Revista Negócios - Ed. 04

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Ano 1 | nº 4 Novembro e dezembro de 2009

das associações empresariais do Vale do Itapocu

R$ 8,90

Religião e eventos Padre Cícero Murara comanda as ações que transformam o Seminário de Corupá em centro de eventos e recepção de turistas

Reportagem Especial: Ações para profissionalizar o turismo

Tecnologia: Grameyer investe na geração de energia eólica


ACIMA DE TUDO O SEU BEM ESTAR .

Imagens meramente ilustrativas

MORAR COM ESTILO E CONFORTO NA MELHOR LOCALIZAÇÃO DE JARAGUÁ DO SUL

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O EDIFÍCIO

Rua Florianópolis - Centro. Jaraguá do Sul - SC

13 pavimentos 22 apartamentos 2 coberturas duplex Garagens Portão e porteiro eletrônicos Salão de festas com bar Espaço gourmet c/ churrasqueira Piscina Playground Academia Previsão para TV à cabo Internet coletiva via Wi-Fi Lixeira c/ separação p/ coleta seletiva Central de gás Elevadores social e de serviço Tratamento acústico


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Apartamentos de padrão superior e estilo incomparável, áreas sociais e de lazer no tamanho certo para o seu bem estar.

Acabamento conforme memorial descritivo

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O APARTAMENTO Sala de estar Sala de jantar 3 suítes Lavabo Cozinha e copa c/ churrasqueira

Área de serviço Medidores de água individuais Preparação para split 2 garagens por apartamento Box individual para depósito

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De Mãos Dadas Com O Meio Ambiente

A

Momento Engenharia Ambiental dispõe de Representantes de Vendas para atender aos clientes no Estado de Santa Catarina e outras áreas. O Escritório de Administração está localizado junto ao Aterro Industrial e Sanitário de Blumenau, e tem a missão de bem atender os clientes e informá-los de todos os procedimentos. O cliente dispõe de área própria no site da empresa, e, com acesso seguro obtém pela internet, diretamente, o seu Certificado de Destinação de Resíduos, instrumento importante de comprovação perante os órgãos ambientais. Obtém também no site www.momentoambiental.com.br cópia da licença ambiental da empresa e outros

dados e documentos importantes a respeito da empresa que dá o destino correto aos seus resíduos. A empresa conta ainda com Programa de Visitação atendendo a estudantes, professores, membros de clubes de serviço, industriais, autoridades das mais variadas áreas, e para todos os cidadãos interessados em conhecer as atividades da empresa, bastando para tanto formular a solicitação de visita no site da empresa. A equipe da Momento Engenharia Ambiental está capacitada, treinada e motivada, de modo a atender clientes, visitantes e outras pessoas interessadas em conhecer mais sobre o Aterro Industrial e Sanitário de Blumenau (AISB).

RECEPÇÃO DE RESÍDUOS Os resíduos que ingressam no AISB passam por análise prévia para detectar sua classe e avaliar qual o tipo de tratamento e destino a ser dado. Ao chegarem na Recepção de Resíduos, os mesmos são pesados, conferidos e enviados para o local de descarga, de acordo com o tipo e a classe do resíduo. O veículo transportador, antes de sair do empreendimento, acessa o Limpa Rodas para evitar a contaminação das vias por possível arraste de resíduos.

ETE A empresa conta com Estação de Tratamento de Efluentes – ETE, especialmente projetada para tratar os efluentes gerados no AISB, desde o efluente do Limpa Rodas, esgoto sanitário, e principalmente os efluentes gerados na disposição dos resíduos. Os efluentes são tratados por processo físicoquímico e biológico, de modo a retornarem limpos ao meio ambiente. Pontos de Monitoramento no entorno do AISB são verificados periodicamente e garantem o total controle das águas superficiais e subterrâneas da região.


informe comercial

TRATAMENTO DOS RESÍDUOS São tratados separadamente resíduos de Classe I e de Classe II, sendo que desta última, alguns são dispostos diretamente na célula de aterramento. Os resíduos pastosos, de Classe II recebem tratamento por solidificação em usina específica (USL). A solidificação consiste num processo de homogeneização, adição de aglomerantes e estabilização. Os resíduos pastosos de Classe I, também recebem tratamento por solidificação, porém em bateladas e em Célula de Tratamento provido de Sistema de Exaustão e Lavação de Gases. Os resíduos Classe I que não podem ser processados desta forma são prensados ou encapsulados, dependendo de suas características. Recebem tratamento por encapsulamento resíduos como pilhas e baterias, reagentes químicos específicos e outros cujos processos anteriores não garantam sua segurança. Estes resíduos são encapsulados em concreto e posteriormente transportados para acondicionamento na célula pré-determinada no controle do tratamento. São prensados os resíduos sólidos contaminados com óleos, graxas, tintas ou produtos químicos. Para este processo é utilizada prensa enfardadeira específica para resíduos industriais, Classe II-A e II-B e resíduo industrial Classe I, com sistema de carga automática dos resíduos por esteira metálica de alimentação. A Prensa executa também, automaticamente, a amarração dos fardos.

DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS No Aterro Classe II são dispostos os resíduos processados na Usina de Solidificação de Lodo (USL) e outros resíduos direcionados pela Recepção que não necessitam do tratamento por solidificação. Os resíduos são acomodados no setor, conforme suas características. No Aterro Classe I são dispostos os resíduos processados na Célula de Tratamento de Resíduos Classe I, os resíduos prensados e os resíduos encapsulados.

Tratamento de Resíduos pelo Processo de Incineração A Momento Engenharia Ambiental Ltda oferece tratamento térmico por incineração para resíduos de serviço de saúde, o qual consiste num processo de oxidação à alta temperatura que destrói ou reduz o volume dos resíduos submetidos a este processo. O tratamento térmico de Resíduos de Saúde por Incineração é a solução mais apropriada do ponto de vista da saúde e ecológico, pois realmente evita a contaminação e a poluição do meio ambiente que podem ser causados pela disposição em valas sépticas. Empresas que possuem ambulatórios médicos, laboratórios clínicos certificados, hospitais e clínicas certificados são os clientes que a Momento Engenharia Ambiental Ltda pode atender de forma segura e econômica. É a solução ideal para as organizações certificadas pela ISO 14001, e para todos aqueles comprometidos com a preservação do meio ambiente.

Rua Paulo Litzemberger, 1400 | Distrito Vila Itoupava | Caixa Postal 3011 | Cep 89095-220 | Blumenau | SC | Fone: (47) 3378 1414 | Fax: (47) 3378 1475 ambiental@momentoambiental.com.br | www.momentoambiental.com.br


editorial

Criatividade faz a diferença

C

riatividade. Ela é essencial em qualquer atividade humana. E parece ser esta a palavra que norteia ações de negócios no Vale do Itapocu. Exemplo disso são as reportagens apresentadas nesta edição da revista Negócios. A matéria de capa trata da transformação do Seminário de Corupá em local para realização de eventos e recepção de turistas. O administrador, padre Cícero Murara, explica que o local não abandonará seu principal objetivo, que é a formação religiosa, mas que é necessário buscar alternativa para manter toda a estrutura. E a inspiração veio dos monastérios europeus, que trabalham exemplarmente essa questão. Turismo também é tema da Reportagem Especial, que trata das ações do Vale dos Encantos Convention & Visitors Bureau na busca pela profissionalização do setor. Segundo o presidente do bureau, Márcio Manoel da Silveira, é necessário qualificar a mão de obra receptiva e traçar ações conjuntas, que divulguem a região por inteiro. Ajudado pela natureza exuberante e equipamentos para captação de eventos, além dos atrativos culturais e étnicos, o Vale tem plenas condições de se transformar em um grande destino turístico de Santa Catarina. Voltando à palavra criatividade, ela é o que não falta ao empresário Alceu Grade, que dirige a Grameyer, de Schroeder. A empresa, que trabalha com alta tecnologia, agora desenvolve torres para geração de energia eólica e promete revolucionar o setor. Será o primeiro equipamento do gênero fabricado no Brasil e, promete o empresário, diferente dos equipamentos importados, poderá gerar energia com ventos vindos de todas as direções e mesmo de baixa velocidade. Como podemos constatar, a quarta edição da Negócios está repleta de grandes novidades. Atualmente, as torres de geração de energia eólica instaladas no País são fabricadas no Exterior

Boa leitura! Conselho editorial



sumário

12. Um recanto para os negócios Sem perder o objetivo principal de formar religiosos, o Seminário de Corupá implanta ações para se transformar em centro de eventos e de turismo. Padre Cícero Murara explica que a iniciativa é necessária para manter a estrutura na nova realidade dos seminários.

20. Novidade revolucionária

24. Impressão de qualidade

O empresário Alceu Grade, da Grameyer, anuncia que a empresa trabalha no desenvolvimento das primeiras torres de geração de energia eólica com tecnologia brasileira

Com prestação de serviços para terceiros e impressão de material próprio, a Gráfica e Editora Avenida investe em estrutura e equipamentos para incrementar os negócios


16. Turismo profissional A necessidade de profissionalizar toda a cadeia de operadores, fornecedores e trabalhadores do turismo é a bandeira levantada pelo Vale dos Encantos Convention & Visitors Bureau. O órgão trabalha para transformar a região em um grande destino turístico do Estado. Para isso, ressalta o presidente Márcio Manoel da Silveira, são necessárias ações conjuntas.

26. Entrevista Ismário Bauer, que presidiu a Associação Empresarial de Schroeder, fala da gestão, de associativismo e da nova diretoria.

ERRATA Na edição passada de Negócios, na entrevista com o presidente da ACIAC, o nome de HERRMANN SUESENBACH foi grafado de maneira errada. Herrmann deixou recentemente a vice-presidência regional Norte da Facisc e licencia-se da ACIAC caso seja confirmado pelo partido político a que é filiado como candidato à Assembléia Legislativa.

E-mail para sugestão de reportagens revistanegocios@mundieditora.com.br Gerente comercial Eduardo Bellídio eduardo.bellidio@mundieditora.com.br

Conselho Editorial Beatriz Zimmermann (ACIJS) Jean Carlo Chilomer (ACIAC) Francisco Ricardo Schiochet (ACIAS) Rogério Souza Silva (ACIAG) Ronaldo Corrêa (CEJAS) Danielle Fuchs (Mundi Editora) Edição Danielle Fuchs (SC 01233 JP) danielle@mundieditora.com.br Textos Texto Livre Serviços de Imprensa textolivre@gmail.com Fotos Ronaldo Corrêa, Flávio Ueta e divulgação Foto de capa Flávio Ueta Editor de arte Guilherme Faust Moreira guilherme@mundieditora.com.br

Editora-chefe Danielle Fuchs danielle@mundieditora.com.br Diretor executivo Niclas Mund niclas@mundieditora.com.br Rua Almirante Barroso, 712 - Sala 2 Bairro Vila Nova - Blumenau/SC Telefone: (47) 3035-5500 CEP. 89.035-401 www.mundieditora.com.br Esta é uma publicação das associações empresariais do Vale do Itapocu: Jaraguá do Sul (ACIJS), Corupá (ACIAC), Guaramirim (ACAIG) e Schroeder (ACIAS). Mais informações no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul (CEJAS), na Rua Jorge Czerniewicz, 100 – (47) 3371-8190. TIRAGEM 3.000 exemplares


direitos & deveres

Estado perdoa pequenas dívidas Lei estabelece perdão para determinados débitos inscritos em dívida ativa até 31 de dezembro de 2007

A

Medida Provisória 160/2009, convertida em lei e sancionada pelo governador Luiz Henrique da Silveira, trata, além de outros temas, do perdão de débitos tributários que já estão inscritos na dívida ativa, desde que a inscrição tenha ocorrido até 31 de dezembro de 2007, ou seja, os débitos mais recentes não estão abrangidos por este be-

nefício. Ainda, para análise e concessão da posterior remissão, o Estado irá analisar os débitos existentes em nome do contribuinte neste período e conceder o perdão da dívida, desde que o somatório dos mesmos não ultrapasse o valor de R$ 5 mil de ICMS ou ICM; R$ 500,00 de ITCMD e R$ 300,00 de IPVA. A remissão alcança ainda os créditos tributários que se encontram em discussão judicial há mais de 10 anos. Porém, neste caso, deverá ser analisado cada processo individualmente, através de um conselho técnico instituído para tal fim e o perdão do débito será concedido, basicamente, quando a cobrança dos valores executados se mostra inviável, seja pelo fato do credor não possuir patrimônio, seja pela impossibilidade de cobrança de tal crédito (por exemplo, prescrição, declaração de inconstitucionalidade do tributo, etc.). Especificamente neste caso, se o sócio majoritário ou com poderes de gerência participar de outra pessoa jurídica, não terá direito a remissão. O Estado poderá buscar nesta outra pessoa jurídica a quitação da dívida. A nova lei prevê ainda que ficam suspensas as inscrições em dívida ativa de débitos referente a ICMS ou ICM, no valor de até R$ 5 mil; ITCMD até R$ 500,00 e IPVA até R$ 300,00. “Nos parece que o objetivo da edição desta medida provisória é possibilitar ao Estado catarinense baixar de sua contabilidade aqueles créditos de difícil cobrança ou cujo custo judicial ou de administração não justifica sua manutenção. Fato que, sem dúvida, é importante, contribuindo para que se tenha um retrato mais fiel dos números do Governo”, afirma a assessora jurídica da Facisc, Vanessa Casarotto Jahnel. 10


canal aberto

tribuna

frase

Vicente Donini recebe comenda do governo italiano O ex-presidente da ACIJS e atual conselheiro Vicente Donini recebeu, em 7 de dezembro, a comenda Cavaliere dell’Ordine della Stella della Solidarietá Italiana. A distinção foi conferida pelo governo da Itália em reconhecimento à contribuição de Donini, que hoje preside o Conselho de Administração da Marisol, ao desenvolvimento das relações entre Itália e Brasil na área cultural, elevado espírito associativista e forte envolvimento e apoio às iniciativas sociais. A comenda foi entregue durante cerimônia na Academia do Varejo Marisol, em Jaraguá do Sul, por Vittoriano Speranza, cônsul-geral da Itália em exercício. Vicente Donini presidiu a ACIJS de 1992 a 1994, período em que a entidade se integrou ao projeto de Núcleos Setoriais desenvolvido juntamente com as co-irmãs de Joinville, Blumenau e Brusque, utilizando a experiência da Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, no Sul da Alemanha. A gestão também atuou no sentido de fortalecer o conceito da união de esforços em torno do Centro Empresarial, um condomínio que abriga as principais entidades do setor produtivo na região. A questão da infraestrutura mereceu atenção, seja na ampliação e melhoria do sistema de telefonia, como na qualidade do sistema logístico com as rodovias da região. Tema que permanece atual na pauta das entidades.

Até agora, temos sorte de não ter havido nenhum motim e rebelião, mas não estamos livres disso” Nilton Roque Zen, membro do Conselho Comunitário Penitenciário e coordenador do Projeto Âncora, iniciativa da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul, manifestando preocupação com a situação do presídio instalado no Município, construído para abrigar 72 presos e atualmente com mais de 300 apenados.

em alta X em baixa Prevenção As chuvas do final de 2008 deixaram sequelas. Por isso, em Jaraguá do Sul, um grupo formado por representantes de diversos setores, incluindo o Ministério Público, criou o movimento Repensar Jaraguá, que discute formas de conscientizar quanto à ocupação do solo e na fiscalização em áreas de risco. Foi encaminhado projeto de lei à Câmara Municipal que, se aprovado, impedirá que a Celesc e o Samae liguem energia elétrica e água em obras irregulares segundo as exigências na compra de lotes e para moradias.

Haja paciência Mais um entrave na duplicação da BR-280. O Ibama pediu mais esclarecimentos sobre o projeto ao DNIT, o que gerou queixas. Em nota oficial, o presidente da ACIJS, Guido Bretzke, reagiu duramente: “Estamos extremamente indignados. Temos conversado com deputados e senadores, que nos confirmam que a obra está garantida. Mas chega uma hora em que começamos a duvidar destas posições”. O presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), Carlos Rodolfo Schneider, criticou o descompasso entre os órgãos federais. “Eles não se entendem”, resumiu. 11


destaque empresarial

Recanto de paz... e de negócios Famoso em todo Estado, Seminário de Corupá, edificado na década de 1920, une a formação religiosa ao turismo e investe em estrutura para a realização de eventos

E

m meio ao verde da Serra do Mar, Corupá conquista quem passa pela região graças à exuberante paisagem natural. O roteiro de atrativos, que inclui nada menos que 67 cachoeiras e cascatas, destaca no meio da vegetação uma construção do início do século passado, onde está instalado o Seminário Sagrado Coração de Jesus. Muito embora preserve a vocação e mantenha as atividades de formação religiosa, cada vez mais o local é reconhecido como um destino para a realização de eventos. O turismo de negócios deu novo fôlego ao seminário, admite o administrador do lugar, padre Cícero Murara. Nos últimos anos, as instalações vêm sendo uma alternativa para atividades diversas, desde palestras a exposições, feiras, festas típicas, até a tradicional competição de trilheiros por dentro da mata que circunda a propriedade, evento que atrai motociclistas e aventureiros até do Exterior. O volume de eventos cresce e estimula a administração provincial a buscar uma gestão empresarial capaz de aproveitar as características religiosas e, especialmente, os recursos naturais da região. “Esse interesse existe porque percebemos que temos a condição favorável de manter um foco no grande projeto da instituição, mas, de outro lado, podemos agregar o seminário ao complexo turístico do Vale. É uma condição da qual não podemos abrir mão, principalmente porque a manutenção de toda a essa estrutura tem um custo”, observa padre Cícero. Com a locação de espaços para eventos, a arrecadação anual da instituição chega a algo próximo de R$ 500 mil, com uma despesa mensal de cerca de R$ 25 mil. O seminário ocupa uma área de quase 700 mil metros quadrados, dos quais 25 mil metros quadrados de área edificada. Construído em 1929, o seminário ajudou na formação religiosa de pelo menos 8 mil pessoas vindas de várias regiões do Brasil, estima o padre Cícero, um egresso da escola. Depois da formação inicial, prosseguiu nos estudos, o que incluiu duas faculdades (Filosofia e Teologia – obrigatórias para a formação sacerdotal), uma pós-graduação em Gestão de Pessoas e, recentemente concluído, um MBA em Gestão Empresarial. 12


No passado, as instalações chegaram a abrigar mais de 200 seminaristas por ano, mas hoje a realidade não é mais a mesma

Uma nova realidade para o seminário Há seis anos trabalhando no seminário, quatro deles como padre e como docente no ensino aos seminaristas, e os dois últimos na direção, padre Cícero é um entusiasta do novo perfil do lugar. “Sempre defendi essa alternativa antes que o prédio tivesse outra destinação. Nós precisamos entender que a realidade do seminário na sua origem, quando chegou a ter mais de 200 jovens por ano, hoje é outra. Naquele tempo, frequentar o seminário era não apenas uma alternativa para a formação de valores cristãos, mas uma condição que as famílias tinham de ensino de qualidade. Na sociedade atual, há muitas outras opções e esse modelo de seminário perdeu a competitividade”, assinala padre Cícero. O religioso deixa claro que o seminário não pretende abandonar a origem, mas entende que os tempos são outros. “Esse é um patrimônio da região, porque não dizer, do Estado; não

pode ter um fim que não esteja identificado com a nossa região e com os seus valores”, afirma. Para implementar o novo momento, a direção faz estudos de viabilidade e algumas ações já estão definidas. Uma das metas é adequar a estrutura do prédio com suítes e ambientes nos moldes de um hotel-fazenda, preservando a construção original e oferecendo ao visitante conforto e os atrativos históricos e naturais de lazer. “Não pensamos em luxo, mas sim em algo que proporcione bem-estar, associando essa condição aos recursos naturais que Corupá e os municípios do entorno proporcionam”. Uma característica do empreendimento, que nessa primeira fase deverá estar funcionando até março de 2011, é seguir um modelo próximo ao que os turistas encontram em mosteiros na Europa. “Nossa intenção é de que os hóspedes tenham as opções de um hotel, mas possam

acompanhar as rotinas de uma casa religiosa, com a programação de missas e outras celebrações, de um ambiente de reflexão da fé”. Os planos da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, proprietária do imóvel, envolvem, em um segundo momento, a construção de outro prédio, ampliando a oferta de leitos e inserindo definitivamente o conceito de hotelaria ao empreendimento. O investimento, superior a R$ 2 milhões, prevê a aplicação de recursos próprios e de outras fontes de captação. Ainda que as bases financeiras sejam privadas, padre Cícero acredita que o Poder Público possa ajudar, principalmente na melhoria da infraestrutura de acesso ao local. “A Prefeitura e o governo do Estado incentivam o projeto. No primeiro trimestre de 2010, iniciamos a revitalização do Museu de História Natural, com 200 mil reais liberados pelo governo estadual”, informa o diretor. 13


destaque empresarial

Corupá: roteiro de atrações Corupá é conhecida como a capital da banana, mas o turista que visitar a cidade não vai contemplar apenas as plantações da fruta, que se espalham pelo interior. Privilegiado pela natureza, o Município favorece a prática do ecoturismo. É cortado por rios e ribeirões de águas claras e refrescantes, ornamentados por uma rota de cachoeiras que fazem a alegria de quem aprecia atividades radicais. O território também é generoso para fotografias ou simples contemplação da vista exuberante proporcionada pela Mata Atlântica. No Parque Municipal Ecológico Emílio Batistela, as estrelas são 14 cachoeiras num curto percurso de pouco mais de 2 quilômetros por picadas em meio à mata. Ao lado do Seminário Sagrado Coração de Jesus, outras paradas obrigatórias são o Morro da Igreja, o Orquidário, a Cachoeira Véu de Noiva, a Prainha da Oma, o Recanto Água Verde e o Braço Esquerdo. No seminário, o visitante deve atentar para detalhes na construção de 1929, com tijolos aparentes e amarração com presilhas de ferro; e ao Museu de História Natural, com animais empalhados de várias espécies. A visita a Corupá não pode deixar de lado os passeios de Maria-Fumaça pelo trecho da ferrovia que corta a região, com túneis e pontes em meio à mata nativa.

Planos futuros Revitalização do Museu de História Natural (em andamento) Adequação do prédio para funcionar como hotel-fazenda (março 2011) Construção de novo prédio para ampliar o hotel

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Padre Cícero é um entusiásta do novo perfil do seminário

O que tem no Seminário Área total de 680 mil metros quadrados Área construída de 25 mil metros quadrados Espaço de 4 mil metros quadrados para eventos diversos Salão de festas de 500 metros quadrados, climatizado, para 300 pessoas sentadas Auditório para 300 pessoas Restaurante para 200 pessoas Estacionamento para 5 mil veículos



reportagem especial

A profissionalização do turismo Com atrações naturais, culturais, étnicas e capacidade para sediar eventos, Vale do Itapacu busca a integração entre os municípios para desenvolver o setor e aumentar a geração de renda

N

ão faltam belezas naturais e a infraestrutura em termos de equipamentos para atrair o turista vem melhorando consideravelmente nos últimos anos. Mesmo assim, a região do Vale do Itapocu se ressente de maior impulso ao setor, situação que pode ser revertida com a plena integração do trade (hotéis, restaurantes, órgãos de classe que 16

representam a atividade e o poder público). Uma das estratégias para aquecer o setor, principalmente com a captação de eventos, é criação do Vale dos Encantos Convention & Visitors Bureau, uma estrutura voltada a atuar como instância de gestão do marketing para a promoção dos atrativos dos municípios do Vale. O presidente do órgão, Márcio Manoel da Silveira, está otimista.

Acredita que é possível unificar interesses e, com uma atuação estruturada, inserir definitivamente a região no mapa do turismo brasileiro. “Temos todas as condições para isso. O Ministério do Turismo apontou destinos e produtos capazes de movimentar a economia regional e a região se encaixa nesse perfil. Temos o turismo de aventura, o turismo radical, o das etnias, o turismo rural e


ecológico. Mas exploramos pouco esse potencial, não nos damos conta do valor da arquitetura da região, tanto a religiosa quanto a das residências oriundas das diversas culturas responsáveis por nossa colonização”. É um trabalho árduo, reconhece Márcio, que, mesmo que o projeto ainda se desenvolva de forma lenta, aposta no sucesso. No final da década de 1990, lembra, o Vale do Itapocu tinha um cenário bem diferente do atual em termos de equipamentos turísticos. Desde então, o setor público e a iniciativa privada realizaram investimentos que alteraram o quadro e permitiram um avanço importante para que a região se tornasse destino no turismo de negócios, de esportes radicais e ecológico, principalmente. O número de leitos cresceu 124% nesta década, passando de pouco mais de mil unidades para 2.196 leitos. Neste período, Jaraguá do Sul ganhou o Centro Cultural da SCAR, o Centro Empresarial, a Arena Multiuso e o Centro de Atividades do Serviço Social do Comércio. “Novos empreendimentos hoteleiros ampliaram a capacidade de atender os visitantes em eventos simultâneos de 480 para 2.873 pessoas”, ilustra o presidente do Vale dos Encantos Convention & Visitors Bureau. Foi também nessa década que surgiu o Jaraguá Convention & Visitors Bureau, com o objetivo de unir setores da administração pública e privada, buscando o desenvolvimento do turismo regional. Ao lado da articulação do setor, iniciativas como a criação do Núcleo da Hospitalidade, formado por empresas ligadas à Associação Empresarial e à Associação das Micro e Pequenas Empresas e do Comitê Regional do Turismo, ajudaram a fortalecer o setor. A própria criação da marca Vale dos Encantos, a partir de 2004, aponta o dirigente, foi estratégica. “Não dá para pensar o turismo de maneira isolada quando você tem um conjunto de atrativos espalhados pela região. Cada cidade tem as suas características e recursos naturais, que podem se somar na oferta ao visitante. No final, todos ganham, pois movimenta a economia regional”. Quando diz que o trabalho é contínuo, o presidente do bureau se refere a questões práticas. “Não adianta só os empresários pensarem em melhorar os serviços. É necessário que todas as secretarias de turismo tenham a mesma visão, de que o turismo não tem fronteiras”, pondera. 17


reportagem especial

Um diamante a ser lapidado Criar essa condição de entendimento de que o turismo precisa ser pensado como um diamante a ser lapidado pelos municípios é o desafio do Vale dos Encantos Convention & Visitors Bureau, garante Márcio. A missão está escrita no planejamento estratégico de 2007, que inclui essencialmente a profissionalização da atividade. “Desde a sinalização das cidades, a cursos para camareiras e atendentes de postos de combustíveis, para ensiná-los a receber bem o turista; até a qualidade dos serviços oferecidos por hotéis e restaurantes, tudo faz parte deste esforço. Também se buscou implementar uma agenda única de eventos, ou melhorar materiais de divulgação como fôlderes, mapas e guias, site e a edição de cartões postais, além da participação em

eventos do setor. Mas também precisamos da duplicação da BR-280, de melhorar o acesso sul de Jaraguá, os aeroportos, cuidar da Serra Dona Francisca e da estrada que vai a Rio dos Cedros. Cada um fazendo a sua parte, sem sobreposição de tarefas e usando os recursos disponíveis”, afirma. O discurso de Márcio encontra eco entre empresários que conhecem a realidade do turismo regional. Presidente da Átrio Hotéis, com empreendimentos em diversas cidades, Ninfo König diz que falta mais envolvimento e recursos para gerir a atividade de promoção do setor. “Santa Catarina e a nossa região têm um apelo enorme para atrair turistas, mas, lamentavelmente, não temos olhos para enxergar e aproveitar essas oportunidades.

Precisamos ter recursos para ir atrás dos eventos, os Convention & Visitors Bureaus precisam ter o apoio das associações, dos sindicatos, dos hotéis, porque são os eventos que movimentam a economia”, afirma König. Para ele, entidades com os Conventions Bureaus não podem depender apenas das mensalidades pagas pelos associados. “Sem dinheiro, não se vai a lugar algum. Há possibilidades de se prospectar negócios no mundo inteiro. Falamos em trazer para a cidade o turismo de negócios, mas não damos ao Convention Bureau os meios para isso acontecer. É preciso que as cidades encarem essa oportunidade que o trabalho dos Convetions Bureaus oferece para o seu desenvolvimento”, afirma o empresário.


Agenda única quer conciliar eventos O executivo do Vale dos Encantos Convention & Visitors Bureau, Fenísio Pires Júnior, vê a organização de agenda única como uma estratégia para potencializar o fluxo turístico da região. A proposta vem sendo discutida pelo núcleo gestor do Conselho Municipal de Turismo que, por meio do site do Vale dos Encantos, pretende reunir toda a programação para divulgação e acompanhamento, evitando a coincidência de datas que possam comprometer de alguma forma o atendimento hoteleiro e de serviços. “Buscamos, dentro do possível, distribuir os eventos ao longo do ano, para que a sazonalidade não seja tão acentuada”, comenta Júnior. O trabalho de captação de eventos, missão maior do órgão, explica Júnior, vem sendo cumprido à risca. Em cinco anos, o Convention Bureau captou 55 eventos para a região e apoiou outros 63. “No ano passado, traçamos uma meta de conquistar 30 eventos em dois anos, já conseguimos 21 e temos outros nove em fase de definição”, destaca. Um dos eventos já confirmados para 2010 é o Festival de Música de Santa Catarina, que acontecerá de 15 a 30 de janeiro e movimentará mais de 700 participantes do Brasil e de vários países de todos os continentes. “É o maior festival-escola do Brasil, traz estudantes, músicos profissionais e maestros, que geram uma grande movimentação para a economia local”, diz o executivo.

SC é destaque na organização turística O que Foz do Iguaçu e Curitiba, no Paraná, Florianópolis e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e Gramado e Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, têm em comum? De acordo com os novos indicadores da evolução da atividade turística dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento, divulgados no começo de dezembro pelo Ministério do Turismo, os seis destinos sulistas estão entre os líderes de competitividade do setor no Brasil. Juntos, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná apresentaram a melhor avaliação para nove dimensões da pesquisa: Infraestrutura Geral, Acesso, Serviços e Equipamentos Turísticos, Marketing e Promoção do Destino, Monitoramento, Economia Local, Capacidade Empresarial, Aspectos Sociais e Aspectos Ambientais. A região é também a mais bem pre-

parada na dimensão Políticas Públicas. Conforme a pesquisa, Centro-Oeste, Sudeste e Sul superaram a média nacional, mas somente o conjunto de estados sulistas atingiu o nível 4 da escala de competitividade neste quesito. As variáveis apontaram para a qualificação das estruturas municipais de apoio ao turismo, alto grau de cooperação público-privada e governamental, além da presença de planejamento para a cidade e para a atividade turística. Outro destaque do grupo sulista é o grau de estruturação nas questões de Infraestrutura Geral – estrutura urbana nas áreas turísticas, capacidade de atendimento médico, fornecimento de energia e serviço de proteção ao turista, entre outras variáveis analisadas. Em 2009, a média regional alcançou 74,1 pontos, seguida pela pontuação do Sudeste (68,4) e Centro-Oeste (66,4).

Com relação aos Aspectos Sociais, o Sul do País aparece também, ao lado da Região Sudeste, no quarto nível de competitividade turística. Influenciam a soma fatores como o uso dos atrativos e equipamentos turísticos pela população local, o que é considerado indicativo de qualidade de vida, e a realização de políticas de enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes. As médias regionais para as dimensões Economia Local e Capacidade Empresarial ficaram acima da média nacional. Apenas os estados do Sul chegaram ao quarto nível de desenvolvimento em variáveis como infraestrutura de negócios, eventos alavancadores, capacidade de qualificação e aproveitamento do pessoal local, presença de grupos nacionais e internacionais do setor de turismo, concorrência e barreiras de entrada. 19


tecnologia

O senhor dos ventos Visionário, mas com os pés no chão, Alceu Grade investe em torres de energia eólica e em instituto de tecnologia

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o contrário de Don Quixote, lendário personagem da literatura mundial que enfrentava moinhos de vento, o empresário Alceu Grade não é um cavaleiro andante que sai pelo mundo em delirantes aventuras. Nos últimos anos, porém, Grade vem se dedicando a um projeto que, de certa forma, o aproxima do idealista herói espanhol. Com os pés no chão, Alceu quer ver torres – e não moinhos – sugando ventos para gerar bemestar, conforto e qualidade de vida. Mais do que isso, em breve ele espera estar colocando no mercado mais um produto da Grameyer, empresa que dirige em Schroeder, no Norte de Santa Catarina, e atender ao setor de geração de energia eólica, uma fonte que cada vez mais surge como matriz energética frente à necessidade de sustentabilidade do Planeta. Oferecer soluções na área da energia sempre foi o foco da empresa, fundada por Alceu em 1986, depois que deixou cargo técnico na WEG para ter seu próprio negócio. Inicialmente, contou com a participação de um amigo – Francisco Reich Meyer - que o ajudou na viabilização financeira do empreendimento, para depois dar sequência à própria trajetória. A junção dos sobrenomes – Grameyer – conferiu identidade para a empresa, que rapidamente se tornou fornecedora de tecnologia para a indústria aonde ele trabalhara por 14 anos e até mesmo para a indústria da aviação, entre outros segmentos. O empresário não esquece, também, do apoio dado pelo amigo Werner Voigt, um dos três fundadores da WEG, que ele aponta como um grande incentivador do empreendedorismo. “Ele ajudou muito, acreditou no projeto, como acreditou em outras empresas que surgiram na região. Werner sempre olha para o desenvolvimento regional, sem jamais pensar em retorno. Acredita no potencial humano e tecnológico do Vale. Schroeder deve muito a este senhor”, elogia. 20


Mas Alceu sabe que nem só de incentivo vive um negócio. Técnico em química que chegou ao Vale do Itapocu há 30 anos, como autodidata o empresário pesquisa o tempo todo e sabe aproveitar as oportunidades que aparecem. “Sempre fui um curioso e foi assim que as coisas começaram. Mas você não pode deixar de se cercar de especialistas. Eu tenho a ideia, o conhecimento, mas não abro mão dos doutores”, diz, para lembrar que o quadro de pouco mais de 200 empregados reúne pelo menos 30 por cento de profissionais vindos de universidades, com formação nas áreas de inovação tecnológica. A pesquisa sempre pontuou as ações da Grameyer, a ponto de ser premiada, em 2005, pela Financiadora Nacional de Pesquisa (Finep) como empresa destaque da Região Sul na área de tecnologia. A dedicação é tamanha que Alceu criou um Instituto de Pesquisa próprio para estudar materiais diversos, dedicando-se a projetos que vão da cerâmica fina ao controle biológico de pragas e à saúde. O mais recente empreendimento da Grameyer é na área de energia. A empresa desenvolve protótipo de uma torre para a geração de energia eólica (obtida com o vento). O projeto está bem encaminhado e deve ser concluído até abril de 2010. A tecnologia não é inovadora, pois, há muitos anos, o recurso é explorado no mundo inteiro. A novidade que a Grameyer vai oferecer ao mercado é um sistema que utiliza tecnologia para captar o vento seja de que direção ele venha. “O sistema que se conhece e é aplicado no mundo todo absorve apenas o vento que está na direção das abas e com uma força maior. Nós vamos fabricar equipamentos que aproveitam todas as correntes e, mais do que isso, que vão usar até mesmo a brisa para gerar energia”. O produto Grameyer será entregue pronto para uso. O interesse que o produto já está despertando no mercado faz com que o empresário projete uma nova planta fabril exclusivamente para a linha de torres de energia eólica. Será um investimento de pelo menos R$ 30 milhões, garante, com geração de mais uma centena de empregos diretos no Vale do Itapocu.


tecnologia

Possibilidades de aplicação

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tualmente, a empresa realiza testes com protótipos de uma unidade para 300 kilo watts, mas o produto poderá atender a demanda além de 30 mega watts. Conforme Alceu Grade (foto), a flexibilidade de uso é outro fator de competitividade que ele pretende explorar. “Nada impede que se atenda a grandes demandas com energia em maior escala e, ao mesmo tempo, se forneça para pequenos consumidores ou residências”, explica. Parceiros para o empreendimento já estão sendo contatados no mercado, desde as concessionárias do setor público a empresas privadas que comercializam energia. Outro nicho futuro é o de indústrias que consomem muita energia e podem ter suas próprias torres para suprir as necessidades. Vislumbrando um mercado ainda maior, o empresário arrisca que até mesmo condomínios e edifícios resi-

denciais ou comerciais poderão dispor do recurso. “O mundo avança muito rapidamente na busca de soluções em termos de energia alternativa. Daqui a pouco, os carros elétricos estarão circulando pelas ruas. Quem sabe as pessoas não possam renovar as baterias em suas próprias casas. Com a energia eólica poderá ser assim, já

que o sistema vai converter em energia a brisa ou vento de até 2 metros por segundo”. O mercado de pequenos consumidores entusiasma o empresário, especialmente em iniciativas como o programa Luz para Todos, do governo federal. Alceu acredita que o negócio com energia eólica representará uma nova página na história da empresa, que atua forte no segmento de geração de energia, atendendo clientes no Brasil e no Exterior. A Grameyer também desenvolveu um medidor de energia digital, que deve ser lançado no mercado em maio de 2010. A perspectiva de que reaquecimento da economia global e as possibilidades no mercado interno devem soprar favoravelmente para a companhia. Em 2008, o faturamento ficou na casa dos R$ 40 milhões, desempenho que Alceu espera repetir em 2009 e ampliar para algo em torno de 60 milhões de reais em 2010.

Instituto atua em vários campos da ciência O interesse pela inovação levou Alceu Grade a fundar, em 2006, um instituto que leva o nome do empresário, com o objetivo de realizar estudos em várias áreas de conhecimento e dar oportunidade a pesquisas. “Há muito conhecimento que se perde por falta de oportunidades. Nossa intenção é apoiar essas iniciativas, ajudando no desenvolvimento de planos de negócios”, diz Alceu. Um dos trabalhos em andamento é realizado em parceria com a Associação de Municípios do Vale do Itapocu (Amvali) e com a Fundação 25 de Julho, de Joinville, visando ao controle do maruim. O inseto, que se prolifera em materiais orgânicos em decomposição, como as cepas de bananais (uma das bases da economia da região), atormenta produtores rurais e turistas que procuram o Vale pela sua beleza natural. Os estudos estão avançados no sentido de desenvolver repelentes naturais que contribuam para o controle da praga. “A nossa ação social é no sentido de viabilizar uma solução para o

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problema que já se tornou grave na região”, afirma. Em outra frente, o instituto trabalha no desenvolvimento de uma espécie de mesa de simulação de procedimentos pós-operatórios para a sutura de veias. Segundo ele, os problemas causados por falhas na sutura são responsáveis por muitas mortes no mundo inteiro. “Criamos um equipamento eletrônico que simula um paciente, com a vantagem de que o cirurgião pode repetir o procedimento tantas vezes quanto for necessário, até acertar. Será utilizada veia bovina, que está disponível nos matadouros”. O projeto está sendo desenvolvido por um pool de três empresas da região e resultará em um produto inédito no mercado mundial. “Se esse equipamento se mostrar viável, são pelo menos 35 mil equipamentos que serão fornecidos a centros pós-operatórios em hospitais e universidades para as escolas de medicina. Com um benefício à vida sem precedentes na história médica”, garante Grade.



empreendedorismo & gestão

Avenida amplia negócios Com impressão de 3,5 milhões de exemplares por mês, a Editora e Gráfica Avenida aposta na formação de novas gerações de leitores para incrementar a produção de material impresso

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ano de 2009 ficará guardado na história da Avenida Gráfica e Editora como o melhor de seus 62 anos de existência, desde que surgiu, em Jaraguá do Sul, em 1947. A empresa cresceu 15% no volume de negócios e consolidou posição entre as quatro maiores indústrias do setor em Santa Catarina, com a impressão de 3,5 milhões de exemplares por mês, e inaugurou modernas instalações em área construída de 6 mil metros quadrados. Ao folhear o livro com a história da Avenida, o empresário Udo Wagner diz que o novo parque, instalado no bairro Nereu Ramos, às margens da BR-280, é, antes de tudo, a realização de um sonho desde que assumiu a gestão da empresa, em 1972. “Sempre imaginei um prédio em um local que proporcionasse conforto e bem-estar. Uma das condições para isso foi a definição de um projeto arquitetônico que privilegiasse a qualidade no ambiente de trabalho”, destaca. Construído em uma área de 24

158 mil metros quadrados, cercado pela Mata Atlântica, o prédio favorece a circulação das pessoas na área de produção, iluminação natural e ambientes internos onde nenhum detalhe foi esquecido, dos metais sanitários à cozinha e refeitório. Nos fundos do terreno, um lago e amplo espaço onde circulam faisões criados pelo empresário tornam o lugar um aprazível recanto. Do infantil a Paulo Coelho A Avenida atua principalmente na área de impressão editorial e promocional. Do volume total de produtos, 85% representam prestação de serviços para terceiros e 15% para a própria editora. De livros infantis a obras de autores como Paulo Coelho e o professor Pasquali, a Avenida viu crescer a carteira de clientes graças ao investimento constante em tecnologia e qualidade. “Temos como foco a produção em grande escala, com impressão acima de 10 mil unidades, o que, para as grandes editoras,

é uma garantia de que vão ter a demanda atendida no prazo desejado e com preços mais competitivos”, explica. Junto com a impressão para editoras consagradas do circuito livreiro do País, a Avenida mantém cerca de 200 títulos próprios. São dicionários, atlas, livros de romances da literatura brasileira, coleções para leitura e pintura infantis, bíblias, entre outros, fornecidos em kits para empresas de todo o Brasil que distribuem o produto para papelarias, lojas, postos de combustíveis e até de porta em porta. “Nas regiões Norte e Nordeste, essa é uma forma de venda ainda muito tradicional, assim como a venda no crediário”, comenta. O projeto é ampliar a participação da empresa neste segmento nos próximos anos. O crescimento das vendas estimula o empresário a fazer planos. Segundo Udo, com a fixação de que 25% dos orçamentos das prefeituras e governos estaduais devem ser aplicados em educação, houve mais investimentos em bibliotecas e na aquisição de livros.


“Uma criança que cria o hábito da leitura é a certeza de um adulto leitor. Com o estímulo da escola e da família, isso tem um efeito multiplicador muito importante”, resume. Para assegurar o crescimento dos negócios, uma das metas é investir em novos equipamentos. Os recursos virão da venda do imóvel localizado também em área privilegiada ao lado do Centro Empresarial, no principal acesso à região central da cidade, que, até meados deste ano, abrigava a gráfica. A intenção é dobrar a capacidade instalada em 18 meses, dando à empresa a possibilidade de imprimir algo em torno de 7 milhões de unidades por mês.

“Vamos atrás de clientes”, registra Udo Wagner, incluindo a prospecção até mesmo de mercados externos, como a África, Portugal e outros países de língua portuguesa. Para isso, desde a reforma ortográfica, todos os impressos da Avenida já atendem às regras. A Avenida tem a presença familiar como uma das marcas do empreendimento. A esposa Margit acompanha Udo no controle acionário, embora administre outro negócio, a Grafipel Livraria e Papelaria. “Como discutimos tudo em família, sou uma espécie de conselheiro, mas ela tem completa autonomia e conduz tudo com muita competência”.

Temos como foco a produção em grande escala, com impressão acima de 10 mil unidades, o que, para as grandes editoras, é uma garantia de que vão ter a demanda atendida no prazo desejado

Atuação na política e na cultura Além da atividade na indústria gráfica, Udo Wagner é reconhecido pela atuação na política, no segmento lojista e na área cultural. Durante 11 anos, o empresário ocupou cargos públicos, sendo oito como deputado estadual e três como secretário de Estado adjunto de Cultura e na presidência da Fundação Catarinense de Cultura. Também foi presidente da Câmara de Dirigentes

Lojistas (CDL) e da Federação Estadual de CDLs (FCDL). Atualmente, preside a Sociedade Cultura Artística, mantenedora do Centro Cultural de Jaraguá do Sul, um prédio de 9 mil metros quadrados que colocou a cidade como um dos melhores espaços para eventos do Sul do Brasil. “Jaraguá tem dois momentos: antes e depois da inauguração do Cen-

tro Cultural, em 2003. A partir daí, a cidade e a região ganharam uma nova dimensão. Em 2009, repetindo um desempenho desde que o prédio foi inaugurado, o público tem prestigiado a programação, que reuniu 395 eventos, uma platéia de mais de 90 mil pessoas. Para uma cidade do porte de Jaraguá, de 130 mil habitantes, esse público é extraordinário”. 25


entrevista

“O momento de ampliar forças é agora”

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mpresário do setor metalmecânico, Ismário Bauer comandou a Associação Empresarial de Schroeder até o final de novembro. A transição não poderia ser mais tranqüila, uma vez que quem assume a presidência é Leandro Bauer, até então seu vice. A presença do filho na diretoria que acaba de completar a gestão não ocorreu por acaso. “Leandro foi meu vice por duas razões, a primeira de estrita confiança na sua capacidade de atuar positivamente na diretoria e a segunda porque pertence a uma nova geração que agora tem a missão de impulsionar ainda mais a entidade”, diz o ex-presidente. Embora a posse aconteça somente em fevereiro de 2010, o novo presidente já experimentava a liderança que conquistou no sistema associativista do Vale do Itapocu. Mais do que vice-presidente, atuou na gestão 2007-2009 como uma espécie de consultor especial do pai presidente. “Aposto muito nos jovens e ele conseguiu formar uma diretoria que uniu juventude e a experiência de empresários que já atuaram na entidade e agora retornam para somar ainda mais”, alegra-se Ismário. Nesta conversa com Negócios, ele fala sobre a atuação na entidade, sobre o desempenho do grupo de empresas que comanda, mas também da necessidade do Vale se impor politicamente. “Não podemos fazer pior do que já fizemos”, diz, ao se referir à falta de expressão regional principalmente na Assembléia Legislativa e na Câmara Federal. 26

Ismário Bauer presidiu a Associação Empresarial de Schroeder até o final de novembro. Nesta entrevista, ele faz um balanço da gestão e fala dos desafios

REVISTA NEGÓCIOS – Como o senhor entrou para o meio associativista? ISMÁRIO BAUER – Sempre estive ligado ao movimento de organização do setor metalmecânico, através do Núcleo Setorial deste segmento na Associação Empresarial de Jaraguá

do Sul, onde nossa empresa passou a atuar em 1996. Em 2001, assumi a coordenação deste Núcleo, o que me deu oportunidade de conhecer melhor a estrutura das entidades e perceber o quanto se pode ganhar de conhecimento para melhorar a gestão dos nossos negócios.


RN – Como aconteceu o envolvimento com a Associação Empresarial de Schroeder? IB – A Associação foi fundada em julho de 1995, mas, desde que entrei para o Núcleo de Jaraguá, acompanhava as reuniões em Schroeder, mesmo sem ter um envolvimento maior porque precisava cuidar da empresa. O trabalho de coordenação do Núcleo também exigia uma dedicação, foi um período em que avançamos muito na organização das empresas do segmento, inclusive com uma viagem à Alemanha para conhecer outras experiências. RN – Até que em 2007 chegou à presidência. Qual foi o foco de sua gestão? IB – Nossa maior preocupação foi na direção do associativismo, de mostrar a importância do empresário vir para a entidade e participar. Na gestão anterior, o presidente Alceu Grade havia concentrado esforços na construção de uma sede própria e nós tínhamos em mente buscar mais associados. Penso que conseguimos esse objetivo, pois vimos um crescimento nesse aspecto. Trabalhamos a transição para a formação de uma diretoria que dê continuidade à formação de um espírito associativista. RN – Como a entidade está estruturada? IB – Quando assumimos, tínhamos um quadro de cerca de 100 associados. Hoje, esse número é de 153 empresas associadas. Como eu disse, a gestão anterior esteve focada na concretização do sonho de dar a ACIAS uma sede própria, foi um trabalho que deu resultado. Hoje, nós percebemos que nosso associado reconhece a importância de contar com uma entidade forte. Reunimos cerca de 40% do número de empresas do Município, mas há possibilidade de avançar mais. A meta sempre é buscar mais participações, mas não com uma ideia fixa de números e sim pela expressão do quadro associativo.

RN – Como motivar as empresas a vir para a entidade? IB – O primeiro passo, e isso foi conquistado pela gestão que nos antecedeu, é dar à entidade uma sede digna da grande força econômica da nossa região. Com a sede, estruturar os trabalhos da entidade, oferecendo soluções para que o empresário melhore a sua possibilidade de gestão, com serviços e uma programação de cursos, palestras, atividades que agreguem conhecimento e inserindo a entidade na agenda regional. É preciso também que a entidade obtenha credibilidade junto ao Poder Público, especialmente junto à Prefeitura, pois a Associação representa aqueles que produzem a riqueza do nosso Município. RN – Esse entendimento existe? IB – Sim. Desde que a ACIAS foi fun-

dada, as diretorias foram reconhecidas pelo Município. Mas, hoje, vivemos uma condição muito favorável, é um processo que vem melhorando continuamente. Um exemplo prático dessa condição é que a ao fazer o cadastro de um novo negócio no Município, a Prefeitura motiva esse empreendedor a vir para a entidade. Há uma soma de esforços, pois a administração municipal sabe que a entidade é uma parceira importante nas questões de melhoria da infraestrutura. Vejo que as perspectivas são muito positivas para os próximos anos, com a viabilização de projetos que estão sendo buscados agora, como a melhoria do acesso a Schroeder em direção à BR-101, com a duplicação da BR-280, na ampliação dos serviços de telefonia e transmissão de dados via internet, no fornecimento de energia. 27


entrevista

RN - A ACIAS é ouvida pela administração municipal? IB – Todos percebemos que Schroeder vive um momento favorável, como vem acontecendo em toda a região. Há perspectivas de novos investimentos e isso requer estrutura. Se um novo empreendimento surge em outro município, isso tem reflexos em toda a região, que é favorecida de uma maneira ou outra. Algo importante é que a ACIAS foi chamada a participar da discussão do Plano Diretor do Município. Ou seja, criouse um ambiente favorável para que a classe empresarial atue forte na definição dos rumos de Schroeder, em parceria com as forças políticas da cidade, com Prefeitura e Câmara de Vereadores. Hoje, há um entendimento do Poder Público de que a entidade deve opinar sobre a presença de uma empresa interessada em se instalar na cidade. Isso demonstra o respeito da administração pública para com o trabalho que a entidade realiza. Schroeder tem muitos atributos que tornam a cidade competitiva do ponto de vista de desenvolvimento de novos negócios. A cidade está integrada a uma região com mão de obra de muita qualidade, com excelente suporte tecnológico e áreas territoriais que favorecem empresas focadas na sustentabilidade. A Associação procura capitalizar essas virtudes do Município oferecendo apoio com palestras, treinamentos e eventos, atuando em sinergia com as demais entidades da região na busca de solução para os problemas de infraestrutura. Não se pode pensar em um município trabalhando isoladamente. Os exemplos que temos de falta de respostas a muitos pleitos mostram isso. Se atuando juntos já é difícil, imagine se cada município, ou se cada associação pensar por si mesma e ignorar o poder que todas juntas representam na comunidade regional. RN – Como medir a contribuição da entidade para o associado? 28

Schroeder tem muitos atributos que tornam a cidade competitiva do ponto de vista de desenvolvimento de novos negócios. Está integrada a uma região com mão de obra de muita qualidade

IB - A ACIAS tem um papel fundamental junto ao empresário. Quando comecei o meu negócio, eu não tive o suporte que hoje a entidade proporciona aos seus associados. Essa estrutura pode não ser importante ou necessária para uma grande empresa, mas no nosso caso, em que a maior parte dos associados é de pequeno ou médio porte, essa ajuda faz a diferença. E por que é importante a presença da grande empresa na entidade? Porque dá oportunidade de se compartilhar experiências. Muitas vezes, a dificuldade que um pequeno empresário enfrenta já foi enfrentada pela grande empresa. Se a gente considerar que muitas pequenas empresas participam da cadeia de fornecedores de uma companhia maior, quanto mais preparada ela estiver, melhor resultado vai oferecer na cadeia produtiva. RN – Essa sensibilização é atribuição da entidade? IB - Na minha gestão, trabalhamos forte isso. Acredito que a nova diretoria tem essa missão. Um resultado que considero positivo foi a criação do Núcleo do Jovem Empreendedor. Esse é o melhor ambiente para surgirem novas lideranças que vão dar sequencia ao trabalho das diretorias e vão escrever a história da entida-

de. Começamos bem porque a nova diretoria é formada em grande parte por empresários jovens, o que é muito importante e necessário para que a entidade se mantenha forte. Por outro lado, essa nova gestão teve a sabedoria de trazer a experiência de empresários que já estiveram na entidade, o que vai somar muito, tenho certeza. O fato de o presidente Leandro ter atuado no nosso mandato como vice me deixa muito tranquilo, penso que cumprimos nossa missão. Primeiro, porque, evidentemente, eu confio plenamente na sua capacidade de realização e, depois, porque eu pude ajudá-lo para se preparar para esse momento. É uma garantia que tenho de que a entidade vai continuar trabalhando com o mesmo conceito, da mesma forma que a diretoria anterior nos deu esse crédito de confiança.



entrevista

RN – Qual é o maior desafio da nova gestão? IB - Uma entidade se torna forte se tiver um quadro associativo que represente a expressão econômica do Município. Então, vejo que uma das metas é realmente buscar mais associados, mas também vejo que esse trabalho que vem crescendo de mobilização com as entidades co-irmãs precisa ser ampliado cada vez mais. Continuarei colaborando, como conselheiro, para que a entidade tenha um espaço ativo na vida política do Município, para que o associativismo possa continuar contribuindo com o Schroeder. RN – E na questão da representatividade da região? IB – Não há alternativa que não passe pela articulação regional. Nós precisamos eleger bons candidatos daqui. Isto se consegue com a integração que hoje nós vemos dos cinco municípios, pensando da mesma forma. Hoje, temos voz. É até uma obrigação nossa, como representante da classe produtiva, que movimenta a economia, que gera os empregos e

O empresário tem de participar sim da vida pública, precisa interferir no meio político. Não precisa, obrigatoriamente, exercer um cargo público, mas tem o dever de atuar no sentido de buscar o melhor para a cidade e para a região. Mas, se puder participar diretamente, melhor ainda

a renda que circula na região, buscar esse espaço político, essa maior representatividade. É isso que os nossos associados esperam. Precisamos ter representantes nossos para que cobrem que o dinheiro que nós produzimos e que pagamos como impostos retorne em investimentos, em melhorias que atendam aos reclames da nossa comunidade. Esse é o nosso grande desafio. Nós não podemos fazer pior do que já fizemos. A região agora está unida, o momento de ampliar essa força é agora.

RN – A região perde muito por não ter expressão política? IB - É inacreditável que a nossa região teve tantos candidatos e não conseguiu eleger um, sequer. E ficamos assistindo ao Estado fazer com os nossos recursos o que quer. Precisamos pedir para sermos atendidos em coisas básicas. Eu diria que nós fomos muito felizes nas cinco gestões que estamos tendo nas entidades, porque foi muito ativa a participação e o envolvimento de todas as diretorias na mesma direção. A classe política precisa ouvir os empresários, precisa vir ao encontro do que a nossa região necessita. Por outro lado, não podemos diminuir esse ânimo, precisamos juntar os partidos para discutir o assunto, pois não será fácil também para os partidos definirem os candidatos. RN - Exercer mais influência ou participar diretamente da vida pública. Qual o melhor caminho? IB - O empresário tem de participar sim da vida pública, precisa interferir no meio político. Não precisa, obrigatoriamente, exercer um cargo público, mas tem o dever de atuar no sentido de buscar o melhor para a cidade e para a região. Mas, se puder participar diretamente, melhor ainda. Precisamos ter mais empresários dentro do Poder Público, cuidando da administração da pública do mesmo jeito com que cuida das coisas de sua empresa.

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entrevista

RN – Há um sentimento de que a região poderia ter sido mais beneficiada com investimentos. IB – De modo geral, tivemos poucos investimentos públicos. Recebemos muito pouco retorno na nossa região. No nosso Município, o viceprefeito é do partido do governador, mas não tivemos o retorno que esperávamos por essa participação. Eu não sei quais são as grandes obras que Schroeder recebeu. Então, em minha opinião, até mesmo em termos de região, tivemos pouca participação e contrapartida por sermos o terceiro parque industrial de Santa Catarina. Vamos ver o que já foi falado e discutido, por exemplo, como o famoso problema da Ponte do Portal, em Jaraguá do Sul. Participei de várias reuniões e até hoje isso está sem solução. Isso porque a economia de Jaraguá do Sul passa por essa ponte. Se ela cair, vai criar um transtorno, é prejuízo para toda a região. Então, eu 32

vejo que falta solução a importantes questões na nossa região. RN – O que falta? IB - Eu não acho que faltou articulação. O que as associações tinham de fazer foi feito. Foram várias reuniões, algumas até pesadas. Foram encontros com representantes do governo federal, como na questão da BR-280; com o governador, com a SDR, em assuntos como o da energia; sem solução, sem sermos ouvidos. Faltou olhar para a terceira potência do Estado como a nossa região merece. RN – Um desafio para a nova diretoria? IB - Uma diretoria mais jovem vai ter energia para, pelo menos, continuar essa luta. É o que a gente deseja. Mas é uma tarefa que não pertence apenas à diretoria. Vamos continuar trabalhando regionalmente, com o envolvimento de todos os segmen-

O governo do Estado deu muito pouco para a nossa região. No nosso Município, o vice-prefeito é do partido do governador, mas não tivemos o retorno que esperávamos por essa participação tos, porque isso é para o Município, para a região. Se tivermos um representante em Brasília, outro em Florianópolis, quem sabe podemos ter mais chances. O que não dá é para jogarmos fora, mais uma vez, 140 mil votos.



pelo vale

Unerj e PUC anunciam novos cursos

Formalizada em novembro, a parceria da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR) com o Centro Universitário de Jaraguá do Sul (Unerj) promete repetir em Santa Catarina o mesmo padrão de qualidade que consagrou a instituição de ensino no Estado vizinho. No início de dezembro, novos cursos já foram anunciados. Na área da graduação, no Ingresso de

Verão 2010 da Unerj duas novidades são os cursos de Tecnologia em Gestão Ambiental e de Tecnologia em Alimentos, e nada menos que 26 cursos de pós-graduação em Jaraguá do Sul e Joinville estão previstos. Na Unerj há vagas em Gestão do Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas, Marketing, Gestão de Negócios, Comércio Exterior, Direito Ci-

vil Empresarial e Engenharia de Produção. Com presença em mais de 70 países, a PUC tem pretensões de instalar uma universidade em Santa Catarina, projeto que tem Joinville e Jaraguá como centros estratégicos na futura viabilização do empreendimento. Mais informações e inscrições pelo site www.unerj.br e pelo telefone (47) 3275-8219.

Comerciante assume Associação de Massaranduba As mulheres dominam a cena do associativismo do Vale. Agora é Massaranduba que terá a presença de uma presidente liderando a entidade. Em janeiro, a comerciante Eliane Cristine Bogo, do Mercado Bogo, assume a Associação Empresarial de Massaranduba (Aciam). Ao lado de Eliane estão na diretoria Mauri da Silva (secretário), Jackson Zimdars (tesoureiro), Helinéia Besen (vice-presidente da indústria), Raquel Salache Santos (vice do comércio e serviços), José Osnir Ronchi (vice jurídico), Everaldo Pedro Alves (vice de treinamento e desenvolvimento), Jorge Bisewski (vice de Núcleos Setoriais), Mariléia Pacher (vice de assuntos comunitários e sociais) e Chegali Micheluzzi (vice da agricultura e meio ambiente). No conselho fiscal estão Liziane Vegini Jacobowski, Marina Müller, Rudolf Baumgarten, Roseli Baader, Dóris Utech e Marlon Wuerges. A posse da diretoria acontece em janeiro. A presidente assinala que dará continuidade às ações da atual diretoria, tendo como uma das metas a construção de sede própria para a entidade. 34


Transpetro investe em Guaramirim Eunésio Cavalcanti da Rocha, coordenador de operações do Oleoduto ParanáSanta Catarina da Transpetro, participou de encontro com empresários da ACIAG, em Guaramim, e falou das atividades da companhia no Município. A principal notícia foi o investimento de R$ 7 milhões que a empresa realiza no Município para a adequação ao programa nacional de biocombustíveis, com a construção de dois tanques para a adição de diesel no produto. O investimento deverá estar concluído no primeiro trimestre de 2010. O Terminal de Guaramirim faz parte de um sistema que integra uma malha de 940 quilômetros de dutos nos três estados do Sul, que movimenta petróleo bruto de São Francisco do Sul até a Refinaria de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, e de lá retorna como derivados

para os terminais em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No Sul, a movimentação de gasolina, diesel, álcool anidro e hidratado foi de 2 milhões de metros cúbicos, em 2008, sendo 528 mil metros cúbicos a partir da unidade de Guaramirim. A projeção é fechar o ano com movimentação de 569 mil metros cúbicos. Em Guaramirim, são cinco tanques com capacidade para 18 mil metros cúbicos e uma malha de 9,9 quilômetros de extensão. O sistema Araucária corta 14 municípios do Paraná até Itajaí. A expectativa da Transpetro é de aumento na movimentação, uma vez que as novas descobertas de campos petrolíferos na cama pré-sal devem iniciar operações nos próximos anos e também porque o governo federal vem estimulando maior produção de biocombustíveis.


empresariado em foco

Senai e Sesi anunciam investimentos em Jaraguá do Sul

O Sistema Fiesc vai investir R$ 6,5 milhões em Jaraguá do Sul para ampliar a formação profissional e o atendimento na área da saúde do trabalhador da indústria. Serão aplicados R$ 4 milhões para a construção de uma unidade do Sesi Clínica e R$ 2,5 milhões para ampliar as instalações do Senai em 1,7 mil metros quadrados, para abrigar 16 salas de aula e biblioteca. O projeto já está pronto e as obras devem iniciar em dois meses, com previsão de inauguração em janeiro de 2011. O prédio foi projetado para uma futura duplicação. O Sesi vai construir uma unidade clínica, ampliando o atendimento do trabalhador da indústria e de seus dependentes na área da saúde. A unidade terá mil metros qua-

drados e oferecerá atendimento em engenharia de segurança no trabalho e em 18 especialidades na área da saúde para os industriários. A inauguração está programada para agosto de 2011. Conforme o diretor do Senai de Jaraguá do Sul, Newton Salomon, a entidade projeta atender 10.130 alunos no ano letivo de 2010, justificando os investimentos significativos na ampliação do espaço físico em mais um bloco e melhorias nas atuais dependências, além de novos cursos e laboratórios. Até outubro, o Senai contava com 9.235 alunos, dos quais 803 nos cursos de aprendizagem, 1.225 nos cursos técnicos e mais 185 no Cepeg, 305 nos cursos superiores de tecnologia, 6.114 na qualificação profissional e 32 na pós-graduação

em Jaraguá e 35 em Blumenau. Na aprendizagem, voltada para jovens de 14 a 24 anos, conta com sete cursos em Jaraguá, três em Schroeder e um em Guaramirim. Para 2010, novos cursos serão oferecidos. Da mesma forma, outros cursos técnicos serão acrescentados, dentre eles a formação de técnicos em informática e em química, em Jaraguá, e de técnico em vestuário, em Schroeder. O diretor da instituição apresentou também as ações para o próximo ano, como a criação do Núcleo de Química e a construção de dois laboratórios. Outros investimentos em laboratórios estão previstos, assim como na construção do Bloco D, já licitado, que deve ficar pronto em 2011, além de melhorias nos Blocos A, B e C.

Lideranças em destaque Além da presença do presidente da ACIJS na nova diretoria da Facisc, outras lideranças de Jaraguá do Sul ligadas à Associação das Micro e Pequenas Empresas do Vale do Itapocu e aos Núcleos Setoriais ocupam posições no associativismo 36

estadual. Odair Borges foi eleito vice-coordenador do Núcleo Estadual de Automecânicas (NEA); no Conselho Estadual de Jovens Empreendedores, assumem Marcelo Noronha (vice-presidente regional Norte), Guilherme Vögel (diretor de

Integração) e Maico Chiodini (diretor de Marketing); e no Conselho Estadual da Mulher Empresária, Giovana de Oliveira Hornburg (diretoria de Missões e Eventos), Madalena Hertel (vice-presidente regional Norte) e Sigrid Leder (diretoria de Projetos).



ponto de vista

Os efeitos da redução da jornada

A

s centrais sindicais têm pressionado o Congresso Nacional para agilizar e aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/A de 1995, que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem o ajuste correspondente nos salários, e aumenta o adicional da hora extra de 50 para 75% sobre o valor da hora trabalhada, sob os argumentos de que gerará postos de trabalho e mais qualidade de vida. Mitos e verdade Fato é que, uma vez aprovada, a redução aumentará os custos dos produtos e serviços, que recairá sobre todos nós. A sociedade é que pagará mais esta oneração. Tomando como exemplo, o impacto desta PEC reduzirá em 48 mil moradias no programa “Minha Casa, Minha Vida”, do Governo Federal.

A maioria dos países tem uma jornada legal maior e uma jornada praticada menor e não é diferente aqui no Brasil. Para a nossa jornada legal de 44 horas semanais, temos uma jornada praticada de aproximadamente 40 horas, segundo o Dieese. Esta formatação é importante, pois acomoda as diferentes realidades setoriais/regionais. O setor dos químicos de São Paulo tem jornada negociada de 40 horas semanais, por exemplo. A geração de empregos formais é incrementada pelo crescimento da economia, podendo ser estimulada pela desoneração, em especial dos encargos sobre a folha. O percentual sobre o salário do trabalhador brasileiro é um dos maiores do mundo. A afirmação de que esta redução gerará mais postos de trabalho, baseada num raciocínio aritmético primário é equivocada. Sobejamente demonstrado pela experiência internacional, isto é, onde se fez esta redução não se alcançou este objetivo. Nós também já passamos por esta experiência, quando, em 1988, a jornada de trabalho foi reduzida de 48 para 44 horas, e não houve aumento considerável na geração de postos de trabalho. Se fosse possível acabar com o desemprego por lei, não haveria desemprego no mundo. Se aprovada, a PEC pode gerar uma busca maior na automação; intensificação do trabalho no quadro de empregados existente; redução na produção e mais importações. As nações só geram empregos com bons investimentos, infraestrutura adequada, crescimento sustentado e educação de qualidade. Os trabalhadores não podem ser enganados com falsas promessas. A explicação honesta e transparente desses fatos há de prevalecer entre os parlamentares que verdadeiramente respeitam os eleitores. Durval Marcatto Júnior Vice-presidente regional e presidente da Câmara de Relações Trabalhistas da Fiesc

A redução da jornada de trabalho é mesmo um negócio da China. É para lá que os empregos vão

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