Unimed Blumenu - Ed. 53

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Mai/Jun 2011

O marchador Moacir Zimmermann (FMD Blumenau/Unimed) é um dos destaques do esporte no País

“o esporte mudou a minha vida”



ÍNDICE Veículo de Divulgação da Unimed Blumenau - Cooperativa de Trabalho Médico.

CONSELHO EDITORIAL Dr. Alfredo Nagel Dr. Cleonildo de Oliveira Dr. Fernando Sanches Dr. Jauro Soares Dr. Odilon Ascoli Dr. Roberto A. Moreira Dr. Rodrigo Vanzelli Luiz Mund

04 EM FOCO Bramorski assume presidência da Unimed Blumenau 06 PÁGINAS VERDES com o técnico da Faema, José Constantino Sommer 18 GRIPE Prevenção é o melhor remédio 20 ALIMENTOS Saúde nas 25 INTEGRAÇÃO Unimed terá sistema de autorizador eletrônico ruas 26 PREVENÇÃO Riscos do HPV 28 ESPORTE Suplementos, um perigo à saúde 31 NOSSA GENTE com Alcione Luciano da Silva 32 VIVER Beleza natural 34 ARTIGO Ansiedade 36 MELHOR IDADE a nova realidade brasileira

EDITOR-EXECUTIVO Sidnei dos Santos - 1198 JP (MTb/SC) sidnei@mundieditora.com.br

Banco de Imagens

Daniel Zimmermann

Divulgação

REPORTAGEM Francielle de Oliveira, Iuri Kindler e Sandra Hans

GERENTE DE ARTE Rui Rodolfo Stüpp

FOTO DE CAPA Daniel Zimmermann

EDITORA-CHEFE Danielle Fuchs danielle@mundieditora.com.br

GERENTE COMERCIAL Eduardo Bellidio - 47 3035.5500 eduardo.bellidio@mundieditora.com.br

DIRETOR-EXECUTIVO Niclas Mund niclas@mundieditora.com.br CIRCULAÇÃO circulação@mundieditora.com.br SUGESTÃO DE PAUTA pauta@mundieditora.com.br

UNIMED BLUMENAU Rua das Missões, 455 • Blumenau/SC Fone: 47 3331.8500 • Fax 47 3331.8570 www.unimedblumenau.com.br Twitter: @unimedblumenau

HOSPITAIS UNIDADE CENTRO Neumarkt Trade & Financial Center, 5º andar • Blumenau/SC Rua Ingo Hering, 20 | Anexo ao Shopping Neumarkt Fone: 47 3037.8500 UNIDADE VILA NOVA Rua Almirante Barroso, 1159, Bairro Vila Nova • Blumenau/SC Fone: 47 3331.8700 UNIDADE TIMBÓ Rua Pomeranos, 3000, Bairro Pomeranos • Timbó/SC Fone: 47 3281.4000 SOS UNIMED Fone: 0800.6454747

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Campeão de marcha atlética conta sua história de vida.

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Medo de anestesia-geral é coisa do passado.

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Alvo de preconceito, a epilepsia tem tratamento.

Editorial

A educação como novo amálgama Os acontecimentos no Japão preocupam a humanidade. Não são apenas as queimadas dos países subdesenvolvidos que ameaçam a saúde da Terra, há usinas nucleares sobre placas tectônicas em movimento e emissão de gases de indústrias poluentes em continentes ricos que deixam todos alarmados. Podemos discordar se o aquecimento global é causa ou não, mas as mudanças climáticas são perceptíveis, especialmente em nosso Vale. É evidente que as tragédias climáticas se repetem porque se juntam dois fatores perniciosos: a fúria climática e a inconcebível insensatez das pessoas de estar no lugar errado. A ocupação do solo precisa ser respeitada, porque do contrário a natureza se protege agredindo. A falta de segurança também soma fatores que são de nossa responsabilidade. É crescente a perda de valores da sociedade, a impunidade e a licenciosidade familiar, convergindo para um quadro de violência no Brasil, única no mundo. Somos a nação que mais mata jovens no trânsito e nos assaltos que envolvem patrimônio. Clamamos por mais segurança na região, o que é justo, mas esquecemos de revisar as nossas próprias atitudes, que repassam valores aos outros, como a ambição desmedida, que apenas incentivam mais violência. Como observa o ecologista José Sommer, nas páginas verdes desta edição, a educação é o novo amálgama que procuramos. Só com mais educação podemos salvar o planeta e desenvolver um País mais justo, saudável e seguro. Posse Nesta edição ainda destacamos a posse da nova diretoria da Unimed Blumenau, que passa a ser presidida pelo cardiologista pediatra Marco Antonio Bramorski, a campanha de vacinação contra a gripe em maio, a inauguração do novo Cepas (Centro de Promoção e Atenção à Saúde) e o prêmio que a Cooperativa recebeu em Florianópolis, como a Unimed destaque em Responsabilidade Social em Santa Catarina de 2010. Boa leitura!

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EM FOCO

Bramorski é o novo presidente da Unimed Blumenau Divulgação

O cardiologista pediatra Dr. Marco Antonio Bramorski é o novo presidente da Unimed Blumenau. Ele substitui o cirurgião pediatra Dr. Jauro Soares, que assumiu a superintendência da Federação das Unimeds de Santa Catarina. Dr. Bramorski fica na função até março de 2014, sendo também o representante da Cooperativa na Agência Nacional de Saúde (ANS) e diretor-técnico da Operadora O superintendente Dr. José Carlos Arenhart está agora na vice-presidência, ocupando também o cargo de diretor-técnico do Cepas, e o conselheiro Dr. Fernando César Sanches fica na superintendência da Unimed Blumenau. Na reunião de posse estavam presentes todos os conselheiros da Cooperativa: Jacy Bruns, Tarcísio Arcoverde, Fernando Sanches, Marco Cavalcanti, Marco Bramorski, Jauro Soares, Andréia Souza, José Carlos Arenhart, Maura Cucco, Rodrigo Vanzelli e Gustavo de Ré.

Bramorski também representa a Unimed na ANS

Responsabilidade social Daniel Zimmermann

A coordenadora de Responsabilidade Social da Unimed Blumenau, Jeane Pinheiro, assumiu a coordenação do Núcleo de Responsabilidade Social da Associação Empresarial de Blumenau (Acib). A vice-coordenadora do Núcleo, que existe há cinco anos e reúne 17 empresas, é a colaboradora da Hering, Bruna José Raimundo. O Núcleo, que tem como missão aprofundar o debate e implantar ações de Responsabilidade Social Corporativa e promover o desenvolvimento das empresas e da sociedade de Blumenau, se reúne todos os meses, estimulando o conceito de RS através de palestras, treinamentos, debates, apresentações de cases, entre outras ações. Assim, compartilham experiências sobre temas diferenciados como os Objetivos do Milênio (ODM), inclusão social, trabalhos desenvolvidos por ONGs e outras instituições locais, aprimorando ações e viabilizando parcerias em projetos voltados para a sustentabilidade.

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Jeane assumiu a coordenação do Núcleo da Acib


Hora do Planeta A Hora do Planeta é um movimento antiaquecimento global da ONG WWF, apoiado pela Unimed Blumenau, para mobilizar a sociedade em torno da luta contra o aquecimento global, realizada desde 2007, no dia 26 de março. Em um período de 60 minutos todos são convidados a apagar as luzes para demonstrar a preocupação com o aquecimento global. Este ano, a Unimed realizou uma ação diferenciada. Apagou as luzes da fachada da Cooperativa e da recepção de todas as Unidades Hospitalares de Blumenau (Vila Nova e Centro) e Timbó, e iluminou com velas. Através dos canais de comunicação a Unimed incentivou, ainda, funcionários, cooperados e demais partes interessadas a aderirem ao movimento, registrando a participação no site oficial da Hora do Planeta e enviando o depoimento ao setor de Responsabilidade Social.

Prêmio estadual O Projeto Unimed Vida, desenvolvido há 12 anos pela Unimed Blumenau em escolas públicas municipais e estaduais, foi o vencedor da Menção Especial 2010, conferida pela Unimed Federação Santa Catarina. O prêmio será entregue no dia 29 de abril durante a 9ª Convenção Estadual das Unimeds, em Florianópolis. Participaram do prêmio de Menção Especial 2010, que tinha como tema a “Saúde na Comunidade”, 14 projetos das Unimeds do Estado. Na primeira etapa foram pré-selecionados sete projetos que, posteriormente, foram também avaliados e pontuados pela Unimed do Brasil. O projeto Unimed Vida trabalha a educação em saúde a fim de que as crianças percebam que os diferentes estilos de vida delas têm consequências na fase adulta.


PÁGINAS VERDES com José Constantino Sommer

“A educação é a peça chave para a preservação do meio ambiente” Daniel Zimmermann

ros, ecossistemas específicos e áreas com declividades altas, metragens e o Código Estadual de Meio Ambiente de Santa Catarina (Lei Estadual 14.675/09), torna os limites menores, especialmente para as margens de cursos d’água, pretensamente para favorecer o agricultor, o que é falso. Assim, o correto é dizer que deveríamos seguir as delimitações de APPs previstas no Código Floresta, que é uma lei federal. Porém, a ideia de um código catarinense de meio ambiente não é ruim. Consolidar a maior parte da legislação ambiental em uma única lei é interessante, por várias razões. Blumenau fez isso recentemente através da Lei Complementar 747/10. A crítica que fazemos é quanto à incongruência da lei estadual em relação às leis federais e à Constituição que, aliás, não se limita apenas ao Código Florestal neste caso.

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á mais de 14 anos na Faema, primeiramente como diretor e atualmente como técnico, José Constantino Sommer é um cidadão consciente e defensor do Planeta. Ele acredita que somente a conscientização sobre o impacto ambiental, que as atitudes individuais e coletiva produzem, poderão mudar o mundo.

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Revista Unimed: Existe a polêmica entre o Código Florestal Federal e o Estadual. Qual deles devemos seguir? José Constantino Sommer: Na verdade, o conflito entre os códigos de que se fala está relacionado às chamadas Áreas de Preservação Permanentes (APPs). O Código Florestal (Lei Federal 4.771/65), que estabelece as áreas que deverão ser protegidas ao longo de cursos d’água, nascentes, topos de mor-

RU: Como técnico e de acordo com suas convicções pessoais, o senhor é a favor de qual código? Ou acredita que existe a possibilidade de um meio termo? Sommer: Sou favorável à aplicação do Código Florestal (Lei Federal), pois as APPs são uma parte já pequena de proteção da mata ciliar e das florestas remanescentes nas propriedades. Diminuí-las é uma sandice. Isso agravaria mais ainda a estabilidade de encostas e barrancas dos rios, diminuiria a cobertura florestal em Santa Catarina, que já é pífia e afetaria a biodiversidade, que tende a ser mais expoente justamente nessas áreas. Não é verdadeira a afirmativa que é a impossibilidade de uso direto dessas áreas que tem inviabilizado


a atividade agrícola. As dificuldades que os agricultores vivem têm a ver com aspectos políticos e econômicos. RU: Nos últimos anos, o Brasil vem experimentando um grande crescimento econômico que se reflete, é claro, no aumento da produção, da queima de energia e existe toda essa euforia com o petróleo do Pré-Sal. É possível aliar esse crescimento com responsabilidade ambiental? Sommer: Sim. É possível, mas não é fácil. O crescimento econômico é importante para gerar qualidade de vida para as pessoas. A dúvida é, em que bases ele se dará. A questão do petróleo, que tem mais utilidades que gerar combustíveis, é emblemática. O Brasil descobriu um tesouro e como vamos imaginar que ele possa abrir mão disso? Mas é ambientalmente sustentável? Acredito que as transformações necessárias deverão nos conduzir a mudanças na matriz energética, tanto para combustíveis quanto para energia elétrica. Mais à frente, é importante pensar no fim dos motores à explosão, que são algo, a meu ver, anacrônicos. Investir em fontes limpas, transporte alternativo e outras ideias ligadas à sustentabilidade e à economia ecológica são ações absolutamente necessárias, mas dependerão de investimentos, vontade política e sensibilização social. RU: O senhor trabalha com educação ambiental. É essa a melhor arma para uma futura mudança de consciência e de atitudes em relação ao consumo e à exploração dos recursos naturais?

Sommer: Somente a conscientização do impacto que nossas atitudes individuais e coletiva produzem é que poderá mudar o estado das coisas. Vejamos a própria definição de recursos naturais que temos, usamos e percebemos. Quando chamamos algo de recurso, entendemos que aquilo deverá ser usado, senão não é recurso, é apenas natureza. A natureza nos fornece as condições para gerarmos riquezas e qualidade de vida, mas é muito mais do que isso. Deve servir ao lazer, decompor os resíduos da produção e ter um valor intrínseco, que raramente consideramos num sentimento altamente ético para com todas as formas de vida. Mas a educação ambiental deve estar a serviço da sustentabilidade socioambiental e planetária, um viés que, na maioria das vezes, ela não tem, apegando-se a abordagens parciais e equivocadas dos problemas, o que não conduz à verdadeira mudança. RU: Seria tarde esperar que as futuras gerações sejam conscientes dos problemas ambientais da responsabilidade humana nessa seara? Sommer: Sem dúvida. Talvez eles não tenham nem mais sobre o que se responsabilizar. O tempo das mudanças é agora e isso também inclui os jovens. Não temos mais décadas para promovê-las. Muitos ambientalistas de primeira mão são até céticos sobre ainda haver tempo para as mudanças, como James Lovelock. Eu acredito que devemos educar a todos, indistintamente, e que ainda há tempo para vermos um mundo diferente como resultado.


PÁGINAS VERDES

Divulgação

com José Constantino Sommer

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Usina nuclear de Angra dos Reis (RJ)

RU: Qual a sua posição sobre as mudanças climáticas. Elas são um fenômeno natural ou decorrem da interferência irresponsável do homem no meio ambiente? Sommer: Não há dúvidas sobre a participação humana nos fenômenos. Nós aumentamos em cerca de 30% o gás carbônico na atmosfera, em aproximadamente 50 anos. Alteramos os ecossistemas, os bens hídricos e o solo. Há centenas de pesquisas sérias realizadas por cientistas em toda parte, comprovando as alterações e sobre como elas impactam o clima nas regiões e nos planetas. Um certo ceticismo sobre isso se dá pelo interesse econômico ou desconhecimento. A própria mídia coloca essa questão numa perspectiva duvidosa e isso forma opinião. Porém, é altamente temerário não perceber como as atividades humanas têm alterado o Planeta e, como consequência, o clima.

gia hoje? Sommer: A energia nuclear é uma alternativa relativamente barata, mas quanto à segurança, a certeza que foi construída nas últimas décadas sofreu um profundo baque. O Japão virou um emblema da fragilidade, que é optarmos por tecnologias que parecem fabulosas. São mais de 40 usinas nucleares em uma área de absoluta instabilidade tectônica. Isso trouxe reflexão para o mundo todo. Vários países colocaram os programas nucleares em compasso de espera. Esse acontecimento precisa ter um caráter pedagógico para a humanidade. Já temos tecnologias limpas, seguras e renováveis bem conhecidas. Não há porque não seguirmos esse caminho. Estima-se que apenas 2% de toda a energia que vem do sol e chega à Terra todos os dias, por exemplo, seja suficiente para todas as necessidades energéticas que temos.

RU: O terremoto no Japão expôs a fragilidade das usinas de energia nuclear. Qual sua opinião sobre esse tipo de energia, que nos últimos anos era considerada segura? Quais as melhores fontes de ener-

RU: As discussões ambientais, muitas vezes, parecem distantes da maioria das pessoas. Como cada um pode contribuir com o Planeta no dia a dia? Sommer: Informando-se, perceben-

do o que está ao seu alcance, que não pode ser resumido apenas no que chamamos de fazer a sua parte. Cada pessoa deve refletir sobre seus hábitos de consumo e atitudes. Falamos em cidadania ambiental e planetária, essa responsabilidade que nos cerca e que está distante. RU: Qual o papel da Faema na prevenção de catástrofes como a de 2008? A fundação tem mecanismos para impedir construção em áreas de risco? Sommer: Sozinha não. É preciso uma ação conjunta de todo o Poder Público e de setores da sociedade. A população também precisa ajudar nessa tarefa, que é enorme. As pessoas não ocupam áreas de risco porque querem. Elas desejam um lugar para morar. Assim, geralmente não percebem o risco ou não consideram que têm alternativa. Fiscalizar é importante, mas acredito que devemos inviabilizar a ocupação desses locais constituindo áreas protegidas, como unidades de conservação, mas dando condições materiais e econômicas para que as pessoas possam morar em lugares seguros. Ampliar os quadros da Faema


e destinar um orçamento maior para a fundação também são imperativos.

“O Japão virou um emblema da fragilidade que é optarmos por tecnologias que parecem fabulosas. São mais de 40 usinas nucleares em uma área de absoluta instabilidade tectônica”

RU: Como o senhor imagina o mundo daqui a 50 anos? Sommer: Acredito que superaremos essas dificuldades. Seremos nove ou 10 bilhões de habitantes e os bens naturais serão ainda mais escassos, mas haverá uma maior responsabilidade, que se traduzirá em economia, reuso e reciclagem de materiais e maior solidariedade. Esse será um caminho que construiremos na caminhada, que as experimentações aconteçam agora e a educação é peça chave nesse processo. Daniel Zimmermann

RU: Há alguns anos, Blumenau tinha um programa de recolhimento de pilhas e baterias que era referência no País. Depois foi interrompido sob a alegação de que as pilhas poderiam ser descartadas no lixo comum, mas sabemos que elas contêm elementos químicos muito prejudiciais ao ambiente e à saúde e os próprios fabricantes alertam sobre isso. Afinal, como se deve proceder no descarte de pilhas e baterias de celular, por exemplo? Sommer: De fato, uma primeira resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) limitava a presença de metais pesados nas pilhas fabricadas no Brasil, condicionando-as a deixarem de ser um resíduo perigoso. A revisão da resolução e a recente aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal Nº 12.305, de 2010), trouxeram mais luz à questão, especialmente sobre o descarte, a responsabilidade do produtor e do consumidor e sobre a reciclagem. Há vários locais que já recebem esses materiais, mas a fiscalização deverá aumentar para garantir o princípio poluidor-pagador, expresso na legislação. Porém, mais uma vez evoco a educação ambiental. Deveríamos fazer campanhas para evitar o uso excessivo de pilhas e também para optarmos pelas recarregáveis, que demoram mais tempo para tornarem-se resíduos. A atitude do cidadão, cobrando das

empresas responsabilidade em seus produtos, dando-lhes maior compatibilidade ambiental e durabilidade, também deve ser objeto dos processos educativos. A Faema fez o recolhimento até 2003, mas na verdade não compete ao órgão ambiental fazê-lo. Ele deve fiscalizar a destinação. As pilhas podem ser deixadas em locais como supermercados e bancos (Santander). Porém, ainda são programas voluntários. Quanto às baterias de celular, lojas de venda fazem o recolhimento.

“O Planeta precisa ser mudado já”


Reportagem de capa

Determinação e persistência Fotos Daniel Zimmermann

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atleta de marcha atlética, Moacir Zimmermann, 27 anos, é destaque no esporte blumenauense. Em 2010, foi agraciado com dois dos mais importantes prêmios do Desporto Olímpico Brasileiro. Terminou o ano como líder do ranking de 20 quilômetros de marcha e recordista dos 10 quilômetros.

Zimmermann nasceu em Foz do Iguaçu (PR) e vive em Blumenau desde a infância. Começou a marcha atlética com o incentivo de uma professora do colégio estadual Pedro I, onde estudava. Durante a adolescência, presenciou muitos colegas que se tornaram usuários de drogas. Mas com ele foi diferente, enxergou no esporte a oportunidade de transformar a vida e ficar longe dos vícios. Ele conta que no início não obteve o apoio familiar e que a primeira vitória foi contra o preconceito. O pai discordou da escolha, queria que o filho se dedicasse apenas ao trabalho. Ainda assim não desistiu e, aos 17 anos, foi campeão brasileiro de 50 quilômetros.

Zimmermann treina com olhos voltados para a Olimpíada 2012

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Com tanta determinação e persistência, conquistou o apoio da família, medalhas e títulos importantes, como melhores do ano de 2010 da Confederação Brasileira do Desporto Universitário. Integrou também a Seleção Brasileira na Copa do Mundo México 2010; participou do campeonato Sul-Americano Bolívia 2010; campeonato Íbero-americano Espanha 2010; foi recordista Sul Americano 10 km, com 38min20seg; recordista catarinense 5 km e 10 km; campeão brasileiro do Jogos Universitários Brasileiros 2010 (Jubs); eleito três vezes melhor atleta do País das Olimpíadas Universitárias; e melhor atleta do


Jogos Abertos de Santa Catarina 2010 (Jasc). Já a melhor colocação foi a medalha de bronze no mundial Universidade Belgrade (Sérvia), como o primeiro atleta de marcha atlética a ganhar uma medalha em campeonato mundial. “A partir do primeiro título, comecei a viver no esporte 24 horas por dia, isso mudou radicalmente minha vida”, diz Zimmermann. As competições o fizeram conhecer o mundo, viajar por lugares que não conheceria se não fosse através das competições. Chegou a ser convidado a treinar em um camping na Suíça, mas não aceitou, pois considera Blumenau uma das melhores cidades do mundo para se viver.

Os troféus que ganhou ao longo dos anos são exibidos com orgulho

Algumas medalhas Campeão do Jogos Universitários Brasileiros (Jubs) 2010 Três vezes melhor atleta do País nas Olimpíadas Universitárias

Melhor atleta do Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) 2010 Medalha de bronze no mundial Universidade Belgrade, na Sérvia


Reportagem de capa

Fotos Daniel Zimmermann

“Dentre todos os troféus, minha esposa Edna é o melhor “

Marcha atlética A marcha atlética é uma das várias modalidades de atletismo. As principais características são o fato de que o atleta tem que, ao caminhar durante toda a prova, manter um dos pés no chão e, ao dar cada passo, a perna que avança deve estar reta. Geralmente as provas são disputadas nas ruas. As distâncias das provas de marcha atlética são 20 quilômetros para o feminino e 20 ou 50 quilômetros para o masculino. O atleta que pratica o esporte é chamado de marchador. Atenção, concentração, ritmo, coordenação, boa resistência e treino extensivo são essenciais. A marcha atlética tem origem nas competições de caminhada que datam dos séculos 18 e 19. Em 1908, passou para a condição de esporte olímpico, porém as distâncias eram 1,5 mil metros e 3 mil metros. Somente em 1956, a prova passou a ter as atuais distâncias. A modalidade foi trazida ao Brasil em 1936, por José Carlos Daudt e Túlio de Rose, que assistiram a marcha nos Jogos Olímpicos de Berlim. Já em 1937 aconteceu, em Porto Alegre (RS), a primeira disputa, da qual o vencedor foi Carmindo Klein. Durante o percurso, os atletas são fiscalizados por juízes, que avisam quando estes estão marchando de forma errada. Para isso, utilizam discos amarelos, que sinalizam uma infração. Caso o atleta persista no erro, é mostrado um cartão vermelho. Se três juízes diferentes mostrarem o cartão vermelho ao mesmo atleta, esse é desclassificado.

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Com formação em Educação Física pela Universidade Regional de Blumenau (Furb), os treinos são feitos na academia da universidade, no parque Ramiro Ruediger e na Itoupavazinha, bairro onde mora, com o acompanhamento da nutricionista Nádia Venturini e do treinador Ivo da Silva. Zimmermann tem se empenhado nos treinos com olhos voltados para a Olimpíada 2012. Confiante, treina cinco horas por dia e ressalta que a ajuda de Deus e o apoio da esposa Edna o ajudou a superar muitas adversidades. Além dos títulos recebidos, conta que o esporte também lhe trouxe o amor. Um belo dia, ao esperar o ônibus para ir treinar, conheceu Edna e, a partir dali, namoraram, se casaram e estão juntos há seis anos. “O amor muitas vezes é o melhor troféu que um homem pode obter na vida. Minha esposa é o melhor troféu de todos”, elogia. Ao dizer isso, ele reforça o velho ditado:“Por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher”.



MEDICINA

Mitos da anestesia geral Divulgação

Anestesia geral é usada em diferentes tipos de cirurgia

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e todas as especialidades médicas, a que envolve mais mistério é a anestesia. Envolta em falsos conceitos, antigos dogmas e tabus, o desconhecimento do que se passa quando o paciente é anestesiado é o grande responsável pelo medo. A palavra anestesia deriva do grego e significa ausência de sensações. Trata-se de um estado induzido por medicamentos, que torna possível a execução de procedimentos terapêuticos e diagnósticos sem dor. O anestesiologista Airton Valderrama

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explica que as anestesias podem ser divididas em anestesia geral e regional. Na geral, a pessoa fica paralisada, pois os neurônios, responsáveis por mantê-la acordada, não funcionam e o indivíduo fica inconsciente. Já na regional, os neurônios cerebrais funcionam normalmente e somente a informação do que acontece em uma parte do corpo não chega ao cérebro, fruto do bloqueio que ocorre em alguma parte do sistema de transmissão (nervos). “Neste caso, apenas um ou mais membros e até parte do tronco ficam dormentes e, frequentemen-

te, o paciente recebe um calmante para dormir e evitar a ansiedade”, ressalta. O processo de escolher qual será a anestesia utilizada e a combinação dos diferentes anestésicos depende de qual cirurgia será realizada, a idade do paciente, quais alergias e patologias o mesmo apresenta e os respectivos tratamentos. Todas essas informações devem ser apreciadas pelo anestesiologista que, podendo contar com um auxílio especializado (cardiologista, pneumologista, endócrino, entre outros)


vai avaliar se o paciente encontra-se na melhor condição para submeter-se ao ato anestésico-cirúrgico e poderá estabelecer a melhor técnica para o conforto e, principalmente, segurança do paciente. É imprescindível que quando a cirurgia estiver marcada o paciente tenha uma consulta ou entrevista com o anestesiologista alguns dias antes da cirurgia, para tirar as dúvidas e conhecer os riscos e complicações do ato específico. Cada paciente, dependendo das características, terá uma anestesia diferente e ajustada à condição e ao tipo de cirurgia”, explica. “O procedimento anestésico, associado às normas de segurança com profissionais gabaritados e boa estrutura hospitalar, ainda que não totalmente desprovido de risco, é bem mais seguro que a sensação que as pessoas leigas têm a respeito”, completa.

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Medicina O medo

O anestesiologista comenta que nos primeiros anos as drogas eram totalmente primitivas, cheias de efeitos colaterais para o coração, pulmões, rins, entre outros órgãos. O paciente sentia dor durante a cirurgia, apresentava vômitos, dormia durante muito tempo e tinha dor no pós-operatório. O responsável pela anestesia era uma pessoa que administrava o remédio e segurava o paciente durante o procedimento, geralmente um funcionário ou uma freira do hospital. “Naquele tempo já existiam as mais diversas doenças que não eram conhecidas, não entendidas, mal tratadas ou sem tratamento, somados a medicamentos e técnicas primitivas, administrado por al-

Divulgação

Há cerca de 150 anos a anestesia não existia. O Dr. Valderrama conta que as cirurgias aconteciam, quase sempre, após o indivíduo ser embriagado, amordaçado e bem amarrado em uma mesa cirúrgica. “O bom cirurgião era aquele que operava tão rápido que não dava tempo para a pessoa sentir dor. As cirurgias eram as mais básicas possíveis”, relata. “Somente com a evolução da anestesia foi possível o desenvolvimento de todos os tipos de cirurgias conhecidas atualmente”, completa.

Os carrinhos de anestesiologia servem para informar a situação do paciente

guém sem conhecimento médico. Tudo isso resultava em grande número de complicações e mortes. Assim, este temor se manteve até os dias de hoje”, afirma. Há 60 ou 70 anos, a anestesia se transformou em anestesiologia, uma especialidade médica administrada por um médico

com três anos de especialização e que conhece as características, benefícios e efeitos colaterais de cada anestésico. Ao longo dos anos, milhares de novos medicamentos foram descobertos e aperfeiçoados, mas somente alguns comprovaram ser seguros e se mantiveram no mercado.

Carrinhos de anestesia mais modernos Segundo o Dr. Valderrama, outro aspecto muito importante foi o grande avanço das ciências, que permitiu que os aparelhos de anestesia, chamados carrinhos, fossem aperfeiçoados. Eles são utilizados para fazer a respiração artificial do paciente e informar ao anestesiologista dezenas de parâmetros simultaneamente, como a pressão arterial, ritmo do coração, quantidade de oxigênio no sangue, se a respiração está adequada e se o indivíduo está realmente anestesiado. Todas essas informações são interpretadas pelo anestesiologista que, a todo momento, faz ajustes nos medicamentos administrados e parâmetros do carrinho da anestesia, corrigindo “o caminho” a ser

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percorrida durante o ato anestésico. “Gosto de fazer uma analogia, na qual os carrinhos de anestesia são os nossos automóveis, o ato anestésico uma viagem e o motorista o anestesiologista. No mercado existe desde o automóvel básico até uma Ferrari, a diferença entre ambos são os múltiplos mecanismos de segurança: potência do motor, freios abs e air-bags, que muitas vezes fazem a diferença quando a “viagem’’ é difícil. Uma viagem pode ser cheia de “imprevistos”, dificuldades e riscos, porém os mecanismos de proteção são tão mais importantes quanto piores forem as dificuldades e riscos enfrentados”, compara.

Para ele, o anestesiologista não deve ser temido, mas visto como um protetor, que vai aliviar ou evitar o sofrimento e estará sempre buscando o caminho mais seguro, frequentemente contraindicando o ato cirúrgico se houver riscos. Dependendo do tipo de cirurgia, da saúde do paciente e da estrutura hospitalar, algumas das viagens feitas nos finais de semanas são mais perigosas que muitas anestesias rotineiras. “Em Blumenau, por exemplo, acontece, em média, cerca de 150 cirurgias por dia, muito raramente temos complicações, demonstrando a segurança e a qualidade dos profissionais e da estrutura de saúde”, finaliza.



GRIPE

Prevenção é o melhor remédio Divulgação

A vacina da gripe torna o sistema imunológico apto a combater o vírus da doença

O

melhor período de vacinação contra a gripe é o final do Verão ou início da Primavera, que no Brasil vai de fevereiro a maio. A vacina atua como uma forma de prevenção à doença e é capaz de tornar o sistema imunológico apto a combater o vírus da gripe, através da inoculação do próprio vírus. Segundo o médico pneumologista Ricardo Albaneze, a vacina da gripe foi desenvolvida pensando nas várias interferências que um quadro gripal pode acarretar na vida da pessoa em sociedade. Ele explica que um quadro gripal pode ter várias complicações, como uma pneumonia ou sinusite aguda e, eventualmente, a morte. “Os pacientes que

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apresentam quadros de rinite, asma e bronquite crônica tiveram melhora da qualidade de vida e desenvolveram menos crises após a introdução da vacina na terapia”, ressalta. Os demais pacientes com doenças crônicas como diabetes e insuficiência cardíaca também se beneficiam. O que os estudos epidemiológicos também mostraram é que não só as complicações graves diminuíram após a introdução da vacina, mas também a produtividade dos trabalhadores melhorou, já que estes faltam menos ao trabalho por não ficarem gripados. De acordo com o pneumologista, a vacina contra o H1N1 é segura e os

efeitos colaterais são os mesmos das demais vacinas contra a gripe, como dores no corpo, coriza, dor e calor no local da aplicação. Ainda segundo o médico, os efeitos colaterais da vacina, às vezes, fazem com que a pessoa se confunda com um quadro gripal. Esses efeitos são de curta duração, porém não causam a doença. A imunização dura um ano e, cerca de 15 dias após a vacinação, já começam a surgir os anticorpos que darão a proteção contra a gripe, sendo que a máxima proteção será atingida após aproximadamente 45 dias. Porém, todo ano há mutação viral. “Os vírus mais frequentes causadores da gripe mudam todo ano”, comenta.


A vacina está disponível no mercado, de maneira combinada com os outros vírus de gripe para esta estação, e nos postos de saúde entre os dias 25 de abril e 13 de maio, período da campanha contra a gripe. Quem tomar a vacina estará imunizado contra gripe comum e H1N1. O médico garante que qualquer pessoa pode ser vacinada, desde que não tenha alergia à proteína do ovo ou qualquer outro componente da vacina. O vírus da Influenza é transmitido por gotículas respiratórias que facilmente são espalhados pelo ar. “Como muitas vezes não podemos evitar o contato com pessoas infectadas na escola ou no trabalho, a melhor solução seria tomar a vacina para se prevenir contra a doença”, orienta, lembrando de não esquecer do hábito de lavar as mãos ao longo do dia, evitar de ficar em locais cheios e fechados e cuidar da alimentação.

Estimativa dO SUS EM 2011 Imunizar 28,9 milhões de pessoas 3 milhões de gestantes 4,4 milhões de crianças menores de 2 anos 19,4 milhões de idosos anos

Daniel Zimmermann

Mais informações Dr. Ricardo Albaneze CRM 13151 (47) 3037-7099


ALIMENTOS

Saúde nas ruas

A

Fotos Daniel Zimmermann

ação da Vigilância Sanitária de Blumenau está coibindo definitivamente a comercialização de alimentos nas ruas pelos ambulantes que não estão de acordo com as normas estabelecidas para o exercício da atividade. Os ambulantes de alimentos que não se adequarem às novas regras para a manipulação e venda de produtos alimentícios serão autuados pelo órgão. A fiscalização será rigorosa e definitiva, com a possibilidade de reter o selo que autoriza a atividade no Município, além de coibir a venda e retirada dos ambulantes das ruas. Por isso, no dia 13 de março, a Vigilância Sanitária convocou todos os ambulantes de alimentos para um encontro, no setor 3 da Vila Germânica. A ação apresentou as novas regras para o exercício da atividade em Blumenau. Além disso, a Vigilância Sanitária realizou também uma vistoria nas estruturas, equipamentos e na forma como está sendo realizada a manipulação e comercialização dos alimentos à população. De acordo com o diretor de vigilância em saúde, Marcelo Shaefer, os ambulantes de alimentos não estão cumprindo as exigências estabelecidas para a venda de produtos alimentícios em Blumenau, comprometendo seriamente a saúde da população. “Dos 90 ambulantes cadastrados, apenas seis receberam, no início deste ano, o selo autorizando o exercício da atividade. Isso nos obrigou a tomar medidas rígidas e definitivas para o controle e assegurar que os produtos alimentícios não coloquem em risco a saúde da população”, diz. O diretor explica ainda que, desde que foi concebido e elaborado o selo autorizando o comércio controlado de alimentos nas ruas, em 2008, os ambulantes passaram a incrementar a relação de produtos oferecidos à população, incluindo lanches como x-salada e pizzas. “O que evidenciamos é que os ambulantes passaram a oferecer outros tipos de alimentos, com estrutura precária e, portanto, inadequada para a manipulação segura e venda dos produtos. Isso é inaceitável e coloca em risco a saúde de quem consome”, ressalta.

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Ambulantes precisam se adequar às regras da Vigilância Sanitária


Novas regras A crescente comercialização de outros tipos de alimentos pelos ambulantes obrigou a Vigilância Sanitária a revisar a normativa estabelecida para o exercício da atividade segura e controlada na cidade. Entre as novas mudanças, que passaram a valer a partir do dia 13 de março de 2010, estão permitidas a comercialização de apenas cinco tipos de alimentos: cachorro-quente, churros, pipoca, cocada e algodão doce. Além dos itens permitidos para a venda, as normativas estabelecem diretrizes específicas quanto à localização para a comercialização, as normas para os equipamentos, deveres para quem vai manipular os alimentos e orientações sobre as condições dos produtos comercializados. De acordo com Shaefer, é importante lembrar que o incremento na comercialização de outros tipos de alimentos é proporcional ao risco que podem causar à saúde de quem consome. “Nosso principal objetivo é garantir que a venda dos alimentos seja efetuada de forma segura, com higiene e sem qualquer risco de contaminação”, reforçando que a população também pode ajudar na fiscalização, pelo número 156.

É permitida somente a comercialização de cachorroquente, churros, pipoca, cocada e algodão doce


TRATAMENTO

Epilepsia, uma luta contra o obscuro Divulgação

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magine-se realizando as atividades normais do cotidiano, fazendo as compras do dia em um supermercado ou em visita ao banco para analisar as movimentações financeiras. Repentinamente você apaga como se desligassem seu organismo por uma chave geral. As pessoas que estão presenciando a cena não sabem o que está acontecendo.

Observam as contrações musculares, os abalos dos membros e o piscar involuntário dos olhos. Algumas se aproximam para ajudar mesmo desconhecendo o que está ocorrendo. Outras se afastam com medo ou repúdio. Aos poucos, a consciência retorna e você percebe que está caído no chão, com seus pertences jogados e pessoas des-

conhecidas observando com aparente espanto. No consciente delas, surge a tentativa de buscar as respostas sobre o que pode ter causado tal anormalidade. Talvez você não saiba, mas acabou de ter uma crise convulsiva. Situação que muitas vezes transforma milhares de pessoas saudáveis e potencialmente capazes em alvo de preconceito.

Conhecer para prevenir Considerada uma doença neurológica relativamente frequente, estima-se que a epilepsia afete cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil*. O número relevante de casos e a dificuldade de acesso ao esclarecimento especializado podem resultar também em diversas situações constrangedoras para pessoas com este diagnóstico, principalmente em casos de crises generalizadas e de difí-

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cil controle. Falta de conhecimento é o principal fator do preconceito. Frequentemente confundidas, epilepsia e convulsão não são exatamente a mesma coisa. Epilepsia é a síndrome como um todo. Já as convulsões ou crises epilépticas são as principais manifestações clínicas da doença e podem ser diferentes em cada caso.

É preciso avaliar individualmente os casos, afirma o neurologista Fábio Siquineli, que explica a epilepsia como doença volúvel, já que pode aparecer em momentos adversos da vida e com características específicas para cada contexto. O especialista adverte que na ocorrência de uma primeira convulsão é preciso realizar uma avaliação neuro-


Além da preocupação com o diagnóstico, o médico exalta a necessidade de abertura para falar sobre a doença. “É importante que haja discussão sobre

epilepsia na sociedade para que se quebrem preconceitos”. Para Siquineli, é possível reduzir o preconceito e melhorar o amparo às vítimas, fato que só ocorre quando a sociedade conhece a natureza da doença e de como ela se manifesta e evolui.

Daniel Zimmermann

lógica e exames complementares, a fim de verificar qual é o quadro real do paciente. A determinação da possível causa e a caracterização da síndrome epiléptica é fundamental para o controle das crises e sucesso do tratamento.

* Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Fator genético da epilepsia

Mais informações Dr. Fábio Siquineli CRM 10871 (47) 3037-2442

Os resultados podem variar de um caso para outro, que necessita de prévia avaliação e planejamento individual.

Muitas síndromes epiléticas são de predisposição genética. Durante o processo de análise da doença serão realizadas várias investigações. Quando o resultado não detecta lesões estruturais, é então iniciado um processo de avaliação do histórico familiar e até de estudos genéticos, quando disponíveis. A convulsão, normalmente, tem três fases: a tônica, quando há o endurecimento (contração muscular) geral; a clônica, em que acontecem movimentos repetitivos; e a fase de relaxamento, quando o paciente começa a recuperar a consciência.


TRATAMENTO Entenda a doença Divulgação

O cérebro funciona como uma rede integrada e complexa de neurônios, que funcionam através de atividade elétrica. Formam uma espécie de microcircuitos que controlam o corpo baseados na combinação de potenciais elétricos, que vem e vão de um neurônio ao outro. Essa troca de estímulos realiza o processamento das informações que geram as ações e percebem as sensações do corpo. A epilepsia é a doença que ataca o sistema elétrico cerebral. É quando ocorre um verdadeiro curto circuito neuronal, que pode ser motivado por uma lesão, infecção, processo desarmônico ou falha de predisposição genética. Crise parcial: também chamada de localizada, ataca um ponto exato ou pequena região do cérebro. A pessoa passa a ter comportamentos anormais, dependendo da área envolvida e a função que desempenha. Para de responder a chamados; fixa o olhar; realiza movimentos sistemáticos (ex: de mão e de boca); pode ter comportamentos estranhos ou falar coisas sem sentido. Em questão de segundos, o estado mental volta ao normal. Crise generalizada: é quando ocorre a convulsão. Todo o córtex entra em crise simultaneamente e as funções neurológicas são afetadas. A vítima perde a consciência e cai. As manifestações posteriores são

Cérebro de uma pessoa com epilepsia variadas, desde o relaxamento muscular a vigorosas contrações involuntárias em todo o corpo. A respiração fica ruidosa e ocorre salivação abundante. Estado de mal convulsivo: situação de emergência neurológica grave, mas que é incomum. São crises muito duradouras ou que se repetem de modo contínuo e em curto período de tempo. Geralmente é necessário atendimento hospitalar para a reversão do quadro.

Como agir ao presenciar uma crise Manter a calma de todas as pessoas ao redor Jamais insira algo na boca do paciente, ou faça com que ele cheire alguma substância Segure a cabeça do paciente evitando lesões No final do ataque, vire o paciente de lado para evitar engasgos com secreção pulmonar e excesso de salivação Não dê tapas no rosto do paciente. Ao perceber a volta da consciência, ajude-o com perguntas simples e explique o que ocorreu A sonolência e fadiga são normais após a convulsão. Deixe o paciente descansar. Vômitos podem ocorrer Caso a convulsão dure mais de cinco ou 10 minutos é preciso encaminhar o paciente ao hospital


INTEGRAÇÃO

Unimed terá sistema de autorização eletrônica Fotos Daniel Zimmermann

Aparelho proporcionará conforto e agilidade no atendimento

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Unimed Blumenau irá implantar, até o final do primeiro semestre deste ano, o sistema de autorização eletrônica, tecnologia que permite a integração das consultas de forma online. Esse software proporcionará conforto e agilidade no atendimento, pois centraliza todas as informações do paciente e amplia a segurança dos beneficiários. De acordo com o diretor de Tecnologia e Suprimentos, Felipe Ricardi, o processo é simples. A secretária do cooperado da Unimed deve passar o cartão do beneficiário por leitor de trilha ou digitação. O autorizador fará a leitura dos dados dos beneficiários, validando regras básicas, gerando a autorização em tempo real e integrando a guia virtual para o crédito

do cooperado, sem a necessidade de preenchimento de guia papel. “Esse processo contribuirá para a desburocratização do atendimento e permitirá que os cooperados recebam a consulta em menos tempo”, afirma. O autorizador, além de atender a uma exigência da Agência Nacional de Saúde (ANS), reduz consideravelmente o tempo dedicado ao faturamento dos cooperados. Com a eliminação das guias de papel não haverá a necessidade de entrega da produção na Unimed, uma vez que as consultas serão integradas no momento de sua realização. “Agilidade, redução de custos e facilidade definem o que a mudança veio trazer aos beneficiários e cooperados da Unimed”, finaliza.

Felipe Ricardi

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PREVENÇÃO

Riscos do HPV

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dIVULGAÇÃO

s vírus de alto risco aumentam as chances para o câncer genital, principalmente em mulheres. O câncer do colo do útero normalmente leva muitos anos para se manifestar, em média de sete a 10 anos, e está relacionado à infecção persistente do HPV ou Papilomavírus (sigla em inglês para Human Papiloma Vírus), ao tipo de vírus, carga viral e a imunidade do indivíduo. O HPV é o nome dado a um grupo viral de mais de 100 tipos diferentes de vírus, dos quais metade é encontrado na região genital. São classificados em alto e baixo risco e são capazes de provocar lesões de pele ou mucosas.

De acordo com a ginecologista Camille Ingletto de Ré, uma das manifestações são os condilomas acuminados ou verrugas genitais, que podem produzir lesões subclínicas, somente detectadas pela citologia oncótica (Papanicolau) ou colposcopia; ou podem também não provocar alterações. Na maior parte dos casos, as lesões têm crescimento limitado e habitualmente

Sexo seguro é a melhor forma de prevenção do HPV regridem espontaneamente, combatidas pelo sistema imune. “Os vírus de alto risco têm maior probabilidade de produzir infecções persistentes e estar

associado a lesões pré-cancerosas e ao câncer do colo do útero. Os vírus de baixo risco estão relacionados às verrugas genitais” ressalta.

Formas de transmissão O HPV é transmitido por contato direto durante as relações sexuais. Podem ocorrer em homens ou mulheres sexualmente ativos, em todas as idades, raças,

classes sociais, heterossexuais ou homossexuais. “Não é necessária a penetração para que haja contaminação, portanto, o uso de camisinha deve ser recomen-

dado desde o início da relação sexual. A infecção pelo HPV é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns no mundo” afirma a Dra. Camile.

o número de pacientes que possam desenvolver o câncer de colo do útero. “As vacinas são muito eficazes, mas não têm incluído todos os tipos de vírus associados ao câncer cervical, portanto, mesmo em mulheres vacinadas é importante o exame de Papanicolau periodicamente”, orienta.

contra HPV são profiláticas e não têm indicação para tratamento de lesões ou infecção pelo HPV. As mulheres vacinadas não correm nenhum risco de adquirirem a infecção pelo HPV via vacinação. Recomenda-se a vacinação antes do início da atividade sexual, porém mulheres que já iniciaram atividade sexual podem ser vacinadas. A vacina não é recomendada na gestação.

Como prevenir O uso da camisinha (preservativo) diminui a possibilidade de transmissão na relação sexual, apesar de não evitá-la totalmente. A utilização é recomendada em toda relação sexual. O câncer do colo do útero é considerado, hoje, o segundo mais recorrente entre as mulheres em território nacional. A vacina contra o HPV tem como objetivo prevenir a infecção, reduzindo

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De acordo com a Dra. Camile, as vacinas


Arquivo Mundi Editora

Tratamento A maioria das lesões regride espontaneamente, pois é de caráter transitório e exige acompanhamento periódico do médico assistente. Após avaliação de cada caso, o médico pode indicar o tratamento adequado. Em alguns casos pode ser necessária a remoção ou destruição da lesão, por meio de cirurgia, laser ou tratamento farmacológico. Depois das lesões serem tratadas, é necessário fazer periodicamente o exame de citologia oncótica (Papanicolau). Dra. Camile comenta que o diagnóstico de HPV, geralmente, causa grande impacto emocional, com sentimento de culpa, ansiedade ou depressão. “Estes sentimentos são o que realmente incomodam após a descoberta de estar infectado, associado ao medo do que pode acontecer” salienta, lembrando que a doença afeta milhões de pessoas no mundo, mas é controlável e tem cura. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar as consequências da infecção pelo HPV.

MAIS INFORMAÇÕES Dra. Camile Dallegrave Ingletto de Re CRM 9745 (47) 3326-1693

SAIBA MAIS Gravidez A ocorrência de HPV durante a gravidez não implica obrigatoriamente em uma má formação do feto nem impede o parto vaginal (parto normal). Porém, parto normal deverá ser determinado pelo médico após análise individual de cada caso. Homens O fato de ter mantido relação com uma mulher infectada pelo Papilomavírus não significa que obrigatoriamente ocorrerá transmissão da infecção. De qualquer forma, é recomendado procurar um urologista que será capaz de identificar a presença ou não de infecção. Exames preventivos Postos de coletas de exames preventivos ginecológicos do Sistema Único de Saúde (SUS) estão disponíveis em todos os estados do País. Os exames são gratuitos.

Fonte: Ministério da Saúde


ESPORTE

Suplementos, um perigo à saúde

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ara muitos, beleza é saúde. Ser jovem ou parecer mais novo, ser forte ou parecer magro também é saúde. Hoje, são essas as afirmações e objetivos de grande parte das pessoas, que mesmo não sendo atletas, optam por utilizar algum método para “encurtar” o caminho até o objetivo. Mas nem sempre eles realmente estão saudáveis. Uma das maneiras de se “encurtar”

o caminho é lançar mão de substâncias que a ciência chama de recursos ergogênicos. O anestesiologista e especialista em Medicina Desportiva, Fábio Cardoso, pratica esportes desde os 8 anos e explica que o termo ergogênico vem da palavra grega Ergo (trabalho) e Gen (produção ou criação). O recurso ergogênico pode soar estranho, mas significa formas de realizar um trabalho com o menor desgaste físico possível. No esporte de alto rendimento, os

recursos ergogênicos desencadearam um processo que representa atualmente uma das grandes preocupações na área da ciência do esporte, tanto no que diz respeito ao combate ao doping, como também no âmbito do uso indiscriminado de drogas e suplementos nutricionais com objetivos estéticos. A preocupação com os resultados rápidos e estéticos tornou-se maior que os cuidados com a saúde.

Daniel Zimmermann

O médico Fábio Cardoso (C) desaconselha aos atletas o uso indiscriminado de suplementos alimentares

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Divulgação

Anabolizantes são um problema para a saúde

Agentes ergogênicos A Medicina Desportiva estabelece um conceito para o termo agente ergogênico, que abrange todo e qualquer mecanismo, efeito fisiológico, nutricional ou farmacológico, capaz de melhorar a performance nas atividades físicas esportivas ou mesmo ocupacional. Os agentes ergogênicos fisiológicos incluem todo mecanismo ou adaptação fisiológica de melhorar o desempenho físico. O próprio treinamento pode ser visto como um agente ergogênico fisiológico. Os agentes nutricionais caracterizam-se pela aplicação de estratégias e pelo consumo de nutrientes com grau de eficiência extremamente variável. Os consumidores de suplementos nutricionais, geralmente, utilizam essas substâncias em doses muito acima do recomendável, o que também se constitui em uma preocupação, apesar de grandes controvérsias quanto aos eventuais problemas à saúde consequentes do abuso. “Alguns destes produtos nem apresentam comprovação científica de efetividade ergogênica em pessoas não-atletas. Usando uma linguagem leiga, parece a eterna busca do espinafre do Popeye ou a poção do Asterix”, compara.

Apesar da literatura médica demonstrar que o uso de suplementos tem maior prevalência em atletas, principalmente os de elite, Sobal e Marquart já relatavam, em 1994, uma incidência de 40% de consumidores de suplementos nutricionais na população praticante de atividades físicas. Em levantadores de peso, Burke e Read, em 1993, constataram uma incidência de consumo de 90%. Atualmente, pela propaganda de fácil acesso, estes índices tendem a ser maiores. “Os agentes ergogênicos farmacológicos constituem-se, sem dúvida, no maior problema para a saúde, a ética e a própria legislação esportiva” declara. A luta contra o doping no esporte tem se constituído no lado mais tenebroso dessa área e nos leva cada vez mais a questionar, no âmbito do esporte de alto rendimento, a afirmação de que esporte é saúde. Sem sombra de dúvida, dentre os agentes ergogênicos farmacológicos, os esteróides anabólicos ocupam o lugar principal. Seu potente efeito anabolizante associado à prática de exercícios com pesos, acena com a promessa do recorde para o atleta e do “corpo perfeito” para o “malhador” de academia”, acrescenta.


ESPORTE Riscos à saúde Fotos Daniel Zimmermann

Cada vez mais o efeito terapêutico dos anabolizantes é desvirtuado a ponto da própria concepção leiga do nome ser associada a um perigo iminente, o que de fato se justifica em decorrência dos abusos cometidos e dos episódios trágicos frequentemente relatados. Chega-se a criar até certo terrorismo, associando o uso de qualquer suplemento nutricional ao primeiro passo para o consumo de esteróides anabólicos. Para indicar suplementos alimentares é necessário que o indivíduo tenha uma avaliação médica, orientação nutricional e acompanhamento durante as atividades físicas com profissionais para produzir um plano de treinamento compatível com as condições físicas e não expor a pessoa a mais danos ou lesões. Talvez o maior problema em todo o contexto dos agentes ergogênicos seja o perigo de se minimizar os efeitos do treinamento físico. Na medida em que os atletas recorrem ao uso, parece ser levado a acreditar que exercício só tem efeito se associado a algum recurso ergogênico. A eficácia do treinamento associado a uma dieta balanceada parece cada vez mais ser questionada pela população. ”Treinar correto sob orientação, ainda é o fator mais importante”, orienta. “Ficar sem atividade física não é um hábito saudável. Hoje, devido à vida moderna, há uma grande busca pela condição saudável e sempre pensamos em lançar mão de métodos que nos propiciem uma caminhada menos sofrida para alcançar a tão sonhada saúde”, diz, ressaltando que nenhum suplemento é capaz de produzir saúde, pois melhora física, principalmente estética, não pode ser entendida como melhora da saúde. O treinamento correto e orientado, com melhora dos hábitos de vida e

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Atletas são orientados pelo médico a ter uma alimentação saudável alimentação ainda é a fórmula correta de se alcançar o equilíbrio e, por consequência, a tão almejada saúde. “Uma vida moderna, produtiva e antenada pode levar a algum nível de estresse, um fator presente no dia a dia das pessoas e que pode afetar o desempenho físico e funcionamento cerebral. Já uma atividade física regrada pode proporcionar uma amortização nos efeitos induzidos pelo estresse”, comenta. Segundo o Dr. Cardoso, cabe a cada um priorizar tempo para se manter saudável. Tempo é prioridade e, quando não se faz isso, vem a doença ou a piora progressiva de uma já existente. Esse é um fenômeno de origem multicausal e o controle só pode ser feito com a modificação do estilo de vida e o desenvolvimento de habilidades para lidar com as situações que a vida impõe.

MAIS INFORMAÇÕES Dr. Fábio Santana Cardoso CRM 11796 (47) 3035-7863


nossa gente

Compromisso com o trabalho Fotos Daniel Zimmermann

ano e confessa gostar muito de trabalhar na instituição. “Comecei como prestador de serviço terceirizado e, mais tarde, fui contratado pela Unimed. Isso me abriu muitas portas profissionalmente”, destaca. A equipe que supervisiona o setor é distribuída entre as unidades. Existe uma pessoa em cada unidade de atendimento hospitalar, que lhe repassam todas as informações e controles necessários. Na sala em que trabalha, divide espaço com um colega e com a equipe do setor de faturamento, na qual, ambos centralizam os serviços de todas as unidades. Simpático, ele atende a todos sempre sorridente e cativa a amizade de muitos profissionais que trabalham na Unimed. Antes de controlar financeiramente as quatro unidades de atendimento hospitalar da Unimed Blumenau, onde está há seis meses, ele atuou como assistente de contas médicas por cinco anos e no financeiro da sede da cooperativa por outros três.

Alcione diz que a rotina da profissão não é nada inexpressiva

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abitualmente, as pessoas definem como monótonas as atividades dos profissionais que trabalham com a área financeira. Mas, para o analista financeiro de recursos próprios da Unimed Blumenau, Alcione Luciano da Silva, todos que pensam assim estão enganados.

A rotina dessa profissão não é nada inexpressiva. A cada dia surgem atividades que não são programadas, mas precisam ser resolvidas e, para ele, essa é a melhor parte. Aos 31 anos, Alcione completa nove anos na cooperativa em maio deste

Essas mudanças ocorreram pelo compromisso que tem com o trabalho. Alcione é graduado em Finanças, pós-graduado em Controladoria e Finanças e, atualmente, faz MBA de Gestão e Liderança, pois percebe que aumentando o grau de conhecimento e profissionalização, crescem proporcionalmente as novas oportunidades. Lazer Nas horas de folga, Alcione curte os momentos com a mãe, com quem mora. Quando questionado sobre esportes, declara que não é fã de atividades físicas, mas aproveita as noites do final de semana para curtir as baladas e dançar um pouco.

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LIVROS

INDICADOS

Simplesmente como Jesus

VIVER

Beleza Natural Fotos Daniel Zimmermann

“O autor Max Lucado relata que nossas atitudes muitas vezes não condizem com o que Deus deseja para nossas vidas, por isso Deus se recusa a deixá-lo do jeito que você é e deseja sim, que você seja simplesmente como Jesus”. Percy Ralf Colley Cliente Unimed desde 1º/11/1997

Memórias de uma gueixa “Memórias de uma gueixa é um épico romântico arrebatador do autor Arthur Golden, que tem lugar em um mundo misterioso e exótico que ainda hoje exerce grande fascínio. A história começa nos anos que antecedem a 2ª Guerra Mundial, quando uma criança japonesa é separada dos pais para trabalhar como empregada em uma casa de gueixas. A despeito de sua traiçoeira rival, a menina floresce e se torna a legendária gueixa Sayuri (Ziyi Zhang). Linda e completa, Sayuri conquista o homem mais poderoso de seu tempo, mas é assombrada pelo secreto amor que nutre por um homem que está fora de seu alcance (Ken Watanabe)”. Pâmella Estevam Cabral Assistente da Central de Autorizações da Unimed Blumenau

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Recanto dos Anjos é ideal para relaxar em meio à natureza

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Valeu Europeu de Santa Catarina é uma das regiões do Estado que possui muitos recantos naturais e grande oferta de parques aquáticos, com piscinas artificiais ou naturais, pesque e pague, atividades esportivas e restaurantes típicos. Em Blumenau, há vários endereços que podem ser visitados para aproveitar o lazer junto à fauna e flora tão ricas. De Norte a Sul, opções não faltam. Apreciadora dos recantos naturais, a gerente administrativa de recursos próprios da Unimed Blumenau, Jany Luz da Silva, afirma que eles são os melhores ambientes para desligar a mente do cotidiano agitado de trabalho. Além de propícios para relaxar, os locais são ótimos para encontros em família, onde é possível ficar à vontade. Um dos destinos favoritos de Jany é

o Restaurante Recanto dos Anjos, no bairro Itoupava Central.Entre Jany e o Recanto dos Anjos existe um sincero “caso de amor”. Ela aprecia muito a culinária do restaurante, que mesmo tendo pratos simples, são muito apetitosos. O peixinho frito e bem temperado nunca pode faltar na mesa de Jany. O local, indicado pela colega Maridalva Moresco, traz muitos bons momentos, que estão gravados na memória afetiva. “Como moro sozinha em Blumenau, sempre que minha família vem me visitar vamos ao recanto para aproveitar ao máximo os momentos que estamos juntos”, conta. O ambiente que mais gosta é o quiosque próximo dos lagos de pesca. Segundo ela, não há nada melhor do que saborear o almoço bem próximo dos lagos, contemplando a natureza que foi generosa com o Recanto dos Anjos.


Recanto dos Anjos O empreendimento funciona nos finais de semana para o público em geral e dias de semana atende excursões e grupos particulares. A área dispõe de piscina adulto, infantil, toboáguas e tobogãs para adultos e crianças. Existem ainda bosques e gramados, trilha ecológica, lagoas para a pesca, playground, campo para futebol e vôlei. Além de dois salões para eventos, o restaurante em forma de quiosque atende com pratos elaborados a la carte, servidos de acompanhamentos, como a tradicional porção de peixe da casa. Mais informações pelo site www. parquerecantodosanjos.com.br.

Jany adora o quiosque do recanto


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ansiedade Daniel Zimmermann

Como empresa líder de mercado, a Unimed Blumenau constantemente revisa os produtos, com vistas a adequá-los da melhor forma possível aos anseios do mercado consumidor. Além de incorporar as alterações de coberturas propostas pela Agência Nacional de Saúde (ANS), promove as próprias alterações. Após estudos, a Unimed Blumenau incorpora ao “mix de produtos” novas opções como: Unimed Fácil, SOS Área Protegida e Evento Protegido. Passa também a comercializar produtos da Seguros Unimed, como: Seguro Saúde Empresarial, Seguro de Vida em Grupo (VG) e Seguro Viagem. Assim, a Unimed Blumenau consolida-se como empresa solução em saúde para todo o mercado, atendendo as necessidades para empresas e pessoas físicas. O Unimed Fácil é um Plano de Saúde destinado ao mercado empresarial, que possibilitou a Unimed Blumenau reduzir as mensalidades. O Seguros Unimed é um Seguro Saúde destinado ao staff administrativo das empresas, cuja característica principal é o reembolso, a inclusão de todos os hospitais de alto custo que atuam no eixo São Paulo e Rio de Janeiro e em outros estados. Como facilitador em produto, prevê a possibilidade dos beneficiários utilizarem a Rede de Prestadores da Unimed em todo País. Por fim, produtos da “Família SOS” são uma nova modalidade de garantir segurança à integridade física, como condomínios, colaboradores e clientes e consultórios.

Artigo

Juliane Lima Hirt (E) e Larissa Link

A

ansiedade na medida certa traz benefícios para a nossa vida, já que aumenta nossa atenção melhorando nosso desempenho em atividades importantes. Porém, quando essa ansiedade é apresentada de forma exagerada, ela pode se tornar patológica. Tudo o que uma pessoa pensa quando está ansiosa é o quão terrível será se ela fracassar naquela determinada situação. A ansiedade exagerada, geralmente, não desaparece, ou seja, mesmo sabendo que não há nada a temer, a pessoa continuará ansiosa. Esse é um estado de humor que é orientado para o futuro, caracterizado por apreensão, já que não somos capazes de prever ou controlar os eventos que ainda estão por vir. A ansiedade é considerada patológica quando ocorre em situações que não demandam medo ou quando o grau

de apreensão é excessivo para aquela determinada situação. Essa reação pode ocorrer em decorrência de eventos da vida do sujeito, como sintoma de um distúrbio de ansiedade primário, resposta secundária a outro transtorno psiquiátrico ou doença clínica ou efeito colateral de algum medicamento. Pacientes com transtorno de ansiedade têm mais risco de apresentar outra comorbidade clínica, são hospitalizados por mais tempo que uma pessoa não-ansiosa, necessitam maior número de procedimentos médicos, geram altos custos gerais de assistência médica, apresentam índices mais elevados de fracasso escolar ou profissional, podem ser mais propensos a empregos com baixa remuneração e são os que mais dependem financeiramente de pensão ou outros subsídios do governo. A característica essencial do Transtor-


no de ansiedade generalizada é uma ansiedade ou preocupação excessiva, ocorrendo na maioria dos dias por um período de, no mínimo, seis meses. A intensidade, duração e frequência da preocupação são claramente desproporcionais à real probabilidade de algo que temem de fato acontecer. No entanto, os indivíduos com esse transtorno nem sempre são capazes de identificar suas preocupações como “excessivas ”, apesar de relatarem sofrimento e prejuízo no funcionamento social, ocupacional e em outras áreas importantes da vida. São exemplos de sintomas da ansiedade generalizada: palpitação (coração disparado ou batimentos cardíacos acelerados), suor, tremores, sensação de asfixia, dor ou desconforto no peito, náuseas ou mal estar abdominal, sensação de tontura ou desmaio, medo de morrer, parestesia (sensação de formigamento). A queixa predominante é um período de intenso medo ou desconforto, durante o qual pelo menos quatro ou mais dos sintomas citados desenvolvem-se abruptamente e alcançam o tempo de 10 minutos e diminui gradualmente. Outros sintomas também podem estar associados como cansaço fácil, fatigabilidade, dificuldade de concentrar-se, tensão muscular, dificuldade de relaxar e alteração do sono. Pessoas com transtorno de ansiedade, geralmente, não procuram tratamento e, se o fazem, é devido aos sintomas somáticos ou a uma depressão secundária, e nãopor causa da caraterística central do transtorno de ansiedade generalizada. As crianças e adolescentes também podem ter esse transtorno. De acordo com o DSM (2002), as crianças com transtorno de ansiedade generalizada tendem a exibir preocupação excessiva referente à sua competência ou à qualidade de seu desempenho. Elas podem ser excessivamente perfeccionistas e inseguras, apresentando uma tendência de refazer tarefas em decorrência da excessiva insatisfação

com o desempenho. Elas demonstram muito zelo na busca da aprovação e exigem constantes garantias sobre seu desempenho. A terapia cognitivo-comportamental é muito importante no tratamento de pessoas com ansiedade. Essa abordagem tem sido trabalhada em diversos transtornos psiquiátricos devido a comprovada eficácia. Ela concentra-se no comportamento evidente e trabalha com questões de “como ” melhorar em vez de “por que” o problema existe e tem como finalidade o tratamento de problemas específicos com objetivos definidos. Algumas estratégias de convívio trabalhadas em terapia com as pessoas portadoras deste transtorno são, por exemplo, falar ou escrever sobre problemas estressantes, realizar atividades agradáveis, obter descanso e relaxamento suficientes, praticar exercícios regularmente, alimentar-se adequadamente (evitar excessos de cafeína, chocolate e álcool), planejar seu tempo e definir prioridades, aceitar a sua responsabilidade em um problema, tornar as expectativas realistas, envolver-se com outras pessoas, promover autorrecompensas, cultivar o senso de humor, aprender a ser assertivo e frequentar grupos de apoio. As técnicas clínicas para intervenção nesta abordagem também utilizam técnicas de relaxamento e exercícios de respiração. O transtorno de ansiedade tem uma prevalência significativa na sociedade, considerando que causam sofrimento na vida pessoal, acadêmica e profissional. É de fundamental importância identificá-lo, visto que pode se tornar crônico se não tratado e pode se tornar incapacitante tanto quanto as doenças somáticas. Sempre que tiver dúvidas, procure um psicólogo para esclarecê-las e propor o melhor tratamento. Juliane Lima Hirt (1), Professora da Uniasselvi - Fameblu Larissa Link, Estudante de Psicologia da Uniasselvi - Fameblu


MELHOR IDADE

Longevidade: a nova realidade brasileira Divulgação

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stamos em uma época em que nunca se viveu tanto. Há um século, a média de vida no Brasil era de 40 anos, hoje, é de 70 anos. Essa mudança se deve a vários fatores, como a boa alimentação, crescimento do poder econômico e o avanço da medicina. Assim, os desafios trazidos pelo envelhecimento influenciam o consumo, o mercado de trabalho, a previdência social e a assistência médica. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente há 14,5 milhões de idosos, 8,6% do total da população do País. Os brasileiros vivem, em média, 68,6 anos, 2,5 anos a mais do que no início

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da década de 1990. Estima-se que a população brasileira com mais de 60 anos chegará a 30 milhões em 2020. Muitos idosos são chefes de família, contribuem e sustentam a casa e estão ativos na sociedade. Com a nova realidade fica evidente a necessidade de mudanças, tanto nos hábitos das pessoas como no avanço das políticas públicas de inclusão social. A maioria das pessoas não percebe os sinais do envelhecimento, pois parece ter um mecanismo subconsciente destinado a esconder todo e qualquer sintoma. É preciso que uma doença objetiva transmita os referidos sinais. No homem, o mais comum é a dimi-

nuição gradativa de ereção. Por ser gradativa, torna-se quase imperceptível. Tanto quanto as doenças, o que mais preocupa é o envelhecimento social, que ocorre quando o indivíduo é isolado pela família ou amigos, quando os tem. Ou pior, quando não os tem. Alguns se isolam por timidez, outros alegam não ter condições financeiras ou roupas adequadas para frequentar clubes e certos ambientes. Outros preferem acomodar-se numa poltrona, assistir o que gostam e o que não gostam na televisão. Felizmente, uma quantidade cada vez maior de entidades, como o Serviço Social do Comércio (Sesc), vem se ocupando com esse


fenômeno da sociedade. Outra novidade é o surgimento da universidade aberta à terceira idade em todas as escolas de nível superior. Em São Paulo, uma delas é a Universidade Aberta para o Envelhecimento Saudável (Unapes), criada pelo titular de Geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), professor Dr. Wilson Jacob Filho, que também é chefe de Geriatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. A entidade não concede diplomas oficiais, mas prepara os idosos para uma vida melhor. O número de vagas ainda é limitado e a maior dificuldade é acolher a quantidade de idosos que deseja frequentar as palestras e oficinas.

População brasileira de 65 anos e 80 anos

Fonte: World Population Prospects: The 2006 Revision http://esa,un,org/unpp

Divulgação

Vida ativa é garantia de saúde


MELHOR IDADE Vivendo mais com saúde Há 32 anos como clínico-geral e hospitalista do Hospital Santa Catarina há quatro anos, Dr. Sérgio Adam Mendonça afirma que em Blumenau a carteira de beneficiários está envelhecida. “Antigamente, pessoas de 70 anos eram consideradas velhas e não queriam passar por procedimentos cirúrgicos. Hoje, pacientes com 80 anos aceitam melhor tais procedimentos e vivem mais”, diz.

camentos geram curas e as pessoas têm acesso a mais informações. Porém, tais mudanças não garantem por si só a qualidade de vida. É importante que uma pessoa, ao envelhecer, não veja esse processo com um olhar pessimista e se entregue à depressão e ao isolamento. Uma vida sedentária é um fator de doença. Ter vida ativa, mesmo após a aposentadoria, é garantir uma velhice com qualidade e saúde.

Ele explica ainda que algumas doenças como o câncer, que antes levava muitos pacientes à morte, passou a ser uma doença crônica. “As pessoas aprenderam a levar a sério os tratamentos avançados, se alimentam adequadamente, convivem melhor com a doença e vivem mais”, ressalta.

É importante investir em si mesmo e se programar. Não começar a se preocupar com plano de saúde somente com idade avançada, mas pensar nessa realidade ainda na juventude. Fazer exames periódicos, ter lazer e praticar atividades devem ser rotina de todas as pessoas em qualquer idade. “Encarar o quanto antes essa nova fase da vida pode evitar doenças ou quadros depressivos”, garante.

De acordo com o Dr. Sérgio, a medicina se sofisticou, pois os medi-

Daniel Zimmermann

Mais informações Dr. Sérgio Adam Mendonça CRM 2720




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