Revista do AviSite – Edição 139

Page 1

Junho/2022 - No 139 - ano XIV - www.revistadoavisite.com.br

ENTREVISTA:

Avicultura e Ariel Mendes: dois patrimônios do Brasil

SIMPÓSIO OVOSITE E SIAVS2022

Evento irá levantar as tendências para a comercialização nos mercados interno e externo

A importância da genética na produção de frangos de corte Ao longo de quase um século, o melhoramento genético tem possibilitado grandes avanços tanto na eficiência quanto na sustentabilidade da produção de frangos de corte. A incorporação de novas técnicas de avaliação e equipamentos de ponta tem papel fundamental nesse processo A Revista do AviSite

1


Voltadas à produção animal, as publicações da Mundo Agro Editora são reconhecidas pela credibilidade e zelo quanto às informações de mercado, estatísticas, noticiário nacional e internacional e novidades científicas e tecnológicas voltadas à agropecuária. E essa credibilidade é o diferencial estratégico para a comunicação do seu produto, serviço e da imagem da sua empresa. São 20 anos de experiência, comprometimento e conteúdo renomado e reconhecido pelo mercado. Ao longo desses anos foram diversas parcerias com pequenas e grandes empresas, nacionais e multinacionais.

www.MundoAgro.com.br Faça parte: comercial@mundoagro.com.br | (19) 3241-9292 2

A Revista do AviSite


20 ANOS

DE EXPERIÊNCIA, CREDIBILIDADE,

COMPROMETIMENTO E CONTEÚDO RENOMADO E RECONHECIDO PELO MERCADO.

+ de 1 MILHÃO de exibições em

2021

+ de 100 MIL

cliques nos banners DE CLIENTES *Avisite

Somos pioneiros na internet no setor avícola e agronegócio.

A Revista do AviSite

3


Sumário

Editorial Caro leitor, O melhoramento genético de frangos de corte teve início no fim da primeira metade do século passado, por meio de um processo de seleção simples, sem muita tecnologia. Hoje, esse processo é bem definido e evoluído, contando com as mais elaboradas técnicas de avaliação e análise de dados, usando tanto os métodos tradicionais da genética quantitativa, como os da moderna genômica.

06

Eventos e As mais lidas do AviSite

08

Matérias-primas

10

Destaques AviSite: Profissionais, Empresas & Instituições

A evolução da seleção genética de frangos de corte é destaque nesta edição da Revista do AviSite com conteúdos exclusivos feitos por especialistas do setor. E mais: as vendas de carne de frango para o mercado internacional (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 4,6 milhões de toneladas em 2021, maior volume já registrado pelo setor em um único ano, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em relatório anual divulgado em maio. De acordo com a publicação mesmo enfrentando adversidades ao longo de 2021 produção e exportação da carne de frango cresceram. Em entrevista exclusiva Ariel Mendes fala sobre os desafios que o setor avícola enfrentará nos próximos meses. “Precisamos nos preparar para um segundo semestre complicado, em decorrência do aumento dos custos de produção. Mas os últimos anos nos trouxeram lições, e neste tempo temos certeza que a ciência dará um grande salto na produção de vacinas e medicamentos para o controle de enfermidades virais e isto será repassado, no curto prazo, para o setor animal”.

38

Entrevista Avicultura e Ariel Mendes: dois patrimônios do Brasil

Está Chegando! SIAVS2022 e Simpósio do OvoSite. Saiba tudo sobre estes que são alguns dos eventos mais importantes do setor no segundo semestre de 2022.

92

Ponto-final

Boa leitura. Glaucia Bezerra

Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP Publicação Trimestral nº 139 | Ano XIV | Junho/2022

Os informes técnico-empresariais publicados nas páginas da Revista do AviSite são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.

4

A Revista do AviSite

EXPEDIENTE

José Zeferino Pedrozo

Publisher Paulo Godoy paulo.godoy@mundoagro.com.br Redação Glaucia Bezerra (MTB 80373/SP) imprensa@mundoagro.com.br José Carlos Godoy jcgodoy@avisite.com.br Comercial Natasha Garcia, Paulo Godoy e André Di Fonzo (19) 3241 9292 | (19) 98963-6343 comercial@mundoagro.com.br

A culpa não é do produtor rural

Diagramação e arte Gabriel Fiorini gabrielfiorini@me.com Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação financeiro@avisite.com.br


24 26 30 44 50 54

Publieditorial

Nutrição Animal

Ferraz Parts: surge uma nova forma de produção de matrizes e capas de rolos para peletizadoras

Estratégia nutricional reduz custos da ração e mantém desempenho animal

60

Publieditorial

Nutrição Animal

Sistema de Gestão e Mobilidade à frente da Agroindústria 4.0

A importância dos Prebióticos na Imunonutrição

64

Destaque - Mercado

Nutrição Animal

Com crescimento nas exportações de carne de frango, Brasil se mantém como maior exportador da proteína

Existe mais selênio inorgânico na selênio-levedura do que se acreditava anteriormente?

68

Genética

Cobertura

A evolução da seleção genética de frangos de corte

FACTA WPSA-Brasil 2022 conecta a avicultura a um futuro mais sustentável

84

Genética

Simpósio OvoSite

Melhoramento Genético Holístico: equilíbrio entre eficiência biológica, saúde, bem-estar animal e sustentabilidade

Simpósio OvoSite aborda inovações na produção de ovos

88

Incubação

SIAVS 2022

Diferenças na fisiologia embrionária entre as linhagens de matrizes pesada

Está Chegando! Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura 2022

90 Cobertura

22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura reúne mais de 2 mil profissionais em três dias de evento

72 A Revista do AviSite

5


Eventos

Junho 13ª edição do Simpósio Técnico da ACAV 06/06 a 08/06 – Florianópolis/SC www.simposioacav.com.br 6ª Favesu – Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba 08/06 e 09/06 - Venda Nova do Imigrante/ES www.favesu.com.br Simpósio Goiano de Avicultura 09/06 e 10/06 – Goiânia/GO www.agagoias.com.br Avicultor 2022 22/06 e 23/06 – Belo Horizonte/MG www.avimig.com.br Agosto Congresso Mundial de Avicultura 07/08 a 11/08 – Paris/França www.wpcparis2020.com SIAVS – Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura 09/08 a 11/08 – São Paulo/SP www.siavs.com.br Simpósio OvoSite – (Durante o SIAVS2022) 09/08 – São Paulo/SP www.siavs.com.br Outubro 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio 26/10 e 27/10 – São Paulo/SP www.mulheresdoagro.com.br Novembro 34ª Reunião CBNA - Aves, Suínos e Bovinos 09/11 e 10/11 – Campinas/SP www.cbna.com.br Aves & Suínos 360º - Summit 2022 Hotel Pullman – Vila Olímpia/SP www.avesesuinos360.com.br

As + lidas do AviSite

1

Evolução de preço do frango, boi e suínos vivos, do milho e do farelo de soja em maio e em 2022 Após o ciclo de altas que vem marcando os produtos agropecuários desde, praticamente, 2020, seria de esperar que em algum momento começasse a ocorrer a acomodação dos preços. Mas maio corrente acabou revivendo velhos momentos de safra, pois, no mês, os cinco produtos analisados registram queda em relação ao mês anterior. Comparativamente ao mesmo mês do ano passado, frango vivo e boi em pé registram evolução positiva, o que não ocorre com o suíno e as duas principais matérias-primas do setor, milho e farelo de soja. Leia na íntegra:

2

Valorização externa da carne de frango faz itens exportados se aproximarem dos preços recordes A recuperação de preços obtida pelos quatro principais itens de carne de frango exportados pelo Brasil faz com que a maioria deles esteja próxima de alcançar os valores máximos por eles já registrados. Quem está menos distante de seu recorde é o frango inteiro. Em abril alcançou preço médio de cerca de US$ 1.926,00 por tonelada, valor que o coloca a 90,82% do preço máximo já registrado – US$ 2.121,00 por tonelada em abril de 2013. Os industrializados registram quase o mesmo desempenho: cotados a US$ 3.142,00 por tonelada em abril passado, ficaram a 90,13% do recorde que se mantém desde setembro de 2008: US$ 3.487,00 por tonelada. Leia na íntegra:

3

Carne de frango, no Brasil, se encontra entre as mais baratas do mundo Considerado o preço pago pelos consumidores de 106 países, o produto brasileiro se encontra na 82ª posição, logo atrás das Filipinas e ligeiramente à frente da Turquia. O levantamento envolve uma das partes mais nobres do frango, o filé de peito. E mostra que o valor mais alto – US$ 25,10/kg – é pago pelo consumidor da Suíça. No ranking dos 10 países mais caros, a maioria é europeia (7 países). Mas Canadá e EUA também integram o ranking, na 6ª e 10ª posições, respectivamente. Israel, na 9ª posição, completa o time dos 10 primeiros. Leia na íntegra:

6

A Revista do AviSite

+ em: www.avisite.com.br e em nossas redes sociais


A Revista do AviSite

7


Matérias-primas Milho registra aumento de 3,4% em 2022

Farelo de soja aumenta 3,9% no decorrer do ano

O preço do milho apresenta evolução moderada nos primeiros cinco meses de 2022. No período o preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, alcançou cotação de R$98,39, equivalendo a aumento de 3,4% sobre a média alcançada pelo produto no mesmo período do ano passado, quando a cotação média atingiu R$95,12. Em relação ao mesmo período de 2020, o aumento atingiu 76,5%.

Mesmo apresentando queda no bimestre abril/maio, o preço do farelo de soja (FOB, interior de SP) mostrou crescimento nos primeiros cinco meses do ano. O preço médio acumulado no período alcançou valor de R$2.793,00 a tonelada, significando aumento 3,9% sobre o apontado para o mesmo período de 2021, quando a cotação média atingiu R$2.688t. Na comparação com o mesmo período de 2020, o aumento atingiu 82,7%.

Valores de troca Milho/Frango vivo

Valores de troca Farelo/Frango vivo

No frango vivo (interior de SP) o preço médio acumulado nos primeiros cinco meses de 2022 alcançou R$5,70 kg, atingindo valorização anual de 21,5%. Assim, com a maior valorização do frango vivo em relação ao necessário para a aquisição do milho, o avicultor recuperou parcialmente seu poder de compra. Neste ano foram necessários 287,8 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este volume representa melhora de 17,4% no poder de compra em relação ao mesmo período de 2021 quando a tonelada do milho “custou” 337,9 kg de frango vivo.

Com a maior valorização do frango vivo no decorrer do ano, houve melhora no poder de compra do avicultor. Nesse ano foram necessários 490,1 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando melhora de 16,9% no poder de compra do avicultor em relação ao mesmo período de 2021 quando 573 kg de frango vivo foram necessários para obter uma tonelada do produto. A relação de troca aponta quase a mesma necessidade verificada em 2020 quando foram necessários 490,5 kg, significando leve ganho de 0,1% no poder de compra.

Preço médio Milho

Preço médio Farelo de Soja

JAN/20 MAR/20 MAI/20 JUL/20 SET/20 NOV/20 JAN/21 MAR/21 MAI/21 JUN/21 SET/21 NOV/21 JAN/22 MAR/22 MAI/22

mai/22

mar/22

jan/22

nov/21

set/21

jul/21

mai/21

mar/21

jan/21

nov/20

set/20

jul/20

mai/20

mar/20

Mínimo

Média Jan-Mai

Máximo

Mínimo

Média Jan-Mai

Máximo

89,50

98,39

108,50

2.380,00

2.793,00

3.100,00

Fonte das informações: www.jox.com.br

8

3,5003,500 3,0003,000 2,5002,500 2,0002,000 1,5001,500 1,0001,000 0,5000,500 0,0000,000

jan/20

mai/22

mar/22

jan/22

nov/21

set/21

jul/21

mai/21

mar/21

jan/21

nov/20

set/20

jul/20

mai/20

mar/20

jan/20

120,00 120 100,00 100 80,00 80 60,00 60 40,00 40 20,00 20 0,00 0

R$/tonelada FOB, interior de SP

JAN/20 MAR/20 MAI/20 JUL/20 SET/20 NOV/20 JAN/21 MAR/21 MAI/21 JUN/21 SET/21 NOV/21 JAN/22 MAR/22 MAI/22

R$/saca de 60 kg, interior de SP

A Revista do AviSite


SELISSEO®, O ANTIOXIDANTE INOVADOR.

MESMO EM CONDIÇÕES ADVERSAS, GARANTA A MELHOR PERFORMANCE DO SEU PLANTEL! Selisseo®, a sua melhor ferramenta no combate ao estresse oxidativo A única seleno-hidróxi-metionina do mercado que traz integralmente todos os benefícios do selênio orgânico: maior resistência ao estresse, maior ganho de peso, melhor desempenho reprodutivo e melhor qualidade de carne e ovos.

www.adisseo.com

A Revista do AviSite

9


Destaques AviSite: Profissionais, Empresas & Instituições

Ambiência na Avicultura é tema de Web Série lançada pela Agroceres Multimix

C

onteúdos práticos sobre o manejo da ambiência em cada fase de criação de frangos de corte. Este é o conteúdo oferecido pela Web Série lançada pela Agroceres Multimix, que há 45 anos oferece muito mais que nutrição ao setor agropecuário. Conduzida pelo Consultor de Serviços Técnicos de Aves da empresa, Leandro Correa, a Web Série é dividida em quatro episódios que abordam os principais cuidados na hora de garantir o conforto térmico das aves. A websérie completa pode ser conferida no AgroFlix, que traz vídeos completos grava-

dos com especialistas do agronegócio sobre variadas espécies, que tem o objetivo de ajudar os produtores a gerenciar melhor fazendas ou granjas. Saiba mais pelo QR CODE:

Instituto BRF comemora 10 anos e investe cerca de R$ 10 milhões em nova frente de trabalho

O Aleris conquista FSSC 22000

A

certificação FSSC 22000 representa mais um passo da companhia dentro de sua visão voltada para a melhoria contínua em seus processos fabris. “Estamos felizes com mais esta conquista. Ela materializa nosso compromisso com a segurança dos alimentos para o mercado de nutri-

10

A Revista do AviSite

ção animal”, afirma o Gerente de Qualidade da Aleris, Rodrigo Asciuti Franco Perez. Na sua avaliação, esta certificação FSSC 22000 representa um trabalho em equipe que, engajados, “trabalharam para o cumprimento de todos os requisitos estabelecidos pelo programa”, compartilha o gestor.

Instituto BRF (IBRF), associação privada responsável pelos investimentos sociais da BRF, comemora 10 anos de história em 2022. Desde a sua criação, o instituto impactou mais de meio milhão de pessoas e promoveu 2 mil ações, em 70 cidades pelo país que mobilizaram 32 mil horas de trabalho voluntário, além de iniciativas realizadas no Oriente Médio, em países como Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Turquia. Recentemente, o IBRF lançou sua nova frente de trabalho em educação, que já soma R$ 9,5 milhões em investimentos. Até 2030, serão R$ 400 milhões em projetos sociais em prol das comunidades onde está presente.


Chr. Hansen é a Top of Mind em probióticos para avicultura no Brasil

P

esquisa realizada com os principais produtores de frangos de corte do Brasil apontou a dinamarquesa Chr. Hansen como a empresa mais lembrada em probióticos para avicultura. A empresa, que recentemente foi classificada como a mais sustentável do mundo em Saúde e Nutrição Animal e a segunda no ranking geral considerando outros segmentos, desta vez, venceu o Top of Mind de Probioticos para Avicultura.

Segundo Alberto Inoue, Head da unidade de Saúde e Nutrição Animal da Chr. Hansen, os investimentos em pesquisa permitem o lançamento de probióticos cada vez mais eficazes e adaptados para vencer os desafios da atualidade. Com o lançamento de Gallipro Fit, o novo probiótico para aves com foco em inibição de patógenos, como E.coli e Clostridium perfringes, a Chr. Hansen fortalece sua posição no Brasil.

Alberto Inoue, Head da unidade de Saúde e Nutrição Animal da Chr. Hansen

A Revista do AviSite

11


Destaques AviSite: Profissionais, Empresas & Instituições

Congresso Nacional das Mulheres do Agro – CNMA

A

7ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agro – CNMA tem como tema “Coordenação das cadeias produtivas no agronegócio, a década decisiva!”, a ser realizada nos dias 26 e 27 de outubro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP). Entre os assuntos que serão discutidos terá destaque o papel da mulher como líder consciente da necessidade de diálogo entre os elos da cadeia produtiva. “Estamos preparando para esse ano um Congresso ainda mais especial, com temas de relevância para o atual cenário da mulher do setor, que hoje já assumiu seu papel de protagonista e busca cada vez mais capacitação para assumir o papel de liderança e de decisão dentro e fora da porteira”, declara a Show Manager do evento Carolina Gama.

Carolina Gama, Show Manager do evento

12

A Revista do AviSite


Grandes nomes do agronegócio estarão no Avicultor 2022

Inscrições pelo QR CODE:

O

ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, que, pelo segundo ano consecutivo, está sendo indicado ao Prêmio Nobel da Paz; o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, e o presidente do Instituto Ovos Brasil (IOB), Edival Veras, estão entre os palestrantes confirmados do Avicultor 2022, o maior evento da avicultura de corte, postura e reprodução de Minas Gerais e um dos principais do setor no país. O evento, que é uma realização da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig) e Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas de Minas Gerais (Sinpamig), será realizado nos dias 22 e 23 de junho, num formato inovador, no maior centro de convenções e eventos de Minas Gerais, o Expominas, em Belo Horizonte.

A Revista do AviSite

13


Destaques AviSite: Profissionais, Empresas & Instituições

Vaxxinova tem novo assessor técnico avicultura dmilson Freitas é o novo assessor técnico avicultura Vaxxinova no Paraná. Médico-veterinário, com mestrado em Patologia Veterinária, atua há mais de 15 anos no setor. Entre outras atividades junto aos clientes da empresa, Freitas vai contribuir para sanidade dos planteis atendidos e, consequentemente, buscar aumentar a produtividade e rentabilidade por meio de três eixos: assessoria, difusão de tecnologias e capacitação. “Agora, meu foco de trabalho será cuidar das visitas de campo com o propó-

sito de acompanhar clientes na análise dos planteis atendidos pelos produtos Vaxxinova, além de auxiliar na coleta e envio de material, treinamentos práticos, teóricos e serviços de diagnósticos em geral voltados à avicultura. Desse modo, toda experiência profissional anterior em diagnóstico microbiológico de aves e em Laboratório de Patologia Animal, além da minha atuação na área de docência, continuará sendo muito útil na nova posição”, explica Freitas. Edmilson Freitas é o novo assessor técnico avicultura Vaxxinova

© Petersime 2021 - Todos os direitos reservados.

E

Maximize seu lucro pela vida inteira A Petersime fornece incubadoras de excelência mundial, e soluções completas de incubação, combinadas com experiência e suporte disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana. Isso garante que você obtenha o melhor retorno econômico do seu incubatório; não apenas agora, mas durante toda sua vida útil. Petersime é sinônimo de rentabilidade máxima por toda a vida.

Incubadoras de excelência mundial

Vamos conversar!

14

A Revista do AviSite

Soluções completas de incubação

Suporte e experiência 24 horas

Máximo retorno econômico

www.petersime.com


Simpósio Goiano de Avicultura debate competitividade no setor

José Henrique Stringhini professor da Universidade Federal de Goiás (UFG)

O

fundador da Granja Faria, Ricardo Faria, o diretor da São Salvador Alimentos, Hugo Garrote, o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Ricardo Santin, e o gerente de Inteligência de Negócios da DSM, Adolfo Fontes vão discutir as principais perspectivas e oportunidades para manter a competitividade na avicultura no Painel de Abertura do XV Simpósio Goiano de Avicultura, que vai acontecer nos dias 9

e 10 de junho no Castro’s Park Hotel, em Goiânia. Durante o encontro, este painel vai promover um debate sobre o atual cenário de pressão de custos e estratégias para manter a competitividade na cadeia produtiva, explicou o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e membro da comissão científica do evento, José Henrique Stringhini.

A Revista do AviSite

15


Destaques AviSite: Profissionais, Empresas & Instituições

Dr. Bata investe R$ 30 milhões no Brasil e lança pedra fundamental da primeira fábrica em Chapecó (SP) O prédio terá cerca de 3.000 m2 de área construída, contanto com equipamentos de alta tecnologia Glaucia Bezerra, Chapecó (SC)

Pedra fundamental O evento contou com a inauguração da pedra fundamental da nova fábrica, através do presidente e CEO da Dr. Bata Company, Dr. Arpad Bata. “Convido a todos para brindar o sucesso que esperamos fazer”, clamou o CEO da companhia.

A

parceria entre a Vetanco Brasil e a empresa de biotecnologia Dr. Bata Company ganha mais um capítulo, o anúncio da construção de uma fábrica com foco na produção de eubióticos foi feito na sede da Vetanco, em Chapecó (SC). Depois de 10 anos de colaboração em pesquisa e desenvolvimento, bem como a criação da BV Science (join venture fundada em 2016), a húngara Dr. Bata decidiu pela construção de uma planta fabril no Brasil, o município escolhido foi Chapecó (SP), onde está situada a filial da Vetanco. O anúncio foi conduzido pela Diretora Administrativa da Vetanco, Daiane Cristina de Moura Müssnich. “Há mais de 10 anos, a união entre a Dr. Bata e a Vetanco vem criando bons frutos e alcançando sucesso em todo o mundo. O lançamento desta nova planta fabril demonstra tal êxito”, ressaltou.

16

A Revista do AviSite

A fábrica terá cerca de 3.000 metros quadrados, contando com equipamentos de alta tecnologia. O empreendimento também terá um laboratório para controle de qualidade, análises laboratoriais, diagnóstico e P&D com foco na produção de eubióticos. Serão mais de R$ 30 milhões investidos.

Daiane Cristina de Moura Müssnich, Diretora Administrativa da Vetanco

Para o presidente da Vetanco, Jorge Winokur, trata-se da concretização de um sonho. “Sabendo do desenvolvimento científico na Hungria e na sempre fraterna recepção da cidade de Chapecó e de seus governantes, chegamos a conclusão natural de investir, desenvolver mais produtos adaptados regionalmente para poder incrementar a produção de alimentos. Gostaria de agradecer a todos os clientes, amigos, equipe Brasil e Hungria. Realmente é um sonho esperado há muito tempo, esta-


mos orgulhosos e agradecidos a todos que fazem parte deste importante projeto”, frisou.

dimento se caracteriza como o maior projeto de investimento húngaro no Brasil do século 21. “E assim se tornará, simbolicamente, o prolongamento de nossa pátria. Os corajosos diretores da Dr. Bata foram além, não se instalaram em nenhuma outra cidade, mas diretamente em Chapecó, berço do agronegócio brasileiro”, disse. O Diretor Técnico/Comercial da Vetanco, Tiago Urbano, mencionou a importância estratégica da parceria com a Dr. Bata. “Daqui há dois anos teremos uma fábrica a todo vapor, produzindo, gerando empregos e renda. Certamente, nos ajudando no posicionamento estratégico uma vez que a Dr. Bata já tem mais de 10 anos no Brasil com a comercialização de seus produtos através da Vetanco, e os nossos clientes terão um benefício claro da atuação dessa nova fábrica”, ponderou.

O Diretor Estratégico da Dr. Bata, Gábor Bata, mencionou os motivos que fizeram a empresa húngara escolher o Brasil para o novo empreendimento. “O fato de estarmos no Brasil é consequência de uma equipe formidável na Hungria que tem a capacidade de fazer um produto de alta qualidade, gostaria de agradecer a contribuição dessa equipe no projeto. O segundo ingrediente é a equipe que trabalha no Brasil com os nossos produtos. A terceira razão pela qual estamos aqui certamente é o próprio país e a sua economia pujante. O Brasil é um ator fundamental na agricultura e na indústria das carnes, as empresas estrangeiras não têm outra opção a não ser atuar nesse mercado tão importante”.

Jorge Winokur, Presidente da Vetanco

A Dr. Bata Company é uma empresa de biotecnologia com sede na Hungria, comprometida com o desenvolvimento de soluções para a saúde animal há mais de 30 anos. Seu fundador, Dr. Arpad Bata, é referência no desenvolvimento de produtos fito-terapêuticos, que atuam na prevenção de doenças das aves e suínos, além de ser o responsável em desenvolver as primeiras tecnologias para inativação enzimática de micotoxinas no mundo. Para a cônsul geral do Consulado da Hungria no Brasil, Zsuzsanna László, o empreen-

Tiago Urbano, Diretor Técnico/Comercial da Vetanco

Gábor Bata, Diretor Estratégico da Dr. Bata

Parceria antiga A parceria entre a Vetanco e a Dr. Bata Company iniciou há mais de 10 anos, a partir do momento em que as equipes de profissionais de pesquisa da Vetanco e da Dr. Bata combinaram seus recursos e trabalharam juntas no desenvolvimento de ferramentas inovadoras, compartilhando do mesmo propósito: produtos seguros para alimentos seguros.

Zsuzsanna László, cônsul geral do Consulado da Hungria no Brasil

O trabalho em conjunto multiplicou a capacidade de pesquisa e de assistência técnica-comercial internacionalmente. Além disso, ampliou os registros de seus produtos em todo o mundo, realizando mais experimentos e testes em instituições de diferentes países, acelerando o tempo em que um novo produto chega ao mercado. Com isso, ambas, Vetanco e Dr. Bata Company registram e comercializam os produtos da linha BV Science em suas regiões; a Vetanco para as Américas e a Dr. Bata para o resto do mundo.

A Revista do AviSite

17


Destaques AviSite: Profissionais, Empresas & Instituições

Cobb-Vantress lança livro com histórias inspiradoras de grandes empresas avícolas do Brasil Em projeto único e inédito na avicultura, publicação narra à história de 26 empresas brasileiras e da Associação Brasileira de Proteína Animal Glaucia Bezerra, São Paulo (SP)

A

trajetória das principais empresas avícolas brasileiras é contada no livro Histórias de Sucesso, lançado pela Cobb-Vantress. Neste projeto único da avicultura nacional, a companhia convidou seus clientes para um resgate histórico de suas empresas. São 28 capítulos que narram com detalhes às memórias da avicultura nacional, passando pelos sonhos e desafios de gente que ajudou a criar a maior avicultura do mundo. O livro conta os percalços enfrentados por 26 empresas desde sua inauguração até os dias atuais.

18

A Revista do AviSite

“São histórias incríveis, vitoriosas, de resiliência, coragem e determinação. Neste livro falamos sobre luta, trabalho e muito amor pela nossa atividade”, disse o médico-veterinário e diretor Associado de Marketing da Cobb-Vantress na América do Sul, Cassiano Bevilaqua, destacando que “essas histórias se entrelaçam com o crescimento da própria avicultura no Brasil. Este livro conta casos dos últimos 67 anos”, destacou o executivo. O diretor Associado de Vendas da Cobb-Vantress no Brasil, Oscar Toneto, ressalta

“São histórias incríveis, vitoriosas, de resiliência, coragem e determinação. Neste livro falamos sobre luta, trabalho e muito amor pela nossa atividade”, afirma Cassiano Bevilaqua.


que o objetivo foi reunir histórias das empresas avícolas brasileiras e esta edição conta com a participação de 26 empresas e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “Entendemos a importância de resgatar a história do setor e acreditamos que o passado pode nos ajudar a entender o presente e traçar cenários para o futuro”, disse. Para ele, a expectativa é que este livro possa contribuir, de alguma maneira, com a jornada de cada um. “Que ele traga aprendizados importantes para ajudar na tomada de decisão”, pontuou ao anunciar edições futuras. “Nem todos conseguiram participar desta primeira publicação. Por isso, é importante destacar que estamos preparando edições futuras para poder contemplar todas as histórias”. A presidente da Cobb-Vantress, Joyce J. Lee, participou do encontro de forma virtual, agradeceu a confiança das empresas

na criação do projeto e destacou a importância do mercado brasileiro para a empresa. “O Brasil é muito importante para a Cobb, que tem uma longa história no país. Vocês estão participando hoje de um marco para nós, revendo as histórias das empresas avícolas brasileiras e a jornada que a Cobb teve no Brasil. É uma honra fazer parte desta jornada e apresentar este livro”. O presidente da ABPA, Ricardo Santin, que não pode comparecer presencialmente, fez questão de enviar uma mensagem de vídeo, na qual destacou a importância da iniciativa realizada pela Cobb-Vantress. “Essa publicação é mais do que um livro que consolida histórias, ela é a demonstração do sentimento e do reconhecimento, inclusive, dessa empresa mundial e da importância da avicultura brasileira”, frisou Ricardo Santin. O lançamento do livro reuniu empresá-

rios, líderes do setor e a imprensa especializada em um jantar no restaurante Terraço Itália, em São Paulo. Durante a celebração, o professor Sênior de Agronegócio do Insper e coordenador do Centro Insper Agro Global, Marcos Jank, debateu a “Nova geopolítica global e os impactos no agronegócio”.

A Revista do AviSite

19


Destaques AviSite: Profissionais, Empresas & Instituições

ICC: a inovação que alimenta o amanhã Empresa completa 30 anos com ambição de dobrar o faturamento em cinco anos e inaugura uma moderna fábrica no interior de São Paulo

A

ICC celebra seus 30 anos de história com a missão de agregar valor à nutrição animal. Em sua campanha de aniversário a empresa destaca a importância de alimentar o mundo com produtos saudáveis, seguros, acessíveis e disponíveis, para uma população mundial que ainda está em constante combate à fome. Tudo isso de forma sustentável e cuidando das pessoas. “Nossa história nos ensinou a investir sempre no futuro, porque pensar no amanhã agrega conhecimento ao presente e reforça toda a experiência acumulada”, destaca Glycon Santos, fundador e CEO da ICC, empresa de soluções tecnológicas na-

20

A Revista do AviSite

turais, à base de leveduras para saúde e nutrição animal. As metas são ambiciosas. Segundo Glycon Santos, o objetivo é crescer 15% ao ano. Com isso, a empresa pretende dobrar seu faturamento nos próximos cinco anos. “Desde o início de nossas atividades temos trabalhado para crescer e evoluir ano a ano. Para isso, investimos pesado em pesquisa, inovação, tecnologia e sustentabilidade. Sabemos do nosso potencial e do quanto o mercado de leveduras ainda pode crescer”, explica o CEO. Ele complementa que “quando começa-

mos foi uma aposta. Eram poucas informações sobre o mercado e tudo por fazer. Hoje, temos nossa própria equipe de pesquisas e contamos com diversas parcerias. Então, podemos alcançar ainda mais produtores do Brasil e de mercados internacionais. Para ir mais longe, continuamos trabalhando”. Empreendedor, Glycon Santos atribui à equipe a responsabilidade pelo sucesso da ICC. “Se tem algo do que me orgulho muito é da equipe que temos aqui na empresa. Todos, sem exceção, trabalham incansavelmente para atingir a excelência e continuar


“Se tem algo do que me orgulho muito é da equipe que temos aqui na empresa. Todos, sem exceção, trabalham incansavelmente para atingir a excelência e continuar sendo úteis para o progresso da produção de proteína animal global. Tenho muito orgulho e respeito por todos que fazem parte da ICC e agradeço por todo o empenho”, Glycon Santos.

sendo úteis para o progresso da produção de proteína animal global. Tenho muito orgulho e respeito por todos que fazem parte da ICC e agradeço por todo o empenho”. Com sede em São Paulo, a ICC tem unidade fabril em Macatuba (SP), com aproximadamente 14 mil m² de área. Dentre seus diferenciais, apresenta capacidade produtiva de 84 toneladas por dia. Sempre em crescimento, e sob os pilares da evolução e tecnologia, a ICC inaugura a sua segunda planta de produção, localizada em Jundiaí (SP). “Ela foi construída para suportar o crescimento da ICC”, diz o CEO. Além

Glycon Santos, fundador e CEO da ICC

de espaço administrativo moderno e armazém, com área total de 15.400 m², a fábrica tem capacidade produtiva de 7 toneladas de produtos por hora e produção diária de até 140 toneladas, em três turnos. Ela é 100% automatizada e conta com laboratório próprio para análises internas de qualidade e, entre outros equipamentos, tem UHPLC para realizar análises de nucleotídeos e nucleosídeos livres que garantem máxima segurança aos clientes. Empresa brasileira líder em soluções nutricionais à base de levedura com presença internacional, a ICC tem três filiais (Estados

Unidos, Inglaterra e China) e exporta para mais de 70 países. A Inovação é levada muito a sério na ICC e faz parte da essência da empresa. Esse pilar é sempre acompanhado por Tecnologia, Ciência, Evolução e a Sustentabilidade, que agregam valor à nutrição animal. “Ao longo da vitoriosa história, a ICC sempre foi pautada por seus valores e abriu diversas portas para promover a saúde e o bem-estar animal”, analisa Glycon Santos. Mas nem sempre foi fácil. Há 30 anos, Glycon começou a trabalhar com leveduras por sugestão de um amigo. Ele estudou as A Revista do AviSite

21


Destaques AviSite: Profissionais, Empresas & Instituições

A Inovação é levada muito a sério na ICC e faz parte da essência da empresa. Esse pilar é sempre acompanhado por Tecnologia, Ciência, Evolução e a Sustentabilidade, que agregam valor à nutrição animal

matérias-primas, investiu para entender as possibilidades de uso das leveduras e quais países já importavam o produto. Esse foi o início da ICC, que ao longo de três décadas investiu sempre em pesquisa e tecnologia para se firmar e conquistar a confiança do mercado. “Entre os pilares que nortearam o início da ICC estava o fato de querer ser útil e contribuir para o aumento da produção e da produtividade. As leveduras eram apenas pelo seu valor nutricional tanto no Brasil, como na grande maioria dos países. Era preciso realizar estudos para comprovar todo o seu potencial como aditivo funcional e também desenvolver tecnologias para purificar e fracionar as células de levedura visando acentuar o seu valor biológico. Fizemos e temos parcerias com diversas universidades e centros de pesquisas em 14 países, mas um dos meus maiores orgulhos foi trazer pesquisadores para nossa equipe e, assim, gerar inovação em casa. Sempre trabalhamos com muita transparência. Comprovar por meio de estudos científicos a contribuição das leveduras para os produtores faz parte desse processo e, com certeza, nos ajudou a alcançar o que somos hoje”, relata o CEO. Além disso, a ICC mantém rigoroso programa de controle de qualidade, que monitora todos os lotes de matéria-prima e produto acabado, garantindo o fornecimento de

22

A Revista do AviSite

produtos seguros e confiáveis, de acordo com as especificações exigidas Desde 2003, o programa BPF (Boas Práticas de Fabricação) é certificado pelo GMP+ International, garantido a rastreabilidade dos produtos em todas as etapas da fabricação desde a chegada da matéria-prima até a entrega ao cliente. “Diversos índices são avaliados para garantir insumos seguros e de qualidade, livres de qualquer substância indesejada e altamente eficazes. Para o sucesso desse trabalho, possuímos laboratórios biotecnológicos em nossas unidades”, reforça Glycon Santos. Sempre com o olhar no futuro, Glycon projeta que as leveduras se tornem indispensáveis na dieta animal. “Já entendemos a importância das leveduras na nutrição animal. Mas, ainda estamos provendo acesso a quem não tem informações sobre o tema. Há muito ainda por fazer. Mas seguimos investindo em pesquisas para garantir a qualidade e segurança dos nossos produtos. Podemos afirmar que as leveduras deveriam ser obrigatórias nas dietas. Afinal, já está provado o quanto elas são benéficas ao desenvolvimento dos animais e, também, ao meio ambiente. Esse desafio nos motiva a trabalhar sempre mais e em prol da saúde animal e da natureza”, conta o CEO da ICC Brazil.


A Revista do AviSite

23


Publieditorial – Ferraz Máquinas

Ferraz Parts: surge uma nova forma de produção de matrizes e capas de rolos para peletizadoras Um novo setor, a mesma filosofia que consagrou a Ferraz Máquinas como a maior fabricante de equipamentos para rações animais do Brasil

Máquinas operatrizes de última geração

A

Ferraz Parts é um novo negócio dentro da Ferraz Máquinas, líder na produção de equipamentos para a fabricação de rações extrusadas, cuja missão é produzir matrizes e capas de rolo para as principais marcas de peletizadoras do mercado, praticando prazos de entrega mais curtos do que o já estabelecido, com excelente padrão de qualidade e valores competitivos em todas as peças que são comercializadas. “A ideia de criar o setor surgiu a partir das reclamações que ouvíamos por

24

A Revista do AviSite

Matrizes

parte dos empresários fabricantes de ração animal, que consideravam extremamente longo o prazo para produção de matrizes que era praticado até então (muitas vezes girando em torno de 4 a 6 meses), assim como relatavam problemas em relação à qualidade das peças que adquiriam, além de insatisfação com os valores praticados no mercado, que consideravam excessivamente elevados”, assegura o diretor de Operações da Ferraz Máquinas, Luiz Gomide Ferraz.

Matrizes

Ferraz explica que, a partir dessa ideia, a empresa estruturou o setor com uma equipe comercial que possui perfil técnico, especialistas que visitam os clientes para entender e atender da melhor forma possível os detalhes específicos de cada cliente, assim como uma equipe de engenharia para projetar as matrizes de acordo com o produto a ser fabricado. São tornos verticais CNC para o serviço de usinagem, máquinas de furação CNC que utilizam brocas canhão para fazer os furos, processo que garante menor rugosidade de superfície (no máximo 1 a 1,2 Ra), assim


As matrizes e capas de rolo produzidas atendem tanto ao mercado de produção de ração animal como também fabricam formicidas, fertilizantes organominerais, biomassa, entre outros Luiz Gomide é diretor de Operações da Ferraz Máquinas

Matriz Biomassa Pista Dupla

como forno de têmpera à vácuo, considerado o processo de tratamento térmico mais indicado por especialistas para esse tipo de peça. “Temos atualmente em torno de 20 profissionais diretamente envolvidos no setor e pretendemos ampliar o quadro de funcionários ao longo dos próximos anos”. As matrizes e capas de rolo produzidas atendem tanto ao mercado de produção de ração animal como também fabricam formicidas, fertilizantes organominerais, biomassa, entre outros.

Capas de Rolo

As matrizes em inox tendem a apresentar maior durabilidade em relação às fabricadas em aço carbono, além de preservarem o diâmetro do furo, ou seja, evitam que o diâmetro do pellet aumente conforme a matriz sofre desgaste. “O fato de utilizarmos brocas modelo canhão para realizar o processo de furação e têmpera a vácuo visam, principalmente, manter o nível de rugosidade bastante baixo, o que é importante para se obter uma boa produtividade da matriz”, detalha o diretor.

Adubo Organomineral

A Ferraz Máquinas busca, com a criação tanto da divisão Parts como também da divisão de automação e estruturação da sua área de serviços ao cliente, com a possibilidade de fornecimento de frete, instalação de ar comprimido, elétrica, vapor, aluguel de caminhões Munck, entre outros, ter condições de fornecer a solução completa aos clientes. “Procuramos fornecer comodidade e segurança, garantindo que nossos clientes possam contar com uma empresa que possui estrutura fabril e equipe para atendê-los bem em todas as suas mais diversas necessidades”, finaliza.

A Revista do AviSite

25


Publieditorial – Agrosys

Sistema de Gestão e Mobilidade à frente da Agroindústria 4.0 Com a evolução e mobilidade dos dados, o cliente hoje pode estar em qualquer lugar e ter acesso às informações que estão sendo geradas para ele, uma vez que todas as pontas do processo possuem tecnologia em dispositivos móveis

A

tecnologia avança a passos largos em um ritmo difícil de acompanhar. A cada dia surgem novas ferramentas e metodologias capazes de transformar a realidade do campo e tornar os resultados mais

26

A Revista do AviSite

produtivos e mensuráveis. A chamada Agroindústria 4.0 já é uma realidade vivenciada na prática, tanto pelas indústrias quanto pelos produtores rurais e ignorar isso, impedirá o crescimento das empresas.

Desde a década de 90 quando os controles eram feitos através de planilhas e anotações, processos sujeitos a constantes equívocos, até a atualidade onde os dados estão acessíveis para análise e tomada de decisões, a


A Revista do AviSite

27


Publieditorial – Agrosys

tecnologia acompanhou as necessidades que foram surgindo no caminho. De acordo com o Gerente de Produto da Agrosys, Gilson Martins Sossela, a tecnologia acompanhou as necessidades que foram surgindo no caminho. “Estamos falando de uma situação atual em que os dados são lançados em tempo real gerando informações a todo momento. Essas informações devem servir para que qualquer problema seja previsto com antecedência para que haja tempo de replanejar e evitar prejuízos. No meio da agroindústria, a decisão a ser tomada precisa ser assertiva”, ressalta ele, lembrando de como as perdas e equívocos eram comuns no passado. “Como não havia forma de prever e simular o futuro, quando o problema acontecia já era tarde demais para salvar a situação”, explica Sossela lembrando que há alguns anos, para conseguir informação do produtor rural era preciso se deslocar até ele, onde quer que estivesse. Ou, no máximo, conseguir uma ligação telefônica. “Com a evolução e mobilidade dos dados, o cliente hoje pode estar em qualquer lugar e terá acesso às informações que estão sendo geradas para ele uma vez que todas as pontas do processo possuem tecnologia em dispositivos móveis”, analisa.

Acompanhar o ritmo do mercado é essencial A Agrosys acompanha e segue atenta às mudanças que o mercado exige e entende que a transformação digital através de Sistemas de Gestão inteligentes tem sido essencial para alavancar todos os negócios relacionados à agroindústria. Seja para otimizar a cadeia de produção, reduzir custos, ter maior controle, aumentar a eficiência operacional ou mesmo para simular situações de forma rápida e segura.

28

A Revista do AviSite

Também atuando na área de Gerência de Produto da Agrosys, Daniel Venâncio lembra que alguns anos atrás os dados eram registrados, mas havia uma dificuldade em interpretar, associar e transformar dados brutos em informações gerenciais necessárias para a tomada de decisão. Agora os relatórios e indicadores são acessíveis para que o futuro seja visualizado. Segundo Venâncio, a necessidade das empresas em realizar um Planejamento Estratégico de longo prazo reforça ainda mais a necessidade de mobilidade e inteligência tecnológica aplicada para gerar resultados. “Estamos evoluindo em um ritmo muito acelerado, os dados são gerados em tempo real e em uma quantidade muito grande. É um desafio, mas seguimos pesquisando e estudando para que os próprios sistemas possam fazer análises específicas como traçar questões de causa e efeito e utilizar todos os dados para elaborar os cenários de produção necessários”, explica.

Granja Brasília garante melhores resultados com uso de Sistemas de Gestão Com sede em Minas Gerais, a Granja Brasília abate cerca de 60 milhões de aves por ano. A empresa que destina 70% da produção à região sudeste do Brasil, ainda conta com fábrica de ração, granjas de frango de corte, transportadora, abatedouros, incubatório e unidades de matrizes, uma estrutura grandiosa que exige controle e excelência em todas as pontas. Segundo o Gerente de Projetos da Granja Brasília, Paulo Roberto Borges, a automação e integração das atividades e processos industriais com Sistemas de Gestão, são essenciais para o dia a dia do negócio. “As informações devem chegar aos gestores de forma rápida e transparente. Assim, podemos identificar problemas e tendências no resultado, gerando, por consequência, a oportunidade para potencializar os

resultados ou mitigar os riscos ou impactos”, explica Borges. Há alguns anos, quando a automação das rotinas não era uma realidade, a empresa - que possui unidades produtivas distribuídas em diversas cidades - enfrentou dificuldades para crescer e se organizar. Com a chegada de Sistemas de Gestão no mercado, ficou mais acessível garantir o controle e segurança dos processos produtivos. A rotina intensa de uma empresa do porte da Granja Brasília exige dados e informações acessíveis a todo o momento, e muito dessa autonomia foi conquistada com o Sistema de Gestão da Agrosys. Borges ressalta que, por ser uma ferramenta distribuída em módulos, mas integrada em uma mesma plataforma e banco de dados, com abrangência desde as fazendas até o cliente final, garante o tratamento das informações de forma veloz. “A acurácia nos resultados e a completa rastreabilidade de cada ciclo, possibilita o suporte necessário para os diversos níveis e tomada de decisão. Na criação das matrizes, por exemplo, o sistema permite o gerenciamento do controle de peso, mortalidade, número de ovos por galinha e pintinhos por galinha”, explica o Gerente de Projetos da Granja Brasília. Segundo ele, as vantagens obtidas com o Sistema de Gestão da Agrosys se estendem para a fábrica de ração, incubatório, frango de corte e todos os processos relacionados. Além disso, a integração com outros sistemas importantes para a gestão da empresa, garantem que os dados sejam ainda mais assertivos. “Essa análise permite que a gerência e diretoria tratem os assuntos com foco nos pontos mais críticos, otimizando o resultado. Além da assertividade e tempo curto de resposta, podemos acompanhar se as ações tomadas geraram o resultado esperado”, avalia Borges.


A Revista do AviSite

29


Destaque: Mercado

Com crescimento nas exportações de carne de frango, Brasil se mantém como maior exportador da proteína Apenas em 2021 foram embarcadas 4,610 milhões de toneladas representando um montante de US$ 7,6 bilhões (FOB) Glaucia Bezerra, com informações do Relatório Anual ABPA 2022

30 A Revista do AviSite


A

s vendas de carne de frango para o mercado internacional (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 4,6 milhões de toneladas em 2021, maior volume já registrado pelo setor em um único ano, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em relatório anual divulgado em maio. De acordo com a publicação mesmo enfrentando

adversidades ao longo de 2021 produção e exportação da carne de frango cresceram. Segundo o levantamento, o número superou em 9% o total exportado pelo Brasil em 2020, quando foram embarcadas 4,23 milhões de toneladas. Em receita, houve elevação de 25,7%, com US$ 7,66 bilhões registrados ao longo dos 12 meses de 2021, contra

US$ 6,09 bilhões em 2020. O Paraná foi o responsável por 40,38% das exportações de carne de frango, sendo o maior estado exportador. Na sequência temos Santa Catarina com 22,95% dos embarques e Rio Grande do Sul com 15,79%, consolidando a Região Sul do país como a maior exportadora da proteína.

EXPORTAÇÕES DE FRANGO POR ESTADOS BRASILEIROS

0,41% Outros

4,81% 2,08%

Goiás

Mato Grosso

4,29%

1,09%

Distrito Federal

Mato Grosso do Sul

40,38%

0,21%

22,95%

3,26%

15,79%

4,74%

Paraná

Santa Catarina

Rio Grande do Sul

Espírito Santo

Minas Gerais

São Paulo

Fonte: SECEX

A Revista do AviSite

31


Destaque: Mercado Em 2021 foram produzidas 14,329 milhões de toneladas de carne de frango, deste total 67,83% foi destinado ao mercado interno e 32,17% destinado a exportações atendendo 150 países. O VBP do frango registrado no ano passado foi de 108,26 bilhões, o maior dos últimos dez anos.

destino das exportações do setor e deve se manter no posto durante o próximo ano. Outros importantes parceiros comerciais como o Japão e os Emirados Árabes Unidos também devem se manter entre os maiores compradores”, analisa o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

“O impulso das exportações foram essenciais para reduzir os impactos ocasionados pela alta nos custos de produção, ocasionada pela alta histórica do milho e da soja, principais insumos de produção da carne de frango. Apesar de uma leve redução nas importações, a China se mantém como o principal

VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO (Bilhões R$)

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

108,926

86,882 70,852

76,630

78,060

85,125

89,866

95,505

91,567 83,401

93,439

82,947

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Em 2021, as vendas para o mercado interno corresponderam a 67,83% do total de carne produzida, e 32,17% teve como destino o mercado externo. Também foi registrado um aumento no consumo per capta de carne de frango (kg/hab), que no ano passado atingiu a marca de 45,56 quilos por habitante.

32

A Revista do AviSite


PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CARNE DE FRANGO (Milhões ton)

Ano

Ano

ALOJAMENTO DE MATRIZ DE CORTE (Cabeças)

Fonte: ABPA

Fonte: ABPA

A Revista do AviSite

33


Destaque: Mercado CONSUMO PER CAPITA DE CARNE DE FRANGO (kg/hab)

Principais destinos da carne de frango em 2021 Principal destino das exportações de carne de frango do Brasil, a Ásia importou 1,64 milhão de toneladas nos 12 meses de 2021, resultado 0,5% superior ao registrado no mesmo período de 2020. A China continua como principal importador (com 14,3% do total) e importou 640.470 toneladas (-4,86%). Em segundo lugar está o Japão, que importou 410.543 toneladas (+9,35%).

Ano

Os Emirados Árabes Unidos foram o terceiro maior importador da carne de frango do Brasil, com uma participação de 8,71% do total dos embarques (+28,54%). Já para a África foram destinadas 662,3 mil toneladas ao longo do ano, resultado 19,2% maior em relação a 2020. Um dos destaques foi a África do Sul, com 297 mil toneladas (+13,39%). Para a União Europeia foram exportadas 193,2 mil toneladas em 2021, volume 13,23% superior ao realizado no mesmo período de 2020.

Fonte: ABPA

PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CARNE DE FRANGO (Ton)

Ranking 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Destino China Japão Emirados Árabes Unidos Arábia Saudita África do Sul União Europeia (27) Filipinas Coreia do Sul Iêmen Rússia

*Não inclui embutidos Fonte: SECEX

34 A Revista do AviSite

2020 673.215 410.543 303.022 467.546 261.951 170.696 59.878 127.460 112.420 83.907

TOTAL 2021 Part. (%) 640.470 14,33 448.936 10,04 389.500 8,71 353.584 7,91 297.038 6,64 193.280 4,32 168.186 3,76 113.852 2,55 111.903 2,5 105.920 2,37

Var. (%) ( 4,86) 9,35 28,54 ( 24,37 ) 13,39 13,23 180,88 (10,68) (0,46) 26,24


Já para os países Extra-UE foram embarcadas no ano passado 243 mil toneladas, número 20,5% maior em relação ao efetivado no mesmo período de 2020. A Rússia é o destaque da região, com 105,9 mil toneladas (+26,24%). Outro destaque da região foi o Reino Unido, que importou 92,7

mil toneladas (+14%). Para os países do Oriente Médio foram exportadas 1,33 milhão de toneladas nos 12 meses de 2021, número 0,3% menor em relação ao mesmo período de 2020. Emirados Árabes, Arábia Saudita e o Iêmen importaram,

respectivamente, 389,5 mil toneladas (+28,54%). 353,5 mil toneladas (-24,4%) e 111,9 mil toneladas (-0,5%). Por fim, para os países da América foram embarcadas 394,4 mil toneladas em 2021, número 75,2% maior em relação ao efetivado no ano interior.

PARTICIPAÇÃO POR REGIÃO E PAÍSES IMPORTADORES DE CARNE DE FRANGO BRASILEIRA EM 2021

14,81%

8,82%

36,76%

5,44%

0,06%

29,78%

4,32%

1.643.758

1.331.618

662.323 394.433 243.118

ORIENTE MÉDIO

OCEANIA

EUROPA EXTRA-UE

ÁSIA

AMÉRICA

ÁFRICA Fonte: SECEX

UNIÃO EUROPEIA (27)

193.280

2.459

A Revista do AviSite

35


Destaque: Mercado EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CARNE DE FRANGO POR PRODUTO E PARTICIPAÇÃO POR REGIÃO EM 2021

INDUSTRIALIZADO S 2,32% SALGADOS 3,59%

UNIÃO ORIENTE EUROPEIA EUROPA OCEANIA MÉDIO EXTRA-UE (27)

ÁFRICA

AMÉRICA

ÁSIA

4,29%

13,76%

9,95%

36,58%

0,04%

3,17%

32,20%

-

0,21%

-

30,06%

-

0,02%

69,71%

15,06%

2,94%

5,07%

0,07%

0,17%

76,62%

0,07%

15,83%

11,03%

49,94%

4,94%

0,02%

16,74%

1,50%

INTEIRO 23,31%

CORTES 70,79%

PARTICIPAÇÃO MERCADO MUNDIAL DE CARNE DE FRANGO (Mil ton)

PRODUÇÃO

Total 2020:

2021: EXPORTAÇÕES

EUA 2020

2020

2021

2021

2021

BRASI L 2020 2021 2020

China

2021

CHINA

OUTROS 2020

36

2020

2021

EUA

IMPORTAÇÕES

A Revista do AviSite

2021

RÚSSIA

2020

Fonte: USDA/ABPA

2020

Reino Unido

2021

Fonte: USDA


A Revista do AviSite

37


Entrevista

Avicultura e Ariel Mendes: dois patrimônios do Brasil Se falarmos em avicultura o nome de Ariel Mendes sempre estará em pauta, afinal, são mais de 40 anos dedicados ao setor, seja transmitindo conhecimento por meio de aulas ou à frente das principais entidades avícolas do país Glaucia Bezerra

38

A Revista do AviSite


“O Brasil é reconhecido internacionalmente não só como um grande produtor e exportador, mas como tendo essa avicultura de qualidade. Por isso, o mundo espera do Brasil um protagonismo, uma liderança, na questão de divulgação de tecnologia”.

Q

uando olhamos os números da cadeia avícola brasileira o sucesso é inegável, afinal o valor bruto da produção de carne de frango é de aproximadamente 110 bilhões de reais. Em 2021 o Brasil produziu 14,3 milhões de toneladas de carne, sendo que 4,6 milhões de toneladas foram exportadas para mais de 154 mercados, gerando uma receita de 7,6 bilhões de dólares.

Oeste, a produção de frangos é uma alternativa cada vez mais viável, pois gera renda a cada 60 dias, permitindo ao proprietário fazer frente a despesas de mão de obra, impostos e compra de alguns insumos, pois nas culturas anuais esse ingresso ocorre a cada seis meses.

Dessa forma o Brasil conquistou no mercado internacional um share de 14% em produção e de 35% em exportação de carne de frango. Os principais produtos exportados são o corte in natura com cerca de 60% e inteiros in natura com aproximadamente 23%.

No caso da postura comercial, a produção de ovos se dá por produtores independentes, de pequeno, médio e grande porte. Os casos de integração ainda são poucos. O Brasil é o 7º produtor mundial e, ao contrario da carne de frango, as exportações brasileiras de ovos ainda são incipientes. Por conta de algumas características da produção brasileira que opta por escoar a produção no mercado interno.

Um mercado em constante crescimento e que enfrenta inúmeros desafios para atender tanto a demanda interna quanto externa, esse mesmo mercado lida com constantes alterações de preços, desconfiança internacional e os altos custos de produção. E, exatamente por isso, é um motivo de orgulho para o agronegócio nacional.

Uma característica da produção e exportação da carne de frango brasileira é que 68% fica no mercado interno e apenas 32% é destinada à exportação. Outro detalhe importante é que não existe um frango específico para exportação e um adicional para o mercado interno, a mesma proteína produzida para o mercado interno é exportada.

Para o diretor-presidente da Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA), Ariel Mendes, mesmo com desafios existem razões para otimismo, já que os números permanecem bons. “Precisamos nos preparar para um segundo semestre complicado, em decorrência do aumento dos custos de produção. Mas os últimos anos nos trouxeram lições, e neste tempo temos certeza que a ciência dará um grande salto na produção de vacinas e medicamentos para o controle de enfermidades virais e isto será repassado, no curto prazo, para o setor animal”.

Ainda, falando de exportação, o Brasil não tem competidores no mercado internacional, uma vez que o segundo maior exportador é os Estados Unidos da América, e eles não exportam para a Europa, pois não têm um acordo sanitário com o continente.

REVISTA DO AVISITE: Atualmente, como o senhor definiria a importância do setor produtivo de carne de frango e postura para a economia brasileira? ARIEL MENDES:

Temos uma produção feita por milhares de produtores integrados, a maioria em propriedades com menos de 20 hectares, gerando renda, emprego e viabilizando a pequena propriedade e propriedades não adequadas para a produção de culturas anuais como o milho, soja, algodão, trigo, entre outras. Mas, mesmo em grandes propriedades como ocorre no Paraná e nos estados do Centro

O senhor visualiza um cenário otimista para 2022, ou as incertezas ainda colocam o setor em alerta? Para 2022 a situação ainda deve ficar complicada, mesmo no decorrer do segundo semestre, por conta do aumento no custo de produção, em decorrência do preço do milho e do farelo de soja. Estimamos que esse cenário persista por todo o ano, embora haja uma previsão de uma boa segunda safra de milho, porém, com os problemas da guerra entre Rússia e Ucrânia, e sendo a Ucrânia um exportador de milho para a Europa, o Brasil vai continuar exportando o grão, ao mesmo tempo em que a demanda no mercado interno deve aumentar nos próximos meses. Além disso, destaco que o Brasil hoje é um grande exportador de milho. O mundo descobriu a qualidade superior do nosso grão, principalmente quando comparado ao produzido nos EUA, cuja principal característica é ter entre dois ou três anos de estocagem.

A Revista do AviSite

39


Entrevista Essas perspectivas contribuem para um cenário ainda desafiador em 2022, também lidamos com a questão interna do aumento da inflação que dificulta para o setor produtivo repassar os custos de produção para os preços da carne de frango e dos ovos. Mas entendemos que essa situação deva melhorar em 2023, superados esses cenários.

Os surtos de Influenza Aviária (IA), que estão assustando o mundo, preocupam a avicultura brasileira? O Vírus da Influenza Aviária continua circulando na Ásia, na Europa e, agora mais fortemente, na América do Norte, evidentemente isso aumenta a preocupação do Brasil. Acabamos esquecendo um pouco da IA em detrimento de outras enfermidades, mas o perigo persiste. No entanto, o Brasil está fazendo seu dever de casa. Temos um plano de prevenção bastante robusto do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, bem como do setor privado, atrelado às ações de prevenção que continuam sendo feitas internamente. Recentemente o MAPA atualizou o plano integrado de monitoria para IA e Doença de Newcastle, esse programa está em revisão, mas traz maiores agilidades principalmente na questão do diagnóstico de Influenza Aviária. Nos últimos anos várias ações foram feitas pelo setor produtivo no sentido de conscientização. Foram eventos realizados, seminários, simpósios, simulados (tanto oficiais quanto privados), a capacidade de laboratório diagnóstico foi bastante melhorada. Hoje, o Brasil conta com um laboratório de referência, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária – LFDA de Campinas, nos dando mais tranquilidade, afinal, o segredo do controle de Influenza é a prevenção e a preparação para a contenção de focos. Primeiro, é preciso ter a capacidade de diagnosticar rapidamente a presença do vírus; segundo, ter uma estrutura preparada para a contenção destes focos e com isso eliminar a presença do vírus no país. Não é possível cogitar conviver com o vírus como ocorreu em outros países. Como exemplo, no setor de treinamento podemos citar o Simpósio realizado pela FACTA sobre os riscos da Influenza Aviária. Um evento organizado por brasileiros e para brasileiros para revisarmos as medidas de prevenção e identificar as nossas fortalezas e deficiências. Porque hoje, com um mundo cada vez mais globalizado, a OIE e os próprios países importadores entendem que nenhum país está realmente livre do risco de ter IA no seu território. O que a OIE espera, bem como os países importadores, é que saibamos lidar com essa situação para eliminar os eventuais focos que ocorram.

40 A Revista do AviSite

Como o Brasil é o maior exportador de carne de frango, evidentemente, existe uma preocupação mundial sobre o fato. Uma vez que somos o principal fornecedor de carne de frango no mundo, esses países esperam que estejamos preparados. Hoje, temos uma responsabilidade muito grande também com o consumo interno, já que a carne de frango é mais barata, temos um consumo per capta de 46 kg por habitante por ano, sendo ela um produto importante na mesa do brasileiro.

Quais medidas o senhor acredita que devem ser tomadas para garantir a segurança dos plantéis brasileiros? Além da Influenza Aviária e Newcastle é preciso estar atentos também a outras enfermidades menos impactantes, já que tanto a IA quanto a Newcastle são de notificação obrigatória, e afetam o comércio internacional, podendo levar a suspensão das exportações da proteína in natura. A Salmonela também é uma zoonose com implicações para o setor de produção, causando prejuízos quando afeta os plantéis, pois vários sorovares de Salmonella são de descarte ou de eliminação dos plantéis quando ocorre em reprodutoras ou poedeiras comerciais. Temos outras enfermidades como a doença de Gumboro e os problemas causados pela Escherichia Coli, que mais recentemente afetou os plantéis do Brasil. Essas doenças geram grandes custos para manter os plantéis livres. A medida principal se chama biosseguridade. Ela precisa estar presente nas granjas, sendo essencial eliminar a presença de aves e de roedores, assim como outros transmissores de enfermidades como o cascudinho, que tem um papel importante na transmissão da Salmonela para frangos de corte e reprodutoras. E a questão de visitas, granja não é local de visitas, precisa estar sempre isolada, longe de pessoas ou de agentes externos que possam levar a enfermidade para dentro da granja. Por isso a importância da biosseguridade e dessas medidas que são indispensáveis para mitigar o risco da contaminação dos plantéis.

Os cuidados intensificados com sanitização e higiene por conta da covid-19 e os casos de IA no mundo podem favorecer a criação no país de novos compartimentos avícolas livres de Influenza Aviária e Doença de Newcastle? Sem dúvida, o Brasil foi pioneiro na implementação do programa de compartimentação do setor avícola. E hoje temos todo o nosso setor de alta genética de bisavós e avós


“A FACTA é um patrimônio que temos no país, ela tem uma responsabilidade e teve participação muito grande para que atingíssemos o patamar no qual estamos hoje”.

compartimentado, assim como uma operação de frangos de corte da Seara de Itapiranga (SC). Já o setor de genética de postura está totalmente compartimentado. Atualmente, outras empresas estão no processo de implementação do programa de compartimentação. Os recentes episódios de IA nos EUA e a questão do Covid-19 serviram para mostrar que precisamos estar preparados, não podemos permitir que um país, com as dimensões do Brasil, coloque em risco a sua exportação de carne de frango. Os compartimentos são uma necessidade, pois na eventualidade da ocorrência de surtos da IA no país, possamos continuar exportando por meio desses compartimentos das empresas compartimentadas. O custo para implementação é alto, mas também é um seguro, é um investimento pontual que pode no futuro manter a empresa de pé, produzindo e exportando. O programa está claramente definido, e não existe motivo para ser postergado.

Haverá um legado positivo da pandemia nesta área de conscientização com relação à higiene? Seria como se as boas práticas das indústrias fossem expandidas para os demais elos da

cadeia, como o varejo e até o próprio consumidor? O problema do Covid-19 serviu para mostrar ao setor avícola a importância de termos protocolos. O setor foi o primeiro a definir protocolos de produção, começando em São Paulo com uma reunião onde propusemos a realização de um protocolo de produção que permitiria continuar produzindo sem risco para o trabalhador da agroindústria e do campo. O setor avícola propôs esse modelo, que posteriormente foi validado pelos governos Estadual e Federal, MAPA e Ministério da Economia, e com isso conseguimos continuar produzindo. Ao contrário do que ocorreu na Europa e EUA, pois tínhamos em mente que o pior cenário seria uma crise sanitária como o Covid-19 atrelado a uma crise de desabastecimento. Como o frango e o ovo são produtos mais baratos era importante que a cadeia de varejo continuasse abastecida. O consumidor também precisa estar consciente disso, ele teve a oportunidade de ter um esclarecimento muito grande sobre os riscos da Covid-19, sobre a questão da higiene e manipulação de alimentos, e isso vai ficar como um legado para o consumidor. Acredito que houve um amadurecimento, o setor tirou desse episódio uma lição importante, e esses protocolos estão sendo A Revista do AviSite

41


Entrevista atualizados pelo setor de produção, a cadeia de distribuição de varejo também está definindo seus próprio protocolos. Todas essas ações surgem como benefício para o produtor, pois ele terá a certeza de que poderá continuar tendo segurança alimentar, mesmo em casos extremos de episódios sanitários como foi o caso da pandemia.

Em sua opinião, a menor circulação de pessoas pelo mundo favoreceu, nos últimos dois anos, um maior controle e monitoramento dos surtos e epidemias que acometem os animais? Com certeza, pois as empresas, durante a pandemia, trabalharam com o formato de home office. Em caso de visitas em granjas, todas foram feitas de forma virtual, permitindo esse controle sanitário. O resultado foi uma melhoria dos planos de prevenção pela proibição da presença de estranhos dentro dos frigoríficos e das granjas.

E agora, com a vacinação e maior liberação de circulação de pessoas e a volta dos eventos (agropecuários ou não) presenciais pelo mundo, aumentam os riscos de contaminação nas granjas, os produtores precisam ficar alertas? Com a retomada das visitas às empresas evidentemente os riscos aumentam um pouco. Mas aprendemos a restringir muito essa questão da visita presencial. Nos frigoríficos, essas visitas presenciais serão cada vez mais raras, nas granjas serão cada vez mais proibidas e evitadas. Hoje, sabemos que podemos mostrar nossa produção, tanto para os importadores quanto compradores do mercado interno, de uma forma virtual, sem a necessidade da presença de pessoas dentro das instalações avícolas aqui no Brasil. Eu diria que o risco aumenta um pouco, mas por outro lado aprendemos a lidar com essas situações. Além disso, episódios recentes como tivemos no caso da

Salmonella na operação Carne Fraca, também serviu para mostrar para as empresas a questão da biosseguridade. Então, temos que tomar cuidado na prevenção, o setor avícola é muito concentrado, as empresas tem total controle sobre o material genético, sobre o pintinho alojado na granja, sobre a ração, sobre os produtos que são utilizados, isso facilita muito o controle, no caso do frango de corte. Para poedeira comercial a situação é um pouco diferente, pois a cadeia é diferente, normalmente são pequenos produtores que fabricam sua própria ração, e muitas vezes não tem um controle de qualidade suficiente para a compra de ração como tem as empresas integradoras. Mas o setor de postura comercial também está mudando os seus conceitos, passamos por episódios recentes de Laringotraqueíte, que serviram para mostrar que temos que ter prevenção e biosseguridade para evitar a entrada de enfermidades dentro da granja.

De que forma a rapidez com que a comunidade científica lidou com o novo coronavírus pode favorecer o combate a outras doenças, como as que acometem os animais? Eu acho que vai favorecer principalmente na questão de vacinas, o setor avícola é o setor que faz uma utilização muito intensa de vacinas. Eu diria que mais que o próprio setor humano. Lidamos com isso há muito tempo, o que vai facilitar na realidade para o setor são as novas tecnologias que estão sendo empregadas na produção de vacinas. Esse é um legado que vai se transferir para o setor veterinário, principalmente, na agilidade na produção.

O senhor ajudou a fundar a FACTA e está pela terceira vez no comando da Fundação, sendo que, no primeiro mandato, foram 10 anos (1998 – 2008). Em sua opinião, qual o papel da FACTA no desenvolvimento da avicultura brasileira? A FACTA acompanhou o crescimento e amadurecimento da avicultura brasileira em termos de qualidade, e hoje é

“O setor de postura comercial também está mudando os seus conceitos, passamos por episódios recentes de Laringotraqueíte, que serviram para mostrar que temos que ter prevenção e biosseguridade para evitar a entrada de enfermidades dentro da granja”. 42

A Revista do AviSite


reconhecida internacionalmente como a melhor avicultura do mundo. Temos no Brasil os melhores resultados de produção e os nossos técnicos hoje atuam com avicultura em vários países no exterior, graças a sua capacidade técnica. A FACTA é um patrimônio que temos no país, ela tem uma responsabilidade e teve participação muito grande para que atingíssemos o patamar no qual estamos hoje.

Quais serão os próximos passos da fundação em 2022? Teremos mais simpósios? Serão presenciais? Estamos passando por mudanças na FACTA, avaliamos que, em termos numéricos, a Conferência não é tão importante quanto foi no passado, até porque hoje existem vários eventos estaduais. Com essa nova realidade, optamos for desenvolver cursos, simpósios e seminários mais rápidos e focados em temas específicos, são eventos de um dia altamente especializados.

Ariel Mendes Médico-veterinário formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), doutor pela Universidade Nacional Autônoma do México e com estágio de pós-doutorado junto ao Departamento de Ciência Avícola da Universidade do Arkansas (EUA). Acumula ainda, entre outras, experiência como professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). Profundamente ligado com o setor avícola brasileiro participou da diretoria da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e suas entidades predecessoras em diversas gestões. Mendes já presidiu a Associação LatinoAmericana de Avicultura (ALA) e a União Brasileira de Avicultura (UBA), atual ABPA (fusão entre UBA e Abef, depois Ubabef, e Abipecs). São mais de 40 anos dedicados à pesquisa e ao fortalecimento da avicultura brasileira e latino-americana.

Esse é um nicho de mercado que existe e que a FACTA tem expertise na realização desses eventos, já que conta com pessoal especializado tanto na diretoria quanto no corpo técnico, capacitado para programar e ministrar palestras e aulas. Os últimos eventos realizados serviram para mostrar que estamos no caminho certo, esse vai ser o foco da FACTA em 2022 e também para os próximos anos. Ou seja, levar tecnologia através dos eventos (presenciais e on-line) para o técnico e o produtor brasileiro. Também estamos no caminho de internacionalizar a FACTA. Os últimos eventos que fizemos já foram traduzidos simultaneamente para o inglês e espanhol, e o nosso objetivo é atingir um novo público da Ásia, da Europa e EUA. O Brasil é reconhecido internacionalmente não só como um grande produtor e exportador, mas como tendo essa avicultura de qualidade. Por isso, o mundo espera do Brasil um protagonismo, uma liderança, na questão de divulgação de tecnologia.

Como referência na avicultura brasileira, o senhor gostaria de deixar um recado para os avicultores brasileiros? Minha mensagem é de otimismo e confiança sobre o futuro da avicultura brasileira, pois o Brasil continuará sendo um dos principais produtores mundiais de carne de aves e o maior exportador. Temos uma avicultura robusta e tecnificada, e somos um dos poucos países que conseguirá aumentar significativamente sua produção nos próximos anos, pois temos grãos, clima adequado, tecnologia e mão de obra especializada. No caso do setor de ovos, as condições para aumentar a produção e para entrar no mercado externo estão postas e basta apenas o setor se organizar como aconteceu com o frango.

A Revista do AviSite

43


Genética

A evolução da seleção genética de

Jane Lara Brandani Marques Grosso Coordenadora de Produto Aviagen América Latina Tercio Michelan Filho Consultor TMF Assessoria em Desenvolvimento Genético para Pecuária

44 A Revista do AviSite


e frangos de corte O

melhoramento genético de frangos de corte teve início no fim da primeira metade do século passado, por meio de um processo de seleção simples, sem muita tecnologia. Hoje, esse processo é bem definido e evoluído que conta com as mais elaboradas técnicas de avaliação e análise de dados, usando tanto os métodos tradicionais da genética quantitativa, como os da moderna genômica. Das raças que o originaram tais como White Cornish, White Plymouth Rock, New Hampshire, Sussex (Souza e Michelan, 2004), entre outras, o frango moderno guarda pouca semelhança, visto que a seleção inicial foi orientada exclusivamente para a produção de carne (peso corporal), sem nenhuma preocupação com as características raciais. Atualmente, uma grande gama de características incluídas em três grandes áreas relacionadas a eficiência biológica, a habilidade reprodutiva e o bem-estar animal orientam os programas de melhoramento de frangos de corte.

Por ser uma espécie prolífera e de ciclo curto, as aves são matéria prima por excelência para os geneticistas. Comparando com outros animais domésticos, as aves conseguem uma grande progênie contemporânea em um curto período de tempo (intervalo de geração), que facilita as avaliações e seleção dos melhores indivíduos, além de ser um animal dócil e de fácil manuseio. Tudo isso maximiza o ganho genético por unidade de tempo, fazendo que o frango de corte tivesse um grande progresso genético neste quase um século de evolução. Isso fica claro ao fazer uma comparação com os índices da indústria norteamericana registrados na década de 1940, quando eram necessários 85 dias para o frango atingir 1,3 kg de peso vivo com conversão alimentar de 4 pontos, contra os números de 2020, quando foram necessários somente 47 dias para atingir 2,9 kg de peso vivo com conversão alimentar de 1,8 pontos (Tabela 1).

A Revista do AviSite

45


Genética

Tabela 1. Evolução dos índices zootécnicos de frango de corte ao longo das décadas

Ano

Idade (dias)

Peso vivo (g)

1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020

85 70 63 56 53 48 47 47 47

1311 1397 1520 1642 1783 1982 2282 2585 2908

Conversão alimentar 4,00 3,00 2,50 2,25 2,05 2,00 1,95 1,92 1,79

Mortalidade (%) 12,0 8,0 6,0 5,0 5,0 5,0 5,0 4,0 5,0

Fonte: Adaptado National Chicken Council, 2022.

Histórico da seleção genética No início dos programas de melhoramento de frangos de corte, por volta da década de 1950, a seleção genética era feita por meio da seleção massal, ou seja, com base no desempenho somente do indivíduo, e o peso corporal como o principal critério de seleção. Primeiramente, uma única linhagem produzia o frango que depois aproveitando as técnicas aplicadas aos vegetais, principalmente o milho, iniciou-se a adoção da hibridação com o intuito de adicionar um desempenho extra por efeito da heterose. Mais tarde, evoluiu-se para linhas específicas como as de fêmeas e de machos, chegando aos dias atuais em duas linhas maternas para a fêmea matriz e uma ou duas linhas paternas para o macho matriz (Souza e Michelan, 2004), base dos programas de melhoramento de frangos de corte, visto que define a ênfase às características distintas para cada uma, facilitando a seleção genética.

46 A Revista do AviSite

As técnicas da genética quantitativa também evoluíram ao longo do tempo; o controle de pedigree foi introduzido substituindo a seleção massal pela seleção com base na média do desempenho da família e, posteriormente, pelo índice de seleção para melhora simultânea de várias características. O desenvolvimento de novos métodos estatísticos e a aplicação do BLUP (“Best Linear Unbiased Prediction”) melhoraram muito a precisão da avaliação fenotípica dos indivíduos, a acurácia no cálculo do valor genético e a eficácia dos programas de seleção. A evolução dos sistemas computacionais, a partir da década de 1990, tanto no cálculo quanto na capacidade de armazenamento, tornou tudo isso possível, viabilizando assim a análise massiva de dados incluindo indivíduos parentes de diferentes gerações e várias características ao mesmo tempo.

minimização dos erros na coleta de dados. Inicialmente, somente uma balança era usada no processo de seleção das aves (Figura 1). A necessidade de incluir novas características e aprimorar cada vez mais as avaliações, um leque de novas técnicas foram introduzidas no processo. Equipamentos de última geração desenvolvidos para a área médica como raios X, ultrassom e tomografia computadorizada foram incorporados aos programas de seleção. As imagens produzidas por tais equipamentos e analisadas por inteligência artificial trouxeram significativa melhora na precisão da avaliação, superior a 90% (Avendaño, 2015), por exemplo, do rendimento e qualidade de carne dos indivíduos candidatos a seleção (Figura 2). O oxímetro foi outro equipamento da física médica que trouxe grande benefício na avaliação da função cardiovascular das aves.

Grandes avanços também ocorreram nas técnicas de medição dos animais e registro das informações, permitindo a automação, agilidade e

Dentre as características de maior importância nos programas de melhoramento, a conversão alimentar aparece como o parâmetro central na


Figura 1. Processo de seleção genética em meados de 1970. Fonte: Aviagen Group.

seleção de frangos de corte (Avendaño, 2015). O processo de avaliação desta característica passou por grandes avanços ao longo do tempo. Das gaiolas individuais para as estações de alimentação em grupo, o sistema de

Figura 2. Imagem tridimensional por meio da tomografia computadorizada. Fonte: Aviagen Group.

conversão alimentar em tempo real (“Lifetime FCR”) usa tecnologia de transponder (RFID – “Radio Frequency Identification”) para registrar e monitorar o consumo individual de ração de forma contínua

em um ambiente que se assemelha as granjas comerciais e ao comportamento alimentar natural, permitindo uma maior precisão na estimação do valor genético para conversão alimentar.

Figura 3. Estações de alimentação para registro do consumo de ração e comportamento alimentar. Fonte: Aviagen Group.

A Revista do AviSite

47


Genética

O menor consumo de ração significa também redução na pegada de carbono, através de uma menor emissão de gases de efeito estufa (GEE). As descobertas em genética molecular, bioinformática e estatísticas genéticas têm ajudando a desenvolver novas ferramentas de seleção e mais precisas para melhorar todas as características do programa de melhoramento, incluindo a eficiência biológica do frango. Desde 2012, a Aviagen®, uma das mais conceituadas empresas de genética do mundo, utiliza de marcadores genéticos de DNA para seleção de suas linhagens em um processo chamado seleção genômica, que permite usar a variação natural do DNA das aves, aumentando a precisão no cálculo do valor genético em relação à seleção convencional. A seleção genômica não substitui os métodos tradicionais da genética quantitativa, mas é uma ferramenta altamente útil para acelerar o progresso genético. A contribuição da genômica para o melhoramento genético é bastante significativa e permite melhorar a precisão da seleção entre 30% a 50% para as características reprodutivas e entre 10% a 20% para as características de frango (Avendaño, 2015).

Enfoque holístico do melhoramento genético Quando se pensa em uma população global estimada para 2030 de 8,5 bilhões de pessoas, a pergunta que se faz é: “Como produzir proteína saudável e suficiente para alimentar toda esta população?”. Para tal, a produção global de carne deve saltar para perto de 44 milhões de toneladas até 2030, um crescimento de 13% em relação aos números atuais, e a

48 A Revista do AviSite

avicultura irá contribuir com 52% da produção adicional (OCDE-FAO, 2021). Segundo Avendaño e Burnside (2022), a resposta para essa pergunta passa por abordar a seleção genética de forma holística, que engloba não somente o desafio de aumentar a produção por meio do melhoramento genético da eficiência biológica, mas ao mesmo tempo de forma sustentável, obtendo efeito direto na redução da pegada de carbono e dos requerimentos agrícolas na produção de aves. Isso se obtém equilibrando a melhoria em características relacionadas ao desempenho produtivo às que promovem saúde, habilidade reprodutiva e bem-estar das aves, permitindo, dessa maneira, avanços nos pilares econômicos, sociais e ambientais da sustentabilidade. Durante os primeiros 50 anos de seleção genética, ocorreu grande progresso na taxa de crescimento das aves, cerca de menos de um dia por ano para atingir o mesmo peso (Zuidhof et al., 2005). Esse progresso foi muito significativo não somente pelo ganho em si, mas também pelo progresso sinérgico – resposta correlacionada – às outras características tais como conversão alimentar e rendimento de carne. Ao longo dos anos, a resposta correlacionada com os ganhos na taxa de crescimento não foi mais suficiente, sendo necessário incluir novas características tais como viabilidade, conversão alimentar, rendimento e qualidade de carne, saúde das pernas, entre outras. Atualmente, mais de 50 características são consideradas nos objetivos de seleção dos programas de

melhoramento de frangos de corte, com enfoque holístico e equilibrado entre eficiência biológica, saúde e bem-estar animal. Os ganhos em conversão alimentar conquistados desde a década de 1970, estimados em 1,5 a 2 pontos por ano, que significa uma redução de 15 a 20 gramas menos de ração por quilo de peso vivo (Avendaño e Burnside, 2022), trouxeram benefícios não somente pelo efeito direto no resultado econômico das empresas, mas também consequências em nível global no uso e disponibilidade dos recursos naturais e no impacto ambiental. Neeteson et al. (2013) estimaram que um ganho anual na conversão alimentar em 15 gramas de ração por quilo de peso vivo se traduz em uma economia global de 1,85 milhão de toneladas de ração, liberando aproximadamente 4.000 km2 de terra arável, uma área equivalente a 3,3 vezes a cidade de Nova York (EUA). O menor consumo de ração significa também redução na pegada de carbono, através de uma menor emissão de gases de efeito estufa (GEE). Entre os animais de produção, as aves são as que melhor respondem à redução na emissão de GEE (Tabela 2), o que quer dizer em uma perspectiva histórica que o frango de hoje produz uma pegada de carbono 50% menor que o frango da década de 1970, e o frango em 2030, produzirá 15% menos pegada de carbono que o frango atual (Avendaño e Burnside, 2022). Isso torna a produção de carne de frango, sem dúvida, a mais sustentável.


Tabela 2. Redução da emissão de gases de efeito estufa pelo ganho genético anual

Aves poedeiras Frangos de corte Suínos Bovinos de leite Bovinos de corte Ovelhas

Redução nas emissões/ano 1,3% 1,1% 0,8% 0,8% <0,05% <0,05%

Fonte: Adaptado Willians et al., 2006.

Considerações finais Ao longo de quase um século, o melhoramento genético tem possibilitado grandes avanços tanto na eficiência quanto na sustentabilidade da produção de frangos de corte. A incorporação de novas técnicas de avaliação e equipamentos de ponta tem papel importante nesse processo. Contudo, tão ou mais importante para o sucesso de um programa de

melhoramento é a correta definição dos objetivos de seleção e aplicação criteriosa de uma seleção equilibrada. A abordagem holística do melhoramento genético vem de encontro a atender às demandas futuras de alimentos, promovendo um progresso contínuo e concomitante entre eficiência biológica, saúde e bemestar animal. Assim, o frango do futuro não será muito diferente do frango de hoje, mas será mais eficiente.

Literatura citada Avendaño, S. 2015. Avances genéticos en reproductoras y pollos de engorde. XXIV Congreso Latinoamericano de Avicultura, septiembre 8-11. Guayaquil, Ecuador. Avendaño, S., Burnside, T. 2022. A “Sustentabilidade da Reprodução Avícola” e seu impacto na pegada de carbono do setor avícola global. Disponível: https:// avicultura.info/pt-br/sustentabilidade-reproducao-avicola-impacto-pegada-carbono/. National Chicken Council. 2022. US Broiler Performance. Disponível: https://www.nationalchickencouncil.org/statistic/us-broiler-performance/. Neeteson-van Nieuwenhoven, A.-M., Knap, P., Avendaño, S. 2013. The role of sustainable commercial pig and poultry breeding for food security. Animal Frontiers 3:52-57. OECD-FAO. 2021. OECD-FAO Agricultural Outlook 2021-2030, OECD Publishing, Paris. Disponível: https://doi.org/10.1787/19428846-en. Souza, E.M., Michelan Filho, T. 2004. Genética avícola. In: Mendes, A.A., Naas, I.A., Macari, M. Produção de Frangos de Corte. Campinas: FACTA, 2004. p. 23-35. Williams, A.G., Audsley, E., Sandars, D.L. 2006. Determining the environmental burdens and resource use in the production of agricultural and horticultural commodities. Main Report. Defra Research Project ISO205. Bedford: Cranfield University and Defra. Disponível: https://www.defra.gov.uk. Zuidhof, M.J., Schneider, B.L., Carney, V.L., Korver, D.R., Robinson, F.E. 2014. Growth, efficiency, and yield of commercial broilers from 1957, 1978, and 2005. Poult. Sci. 94:1389-1397.

A Revista do AviSite

49


Genética

Melhoramento Genético Holístico: equilíbrio entre eficiência biológica, saúde, bem-estar animal e sustentabilidade Santiago Avendaño

50

A Revista do AviSite


C

omo podemos produzir uma proteína saudável e suficiente para alimentar uma população estimada em 8,5 bilhões de pessoas até 2030, sem sobrecarregar o planeta? Para nós, da equipe Aviagen, a resposta passa por abordar o melhoramento genético de forma holística. A produção global de carne deve saltar para cerca de 44 milhões de toneladas até 2030 – um crescimento de 14% em relação aos números atuais – para atender à crescente necessidade por proteína. A avicultura impulsionará o crescimento do setor de proteína, contribuindo com mais de 50% da produção adicional. A maior parte da demanda e da produção avícola será proveniente dos países em desenvolvimento. Por isso, a adaptação ambiental e a rusticidade das aves serão fatores preponderantes. Nosso desafio será aumentar a produção de forma sustentável por meio do melhoramento genético da eficiência biológica, ao mesmo tempo em que haverá um efeito direto na redução da pegada de carbono e dos requerimentos agrícolas na produção de aves. A Aviagen® enfrenta esse desafio com uma abordagem de melhoramento genético holístico, aplicado há décadas. Isso se obtém equilibrando a melhoria em características relacionadas ao desempenho produtivo às que

promovem a saúde, o potencial reprodutivo e o bem-estar das aves, permitindo, dessa maneira, avanços nos pilares econômicos, sociais e ambientais da sustentabilidade. Um objetivo da nossa seleção, que é essencial para a produção sustentável de carne de frango, é a eficiência biológica. O índice de conversão alimentar (C.A.) é a relação entre a ração consumida e o peso vivo, e tem como objetivo requerer menos ração por unidade de peso vivo. A conversão alimentar é um dos fatores que mais contribuem para a sustentabilidade ambiental e econômica. Graças aos ganhos em conversão alimentar conquistados desde a década de 1970, conseguimos obter uma melhoria de 1,5 a 2 pontos por ano, o que significa uma redução de 15 a 20 gramas menos de ração por quilo de peso vivo. Convém destacar que, devido à forte ênfase em seleção para eficiência biológica, as previsões atuais de melhorias em conversão alimentar são de 2 a 2,5 pontos por ano. Os benefícios da melhoria em conversão alimentar na sustentabilidade são duplos. O primeiro deles é que os produtores avícolas entendem que a ração representa o maior custo para a avicultura. Portanto, melhorar a conversão alimentar beneficia diretamente seu resultado final e, por

conseguinte, no desempenho econômico das empresas. Em segundo lugar, a eficiência biológica é positiva para o nosso planeta. Menos ração significa uma redução de demandas agrícolas e também a diminuição na pegada de carbono, através de uma menor emissão de gases do efeito estufa e aves excretando menos resíduos como poluentes ambientais. Nossas estimativas indicam que o melhoramento genético da eficiência biológica resulta em uma redução anual de 1% na pegada de carbono da produção avícola. Em uma perspectiva histórica, isso significa que o frango de hoje produz 50% menos pegada de carbono do que o frango dos anos 70 – e o frango do futuro, em 2030, produzirá 20% menos pegada de carbono do que o frango atual. Isso torna a carne de frango, sem dúvida, uma das produções de carne mais sustentáveis do mundo.

Equilíbrio entre desempenho, sustentabilidade e bemestar A Aviagen adota uma abordagem holística e equilibrada para o melhoramento genético, com a definição de objetivos de seleção amplos que combinam diversas características relacionadas com o desempenho biológico, o rendimento

Globalmente, em resposta à crescente demanda, a produção de carne deve aumentar em 44 milhões de toneladas métricas até 2030, com 52% desse aumento representado pela avicultura.

A Revista do AviSite

51


Genética

O melhoramento genético da eficiência biológica resulta em uma redução anual de 1% na pegada de carbono da produção avícola.

e a qualidade da carne, a capacidade reprodutiva, a saúde e o bem-estar animal. Além disso, temos um portfólio genético amplo e diversificado. Isso nos permite satisfazer às exigências atuais dos mercados produtores em todo o mundo. Ao mesmo tempo, estamos preparados para adaptar nossas aves e seu potencial genético, assim como desenvolver também novos genótipos apropriados para novos requerimentos de um mercado em constante evolução, o que é essencial para o sucesso econômico de nossos clientes. Além de selecionar aves com excelente eficiência alimentar, escolhemos aquelas com fortes características de desempenho em matrizes e frangos de corte. Isso significa que a produção de pintos e ovos é alta, e que as aves mantêm uma taxa de crescimento saudável com o rendimento de carne igualmente favorável. Essas características elevam a sustentabilidade econômica de nossos clientes, além de aumentar a capacidade de alimentar o mundo.

52

A Revista do AviSite

Um aspecto chave do melhoramento genético é a melhoria simultânea do potencial genético do frango de corte e da reprodutora. O desafio é que essas características, assim como produção, saúde e bem-estar animal, estão correlacionadas de maneira antagônica. Lidamos com esses antagonismos selecionando aves que nos permitam progredir simultaneamente em ambas características. Assim, aspectos que são importantes para a produção estão equilibrados de maneira harmônica com características de reprodução, saúde e bem-estar das aves. Nosso objetivo de seleção inclui mais de 50 características que abrangem todos os aspectos biológicos de nossas aves. Escolhemos somente aves com excelente aptidão reprodutiva, cardiovascular e musculoesquelética, usando tecnologias avançadas, incluindo técnicas provenientes da medicina humana. Dessa forma, conseguimos fornecer aos produtores avícolas em todo o mundo uma genética adaptada à produção

sustentável para satisfazer uma demanda por carne de aves em rápida expansão, nutritiva e muito requisitada nos mais diversos mercados do planeta.

Santiago Avendaño é oriundo do Uruguai e ingressou na Aviagen em 2003, depois de se formar pela Universidade de Edimburgo com PhD em Genética Quantitativa e Análise de Genoma. Atualmente, ele é Diretor Global de Genética do Grupo Aviagen, responsável pelo desenvolvimento, avaliação e implementação de novas tecnologias nos programas de melhoramento genético da Aviagen. Santiago visitou distribuidores Ross ao redor do mundo, aprendendo com as experiências dos clientes e concentrando-se em incorporar estas experiências às ações da Aviagen no programa de melhoramento genético. Antes de ingressar na Aviagen, Santiago foi pesquisador e consultor técnico em bovinos e criação de ovinos em sistemas de produção baseados em pastagens pela América Latina.


XL

TRADICIONAL

Bandeja de ovos de pato / peru / ganso

Bandeja de ovos de galinha

QUAIL

MINI

Bandeja de ovos de codorna

CAIXA DE OVOS 360

Bandeja de ovos de galinha

200 ovos

Proteção perfeita do ovo devido ao design inteligente Forte e durável Fácil manuseio

GI-OVO - sales@gi-ovo.com - +31(0)88-030 89 00 A Revista do AviSite

53


Incubação

Diferenças na fisiologia embrionária entre as linhagens de matrizes pesada Guilherme Seelent*

54 A Revista do AviSite


C

onsiderando a seleção genética do frango de corte que se concentrou na busca de animais com maior ganho de peso, melhor conversão alimentar e maior rendimento de carnes nobres, principalmente carne de peito, algumas perguntas nos inquietam: Os embriões das linhagens atuais produzem mais calor do que os embriões das linhagens do passado? Seriam os embriões das linhagens comerciais de frango de corte diferentes em seu desenvolvimento, crescimento e perfil de nascimento? Tona

et

al.,

2004,

mostrou

que

linhagens de frangos de corte com diferentes perfis de crescimento apresentaram diferentes taxas metabólicas embrionárias. Foram avaliadas 3 linhagens, uma linhagem de reprodutoras pesadas padrão (selecionada para frangos de corte), uma linhagem experimental (linha de reprodutoras pesadas, selecionada para desempenho reprodutivo e viabilidade), e uma linhagem selecionada para crescimento lento. A produção total de calor embrionário nas 428 h de incubação até a eclosão foi significativamente diferente entre todas as 3 linhas (padrão > experimental > lenta).

Produção de calor (KJ/ovo/h)

FIGURA 1: ESPECIFICAÇÃO DE SE COMPARADA COM O SE TOTAL (%) DE VÁRIOS PRODUTOS COMERA FIG. 1 – NÍVEIS DE PRODUÇÃO DE CALOR EM EMBRIÕES DE LINHAGEM PESADA (S), LINHAGEM EXPERIMENTAL (E) E LINHAGEM DE CRESCIMENTO LENTO (L). CIAIS DE SELENOLEVEDURAS (SL)

Período de Incubação (h)

A Revista do AviSite

55


Incubação Sem dúvida, a temperatura é o fator mais crítico na incubação (Meijerhof, 2013). Vários experimentos e resultados de campo demonstraram que diferenças de frações de graus centígrados na temperatura influenciam o desenvolvimento embrionário (Romanoff, 1960), a eclodibilidade (Wilson, 1990), a qualidade do umbigo (Lourens et al., 2005, 2007; Hulet et al., 2007) e o desempenho pós-eclosão (Foote, 2014). A temperatura durante a incubação influencia o peso dos

órgãos, desenvolvimento do sistema cardíaco, dos músculos e tendões (Oviedo-Rondón, 2014). Especula-se que os embriões das linhagens modernas de frango de corte produzam mais calor do que as linhagens do passado. Isso pode causar superaquecimento podendo influenciar na mortalidade embrionária e a qualidade dos pintinhos eclodidos.

Tona et al., 2010 observou um comportamento similar quando comparou as duas linhagens. O autor observou um maior desenvolvimento no embrião Cobb nos primeiros 4 a 5 dias e um maior desenvolvimento no Ross na segunda semana de incubação. Foi observado ainda, um metabolismo

mais elevado e uma maior velocidade de desenvolvimento durante o último dia de incubação e no período perinatal para linhagem Cobb. Apesar de Hamidu et al., 2007 não ter observado diferenças quanto a condutância da casca, uma hipótese que explica essa diferença de perfil é a diferença nas

56

A Revista do AviSite

Hamidu et al., 2007, comparando a condutância da casca e o metabolismo embrionário das linhagens Cobb 500 e

Ross 308, não observou diferenças quanto a condutância da casca, consumo total de oxigênio, produção total de CO2, quociente respiratório médio e produção total de calor. Porém, quando analisou o perfil diário desses indicadores observou que há uma diferença entre as linhagens. Especialmente na troca gasosa diária, durante os últimos dias de incubação, bem como a produção de calor. A hipótese levantada pelo autor é de que os embriões Cobb teriam uma taxa metabólica mais alta.

características da casca do ovo observado nas duas linhagens, o que foi observado por De Ketelaere et al (2002), analisando 6 linhagens, sendo uma hipótese que devemos seguir analisando.


Produção de calor (KJ/ovo/h)

FIG. 2 – MUDANÇAS NA PRODUÇÃO DE CALOR EM RELAÇÃO AO TEMPO DE INCUBAÇÃO DE ACORDO COM A LINHAGEM

Período de Incubação (h) Uma diferença observada é que este metabolismo mais elevado e

crescimento mais rápido para o Cobb foi prolongado na primeira semana de

vida do pintinho, conforme podemos observar no gráfico abaixo.

Produção de calor (KJ/pinto/h)

FIG. 3 MUDANÇAS NA PRODUÇÃO DE CALOR EM RELAÇÃO AO NASCIMENTO E DE ACORDO COM AS LINHAGENS. A CADA MOMENTO DE PÓS-ECLOSÃO, UM ASTERISCO (*) INDICA DIFERENÇA ENTRE A PRODUÇÃO DE CALOR DO PINTINHO.

Idade dos pintinhos (h) A Revista do AviSite

57


Incubação Tona et al., 2010, ainda observou uma diferença no perfil de perda de peso na incubação, conforme podemos observar na tabela 2, bem como uma diferença

no período de incubação reforçando a diferença entre as duas linhas. Dessa forma, analisando os dados,

podemos concluir que as linhagens apresentam diferentes perfis de desenvolvimento. Essa diferença de perfil é observada na prática em

TABELA 2 – PESO DOS OVOS E PERDA DE PESO NA INCUBAÇÃO E PESO DE 1 E 7 DIAS CONFORME A LINHAGEM.

TABELA 3 – OCORRÊNCIA E DURAÇÃO DOS EVENTOS DO NASCIMENTO EM RALAÇÃO AS LINHAGENS.

incubatórios comerciais, que operam com grandes volumes de produção e nos remetem a necessidade de termos ajustes específicos para cada linhagem afim de obter o melhor resultado de ambas.

Sugerimos alguns pontos a serem considerados:

forma consistente e ajustar o período de incubação de acordo com o perfil de nascimento de cada linhagem. • Ajustar a temperatura dos nascedouros a fim de sempre manter os pintos confortáveis, com temperaturas de cloaca entre 39,5 a 40,6ºC.

• Incubar as linhagens em máquinas distintas, se possível dedicando grupos de máquinas por linhagem. • Observar o perfil de perda de umidade na incubação e ajustar de acordo com a necessidade de cada linha. • No caso de máquinas de estágio único, avaliar os programas para cada linhagem, conforme as monitorias de temperatura de casca. • Monitorar a janela de nascimento de

58

A Revista do AviSite

Guilherme Seelent é gerente Sênior e Especialista em Incubação da Cobb-Vantress no Brasil.

Para consultar a bibliografia completa acesse o QR Code ou o link no QR Code.


09 DE AGOSTO NO SIAVS 2022 Um importante encontro do setor de ovos no maior evento da avicultura e suinocultura do Brasil! Programação diversificada e grandes

expectativas aguardam os produtores

O evento acontecerá durante o SIAVS 2022, de 09 a 11 de agosto, no Anhembi Parque, em São Paulo.

tema Inovações na Produção de Ovos.

Inscrições gratuitas. Participe!

na 4ª edição do Simpósio OvoSite, com o

Saiba mais e inscreva-se em www.siavs.com.br

REALIZAÇÃO

A Revista do AviSite

59


Nutrição Animal

Estratégia nutricional reduz custos da ração e mantém desempenho animal

Estudos com uso do ácido guanidinoacético (GAA) na formulação de dietas para aves demonstraram redução dos custos da ração, mantendo o desempenho dos animais no campo, melhoraram o rendimento de carcaça e reduziram a incidência de miopatias nos abatedouros

A

combinação de preços já elevados dos grãos com a expectativa de novas altas tem tirado o sono do avicultor e levado a busca por estratégias nutricionais para reduzir o impacto destes aumentos nos custos de produção. Para se ter uma ideia, a nutrição já atinge cerca de 80% dos custos do frango. Então, o desafio é

60 A Revista do AviSite

fornecer uma dieta equilibrada, com o menor custo, produzindo ovos e carne que atendam aos requerimentos do consumidor moderno, maximizando o lucro e atendendo às exigências ambientais e de bem-estar animal, defende a médica-veterinária e gerente de Serviço Técnico da Evonik, Patrícia Tomazini Medeiros.

Ela destaca que a energia é responsável por aproximadamente 50% do custo da ração, o que significa que corresponde a um terço de todo o custo da produção de aves. Estudos conduzidos pela companhia apostam em medidas para reduzir os custos relacionados à energia da dieta, sem prejudicar o desempenho das aves, e assim aumentar


consideravelmente a receita dos produtores. “A energia já é o nutriente mais caro na formulação de dietas de aves e isso é improvável de mudar dada a forte concorrência por fontes de energia disponíveis para alimentação humana”. E, neste cenário, diante de tantas alternativas disponíveis no mercado, quais delas têm se mostrado mais eficientes? Uma estratégia nutricional com uso de ácido guanidinoacético (GAA) na formulação mostrou benefícios não apenas no campo, como também no abatedouro. Esta dieta contribuiu com uma importante redução dos custos da ração, manteve o desempenho das aves no campo, melhorou o rendimento de carcaça e reduziu a incidência de miopatias no frigorífico, anunciou Tomazini. “O GAA será transformado em creatina no metabolismo celular e terá um papel fundamental no transporte e doação do fósforo para a ADP, transformando-a em ATP. O GAA é estratégico porque atua no metabolismo energético dentro da célula, diferente do que ocorre com outras tecnologias, como as enzimas, por exemplo, que precisam de substrato para agir”, afirma a especialista. De acordo com este levantamento, a redução no custo da ração pode ser entre R$ 30 e R$ 35 por tonelada de ração. No abatedouro, essa estratégia foi importante também para reduzir os escores graves de miopatias peitorais, reduzindo assim as condenações de carcaças. “Isso dá milhões de economia no acumulado do ano”, ressalta Tomazini explicando que o GAA é uma suplementação de creatina que permite também um outro uso desta tecnologia. “O uso on top é indicado para melhorar o desempenho. Então, o produtor pode escolher qual estratégia adotar: redução do custo ou aumento de performance”. Para melhorar performance, a especialista menciona estudos que mostram melhoria de até cinco pontos na conversão alimentar em uma combinação de nutrição, manejo e ambiência adequados. “A Creatina é uma molécula essencial para o

Patrícia Tomazini Medeiros destaca que a energia é responsável por aproximadamente 50% do custo da ração

Estudos que mostram melhoria de até cinco pontos na conversão alimentar em uma combinação de nutrição, manejo e ambiência adequados

A Revista do AviSite

61


Nutrição Animal metabolismo de energia celular dos animais. Se a suplementação de creatina for limitada, a utilização da energia também será limitada. Com isso, a incorporação de aminoácidos (AA) na proteína muscular (para crescimento) e a eficiência da utilização de AA e energia é reduzida. E, se isso pode ser corrigido, espera-se um aumento do crescimento (muscular), redução da conversão alimentar e redução do custo de ração”, afirma.

GAA: O precursor da creatina A executiva explica que a creatina desempenha um papel fundamental no equilíbrio energético das células musculares. “Ela (a creatina) é sintetizada a partir do ácido guanidinoacético no fígado, que por sua vez é sintetizado a partir da arginina e da glicina no rim. Como a creatina não é estável nas condições atuais de fabricação de rações, foi desenvolvido o precursor da creatina, o ácido guanidinoacético”, pontuou Tomazini. Segundo ela, animais de crescimento rápido não tem toda a sua exigência de creatina satisfeita pela síntese de novo. “Estima-se que cerca de dois terços da necessidade diária de creatina seja suprida pela síntese endógena, enquanto o restante deve ser fornecido através da alimentação. A suplementação de GAA na ração compensa de forma prática a lacuna na exigência de creatina”. Na estratégia defendida, o ácido guanidinoacético é formado enzimaticamente a partir dos aminoácidos glicina e arginina no rim ou absorvido a partir do intestino. Aí, é transportado pela corrente sanguínea para o fígado, onde é transformado em creatina através de outra reação enzimática. “A creatina é então transportada pela corrente sanguínea para as células-alvo. A maior proporção (> 95 %) do pool de creatina (fosfocreatina/creatina) é encontrada no musculo esquelético e o restante no coração e no cérebro”, afirmou.

62

A Revista do AviSite

Um estudo, de 2018, realizado na Universidade da Carolina do Norte (EUA), que demonstrou que aves alimentadas com GAA apresentaram, além de melhoria em rendimento de peito, menor incidência e gravidade de peito amadeirado Além disso, ela menciona um estudo, de 2018, realizado na Universidade da Carolina do Norte (EUA), que demonstrou que aves alimentadas com GAA apresentaram, além de melhoria em rendimento de peito, menor incidência e gravidade de peito amadeirado. “Então, o GAA é um aditivo nutricional estratégico que proporciona excelente retorno sobre o investimento em função da energia e arginina da sua matriz nutricional, além dos benefícios obtidos no abatedouro”.

Frangos de corte e Matrizes Pesadas Melhora de cerca de 2,22% na eclodibilidade e 1,35% na fertilidade das aves são alguns dos benefícios do GAA em dietas de matrizes,

especialmente falando após às 40 semanas de idade do lote, quando ocorre uma queda natural destes indicadores. Neste caso, Patrícia menciona uma inclusão de um quilo por tonelada de ração para dietas de matrizes pesadas. Em ração de frangos de corte, a indicação é de 600 gramas por tonelada.


A Revista do AviSite

63


Nutrição Animal

A importância dos Prebióticos na Imunonutrição Os prebióticos, por definição, são carboidratos indigestíveis, sendo considerados fibras funcionais que não são digeríveis por bactérias patogênicas e não sofrem ação das enzimas digestivas das aves, sendo digeríveis pelas bactérias benéficas. Esses produtos têm um efeito benéfico sobre o hospedeiro (a ave), pois estimulam seletivamente o crescimento e atividade das bactérias benéficas e reduzem a colonização intestinal por bactérias enteropatogênicas Patricia Andrade Marchizeli

64 A Revista do AviSite


Um dos pontos-chaves para manutenção dessa harmonia está na saúde intestinal das aves e a busca pela “eubiose”, que nada mais é do que a manutenção do equilíbrio da microbiota intestinal. Este equilíbrio melhora as defesas imunológicas da ave e a digestão dos nutrientes, protegendo contra diversos desafios. O intestino é onde ocorre a absorção dos nutrientes provenientes da ração, sendo que o epitélio intestinal é a grande barreira responsável por evitar que patógenos, micotoxinas etc. invadam o organismo da ave. Vale ressaltar que 70% das células do trato gastrointestinal nas aves são células do sistema imune e, por isso, a manutenção da saúde e integridade intestinal é de suma importância. A nutrição tem papel fundamental para auxiliar na manutenção da eubiose e, consequente, melhora da imunidade das aves. Por meio da nutrição é possível usar ferramentas (aditivos nutricionais) para modular o sistema imune, o que influencia diretamente na busca de um melhor desempenho zootécnico em decorrência da diminuição do estresse imunológico da ave.

H

á muitos desafios a serem enfrentados na indústria de carne e ovos, pois sabemos que diversos fatores interferem no resultado final como manejo, nutrição, genética, sanidade e ambiência. Além desses fatores, existe a pressão dos consumidores por obter alimentos livres de antibióticos. Ainda que alguns melhoradores de desempenho possam ser utilizados na avicultura, os órgãos regulatórios estão cada vez mais restringindo as opções destas moléculas. Com isso, o desafio torna-se ainda maior, pois é importante considerar o equilíbrio entre alta produtividade, custo e segurança alimentar.

Atualmente temos diversos aditivos que podem ser incluídos via ração, dentre os quais os prebióticos, que podem ser utilizados isoladamente, ou ainda ter seus benefícios potencializados quando associados a outros aditivos como os probióticos (simbióticos), óleos essenciais, aditivos fitogênicos etc. Os prebióticos, por definição, são carboidratos indigestíveis, sendo considerados fibras funcionais que não são digeríveis por bactérias patogênicas e não sofrem ação das enzimas digestivas das aves, sendo digeríveis pelas bactérias benéficas. Esses produtos têm um efeito benéfico sobre o hospedeiro (a ave), pois estimulam seletivamente o crescimento e atividade das bactérias benéficas e reduzem a colonização intestinal por bactérias enteropatogênicas, alterando favoravelmente a microbiota intestinal, ou seja, melhorando a saúde intestinal da ave.

As principais fontes de prebióticos são alguns açúcares absorvíveis ou não, fibras, peptídeos, proteínas, álcoois de açúcares e os oligossacarídeos. As substâncias mais estudadas como aditivos em alimentação animal são os oligossacarídeos de cadeias curtas de açucares simples, especialmente os frutoligossacarídeos (FOS), glucoligossacarídeos (GOS) e Mananoligossacarídeos (MOS). FOS são polímeros ricos em frutose, podendo ser naturais, derivados de sementes e raízes de alguns vegetais como a chicória, cebola, alho, alcachofra, aspargo, cevada, centeio, grãos de soja, grão-de-bico e tremoço, ou sintéticos, resultantes da polimerização de frutose. Os GOS são obtidos a partir da parede celular de leveduras e contêm glucose e manose, como os dois principais açúcares. Os FOS e GOS possuem mecanismos similares de atuação, que servem de substratos para as bactérias benéficas, favorecendo seu desenvolvimento em detrimento às bactérias patogênicas. Os MOS são derivados de parede celular de levedura Saccharomyces cerevisae, que geralmente estão associados aos beta-glucanos. O MOS é a camada mais externa da parede celular da levedura, enquanto os beta-glucanos (1,3 e 1,6) formam a camada intermediária. Ele não é utilizado como substrato bacteriano, mas sim como sítio de ligação aglutinando bactérias patogênicas que possuem fímbria (como Salmonella e E. coli), evitando que estas se liguem ao epitélio intestinal e carreando-as para fora do corpo. Os beta-glucanos também são considerados prebióticos, são descritos como carboidratos que não são digeríveis pela maioria dos monogástricos e estimulam o crescimento de bactérias comensais no trato intestinal, contribuindo para a saúde intestinal da ave. São fibras insolúveis em água, que estão presentes na parede celular de diversos microrganismos, tais como fungos A Revista do AviSite

65


Nutrição Animal pluricelulares, leveduras, algas, bactérias e cereais (como cevada, aveia e centeio). Dependendo de sua estrutura molecular, têm a capacidade de desencadear reações metabólicas importantes no sistema imunológico. Assim como há diferentes fontes de beta-glucanos, a estrutura deles também varia conforme a origem, podendo exercer diferentes mecanismos de ações no organismo do animal. O glucano obtido de bactérias e algas apresenta uma estrutura linear, enquanto o beta-glucano extraído de leveduras, cogumelos, aveia e cevada apresenta estrutura ramificada. Os betaglucanos fúngicos têm ramos curtos, enquanto são longos nas leveduras. Os beta-glucanos não são ramificados na cevada, como na maioria dos grãos de cereais, mas unidos por ligações glicosídicas beta-(1,4) e beta-(1,3) lineares torcidas. Independente destas variações, diversas pesquisas já demonstraram a alta capacidade imunomoduladora de algumas fontes de beta-glucanos, o que faz com que eles venham recebendo cada vez mais atenção enquanto uma alternativa de aditivo modulador. Os beta-glucanos da levedura Saccharomyces cerevisiae são os mais amplamente estudados devido à alta disponibilidade da matéria prima no Brasil. Esta levedura é proveniente dos processos de fermentação alcoólica para produção de álcool combustível, pães e bebidas alcóolicas, o que favoreceu diversos estudos em nutrição animal, comprovando seus benefícios quanto à melhora na imunidade e desempenho das aves. A parede celular da levedura Saccharomyces cerevisiae contém em torno de 35% de beta-glucanos. Os provenientes de algas marinhas também estão sendo amplamente estudados como uma nova alternativa na nutrição animal devido a alta disponibilidade relacionada à sua estrutura linear. O efeito dos beta-glucanos está diretamente ligado ao tipo de ligações

66 A Revista do AviSite

(β- 1,3; 1,4 ou 1,6). São considerados moduladores ou estimulantes do sistema imune pois, ao serem reconhecidos pelo organismo, possuem a capacidade de desencadear uma série de funções na resposta imune (imunomodulação). São eficientes em animais imunocomprometidos, uma vez que estes ficam mais propensos a infecções por bactérias, fungos e vírus multirresistentes.

A ingestão contínua de beta-glucanos diminui os riscos de doenças em animais. Inúmeros estudos ressaltam a importância do seu efeito protetor ao organismo por essa modulação do sistema imune dos tecidos linfoides associados ao intestino, que são áreas permanentemente expostas a patógenos. Diversos trabalhos relataram aumento na titulação de anticorpos vacinal em aves que receberam betaglucanos, auxiliando na proteção do sistema imune.

rápido contra um processo infeccioso. Hoje, apesar de haver muitas dúvidas sobre os mecanismos de ação e sobre a complexa interação da microbiota com o hospedeiro, há muitos trabalhos científicos comprovando a eficácia de cada componente prebiótico, bem como demonstrando seu modo de ação. Diversas associações de aditivos estão sendo estudadas com os prebióticos e tem-se mostrado promissoras, já que existe um sinergismo entre os princípios ativos. Além disso, são opções 100% naturais e seguras que contribuem para a saúde e desempenho das aves, podendo atender as exigências dos consumidores.

Dependendo da concentração de betaglucanos e MOS, possuem efeito também na adsorção das micotoxinas. Sendo assim, a associação de MOS e beta-glucanos pode atuar de duas formas: - seja pela aglutinação das bactérias patogênicas, impedindo que estas se multipliquem e iniciem um processo infeccioso; - ou modulando e preparando o sistema imune para se defender melhor e mais

Patricia Andrade Marchizeli é gestora Técnica Aves Agroceres Multimix


A Revista do AviSite

67


Nutrição Animal

Existe mais selênio inorgânico na selênio-levedura do que se acreditava anteriormente? O selênio é um mineral essencial na nutrição animal, em grande medida devido a seu papel chave na defesa antioxidante, na imunidade e na modulação de processos inflamatórios Mohammed Amine HACHEMI; Mickaël BRIENS ; Michele DE MARCO.

P

or muitos anos, a eficiência das fontes de selênio orgânico (Se) – em particular, de selenoleveduras (SL) – foi vinculada ao nível de selenometionina (SeMet), fazendo com que a avaliação do teor e da forma de Se fosse crucial para garantir sua bioeficácia. Como essa composição e a especificação do produto são muito críticas, existe um nível regulatório europeu mínimo para as SL, que é de 97-99% do Se total sob forma de Se orgânico, bem como um mínimo de 63% do Se total como SeMet. Aperfeiçoamentos analíticos recentes permitiram que se medisse outra forma de Se inorgânico, ou seja, Se Elementar (Se0), antes não caracterizado em produtos. Quando aplicado às SL, melhora a diferenciação entre selênio inorgânico e orgânico e, portanto, devese levar em conta o Se0 para obter uma avaliação precisa da composição

68 A Revista do AviSite

variável de SL. Também poderiam surgir novas questões relacionadas à categorização dessas formas de Se e sua importância nutricional.

Introdução O selênio é um mineral essencial na nutrição animal, em grande medida devido a seu papel chave na defesa antioxidante, na imunidade e na modulação de processos inflamatórios. Dado que a maioria dos ingredientes de ração do mundo todo é deficiente em Se, a suplementação da dieta com Se é uma prática comercial padrão. O Se é incluído em premix para animais tanto em formas inorgânicas (sobretudo selenito de sódio), cuja bioeficácia é muito baixa, ou em formas orgânicas, tais como SL inativada, ou em formas quimicamente puras sintetizadas (SeMet, hidróxi-selenometionina: OH-

SeMet), conhecidas por sua bioeficácia mais elevada. Sabe-se que o teor de SeMet das SL varia muito de um fornecedor a outro, bem como entre bateladas de produção (Fagan et al. 2015). O processo de fabricação de SL inclui fornecer uma levedura de crescimento, principalmente Saccharomyces cerevisiae, ao Se inorgânico e permitir que a levedura sintetize certas quantidades de SeMet e a incorpore não especificamente às proteínas da levedura sob forma de SeMet. Sabe-se que a tecnologia para a produção da SL é bastante complexa, e que a eficiência da síntese de SeMet e de sua incorporação à levedura depende de muitos fatores (condições de fermentação, cepa da levedura, protocolo de adição de Se, meio de base, fonte de energia (melaço), pH, temperatura, velocidade de agitação, aeração, tamanho do inóculo, tempo


de incubação e concentração de Se inorgânico, que é altamente tóxico). É difícil padronizar o manejo de todos esses fatores, o que explica a grande variabilidade da eficiência do processo. Essa variabilidade leva a amplas variações no teor de SeMet, principal fator da bioeficácia do Se nos animais (De Marco et al. 2021). A composição em Se das 13 amostras comerciais frescas de SL de diferentes bateladas (CNCM I-3060, CNCM I-3399, NCYC R397, NCYC R645 e NCYC R646) foi pesquisada recentemente usando novos métodos analíticos de última geração. Essas SL são aprovadas como suplementos de ração com um requisito de especificação de produto de no mínimo 97% do total de Se sob forma de Se orgânico, bem como no mínimo 63% do total de Se como SeMet, de acordo com a regulamentação europeia.

Ainda é alta a variabilidade do teor de selenometionina em produtos de selêniolevedura A elevada variabilidade da proporção de SeMet nas SL já é conhecida há algum tempo. De fato, diversos estudos revisados por pares (peer reviewed), bem como opiniões abalizadas, relataram diferentes faixas de variabilidade (de 50 to 75%; Surai et al. 2018). Essa nova avaliação, realizada com produtos comerciais recém-adquiridos confirma que, embora a concentração de Se total dos produtos comerciais estava em acordo com as indicações da etiqueta, a citada variabilidade da proporção de SeMet é inerente ao processo produtivo. (Figura 1). Constatou-se que a porcentagem de SeMet variava de 19% a 72%, ao passo que as exigências europeias para as SL exigem um mínimo de 63%. Dos 13 produtos testados, oito apresentaram menos de 63% do total de Se sob forma de SeMet e não correspondiam às especificações do produto, e apenas cinco estavam acima desse nível mínimo de SeMet. Os diferentes fatores anteriormente mencionados explicam essa variabilidade.

A selenocisteína está presente em produtos de selênio-leveduras? O Se é um elemento não essencial para as leveduras porque, ao contrário de outros organismos mais elevados, as leveduras não têm genes que codifiquem selenoproteínas, que são as formas biologicamente funcionais de Se que têm a especificidade de conter um aminoácido selenocisteína (SeCis). Constatou-se recentemente que parte da SeMet presente nas SL também poderia ser orientada não especificamente para a via de transulfuração, assim resultando em incorporação não específica de SeCis a proteínas de levedura. Caso seja fornecida a animais, contudo, essa SeCis não pode ser armazenada da mesma maneira que a SeMet nem usada diretamente durante a síntese de selenoproteínas devido ao mecanismo de síntese obrigatoriamente in situ das selenoproteínas. De fato, está demonstrado que a SeCis da dieta é similar ao selenito de sódio em termos de bioeficácia animal (De Marco et al. 2021). Além disso, a proporção de SeCis tem sido relatada, de maneira geral, como sendo entre 10 e 22% em produtos de SL, embora as mais recentes mensurações tenham apontado a presença de apenas 1,2 a 6,6% de SeCis (Figura 1).

Há muitas outras espécies de Se orgânico em produtos comerciais de selênio-levedura As especificações das SL atualmente no mercado são de 97-99% de Se orgânico, principalmente SeMet (63%), e as demais espécies de Se orgânico costumam ser categorizadas como quantidades variáveis de SeCis, selenometabólitos solúveis em água e espécies desconhecidas de Se. Muitos desses outros compostos de Se orgânico foram relatados e caracterizados em diferentes SL. Hoje se pensa que as SL poderiam ser responsáveis por mais de 100 espécies de Se caracterizadas

qualitativamente. No entanto, embora contemos com tecnologias analíticas avançadas, ainda não foi obtido o equilíbrio de massa das espécies de Se orgânico identificadas e o Se orgânico total assumido. Portanto, mais pesquisas são necessárias para quantificar e caracterizar essas outras espécies de Se.

Quantificação de espécies clássicas de Se inorgânico em selênioleveduras De maneira geral, admite-se que os produtos de SL contém apenas concentrações residuais de Se inorgânico como selenito (Se-IV) ou selenato (Se-VI), o que foi confirmado pelo presente estudo de 13 amostras de SL (Figura 1). Até agora, quando avaliávamos a concentração de Se das SL só eram consideradas as proporções de Se total, SeMet e Se inorgânico (Se-IV e Se-VI). Contudo, essas proporções de Se inorgânico foram questionadas recentemente em virtude da disponibilidade de novos métodos analíticos avançados.

O Se elementar, nova espécie de Se inorgânico detectada em selénioleveduras, explica parte das “espécies desconhecidas de Se”. Em produtos à base de SL, o Se orgânico sempre foi considerado como a diferença entre o Se total e o Se inorgânico, onde, como já mencionamos, o Se inorgânico era limitado a Se-IV e Se-VI. Porém, como resultado do avanço dos métodos analíticos, foram recentemente relatadas a detecção e a quantificação exata do Se elementar (Se0) nas SL. Este Se0 recém-identificado constitui mais uma forma inorgânica de Se. Vacchina et al. 2021, desenvolveram há pouco tempo um método exato para quantificar o Se0 nas SL. Os autores constataram que a proporção de Se0

A Revista do AviSite

69


Nutrição Animal FIGURA 1: ESPECIFICAÇÃO DE SE COMPARADA COM O SE TOTAL (%) DE VÁRIOS PRODUTOS COMERCIAIS DE SELENOLEVEDURAS (SL)

A concentração de selenometionina (SeMet), selenocisteína (SeCis), Se elementar (Se0), selenito (Se-IV), selenato (Se-VI) e outras espécies de Se são expressas como % do Se total. A análise foi realizada usando a técnica HPLC-ICP MS para todas as espécies de Se, e ICP AES para o Se total. A linha pontilhada representa os limiares de % de SeMet em SL tais como informados na especificação do produto.

FIGURA 2: TEOR DE SE ORGÂNICO E INORGÂNICO COMPARADO COM O SE TOTAL (%) DE VÁRIOS PRODUTOS COMERCIAIS FRESCOS DE SELENOLEVEDURA (SL)

Se inorgânico (%) = Soma do Se elementar + selenito + selenato Teor de Se orgânico (%) = Se total– Se inorgânico

70

A Revista do AviSite


TABELA 1: TEOR DE SE ELEMENTAR (SE0) DE VÁRIOS PRODUTOS COMERCIAIS DE SELENOLEVEDURA (SL)

Amostras de selênio-leTeor (Se0) (mg/kg) vedura comercial

Teor (Se0) como % do Se total

SL-A

206

8,70%

SL-B

116

5,50%

SL-C

156

7,70%

SL-D SL-E SL-F SL-G SL-H SL-I SL-J SL-K SL-L SL-M

73

3,60%

247

13,00%

664

51,80%

641

29,90%

196

8,60%

255

9,10%

345

11,40%

177

8,40%

377

18,10%

139

6,70%

Técnicas analíticas avançadas revelaram níveis mais altos de Se inorgânico em selênioleveduras do que se acreditava inicialmente presente em sete SL representa, em média, 10-15% do Se total e poderia representar até 40%. O Se0 foi medido recentemente em 13 amostras comerciais de SL, usando o mesmo método; foi demonstrado que a proporção de Se0 variava entre 3,6% e 51,8% (Tabela 1). Considerando a soma das espécies de Se inorgânico (Se-IV, SeVI e Se0), a proporção de Se orgânico em todos os produtos foi muito inferior à especificação de 97%, (Figura 2). Quando se leva em conta a mistura de fermentação complexa usada no processo de produção de SL, assim como o fato de que o selenito de sódio

(a fonte de Se na produção de SL) pode ser reduzido a Se0 por vários agentes redutores, é muito provável que ocorra uma reação de precipitação de Se sob forma de Se0. Portanto, a concentração de Se0 agora pode ser medida usando novas técnicas analíticas avançadas. Além disso, está demonstrado que as fontes de Se orgânico puro, inclusive SeMet, Zn-SeMet e OH-SeMet, não contêm Se0 detectável. Na verdade, essas formas puras só entregam Se como SeMet, que é um importante passo na construção de reservas de Se no corpo ; isto, em troca, pode ajudar a atenuar o impacto das condições de estresse

comercialmente relevantes, melhorar a adaptabilidade dos animais e ajudar a manter sua saúde, o que contribui para sua produtividade e desempenho reprodutivo.

Conclusão Os avanços recentes em metodologias analíticas propiciaram a determinação cada vez mais exata, confiável e abrangente da composição das SL. Essas análises revelam a presença de Se0 inorgânico, o que explica grande parte das espécies de Se antes desconhecidas. Essas descobertas demonstram que os produtos de SL usados na nutrição animal contêm muito menos do que 97% do Se total como Se orgânico. Assim sendo, é preciso rever a proporção de Se inorgânico nos produtos de SL e, possivelmente, deva ser realizada uma caracterização completa das espécies de Se orgânico. Segundo essas constatações, a caracterização da SL como forma plenamente orgânica de Se pode ser questionada e, por conseguinte, os usuários finais e a indústria têm a oportunidade de fazer uma escolha mais ponderada ao decidir o quanto investir em uma forma orgânica de Se.

Autores: Mohammed Amine HACHEMI, DMV P&D Gerente de Projeto de Nutrição Animal da Adisseo amine.hachemi@adisseo.com Mickaël BRIENS, PhD P&D Gerente de Soluções Antioxidantes da Adisseo mickael.briens@adisseo.com Michele DE MARCO, PhD Gerente Categoria Global de Soluções Antioxidantes da Adisseo michele.demarco@adisseo.com

Referências Surai, F. Peter; I. Kochish, Ivan; I. Fisinin, Vladimir; A.Velichko, Oksana (2018) Selenium in Poultry Nutrition. From Sodium Selenite to Organic Selenium Sources. In : The Journal of Poultry Science, advpub. DOI: 10.2141/jpsa.0170132. Fagan, Sheena; Owens, Rebecca; Ward, Patrick; Connolly, Cathal; Doyle, Sean; Murphy, Richard (2015) Biochemical Comparison of Commercial Selenium Yeast Preparations. In : Biological trace element research, Ahead. DOI: 10.1007/s12011-015-0242-6. De Marco, Michele; Conjat, Anne-Sophie; Briens, Mickaël; Hachemi, Mohammed Amine; Geraert, Pierre-André (2021) Bio-efficacy of organic selenium compounds in broiler chickens. In : Italian Journal of Animal Science, vol. 20, n° 1, p. 514–525. DOI: 10.1080/1828051X.2021.1894994. Vacchina, Véronique; Foix, Dominique; Menta, Mathieu; Martinez, Hervé; Séby, Fabienne (2021) Optimization of elemental selenium (Se(0)) determination in yeasts by anion-exchange HPLCICP-MS (7).

A Revista do AviSite

71


Cobertura: Simpósio Brasil Sul de Avicultura

22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura reúne mais de 2 mil profissionais em três dias de evento SBSA ocorreu em Chapecó e teve recorde de público presencialmente. De forma virtual, mais de 640 pessoas acompanharam as palestras e os eventos paralelos. Site teve mais de 5,4 mil acessos 72

A Revista do AviSite


O

22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), um dos maiores encontros do setor avícola latino-americano teve recorde de público na sua primeira edição depois de dois anos de pandemia. Durante três dias, passaram pelo Parque de Exposições Tancredo Neves, em Chapecó (SC), mais de 2 mil profissionais. Virtualmente, mais de 640 pessoas acompanharam o SBSA e os eventos paralelos. Além disso, mais de 5,4 mil usuários acessaram o site do evento. Os acessos ocorreram em diversos países, entre eles Brasil, Paraguai, Peru, Argentina, Equador, França, México, Colômbia, Uruguai, Venezuela, Estados Unidos e Itália. Paralelamente, ocorreu a 13ª Brasil Sul Poultry Fair, que reuniu mais de 70 empresas nacionais e multinacionais de genética, sanidade, nutrição, aditivos e equipamentos para a avicultura. O

público também pode conferir, na Granja do Futuro, uma novidade no evento, tecnologias para monitorar, controlar, gerenciar e, assim, tornar mais eficiente cada processo de produção. Os visitantes puderam participar, ainda, dos eventos paralelos promovidos por empresas do setor.

apresentar a Granja do Futuro e dispusemos de melhor área de estacionamento. Finalizamos o evento com a sensação de dever cumprido, mas com a responsabilidade de inovar e aprimorar para que nas próximas edições possamos oferecer uma experiência ainda melhor”.

A promoção foi do Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), que após dois anos sem realizar o SBSA presencialmente devido à pandemia, inovou ao fazer um evento híbrido. O presidente Lucas Piroca frisou que a mudança de local – tradicionalmente o SBSA ocorria no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes (que está em reforma) – trouxe limitações e ao mesmo tempo oportunidades. “Ocupamos uma estrutura que necessita de melhorias, mas nela pudemos ampliar a feira, ter mais espaço para os participantes,

Lucas Piroca, presidente do Nucleovet

A Revista do AviSite

73


Cobertura: Simpósio Brasil Sul de Avicultura O SBSA apresentou as últimas tendências do mercado mundial da avicultura. A programação científica foi dividida em quatro módulos: mercado, abatedouro, sanidade e manejo e nutrição. Alguns dos maiores especialistas da avicultura mundial debateram mercado de carnes, logística, comunicação entre o agro e a sociedade, cenário mundial e o agro brasileiro, sistema de inspeção, qualidade de pintos na primeira semana, manejo pré-abate, problemas respiratórios, alternativas a antibióticos, impactos da retirada dos antimicrobianos, adenovírus aviário, vacina e saúde intestinal, aquecimento e qualidade de ar, empenamento em frangos de corte, qualidade de água, bem-estar e saúde intestinal. O presidente da Comissão Científica, Guilherme Lando Bernardo, ressaltou o papel do Nucleovet em difundir conhecimento para quem atua na cadeia avícola. “Ao eleger os temas e elaborar a programação, levamos em consideração os anseios dos profissionais do setor e sua aplicação prática. Nossa intenção é proporcionar informações com a melhor qualidade possível para que os profissionais multipliquem o que vão aprender e transformem isso em ações”. O 22º SBSA teve apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina (CRMV/ SC), da Embrapa, da Prefeitura de Chapecó, do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).

O agro brasileiro e o novo cenário mundial A firme demanda pelo agro brasileiro na Ásia e na China, os desequilíbrios e as volatilidades provocadas pela pandemia e a pela guerra entre Rússia e Ucrânia, a produção, os mercados agropecuários e a avicultura foram temas abordados pelo professor de

74

A Revista do AviSite

Marcos Sawaya Jank, na palestra de abertura do 22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA)

agronegócio global do Insper e coordenador do Centro Insper Agro Global, Marcos Sawaya Jank, na palestra de abertura do 22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA).

mercado. Entre eles estão a produtividade, os custos de produção e a infraestrutura. É preciso investir mais em sustentabilidade, em acesso a mercados e na melhoria de imagem.

Jank explanou sobre “O agronegócio brasileiro frente ao novo cenário mundial”, trazendo reflexões e provocações para o público do SBSA. Ele expôs que o saldo da balança comercial brasileira em 2021 foi de US$ 120,8 bilhões em exportações, com destino para mais de 200 países, sendo os principais mercados a China, a Ásia e a União Europeia.

O cenário mundial é marcado por fortes instabilidades ocasionadas pela pandemia e pela guerra. De acordo com Jank, o mundo redescobriu que commodities são fundamentais para a humanidade. “Temos alta de preços de commodities e de matérias-primas, além de rupturas nas cadeias globais de suprimento, com desequilíbrios de oferta e demanda em produtos agropecuários, energia, fertilizantes, defensivos, máquinas, etc, além do aumento de custos”, expôs, ao acrescentar o agravamento de pressões

O Brasil é o terceiro maior exportador do mundo. Porém, tem desafios pela frente para continuar competitivo no

Tradicionalmente, em todos os Simpósios que promove, o Nucleovet doa parte do valor das inscrições pagas para entidades. Nesta edição do SBSA, a comissão organizadora definiu por fazer a doação para a APAE de Chapecó e para o Programa Viver.


inflacionárias no Brasil e no mundo, a elevação de juros e a desaceleração das principais economias. “A covid-19 ainda é uma preocupação, devido as variantes e retorno de casos em algumas localidades, assim como o impacto fiscal, provavelmente agravado em ano eleitoral e, no Brasil, ainda temos as reformas que não avançaram”. Para os mercados agropecuários do Brasil e do mundo, o palestrante realçou que há fatores de crescimento, a exemplo dos preços internacionais em alta, aumento da demanda global, especialmente na Ásia e na China, e o impacto da Peste Suína Africana que aumentou a demanda por proteínas. Entretanto, chamou a atenção para fatores de risco, como o aumento do protecionismo em alguns países, inflação de alimentos e perda do poder aquisitivo da população no pós-covid, custos altos de insumos, máquinas e equipamentos, fretes e riscos de desabastecimento. Mercados potenciais para o Brasil são a Ásia e a África, locais com grande concentração populacional e com pouca terra e água disponíveis para produção. “A China tem 20% da população mundial, 10% das terras aráveis e 5% da água”, observou Jank, ao acrescentar que o oriente médio é um mercado importante e que o potencial para o Brasil é infinito, o que o país precisa é atuar no acesso aos mercados.

Proteína de aves é o futuro de carnes no mundo Perspectivas da produção de carnes, consumo e custos até 2050 foram apresentadas na primeira palestra da programação científica do 22° Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA). O especialista Osler Desouzart, bacharel em direito, com titulação superior em marketing e curso de gerência de exportação e importação, explanou sobre “Mercado de carnes no mundo”.

De acordo com Desouzart, nos próximos dez anos a China consolidará sua posição como potência econômica mundial, a Ásia será cada vez mais importante como mercado de demanda de alimentos e as Américas serão o principal fornecedor. “O Brasil depende da China para suas exportações e esta depende do Brasil para seu abastecimento, mas interdependência gera bons negócios”, frisou. Para o palestrante, os Estados Unidos e o Brasil liderarão as exportações mundiais de grãos e carnes, porém, ele enfatizou que o Brasil deve priorizar a Ásia para seu agronegócio. Desouzart afirmou que os preços dos grãos de rações, principalmente milho e soja, permanecerão elevados este ano e provavelmente também em 2023. Por isso, investir em ciência e tecnologia é fundamental. O especialista citou três grandes desafios que o agronegócio superou: a peste suína africana, a pandemia e a recessão econômica causada pelos lookdowns. “Aprendemos a conviver e superamos essas crises. Não faltou alimento e o setor continuou trabalhando”, enfatizou. Segundo ele, a carne de aves será a mais consumida no mundo até 2050. “Os produtos de origem animal vêm ganhando mais espaço na alimentação humana”, frisou, ao acrescentar que o motivo do crescimento do consumo de aves não é o preço, como muitos pensam. Desouzart expôs que em 2018 a produção de frango foi registrada em 208 dos 214 países e territórios que reportaram a produção de qualquer tipo de carne. “O frango é acessível, disponível, fácil de encontrar, conveniente, versátil, fácil para o consumidor preparar e seu sabor é geralmente universalmente aceito”. Além disso, o frango não sofre nenhuma restrição religiosa quanto ao seu consumo e é considerado uma carne saudável e com baixo teor de gordura. Mais produtos de frango foram colocados no mercado desde a

Osler Desouzart

década de 1990 do que todas as outras carnes combinadas. “Essa constante inovação viabiliza seu consumo várias vezes por semana sem monotonia para o consumidor”, realçou o especialista. Desouzart destacou que além desses benefícios, as aves, especialmente os frangos, requerem menos recursos naturais na sua produção do que todas as outras espécies de animais terrestres. “Dispomos de 12% das águas renováveis do mundo. A Ásia e a África concentrarão 89% do crescimento demográfico até 2050 e essas regiões não dispõem de água suficiente para a migração da dieta de suas populações para maior ingestão de produtos de origem animal. A Ásia responderá por 62% do aumento do consumo mundial de carnes na próxima década”, disse, ao reforçar a importância desse mercado para o Brasil.

Desafios de logística A burocracia excessiva, a insegurança jurídica e o complexo sistema tributário estão entre os principais entraves para nossa cadeia produtiva aumentar seu potencial. É driblando essas ineficiências do Custo Brasil e apostando em tecnologia que os setores logísticos poderão se aperfeiçoar A Revista do AviSite

75


Cobertura: Simpósio Brasil Sul de Avicultura

Ricardo Souza debateu os principais entraves logísticos da cadeia produtiva

e fazer com que a produção nacional encare os principais concorrentes globais com mais competitividade. O assunto integrou a programação do Bloco Mercado, do primeiro dia do 22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA). O especialista em logística nacional e internacional, Ricardo de Souza, apresentou ao público custos operacionais no Brasil, a infraestrutura logística no País, estabeleceu comparativos com a realidade nos Estados Unidos e, ainda, compartilhou processos adotados pela Aurora Coop e iniciativas inovadoras que a cooperativa tem praticado neste segmento. Nosso País ainda tem muito para avançar enquanto estrutura e desburocratização em termos logísticos. De acordo com dados trazidos por Ricardo, o custo logístico no Brasil hoje supera 12% do PIB e é 58% mais caro que nos Estados Unidos. Sendo que 6,8% desse total são gastos somente com transporte, enquanto nos EUA esse custo bate 5%, uma diferença de 1,8%, que equivale a R$ 156,6 bilhões. “Nossa grande dificuldade em termos estruturais, hoje faz com que nossos

76

A Revista do AviSite

custos aumentem muito, seja por causa de rodovias precárias ou fatores como a baixa disponibilidade de outros modais, como ferrovias e hidrovias. Esses meios de transporte alternativos agora até começam a ganhar um ânimo diferente e novos projetos, como a ferrovia para ligar Chapecó a Cascavel, no Paraná, mas que será uma realidade somente em longo prazo”. Por isso, enquanto obras como essa não se concretizam, o setor privado não pode ficar parado esperando. “Para manter a economia efetiva, com empresas saudáveis, nós, o setor privado, temos que efetivamente tomar a ponta. O privado tem que mostrar o caminho, dar o direcionamento para que o setor público possa nos auxiliar naquilo que for possível”, salientou Ricardo.

Manejo adequado melhora desempenho do frango de corte As boas práticas desempenhadas em cada etapa do processo produtivo têm consequência direta na produtividade e desenvolvimento das aves. O cuidado com aquecimento e qualidade de ar na fase inicial do frango de corte é fator fundamental para que o lote atinja seu potencial. Por isso, o 22° SBSA trouxe o médico-veterinário, supervisor regional de Serviços Técnicos e especialista em frangos de corte da Aviagen no Brasil, Rodrigo Tedesco Guimarães, para abordar o tema no bloco Manejo e Nutrição.

Para além dos investimentos públicos em infraestrutura, as empresas precisam buscar soluções tecnológicas para resolver seus gargalos. Citou como exemplo uma empresa que investiu em tecnologia artificial para desempenhar uma tarefa de documentação no setor de exportação, reduzindo de 40 para 10 minutos o preenchimento de dados e trazendo mais segurança para a operação. A cooperativa também é uma das primeiras do País a implantar veículos 100% elétricos. “São alternativas que ajudam a manter a competitividade em relação aos outros países”. O especialista ainda chamou a atenção para a mudança na dinâmica de logística e consumo acelerada pela pandemia. Segundo Ricardo, as empresas precisam estar mais atentas e próximas do consumidor, estreitar relações e estar prontas para se adaptar às novas exigências do mercado. “Uma agroindústria, por exemplo, vai ter que ser além de uma fornecedora de alimentos, uma empresa de tecnologia. Isso é inevitável. Precisamos sim de mais estrada, mas também necessitamos de mais tecnologia e flexibilidade, além de estar perto do consumidor e conhecer suas necessidades”, pontuou.

Rodrigo Tedesco Guimarães, especialista em frangos de corte da Aviagen

Tedesco abriu a palestra salientando que, antes de se pensar na temperatura do alojamento, é necessário garantir as condições corretas de ambiente nas etapas anteriores da cadeia avícola. Ele revisou pontos importantes da área de incubação e transporte das aves de 1 dia e tratou os impactos da umidade e da temperatura no peso, conversão alimentar e mortalidade dos pintinhos. O controle do ambiente é um dos principais desafios da avicultura moderna, especialmente por conta das variações climáticas enfrentadas em cada estação do ano. “Cada aviário


deve ter capacidade de aquecimento mais do que suficiente para garantir o fornecimento da ventilação necessária e conservar a temperatura independentemente da temperatura externa. A temperatura, umidade e qualidade do ar deve ser a mais homogênea possível dentro da área de alojamento e para isto é fundamental que a distribuição do ar quente ocorra de maneira igual e a dinâmica do ar quando em ventilação mínima ou de transição seja correta, pois se não conseguirmos isto, teremos comprometido o crescimento e a uniformidade das aves.” Nos primeiros dias de vida das aves, a atenção com o aquecimento deve ser redobrada, isso porque os pintinhos são mais propensos a sofrer caso as condições de temperatura e ambiência não sejam corretas. “Para se ter êxito no aquecimento da fase inicial é fundamental que o cálculo para a definição da capacidade de aquecimento tenha levado em conta os desafios ambientais, como a temperatura mínima no período de inverno, e as características dos materiais utilizados na construção do aviário, por exemplo, capacidade de isolamento térmico de cada material”, afirmou.

as aves em conforto térmico”, afirmou o especialista. Tedesco ressaltou que a observação do comportamento das aves é o principal caminho para saber se a ventilação e a temperatura estão adequadas ou precisam ser revistas. “Use o comportamento das aves para determinar a condição correta. Observe o galpão, entenda se as aves estão distribuídas uniformemente, se elas estão se comportando de forma desejada e como está a atividade nos comedouros e bebedouros”, finalizou.

Novidades no sistema de inspeção e manejo de pintinhos O sistema de inspeção pelo autocontrole e a qualidade de pintos na primeira semana foram os temas de palestras do Bloco Abatedouro. A médica-veterinária Liris Kindlein apresentou uma nova metodologia de inspeção do Ministério da Agricultura (MAPA) que funciona com base num sistema de autocontrole. Comparou as diferenças entre a inspeção tradicional e essa versão moderna, o papel dos setores público e privado, que serão os atores envolvidos, como implantar e os benefícios e desafios deste processo.

A temperatura da cama quando é feito o alojamento dos pintinhos é imprescindível, por isso o préaquecimento do aviário é obrigatório. “Os galpões devem ser pré-aquecidos por tempo suficiente para que se atinja a temperatura ideal da cama, de pelo menos 28 a 30°C, antes da chegada dos pintinhos. A temperatura e a umidade relativa (UR) devem ser estabilizadas nos valores recomendados para garantir um ambiente confortável para os pintinhos, na chegada ao aviário.”

A principal mudança prevista pela nova norma é que a execução da inspeção será feita pela empresa, enquanto o órgão oficial será o auditor dessa inspeção. “O Ministério da Agricultura fará a vigilância, conferindo se os processos estão sendo cumpridos. Então haverá essa coresponsabilidade de ambos os setores, dividindo tarefas e trazendo mais eficácia para salvaguardar a saúde do consumidor e oferecer um produto com segurança alimentar”.

O sistema de ventilação não fica para trás na ordem de importância. “É uma ferramenta de manejo usada para tentar oferecer o máximo de conforto às aves, independentemente das condições ambientais. A ventilação tem como finalidade manter os níveis adequados de qualidade do ar e manter

Uma das principais estratégias do sistema de inspeção moderno é ganhar flexibilidade nas decisões ao passar essa gestão para a empresa, além de agilidade. “Isso faz com que a gente tenha vários benefícios. Ao flexibilizar, é possível adequar o processo a cada

Andrew Bourne abordou a importância dos cuidados com os pintos nos primeiros sete dias.

realidade, permitindo, por exemplo, que a empresa defina a velocidade de abate, uma questão extremamente importante para o setor. Desta forma, há um maior aproveitamento de proteína animal, reduzindo desperdício e otimizando custos”, destacou Liris. De acordo com a especialista, o autoconhecimento é imprescindível para implantar este sistema. “Autocontrole nada mais é que um programa de avaliação e classificação de aves depenadas, carcaças, partes de carcaças e vísceras. A eficácia vem, porque mantenho a velocidade de abate e tenho flexibilidade para especificar necessidades de acordo com meu lote. Para acessar esses benefícios, a empresa precisa se autoconhecer, levantando dados históricos, determinando limites críticos a partir do levantamento de dados para cada etapa do processo e aprimorando monitorias com foco em prevenção”. O especialista em frangos de corte da Cobb-Vantress, Andrew Bourne, abordou a importância dos cuidados com os pintos nos primeiros sete dias para garantir mais qualidade da

A Revista do AviSite

77


Cobertura: Simpósio Brasil Sul de Avicultura “O primeiro objetivo é acelerar o crescimento precoce. É preciso estimular a alimentação e o consumo de água, pois neste período é desenvolvida a uniformidade do lote e a ave é preparada para o ciclo posterior”, explicou. Andrew também apresentou estudos relacionados à temperatura, sistema de controle de ventilação e de iluminação na criação de aves de corte. “A temperatura impacta diretamente no desempenho do frango. Sem a temperatura ideal, você reduz a atividade da ave, aumenta o estresse, compromete a alimentação, a uniformidade e aumenta a mortalidade. Por isso, corrigir a temperatura é essencial para evitar futuros problemas e condenações”. O especialista alerta que para fazer este manejo de forma eficaz, o produtor tem que entender as particularidades

da sua granja. “Nós até podemos entregar diretrizes de temperatura, mas cada granja, cada lote, terá suas peculiaridades e o produtor precisa estar atento para esses detalhes a fim de aumentar o conforto da ave, consequentemente, alcançar melhores resultados na qualidade da carcaça”, concluiu.

Problemas respiratórios Dos problemas que podem ocorrer em granjas avícolas, as doenças respiratórias são um dos principais, podendo levar a perdas econômicas e de produtividade. O doutor em microbiologia veterinária e diretor técnico do MercoLab, Alberto Back, palestrou sobre “Problema respiratório a campo: bronquite X E. coli”. O especialista falou sobre alguns problemas de bronquite que ocorreram no Paraná e fez uma análise sobre os

estudos para isolamento e caracterização da Escherichia coli, aspectos fundamentais para entender o vírus e seu tratamento. Salientou que a biologia molecular avança a passos largos e que estão surgindo novas ferramentas para fazer sequenciamento genético e identificar as variáveis da E. coli. “A subtificação da E. coli é importante para os estudos de patogenicidade, para a rastreabilidade e para o estabelecimento de programas de controle”. Back enfatizou que os agentes respiratórios na cadeia avícola, principalmente o vírus da bronquite infecciosa, têm que estar sob constante vigilância e monitoramento. “A E. coli também precisa ser monitorada para entender a patogenicidade e estabelecer programas de rastreabilidade”, reforçou.

Granja do Futuro traz o que há de mais inovador na avicultura Tecnologias para monitorar, controlar, gerenciar e, assim, tornar mais eficiente cada processo de produção. Essa é a Granja do Futuro, a mais nova atração do 22° Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), que reuniu oito expositores e tudo o que há de mais inovador na cadeia avícola. Todos os inscritos no simpósio tiveram acesso gratuito ao local, onde encontram tecnologias de automação, big data, genética, além de equipamentos como comedouros, bebedouros e painéis de controle.

78

A Revista do AviSite


Empresas apresentam novidades na 13ª Brasil Sul Poultry Fair Feira reuniu mais de 70 expositores durante a 22ª edição do Simpósio Brasil Sul de Avicultura

N

utrição animal é um tema sempre em evidência na produção avícola e representa um dos principais custos. Na 13ª Brasil Sul Poultry Fair, evento paralelo ao 22°

Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), os visitantes e congressistas puderam conferir opções apresentadas por diversas empresas.

A feira foi um espaço onde as empresas geradoras de tecnologias apresentaram suas novidades e seus produtos, permitiram networking e o aprimoramento técnico dos congressistas.

Vetanco comemora participação no SBSA com resultados positivos

I

ratíficas, destinada ao uso em frangos de corte, postura comercial e matrizes pesadas. “Consideramos nossa participação no Simpósio um grande sucesso. Conseguimos atingir plenamente nossos objetivos como o contato com clientes e também, para muitos deles, apresentar a Biotech Vac Salmonella”, comenta o Diretor Técnico/Comercial da Vetanco, Tiago Urbano.

novação, conhecimento, networking, experiências e tecnologias são palavras utilizadas para descrever o 22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA). Não por acaso, também expressam a participação da Vetanco neste evento. Ao falar em inovação e tecnologias, o destaque vai para o lançamento oficial da Biotech Vac Salmonella, produto com tecnologia revolucionária que integra a nova geração de vacinas contra salmonelas pa-

A Revista do AviSite

79


Cobertura: Simpósio Brasil Sul de Avicultura

Cobb-Vantress debate manejo na primeira semana e participa da primeira edição da Granja do Futuro

A

Cobb-Vantress apresentou no espaço da Granja do Futuro uma nova linha de frango de corte chamada CobbMale, que consome menos e ganha mais peso, atingindo uma melhor taxa de conversão alimentar. De acordo com estudos realizados pela empresa em campo, a conversão alimentar do CobbMale melhorou em média até três pontos e o ganho de peso diário foi, em média, até dois gramas melhor. O CobbMale tem se mostrado com melhor desempenho zootécnico, mantendo a mesma qualidade metabólica da linhagem anterior. Por ter excelente eficiência alimentar, o produtor pode utilizar rações mais baratas. Isso se transforma em lucro, com melhor conversão alimentar e dieta de baixo custo. A companhia também disponibilizou aos visitantes um óculos 3D, para que pudessem conhecer o interior de um aviário. “Nós trouxemos um tour virtual para as pessoas verem como é uma ‘granja de bisavós’ e incubatório, que têm um acesso mais restrito por questões de biosseguridade”, afirmou o diretor associado de marketing para América do Sul da Cobb, Cassiano Bevilaqua. Além do espaço na Granja do Futuro, a Cobb-Vantress participou do Simpósio

80 A Revista do AviSite

Brasil Sul de Avicultura com a palestra: “Qualidade de pintos na primeira semana: reflexos no abatedouro”, ministrada pelo especialista em frangos de corte da empresa, Andrew Bourne, no dia 6 de abril. Bourne atua no suporte técnico mundial na Cobb e tem experiência em manejo de frangos, ventilação e novas tecnologias, possui 25 anos de experiência em produção de frangos e serviços técnicos. O especialista apresentou detalhes de manejo dos pintinhos para que tenham o máximo desempenho na granja e na planta de processamento. Para Bourne há um tripé que precisa ser valorizado nesse contexto: o Brooding (alojamento); a alimentação precoce e o conforto térmico a partir do controle de temperatura no decorrer das estações do ano e estágio de desenvolvimento das aves. A ideia da Cobb-Vantress foi evidenciar a importância da implementação de um programa de manejo que garanta o desempenho inicial, juntamente com um forte entendimento dos fundamentos do gerenciamento de temperatura. O que ajuda a maximizar a uniformidade dos frangos de corte e garantir a boa qualidade da carcaça no abatedouro.


Aviagen lança campanha “Ross 308 AP: Resultados a Olhos Vistos” durante o SBSA

F

irmando sua tradicional parceria junto à organização do evento, a Aviagen participou ativamente do SBSA por acreditar no trabalho sério do Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) em prol da avicultura. “O Simpósio Brasil Sul de Avicultura é um dos melhores eventos do setor no Brasil, já consolidado e, por este motivo, a Aviagen patrocinou o evento e, pela terceira vez, foi a responsável pelo transporte oficial, serviço que temos aprimorado ano a ano para superar as expectativas dos participantes”, afirma o gerente Comercial da Aviagen no Brasil, Luiz Mansano. Além do transporte oficial dos participantes, a empresa levou ao público presente sua nova campanha de marketing. “Lançamos no SBSA a campanha ‘Ross 308 AP – Resultados a Olhos Vistos’, com foco em resultados de matrizes, frangos de corte e rendimento em abatedouro. A nova campanha terá desdobramentos e diversas ações de marketing durante o ano”, afirmou Fábio Carnevale, gerente de Marketing da Aviagen na América Latina. “Além dos dados em nossa base, a própria retroalimentação de nossos clientes reconhece o Ross 308 AP como o produto com a melhor performance do mercado e o menor custo em toda a cadeia produtiva”. Carnevale ainda explica que a Aviagen entende, com base no feedback do setor, que o produto Ross 308 AP está bastante competitivo, desde a matriz até o abate. “Por isso, focamos em três premissas nesta cam-

panha, sendo: no campo de matrizes abordando o resultado em média dos clientes com 20 pintos a mais por fêmea alojada, conferindo uma menor quantidade de ração por pinto de 10,5%, resultado extremamente atraente para as empresas pelo alto custo da ração na produção; Para frango de corte apresentamos um resultado médio 2 pontos melhor em conversão alimentar e 0,6% em viabilidade, impactando positivamente nos lucros da cadeia produtiva; e no abate, quando a indústria avícola entrega o produto ao consumidor final, temos um maior rendimento 0,4% em peito e 0,6% em pernas”. A participação da Aviagen foi complementada com a moderação da supervisora regional de Serviços Técnicos Bárbara Vargas, na palestra sobre “Manejo pré-abate” apresentada pelo engenheiro agrônomo Hirã Azevedo Gomes, onde a profissional fez a abertura do painel e a organização das perguntas vindas dos congressistas. “É sempre importante participar de palestras tão relevantes, pois a troca de experiências sempre agrega novos conhecimentos”, garante Bárbara. A empresa contribuiu também levando conhecimento através da sessão “Aquecimento e qualidade de ar na fase inicial”. Ministrada por Rodrigo Tedesco, supervisor regional de Serviços Técnicos no Brasil e especialista em frangos de corte, a palestra focou nas interferências da qualidade do ar na produção de frangos.

A Revista do AviSite

81


Cobertura: Simpósio Brasil Sul de Avicultura

De Heus defende nutrição para melhor desempenho entre tendências da avicultura

E

stratégias nutricionais voltadas para melhorar o desempenho das aves e reduzir os custos da dieta, além do uso racional de antimicrobianos promotores de crescimento são apontadas entre as tendências mais importantes da nutrição animal. “Dietas capazes de contribuir com melhor eficiência alimentar, matérias-primas alternativas ao milho e a soja e o uso cada vez mais restrito de antimicrobianos promotores de crescimento são temas bastante trabalhados e estudados pela De Heus ao longo dos últimos anos e que necessitam de atualizações constantes, visando atender as novas demandas geradas ano a ano pelo ganho genético das aves”, defendeu o gerente de Negócios de Aves da De Heus no Brasil, Renato

MCassab leva tecnologia exclusiva que integra toda a cadeia avícola para o SBSA 82

A Revista do AviSite

Klu, no estande da empresa no 22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura. As mais recentes tecnologias e inovações para a nutrição de frangos de corte foram os destaques da empresa no evento, explicou a gerente de Marketing da De Heus no Brasil, Soraya Vedana. “Nós participamos deste encontro há anos. Ele é uma vitrine importante para a avicultura nacional, além de trazer conhecimento técnico, atualizações de mercado e possibilidade de rever e contatar clientes e parceiros de negócios”, disse a executiva ponderando que “o objetivo foi encontrar presencialmente com clientes e conversar sobre os desafios recentes da produção avícola e assim encontrarmos juntos as melhores soluções”.

L

ançamento da MCassab, a tecnologia exclusiva para conectar e comparar dados dos setores responsáveis pela produção de carne, permitindo ao produtor acesso e controle criterioso do padrão de qualidade e análises, foi apresentada pela primeira vez no Simpósio Brasil Sul de Avicultura 2022 (SBSA). A Plataforma Con-


Evonik destaca conceito de zootecnia de decisão para melhor resultado na avicultura

A

s mais recentes tecnologias e inovação para uma produção animal de precisão são defendidas pela Evonik. O zootecnista e gerente Sênior de Marketing da Evonik na América Latina, Rodrigo Galli, destaca a importância de um trabalho integrado que inclui saúde, nutrição, ambiência e todos os fatores que envolvem a criação de aves. “Precisamos medir os resultados no campo, monitorar potenciais de desafios sanitários para fazer qualquer alteração na formulação da dieta em tempo adequado e atingir o máximo de eficiência através da zootecnia de precisão”, disse o especialista. Para ele, aumentar as margens da produção é um dos desafios mais urgentes do setor. “A avicultura trabalha com margens apertadas, por isso ter um planejamento melhor, de longo prazo, e agir rapidamente é essencial. Este negócio tem muitas variações nos preços, o que impacta demais o avicultor e ele precisa minimizar

nect acompanha as análises da matéria-prima utilizada na produção de ração e o consumo pelos animais, possibilitando o monitoramento dos resíduos da carne que chega ao consumidor. A Plataforma Connect foi idealizada a partir da necessidade de integrar as infor-

mações dos diferentes setores envolvidos na produção. “Até o momento, as plataformas disponíveis só nos davam uma visão sobre a saúde intestinal ou sobre o custo de produção. Com o Connect, dispomos de dados de todos os setores envolvidos, já que o bom desempenho de uma fase de produção é dependente do

este impacto para estar melhor preparado para estas oscilações. Assim, monitorar, predizer e planejar a produção, gerenciando de forma eficiente e dinâmica os dados de desempenho animal é a chave para a tomada de decisões estratégicas para otimizar os resultados financeiros das empresas, ainda mais importante diante do cenário atual desafiador”, destacou. Galli aposta que a revolução tecnológica na avicultura caminha para o monitoramento da produção em tempo real. “Um grande desafio, além de acompanhar a tecnologia, é preparar os nossos profissionais para tomar decisões que acompanhem essa velocidade”, disse no estande da empresa no 22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura. Na ocasião, a empresa ainda destacou estratégias nutricionais para a boa saúde intestinal das aves, para melhorar o desempenho ou mesmo reduzir o custo da ração em cenário de preços recordes das matérias-primas.

bom desempenho de outra. Desta maneira, buscamos compilar tudo em um único lugar, facilitando a análise de dados e as tomadas de decisão no campo”, afirma Maria Carolina Toth, gerente de produtos do Núcleo de Inovações e Tecnologia (NIT) da MCassab.

A Revista do AviSite

83


Cobertura: Conferência FACTA WPSA-Brasil 2022

FACTA WPSA-Brasil 2022 conecta a avicultura a um futuro mais sustentável Temas como sustentabilidade, gestão de pessoas para melhorar o desempenho das aves, otimização de custo e seu impacto fizeram parte da agenda do evento

A

39ª edição da Conferência FACTA WPSA-Brasil 2022 trouxe como tema “Avicultura, o futuro é agora!” e abordou os principais temas técnicos voltados à avicultura de corte e postura e a governança ambiental, social e corporativa que estão fazendo a realidade do segmento avícola. Temas

Ariel Mendes, diretor-Presidente da FACTA

84 A Revista do AviSite

como sustentabilidade, gestão de pessoas para melhorar o desempenho das aves, otimização de custo e seu impacto fizeram parte da agenda do evento. Os participantes debateram ao longo dos dois dias o conceito Environmental, Social and Governance (ESG), a atual situação e projeções para o mercado de grãos; disponibilidade de energia elétrica; apresentação de um modelo de contenção para surto de doenças exóticas tipo Anemia Aviária, Newcastle e Gumboro; tendências e mudanças de tipo de produtos avícolas oferecidos ao mercado pós-pandemia; qualificação da mão de obra no uso de sistemas informatizados de coleta de dados e automação dos galpões, entre outros. O Diretor-Presidente da FACTA Ariel Mendes destacou que a entidade conseguiu atingir o seu objetivo com a realização do evento, que é o de levar conhecimento técnico e científico ao setor avícola. “A agenda da Conferência FACTA WPSA-Brasil neste ano trouxe

temas com grande conexão com a avicultura, como sustentabilidade e tudo o que de mais importante precisa ser avaliado para a garantia da sanidade do setor”, destacou Mendes. “Assim, já identificamos uma quebra de paradigma pois o segmento já está muito aberto às tendências e demandas que envolvem o seu desenvolvimento”, apontou. Ariel Mendes também detalhou os assuntos envolvendo as questões sanitárias da agenda da Conferência FACTA WPSA-Brasil. “O uso de vacinas autógenas (vivas) no Brasil, os desafios ainda propostos pela Salmonella, a internalização das normas da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), a proteção contra as doenças emergentes e reemergentes e também o plano de vigilância do Ministério da Agricultura contra a Influenza Aviária e Doença de Newcastle dão a dimensão da preocupação da FACTA em garantir o status sanitário da avicultura”, disse Ariel Mendes. A professora da Faculdade de Medicina


ocorrência destes vermes na avicultura. “Podemos citar desder a redução der ganho de peso das aves, redução do peso do ovo, atraso ou diminuição na produção de ovos, queda na eficiência alimentar e consumo e também o aumento de ovos sujos”, listou.

Terezinha Knöbl, professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo

Veterinária da Universidade de São Paulo Terezinha Knöbl apresentou uma revisão da situação atual da Escherichia coli patogênica aviária. “Devido à grande variabilidade desta bactéria, este sempre foi um problema crônico na avicultura e por isso é muito importante determinar suas linhagens, monitorar as de maior risco e adotar medidas de controle mais específicas”, afirmou.

Camila de Souza Oro, coordenadora técnico-comercial da Cinergis

Já a coordenadora técnico-comercial da Cinergis Camila de Souza Oro apresentou as diversas maneiras para o controle biológico de helmintos em poedeiras e matrizes. Segundo ela, os prejuízos ainda são enormes devido a

Luciana Dalmagro falou sobre sustentabilidade

Anderlise Borsoi, coordenadora geral substituta da Coordenação Geral de Saúde Animal do MAPA

A internalização das normas da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) foi o destaque trazido por Anderlise Borsoi, coordenadora geral substituta da Coordenação Geral de Saúde Animal do Ministério da Agricultura. Ela explicou que 182 países seguem as orientações da OIE. “São feitas regras, normas e orientações que indicam um melhor caminho e têm uma conexão também com a Organização Mundial do Comércio”, explicou. “Elas têm o foco no conceito de ‘saúde única’ e geram um reflexo no dia a dia da granja que une comércio, mercado internacional e saúde pública, bem-estar animal e produção”, destacou. Dando sequência, a professora da Universidade Federal de Uberlândia, Bia Fonseca trouxe um panorama sobre as incidências de Campylobacter na avicultura e as medidas de controle e, fechando o dia, a FACTA trouxe de volta o tema de grande importância em sua Conferência neste ano, a sustentabilidade.

A produtora rural Luciana Dalmagro abordou o tema dentro de conceitos técnicos, práticos e objetivos, mostrando os impactos ambientais da atividade, a importância da qualidade do ambiente para aves e para os trabalhadores e como a máxima atenção à segurança alimentar também está inserida neste conceito. “Este é um compromisso de países e de corporações. O caminho mais necessário é o da redução das emissões de carbono ou sua compensação”, afirmou. De acordo com ela, uma economia circular, na qual aves, adubos, uso do milho, silagem e fechando na produção bovina é benéfica à avicultura. “A inovação aliada à tecnologia gera sustentabilidade. A palavra-chave no campo é ‘gestão’, seja de processos, financeira e de pessoas. O produtor hoje sabe muito bem coletar dados, porém ainda tem dificuldade em transformálos em ações práticas para o desenvolvimento de seu negócio”, destacou. “É preciso unir indústrias, governo, produtores e todos que atuam na cadeia produtiva para entender melhor em qual estágio se encontra a avicultura quando falamos em sustentabilidade e qual o caminho vamos trilhar daqui para frente. Nosso futuro depende desse entendimento”, disse. A Revista do AviSite

85


Cobertura: Conferência FACTA WPSA-Brasil 2022

Vencedores do Prêmio Lamas 2022

Pesquisadores têm trabalhos reconhecidos no Prêmio Lamas 2022 Durante a 39º Conferência FACTA WPSA-Brasil o setor avícola se reuniu para assistir as apresentações do Prêmio Lamas, inscritos nas categorias Nutrição, Sanidade, Produção e Outras Áreas. Entre os profissionais, Luciano Lagatta (Sanidade), Leticia Cuer Garcia (Nutrição), Bruna Barreto (Produção) e Carolina Zucatelle (Outras Áreas),

86 A Revista do AviSite

foram os vencedores e estiveram representando as suas equipes de pesquisa, formada por estudantes e pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa de diferentes regiões.

formato de abstract e em inglês. O melhor de cada área foi apresentado durante a conferência e todas as demais apresentações estarão disponíveis no canal da FACTA no Youtube”, comenta.

Este ano a FACTA realizou uma reformulação no formato de apresentação dos resumos do Prêmio Lamas, segundo o professor da Universidade Federal da Grande Dourados e Diretor de Eventos FACTA Rodrigo Garófallo Garcia. “Todos os trabalhos foram submetidos no

Mais do que homenagear, o Prêmio objetiva divulgar ao setor os resultados do intenso trabalho de pesquisa e de experimentação desenvolvidos em Universidades e Centros de Pesquisa de todo o País, a fim de responder às questões levantadas pelo próprio setor produtivo nas diversas áreas


Confira todos ganhadores:

Sanidade Vencedor: “Surveillance for avian influenza and newcastle disease in backyard chickens located around poultry compartments in São Paulo” – Luciano Lagatta (SA25), da Coordenadoria de Defesa Agropecuária. 2º lugar Menção Honrosa: “Disinfectant resistance in Pseudomonas aeruginosa isolated from pipped eggs and one-day-old chicks” - Fernanda Borges Barbosa (SA22). 3º lugar Menção Honrosa: “Characterization of Campylobacter coli isolated from chicken carcasses in Brazil” - Ana Beatriz Garcez Buiatte (SA12).

Nutrição Vencedor: “Nutrient digestibility of diets including pracaxi oil for laying Japanese quails " – Leticia Cuer Garcia (NU05), da Universidade Federal da Grande Dourados. 2º lugar Menção Honrosa: “Benzoic acid and essential oils on laying hens performance and eggshell quality” - Eveline Berwanger (NU17). 3º lugar Menção Honrosa: “Vegetable lipid sources in the diet of Japanese quails in the rearing phase and their impact on the production phase” - Deivid Kelly Barbosa (NU32).

Produção

especializadas na produção e processamento de produtos avícolas. O nome do Prêmio é uma homenagem ao Prof. Dr. José Maria Lamas da Silva, respeitado técnico da avicultura brasileira, mestre da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais e formador de centenas de técnicos hoje militantes na avicultura brasileira. Os primeiros colocados de cada área foram premiados com uma inscrição para a Conferência FACTA WPSA-Brasil 2023 e os livros da Coleção FACTA.

Vencedor: “Early-stage performance of broiler chicken raised on plastic flooring” - Bruna Barreto Przybulinski (PR03), da Universidade Federal da Grande Dourados. 2º lugar Menção Honrosa: “Influence of shape index, specific gravity, area-volume ratio, and egg weight loss during incubation on hatchability of laying hen grandparents’ brown eggs” - Paula Fernanda de Sousa Braga (PR01). 3º lugar Menção Honrosa: “Temperature variations of broiler chicks reared on plastic flooring” - Bruna Barreto Przybulinski (PR04)

Outras áreas Vencedor: “Effects of different environmental enrichment resources on the behavior and welfare of broilers chickens” – Carolina Zucatelle (OA03), da UNESP Botucatu. 2º lugar Menção Honrosa: “Pellet-time: an innovative system to predict pellet consumption to heat broiler housing, using weather forecast data” - Angélica Signor Mendes (OA05). 3º lugar Menção honrosa: “Correlation of corticosterone in plasma and feathers to measure welfare in broilers” - Nathalie Vásquez Gómez (OA01). A Revista do AviSite

87


Simpósio OvoSite

Simpósio OvoSite aborda inovações na produção de ovos

O Simpósio OvoSite irá levantar as tendências para a comercialização no mercado interno e nas exportações para o setor

M

aior evento da avicultura e da suinocultura do Brasil, o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS 2022) - realizado entre 09 e 11 de agosto, no Anhembi Parque, em São Paulo (SP) - contará com uma atração especial para os produtores de ovos: o

88 A Revista do AviSite

Simpósio OvoSite, um dos principais eventos para o setor de postura nacional.

tendências para a comercialização no mercado interno e nas exportações para o setor.

Previsto para o primeiro dia do SIAVS (09/08, terça-feira), o Simpósio OvoSite abordará nesta edição as “Inovações na Produção de Ovos”, levantando

Grandes nomes foram confirmados para esta edição, como o presidente do Grupo Mantiqueira, Leandro Pinto; o presidente da Granja Faria, Ricardo


Faria; o diretor da Naturovos, Anderson Herbert; e o diretor regional para a América Latina da Big Dutchman, John Freshel. A mediação ficará por conta do apresentador do Canal Terra Viva, Otávio Ceschi Júnior. Realizado em parceria com a Mundo Agro Editora, o Simpósio OvoSite já é referência entre os eventos para o setor de ovos no Brasil. Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e do conselho do Instituto Ovos Brasil (IOB), Ricardo Santin exalta a importância da iniciativa. “O Simpósio é um marco de tendências para um setor que vem crescendo e se transformando exponencialmente ao longo da última década. Grandes nomes foram convidados para esta edição, com o propósito de compartilhar e construir novas visões para os caminhos de uma das cadeias produtivas mais importantes para a segurança alimentar do País”, avalia Santin. Paulo Godoy, Publisher da Mundo Agro Editora, avalia que o Simpósio OvoSite já se consolidou na programação do SIAVS como fonte de conhecimento para o setor de postura nacional. “Para a edição de 2022 nossas expectativas são grandes. Teremos uma programação bastante diversificada, fazendo jus à importância dessa proteína para o agronegócio e para os brasileiros”.

Para Santin o Simpósio OvoSite é referência entre os eventos para o setor

A entrada no Simpósio OvoSite é gratuita para visitantes do SIAVS. Acompanhe mais sobre o evento pelo site www.siavs.com.br.

09 DE AGOSTO NO SIAVS 2022 Um importante encontro do setor de ovos no maior evento da avicultura e suinocultura do Brasil!

A Revista do AviSite

89


SIAVS2022

Está Chegando! Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura 2022 Além das oportunidades de negócios, o SIAVS será palco do maior congresso técnico do setor, com intensa programação e mais de 100 palestrantes do Brasil e de outros países

P

rincipal encontro da avicultura e da suinocultura do Brasil, o SIAVS 2022 será ainda maior que sua edição anterior, realizada em 2019. Sua área comercial foi expandida

90 A Revista do AviSite

em 30%, adicionando novos anexos ao espaço tradicionalmente ocupado pela feira. Além das oportunidades de negócios,

o SIAVS será palco do maior congresso técnico do setor, com intensa programação e mais de 100 palestrantes do Brasil e de outros países. O peso político do evento é


Fotos: siavs.com.br - ALF RIBEIRO

outro diferencial. São esperadas autoridades dos poderes executivos e legislativos nacionais e dos estados, ampliando o papel do evento como principal ponto de debate dos rumos dos setores. O tema desta edição do SIAVS será “Produção Sustentável: Caminhos para a Segurança Alimentar Global”. Com atrações exclusivas e foco em pautas conjunturais, técnicas e

políticas. Milhares de congressistas são esperados nos três dias de programação, reunidos em sete salas e auditórios instalados no Palácio de Convenções do Anhembi. Em pauta estarão temas relativos à competitividade, produção e comercialização, tendências técnicas, insumos e abastecimento, sustentabilidade e outros pontos.

Entre os destaques da programação estão painéis realizados em parceria com a FACTA sobre produção de frangos, seminários sobre bem-estar animal, enfermidades em suínos, acesso a mercados, perspectivas e negociações, tratativas do serviço veterinário oficial, imagem setorial, gestão de crise e o Painel dos CEOs, reunindo os líderes das maiores empresas da cadeia produtiva em um debate sobre os rumos setoriais.

Acesse e veja a programação: www.siavs.com.br/programacao-do-congresso/

Em 2019, o evento recebeu mais de 20 mil visitantes de 50 países, com mais de 170 expositores. Nas dezenas de salas do congresso ocorreram as apresentações de mais de 100 palestrantes do Brasil e de outros países para 2,4 mil congressistas A Revista do AviSite

91


Ponto-Final

José Zeferino Pedrozo

Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)

O

Brasil é pródigo na produção de alimentos. As exportações brasileiras alimentam cerca de 1,5 bilhão de habitantes. Nosso protagonismo no mundo será gradativamente ampliado porque somos reconhecidos como a grande potência alimentar do Planeta. Se dependesse somente dos produtores rurais, a população brasileira teria a alimentação mais barata do globo. O produtor determina o padrão de qualidade de seus produtos, porque isso depende diretamente de fatores que estão sob seu controle. Entretanto, não define o preço final ao consumidor porque sobre ele agem variáveis imprevisíveis e incontroláveis como custos, clima, mercado etc. Nesse momento as cadeias produtivas de carnes, grãos, lácteos e hortigranjeiros, entre outras, estão impactadas pelo aumento generalizado de custos diretos, como energia elétrica, gás, combustíveis, embalagens, matérias-primas, mão de obra e outros insumos. O custo da nutrição dos animais, por exemplo, explodiu em face da escassez de milho e farelo de soja no mercado, caracterizando o pior choque de oferta desde 1990. A volta do processo inflacionário – sintoma de falta de higidez na economia – afeta a vida de quem produz e de quem

92

A Revista do AviSite

A culpa não é do produtor rural consome. É um mal que precisa ser atacado com todas as armas que a gestão macroeconômica dispõe antes que fuja ao controle e gere uma situação de estagflação. Esse cancro o brasileiro conhece e sabe seus deletérios efeitos. Em consequência desse quadro, os produtores estão trabalhando com margens negativas e muitos estão sendo forçados a reduzir a produção para diminuir o prejuízo. O governo central está aplicando os remédios ortodoxos, como o aumento da taxa de juros, a isenção das importações dos produtos com maior alta de preços, entre outros. É fundamental neste momento em que a população está pagando mais caro pelos alimentos compreender que os aspectos determinantes desse encarecimento não estão centrados no produtor, mas em fatores macroeconômicos dos quais os próprios produtores são agentes passivos. Historicamente, a mesa dos brasileiros é farta porque a agricultura nacional produz com eficiência, qualidade, sustentabilidade e preços acessíveis. Quando esse quadro muda, não há ganho nem culpa para o produtor rural. Somente prejuízo.


A experiência que faz toda a diferença nas 4 proteínas!

Consulte todas as nossas publicações em:

www.mundoagro.com.br Anuncie: (19) 3241 9292 | (19) 98963-6343 comercial@mundoagro.com.br A Revista do AviSite

93


09 DE AGOSTO NO SIAVS 2022 Um importante encontro do setor de ovos no maior evento da avicultura e suinocultura do Brasil!

94 A Revista do AviSite


Programação diversificada e grandes

expectativas aguardam os produtores

na 4ª edição do Simpósio OvoSite, com o tema Inovações na Produção de Ovos. O evento acontecerá durante o SIAVS

2022, de 09 a 11 de agosto, no Anhembi Parque, em São Paulo.

Inscrições gratuitas. Participe!

Saiba mais e inscreva-se em www.siavs.com.br

SOBRE O EVENTO:

Estruturado em Feira, Congresso e Programação Gratuita Milhares de participantes do Brasil e do Mundo, entre compradores, especialistas, palestrantes, empresas, lideranças e estudantes Oportunidade única para investir em novas tecnologias Informações que incrementam projetos e atividades produtivas

REALIZAÇÃO

A Revista do AviSite

95


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.