Incidência e mortalidade de câncer do colo do útero e da mama e suas correlações com indicadores...

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ARTIGO TÉCNICO

2(3): 23-32 Dezembro 2023 Unisinos ISSN: 2764-6556

doi.org/10.4013/issna.2023.32.3

AUTORES Mariana Hellwig Valério marianahvalerio@hotmail.com Graduanda em Medicina. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Escola de Saúde, São Leopoldo, RS, Brasil.

Luiza Barbaro Christensen luizabchrist@gmail.com Graduanda em Medicina. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Escola de Saúde, São Leopoldo, RS, Brasil.

Martina Teixeira Ortega martina.tx.ortega@gmail.com Graduanda em Medicina. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Escola de Saúde, São Leopoldo, RS, Brasil.

Incidência e mortalidade de câncer do colo do útero e da mama e suas correlações com indicadores de desenvolvimento humano no Brasil: estudo ecológico Incidence and mortality of cervical and breast cancer and their correlations with human development indicators in Brazil: ecological study

Henrique de Araújo Vianna Träsel htrasel@unisinos.br

RESUMO

Mestre, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Escola de Saúde, São Leopoldo, RS, Brasil.

Juliana Nichterwitz Scherer [*] julianascherer@unisinos.br Doutora. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, São Leopoldo, RS, Brasil. [*] Autora correspondente.

FLUXO DA SUBMISSÃO Submissão: 20/06/23 Aprovação: 10/10/23

CONTATO DA REVISTA

Este estudo avaliou as estimativas das taxas Palavras-chave: de incidência (TI) e de mortalidade (TM) dos neoplasias do colo do útero; neoplasias da mama; cânceres do colo do útero (CaC) e da mama incidência; indicadores de (CaM) em regiões brasileiras entre os anos morbimortalidade; indicadores de 2010 e 2017 e correlacionou essas taxas de desenvolvimento. às medidas do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Para isso, foi realizado um estudo ecológico de série temporal a partir da análise de dados do INCA, do DATASUS e do IBGE. Tanto as TI quanto as TM do CaM estão diretamente correlacionadas com todos os tipos de IDH. Conclui-se que fatores relacionados aos IDH têm importante impacto na saúde da mulher, e precisam estar incluídos no planejamento de políticas públicas desta população.

Universidade doVale do Rio dos Sinos - UNISINOS. InstitutoTecnológico em Alimentos para a Saúde – itt Nutrifor. Av. Unisinos, 950, Cristo Rei. CEP: 93022-750, São Leopoldo, RS, Brasil. Contato principal: Prof. Dr. Cristiano Dietrich Ferreira. Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentos. E-mail: revistappgna@ unisinos.br.

DISTRIBUÍDO SOB

APLICABILIDADE Os resultados do artigo têm aplicabilidade na vigilância epidemiológica e na saúde coletiva, e poderão servir de suporte para a tomada de decisão e para políticas públicas envolvendo a saúde da mulher. Os dados corroboram a lógica dos determinantes sociais de saúde e ampliam a discussão das iniquidades sociais na saúde da mulher.

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APLICABILIDADE

| VALÉRIO ET AL epidemiológica | Os resultados do artigo têm aplicabilidade na vigilância e na saúde coletiva, e E MORTALIDADE DE CÂNCER DO COLO DOe ÚTERO E DA MAMA E SUAS CORRELAÇÕES 44 INCIDÊNCIA poderão servir de suporte para a tomada de decisão para políticas públicas envolvendo a COM INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL: ESTUDO ECOLÓGICO 45 saúde da mulher. Os dados corroboram a lógica dos determinantes sociais de saúde e ampliam 43

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a discussão das iniquidades sociais na saúde da mulher.

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RESUMO GRÁFICO

RESUMO GRÁFICO

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RESUMO

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Este estudo avaliou as estimativas das taxas de incidência (TI) e de mortalidade (TM) dos

deemsaúde, compreensão dasdeinformações sobre saúde, 52 cânceres do colo do útero (CaC) e da mama (CaM) regiões brasileiras entre os anos 2010 [1] Introdução

O

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estilos de vida saudáveis, uso de serviços de e 2017 e correlacionou essas taxas às medidas doadoção Índice dede Desenvolvimento Humano (IDH).

e adesão a tratamentos (CNSS, 2008; NARDOTO câncer 54 de colo e o câncer deecológico mama de saúde Para do isso,útero foi realizado um estudo série temporal a partir da análise de dados do el al., 2020; RODRIGUES et al., 2017). Nesse sentido, são, respectivamente, a primeira e a terceira 55 INCA, do DATASUS e do IBGE. Tanto as TIdados quantode as IDH TM dorelacionam-se CaM estão diretamente fortemente com diversas neoplasias com maior taxa de incidência en56 correlacionadas com todos os tipos de IDH. Conclui-se que fatores relacionados aos IDH têmIDHs altos estão assopatologias e agravos de saúde – tre as mulheres, excluindo-se câncer de pele ciados, por exemplo, a menores índices de HIV (LOU et 57 importante impacto na saúde da mulher, e precisam estar incluídos no planejamento de políticas não melanoma (INCA, 2019). Os indicadores al., 2014) e maiores prevalências de obesidade (ATAEY de estimativas de incidência de população taxas de 58 públicas e desta . mortalidade et al., 2020). Diversos estudos apontam, ainda, uma de diversas doenças, incluindo alguns tipos de cânceres, 59 forte relação entre indicadores do IDH e indicadores variam de acordo com o estado e a região do Brasil (ISER PALAVRAS-CHAVE: do Colo do Neoplasiase da Incidência; de diversos tipos de deÚtero; incidência deMama; mortalidade et al., 2015). Dados60da literatura sugerem Neoplasias que, enquancânceres, incluindo o câncer de colo do útero (BRAY et 61 Indicadores de Morbimortalidade; Indicadores de Desenvolvimento. to alguns fatores parecem influenciar diretamente na al., 2012; VINEIS; WILD, 2014). variabilidade individual do risco de desenvolvimento 62 Recentemente, um estudo avaliou o impacto relae de mortalidade por câncer de colo do útero e por cionado aos tipos de cânceres em países da América câncer de mama, como idade da menarca, idade da 3 do Sul e América Central, evidenciando que os países menopausa, obesidade, predisposição genética, repocom IDH mais elevado apresentam maiores incidências sição hormonal, tabagismo, consumo de álcool, outros de cânceres de próstata e de mama, enquanto países fatores, como variáveis sociodemográficas e culturais, com IDH médio apresentaram maiores incidências de parecem estar associados às diferenças inter-regionais câncer de coluna cervical e de estômago (SIERRA et desses indicadores (KARADAG ARLI; BAKAN; ASLAN, al., 2016). Nesse sentido, estudos apontam para uma 2019; MEDEIROS et al., 2015). O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um correlação positiva entre os níveis de IDH e as taxas de importante indicador socioeconômico, sendo utilizado incidência e mortalidade por câncer de mama, e uma mundialmente para análises situacionais em diferentes correlação negativa entre os níveis de IDH e as taxas de esferas. Este índice é composto a partir de dados de ex- incidência e mortalidade por câncer de colo do útero em pectativa de vida ao nascer, educação e produto interno níveis mundiais (MARTÍNEZ-MESA et al., 2017). Além bruto (PIB) em paridade de poder de compra per capita. dos indicadores de incidência e mortalidade, outros Juntos, esses três aspectos englobam informações sobre indicadores, como o acesso aos testes de rastreamento a saúde, a educação e a renda de um local. Segundo a – Papanicolau e mamografia – também parecem variar Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da de acordo com variáveis sociodemográficas da população Saúde (CNSS), a distribuição da saúde e da doença em brasileira, com regiões mais desenvolvidas, e com maior uma sociedade não é aleatória, estando associada às número de mulheres com acesso ao sistema privado de condições socioeconômicas, culturais e ambientais. Os saúde, apresentando taxas mais adequadas de realização efeitos da escolaridade, por exemplo, se manifestam de de exames preventivos (CABRAL et al., 2019; THEME variadas formas, incluindo na percepção de problemas FILHA et al., 2016).

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Avaliar as diferenças regionais de indicadores e correlacioná-los com determinantes sociais é essencial para o assentamento de políticas públicas relacionadas à saúde da mulher. Segundo a OMS, somente um a cada cinco países de baixa e média renda têm acesso aos dados necessários para a atualização, modificação ou criação de políticas sobre câncer (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2022). Nesse sentido, esse estudo tem como objetivo verificar as taxas de incidência e de mortalidade do câncer de colo do útero e do câncer de mama no RS e nas regiões brasileiras entre 2010 e 2017 e correlacioná-las às medidas de IDH.

Mortalidade (SIM) do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados registros foram acessados na plataforma online do sistema de informação em junho de 2020 (ATLAS ON-LINE DE MORTALIDADE, 2020). O cálculo das taxas de mortalidade foi realizado através da divisão entre o número total de óbitos pelo CID de referência na unidade de análise no ano de análise e o número total de mulheres de todas as faixas etárias residentes na unidade de análises nesse mesmo período de análise (fórmula do cálculo apresentada abaixo). Esse cálculo é feito a cada 100 mil mulheres e seguiu as diretrizes dos Indicadores Básicos para Saúde no Brasil (OPAS, 2008).

[2] Métodos Trata-se de um estudo ecológico de base populacional, tendo o período analisado os anos de 2010 ao ano de 2017. As unidades de análise consideradas foram: unidades da federação, o estado do RS, as cinco macrorregiões brasileiras (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) e o Brasil. Para cada unidade de análise, foram considerados os seguintes desfechos: estimativa da taxa de incidência de câncer de colo do útero, estimativa da taxa de incidência do câncer de mama, taxa de mortalidade de câncer de colo do útero e taxa de mortalidade de câncer de mama. Como exposição, consideramos os seguintes indicadores de IDH: IDH de longevidade, IDH de renda, IDH de educação e IDH municipal. As estimativas das taxas de incidências de câncer de colo do útero e de câncer de mama foram obtidas através de dados publicados nos relatórios de estimativas de incidência de câncer no Brasil, produzidos bianualmente pelo INCA. Os relatórios foram acessados pelo website do INCA (https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/ numeros) no dia 20 de setembro de 2021. Para o presente estudo, foram utilizados dados dos relatórios referente aos anos de 2010-2011; 2012-2013; 2014-2015 e 20162017 (BRASIL, 2009; FACINA, 2011, 2014; INCA, 2016). Os relatórios do INCA estimam o número de casos novos de câncer para todas as unidades da federação (UF) e respectivas capitais pelo método proposto por estudo prévio (BLACK et al., 1997). Esse método permite obter a taxa de incidência de câncer para uma determinada região, multiplicando-se a taxa observada de mortalidade da região pela razão entre os valores de incidência e mortalidade da localidade onde exista o Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP). Para as análises presentes no relatório, os autores optam pela utilização da razão entre as taxas de incidência e mortalidade, obtida pelo quociente entre a taxa bruta da incidência e a taxa bruta da mortalidade. O total de óbitos por câncer de colo do útero e por câncer de mama entre os anos de 2010 e 2017 foi obtido através de consulta no Sistema de Informação sobre

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Estimativa da taxa de = mortalidade

Número total de óbitos pelo CID de referência na unidade e no ano de análise X 100 mil Número total de mulheres residentes na unidade e no período de análise

Foram utilizados o CID C53 (neoplasia maligna do colo do útero – Código Internacional de Doenças, décima revisão, (CID-10)) e o CID C50 (neoplasia maligna da mama – CID-10). As informações sobre a estimativa da população feminina residente no país e nas regiões brasileiras para os anos avaliados (2010 a 2017) foram obtidas através do sistema de informação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o último censo sendo o do ano de 2010 (IBGE, 2010). Para o estado do RS, utilizaram-se dados populacionais do domínio público referentes ao ano de 2018, disponibilizados pelo sistema de informações da Fundação de Economia e Estatística do RS (FEE, 2019). Os dados relativos ao IDH brasileiro e de cada unidade federativa foram obtidos através do Atlas de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea. Este atlas possui informações populacionais do período de 2011 a 2015, com a última atualização sendo a do ano de 2015. Devido ao fato de as estimativas de incidência de câncer serem analisadas a cada dois anos pelo INCA, foram utilizadas apenas as informações de IDH referentes aos anos de 2011, 2012 e 2014, a fim de estabelecer um paralelo temporal entre os indicadores. As variáveis de IDH utilizadas foram: IDH de longevidade (IDHL); IDH de renda (IDHR); IDH educação (IDHE) e IDH municipal (IDHM) (ATLAS BRASIL, 2018).

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Todas as fontes de dados utilizadas no presente estudo apresentavam os dados desejados, não havendo perdas nas análises realizadas. Os dados retirados dos sistemas e das fontes de dados foram tabulados em planilhas de Excel, e posteriormente transferidos para o programa Graphpad Prisma 8.4.2 para o Windows ® para as análises estatísticas e desenvolvimento dos gráficos. Para a análise das estimativas das taxas de incidência e de mortalidade de câncer de colo do útero e câncer de mama entre os anos de 2010 e 2017, será destacado o estado do RS, em comparação com as regiões brasileiras e o Brasil. Para as análises de correlação, serão utilizados os 27 estados brasileiros como unidade de análise, considerando os dados de IDH dos anos de 2011, 2012 e 2014. As estimativas de incidência e as taxas de mortalidade por câncer de colo do útero e por câncer de mama no RS, regiões brasileiras e Brasil foram analisadas de forma descritiva, e estão apresentadas em taxas a cada 100 mil habitantes mulheres. As correlações entre os indicadores de IDH e os indicadores de estimativa de incidência e mortalidade foram realizadas através do teste de correlação de Pearson considerando-se significativas as análises com p-valor ≤ 0,050. A força da correlação foi considerada de acordo com Schober, que considera as seguintes associações: 0,00 < r < 0,10: sem correlação; 0,10 < r < 0,40: correlação fraca; 0,4 < r < 0,70: correlação moderada; 0,70 < r < 0,90: correlação forte; 0,9 < r: correlação muito forte (SCHOBER; SCHWARTE, 2018). De acordo com a legislação atual, estudos que usam dados de domínio público sem identificação dos parti-

cipantes não necessitam ser submetidos para análise do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) ou Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). Desse modo o presente estudo contempla os padrões éticos previstos pela Resolução No. 466 de 2012 e No. 510 de 2016.

[3] Resultados A estimativa de incidência de câncer de colo do útero no RS no período de 2010/11 era de 21,53 casos por 100 mil mulheres, ficando acima das estimativas de incidência tanto do Brasil (18,47 casos por 100 mil mulheres) quanto das macrorregiões brasileiras, com exceção da região Norte (Figura 1). Ao longo do período analisado, o RS apresentou uma redução gradual dessa taxa e, no período de 2016/17, o estado já apresentava taxas de incidência de câncer de colo similares a média do país: RS com 15,14 casos por 100 mil mulheres e Brasil com 15,85 por 100 mil mulheres. Em 2016/17, somente a macrorregião Sudeste, com 11,3 casos por 100 mil mulheres, apresentou taxas de incidência menores que o RS. A região Centro-Oeste apresentou um expressivo aumento na taxa de incidência de câncer de colo do útero no período de 2012/13 em comparação com o período 2010/11: foi de 19,85 para 27,71 casos por 100 mil mulheres, representando um aumento de 40%. Na região Sudeste, por outro lado, foi observado um declínio de 30% na taxa de incidência de câncer de colo do útero entre os períodos de 2010/11 e 2016/17, indo de 16,44 para 11,3 casos por 100 mil mulheres.

FIGURA 1 Estimativa das taxas de incidência de Câncer de Colo do Útero no Brasil, nas macrorregiões brasileiras e no estado do Rio Grande do Sul por 100 mil mulheres durante 2010 – 2017

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Considerando os dados nacionais, foi verificado uma redução de 14,18% na incidência de câncer de colo do útero ao longo do período analisado, indo de 18,47 casos por 100 mil mulheres em 2010/11 para 15,85 casos a cada 100 mil mulheres em 2016/17. Em relação as taxas de incidência de câncer de mama no Rio Grande do Sul e nas regiões brasileiras, houve um aumento gradual das estimativas de incidência de câncer de mama no RS durante o período avaliado, indo de 81,57 casos por 100 mil mulheres em 2010/11 para 90,2 casos por 100 mil mulheres em 2016/17. Durante todo o período avaliado, o RS teve as taxas de estimativa de incidência 1,6 vezes maiores que a média brasileira (Figura 2). A região Norte apresentou as menores estimativas de incidências de câncer de mama em todo o período avaliado, seguido da região Nordeste. Já as regiões Sul e Sudeste tiveram suas taxas de estimativas razoavelmente estáveis durante todo o período avaliado, apresentando-se sempre acima das taxas nacionais. Considerando os dados gerais nacionais, foi constatado um aumento de 14,06% na incidência de câncer de mama ao longo do período analisado, indo de 42,27 casos por 100 mil mulheres em 2010/11 para 56,20 casos a cada 100 mil mulheres em 2016/17. Em relação aos dados de mortalidade de câncer de colo do útero, é possível verificar que as taxas no RS são bastante similares às apresentadas no país durante o período avaliado, com pequenas variações presentes. A região Norte apresentou as taxas mais elevadas durante todo o período analisado, sendo a média de estimativa

de mortalidade por câncer de colo do útero na região Norte 1,58 vezes maior que a média brasileira. As taxas da região Sudeste foram as menores durante todo o período analisado, sendo a média de estimativa de mortalidade por câncer de colo do útero na região Sudeste 0,5 vezes a estimativa de mortalidade por câncer de colo do útero apresentada na região Norte. Considerando os dados gerais nacionais, foi constatado um aumento de 20,47% na mortalidade de câncer de colo do útero ao longo do período analisado (Figura 3). No tocante aos dados de mortalidade de câncer de mama (Figura 4), verificou-se que as taxas no RS são superiores tanto às médias brasileiras quanto às médias das macrorregiões, com aproximadamente 21,08 casos por 100 mil mulheres durante o período observado. Entre as macrorregiões, a região Sul apresentou as maiores taxas no período analisado, com aproximadamente 17,69 casos por 100 mil mulheres. Considerando dados gerais nacionais, evidenciou-se um aumento de 23,82% na mortalidade de câncer de mama ao longo do período analisado.

[3.1] Associação entre as taxas de incidência e de mortalidade dos cânceres de colo do útero e de mama e os indicadores de IDH nos diferentes estados brasileiros A incidência de câncer de colo do útero apresentou uma correlação inversa fraca com IDHL (r= -0,312; p= 0,005), não apresentando correlações significativas com

FIGURA 2 Estimativa das taxas de incidência de Câncer de Mama no Brasil, nas macrorregiões brasileiras e no estado do Rio Grande do Sul por 100 mil mulheres durante 2010 – 2017

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FIGURA 3 Taxas de mortalidade por Câncer de Colo do Útero no Brasil, nas macrorregiões brasileiras e no estado do Rio Grande do Sul por 100 mil mulheres durante 2010 – 2017

FIGURA 4 Taxas de mortalidade por Câncer de Mama no Brasil, nas macrorregiões brasileiras e no estado do Rio Grande do Sul por 100 mil mulheres durante 2010 – 2017

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os demais indicadores de IDH. Também foram encontradas correlações inversas moderadas e fracas entre as taxas de mortalidade de câncer de colo do útero e IDHL (r= -0,414; p <0,001), IDHM (r= -0,377; p=0,001), IDHR (r= -0,366; p= 0,001) e IDHE (r= -0,297; p= 0,007); (Tabela 1). A estimativa de incidência de câncer de mama apresentou correlação direta moderada com IDHE (r= 0,526; p <0,001) e IDHM (r= 0,696; p <0,001), e forte com IDHL (r= 0,752; p <0,001) e IDHR (r= 0,708; p <0,001). Correlações significativas diretas também foram encontradas com intensidade moderada entre mortalidade de câncer de mama e IDHE (r= 0,445; p <0,001), IDHM (r= 0,620; p <0,001) e IDHR (r= 0,624; p <0,001). Uma correlação forte foi encontrada entre a mortalidade de câncer de mama e o IDHL (r= 0,712; p <0,001); (Tabela 1).

Nordeste e Centro-Oeste apresentaram um aumento no mesmo período. Em relação às taxas de mortalidade por câncer de colo do útero, pode-se observar um aumento progressivo no RS, seguindo uma tendência similar de crescimento às taxas de mortalidade nas regiões brasileiras e no Brasil. Em relação ao câncer de mama, foi observado um aumento gradual das estimativas de incidência no RS durante o período avaliado, ficando acima de todas as regiões do país durante os anos de análise. Além das altas estimativas de incidência, o RS também apresentou altas estimativas das taxas de mortalidade por câncer de mama, sendo estas superiores a todas as regiões brasileiras. Os dados encontrados no presente estudo vão ao encontro dos dados previamente reportados na literatura, que vem demonstrando um aumento nas incidências de câncer de mama em diversos locais, entre eles América Latina, Oriente Médio, região Norte Africana, região Sul Asiática, países caribenhos e Leste Europeu (CHEN et al., 2020). Entre as causas desse aumento, autores citam o aumento da expectativa de vida e a melhora ao acesso à saúde e as melhores condições globais de diagnóstico e tratamento, que estão diretamente relacionados aos indicadores de IDH. Nesse sentido, é de se esperar que

[4] Discussão No presente estudo, verificou-se uma redução das estimativas de incidência do câncer de colo do útero no RS durante o período avaliado, bem como nas regiões Sudeste e Sul do país. Em contrapartida, as estimativas de incidência de câncer de colo do útero nas regiões Norte,

247

Tabela 1. Correlações entre estimativas de incidência e mortalidade dos cânceres de colo do útero e de

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mama e os valores dos indicadores de IDH nos TABELA estados 1brasileiros para os anos de 2011, 2012 e 2014, a

249

partir da análise útero por correlação Pearson e de mamade e os valores (r). dos indicadores de IDH nos estados brasileiros para

Correlações entre estimativas de incidência e mortalidade dos cânceres de colo do os anos de 2011, 2012 e 2014, a partir da análise por correlação de Pearson (r)

250

251 252 253

Variável

(1)

(1) Incidência de câncer de colo do útero

1,000

(2)

(3)

(4)

(5)

(6)

(7)

(2) Incidência de câncer de mama

-0,125

1,000

(3) Mortalidade de câncer de colo do útero

0,456e

-0,421e

1,000

(4) Mortalidade de câncer de mama

-0,142

0,917e

-0,341e

1,000

(5) IDHEa

-0,086

0,526e

-0,297e

0,445e

1,000

(6) IDHLb

-0,312e

0,752e

-0,414e

0,712e

0,722e

1,000

(7) IDHRc

-0,081

0,708e

-0,366e

0,624e

0,843e

0,821e

1,000

(8) IDHMd

-0,153

0,696e

-0,377e

0,620e

0,937e

0,890e

0,957e

(8)

1,000

a) IDHE: Índice de Desenvolvimento Humano – Educação; b) IDHL: Índice de Desenvolvimento Humano –Longevidade; c) IDHR: Índice de Desenvolvimento Humano – Renda; IDHM: d) Índice de Desenvolvimento Humano Municipal; e) Correlações com o p < 0,050.

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[4] DISCUSSÃO

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No presente estudo, verificou-se uma NUTRIÇÃO reduçãoE ALIMENTOS das estimativas do 2023 câncer de colo do INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE EM SAÚDE, | V. 3 de - Nº incidência 2 | DEZEMBRO

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útero no RS durante o período avaliado, bem como nas regiões Sudeste e Sul do país. Em contrapartida, as


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regiões com indicadores apontando piores condições de renda, educação e longevidade apresentem índices maiores de mortalidade por câncer de mama. Já em relação a variação da incidência de câncer de colo do útero nos últimos anos, estudos relatam alta heterogeneidade entre os países, podendo variar de menos de 2 a 75 casos a cada 100 mil mulheres, com a mortalidade desse tipo de câncer sendo mais expressiva em países menos desenvolvidos, particularmente aqueles localizados na África Subsaariana e na região do Sudeste Asiático (ARBYN et al., 2020 ZHANG et al., 2020). As variações temporais das taxas de incidência de câncer de colo do útero e de câncer de mama apresentaram correlações diferentes com os IDHs. Para o câncer de colo do útero, as taxas foram inversamente proporcionais aos IDHs, indicando que quanto menor são os indicadores de desenvolvimento nas regiões, maiores são as taxas de incidência do câncer de colo do útero. Uma explicação provável é o fato de o câncer de colo do útero estar relacionado a infecções pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), uma infecção sexualmente transmissível (IST), que possui importante conexão com vulnerabilidade social. Nesse sentido, em regiões de menor renda e maior vulnerabilidade social, espera-se que o câncer de colo do útero seja mais incidente, e consequentemente apresente maior mortalidade (KARADAG ARLI; BAKAN; ASLAN, 2019). Além disso, o exame de Papanicolau tende a ter pior cobertura e pior qualidade em certos locais, fazendo com que, em locais com piores IDHs, os casos sejam detectados muitas vezes em fases avançadas da doença, com menores chances de cura (MARTÍNEZ-MESA et al., 2013). Por outro lado, as taxas de incidência de câncer de mama foram diretamente correlacionadas com os indicadores de IDH, o que significa que quanto maior os indicadores de desenvolvimento, maior são as taxas de incidência de câncer de mama. Este resultado pode ser explicado pelo fato de o câncer de mama ser uma doença relacionada à maior expectativa de vida e ao número de anos de exposição ao estrogênio (HORN et al., 2013). Em contrapartida do maior número de casos incidentes, espera-se que regiões mais desenvolvidas consigam detectar mais precocemente a doença e ofereçam melhores condições de tratamento e acesso à saúde, diminuindo a mortalidade. Em relação ao estado do RS e a região Sul do país, estudos anteriores já haviam verificado que vem ocorrendo um aumento gradual das taxas de mortalidade por câncer de mama desde a década de 80 (FREITAS et al., 2012; GONÇALVES et al., 2007). Comparações dos indicadores de câncer de colo do útero entre o RS e outras regiões brasileiras são mais escassas na literatura, com dados sugerindo que existe uma tendência de declínio na mortalidade por câncer de colo do útero nos estados da região Sul desde 1981, incluindo a análise entre as capitais e as cidades do interior (E SILVA et al., 2010). De forma geral, este estudo sugere que o RS

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apresenta um perfil de estimativas de incidências e de taxas de mortalidade de câncer de colo do útero e câncer de mama diferenciado das demais regiões brasileiras, incluindo da região Sul, do qual o estado faz parte. O estado tem números muito elevados desses tipos de câncer, especialmente o câncer de mama. Como visto nos resultados, é provável que essas diferenças estejam associadas ao alto IDH do RS. Entretanto, é importante ressaltar que outros fatores, além do IDH, podem estar associados com essas disparidades. Entre outros fatores já ressaltados na literatura, encontram-se: acessos diferenciados ao sistema de saúde, organização da rede de assistência, notificação dos casos e disparidades nos sistemas de informações, falta de recursos humanos e financeiros, entre outros (WALSH et al., 2014). Ainda, cabe ressaltar que o desenvolvimento do câncer é um processo multifatorial, envolvendo tanto fatores genéticos (predisposição genética, interação entre genes e mutações celulares) quanto comportamentais (dieta, uso e exposição a substância carcinogênicas, obesidade, sedentarismo, entre outros)​(STEIN; COLDITZ, 2004; WU et al., 2018)​. Para os cânceres de colo e de mama, existem fatores de risco relacionados que vem sendo cada vez mais prevalentes com a urbanização e o desenvolvimento do país, particularmente em estados com IDHs considerados elevados, incluindo dietas com maior consumo de carne, gordura, açúcar e alimentos processados, aumento do uso de tabaco, obesidade e sedentarismo ​(BRAY; MCCARRON; PARKIN, 2004; DE MORAIS et al., 2022; ŁUKASIEWICZ et al., 2021; UAUY; MONTEIRO, 2004; VALE et al., 2019)​. Apesar da maioria das variações temporais apresentadas para os indicadores dos cânceres de colo do útero e de mama serem moderadas no período avaliado dentro deste estudo, algumas exceções foram encontradas. O aumento drástico da incidência do câncer de colo de útero no Centro-Oeste entre 2010/11 e 2012/13, por exemplo, ainda não apresenta causa conhecida. Uma das hipóteses seria que o aumento pudesse ter sido ocasionado pela alteração dos CIDs, onde o CID C55 (neoplasia maligna do útero, porção não especificada) juntou-se ao CID C53 (câncer do colo do útero) no biênio 2011/2012. Nesse sentido, cabe salientar que alterações na detecção e na notificação de patologias influenciam diretamente nos registros disponibilizados pelos sistemas de informação, o que podem impactar nos resultados apontados em estudos ecológicos. Além dos indicadores de incidência e mortalidade, outros indicadores como o acesso aos testes de rastreamento, acesso aos sistemas de saúde, número de profissionais de saúde por habitantes, entre outros, também parecem variar de acordo com variáveis sociodemográficas da população brasileira (CABRAL et al., 2019; THEME FILHA et al., 2016). Nesse sentido, é necessário que tenhamos uma visão ampla e complexa de todo o cenário socioeconômico, cultural e ambien-

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tal das diferentes regiões do Brasil, a fim de ter uma compreensão acurada das alterações temporais dos indicadores de câncer de colo do útero e câncer de mama no país. Ainda, é preciso que ter cautela na leitura e interpretação dos indicadores gerados nos sistemas de informação nos quais os dados para esse estudo foram coletados. O fato de estarmos lidando com estimativas, há possibilidade de subnotificações em regiões menos desenvolvidas e a desatualização de alguns dados populacionais utilizados nesse estudo.

BRASIL. Estimativa 2010: incidência de câncer no Brasil. [S. l.: s. n.], 2009. BRAY, Freddie et al. Global cancer transitions according to the Human Development Index (2008-2030): A population-based study. The Lancet Oncology, [s. l.], v. 13, n. 8, p. 790–801, 2012.

[5] Considerações finais Por se tratar de um estudo ecológico, existem limitações metodológicas que precisam ser consideradas neste estudo. Além da possibilidade de subnotificação, as medidas podem apresentar erros de diagnóstico e diferenças metodológicas nas diferentes regiões e estados. Ainda, não podemos garantir a presença das associações a nível individual. Apesar das limitações deste estudo, ele permite a análise dos dados de estimativas incidência e taxas de mortalidade de câncer de colo do útero e câncer de mama no RS, em comparação com as demais regiões, permitindo concluir que indicadores do IDH estão correlacionados, em graus diferentes, com a incidência e mortalidade dos dois tipos de cânceres no país. Assim, os achados apresentados neste estudo corroboram o modelo de determinantes sociais em saúde, apontando para a importância de políticas de desenvolvimento econômico e social para o enfrentamento de problemas em saúde da mulher. Nesse sentido, para diminuirmos a incidência e a mortalidade dos dois tipos de câncer mais prevalentes da população feminina, assim como ocorre com outros diversos problemas de saúde pública, é preciso reduzir as disparidades sociais e melhorar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde pública no Brasil.

​​BRAY, F.; MCCARRON, P.; PARKIN, D. M. The changing global patterns of female breast cancer incidence and mortality. Breast Cancer Research, [s. l.], v. 6, n. 6, p. 229, 2004. CABRAL, Ana Lúcia Lobo Vianna et al. Social vulnerability and breast cancer: Differentials in the interval between diagnosis and treatment of women with different sociodemographic profiles. Ciencia e Saude Coletiva, [s. l.], v. 24, n. 2, p. 613–622, 2019. CHEN, Zhilin et al. Trends of female and male breast cancer incidence at the global, regional, and national levels, 1990–2017. Breast Cancer Research and Treatment, [s. l.], v. 180, n. 2, p. 481–490, 2020. COMISSÃO NACIONAL SOBRE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE (CNDSS). As causas sociais das iniqüidades em saúde no Brasil: Relatório final. [s. l.], 2008. DE MORAIS, É. A. H. et al. Fatores individuais e contextuais associados ao tabagismo em adultos jovens brasileiros. Ciência & Saúde Coletiva, [s. l.], v. 27, n. 6, p. 2349–2362, 2022. E SILVA, Gulnar Azevedo et al. Evolução da mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil, 1981-2006. Cadernos de Saude Publica, [s. l.], v. 26, n. 12, p. 2399–2407, 2010.

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ATLAS ON-LINE DE MORTALIDADE. 2020.

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