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Ano 9 nº 95 Março 2015 R$ 8,90

obras Recuperação da margem esquerda do rio Itajaí-Açu tem data para terminar

no

mercado dos queijos Desde 2013, Juliano (esquerda) e Bruno Mendes comandam a Laticínios Pomerode. Além de continuar trabalhando com os produtos tradicionais da empresa, os irmãos investem em nova linha de queijos

inovação Núcleo de Inovação da Acib estimula o desenvolvimento de projetos e startups na região


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40 Agências nos Vales do Itajaí e Itapocú, no Litoral Catarinense e Litoral Sul do Paraná. W W W . B L U C R E D I . C O O P . B R

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Blucredi. Há 15 anos promovendo o cooperativismo. A BLUCREDI SEMPRE TEVE COMO OBJETIVO OFERECER AS MELHORES OPÇÕES QUANDO O ASSUNTO É A SUA VIDA FINANCEIRA. AQUI, VOCÊ CONTA COM TODOS OS PRODUTOS E SERVIÇOS DE UM BANCO, MAS COM VANTAGENS EXCLUSIVAS. ATENDIMENTO PERSONALIZADO, AS MENORES TAXAS E A CERTEZA DE CONTAR COM A SEGURANÇA DO MAIOR SISTEMA COOPERATIVISTA DO BRASIL, O SICOOB, FAZEM DA BLUCREDI A SUA MELHOR OPÇÃO: UMA COOPERATIVA QUE É MUITO MELHOR QUE UM BANCO.

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editorial

Banco de imagens

Com inflação não se brinca

O

s mais vividos lembram-se de um tempo em que a relação do brasileiro com o dinheiro e os preços, e a dinâmica da própria economia, era refém da inflação galopante. Um périplo de ministros da Fazenda se sucederam desde o regime militar, passando pelos governos Sarney e Collor, com uma única missão: acabar com a tal inflação. Era esse o objetivo de todos os presidentes da República, que lançaram mão de uma sucessão de planos econômicos mal sucedidos. Com Itamar Franco e o ministro Fernando Henrique Cardoso, surgiu o Plano Real. Finalmente, a inflação deixou de castigar as famílias brasileiras. São 20 anos de estabilidade, mas que tem ameaçado ruir. Em ja8

neiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o índice oficial de inflação do País, apresentou variação de 1,24%. Foi a taxa mais elevada desde fevereiro de 2003. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice de inflação chegou a 7,14%, resultado que não se via desde setembro de 2011. A volta da inflação é uma péssima notícia. É um mecanismo que só prejudica as classes menos favorecidas, corroendo o salário dos trabalhadores. Também desestimula os investimentos no setor produtivo e o empreendedorismo como um todo. Para o nosso setor, o de comércio e de serviços, é danosa. Diminui o poder de compra das famílias e limita o crédito, tanto para o consumidor quanto para o empresário. É fatal para as vendas e para o

crescimento econômico em geral. Sabemos onde mora o perigo. Estão aí reajustes de preços da gasolina e do transporte público. As tarifas de energia vão aumentar para o consumidor. Os preços dos alimentos e bebidas sobem. É preciso cobrar do governo a aceleração de reformas, como a trabalhista, a política e a tributária. E claro, a redução dos gastos públicos, também eles cruciais para alimentar a alta inflacionária. Beneficiado com um cenário positivo nacional e internacionalmente, o governo não freou os seus gastos. Agora, quando o mesmo cenário torna-se inóspito, vê-se obrigado a adotar medidas impopulares. Quem viveu, sabe que com a inflação não se brinca. Emílio Rossmark Schramm Presidente do SINDILOJAS


Fernanda Rodriguez

sumário

expediente EDITORA Daiani Caroline Coelho daiani@mundieditora.com.br EDITORA assistente Alessandra Doering Meinicke ME

#95

REPORTAGENS Daiani Caroline Coelho e Gabriela Queiroz

14 Entrevista

Com o economista Ricardo Amorim

20 Infraestrutura

Saiba como estão as obras de recuperação da margem esquerda do rio Itajaí-Açu

30 Inovação

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Núcleo de Inovação da Acib promove atividades e incentiva projetos inovadores e colaborativos

34 Tecnologia

Lemonade atua internacionalmente no desenvolvimento de soluções integradas

38 Cooperativismo

Santa Catarina é referência em cooperativismo para o Brasil

42 Cidadania Fiscal

Osblu concentra esforços para mudar cultura das práticas legais

REVISÃO Gabriela Queiroz

Bruno e Juliano Mendes investem em nova linha de produtos

GERENTE DE ARTE E DESENVOLVIMENTO Lucas Gonçalves lucas@mundieditora.com.br DIAGRAMAÇÃO Pedro P. F. Schmitt e Tiago de Jesus CAPA Foto: Foto Portrait & Still Arte: Pedro P. F. Schmitt

52 Acib é notícia 53 CDL é notícia 54 Intersindical é notícia 55 SINDILOJAS é notícia 56 Artigo

GERENTE COMERCIAL GERAL Cleomar Debarba - 47 3036.5659 DIRETOR-EXECUTIVO Niclas Mund - niclas@mundieditora.com.br CIRCULAÇÃO circulação@mundieditora.com.br SUGESTÃO DE PAUTA empresario@mundieditora.com.br Conselho Editorial

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Acib: Carlos Tavares D’Amaral, Charles Schwanke e Cristiane Soethe Zimmermann CDL: Helio Roncaglio, Carlos Jacques Dressler, Ana Paula Ruschel e Juliana Pfau Intersindical: Ullrich Kuhn, Renato Valim e Fernanda Momm SINDILOJAS: Emílio Rossmark Schramm, José Geraldo Pfau e Márcio Rodrigues Mundi Editora: Daiani Caroline Coelho Alessandra Doering Meinicke

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mercado Troco Solidário Cooper

Fotos Divulgação

A Cooper (Cooperativa de Produção e Abastecimento do Vale do Itajaí) destinou R$ 55.465,85 a 12 entidades sociais de Blumenau, Indaial, Rodeio, Ibirama e Jaraguá do Sul, como resultado da campanha permanente Troco Solidário. O valor foi arrecadado durante todo o ano de 2014, em 12 filiais da empresa. A campanha foi implantada pela Cooper com o objetivo de estimular as pessoas a doarem as moedas que recebiam de volta ao pagar suas compras e, com isso, poder ajudar uma entidade social de sua cidade. O objetivo para 2015 é ampliar a divulgação da campanha, mobilizando os cooperados e clientes para aumentar a arrecadação e beneficiar ainda mais as instituições.

Selo de qualidade A agência blumenauense Tô Indo Viagens recebeu o selo de qualidade da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) pelo atendimento aos clientes e parceiros. As auditorias para recebimento do selo foram realizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e contemplaram 15 quesitos, além de uma pesquisa realizada com clientes atendidos pela agência. O diretor da Tô Indo Viagens, Gelson Walker, ressalta que a empresa cresceu 15% em 2014 e, com ações voltadas para o mercado corporativo e o reconhecimento da Abeoc, a expectativa é de que a expansão em 2015 seja em torno de 20%. 10

Protocolo de licença ambiental

A Prefeitura de Blumenau lançou, em 19 de fevereiro, o Portal de Licenciamento Ambiental (PLA). O sistema permite que as pessoas façam parte dos processos através da internet. O projeto é da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema) e foi desenvolvimento pensando na participação da comunidade. Através do PLA, será possível tirar dúvidas em relação à abertura de processos de licença prévia, licença de instalação, licença de operação e autorização ambiental para empreendimentos. Além disso, também por meio do sistema, será possível dar entrada nestes processos a partir do próprio computador.


Silmaq firma nova parceria

Na lista da Forbes Schornstein, Bierland e Eisenbahn foram destaques no site da revista americana Forbes. Em uma reportagem sobre o mercado de cerveja artesanal no Brasil, a publicação divulgou uma lista com as 30 melhores bebidas vendidas no País, seleção realizada pela revista Prazeres da Mesa. A Schornstein, de Pomerode, teve sua IPA na 12º colocação; a Bierland Vienna ficou em 13º; a Eisebahn esteve duas vezes na lista: com a Eisenbahn 5, em 14º, e a Lust em 20º. O primeiro lugar foi para a cerveja belga Duchesse de Bourgogne.

A Silmaq, maior importadora de máquinas e equipamentos têxteis para a América Latina, fechou contrato de exclusividade para venda e manutenção dos produtos da marca Bullmer no Brasil. A empresa de Blumenau, que já trabalhava com a marca, passa agora a ter o controle da operação brasileira. A Bullmer fabrica equipamentos para o corte automático de tecido e conta com duas plantas produtivas, uma na Alemanha e a outra na China. Além dessa, a Silmaq ainda detém os direitos de distribuição exclusiva de outras dez marcas internacionais.

Transpotech conquista prêmios nacionais A Transpotech, especializada em soluções para movimentação da produção e de cargas para empresas, conquistou dois prêmios nacionais – concedidos anualmente pela marca alemã de empilhadeiras Still – por sua atuação em Santa Catarina e no Paraná. As premiações consolidam a liderança na venda de empilhadeiras (todas as classes), com 50% de mercado. As elétricas, carro-chefe dos negócios, alcançam 60% de market share. No mesmo segmento, a Transpotech lidera no Paraná, onde detém 30% do mercado.

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agenda Fotos Divulgação

Secovi organiza debate sobre mercado O Secovi Blumenau e Região debate as diretrizes do mercado imobiliário em 10 de março, na sede da AMPE. O evento recebe inscrições pelo secretaria@secoviblumenau.com.br ou telefone (47) 3222 1029. Entre os temas que serão abordados estão as novas regras do Simples Nacional e a lei que regulamenta o corretor associado. Com início às 15h30min, o evento é gratuito e aberto à comunidade. O sindicato solicita a doação de um quilo de alimento não perecível, para o projeto Secovi Social.

Ciclo de Palestras começa este mês Será em 17 de março o primeiro evento do Ciclo de Palestras da CDL Blumenau. O jornalista Ricardo Amorim vem ao Teatro Carlos Gomes falar sobre as

perspectivas da economia nacional, proporcionando reflexões sobre o mercado e oportunidades de crescimento em meio a tão temida crise

econômica. Para garantir seu ingresso, entre em contato pelo telefone 3221-5766 ou pelo e-mail treinamentos@cdlblumenau.com.br.

Programa de Desenvolvimento de Líderes de Produção chega a Blumenau O Simmmeb, em parceria com o Senai, traz a Blumenau curso inédito de capacitação para líderes de produção. O curso abordará temas como perfil do líder, trabalho em equipe, administração de conflitos e negociações, entre outros. Será realizado no

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Senai, no Posto de Atendimento Avançado da Itoupava Central, entre os dias 23 de março a 8 de junho, nas segundas e nas quintas feiras, das 19h às 22h. Estão disponíveis 35 vagas, que poderão ser preenchidas comparecendo à sede do Simmmeb (à Rua Sete

de Setembro, 967, sala 13). Os valores são diferenciados para associados e não associados ao sindicato. Mais informações pelo telefone (47) 3326- 5158 ou pelo e-mail simmmeb@simmmeb.com.br


1ª Reunião Científica da ACAMT – 2015

Calendário CDL Treinamentos Março Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) De 02 a 05 de março Instrutor: Eduardo Deschamps Horário: 19h às 22h Carga Horária: 12 horas Aprofunde os conhecimentos dos participantes através da exposição de conceitos, disposições, exemplos práticos e particularidades relacionadas à emissão e interpretação da NF-e e obrigatoriedades. Negociação em Compras De 09 a 12 de março Instrutor: Marcio Magalhães Horário: 19h às 22h Carga Horária: 12 horas Propiciar aos compradores um melhor entendimento do comportamento de seu oponente no momento da negociação, bem como técnicas que elevem a sua qualificação, facilitando e propiciando um melhor resultado através da equação ganha- ganha. Contabilidade para não Contadores De 16 a 19 de março Instrutor: Micheli Zoldan Horário: 18h30min às 22h Carga Horária: 14 horas Proporcionar aos participantes o conhecimento de contabilidade básica, apresentando seus conceitos e fundamentos para o entendimento das demonstrações contábeis e sua importância na administração das empresas.

Tema: Aspectos do trabalho como fator de proteção à saúde mental Palestrante: Dr. Duílio Antero de Camargo – psiquiatra, mestre em Saúde Mental e médico do Trabalho; coordenador e professor do setor de Saúde Mental e Psiquiatria do Trabalho do Instituto de Psiquiatria do H.C. FM/USP; coordenador da Comissão Técnica de Saúde Mental e Trabalho da Associação Nacional de Medicina do Trabalho; professor convidado dos cursos de Especialização em Medicina do Trabalho da FM-USP, da FM-Santa Casa de SP e da FM-PUC Paraná; autor do livro Psiquiatria Ocupacional – aspectos conceituais, diagnósticos e periciais dos transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho. Quando: 28 de março, no período da manhã Onde: Furb – auditório do Bloco J Inscrições: serão realizadas na hora Apoio do Núcleo de Segurança e Saúde do Trabalho da Acib

Palestra Ricardo Amorim Dia 17 de março Local: Teatro Carlos Gomes Horário:19h30min Estratégias Comportamentais nas Vendas De 23 a 26 de março Instrutor: Marcio Magalhães Horário: 19h às 22h Preparar os profissionais da área de vendas para um melhor entendimento sobre a importância de criar estratégias comerciais que sejam adequadas e que se encaixem através do conhecimento das necessidades descritas ou ocultas dos clientes. Conscientizar o profissional sobre o comprometimento no trabalho, uso das boas maneiras e das competências para um atendimento eficaz. Legislação e Práticas Trabalhistas Dia 28 de março Instrutora: Silvia Oneda Horário: 8h às 12h e 13h às 17h Carga Horária: 8 horas Transferir aos participantes os conhecimentos necessários para capacitá-lo a desenvolver corretamente as rotinas trabalhistas da Administração de Pessoal. Análise Custos / Formação Preço Venda 30 de março a 02 de abril Instrutor: Carlos Emerson Raduenz Horário: 19h às 22h Carga Horária: 12 horas Demonstrar por meio de ferramentas de Gestão Financeira como apurar a lucratividade do negócio e determinar o preço de venda adequado para garantia de manutenção deste lucro. Informações e Inscrições Aulas na Casa do Comércio CDL. (47) 3321 5747 / treinamentos2@cdlblumenau.com.br (47) 3221 5766 / treinamentos@cdlblumenau.com.br Desconto garantido para associado CDL. Informe-se sobre condições especiais para grupos e in-company.

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Entrevista

“Vai piorar antes

de melhorar” Ricardo Amorim Necessidade de ajustes profundos e mudanças que alavanquem a competividade da economia brasileira – como redução da carga e simplificação das legislações tributária e trabalhista –, aumento de investimentos em infraestrutura, melhora da qualificação da mão de obra e investimentos em mecanização da produção no Brasil. O diagnóstico foi apontado por Ricardo Amorim em entrevista concedida à Revista Empresário sobre as oportunidades e tendências da economia brasileira para 2015 e também para os próximos 10 anos. O apresentador do Manhattan Connection, da Globonews, e economista mais influente do Brasil, segundo a revista americana Forbes, estará em Blumenau, onde falará sobre como transformar cenários, tendências e mudanças econômicas em resultados para pessoas e empresas. O evento, que ocorrerá em 17 deste mês, no Teatro Carlos Gomes, integra a agenda do Ciclo de Palestras promovido pela CDL Blumenau.

Revista Empresário: Atualmente, a reestruturação econômica do Brasil está em pleno vapor. O que você espera de ações para 2015? Ricardo Amorim: Espero que elas corrijam uma série de desequilíbrios que se formaram principalmente nos últimos quatro anos. Infelizmente, 2015 será mais um ano difícil, provavelmente com uma pequena queda do PIB. Os ajustes necessários são dolorosos. Como um doente que tem câncer e precisa passar por uma quimioterapia, antes de nos sentirmos melhor, vamos nos sentir ainda pior do que antes por 14

conta dos efeitos colaterais do tratamento. O ajuste das contas públicas, por exemplo, é inevitável, mas o aumento de impostos e o corte de gastos públicos são inicialmente recessivos, retirando dinheiro da economia em 2015 e também limitando o crescimento. No entanto, se arrumarmos a casa em 2015, retomando a confiança de empresários e consumidores, podemos retomar um ciclo de crescimento mais acelerado no final do ano e nos anos seguintes. Em resumo, vai piorar antes de melhorar, mas pela primeira vez em cinco anos podemos terminar o ano melhor do


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que começamos e com perspectivas melhores para os próximos anos.

“Nos últimos quatro anos, o Brasil só não cresceu menos do que países europeus em crise e países africanos em guerra civil”

RE: A nova equipe econômica do governo federal tem sido o assunto em foco. Qual é a sua opinião sobre esse anúncio da presidente Dilma Rousseff? Amorim: Ela é a potencial salvação do governo Dilma. Havia uma necessidade clara de mudança de modelo de política econômica. A questão crucial é se a presidente deixará a equipe econômica adotar as medidas que são necessárias.

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RE: A ‘minirreforma previdenciária’ anunciada pelo governo federal é uma solução em curto, médio e/ou longo prazos para retomar o crescimento do País? Amorim: A ‘minirreforma previdenciária’ faz parte de uma agenda de medidas voltadas a fortalecer as contas públicas e, ao mesmo tempo, corrigir outros desequilíbrios e abusos da economia brasileira. Assim, com o endurecimento das regras para pensões, por exemplo, o governo busca também coibir casos cada vez mais comuns de idosos que se casavam com jovens apenas para garantir-lhes pensões vitalícias. RE: Quanto à inflação, o cenário geral apresentado atualmente é preocupante. Quais são as perspectivas para o controle da inflação durante o ano? Amorim: A inflação não está apenas elevada, está grávida. O dragãozinho dos preços controlados pelo governo nasce agora, após as eleições. Há anos, os preços de ônibus, metrô, gasolina, energia elétrica e outros têm sido represados para conter a inflação e as manifestações de rua. Estes preços terão de ser realinhados para evitar o colapso dos serviços e as contas públicas. EMPRESÁRIO 15


Entrevista Só a diferença entre o preço internacional do petróleo e os preços nacionais de seus derivados custava à Petrobrás mais de R$ 40 bilhões anuais até o ano passado. A utilização de usinas termoelétricas para geração de energia elétrica custará de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões só neste ano. Os reajustes pressionarão a inflação, forçando o Banco Central a aumentar ainda mais os juros, que já estão no nível mais alto desde 2011, limitando o crédito e reduzindo o crescimento econômico. Ainda assim, a inflação deve se manter elevada, provavelmente permanecendo próxima a 7% e, possivelmente, chegando até a casa dos 8% no caso do IPCA. RE: Nesse contexto, como o senhor avalia o impacto nos setores de comércio, serviços e indústria? Amorim: As expectativas para os setores de comércio e serviços são bem piores do que eram até 2012, mas bem melhores do que para a indústria. A desaceleração econômica tem atingido todos os setores e em 2015 não deve ser diferente. Mas, ao contrário da indústria, que sofre concorrência direta com produtos estrangeiros, boa parte dos setores de serviços e comércio está blindada da concorrência externa e, por isso, tem um desempenho melhor. Exatamente por isso, desde 2004, em todos os anos sem exceções, o crescimento dos setores de comércio e serviços foi maior do que o da indústria e, em 2015, não deve ser diferente. RE: A crise hídrica é outro aspecto que abala a economia do País. Que alternativas podem solucionar o problema em sua opinião? E quais medidas poderiam ter sido adotadas para evitá-lo? Amorim: Um racionamento brando de água e energia elétrica deveria ter começado no ano passado, forçando empresas e pessoas a reduzirem o consumo de água e energia. No entanto, como era um ano eleitoral, não 16

“As medidas que estão sendo propostas agora são paliativas que lidam com as consequências dos problemas que estamos vivendo”

só isto não aconteceu, mas tanto o governo federal quanto os estaduais esconderam a gravidade do problema fazendo com que empresas e pessoas físicas não se preparassem para lidar com ele. Por isso, o ajuste agora terá de ser muito mais radical, com consequências muito mais drásticas. No caso do setor elétrico, há outra causa ainda mais grave. A crise atual foi causada em grande medida pela desastrada tentativa do governo de reduzir o preço da energia no Brasil, que reduziu sensivelmente a rentabilidade no setor, levando a redução de


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investimentos em geração e transmissão de energia que, se tivessem ocorrido, teriam nos deixado em uma situação muito mais confortável agora. RE: O iminente risco de ‘apagão’ em várias regiões do Brasil é outro ponto muito discutido atualmente e que interfere na economia do Brasil. Qual é a sua opinião sobre a ineficiência energética no País? As medidas adotadas pela equipe econômica, como a definição de taxas de consumo, podem solucionar o problema?

Amorim: As medidas que estão sendo propostas agora, como tantas que vêm sendo adotadas nos últimos anos no País, são paliativas que lidam com as consequências dos problemas que estamos vivendo, mas não com as causas. Por exemplo, uma melhora da regulamentação do setor elétrico seria fundamental para que vários projetos de investimento que foram engavetados nos últimos anos pudessem se transformar em realidade, evitando que nos próximos anos continuemos a lidar com os mesmos problemas no setor elétrico que estamos vivendo agora. EMPRESÁRIO 17


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Infraestrutura

Máquinas

paradas Obras de recuperação da margem esquerda do rio Itajaí-Açu continuam paralisadas. Mesmo assim, Secretaria de Obras prevê o término para 90 dias contados desde dezembro de 2014

U

ma máquina desligada sobre o chão batido. Essa foi a situação observada pela equipe de reportagem da Revista Empresário quando esteve na margem esquerda do rio Itajaí-Açu, em Blumenau, para conferir o andamento das obras de recuperação e contenção do local. Demanda antiga da comunidade e dos empresários que têm estabelecimentos no local, as obras se arrastam desde 2008 e não parecem ter solução breve, embora o prazo definido para o término das obras seja 90 dias trabalhados, com con20

tagem reiniciada em dezembro do ano passado, conforme a Secretaria de Obras de Blumenau. A previsão, enviada em nota pela assessoria do secretário de Obras, Paulo França, parece não condizer com o andamento dos trabalhos no momento, uma vez que não é registrada atividade relacionada à execução de quaisquer etapas do processo, como terraplenagem, colocação de pedras, proteção de encosta ou enrocamentos. Pelo contrário. A única máquina encontrada no local não estava

operando e não havia funcionários da empresa executora em ação. Segundo França, foram concluídos os trâmites administrativos e a empresa executora retomou as obras em dezembro do ano passado. Pelo cronograma, a fase atual deveria ser a da execução dos enrocamentos – bases de blocos que sustentam a construção –, mas as características da margem esquerda do rio não apresentam mudanças significativas. Em fevereiro deste ano, as obras estavam paralisadas e ainda na fase inicial.


Fotos Viglio Schneider

O preço da obra O investimento estimado para a execução da etapa prioritária, que inclui serviços de terraplenagem, colocação de pedras e proteção da encosta, é de R$ 9,8 milhões, financiados junto ao Badesc (Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina), conforme o secretário de Obras de Blumenau. Entretanto, o custo para a finalização total da obra ultrapassa R$ 12 milhões. “Este montante o município está buscando junto aos governos estadual e federal, para complementar o financiamento atual”, explica França.

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Infraestrutura Viglio Schneider

Ação popular Após verificar o Processo de Inexigibilidade nº 09/163/2011– que resultou na contratação de empresa para a execução de levantamentos e investigações técnicas complementares e também a ampliação do trecho em 500 metros –, o vereador Jefferson Forest entrou com ação popular. Segundo ele, as obras de contenção das margens do Rio Itajaí-Açu ferem gravemente os preceitos constitucionais. Na visão de Forest, conforme nota enviada por sua assessoria à redação da Revista Empresário, a obra da margem esquerda deve ser realizada e é de grande importância para a região. Mas, “infelizmente, os administradores e políticos que comandavam o paço municipal na ocasião 22

utilizaram meios não autorizados por lei. Feriram gravemente os princípios e as normas constitucionais, além da Lei 8.666/93 que trata de licitações, caracterizando assim ato lesivo ao município e suspeita de malversação do dinheiro público”. Ainda como consta na nota, o vereador informa que Blumenau possui funcionários (geólogos e engenheiros) capacitados e habilitados para realizar o serviço de fiscalização da margem esquerda. “Trata-se, conforme o contrato, de dois engenheiros, em um período de dois meses para a realização da medição e da fiscalização, no montante de R$ 1.252.163,78, podendo ser aumentado este valor. Ou seja, não haveria necessidade de contratação de empresa, o que gerou

gastos aos cofres públicos”, cita. Forest ainda afirma que a moralidade administrativa foi violada no abuso do direito, no desvio do poder e mesmo na razoabilidade. Observa que não houve, em nenhum momento, por parte dos envolvidos, ao que tudo indica, o desejo de preservar os princípios éticos da administração. “Administrar é prover aos interesses públicos, assim caracterizados em lei, na conformidade dos meios e formas nela estabelecida ou particularizada segundo disposições, sob pena de não ter probidade. Espero que a obra seja prontamente concluída e que todo o processo que a envolve seja realizado com a mais alta lisura”, ressalta.


Entenda o caso A obra de contenção da margem esquerda do rio Itajaí-Açu foi paralisada em agosto de 2013, em decorrência da ação popular comandada por Jefferson Forest. Quando o município foi notificado do ato que determinou a suspensão dos pagamentos do contrato, acatou a decisão da ação popular e rescindiu o contrato com a empresa responsável pelo gerenciamento e supervisão das obras. A próxima fase foi iniciar a contratação de nova empresa, cuja licitação terminou em fevereiro de 2014, de acordo com o secretário de Obras do município. Com a empresa habilitada para o início dos serviços, a Secretaria não pôde emitir a ordem de serviço para a supervisora nem a de reinício para a executora, já que, devido ao tempo decorrido para a nova contratação da empresa supervisora, o contrato com a empresa executora precisou ter o prazo ampliado. Dessa maneira, optou-se pela gestão do contrato com a empresa executora atual.Neste período, a Secretaria permaneceu em contato com a comissão de moradores para discutir as ações a serem tomadas. A empresa apresentou ao município as referidas CNDs, em novembro do ano passado. “Então, a Secretaria de Obras iniciou a parte legal para ajustar os termos de prorrogação de prazos e pagamentos, para expedir a ordem de reinício das obras”, relata França.

CONCARH 2015 TEM EUGÊNIO MUSSAK E SOFIA ESTEVES ENTRE OS CONVIDADOS Liderança, gestão de carreira e cultura, valores e estratégia organizacional são alguns temas que integram a programação da 25ª edição do Concarh (Congresso Catarinense de Recursos Humanos), que contará com palestras, oficinas, workshops e painéis de debates. O congresso, promovido pela ABRH-SC, será realizado no Complexo Expoville, em Joinville, em 16 e 17 de abril. A palestra de abertura “LideRHação: transformando pessoas e organizações”, tema geral do evento, será proferida por Eugênio Mussak, educador e escritor. Também estão confirmadas palestras de Mozart Neves Ramos, diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, e Solange Cruz, presidente da Escola de Samba Mocidade Alegre. Para as temáticas simultâneas, esta edição do Concarh traz Carlos Ogliari, diretor de recursos humanos do Grupo Volvo na América Latina, e Sofia Esteves, comentarista e colunista da GloboNews, do Jornal Valor Econômico, da Exame.com, entre outros nomes de destaque. De acordo com Pedro Luiz Pereira, vice-presidente da ABRH-SC, o Concarh se torna ainda mais importante no atual ambiente dinâmico e desafiador em que o Brasil está no momento, “especialmente em relação à falta de lideranças, escassez de profissionais e mudanças sociais que impactam no comportamento das pessoas nas empresas”. EXPOCARH OFERECE VISIBILIDADE ÀS MARCAS E APRESENTA AS NOVIDADES DO SETOR

Nos intervalos das palestras do 25º Concarh, os participantes poderão conferir novidades e tendências em produtos, serviços e tecnologias voltados à gestão e ao desenvolvimento de pessoas, que estarão disponíveis para visitação nos estandes da Expocarh (Exposição Catarinense de Recursos Humanos) 2015. É a maior feira do setor do Sul do Brasil e, nesta edição, contará com 35 estandes. A feira reunirá público formado por gerentes, supervisores, analistas e técnicos especializados, responsáveis pela tomada de decisão ou que detêm influência sobre as contratações de fornecedores nas organizações, conforme Paulo Sergio de Souza Correa, diretor de marketing da ABRH-SC. Mais de 400 empresas que participam do congresso e 800 congressistas, além de órgãos públicos e instituições de ensino, estarão na Expocarh. As inscrições para o Concarh estão abertas! Associados ABRH-SC e estudantes pagam R$ 1.100; demais, R$ 1.375. Garanta já a sua participação no maior evento de RH de Santa Catarina pelo site www. abrhsc.org.br, onde também estão disponíveis mais informações e a grade completa do evento.

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www.abrhsc.org.br


Capa

riar uma linha que desmistifique a ideia de que brasileiro gosta de queijos suave e sem cheiro. Colocar no mercado peças autênticas e com sabores marcantes. Essa é a proposta da linha Vermont, dos irmãos Bruno e Juliano Mendes. Em 2013 eles assumiram a Laticínios Pomerode, empresa conhecida pela produção do queijo fundido com erva Kraeuterkaese, com o objetivo de – além de continuar trabalhando com o tradicional queijo de origem suíça – investir em uma linha própria de produtos. O primeiro produto da Vermont foi lançado no início deste ano: torradas feitas para acompanhar queijos especiais. Além dela, a linha também contará com tábuas, facas para queijos, entre outros produtos. Os queijos Vermont, que serão feitos com mofo branco, tem previsão de ser lançados no primeiro semestre deste ano. O produto ainda não chegou ao mercado devido à concessão de licenças e aprovações, que está em andamento. De acordo com Bruno, o produto será comercializado, inicialmente, nas regiões Sul e Sudeste. “Com a linha atual da Laticínios Pomerode já temos clientes de Porto Alegre ao Rio de Janeiro. Estamos fazendo o Sul e Sudeste inteiros. Vamos aproveitar que já temos distribuição nestes lugares para entrar com a linha Vermont”, salienta. 24

Fernanda Rodriguez

no comando da Laticínios Pomerode, irmãos Bruno e Juliano Mendes investem em linha própria de produtos


"A maioria dos produtores faz queijos adaptados ao paladar brasileiro. Assim, temos a oportunidade de colocar no mercado queijos autênticos"

Investimento no mercado A ideia de produzir queijos surgiu depois que os irmãos pensaram em novas formas de investir no mercado. Como apreciadores de queijos, fizeram uma análise do segmento de produção e constataram que não há nenhuma marca dominante no setor brasileiro. “Fica mais fácil para os pequenos começarem algo quando não tem um gigante no negócio. É um mercado pulverizado e, na maioria, de empresas que não fazem um bom trabalho de divulgação da marca. Falta marketing bem feito”, afirma Juliano. Além disso, segundo Juliano, há poucos produtores de bons queijos, como os franceses, holandeses ou suíços. “A maioria dos produtores faz queijos adaptados ao paladar brasileiro, pois acha que brasileiro só gosta de queijo suave. Mesmo o queijo tradicional francês, como o Brie, no Brasil é suavizado. Assim, temos a oportunidade de colocar no mercado queijos autênticos”, destaca. EMPRESÁRIO 25


Capa

Fernanda Rodriguez

Na queijaria Com a filosofia de que é necessário aprender todo o processo de produção para ter um produto de qualidade, os irmãos foram para a Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, estudar e aprender a fazer queijos. “Nós nos aprofundamos no negócio e consideramos essencial desenvolver a parte técnica”, enfatizam. Inicialmente, Bruno e Juliano tinham o objetivo de produzir mais de um tipo de linha de queijos, mas o Ministério da Agricultura não aprovou que toda a produção 26

fosse feita na fábrica da Laticínios Pomerode. “Pela exigência deles, teríamos que ampliar o espaço e isso não estava no investimento que planejamos para o começo. Acabamos adaptando a linha de produtos”, salienta Bruno. “Na queijaria, cada tipo de queijo exige um equipamento específico. A flexibilidade é muito menor. Isso é uma das coisas que define a linha de produtos. A outra é que a legislação brasileira é muito rigorosa. Assim, temos que nos adaptar”, complementa Juliano.

“Nós nos aprofundamos no negócio e consideramos essencial desenvolver a parte técnica”


Diário do Queijo Creme de Parmesão com Ervas Finas

Creme de Parmesão com Ervas Finas Light

Acesse www.diariodoqueijo.com.br para conhecer melhor a linha Vermont

Para compartilhar o processo de criação da linha Vermont e divulgar as novidades, Bruno e Juliano Mendes criaram o

site ‘Diário do Queijo’. Nele, relatam as etapas de desenvolvimento da marca e trazem novidades do setor.

História de empreendedorismo

Creme de Parmesão com Páprica

O empreendedorismo faz parte da história dos irmãos Bruno e Juliano Mendes. Em 2002, em sociedade com o pai, Jarbas Mendes, foram responsáveis pela criação da Cervejaria Eisenbahn. Em uma época que cervejas especiais eram poucas, a Eisenbahn conquistou o mercado nacional e internacional. A marca foi vendida para o Grupo

Schincariol, em 2008. Os irmãos também são responsáveis pela criação do The Basement English Pub, em 2009, no Centro de Blumenau. “Temos essa característica empreendedora. Estamos montando a linha de queijos, mas já falamos em outros negócios. Sempre temos vontade de fazer alguma coisa nova”, diz Juliano. EMPRESÁRIO 27


Capa Montes verdes Nome propício para a região do Vale do Itajaí, Vermont significa ‘montes verdes’. Além disso, também remete à universidade que os irmãos Mendes estudaram para aprender a pro-

perfil

dução de queijos. “É também um nome francês, fácil de gravar. Queríamos que tivesse uma relação com a França, justamente porque lá há forte conceito em queijos”, explica Juliano.

Tradição em queijos

Portrait & Still

A Laticínios Pomerode foi fundada em 2002, quando Nelson Ziehlsdorff e seu filho, Ricardo, buscaram resgatar a receita de Guilherme Ziehlsdorff (pai de Nelson) que, durante quarenta anos, produziu o Kraeuterkaese – tradicional creme 28

de parmesão com erva fina inventado na Suíça – para a Companhia Weege. Em agosto de 2013, a empresa foi adquirida pela família Mendes que, além de manter a produção da linha atual, trabalha na ampliação da variedade de produtos.

Razão social: Laticínios Pomerode Ltda. Fundação: 2002 Fundadores: Nelson e Ricardo Ziehlsdorff Atual administração: Bruno e Juliano Mendes Endereço: Rua dos Atiradores, 71, Centro, Pomerode – SC www. laticiniospomerode. com.br (47) 3387-3983

"Estamos montando a linha de queijos, mas já falamos em outros negócios. Sempre temos vontade de fazer alguma coisa nova"


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Inovação

Pensar fora da caixa Núcleo de Inovação da Acib estimula a criação de projetos e incentiva o surgimento de novas startups na região

P

arece que, em todo o mundo, esta é a época para pensar e investir em novas ideias. O mercado jovem está em grande crescimento e o termo “inovação” nunca esteve tão presente no dia a dia das empresas. Em um mercado que borbulha novidades, é cada vez mais importante pensar fora da caixa. Afinal, atualmente, esse é um dos principais fatores para o sucesso de um negócio. Em Blumenau, o Núcleo de Inovação da Acib tem se destacado na promoção de atividades e incentivo de projetos inovadores e colaborativos. O coordenador do Núcleo, Leonardo Aguiar, e os vice-coordenadores, Cássio Sperry e Giuliano Lanser destacam que, de maneira geral, o Núcleo tem o papel de ser um local de encontro e articulação de pessoas e empresas. Segundo eles, a região tem um grande potencial para se tornar referência mundial em inovação. Nesse contexto, os membros do Núcleo têm como propósito estruturar um ecossistema de inovação na região. Na prática, significa fazer com que empresários, instituições de ensino, poder público e movimentos sociais trabalhem na mesma direção. “O Núcleo atua diretamente

30

no fomento da cultura da inovação, na discussão sobre criação de espaços de inovação e na estrutura relacionada ao financiamento de todo o ecossistema. O Núcleo também apoia e incentiva ações focadas no fomento de startups, tendo como parceiro o grupo Startup Blumenau”, afirmam. Atualmente, fazem parte do Núcleo de Inovação da Acib cerca de 20 empreendedores de áreas diversificadas. “Vale ressaltar que a inovação não está associada somente à tecnologia, esta pode acontecer na criação de produtos e de processos. Por perceber isso, membros do poder público e das instituições de ensino de Blumenau também participam do Núcleo, como o Instituto Gene e a Furb”.


Banco de Imagens

Ampliar a cultura de inovação Nos últimos 12 meses, diversos movimentos sociais ocorreram de forma mais estruturada em Blumenau, como, por exemplo, o TEDx Blumenau, a Semana Global do Empreendedorismo, Startup Blumenau, Inovablumenau, entre outros. E, com o apoio do Núcleo da Inovação, essa movimentação deve ser ampliada em 2015. Além dos eventos e workshops que ocorrem mensalmente, o Núcleo de Inovação está organizando, para o segundo semestre deste ano, uma missão para o Vale do Silício, nos EUA, para entender melhor a cultura da inovação e, principalmente, aprender como criar uma cultura própria na região do Vale do Itajaí. Os coordenadores ressaltam a importância de reposicionar a marca da cidade, como forma de atrair recursos e reter talentos. “Estamos discutindo e cocriando a Lei da Inovação de Blumenau, que tem como objetivo estimular o surgimento de startups, de espaços inovadores e colaborativos, além de incentivar projetos de P&D. Além disso, temos atuado diretamente para a criação de uma rede de investidores anjos, os Anjos Blumenau. São investidores que acreditam em uma ideia ou em uma empresa que está no estágio inicial. Essa modalidade de investimento é fundamental para o surgimento das startups”.

EMPRESÁRIO 31


Inovação Cidade de empreendedores Divulgação

Cases de sucesso No Vale do Itajaí, muitas empresas que começaram como startups, se destacam no mercado nacional e internacional. Seekr Empresa de monitoramento de marcas nas mídias sociais. Tem clientes como CVC, Gol, Vivo e Volkswagen. No início deste ano, recebeu investimento de R$10 milhões da empresa Cventures.

Reunião do Núcleo de Inovação na sede da Acib

Blumenau possui índices que apontam como sendo a cidade número 1 em empreendedorismo no Estado e a 3ª no Brasil. Para Aguiar, Sperry e Lanser, na região existem muitos empreendedores com potencial para criar modelos de negócios exponenciais. “Essas pessoas possuem uma mentalidade inovadora e uma atitude inovadora que reverbera por

todos os setores do mercado e da sociedade. Em curto e médio prazos, fortalece e diversifica a economia da cidade. Porém, num segundo momento, a cidade também precisa ser atrativa, para continuar gerando, atraindo e retendo esses talentos, ocorrendo uma pressão das empresas para que a cidade tenha uma boa qualidade de vida”, enfatizam.

A vez das startups Atualmente, no que se refere a modelos de negócios, o mundo passa por transformações rápidas e significativas. “Podemos começar com esta frase: 75 % das 500 maiores empresas do ano 2020 ainda não nasceram. Todas as empresas que possuem seus modelos de negócios focados no consumo exagerado e na posse de produtos devem passar por profundas mudanças nos próximos meses”, avaliam. É nesse meio que as startups se destacam, ao representar a inova32

ção que muitas empresas mais antigas não conseguem trazer para os seus processos. “As startups vêm quebrando paradigmas nos modelos de negócios, principalmente pelo acesso fácil e ágil à informação através de sua rede de contatos”, destacam os coordenadores. Segundo eles, para os empreendedores do futuro se destacarem em novas empresas, o foco do produto ou do serviço deve ser orientado para resolver as reais necessidades dos clientes.

Lemonade Produtora de tecnologia interativa, focada em brand experience. Desenvolve projetos especiais para clientes como Starbucks, Cartoon Network e Operacional Têxtil. Conquistou o troféu de bronze na categoria “Inovação” do Pororoca 2014, prêmio criado para estimular a comunidade digital brasileira. Laduo Empresa de cocriação de saúde e bem-estar dos clientes. Foi uma das três finalistas do Social Good Brasil, em 2014, com o projeto “Maisha”. De grande impacto social, “Maisha” é uma plataforma M-Health de Saas, que possui o propósito de estimular a cocriação de saúde – por meio da estruturação da troca de informações – e facilitar a colaboração entre os pacientes, os profissionais da área e os sistemas de saúde.


EMPRESÁRIO 33


Viglio Schneider

tecnologia

Comunicação

interativa

Lemonade atua internacionalmente no desenvolvimento de soluções integradas a partir de ferramentas de última geração e de metodologias de ponta

“Além de projetar, também conseguimos planejar e executar os projetos em todos os aspectos, envolvendo tecnologia (software e hardware), design (interfaces) e interações (comunicação)” 34


U

ma produtora especializada no desenvolvimento de tecnologias interativas e de alta performance, que une os universos da tecnologia, do design e da comunicação para propiciar experiências marcantes, surpreendentes e inspiradoras aos públicos-alvo dos clientes. Essa é a Lemonade. Sediada em Blumenau (SC), com escritório em São Paulo e parcerias no México e nos Estados Unidos, a empresa atende os mercados nacional e internacional. Fundada em abril de 2012 por Thiago Krieck e Eduardo Martins, a empresa se destaca pelo caráter inovador ao introduzir tecnologias inéditas nos projetos apresentados ao mercado brasileiro. Para isso, desenvolve trabalhos em parcerias com agências, como a New Style e a AG2 Nurun, e para marcas, como Cartoon Network e Operacional Têxtil. O design thinking está no centro das soluções desenvolvidas pela Lemonade, segundo Krieck, CEO da produtora e presidente do Comitê de Inovação da Associação

Brasileira das Agências Digitais (Abradi). A Lemonade utiliza metodologias de trabalho e tecnologias avançadas disponíveis para gerar interatividade nas plataformas móveis, na web, por meio de gadgets ou em ambientes físicos, como lojas, feiras e eventos. “Nossos projetos colocam o usuário no centro da experiência e geram interações marcantes para que as pessoas vivenciem e sintam os conceitos de marcas e produtos”, enfatiza. A Abradi reúne os principais players da comunidade digital brasileira, com presença em 12 estados. Na presidência do Comitê de Inovação, Krieck trabalha para fomentar o uso de tecnologias de ponta no mercado brasileiro e a oferta de serviços inéditos. Como parte dessa atuação, com o apoio da Abradi e patrocínio da Qualcomm e da Unity 3D, a Lemonade realizou, em 2014, o 1º Hackathon #inovaBlumenau, uma maratona de 24 horas, que reuniu desenvolvedores e público interessado com foco em soluções de realidade aumentada para celular.

Reconhecimento e visibilidade Mesmo sendo uma jovem empresa, a Lemonade conquistou o Prêmio Pororoca 2014, da Abradi, criado para estimular a comunidade digital brasileira. Entre mais 170 cases inscritos, o projeto para a Cartoon Network, em parceria com a New Style, do Grupo ABC, conquistou o troféu de bronze na categoria Inovação. “O desenvolvimento foi escolhido entre as melhores realizações do ano que contemplaram um avanço tecnológico como diferencial para sua materialização”, comenta Krieck.

Ano passado, a Lemonade foi a única empresa da Abradi selecionada para o programa Apex SXSW Platinum Connection, realizado em março, na cidade de Austin, Texas. O evento contempla encontros de negócios com tomadores de decisão de grandes multinacionais, que atuam na economia criativa para potencializar investimentos e parcerias. A produtora participa regularmente de eventos nacionais e internacionais, nos quais apresenta soluções interativas e fomenta a inovação no mercado brasileiro. EMPRESÁRIO 35


tecnologia

perfil

Viglio Schneider

Diferenciais e soluções Lemonade • Design thinking • Cocriação • Metodologias de gestão (Scrum e Kanban) • Brand experience

• Desenvolvimento mobile (touch code, reconhecimento de áudio, geofencing, beacons, QR Code, realidade aumentada, games, ambientes interativos, consultoria de inovação, digital business, gadgets, oculus rift, google glass, mindwave, entre outros).

“Estimulamos as melhores práticas e o uso da tecnologia como um meio, não um fim. Não acreditamos na tecnologia pela tecnologia”

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Lemonade Fundação: abril de 2012 Fundadores: Thiago Krieck e Eduardo Martins Foco de atuação: desenvolvimento de tecnologias interativas e de alta performance Diferenciais: design thinking, cocriação, metodologias de gestão (Scrum e Kanban) e brand experience Escritório: Blumenau (matriz) e São Paulo Facebook: /itslemonade www.itslemonade.com

(47) 3322-8635



Cooperativismo Banco de Imagens

União

financeira

Blumenau é polo no cooperativismo, especialmente no de crédito, com 12 cooperativas, além das 18 na região do Vale do Itajaí 38


Divulgação

Hoje, há mais de

8 mil

cooperativas

no País

U

m sistema que depende das ações coletivas para o resultado individual. Assim se desenvolve o cooperativismo, com a proposta de distribuir resultados equitativamente entre os indivíduos. Hoje, há mais de 8 mil cooperativas no País. No total, são 12 milhões de associados envolvidos nos 13 ramos do cooperativismo: agropecuário, de consumo, crédito, educacional, habitacional, transporte, mineral, trabalho, turismo e lazer, produção, saúde, especiais e infraestrutura (energia, telecomunicação e serviços). Em âmbito mundial, mais de 1 bilhão de pessoas compõem o cenário cooperativista. Em franca expansão, as cooperativas de crédito se destacam e conquistam anualmente mais espaço no mercado financeiro. No Brasil, existem, em média, 1,3 mil cooperativas de crédito, considerando os quatro sistemas (Sicoob, Sicredi, Unicredi e Ancosol), além das independentes – dessas, 600 integram o Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob).

Referência para o Brasil Santa Catarina é referência em cooperativismo para o Brasil, assim como, em âmbito mundial, destaca-se a Alemanha. A cidade blumenauense também ocupa posição de destaque, pois conta com algumas das principais cooperativas de crédito, como Blucredi, Unicred e Viacredi. Na cidade e região, o cenário cooperativista, especialmente o de crédito, aponta excelente panorama, conforme João Marcos Baron, presidente do Conselho de Administração da Blucredi.

Blumenau é polo no Brasil quando o assunto é cooperativismo, principalmente o de crédito. “É o que está mais desenvolvido no País, todos olham pra cá. São 12 cooperativas de crédito no município e mais 18 na região. O cenário é excelente. Enquanto que o cooperativismo de crédito no Brasil chega a 2,7% do sistema financeiro, em nossa região passa de 15%. É muito superior e está na média de países europeus”, assegura Baron.

“Enquanto que o cooperativosmo de crédito no Brasil chega a 2,7% do sistema financeiro, em nossa região passa de 15%” EMPRESÁRIO 39


Cooperativismo Retorno financeiro Um dos principais fatores de crescimento da economia brasileira está no aquecimento do consumo interno pela ampliação de linhas de crédito e, entre as oportunidades disponíveis, o cooperativismo de crédito se diferencia, cresce e se consolida, na visão do presidente da Blucredi. “O ramo de crédito é o que mais cresce no País. Dos 12 milhões de cooperados, 45% – o equivalente a 5.487.098 milhões de pessoas – estão somente no de crédito”.

De acordo com o economista Nazareno Schmoeller, a premissa do cooperativismo de crédito é a de que os trabalhadores se reúnam para trocar produtos e serviços entre si e não com o mercado. Por isso, as sobras não são entendidas como lucros e devem ser distribuídas entre os membros. Onde tem cooperativismo, tem desenvolvimento social e local, visto que todo recurso que circula na cooperativa permanece no local, o que não acontece em relação aos bancos.

dos 12 milhões de cooperados no país

45%

estão no de crédito

Cooperativa de crédito x bancos As diferenças e vantagens entre cooperativas de crédito e bancos são inúmeras. A gestão é uma delas: nas cooperativas, os cooperados conhecem e têm acesso ao presidente e à diretoria, pois são eles que escolhem os dirigentes. Nos bancos, os correntistas não sabem quem é o presidente ou os donos e menos ainda os elegem. Segundo dados de setembro de 2013, publicados pelo Banco Central e analisados por Schmoeller, as cooperativas brasileiras representaram 2,7% das operações de crédito no Brasil. Estão em 6º lugar (atrás do Banco do Brasil, Itaú, Caixa, Bradesco e Santander). “Todas as cooperativas não têm a participação de um único banco”, pontua. 40

Quanto ao retorno financeiro do investimento, Baron exemplifica que, para cada mil reais que o empresário do Vale do Itajaí aplica no banco, 67% é investido na região Sudeste brasileira. Somente R$ 330, portanto, são reinvestidos no restante do País. “Isso não acontece no cooperativismo. A cada mil reais aplicados numa cooperativa, 100% é investido no local. É uma alavanca muito importante para fomentar o crescimento e o desenvolvimento da cidade”.

Destaque no cooperativismo de crédito Neste ano, a Blucredi completa 15 anos de atividades em Blumenau. Para Baron, o crescimento foi conquistado em pouco tempo. O presidente considera a cooperativa uma adolescente em relação às outras, como a Creditapiranga, que integra o Sicoob, com mais de 80 anos. No Brasil, a Blucredi está entre as 73 maiores dos quatro sistemas; no Sicoob, na 22ª posição. Em Santa Catarina, é a 5ª maior; no Sicoob, a 3ª. O crescimento, desenvolvimento e reconhecimento da Blucredi no cenário cooperativista de crédito são resultados do trabalho baseado em foco, planejamento e organização. Entre as conquistas obtidas, Baron salienta a posição de 13ª melhor empresa com até mil funcionários para se trabalhar no Estado. “Mais de 6 mil organizações participaram do concurso que elegeu a Blucredi entre as melhores”, comemora. A Blucredi tem 94,9% de satisfação no quesito atendimento em relação ao associado, segundo dados apontados em pesquisa realizada anualmente na cooperativa. De acordo com Baron, a meta é ficar acima de 90%. “As pessoas esquecem o que fazemos, o que falamos, mas não como são tratadas. Nosso diferencial é o atendimento. O ‘não’ bem explicado é bem melhor que o ‘sim’ não cumprido”, acredita.


Os 13 ramos do cooperativismo • Agropecuário • Consumo • Crédito • Educacional • Especial (deficientes) • Habitacional • Infraestrutura (energia, telecomunicação e serviços) • Mineral • Produção • Saúde • Transporte • Trabalho • Turismo e lazer

Princípios São sete as linhas orientadoras a partir das quais as cooperativas colocam os valores em prática. • Adesão voluntária e livre • Gestão democrática pelos cooperados • Participação econômica dos cooperados • Autonomia e independência • Educação, formação e informação • Cooperação entre cooperativas • Interesse pela comunidade

Crescimento • Enquanto que o cooperativismo de crédito no Brasil representa cerca de 2,7% do sistema financeiro, na região do Vale do Itajaí o índice passa de 15% • O ramo de crédito é o que mais cresce no País. Dos 12 milhões de cooperados, 45% estão no de crédito • No Brasil, de setembro de 2012 para setembro de 2013, o cooperativismo de crédito cresceu: 20% no volume de depósito 23% nas operações de crédito 21% nos ativos EMPRESÁRIO 41


Banco de Imagens

Cidadania fiscal

Governo

transparente

Por meio do acompanhamento das licitações, o Observatório Social de Blumenau (Osblu) concentra esforços para mudar a cultura para as práticas legais

T

odo cidadão tem o direito de ser informado sobre a origem e aplicação dos recursos públicos, além de fiscalizar a transformação dos tributos pagos em obras e serviços de qualidade em sua cidade. Em Blumenau, a comunidade pode acompanhar todas as licitações públicas da prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Administração. Porém, é preciso compreender o que é e como funciona esse mecanismo da administração pública.

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Fundamentada pelo artigo 37 da Constituição Federal e regulamentada pela Lei Geral das Licitações (8.666/93), a medida é obrigatória em todas as compras ou serviços contratados pelos governos. Ou seja, devem ser convocadas por edital as empresas interessadas em oferecer bens ou serviços, seguindo as regras da lei, com a seleção da proposta mais vantajosa para a administração pública. Qualquer empresa que esteja em dia com os documentos fiscais e atenda os requisitos de um edital tem a oportunidade igual de concorrer a uma licitação.


O controle das licitações As licitações públicas são avaliadas pela Comissão de Licitação, constituída por agentes públicos – que irão conduzir as contratações nas licitações tradicionais – ou pelo pregoeiro, pessoa que conduz o pregão com uma equipe de apoio. A avaliação pode ser feita pelo menor preço, melhor técnica, técnica e preço ou maior lance ou oferta. Nenhuma outra forma de avaliar uma licitação é válida. Externos às comissões que organizam as licitações públicas estão os Observatórios Sociais, associações que usam de metodologia de monitoramento das compras públicas em nível municipal, desde a publicação do edital de licitação até o acompanhamento da entrega do produto ou serviço, de modo a agir preventivamente no controle social dos gastos públicos. Em Blumenau, o Osblu (Observatório Social de Blumenau) concentra esforços para mudar a cultura de forma definitiva para as práticas legais e com a melhor relação custo/benefício para a comunidade. Atuando de forma autônoma desde 2013, o Osblu já registra diversos pontos positivos no acompanhamento das licitações do município. Em janeiro deste ano, 35% das licitações da prefeitura foram acom-

panhadas de perto pelo Observatório, o que corresponde a 98,4% do valor total de todas as licitações do mês. Entre as iniciativas do Osblu estão a análise dos editais, sugestão de alterações e a participação nas sessões públicas. Foram acompanhadas 14 licitações com um valor disponível de até R$ 20.748.865,04. Ao final do processo licitatório, o valor total homologado foi de R$ 15.532.942,48, uma diferença de 25,1% dos recursos, o que significa uma economia de R$ 5 milhões para o município. O presidente do Observatório Social de Blumenau, Leomir Antônio Minozzo, destaca o papel fundamental da instituição nestes momentos. “O Osblu realiza a análise detalhada dos editais e verifica se as exigências presentes nas Leis 8666/93 e 10520/02 estão no texto, sugerindo correções e alterações de acordo com cada modalidade de licitação. O Observatório age, principalmente, na fiscalização dos gastos públicos desde o início, para que não haja possibilidade de erro no futuro. O objetivo do Osblu não é antagonizar o Poder Público, mas agir como um aliado, aproximando o governo e a sociedade, promovendo a cidadania fiscal”, relata.

“O Observatório age, principalmente, na fiscalização dos gastos públicos desde o início, para que não haja possibilidade de erro no futuro”

EMPRESÁRIO 43


Cidadania fiscal Daniel Zimmermann/Divulgação

Leomir Minozzo destaca a importância do Osblu na fiscalização dos gastos públicos

Modalidades de contratação Cada licitação possui o respectivo edital, no qual devem estar todas as regras a serem avaliadas. São seis as modalidades: concorrência, tomada de preços, concurso, convite, leilão e pregão. A modalidade é definida por dois critérios, um qualitativo, feito em função do objeto licitado e independente do valor estimado para a contratação, e outro quantitativo, definido apenas em função do valor. Na modalidade ‘concorrência’ podem participar interessados que possuem os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital, que é amplamente divulgado pelos valores envolvidos. Em obras e serviços de engenharia, o valor para esta modalidade é acima de R$ 1,5 milhão e, para compras e serviços, acima de R$ 650 mil. A ‘tomada de preços’ é realizada 44

para contratações com valores de até R$ 650 mil para a aquisição de materiais e serviços, e de R$ 1,5 milhão para a execução de obras e serviços de engenharia. Mais simples, a modalidade ‘convite’ é realizada entre, pelo menos, três interessados, escolhidos e convidados pela Administração Pública. Já a modalidade ‘concurso’ é destinada à escolha de trabalhos técnicos, científicos ou artísticos. Para venda de bens móveis e empenhados é usada a modalidade ‘leilão’, na qual podem participar quaisquer interessados. Criada em 2002, a modalidade ‘pregão’ é usada para contratar o menor preço, para aquisição de bens e de serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado.

Cada licitação possui o respectivo edital, no qual devem estar todas as regras a serem avaliadas. São seis as modalidades: concorrência, tomada de preços, concurso, convite, leilão e pregão.


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Soluções

Banco de Imagens

Simplicidade e eficiência

Sistema de gestão empresarial auxilia em funcionalidades importantes para o gerenciamento do negócio

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erenciar a empresa de forma eficiente nem sempre é fácil. Para ajudar nessa função, diversos aplicativos e softwares estão disponíveis. Entre eles, está o sistema de gestão empresarial myrp, desenvolvido pela Inventti, de Blumenau. Lançado no mercado em 2013, a ideia do projeto surgiu para solucionar demandas recorrentes dos empresários. Com funcionalidades importantes para o gerenciamento, o myrp trabalha com a Nota Fiscal eletrônica (NF-e), Nota Fiscal de Serviços eletrônica (NFS-e) e Conhecimento de Transporte eletrônico (CT-e). “Como tributação de mercadorias 46

e cálculo de impostos são geralmente complexos para quem não é especialista, acabamos tirando essa grande preocupação da vida do empresário. Atuamos muito em parceria com as contabilidades de nossos clientes, cadastrando toda a base fiscal para que eles possam emitir as notas fiscais sem quebrar muito a cabeça e sem correr risco de fazer algo errado. Toda a questão de guarda eletrônica dos documentos fiscais é automática e isso fica transparente para o pequeno empresário”, ressalta Tibério Valcanaia, diretor técnico da Inventti. Além disso, o sistema também atende demandas de módulos de entradas e saídas, estoque, SPED, financeiro, bancos e serviços.

Para acessar o sistema • Por meio do www.myrp.com.br é possível experimentar o sistema grátis, por 30 dias. • Nesse período, todas as funcionalidades ficam disponíveis e o suporte técnico pode apoiar o cliente em qualquer dúvida. • Depois dos 30 dias de testes, há a possibilidade de contratar o sistema pagando uma mensalidade inicial de R$ 24,90, que pode aumentar de acordo com as necessidades específicas de cada negócio.


Banco de Imagens

especial morart

publieditorial

Natureza em voga ESTRUTURA SUSTENTÁVEL AGREGA VALOR AOS EMPREENDIMENTO DE ALTO PADRÃO EM ITAPEMA E REGIÃO

A

cessórios usados na construção civil para economizar energia elétrica, otimizar a utilização da água e melhorar o tratamento do esgoto. Essa é a proposta dos itens sustentáveis que, além de agregar valor aos imóveis, auxiliam em diversas funcionalidades. Cada vez mais necessárias, soluções como um sistema de redes de água separadas para sanitários e lavatórios; para a captação da água da chuva para molhar os jardins; e o uso de válvulas de descarga com caixa acoplada de dupla vazão, por exemplo, são itens que devem ser adotados, preferencialmente, ainda na fase de construção do empreendimento. Estudos indicam que o investimento com as ações sustentáveis custam, em média, de 1% a 3% mais. Valor que é amortizado e, até mesmo, revertido com a implantação de medidas ecológicas já no canteiro de obras, garantindo agilidade e economia também durante a construção. Para Luiz Carlos Feitosa, diretor da Morart Corretora de Imóveis, de Itapema, quando as construtoras investem nesse critério, atendem a uma necessidade ambiental recorrente. O empresário defende que, mais do que um diferencial, itens sustentáveis são uma alternativa que deveria ser obrigatória na concepção dos projetos dos lançamentos imobiliários em Santa Catarina. “Estamos acompanhando o problema da água em diversas cidades paulistas e cariocas e sabemos que logo chegará por aqui. Então, se tivermos a utilização de itens sustentáveis nos imóveis como política, estaremos à frente do problema e evitaremos os mesmos transtornos”, avalia. EMPRESÁRIO 47


especial morart Fotos Divulgação

luxo preservado Entre os principais benefícios ao investidor ou morador que opta por comprar um imóvel que tenha soluções sustentáveis está a economia gerada durante as obras e nas taxas de condomínio, que pode chegar a 15%. Isso porque o condomínio tem um menor custo fixo, devido ao reaproveitamento da água e a maior eficiência no uso da energia elétrica. “O investimento vale a pena, pois o ganho no futuro compensa qualquer valor empregado a mais pelos empreendedores”, garante. Feitosa estima que em Itapema, nos balneários e nas cidades da região os imóveis com estrutura sustentável representem cerca de 50% do mercado imobiliário. No entanto, a responsabilidade social ainda é um aspecto que não recebe muita atenção e, dessa maneira, não é considerado um fator determinante na compra de imóveis, especialmente para a segunda moradia. “Ao decidir comprar um imóvel hoje, as pessoas deveriam priorizar a preservação e dar preferência a empresas que mantem o meio ambiente como preocupação”, sugere.

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Imóveis com estrutura sustentável representam 50% do mercado


publieditorial Com reaproveitamento de água e mais eficiência no uso de energia elétrica, soluções sustentáveis geram economia para o condomínio

EMPRESÁRIO 49


especial morart Soluções sustentáveis na construção civil Pintura com tintas e solventes à base de água Sistema de medição de água individualizada Sensores de movimento para economia de energia, bombas, elevadores e condicionadores de ar Tratamento térmico das lajes Torneiras com mecanismo para limite de vazão de água Temporizadores para chuveiros Sistema com duas redes de águas separadas para sanitários e lavatórios Captação da água da chuva para regar os jardins

Fernanda Rodriguez

Válvulas de descarga com caixa acoplada de dupla vazão

Soluções sustentáveis devem ser pensadas desde a planta até a execução final do projeto

Luiz Carlos Feitosa, diretor da Morart Corretora de Imóveis

Expediente Morart Corretora de Imóveis Avenida Nereu Ramos, 3935, Meia Praia – Itapema (SC) (47) 3368-0000 Produção: Mundi Editora 50


publieditorial

Fotos Divulgação

Na hora de comprar um imóvel, vale priorizar construções sustentáveis

EMPRESÁRIO 51


Acib é notícia Lideranças discutem rumos da Ferrovia da Integração Lideranças empresariais e políticas de Santa Catarina estiveram reunidas em 20 de fevereiro, em Rio do Sul, para discutir estratégias sobre a Ferrovia da Integração. Blumenau foi representada pelos membros da Comissão Pró-Ferrovias Charles Schwanke (diretor executivo da Acib), Avelino Lombardi (vice-presidente da Acib), Eldon Jung e Angelina Wittman, além do secretário de Desenvolvimento Regional Cássio Quadros, Cláudio Formaggi do Setcesc, Ulrich Kuhn da Intersindical

Itajaí, passando pelo Vale do Itajaí”, aponta Charles Schwanke. Segundo ele, a Valec está ultimando os estudos e acredita-se que em 60 dias o traçado seja definido.

Planejamento

Centro de convenções

De 9 a 13 de fevereiro, a Acib realizou a semanada de planejamento de todos os núcleos setoriais de forma integrada e colaborativa. Os grupos se reuniram na Acib e, a cada dia, de três a cinco núcleos participam das reuniões, que os capacitaram para o planejamento no modelo Canvas. Em 23 de fevereiro, o resultado das reuniões foi apresentado à Diretoria da Acib e, em 19 de março será mostrado para o Conselho de Núcleos.

As obras do novo centro de convenções de Blumenau devem iniciar no próximo ano. Essa é a expectativa do secretário de Turismo, Ricardo Stodieck. Em reunião com a diretoria e o conselho deliberativo da Acib, em fevereiro, ele apresentou o projeto. O local terá capacidade para 1.250 pessoas e poderá abrigar também pequenas feiras. Será construído no setor 3.

Novos Associados

Acib recebe novo secretário regional

UNIDADE DE ATENDIMENTO DE BLUMENAU Fone: (47) 3221-0000

A diretoria e o conselho deliberativo da Acib receberam, em fevereiro, o novo secretário de Desenvolvimento Regional de Blumenau, Cássio Quadros. “Seremos parceiros e conseguiremos avançar em muitos assuntos de interesse da classe empresarial”, afirmou o secretário. O presidente do conselho deliberativo da Acib, Ronaldo Baumgarten Jr., lembrou que a entidade sempre teve um bom relacionamento com a SDR e participa ativamente na cobrança de obras importantes para a região. “Sempre fomos proativos em projetos como a SC-108, contorno de Gaspar, Presídio Regional e revitalização da rodovia Jorge Lacerda. São demandas urgentes”.

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Patronal, o deputado estadual Jean Kuhlmann e o empresário Armando Nees. Do encontro saiu a deliberação de que os deputados estaduais presentes agendarão reunião com o governador Raimundo Colombo. Os executivos presentes na reunião formarão uma comissão técnica para levantar informações que faltam à Valec – empresa do governo federal responsável pelas ferrovias do País. “Nosso objetivo é fazer com que o traçado da Ferrovia da Integração conecte Chapecó a


CDL é notícia Nova gestão da CDL Blumenau planeja primeiras ações Fotos Divulgação

O primeiro trimestre de trabalho da nova diretoria da CDL Blumenau está sendo marcado por planejamentos. A ideia é debater ações para serem colocadas em prática nos próximos meses, contribuindo para o melhor andamento e resultado dos trabalhos. A nova equipe tem se

Apoio ao Stammtisch Agendado para 2 de maio, pósferiado, com o intuito de atrair os turistas que passeiam pelo Estado, o Stammtisch 2015 ganhou um reforço de peso. Cumprindo um dos planejamentos do início do ano, a CDL Blumenau passa a orientar os organizadores do evento junto com outras entidades, como o SINDILOJAS, Núcleo do Centro e Secretaria Municipal de Turismo. Antes de oficializar o evento, todos se reuniram para avaliar alguns critérios, entre eles temas que geraram discussão em edições anteriores, como segurança, fumaça e banheiros móveis, que já tiveram melhorias apresentadas.

reunido para pensar as campanhas de datas comemorativas, com o objetivo de estimular as vendas em 2015; discutir estratégias para o melhor aproveitamento dos feriados, já que todos praticamente caem durante a semana; e elencar os eventos municipais que interferem no trabalho do comércio ou onde a presença dos empresários pode ser colaborativa. “Queremos planejar a construção de um novo caminho, onde possamos trilhar com segurança e certos de muitas outras conquistas”, explica o presidente da CDL Blumenau, Helio Roberto Roncaglio. Para que o planejamento esteja de acordo com os interesses de todos os associados, a gestão 2015-2016 da entidade também abre as portas para que eles estejam por dentro das decisões e participem enviando sugestões de melhoria ou para implantação de novos projetos. Em parceria com a AskNew, empresa especializada em pesquisa e marketing, a CDL Blumenau começou a realizar um diagnóstico das ferramentas de comunicação e dos conteúdos que são disponibilizados.

Jovens mais próximos da diretoria

A CDL Jovem comemora as mudanças que 2015 trouxe. Com a publicitária Juliana Pfau assumindo a coordenação do núcleo, dois integrantes passam a se dividir entre os encontros de planejamento e as reuniões. Cleber Waldrich, até então coordenador da CDL Jovem,

foi empossado como diretor-secretário da CDL Blumenau e Antonio Bettelbrunn Junior agora responde pela diretoria Social e de Eventos. Essa proximidade com a nova gestão contribui para que o grupo desenvolva um trabalho cada vez mais uniforme. EMPRESÁRIO 53


sindilojas é notícia Cresce venda de ventiladores e condicionadores de ar Fotos Divulgação

Um levantamento realizado pela Fecomércio SC, junto aos empresários das principais redes varejistas catarinenses, mostrou que a chegada das altas temperaturas teve impacto expressivo no comércio blumenauense. Segundo os entrevistados de Blumenau, a variação do faturamento com as vendas das duas categorias de produtos cresceu, em média, 32% após a chegada do forte calor, na comparação com o mesmo período de 2014. É o maior percentual em Santa Catarina, cuja média foi de 12%. A pesquisa ainda apontou um crescimento médio de 54% nas vendas de ventiladores e condicionadores de ar no Estado, na comparação ao período anterior às temperaturas elevadas.

Piso salarial do comércio para 2015 Integrantes do Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (COFEM) e representantes de centrais sindicais laborais do Estado chegaram a um consenso para atualizar o piso salarial estadual.

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Os valores acordados para as quatro faixas foram de R$ 908, R$ 943, R$ 994 e R$ 1.042. O acordo será encaminhado ao governo do Estado, que o enviará na forma de projeto de lei para a votação da Assembleia

Legislativa. Uma vez aprovado, o piso catarinense para o salário de empregados no comércio em geral e empregados de agentes autônomos no comércio passará de R$ 912 para R$ 994, um reajuste de 8,99%.

Apresentação de modelo para os parklets

Prejuízo com os feriados

O presidente do SINDILOJAS Blumenau, Emílio Schramm, e o vice-presidente, Rudolfo Weickert, acompanharam, em 10 de fevereiro, na Secretaria de Planejamento do município, a apresentação de um modelo para os parklets que poderão ser adotados no Centro de Blumenau. A ideia tem sido estimulada pelo SINDILOJAS numa parceria com o Núcleo do Centro da CDL. Os comerciantes entendem que é um atrativo para levar mais gente às ruas centrais da cidade, estimulando a circulação no local, não apenas para compras e serviços em geral, mas para descontração e convivência da comunidade. O poder público municipal já mostrou interesse na ideia.

Estimativas da Confederação Nacional do Comércio (CNC) apontam que o comércio catarinense perderá R$ 1,03 bilhão em 2015 em decorrência dos feriados. No Brasil, esse número chegará a R$ 15,5 bilhões. No ano, o maior número de interrupções ocorrerá em função de 10 feriados integrais entre segundas e sextas-feiras, além do meio expediente da QuartaFeira de Cinzas. Além de perdas parciais de vendas, o fechamento dos estabelecimentos ou a opção pela abertura das lojas em dias não úteis compromete a lucratividade do setor por meio da elevação extraordinária dos custos trabalhistas.


intersindical é notícia Blumenau sediou maior evento contábil de SC

Com palestras e feira de negócios, o 3º Encontro dos Empresários de Serviços Contábeis e de Assessoramento de Santa Catarina (Enescon/SC) proporcionou debates, conhecimentos

e descobertas de novas tecnologias e reuniu cerca de 400 empresários e profissionais contábeis de aproximadamente 60 cidades de Santa Catarina, além de lideranças de entidades sindi-

cais de outros 13 Estados. O evento, o maior do setor contábil catarinense, ocorreu nos dias 28 e 29 de janeiro, no Teatro Carlos Gomes. O 3º Enescon apresentou como tema principal “conquistando clientes conscientes e obtendo qualidade de vida”. Entre os destaques da programação, a palestra de abertura, com Clóvis de Barros Filho, abordou “ética e desafios de mercado” e proporcionou a reflexão sobre a convivência e a postura das pessoas no mercado e na sociedade. A feira de negócios também foi um grande sucesso e apresentou as tendências do mercado contábil. A novidade da edição ficou por conta do uso de papel semente na confecção dos crachás.

Saúde dos trabalhadores

Planejamento estratégico

Contas aprovadas

Com o apoio do Sintex, desde julho de 2014 está sendo desenvolvido o projeto Top Job, do Sesi, que visa cuidar da saúde e bem-estar dos trabalhadores das indústrias. O Saúde 24h, canal rápido e gratuito, com uma equipe especializada para orientar o trabalhador de forma confiável é um dos destaques. O serviço está em fase piloto em cinco empresas têxteis e de confecção da região e, nos primeiros meses, já alcançou adesão de aproximadamente 90% dos trabalhadores nas empresas participantes. Após o período de testes, de aproximadamente um ano, o projeto estará disponível para todas as indústrias têxteis associadas ao Sintex.

Qual o rumo que o setor da construção civil em Blumenau tomará neste ano? E quais são as previsões para 2016 e anos seguintes? Atentos à antecipação de mercado, associados ao Sinduscon Blumenau se reuniram para ouvir detalhes de uma pesquisa encomendada a uma empresa especializada que tem o objetivo de planejar estrategicamente as próximas ações do sindicato. Para Marcelo Silveira, diretor do Sinduscon Blumenau e um dos coordenadores dessa ação, o levantamento de informações é uma forma de zelar pelos passos dos associados. “Queremos oportunizar a elaboração de projetos adequados e viáveis ao perfil de nossos consumidores”, reforça.

O Simmmeb realizou sua Assembleia Geral Ordinária no dia 23 de fevereiro para apresentação do balanço contábil de 2014 e discussão das propostas para 2015. Mais de 150 pessoas estiveram presentes ao evento e tanto as contas quanto os projetos para 2015 foram aprovados por unanimidade. A AGO ocorreu no Guarani Esporte Clube e marcou também a realização do primeiro Jantar de Negócios do ano. O sindicato fechou o ano com um acréscimo de 25% no número de associados e a marca de reunir 15% das empresas do setor. Para 2015, o lema é “participar”, como destacou o presidente, Hans Bethe. EMPRESÁRIO 55


artigo

Ninguém ignora que os tribunais brasileiros encontram-se abarrotados de processos com pleitos de todas as espécies. Contudo, nos últimos anos, uma espécie de ação tomou proporções astronômicas no Poder Judiciário Brasileiro. É a conhecida ação de indenização por danos morais. As maiores vítimas dessa modalidade de demanda têm sido as empresas que, no exercício da atividade empresarial, embora pautando-se por rigorosos controles em suas operações, não estão imunes de suportar as consequências perversas desses pedidos que, com não rara frequência, resultam em verdadeiro abuso do direito de litigar. A ideia de dano moral, por sua própria natureza, é subjetiva, visto estar consubstanciada no sentimento de uma dor intensa, o constrangimento ou lesão à honra, o que implica em sensações de intensidade variável para cada indivíduo. Mas o que se percebe no cotidiano é a falsa noção de que qualquer desconforto ou contrariedade é fato gerador de indenização por danos morais. Daí a consequência do volume exacerbado de ações desta natureza, criando o que se tem chamado de “indústria do dano moral”. Antes da Constituição Federal de 1988 não existia legislação que regulava a indenização por danos extrapatrimoniais. Foi com o advento do Código de Defesa do Consumidor, em 1990, e mais recentemente com o Código Civil de 2002, que veio fortalecer esse direito dos consumidores e cidadãos em face das 56

empresas. Sucede que a legislação que visa proteger o cidadão vítima da lesão acabou por gerar um conceito de que a indenização é um fim em si. Quando, na verdade, a proteção legislativa foi para inibir que haja o dano. Mas, muitos, premeditadamente, aguardam sofrer algum dano, que poderiam ter evitado, para permitir o nascimento do direito à indenização. Típica situação é aquela na qual o consumidor é cobrado por dívida já paga, mas nada faz para provar que pagou, até que seu nome seja negativado. Caracterizada esta situação, o consumidor terá direito à repetição do valor em dobro, sem prejuízo da indenização por danos morais que teria sofrido. Não parece razoável, vez que nada fez para impedir que o dano ocorresse. Trocou o dano pela indenização. Não foi para este fim que o direito à indenização por dano moral foi instituído. O que se buscou foi aplicar ao causador do dano uma medida punitiva e pedagógica, por meio do desembolso financeiro e, para a vítima, uma espécie de compensação pela dor sofrida. É nesse contexto que vivem as empresas, premidas entre a necessidade de oferecer os melhores produtos e serviços pelo melhor preço e os riscos de suportar ações desta natureza, elevando o custo empresarial. Dessa forma, para mitigar os riscos de condenações, por vezes vultosas, deverá o empresário focar-se no estrito controle de seus registros cadastrais, financeiro/contábil, investir em treinamento de seus pro-

Viglio Schneider

A banalização do dano moral

Dorival Antonio Goularte Advogado e sócio fundador do escritório Goularte Advogados Associados

“Muitos, premeditadamente, aguardam sofrer algum dano que poderia ser evitado para permitir o nascimento do direito à indenização” fissionais e, sobretudo, manter-se próximo de seu cliente, notadamente em situações de pré-conflito. Mas, se toda essa cautela não for o suficiente, deverá ele estar preparado para defender-se nas barras do Judiciário, usando as melhores provas, utilizando-se de teses jurídicas atuais que poderão levá-lo à vitória.


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EMPRESÁRIO 57


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O Governo voltou a tomar de assalto o bolso dos contribuintes. De fato, sob a justificativa de que o Supremo Tribunal Federal causou um prejuízo ao Fisco, ao excluir da base de cálculo do PIS/COFINS, o ICMS e as próprias contribuições, a presidente Dilma, por meio do seu Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, resolveu aumentar as alíquotas do PIS e da COFINS Importação para 2,1% e 9,65%, respectivamente. Agora, a questão que vem tirando o sono dos empresários é: o valor correspondente ao aumento das alíquotas se refletirá no direito ao crédito dos valores pagos no desembaraço aduaneiro das mercadorias? A resposta é positiva para uns e negativa para outros. Infelizmente, para as empresas que adotam o sistema de tributação do Simples e do Lucro Presumido, não há direito ao crédito. Estas empresas já não creditavam referidas contribuições antes da mudança das alíquotas. Contudo, a elevação das alíquotas importará num aumento imediato do custo do produto importado, seja para revenda ou utilizado como matéria-prima, obrigando o empresário a decidir pela diminuição da sua margem de lucro ou pelo repasse do valor ao cliente (quando este não impossibilitar a venda). Já para as empresas do Lucro Real, a Medida Provisória (MP) 58

nº 668/2015, editada em 30 de janeiro, modificou a legislação para permitir o crédito daquilo que é efetivamente pago na entrada da mercadoria, à exceção do adicional de alíquota de 1% criado pela Lei nº 12.715/02. Assim, o aumento das alíquotas impactará apenas no seu fluxo de caixa, pois permite a compensação com o PIS e a COFINS incidentes sobre a receita bruta. Com efeito, o direito ao crédito, na versão anterior da Lei nº 10.865/04, remetia às alíquotas previstas na saída da mercadoria. Se as alíquotas do PIS e da COFINS incidentes sobre a receita bruta fossem iguais a 9,25%, seria este o crédito a ser tomado. Entretanto, com a edição da MP nº 668/15, a legislação remeteu o direito ao crédito às alíquotas previstas no art. 8º da Lei nº 10.865/04 em sua nova redação, igual a 11,75%. Importante destacar que a vedação ao crédito correspondente ao adicional de 1%, previsto no § 21, do art. 8º, da Lei nº 10.865/04, foi mantida, agora de forma expressa (e não tácita, como na legislação anterior). Neste contexto de fome arrecadatória, cada vez mais se torna importante a análise tributária e o planejamento da atividade das empresas, de modo que possam escolher o melhor caminho.

Divulgação

As mudanças no Pis/ Cofins Importação e o direito ao crédito

Marco Aurélio Poffo e Shirley Henn BPHG Advogados

“A elevação das alíquotas importará num aumento imediato do custo do produto importado, seja para revenda ou utilizado como matéria-prima”


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