Empresário | Acib - CDL - Intersindical - Sindilojas - Ed. 02

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Ano I nº 02 Junho 2007

TECNOLOGIA NA TERRA, NO MAR E NO AR Empresa blumenauense fornece soluções eletrônicas para uso industrial e naval

Dieter Claus Pfuetzenreiter e Mauro Celso Alvise, sócios da Projetech/ProVolt

Entrevista:

Ulrich Kuhn analisa o futuro da Texfair e o setor têxtil




EDITORIAL

Cobrança

e acompanhamento Gilberto Viegas

Governador Luiz Henrique da Silveira discursa durante a derimônea de posse da Diretoria A cerimônia de posse dos novos diretores e conselheiros da Associação Empresarial de Blumenau (Acib) foi marcada pelo comprometimento com a melhoria da infra-estrutura viária de nossa cidade. Estado e Município assinaram convênio para asfaltar e reurbanizar mais de 20 importantes ruas de Blumenau. Além disso, o governador Luiz Henrique da Silveira se comprometeu em incluir no BID-5 as obras da nova SC-474 (prolongamento da Via Expressa) e das ligações Blumenau-Guabiruba e Blumenau-Luis Alves. O compromisso assumido pelo governador durante seu discurso veio minutos depois do presidente reempossado, Ricardo Stodieck, solicitar a inclusão dessas obras no programa financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento. Essa velocidade nas tomadas de decisão por parte de nossos governantes é determinante para a criação de novas possibilidades de desenvolvimento em Blumenau, principalmente no que diz respeito à infra-estrutura necessária para aumentar o potencial produtivo de nossas empresas e atrair novos investimentos nos diferentes setores de nossa economia. Obras como a da nova rodovia SC-474 são fundamentais no planejamento urbano de uma cidade. Nos próximos anos, o crescimento populacional projetado para a região Norte de Blumenau é bem maior que em outras regiões, caracterizando as Itoupavas como um pólo de desenvolvimento estratégico. A preocupação com a infra-estrutura vem em boa hora. A nova rodovia deve ser construída no mesmo sentido da atual Guilherme Jensen e Rua Gustavo Zimmermann e vai facilitar o acesso à cidade a partir do Norte do Estado. Outra vantagem é a proximidade com a BR-470, que deve ser duplicada nos próximos anos com recursos previstos no PAC. O crescimento da região Norte parece irreversível e cabe à sociedade organizada cobrar um crescimento planejado e estruturado. Nós, empreendedores blumenauenses, cumprimos mais uma vez nossa tarefa. Alertamos para a necessidade de investimentos na infra-estrutura da cidade e cobramos, com sucesso, obras como as citadas anteriormente e o viaduto do Trevo da Mafisa, que está sob responsabilidade do governo federal. A partir de agora, cabe a nós o acompanhamento necessário para que os projetos anunciados não sofram com entraves burocráticos ou interesses políticos partidários, tarefa que receberá atenção redobrada em ano eleitoral. A Acib convoca toda a comunidade para que acompanhe sistematicamente os projetos que devem alavancar o desenvolvimento econômico de Blumenau. A Diretoria 04



SUMÁRIO

Fotos: Luis C. Kriewall Filho

OS 85 ANOS DA ALTENBURG

A tradicional empresa têxtil do setor cama terá unidade fabril no Nordeste

26 UM PRESENTE PARA O COMÉRCIO DE BLUMENAU

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AÇÃO EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE

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Rigesa reutiliza 70% da água gasta no processo industrial

Na posse da diretoria, CDL inaugura a Casa do Comércio

08 Agenda 10 Software gratuito para pequenas empresas 18 Entrevista: Ulrich Kuhn 22 Rolf Hartmann é destaque em contabilidade 24 A evolução do Código Tributário Municipal

JORNALISTA RESPONSÁVEL Luiz Mund – 189 JP (MTb/SC)

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30 Comissão acompanhou obra do novo hospital

34 Artigo: A difícil arte de liderar 36 Noticiário Acib 42 Memória: Frederico Guilherme Busch

EDITOR EXECUTIVO Sidnei dos Santos - 1198 JP (MTb/SC) EDITOR ASSISTENTE Fábio Ricardo de Oliveira REPORTAGENS Fábio Ricardo de Oliveira, Gisele Scopel, Sidnei dos Santos e Francisco Fresard (Institucional) DIRETOR DE ARTE Ricardo Augusto Kühl FOTO DE CAPA Flesh Catálogos - 47 3340.4400 PRODUÇÃO FOTO DE CAPA Eduardo Kottmann PARA ANUNCIAR comercial@mundieditora.com.br 47 3035.5500


Ricardo Silva/PhotusPress

TECNOLOGIA QUE SINGRA OS MARES A blumenauense Projetech/ProVolt produz soluções eletrônicas para os setores naval, industrial e de energia alternativa

Conselho Editorial Avelino Lombardi Carlos Tavares D’Amaral Charles Schwanke Francisco Fresard Hans Dieter Didjurgeit Luiz Mund Marilda Steil e Ricardo Stodieck Rubens Olbrisch

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Diretoria Presidente: Ricardo Stodieck / Vice-presidente: Carlos Tavares D’Amaral / Administrativo e Financeiro: Manfredo Krieck / Assuntos da Indústria: Carlos Odebrecht / Assuntos de Comércio e Turismo: Bruno Nebelung / Assuntos de Desenvolvimento e Planejamento Urbano: Jorge Rodacki / Assuntos de Prestação de Serviços: Maria Denise Ribeiro Ern / Assuntos da Pequena e Micro Empresa: Haida Leny Siegle / Assuntos Comunitários: Solange Rejane Schröder / Núcleos e Câmaras: Avelino Lombardi / Assuntos Ambientais e de Energia: Marcos Inácio Ruediger / Assuntos Internacionais: Ido José Steiner / Relações Institucionais: Ronaldo Baumgarten Jr / Assuntos da Saúde: Mauro Sergio Kreibich / Assuntos Tecnológicos: Ingo Tiergarten


AGENDA

Habitação ganha força com

unificação de feira

Dois importantes eventos foram unificados para fortalecer o setor e atrair expositores e visitantes. Neste ano, a Feira Nacional das Tecnologias da Construção e Habitação (Fenahabit) vai incorporar a Feira Nacional de Habitação e Construção (Habitacon). A união dos eventos deve ser a responsável pelo crescimento esperado pelos organizadores no volume de negócios gerado e no número de empresas participantes e público visitante. Segundo Júlio César de Oliveira, da Via Ápia Eventos, a Fenahabit deve gerar R$ 25 milhões e atrair mais de 400 marcas, 170 expositores e 25 mil visitantes de todo o País. Em 2006, foram gerados R$ 10 milhões, com 98 empresas expositoras e público visitante de 21 mil pessoas. Além da unificação das feiras, outros aspectos devem provocar o crescimento da Fenahabit. O alto índice de satisfação, demonstrada pelo Instituto de Pesquisa, Assessoria e Consultoria (Ipac), e o novo Parque Vila Germânica são os mais importantes. “Os expositores, especialmente

de outros estados, estão muito satisfeitos com o novo espaço oferecido”, diz Júlio César de Oliveira, referindo-se ao Parque Vila Germânica, que recém-completou um ano de atividades e já sediou mais de 70 eventos.

JUNHO

3ª Fenahabit – Feira Nacional das Tecnologias da Construção e Habitação

Dias 26 - Café de Negócios com a palestra “Lei Geral das MPEs - SuperSimples”, com Solange Rejane Schröder, especialista em Contabilidade Tributária. Organizador: Conselho dos Núcleos Local: Acib (Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar, sala 805)

Data: 27 de junho a 1º de julho de 2007

JULHO

Horários: Dia 27, das 16h às 22h Dia 28 e 29, das 14h às 22h Dia 30, das 10h às 22h Dia 1º, das 10h às 20h

Dia 1º - 2º Encontro de Integração dos Núcleos Setoriais da Acib Local: AD Hering Organizador: Conselho dos Núcleos Informações: (47) 3326-1230

Local: Setor 1 — Centro de Eventos Parque Vila Germânica Rua Alberto Stein, 199 – Bairro da Velha – Blumenau (SC)

Dia 9, às 19h - Palestra: Santa Catarina Moda Contemporânea, com Cristiano Buerger, diretor da Tecnoblu Local: Acib (Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar) Organizador: Acib Jovem Informações: (47) 3326-1230

Serviço

Informações: www.fenahabit.com.br

Divulgação

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Informática

Impulso

às micro e pequenas

Colaborar com a inclusão digital das micro e pequenas empresas e, conseqüentemente, oferecer uma ferramenta importante para que estas empresas se mantenham no mercado. Com este objetivo, a WK Sistemas disponibiliza gratuitamente desde maio uma versão compacta de um software para gerenciamento de empresas. O mini-radar empresarial traz no menu as ferramentas essenciais para gerir o negócio, como controle de estoque e gerenciamento financeiro. O diretor de marketing da WK Sistemas, Estanislau Mário Balzan (foto), explica que o público alvo deste projeto é forma-

do principalmente pelos novos empreendimentos que não dispõem de recursos para investir em software. “Seguimos uma filosofia de responsabilidade social, por isso decidimos colaborar para o desenvolvimento destas empresas”, afirma Balzan. O diretor de marketing observa que a empresa que faz o download do programa está isenta de qualquer custo. “Só cobramos se a empresa precisar de serviços de manutenção ou suporte técnico”, diz o empresário. O software pode ser “baixado” dos sites www.erplitefree.com.br, www.wksistemas.com.br ou em sites de busca como www.superdowload.com.br e www.baixaki.com.br. Basta a empresa ter acesso à internet para conseguir copiar o progra-

ma. Depois disso, de posse do CNPJ da empresa, é preciso preencher um cadastro também disponível na internet. Disponível desde o início de maio, no dia 31 do mesmo mês 1.487 downloads já haviam sido feitos. Para evitar que os usuários do software necessitem de serviços de suporte técnico, a empresa também disponibiliza no site do programa explicações passo a passo do processo e vídeos-aula, que podem ser “baixados” para estudo. A WK Sistemas, que produz softwares para gerenciamento empresarial para clientes de todo o País, desde novembro disponibilizou três profissionais exclusivamente para trabalhar na criação e disponibilização do ERP Lite Free. Ricardo Silva/PhotusPress

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Características Agilidade no atendimento, gerando maior satisfação Condução das atividades da empresa dentro de rotinas administrativas utilizadas por grandes corporações de forma simples e prática, auxiliando no desenvolvimento do negócio e aumentando a produtividade sem a necessidade de investimentos

FUNCIONALIDADES Controle de contas a receber, vencimentos, recebidos, abertos, atrasados, estado, município ou categoria do cliente Contas a pagar por fornecedor/cedente, vencimentos, recebidos, abertos, atrasados, estado, município ou categoria. Fluxo de caixa diário, semanal, mensal sobre qualquer período

Controle de atividades dos departamentos financeiro, faturamento e estoques, com possibilidade de acompanhamento através de relatórios e consultas rápidas Integrações on-line entre as rotinas operacionais de vendas, contas a receber e estoques

Análise financeira de clientes e fornecedores Controle de pagamentos, recebimentos, caixa, contas bancárias, depósitos, aplicações e transferências Controle de adiantamento a clientes e fornecedores

Organização e padronização de rotinas administrativas e processos em relação à política comercial e financeira Maior controle de clientes, permitindo análise e identificação das melhores contas Maximização de resultados através de segurança e precisão nas informações de contas a pagar, receber, estoques e faturas Redução de possibilidades de desvios de mercadorias, beneficiamento próprio ou má-conduta administrativa Registro de informações que permitem futuras análises históricas por período ou total Maior rapidez e precisão em busca de informações sobre clientes, fornecedores, produtos ou serviços Os dados do ERP Lite Free são compatíveis com o Radar Empresarial, uma completa solução em gestão empresarial desenvolvida pela WK Sistemas. Desta forma, quando crescer e precisar de uma solução mais ampla, a empresa será beneficiada na aquisição da solução completa

Controle de pedidos de venda, por atendimentos, pendências, liberações totais ou parciais Controle de pedidos de vendas de mercadorias, serviços e produtos próprios e faturamento de pedidos liberados Sugestões de alíquotas de ICMS e IPI, ISS, INSS, IRRF, PIS, Cofins, CSLL automáticos na emissão da nota fiscal Layouts para emissão de notas fiscais configuráveis de acordo com o formulário de cada empresa Relatórios de controle de faturamento por cliente, estado, município, categoria de cliente Controle de entradas e saídas de estoque com cálculos de custo médio e inventário automáticos Controle de estoque por local de estocagem Relatórios de controle por produto, classes de produtos, fornecedores, clientes, por período 11


Informática

de mercado no ioneirismo P

Fundada em 1984, a WK Sistemas foi pioneira na criação de uma tecnologia própria para a área contábil, desenvolvendo o primeiro software brasileiro com janelas sobrepostas. A empresa conta com uma rede de mais de 100 revendas em todo o País, fornecendo soluções corporativas para as áreas de indústria, comércio e serviços para mais de 72 mil usuários. A empresa foi fundada por ex-funcionários da Cetil, um birô de serviços de informática para empresas e prefeituras. Desde a fundação, explica o diretor de marketing Estanislau Mário Balzan, se idealizou trabalhar com microcomputadores que ainda estavam chegando no Brasil. Especializada em sistemas para empresas de micro, pequeno e médio portes, a WK foi protagonista de algumas das principais revoluções vividas pelo setor de 12

software

informática e deixou sua marca tanto em inovações tecnológicas quanto na formulação de novos métodos de comercialização. Um recente estudo do BNDES mostra que a empresa responde por 2,4% do mercado brasileiro de ERPs para pequenas empresas. Para oferecer um atendimento personalizado, a WK conta com a parceria de mais de 100 revendas em todo o Brasil, proporcionando a estes profissionais certificação e atualização constante, para qualificá-los e oferecer excelência em suporte, treinamento, implantação, levantamento de necessidades e desenvolvimento de relatórios específicos. A empresa desenvolveu um sistema de gestão empresarial com uma estrutura modular, dentro da mais alta tecnologia em desenvolvimento de sistemas na atu-

Fotos: Ricardo Silva/PhotusPress

alidade. “É uma solução eficiente, segura e flexível, de última geração tecnológica, que se adapta facilmente às mais diversas áreas de atuação”, diz Balzan. “A utilização de tecnologia de ponta e a qualidade dos sistemas para contabilidade nos deram projeção nacional. Nossos produtos foram premiados pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet (Assespro)”. O principal produto da WK Sistemas é o Radar Empresarial, um sistema desenvolvido em estrutura modular, processamento distribuído e cliente/servidor, tudo aliado aos recursos da internet. A WK Sistemas fornece softwares de gestão empresarial para empresas de diversos portes e ramos de atividade. A equipe, formada principalmente pelo pessoal de desenvolvimento de produtos, conta com 70 profissionais



Empreendedorismo

Tecnologia

que singra os mares

Da observação das necessidades do mercado nacional, quando prestavam estágio do curso técnico de eletrônica, os hoje sócios Dieter Claus Pfuetzenreiter e Mauro Celso Alvise criaram a Projetech. A empresa fabrica, com a marca ProVolt, soluções eletrônicas para navegação, indústria e energia alternativa. Tendo na carta de clientes empresas e órgãos importantes como a Petrobras e a Marinha do Brasil, a Projetech/ ProVolt é cada vez mais atuante no mercado naval. Atualmente, a empresa negocia o fornecimento de equipamentos para 32 navios.

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Para a indústria naval, a empresa produz equipamentos como painéis de luzes para navegação e sinalização, alarmes, níveis e retificadores, inclusive retificador de partida de aeronave (para os helicópteros da Marinha). Entre os equipamentos para uso industrial estão os inversores de freqüência, retificadores e carregadores. A empresa deve iniciar também a produção de no break. E, para auxiliar a utilização de energias alternativas, a Projetech/ProVolt desenvolve e fabrica incursores estáticos para a conversão de energia solar e eólica em energia elétrica utilizável. Estes produtos começaram a ser produzidos para o programa “Luz para todos”, do governo federal, mas já estão disponíveis para o mercado em geral. Pode-se dizer que os incursores estáticos ProVolt representam uma revolução no mercado nacional. Até a entrada da empresa blumenauense na área, todos os equipamentos deste tipo no Brasil eram importados. Visão de oportunidade Gerar mudanças positivas no mercado não é exatamente uma novidade para a dupla de empresários. A Projetech nasceu quando ambos concluíam o curso de técnico em eletrônica no Cedup Hermann Hering. “Durante estágio na Hering, percebemos que não havia inversores de freqüência, todos usavam corrente contínua”, explica Dieter. A dupla se interessou pelo fato e começou a desenvolver os conversores para usar em máquinas de costura.

Dois anos depois, em 1988, passaram a dedicar-se exclusivamente à própria empresa. Hoje, o mercado naval é o carro-chefe da empresa, que tem negócios em quase todo o País. “Só não vendemos para Amapá, Roraima e Tocantins”, conta o diretor comercial, Dieter Claus Pfuetzenreiter. A participação em uma feira em São Paulo rendeu à empresa importantes contatos com clientes em potencial de outros países da América do Sul, mas, por enquanto, as exportações são em pequena escala e apenas para a Argentina. Em março, a empresa foi homologada pela Petrobras e já forneceu equipamentos para as unidades de Aracajú (SE) e Macaé (RJ). No mercado naval, a atuação é voltada para embarcações de grande porte, como navios e rebocadores, mas a empresa já inicia estratégia para ganhar também o mercado de lanchas e iates. O fornecimento para a Marinha começou através de um estaleiro, mas hoje a empresa faz vendas diretas. Entre outros contratos, forneceu a linha completa para cinco navios caça-minas ancorados na Bahia e está negociando a participação na renovação dos conversores do único porta-aviões brasileiro, comprado há alguns anos da França. Os sinais são claros de que os negócios vão bem neste setor. A empresa negocia o fornecimento de equipamentos para 32 embarcações. A Projetech/ProVolt fornece para navios e rebocadores em em Santa Catarina, Rio de Janeiro e Amazônia, onde tem exclusividade.

Montagem das placas dos equipamento requer perícia Fotos: Ricardo Silva/PhotusPress

Das pequenas peças na linha de montagem saem os equipamentos para a Marinha do Brasil 15


Empreendedorismo

Qualificação Ter um corpo técnico qualificado e processos produtivos dentro de normas de gestão da qualidade é indispensável para que empresas se mantenham no mercado nos dias de hoje. Para quem trabalha com alta tecnologia, então, estes requisitos são ainda mais importantes. Exemplo disso foi a homologação da Projetech/ProVolt pela Petrobras. A empresa blumenauense só faz parte da carteira de fornecedores da maior empresa brasileira porque é certificada em gestão da qualidade com o selo ISO 9000. E esta é uma preocupação constante na empresa que mantém 25 colaboradores e desenvolve e produz cerca de 300 equipamentos por mês. Este trabalho exige pesquisa, desenvolvimento e busca pela inovação. Desde a fase de projeto, passando pela produção do equipamento e pelo desenvolvimento do software, todas são feitas dentro da empresa. Para isso, a empresa investe na formação da equipe internamente. Custeia integralmente o Ensino Médio dos colaboradores e 50% das mensalidades dos cursos superiores em áreas afins. Com isso, 40% dos funcionários têm curso superior. Como resultado, além da conquista e expansão do mercado, a empresa ficou entre as três finalistas do Prêmio Talento Empreendedor, do Sebrae, e recebeu, em 2005, o Prêmio Gustav Salinger, da Acib Jovem

PERFIL Empresa: Projetch/ProVolt Atividade: Produtos para solução eletrônica Postos de trabalho: 25 Produção: 300 equipamentos/mês Faturamento: R$ 2 milhões em 2006

Qualificação profissional é uma das preocupações da empresa Fotos: Ricardo Silva/PhotusPress

Colaboradores têm custeio do ensino médio e de metade das mensalidades de cursos superiores 16



Entrevista: Ulrich Kuhn, presidente do Sintex

Ulrich

Kuhn Ricardo Silva/PhotusPress

O empresário Ulrich Kuhn, presidente do Sintex e realizador da Texfair, está satisfeito com os resultados que a feira vem apresentando. A demanda é tão grande que já está sendo discutida rachar a feira em duas edições anuais, a partir de 2009. Em entrevista à Revista Empresário Acib, Kuhn tece críticas à rede hoteleira blumenauense e aos problemas de infra-estrutura que a cidade apresenta ao abrigar um evento deste porte e comenta a atual situação econômica que vive o setor têxtil de Blumenau.

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“Ou nós renascemos o Ciefe, OU A

Vila Germânica cresce”

Empresário Acib: Qual o balanço da Texfair desse ano? Ulrich Kuhn: Nunca teve isso de balanço, de resultado. Existe essa mania desde o passado de se falar em números, mas, ou inventam, ou não é verdade. Então nós nos acostumamos a não trabalhar com números, o que vale é a sensação quanto à satisfação, tanto do expositor quanto dos visitantes. E essa sim foi ótima. EA: O frio ajudou? Ulrich Kuhn: O frio ajudou muito, apesar de ser uma feira de lançamentos de primavera-verão. Algumas pessoas então se perguntam: mas como o frio ajudou? É que o lojista está feliz que a loja dele está vendendo, pois tem frio. Então, o clima da feira esteve muito bom. EA: Os compradores e expositores elogiaram a feira como um todo? Ulrich Kuhn: Você nunca contenta 100% das pessoas, mas com relação à feira em si, não há discussão. Esta é a oitava edição e ela vem crescendo, quanto a isso, não há nenhum obstáculo. A grande contestação é a infra-estrutura, é a rede de hotéis, é estacionamento, é falta de aviões. É a logística em cima do processo que deixa o pessoal, muitas vezes, até sentido, fazendo afirmações de que a feira fica cada vez melhor, mas o estacionamento é cada vez pior, a logística é cada vez pior, os hotéis ficam cada vez piores, as acomodações ficam cada vez piores. EA: O Parque Vila Germânica ainda suporta a Texfair? Ulrich Kuhn: O Parque Vila Germânica é um desafio em potencial. Em algum momento vamos precisar de mais área no Parque Vila Germânica. Ou nós renascemos o Ciefe, ou a Vila Germânica cresce. A qualidade aumentou a demanda. Quan-

do nós tínhamos a Proeb, a coisa era mais acanhada, agora a demanda e as oportunidades são novas. Cada vez mais as pessoas querem fazer coisas em Blumenau. Acontecem na Vila Germânica eventos que não deveriam estar lá, como congressos, olimpíadas, coisas que não são seguidas ano a ano e interrompem os eventos anuais. EA: Estes outros eventos atrapalham a Texfair? Ulrich Kuhn: A gente está discutindo a possibilidade de abrir a feira, dividir em duas edições anuais. Só que esta possibilidade também está presa a datas e a gente vê que em eventuais datas possíveis para 2008 não há lugar na Vila Germânica, e por coisas para as quais a Vila Germânica não foi concebida. Ou se constrói uma outra Vila Germânica, ou uma maior, ou uma outra área para este tipo de coisa, como olimpíadas, congressos, jornadas universitárias, coisas que não acontecem todo ano. Isso hoje atrapalha. Nós não podemos discutir a ampliação da Texfair para 2008, só para 2009. Para 2008 não há espaço nas datas que são necessárias, pois está sendo ocupado por eventos que não geram um movimento econômico tão forte quanto uma feira. São coisas mais locais, coisas que não trazem o turista de negócios, não são multiplicadores de economia. A Texfair é a realidade econômica mais importante de Blumenau dentro da atividade de eventos, maior que a Oktoberfest, maior que a Febratex. EA: Já se iniciou a discussão sobre a divisão? Ulrich Kuhn: Estamos começando a discutir se separa, não separa, o que se faz. Mas o problema é que nós já entramos na reunião sabendo que a discussão é válida somente para 2009, pois a Vila Germânica não tem condições de abrigar as duas feiras ano que vem, nas datas que são viáveis.

Em algum momento, a Vila Germânica tem que crescer, ou avança o projeto do Ciefe. Também tem que crescer na infraestrutura de estacionamentos e na rede hoteleira. EA: Essa falta de estrutura atrapalha o planejamento de duplicação da Texfair? Ulrich Kuhn: Em um primeiro momento, ela pode até facilitar. Tem gente que acha que a gente está discutindo a separação por causa dos hotéis, mas não tem nada a ver. Em um primeiro momento, pode parecer isso, porque você tem uma pressão um pouco menor, você não sai de uma divisão, com duas feiras e mais a construção dos anexos. Você sai lotando os três pavilhões, mas a pressão é um pouco menor. Mas isso só no início. Quanto mais feiras a gente fizer, a gente vai multiplicar os problemas, se não melhorar a infra-estrutura. EA: O que melhorou nestas oito edições da feira em termos de infraestrutura? Ulrich Kuhn: Uma coisa em que Blumenau melhorou muito nestes últimos anos é a questão de restaurantes. Claro que ainda tem fila no horário de pico, mas esse processo evoluiu muito mais do que a rede hoteleira. Não se ouve mais resposta negativa sobre os restaurantes. Esse processo melhorou pela própria iniciativa do pessoal dos restaurantes, que investiu e cresceu. E temos horizontes de melhorias pela frente. Temos o horizonte do Quero-Quero pela frente, tem a duplicação da BR-470 pela frente, mais cedo ou mais tarde a aviação brasileira vai estar melhor do que ela está hoje. São coisas que a gente sabe que uma hora vão acontecer, a frustração é que nos hotéis a gente não está enxergando isso. Essa é a avaliação do visitante, não é a minha.

A Texfair é a realidade econômica mais importante de Blumenau dentro da atividade de eventos, maior que a Oktoberfest , maior que a Febratex 19


Entrevista: Ulrich Kuhn, presidente do Sintex

A informalidade, o contrabando, a baixa do dólar e a concorrência exterior, como os chineses, são as maiores causas do mau momento das exportações do setor têxtil Ricardo Silva/PhotusPress

Então tem que estudar as melhores datas para os eventos. Tem que avaliar muito bem a qualidade dos expositores, pois é daí que vem a qualidade da Texfair. E essa filosofia tem que ser mantida para as duas feiras. Quando você tem demanda demais, você dá oportunidade para outras regiões do país fazerem suas feiras também. Mas se você conseguir atestar o crescimento e não dar margem para este tipo de coisa, é melhor. Com a impossibilidade de fazer em 2008, por falta de data, vamos trabalhar o projeto com toda a segurança, todo o cuidado. Este é o caminho natural e disso não tenho dúvidas. Diria até que é um caminho sem volta. Agora, quando, como e de que forma, isso ainda são perguntas em aberto. EA: Em termos financeiros, há viabilidade para esta duplicação? Há lucro suficiente para dobrar o tamanho da feira? Ulrich Kuhn: A feira tem que ser um negócio bom para quem a promove e para quem expõe. Mas a feira gera recursos suficientes para fazer o projeto, para poder investir, poder pesquisar, trabalhar, para poder viabilizar. Ela é auto-sustentável neste sentido. Tem coisas que se faz e não traz recursos nenhum. Aqueles anexos não trazem lucro nenhum, mas você tem que fazer para suprir a demanda. O Texfashion, que é o glamour que se monta em volta da feira, custa; e a receita que se tem com os participantes é muito menor que o gasto para fazer o evento acontecer. Mas isso faz parte do conjunto de sucesso do evento. O Texfashion dá mídia nacional, muito mais do que a própria feira. Isso faz parte, uma feira não pode ser estática.

EA: E como estão os estudos para a divisão da Texfair? Ulrich Kuhn: Tem que ser bem estudado, muito bem avaliado. As duas feiras não podem ser muito próximas uma da outra, tem que ter um período bem separado, pois existem clientes que são comuns. E esse cliente de longe não vem ao mesmo lugar em datas muito próximas. 20

EA: Que fase está vivendo o setor têxtil de Blumenau? Ulrich Kuhn: A indústria têxtil não está em crise. Ela passou por um período brutal em 1994, um período de adaptação, com a mudança do Brasil como um todo, por uma série de fatores. Isso fez com que ela tivesse que se redesenhar de uma forma violenta. Essa fase de redesenho nunca termina. Aquilo que você planejou ontem tem que replanejar hoje. Temos o seguin-

te cenário: um mundo cada vez mais global, cada vez mais perverso, que faz com que você tenha no campo externo uma deflação. O dólar caiu, com uma valorização imensa do real – ainda lembramos de quando o dólar valia R$ 3,90. Agora ele está em R$ 1,95. Os dois extremos são errados. Isso é um cenário nacional, tem que ser analisado como um todo. O setor cresce muito pouco e na nossa região em específico se tem uma tendência de médio e longo prazo do vestuário se deslocar cada vez mais para regiões mais distantes e com mão-de-obra mais barata. A indústria têxtil de Blumenau está perdendo importância na realidade econômica do município, o que é saudável. No passado, quando o dominante era a indústria têxtil, qualquer espirro que dava, Blumenau e a região sofriam muito. Hoje ainda é a principal atividade econômica, mas não é tão representativa como era. EA: Quais os maiores vilões da má fase das exportações? Ulrich Kuhn: A informalidade, o contrabando, a baixa do dólar e a concorrência exterior, como os chineses. A informalidade na indústria brasileira é tão danosa quanto o subfaturamento asiático, ou da importação. Ela desestabiliza aquele que realmente paga impostos e se estabelece. Você junta a fome com a vontade de comer. A China é uma realidade mundial, não há o que fazer. Isso se junta à informalidade no processo, daí desestabiliza. A regra do jogo é que tem que ser mais bem equacionada. EA: As empresas blumenauenses também estão passando por essas dificuldades? Ulrich Kuhn: Estão, tanto é que toda empresa blumenauense está diminuindo a exportação. Temos casos isolados de empresas que estão passando por fases de ajustes, pois quanto maior o perfil exportador, mais ajuste ela tem que fazer. Quem trabalha mais com negócios dentro do país sofre menos do que os que trabalham exclusivamente com exportação. A importação cresce, a exportação cai. A conta é matemática.



Personagem

Reconhecimento profissional e social Anualmente, o Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (CRC/SC) homenageia quatro contadores, dois deles determinados por tempo de serviço e outros dois por voto. A premiação da edição 2007 do Destaque em Contabilidade ocorreu no dia 16 de maio e entre os dois profissionais mais votados está o contador blumenauense Rolf Hartmann, da Dúnamis Contabilidade e Auditoria. A votação é feita pelos profissionais registrados no CRC/SC, o que, para o homenageado, torna ainda mais importante a deferência. “Fico muito feliz e grato por ter o trabalho reconhecido pelos meus colegas. A história acontece com ou sem a gente, mas somos chamados a sermos protagonistas, não só a aceitar o que está posto”, afirma, citando parte do discurso feito na entrega do prêmio. Hartmann acredita que iniciativas como esta do CRC/SC ajudam a valorizar a profissão. “Este prêmio incentiva os profissionais na busca pela excelência. Sonhar grande valoriza a profissão”, afirma. 22

Fotos: Ricardo Silva/PhotusPress

Entre as ações que contribuíram para que seu nome estivesse entre os dois contadores do Estado mais votados pelos pares, Hartmann destaca sua participação, desde 2003, como relator da comissão empresarial que trabalhou no anteprojeto do Código Tributário Municipal. A comissão empresarial foi formada por representantes da Acib, CDL, Ampe, Intersindical Patronal e Sescon de Blumenau, cujo representante foi Hartmann. A intensa atividade social que mantém paralelamente às ações na empresa Dúnamis Contabilidade e Auditoria também

contou pontos para a premiação, acredita o contador. Ele é co-fundador do Centro de Recuperação Nova Esperança (Cerene), do qual foi tesoureiro por 18 anos e hoje atua como conselheiro fiscal. E cofundador da Cruz Azul no Brasil, sendo tesoureiro desde 1995, entre outros trabalhos voluntários. “Faço isso por princípio de vida cristã. É preciso ser prático, externar estes princípios em ações”, afirma. “É preferível errar que se omitir. Infelizmente, nossa sociedade perdoa as omissões e evidencia demais os erros”, prossegue o contador.


Três décadas na contabilidade Rolf Hartmann lembra da primeira vez que pisou em uma empresa do ramo para trabalhar. Iniciou a carreira em 14 de fevereiro de 1977, como estafeta. Há 18 anos está à frente da Dúnamis, hoje comandada em conjunto com dois sócios. Hartmann fez curso técnico no Colégio Santo Antônio e os cursos de Ciências Econômicas e Ciências Contábeisna Furb. A empresa tem 20 anos. Hartmann entrou como sócio no segundo ano, junto com um amigo, hoje fora do negócio. Há dois anos, dois colaboradores tornaram-se sócios da Dúnamis, que atua em contabilidade e auditoria independente. Hoje, entre seus clientes, a Dúnamis oferece serviço personalizado para empresas estrangeiras, principalmente de língua alemã, que têm negócios no Brasil. São feitos desde a criação, contratos, registros e os serviços de contabilidade propriamente ditos. A empresa também se especializou em trabalhos com ONGs, devido à forte ligação de Hartmann com o terceiro setor.

PERFIL Nome: Rolf Hartmann Profissão: contador e economista Empresa: Dúnamis Contabilidade Ministra o curso “Aspectos Fiscais e Jurídicos de ONGs” Diretor de Assuntos Legislativos do Sescon de Blumenau Relator da comissão das entidades empresariais de Blumenau de 2003 a 2007, na revisão do Código Tributário Membro da comissão que elaborou o anteprojeto do Refisblu Co-fundador e conselheiro fiscal do Centro de Recuperação Nova Esperança (Cerene) Co-fundador e tesoureiro da Cruz Azul no Brasil Conselheiro fiscal titular da Acib Conselheiro municipal de Assistência Social, como representante não-governamental, de 1998 a 2001


TRIBUTOS

Novo código traz modernidade fiscal A revisão do Código Tributário Municipal, aprovada na Câmara de Vereadores no início deste ano, trouxe avanços importantes, segundo o economista e contador Rolf Hartmann, relator da comissão empresarial no processo de revisão. O principal deles, explica, foi a consolidação de toda a legislação tributária em uma única lei. “Assim, se proporcionou ao cidadão comum entender este mecanismo”, diz. Ele explica que a revisão não mexeu no bolo da carga tributária do Município. “Pode haver alterações isoladas para mais ou para menos, mas no total o bolo continuou do mesmo tamanho”, explica o contador. O novo código incorporou preceitos das constituições Federal e Estadual, que muitas vezes passavam despercebidos pelo município. Um deles, explica Hartmann, é o direito de obter a certidão negativa gratuitamente, garantido pela Constituição Federal. “Esta garantia não era respeitada pelo Município, mas passou a ser com a revisão do código, um grande avanço”, afirma. Outras mudanças importantes atingem diretamente as micro e pequenas empresas que, até R$ 240 mil de faturamento anual passam a ter alíquota municipal de 2%. “O resultado desse trabalho foi uma lei de consenso, com a justiça tributária possível para este momento e visando o bem de toda a sociedade”, afirma Hartmann. Para o presidente da Câmara de Vereadores, José Luís Gaspar Clerici, o Código Tributário avançou principalmente ao aumentar a transparência da tributação, além de torná-la mais justa, com a isenção

Código deixou os tributos mais claros em Blumenau 24


Gaspar: mais justiça e igualdade de IPTU para as Associações de Moradores, por exemplo. “Ficou mais justa e igualitária, se tornando mais adequada à realidade”, diz. Além disso, ele valoriza o fato das legislações municipal, estadual e nacional terem sido atualizadas. Gaspar conta que todo o processo se passou com transparência, com técnicos explicando todos os detalhes do código aos vereadores. “Assim, os vereadores tiraram todas as dúvidas”, afirma. O vereador finaliza afirmando que o código tributário foi uma grande contribuição das entidades e do Poder Público para o avanço e a modernização do Município. O vereador Marco Antônio Wanrowsky, que presidia a Câmara quando o processo começou a tramitar, conta que em seus 15 anos como vereador sempre buscou a construção de um Código Tributário com total apoio da sociedade. Esse é o maior ponto positivo do novo código, na opinião do vereador. “Sempre defendi a diminuição da carga tributária. Diminuindo os tributos, vai aumentar a arrecadação, pois mais gente vai entrar na legalidade”, comenta. Wanrowsky considera indispensável o debate com a sociedade organizada para que as decisões sejam tomadas beneficiando a população. “É assim que se chega a um equilíbrio entre a arrecadação e a justiça fiscal”, defende o vereador. Fotos: Divulgação

Wanrowsky: caminho para o equilíbrio


Indústria têxtil

85 anos

de dedicação familiar

A preocupação constante com a alta qualidade – tanto nos produtos quanto nos serviços – garantiu à empresa Altenburg uma história de sucesso que já se mantém firme por 85 anos. Desde 1922, a empresa se especializa em produtos para aumentar o conforto e a qualidade do sono de seu cliente final, e esta atenção já chegou a outras regiões do Brasil e do Exterior. A dedicação da família Altenburg, seus funcionários e diretores, rendeu à empresa o Prêmio Mérito Lojista por quatro anos consecutivos no segmento Cama. A visão da empresa é se tornar o melhor fornecedor de soluções para o conforto de seus consumidores e, para que isso continue ocorrendo, novos passos já estão sendo planejados com dedicação e atenção redobrada. Rui Altenburg, presidente da empresa e neto de sua fundadora, conta que o próximo passo rumo ao futuro da Altenburg é sair das fronteiras do Estado e criar um unidade de produção no Nordeste do país. “Mesmo com 85 anos, a empresa só fica velha quando pára de inovar. Enquanto estiver inovando, com vontade de aprender, a empresa não envelhece”, afirma confiante o presidente da Altenburg. A opção de criação de uma nova unidade surgiu com a possibilidade de ocupar uma maior fatia de um dos mercados que apresentam amplo crescimento, a região Nordeste do País. Após a inauguração desta nova unidade, que deve ocorrer já no segundo semestre deste ano, a previsão é que o pensamento a respeito de ampliações se volte também a outros países. “Estamos abertos e atentos ao Exterior, com a visão voltada para os Estados Unidos, a América Central, do Sul e a Europa”, conta o presidente da empresa, definindo este como um plano para longo prazo. Cada um destes planos que se torna realidade é uma realização pessoal e familiar para Rui Altenburg, que participa da história da empresa desde que era um bebê. Quando ainda era criança, ele era levado por sua mãe ao trabalho, onde dormia e brincava com pedaços de tecido. Luis C. Kriewall Filho

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História Os primeiros registros de existência da Altenburg datam do ano de 1922, quando Johanna Altenburg iniciou um trabalho artesanal de fabricação de acolchoados. Todo o trabalho era feito em um pequeno rancho de madeira localizado no Bairro Itoupava Seca. Em 1946, seu filho Arno passou a administrar a empresa e expandiu as vendas também para cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, além de toda a região Sul do País. Anna Noroschny, esposa de Arno, cuidava da administração da fábrica em Blumenau, enquanto o marido utilizava sua vasta experiência na área de vendas para romper fronteiras e fazer a empresa familiar crescer cada dia mais. Rui Altenburg, o atual presidente, está à frente da empresa há 37 anos, desde 1970, e se esforça para conseguir dar continuidade ao trabalho. A empresa nasceu pelas mãos de sua avó Johanna e foi reforçada por seus pais Arno e Anna. “Já estamos indo para a quarta geração da família dentro da empresa. É uma satisfação muito grande estar conduzindo com resultados uma empresa da família, poder introduzir uma nova geração após 85 anos de sucesso”, conta Rui Altenburg, referindo-se ao seu filho Tiago, que já atua como gerente de projetos da empresa. Em 1986, a Altenburg construiu uma unidade junto à BR-470, no Bairro Badenfurt, e passou a trabalhar com beneficiamento de fibras de poliéster, abrindo um novo ramo de trabalho para a empresa e se aprofundando ainda mais na linha de edredons, travesseiros e colchas. Em 2002, a empresa adquiriu sua segunda unidade, localizada a apenas um quilômetro de distância da unidade anterior. Nela, passaram a funcionar o centro administrativo da Altenburg, além das linhas de travesseiros, protetores de colchão, edredons e mantas. Agora, Rui Altenburg já se prepara para novos sonhos e projetos com a empresa que carrega o nome de sua família. “Meus filhos desde pequenos mostraram interesse em atuar à frente da empresa e eu os desafiava para isso. Eles estão confirmando este desejo de dar seguimento e estão viabilizando sua continuidade como uma empresa familiar”, comemora o presidente. Os anos se passam e os planos que antes pareciam distantes vão se tornando realidade, ampliando as perspectivas da empresa para seu crescimento contínuo.

Acima, colcha com babados e rendas, utilizados na década de 90, e abaixo, modelo fabricado na década de 50 em cetim Fotos: Divulgação

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COMÉRCIO Luis C. Kriewall Filho

CASA DO COMÉRCIO

inaugura com novo conceito

Depois de uma década de expectativa, foi inaugurada em Blumenau a Casa do Comércio. A solenidade aconteceu nos dias 13 e 14 e recebeu os patrocinadores e apoiadores com um jantar no primeiro dia. No segundo, a casa foi efetivamente inaugurada com show pirotécnico, orquestra sinfônica e a presença do 23º Batalhão de Infantaria. A noite teve destaque com o lançamento do selo dos Correios e Telégrafos alusivo à Casa do Comércio, que marcou o encerramento das atividades da diretoria anterior e a posse, com a recondução para mais dois anos de mandato, de Marcelino Campos. Tombado pelo patrimônio histórico, o edifício da Casa do Comércio estava em ruínas quando a CDL e Sindilojas iniciaram a proposta do projeto de restauração em 1996. Proprietária da edificação, a Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau (Sesb) firmou com essas entidades um regime de comodato, que permite o uso das dependências por 40 anos. Mais de R$ 3 milhões foram investidos na obra. Com mais de 80 anos, o local foi contemplado com mais um piso, ganhou dois auditórios e, no último andar, uma capela para a comunidade evangélica. Apesar de ainda não estar totalmente mobiliado, o presidente da CDL, Marcelino Campos, garante que o prédio será um lugar aconchegante. Os visitantes poderão desfrutar do que há de mais moderno em telefonia e terão um espaço para ler, tomar um café e navegar na Internet tranquilamente.

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Tijolos que contam a história O endereço que fica na esquina da Alameda Rio Branco com a Rua Sete de Setembro já foi sede de vários empreendimentos. O edifício existe desde 1923, quando foi inaugurada a Maternidade Johannastift, primeira da cidade. Depois disso, passou por várias atividades comerciais como Hotel Alameda, Turismo Holzmann e o Restaurante Típico Cavalinho Branco. Preocupados em manter o máximo de detalhes nas paredes, assoalhos, escadarias, portas e janelas, os profissionais tiveram cuidado para manter todas as particularidades da obra original. Cartão postal de Blumenau, o edifício exigia consertos urgentes. Para Marcelino Campos, esse resgate era importantíssimo. “Não podíamos deixar uma edificação dessas sucumbir como aconteceu com a Gaitas Hering”, recorda ele. “Este prédio estava quase caindo, o que seria uma tristeza muito grande, porque é um pecado deixar cair uma construção dessas”, reforça o presidente.

SALDO POSITIVO O presidente reeleito da CDL, Marcelino Campos, faz um balanço do seu primeiro mandato e acredita que o saldo foi positivo no final desses dois anos à frente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Blumenau. Ele ressalta que a união entre as entidades e o comum acordo nas reivindicações fortalecem as ações no momento de cobrar uma posição do governo. “A importância do alinhamento das entidades e objetivos comuns para a cidade”, diz. Outro destaque foi a campanha Ganhe mais em Blumenau, que ficou 19 meses no ar e foi reconhecida pela ADVB como Top de Marketing de 2006. Campos conclui que acertos como esse contribuem para a credibilidade da CDL, que hoje tem um quadro de 1500 associados. “Nesses dois anos tivemos conhecimento do que é a força do movimento lojista na cidade”, conclui Campos. Planos para o futuro Mais experiente, Campos tomou gosto pelas atividades da CDL. O primeiro passo foi remodelar a campanha do ano anterior, que já entrou com força total na Sommerfest, com o Liquida Blumenau. Na ocasião, a mídia no litoral foi intensificada para chamar o turista que visita as praias de Santa Catarina para conhecer a cidade e aproveitar os bons preços. Trabalhar muito a parte institucional da entidade também é um compromisso firmado por ele. Cobrar das lideranças políticas projetos consistentes, que venham efetivamente contemplar o comércio varejista. Um exemplo é o Xô, CPMF!, que pretende fazer grande pressão por parte da sociedade civil organizada, para que cobrem dos representantes no Congresso Nacional que votem contra a prorrogação da CPMF. Segundo o presidente da CDL,

Luis C. Kriewall Filho

A exemplo da Starbucks, uma cafeteria com aproximadamente três mil filiais em 37 países, a Casa do Comércio vai propiciar Internet de banda larga sem custo algum para seus freqüentadores. Com tecnologia que dispensa cabos, qualquer pessoa pode levar seu notebook e acessar a rede. Uma sala foi adaptada com equipamentos para vídeo conferência. “Eles terão tudo que existe de mais moderno em tecnologia de telecomunicação disponível”, afirma Campos. Um fato curioso é que o edifício não possuía sanitários, por ser muito antigo. Com a restauração, cada andar recebeu banheiros masculino, feminino e para deficientes físicos. CDL, SPC, CEV, Sindilojas ligado ao varejo, Sindicato do Comércio Atacadista e o Sindicato das Farmácias ocupam os espaços da Casa do Comércio. No andar térreo funciona o Senac Bistrô Johannastift, responsável por eventos culinários sofisticados de referência nacional. Um deck, construído na frente e na lateral do restaurante, onde poderão ser colocadas mesas externas, deve resgatar o charme da Alameda Rio Branco. Outros ambientes servem como um museu provisório, abrigando um acervo com centrais telefônicas e caixas registradoras de 30, 40 anos, que conta a história do comércio varejista de Blumenau. A intenção é a compra de um terreno nos fundos da casa para abrir um museu permanente.

esse tributo federal tira de circulação do comércio varejista no país R$ 30 bilhões por ano. A grande questão é que a União não divide esse bolo com os estados e municípios como é feito com outros tributos. Igualmente deve ser enfatizado o alto preço pago pelo comércio varejista por conta de problemas com cheques. Tendo isso em vista, Campos quer levar para as agências bancárias a co-responsabilidade na liberação de talões de cheques para os seus clientes. De maneira geral, o presidente quer garantir que todas as atitudes tomadas levarão em conta o benefício à cidade de Blumenau e ao Brasil como um todo. Afirmando essa posição, os candidatos que se apresentaram no último pleito tiveram que assumir o compromisso com as entidades de não votar nenhum projeto que aumentasse a arrecadação ou carga tributária em meio ponto percentual que fosse. “Se utilizar dessa força para o bem e de forma inteligente, nós temos muito a ganhar”, afirma o presidente. Fotos: Divulgação

Maternidade Johannastiff, fundada no local em 1923

O prédio também abrigou o Restaurante Cavalinho Branco 29


SAÚDE PÚBLICA

Luis C. Kriewall Filho

Hospital Santo Antônio inaugura

novas instalações

Depois de muito tempo de espera, quando a expectativa da renovação das estruturas e serviços do Hospital Santo Antônio tomou conta da cidade, o maior hospital público da região inaugurou uma nova fase de sua história. A obra foi acompanhada em todo o seu processo por empresários e profissionais da cidade, que montaram a Comissão Pró-Construção do Hospital Santo Antônio. O presidente da comissão, Dario Tomaselli Júnior, que assumiu o posto aopós a morte de Ronaldo Baungartten, conta que a equipe acompanhou a obra de ampliação desde o início. “Fiscalizamos desde o momento dos projetos e contratação de profissionais. Em seguida ocorreu licitação e fizemos o acompanhamento constante tanto do material a ser empregado, as medições, além de possuirmos um engenheiro em tempo integral”, afirma. A área total de construção é de aproximadamente 7,5 mil metros quadrados. O novo prédio, com 6 mil metros quadrados, foi erguido sobre a laje de concreto 30

existente há 12 anos, mais uma área acrescida, que origina o segundo pavimento de cerca de 1,5 mil metros quadrados para futuras instalações. “O custo da obra é de cerca de R$ 7,5 milhões e o valor investido em equipamentos e móveis chega a R$ 1,5 milhão”, informa Tomaselli. Verba esta, conseguida através da licitação das contas-salário dos servidores públicos da prefeitura. “A comissão teve total liberdade. Foi muito trabalhoso, mas temos orgulho do resultado e uma expectativa enorme de corresponder e oferecer um tratamento digno à comunidade blumenauense”, diz o presidente da comissão. Segundo Tomaselli, a ampliação transformará definitivamente o Hospital Santo Antônio em um centro de excelência pediátrica. “O Hospital terá conforto para tratar os pacientes em escala de igualdade com tecnologia e equiparando-se ao que há de melhor em tratamento de saúde”.

Tomaselli (E) com o diretor do HSA, Siegfreid H. Hildebrand

A comissãO Dario Tomaselli Júnior (presidente), Ronaldo Baumgarten Júnior (vice-presidente) Álvaro Bruch (financeiro) Ronaldo Della Giustina (médico-técnico) Adélcio Salvalágio (advogado) Gilberto Viegas



Responsabilidade social

Conscientização

ambiental na prática

Paulo César de Melo mostra a água antes e após o tratamento

A Rigesa, subsidiária da norteamericana MeadWestvaco Corporation, que mantém em Blumenau uma unidade de fabricação de embalagens de papelão ondulado, encontrou uma solução responsável e ecologicamente correta para a utilização da água em seus processos de produção. Atualmente, 70% dos efluentes líquidos produzidos pela empresa são reutilizados em sanitários, na lavação de equipamentos industriais e no processo de fabricação da cola que é utilizada na própria unidade de produção. Além da água reutilizada, a empresa capta águas superficiais de um ribeirão que passa próximo ao local. Há três anos, a fábrica de embalagens com sede em Blumenau trabalha com o 32

reuso da água pós tratamento, que chega a retirar 98% da carga orgânica de impurezas. “O resultado final é que se em determinado momento tivermos que devolver alguma quantidade de água ao ribeirão, devolveremos ainda mais limpa do que quando a captamos”, garante Paulo Melo, coordenador de Meio Ambiente da Rigesa em Blumenau. Todo o efluente líquido resultante das operações industriais vai para um reservatório, onde é realizado um tratamento físico-químico e biológico, seguido de um processo de filtragem e de desinfecção. Tudo isso resulta em água de qualidade para a reutilização. O que, ao final do processo de produção, é uma água de cor escura e odor forte, após o tratamento torna-se límpida e transparente, sem odor algum. A diferença encontrada no antes e no depois

impressiona e mostra a qualidade do tratamento, quando se coloca lado a lado duas amostras do líquido. “É um exemplo a ser seguido. Se cada um fizer a sua parte, já fará uma diferença enorme”, acredita o coordenador de Meio Ambiente da empresa em Blumenau. Os 98% de remoção da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) permitem que a água fique em condições ainda superiores às encontradas nos rios da cidade. Mesmo assim, o Coordenador de Meio Ambiente conta que a economia financeira não chega a representar lucro para a empresa. “A economia que esse processo gera é social, não financeira. A empresa olha para o futuro, não atua pensando somente no hoje. Não dá para enxergar lucro nisso, é como se fosse uma responsabilidade de cada um de nós”, explica Melo.


Laboratório analisa os resíduos Para manter um controle responsável sobre os efluentes líquidos reutilizados na empresa, a Rigesa investiu em um laboratório interno que analisa periodicamente seus efluentes. O Coordenador de Meio Ambiente, Paulo César de Melo, explica que assim obtém-se um acompanhamento mais efetivo dos resultados. Isto, sem contar com o acompanhamento da qualidade desses efluentes, através de análises realizadas por laboratórios independentes, que atestam oficialmente a qualidade dos efluentes às agências ambientais. Como a preocupação com os funcionários é constante, a qualidade dos efluentes líquidos reutilizados também precisa garantir a segurança e saúde a todos. O controle ambiental no cotidiano da empresa envolveu a construção de poços piezométricos nas cercanias. Estes poços, perfurados com o acompanhamento da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema), são utilizados para se conhecer a qualidade da água subterrânea e verificar possíveis alterações. A preocupação ambiental da Rigesa vai além. Toda área de armazenamento de produtos químicos é cercado por bacias de contenção, para que, em caso de derramamento de produtos químicos, estes não se espalhem. O lodo, oriundo da estação de tratamento de efluentes, passa por processo de filtro-prensagem e é depositado em um aterro industrial específico para receber este tipo de material.

Fotos: Luis C. Kriewall Filho

SEMInÁRIO No dia 21 de junho, será realizado no Sesi, em Blumenau, o Seminário Rigesa de Educação Ambiental, cujo tema é o desenvolvimento de atitudes de preservação e respeito ao meio ambiente. Em pauta está o tratamento de efluentes e a reutilização da água. O seminário, uma ação anual da empresa, é dirigido a professores de quintas séries do ensino fundamental de escola das redes municipal, estadual e particular de ensino. Cerca de 60 professores participarão do seminário deste ano, sendo que 4 mil alunos da cidade recebem mensalmente o jornal Educação Ambiental Rigevida, uma publicação com assuntos dirigidos ao desenvolvimento de atividade de educação ambiental em sala de aula.

O processo chega a remover 98% das impurezas dos efluentes líquidos da empresa

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ARTIGO

A difícil arte de

LIDERAR

Nestes mais de 20 anos desenvolvendo e formando gestores para as organizações, tenho constatado o quão difícil é a tarefa de liderar. Percebe-se que gerir processos, rotinas ou procedimentos é tarefa mais fácil, mas quando se trata de pessoas, bem, o assunto fica mais sério. Teorias, conceitos e estudos sobre o tema todos os dias inundam nossas livrarias, virtuais ou não. No entanto, a prática muitas vezes é descrita como distante, pois na verdade estamos sofrendo de uma carência muito grande de bons líderes. Muitas vezes, as organizações, com o objetivo de valorizar seus profissionais, promovem por competência técnica ou por tempo de empresa para o papel de liderança, e, na maioria das vezes, sem o preparo e sem a vontade genuína do profissional. Entendo que liderança é, acima de tudo, escolha, e esta escolha pode estar contaminada pelo desejo de um salário melhor, de mais status e de mais valorização, e não pela “vocação verdadeira” de liderar pessoas. Quando me pedem para conceituar esta “vocação verdadeira”, eu respondo que liderar, muitas vezes, é renunciar tempo com a família, amigos, colegas, lazer, etc., é a “vontade genuína” de inspirar, servir, apoiar, influenciar, enfim, agregar valor e ser modelo o tempo inteiro, gerenciando conflitos e tomando decisões. Gosto também do termo transformar. Penso que liderança transformadora é aquela que se baseia na credibilidade para construir confiança mútua, que tem visão de futuro e inspira a ação dos liderados, fazendo com que estes valorizem cada instante difícil e de aprendizagem. Ao mesmo tempo, é aquela competente ao assumir papéis como mentor ou coach. Acredito que os grandes desafios estão em desenvolver seus profissionais para que estes também possam ser líderes, e de procurar flagrar seus funcionários fazendo algo certo de preferência reconhecendo. Por que algo certo? A maioria dos líderes é um caçador de erros e, acredite, você vai se surpreender ao quebrar este paradigma, Nossos funcionários acertam muito mais do que erram, então porque olhar só para o erro? Outro desafio é sentar para conversar. Que tal perguntar aos liderados o que eles esperam de você como líder? Não da empresa, mas de você como líder. Pesquisa recente em revista de publicação nacional mostrou que 70 a 75% dos funcionários que pedem demissão o fazem por causa do chefe e não da empresa. Como conclusão, é importante ressaltar que, apesar de difícil e do alto grau de exigência, exercer o papel de líder é desafiador e estimulante, pois estamos sempre agregando valor e ajudando os outros a dar significado para o trabalho e para a vida. É claro que a remuneração e o status têm importância, mas servir de modelo inspirador, facilitando o aparecimento de novos talentos, é, no mínimo, motivador e gratificante. Ricardo Silva/PhotusPress

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Elton Soares Consultor organizacional Diretor da Dimensão Empresarial



NOTICIÁRIO ACIB

Pacto pela CIDADE marca

posse da Acib

Foto Julius

Do início ao fim, a cerimônia de posse dos novos diretores e conselheiros da Acib, no dia 14 de maio, foi marcada pela preocupação com a infra-estrutura da cidade. Antes do ato de posse, o governador Luiz Henrique da Silveira e o prefeito João Paulo Kleinübing assinaram um convênio de R$ 20 milhões para 24 diferentes obras. R$ 15 milhões vêm do governo do Estado e R$ 5 milhões da Prefeitura. As obras já começaram em maio. Em seu discurso, o presidente reempossado da Acib, Ricardo Stodieck, pediu ao governador a inclusão de duas importantes obras no BID-5: a nova rodovia SC474 (prolongamento da Via Expressa) e a ligação Blumenau-Guabiruba. Mal saía do púlpito e Stodieck já ouvia do governador que iria pedir ao Departamento Estadual de Infra-Estrutura (Deinfra) a inclusão das obras no programa do Banco Interamericano de Desenvolvimento. A confirmação veio dias depois, quando o governador encaminhou um fax à Acib com a cópia da solicitação formalizada.

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A expectativa do Governo Estadual é de que as obras do BID-5 comecem já no início de 2008. A idéia é construir mais mil quilômetros de estradas em Santa Catarina, além de outras obras de infra-estrutura. A cerimônia O Auditório Heinz Geyer do Teatro Carlos Gomes foi o palco de um dos eventos de posse mais prestigiados da história da Associação Empresarial de Blumenau (Acib). Quase 500 pessoas prestigiaram a posse da nova Diretoria, de 1/3 do Conselho Deliberativo, do Conselho Fiscal e dos coordenadores de núcleos setoriais da entidade. O evento contou com a presença de empresários e autoridades municipais e estaduais. Após a cerimônia, os presentes participaram de um coquetel servido no Salão de Festas do Teatro Carlos Gomes, um ambiente descontraído com música ao vivo da banda de professores da Escola de Música do Teatro. O evento teve o patrocínio do Bradesco Seguros e Previdência e da Risa - Grupo Risotolândia.

MAIO / 2007

Novos associados IBModa - Factu Assessoria Integrada Ltda Cegraf/SC - Grupo Especializado em Grafologia de Santa Catarina Senac Bistrô Johannastift World Biz Assessoria em Comércio Internacional Prasni Desenvolvimento Empresarial Regibras Marcas & Patentes Tahitian Noni - Kenski Pontocom Ltda Sociedade Desportiva Vasto Verde Instituto Brasileiro de Design de Interiores – Escola de Formação Profissional Ltda JJ Passagem Secreta - Vanderlei José Sacani & Cia Ltda ME Bela Vista Country Club


Conheça os diretores da ACIB Presidente: Ricardo Stodieck Distribuidora Catarinense de Tecidos – Dicatesa

Vice-presidente: Carlos Tavares D’Amaral Cia Hering

Diretor Administrativo e Financeiro: Manfredo Krieck Actus Auditores

Diretor para assuntos da Indústria: Carlos Odebrecht Karsten

Diretor para Assuntos de Comércio e Turismo: Bruno Nebelung Walter Schmidt

Diretor para Assuntos de Prestação de Serviços: Maria Denise Ribeiro Ern Acqua Sports

Atribuições: Coordenar e supervisionar assuntos relativos à indústria, junto aos associados, diretoria, conselho deliberativo e entidades em geral.

Atribuições: Coordenar e supervisionar assuntos relativos ao comércio e turismo, acompanhando eventos inerentes com a sua área.

Diretor para Assuntos da Pequena e Micro Empresa: Haida Leny Siegle Doce Beijo

Diretor para Assuntos Comunitários: Solange Rejane Schröder Contal Contabilidade

Atribuições: Coordenar e supervisionar assuntos de interesse das micro e pequenas empresas, interagindo com as demais entidades responsáveis pelo setor.

Atribuições: Coordenar e supervisionar o desenvolvimento de trabalhos de interesse comunitário, nos quais a entidade se deve fazer presente.

Diretor para Assuntos Ambientais e de Energia: Marcos Inácio Ruediger Cia Hemmer

Diretor de Relações Institucionais: Ronaldo Baumgarten Jr. Baumgarten

Atribuições: Coordenar e supervisionar os assuntos relativos a políticas e ações ambientais de interesse da entidade, dos associados e da comunidade em geral, bem como no tocante a fontes de energia.

Atribuições: Coordenar e supervisionar as relações institucionais da entidade com os órgãos públicos e de comunicação em geral.

Diretor para Assuntos de Desenvolvimento e Planejamento Urbano: Jorge Rodacki Auto Posto 7 Atribuições: Coordenar e supervisionar as iniciativas e ações de interesse da entidade e relacionadas com o planejamento e desenvolvimento urbano.

Diretor para Assuntos Internacionais: Ido José Steiner Blumimpex Atribuições: Coordenar e supervisionar as ações e atividades relacionadas com política e comércio internacional de interesse da entidade e seus associados.

Atribuições: Coordenar e supervisionar assuntos relativos à sua área de atuação junto aos associados e manter estreita relação com a diretoria, conselho deliberativo e entidades em geral. Diretor de Núcleos e/ou Câmaras: Avelino Lombardi Vigilância Segura Atribuições: Coordenar e supervisionar a atividade dos núcleos e/ou câmaras setoriais da entidade e desenvolver ações junto à Fundação Empreender para o desenvolvimento dos mesmos. Diretor para Assuntos Tecnológicos: Ingo Tiergarten Megasul Informática Atribuições: Coordenar e supervisionar as ações da Associação no seu relacionamento com as entidades de promoção e desenvolvimento tecnológico.

Diretor para Assuntos da Saúde e Saneamento: Mauro Kreibich Hospital do Pulmão Atribuições: Coordenar e supervisionar as ações de interesse comunitário e da entidade no planejamento e desenvolvimento de projetos e programas voltados para melhoria da saúde e saneamento básico. 37


Fotos: Francisco Fresard

NOTICIÁRIO ACIB

Consultores conhecem modelo de núcleos setoriais Um grupo de quatro consultores de entidades empresariais do Chile, África do Sul, México e Moçambique esteve na sede da Acib no dia 8 de maio. Eles conheceram em detalhes como funciona o trabalho com grupos setoriais, implementado pela Acib em 1991 através de um convênio com a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera (Alemanha). Os consultores participaram de um

treinamento em Jaraguá do Sul do recémcriado Programa Empreender Internacional, uma iniciativa da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) com o Sebrae e a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). O trabalho com núcleos setoriais é adotado por boa parte das associações empresariais do estado e ganhou destaque

internacional depois da participação da Facisc em um evento na África do Sul em 2005. Na ocasião, o Empreender foi apresentado e considerado uma das melhores iniciativas de apoio aos pequenos negócios no mundo. A repercussão deu origem ao Empreender Internacional e a partir daí vários países solicitaram mais informações e a transferência de conhecimento do programa brasileiro.

Nucleados promovem integração no dia 1º Empresários integrantes dos núcleos setoriais da Acib e seus familiares vão participar no dia 1º de julho do 2º Encontro de Integração dos Núcleos Setoriais da Acib. O evento será realizado na Associação Desportiva Hering, a partir das 8h30min. A idéia é integrar os mais de 250 empresários dos 24 núcleos da Acib em torno de atividades recreativas elaboradas especialmente para desenvolver o trabalho em grupo. Após a manhã de lazer, haverá um almoço de

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confraternização para todos os participantes. No ano passado, o evento foi realizado no Centro Esportivo Bernardo Werner (Sesi) e reuniu mais de 100 pessoas. Todos realizaram tarefas especialmente organizadas pelo Núcleo de Academias da Acib e assistiram a uma peça de teatro da Unimed Blumenau. Mais informações sobre o Encontro de Integração dos Núcleos Setoriais podem ser obtidas pelo telefone (47) 3326-1230 com Carla.


A primeira Reunião Aberta promovida pela nova Diretoria da Acib teve público recorde. Mais de cem pessoas foram à sede da entidade e superlotaram o auditório especialmente preparado para o evento, realizado no dia 21 de maio. Por mais de uma hora e meia, o prefeito João Paulo Kleinübing (foto) falou aos associados da Acib sobre os projetos para o desenvolvimento econômico e social de Blumenau nos próximos anos. Kleinübing mostrou aos empresários as finanças da Prefeitura, os projetos nas

Fotos: Francisco Fresard

Associados conhecem projetos da Prefeitura

áreas de Educação, Saúde e Assistência Social e enfatizou os programas que têm como principal objetivo o desenvolvimento econômico da cidade. O Parque Vila Germânica, a revitalização da Prainha e do Centro Histórico, a ampliação da rede de coleta e tratamento de esgoto foram alguns dos destaques. O prefeito também explicou o Asfalta Blumenau, convênio como Governo Estadual para a execução de 24 obras de infra-estrutura na cidade, como a reurbanização da Rua Amazonas e a pavimentação da Rua Gustavo Zim-

mermann. O evento contou com a participação dos secretários de Planejamento, Walfredo Balistieri, de Desenvolvimento Econômico, José Eduardo Bahls de Almeida, do vereador Marcelo Schrubbe e do secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Paulo França. Após a palestra, os convidados puderam degustar um coquetel de queijos e vinhos, especialmente oferecido pelos patrocinadores do evento: Blumimpex Comércio Internacional e Sigmafone Soluções em Telecomunicações.

núcleos GARANTEM retornO

Carlos Tavares D’Amaral e Rubens Olbrisch

Uma pesquisa divulgada pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) em maio revela que mais de 90% das empresas que participam dos núcleos setoriais da Acib afirmam que as ações do núcleo têm beneficiado, de alguma maneira, o desenvolvimento de seus negócios. A troca de informações e experiências foi um dos itens mais destacados pelas empresas pesquisadas.

A pesquisa foi apresentada aos coordenadores dos 24 núcleos setoriais da Acib na reunião do Conselho dos Núcleos, realizada na sede da entidade no dia 17 de maio. No encontro também foram entregues os certificados aos coordenadores que trabalharam na gestão 2005-2007. A reunião contou com a participação de 19 dos 23 coordenadores empossados no dia 14 de maio, no Teatro Carlos Gomes.

Mídia Exterior RECEPCIONA turistas e visitantes Uma campanha diferente esteve nas ruas e rodovias próximas às entradas da cidade. O Núcleo de Mídia Exterior da Acib resolveu dar boasvindas aos turistas e visitantes que chegam a Blumenau. Dez outdoors começaram a ser veiculadas no dia 18 de maio. A idéia é aproveitar, para o bem da cidade, os outdoors que estariam ociosos. Uma maneira de deixar a cidade mais bonita e ao mesmo tem-

po cumprimentar aqueles que passam por Blumenau. No futuro, novas campanhas devem ser criadas. O Núcleo de Mídia Exterior é formado por empresas que exploram outdoors e painéis. O grupo foi formado em agosto do ano passado e já tem no seu rol de ações a importante participação na elaboração da nova lei municipal que regulamenta o setor. A matéria está sendo analisada na Câmara Municipal de Blumenau. 39


Didjurgeit permanece à frente do Conselho

Fotos: Francisco Fresard

NOTICIÁRIO ACIB

Os empresários Hans Dieter Didjurgeit e Hans Prayon permanecem por mais dois anos à frente do Conselho Deliberativo da entidade. A reeleição foi confirmada na reunião conjunta do dia 4 de junho, quando os conselheiros, por aclamação, indicaram os ex-presidentes da Acib para os cargos de presidente e vice-presidente, respectivamente. Didjurgeit aproveitou para falar sobre a importância do Conselho Deliberativo da Acib. O presidente reeleito cobrou dos presentes ainda mais participação nos assuntos relacionados ao desenvolvimento econômico da região e à imagem da Acib na comunidade. Em seguida, os conselheiros fizeram uma reunião de pauta, onde foram levantados diversos assuntos que serão discutidos ao longo do ano. A reunião conjunta do Conselho e Diretoria da Acib reuniu 38 empresários na sede da Acib e marcou a estréia dos novos diretores e conselheiros eleitos em maio.

Doutores da Alegria lotam Teatro Carlos Gomes O fundador dos Doutores da Alegria, Wellington Nogueira, e mais um integrante do grupo foram os responsáveis por uma divertida palestra realizada no Teatro Carlos Gomes na noite de 1º de junho. Aproximadamente 600 profissionais da saúde participaram do evento, promovido pelo Núcleo de Saúde da Acib. Em mais de duas horas, Nogueira contou um pouco da historia do grupo, explicou como funciona o trabalho e usou e abusou das técnicas do palhaço para divertir e mostrar os Doutores da Alegria em cena. O grupo leva alegria a crianças

Auditório da Acib recebe sonorização para eventos O auditório da Acib recebeu um sistema de som especialmente projetado para palestras e reuniões. São quatro caixas de 75 watts cada, uma mesa de quatro canais e um módulo de potência que ajudam a distribuir pelo ambiente o som captado por um microfone sem fio. Com o equipamento, as pessoas que se sentam no fundo do auditório não perdem um detalhe sequer do que está sendo dito pelo palestrante ou ministrante 40

dos cursos e treinamentos que são oferecidos por associados e outras entidades no auditório. A Câmara da Mulher Empresária da Acib inaugurou o sistema de sonorização na segunda-feira, dia 4 de junho, durante a palestra sobre o Estatuto das Micro e Pequenas Empresas. Mais de 60 pessoas foram à sede da Acib para ouvir a contabilista e professora universitária Solange Schröder.

hospitalizadas, seus pais e profissionais da saúde através da arte do palhaço. Eles realizam cerca de 50 mil visitas por ano com o objetivo de tornar o tratamento médico menos doloroso e ajudar na recuperação dos pacientes mirins. A palestra faz parte do Projeto Blumenau Referência em Saúde, lançado em dezembro do ano passado. O projeto tem como objetivo trabalhar na melhoria dos processos de gestão, marketing e na qualificação técnica dos profissionais e estabelecimentos de saúde da cidade. Informações no telefone (47) 3326-1230.



memória

Exemplo de arrojo:

Frederico Guilherme Busch

Entre os diversos empreendedores que marcaram o final do século 19 e o início do século 20 em Blumenau, destaca-se a figura arrojada de Frederico Guilherme Busch. Nascido em Santo Amaro da Imperatriz, chegou à cidade em 1888, com 22 anos de idade.

Dentro das atividades empresariais, Busch foi um bem-sucedido comerciante que exportava manteiga, queijo, banha e outros produtos coloniais. O dinheiro acumulado na atividade comercial levou-o a investir na indústria, criando fábricas de fósforos, charutos, manteiga e banha. Foi para automatizar sua manufatura Reprodução/Divulgação

Frederico Guilherme Busch 42

de fósforos, situada na Rua XV de Novembro, que ele instalou a primeira usina hidrelétrica da cidade. O sucesso do investimento em energia foi tanto que gerou uma considerável produção de energia elétrica, mais do que suficiente para abastecer sua fábrica. Busch vislumbrou uma grande oportunidade e logo passou a vender este excedente para outras indústrias, lojas e até para a municipalidade. Em 1909, Blumenau passou a ser o primeiro município catarinense a ter um sistema de iluminação pública, com 116 lâmpadas brilhando em suas ruas centrais. Em 1911, a rede foi estendida até o bairro Altona (atual Itoupava Seca). O pioneirismo de Busch também trouxe para Blumenau outras novidades. Ele promoveu a primeira sessão de cinema e foi proprietário do primeiro automóvel a circular pelas ruas da cidade. Em 1913, com o objetivo de melhorar o transporte dos produtos que importava e exportava, Busch novamente ousou, colocando em operação o primeiro barco com motor a combustão a fazer a ligação entre Blumenau e Itajaí. O Gustav também transportava passageiros e era muito mais rápido que seus concorrentes movidos a vapor, podendo ir a Itajaí e voltar no mesmo dia, um grande diferencial competitivo para a época. No ano seguinte, o empresário voltou a inovar, colocando em funcionamento o primeiro ônibus da cidade. Com 12 lugares para passageiros sentados e mais um em pé, o veículo fazia a ligação do Centro com o Altona. Foi, ainda, um dos gestores da Empresa Industrial Garcia, de meados de 1901 a 1906, quando ela era uma das maiores empresas têxteis do país. A história vitoriosa de Frederico Guilherme Busch terminou com sua morte em 1943, aos 77 anos. Os negócios foram assumidos pelo filho Júnior, que teve papel ativo na vida política de Blumenau, sendo prefeito da cidade nos anos de 1945 a 1946, 1947 a 1951 e 1956 a 1961. Trecho do livro 100 Anos Construindo Blumenau, de Nelson Marcelo Santiago, publicado em comemoração ao centenário da Acib, no ano de 2001.




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