das associações empresariais do Vale do Itapocu Ano 2 | nº 7 Junho e Julho de 2010 R$ 8,90
Móveis personalizados com toque artesanal Aclino Feder aprendeu as técnicas para produzir estofados e móveis ainda jovem. O espírito inovador o fez criar a Berlim Ambientes, que ganhou as telas da TV
Empreendedorismo: Fibra de bananeira transforma-se em decoração
Entrevista: Vicente Donini e as proposições para a diretoria da Fiesc
editorial
Comemoração e desafios em 2010
O
que será de 2010? É o que todos se perguntavam, principalmente os empresários. Afinal, não se falava em outra coisa, a não ser em Copa do Mundo e eleições. Sem falar na crise mundial, que assombra os países europeus. Mas diante deste quadro de incertezas, como empresário, só tenho a dizer que não podemos parar e ficar esperando as coisas acontecerem. Com muito orgulho e satisfação assumi a Presidência da Associação Empresarial de Corupá (ACIAC) este ano, ciente de que preciso prestar um bom trabalho a exemplo das gestões anteriores. Confesso que está sendo um grande desafio pessoal, pois estou rompendo a barreira de falar em público. Mas sei também que de nada valem mil palavras sem resultados. Através do planejamento estratégico elaborado pela diretoria, tenho certeza de que só com muito otimismo e muita dedicação poderemos alcançar os objetivos traçados.
Aliás, este ano será marcado também pela comemoração dos 25 anos de fundação da ACIAC, criada no dia 30 de outubro de 1985, na época, composta por 38 sócios-fundadores. E para celebrar esta data, vamos promover um evento comemorativo, que possa envolver toda a sociedade corupaense. Durante esta jornada de 25 anos, tinha-se um sonho, o de construir a sede própria, que foi gloriosamente conquistado pelos integrantes da ACIAC. A obra foi inaugurada em 11 de dezembro de 2001, e contou com o apoio de 100 associados. Hoje, a ACIAC já conta com um número ainda maior de associados, são 160 e estamos lutando para unir ainda mais a classe empresarial. Como objetivos de meu mandato, tenho como premissa o fortalecimento do associativismo, bem como a melhoria dos processos de gestão da entidade e a representatividade regional e estadual da ACIAC. Não podemos parar no tempo e já temos como meta a ampliação da sede,
para atender ainda melhor os associados. Será mais um desafio, assim como foi a construção das atuais instalações, mas acredito que posso contar com o apoio de todos novamente nesta empreitada. Temos como missão, além do associativismo, o estímulo ao empreendedorismo, visando ao desenvolvimento sócioeconômico sustentável do município e região. Para isso, os núcleos setoriais fortalecidos serão de fundamental importância. Só se consegue chegar ao final se houver um começo, e estou preparado para continuar desafiando 2010 com otimismo e perseverança. Vamos continuar lutando, pois só assim podemos comemorar cada sonho realizado!
Rene Mahnke Presidente da Associação Empresarial de Corupá (ACIAC) 3
sumário
12. Foco na satisfação do cliente Soluções em móveis para residências e escritórios. Com espírito empreendedor, Aclino Feder criou a Berlim Ambientes há 37 anos. Com a fábrica em Guaramirim, a empresa tem 14 pontos de vendas exclusivos, que se renovam a cada dia.
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10. Menos tributos
16. Economia da banana
Projeto idealizado pelo empresário Carlos Rodolfo Schneider, presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), propõe a redução da carga tributária no País. Chamado de Movimento Brasil Eficiente, ele também pretende racionalizar o gasto público e incluir o valor dos impostos nas notas fiscais.
A Fibras Ramisa, de Corupá, é exemplo de como uma ideia na cabeça e senso de empreendedorismo transformam resíduos de bananeiras em objetos de decoração. A empresária Sandra Luiza Tamanini mostra que, além de garantir o sustento da família, ajuda a gerar novos empregos.
20. Entrevista 2011 será um ano de eleições na diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). O empresário de Jaraguá do Sul Vicente Donini colocou-se como candidato à Presidência da entidade em maio desse ano e fala à Revista Negócios sobre a participação no movimento associativista, em Jaraguá do Sul, e as propostas para o cargo.
34. Gestão pública A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) lançou o projeto Voz Única com o intuito de contribuir para a melhoria da gestão pública no próximo mandato, que terá os gestores eleitos em outubro deste ano.
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Esta é uma publicação das associações empresariais do Vale do Itapocu: Jaraguá do Sul (ACIJS), Corupá (ACIAC), Guaramirim (ACIAG), e Schroeder (ACIAS). Mais informações no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul (CEJAS), na Rua Octaviano Lombardi, 100 – (47) 3275-7000. TIRAGEM 3.000 exemplares
direitos & deveres
Ponto eletrônico gera discussões Empresas precisam adaptar-se à regra a partir de agosto
A
Portaria 1.510, que regulamenta o registro eletrônico de ponto, publicada em dia 21 de agosto de 2009, tem sido fonte de grande polêmica. Primeiramente, com a exigência do software que teve prazo de 90 dias para regularização e já está em vigor. As empresas devem preocupar-se em conseguir comprovar que estão totalmente de acordo com as exigências legais. A segunda etapa vence no dia 21 de agosto de 2010. As exigências são referentes aos equipamentos utilizados. Neste caso, há diversas regras a serem seguidas e que também geram maior insatisfação, pois dependem de investimento significativo. Nesta portaria foi criado o Registrador Eletrônico de Ponto (REP), o que implica diversas mudanças representativas. O REP não pode estar ligado a catracas, precisa de saída no padrão USB e um botão para a geração de relatório dos registros gerados nas últimas 24 horas. O equipamento tem uma impressora fiscal e emite um comprovante a cada
Fornecedores já estão pedindo de 45 a 60 dias de prazo para entrega
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marcação. Acredito ser este o maior incômodo, pois gera papel em cada batida de ponto, além de o colaborador ter que arquivar um volume expressivo. Ainda vai contra a gestão ambiental, objetivo de empresas e da sociedade. Esta impressão traz algumas novidades, pois o REP não funciona sem papel e este processo de impressão deve reduzir a capacidade de cada relógio em até 50%. Para algumas empresas, significa adquirir mais um relógio para manter o fluxo de batida nos momentos de pico. Não é possível utilizar o REP para mais de um CNPJ, o que era permitido anteriormente. Além disso, ele tem uma memória que, quando preenchida, obsoleta o equipamento e exige a compra de um novo. Não é autorizado trocar a memória, que é fixa. Então, como podemos perceber, a necessidade de equipamentos passa a ser maior do que a atual, pois somente pode ser aproveitada parte dos equipamentos mais modernos e muitos hoje utilizados são simplesmente descartados, mesmo que estejam funcionando. O preço do equipamento varia de R$ 3 mil a R$ 5 mil, sem contar o investimento mensal em bobinas e alguém para trocar com antecedência e evitar travamento quando há maior fluxo. Muitas empresas ainda não adquiriram a nova máquina, enquanto os fornecedores já estão pedindo de 45 a 60 dias de prazo para entrega, o que significa que não terão os equipamentos
instalados até o dia 21 de agosto, que é o prazo final. Também é fato que os fornecedores não conseguirão atender à demanda e existe muita especulação de que esta data será prorrogada, assim como a lei das cadeiras para segurança das crianças no transporte de veículos que passou para setembro de 2010. Ninguém acredita que a lei vai mudar no que diz respeito à exigência da impressora, porta USB, gerador de relatórios etc., pois além do posicionamento do Ministério do Trabalho, que não abriu espaço para negociações, também temos a realidade que as empresas de hardware já fizeram investimentos altíssimos em desenvolvimento, fabricação e homologação destes equipamentos. O que vemos novamente é a realidade que vem se tornando uma prática, poucos pagando por alguns que não cumprem a legislação. Lembrando que esta mudança não garante que aqueles que não eram corretos fiquem impossibilitados de burlar novamente o sistema e continuar sonegando para o governo e negando o direito de seus colaboradores. Não acredito que existe lei capaz de construir ética e boa conduta, para estes casos funciona muito melhor a fiscalização.
Luciano de Liz Barboza Presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos Regional de Jaraguá do Sul (ABRH)
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tribuna
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Reconhecimento à WEG Tintas A WEG não cansa de colecionar prêmios. Desta vez foi na 14ª edição do Prêmio Paint e Pintura, em que a empresa conquistou pela terceira vez consecutiva a primeira colocação no setor “Melhor Indústria de Tintas em Pó”, e também foi premiada em mais três categorias. Além da distinção no segmento, a WEG também ficou com as medalhas de prata nas categorias “Fabricante de Tintas Líquidas” e “Fabricante de Tintas para Pisos e Pisos Industriais”, e o diretor Reinaldo Richter recebeu o prêmio “Personalidade Dirigente da Indústria de Tintas”. Considerada a mais importante premiação do setor, a iniciativa é organizada pela Revista Paint & Pintura, por meio de pesquisa que a publicação realiza com os principais fornecedores de tintas do mercado. Ao todo são 53 categorias incluindo fornecedores, personalidades, anúncio do ano, empresa master e sete segmentos para as melhores indústrias de tintas. “Ao longo da história da premiação temos sido indicados em diferentes categorias e conquistado a maior parte dos prêmios. Isso evidencia a consistência da WEG na área de tintas, oferecendo produtos da mais alta tecnologia e o compromisso com nossos clientes”, ressalta Reinaldo Richter.
Nossas empresas serão melhores se nós também pudermos ser melhores como pessoas” Christiane Hufenüssler, vicepresidente de Marketing da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), sobre a importância do viés social na atividade empresarial
em alta X em baixa Saúde ampliada A Prefeitura de Guaramirim firmou parceria com o curso de Medicina da Univille para atendimento médico no Hospital Municipal Santo Antônio. A ideia é contar com professores e residentes, para ampliar o atendimento no hospital. Convênios do mesmo porte são mantidos pela Univille junto aos hospitais São José e Regional e a Maternidade Darcy Vargas, em Joinville. Atualmente, a Prefeitura investe, por mês, R$ 420 mil para manter a estrutura, que tem 47 leitos e pode chegar a 90. Hoje, cerca de 40 cirurgias por mês são feitas em Jaraguá. 8
Atenção à mulher “Sem mobilização das lideranças, o projeto da Delegacia da Mulher, que vai atender Jaraguá do Sul e região, ainda vai levar tempo para ser realidade”. Foi o recado da presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Silvana Passold, na ACIJS. O Governo do Estado determinou, há alguns meses, a criação da delegacia, mas ainda não está funcionando para o atendimento de ocorrências. “A última notícia é de que faltava apenas a instalação de computadores, mas ainda não aconteceu”, disse.
reportagem especial
SC à frente por um Brasil Eficiente Projeto defende redução de impostos de 35% para 30% do PIB até 2020
Carater suprapartidário do Movimento Brasil Eficiente, lançado em julho, na Fundação Getúlio Vargas, reuniu políticos e entidades do setor produtivo para falar sobre a alta carga tributária do País
C
om o objetivo de reduzir a carga tributária do País, racionalizar o gasto público e incluir o valor dos impostos nas notas fiscais, o Movimento Brasil Eficiente foi lançado no dia 20 de julho, na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. Apoiado por cerca de 30 entidades do setor produtivo, o movimento foi idealizado pelo empresário Carlos Rodolfo Schneider, presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), com o apoio dos economistas Paulo Rabello de Castro, colunista da revista Época, e Raul Velloso, especialista em contas públicas. De caráter supra10
partidário, a iniciativa pretende reduzir a carga tributária brasileira de 35% para 30% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020. Para viabilizar a proposta, a ideia é limitar os gastos públicos correntes, como a contratação de funcionários e a concessão de aumentos reais de salários aos servidores, abaixo do crescimento do PIB. Segundo os coordenadores do movimento, só assim será possível o governo aumentar seus investimentos e o País crescer em média 6% ao ano até 2030. Caso contrário, se a atual carga tributária for mantida, o crescimento deverá se limitar a apenas 3,5% ao ano. A diferença seria equivalente a um Brasil atual, segun-
do Rabello de Castro. O economista Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia da FGV, disse que, historicamente, o crescimento do gasto público acaba funcionando como um obstáculo para a elevação dos investimentos ser sustentável. “Todas as vezes que os investimentos alcançam 18% a 19% do PIB, o tamanho do Executivo e as despesas do governo ou geram inflação ou levam ao aumento do déficit em conta corrente”, afirmou. Raul Velloso lembra que os gastos correntes aumentaram de 13,2% para 17,5% do PIB entre 1995 e 2009 – uma diferença que, em valores atuais, representa
R$ 143 bilhões ao ano. No mesmo período, a arrecadação subiu de 14,2% para 19,5% do PIB, o equivalente a R$ 167 bilhões. No total, segundo Velloso, cerca de 100 milhões de pessoas dependem hoje de alguma forma de pagamentos da União. “É uma encruzilhada. O investimento privado não encontra espaço para se expandir”, disse. “Corremos o risco de o País voltar a enfrentar um problema de solvência”. “Fazer com que a despesa pública cresça menos, ela não precisa parar de crescer, basta que ela cresça menos do que o PIB para a gente criar um espaço para reduzir carga tributária”, diz Carlos Schneider. Segundo ele, com a diminuição nas despesas, o objetivo é ter mais
recursos para investimentos. E, consequentemente, maior crescimento. Paulo Rabello de Castro entende que “o Brasil estando maior, muscula-se para que ele tenha mais investimentos, mais gastos em educação, saúde que é necessário. As pessoas vão se sentir mais confortáveis. É como se a quantidade de oxigênio para os brasileiros aumentasse sob a forma de um aumento de renda”. O movimento encaminhou as propostas aos principais candidatos à Presidência da República. “A palavra de ordem é: o Brasil acumulou competências, condições pra reduzir o gasto público e a carga tributária. Vamos tentar fazer isso, esse é o Brasil Eficiente”, completa o economista Julio Gomes de
Almeida. O presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (ACIJS), Durval Marcatto Jr., que acompanhou o evento de lançamento em São Paulo, define a proposta como um exercício de cidadania que precisa da adesão de toda a sociedade para uma efetiva cobrança aos governantes para que cumpram o compromisso de reduzir o “Custo Brasil”, melhorando a infraestrutura e impulsionando a produção. “São necessidades como a ampliação das fontes de energia e dos modais de transporte, nos investimentos em pesquisas e na produtividade com sustentabilidade ambiental, na educação e treinamento, entre outras que permitirão a construção de um Brasil digno para todos”, resume.
Personalidades receberam o documento do Movimento Brasil Eficiente, entre elas, o produtor de cinema Luiz Carlos Barreto com o presidente da ACIJ, Carlos Rodolfo Schneider 11
destaque empresarial
Fotos Daniel Zimmermann
Quando nome e marca se confundem O criador da Berlim Ambientes, Aclino Feder, conquistou o mercado pela inovação na indústria de móveis e tornou-se referência graças ao dinamismo e à simplicidade na gestão empresarial
F
oi em 1973 que Aclino Feder tomou a iniciativa de montar a indústria Berlim, em Guaramirim, com a intenção de produzir estofados e camas turcas. Produto inovador para a época, a cama com estrado em tiras de borracha revestido com tecido de alta resistência ganhava espaço no mercado e garantia ao pequeno negócio boas perspectivas de sucesso. O espírito empreendedor e a vontade de inovar, entretanto, não deixavam Feder acomodar-se. Dos tempos de garoto, em Luis Alves, onde nasceu, manuseando ferramentas e ajudando, desde os oito anos, o pai na fabricação de mesas e cadeiras e depois, já adolescente, aprendendo 12
com um tio as técnicas para produzir estofados e móveis, Feder sempre teve motivação para buscar conhecimento e especializar-se no negócio próprio. Dos móveis de cozinha planejados, a empresa passaria a oferecer soluções para toda a residência, da cozinha à área de serviço, dormitório, closet, home-theater e home-office. Atuando em um segmento em que o diferencial conquista o cliente, a Berlim ampliava e modernizava a fábrica construída próxima da BR-280. Em uma área de 54 mil metros quadrados, 8,5 mil deles, de área construída, a Berlim fabrica os produtos em MDF aliados à tecnologia europeia do tamburato, que proporciona robustez, resistência e durabilidade aos produtos.
A fabricação dos móveis é automatizada através de maquinários informatizados, porém sem dispensar o toque manual e artesanal que dão ao produto um ar de personalização, exigido, principalmente, para atender projetos exclusivos de arquitetos e decoradores. “Em função da ausência da mão de obra especializada na região, investimos no desenvolvimento e formação dos profissionais internamente”, explica o empresário. Uma preocupação de Feder é com o custo agregado ao produto. Como o processo de fabricação envolve tecnologia de ponta e todos os detalhes para atender a projetos sob medida, o trabalho envolve muita mão de obra e, com a alta carga tributária, acaba
refletindo no preço do produto. O empresário define a Berlim como uma empresa que aos 37 anos se renova todos os dias. “Nosso desafio é encantar o consumidor exigente, que busca inovação e qualidade superior, tanto em produto quanto em serviço”, garante Feder. Essa visão e o acompanhamento de todo o processo estão no DNA do empresário, hoje simplesmente o “Senhor Berlim”.
A Berlim Ambientes aposta na diferenciação, aliando tecnologia europeia aos produtos
destaque destaqueempresarial empresarial Fotos Daniel Zimmermann
BBB abriu portas em todo o Brasil Em 2004, a marca Berlim ganhou visibilidade nacional graças ao reality show Big Brother Brasil, da Rede Globo, praticamente impondo uma guinada no projeto da empresa na ampliação de lojas exclusivas. “Como o nosso negócio é muito dirigido, pois a produção é personalizada, o programa atingiu nosso público-alvo, que são os arquitetos. Passamos a ser muito mais conhecidos em todo o Brasil”, reconhece senhor Berlim. Hoje, são 14 lojas que funcionam como pontos de vendas exclusivos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Paraíba, entre outros, além das lojas em Santa Catarina. Os pontos de venda são exclusivos da marca. A expectativa de crescimento para o período 2010 e 2011 é de 15%, com a inauguração de duas novas lojas na capital paulista no segundo semestre. Feder aponta os constantes investimentos em design, tecnologia, pesquisa e qualificação dos 70 empregados da Berlim como estratégicos para que a empresa se antecipe às tendências do mercado. “Com isso, compreendemos as necessidades e desejos dos clientes, transformando ideias em produtos”. Anualmente, uma equipe de design e lojistas vai à feira de Milão, na Itália, considerada principal referência do segmento, para saber o que o mercado deseja. “Alguns anos atrás, o que era lançado em Milão demorava de dois a três anos para chegar ao Brasil. Hoje, chega no mesmo ano. Exemplo disso é o padrão líneo, vedete da feira de 2009, que foi inspirado no clássico tecido e lançado no mesmo ano, na nossa linha de dormitórios e até em cozinhas”. 14
A marca ganhou ainda mais visibilidade ao aparecer em um reality show. São 14 pontos de venda em vários estados brasileiros
Entusiasmo com o associativismo e a cultura Aclino Feder foi um dos fundadores da Associação Empresarial de Guaramirim (ACIAG), que presidiu por dois anos no final da década de 1980. Hoje, integrando o Conselho Superior, avalia que a entidade cresceu muito e tornou-se uma das mais ativas do Estado. “Guaramirim vive um momento positivo na economia e a associação está presente neste desenvolvimento buscando soluções para as questões que precisam ser resolvidas”, diz o empresário, preocupado com o futuro da região. “Se quisermos ter qualidade é preciso repensar muito o planejamento das nossas cidades, cuidar da questão ambiental, da mobilidade urbana e da qualidade de vida. Não adianta termos as melhores empresas, os melhores produtos, se não tivermos o bem-estar da nossa comunidade”, cita lembrado os problemas de infraestrutura. “Nossa região cresce muito e rapidamente, não teremos condições de acompanhar esse crescimento se não tivermos acessos mais eficientes ligando as nossas cidades aos outros centros”. A paixão pelo associativismo é compartilhada por uma preocupação do empresário com a preservação da cultura italiana. Membro da Associação Italiana de Guaramirim, que atua na promoção da etnia com intercâmbios e eventos como a Festa Della Porchetta.
Qualidade da matéria-prima e inovação nos processos de produção são a garantia de móveis que aliam beleza e conforto
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empreendedorismo
Sucesso de fibra Empresária Sandra Luiza Tamanini, de Corupá, faz dos resíduos de bananeiras matéria-prima para setor de móveis e decoração, demonstrando viabilidade econômica do material antes descartado
O
negócio iniciado em 1º de agosto de 2005 por Sandra Luiza Tamanini já ganhou o mundo da televisão, decorando cenários de novelas da Rede Globo, mas também está presente na casa de quem não tem a chance de contracenar com Tony Ramos, Maitê Proença ou Reynaldo Gianecchini. É com a industrialização da fibra de bananeira que a ex-agricultora entrou para o mundo dos negócios, a partir de um curso organizado pela Epagri – órgão do Estado que cuida do desenvolvimento de pesquisa e de atividades de extensão relacionadas a agricultura 16
– e apoiado pela Prefeitura, Sebrae e instituições de ensino da região. Da produção de pequenos objetos que revestia com o material, vendidos como lembrança em feiras de artesanato em Corupá e municípios vizinhos, Sandra sentiu que não poderia parar. Frequentando cursos e reuniões com técnicos que orientaram para as várias possibilidades de aplicação da fibra, ela resolveu alçar um voo maior. Hoje, praticamente 90% do trabalho, que começou na própria casa onde mora, no interior de Corupá, e há um ano ganhou um pequeno prédio, que já está sendo ampliado no bairro Nereu Ramos, são voltados a indústrias de es-
tofados e de móveis em geral, além de artigos de decoração. Empregando 17 pessoas da própria localidade, Sandra conseguiu convencer o marido Ramiro a deixar a lavoura e o aviário que mantinham para ser o administrador da empresa. Junto com o casal estão os três filhos e a sogra de Sandra. Atualmente, a Fibras Ramisa processa mensalmente cerca de 200 metros de fibra recolhida nos bananais da região, que ela espera dobrar até o final do ano. Um estudo informal indica que anualmente são cortados em torno de 9 milhões de pés de banana, mas grande parte ainda fica sem aproveitamento. “Posso assegurar que ainda há
Comecei do zero, sem conhecer nada do assunto e graças ao apoio que recebi, hoje, estou gerando emprego e renda na nossa comunidade” Sandra Luiza Tamanini, proprietária da Fibras Ramisa
muito espaço para crescer. Comecei do zero, sem conhecer nada do assunto e graças ao apoio que recebi, hoje, estou gerando emprego e renda na nossa comunidade”, fala com orgulho a empreendedora. O sorriso que Sandra abre ao comentar que o resultado do trabalho da empresa já apareceu em novelas como Caminho das Índias e, atualmente, em Passione, via Estofados Jardim, um dos fabricantes para quem fornece, é o termômetro deste sucesso. Para chegar a este patamar, entretanto, a produtora investiu não apenas na ampliação física da empresa como em equipamentos como estufas e processadores do material recolhido das plantações. “Nosso maior problema é com a mão de obra, porque é uma atividade que ainda não desperta tanto interesse. As pessoas fazem a opção pelas indústrias, mas com o crescimento do setor espero que isto mude para podermos ampliar os negócios”.
empreendedorismo
O cultivo da banana gera sustento para cerca de 1,2 mil pessoas em Jaraguá do Sul
Produção da fruta cresce em Jaraguá do Sul Em Jaraguá do Sul, a banana também ganha espaço ao lado da produção industrial. Dados da Secretaria Municipal de Agricultura revelam que a bananicultura é a principal atividade agropecuária da cidade, com a maior área de cultivo, somando 22,5 mil hectares. O setor é fonte de renda de mais de 250 famílias jaraguaenses, o que representa o sustento de cerca de 1,2 mil pessoas. Desde 1992, o segmento se organiza através da Associação de Bananicultores de Jaraguá do Sul (Abajas), 18
que atualmente contabiliza 172 sócios e 1,1 milhão de pés de banana. Juntos, os associados da Abajas comercializam 1,4 milhão de caixas de banana ao ano. Somente em vendas, os produtores associados movimentam R$ 7 milhões. Mas a economia gerada através do cultivo de uma das frutas mais populares do País vai além. Levantamento realizado pela própria Abajas demonstra que a bananicultura utiliza 35 mil sacas de adubo a cada ano, sendo que cada saca com 50 quilos
tem um custo de R$ 45,00. O setor consome ainda 17,5 mil litros de óleo mineral, 350 litros de fungicidas, 1,4 milhões de caixas de madeira, 1,4 milhões de sacos plásticos e 83 mil litros de óleo diesel anualmente. “A bananicultura movimenta a economia da cidade. Se somarmos manutenção de máquinas, mão de obra terceirizada e todos os insumos, são R$ 11,2 milhões ao ano. Precisamos de mais apoio técnico e mais incentivo”, explica o tesoureiro da Abajas, Renato Schuster.
Base da economia local Com 12,5 mil habitantes, 3,5 mil morando na área rural, Corupá tem na bananicultura uma das principais fontes da economia, ao lado da floricultura, silvicultura, rizicultura, avicultura e pecuária. A produção de banana colocou o município como a capital catarinense da fruta. As condições climáticas nas encostas da Serra do Mar, a maior amplitude térmica, as chuvas bem distribuídas e a fertilidade natural do solo fazem de Corupá o maior produtor de bananas de Santa Catarina. O município ocupa o segundo lugar do ranking brasileiro na produção de bananas, superado somente por Venceslau Guimarães, na Bahia. Atualmente, o município conta com 5 mil hectares da fruta, segundo o IBGE, produzindo 150 mil toneladas por ano e beneficiando 700 famílias produtoras. Dessas, 499 são sócias da Associação de Bananicultores de Corupá (Asbanco), que responde por 22,6% da produção catarinense. O setor gera cerca de 2 mil empregos diretos e 900 indiretos. Do volume produzido, 15% é exportado para a Argentina e Uruguai. Além da extração e processamento da fibra para a confecção de artesanato (cestas, bolsas e bijuterias) e revestimento de estofados e cerâmicas de decoração, a diversificação das atividades dos bananicultores de Corupá vem apontando bons resultados com os produtos derivados da fruta (cachaças, licores, doces, pastas e balas).
Em Corupá, a cultura da banana cria quase 2 mil empregos diretos
entrevista
Em prol do associativismo “Fiesc deve induzir o desenvolvimento econômico”, defende Vicente Donini
A
eleição para a escolha da nova diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) está prevista para março de 2011. Mas em agosto do ano passado, os ventos de mudança começaram a se manifestar com intensidade a partir da decisão tomada pelo empresário de Jaraguá do Sul Vicente Donini, até então ocupando função de diretor-secretário na atual diretoria. Ele optou por desligar-se do mandato. A atitude do empresário ganhou as colunas de economia e movimentou o setor produtivo, provocando reflexões e deixando dúvidas no ar. Historicamente ligado ao movimento associativista em Jaraguá e no Estado, Donini desde a primeira manifestação deixou claro que a decisão fora tomada unicamente por não concordar com a forma de gestão da diretoria da qual fazia parte, porém, em momento algum colocou a possibilidade de um rompimento com o presidente Alcantaro Corrêa ou de afastamento definitivo do Sistema Fiesc. Em maio deste ano, Donini retornaria à entidade para oficialmente se colocar como candidato à Presidência da Fiesc em oposição ao vice-presidente Glauco José Côrte, que também postula o cargo. O empresário acredita que a entidade pode fazer mais pelo desenvolvimento do Estado e, como candidato, percorre o Estado em campanha. Veja nesta entrevista as razões que levaram o ex-presidente da ACIJS e presidente do Conselho de Administração da Marisol a romper com a diretoria da Fiesc e as proposições à frente da entidade de representação empresarial mais poderosa do Estado, cujo orçamento anual chega a R$ 650 milhões. 20
REVISTA NEGÓCIOS – O senhor tem um histórico de participação no movimento associativista em Jaraguá do Sul e na própria Fiesc. O que o levou a lançar o seu nome à Presidência da Fiesc? VICENTE DONINI – Sempre me envolvi com a organização empresarial, por gostar do associativismo e por entender que este movimento pode contribuir com a sociedade. Desde 1978, participo da entidade, na época como um dos vice-presidentes da gestão de Bernardo Wolfgang Werner e com alguma alternância e em outras gestões ao longo deste tempo. É preciso reconhecer que cada Presidência realizou obras marcantes para a entidade. Ocorre que as decisões, muitas vezes, são tomadas sem uma discussão mais profunda, falta clareza nas informações, e sempre defendi que as coisas sejam transparentes. Quando um acordo é rompido de maneira unilateral, me preocupa, isto me fez deixar a entidade naquele momento, sem que isso significasse uma ruptura ao sistema federativo. Tive a oportunidade de colocar ao presidente as diferenças de princípios, jamais pessoais, mas, sim, no campo das ideias e de alguns fatos que eu entendia serem recorrentes. A minha discordância se prende a fatos que entendo, não
Sempre me envolvi com a organização empresarial, por gostar do associativismo e por entender que este movimento pode contribuir com a sociedade”
eram claros, mas que comprometem todos na medida em que nós referendamos estas decisões. Esta decisão acabou gerando manifestações de apoio e pedidos para que colocássemos nosso nome no processo, justamente para promovermos as mudanças de acordo com os princípios de governança com os quais nos alinhamos. Entendo que é uma entidade com uma atuação marcante, mas que pelos recursos que dispõe pode fazer muito mais e melhor. RN – O senhor diria que a Fiesc tem perdido expressividade? VD – Diria que existem alguns conceitos que, no meu entendimento, são absolutamente indispensáveis para que as demandas da entidade encontrem ressonância nos meios em que elas se inserem. Na medida em que alguns princípios não são respeitados, perde-se a capacidade de sensibilizar. É através do diálogo que podemos construir as pontes para chegarmos a algum objetivo. RN – Em linhas gerais, quais são as propostas que o senhor coloca como prioridade em uma gestão sob o seu comando? VD – Primeiramente, do ponto de vista de defesa de conceitos. Hoje nós temos um mandato de três anos, passível de uma reeleição. Um mandato de seis anos é demasiado, não se justifica. A nossa proposta é de que este mandato seja de quatro anos e único. Caso se decida, de maneira participativa, que o mandato poderia ser diferente, um período de dois anos com possibilidade de reeleição por mais dois, mas que fique em quatro anos. Outra questão é o fortalecimento das Intersindicais, que representam fortes lideranças regionais. Também deve haver uma preocupação quanto ao perfil do postulante a um cargo como este, pois é fundamental que ele tenha tido uma história de realizações como industrial que lhe conferiram, não somente experiência, mas uma visibilidade que o projete nacionalmente, pois uma entidade deste porte depende do relacionamento com todos os níveis decisórios no Estado e no País. Além disso, é preciso que haja
O desenvolvimento só acontece se os agentes governamentais e das entidades de classe assumem esta condição de buscar a solução às necessidades destes setores que representam”
isenção político-partidária, de maneira que se possa transitar em todas as áreas. Ter em mente que a entidade deve ter uma atitude pró-ativa e não reativa, deve ser uma indutora do desenvolvimento industrial. RN – Em relação à gestão da entidade, propriamente dita, quais as diretrizes que a sua candidatura propõe? VD – Neste sentido estamos trabalhando um programa básico. Como defendo um processo decisório participativo, a ideia é oferecer às lideranças uma proposta básica, para que ela seja compartilhada, de maneira a considerar as realidades regionais e setoriais que caracterizam a economia do nosso Estado e que precisam ser consideradas. Estamos apresentando um plano preliminar para que em conjunto possamos definir o que representa verdadeiramente as demandas regionais. E isto sempre ocorrerá de maneira ativa, pois o desenvolvimento só acontece se os agentes governamentais e das entidades de classe assumem esta condição de buscar a solução às necessidades destes setores que representam. O nosso trabalho então será mais de nos anteciparmos em uma atitude capaz de fazer com que aquelas demandas potenciais se materializem. 21
entrevista
RN – Qual o papel da Fiesc na região? A entidade tem atendido às demandas da classe empresarial? VD – A entidade, neste aspecto, precisa ser olhada sob quatro prismas. O da educação profissionalizante, sob a órbita do Senai, em que a qualidade do trabalho tem sido boa e a demanda está parcialmente atendida, pois na totalidade de alunos egressos do Senai a empregabilidade é total; quando olhamos o bem-estar e a saúde das pessoas, este é um assunto da órbita do Sesi, que faz um bom trabalho, mas ainda há muito por fazer porque a relação capital e trabalho é fundamental e precisa ser extremamente harmoniosa. Os programas que o Sesi cumpre são eficazes, mas podem ser ampliados, porém adaptados às peculiaridades de cada indústria; temos ainda o IEL, uma entidade que pode ajudar muito, voltando-se para a questão da inovação tanto no aspecto da tecnologia propriamente dita quanto no aspecto gerencial de perceber as potencialidades e se dedicar a elas de acordo com as características das regiões e trabalhando estes negócios, não como concorrentes entre si, mas como parceiros em condições de enfrentar os concorrentes externos como é o mercado asiático, que vem comprometendo muito o desempenho da indústria nacional. Há ainda a Fiesc, que precisa agir como articuladora das políticas das grandes demandas da indústria e capaz de criar as condições de sustentabilidade do setor industrial catarinense. Isto passa por uma atuação mais ativa do conselho de vice-presidentes para assuntos estratégicos, o que precisa ser mais explorado, porque se trata de um grupo de notáveis que podem auxiliar com suas experiências num planejamento de médio e longo prazo. A entidade é operosa, mas de certa forma reativa, pois atua muito mais nas demandas de momento e pouco nas estratégias de futuro. Neste aspecto, o Conselho pode ajudar a entidade a construir um ambiente industrial dentro de uma visão clara de onde queremos chegar. Finalmente, a Fiesc conta ainda com outro organismo que é o Centro das Indústrias (Ciesc), uma área que 22
A Fiesc precisa agir como articuladora das políticas das grandes demandas da indústria e capaz de criar as condições de sustentabilidade do setor industrial catarinense”
está sendo pouco ativa, pode agregar um conjunto de serviços e atender associados como prestadora de serviços em determinadas áreas. O conjunto destas entidades que formam o Sistema Fiesc tem um papel relevante e na dinâmica que me proponho a cumprir com a equipe que iremos formar vai buscar formas de potencializar a capacidade realizadora destes organismos do Sistema Fiesc. RN – O senhor entende que esta capacidade de organização é algo que a Fiesc precisa desempenhar de maneira mais efetiva? VD – Prefiro afirmar que a entidade tem uma boa estrutura, mas pode fazer muito mais. Este fazer muito mais depende da capacidade de liderança de quem a comanda. Prefiro não fazer julgamento, mas tenho uma clara percepção de que isto depende da obsessão de quem a comanda. RN – Como se dá o entendimento da Fiesc com outras entidades que representam o setor produtivo, como Facisc, por exemplo, e como se pode aprimorar essa relação? VD – Existe um Conselho formado por todas as entidades que representam o setor empresarial que se reúne para debater assuntos que tenham uma repercussão que alcançam todos os setores da economia. Esta discussão, dentro de um processo participativo, não pode deixar de ser considerada, porque estas entidades unidas tornam-se muito fortes. Na medida em que demonstrarmos coesão, seremos mais ouvidos pelas autoridades constituídas. RN – Este é um ano eleitoral e, como acontece sempre que há eleições, as entidades buscam apresentar seus pleitos. Como o senhor avalia a articulação das entidades do setor produtivo em relação às questões de interesse da indústria? Quais pontos constituem prioridade em um plano de governo? VD – Na verdade, enquanto o Brasil não fizer reformas estruturais nós continuaremos convivendo com as mesmas
dificuldades. O que tem acontecido é combatermos os efeitos de determinadas medidas conjunturais e não as causas que levaram a esta situação, o que é necessário para enfrentar aquele momento, porém não nos dá garantia de sustentabilidade. Se olharmos a indústria do portão para dentro, veremos que Santa Catarina, por exemplo, tem um setor produtivo realmente competitivo. O nosso problema são os gargalos, como na questão da infraestrutura, que o Brasil aplica 18% do PIB com aspectos da logística de transporte, armazenamento e movimentação de cargas. Nos EUA, isto chega a 11% e na
Jaraguá tem uma característica muito peculiar. A classe empresarial é muito unida e faz do associativismo uma maneira muito forte de atuar tanto nas questões do setor produtivo quanto nas questões da comunidade”
Europa 9%. Outro aspecto muito relevante é a questão tributária, pois quando lemos que a carga tributária no País anda por volta de 36% isto contempla somente uma parte da verdade, pois na medida em que incide sobre os custos da produção industrial encargos sociais, custos embutidos em insumos e outros itens esta carga tributária chega a 60% ou mais dependendo do ramo de atividade. Outro item é o de que nós ainda convivemos com uma legislação trabalhista antiga, que impõe às indústrias encargos que não constituem benefícios diretos aos trabalhadores. Ainda na questão de tributação, no
passado, a média de prazo de pagamento dos tributos era da ordem de 70 dias, hoje está próximo a um período de 20 dias. Com isso, nos tornamos coletores e financiadores do Tesouro, pois recolhemos os tributos muito antes de recebê-los dos nossos clientes na forma de preços. Outra questão que inibe o investimento é o custo do dinheiro no Brasil, que acanha os investimentos. Além disso, o Brasil perdeu capacidade competitiva no mercado internacional, porque ainda continuamos com muitos impostos embutidos nos preços dos produtos, há a questão da paridade cambial que inibe as exportações de manufaturados. Só para ficar no setor têxtil, o Brasil exportava o equivalente a US$ 2,2 bilhões e importava algo próximo a US$ 1,4 bilhões, com um superávit, e hoje temos um déficit de US$ 1 bilhão. Isto acontece porque entram muitos produtos manufaturados da Ásia e nós perdemos a nossa capacidade exportadora. Estamos gerando empregos no Exterior. RN – Jaraguá do Sul tem um histórico de participação do empresário nas suas entidades. Como o senhor avalia essa participação atualmente? As entidades vêm cumprindo seu papel como agentes de desenvolvimento? É preciso fazer mais? VD – Jaraguá tem uma característica muito peculiar. A classe empresarial é muito unida e faz do associativismo uma maneira muito forte de atuar tanto nas questões do setor produtivo como nas questões da comunidade. Há uma condição interessante de renovação das lideranças e isto faz com que novos atores ocupem posições neste processo de representação. Isto é importante e necessário na medida em que verdadeiramente são as entidades que precisam ser fortes, as pessoas passam. O processo de renovação é fundamental. Os que já passaram por uma entidade não perdem o seu espírito associativista, apenas podem não estar na linha de frente, mas estão presentes nos conselhos e contribuem quando chamados. É o ciclo natural na vida. 23
entrevista
RN – No papel de ex-presidente da ACIJS como o senhor analisa o trabalho que a entidade desenvolve hoje para a integração dos vários segmentos da economia de Jaraguá do Sul? VD – Este é um trabalho muito importante na medida em que todos nós temos um compromisso com a nossa comunidade ou com a comunidade que nos acolhe. Conforme as entidades prestadoras de determinados serviços não conseguem dar as respostas que a comunidade espera, é normal que as entidades de classe participem quando
chamadas. É o caso da área da saúde e da educação infantil, em que há bons exemplos em Jaraguá graças à unidade da classe empresarial e a participação da sociedade organizada. RN – Que avaliação o senhor faz do atual momento da cidade do ponto de vista de crescimento econômico? VD – Há uma defasagem considerável entre a força dos agentes econômicos e as respostas que o setor público tem dado para as demandas ao setor produtivo. Por conta disso, muitos inves-
timentos que poderiam acontecer aqui estão indo para outros lugares. Faltam áreas e uma política definida para a expansão industrial, há uma demora excessiva no registro de uma empresa, temos dificuldades nos processos envolvendo as questões ambientais. Não é de hoje que não estamos vivendo um momento que possa compatibilizar as demandas do setor econômico com as respostas do Poder Público. RN – As entidades empresariais da região, lideradas pelo Centro Empresarial de Jaraguá do Sul, fazem um esforço pela representatividade política. Para o senhor, esta articulação pode dar resultado? VD – As entidades de classe devem ser apolíticas do ponto de vista partidário. Mas elas devem atuar na conscientização das pessoas para que o poder político da região seja fortalecido. O movimento pela transferência de títulos para a região é legítimo, pois se as pessoas vivem aqui e trabalham aqui, onde obtém a sua renda, é natural e normal que votem aqui. A entidade jamais deverá dizer em quem votar, mas na medida em que defende o voto útil em candidatos da região, sem dizer quem são os candidatos, esta é uma defesa legítima. Então, sem se envolver com as peculiaridades que são da competência dos partidos, as entidades estão desempenhando um papel que está muito mais atrelado à cidadania do que à política-partidária.
As entidades de classe devem ser apolíticas do ponto de vista partidário. Mas devem atuar na conscientização das pessoas para que o poder político da região seja fortalecido”
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empresariado em foco
Facisc anuncia R$ 5 milhões para MPEs Formada por 145 entidades que representam 25 mil empresas, a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) comemorou 39 anos em junho, com a aprovação de 37 projetos do edital Empreender Competitivo, do Sebrae Nacional e da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Ao todo, 1.088 micro e pequenas empresas catarinenses serão beneficiadas através do apoio financeiro de cerca de R$ 5 milhões, que compreende os anos de 2010 e 2011. Dentre os projetos, o Núcleo de Hospitalidade de Jaraguá do Sul obteve recursos para o desenvolvimento sustentável das empresas do segmento. “Com esse programa, haverá um ganho direto na qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas do setor à comunidade, seja pela qualificação e o desenvolvimento do negócio ou no fortalecimento do turismo regional”, observa Ana Carolina Cardia, coordenadora do Núcleo.
Ana Carolina Cardia, coordenadora do Núcleo de Hospitalidade de Jaraguá do Sul
Perspectivas otimistas apesar do baixo ritmo A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) divulgou na primeira semana de agosto os números que mostram queda no ritmo de atividade no mês de junho. Apesar dos resultados, a entidade acredita que o ano de 2010 é de recuperação para a indústria do Estado, que na comparação com o primeiro semestre de 2009, teve os mesmos dados elevados. Apesar do otimismo, o diretor de relações industriais e institucionais da Fiesc, Henry Quaresma, acredita que outras questões, como o aumento do preço da energia elétrica, a substituição tributária adotada pelo governo do Estado e as deficiências na logística preocupam o setor, pois podem afetar a recuperação e o crescimento no longo prazo. 26
Perspectiva otimista 1º Semestre 2009 Atividade Valor das vendas Horas trabalhadas na produção
Elevação 4,6% 6%
Capacidade instalada
5,6%
Remuneração paga aos trabalhadores
5,4%
1º Semestre 2010 Atividade
Queda
Valor das vendas
4,2%
Horas trabalhadas na produção
0,6%
Capacidade instalada
1,4%
Empreendedorismo modelo exportação A forma como as associações se autossustentam, fazem a representatividade do empresariado e promovem o desenvolvimento das micro e pequenas empresas, foi apresentada a um grupo formado por empresários e consultores de cinco entidades da Guatemala, Honduras e El Salvador. O grupo visitou as associações de Jaraguá do Sul, Joinville e Schroeder. Durante a visita, os estrangeiros puderam conhecer o trabalho coordenado
pela Facisc que é feito no Estado com as micro e pequenas empresas através dos núcleos setoriais no Programa Empreender. De acordo com o coordenador nacional do Programa Empreender da CACB, Carlos Rezende, a visita faz parte de um acordo entre a CACB e a BFZ – Centros de Formação Profissional de Baviera da Alemanha e tem apoio financeiro do BMZ – Ministério Federal de Cooperação Econômica e de Desenvolvimento de Alemanha.
O objetivo do intercâmbio é mostrar para os visitantes como os empresários catarinenses atuam nas associações de forma voluntária, os meios como as entidades se relacionam com a sociedade e como acontece a gestão técnica. “Foi uma oportunidade de mostrar como é na prática o funcionamento do Programa Empreender através dos núcleos setoriais e o quanto isto contribui para o desenvolvimento da micro e pequena empresa”, explicou Rezende.
empresariado em foco
De olho na inovação
Novas opções pós-graduação
Márcio Manoel da Silveira, presidente da Fampesc No dia 18 de agosto, Jaraguá do Sul recebeu o programa de apresentação do workshop coordenado pelo Sebrae em parceria com a Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina. A proposta era ensinar como o segmento pode lucrar com a inovação. Ao todo, 14 cidades catarinenses participaram do Inovar. O workshop ‘Como a pequena empresa pode lucrar com a inovação’ percorre todo o Brasil, visitando 100 municípios. O presidente da Fampesc, Márcio Manoel da Silveira, disse que o evento é necessário porque a inovação é um dos alicerces do desenvolvimento econômico. “É a oportunidade para que as MPEs façam parte deste momento e dos recursos governamentais voltados à ciência e à tecnologia. A lei determina que 20% destes recursos sejam aplicados nas micro e pequenas empresas. É nosso papel garantir isso”, assinalou.
A Pontifícia Universidade Católica do Paraná, que estabeleceu aliança educacional estratégica com a UNERJ, oferece no segundo semestre novos cursos de pós-graduação em Joinville e em Jaraguá do Sul. Em parceria com a Católica de Santa Catarina, sediada em Joinville, são 12 cursos: Comunicação Estratégica e Negócios; Catequese no mundo contemporâneo; Direito Civil e Empresarial; Direito, Logística e Negócios Internacionais; Controladoria e Finanças; E-MBA em Gestão Estratégica de Negócios; Ferramentas de apoio à decisão empresarial; Gestão e Promoção da Qualidade de Vida; Gestão Estratégica da Informação e do Conhecimento; Gestão Estratégica de Pessoas; Marketing; Acupuntura tradicional chinesa. Em Jaraguá do Sul serão ofertados dois cursos: Gestão Estratégica de Pessoas e Controladoria e Finanças. As inscrições podem ser feitas nos sites www.catolicasc.com.br e www.unerj.br.
Jovens promovem encontro nacional De 18 a 20 de agosto aconteceu em Florianópolis o 16º Congresso Nacional de Jovens Lideranças Empresariais. Ação do Conselho Nacional de Jovens Empreendedores, a edição 2010 foi organizada pelo Conselho Estadual do Jovem Empreendedor de Santa Catarina. O evento reuniu jovens empresários, empreen28
dedores, acadêmicos, formadores de opinião, personalidades e expoentes do cenário local, estadual e nacional, proporcionando uma oportunidade de reencontro, confraternização e networking. O empreendedorismo, bem como os desdobramentos, foi eleito como a temática para o evento. O tema foi abordado através de
palestras e fóruns, por palestrantes que contaram experiências e expertise, cada qual em sua área. Tudo foi costurado por uma linha mestra: reunir exemplos de empreendedorismo bem sucedidos, mostrando um Brasil que dá certo. Mais informações podem ser encontradas no site www.16congressoconaje.com.br.
pelo vale
Mais 1,2 mil vagas para estacionamento rotativo em Jaraguá Um dos problemas reclamados pelos empresários é quanto à ausência de estacionamento rotativo em Jaraguá do Sul. Reivindicação dos lojistas, o projeto vem sendo discutido com a Prefeitura, mas sem solução. Segundo o gerente de Trânsito da Secretaria de Obras e Urbanismo, José Antônio Schmitt, “o sistema disponibilizará, a princípio, de aproximadamente 900 vagas para automóveis e utilitários e 300 vagas para motocicletas. Esses números poderão ser ampliados, conforme a necessidade e solicitação da administração municipal”. A partir do anúncio da empresa vencedora da licitação, que deve acontecer entre os meses de setembro e outubro deste ano, esta terá, no máximo, 90 dias para instalar os parquímetros e implantar efetivamente o sistema. A concessionária, além de ficar responsável por toda a manutenção e gerenciamento do estacionamento rotativo, bem como a contratação e remuneração de orientadores, deverá destinar para a Prefeitura de Jaraguá do Sul 3,5% da receita bruta do valor arrecadado, em razão da outorga da concessão.
Unificação de máquinas de cartões gera economia ao comércio Economia mensal de R$ 4 milhões para o comércio de Santa Catarina é o que calcula a Federação das CDLs (FCDL/SC) com a unificação das máquinas de cartões, que entrou em vigor no dia 1º de julho. A aceitação de várias bandeiras em um mesmo equipamento está sendo considerada pelos lojistas a ‘Lei Áurea’ do comércio, acabando com o duopólio da Cielo (ex-Visanet) e Mastercard, que hoje representa 91% do mercado de
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cartões ativos. “O cartão de crédito é a forma de pagamento mais cara para o lojista, pois as taxas cobradas pelas administradoras variam de 3% a 8%, sem contar o aluguel das máquinas, hoje na média dos R$ 100. Com a unificação, será apenas uma máquina para todos os cartões”, ressalta Sérgio Medeiros, presidente da FCDL/SC. Os menores custos refletirão na contratação de funcionários, investimentos e redução de preços.
“Todos sairão ganhando: lojistas, consumidores e a própria economia”, salienta. O mercado do dinheiro de plástico – De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) circulam no País 153.375 milhões de cartões, um aumento de 13% em relação a 2009. O faturamento das operadoras para este ano deve fechar em R$ 309.303 bilhões, 21% superior ao registrado no passado.
pelo vale
Campanha de educação ambiental Lojistas de Jaraguá do Sul estão dando exemplo de mobilização. Lançada em abril em todo o Estado, a campanha ‘CDL Recicla’ já retirou de circulação mais de 10 mil quilos de sucata entre produtos de informática e eletroeletrônicos em geral. O volume formado por materiais doados pela comunidade nos vários pontos de coleta instalados pela CDL é repassado a empresa especializada de Florianópolis para a reciclagem. O volume surpreende devido à quantidade de peças como CPUs, monitores, mouses, teclados, impressoras, placas eletrônicas, processadores, no-breaks, estabilizadores, aparelhos celulares e baterias de celulares.
Escritório da Fatma O governo do Estado comunicou a criação de um escritório regional da Fatma, em Jaraguá do Sul. A informação foi bem recebida pela classe empresarial, que reivindica há alguns anos uma unidade na região. Atualmente, todas as licenças ambientais de maior impacto são analisadas pelo escritório de Joinville, que acumula 14 mil processos em análise, dos quais pelo menos 5 mil da região de Jaraguá do Sul.
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Bretzke foca mercado interno A ampliação dos pontos de distribuição no mercado nacional e o lançamento de novos produtos são as duas estratégias da Bretzke Alimentos para continuar crescendo. Depois de sentir os efeitos da crise internacional, em 2008, deu início à recuperação no segundo semestre do ano passado. Fabricando mil toneladas/mês de produtos nas linhas de temperos, confeitos, sobremesas e achocolatados, a empresa estima crescimento de 20% no volume de produção e no faturamento em 2010. Fundada há 46 anos, a empresa que começou fabricando artesanalmente temperos e açúcar de baunilha, hoje está presente no mercado com 135 itens. O achocolatado Muky é a terceira marca mais vendida no Brasil e, em alguns países da América Latina, líder de mercado. Com o chocolate em pó, pudim e gelatina, ocupa também as primeiras colocações no mercado interno. Depois de reestruturar áreas internas e se concentrar no desenvolvimento de produtos, a Bretzke foca na ampliação dos canais de distribuição como estratégia de crescimento de participação no mercado. Para outubro, estão previstos lançamentos de novos produtos. A área internacional representa 15% dos negócios da empresa. No Exterior, a marca está consolidada no Paraguai, Argentina, Uruguai, Chile, países da América Central como Suriname, Panamá e Cuba.
ACIJS orienta sobre entidades fantasmas A ACIJS está orientando os associados para que não façam pagamento de boletos que tenham como procedência entidades que se apresentam como representantes do setor produtivo antes que se conheça a legalidade das informações. Isto porque, com alguma frequência, empresas de Santa Catarina são vítimas da ação inescrupulosa de entidades que se apresentam como representações do setor produtivo, enviando boletos de cobranças para os associados. Os valores emitidos variam de R$ 80,00 a R$ 400,00, de acordo com o porte da empresa. A ação já é conhecida no Brasil há cerca de 10 anos e essas falsas entidades representativas se utilizam de um método simples: as duplicatas são emitidas no período em que ocorre a maior movimentação de documentos nas empresas, próximo às datas de pagamentos. A entidade coloca à disposição das empresas a Central de Relacionamento com o Associado (CRA) para esclarecer dúvidas pelos telefones (47) 3275-7021 e (47) 3275-7009, ou dos e-mails: cra@acijs.com.br e financeiro@acijs.com.br.
Expo supera metas A Associação das Micro e Pequenas Empresas do Vale do Itapocu (Apevi) comemora o sucesso da Expo 2010 – 12ª Feira de Negócios, realizada entre os dias 14 e 18 de julho. O presidente da Apevi, Edson Schmidt, diz que a meta de gerar volume de negócios estimado em R$ 10 milhões foi alcançada. “Percebemos o aumento de qualidade do público. Pessoas que vieram buscar soluções para casa ou empresa ou até mesmo adquirir bens e produtos como imóveis e equipamentos”, destacou o Schmidt. A feira multisetorial reuniu este ano 78 expositores, 90% deles microempresários, na Arena Jaraguá.
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Institucional
Facisc quer unificar prioridades Projeto Voz Única relaciona necessidades para indicar caminhos a candidatos Schroeder recebeu no dia 20 de julho, a plenária da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) para apresentar aos empresários o projeto Voz Única, lançado pela entidade. Com a iniciativa, a Facisc discute como o setor produtivo pode contribuir para a melhoria da gestão pública no próximo mandato, que terá seus gestores eleitos em outubro deste ano. O presidente da Facisc, Alaor Tissot, diz que a meta é unificar as necessidades dos municípios catarinenses na ótica empresarial. O projeto é realizado em três fases. Na primeira, a Facisc integrou-se ao movimento das associações em campanhas pelo voto consciente. “Queremos que cada uma das regiões lute para ter seus próprios candidatos representando na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados”, explica Tissot.
A segunda fase do projeto conta com a elaboração de uma cartilha reunindo as principais necessidades de cada região, formando um documento que, em agosto, será apresentado aos candidatos, com um questionário a ser respondido pelos que concorrem à Presidência da República, ao Senado e ao Governo Estadual. “A intenção é que essas respostas sejam traduzidas como o compromisso dos candidatos com a classe empresarial”, explica a vice-presidente de Marketing Christiane Hufenüssler. A terceira fase do Voz Única acontecerá após a posse dos eleitos. A Facisc vai cobrar desses candidatos o comprometimento que ficou registrado na cartilha através de encontros presenciais. Os presidentes das associações apontam como principais pleitos da região, os projetos na área de obras
Alaor Tissot, presidente da Facisc de infraestrutura, como a duplicação da BR-280, uma nova ponte de acesso a Jaraguá do Sul e melhorias na segurança, energia elétrica e saúde.
Campanha amplia Colégio Eleitoral Coordenada pelo Centro Empresarial e envolvendo as associações de Corupá, Guaramirim, Jaraguá do Sul, Massaranduba e Schroeder, com apoio de outras entidades da região, a campanha ‘Eleições 2010 – Inteligente é Votar!’ concluiu a fase de incentivo à transferência de títulos. De março a maio, 5.242 eleitores fizeram ou transferiram seus títulos nas cinco cidades da região, reflexo da campanha liderada pelas entidades empresariais, fazendo com que o eleitorado alcançasse o número de 157.769. As entidades entendem que o re34
sultado foi bom por motivar a participação dos eleitores no processo eleitoral. Com a definição das nominatas de candidaturas, a intenção é buscar do eleitor a sensibilização para que a região amplie sua representação na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. As entidades regionais também divulgaram documento que enumera as prioridades levantadas dentro do cenário macroeconômico, do meio ambiente, da mobilidade, da segurança pública, da saúde e do Judiciário. “Cada entidade signatária ajudou a construir o documento, que é o le-
vantamento das necessidades dentro de cada área”, explica o vice-presidente de assuntos jurídicos da ACIJS, Jackson Bastos. O documento relaciona questões voltadas à melhoria e à implantação de equipamentos públicos e de infraestrutura, além da ampliação e da melhoria qualitativa de serviços públicos imprescindíveis ao desenvolvimento econômico, proporcionando ao setor produtivo um ambiente propício e de estímulo ao empreendedorismo e à livre iniciativa, socialmente equilibrado e em consonância com a legislação e normatização vigentes.
ACIAS e ACIAG comemoram aniversário Schroeder recebe curso da CGU O município catarinense foi um dos escolhidos no sorteio de março desse ano, o 10º da série, para receber o Programa de Fortalecimento da Gestão Municipal a partir de Sorteios Públicos da Controladoria Geral da União (CGU). O sorteio foi realizado no Auditório da matriz da Caixa Econômica Federal, em Brasília. Em julho, foi feito o 12º Sorteio Público do programa que tem o objetivo contribuir para o aprimoramento da gestão pública municipal e tem como público-alvo os agentes públicos municipais. A capacitação, realizada em módulos de interesses específicos de diversas áreas, foi no período de 2 a 6 de agosto, ministrada pela CGU e por outras instituições parceiras. O curso gratuito teve o apoio da AMVALI e da ACIAS.
Curso da CGU busca o fortalecimento da Gestão Pública
Alberto Bial dá exemplos de valores e princípios para todos os momentos Para comemorar os 32 anos, a Associação Empresarial de Guaramirim (ACIAG) realizou evento com a participação do técnico de basquete Alberto Bial, que comanda a equipe de Joinville e recentemente conquistou a Copa do Bicentenário, disputada no México. Bial falou da experiência como treinador e ressaltou a importância de valores e princípios que, segundo ele, são essenciais em todos os momentos. “O trabalho em equipe deve ser valorizado sempre, respeitando-se as diferenças, mas com persistência para se alcançar as metas e objetivos”, ensinou. A presidente Eluísa Hertel Maiochi disse que a entidade vem investindo muito no planejamento, relacionando com o tema da palestra de Alberto Bial. “Na maioria das vezes, dependemos de outras pessoas, mas os nossos objetivos só nós podemos alcançar, com determinação e disposição de trabalhar em equipe”. Ela agradeceu o apoio dos associados da ACIAG, que atualmente conta com 420 empresas ligadas à entidade. Durante a comemoração, foi lançada a campanha ‘Compra pre-
miada’, que este ano vai envolver 80 empresas do segmento lojista. A promoção vai acontecer de 6 de outubro a 24 de dezembro e vai sortear um veículo Uno, certificados de barras de ouro e bicicletas, além de premiar o vendedor da loja onde o sorteio do carro acontecer. A meta é distribuir 550 mil cupons no comércio. Para marcar os 15 anos de fundação, a Associação Empresarial de Schroeder reuniu empresários da região e convidados para uma palestra da publicitária Christiane Hufenüssler, ex-presidente da ACIJS e vice-presidente de marketing da Facisc. Ela falou sobre empreendedorismo e destacou os resultados do programa Empreender, no qual atua junto à Confederação. “Hoje a proposta está presente em vários países, demonstrando na prática que as entidades organizadas podem atuar como agências de desenvolvimento nas suas localidades”, resume. A ACIAS também aproveitou o evento para inaugurar a galeria de ex-presidentes e entregar recursos para auxílio ao Corpo de Bombeiros Voluntários do município. 35
acontece
ACIAG Reunião Plenária ACIAG Data: Todas as segundas-feiras Consultoria BRDE Data: 8/09, 13/10 e 10/11 Promoção Sábado Aberto Data: 9/10 e 6/11, no Comércio de Guaramirim Treinamento do SCPC da ACIAG min às Datas: 24/08, 28/09, 26/10 e 23/11, das 13h30 min 14h30 endo Curso Como Vender Mais e Melhor - Cresc com Sucesso Data: Setembro, das19h às 22h45min Reunião Núcleo das Imobiliárias e Corretores de Imóveis Data: 2, 16 e 30/09, às 8h30min des Reunião Núcleo das Empresas de Contabilida 17h às , 29/09 e 15 1º, Data: nitários Reunião Câmara Técnica de Assuntos Comu in 8h30m às , 20/09 Data: 23/08 e Serviço Reunião Câmara Técnica de Prestação de Data: 23/08 e 20/09, às 11h Reunião Câmara Técnica da Agricultura e Agroindústria Data: 23/08 e 20/09, às 13h30min Reunião Câmara Técnica da Indústria Data: 23/08 e 20/09, às 17h15min Reunião Câmara Técnica do Comércio Data: 25/08 e 22/09, às 19h Informações: (47) 3373-7525 e e-mail administrativo@aciag.com.br
ACIAC Reunião do Núcleo do Comércio Datas: 17/08 e 14/09, às 8h Reunião do Núcleo de Meio Ambiente Datas: 18/08, 1º, 15 e 29/09, todas às 16h Capacitação do Projeto de Preparação de Mão de Obra para o Comércio Data: 28/08, às 13h Reunião Plenária Datas: 31/08 e 28/09, às 19h30min Capacitação do Projeto de Preparação de Mão de Obra para o Comércio Datas: 4, 18 e 25/09, às 13h Sábado Especial: atendimento do comércio de Corupá Data: 11/09, até as 16h Palestra “A era do relacionamento”, no Seminário de Corupá Data: 15/09, às 19h Informações: (47) 3375-2100 e e-mail aciac@netuno.com.br
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ACIJS Os eventos a seguir serão realizados no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul (Cejas) Reunião Plenária Data: Todas as segundas-feiras, 18h Curso “Negociações bancárias” Data: de 14 a 21/08 Curso “The coaching clinic” Data: 20 e 21/08 Curso “Gestão de materiais e estoques” Data: de 16 a 19/08 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) Data: 16 a 20/08 Curso “As empresas e os impostos” Data: 23 a 25/08 Curso “Televendas” Data: 23 a 26/08 Curso “Custos e formação do preço de venda para comércio e prestadores de serviços” Data: 30/08 a 1º/09 APEVI nos bairros Palestra “Liderança e comportamento empreendedor” Data: 31/08, na APAE - Rua Walmir Zonta, 544 – Bairro Centenário. Informações: (47) 3275-7017 e 3275-7024 e e-mails treinamento@acijs.com.br e eventos@apevi.com.br
ACIAS Reunião Plenária Datas: 23/08 e 20/09, às 19h30min Reunião da Diretoria Data: 6/09, às 18h30min Núcleo do Comércio Evento de Lançamento da Cam Feliz 2010, com a Palestra: Mar panha Compra keting Pessoal com Janice Breithaupt Data: 26/08, às 19h30min Núcleo de Jovens Empreended Evento de Confraternização ores Data: 24/08 Mesa Redonda: Sustentabilidade economia e ambiental Data: 21/09 Núcleo de Recurso Humanos Reunião dia 8/09 Informações: (47) 3374-1445 e e-m ail atentimento@acias.net
ponto de vista
O futuro das cidades
O
panorama urbano é de inchaço, paralisia e desastres climáticos. Em março desse ano, no Rio de Janeiro, deu-se o 5º Fórum Urbano Mundial, da ONU-Habitat, para debater o futuro das cidades face ao célere e desordenado crescimento e ao apartheid social entre pobres e ricos. Foi lançada também a Campanha Urbana Mundial e a Iniciativa das 100 Cidades, esta para compartilhamento e troca de boas práticas. No mesmo mês, em Curitiba, aconteceu a Conferência Internacional de Cidades Inovadoras, com conferencistas do mundo todo defendendo propostas para a criação de ambientes urbanos propícios à inovação e negócios sustentáveis, que atraiam, retenham e desenvolvam pessoas, empresas e investimentos. E em junho, em Joinville, o 1º Fórum de Planejamento Urbano de Joinville e Região, elogiável iniciativa da Câmara de Vereadores, com brilhantes painelistas, regionalizando a discussão.
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Os próximos 20 anos não terão precedentes na história da humanidade. A população mundial urbana saltará de 50% para 70%. O Brasil está com 80%. Várias cidades catarinenses passam dos 90%, destacando as industrializadas. Isso significa que nove entre 10 pessoas estão morando nas nossas cidades. O quadro é nefasto. A problemática urbana é universal, varia a escala. Com o inchaço, vem a degradação das cidades, que já consomem 80% da energia global produzida, geram mais de 70% de todo o lixo e contribuem com mais de 60% de gases causadores do efeito estufa. E são as grandes vítimas das mudanças climáticas. A quantidade de carros paralisa a mobilidade, solapando a economia. Para reverter o cenário, a gestão
Osmar Günther Engenheiro civil e especialista em Planejamento Urbano Conselheiro titular do CREA-SC osmargunther@uol.com.br urbana requer nova visão, mudança cultural e eficiência institucional. E um planejamento rigoroso e racional do uso do solo. Alto PIB não significa cidade feliz. O caminho está na humanização e na sustentabilidade urbana. O novo vocabulário inclui green cities, green buildings, retrofit, re-skin, inclusão, habitabilidade, resiliência, zero CO2, participação popular, restrição veicular individual. O desafio-chave da ONU-Habitat para o Século 21 é a união dos setores público, privado e sociedade civil para elevar a gestão urbana sustentável ao topo das agendas governamentais. Sob pena de inviabilizar-se a vida nas cidades.
quadroplus
PDA - Parceria para o Desenvolvimento de Acionistas A Fundação Dom Cabral, 6ª melhor escola de negócios do mundo e a Fundação Fritz Müller convidam para a quarta turma do PDA - Parceria para o Desenvolvimento de Acionistas, em Santa Catarina, com início em 05 de agosto de 2010.
OBJETIVO O PDA tem como objetivo promover o desenvolvimento e a troca de boas práticas entre proprietários, herdeiros e acionistas de empresas familiares que, juntos, buscam alinhar responsabilidades, prerrogativas, direitos e estratégias de gestão para preservar e expandir o patrimônio familiar e facilitar a performance e a continuidade da empresa. Entre os conteúdos analisados estão questões de contextualização, papéis nas empresas familiares, questões patrimoniais, jurídicas, gestão das empresas, sucessão, riscos e responsabilidades dos acionistas e dos administradores. Esse ambiente multidisciplinar é ideal para desenvolver acionistas que fazem ou não parte da gestão da empresa.
INFORMAÇÕES http://www.ffmblu.com.br (47) 3264.2000 | (47) 9101.3480
LOCAL Balneário Camboriú - SC
(47) 3340.0566 comercial@ffmblu.com.br