Empresário | Acib - CDL - Intersindical - Sindilojas - Ed. 06

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Ano I nº 06 Outubro 2007

CONDIMENTO DO SUCESSO Hemmer vence as mudanças econômicas do século 21 e se consolida como uma das maiores do seu setor no Brasil

O diretor-presidente da Cia. Hemmer, Ericsson Henrique Luef, faz parte da quinta geração da família do fundador Heinrich Hemmer

URBANISMO: sistema cicloviário é alternativa ao trânsito caótico






EDITORIAL

SUCESSO, INFRA-ESTRUTURA E

MUITA INFORMAÇÃO

A necessidade de implantar ciclovias é um dos temas abordados na edição 6 da revista Desde que planejamos a publicação desta revista tivemos como linha principal a idéia de expor exemplos de sucesso no meio empreendedor de Blumenau. Exemplos que motivem desde o mais tradicional empresário até aquele jovem que rabisca no caderno os primeiros projetos com o objetivo de abrir uma empresa e oferecer serviços/produtos de qualidade e com diferencial competitivo ou de se tornar um profissional liberal de sucesso. Como tem acontecido ao longo das cinco edições anteriores, boas histórias não faltam nesta que você começa a folhear. Histórias como a da tradicional empresa Hemmer, que ilustra a capa deste mês. Uma empresa fundada há quase cem anos, fruto do já comentado espírito empreendedor de nossos colonizadores, e que, apesar da rápida evolução que dá marca ao século 20, consegue se manter à frente da concorrência, adotando sistemas de gestão inovadores e iniciando o século 21 como exemplo em responsabilidade social e ambiental. A mesma preocupação de acompanhar ou até mesmo superar as inovações tecnológicas impostas pela história pode ser percebida na entrevista com o empresário Rubens Olbrisch, da Rádio Antena 1. Demonstrando possuir muito conhecimento, condição básica para um empreendedor de sucesso, ele nos dá um panorama da chegada da rádio digital e de como Blumenau, pioneira na comunicação catarinense, se prepara para mais essa importante mudança. Se o empreendedorismo faz parte da cultura do blumenauense, por que não utilizar uma das mais antigas manifestações culturais para orientar colaboradores de uma organização? É o que faz a renomada Cia Carona de Teatro ao levar peças teatrais às empresas de Blumenau e região. Além de levar cultura e entretenimento, essenciais à boa qualidade de vida, o grupo tem como proposta principal levar conhecimento e orientações relacionadas ao dia-a-dia profissional da comunidade. Por falar em qualidade de vida, nesta edição também mostramos a nossa preocupação com a falta de um sistema cicloviário eficiente. Ciclistas organizados em uma ONG e o poder público municipal trabalham para tentar garantir ao blumenauense o direito de ir e vir com segurança nas principais localidades da cidade. Tarefa onerosa, mas que não pode ser deixada de lado em tempos de muita poluição e estresse em um trânsito cada vez mais difícil. A educação como base da formação do indivíduo e do profissional também está nas páginas a seguir, onde mostramos dois exemplos que podem e devem ser seguidos por outras empresas de Blumenau. Falamos dos projetos desenvolvidos pela Coteminas e pela Riffel, que garantem educação de qualidade aos jovens de comunidades carentes e formam profissionais comprometidos com a missão das empresas e com o bem-estar da comunidade que as cercam. Na mesma linha vamos conhecer duas empresas que foram listadas entre as melhores para se trabalhar no Brasil. O Senai e a Unimed Blumenau. Por fim, nas notícias relacionadas diretamente à Acib, você vai entender melhor a campanha Blumenau Sem Pirataria, idéia de um delegado aposentado da Polícia Federal que foi adotada por 19 entidades empresariais, governamentais e não-governamentais na esperança de afastar da cidade este mal que tanto prejudica os cofres públicos, o desenvolvimento econômico da cidade e saúde de seus habitantes. Aproveite ao máximo a leitura e não deixe de sugerir novos temas para as próximas edições através do e-mail imprensa@acib.net. A Diretoria 6



SUMÁRIO

Luís C. Kriewall Filho

VEM AÍ A NOVA ERA DO RÁDIO

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Rubens Olbrisch conversa sobre mudanças na radiodifusão brasileira com a implantação do sinal digital

QUESTÃO DE MODERNIDADE URBANÍSTICA

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UNIÃO CONTRA O CRESCIMENTO DA PIRATARIA

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Iniciativa privada e poder público buscam ações para frear a escalada da pirataria nos diversos setores produtivos

Implantar ciclovias é alternativa para humanizar trânsito e transporte, mas faltam recursos

18 Teatro leva informação para os trabalhadores 28 Artigo: Pirataria 24 Projetos sociais formam mão-de-obra qualificada 32 Acib é notícia 26 Unimed Blumenau e Senai/SC recebem 41 Agenda destaque 42 Memória

EDITOR EXECUTIVO Sidnei dos Santos - 1198 JP (MTb/SC) - sidnei@mundieditora.com.br EDITOR ASSISTENTE Fábio Ricardo REPÓRTERES Ana Paula Lauth, Gisele Scopel e Francisco Fresard (Institucional) DIRETOR DE ARTE Ricardo Augusto Kühl FOTO DE CAPA Ivan Fernando Schulze DIRETOR COMERCIAL Cleomar Debarba - 47 3035.5500 - comercial@mundieditora.com.br DIRETOR EXECUTIVO Niclas Mund - niclas@mundieditora.com.br DIRETOR EDITORIAL Luiz Mund - 0189 JP (MTb/SC) - mund@mundieditora.com.br

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COM GOSTO DE TRADIÇÃO E QUALIDADE Fundada no início do século passado, a Cia. Hemmer é uma empresa sólida e moderna

Conselho Editorial Avelino Lombardi Carlos Tavares D’Amaral Charles Schwanke Francisco Fresard Hans Dieter Didjurgeit Luiz Mund Marilda Steil Ricardo Stodieck Rubens Olbrisch

Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar Neumarkt Financial & Trade Center CEP: 89010-205 Blumenau – SC 47 3326.1230 www.acib.net

10 Diretoria Presidente: Ricardo Stodieck / Vice-presidente: Carlos Tavares D’Amaral / Administrativo e Financeiro: Manfredo Krieck / Assuntos da Indústria: Carlos Odebrecht / Assuntos de Comércio e Turismo: Bruno Nebelung / Assuntos de Desenvolvimento e Planejamento Urbano: Jorge Rodacki / Assuntos de Prestação de Serviços: Maria Denise Ribeiro Ern / Assuntos da Pequena e Micro Empresa: Haida Leny Siegle / Assuntos Comunitários: Solange Rejane Schröder / Núcleos e Câmaras: Avelino Lombardi / Assuntos Ambientais e de Energia: Jaime Grossembacher / Assuntos Internacionais: Ido José Steiner / Relações Institucionais: Ronaldo Baumgarten Jr / Assuntos da Saúde: Mauro Sergio Kreibich / Assuntos Tecnológicos: Ingo Tiergarten

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Empreendedorismo

Hemmer mantĂŞm uma linha ampla de produtos, de conservas a doces

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Pioneirismo

e QUALIDADE

Fundada em 1915, pelo imigrante alemão Heinrich Hemmer, a Companhia Hemmer Indústria e Comércio começou como uma fábrica caseira de processar chucrute e logo ampliou a produção com pepino em salmoura. Ambos eram vendidos a granel, direto ao consumidor. A qualidade dos alimentos conquistou rapidamente o mercado local, o negócio expandiu-se e foram agregados novos itens, o que exigiu o aperfeiçoamento na embalagem e esquema de distribuição. Conduzida por sucessores do fundador, a empresa cresceu sob designações diversas até 1946, quando se transformou em Sociedade Anônima com a atual razão social. Hoje, é dirigida pela quinta geração da família Hemmer. Instalada no mesmo local onde iniciou as atividades, no Bairro Badenfurt, em Blumenau, a fábrica tem mais de 20 mil metros quadrados de área construída. O atual diretor-presidente da Cia. Hemmer, Ericsson Henrique Luef, afirma ser constante a busca por novas tecnologias e conta que o departamento de produção da empresa foi totalmente restaurado. “Há uma meta na empresa de lançar, no mínimo, de 20 a 25 produtos por ano. Com essa reestruturação do departamento, procuramos ter mais agilidade”, afirma. Segundo Luef, nos últimos 15 anos o mercado sofreu profundas mudanças, ocorridas pela revolução tecnológica e por um capitalismo aberto. Empresas do mundo todo buscam ampliar a participação investindo cada vez mais na solidez e confiabilidade de suas marcas. Gigantes do mundo todo iniciam uma corrida desenfreada por consumidores dos até então países de terceiro mundo, entre eles o Brasil. Ele destaca ter havido uma série de aquisições e fusões de redes varejistas, ocasionando uma concentração em poucas empresas, “o que é uma tendência mundial, visto que na Europa quase 80% do varejo pertence a poucos grupos controladores”. Com a entrada de capital estrangeiro no Brasil, muitas empresas nacionais foram

adquiridas e as demais buscaram rapidamente uma adaptação à nova realidade. A pressão sobre a indústria foi inevitável, com o surgimento de uma infinidade de marcas e produtos. O diretor da Hemmer observa que fusões e aquisições passaram também para o setor industrial. “Médias e pequenas empresas nascem e morrem em uma velocidade espantosa, o câmbio favorece a entrada de muitos produtos estrangeiros em condições desfavoráveis à competitividade da indústria nacional e, nesse cenário, o segmento de conservas também foi amplamente afetado”. Considerando o encerramento das atividades de muitas marcas tradicionais, diz o empresário, pode-se concluir que a Hemmer sobrevive não só por sua flexibilidade aos períodos de crise, mas principalmente graças à tradição de qualidade e respeito aos stakeholders (colaboradores, clientes, fornecedores, acionistas e sociedade na qual está inserida), consolidandose como uma das líderes em seu segmento nos dias atuais. “Nos últimos dois anos, a Cia Hemmer tem gerenciado profundas mudanças na administração, focando cada vez mais a missão de satisfazer na plenitude as necessidades e desejos dos consumidores. Com uma política comercial objetiva e criativa, a Hemmer esta concentrando seus esforços no capital humano, bem como buscando

uma exposição destacada nos pontos de venda, como pode ser observada nas lojas de todo o Brasil”, afirma Luef. Atualmente, a empresa conta com 49 escritórios de representação com mais de 100 vendedores e uma equipe de merchandising com aproximadamente 300 colaboradores. A evolução de um sabor tradicional Um dos segredos da qualidade e destaque da marca Hemmer é a preocupação e cuidado com todas as etapas do processo de produção, desde a matéria-prima até o produto acabado. “Nosso cuidado com todo o ciclo da atividade rural, desde a escolha das sementes, plantio, parceria com os agricultores até o momento da colheita, representa a preocupação mais importante da empresa. Não conseguiremos criar nenhum produto de qualidade sem isso. Nossa maior preocupação consiste em fabricar um bom produto e deixar o cliente satisfeito”, afirma o gerente de produção Jorge Luiz Blosfeld. Ele atribui o sucesso da empresa à experiência dos antepassados que desenvolveram a fórmula de condimentação usada até hoje. “Com o advento da tecnologia, os parâmetros de qualidade foram traduzidos em métodos e processos que podem ser aferidos por técnicas de laboratório que dão seqüência aos padrões”.

Produção de mostarda é um dos destaques da Cia. Hemmer

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EMPREENDEDORISMO

Natureza e indústria em harmonia

produtos Hemmer

CONSERVAS: pepinos em condimento suave e em salmoura, palmitos, beterrabas, azeitonas, cogumelos, chucrute, cenoura, couve-flor, feijão temperado, milho verde, ervilhas, vagem, brócolis, cebolinha, grão de bico, aspargo, alcaparra, repolho roxo

Alimentos recebem cuidados especiais do plantio até a fase final de produção Os cuidados com a produção iniciam no campo. Técnicos da empresa supervisionam o cultivo das lavouras de famílias de pequenos agricultores desde o plantio da semente até a colheita. O transporte também é feito dentro das normas operacionais. O maior volume de matéria-prima que entra na indústria vem da região do Alto Vale do Itajaí e outra parte do norte de Minas Gerais. Na fábrica, onde começa a industrialização, uma equipe de aproximadamente 250 funcionários trabalha dentro de um rigoroso padrão. Há o cuidado com a higiene e a seleção criteriosa da matéria-prima. Todos os procedimentos determinados para cada tipo de processo são altamente observados, entre eles as Boas Práticas de Fabricação (BPF), segurança alimentar e o sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) implantado em cada etapa do processo de industrialização das conservas com a inspeção e controle de qualidade. O envase segue os processos específicos para manter o sabor dos alimentos e passam por um período de quarentena, no qual ficam em repouso antes de serem avaliados pelos técnicos do laboratório. A

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qualidade é atestada por análises físicoquímicas realizadas diariamente no laboratório dentro da indústria. Cabe também a este setor a pesquisa e elaboração de novos produtos, além da criação de receitas. Segundo Luef, a preocupação com a preservação da natureza vem desde o fundador da empresa. A Hemmer foi uma das primeiras indústrias do País a adquirir terras de reflorestamento de uma espécie nativa, com a visão de garantir a auto-suficiência do palmito Juçara, possuindo um estoque atual superior a 50 milhões de unidades. No total, são mais de 85 milhões de metros quadrados de área de preservação e conservação ambiental. “Não há extrativismo, tudo que colhemos é replantado”, ressalta. Em uma parceria pioneira com universidades federais, a empresa realizou o primeiro inventário florestal em Mata Atlântica com a quantificação da biomassa e estoque de carbono, seguindo os critérios do protocolo de Kyoto, que regulamenta as emissões de gases de efeito estufa no Planeta, comprovando uma fixação efetiva maior do que 400 mil toneladas de carbono numa área em estudo de 3 mil 324 hectares.

MOLHOS: soja, pimenta, inglês, tomate, vici, molho de tomate com azeitona, molho de tomate com champignons, molho de tomate com orégano, molho de tomate tradicional, catchup, azeite de dendê. MOSTARDAS: amarela, escura, curry, extra-forte, ervas-finas, bacon, com mel. SOPAS EM CREME: tomate, palmito, champignon, aspargos, couve-flor com queijo, cebola. GELÉIAS: morango, ameixa, goiaba, maracujá, abacaxi, uva, laranja DOCES: melado de cana. FRUTAS EM CALDA: salada de frutas, pêssegos, abacaxi. XAROPES: groselha, framboesa e guaraná. PESCADOS: sardinha em salmoura

PERFIL Razão Social: Cia. Hemmer Ind. e Com. Postos de trabalho: 300 Produção: 15 mil toneladas/ano Fundação: 1915



Entrevista: Rubens Olbrisch, radiOdifusor e presidente do Conselho de Núcleos Setoriais da Acib

Rubens

Olbrisch

O empresário dirige a rádio Antena 1 FM e preside o Conselho de Núcleos e Câmaras Setoriais da Acib. Nesta entrevista Rubens Olbrisch fala sobre a implantação, em breve, da rádio digital no Brasil e as implicações disto para as empresas radiodifusoras, anunciantes e ouvintes de rádio. Quais os investimentos necessários e quais as novas possibilidades que o sinal digital trará. Olbrisch também fala da importância dos núcleos setoriais e as vantagens que as empresas associadas encontram nestas organizações.

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Novidades nas

ondas do rádio

Empresário Acib: O Brasil vive a expectativa da chegada da rádio digital. Em que estágio está este processo? Rubens Olbrisch: Em agosto, em reunião realizada em Brasília, pelo Conselho Consultivo de Rádio Digital, formado por representantes do governo, radiodifusores, indústria, usuários, movimentos sociais, universidades e anunciantes, o ministro das Comunicações afirmou que o padrão de rádio digital a ser adotado pelo Brasil será constituído de dois sistemas, sendo um para as emissoras na faixa FM e OM (AM) e outro sistema para as emissoras na faixa de Ondas Curtas (OC) e Onda Tropical (OT). O modelo será composto do sistema americano IBOC (In Band on Channel) do consórcio de empresas americanas denominado Ibiquity, para as rádios de freqüência modulada (FM) e para as rádios de ondas médias (AM) e do sistema europeu DRM (Digital Radio Mondiale) – consórcio formado por diversas empresas, principalmente, da Europa, para as rádios de ondas curtas (OC) e Ondas Tropicais (OT). No primeiro semestre de 2008, o Ministério das Comunicações encaminhará à Casa Civil um relatório final, com o texto do decreto que estabelece o padrão de rádio digital que será adotado no País. As 18 emissoras de rádio (10 de FM e 8 OMAM) que operaram em teste a tecnologia americana IBOC durante os últimos dois anos, deverão entregar os relatórios finais com a análise do período de estudo. EA: O que essa mudança significa do ponto de vista operacional das emissoras? Olbrisch: As mudanças operacionais deverão acontecer conforme a disponibilidade financeira de cada emissora. Como existe, no meu entendimento, um período ainda longo de implantação do sistema digital, é importante que o radiodifusor, den-

tro de nossa realidade, faça esta migração das emissoras FM e OM (AM), permitindo o acesso do público à programação das emissoras com tecnologia digital, mas tudo de forma suave, sem necessidades de tornar obsoletos os receptores que o público tem em suas residências e automóvel. As emissoras deverão atualizar a planta de transmissão e estúdios de forma lenta e gradativa, conforme o avanço dos testes nas emissoras que já operam com o sistema. O custo, conforme previsão de engenheiros, para uma emissora transmitir em IBOC digital será de US$ 50 mil a US$ 150 mil. EA: Como o ouvinte será afetado pela era digital? Olbrisch: Tenho certeza que de uma forma muito positiva. A tecnologia de rádio digital permite um aumento de opções em cada freqüência. Além da melhoria da qualidade de som, o novo sistema vai permitir a transmissão de dados. Nos displays dos rádios, as emissoras poderão exibir informações sobre música, temperatura, trânsito, esportes, publicidade etc. Cada canal de rádio poderá transmitir até três programas simultaneamente. Como exemplo, diria que quem transmite hoje uma programação musical jovem poderá, nestes dois outros canais, transmitir outro tipo de música, como clássica e internacional. Com a rádio digital, o ouvinte terá uma melhor qualidade de som. As emissoras de FM passarão a transmitir com qualidade de CD e as emissoras OM (AM) ganharão qualidade de FM. Nos testes que acompanhamos, pudemos observar que o ouvinte perceberá uma melhoria no som das emissoras FM, mas as grandes mudanças serão observadas mesmo nas emissoras de AM. Estas emissoras, na minha avaliação, passarão a ser concorrentes diretas das FM, devido à nova qualidade de som. EA: Todos os aparelhos recepto-

res terão que ser trocados devido à mudança do sinal analógico para digital? Olbrisch: O sistema americano IBOC para as rádios digitais FM e AM foi escolhido pelo Ministério das Comunicações, pois o sistema conseguiu oferecer um padrão que permite adicionar o sinal digital ao sinal analógico na mesma faixa que as emissoras transmitem. Isso é uma vantagem que não é possível em nenhum outro sistema, sem que haja necessidade de replanejamento de canais ou nova faixa de freqüência para transmissão. Ou seja, todas emissoras de Blumenau teriam que trocar de freqüência e assim em todo o País, tornando inviável o projeto. Os receptores atuais continuarão recebendo o mesmo sinal analógico. Os futuros rádios digitais, dependendo da qualidade do aparelho, aceitarão os dois sistemas, sem que um interfira no outro. O próprio ministro das Comunicações descartou, por enquanto, a produção de conversores, como acontecerá na indústria de digitalização de receptores de TV. Duas grandes fábricas de eletrônicos mostraram-se dispostas a fabricar rádios com recepção digital e analógica, que custarão no varejo em torno de R$ 100,00. Os primeiros equipamentos receptores devem estar disponíveis no mercado já em 2008. EA: O rádio é apontado como o meio de comunicação mais popular em todo o mundo. Na era digital ele continuará à frente das demais mídias? Olbrisch: Sem dúvida alguma, o rádio continuará sendo o meio de comunicação mais popular do mundo, pois, além de sua simplicidade de uso, terá agora agregadas outras formas de recepção, que vão tornar o rádio mais atraente ainda. Como exemplo, vamos imaginar aquele ouvinte bem do interior, em lugares onde não consegue

Os receptores atuais continuarão recebendo o mesmo sinal analógico. Os futuros rádios digitais aceitarão os dois sistemas, sem que um interfira no outro 15


Entrevista: Rubens AlcantaroOlbrisch, Corrêa, presidente radiOdifusor do Sistema e presidente Fiesc do Conselho de Núcleos Setoriais da Acib

ter acesso a nenhum outro meio de comunicação. Poder, em breve, sintonizar sua emissora preferida e ver na tela do rádio outros dados como previsão de tempo, temperatura, notícias e, no mesmo canal, ter a sua disposição outros canais de música; trará mais alternativas de entretenimento e aprendizado. Como o rádio tem o poder de acompanhar as pessoas em qualquer lugar, o crescimento deste meio de comunicação será cada vez maior. Sabemos que 80% da população mundial têm acesso ao rádio e promover a migração dessa população para os padrões digitais existentes é um grande desafio para os fabricantes de equipamentos digitais. O Brasil tem hoje 3,2 mil emissoras licenciadas e mais de 1,3 mil que aguardam o licenciamento e é considerado o segundo maior mercado de radiodifusão do mundo em número de aparelhos. EA: O senhor dirige uma emissora de rádio. Como está se preparando para o sinal digital e todas as novas possibilidades que ele oferece? Olbrisch: Estou acompanhando diariamente toda e qualquer informação relacionada ao rádio digital, através dos boletins do Ministério das Comunicações, das notícias do Departamento de Engenharia da Acaert e dados colhidos junto às emissoras que já estão realizando os testes. Na compra de qualquer equipamento, tanto para os transmissores, como para os estúdios, já estou adquirindo produtos para uso posterior no sistema digital. Em setembro, nossa emissora comprou dos Estados Unidos um processador digital que

Blumenau sempre foi pioneira em comunicação. Tenho certeza que a implantação da rádio digital na cidade ocorrerá bem mais rápido que em outras cidades 16

vai sendo acrescentado ao equipamento já em nosso poder para a nova era do rádio que teremos no Brasil. Como citei no início, estamos nos preparando com cautela, pois muitos acertos deverão acontecer, tanto por parte do governo, como dos fabricantes e distribuidores dos receptores digitais. EA: As rádios de Blumenau estão preparadas para esta nova era? Qual o futuro de nossas rádios? Olbrisch: Pelo conhecimento, contatos e troca de experiências entre as emissoras de Blumenau, posso afirmar com certeza que as emissoras da cidade estão se preparando para esta nova era do rádio. Nossa cidade sempre foi pioneira em comunicação em Santa Catarina, tendo surgido aqui a primeira emissora de rádio e a primeira TV. Conhecendo os proprietários e gerentes das emissoras de Blumenau, tenho certeza que a implantação da rádio digital na cidade ocorrerá bem mais rápido que em outras cidades do Estado. Nossas emissoras de rádio são administradas hoje como verdadeiras empresas e não mais como uma paixão, ou como um meio de exercer força política. Nossa preocupação com a qualidade da emissora e nossos colaboradores é tão grande que em 2006, com o apoio da Acaert, o Sebrae realizou, durante seis meses, um programa inédito no Brasil, de capacitação profissional das emissoras da cidade. EA: O senhor preside o Conse-

lho de Núcleos e Câmaras Setoriais da Acib. Como estes núcleos podem fortalecer a economia local? Olbrisch: É gratificante para quem participa das atividades da Acib ver o crescimento diário das empresas que participam dos núcleos e câmaras setoriais. E este crescimento tem muito a ver com a forma como a empresa está sendo conduzida. Existem estatísticas comprovando que empresas que utilizam nossa entidade como ferramenta de apoio à sua atividade estão tendo uma melhor condição de conduzir o seu negócio. Este sucesso é fácil de entender: a empresa tem à disposição pela entidade toda uma estrutura de informações e orientações nas diversas áreas que o seu negócio exige, facilitando o seu crescimento. EA: Existe a intenção de aumentar o número de núcleos setoriais? Quantos o senhor espera ter ao final do mandato da atual diretoria? Olbrisch: Existe uma projeção de constituirmos 30 Núcleos até o final do mandato da atual diretoria. Mas, partimos do princípio que nem sempre quantidade é sinônimo de qualidade. Primamos pela qualidade de serviço que nossa entidade pode oferecer às empresas integrantes dos nossos núcleos. Hoje, contamos com 25 núcleos setoriais. Desejamos que o número aumente a cada dia, conforme a necessidade dos associados. Assim, mais empresas terão uma melhor oportunidade de crescimento.



Conscientização

Teatro leva informação aos trabalhadores

A Cia. Carona de Teatro desenvolveu uma maneira divertida de levar comunicação e educação para dentro das empresas. O Teatro na Empresa é uma proposta que envolve comédia, brincadeiras e interação dos funcionários com o objetivo de aperfeiçoar as relações e a produtividade nos vários setores de grandes, médias e pequenas empresas. Ao longo dos seus 12 anos, a Cia. Carona 18

agregou ao seu portifólio diversos temas e também realiza performances, pequenas montagens, workshops e oficinas com os funcionários. Além dos sete esquetes já preparadas, que tratam de saúde no trabalho, os 5S, administração do tempo, relações interpessoais, segurança no trabalho, motivacional e dependência do álcool, o grupo também abre o leque para propostas vindas das empresas. De acordo com as necessidades de cada uma, outras apresentações podem ser estudadas para atingir o público alvo. A atuação é preparada de acordo com o público, objetivo, espaço e é discutido com a empresa até chegar ao resultado desejado. As peças já preparadas têm de 20 a 30 minutos, mas em alguns casos o grupo pode fazer um trabalho que envolve mais dias. Segundo Pépe Sedrez, diretor da Cia Carona, o trabalho tem foco na comunicação, diversão, educação e informação. Ele garante que o resultado se mostra mais eficiente do que em palestras, uma vez que essa forma funciona melhor para fixar a mensagem. É uma maneira lúdica e leve, contudo, não deixa de ensinar.


Pesquisa, interpretação e resultado O grupo tem oito integrantes, mas apenas três participam de cada peça. Cada ator é responsável por pesquisas que vão trazer um melhor entendimento sobre o assunto a ser tratado e de um estudo pessoal são lançadas idéias até o resultado final. A improvisação também é uma característica da equipe. Os espaços mudam de uma apresentação para outra e a experiência profissional ajuda nesse desafio de se adaptar aos diferentes locais. Reconhecido pela mídia e pelos blumenauenses, o teatro tem um retorno muito positivo das mais de 30 empresas que já contrataram os serviços da Cia. Carona. “Por ser lúdico, com humor e comédia, fica mais fácil tratar de assuntos como acidentes”, afirma Pépe Sedrez, diretor do grupo teatral e da Escola de Teatro do Carlos Gomes.

Grupo usa o humor para abordar assuntos sérios

Interação com o público é uma das marcas do projeto

Mensagem fixada “Às vezes, a gente vai tão longe, parece algo tão distante, quando vejo um palhaço utilizando o material de segurança absurdamente errado, que ninguém seria tão ridículo a esse ponto. Isso parece distanciar tanto do cidadão comum, que em algum momento eu acredito que os extremos se encontram e o funcionário vai prestar mais atenção para não fazer errado”, conclui Sedrez. Com um discurso marcante, os atores frisam ao público que a apresentação se trata de um assunto sério. O humor foi a forma que o grupo encontrou de tocar essas questões, às vezes delicadas ou cansativas, sem afastar as pessoas. Sedrez salienta que os gerentes vêem um resultado sempre muito positivo. Eles têm a exata percepção do comportamento dos trabalhadores antes e depois.

O inusitado ajuda a gravar as mensagens

informações Cia. Carona de Teatro (47) 3340-2317 19


Urbanismo

Nas ciclofaixas, ciclistas enfrentam o perigo do tráfego intenso e o desrespeito de motoristas que estacionam nos locais das bicicletas

Transporte Uma forma de transporte que alia lazer, saúde, harmonia com o meio ambiente e economia. Estas são as vantagens de uma cidade que adota um bom sistema cicloviário. De acordo com o diretor para Assuntos de Desenvolvimento e Planejamento Urbano da Acib, Jorge Rodacki, ciclovia é sinônimo de conscientização ecológica e desenvolvimento, por isso, a implantação de um sistema seguro e interligado em Blumenau e região tem amplo apoio da entidade empresarial. Rodacki salienta que existem projetos para isso na Prefeitura que precisam de uma continuidade. Mas observa que quando se fala em sistema cicloviário, assim como em outros pontos da infraestrutura urbana, é preciso pensar em ações regionais. “Blumenau e municípios mais próximos formam um único centro urbano, então é necessário que esse sistema integrado ultrapasse os limites dos municípios. As ciclovias podem abranger os percursos urbanos das rodovias Jorge Lacerda e BR-470, por exemplo”. Mas esta iniciativa, salienta, deve partir de Blumenau, como município pólo da região. “A cidade e a região têm tradição no uso da bicicleta.

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de qualidade

Lembro que, quando pequeno, este era o meio de transporte dos operários de nossas indústrias”, recorda Rodacki. Democratização Um dos maiores incentivos para o desenvolvimento do sistema cicloviário em Blumenau e região vem da Associação Blumenauense Pró-Ciclovias (ABC), criada há 10 anos. A intenção da ONG, explica seu diretor social, Wilberto Boos, é democratizar o uso do espaço urbano com segurança e qualidade. Para isso, a ABC promove passeios ciclísticos e busca junto ao poder público a concretização de projetos que contemplem os usuários de bicicletas, cadeiras de rodas ou patinetes, por exemplo. Boos observa que a maioria dos espaços implantados em Blumenau são ciclofaixas, que, além de não estarem interligadas, não oferecem a segurança necessária para os usuários. Quem usa bicicleta ainda é obrigado a conviver com o desrespeito de motoristas que param, estacionam ou até trafegam sobre as ciclofaixas. Outro problema apontado por Boos é a falta de lugar onde deixar as bicicletas. Quem se dispõe a ir de um bairro ao Centro, por exemplo, de bicicleta, não encon-

tra lugar adequado para guardá-la. “Costumo ir ao Centro fazer serviços, sempre de bicicleta e os estacionamentos particulares para carro não aceitam que deixe lá, mesmo pagando pelo serviço”, conta. O diretor da ABC ressalta que é visível o problema que Blumenau enfrenta no trânsito. O uso maior de bicicletas diminuiria os congestionamentos, os acidentes e a poluição do ar. “Existe uma demanda reprimida muito grande não só para uso da bicicleta para o lazer, mas como meio de transporte. Turismo A ABC está desenvolvendo um projeto de cicloturismo urbano, mas para que seja implantado, explica Boos, os hotéis teriam que disponibilizar bicicletas aos hóspedes. A sugestão de roteiro inicia no Centro de Atendimento ao Turista, em frente ao Sesi, na Rua Itajaí, e segue em direção ao Centro. Entre os atrativos, o Centro Histórico, Biergarten, Alameda das Palmeiras, museus, cemitério dos gatos, Rio Itajaí, compras etc. “Dessa forma o turista conheceria melhor a cidade e ficaria mais tempo aqui”, defende o diretor da ABC, Wilberto Boos.



Urbanismo

Sistema requer investimento alto Segundo o Secretário Municipal de Planejamento Urbano, Walfredo Balistieri, Blumenau tem um dos mais completos projetos para malha cicloviária. São mais de 100 quilômetros contemplados com ciclovias na cidade ligando todos os sentidos. Porém, tudo isso ainda está no papel. A maior dificuldade é que muitas dessas ciclovias passam por vias já implantadas. O investimento financeiro é fundamental, mas também será preciso um trabalho muito grande de conscientização. Normalmente, o comércio tem sido relutante quanto às ciclovias, porque acredita que isso vá diminuir as vagas de estacionamento, observa Balistieri. O secretário afirma que sempre que uma nova via é projetada em Blumenau, já está prevista a ciclovia. Por isso existem vários trechos soltos na cidade. “Já são mais de 40 quilômetros implantados, mas não-contínuos”, diz. Um exemplo é a continuação da Rua Heinrich Hosang, que sai na frente do quartel do Corpo de Bombeiros. Nela já existe a ciclovia, mas sem continuidade. O restante do projeto depende de uma intervenção, por exemplo, na Max Hering, que é uma rua já implantada, para que se possa ligar a um trecho na Rua Antônio da Veiga, depois a Engº Paul Werner, até o terminal da Fortaleza.

De acordo com o secretário, tudo está previsto em projetos e estudos, porém é necessário que seja feito por trechos. O secretário concorda que a bicicleta é um ótimo meio de transporte alternativo. Por isso o governo municipal tem buscado apoio nos âmbitos estadual e federal na captação de verbas para viabilizar os projetos. Uma parceria de extrema importância é com a Associação Blumenauense Pró-Ciclovias, que desde 2005 tem cadeira no Conselho Municipal de Planejamento Urbano. “São batalhadores que a gente tem que tirar o chapéu, porque estão sempre buscando o espaço deles”, salienta Balistieri. Sendo necessários mais de 15 milhões de reais para a implantação de um sistema bem projetado, as ciclovias se tornam inviáveis em um primeiro momento. Balistieri relata que em uma audiência pública foi sugerido que se investissem ao menos 5 milhões, mas o município não tem essa verba. O financiamento deve vir de outros órgãos como governo do Estado e governo Federal. Mas para ele, esse processo é irreversível. “É bom que Blumenau tenha um planejamento. Porque, embora os segmentos estejam um pouco soltos, a tendência é que a gente comece a unir”, conclui.

Ciclovias e Ciclofaixas A ciclovia, que é o ideal, é quando se tem uma barreira física separando o espaço da bicicleta da pista de carros. Pode ser um canteiro ou um meio-fio. Já a ciclofaixa não tem esse espaço, porque normalmente há muito comércio em sua extensão. Nesse caso, é pintada uma faixa, até para que os carros possam acessar os imóveis. Quando uma rua já é projetada com a ciclovia, não há o problema de trancar os carros. Há ainda uma terceira opção que são as ciclovias compartilhadas com as calçadas, que é o caso da Avenida Beira Rio. Quando se tem o alargamento da calçada, marca-se no piso os espaços preferenciais para ciclistas e pedestres. Porém, há alguns lugares que não se enquadram em nenhum dos três exemplos. Então é necessário estudar cada caso e adequar às suas particularidades. Balistieri acredita no sucesso das ciclovias e tem uma opinião muito forte baseada nos exemplos espanhol e francês, em que os cidadãos pagam uma taxa irrisória por ano e têm à disposição bicicletas e uma ampla malha cicloviária. Para ele, além de ser uma atitude mais saudável, ajuda muito em outro problema crescente na cidade, o sistema viário. Blumenau está superlotada e fora da média. Existem duas pessoas para cada carro, ou seja, são 150 mil carros rodando. “Por mais que se abram vias novas, o que também tem que acontecer, desse jeito não vamos dar conta nunca”, diz o secretário. Ele reivindica que cada vez mais se invista no transporte coletivo e, principalmente, no alternativo como a bicicleta. “Esse é o futuro, não tem jeito”, pontua Balistieri.

Rua Heinrich Hosang já foi projetada com ciclovia, garantindo sucesso aos usuários das bicicletas

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Sustentabilidade

Formação para a

inclusão social

Coteminas trabalha com jovens da comunidade através do Projeto Formare, nascido em Canoas (RS) e São Bernardo do Campo (SP) O Programa Formare surgiu em 1988 dentro das empresas IochpeMaxion S.A. em Canoas (RS) e São Bernardo do Campo (SP). O objetivo era dar oportunidade de formação profissional a jovens de baixa renda na própria empresa. Hoje, o modelo é bem visto em todo o País, e transformou-se na primeira franquia social do Brasil, multiplicando-se em diversos ambientes empresariais. “A formação de mão-de-obra qualificada é uma obsessão da Acib, por isso a entidade apóia projetos como este”, afirma o presidente da entidade, Ricardo Stodieck. No Formare, jovens de baixa renda que moram nas redondezas das empresas participantes do projeto têm a oportunidade para desenvolver seu potencial e se integrar na sociedade como profissionais e cidadãos. Quando formados no curso ministrado pelo projeto, os ex-alunos recebem apoio na obtenção do primeiro emprego. Dos mais de 5 mil jovens que passaram pelo Formare, hoje cerca de 24

80% estão empregados. A Rede Formare é formada por empresas que possuem as Escolas de Educação Profissional, oferecendo instalações, benefícios e tempo de seus funcionários para atuarem como educadores voluntários dos jovens participantes do projeto. Os cursos têm mínima de 800 horas/aula. De acordo com Cris Meinberg, responsável pela Comunicação e Marketing do projeto, a parceria da Formare com empresas blumenauenses pode se ampliar. “Acredito que minha visita recente a Blumenau tenha sido muito produtiva. Além de poder apresentar o Formare na Acib, tive várias reuniões em outras empresas como Karsten, Dudalina e Cremer, e eles gostaram muito. Quem sabe não inauguramos logo mais escola em Blumenau”. A Rede Formare já atua em Blumenau através da empresa Coteminas, que está em sua sexta turma do projeto. “O desempenho é ótimo, é uma bela escola. Muitos dos jovens formandos são contratados pela própria empresa”, completa Cris Meinberg. Os alunos que se formam

no Formare de Blumenau completam o curso de Operador de Produção Têxtil, aprendem noções de etiqueta e têm uma vivência mais agradável com outras pessoas. Os jovens participantes são selecionados dentro da própria comunidade, com o auxílio das associações de moradores locais. De cerca de 150 inscritos, 20 são selecionados. “São 20 verdadeiros desafios. Todos são jovens que realmente precisam e eles passam por 10 meses de constante melhoramento de nível”, conta a coordenadora do projeto dentro da Coteminas, Maria Salete Anton. Assim, o Formare consegue alcançar seu objetivo de desenvolver as potencialidades dos jovens de baixa renda, integrando-os à sociedade como profissionais e cidadãos. “Não podemos confundir ações sociais com assistencialismo. O objetivo principal não é apenas dar emprego, é mostrar ao jovem novas opções de futuro, ensinar a eles uma profissão”, adverte o diretor da Coteminas, Sérgio Luis Pires. “O Formare é um projeto de resgate da cidadania”, completa.


Ensinar a pescar

A Riffel aderiu ao Projeto Pescar em 2002, sendo a primeira do Estado O Projeto Pescar atua em Blumenau através da Riffel, empresa que atua no mercado de peças de motos e moda para motociclistas. Em 2002, a empresa foi a primeira a trazer o projeto para o Estado, com o intuito de “ensinar a pescar e de não dar o peixe”. O projeto, criado no Rio Grande do Sul, funciona como uma franquia social. Na Riffel, todos os anos são abertas 20 vagas para atender adolescentes de baixa renda, entre 15 e 18 anos. De segunda à sexta-feira, das 7h30min às 12h, esses jovens recebem variadas informações, desde higiene, saúde, comportamento e cidadania até técnicas e de logística. Duas vezes por semana participam do laboratório de informática e às quartas-feiras praticam esportes no Sesc. De acordo com o presidente da Riffel, Renaldo Riffel Junior, parcerias entre outras empresas que se interessam pelo projeto podem baixar o custo à zero. “Basta querer”, reforça. De acordo com os dados do departamento de Recursos Humanos da Riffel, foram 97 jovens formados em cinco anos de projeto. Após a formação, eles ainda têm dois anos de acompanhamento e 70% deles estão empregado no mercado formal de trabalho. Com foco em desenvolver noção e percepção de organização, voluntários ajudam a integrar os meninos, que se sentem parte da empresa. Em todo o País, o Projeto Pescar já levou ao mercado de trabalho cerca de 10 mil jovens, em dez Estados brasileiros.


DESTAQUE

Unimed Blumenau e Senai/SC são destaques nacionais

Blumenau se destaca mais uma vez como cidade de grandes empresas. Em recente levantamento do instituto americano Great Place To Work, publicado na revista Época, e em um levantamento pela revista Exame, duas empresas locais se mantiveram entre as melhores para se trabalhar no País. A Unimed Blumenau ficou entre as 150 melhores na listagem da revista Exame, enquanto o Senai de Santa Catarina ficou entre as 100 melhores da Época.

A Unimed Blumenau mantém a posição entre as 150 melhores empresas, segundo a revista Exame. Para o presidente Jauro Soares, a premiação, que se repetiu nos últimos três anos, é resultado do projeto de melhoria contínua e investimento da cooperativa. Ele conta que assim que recebem os resultados da pesquisa, que mostram onde a empresa foi bem pontuada e em que setores precisa melhorar, partem para ações corretivas. Segundo o presidente, essa conquista vem reafirmar a qualidade e a identidade da empresa. Soares comemora a boa colocação da Unimed nos últimos três anos

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A satisfação do funcionário é um dos pontos para o sucesso. “Só produz bem quem está satisfeito com o seu trabalho”, afirma Soares. Com essa visão, a cooperativa busca investir intelectualmente em seus colaboradores e auxilia em metade da mensalidade de cursos de pós-graduação, faculdade e outros cursos. Para Soares, os benefícios oferecidos pela Unimed são uma forma de transmitir segurança e fazer com que o empregado se sinta motivado a produzir pela empresa. Da mesma forma se faz necessário o feedback dos anseios e críticas daqueles que estão envolvidos no processo, reconhecer e valorizar a participação e o trabalho individual e de equipe. “Não existe empresa que se destaque sem ter um bom corpo de colaboradores”, salienta o presidente. A transparência administrativa é um dos fatores que ressalta a diferenciação. A Unimed abre espaços para que todos possam discutir a resolução de conflitos. Ainda que haja hierarquia no organograma, a administração acontece de forma mais horizontal. Soares aponta que essa forma de atuação é crucial para a melhora contínua. Mesmo havendo divisão entre as gerências, até por uma questão operacional, procura-se integrar os setores e mostrar que um passo dado por uma gerência depende de todas as outras para que algo pudesse acontecer. A responsabilidade de estar entre as 150 melhores empresas para se trabalhar se reflete como um exemplo para que cooperativas de outros ramos também venham a se destacar nessa área. Do mesmo modo, Soares vê a premiação como um incentivo para que as outras 378 cooperativas do sistema Unimed também entrem nesse ranking. Para ele, esse posicionamento tem um impacto muito positivo. Significa a melhoria dos resultados, a empresa se torna mais sólida e o crescimento se mostra em números. Conquistas como a certificação NBR 16001, que fortalece as atitudes de responsabilidade social da cooperativa, não teriam sido alcançadas sem o empenho e motivação dos funcionários que já têm os valores da cooperativa arraigados. O presidente conclui que esse resultado é uma radiografia da empresa e pode ser usado como uma ferramenta gerencial.


Ótimo lugar para trabalhar

Arruda atribui o reconhecimento à gestão de pessoas É o quarto ano consecutivo que o Senai de Santa Catarina é apontado pelo instituto americano Great Place to Work como uma das 100 melhores corporações brasileiras para trabalhar. O Diretor Regional do Senai/SC, Sérgio Roberto Arruda, atribui o reconhecimento à política de gestão de pessoas, amparada por valores defendidos pela força de trabalho e consignados pela direção. “O Senai investe no processo educativo e tem um modelo participativo de gestão, no qual as discussões sobre planejamentos e metas são feitas com todos”, observa. O Senai possui 33 unidades no Estado e conta com aproximadamente 2,7 mil colaboradores no total. Segundo Arruda, o principal valor de uma organização é a mobilização dos colaboradores na obtenção dos objetivos estratégicos. “Tudo o mais, infra-estrutura, equipamentos, podem ser comprados, mas entusiasmo e dedicação somente podem ser construídos internamente”, afirma. A intenção do Senai/SC é se manter na lista e o objetivo até 2010 é estar entre as 10 melhores corporações do Brasil para trabalhar. “Para isso, iremos avaliar o relatório do instituto e ver aonde podemos melhorar para elevar o nível de nossos próprios colaboradores na gestão, pois esta análise diz respeito a todo sistema”, considera.

TÍTULO A pesquisa das 100 Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil é baseada em duas avaliações: uma delas com os funcionários, que respondem a um questionário de clima organizacional, anônimo, por meio do qual descrevem a realidade da empresa e explicam o que consideram diferenciado em seu ambiente de trabalho. A outra avaliação é com a própria empresa, que detalha as suas melhores práticas e benefícios. Há também auditorias realizadas por consultores. A avaliação dos funcionários responde por 75% do cálculo da média final da empresa. Na avaliação são considerados os critérios credibilidade, respeito, imparcialidade, orgulho e camaradagem. No Brasil, a pesquisa de 2007 envolveu 253 mil pessoas.


ARTIGO

Repressão e educação no

combate à pirataria Vários setores do comércio passam por grandes dificuldades devido à venda de produtos falsificados. Com os setores de audiovisual e fonográfico não é diferente. O país perde hoje cerca de 198 milhões de dólares por ano em arrecadação de impostos somente na área de cinema e mais de 80 mil empregos foram deixados de gerar em segmentos musicais. A proteção da propriedade intelectual na área de audiovisual/fonográfica, sem dúvida, é o nosso principal objetivo, porém a sociedade precisa compreender que, além disso, existem diversos fatores que influenciam diretamente no cotidiano dela: o imposto não gerado, por exemplo, implica na redução de investimentos em saúde, educação, e etc. Nos últimos anos, vários estabelecimentos que comercializavam CDs foram fechados. Isso resultou em menos empregos, menos impostos e menos investimentos na área musical. São menos compositores e cantores com chances de serem lançados no mercado e quem perde com isso são nossos artistas. Pelo lado da indústria cinematográfica, devemos ressaltar que os filmes estrangeiros, para serem aqui exibidos, recolhem taxas que são investidas no cinema nacional, fomentando o produto brasileiro. A pirataria de filmes recém-lançados nos cinemas prejudica o desempenho de sua bilheteria, enfraquecendo a indústria, que por sua vez é forçada a tomar medidas que podem chegar ao fechamento de empresas e corte de pessoal. A pirataria pela internet causa à indústria cinematográfica um prejuízo de 6,1 bilhões de dólares, e em 2005 ela teve uma perda de 18,2 bilhões. Os consumidores também são extremamente prejudicados com a pirataria, pois, além de receberem produtos de qualidade inferior, não recebem garantia do que compram.

A Associação Anti-pirataria Cinema e Música (APCM) foi criada em meados de 2007, a partir da união da Associação de Defesa da Propriedade Intelectual (Adepi) e a Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos (APDIF do Brasil), e tem como objetivo fundamental proteger os direitos autorais de seus titulares e oferecer meios para realização de ações que visem combater à pirataria. O trabalho da APCM segue duas vertentes: repressiva e educativa. Na primeira, denunciando junto aos órgãos competentes ações das pessoas que trabalham com produtos piratas e dando apoio logístico, se necessário, às ações das autoridades. Na vertente educativa, a APCM, desenvolve programas de capacitação de agentes públicos, treinando-os para distinguirem os produtos originais dos falsificados. Além disso, temos interagido com educadores para que, nas salas de aula, as crianças já aprendam a respeitar a propriedade intelectual. Dentre os projetos desenvolvidos pela APCM, a cidade de Blumenau serviu de piloto para a implementação do programa “Blumenau sem pirataria”. Graças ao apoio da Prefeitura de Blumenau, de órgãos do governo estadual (Secretarias de Segurança Pública, de Fazenda, de Educação e de Desenvolvimento Regional) e do empresariado local, o projeto vem obtendo êxito. Isso fez com que outras cidades já queiram copiar o modelo de Blumenau. E é com muita satisfação que podemos dizer que o programa deu tão certo que já estamos rumo à parceria com Uberlândia (MG). O exemplo de Blumenau nos indica que, além da repressão, é preciso haver conscientização e um trabalho conjunto do setor privado com o setor público para que se tenha resultado na batalha contra o comércio de produtos.

Antônio Borges Filho, bacharel em Direito e Ciências Contábeis, delegado da Polícia Federal entre 1985 e 2006 em diversas localidades do País. Atualmente é diretor-executivo da Associação Antipirataria Cinema e Música (APCM) 28



MOBILIZAÇÃO

Entidades se unem para

acabar com a Pirataria e repressão participaram de uma série de palestras na sede da Acib com objetivo de facilitar o reconhecimento de produtos piratas e conscientizar a população sobre os perigos de comprar produtos falsificados ou contrabandeados. Os participantes foram divididos em dois grupos de acordo com a atuação de cada um. Representantes de órgãos públicos e de organizações não governamentais foram os responsáveis por passar todas as informações. O conteúdo relacionou o dia-a-dia profissional com ações de repressão e educação a serem adotadas para combater o crime. Polícia

Prefeito aceitou o desafio de criar o Conselho Municipal de Combate à Pirataria O documento que propõe a criação do Conselho Municipal de Combate à Pirataria já está na Prefeitura sendo analisado para posteriormente ser encaminhado à Câmara Municipal para votação. O desafio de criar o Conselho foi aceito pelo prefeito João Paulo Kleinübing durante o lançamento da campanha Blumenau Sem Pirataria, realizado no dia 20 de setembro. O pedido foi feito em uma carta-compromisso assinada em público pelas 19 entidades que coordenam a campanha. Quando criado, o Conselho dará continuidade às ações estabelecidas na campanha em caráter permanente. “Começamos com o pé direito. Sem o Conselho, a campanha teria um efeito temporário”, comemora o presidente da Acib, Ricardo Stodieck, uma das entidades que coordenam a campanha. O lançamento da campanha Blumenau Sem Pirataria reuniu autoridades municipais, estaduais e federais no Auditório Willy Sievert do Teatro Carlos Gomes. Além da assinatura da

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carta-compromisso, os presentes tiveram a oportunidade de assistir a uma palestra do secretário executivo do Conselho Nacional de Combate à Pirataria do Ministério da Justiça, André Luiz Alves Barcellos. A idéia de tornar Blumenau a primeira cidade livre de pirataria foi do delegado aposentado da Polícia Federal e presidente da Associação Anti-Pirataria Cinema e Música (APCM), Antônio Borges Filho. Foi ele quem procurou as entidades blumenauenses para organizar uma campanha inédita no país. O trabalho foi formatado em 12 reuniões, realizadas em três meses. Inicialmente, o objetivo principal é atuar no comércio de CDs, DVDs, óculos, produtos de confecção e softwares pirateados. No futuro, outras áreas devem ser incluídas. Treinamento No dia seguinte ao lançamento, aproximadamente 70 pessoas participaram do treinamento promovido pela campanha Blumenau Sem Pirataria. Durante todo o dia, educadores e agentes de fiscalização

Após o lançamento da campanha, várias ações de repressão foram comandadas pela Polícia Civil de Blumenau. Em duas semanas, duas operações apreenderam cerca de 2 mil DVDs piratas em dois apartamentos da cidade. Além das cópias ilegais, gravadoras de DVD e computadores foram apreendidos. Uma pessoa foi detida. A pena para crime de direitos autorais varia entre dois e quatro anos de prisão. Camelôs Os comerciantes que atuam nos dois camelódromos da cidade manifestaram interesse em colaborar com a campanha. Intermediados pelo vereador Jovino Cardoso Neto, eles pediram aos organizadores da campanha orientação sobre identificação de produtos pirateados e procedimentos a serem tomados em caso de comercialização indevida. Uma reunião realizada no dia 15 de outubro foi o primeiro passo para integrar os camelôs na campanha. Um treinamento deve ser preparado especialmente para os comerciantes que atuam nos camelódromos. Para o presidente da Acib, os camelôs que trabalham na legalidade não podem ser prejudicados pela campanha. “É uma categoria que tem papel social definido e deve receber o apoio da comunidade empresarial, desde que a lei não seja desobedecida”, diz Stodieck.


grupo que coordena a campanha Associação Anti-Pirataria Cinema e Música (APCM) Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) Associação Empresarial de Blumenau (Acib) Câmara Dirigentes Lojistas de Blumenau (CDL) Instituto Blumenauense de Ensino Superior (Ibes) Instituto Meirelles de Proteção à Propriedade Intelectual (Imeppi) Intersindical Patronal de Blumenau e Região Polícia Civil Polícia Militar Polícia Rodoviária Federal Prefeitura Municipal de Blumenau Procon Receita Federal

Secretaria de Estado da Fazenda Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Blumenau Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas de Blumenau (Sescon) Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex) Sindicato do Comércio Varejista de Blumenau (Sindilojas) Universidade Regional de Blumenau (Furb)


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Associação comemora aniversário com jantar e prêmio Um grande evento marcado para o dia 5 de novembro, no Salão de Festas do Teatro Carlos Gomes, vai marcar o aniversário de 106 anos da Associação Empresarial de Blumenau (Acib). Além de um jantar de confraternização entre associados, autoridades e parceiros, os participantes também vão poder conferir a entrega do Prêmio Gustav Salinger. Quatro empresários serão contemplados nas categorias Jovem Empresário, Comércio, Indústria e Serviços. A realização do prêmio Gustav Salinger é uma iniciativa da Acib Jovem, núcleo de jovens empreendedores da entidade. Os vencedores do prêmio estão sendo escolhidos por uma comissão julgadora formada por empresários, líderes empresariais e representantes de instituições

de ensino e instituições financeiras. Os vencedores vão receber uma bolsa de estudos para pós-graduação do Instituto Blumenauense de Ensino Superior (Ibes), um troféu e um certificado emitido pela Associação Empresarial. No evento também será lançado o material de divulgação da Acib para o ano de 2008: um calendário de mesa e uma pasta-folder, que será utilizada na captação de novos associados e na divulgação da entidade nos eventos promovidos ou apoiados por ela. Outra novidade a ser lançada durante

as comemorações é o Guia Online de Negócios. O site na rede de computadores vai trazer todas as informações necessárias para os associados da Acib divulgarem seus produtos e/ou serviços e ampliar a rede de negócios. Os interessados em participar do jantar devem comprar o convite diretamente na sede da Acib (Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar – Neumarkt Trade & Financial Center). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (47) 3326-1230. O evento tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal e Accor Service.

Acib apóia revista que divulga Blumenau para o Brasil A Associação Empresarial de Blumenau (Acib) é uma das entidades que apoiou a publicação da revista Destino Blumenau, lançada no dia 9 de outubro. A iniciativa é da Secretaria Municipal de Turismo e da Bunge e também contou com o apoio do Blumenau Convention & Visitors Bureau; da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL); do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) e do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sinhorbs).

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A publicação trimestral vai servir para divulgar pelo país as principais atrações turísticas do Vale Europeu. A primeira edição traz matérias sobre as cervejarias artesanais, refúgios naturais, a tradição cristaleira e outros assuntos relacionados ao turismo na região. Os textos foram redigidos em português e inglês e têm como principal objetivo atrair visitantes para a cidade. A Destino Blumenau pode ser encontrada nos postos de turismo e hotéis da região, além das bancas de revistas dos principais aeroportos brasileiros. Também será distribuída para operadores de turismo do Brasil e exterior.



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Trevo da Mafisa em obras A chuva que caiu na primeira quinzena de outubro atrapalhou um pouco, mas não foi suficiente para desanimar os mais de 40 homens que trabalham na construção do viaduto sobre o Trevo da Mafisa, na intersecção das rodovias BR-470 e SC474. Desde setembro a JM Terraplenagem e Construções, empresa vencedora da licitação, está instalada em Blumenau para executar o projeto do tão aguardado viaduto. Inicialmente, estão sendo abertas as alças de acesso, que funcionarão como desvio do trânsito das rodovias enquanto o viaduto propriamente dito não for construído. Segundo o engenheiro Handerson Ribeiro, responsável pelo escritório da JM em Blumenau, a empresa tem 540 dias para finalizar o trabalho. Se o clima colaborar, Ribeiro imagina que ainda no primeiro semestre do próximo ano a pista do viaduto poderá estar liberada para o trânsito normal de veículos. Uma vez concluído o viaduto, a empresa vai trabalhar na passagem inferior que vai dar acesso à Rua Frederico Jensen, importante ligação entre a Itoupava Central e a Itoupavazinha. “Tudo pode

Máquinas trabalham na obra do trevo, no Bairro Itoupava Central estar pronto em um ano”, avalia Ribeiro. Enquanto isso, a comunidade vai ter que se acostumar com o ruído das máquinas e os transtornos que devem ser causados ao trânsito durante a obra. A construção do viaduto sobre o Trevo da Mafisa está sendo viabilizada pela União. As obras começaram em 2007 graças a uma importante ação promovida

pela Acib e pelo Conselho de Desenvolvimento da Itoupava Central (Codeic), que viabilizou o pagamento do projeto executivo da obra sem a necessidade de licitação. Empresários de Blumenau pagaram dois terços dos R$ 150 mil investidos no projeto e a Prefeitura de Blumenau pagou o restante.

Sucesso na Arena Social O Núcleo de Responsabilidade Social da Acib comemora os resultados obtidos na Arena Social do 18º Congresso Catarinense de Recursos Humanos (Concarh), realizado de 19 a 21 de setembro, no Grande Hotel Blumenau. Durante todo o evento, os integrantes do núcleo puderam mostrar aos participantes do congresso e ao público em geral um pouco das ações desenvolvidas na comunidade atendendo os preceitos que regem a responsabilidade corporativa social. Quem passou pela Arena pôde con34

ferir de perto vídeos de projetos sócioambientais, painéis com material de associações comerciais, empresas e entidades da região e apresentações culturais, como o grupo de dança folclórica e coral do Prófamília, o teatro da Unimed, o grupo teatral da Electro-Aço Altona, o projeto Cantar da Fundação Bunge e o Troque Lixo por Livro, do Instituto Evoluir, presidido pela empresária Cristina Marques. Material impresso sobre os projetos e sobre a responsabilidade social também foi distribuído ao público. Além das apresentações,

uma equipe do Sesi prestou serviço de atendimento à comunidade em diversas áreas, como consultoria em responsabilidade corporativa, lazer, alimentação, saúde e educação. O Núcleo de Responsabilidade Social da Acib existe desde março de 2005 e reúne 22 empresas e entidades de Blumenau. O principal objetivo do grupo é aprimorar cada vez mais as ações na área de responsabilidade social e incentivar outras organizações para que contribuam com o desenvolvimento da comunidade.


Conselheiro da Acib é eleito Líder Gazeta Mercantil

Dario Tomaselli Júnior e Rubens Filinto, presidente do Sinfac/MS

O presidente da DGS Factoring e conselheiro da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Dario Tomaselli Júnior, foi um dos três empresários do setor de serviços financeiros do País escolhidos como Líder Setorial Gazeta Mercantil. A entrega do prêmio foi realizada no dia 3 de outubro, em São Paulo. A premiação é concedida pelo jornal Gazeta Mercantil e pelo Fórum de Líderes. A votação espontânea é feita entre os assinantes da tradicional publicação sobre economia. Além da eleição por setor, cinco empresários são eleitos líderes regionais. De Santa Catarina destacaram-se Décio da Silva (WEG), Francisco Olsen (Tigre), Giuliano Donini (Marisol), Guido Bretzke (GPS Gestão Empresarial) e Miguel Abuhad (Datasul). Todos estes empresários passam a integrar permanentemente o Fórum de Líderes Empresariais, um grupo que se reúne para debater temas ligados ao desenvolvimento econômico e social do Brasil.


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2ª Olimpíada da Qualidade tem dezesseis equipes inscritas

Grupo teve a primeira reunião na Acib

Representantes das equipes inscritas na 2ª Olimpíada da Qualidade se reuniram no dia 1º de outubro na sede da Acib para dar início à competição. Todos receberam e fizeram a leitura do caderno de provas para tirar todas as dúvidas relacionadas ao cumprimento das tarefas. As equipes têm pouco mais um mês para cumprir boa parte das tarefas, que podem ser técnicas, sociais, culturais ou recreativas. No dia 10 de novembro, uma grande integração no ginásio da A. C. Cre-

mer marcará a realização das últimas provas, o fim da competição e a premiação dos vencedores. As empresas que participam da 2ª Olimpíada da Qualidade são as seguintes: Baumgarten, Blufix, Cremer – Unidade Adesivos, Cremer - Unidade Têxtil, Electro-Aço Altona, Hering S.A., Plásticos Cremer, Plasvale, Projetech, Samrello, Senai Blumenau, Souza Cruz, Sulfabril, Takata, Teka – Unidade Blumenau e Teka – Unidade Indaial.

24 empresas formam o Núcleo de Impressăo Digital, recém criado na Acib

Empresas de impressão digital formam núcleo na Acib 36

Seis empresas que trabalham com impressão digital participaram no dia 24 de setembro da primeira reunião do Núcleo de Impressão Digital da Acib. O grupo foi formado para promover o crescimento planejado do setor, que tem apresentado altos índices de crescimento na cidade. Com mais este, a Acib passa a contar com 25 núcleos e câmaras setoriais. As primeiras integrantes do Núcleo de Impressão Digital são: Arte Signs, C3

Impressão Digital, Fredy Comunicação Visual, Mídia Digital, Plotter World e PVR Impressão Digital. As reuniões do núcleo são realizadas todas as segundas-feiras, às 9h, na sede da Acib (Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar – Neumarkt Trade & Financial Center). Representantes de empresas interessadas em participar do novo núcleo podem ter mais informações com Alexandra, pelo telefone (47) 3326-1230.



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Consultores do Vale se reúnem em Blumenau A Acib sediou no dia 28 de setembro uma reunião regional do Empreender – Vale do Itajaí. O evento reuniu consultores que trabalham com núcleos setoriais nas associações empresariais de toda a região e serviu para atualizar os métodos adotados e trocar idéias para aprimorar o trabalho desenvolvido com as empresas associadas. Cada consultor apresentou um case de um núcleo, citando uma ação específica promovida pelo grupo de empresas, bem como os resultados, problemas enfrentados e o retorno que a ação trouxe para o núcleo. Na seqüência eles assistiram a uma

Os consultores reuniram-se para atualizar métodos e trocar idéias apresentação da coordenadora de serviços da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul, Rejane Bassi. Ela falou sobre o trabalho desenvolvido pelo Conselho dos Núcleos da Acijs, do qual é consultora. Os quatro consultores da Acib participaram da reunião. Juntos, eles são responsáveis por 25 núcleos e câmaras setoriais que reúnem cerca de 300 empresas dos

mais diversos setores econômicos e diferentes portes. O trabalho com os núcleos setoriais começou em 1991, através de um convênio assinado com a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera. Mais informações sobre esse trabalho podem ser obtidas com Marilda pelo telefone (47) 3326-1230.

Mudanças na aviação prejudicam passageiros do Vale As empresas que integram o Núcleo de Agências de Viagens e Turismo da Associação Empresarial de Blumenau (Acib) já sentem no dia-a-dia os problemas causados pela mudança na malha aérea nacional que entrou em vigor em 1º de outubro. Desde então, não são mais permitidas as conexões e escalas no Aeroporto de Congonhas (São Paulo). A medida foi anunciada pelas principais empresas aéreas e atende determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

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Com a mudança, não há mais vôos que saiam de Navegantes para o Norte, Nordeste, Centro-Oeste e boa parte do Sudeste. Como a conexão em Congonhas deixa de existir, o passageiro que quiser embarcar no Aeroporto de Navegantes com destino ao Rio de Janeiro, por exemplo, tem que comprar duas passagens: uma para Congonhas e outra de Congonhas para o Rio. Além de p a - gar duas taxas

de embarque, o passageiro deve refazer o check-in em São Paulo, que acarreta em mais tempo de espera no aeroporto paulista pela partida do vôo. Segundo a coordenadora do Núcleo de Agências de Viagens da Acib, Cristine Ziel, muitos clientes do Vale do Itajaí estão desistindo de viajar, procurando outras opções de transporte ou optando por embarcar no Aeroporto de Florianópolis, onde há vôos diretos para algumas cidades, como o Rio de Janeiro. “Metade das passagens vendidas na agência tinha conexão em Congonhas. É um transtorno muito grande para as agências e, principalmente, para o cliente”, desabafa Ziel. As agências do Núcleo já manifestaram à Anac o descontentamento com as mudanças.



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feliz natal em blumenau tem contribuições

Desde junho, os associados da Associação Empresarial de Blumenau (Acib) colaboram com a campanha Feliz Natal em Blumenau. Através de boletos enviados pelos correios, os empresários contribuem voluntariamente com, no mínimo, R$ 40,00 por mês. O dinheiro arrecadado será utilizado para a decoração da Rua XV de Novembro, Avenida Beira Rio, os prédios da Prefeitura Municipal, Fundação Cultural, Museu da Família Colonial e Biergarten. Se os valores arrecadados forem suficientes para outros projetos, serão também contempladas a Alameda das Palmeiras, a Rua 7 de Setembro entre outras no Centro da cidade. Além da Acib, participam da campanha a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sindicato de Hotéis Bares Restaurantes e Similares de Blumenau e Região, Blumenau Convention & Visitors Bureau e a Prefeitura de Blumenau, através de Secretaria de Turismo, Fundação Cultural e Secretaria de Comunicação Social. Segundo o diretor para Assuntos de

Comércio e Turismo da entidade, Bruno Nebelung, a participação do empresariado é fundamental para o sucesso do projeto. “O desenvolvimento econômico, pelo qual tanto lutamos, e o desenvolvimento do turismo da cidade só são possíveis com a parceria do setor privado com o poder

público. É nisso que nós estamos apostando”, afirma. As empresas que ainda não estão contribuindo com o Feliz Natal em Blumenau, mas gostariam de participar do projeto devem ligar para o telefone (47) 3326-1230 e falar com Angela.

Novos associados Blusites Informática (Blusites Com. e Serv. de Informática Ltda.) C.D.B. Balsamo (Balsamo Perfumes) CED Educacional (MCS Cursos e Eventos Empresariais)

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Lenzi Consultoria e Treinamento Ltda.

SETEMBRO / 2007

Mediarvi (Câmara de Medição e Arbitragem da Região Metropolitana do Vale do Itajaí)

Daysi Mauren Wobeto Basso

Netisa do Brasil

Duna Entulhos (Duna Serviços Industriais Ltda.)

Orplan Assessoria Empresarial Ltda. ME

Eletrek Com. e Serv. Eletro Eletrônicos Ltda.

PPA Blumenau (ASP Segurança Eletrônica Ltda. EPP)

Farmácia Doce Vida Ltda.

Seel Distribuidora (Seel Sistemas Eletro Eletrônicos Ltda.)

JS Publicações (João Batista Carvalho da Silva ME)

Spedini Tratoria Expressa (Restaurante Dona Aurora)


AGENDA

NOVEMBRO Feira das Profissões | Oportunidades de Trabalho Apresentação de ofertas e oportunidades na área de educação, orientando sobre a importância do constante aperfeiçoamento profissional. Quando: de 25 a 28 de outubro, das 9h às 21h Onde: Praça Dr. Blumenau (Rua XV de Novembro) Promoção: Sueli Brandão Promoções e Eventos. Apoio: Núcleo das Escolas de Educação Profissional da Acib. Informações: (47) 3326-1230 com Fábio

PALESTRA: COACHING – O PRESENTE E O FUTURO DOS PROFISSIONAIS NAS ORGANIZAÇÕES Ministrante: Marcos Wunderlich , consultor, palestrante, coach e mentor de executivos. Formador de consultores de pessoas e coaches em empresas com foco na visão holístico-sistêmica e no pensamento complexo. Quando: 29 de outubro, às 19h30min Onde:Teatro Michelangelo – Uniasselvi (Rua Engenheiro Udo Deeke, 531) Inscrições: R$ 10,00 Promoção: Núcleo da Qualidade da Acib Informações: (47) 3326-1230 ou núcleos2@acib.net

Palestra: Como Ser Diferente no Mundo dos Iguais Ministrante: Luiz Carlos Prates Quando: 26 de outubro, às 19h30min Onde: Auditório FAE | Colégio Bom Jesus Investimento: R$ 30,00 antecipado para associados da Acib Promoção: JCI. Apoio: FCDL, CDL, CEV e Acib Jovem Informações: (47) 3221-5724

Palestra: Direito Ambiental Responsabilidade Legal Ministrantes: Dra. Fabiana Atallah Dall Armellina (G.A. Hauer Advogados Associados) e Dr. Marlus Arns de Oliveira (Arns de Oliveira, Andreazza & Polak Advogados Associados), especialistas em direito ambiental. Quando: 31 de outubro, às 14h Onde: Acib (Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar - Neumarkt Trade & Financial Center) Promoção: Núcleo de Gestão Ambiental da Acib Informações: (47) 3326-1230 com Daniela ou Marilda

DEZEMbro PRÊMIO GUSTAV SALINGER | 106 ANOS DA ACIB Entrega do prêmio promovido pela Acib Jovem a quatro empresários blumenauenses de destaque. Jantar em comemoração ao Dia do Empreendedor e aos 106 anos da Associação Empresarial de Blumenau (Acib). Venda de convites na sede da Acib (Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar - Neumarkt Trade & Financial Center). Quando: 5 de novembro, às 20h Onde:Teatro Carlos Gomes (Rua XV de Novembro, 1181) Informações: (47) 3326-1230 WORKSHOP: ILLUSTRATOR CS3 Ministrante: Getulino Pacheco, profissional que já atuou nas revistas Desktop Publishing e Photoshop Pro, criando imagens e capas. Ministra cursos de Illustrator, Painter e Photoshop pela divisão de cursos e eventos da Desktop. Quando: 10 de novembro, às 7h30min Onde:Teatro Carlos Gomes (Rua XV de Novembro, 1181) Inscrições: www.acib.net/workshop Informações: (47) 3326-1230 com Alexandra 2ª OLIMPÍADA DA QUALIDADE Encerramento do evento promovido pelo Núcleo da Qualidade da Acib, com conclusão de provas e premiação. Quando: 10 de novembro, às 14h Onde: Associação Cultural e Esportiva Cremer (Rua Joinville, 524) Informações: (47) 3326-1230 com Fábio SIMPÓSIO BRASIL-ALEMANHA Promoção da Sociedade de Estudos Jurídicos Brasil-Alemanha (Sejubra) Quando: 18 de novembro, às 14h Onde:Teatro Carlos Gomes (Rua XV de Novembro, 1181) Inscrições e informações: www.sejubra.org.br ou cerne@uol.com.br ENCONTRO ECONÔMICO BRASIL-ALEMANHA Promoção: Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias Alemãs (BDI). Realização: Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). Quando: de 18 a 20 de novembro Onde: Parque Vila Germânica (Rua Alberto Stein, 199) Informações: www.brasilalemanha2007.com

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MEMÓRIA

O Surgimento da

INDÚSTRIA (1880-1900)

A influência econômica desses comerciantes era tão grande que muitos deles desempenhavam o papel de banco. Financiavam as compras dos agricultores e eram vistos como donos dos lugares mais seguros para guardar o dinheiro que os colonos conseguiam poupar. Vem dessa atividade mista de importação, exportação e guarda de recursos de terceiros a acumulação do capital que impulsionou o surgimento de diversos empreendimentos industriais de Blumenau. Esse processo acompanhava a tendência do Brasil, que vivia seu primeiro surto de industrialização, concentrado no Rio de Janeiro e em São Paulo. As fábricas surgiam financiadas pelo excedente financeiro acumulado pelos produtores de café, detentores de três quartos da oferta mundial do produto. Já havia diversas pequenas indústrias por toda a parte então povoada do Brasil. Mas eram iniciativas isoladas, com a função de automatizar processos antes artesanais, principalmente no setor alimentício. A grande novidade foi motivada pela significativa valorização da libra esterlina, que fez com que as fábricas passassem a se dedicar à substituição dos produtos manufaturados vindos de outros países. Este fato incentivou principalmente a indústria têxtil, já que o Brasil não importava quantidades significativas de gêneros alimentícios. Com a abolição da escravatura, começou a se desenhar no rio de Janeiro e em São Paulo um quadro que, futuramente, seria fundamental para o desenvolvimento da indústria catarinense. A substituição da mão-de-obra escrava pela força de trabalho dos imigrantes europeus promoveu uma mudança socioeconômica significativa nesses dois centros. Ele seria responsável pelo surgimento de uma imensa massa de trabalhadores assalariados, potenciais consumidores de produtos têxteis, confecções, charutos, banhas, manteiga e outros produtos da pauta de exportações catarinenses. O Estado de Santa Catarina era economicamente pouco expressivo. A quase totalidade de sua produção destinava-se 42

Arquivo Histórico

parte II

O comércio de Blumenau, como a Casa Comercial Gostav Salinger, crescia com o fartalecimento da indústria local ao mercado interno, o que colocava o Estado numa posição de mero importador. A estrutura minifundiária e a escassa presença de escravo completavam o perfil de subsistência de nossa economia, cuja tímida pauta de exportações concentrava-se em produtos primários, como madeira, erva-mate, farinha e arroz. O papel da Província continuava sendo eminentemente política, cumprindo a estratégia imperial de ocupação de territórios e defesa contra eventuais invasões dos países vizinhos. É importante ressaltar que a industrialização brasileira e catarinense ocorreu somente após a chegada dos imigrantes alemães e italianos. Eles vinham da Europa com experiência e conhecimentos técnicos industriais, além de terem um nível cultural acima da média brasileira. Os exemplos de Blumenau são ricos para ilustrar esse quadro, a começar pelas pequenas indústrias que surgiram a partir da necessidade de processar os produtos

coloniais e das iniciativas decorrentes da atividade extrativista madeireira e de erva -mate. Prova disso era a pauta de exportações da cidade em 1883: (continua na próxima edição) * Trecho do livro 100 Anos Construindo Blumenau, de Nelson Marcelo Santiago, publicado em comemoração ao centenário da Acib, no ano de 2001.

Produtos % Manteiga 27,0 Banha 16,2 Açúcar 12,9 Tábuas 10,8 Carne de porco e conserva 4,5 Charutos 3,2 Farinha de mandioca 3,2 Erva-mate 2,0 Produtos têxteis e confecções 1,0 Outros 19,2




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