JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO DE 2021
Fraternidade e esperança
são remédios de que o mundo precisa, hoje, tanto quanto as vacinas!
Editorial
Irmãos e irmãs em Cristo, Decolores!
Estamos iniciando 2021, com muito entusiasmo para evangelizarmos, pela palavra e pelo testemunho, cada ambiente em que vivemos.
dificuldades. Profetas na vida que, em saída, sejam “santos ao pé da porta”. Que possamos sonhar e realizar juntos as palavras do Papa: “O ano de 2021 é um tempo a não perder; e não se perderá na medida em que soubermos colaborar com generosidade e empenho. Neste sentido, considero que a fraternidade seja o verdadeiro remédio para a pandemia e os inúmeros males que nos atingiram. Fraternidade e esperança são remédios de que o mundo precisa, hoje, tanto como as vacinas” (Papa Francisco 08/02/2021). Fraternidade, amizade e dignidade para todos, 2021 não pode esperar, com a alegria de nosso patrono celestial – São Paulo, empreendamos viagens ao encontro de todos, quer virtuais, quer presenciais, mas sempre com fé, amor, esperança e misericórdia, mostrando ao mundo que, independentemente de distâncias, “somos todos irmãos”.
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ontinuamos assolados pela pandemia, mas a vontade de evangelizar nos impulsiona a pensar novas formas e, com criatividade, irmos ao encontro dos irmãos e irmãs, como nos recorda o Pe. Xiko em cada oração matinal: “Podemos estar longe dos olhos, mas estamos perto do coração”. Vamos dar início a nossas Assembleias Regionais e Diocesanas e convocamos a todos a assumir compromissos para sermos verdadeiros profetas, todos como irmãos. Desejamos que todos estejam ansiosos para se desafiarem, para serem profetas entusiasmados, criativos e, com as ferramentas disponíveis, saírem ao encontro de cada irmão ou irmã que está sofrendo, que está com
Viva a vida!
WLADIMIR COMASSETTO Coordenador do Grupo Executivo Nacional
wfbcomassetto@gmail.com
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NOSSA CAPA Profetas rumo ao Jubileu - “Onde todos somos irmãos”. Somos chamados a refletir profundamente quem é o nosso irmão, atenderemos todos os caídos? ou escolheremos a quem ofertar a misericórdia de Deus? A resposta nos é ofertada pelo Papa Francisco. Somos chamados a viver intensamente a fraternidade e a esperança, o mundo precisa destes remédios, o mundo precisa de cristãos que levem estes remédios a todos. Vivamos o amor, a misericórdia e a ternura de Deus, vivamos a fraternidade e sejamos sinais da esperança cristã a sociedade líquida e da pós-verdade, tão carente de Deus.
Expediente Jornalista Responsável Giulia Micheli Pozzobon - MTB/RS 18.496 Editores Wladimir Francisco Barros Comassetto Artigos Corinto Luis do Nascimento Arruda Lucília Alves Cunha Padre Francisco Luis Bianchin Padre José Gilberto Beraldo Padre Wagner Luis Gomes Wladimir Francisco Barros Comassetto
NESTA EDIÇÃO
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formação e discipulado missionário
SEÇÕES
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Editorial
Publicidade e Assinaturas Grupo Executivo Nacional
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Reflexão
Revista Alavanca É uma publicação trimestral do Movimento de Cursilhos de Cristandade do Brasil
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Palavra do Papa
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Carta ao MCC
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Você já Leu?
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Entrevista
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MCC
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Eventos
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Memória
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Fala Jovem
Marketing e Vendas Grupo Executivo Nacional
GEN - Grupo Executivo Nacional Coordenador Wladimir Francisco Barros Comassetto
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ressurreição e esperança cristã
Vice-Coordenador Corinto Luiz do Nascimento Arruda Assessor Eclesiástico Nacional Pe. José Roberto Ferrari Vice-Assessor Eclesiástico Nacional Pe. Wagner Luis Gomes Assessores Eclesiásticos Adjunto Pe. Valcir Baronchello Endereço Rua Domingos de Moraes, 1334 Conjunto 07 - Vila Mariana São Paulo (SP) - CEP 04010-200 Críticas e Sugestões (11) 5571 7009 gen-alavanca@cursilho.org.br www.cursilho.org.br Projeto Gráfico e Diagramação ideiasemidias.com.br Revisão Dizy Ayala Circulação Nacional ISSN 2178-5333
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campanha da fraternidade
facebook.com/mccbrasil twitter.com/mccbrasil
Cristo
REFLEXÃO
fala contigo Hoje, quero falar contigo amigo e amiga cursilhista. Quero falar de forma muito pessoal e íntima. Dá-me um pouco do teu precioso tempo! Sei de tuas preocupações e angústias. Mas, estamos em tempo de jubileu! Sei que foi um ano profundamente desafiador. Não foi nada fácil viver o isolamento social, privar-se dos apertos de mão, dos abraços, esconder os sorrisos, mas quero que saibas que Eu não estava longe de ti, quero que saibas que vivi juntamente contigo durante este ano, a cada dia, a cada momento. Nunca estive longe, nunca te deixei só, andava disfarçado de amigo, de amiga e, às vezes, até de estranho ou desconhecido. Convido-te a refletires sobre a importância de viver um jubileu! São 60 anos de amor renovado. Neste tempo especial do ano de 2021, gostaria muito de que renovasses a certeza de minha presença, de meu amor primeiro, gratuito e incondicional. Recorda do teu sim no fim do teu Cursilho. Sim, meu irmão, minha irmã, renova tua esperança, renova tua fé, renova a confiança na certeza de que poderás contar sempre com meu incondicional carinho e ternura. Jubileu é oportunidade de parar, renovar, reassumir, mas, sobretudo, de agradecer e recomeçar. Acompanho tua trajetória, passo a passo. Coragem! Continua, junta-te fortemente na amizade, com teus companheiros de caminhada, e serás perseverante. Escutei teus lamentos, ouvi teus suspiros de alegria, vivi contigo tuas dúvidas e teus temores, pois conheço teu íntimo. E nada passa despercebido e a nada Sou indiferente. Neste tempo de jubileu, quero repetir-te o que já te disse muitas vezes: “Coragem, Eu venci o mal”! Eu sou o Caminho e me faço Peregrino contigo. Minha irmã e meu irmão, a vida é um precioso dom, portanto, luta, busca novos caminhos, não
desanimes, junta-te aos demais irmãos (as) e vencerás com mais facilidade. Nunca esqueças que és um privilegiado. Fiz uma aliança contigo. Eu sou fiel. Nisso podes acreditar e confiar. Nessa caminhada, rumo ao jubileu, renova a alegria de viver, reafirma teu entusiasmo pela vida e pela missão de evangelizar. Peço-te, ainda, um pouco mais, pensa nos teus irmãos e irmãs que precisam de tua fé, de tua palavra e do teu ombro amigo. Minha irmã, meu irmão, Eu prometi que estaria contigo todos os dias e isso continua em pé, continua valendo, nunca esqueças dessa promessa! Meu irmão e minha irmã, espero que essa pandemia do coronavírus tenha feito de ti uma pessoa melhor, mais humilde, mais bondosa e mais solidária, então ela não terá sido inútil. Assim sendo, te faço um único pedido: neste tempo que tens o privilégio de viver, “reconhece a dignidade de cada pessoa humana para que possas crescer no anseio de fraternidade sem limites, portanto entre todos. Nisso está o segredo de tornar nossa vida uma bela aventura. Lembra que ninguém pode enfrentar a vida sozinho, precisas de uma comunidade que te apoie, que te ajude para que te sintas acolhido e amado, e aí possas amar”. Dedica tua vida ao amor, ao amor fraterno, para construir uma sociedade fraterna, sem discriminações, sem preconceitos, pois temos todos a mesma dignidade fundamental, somos todos da mesma carne, temos todos o mesmo criador. Preciso de profetas, da alegria da esperança e do amor!
Pe. Francisco Luis Bianchin (Pe. Xiko) ASSESSOR REFERENCIAL PARA FORMAÇÃO
gen-pexiko@cursilho.org.br
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PALAVRA DO PAPA
NO DIA 25 DE JANEIRO DE 2021, na solenidade da Conversão de São Paulo Apóstolo, o Papa Francisco nos ofertou esta bela reflexão: “Permanecei no meu amor” (Jo 15,9). Jesus associa este pedido à imagem da videira e dos ramos, a última que nos dá nos Evangelhos. O próprio Senhor é a videira, a videira “verdadeira” (15,1), que não atraiçoa as expectativas, mas permanece fiel no amor e nunca falha, apesar dos nossos pecados e divisões. Nesta videira, que é Ele, estamos enxertados como ramos todos nós, batizados: quer dizer que só unidos a Jesus é que podemos crescer e dar fruto. Nesta tarde, contemplemos esta unidade indispensável,
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que tem vários níveis. Pensando na videira, poderíamos imaginar a unidade formada por três círculos concêntricos, como os de um tronco. O primeiro círculo, o mais interno, é o permanecer em Jesus. Daqui parte o caminho de cada um rumo à unidade. Na realidade mutável e complexa de hoje, arrastados daqui e dali, é fácil perder a linha. Muitos sentem-se intimamente divididos, incapazes de encontrar um ponto firme, uma estrutura estável nas circunstâncias variáveis da vida. Jesus indica-nos o segredo da estabilidade: permanecer n’Ele. No texto que escutamos, repete sete vezes este conceito (cf. 15,4-7.9-10). Sabe que, sem Ele, nada podemos fazer (cf. 15,5). E mostrou-nos também como fazer, dando-nos o exemplo: cada dia retirava-Se em lugares desertos para orar. Precisamos da oração, como de água, para viver. A oração pessoal, o estar com Jesus, a adoração, é o essencial deste permanecer n’Ele. É o meio para colocar no coração do Senhor tudo aquilo que povoa o nosso coração: esperanças e temores, alegrias e dores. Mas, sobretudo, centrados em Jesus na oração, experimentamos o seu amor. E daí recebe vida a nossa existência, como o ramo que toma a seiva do tronco. Esta é a primeira unidade, a nossa integridade pessoal, obra da graça que recebemos, permanecendo em Jesus. O segundo círculo é o da unidade com os cristãos. Somos ramos da mesma videira, somos vasos comunicantes: o bem e o mal que realiza cada um reverte-se sobre os outros. Além disso, na vida espiritual, vigora uma espécie da “lei da
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dinâmica: na medida em que permanecemos em Deus, aproximamo-nos dos outros e, na medida em que nos aproximamos dos outros, permanecemos em Deus. Significa que, se invocarmos Deus em espírito e verdade, daí brota a exigência de amar os outros e, vice-versa, “se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós” (1 Jo 4,12). A oração só pode levar ao amor, caso contrário é vão ritualismo. Com efeito, não é possível encontrar Jesus sem o seu Corpo, composto de muitos membros, tantos quantos são os batizados. Se a nossa adoração for genuína, cresceremos no amor por todos aqueles que seguem Jesus, independentemente da comunhão cristã a que pertençam, porque, mesmo se não são “dos nossos”, são d’Ele. Constatamos, porém, que amar os irmãos não é fácil, porque apresentam-se imediatamente os seus defeitos e as suas faltas, e voltam à mente as feridas do passado. Aqui vem em nosso auxílio a ação do Pai que, como sábio agricultor (cf. Jo 15,1), sabe bem o que fazer: “Ele corta todo o ramo que não dá fruto em Mim e poda o que dá fruto, para que dê mais fruto ainda” (Jo 15,2). O Pai corta e poda. Por quê? Porque, para amar, precisamos ser despojados daquilo que nos extravia e nos faz debruçar sobre nós mesmos, impedindo-nos de dar fruto. Por isso, peçamos ao Pai para cortar em nós os preconceitos contra os outros e os apegos mundanos que impedem a plena unidade com todos os seus filhos. Assim, purificados no amor, saberemos colocar em segundo plano os empecilhos terrenos e os obstáculos doutrora, que hoje nos desviam do Evangelho. O terceiro círculo da unidade, o mais largo, é a humanidade inteira. Neste âmbito, podemos refletir sobre a ação do Espírito Santo. Na videira que é Cristo, Ele é a seiva que chega a todas as partes. Mas, o Espírito sopra onde quer e por todo o lado quer reconduzir à unidade. Leva-nos a amar não só àqueles que nos amam e pensam como nós, mas a todos, como Jesus nos ensinou. Torna-nos capazes de perdoar aos inimigos e às injustiças sofridas. Impele-nos a ser ativos e criativos no amor. Lembra-nos que o próximo não é só quem partilha os nossos valores e ideias, mas
que somos chamados a fazer-nos próximos de todos, bons Samaritanos de uma humanidade vulnerável, pobre e sofredora – hoje, tão sofredora –, que jaz por terra nas estradas do mundo e que Deus, na sua compaixão, deseja levantar. O Espírito Santo, autor da graça, ajuda-nos a viver na gratuidade, a amar mesmo quem não nos retribui, porque é no amor puro e desinteressado que o Evangelho dá fruto. É pelos frutos que se reconhece a árvore: pelo amor gratuito, se reconhece se pertencemos à videira de Jesus. O Espírito Santo ensina-nos, assim, o amor concreto por todos os irmãos e irmãs com quem partilhamos a mesma humanidade, aquela humanidade que Cristo uniu inseparavelmente a Si, dizendo-nos que O encontraremos sempre nos mais pobres e necessitados (cf. Mt 25,31-45). Servindo-os juntos, descobrir-nos-emos irmãos e cresceremos na unidade. O Espírito, que renova a face da terra, exorta-nos também a cuidar da nossa casa comum, a fazer opções ousadas no modo como vivemos e consumimos, porque o contrário de dar fruto é a exploração, e é indigno desperdiçar os preciosos recursos de que muitos estão privados. Nesta tarde, o próprio Espírito, artífice do caminho ecumênico, levou-nos a rezar juntos. E ao mesmo tempo que experimentamos a unidade, que deriva de nos dirigirmos a Deus com uma só voz, desejo agradecer a todos aqueles que rezaram nesta Semana e continuarão a rezar pela unidade dos cristãos. Dirijo a minha saudação fraterna aos representantes das Igrejas e Comunidades eclesiais aqui reunidos: aos jovens ortodoxos e ortodoxos orientais que estudam em Roma, com o apoio do Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos; aos professores e alunos do Instituto Ecumênico de Bossey, que deveriam ter vindo a Roma como nos anos anteriores, mas não puderam por causa da pandemia e acompanham-nos através dos mass media. Queridos irmãos e irmãs, permaneçamos unidos em Cristo! Que o Espírito Santo, derramado nos nossos corações, nos faça sentir filhos do Pai, irmãos e irmãs entre nós, irmãos e irmãs na única família humana. Que a Santíssima Trindade, comunhão de amor, nos faça crescer na unidade.
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FORMAÇÃO
Formação e discipulado
missionário N
os tempos atuais, comunicar é uma ação repleta de possibilidades, mas também de desafios. Neste tempo histórico, que marca para a humanidade uma página rabiscada de individualismos, dores, depressões e ansiedades. Para nossa alegria, em meio às trevas, incide a Luz que não se apaga, acendendo para nós a chama da esperança!
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A realidade, com frequência, se mostra cruel e nós que cremos nos perguntamos: qual nosso papel como cristãos, em relação a ela? Como reanimar e motivar as pessoas para a alegria de viver e conviver? Esse mistério que nos parece imenso se esconde em uma pequena palavra: fé.
tação pós-sínodal, 2018: ‘‘Cristo vive: é Ele a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo! Tudo o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida. Por isso as primeiras palavras, que quero dirigir a cada jovem cristão, são estas: Ele vive e quer-te vivo!’’ (Christus vivit). Não obstante, nosso esforço de fazer coisas boas não é o suficiente. Mas, as intenções com que as realizamos, a pureza de intenção, isso conta para darmos sabor ao agir pelo qual optamos. Às vezes, me vejo absorta em meus pensamentos, contemplando um ano cinzento, difícil, mas que foi amenizado, e muito, pelas atitudes comunicacionais, verdadeiros sopros do Espírito, um refrigério para nossas inquietudes, presença de Cristo no meio de nós (simbolizando uma verdadeira epifania em meio às turbulências da vida). E para nos ajudar a contextualizar, trago aqui algumas fontes dessa epifania, que tanto bem nos fizeram e nos ajudaram com suas atitudes comunicacionais cristãs: as homilias,
Como canta Milton Nascimento: “...Mas é preciso ter força, é preciso ter raça/ É preciso ter gana, sempre/ Quem traz no corpo a marca (...) mistura a dor e a alegria/ Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça / É preciso ter sonho sempre/ Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida”. A Igreja, a comunidade dos cristãos e a comunidade cursilhista precisam saber ler e escrever o ‘‘Evangelho da alegria’’, anunciando, com júbilo, o Cristo que está vivo e vive no meio de nós. Do mesmo modo como Papa Francisco inicia a Exor-
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os programas das TVs Católicas, um leque enorme de lives, envolvendo GEN, GERs, GEDs, Setores, Escolas Vivenciais. As Encíclicas do Papa Francisco e as novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2019 a 2023). E, também, a Revista Alavanca 2020 que, do primeiro ao último artigo, teve a intenção de ao passar pelos nossos olhos, chegar ao coração com uma leitura orante, nos conduzindo a reflexões informativas e formativas. Enfim, como foram para mim e para você todas essas comunicações? Quanto bem fez à nossa formação? Na busca por respostas, é oportuno recordar que o significado de comunicação, há muito nos remete à ideia de comunhão, de compartilhamento. Porém, com o passar dos tempos, a comunicação tomou apenas o sentido de transmitir ou difundir. É aí que o MCC cuida de suas comunicações, com seriedade e com espiritualidade, objetivando o alcance de sua formação: formar formadores para formar, sem perder de vista o sentido de comunhão e pertença. Meu caro leitor, minha querida leitora, trazemos conosco a intenção de não perdermos nosso compromisso com a missão recebida em nosso batismo e queremos perseverar no amor trinitário, que nos inseriu no Coração de Deus como seus filhos e filhas. Isto nos remete à memória do múnus sacerdotal, profético e real, recebidos no batismo. A dimensão sacerdotal é aquela dimensão orante que nos abençoa e nos faz portadores de
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reveste da simplicidade daquele que serve. Somos chamados ao poder para o serviço. Somos revestidos do poder que serve a Deus, servindo aos irmãos e irmãs, principalmente os mais fragilizados e necessitados. Pensemos com São Paulo: “Há diversidade de dons, mas o espírito é o mesmo” (1Cor 12,4), portanto, entendemos que esse poder real, recebido no batismo, não nos confere autoridade de uns sobre os outros, mas a missão de reunir o povo de Deus, formar comunidades, criar laços de fé, esperança e caridade. Esforço constante de incluir na grande família do Povo de Deus, em marcha, todos os filhos e filhas dispersos pelo mundo. Nesse caminhar surgem os desconfortos, as contradições e até confrontos, mas devemos nos fortalecer na teologia católica da fé que professamos e, nessa ótica, sermos bons profetas, sacerdotes e reis em favor do Reino que Cristo, que quer ver alcançar os confins da terra. Cuide de sua formação, informe-se, você é formador de formadores. É simples, aproveite todas as oportunidades e aprenda a aprender, garantindo, com a graça, um discipulado missionário e abençoado pela fraternidade que nos une e nos faz todos irmãos!
bênçãos. Com ela, podemos abençoar nossos alimentos, nossos filhos, nossa casa... É tão belo sermos uma benção para também abençoar (Gn 12,2). Somos investidos da dimensão da benção! O cristão batizado é também profeta no meio das turbulências deste mundo, agente do querigma, que conclama outras pessoas ao encontro com Cristo, ao seu fiel seguimento, interpelados a ser agentes de transformação. Isso é profetismo e é, também, a dimensão que nos leva a gritar em defesa dos direitos de Deus, investidos nos direitos básicos da dignidade humana. Exercemos o múnus profético quando defendemos esses direitos, quando somos contra aqueles que vilipendiam os direitos das famílias e da vida; quando somos a favor da liberdade de cultuar a Deus; quando olhamos com o olhar de Cristo as realidades que estragam a dignidade da pessoa humana; quando nos esforçamos para discernir a voz de Deus em meio ao burburinho das vozes mundanas. Exercemos o profetismo quando cuidamos da nossa formação e da nossa espiritualidade, para estendermos a formação a outros que não tiveram, ainda, a alegria de reconhecer Jesus como único Salvador. A dimensão do profetismo recebida no batismo nos leva a agregar novos membros da fé cristã ao corpo místico de Cristo. Jesus dá o exemplo com sua vida dedicada, totalmente, ao anúncio da boa nova, marcada por gestos que comunicavam os sinais da presença do reino de Deus no mundo. O múnus real nos
Lucília Alves Cunha Mestre em Ciências da Religião Membro do Grupo de Apoio do GEN e GER C/O
Rafael Antunes Willemann Advogado - OAB-SC 40554 Especialista em Direito do Trabalho Causas: Trabalhistas, Previdenciarias, Medicamentos e Cíveis Fone: (48) 9667-5193 / 3622-3753 rafaelantuneswillemann@gmail.com
Rua Santos Dumont, 497 - Uberlândia - MG | (34) 3236-0056
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Carta
CARTA AO MCC
ao MCC (258ª)
“Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus, pois ele diz: ‘No momento favorável, eu te ouvi e no dia da salvação, eu te socorri’. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (2Cor 6,6,1-2).
Caríssimos irmãos e irmãs: que a graça e a força do Espírito de Deus nos fortaleçam na peregrinação rumo à casa do Pai misericordioso!
1. A esmola. Além dos gestos de compaixão para com os sofredores, marginalizados ou abandonados pela sociedade egoísta, a esmola, nos desafiadores tempos atuais, adquire uma dimensão especial. É a dimensão da solidariedade. O papa Francisco não se cansa de chamar a atenção do povo de Deus sobre essa importante virtude nos dias atuais. Felizmente, olhando ao nosso redor, até nos emocionam tantos gestos de amor e de partilha, manifestados através da ajuda e da sensibilidade diante do sofrimento. Exemplos de solidariedade, frequentemente beirando o heroísmo, encontramos, por exemplo, nos profissionais da saúde, através da assistência diuturna aos enfermos atingidos pelo nefasto vírus. São eles, quase sempre, as únicas testemunhas do sofrimento tanto dos doentes como dos seus familiares impedidos de estar ao lado dos seus entes queridos na hora suprema de sua morte. Não só. Longe até de poder dar-lhes o último adeus, no momento do seu sepultamento. Pois bem: cabe a cada um de nós, nesta Quaresma, buscando a prática da esmola, perceber as situações nas quais se
Introdução. A Quaresma, no ano litúrgico, tem início com a imposição das Cinzas na quarta-feira. Nesse momento, também inicia-se um tempo favorável e propício no seguimento de Jesus; o tempo de vivência do tripé: a esmola, o jejum e a oração. Desde o ano passado, a humanidade tem sido colocada à prova pela terrível pandemia da Covid-19. Todos os aspectos da vida diária tiveram que ser alterados na esfera familiar, social, profissional e, até, religiosa. O “fique em casa” ressoou e continua ressoando em nossas mentes e na prática dos nossos hábitos e costumes. Pois bem, como viver esta Quaresma em tais circunstâncias? Mais do que em outras quaresmas, é preciso termos presente a orientação de Jesus no Evangelho de Mateus, ou seja, o tripé acima mencionado.
Carta ao MCC (255ª) JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO DE 2021
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de permanência ociosa, pode-se dedicar parte considerável do dia, à oração. Não só para falar com Deus, mas, sobretudo, para escutá-Lo. “Fala, Senhor, que o teu servo escuta”. Numerosos são os momentos já no Antigo Testamento, nos quais Deus se dirige a seus servos. No silêncio da solidão. Ou na tranquilidade da brisa suave. Por que, então, não aproveitar este tempo, para a prática da leitura orante da Bíblia? Procure, portanto, interessar-se por este caminho da oração, no qual Deus nos fala e nós falamos a Deus com as próprias palavras d’Ele.
exige a nossa solidariedade, a partilha do nosso amor fraterno. Talvez possamos até testemunhar, pessoalmente e com emoção, como algumas pessoas anônimas se aproximam perguntando: “vou sair agora, precisa de alguma coisa”? 2. O jejum. Devido ao necessário isolamento, nem sempre se consegue, nestes tempos, praticar o jejum e a abstinência de alimentos. Assim, a geladeira pode tornar-se a meta de frequentes corridas para preencher o tempo de ociosidade com as tentações da comida e, infelizmente, do excesso de bebida. Basta acompanhar algumas notícias para tomar conhecimento de quanto aumentou, no decorrer deste ano, o consumo de bebidas alcoólicas. Ou, então, gastar horas e horas com a televisão ou com o celular. Chega-se, até, em alguns casos, ao exagero de comunicar-se com pessoas presentes no mesmo ambiente pelo celular... Como, então, falar em jejum nesse clima e, sobretudo, como praticá-lo? Como uma das possíveis sugestões, volto ao que eu já havia escrito na Carta de março, no ano passado: “Para uma melhor compreensão do jejum que agrada ao Senhor, leia-se, por exemplo, todo o Capítulo 58 do profeta Isaías. E por que não praticar como jejum o “desconectar-se” um pouco do celular, de um mundo virtual e sem sentido, das novelas, muitas vezes atentatórias à moral e à ética, dos filmes indignos de um comportamento sadio, para não dizer ridicularizadores da fé e da religião? Penso, ainda, numa outra prática do jejum, que é evitar o triste desperdício de alimentos com todas as suas consequências”. Leve-se em conta que o Brasil é um dos países do mundo onde mais se desperdiçam alimentos...
Sugestão para reflexão individual e/ou em grupo: Procuremos refletir – à luz dos acontecimentos em que estamos agora imersos – sobre o tripé jejum-esmola-oração... Seremos capazes de, diariamente, pedir a inspiração do Senhor para “jejuar”, pelo menos em dois aspectos: abrindo mão da aquisição de algumas guloseimas e transformando-as em alimento para os necessitados; abrindo mão do uso da tecnologia que temos à disposição para nos dedicar ao transcendental? Seremos capazes de, diariamente, refletir sobre a “esmola” como partilha do que temos e somos, esforçando-nos para aproximarmo-nos – virtualmente, claro – daqueles aos quais há muito não vemos, nem ouvimos, oferecendo-lhes a preciosa atenção da qual talvez estejam tão necessitados? Seremos capazes de, diariamente, “separar” um pouco do nosso precioso tempo, recolhermo-nos ao silêncio para ouvir o que o Senhor quer-nos falar? Desejando que esse tempo de penitência e conversão com que a Igreja nos brinda na Quaresma seja terreno fértil para a nossa santificação nos tempos que correm, permaneço unido a todos nessa caminhada que nos prepara para as alegrias da Ressurreição.
3. A oração. Nem sempre, na correria da vida normal, encontra-se o tempo para destinar à oração. Mil são as desculpas: “não tenho tempo”, “chego muito cansado”, “com tanto barulho não consigo me concentrar” etc. Pois, superando agora as desculpas, devido ao longo tempo
“Todas as Cartas Mensais escritas pelo Pe. Beraldo podem ser encontradas no site do MCC, através do seguinte link: www.cursilho.org.br/index.php/cartas-mensais
Pe. José Gilberto Beraldo Equipe Sacerdotal do Grupo Executivo Nacional
jberaldo79@gmail.com
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VOCÊ JÁ LEU?
O CURSILHO: CAPÍTULO VIII IFMCC (PARTE 6)
FASES DO CURSILHO: PROCLAMAÇÃO A pessoa é o centro de atuação do MCC (IFMCC,19). E o MCC tem como característica essencial da sua mentalidade uma nova visão da realidade, uma nova forma de ver e entender Deus, a pessoa, o mundo, a Igreja e a evangelização. A proclamação inicia mostrando que vemos a pessoa como única, irrepetível, capaz de Deus e capaz de viver a partir dele, em plenitude e sentido, e ser chamada a realizar-se a partir da sua própria consciência e liberdade (IFMCC, 77, b). No Brasil, a mensagem O Sentido da Vida inicia esta fase e, nela, proclamamos quem é o ser humano e toda a sua grandeza. Para encontramos a felicidade em plenitude, proclamamos o Plano de Deus e ele vem a nossa procura. E ao aceitar a Graça de Deus, cada um se abre a uma realidade nova, a uma nova forma de se relacionar consigo mesmo, com Deus e com os irmãos. “O amor de Deus faz-se fundamento de vida” (IFMCC,242).
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Na sequência a graça, em determinado momento da história, se faz carne, Jesus Cristo, homem e Deus libertador. Proclamamos ser Jesus verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, de modo que o homem temos como provar e o Deus temos razões para acreditar. Assim sendo, este Jesus nos deixa uma missão: segui-lo, tornar concreto o projeto de Deus, transformar as realidades, convertê-las aos critérios de Jesus. Sempre gosto de lembrar das palavras do Pe. Xiko, de como Deus-Pai não envia uma carta de ouro, uma tábua com escritos em joias, mas envia carne – Jesus Cristo – seu filho amado. Jesus também deixa, para a realização do Reino de Deus na terra, carne – sua Igreja. Proclamamos que a Igreja é carne, é vida, é presença de Cristo no mundo. “A Igreja é Cristo que caminha na história (IFMCC, 242). Igreja é Cristo que se torna visível através dos homens que formam a comunidade do povo de Deus (CPD, p. 114).
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Proclamamos, a seguir, que para acolher a graça de Deus, para acolhermos Cristo como verdadeiro Deus e para sermos os seus braços, pernas, olhos ouvidos e boca no mundo, precisamos responder ao chamado, precisamos dizer o nosso sim, e o fazemos pela fé. A fé é nossa resposta ao “toc toc” da Graça de Deus em nossa porta. Essa resposta impõe um estilo de vida – a espiritualidade, uma vida de coerência entre o que se professa com as palavras e a prática no dia a dia em todos os ambientes que nos encontramos. Nossa união com Cristo, o ser seu instrumento, exige intimidade, exige regar a semente, reavivar a presença do Cristo no diálogo todos os dias. E uma forma muito especial de vivermos esta intimidade é a oração. Proclamamos que a oração é a alavanca da vida e do Cursilho.
Esta fase descrita no IFMCC nos relembra as palavras de nosso patrono celestial São Paulo, somos chamados a proclamar com a palavra e com a vida, anunciando de forma jubilosa, com entusiasmo e ousadia que sonhamos ser a carta de Cristo ( 2 Cor 3, 2-3): “Nossa carta sois vós, carta escrita em vossos corações, reconhecida e lida por todos os homens. Evidentemente, sois uma carta de Cristo, entregue ao nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, nos corações”. Decolores! Viva a vida!
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RESSURREIÇÃO
Ressurreição e Esperança Cristã “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Desde agora, a Coroa da Justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas a todos os que amarem a sua vinda” (2Tm 4:7,8).
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Queridos irmãos e irmãs, quando olhamos para um tema tão fundamental e necessário para nossa caminhada Cristã, para nossa vivência responsável e comprometida de fé, para alimentar nossa esperança frente a toda desesperança no caminhar da vida, nada mais justo do que olhar o fundamento teológico na Vida de Nosso Padroeiro São Paulo. Quando se trata de olhar para a Vida e Missão desse Grande Apóstolo, percebemos que a esperança é um elemento sempre presente, quer nos seus sentimentos, quer no seu testemunho de fé. Sendo assim, percebemos que uma fé que não seja, fundamentalmente, esperança é inconcebível, inconsistente. Essa fé e esperança estão claramente presentes quando se olha na confiança de Paulo em Deus! Ele confia, testemunha e preza um Deus que ressuscita os mortos; e concede uma Vida plena e feliz ao seu lado. Do mesmo modo, nos conduz para esse encontro definitivo no qual também iremos experimentar a Plenitude da Esperança. Podemos conferir o sustento e a certeza dessa fé e esperança na segunda Carta de São Paulo aos Coríntios (2 Cor 1,9). São Paulo nos exorta com toda segurança, alegria e esperança: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé e ainda permanecereis nos Vossos pecados, isto é, aqui está toda força e sentido de sua Vida, fé e Esperança; Cristo ressuscitado é a garantia da nossa Vitória, e o cunho de nossa fé é a certeza de nossa esperança. É claro que, muitas vezes, em determinados momentos, situações e acontecimentos da Vida, nossa fé parece diminuir, nossa esperança parece se perder em meio às dificuldades e frustrações. Assim aconteceu com Paulo e tantos outros Apóstolos, Santos e
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metimento e alegria, se alicerçados na certeza da Ressurreição, que é nossa garantia, nosso prêmio e a esperança que nos faz superar todas as dificuldades. Não basta dizer tenho fé; é preciso vivê-la em todos os momentos, sobretudo, nos mais desafiadores. Não basta dizer tenho esperança; é preciso demonstrá-la no dia a dia, quando há mais espinhos do que flores no caminho de nossa Vida. Hoje em dia, movidos por ideologias e “verdades”, que a sociedade nos apresenta como sentido da felicidade, a humanidade (até mesmo o cristão) confunde a fé e a esperança com tudo que é fácil, imediato, isto é, tudo que corresponde as nossas vontades. E, desse modo, somos facilmente iludidos pelo hedonismo, materialismo, individualismo. A Ressurreição e a Esperança Cristã, como sentido de uma vida verdadeiramente feliz, é o grande desafio de todos Nós Cristãos, pois a fé nada mais é do que a confiança no Amor e na Graça, e a certeza de que o destino do nosso mundo é outro, totalmente diferente do ódio, da destruição e da morte. Não é tão simples crer no Amor, na Graça e na esperança em um mundo onde o ódio impera, em que nada se perdoa! É difícil crer no Amor e sua força, em uma sociedade onde o ódio é normal e se torna uma arma capaz de ofender a todos, sem pensar nas consequências. A Esperança Cristã, com vistas a uma Vida plena junto a Deus (Ressurreição) é nossa arma contra um mundo onde impera o ódio, a vingança, a ganância, a maldade e a libertinagem como garantia da felicidade. Essa esperança nos chama a irmos além do que vemos e vivemos no dia a dia, isto é uma realidade fria e miserável. Nos convida a fazermos uma verdadeira experiência de fé! A experiência da realidade em Deus, no seu amor,
discípulos de Jesus, que experimentaram na esperança uma fé sólida que os conduziu para a Vida Eterna. Percebemos que a Ressurreição e a esperança Cristã não são somente uma parte de nossa fé, mas a base, o fundamento e o alicerce que carregamos, vivemos e aprimoramos por toda nossa caminhada na Vida terrena. E frente a tantas situações contrárias, que tentam nos afastar dessa certeza, muitas vezes se faz necessário olhar para o Cristo morto e ressuscitado e, N’Ele, presente na Igreja Mãe e Mestra, buscar a força na sua Promessa que renova toda e qualquer esperança”. Eu estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos! Para ter uma fé comprometida e sólida, é preciso assumir com alegria e amor esta certeza: Cristo que ressuscitou dos mortos é a Esperança de nossa caminhada e missão nesta Vida! Mas, sabemos que não basta dizer: tenho fé! Não basta dizer como todo mundo que a esperança é a última que morre e, na primeira dificuldade, demonstrar que a fé morreu e a esperança acabou. Tanto é verdade que, nas Cartas de Paulo, precisamente em Coríntios, alguns “cristãos” afirmaram: não há ressurreição dos mortos. Frente a essa afirmação herege, São Paulo rebate com o Evangelho que ele mesmo transmitiu à comunidade, dizendo-lhes: “Antes de tudo vos entreguei aquilo que recebi; (isto é, a base de sua fé, verdade e missão), que Cristo morreu Sim pelos nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Sagradas Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos Apóstolos (Cf. 1Cor 15,3-5). Esse grande Apóstolo, e nosso Padroeiro, nos ensina que a missão e o discipulado, segundo Jesus Cristo, só podem ser assumidos com compro-
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como filhos e filhas de Deus. Dele viemos, com Ele caminhamos e um dia a Ele voltaremos. Essa é, embora muitos não consigam e não queiram perceber, a nossa única certeza! Portanto, quando nos dispomos a viver nossa fé com esperança, constatamos que só a esperança Cristã nos dá a promessa da Vida eterna.
na sua Graça e no seu desejo, que é a Salvação de todos. Por isso, cremos e professamos em nossa fé, a Ressurreição dos mortos, pois sabemos e buscamos essa outra realidade. E de Cristo, nosso Mestre e Senhor, recebemos a promessa da Vitória do amor e da esperança, por isso, não podemos desistir do mundo e de nós mesmos, deixando-nos vencer pelas inúmeras situações de morte! A ressurreição dos Mortos e a Esperança Cristã constituem a certeza de nossa Vida
Pe. Wagner Luis Gomes Vice-Assessor Eclesiástico Nacional
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ENTREVISTA
Daiana Cristina Buzo Como iniciou sua caminhada dentro do MCC? Cresci em uma família católica, porém não muito praticante. Ainda assim, com sete anos, iniciei minhas atividades como coroinha e com o passar do tempo me tornei acólita. Com as amizades que fiz no grupo, servindo ao altar, surgiu o convite para participar do cursilho, o qual aceitei de primeira. Então, fiz o 7° Cursilho Misto para Jovens da Diocese de Jaboticabal. Gostaria, ainda, de destacar que tive o incentivo do meu tio avô, que participou do cursilho em 1971 e persevera até hoje.
E o que o Cursilho significou para você? A palavra principal que o cursilho representa para mim é Renascimento, pois por mais que eu participasse das missas, eu me via perdida, buscando algo para me preencher e não encontrava. Com o cursilho, senti que tudo o que estava procurando, eu tinha acabado de encontrar. A dedicação de cada um com o próximo me encantou e eu também queria me dedicar ao próximo, a Deus e ao MCC. E é assim que faço até hoje. JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO DE 2021
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Como foi o início da sua caminhada no Pós cursilho?
Como você pretende trabalhar com os jovens tendo em vista a pandemia?
Depois de firmar o compromisso de ser sal, fermento e luz em todos os meus ambientes, eu comecei a agir. Por onde eu passava, eu deixava algum exemplo por mais simples que fosse e, com isso, fui fazendo com que as pessoas ao meu redor, amigos, conhecidos, inclusive a minha família, também participassem da experiência que é o cursilho. Um dos meus maiores compromissos era não deixar de participar das EVs e, desde 2011, praticamente participei de todas. Como diz a música Alma Missionária: estou disposto ao que queiras, não importa o que sejas, tu chamas-me a servir... É isso o que tento fazer nesse Pós cursilho.
Gostaria de destacar que quero dar continuidade ao trabalho que o Vinícius fez, tanto na macro Sudeste quanto no GEN, que foi fantástico. Coloco-me à disposição para o que precisarem, para dar continuidade, buscando formações. Acredito que precisamos nos adaptar às mudanças que vem. E com a pandemia foi preciso nos reinventarmos, nas escolas, nos encontros e tantas outras coisas, virtualmente. Esse ano teremos os Encontros regionais e vamos continuar em ação, sejam eles presencialmente ou virtualmente, vamos fazer acontecer.
Como é o trabalho com os outros representantes jovens das macrorregiões?
Av. Floriano Peixoto, 735 – Uberlândia (MG) | (34) 3235-4050
Então, meu coração se alegra em ver a disponibilidade e compromisso de cada um deles. Nesse início de trabalho, nessa missão que Deus nos confiou, vejo que posso contar sempre com eles. E como eu sempre digo, nós cinco somos uma família e nossa união será essencial para todos os trabalhos a nós confiados. Todos tem um espaço no meu coração que representa o meu amor por cada jovem cursilhista desse Brasil.
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MCC
MCC – GED SÃO JOÃO DA BOA VISTA (SP) RECEBE COMENDA “DOM TOMÁS VAQUERO”, EM JUBILEU DE DIAMANTE DA DIOCESE DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA (SP) Ao comemorar o Jubileu de
Deus sobre um povo, é prova evidente que a igreja iniciada por Jesus Cristo caminha, vive e prega seus ensinamentos a todos sem distinção. Antes de adentrar na importância deste Jubileu de Diamante da Diocese de São João para o nosso querido Movimento de Cursilhos de Cristandade, tenho por obrigação cristã motivá-los a perseverar rumo à santificação, tema atualmente estudado e difundido em nossas formações para o triênio 2019/2021. Pois, como prova viva de que sim é possível ser santo, em pleno Jubileu de Diamante de nossa Diocese, tivemos a graça de vivenciar o processo de beatificação do Bem Aventurado Padre Donizetti Tavares de Lima, o agora “Beato Donizetti”. Ademais, temos a graça de estarmos igualmente vivenciando, ainda em processo inicial, o reconhecimento das obras e serviços prestados à igreja do Servo de Deus Irmão Roberto, da cidade de Casa Branca (SP), do assuncionista Padre Matheus, da cidade de Espírito Santo do Pinhal (SP) e dos serviços prestados à igreja da leiga Lurdinha Fontão, da cidade de São José do Rio Pardo(SP) e, em especial ao nosso MCC, o já instaurado Processo de Beatificação do Servo de Deus Tomás Vaquero, segundo Bispo Diocesano de São João da Boa Vista (SP). Neste ponto, ao falar de Dom Tomás Vaquero, não há como deixar de falar do nosso MCC, pois a existência do Cursilho em nossa Diocese se deve ao amor de Dom Tomás às vocações dos leigos, pois sem a intervenção direta e atuante do mesmo, nosso amado movimento demoraria anos ou talvez, sabe-se lá, nem haveria chegado a nossa Diocese. Recentemente, ao comemorarmos o Jubileu de Ouro do MCC na nossa Diocese, editamos
Diamante no ano de 2020, a Diocese de São João da Boa Vista (SP), que integra a Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP), celebrou as importantes conquistas e suas memórias nestes longínquos e abençoados 60 anos de fundação.
E
m missa solene, trouxe em vídeos e depoimentos uma parte rica de sua história, que em ordem cronológica teve como primeiro Bispo “Dom Davi Picão” (in memoriam), seu segundo Bispo “Dom Tomás Vaquero”, na qual reservo um momento especial para linhas futuras, o terceiro Bispo Diocesano “Dom Dadeus Grings”. Atualmente Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Porto Alegre (RS), o quarto Bispo e atual Bispo Emérito da própria Diocese de São João da Boa Vista (SP), “Dom Davi Dias Pimentel” e nosso quinto e atual Bispo Diocesano “Dom Antônio Emídio Vilar”. Comemorar um Jubileu de Diamante por si só já é uma grande alegria, é a plenitude da graça de JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO DE 2021
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um livro em memória ao nosso movimento e, ao buscarmos nossa história Diocesana, percebemos que nossas raízes como movimento estavam totalmente entrelaçadas às raízes de Dom Tomás Vaquero, pois em cada foto, cada depoimento, cada história contada vimos a maior prova de que evangelizar ambientes é o caminho mais eficaz de se atingir a todos, em todas as dimensões. Assim, pela obra de Dom Tomás, o MCC existe em nossa Diocese e, ao comemorar os seus
60 anos, o nosso tão amado movimento não poderia deixar de ser lembrado, ou melhor, ser reconhecido como movimento eclesial de evangelização cristã para leigos, o que nos rendeu a simbólica homenagem “Comenda Dom Tomás Vaquero”, que nos foi entregue na missa solene de comemoração ao Jubilei de Diamante da Diocese de São João da Boa Vista (SP), conforme matéria publicada que segue abaixo:
DOM VILAR ENTREGA COMENDA “DOM TOMÁS VAQUERO” AO CURSILHO DE CRISTANTADE Nessa semana, você conheceu aqueles que receberam as homenagens de nossa Diocese no dia 20 de novembro, quando foi celebrado o Jubileu de Diamante na Catedral de São João da Boa Vista. O último a receber a Comenda “Dom Tomás Vaquero” foi o Cursilho de Cristandade, movimento eclesial de evangelização cristã, surgido no seio da Ação Católica Espanhola no início do século XX. Em nossa diocese chegou em 1968, quando os primeiros leigos foram enviados por Dom Tomás Vaquero a Campinas e Valinhos para fazerem o Cursilho. O primeiro aqui aconteceu em 1969, no então Colégio das Irmãs de Santo André, hoje a FAE. Dom Tomás sempre se alegrou e incentivou o Cursilho. Destacamos o empenho desse movimento na Meriana. Através da família Decolores, agradecemos todos construção de boa parte do nosso semi- os movimentos, grupos e pastorais que dão vida à Diocese nário diocesano, bem como das quadras de São João. e da Paróquia Coração de Maria. Quem recebeu a comenda das mãos Fonte: www.facebook.com/diocesesjbvsp/posts/1267641546950285 de Dom Vilar foi o casal Rangel Nogues e Foto: UNIFAE JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO DE 2021
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A “Comenda Dom Tomás Vaquero”, que nos foi entregue pelo Bispo “Dom Antônio Emídio Vilar”, através deste Coordenador Diocesano, traz os dizeres: “A Diocese de São João da Boa Vista (SP), no seu Jubileu de Diamante (60 anos), agradece e homenageia o CURSILHO DE CRISTANDADE por sua valiosa colaboração na missão evangelizadora nesta Igreja Particular”. Para nós, como movimento de leigos, esta homenagem é muito significativa, pois nos mostra que o MCC não vive somente de palavras, mas sim de gestos concretos, pois peregrina dia a dia, momento a momento em prol da evangelização dos ambientes, em prol da conversão e busca constante pelos batizados afastados. O mais gratificante para nós Cursilhistas da Diocese de São João da Boa Vista (SP) não é somente poder vivenciar este momento histórico, pois a homenagem recebida por si só, já nos motivaria a continuar a evangelizar os ambientes e dar continuidade à obra cursilhista, mas o que
nos comprova a plena graça de Deus é o fato de podermos estar vivendo o processo de Beatificação do Servo de Deus Dom Tomás Vaquero, iniciado no ano Jubilar. Assim sendo, com a imensa graça sobre nossa Diocese podemos, muito em breve, ter na prática aquilo que estamos pregando, de que é possível ser santo de Deus e que, sim, o MCC é um caminho de santificação. Por fim, trago aqui a oração em prol da Beatificação do Servo de Deus Dom Tomás Vaquero, para que nós do Brasil todo, como Cursilhistas, rezemos pela beatificação daquele Bispo que trouxe para nossa Diocese o MCC, aquele que, como muitos relatam, emocionadamente vivenciava com intensidade os, até então, quatro dias de Cursilho. Ele que chegava com os primeiros, saia com os últimos e, durante os quatro dias, dormia no chão duro, orava, aconselhava e jejuava em intenção à conversão daqueles leigos que ali estavam a dar seu sim.
Nossa Diocese é eternamente grata pelo que Dom Tomás fez por nosso movimento e por ele rezaremos. E finalizo com lágrimas de alegria nos olhos pelo que este momento representa em nossa Diocese e em nosso MCC. DECOLORES Viva a Vida! 24
EVENTOS GEN 2021 MÊS JANEIRO FEVEREIRO
MARÇO
DATA
REPRESENTANTE DO GEN
20
REUNIÃO GEN
19h30 min.
22 a 23
SUL 1 - APARECIDA
CORINTO
26, 27 e 28
SUL 4
MARISTELA
03
REUNIÃO GEN-GA
19h30 min.
05, 06 e 07
LESTE 2 MG 2
LUCILIA
06
SUL 3 RS 2
CHIQUINHO
06 e 08
SUL 3 RS 1
MARISTELA
12, 13 e 14
SUL 2 PR 1
CORINTO
12, 13 e 14
N 3 NE 5
DAIANA
12 e 13
SUL 1 - CAMPINAS
BARCIELA
12, 13 e 14
OESTE 1
CHIQUINHO
12, 13 e 14
OESTE 2
Pe. JOSÉ ROBERTO
19, 20 e 21
LESTE 2 -ES
CORINTO
18 e 19
CENTRO-OESTE
CHIQUINHO
19, 20 e 21
LESTE 1 - RJ
Pe. JOSÉ ROBERTO
25, 26 e 27
NORDESTE 2
CHIQUINHO
08 e 09
GER SUL 1 - SOROCABA
CHIQUINHO
09, 10 e 11
NORDESTE 3/2
CORINTO
14
REUNIÃO GEN
19h30 min.
16, 17 e 18
NORDESTE 1
CHIQUINHO
03 e 04
REUNIÃO GEN-GA
14, 15 e 16
SUL 2 PR 2
JUNHO
25, 26 e 27
SUL 1 - RIBEIRÃO PRETO
JULHO
05 e 06
REUNIÃO GEN
ABRIL
MAIO
AGOSTO
02
REUNIÃO GEN-GA
SETEMBRO
09 a 12
ASSEMBLEIA NACIONAL
OUTUBRO
09 e 10
ENCONTRO MUNDIAL
NOVEMBRO
08 e 09
REUNIÃO GEN
AGUARDANDO AGENDAMENTO SUL 1 - SÃO PAULO NORTE 1 E 2 LESTE 2 MG 1 NORDESTE 3/1
Pe. JOSÉ ROBERTO
19h30 min.
19h30 min.
MEMÓRIA
OS CURSILHOS SE RENOVAM
E
xiste uma velha máxima no MCC que diz: “Só se ama aquilo que se conhece”. Muitas vezes, se diz que se ama o MCC, contudo, é preciso conhecer a fundo o Movimento, sua história e seus documentos, muitos deles escritos com base na realidade em que se vivia à época. O documento em epígrafe foi escrito em 1972, tendo como base o III Encontro Latino-americano de Delegados Nacionais de Cursilhos de Cristandade, realizado em Bogotá, em 1968. Mostra-nos claramente que é preciso renovar-se constantemente. No capítulo 1 apresenta: Análise dos postulados essenciais do Movimento de Cursilhos de Cristandade e sua evolução, desde as suas origens. A introdução tem base na exposição de João Capó, jovem sacerdote, homem que reunia enorme saber teológico e grande incentivador dos Cursilhos de Cristandade de Palma de Mallorca. Ao se tratar da dimensão querigmática dos Cursilhos de Cristandade, escreveu: “Não cremos necessário determo-nos muito na demonstração de ‘algo’ que está comumente admitido e que é logicamente inegável” (cf. RCC, 39). Com essas palavras, João Capó, sem querê-lo, define um postulado essencial. No parágrafo 1.2, diz: “Entendemos por postulado em ’algo’ ou de ‘algo’, aquilo que aflora espontaneamente aos lábios dos que conhecem ‘algo’. Portanto, aquilo que todos aceitam sem discussão. O postulado é essencial quando afeta a natureza do ‘algo’. Por conseguinte, é aquilo que não se pode mudar, porque suporia mudar essencialmente o ‘algo’. Embora os postulados essenciais, precisamente por serem essenciais, sejam também imutáveis, entretanto, podem evoluir. Ao se referir aos Cursilhos de Cristandade, afirmando que evoluíram... é lógico: o crescimento é essencial a tudo que é JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO DE 2021
humano. E, como consequência ao crescimento... a evolução é inevitável. A evolução dos postulados essenciais dos Cursilhos, marcou o fato de que são um Movimento de Igreja. Os ‘postulados essenciais’ podem referir-se ao Movimento em si e a qualquer um de seus três tempos: Pré-cursilho, Cursilho e Pós-cursilho. O documento define o MCC em dez Postulados essenciais: 1. Os Cursilhos de Cristandade são um Movi mento de Igreja; 2. Os Cursilhos de Cristandade são um Movi mento vivencial; 3. Os Cursilhos de Cristandade são aptos para homens e mulheres de todos os países; 4. Os Cursilhos de Cristandade levam o Cursi lhista a um encontro com Deus vivo e pessoal; 5. Os Cursilhos de Cristandade são uma escola de espiritualidade cristã; 6. O Movimento de Cursilhos de Cristandade é um agente com função específica na Pastoral; 7. Os Cursilhos de Cristandade são um Movi mento destinado a fazer penetrar o fermento do Evangelho nos vários ambientes; 8. Os Cursilhos de Cristandade são um Movi mento libertador; 9. O Movimento de Cursilhos de Cristandade é um Movimento para criar comunidade; 10. O Movimento de Cursilhos de Cristandade está comprometido e é para comprometer. No item III, mostra os ‘postulados essenciais’, nos três tempos: a) Pré-Cursilho. É o método preferentemente comunitário de seleção, tendo em vista o Póscursilho, que estuda os ambientes. Seleciona-os 26
Dirigentes (responsáveis). Apresentar a mensagem evangélica com um tríplice testemunho: doutrina, vida e convivência com o próprio ambiente. Cursilhista. Suscitar um tríplice encontro: consigo mesmo, com Cristo na Igreja e com os homens (mulheres) na Igreja e no mundo. Visando o processo da descoberta: i. da miséria e impotência do ser humano sem Deus, ii. do valor da pessoa humana, a suprema digni dade da pessoa quando se vive em comunhão com Deus, iii. da relação pessoal com os outros, como sinal de maturidade cristã e iv. do mundo como realidade a transformar cristãmente. c) Pós-cursilho. É o método comunitário (núcleos, ultreias etc.) destinado a melhorar e a impulsionar a conversão e a vivência cristã iniciada no Cursilho, para fazer com que os grupos, que nele se originem, cheguem a ser fermento comunitário de Evangelho, na comunidade eclesial e humana e nas estruturas temporais. O documento “Os Cursilhos se renovam”, enfatiza que o Cursilho exige o Pré-cursilho e não tem razão de ser sem o Pós-cursilho. Na próxima edição da Revista Alavanca, apresentarei mais detalhes sobre os três tempos e a finalidade do MCC como instrumento de evangelização, visando a força da vivência comunitária, embasada na amizade cristã.
em função dos planos pastorais diocesanos; da necessidade de mudança de estruturas; faz uma preparação ambiental; escolhe os indivíduos vértebras (líderes): com personalidade, maturidade humana, ou seja, capacidade de captar, viver e comprometer-se com os sinais dos tempos; sensibilidade social, ou seja, agentes decisivos da mudança e que sejam capazes (aptidão) de ir despertando neles a necessidade (atitude) de viver na comunidade e para a comunidade, a fim de que procurem ser melhores como homens e como cristãos (atitude em face do Evangelho). b) Cursilho. Se fala: sobre o fundamental da mensagem cristã e da verdade transcendente, visando o Querigma; sobre o fundamental humano, visando o respeito mútuo, base da liberdade; sobre o que não obriga, visando a libertação; sobre o que compromete, visando responsabilizar.
Corinto Luiz do Nascimento Arruda Vice-Coordenador do Grupo Executivo Nacional JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO DE 2021
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FALA JOVEM
de 2020, o 9º Aconteceu de 04 à 06 de dezembro Cursilhistas, desEncontro Nacional para Jovens rma Zoom, com sa vez de forma virtual, pela platafo ude da pandemia transmissão pelo Facebook. Em virt ciso nos reinvene do ano atípico que tivemos, foi pre a que acontecer tarmos. Sendo assim, o encontro tinh casa, mas todos ire aconteceu, com cada um em sua ito. manados num só coração e propós Na verdade, só os! O encontro surpreendeu a tod pois fora isso não faltou estarmos juntos fisicamente, deixou nada a desejar. oração e celeForam três dias de muita formação, a todos que partibração, deixando muitas saudades ciparam. esentação dos Também no encontro, tivemos a apr para quem perdeu, novos representantes das macros e a um deles. abaixo segue um pouquinho de cad Me chamo Daiana Cristina Buzo, tenho 29 anos e moro em Viradouro (SP). Fiz o 7° Cursilho Misto para Jovens em 2011, no GED Jaboticabal, ao qual pertenço. Desde então, meu compromisso é tentar ser luz por onde passo. Fui representante jovem do GED e, também, no GER SUL I, Ribeirão Preto. Atualmente, estou como representante da Macro Sudeste e representante jovem no GEN. Quando se trata das coisas de Deus e do MCC, a minha resposta sempre será SIM, por isso peço as orações de todos. Abraço. Decolores.
Meu nome é Taynara Knebel, tenho 28 anos, sou advogada, e moro da cidade de Medianeira – Paraná. Pertenço ao GED Foz do Iguaçu, onde fiz o 6º Cursilho Misto para Jovens no ano de 2013. Fui Representante Jovem do meu GED e, nos últimos três anos, Representante Jovem do GER Sul 2 PR 1. Recebi com alegria a Missão de ser a nova Representante da Macro Sul. Irmãos, orem pelos novos representantes de Macros e por toda a Juventude Cursilhista para que, juntos, guiados pelo Espírito Santo, possamos ser instrumentos de Evangelização, sempre com a alegria que é característica da Juventude! Um fraterno abraço. Decolores, Viva a Vida!
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Sou o Davyd Carvalho, tenho 27 anos. Sou Fisioterapeuta. Moro em Estância (SE). Fiz o 36º Cursilho Masculino em Julho de 2016, No Ged Estância/SE. Meu compromisso como Macro Nordeste é me doar e ser um verdadeiro Evangelizador de Ambientes, junto com todos os irmãos Cursilhistas, Jovens e Adultos. Abraço!
Saudações Decolores meus irmãos, Paz e Bem! Me chamo Ricardo Rocha, e estou como Representante Jovem da Macrorregião Norte. Moro em Santarém, no estado do Pará. Fiz o cursilho em 2008 e, desde então, iniciamos uma caminhada como juventude. Fui Representante Diocesano, estive como Representante Jovem Regional e hoje estou, novamente, como Representante da Macrorregião Norte.
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Me chamo Andra Cristina Silva Monteiro, estou como Representante da Macro Centro-Oeste. Tenho 27 anos e fiz o cursilho em julho de 2012, de modo que estou na caminhada cursilhista há 8 anos e 6 meses, onde aprendi muito e renovei a minha fé, conheci e reencontrei amigos, que hoje são também minha família. Durante a minha caminhada, recebi o chamado para alguns desafios como, por exemplo, estar Representante Jovem do Regional Centro Oeste, há 4 anos e meio. Abraço.
OUTUBRO | NOVEMBRO | DEZEMBRO DE 2020
CAMPANHA DA FRATERNIDADE
O MCC definiu, em assembleia nacional, a dimensão de 2021: “Profetas rumo ao Jubileu - Onde todos somos irmãos”, sendo o alicerce desta reflexão a carta encíclica “Fratelli tutti”, a qual tem como chave de leitura o nº 5 , onde enfatiza que a dignidade é para todos, pois irmãos não são tratados desigualmente pelo Pai, todos somos queridos e amados por Deus. A Campanha da Fraternidade de 2021 nos insere, ainda mais, na busca da dignidade para todos e suas reflexões nos propõem como tema: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor” e lema: “Cristo é a nossa paz, do que era dividido, fez uma unidade”. Vivemos numa sociedade líquida e da pós-verdade, nela a presença do neo-pelagianismo e do gnosticismo conduzem as pessoas ao fechamento em si mesmas, emergem concepções nas quais a misericórdia de Deus não é arquitrave na vida, mas mero apêndice.
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Nossos Roteiros para ARs e Escolas Vivenciais, trabalhados concomitantemente com o texto base da Campanha da Fraternidade, alavancado pelas características de cada comunidade eclesial, por certo nos conduzirão a belas reflexões e ações transformadoras.
Assumida pelas Igrejas Particulares da Igreja no Brasil, a Campanha da Fraternidade tornou-se expressão de comunhão, conversão e partilha. Comunhão na busca de construir uma verdadeira fraternidade; conversão na tentativa de deixar-se transformar pela vida fecundada pelo Evangelho; partilha como visibilização do Reino de Deus que recorda a ação da fé, o esforço do amor, a constância na esperança em Cristo Jesus (Cf. 1Ts 1,3).
VEJAMOS OS OBJETIVOS DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE:
A Campanha da Fraternidade tem hoje os seguintes objetivos permanentes: 1. Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; 2. Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho; 3. Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária (todos devem evangelizar e todos devem sustentar a ação evangelizadora e libertadora da Igreja)”.
OBJETIVO GERAL DA CFE 2021 • Através do diálogo amoroso e do testemunho da unidade na diversidade, inspirados e inspiradas no amor de Cristo, convidar comunidades de fé e pessoas de boa vontade para pensar, avaliar e identificar caminhos para a superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Denunciar as violências contra pessoas, povos e a Criação, em especial, as que usam o nome de Jesus; • Encorajar a justiça para a restauração da dignidade das pessoas, para a superação de conflitos e para alcançar a reconciliação social; • Animar o engajamento em ações concretas de amor à pessoa próxima; • Promover a conversão para a cultura do amor em lugar da cultura do ódio; • Fortalecer e celebrar a convivência ecumênica e inter-religiosa.
A coleta da Campanha realizada como um dos gestos concretos de conversão quaresmal tem realizado um bem imenso no cuidado para com os pobres. Ao percorrermos o itinerário da Campanha que nossos irmãos nos prepararam, possamos continuar seguindo Cristo, caminho, verdade e vida (Cf. Jo 14,6). Fonte: <https://campanhas.cnbb.org.br/campanha-da-fraternidade>.
COMO NASCEU A CAMPANHA DA FRATERNIDADE A Campanha da Fraternidade nasceu por iniciativa de Dom Eugênio de Araújo Sales, em Nísia Floresta, Arquidiocese de Natal, RN, como expressão da caridade e da solidariedade em favor da dignidade da pessoa humana, dos filhos e filhas de Deus.
Av. Getúlio Vargas, 801 - Uberlândia, MG | (34) 3236-2300 adairurocenter@globo.com
JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO DE 2021
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