Desde 1970 o melhoramento genético tem contribuído para o aprimoramento do desempenho da avicultura de corte. O desafio no futuro deverá ser equilibrar o progresso genético com habilidade reprodutiva e bem-estar animal, afinal, precisaremos alimentar mais de 8 bilhões de pessoas até 2030
Voltadas à produção animal, as publicações da Mundo Agro Editora são reconhecidas pela credibilidade e zelo quanto às informações de mercado, estatísticas, notíciário nacional e internacional e novidades científicas e tecnológicas voltadas à agropecuária. E essa credibilidade é o diferencial estratégico para a comunicação do seu produto, serviço e da imagem da sua empresa.
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C O N F I E N O S M A I S D E C O F I E N O S M A I S D E C O N F I E N O M A I S D E 2 0 A N O S 2 0 A N O S 2 N O S D E E X P E R I Ê N C I A D E E X P E R I Ê N C I A D E X P E R I C I A E C R E D I B I L I D A D E N O E C R E I B I L I D A E N O E C R E D B I I D A D E N O A G R O N E G Ó C I O A G R O N E G Ó C I O A G R O N E G C I O
Agenda de eventos
Caro leitor
A oferta de carnes no mercado interno deverá apresentar recuperação em 2023 e pode atingir o maior nível na série histórica. A previsão aparece no quadro de suprimentos, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), somando os três principais tipos de proteína animal consumidos pelos brasileiros, a quantidade do produto no mercado doméstico está projetada em 20,77 milhões de toneladas, um aumento de 5% se comparado com o volume estimado em 2022.
Para aves é esperado um aumento na produção de 3,1% saindo de 14,78 milhões de toneladas para 15,24 milhões de toneladas. As exportações também tendem a registrar um crescimento de 4,7%, podendo atingir um novo recorde em 2023, chegando a 4,8 milhões de toneladas embarcadas. Estes e outros dados podem ser conferidos na editoria “Produção”, especial desta edição da Revista do AviSite.
Ainda, o artigo escrito por José Maurício França aborda “Os fatores de influência na qualidade e integridade de carcaças de frangos”. No material o autor destaca como é importante considerar os efeitos de perdas, reprocesso e produtos inviabilizados nos sistemas mecanizados.
A importância do controle de salmonela na granja é tema de artigo da editoria “Saúde Animal”. Nele, Josias Vogt aborda como a imunização por meio de vacinas vivas tem se mostrado, cada vez mais, uma medida efetiva no controle da doença.
Silvia Massruhá assume a Embrapa. Em entrevista para a Revista do AviSite, nova presidente da empresa fala sobre os novos projetos e desafios em sua gestão, além de contar como é ser a primeira mulher a frente da instituição em 50 anos.
E muito mais.
Boa leitura!
Glaucia Bezerra
Mundo Agro Editora Ltda.
Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP
Publicação Trimestral nº 143 | Ano XV | Junho/2023
Os informes técnico-empresariais publicados nas páginas da Revista da Mundo Agro são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.
As + lidas do AviSite
Estatísticas e preços
Destaques AviSite: Profissionais, Empresas & Instituições
Cobertura 10 Symposium Feed Technology
Eventos Unifrango
Ponto-final
06 06 08 10 58 62 64 28
José Zeferino Pedrozo
Entrevista Produção sustentável e geração de valor da cadeira produtiva: os desafios de Silvia Massruhá a frente da Embrapa
Publisher Paulo Godoy paulo.godoy@mundoagro.com.br
Redação Glaucia Bezerra (MTB 80373/SP) imprensa@mundoagro.com.br
José Carlos Godoy jcgodoy@avisite.com.br
Comercial
Natasha Garcia, Paulo Godoy e André Di Fonzo (19) 3241 9292 | (19) 98963-6343 comercial@mundoagro.com.br
Diagramação e arte Gabriel Fiorini gabrielfiorini@me.com
Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br
Administrativo e circulação financeiro@avisite.com.br
4 A Revista do AviSite
EXPEDIENTE
Editorial Sumário
Agroceres Multimix
Excelência que vem do Brasil
Genética
Contribuição do melhoramento genético para o desempenho da avicultura de corte
Fatores de influência na qualidade e integridade de carcaças de frangos
Uso de probióticos em aves e suínos: fazendo a escolha correta
Produção
Oferta de carnes tende à recuperação no mercado interno, atingindo maior nível na série histórica
52
A importância de controlar a salmonela na granja
34
16
40 48
56
Abate
Saúde Animal
Nutrição Animal
JULHO
Encontro Anual da Poultry Science Association (PSA)
10/07 a 13/07
Filadélfia/EUA
Festa do Ovo de Bastos
13/07 a 15/07
Bastos/SP
10º Encontro Avícola e Empresarial Unifrango
18/07 a 20/07
Maringá/PR
AGOSTO
14º Simpósio Técnico ACAV
29/08 a 31/08
Florianópolis/SC
SETEMBRO
6ª Feira da Avicultura e Suinocultura do Nordeste
19/09 a 21/09
São Bento do Una/PB
Aves & Suínos 360º Summit 2022
19/09 e 20/09
Curitiba/PR
OUTUBRO
8º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio
25/10 e 26/10
São Paulo/SP
As + lidas do AviSite 1
Fatores de risco adicionais nos surtos de Influenza Aviária
Criar aves em locais próximos de santuários de aves selvagens, ter aves aquáticas perto dos aviários ou, ainda, estar em áreas normalmente sobrevoadas por aves migratórias são alguns dos maiores fatores de risco para a avicultura comercial. Mas como ressaltou Amy Delgado, Diretora do Centro de Epidemiologia e Saúde Animal do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), há fatores aparentemente menores, geralmente despercebidos, que acabam representando igual risco.
Leia na íntegra:
2 3
Em queda acentuada, custo de produção do frango retrocede mais de 15% em apenas três meses
O levantamento mensal da Embrapa Suínos e Aves apontou que em maio passado o custo de produção do frango ficou em R$4,61/kg, valor que representou redução de quase 7,5% sobre o mês anterior. Porém, se considerado o custo levantado no mês de fevereiro passado – R$5,47/kg – a redução em apenas três meses é superior a 15%. Comparativamente a maio de 2022 a queda no custo ficou, aparentemente, próxima dos 18%.
Leia na íntegra:
Oferta aparente de frangos prontos para o abate: o menor nível em nove meses
Considerando viabilidade de 96% dos pintos alojados e abate aos 42 dias de idade, a oferta média do período girou em torno dos 17,5 milhões de cabeças/dia, volume que representa queda não só em relação ao mês anterior (de cerca de 2%), mas também em relação ao mesmo período de um ano atrás. Neste caso, de quase 3,5%).
Leia na íntegra:
6 A Revista do AviSite
+ em: www.avisite.com.br e em nossas redes sociais Eventos
Estatísticas e preços
Milho registra queda de 17% de janeiro a maio
A safra recorde de milho estimada para 2023 tem contribuído para que os preços do milho apresentem retração significativa nos primeiros cinco meses deste ano. No período, o preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, atingiu cotação de R$81,62, equivalendo a quedas de 17% e 14,2% sobre, respectivamente, a média alcançada pelo grão no mesmo período do ano passado e retrasado.
Valores de troca
No frango vivo (interior de SP) o preço médio acumulado nos primeiros cinco meses alcançou R$4,92 kg, absorvendo desvalorização anual de 13,7% , enquanto mostrou pequeno incremento de 4,8% sobre o mesmo intervalo de 2021. Assim, absorvendo menor queda no preço do frango vivo em relação ao milho, o avicultor melhorou seu poder de compra. Neste ano foram necessários 276,6 kg de frango vivo para se obter a tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este volume significou melhoras de 4% e 22,1% no poder de compra do avicultor em relação aos mesmos períodos do ano passado e retrasado, respectivamente.
Farelo de soja apresentou queda de 6% até maio
Não tão expressiva quanto a verificada no milho, o preço do farelo de soja (FOB, interior de SP) também apresentou queda no acumulado do ano. O preço médio do grão nos primeiros cinco meses do ano alcançou R$2.627,00 a tonelada, significando quedas de 6% e 2,3% sobre, respectivamente, o mesmo período do ano passado e retrasado.
Valores de troca
Com a desvalorização do farelo de soja bem abaixo da verificada no frango vivo em relação ao ano passado, houve perda no poder de compra do avicultor. No período foram necessários 534,2 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando piora de quase 8,3% no poder de compra em relação ao mesmo período de 2022 quando 490,1 kg de frango vivo foram necessários para obter uma tonelada do farelo. Porém, a relação de troca foi favorável ao avicultor em relação ao mesmo período de 2021, quando foram necessários 573 kg, significando melhora de 7,3% no poder de compra.
Preço médio Milho
R$/saca de 60 kg, interior de SP
Preço médio Farelo de Soja
R$/tonelada FOB, interior de SP
jan/20fev/20mar/20abr/20mai/20jun/20jul/20ago/20set/20out/20nov/20dez/20jan/21fev/21mar/21abr/21mai/21jun/21jul/21ago/21set/21out/21nov/21dez/21jan/22fev/22mar/22abr/22mai/22jun/22jul/22ago/22set/22out/22nov/22dez/22jan/23fev/23mar/23abr/23mai/23
jan/20fev/20mar/20abr/20mai/20jun/20jul/20ago/20set/20out/20nov/20dez/20jan/21fev/21mar/21abr/21mai/21jun/21jul/21ago/21set/21out/21nov/21dez/21jan/22fev/22mar/22abr/22mai/22jun/22jul/22ago/22set/22out/22nov/22dez/22jan/23fev/23mar/23abr/23mai/23
8 A Revista do AviSite 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00
0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500 3,000 3,500
Milho/Frango vivo
Farelo/Frango vivo
Mínimo 57,00 Mínimo 2.150,00 Máximo 94,00 Máximo 3.050,00 Média Jan-Mai 81,60 Média Jan-Mai 2.627,00
Destaques AviSite: Profissionais, Empresas & Instituições
Aviagen anuncia investimentos de R$250 milhões no Brasil
Comoparte de seu plano de expansão para atender à crescente demanda por suas matrizes da marca Ross®, a empresa de genética Aviagen® continua realizando grandes investimentos no Brasil. A empresa terá uma nova granja
10 A Revista do AviSite
Ceva Saúde Animal participará do 10º Encontro Avícola e Empresarial Unifrango
AUnidade de Negócios Aves da Ceva Saúde Animal participará do 10º Encontro Avícola e Empresarial Unifrango, que será realizado entre dias 18 e 20 de julho de 2023, no Vivaro Centro de Eventos em Maringá (PR). O evento é organizado pela Unifrango, cooperativa referência do setor avícola do Paraná.
“A Ceva estará com um estande no local, apresentando todas as suas soluções inovadoras em vacinas para a saúde e a biosseguridade das aves”, destaca o gerente de Marketing Aves de Ciclo Curto da Ceva Saúde Animal, Tharley Carvalho.
Saber controlar as micotoxinas é importante e sempre muito desafiador. Pensando nisso, a Adisseo desenvolveu o MycoMan® App, um aplicativo que realiza análises de riscos baseadas na sua realidade.
O MycoMan® App mostra os possíveis impactos das micotoxinas na sua produção, sugere qual produto é mais apropriado e qual a dosagem necessária para um adequado controle.
Além disso, você pode receber relatórios completos das suas análises de risco por e-mail e, assim, tomar rapidamente as melhores decisões.
11 A Revista do AviSite
www.adisseo.com
Conheça o aplicativo que vai mudar a sua forma de gerenciar o desafio das micotoxinas!
Tharley salienta que a empresa também irá compartilhar sua experiência no controle da Influenza Aviária.
Destaques AviSite: Profissionais, Empresas & Instituições
BASF debate Digitalização e Sustentabilidade do agro na América Latina
Contribuindo com o movimento para ampliar discussões sobre o uso de tecnologias e alternativas para promover uma agricultura cada vez mais sustentável e tecnificada na América Latina, a BASF participou de mais uma edição do World Agri-Tech South America Summit. O evento aconteceu nos dias 20 e 21 de junho, no Hotel Unique, em São Paulo (SP), e reuniu representantes de 30 países, somando mais de 600 líderes globais para debater sobre digitalização agrícola e produção sustentável de alimentos em meio às mudanças climáticas.
A BASF participou da programação no primeiro dia do evento com Sergi VizosoSansano, vice-presidente sênior da Divisão de Soluções para Agricultura na América Latina da companhia, que compartilhou com os
participantes as oportunidades e desafios da região para uma agricultura cada vez mais sustentável e a importância da cooperação entre os diferentes atores da cadeia produtiva como forma de viabilizar essa transformação.
SIAVS 2024
lança segunda fase de vendas em evento na Costa Rica
AAssociação
Brasileira de Proteína Animal (ABPA) lançou a segunda fase de vendas do Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS) – 06 a 08 de agosto de 2024, no Anhembi Parque, em São Paulo (SP) – durante o Congresso Centroamericano de Avicultura, principal evento do setor na América Central, em San Jose (Costa Rica).
Durante o evento, o presidente da ABPA, Ricardo Santin, e o diretor administrativo da ABPA e também diretor comercial do SIAVS, José Perboyre,
apresentaram oportunidades de exposição para prospecção e realização de negócios no maior evento da avicultura e da suinocultura do Brasil.
José Perboyre e Ricardo Santin no Congresso Centroamericano de Avicultura
Cobb-Vantress realiza treinamento de imersão em frango de corte
Uma imersão em frango de corte com debates sobre as questões mais importantes da produção avícola foi realizada pela Cobb-Vantress para cerca de 90 empresários e dirigentes de empresas avícolas de países da América do Sul em Cancún, no México. O encontro teve debates com especialistas de cada área da avicultura vindos de universidades, da agroindústria, consultores independentes e
especialistas e dirigentes da Cobb do Brasil e dos Estados Unidos.
O objetivo foi discutir estratégias de manejo e produção para atingir os melhores resultados, manter a competitividade e melhorar a eficiência produtiva, desde o incubatório até o abatedouro, destacou o médico-veterinário e diretor Comercial e Técnico da Cobb-Vantress na América do Sul, Bernardo Gallo.
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& Instituições
Excelência que vem do Brasil
Com alto investimento, a Agroceres Multimix apresenta sua estrutura de Pesquisa e Inovação, inédita no país, que contempla aves, bovinos e suínos. O objetivo é se antecipar às tendências globais de nutrição animal e atender com precisão às necessidades do campo
16 A Revista do AviSite
Agroceres Multimix
Pessoas qualificadas em um centro de pesquisas moderno e um laboratório de última geração são os pilares do núcleo de pesquisa, tecnologia e inovação da Agroceres Multimix. Anualmente a empresa investe mais de R$10 milhões para desenvolvimento de novos produtos, validação e qualificação de insumos e aditivos, aperfeiçoamento das matrizes nutricionais, além de estudos de manejos e equipamentos. “Nenhuma empresa de nutrição animal no Brasil possui uma
estrutura própria como a da Agroceres Multimix”, orgulha-se Ribeiral.
O controle de qualidade está no DNA da empresa, que nos últimos anos realizou um alto investimento em seu laboratório próprio, onde é realizada uma gama de análises dos mais diversos tipos de ingredientes, fornecendo resultados assertivos e confiáveis para o desenvolvimento de produtos ao mercado nacional e internacional.
“E nos orgulhamos de dizer que hoje nosso laboratório conta com setores de controle de qualidade, possui os mais avançados equipamentos, temos toda uma estrutura para dar suporte em pesquisa e conhecimento dos ingredientes e necessidades dos clientes”, afirma Ricardo Ribeiral, diretor da Agroceres Multimix.
17 A Revista do AviSite
Ricardo Ribeiral, diretor a Agroceres Multimix
Além de um trabalho muito intenso de qualificação e auditoria nos principais fornecedores, a Agroceres Multimix possui setores de pesquisa e desenvolvimentos nas suas unidades, além de um escritório da China, que mantém a empresa informada sobre as inovações que surgem no mercado asiático. A empresa também atua fortemente em desenvolvimento de ingredientes na Índia, Europa e Estados Unidos, sendo que mais de 95% dos novos ingredientes chancelados pela Agroceres estão sendo desenvolvidos nestes países. • Brasil • China
Europa
Muito Mais que Nutrição
O time da Agroceres Multimix é formado por especialistas, mestres e doutores, comprometidos com a busca incessante de resultados confiáveis. Todos os meses, as equipes técnicas da empresa participam de fóruns internos onde são discutidas tendências,
situações encontradas em campo e diversos outros assuntos referentes à realidade do mercado. A partir dessas discussões são criados protocolos de pesquisa, testes e validações que, posteriormente, são realizados no Núcleo de Tecnologia e Inovação. “Pesquisamos continuamente os problemas e as possíveis soluções que podem surgir no campo e nos mantemos sempre atualizados sobre os mais diferentes aspectos como manejo, sanidade, estrutura fabril, gestão de pessoas, para atender às demandas que surgem no campo”, explica Ricardo Ribeiral.
Bem-estar animal
Entre 1990 e 2023 mais de 1,3 milhão de animais, entre aves, suínos e bovinos participaram de experimentos dentro da estrutura de pesquisas da empresa, resultando em importantes avanços para o setor. Segundo o Gerente de Pesquisa e Saúde Animal da Agroceres Multimix, Tarley Araújo Barros, para cada experimento é desenvolvido um protocolo de bem-estar animal, que é avaliado por uma CEUA (Comissão Ética de Uso de Animais).
A referida Comissão é formada por funcionários da Agroceres Multimix, professores de universidades e membros da sociedade civil organizada. A CEUA também é registrada no CONCEA (Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal), órgão federal a quem a empresa presta contas de todos os experimentos que realiza a cada ano.
Hoje, 63 colaboradores estão dedicados ao atendimento dessa estrutura, além de mais de 100 estagiários que passaram por lá nos últimos três anos.
A estrutura também atende a treinamentos e processos de apoio ao trabalho da equipe de campo, visitas de clientes e atualização de pessoal.
18 A Revista do AviSite Agroceres Multimix
•
•
• EUA
Índia
INFRAESTRUTURA INDUSTRIAL
Rio Claro – SP (Matriz)
• Sede
• Unidade Industrial de Nutrição Animal
• Unidade de Produtos Veterinários
• Laboratório Central de Bromatologia
• Centro de Tecnologia e Inovação
1 - Campinas – SP
• Escritório Filial
• Unidade Industrial de Nutrição Animal
2 – Rondonópolis – MT
• Escritório Filial
• Loja de Fábrica
• Laboratório Filial
• Unidade Industrial de Nutrição Animal
3 – Campo Novo de Parecis – MT
• Unidade Industrial de Nutrição Animal
4 – Água Boa – MT
• Unidade Industrial de Nutrição Animal
5 – São Gabriel do Oeste – MS
• Unidade Industrial de Nutrição Animal
6 – Aparecida de Goiânia – GO
• Unidade Industrial de Nutrição Animal
7 – Patos de Minas – MG
• Escritório Filial
• Laboratório Filial
• Unidade Industrial de Nutrição Animal
8 – Patrocínio – MG
• Centro de Pesquisa
• (Centro de Tecnologia e Inovação)
9 – Quatro Pontes – PR
• Novas instalações
(Inauguração prevista para o primeiro semestre de 2024)
19 A Revista do AviSite 01 09 02 03 04 05 06 07 08
Fonte: Agroceres
PESQUISAS DA AGROCERES MULTIMIX ENTRE 2011 E 2022
GESTÃO DE INGREDIENTES E PRODUTOS
Desenvolvimento de novos ingredientes
Definição detalhada da matriz nutricional
Qualificação de fornecedores e auditoria
PESQUISA E VALIDAÇÃO
Avaliação de demanda versus problemas em campo Validação da efetividade dos ingredientes em experimento Validação de desempenho com experimentos Validação em escala comercial
Agroceres Multimix
Números de estudos conduzidos em 11 anos 383 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2018 2020 2021 2022 2017 2019 2 4 5 20 13 16 15 24 40 54 12 7 7 7 8 16 8 13 7 8 10 9 14 12 2 2 3 2 2 6 2 4 2 4 7 1 1 1 1 2
Mais de 380 experimentos já foram realizados no Centro de Pesquisas, em Patrocínio (MG)
O Centro de Pesquisas da Agroceres Multimix, na cidade de Patrocínio/MG, é um grande diferencial da empresa e registra novos experimentos todos os meses. Atualmente, a unidade conta com quatro núcleos para a realização de testes, validações e experimentos, sendo: núcleo de bovinos de corte; núcleo para aves de corte e postura; núcleo de suínos; núcleo para gado de leite.
O Centro de Pesquisas foi construído em uma área de 54 hectares. Em 12 anos, mais de 380 experimentos já foram conduzidos, não só para o desenvolvimento de novas tecnologias, como também para geração de conhecimento e atualizações sobre exigências nutricionais.
Segundo o gerente de pesquisas e sanidade da Agroceres Multimix, Tarley Araújo, os trabalhos de investigação desenvolvidos pela empresa seguem rigorosamente os três princípios básicos da experimentação animal: repetibilidade; casualidade; e controle local.
Tarley Araújo, gerente de pesquisas e sanidade da Agroceres Multimix
“Durante toda a pesquisa, a aleatoriedade, a repetição e o controle são pontos inegociáveis, e dentro da estratégia de montagem e execução dos experimentos se destacam o escalonamento dos testes, o isolamento de efeitos e a identificação com clareza da relação causal, ou clareza na construção de hipóteses”, explica Barros.
A repetibilidade consiste em desenvolver experimentos com o maior número de unidades experimentais possível recebendo o mesmo tratamento. O intuito é reduzir, ou até eliminar o efeito individual, aumentando a precisão das médias e reduzindo erros aleatórios.
A casualidade se caracteriza pela distribuição dos tratamentos ao acaso nas unidades estudadas, oferecendo a mesma distribuição a todos os tratamentos dentro da população experimentada. Garantir equidade de número de parcelas/tratamento e eliminar a intenção, ou desejo de priorizar determinado tratamento.
No controle local é realizada a formação de grupos, com unidades experimentais mais homogêneas possíveis, permitindo que os diferentes tratamentos sejam aplicados em unidades experimentais praticamente idênticas. Além de reduzir o efeito da heterogeneidade das parcelas e reduzir possíveis erros experimentais.
DIRETRIZES DO CENTRO DE PESQUISA
• Desenvolvimento de novos produtos
ESTUDOS REALIZADOS EM 2022
Total de 48 estudos
Investimento:
R$ 11,5 milhões
• Melhoria de produtos e desenvolvimento de ingredientes
• Orientações Técnico Nutricionais
• Desenvolvimento de Conceitos Nutricionais
Desenvolvimento de novos produtos: 25 estudos
Melhoria de produtos e desenvolvimento de ingredientes: 8 estudos
22 A Revista do AviSite Agroceres Multimix
Na Agroceres Multimix também é realizado o controle do meio, caracterizado pelo controle do ambiente e demais variáveis não experimentais, visando reduzir as interferências sobre as variáveis experimentais e os efeitos aleatórios e desvios não relacionados aos tratamentos. Bem como a redução do risco de perda do experimento por um interferente não controlado.
Biosseguridade
O Centro de Pesquisas possui duas áreas de biosseguridade sendo a área de nível 1 para acesso às instalações de aves e suínos. Nesta área é obrigatório banho na entrada, uso de roupas brancas fornecidas no local e fumigação de equipamentos entre outras iniciativas.
Para acessar as estruturas de pesquisa de bovinos de corte e de leite, a área de biosseguridade é de nível 2, menos restrita, exige apenas a troca de roupa e uso de roupas fornecidas pelo Centro de Pesquisas.
Desenvolvimento de conceitos nutricionais: 12 estudos
3
23 A Revista do AviSite
Orientação técnico nutricional: 2 estudos
de
Produtos veterinários a partir de 2022 :
estudos • Produtos veterinários a partir
2022 • Treinamento;
• Apoio a área comercial
• Visita de clientes
Núcleo de Aves
O núcleo de aves é composto por dois galpões Dark House para frangos de corte, cada um com 40 boxes, onde são alojados de cinco a seis lotes de aves por ano. As aves de postura comercial ficam alojadas em um terceiro galpão com 224 gaiolas, com capacidade para um lote a cada 1,5 ou dois anos.
As aves têm participado de experimentos voltados ao desenvolvimento de produtos, definição de exigências nutricionais e descoberta de novos aditivos. No núcleo de aves também são realizados experimentos focados em qualidade dos ovos para consumo, assim como validação de ingredientes alternativos.
Um quarto galpão com 28 boxes é exclusivo para os experimentos com matrizes e tem capacidade para 4 mil aves, alojando entre um e dois lotes por ano. A instalação se destaca no cenário brasileiro, considerando que entre os trabalhos publicados no país, apenas cerca de 3% são realizados com matrizes, devido à escassez dessas instalações.
Frango de corte: Dark House 80 box
Postura: 224 gaiolas
Matrizeiro: 28 box
Recria: 32 box
48 mil aves alojadas
As matrizes reprodutoras de frangos de corte servem a experimentos sobre respostas de linhagens genéticas relacionadas a níveis nutricionais, ingredientes e aditivos estratégicos. Outros dois galpões compõem a estrutura do núcleo de aves, sendo um deles com 32 boxes destinados à recria, e o outro abrigando gaiolas apropriadas para os ensaios sobre digestibilidade.
Recria/Reposição
1 lote a cada 1,5 anos
Frangos de corte
5 lotes anuais
Poedeiras
1 lote a cada 1,5 ou 2 anos
Matrizes leves/pesadas
1 a 2 lotes anuais
24 A Revista do AviSite Agroceres Multimix
Fonte: Agroceres Multimix
Antecipando Tendências
Marcelo Torretta, gerente nacional de aves da Agroceres Multimix
Seguindo a filosofia de se antecipar às tendências de mercado, a Agroceres Multimix vem direcionando suas pesquisas com aves de corte para a substituição do uso de antimicrobianos promotores de desempenho. Segundo o gerente nacional de aves da empresa, Marcelo Torretta, a redução do uso de antibióticos na produção animal deriva de uma preocupação mundial, surgida há mais de duas décadas, sobre o enfrentamento a bactérias resistentes na saúde humana.
O debate abrange a redução do uso de moléculas na produção animal, assim como o uso consciente na saúde humana. A prática está totalmente abolida na avicultura europeia desde 2006, e nos Estados Unidos se aproxima dos 80% da produção avícola já realizada dentro do conceito Antibiotic Free.
“No Brasil, 20% da produção de aves é realizada sem o uso de antibióticos promotores de crescimento e a expectativa é de ritmo crescente, devendo chegar à casa de 27% até o final de 2023”, explica Torretta. Segundo ele, há sete anos a Agroceres Multimix
vem se dedicando a pesquisas que resultaram numa linha completa que apoia os produtores de frangos de corte na retirada do uso de antimicrobianos melhoradores de desempenho desde o incubatório, até o pré-abate.
“Há sete anos já começamos a levantar que alternativas estavam em uso no mercado mundial, encontramos resultados positivos em alguns produtos e passamos a trabalhar com cepas específicas”, explicou Torretta. Segundo o gerente nacional de aves da Agroceres Multimix, o trabalho
levou a equipe a chegar numa cepa específica para o controle da Coccidiose e outra para agir sobre salmonela e E. coli.
“Ao selecionar uma cepa específica para Clostridium Perfirgens e outra para a E. Coli, a gente voltou a ter uma solução de amplo espectro, porém, num produto natural”, salientou Torretta. “Então, a gente está natureba, porém, com muita tecnologia, porque não adianta só fazer um chá, temos que conhecer a fundo os compostos e sua ação sobre bactérias”, completou.
25 A Revista do AviSite
Agroceres Multimix
agPRO
No dia da visita da imprensa ao Centro de Pesquisas, o galpão Dark House abrigava aves de oito dias, que estavam sendo submetidas a experimentos de comprovação da linha agPro, voltada para apoiar os produtores de frangos de corte na retirada dos antimicrobianos promotores de desempenho.
As aves, que já haviam recebido o alimento neonatal no incubatório para, entre outras coisas, evitar a desidratação das aves no transporte, estavam sendo alimentadas com a ração préinicial. O alimento é especialmente desenvolvido para que as aves tenham alto desempenho na primeira semana de vida e possam chegar à idade de abate com uniformidade, o que é uma característica fundamental para os abatedouros.
Adicionado à ração pré-inicial e inicial o simbiótico com cepas específicas descobertas pela Agroceres Multimix, apresenta resultados iguais ou superiores aos alcançados com uso de antimicrobianos promotores de desempenho.
Segundo Torretta, o trabalho com óleos essenciais, fitogênicos, probióticos, prebióticos e ácidos orgânicos teve início com o objetivo de promover a saúde intestinal dos animais, porém, também resultou em melhoria de desempenho. Além das rações neonatal e pré-inicial do simbiótico, a linha abrange ainda um Polivitamínico com probiótico, um fitogênico e um blend de ácidos orgânicos.
Nos últimos anos as principais linhas de pesquisa em avicultura foram:
Desenvolvimento e validação de produtos (Probióticos, prebióticos, óleos essenciais, extratos herbais, ácidos orgânicos, eletrólitos)
Ingredientes (estratégias de redução de custo = Validação de uso dos ingredientes alternativos a milho e soja). Criação de matrizes nutricionais
Definição de níveis ótimos (Aminoácidos, Proteína ideal, Energia metabolizável)
Enzima (Amilases, Carboidrases, Proteases e Fitases)
Aditivos para qualidade de ovos
Pressões do mercado consumidor
A Agroceres Multimix está sempre atenta aos diferentes desafios impostos pelo novo cenário mundial, principalmente os relacionados às pressões oriundas do mercado consumidor. “Entre os principais vetores de mudanças no nosso setor está o consumidor, que nos indica novas tendências às quais temos que nos adaptar”, destaca Ricardo Ribeiral. “E a questão da sustentabilidade ambiental, assim como do bemestar animal vai fazer parte da nossa rotina pro resto da vida”, completa.
Segundo o diretor da empresa, algo que está intimamente ligado à sustentabilidade ambiental é a
eficiência produtiva promovida pelos avanços das pesquisas no setor de nutrição animal. “Quanto menos a gente utilizar recursos para produzir a mesma quantidade de proteína animal, mais sustentáveis estamos sendo”, salienta.
Sobre o bem-estar animal, o diretor da Agroceres Multimix comemora o fato de ser o que chama de caminho sem volta. ”A partir de muita pesquisa descobrimos que, atendendo ao bem-estar animal, alcançamos resultados produtivos muito melhores”, destaca. “Buscar melhorias nessa direção é crucial e faz parte do nosso dia a dia”, conclui.
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Apoio:
Produção sustentável cadeira produtiva: Massruhá
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Entrevista
FOTOS: Divulgação Embrapa
sustentável e geração de valor da produtiva: os desafios de Silvia Massruhá a frente da Embrapa
No ano em que comemora cinco décadas a Embrapa oficializa a primeira mulher na presidência. Mineira de Passos (MG), Silvia ingressou na Embrapa em 1989, participando de importantes transformações da área de informática na agropecuária, agora tem como objetivo fortalecer os pilares de sustentabilidade e digitalização na estatal
Apesquisadora Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá é a primeira mulher a assumir a presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Seu nome foi confirmado nos Conselhos de Administração (Consad) e de Elegibilidade (Coele) da Empresa. Ela assumiu o cargo no dia 1º de maio.
Sílvia Massruhá é doutora em Computação Aplicada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), onde apresentou a tese “O modelo de inteligência artificial para diagnóstico de doenças de plantas”. É mestre em Automação pela Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e graduada em Análise de Sistemas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).
Mineira de Passos (MG), ingressou na Embrapa em 1989, participando de importantes transformações da área de informática na agropecuária, desde a fábrica de softwares, passando pela década da internet até a presente era digital, em que a computação é transformada no terceiro pilar da
pesquisa científica, ao lado da teoria e da experimentação, segundo a pesquisadora.
Entre suas áreas de conhecimento está o desenvolvimento de tecnologias para sistemas complexos ou para soluções interdisciplinares portadoras de futuro, que se materializa no uso de ferramentas como Inteligência Artificial, blockchain e Internet das Coisas (IoT), entre outras.
“É uma honra assumir a direção da Embrapa na ocasião tão especial dos recém-completados 50 anos. É também um marco na gestão da Instituição, que terá uma mulher na Presidência pela primeira vez. Um passo importante da Empresa rumo a gestões cada vez mais igualitárias e inclusivas”, declarou. Ela citou ainda alguns desafios trazidos pelas mudanças no agro. “No setor de alimentos, os consumidores se preocupam em obter produtos mais saudáveis e com transparência de informações. No setor energético, o agro tem muito a contribuir na transição para matrizes mais limpas. A pesquisa tem muito a desenvolver nessas e outras áreas sempre mantendo o foco na sustentabilidade ambiental, social e econômica”, disse.
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Durante mais de três décadas na estatal, Sílvia esteve vinculada à Embrapa Informática Agropecuária, em Campinas (SP), que, em setembro de 2021, passou a se chamar Embrapa Agricultura Digital para melhor refletir seu papel multidisciplinar e transversal. A mudança aconteceu durante a gestão da pesquisadora na Chefia-Geral do centro de pesquisa (2015 a 2022). No período anterior, de agosto de 2009 a março de 2015, exerceu o cargo de chefe de Pesquisa e Desenvolvimento.
REVISTA DO AVISITE: Como é ser a primeira mulher a presidir a Embrapa em 50 anos?
SILVIA MASSRUHÁ: A presença de mulheres em cargos de liderança é uma revolução que está acontecendo em todos os setores da economia e do agronegócio. No caso da Embrapa, há 33 anos exerço a função de pesquisadora, no total a Empresa tem 25% de gestoras mulheres em suas 43 unidades pelo Brasil.
Me sinto honrada em representar a Embrapa nesse momento, mas estou ciente também da responsabilidade de ser a primeira mulher a frente da Instituição. Hoje tenho a oportunidade de trabalhar com o setor de modo transversal e multidisciplinar.
Como será o seu trabalho dentro da Embrapa equilibrando a necessidade de novas pesquisas para o setor de alimentação e a limitação de recursos?
Este é um dos grandes desafios que temos pela frente, pois, para se avançar em ciência e tecnologia precisa de investimento do setor público, mas também, existe uma importância muito grande na parceria público-privada. Pois essa parceria com as empresas pode ajudar a atender as demandas de curto e médio prazo, e o governo investir nas demandas de pesquisa de médio a longo prazo.
É preciso ter mais investimento do Governo Federal, mas também aumentar nossas parcerias públicoprivadas para que possamos avançar nas nossas pesquisas.
Antes de assumir cargos de gestão, Sílvia atuou por 20 anos na pesquisa, liderando projetos na área de engenharia de software, inteligência artificial e computação científica aplicada à agricultura. A pesquisadora lidera o recém-criado Centro de Ciência para Desenvolvimento em Agricultura Digital (CCDAD/SemeAr), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que ajudou a idealizar, com o objetivo de estruturar o processo de transformação digital no agro de modo a reduzir desigualdades no acesso a tecnologias emergentes.
Como funciona a proteção das pesquisas da Embrapa quando feitas em parcerias público-privadas?
A Embrapa trabalha dentro um modelo de TRL, ou seja, nível de maturidade tecnológica da NASA, no qual trabalhamos com modelos de pesquisa do 1 ao 9. Nos níveis básicos, do 1 ao 3, são as parcerias com universidades e outras instituições de pesquisa; do 4 ao
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Centro em agricultura digital para pequenos produtores
6 é a pesquisa e desenvolvimento com a criação de protótipos e cultivares. A partir do nível 6 começamos a trabalhar a parceria público-privada, uma vez que a Embrapa é uma empresa de pesquisa e não tem recursos humanos suficientes para prestar serviços no mercado, nesse cenário as empresas ajudam a levar nossas pesquisas para o campo. A extensão rural é outro parceiro importante para levar a tecnologia principalmente ao médio e pequeno produtor, seja ela pública ou privada.
Quando pensamos na agricultura e pecuária de baixo carbono, a Embrapa pode ter um papel decisivo neste momento e retomar o protagonismo nas pesquisas sobre estes temas?
Com certeza. Atuamos diretamente no programa de agricultura de baixo carbono junto ao MAPA. A Embrapa tem hoje um amplo portfólio como o de Mudanças Climáticas que trabalha com as principais metodologias para mitigação e adaptação da agricultura à estas mudanças do clima.
Além disso, temos trabalhado para a descarbonização de várias cadeias produtivas. E hoje temos parceria com diversas empresas privadas para fomentar pesquisas como carne carbono neutro, soja de baixo carbono e leite de baixo carbono. A Embrapa tem discutido a melhor metodologia para análise do ciclo de vida para olhar o sistema de produção como um todo.
O que podemos esperar para o futuro das pesquisas?
A Embrapa continua compromissada em produzir alimentos saudáveis com base sustentável, tendo a
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“A Embrapa continua compromissada em produzir alimentos saudáveis com base sustentável, tendo a sustentabilidade nas três dimensões, no ponto de vista econômico, ambiental e social. Precisamos ainda ampliar nosso trabalho com a diversificação e agregação de valor”
FOTOS: Divulgação Embrapa
sustentabilidade nas três dimensões, no ponto de vista econômico, ambiental e social. Precisamos ainda ampliar nosso trabalho com a diversificação e agregação de valor.
A transição nutricional é um novo foco, já podemos ver diversos modelos de dietas sendo discutidos, o consumidor muito mais preocupado com nutrição, saúde e a origem dos alimentos, a transparência do processo de produção, esse também é um grande desafio.
Temos também a transição energética, as mudanças climáticas, desenvolver cultivares adaptados à essas mudanças, investimentos em genômica aplicada. Além de fortalecer a bioeconomia nos seis biomas brasileiros.
Nosso foco é trabalhar na vanguarda de várias disciplinas transversais como a biotecnologia, a engenharia genética, a nanotecnologia, automação, agricultura e pecuária de precisão e digital, trazer as evoluções dessas áreas para agregar mais valor nos sistemas de produção e nas cadeias produtivas para atingirmos essa sustentabilidade e manter o Brasil como protagonista no agro mundial.
Como será pautada sua gestão na Embrapa?
O principal foco será em sustentabilidade e digitalização, sendo estes dois dos pilares que iremos seguir, e pensar a transparência do processo de produção focado no produtor. Trazer números, indicadores e medidas para que possamos provar que nossa produção é sustentável.
Além de dar mais visibilidade para as pesquisas da Embrapa nos seus 43 centros de pesquisa. Nós em Brasília precisamos facilitar para que essas pesquisas e tecnologias cheguem para o produtor rural.
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“É uma honra assumir a direção da Embrapa na ocasião tão especial dos recém-completados 50 anos. É também um marco na gestão da Instituição, que terá uma mulher na Presidência pela primeira vez”.
FOTOS: Divulgação Embrapa
Contribuição do melhoramento genético para o desempenho da avicultura de corte
A seleção de características relacionadas ao rendimento e à qualidade de carne fazem parte dos programas de melhoramento genético desde a década de 1970
Jane Lara Brandani Marques Grosso Coordenadora de Produto, Aviagen América Latina
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Genética
As atividades de produção de proteína animal, quer sejam as de carne (bovina, suína, ou de frango), assim como as de leite e ovos, foram significativamente beneficiadas pelo melhoramento genético nos últimos 70 anos. É extremamente relevante os avanços ocorridos na genética dessas espécies conduzindo a um extraordinário progresso no desempenho zootécnico dos animais na base da cadeia produtiva de tais proteínas. O melhor exemplo, talvez seja a cadeia de produção de carne de frango. Inicialmente, até meados da década de 1940, a carne de frango resultava de aves de raças que serviam tanto para produção de ovos, quase que exclusivamente, quanto para produção de carne, cujo desempenho podia ser adequado para a época, porém aquém do potencial existente. Não tardou para que os produtores e geneticistas percebessem que teriam que racionalizar a produção e trabalhar com animais especializados, ou para carne ou para ovos. Foram priorizadas raças que produzissem mais carne como White Plymouth Rock, New Hampshire, White Cornish e Sussex (Souza e Michelan, 2004), precursoras das linhagens comerciais de corte dos atuais programas de melhoramento genético.
Não obstante, a produção de frangos de corte viria experimentar uma significativa mudança no pipeline de sua cadeia ao longo dos anos, a qual iniciou com a exploração da heterose, cuja metodologia já era conhecida e aplicada na produção de sementes, principalmente de milho. Heterose ou vigor híbrido é o efeito benéfico da combinação de linhagens ou raças distintas em que a média de
Heterose ou vigor híbrido é o efeito benéfico da combinação de linhagens ou raças distintas em que a média de desempenho das progênies híbridas supera à média das progênies de indivíduos puros.
desempenho das progênies híbridas supera à média das progênies de indivíduos puros. Mais tarde, outro conceito foi introduzido, as linhagens especializadas e complementares que compõem o frango de corte moderno, como as linhagens que produzem a fêmea matriz e aquelas que produzem o macho reprodutor. A introdução desse conceito facilitou a seleção dentro e entre linhagens assim como permitiu àquelas com objetivos distintos se complementarem aumentando a produtividade e a rentabilidade em todos os elos da cadeia. As linhagens de macho, por exemplo, são selecionadas fortemente para eficiência alimentar, ganho de peso e conformação, enquanto as linhagens de fêmea, para características reprodutivas. A partir dessa visão, o melhoramento genético tornou-se mais equilibrado, com ênfase no frango, porém não esquecendo as características reprodutivas da matriz e as relacionadas com a saúde e o bem-estar das aves.
Linhagens diferentes na formação do frango de corte moderno também possibilitaram que genes maiores, de segregação mendeliana simples, pudessem ser utilizados. Como exemplo, o gene que determina o padrão de
empenamento (tardio/precoce) utilizado para separar as aves por sexo ainda no incubatório, em seu primeiro dia de vida, viabilizando a criação dos frangos comerciais em lotes de sexo único, objetivando maximizar o desempenho zootécnico de cada sexo. Isso foi possível com o uso de linhagens específicas na produção do frango de corte, onde tais genes são fixados, e pelo cruzamento, entre as linhagens que produzem o fenótipo desejado. A sexagem pelas penas das asas quando comparada a sexagem por exame da cloaca é vantajosa sob os pontos de vista de tempo (40 pintos por minuto contra 8, em média), custo (não requer mão de obra especializada e contratada para esta tarefa específica) e biossegurança (sem contato com mecônio e presença do sexador no incubatório).
O processo de seleção genética no início dos programas de melhoramento era bem simples, as aves selecionadas eram aquelas aptas para reprodução e que apresentassem os maiores pesos à idade de seleção. A seleção genética era feita por meio da seleção massal, ou seja, com base no desempenho somente do indivíduo, para única característica, resultando em
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significativo progresso genético para taxa de crescimento, com reflexo direto na produtividade da atividade.
Ao longo do tempo foram incorporadas novas técnicas de seleção e uma gama de equipamentos de última geração mais precisos para avaliação individual dos animais. Tais implementações trouxeram uma melhor acurácia no cálculo do valor genético dos indivíduos candidatos à seleção assim como possibilitaram incluir várias características nos objetivos de seleção. Esses avanços promoveram grande progresso genético no
desempenho dos frangos de corte moderno. Dados da indústria norte-americana a partir da década de 1950 têm mostrado ganhos anuais de 30 a 40 gramas de peso vivo na mesma idade e 1,5 a 2,0 pontos em conversão alimentar (Tabela 1), reduzindo o custo de produção do frango vivo, beneficiando sobremaneira a cadeia de produção de carne de frango. Tomando por base o desempenho das aves de 1950 e 2020 e o custo para produzir um quilo de frango vivo (simulação teórica com custos atuais), o quilo do frango vivo de 1950 custaria cerca de duas vezes mais que do frango de 2020.
Dentre as características importantes nos programas de melhoramento, a conversão alimentar aparece como o parâmetro central na seleção genética de frangos de corte (Avendaño, 2015), tendo em vista sua extrema importância econômica, uma vez que os gastos com alimentação representam mais de 70% dos custos médios de produção, e qualquer progresso nesse parâmetro reflete muito na rentabilidade do negócio.
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Tabela 1. Evolução média dos índices zootécnicos de frango de corte.
fonte: Adaptado National Chicken Council, 2022.
O processo de seleção genética no início dos programas de melhoramento era bem simples, as aves selecionadas eram aquelas aptas para reprodução e que apresentassem os maiores pesos à idade de seleção.
Dentre as características importantes nos programas de melhoramento, a conversão alimentar aparece como o parâmetro central na seleção genética de frangos de corte (Avendaño, 2015), tendo em vista sua extrema importância econômica, uma vez que os gastos com alimentação representam
mais de 70% dos custos médios de produção, e qualquer progresso nesse parâmetro reflete muito na rentabilidade do negócio. O processo para avaliação da eficiência alimentar, nos programas de melhoramento genético, passou por grandes avanços ao longo do tempo. Das gaiolas individuais para as estações
de alimentação em grupo (Figura 1), permitiram registrar e monitorar o consumo individual de ração de forma contínua em um ambiente que se assemelha as granjas comerciais e ao comportamento alimentar natural, promovendo uma maior precisão na estimação do valor genético para conversão alimentar.
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Figura 1. Estações de alimentação para registro do consumo e comportamento alimentar.
Fonte: Aviagen Group.
Os ganhos em conversão alimentar conquistados ao longo das últimas décadas trouxeram benefícios não somente pelo efeito direto no resultado econômico das empresas, mas também consequências em nível global no uso e na disponibilidade dos recursos naturais e do impacto ambiental na produção.
Os ganhos em conversão alimentar conquistados ao longo das últimas décadas trouxeram benefícios não somente pelo efeito direto no resultado econômico das empresas, mas também consequências em nível global no uso e na disponibilidade dos recursos naturais e do impacto ambiental na produção. O menor consumo de ração para atingir o mesmo peso significa também melhor utilização dos nutrientes, reduzindo o potencial de poluição, com aves excretando menos resíduos como nitrato e fosfato, e redução na pegada de carbono, através de uma menor emissão de gases de efeito estufa. Entre os animais de produção, as aves são as que melhor respondem à redução na emissão de gases de efeito estufa, cerca de 1% ao ano, que em uma perspectiva histórica significa que o frango de corte atual produz uma pegada de carbono 50% menor que o frango da década de 1970, e o frango de
corte em 2030 produzirá 15% menos pegada de carbono que o frango atual (Avendaño e Burnside, 2022). Isso torna a produção de carne de frango, sem dúvida, a mais sustentável, beneficiando significativamente a atividade.
O desempenho vivo, em outras palavras, o custo do frango vivo, é um fator importantíssimo para o resultado econômico da atividade, contudo a cadeia produtiva vai além, e a menor taxa de perdas e o maior rendimento de carnes por quilo processado no frigorífico faz muita diferença no resultado final, pelo poder multiplicador na escala do negócio. A seleção de características relacionadas ao rendimento e à qualidade de carne fazem parte dos programas de melhoramento genético desde a década de 1970. Inicialmente, somente por uma avaliação visual e palpação do animal, seguida pela incorporação de equipamentos desenvolvidos para a área médica
como o ultrassom e o tomógrafo. A Aviagen®, consolidada como uma das maiores empresas de genética mundial, é pioneira no uso da tomografia computadorizada para seleção de suas linhagens. As imagens produzidas por tais equipamentos e analisadas por inteligência artificial trouxeram significativa melhora na precisão da avaliação, superior a 95% (Souza, 2019), do rendimento e da qualidade de carne dos indivíduos candidatos à seleção (Figura 2), traduzindo em 40 gramas mais rendimento de carcaça eviscerada por quilo de peso vivo.
A saúde esquelética e metabólica é um pré-requisito para qualquer produto comercial de sucesso. Ao mesmo tempo que o frango de corte moderno adquire maior potencial de crescimento, eficiência alimentar e rendimento de carne, é essencial um desenvolvimento no mesmo ritmo dos sistemas musculoesquelético e cardiorrespiratório. A Aviagen tem um histórico de recursos em tecnologia no setor de melhoramento genético que tem feito grande diferença na saúde e no bem-estar das aves. Por exemplo, a tomografia computadorizada e as medições de oximetria que oferecem uma riqueza de dados relacionados à saúde das pernas e função cardiovascular, influenciando o bem-estar e a viabilidade (Reichelt, 2022).
Por outro lado, o aumento da produção de proteína animal, para alimentar uma população mundial crescente e estimada em 8,5 bilhões até 2030, deve ser equilibrado e sustentado. Logo, a abordagem para a seleção genética deve ser holística (Avendaño e
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Figura 2. Correlação entre peso de peito observado e predito por meio da tomografia computadorizada.
fonte: Adaptado Souza, 2019.
Burnside, 2022), equilibrando o progresso genético contínuo entre as características relacionadas ao desempenho produtivo e àquelas que promovem a saúde, a
habilidade reprodutiva e o bemestar animal. Tal abordagem no âmbito do melhoramento genético privilegia avanços nos pilares econômicos, sociais e ambientais
da sustentabilidade, contribuindo não somente para o resultado econômico da atividade, mas também na proteção do planeta para os nossos filhos e netos.
Literatura citada
Avendaño, S. 2015. Avances genéticos en reproductoras y pollos de engorde. XXIV Congreso Latinoamericano de Avicultura, septiembre 8-11. Guayaquil, Ecuador. Avendaño, S., Burnside, T. 2022. Breeding sustainability: reducing CO2 in the poultry sector. Disponível: https://www.poultryworld.net/health-nutrition/nutrition/ breeding-sustainability-reducing-co2-in-the-poultry-sector/ National Chicken Council. 2022. US Broiler Performance Statistics. Disponível: https://www.nationalchickencouncil.org/statistic/us-broiler-performance/ Reichelt, S. 2022. No finish lines in animal welfare. Disponível: https://www.thepoultrysite.com/articles/no-finish-lines-in-animal-welfare Souza, E.M., Michelan Filho, T. 2004. Genética avícola. In: Mendes, A.A., Naas, I.A., Macari, M. Produção de Frangos de Corte. Campinas: FACTA, 2004. p. 23-35. Souza, E.M. 2019. O frango do futuro. In: Simpósio Brasil Sul de Avicultura, 20., 2019, Chapecó. Anais... Chapecó Embrapa Suínos e Aves, p. 45-56.
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A seleção genética era feita por meio da seleção massal, ou seja, com base no desempenho somente do indivíduo, para única característica, resultando em significativo progresso genético para taxa de crescimento, com reflexo direto na produtividade da atividade.
Fatores de influência na qualidade e integridade de carcaças de frangos
José Maurício França Médico Veterinário, D.Sc.
O desafio
Grande quantidade de carcaças diariamente são reprocessadas nos abatedouros devido diferentes defeitos apontados pelo serviço de inspeção sanitária, tornando inviável seu consumo na forma integral. Parte da questão é relativizada pelos gestores uma vez que muitos dos cortes serão
aproveitados parcialmente, o que se justifica pela agregação de valor devido ao redirecionamento que se realiza na composição do mix produtivo.
No entanto, diferentes adequações operacionais são necessárias para compensar estas alterações das características esperadas de aspecto intrínsecos de qualidade, como cor
da carne, integridade da pele e ausência de arranhaduras, ausência de hematomas ou fraturas. Isto implica no aumento da necessidade de monitoramento durante o processamento, seleção durante a definição da utilização do produto, com uma revisão de critérios muitas vezes redundante, especialmente devido ao fato de que para determinados clientes a
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Abate
matéria-prima deve manter atributos de qualidade visual, não somente relacionando a questão à integridade microbiológica e de segurança na ausência de resíduos, por exemplo.
A integridade das carcaças, agora compreendida como matéria-prima para a industrialização de carne de frango, se constitui como um fundamento que deve ser considerado por toda a cadeia. Esta abordagem acontece no abatedouro devido à necessidade de definir a aplicabilidade, no entanto nas diferentes etapas da criação dos animais que irão se acumulando os efeitos sobre as aves, e irão assim definir a utilização desta matériaprima.
Alojamento dos pintainhos
Durante o alojamento dos pintainhos deve-se considerar as condições da cama fundamentalmente, tendo em conta que camas novas aumentam uma maior predisponência de lesões de pele desde os primeiros dias do lote; bem como no inventário de comedouros e bebedouros em função da densidade que será aplicada no lote. Ainda, nos momentos de troca da ração, com modificação da textura em virtude da dureza do pelet e um maior tempo de permanência da ave no comedouro, o que certamente irá aumentar a disposição de amontoamento, podendo impactar na integridade da pele através de arranhaduras mais extensas ou não, especialmente nas fases de troca de ração e empenamento.
Manejo das aves durante a engorda
Dentre os fatores predisponentes, cada vez mais frequentemente evidenciado é o manejo incorreto de ambiência, o que nas etapas críticas pode predispor maior amontoamento das aves devido distribuição incorreta de ventilação, aumentando o risco de maior quantidade de arranhaduras; procedimentos de pesagem, atrasos com entregas de rações, ausência de cercas divisórias no galpão, e um programa incorreto de luz em desacordo ao preconizado pelas linhagens devem ser considerados.
Diferentes operações realizadas na engorda de frangos para produção de carne são mais impactantes na integridade das carcaças, considerando especialmente o aspecto visual, onde a integridade da pele pode ser afetada por manejo incorreto nos procedimentos de levantamento dos comedouros nos procedimentos de pré-abate, amontoamento das aves para a apanha, alta densidade nas gaiolas de transporte, bem como condições de estrada precárias
Tondeur & Simons, em 2016, ilustraram arranhaduras mais antigas, que ocorrem ao mínimo 7 dias antes do abate, tendo em conta aves abatidas com 28 a 35 dias de idade.
Fatores como amônia e densidade impactam no manejo de cama, acarretando lesões como podo dermatites, ou ainda, diferentes níveis de calosidades, que também são aplicáveis como indicadores de bem-estar animal.
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Jejum pré-abate
O jejum quando é prolongado, além das perdas de peso, rendimento e qualidade, aumenta a possibilidade de ruptura da vesícula biliar com extravasamento de conteúdo biliar na carcaça e consequente remoção da pele. Há um potencial risco de maior disseminação de Salmonela, cuja incidência é associada à uma maior disseminação do conteúdo biliar nos processos de evisceração, especialmente pela alto potencial de incrementar contaminação cruzada.
Diagnóstico diferencial das origens dos hematomas
Classicamente, as principais lesões associadas as asas ocorrem com maior frequência na apanha, durante a transferência das aves
Oba, em 2015, demonstrou o alto grau de perdas associadas ao jejum prolongado consequência da espera e do transporte prolongados, e maior mortalidade em relação linear
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Lesões associadas a diferentes momentos de processamento, considerando a coloração, é possível observar lesão com 24 horas anterior à apanha (4), no momento da apanha (1), no momento da pendura (3) e no momento do atordoamento (2).
para as caixas de transporte. Porém, conforme os procedimentos operacionais das empresas, estas lesões ocorrem também na pendura, quando há obstruções do percurso; ou ainda, com um efeito de pré-atordoamento, consequência muitas vezes do ajuste da entrada das aves na cuba de atordoamento, ou ainda no barramento do eletrodo de transmissão de corrente.
Transporte
As condições de transporte não podem ser vislumbradas somente sob a ótica do melhor frete e maximização do transporte, devido ao risco de aumentar a densidade de aves por gaiolas, aumentando a possibilidade de incrementar DOA: ou ainda, aumentar o risco de contusões ao aplicar uma condição de maior espaço livre no interior das gaiolas , que associado à velocidade e às condições das estradas, podem acarretar especialmente lesões no dorso das
Pendura
O processo de pendura das aves é uma etapa extremamente crítica para a qualidade das carcaças, quer seja pela natureza evidente da desafiadora interação do pendurador com as aves, devida uma maior pressão por velocidade de abate, associado a um ambiente naturalmente hostil, devido a poeira, baixa luminosidade, repetição da atividade e ainda, uma adequada cadência no processo. O potencial risco de ganchos vazios aumenta a possibilidade de estes causarem golpes na superfície da carcaça devido estarem vazios no interior da depenadeira.
aves, bem como lesões na superfície externa das asas como demonstrado na figura abaixo. Deve haver uma análise crítica da pressão sobre o tempo regular das viagens e a oportunidade e necessidade dos motoristas em realizar duas viagens no dia para viabilizar suas atividades. Associado a altas velocidades, um piso ruim ou ainda estradas com grande quantidade de curvas, subidas íngremes, com aves pesadas e empilhamento de 9 ou 10 gaiolas, as aves ao final da carroceria, nas partes mais altas, serão certamente mais golpeadas.
O espaço lateral para os penduradores deve ser de 85 cm efetivo, não deve haver obstruções mecânicas à passagem das aves e deve haver certeza que haja 20 aves por pendurador por minuto. A técnica de retirada das aves do interior das gaiolas, a passagem das asas no sentido inverso à passagem das caixas, bem como as mãos dos penduradores atritarem as asas são itens de rotina a ser cumpridos na verificação operacional pelo supervisor.
Uma prática recomendada em equipes em permanente treinamento é a de manter um membro da equipe permanentemente verificando o adequado enganche das aves para garantir a estabilidade das carcaças nas etapas posteriores. Carcaças caindo nas depenadeiras constitui um importante indicador da necessidade de melhoria; dos ganchos e das equipes.
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Depenagem
Durante o processo de depenagem é comum observar lacerações potencializadas pelas frágeis condições de elasticidade da pele, fraturas sem derrame de sangue, decorrentes também de manejo imperfeitos dos dedos das depenadeiras pelos critérios de substituição em situação de desgaste prematuro. Observar lesões punctiformes sempre na mesma posição é passível de atribuir a um dedo de depenagem desgastado. Ainda, lacerações em superfícies ocorrendo nas mesmas posições, arrancamento de pele ou ainda grande quantidade residual de pele devem ser permanentemente monitorados.
A correta pendura das aves garante a estabilidade das carcaças durante a passagem pelos equipamentos, e nas etapas de atordoamento, sangria, escaldagem e depenagem podem garantir que os processos preservem a integridade das carcaças.
Atordoamento
As lesões associadas ao atordoador muitas vezes são evidentes, muitas vezes decorrentes de um efeito de pré-atordoamento, do ajuste da entrada das aves na cuba de atordoamento, ou ainda no barramento do eletrodo de transmissão de corrente.
Excessiva quantidade de matéria orgânica na água da cuba, ganchos vazios, velocidade e tamanho das aves ajustados ao atordoador completam as principais causas associadas a defeitos nas asas. Deve ser realizado diagnóstico diferencial do ingurgitamento de sangue nas artérias braquiais, decorrente muitas vezes de um atordoamento superficial.
Deve ser dedicada permanente atenção dos supervisores ao início do abate se houve qualquer modificação na disposição dos equipamentos que possa causar
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obstrução mecânica à passagem do frango. Isto se deve especialmente após a intervenção das equipes de manutenção nos finais de semana.
Recomendações
Avaliar as carcaças durante o abate conectando causa e efeito considerados na cadeia produtiva e nos processos associados. A amostragem deve estar correlacionada aos lotes em produção e as ações corretivas devem ter seu efeito mensurado.
É importante considerar os efeitos de perdas, reprocesso e produtos inviabilizados especialmente em sistemas mecanizados que dependem da integridade das carcaças para sua eficácia.
MONITORAMENTO E VERIFICAÇÃO
Recomendado avaliar por 5 minutos na saída da depenadeira e marcar as contagens. É necessário relacionar a velocidade de ganchos por 5 minutos como o total da amostragem.
O número de observações deve ser dividido pelo total de ganchos e multiplicado 100, e os índices como calo de peito < 1%, calo de patas ideal < 3% acima de 5% ação corretiva.
Para avaliação de pele é aceitável < 1% alerta 1- 2% ação corretiva > 3% (observar a linha da Inspeção).
O índice de fraturas deve ser inferior a 1%.
O índice de hematomas o ideal é < 2% aceitável 2-4% e acima 4% - ação corretiva sobre equipe de apanha, descarga ou atordoador.
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Uso de probióticos em aves e suínos: fazendo a escolha correta
Os desafios e as necessidades são muito diferentes na cadeia de produção animal e, por esta razão, é importante que se procure entender as características de cada cepa para encontrar a melhor solução probiótica para cada desafio
Fernando Augusto de Araújo
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AviSite
Nutrição Animal
Cada vez mais os probióticos estão fazendo parte da nossa alimentação e suplementação diária, consumidos por meio de iogurtes, queijos ou pastilhas probióticas. Assim como nós utilizamos os probióticos para promoção, principalmente, da saúde e regulação entérica, na indústria animal esses produtos gradativamente ganham mais atenção principalmente na produção intensiva de aves e suínos. Sua aplicação pode variar entre regiões e/ou países, uma vez que os desafios e as necessidades são distintos, mas sempre com o objetivo principal de aumentar a rentabilidade na produção.
Probióticos são microrganismos vivos, que quando suplementado em quantidades adequadas, promovem saúde ao hospedeiro (WHO; OMS, 2001). Ademais, promovem o equilíbrio da microbiota do trato gastrointestinal, favorecendo a saúde de aves e suínos neste sistema. Como foi dito anteriormente, dentro desta indústria, os desafios e as necessidades são muito diferentes e, por esta razão, é importante que se procure entender as características de cada cepa para encontrar a melhor solução probiótica para cada desafio.
Na produção animal, a seleção de microrganismos é fundamental no processo de lançamento de um novo probiótico. Primeiro ocorre a triagem de cepas com caraterísticas
desejáveis. Neste processo, algumas cepas são selecionadas objetivando a promoção de saúde e outras para a melhoria do desempenho zootécnico. Após este criterioso processo, ainda se faz necessário comprovar a sobrevivência da cepa probiótica no ambiente gastrointestinal, a capacidade de suportar ao baixo pH, altas concentrações de ácidos biliares, capacidade de aderência, poder de colonização no epitélio intestinal bem como a compatibilidade com antibióticos usualmente empregados. Além disso, o probiótico escolhido deve tolerar os processos usuais de fabricação (ex: peletização), transporte e armazenagem da ração.
Existem distintos grupos de probióticos compostos por espécies e cepas bastante variadas, cada um com características particulares. Deste modo, se dá a importância de conhecer cada uma delas para escolher a melhor alternativa que se adapte à necessidade da empresa e do produtor. O grupo de bactérias ácidos láticas são utilizadas para a colonização intestinal, que possuem como mecanismo de ação a disputa com as bactérias patogênicas por sítios de ligação nos enterócitos, o que reduz a colonização destas bactérias e, portanto, dificultando a manifestação da enfermidade
A inibição do crescimento de bactérias patogênicas, como descrito acima, se deve
Em aves e suínos os probióticos podem ser utilizados como uma alternativa natural para a substituição total ou parcial de antibióticos promotores de crescimento, além de controlar, prevenir e palear algumas patologias entéricas, tais como: salmoneloses, colibaciloses, clostridiose e coccidiose.
principalmente à produção de substâncias antimicrobianas como bacteriocinas, ácidos orgânicos e peróxido de hidrogênio que atuam tanto em bactérias gram-negativas quanto em bactérias grampositivas. Para melhor eficácia do uso deste determinado grupo de probióticos se recomenda fazer uma técnica in vitro chamada de Spot-on-the-lawn que mensura a inibição de uma determinada bactéria sobre uma bactéria alvo (patogênica), por meio de um cultivo dessas em uma mesma placa. A presença do halo de inibição demonstra a ação das bacteriocinas na inibição da bactéria alvo e quanto maior o halo de inibição, maior a ação da bactéria probiótica in vivo.
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Probióticos são microrganismos vivos, que quando suplementado em quantidades adequadas, promovem saúde ao hospedeiro
bactérias láticas
O segundo grupo são os bacilos, bactérias que em condições naturais estão na forma de esporos. São chamados também de probióticos de passagem ou moduladores de microbiota, não se fixam nos enterócitos, germinam no intestino em condições adequadas de pH, umidade e nutrientes e se esporulam no ambiente novamente, podendo melhorar o
microambiente onde os animais estão instalados.
Em resumo, a garantia do sucesso no uso de probióticos deriva da escolha e adequação de cepas específicas para desafios distintos de saúde e desempenho, tanto para aves quanto suínos, e a técnica de Spot-on-the-lawn é uma ótima ferramenta. Além disso, é essencial o acompanhamento periódico da cepa probiótica em todas as etapas da produção.
SAIBA MAIS
A técnica laboratorial Spoton-the-lawn é a maneira eficaz para a escolha do probiótico ideal a granja e consiste em cultivarmos no mesmo meio de cultivo a bactéria patogênica isolada nas granjas com a bactéria probiótica e observarmos se há ou não a formação do halo de inibição.
Fernando Augusto de Araújo é médico-veterinário e gerente de produto da Cinergis
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Nutrição Animal
A garantia do sucesso no uso de probióticos deriva da escolha e adequação de cepas específicas para desafios distintos de saúde e desempenho, tanto para aves quanto suínos
51 A Revista do AviSite GI-OVO | www.gi-ovo.com | sales@gi-ovo.com | +31(0)88-030 89 00 A partir de agora com nova unidade de produção no Brasil.
Oferta de carnes tende à recuperação interno, atingindo maior nível
Conab A
oferta de carnes no mercado interno deverá apresentar recuperação em 2023 e pode atingir o maior nível na série histórica. A previsão aparece no quadro de suprimentos, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), somando os três principais tipos de proteína animal consumidos pelos brasileiros, a quantidade do produto no mercado doméstico está projetada em 20,77 milhões de toneladas, um aumento de 5% se comparado com volume estimado em 2022.
“Esse cenário contribui para uma tendência de queda nos preços, o que já começa a ser percebido no mercado como mostra a pesquisa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) divulgado, em março, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística)”, pondera o presidente da Companhia, Edegar Pretto.
Com a maior produção, a disponibilidade per capita também cresce, atingindo 96 quilos por habitante no ano – segundo maior índice já registrado, sendo inferior apenas a 2013. O incremento no indicador ocorre mesmo com o crescimento da população brasileira.
A maior elevação estimada pela Conab está para a produção e disponibilidade de carne bovina. A projeção é que o país produza cerca de 9 milhões de toneladas em 2023. Este ano tende a ser o pico de abates, em virtude do momento do ciclo pecuário, onde haverá crescimento do descarte de fêmeas e uma consequente elevação na oferta de carne no mercado.
Além do incremento na produção, há uma tendência de queda nas exportações do produto em virtude de um início de ano impactado pela suspensão da venda da carne bovina, principalmente ao mercado chinês, por conta de medidas previstas em protocolos sanitários. Esta situação foi contornada com o fim do embargo pela China, ainda no final de março. O cenário de alta na produção aliado a uma queda nas vendas ao mercado externo possibilita um aumento de 12,4% na disponibilidade da carne bovina no cenário doméstico, podendo chegar a 6,26 milhões de toneladas. A maior oferta influencia positivamente na disponibilidade per capita, no qual é esperada uma recuperação na ordem de 11,6%, estimada em 29 quilos por habitante por ano.
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Produção
Com a maior produção, a disponibilidade per capita também cresce, atingindo 96 quilos por habitante no ano
recuperação no mercado nível na série histórica
Para aves é esperado um aumento na produção de 3,1% saindo de 14,78 milhões de toneladas para 15,24 milhões de toneladas. As exportações também tendem a registrar um crescimento de 4,7%, podendo atingir um novo recorde em 2023 chegando a 4,8 milhões de toneladas embarcadas. De acordo com dados do MDIC, o volume exportado do produto nos três primeiros meses do ano está 17% superior ao mesmo período do ano passado. “As recentes detecções de casos de gripe aviária em países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Chile, causam apreensão no setor, em virtude da proximidade geográfica com o sul do País, principal região produtora e responsável por mais de 60% da produção nacional de carne de frango. Mas, o Brasil tem reforçado as barreiras sanitárias para que o país siga livre da doença”, analisa o gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, Gabriel Rabello. Mesmo com a expectativa de um novo recorde nas vendas internacionais e do aumento da população, a disponibilidade per capita do produto tende a registrar uma leve recuperação de 1,7%, estimada em 48 quilos por habitante ao ano.
Alta também para a produção de carne suína, podendo ultrapassar 5,3 milhões de toneladas – maior volume para a série histórica. A disponibilidade per capita do produto tende a ficar estável em relação a 2022, em torno de 19 quilos por habitante ao ano. O incremento da oferta do produto no mercado interno é compensado pela elevação da população e das exportações. “A previsão é que as vendas ao mercado externo atinjam 1,2 milhão de toneladas, volume 8,3% superior ao comparado com o ano passado. Essa tendência pode ser confirmada após bons volumes embarcados entre janeiro e março deste ano, além do registro de focos de peste suína africana na China”, pondera o analista da Companhia, Wander de Sousa.
De acordo com a estimativa da estatal, a produção de ovos para 2023 deve atingir um novo recorde e chegar a 40 bilhões de unidades de ovos para consumo. Com este volume, a disponibilidade per capita do produto é estimada em, aproximadamente, 185 unidades por habitante ao ano.
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Notas: 1) O alojamento, e não a produção de pintos de corte, reflete o plantel que irá produzir carne; 2) Produção. Fonte: Assoc. Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte - APINCO; 3) Exportação. Fonte: SECEX; 4) População. Fonte: IBGE.
Notas: 1) Rebanho. Fonte: IBGE; 2) Exportação e Importação. Fonte: SECEX; 3) População. Fonte: IBGE.
Notas: 1) Rebanho. Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal; 2) Exportação e Importação. Fonte: SECEX; 3) População e Produção de carne. Fonte: IBGE;
54 A Revista do AviSite Produção BOVINOS ANO 2018 2019 2020 2021 2022 2023* Variação 23/22 REBANHO (1.000 cabeças) 213.809,4 214.690,0 217.836,3 224.602,1 227.443,3 230.284,5 1,2% PRODUÇÃO DE CARNE ( 1.000 t equiv. carcaça) 9.214,6 8.866,1 8.492,7 8.328,5 8.513,0 9.064,7 6,5% IMPORTAÇÃO (1.000 t equiv. carcaça) 47,2 49,7 62,7 70,7 80,6 84,6 5,0% EXPORTAÇÃO (1.000 t equiv. carcaça) 2.194,4 2.482,8 2.690,9 2.478,2 3.018,0 2.883,2 -4,5% DISPONIBILIDADE INTERNA (1.000 t equiv. carcaça) 7.067,4 6.433,0 5.864,5 5.921,0 5.575,6 6.266,2 12,4% POPULAÇÃO (milhões de habitantes) 208,49 210,15 211,76 213,32 214,83 216,28 0,7% DISPONIBILIDADE PER CAPITA (kg/hab./ano) 33,9 30,6 27,7 27,8 26,0 29,0 11,6% SUÍNOS ANO 2018 2019 2020 2021 2022 2023* Variação 23/22 REBANHO (1.000 cabeças) 41.231,9 40.556,1 41.211,2 42.538,7 43.163,9 43.703,3 1,2% PRODUÇÃO DE CARNE ( 1.000 t equiv. carcaça) 3.950,8 4.125,7 4.482,0 4.899,0 5.167,3 5.304,9 2,7% IMPORTAÇÃO (1.000 t equiv. carcaça) 16,8 19,2 15,9 29,5 22,6 22,9 1,0% EXPORTAÇÃO (1.000 t equiv. Carcaça) 650,7 763,0 1.027,8 1.131,0 1.109,1 1.200,8 8,3% DISPONIBILIDADE INTERNA (1.000 t equiv. carcaça) 3.316,9 3.381,9 3.470,1 3.797,5 4.080,9 4.126,9 1,1% POPULAÇÃO (milhões de habitantes) 208,49 210,15 211,76 213,32 214,83 216,28 0,7% DISPONIBILIDADE PER CAPITA (kg/hab./ano) 15,9 16,1 16,4 17,8 19,0 19,1 0,4% AVICULTURA DE CORTE ANO 2018 2019 2020 2021 2022 2023* Variação 23/22 ALOJAMENTO DE PINTOS DE CORTE (milhões de cabeças) 6.063,8 6.459,1 6.810,1 6.912,2 6.856,8 7.079,5 3,2% PRODUÇÃO DE CARNE DE FRANGO ( 1.000 t) 13.288,6 13.936,0 14.683,2 15.232,8 14.782,8 15.243,5 3,1% EXPORTAÇÃO (1.000 t) 4.017,7 4.174,8 4.124,7 4.467,6 4.652,8 4.869,3 4,7% IMPORTAÇÃO (1.000 t) 3,4 5,0 5,2 5,3 4,8 4,9 2,0% DISPONIBILIDADE INTERNA (1.000 t) 9.274,3 9.766,2 10.563,7 10.770,5 10.134,9 10.379,1 2,4% POPULAÇÃO (milhões de habitantes) 208,49 210,15 211,76 213,32 214,83 216,28 0,7% DISPONIBILIDADE PER CAPITA (kg/hab./ano) 44,5 46,5 49,9 50,5 47,2 48,0 1,7%
Notas: 1) Quadro com o somatório dos valores referentes à Avicultura de Corte, Bovinos e Suínos.
Nota: Fonte IBGE
Nota Complementar: As exportações e as importações das carnes bovina e suína resultam dos dados da SECEX (em quilo líquido), convertidos para equivalente-carcaça. (*) Estimativa da Conab. ELAB.: Conab / Sugof / Gepec -Abr/2023
55 A Revista do AviSite OVOS ANO 2018 2019 2020 2021 2022 2023* Variação 23/22 PLANTEL DE POEDEIRAS (milhões de aves) 163,7 170,4 174,7 176,0 178,6 181,7 1,8% PRODUÇÃO DE OVOS (bilhões de unidades) 34,6 37,3 38,4 39,1 39,3 40,0 1,6% POPULAÇÃO (milhões de habitantes) 208,49 210,15 211,76 213,32 214,83 216,28 0,7% DISPONIBILIDADE PER CAPITA (unidades/hab./ano) 165,8 177,7 181,3 183,1 183,1 184,8 0,9% TOTAL CARNES (AVICULTURA
ANO 2018 2019 2020 2021 2022 2023* Variação 23/22 PRODUÇÃO DE CARNE TOTAL ( 1.000 t) 26.454,0 26.927,8 27.657,9 28.460,3 28.463,2 29.613,1 4,0% EXPORTAÇÃO (1.000 t) 6.862,8 7.420,6 7.843,4 8.076,7 8.779,9 8.953,3 2,0% IMPORTAÇÃO (1.000 t) 67,4 73,9 83,8 105,4 108,0 112,4 4,0% DISPONIBILIDADE INTERNA (1.000 t) 19.658,6 19.581,2 19.898,4 20.488,9 19.791,3 20.772,3 5,0% POPULAÇÃO (milhões de habitantes) 208,49 210,15 211,76 213,32 214,83 216,28 0,7% DISPONIBILIDADE PER CAPITA (kg/hab./ano) 94,3 93,2 94,0 96,0 92,1 96,0 4,2%
DE CORTE, BOVINOS E SUÍNOS)1)
Para aves é esperado um aumento na produção de 3,1%, saindo de 14,78 milhões de toneladas para 15,24 milhões de toneladas
A importância de controlar a salmonela na granja
Imunização por meio de vacinas vivas tem se mostrado, cada vez mais, uma medida efetiva de controle da doença
Apontado como um dos principais problemas em granjas e, consequentemente, de perdas econômicas, a salmonelose desperta atenção por conta de riscos relacionados à saúde pública. Provocada por uma bactéria entérica muito adaptada às aves, a doença preocupa tanto pela ameaça de transmissão vertical quanto pela contaminação horizontal que ocorre nas granjas. Por isso, seu controle é de extrema importância.
Para se ter uma ideia da dimensão do desafio, a diversidade da salmonela é tamanha que hoje são conhecidas mais de 2,5 mil variedades, que possuem comportamentos biológicos diferentes. Desse vasto universo, há espécies como a Salmonella Gallinarum e a Salmonella Pullorum, causadoras de doenças
clínicas nas aves, mas sem nenhum impacto na saúde dos seres humanos. Há ainda o grupo de salmonelas paratíficas, como, por exemplo, a Salmonella Typhimurium e a Salmonella Enteritidis, que, muitas vezes, são assintomáticas e não causam doenças nas aves, mas, quando contaminam a carne do animal ou os ovos, podem provocar infecções alimentares em humanos.
Além dessa gama enorme, outro fator que dificulta seu controle é a capacidade que essa bactéria possui de adaptar um mecanismo de invasão e penetrar na célula do hospedeiro. Uma vez em seu interior, permanece por lá escondida sem que seu hospedeiro consiga destrui-la por meio de mecanismos imunes. Isso explica a dificuldade do controle da salmonela por meio do uso de antibióticos.
A vacinação contra essa bactéria vem ganhando cada vez mais adeptos com cepas que promovem a proteção cruzada. Além de atuarem na redução da contaminação de carcaças no abatedouro, mostram-se uma alternativa economicamente viável para empresas produtoras de carne de frango.
As vacinas vivas bacterianas contra a salmonela, além de protegerem contra o patógeno, representam uma alternativa aos antimicrobianos e ativam a imunidade inata e adquirida das aves.
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Josias Vogt
Saúde Animal
Josias Vogt, assistente Técnico de Aves da Zoetis
1º Symposium Feed Technology amplia o debate sobre o processamento de ração e o papel do Brasil como player de conhecimento na América
Latina
Evento destacou os principais desafios e oportunidades da nutrição animal e reuniu profissionais envolvidos na cadeia da indústria de processamento de ração, fábricas de ração e indústrias de equipamentos para fábricas e tecnologias
Dedicado exclusivamente a nutrição animal, o 1° Symposium Feed Technology: Process and Nutrition Interaction já nasceu com números recordes. Com casa cheia, a primeira edição, realizada entre os dias 13 e 15 de junho, no Parque Barigui, em Curitiba (PR), contou com 320 inscritos, 23 patrocinadores, cinco apoiadores e a colaboração da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).
Organizador do evento, o Feed Technology Institute – FTI é uma iniciativa concebida pela Evonik e
pela DSM em parceria com a Nutrall, empresa incubada na Universidade Federal do Paraná (UFPR), para atender a demanda crescente da indústria por especialização e profissionalização nos processos de produção de rações em toda a América Latina.
Nei Arruda, Marketing Estratégico para Essential Nutrition América Latina da Evonik, explicou, em entrevista ao AviSite, que para a escolha dos temas e palestrantes buscou a interação entre a nutrição e a produção de ração. “Criamos um comitê científico com o pessoal da indústria e da academia, e selecionamos palestrantes com atuação significativa e que nos
trouxessem temas relevantes, foi assim que iniciamos nosso primeiro evento, a ideia é aumentar este comitê para que surjam novas ideias de temas”.
“Conferências de nutrição, sanidade e genética têm uma maior oferta, sentimos um gap, uma falta de eventos voltados para a produção de ração e nutrição no Brasil. Neste sentido, a Evonik foi pioneira ao investir no fomento de conhecimento para o setor, e dentro do trabalho de criação do simpósio trouxe novas empresas para participar do projeto. A partir daí se decidiu ter uma estrutura física para atender a essa demanda”, contou Arruada.
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Cobertura: 10 Symposium Feed Technology
Glaucia Bezerra, Curitiba (PR)
Nei Arruda e Rogério Balestrin durante a cerimônia de abertura do evento.
O executivo da Evonik lembrou que hoje o Brasil é um dos maiores produtores de ração e para treinar
e capacitar um profissional voltado a produção de ração ainda é preciso que ele procure cursos
fora do país. “O objetivo do FTI é arrecadar fundos e poder ofertar esse conhecimento ao profissional da produção animal, sendo algo para o benefício do mercado, da indústria e da academia brasileira”.
É preciso reconhecer o potencial do Brasil para se tornar um dos maiores criadores de conteúdo sobre o setor de ração e nutrição animal. “Somos os maiores produtores de soja e carnes, sabemos que o país pode ser um modelo para toda a América Latina”, salientou Arruda.
Rogério Balestrin, Performance Solution Manager – South Latam da DSM, lembrou que nutrição e processos ainda são temas que precisam de mais atenção. “Queremos tornar esse simpósio uma referência no setor e contar com o apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR) tornandoa fonte de conhecimento sobre nutrição e processos. Não temos o intuito de concorrer com nenhum outro evento já existente, mas sim atender ao público que está no dia a dia das fábricas, lidando com a nutrição e estimular cada dia mais o desenvolvimento do setor”.
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Latina
A estrutura tem como objetivo desenvolver experimentos que irão trazer benefícios para a indústria, em uma linha de processos independentes com capacidade de amenizar contaminações cruzadas
“Atualmente, no Brasil, nenhuma universidade possui em seu campus uma fábrica de ração modelo para o desenvolvimento de pesquisas e especialização de estudantes, por isso nos reunimos com esta finalidade. E, principalmente, por acreditar na cooperação tecnológica e científica para o desenvolvimento da nutrição animal”, definiu Marco Lara, gerente de Aplicações e Tecnologia de Ração da Evonik e membro da comissão organizadora do evento.
O propósito do FTI é atender o crescimento da demanda da indústria para a especialização e profissionalização no processo de produção de ração, por meio de capacitação, pesquisa e extensão.
Unindo a interface da academia e mercado de produção de rações, instrumentalizando a UFPR com a fábrica de ração piloto com um ambiente de ensino e pesquisa, além de espaço para coworking.
Fábrica de Ração Piloto FTI
O conceito da fábrica é atender as necessidades de rações experimentais com a confiabilidade necessária, com procedimentos de operação de classe mundial e com equipamentos de nível industrial que possam ser expandidos para a realidade da indústria.
“Durante a criação do projeto
foram avaliados diferentes diagramas de fluxo de fábricas de rações de institutos de pesquisa e optamos por operações independentes, mas preparadas, para no futuro interligar com transportadoras e permitir a produção contínua de ração”, detalhou Lara.
A fábrica de ração piloto irá desenvolver experimentos que irão trazer benefícios para a indústria. Segundo o executivo da Evonik, a estrutura não tem a intenção de ser uma produtora de ração com uma linha de produção contínua, mas sim, construir processos independentes com capacidade de amenizar as contaminações cruzadas.
60 A Revista do AviSite Cobertura: 10 Symposium Feed Technology
FTI apresenta projeto da primeira fábrica de ração piloto da América
Marco Lara, gerente de Aplicações e Tecnologia de Ração da Evonik e membro da comissão organizadora do evento
Novos padrões para melhores resultados
Nos últimos três anos foram realizados estudos e discussões para definir qual seria o melhor fluxo para a construção da fábrica, a conclusão foi que o projeto será edificado sobre três linhas principais, sendo a linha de moagem, mistura e peletização.
A linha de moagem está sendo desenvolvida para trabalhar tanto com moinho de rolo como de martelo, para atender a base da nutrição da América Latina que é milho e farelo de soja. Essa estrutura deverá proporcionar condições de estudo para definir a melhor escolha de moagem com a tecnologia já utilizada em fábricas no mundo todo, trabalhando velocidade periférica e diferentes matérias-primas.
Em mistura será possível criar padrões e procedimentos utilizando
equipamentos a nível industrial e expandir esse conhecimento para a indústria. “A fábrica não irá atuar como um laboratório, mas sim, como uma fábrica em operação. A linha de peletização terá total condição para estudo do tempo de retenção, com resfriador e será preparada para o uso do expander”, explica Lara.
A fábrica ficará localizada dentro da UFPR, em um terreno já disponível, cujo projeto será focado na fabricação de ração, mas também pensando em atender a academia em um momento futuro, com um espaço para que equipes e grupos possam ter com segurança a experiência na prática, além do espaço para expansão e utilização de novas tecnologias, com espaço para uma linha de extrusão, ampliando o atendimento do setores de aves e suínos e integrando os segmentos de bovinos, pet e peixes, atendendo o mercado de ração como um todo, e criando um espaço para capacitação e salas de aulas.
2º
FEED TECHNOLOGY: PROCESS AND NUTRITION INTERACTION
O próximo Symposium Feed Technology: Process and Nutrition Interaction já tem data marcada, para a segunda semana de junho de 2024, também em Curitiba (PR).
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SYMPOSIUM
Unifrango volta a ser realizado após cinco anos e debate tendências do mercado avícola e empreendedorismo
Neste ano a programação contará com palestras e workshops de profissionais renomados no agronegócio
De 18 a 20 de julho, Maringá recebe a 10ª edição do Encontro Avícola e Empresarial Unifrango. Com o tema “Um Novo Ciclo”, o encontro, que não ocorre desde 2018, abordará as inovações da indústria avícola, debaterá temas técnicos e promoverá networking e geração de negócios entre o público presente.
A programação contará com palestras e workshops de profissionais renomados no agronegócio. As apresentações versarão sobre diferentes temas considerados essenciais para os produtores interessados em
conhecer as principais tendências do setor de proteína animal nas áreas de tecnologia, inovação, nutrição animal, sustentabilidade e saúde animal. Para o presidente da Unifrango, Hugo Bongiorno, os três dias de imersão vão proporcionar crescimento profissional e pessoal. “Será uma oportunidade de atualização profissional, com palestras técnicas relacionadas aos aspectos de produção e sanidade, com palestrantes de alto nível, mas também de fomento ao empreendedorismo, networking e desenvolvimento pessoal”, destaca.
O evento terá a presença do
veterinário e membro do European College of Poultry Veterinary Science, Dr. Paul McMullin, que fará a palestra “Influenza Aviária: Biosseguridade e impactos da doença”, em que apresenta a sua experiência. Na oportunidade,
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Eventos: Unifrango
Confira a programação completa.
outros temas relacionados à sanidade avícola também serão discutidos, como os impactos do reovírus e adenovírus na avicultura, com o doutor em Patologia Experimental e Comparada Antonio Piantino, e a prevenção da bronquite infecciosa, apresentação ministrada pelo veterinário José Di Fábio.
Também figuram na lista de palestrantes já confirmados o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin; a comunicadora Camila Telles, considerada uma das 100 Mulheres Mais Influentes do Agronegócio, segundo a revista
Forbes; e a zootecnista e escritora Helen Fernanda Gomes, que lançará a terceira obra da série “Desmistificando o Agro”, livro em que aborda um dos maiores mitos da produção avícola no Brasil. Haverá ainda uma apresentação acústica do autor de canções clássicas como “Tocando em Frente” e “Romaria”, o músico Renato Teixeira.
Dentro do contexto de sanidade, a organização adotará protocolos rígidos de biosseguridade durante a realização do encontro, com intuito de garantir um ambiente seguro e livre da transmissão das doenças aviárias.
Serviço
Evento:
10º Encontro Avícola e Empresarial Unifrango
Data: 18, 19 e 20 de julho
Local:
Vivaro Centro de Eventos, Maringá - PR
Inscrições: www.unifrango.com.br
Valor: ingressos variam de R$ 50 a R$ 250
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A verdadeira imagem do agro
Oagronegócio brasileiro tornou-se, nas últimas décadas, o responsável pela geração de eloquentes superávits na balança comercial (mais de 141 bilhões de dólares em 2022). A agropecuária e a agroindústria sustentam milhões de empregos no País. O produtor rural é o agente dessa transformação.
Entretanto, avaliações ambíguas e superficiais, fruto do mais completo desconhecimento, estimularam por parte da população, uma visão equivocada da agricultura e do agronegócio. Parte da sociedade acredita que o agro é formado somente por grandes produtores e empresários rurais, interessados apenas no lucro e sem qualquer responsabilidade social ou ambiental. Para desfazer essa percepção injusta e defeituosa, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) estão desenvolvendo uma campanha nos meios de comunicação de massa para mostrar a verdadeira face do agro.
A agricultura e a pecuária – segmentos essenciais do setor primário da economia brasileira – têm como atores pequenos, médios e grandes produtores. O primeiro compromisso dessa parcela da população é a proteção aos recursos naturais (solo, água, flora e fauna) porque somente assim é possível perpetuar a atividade agrícola, pastoril e extrativa.
A grande verdade é que o produtor rural é o maior defensor da natureza e, inclusive, mantêm áreas de proteção permanente (APP) e de reserva legal (RL), em cumprimento a uma das legislações ambientais mais severas do mundo.
Outro aspecto relevante é o crescente emprego de ciência e tecnologia nas atividades rurais. De forma integralmente gratuita, o Senar treina anualmente, em todos os rincões do País, mais de 2 milhões de produtores rurais e suas famílias. Mais de 4 mil técnicos, instrutores e orientadores vão ao campo e fazem das lavouras e dos estabelecimentos rurais as verdadeiras salas de aula, onde a teoria e a prática se complementam, capacitando, qualificando e requalificando homens e mulheres, jovens e adultos, para que a produção no campo se torne, a cada dia, mais sustentável e com ascendente produtividade.
Estabelece-se, assim, um círculo virtuoso. O fortalecimento da consciência ambiental e a expansão do conhecimento técnico repercutem na melhoria da renda do produtor que, assim, efetivamente conquista maior qualidade de vida.
Reconhecer os pequenos, médios ou grandes produtores rurais como verdadeiros ambientalistas e os responsáveis pela comida farta e de qualidade que os brasileiros consomem todos os dias é uma questão de justiça – pois essa é a verdadeira imagem do agro.
64 A Revista do AviSite Ponto-Final
José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)
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H Á M A I S D E 2 0 A N O S D E E X P E R I Ê N C I A H Á M A I S D E 2 0 A N O S D E E X P E R I Ê N C I A H Á M A I S D E 2 0 A N O S D E E P E R I Ê N C I A E C R E D I B I L I D A D E N O A G R O N E G Ó C I O E C R E I A E O A G R E G Ó C I O E R E I B I L I D A D E N O A G R O N E G Ó C I O