Jen Welter

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A REVOLUÇÃO DE JEN WELTER Tem 36 anos, 1,57m de altura e pesa 58kg. Mas enfrenta, corpo a corpo, homens com mais de 120 Entra em campo para ganhar. Corre, embate, cai, levanta-se. Não conquista um touchdown, mas não desiste. “Isto é tudo o que tens para dar?”, gritou a um adversário de 1,93m, quando este a derrubou no seu primeiro jogo na liga masculina de futebol americano. O jogo de pré-temporada

entre as equipas Texas Revolution e Crunch, em fevereiro, deu a vitória ao primeiro (64-30) e, em especial, a Jen Welter, que se estreou no campo e no mundo como a primeira mulher não kicker (os jogadores que chutam a bola) numa equipa masculina profissional da modalidade. Welter joga ao ataque, como running back. “O meu objetivo é mostrar às mulheres que podem fazer o que quiserem, mesmo jogar futebol”, explica ao Expresso, por telefone. “As mulheres costumam ouvir demasiadas vezes o que não sabem fazer, em vez do que conseguem.” É esta a sua missão: servir de exemplo a homens e mulheres, mostrando-lhes que tudo é possível com trabalho e dedicação. Jen, pelo menos, conseguiu-o com suor. Do início incerto como jogadora de rugby do Boston College passou pela Mass Mutiny no futebol americano e, posteri-

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ormente, pelo Dallas Dragons e pelo Dallas Diamonds. De tão pequena que era, mesmo entre as mulheres era apelidada “Kid”. Mas a sua condição não a impediu de ganhar, oito vezes, o estatuto de All-American (reconhecimento atribuído aos melhores de cada modalidade). Nem de ser convidada para entrar na equipa Texas Revolutions, competindo com os homens de igual para igual. “Por vezes, é assustador, claro”, confidencia. “Eles são enormes. Mas alguma vez penso em desistir por ter medo? Não. Tenho um propósito maior, não vou desistir.” O seu propósito passa, essencialmente, por ser um exemplo. Treinadora de fitness, psicóloga desportiva, modelo e oradora motivacional são outras atividades que desenvolve. Jen considera, até, que a psicologia é uma ferramenta essencial no mundo do desporto. “O futebol é fácil para mim, é um jogo”, realça. “A parte mais desafiante encontra-se fora do campo: as pessoas a julgarem o nosso carácter, as nossas atitudes ou decisões. A certa altura, temos de perceber que o nosso trabalho é tanto dentro do campo como fora dele. E temos de aprender a lidar com essa pressão.” MARIA JOÃO BOURBON

MISSÃO WELTER É A PRIMEIRA  MULHER A JOGAR   AO ATAQUE NUMA LIGA  MASCULINA DE  FUTEBOL AMERICANO

POP REVISTA  21/JUN/14

UP

QUAL A DIFERENÇA ENTRE FOOTBALL E SOCCER?

Em tempo de Mundial de Futebol, eis uma curiosidade que é capaz de ser desconhecida de muitos: porque é que quase todo o mundo diz futebol e os americanos chamam soccer ao mesmo desporto? Na verdade, a palavra soccer surgiu no Reino Unido, em 1863, sendo usada quando alguém queria referir-se à Association Football, para a diferenciar da Rugby Football. Foi só há 30 anos que os britânicos deixaram de usar a palavra soccer, que foi caindo em desuso à medida que a popularidade do termo aumentava do outro lado do oceano, nos EUA. Com a invenção da sua própria versão do desporto — o futebol americano — os norte-americanos passaram a referir-se cada vez mais ao futebol tradicional usando o termo soccer, sendo hoje praticamente os únicos a usá-lo.


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