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A Real Hamburgueria da Torrinha!
Torrinha’s Real Hamburgueria
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Sempre senti uma ligação de apego a este nome que é o da Rua da Torrinha. Talvez, pela nossa afinidade aos diminutivos e ao carinho da mesa - o pãozinho, a carninha, a batatinha, o pedacinho… - mas talvez também, pelo restaurante que ali, na minha modesta opinião, abriu muito do caminho que hoje acomoda os Hambúrgueres artesanais na mais quentinha zona de conforto dos portuenses. Refiro-me, claro, à Real Hamburgaria Portuguesa. Visitei-a há poucas semanas, e folguei em vê-la tão preciosa como quando a conheci. Logo à entrada, recebe-nos um espaço aconchegante, por onde passeiam, diletantes, vários aromas em brasa. Cheira a novilho, a bacon, a molho de natas apimentado, a crosta estalada de pão quente e a robustos cogumelos salteados. Cheira quase à cozinha do nosso mais favorito restaurante de infância, diria eu. Trocámos duas de letra na receção e não tardou a que nos encaminhassem para dentro. Aliás, muito conveniente, o website do restaurante tem sempre indicado o número de mesas em espera e o tempo previsto até chegar a nossa vez - um pormenor que nos poupou, e muito, a espera!
Mas, como dizia, entrámos na rústica sala de banquetes da Real Hamburgaria. Sentámo-nos em redor do menu e, com esforço, lá conseguimos escolher só uma, de entre todas as criativas opções de hambúrguer. Decidi-me pelo Tritoque, e os meus companheiros pelo Adamastor, o Ovo a cavalo, o Fisco e o vegetariano Secretos da horta.
Para beber, pedimos uma fresca
Super Bock, como aliás é nosso costume aqui fazer.
Enquanto esperava, sentia o estômago ansioso e cheio de expectativa, por mais que o distraísse com aquelas boas Tostinhas, com Pimentos Doces e Queijos, que nos trouxeram para entradas. Mas eis que, ao longe, sai a tão aguardada procissão de pratos que nos vem acudir os sentidos. Que hambúrgueres, que pujança e que serviço diligente!
O Tritoque conseguiu esmerar a memória que dele tinha conservada. Aquele pão quente, estaladiço, aquela fantástica carne de bovino no ponto de cozedura, o duplo queijo flamengo, a derreter-se por todos os lados, o ovo que aguentava a todo o custo a gema cremosa, o molho guloso… enfim, todos os elementos daquele prato estavam deliciosos e inesquecíveis. E quem diz daquele, diz também dos outros, porque a verdade é que ninguém na mesa resistiu a cobiçar os hambúrgueres uns dos outros. Até o vegetariano me seduziu, pela consistência bem apetitosa daquele hambúrguer de soja e aveia, o saboroso queijo Alavão e os carnudos cogumelos Portobello. Nos acompanhamentos, fomos por umas batatas fritas caseiras, e que muito evidenciaram o bom cuidado no seu fazer. Acabámos o almoço satisfeitos e felizes, mas não antes sem matar a gula com o incriticável moscatel de favaios. Está de parabéns, esta bela e Real Hamburgaria, que sempre nos tratou com o mesmo carinho com que evocamos a sua rua e e os diminutivos da nossa Gastronomia.
To drink, we ordered a fresh Super Bock, as is our custom here.
While waiting, I felt my stomach anxious and full of expectation, although I distracted it with those good Tostinhas, with Sweet Peppers and Cheeses, that were brought to us for starters. But here, in the distance, comes the long-awaited procession of dishes that helps our senses.
What hamburgers, what strength and what diligent service!
I always felt a bond of attachment to this name that is that of Rua da Torrinha. Perhaps because of our affinity to the diminutives and the affection of the table - the bread, the meat, the potato, the little piece… - but perhaps also because of the restaurant that there, in my modest opinion, opened much of the way that today accommodates the artisanal burgers in the warmest comfort zone of the people of Porto.
I am referring, of course, to the Real Hamburgaria Portuguesa.
I visited it a few weeks ago, and I rejoiced to see her as precious as when I first met her. Right at the entrance, we receive a cozy space, where they stroll, dilettantes, various red-hot aromas. It smells like steer, bacon, spicy cream sauce, cracked crust of hot bread and robust sautéed mushrooms. It smells almost like the kitchen of our favorite childhood restaurant, I’d say. We talked a bit at the reception and it was not long before they sent us inside. In fact, very convenient, the restaurant’s website has always indicated the number of waiting tables and the expected time until our turn - a detail that saved us, and much, the wait! But, as I was saying, we entered the rustic banquet hall of Real Hamburgaria. We sat around the menu and, with effort, we were able to choose only one of all the creative hamburger options.
I decided on the Tritoque, and my companions on the Adamastor, the Ovo a cavalo, the Fisco, and the vegetarian Secretos da horta.
Tritoque managed to fine-tune the memory he had preserved. That hot, crispy bread, that fantastic beef at the point of cooking, the double Flameng cheese, melting on all sides, the egg that could withstand at all costs the creamy yolk, the sweet sauce… in short, all the elements of that dish were delicious and unforgettable. And whoever says of that one, says also of the others, because the truth is that no one at the table has resisted coveting each other’s burgers. Even the vegetarian seduced me, by the very appetizing consistency of that soy and oatmeal burger, the tasty Alavão cheese and the fleshy Portobello mushrooms. In the side dishes, we went for some homemade fries, which showed a lot of good care in their making.
We ended the lunch satisfied and happy, but not before without killing the gluttony with the incriticable Favaios moscatel.
Congratulations to this beautiful and royal Hamburgaria, which has always treated us with the same affection with which we evoke its street and the diminutives of our Gastronomy.