APAE em destaque
Publicação da FEAPAES-SP - Federação das APAEs do Estado de São Paulo
Ano 2017 • Edição 17
REVISTA APAE EM DESTAQUE ANO 2017 • EDIÇÃO 17
VII CONGRESSO ESTADUAL DAS APAES: UM MARCO NA HISTÓRIA DO MOVIMENTO APAEANO PAULISTA FEAPAES CAPACITOU EM 2017 MILHARES DE PESSOAS ATRAVÉS DE CURSOS, JORNADAS E PALESTRAS APAE_v17_capa_lombada_2.indd 1
ENTREVISTA: MOIRA SAMPAIO FALA SOBRE O PROGRAMA DE AUTODEFENSORIA E O PAPEL DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA 23/11/2017 16:11:02
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CAPA
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SUMÁRIO
CONGRESSO ESTADUAL DAS APAES
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APAE EM DESTAQUE
INDAIATUBA
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GUARULHOS, ARUJÁ E JACAREÍ
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ITU
PEREIRA BARRETO
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PRESIDENTE VENCESLAU
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SUZANÁPOLIS
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GUARATINGUETÁ ITÁPOLIS ITANHAÉM
10 NOTAS APAE
55 ENTREVISTA MOIRA SAMPAIO
MIRASSOL MARÍLIA
RIBEIRÃO PRETO MORRO AGUDO UBATUBA MOGI DAS CRUZES GUARULHOS
59 JURÍDICO INFORMA
FEAPAES EM REVISTA PROJETO EFICIÊNCIA SOLIDÁRIA
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EVENTOS DE CAPACITAÇÃO EM 2017
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II FÓRUM ESTADUAL DE AUTODEFENSORES
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SETEMBRO VERDE
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I JORNADA DA SAÚDE
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NOVA DIRETORIA DA FEAPAES-SP
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PRESIDENTE DA FEAPAES VISITA APAES
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DOAÇÃO DE CADEIRAS DE RODAS PARA AS APAES
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19ª OLIMPÍADAS ESPECIAIS DAS APAES
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ARTIGO DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E O ENVELHECIMENTO INESPERADO: UM CONVITE À CELEBRAÇÃO
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EXPEDIENTE DIRETORIA EXECUTIVA
EDITORIAL
Presidente Cristiany de Castro Vice-presidente José Marcelo Alduíno 1ª Secretária Patrícia Regina Miranda da Cruz 2º Secretário Celso Roberto Pegorin 1º Dir. Financeiro Salvador Anésio Ruiz Aylon
2º Dir. Financeiro Luis Roberto Roson Diretor Social Paulo Arantes Diretor de Patrimônio Ivanil de Marins Procurador Jurídico Paulo Rogério Geiger
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Parece que foi ontem que nos preparávamos para as festas de fim de ano, mas já se passou quase um ano e cá estamos nós, novamente, entregando a última edição da Revista APAE em Destaque de 2017. E o que dizer de 2017? Que ele foi realmente muito bom e mostrou que, mesmo com tantas dificuldades, as APAES não têm cruzados os braços, e isso é nítido diante de tantos bons projetos executados no decorrer deste ano. Alguns deles você verá nesta edição, como o Projeto Fanfarra na Escola Especial Arco-íris, uma iniciativa brilhante da APAE de Pereira Barreto, que encontrou na mú-
Celso Aparecido Cassiano Helio Tadeu Zago Jorge Martins Salgado José Carlos da Silva José Luiz Beneciuti José Perez Perez Josiane Claudia da Silva Jacob Lilian Carla de Oliveira Lúcia Helena Gonçalves Senteio Luiz Antonio Lopes Garcia Márcia Cardoso Luquetti Gianoti
CONSELHO FISCAL Titulares Marcelo Colombo Antônio Pio Neto Eugênia Amorim Ubiali
Marcio Chagas Fernandes da Silva Maria de Fátima Dalmédico de Godoy Maria José de Sousa Nunes Moacyr Fonseca Júnior Nilza Ribeiro Fernandes Afonso Paulo Cesar Zeni Rita de Cássia Ramos Rodrigo de Oliveira Prévide Silvio Filippini Sonia Ap. Martins Bento de Oliveira Vera Lucia Ferreira Lima
Suplentes Celso Bueno José Roberto Guimarães Carlos Eduardo Torres
CONSELHO CONSULTIVO
sica uma maneira de resolver dificuldades de expressão, co-
Antônio Cândido Naves
municação, socialização e de coordenação motora. Além
EQUIPE TÉCNICA | FEAPAES-SP
da música, a culinária também foi uma das formas que a APAE de Mogi das Cruzes buscou para tornar os seus usuários independentes, além de ser uma alternativa para transformar o olhar da sociedade, mostrando que todos, independentemente das limitações, são capazes de realizar ações no ramo gastronômico. É claro que eu não poderia deixar de falar do VII Congresso Estadual das APAES, que aconteceu no mês de agosto, em Águas de Lindóia (SP). Emoção foi apenas um tempero a mais para o evento, marcado por grandes palestras, muito aprendizado e crescimento profissional para os colaboradores de inúmeras APAES do estado de São Paulo. Para completar o ano vitorioso, no dia 31 de agosto, a FEAPAES deu a largada para a maior campanha de inclusão social do país, o Setembro Verde. Na abertura estiveram presentes inúmeras autoridades e, no decorrer do mês, ainda conseguimos o apoio de diversas celebridades, como os cantores Daniel e Tico Santa Cruz e os jogadores Edu Dracena (Palmeiras) e Rodrigo Caio (São Paulo). Despeço-me desejando a todos uma excelente leitura e um 2018 recheado de bons projetos! Até 2018! Thaís Demacq Jornalista — Mtb 44568/SP comunicacao@feapaesp.org.br
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Superintendência Fernanda Peres Gomes superintendencia@feapaesp.org.br Coordenação Administrativa Cíntia Faccirolli Financeiro Lucas Almeida Fátima Melo Eduardo Carlone (estagiário) financeiro@feapaesp.org.br coordadm@feapaesp.org.br Comunicação Thaís Demacq Mtb 44568/SP Débora Simões Mtb 81427/SP Tárcio Herrero (estagiário) comunicacao@feapaesp.org.br
Marco Aurélio Ubiali
Equipe da Qualidade Aline Lima Gabriela Bisco Eliete Travaini Ketully Fernanda Ascêncio Cadorim Lucila Castro Sílvio Balan coordqualidade@feapaesp.org.br Jurídico Thiago Mellem Thales Araújo juridico@feapaesp.org.br Ouvidoria Paulo José da Silva Nogueira Paulo César de Rezende Fábio Rodrigues Johnny Barbosa
Desenvolvimento Institucional Marina Salomão Júlia Farias (estagiária) institucional@feapaesp.org.br
Recepção Adriana Queiroz Amanda Cristina da Silva Souza Érika Biondi Karla Pereira faleconosco@feapaesp.org.br
Cursos Lays Alves eventos01@feapaesp.org.br
Tecnologia da Informação Vinícius Baldochi tecnologia01@feapaesp.org.br
Edição concluída em novembro de 2017 Federação das APAES do Estado de São Paulo Rua Tomaz Pedro do Couto, 471 | Polo Industrial Abílio Nogueira | Franca/SP CEP: 14406-065 | Fone: 16 3403-5010 | Fax: 16 3403-5015 E-mail: feapaes@feapaesp.org.br www.feapaesp.org.br
Revista APAE em Destaque
Redação: Débora Simões e Thaís Demacq. Edição: Thaís Demacq Revisão e Diagramação: Zeppelini Editorial / Instituto Filantropia
PALAVRA DA PRESIDENTE
ANO NOVO: ESPERANÇAS RENOVADAS
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stamos prestes a começar mais um ano, e é inevitável não fazermos um balanço das conquistas e das falhas cometidas em 2017, para, assim, projetar os próximos passos para o ano que se inicia. Acredito que podemos encarar como vitoriosa a superação de um período em que, no nosso país, só se falou em crise, tanto financeira como política, porém o desânimo e o pessimismo dessa época conturbada não nos abateram. Lutamos firmes no propósito de melhorar a vida das milhares de pessoas com deficiência intelectual e múltipla do nosso Estado. Mas, as conquistas e a superação dos períodos difíceis não nos cegaram. Visualizamos o duro caminho que teremos em 2018, até atingirmos o êxito em todas as nossas demandas, principalmente a de fazer com que nossas APAES continuem oferecendo o atendimento de excelência, de maneira sustentável. A Federação das APAES (FEAPAES) também segue com o objetivo de investir no aperfeiçoamento dos colaboradores das APAES, na busca pela satisfação e qualidade de vida do nosso público, de mais de 60 mil pessoas diretas e 180 mil indiretas. Não posso deixar de agradecer as nossas filiadas que estiveram presentes na Assembleia Geral Ordinária, realizada em outubro, e que me possibilitaram continuar presidindo e lutando por essa causa que tanto me move e me ensina, dia a dia. Espero continuar unindo nossas forças e experiências para vencermos todas as barreiras com as bênçãos de Deus. Contem comigo! Que venha 2018! Cristiany de Castro Presidente da Federação das APAES do Estado de São Paulo
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GALERIA DE FOTOS
SETEMBRO VERDE NAS APAES
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Veja todas as fotos da campanha em facebook.com/feapaesp
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NOTAS APAE
I FESTIVAL REGIONAL DAS APAES DE VÔLEI SENTADO REÚNE DIVERSAS ATLETAS
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conteceu no dia 15 de setembro o I Festival Regional das APAES de Vôlei Sentado – Mairinque 2017. O evento, que envolveu várias APAES do Conselho de Itu, foi realizado no Ginásio Municipal de Esportes Chiquinho Bertolini, na cidade de Mairinque. Na ocasião, estiveram presentes atletas das APAES de Salto, Cotia, Itapevi, Votorantim, Sorocaba e Mairinque. Antes de iniciar os jogos, os usuários foram recebidos por acolhedores que os acompanharam durante todas as etapas do cronograma. Na sequência foi servido o café da manhã. A cerimônia de abertura contou com a presença do presidente da APAE de Mairinque Fábio Rogério Riskallah e representantes da diretoria Vera Borges, José Carlos Simões de Almeida e Roque Marques. Também estiveram presentes profissionais da APAE que sediou o evento, entre eles a coordenadora pedagógica Jaqueline Adre Roque Santos, a assistente social Gilda Maria dos Santos, além de representantes da Prefeitura de Mairinque, dirigentes e alunos das escolas municipais e pessoas da comunidade. No fim do evento, todos os atletas das APAES receberam medalhas e troféus. O encerramento foi marcado pela confraternização de todos os envolvidos em um delicioso almoço.
APAE DE SOROCABA COMPLETA 50 ANOS
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APAE de Sorocaba comemorou no dia 19 de setembro os seus 50 anos de fundação. A solenidade, que marcou o meio século de existência da entidade, aconteceu no plenário da Câmara Municipal de Sorocaba e reuniu autoridades, colaboradores, usuários, familiares, bem como algumas empresas parceiras. Além deles, representantes do Conselho da Família, composto de parentes dos usuários, emocionaram os presentes com seus discursos. A entidade, referência na cidade no atendimento de pessoas com deficiência intelectual e múltipla, proporcionou também para os usuários momentos recheados de muita diversão e brincadeiras. Durante todo o dia, os 370 usuários da unidade participaram de diversas atividades, realizadas com a ajuda de um grupo de recreadores, e ainda puderam se deliciar com um bolo gigante, preparado especialmente para o dia especial.
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Vem ai! XIX
OLIMPÍADAS ESPECIAIS DAS APAES EDIÇÃO ESTADUAL - SAÕ PAULO
FRANCA/SP 2018
Prepare-se
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APAE EM DESTAQUE
TECNOLOGIA ASSISTIVA É TEMA DE PROJETO DA UNESP DE
GUARATINGUETÁ
Parceria com a APAE facilitou a comunicação e a alfabetização de usuário
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novação, inclusão e tecnologia descrevem bem o Programa de Educação Tutorial (PET). Vinculado ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), o PET é um projeto do professor doutor Marcelo Sampaio Martins, da Faculdade de Engenharia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) de Guaratinguetá, que visa à aplicação da engenharia na tecnologia assistiva. A escolha pela APAE deu-se pela necessidade de os usuários terem apoios tecnológicos para a realização de atividades diárias. “Ao escolher a APAE nos questionamos sobre o que a engenharia poderia fazer pela entidade, e a resposta foi: melhorar a qualidade de vida dos usuários. Então resolvemos aplicar nossos conhecimentos em dispositivos que auxiliassem no cotidiano de algum usuário”, conta Marcelo. O primeiro projeto posto em prática foi o Capacete Especial, destinado ao usuário João Vinícius Brito Campos, 13 anos, diagnosticado
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com Encefalopatia Crônica da Infância e Epilepsia CID G40 e G80, que o impossibilita de digitar com as mãos. Segundo a diretora da APAE de Guaratinguetá Fátima Ferreira Leite Azevedo, João tem muita facilidade em aprendizagem, mas a dificuldade em utilizar as mãos tornava a alfabetização mais desafiadora. “João tem muita vontade de aprender. Ele utilizava o nariz para usar o computador e o tablet. Agora com o capacete a comunicação com ele melhorou bastante”, conta Fátima. O Capacete Especial foi pensado e produzido de forma customizada para João. O objeto tem uma ponta rígida com hastes que é fixada na cabeça do usuário para facilitar a sua comunicação, alfabetização, interação e que permite o uso de tablets e computadores. Para o professor doutor Marcelo, os resultados foram muito positivos “Nos testes João escreveu seu nome bem mais rápido do que quando utilizava o nariz. Agora o uso deve ser constante para que cada vez mais ele tenha domínio do equipamento”, comenta. Ainda este ano será desenvolvido outro projeto na APAE com parceria do PET. A diretora da instituição faz segredo, mas afirma que a novidade será muito importante para os usuários da APAE de Guaratinguetá.
PROGRAMA INTERNACIONAL O PET da UNESP de Guaratinguetá, vinculado com o MEC, também é parceiro do Instituto Politécnico de Grenoble, na França, em que há troca de conhecimento por meio de intercâmbios entre alunos e professores das instituições de ensino. No projeto aplicado na APAE de Guaratinguetá quatro alunos franceses participaram da elaboração do Capacete Especial.
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CUIDADOS COM O MEIO AMBIENTE É TEMA DE PROJETO DA APAE DE ITÁPOLIS Usuários da instituição fazem visitas ao lixão e plantam mudas de árvores
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rabalhar a conscientização sobre a preservação do meio ambiente é um dos principais desafios da atualidade, mas é uma ação cada vez mais necessária. Foi pensando em esclarecer e ensinar os usuários sobre a importância de cuidar do Planeta Terra que a APAE de Itápolis criou o Projeto Meio Ambiente. A iniciativa teve início em abril de 2017 e buscou desenvolver com os usuários ações e posturas responsáveis diante de problemas ambientais, como desperdício de água e poluição, identificando as situações que causam danos à ecologia, como poluição, desmatamento e extinção de animais. O projeto também é uma parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental e Agropecuária, que ajudou a promover a visita ao lixão de Itápolis, que teve como objetivo ensinar aos usuários sobre o processo do lixo após o recolhimento nas casas. Segundo a coordenadora pedagógica Vilma Elaine Sousa Seravo, a visita foi um momento de aprendizagem eficaz, concreta e vivenciada. “A ida ao lixão foi acompanhada pela bióloga Juliane Santos Greco e pela secretária de Desenvolvimento Ambiental Nathalia Polaco
Brambilla. Ambas foram muito atenciosas e forneceram informações e orientações sobre o ciclo de vida do lixo”, conta Vilma. A segunda atividade de aprendizagem vivenciada foi a visita até a sede da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental e Agropecuário, em que Juliane ensinou os usuários sobre todo o processo de polinização, dispersão e plantio das plantas. Em seguida, os usuários aprenderam a plantar mudas de ipês-mirins amarelos em balaios. Cerca de 60 mudas foram germinadas e serão plantadas em toda a cidade. Para Vilma, essa é uma ação fundamental para a formação de valores e da cidadania dos usuários. Na APAE também foram desenvolvidas diversas atividades para promover a conscientização sobre a preservação do meio ambiente, como a separação do lixo para a reciclagem, a produção de brinquedos com materiais reciclados e o plantio de flores em garrafas PET. Para finalizar o projeto, a APAE promoveu uma apresentação de dança chamada Planeta Terra e uma contação de história sobre o meio ambiente. O evento contou também com a visita de escolas da cidade e com a exposição dos brinquedos produzidos pelos usuários.
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JARDIM SENSORIAL:
PROPOSTA QUE PROMOVE INCLUSÃO SOCIAL, TERAPIA E ATIVIDADES PEDAGÓGICAS
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APAE de Itanhaém inaugurou espaço que trabalha com o sistema sensorial humano ato, audição, olfato, paladar e visão, cinco elementos que fazem parte do sistema sensorial humano. Por meio dos sentidos os seres vivos percebem e reconhecem outros organismos e as característica do meio ambiente em que se
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encontram. Em outras palavras, são as traduções do mundo físico para a mente. Aguçar esses sentidos é fundamental para o entendimento de mundo da pessoa. Muitas deficiências são provocadas em decorrência da falta de um dos cinco sentidos, como a cegueira e a surdez, porém a falta de um elemento pode fortalecer os outros.
A APAE de Itanhaém inaugurou no dia 27 de setembro seu jardim sensorial, proposta de inclusão social, uma possibilidade terapêutica e um projeto pedagógico. A iniciativa foi idealizada em 2013, mas enfrentou dificuldades financeiras, contudo este ano, com a ajuda dos usuários, da população, do comércio e da prefeitura, a APAE conseguiu concretizar o sonho. “Temos usuários com deficiência intelectual e autismo, muitos têm sensibilidade nos pés. Por isso, montamos no espaço uma variedade de texturas: bola, areia, tampa de garrafa PET, madeira, pedra, liso, rústico, para os usuários pisarem. Além disso, temos os aromas das plantinhas”, conta a presidente da APAE de Itanhaém Berenice Rodrigues Ribeiro. Para construir o jardim sensorial, a instituição buscou conciliar preservação ambiental e artesanato. Os materiais utilizados são naturais ou recicláveis e decorados pelos próprios usuários. Estes fazem parte do projeto APAE em Movimento, em que cerca de 30 usuários participam de oficinas de artesanato. “O projeto concretizou-se graças à força de vontade de toda a equipe e dos usuários, todos participaram da construção”, conta a coordenadora geral Cláudia Lopes Adoglio. “Minha filha frequenta a APAE de Itanhaém desde o começo do ano. Todas as pessoas têm relatado o seu desenvolvimento, está mais solta e mais prestativa. Acredito que o jardim vai melhorar ainda
mais o desenvolvimento dela”, conta Andreia Kida, mãe da usuária Beatriz Kida. Jardim sensorial é um termo bastante amplo, que pode implicar práticas terapêuticas, pedagógicas e também recreativas. Como prática terapêutica, também pode ter finalidades distintas: inclusão social de pessoas com deficiência, terapia para pessoas com Alzheimer e outros tipos de demência. Foi pensando em conciliar o novo espaço com atividades de inclusão social que a APAE de Itanhaém buscou levar escolas da cidade para conhecerem o jardim. “A princípio estamos direcionando a ideia para escolas de ensino fundamental, e nossos usuários são os guias das crianças visitantes. São eles quem as levam no percurso”, afirma Cláudia. A iniciativa também tem como interesse tornar a APAE mais conhecida em Itanhaém. Segundo Cláudia, a instituição tem pouca visibilidade na cidade e esse fator dificulta a arrecadação de fundos. Implantada há nove anos no município, a associação desenvolve trabalhos que têm, entre outras atividades, aulas voltadas à coordenação motora, intuitiva e experimental.
“O PROJETO CONCRETIZOU-SE GRAÇAS À FORÇA DE VONTADE DE TODA A EQUIPE E DOS USUÁRIOS, TODOS PARTICIPARAM DA CONSTRUÇÃO”
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SHOW DE DANÇA
E DE INCLUSÃO
1º Festival Dança APAE de Indaiatuba proporcionou momentos de inclusão e impressionou público com várias performances
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APAE de Indaiatuba promoveu no dia 17 de agosto, com o apoio da Prefeitura, o seu 1º Festival Dança APAE, no espaço de eventos Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba (CIAEI), localizado no respectivo município. O evento contou com várias coreografias, durou aproximadamente três horas e teve a participação de 20 alunos da Escola de Educação Especial da APAE de Indaiatuba, além da presença de outras 12 academias de dança locais. Segundo Mariza Muller, coordenadora de eventos da APAE, esse projeto teve como um dos objetivos resgatar os festivais que a APAE realizava há alguns anos, para mostrar à população o trabalho de usuários, professores e funcionários, além de expor a capacidade que eles têm para apresentar algo muito bonito e que emocionou a todos. “Por ter sido um sucesso, já estamos nos preparando para o Festival Dança APAE 2018”, adianta Mariza. Segundo a diretora pedagógica Angela Maria Prandini, além de mostrar o trabalho desenvolvido no decorrer do ano, o evento também teve como
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objetivos quebrar barreiras, mostrar competências e promover a inserção da pessoa com deficiência na sociedade. Além disso, oferecer aos usuários os benefícios para o corpo e para a mente, proporcionados pela dança. “A dança adaptada facilita a integração, o desenvolvimento motor, a coordenação, o equilíbrio e desperta a autoestima, entre outros benefícios”, explica.
SUPERANDO OS LIMITES Após quase oito meses de muita preparação, os usuários da APAE de Indaiatuba apresentaram cinco performances diferentes: Dança do Neon, Anjos do Céu, A Bela e a Fera, Gafieira e Dança dos Véus. As apresentações emocionaram o público, composto de pais, familiares e comunidade em geral, além de proporcionar momentos de alegria aos próprios dançarinos. “Eles ficaram muito orgulhosos, principalmente pelo fato de a família estar presente. Foi motivo de muito orgulho e alegria”, conta Ângela Maria Prandini, diretora da APAE de Indaiatuba. As coreografias e os figurinos foram organizados pelo professor de educação física Eduardo Clemente, pela instrutora de artesanato Edna Perina e pela coordenadora pedagógica Miriam Leme.
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CAPOEIRA ADAPTADA
É UTILIZADA COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM, INCLUSÃO SOCIAL E TRABALHO CORPORAL Mais de mil usuários do Conselho Regional de Guarulhos participam do projeto dos mestres Daniel e Aruanã
1º Festival de Capoeira
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s APAES de Guarulhos, Arujá e Jacareí, todas pertencentes ao Conselho Regional de Administração de Guarulhos, estão participando do projeto socioeducativo Capoeira Adaptada que, inserida nas práticas de educação física, abrange usuários da educação e assistência social das entidades. O projeto surgiu por meio dos mestres Daniel Nunes Vieria e Carlos Alves da Silva (Aruanã), que viram no esporte uma forma de trabalhar a coordenação motora, a flexibilidade, a agilidade e a integração social, além da parte cultural, que mediante a musicalidade proporciona mais expressão corporal dos usuários. Os idealizadores levaram o projeto para as APAES, que aderiram à prática e estão motivadas. Atualmente são mais de mil usuários das três entidades praticando capoeira. Segundo a coordenadora pedagógica da APAE de Arujá Luana Almeida Bezerra, o projeto é um sucesso. “As aulas são
maravilhosas, todos que participam têm uma alegria imensa” afirma Luana. Há 17 anos na APAE de Jacareí, o mestre Aruanã conta que a parceria com o Daniel começou após um festival de dança em São Sebastião, onde eles conversam bastante e decidiram fazer trabalhos juntos. “Eu trabalho no contraturno, atualmente temos 50 usuários participantes e graças à parceira com o Vale Cap o projeto é realizado. Depois que conheci Daniel, sempre estamos em contato para trocarmos experiências e promover atividades”, explica Aruanã. “O legal desse projeto é que até os usuários mais comprometidos podem participar. Além de trabalharmos de forma interdisciplinar, os temas das músicas que o Daniel traz são referentes à sustentabilidade. Desde o começo do ano estamos reforçando a importância da presenvação do meio ambiente”, conta Luana. Para o mestre Daniel, a música é um diferencial do esporte. “Os sons dos instrumentos e as palmas fazem da capoeira um momento de descontração para os usuários. Eles ficam bastante animados, mas levam o esporte muito a sério”, diz. A roda de capoeira é um momento inclusivo. Dela todos podem participar; as técnicas são adaptadas para a necessidade de cada usuário. “Já chegamos a fazer uma roda com 100 usuários em Guarulhos. Participaram usuários entre 6 e 60 anos, com deficiências diversas, inclusive cadeirantes”, conta o mestre Daniel.
1º FESTIVAL DE CAPOEIRA No dia 22 de julho o Conselho de Guarulhos realizou no Bosque Maia, o 1º Festival de Capoeira. O evento contou com a participação de mais de 400 usuários das APAES de Guarulhos, Arujá e Jacareí. APAE EM DESTAQUE • ANO 2017 • EDIÇÃO 17
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EMOÇÃO MARCA INAUGURAÇÃO DA NOVA SEDE DA APAE DE ITU Homenagens e inúmeras manifestações de amor e gratidão foram presenciadas por grande público
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dia 29 de julho de 2017 ficará na história de Itu e na memória de centenas de pessoas que prestigiaram a cerimônia de inauguração da nova sede da APAE da cidade. Na solenidade, marcada pela emoção, realizada no novo espaço de 14 mil metros, estiveram presentes autoridades locais, familiares de usuários, empresários, imprensa e pessoas ligadas ao Movimento Apaeno. Além dos discursos emocionados e da benção do Padre Paulo Eduardo, da Paróquia São Judas
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Tadeu, o evento contou com a presença e alegria do Grupo Doadores de Alegria. Houve também a apresentação da fanfarra da APAE, o hasteamento de bandeiras e o tradicional corte da fita vermelha, realizada por um pequeno grupo de usuários que na ocasião representavam os demais 215 que frequentam o local. Armando Micai, presidente da APAE de Itu, recebeu homenagens dos usuários, a quem ele carinhosamente chamou de “meus meninos”, e em vários momentos não conteve a emoção. “Essa nova sede significa em primeiro lugar a realização do sonho de todo mundo, e em seguida a realização
“EU ACHEI MARAVILHOSO. MEU FILHO JÁ ESTÁ LÁ HÁ MUITO TEMPO, ELE JÁ TINHA PASSADO POR ALGUMAS ESCOLAS QUE NÃO DERAM CERTO E A GENTE FICA MUITO FELIZ PORQUE FOI UM TRABALHO DE ANOS. O BENEFÍCIO É MUITO GRANDE PARA ELE, UMA ESTRUTURA EXCELENTE PARA ABRIGÁ-LOS. MEU FILHO ESTÁ MUITO FELIZ” Usuários participaram da inauguração muito particular desse coração remendado, mas que aguentou firme todo o trabalho”, conta Micai. A comoção não é para menos. A nova sede, que possui 4 mil metros de área construída, demorou quase dez anos para ser concluída. Hoje, o espaço conta com várias salas de aula, consultório médico, sala de fonoaudiologia e fisioterapia, piscina aquecida, sala de informática e refeitório. “Conheci toda a infraestrutura da nova APAE de Itu e fiquei encantada. O que eu tenho a dizer é que todo o empenho dos envolvidos nessa construção, desde os arquitetos e engenheiros que cederam seu trabalho, empresas locais, e principalmente o empenho do presidente, Armando Micai, e dos anteriores a ele e que não desistiram da luta, foram recompensados de maneira brilhante”, afirma Cristiany de Castro, presidente da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP).
OPINIÃO VALIOSA Só quem acompanhou todo o processo de construção da nova sede, desde o início, sabe o valor de ver toda aquela estrutura, com todos os recursos para o desenvolvimento pleno dos usuários. Márcia Mery de Souza é uma dessas pessoas que vivenciou a colocação de cada tijolo e aguardou com ansiedade a conclusão da obra. Ela é mãe de Mateus Arthur Castelo, 24 anos, que desde os seis frequenta a entidade. Segundo ela, o espaço ficou excelente e agradou ao filho. “Eu achei maravilhoso. Meu filho já está lá há muito tempo, ele já tinha passado por algumas escolas que não deram certo e a gente fica muito feliz porque foi um trabalho de anos. O benefício é muito grande para ele, uma estrutura excelente para abrigá-los. Meu filho está muito feliz”, conta a mãe, orgulhosa.
Representantes da FEAPAES/SP e da APAE de Itu, ladeados pelo palhaço do grupo Doadores de Alegria Luciana de Oliveira Vacilotto, mãe de Gabriel de Oliveira Vacilotto, 10 anos, que frequenta a APAE de Itu, também ficou muito contente com todos os benefícios oferecidos pelo novo prédio da APAE. Ela destaca principalmente o fato de a edificação ser grande e confortável para os usuários. “O novo prédio é lindo, espaçoso, bem arejado e muito funcional. É a representação física do amor e da dedicação de muitos para com as pessoas com deficiência. E nós, família dos alunos, só temos a agradecer a imensa oportunidade que estão dando a nossos filhos. É mais qualidade em todos os sentidos, para os alunos e para essa equipe da APAE de Itu que trabalha com muita competência e responsabilidade. Estou muito feliz e orgulhosa”, conta a mãe, admirada.
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PEDALADAS DO BEM: APAE DE MIRASSOL PROMOVE 1º PEDAL SOLIDÁRIO
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O evento foi realizado para arrecadar fundos para a instituição e reuniu mais de 500 ciclistas
om os propósitos de promover novas ações para a sustentabilidade financeira da entidade e fazer do movimento apaeano referência na região, a APAE de Mirassol realizou, no dia 21 de maio, o 1º Pedal Solidário. O evento foi idealizado pelo educador físico da entidade, Emanuel Messias de Brito, e contou com o apoio da atual diretoria e com a participação de mais de 500 ciclistas. “O objetivo do 1º Pedal Solidário, além de arrecadar fundos para a APAE de Mirassol, foi reunir pessoas para que, juntas, por meio do esporte, realizassem uma ação de amor ao próximo. Não foi uma competição, não houve vencedores; foi a união de pessoas em prol da APAE, visando à solidariedade”, conta Emanuel. O início da concentração foi marcado para as 6h30, momento em que foi servido café da manhã aos participantes. O evento teve três opções de percurso: 10 quilômetros, para iniciantes; 30 quilômetros, para intermediários; e 50 quilômetros, para avançados. União, parceria e trabalho em equipe foram elementos que marcaram o 1º Pedal Solidário da APAE de Mirassol. Cerca de 200 voluntários participaram do evento, desde a sua organização até a sua realização. O 1º Pedal Solidário também
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contou com o apoio de diversos parceiros. Cerca de 25 empresas amigas da entidade patrocinaram o evento, fazendo do encontro a combinação perfeita entre esporte e solidariedade. O 1º Pedal Solidário da APAE de Mirassol reuniu grupos de ciclistas de diversas outras cidades da região. Entre elas, estavam: São José do Rio Preto, Nhandeara, Macaubal, Votuporanga, Poloni, Monte Aprazível, Jaci, Tanabi, Bálsamo, Bady Bassitt, Nova Granada e Orindiuva. “Atualmente o cliclismo está forte na região, são muitos grupos formando-se para competições. Eu participo de algumas, porém por causa do dia a dia não consigo treinar o suficiente para participar com efetividade”, conta o educador físico da APAE de Mirassol Emanuel. A organização do evento foi completa. Além do passeio ciclístico, o 1º Pedal Solidário também teve café da manhã, kit para corrida (isotônico e frutas) e um delicioso almoço, que foi servido na Paróquia Nossa Senhora do Carmo. A animação ficou por conta do DJ Alex, do cantor sertanejo Max Belgare e da apresentação do grupo de percussão Bate Lata, formado por usuários da APAE, além do sorteio de diversos brindes doados pelos parceiros. Os convites foram vendidos por R$ 35 e toda a receita arrecadada foi revertida para a instituição.
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APAE DE MARÍLIA ABRE AS PORTAS E MOSTRA
TRABALHO À COMUNIDADE
A instituição promoveu diversas atividades na Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla
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ntre os dias 21 e 28 de agosto, foi comemorada a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. Para dar visibilidade à importância da inclusão social e ao trabalho promovido pela APAE de Marília, a instituição realizou entre os dias 21 e 26 de agosto diversas atividades voltadas para os usuários, profissionais e toda a comunidade do município. A semana envolveu debates, palestras, qualificação e aperfeiçoamento de profissionais, interação e convivência da comunidade com os usuários. Esses momentos são importantes para a integração social das pessoas com deficiência. A abertura oficial da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla da APAE de
Marília aconteceu no dia 21 de agosto e contou com a palestra da doutora Anna Augusta Sampaio de Oliveira, que abordou a temática Pessoas com Deficiência: Direitos, Necessidades e Realizações, em que reuniu profissionais das áreas da saúde, educação, assistência social e autoridades municipais. “O objetivo do evento não é debater sobre os direitos humanos para as pessoas com deficência, estes já são direitos garantidos e são protegidos pela Constituição. O que pretendemos é dar mais visibilidade a esses direitos, com mais informações para a sociedade e mostrando o potencial que nossos usuários têm por meio das conquistas e vitórias contra limitações e preconceitos”, explica o presidente da APAE de Marília Marcos Antônio Carchedi. No dia 23 a APAE iniciou a exposição de arte do projeto Criando com Textura. A mostra foi APAE EM DESTAQUE • ANO 2017 • EDIÇÃO 17
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realizada na Biblioteca Municipal de Marília e ficou 15 dias exposta. O objetivo da exposição foi mostrar como a arte pode ser uma ferramenta terapêutica e um caminho para a aprendizagem e o enfrentamento de problemas cotidianos. “Cada obra de arte apresentada na exposição guarda uma história de dedicação e envolvimento, refletindo lições de vida e conquistas que emocionam, mostrando que todos têm potencial se tiverem condições, suporte e adaptações necessárias”, conta Marcos Antônio.
BATE-PAPO E ATIVIDADES PELA INCLUSÃO No dia 23, foi realizada nas dependências da instituição uma roda de conversa voltada para as famílias, com a Defensoria Pública. Os usuários da APAE fizeram uma apresentação de dança na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Chapeuzinho Vermelho. Na sexta-feira, dia 25, foi realizada a Caminhada da Semana Nacional da Pessoa com Deficiêmcia, em que usuários, pais e profissionais das APAES de Marília e Júlio Mesquita caminharam pelo centro comercial. O evento deu visibilidade à entidade, divulgou informações e chamou a população para conhecer e abraçar os projetos das APAES. Para encerrar as atividades, no dia 26 foram promovidas as Olimpíadas Internas na APAE de
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Marília, em que os usuários puderam mostrar todo o seu potencial nas modalidades de vôlei, basquete e futebol adaptados. A abertura das olímpiadas contou com a participação do atleta paraolímpico Daniel Tavares Martins e do paratleta medalhista do Mundial de Atletismo Paraolímpico Gustavo Dias. “A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência mostrou em poucos dias os trabalhos que a APAE de Marília realiza há quase 50 anos. Deixamos claro que a entidade vai fazer ainda mais pelas pessoas com deficiência e que a comunidade só tem a ganhar se participar desse trabalho”, disse a diretora pedagógica Renata Sândalo.
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DESENVOLVIMENTO POR MEIO DAS NOTAS MUSICAIS Há seis anos, a APAE de Pereira Barreto utiliza a música para amenizar as dificuldades das pessoas com deficiência
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música tem um efeito poderoso sobre o ser humano. Ela possui a capacidade de fazê-lo viajar no tempo, devolvê-lo a uma infância feliz, animar uma festa e até mesmo uma pessoa triste. Ou seja, ela é capaz de impactar positivamente a vida das pessoas de várias maneiras: pode amenizar e até resolver algumas dificuldades de expressão, comunicação, socialização e motora. Foi com o intuito de aproveitar todos os benefícios proporcionados pela música que a APAE de Pereira Barreto criou, no ano de 2011, o Projeto Fanfarra na Escola Especial Arco-íris, por meio da Escola de Educação Especial Arco-íris — APAE de Pereira
“ELES TÊM SIDO CONVIDADOS POR OUTRAS ESCOLAS, PARA OS EVENTOS PÚBLICOS, NA PRAÇA. ESSA SEMANA ESTAMOS LOTADOS, VAMOS NOS APRESENTAR ATÉ NO ASILO”
Barreto, que atende a alunos de 6 a 15 anos do ensino fundamental. Além desses alunos, também fazem parte do projeto os demais adultos atendidos pela instituição. O objetivo da fanfarra, que possui 104 integrantes, é
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possibilitar uma atividade diversificada e motivadora por intermédio da linguagem musical. O sucesso da Fanfarra Arco-íris tem sido tão grande que eles já se apresentaram em várias ocasiões, entre elas na abertura do IV Concurso Interestadual de Fanfarras e Bandas (CIFABAN), de Pereira Barreto, em aberturas de desfiles cívicos, gincanas e nos próprios eventos internos da APAE, em datas comemorativas, como Carnaval, Dia das Mães, Festa Junina, entre outros. “Eles têm sido convidados por outras escolas, para os eventos públicos, na praça. Essa semana estamos lotados, vamos nos apresentar até no asilo”, comenta Célia Aparecida da Silva, diretora da APAE de Pereira Barreto. Ainda de acordo com a diretora da APAE, os resultados no desenvolvimento dos usuários podem ser observados em várias habilidades, desde melhora na sociabilidade e comunicação, além da alegria que demonstram por aprenderem música. “Notamos melhoras em todos os sentidos, tanto nas questões de habilidades com os instrumentos, que eles vão adquirindo aos poucos, como na melhora nos movimentos e até na desenvoltura e desinibição”, conta Célia.
MÚSICA, CULTURA E HISTÓRIA Na Fanfarra Arco-íris, os usuários da APAE de Pereira Barreto aprenderam a manusear vários instrumentos e tiveram contato com a música e seus vários estilos. “Trata-se de uma fanfarra de percussão, ou seja, de instrumentos percutidos. Nós trabalhamos com o bumbo, caixa, prato, bongo, acessórios, bateria e lira, que é um instrumento melódico”, explica Bruno Ricardo de Souza Ludovino, instrutor de música da APAE. Antigamente as fanfarras executavam apenas marchas e dobrados, mas com o percorrer dos anos passaram a reproduzir outros tipos de música.
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ATUALMENTE ESTAMOS TRABALHANDO COM BAIÃO, ROCK E UMAS MÚSICAS DA CULTURA DE MASSA, QUE SÃO AS MÚSICAS QUE ESTÃO TOCANDO NAS RÁDIOS, COMO FUNK, SERTANEJO UNIVERSITÁRIO, ROCK NACIONAL E INTERNACIONAL DOS ANOS 1980 E 90.
Com isso, é possível criar repertórios mais ecléticos e que agradam a todos os gostos, e por isso o som produzido pelos usuários da APAE de Pereira Barreto tem agradado. “Atualmente estamos trabalhando com baião, rock e umas músicas da cultura de massa, que são as músicas que estão tocando nas rádios, como funk, sertanejo universitário, rock nacional e internacional dos anos 1980 e 90”, explica o instrutor. O aprendizado não para por aí. Além de aprenderem os vários tipos de ritmos e o manuseio dos instrumentos, os alunos também conhecem a história da música e, com isso, adquirem conhecimentos sobre história e as diferentes culturas. “Além de tocarem, nós transmitimos também a história das músicas para eles. No baião, por exemplo, nós também passamos esse conhecimento para eles”, conclui Ludovino. Além de Ludovino, a Fanfarra Arco-íris ainda conta com Rafael Fernandes, que também é instrutor de música, e com a organização geral da professora de Educação Física, Suzana Katia de Souza.
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PEÇA TEATRAL DE USUÁRIOS DA APAE DE PRESIDENTE VENCESLAU DIVERTE POPULAÇÃO Como um palhaço pode ir para o céu? A história representada por usuários da instituição já foi apresentada mais de 15 vezes em Presidente Vensceslau
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rabalhar a memorização, a coordenação motora e a articulação vocal é um dos objetivos do projeto de artes cênicas da APAE de Presidente Venceslau. Idealizada pela professoa de artes Paola Roque, a iniciativa, que começou em 2010, é um sucesso por onde passa. Cada ano uma peça teatral é escolhida para a realização do projeto. Em 2017 a história selecionada foi Como um palhaço pode ir para o céu?, que conta a aventura de dois palhaços. Um deles quer ir para o céu para ficar perto de Deus. Para realizar o sonho, ele faz diversas tentativas, mas nenhuma dá certo. Logo após, um evangelista entra na história e apresenta o livro das cores e a partir de cada cor apresenta atitudes para chegar ao céu. A história é um conto cristão e tem como objetivo ensinar valores aos usuários e ao público, mas também é engraçada, fazendo com que todos se divirtam. A peça teatral já foi apresentada mais de 15 vezes em Presidente Venceslau, principalmente em escolas da cidade. “O público em geral adora, mas são as crianças que ficam encantadas e interagem bastante com os atores, porque é uma história muito engraçada”, conta a professora de artes. Segundo Paola, o projeto ganhou força após a classificação na edição estadual do Festival Nossa Arte de 2010. “Toda a APAE ficou muito animada. Com isso tivemos muito incentivo, mas o mais
importante é ver a evolução dos usuários em relação à memorização e articulação vocal. Além de decorar a fala deles da peça, também decoram as falas dos colegas”, finaliza Paola.
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II TORNEIO ESPECIAL REUNIU 200 ATLETAS EM SUZANÁPOLIS
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Diversão, alegria, interação e inclusão marcaram torneio esportivo que mobilizou sete APAES
APAE de Suzanápolis realizou no dia 10 de agosto o II Torneio Especial, que reuniu aproximadamente 200 atletas com deficiência intelectual e múltipla. O evento esportivo aconteceu no Ginásio Municipal de Esportes Everaldo Ferreira da Silva e contou com atletas das APAES de Andradina, Ilha Solteira, Palmeira d’Oeste, Pereira Barreto, Penápolis e Sud Mennucci, bem como da APAE de Suzanápolis, que sediou o evento. A solenidade de abertura contou com a apresentação da Fanfarra da APAE de Pereira Barreto e com uma coreografia da APAE de Suzanápolis, executada ao som da música É uma Partida de Futebol, da banda Skank. De acordo com os organizadores, o evento teve como objetivos principais a diversão, interação e inclusão social dos usuários das APAES com a sociedade, poder público e demais entidades da região. Na ocasião, os jogos de futsal e voleibol adaptado, modalidades praticadas no evento, tornaram-se uma brincadeira que uniu todos os envolvidos em um clima amistoso e descontraído.
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“Todo mundo gostou muito, elogiou, ainda mais que convidamos algumas APAES maiores e que disseram não ter condições de fazer o que fizemos, porque somos uma APAE bem pequena”, contou André Luiz Molinari, assistente social da APAE de Suzanápolis e organizador do evento.
ESPORTE E SUPERAÇÃO A prática esportiva para a pessoa com deficiência representa muito mais que saúde. Os ganhos no aspecto social são maiores e mais relevantes. O esporte, seja qual for a modalidade, tem o poder de socializar as pessoas com e sem deficiências, torna-as mais independentes, além de ser uma ótima maneira de transmitir para a sociedade habilidades e potencialidades. Para André Luiz, os ganhos conquistados com o Torneio Especial ultrapassaram todas as expectativas. “O resultado não podia ser outro senão o grande público mobilizado e o impacto social, tornando real o maior objetivo do torneio, a consciência sobre os direitos das pessoas com deficiência, com ênfase na capacidade delas de se integrar na sociedade e de viver uma vida como todos os outros”, conclui.
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APAE DE RIBEIRÃO PRETO PROMOVE FEIRA DO LIVRO Atividades em sala de aula são transformadas em livros pelos usuários
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leitura é uma das principais formas de adquirir conhecimento, seja por meio das palavras, seja pela interpretação do mundo que cada um tem na vivência de seu dia a dia. Foi pensando em estimular o conhecimento dos usuários que a escola da APAE de Ribeirão Preto idealizou o Projeto Feira do Livro, que possibilitou aos alunos a produção de livros com as atividades de sala de aula. O projeto, idealizado pela coordenadora pedagógica Ivinia Garotti, teve início no segundo bimestre de 2017 e despertou a curiosidade de mais de 110 usuários. Cada sala escolheu um tema de interesse geral, que foi adequado à faixa etária, às habilidades e às realidades de cada um. Durante todo o bimestre, foram trabalhadas diversas atividades relacionadas a cada tema, e no fim essas atividades se tornaram livros. O objetivo do trabalho foi ampliar a comunicação dos usuários para atividades funcionais, como a culinária, a higiene, a demonstração de emoções e sentimentos, entre outras. “Cada atividade realizada teve como intuito fazer os alunos se expressarem mais, por meio de pinturas, músicas, histórias, texturas ou comida. Cada turma deu o seu melhor, eles adoraram produzir os livros, que ficaram incríveis”, conta a diretora técnica escolar Elaine Cristina Zeoti Gomes. Para finalizar o projeto, foi realizada, no dia 26 de maio de 2017 no salão de eventos da APAE, a Feira do Livro, na qual os usuários expuseram suas produções. O evento contou com a participação das famílias e teve como atrações a apresentação de contos da turma do Sítio do Picapau Amarelo e a participação da contadora de história Helena Agostinho. A feira também foi visitada por alunos de escolas de Ribeirão Preto e por um grupo de estudantes de psicologia.
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CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO ATENDE A MAIS DE 350 USUÁRIOS CER da APAE de Morro Agudo completa dois anos de habilitação
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arceria com o Ministério da Saúde, os Centros Especializados em Reabilitação (CERs) são unidades voltadas para o atendimento especializado de pessoas com deficiência que necessitam de reabilitação, com o objetivo de desenvolver seu potencial físico e psicossocial. Os CERs são habilitados por meio do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência Viver Sem Limites, vinculado à Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência, que estabele diretrizes na forma de trabalho de cada unidade do CER. O CER da APAE de Morro Agudo “Reivane Fernandes de Souza Gomes” foi habilitado no dia 6 de outubro de 2015 e idealizado pela Diretoria Regional de Saúde (DRS) VIII de Franca, que durante o ano de 2015 fez diversas visitas à instituição. “A DRS gostou muito da forma como a entidade trabalhava, do nosso espaço físico e
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principalmente das atividades que nós desempenhávamos com os poucos funcionários que tinhámos. Após algumas visitas, levaram a proposta de tornar a APAE de Morro Agudo uma unidade do CER para o Ministério da Saúde”, conta a coordenadora técnica da Saúde Siumara de Paula Tostes Palhares. O atendimento especializado ofertado no CER é executado por uma equipe multiprofissional composta de: ortopedistas, psiquiatras, neurologistas, enfermeiras, assistente social, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos, que trabalham numa perspectiva interdisciplinar, considerando a individualidade e o impacto da deficiência sobre a funcionalidade do indivíduo, além da importância da participação da família na atenção e no cuidado da pessoa com deficiência. Existem três categorias de CER — a II, a III e a IV —, números que correspondem à quantidade de modalidades de reabilitação oferecidas (física, intelectual e autismo, visual, auditiva). O CER da APAE de Morro agudo está habilitado na categoria II, atendendo a pessoas com deficiência intelectual e física. O Programa Viver Sem Limites estabeleu a meta de 400 atendimentos mensais para o CER da APAE de Morro Agudo, 200 para deficiência física e 200 para deficiência intelectual, entretanto atualmente são realizados 370 atendimentos por mês. Segundo Siumara, é um crescimento gradual para que não haja perda de qualidade. Os atendimentos começaram a ser realizados em maio de 2016 e, após diversas reformas, no dia 21 de outubro do mesmo ano, o CER da APAE de Morro Agudo foi oficialmente inaugurado e atende à população com deficiência da região da Grande Anhanguera, ambrangendo seis cidades: Ipuã, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Sales de Oliveira e São Joaquim da Barra.
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PROJETO HORTA
DA APAE DE UBATUBA INCENTIVA A ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E O RESPEITO AO MEIO AMBIENTE O projeto é desenvolvido na forma de oficina pedagógica e promove atividades de plantio de hortaliças e leguminosas
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esmo com a correria do dia a dia, todos devem se esforçar para ter uma alimentação saudável, rica em nutrientes. Cultivar uma horta é algo muito importante sob o ponto de vista nutricional. Além de ser uma ótima opção de terapia ocupacional, contribui também na economia das famílias e até mesmo na manutenção e melhoria da saúde e na prevenção de doenças. Foi pensando em todos os benefícios que o contato com a terra, o cuidado com as plantas e a alimentação saudável pode proporcionar que a APAE de Ubatuba desenvolveu, com a participação de 20 usuários, o Projeto Horta. Ele vem sendo trabalhado na forma de oficina pedagógica, ensinando atividades de plantio de hortaliças e leguminosas. “Essas atividades são distribuídas conforme as habilidades e respeitando o tempo de aprendizagem dos usuários, com a constante supervisão de seus envolvidos, observando-os e direcionando-os a superarem suas dificuldades”, explica Isabel Soldan de Oliveira, diretora pedagógica da APAE de Ubatuba. O cultivo da horta ainda desperta nos usuários o interesse pelo plantio, e que cresce ao longo do processo. Os alimentos colhidos na horta são inseridos na dieta diária dos próprios usuários da instituição. “Levamos assim os resultados do trabalho dos alunos para o aproveitamento deles mesmos, aumentando a importância e relação deles com o projeto”, explica Isabel.
DESENVOLVENDO OS SENTIDOS Além de incentivar a alimentação saudável e o cuidado com as plantas, o Projeto Horta busca
também o desenvolvimento dos sentidos cognitivos e a socialização dos envolvidos. Mediante ações pedagógicas práticas, facilitam-se o aprender e a percepção das etapas de desenvolvimento dos vegetais, por meio do cultivo da terra, do plantio, do tempo de germinação, crescimento e diversidade de espécies. “A eficiência do projeto não está apenas nas reflexões sobre o desenvolvimento e o tratamento das deficiências em si, mas tem proporcionado resultados fora da instituição também, pois por causa do empenho dos alunos durante as atividades na horta eles têm demonstrado muito interesse no cultivo e no plantio. Muitos trazem mudas de sua casa para contribuir e assim se tornaram curiosos sobre as vidas do reino vegetal e suas utilidades. A temática também desenvolve nos alunos mais percepção sobre o meio ambiente e a importância de cuidar do espaço em que vivem”, finaliza Isabel. APAE EM DESTAQUE • ANO 2017 • EDIÇÃO 17
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PROJETO
CHEFS NOTÁVEIS
REVELA TALENTOS EM MOGI DAS CRUZES Iniciativa contou com a participação de Luriana Toledo, do programa Master Chef
A primeira-dama de Mogi das Cruzes Karin Melo, o prefeito Marcus Melo e Luriana Toledo, ladeados pelos usuários que participaram do projeto
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APAE de Mogi das Cruzes, em parceria com o Fundo Social de Solidariedade da cidade, realizou durante cinco semanas dos meses de junho e julho o Projeto Chefs Notáveis. Dez alunos com idades entre 12 e 15 anos foram beneficiados, na primeira fase, com as aulas, que aconteciam uma vez por semana. O programa contou ainda com a participação da chef Luriana Toledo, participante do Programa Master Chef Brasil 2016, que mora em Mogi das Cruzes. De acordo com Ana Paula de Siqueira Nogaroto Kanaan, diretora da APAE de Mogi das Cruzes, o objetivo do projeto foi transformar o olhar da sociedade, mostrando que todos têm direitos, independentemente de suas limitações, e são capazes de realizar as mais diversas ações no ramo gastronômico. Na ocasião, os
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usuários aprenderam nas aulas de culinária desde a higienição e manipulação de alimentos até a preparação final do prato. “Esse projeto vem ao encontro do trabalho realizado na nossa APAE, que é fundamentado no currículo funcional. A cozinha experimental é uma das ambiências frequentadas pelos alunos, onde se trabalham várias áreas do conhecimento e principalmente a independência nas habilidades básicas de maneira funcional, contribuindo com sua inclusão na comunidade onde estão inseridos”, comenta a diretora. Na segunda fase do projeto, que começou em agosto e beneficiou 15 usuários do Programa Educação Especial para o Trabalho, a lição ensinada foi o preparo de pratos típicos do dia a dia do brasileiro. “Nessa fase eles aprenderam coisas mais específicas, como como cortar uma cebola, fazer arroz, preparar uma macarronada. Isso para que tenham independência, que realizem atividades funcionais do dia a dia”, comenta Ana Paula.
JANTAR ESPECIAL Para marcar o encerramento do Projeto Chefs Notáveis, nas duas fases, os usuários, com a ajuda da equipe do Fundo Social, realizaram um jantar em que se reuniram familiares e outras pessoas da comunidade. Na ocasião, os novos chefs de cozinha ganharam todo o reconhecimento pelo trabalho que desempenharam. “Nós temos um aluno que se deu tão bem que ele jogava o nhoque na fritadeira e jogava-o para cima, igual a um chef de cozinha. Ele foi destaque no evento, as pessoas filmavam e tiravam fotos”, explica Ana Paula.
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APAE DE GUARULHOS INOVA E INCLUI BOCHA ADAPTADA NO PROGRAMA PEDAGÓGICO O esporte busca trabalhar a autoestima, autonomia, força, resistência e coordenação motora dos usuários
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m 2017 foi implantada na área de educação da APAE de Guarulhos unidade II a bocha adaptada, esporte que requer concentração, controle muscular e precisão. Destinada a pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla, a atividade consiste em lançar bolas (vermelhas ou azuis) o mais próximo possível da bola branca. O responsável pelo projeto é o professor de educação física da APAE William Chagas, que afirma que desde que o projeto teve início os usuários estão apresentando ganhos consideráveis em relação a coordenação motora, além do esporte também proporcionar efeitos terapêuticos no tratamento dos usuários. “Nosso objetivo a longo prazo é tornar a APAE de Guarulhos, unidade II, referência em bocha adaptada na cidade, tendo como base três aspectos: físico, social e pedagógico”, afirma Willliam.
Para a prática da bocha adaptada, é necessário que os atletas estejam sentados e que tenham algum tipo de deficiência intelectual e/ou múltipla, as jogadas são as mesmas que as da bocha convencional. O esporte também é uma ferramenta de inclusão social, pois os atletas participam de eventos em toda a cidade, além de proporcionar mais autonomia, resistência, força e melhorar a autoestima dos usuários. Atualmente 12 atletas da APAE de Guarulhos, unidade II, participam da bocha adaptada e são federados na Federação Paulista de Bocha Adaptada, podendo, assim, fazer parte de diversas competições no estado de São Paulo. “Os alunos estão gostando muito de participar das competições, e estão conquistando colocações expressivas, até mesmo ganhando jogos. Isso é o resultado de um bom planejamento, ganhos no processo de aprendizagem e treinamento dentro do ambiente escolar”, conta o professor.
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CAPA
ATUALIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO E EMOÇÃO FORAM OS PRINCIPAIS INGREDIENTES DO CONGRESSO ESTADUAL DAS APAES
Mais de 40 horas de evento e a presença de mais de 20 palestrantes marcaram a sétima edição do maior evento de capacitação do Movimento Apaeano paulista 32
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Cristiany de Castro, presidente da FEAPAES-SP, na abertura do evento
Autoridades do Estado prestigiaram o evento
pós oito meses de organização e do intenso trabalho de uma equipe composta de aproximadamente 40 pessoas, chegou o VII Congresso Estadual das APAES. Os dias 24, 25 e 26 de agosto ficarão na história do Movimento Apaeano do estado de São Paulo e na memória dos 350 inscritos no evento. Isso porque a avalanche de emoções começou logo na cerimônia de abertura, com as duas apresentações dos usuários da APAE de Águas de Lindóia. A primeira coreografia foi inspirada na clássica dança do filme Dirty Dancing, com a música The time of my life, e na sequência outra, ao som da canção Ele é o bom, de Roberto Carlos. Além disso, a abertura do congresso foi marcada pela presença de diversas autoridades e de pessoas ligadas à causa da pessoa com deficiência. Estiveram presentes o presidente da APAE de Águas de Lindóia Eduardo Altomani, o vice-prefeito de Águas de Lindóia João Orru, o deputado estadual Itamar Borges (PMDB), o deputado estadual Ed Thomas (PSB), que na ocasião representou o presidente da Câmara dos Deputados do estado de São Paulo Cauê Macris (PSDB), o secretário estadual de turismo Laércio Benko e, representando o governador Geraldo Alckmin e o vice-governador Márcio França, Marco Aurélio Ubiali, assessor do vice-governador e também conselheiro consultivo da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP). Os discursos pregaram a importância do trabalho desenvolvido pelas 305 APAES do Estado e o seu importante papel no que diz respeito à inclusão social das pessoas com deficiência. Cristiany de Castro, presidente da FEAPAES-SP, presente
no movimento desde 2009, emocionou os presentes com suas palavras ao afirmar que a presença de cada um naquele congresso tinha uma explicação que ultrapassava a busca pelo conhecimento. “Nós estamos há mais de 60 anos transformando vidas, trazendo melhoria na qualidade de vida das pessoas com deficiência intelectual e múltipla, e eu tenho certeza de que cada um de vocês que aqui está, está por algum motivo, está porque tem uma missão. Nenhum de nós está aqui sem um propósito”, afirma a presidente. Na sequência, teve início uma das mais aguardadas palestras. Pablo Stolze, juiz do Tribunal de Justiça da Bahia e mestre em direito civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), que na oportunidade falou sobre a Lei Brasileira de Inclusão (LBI).
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SEGUNDO DIA DO CONGRESSO O segundo dia do VII Congresso Estadual das APAES, ocorrido no dia 25, também contou com inúmeras apresentações acontecendo de maneira simultânea. Airton Grazzioli, membro do Ministério Público do Estado de São Paulo e mestre em direito civil pela Universidade de São Paulo (USP), abriu o ciclo de palestras, com o tema: “O exercício da atividade social e atividade econômica no âmbito das organizações da sociedade civil”. Explanaram também nas outras três salas Margherita Midea Cuccovia, médica e mestre em educação especial, Tatiana Pontrelli Mecca, psicóloga e mestre em distúrbios do desenvolvimento, Abigail Silvestre Torres, assistente social e doutora em serviço social, políticas sociais e movimentos sociais, e Marcelo Monello, contador e especialista em administração. Carlos Veiga deu início APAE EM DESTAQUE • ANO 2017 • EDIÇÃO 17
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Equipe da FEAPAES, responsável pela organização e condução do evento
“NÓS ESTAMOS HÁ MAIS DE 60 ANOS TRANSFORMANDO VIDAS, TRAZENDO MELHORIA NA QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E MÚLTIPLA, E EU TENHO CERTEZA DE QUE CADA UM DE VOCÊS QUE AQUI ESTÁ, ESTÁ POR ALGUM MOTIVO, ESTÁ PORQUE TEM UMA MISSÃO. NENHUM DE NÓS ESTÁ AQUI SEM UM PROPÓSITO”
aos trabalhos do período da tarde, palestrando sobre “O sentido do trabalho para a pessoa com deficiência intelectual”. Veiga é doutor em sociologia e professor do Departamento de Sociologia da Universidade do Minho, em Portugal. Também estiveram no segundo dia do Congresso Estadual Ana Carolina Zanoti, teóloga, filósofa e especialista em desenvolvimento, acompanhamento e avaliação de projetos, Mário Battisti, terapeuta ocupacional e mestre em filosofia ética, Gervison Marcos Melão Monteiro, sociólogo, Beatriz Rossi Resende de Oliveira, especialista em gestão empresarial, Luciano Oliva, comunicador social e
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especialista em comportamento humano e psicologia organizacional, e Ivana Siqueira, secretária de educação continuada, alfabetização, diversidade e inclusão e mestre em educação.
ÚLTIMO DIA DE CONGRESSO O último dia de evento em Águas de Lindóia foi também um momento de muito aprendizado e crescimento profissional para os congressistas. Estiveram em um dos quatro palcos Cristiany de Castro, advogada e presidente da FEAPAES-SP, e Mônica Rocha, assistente social e coordenadora de Autodefensoria e Família do Estado de São Paulo, ambas debatendo sobre “A relevância da participação social e do programa de autodefensoria: no protagonismo”. Também apresentaram importantes temas Niusarete Margarida de Lima, coordenadora geral do Serviço de Acolhimento e diretora substituta do Departamento de Proteção Social Especial da Secretaria Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social, Patrícia Martins de Freitas, doutora em ciências da saúde e mestre em psicologia, Laura Maria de Figueiredo Ferreira Guilhoto, graduada em medicina e doutora em neurologia, Cândice Lima Moreschi, fonoaudióloga e mestre em educação especial, José Alberto Tozzi, graduado e mestre em administração, Moira Sampaio, terapeuta ocupacional e especialista em tecnologia assistiva.
Professora e usuário da APAE de Águas de Lindóia emocionaram o público
Após os três dias de intenso aprendizado, várias sementes foram plantadas, principalmente a do conhecimento. Elaine Cristina Zeoti Sanabio Gomes, diretora técnica pedagógica da APAE de Ribeirão Preto, afirmou ter ficado muito satisfeita com tudo o que presenciou no decorrer do congresso e que o conhecimento adquirido será aplicado na APAE em que atua. “Eu fiquei muito feliz de ver o nível das palestras, foram muito boas. Eu acredito que acrescentou muito para mim e com isso vou poder colaborar muito mais com a APAE de Ribeirão”, comenta a diretora.
MUITA EXPECTATIVA NOS SORTEIOS Além da programação, que abrangeu grandes nomes do cenário apaeano, os participantes ainda puderam participar do sorteio de livros, CDs, camisetas, produtos adaptados para pessoas com deficiência, artesanatos locais, entre outros. Entretanto, o momento de maior expectativa e mais aguardado por todos foi o sorteio da moto Honda CG 125i FAN, oferecida pela FEAPAES-SP, e da cadeira de rodas, doada pela Cavenaghi. Após momentos de muita apreensão, foi anunciado pelo mestre de cerimônia que a APAE de Jundiaí havia conquistado a cadeira de rodas, fato comemorado com grande alegria pelos colaboradores daquela entidade. Contudo, a maior festa aconteceu após o anúncio de que a moto iria para a APAE de Itariri. “Eu estava esperando ganhar, por
Apresentação executada ao som da música de Roberto Carlos animou os presentes
“EU ESTAVA ESPERANDO GANHAR, POR INCRÍVEL QUE PAREÇA. TEM UMA HISTÓRIA POR TRÁS DISSO. ESSE ANO, COM A DIRETORIA E OS DEMAIS, PENSAMOS EM UMA MOTO PARA ALIVIAR A SITUAÇÃO FINANCEIRA, PORÉM NÃO HOUVE CONSENSO. MAS, QUANDO SURGIU A POSSIBILIDADE DO SORTEIO DA MOTO, EU FALEI: ESSA VAI SER NOSSA. FOMOS PRIVILEGIADOS NESSE MOMENTO E EU SOU MUITO GRATO, E QUE ESSA SORTE SE ESTENDA PARA TODO MUNDO”
incrível que pareça. Tem uma história por trás disso. Esse ano, com a diretoria e os demais, pensamos em uma moto para aliviar a situação financeira, porém não houve consenso. Mas, quando surgiu a possibilidade do sorteio da moto, eu falei: essa vai ser nossa. Fomos privilegiados nesse momento e eu sou muito grato, e que essa sorte se estenda para todo mundo”, comenta o presidente de Itariri Carlos José da Silva. “Esperamos que a moto traga um novo fôlego para a APAE de Itariri, que a utilizem da melhor maneira em prol dos usuários daquela unidade”, conclui a presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro.
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FEAPAES EM REVISTA
APAES RECEBEM LÂMPADAS DO PROJETO EFICIÊNCIA SOLIDÁRIA
O programa tem como objetivo incentivar o uso de energia elétrica de forma consciente e segura
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conteceu no dia 28 de julho a entrega de 475 lâmpadas de LED do Projeto Eficiência Solidária para 14 APAES. A doação aconteceu graças a uma parceria entre a Concessionária EDP e a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP). Receberam as lâmpadas APAES localizadas na área de abastecimento da concessionária de energia EDP e que também fazem parte da parceria APAE Energia. Trata-se de um importante projeto que contribui para a economia de energia dessas instituições. A entrega só foi possível porque o Projeto Eficiência Solidária prevê que os clientes residenciais façam a troca de até seis lâmpadas ineficientes por versões de LED de 8w, e, a cada 60 substituições, uma lâmpada de LED é doada para instituições sociais. Na ocasião, estiveram presentes representantes da concessionária EDP e das APAES contempladas. Além da solenidade de entrega, os usuários das APAES de Lorena e Pindamonhangaba executaram apresentações artísticas e esportivas. De acordo com Lucas Bastos de Souza, administrador da APAE de Lorena, uma das contempladas, a doação contribuiu com a iluminação de vários espaços da entidade. “As lâmpadas que recebemos foram de suma importância para a APAE. Conseguimos aproveitá-las na instituição, a instalação aconteceu em quase 100% dos espaços em que tínhamos insuficiência de iluminação, em salas um pouco mais escuras. Foi muito bom. Esperamos conseguir mais parcerias como essa”, destacou Souza. Além da APAE de Lorena, também foram contempladas as APAES de: Biritiba Mirim, Caraguatatuba, Cruzeiro, Guaratinguetá, Guarulhos, Pindamonhangaba,
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Poá, Taubaté, São Sebastião, Roseira, Ferraz de Vasconcelos, Suzano e São José dos Campos.
DOAÇÃO PARA FEAPAES Além das APAES, a FEAPAES-SP recebeu da Concessionária EDP, por meio do Projeto Eficiência Solidária, a doação de 30 lâmpadas de LED. Essas lâmpadas já estão sendo utilizadas pela instituição, que considera a doação uma oportunidade de desonerar os gastos com energia elétrica. “As lâmpadas que recebemos da EDP já estão sendo utilizadas nas repartições da FEAPAES e vão gerar economia a longo prazo para nossa instituição, haja vista que elas são feitas para durar até 50 mil horas”, comenta Marina Salomão, coordenadora de desenvolvimento institucional.
FEAPAES EM REVISTA
FEAPAES REALIZOU
MAIS DE 60 EVENTOS DE CAPACITAÇÃO EM 2017
Com o intuito de capacitar o capital humano das APAES, a Federação promoveu em 2017, inúmeras palestras, cursos e jornada
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tualização, aprimoramento e novos conhecimentos são itens fundamentais para qualquer profissional que queira alcançar resultados positivos e ser produtivo no ambiente profissional. Por isso, a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), com o objetivo de oferecer capacitação para as 305 APAES do Estado, organizou em 2017 mais de 60 eventos de capacitação, entre eles cursos, palestras, congressos, treinamentos e jornadas. Os eventos foram programados para acontecer em localidades que abrangessem o maior número
de entidades, a FEAPES-SP capacitou até agosto de 2017 mais de 2.800 pessoas. Todos os eventos tiveram seus temas cuidadosamente selecionados para atender as três áreas de atendimento das APAES — assistência social, saúde, educação —, além da gestão. “Uma preocupação da nossa administração foi oferecer temas que realmente viessem a aprimorar toda a nossa atividade fim. Acreditamos que a educação é o alicerce de qualquer sociedade, e ela nunca foi tão discutida e cobrada, fazendo com que os profissionais não só estejam aptos à prática de suas funções, mas também a vencer os novos desafios e obstáculos que fazem parte do complexo cotidiano das APAES”, comenta Cristiany de Castro, presidente da FEAPAES-SP.
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APRENDIZADO MULTIPLICADO A participação em palestras e outros cursos de capacitação proporciona novas experiências e perspectivas diversas, permitindo momentos de reflexão e de aprendizado, além de fornecer ferramentas significativas que contribuem para o desenvolvimento de novas competências. Daniela Henura Carleto, coordenadora geral da APAE de Icém, participou do curso Trabalho da Assistência Social, realizado em junho de 2017, e considerou-o como um momento de grande aprendizagem, pois, além de se atualizar, ela pôde transmitir para os colegas de trabalho o que apreendeu. “Foi bom, foi muito interessante. Isso enriquece o nosso conhecimento, capacitando-nos para que possamos capacitar os nossos funcionários e até a própria instituição”, fala. Aline Lima, assistente social com pós-graduação em residência múltipla profissional em saúde pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e técnica especializada em assistência
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social da FEAPAES-SP, também participou do curso e gostou da qualidade dele. “O conteúdo apresentado da assistência veio ao encontro das ações da APAE e contribuiu muito para minha atuação profissional na parte de assessoramento”, destaca Aline.
CAPACITAÇÃO EM 2018 No decorrer do ano de 2017, a FEAPAES recebeu das APAES sugestões de cursos para serem ministrados em 2018, ou seja, temas que as Associações demandam de mais informação e conhecimento. A agenda para o próximo ano foi definida levando-se em consideração todas as sugestões. “Fizemos um levantamento de todas as propostas enviadas e, depois de um criterioso processo interno, já estamos com toda a agenda 2018 estruturada. Selecionamos cursos e palestras que vão abranger as três áreas de atendimento das APAES, bem como aqueles ligados à gestão”, finaliza Lays Alves, coordenadora de eventos da FEAPAES-SP.
FEAPAES EM REVISTA
II FÓRUM ESTADUAL DE AUTODEFENSORES ELEGE
CASAL DE REPRESENTANTES DO ESTADO DE SÃO PAULO
Stephanie Lima Ferreira (conselho de São Caetano do Sul) e Wellington Clementino (conselho de São Vicente) são os novos autodefensores da FEAPAES-SP
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moção, determinação e companheirismo marcaram o II Fórum Estadual de Autodefensores. O evento, realizado no dia 26 de agosto em Águas de Lindóia, teve como objetivo auxiliar o fortalecimento da autonomia da pessoa com deficiência. Para que o programa de autogestão e autodefensoria tenha representatividade no estado de São Paulo, a Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) promoveu a eleição estadual de autodefensores.
A cerimônia de abertura contou com a participação da presidente da FEAPAES-SP Cristiany de Castro, da coordenadora estadual de autodefensoria e família Mônica Rocha e do autodefensor da APAE de Águas de Lindóia Leandro Sorato Martins. “Incentivar a autonomia da pessoa com deficiência dentro e fora das APAES é fundamental para que ela tenha mais participação social, familiar, política e comunitária. A participação efetiva dos autodefensores na FEAPAES-SP auxiliará na construção de propostas de melhorias dos serviços prestados, na ampliação da autonomia, na representatividade
Autodefensor da APAE de Águas de Lindóia Leandro Sorato Martins, discursando na abertura do II Fórum Estadual de Autodefensores
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A presidente da FEAPAES-SP Cristiany de Castro palestrando sobre “Relevância da Participação Social e do Programa de Autodefensoria: no Protagonismo” Votação para eleição do casal de autodefendores estaduais
O autodefensor do conselho de Ourinhos Cristiano da Silva Jardim, discursando na eleição masculina
coletiva e no empoderamento da pessoa com deficiência”, afirma Cristiany de Castro. Após a cerimônia de abertura, Cristiany de Castro e Mônica Rocha palestraram sobre: “Relevância da Participação Social e do Programa de Autodefensoria: no Protagonismo”. Em seguida, os autodefensores regionais eleitos reuniram-se para elaborar uma carta que elenca suas principais reivindicações, como a luta pelo fim do preconceito contra a pessoa com deficiência intelectual, mais acessibilidade em todos os lugares, mais oportunidades de emprego, entre outras. A carta foi apresentada no 7º Fórum Nacional de Autogestão e Defensoria, que aconteceu entre os dias 8 e 10 de novembro em Natal (RN),
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e será encaminhada para diversas autoridades estaduais. Após o almoço, foi realizado o processo de eleição estadual de autodefensoria, que teve como objetivo eleger o casal de autodefensores do estado de São Paulo. Apenas os autodefensores eleitos nos conselhos regionais estavam aptos a se candidatarem. Ao todo, participaram da eleição 22 candidatos e 63 eleitores das APAES paulistas. “O Fórum Estadual de Autodefensores e qualquer espaço que promova a participação da pessoa com deficiência intelectual são de extrema importância para que essas pessoas tenham voz. Eu fico muito feliz que o fórum tenha sido assertivo, os participantes puderam falar sobre todas suas vivências, suas
O autodefensor estadual Wellington Clementino, comemorando a vitória com o suplente Mateus A autodefensora estadual Stephanie Lima Ferreira, discursando Blengini Gumiero na eleição feminina
Pronunciamento final dos autodefensores eleitos
dificuldades e seus desafios. Para mim o evento foi grandioso, pois só promovemos uma sociedade inclusiva quando saímos do discurso e colocamos em prática a inclusão”, afirma Mônica Rocha. Foram eleitos, com 15 votos, Stephanie Lima Ferreira, do conselho regional de São Caetano do Sul, e, com 13 votos, Wellington Clementino, do conselho de São Vicente. Ambos se tornaram membros da diretoria da FEAPAES-SP e vão representar os usuários das 305 APAES do estado de São Paulo. Rita de Cassia Leal e Mateus Blengini Gumiero, os dois do conselho regional de Lençóis Paulistas, foram eleitos como casal suplente. “Eu achei a eleição maravilhosa, todos os candidatos estavam qualificados, estavam no
mesmo nível, ninguém era melhor que ninguém e todos apresentaram boas ideias. Agora como candidato eleito eu vou fazer o melhor possível para poder defender os direitos da pessoa com deficiência”, afirma o autodefensor estadual Wellington Clementino. “Gostei muito de ter ganhado, e pode ter certeza de que vou lutar pelos direitos da pessoa com deficiência”, comemora a autodefensora estadual Stephanie Lima Ferreira. Para finalizar o II Fórum Estadual das APAES, a terapeuta ocupacional Moira Sampaio palestrou sobre “Autodefensoria: Trabalho pela Independência, Autonomia e Inclusão Social”, e ao fim os autodefensores fizeram seu pronunciamento oficial.
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SETEMBRO VERDE:
A MAIOR CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO DA INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Objetivos da campanha são sensibilizar a população e ampliar o debate sobre a importância da inclusão social da pessoa com deficiência
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dealizada em 2015 pela Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAESSP) e pela APAE de Valinhos, a campanha Setembro Verde promoveu no mês de setembro várias ações com os objetivos de ampliar o debate sobre a importância da inclusão social e tornar o mês de setembro referência na luta pelos direitos de inclusão social da pessoa
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com deficiência. A cerimônia de abertura da campanha no estado de São Paulo aconteceu no dia 31 de agosto, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), e contou com a presença das APAES do Estado, autoridades, parceiros, entidades e de toda a comunidade que apoia a causa. Entre as autoridades presentes, estavam vereadores de várias cidades paulistas, bem como o
deputado Ed Thomas (PSB), que na ocasião representava o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo Cauê Macris (PSDB). Além dele, Luís Carlos Lopes, secretário adjunto dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que representava na ocasião Linamara Rizzo Battistella, secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência e o governador do estado de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), a secretária adjunta da Secretaria da Pessoa com Deficiência da cidade de São Paulo Marinalva Cruz, que no evento representou Cid Torquato, secretário dos Direitos da Pessoa com Deficiência da cidade de São Paulo, o presidente da APAE de Valinhos Luís Roberto Roson e os autodefensores estaduais Stephanie Lima Ferreira e Wellington Clementino. Na ocasião, Cristiany de Castro, presidente da FEAPAES-SP, lançou o calendário oficial do mês de setembro, que foi delineado com o intuito de aproximar as pessoas com deficiência da sociedade. Seguindo o calendário proposto, no dia 7 de setembro, APAES e instituições participaram do desfile cívico vestidas de verde e portando faixas. No dia 13 fizeram uma visita a uma escola ou universidade; no dia 20, promoveram os jogos cooperativos em parceria com alguma escola local; e, para finalizar, no dia 27, houve a visita a uma empresa amiga, para promover a interação entre funcionários e usuários das APAES.
APRESENTAÇÕES CULTURAIS Além das autoridades e de um auditório lotado por um público simpatizante a campanha Setembro Verde — aproximadamente 300 pessoas —, o evento contou com a presença de usuários das APAES do Estado e de pessoas ligadas a outras instituições. Várias apresentações foram realizadas, proporcionando aos presentes um momento de reflexão e de muita emoção. Os usuários da APAE de Valinhos Samuelson Bernardo e Daniel Tiago de Oliveira, acompanhados do professor Fabiano Jesuíno, comoveram os presentes com a interpretação da música É preciso saber viver, composta por Roberto e Erasmo Carlos. Além deles, os alunos Leonardo dos Reis Pompeu Arruda, Hanna Goldstein e Vania Talita Arakaki, acompanhados do instrutor Márcio Glauber Del Nero, do Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural, também realizaram uma apresentação de kata, que são combinações de movimentos de ataque e defesa presentes nas artes marciais. Na sequência, teve início a palestra “Perspectivas e Desafios na defesa dos direitos da pessoa com
Apresentação de kata dos alunos do Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural
Marinalva Cruz durante palestra na abertura da campanha deficiência após a Lei Brasileira da Inclusão”, com Marinalva Cruz, secretária adjunta da Secretaria da Pessoa com Deficiência, da cidade de São Paulo. Ao final do evento, foram sorteados para as pessoas com deficiência kits da Desejo & Sabor, empresa de chocolates da cidade de Franca. Além disso, os presentes confraternizaram com coquetel oferecido pelo parceiro Habib’s.
A IMPORTÂNCIA DA CONSCIENTIZAÇÃO O Brasil já evoluiu muito nas questões que envolvem a inclusão social das pessoas com deficiência na sociedade. A criação da Lei Brasileira de Inclusão (LBI), por exemplo, em vigor desde janeiro de 2016, garante uma série de direitos nas áreas de educação, trabalho, habitação, cultura e lazer aos milhões de brasileiros com deficiência no país, porém ainda falta muito para que a barreira atitudinal seja vencida e para que a pessoa
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Cristiany de Castro, presidente da FEAPAES-SP durante discurso na abertura da campanha
com deficiência seja encarada, de fato, como sujeito de direito. Para Maria de Fátima Dalmedico Godoy, presidente do Conselho Administrativo de Nova Odessa, que representa 12 APAES, a importância da campanha Setembro Verde está justamente em chamar a atenção da sociedade para a causa da pessoa com deficiência. “Eu acho que tudo o que vem para chamar a atenção para a necessidade da inclusão da pessoa com deficiência é para lá de interessante, porque, se você não for à comunidade, não mostrar a causa a que veio, nem o que pretende, você não consegue avançar nos seus direitos”, comenta Godoy. A assistente social Michele Rodrigues, da APAE de Biritiba Mirim, comunga da opinião de Maria de Fátima, de que a campanha Setembro Verde auxilia na provocação da sociedade no que diz respeito à inclusão das pessoas com deficiência. “É uma iniciativa para conscientizar a população sobre a inclusão social da pessoa com deficiência, para lembrar mesmo”, destaca.
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ATITUDES QUE FAZEM A DIFERENÇA Levantar a bandeira da inclusão social não é papel apenas de alguns, e sim de todos, inclusive de quem vive diariamente os obstáculos impostos pela sociedade para ter os seus direitos garantidos. Cassio Gomes Meira, 37 anos, deficiente visual, ficou sabendo do Setembro Verde por meio das redes sociais e decidiu prestigiar a cerimônia de abertura. Formado em marketing, ele diz que as autoridades precisam olhar diferente para os deficientes. “Nós precisamos trazer as autoridades para que saibam com o que a gente convive, o que é o deficiente. Afinal de contas, somos uma parte importante da sociedade. No Brasil somos milhões de pessoas com todos os tipos de deficiências, e esses números, infelizmente, vão aumentar cada vez mais. São pessoas capazes de eleger um presidente, então por que não olhar para nós com mais carinho, mais afinco, mais civilidade e cumprir o seu dever, que é fazer o país para todos, e não ficar só no papel”, conclui Meira.
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I JORNADA DA SAÚDE REÚNE MAIS DE
180 PROFISSIONAIS EM BAURU A FEAPAES-SP promoveu treinamento com especialistas ligados à saúde da pessoa com deficiência
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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) realizou nos dias 20 e 21 de setembro, na Universidade de São Paulo (USP), Campus Bauru, a I Jornada da Saúde. O evento reuniu mais de 180 profissionais das APAES do estado de São Paulo e teve por objetivo capacitar profissionais das APAES interessados na atualização das diversas esferas da saúde, com foco no atendimento à pessoa com deficiência, promovendo o diálogo entre as filiadas à FEAPAES-SP. Para dar início à I Jornada da Saúde, no dia 20, às 9h, foi ministrada a palestra “Análise do Comportamento Aplicado – ABA”, com a psicóloga e especialista em saúde mental Nathalia de Vasconcelos Manoni, que abordou as principais teorias da compreensão do comportamento humano e técnicas de modificação comportamental para crianças com deficiência intelectual. A ABA tem como objetivo a inclusão social dessas pessoas por meio de procedimentos derivados dos princípios comportamentais e que são sistematicamente aplicados para reforçar comportamentos sociais relevantes. No mesmo dia, às 13h30, os participantes assistiram à palestra “Funções Mentais”, com a psicóloga e especialista em neuropsicologia Bruna Miziara, que debateu as principais funções cognitivas e executivas do cérebro humano e como elas interferem no cotidiano de cada pessoa. Já no dia 21, Rosana Arantes, assistente social e doutora em Política Social, falou sobre “Trabalho da Assistente Social na Saúde”, tema que abordou as diversas esferas em que os assistentes sociais devem atuar para a aperfeiçoamento da saúde no Brasil e como o trabalho precisa ser realizado.
Finalizando a I Jornada da Saúde, às 13h30, foi tratada a temática “Prevenção à Deficiência”, com o palestrante Charles Marques Lourenço, especialista em genética médica e doutor em neurologia pela USP Campus Ribeirão Preto. Charles apresentou as principais características de diversas doenças genéticas e a importância do diagnóstico precoce para a melhora da qualidade de vida, além das principais causas de doenças genéticas e de como preveni-las. “A Jornada da Saúde foi ótima. Representantes de diversas áreas trouxeram temas importantes para os profissionais das APAES, e fechamos com chave de ouro. Foram muitos ganhos de conhecimento. Agradeço imensamente à Federação das APAES do Estado de São Paulo por trazer o evento para a nossa região”, comenta a diretora técnica da APAE de Lençóis Paulista Daniela Lourenço Gomes Spadotto.
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Diretoria eleita para o próximo triênio, que compreende os anos de 2018, 2019 e 2020
NOVA DIRETORIA DA FEDERAÇÃO DAS APAES DO ESTADO DE SÃO PAULO É ELEITA POR
UNANIMIDADE
Novos integrantes assumem, a partir de janeiro, direção da FEAPAES-SP pelo triênio 2018, 2019 e 2020
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Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) elegeu no dia 4 de outubro, em Assembleia Geral Ordinária, os membros da nova diretoria para o próximo triênio, que compreende os anos de 2018, 2019 e 2020. Das 140 APAES presentes na assembleia, 70% puderam exerceram seu papel e fizeram da reunião um momento histórico para a entidade. De todas as APAES filiadas, 163 tinham direito a voto. “Tudo indica que essa foi a assembleia que mais reuniu APAES em toda a história da Federação. Isso demonstra o comprometimento dos atuais dirigentes das APAES do estado de São Paulo, em um momento tão delicado, e nos dá a certeza de que podemos contar com o apoio de todas no fortalecimento de nossas ações. É a força do Movimento Apaeano paulista”, comenta a presidente eleita, Cristiany de Castro. Além da eleição, também foram aprovados na ocasião o Relatório de Atividades, apresentado pela superintendente da FEAPAES-SP, Fernanda Gomes,
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e a Prestação de Contas dos três últimos anos, exposta por Luís Roberto Rozon, 2º diretor financeiro, Salvador Anésio Ruiz Aylon, 1º diretor financeiro, e Simone Coelho, coordenadora financeira. Os presentes na assembleia também puderam aprofundar seus conhecimentos no que diz respeito às recentes atualizações nas leis trabalhistas, por meio de uma palestra da advogada Daniela Chiarato. Na ocasião, ela falou sobre o tema: Reforma Trabalhista e o Impacto nas Organizações do Terceiro Setor.
MEMBROS ELEITOS A nova diretoria assumirá em 2018, com o compromisso de continuar lutando pelo fortalecimento do Movimento Apaeano no estado de São Paulo e pelos interesses da pessoa com deficiência intelectual e múltipla. De acordo com a presidente reeleita, Cristiany de Castro, a chegada de novas forças na diretoria da entidade vai agregar grande valor ao trabalho já consolidado e reconhecido nos últimos anos. “Agradeço a todos que aceitaram o convite de integrar esse grupo que muito terá de lutar para
Daniela Chiarato falou sobre reforma trabalhista para presidentes e vice-presidentes que compareceram na assembleia
APAES lotam auditório para eleição da nova diretoria
garantir os direitos dos mais de 60 mil usuários de nossas APAES. Reunimos um time de primeira e que está com toda a energia para iniciar mais uma gestão proativa e focada no revigoramento constante do movimento”, comenta Cristiany. A chapa eleita é composta de 14 integrantes: Cristiany de Castro (presidente), José Marcelo Campos Alduíno (vice-presidente), Paulo Rogério Geiger (1º diretor secretário), Celso Roberto Pegorin (diretor secretário), Salvador Anésio Ruiz Aylon (1º diretor financeiro), Luís Roberto Rozon (2º diretor financeiro), Paulo Arantes (diretor social), José Roberto Guimarães (diretor de patrimônio), os conselheiros fiscais efetivos Celso Bueno de Oliveira, Carlos Eduardo Torres, Vera Lúcia Ferreira Lima e os conselheiros fiscais suplentes Cézar Sousa Vilela, Celso Fujioka e Silvio Filippini. Além deles, há os 22 conselheiros de administração: Maria de Fátima Dalmédico de Godoy
TUDO INDICA QUE ESSA FOI A ASSEMBLEIA QUE MAIS REUNIU APAES EM TODA A HISTÓRIA DA FEDERAÇÃO. ISSO DEMONSTRA O COMPROMETIMENTO DOS ATUAIS DIRIGENTES DAS APAES DO ESTADO DE SÃO PAULO, EM UM MOMENTO TÃO DELICADO, E NOS DÁ A CERTEZA DE QUE PODEMOS CONTAR COM O APOIO DE TODAS NO FORTALECIMENTO DE NOSSAS AÇÕES. É A FORÇA DO MOVIMENTO APAENO PAULISTA.
(Nova Odessa), José Avanilson da Silva (Cabreúva), Moacyr Fonseca Júnior (Pirassununga), Maria José de Souza Nunes (Guarulhos), Norma Tavares Vieira Consani (Santa Cruz do Rio Pardo), Meiri Aparecida Sant’ana Rodrigues (Várzea Paulista), Maria Carolina Paoliello (Araçatuba), Nelson Bassanetti (Catanduva), Márcio Anselmo Rodrigues de Oliveira (Batatais), Sayma Pimentel Zeraik Viduedo (Lorena), Francisco Innocencio Pereira (Monte Alto), Antônio Pio (Praia Grande), Hélio Tadeu Zago (Jaú), Paulo César Zeni (Mogi Mirim), Jorge Martins Salgado (São Caetano do Sul), Márcia Cardoso Luqueti Gianoti (Votuporanga), Lucia Helena Gonçalves Senteio (Martinópolis), Sonia Aparecida Martins Bento de Oliveira (Lençóis Paulista), Maria Aparecida Gomes Sampaio (Pariquera-Açu), Josiane Claudia da Silva Jacob (Taquarituba), José Carlos da Silva (Tupã) e Márcio Nardo (Laranjal Paulista). APAE EM DESTAQUE • ANO 2017 • EDIÇÃO 17
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PRESIDENTE DA FEAPAES CUMPRE AGENDA DE VISITAS EM DIVERSAS APAES DO ESTADO
Cristiany de Castro começou as visitas no mês de julho com o objetivo de informar os pleitos da Federação
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presidente da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) Cristiany de Castro iniciou no mês de julho deste ano uma série de visitas às APAES do estado de São Paulo, denominadas de “Bate-papo e Café com a Presidente”. O intuito dos encontros foi apresentar à comunidade a atuação da FEAPAES e das APAES no Estado. Já foram visitadas 16 APAES sedes de Conselhos Regionais. Em todas as cidades foram convidadas autoridades, pais, familiares e a imprensa local. Nas visitas, ela destacou algumas iniciativas da Federação, como o Fundo de Projetos, que possibilita o financimaneto de projetos das APAES de até R$ 20 mil nas áreas da Assistência Social, Educação e Saúde. O
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Programa APAE Excelência também foi explicado nos encontros. Trata-se de um programa com o objetivo de fazer com que as 305 APAES do Estado alcancem eficiência e eficácia nos projetos, programas e serviços, contribuindo para a qualidade de vida das pessoas com deficiência. “Os encontros permitem que dialoguemos um pouco mais sobre o contexto legal em que estão envolvidas as organizações. Nós temos uma legislação que é bem nova se falarmos no universo jurídico, que é a Lei Brasileira de Inclusão, criada em 2015, porém ainda precisamos tirá-la do papel e fazer com que se torne realidade na vida das pessoas com deficiência. Juntos nós traçamos algumas metas para que o Movimento Apaeano continue contribuindo para que essas pessoas alcancem o seu protagonismo”, explica a presidente.
IMPORTANTE DESTACAR QUE O CUSTO MÉDIO MENSAL DO ATENDIMENTO ESPECIALIZADO EM EDUCAÇÃO NAS APAES É DE R$ 807 POR ALUNO E QUE O VALOR RECEBIDO POR ELAS, POR MEIO DA PARCERIA MANTIDA COM O ESTADO, É DE R$ 291 POR MÊS, REPRESENTANDO ASSIM DEFASAGEM DE R$ 515 POR ALUNO.
PLEITOS DA FEDERAÇÃO Além de informar sobre os projetos desenvolvidos pela FEAPAES e o trabalho prestado pelas APAES, Castro também aproveitou os encontros para falar sobre os pleitos e as articulações da Federação com a administração pública. Há algum tempo, a FEAPAES tem lutado pela atualização dos repasses da Secretaria Estadual da Educação para as APAES. Importante destacar que o custo médio mensal do atendimento especializado em educação nas APAES é de R$ 807 por aluno e que o valor recebido por elas, por meio da parceria mantida com o estado, é de R$ 291 por mês, representando assim defasagem de R$ 515 por aluno (valores referentes ao exercício 2017). O Programa Nota Fiscal Paulista também foi um dos assuntos tratados nos encontros. Com as mudanças propostas pelo governo, as doações advindas desse programa só serão feitas por intermédio de um aplicativo, e não mais depositadas nas urnas expostas nos caixas dos estabelecimentos comerciais.
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ENTIDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO RECEBEM MAIS DE
170 CADEIRAS DE RODAS EM 2017
Parceria da FEAPAES-SP e com os serviços humanitários da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias já entregou mais de mil cadeiras de rodas em todo o Estado desde 2014
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elhorar a qualidade de vida da pessoa com deficiência é uma das principais missões da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP). Por isso, buscar e manter grandes parcerias tornaram-se pilares das ações realizadas pela instituição.
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Idelizada pela FEAPAES-SP juntamente com os serviços humanitários da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a iniciativa já entregou, desde 2014, mais de mil cadeiras de rodas personalizadas em todo o Estado (cada cadeira foi confeccionada sob medida para cada usuário). Em 2017, o município de Franca, foi contemplado com a doação de 144 cadeiras de rodas para seis entidades da cidade. A cerimônia de entrega foi realizada
Cristiany de Castro (presidente da FEAPAES/SP), Rodrigo Perez Silva (presidente do Lar São Vicente de Paula) e Marco Aurélio Ubilali (conselheiro consultivo da FEAPAES/SP)
na sede da FEAPAES-SP e contou com a presença da presidente da Federação Cristiany de Castro, do representante da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias Elder Borges, de representantes de todas as entidades, dos usuários das instituições, do consultor técnico da Freedom Veículos Elétricos (empresa responsável pela produção das cadeiras) Matheus Palma Franciso, dos vereadores Adérmis Marini e Cristina Vitorino, do diretor regional da Secretaria de Turismo César Vilela e do assessor especial do vice-governador do estado de São Paulo Marco Aurélio Ubiali. “Em 2014 conseguimos doar aproximadamente 940 unidades e até 2018 há a previsão de doarmos mais de 1.200. Com isso, vamos oferecer melhor qualidade de vida a diversas pessoas com deficiência, haja vista que as cadeiras, na maioria dos casos, serão entregues para uso individualizado e não apenas para as instituições”, explica a presidente da FEAPAES-SP Cristiany de Castro. Foram beneficiadas seis entidades da cidade: Lar São Vicente de Paula, Lar Eurípedes Barsanulfo, Associação dos Deficientes Físicos de Franca e Região (ADEFI), Casa de Acolhida Filhos Prediletos, Instituto Caminhar e Lar de Ofélia.
Entregas beneficiaram centenas de pessoas
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“A DOAÇÃO É UMA MARAVILHA, NOSSO LAR É MUITO GRANDE E TEMOS DEFASAGEM ALTA. UMA CADEIRA DE RODAS NOVA E CONFORTÁVEL VAI AJUDAR MUITO” (MARIA JOSÉ ALVES PEREIRA, LAR DE OFÉLIA).
Cristiany de Castro (presidente da FEAPAES/SP), Fábio Aroldo de Melo (presidente da APAE de Igaraçu do Tietê) e Elder Anderson (representante da igreja)
Apresentação do grupo de capoeira da APAE de Jaú, ministrada pelo professor Dourado.
CONFORTO E QUALIDADE DE VIDA O Lar São Vicente de Paula, entidade que realiza o serviço de acolhimento institucional de idosos, foi uma das instituições beneficiadas, recebendo 14 cadeiras de rodas. Segundo eles, a doação vai colaborar com grande parte dos moradores. “Essa doação é fundamental para os idosos que residem no lar, pois vai melhorar muito a qualidade de vida, tendo em vista que é um artigo de alto custo e nós não temos condição de adquirir várias cadeiras desse porte. Nós recebemos com muita satisfação e alegria a doação dessas cadeiras de rodas”, afirma o presidente do lar Rodrigo Perez Silva. Wallace Thomas Silva Fernandes, de 6 anos, foi um dos escolhidos para receber a cadeira de rodas. Ele é usuário do Instituto Caminhar, entidade de atendimento terapêutico de pessoas com paralisia cerebral que visa à melhor qualidade de vida e inclusão social dessas pessoas. “Com a doação Wallace terá uma melhor qualidade de vida e maior facilidade de locomoção nos diversos lugares que ele frequenta, além de auxiliar na postura, pois ele
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precisa sentar corretamente”, conta Gesliane Júlia Silva Fernandes, mãe de Wallace. Além das entidades de Franca (SP), sete do Conselho Regional de Jaú também receberam a doação de cadeiras de rodas. A cerimônia de entrega aconteceu na APAE de Jaú no dia 28 de setembro e contou com a apresentação do grupo de capoeira da APAE anfitriã e com a presença da presidente da FEAPAES-SP Cristiany de Castro, do presidente da APAE de Jaú e conselheiro regional de Jaú Hélio Tadeu Zago, do representante da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias Elder Anderson e do consultor técnico da Freedom Rodrigo Gomes Tonini. As APAES contempladas foram as de Bariri, Bocaina, Dois Córregos, Igaraçu do Tietê, Itapuí, Pederneiras e Torrinha. “A APAE necessita de muita coisa, a cadeira de rodas é uma das principais ferramentas para a participação dos usuários nos diversos espaços que eles ocupam, e ter um material de qualidade vai promover melhor qualidade de vida para os usuários que as estão recebendo”, conta o presidente da APAE de Igaraçu do Tietê Fábio Aroldo de Melo.
FEAPAES EM REVISTA
COMEÇAM OS PREPARATIVOS PARA A 19ª OLIMPÍADAS ESPECIAIS DAS APAES 2018 EDIÇÃO ESTADUAL Evento deverá mobilizar aproximadamente 800 pessoas das APAES do estado de São Paulo
A
equipe da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP), com o apoio da APAE de Franca, está a todo vapor nos preparativos da 19ª Olimpíadas Especiais das APAES 2018 - Edição Estadual, que já tem data marcada para acontecer. O maior evento esportivo do movimento apaeano vai movimentar inúmeros atletas das APAES entre os dias 17 e 22 de julho de 2018, na cidade de Franca (SP). As reuniões com representantes da Prefeitura de Franca começaram no mês de setembro de 2017. A FEAPAES-SP solicitou a disponibilização dos espaços, assim como segurança, ambulâncias, entre outros, para as competições, que acontecerão de maneira simultânea, nos seis dias de evento. “A Prefeitura de Franca mostrou-se muito solícita ao nosso pedido e sabemos que a cidade possui excelente estrutura de quadras, ginásios e piscinas. Temos certeza de que teremos um evento recheado de muita superação e emoção, com a ajuda de todos”, conta Cristiany de Castro, presidente da FEAPAES-SP. Segundo o coordenador de educação física, desporto e lazer da FEAPAES-SP Roberto Antônio Soares, as Olimpíadas Especiais deverão envolver cerca de 800 pessoas, entre atletas, técnicos e acompanhantes, nas modalidades de atletismo, basquetebol, futsal, futebol de sete, natação, tênis de mesa, dama e dominó. “A cada três anos, a Federação realiza as Olimpíadas Especiais das APAES, oportunidade na qual os melhores atletas de cada região competem nas mais diversas modalidades desportivas, demonstrando sua potencialidade, além de terem nessa ocasião a chance de trocar experiências
e confraternizar com outros atletas do Estado”, explica Soares. Além disso, o evento objetiva favorecer o desenvolvimento global da pessoa com deficiência intelectual e sua integração na sociedade por meio da prática esportiva adequada às suas necessidades, além da aquisição de experiências que venham a enriquecer seus conhecimentos e facilitar sua relação com o meio em que vive, contribuindo, dessa forma, para o exercício da cidadania. “Esperamos a inscrição e o envolvimento dos 22 Conselhos Regionais, que durante o ciclo olímpico promovem suas atividades esportivas regionais, classificando os atletas por meio das seletivas para representar sua região no evento estadual”, fala Soares.
PROGRAMAÇÃO ANIMADA Além das competições, os atletas poderão usufruir momentos de muita diversão, o que possibilitará a vivência de novas e alegres experiências. “Podemos adiantar que teremos investimentos além da parte esportiva, como atividades culturais e de lazer, passeios, festa de confraternização, cinema e outras apresentações. Para isso, contaremos com alguns parceiros que já se dispuseram a nos ajudar, como a APAE de Franca, Prefeitura de Franca, empresas e a sociedade civil”, antecipa Cristiany. Após a realização da 19ª Olimpíadas Especiais das APAES - Edição Estadual, a FEAPAES-SP, juntamente com sua coordenadoria de esporte e mediante critérios previamente definidos, vai classificar, organizar e identificar as equipes (atletas, técnicos e acompanhantes), para a formação da delegação que representará o estado de São Paulo na Olimpíada Nacional das APAES, que será realizada no fim do segundo semestre de 2018, na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul. APAE EM DESTAQUE • ANO 2017 • EDIÇÃO 17
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Momentos de cumplicidade e superação na 18ª edição
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ENTREVISTA
NADA SOBRE NÓS, SEM NÓS Moira Sampaio fala sobre o Programa de Autodefensoria e como é seu processo de implantação dentro e fora das APAES
I
ndependência e autonomia são direitos fundamentais de todos, porém a história mostra um cenário diferente para pessoas com deficiência intelectual. Segundo o psicólogo e pesquisador Isaías Pessotti, os registros históricos mostram diferentes formas de ver a deficiência intelectual, passando pelo misticismo, abandono, extermínio, caridade, segregação, exclusão, integração e, atualmente, o processo de inclusão. Para de fato promover a inclusão social de pessoas com deficiência, é necessário que elas tenham
autonomia. Moira Sampaio, terapeuta ocupacional, especialista em educação especial e tecnologia assistiva, conta como funciona o Programa de Autodefensoria, quais seus principais desafios, como ele deve ser aplicado dentro das APAES e qual é o papel do autodefensor representante. Confira a entrevista de Moira Sampaio para a Revista APAE em Destaque:
O que é Autodefensoria? Autodefensoria é um conceito universal, ela cabe a todo ser humano. Nada mais é que o poder de gerenciar a própria vida, desde a infância até a vida
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AUTODEFENSOR SOMOS TODOS NÓS, É TODA PESSOA QUE ESTÁ NO CAMINHO PARA O GERENCIAMENTO DA PRÓPRIA VIDA E DA DEFESA DOS SEUS DIREITOS
adulto. É claro que esse gerenciamento se dá conforme a capacidade de cada faixa etária. Por exemplo, não pedimos para uma criança de 2 anos decidir o curso universitário, mas ela pode decidir com qual brinquedo ela quer brincar. A autodefensoria, autogestão ou autodeterminação caracteriza-se por poder fazer escolhas, determinar desejos, sonhos e poder defender o direito de poder fazer escolhas. No Programa de Autodefensoria temos um trabalho que pode ser programado e previsto. Para as pessoas com deficiência fazerem escolhas, temos de compreender que elas, como qualquer um de nós, têm o direito de errar; nós aprendemos com o erro. Se o profissional da APAE não permite que a pessoa com deficiência erre, porque ele acha que está errando como profissional, ele não permite que o usuário corra riscos nem aprenda.
Como a Autodefensoria tem se estruturado nas APAES atualmente? É um processo lento, pois a Autodefensoria deve acontecer em um ambiente democrático em que existam mediadores e pessoas de apoio, mas, acima de tudo, é necessário que haja pessoas que acreditem completamente que a pessoa com deficiência intelectual pode ser capaz de escolher, de gerenciar sua vida e determinar seu caminho. A pessoa com deficiência não vai determinar toda a sua vida, mas ninguém determina; todo ser humano tem limites. Existe um linear até onde cada um consegue ser autônomo e independente. Eu por exemplo não dirijo, então não tenho autonomia para entrar em um carro e dirigir, mas eu tenho autonomia para pedir carona, andar de ônibus ou andar de avião. Ter uma deficiência intelectual não significa que a pessoa não possa fazer escolhas. Então, para o Movimento Apaeano de fato ser engajado nesse programa, todos os envolvidos devem ter a crença absoluta no potencial da pessoa com deficiência intelectual e principalmente ultrapassar os muros da
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APAE, para fortalecer a inclusão social dos usuários com o mundo real, para que eles corram riscos, enfrentem desafios reais e cresçam como pessoa e ser humano.
Qual o papel do autodefensor representante dentro da APAE? O autodefensor representante dos colegas dentro da APAE é um porta-voz, como por exemplo os políticos de modo geral. Esse autodefensor representa os usuários da entidade, ouvindo-os e levando a voz dos demais usuários para a diretoria, solenidades, congressos e lugares em que a voz dessas pessoas deve ser ouvida. Agora, autodefensor somos todos nós, é toda pessoa que está no caminho para o gerenciamento da própria vida e da defesa dos seus direitos. E defender direitos não significa que tenho de pegar um microfone e falar sobre leis. Defender direitos é principalmente o poder de escolher o que eu quero para minha vida, o que é possível e o que não é.
Qual é a importância do Programa de Autodefensoria nas APAES? O Programa de Autodefensoria é importante para nos mostrar, de fato, o potencial das pessoas com deficiência intelectual. Ainda não sabemos qual é esse potencial. Temos trabalhado com pessoas que viveram séculos de exclusão. Essas pessoas já foram presas em sanatórios para pessoas com tuberculose, com lepra ou com transtornos mentais, já serviram como bobos da corte, porque riam de tudo, e tudo isso porque não se compreendia a deficiência intelectual. Então, se analisarmos hoje uma pessoa com deficiência intelectual que está de fato incluída, percebemos que ela faz parte da comunidade e atua nela, ouve e é ouvida, desafia e enfrenta desafios, passa dificuldades e cresce. Então, esse potencial é superior ao que imaginávamos que ela teria. Eu acho que a maior importância do programa é permitir que as pessoas com deficiência intelectual sejam quem queiram ser.
Como as APAES devem trabalhar a autonomia e a independência? Autonomia e independência devem ser trabalhadas desde o momento em que o usuário entra na APAE até a hora em que ele sai. Para trabalhar autonomia, é necessário trabalhar autoconhecimento
e o autoconceito que a pessoa tem em relação a si mesma. Por exemplo, a pessoa com deficiência deve se perguntar: quem eu sou? O que eu gosto? O que eu desejo? Quais os caminhos que eu tenho de trilhar para eu conseguir aquilo que eu desejo? Essas questões são naturais para todo o ser humano. Logo, isso também tem de ser natural para as pessoas com deficiência intelectual, e devem-se minimizar os momentos em que os profissionais da APAE determinam tudo para elas. Quando estou dando palestras, sempre dou o exemplo da hora da refeição, momento cotidiano da instituição. As cantineiras colocam no prato dos usuários uma quantidade de comida que elas determinam e falam para o usuário: você vai comer tudo e não pode sobrar nada. Eu não gostaria que alguém montasse meu prato de comida colocando coisas de que eu não gosto e me dissesse para eu comer e não deixar nada no prato. O primeiro passo é compreender que ali está uma pessoa e que essa pessoa tem direito de escolha, tem direito de passar por desafios e tem o direito de errar. Todo mundo tem limites. O programa de autodefensoria não tira os limites, porque, quando se fala de direitos e autodefesa, também se fala de deveres e limites. Uma pessoa sem limites é uma pessoa sem deveres, mas também sem direitos. Tudo fica muito perdido quando não se tem limites. APAES precisam também se instruir, buscar informações, leituras de apoio, e, com base nas análises dos estudos e na realidade de cada uma, o profissional deve fazer inferências e criar possibilidades para que o programa se torne cotidiano dentro da instituição. Não é um caminho simples ou fácil, mas é um caminho possível. Comece a ouvir as famílias, a ouvir as pessoas com deficiência, a entender quem são essas pessoas. O que elas querem? O que elas desejam para o futuro? O que elas querem construir? Para começar a caminhar e trabalhar com elas. A APAE pode inserir em todos os seus programas de saúde, educação e de assistência social possibilidades e momentos previstos, para o usuário fazer escolhas, se conhecer, interagir e principalmente para agir fora dos muros da APAE, onde a vida acontece.
Qual é o papel da família no desenvolvimento da autonomia e independência? Primeiramente, devemos pensar no papel da APAE em relação às famílias, pois queremos
A MAIOR IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA É PERMITIR QUE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL SEJAM QUEM QUEIRAM SER
muito pedir às famílias. Temos uma fala recorrente: o menino não melhora, porque a família não colabora. Em primeiro lugar, temos de situar: quem é a família? Pelo que ela passa? Que condições ela tem hoje de oferecer suporte? Qual é o suporte de que ela precisa? A família para apoiar na Autodefensoria precisa ser treinada e receber informações técnicas. Por exemplo, deve ser informada sobre: o que é deficiência? O que é uma deficiência intelectual? O que é uma deficiência múltipla? Quais são as limitações? O que eu não sei sobre meu filho ainda? Eu não sei se é um limite ou não? O que ele pode fazer? Com eu lido com uma pessoa com deficiência? Instruindo e ouvindo as famílias, elas se tornam, de fato, parceiras. Apenas cobrar da família ações para a promoção da autonomia e independência do filho em casa resulta muito pouco de trabalho efetivo.
Como é o Programa de Autodefensoria em Minas Gerais? E como você vê o programa em São Paulo? Minas Gerais é um estado pioneiro na Autodefensoria. Começamos lá por volta de 2003/2004 e atualmente nós temos autodefensores casados, com filhos. Acho que o maior termômetro é a felicidade deles. Por exemplo, eu tenho um afilhado cujo sonho era casar e ter filhos. Ele e a esposa têm deficiência intelectual e possuem uma família e são felizes. Em Minas Gerais, o presidente de uma das nossas APAES tem deficiência intelectual. Temos notícias de pessoas que estão cursando uma universidade possuindo deficiência intelectual. O que eu acho importante é você ver o ser humano crescer, desabrochar, fazer um projeto de vida e ir atrás desse projeto de vida. Acho que São Paulo tem tudo para trilhar esse caminho. Encontrei muita receptividade em todos os congressos regionais a que fui, encontrei pessoas tentando fazer acontecer. Isso é fundamental para dar início ao programa.
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JURÍDICO INFORMA
INTEGRAÇÃO NÃO É INCLUSÃO SOCIAL!
O
dia 21 de setembro ficou reconhecido nacionalmente, e oficializado pela Lei 11.133/05, como o dia da luta pela pessoa com deficiência. Comemora‑se em setembro porque é próximo ao início da primavera, simbolizando, assim como o renascer das flores, o sentimento de renovação das reivindicações em prol da cidadania, inclusão e participação plena na sociedade. É um momento que pede reflexão. Eis a razão para se debater a reserva de vagas no mercado de trabalho para pessoas com deficiência, ato que é garantido por lei e representa uma das vitórias na conquista dos direitos e na inclusão social dessas pessoas. Isso porque o processo de contratação das pessoas com deficiência nem sempre tem por objetivo a inclusão, tratando-se na maioria das vezes de mera integração, o que não garante seu desenvolvimento como cidadão. Integração pode ser entendida como uma mera inserção formal da pessoa com deficiência na sociedade. É o que acontece quando o empregador realiza as contratações impostas por lei apenas e tão somente para cumprir a lei e evitar sanções trabalhistas e administrativas. Além disso, muitas empresas não contratam pessoas com certas deficiências e, nesse ato de escolher quais seres humanos com limitações têm direito a trabalhar, não realizam mudanças significativas na comunidade, acabando por fortalecer ainda mais as discriminações. Por outro lado, inclusão pressupõe uma alteração consciente da sociedade para acolher a pessoa com deficiência, favorecendo com isso seu desenvolvimento pessoal e o exercício da cidadania, mediante o trabalho e outras formas de inserção social. Aqui há o oferecimento de oportunidades para o desenvolvimento profissional por meio de cursos de formação e reciclagem.
A Lei 13.146/15, também conhecida como Lei Brasileira de Inclusão (LBI), diante da realidade existente, trouxe normas para coibir essa situação, como o art. 34, que em seu § 1º exige que “as pessoas jurídicas de direito público ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusos”. Há no Brasil leis que garantem a reserva de vagas para contratação de pessoas com deficiência tanto para ingresso no serviço público, quando da realização de concursos públicos, quanto no setor privado, ao obrigar empresas que tenham mais que 100 trabalhadores a contratar pessoas com deficiência. É um sistema legal avançado em relação à maioria dos outros países. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 23% da população brasileira (45 milhões de pessoas) é portadora de algum tipo de deficiência. Desse total, segundo estatísticas da relação anual de informações sociais — dados que podem ser acessados no sítio eletrônico Diário da Inclusão Social, pelo link https://diariodainclusaosocial.com/2017/04/26/ 10-informacoes-sobre-a-inclusao-de-pessoas-com-deficiencia-no-mercado-de-trabalho/ —, 403 mil pessoas com deficiência trabalham formalmente.
HÁ NO BRASIL LEIS QUE GARANTEM A RESERVA DE VAGAS PARA CONTRATAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA TANTO PARA INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO, QUANDO DA REALIZAÇÃO DE CONCURSOS PÚBLICOS, QUANTO NO SETOR PRI VADO, AO OBRIGAR EMPRESAS QUE TENHAM MAIS QUE 100 TRABALHADORES A CONTRATAR PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.
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É de suma importância que continuemos a avançar. Para isso, precisa-se realizar mudanças, fazer concessões e adaptações, e esse processo vai depender da vontade do Estado, dos empregadores, das instituições e dos colegas de trabalho. Muito se diz que no momento da inclusão empregadores, instituições formadoras e pessoas com necessidades especiais enfrentam os desafios da qualificação profissional e os obstáculos da competitividade. Argumentam-se que as pessoas com deficiência não estão qualificadas profissionalmente, deve-se ressaltar também que a capacitação dessas pessoas depende de oportunidades. O esforço conjunto de todos os segmentos da sociedade é que vai determinar primeiro o cumprimento da lei de cotas, sendo ideal que concomitantemente haja o esforço para criar oportunidade de inclusão ao mercado de trabalho das pessoas com deficiência. A empresa que não observa a legislação é autuada com multa de R$ 2.284,05 a R$ 284.402,57, a depender do porte e do número de vagas não preenchidas, com fiscalização reiterada até que a meta seja cumprida. Aquelas que também não realizam adaptações necessárias nos ambientes, móveis e processos de trabalho, agindo com discriminação contra as pessoas com deficiências, recebe a multa de dez vezes o valor do maior salário pago pelo empregador, acrescido em 50% em caso de reincidência. Mas a inclusão pura e simples num local de trabalho não é sinônimo de inclusão profissional. É preciso mais do que isso. Faz-se necessário que essa inclusão traga consigo o direito de manifestar opinião e esperar que ela seja atendida, de participar e envolver-se nas atividades promovidas pela empresa, de ter perspectivas de progresso e desenvolvimento profissional, assim como de submeter o indivíduo com deficiência ao cumprimento das normas de trabalho, tais como assiduidade, pontualidade, higiene e segurança no trabalho, apresentação pessoal adequada e suas funções profissionais conforme o esperado (VEIGAS; FERNANDES, 2014, p. 17). É necessário que a pessoa com deficiência se sinta confiante para que possa se desenvolver. A presença no mercado de trabalho permite a representação de papéis sociais significativos e úteis; ter uma identidade e poder apresentar-se como um cidadão que contribui, com o seu esforço, para as necessidades gerais da comunidade. Para as pessoas com deficiências, significa ainda mais, na
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Thales Araújo Dias Leite, advogado e analista jurídico da FEAPAES-SP medida em que se potencializam suas aspirações à autodeterminação e a uma vida de qualidade e independente. Por isso, em respeito aos fundamentos, objetivos e princípios expressos na Constituição Federal de 1988, deve-se projetar a inclusão da pessoa com deficiência como um aspeto fundamental da vida cívica e democrática, trazendo o envolvimento dos cidadãos nas mais diversas atividades do campo social. Não basta garantir que as pessoas com deficiência recebam tratamento clínico e frequentem uma instituição educacional, pois se não forem incluídas no mercado de trabalho por causa de suas limitações ainda estarão sendo marginalizadas e discriminadas.
REFERÊNCIA VEIGA, Carlos Veloso; FERNANDES, Luísa Martins. Inclusão Profissional e Qualidade de Vida. Lisboa: FORMEM, 2014. Thales Araújo Dias Leite OAB/SP 380.172 Advogado e Analista Jurídico da Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP).
ARTIGO
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E O ENVELHECIMENTO INESPERADO: UM CONVITE À CELEBRAÇÃO A relação entre os progressos na qualidade de vida do povo e o aumento da expectativa de vida de quem apresenta algum tipo de deficiência intelectual
O
aumento da longevidade populacional é uma tendência e alcançou a população com Deficiência Intelectual, possibilitando uma celebração nunca vivenciada. Nas últimas décadas, a expectativa de vida para pessoas com Deficiência Intelectual rompeu paradigmas e superou os 19 anos, estimados na década de 1930. Atualmente, pessoas com Deficiência Intelectual de grau leve podem alcançar a mesma expectativa de vida da população geral, exceto nos casos com diagnóstico de Síndrome de Down (SD). No Brasil, os dados que comprovam o aumento da expectativa de vida nessa população ainda são incipientes. Em países da Europa, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, China, Taiwan e Israel esse perfil populacional é mais bem compreendido, por conta do crescente número de publicações cientificas e do melhor entendimento sobre o envelhecer dessa população. Um fato que norteia o envelhecer da pessoa com Deficiência Intelectual diz respeito à heterogeneidade. Ou seja, as diferenças e especificidades presentes em um mesmo grupo de pessoas, consideradas muitas vezes apenas como deficientes intelectuais em processo de envelhecimento. No entanto, nesse mesmo grupo, dependendo da etiologia, podem ocorrer padrões distintos de envelhecimento, com expectativas de vida diferentes e necessidades específicas de atenção em saúde e cuidados.
Na Síndrome de Down, além do envelhecimento precoce, a pessoa pode apresentar maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de demências do tipo Alzheimer, que requerem, assim como em outras síndromes, um planejamento de vida singular com ações e medidas específicas de assistência em saúde. De maneira geral, se comparada com a população sem Deficiência Intelectual, essa fase da vida é marcada por maior incidência precoce de doenças como obesidade, diminuição da aptidão física, alterações psiquiátricas e comportamentais, osteoporose, distúrbios da tireoide, doenças do coração não isquêmicas, alterações sensoriais (perdas auditivas e visuais), epilepsia, doenças da pele, alterações dentais, doenças gastrointestinais e necessidades do uso de polifarmácia ao longo de toda vida. As alterações presentes no envelhecimento da pessoa com Deficiência Intelectual podem ser identificadas pelo declínio funcional, evidenciado pelo maior comprometimento das habilidades necessárias para o desenvolvimento das atividades de vida diária, se comparado à infância e à idade adulta. O declínio funcional nessa fase da vida normalmente vem associado ao aumento de prejuízos funcionais, envolvendo áreas fundamentais da vida, ou seja, as habilidades de comunicação (compreensão e expressão), autocuidado, interação social, aspectos cognitivos (memória, funções executivas, entre outros), alterações comportamentais, emocionais e de saúde.
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APESAR DAS NECESSIDADES, LIMITAÇÕES E DIFICULDADES VIVENCIADAS PELA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E SEUS FAMILIARES, DIARIAMENTE SOMOS CONVOCADOS À CELEBRAÇÃO DA LONGEVIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
A intervenção precoce no envelhecimento da pessoa com Deficiência Intelectual é fundamental para o aumento da longevidade e garantia da qualidade de vida dos anos vividos. A intervenção em promoção de saúde no envelhecer torna-se um desafio. Pesquisas na área de promoção de saúde no envelhecimento dessas pessoas revelam que cerca de 40% dos idosos com idades acima de 75 anos não são ativos. Além disso, a maioria deles apresenta uma doença de base ou uma comorbidade associada à própria Deficiência Intelectual. Isso implica a necessidade da atenção diferenciada e de um planejamento em saúde com intervenção de uma equipe multidisciplinar.
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Apesar das necessidades, limitações e dificuldades vivenciadas pela pessoa com Deficiência Intelectual e seus familiares, diariamente somos convocados à celebração da longevidade da pessoa com Deficiência Intelectual. Entendemos que os desafios são inúmeros e reconhecemos a necessidade de implementação de uma assistência integral como foco na prevenção de doenças, na inclusão social, na qualidade de vida e na defesa e garantia de direitos. No entanto, a ruptura do paradigma cronológico possibilita-nos a realização de uma comemoração inesperada, porém real. Sabemos que os serviços especializados no atendimento a essa população nessa fase de vida no Brasil ainda são uma raridade, porém a APAE de São Paulo, pioneira no atendimento à população com Deficiência Intelectual, realiza atendimento diferenciado com uma equipe multidisciplinar especializada em envelhecimento humano, por meio do seu Departamento de Envelhecimento.
Leila Regina de Castro é supervisora do Departamento de Envelhecimento da APAE de São Paulo Pioneira no atendimento à população com Deficiência Intelectual, no Brasil, a Organização realiza atendimentos diferenciados através de equipe multidisciplinar especializada em Envelhecimento Humano.
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APAE em destaque
Publicação da FEAPAES-SP - Federação das APAEs do Estado de São Paulo
Ano 2017 • Edição 17
REVISTA APAE EM DESTAQUE ANO 2017 • EDIÇÃO 17
VII CONGRESSO ESTADUAL DAS APAES: UM MARCO NA HISTÓRIA DO MOVIMENTO APAEANO PAULISTA FEAPAES CAPACITOU EM 2017 MILHARES DE PESSOAS ATRAVÉS DE CURSOS, JORNADAS E PALESTRAS APAE_v17_capa_lombada_2.indd 1
ENTREVISTA: MOIRA SAMPAIO FALA SOBRE O PROGRAMA DE AUTODEFENSORIA E O PAPEL DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA 23/11/2017 16:11:02