em que a população vivia, mais ainda porque Timor não deixava de ser, como refere, “o irmão mais pobre dos colonizados”. Pese embora a riqueza imensa que poderia resultar do petróleo e das suas grandes florestas, em Timor
Talvez desta e de outras estórias se ouvirá falar por estes dias em Santo Tirso. À mesa, seguramente, pois ainda hoje comparece aos almoços realizados nesta cidade na última sexta-feira de cada mês. São os almoços dos antigos alunos do sétimo ano do Colégio das Caldinhos que Faria e Almeida frequentou, e graças aos quais vai mantendo a sua relação com a cidade e com um concelho que diz ter pouco ou nada evoluído com as vantagens e desvantagens que daí decorrem. “Santo Tirso é igual ao que era há 30 ou 40 anos e isto é penalizante. Mas claro, há também a vantagem de não terem metido cá defeitos”, conclui. • POR JOSÉ ALVES DE CARVALHO (JORNALISTA)
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ORIGENS UM REGRESSO AO FUTURO
Vivendo a Misericórdia de Santo Tirso, tal como todo o país, um dos períodos mais conturbados da sua história e em resultado do 25 de abril de 1974, a gestão do hospital desta Misericórdia foi-lhe retirada na sequência da sua nacionalização. Em junho de 1976 assumi o cargo de provedor desta prestigiosa instituição, tendo como vice-provedor o Excelentíssimo Sr. Eng.º. Alberto Costa Resende. Fazendo parte da primeira Mesa Administrativa eleita no pós 25 de abril, e dadas as incertezas pelo que o país passava, presenciei diretamente nas alterações no rumo da Instituição, vivendo momentos difíceis e participando na tomada de decisões que, agora olhando para trás, marcaram inequivocamente uma nova era na Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso. A passagem definitiva da gestão do hospital para o estado (a Comissão Instaladora do Hospital Conde S. Bento viria a ser homologada a 11 de novembro de 1976) e todos os efeitos que daí resultaram ocorreram durante o exercício das minhas funções enquanto provedor, e em 1978, foi por nós elaborado um relatório com os prejuízos sentidos pela Misericórdia com a nacionalização do hospital. Dado o recente vazio que se fazia sentir na instituição após a nacionalização do seu hospital, era necessário definir um novo rumo e incutir novos estímulos. Em finais de 1976, em resposta às condições precárias em que se encontrava o antigo “asilo para velhos”, começou-se então a estudar a possibilidade da construção de raiz de um novo lar que pudesse satisfazer os anseios e as necessidades locais. No início de 1977 foi assim elaborado o projeto para a criação do Lar José Luiz
d’Andrade, com capacidade para acolher cerca de 70 idosos. Iniciou-se ainda a terraplanagem do mesmo. Acredito que este período marcou o começo de uma nova realidade institucional, que viria a ser corroborada nas décadas que se seguiram com a criação de múltiplas valências e equipamentos que todos nós bem conhecemos. O ano 2016 assinalará um “regresso ao futuro”. É um regresso às suas origens que remontam a 1885, e que durante largas dezenas de anos dominaram a essência da Misericórdia de Santo Tirso. A Instituição, através do seu hospital e dos serviços que vem prestando à população, certamente que saberá servir a “Vila” e os Tirsenses como sempre o fez desde as suas origens. • POR AMÉRICO AUGUSTO P. GONÇALVES (PROVEDOR NA ISCMST ENTRE 1976-1979)
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UMA ORIGEM QUE É SERVIR
“As Misericórdias desenvolvem-se numa trilogia básica: Voluntariado de Participação; Associativismo de Irmandade; Mecenato de Solidariedade.” Padre Vítor Melícias A Irmandade e Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso, no próprio dia da fundação, 3 de julho de 1885, passou a ser responsável pelas instalações da Casa de Saúde, que tinha sido fundada por um grupo de generosas personalidades, em 1877, tomando sob sua responsabilidade os cuidados de saúde à população local. O Conde de S. Bento, o grande benemérito da nossa terra, em 1891 entrega à Instituição, um edifício construído à sua custa, dotando o concelho de um prédio concebido para nele se cuidarem os doentes. Segundo o “Jornal de Santo Thyrso” de 3 de setembro de 1891 o “novo hospital reúne todas as condições higiénicas, tem muita luz, é muito ventilado, e descobre-se dele magníficos panoramas. Ao entrar neste templo de caridade, sente-se alegria, aos lábios acodem espontaneamente palavras gratíficas ao seu caritativo fundador, e parece não ser hospital, mas uma magnífica casa de saúde”. Em 14 de julho de 1914 o Provedor Domingos Wenceslau Moreira da Silva apresenta, em reunião da Mesa Administrativa, a “planta, mapas, orçamentos e relatórios, elaborados pela comissão mandatada para o efeito”.
1919 iniciando uma longa jornada até abril de 1976, altura em que foi nacionalizado. Na altura foi considerado um hospital de excelente qualidade, merecendo elogios de entidades oficiais do setor e inclusivamente dos alunos do 4º ano da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Deve destacar-se a circunstância de ambos os hospitais terem sido fruto da generosidade dos nossos conterrâneos emigrados no Brasil. O primeiro, totalmente custeado pelo grande benemérito Conde de S. Bento e o segundo prodigamente apoiado pela colónia portuguesa emigrada no país irmão. Durante 57 anos desempenhou a sua função com agrado geral, a tal ponto que as indeminizações concedidas pelo Estado às instituições que se viram despojadas dos seus hospitais, o nosso estabelecimento foi classificado ao nível distrital. Hoje, segundo fontes bem informadas, o hospital vai ser devolvido à Misericórdia, com efeitos a partir de 2016. Confiamos nos dirigentes e funcionários desejando e esperando que cada um no seu papel se empenhe e dedique com um sentido único que sempre norteou voluntários e profissionais da Instituição, que mais não é que SERVIR. Uma Santa Casa não é feita de cargos que se ocupam, mas de serviços que se prestam aos mais carenciados. • POR MANUEL CALÉM CARNEIRO (PROVEDOR NA ISCMST ENTRE 1982-1985
A inauguração do novo hospital efetuou-se a 26 outubro de
E 1991-1999)
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A ORIGEM DO HOSPITAL DE SANTO TIRSO
Os primeiros hospitais de que se tem notícia foram construídos no ano 431 a.C., no Sri LanKa, ex-Ceilão, no sul da Ásia. Dois séculos depois a Índia criou instituições especiais para tratar doenças, semelhantes aos hospitais de hoje. Já na Europa, a sua introdução coube aos romanos, que, por volta do ano 100 a.C., ergueram locais chamados “valetudinária”, para cuidar dos soldados feridos em batalha. Mas foi só a partir do século IV, com o crescimento do Cristianismo, que os hospitais começaram a tomar forma e se expandiram. Comandados por sacerdotes e religiosos, os “monastérios” passaram a servir de refúgio para viajantes e doentes pobres. Esses lugares possuíam um “infirmitorium”, onde os pacientes eram tratados, uma farmácia e um jardim com plantas medicinais. Foram eles que se tornaram modelo para os hospitais modernos. Na Idade Média, as ordens religiosas continuaram a liderar a criação de hospitais - calcula-se que só os beneditinos abriram mais de 2 000. Também o Hospital de Santo Tirso tem, de facto, na sua origem, a influência deixada pelos beneditinos que imperaram nestas terras durante cerca de mil e duzentos anos, desde o séc. VII até 1834, ano em que foram expulsas de Portugal todas as ordens religiosas Não se apagam facilmente vestígios de um tão longo domínio. A história do Mosteiro, que é a história desta terra, interessa ser conhecida, já que influenciou todo o seu percurso e, nomeadamente, o tardio nascimento da Misericórdia de Santo Tirso – 1885. Está escrito (Benedictina Lusitana) que no ano de 770 d.C. já aqui havia comunidade religiosa. O atual Mosteiro, que no
decurso dos séculos passou por diversas restaurações que lhe foram apagando os traços da fábrica primitiva, é do ano de 978. Nos fins do séc. XI, sob o governo do Conde D. Henrique, tinha o Mosteiro já muitos monges. E quando, no reinado do nosso primeiro Rei, em meados do séc. XII, uma armada de cruzados auxiliou esse monarca na conquista de Lisboa, um desse cruzados inglês (Osberto), deixou-nos um documento que revela a existência e a importância do Mosteiro, pois, descrevendo a sua viagem por mar até Lisboa, menciona o que certamente lhe pareceu mais digno de nota junto da orla marítima que percorreu, dizendo o seguinte: «O rio Minho, acima do qual fica a cidade de Tui; o rio Cávado, acima do qual fica a cidade de Braga; o rio Ave, acima do qual está a igreja do mártir bem-aventurado Thyrso»; depois o rio Leça, o rio Douro e a cidade de Portugala (Porto – vid. Fontes Medievais da História de Portugal, por Alfredo Pimenta, vol. I, págs. 112 e 113). Não indicando qualquer povoação, mas mencionando a igreja, entre o pouco que julgou digno de nota, é isso prova de que o Mosteiro gozava já de grande renome. Quando foi fundado, então, o Mosteiro de Santo Tirso? Quem o fundou? E, se já antes existira, e foi destruído ou abandonado por ocasião da invasão árabe, quem o reedificou? E quando? Tudo isto é obscuro. Há a tradição, exarada no Nobiliário do Conde D. Pedro, de que o fundador foi, no séc X, Alboazar Ramires, filho do rei Ramiro II de Leão e da famosa moura Zahara (depois chamada
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A ORIGEM DO HOSPITAL DE SANTO TIRSO
Artiga) por ele raptada e com quem depois casou, tendo-a Santo Tirso foi comprado em asta pública por uma Senhora convertido à religião cristã. do Porto, que posteriormente o haveria de vender a um Esse príncipe foi antepassado da família Maia, Gonçalo tirsense imigrante no Brasil, Manoel José Ribeiro (1807Mendes da Maia e seu irmão Soeiro Mendes da Maia, que foi 1893), mais tarde Conde de S. Bento, que tendo falecido o grande benfeitor do Mosteiro, por lhe ter doado o couto. sem descendentes diretos, nomeou seu herdeiro universal Dum modo geral, podem fazer-se, sobre datas anteriores seu sobrinho José Luís de Andrade, para que, por sua vez, ao séc XI, conjeturas mais ou menos deixasse em testamento todo o seu legado a fundadas, mas é arriscado fazerem-se uma instituição que viesse a ser constituída afirmações precisas. Uma presunção bem e prosseguisse fins caritativos. Em 1885 Em jeito de conclusão, o fundada, é a de que, na data em que seria constituída a Irmandade e Santa Casa retorno do Hospital Conde Soeiro Mendes doou o couto ao Mosteiro, da Misericórdia de Santo Tirso, que foi a S. Bento à gestão da este tinha uma vida próspera e longa. herdeira do referido José Luís de Andrade. Misericórdia não é mais do Como se depreende de quanto, No seu testamento, o Mosteiro de Santo Tirso resumidamente, fica exposto, as terras que a lógica de um regresso e as quintas que a cercavam, foi dividido onde se veio a formar a atual cidade de por três entidades: A Igreja Matriz para a às origens. Santo Tirso não tinham denominação Fábrica da Igreja; o primeiro piso do alçado própria na data da doação do couto. Ou, avançado do Mosteiro para a Câmara nessa data, não eram povoados esses lugares, ou tinham uma Municipal de Santo Tirso, que nele funcionou até finais de população diminuta. Só muito mais tarde estas terras viriam 1960; o restante edificado, incluindo a Quinta de Fora e a a ter população considerável, e, por influência do nome do Quinta de Dentro, num total de 26 he na margem esquerda do Mosteiro, passaram a chamar-se «Santo Thyrso». Esta expressão Rio Ave, para a Irmandade e Santa Casa da Misericórdia de foi perdendo o caráter de designação de nome dum Santo Santo Tirso. para passar a ser o nome de um Mosteiro e depois o nome de uma terra. Em tal complexo foi dado, pela Misericórdia, seguimento ao exemplo dos monges, acolhendo órfãos e desavindos, velhos e Aqui chegado, irei enquadrar o exposto com a construção doentes, para além de dar guarida a forasteiros. de raiz do primeiro Hospital da Misericórdia (1891-1919). Rapidamente se tornou indispensável a construção de um Hospital, que se concretizou no ano de 1891, edifício ainda Após a expulsão das ordens religiosas do país, em 1834, propriedade da Misericórdia junto ao Parque D. Maria II. todos os seus bens passaram para o Estado. O Mosteiro de Em 1919, já um outro Hospital havia sido construído e onde
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ainda hoje funciona, embora tenha sido nacionalizado em 1975. Proximamente, em Janeiro de 2016, por acordo assinado com a ARS-Norte e já homologado pelo Governo, a gestão do Hospital retornará à Misericórdia, mantendo-se enquadrado no SNS (Serviço Nacional de Saúde). Importante será referir que, entretanto, em 1913, no complexo do Mosteiro propriedade da Misericórdia, foi constituído um usufruto a favor do Estado português para nele explorar uma Escola Profissional Agrícola. Mais recentemente, em 2004, foi dado como findo tal usufruto, passando o Estado a ser arrendatário, sendo que por acordo estabelecido judicialmente, o Estado terá de entregar todos os prédios, livres de pessoas e coisas, à Santa Casa da Misericórdia, em 31 de Dezembro de 2025, daqui a 10 anos. Em jeito de conclusão, o retorno do Hospital Conde S. Bento à gestão da Misericórdia não é mais do que a lógica de um regresso às origens. Em Maio deste ano, àcerca da gestão do Hospital pela Misericórdia, tive a oportunidade de escrever (“Notícias de Santo Tirso”, 2015/Maio): “Para que o projecto se consolide e evolua de forma sustentável, há que ter presente que as necessidades da saúde num futuro próximo, se adivinham difíceis e problemáticas. No futuro, sem perder de vista o papel de prestar assistência de forma diferenciada e oferecer serviços especiais, as instituições hospitalares terão de estar preparadas para cuidar do paciente de maneira holística. O hospital do futuro deverá dispor de recursos humanos e tecnológicos
para cuidar das pessoas nas dimensões biológica, psíquica e social”. O futuro Hospital da Misericórdia deverá, acrescento agora, inserir-se num plano estratégico global de prestação de cuidados, no qual deverão estar articulados os serviços já prestados pela Santa Casa, tornando-se vital que tome como ponto de partida vários projetos já existentes a nível internacional, nos quais o internamento de alguns doentes agudos se possa efetuar no domicílio, sendo apoiado numa plataforma de monitorização tecnológica em tempo real. O chamado Hospital em casa. • POR VASCO FERREIRA (PROVEDOR DA ISCMST ENTRE 2000-2005)
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O PASSADO QUE É PRESENTE E FUTURO
Falar sobre a Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso não é tarefa fácil. Não só por ser uma instituição secular – fundada em 1885 -, mas também pela enorme evolução de que foi alvo ao longo dos anos. E se evolução nos faz pensar em crescimento, tempos houve em que também, por força das circunstâncias, a instituição foi forçada a renascer. Reporto-me ao ano de 1976 em que a Misericórdia, mercê da nacionalização dos hospitais ocorrida no ano anterior, ficou apenas com a gestão do então chamado “asilo para velhos”. Perante esta nova realidade, os seus responsáveis não cruzaram os braços e, ao contrário, direcionaram toda a sua motivação e saber para a criação de novos equipamentos, com instalações modelares e destinados a apoiar os mais carenciados. Nascem assim os lares “José Luiz d’Andrade”, “Dra. Leonor Beleza”- Unidade Grandes Dependentes, Jardim de Infância “Comendador Abílio F. Oliveira” Casa de Repouso de Real, Centro Comunitário de Geão, Serviço de Apoio Domiciliário, Clínica de Fisiatria, Casa Abrigo destinada a mulheres vítimas de violência doméstica, Unidade de Cuidados Continuados… Em quatro décadas renasceu das cinzas. De cinco funcionários passou aos trezentos e cinquenta de hoje. E hoje é o passado, o presente e o futuro. O princípio de tudo. Refiro-me concretamente à devolução da gestão do Hospital Conde S. Bento, a concretizar em Janeiro de 2016.
É o regresso às origens desta Santa Casa que enfrentará um trabalho árduo, apenas superável com a determinação, o empenho e a dedicação indispensáveis ao caminho a percorrer com vista ao sucesso. E sucesso é o que desejo à nossa Misericórdia. • POR ALBERTO MACHADO FERREIRA (PROVEDOR NA ISCMST ENTRE 2006-2011)
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PLANO DE ATIVIDADES E ORÇAMENTO 2016
Mais do que uma instituição particular de solidariedade social, Para nós, nada é novo. Estivemos na sua génese e dar-lhea Misericórdia de Santo Tirso é hoje uma marca e sinónimo de -emos continuidade. inovação, desenvolvendo projetos adaptados às necessidades A Misericórdia vai ser chamada, a partir de janeiro de de cada momento. Desde a sua fundação, em 1885, criou de 2016, a ultrapassar localmente as dificuldades atuais que raiz um vasto leque de soluções sociais/saúde/educação que existem no SNS (Serviço Nacional de Saúde), aceitando a resultaram na otimização de processos e aumento gestão do seu Hospital por um período renovável de rendimento, o que, consequentemente tem de dez anos. É já uma proporcionado à instituição redução de custos e É uma grande responsabilidade gerir uma estrutura criação de valor. ainda pública tão complexa. certeza, 2016 irá ser um ano Temos a determinação e o empenho para É já uma certeza, 2016 irá ser um ano de grandes assumirmos um compromisso com a população de grandes desafios para a nossa instituição. dos concelhos de Santo Tirso e Trofa: garantir desafios um serviço de saúde de excelência, adequado para a nossa O acordo de cooperação assinado no dia 11 às solicitações dos utentes que o procurem; de setembro de 2015, entre a Misericórdia e a proporcionar uma prestação de serviços rigorosa, instituição. A.R.S. Norte, com vista à devolução da gestão com qualidade adequada às necessidades dos do Hospital Conde S. Bento, para 2016, é um novos desafios. marco histórico, é o regresso à génese da nossa instituição. Pode não ser seguro que o consigamos, mas com uma Quando, em 1891, nasceu o seu primeiro Hospital, junto ao liderança compartilhada por todos os funcionários, impondo Parque D. Maria II, foi disso mesmo que se tratou, já que as regras que passem pela compreensão, coordenação e doenças que não paravam de aumentar junto das populações cordialidade no sentido de um comprometimento responsável e também dos idosos, dos órfãos, dos desavindos e dos dos diversos serviços, contribuindo para um clima fraterno forasteiros a quem era dada guarida – então nas Quintas e privilegiando a qualidade do saber ser e do saber fazer, é do Mosteiro – tornou indispensável a respetiva construção. certamente possível. Posteriormente foi sentida a necessidade de novas instalações e, em 1919, foi inaugurado um novo Hospital que, até hoje, Depois do nosso Gabinete de Dentária, entrará em pleno tem vindo a funcionar no Largo Domingos Moreira. funcionamento a nova Clínica de Gastroenterologia, que O retorno do Hospital Conde S. Bento à gestão da Misericórdia terá capacidade para executar cerca de 400 exames mês. não é por isso de estranhar. Esperemos que seja um ano de clarificação, no que
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concerne a Fundos Comunitários, esperamos poder abraçar, no antigo edifício da ARCO Têxteis, um projeto inovador e que responde às demandas da comunidade e dos problemas sociais atuais, ou seja, a criação de uma Unidade Especializada em Demências, que integra 3 tipos de respostas sociais a pessoas com Alzheimer e/ou outras demências: Centro de Dia Terapêutico, Serviço de Apoio Domiciliário Especializado e uma Unidade Residencial de Convalescença. Pretende-se com esta diversidade de serviços adaptar a intervenção à situação em presença, às suas necessidades, estádios de doença e enquadramento familiar, que será possível porque estaremos munidos de uma equipa multidisciplinar com formação especializada. Após a devolução do Edifício do antigo Liceu por parte da Câmara Municipal, continuamos a aguardar um desfecho para o diferendo existente relativamente às obras de manutenção que deveriam ter sido executadas pelo Município, no período de vigência do contrato de arrendamento. Recordamos que se trata de um prédio construído de raiz para nele funcionar o primeiro Hospital da Misericórdia, (1891/1919) tendo acolhido, depois do Hospital ter sido transferido para as atuais instalações no Largo Domingos Moreira (inaugurado em 26 de outubro de 1919), diversas funcionalidades, desde Quartel de Infantaria, Liceu Nacional, Tribunal de Círculo e, nos últimos trinta e dois anos, um polo da Câmara Municipal. É necessário dar continuidade à adaptação das estruturas existentes, nomeadamente na Casa de Repouso de Real, bem como continuar a aposta na modernização de forma
a podermos dar uma resposta capaz às solicitações de um mercado cada vez mais exigente. Estaremos, como sempre, atentos a Projetos de Financiamento quer para a modernização dos equipamentos existentes, quer para outros direcionados aos mais carenciados do concelho. Reiteramos o que tem sido transmitido nos últimos Planos de Atividades e Orçamento, ou seja, é óbvio que o Estado necessita de um prolongamento e de um substituto na implementação das suas políticas sociais e de saúde. Como tal, estaremos disponíveis para abraçar qualquer projeto ou desafio relacionado com a lei de bases da economia social e tudo o que se possa relacionar com a sua implementação, bem como na área da saúde, desde que seja necessário, benéfico e desejado pela comunidade e traga um contributo positivo à nossa Instituição. A cultura continuará a merecer a nossa atenção, o nosso grupo coral continuará a ser um divulgador do nome da Misericórdia e do concelho de Santo Tirso, dentro e fora do país. É necessário, face às atuais condicionantes, encontrar mecenas que ajudem a financiar esta atividade. Continuaremos a dinamizar eventos através das nossas estruturas (Auditório, Sala Multiusos, Revista etc.). Em suma, estamos ao serviço da comunidade, sempre atentos às suas necessidades, disponíveis para reforçar medidas e abraçar novos projetos, num desafio constante ao engenho, à criatividade e inquietude de todos os colaboradores desta Santa Casa, tudo sob o lema da MELHORIA CONTÍNUA.
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PLANO DE ATIVIDADES E ORÇAMENTO 2016
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Notas: Rendimentos = € 17.551.699,45 Gastos = € 18.184.027,90 Resultado Líquido do Período= - € 632.328,45 Cash Flow Previsional= € 109.860,78 Média Resultados Extraordinários 2010/2014 = € 538.974,66 Pode concluir-se que; • Sendo o Cash Flow Previsional de € 109.860,78; • A Média dos Resultados Extraordinários 210/2014 = = € 538.974,66; A Instituição terá em 2016 fluxos financeiros positivos. • POR JOÃO LOUREIRO (DIRETOR GERAL)
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NOVO COMPROMISSO APROVADO POR ASSEMBLEIA GERAL
Por exigência da lei civil - conforme estabelece o DecretoLei nº 172-A/2014 de 14 de novembro – as Irmandades da Santa Casa da Misericórdia, como Instituições Particulares de Solidariedade Social que são, ficaram obrigadas a adequar os seus Compromissos ao disposto na nova lei civil no prazo máximo de um ano (até 17 novembro 2015). Essa adequação foi efetuada por deliberação da Assembleia Geral, tomada por maioria simples dos votos. Esta recente orientação surgiu com o intuito de haver uniformidade em todo o território nacional, sendo que a Conferência Episcopal Portuguesa aprovou um novo Compromisso-Modelo para as Irmandades das Misericórdias Portuguesas a fim de que as Assembleias Gerais destas adequem o seu Compromisso ao referido Modelo. Posteriormente, será aprovado pelo Bispo da Diocese e remetido à Segurança Social até à data legalmente estabelecida. Nesse sentido, a Assembleia Geral da Misericórdia de Santo Tirso reuniu, em sessão extraordinária no dia 8 de setembro, onde houve lugar à apreciação e votação da proposta de alteração do seu Compromisso. Os Irmãos presentes no Auditório “Centro Eng.º Eurico de Melo” ouviram as propostas de alteração sugeridas pela Instituição e aprovaram a alteração do Compromisso, por maioria. Por se considerar oportuno, dá-se particular destaque a uma das alterações sofridas e que consiste na atualização da designação desta Santa Casa que passará a ser
denominada Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso. Este novo Compromisso encontra-se disponível para consulta no site institucional: http://www.misericordia-santotirso.org/ download/compromisso.pdf • POR JOÃO LOUREIRO (DIRETOR GERAL)
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HOSPITAL CONDE S. BENTO ‘RENASCE’ EM 2016
Em 2016, a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso passa oficialmente e gerir os destinos do Hospital Conde S. Bento. Coincidindo o facto com um momento de tradicional celebração, é com o mesmo espírito que a Santa Casa pretende vivenciar o momento, acreditando que o novo ano trará uma esperança renovada para os trabalhadores daquela unidade hospitalar e, naturalmente, para os seus utentes. No exigente e complexo processo negocial que antecedeu a devolução do hospital à Misericórdia – entretanto formalizada e homologada pelas entidades competentes – outra coisa não pretendeu a instituição que não a salvaguarda do superior interesse das populações servidas pelo hospital, nomeadamente dos concelhos de Santo Tirso e Trofa. Através dos serviços que presta nas suas múltiplas valências, a Misericórdia de Santo Tirso foi merecendo o respeito e consideração das populações que, acreditando no trabalho desenvolvido, nela confia de forma atenta e responsável. De igual modo, também o Estado a entendeu como um parceiro natural no sistema de saúde, tendo em vista uma eficiência cada vez maior na prestação de cuidados à população. Há um ano, o então Ministro da Saúde, Paulo Macedo dava disso público testemunho ao afirmar que as “exigências técnicas de prestação de cuidados de saúde” das Misericórdias, aliada à ausência de fins lucrativos e à proximidade das populações as tornavam “importantes
parceiros do Estado na área da Saúde”. A isto, soma-se a sua vocação e tradição multisseculares: o primeiro hospital português, por exemplo, foi entregue em 1510 pelo Rei D. Manuel à gestão de uma Misericórdia (a de Tomar) e, no caso em particular da de Santo Tirso, basta recordar que na sua génese, há 130 anos, esteve a criação do hospital. Merecer a confiança por parte das populações e das entidades públicas e privadas traz, no entanto, responsabilidades acrescidas, no sentido de honrar compromissos e não defraudar expectativas. E é acreditando nas suas capacidades para fazer mais e melhor que a Misericórdia respondendo afirmativamente ao desafio do Estado, tudo fará para que as populações de Santo Tirso e Trofa voltem a confiar no ‘seu’ hospital, que a partir de 2016 recupera a antiga designação de Hospital Conde S. Bento. Na base desta relação de confiança está a garantia de salvaguarda do Serviço Nacional de Saúde. E porque tantas vezes questionada, nunca é de mais sublinhar que à cabeça dos princípios subjacentes ao acordo celebrado pela Misericórdia está, de resto, a “realização das prestações de saúde com respeito das regras aplicáveis ao Serviço Nacional de Saúde”. Por sua vez, no exercício da sua atividade, a Misericórdia está igualmente “obrigada a assegurar elevados parâmetros de qualidade dos serviços de saúde prestados, de acordo com as orientações definidas pelos organismos competentes do
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Ministério da Saúde”, tendo mesmo que iniciar um processo de certificação da qualidade. Posto isto, e num momento de particular intranquilidade, em que escasseiam os sinais de esperança, impõe-se à Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso, tendo em conta inclusive a sua vocação social, dar sinais do contrário. Mas não o faz de ânimo leve, antes porque acredita estarem reunidas as condições para que, a partir do próximo ano, as populações de Santo Tirso e Trofa renovem com o ‘seu’ hospital uma relação de confiança.• POR JOSÉ DOS SANTOS PINTO (PROVEDOR)
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Ação Social e Comunidade
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REFORÇADA CARTA DE COMPROMISSO NO ÂMBITO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
No passado dia 14 de outubro, a Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais, presidiu à assinatura de Cartas de Compromisso por parte de representantes de entidades gestoras que integram a rede nacional de apoio e proteção a vítimas de violência doméstica, numa sessão que teve lugar na Sala do Governo da Assembleia da República. Concretamente, a Misericórdia de Santo Tirso viu reforçada a Carta de Compromisso assinada em dezembro de 2013, com o objetivo de beneficiar espaços físicos na Casa Abrigo D. Maria Magalhães e assim melhorar as condições de conforto das vítimas acolhidas. A um levantamento de necessidades recentemente efetuado, aquele organismo do Governo respondeu prontamente, dando seguimento à política de atribuição de verbas dos jogos sociais às áreas da Igualdade e da Violência Doméstica. As subvenções criadas/reforçadas nos últimos 4 anos vieram assegurar respostas e colmatar necessidades nestas áreas, que doutra forma se encontrariam a descoberto.
Porque o combate à problemática da Violência Doméstica deve continuar a constituir uma prioridade, por uma Cultura de homens e mulheres mais justos e respeitadores.• POR SARA ALMEIDA E SOUSA (COORDENADORA CASA ABRIGO “D. MARIA MAGALHÃES”)
Teresa Morais aproveitou para lembrar que todas estas áreas estão cobertas pelos fundos comunitários do Portugal 2020 e que esta “É uma oportunidade que as organizações não devem perder porque se trata de um financiamento considerável. Pela primeira vez o Portugal 2020 prevê também o financiamento da capacitação das próprias ONG” (SIC).
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Ação Social e Comunidade
SEMANA DA VITALIDADE
Já pelo 4º ano consecutivo a Misericórdia sinaliza o Dia Internacional do Idoso com a promoção de várias iniciativas nessa semana, intitulada como a Semana da Vitalidade. Neste ano, os dois primeiros dias da semana foram reservados aos utentes das nossas valências que acolhem idosos, desde as valências residenciais, Lar José Luíz d’Andrade, Lar Dra. Leonor Beleza, até as complementares como o Serviço de Apoio Domiciliário, Centro de Dia e Centro Comunitário de Geão. Juntaram-se ainda ao evento as utilizadoras da Casa de Abrigo D. Maria Magalhães. Foram definidos dias temáticos, sendo a segunda-feira, dia 28 de Setembro, destinada aos cuidados de imagem. A atividade decorreu no Centro Comunitário de Geão, num ambiente descontraído e agradável dinamizado por dois parceiros: Curso de Formação de Cabeleireiro do Instituto do Emprego e Formação Profissional e os Anjos Urbanos Cabeleireiros. As utentes usufruíram de corte e brushing de cuidados aos cabelos e ainda cuidados de manicure. As fotografias espelham a satisfação das utentes a receberem uma atenção especial. A terça-feira, dia 29 de Setembro, foi reservada para o Espaço Zen na Casa de Repouso de Real. Os utentes das outras valências deslocaram-se para partilhar momentos de relaxamento físico e espiritual e experimentar técnicas e modalidades alternativas, que fazem bem ao corpo e à mente.
CUIDADOS DE IMAGEM
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SEMANA DA VITALIDADE
O yoga foi dinamizado pela monitora e voluntária, Eugénia Paula Guimarães, e Pilates por uma terapeuta da Clínica da Misericórdia. Os utentes usufruíram de massagem geriátrica realizada pelo Centro de Estética Profissional Carla Ruas e uma abordagem individualizada de Reiki, dinamizada por uma colaboradora da Unidade de Cuidados Continuados da Misericórdia. Durante a tarde, realizou-se uma sessão coletiva de Thai Chi Shuan, com a colaboração voluntariosa de Diogo Freitas, da Escola de Artes Marciais Chinesas She-Si. Não obstante as limitações físicas dos utentes, constatou-se excelente recetividade a novas terapias e abordagens do bemestar. A quarta-feira ficou reservada para uma iniciativa cultural muito animada, que envolveu os utentes da instituição e outras entidades sociais do concelho, que apreciaram a espontaneidade do “Zé Pacóvio”, figura central da peça de teatro da Companhia de Teatro Expressão, que decorreu no Auditório do Centro Eng. Eurico de Melo, durante a tarde. Encerrou-se a iniciativa no Dia Internacional do Idoso, 1 de Outubro, reservando o período da manhã com uma colheita de sangue realizada pelo Instituto Português do Sangue e Transplantação e durante todo o dia rastreios de saúde para a população sénior do concelho. A instituição disponibilizou recursos técnicos de diferentes serviços para o rastreio nutricional, hipertensão, diabetes, osteoporose e saúde oral. O rastreio visual foi assegurado pelo Jorge Oculista, o auditivo pela Acústica Médica, Podologia pela Clitirso e Cardiologia pela Clínica Dr. Campos Costa.
ESPAÇO ZEN
Aproveitamos a oportunidade para agradecer aos parceiros envolvidos nesta iniciativa que promove a vitalidade das pessoas idosas e fomenta o inter-relacionamento positivo entre todos que pertentem à família-Misericórdia…porque é isso “o que nos move”!• POR LILIANA SALGADO (DIRETORA DE SERVIÇOS SOCIAIS E QUALIDADE)
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PEÇA DE TEATRO “ZÉ PACÓVIO”
RASTREIOS DE SAÚDE
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MISERICÓRDIA EM MOVIMENTO ZUMBA FITNESS
O exercício físico laboral é de extrema importância, pois tem como objetivo minimizar os impactos negativos oriundos do sedentarismo na vida e na saúde do trabalhador. Estes podem ocorrer em diversas esferas, tais como problemas físicos, psicológicos ou sociais. Deste modo, a prática de atividade física gera benefícios físicos para o trabalhador, tais como benefícios psicológicos (alívio do stresse, poder de concentração) ou sociais (espírito de equipa, confiança). Desta forma, em 11 de fevereiro do corrente, deu-se início, no Centro Comunitário de Geão, às aulas de Zumba Fitness dirigidas aos colaboradores da Misericórdia de Santo Tirso. E como se define esta modalidade? Zumba Fitness é uma junção de exercício físico com dança. Todas as coreografias têm como base música com ritmos rápidos e lentos com inspiração musical variada: cumbia (música típica da Colômbia), salsa, merengue, mambo, flamenco, ChaChaCha, reggaeton, samba, hip hop, axé music e tango. Esta atividade proporciona uma melhoria na capacidade cardiovascular e contribui ainda para melhorar o equilíbrio e a coordenação. No caso de mulheres sedentárias, pode ainda promover uma melhoria mais acentuada a nível muscular, dado que não estão habituadas ao esforço específico. Considera-se um “exercício disfarçado”, pois a aula é uma animação, de tal modo que os participantes não se apercebem que estão a fazer exercício físico. Sendo fácil, Zumba Fitness é projetada para todas as idades, para todos os géneros e para qualquer nível de aptidão física.
Com esta definição percebemos em que consiste a modalidade. Contudo, apenas experiementando é que ficamos com a real noção da animação da nossa turma. Para além da nossa imaginação! Todas as aulas são uma alegria, não só pela modalidade em si, mas principalmente pelas alunas que são um “Show”! A nossa aula resume-se a uma hora de exercício físico, boa disposição, mil sorrisos... O resto têm de ver e sentir vocês mesmos! Zumba Fitness faz bem ao corpo e à mente dos alunos e, sem dúvida, ao instrutor! Melhorando qualidades de vida! • POR DIANA SANTOS (INSTRUTORA DE ZUMBA)
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A ARTE DO TAI CHI CHUAN NA CASA DE REPOUSO DE REAL
A arte do Tai Chi Chuan apareceu na China por volta de 1600 oriunda de uma família ligada às artes marciais e foi desenvolvida como um sistema de luta e de desenvolvimento físico. Com o advento das novas tecnologias, o Tai Chi Chuan foi desenvolvido como um sistema desportivo completo, sendo incorporado como disciplina em Universidades de Educação Física e de Medicina de todo o mundo com o objetivo de elaborar um estudo sobre as suas potencialidades, já reconhecidas no meio científico internacional.
para os desafios que a vida traz ao longo da vida e o Tai Chi Chuan pode ser um deles. Desde outubro passado, com periodicidade mensal, é realizada uma sessão de Tai Chi Chuan na Casa de Repouso de Real, aberta à participação dos utentes das restantes valências residenciais. A adesão dos utentes tem sido muito positiva, demonstrando a valorização e descoberta do Tai Chi Chuan como uma nova terapia potenciadora de qualidade de vida. •
O Tai Chi na Saúde POR DIOGO DE MAGALHÃES (PROFESSOR DE TAI CHI CHUAN. ESTUDOU TAI CHI
O «Tai Chi» como sistema terapêutico pretende ser uma atividade vocacionada para o crescimento integrado dos indivíduos, nas diferentes etapas da sua vida, seja a nível motor, no desenvolvimento da flexibilidade, da sustentação muscular equilibrada, no aperfeiçoamento das capacidades físicas e psíquicas, na gestão das emoções, no autocontrolo, no aumento da autoestima e da confiança. Além disso, por ter um trabalho ao nível da musculatura interna e dos principais órgãos do corpo, permite alcançar uma grande qualidade de vida nas camadas etárias superiora, particularmente da saúde do idoso e das pessoas com mobilidade especial. As potencialidades únicas do Tai Chi Chuan tornam esta disciplina física uma ferramenta essencial para o crescimento e desenvolvimento psico-motor em todas as idades, sendo que a sua prática na idade adulta potencia largamente os seus benefícios como arte de fortalecimento interno. Há muitos meios de preparar o corpo e a mente
CHUAN NA UNIVERSIDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE PEQUIM)
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YOGA SENIORES PROMOVER A ENERGIA E O EQUILÍBRIO EMOCIONAL
“ O objetivo primordial do Yoga é restabelecer a paz. Estabelecer simplicidade da mente, e libertá-la da confusão e da dor. Esta sensação de calma vem da prática dos asanas (posturas) e pranayama (exercícios respiratórios). Diferentemente de outras formas de exercícios que tencionam músculos e ossos, o Yoga gentilmente rejuvenesce o corpo. Ao restaurar o corpo, o Yoga liberta a mente dos seus sentimentos negativos causados pelo ritmo frenético da vida moderna. A prática do Yoga completa os reservatórios da esperança e do otimismo dentro de nós. Ela ajuda a suplantar todos os obstáculos no caminho para a saúde perfeita e para o contentamento espiritual. É um renascimento.” B.K.S. Iyengar A prática de Yoga compreende o corpo e mente como parte integrantes de um mesmo sistema, de forma que quando agimos conscientemente sobre o corpo provocamos alterações no estado mental. Assim e com o objetivo de proporcionar aos seniores esta tomada de consciência e o bem-estar individual de cada elemento presente, o Centro Comunitário de Geão promove semanalmente, desde 02 de junho do corrente, uma aula de Yoga dirigida a esta população. O nosso propósito, através do Yoga é proporcionar um aumento significativo da qualidade de vida dos seniores, melhorando a auto-estima e autoconfiança, bem como tornar
este período de vida numa nova etapa de descobertas, desafios, evolução e desenvolvimento pessoal. “(…) o Yoga é o vislumbre da alma, mas existem vários efeitos colaterais que são a saúde, a felicidade, a paz e o equilíbrio.” B.K.S. Iyengar • POR PAULA GUIMARÃES (INSTRUTORA DE YOGA)
“Sinto-me bem, descontraio…” // Rosa Dias / Utente CCG
“É a melhor ginástica que podemos ter. Eu gosto muito!” // Marília Dores / Utente CCG
“Sinto-me bem…” // Laura Moreira / Utente CCG
“É maravilhoso, descontraio-me e fico muito bem disposta…” // Beatriz Moura / Utente CCG
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S. MARTINHO DE VOLTA ÀS ORIGENS
Em dia de S. Martinho houve mesmo lume, castanhas e vinho. Três imperativos que a tradição dita e que os utentes não dispensam. Habitualmente celebrada de forma plural, e em cada uma das valências da instituição, quis-se este ano que esta data fosse festejada de forma mais una. Desta vez, todos os caminhos conduziram ao espaço exterior do Lar Dra. Leonor Beleza, local escolhido para a realização de um magusto que, para lá dos domínios de cada valência, integrou utentes, familiares e colaboradores de grande parte das valências e serviços desta Instituição. De volta às origens e retomando as linhas festivas de outrora (tão presentes na memória do coletivo institucional), a iniciativa cumpriu também o seu propósito no reforço das ligações laborais e afetivas entre aqueles que diariamente se vão cruzando nestes espaços, representando mais uma pedra na construção contínua da identidade institucional. Nós, Misericórdia. • POR MARIA JOÃO FERNANDES (COORDENADORA LAR DRA. LEONOR BELEZA)
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GRUPO REFLEXÃO E PARTILHA
Na área social são frequentes os momentos de reuniões de trabalho inerentes à discussão de casos e definição da intervenção a realizar. A origem deste grupo foge um pouco a esta inevitabilidade, porque associa um cariz de confraternização aos encontros.
Após a receção realizada pelo Sr. Provedor, que enalteceu a troca de experiências entre instituições e valorizou o trabalho técnico no desenvolvimento do setor social, projetou-se o vídeo, com o objetivo de contextualizar as presentes para a nossa realidade institucional.
Trata-se de um grupo que reúne várias Misericórdias da zona Norte e algumas IPSS, que nos primeiros encontros debateram o funcionamento do Serviço de Apoio Domiciliário, mas atualmente abrangem outros temas de discussão. As reuniões, de periodicidade semestral, são precedidas de uma visita às valências da instituição acolhedora, de modo a dar a conhecer a dinâmica institucional e contextualizar as respostas sociais existentes e respetiva intervenção.
A visita que se seguiu, abrangeu todas as respostas sociais, permitindo às presentes questionar in loco as dúvidas que se colocavam. Após o almoço, no Lar José Luiz D’Andrade, a reunião de trabalho decorreu na sala multiusos debatendo como 1º ponto da ordem de trabalhos a análise das implicações da orientação técnica Direção Geral da Segurança Social da Circular nº4. De seguida, projetou-se uma breve apresentação sobre o percurso da Misericórdia de Santo Tirso na implementação do Sistema de Gestão da Qualidade e consequente Certificação, lançando a discussão das vantagens e dificuldades da Qualidade, numa instituição centenária.
Coube assim à Misericórdia de Santo Tirso acolher no dia 25 de Novembro, a reunião do Grupo de Reflexão e Partilha do 2º semestre de 2015. Contamos com a presença de 13 técnicas, representantes da: - Misericórdia de Valongo - Misericórdia de Marco de Canavezes - Misericórdia da Trofa - Misericórdia de Castelo de Paiva - Misericórdia de Vila Verde - Misericórdia de Barcelos - Associação S. Tiago – ASSA - Associação AS
Num clima de fraternidade, encerrou-se o encontro, esperando ter contribuído para o enriquecimento formativo e partilha de experiências e boas práticas no domínio social.• POR LILIANA SALGADO (DIRETORA DE SERVIÇOS SOCIAIS E QUALIDADE)
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Formação
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DIA INTERNACIONAL DO VOLUNTARIADO “À CONVERSA COM SÓNIA FERNANDES”
Instituído pela Organização das Nações Unidas em 1985, com o objetivo de incentivar e valorizar o serviço voluntário em todo mundo, o Dia Internacional do Voluntariado é, desde então, celebrado a 5 de dezembro de cada ano. Em 2015 a Misericórdia de Santo Tirso voltou a associar-se a este dia, promovendo o voluntariado através de mais uma iniciativa dirigida, este ano, também à comunidade tirsense: “À Conversa com Sónia Fernandes”. O evento decorreu pelas 15h00 no dia 7 de dezembro, no Auditório “Centro Eng.º Eurico de Melo”. Teve como oradora Sónia Fernandes, fundadora e presidente da Pista Mágica – Escola de Voluntariado – e Coordenadora do projeto VOAHR (Voluntariado Organizado para uma Ação Humanitária de Referência). Com o auditório bem composto por estudantes provenientes de várias escolas do concelho, bem como de voluntários, aspirantes a voluntários e colaboradores, a Diretora de Serviços Sociais, Liliana Salgado, bem como a Vice-provedora, Srª Dª Manuela Gonçalves (também ela voluntária da instituição), acolheram os presentes com sentidas palavras de carinho e incentivo para com o trabalho voluntário. Não se vive apenas com o sentimento, mas com a decisão. Não basta ter espírito de voluntário, é preciso ser. Dadas as boas vindas, Sónia Fernandes deu início à sua intervenção. Licenciada em Antropologia e mestre em Ação Humanitária, Cooperação e Desenvolvimento e tendo desenvolvido trabalho e competências de voluntariado
internacional em países como EUA, Moçambique, TimorLeste e Togo, para além do trabalho de voluntariado desenvolvido a nível nacional, trabalhou com ONGs, Nações Unidas e União Europeia. A oradora refletiu sobre a sua experiência e conhecimentos, testemunhando o seu percurso profissional e pessoal enquanto voluntária. Com um discurso descontraído, e porque “ser voluntário é muito mais do que pôr pensos nas feridas”, Sónia Fernandes procurou transmitir os valores que os voluntários devem considerar antes de abraçarem a vontade de partir em missão: “Primeiro é preciso aprender a ser voluntário”.
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Formação
Procurando sempre incentivar a plateia para o exercício de voluntariado, exaltando os benefícios que daí advêm quer a nível pessoal, quer na ajuda a quem mais precisa, a oradora descreveu algumas das suas experiências mais gratificantes enquanto voluntária, ilustrando as mesmas com fotos marcantes. Autora ainda de três livros relacionados com o voluntariado, Sónia Fernandes deu por terminada a sua intervenção depois de esclarecidas todas as questões colocadas pelos presentes. “À Conversa com Sónia Fernandes” tratou-se de um gratificante testemunho acerca do que é ser voluntário; tratou-se de mais uma simbólica homenagem a todos os voluntários que direta ou indiretamente se envolvem connosco. Representou, mais uma vez, uma forma de agradecimento a todos os que dão muito de si em troca de um bem maior. • POR CARLA MEDEIROS (DEP. FORMAÇÃO, IMAGEM E RELAÇÕES EXTERIORES)
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Formação
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PALESTRA EMERGÊNCIA: O QUE FAZER?
Qualquer um de nós, a qualquer altura, pode ser confrontado com uma eventual situação de emergência: acidentes rodoviários, acidentes de trabalho, paragens cardiorrespiratórias, crises convulsivas, intoxicações, etc. Os primeiros momentos perante uma situação destas são vitais e a nossa reação/atuação perante tal situação pode ajudar a salvar uma vida. O que fazer perante tais situações serviu de mote para mais uma iniciativa promovida pela Misericórdia de Santo Tirso dirigida aos colaboradores, mas também aberta à comunidade. Mediante a pertinência da temática, a adesão foi bastante significativa, envolvendo a presença aproximada de cerca de 180 participantes. A Palestra “Emergência: O Que Fazer?”, que decorreu no dia 29 de outubro teve como principal objetivo transmitir um conjunto de informações úteis para o dia a dia, em caso de confronto com uma situação de emergência. Teve lugar pelas 18h30, no auditório Centro Eng.º Eurico de Melo e contou com a prestimosa colaboração de Manuel Rodrigues, Médico no Centro Hospitalar Médio Ave, que assume ainda a escala de emergência no serviço de urgência do Hospital Geral de Santo António. Na presença do provedor da instituição, José dos Santos Pinto e dadas as boas vindas, o palestrante deu início à sua importante intervenção.
Sem descurar a prevenção como a melhor estratégia de tentar evitar uma situação de emergência, primeiramente abordou os diferentes momentos e princípios básicos a cumprir perante qualquer situação imprevista. De seguida, apontou as situações de emergência mais comuns, descrevendo e simulando quais os comportamentos aconselhados quando confrontados com cada uma delas. Enumerou comportamentos que possam contribuir para agravar o estado da vítima e quais os que devem ser evitados. No final da sua exposição, houve o habitual espaço para colocação de questões. A Palestra encerrou com as palavras do provedor da Misericórdia, reconhecendo o precioso contributo do orador, bem como agradecendo a presença de todos.
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Formação
Com agrado atestamos que o interesse e o entusiasmo evidenciado pelos presentes se refletiu nos resultados obtidos através dos questionários de “Avaliação de Satisfação dos Participantes”, nos quais a organização do evento (espaço/ /condições físicas; duração; pertinência dos temas versados), bem como o desempenho do orador (clareza na exposição; domínio do assunto; capacidade de motivar/interagir com o público) foram bastante enaltecidos. A iniciativa de alerta e prevenção foi reconhecida pelos presentes como sendo de extrema importância, permitindo fortalecer conhecimentos que já foram abordados junto de alguns colaboradores, aquando à Ação de Formação de Suporte Básico de Vida dinamizada em 2010. Alertar a comunidade para as corretas formas de atuação para ajudar a salvar a vida do próximo enquadra-se no espírito de missão desta instituição, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e social dos seus destinatários. No final da formação foi com agrado que registamos que o entusiasmo e interesse evidenciado por todos os envolvidos refletiu-se nos resultados obtidos e consequentemente no sucesso desta iniciativa. Tratou-se de mais uma etapa do plano de formação da instituição em que o objetivo final é o de melhoria contínua da sua ação. • POR HUGO MARTINS (DEP. FORMAÇÃO, IMAGEM E RELAÇÕES EXTERIORES)
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Ação Educacional
#30
A TERRA TREMEU NO JARDIM DE INFÂNCIA…
A Instituição apesar de não ter integrado formalmente o exercício público de cidadania de sensibilização para o risco sísmico: “A Terra Treme”, não quis deixar de honrar esta nobre iniciativa e levou a cabo um pequeno exercício subordinado ao tema em referência no Jardim de Infância.
resistente e segura: uma mesa, debaixo da cama ou num vão de porta;
Este exercício foi realizado no passado dia 06 de Novembro, dia definido para a iniciativa, e com um pequeno grupo de 17 crianças das salas dos 4 e 5 anos. Mais do que apelar à cidadania, é importante educar para a prevenção estimulando a aprendizagem dos gestos básicos a adotar antes, durante e depois de um sismo.
Mais que o sucesso personificado nos rostos dos nossos utentes pela iniciativa desenvolvida, a verdadeira gratificação institucional reside nos valores e atitudes que transmitimos tendo sempre em vista a construção de uma cultura consciente e fundamentada de prevenção, proteção e segurança. •
AGUARDAR, serenamente e em segurança até que a terra pare de tremer.
POR SÍLVIA RIBEIRO (TÉCNICA DE APOIO À GESTÃO)
Os nossos utentes pela idade que detêm, e ao participarem neste exercício tornam-se importantes agentes de mudança já que transmitem de forma espontânea e imediata as atitudes e competências adquiridas no âmbito da prevenção às suas famílias, evidenciando a importância da educação e sensibilização para a segurança. Este exercício decorreu por etapas, sendo que a 1ª etapa foi subordinada à aprendizagem com a visualização de um pequeno filme educativo subordinado ao tema em questão, passando de seguida ao exercício prático de realização dos três gestos fundamentais a realizar quando a terra treme: BAIXAR sobre os joelhos, já que esta é uma posição que evita a queda durante a ocorrência de um sismo; PROTEGER, sobretudo, a cabeça e o pescoço com os braços e as mãos, procurando abrigo numa superfície
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Saúde
#30
CUIDADOS PALIATIVOS A ILUSÃO DA DISTÂNCIA
“O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida, que não tenhamos nisso, um dia a menos nela…” (Fernando Pessoa)
segundo o Portal da Saúde, “são cuidados prestados a doentes em situação de intenso sofrimento”, cujo objetivo “consiste em promover, tanto quanto possível e até ao fim, o bem-estar e a qualidade de vida destes doentes”. Para que tal seja possível, os profissionais de saúde formam, apoiam e contam com a colaboração de familiares ou outros cuidadores que se Preconiza-se que os cuidados de saúde valorizem e respeitem mostrem disponíveis. cada ser humano na sua individualidade e especificidade. Os Os cuidados paliativos prevêem “o alívio dos sintomas, o cuidados paliativos, em particular, dirigem-se a pessoas com apoio psicológico, espiritual e emocional do doente, o apoio à características bem definidas, nomeadamente, que sofram de família e o apoio durante o luto, o que implica o envolvimento doenças prolongadas, incuráveis e progressivas. de uma equipa interdisciplinar de estruturas diferenciadas” (Portal da Saúde), que entenda o doente paliativo tal como A Santa Casa da Misericórdia de Santo ele é, diferente de um doente terminal ou de Tirso, sensível às necessidades e aos um doente agónico. Um doente terminal está Todo o tipo de cuidados específicos que os doentes em fim de vida, sendo os objectivos principais paliativos requerem, disponibilizou as controlar os sintomas e apoiar os familiares sofrimento diminui suas instalações à Associação Portuguesa ou pessoas significativas, enquanto que um quando é partilhado. de Cuidados Paliativos e, nos dias 14, doente agónico está nas suas últimas horas de 15 e 16 de Outubro de 2015, recebeu vida, muito debilitado, mas que pode estar sem profissionais de saúde de diferentes áreas (de formação sofrimento. Um doente paliativo pode ainda ter vários anos de e geográficas), que frequentaram o Curso Básico de vida após o diagnóstico de uma doença crónica, progressiva Cuidados Paliativos. Este tipo de cuidados não é praticado e sem previsão de cura. E esses anos podem ser preenchidos exclusivamente nas unidades e serviços específicos com qualidade de vida, sem nunca esquecer que a qualidade para esse efeito, pois são muito raros no país, são de vida é “aquilo que a pessoa considera como tal” (Twycross, cuidados prestados em diferentes contextos, incluindo 2001). o ambulatório, e por diferentes equipas e instituições, nomeadamente pela Santa Casa da Misericórdia de Santo Em cuidados paliativos, a morte é encarada como um Tirso. processo natural e não se pode partir do princípio que quem está a morrer está triste. É verdade que enquanto há No contexto abrangente em que atuam os cuidados paliativos, vida, há esperança e também é verdade que enquanto há
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Saúde
esperança, há vida, mas a esperança não é sinónimo de ilusão, deve ser objetiva e exequível, podendo consubstancializar-se, apenas, no amanhã sem dor.
A comunicação com o doente é muito importante, assumindo ainda maior relevância num contexto paliativo, uma vez que os doentes se sentem ameaçados e estão hipervigilantes. Para a facilitar, deve utilizar-se a linguagem dos doentes e dar-lhes tempo para se exprimirem, respeitando o rumo que eles lhe queiram dar. Contudo, frequentemente, muito mais importante do que se diz, é estar, é a presença. Todo o tipo de sofrimento diminui quando é partilhado. A relação é a base dos cuidados paliativos, que têm como objetivo último que o doente morra reconciliado, a todos os níveis, e que tenha sido possível juntar vida aos dias e não dias à vida. Referências Bibliográficas Portal da Saúde. Ministério da Saúde. Cuidados Paliativos. “http://www. portaldasaude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/ministeriosaude/ cuidados+paliativos/cuidadospaliativos.htm” http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/ministeriosaude/cuidados+paliativos/ cuidadospaliativos.htm Twycross, R. (2001). Cuidados Paliativos. 1ª Edição. Lisboa: Climepsi Editores
• POR SUSANA MOREIRA E MÁRCIA GUIMARÃES (ENFERMEIRAS NA UNIDADE DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS DA MISERICÓRDIA DE SANTO TIRSO)
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Cultura
#30
CONCERTO CORAL NO 130º ANIVERSÁRIO DA INSTITUIÇÃO
Nascida a 3 de julho de 1885, a Irmandade e Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso assinalou o seu 130º aniversário com um Concerto de Música Coral no auditório “Centro Eng.º Eurico de Melo” no passado dia 4 de julho. Com a sala completamente lotada, o Provedor da Santa Casa, José dos Santos Pinto, agradeceu a presença de todos e aproveitou o momento para deixar algumas palavras: evocou o passado enaltecendo a importância e a qualidade do trabalho desenvolvido pela Misericórdia ao longo dos seus já 130 anos de história, declarou orgulho pelo presente e manifestou esperança no futuro da Instituição. Aqueles que tão bem serviram a Misericórdia no passado, bem como aqueles que a servem atualmente não foram esquecidos e para o Coral da Misericórdia de Santo Tirso estavam reservados elogios pela grande capacidade de divulgação da Instituição a nível nacional. Dadas as boas-vindas, coube ao Coral da Misericórdia fazer as honras da casa. Seguiu-se o Coro D. Pedro de Cristo (Coimbra) e em último lugar assistiu-se à atuação do Coro dos Pequenos Cantores de Santo Tirso. Este grupo que tem como objetivo a formação musical para um conjunto alargado de jovens da nossa comunidade, foi criado em fevereiro de 2014 com o apoio da Misericórdia de Santo Tirso e da Paróquia de Santa Maria Madalena de Santo Tirso. Os repertórios foram muito diversificados e os intensos e motivados aplausos que se soltavam da plateia no final de cada atuação ecoavam o entusiasmo dos presentes.
No final, houve lugar a um profundo agradecimento pela honrosa e extraordinária atuação que os corais proporcionaram. A plateia ficou rendida! • POR HUGO MARTINS (DEP. FORMAÇÃO, IMAGEM E RELAÇÕES EXTERIORES)
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Cultura
#30
“A COMPANHIA DOS SONS” CANTANDO AS ORIGENS DA MÚSICA TRADICIONAL
A música tem sido apontada como um recurso valioso no planeamento de dinâmicas relacionadas com a terceira idade. Trata-se de um veículo de fortalecimento das relações interpessoais, sendo um elemento socializador e integrador, promovendo ainda equilíbrio emocional e afetivo.
Conta já com a participação de 25 elementos que se reúnem quinzenalmente em ensaios dirigidos por três músicos voluntários, onde a presença das violas, órgão, cavaquinho, pandeireta, vozes afinadas e ouvidos apurados conferem uma boa dose de entusiasmo a estes encontros.
Atentos a estes pressupostos, na Casa de Repouso de Real nasceu em outubro de 2014 a ideia de reunir um grupo de idosos das diferentes valências da Misericórdia de Santo Tirso que tivessem em comum o gosto pela música. Assim, nasceu o grupo de música tradicional “A Companhia dos Sons”. É constituído por utentes da Casa de Repouso de Real, Lar José Luiz d’Andrade, Centro Comunitário de Geão e Serviço de Apoio Domiciliário.
Desde a origem da humanidade que o ser humano tem a intuição de cantar em grupo e está provado que o cantar em coros ajuda o nosso ritmo cardíaco. Sempre focados nas origens da nossa música tradicional e cantada pelos mais velhos, que ainda vão mantendo as tradições vivas, vamos atuando no exterior da Misericórdia: em centros de dia, lares, escolas e o nosso último concerto decorreu, com muito sucesso, no CAID. Os jovens presentes presentearam-nos com uma dança e aplaudiram o grupo com um entusiasmo fenomenal. Neste momento “ A Companhia dos Sons” está já a preparar um novo ano em que tem como intenção atuar no programa “A Praça”, na RTP1, com novas canções e um reportório mais selecionado.• POR MARIA LUISA ALBUQUERQUE (ANIMADORA CASA DE REPOUSO DE REAL)
uma viagem pelo ÁLBUM DA FAMÍLIA MISERICÓRDIA NOTA: APENAS APARECEM IDENTIFICADOS OS COLABORADORES ATUAIS
Maria Inês Pinto da Silva
Aida Soares; Leonilde Costa; Cecília Martins; M. Fátima Oliveira; Pórcia Réis.
Rosa Maria Freitas; Assunção Medeiros M. José Pereira; M. Lúcia Martins; Olinda Coelho
Carlos Freitas; Goreti Moura; Aida Soares
Maria Augusta SĂĄ Oliveira
Maria Jesus Costa Ferreira; Maria LuĂsa M. Almeida
José António Amorim Gomes
Conceição Pinto
Maria Adelaide Pereira Gomes
Goreti Moura; JosĂŠ dos Santos Pinto; Goreti Monteiro; M. Manuela Sousa Freitas
Carla Medeiros; Elisabete Neto; Susana Freitas
Jorge Fachada
Ilda Meireles; Liliana Salgado
#30
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Cultura
POEMAS
ORIGENS
NA BUSCA DAS ORIGENS
No alto da montanha Aonde a noite repousa Os rios regressam E se invertem as vontades Ouvi a voz do vento Soprando lágrimas de saudade Inefável este meu sentir Aboli o tempo e o espaço Revejo os caminhos palmilhados Batidos pela chuva e pelo vento Amo estranhamente tudo o que sou, mesmo antes de o ser Hei-de partir com as mesmas dúvidas que me trouxeram ao mundo Serena esta minha paz.. Pinto o meu olhar e a minha Alma Espero o dia... Neste reviver regresso a casa.
Em muitas situações da vida A origem das coisas queremos saber Em muitas encontramos resposta Outras ninguém nos pode valer
Mª do Céu Machado (Voluntária no Lar Dra. Leonor Beleza)
Procuramos saber donde viemos As origens do nosso passado Essas para nós tão pessoais Aí nossas marcas guardado Não se pode comprar as origens Com cada um de nós nasceram Registo não se pode apagar Como heranças e destinos vieram Abordar nossas origens é fascinante Nela toda uma vida presente Repleta d’antepassados e saberes Só a cada um de nós pertence
Anyta Novembro 2015
Que local do concelho de Santo Tirso escolheria para fazer uma declaração de amor? Como sou romântica escolheria o Monte da Nossa Senhora da Assunção. Já leu algum livro de José Saramago, o único escritor português a receber o prémio Nobel da Literatura? Não, mas ainda vou a tempo de ler! O que mais a entristece no concelho de Santo Tirso? O que mais me entristece é o pouco desenvolvimento da cidade e ver o nosso património degradar-se. …E o que a deixa cheia de orgulho? O que me deixa cheia de orgulho é a nossa instituição que cada vez se desenvolve mais, para o bem da comunidade. Qual o filme que a levou ao cinema mais do que uma vez? O filme que mais gostei de ver foi “A Vida de Cristo”. Gostava de repetir… Qual destes três objetos - um Galo de Barcelos, um disco da Amália ou uma garrafa de Vinho do Porto - é absolutamente indispensável numa casa portuguesa? Todos são de grande valor, mas como sou portuguesa, escolho o disco da Amália. Consegue escolher o músico/cantor ou grupo musical da sua vida? A grande cantora e intérprete da minha geração foi Amália Rodrigues, bem como destaco o nosso Frei Hermano da Câmara. Qual a sua viagem de sonho? A minha viagem de sonho seria à ilha da Madeira. Se tivesse de recomendar um livro a um amigo, qual seria? Gostava de recomendar o Livro dos Pastorinhos de Fátima.
RE VE LA ÇÕES... Se fosse provedor por um dia, que medidas tomava? Seguia o trabalho no nosso ilustre provedor, e ia ao encontro das pessoas mais necessitadas, ajudando a nossa comunidade.
NOME Maria Inês Pinto da Silva CATEGORIA PROFISSIONAL Cozinheira ANTIGUIDADE NA INSTITUIÇÃO 39 ANOS
Gabinete Medicina Dentária DESCONTOS
Utentes, Colaboradores e Família Direta e Irmăos da Irmandade e Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso
Branqueamentos
20% ·
Medicina Dentária (Tratamentos)
15% ·
Prostodontia (Próteses)
10% ·
Ortodontia (Aparelhos)
5% ·
SERVIÇOS Medicina Dentária Ortodontia Implantologia Prostodontia
ACORDOS: Cheque Dentista Horário de funcionamento: 2ª a 6ª feira das 08h00 às 20h00 Clínica da Misericórdia: Rua Cinco de Outubro, 4780-383 Santo Tirso Telefone 252 808 265 • Email dentaria@misericordia-santotirso.org
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