Empresário | Acib - CDL - Intersindical - Sindilojas - Ed. 09

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Ano 2 nº 09 Janeiro 2008

INVESTIMENTO EM SAÚDE Reformulação no processo de gestão, implantada há cerca de seis anos, coloca o Hospital Santa Catarina como uma das referências em instituições de saúde Para o superintendente Franklin Lindolf Bloedorn, investimento em tecnologia é uma das características do hospital

exportação: Mohamed Amal analisa o mercado internacional em 2008



EDITORIAL

título

título apoio

txt sem espaço entre os parágrafos! A Diretoria

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SUMÁRIO

OS RUMOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL Economista Mohamed Amal fala sobre as relações comerciais do Brasil com o mundo

10 CLUBES SE TENSFORMAM EM EMPRESAS

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ECONOMIA ALIADA À PRESERVAÇÃO

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Desde 1996, Alumetal capta água da chuva para usar no processo produtivo da empresa

Sociedades voltadas à prestação de serviços de lazer se adaptam às exigências do mercado

20 Blufix investe forte na qualidade

26 Acib é notícia

24 Artigo - O momento atual da construção civil

34 Memória

EDITOR EXECUTIVO Sidnei dos Santos - 1198 JP (MTb/SC) - sidnei@mundieditora.com.br EDITOR ASSISTENTE Fábio Ricardo REPÓRTERES Ana Paula Lauth, Gisele Scopel e Francisco Fresard (Institucional) DIRETOR DE ARTE Ricardo Augusto Kühl FOTO DE CAPA Ivan Fernando Schulze FOTOS Ivan Fernando Schulze, Gilberto Viegas e Divulgação DIRETOR COMERCIAL Cleomar Debarba - 47 3035.5500 - debarba@mundieditora.com.br DIRETOR EXECUTIVO Niclas Mund - niclas@mundieditora.com.br DIRETOR EDITORIAL Luiz Mund - 0189 JP (MTb/SC) - mund@mundieditora.com.br

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A EVOLUÇÃO DA SAÚDE Investimento na excelência em prestação de serviços caracteriza o Hospital Santa Catarina

Conselho Editorial Avelino Lombardi Carlos Tavares D’Amaral Charles Schwanke Francisco Fresard Hans Dieter Didjurgeit Luiz Mund Marilda Steil Ricardo Stodieck Rubens Olbrisch

Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar Neumarkt Financial & Trade Center CEP: 89010-205 Blumenau – SC 47 3326.1230 www.acib.net

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Diretoria Presidente: Ricardo Stodieck / Vice-presidente: Carlos Tavares D’Amaral / Administrativo e Financeiro: Manfredo Krieck / Assuntos da Indústria: Carlos Odebrecht / Assuntos de Comércio e Turismo: Bruno Nebelung / Assuntos de Desenvolvimento e Planejamento Urbano: Jorge Rodacki / Assuntos de Prestação de Serviços: Maria Denise Ribeiro Ern / Assuntos da Pequena e Micro Empresa: Haida Leny Siegle / Assuntos Comunitários: Solange Rejane Schröder / Núcleos e Câmaras: Avelino Lombardi / Assuntos Ambientais e de Energia: Jaime Grossembacher / Assuntos Internacionais: Ido José Steiner / Relações Institucionais: Ronaldo Baumgarten Jr / Assuntos da Saúde: Mauro Sergio Kreibich / Assuntos Tecnológicos: Ingo Tiergarten

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CASE EMPRESARIAL

SAÚDE DE

QUALIDADE

Há mais de 80 anos entre os blumenauenses, o Hospital Santa Catarina de Blumenau (HSC) tem em sua tradição o pioneirismo. Ciente das dificuldades do passado, o HSC passou por mudanças profundas ao longo de suas oito décadas de existência e hoje se destaca na vanguarda da saúde brasileira. Sempre despontando com coragem e ousadia, há cerca de seis anos a administração empreendeu uma grande reformulação do processo de gestão. Inovações administrativas e tecnológicas fazem dessa instituição um ícone de âmbito nacional. Empresa que investe em excelência na prestação de serviços de saúde, o HSC optou pelo órgão de acreditação interna14

cional para estabelecer suas metas. A Joint Commission International (JCI), presente em vários países do mundo, tem a função de atestar oficialmente a qualidade da assistência à saúde. O próximo desafio da instituição é ser o primeiro hospital do Estado, segundo do sul do País, a conquistar a acreditação internacional, que segue normas rígidas de padronização para promover um processo de implementação que permita o aprimoramento contínuo e qualidade no atendimento aos pacientes. Em 2007, o Hospital Santa Catarina formalmente assinou um contrato com o Consórcio Brasileiro de Acreditação, que representa de forma exclusiva no Brasil a Joint Commission International, e deu início ao processo formal da busca da acreditação internacional pela JCI, que deve ser alcançada em 2009.

Para o superintendente do Hospital Santa Catarina de Blumenau, Franklin Lindolf Bloedorn, essa busca caracteriza uma mudança cultural dos profissionais, tanto dos colaboradores, quanto da equipe médica, principalmente daqueles que lidam com a assistência prestada diretamente ao paciente: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e psicólogos, entre outros. Paralelamente a essa situação, Bloedorn enfatiza que o Hospital Santa Catarina investe muito na qualificação do seu profissional. Isto se comprova pelo lançamento formal do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HSC, em abril de 2007. “Trazemos excelentes profissionais do eixo Rio-São Paulo e até internacionais para prestar treinamento”, exemplifica o superintendente.


Referência Nacional O que não pode deixar de ser lembrado, segundo Bloedorn, é que muitas vezes a estrutura física chama muito mais a atenção do público leigo. Ele conclui que o ambiente deve ser agradável, porém não pode estar à frente de tecnologias e equipamentos a serviço dos pacientes. Sem condições técnicas para avaliar os serviços que estão sendo prestados, os pacientes são atraídos pela decoração, pela aparência. “Um quadro em uma parede texturizada vende uma imagem de que aquele serviço é extremamente avançado, diferenciado”, diz. Mas ele afirma que isso não reflete a realidade. Segundo Bloedorn, essa leitura do mercado induz ao erro e é muito comum as instituições lançarem mão desses artifícios, investindo na decoração e poupando na hora de comprar os equipamentos médicos. Baseado em conceitos internacionais de segurança na assistência prestada ao paciente, o HSC quer trazer o algo a mais. Tanto na questão da utilização da tecnologia, quanto em equipamentos biomédicos que realmente garantam a assistência.

Franklin Lindolf Bloedorn é superintendente do HSC

O Hospital Santa Catarina de Blumenau é referência no País em desenvolvimento de modelo de gestão de instituição hospitalar, por um trabalho desenvolvido já há mais de 10 anos em parceria com uma empresa especializada em software de Blumenau. O software, que nasceu dentro do HSC, já é utilizado em mais de 140 grandes hospitais brasileiros, de diversas regiões. “Isso é inovação, é diferenciação”, orgulha-se o superintendente do hospital, Franklin Lindolf Bloedorn. Ele conta que o último grande hospital a adquirir o software blumenauense foi o Sírio Libanês em São Paulo, que em 2006 trouxe mais de 18 pessoas para visitar o HSC. “Isso é algo que traz muito orgulho não só para a nossa instituição, mas, com certeza, também para a nossa cidade, porque este é um trabalho que vem sendo reconhecido até mesmo fora do nosso Estado”, comemora. Baseado no conceito de qualidade que prega que “O que você não mede, não se pode avaliar. Se você não avalia, não pode aprimorar”, todas as atividades do hospital são controladas de forma detalhista dentro da instituição. Índices de atraso em procedimentos cirúrgicos, tempo de espera de um paciente que procura o serviço de pronto atendimento, enfim, tudo o que se passa dentro do hospital é calculado para ser posteriormente avaliado. A partir de 2008, o HSC pretende lançar um serviço inédito no Estado: o conceito de triagem de enfermagem. A partir da utilização de rigorosos critérios internacionais de qualificação de risco de pacientes que procuram o serviço de emergência, uma enfermeira com treinamento específico fará uma triagem, estabelecendo a prioridade de cada situação encontrada. As transformações atingem todos os espaços do hospital, inclusive a reeducação do próprio paciente e seus familiares para que se entenda qual o processo de terapia adotado. Além de sanar as dúvidas, que possam surgir, este é um importante procedimento de interação entre paciente/família e equipe assistencial, para que haja maior transparência. Isso favorece a continuidade do tratamento pós-alta hospitalar ou pós-atendimento inicial no serviço de pronto atendimento. 15


CASE EMPRESARIAL

Evolução De acordo com Bloedorn, a saúde está passando por um processo de alterações muito grandes. Uma delas é a tendência mundial de desospitalização. Com novas drogas, novos procedimentos, o conceito home care (atendimento domiciliar) traz novas situações. Nesse novo modelo, o hospital passará a tratar o evento agudo, estabilizando a condição clínica do paciente. Após isso, ele terá alta do hospital e a necessidade de continuidade imediata de tratamento será prestada diretamente pelo atendimento domiciliar. “Se não houver mudança de foco da instituição hospitalar, isso trará dificuldades para o hospital por eventual falta de leitos”, aponta o superintendente. “Uma vez que o foco do HSC está em procedimentos de alta complexidade, isso passa a exigir uma estrutura completamente diferenciada com mais leitos de Unidades de Terapia Intensiva, mais estrutura cirúrgica e diagnóstica”, afirma ele. Essa estrutura passará a atender outra clientela

com situações de doenças crônicas graves, situações agudas graves, cardiopatias, pneumopatias, doenças do trato intestinal, enfim, que exijam determinado tempo de permanência dentro de um hospital com uma estrutura pessoal e de equipamentos extremamente diferenciados e, logo, com o custo mais elevado. Para Bloedorn a solução não será a mera construção de novos hospitais ou algo do gênero, mas um rearranjo dos serviços ora existentes. Dentro do processo de educação fortemente salientado por Bloedorn, está o consentimento informado. Um documento formal em que são escritos de forma clara todos os riscos aos quais o paciente está sendo submetido devido ao tratamento prestado. Toda cirurgia apresenta um risco e isso deve ser relatado nesse documento, da mesma forma que os cuidados pré e pós-operatórios. Uma ferramenta de prevenção que ajuda a manter a transparência e a credibilidade do Hospital Santa Catarina.

Foco do HSC são procedimentos de alta complexidade



Entrevista: MOHAMED AMal, mestre em economia internacional

Olhos atentos para

o mercado mundial

Mohamed

Amal

Professor do Departamento de Economia e do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Regional de Blumenau (Furb), Mohamed Amal é mestre em Economia Internacional e doutor em Engenharia de Produção. Em entrevista à Revista Empresário Acib, ele analisa a situação do comércio internacional, a expectativa para as exportações em 2008 e avalia os setores que deverão se destacar neste ano. O economista ainda aponta como enfrentar o efeito China, tornando-o uma oportunidade para os investidores brasileiros.

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Empresário Acib: Qual a situação do comércio internacional e onde o País e Blumenau se inserem neste contexto? Mohamed Amal: Estamos numa fase da economia mundial caracterizada pela crescente importância do comércio internacional. Nos últimos anos, os fluxos de comércio internacional registraram taxas de crescimento superiores às taxas de crescimento do PIB mundial. Esta tendência deverá continuar nos próximos anos, o que significa que o comércio internacional deverá representar um fator determinante do crescimento econômico. O Brasil, assim como os países emergentes, já a partir do final dos anos 90, vem registrando um fortalecimento do setor externo, tanto que nos últimos quatro anos as exportações cresceram mais de 100%. Os setores que tiveram a maior representação neste comércio estão especialmente representados pelos setores de manufaturados e primários. Os manufaturados cresceram em função da forte participação das exportações das empresas multinacionais e o setor primário cresceu em função do aumento dos preços de commodities e da ampliação da fronteira agrícola no Brasil, assim como do fator China. Blumenau registrou um valor de exportações superior a US$ 500 milhões, o que significa uma taxa de crescimento próxima a 30% em comparação com os resultados do ano de 2006. Em Blumenau, o setor de manufaturados é o setor que teve o maior desempenho, até porque a matriz industrial em Blumenau é predominantemente caracterizada pelo papel dos produtos manufaturados. O fumo é responsável por 32,6% do total das exportações e o setor têxtil por mais de 30%, o que demonstra certo risco na redução da participação das exportações da cidade no estado de Santa Catarina, em função do recuo da internacionalização das empresas nestes setores. EA: Qual a perspectiva para as exportações brasileiras em 2008? Amal: As exportações brasileiras dependem de diversos fatores. O primeiro está relacionado à conjuntura internacional. Esta vem mostrando tendências negativas em função da redução do ritmo


de crescimento econômico, praticamente em todas as regiões do mundo. As previsões para os EUA são de uma taxa de crescimento de apenas 2% para o ano de 2008, contra uma média de crescimento superior a 3% nos últimos anos. A área do Euro também deverá registrar uma taxa de crescimento do PIB inferior a 2% para este ano. Entretanto, nas economias asiáticas (China, Índia) o boom econômico deverá continuar, demonstrando, apesar das pressões inflacionárias, certo grau de sustentabilidade para os próximos anos. Outro fator importante está relacionado à conjuntura nacional. O dólar deverá continuar sob contínua pressão de desvalorização, que por sua vez deverá influenciar negativamente a taxa de crescimento das exportações. Contudo, este cenário deverá afetar apenas o valor do saldo positivo da balança comercial. Nos primeiros 10 meses de 2007 (de janeiro a outubro) as exportações alcançaram o valor de US$ 132,4 bilhões, ou seja, uma taxa de crescimento de 16,5%, contra uma taxa de crescimento das importações próxima a 35%. As previsões apontam para uma leve alteração destas taxas de crescimento para o ano de 2008, ou seja: pode-se esperar um valor das exportações próximo de US$ 180 bilhões e um saldo da balança comercial inferior a US$ 40 bilhões. EA: Quais setores têm potencial para crescer e quais estão estagnados? Quais as maiores dificuldades e barreiras da exportação? Amal: Os setores que registraram uma redução do seu desempenho exportador são justamente os setores que têm uma forte dotação do fator de produção, trabalho, tais como confecção, calçados e móveis. Estes setores sofreram um forte impacto negativo decorrente da valorização cambial e da ampliação da competição mundial, como o caso de produtores chineses e países da Ásia em geral. As barreiras que enfrentam os exportadores brasileiros são de duas categorias: as barreiras tarifárias – que em muitos casos continuam bastante elevadas para alguns setores e tornam os produtos brasileiros menos competitivos nos mercados como Estados Unidos e Europa – e as barreiras não-tarifárias, que também representam um desafio para as empresas brasileiras, especialmente normas técnicas e ajustes na qualidade dos produtos. Os setores que apresentam o maior potencial de crescimento para o ano de 2008 são os setores dos produtos primários, em fun-

ção do aumento dos preços nos mercados internacionais. E os produtos intermediários, para atender ao forte crescimento do setor industrial nas economias emergentes. Além disso, o setor de manufaturados é considerado o setor que já, desde os últimos anos, vem sendo o responsável pelo dinamismo do comércio internacional. Portanto, é possível prever um fortalecimento nos próximos anos da importância das exportações de produtos de alto valor tecnológico e dos serviços relacionados a este tipo de atividade. EA: De que forma o pequeno e médio empreendedor brasileiro pode entrar no mercado externo? Há espaço ou este mercado é restrito às grandes empresas? Amal: As exportações das pequenas e médias empresas brasileiras vêm crescendo de maneira contínua nos últimos anos, representando mais de 10% do total das exportações brasileiras. Este desempenho é especialmente resultado do esforço das empresas de diferenciar seus produtos, do caráter empreendedor de seus dirigentes e da inserção das empresas em redes de fornecimento globais. EA: As barreiras comerciais (subsídios, impostos, sobretaxas) que os produtos brasileiros sofrem tendem a diminuir? Amal: A redução destas barreiras depende, em grande medida, da conclusão da rodada de Doha, que representa a maior instância de negociações comerciais multilaterais. Enquanto os países não conseguem concluir a rodada, a tendência é dos produtos brasileiros continuarem sujeitos a este tipo de barreiras, especialmente da parte de países como EUA e da União Européia. EA: Como os produtores brasileiros devem enfrentar a concorrência de produtos subsidiados de outros países? Amal: Primeiro, é preciso um envolvimento direto do governo brasileiro para defender os interesses do Brasil no órgão de solução de controvérsias perante a Organização Mundial de Comércio. Por outro lado, as empresas brasileiras deverão seguir no fortalecimento de seu processo de internacionalização para reduzir custos e ampliar as suas economias de escala, além de estabelecer alianças estratégicas em outras regiões do mundo com vista a facilitar o acesso aos mercados.

Blumenau registrou exportações superiores a US$ 500 milhões, um crescimento próximo a 30% em comparação com 2006 EA: A China, como potência comercial emergente que é, tende a continuar prejudicando setores da economia brasileira? Amal: A China é um fator de risco, mas também uma grande frente de oportunidade. Diversos setores no Brasil vêm sendo prejudicados, assim como empresas e diversos lugares no mundo. Alguns exemplos: setor têxtil, calçados, mas também produtos de alto valor tecnológico. A ameaça é evidente, mas é preciso enfrentar esta ameaça ampliando o grau de abertura comercial do País, reduzir a carga tributária e melhorar a infra-estrutura para gerar vantagens comparativas da economia brasileira e estimular novos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. EA: Como se prevenir de um possível colapso nas exportações brasileiras frente aos produtos chineses? Amal: Não vejo um cenário de colapso das exportações brasileiras em função dos produtos chineses. Vejo uma ampliação da concorrência global. Para isso, as empresas brasileiras deverão investir mais na diferenciação de seus produtos e incorporar novas tecnologias e, especialmente, ampliar o seu grau de internacionalização através de novas alianças estratégicas. Algumas empresas já estão neste caminho; são as novas empresas multinacionais de origem dos países em desenvolvimento (Gerdau, Weg, dentre outros). EA: Em 2008 teremos sucessão presidencial nos EUA, de que forma isto pode interferir no comércio in15


Entrevista: MOHAMED AMal, mestre em economia internacional

ternacional? Como o Brasil pode ser afetado? Amal: As eleições nos EUA estão sendo acompanhadas por todos os analistas econômicos e políticos. A mudança deverá representar uma revisão das políticas externas dos EUA em diversas regiões no mundo. De ponto de vista comercial, o novo presidente dos EUA deverá enfrentar a questão da rodada de Doha. Para que os EUA possam negociar, o presidente precisa de uma autorização especial do Congresso para tomar decisões a respeito do envolvimento do País em negociações internacionais e bilaterais. Caso o presidente eleito seja do partido democrata, ele terá a maioria no Congresso e poderá retomar o processo de negociação multilateral do comércio e chegar a algum acordo na OMC. Entretanto, é preciso dizer que o comércio bilateral EUA/Brasil deverá sofrer fortes oscilações por diversos fatores: a crise do subprime, que está se transformando numa crise de crédito; a redução do nível da atividade econômica; e a espiral inflacionária e aumento dos preços e dos salários, que deverão fortalecer o risco da estagnação. Como os EUA estão entre os principais parceiros comerciais do Brasil e do mundo, as previsões são de redução do ritmo de crescimento dos fluxos de comércio internacional. EA: De que forma o Banco do Sul, proposto por Hugo Chávez, pode influenciar nas relações comerciais brasileiras? Amal: Eu acho que esta iniciativa tem o caráter de envolvimento ideológico dos governantes, mas muito longe da racionalidade e do pragmatismo que exige o

A Venezuela representa um sério risco à democracia regional, o que fere a cláusula da democracia, exigência para integrar o Mercosul 14

Setor primário é o que tem melhores perspectivas em 2008 devido ao aumento dos preços no mercado internacional

comércio internacional. Não vejo como este banco possa resolver os problemas de integração regional. EA: Como o senhor avalia a entrada da Venezuela no Mercosul? Amal: A entrada da Venezuela no Mercosul foi uma atitude apressada. No Mercosul ainda persistem diversos problemas relativos à ampliação da área de livre comércio e da consolidação da união aduaneira. Temos diversos problemas bilaterais e, além disso, não temos um modelo claro de ampliação do bloco econômico. Ademais, a Venezuela representa um sério risco à democracia regional, o que, por sua vez, fere a cláusula da democracia, que é uma das exigências para integrar o bloco econômico. EA: Recentemente, Blumenau sediou o Encontro Econômico Brasil

-Alemanha. Quais novas oportunidades de negócios podem surgir com o País que tem a maior economia da Europa? Amal: A iniciativa de sediar o encontro foi ótima, deu uma nova abertura para Blumenau. Temos, na nossa cidade, um potencial fantástico para gerar novos produtos, uma qualidade de vida que pode atrair diversos investidores de médio porte, uma mão-de-obra qualificada que poderá representar uma base para o desenvolvimento de setores de alta tecnologia. E temos uma educação, da base até a universidade, que poderá colaborar efetivamente com novas frentes de desenvolvimento tecnológico. As origens e influência cultural da Alemanha em Blumenau deverão estimular e facilitar a inserção das empresas e da região como um todo em novas redes de negócio e ampliar os investimentos nas duas direções.



LAZER

EMPREsAS DE LAZER A estabilidade da economia brasileira vem propiciando alguns luxos que antes eram restritos às classes mais abastadas da população. Essa situação tem sido notada desde o aumento no consumo de certos alimentos, no comércio em geral, assim como nas áreas destinadas ao lazer. Segundo pesquisas realizadas há três anos, mais de 50% dos blumenauenses tinham como principal fonte de lazer a televisão. Hoje, pouco menos de 10% da população de Blumenau são sócios de algum clube. 14

As sociedades recreativas, associações e os clubes, destinados ao entretenimento, tiveram que se abrir para cobrir os custos de manutenção e se adaptar a uma nova realidade. A Associação Desportiva Hering (ADHering), criada em 1964 para recreação entre os funcionários da Companhia Hering, há 10 anos passou por algumas mudanças na sua forma de gestão. Entre elas, permitiu que não-funcionários pudessem se associar e ganhou ares de clube. O coordenador de marketing da ADHering, Tiago Rau, conta que há três anos foi percebida a necessidade de mudar a forma

de trabalho. Foi fundamental levantar os pontos críticos e com isso o foco se voltou para o entretenimento do associado, que passou a ser visto como um cliente. A intenção de superar as expectativas e contribuir para o bem-estar de seus sócios alavancou um crescimento de mais de 100% do clube nesse período, tanto em relação ao número de adesões quanto aos investimentos nas áreas de lazer. Com alguns ajustes e novos conceitos, o clube conseguiu usar melhor a estrutura de 295 mil metros quadrados, a maior parte de área verde. “Antes o objetivo


As opções para crianças foram ampliadas e foram feitas adaptações na estrutura do clube

Criada em 1964, a ADHering passou por atualizações e voltou seu foco para o entretenimento do associado

era abranger os bairros vizinhos, porém hoje, muitos vêm de bairros mais afastados”, informa Rau. Ele igualmente vê o clube como uma alternativa para aqueles que vivem em prédios deficientes de um local adequado para o divertimento. Ainda segundo o coordenador de marketing, pequenas campanhas de divulgação são feitas durante o ano para captar novos clientes, que hoje chegam a 2,4 mil. Porém, não basta levar mais pessoas para dentro do clube, mas também fidelizá-las. Essa tem sido a grande aposta da ADHering, que busca promover atividades durante todo

o ano para manter os associados sempre participando. Nesse sentido, o clube procurou adaptar alguns locais como a piscina, que fica coberta e aquecida no Inverno para que as atividades aquáticas possam continuar. Um ponto forte adotado foi ampliar as alternativas para as crianças, hoje, grandes tomadoras de decisões da família. Da mesma forma, as mulheres têm bastante destaque e marcam sua presença em aulões temáticos com salas especialmente decoradas e a atenção dos profissionais que ajudam a manter as salas cheias.

A perspectiva da ADHering para 2008 é de um incremento de cerca de 30% em relação ao ano anterior. Além das duas quadras de tênis inauguradas em setembro de 2007, os projetos seguintes são ampliar a área de festas, de musculação que hoje tem mais de 300 praticantes - e também as salas de ginástica, balé e jazz. Porém, o foco deve ser mantido no bom atendimento ao associado e tem como objetivo ser reconhecido como melhor clube de entretenimento da região. Para isso, se valem de pesquisas constantes e capacitação de funcionários. 15


LAZER

tradição Com a Sociedade Desportiva Vasto Verde, 63 anos entre os blumenauenses, a preocupação em manter o associado não é diferente. Uma vez que o forte do clube está nas patotas de futebol, bolão, bocha, voleibol e futsal, a diretoria busca formas de atrair crianças, jovens e mulheres. De acordo com o presidente Vilson Rosa, além da ginástica, academia e sauna, as mulheres também vêm aderindo ao futebol. Já foram criados times de futebol suíço e futsal femininos. Rosa conta que a maior dificuldade é manter a estrutura da Sociedade. As mensalidades dos sócios ajudam a conservar algumas necessidades, mas grandes reformas dependem de parcerias. Os concorrentes mais fortes, porém, de acordo

com o presidente, são os condomínios que oferecem uma ampla área de lazer. Na opinião de Rosa, se as pessoas que vivem nesses locais não tiverem interesse em formar uma rede de relacionamentos sociais, dificilmente vão sair de casa. Por este motivo, o investimento em áreas sociais e de lazer são a prioridade. A reforma do salão social vai proporcionar maior conforto nas festas tradicionalmente feitas pelo clube, como carnaval infantil, festa do Hawaii, Baile do Chopp, Baile de Reis e Rainhas, casamentos e formaturas. Duas novas churrasqueiras devem ser construídas no setor de futebol suíço, além das outras oito já existentes. Para Rosa, a tendência dos clubes é a profissionalização na área de lazer para

aprimorar e diversificar as atividades. “Essa característica deve despertar o interesse da comunidade”, aponta. Com 34 mil metros quadrados de área, 6 mil deles construídos, o clube tem mantido o público nos últimos três anos em torno de 550 associados. Porém no Verão, com a possibilidade de um pacote especial de quatro meses, cerca de 60 a 70 pessoas aderem à sociedade para aproveitar a piscina. Por ser um clube que mantém as tradições germânicas, são as patotas de futebol, bocha, canastra e dominó que lotam o Vasto Verde durante o ano todo. A partir de março deste ano, será sede do núcleo de base do Clube Metropolitano, com um centro de treinamento para meninos de cinco a 18 anos.

Futsal, bolão e bocha estão entre as atividades mais procuradas pelos associados durante todo o ano

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LAZER

receita alternativa

Bela Vista Country Club prevê um calendário com uma série de inovações para melhor atender o associado em 2008

O Bela Vista Country Club vive um momento diferenciado em sua história. Ao invés de ficar à espera de novos sócios, tomou a postura de buscar novos membros com o perfil do clube. Uma empresa especializada em comunicação integrada foi contratada e uma equipe comercial com estratégias de venda promove ações em revistas, outdoors e rádios. Segundo o presidente Marcos Grützmacher, o resultado tem sido excelente. Metade dos 200 títulos colocados à disposição do público já foi vendida em apenas três meses. “Por mais simples que sejam as atitudes, tudo é feito visando o bem-estar do nosso sócio”, diz o presidente, que enfatiza que o ambiente no clube deve ser melhor ou igual ao que a pessoa tem em casa para que ela se sinta estimulada a ir até o clube. Grützmacher explica que os detalhes são muito importantes e fazem a diferença. Todas as duchas dos vestiários foram trocadas e cosméticos de ótima qualidade são utilizados. O mobiliário mais rústico deve dar lugar a algo mais moderno, leve e confortável. E as TV´s de plasma oferecem programações via cabo, para que o associado realmente tenha vontade de ir e permanecer no clube, reunindo os amigos para assistir a um filme ou aos jogos do campeonato brasileiro. 14

Atualmente o Bela Vista possui 6 mil sócios. O presidente atribui o crescimento à migração de pessoas que antes eram associadas a mais de um clube e decidiram ficar com apenas um. Frente aos condomínios que possuem uma estrutura mais elaborada para o lazer, Grützmacher vê a necessidade de continuar investindo no patrimônio do clube e se faz valer da ampla área verde, espécies nativas da fauna e flora que seduzem os amantes da natureza e quem opta por melhor qualidade de vida. Todas as atividades do clube funcionam durante o ano todo.

Outra fonte alternativa de receita é a locação da sede social para eventos externos. Além dos bailes, o clube abre esse espaço para outras empresas ou particulares. A parte superior da sede está sendo toda climatizada e a inauguração está prevista para março, com o tradicional Sambawaii. O espaço gourmet foi apresentado aos membros do clube e faz parte de uma série de inovações prevista pela nova diretoria. Reforma da sauna feminina, a construção de mais quadras de squash e um restaurante também estão previstos no calendário com previsão até 2009.





Sustentabilidade

Consciência ambiental

gera economia para empresa Durante milhares de anos, a água foi considerada um recurso infinito. A generosidade da natureza fazia crer em inesgotáveis mananciais, abundantes e renováveis. Hoje, o mau uso, aliado à crescente demanda pelo recurso, preocupa especialistas e autoridades no assunto, pelo evidente decréscimo da disponibilidade de água limpa em todo o planeta. A empresa blumenauense Alumetal se deu conta do valor econômico, estratégico e social deste recurso natural essencial à existência e bem-estar do homem e à manutenção dos ecossistemas. Desde 1996, a empresa possui um sistema de captação, filtragem e armazenamento de água da chuva para utilizar nos processos de produção.

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O proprietário da Alumetal, Carlos César Wagner, conta que naquela época ninguém percebia a importância de preservar o líquido, mas acredita que esta seja uma tendência das empresas no futuro. “No início éramos tratados como doidos e hoje como heróis. É uma questão de tempo para a água faltar e no futuro ela será mais cara que a energia elétrica. Com a utilização da água da chuva, não poluímos o meio ambiente e mantemos o ciclo natural ativo”, observa. Toda água que cai no telhado e que se acumula no pátio externo da empresa é conduzida, através de um sistema de drenagem/tubulação, para um filtro natural de pedra brita e areia e então, encaminhada para cada um dos quatro reservatórios subterrâneos. Um reservatório tem capacidade para 100 mil litros d’água, um para 40 mil litros e dois para 20 mil litros.


A jóia do Verão A água da chuva é usada no processo de produção da empresa e posteriormente passa pelo tratamanto de efluentes (ETE), onde é segregado água reciclada e residuo sólido. A água reciclada é utilizada na produção (lavação de quadros e peças, na limpeza de materiais e da fábrica) e posteriormente retorna ao ETE, outra parte é utilizada nos sanitários para descarga. O resíduo sólido separado na ETE é encaminhado a empresa Momento Engenharia para receber o descarte adequado. “O Verão é a melhor época de chuvas em Blumenau, por serem constantes as trovoadas, cerca de três horas de chuva forte são suficientes para encher os reservatórios”. Wagner afirma que 180 mil litros de água de chuva armazenados equivalem de 12 a 15 dias de trabalho e somente usa água do Samae na produção se houver estiagem. E argumenta economizar em média 70% da água com a captação de chuva. “Temos 52 funcionários, o que gera um gasto de 90 mil litros de água por mês na descarga dos banheiros”, calcula.

Ele comenta que um dos processos de produção, chamado anodização - que forma uma camada de proteção, aumenta a dureza e proporciona mais resistência ao alumínio - consome por dia de trabalho cerca de 5 mil litros de água. “A idéia de captar água da chuva surgiu como um jeito de economizar e de enfrentar os problemas de falta d’água que existiam. Sem água não há produção”, afirma. A Alumetal processa por mês quatro toneladas de chapa de alumínio que, para serem beneficiadas, precisam de 130 mil litros de água, além dos serviços prestados para terceiros. Tudo é feito com água da chuva e reciclada. A empresa possui departamento técnico e um químico responsável pelo sistema. Também há preocupação em diminuir gastos de energia elétrica. Amplas janelas por onde entra a luz solar geram a economia de 70 lâmpadas. No futuro, a intenção é de instalar um sistema de resfriamento no telhado para refrescar o ambiente de produção da fábrica. “O crescimento do Brasil depende de energia elétrica, que de-

Carlos César Wagner: a Alumetal capta água da chuva para uso no processo industrial desde 1996


ARTIGO

O momento atual da

construção civil modernidade e tecnologia, com o uso da mão-de-obra qualificada disponível, com grande expectativa de expansão. Para atender a esta expectativa de expansão do mercado, é vital o investimento na qualificação da mão-de-obra de trabalhadores para a indústria da construção, com ações conjuntas e individuais desenvolvidas pelos setores público e privado, tais como: - Liberação de verbas federais para as já existentes instituições voltadas para a qualificação e certificação da mão-de-obra da construção. Sabemos que o Estado por si só, não atende a demanda por educação. - Estabelecimento de regras que permitam às empresas manterem turmas para treinamento e qualificação sem que o aluno seja considerado empregado e sem que no futuro, caso não aprovado, busque na Justiça vínculo de emprego.

É sabido que a construção civil, há vários anos, ressente-se de um volume de obras como na época do milagre brasileiro. Situação que levou trabalhadores, então existentes em abundância, a migrarem para diversos outros setores da economia. Agora vislumbramos o surgimento de obras públicas e privadas em enorme quantidade e espalhadas por todo território brasileiro, com maior intensidade nas grandes cidades, fruto do aumento de investimentos na economia, da elevação dos financiamentos ao segmento imobiliário e de recursos captados no mercado de ações. O setor deverá crescer 10,2% em 2008, contra 7,9% em 2007. Esta previsão se baseia nos empreendimentos já contratados a serem edificados, no início 24

efetivo das obras do PAC e no aumento dos investimentos em geral e do volume de financiamentos imobiliários. Não há crise de falta de mão-de-obra, nem “apagão” de materiais de construção. Porém, para os profissionais atentos ao mundo da construção, verificamos que há falta de mão-de-obra qualificada para um avanço significativo no número de obras no segmento da construção civil. O momento atual reflete a estabilidade econômica, o aumento da renda per capta e a tendência de queda da taxa de juros, o que induz alguns a pensarem que a construção civil atravessa um “boom”. O que ocorre é um crescimento sustentável do setor da construção civil, resumido na estabilidade econômica,

A profissionalização é necessária e este setor é um dos que mais geram emprego e que mais têm potencialidade de recolocação profissional. Para um setor que responderá por investimentos na ordem de R$ 470 bilhões nos próximos três anos, o que ocorre é um grande desafio; temos que trabalhar numa parceria entre os setores público e privado, para transformar nossa realidade e fazer a construção civil mudar de patamar. Quando olhamos este quadro, verificamos que o setor já está se movendo nesta direção, com parcerias firmadas em vários estados, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro entre outros e Blumenau, que na parceria com Fiesc, Senai, Votorantin e Sinduscon, irá formar neste mês de fevereiro a primeira turma de 50 pedreiros diplomados pelo Senai, num passo inédito para a qualificação da mãode-obra da construção civil. Jorge Luiz Strehl Presidente do Sinducon-Blumenau



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Via Expressa deve ser aberta ao trânsito no 1º semestre Ponte do Vale está na proposta do orçamento de 2008

Liberação de R$ 4 milhões do Governo Federal possibilitará conclusão da via O Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT) empenhou, em dezembro, R$ 4 milhões para a conclusão da Via Expressa, importante via que vai ligar o centro de Blumenau à BR-470 (Rodovia Ingo Hering). Os recursos estão previstos na Medida Provisória 405/2007, que abriu créditos extraordinários no orçamento de 2007. O anúncio da liberação dos recursos foi feito pela senadora Ideli Salvatti, em entrevista coletiva realizada no Hotel Himmelblau, no dia 17 de dezembro. O evento reuniu jornalistas, lideranças políticas e empresariais de Blumenau. Além da senadora, participaram o prefeito João Paulo Kleinübing e o deputado federal Nelson Goetten. Os deputados Décio Lima e João Pizzolatti, que participariam da coletiva, foram representados pela deputada estadual Ana Paula Lima e pelo presidente do PP Jovem, João Pizzolatti Neto, respectivamente. Todos tiveram participação no processo, junto ao Governo Federal, que resultou na liberação dos R$ 4 milhões, suficientes para concluir a primeira fase da Via Expressa e viabilizar a abertura da via ao tráfego. O presidente da Câmara Muni26

cipal, José Luis Gaspar Clerici, o coordenador da Intersindical Patronal, Jorge Strehl, o diretor executivo do Sintex, Renato Valim, e o presidente da Acib, Ricardo Stodieck, acompanharam de perto os pronunciamentos. Kleinübing comemorou o anúncio. Segundo ele, a primeira parcela deve ser liberada em janeiro. A obra deve durar cinco meses. “Estamos confiantes e esperamos abrir a via ao trânsito ainda no primeiro semestre de 2008”. Para a senadora Ideli Salvatti, a liberação da verba é fruto de um trabalho conjunto realizado pelos representantes do Estado em Brasília. “Sem essa sinergia, dificilmente conseguiríamos os R$ 4 milhões do orçamento de 2007. Com isso, evitamos a apreensão de possíveis cortes no orçamento do ano que vem por conta da queda da CPMF”, explica. O presidente da Acib destacou a atenção que o Governo Federal tem dedicado ao Médio Vale do Itajaí. “Recebemos essa boa notícia dias depois de saber que teremos mais duas pontes sobre o Rio Itajaí-Açu (Gaspar e Ilhota). Não me lembro de ter visto tanto investimento do Executivo Nacional em

A Associação Empresarial de Blumenau (Acib) recebeu com satisfação a notícia de que a construção da Ponte do Vale deve estar no Orçamento Geral da União de 2008. A notícia também foi dada pela senadora Ideli Salvatti, que participou da reunião entre os deputados e senadores do Estado, realizada na terça, dia 13 de dezembro, em Brasília, para redistribuir os valores das emendas ao Orçamento do ano que vem. Com a redistribuição dos recursos, a bancada decidiu destinar R$ 9.888.888,00 à emenda de inclusão contemplada pelo Plano Plurianual (PPA) 2008-2011 que prevê a construção da chamada Ponte do Vale, prevista para ligar a SC-470 (Rodovia Jorge Lacerda) à BR-470 (Rodovia Ingo Hering), em Gaspar. A votação do Orçamento está prevista para o ano que vem. Segundo a senadora Ideli Salvatti, “pode haver uma mudança no valor destinado à obra, mas o importante é ter a emenda incluída no Orçamento”. A senadora também destacou o papel do deputado João Matos, coordenador da bancada estadual. “Tivemos todo o empenho do deputado para incluir a Ponte do Vale na proposta”, destaca Ideli. Para o presidente da Acib, Ricardo Stodieck, a justiça foi feita. “A Ponte do Vale havia sido cortada das emendas coletivas e agora a bancada catarinense conseguiu reverter a situação incluindo a emenda através do PPA”, avalia Stodieck. Para o líder empresarial, a decisão mostra o comprometimento do Governo Federal com a região. “Agora teremos duas novas pontes sobre o Rio Itajaí-Açu, obras extremamente importantes para o desenvolvimento da região”.

Kleinübiing, Stodieck e Ideli Salvatti



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Blumenau terá Conselho Municipal de Combate à Pirataria

Carta-compromisso foi assinada pelas entidades em setembro

Os vereadores de Blumenau aprovaram no dia 11 de dezembro a lei complementar nº 920, de autoria do Executivo Municipal, que cria o Conselho Municipal de Combate à Pirataria. A criação do conselho foi a principal reivindicação listada em uma carta compromisso entregue pelas entidades que coordenam a campanha Blumenau Sem Pirataria ao prefeito João Paulo Kleinübing. O documento foi entregue no lançamento da campanha, em setembro. O grupo estará vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico. Segundo o secretário José Eduardo Bahls de Almeida, uma correspondência foi enviada pedindo às entidades que vão formar o Conselho a indicação de um representante. A primeira reunião deve ser realizada em fevereiro de 2008. Para o presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Ricardo Stodieck, a criação do conselho é uma prova de que a campanha, lançada em setembro, veio para ficar. “Nossa campanha ganha a sustentação necessária graças à vontade polí-

tica dos governos municipal e estadual que trabalharam com as entidades na campanha Blumenau Sem Pirataria”, reforça Stodieck. Quem também comemora a criação do Conselho é o presidente da Associação Anti-Pirataria Cinema e Música (APCM), Antônio Borges Filho. Foi ele quem sugeriu à Acib a realização da campanha Blumenau Sem Pirataria. Segundo Borges, Blumenau é pioneira na criação de um Conselho Municipal de Combate à Pirataria. “Não há, no Brasil, iniciativa semelhante a de Blumenau. A cidade terá o primeiro Conselho Municipal do país”, destaca. O Conselho Municipal de Combate à Pirataria será composto por vinte membros, incluindo representantes do Executivo Municipal, Furb, Ibes, Acib, CDL, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Secretaria da Receita Federal do Brasil, Procon, associações anti-pirataria, Polícias Civil, Militar e Rodoviária e Sindicatos.

Integram o grupo QUE coordena a campanha: - Associação Anti-Pirataria Cinema e Música (APCM) - Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) - Associação Empresarial de Blumenau (Acib) - Câmara Dirigentes Lojistas de Blumenau (CDL) - Instituto Blumenauense de Ensino Superior (Ibes) - Instituto Meirelles de Proteção à Propriedade Intelectual (Imeppi) - Intersindical Patronal de Blumenau e Região - Polícia Civil - Polícia Militar - Polícia Rodoviária Federal - Prefeitura Municipal de Blumenau - Procon - Receita Federal - Secretaria de Estado da Fazenda - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Blumenau - Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas de Blumenau (Sescon) - Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex). - Sindicato do Comércio Varejista de Blumenau (Sindilojas) - Universidade Regional de Blumenau (Furb)

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atribuições - estudar e propor medidas destinadas ao combate de crimes contra a propriedade intelectual; - atuar em conjunto com órgãos e entidades públicos e privados; - propor mecanismos e procedimentos para receber denúncias e sugestões, dando-lhes o devido encaminhamento; - incentivar o planejamento de operações de prevenção e repressão aos crimes contra a propriedade intelectual; - propor a realização de campanhas educativas de combate aos crimes contra a propriedade intelectual e a difusão de textos legais pertinentes; - sugerir a celebração de termos de cooperação, convênios e outros ajustes entre órgãos e entidades do poder público;

Blumenau Sem Pirataria A criação do Conselho Municipal de Combate à Pirataria é, até o momento, a principal conquista da campanha Blumenau Sem Pirataria, lançada em setembro deste ano por 19 entidades municipais, estaduais e nacionais. O objetivo da campanha é transformar Blumenau na primeira cidade do país livre de pirataria. No lançamento, o grupo entregou uma carta-compromisso ao prefeito João Paulo Kleinübing pedindo a criação do Conselho. Em seguida, a campanha promoveu treinamentos para as entidades envolvidas que tiveram como foco a repressão e a educação. Inicialmente, o objetivo é acabar com a comercialização de CDs, DVDs, óculos, produtos de confecção e softwares piratas. Com a criação do Conselho, outras áreas devem ser incluídas.

Diretor Executivo da Acib participa de workshop da Facisc O diretor Executivo da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Charles Schwanke, participou de um workshop direcionado para diretores executivos de associações empresariais de Santa Catarina. Ele levou um pouco da experiência obtida com o trabalho realizado na Acib, principalmente no que diz respeito a lobby e representatividade. O evento foi realizado no Hotel Fischer em Balneário Camboriú, nos dias 6 e 7 de dezembro. O workshop é uma promoção da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) e teve como principal objetivo ajudar no planejamento estratégico das entidades para o ano de 2008.


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Núcleos SETORIAIS comemoram 2007

Câmara da Mulher Empresária encerra 2007 com troféu Vários núcleos setoriais da Acib promoveram encontros de fim de ano no mês de dezembro. As confraternizações serviram para fazer uma avaliação do trabalho realizado durante o ano de 2007 e, de uma maneira bem informal, ajudaram para iniciar o planejamento estratégico para o ano que começa. A Câmara da Mulher Empresária, por exemplo, reuniu suas integrantes em um jantar no Restaurante Frohsinn, no dia 4. As empresárias comemoraram o fim do ano em que o grupo completou 10 anos de atividades. “Foi um ano maravilhoso. Muitas integrantes conquistaram prêmios importantes que serviram para incentivar o trabalho de todas”, avalia a coordenadora Rosângela Balzan. Para incentivar ainda mais o trabalho, a Câmara entregou, durante o jantar, o troféu “Você é 10” a dez empresárias que fazem parte do grupo e se destacaram durante o ano. São elas: Cristina Marques, Daniela Schmidt, Janice Muller de Menezes, Maria Ignêz Keske, Marilene Lourenço, Tânia Maria da Silva, Rosane Magaly Martins, Solange Rejane Schroder, Vivian Persuhn Gielow e Zalfa Benites.

Diretoria e Conselho definem datas para 2008 Já estão agendadas as primeiras reuniões ordinárias de 2008 da Diretoria e do Conselho Deliberativo da Associação Empresarial de Blumenau (Acib). Os diretores voltam a se reunir no dia 11 de fevereiro. Já os conselheiros serão convocados para a primeira reunião conjunta, pré-agendada para o dia 18 de fevereiro. As datas foram definidas na última reunião do ano da Diretoria. Apesar da reunião marcada para fevereiro, parte da Diretoria já começa a se reunir no dia 28 de janeiro, quando realizará o planejamento estratégico para o ano de 2008. O trabalho será coordenador pelo consultor Osmar Vicentini, da Fundação Empreender. A Diretoria da Acib é composta por 15 empresários, dos mais diversos setores, que trabalham voluntariamente pela entidade. Para conhecê-los, acesse www.acib.net e clique no link “A Acib”.



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Núcleo da Acib apóia campanha “Blumenau o Ano Inteiro” O Núcleo de Mídia Exterior da Acib é um dos apoiadores da campanha “Blumenau o Ano Inteiro”, desenvolvida para conscientizar os moradores da cidade e turistas que freqüentam o litoral sobre os potenciais de compra e lazer que a cidade oferece também durante o verão. O núcleo ofereceu a veiculação da campanha em cerca de 15 outdoors que estão espalhados pela cidade. Segundo o coordenador do grupo, Vilson Voigt, o principal objetivo é acabar com a sazonalidade que historicamente atinge a cidade durante o verão. “Aos poucos temos que mudar a mentalidade da comunidade e valorizar nosso comércio e outras atividades que são desenvolvidas nesta época do ano”, enfatiza Voigt. Os outdoors devem permanecer expostos por todo o mês de janeiro. A campanha, que traz com slogan “Blumenau é a Nossa Praia” foi produzida pela Free Comunicação e também tem o apoio da CDL e de diversos meios de comunicação.

Núcleo assina os outdoors da campanha espalhados pela região

Embaixador da Croácia convida empresários para feira em 2008

Vice-presidente da Acib, Carlos Amaral (D), acompanhou visita do embaixador O embaixador da Croácia no Brasil, Rade Marelic, esteve na sede da Acib, no dia 4 de dezembro. Ele se reuniu com diretores da entidade e com representantes de empresas associadas interessadas em iniciar ou intensificar as relações comerciais

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com empresas do país europeu. Marelic fez uma apresentação da Croácia, revelando números básicos da economia. O país tem 4 milhões de habitantes e um PIB de US$ 43 bilhões (2006), crescimento de 4,8% em relação ao ano anterior. A inflação foi de 3,2% no mesmo ano. As exportações somaram US$ 10,3 bilhões e as importações, US$ 21,4 bilhões. O embaixador passou por diversas cidades catarinenses, acompanhado pelo deputado federal José Carlos Vieira (DEM/SC). Em Blumenau, o representante croata também conheceu as empresas Altenburg e Cia Hering. Além de estreitar as relações comerciais, Rade Marelic convidou as empresas blumenauenses para uma feira multisetorial que vai ser realizada na Croácia neste ano.

Jorge Strehl é o novo coordenador da Intersindical A Intersindical Patronal, grupo formado por sindicatos patronais de Blumenau e região, tem novo coordenador. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção de Blumenau (Sinduscon), Jorge Strehl, foi eleito na reunião de sextafeira, dia 7 de dezembro. Até então a Intersindical estava sob o comando do presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas, Osmar Labes. A Associação Empresarial de Blumenau (Acib) tem uma relação estreita com a Intersindical. A entidade tem se revelado uma importante parceira nas mais diversas atividades promovidas pelo desenvolvimento econômico da cidade. A Acib deseja que o trabalho exemplar, desenvolvido por Osmar Labes, sirva de referência para o novo coordenador, Jorge Strehl, liderança que tem mostrado competência e determinação na luta pelos ideais associativistas e empreendedores à frente do Sinduscon.



MEMÓRIA

NASCE A

ACIB (1901-1913)

Parte I

Arquivo Histórico

O primeiro presidente da Acib, Gustav Salinger A euforia da virada de século embalava o mundo. A Europa vivia um período de franco desenvolvimento econômico, fruto da definitiva consolidação da Revolução Industrial. A cultura do velho continente também fervilhava no rastro das mudanças sociais, buscando alternativas para o crescente distanciamento econômico entre a burguesia dominante e o proletariado que surgira com a urbanização e as indústrias. O Brasil, por sua vez, atravessava um período de instabilidade econômica e lutava para garantir sua participação no mercado mundial de café. Os grandes fazendeiros acumulavam fortuna e traziam da Europa e dos Estados Unidos novidades encantadoras, como o automóvel, o telefone e o cinema. A humanidade vivia um sentimento de domi42

nação definitiva da ciência e da tecnologia. Já havia vencido até mesmo a barreira de fazer voar algo mais pesado que o ar, com as experiências de Santos Dumont. “Havia uma euforia do progresso, confirmada pelas realidades visíveis da urbanização, do crescimento econômico, da industrialização e do grande fluxo de imigrantes estrangeiros, reconfigurando o padrão demográfico e cultural do País”. Blumenau consolidava-se no cenário catarinense como detentora de uma postura cosmopolita e de vanguarda, reflexo das atitudes arrojadas da sua gente. Esse desenvolvimento refletia-se também na área cultural da cidade, por meio da primeira apresentação cinematográfica, que ocorreu no ano de 1900, na residência do empresário Frederico Guilherme Busch, posteriormente tornando-se regular nas dependências do Teatro Frohsinn.

Três anos depois, os blumenauenses já podiam admirar a tecnologia do primeiro automóvel a percorrer suas ruas, vindo diretamente da América do Norte. Começavam a despontar no Município novos e grandes prédios, erguidos por comerciantes que principiavam a acumular fortuna com os negócios de importação e exportação. Passaram a ser pontos de referência no cenário urbano de Blumenau construções de porte, como o hotel Holetz e a casa de comércio Paul Husadel, esta construída em 1901 e até hoje presente na rua XV de Novembro. A infra-estrutura básica acompanhava o crescimento da cidade, surgindo os primeiros passos para a instalação de luz elétrica e água encanada. A energia elétrica foi gerada por uma usina particular, instalada no Gasparinho para abastecer a fábrica de fósforos de Frederico Guilherme Busch. A água encanada vinha do morro do Aipim para servir às necessidades do Hospital Municipal. Foi também em 1901 que os principais comerciantes e industriais de Blumenau se uniram para tentar vencer juntos as dificuldades que não conseguiam suplantar individualmente. Em 5 de novembro daquele ano, foi registrada em cartório a ata de fundação da Associação Comercial de Blumenau, publicada no jornal Der Urwaldsbote 11 dias depois. Estiveram presentes à assembléia, figurando como fundadores da Acib, os empreendedores Hermann Sachtleben, Henrique Probst, Alwin Schrader, Ricardo Scheeffer, Louis Altenburg, Wilhelm Scheeffer, Friederich Blohm, Bruno Hering, Hermann Hering, Paul Husadel, Ferdinand Schrader, Caetano Deeke, Wilhelm Nienstedt, G. Artur Koehler, Pedro Cristiano Feddersen e Gustav Salinger. O estatuto fixava a contribuição mensal de um conto de réis para cada filiado, além de marcar reuniões ordinárias para todas as manhãs de terça-feira. O cônsul alemão Gustav Salinger foi escolhido como primeiro presidente. Também fizeram parte da diretoria pioneira da Acib os empresários Frederico Specht (1º secretário), Wilhelm Nienstedt (2º secretário), Louis Altenburg (tesoureiro), Bruno Hering e Wilhelm Scheeffer (assessores da diretoria). * Trecho do livro 100 Anos Construindo Blumenau, de Nelson Marcelo Santiago, publicado em comemoração ao centenário da Acib, no ano de 2001.




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