Empresário | Acib - CDL - Intersindical - Sindilojas - Ed. 04

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Ano I nº 04 Agosto 2007

DO LIXO BROTA O FUTURO NA FORMA DE LIVROS Projeto protege o meio ambiente e leva o mundo da leitura para crianças de Blumenau

Troque lixo por livro, criado por Cristina Marques, já distribuiu mais de 250 mil cópias

Empreendedorismo:

com espírito de motociclista




EDITORIAL

EXEMPLOS

a serem seguidos

Alcantaro Corrêa, presidente da Fiesc, é o entrevistado desta edição da Empresário Acib A edição número 4 da revista Empresário Acib traz uma síntese da linha de trabalho adotada pela Associação Empresarial de Blumenau ao longo dos últimos anos. Tendo como base o estímulo ao desenvolvimento econômico da cidade e da região, a Acib tem trabalhado em diversas áreas, geralmente abrangidas pelas cadeiras existentes na Diretoria e pelo perfil profissional e pessoal dos diretores e integrantes do Conselho Deliberativo. A economia de uma região depende diretamente da infra-estrutura disponível para estimular os empreendimentos locais e atrair novos investimentos. Malha viária adequada, transporte de qualidade, estruturas para promoção de eventos e capacitação de qualidade são alguns dos itens necessários para fazer com que as empresas de uma determinada região se tornem competitivas e contribuam com o desenvolvimento econômico. Nas próximas paginas você vai poder conferir uma amostra do que tem sido feito para desenvolver a cidade. Na área da sustentabilidade, dois exemplos de encher os olhos. Primeiro o projeto Troque Lixo por Livro, da empreendedora e integrante da Câmara da Mulher Empresária da Acib, Cristina Marques, fundadora do Instituto Evoluir. O trabalho foi reconhecido nacionalmente e serve de exemplo para muitos que podem e devem se mobilizar pelo desenvolvimento sustentável do Planeta. Na mesma linha, você vai conferir o trabalho da Riffel, empresa que mantém um projeto que capacita jovens carentes para o mercado de trabalho. Na área de infra-estrutura, você vai entender por que a Secretaria Municipal de Planejamento criou um manual para orientar a comunidade e os profissionais da construção civil sobre os procedimentos a serem tomados na hora de construir ou ampliar uma residência ou estabelecimento comercial e industrial. Todos os cuidados devem ser tomados para não infringir a lei, criada para garantir o crescimento ordenado da cidade e dar as condições ideais para promover a qualidade de vida. Na entrevista com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Alcantaro Corrêa, você vai entender porque este exemplar empreendedor de Blumenau o levou ao posto de maior responsabilidade no setor privado catarinense. Dono de idéias incisivas e de uma determinação sem igual, Corrêa fala sobre as virtudes e carências do Município, Estado e União e de como a Fiesc tem colaborado no desenvolvimento das indústrias catarinenses. Um projeto do Blumenau Convention & Visitors Bureau de aproveitar profissionais que valorizam a formação pessoal para captar eventos e ajudar a tornar Blumenau referência na realização de feiras e congressos dos mais diversos setores. Siga alguns exemplos na vida profissional ou pessoal. Afinal, determinação, criatividade, responsabilidade e organização são essenciais para chegar ao sucesso. Boa leitura! A Diretoria 4



SUMÁRIO

As opiniões do presidente da Fiesc Em entrevista à Empresário Acib, Alcantaro Corrêa fala de economia e política

12 O que muda no transporte com o Siga

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Em busca de eventos para a cidade

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Projeto Embaixadores do Turismo trabalha para o incremento do turismo de negócios

Novo sistema de bilhetagem do transporte coletivo municipal começa em setembro

06 Editorial 16 Riffel diversifica para crescer 20 Manual ensina regras para construir e reformar 25 Artigo: Sinal amarelo, até quando?

26 Acib é notícia 31 Agenda 32 Informativo dos núcleos setoriais 34 Memória: Eletricidade

EDITOR EXECUTIVO Sidnei dos Santos - 1198 JP (MTb/SC) - sidnei@mundieditora.com.br EDITOR ASSISTENTE Fábio Ricardo REPÓRTERES Ana Paula Lauth, Gisele Scopel e Francisco Fresard (Institucional) DIRETOR DE ARTE Ricardo Augusto Kühl FOTO DE CAPA Flesh Catálogos - 3340.4400 TRATAMENTO FOTO DE CAPA M2 Solução em Imagens - 3041-2122 FOTOS Ricardo Silva/PhotusPress DIRETOR COMERCIAL Cleomar Debarba - 47 3035.5500 - comercial@mundieditora.com.br DIRETOR EXECUTIVO Niclas Mund - niclas@mundieditora.com.br DIRETOR EDITORIAL Luiz Mund - 0189 JP (MTb/SC) - mund@mundieditora.com.br

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Conhecimento que emerge do lixo Projeto da empresária Cristina Marques distribui livros e protege o meio ambiente

Conselho Editorial Avelino Lombardi Carlos Tavares D’Amaral Charles Schwanke Francisco Fresard Hans Dieter Didjurgeit Luiz Mund Marilda Steil Ricardo Stodieck Rubens Olbrisch

Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar Neumarkt Financial & Trade Center CEP: 89010-205 Blumenau – SC 47 3326.1230 www.acib.net

08 Diretoria Presidente: Ricardo Stodieck / Vice-presidente: Carlos Tavares D’Amaral / Administrativo e Financeiro: Manfredo Krieck / Assuntos da Indústria: Carlos Odebrecht / Assuntos de Comércio e Turismo: Bruno Nebelung / Assuntos de Desenvolvimento e Planejamento Urbano: Jorge Rodacki / Assuntos de Prestação de Serviços: Maria Denise Ribeiro Ern / Assuntos da Pequena e Micro Empresa: Haida Leny Siegle / Assuntos Comunitários: Solange Rejane Schröder / Núcleos e Câmaras: Avelino Lombardi / Assuntos Ambientais e de Energia: Jaime Grossembacher / Assuntos Internacionais: Ido José Steiner / Relações Institucionais: Ronaldo Baumgarten Jr / Assuntos da Saúde: Mauro Sergio Kreibich / Assuntos Tecnológicos: Ingo Tiergarten

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SUSTENTABILIDADE

O PODER DO

ENTUSIASMO

“A diferença entre a loucura e a genialidade é a praticidade”. A frase da escritora paulista Cristina Marques mostra exatamente o que foi o início de um projeto audacioso. Empresária do ramo editorial e autora de algumas centenas de livros, Cristina subiu os morros de Blumenau para falar de literatura infantil. Ela observava as crianças que arregalavam os olhinhos e admiravam os livros. Porém, uma menina se destacou das demais crianças. Ela deu a volta por trás de Cristina e, com a ponta dos dedos folheava um livro. Tinha o cuidado de não abrir muito para não marcar, afinal não podia comprá-lo. Ela lia um trecho e olhava para Cristina, lia mais um pouco e olhava de novo. Cristina não podia dar o livro para ela, porque seria injusto não dar para todas as demais, mas ainda assim ficou um bom tempo para que a menina conseguisse ler o livro até o final. A emoção vem à tona com a lembrança de ter que recolher os livros e os olhos da menina dando tchau. A frustração foi grande para a escritora, mas serviu como incentivo. Quando foi embora, passando pelas casas na descida do morro, observou que

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havia muito lixo embaixo delas. Lixo reaproveitável como um simples passivo ambiental. “Se eu pudesse transformar esse lixo em livro, quanto eu não conseguiria?”, questionou ela. Paralelamente, pensava como aquelas crianças poderiam ter acesso a livros e cultura. Brincando com a sonoridade das palavras durante a descida – lixo, livro –, surgiu a idéia. “Por que não trocar lixo por livro?” Assim nasceu o projeto “Troque lixo por livro”, em julho de 2005. Empresas apóiam O projeto funciona com a participação de empresas, mas elas não doam dinheiro. Elas doam o lixo gerado que é transformado em patrocínio para a publicação dos livros. Por outro lado, as crianças também têm um papel fundamental. Elas separam o lixo em casa e levam para a escola para trocar por livros. Cada quilo de lixo equivale a um livro. E Cristina ressalta que mesmo levando uma quantidade maior, cada criança recebe um livro por vez. Segundo ela, isso incentiva que as crianças continuem separando o lixo em casa e se transformem em agentes mobilizadores, fazendo com que toda a família participe e se reeduque. Nos primeiros seis meses do Troque lixo por livro, foram doados 132 mil livros.

Sem contar os quilos de lixo a mais, só aí foram 132 mil quilos que deixaram de poluir o meio ambiente. “Nós não estamos comercializando o lixo. Lixo tem impacto ambiental. Ignorância tem impacto na sociedade. Cultura tem impacto na formação e no desenvolvimento e esse trabalho de reciclagem tem impacto direto no meio ambiente em que se está inserido”, diz Cristina. Atualmente, os números superam a marca de 250 mil livros distribuídos entre 19,3 mil crianças de escolas públicas de Blumenau e região. Para valorizar as obras, o projeto investe em escritores locais e artistas plásticos de renome. “Assim, criamos uma ponte entre o novo e o consagrado”, considera Cristina. A empresária argumenta que para despertar o leitor é necessário transformar o livro em objeto de desejo, por isso o compromisso de manter a qualidade do texto e da ilustração para maravilhar as crianças. A coleção Cantos e Encantos tem 13 livros inéditos e um CD. Na coleção juvenil já existem 21 autores. “Nunca uma coleção reuniu tantos autores em diversos temas e gêneros”, comemora. Salientando a importância da leitura, ela aponta que sendo um leitor em potencial, a criança terá um vocabulário desenvolvido, com idéias claras, imaginação desperta, criatividade a todo vapor e, acima de tudo, iniciativa.


O sucesso Quando o trabalho começou, a empresária não tinha pretensão alguma de ganhar prêmios e a mídia. Hoje, Cristina é um exemplo de coragem e determinação. Em 2006, foi reconhecida com o prêmio nacional Sebrae Mulher Empreendedora. Na segunda quinzena de setembro deste ano, vai a Milão, em um centro de empreendedorismo europeu, para falar sobre o projeto. Cristina é uma das finalistas do prêmio Revista Claudia, disputando com uma psicóloga de Recife e uma empresária do Rio de Janeiro, que também defendem projetos importantíssimos sobre violência contra mulher e trabalho escravo. E agora, para sua alegria, a Acib está apoiando o projeto em Blumenau através da diretoria e Câmara da Mulher Empresária. O projeto será apresentado no encontro Brasil-Alemanha e Cristina faz questão de levar aquela menina. “Eu quero que eles sintam que são elas. É delas que vem o futuro e cabe a elas a responsabilidade de cuidar. Se nós nos esforçarmos desde cedo, tenho certeza de que o futuro dará certo”, diz Cristina, emocionada. A empresária, que há dois anos dedica-se exclusivamente ao projeto por pura paixão, sonha com a ampliação dele para todos os Estados. Hoje ela tem a certeza de que a sua loucura alcançou a genialidade.

Instituto Evoluir Cristina Marques é criadora e presidente do Instituto Evoluir, que tem se destacado na realização de projetos de responsabilidade social apoiados pelo Poder Público e financiados principalmente pela iniciativa privada. É uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Entre os diversos projetos do Instituto está o Troque lixo por livro. Mais informações no site www.institutoevoluir.org.br.

Crianças entregam material reciclável para o projeto Troque lixo por livro

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SUSTENTABILIDADE

Opiniões de uma mulher de atitude Crescimento X desenvolvimento “Responsabilidade social está pensando o meio ambiente, o social, o educacional e o cultural. Porque meio ambiente não é subproduto da economia. O meio ambiente já preexistia, nós já tínhamos a responsabilidade de cuidar desses recursos naturais. A partir do momento que o crescimento econômico coloca em risco os recursos naturais e não trata com responsabilidade desses recursos, nós estamos entrando em um impasse, onde o crescimento não combina com o desenvolvimento”.

Olhar o problema pensando soluções “Pensar em um passivo ambiental como o lixo, dando um destino inteligente para gerar cultura. Essa cultura, automaticamente, vai gerar uma mudança de comportamento, que com o consumo direcionado também vai gerar menos lixo. Nós estamos educando por etapas tanto nosso colaborador, como o entorno, a criança, que é a futura geração da sociedade”.

Venda proibida “Trabalhamos as infinitas possibilidades da criação e da imaginação dos artistas. Isso amplia a perspectiva, muda a visão, porque, como a criança está assim como um papel em branco, você amplia o poder de criação. Estamos criando uma ponte para que ela possa caminhar com os próprios pés. Por isso, os livros não estão à venda. 73% de toda literatura produzida no País fica nas mãos de 16% de leitores, os que têm poder de aquisição”.

Responsabilidade social é necessidade “Nós somos o meio ambiente; se fizermos mal a ele, estamos fazendo a nós mesmos. Isso cria uma noção de responsabilidade e integração. Não estamos nisso porque é moda, é uma conscientização verdadeira. Por isso, essa campanha não veio para ser moda, não é campanha publicitária, não é para promoção pessoal, política ou geográfica. É para o desenvolvimento do s e r humano e sua integração ao meio que ele pertence. Nossos resultados estão lá na frente, porque estamos criando uma geração com visão de futuro”.

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Entrevista: Alcantaro Corrêa, presidente do Sistema Fiesc

Alcantaro

corRêa

Em um mundo em plena expansão, com crescimento globalizado, o Brasil enfrenta problemas que atrapalham o desenvolvimento. A falta de organização na administração pública está entre esses fatores. Para o presidente do Sistema Fiesc, Alcantaro Corrêa, reformas tributária e política, dentre outras, são essenciais para o futuro do País. Em entrevista, ele fala sobre a desvalorização do dólar perante o real, obras de infra-estrutura necessárias para Santa Catarina e avalia os governos nas três esferas.

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“o país não tem política clara

de desenvolvimento”

Empresário Acib: O Brasil está crescendo por causa do governo Lula ou apesar dele? Alcantaro Corrêa: O Brasil está crescendo de uma forma natural, porque o mundo todo está crescendo. E nesse momento, o Brasil tem participação nas exportações também, que facilitam e ajudam esse crescimento. Mas não é influência de uma pessoa, do presidente da República ou das condições que ele oferece. É um crescimento natural porque o mundo esteve estagnado durante um bom tempo e agora tanto os Estados Unidos como a Europa, a Ásia já há muitos anos, a Rússia, todo aquele Leste Europeu, todos estão trabalhando, construindo, precisando de equipamentos; isso faz com que o mundo todo esteja buscando crescimento. EA: Quais são os méritos do atual governo? Corrêa: Não sei, não conheço. Nós não temos uma política industrial, uma política de desenvolvimento clara, nós não temos regras para investimentos em PPP. Tudo está indo aos trancos e barrancos e as coisas estão acontecendo positivamente. Eu não gosto de usar, mas eu diria, a sorte está ajudando o Lula, a sorte está ajudando o Brasil. EA: Quais os principais defeitos? Corrêa: A falta de um planejamento, de um programa. No início do ano foi apresentado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que nada mais é do que uma cópia de quase todo o orçamento da União desse ano. Em cima disso montaram um programa de aceleração, mas não tem novidade. Tudo que está no PAC já estava no orçamento da União previsto para 2007/2008 e assim por diante. Só que ali eles se comprometeram em tomar determinadas atitudes, eu me refiro à infra-estrutura, que é a parte mais forte,

onde estão acontecendo algumas execuções, alguns investimentos. Mas não tem nada de novo, nada de criativo. Mas com isso, nós na sociedade podemos cobrar, como temos feito através da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A cada quatro meses vem alguém do governo, a última vez foi a Dilma Roussef (ministra-chefe da casa Civil), que veio prestar contas do que foi feito nos primeiros quatro meses do PAC. No final de agosto, início de setembro, teremos a segunda prestação de contas. Nós acompanhamos, através de um comitê da CNI, os avanços dentro do PAC. EA: Quais as obras mais urgentes para Santa Catarina? Corrêa: São tão poucas que correspondem aos cinco dedos de uma mão. A duplicação da BR-101 tem que ser continuada e terminada. Embora haja trechos que estão sendo trabalhados, outros iniciaram e foram abandonados e outros nem foram começados. Então, quem disse que em 2008 seria entregue totalmente, estava atrás de uma mentira muito grande, ou seja, não tem competência. Foi um político que disse, porque não tinha conhecimento da realidade. Isso é obra que ainda vai durar cinco, oito anos se correr tudo direitinho. O término da BR-282, um trecho de 68 quilômetros que já está lá há 30 anos e ninguém tem coragem de terminar. A duplicação da BR-280, entre Jaraguá do Sul e o porto de São Francisco. A melhoria da BR-116. E, lógico, a duplicação da BR-470. Não tem como querer esconder que isso é uma necessidade. É a prioridade número um, eu diria. Porque atende não só o Vale do Itajaí, mas todo o Estado de Leste a Oeste. Toda a produção de alimentos que vem do Oeste passa pela BR-470 em direção aos portos de Itajaí, principalmente, ou São Francisco do Sul. Além das rodovias, tem os portos. Não adianta inaugu-

rarmos portos novos se não tem acesso a eles. Está para ser iniciada a operação do porto de Navegantes e lá falta um trecho de 1,8 mil metros e ninguém faz. Eu soube que agora o proprietário do porto vai colocar mais 15 milhões de reais para terminar 1,8 mil metros de acesso. Vai se iniciar o porto de Itapoá, mas o governo tem que fazer estrada. São coisinhas que têm que ser feitas para que as coisas aconteçam. Nós temos dois aeroportos regionais, em Correia Pinto e Jaguarúna, que são uma piada. Foi feita a pista, a área de estacionamento e só. Agora falta o acesso e a estação de passageiros. Por que não terminam isso? Fora os aeroportos que estão funcionando como Navegantes e Joinville, que precisam de ampliações, de estação de embarque. O de Florianópolis, uma estação de embarque totalmente nova. Falando em ferrovias, nós temos uma ferrovia pequena. Temos que fazer a ligação entre a Ferrovia Tereza Cristina, no Sul, que sai de Criciúma, e chegar a São Francisco do Sul, no Norte, para ficar ligada na malha nacional. E quando essa estiver pronta tem que ser feita a ferrovia que ligaria com a litorânea, a partir de Itajaí, em direção ao Oeste, onde estão os grandes fabricantes de alimentos. Para que todo esse material seja trazido via férrea, onde o custo é bem menor e a segurança é muito maior. EA: O que o senhor pensa da carga tributária brasileira em geral? Corrêa: Nós somos um País que está bem cotado no ranking como um dos grandes pagadores de tributos. Essa carga é muito elevada e nós temos que fazer alguma coisa. E alguma coisa está próxima. Por exemplo, a campanha contra a prorrogação da CPMF é uma grande oportunidade de derrubarmos um deles. São mais de 60 tributos que nós temos e se nós tirarmos esse já vai ajudar muito, porque se nós deixarmos os 36 bilhões

Tem que ser cada um no seu ramo. O que nós vemos aí são cargos sendo ocupados por políticos que não entendem e não têm competência 13


Entrevista: Alcantaro Corrêa, presidente do Sistema Fiesc

E como é que está nossa Saúde depois de 11 anos de CPMF? Pior do que antes, mesmo arrecadando todo esse dinheiro

que estão sendo arrecadados esse ano em circulação, isso vai trazer empregos e uma movimentação da economia como nunca visto. Isso é muito dinheiro. Se continuar indo para os cofres da União, esse dinheiro some, desaparece e ninguém sabe. Não há uma prestação de contas ou um compromisso sério de “olha, nós arrecadamos para essa finalidade”, como era dito no início que era para a Saúde. E como é que está nossa Saúde depois de 11 anos? Pior do que antes, arrecadando todo esse dinheiro. Mas a CNI está fazendo um trabalho em nível nacional de começar a juntar elementos para levar para o Congresso o início da reforma tributária. Só que não sei quanto tempo vai levar e se isso vai ter êxito. Mas já é a tentativa de pelo menos uma reforma ser iniciada. Porque depois dessa faltaria a reforma política, a reforma trabalhista e sindical, a previdenciária. EA: Por que as indústrias devem continuar pagando os 5S? Corrêa: Não cabe a mim dizer porque ela paga ou não deveria pagar, mas eu posso afirmar que na minha área, no Sistema Fiesc, nós temos Sesi e Senai. O Senai é responsável e foi o grande propulsor do crescimento do Brasil. Nesses 60 anos que o Senai existe, já foram formados alguns milhões de profissionais. Se não tivesse sido feito isso, esse dinheiro teria sumido e nós não teríamos profissionais qualificados. E o Senai continua formando profissionais necessários a todo o sistema, não só da indústria, mas também do comércio, de serviços, prepara pessoas para todas as áreas. O Sesi tem uma função muito forte na área social. O Sesi no Brasil tem esse compromisso e responsabilidade 14

e também está proporcionando toda essa necessidade social que o povo, os empregados, os funcionários, as indústrias tanto precisam para ter uma qualidade de vida e também serem competitivos. Porque, se nós não trabalharmos a parte social das pessoas e a parte de formação, treinamento, nós não seremos competitivos. EA: Quais os próximos investimentos do Senai em Blumenau? Corrêa: O Senai estadual vai investir esse ano cerca de 30 milhões de reais em diversos pontos. São 32 unidades distribuídas no estado e esses investimentos são feitos de forma justa em função da necessidade de cada região. Nada é dirigido mais para esse ou mais para aquele. É também dirigido em função da arrecadação de cada região, mas esse ano, eu até não poderia dar a relação do que está sendo feito aqui em Blumenau, mas está sendo investida muita coisa e continuará sendo investido diante das demandas necessárias. E essas demandas são apresentadas em outubro, quando se faz todo o orçamento e planejamento estratégico, onde cada regional leva a sua necessidade e a sua demanda. E essa então é trazida, trabalhada e colocada em prática. Eu coloco o seguinte, uma vez entrando no plano de investimento, será executado, porque quando ele entra ali, já existe verba destinada a esse investimento. Isto é, não fazemos como o governo que promete e nem tem verba. Nós quando prometemos, vai ser realizado, porque já tem verba própria para essa finalidade. EA: O dólar baixo é bom ou ruim? Para quem e por quê? Corrêa: Depende como se analisa,

pode ser bom para um e ruim para outro. Só que é uma moeda internacional, que aqui dentro não há pessoa nem santo que consiga mudar. A fluidez dele vem das condições do Brasil. Nós já estamos há algum tempo com o risco Brasil baixíssimo. Um país que paga juros como nenhum outro país do mundo paga. Então, risco baixo, juros altos é um lugar propício para os investidores externos colocarem seu dinheiro aqui, aplicar seu dinheiro, comprar indústrias. Isso é que faz o valor do dólar em relação ao real. Ninguém se lembra que em 1999, 2000 quando o dólar tinha o valor menor do que o real. E ninguém chiava naquela época. E agora que tivemos um aumento bom e depois caiu, as pessoas choram, reclamam e pedem ajuda, mas não tem outra saída, a não ser trabalhar muito fortemente na sua empresa os custos – custos operacionais, custos de matéria-prima –, fluxos, layout, produto para poder ser competitivo. Nós temos empresas aqui na região que vão muito bem e não exportam nada. Tem uma outra que vai muito bem e exporta 50%. Isso depende de empresa para empresa, de setor para setor. Outro dia a Mueller Eletrodomésticos apresentou em Florianópolis uma máquina de lavar roupa que parece uma descoberta enorme, foi um trabalho de inovação fantástico. Eles conseguiram fazer uma máquina de lavar roupa com custo reduzido, menor peso, desmontável e muito prática. São milhares de fabricantes de máquina de lavar roupa. Só que eles foram inovadores, conseguiram gerar um produto que também atende o mercado a um preço menor e eles estão ganhando dinheiro. Então, cada um tem que buscar o seu nicho, o seu mercado e trabalhar fortemente. Nós não podemos dizer “o dólar está bom, o dólar está ruim”, nós temos que conhecer os nossos custos e vender com rentabilidade. Se nós conciliarmos isso, nós obtemos êxito, se não, estamos fadados a morrer. EA: Que nota o senhor daria para o governo Lula? Corrêa: Eu não sou uma pessoa de dar nota. Ele tem coisas boas, está fazendo a parte social que outros presidentes não fizeram. O Bolsa Família, essa ajuda,


os outros presidentes não fizeram, então também devemos elogiá-lo. Mas tem outras partes que estão desequilibradas, talvez até por ele não ter ministros a altura de competência que deviam ser. Não é só o Lula, é a turma que está em volta dele. Só que ele escolhe, ele determina, ou ele também é pressionado – “olha, você tem que colocar o Fulano de Tal”. Então, é um negócio complexo, mas se eles ficassem quietos, não fizessem nada e deixassem o País trabalhar, o resultado seria melhor. EA: E sobre o governador Luiz Henrique da Silveira? Corrêa: O governador é uma pessoa com boas intenções, somente boas intenções. Ele está fazendo o que pode, está passando um momento de falta de recursos para aquilo que ele queria fazer com mais velocidade. Mas ele está fazendo uma coisa que nenhum outro governador fez, isto é, tentando fazer uma reforma administrativa de gestão do governo. E está sendo iniciado um trabalho em que a Fiesc foi convidada e se colocou à disposição para ajudar, no sentido de criar uma sistemática de gestão racional, econômica, funcional utilizando a tecnologia disponível

para começar dentro da Secretaria da Fazenda, e uma vez implantado ali, implantar nas outras secretarias. EA: E o prefeito João Paulo Kleinübing? Corrêa: Como eu estou pouco em Blumenau, mas tenho ouvido, o João Paulo tem feito bom trabalho só que pouco divulgado. A comunicação falhou ali. Agora, depois que tivemos um encontro e pedimos que ele ficasse alerta a esse ponto, já tem mudado. Mas ele tem feito muita coisa e fica quieto, não pode. Se ele é político e como ele é uma pessoa jovem, tem outros desejos pela vida afora na área política, ele tem que fazer e divulgar, mostrar. É lógico que ele também está condicionado a recursos. Há situações em que muitas vezes ele quer fazer, como terminar a Via Expressa, e esbarra numa situação do

governo federal, que não faz a parte dele, então ele não consegue terminar. EA: Para finalizar, fale sobre o Centro Empresarial de Blumenau: Carrêa: Como presidente do Centro Empresarial de Blumenau, do qual a Acib é um dos condôminos fortes, informo que nós compramos um terreno esse ano, agora queremos contratar os trabalhos de engenharia, projetos de arquitetura, estrutural, enfim, todos os projetos necessários. Vamos ver se concluímos este ano, para que no final do ano ou início do ano que vem nós possamos lançar o início da construção. A Acib terá um espaço bastante grande lá, eu diria que ela é a âncora desse Centro Empresarial. Hoje a Acib tem diversos núcleos, diversas atividades, que necessitam de uma movimentação muito grande e precisam de espaço.

Nós não fazemos como o governo que promete e não tem verba. Quando prometemos, será feito, porque já tem verba


Empreendedorismo

CRESCIMENTO

COM VISÃO SOCIAL

A Riffel, empresa que atua no mercado de peças para motos, nasceu em Pomerode no ramo de prestação de serviços. Em 1999, Renaldo Riffel Junior tomou a frente dos negócios e ampliou os horizontes da empresa, trazendo-a para Blumenau. Desde 2004, mantém um escritório nos Estados Unidos, o que permite o avanço no mercado norteamericano, que é muito forte nesse segmento. E, de olho no crescimento da China, há cinco anos faz visitas àquele país para avaliar novas oportunidades. Patrocinadora do Campeonato Catarinense de Motociclismo, essa empresa busca mesclar conceitos de todas as áreas. Junior, presidente da Riffel, ressalta que sempre há algo de bom em outros setores que podem ser adaptados à realidade da empresa. Fator que tem contribuído muito para as inovações. Parceira da Honda há seis anos, fornecendo peças para reposição de motocicletas, a Riffel, além de estar sempre antenada às novidades, investe em outro segmento: o da moda. A Riffel Motospirit, que traz o lema “O horizonte é sempre sua próxima 16

parada”, vem com uma proposta de investimento no estilo de quem gosta da sensação de liberdade e aposta em um design moderno. Segundo Junior, a marca reflete o perfil de quem é apaixonado por motos. A loja própria fica em Balneário Camboriú, mas as peças podem ser encontradas nos demais estados, em lojas multimarcas. Outra opção é através do site que traz a relação de representantes por estado. Para manter o sucesso, o empresário aposta no bom relacionamento com os funcionários. A hora do almoço é um momento em que, além de relaxar, ainda dá tempo para um carteado. Vencedor do Prêmio Fiesc – Grupo de Melhorias – o presidente aponta dois itens imprescindíveis para o desenvolvimento profissional: desafio e reconhecimento. Para ele, envolver as pessoas em objetivos comuns e dar oportunidades pode revelar talentos. Pescar Da mesma forma que se preocupa com os negócios, o presidente da Riffel não deixa de lado a parte social. Desde 2002, engajada em fazer o “algo a mais”, a empresa foi pioneira em Santa Catarina em trazer o Projeto Pescar. Com o propó-

sito de “ensinar a pescar e de não dar o peixe”, o projeto, criado no Rio Grande do Sul, funciona como uma franquia social. Na Riffel, todos os anos são abertas 20 vagas para atender adolescentes de baixa renda, entre 15 e 18 anos. O grande objetivo é tirar esses jovens das situações de risco e vulnerabilidade social e transformá-los em, além de profissionais capacitados, cidadãos conscientes. De segunda à sexta-feira, das 7h30min às 12h, esses jovens recebem as mais variadas informações. Desde higiene, saúde, comportamento e cidadania até áreas técnicas e de logística. Duas vezes por semana participam do laboratório de informática e às quartas-feiras praticam esportes no Sesc. Junior gosta de frisar que para fazer algo importante não é necessário tempo nem dinheiro. De acordo com o presidente da Riffel, parcerias entre outras empresas que se interessam pelo projeto podem baixar o custo à zero. “Basta querer”, reforça. E quando perguntam a ele qual o resultado de tudo isso, ele responde: “a sua segurança”. A opção pelo projeto em questão veio justamente do intuito de prevenir que esses jovens tivessem que fazer uma escolha ruim.


RESULTADOS Os números da Riffel são prova de que vale a pena investir em projetos de sustentabilidade, como o Pescar. De acordo com os dados do departamento de Recursos Humanos da Riffel, foram 97 jovens formados em cinco anos de projeto. Após a formação, eles ainda têm dois anos de acompanhamento e 70% deles está empregado no mercado formal de trabalho. Com foco em desenvolver noção e percepção de organização, voluntários ajudam a integrar os meninos, que se sentem parte da empresa. Renaldo Riffel Junior conta que passa por situações muito emocionantes e é difícil conter as lágrimas no dia da formatura dos garotos. Alguns deles tinham como maior sonho ter um chuveiro elétrico dentro de casa. Com essa oportunidade, eles aprendem a dar o primeiro passo para seguir no caminho para alcançar suas metas. Em cinco anos, 97 jovens já passaram pelo Projeto Pescar


Transporte urbano

Modernização,

segurança e agilidade Terminada a fase de testes, o novo sistema de tarifação nos ônibus do transporte público de Blumenau deve entrar em vigor até o mês de setembro. Mais moderno, o método permite ao usuário levar apenas um cartão com os créditos, que são descontados no validador instalado em cada uma das catracas. O Cartão Siga será apresentado em quatro versões: passe-trabalhador, passe-estudante, passe-fácil (para o usuário comum) e o passe-livre (para os usuários com direito à passagem gratuita), distintos pela cor. Além de serem usados como passaporte nos ônibus, as permissionárias do transporte coletivo junto à cooperativa de crédito Blucredi, estudam a implantação de uma tarja magnética. Com isso, o Cartão Siga também poderá ser usado como cartão de crédito no comércio. Para o presidente do Seterb, Rudolf Clebsch, Blumenau sempre foi uma cidade de vanguarda e deu o primeiro passo em muitos momentos importantes. Dessa vez, não foi pioneira na bilhetagem eletrônica, mas é a primeira a agregar outro serviço ao cartão. O Seterb, autarquia responsável pelo transporte coletivo, que participou de todas as fases de implantação do novo sistema, vê vantagens. “Teremos um controle on-line, pois todas as informações geradas

A pessoa não precisa expor a carteira ou a bolsa para passar o cartão 18


pelas empresas de ônibus estarão disponíveis para o Seterb”, cita Clebsch. Além do gerenciamento eletrônico, o presidente aponta que se trata de avanço e modernização em que o usuário só tem a ganhar. Em princípio, será liberado o Siga-Trabalhador e os outros cartões serão colocados à disposição dos usuários de acordo com cada fase. Segundo Humberto Jorge Sackl, presidente da Associação das Permissionárias - Central Siga, mais de 800 empresas já mandaram a relação de funcionários com todos os dados para que sejam confeccionados os cartões. “Ao invés de comprar as fichas, já poderão fazer a compra dos créditos”, lembra o presidente. Sackl ressalta os benefícios do novo sistema, que além de trazer mobilidade, agilidade no pagamento das tarifas, será mais seguro em relação a perdas e roubos. “A pessoa não precisa expor a carteira ou a bolsa para passar o cartão porque ele funciona com sistema de aproximação”, aponta. Se acontecer algum problema, o usuário pode entrar em contato com a Central Siga através do telefone 0800 643 7442 ou do site www.cartaosiga.com.br, dar nome e CPF. A partir disso, é possível bloquear o uso desse cartão e na emissão da segunda via recuperar o valor dos cré-

ditos do cartão anterior. Outro aspecto positivo é a fidelização do usuário do transporte coletivo. Somente quem realmente utiliza o ônibus vai solicitar o benefício ao empregador. Para Sackl, essa é uma forma de aplicar na íntegra toda a legislação que rege o benefício do Vale Transporte. Mais um fator é que somente será creditado o valor referente a um mês. Caso o trabalhador, por algum motivo, tenha um saldo que fique para o mês seguinte, a reposição será feita no valor a completar no próximo mês. Não havendo sobras, as empresas que pagam o benefício passam a gastar menos. Igualmente para as empresas transportadoras, a vantagem é que acaba o comércio paralelo com as fichas. O presidente da Associação das Permissionárias alerta que as fichas azuis não perderão a validade. Após o começo da utilização do cartão será dado um prazo, de 60 dias, para que elas sejam esgotadas. Após esse período, as fichas remanescentes serão transformadas em créditos no cartão do usuário na Central Siga. Para o idoso, ainda não será dado um cartão específico. Isso porque ele é protegido pela lei federal que permite usar a carteira de identidade para poder utilizar o transporte público de passageiros. A

Clebsch diz que o Siga trará maior controle, com informaçőes on-line

entrada dele continua sendo pela porta central dos ônibus, com apresentação do documento ao cobrador. Humberto Sackl frisa que é importante nesse sistema de bilhetagem que o cobrador permaneça no seu cargo. Isso se justifica porque serão aceitos somente dois tipos de pagamento de passagem: ou créditos no Cartão Siga ou em moeda corrente.

PASSE-LIVRE Algumas profissões estão inseridas no direito à passagem gratuita. É o caso de carteiros, guarda municipal, bombeiros, polícia militar, entre outros. Esses profissionais utilizarão o Siga Passe-livre, que terá o cadastramento feito pela própria empresa da mesma maneira que o Passe Trabalhador. O Passe-livre não exige recarga. A catraca será liberada após a conferência

Trabalhadores serăo os primeiros a usar o novo sistema de bilhetagem

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DESENVOLVIMENTO URBANO

ATEnÇÃO

AO CONSTRUIR E REFORMAR Construir ou reformar imóveis exige muito mais do que apenas ter um projeto na mão ou uma idéia na cabeça. Para evitar a demora na aprovação de projetos e o vai-e-vem de documentos na Prefeitura, em julho deste ano a Secretaria Municipal de Planejamento Urbano (Seplan) criou o Manual de Aprovação de Projetos e Edificações. Distribuído gratuitamente, nele constam seis etapas que visam auxiliar técnicos, engenheiros ou até mesmo os leigos no assunto a seguir os passos corretos para construir ou reformar um imóvel. Desde o primeiro momento, em que é necessária a consulta do terreno até a expedição do certificado de conclusão da obra, tudo é mostrado de forma clara e objetiva. Inclusive é citada a necessidade de seguir o Plano Diretor Físico Territorial vigente. O engenheiro civil Felipe Avelar Ferreira avalia que o manual é um roteiro para relembrar aquilo que se esquece no dia-a-dia. “A gente acaba esquecendo um pouco de como é o processo para aprovação da prefeitura”, relata. Os passos, os documentos, a forma, a sistemática. É tudo isso que o manual relembra. Porém, o engenheiro ressalta que o que está por traz dessa cartilha é o mais importante, como por exemplo, as ações que a prefeitura fez para facilitar o trâmite de aprovação de projetos. Ele conta que anteriormente demorava de seis a oito meses para se conseguir uma aprovação, hoje se consegue de uma maneira bem mais ágil, em uma semana já se tem o resultado de uma consulta. Outro fator observado por Ferreira foi que os projetos complementares para aprovação da obra foram suprimidos. Projetos de estrutura, elétrico e preventivo não são de responsabilidade da prefeitura. A ela cabe verificar se há o registro de vistoria dessas áreas. Por exemplo, no caso do preventivo, deve haver a liberação do Corpo de Bombeiros. A conclusão do engenheiro é que o roteiro ajuda quem é da área de proje-

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tos, da área de execução ou da engenharia. Mas de certa maneira também faz o empreendedor leigo no assunto entender quais são os passos a se fazer. “Muitas pessoas procuram a ajuda de um engenheiro para resolver problemas que se tivessem esse entendimento não haveria dúvidas”, lamenta. Algumas pessoas, para economizar um pouco de dinheiro, acabam adiantando algumas partes. Com o manual vai aumentar as chances de o projeto ser aprovado pela prefeitura. Além das seis etapas, o manual também traz outras informações interessantes que são exigidas pela prefeitura, mas nem sempre ganham atenção. Uma delas é o fato das calçadas em frente aos imóveis serem de responsabilidade do dono do terreno. As dicas para construir o passeio reforçam que o material utilizado deve ser de qualidade, durável e de fácil reposição. Além disso, são lembrados os aspectos estéticos e tudo o que consta no Plano Diretor de cada região que pode ser consultado através do site www.blumenau. sc.gov.br/seplan. Para que tudo fique em perfeita harmonia, também são citados o rebaixo do meio-fio e a vegetação. Ferreira acredita que tomar as atitudes corretas é a garantia de igualdade para todos frente à Prefeitura.

As seis etapas 1.Consulta para Construir 2.Apresentação dos Projetos Arquitetônicos para a Análise

3.Aprovação de Projeto Arquitetônico 4.Expedição do Alvará de Construção 5.Expedição do Alvará de Habite-se 6. Expedição do Certificado de

Conclusão da Obra para Fins de Averbação junto ao Registro de Imóveis



TURISMO

Luciano Monteiro trabalha para atrair eventos para o Município

turismo local tem seus

embaixadores

O turismo, tanto de lazer como de negócios, é fonte de desenvolvimento, o que faz dele um grande aliado para o crescimento das cidades. De acordo com Luciano Monteiro, que há dois meses assumiu a presidência do Blumenau Convention & Visitors Bureau (BCVB), essas duas frentes têm que ser trabalhadas de forma que cada cidadão se sinta um embaixador do turismo dentro da sua cidade. Começando pelos próprios moradores, que ao visitar outras cidades ou quando recebem hóspedes, sejam divulgadores em potencial da sua cultura e beleza do local onde vivem. Da mesma maneira, no início de agosto, o Blumenau Convention & Visitors Bureau está fazendo em conjunto com a Acib, CDL, Secretaria de Turismo e Sindicato de Hotéis palestras para guardas de trânsito, frentistas, taxistas, policiais, entre outros, para que essas pessoas tenham conhecimento da cidade. “O princípio de tudo é conhecer bem a sua cidade”, res22

salta Monteiro. O treinamento não pode ser minucioso, devido ao tempo que levaria, mas demonstra como tratar bem o turista e onde estão os roteiros turísticos de Blumenau. Enfim, é um programa voltado para que eles tenham uma visão geral ou ao menos saibam indicar os pontos de orientação aos turistas como na Vila Germânica e nas CAT (Centrais de Atendimento ao Turista) para direcionar corretamente os visitantes. De outro lado estão as feiras, congressos e eventos que podem ser sediados dentro da cidade, graças a uma infra-estrutura que comporta um grande número de visitantes. Segundo Monteiro, Blumenau possui 4,2 mil leitos e num raio de 50 quilômetros, englobando Balneário Camboriú, Itajaí, Indaial, e cidades mais próximas, somam-se mais de 30 mil leitos. Mas para que esses eventos aconteçam dentro de Blumenau, o BCVB conta com uma ajuda fundamental: os embaixadores do turismo. São médicos, engenheiros e empresários que comandam associações brasileira ou catarinense. Dentro de cada área usam seu know-how para captar

eventos para a cidade. Nacional e internacionalmente, esses acontecimentos são realizados a todo o momento. Uma executiva de negócios do BCVB acompanha esses profissionais e vai falar da estrutura geral de Blumenau. Já ao embaixador cabe mostrar que a cidade tem capacidade e desenvoltura para receber aquele evento especificamente. Sempre atuando em parceria, o BCVB identifica e faz o contato com essas pessoas e leva todo o material necessário, como showcase, material dos associados, material publicitário da cidade e uma apresentação de todas as opções turísticas que a cidade oferece. Os Jogos Universitários, recentemente realizados aqui, foram captados há dois anos em Fortaleza. “A Fundação Municipal de Desportos (FMD) acabou sendo uma embaixadora, porque sabe o que é necessário para trazer o evento para a cidade. Eles sabem responder pelas necessidades do caderno de encargos para essa área”, explica o presidente do BCVB. Essa é a maneira de mostrar a cidade dentro de uma visão macro e também delimitada àquele evento.


Colhendo os resultados O sucesso tem sido alcançado com freqüência. De 6 a 8 de setembro deste ano, será realizada pela Sociedade Catarinense de Reumatologia, a Jornada Brasileira de Reumatologia e a Jornada de Reumatologia do Cone Sul. A captação iniciou em 2006 para o evento em 2007 e contou com o apoio do Blumenau Convention & Visitors Bureau. O presidente da Sociedade Catarinense de Reumatologia, João Elias de Moura Jr., garante que não foi uma tarefa fácil. Segundo ele, o Estado possui outros importantes pólos científicos, turísticos, estruturas de apoio com inúmeros atrativos e que igualmente disputavam o evento. “Como eu resido em Blumenau, fizemos questão de trazer este evento – o mais importante do ano na Reumatologia Brasileira – para esta cidade”, cita. O papel do presidente é, além de participar de todas as negociações com a indústria, organizar uma comissão competente dentro da sociedade, e juntos resol-

ver todas as etapas envolvidas, que ele afirma não serem fáceis, nem poucas. Porém, com o apoio de uma equipe fortemente empenhada, ele acredita no êxito da jornada. “Tenho certeza absoluta do sucesso do nosso evento, que trará a Blumenau cerca de 700 reumatologistas brasileiros, além de convidados estrangeiros”, comemora Moura Jr.. A conquista mais recente do turismo de negócios da cidade foi a captação para sediar a 8ª Conferência Brasileira sobre Qualidade da Energia Elétrica, em 2009. Os contatos para o evento, que acontece a cada dois anos, começaram a ser feitos em 2005 e a confirmação da vinda para Blumenau aconteceu na última edição, realizada em Santos, São Paulo. Neste caso, o professor da Furb, Thair Mustafa, interagiu para alcançar esse objetivo. “Blumenau é um pólo de eletroeletrônica. Aqui se produz mais da metade dos transformadores de energia do Brasil”, aponta ele, que também é coordenador

da Sociedade Brasileira de Qualidade de Energia Elétrica. Sua função na negociação para captação do evento foi ser o elo, mostrando todo o potencial da cidade nessa área. “A aprovação foi unânime”, se orgulha. O evento tem previsão de reunir 700 pessoas e já se prepara para trazer outras edições, mas a intenção atual é fazer dessa a maior de todas as conferências, um divisor de águas. Também foi defendida a realização do encontro internacional de matemáticos, que deveria acontecer em Blumenau no próximo ano, mas em virtude do apagão aéreo, foi conquistado para 2013. A reunião aconteceu na mesma semana do acidente com o avião da TAM, o que gerou muito receio nos organizadores. Neste encontro, serão mais de mil pessoas vindas de fora do País. Igualmente, esforços estão sendo feitos para sediar a Convenção Estadual da OAB. Para tanto, Monteiro está contando com a ajuda de membros da subseção da entidade em Blumenau.

Eventos/2007 Olimpíadas Universitárias 8 a 17 de junho 11º Congresso Catarinense de Pediatria 22 e 23 de junho 5º Conferência Internacional de Matemática Y Diseño 1 a 4 de julho 21º Congresso Brasileiro de Reumatologia 6 a 8 de setembro 30º Encontro Catarinense de Hospitais e Prestadores de Serviços da Saúde 12 a 14 de setembro Encontro Nacional Residentes 21 e 22 de setembro

de

Médicos

Congresso Brasileiro de Eletrônica de Potência (COBEP) 2 a 6 de outubro Joăo Elias de Moura Jr. trará à cidade encontro internacional de reumatologia

Encontro Econômico Brasil-Alemanha 18 a 21 de novembro

O professor Thair Mustafa ajudou a captar feira sobre engenharia elétrica 23



ARTIGO

SINAL AMARELO,

ATÉ QUANDO?

Ao longo dos últimos anos, temos presenciado a crescente angústia dos responsáveis pela administração dos hospitais em nosso País. A falta de um reajuste substancial nos valores pagos às instituições que prestam serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS) tem levado ao fechamento e ao endividamento vários hospitais em nossa região e pelo país afora. Segundo dados levantados pela Associação dos Hospitais do Estado de Santa Catarina (Ahesc) e pela Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Santa Catarina (Fehoesc), a composição do atendimento hospitalar do Estado está sob responsabilidade das Santas Casas e Entidades Filantrópicas beneficentes. Para ressaltar a gravidade do atual quadro, cito o fechamento de vários hospitais de pequeno e médio porte como – Rodeio, Ascurra, Massaranduba – em nossa região, o que cria um problema micro (municipal) e ao mesmo tempo macro (hospitais de alta complexidade) para o Vale do Itajaí, uma vez que os hospitais como Santa Isabel e Santo Antônio acabam absorvendo os doentes vindos de outras cidades. Como bem sabemos, os recursos já são escassos para atender a demanda de nossa cidade.

O repasse dos recursos deve, no mínimo, cobrir as despesas que os prestadores

Atilano Junk Laffin Administrador do Hospital Misericórdia de Vila Itoupava.

Os altos custos dos equipamentos e de qualquer reparo já inviabilizaram a realização de exames em vários hospitais e ainda temos que arcar com os constantes aumentos dos medicamentos, que, mesmo com queda do dólar, não deixaram de ser reajustados. Em resumo, ou o Ministério da Saúde toma uma medida efetiva e imediata para viabilizar a prestação de serviços ao SUS, ou teremos uma mudança nas manchetes veiculadas pela mídia. E não adianta filmar os hospitais e as emergências lotadas com pacientes acomodados pelos corredores, pois posso garantir que estamos literalmente fazendo milagres com os recursos que temos. Se a população brasileira pudesse ter uma radiografia dos recursos recebidos pelos hospitais e dos custos para manter os serviços, haveria uma cobrança maior das autoridades constituídas. Se a amaldiçoada taxa da CPMF fosse aplicada na íntegra na área da saúde, conforme queria o Dr. Adib Jatene, com certeza este artigo estaria relatando conquistas e não fazendo um alerta.

RAIO-X HOSPITAIS 18% Hospitais Públicos 82% Hospitais Privados/Filantrópicos CESARIANA Custo Real - R$ 653,31 Tabela SUS - R$ 270,00 Hemorragia Digestiva Custo Real - R$ 750,97 Tabela SUS - R$ 229,42

Fonte: Ahesc/Fehoesc

Para se ter uma idéia da gravidade da situação, basta analisar os valores pagos pelo SUS por uma Cesariana e uma Hemorragia Digestiva (veja quadro). Estamos, e não existe exceção, com o sinal amarelo aceso há muito tempo. Se as autoridades responsáveis pela liberação de recursos e pelo gerenciamento da rede hospitalar não tomarem, e isto em curtíssimo intervalo de tempo, medidas que tornem viável a continuidade da prestação de serviços nesta importante área, teremos, sem nenhuma dúvida, um “apagão” da saúde.

de serviços têm. E ainda assim estaremos enfrentando problemas, pois corremos contra o tempo para evitar o sucateamento dos aparelhos utilizados para diagnóstico e exames.

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ACIB É NOTÍCIA

Integração entre PODER

público e empresárioS

A parceria do poder público com a iniciativa privada foi um dos assuntos que teve maior repercussão durante o seminário “A ACI e o Desenvolvimento Local”, realizado nos dias 10 e 11 de agosto na sede da Acib. Dirigentes e colaboradores de associações de todo o Estado ouviram o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Paulo França, falar sobre a participação das entidades empresariais em importantes obras da cidade, como o Parque Vila Germânica e o viaduto sobre o Trevo da Mafisa. Os participantes do seminário também conferiram outros aspectos da participação das associações empresariais no desenvolvimento regional, como o trabalho com núcleos setoriais, cooperativismo e a realização de missões empresariais. O evento foi organizado pela Federação das Associações Empresariais de Santa Cata-

rina (Facisc). Segundo o presidente Luiz Carlos Furtado Neves, as pessoas que participam deste evento são um exemplo do

que pode ser realizado através do associativismo. “Mostramos que não vamos desistir de lutar pelas causas empresariais”.

Acib sediou seminário da Facisc

Passeata de empresários pede fim da CPMF

Xô CPMF invadiu a Rua XV de Novembro Uma passeata pela Rua XV de Novembro marcou a insatisfação da classe empresarial blumenauense com a possibilidade de prorrogação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Finan-

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ceira (CPMF). Representantes da Acib, Ampe, CDL, Intersindical Patronal e Sescon percorreram a principal rua da cidade na manhã do dia 11 de agosto em uma manifestação coordenada pela campanha

“Xô CPMF!”, que conta com o apoio das mais diversas federações empresariais do Estado. Em Blumenau, a mobilização foi coordenada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). O evento teve o apoio dos blumenauenses que passavam pelo centro da cidade e ampla cobertura da imprensa. O grupo de aproximadamente 100 pessoas caminhou até a escadaria da Catedral São Paulo Apóstolo, onde foi feita uma mobilização para arrecadar assinaturas em um abaixo-assinado que será encaminhado ao Congresso Nacional. Lideranças políticas e empresariais discursaram para a população e explicaram a importância do protesto. “Temos que nos mobilizar pela diminuição da carga tributária”, disse o vice-presidente da Acib, Carlos Tavares D’Amaral. A passeata prosseguiu pela Rua XV até prefeitura. Quem tiver interesse em assinar o abaixo-assinado e saber mais um pouco sobre a CPMF e a campanha Xô CPMF! pode acessar o site www.xocpmf.com.br.



ACIB É NOTÍCIA

Reunião aberta com o secretário gilmar knaesel Aproximadamente 100 associados participaram no dia 30 de julho de mais uma Reunião Aberta promovida pela Diretoria da Acib. Todos assistiram atentos a uma apresentação do secretário de Estado do Turismo, Cultura e Esporte, Gilmar Knaesel. Em uma hora ele falou sobre a estrutura da secretaria, seus desafios e sobre os fundos de incentivo às três áreas. O secretário também destacou os projetos que foram viabilizados nos últimos três anos na região de Blumenau com ajuda dos fundos e repassou os valores captados nos municípios da Secretaria de Estados do Desenvolvimento Regional de

Knaesel falou para cerca de 100 associados da Acib Blumenau. O evento faz parte de uma série de encontros com os deputados estaduais e federais da região que a Acib quer finalizar ainda em 2007, antes do ano eleitoral. O próximo evento está agendado para o dia 27 de agosto com o secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Jean Kuhlmann, e tem a parceria da Ampe, CDL e Intersindical Patronal. Ana Paula

Câmara da Mulher recebe e integra convidadas

Rosângela Balzan, Olga Tordo e Rosana Bogo A Câmara da Mulher Empresária da Acib comemora os resultados de mais uma reunião realizada com empreendedoras convidadas. O encontro, realizado no dia 16 de julho, teve a participação de 32 mulheres, sendo 16 integrantes da câ28

mara e 16 convidadas. Além da troca de experiências, o evento teve como objetivo apresentar os trabalhos da Câmara e da Associação e conquistar novas associadas. A apresentação da Câmara foi feita pela coordenadora do grupo, a empresária Rosângela Balzan. A presidente do Conselho Estadual da Mulher Empresária, Zalfa Benites, falou sobre a estrutura estadual, citando o próprio Conselho e a Federação das Associações Empresariais do Estado de Santa Catarina (Facisc). Duas das convidadas se associaram e receberam das mãos da coordenadora da Câmara o broche e a echarpe do núcleo: a vereadora Marlene Felix Schlindwein e a empresária Olga Catarina Tordo, da Ethica Eng. Civil e Ambiental. Um coquetel oferecido pela Stuttgart Artigos Finos marcou o final do evento. Quem quiser mais informações sobre a Câmara da Mulher Empresária pode ligar para (47) 3326-1230 e conversar com a consultora Carla.

Lima, Décio Lima e João Pizzolatti também foram convidados, mas ainda não confirmaram uma data. A Reunião Aberta de agosto foi patrocinada pelo Instituto Evoluir, que ofereceu um coquetel aos participantes após a fala do secretário. Qualquer associado pode patrocinar o evento. Para isso, basta entrar em contato com Charles pelo telefone (47) 3326-1230.

porto de navegantes Dezesseis empresários ligados à Acib foram ao litoral no dia 4 de agosto conhecer as obras no Porto de Navegantes. O grupo foi organizado pelo Núcleo de Comércio Exterior da Acib com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre a estrutura e o futuro funcionamento do novo porto catarinense. Os empresários foram recebidos pelo técnico de segurança da Portonave, Claudenir Coelho. A empresa é a responsável pelo empreendimento. Os visitantes conheceram o pátio, a estrutura de armazenagem e transporte de contêineres, o cais e as instalações do departamento administrativo. Um dos pontos curiosos da visita foi o modelo de guindaste móvel que vai ser utilizado no porto, com 80 pneus. No final da primeira fase, o porto terá um cais de 900 metros com quatro berços de atracação. Estão sendo investidos R$ 423 milhões - o maior investimento privado no setor portuário do País. O porto deve começar a operar até o fim do ano.



ACIB É NOTÍCIA

Viaduto no Trevo da Mafisa pode ficar pronto em um ano

Francisco Fresard

O diretor de Infra-estrutura Rodoviária do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), Hideraldo Luiz Caron, assinou no dia 27 de julho a ordem de serviço que autoriza o início da obra de construção de um viaduto no Trevo da Mafisa, entroncamento da SC-474 com a BR-470. A cerimônia foi realizada no auditório da Uniasselvi, em Blumenau, e reuniu lideranças e autoridades nacionais, estaduais e municipais. A empresa JM Terraplenagem e Construções Ltda., vencedora da concorrência, foi representada pelo engenheiro Handerson Cabral Ribeiro. Segundo ele,

Caron (E) e representante da JM assinam a ordem de serviço

as máquinas estarão no local até o final de agosto para iniciar os trabalhos de construção do viaduto e reformulação do trevo, um dos principais gargalos rodoviários da região. A concorrência foi encerrada no mês passado. O governo federal vai investir R$ 7.159.004,78 na obra. O viaduto deve ser entregue em um ano. O presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Ricardo Stodieck, e o presidente do Conselho de Desenvolvimento da Itoupava Central (Codeic), Paulo Cesar Lopes, comemoram o ato. As duas entidades foram responsáveis por uma campanha que viabilizou os projetos executivos da obra sem a necessidade de licitação pública. O custo de R$ 150 mil foi rateado entre a Prefeitura de Blumenau (1/3) e 54 empresas da região (2/3) que atenderam voluntariamente ao apelo da Acib e Codeic. “Sem o apoio dos empresários da cidade, a obra só começaria em 2008”, ressalta Stodieck. Em seu discurso, o diretor do DNIT disse que esta pode ser considerada a primeira grande obra da duplicação da BR-470. “Só em 2009 deveremos iniciar a duplicação da rodovia, mas este pode ser encarado como o primeiro passo dado”. A senadora Ideli Salvatti, responsável por toda a articulação política no governo federal, lembrou que a construção do viaduto é fruto de uma parceria público-privada de sucesso e que contou com a participação de empresários e dos poderes executivos municipal e federal. Já o prefeito em exercício, Edson Brunsfeld, disse que é um momento de comemoração, mas que outras obras não podem ser esquecidas, como a conclusão da Via Expressa e a nova ponte de acesso à BR-470 em Gaspar. A deputada estadual Ana Paula Lima e os deputados federais Décio Lima e João Piazzolatti também conferiram de perto a assinatura da ordem de serviço.

AMARAL é eleito vicepresidente regional da Facisc Facisc/Divulgação

Carlos Tavares D’Amaral assumiu a vice-presidência regional O vice-presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Carlos Tavares D’Amaral, foi eleito, no dia 19 de julho, vice-presidente regional da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) para o Vale do Itajaí. A eleição foi realizada em Ilhota durante reunião com representantes das entidades que fazem parte da microrregião. O representante da Acib foi o único candidato e foi eleito por unanimidade. D’Amaral assume o lugar deixado pelo ex-presidente da Associação Empresarial de Gaspar, Volni da Silva Muniz. A Facisc divide o Estado em nove regiões. Cada uma delas tem o seu vicepresidente que representa a entidade na microrregião. As eleições regionais foram realizadas até o dia 31 de julho e começam a delinear a sucessão da presidência da entidade que acontece dia 14 de setembro em São Bento do Sul durante o 12º Encontro Estadual de Automecânicas.

JULHO / 2007

Novos associados Bernadete Gallassini Ferreira Cecred (Cooperativa Central de Crédito Urbano do Estado de Santa Catarina) Eldorado Blumenau (Eldorado Cartazes Ltda.) 30

Ethika Engenharia Civil (OCT Engenharia Civil e Ambiental Ltda.) Guest Propaganda (Neo Serviços Ltda. ME)

Lanchonete Pipoca (Luiz Carlos Vitorino Da Costa ME) Marlene Felix Schlindwein Oficina Latoaria Pintura Schaufert Ltda. ME


AGENDA

AGOSTO Dia 21 - Ciclo de Palestras DESCO – Descoloração de Efluentes Têxteis: Uma Nova Ferramenta na Redução de Impactos Ambientais, com Jörg H. Soar, Ioná W. Bettinardi e Marcel J. Gonçalves, da Umwelt Quando: 21 de agosto, às 19h Onde: Acib (Rua Ingo Hering, 20 – Neumarkt Trade Center – 8º andar) Promoção: Núcleo de Consultoria e Treinamento da Acib Inscrições: gratuitas para associados da Acib. Os demais pagam R$ 5,00. Informações: (47) 3326-1230 com Alexandra. Dia 27 - Encontro Empresarial Com o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Jean Kuhlmann Quando: 27 de agosto, às 18h Onde: Teatro Carlos Gomes (Rua XV de Novembro , 1182 – Auditória Willy Sievert Promoção: Acib Inscrições: (47) 3326-1230. Evento direcionado para associados da Acib.

SETEMBRO Dia 1º - O Profissional de Ed. Física e a Saúde da Comunidade Avaliação e orientação físicas gratuitas Quando: 1º de setembro, das 14h às 20h Onde: Shopping Neumarkt (Rua 7 de Setembro, 1213) Promoção: Núcleo das Academias da Acib Dia 10 - Lançamento da 2º Olimpíada da Qualidade de Blumenau Palestra com Cláudio L. Gastal Quando: 10 de setembro, às 19h Onde: Senai (Rua São Paulo, 1147) Promoção: Núcleo da Qualidade da Acib Informações e inscrições: (47) 3326-1230 com Fábio Dia 13 - Ciclo de Debates Dosemetria em Populações Homogêneas e Exposição ao Ruído Quando: 13 de setembro, às 14h Onde: Acib (R. Ingo Hering, 20, Neumarkt Trade Center, 8º andar) Promoção: Núcleo de Segurança no Trabalho e Saúde Ocupacional Inscrições: R$ 5,00 (associados Acib) e R$ 10,00 (demais) Dia 18 - 4º Seminário Regional de Educação Profissional Tema: Educação para o Futuro Mesas redondas: Educação Ambiental; Ética e Cidadania; Pesquisa, Extensão e Projetos Público-alvo: educadores, gestores de escolas e profissionais de RH Quando: 18 de setembro, das 8h às 17h Onde: Viena Park Hotel (Rua Hermann Huscher, 670) Promoção: Núcleo de Escolas de Educação Profissional da Acib Informações: (47) 3326-1230, com Fábio Dia 19 a 21 - Concarh e Expocarh 2007 18º Congresso Catarinense de Recursos Humanos e 18ª Exposição Catarinense de Produtos e Serviços de Recursos Humanos. Quando: 19 a 21 de setembro Onde: Grande Hotel Blumenau (Alameda Rio Branco, 21) Promoção: Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Santa Catarina (ABRH-SC) Informações e inscrições: www.masterprom.com/18concarh/


NÚCLEOS

atividades dos

NÚCLEOS Aglair Fernandes falou sobre Administração do Tempo

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O Núcleo de Qualidade da Acib vai promover no dia 10 de setembro o lançamento da 2ª Olimpíada da Qualidade. O evento vai ser realizado no auditório do Senai e vai contar com uma palestra do presidente do Movimento Brasil Competitivo, Cláudio Gastal. No ano passado a Olimpíadas mobilizou 190 pessoas em 13 equipes que representavam empresas e entidades da região. A Rigesa Celulose foi a vencedora.

As integrantes do Núcleo de Escolas Particulares de Educação Infantil da Acib (Nepei) participaram ativamente do 10º Fórum Municipal Permanente de Educação Infantil, realizado nos dias 6 e 7 de agosto na Fundação Cultural de Blumenau. O evento é organizado pelo Conselho Municipal de Educação e, na avaliação da coordenadora do Núcleo, Michele Krause, o evento serviu para integrar escolas particulares e públicas.

Educadores, gestores de escolas e profissionais de Recursos Humanos vão participar no dia 18 de setembro do 4º Seminário Regional de Educação Profissional. O evento vai ser realizado durante todo o dia no Viena Park Hotel e vai ter como tema “Educação para o Futuro”. A organização é do Núcleo de Escolas de Educação Profissional da Acib. Mais informações pelo telefone (47) 3326-1230 com Fábio.

O coordenador do curso de Mecânica Automotiva do Senai, Almir da Silva, participou no dia 8 de agosto de uma reunião do Núcleo de Empresas Automecânicas da Acib. A idéia é promover um intercâmbio para melhorar ainda mais a capacitação dos colaboradores de empresas do setor em Blumenau e região. A instituição também divulgou o curso de Gestão de Oficinas Automotivas, que será realizado de setembro a dezembro.

Orientar a comunidade para os cuidados que devem ser tomados na hora de praticar alguma atividade física é o objetivo do Núcleo de Academias da Acib com o evento “O Profissional de Educação Física e a Saúde da Comunidade”. No dia 1º de setembro, um sábado, os profissionais das academias estarão no Shopping Neumarkt para fazer avaliações físicas e orientar os blumenauenses gratuitamente. O atendimento será feito das 14h às 20h.

Depois das palestras “Administração do Tempo” e “Processo Desco”, o Núcleo de Consultoria e Treinamento da Acib já trabalha na realização de outros dois eventos que fazem parte do Ciclo de Palestras: “É Possível Fidelizar Clientes” é o tema do dia 26/09 e “Novas Alternativas para Aprender um Segundo Idioma” será abordado no dia 25/10. Mais informações pelo telefone (47) 3326-1230 com Alexandra.

Empresas e entidades que fazem parte do Núcleo de Responsabilidade Social da Acib vão organizar uma Arena Social no 18º Concarh - Congresso Catarinense de Recursos Humanos. A idéia é apresentar os projetos desenvolvidos pelos integrantes do Núcleo em um espaço de 90m². Artesanato e teatro são algumas das atrações. O 18º Concarh será realizado de 19 a 21 de setembro no Grande Hotel Blumenau.

Saneamento básico vai ser o tema de um evento que está sendo organizado pelo Núcleo de Gestão Ambiental da Acib. O 2º Fórum de Esgoto Sanitário vai ser realizado nos dias 25 e 26 de setembro e deve ter na programação a discussões sobre as realidades na região da Bacia do Itajaí e em Blumenau.


Oechsler falou sobre a Oktoberfest 2007

Um debate sobre Dosemetria em Populações Homogêneas e Exposição ao Ruído está promovida pelo Núcleo de Segurança no Trabalho e Saúde Ocupacioanl da Acib. O evento está marcado para o dia 13 de setembro, às 14h, na sede da Acib. A inscrição para associados custa R$ 5,00. Os demais pagam R$ 10,00. Mais informações pelo telefone (47) 3326-1230 com Marilda.

O diretor-presidente do parque Vila Germânica, José Carlos Oechsler, participou no início do mês de uma reunião com os integrantes do Núcleo de Turismo Receptivo da Acib. O dirigente falou sobre alguns problemas pontuais que surgiram no local e sobre a estratégia para minimizar as conseqüências. Também mostrou aos empresários as mudanças para a Oktoberfest 2007, entre elas a adoção de catracas e ingressos eletrônicos.

O delegado regional da Polícia Civil, Rodrigo Marchetti, foi o primeiro a ser recebido pelo Núcleo de Segurança Privada, Asseio e Conservação da Acib em uma série de reuniões com os dirigentes da Segurança Pública regional. A reunião foi realizada em julho e serviu para conhecer a linha de trabalho do delegado. Reuniões com os representantes da Polícia Militar e da Polícia Federal devem ser agendadas pelo Núcleo ainda em 2007.

A diversidade cultural da região mais alemã de Blumenau vai ser o foco de um evento que está sendo organizado pelo Núcleo da Vila Itoupava da Acib. Corais, teatro, dança folclórica e comida típica são algumas das atrações que serão apresentadas no dia 19 de setembro, a partir das 19h, na SRD Serrinha.

Integrantes do Núcleo de Mídia Exterior da Acib acompanham de perto a discussão em torno do projeto de lei que regulamenta a atividade em Blumenau. No início do mês os empresários participaram das reuniões dos conselhos municipais de Planejamento e do Meio Ambiente, onde foram avaliadas as emendas propostas pela Câmara Municipal. O projeto deve ser votado nos próximos dias.

O material de divulgação da Acib está sendo reformulado. A tarefa está sob responsabilidade do Núcleo de Criação e Design que já trabalha na formatação de novos impressos e outros materiais que devem ser utilizados para divulgar a entidade e os núcleos setoriais. O material deve ser apresentado no aniversário da Acib, dia 5 de novembro.

A saúde privada de Blumenau é o foco de duas pesquisas que serão realizadas através de um convênio com o Instituto de Pesquisas Sócias da Furb. O documento deve ser assinado nas próximas semanas. A idéia é fazer um diagnóstico da área em Blumenau. O trabalho faz parte do Projeto Blumenau Referência em Saúde.

Empresários de Blumenau têm até o dia 5 de outubro para se inscrever no Prêmio Gustav Salinger, idealizado pela Acib Jovem para reconhecer o trabalho de empreendedores que se destacaram na cidade. A inscrição pode ser feita pelo telefone (47) 3326-1230 com Carla. O prêmio será entregue no dia 5 de novembro, durante a comemoração dos 106 anos da Acib.

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ELETRiCIDADE

A concessão para explorar uma queda d’água no Rio Itajaí foi dada em 1912 para um grupo de empresários. Nascia assim a Usina do Salto, cujo financiamento veio da Alemanha

A força motriz que movimentava as máquinas das indústrias de Blumenau no início da Primeira Guerra Mundial era proveniente de rodas d’água, tração animal ou mesmo humana. A cidade já contava com um fornecimento regular de energia elétrica desde 1909, mas ela era insuficiente para atender a toda a demanda. E os equipamentos elétricos ainda eram muito caros. Em 1912, a Câmara Municipal deu uma concessão de exploração de luz e força para um grupo de empresários. Gustav Salinger, Pedro Christiano Feddersen, Paulo Zimmermann e Carlos Jensen receberam autorização para explorar uma queda do rio Itajaí na localidade do Salto. Conseguiram financiamento para o projeto na Alemanha e rapidamente iniciaram as obras. 34

O entendimento celebrado entre a prefeitura e os empresários previa o estabelecimento de um serviço de força e luz no município de Blumenau, abrangendo todos os territórios de seus limites na época, exceto a zona dada em privilégio a Frederico Guilherme Busch, em conformidade com o contrato celebrado entre este último e a municipalidade em 1910. A Usina Salto entrou em funcionamento em 1º de maio de 1915, com duas turbinas e capacidade para abastecer toda a região. No ano seguinte, o grupo arrendaria a usina pioneira de Busch, assumindo o monopólio da geração e distribuição de energia elétrica no Vale do Itajaí. Em 1920 os empresários blumenauenses venderam o controle do negócio para um grupo de empreendedores paulistas. A empresa foi transformada em uma sociedade anônima e passou a se chamar Empresa Força e Luz Santa Catarina. Quatro

anos depois, o capital do empreendimento voltou a ser dominado por investidores locais. Na época, a empresa tinha 120 quilômetros de rede de transmissão. Atendia a 158 empresas e 1.430 residências. Fornecia também energia para as iluminações públicas de Blumenau (incluindo os distritos de Gaspar e Indaial), Brusque e Itajaí. O fato de Blumenau estar entre as primeiras cidades do Estado a possuir uma usina e ter um sistema de confiabilidade e capilaridade foi um grande diferencial para o desenvolvimento de toda a região. O empreendedorismo dos blumenauenses fez mudar cedo, para os padrões brasileiros e catarinenses, a matriz energética das indústrias locais, gerando maior produtividade e economia de escala. * Trecho do livro 100 Anos Construindo Blumenau, de Nelson Marcelo Santiago, publicado em comemoração ao centenário da Acib, no ano de 2001.




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