das associações empresariais do Vale do Itapocu
Ano 1 | nº 2 Julho e agosto de 2009 R$ 8,90
Muito além da Banana Modernizada sob o comando do presidente executivo Claudemir Fodi, Banana Brasil investe em novos nichos de mercado sem perder o foco na saúde
Empreendedorismo: Açougue Bosse busca know how no Exterior
Tecnologia: Marketing Estampas e Bordados cria processo inédito
editorial
A força da união
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os últimos dois meses, três associações empresariais do Vale do Itapocu fizeram aniversário: ACIJS (Jaraguá do Sul), ACIAG (Guaramirim) e ACIAS (Schroeder). Motivos para comemorar não faltam, já que o empresariado da região está investindo cada vez mais no associativismo e, consequentemente, ganhando mais força para buscar apoio político e crescimento sustentável. Mas apesar do empenho do setor produtivo
local, há muitas demandas no Vale de cunhos social, econômico e estrutural, as quais freiam o desenvolvimento. Um desses empecilhos ao progresso é a falta de uma rede energética compatível às necessidades da região. A carência de investimentos na área e os constantes apagões nas cidades se tornaram um obstáculo ao trabalho do setor produtivo. Nesta segunda edição da revista Negócios, confira as alternativas encontradas pelo empresariado para
minimizar os impactos da falta de energia e saiba também das articulações do Norte para criar o Fórum Empresarial Permanente. E como pujança e empreendedorismo são características da região, descubra como a empresa Banana Brasil está conquistando uma fatia cada vez maior do mercado de alimentos. Boa leitura! Conselho Editorial
sumário
10. Banana Brasil investe na saúde Sob o comando de Claudemir Fodi, empresa tradicional de Schroeder vira referência na produção de alimentos práticos com alto valor nutritivo que atendem a mercados exigentes e em constante crescimento no País: a geração saúde, as mulheres e os workaholic.
18. Tecnologia como diferencial
20. Gostinho caseiro com know how
Processo inédito de impressão em superfícies irregulares criado pela Marketing Estampas e Bordados, de Guaramirim, leva empresa a projetar crescimento de 40% na produção
Embutidos e defumados do tradicional Açougue Bosse, de Corupá, ganham padrão internacional após adoção de técnicas adquiridas na Alemanha, em programa da Fundação Empreender (FE)
22. Entrevista Primeira mulher à frente da Associação Empresarial de Guaramirim (ACIAG), a advogada licenciada em Letras Eluísa Hertel Maiochi defende o fortalecimento do associativismo e a articulação da região para buscar representatividade política e implementar, gradualmente, todas as ações necessárias para o desenvolvimento sustentável do Vale do Itapocu
14. Reportagem Especial Falta de investimentos na rede elétrica da região está gerando insatisfação por parte do setor produtivo do Vale do Itapocu
32. Institucional O ex-presiente e atual vice-presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), Udo Döhler, está à frente do movimento que cria o Fórum Empresarial Permanente
Conselho Editorial
Beatriz Zimmermann (ACIJS) Jean Carlo Chilomer (ACIAC) Francisco Ricardo Schiochet (ACIAS) Rogério Souza Silva (ACIAG) Ronaldo Corrêa (CEJAS) Danielle Fuchs (Mundi Editora)
Coordenador comercial Eduardo Bellídio eduardo.bellidio@mundieditora.com.br Editora-chefe Danielle Fuchs danielle@mundieditora.com.br Diretor executivo Niclas Mund niclas@mundieditora.com.br
Edição Danielle Fuchs (SC 01233 JP) danielle@mundieditora.com.br Textos Texto Livre Serviços de Imprensa textolivre@gmail.com
Rua Almirante Barroso, 712 - Sala 2 Bairro Vila Nova - Blumenau/SC Telefone: (47) 3035-5500 CEP. 89.035-401 www.mundieditora.com.br
Fotos Ronaldo Corrêa, Flávio Ueta e divulgação Foto de capa Flávio Ueta Editor de arte Guilherme Faust Moreira guilherme@mundieditora.com.br
Esta é uma publicação das associações empresariais do Vale do Itapocu: Jaraguá do Sul (ACIJS), Corupá (ACIAC), Guaramirim (ACIG), Massaranbuba (ACIAM) e Schroeder (ACIAS). Mais informações no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul (CEJAS), na Rua Jorge Czerniewicz, 100 – (47) 3371-8190. TIRAGEM 3.000 exemplares
direitos & deveres
Uma nova chance de quitar as dívidas Governo Federal institui o ‘Refis da Crise’ e aumenta para 180 meses o prazo para pagamento de dívidas
C
om a aprovação da Lei Complementar nº 11.941, antiga Medida Provisória nº 449, que institui o Novo Refis, o Congresso Nacional ampliou os benefícios concedidos pela MP, aumentando os prazos de parcelamento para até 180 vezes e as reduções de multas para até 100% no primeiro caso e 45% no segundo. Em resumo, temos o seguinte quadro de benefícios:
Fique por dentro Redução de multa de mora e de ofício
Redução de multas isoladas
Redução de juros de mora
Redução de encargo legal
Pagamento à vista
100%
40%
45%
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Em até 30 meses
90%
35%
40%
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Em até 60 meses
80%
30%
35%
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Em até 120 meses
70%
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30%
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Em até 180 meses
60%
20%
25%
100%
Prazo
Parafraseando o presidente Lula, podemos afirmar que “nunca na história desse País” se viu tamanha renúncia fiscal em um programa de parcelamentos. Contudo, vale lembrar que a carga fiscal do Brasil supera a de muitos países de primeiro mundo, o que inibe investimentos privados e dificulta o desenvolvimento de empreendimentos já em curso. Talvez, em face da crise que assola o mundo e com tais premissas em mente, o presidente sancionou o já apelidado ‘Refis da Crise’. Entre as vantagens inseridas nesse novo parcelamento, esta a possibilidade de utilização de prejuízo fiscal acumulado para a liquidação de parte dos valores parcelados, resgatando o instituto do antigo Refis, de 2000,
bem como a autorização para o reparcelamento de valores anteriormente inseridos nos parcelamentos Refis, PAES, e PAEX, mesmo na hipótese de contribuintes já excluídos de tais programas. O contribuinte que aderir ao ‘Refis da Crise’ não será punido criminalmente pelo Estado pelo não-pagamento desses tributos, já que o prosseguimento dos processos criminais contra a ordem tributária será suspenso, sendo extinta a punibilidade quando ocorrer a quitação do parcelamento. Enfim, muitos são os benefícios, mas antes de aderir ao novo Refis os empresários e administradores devem ficar atentos, pois, como todo remédio, sendo administrado na dose errada pode prejudicar mais do que
ajudar, tornando o programa desfavorável. Algumas dicas de cuidado que devem ser tomados são a análise prévia débito a débito, para não incluir no parcelamento dívidas indevidas, como aquelas com a Previdência Social já decaídas (Efeitos da Súmula Vinculante n. 8 do STF), bem como o cuidado de não reparcelar valores anteriormente inseridos no Refis, PAES e PAEX sem antes comparar os benefícios, pois, muito embora não aparente, existem diferenças expressivas dependendo da relação entre o principal, multa e juros da dívida anteriormente parcelada.
Fonte: Luiz Fernando Sachet, advogado especialista em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) Contato: sachet@gasparino.adv.br
canal aberto
tribuna
frase
Marisol chega aos 45 anos de idade realizando sonhos O concurso ‘Conte seu sonho’ foi uma das atividades realizadas pela Marisol para marcar os seus 45 anos. A programação envolveu os mais de 5,9 mil colaboradores das unidades em Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul e São Paulo. No concurso, os funcionários relataram desejos, sendo escolhidos os 45 pedidos mais expressivos para serem atendidos pela empresa. Segundo o presidente Giuliano Donini, os sorteados ficaram extremamente surpresos e emocionados quando souberam que os seus sonhos seriam realizados. “Essa e outras ações foram formas que encontramos de homenagear aqueles que ajudam a empresa a ser reconhecida como uma das maiores do País”. Fabricante de marcas comercializadas no Brasil e no Exterior (Marisol, Pakalolo, Babysol, Lilica Ripilica, Tigor T. Tigre, Rosa Chá e Stereo), a companhia divulgou o Balanço Social de 2008. De acordo com o documento, no ano passado a empresa obteve um faturamento bruto de R$ 452,9 milhões e lucro de R$ 124,7 milhões. Os investimentos na área social somaram R$ 1,5 milhão em ações ambientais, R$ 2,6 milhões em projetos sociais e R$ R$ 17,6 milhões em programas voltados aos funcionários.
Em 2008, o Brasil foi o décimo País a produzir o maior PIB do mundo, e essa colocação é relevante. Se nós experimentarmos esse crescimento que esperamos dá para imaginar, para 2010, que o Brasil deverá avançar duas posições no contexto mundial. Então, nos transformaremos na oitava economia do mundo Vicente Donini, presidente do Conselho da Marisol, em plenária estadual da CDL, onde espalhou otimismo entre os lojistas, prevendo um bom segundo semestre e 2010.
em alta X em baixa A WEG Contemplada em dose dupla na 13º edição do Prêmio Paint & Pintura, a empresa venceu nas categorias ‘Melhor Indústria de Tintas em Pó’ e ‘Personalidade Dirigente da Indústria de Tintas’ (diretor Reinaldo Richter). Considerada a mais importante premiação do setor, o prêmio é organizado pela revista Paint & Pintura. Ao todo são 46 categorias para empresas e nove para as personalidades do segmento.
Os Correios A estatal deixou para setembro a apresentação de um plano para resolver os problemas de operação em Jaraguá do Sul e região. Convidados pela ACIJS, em maio, para dar esclarecimentos aos empresários sobre a atuação da estatal, os dirigentes saíram pela tangente e prometeram solução num prazo de 45 a 60 dias. Mesmo com atraso, a expectativa é de que os serviços normalizem, principalmente em relação ao atraso no recebimento de faturas.
destaque empresarial
Vende-se saúde!
Banana Brasil, de Schroeder, avança no mercado e aposta em alimentos práticos de alto valor nutritivo voltados a consumidores que buscam uma vida mais saudável
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uando começou a produzir banana passa em casa, o agricultor Siefried Weiss não imaginava que o pequeno negócio criado como mais uma alternativa de subsistência da família se tornaria o começo de um empreendimento que, hoje, é sinônimo de alimentação saudável. A pequena empresa criada em 1977, em uma casa de madeira no município de Schroeder, passou a oferecer ao consumidor brasileiro uma variedade de produtos. Além da banana desidratada, tornou-se referência graças ao desenvolvimento de novas alternativas para quem busca alimentos práticos de alto valor nutritivo. Com nome consagrado no segmento que lhe deu origem, a Banana Brasil faz da inovação um desafio permanente. Da conhecida banana seca, a empresa deu um salto em termos de desenvolvimento de novas opções e na apresentação dos produtos. Foi pioneira no lançamento de barras de
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frutas e nos últimos anos trouxe outras novidades ao mercado brasileiro, como as barras de granola. Em 2009 veio outra inovação sem precedentes no País: as barras de sementes. A mudança na forma de enxergar as potencialidades de um segmento até então em franca expansão começou há 10 anos, quando o fundador iniciou um processo de profissionalização da empresa. Mesmo preservando as características familiares do negócio, Siefred percebeu que não bastava apenas conhecer a fruta que faz de Schroeder um dos maiores produtores no Estado. Continuou fazendo o que mais gosta, cuidar dos bananais que fornecem parte da matéria-prima usada no processo de fabricação da empresa, deixando a gestão com o casal de filhos e com o genro Claudemir Fodi. Ocupando a presidência executiva, Claudemir está à frente de todo o processo de modernização da Banana Brasil, cuidando desde a busca de novos nichos de mercado, até o proces-
so de desenvolvimento de produtos, inovações na linha de embalagens e relacionamento com clientes. A esposa de Claudemir, Uira, filha de Siefried Weiss, cuida da área administrativa. Da banana seca colocada em pequenos armazéns e em postos de gasolina nas rodovias, que o pioneiro oferecia em consignação com potes plásticos, a empresa mudou bastante. A embalagem no formato de charuto apresentava o produto com variações de banana com outros sabores, passando para as barras de cereais e chegando ao momento atual da diversificação, com as barras de granola e de sementes como gergelim, linhaça e a quinoa (cultivada nos alpes andinos), entre outras variedades, acrescidas de castanha e fibras, todas sem açúcar. Apostando sempre na segmentação, a empresa chegou ao ponto de desenvolver uma linha de banana passa da fruta orgânica, e opções enriquecidas com barras ricas em cálcio, colágeno e antioxidante chá verde.
Produção atinge 50 toneladas de alimento com alto valor nutritivo Claudemir vê o mercado como uma oportunidade constante. Embora conviva com uma forte concorrência, ele acredita que o consumidor sabe diferenciar os produtos que agregam valores que atendem às necessidades de quem não tem tempo para uma alimentação convencional. “O ritmo de vida cada vez mais impõe a necessidade de uma alimentação que seja prática e saudável. Com esse foco, a Banana Brasil trabalha: oferecer ao consumidor um produto com muito mais valor em termos nutritivos”. Atualmente, a empresa é líder de mercado no segmento de barras de frutas, foi responsável pelo lançamento deste produto no mercado brasileiro e, embora o número de concorrentes tenha aumentado, o consumidor percebe a diferença de qualidade. “Hoje, a empresa se destaca pela inovação com o lançamento das barras de sementes, que é uma tendência no segmento dos alimentos saudáveis e que conseguimos viabilizar”, assinala o empresário. Para conquistar o mercado, a Banana Brasil passou por uma mudança na cultura organizacional, investindo em treinamento, ampliando os investimentos em pesquisa e na melhoria dos processos de produção e na distribuição, além de modernizar a apresentação do produto com o desenvolvimento de embalagens. A empresa conta com duas unidades. Uma voltada ao recebimento e à desidratação de banana e, a partir daí, abastecendo a segunda unidade, onde são desenvolvidas todas as linhas de barras de frutas e se concentram os novos lançamentos – as linhas Levittá e Gravittá, além da marca Supino e da tradicional banana passa. Com os lançamentos, a produção da Banana Brasil também deu um salto e, hoje, chega a 50 toneladas/ mês. Emprega 100 funcionários e mais de 90% do volume de maRaio-x téria-prima usado na produção é fornecido por bananicultores da Empresa: Banana Brasil região. “Estabelecemos uma parCidade: Schroeder ceria interessante para ambos. Produção: 50 toneladas por mês Damos suporte técnico aos produEmpregos gerados: 100 tores e, com isso, temos asseguraMatéria-prima: 90% fornecida por da qualidade e eles a garantia de bananicultores da região compra da safra”, diz Claudemir.
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destaque empresarial
Empresa desenvolveu banana seca orgânica para o Grupo Pão de Açúcar A empresa mantém ainda uma produção orgânica, que atende a um nicho específico para a produção de banana passa voltada a esse segmento. “Há uma tendência de expansão cada vez maior deste mercado, no qual o consumo cresce em média 20% ao ano”, calcula o empresário. O desenvolvimento da banana orgânica surgiu para atender a uma encomenda do Grupo Pão de Açúcar, para quem a empresa fornece, mas outras oportunidades podem surgir. O projeto com a rede de supermercados não foi o único. Em busca de maior presença com o público jovem, em 2007 a empresa lançou a marca Supino Malhação, aproveitando o sucesso do programa global. Recentemente, desenvolveu três produtos com marca própria para a rede Carrefour na linha de produtos saudáveis. “O mercado é muito dinâmico e outros produtos poderão seguir nesta linha”, garante. Para dar fôlego à pesquisa e ao desenvolvimento de produtos, a Banana Brasil aplica neste setor cerca de 5% do faturamento. Entretanto, a linha Levittá absorveu um volume maior, próximo a 30%, porque envolveu também mudanças na linha de produção e no desenvolvimento de embalagens e marketing. Com os investimentos, a empresa espera manter seu ritmo de crescimento no mercado, que permitiu um faturamento de R$ 12 milhões no ano passado de 15% em reação a 2007. Em 2009, a meta é repetir ou superar o desempenho. “A nossa perspectiva é trabalhar nesta direção. O mercado é muito grande e há boas oportunidades. Se você tem dificuldades em alguma região, isso não impede que você possa explorar outros segmentos”, raciocina Claudemir, para quem a empresa deve se concentrar ainda mais no consumidor interno. “No
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Exterior, há fabricantes que já estão consolidados e entrar neste mercado exige muita atenção. Estamos iniciando uma operação localizada em Portugal, a qual vai nos permitir conhecer nosso cliente de lá e outros mercados na Europa e outras regiões para, quem sabe, buscar outras oportunidades”.
Geração saúde Foi a partir dos anos 80 e 90 que a chamada ‘geração saúde’ ganhou força no Brasil. De lá para cá, o mercado experimentou uma verdadeira febre de produtos e serviços que alteraram o comportamento dos brasileiros. Seguindo essa tendência, que continua ganhando força, a Banana Brasil rapidamente se tornou referência no mercado brasileiro em produtos voltados a uma alimentação prática e saudável. Confira as linhas da empresa: A linha Gravittá é formada por barras de granola composta por uma mistura de flocos e grãos de cereais, sementes oleaginosas e frutas secas: aveia integral, centeio integral, flocos de arroz integral, flocos de milho, gérmen de trigo, semente de girassol, linhaça, gergelim, castanha de caju, uva passa, coco ralado e cacau natural. O produto pode, inclusive, ser consumido por diabéticos. A linha Levittá é formada de barras de frutas desidratadas que conservam os nutrientes, seus antioxidantes naturais, fibras, vitaminas e minerais. A linha foi lançada de olho na determinação do Ministério da Saúde quanto à necessidade diária de ingestão de três a cinco porções de frutas para a manutenção de uma dieta equilibrada. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de frutas, porém, segundo dados do próprio ministério, apenas cerca de 17% da população adulta fazem a ingestão adequada de frutas. Desenvolvida após dois anos de pesquisas, a Linha Supino Life tem como diferencial a adição de elementos que contribuem para os cuidados com o corpo feminino. Elementos como o cálcio, o colágeno e os antioxidantes são responsáveis por manter o equilíbrio da mulher, contribuindo para a prevenção de doenças como a osteoporose, colesterol elevado, e até mesmo rugas e flacidez. As versões vitamina D e cálcio, proteína e colágeno e antioxidante chá verde, foram elaboradas com frutas e Soy+, nutriente desenvolvido especialmente para a linha. Extraído da soja integral, o elemento é rico em proteínas vegetais.
reportagem especial
Apagão no desenvolvimento Falta de investimento na rede elétrica da região preocupa o empresariado
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ma repentina queda de energia na Associação Empresarial de Schroeder (ACIAS), onde lideranças da região do Vale do Itapocu discutiam o problema da falta de investimentos na área, foi providencial para comprovar o porquê da preocupação do setor produtivo com a questão. Enquanto o prefeito de Schroeder, Felipe Voigt, cobrava dos representantes da Celesc investimentos na rede elétrica da região e reclamava dos constantes apagões na cidade, faltou luz por alguns minutos. Ele continuou o discurso sem microfone, reclamando que, da maneira como está, será difícil atrair novas empresas. “Como pensar em desenvolvimento, em atrair investimentos, quando nem as empresas que já estão aqui conseguem trabalhar normalmente?”, questionou Voigt. Quem mais sente os efeitos da 14
falta de mais oferta de energia são os empresários de pequeno porte. Como a base da economia na região é formada por empresas menores, principalmente em municípios como Schroeder e Corupá, que não estão contempladas com recursos para ampliação do fornecimento, os prejuízos se acentuam. É o caso de Leandro Bauer, diretor da Bamak Equipamentos, de Schroeder, que já perdeu a conta do número de quedas de energia elétrica que já presenciou. Ele conta que recentemente a empresa ficou uma tarde inteira parada por falta de luz. Outra reclamação é com o fechamento do escritório da Celesc na cidade, em outubro do ano passado. “Só este ano, já tive que ligar três vezes para o 0800 da empresa porque ficamos sem luz. O problema é que quem atende é de Florianópolis, não faz a menor ideia da nossa situação e só sabe di-
zer que ‘estão trabalhando para resolver o problema’”, reclama Leandro. No encontro em Schroeder, o presidente do conselho técnico da Celesc, Sérgio Pacheco dos Santos, apresentou um plano de extensão nas oito subestações de média tensão e seis de alta tensão que existem na região. Segundo ele, o planejamento da Celesc, até 2012 prevê investimentos de R$ 34 milhões na melhoria da rede de abastecimento. Entre as obras apresentadas estão a ampliação da subestação de Guaramirim, com o acréscimo de 14 mil KW, a construção de uma subestação no bairro Chico de Paulo, em Jaraguá do Sul, a instalação de mais um transformador na subestação do bairro Rio da Luz (que aumentaria em um terço a capacidade) e investimento de R$ 17 milhões na rede de alimentadores e na transmissão de baixa tensão, que é a energia que vai para as casas comuns.
Para as autoridades presentes na reunião de Schroeder, as promessas ficaram vagas. O prefeito de Corupá, Luiz Carlos Tamanini, assim como Felipe Voigt, disse que os investimentos precisam ser feitos agora, para que o desenvolvimento das cidades da região não fique estagnado. O presidente da ACIJS, Guido Jackson Bretzke, lembrou que a maior parte dos recursos é para os serviços de manutenção, e não ampliação com a implantação de novas linhas de transmissão. Segundo ele, nos projetos da Celesc nada consta em relação às necessidades de Schroeder e Corupá, por exemplo, que estão interligadas ao sistema de
Jaraguá do Sul. Ou seja, se Jaraguá do Sul e Guaramirim até podem ser beneficiadas, vão compartilhar a mesma energia com os demais municípios da Amvali e, portanto, sem dar vazão ao crescimento da região: 14% ao ano. “Precisamos de um serviço de energia eficiente. Somos um dos maiores PIBs do Estado e não podemos ter máquinas sem funcionar por falta de energia”, argumentou. Segundo dados do escritório regional, Jaraguá do Sul e região contribuem com cerca de R$ 15 milhões por mês no faturamento da Celesc, proporcionados por mais de 72 mil consumidores que apresentam a menor inadimplência da estatal.
Piero Ragazzi
Promessas feitas pelo conselho técnico da Celesc desanimam o Vale do Itapocu
Os investimentos precisam ser feitos agora, para que o desenvolvimento da região não fique estagnado Felipe Voigt, prefeito de Schroeder
reportagem especial
Empresariado da região busca alternativas à falta de energia
Lideranças debatem sobre alternativas à falta de energia
O plano da Celesc
Investimentos de R$ 34 milhões na melhoria da rede até 2012 Algumas obras prometidas: Ampliação da subestação de Guaramirim, com o acréscimo de 14 mil KW Construção de uma subestação no bairro Chico de Paulo, em Jaraguá do Sul Instalação de mais um transformador na subestação do bairro Rio da Luz (que aumentaria em um terço a capacidade) Investimento de R$ 17 milhões na rede de alimentadores e na transmissão de baixa tensão
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Ao mesmo tempo que as entidades buscam a certeza de investimentos públicos para resolver a questão do fornecimento de energia, algumas alternativas são discutidas. Uma delas é a da construção de uma miniusina na região de Corupá. O projeto tem quase cinco anos de debates e está cercado pelas preocupações ambientais. O assunto foi apresentado em reunião do Conselho de Desenvolvimento Regional, em Massaranduba, pelo engenheiro agrônomo José Tito de Lima Neto, representante da Corupá Energia Ltda. Ele disse que o projeto sofreu alterações para diminuir o impacto ambiental que seria provocado pela construção da PCH. A maior reclamação dos ambientalistas e da população de Corupá, que em 2005 se manifestou contrária à construção, era de que uma grande área de Mata Atlântica seria derrubada e que a vazão da cachoeira da Bruaca seria prejudicada pelo desvio da água para a geração de energia. “Nos meses em que a quantidade de água no rio é menor, a produção de energia seria suspensa para que a cachoeira não sofra alteração”, garante. A capacidade de produção de energia também cairia para que a área alagada fosse diminuída. Em vez dos 15 megawatts (MW) previstos, a usina produziria 12,5 MW. Essa energia é suficiente para abastecer de 3,5 mil a 4 mil famílias. A previsão é retirar dois hectares de floresta para a abertura de estradas e para a área alagada. Neto defende que o investimento traz benefícios econômicos à região. A receita para o município seria por meio da possível venda de créditos de carbono, já que a PCH gera energia de forma não-poluente. “Existem mercados que compram créditos e nós estimamos essa receita em R$ 662 mil anuais, a ser repassados para projetos ambientais da Prefeitura”, explica. Além disso, Neto prevê R$ 300 mil para a distribuição dessa energia. Em junho, a ACIJS iniciou discussões visando à encontrar alternativas para a destinação de lixo urbano. Uma das soluções é a transformação dos resíduos orgânicos em energia, utilizando tecnologia comum na Europa, Estados Unidos e Ásia. O processo conhecido como “Waste-to-energy”, ou lixo para energia, foi apresentado pelo vice-presidente para Assuntos do Meio Ambiente, engenheiro eletricista Benyamin Parham Fard. Ele visitou empresa que utiliza o processo em Frankfurt, Alemanha, e disse que é uma alternativa econômica e ambientalmente viável. “A queima do lixo reduz o peso e o volume do material a descartar, reduz o impacto ambiental, a destoxificação e traz a co-geração de energia”, explicou.
Processo de transformação demanda uma elevada quantidade de lixo para funcionar Para ter sucesso no processo de transformação, é preciso ter o levantamento da quantidade de lixo produzida em cada município. Pelo levantamento prévio realizado, a região de Jaraguá, sozinha, não comportaria uma usina desta natureza. Uma das propostas seria instalar entre Guaramirim e Joinville, por questão de logística, pelo volume do lixo a ser incinerado para viabilizar o projeto. Conforme Benyamin, uma tonelada de lixo gera 2 megawatts/hora de vapor ou 0,67 MWh de eletricidade. “Como a produção do lixo tende a aumentar e não reduzir, a instalação de uma usina térmica para queima
do lixo seria uma solução econômica, social e ambientalmente viável”, diz. “A ACIJS está colocando uma das alternativas para discussão e encaminhar novamente uma solução para o problema do destino final do lixo em nossa região, que é enviado para os aterros sanitários de Mafra e Brusque, com custos elevados para as prefeituras e para a sociedade, que é quem paga as contas no final da história”, comentou o presidente Guido Bretzke. Conforme os dados preliminares, o município gasta cerca de R$ 13 milhões por ano no envio do lixo doméstico para outros locais fora de
Engenheiro Benyamin Frad visitou empresa que utiliza o processo na Alemanha Jaraguá, fora o custo que as empresas tem para a destinação de seus resíduos industriais.
tecnologia
A estampa do sucesso Tecnologia têxtil inédita adotada pela Marketing Estampas e Bordados, de Guaramirim, permite a impressão em superfícies irregulares, processo inovador que agregou mais valor aos produtos
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ontabilista por formação, o empresário Ângelo da Silva deixou os números de lado quando resolveu investir em um negócio próprio no começo da década de 1990, em Guaramirim. Desde então, ele se dedica a um segmento que faz a diferença no mercado de produtos têxteis e de confecção, nos quais a novidade é determinante para despertar o interesse do consumidor. A empresa que criou, Marketing Estampas e Bordados, vem ganhando mercado graças à constante busca por novos conceitos em serviços de estampas que utilizam as mais diferentes técnicas. Recentemente, o empresário apostou em uma tecnologia inédita na região, a estamparia em superfícies irregulares. O investimento em uma máquina que permite estampar qualquer tipo de impressão em roupas com botões, zíperes e bolsos, substituindo o processo manual no qual o tecido era estampado antes e depois costurado, o que causava variações e irregularidades na junção das duas partes da peça. Ângelo guarda a sete chaves a máquina e os detalhes do processo. Afinal, sabe que o segredo é a alma do negócio. Mas ele garante que o equipamento agradou os clientes. “Nossa clientela é formada por empresas exigentes, que fazem da inovação uma constante, por isso fomos atrás da novidade”, explica. Com a nova máquina para estampar superfícies irregulares, em operação desde janeiro deste ano, e outro equipamento de estamparia totalmente automatizado, recém-adquirido nos EUA, Ângelo prevê um acréscimo de 40% na produção. Hoje o empresário e a equipe de 35 funcionários produzem um volume de 100 18
Processo de pintura por silkscreen foi o ponto de partida da empresa
mil peças por mês em estampas diversas, mas com os novos investimentos o volume de trabalho deve aumentar. Nada mal para quem até os anos 90 trabalhava de empregado em uma empresa do setor elétrico. Em busca de novos horizontes, Ângelo e um colega resolveram arriscar, comprando quadros para impressão em silkscreen de uma fornecedora que estava para fechar em Guamiranga, no interior de Guaramirim. O processo de pintura por silkscreen é considerado o ponto de partida da estamparia, utilizando quadros feitos artesanalmente e tintas à base de água, mas de lá para cá muitas outras técnicas foram incorporadas. Mais tarde, os dois sócios se separariam e Ângelo decidiu manter o negócio com foco na estampa com
Raio-x da inovação Empresa: Marketing Estampas e Bordados – Guaramirim Nova tecnologia: máquina que estampa qualquer tipo de impressão em roupas com botões, zíperes e bolsos, substituindo o processo manual no qual o tecido era estampado antes e depois costurado Equipe: 35 funcionários Produção: 100 mil peças por mês Expectativa de crescimento: 40% bordados a partir de 2000. “Sempre ia atrás de novas técnicas, buscando as novidades do mercado, agregando qualidade aos produtos dos clientes e, com isso, aumentando a minha escala de estamparia”, conta o empresário ao lembrar os 19 anos de atuação.
Busca por inovações resulta na criação da UP Design, empresa de modelagem e desenhos Embora o mercado regional prevaleça, com o surgimento de novas confecções, há necessidade de procura constante por inovações. “Estamos indo sempre a feiras e desfiles porque este é um ramo que exige atualização”. Foi com esta perspectiva que em abril deste ano Ângelo fundou a UP Design, uma segunda empresa voltada ao desenvolvimento de desenhos próprios, além de oferecer serviços nas áreas de modelagem, estilo e desenvolvimento de produtos. Com as novidades recentes, o empresário
confia no aumento da carteira, hoje composta de 50 clientes fixos. Ele estima que o volume de produção cresça em até 40% graças às duas máquinas. “Como a empresa detém a tecnologia da estampa em superfícies irregulares na região, que é potencialmente produtora de confecções, estamos preparados para atender a esta demanda”. Com a outra máquina automatizada, a produção também se elevará, uma vez que ela pode estampar até 800 peças/hora contra no máximo uma centena no processo manual.
Estamos indo sempre a feiras e desfiles porque este é um ramo que exige atualização Ângelo da Silva, proprietário da Marketing Bordados e UP Design
empreendedorismo
Padrão internacional no Vale Tradicional em Corupá, Açougue Bosse agrega valor aos produtos com técnicas aprendidas em Munique, na Alemanha, em missão técnica organizada por programa da Fundação Empreender
Depois de visitar fábricas e açougues alemães, Idali Bosse trouxe a Corupá técnicas que melhoraram a qualidade dos embutidos
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a entrada de Corupá, o Açougue Bosse já se tornou uma referência para quem passa pela região e quer apreciar embutidos e defumados. A empresa criada pelo casal Armindo e Elza, há 27 anos, poderia se contentar com o prestígio de uma clientela fixa, pois depois de tanto tempo seria fácil imaginar que nesse tipo de negócio a tradição é o que conta. O neto do casal, contudo, contrapõe o pensamento, provando que mesmo em um estabelecimento como o açougue e mercado instalado às margens da rodovia BR-280, em direção ao Planalto Norte, sempre tem o que melhorar. Idali Bosse, de 23 anos, voltou com esta certeza de uma viagem que fez a Munique, na Alemanha, integrando uma missão técnica organizada pela Fundação Empreender (FE), entidade parceira da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina 20
(Facisc). O convite partiu do vice-presidente Regional Norte da Federação e atual presidente da Associação Empresarial de Corupá (ACIAC), Hermann Suessenbach. Ao lado de outros dois profissionais da área no Estado, de março a abril deste ano Idali visitou fabricantes de embutidos e uma escola de açougueiros na região da Baviera, Sul da Alemanha, onde frequentou algumas aulas intensivas e ajudou em um açougue familiar. “Foi uma experiência muito positiva, pois permitiu conhecer melhor a realidade deste segmento em uma região que dá muito valor aos profissionais de açougues. A gente sempre imagina que tudo está certo e que não precisamos mudar as técnicas e processos que aplicamos durante tanto tempo. Pudemos perceber o quanto este setor é dinâmico e como é possível melhorar em todos os aspectos, desde a manipulação de temperos, novas técnicas de fabricação e no co-
nhecimento de equipamentos que estão surgindo para dar mais qualidade ao produto final”, diz o jovem, que hoje compartilha com a mãe Rosane e o tio Luiz Bosse a gestão do empreendimento fundado pelos avôs. Prestes a concluir a faculdade de administração, no fim deste ano, Idali quer aplicar ao pé da letra tudo o viu na Alemanha, país onde o cuidado na fabricação de embutidos virou referência internacional. Aplicando o que viu no Exterior, o empresário já está ampliando as instalações do açougue com novas áreas para a tipificação da carne e no fabrico de embutidos. Hoje, diz Idali, 80% dos clientes da empresa são de municípios vizinhos, estimulando, inclusive, a planejar um futuro projeto de expansão com unidades fora de Corupá. “Temos de pensar sempre em inovar e buscar novos diferenciais para satisfazer o cliente”, diz, com a lição aprendida com os mais experientes.
Programa da Fundação Empreender proporciona a troca de experiências A Fundação Empreender (FE) em parceria com a Facisc e a HWK – Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, promoveram o Programa de Profissionalização e Capacitação para Empresários de Pequena e Média Empresa, com foco nos produtos embutidos. O programa proporcionou ao empresário a troca de ideias e experiências com mestres alemães, acesso as novas tecnologias com a visitação a feira específica do setor, além de cursos em escolas profissionalizantes. Todo o estágio foi coordenado e organizado na Alemanha pela Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, resultado de 18 anos de parceria FE/HWK. Para participar de programas desta natureza é preciso ser membro de uma ACI mantenedora da FE. Mais informações sobre a FE e seus programas: Fundação Empreender: (fe@fe.org.br), telefone (47) 3461 3367 ou na Associação Empresarial da sua cidade.
Com a missão, percebemos o quanto este setor é dinâmico e como é possível melhorar em todos os aspectos, desde a manipulação de temperos, novas técnicas de fabricação e no conhecimento de equipamentos que estão surgindo para dar mais qualidade ao produto Idali Bosse, sócio-proprietário do Açougue Bosse
entrevista
‘Precisamos pensar regionalmente’ Presidente da Associação Empresarial de Guaramirim, Eluísa Maiochi defende a articulação dos municípios com a classe política para que a região seja beneficiada com investimentos necessários
A
presidente da Associação Empresarial de Guaramirim (ACIAG), Eluísa Hertel Maiochi, tem na discrição uma das características mais marcantes. Embora seja fato que a escolha de seu nome para presidir a entidade até 2010 significou um 22
novo tempo na história do movimento associativista do município, que pela primeira vez tem uma mulher na função, ela não gosta de rotulações. Valorizando o trabalho em grupo, prefere afirmar que a eleição ocorreu pela confiança dos associados. A empresária nascida em Guaramirim,
advogada e licenciada em Letras vem implementando na ACIAG uma ação forte no sentido de dar visibilidade aos projetos que visam à contribuir para que Guaramirim se projete cada vez mais na economia catarinense. Confira trechos da entrevista concedia à revista Negócios.
Revista Negócios – A sua eleição significou uma quebra de paradigmas. Em 31 anos de história, a ACIAG elegeu pela primeira vez uma mulher para a presidência. Como foi encarar esse desafio? Eluísa Maiochi – O associativismo é uma faculdade e desde que comecei a participar das reuniões busquei aprender com os mais experientes. Temos um grupo de pessoas muito unidas em torno dos mesmos objetivos, e essa confiança que os conselheiros e diretores da diretoria anterior me depositaram foi estimulante para aceitar a missão. É um trabalho voluntário que me entusiasma muito, pois sempre me identifiquei com essa necessidade de dar algo em troca do que temos conseguido no meio empresarial. É uma forma de ajudarmos nossa cidade e região, de integrar as empresas em torno de objetivos como o desenvolvimento com qualidade. RN – Como a senhora concilia as suas atividades na empresa com o trabalho na associação? EM – Nós temos uma diretoria muito atuante, cada diretor tem suas tarefas. Com isso, a presidência, que também tem projetos específicos de sua responsabilidade direta, está respaldada por pessoas competentes que querem o melhor para a entidade, para o município e região. Eu me sinto muito bem nesta casa porque sabemos que todos querem ir na mesma direção. Assim, consigo atuar na empresa e dedicar a atenção necessária aos projetos da entidade, seguindo as diretrizes do planejamento estratégico definido pela diretoria. Estas ações incluem desde os projetos maiores, como as campanhas pela duplicação da BR-280 – neste caso atuando em sintonia com as demais entidades da região – até a área de capacitação empresarial, eventos e na sustentabilidade financeira da ACIAG.
Não podemos pensar apenas no âmbito das nossas cidades, pois se temos essa capacidade de articulação ela não pode ficar represada. Ou temos melhor retorno dos impostos ou devemos pagar menos impostos para que possamos investir nosso dinheiro nas obras necessárias
RN – A regionalização dos pleitos tem sido enfatizada com frequencia nos encontros de empresários. Qual a sua opinião? EM – Esta é uma questão de ordem que não pode sair da pauta das associações. Mesmo que cada entidade tenha suas características, em muitos projetos só conseguiremos sucesso se pensarmos regionalmente. Devemos cobrar a melhor aplicação dos recursos, pois contribuímos muito e o retorno nem sempre acontece na mesma proporção. Não podemos pensar somente no âmbito das nossas cidades, pois se temos essa capacidade de articulação ela não pode ficar represada. Ou temos melhor retorno dos impostos ou que se pague menos impostos para que o dinheiro possa ser usado nas obras necessárias. Agora, se não tivermos essa força de mobilização das entidades, será cada vez mais difícil resolver os nossos problemas.
entrevista
Quem faz a força da entidade é o associado, estimulando a associação para que ela atue junto com as demais forças do setor produtivo RN – E como se consegue uma entidade forte? EM – Quem faz a força da entidade é o associado, estimulando a associação para que ela atue junto com as demais forças do setor produtivo. Isso já está acontecendo. Essa mobilização e envolvimento já começam a aparecer, com lideranças que não pensam apenas localmente, mas, sim, em toda região. Há necessidade de querermos resultado para todos. É preciso que haja um desejo de fazer valer a nossa força. Mas não podemos pensar em força sozinhos. RN – Mas como fazer o associado participar? EM – A agenda do empresário é muito intensa. Cada empresário tem os seus interesses nos negócios que comandam, tem suas famílias, mas é preciso que ele venha à associação respaldar o trabalho da diretoria. Com essa força, a entidade vai buscar o que ele, empresário, precisa em termos de obras e melhorias. O canal está aberto, estamos buscando fazer o melhor, mas precisamos manter estes canais cada vez mais dinâmicos, com uma comunicação bastante ativa e eventos que levem a informação ao associado. Ele precisa sentir essa necessidade de buscar informações e perceber que a associação está convergindo na direção do seu interesse, assim vai se sentir motivado a participar do mesmo esforço.
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RN – Guaramirim parece viver um momento favorável, com investimentos anunciados que podem dar uma nova dinâmica ao município. Como a senhora vê esse cenário? EM – O que sentimos é que o município tem potencial e há indicadores apontando esse caminho. O trabalho realizado pela Agência de Desenvolvimento e pelo Conselho de Desenvolvimento [órgãos locais apoiados pela ACIAG, com autonomia no trabalho visando à busca de alternativas para o crescimento da cidade e indicando soluções executadas pela Prefeitura] aponta a necessidade de algumas decisões serem regionalizadas. Conquistas como o Centro de Ensino Profissionalizante, anunciado pelo Governo do Estado (Cedup) demonstram essa direção. É um investimento que trará uma contribuição importante para a qualificação de mão-de-obra, dando oportunidades aos nossos jovens. Foi uma decisão muito rápida, que atesta a importância de pensarmos regionalmente, pois os demais municípios apoiaram a vinda para Guaramirim. Assim é com a BR-280, na questão das pontes que estão saturadas e não atendem a demanda de veículos, pois há um gargalo logístico na entrada de matéria-prima e na saída de produtos manufaturados para o mercado. Se o município realmente tem essa projeção de crescimento, é preciso que esteja preparado, e só conseguiremos isso de maneira organizada e harmoniosa. RN – Esta forma de atuar das entidades seria uma compensação ao fato de a região não contar com representantes políticos nas esferas estadual e federal, cumprindo esse papel? EM – De maneira alguma. É preciso entender a autonomia e o papel de cada um dos agentes. Os poderes são constituídos de maneira legítima, ninguém nos delegou essa condição. Nós pensamos assim nas associações. Os nossos representantes estão lá, só não
foram eleitos representantes da nossa região, mas de qualquer maneira quem está no cargo precisa fazer a sua parte. Em nenhum momento podemos pensar em cumprir um papel que não nos cabe, pois a missão das entidades é clara no sentido de fomentar o desenvolvimento econômico e sustentado. O nosso foco é econômico, mas que esse desenvolvimento traga benefícios à coletividade na qual a Associação está inserida. Já o Governo, tem um foco bem mais amplo, é da sua responsabilidade cuidar da estrutura mais complexa do País, da educação, do transporte, da saúde. É um sistema que envolve órgãos, agências, que tem as suas atribuições. O nosso papel é trazer o político para que conheça a realidade dos nossos municípios e o que esta situação impacta no desenvolvimento e, desta maneira, possam atuar para trazer os benefícios que precisamos. Eles precisam ser os nossos interlocutores, apoiando os projetos que defendemos.
O nosso papel é trazer o político para que conheça a realidade dos nossos municípios e o que esta situação impacta no desenvolvimento e, desta maneira, possam atuar para trazer os benefícios que precisamos. Eles precisam ser nossos interlocutores, apoiando os projetos que defendemos
cidades
Jaraguá do Sul, 133 anos de desenvolvimento
Qualidade de vida da população e parque fabril diversificado e moderno são destaques do terceiro principal pólo econômico do Estado, mas falta infraestrutura na cidade e entornos
D
esenvolvimento é a palavra que melhor define Jaraguá do Sul. O município comemorou no dia 25 de julho o 133º aniversário como uma das cidades que mais cresceu em Santa Catarina nas últimas décadas. Com forte atuação na indústria, que concentra um dos mais expressivos PIBs do Estado, o município se destaca pela modernidade do parque fabril e qualidade de vida do povo. Resultado destes atributos, a população saltou de 30,2 mil habitantes em 1970 para cerca de 140 mil pessoas em 2008, segundo as estimativas da Prefeitura. Com destaque nos setores metalmecânico, têxtil e de alimentação, as indústrias do município empregam cerca de 35 mil pessoas. Jaraguá é o terceiro pólo econômico de Santa Catarina, atrás de Joinville e Blumenau. Embora os dados mais atualizados da Prefeitura 26
sejam de 2005, os números confirmam a pujança do município, com PIB de R$ 3.485.670,00. Com tantos indicadores positivos, entretanto, a cidade se ressente de melhores soluções para questões como o trânsito. Como está cercada por morros, tem dois rios entrecortando boa parte da área urbana e ainda uma malha ferroviária que cruza o centro e várias áreas do perímetro urbano. O sistema viário não suporta o crescimento da frota, que passou de 42.834 veículos no ano 2000 para 75.258 no ano passado. Além do trânsito, o crescimento da população trouxe desafios em áreas como saúde, educação e saneamento básico. Os 54 médicos que atendem o sistema público de saúde não suprem a necessidade nos postos. O município também se ressente de aproximadamente 800 vagas nos Centros de Educação Infantil.
Raio-x
População: 140 mil habitantes Indústria: setores metalmecânico, têxtil e de alimentação Empregos gerados na indústria: 35 mil PIB (2005): R$ 3.485.670,00 Frota de veículos: 75.258 Médicos do SUS: 54 Déficit em creches: 800 vagas
pelo vale
Grupo de jovens empreendedores se reúne para Encontro Estadual Jaraguá do Sul vai sediar o 3º Encontro Catarinense do Jovem Empreendedor. O evento ocorre nos dias 19 e 20 de novembro e está sendo organizado pelo Conselho Estadual e pelo Núcleo de Jovens Empreendedores (Cejesc) do município, ligado à Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (ACIJS) e Associação das Micro e Pequenas Empresas do Vale do Itapocu (Apevi). A programação inclui a realização da assembleia do Cejesc e o Fórum Catarinense de CRM. O encontro terá a presença de Robinson Shiba, da rede China in Box, entre outros nomes de destaque estadual e nacional. O objetivo do evento é promover a troca de experiências entre os jovens empreendedores de Santa Catarina. Hoje, o Estado conta com 40 núcleos organizados, somando mais de 300 jovens empresários. Informações pelo telefone (47) 3275-7026 ou pelo e-mail consultor4@acijs.com.br.
Recuperação de crédito é meta da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL)
Recém-empossada, a nova diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Jaraguá do Sul estabeleceu como uma das metas a recuperação de crédito. Segundo o presidente Wanderlei Passold, a intenção é manter a fidelização do cliente, que apresenta indicadores positivos, evitando perdas com a inadimplência. A entidade buscou em Criciúma um modelo que oferece ao comerciante uma assessoria de cobrança realizada pela própria CDL por meio de convênio com o Poder Judiciário. Com isso, o lojista não precisa recorrer a escritórios de cobrança e pode contar com uma ação mais rápida via Justiça. Passold diz que a medida tem o objetivo de facilitar a negociação entre as duas partes de maneira mais ágil e, com isso, evitar perdas, pois o atraso nos pagamentos só aumenta o valor de dívidas, que nem sempre são resgatadas. Ele entende que a proposta irá beneficiar principalmente os comerciantes de menor porte, além de otimizar o tempo dos trâmites do processo. 28
Parceria forma empreendedoras
O Centro Universitário e a Prefeitura de Jaraguá do Sul formalizaram parceria inédita em Santa Catarina para a formação de profissionais que atuam na prestação de serviços e limpeza e organização de residências. Diaristas e mensalistas que exercem funções como domésticas passam a contar com uma capacitação que, além de possibilitar melhor qualidade no desempenho profissional, oferecerá a condição de se enquadrarem na nova legislação trabalhista como Empreendedor Individual. A capacitação vai contar com aulas teóricas e práticas até 24 de setembro. Conforme o secretário de Indústria e Comércio do município, Célio Bayer, o curso atende a uma necessidade de mercado. Ele explica que o objetivo é oferecer aos profissionais condições de melhor qualificação através do conhecimento técnico, visando à inserção social dos trabalhadores no mercado de trabalho. Para a reitora da UNERJ, professora Pedra Santana Alves, além da capacitação profissional e da formalização da atividade como Empreendedores Individuais os participantes serão beneficiados com cidadania. Informações pelo telefone (47) 3275-8295, pelo e-mail extensao@ unerj.br e no site www.unerj.br.
entidades
ACIJS no Conselho Estadual da Mulher Madalena Hertel Sonnenhol, coordenadora do Núcleo da Mulher Empresária da ACIJS, foi indicada para compor a diretoria do Conselho Estadual da Mulher Empresária, como vice-presidente regional Norte. O Núcleo da Mulher Empresária da ACIJS e APEVI existe desde setembro do ano de 1995 e, desde então, tem apoiado a mulher empresária na administração da empresa, oportunizando a geração de novos negócios, formando novas lideranças e incentivando o associativismo.
Entidades da região festejam aniversário A apresentação de uma linha do tempo destacando fatos marcantes da trajetória da entidade lembrou, na plenária de 22 de junho, a passagem dos 71 anos da ACIJS. O atual presidente, Guido Jackson Bretzke, falou da evolução da entidade desde a criação. A reunião contou com a presença de alguns ex-presidentes, que depois participaram de uma comemoração com direito a corte do bolo acompanhado do espumante da Vinícola Pericó. Também sopraram velinhas as associações empresariais de Guaramirim e de Schroeder. A ACIAG completou 31 anos em 5 de julho. A data foi festejada com uma palestra da consultora Nelma Penteado. A ACIAS fez festa dia 3 de julho, quando festejou 14 anos.
indústria em foco
Aumenta o interesse dos estrangeiros pelo Brasil A crise tem alterado o perfil do investimento produtivo no Brasil. Dados do Banco Central (BC) mostram que atividades ligadas ao mercado interno têm atraído cada vez mais empresas multinacionais interessadas no aumento da renda do brasileiro. O melhor exemplo é o setor automobilístico, que tem recebido cada vez mais dólares. De janeiro a abril, o investimento estrangeiro direto (IED) no segmento saltou 221% ante igual período de 2008. Informática, eletrônicos e telecomunicações também têm apostado mais fichas no País. Já as áreas que estavam no olho do furacão da crise diminuíram o ritmo. Bancos cortaram os aportes em 87,8% e o setor imobiliário, em 51,8%. Mesmo com a situação difícil nos Estados Unidos e Europa, montadoras têm reforçado os projetos no Brasil.
Setor de construção tem projetos de R$ 500 bi A construção civil promete ser o grande motor da economia brasileira nos próximos cinco anos. De olho nas obras da Copa do Mundo, no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e num ambicioso plano de investimento de estatais como Petrobras e Eletrobrás, o setor já faz planos para iniciar um novo ciclo de crescimento, interrompido pela crise mundial no segundo semestre de 2008. O otimismo tem base nos números bilionários dos projetos, que chegam perto de R$ 500 bilhões. A confiança dos empresários começa a ser renovada com a volta do crédito, embora com taxas ainda salgadas. Entre o quarto trimestre de 2008 e o primeiro deste ano, as empresas foram sufocadas pela falta de dinheiro para poder levantar lançamentos do passado. Outro ponto foi o cancelamento de projetos de expansão da indústria. Tudo isso contribuiu para uma queda de 9,8% da construção civil no primeiro trimestre.
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Estado lança 6ª missão empresarial à China Para fazer negócios com a China, empresários brasileiros precisam conhecer o mercado do país asiático, fortalecer as relações comerciais, ter preços competitivos, atitude e boa intenção. Esta foi a recomendação do diretor da China Trade Center, Mario Wang, durante palestra de lançamento da missão empresarial brasileira à China, na Fiesc. Segundo Wang, que está à frente do órgão autorizado pelo governo chinês para promover intercâmbios comerciais, as empresas precisam manter contato permanente com os chineses. “É preciso ganhar credibilidade, e isso você só conquista com o tempo”, disse. A comitiva brasileira embarcará no dia 8 de outubro para participar da Canton Fair, o maior evento de negócios da China, que será realizado em Guangzhou, de 15 a 19 de outubro. Mais informações pelo telefone (48) 3231-4663.
Fiesc cria Câmara Setorial para Micro e Pequenas Empresas
A Fiesc oficializou a criação da Câmara de Desenvolvimento da Micro e Pequenas Empresas. No ato de instalação, a diretora do Departamento de Micro, Pequenas e Médias Empresas do Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio, Cândida Cervieri, disse que a gestão é um dos principais problemas das micro e pequenas empresas. Segundo ela, em meio a uma economia globalizada, as empresas precisam se diferenciar da concorrência pela gestão, qualificação, preços competitivos e produtos diferenciados. Cândida mostrou que as micro e pequenas empresas são importantes para a economia, porém respondem por 1,9% do valor exportado pelo País.
institucional
Unir para crescer juntos Lideranças das associações da Região Norte organizam Fórum Empresarial sob o comando do vice-presidente da ACIJ, Udo Döhler, para discutir e fortalecer as bandeiras da região
A
pesar de ter passado o comando da Associação Empresarial de Joinville (Acij) para Carlos Rodolfo Schneider, Udo Döhler não pensa em ‘pendurar as chuteiras’. O desafio do empresário agora, na condição de um dos vice-presidentes da nova diretoria, está em liderar um projeto idealizado pelo presidente Carlos Schneider que deve dar mais fôlego a todo o Norte nas articulações com os governos estadual e federal, e a transitar com ainda mais desenvoltura em outros ambientes. A ideia é retomar uma proposta já existente em passado recente: o Eixo de Desenvolvimento, que durante algum tempo integrou esforços de Joinville e Jaraguá do Sul, e que teve como um dos principais articuladores Eduardo Ferreira Horn, falecido em julho do ano passado. Agora, sob a respeitada liderança de Döhler, o ‘Eixo’ vai se tornar um Fórum Empresarial Permanente com maior alcance, compreendendo além dos municípios de Joinville, Jaraguá do Sul e Guaramirim, também vizinhos como São Francisco do Sul, Garuva e Araquari, e demais cidades do entorno até o Planalto Norte. Para estas
Lideranças da Região Norte se reuniram para discutir a criação de um Fórum Regional
lideranças, não se pode pensar em ações de desenvolvimento que contemplem um município isoladamente, pois eles estão dependentes da mesma estrutura e logística de rodovias, portos e malha ferroviária. A proposta ainda está sendo formatada, mas pelas conversações entre as lideranças de associações empresariais o grupo deve reunir 14 entidades que representam o setor produtivo. Conforme Döhler, o objetivo do Fórum Empresarial não é interferir em decisões políticas, mas articular o direcionamento de projetos que beneficiem a região, levantando questões de interesse comum.
A proposta ainda está sendo formatada, mas o Fórum Empresarial Permanente deve reunir 14 entidades que representam o setor produtivo Udo Döhler, vice-presidente da ACIJ
Guido Bretzke aposta no Fórum para organizar pauta da região O presidente da ACIJS, Guido Jackson Bretzke, atribui ao Fórum papel decisivo para a melhor organização da pauta de reivindicações dos municípios da região Norte/Nordeste. “Ainda que nossa representatividade política deixe a desejar, esse or-
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ganismo não pretende cumprir esse papel, ao contrário, deseja atuar junto com a classe política e com os órgãos públicos. Nossa região é muito importante do ponto de vista econômico e quanto mais rápida for a resposta aos nossos pleitos, melho-
res condições os municípios terão de alcançar um desenvolvimento com qualidade”, observa. Ele coloca as questões relacionadas com infraestrutura como as mais emergentes para a região, sob pena de comprometer os investimentos.
institucional
Facisc alerta sobre cobranças de entidades desconhecidas
Façam consultas às associações a que são ligados antes de pagar boletos bancários Luiz Carlos Furtado Neves, presidente da Facisc
A Facisc alerta para as entidades que se dizem representantes do movimento associativista sem ter nenhum vínculo com empresas do Estado e emitem boletos de cobranças. O problema é que essas entidades usam nomes parecidos aos das associações comerciais e industriais ou empresariais para cobrar mensalidades. O boleto bancário da Caixa Econômica Federal é emitido pela Associação Comercial e Empresarial do Brasil, uma entidade que não possui vínculo com a Confederação das Associações Empresariais do Brasil e tampouco com a Facisc. Para evitar problemas, a federação orienta as empresas catarinenses para que façam consultas às associações às quais são ligadas. Segundo o presidente da Facisc, Luiz Carlos Furtado Neves, desconsiderar a fatura é o melhor caminho, uma vez que judicialmente não se pode fazer nada, já que não há nenhum ônus se o pagamento não for efetuado. “O ônus está justamente em pagar, pois o empresário paga uma mensalidade de uma entidade que não conhece”. Segundo a federação, para conseguir os dados das empresas para a emissão dos boletos os estelionatários recorrem a órgãos oficiais, inclusive às Juntas Comerciais. No estado de São Paulo, até o Ministério Público já tomou providências contra esse tipo de ação. Outro alerta aos empresários é quanto à ação intitulada ‘Edição Anual de Marcas e Patentes’. Determinada empresa envia novamente boletos bancários do Banco Santander para pagamento de uma taxa referente à manutenção da divulgação de sua Marca ou Patente na Edição Anual de Marcas e Patentes. A Facisc informa que o único serviço identificado é o de pesquisa de marcas, utilizando o CNPJ da empresa. Este serviço é disponibilizado gratuitamente no site do Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Caso as empresas recebam os citados boletos, a Facisc orienta que não efetuem os pagamentos. 34
Congresso Empresarial ocorre em novembro Entre os dias 4 e 6 de novembro, o empresariado catarinense já pode reservar a agenda. Acontecerá em Florianópolis o Congresso Empresarial Facisc, um evento organizado pela Facisc e pela Acif. O Congresso abriga o 13° Encontro Estadual do Empreender, o 15° Encontro Estadual da Mulher Empresária, o 9° Ecaje - Encontro Catarinense do Jovem Empreendedor e a Expofloripa - Feira de produtos e soluções para sua empresa. O evento acontecerá no Centrosul. A palestra de abertura já está confirmada. O economista Stephen Kanitz falará sobre conjuntura atual. As inscrições para o Congresso já estão abertas com um pacote especial para empresários associados às associações empresariais. O pacote contemplará inscrição para o evento, alimentação, hospedagem e transporte. Os estandes estão à venda. Informações e inscrições no www.congressoempresarial.com.br.
Guido Bretzke é o indicado da Região Norte à Facisc Já começaram as eleições dos vice-presidentes regionais à Facisc. Em setembro, será a eleição da Diretoria Executiva. A Região Norte já tem um nome indicado para concorrer ao cargo: Guido Jackson Bretzke, presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (ACIJS). A ideia foi sinalizada em reunião que uniu, na Acij (Joinville), presidentes de associações empresariais e diretores da Federação para discutir temas ligados à expansão do sistema associativista, desenvolvimento econômico e infraestrutura.
acontece
ACIAC
ACIAG
SETEMBRO Dia 3 Início da Campanha Sorteio: 23/12/2009
AGOSTO
Natal Premiado 2009
Segundas-feiras toria Reuniões de dire 18h45min
Dia 5 Atendimento especi
al do Comércio
SETEMBRO
Das 8h às 16h sem fec
har para o almoço
Dia 5
Comércio Sábado Aberto no o fechar para almoç in às 17h - sem m 30 8h : rio rá Ho (47) 3373-7525 Informações no o@aciag.com.br ou administrativ
Dia 29 Reunião mensal com
os associados Local: Centro Empre sarial de Corupá Horário: 19h30min
Dia 9 Consultoria BRDE in às 17h30min Horário: 13h30m one horários pelo telef Agendamento de .com.br ministrativo@aciag ad ou 5 52 -7 73 (47) 33
ACIAS AGOSTO Reunião
do Núcle
Dia 20
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ores de R
H
Às 15h3
0min.
Dia 25
Às 19h3
Reunião
0min.
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ria
Dia 25 união Ple nária Informaç ões no (4 7) 3374-1 445 ou acias@ acias.net Às 19h3
0min, Re
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ACIJS AGOSTO Dias 25, 26 e 27 Curso Negociações Bancárias Horário: 18h30min às 22h30min. Informações no (47) 3275-7000 ou acijs@acijs.com.br
ponto de vista
Seja um Empreendedor Individual e diversas outras. O processo de adesão é gratuito. No site www.portaldoempreendedor.gov.br, o empresário individual pode fazer a inscrição e obterá, no ato da formalização, o CNPJ, cadastro na Junta Comercial e inscrição no INSS. Para se inscrever é importante, em um primeiro momento, procurar um contador, que não poderá cobrar pela inscrição do Empreendedor Individual e nem pela elabora-
Poderão enquadrar-se como Empreendedor Individual pessoas que têm renda, no ano, de até R$ 36.000,00, ou seja, uma média de R$ 3.000,00 por mês
A
Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008, instituiu a figura do Empreendedor Individual. Com esta lei, a partir de 1º de julho de 2009 os autônomos e as pessoas que trabalham na informalidade, sem vínculo de emprego ou sociedade em empresas, já podem regularizar a situação e passam a existir perante a economia, governo, sociedade e bancos. No Brasil, segundo o governo, existem aproximadamente 11 milhões de pessoas que exercem algum trabalho sem nenhum vínculo e estão na total informalidade. Este contingente não pode participar de licitações, buscar empréstimos em bancos, comprar bens a prazo, utilizar a Previdência Social ou ter benefícios como auxílio-doença ou licença maternidade. Muitas são as atividades exercidas na informalidade que podem ser regularizadas, entre elas: açougueiro, azulejista, dono de bar, barbeiro, borracheiro, cabeleireiro, caminhoneiro, chaveiro, costureira, cozinheira, contador/técnico contábil, digitador, encanador, eletricista, doceira, instrutor de idiomas, instrutor de informática, motoboy, pintor, pipoqueiro, sapateiro sob encomenda, serralheiro, taxista 38
ção e envio da primeira declaração que irá para a Receita Federal, caso esta empresa de contabilidade esteja inscrita no Simples Nacional. Poderão enquadrar-se como Empreendedor Individual pessoas que têm renda, no ano, de até R$ 36.000,00, ou seja, uma média de R$ 3.000,00 por mês. Os impostos que o Empreendedor Individual irá pagar são: R$ 52,15: para o comércio ou indústria; R$ 56,15: para o prestador de serviços; R$ 57,15: para atividade mista (comércio ou indústria e prestação de serviços). O documento com os impostos pode ser gerado por qualquer pessoa em qualquer computador ligado à internet. É possível gerar, de uma só vez, as guias do ano inteiro e ir pagando mês a mês. O pagamento será feito na rede bancária e casas lotéricas, até o dia 20 de cada mês. O Empreendedor Individual está dispensado de emitir nota fiscal para consumidor pessoa física, mas está obrigado à emissão quando vender para destinatário cadastrado no CNPJ ou para órgãos públicos. A lei prevê a possibilidade da contratação de até um empregado com remuneração de um salário mínimo ou piso da categoria. Paulo Henrique Felicioni Diretor administrativo da Gumz Contabilidade e Consultoria Empresarial Ltda.
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