Revista APAE em Destaque 012

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APAE em destaque

Publicação da FEAPAE-SP - Federação das APAEs do Estado de São Paulo

Ano 2016 • Edição 12

REVISTA APAE EM DESTAQUE ANO 2016 • EDIÇÃO 12

APAE EXCELÊNCIA

EM BUSCA DA MELHORIA CONTÍNUA, FEAPAES-SP APRIMORA INSTRUMENTO DA QUALIDADE ATLETAS SUPERAM LIMITES NA 21ª OLIMPÍADA NACIONAL DAS APAES

APAE É A MARCA DE CONFIANÇA DOS BRASILEIROS PELO SEXTO ANO CONSECUTIVO



CAPA

SUMÁRIO

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GALERIA DE FOTOS

8 NOTAS APAE

44 ENTREVISTA FISIOTERAPEUTA CÉSAR RÁLIO

46 ENTREVISTA GENETICISTA EDUARDO PERRONE

62 MÍDIA

57 POLÍTICA EM DESTAQUE

APAE EM DESTAQUE ITUPEVA

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CATANDUVA

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ESPÍRITO SANTO DO PINHAL

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VOTUPORANGA

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PARIQUERA-AÇU

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JOSÉ BONIFÁCIO

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MOGI DAS CRUZES

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MONTE APRAZÍVEL

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VALINHOS

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BAURU

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MONTE ALTO

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DOIS CÓRREGOS

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MAIRIPORÃ

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CER

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FEAPAES EM REVISTA 21ª OLIMPÍADAS 34 EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA O TRABALHO

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PARCERIA PARA O NOSSA ARTE

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APLICATIVO DE APRENDIZAGEM

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ISO 9001

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I FÓRUM DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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CONCURSO ESTADUAL DE CARTAZES

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FEAPAES-SP PRESTA CONTAS DO ANO DE 2015

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ARTIGO A IMPORTÂNCIA DA TERAPIA DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL

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EXPEDIENTE DIRETORIA EXECUTIVA

EDITORIAL

Presidente Cristiany de Castro Vice-presidente José Marcelo Alduíno 1ª Secretária Patrícia Regina Miranda da Cruz 2º Secretário Celso Roberto Pegorin 1º Dir. Financeiro Salvador Anésio Ruiz Aylon

2º Dir. Financeiro Luis Roberto Roson Diretor Social Paulo Arantes Diretor de Patrimônio Ivanil de Marins Procurador Jurídico José Andrade Pires

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

A 12ª edição da revista APAE em Destaque tem como reportagem de capa uma ação inovadora promovida pela FEAPAES-SP: o programa APAE Excelência, no qual as filiadas do estado de São Paulo receberão orientações e participarão de capacitações, além de consultoria em todas as áreas da Federação. É um programa completo que será o carro-chefe da FEAPAES-SP nos próximos anos. A participação dos atletas paulistas na edição nacional das Olimpíadas Especiais das APAES ­também será destaque nessa publicação. A reportagem completa mostra fotos do evento, resultados, declarações dos técnicos e a importância da prática de esportes na vida das pessoas com deficiência. A primeira revista APAE em Destaque de 2016 traz em suas páginas histórias de sucesso do movimento Apaeano, como “A hora do ler”, em Monte Aprazível, os convites de casamento confeccionados em Monte Alto e um desfile de moda realizado pela APAE de Catanduva. Esta edição conta, ainda, com duas entrevistas na área de saúde: bandagem terapêutica e investigação etiológica. Boa leitura! Thaici Martins Jornalista - Mtb 60.288/SP comunicacao@feapaesp.org.br

Antonio Alceu Belodi Helio Tadeu Zago Jorge Martins Salgado José Carlos da Silva José Luiz Beneciuti José Perez Perez Josiane Claudia da Silva Jacob Lilian Carla de Oliveira Liviana Giuliana Baldon Luiz Antonio Lopes Garcia Márcia Cardoso Luquetti Gianoti

CONSELHO FISCAL Titulares Marcelo Colombo Antônio Pio Neto Eugênia Amorim Ubiali

Marcio Chagas Fernandes da Silva Maria de Fátima Dalmédico de Godoy Maria José de Sousa Nunes Moacyr Fonseca Júnior Nilza Ribeiro Fernandes Afonso Paulo Cesar Zeni Paulo José da Silva Nogueira Rita de Cássia Ramos Silvio Filippini Sonia Ap. Martins Bento de Oliveira Vinicius José Pedraci

Suplentes Celso Bueno José Roberto Guimarães Carlos Eduardo Torres

CONSELHO CONSULTIVO Antônio Cândido Naves

Marco Aurélio Ubiali

EQUIPE TÉCNICA | FEAPAES-SP Superintendência Fernanda Peres Gomes gestao@feapaesp.org.br Comunicação Thaici Martins Brenda Pimentel comunicacao@feapaesp.org.br Coordenação Técnica Karla Borges coordtec@feapaesp.org.br Cursos Elisa Campos eventos01@feapaesp.org.br Desenvolvimento Institucional Marina Salomão David Freitas (estagiário) institucional@feapaesp.org.br Financeiro Maria Aparecida Duarte Lucas Almeida (estagiário) financeiro@feapaesp.org.br

Equipe da Qualidade Marlene Alves Bruna Soares Faria Elisa Parra Lucila de Castro Keila Stefani coordqualidade@feapaesp.org.br Jurídico Cláudia Fragoso

Érika Faria juridico@feapaesp.org.br Ouvidoria Driele Soares Camila Pascotto Johnny Barbosa Paulo Rezende auxiliaradm@feapaesp.org.br Recepção Nadya Campos Veranice Abreu Silva faleconosco@feapaesp.org.br Edição concluída em 29 de janeiro de 2016

Federação das APAES do Estado de São Paulo Rua Demar Tozzi, 340 | São Joaquim | Franca (SP) CEP: 14.406-358 | Telefone: 16 3403-5010 feapaes@feapaesp.org.br www.feapaesp.org.br

Revista APAE em Destaque

Redação: Thaici Martins e Brenda Pimentel. Edição: Thaici Martins. Revisão e diagramação: Zeppelini Editorial / Instituto Filantropia.

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PALAVRA DA PRESIDENTE

A BUSCA PELA EXCELÊNCIA

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entre os principais objetivos da nossa gestão está o desenvolvimento institucional e a profissionalização da gestão das APAES. Para isso, a Federação tem desenvolvido várias capacitações para os profissionais das APAES e diretorias. Em 2015, foram realizados 64 eventos, entre cursos, workshops e palestras, que beneficiaram mais de 3,7 mil pessoas. Nós acreditamos que as APAES são fortalecidas à medida que seus profissionais são capacitados e atualizados continuamente para desempenharem suas ações nas áreas da Assistência Social, Educação e Saúde, de forma a garantir e defender os direitos das pessoas com deficiência intelectual ou múltipla, o nosso público-alvo. Para cumprir esse objetivo, o projeto Instrumento da Qualidade foi aprimorado, dando origem ao programa APAE Excelência, que visa o fortalecimento das nossas filiadas. Pioneiro no Brasil, esse programa tem como princípio o ciclo PDCA (plan, do, check, act), ferramenta de gestão que visa controlar e melhorar os processos de forma contínua. O desenvolvimento do APAE Excelência baseia-se no estudo constante, nas capacitações, no assessoramento às filiadas e no monitoramento das melhorias no atendimento aos requisitos e desenvolvimento de novas estratégias. Na busca pela excelência, estamos unidos para fortalecer o movimento apaeano e as ações desenvolvidas em todas as nossas áreas. Cristiany de Castro Presidente da Federação das APAES do Estado de São Paulo

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GALERIA DE FOTOS

OLIMPÍADAS ESPECIAIS DAS APAES EDIÇÃO NACIONAL

BASQU

ETE

ISMO ATLET

NATAÇÃO

DELEGAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PA ULO 6

APAE EM DESTAQUE • ANO XX 2016 • EDIÇÃO • EDIÇÃO X 12


APAEAPAE EM DESTAQUE EM DESTAQUE • ANO• ANO 2016XX• EDIÇÃO • EDIÇÃO12 X

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NOTAS APAE

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APAE DE FRANCA GANHA VEÍCULO 0 KM

APAE de Franca recebeu um Gol 0 km da concessionária Volkswagen Francauto e Martins Consórcios. A doação é resultado da campanha realizada entre setembro e dezembro de 2015, que tinha como objetivo a venda de cotas de consórcio a partir do slogan: “Ajude a APAE a ganhar um Gol 0 km”. O veículo é avaliado em R$ 32 mil e será um dos atrativos do Show de Prêmios da APAE local. Em breve, a diretoria da entidade lançará o projeto que tem como objetivo a captação de recursos para o custeio de atendimentos prestados pela organização.

GREGORY RODRIGUES PARTICIPA DE SHOW EM PROL DA APAE DE LORENA

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cantor Gregory Rodrigues, ex-calouro do Programa Raul Gil, participou de um show em prol da APAE de Lorena. Gregory cantou músicas que o consagraram no programa, além dos sucessos de outros artistas e faixas do seu novo CD. O ex-calouro também participou de um dueto com Tatiana Santos, da banda Alphaville. O dinheiro arrecadado com a venda de ingressos foi revertido para a APAE.

APAE DE TAQUARITINGA RECEBE DOAÇÃO DE CONCESSIONÁRIA

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APAE de Taquaritinga recebeu uma doa­ ção de R$ 2,7 mil referente ao Mega Feirão Solidário realizado pela concessionária Atlas Chevrolet em prol da entidade. Na cerimônia de recebimento da doação, assistidos da organização fizeram uma apresentação

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de dança e participaram do coquetel oferecido pela empresa. Esta foi a primeira vez que a APAE recebeu uma doação dessa empresa com eventos dessa natureza. A ideia partiu dos proprietários da concessionária que colaboram com a organização.


A

APAE DE CABREÚVA EM BUSCA DA EXCELÊNCIA

convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência norteia diretrizes que apontam um novo rumo e um novo tempo às pessoas com deficiência. Pensando nesses conceitos, a APAE de Cabreúva está desenvolvendo um trabalho constante de atualização das metodologias e experiências. Tudo isso é feito para melhorar o dia a dia da pessoa com deficiência e a qualidade dos serviços. Fundada em 1998, a APAE de Cabreúva desenvolve diversas atividades e atendimentos que

beneficiam a população local. Sua atuação ocorre por meio de programas de prevenção, ­estimulação precoce, ­ ambulatório, cursos pré-profissionalizantes, centro de convivência e autismo. Além dos programas, há projetos como o “Além da dança”, “Vida em movimento”, “Fonte de luz”, “Cuidando de mim”, “Horta”, “Facilitadores da inclusão”, “Laços e cantinho das mães”. De acordo com a instituição, os trabalhos refletem nas famílias dos seus atendidos como forma de fortalecer esse novo tempo.

SANTA FÉ DO SUL ADQUIRE APARELHO DE PEDIASUIT

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APAE de Santa Fé do Sul adotou o protocolo PediaSuit, tratamento intensivo ­realizado por fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais visando a recuperação de pacientes com distúrbios que afetam o movimento, a dinâmica circulatória e a integridade musculoesquelética. A fisioterapeuta da entidade, Priscila Kobayashi Domingues, participou do curso sobre o protocolo promovido pela FEAPAES-SP, em Americana. Posteriormente, a APAE adquiriu o equipamento no valor de R$ 17,9 mil, utilizando recursos do almoço beneficente, o “Porco na Brasa”. “Agradeço imensamente à população de Santa Fé e região que colaborou para o sucesso do evento, tornando possível a implantação desse projeto maravilhoso que a nossa fisioterapeuta Priscila nos apresentou e agora pode beneficiar os atendidos”, ressaltou a presidente da entidade, Lia Maura Lopes dos Santos.

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ARTIGO

A IMPORTÂNCIA DA TERAPIA

DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL

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integração sensorial é uma técnica de tratamento que foi preconizada pela terapeuta ocupacional norte-americana Jean Ayres na d ­ écada de 1960. Inicialmente, a terapia de integração sensorial era destinada a crianças com distúrbios de aprendizagem. Atualmente, também é utilizada em tratamento de disfunções neurológicas, transtorno de deficit de atenção e hiperatividade, TEA (Transtorno do Espectro Autista) e síndromes genéticas. O termo integração sensorial se refere ao processo neurológico que interpreta e organiza os ­estímulos sensoriais do próprio corpo e do ambiente, possibilitando o uso eficiente do corpo nas ações e atividades que fazemos rotineiramente. Quando uma criança tem um transtorno de processamento sensorial, a informação do meio ­ambiente e os próprios sentidos não estão bem organizados no cérebro. Isso resulta em problemas no processamento de informações, o que pode gerar respostas motoras, comportamentais e emocionais inadequadas para a tarefa. A terapia de integração sensorial é baseada na promoção de estimulação sensorial controlada por meio de atividades lúdicas e busca integrar todos os

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sistemas sensoriais, com maior ênfase aos estímulos táteis, vestibulares e proprioceptivos. O tratamento oferece situações na qual a criança pode receber e responder a estímulos sensoriais e desafios ambientais envolvendo planejamento motor, ideação e ­solução de problemas. Os objetivos gerais da terapia são: melhorar a habilidade para manter atenção em atividades relevantes, a coordenação e o planejamento dos ­movimentos, o controle postural, a autoestima e a participação social. O ambiente terapêutico onde é realizada a integração sensorial deve ser atraente para a ­criança, estimulando sua exploração ativa. São utilizados equipamentos suspensos, como balanço e rede, cama elástica, skate, piscina de bolinhas, espumas e materiais de diferentes texturas. O tratamento é elaborado de acordo com as necessidades de cada paciente. A terapia de integração sensorial pode ser utilizada por terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, de acordo com os objetivos específicos de cada área.

VIVIANE COUTO RAULINO, Fisioterapeuta da APAE de Jundiaí CREFITO 3/173626-F


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APAE DE ITUPEVA

LANÇA MASCOTE

Chico Coala tem traço simples e as mesmas cores da organização

CAMISETAS, AGENDAS E OUTROS PRODUTOS PERSONALIZADOS COM A MASCOTE CHICO COALA SERÃO COMERCIALIZADOS PELA APAE E IRÃO GERAR RECURSOS PARA O ATENDIMENTO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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ma estratégia de marketing para alegrar e seduzir o público: com este objetivo, a APAE de Itupeva lançou a mascote Chico Coala. Criada pela agência Peppery Comunic, de São Paulo, a mascote representa somente a APAE local. De acordo com a organização, o nome Chico Coala foi escolhido por ser comum, popular e fácil de recordar. A mascote possui um traço simples, lúdico e infantil, que possibilita a assimilação com o coala. Além disso, as cores usadas na mascote são os mesmos tons institucionais da APAE: verde, amarelo e cinza. O recurso criativo, que visa atrair a atenção do público, será utilizado também na captação de recursos da organização. Sara de Oliveira, da Comunicação Social da APAE, explica que está previsto o lançamento de diversos itens com a mascote. “Produtos personalizados, como camisetas, baby looks, canecas e agendas, estão para comercialização”, explica. A escolha do coala como mascote da organização é interessante. “O pequeno coala nasce pouco desenvolvido, precisando de muita atenção e cuidado especial. Ele fica com a mãe até se desenvolver por completo, ela é quem ensina tudo o que é preciso saber: andar, comer, comunicar-se e incluir-se na natureza. O filhote cresce e se desenvolve. O mesmo acontece com os pequenos da APAE. Assim como a mãe coala, a APAE incentiva o aprendizado, ajuda na inclusão social e trabalha na defesa e garantia de direitos da pessoa com deficiências intelectual, múltipla e autismo. Tudo isso feito com muito carinho e amor”.

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APAE DE CATANDUVA

PROMOVE DESFILE DE MODA Assistidos da entidade participaram do evento que teve Helô Pinheiro como madrinha

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nir moda, beleza e inclusão. Com esse intuito, a APAE de Catanduva promoveu, em 2015, a primeira edição do APAE Fashion Day, no Clube de Tênis da cidade. Idealizado pela diretoria da APAE, o evento inédito teve como objetivo reunir as principais tendências da moda primavera/verão 2016 e gerar recursos para a entidade. Com o slogan “Fazer o bem é tendência em todas as estações”, o Fashion Day contou com a presença de Helô Pinheiro, modelo, apresentadora e musa

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inspiradora da canção “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim. Helô foi a madrinha do evento, assistiu aos desfiles e participou de um café da manhã com a imprensa. O grande diferencial do Fashion Day foi a inclusão social dos assistidos da APAE, que desfilaram ao lado de modelos profissionais. “O evento foi inclusivo. Em cada loja tinha modelos e assistidos da APAE. Todos foram treinados pelo Beto Brasil”, explica Maura Guerreiro, diretora da instituição. De acordo com a diretora, 12 lojas de vestuário e acessórios da cidade participaram do desfile. “As lojas que aceitaram, em sua maioria, já conhecem


12 LOJAS DE VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS DA CIDADE PARTICIPARAM DO FASHION DAY. O EVENTO TEVE COMO DIFERENCIAL A INCLUSÃO SOCIAL DOS ASSISTIDOS DA APAE, QUE DESFILARAM AO LADO DE MODELOS PROFISSIONAIS

a APAE e têm muita admiração pelo trabalho que realizamos. Algumas doaram as roupas usadas no desfile. Foi muito gratificante”, conta. “No início não foi fácil, apresentamos o projeto para muitas lojas, mas era algo novo, diferente. No final, tivemos que parar de aceitar interessados, pois 12 lojas já eram suficientes e, por ser realizado em uma quinta-feira à noite, o desfile não poderia terminar muito tarde”, completa. Além de integrar os assistidos, o Fashion Day foi uma oportunidade de gerar recursos para a APAE. “Foi uma das formas que realizamos em 2015 para captar recursos. Com as dificuldades do ano que passou, a instituição precisou inovar. Vendemos convites para o público assistir ao desfile e cada loja pagou um valor para mostrar seu produto na passarela. Tivemos muitos parceiros que sem eles não conseguiríamos realizar este grandioso evento, desde a doação de espaço do clube, hotel, passagens aéreas, restaurante, expositores, empresas e lojas que doaram quantia em dinheiro para expor banner no local do evento. Todas as modelos da cidade desfilaram voluntariamente”, explicou. Para a diretora, o balanço do desfile foi positivo. “Não acredito em bom resultado sem um bom trabalho, então posso dizer que o evento foi um sucesso, muito glamour, muita gente bonita, muita gente se doando e muita emoção. Foi um grande exemplo de inclusão social”. “Gostaria de ressaltar a importância do apoio que tivemos do presidente José Perez Perez, do diretor financeiro Ivan Ortega e do diretor social Nelson Bassanetti, pois eles acreditaram no projeto que nos propusemos a realizar e eu como diretora tive carta branca para trabalhar. Com esse apoio,

tivemos o sucesso esperado”. A lista completa com todos os parceiros que apoiaram este evento está disponível no site da APAE de Catanduva.

HISTÓRICO A ideia de promover o Fashion Day surgiu da realização de um desfile de moda inclusivo de uma loja infantil, realizado três anos atrás na quadra da APAE. “Aquele evento foi muito bom para autoestima de todos e muitas pessoas sempre diziam que nós deveríamos realizar outro desfile. Anos depois, uma ex-funcionária (Patrícia Monteleone) me apresentou o Beto Brasil, que já havia trabalhado com a Helô”, relembra Maura. A experiência do I Fashion Day foi tão positiva para a APAE, que a entidade já está estudando a realização de outra edição.

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APAE DE ESPÍRITO SANTO DO PINHAL É REFERÊNCIA REGIONAL EM ATENDIMENTOS DO PEDIASUIT Método inovador amplia resultados de tratamento convencional acelerando a qualidade de vida da pessoa com deficiência

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omar banho, vestir-se e alimentar-se. Todas essas tarefas parecem simples, mas, para algumas pessoas com deficiência, tais a­fazeres podem se tornar difíceis ou até mesmo impraticáveis. Buscando melhorar a qualidade de vida, o quadro motor, o equilíbrio, a propriocepção, assim como a noção corporal deste público, a APAE de Espírito Santo do Pinhal tem intensificado terapias através do Protocolo PediaSuit, tratamento ­conhecido pelos resultados significativos nas áreas motora e neurológica. O equipamento, que ao todo compõe uma vestimenta ortopédica e a gaiola para as atividades, está em funcionamento desde 2013. Para Camila Lara Salvi, uma das fisioterapeutas aptas a aplicar o ­protocolo na APAE de Espírito Santo do Pinhal, a ferramenta tem contribuído para ampliar o alcance do trabalho convencional. “Com o PediaSuit, conseguimos posicionar o paciente, alongar e trabalhar diversas limitações que não seriam possíveis em um atendimento convencional”, afirma. Composto por chapéu, colete, calção, joelheiras e calçados adaptados interligados por bandas elásticas, o macacão terapêutico induz o alinhamento do corpo através da pressão exercida nas articulações, reeducando o cérebro para que ele reconheça padrões de movimentos funcionais, bem como a atividade muscular. “O PediaSuit contribui para a qualidade de vida do paciente e de sua família, pois há uma melhora significante em sua parte motora,

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o que facilita para o(a) cuidador(a) em suas atividades de vida diária, como: trocar a r­ oupa, dar banho, alimentar, entre outros”, comenta a fisioterapeuta Priscila Golfieri Lopes, que também faz parte da aplicação do protocolo. “Tivemos relato de algumas mães contando sobre situações do dia a dia que mudaram depois do tratamento”, relata Camila. Na APAE de Pinhal, dez assistidos já passaram pelo programa que dura em média seis ­ meses para cada paciente. De acordo com a instituição, a demanda pelo PediaSuit é de 90% para paralisia cerebral, 5% para autismo e outros 5% para deficiência múltipla. “Além de todos os ­benefícios já vistos, há a alegria da família, a satisfação dos pais ao verem o filho evoluindo de maneira feliz, pois o programa envolve muito as ­atividades lúdicas”, destaca Mayara Geraldino, terapeuta ocupacional. “Nós, fisioterapeutas atuantes na área da neurologia, sabemos o quanto é difícil atingir os ­objetivos propostos com o paciente. Neste sentido, o PediaSuit foi uma grande descoberta”,

expõe Camila. Segundo a instituição, que atende somente alunos e assistidos da APAE, a intenção agora é ampliar este benefício. “Estamos com um projeto para atender pacientes de outras APAES”, completa.

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VOTUPORANGA PROMOVE

TORNEIO DE FUTSAL COM APAES DA REGIÃO

Evento teve como objetivo motivação e estímulo aos atletas

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ete equipes, dentre elas cinco APAES, participaram do II Torneio Regional Especial de Futsal da APAE de Votuporanga. O evento foi realizado na quadra poliesportiva do Centro Social e contou com a presença das APAES de Estrela d’Oeste, Fernandópolis, Nhandeara, Santa Fé do Sul e Votuporanga, além do Centro Educativo Amor e Paz de Valentim Gentil e o Projeto do Centro Social Bem Viver I e II. De acordo com a organização do torneio, 90 atletas participaram da competição. Para equilibrar os jogos, o campeonato foi segmentado em dois níveis. O primeiro reuniu as APAES de Fernandópolis e Nhandeara, e o segundo, os demais participantes. Como outras entidades participaram da competição, o evento foi um momento de inclusão social. Nilson Rocha, educador físico responsável pelo torneio e coordenador regional da FEAPAES-SP, explica que o campeonato visa estimular a prática esportiva, elemento fundamental para a saúde e o aprimoramento técnico das pessoas com deficiência. “O evento tem como objetivo atender à necessidade de integração esportiva, confraternização e educação, além de oferecer motivação e estímulo aos alunos”, afirma. Em sua segunda edição, o evento também foi parte das atividades em comemoração ao 43º aniversário da APAE de Votuporanga.

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APAE DE PARIQUERA-AÇU INVESTE EM PROJETO DE ARTE E MÚSICA Entidade também organizou encontro com profissionais da região

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om o objetivo de desenvolver as habilidades das pessoas com deficiência intelectual para o canto, o uso de instrumentos musicais e as artes cênicas, a APAE de Pariquera-Açu, no Vale do Ribeira, está investindo em um projeto de arte e música. Intitulado Banda Intuição, o grupo é composto por dez artistas e faz parte do programa Socioeducativo Fase II. De acordo com a diretora da APAE, Cida Sampaio, o grupo é coordenado por uma professora e participa de ensaios semanalmente em sala de aula, acompanhados pelo monitor de música e arte. O projeto teve início em 2011 e é reconhecido pela população. Além de se apresentarem em festividades da APAE, o grupo se exibe em eventos do município, na região e nas etapas regionais do Festival Nossa Arte.

ENCONTRO REGIONAL Além de investir no desenvolvimento das habilidades de seus assistidos, a APAE de Pariquera-Açu está contribuindo para a atualização profissional dos colaboradores de APAES da região. A entidade promoveu um encontro regional com a participação de

INTITULADO ‘BANDA INTUIÇÃO’, O GRUPO É COMPOSTO POR DEZ ARTISTAS E FAZ PARTE DO PROGRAMA SOCIOEDUCATIVO FASE II

96 profissionais. O evento contou com a presença do conselheiro regional Silvio Filippini e foi realizado em duas etapas: grupos de trabalho em quatro áreas no período da manhã e uma palestra no período da tarde. Os conjuntos foram segmentados em quatro áreas de atuação e discutiram assuntos tratados nas reuniões estaduais: Educação (pedagógica e para o trabalho), Arte (Festival Nossa Arte e Concurso de Cartão de Natal), Educação Física (Programa APAE Qualidade de Vida e Saúde) e Assistência Social e Saúde. A palestra foi ministrada pela pedagoga e especialista em educação especial Maria Rosimar da Silva, e teve como tema sua experiência pessoal com o filho, que tem Síndrome de Down, atualmente casado e incluído no mercado de trabalho.

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CENTRO AQUÁTICO

DA APAE DE JOSÉ BONIFÁCIO É INAUGURADO

Espaço será utilizado para hidroterapia e aulas de natação para os assistidos

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isando a melhora na qualidade de vida dos seus assistidos, a APAE de José Bonifácio inaugurou em dezembro o Centro Aquático Marino Talhavini. A cerimônia de inauguração contou com a

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presença de autoridades civis, eclesiásticas, membros da diretoria da entidade, funcionários, pais e assistidos. O nome do novo espaço é uma homenagem a um dos fundadores e idealizadores da APAE local. De acordo com a assistente social da organização, Tania dos Santos, o Centro Aquático


A diretora Danielle Villar Blota Alexandre e o presidente Paulo Cesar Procopio Pinto

O assistido João Pedro Villas Boas inaugura a piscina aquecida e adaptada

A HIDROTERAPIA AJUDA A DIMINUIR PROBLEMAS DE POSTURA E TRANSMITE A SENSAÇÃO DE BEM-ESTAR, MELHORANDO A IMAGEM CORPORAL DOS INDIVÍDUOS E AUMENTANDO A AUTOESTIMA

foi viabilizado por meio de emenda parlamentar através da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo e recursos próprios da entidade, obtidos por meio da doação de contribuintes. As atividades no Centro Aquático irão contribuir para o desenvolvimento físico e motor das pessoas com deficiência atendidas na entidade, mantendo as habilidades adquiridas e visando o aumento da amplitude das articulações, melhora do funcionamento cardiorrespiratório e na circulação sanguínea

e a diminuição da dor e do estresse. “A hidroterapia ajuda também a diminuir problemas de postura e transmite a sensação de bem-estar, melhorando a imagem corporal dos indivíduos e aumentando a autoestima”, comenta Tania. As aulas no novo espaço estão previstas para iniciarem na segunda semana de fevereiro. De acordo com a assistente social, todos os assistidos da instituição poderão participar. “Serão desenvolvidas atividades de hidroterapia e aulas de natação, com treino para competições”, explica.

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MOGI DAS CRUZES TRABALHA O FOLCLORE BRASILEIRO COM SEUS ALUNOS

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Equipe pedagógica realizou diversas atividades sobre o tema folclore brasileiro foi o tema central das ações desenvolvidas pela equipe pedagógica da APAE de Mogi das Cruzes em 2015. A partir de diversas atividades, a organização trabalhou o assunto durante todo o

período letivo. De acordo com a diretora pedagógica da APAE, Ana Paula Kanaan, a escolha do tema de 2015 teve como base a tradição do país. “O folclore do nosso Brasil é muito rico de cultura, costumes e nos dá uma gama de subsídios para entendermos nossa história e nosso dia a dia. Tudo tem uma explicação. Temos a oportunidade de conhecermos diferentes povos que contribuíram para esta riqueza”, explica. Em cada bimestre do ano, foi trabalhada uma região com todas as suas características. Como a APAE de Mogi das Cruzes utiliza o método de Currículo Funcional, muitas atividades práticas foram desenvolvidas. Os estudantes trabalharam curiosidades, locais que constituem a região, festas e comidas típicas. “Os alunos foram ao mercado e quitandas e depois

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para a cozinha experimental para prepará-las”, conta Ana Paula. A APAE organizou, ainda, uma série de visitas que incluiu o Museu Afro e o Parque Ibirapuera, em São Paulo. Segundo a diretora, o projeto também visava conhecer uma casa de shows. A ideia acabou sendo transformada em Festa das Crianças, com mais de 1,1 mil pessoas. “Um dos projetos das professoras do socioeducacional, quando estavam trabalhando a região Sudeste com música sertaneja, foi visitar uma casa de ­shows da nossa região para que os alunos tivessem a oportunidade de conhecer o local e dançar músicas sertanejas. A proprietária abraçou a causa e presenteou os nossos alunos com muito mais, oferecendo uma belíssima festa. Todos aproveitaram muito”, conta. Para concluir o projeto, a APAE organizou outros dois eventos: uma exposição de atividades dos alunos aos pais para promover a parceria com a família, e a Festa da Amizade, que teve como tema “a riqueza do nosso folclore”. “Por meio das danças, os alunos colocaram em prática tudo que haviam conhecido nos outros bimestres, representando o folclore das regiões”, encerrou Ana Paula.


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PROJETO “A HORA DO LER” INOVA A EDUCAÇÃO NA APAE DE MONTE APRAZÍVEL Ação acontece em parceria com Biblioteca Municipal e envolve 115 alunos em atividades de leitura

A

prendizado, imaginação, conhecimento e criação: são inúmeros os benefícios que os livros podem proporcionar. E foi pensando nas possibilidades desse universo sem barreiras que a APAE de Monte Aprazível lançou o projeto “A hora do ler”. Realizado em parceria com a Biblioteca Municipal “Ana Maria Cenevida Berardo”, o projeto envolve os 115 alunos da Educação Especial da instituição. “O projeto acontece desde 2014. Todas as salas participam, desde a Educação Infantil até os adolescentes”, explica Camila Catan, coordenadora pedagógica da APAE de Monte Aprazível, acrescentando que “A hora do ler” acontece todos os dias da semana. “Como o projeto é semanal, cada dia da semana uma turma vai”. Com gêneros adequados à cada nível de aprendizado, a proposta envolve a direção,

a coordenação pedagógica e os professores. “Acreditamos que através da leitura é possível desenvolver a imaginação, a escuta lenta, enriquecer o vocabulário e envolver linguagens diferenciadas”, comenta Camila, que desenvolveu o projeto junto à diretora da instituição, Vera Nilce Regiane Pereira. Além de todo o aprendizado didático, as atividades abrangem outro ponto importante: “Buscamos sempre acrescentar o Currículo Funcional Natural. Então, o aluno aprende a separar o material para levar, aprende como atravessar a rua, como se comportar dentro da biblioteca, dentre outros itens de socialização”, relata a coordenadora. O projeto, que se inicia junto ao ano letivo, é concluído em outubro. “Todo ano, fechamos o projeto com uma contadora de histórias. É um momento em que reunimos todos os alunos, reforçando a socialização e a imaginação, uma vez que a contação é lúdica”, conta Camila.

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APAE EM DESTAQUE

ESPETÁCULO “UMA NOITE

EM HOLLYWOOD” É SUCESSO DE PÚBLICO EM VALINHOS Evento fez parte da 10ª Fest Art e Cultura da APAE e contou com elenco de quase 200 pessoas

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á dizia Orson Welles: “O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho”. Nesse misto de sonhos, superação e arte, a APAE de Valinhos realizou a 10ª edição do Fest Art e Cultura, evento que contou com o espetáculo “Uma noite em Hollywood – Onde todos serão estrelas”. Sucesso de público dentro e fora dos bastidores, a apresentação cultural, que aconteceu no Auditório Municipal, reuniu um elenco de quase 200 pessoas entre alunos, assistidos, profissionais e voluntários. Na plateia, cerca de 470 pessoas, entre convidados e público, prestigiaram o Fest Art. Realizada em novembro, a apresentação retratou diversos filmes de sucesso como Família Addams, Forrest Gump – O contador de histórias, Moulin Rouge, Ghostbusters – Os caça-fantasmas, Piratas do Caribe, Rio, Titanic e Grease. “Vivenciamos e narramos a história do cinema. Foi uma sinergia perfeita

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de luz, som e de filmes que marcaram, emocionaram e transcenderam gerações. Foi um espetáculo de muita emoção e superação por parte de nossos alunos, por isso agradeço a todos que nos ajudaram, assim como aos patrocinadores que tornaram possível este espetáculo”, destaca Janaína Trivelato, coreógrafa do grupo. Além do ganho cultural, o evento contribuiu para motivar ainda mais os usuários. Para Janaína, as manifestações artísticas como a dança, a música e o teatro são responsáveis por emocionar e motivar o homem de diversas formas. “O cinema, considerado a Sétima Arte, parece ter uma responsabilidade maior, sua linguagem é universal assim como sua facilidade de acesso”, comenta. Quem perdeu a oportunidade de prestigiar o espetáculo, teve uma segunda chance em 7 de dezembro. Na ocasião, foi a vez do auditório da TV Século 21 ficar lotado. Aproximadamente 200 pessoas prestigiaram o evento nesta data, fazendo da apresentação um sucesso.


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APAE DE BAURU

LEVA MORADORES DA CASA INCLUSIVA À PRAIA

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Dos 24 jovens e adultos, apenas um já havia visitado a praia. Passeio foi iniciativa da instituição

om a proximidade do verão, nada melhor do que desfrutar de sol e praia. Para fechar o ano de 2015 com chave de ouro, a APAE de Bauru levou moradores de suas duas residências inclusivas para usufruírem de um passeio na cidade de Praia Grande, litoral paulista. A viagem foi novidade para a maioria: dos 24 jovens e adultos que contam com o carinho da equipe técnica e de cuidadores, apenas um já havia visitado a praia. A viagem aconteceu entre 9 e 11 de novembro, e de acordo com o coordenador da Residência Inclusiva, Roberto Franceschetti Filho, foi a realização de um sonho. “Proporcionou muita alegria e satisfação para todos”, diz. A turma de residentes e profissionais fez ainda uma surpresa a Patrick, um dos moradores da casa, levando-o ao estádio do Santos, time pelo qual ele é fanático. O passeio foi uma iniciativa própria da instituição e contou com parceria da Diretoria Regional

de Desenvolvimento Social de Bauru, da Secretaria Municipal do Bem Estar-Social, do Sinergia (Sindicato dos Energéticos do Estado de São Paulo) de Campinas e da Colônia de Férias do Sinergia em Praia Grande. Para Franceschetti, a experiência foi positiva tanto para os jovens e adultos quanto para os profissionais acompanhantes. “O apoio da equipe foi extraordinário e essencial para a realização do projeto”, relata. O Serviço de Acolhimento em Residência Inclusiva da APAE Bauru iniciou-se em 2007 e é destinado a jovens e adultos com d ­eficiência, ­vínculos familiares rompidos ou fragilizados, sem disponibilidade de condições de autossustentabilidade e retaguarda familiar. Até 2014, a instituição contava somente com uma residência, que era direcionada ao público masculino. No mesmo ano, a APAE inaugurou a casa de acolhimento para o sexo feminino. Juntas, as residências abrigam 24 moradores, sendo 15 na masculina e 9 na feminina.

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ALUNOS DE MONTE ALTO CONFECCIONAM CONVITES DE CASAMENTO Produtos são feitos com papel e outros materiais reciclados

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esenvolver atividades práticas, criatividade e organização. Com esses objetivos, a APAE de Monte Alto deu início, nove anos atrás, a um projeto de reciclagem de papel. A ideia, tradicional em muitas APAES e escolas regulares, foi aperfeiçoada e, atualmente, os assistidos da entidade se especializaram na produção de convites de casamento. Segundo a diretora da APAE local, Simone Follador, os noivos de Monte Alto e região aprovaram o serviço. “A repercussão foi tão grande que os convites hoje são divulgados por cerimonialistas de casamento, sites que divulgam materiais para noivos e pelas redes sociais”, conta. Para atender à demanda do mercado, a APAE criou um blog com os convites disponíveis para que os interessados possam visualizar os diferentes modelos e personalizá-los. O projeto conta com a parceria de empresas da cidade que realizam ações na área de gestão ambiental e mensalmente encaminham para a entidade papéis descartados que são transformados em reciclados de diferentes cores e texturas. Segundo os professores envolvidos no projeto, o primeiro passo da produção é preparar a massa, logo após os alunos picam o papel e o deixam de molho. A massa começa a ser preparada com a pigmentação da cor e a utilização de outros materiais reciclados, como casca de cebola, chá mate, chocolate em pó, entre outros, que dão um efeito especial. Na sequência, o papel é triturado no liquidificador industrial, peneirado e prensado de forma que sua secagem permita a retirada da folha pronta para ser aproveitada na confecção dos convites de casamento. De acordo com a diretora, os alunos que participam do projeto têm entre 15 e 29 anos e estão matriculados no programa socioeducacional. Os convites de casamento foram classificados como um dos melhores trabalhos do estado no gênero artesanato no último Festival Nossa Arte, realizado em Paulínia, em 2013, e fizeram parte de uma exposição durante o Congresso Estadual das APAES, em Araraquara, em 2014. Confira o site dos convites da APAE de Monte Alto: apaedemontealto. blogspot.com.br

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RESIDÊNCIA INCLUSIVA

DE DOIS CÓRREGOS COMPLETA CINCO ANOS

Projeto visa à construção progressiva de autonomia e ao fortalecimento dos vínculos familiares

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o desafio de receber moradores de uma entidade que iria fechar para o reconhecimento público dos serviços prestados: esse foi o caminho que a APAE de Dois Córregos percorreu nos cinco anos de funcionamento da residência inclusiva Reviver. A unidade oferece o Serviço de Acolhimento Institucional, propiciado pela Proteção Social de Alta Complexidade do SUAS (Sistema Único de Assistência Social), para jovens e adultos com deficiência em situação de dependência que não disponham de condições para se sustentarem ou de retaguarda familiar. Atualmente, a APAE atende 31 pessoas, de 9 a 41 anos, em residências adaptadas localizadas em área residencial.“Temos como diretriz romper com a prática do isolamento. Propiciamos a construção progressiva de autonomia e do protagonismo no desenvolvimento das atividades da vida diária, a participação social e comunitária e o fortalecimento dos vínculos familiares com vistas à reintegração e/ou convivência”, explica Celso Pegorin, presidente da APAE. O presidente destaca, ainda, que são princípios da APAE a garantia de acesso e o respeito à diversidade e não discriminação, a oferta de atendimentos especializado e individualizado, a garantia de liberdade de crença e religião e o respeito à autonomia da pessoa com deficiência. As residências inclusivas contam com equipe técnica de 24 funcionários composta por diretora

RESIDÊNCIA INCLUSIVA DA APAE ATENDE 31 PESSOAS EM CASAS ADAPTADAS EM ÁREA RESIDENCIAL DE DOIS CÓRREGOS

administrativa, psicóloga, terapeuta ocupacional, assistente social, coordenadora e cuidadores. A gestão das vagas dos usuários da residência é feita pela Diretoria Regional de Assistência e Desenvolvimento Social de Bauru. Para a inclusão de residentes, são necessários relatórios, laudos e uma avaliação do perfil. Para o prefeito municipal Francisco Telles Júnior, os serviços prestados pela APAE são essenciais: “Nos últimos anos, com seus colaboradores, a atual diretoria empreendeu nova dinâmica à entidade, tornando-a referência nos cenários regional e até estadual. Sem dúvida, motivo de orgulho para Dois Córregos”. O reconhecimento é compartilhado pelo deputado Celso Nascimento, que destacou também a importância e diagnóstico, prevenção e inclusão da pessoa com deficiência intelectual. “A difusão do conhecimento e do diagnóstico é muito importante para a prestação de serviço, buscando assim uma constante excelência no desenvolvimento de habilidades e potencialidades”.

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ATIVIDADES FÍSICAS ALTERNATIVAS

GANHAM ESPAÇO NAS APAES

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Instituições têm investido em aulas diferenciadas como zumba, yoga, pilates e artes marciais

s atividades físicas alternativas vêm ganhando cada vez mais espaço, tanto nas academias quanto nos centros de esportes ou parques; nas APAES esta tendência não é diferente. Buscando mais qualidade de vida à pessoa com deficiência, as instituições têm investido em aulas diferenciadas, tais como zumba, yoga, pilates e artes marciais. Na APAE de Mairiporã, a novidade começou com o aeroboxe, atividade que une ginástica aeróbica e alguns movimentos do boxe. Sempre acompanhada de música para motivar, a prática se apresenta muito eficaz no treinamento físico, com alto gasto calórico. “Uma pessoa pode perder

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600 calorias em uma aula ou até mais”, explicou Luiz Cláudio dos Santos, professor de Educação Física e idealizador do projeto na APAE local. Atualmente, 50 alunos de ambos os sexos fazem parte desse projeto que, segundo Luiz Claudio, não oferece nenhum risco. “Não deixa ninguém com o olho roxo, pois os golpes são dados no ar e toda a movimentação do pugilismo é feita para queimar gordura”, explica. Outra atividade colocada em prática em Mairiporã foi a zumba, dança latina criada pelo coreógrafo colombiano Beto Perez nos anos 1990. Esse projeto, desenvolvido pelo professor Luiz em conjunto com a fisioterapeuta Natália do Prado, nasceu de uma ideia trazida pelos diretores da Academia 7K Fitness, Ronaldo


Antonio Silva e Tatiana Coimbra Cardoso. As aulas são ministradas na sede da academia pela professora Andrezza Soares, e contam com a participação de oito alunos. “No primeiro momento, pensamos na responsabilidade social, ou seja, oferecer uma atividade diferente para esse público”, conta Ronaldo. Seguindo a linha da inovação, a APAE de Mongaguá também está usufruindo dessas aulas alternativas. “Percebemos que, além de benéficas, essas atividades muitas vezes representam experiências inéditas para os alunos, pois nem sempre eles têm a oportunidade de praticar algo novo por meio da família”, destaca Luciana Araújo Souvihe, diretora da entidade. Além da capoeira, a APAE de Mongaguá realiza, desde maio de 2015, o projeto “Pilates Soma”. Idealizado pela fisioterapeuta Aline Oliveira e o educador físico Jefté Martins, o projeto é fruto de uma parceria com o “Espaço Cultural e Holístico Soma”, localizado próximo à sede da APAE. “Utilizamos o espaço todas as segundas-feiras, pela manhã, e trabalhamos cerca de uma hora com cada turma”, comenta Aline, acrescentando que o projeto envolve 12 alunos atualmente. De acordo com a instituição, a intenção é ampliar as atividades. “Eles evoluíram muito desde o início do Pilates Soma. Estamos verificando a possibilidade de trazer o projeto para a APAE, assim atendermos mais alunos”, conta a fisioterapeuta. Ao notar as vantagens destas novas modalidades, a APAE de Mongaguá deu início a outras duas atividades: zumba e yoga. Para a diretora da instituição, o investimento vale a pena. “São alternativas para melhorar a atenção, a socialização e o desempenho da pessoa com deficiência, então acredito que devemos investir”.

PERCEBEMOS QUE, ALÉM DE BENÉFICAS, ESSAS ATIVIDADES MUITAS VEZES REPRESENTAM EXPERIÊNCIAS INÉDITAS PARA OS ALUNOS, POIS NEM SEMPRE ELES TÊM A OPORTUNIDADE DE PRATICAR ALGO NOVO POR MEIO DA FAMÍLIA

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CER PROMOVE

AVANÇOS NA SAÚDE

DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

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APAES do estado de São Paulo estão se tornando referência na atenção ambulatorial especializada

om intuito de expandir os avanços na área da saúde da pessoa com deficiência, o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, tem incrementado a Rede de Cuidados à pessoa com deficiência. Para isto, tais órgãos estão contando com a contribuição das APAES, instituições que são referência no atendimento a esse público, para criar espaços especializados. Um dos exemplos de sucesso dessa parceira está representado no CER (Centro Especializado em Reabilitação). “Trata-se de um ponto de atenção ambulatorial especializada em reabilitação que realiza diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção de tecnologia assistiva, constituindo-se em referência para a Rede de Atenção à Saúde no território”, explica

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O CER É UM PONTO DE ATENÇÃO AMBULATORIAL ESPECIALIZADA EM REABILITAÇÃO QUE REALIZA DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO, CONCESSÃO, ADAPTAÇÃO E MANUTENÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA, CONSTITUINDO-SE EM REFERÊNCIA PARA A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE Eliete Travaini, coordenadora estadual de Saúde da FEAPAES-SP. De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente 11 APAES do estado de São Paulo estão habilitadas como CER. São elas: Araçatuba,


Batatais, Bauru, Franca, Ituverava, Jaboticabal, Morro Agudo, Penápolis, Ribeirão Preto, Rio Grande da Serra e São Caetano do Sul. Dessas, nove atendem pelo CER II (Deficiência Física e Intelectual) e outras duas pela modalidade III (Deficiência Física, Intelectual e Visual). Na APAE de São Caetano do Sul, o Centro completou um ano de funcionamento em janeiro de 2016 e já representa um grande avanço. Composto por uma equipe de 22 profissionais, o CER agrega pacientes da APAE e da rede municipal. “Atendemos mensalmente 530 pacientes que são enviados pela Secretaria Municipal de Saúde, via autorização para atendimento”, comenta Américo Gomes da Costa, presidente da entidade.

Em Franca, não é diferente. Além dos usuários do município, a APAE atende mais nove cidades da região. Inaugurado oficialmente em de agosto de 2015, a unidade de Franca já conta com 1.025 usuários atendidos por uma equipe de 55 profissionais. “Realizamos assistência médica com neurologistas, fisiatra, psiquiatra, pediatra, dermatologista, atendimento de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, enfermagem e assistência social, todos nos termos do Instrutivo da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do SUS”, afirma Ernestina Assunção, assistente social da organização. Além dos recursos de investimento, o Ministério da Saúde disponibiliza R$1,6 milhão por ano para a manutenção de cada unidade do CER. A verba é repassada pelo convênio com a Prefeitura. Segundo dados oficiais do próprio Ministério, 124 CER estão em funcionamento, sendo que há 77 projetos de construção aprovados. Para Eliete Travaini, a implantação dessa rede de serviços integrados é de grande relevância. “É por meio disso que se busca preencher uma lacuna importante na atenção à saúde das pessoas com deficiência temporária ou permanente, progressiva, regressiva, ou estável”, diz ela, acrescentando que isso contribui para “iniciar precocemente as ações de habilitação, reabilitação e de prevenção de incapacidades”. Para mais informações e o procedimento para se habilitar como CER, acesse o site da FEAPAES-SP.

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CAPA 30 APAE EM DESTAQUE • ANO 2016 • EDIÇÃO 12


APAE EXCELÊNCIA: EM BUSCA DA MELHORIA CONTÍNUA, FEAPAES-SP APRIMORA INSTRUMENTO DA QUALIDADE

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ma ação inovadora que tem foco na melhoria contínua da gestão e na busca da excelência do atendimento das APAES às pessoas com deficiên­cia: este é o programa APAE Excelência, um aprimoramento da FEAPAESSP ao projeto Instrumento da Qualidade, criado em 2012, e que terá o envolvimento de todos os seus setores. Com este programa, a Federação irá capacitar e prestar consultoria contínua para as 305 APAES do estado de São Paulo, baseando-se nos l­evantamentos de atendimento aos requisitos do programa e demandas observados ao longo dos meses. O programa tem como objetivo principal contribuir com o desenvolvimento e crescimento das APAES e a capacitação contínua de seus profissionais, garantindo assim a qualidade dos serviços prestados pelas filiadas. “O APAE Excelência é uma versão ­aprimorada e que dá continuidade ao projeto Instrumento da Qualidade. Ele se torna o principal programa da FEAPAES-SP, vindo de encontro com a proposta da Diretoria Executiva sobre o aperfeiçoamento da gestão das APAES”, explica Fernanda Gomes, gestora da Federação. As atividades do programa serão realizadas por meio do assessoramento técnico da FEAPAES-SP. Todos os setores da Federação estão envolvidos na execução dos trabalhos, sendo eles: comunicação, coordenadoria técnica, cursos, desenvolvimento institucional, equipe da qualidade, financeiro, gestão, jurídico, ouvidoria e recepção. O programa terá várias ações, entre elas: consultoria contínua da FEAPAES, workshops, Relatório de Implantação de Melhorias, certificado de

participação, manuais de orientação técnica e cursos. Todas as APAES filiadas receberão capacitação e orientação nas áreas de Assistência Social, Educação, Gestão e Saúde. Os workshops estão previstos para acontecer de fevereiro a junho e serão realizados nas sedes dos 22 Conselhos Regionais. “Após a participação nos workshops, as APAES vão desenvolver um Relatório de Implantação de Melhorias com base nas capacitações e no resultado final do Instrumento da Qualidade”, explica Fernanda. De acordo com a gestora, as APAES que tiverem participado do workshop e apresentado o Relatório de Implantação de Melhorias vão receber o certificado de participação no programa APAE Excelência. Emitido pela FEAPAES-SP, ele atesta que a APAE está participando das atividades e busca a melhoria contínua na prestação de serviços às pessoas com deficiência. “Esse certificado vai agregar valor ao trabalho prestado pelas APAES, de acordo com a m ­ issão da Federação, de promover e articular ações de ­assessoramento, defesa e garantia dos direitos das pessoas com deficiência, visando a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelas nossas filiadas”, comenta Fernanda. Durante todo o programa, as APAES que tiverem dúvidas na implantação de melhorias ­receberão visitas técnicas da equipe da Qualidade da ­ FEAPAES-SP para sanar as dificuldades. Além disso, todos os setores da Federação estarão ­disponíveis para auxiliar as filiadas. Entre os benefícios do APAES Excelência estão: fortalecimento da rede; profissionalização da gestão; melhoria contínua das ações; planejamento e estruturação do trabalho; certificação e

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futura acreditação. Além disso, o programa tem como objetivo a atualização constante através de pesquisas e material disponibilizado pelo Grupo de Trabalho. Como parte das ações, os integrantes do Grupo de Trabalho, entre eles profissionais das APAES, da Federação e coordenadores estaduais, desenvolveram quatro manuais de orientações técnicas nas áreas de Assistência Social, Educação, Gestão e Saúde. Essas publicações terão atualizações constantes dos seus requisitos pelos membros do Grupo e serão divulgadas nos meses de junho e dezembro. Os manuais contêm informações requisitos legais (Ia), estatutários (Ib), boas práticas (Ra) e de excelência (Rb). As publicações estão disponíveis no site da FEAPAES-SP, (http:// feapaesp.org.br/login_apaes.asp). “Grupo de Trabalho, coordenadores estaduais, coordenadoria técnica e profissionais da Federação estão em constante estudo mensal aprimorando os requisitos, desenvolvendo orientações e ­instrumentais para orientar as APAES a terem um atendimento de excelência”, explica Fernanda. Outro ponto do programa APAE Excelência é a realização de cursos e eventos. Além dos 22 workshops, para 2016, está prevista a realização

Manuais de orientações técnicas

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de 24 cursos nas áreas de Assistência Social (autodefensoria e tipificação dos serviços), Educação (Currículo Funcional Natural), Gestão (prestação de contas e planejamento estratégico) e Saúde (bandagem terapêutica). Serão realizados, ainda, o 2º Fórum das Pessoas com Deficiência do Estado de São Paulo, o 2º Seminário Integrado, o Encontro de Gestão Estratégica, o Festival Nossa Arte e o Setembro Verde. A FEAPAES-SP também está buscando p ­ arcerias com universidades para o estudo científico e aperfeiçoamento dos serviços das APAES, a exemplo do que foi desenvolvido com a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), para o programa APAE Qualidade de Vida e Saúde. No primeiro trimestre, a Federação pretende firmar parcerias com a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) na área da Educação e o Instituto Brasileiro de Neuropsicologia e Ciências Cognitivas para pesquisas e testes de avaliações psicológicas. O APAE Excelência foi formatado com base na metodologia PDCA, uma ferramenta de gestão da qualidade, que tem como princípio a melhoria contínua das ações. Dessa forma, os setores da Federação trabalharão em completa interação e constante

PDCA


atualização. “Todos os processos da FEAPAES-SP participam do programa, por exemplo, o “Cursos” vai organizar os eventos visando a formação técnica dos profissionais das APAES, a Ouvidoria vai trabalhar junto à Diretoria das filiadas e Conselhos de Administração, orientando sobre a importância em participar do programa, todo material disponível, assim como estreitando os laços das APAES e processos da FEAPAES para que os colaboradores participem das atividades. A Equipe da Qualidade vai orientar, ministrar os workshops e prestar consultoria contínua para que as APAES implementem os requisitos”, explica a gestora.

PROJETO INSTRUMENTO DA QUALIDADE Projeto inédito da FEAPAES-SP, o Instrumento da Qualidade foi criado em 2012 com o objetivo de conhecer melhor o perfil das filiadas. Idealizado pelo então presidente da FEAPAES-SP, Doutor Marco Ubiali, o projeto foi aprovado pelo Conselho de Administração e contou com o apoio de duas especialistas em qualidade do Hemocentro de Ribeirão Preto: Ana Paula Zaneli e Eugênia Amorim Ubiali. Coordenadores de áreas e profissionais de APAES colaboraram no desenvolvimento de checklists e manuais em quatro áreas de atuação das APAES: Assistência Social, Educação, Gestão e Saúde, definindo, assim, requisitos legais, estatutários e de excelência para os serviços prestados pela APAE.

O PROGRAMA TERÁ VÁRIAS AÇÕES, ENTRE ELAS: CONSULTORIA CONTÍNUA DA FEAPAES, WORKSHOPS NOS 22 CONSELHOS REGIONAIS, RELATÓRIO DE IMPLANTAÇÃO DE MELHORIAS, CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO, MANUAIS DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA E CURSOS “A princípio, foram realizadas visitas para conhecer melhor o perfil das APAES. No decorrer do projeto, constatamos a necessidade de promover orientações técnicas”, explica Marlene Alves, coordenadora da equipe da qualidade. Este será o quinto ano de atividades do projeto; em 2012, elaboraram-se os checklists e manuais, nos dois anos seguintes as equipes técnicas aplicaram o Instrumento da Qualidade nas filiadas e, durante os anos de 2014 e 2015, r­ ealizaram-se orientações técnicas para elaboração do Plano de Ação das APAES. Para mais informações, entre em contato com a gestora da FEAPAES-SP, Fernanda Gomes, no telefone (16) 3403-5010 ou pelo e-mail gestao@feapaesp.org.br.

2012 a 2015 GT e Coordenadorias Recepção

Coordenação técnica

Comunicação

Gestão

2012 a 2016

Cursos

Ouvidoria

Desenvolvimento institucional

Jurídico

Financeiro

Programas da FEAPAES-SP

Equipe da qualidade

Processos da FEAPAES-SP

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FEAPAES EM REVISTA

ATLETAS SUPERAM LIMITES NA 21ª OLIMPÍADAS NACIONAIS DAS APAES Estado de São Paulo participou de sete modalidades com 61 atletas

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superação pelo esporte, a emoção de defender o seu estado e a alegria em viajar e aproveitar cinco dias na ­ companhia de amigos e professores. Sentimentos que juntos resultaram na

experiência cultural, esportiva e social que 61 atletas de 20 APAES do Estado de São Paulo adquiriram após participar da 21ª Olimpíadas Especiais das APAES – Edição Nacional. O evento, realizado em Campo Grande (MS), contou com a participação de cerca de 1,1 mil atletas de 22 estados, sendo eles: Acre, Amazonas,


Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. No total, a delegação do estado de São Paulo foi composta por 87 pessoas, entre atletas, técnicos e acompanhantes. A equipe participou das competições em sete modalidades: atletismo, basquetebol, futebol society, futsal, ginastica rítmica, natação e tênis de mesa. Outras quatro não contaram com a participação de atletas de São Paulo: bocha, ­capoeira, ginástica artística e handebol. Promovida pela Federação das APAES a cada três anos, as Olimpíadas têm como objetivo estimular as práticas esportiva, recreativa e cultural, além da troca de experiências entre os participantes, a integração e ao enriquecimento da cidadania. Para a coordenadora adjunta de Educação Física, Desporto e Lazer da FEAPAES-SP, Claudia Almeida, o objetivo do evento foi alcançado. “Foi um aprendizado para todos, tanto professores, quanto para os atletas que passaram esses dias juntos. Essa experiência de convivência, participação e de aprendizado no esporte também é muito rica para alguns alunos que nunca tiveram a oportunidade de sair das suas cidades e, de repente, saem e têm a oportunidade de conviver com outras pessoas, conhecer lugares diferentes, pessoas diferentes, costumes diferentes, que às vezes não têm onde eles moram. Isso é muito importante”, comentou. Professor de educação física da APAE de Catanduva, Andrey Cascão, compartilha da mesma ideia. “Para mim foi de grande importância, tanto

pessoal, quanto profissional, conviver e ter participado desse grande evento esportivo”, disse. Andrey destacou, ainda, a cooperação entre os atletas. “Foi muito bonito ver a integração dos assistidos das APAES, os jogos e as disputas com lealdade, garra e determinação, em busca de medalhas e objetivos pessoais”, completou. Para o professor, participar de eventos como esse reflete no cotidiano dos assistidos. “A influência é muito positiva, prazerosa no aspecto multidisciplinar. Proporciona a eles bem-estar e diversos benefícios da prática esportiva para qualidade de vida para formar sempre pessoas do bem”, afirmou. Sandra Paiva, professora de educação física da APAE de Mogi Mirim, comenta a importância dos atletas participarem:

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“Eles cresceram e demonstraram mais segurança com eles mesmos, tiveram uma evolução muito boa. Nunca tinham ficado tanto tempo fora de casa, foi gratificante para eles e para as famílias”, disse. Coordenadora regional da FEAPAES-SP e professora de educação física da APAE de Pirassununga, Dilsa Garzella destacou que a etapa nacional das Olimpíadas é o encerramento de um ciclo. “É de grande importância os alunos participarem dos eventos regionais, estaduais e nacional, pois vemos os resultados de meses, anos de trabalho em todos os sentidos. Convívio social, o saber ganhar ou perder, principalmente o participar”, disse. Como parte da experiência, a comissão organizadora das Olimpíadas Nacionais, assim como a da edição estadual, prepara oficinas de recreação, apresentações culturais e festas de confraternização aos alunos. Para a professora de Pirassununga, o evento proporciona uma experiência inesquecível para os participantes. “A oportunidade de conhecer lugares novos, fazer novos amigos. O controle emocional. A superação dos seus próprios limites. Os professores são acompanhantes que os acolhem com muito carinho. Enfim, é uma experiência que jamais vai ser esquecida”. As experiências na área esportiva também foram muito positivas para os atletas do estado de São Paulo.

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Os assistidos das APAES paulistas conquistaram excelentes resultados nas sete modalidades disputadas, figurando entre os quatro melhores em todos os esportes. Na modalidade de natação, os atletas de São Paulo conquistaram 12 medalhas, sendo nove com as mulheres e três com os homens. A equipe competiu em provas de nado livre, costas e peito. A delegação paulista ganhou medalha de bronze no tênis de mesa e disputou dez provas de atletismo, tendo conquistado quatro medalhas. Infelizmente, as etapas dessa modalidade, previstas para acontecerem durante o dia todo, foram realizadas somente no período da manhã, devido a uma forte chuva que impossibilitou as competições. Um dos esportes mais queridos nas Olimpíadas, a ginastica rítmica, também contou com uma representante do estado de São Paulo. A atleta Larissa Lissoni conquistou o quarto lugar no elemento bola. Com competições nas categorias masculina e feminina, o basquete proporcionou duas medalhas de ouro para o Estado. A equipe masculina, formada por atletas da APAE de Franca, foi bicampeã na modalidade. No feminino, o time foi composto por atletas das APAES de Mauá e Franca, e também conquistou o título.


Técnico da equipe feminina e professor de educação física da APAE de Mauá, Getúlio Gonzáles de Oliveira tem no seu time duas irmãs que cresceram na APAE e conquistaram confiança pelo esporte. Evelyn Nascimento e Sara Lopes iniciaram suas histórias de formas diferentes, mas hoje são referências para sua equipe. “A Evelyn sempre foi mais aceita, porque ela sempre foi melhor e se impunha pela beleza e por ser uma menina muito boa. Já a Sara, pelo ­tamanho, foi mais discriminada. Quando ela era novinha, eu dava aula livre e as outras meninas sempre a discriminavam. Ela acabava brincando comigo de ­bambolê, apesar de todo o tamanho. Com o passar do tempo, e entrando no basquete, eu fiz com que todos os alunos percebessem o quanto era importante ter um atleta alto, grande, preferencialmente no basquete, e todos passaram a respeitar mais a Sara. Hoje, na escola, todos os alunos gostam dela e a respeitam. A Sara é um ídolo”, contou Getúlio. Para o professor, a prática do esporte também foi positiva para a vida delas fora da APAE. “Afinal, hoje elas são campeãs brasileiras. Não importa se especial. Hoje, com certeza, elas têm muito mais autoestima, confiança e se sentem amadas”. Quem também teve a autoestima fortalecida foram os atletas da modalidade de futsal.

FOI MUITO BONITO VER A INTEGRAÇÃO DOS ASSISTIDOS DAS APAES, OS JOGOS E AS DISPUTAS COM LEALDADE, GARRA E DETERMINAÇÃO, EM BUSCA DAS MEDALHAS E DOS OBJETIVOS PESSOAIS

As meninas, que já haviam surpreendido se consagrando como campeãs na edição estadual, ­apresentaram um bom futebol e conquistaram o terceiro lugar na etapa nacional. Atletas de Taquarituba, Pirassununga e Itápolis participaram dos jogos. A equipe masculina, que também já havia sido campeã na etapa estadual, em julho, conseguiu a terceira colocação no futsal na edição nacional. Jogadores de Nhandeara, General Salgado, Taquarituba, São Sebastião e Jacareí formaram o time de bronze.

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Vice-campeões, os atletas da modalidade futebol society passaram por momentos de muita a­ legria e superação, e saíram satisfeitos com a conquista. Atletas de Araraquara, Monte Alto, Itápolis, Guaíra e Jacareí disputaram as partidas. Para o professor de educação física da APAE de Araraquara e treinador da equipe Márcio Gonçalves, o resultado não é fator primordial. “Não importa vencer e sim continuar a superar os limites e provar que, para a inclusão, não devem existir barreiras”, afirmou. Para Márcio, participar de eventos como esse é importante para os alunos. “As atividades a­ judam a adquirir cultura e principalmente a socializar, além de possibilitar o maior controle nos seus movimentos, integrando-se ao grupo e participando das atividades com facilidade, conhecendo seu corpo e suas formas de expressar, assim melhorando suas qualidades físicas”, disse. Coordenador estadual de Educação Física, Desporto e Lazer da FEAPAES-SP, Roberto Antônio Soares avalia que os resultados idealizados para o

evento foram cumpridos. “Uma das finalidades desse projeto, tanto na edição Nacional, como na Estadual é motivar as entidades, profissionais e atletas a investirem em organização, aprimoramento, intervenções, eventos esportivos (intercâmbios regionais). Acreditamos ter alcançado com êxito este item”, disse.

CERIMÔNIA DE ABERTURA A cerimônia de abertura da 21ª Olimpíadas Especiais das APAES – Edição Nacional foi realizada na noite de 3 de dezembro, no Ginásio Poliesportivo Dom Bosco. O evento contou com a presença de atletas, técnicos e acompanhantes dos 22 estados participantes, além da população local, que prestigiou o evento. A mesa de honra foi composta pela presidente da Federação Nacional das APAES, Aracy Lêdo, pelo Presidente da Federação das APAES do Estado do Mato Grosso do Sul, Tildecino Rosa, pelo Presidente da APAE de Campo Grande, Ottão Pereira, pelo Coordenador Nacional de Educação

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Física, Desporto e Lazer, Roberto Antônio Soares, e pelos Autodefensores Nacionais, José Lucas (TO) e Taylane Tontte (SC). A presidente da FENAPAES, Aracy Lêdo, fez a abertura oficial das Olimpíadas, destacando a importância do esporte para inclusão social das pessoas com deficiência e a importância do reconhecimento dos avanços pessoais que cada atleta conseguiu durante a prática das atividades, por meio da realização de um evento como esse. Após a entrada das delegações e os discursos das autoridades, a atleta Juliana Martins, da APAE local, deu uma volta no ginásio carregando a tocha e acendeu o fogo da pira olímpica. O desfile foi seguido pelo juramento feito por um dos atletas da APAE de Campo Grande, Carlos Alexandre dos Santos. Para encerrar a noite de abertura das Olimpíadas, o grupo Ginasloucos, que une basquete e ginástica acrobática, fez um show de enterradas. A apresentação, que animou o público das Olimpíadas, já foi realizada em seis edições do Jogo das Estrelas da NBB (Liga Brasileira de Basquete).

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ENCERRAMENTO A cerimônia de encerramento da 21ª Olimpíadas Especiais das APAES – Edição Nacional foi realizada logo após as partidas finais das modalidades coletivas. Na oportunidade, todos os membros da delegação do estado de São Paulo foram premiados com medalhas de participação. Os atletas e t­ écnicos das modalidades coletivas que conquistaram as três primeiras colocações também receberam as medalhas de ouro, prata e bronze.

PATROCÍNIO Devido ao apoio financeiro do VALE CAP, título de capitalização emitido pela Invest S/A, a FEAPAES-SP efetuou o pagamento das inscrições de todos os membros da delegação p ­ aulista, incluindo refeições e hospedagem. A parceria com o VALE CAP também permitiu a produção de uniformes para a cerimônia de abertura e que a Federação fretasse dois ônibus para o transporte dos atletas e profissionais, do estado de São Paulo para Campo Grande, e translado interno durante a realização do evento.


Participaram do evento atletas das APAES de Araraquara, Catanduva, Descalvado, Franca, General Salgado, Guaíra, Guaratinguetá, Itápolis, Jacareí, Matão, Mauá, Mogi das Cruzes, Mogi Mirim, Monte Alto, Nhandeara, Pindamonhangaba, Pirassununga, São Caetano do Sul, São Sebastião e Taquarituba. “Gostaria de parabenizar a FEAPAES-SP e o VALE CAP que acreditaram no projeto e concretizaram por meio de significativos investimentos em profissionais, recursos financeiros, logísticas e uniformes, proporcionando com excelência a qualidade dos serviços prestados. As APAES que tiveram

representatividade com atletas e profissionais, pela luta e compromisso de garantir e viabilizar a oportunidade de inclusão social, cultural e esportiva destas pessoas, os profissionais que com sua organização, dedicação, profissionalismo e intervenções possibilitaram os alunos a atingirem níveis de atletas com potencial de representar brilhantemente o estado de São Paulo em uma edição nacional e os atletas que como sempre se destacaram pela alegria, companheirismo, comprometimento, iniciativa, foco e ­talento, traduzindo em excelentes resultados um trabalho que tem um ciclo olímpico de três anos sendo finalizado com chave de ouro”, finalizou Roberto.

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FEAPAES EM REVISTA

EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA O TRABALHO MARCA A RESSIGNIFICAÇÃO DA INCLUSÃO SOCIAL

Trabalho tem como meta a evolução pessoal deste público levando em consideração o seu protagonismo no mundo atual

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o mundo moderno, novas práticas e atualizações são praticamente exigências, principalmente no que diz respeito ao atendimento à pessoa com deficiência, seja na área da educação, no campo social ou do trabalho. É com base nessa ressignificação que surgiu a EET (Educação Especial para o Trabalho). Sendo um dos tópicos tratados pelas “Diretrizes para Cooperação Técnica entre as APAES e a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo”, documento criado pela Secretaria em parceria com a FEAPAES-SP, a EET consiste em uma série de ações que beneficiam a pessoa com deficiência nas diversas áreas da vida. “O desenvolvimento desse trabalho teve como meta a evolução pessoal desse público, levando em consideração que eles são protagonistas do mundo que os cerca”, comenta Giuliana Baldon, coordenadora estadual de Educação da FEAPAES-SP. Direcionado a alunos com idades entre 15 e 30 anos com deficiência intelectual, deficiência múltipla e/ou transtorno global, a Educação Especial para o Trabalho busca englobar indivíduos dentro e fora das instituições especializadas, como, as APAES. “Esse trabalho não se restringe somente aos alunos que são atendidos em nossas instituições, mas todos aqueles que estão inclusos na rede regular de ensino e que, quando firmado

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DIRECIONADO A ALUNOS COM IDADE ENTRE 15 E 30 ANOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL OU MÚLTIPLA E/OU TRANSTORNO GLOBAL, A EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA O TRABALHO BUSCA ENGLOBAR INDIVÍDUOS DENTRO E FORA DAS INSTITUIÇÕES ESPECIALIZADAS

o convênio devido, também irão se beneficiar da metodologia”, explica Giuliana. De acordo com a coordenadora, a EET proporcionará programas de habilidades gerais básicas – o saber pensar – que possibilitem a compreensão de si e do que está ao seu redor e a de gestão). O importante é o aprender a agir, a ser, ter a possibilidade de se autogerir. Itens que juntos permitem o desenvolvimento pessoal e a preparação para o mundo do trabalho, respeitando as possibilidades de absorção pelo mercado de trabalho e as características de cada município ou região. O programa de Habilidades Gerais, composto por quatro módulos anuais de 800 horas cada, é uma


das principais ações da EET. “Ao término dos quatro anos, o aluno terá completado a sua escolarização, permanecendo nas APAES para outros programas em andamento na instituição na área da Assistência Social e Saúde, conforme está definido nas Diretrizes para a Educação Especial para o Trabalho”, comenta a coordenadora, destacando que o programa deve ter no mínimo um ano de duração e no máximo quatro para a conclusão. Conforme o documento, é fundamental que as escolas que desenvolvem a preparação da pessoa com deficiência para a vida no trabalho superem entraves, tais como os preparos educacional e profissional inadequados dos usuários de IEs e a permanência por longos anos nessas instituições. As empresas, por sua vez, precisam vencer o despreparo atitudinal, arquitetônico, metodológico, instrumental, comunicacional e programático que se tornaram barreiras impeditivas na colocação profissional dessas pessoas. Dentre as APAES que já implantaram o programa estão Araçatuba, Batatais e Campinas, representando a tendência de novas práticas que contribuam para o processo de inclusão social da pessoa com deficiência ao longo de toda a sua vida.

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL De acordo com o documento “Diretrizes para Cooperação Técnica entre as APAES e a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo”, fica definido que a Educação Especial para o Trabalho deverá ofertar cursos modulares em que os conteúdos desenvolvidos referem-se às habilidades gerais. As habilidades específicas destinam-se aos programas de Educação Profissional, que não serão oferecidos pela Secretaria no Convênio da Educação. Segundo a coordenadora da FEAPAES-SP, o foco da Educação Profissional é desenvolver habilidades específicas, quando se aprende a fazer, assimilando a atividade prática do trabalho e desenvolvendo a sua qualificação profissional específica, tornando-o apto para o mercado de trabalho. “A Educação Profissional poderá ser oferecida pelas APAES, mas ela deverá ter um foco diferenciado, inclusive para a sua manutenção, que deverá ser feita em parceria com empresas ou outras instituições”, destaca Giuliana. Para mais informações, entre em contato com a FEAPAES-SP ou acesse o documento “Diretrizes para Cooperação Técnica entre as APAES e a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo” que está disponível no site da FEAPAES-SP (http://feapaesp.org.br/index.asp), link Coordenadorias, menu Educação.

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ENTREVISTA

DA FISIOTERAPIA ESPORTIVA

PARA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA

O fisioterapeuta César Rálio destaca a importância do método para a reabilitação de pacientes com dificuldades motoras

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amosa no universo esportivo, a bandagem terapêutica adesiva ou Kinesio Taping, como também é conhecida, foi consagrada como um importante instrumento de auxílio na reabilitação física. Agindo nas áreas neurológica, ortopédica e muscular, a bandagem conquistou espaço não só no esporte, mas nos grandes centros de terapia, em especial aqueles direcionados à pessoa com deficiência.

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Desenvolvido no Japão, na década de 1970, pelo médico quiropata Kenzo Kase, o método consiste em uma espécie de esparadrapo terapêutico feito de algodão que promove estímulos sensoriais e mecânicos duradouros e constantes na pele. Há mais de oito anos trabalhando com bandagem terapêutica, o fisioterapeuta César Roberto Rálio, que também é especialista em RPG (Reeducação Postural Global), cedeu entrevista à Revista APAE em destaque, ressaltando as vantagens do uso desta ferramenta bem como sua importância


UM DOS BENEFÍCIOS MAIS RELEVANTES DA BANDAGEM É A ESTIMULAÇÃO CONTÍNUA APÓS A FISIOTERAPIA, OU SEJA, O TERAPEUTA SUBMETE O PACIENTE A TAL ATO DURANTE A SESSÃO E ELE PODE IR EMBORA COM UMA BANDAGEM PARA CASA, ONDE HÁ A CONTINUIDADE DESTES ESTÍMULOS

na reabilitação de pacientes com dificuldades motoras dentro e fora das APAEs. César trabalhou por 16 anos com pacientes neurológicos pela AMARATI (Associação de Educação Terapêutica) e é instrutor nível II da TTA (Therapy Taping Association). Além disso, o fisioterapeuta é pós-graduado em Piscina Terapêutica e Medicina Tradicional Chinesa, sendo ainda sócio-proprietário da Clínica Viver em Jundiaí (SP).

O que é a bandagem terapêutica e quais os benefícios da utilização desta terapia? A bandagem é um recurso terapêutico de utilização externa que se aplica na pele, isto é, no tegumento, que, por sua vez, emite comando até o sistema nervoso de forma sensorial, retornando como uma resposta motora. Esta terapia se aplica a vários pacientes, sejam eles ortopédicos, neurológicos, entre outros. Um dos benefícios mais relevantes da bandagem é a estimulação contínua após a Fisioterapia, ou seja, o terapeuta estimula o paciente durante a sessão de Fisioterapia e, ao término, o paciente pode ir embora com uma bandagem para casa, onde há a continuidade destes estímulos, que são constantes e duradouros. Quando o terapeuta faz estímulos na sessão, ele pode ser continuado durante o período que este paciente está em casa.

Você tem mais de oito anos de atuação com bandagem terapêutica. Durante este tempo, quantos pacientes em média você já reabilitou e qual foi o tratamento mais marcante? O número exato, eu não sei dizer. São vários. Mas o que me marcou muito foi um paciente com paralisia cerebral, na escala GMFM de grau 3, cadeirante, no qual colocamos uma bandagem como estímulo na mão. Por ele ter o lado plégico direito, ele conseguiu fazer a apreensão de um objetivo. Para nós, terapeutas, isso é muito importante. Ele conseguiu da forma dele, com a lesão que ele tem, fazer a apreensão deste objeto. Ou seja, nós conseguimos atingir a nossa meta. Para nós, terapeutas, isso é muito importante, imagine para a família.

Como você visualiza a importância da bandagem terapêutica para o profissional da APAE? É importante que ela seja implantada? Sem dúvidas, ela é muito importante. Se você atende um paciente no caso neurológico, que tem uma hipertonia, vamos usar como exemplo, você pode inibir esse tônus e atingir objetivos, pode diminuir a parte de encurtamento muscular. Em um paciente hipotônico, você pode estimular isso. Isto não quer dizer que é somente o uso da bandagem. É possível agregar a bandagem na continuidade do seu tratamento, quer seja ele fonoaudiológico, fisioterapêutico, psicológico ou hidroterapêutico. Então, você agrega mais um instrumento terapêutico.

A pessoa tem que se profissionalizar para aplicar a bandagem. É um tratamento sério. O que você recomenda para o profissional da APAE, além do curso em si? Como ele deve agir, levando em conta a fisiologia do paciente? A aplicação da bandagem é uma técnica, então a pessoa tem que estar capacitada para aplicar esta técnica. Não pode simplesmente colocar no Google, por exemplo, e ver como faz. Existe uma forma correta, uma indicação. Este profissional tem que ter o conhecimento e saber que cada paciente é um caso. E tudo isso também para você chegar àquela meta. Se você não tiver uma proposta, não vai conseguir. Tem que ter todo um cuidado, não basta apenas chegar e colocar a bandagem. A bandagem será simplesmente uma fita se não houver um conhecimento técnico, e consequentemente nada será conquistado.

Em geral, o que você destacaria sobre a bandagem? Nas várias palestras e locais que temos ministrados cursos, vemos a devolutiva dos profissionais. Eles mesmos retornam para a gente a motivação adicional que obtiveram com o uso da bandagem. Ganha o paciente, ganha a família e também ganha o profissional atuante. Mais uma vez, eu acho que ela veio para ficar, lógico que quando utilizada de forma correta, com conhecimento e com uma aplicação certa.

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ENTREVISTA

INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA:

A BUSCA GENÉTICA PARA AS CAUSAS DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Geneticista da APAE de São Paulo fala sobre benefícios dessa investigação para a melhoria do paciente 46 APAE EM DESTAQUE • ANO 2016 • EDIÇÃO 12


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ormado em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 2009, Eduardo Perrone é especialista em Genética pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e mestrando na disciplina de Biologia Estrutural e Funcional na mesma universidade. Além de professor e médico assistente na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), Perrone é também médico geneticista da APAE de São Paulo. Em entrevista exclusiva à FEAPAES-SP, Eduardo fala sobre a importância da investigação etiológica, os seus benefícios para a melhoria da pessoa com deficiência, bem como para sua família. Além disso, o médico ressalta a relevância da equipe multidisciplinar para o estímulo à criança com Deficiência Intelectual (DI).

O que é a investigação etiológica e como ela é feita? Quando falamos em investigação etiológica, estamos indo atrás de causas para a DI. Então, procura-se saber, pelo histórico familiar e testes específicos, o que causou aquele quadro que foi diagnosticado pela equipe como DI.

Quais os benefícios dessa investigação para o diagnóstico e consequentemente para a intervenção nessa pessoa com deficiência? São vários itens importantes. Quando investigamos alguém que tem uma DI tentando achar uma causa, a primeira coisa que notamos é que a família vem com muita ansiedade, muito preocupada e, quando você consegue chegar a uma conclusão, ao menos esta questão é aliviada. Às vezes, a família pode carregar algumas ideias sobre se o que aconteceu com a criança tem a ver com o comportamento da mãe ou do pai e, conforme você orienta, às vezes cai por terra. Outra coisa que é muito importante é que alguns quadros de DI são causados por síndromes que podem acontecer novamente na família. Então, o casal tem que saber disso e ter um planejamento adequado para futuras gestações de acordo com a vontade deles. Além disso, quando estamos diante de um diagnóstico etiológico, sabemos, por exemplo, que uma criança tem DI somada com outra determinada síndrome e que aquela síndrome pode causar vários outros problemas de saúde. Nesse contexto, a investigação é importante para acompanhar melhor essa criança, ou seja, de maneira

ALGUNS QUADROS DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL SÃO CAUSADOS POR SÍNDROMES QUE PODEM ACONTECER NOVAMENTE NA FAMÍLIA. O CASAL TEM QUE SABER DISSO E TER UM PLANEJAMENTO ADEQUADO PARA FUTURAS GESTAÇÕES

mais adequada, contribuindo para a melhor evolução dela. Mas independente da investigação, é essencial que não se atrase o estímulo da criança com uma equipe multiprofissional, ou seja, com fonoaudiologia, fisioterapeuta, psicopedagogo e terapeuta ocupacional. A investigação etiológica da causa não pode atrasar de maneira alguma este estímulo da criança. Por que sabe-se que quanto antes este tratamento, melhor para o desenvolvimento dela.

Qual é a importância do profissional de genética dentro das APAES? Algumas pesquisas revelam que até 50% das causas das etiologias de DI são genéticas, e isso, por si só, já justifica a importância do Médico Geneticista na avaliação desta criança e da família, por causa desta contribuição das causas genéticas para os quadros das DIs.

Como profissional atuante da APAE de São Paulo, como você visualiza a integração das áreas para a melhoria do paciente? Acho muito interessante essa integração. Quando eu estou trabalhando, por exemplo, fico concentrado na minha parte, o assistente social na parte dele e a comunicação se dá apenas por encaminhamento, então você acaba não tendo contato com o trabalho de outra pessoa, objetivamente. Aprendi nesse tempo que tenho trabalhado na APAE é que nós nunca trabalhamos sozinho. Dependemos muito, principalmente nessa área de deficiência. Precisamos trabalhar em equipe para proporcionar os melhores tratamento e acompanhamento para o paciente. Trabalhando isoladamente, não conseguimos dar conta de tudo que aquele paciente precisa, fica incompleto. O objetivo é promover a qualidade de vida da pessoa com deficiência.

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FEAPAES EM REVISTA

PREFEITURA DE TAUBATÉ E FEAPAES-SP FIRMAM

PARCERIA PARA O NOSSA ARTE

Festival Estadual será realizado em Taubaté de 13 a 16 de julho

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FEAPAES-SP já está se preparando para o 14º Festival Nossa Arte – Edição Estadual. No final de dezembro, dia 21, profissionais da Federação e da APAE de Taubaté se reuniram com o prefeito municipal Bernardo Ortiz Junior e representantes da Prefeitura para acertar detalhes do evento. O Festival Nossa Arte será realizado de 13 a 16 de julho, no SEDES (Sistema Educacional de Desenvolvimento Social) de Taubaté, um complexo multifuncional com auditório para as ­apresentações, refeitório e uma ampla área verde para lazer dos participantes. Inaugurado em 2011, o SEDES tem uma área de 130 mil m².

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Organizado pela FEAPAES-SP a cada três anos, o Festival Nossa Arte tem como objetivo incluir a pessoa com deficiência na sociedade pela arte, além de proporcionar o desenvolvimento da observação, sensibilidade, percepção e imaginação, abrindo oportunidades para que sejam profissionais e mostrem seus dons artísticos. Em 2016, o evento terá apresentações em sete gêneros, sendo quatro de palco (dança, dança ­folclórica, artes musicais e artes cênicas) e três de exposição (artesanato, artes visuais e artes literárias). Para participar do evento, as APAES devem competir nas edições regionais do Festival, promovidas pelos 22 Conselhos de Administração da ­FEAPAES-SP. A data limite para realização dessas seletivas é 13 de maio de 2016. As inscrições para a etapa estadual deverão ser efetuadas até 31 de maio.


FEAPAES EM REVISTA

FEDERAÇÃO TERÁ

APLICATIVO DE APRENDIZAGEM PARA AS APAES

Entidade fechou parceria com a empresa VAT Tecnologia da Informação

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eguindo a missão de melhorar sempre os serviços prestados às APAES, a FEAPAES-SP firmou uma parceria com a empresa VAT Tecnologia da Informação para implementar as plataformas IP.TV e My Class para a realização de cursos, palestras e transmissão de eventos on-line. A ideia é que o aplicativo esteja disponível ainda no primeiro semestre, com previsão de lançamento para o fim de março. A plataforma IP.TV possibilita transmissões ao vivo, videoconferência e TV interativa; já o aplicativo My Class é um ambiente virtual de aprendizagem integrado a um Sistema de Gestão Educacional. Com essa parceria, a FEAPAES-SP irá disponibilizar nos aplicativos cursos e palestras nas quatro áreas-alvo do movimento APAEano: Assistência Social, Educação, Gestão e Saúde. Além disso, a federação poderá utilizar esta plataforma para reuniões da Diretoria Executiva, dos Conselhos Fiscal e de Administração e do Grupo de Trabalho, promovendo videoconferências.

Para conhecer detalhes das ferramentas, a gestora da FEAPAES-SP, Fernanda Gomes, e a jornalista Thaici Martins participaram de uma reunião com o diretor-geral do Grupo VAT/IP.TV, Eduardo Giráldez, e com colaboradores da empresa. O encontro aconteceu na sede da VAT, no Rio de Janeiro, no fim de 2015. As plataformas serão disponibilizadas pela VAT gratuitamente para a FEAPAES-SP.

SOBRE A VAT A VAT S.A. é a produtora e detentora dos direitos autorais e patrimoniais da plataforma de software IP.TV®, utilizada em mais de 7.000 salas de aula/polos no Brasil. A plataforma IP.TV consiste em soluções de software que compreendem videoconferência multiponto, colaboração eletrônica, TV interativa por IP, distribuição gerenciável de arquivos e ambiente virtual de aprendizagem. Sua aplicação destaca-se em projetos de educação em massa e comunicação corporativa. APAE EM DESTAQUE • ANO 2016 • EDIÇÃO 12

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FEAPAES EM REVISTA

ISO 9001: FEAPAES-SP

PASSA POR SEGUNDA AUDITORIA DE MANUTENÇÃO

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isando à melhoria contínua do seu Sistema de Gestão da Qualidade, a FEAPAES-SP passou, no fim de 2015, pela segunda auditoria de manutenção da certificação ISO 9001:2008. A auditora Érica Ramos, da empresa SGS, analisou seis processos: compras, coordenação técnica, jurídico,

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ouvidoria, recursos humanos e sala de soluções; além de auditoria interna, análise crítica e ações corretivas e preventivas. Após um dia de análises, não foi identificada nenhuma não conformidade ou observação nos processos da FEAPAES-SP. Em reunião com a equipe, a auditora destacou pontos positivos e a melhoria contínua nas atividades, observados no histórico da entidade. “O sistema aqui


“A CERTIFICAÇÃO ISO 9001 CONTRIBUIU PARA A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA FEAPAESSP. A EQUIPE FICOU MAIS ENGAJADA E INVESTIMOS EM TREINAMENTO CONSTANTE PARA CONSCIENTIZAR OS COLABORADORES DA IMPORTÂNCIA DA MELHORIA CONTÍNUA DOS TRABALHOS”

é novo. É o primeiro ciclo de certificação e eu achei que ele está bem desenvolvido. As pessoas estão inteiradas com o processo e focadas com a questão da qualidade. Não é tão fácil assim entender alguns conceitos, principalmente em empresas prestadoras de serviços, que muitas vezes têm dificuldades em interpretar alguns requisitos da norma, e aqui vocês fizeram”, comentou Érica. A auditora destacou ainda o processo de Ouvidoria da Federação, que é feito presencialmente, com visitas regulares a todas as APAES filiadas. “Ouvidoria, geralmente, são aqueles problemas que ninguém resolve. Acaba sendo uma coisa reativa, tem que esperar o cliente reclamar para tomar alguma ação. O que eu vi da Ouvidoria de vocês é que ela é proativa, foi buscar junto aos clientes entender o que eles precisam e buscar a informação. É usado o termo Ouvidoria no sentido de ouvir mesmo, uma questão de foco no cliente, que é um requisito da norma e fica bem tratado nesse caso. Achei muito positivo e diferente do que estamos acostumados a ver”, afirmou. Essa foi a segunda auditoria de manutenção do primeiro ciclo de certificação da FEAPAESSP, conquistada em janeiro de 2014. Como o certificado é válido por três anos, em 2016, a Federação irá passar por auditoria de recertificação e todos os processos serão auditados. Para a gestora da FEAPAES-SP, Fernanda Gomes, a certificação foi importante para a evolução das atividades da instituição. “A certificação ISO 9001 contribuiu para a organização

e gestão da FEAPAES-SP. A equipe ficou mais engajada e investimos em treinamento constante para conscientizar os colaboradores da importância da melhoria contínua dos trabalhos”, detalha.

SOBRE A ISO 9001 A certificação ISO 9001:2008 é uma norma internacional que tem como objetivo promover a normatização de produtos e serviços visando à melhoria contínua das atividades. Ela aumenta a capacidade das operações no atendimento das necessidades e expectativas dos clientes. De acordo com a SGS, a ISO 9001:2008 é baseada em oito princípios de gerenciamento da qualidade: foco no cliente, liderança, envolvimento das pessoas, abordagem de processos, abordagem de sistema, melhoria contínua, tomada de decisões baseadas em fatos, e relações com fornecedores mutuamente benéficas.

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FEAPAES EM REVISTA

FEDERAÇÃO PROMOVE

I FÓRUM DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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Autodefensores de 18 APAES participaram do evento em Araras m momento em que as pessoas com deficiência intelectual ou múltipla atendidas pelas APAES possam expressar suas opiniões e experiências. Visando este objetivo, a FEAPAES-SP realizou no fim de 2015 o I Fórum das Pessoas com Deficiência do Estado de São Paulo, na APAE de Araras. Com o tema “Agora o papo é nosso”, o evento reuniu 102 autodefensores de 18 APAES: Adamantina, Araras, Batatais, Bauru, Conchal, Fartura, Franca, Ibaté, Jaú, Jundiaí, Mogi Mirim, Pirassununga, Porto Feliz, Porto Ferreira, São Manuel, Sumaré, Taquarituba e Valinhos. Para incentivar a troca de experiências, o Fórum foi segmentado em oito eixos temáticos: Educação, Envelhecimento, Família, Lazer, Saúde, Trabalho, Vida Afetiva e Violência. Em cada sala,

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os participantes discutiram sobre os temas com o apoio de um mediador (profissional da APAE). No eixo Vida Afetiva, os debates giraram em torno do relacionamento dos participantes, namoro e casamento. Assistido da APAE de Araras, Edvaldo Goes irá se casar em breve e tratou do assunto no evento. “Conversamos sobre como que vou conviver com isso agora, porque vai ser tudo diferente. Vou casar com a pessoa que mais gosto e morar na minha casa, com a minha mãe e o meu pai”, contou. Autodefensora da APAE de Fartura, Eva Martins participou das discussões no eixo Família e deu uma lição para muitas pessoas. “Tenho o apoio da minha família em tudo que eu vou fazer. Eu ­recebo o meu benefício, só que eu não entendia d ­ ireito porque que eu recebia aquele dinheiro se eu não fazia nada para ganhar. Eu era um pouco triste por causa disso”, disse.


Saúde Com apoio da família, Eva começou a trabalhar para justificar sua renda. “Agora eu estou feliz. Faço tapetes e vendo os tapetes que eu faço”, explicou. Os debates no eixo Educação também ­motivaram os participantes a buscarem novas oportunidades. Mateus Blengini Gumiero, autodefensor da APAE de Bauru, contou a sua experiência. Ele conseguiu implantar uma rádio na APAE e realizar um passeio ciclístico em 2014 e 2015. “Tentei animar a turma para eles fazerem projetos. Em Bauru, a gente estava com um ­projeto de uma rádio que eu queria colocar lá dentro. Primeiro passei para a direção e eles falaram não. Depois fiz algumas mudanças, passei para a equipe do Serviço Social e eles aprovaram. Nós estamos com uma rádio lá dentro”, contou. Mateus explicou que a rotina na rádio é complexa. “Tem que pesquisar, saber o que vai entrar, fazer uma seleção, escolher as músicas, gravar as vinhetas. Às vezes, a gente vai gravar na UNESP e fazemos entrevistas na escola também”. O autodefensor explicou que o próximo objetivo é tornar a rádio disponível na web. O cotidiano das pessoas com deficiência na saúde também foi abordado no encontro. “As ­discussões foram bastante ricas, porque eles sentem na pele as dificuldades com relação aos atendimentos médicos e, em certos casos, com os próprios profissionais da saúde que fazem os atendimentos diários e às vezes deixam de considerar eles como pessoas pelas dificuldades de comunicação que apresentam

Educação

Violência

Trabalho

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Vida afetiva

Família ou porque julgam que eles não estão entendendo”, contou Luci de Paula, fonoaudióloga, coordenadora de Reabilitação na APAE de Bauru e mediadora do eixo Saúde. “Eles trouxeram uma experiência bastante importante nesse sentido, de como se sentem quando vão a uma consulta médica e o médico, ao invés de falar para eles, fala só para a mãe ou para quem está acompanhando; ou às vezes eles estão com uma dor e o médico fala: ‘Mãe, onde é a dor?

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O que está acontecendo?’. E a mãe não sabe nem contar exatamente onde é”, completou. Luci afirmou que participar do Fórum foi uma das experiências mais gratificantes da sua carreira. “Você sente que está contribuindo, plantando uma semente de percepção de direitos, que eles podem realmente falar: ‘Olha, dá licença, mas fala comigo, sou eu que estou sentindo, pergunta pra mim, eu estou aqui’. Foi muito interessante nesse sentido”. Após as discussões nos eixos temáticos, todos os participantes se reuniram para apresentar os resultados dos debates. As apresentações foram feitas pelos autodefensores, que haviam preparado ­cartazes com os principais pontos abordados. O resultado positivo do evento foi comemorado por todos. “Foi um momento ímpar, muito importante para o movimento Apaeano, que defende o direito da pessoa com deficiência a falar, a estar nos espaços ­públicos. Acredito que foi um grande avanço”, avaliou Fernanda Girardi, coordenadora estadual de Defesa de Direitos e Mobilização Social da FEAPAES-SP. A coordenadora estadual de Autodefensoria e Família, Monica Rocha, comentou a importância de discutir o tema. “O I Fórum Estadual das


Esporte

“AGORA VAI SER TUDO DIFERENTE, VOU CASAR COM A PESSOA QUE MAIS GOSTO E MORAR NA MINHA CASA, COM A MINHA MÃE E O MEU PAI”

Envelhecimento Pessoas com Deficiência teve um resultado muito positivo, no sentido de dar voz a eles. Foi um espaço onde eu percebi a valorização da voz, da fala, das experiências, das vivências das pessoas com deficiência. Eu achei isso muito importante”, disse. “As pessoas saem daqui com um olhar diferente e é isso que a gente vem buscando. Isso é ­autodefensoria. Nesses três anos de coordenadora estadual de Autodefensoria, eu percebi que as pessoas buscam resultados muito rápidos, prontos, e se esquecem que, na verdade, o segredo do trabalho está na simplicidade e na singularidade, que é o dia a dia”, completa Monica. “Deixo como mensagem que cada APAE leve esse exercício, de estimular a fala, a voz da pessoa com deficiência, respeitando o tempo, a singularidade, a particularidade da pessoa com deficiência, que, no

discurso, é bonito, mas, na prática, as pessoas ainda têm um longo caminho a percorrer. Eu saio daqui muito feliz e espero que em 2016 a gente tenha resultados muito mais positivos”, finaliza. De acordo com a coordenadora de Defesa de Direitos, as discussões do Fórum serão c­ ompiladas e apresentadas a governantes. “A ideia agora é elaborar o relatório, junto com as propostas que s­ aíram do evento, para encaminhar para os Governos Estadual e Federal, para que aquilo que ainda não é efetivo das políticas públicas, possa começar a ser, porque é urgente”, explica Fernanda. Com o resultado positivo do evento, a ­FEAPAES-SP já iniciou a preparação da segunda edição do Fórum das Pessoas com Deficiência do Estado de São Paulo, que está prevista para ser realizada em 18 de novembro de 2016.

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FEAPAES EM REVISTA

ARTISTA DE RIO CLARO VENCE CONCURSO ESTADUAL DE CARTAZES

Público do I Fórum das Pessoas com Deficiência participou da votação

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artista Luana Aurélio de Sousa, de 21 anos, aluna da APAE de Rio Claro, foi a vencedora do Concurso Estadual de Cartazes da FEAPAES-SP. O julgamento dos trabalhos aconteceu em 27 de novembro de 2015, na APAE de Araras. Os 28 cartazes inscritos foram analisados por quatro juradas da cidade: Maria Aparecida Brienza, Fernanda dos Santos, Meghty Gurnhak e Rita Pion, as quais analisaram três critérios: composição, originalidade e domínio técnico. Como o julgamento aconteceu no mesmo dia em que houve o I Fórum das Pessoas com Deficiência do Estado de São Paulo, o público do evento

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também participou da escolha do vencedor. Os votos populares foram computados como um quinto jurado. Vencedora da etapa estadual, Luana terá seu cartaz inscrito no Concurso Nacional e representará o Estado de São Paulo nessa disputa. Além disso, o cartaz vencedor irá compor a divulgação do 14o Festival Estadual Nossa Arte. Evento tradicional do movimento Apaeano, o Concurso de Cartazes tem três objetivos principais: proporcionar à pessoa com deficiência intelectual ou múltipla a oportunidade de se expressar por meio da linguagem visual; incentivar a criatividade, bem como a valorização do trabalho espontâneo; e estimular a percepção, a imaginação, a memória e a sensibilidade por intermédio das artes visuais.


POLÍTICA EM DESTAQUE

PRESIDENTE DILMA SANCIONA E LEI 13.019

ENTRA EM VIGOR

Marco Regulatório estabelece regime jurídico entre administração pública e organizações da sociedade civil

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lei 13.019, conhecida como Marco Regulatório do Terceiro Setor, está em vigor. A norma foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 14 de dezembro de 2015 e publicada no Diário Oficial da União no dia 15. Sancionada como Lei 13.204, a legislação altera a Lei 13.019, de 31 de julho de 2014, “que estabelece o regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público; define diretrizes para a política de fomento e de colaboração com organizações da sociedade civil; institui o termo de colaboração e o termo de fomento; e altera as Leis 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999”. A Lei entrou em vigor na data de sua publicação para organizações, Estados e a União. De acordo com o artigo 88, para os municípios, esta Lei terá uso efetivo a partir de 1º de janeiro de 2017. A legislação institui normas gerais para as parcerias entre a administração pública e organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante

LEI ENTROU EM VIGOR PARA ORGANIZAÇÕES, ESTADOS E A UNIÃO. PARA OS MUNICÍPIOS, A VALIDADE SERÁ A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 2017.

execução de atividades ou projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração ou de fomento ou em acordos de cooperação.

ARTICULAÇÃO POLÍTICA Em outubro, a presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro, participou de uma audiência pública no Senado para solicitar apoio dos parlamentares para 19 emendas da Medida Provisória 684/2014, sobre a Lei 13.019. Durante a audiência, Cristiany defendeu a revogação dos artigos 37 e 62, além de ajustes no artigo 42. Desses três itens, o artigo 37 foi revogado pela presidente Dilma Rousseff na publicação da Lei.

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FEAPAES EM REVISTA

FEAPAES-SP PRESTA CONTAS DO ANO DE 2015

Com apoio do VALE CAP, COOP e EDP Bandeirante, foram realizados eventos e consultoria às APAES do Estado

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om sede em Franca, no interior do Estado, a FEAPAES-SP tem como missão articular a defesa e garantia de direitos da pessoa com deficiência intelectual e múltipla. Prestar assessoria nas ­áreas de assistência social, educação, gestão, jurídica e saúde, visando à melhoria contínua dos serviços prestados pelas APAES, também é outro objetivo da instituição. Entidade beneficente, sem fins lucrativos, a Federação conta com o apoio de três empresas: EDP Bandeirantes (recursos por meio do programa APAE Energia), VALE CAP (em que o comprador dos títulos de capitalização concorre a prêmios e cede 100% do direito de resgate para a F ­ EAPAES-SP) e COOP, que realiza dois projetos com renda revertida para a Federação e APAES da área de atuação: programa Troco do Bem, em que os consumidores são incentivados a doar em pequenas quantias do troco de suas compras para a Federação, e o ­programa Revista Coop, quando R$ 1,00 do valor da venda de cada exemplar da revista é repassado para a FEAPAES-SP e, posteriormente, às filiadas. Uma porcentagem dos recursos recebidos dessas três empresas é utilizada pela FEAPAES-SP e outra é destinada pela Federação para as filiadas cuja região é feita a captação. Dessa forma, a FEAPAES-SP promove capacitações, cursos e desenvolve projetos que

9 APAES beneficiadas

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8 APAES beneficiadas

beneficiam atualmente as 305 APAES do Estado, organizações que juntas atendem mais de 60 mil pessoas diretamente. Em 2015, a FEAPAES-SP promoveu 64 eventos, entre palestras, cursos e oficinas. Capacitações que beneficiaram 3.730 participantes (colaboradores e membros da diretoria de APAES) e contribuíram para a atualização profissional e melhoria da qualidade dos serviços prestados às pessoas com deficiência. Para estar sempre próxima às suas filiadas, a Federação criou em 2014 a ouvidoria presencial. Com o objetivo de ouvir as demandas das APAES e fortalecer o movimento Apaeano, a equipe de ouvidores da FEAPAES-SP fez 724 visitas às filiadas no último ano, resultando em uma média de mais de duas visitas nas 305 APAES do estado. Em 2015, a equipe do Instrumento da Qualidade visitou 136 APAES, finalizando as orientações técnicas que tiveram início no ano anterior. Departamento com contato direto com as filiadas, o Jurídico da FEAPAESSP realizou 1.169 atendimentos no último ano. Além disso, a FEAPAES-SP lançou duas edições da revista APAE em Destaque e promoveu duas reuniões de coordenadores regionais, dez encontros do Grupo de Trabalho, seis reuniões ordinárias e quatro extraordinárias com a Diretoria Executiva, os Conselhos Fiscal e de Administração. Confira mais atividades da Federação em 2015 esta retrospectiva.

14 APAES beneficiadas


JANEIRO Com o começo do ano, também se iniciou o calendário de cursos e eventos da F ­ EAPAES-SP. No dia 13, APAES da região de Franca participaram da palestra “Regime contábil aplicado ao novo Marco Regulatório do Terceiro Setor – Lei 13.019”. Neste mês também foram realizadas reuniões com ­parceiros da FEAPAES-SP, no dia 9 com a Coop, em Santo André, e no dia 21 com a Sollo, no Espírito Santo. A Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal da Federação eleitos para o triênio 2015-2017 foram empossados no dia 30, na APAE de Franca.

FEVEREIRO Neste mês foram realizadas duas capacitações: a palestra “Lei 13.019 e Aspectos jurídicos do Terceiro Setor”, em Campinas, e a oficina de 32 horas de Captação de Recursos, em Franca. A ­presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro, participou das reuniões em São Paulo na Secretaria Estadual de Educação e na OCESP (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo). Profissionais da Federação participaram da reunião do Programa Estadual de Atendimento à Deficiência Intelectual, em São Paulo. Também foi realizada a segunda reunião de 2015 do Grupo de Trabalho.

ABRIL MARÇO A FEAPAES-SP promoveu outras duas palestras sobre a Lei 13.019: no dia 10 em Votuporanga, com cerca de 70 participantes, e no dia 30 uma reflexão em São Vicente, com o advogado Paulo Rogério Geiger, presidente da APAE de Praia Grande. No dia 13, foi realizada uma reunião com os coordenadores regionais de Educação Física, em Guaíra, para tratar da realização da 18ª Olimpíadas Especiais das APAES – Edição Estadual.

Diversas reuniões marcaram o mês de abril, entre elas, com a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias para a doação de cadeiras de ­rodas com o gerente regional de desenvolvimento do Sicredi, sobre cooperativa das APAES e na Fundação Dom Cabral. A FEAPAES-SP participou da cerimônia de fundação da ABEA (Associação Brasileira de Emprego Apoiado) e tomou posse no CMAS (Conselho Municipal de Assistência Social). Em abril, também foi realizada a 2ª Reunião Ordinária da Diretoria Executiva, Conselhos Fiscal e de Administração, em Nova Odessa.

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MAIO Foi lançado o projeto APAE Qualidade de Vida e Saúde, que tem como propósito subsidiar a atuação do profissional de Educação Física nas APAES do Estado. O projeto é uma iniciativa da FEAPAES-SP (Federação das APAES do Estado de São Paulo), por meio do Colegiado de Esporte e Cultura, e conta com a parceria do departamento de pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP. Nesse mês foram realizadas palestras em Taubaté e Americana, e reunião de coordenadores regionais, em Araraquara. O secretário de desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, Floriano Pesaro, visitou a FEAPAES-SP no dia 29.

JUNHO A Lei 13.019 continuou sendo o tema principal das palestras da Federação em junho, quando foram realizados eventos em Marília, Santa Cruz do Rio Pardo e Tatuí. A FEAPAES-SP também promoveu o seminário de prevenção e s­ aúde das deficiências, com o médico geneticista Rui Piloto, em Valinhos. Entre outras atividades, profissionais da Federação participaram do programa de apoio à deficiência intelectual, do Governo de São Paulo, e apresentaram o trabalho da organização para colaboradores da COOP, durante encontro do Projeto Humanizar.

JULHO Julho foi o mês da 18ª Olimpíadas Especiais das APAES – Edição Estadual, em Guaíra. Cerca de 500 atletas participaram do evento, que reuniu 56 APAES do Estado. Os atletas participaram de atividades ­culturais e disputaram provas em oito ­modalidades esportivas: atletismo, basquetebol, futsal, futebol de sete, natação, tênis de mesa, dama e dominó. Além disso, foi realizada a palestra Gestão e Técnica de PDCA, em Lençóis Paulista, e a 3ª Reunião Ordinária da Diretoria Executiva, Conselhos Fiscal e de Administração, em São Vicente.

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AGOSTO A Federação realizou o 1º Seminário Integrado de Assistência Social, Educação e Saúde, em Bauru. O evento contou com a presença de cerca de 400 profissionais e teve como objetivo contribuir para o fortalecimento do atendimento conjunto entre as principais áreas de atuação das APAES. Neste mês, foram realizadas orientações técnicas na área de nutrição, curso de autismo, de Prestação de Contas e um treinamento do Sistema Argus.


OUTUBRO SETEMBRO Um mês em que a inclusão social das pessoas com deficiência seja destaque. Com esse princípio, a FEAPAES-SP e a APAE de Valinhos criaram a campanha “Setembro Verde”. ­ Escolhido por ser o mês da primavera, com o verde da esperança, setembro também é marcado pelo Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência (dia 21). Além das comemorações relacionadas à campanha, seis capacitações foram promovidas, entre elas: Deficiência Intelectual e Envelhecimento, Elaboração de Projetos, CEBAS, SPED Contábil e o curso básico do protocolo PediaSuit.

Neste mês, foram organizadas seis ­capacitações para as APAES do Estado: captação de recursos, direito do trabalho e CEBAS, além dos c­ ursos de Autismo e Protocolo PediaSuit. Foi realizada a 2ª Reunião de Coordenadores Regionais, em Bauru, e a 4ª Reunião Ordinária da Diretoria Executiva, Conselhos Fiscal e de Administração, em Guaratinguetá. A presidente da Federação, Cristiany de Castro, participou da audiência pública sobre a Lei 13.019 no Senado e da X Conferência Estadual de Assistência Social, em Águas de Lindoia.

NOVEMBRO Novembro foi o mês do I Fórum das Pessoas com Deficiência do Estado de São Paulo. Realizado na APAE de Araras, o evento teve como objetivo incentivar a troca de experiências entre os autodefensores. Neste mês também foram reali­ zadas capacitações sobre Captação de Recursos Públicos e Privados, Diretrizes Contábeis e uma jornada do espectro autismo, além da reunião mensal do Grupo de Trabalho.

DEZEMBRO Foram realizadas sete Orientações Técnicas para as APAES com a consultora Giuliana Baldon. Os atletas de São Paulo representaram o Estado na XXI Olimpíadas Especiais das APAES – Edição Nacional. O evento, realizado em Campo Grande (MS), contou com a participação de 22 estados do país.

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MÍDIA

APAE É A MARCA DE CONFIANÇA

DOS BRASILEIROS PELO SEXTO ANO CONSECUTIVO

Organização obteve 87% dos votos da pesquisa promovida pela revista Seleções

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ompetência e segurança, certeza de que é bem feito. Sinônimos de confiança e que resultaram em mais um prêmio para as APAES. Em 2015, a entidade foi eleita pelo sexto ano consecutivo como a marca de confiança dos brasileiros, em pesquisa promovida pela revista Seleções Reader’s Digest. A entidade recebeu 87% dos votos na categoria especial de ONGs, repetindo o mesmo resultado alcançado em 2014. A pesquisa da revista Seleções foi realizada pelo IBOPE Inteligência via web com 1,3 mil leitores da revista, em 36 categorias de produtos, três especiais (Instituições/Organizações, Profissões e ONGs) e personalidades. Além disso, foram perguntados: qual empresa é a mais responsável socialmente e qual a marca mais confiável do país, independentemente de categoria.

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Para a revista Seleções, a categoria ONGs é quando confiança e admiração andam juntas. De acordo com a pesquisa, entre várias organizações não governamentais atuantes no país com trabalhos imprescindíveis para a sociedade, quatro se destacaram na pesquisa como as mais confiáveis: APAE, com 87% dos votos, AACD, com 85%, Instituto Ayrton Senna com 84% e GRAAC, com 83%. A presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro, ressaltou a importância do resultado. “Esse reconhecimento é muito importante e serve de estímulo para o nosso trabalho. As APAES estão buscando a melhoria dos serviços prestados às pessoas com deficiência para manter esse título e seguir como marca de confiança dos brasileiros por muitos anos.”, disse.

CONFIRA O RESULTADO DA PESQUISA NA CATEGORIA ONGS: 1º: APAE – 87% 2º:  AACD – 85% 3º:  Instituto Ayrton Senna – 84% 4º:  GRAAC – 83%



APAE em destaque

Publicação da FEAPAE-SP - Federação das APAEs do Estado de São Paulo

Ano 2016 • Edição 12

REVISTA APAE EM DESTAQUE ANO 2016 • EDIÇÃO 12

APAE EXCELÊNCIA

EM BUSCA DA MELHORIA CONTÍNUA, FEAPAES-SP APRIMORA INSTRUMENTO DA QUALIDADE ATLETAS SUPERAM LIMITES NA 21ª OLIMPÍADA NACIONAL DAS APAES

APAE É A MARCA DE CONFIANÇA DOS BRASILEIROS PELO SEXTO ANO CONSECUTIVO


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