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Lambretta 125
MOBILIDADE ANTI-VIRUS
A SCOOTER COMO ALTERNATIVA SAUDÁVEL DE TRANSPORTE
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As scooters já eram antes um meio de excelência em termos de mobilidade urbana. Práticas, fáceis de conduzir, fáceis de estacionar, ágeis no meio do trânsito, rápidas a chegar a qualquer lugar na cidade e de consumos moderados. Eis que o contexto da pandemia que todos estamos a viver veio reforçar ainda mais a sua utilização.
TEXTO: Pedro Rocha dos Santos FOTOS: Pedro Messias / Duzentos Participação de Margarida Salgado
E porquê ? porque os transportes públicos são um dos meios de maior aglomeração de pessoas, que todos os dias se deslocam para o seu trabalho e/ou afazeres e onde dificilmente se consegue manter um distanciamento de segurança aconselhado e a higiene necessária nos meios de transporte utilizados. Se antes as duas rodas já eram uma alternativa para quem se desloca nas grandes cidades, então nesta nova realidade em que todos procuramos alterar comportamentos para diminuirmos o risco de contaminação, a moto e em particular a scooter surgem como meio alternativo, acessível e seguro, para nos deslocarmos no dia a dia. E se nos primeiros meses do ano verificámos no sector das motos um considerável abrandamento das suas vendas, pois os meses de confinamento fizeram abrandar o consumo e inevitavelmente a economia, já no segundo semestre de 2020, apesar de estarmos a viver presentemente uma segunda vaga pandémica, constatamos que os valores globais se aproximam das previsões para o corrente ano podendo superar aos resultados obtidos em 2019, sobretudo no segmento das scooters 125. A ACAP tem levado a cabo precisamente uma campanha no sentido de promover a utilização da Moto como forma alternativa e segura de mobilidade. A Campanha “Vai de Moto” reúne praticamente todos os fabricantes e representantes nacionais das marcas distribuídas no nosso mercado no sentido de impulsionar a venda de veículos de duas rodas, de forma não só a diminuir a densidade de tráfico urbano, como contribuir para a diminuição de consumos e, consequentemente, também a diminuição de emissão de gases poluentes afirmando-se no contexto de pandemia que enfrentamos, ser a tal alternativa segura aos transportes públicos. Num estudo recente realizado pelo RAC- Real Automovil Club de España, mais de 20% das pessoas que anteriormente utilizavam transportes públicos estão a ponderar passar a utilizar veículo próprio. Ora a Scooter representa de facto essa
alternativa já que por um investimento moderado podemos encontrar a solução ideal de mobilidade para os dias que correm. E de facto a legislação até favorece essa realidade, já que com carta de carro nos é permitido conduzir veículos de duas rodas até 125cc. Face a esta realidade as scooters têm uma vantagem real em termos de mobilidade urbana, pois são confortáveis e práticas, tem normalmente bastante espaço de arrumação, realidade que nos permite transportar o que necessitamos para o nosso dia a dia e equipamento extra para o frio ou chuva, permite-nos também ao fim do dia e antes de regressarmos a casa, passarmos a fazer algumas compras para o jantar, e talvez o mais importante em todo este contexto possa ser de facto a sensação de liberdade
que nos transmite o andar de moto, sobretudo reforçada pelo confinamento a que temos sido a obrigados, quer por lei quer por imposição própria no sentido de nos protegermos a nós e aos nossos. Outro fenómeno que temos assistido no nosso país e à imagem do que vemos nas outras capitais europeias, sobretudo as mediterrânicas, é o aumento de condutores do sexo feminino, uma realidade que tem a ver com uma nova forma de viver as cidades e com um maior sentido de liberdade e independência, pois a facilidade que as scooters oferecem na sua condução, têm atraído ultimamente muitos condutores femininos. Em termos estatísticos e a nível europeu as decisões de compra de motos por um público consumidor feminino representam cerca de 15% . E se nós homens gostamos de motos, que para além do factor utilidade são também um dos nossos “passatempos” preferidos, porque não então partilhá-lo a dois ? Ela na sua e nós na nossa... Foi nesse contexto que desafiámos dois concessionários da marca Lambretta, a Rame Moto e a U.dare, a cederem-nos duas unidades idênticas da Lambretta V125 Special e, durante alguns dias, vivermos essa experiência em directo, fazendo o nosso dia a dia em scooter. Rápidas a sair nos semáforos e ágeis a manobrar no meio do trânsito citadino, a experiência com as Lambrettas, nome que me recordo a minha avó dava a tudo o que tinha duas rodas e aventais desde os anos 40 ( eram todas “Lambrettas” ) tal foi o impacto que a marca teve quando
surgiu no mercado no período pós II Guerra Mundial. A Itália durante a Guerra estava inundada por umas scooters de cor verde fabricadas no Nebrasca, USA, e aerotransportadas para o cenário de guerra para servirem de transporte às tropas norte-americanas. Ferdinando Innocenti, industrial italiano, depois de ver a sua metalúrgica destruída pelos bombardeiros norte-americanos, encomendou no pós-guerra ao engenheiro aeronáutico General Corradino d’Ascanio, um projecto de um veiculo simples que pudesse transportar duas pessoas e que fosse fácil de conduzir, tanto por homens como por mulheres, e que tivesse proteção da sujidade e lamas para os condutores. O General d’Ascanio, que odiava motos, concebeu um design totalmente alternativo, com o motor da moto colocado directamente na roda traseira e uma estrutura aberta na frente que permitia às senhoras passar a perna para montar na moto de forma prática. A roda dianteira provinha directamente de um desenho semelhante ao de um trem de aterragem de avião permitindo mudar a roda com enorme facilidade. E o famoso “avental” mantinha limpas as saias e calças dos Lambrettisti da altura. A primeira Lambretta foi lançada para o mercado no ano de 1947 e contava com a opção de uma ssento traseiro para o passageiro ou um compartimento para carga. As Lambretta mantiveram até hoje inspiração nas suas linhas originais. A marca fechou as suas fábricas no final dos anos 60 e Innocenti, o seu mentor passou a construir pequenos carros
num contrato que celebrou com a British Leyland Motor Corporation, os famosos mini Innocenti. As Lambretta actuais são produzidas pela empresa austríaca KISKA, desde 2017, empresa responsável pelo design da KTM e da Husqvarna. Estão disponíveis 3 modelos, a versão utilizada no teste que realizámos, a V125 Special, e também outras duas versões, a V50 Special e a V200 Special. As suas linhas são inspiradas nas originais mas na concepção do seu chassi e construção foram necessários assumir alguns compromissos relacionados com a configuração dos motores e do fornecedor do chassi ( a SYM ). A Lambretta V125 Special está disponível em duas versões, com guarda-lamas dianteiro fixo e na versão Flex, em que o guarda lamas roda com a direção. O motor tem uma potência máxima de 10.1 hp às 8.500 rpm e atinge uma velocidade máxima de 95 Km/h ( comprovada ). A suspensão dianteira telescópica tem um comportamento aceitável mas em piso irregular demonstra alguma limitação. As rodas são ambas de 12” de 110 na dianteira e de 120 na traseira e os travões são de disco na dianteira e tambor na traseira ( tal como a PCX ) A altura do assento é de 800mm. O depósito de combustível tem a capacidade de 6.2 Litros e tem um consumo de 2.8 l/100 Km. O seu PVP é de 3.499 euros e existe uma Edição Especial Pirelli. As cores disponíveis na V125 Special são Cinza Mate e laranja na versão de guarda-lamas fixo e Vermelho, Branco, Azul Preto e castanho na versão de guarda-lamas Flex.