Empresário | Acib - CDL - Intersindical - Sindilojas - Ed. 05

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Ano I nº 05 Setembro 2007

Os novos sons de uma antiga marca Além da linha de harmônicas, guitarras da Hering Instrumentos Musicais ganham o mercado mundial

Alberto Bertolazzi, da Hering Instrumentos Musicais, e a guitarra customizada por José Roberto Aguilar

Meio ambiente: empresas dão exemplo, mas esgoto doméstico ainda polui




EDITORIAL

Fazer ainda mais,

e melhor

Enchente de 1911 foi um dos obstáculos superados no passado de Blumenau Os 157 anos de Blumenau, recém completados no início do mês, nos convidam para uma reflexão histórica. O desafio é saber em que momento estamos na trajetória desta cidade. Como será lembrado pelos blumenauenses o ano de 2007 daqui a 150 anos? Como as futuras gerações contarão a história que ainda estamos a escrever? Qual a mensagem de vida que vamos passar aos nossos filhos, netos, bisnetos? A imagem que temos de Dr. Blumenau e dos 17 imigrantes que aceitaram o desafio de construir uma nova cidade em um país desconhecido foi desenhada com os pincéis do empreendedorismo e as tintas da perseverança em uma tela antes vazia, que aos poucos ganhou forma e serve de referência para a conduta deste povo que tem por hábito enfrentar e superar dificuldades. Desde o início foi assim. Os índios, a mata e as enchentes não foram suficientes para desanimar os imigrantes. É possível até desconfiar que as adversidades serviam como combustível na obstinada missão de estabelecer a colônia Blumenau. Há mais de 20 anos tivemos a oportunidade mais recente de perceber essa sensação durante as grandes enchentes que assolaram Blumenau, o Vale do Itajaí e boa parte do Estado. A lama foi removida das ruas. Os imóveis foram reconstruídos e, em pouco tempo, Blumenau voltava a respirar prosperidade. Naquela época, ficou claro que o sangue dos imigrantes não corria somente nas veias de seus descendentes. Ficou claro que quem adota Blumenau é contagiado pela vontade de fazer bem e melhor. Ficou claro que a herança dos imigrantes estava mais viva do que nunca no inconsciente coletivo desta comunidade. Toda essa introdução se faz necessária para estimular a reflexão proposta no início deste texto. A perseverança e o empreendedorismo continuam abundantes em nossas mentes? Seríamos capazes de dar a volta por cima dos problemas causados por uma grande enchente de maneira mais eficiente daquela que nos foi mostrada em 1983 e 1984? Estamos nós, blumenauenses, trabalhando em prol do desenvolvimento coletivo, mesmo que para isso tenhamos que deixar um pouco de lado nosso desenvolvimento pessoal? Vivemos um momento de prosperidade. A economia cresce em todo o mundo e esse crescimento repercute direta e imediatamente no Brasil, em Santa Catarina e em Blumenau. Constantemente cobradas, as três esferas de governo têm feito o possível para cumprir a sua parte, repassando a Blumenau investimentos que têm sido bem aproveitados para fortalecer a economia local. A proposta que deixamos é a de buscar, sempre, a superação. Na vida pessoal e profissional, deixe de lado o conformismo e estabeleça metas mais audaciosas. Procure fazer sempre mais e melhor, para a sua saúde, a sua família e o seu negócio ou trabalho. Avalie seus passos e tenha como base o que foi feito pelos nossos antepassados ao construir esta cidade que tanto orgulho nos dá, em meio aos mais primitivos e desafiadores obstáculos. Faça mais e melhor. Cabe a nós o futuro desta cidade. A Diretoria 4



SUMÁRIO

Divulgação

NEVES PRESIDIRA FACISC POR MAIS UM MANDATO O presidente da entidade fala, entre outros assuntos, sobre o associativismo

Ivan Fernando Schulze

12 POLUIÇÃO CASEIRA NOS RIOS

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Gilberto Viegas

TECNOBLU DÁ DESTAQUE ÀS ETIQUETAS

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Empresa blumenauense ganha o mercado mundial com novo conceito de etiquetas

Indústrias dão bom exemplo, mas falta de esgoto sanitário envenena as águas

06 Editorial 22 Mais agilidade na Praça do Cidadão 24 Campanha sobre importância do Samu 26 Assessoria qualificada ajuda a gastar menos com telefonia

28 Artigo: Reflexões sobre a política tributária do Brasil

30 Acib é Notícia 40 Agenda 41 Memória EDITOR EXECUTIVO Sidnei dos Santos - 1198 JP (MTb/SC) - sidnei@mundieditora.com.br EDITOR ASSISTENTE Fábio Ricardo REPÓRTERES Ana Paula Lauth, Gisele Scopel e Francisco Fresard (Institucional) DIRETOR DE ARTE Ricardo Augusto Kühl FOTO DE CAPA Ivan Fernando Schulze DIRETOR COMERCIAL Cleomar Debarba - 47 3035.5500 - comercial@mundieditora.com.br DIRETOR EXECUTIVO Niclas Mund - niclas@mundieditora.com.br DIRETOR EDITORIAL Luiz Mund - 0189 JP (MTb/SC) - mund@mundieditora.com.br

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Ivan Fernando Schulze

TRADIÇÃO EM HARMONIA COM O DESENVOLVIMENTO Harmônicas e guitarras Hering são feitas com madeira certificada para músicos de todo o mundo

Conselho Editorial Avelino Lombardi Carlos Tavares D’Amaral Charles Schwanke Francisco Fresard Hans Dieter Didjurgeit Luiz Mund Marilda Steil Ricardo Stodieck Rubens Olbrisch

Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar Neumarkt Financial & Trade Center CEP: 89010-205 Blumenau – SC 47 3326.1230 www.acib.net

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Diretoria Presidente: Ricardo Stodieck / Vice-presidente: Carlos Tavares D’Amaral / Administrativo e Financeiro: Manfredo Krieck / Assuntos da Indústria: Carlos Odebrecht / Assuntos de Comércio e Turismo: Bruno Nebelung / Assuntos de Desenvolvimento e Planejamento Urbano: Jorge Rodacki / Assuntos de Prestação de Serviços: Maria Denise Ribeiro Ern / Assuntos da Pequena e Micro Empresa: Haida Leny Siegle / Assuntos Comunitários: Solange Rejane Schröder / Núcleos e Câmaras: Avelino Lombardi / Assuntos Ambientais e de Energia: Jaime Grossembacher / Assuntos Internacionais: Ido José Steiner / Relações Institucionais: Ronaldo Baumgarten Jr / Assuntos da Saúde: Mauro Sergio Kreibich / Assuntos Tecnológicos: Ingo Tiergarten

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Negócios

Fotos Ivan Fernando Schulze

O empresário Alberto Bertolazzi, que se dedicava a investimentos na Bolsa de Valores, assumiu a marca em 1996

A qualidade dos instrumentos musicais Hering começa na escolha da madeira, extraída de áreas de manejo da Floresta Amazônica, com certificação verde. Moldada, a madeira começa a ganhar a forma do instrumento, é lixada e começa a receber as peças que vão compor uma nova guitarra ou contrabaixo 8


Acordes de tradição

e desenvolvimento

Há pouco mais de 10 anos, a situação da Hering Indústria de Brinquedos e Instrumentos Musicais - fundada em 1923 sob o nome de Fábrica de Gaitas Alfred Hering - tornou-se insustentável, levando ao fechamento da empresa. Depois de seu fechamento, um empresário que trabalhava com investimentos na Bolsa de Valores de São Paulo resolveu apostar na reestruturação da empresa e comprar a marca e os equipamentos até então utilizados. O empresário Alberto Bertolazzi decidiu por encerrar a produção de brinquedos e concentrar-se especificamente no setor de instrumentos musicais, com a ampla produção de gaitas e harmônicas. Desde 1996, quando Bertolazzi assumiu o controle da marca, a principal atuação da empresa foi em busca de aperfeiçoamento de novas tecnologias e produtos. Se quando a empresa fechou, ela oferecia apenas um modelo de gaita diatônica e duas cromáticas, hoje, 10 opções de diatônicas e 13 de cromáticas, além de oitavadas ou trêmolos, são oferecidas ao músico, seja ele iniciante ou experiente. O empresário trouxe de volta a força

da marca Hering levando as harmônicas produzidas em Blumenau para as maiores feiras de música do mundo, como a National Association of Musical Manufacturer (Namm), em Los Angeles, nos Estado Unidos, e a MusikMesse, em Frankfurt, na Alemanha. Considerada uma das maiores marcas de harmônicas do mundo, a Hering exporta seus produtos para mais de 35 países, atingindo todos os continentes e sendo sinônimo de qualidade em cada local em que chega. Hoje, 60% da produção de gaitas são exportados para os mais diversos países, e os maiores artistas do mundo utilizam harmônicas da Hering. De acordo com Bertolazzi, três ações principais foram tomadas quando ocorreu o fortalecimento da marca Hering após 1996. O primeiro passo foi completar a linha de harmônicas e pesquisar novos materiais e tecnologias, buscando um crescimento rápido em termos de qualidade dos produtos. O segundo passo foi ampliar o catálogo de produtos, criando uma forma de se ter um contato mais direto com as lojas e representantes. Com isso, foi criada a Hunter, marca de acessórios para instrumentos musicais, voltada principalmente para a distribuição de pedestais de microfone, de teclado, de bateria ou de partitura, entre outros.

O terceiro passo foi a criação de um produto de maior valor agregado para ser produzido em Blumenau e distribuído no mercado tanto nacional quanto internacional. A decisão foi a criação das Guitarras Walker. A marca passou a produzir guitarras e contrabaixos. Bertolazzi explica que optou pela marca Walker para que não fosse feita nenhuma confusão com a marca de brinquedos Hering. Mesmo assim, após estudos notou-se que o medo era infundado e a empresa troca neste mês o nome da marca para Hering Handmade Guitars. “Empresários de todo o mundo me questionavam porque eu usava um nome diferente, se o nome Hering passa credibilidade e qualidade, se destaca como um dos melhores do mundo”, explica o empresário, que apresentará oficialmente as guitarras Hering na feira Expomusic 2007, que será realizada entre os dias 26 e 29 de setembro, em São Paulo. As guitarras e baixos produzidos pela Hering são encontrados em diversos modelos, para cada tipo de músico, e são vendidos por um valor médio que vai de R$ 1,3 mil a R$ 2 mil. “Elas não devem nada às marcas top de linha, importadas, e mesmo assim são muito mais baratas”, conta. Atualmente, a empresa fabrica mensalmente cerca de 30 mil gaitas e 50 guitarras.

Pintura, parte elétrica e encordoamento compõem a fase final de produção dos instrumentos. As guitarras e contrabaixos, até então Walker, serão relançados na Expomusic 2007, em São Paulo, sob a marca Hering Handmade Guitars e seguem os passos das harmônicas Hering, cujo nome é conhecido no meio musical em todo o mundo 9


negócios

Matéria-prima ecologicamente correta

Ivan Fernando Schulze

Funcionário prepara o braço de uma guitarra com madeira certificada pelo FSC 10

A Hering Instrumentos Musicais orgulha-se de utilizar apenas madeiras certificadas pela FSC – sigla para Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal) – em seus instrumentos musicais, o que a colocou em uma posição de destaque internacional pela qualidade do material empregado e também pela preocupação com a responsabilidade ambiental. As madeiras certificadas pelo FSC são selecionadas com o objetivo de preservar o meio ambiente. Diferentes fatores podem afetar a seleção das árvores que serão utilizadas para a fabricação dos instrumentos musicais, mas existe a preocupação de se utilizar árvores que não venham a danificar o ambiente onde estão inseridas no caso de corte. Cada árvore é cortada, demarcada, e acompanhada até o processo final de corte e envio, sempre com a presença de auditores que se certificam do controle ambiental. Para que o acesso às madeiras certificadas e de qualidade seja maior, a Hering instalará em Rio Branco, no Acre, uma fábrica para corte e tratamento de madeira sustentável. Assim, grandes empresas de instrumentos musicais de todo o mundo poderão comprar madeira de qualidade já tratada e cortada no formato desejado, para corpo ou braço de guitarras, por exemplo. A fábrica também oferecerá o produto antes de ser feito o acabamento, enviando o bloco de madeira antes do corte no formato final. “Este é um projeto exportador. O principal objetivo é exportar madeira certificada e de qualidade para Estados Unidos, Europa e Ásia, mas também atingindo outros pontos do mundo”, detalha Bertolazzi. A fábrica se chamará Hering Madeiras e Instrumentos Musicais do Amazonas Ltda, e deve ser instalada em 2008, para que em maio de 2009 já esteja exportando para o mercado mundial de instrumentos musicais. Desta forma, a Hering levantou a bandeira da sustentabilidade em todo o mundo. Bertolazzi é presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Instrumentos Musicais (Anafim) e levou ao mundo a preocupação com a sustentabilidade e a manutenção das reservas florestais, com a ajuda do World Resources Institute (WRI), órgão internacional do qual também faz parte. Bertolazzi é um dos World Changers, membros do WRI que fazem sua parte em busca de um mundo melhor, ao lado do ex-presidente norte-americano Bill Clinton e um série de outros empresários e autoridades notáveis.


Antônio Peticov Bernardo Pitanguy

Arte afinada com o meio ambiente Da preocupação com o meio ambiente surgiu a necessidade de ajudar a difundir esses ideais mundo afora. Uma das ações tomadas em busca de atenção para a causa defendida foi a criação da exposição Hering Handmade Guitars, que alia a magnitude da natureza com a infindável criatividade humana, na forma da mais pura arte. Um grupo de 20 artistas de trabalho reconhecido de todo o país foi convidado a transformar as guitarras e baixos da Hering em obras de arte. “A idéia é que a beleza natural das nossas madeiras já é tanta que só mesmo um artista plástico para conseguir fazer com que elas fiquem ainda mais bonitas”, diz o presidente da empresa. Os artistas convidados foram José Roberto Aguilar, Lygia Helena Roussenq

Yutaka Toyota

Neves, Guto Lacaz, Cláudio Tozzi, Márcia Vinhas, Gregório Gruber, Bernardo Pitanguy, Aloysio Zaluar, Rubens Gerchman, Antônio Peticov, Vera Lúcia Weingrill, Tadeu Bittencourt, Gustavo Rosa, Cleber Machado, Caciporé Torres, Adriana Rizkallah e Yutaka Toyota. Este trabalho é desenvolvido pelo Instituto Cultural Hering Harmônicas, fundado em setembro de 2005 e que visa dar oportunidade à classe artística e apoiar a sustentabilidade do planeta. “São incontáveis os apoios que temos dado nestes anos a músicos, patrocinamos diversos talentos brasileiros e temos um projeto para levar aulas de música para 50 mil crianças de escolas públicas do Sul do País. Além de estarmos tentando criar o Museu da Música de Blumenau”, conta o empresário.

Tadeu Bittencourt

PERFIL Hering Instrumentos Musicais Fundação: 1923 Produção: 50 guitarras/baixos e 30 mil gaitas por mês Postos de trabalho: 60


Entrevista: Luiz Carlos Furtado Neves, presidente da Facisc

LUIZ CARLOS

FURTADO NEVES

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Divulgação

Natural de Lages, Luiz Carlos Furtado Neves entrou para o setor industrial em 1982, quando abriu, em São José, a Windstar Indústria Náutica, fabricante de pranchas à vela. Sempre atuante em associações e entidades, em novembro de 2005 assumiu a presidência da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) e já se prepara para entrar no segundo mandato, para o qual foi eleito no dia 14 de setembro. Nesta entrevista, Neves fala sobre o trabalho nos dois primeiros anos de presidência, as expectativas para o próximo mandato, associativismo e a luta das entidades pelo desenvolvimento econômico e social.


“Queremos fortalecer

as associações do Vale”

Empresário Acib: Que balanço o senhor faz do primeiro mandato na presidência da Facisc? Luiz Carlos Furtado Neves: Foi um período positivo em relação ao desenvolvimento da Facisc e das entidades ligadas ao sistema. As associações estão oferecendo cada vez mais soluções empresariais aos seus associados, visando a sua auto-sustentabilidade, pois as entidades não conseguem mais sobreviver apenas de mensalidades. Conquistamos e consolidamos diversas parcerias como com a Serasa e Uniodonto. O Útil Card, o cartão de gestão de benefícios da Facisc, cresceu. Também oferecemos o Útil Alimentação, em que viabilizamos o benefício da alimentação através do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Atualmente, ele está em atividade em 45 cidades de Santa Catarina, tem quase 2 mil empresas que aceitam o cartão e 1,2 mil empresas conveniadas, que oferecem este benefício aos seus colaboradores. Já são 60 mil cartões ativos no Estado. Nesses dois anos de gestão, conseguimos mudar algumas coisas, mesmo que não sejam suficientes para mudar a política econômica e reduzir consideravelmente a carga tributária. Em março de 2006, conquistamos a redução do ICMS do feijão catarinense. Esta conquista foi anunciada em um dos eventos do Fórum de Desenvolvimento Econômico organizado pela Facisc. Conseguimos, através do Conselho das Federações Empresariais (Cofem), fazer o governo estadual recuar e não aumentar a alíquota do ICMS no final de 2006. Ações como estas muitas vezes são esquecidas, mas contribuem para a redução da carga tributária que tanto almejamos. Também atuamos em movimentos como a extinção da CPMF e a questão do Supersimples. EA: E para o segundo mandato, quais são os projetos? Haverá algu-

ma mudança significativa em relação à primeira gestão? Neves: Vamos continuar trilhando pelo mesmo caminho. Algumas pessoas entrarão e outras sairão da diretoria como em qualquer processo normal de mudanças. Vamos continuar atuando forte na área comercial e na defesa da classe empresarial.

pendência das decisões concentradas no empresário, tudo contribui para o seu isolamento e falta de dinamismo. Se isolada, uma empresa não vai muito longe. A união de empresas que têm os mesmos problemas permite encontrar soluções para uma série de dificuldades comuns a todas. Esse é o princípio do associativismo empregado pelas associações empresariais.

EA: O vice-presidente da Acib, Carlos Tavares D’Amaral, recentemente foi eleito vice-presidente da Facisc para o Vale do Itajaí. Quais são os planos e expectativas do trabalho aqui na região? Neves: Queremos fortalecer as associações da região através da união das entidades. As entidades do Vale do Itajaí têm muito a contribuir para o sistema, pois faz parte da cultura da região ser unida e conquistar pleitos. Nossa intenção é dar subsídios para as associações empresariais reforçarem a participação na comunidade.

EA: Quais as características do associativismo? Neves: As principais características do associativismo são a cooperação, a participação e a confiança. Todo este processo é a razão de ser das associações comerciais e industriais de todo o Brasil. As associações são a formalização dos atos e ações que envolvem o associativismo, considerando os objetivos comuns de seus componentes, sua finalidade e as expectativas do seu público. São entidades que congregam pessoas físicas e jurídicas vinculadas a todos os setores de atividade econômica. Surgiram no Brasil em 1811, com a denominação “comercial”, atividade preponderante na época, com o intuito de defender as causas representativas do desenvolvimento sócio-econômico da comunidade, porém, sua manutenção depende da capacidade de prestar serviços a seus associados.

EA: Qual a importância do associativismo para as empresas? Neves: Associativismo ou ação associativa é qualquer iniciativa formal ou informal que reúna um grupo de empresas, com o principal objetivo de superar dificuldades e gerar benefícios comuns nos níveis econômico, social e político. Isso se torna possível através das alianças ou parcerias estratégicas das empresas, que permitem o acesso a recursos que uma empresa sozinha não teria, nem poderia obter. É por isso que o associativismo vem crescendo mundialmente, criando oportunidades para as empresas se tornarem cada vez mais competitivas. As associações empresariais entram justamente neste ponto, onde conseguem unir os empresários e incentivar o desenvolvimento econômico de uma cidade e suas empresas. Os poucos recursos, a falta de informações, a de-

EA: Qual o papel da Facisc e qual deve ser a atuação das associações empresariais? Neves: A Facisc exerce o papel de congregar as 145 associações empresariais de Santa Catarina e suas mais de 21 mil empresas. Representamos o empresariado em todas as questões que envolvem as empresas. Estamos constantemente em contato com o Poder Legislativo, Executivo e Judiciário, principalmente na esfera estadual, para que os empresários tenham voz e vez. Lutamos pelo desenvolvimento

Nossa intenção é dar subsídios para as associações empresariais reforçarem sua participação na comunidade. 13


Entrevista: Luiz Carlos Furtado Neves, presidente da Facisc

do Estado e das nossas empresas. Somos o maior sistema empresarial catarinense pela capilaridade e pela representação da economia catarinense na indústria, comércio, prestação de serviços, agronegócios, profissionais liberais, turismo e demais formas organizadas de desenvolvimento e fomento empresarial. A Facisc atua na prestação de serviços para os empresários, incluindo assessoria, consultoria, organização de treinamento, seminários e eventos. Além disso, congrega as reivindicações e necessidades de interesse da classe e se empenha em ampliar o posicionamento da federação. A entidade faz parte da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, que reúne mais de 2 mil associações e cerca de 2,5 milhões de empresários. As associações têm que atuar no mesmo sentido. Porque não existe sistema forte se a base não for forte. Se cada entidade conseguir representar bem o empresariado local, vamos conquistando força através do efeito cascata. O trabalho realizado pela diretoria de uma associação empresarial é voluntário e, por este motivo, tem muita credibilidade. Um exemplo disso é a Acib, que tem 106 anos. A Federação é muito jovem, mas com todo o know-how das ACIs e a dedicação de todos podemos fazer muito pela classe empresarial e contribuir para o desenvolvimento. EA: Quais as principais bandeiras defendidas pela entidade? Neves: Nossas principais bandeiras de atuação são a redução da carga tributária, redução dos juros e gastos públicos, melhoria da infra-estrutura do nosso Estado, preservação do meio ambiente através do desenvolvimento sustentável, incentivo ao empreendedorismo e o voto aberto em todas as instâncias.

Divulgação

EA: Quanto à carga tributária, qual a posição da Facisc? E a mobilização pelo fim da CPMF? Neves: Nossa posição é sempre a favor da redução dos impostos. É inaceitável que um imposto que era para ser provisório seja prorrogado novamente. Não sabemos se nossa mobilização trará

resultado. Existem forças de vários lados para que a CPMF seja prorrogada. O que não podemos fazer é aceitar calados mais esta arbitrariedade. EA: A Facisc luta pela permanência no Estado da transferência de créditos de ICMS das empresas enquadradas no Supersimples. Como está esta mobilização e quais as vantagens que Santa Cataria teria se atendida esta reivindicação? Neves: Estamos envolvidos em todo o processo da Lei Geral da MPE desde o início. Sempre defendemos o modelo de Santa Catarina, que viabilizava às empresas a transferência de crédito, conferindo competitividade para as empresas do Estado. A questão do Supersimples atingiu em cheio nosso Estado, porque tínhamos o melhor regime de Simples Estadual do País. As federações estão todas unidas através do Cofem para conseguirmos reverter esta situação para manter o processo. Nós acreditamos que vamos conseguir manter este beneficio para as empresas através do nosso Secretário da Fazenda, Sérgio Alves, que se comprometeu a levar este assunto ao Conselho de Política Fazendária (Confaz). Estamos trabalhando junto com a Secretaria de Estado para reverter este quadro. EA: Como deve ser o relacionamento empresarial com as diferentes esferas de governo? Neves: Devemos ter o governo como aliado. Isso não quer dizer que tenhamos que jogar no mesmo time. As entidades têm que ser políticas e não partidárias. Tanto o governo quanto o empresariado trabalham a favor do desenvolvimento e é assim que devemos atuar, em parceria. EA: Qual a situação das empresas de Santa Catarina neste momento? Neves: Santa Catarina é um estado pequeno, mas tem um leque enorme de segmentos e atividades. Cada setor passa por momentos diferentes influenciados pela economia global. Às vezes a queda do dólar é ruim para alguns e favorável a outros. Vejo com otimismo o cenário atual.

Devemos ter o governo como aliado. Isso não quer dizer que tenhamos que jogar no mesmo time. 14



MEIO AMBIENTE

Remédio e veneno

das águas

Blumenau é uma das cidades com maior destaque no tratamento de efluentes industriais. Pioneira no Estado na preocupação com o tema, surpreende positivamente com o número de empresas engajadas no tratamento de seus efluentes. Mesmo assim, a cidade está longe de poder comemorar a situação em que se encontram seus rios e ribeirões. O presidente da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema), Jorge Alberto Müller, explica que mesmo com praticamente todas as indústrias da cidade tra-

Na foz do Ribeirão da Velha é possível ver o contraste da poluição causada pelo esgoto doméstico, além de lixo sólido, como garrafas e sacolas

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tando seus efluentes, o problema está no esgoto doméstico, que não o tem tratamento necessário. “Isso não é um problema só de Blumenau. 98% dos municípios brasileiros têm esse mesmo problema”, explica Müller. O problema do esgoto doméstico é grave e atinge toda a cidade. O presidente da Faema conta que a expectativa do governo é de que até o final do atual mandato 25% do esgoto doméstico da cidade seja tratado. Até ano passado apenas 2% possuía tratamento, e neste ano este número chega a 4,84%, de acordo com a Fundação. Mesmo com os números

distantes, Müller se mostra confiante em alcançar esta meta. “O Samae está fazendo o tratamento, com ajuda federal e municipal, instalando elevatórios tanto no Centro quanto nos bairros. O problema é a falta de educação. O povo precisa ver os ribeirões não como um lixão, mas sim enxergar outras utilidades para ele”, diz o presidente, citando a possível utilização do Rio Itajaí-Açu para transporte e turismo. Em sua opinião, se o rio fosse mais utilizável, para navegação, por exemplo, a população se conscientizaria com maior facilidade para cuidar de suas águas.


Fotos Ivan Fernando Schulze

Segundo o presidente da Faema, Jorge Müller, é preciso conscientização da comunidade sobre a importância dos rios para frear a poluição das águas

Samae mantém meta de Crescimento (PAC). Apenas a primeira já está terminada. As obras da Funasa estão em fase de licitação e devem ser obras concluídas até o final do próximo ano. O Samae pretende ter as obras do PAC. O contrato para repasse de R$ 41 milhões para este fim foi assinado dia 17 entre Prefeitura e Caixa. Deste total, R$ 32,8 milhões vêm da Unição e R$ 8,2 milhões são a contrapartida do Município. As obras listadas nos recursos próprios do início do ano de 2005 tiveram 1.180 unidades atendidas com o custo de R$ 945.299,54. Foram beneficiadas quatro unidades de estações elevatórias de esgoto: Alvim Schrader, Beira Rio, Praça Dr. Blumenau e Soldado Moacir Pinheiro. Além de 4.172 metros de redes coletoras e de recalque na: Rua Araranguá, Rua Itajai, Rua XV de Novembro, Avenida Castelo Branco e transversais, Rua Amazonas - recalque, Rua Sete de Setembro - recalque, Alameda Rio Branco – recalque, Rua XV de Novembro – recalque, Alameda Duque de Caxias – recalque.

Hoje – 4,84% Recursos PAC - Região Norte – 5,78% Recursos PAC – Garcia – 2,77% Recursos PAC – Centro – 5,00% Recuros Funasa – 5,18% Total – 23,57%

Luís C. Kriewall Filho

O maior desafio para chegar aos 25% de tratamento é o custo financeiro. Mesmo assim Müller acredita que o dinheiro consiga ser arrecadado para as obras. “O tratamento do esgoto doméstico não é uma questão só de turismo, é saúde pública. O Meio Ambiente não é de um partido, é de todos, por isso todas as secretarias têm que trabalhar em conjunto para mudar esse quadro”, diz. Com a meta de chegar perto dos 25% de esgoto tratado até o final do mandato do Prefeito João Paulo Kleinübing, o Samae de Blumenau atingiu até agora 4,84% do objetivo traçado. Conforme o presidente do órgão, Luiz Ayr Ferreira da Silva, a estruturação de planos para a ampliação do sistema de esgotamento sanitário da cidade se dá através de investimentos organizados da seguinte forma: obras realizadas com recursos próprios do início de 2005, o Edital de Recursos Públicos para Saneamento Ambiental em Regiões Metropolitanas do Ministério das Cidades através da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e também com o Programa de Aceleração

PLANO DE INVESTIMENTO

Luiz Ayr: recursos vão garantir a meta 17


MEIO AMBIENTE

Hering trata e reutiliza água Fotos Gilberto Viegas

a água reciclada ONDE É UTILIZADA: Áreas comuns para limpeza de pisos Nos banheiros para descarga dos vasos sanitários e mictórios Na estamparia rotativa para limpeza de tapetes e lavação de cilindros e rasketas, lavação externa e interna de quadros e de rasketas na estamparia manual Na tinturaria e lavanderia para limpeza dos filtros das máquinas e da sala de pesagem Nas torneiras de limpeza das máquinas, lavagem de potes e do depósito de produtos químicos Na ETE para limpeza das esteiras e preparação de polímeros para prensa desaguadora na dissolução de antiespumante, sulfato de alumínio, polímero e descolorante

Tratamento devolve a água ao ribeirão com índice de 97% de pureza Tratar os efluentes industriais não é novidade nas indústrias de Blumenau. Nos últimos tempos, empresas passaram a reutilizar a água utilizada no processo. Uma delas é a Cia Hering, cuja estação de tratamento de água e efluentes funciona na Unidade Itororó (Bairro da Velha) desde 1990. A partir de agosto deste ano, após a realização de vários testes, a empresa iniciou a reutilização do líquido. A captação da água bruta se dá no Ribeirão da Velha, na confluência com o Ribeirão do Gato, a três quilômetros da unidade onde é tratada. Após ser utilizada tanto no processo industrial quanto em outros usos, toda água passa pela estação de tratamento de efluentes e retorna ao Ribeirão da Velha com 97% de pureza. Há um laboratório instalado no local que controla a qualidade da água e do efluente, onde mensalmente são realizadas análises em laboratório independente e posteriormente enviadas aos órgãos de controle ambiental (Fatma e Faema). O diretor administrativo da Cia Hering, Carlos Tavares D’Amaral, afirma que o projeto de reuso da água é um exemplo de como se pode projetar um novo 18

olhar na forma de produzir e consumir. “A capacidade de interagir de forma cooperativa, envolvendo empresas e sociedade, é fundamental para a sobrevivência, a legitimidade e a competitividade no mercado. Neste sentido, a Cia Hering atua com o foco estratégico da organização como parte de um sistema mais amplo, onde responsabilidade social e ambiental são uma vantagem competitiva dinâmica, porque protege insumos básicos para a produção e o meio ambiente. O desafio é produzir consumindo recursos de forma otimizada e garantindo que as futuras gerações tenham o mesmo acesso a estes recursos”, avalia. Com o exemplo do histórico de proteção ambiental significativo da Cia. Hering, D’Amaral espera que outras empresas adotem práticas semelhantes, mas recorda que cada cidadão deve fazer seu papel em prol do meio ambiente. Em média, a fábrica Itororó consome 175 metros cúbicos por hora, ou 140 litros por quilo de malha produzido. Atualmente, 5% da água é reutilizada, mas a meta da empresa é reciclar 25% do total consumido na fábrica.

Para o processo de tingimento na cor preta

Hoje, 5% da água são reutilizados no processo industrial, mas a meta é chegar em 25% do total



Empreendedorismo

s a t e

Fotos Gilberto Viegas

A marca

das

etiqu

Há 13 anos no mercado, a Tecnoblu começou como uma empresa focada na fabricação de etiquetas e tags para a indústria do jeans. A empresa apostou na diferenciação dos seus produtos que a cada ano se destacam pelo design e criatividade. Ao invés de ficarem escondidas no lado interno das roupas, as etiquetas, tags, puxadores, galões e cadarços passaram para o lado de fora das peças. Criados especialmente para cada cliente, esses itens valorizam a identidade de cada marca e atraem os olhos de quem procura algo inovador. O trabalho “Made in Brazil”, reconhecido pelas grandes marcas, produz 5 milhões de etiquetas, tags e embalagens, além de seis mil metros de cadarços por mês. Com uma carteira de 600 clientes espalhados pelo mundo, a Tecnoblu se antecipa às tendências e está sempre aberta a novas oportunidades. Exemplo disso foi a parceria com a famosa Kenzo, em Paris. Seguindo a alma criativa da empresa, que mistura matérias-primas diferenciadas e processos especiais de produção, foi desenvolvida uma coleção de bolsas especiais. A exclusividade que começou com a exportação de 3 mil exemplares em 2006, hoje chega a 30 mil bolsas enviadas para a Europa. Segundo Cristiano Buerger, sócioproprietário da Tecnoblu, os negócios vão de vento em popa e o trabalho é bastante segmentado. Na América Latina, atuam com a Argentina, Paraguai e Chile. O próximo foco é passar a atender México através de uma parceria operacional com a Santana Têxtil, segunda maior fábrica de índigo do País. Na Europa, a carteira de clientes tem empresas de países como Fran20

O empresário Cristiano Buerger com o novo book da empresa, baseado na sensualidade do tango


ça e Dinamarca. Através de uma parceria com a MindTag, empresa dinamarquesa distribuidora exclusiva da marca na Europa, a Tecnoblu pretende atender todos os países com os quais a MindTag trabalha. A posição estratégica no mercado vai favorecer os contatos com Itália, Holanda, França, Reino Unido e muitos outros. Essa união também se mostra interessante por possibilitar contatos com Turquia e Hong Kong. Além das exportações, poderão investir na busca por diferentes produtos que não existem no Brasil. A conquista de clientes pelo mundo firma a Tecnoblu como marca de sucesso. Além de fortalecer a imagem da marca, as etiquetas lançam moda e tendências com suas mais variadas matérias-primas. Por conta disso, a Tecnoblu é a única empresa não européia no ramo de etiquetas a participar da Mod’amont, maior feira de aviamentos do mundo, em Paris. Presente no evento pela terceira vez, de 18 a 21 de setembro, a Tecnoblu e MindTag vão dividir um estande na feira francesa. Buerger acredita que a mistura do design brasileiro com o dinamarquês leva a um novo caminho na c o n c o rrência com a s

maiores fábricas do mundo, principalmente as italianas. Moda contemporânea Cristiano Buerger observa que é muito importante para a empresa buscar sempre a qualificação profissional dos colaboradores. Por isso, é constante a preocupação em investir no desenvolvimento de profissionais. Atualmente, a Tecnoblu participa do Sistema Paex da Fundação Dom Cabral, que significa Parceiros por Excelência. As empresas envolvidas dividem as experiências e tornam mais fácil a implantação do sistema. Além disso, a Tecnoblu é fundadora e mantenedora do Santa Catarina Moda Contemporânea (SCMC). Na visão do empresário, esse é um projeto excepcional, que está realmente mudando a forma de pensar das empresas. O SCMC já formou mais de 150 profissionais de estilo. Estima-se que dentro desse número, 80% desses estudantes de moda já têm empregos formais nas empresas. Para os colaboradores da Tecnoblu, as oportunidades também são muitas. A empresa aposta e investe na vontade de crescer de seus profissionais e paga 50% dos estudos que tiverem ligação com o ramo de atividade em que a empresa atua. “Não há mais espaço para empresas que não investem fortemente na formação profissional”, enfatiza Buerger. Por outro lado, existe uma troca justa. Enquanto a pessoa está na empresa, tem que render frutos. A questão é evitar o mal fatal para qualquer empresa, a acomodação. “Sem a evolução constante, o fracasso é certo”, diz. O Estúdio Tecnoblu (ET) é outra invenção que promete fortalecer a característica criativa da empresa. Em um espaço edificado especialmente para ele, a intenção é buscar direto na fonte as tendências de moda. O desafio é levar um grupo de 30 pessoas para as principais

Cristiano e o sócio Edmur Polli: novo conceito e espaço no mercado internacional

feiras da Europa para que elas entendam o que acontece no mundo. A partir daí, é transformar todas as informações em uma realidade brasileira. Com um conceito de laboratório de criação, o ET é composto por uma equipe de designers, estilistas, diretores de arte, grafiteiros e profissionais de marketing. Inspiração hermana A Tecnoblu tem uma forte característica de apresentar em seus books (mostruários das coleções desenvolvidas) materiais essencialmente nacionais. Nos mais de 20 catálogos, a influência patriota teve grande destaque. A novidade está na edição Inverno 2008/2009. Desta vez a grande inspiração veio do tango, a tradicional dança argentina. A escolha pelo tema se deve, além do fortalecimento dos laços comerciais da Tecnoblu com o mercado argentino, a toda elegância, sensualidade e paixão traduzidas na dança. “O novo book valoriza a cultura do vizinho latino-americano e destaca os brilhos, tecidos finos, cores vibrantes, estampas e muita energia”, diz Buerger.

Antes relegadas à parte interna, as etiquetas ganharam destaque

PERFIL Razão Social: Tecnoblu Ind. e Comércio Importação e Exportação. Sócios: Cristiano Buerger e Edmur Polli Postos de trabalho: 140 colaboradores em Blumenau e mais 40 representantes Produção: 5 milhões de etiquetas, tags e embalagens e mais 200 mil metros de cadarços Fundação: 27 de abril de 1994 21


Serviço público

Ivan Fernando Schulze

O secretário municipal de Planejamento, Walfredo Balistieri aposta na modernização da Praça do Cidadão para agilizar os processos

Mais agilidade

nos processos

A Praça do Cidadão está passando por um período de modernização e reformulação. Este é o órgão da Prefeitura de Blumenau responsável pelo atendimento direto à comunidade, oferecendo informações e prestação de serviços ao cidadão. A praça de serviços passa por uma informatização completa, de todos os processos. O objetivo é manter a maior parte possível do atendimento do órgão on-line, agilizando os processos e diminuindo o número de papéis. Além disso, os interessados não precisarão mais se locomover até a Praça do Cidadão para analisar os materiais, podendo acompanhar os protocolos via internet. Os documentos apresentados ficarão armazenados digitalmente, em um cadastro virtual, para poderem ser utilizados novamente em outras ocasiões. 22

De acordo com o secretário municipal de Planejamento, Walfredo Balistieri, estas ações trarão mais qualidade e agilidade no atendimento à comunidade. “A hora que estiver 100% implantado, deveremos ter uma mudança muito grande. Em 30 ou 60 dias, tudo deve estar funcionando. Esse é um processo pioneiro não somente em Blumenau, mas no Brasil”, explica. O engenheiro civil e diretor de Desenvolvimento Urbano da Acib, Jorge Rodacki, diz que muitas mudanças ocorrerão na Praça do Cidadão a partir da informatização do sistema. Mesmo assim, ele afirma que um dos principais motivos de demora na área de construção civil, quando esta é tratada pelo órgão, não é a burocracia ocasionada pela falta de informatização, e sim os projetos entregues em não-conformidade com o Plano Diretor. “Se vai para a Praça do Cidadão e não está adequado

ao Plano Diretor, o projeto volta, e daí demora mais 10 dias até fazer tudo de novo”, explica o engenheiro. Desde julho, está disponível o Manual de Aprovação de Projetos e Edificações (revista Empresário Acib edição 4), que é distribuído gratuitamente pela Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan). Tratase de um instrumento que visa diminuir os problemas na hora de entregar um projeto de construção civil na prefeitura. Nele constam seis etapas que visam auxiliar técnicos, engenheiros ou mesmo os leigos a seguirem os passos corretos para construir ou reformar um imóvel. Desde o primeiro momento, em que é necessária a consulta do terreno até a expedição do certificado de conclusão da obra, tudo é mostrado no manual de forma clara e objetiva. Com todos os dados informatizados, porém, será mais fácil de acompanhar


o andamento dos projetos e o trabalho deve ficar mais ágil. O diretor avisa que a tendência é o processo ficar muito mais rápido e melhorado. Mas ainda assim, diz Rodacki, é necessário lembrar que os projetos devem ser entregues sempre em conformidade com o Plano Diretor do Município. Meio ambiente O presidente da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema), Jorge Alberto Müller, recomenda que antes de se iniciar qualquer construção é preciso planejar bem todos os detalhes. É necessário verificar se a indústria ou comércio está adequado ao zoneamento do Plano Diretor. Müller conta que o processo de planejamento é rápido e Faema e Seplan ajudam nas consultas, mostrando o que o interessado na construção deve fazer para se adequar ao local da obra. “Seja para construir uma padaria, um comércio ou uma oficina de bicicletas é preciso fazer um estudo adequado para proteger o ambiente ao redor”, explica. Um problema histórico de Blumenau

é a ocupação irregular do topo de morros e locais próximos a rios e ribeirões. De acordo com o presidente da Faema, o Ribeirão Jararaca, que deságua no Ribeirão da Velha, é o que está em piores condições na cidade, fruto das construções irregulares que invadem seu território. “O Ribeirão Jararaca corre em uma calha de concreto, as construções já estão em cima dele. Não é a toa que a qualidade da água encontrada lá é a pior de toda a cidade”, comenta Müller.

informações Praça Cidadão Centro Endereço: Praça Victor Konder, 2 Blumenau - SC - CEP 89010-904 Fone/Fax: 47 3326.6981 Praça Cidadão Garcia Endereço: Rua Progresso, 167 Blumenau - SC - CEP 89026-201 Fone/Fax: 47 3326.7420 E-mail: sac@blumenau.sc.gov.br


Saúde pública

Fotos Jailson Salsi

Rafael Zanardi: questionamentos são necessários para checar a real necessidade de encaminhamento de uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência

Uso consciente do Samu

ajuda a salvar vidas

Santa Catarina é o único Estado do território brasileiro capaz de atender todas as regiões com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu. Porém, é fundamental o uso consciente para que ele se fortaleça como uma ferramenta a favor da população. O Samu é responsável pelo atendimento préhospitalar em casos de urgência e emergência. Mas como identificar essas situações? São definidas como urgência as situações que alterem o estado de saúde, sem risco iminente de morte. São casos que por sua gravidade, desconforto ou dor, requerem atendimento médico o mais breve possível. As emergências são detectadas quando há alteração do estado de saúde com risco iminente de morte. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência é usado no mundo todo e se divide em dois modelos: o francês e o americano. No modelo americano, a ambulância é encaminhada em 100% das 24

chamadas. No francês, primeiro é feita uma triagem na qual um médico identifica a gravidade do problema e é direcionada a melhor solução, que pode ser a orientação, indicação de medicamento ou envio de uma ambulância para urgência e emergência. É no modelo francês que se baseia o Samu brasileiro, que só pode ser acionado por telefone. Ao ligar para o 192, a pessoa é atendida por uma equipe treinada para dar o melhor seguimento para a situação. Primeiro os técnicos em enfermagem, de dois a três, dependendo do horário, atendem a chamada e solicitam alguns dados para quem está na linha. Dados do paciente, endereço e uma queixa breve. Em seguida, o médico regulador – dois de plantão e mais o da ambulância – determina a gravidade de cada caso e encaminha o atendimento adequado. Segundo o coordenador do Samu na região do Vale do Itajaí, Rafael Zanardi, com alguns questionamentos é possível delimitar o problema do paciente e orientar uma medicação até que ele possa ir ao posto de saúde mais próximo. “O médico

regulador utiliza o melhor recurso público pra cada caso”, afirma o coordenador. Distribuídas em sete regiões reguladoras, a responsável pelo Vale do Itajaí é a que concentra o maior número de pessoas. Situada em Blumenau, essa central atende 55 cidades, o que equivale a 1,3 milhão de habitantes. A segunda maior central, Joinville, atende 850 mil pessoas. Das 22 UTI Móveis espalhadas no Estado, três atendem o Vale e estão totalmente equipadas para fazer o atendimento no local. Além delas, há 17 unidades básicas disponíveis para a população. Em Blumenau, as unidades estão distribuídas em quatro bases: Velha, Itoupava Central, Garcia e Ponta Aguda, justamente para agilizar a chegada da ambulância. O tempo de deslocamento e atendimento, chamado tempo resposta, é fundamental nesses atendimentos. O pneumologista Mauro Kreibich, diretor de Saúde da Acib, justifica que o primeiro atendimento do indivíduo numa urgência e emergência precisa ser rápido e eficaz. É ele que vai determinar a qualidade de vida do paciente com ou sem seqüelas.


Mau uso do serviço Zanardi é clínico geral e atua no setor de urgência e emergência do Hospital Santo Antonio e do Samu. Vendo de perto a realidade dos hospitais superlotados, pronto-socorro sempre cheio e o aumento da demanda de emergência, ele indica o atendimento do Samu como o mais adequado. “É possível enquadrar os casos que precisam ou não de atendimento no hospital mesmo antes de mandar a ambulância para o local”, salienta. Porém, o mau uso desse sistema pode comprometer vidas e talvez até a existência do serviço. Em junho de 2007, das 9,3 mil ligações, 23% foram trotes. As maiores incidências acontecem em horários de recreio e saída das escolas. Em agosto, houve uma diminuição tanto das ligações quanto dos trotes. Acredita-se que seja resultado da campanha de conscientização, mas de outro lado tem o peso das férias escolares. O resultado só poderá ser avaliado no final setembro. De acordo com Zanardi, muitas dessas ligações são identificadas, porém a maior dificuldade se refere aos trotes clínicos,

quando a pessoa realmente está com problema, mas mente sobre a gravidade. Diante de um serviço de tamanha importância, a Acib abraçou a causa. Em reunião entre coordenação do Samu no Vale do Itajaí, a Secretaria de Desenvolvimento Regional e diretoria da Acib, o primeiro passo foi dado. Enquanto não há uma central única para o Corpo de Bombeiros e Samu, a sugestão foi colocar um ramal que permita a transferência das chamadas. A pessoa que atender ao telefone terá capacidade de discernir o atendimento. Na intenção de desafogar a região, já está em andamento a instalação de mais uma central de regulação. Itajaí vai receber a oitava unidade do Estado, o que deve ocasionar uma redução impactante no número de habitantes atendidos pela central de Blumenau. Conseqüentemente, o tempo resposta deve diminuir. Educação Porém a frente mais importante está na educação da comunidade. Para Kreibich, que também é diretor responsável pelos assuntos de Saúde da Acib, é preciso deixar de lado o conceito de cidade pequena que ainda utiliza as ambulâncias para ir ao consultório médico. Segundo ele, existem parâmetros para acionar o serviço de urgência e emergência do Samu e quando seguidos refletem a excelência do atendimento. Além de tentar diminuir os trotes, é essencial compreender que os questionamentos feitos ao telefone podem ajudar a salvar uma vida. Com essa visão, a Acib está desenvolvendo uma campanha do uso consciente do Samu. Toda empresa interessada em promover a conscientização de seus funcionários contará com o apoio da Associação Empresarial. Um material educativo será distribuído nas empresas, que também poderão agendar treinamentos. Um grupo educativo do Samu fará visitas para mostrar o que é uma unidade e quando ele deve ser chamado. Dessa forma, o colaborador da empresa poderá entender a importância e a responsabilidade do serviço e repassar o conhecimento para seu familiar. “A Acib apóia fortemente a Secretaria Regional e a direção Estadual do Samu. Queremos que esse serviço se consolide, pois é de fundamental importância”, conclui Kreibich.

LIGAR Acidentes de trânsito com vítimas Ataques do coração Convulsões Desmaios prolongados Envenenamentos Intoxicações

NÃO LIGAR Quando você precisa de atendimento médico, mas o caso não é de emergência Quando você consegue se locomover com segurança até o local de atendimento Para trocar curativos Para tirar gesso Para doar sangue Para fazer ou buscar exames Gilberto Viegas

Kreibich: Samu é serviço fundamental 25


TELEFONIA

Ademir Saorim: classificado como “cliente top” pela operadora, recebeu ofertas tentadoras, 129 aparelhos de celular e uma conta mensal que pulou de R$ 2,7 mil para R$ 7 mil

COMO PAGAR

MENOS?

Jailson Salsi

Fazer uma simples ligação nos dias de hoje exige muito mais do que somente apertar alguns botões. A fácil ação de falar com alguém do outro lado da linha pode se transformar numa novela com inúmeros finais. Com uma tempestade de informações, antes de usar o telefone é necessário responder a um questionário gigantesco. Qual operadora tem a oferta mais barata? Qual é o minuto mais barato? Qual é o melhor horário? Para ligação local é um preço, longa distância é outro, internacional também. É melhor usar minuto ou pulso?

Campos: consultoria independente 26

Fator complicador é que os vendedores são remunerados pela quantidade de produtos vendidos e não pela consultoria prestada às empresas. Segundo Marcelino Campos, proprietário da Só Phones, as operadoras têm condições de oferecer descontos aos clientes sem vincular a instalação de outros produtos, o que seria um trabalho de fidelização. Por outro lado, o vendedor não atingiria metas. Essa briga acirrada gerou uma incoerência – por exemplo: empresas que necessitam de 30 linhas, no máximo, trabalham com mais de 100. Um custo desnecessário. Indagações sem fim e respostas longe de serem alcançadas fazem do consumidor um eterno refém de propostas milagrosas, mas de pouco resultado. Campos alerta que as empresas que não estiverem dentro de um plano adequado para o perfil de utilização pagarão mais caro. O empresário aponta que hoje 80% das empresas estão com um plano de telefonia inadequado devido à falta de conhecimento e consultoria séria. “Não é raro encontrar um cliente que tenha contratado o dobro de minutos necessários para o seu perfil”. O ideal é procurar uma empresa independente que faça uma consultoria em conta telefônica. Além de compreender a complexa linguagem das contas, elas estão aptas a fazer uma análise de fluxo e podem indicar planos e equipamentos que baixem os custos. Mas é necessária consciência dos usuários. Não há plano bom


Gilberto Viegas

para quem usa o telefone indiscriminadamente. As grandes ofertas também mascaram a realidade e têm grande impacto financeiro. No caso dos celulares, muitas operadoras oferecem uma quantidade imensa de aparelhos gratuitos. A impressão é tão boa que o cliente não atenta para o fato de que mensalmente será cobrada uma assinatura para cada aparelho. Se não forem pagas, o nome do cliente pode ir para os órgãos de proteção ao crédito e gerar muitas complicações. Além disso, os planos sempre vêm com período de fidelização, se o cliente tentar cancelar antes do período previsto, é multa na certa. O empresário Ademir Saorin enfrenta um filme de terror há seis meses. Dono da concessionária Savel Veículos, ele relata que suas contas sempre foram bem

controladas e funcionavam bem com centrais digitais, tecnologia de ponta e planos coorporativos. Classificado como “cliente top” pela operadora, ele não pôde mais ser atendido pela empresa de confiança. Consultores da operadora surgiram com ofertas e promessas tentadoras. Resultado, a conta passou de 2,7 mil para R$ 7 mil reais. Sem saber o que fazer com os 129 aparelhos de celular que ganhou, o pesadelo se arrasta com cartas de cobrança e cortes das suas linhas telefônicas. “O prejuízo é incalculável. São contatos que deixam de ser feitos, clientes não conseguem falar conosco, um aumento exorbitante na conta telefônica. Além do tempo que se perde e do desgaste para tentar falar com meu consultor”, lamenta. Quando isso terminar, Saorin pretende começar tudo do zero com mais cautela.

Uma luz no fim da linha rados para tecnologia Internet Protocol (IP), uma rede de internet, que além de conectar as linhas, pode usar o Voip, serviço que permite o tráfego de voz e dados. Com um mercado concorrido em franca expansão e ebulição, Roedel alerta para o cuidado que se deve ter nessa área. Para não cair nas mãos de empresas despreparadas é preciso analisar quem são os parceiros dela. Resumindo, ver o currículo da mantenedora que está vendendo a solução. Identificar as necessidades, elaborar projetos, contar com uma equipe de engenharia e ter garantia de manutenção favorecem o sucesso dessa parceria. O gerente de vendas ainda ressalta que as médias e pequenas empresas devem ter a mesma cautela das grandes corporações. Gilberto Viegas

Sim, é possível gastar menos com as ligações, mas definitivamente isso não depende de um produto disponível nas prateleiras. Embora seja uma tarefa complicada, é necessário um pouco de dedicação para entender o funcionamento dos planos, estudar o fluxo telefônico da empresa e avaliar qual o plano mais adequado para cada caso. Se a pessoa não entende o que está comprando, está fadada a pagar mais caro. Além dos planos das operadoras, o mercado tem uma gama de equipamentos que ajuda nessa árdua tarefa. Softwares internos ajudam a fazer o gerenciamento das ligações. Eles registram ramal de saída da chamada, data, horário, tempo de duração. Em alguns casos, o processo inicial vai exigir alguns investimentos. Rogério Roedel, gerente de vendas da Sigmafone, diz que algumas empresas renovam seus equipamentos para poder acessar os serviços das operadoras. O motivo é que as centrais digitais no lugar das analógicas permitem utilizar mais serviços, que vão possibilitar melhor gerenciamento e agilidade a custos menores. Além disso, as centrais digitais requerem uma infra-estrutura menor e diminuem os gastos com manutenção. Outro trunfo são as centrais de PABX com interfaces que buscam automaticamente a rota de menor custo para as chamadas. O equipamento consegue identificar o tipo de chamada – se é para celular, fixo ou internet – e define o caminho mais barato. Também existem produtos prepa-

Roedel: a tecnologia como aliada 27


ARTIGO

Reflexões sobre

a política tributÁria do Brasil

No Brasil a sociedade contribui praticamente com 36% do Produto Interno Bruto (PIB) em tributos (isto com a nova metodologia de calculo do PIB). E ainda temos que arcar com custos adicionais como educação, saúde, previdência, segurança e transporte (entre outros) que são obrigação do Estado. Ou seja, já estariam cobertos os seus custos pela arrecadação tributária. Num comparativo com outros países, podemos citar o Chile, onde com uma carga tributária menor de 20% do PIB, quase erradicou o analfabetismo, reduziu a miséria, ajustou a previdência – tornando-a superavitária e ainda é capaz de financiar obras públicas estratégicas ao bom desenvolvimento de uma Nação. Esta não é a realidade do Brasil, pois a falta de consciência da população é tamanha, que muitas pessoas pensam que somente contribuem com os impostos pagos por elas, como o IPTU, IPVA e o IRRF. Esquecem que em cada produto ou serviço consumido, há tributos embutidos no seu preço e que são repassados aos Governos. O nosso País está entre os com as maiores cargas tributárias do planeta, com uma contrapartida de serviços muito a desejar. Os recursos drenados pelo Estado são os que faltam para aumentar a renda dos consumidores e ativar a venda do comércio, a geração de empregos e a própria arrecadação do Estado, que deveria se pautar pelo princípio de arrecadar pouco de muitos, em vez de fazer o oposto. O investimento público está reduzido sensivelmente. Isto traduz menos estradas, ferrovias, usinas hidrelétricas para garantir 28

energia necessária, ampliação de portos e aeroportos para escoar a produção do País, segurança, escolas, pesquisas, ou seja, isto significa a diminuição de investimentos em todas as necessidades básicas da população. Inclusive os recursos que hoje são destacados para programas importantes, têm sido aplicados a um custo enorme (longe da relação adequada do custo benefício). Sendo visível que os Governos, não conseguem reduzir custos obrigatórios, pelo contrário, aumentam.

tar

E neste caso, há que se ressalo fato de que a Constituição Federal de 1988 gerou mais direitos do que deveres, importando num custo enorme bancado pelos Governos. A nossa Constituição Cidadã.

Aspecto importante reside no excesso de edições de Medidas Provisórias pelo Executivo, de forma indiscriminada. Legislando, ocupando o espaço do Poder Legislativo, cuja Casa deve voltar a desempenhar as suas funções.

parte de seus representantes políticos.

Conheça a Abrapi

A Associação Brasileira dos Contribuintes (Abrapi) foi fundada pela Assembléia Geral, realizada no dia 18 de julho de 2000, sendo uma entidade sem fins lucrativos, que tem como missão defender os interesses de toda a classe produtiva brasileira, representada pelos pagadores de tributos, sejam eles, pessoas físicas ou jurídicas. A associação, que possui sua sede em Blumenau, reformulou totalmente os seus Estatutos, inspirando-se numa entidade similar já existente na República Federal da Alemanha, denominada “Bund der Steuerzahler”, a União Alemã dos Pagadores de Impostos (http://www.steuerzahler.de/) – modelo fundado em 1949 e que hoje conta com 430 mil empresas e entidades associadas – e consagrada em outros 29 países.

Divulgação

Precisamos ainda estruturar uma divisão justa do “bolo tributário”, invertendo a pirâmide. Devendo permanecer com os Municípios e os Estados a maior parte da arrecadação. Pois são eles que conhecem a realidade local e poderão aplicar os recursos com mais eficácia. E por fim, a tão esperada “Reforma Tributária”, para que o Brasileiro pague menos, aumentando a base contributiva e tenha esta nossa sociedade, retorno por

Rubens Ricardo Franz Presidente da Associação Brasileira dos Contribuintes (Abrapi)



ACIB É NOTÍCIA

Fotos Francisco Fresard

associadas utilizam a estrutura da acib Além de lutar pelo desenvolvimento econômico da cidade e da região, a Acib também oferece serviços pensando em desenvolver as empresas associadas. As salas da entidade, por exemplo, podem servir muito bem como uma extensão física das empresas que fazem parte da Associação. Uma vez por mês, os associados podem utilizar gratuitamente os espaços para promover eventos. Os mais comuns são reuniões de trabalho, treinamentos, entrevistas e palestras. A Acib conta com um auditório para 80 pessoas com sistema de som, outro para 50 pessoas (Edifício Mauá) e três salas para 30 pessoas, totalizando mais de 450 metros quadrados. Para ajudar na organização dos eventos, a entidade também disponibiliza uma televisão de 29 polegadas, vídeo-cassete, DVD, flip-chart, retroprojetor e projetor multimídia.

HB.SIS Informática utiliza mensalmente as salas da entidade Além de promover os eventos em um ambiente adequado, o associado tem outras vantagens utilizando a infra-estrutura da Associação. “É um bom momento para a empresa associada interagir com os colaboradores da Acib. Desta forma podemos diagnosticar como podemos ajudar os empresários a desenvolverem seus negócios”, destaca o diretor executivo Charles Schwanke. Fidelidade Alguns associados estão constantemente nos corredores da Acib. É o caso da HB.SIS Informática. Pelo menos uma

vez por mês a empresa de software promove nas dependências da Acib treinamentos e reuniões de trabalho. Segundo a supervisora de Recursos Humanos, Ximena Luengo, o que determina a escolha do local é o custo baixo, o bom atendimento e a infra-estrutura adequada. “Na Acib também estamos em uma região central de fácil acesso e com inúmeras opções para atividades paralelas”, completa a supervisora. Para saber mais sobre a estrutura disponibilizada pela Acib aos seus associados, ligue para (47) 3326-1230 e converse com Letícia.

Encontro Brasil-Alemanha tem inscrições abertas Estão abertas as inscrições para o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que acontece entre 18 e 20 de novembro no Parque Vila Germânica, tendo como tema a Inovação Tecnológica. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 18 de outubro somente pelo site do evento (www.brasilalemanha2007.com/inscricoes). Empresários de todo o Brasil interessados em negociar com a Alemanha podem se inscrever. O evento dever reunir cerca de mil participantes. “A nossa expectativa é atrair um número expressivo de empresários do Brasil e da Alemanha para trocar informações e fazer negócios”, confirma Alcantaro Corrêa, presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), 30

entidade que realiza o evento, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entre as várias autoridades Organizadores se reuniram para acertar detalhes brasileiras e alemãs, está confirmada a presença de Michael Glos, minisnovembro. As reuniões ocorreram no gatro da Economia e Tecnologia binete do prefeito João Paulo Kleinübing, da Alemanha. É esperada que reafirmou a importância do evento e uma comitiva de cerca de convocou todos os envolvidos para que 250 presidentes e diretores contribuam na sua organização. de grandes empresas alemãs, Entre as várias ações, destaca-se a interessadas em negociar e investir criação de um comitê com o objetivo de no Brasil. atrair investimentos de empresas alemãs para Blumenau e região do Médio Vale do Organização Itajaí. O comitê vem realizando encontros Representantes de várias entidades com secretários municipais de desenvolvide Blumenau reuniram-se dias 16 e 28 de mento econômico da região para propor agosto para discutir e apresentar ações na ações conjuntas como exposição no evenorganização do Encontro Econômico Brato, publicação de uma revista bilíngüe e sil-Alemanha, que acontece na cidade em um programa de visitas às empresas.



ACIB É NOTÍCIA Fotos Rogério Pires

Governador prestigia Encontro Catarinense de Comércio Exterior Aproximadamente 150 profissionais, empresários e autoridades participaram no dia 17 de agosto, do 1º Encontro Catarinense de Comércio Exterior, evento promovido pelo Núcleo de Comércio Exterior da Acib. Durante todo o dia os participantes assistiram a palestras, apresentações de cases e painéis para conhecer e discutir a atual situação do Comércio Exterior em Santa Catarina. A abertura do evento teve a participação do governador do Estado, Luiz Henrique da Silveira, do prefeito João Paulo Kleinübing, do presidente da Câmara Municipal, José Luiz Gaspar Clerici, do presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Luiz Carlos Furtado Neves, e do presidente da Acib, Ricardo Stodieck. O governador Luiz Henrique elogiou a iniciativa do evento e disse que as empresas catarinenses precisam utilizar mais os portos do Estado para importação e exportação. O evento também teve a participação do presidente da Câmara Brasil-Reino Unido, Alexandre Lucena, do vice-presidente de Marketing da Câmara Brasil-Alemanha, Lars Grabenschröer, e do diretor de Comércio Exterior do Banco do Brasil, Nilo

José Panazzolo. Agora o Núcleo da Acib vai trabalhar para tornar o evento anual. Para isso, haverá um traGovernador Luiz Henrique da Silveira discursa para balho de conscientios participantes do encontro de Comércio Exterior zação nos Núcleos de Comércio Exterior Santa Catarina. No setor público teve ativa de outras associações participação nas secretarias de Estado da empresariais do Estado com o objetivo Articulação Internacional (2005), de Dede buscar uma sede para o encontro de senvolvimento Econômico e Integração ao 2008. Mercosul (2002) e de Indústria e Comércio (1983). Homenagens A Cia Hering foi a primeira exportadoUm profissional e duas empresas fora de vestuário do Brasil e está no mercado ram homenageadas pelo Núcleo de Comundial desde a década de 1960. Exporta mércio Exterior. O consultor blumenauenpara países da América Latina, Ásia, Eurose Hans Kress (personalidade destaque) e pa e América do Norte. A Exportação faz as empresas Cia Hering (destaque exporparte da estratégia de crescimento da emtação) e Taschibra (destaque importação) presa e tem papel fundamental na busca de receberam a homenagem antes do jantar atualização permanente do parque fabril e de encerramento do evento. da capacitação de seus colaboradores. A Hans Kress tem 47 anos de experiTaschibra, produtora de luminárias e maência como consultor em comércio exteterial elétrico, importa desde 1992, tendo rior. Já atuou em diversas empresas como a China como principal fornecedora. Em Consul, Embraco, Tupy e Singer. Também 2006, o volume de importação chegou a deixou sua marca em entidades como a US$ 17 milhões, podendo chegar a US$ Associação de Comércio Exterior do Bra22 milhões neste ano. sil e o Centro de Comércio Exterior de

Ulrich Kuhn (Cia Hering), Hans Kress e Afonso Schreiber (Taschibra) foram homenageados




ACIB É NOTÍCIA

Rocardo Silva/PhotusPress

Acib participa do Fórum da Micro e Pequena Empresa A diretora para Assuntos Comunitários, Solange Schröder, é a representante da Associação Empresarial de Blumenau (Acib) no Fórum Municipal da Micro e Pequena Empresa. O grupo foi oficializado durante uma reunião realizada em agosto, no Salão Nobre da prefeitura e que contou com a participação das principais entidades empresariais da cidade. O objetivo é discutir ações e definir políticas que visem o crescimento do setor das micro e pequenas empresas, segmento que responde por 98,2 % das empresas formalmente constituídas no Brasil e pela manutenção de 62% dos empregos com carteira assinada em todo o País. A idéia principal é fazer com que toda ação pública que traga reflexos para o segmen-

to seja primeiramente debatida no grupo com a participação de seus principais representantes. O Fórum Municipal atua nos moldes do Fórum Nacional Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A diferença é o que o grupo local vai atuar de forma totalmente independente do poder público, apenas com a participação dele no Conselho. Além da Acib, O Fórum reúne representantes da Ampe de Blumenau, CDL, Intersindical Patronal, Sinduscon, Sescon, Secretaria Municipal da Fazenda, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Câmara de Vereadores.

Fotos Francisco Fresard

projetos para o desenvolvimento de SC

Kuhlmann (C) detalhou projetos para líderes empresariais de Blumenau Prodec e Pró-Emprego foram os dois temas mais abordados pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Jean Kuhlmann, durante a Reunião Empresarial realizada no Teatro Carlos Gomes, no dia 27 de agosto. O evento contou com a participação de cerca de 90 empresários e foi promovida em conjunto pela Acib, Ampe, CDL e Intersindical Patronal com o apoio do Sescon. O secretário mostrou alguns detalhes das alterações feitas nos programas concebidos para atrair novos investimentos ao Estado, promover o desenvolvimento das empresas catarinenses e o conseqüente aumento das vagas no mercado de traba-

lho e da renda. Kuhlmann também mostrou a estrutura da nova Secretaria e falou sobre outras frentes de trabalho, como a recuperação das barragens de contenção de cheias no Alto Vale e o sistema de telemetria da Bacia do Itajaí. O evento foi mais uma ação com o objetivo de ouvir os deputados estaduais e federais da cidade antes do ano eleitoral. A idéia é conhecer o trabalho de cada parlamentar e cobrar ações que beneficiem Blumenau e região. Os deputados federais Décio Lima e João Pizzolatti e a deputada estadual Ana Paula Lima também foram convidados, faltando apenas a confirmação das datas por parte dos parlamentares.

Solange Schröder vai discutir políticas para o desenvolvimento da micro e pequena empresa

Baumgarten no conselho da 15ª SDR O empresário e diretor da Acib, Ronaldo Baumgarten Jr., é o mais novo integrante do Conselho de Desenvolvimento Regional da 15ª SDR. Ele assume o lugar deixado pelo ex-presidente da Acib, Hans Dieter Didjurgeit, que por mais de dois anos representou com louvor a classe empresarial blumenauense. O Conselho foi criado em 2003 e é formado por 13 membros: o secretário regional, o prefeito e os presidentes das câmaras de vereadores dos municípios de abrangência e dois representantes da sociedade civil organizada de cada município. Uma das principais atribuições do Conselho é a aprovação de recursos estaduais para projetos em todas as áreas. 35



ACIB É NOTÍCIA

Coordenadores de núcleos passam por treinamento Fotos Francisco Fresard

Programa Empreender faz encontros nas sedes das associaçőes empresariais

Os coordenadores dos núcleos setoriais da Associação Empresarial de Blumenau (Acib) participaram, nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, de um treinamento coordenado pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc). O ministrante foi o coordenador estadual do programa Empreender/ Facisc, Osmar Vicentin. Os empresários receberam orientações relacionadas a diversos temas, como Missão e tarefa de uma associação empresarial, Programa Empreender; Estrutura e funcionamento de um núcleo setorial; Papel do coordenador de núcleo; Papel do consultor de núcleo e o Conselho dos Núcleos. O Programa Empreender é desenvolvido através de encontros periódicos que acontecem dentro das Associações Empresariais. Os empresários se reúnem em núcleos setoriais, de acordo com a sua atividade. Eles discutem problemas e buscam soluções comuns. O objetivo deste trabalho é contribuir para a quebra do isolamento da micro e pequena empresa, promover o associativismo e o desenvolvimento do negócio através de iniciativas empreendedoras. A Acib conta hoje com 24 núcleos das mais diversas áreas. Para conferir a relação, acesse www.acib.net.

Acib marca presença no “Cansei”

Olimpíada da Qualidade

Diretores, conselheiros e empresários que fazem parte da Associação Empresarial de Blumenau (Acib) participaram ativamente da manifestação coordenada em nível nacional pelo Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros. Em Blumenau, Manifestaçăo na Casa do Comércio cerca de 150 pessoas se reuniram em frente à Casa do Comércio, no dia 17 de agosto, para um minuto de silêncio. Em seguida todos cantaram o Hino Nacional voltados para uma grande bandeira que foi estendida na fachada da construção histórica. O movimento na cidade foi coordenado pelo consultor, ex-prefeito e conselheiro da Acib, Felix Theiss. Em pouco mais de uma semana ele mobilizou todas as entidades empresariais de Blumenau, além dos clubes de Rotary e outras instituições que trabalham pela manutenção da moral e dos bons costumes no país. A manifestação transcorreu pacificamente, sem atrapalhar o fluxo de pedestres e veículos no centro

Já estão abertas as inscrições para a 2ª Olimpíada da Qualidade, evento promovido pelo Núcleo da Qualidade da Acib. Para conhecer o regulamento e preencher a ficha de inscrição, basta acessar o site www.acib.net e clicar no banner da Olimpíada. Uma palestra sobre Gestão da Qualidade, ministrada pelo diretor do Movimento Brasil Competitivo, Cláudio Leite Gastal, marcou no dia 10 o lançamento da segunda edição da Olimpíada. O evento foi realizado no auditório do Senai e reuniu empresários e profissionais da cidade. A Olimpíada da Qualidade é composta de provas técnicas, sociais, culturais e recreativas, sempre com o objetivo de despertar o interesse da comunidade empresarial para a qualidade e a produtividade, além de disseminar os conceitos de excelência em gestão da qualidade. No ano passado 13 equipes se inscreveram, mobilizando mais de 190 pessoas. A Rigesa Celulose foi a grande vencedora da primeira edição. 37


ACIB É NOTÍCIA

Comunidade ganha avaliação física Quem foi ao Shopping Neumarkt na tarde de sábado, dia 1º de setembro, teve a oportunidade de fazer gratuitamente uma avaliação elaborada por profissionais de Educação Física. A mobilização foi promovida pelo Núcleo das Academias da Acib. Das 14h à 20h, 114 pessoas foram

avaliadas e orientadas pelos gestores e colaboradores das academias que fazem parte do Núcleo. A mobilização serviu para marcar o Dia Nacional do Profissional de Educação Física. Outro objetivo foi a conscientização da comunidade sobre a necessidade

de fazer uma atividade física regularmente, sempre acompanhado de um profissional credenciado. O acompanhamento profissional é indispensável para garantir a eficácia dos exercícios e evitar problemas de saúde decorrentes das atividades físicas mal feitas. Fotos Francisco Fresard

Índice de gordura foi um dos testes realizados pelos profissionais de Educaçăo Física do Núcleo de Academias da Acib

AGOSTO / 2007

Zalfa Benites é reeleita presidente do CEME

Zalfa Benites integra a Câmara da Mulher empresária da Acib 38

A empresária associada da Acib e integrante da Câmara da Mulher Empresária da entidade, Zalfa Benites, foi reeleita presidente do Conselho Estadual da Mulher Empresária (Ceme), órgão ligado à Federação das Associações Empresariais do Estado de Santa Catarina (Facisc). A eleição foi realizada durante assembléia do Conselho na sede da Acib no dia 1º de setembro. A presidente definiu como prioridade para o novo mandato de dois anos a integração nacional das mulheres empresárias. Uma pesquisa deve ser feita para mapear os conselhos existentes em outros estados. A idéia é promover um grande encontro nacional para fortalecer a imagem da empreendedora brasileira. O Conselho Estadual da Mulher Empresária é composto por 33 câmaras ou núcleos da mulher empresária de todas as regiões do Estado.

Novos associados Suprimart Comercial Ltda. Maré Cheia Private Label (Maré Cheia Indústria Têxtil Ltda.) B2B Consultoria e Assessoria Ltda. Roasted Potato (Vilas Comércio de Batatas Recheadas Ltda. ME) Rede SC – SBT Blumenau (TV Top Ltda.) Paraíso da Criança Centro de Educação Infantil Amigos da Arca (Centro de Educação Infantil Amigos da Arca de Noé Ltda.) Design Urbano Ltda. Colégio Excelsior Ltda. EPP Spazio Bambini Centro de Desenvolvimento Infantil Ltda. ME Centro Educacional Vó Leal Escola de Educação Infantil João e Maria Ltda. ME Selgetec Comex (Segeltec Comercial Ltda. ME) Cutlite do Brasil Alta Tecnologia a Laser Ltda. Vince Studio Gama (Vince Comunicação e Propaganda Ltda.)


Bebida e Direção: Não! Uma campanha que deve ser lançada em outubro quer tentar mudar uma triste estatística. Segundo a Organização dos Estados Ibero-Americanos, Santa Catarina lidera o ranking de mortes de jovens entre 15 a 24 anos em acidentes automobilísti-

cos, com 24 mortes em cada 100 mil habitantes, 140% a mais que a média nacional. Metade desses acidentes tem como principal causa a combinação de bebida alcoólica e trânsito. A campanha “Bebida e Direção: Não!”

João Pizzolatti Neto apresentou a campanha para integrantes da Acib Jovem

foi apresentada aos integrantes da Acib Jovem no dia 10, durante reunião do grupo na sede da entidade. A Juventude Progressista de Blumenau pretende ajudar na diminuição dos índices na região de Blumenau através da conscientização dos jovens. Panfletos, adesivos e outdoors serão utilizados nesta missão. “Tudo começa a ser distribuído durante a Oktoberfest”, indica o coordenador da campanha João Pizzolatti Neto. Além do material impresso, os organizadores pretendem promover palestras nas escolas da região com o especialista em saúde e comportamento jovem, Jairo Bauer. Um site, em formato de blog, também deve ser publicado para divulgar a campanha. Por fim, o grupo pretende criar uma ONG para dar continuidade aos trabalhos após a primeira etapa de divulgação. Os integrantes da Acib Jovem elogiaram a idéia e devem colaborar no que for possível para que o trabalho alcance seu objetivo.


AGENDA

SETEMBRO De 21 a 23 – Oficina Sebrae Evento gratuito dirigido para candidatos a empresário e empresários recém estabelecidos. Oferece soluções para o planejamento, abertura e gestão de pequenos negócios. Para quem deseja abrir o próprio negócio a Oficina esclarece dúvidas sobre que negócio montar, a importância de planejar, como começar, o que fazer e como registrar uma empresa. Onde: Salão Porta Aberta (junto à Catedral São Paulo Apóstolo) Promoção: Sebrae Blumenau. Apoio: Acib. Informações: (47) 3222-2655 De 25 a 26 - Workshop: Desenhando a Estratégia de Canais de Vendas Abordagem dos principais elementos avaliados na configuração de uma estratégia de investigação e desenvolvimento de canais de vendas. Instrutor: Renato Machado, diretor da Market Growing, consultoria especializada em canais de vendas. Onde: Rua XV de Novembro, 600 – 2º andar – Edifício Mauá (Auditório da Acib) Inscrições: R$ 270,00 (associados Acib, Ampe e Blusoft) e R$ 320,00 (demais) Promoção: Blusoft. Apoio: Acib Informações: (47) 3323-3598 com Raquel Dia 26 - Palestra: É Possível Fidelizar Clientes? Evento integrante do Ciclo de Palestras do Núcleo de Consultoria e Treinamento da Acib. Ministrante: Henrique Marcos Brazil Bilbao, da B&S Consultoria e Treinamento Onde: Acib (Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar – Neumarkt Trade & Financial Center) Inscrições: gratuita para associados da Acib e R$ 5,00 para os demais. Promoção: Núcleo de Consultoria e Treinamento da Acib Informações: (47) 3326-1230 com Alexandra

outubro De 2 a 4 – Formação Pedagógica para Profissionais da Educação Infantil Tema: “Planejar: Para Quê?”, com a professora Valéria Cristina Coelho. Certificados emitidos pelo Instituto Catarinense de Pós-Graduação (ICPG) Onde: Acib (Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar – Neumarkt Trade & Financial Center) Inscrições: R$ 15,00 para escolas associadas á Acib e alunos do ICPG e R$ 25,00 para os demais. Promoção: Núcleo das Escolas Particulares de Educação Infantil da Acib (Nepei) Informações: (47) 3326-1230 com Alexandra ou Daniela e nucleos1@acib.net Dia 25 – Palestra: Nova Alternativas para Aprender um Segundo Idioma Evento integrante do Ciclo de Palestras do Núcleo de Consultoria e Treinamento da Acib. Ministrante: José Décio de Alencar, da Embaixada Turística Onde: Acib (Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar – Neumarkt Trade & Financial Center) Inscrições: gratuita para associados da Acib e R$ 5,00 para os demais. Promoção: Núcleo de Consultoria e Treinamento da Acib Informações: (47) 3326-1230 com Alexandra


MEMÓRIA

O Surgimento da

INDÚSTRIA (1880-1900) Arquivo Histórico

Nas propriedades rurais espalhadas pelo interior era processada grande parte da banha e da manteiga que o comércio de Blumenau vendia para todas as partes do País A elevação à condição de município foi uma conquista política que se concretizou apenas em 1883, devido a uma enchente de proporções desastrosas ocorrida em 1880. No entanto, no campo econômico a cidade acumulou algumas vitórias nas duas últimas décadas do século 19.

o surgimento de engenhos comunitários. Cada produtor escolhia um dia para utilizar a estrutura, pagando com parte do açúcar produzido. O faturamento servia para a conservação e manutenção do engenho que, com pequenas modificações, era também utilizado para a fabricação de farinha.

A criação animal crescia rapidamente, tanto em número quanto em importância para os colonos. Os bovinos forneciam leite, os suínos carne, os eqüinos tração e as aves rendiam ovos e carne. A vaca leiteira era o animal mais importante, mantendo a pequena indústria láctea local, baseada na manteiga e, em menos escala, no queijo.

O setor primário ainda predominava como base da economia de Blumenau. Instalados em minifúndios, os colonos voltavam-se à policultura de subsistência, fazendo a comercialização somente dos excedentes. Dentro das propriedades rurais do novo município, as culturas de milho e aipim eram imprescindíveis, tanto para a alimentação própria quanto para a do gado. Uma boa safra dessas variedades significava um ano bom para o colono, pois refletia-se em maior produtividade. O milho, todavia, não tinha importância comercial, devido à baixa produtividade e à concorrência externa.

Plantava-se, ainda, grande quantidade de cará, batata doce, taiá, inhame, araruta e árvores frutíferas como banana, laranja, tangerina, pêssego, limão, pêra, abacate e figo. O café, grande vedete no Brasil naquela época, era cultivado em pequena escala. A produção não atendia sequer o consumo interno da cidade. Foram feitas experiências com trigo, aveia e cevada, todas sem sucesso. Fato igual ocorreu com o algodão, prejudicado pelas chuvas no tempo da colheita.

Após 30 anos de colonização, Blumenau tinha um comércio forte, que vendia produtos importados aos consumidores da região e fazia também o caminho inverso. Comprava os excedentes dos colonos e os revendia para diversas partes do país. A primeira casa comercial, Meyer & Spierling, surgiu em 1855 e operou até 1884. O segundo estabelecimento de comércio foi fundado por Procópio Hoeschl em 1864, em Gaspar. Em 1874, as maiores firmas exportadoras eram a H. Probst, a Schrader e a Salinger.

Por sua utilidade na produção de açúcar, cachaça e forragem para animais, a cana-de-açúcar era a planta mais cultivada na colônia. Sua grande difusão motivou

As terras também eram utilizadas para o plantio de fumo. O clima quente, úmido e chuvoso, aliado às características do solo, resultava em folhas grandes, finas e combustíveis, próprias para a fabricação de charutos. Em 1900, o município exportaria 200 toneladas de fumo.

(continua na próxima edição) * Trecho do livro 100 Anos Construindo Blumenau, de Nelson Marcelo Santiago, publicado em comemoração ao centenário da Acib, no ano de 2001.

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