Análise da ventilação natural do Projeto Arquitetônico II
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Implantação
Alunas: Ludmilla Paixão Morganna Batista
Disciplina de Conforto Ambiental I Professora Flora Lima
Análise da ventilação natural do Projeto Arquitetônico
Universidade de Fortaleza Curso de Arquitetura e Urbanismo 2012.1
Introdução O projeto analisado consiste numa escola pública de ensino fundamental II, que pretende atender crianças da comunidade do Dendê, do 6º ao 9º ano. A escola, além de oferecer aulas tradicionais, pretende, através de um ginásio poliesportivo, salas de musica, arte e biblioteca, atender a comunidade como um todo. Inicialmente, a implantação foi realizada a fim de usar da melhor maneira possível os desníveis do terreno e aproveitar de forma eficiente a ventilação predominante do sudeste e iluminação natural, principalmente nos ambientes de longa duração, como as salas de aulas. O projeto foi pensado para ser viável economicamente, tanto a curto como a longo prazo. Para atender a essas necessidades, o primeiro elemento pensado pela arquiteta foi o uso dos cobogós, pois ao mesmo tempo que é eficiente para proteger as fachadas de insolação diária, permite que a iluminação natural chegue até os ambientes. A proteção para dias chuvosos foi feita através de janelas basculantes, com o intuito de evitar que os ambientes sejam prejudicados e, portanto, inutilizados. A seguir, vamos analisar como se comporta a ventilação dos ambientes e como solucionamos cada problemática encontrada. Para melhor compreensão, utilizamos croquis, plantas baixas, diagramas, imagens e perspectivas.
Perspectiva da volumetria do projeto
O Projeto
Planta baixa do térreo Planta baixa do subsolo
Planta baixa do 2º pavimento Planta baixa do 1º pavimento
Pátio Coberto A ventilação no pátio coberto, por estar localizado no nível mais alto do terreno, foi realizada através de uma ‘ trincheira’. Com uma largura de 5 metros, o vento vindo do sudeste desce através desse espaço e ventila o pátio coberto com eficiência.
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Perspectiva 3: Perspectiva da volumetria do projeto, com destaque para a trincheira.
Croqui 1: Como o vento se comporta na planta baixa do pátio coberto Croqui 2: Como o vento se comporta no corte do pátio coberto
Salas de Aulas Diagnóstico e solução proposta: No projeto analisado, as 16 salas de aula recebem ventilação natural. Por ser um espaço de longa permanência, e que exige concentração por parte de seus usuários, o vento não podia interferir de forma negativa nas atividades realizadas em sala e sim proporcionar maior conforto ambiental aos alunos para que pudessem focar suas atenções no que era dito pelo professor. Devido a esses fatores, após a parede de cobogó, colocamos janelas basculantes para que o vento que entrasse pudesse ser controlado sem interferir na iluminação natural. A janelas altas do outro lado da sala permite que o vento continue seu percurso. Com apenas janelas altas, o vento não teria como ventilar a parte de baixo da sala de aula. Logo, pusemos janelas baixas para facilitar a saída do vento e consequentemente ventilar com mais eficiência a área onde fica os alunos. Nessa parte, trocamos as janelas altas por cobogós, pensando no custo benefício do projeto analisado.
antes Croqui 6: Janelas basculantes
depois Croqui 7: Cobogós superiores e inferiores
Croqui 4: Planta baixa da sala de aula.
Croqui 5: Corte da sala de aula.
Biblioteca A biblioteca, por ser um lugar de longa permanência, deve ser bem ventilada. Como podemos observar na imagem abaixo, o ambiente não encontra nenhuma barreira na área externa, de modo que o vento adentra ao local de forma total, entrando pela janela basculante projetada na fachada sudeste. Entretanto, por falta de uma janela na parede da fachada oeste, a brisa não circula de forma eficiente em todo o ambiente, deixando o lado direito da biblioteca com pouca ventilação, pois o vento irá encontrar uma barreira, não havendo assim uma circulação contínua no ambiente.
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Solução proposta: Como forma de solucionar o problema da circulação da biblioteca, alcançando assim, uma ventilação eficiente, utilizamos a estratégia da ventilação cruzada, projetando outra janela na parede da fachada oeste, de forma que o vento circulasse continuamente. Para que os usuários sentados nas mesas de estudo recebessem ventilação nas pernas, pensou-se em projetar uma janela baixa, forçando o vento a circular não só na parte superior, mas também na parte próxima ao chão.
Croqui 8: Ventilação na biblioteca em planta baixa
Croqui 9: Ventilação da biblioteca em corte
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Sala de Artes Plásticas Solução proposta: Diagnóstico: Uma sala de artes deve ser bem ventilada e o cuidado com o sol deve ser redobrado, para que as pinturas não sejam danificadas. Neste projeto, o ambiente não foi bem orientado com relação à influência do sol, já que durante a manhã recebe calor por condução térmica e à tarde os raios solares incidem diretamente sobre a parede. Outro problema que vai tornar o ambiente mais quente é que nele existe uma única janela, que recebe ventilação do sul, que é insuficiente para tornar a sala agradável.
Neste caso o vento do sudeste não chega com tanta força na sala de artes, uma vez que ele tem de atravessar vários ambientes. Então para amenizar este problema, mantivemos a janela da fachada sul e projetamos duas novas janelas ao lado da porta e outra na parede oposta (fachada oeste), utilizando a estratégia da ventilação cruzada. E para proteger a sala da insolação, resolvemos colocar cobogós na fachada oeste e brises na fachada sul.
Croqui 11: Ventilação da sala de artes plásticas em planta baixa Croqui 10: Ventilação da sala de artes plásticas em corte
Sala de Música Solução proposta: Diagnóstico: Numa sala de música, a ventilação já não é tão desejada como numa sala de artes, mas não devemos esquecê-la. Neste ambiente, devemos atentar à acústica, então é preferível uma quantidade mínima de janelas. Ao analisarmos a janela da fachada norte percebemos que a mesma não tem eficiência com relação ao vento, apenas função estética.
Para solucionar este problema de ventilação, abrimos uma janela alta basculante na parede voltada para o lado da rampa, que é um corredor de circulação, recebendo assim, o vento do sudeste. Usando o programa Fluxovento, percebemos que mesmo com essas alterações ainda não foi possível alcançar a eficiência desejada, pois o depósito formou uma barreira, impedindo que o vento se espalhasse para a lateral direita da sala de música. O cobogó foi utilizado para proteger o ambiente da insolação.
Croqui 13: Ventilação da sala de música em planta baixa
Croqui 12: Ventilação da sala de música em corte
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Refeitório O refeitório fica localizado no andar so subsolo da escola, porém, em um desnível menor e portanto, recebe ventilação natural vinda do sudeste. A ventilação desse ambiente estava adequada, mas como precisamos colocar uma parede de cobogó após a fachada oeste da biblioteca, levamos essa parede até o nível do solo, que incluiu o espaço do refeitório. A ventilação continuou eficiente, assim como a iluminação natural e deu ainda, mais privacidade ao refeitório. Croqui 14: Fachada oeste antes da parede de cobogós.
antes
Croqui 14: Fachada oeste depois da parede de cobogós.
Perspectivas do refeitório mostrando o comportamento da ventilação
depois
Setor Administrativo Solução proposta:
Diagnóstico: O setor administrativo desse projeto possuía espaços mal ventilados pois, apesar de ter entradas adequadas de ventilação, o vento não tinha como sair, e portanto se tornava ineficiente em seu objetivo. Dentro dessa característica estão a sala dos professores, sala de reunião e diretoria.
A solução nesses ambientes foi bem simples. Como já havia entrada adequada de vento, pusemos apenas espaços nos quais o vento pudesse sair, continuando seu percurso. Os elementos vazados, como o cobogó, fazendo o papel de ‘ janelas’’ permite que o vento circule livremente e assim, ventile os ambientes com eficiência.A parede após os ambientes que tinha janelas altas, foi substituída por uma parede de cobogó, pois ao mesmo tmpo que dá privacidade à área administrativa, não impede a circulação do vento. Infelizmente, a sala do grêmio e sala do conselho comunitário foram prejudicadas desde o início do projeto. Com apenas uma abertura, para a fachada oeste, não tivemos como propor soluções para elas, sem ter que modificar o projeto como um todo.
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Croqui 15: Planta baixa da área administrativa que vai ser modificada.
Croqui 16: Comportamento da ventilação após as novas estratégias