Revista do AviSite – Edição 144

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SEGURANÇA ALIMENTAR

Biofármaco apresenta potencial para controle de salmonelas aviárias

DESTAQUE

Cobb-Vantress anuncia novo incubatório e ampliação de granja com investimentos de mais de R$ 70 milhões

AVICULTURA BRASILEIRA

Edição de setembro da Revista do AviSite destaca Nutrição Animal e ferramentas para maximizar o desempenho do plantel. A produção brasileira de carne de frango segue crescendo, projeções da ABPA indicam que o setor irá alcançar até 14,95 milhões de toneladas produzidas em 2023

Setembro/2023 - No 144 - ano XV - www.revistadoavisite.com.br

Voltadas à produção animal, as publicações da Mundo Agro Editora são reconhecidas pela credibilidade e zelo quanto às informações de mercado, estatísticas, notíciário nacional e internacional e novidades científicas e tecnológicas voltadas à agropecuária. E essa credibilidade é o diferencial estratégico para a comunicação do seu produto, serviço e da imagem da sua empresa.

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C O N F I E N O S M A I S D E C O F I E N O S M A I S D E C O N F I E N O M A I S D E 2 0 A N O S 2 0 A N O S 2 N O S D E E X P E R I Ê N C I A D E E X P E R I Ê N C I A D E X P E R I C I A E C R E D I B I L I D A D E N O E C R E I B I L I D A E N O E C R E D B I I D A D E N O A G R O N E G Ó C I O A G R O N E G Ó C I O A G R O N E G C I O

Caro leitor

A produção de carne de frango deverá alcançar até 14,95 milhões de toneladas produzidas ao longo dos 12 meses de 2023, número 3% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

A disponibilidade de produtos no mercado interno deverá alcançar 9,85 milhões de toneladas, volume 1,5% superior às 9,70 milhões de toneladas registradas em 2022. Com isto, o consumo per capita de carne de frango deverá ficar em 46 quilos neste ano, dado 1,5% maior que os 45,2 quilos per capita registrados em 2022.

Pela primeira vez na história, o setor deverá superar a barreira de 5 milhões de toneladas exportadas, se confirmadas as projeções da ABPA.

Além das principais notícias sobre o mercado, a edição de setembro da Revista do AviSite traz um estudo inédito que compara, em ambiente comercial, o uso de duas fontes de metionina (DL-Met ou OH-Met) sobre o desempenho de frangos de corte.

Também em nutrição animal o artigo “Enzimas na avicultura” explora como as enzimas otimizam a digestibilidade dos ingredientes, disponibilizando maior quantidade de nutrientes para absorção, melhorando o desempenho das aves.

Estudo da Embrapa Suínos e Aves mostra como um biofármaco à base de bacteriófagos pode auxiliar no controle de salmonelas avícolas.

E muito mais.

Boa leitura!

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Agenda de eventos

As + lidas do AviSite

Estatísticas e preços

Destaques AviSite: Profissionais, Empresas & Instituições

Destaque AviSite: Cobb-Vantress anuncia novo incubatório e ampliação de granja com investimentos de mais de R$ 70 milhões

Destaque AviSite: SIAVS agora é Salão Internacional de Proteína Animal Cobertura Unifrango

Ponto-final Governo Federal atualiza medidas para enfrentamento da Influenza Aviária

Publicação Trimestral nº 144 | Ano XV | Setembro/2023

EXPEDIENTE

Redação Glaucia Bezerra (MTB 80373/SP) e Stefani Campos imprensa@mundoagro.com.br

José Carlos Godoy jcgodoy@mundoagro.com.br

Comercial Natasha Garcia e André Di Fonzo (19) 98963-6343 comercial@mundoagro.com.br

Diagramação e arte Gabriel Fiorini gabrielfiorini@me.com

Internet Gustavo Cotrim webmaster@mundoagro.com.br

Administrativo e circulação adm@mundoagro.com.br

4 A Revista do AviSite
Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP Os informes técnico-empresariais publicados nas páginas da Revista da Mundo Agro são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.
Editorial SUMÁRIO

BASF

Ondas de calor: os benefícios do uso do spray de poliuretano na avicultura

PROJEÇÕES

Avicultura e suinocultura devem registrar altas de produção e de exportações em 2023

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NUTRIÇÃO ANIMAL

Rhodimet® AT88 = 100% de eficácia

NUTRIÇÃO ANIMAL

Enzimas na avicultura: redução de custos e melhoria no desempenho

30

MANEJO

Estruturação das Matrizes Ross na Fase de Recria para Garantir os Objetivos de Desempenho

SAÚDE ANIMAL

Por que devemos falar sobre a saúde intestinal das aves?

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SEGURANÇA ALIMENTAR

Biofármaco apresenta potencial para controle de salmonelas aviárias

Sumário

20 26 36 48

SETEMBRO

6ª Feira da Avicultura e Suinocultura do Nordeste

19/09 a 21/09

São Bento do Una/PB

As + lidas do AviSite 1

Status da Influenza Aviária no Brasil pelo MAPA

OUTUBRO

8º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio

25/10 e 26/10

São Paulo/SP

Victam Latam

3/10 a 5/10

Expo Center NortePavilhão Vermelho

São Paulo/SP

Desconto de 20% parceiro

Mundo Agro com o cupom: #MUNDOAGRO20OFF

O portal do AviSite segue atualizando o leitor sobre o status da Influenza Aviária no Brasil disponibilizando, diariamente, os dados sobre as investigações de Síndrome Respiratória e Nervosa de Aves realizadas pelo Serviço Veterinário Oficial.

Leia na íntegra:

2 3

Desempenho do frango abatido na 35ª semana de 2023, passagem de agosto para setembro Setembro promete. Pois mesmo antes da chegada do novo mês, nos últimos dias de agosto, o mercado começou a reagir, propiciando pequenos reajustes no frango abatido. Ainda não se chegou ao pico registrado no mês passado (R$6,56/kg no último dia da primeira quinzena), mas no encerramento da semana passada (1º de setembro) já se alcançava mais de 99% desse valor.

Leia na íntegra:

Indústria de aves reduz produção e revê acordos em plano de contingência contra gripe aviária

A indústria brasileira de processamento de aves tem reduzido a sua produção como parte de um plano de contingência para reduzir os impactos de eventual caso de gripe aviária em granjas comerciais. O Brasil é um dos quatro países do mundo considerados livres da doença, mas já registrou 77 focos em aves silvestres e dois em criações de subsistência.

Leia na íntegra:

6 A Revista do AviSite
+ em: www.avisite.com.br e em nossas redes sociais EVENTOS

ESTATÍSTICAS E PREÇOS

Milho registra queda anual de 22,8% até agosto

A safra recorde de milho continua contribuindo para que os preços da saca de milho permaneçam declinando. Considerando agosto último, os produtores do grão absorveram quedas no preço médio de 33,2% e 44,1% sobre, respectivamente, agosto de 2022 e 2021. O acumulado no decorrer do ano, por sua vez, apresentou quedas de 22,8% e 24,8% sobre, respectivamente, o mesmo período de 2022 e 2021, enquanto mostra índice positivo de 32,2% sobre o mesmo período de 2020.

Valores de troca

Milho/Frango vivo

No frango vivo (interior de SP) o preço médio acumulado nos primeiros oito meses alcançou R$4,83 kg, absorvendo desvalorização de 17,1% e 5,5% sobre, respectivamente, o mesmo período do ano passado e retrasado, enquanto atingiu incremento significativo de 44,2% sobre o mesmo intervalo de 2020. O resultado é que os avicultores melhoraram seu poder de compra em 7,3%, 25,7% e 9,1% sobre o mesmo período de 2022, 2021 e 2020, também respectivamente.

Farelo de soja apresentou queda de 9,6% até agosto

Não tão expressiva quanto a verificada no milho, o preço do farelo de soja (FOB, interior de SP) também apresenta queda no acumulado de 2023. O preço médio do grão nos primeiros oito meses do ano alcançou R$2.463,00 por tonelada comercializada, significando quedas de 9,6% e 4,1% sobre, respectivamente, o mesmo período do ano passado e retrasado, enquanto a comparação com o mesmo intervalo de 2020 ainda sinaliza incremento expressivo de 50,5%.

Valores de troca

Farelo/Frango vivo

Com a desvalorização do farelo de soja seguindo abaixo da verificada no frango vivo, houve queda no poder de compra do avicultor. No período foram necessários 510,3 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando piora de quase 8,4% no poder de compra em relação ao mesmo período de 2022 quando 467,6 kg de frango vivo foram necessários para obter uma tonelada do farelo. Considerando o mesmo período de 2021 e 2020, quando foram necessários 503 kg e 489 kg, os avicultores também absorveram piora no poder de compra, mesmo que em índices menores, de 1,4% e 4,2%, tudo, respectivamente.

8 A Revista do
AviSite
Milho
de 60 kg, interior de SP
FOB, interior de SP Mínimo 55,00 Mínimo 2.060,00 Máximo 94,00 Máximo 3.050,00 Média Jan-Ago 72,87 Média Jan-Ago 2.463,00
Preço médio
R$/saca
Preço médio Farelo de Soja R$/tonelada
9 A Revista do AviSite GI-OVO | www.gi-ovo.com | sales@gi-ovo.com | +31(0)88-030 89 00 DO BRASIL PRODUZIDO NO BRASIL

Feira e Simpósio Nordestino de Avicultura e Suinocultura ocorre em setembro

Nordeste, entre os dias 19 e 21 de setembro, no Complexo do Posto Cruzeiro 07, próximo a Tacaimbó (PE). O evento é realizado em parceria pela FACTA e Eduardo Valença Live Marketing.

Asprincipais temáticas relacionadas ao dia a dia dos setores avícola e suinícola brasileiro serão abordadas no

Simpósio Nordestino de Avicultura e Suinocultura, promovido durante a 7ª Feira da Avicultura e Suinocultura do

“Vamos apresentar as principais atualizações de temas centrais da avicultura e suinocultura, além de promover um amplo debate com a participação de produtores e profissionais que atuam nas duas cadeiras”, adianta o presidente da Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA), Ariel Mendes.

Edição 2023 da Escola Aviagen é concluída com sucesso

AAviagen

nos Estados Unidos concluiu com sucesso a edição da Escola Aviagen 2023, que ocorreu durante 30 dias em Huntsville, no estado americano do Alabama. O evento reuniu 32 clientes de 20 países – todos com o objetivo comum de aprimorar seus conhecimentos no gerenciamento de bemsucedidas operações de matrizes e frangos de corte.

A edição deste ano foi particularmente significativa pela celebração dos 60 anos da Escola.

“O conhecimento e o aprendizado desempenham um papel fundamental na indústria avícola. Nossa Escola Aviagen dedica-se a moldar o futuro, adotando a tecnologia e oferecendo experiências

práticas que capacitam os clientes a prosperar como profissionais e líderes da indústria”, comenta o presidente da Aviagen América do Norte, Marc de Beer. “Ao promover a colaboração e abraçar nossa filosofia de ‘produzir o sucesso juntos’, nossos clientes terão o caminho para um futuro próspero.”

10 A Revista do AviSite DESTAQUES AVISITE: PROFISSIONAIS, EMPRESAS & INSTITUIÇÕES
Clientes da Escola Aviagen 2023, na mais nova e moderna fábrica de rações da Aviagen em Pikeville, Tennessee, nos Estados Unidos. Foto: Aviagen.

Cobb anuncia Bernando Gallo como líder de negócio na América Latina e Canadá

Cobb-Vantress, anuncia a indicação de Bernardo Gallo para liderar sua nova unidade de negócios da América Latina e Canadá, unindo-se à equipe de liderança da Cobb, com efeito imediato. “O Bernardo é um líder comprovado e muito respeitado na Cobb e se encaixa perfeitamente para liderar este importante negócio para nossa empresa”, disse Joyce J. Lee, presidente da Cobb. “Seu conhecimento e familiaridade com nossos clientes faz dele um líder ideal para um futuro crescimento da influência da Cobb nesta região líder em avicultura. Estou confiante de que ele seja a escolha correta para que a nossa equipe avance na região com mais sucesso ainda”.

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Bernardo Gallo, diretor Geral para América Latina e Canadá. Foto: Cobb.
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Coopavel e Cargill estruturam projeto de pecuária de precisão

Preparar e conduzir as cadeias de carnes de frango e de suíno da Coopavel a um novo patamar em seu processo de contínuo aperfeiçoamento. Essa é a proposta de uma parceria iniciada há um ano pela cooperativa com a Cargill, uma das maiores empresas de nutrição animal do mundo. O presidente Dilvo Grolli e gerentes da Coopavel receberam o gerente de Conta Chave da Cargill, Laodinei Roberto Mossmann, e o diretor Global de Contas Estratégicas da multinacional, o professor Antonio Mario Penz, que estiveram em Cascavel para apresentar um relato da evolução alcançada nesses

primeiros 12 meses de trabalho conjunto.

“Estamos muito otimistas com os resultados que essa parceria com a Cargill, uma empresa tão relevante no agronegócio mundial, trará”, destaca o presidente Dilvo. “A proposta é, gradualmente, com os planos estudados e em implementação nas áreas de suínos e de aves, a construção de uma pecuária de precisão e de tomada de decisões ainda mais assertivas”, aponta Laodinei. Uma das primeiras providências para que o trabalho acontecesse foi a criação de um comitê formado por diretores e técnicos das duas empresas, com reuniões mensais.

Com foco em pesquisa, Copacol implanta

Centro de Treinamento Avícola

Para avançar no compartilhamento de conhecimento entre cooperados e colaboradores, a Copacol (Cooperativa Agroindustrial Consolata) acaba de implantar o CTA (Centro de

Treinamento Avícola), em Cafelândia.

A estrutura composta pelo que há de mais moderno na atividade visa testar manejos considerados exemplares,

repassar o conhecimento aos avicultores e, desta maneira, atingir elevados índices zootécnicos, com melhores conversões alimentares e redução da mortalidade. “O CTA é um espaço privilegiado para conhecermos o que existe no mercado, tanto em tecnologia, quanto em manejo dentro dos aviários. Com parceiros da Cooperativa vamos desenvolver pesquisas que resultarão em avanços significativos nas propriedades, capacitando a mão de obra e facilitando o acesso às ferramentas que realmente garantem eficiência produtiva”, afirma o diretorpresidente da Copacol, Valter Pitol.

12 A Revista do AviSite DESTAQUES AVISITE: PROFISSIONAIS, EMPRESAS & INSTITUIÇÕES
Inauguração do CTA (Centro de Treinamento Avícola), em Cafelândia. Foto: divulgação.

RESULTADOS A OLHOS VISTOS

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A MELHOR PERFORMANCE DO MERCADO O MENOR CUSTO EM TODA A CADEIA PRODUTIVA MAIOR RENDIMENTO 20 PINTOS A MAIS POR FÊMEA PONTOS MELHOR EM C.A. 2 RAÇÃO POR PINTO -10,5% +0,4% +0,6% PEITO PERNAS VIABILIDADE +0,6%
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Cobb-Vantress anuncia novo incubatório e ampliação de granja com investimentos de mais

de R$ 70 milhões

Em ritmo de expansão, investimentos no país chegam perto de R$ 200 milhões para atender aos mercados do Brasil e da América Latina

ACobb-Vantress anuncia a construção de um incubatório e a ampliação da produção de bisavós e avós no Estado de Minas Gerais para atender a demanda do mercado brasileiro, além de outros países da América Latina. Com o incubatório construído no município de Prata, na região do Triângulo Mineiro, e a ampliação das granjas na mesma região, os investimentos chegam a R$ 70 milhões, sendo R$ 50 milhões na unidade do incubatório e R$ 20 milhões na

ampliação da granja, anunciou o médico veterinário e diretor Geral da Cobb-Vantress para América Latina e Canadá, Bernardo Gallo.

A iniciativa faz parte de aportes que chegam próximos de R$ 160 milhões no país anunciados pela companhia no ano passado e que fazem parte da estratégia de expansão dos negócios da Cobb-Vantress no Brasil e em toda a América Latina, destaca o médico veterinário e diretor de

Produção da Cobb-Vantress na América do Sul, Eduardo Costa. “Essa fase do projeto prevê a construção de um incubatório de ovos férteis com a finalidade de produzir aves matrizes de um dia para a produção de frango de corte, atendendo ao mercado nacional e exportações”, explica o executivo.

Gallo lembra que a empresa já vinha registrando crescimento orgânico nos últimos anos e viu uma aceleração da sua

14 A Revista do AviSite DESTAQUE AVISITE: COBB-VANTRESS

expansão de mercado desde o final de 2020, quando lançou o macho reprodutor mais eficiente do mercado. “Nosso crescimento na América do Sul, que já vinha em bom ritmo, aumentou bastante a partir da introdução do CobbMale. Com excelentes resultados em ganho de peso diário, conversão alimentar e rendimento de carcaça, esta ave teve uma aceitação acima das expectativas”, afirmou.

A iniciativa reflete o momento do setor, que tem visto crescimento das exportações brasileiras de carne de frango e de material genético avícola, de acordo com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

Incubatório

Em uma área de 16 hectares adquiridas na cidade de Prata, a companhia está construindo uma unidade de produção de pintos de um dia para atender a América Latina. Na mesma propriedade, a Cobb está construindo um centro de distribuição visando maior agilidade e biosseguridade no

fornecimento de insumos para outras unidades da empresa no estado.

A medida deve ampliar a capacidade total de incubação da empresa na América Latina e com possibilidade de expansão. O objetivo é absorver a produção das granjas de Minas Gerais, que já estão em obras, para expandir a sua capacidade produtiva. A nova planta deve gerar mais de 50 empregos diretos na região, estima Costa. “Com este novo incubatório, localizado estrategicamente às margens da Rodovia Transbrasiliana (BR153), que corta o país desde a fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai até Marabá, no Pará, vamos favorecer a logística para atender clientes ao longo do país”, salienta Costa.

Tecnologia de última geração

As estimativas para o início da operação são para julho do ano que vem. A nova planta será uma unidade mais moderna, com incubadoras de última geração e sistema de

automação. “É um incubatório com tecnologia de ponta e com capacidade para expandir no futuro. O projeto desse incubatório foi concebido de forma modular, onde é possível expandi-lo quando necessário”, disse Costa.

Biosseguridade, sustentabilidade e bem-estar animal

Biosseguridade, sustentabilidade e bem-estar animal foram os conceitos primordiais que direcionaram esse projeto. Ele foi elaborado por uma extensa equipe multidisciplinar composta pelo corpo de especialistas da empresa nas áreas de meio ambiente, bem-estar animal, segurança ocupacional, serviços veterinários, engenharia, produção de granjas e incubatórios. “Nós não economizamos tempo nem energia nos estudos desse projeto. Exploramos toda a expertise do corpo técnico da Cobb e das empresas parceiras para garantir que todos os detalhes fossem considerados”, ressaltou o executivo.

15 A Revista do AviSite
Fotos: Cobb.

DESTAQUE AVISITE: COBB-VANTRESS

Segundo ele, as incubadoras foram dimensionadas especialmente para o tamanho do negócio, por isso são menores, visando a qualidade do produto e o tamanho do lote. “Dimensionamos os nossos equipamentos de acordo com tamanho dos lotes, customizando de acordo com a realidade dos nossos clientes”.

Biossegurança

A biossegurança foi palavrachave deste projeto, a começar pela escolha da localização da planta, destacou Gallo. “Primeiro fizemos um estudo grande na região para certificar que não havia criação de aves ou suínos num raio de segurança. Os conceitos de biosseguridade foram considerados em todas as fases do projeto, desde o fluxo externo, com uma robusta estrutura para higienização e manutenção dos veículos de transporte de ovos, pintos, fluxo interno dos colaboradores, sistema de ventilação, rede de esgoto e destinação de resíduos”.

Ampliação de Granja

A ampliação de uma Granja destinada a produção de ovos bisavós, que são, de fato, as bisavós, do frango de corte, faz parte destes investimentos anunciados pela Cobb. A iniciativa, que prevê a construção de dois núcleos de produção de aves bisavós, deve ampliar a capacidade de produção de avós da companhia, além de gerar cerca de 25 empregos diretos e vários outros indiretos, estima Costa.

Com o objetivo de expandir o fornecimento de avós para abastecer as granjas da Cobb no Brasil, na Colômbia, no Peru, na Argentina e outros países da América Latina, “cada núcleo vai contar com quatro galpões com sistema de ventilação tipo túnel conectados por um corredor sanitário que liga a área de vestiário e apoio aos galpões onde estão as aves sem contato com áreas externas, mitigando risco de contaminação dos plantéis”, encerrou Costa.

INCUBATÓRIO EM NÚMEROS

Área total construída:

4.153 m2 de produção, sem considerar a área de apoio externa

Tempo de estudo do detalhamento da planta:

12 meses

Investimentos:

mais de R$ 50 milhões

Atendimento:

Brasil e países da América do Sul.

16 A Revista do AviSite
Bernardo Gallo, diretor Geral para América Latina e Canadá. Eduardo Costa, diretor de Produção da Cobb-Vantress na América do Sul Fotos: Cobb.

Comnova marca e novo nome, o Salão Internacional de Proteína Animal (SIAVS 2024) superou, na segunda semana de setembro, a marca de 90% de comercialização de sua feira, conforme nota da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). De acordo com o presidente da ABPA, Ricardo Santin, a edição de 2024 do evento foi ampliada em 35% em relação à anterior, com área próxima a 25 mil metros quadrados.

“Com o total comercializado até o momento, já seria possível promover uma edição maior que a realizada em 2022, que já foi recorde em dimensões e em público. Isto atesta a confiança do setor no novo SIAVS, que deverá ser histórico e ampliar seu papel como grande ponto de encontro da cadeia de

SIAVS agora é Salão Internacional de Proteína Animal

Com nova marca e novo nome, #SIAVS2024 estabelece nova estratégia com presença nas diversas proteínas animais

proteína animal, seja por seu tamanho ou pela expectativa de público, tanto do mercado interno quanto internacional”, avalia Santin.

Novidades para 2024

Com pouco menos de 12 meses para o evento, a organização do SIAVS segue avançada, com diversas atrações em curso. Uma nova marca foi definida, valorizando as novas proteínas agregadas ao evento –bovinocultura de corte e leite, e peixes de cultivo. Com ela, houve a ampliação da estratégia de atuação do evento, envolvendo as diversas cadeias produtivas que agora são parte do SIAVS.

Tradicionais ações – como os projetos especiais, o SIAVS Talks

e outras iniciativas – serão incorporadas à reestruturação do evento, que contará com uma programação direcionada às questões setoriais mais atuais.

De acordo com o diretor administrativo da ABPA e também diretor comercial do SIAVS, José Perboyre, a edição 2024 do SIAVS será realizada no Novo Distrito Anhembi, que terá sua estrutura totalmente reformulada e atualizada para eventos do porte do evento da ABPA.

“O endereço é o mesmo, mas será um evento completamente renovado, com as excelentes oportunidades que sempre marcaram o SIAVS, em meio ao mais moderno espaço da capital nacional de eventos”, ressalta.

18 A Revista do AviSite DESTAQUE AVISITE: SIAVS2024
Saiba mais sobre o #SIAVS2024 pelo site www.siavs.com.br.

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DESTAQUE AVISITE: PROJEÇÕES Avicultura

registrar

Avicultura e suinocultura devem registrar altas de produção e de exportações em 2023

A produção de carne de frango deverá alcançar até 14,95 milhões de toneladas produzidas ao longo dos 12 meses de 2023, número 3% superior ao registrado no mesmo período do ano passado

Oanode 2023 deve ser marcado por novos aumentos na produção e na presença internacional da

avicultura e da suinocultura do Brasil. Estas são as projeções da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA),

CARNE DE FRANGO

Conforme a ABPA, a produção de carne de frango deverá alcançar até 14,95 milhões de toneladas produzidas ao longo dos 12 meses de 2023, número 3% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, com 14,52 milhões de toneladas. A disponibilidade de produtos no mercado interno deverá alcançar 9,85 milhões de toneladas, volume 1,5% superior às 9,70 milhões de toneladas registradas em 2022. Com isto, o consumo per capita de carne de frango deverá ficar em 46 quilos neste ano, dado 1,5% maior que os 45,2 quilos per capita registrados em 2022.

Pela primeira vez na história, o setor deverá superar a barreira de 5 milhões de toneladas exportadas, se confirmadas as

apresentadas em coletiva de imprensa realizada na sede da associação em São Paulo.

projeções da ABPA. Neste ano, a expectativa da entidade é de embarques totais de 5,20 milhões de toneladas, volume até 8% superior aos embarques registrados em 2022, com 4,82 milhões de toneladas.

“O Brasil deverá seguir ganhando espaço no mercado internacional. Isto, em parte, graças à ampliação dos negócios com os principais parceiros comerciais e à redução dos embarques dos principais concorrentes dos exportadores brasileiros. Ao mesmo tempo, já se nota um melhor equilíbrio entre a oferta e a demanda neste segundo semestre, com custos de produção mais razoáveis após três anos de altas históricas no preço dos principais insumos”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

21 A Revista do AviSite

CARNE SUÍNA

No caso da carne suína, as projeções da ABPA também apontam para a superação do total de 5 milhões de toneladas – neste caso, para a produção. Ao todo, o país deverá produzir 5,05 milhões de toneladas de carne suína neste ano, número até 1,5% maior que as 4,983 milhões de toneladas produzidas em 2022.

A disponibilidade de produtos para o mercado interno deverá se manter estável em relação a 2022, com total de 3,85 milhões de toneladas. O mesmo deverá ocorrer, também, com o consumo per capita, repetindo o índice de 18 quilos registrado em 2022.

Já a projeção para as exportações é de 1,25 milhões de toneladas, 12% maior do que a exportação de 1,12 milhões no ano passado.

“A abertura e ampliação de diversos mercados relevantes no tabuleiro internacional do comércio de carne suína, aliado à sustentação da demanda dos principais compradores do Brasil reforçam a perspectiva de crescimento dos embarques. Neste sentido, frente à manutenção da demanda interna, a produção deverá se consolidar em torno de cinco milhões de toneladas”, avalia o diretor de mercados, Luís Rua.

OVOS

No caso do setor de ovos, a produção total do país deverá chegar a 52,55 bilhões de unidades em 2023, número 1% maior que as 52,06 bilhões de unidades produzidas em 2022.

O consumo per capita de ovos do Brasil deverá encerrar o ano em torno de 242 unidades, número 0,5% maior que as 241 unidades per capita consumidas em 2022.

Nas exportações, as projeções indicam embarques totais de 32,5 mil toneladas de ovos do Brasil, número 240% superior ao

total exportado em 2022, com 9,47 mil toneladas.

“Houve uma mudança nos fluxos de exportações de ovos em 2023, com ganho significativo de relevância do Japão e do recém-aberto mercado de Taiwan. Neste quadro, espera-se que as exportações de ovos alcancem o patamar de 1% do total produzido pelo Brasil. Esta é uma conquista importante para o setor, gerando novas oportunidades para os produtores”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

22 A Revista do AviSite DESTAQUE AVISITE: PROJEÇÕES

Exportações de carne de frango crescem 2,1% em agosto

Levantamentos da ABPA mostram que as exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 446,8 mil toneladas em agosto. O número supera em 2,1% as exportações registradas no mesmo período do ano passado, com 437 mil toneladas.

A receita das exportações de agosto chegou a US$ 831 milhões, número 9,9% menor que o total alcançado no mesmo período de 2022, com US$ 922,1 milhões.

No acumulado do ano (janeiro a agosto), os embarques de carne de frango totalizaram 3,508 milhões de toneladas, volume 7,4% superior ao registrado nos oito primeiros meses do ano passado, com

3,266 milhões de toneladas. Já no saldo em dólares, a alta acumulada em 2023 chegou a 4,8%, com US$ 6,858 bilhões este ano, e US$ 6,542 bilhões no mesmo período comparativo em 2022. No ranking dos maiores destinos das exportações do Brasil, a China (maior importadora) importou 52,8 mil toneladas exportadas em agosto, número 32,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Em seguida estão Emirados Árabes Unidos, com 47,3 mil toneladas (+30,2%) e Arábia Saudita, com 37,2 mil toneladas (+12,6%). O Japão, que já restabeleceu as importações de carne de frango do Espírito Santo e de Santa Catarina, importou 29,6 mil toneladas (-25,4%).

PRINCIPAIS ESTADOS

EXPORTADORES EM AGOSTO

“As vendas de carne de frango do Brasil seguem em patamares indicativos para vendas totais neste ano acima de cinco milhões de toneladas. Neste mês, além da alta identificada nos embarques para diversos mercados, ganha destaque especial as elevações nas vendas para os três maiores destinos do produto brasileiro”, Ricardo Santin.

Entre os principais estados exportadores, o Paraná segue líder nos embarques, com 179,4 mil toneladas exportadas em agosto, número 5,3% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Em seguida estão Santa Catarina, com 98,2 mil toneladas (+8,7%) e Rio Grande do Sul, com 65,8 mil toneladas (+3,4%).

PRINCIPAIS DESTINOS DA CARNE DE FRANGO BRASILEIRA

PARANÁ CHINA

SANTA CATARINA EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

23 A Revista do AviSite
RIO GRANDE DO SUL ÁRABIA SAUDITA

Ondas de calor: os benefícios do uso do spray de poliuretano na avicultura

Uma maneira eficaz de prevenir as perdas causadas pelas ondas de calor é a aplicação de spray de poliuretano para isolamento térmico nos galpões avícolas

As ondas de calor se tornam cada vez mais fortes e frequentes, devido ao aumento do aquecimento global, e é crucial que sejam adotadas medidas para mitigar as mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Essas condições climáticas extremas representam um desafio adicional para a avicultura comercial, aumentando a necessidade de medidas de adaptação, como o uso de isolamento térmico, para minimizar os impactos negativos

das ondas de calor e garantir a sustentabilidade do setor em face dessas mudanças climáticas.

O calor pode causar impactos negativos na saúde e no desempenho das aves. As altas temperaturas levam ao estresse térmico, redução da ingestão de alimentos, queda na taxa de crescimento, diminuição da produção de ovos, aumento da mortalidade e comprometimento da qualidade da carne.

O estresse térmico ocorre quando a temperatura ambiente está acima da

Ao aplicar o spray de poliuretano nas paredes e no teto dos galpões, é possível criar uma barreira eficiente contra o calor excessivo. Essa medida contribui para reduzir o estresse térmico e minimizar os impactos negativos nas aves. Além disso, o isolamento térmico proporcionado pelo poliuretano também ajuda a reduzir os custos com energia, uma vez que diminui a necessidade de uso de sistemas de resfriamento, como ventiladores e condicionadores de ar.

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BASF
BASF

zona de conforto das aves, que geralmente varia de 20°C a 24°C. Durante as ondas de calor, a temperatura pode ultrapassar os 30°C, o que resulta em um aumento na frequência respiratória e na perda de água por meio da respiração e do aumento da produção de urina. Esse processo causa desidratação e pode levar à morte das aves se não for

O isolamento térmico com poliuretano oferece várias vantagens em comparação com outros materiais, como lã de vidro ou EPS (poliestireno expandido), quando aplicados na avicultura. Algumas dessas vantagens incluem:

Elastopor®?

rígida de poliuretano que apresenta níveis condutividade térmica baixíssimos, quando isolantes convencionais mesmo após uso, e possui ótimas propriedades

Além da desidratação, o estresse térmico também afeta o sistema imunológico das aves, tornando-as mais suscetíveis a doenças. As altas temperaturas criam um ambiente propício para microrganismos patogênicos, aumentando o risco de infecções. Isso pode resultar em uma maior necessidade de tratamentos com medicamentos, o que representa um custo adicional para os produtores e pode afetar a qualidade dos produtos avícolas.

®?

rígida de poliisocianurato com similares às do Elastopor®

Elastopir® diferencia-se por possuir uma especial de retardância a chamas em sua

Uma maneira eficaz de prevenir as perdas causadas pelas ondas de calor é a aplicação de spray de poliuretano para isolamento térmico nos galpões avícolas. O poliuretano é um material isolante que possui propriedades de isolamento térmico superiores a outros materiais, como a madeira e o cimento. Ele ajuda a reduzir a transferência de calor do ambiente externo para o interior dos galpões, mantendo uma temperatura mais adequada para as aves, além de evitar a condensação de umidade nas paredes ou teto do galpão.

É importante ressaltar que a aplicação do spray de poliuretano deve ser feita por profissionais qualificados, seguindo as recomendações do fabricante. É necessário que o material seja aplicado de forma homogênea, sem falhas ou áreas mal isoladas, para

Descrição

O sistema Elastospray® é uma espuma rígida de poliuretano que consiste na aplicação por spray, em áreas como: coberturas, paredes, etc. Oferece uma ampla gama de benefícios, incluindo a melhoria da eficiência energética das edificações, aumento da vida útil, maior conforto para os ocupantes e severa resistência a intempéries.

proporcionando um ambiente interno mais controlado para as aves.

3. Resistência à umidade: O poliuretano é resistente à umidade, o que é uma vantagem significativa na avicultura. Ao contrário da lã de vidro, por exemplo, que pode absorver umidade e perder sua eficiência isolante, o poliuretano mantém suas propriedades mesmo em ambientes úmidos.

Este sistema apresenta níveis de condutividade térmica baixíssimos quando comparado a isolantes convencionais, e possui ótimas propriedades mecânicas. Pode ser utilizado em recuperação ou adaptação de estruturas existentes ou novas. Amplamente aplicado em câmaras frigoríficas, granjas, tanques, telhados e construções em geral.

4. Durabilidade e longa vida útil: O poliuretano é um material durável e resistente, capaz de manter suas propriedades isolantes por um longo período, resultando em economia de custos a longo prazo.

Benefícios

• Fácil aplicação

• Ótima aderência a qualquer tipo de substrato

5. Facilidade de aplicação: O spray de poliuretano pode ser aplicado de forma rápida e fácil, sem interferir nas atividades do aviário, adaptando-se a diferentes formas e superfícies, incluindo paredes, tetos e até pequenos espaços, permitindo uma instalação mais eficiente em comparação com outros materiais.

• Redução de até 90% da transferência de calor entre os ambientes**

• Aplicação de 400m²/dia com uma equipe de 4 pessoas

• Continuidade das atividades no interior do local da aplicação

6. Sustentabilidade: O uso de poliuretano pode reduzir a necessidade de sistemas de resfriamento, como ventiladores ou condicionadores de ar, resultando em menor consumo de energia e redução das emissões de gases de efeito estufa.

obter os melhores resultados.

Em conclusão, as ondas de calor representam uma ameaça significativa para a avicultura comercial, causando impactos negativos no desempenho das aves. A aplicação de spray de poliuretano para isolamento térmico nos galpões avícolas é uma medida eficaz para prevenir as perdas causadas pelo calor excessivo. O isolamento térmico proporcionado pelo poliuretano ajuda a reduzir o estresse térmico nas aves, minimizando os impactos negativos

na produção e na qualidade dos produtos avícolas.

O isolamento térmico com poliuretano oferece vantagens significativas em relação à lã de vidro ou EPS na avicultura. Sua eficiência térmica, vedação eficaz, resistência à umidade, durabilidade, facilidade de aplicação e sustentabilidade tornam o poliuretano uma escolha ideal para garantir um ambiente interno adequado e confortável para as aves, especialmente durante ondas de calor.

25 A Revista do AviSite
** Deve ser observada a especificação do projeto construtivo.

Rhodimet® AT88 =

100%

de eficácia

Teste realizado com 1 milhão de aves

Referência: Y. Mercier, D. Batonon-Alavo, T. Mahmood. DL-Methionine and OH-Methionine exhibited equal performance in one million broilers chickens. 26th World’s Poultry Congress, Paris, ID 2189, 2022.

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do
A Revista
AviSite
NUTRIÇÃO ANIMAL

Ametionina líquida (OH-Met) é amplamente utilizada na indústria avícola para atender o requerimento de aminoácidos sulfurados das aves, e também pelos benefícios operacionais de um produto líquido em fábrica de rações. Além da OHMet, a DL-Metionina (DL-Met) é outra fonte de metionina comumente utilizada na indústria avícola. Diversos estudos científicos publicados demonstram que ambas as moléculas são igualmente eficazes para o desempenho de frangos de corte.

Desenho experimental

2 fontes de metionina x 57 propriedades

A metionina foi adicionada em doses equimolares de acordo com as fases e os tratamentos (Quadro 1).

Material e Métodos

Gerente de fábrica

• Ausência de emissão de pó;

• Precisão na dosagem automática de líquidos;

• Otimização da mão de obra;

• Facilidade no armazenamento;

Nutricionista

• Fonte de metionina 100% eficiente

• Benefícios adicionais de um ácido orgânico.

Um total de 1.189.000 frangos de corte machos da linhagem Ross 308 foram criados de 0 a 35 dias de idade. O estudo foi conduzido em uma integração na França entre julho de 2019 e maio de 2020. As dietas eram peletizadas e formuladas com milho, farelo de soja, trigo e outros ingredientes locais. Por ser um experimento de longa duração realizado em granjas comerciais, os ingredientes usados podem ser diferentes entre os lotes, mas mantendo sempre a composição nutricional das rações. O desempenho foi avaliado e calculado ao final do período experimental.

Cada propriedade foi considerada uma unidade experimental, sendo seus resultados ponderados de acordo com o número de animais de cada propriedade. Os valores extremos (outliers) foram retirados e os dados submetidos a ANOVA e teste de Tukey (P<0,05). Na Figura 1 está apresentada a estatística descritiva de cada um dos tratamentos.

27 A Revista do AviSite
O objetivo deste estudo foi comparar, em ambiente comercial, o uso de duas fontes de metionina (DL-Met ou OH-Met) sobre o desempenho de frangos de corte criados.
ABAIXO AS VANTAGENS DO USO DO RHODIMET® AT88, A METIONINA LÍQUIDA DA ADISSEO.

¹DL-Met: Rhodimet® NP99 (99% de metionina); ²OH-Met: Rhodimet® AT88 (88% de metionina);

Resultados e Discussões

Depois da remoção dos valores “outliers”, obtivemos um total de 24 propriedades (475.389 frangos) que receberam a dieta DL-Met, e 26 propriedades (562.400 aves) que receberam a dieta DL-OH-Met (Figura 1). A idade média das aves ao final dos experimentos foi de 35,6 dias e 35,7 dias para os tratamentos DL-Met e OH-Met, respectivamente.

No geral, os resultados de desempenho estão abaixo daqueles descritos pela genética (Ross 308, 2019; Figura 2).

1.037.789 aves 50 propriedades

475.389 aves 24 propriedades

562.400 aves 26 propriedades

28 A Revista do AviSite NUTRIÇÃO ANIMAL Fase Inicial (0-9d) Crescimento 1 (10-19d) Crescimento 2 (20-28d) Terminação (29-35d) Fonte de metionina DL-Met¹ OH-Met² DL-Met OH-Met DL-Met OH-Met DL-Met OH-Met Energia metabolizável (kcal/kg) 2883 2969 3050 3050 Lisina digestível 1,30 1,16 1,06 1,03 Met digestível (%) 0,64 0,54 0,49 0,49 Met+Cys digestível (%) 0,98 0,97 0,87 0,87 0,79 0,79 0,77 0,78 Adição do produto (%)³ 0,310 0,348 0,210 0,236 0,190 0,216 0,180 0,202 Recuperação do produto (%) 0,30 ±0,05 0,29±0,01 0,19±0,02 0,22±0,01 0,19±0,01 0,20±0,01 0,18±0,02 0,21±0,01
³Inclusão de metionina em doses equimolares. Quadro 1: Níveis de metionina e adição de produto por fase Figura 1: Distribuição de aves e propriedades após retirada de dados “outliers”
DL-Met (99%)
OH-Met (88%)

O consumo de ração diário (P=0,46), o ganho de peso diário (P=0,61) e o peso vivo final (P=0,58) não foram significativamente diferentes entre aves alimentadas com DLMet ou DL-OH-Met (Figura 2). Os resultados demonstram também conversão alimentar (P=0,84) similar entre a DL-Met e a DL-OH-Met. A taxa de mortalidade foi de 4.72% e 4,17%, respectivamente para dietas que utilizaram DL-Met ou DL-OH-Met, sendo consideradas aceitáveis para as diferentes propriedades. Esse estudo de campo obteve resultados similares aos apresentados por Vazquez-Anon et al. (2006), Agostini et al. (2016) e Zhao et al. (2018), que demonstraram respostas de desempenho similar para as duas fontes de metionina em frangos de corte.

Conclusão

A OH-Metionina (metionina liquida) e a DL-Metionina (metionina pó) são igualmente eficazes para promover o desempenho de frangos de corte, conforme demonstrado em estudo com mais de 1.000.000 de aves.

OH-Metionina 88% e DLMetionina 99% = 100% eficácia

29 A Revista do AviSite
*Não considerado na comparação estatística Rhodimet® AT88 e DL-Met tem a mesma eficácia DL-Met (99%) 98,18 OH-Met (88%) 99,67 Ross 308* 100,8 Consumo de ração (g/d) P=0,464 DL-Met (99%) 62,67 OH-Met (88%) 63,82 Ross 308* 67,8 Ganho de peso (g/d) P=0,606 DL-Met (99%) 1,568 OH-Met (88%) 1,563 Ross 308* 1,486 Conversão alimentar P=0,844
Figura 2: Resultado do desempenho de frangos de corte alimentas com DL-Met ou OH-Met em teste de campo

Enzimas na avicultura:

redução de custos e melhoria no desempenho

As enzimas otimizam a digestibilidade dos ingredientes, disponibilizando maior quantidade de nutrientes para absorção, melhorando o desempenho das aves

Oavanço da avicultura se deve, principalmente, ao melhoramento genético dos animais aliado ao ajuste na nutrição, técnicas de biosseguridade, ambiência e manejo específico, que permitiram um melhor desempenho zootécnico das aves. Sabemos que a alimentação representa em torno de 70 a 80% do custo produtivo, sendo

que os nutrientes mais onerosos das dietas das aves são as fontes de energia e proteína.

A busca por ingredientes alternativos e aditivos que reduzam os custos das rações e melhorem e/ou mantenham o aproveitamento nutricional das dietas pelas aves, tem despertado interesse dos

produtores e tem sido alvo de diversas pesquisas. Nos últimos anos, o uso de enzimas evoluiu consideravelmente em função do custo crescente dos ingredientes das formulações de rações e pelo aumento da oferta de diversos produtos que atuam em diferentes substratos vindos dos ingredientes alternativos.

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NUTRIÇÃO ANIMAL
Multimix
Jessica Conteçote Russo
Foto: Agroceres

Hoje, o uso de ingredientes alternativos (como trigo, aveia, canola, cevada, sorgo, girassol, milheto, farelo de arroz, DDG, entre outros) vem sendo adotado com maior segurança, devido à disponibilidade de mais informações sobre os níveis nutricionais. Além disso, com o uso das diferentes enzimas, tornou-se possível melhorar a digestibilidade, pelas aves, e minimizar os efeitos antinutricionais destes ingredientes, favorecendo assim os índices produtivos.

Enzimas Exógenas

As enzimas exógenas são moléculas geralmente proteicas, que possuem a capacidade de auxiliar a quebra de componentes da dieta, sendo altamente específicas e se classificando de acordo com o tipo de substrato em que atuam. Essas enzimas apresentam diversas funções, como por exemplo a de complementação da atividade de enzimas endógenas, as quais muitas vezes são insuficientes para atuar sobre todo o substrato da dieta.

Desta forma, otimizam a digestibilidade dos ingredientes, disponibilizando maior quantidade de nutrientes para absorção, melhorando o aproveitamento da proteína, energia e, minerais entre outros nutrientes.

Essas enzimas, utilizadas nas rações avícolas, são produzidas industrialmente em laboratórios por meio de culturas aeróbias, sendo derivadas principalmente da

fermentação bacteriana, fúngica ou de leveduras, destacando-se bactérias do gênero Bacillus e fungos do gênero Aspergillus.

No Brasil, o uso das enzimas iniciou-se devido ao custo elevado das fontes de fósforo e à viabilidade econômica da enzima fitase. Quando adicionada à ração, a fitase quebra o fitato, substrato que contém o fósforo, otimizando a digestibilidade do fósforo disponível dos ingredientes vegetais, importante nutriente que é essencial para o crescimento, manutenção celular e reparo tecidual.

Posteriormente outras enzimas como as proteases e carboidrases começaram a ser adicionadas nas rações das aves visando complementar as enzimas que são produzidas pelo próprio animal.

As carboidrases compreendem as amilases, pectinases, β -glucanases, arabinoxilanases, celulases e hemicelulases, que possuem como substratos, respectivamente:

• Amido

• Pectinas

• β -Glucanos

• Arabinoxilanos

• Celulose

• Hemicelulose

As proteases, por sua vez, incluem as proteases ácidas, neutras e alcalinas, cujos substratos específicos são as proteínas.

As carboidrases (xilanase e glucanase) são produzidas por fungos do gênero Aspergillus, sendo utilizadas para hidrolisar os polissacarídeos não amiláceos,

aumentando a digestibilidade dos alimentos como a cevada, o trigo, o centeio, a aveia e o triticale (CONTE et al., 2003). Através do rompimento da parede celular dos ingredientes de origem vegetal (CHOCT et al., 2004), realizam a quebra dos carboidratos em açúcares simples, sendo classificadas em enzimas que degradam o amido e os polissacarídeos não amiláceos (FIREMAN; FIREMAN, 1998).

A amilase é capaz de quebrar o amido em produtos menores (MENEGHETTI, 2013), sendo utilizada nas rações com o objetivo de aumentar a eficiência da degradação do amido, decompondo-o em amilose e amilopectina no intestino delgado, levando a aumento da digestão desses nutrientes (MENEGHETTI, 2013).

Conte et al (2003) observou em sua pesquisa que a digestibilidade do amido aumenta quando a dieta é suplementada com uma amilase através do aumento energético de alimentos ricos em amido, como o milho, ingrediente muito utilizado na produção de aves no Brasil.

As xilanases são responsáveis pela hidrólise das ligações β -1,4 da xilana vegetal, que é um componente da hemicelulose. As hemiceluloses são constituídas de muitos polímeros (principalmente xilana), formados por diversos resíduos de açúcares e, devido a isso, a sua degradação total exige enzimas (LOPES, 2010).

A utilização de xilanase reduz os polissacarídeos não amiláceos insolúveis, através da redução da viscosidade na dieta e a liberação

31 A Revista do AviSite

de nutrientes pela hidrolise dos PNA’s, além de aumentar a digestão de xilanos e arabinoxilanos (DE BARROS, 2016), auxiliando no acesso da fitase ao fitato armazenado na membrana da parede celular, e melhorando o aproveitamento do fósforo e da energia (DOURADO, 2008).

Já as proteases podem otimizar a digestibilidade das proteínas animais e vegetais utilizadas na ração. Podemos valorizar a contribuição de uma matriz de nutrientes na formulação e, desta forma, além de provável redução do custo da dieta, possibilita uma menor inclusão das fontes de proteína e aminoácidos, ingredientes de custo elevado nas dietas dos animais.

Os principais efeitos benéficos da suplementação de proteases nas dietas são:

• A melhora do desempenho dos animais e aumento da digestibilidade da proteína bruta e dos aminoácidos

• A redução ou eliminação dos fatores antinutricionais presentes nos grãos

• A potencialização da ação das proteases endógenas

• A diminuição da poluição ambiental causado pelos nutrientes excretados

As proteases exógenas podem ser produzidas por diversos microrganismos, como bactérias e fungos, e classificadas em três

grupos:

• Proteases ácidas, com atividade em ph variando de 2,0 a 5,0

• As neutras, com atividade ótima em ph entre 6,0 e 9,0

• As alcalinas, com atividade entre ph 9,0 e 11,0 (GUERRA, 1991)

Desta forma, é interessante trabalhar com proteases que se complementam , ácida e neutra, a fim de aumentar a sua ação e eficácia ao longo do trato gastrointestinal das aves, uma vez que a digestão se inicia em faixas de pH mais baixo e se encerra em porções do trato em que o pH fica mais básico, conforme ilustrado na Figura 1

32 A Revista do AviSite NUTRIÇÃO ANIMAL
Figura 1. Valores de pH no trato gastrointestinal das aves Fonte: Adaptado de GAUTHIER (2002)

Os fatores antinutricionais presente no milho estão relacionados à presença do fitato, do amido resistente e das lectinas. Já no farelo de soja, são os PNAs (polissacarídeos não amiláceos), os oligossacarídeos, os inibidores de tripsina e as lectinas.

As lectinas e os inibidores de tripsina, na maioria das vezes, são inativados parcialmente pela tostagem da soja (KOCHER et al. 2002).

O grão de milho é composto essencialmente por carboidratos, representando aproximadamente 74% da matéria seca total do grão. Entre os carboidratos, o amido, que é predominante, celulose, hemicelulose, pentosanas, dextrinas e açúcares (CARVALHO E NAKAGAWA, 1979).

O amido é considerado um carboidrato de mais fácil digestão, porém, seu aproveitamento não é pleno em aves e suínos, quando avaliado no nível terminal do íleo. Noy e Sklan (1994) estimaram que de 11 a 18% do amido pode permanecer indigerido na porção terminal do íleo, em aves com idade entre 4 a 21 dias de idade.

Estas diferenças podem ocorrer em função de:

• Tipo de estrutura cristalina

• Relação amilose: amilopectina

• Proteínas quelante

• Encapsulamento da parede celular

• Gelatinização durante o processo térmico

Apesar do milho ser considerado

INGREDIENTES

É recomendado o uso de enzimas em rações com ingredientes alternativos, porém vale lembrar da importância do seu uso também em rações a base de milho e farelo de soja, principais ingredientes utilizados hoje no Brasil. Tanto o milho, como o farelo de soja:

• Possuem alta variabilidade nutricional

• Possuem fatores antinutricionais

• Não são 100% digeridos pelos animais

um alimento de alta digestibilidade em aves, existem algumas evidências que sugerem que a presença de amido resistente limita os valores de energia metabolizável (BROWN, 1996; WEURDING et al. 2001).

Já o farelo de soja apresenta em sua composição constituintes não digeridos pelas aves, ou com digestão incompleta, os quais são denominados de polissacarídeos não amiláceos (PNAs).

Segundo Rodrigues et al. (2003), o farelo de soja apresenta 20% de polissacarídeos não amiláceos, com digestibilidade praticamente nula.

Além disso, os inibidores de tripsina e as lectinas são os fatores antinutricionais da soja e do farelo mais comumente destacados na literatura (RODRIGUES et al., 2003).

33 A Revista do AviSite
Foto: Agroceres Multimix

Desta maneira, os ingredientes utilizados nas rações de aves possuem diversos fatores antinutricionais, que podem ser minimizados com as suplementações enzimáticas. Contudo, vale ressaltar que a enzima só atua quando o substrato está presente.

Por isso, é importante ter conhecimento da composição das rações e dos ingredientes utilizados para a escolha das enzimas adequadas. Assim, pode-se adicionar uma combinação de enzimas, para que uma maior quantidade de energia e nutrientes sejam liberados, em comparação ao uso de uma enzima isolada.

Para obter melhores resultados com a suplementação enzimática, as enzimas utilizadas precisam ser capazes de resistir a condições desfavoráveis durante o processo de preparações das rações, que conta com alterações de temperatura e

umidade na peletização, extrusão e no armazenamento (MCCLEARY, 2001).

Sabendo disso, a termoestabilidade da enzima é um fator que afeta sua ação catalítica, pois depende do tipo de microrganismo que produz a enzima, sendo menos resistentes (até 75°C) aquelas produzidas por fungos e, mais resistentes (80 a 90°C), as produzidas por bactérias (OFFICER, 2000).

Outro ponto a ser considerado é a resistência da enzima no trato gastrointestinal dos animais, já que ocorre:

• Ação das enzimas proteolíticas e do ácido clorídrico no estômago,

• Alta variação de ph e umidade,

• Presença de coenzimas e inibidores no local em que ocorrerá a reação e

• Concentração do substrato e da enzima (borges, 2005)

Por isso, a suplementação deve ser direcionada em fases específicas, que contenham quantidade de substrato passível de atuação pelas enzimas.

A inclusão de enzimas nas dietas pode promover redução nos custos da mesma por meio da diminuição da inclusão de ingredientes onerosos. Além disso, pode melhorar o aproveitamento dos nutrientes.

O uso de enzimas nas dietas das aves possibilita utilizar alimentos alternativos, em substituição aos ingredientes convencionais, sem alterar o desempenho zootécnico dos animais e com possibilidade de redução de custos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Para acesso as referências bibliográficas, consulte o autor: (19) 3526-8663

34 A Revista do AviSite NUTRIÇÃO ANIMAL
Jessica Conteçote Russonutricionista de aves de postura na Agroceres Multimix
O conhecimento do substrato é fator chave na utilização de enzimas.
Foto: Agroceres Multimix

Estruturação das Matrizes na Fase de Recria para Garantir Objetivos de Desempenho

MANEJO
MUITO ALTA Os pintinhos se distanciam da fonte de calor CORRETA Os pintinhos homogeneamente distribuídos MUITO BAIXA Os pintinhos se amontoam

Matrizes Ross Garantir os

Controlar a densidade, espaço de comedouro e readequar este espaçamento posterior a cada seleção de acordo com a necessidade, é um ponto-chave importante para manter o crescimento ideal e aumentar a uniformidade.

O uso de uma ração pré – inicial (mais energética e mais proteica, mini -peletizada) na primeira semana, possibilita um excelente “arranque” em termos de ganho de peso e uniformização do lote, quando a partir da segunda semana, entrarão na ração inicial.

FÊMEAS Espaço de alimentação

Espaço de alimentação adequado/aves bem distribuídas nos comedouros.

37 A Revista do AviSite
Densidade Cria e Recria
Espaço de alimentação Idade Aves/m2 1-3 dias 40 4-6 dias 25 7-9 dias 10 10 dias Densidade final de aves MACHOS Espaço de alimentação Idade (dias) Calha com corrente (cm) Comedouros mecânicos do tipo prato (cm) 0-35 dias 5 5 36-70 dias 10 9 71-105 dias 15 11
Idade (dias) Calha com corrente (cm) Comedouros mecânicos do tipo prato (cm) 0-35 dias 5 4 36-70 dias 10 8 71-105 dias 15 10 Densidade populacional (Aves/m2) Densidade populacional (Aves/m2) 15-20 semanas 20 semanas até o final do lote Macho 3-4 3.5-5.5 Fêmea 4-8

A ração deve ser distribuída automaticamente já a partir de 21 dias, se possível, para as categorias já definidas na seleção de primeira semana. A distribuição deve ser feita em 3 minutos, para que todas as aves tenham acesso rápido à ração e tenham um tempo de consumo não menos que 40 minutos, o que nos levará à escolha do sistema de restrição que será utilizado, se 5x2, 4x3 ou 6x1.

Pode-se considerar a alimentação perfeita, quanto mais se aproxima do diário. O limitante é o tempo de consumo que, devido ao volume, não se consegue alimentar por um tempo adequado, obrigando o produtor a escolher uma forma alimentar que restrinja o alimento em um dia, para aumentar a quantidade no outro e assim proporcionar o tempo de consumo e acesso de todas as aves, diminuindo a competição. Ainda em conjunto a isto podemos utilizar uma ração menos densa, aumentando ainda mais o volume e buscando melhorar a uniformidade.

Os pesos-alvos serão sempre almejados, desde a primeira semana, mas se não atingido, pode-se tentar já na semana seguinte, e assim sucessivamente até a 4ª Semana, quando o ideal é estar, pelo menos, com as aves no peso estandarte para definir as suas carcaças e buscar o melhor desenvolvimento de seus órgãos e consequentemente uma melhor proteção imune.

Luminosidade é um fator extremamente importante, que se deve levar em consideração. Trabalhar em luminosidade uniforme entre 3-5 lux, durante todo o período de recria, até 154 dias completos ou 22 semanas de vida.

De uma forma geral, se consegue os

pesos ao final da 4ª semana, mas o que é preciso estar consciente é de que a uniformidade deve ser a máxima possível, e por isso, deve-se separar as aves em pelo menos 4 classes, sendo: -Pesadas, médias, leves e leve-leves após a seleção de 4ª semana.

Com densidade aves /m² adequada durante a recria e espaço de comedouro adequado cm /ave, proporciona-se boa estruturação das aves que, de acordo com o aumento da idade, contribui muito para a melhor uniformidade e estruturação do lote de fêmeas.

38 A Revista do AviSite
MANEJO
Gráfico pesos, GAD e Kcal até 4ª. semana

A uniformidade geral deve ser acima de 85% com o coeficiente de variação (CV), próximo ou abaixo de 8% como objetivo desejado. Desde aí já se planeja as demais seleções importantes para o lote, buscando a melhor uniformidade: 8ª, 12ª e 16ª semana.

Entre seleções pode-se fazer as “catadas” de aves que porventura sejam encontradas fora de sua categoria para uma melhor condução e mantença da uniformidade, diminuindo a competição por alimento dentro de cada categoria.

De acordo com o peso é possível “segurar” o alimento das pesadas e incrementar alimento para as categorias das mais levianas até por volta de 12 semanas, em que o ideal após esta fase é tentar igualar o fornecimento de ração entre categorias, para que sigam crescendo igualmente daí em diante. Dietas diluídas de ração crescimento, ou seja, menos densas para aumentar o volume são indicadas nesta fase, proporcionando um tempo de consumo adequado, não menor que os 40 minutos, já mensionados.

Importante saber a composição e adequar formulação da ração para cada fase.

A partir das 12 semanas de vida, continua o objetivo de uniformizar as aves 80 % geral e 95% no box, com coeficiente abaixo de 7%. As variações de peso das mais leves de estandarte a -2% e das mais pesadas de + 2 a +5 %, sendo que para as médias é buscado o estandarte. O Objetivo é aproximar os pesos entre categorias e iniciar a formação do aparelho reprodutor na fase da puberdade.

Na puberdade, após as 16 semanas, irá formar-se o aparelho reprodutor: oviduto e ovários e na sequência,

gradativamente a reserva de gordura suficiente e a tempo para que as matrizes possam ter persistência de produção de ovos, bom empenamento e energia suficiente para crescer e manter as necessidades fisiológicas corporais, sem entrarem em déficit

energético. Nesta fase é desejável incrementos mais consistentes de alimento, podendo fazer isto com cuidado extremo com a abertura do peito, ideal para as 22 semanas 3-3,5 de escore de peito e entre 0,8 a 1,3 % de reserva de gordura, uniformidade

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Diretriz de condução de peso após seleção de 12 semanas

geral 85% ou acima e CV abaixo de 7%, com variação de peso de +3-5% nas pesadas. Estandarte a +2% nas médias e estandarte nas leves. Viabilidade 96,5%.

Nas categorias, já se está com as aves bem distribuídas, sem muita competição e as quantidades de alimento por box já bem parecidas

Qualidade de cama, que está diretamente ligada às condições ambientais somadas à qualidade de ambiência da granja, deverá ser sempre seca e o ambiente com boa qualidade de ar, requisito exigido em toda a fase de crescimento para uma boa condição. Umidade em 50-60%, pouca formação de gases, amônia (Ideal < 10ppm), CO2 (< 3000 ppm), CO (Ideal <10 ppm) e com bons níveis de oxigênio tanto de dia como a noite proporcionado por uma boa troca de ar ou ventilação adaptável a cada tipo de galpão. Com níveis acima dos

limites, as aves entram em letargia entre complicações metabólicas, não se alimentam e podem até morrer. É importante monitorar o comportamento, fazendo mensurações da qualidade do ar

A cama influencia na qualidade das patas, no crescimento e bem-estar adequado. O excesso de calor ou frio pode levar as aves a deficiência de ganho de peso e do bom desenvolvimento, bem como também proporcionar mais oportunidades ao aparecimento de doenças ou desafios indesejáveis podendo vir a influenciar na integridade intestinal na saúde em geral e viabilidade das matrizes.

Estímulos de Luz

Para se ter uma boa resposta é preciso ter proporcionado boa refratariedade nas aves durante todo o período de crescimento, ter mantido em luminosidade baixa e uniforme durante pelo menos 20 semanas, de

40 A Revista do AviSite
MANEJO
Formato de peito desejado para as fases

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H Á M A I S D E 2 0 A N O S D E E X P E R I Ê N C I A H Á M A I S D E 2 0 A N O S D E E X P E R I Ê N C I A H Á M A I S D E 2 0 A N O S D E E P E R I Ê N C I A E C R E D I B I L I D A D E N O A G R O N E G Ó C I O E C R E I A E O A G R E G Ó C I O E R E I B I L I D A D E N O A G R O N E G Ó C I O

Por que devemos falar sobre a saúde intestinal das aves?

O intestino está envolvido em uma complexa relação com a dieta, sistema imune e microbiota, na qual, uma alteração em um dos fatores pode influenciar todo o axis

Priscila de Oliveira Moraes e Paula Gabriela da Silva Pires

Ao pensar no sistema digestivo imaginamos uma estrutura simples, um tubo único que não deixa o restante do organismo ter contato com o seu conteúdo apenas com os produtos gerados, com início na boca, passando por segmentos com pH e funções

diferentes e que termina na cloaca eliminando aquela fração do bolo alimentar que não foi absorvida.

O sistema digestivo da ave consiste em esôfago, papo, proventrículo, moela, intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), ceco, cólon e cloaca. Possui um sistema digestivo mais

curto quando comparada aos mamíferos, com uma a taxa de passagem mais rápida e que pode ser afetada pela dieta fornecida. Obviamente o papo, o proventrículo e a moela possuem importantes funções, muito bem apresentadas em revisões de literatura (Svihus et al.,

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Sistema digestivo das aves Ceca Ceca Small Intestine Crop Proventriculus Gizzard Duodenum Pancreas Liver Cloaca Colon SAÚDE ANIMAL

O intestino é responsável pela digestão dos alimentos e absorção dos nutrientes que serão metabolizados e utilizados nas diferentes funções do corpo.

apresentam alterações nas características funcionais. Por isso, quanto maior for a cripta mais celulas elas estão produzindo. Este processo de renovação ocorre naturalmente, porém quando a saúde intestinal é prejudicada e há danos nos vilos o organismo vai precisar intensificar esta produção e assim poderá ocorrer o desvio de recursos nutricionais que seriam utilizados no desempenho para o turnover proteíco (Uni et al., 2006).

O intuito de trabalhar com o foco na saúde intestinal é manter o equilíbrio entre estes três fatores (dieta, microbiota e sistema imune) para aumentar a resiliência dos animais.

O sistema imune é de suma importância para a sobrevivência do animal. Por isso ele está sempre ativo e didaticamente é possível dizer que ou ele está tolerante ou responsivo. Durante um desafio imunológico ele esta responsivo e o seu o custo energético e proteico aumenta devido

O intestino das aves é densamente povoado por microrganismos que interagem estreita e intensamente com o hospedeiro, com o sistema imune e com a ração ingerida. Há uma sinergia neste relação, a qual os microrganismos fornecem nutrientes de substratos alimentares mal utilizados pelas aves e modulam o desenvolvimento e a função do sistema digestivo e imunológico. Em troca, o hospedeiro fornece um habitat e nutrientes para a colonização e crescimento

43 A Revista do AviSite

bacteriano. Os microrganismos que compõe a microbiota intestinal estabelecem relações de cooperação e competição por nutrientes e locais de aderência no lúmen, estabelecendo equilíbrio da comunidade microbiana. No intestino delgado dos frangos predominam bactérias fermentadoras de acido lático como o gênero Lactobacillus, ao contrário do que ocorre no ceco, onde predomina

gordura. Por outro lado, dentre os membros da família Clostridiaceae a espécie Clostridium perfringens é conhecida por ser um patógeno causador da enterite necrótica. Esta bactéria é um habitante normal do ceco, no entanto, quando o ambiente torna-se favorável há uma rápida proliferação, podendo estender-se para o intestino delgado, onde geralmente está em baixa

melhorar o crescimento das aves (Pan et al., 2014).

A Figura 1 auxilia, de forma didática, a compreensão de um ambiente intestinal em equilíbrio e em desequilibrio. Do no lado esquerdo, é possível observar um ambiente intestinal em equilíbrio. No lúmen intestinal há presença de uma dieta que proporcionada o crescimento de

Comensal Comensal Oportunista Oportunista Patogênica Patogênica
SAÚDE ANIMAL

relações de cooperação e competição por nutrientes e locais de aderência no lúmen, estabelecendo equilíbrio da comunidade microbiana. No entanto,é importante destacar que ao contrário do genoma do hospedeiro, que raramente é manipulado por intervenção xenobiótica, o microbioma é facilmente alterável, principalmente pela dieta, ingestão de antibióticos e infecção por agentes patogênicos ou agentes estressores (Day et al., 2015).

Ainda na Figura 1, no lado direito é possível observar um ambiente em desequílibrio, com um aumento das bactérias patogênicas e da a permeabilidade da membrana, uma maior produção de muco, proporcionando uma maior camada de ambiente anaerobico e com a liberação de proteínas das células destruídas mudando completamento o ambiente intestinal. Neste momento, o sistema imune reconhece as bactérias patogênicas e as células

destruídas e libera interleucinas próinflamatórios tornando o sistema imune responsivo e demandando de nutrientes para armar a resposta imunológicas. A resposta inflamatória é de extrema importância para a eliminação do patógeno (Kogut, 2013). No entanto, se for descontrolada, essa ativação imune representa um risco de inflamação excessiva e danos intestinais, que por sua vez, podem prejudicar as funções digestivas do intestino (Brisbin et al., 2011). Além disso, a inflamação excessiva também pode causar distúrbios no metabolismo do hospedeiro (Kogut, 2013). Outro fator importante, são as IL-1, TNF-a e IFN-y que são as citocinas próinflamatórias, elas possuem ação sistêmicas e são responsáveis pela apatia, redução do consumo de alimentos e febre durante a resposta imunológica. Consequemente, menor desempenho.

O sistema imune pode estar

responsivo e causar sinais clínicos aparentes nas aves, por isso é difícil observar esta alteração no campo. Por este motivo, o uso de antibiótico como promotor de crescimento foi fundamental para aumentar a produtividade. O primeiro estudo publicado por Stokstad et al. 1949 demonstrou o efeito promotor de crescimento com a utilização de antibióticos na alimentação animal e rapidamente esta prática passou a ser utilizada mundialmente. O antibiótico melhora o desempenho das aves por controlar as bactérias patogênicas e assim poupar o sistema imune, pois ele não precisará armar uma resposta imunológica para controlar pequenos focos de infecção, estes que não chegam a causar uma doença visível mas que vão utilizar os nutrientes que seriam disponibilizados para o crescimento.

Com o aumento das bactérias resistentes aos antibióticos e com previsões de que em 2050 a maior

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Figura 1 – Representação de um sistema em equilíbrio, com um sistema imune tolerante (Lado esquerdo) e de um sistema em desequilíbrio, com um sistema imune responsivo.

Dieta

• Composição nutricional

• Digestibilidade

• Antibióticos

• Aditivos

Saúde intestinal

mortalidade dos humanos será causada pele resistência bacteriana, há um esforço conjunto para buscar alternativas ao uso dos antibioticos promotores de crescimento na proução animal.

Não há como dissociar a retirada dos antibióticos promotores de crescimento e a saúde intestinal dos animais. Para que esta retirada ocorra sem a perda da produtividade são necessários mais estudos em diferentes locais do mundo, associando diferentes variáveis, pois é um sistema complexo, existem vários fatores que podem influenciar e há microrganismos que ainda

Microbiota intestinal

• Competiçcão por nutrientes e aderência

• Produção de bacteriocinas e bacteriostático

• Relação entre bactérias comensais/patogênicas

• Modulação do sistema imune

Sistema imune

• Pode ser modulado pelos nutrientes e aditivos da dieta

• O perfil da microbiota vai influenciar na resposta imune

• O sistema imune em tolerância desejável

desconhecemos dentro deste ecossitema. Hoje a ciência esta mais avançada e estudos mais robustos podem auxiliar a nesta compreensão, com a tecnologia da abordagens ômicas (transcriptômica, proteômica e metabolômica), marcadores biomoleculares para o sistema imune, sequenciamento, entre tantas outras ferramentas que estão disponíveis para a pesquisa.

Há diferentes aditivos alimentares que podem ser utilizados como substituto aos antibióticos. Por isso, indiferentemente do tipo de produto e do seu mecanimos de ação é importante observar os trabalhos

científicos que as empresas vem desenvolvendo para afirmar que o seu produto atua na saúde intestinal. Como foi descrito ao longo do texto, este assunto é complexo e envolve vários mecanismos, não é apenas um estudo que irá definir o papel de uma determinada substância na saúde intestinal.

Assim, cabe salientar que falar e estudar a saúde intestinal dos frangos de corte é imprescíndível para aumentar a produtividade, abolir o uso de antibióticos como promotor de crescimento, otimizar a dieta e o uso de aditivos nutricionais, e sim, trazendo uma maior lucratividade.

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Priscila de Oliveira Moraes é Eng. Agrônoma, Doutora em Zootecnia e professora na UFSC Paula Gabriela da Silva Pires é médica-veterinária, Doutora em Zootecnia Advanced Poultry Gut Science
Para consultar a bibliografia completa acesse o QR Code ou o link no QR Code.
Melhor desempenho e bem-estar
SAÚDE ANIMAL

Biofármaco apresenta potencial para controle de salmonelas aviárias

Um protótipo de biofármaco à base de bacteriófagos para controlar salmonelas avícolas representa uma alternativa ao uso de antibióticos - Foto: Divulgação

AEmbrapa Suínos e Aves (SC) vem avançando no desenvolvimento de um protótipo de biofármaco à base de bacteriófagos para controlar salmonelas avícolas, que causam contaminação da carne de frango

e salmonelose em humanos. Bacteriófagos são vírus amplamente distribuídos na natureza e que atuam especificamente sobre bactérias. Essa ação bactericida representa uma alternativa ao uso de

antibióticos. Pesquisadores isolaram e estudaram três desses vírus, que compõem a coleção de microrganismos da Unidade, e reúnem as características desejadas para controle de determinados sorotipos de salmonela.

48 A Revista do AviSite
SEGURANÇA ALIMENTAR

Embrapa Suínos e Aves

A pesquisa atende a uma das prioridades da produção animal atualmente – a manutenção de rebanhos e plantéis livres de patógenos que causam doenças transmitidas por alimentos, e assim garantir a inocuidade dos produtos. A resistência a antimicrobianos é um dos temas mais relevantes nesse contexto, e tem direcionado políticas públicas pela interface com o conceito de saúde única, pela inter-relação com saúde humana, animal e meio ambiente.

A disseminação de microrganismos multirresistentes aos antimicrobianos disponíveis e a falta de desenvolvimento de novas classes de antimicrobianos têm motivado o alerta de especialistas para a dificuldade futura de enfrentamento de bactérias, mesmo em infecções simples.

Em alinhamento às ações nacionais e internacionais, os

cientistas da Embrapa Suínos e Aves vêm atuando em pesquisas e estudos para o enfrentamento da resistência aos antimicrobianos e auxílio à execução de políticas públicas. Além de participar de grupos como o da Força-Tarefa do Codex Alimentarius para Resistência Antimicrobiana (FTAMR), que se encerrou em 2021, a Unidade contribui também com o Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos no Âmbito da Agropecuária (PAN-BR Agro) com diversas pesquisas, tais como o desenvolvimento de insumos biológicos para o controle de bactérias relevantes na avicultura.

De acordo com a pesquisadora

Clarissa Vaz, líder do projeto que resultou no desenvolvimento do protótipo de biofármaco à base de vírus bactericidas, a disponibilidade de um ativo biológico, que evita ou reduz o uso de antimicrobianos e seja

49 A Revista do AviSite
A pesquisa atende a uma das prioridades da produção animal atualmente – a manutenção de rebanhos e plantéis livres de patógenos que causam doenças transmitidas por alimentos, e assim garantir a inocuidade dos produtos
O produto biológico foi produzido a partir de três bacteriófagos nativos do Brasil

SEGURANÇA ALIMENTAR

DESAFIO É CHEGAR A UM PRODUTO COM POTENCIAL DE MERCADO

aplicável ao controle de salmonela na avicultura, é desejável frente à importância social e econômica da produção avícola para o País e à necessidade de uso prudente dos antimicrobianos para preservar a eficácia dos que estão disponíveis. “Esse insumo não pretende substituir o uso terapêutico de antibióticos, mas é uma opção para reforçar o controle de salmoneloses, reduzindo o uso desnecessário de antimicrobianos”, explica.

Ainda segundo Vaz, insumos biológicos à base de bacteriófagos não representam necessariamente uma inovação na indústria de saúde e alimentação animal, uma vez que sua ação bactericida é conhecida há muito tempo. “O

diferencial é que, se desenvolvidos produtos escalonáveis, de custo acessível, e contendo bacteriófagos adequados, a fagoterapia (uso de bacteriófagos contra infecções bacterianas) é uma possibilidade de diversificar as estratégias de controle de salmonelas aviárias”, pontua.

Outra vantagem apresentada pela pesquisadora é a de que bacteriófagos nativos são interessantes para o desenvolvimento de produtos voltados ao mercado nacional por não introduzirem cepas exóticas na biodiversidade brasileira e apresentarem maior probabilidade de ação frente às estirpes de campo locais.

Os estudos levaram ao desenvolvimento do protótipo de um biofármaco que é fornecido aos frangos pela água de beber, capaz de reduzir o nível de salmonela no intestino de frangos de corte. “O desafio atual é avançar nas etapas de desenvolvimento até a fase continuada, em condições mercado. Esse é um processo de benefícios, por meio da desenvolvem a pesquisa juntas e aumentar o valor agregado”,

Os três vírus procedentes da principais componentes desse vírus na ave, após a ingestão de armazenamento.

O produto biológico foi estudado corte, com nicho de aplicação que são algumas das salmoneloses

50 A Revista do AviSite
Foto: Lucas Scherer

fase de produção de inserção no processo que segue a lógica de inovação aberta e repartição qual a Embrapa e empresas interessadas juntas com o objetivo de desenvolver os seus produtos agregado”, observa a pesquisadora.

da coleção de microrganismos da Unidade são os desse biofármaco, que melhora a estabilidade desses ingestão pela água de beber, e é estável durante o período

estudado para controle de S. Heidelberg em frangos de aplicação contra S. Enteritidis e S. Typhimurium em matrizes, salmoneloses mais impactantes nessas categorias avícolas.

Você Sabia?

Os bacteriófagos são vírus capazes de infectar bactérias. O termo vem do grego e significa “comedor de bactérias”. Assim como todos os outros vírus, os bacteriófagos não possuem células e são parasitas intracelulares obrigatórios, uma vez que não possuem metabolismo próprio e precisam da célula hospedeira para reproduzir-se.”

51 A Revista do AviSite
É um ativo que atende às exigências sanitárias da avicultura de corte para garantir a inocuidade da carne de aves.

10º Unifrango volta após cinco anos e debate as tendências e desafios do setor avícola do Paraná e do Brasil

Após um hiato de cinco anos o Encontro Avícola e Empresarial – Unifrango voltou em grande estilo para celebrar a sua décima edição. O Unifrango foi realizado em Maringá, no Paraná, entre os dias 18 e 20 de julho, e contou com mais de 1 mil inscritos, 19 palestrantes, 3 moderadores e um total de 34 patrocinadores e 24 estandes.

“Após cinco anos sem realizar o evento, em detrimento da pandemia, é um orgulho estar de volta e agora com novidades na estrutura, ampliamos nossa abrangência dentro da cadeia de produção de proteína animal e separamos nosso evento em três etapas, sendo o primeiro dia com apresentações institucionais, o segundo dia dando maior enfoque para inovação e terceiro dia de palestras técnicas”, abordou Nivaldo Daquano, coordenador geral do encontro.

Oportunidade e desafios da logística

Diego Abreu, da Hapag-Lloyd, abriu as plenárias com a palestra “Brasil Inserido no Cenário Global da Logística Marítima Internacional”. Em sua apresentação, Abreu destacou que o Brasil hoje está se ‘lincando’ mais ao emocional do que ao racional, no qual cada sentimento ou necessidade pela competitividade impacta diretamente a nossa demanda, oferta e o operacional.

A demanda global por transporte de contêiners permaneceu em um nível baixo no primeiro trimestre de 2023, como resultado da redução de estoque. Do mesmo modo que o congestionamento portuário se dissipou e as cadeias de suprimentos

estão em processo de normalização. Já a pressão inflacionária mantém os custos em patamares elevados.

Para 2023 a demanda continua sendo

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O evento ofereceu aos profissionais da avicultura uma robusta programação técnica e oportunidade de negócios no espaço para networking
Glaucia Bezerra, Maringá (PR)
COBERTURA: UNIFRANGO

um ponto de interrogação, principalmente, pela economia estadunidense, e o consumo da China que ainda não voltou a sua regularidade usual.

“Precisamos pensar que nos últimos dois anos tivemos pandemia, inflação, desemprego, ‘boom’ das comodities, vaca louca, crise hídrica, guerra na Europa, crises geopolíticas, foram muitas coisas ocorrendo ao mesmo tempo e tudo isso o Brasil viveu nos últimos dois anos, mas o que chama atenção é que no volume de cargas congeladas houve uma evolução ano a ano, desde 2017. Saímos de 222.717 toneladas em 2017 para 303.072 tons em 2023 (parcial anual)”, pontuou.

Segundo Abreu, no futuro o mercado irá normalizar em um patamar com demanda reprimida, congestionamentos portuários aliviados e a liberação da capacidade nos portos. As taxas de frete diminuirão significativamente atingindo níveis pré-pandêmicos, mas os custos permanecerão altos. “Como Hapag-Lloyd continuaremos com nossos esforços de descarbonização dos combustíveis, queremos permanecer inovadores e flexíveis para nos adaptarmos as evoluções da demanda global. Agora é a hora de olharmos para a frente e moldarmos nosso caminho”, finalizou.

Integração Intermodal e Infraestrutura em Crescimento

Com 30 anos de experiência no mercado de logística, Marcelo Saraiva, CEO da empresa Brado, explanou sobre a “Integração Intermodal e Infraestrutura em Crescimento”.

Em sua apresentação, o CEO destacou

Tendências de futuro para a avicultura brasileira

as preocupações da Brado com sustentabilidade e as ações em ESG. “Além de iniciativas para assegurar um ambiente de trabalho seguro e inclusivo para todos, a empresa tem o objetivo de garantir, cada vez mais a igualdade de oportunidades”.

Além disso, a empresa assumiu o compromisso com o Pacto Global sobre os 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. “O pacto tem 10 princípios universais para organizações incorporarem em suas estratégias os 17 ODS’s da ONU – uma lista para assegurar os direitos humanos, combater a pobreza e a injustiça, alcançar a igualdade de gênero e frear as mudanças climáticas”, complementou Saraiva.

Ainda, segundo o CEO da Brado, a operação multimodal com base ferroviária traz relevantes benefícios para o meio ambiente e empresas que controlam a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Dados apresentados por Saraiva mostram que as emissões rodoviárias chegam a 439.926 T CO2e, já a emissão pelas operações multimodais atinge 156.830 T CO2e.

A diferença equivale a emissão anual de 61.144 veículos, para esse cenário são necessárias 2.021.304 árvores para absorver todo esse carbono.

O segundo dia do 10º Encontro Avícola e Empresarial – Unifrango contemplou inovações e tecnologias para o desenvolvimento de diversas áreas da avicultura. Entre os palestrantes, Keysuke Muramato ampliou os debates sobre “Tendências da Nutrição Avícola em Frango de Corte”. O especialista destacou como os maiores custos de insumos viabilizam o surgimento de novas tecnologias.

“Enzimas, novos AAs industriais, vitaminas, minerais orgânicos. Em processamento de rações surgem novos equipamentos para garantir a qualidade física do alimento e sua granulometria, além das metodologias in line”, explicou Muramato.

Foto: @unifrango.oficial

COBERTURA: UNIFRANGO

Ainda, segundo o especialista, as tendências da nutrição irão passar fundamentalmente pelo maior entendimento de digestibilidade de ingredientes x saúde intestinal; pelo uso de eubióticos; pela qualidade óssea e de carcaça, evitando o surgimento de dermatites e calos. O ESG irá se consolidar nas estratégias das empresas, assim como o IoT e a capacidade de processamento de informações cada vez mais como diferenciais.

Seguindo com as plenárias, Ricardo Guerra ampliou o debate sobre os próximos passos da avicultura, com a palestra “Futuro da Ambiência para a Avicultura de Corte no Brasil”. “Mesmo com o advento da tecnologia

estudar, se atualizar com fontes seguras, garantindo melhor dimensão, instalação e manutenção”, complementou.

Ainda, em sua apresentação, Guerra pontuou que para o futuro, o uso de isolamento térmico, com a seleção de exaustores eficientes, reduzirá os custos energéticos e ajudará na rentabilidade e sustentabilidade das granjas.

“O sistema de aquecimento eficiente, como o uso de gás, mostra nesse momento melhor resultado com menor custo de consumo”, finalizou o especialista.

O “Agro Brasileiro e Sustentabilidade: Um olhar para o futuro”, foi o tema da palestra de Evaristo de Miranda, que destacou como a Avicultura 4.0 (IoT) tem colaborado para o desempenho da atividade de forma

Com as novas tecnologias o produtor monitora e controla remotamente dados biológicos (comportamento, bem-estar) e ambientais (temperatura, umidade, níveis de amônia e dióxido de carbono). “Sensores coletam dados em tempo real e transmitem a um sistema central de gerenciamento (celular ou computador)”, acrescenta

Ainda, de acordo com o especialista, essa avicultura 4.0 ainda promove um melhor planejamento e gestão do ambiente, da prevenção e controle sanitário, e da nutrição com o aumento da eficiência na produção (autogestão, customização, big data).

Dados apresentados por Miranda mostram que o total da área preservada no Brasil é de 282.858.849 ha. Hoje, 33,2% do Brasil é preservado pelos produtores rurais (terras privadas) e 42,2% da área dos imóveis rurais.

O conjunto da vegetação nativa em protegidas e preservadas é de 480.298.881 ha, ou seja, 56,4% do Brasil. Já, a área total destinada a proteção, preservação e conservação da vegetação nativa é de 564.235.949 ha, 66,3% do Brasil, conforme dados da Embrapa Territorial de 2021 e apresentados pelo especialista.

Desses 66,3% de área preservada, 33,2% é destinado à áreas de preservação da vegetação pelo meio rural, 9,4% de unidades de conservação integral, 13,8% de terras indígenas e 9,9% de vegetação nativa em áreas militares e terras devolutivas.

Dos 30,2% destinados ao uso agropecuário, 21,2% são pastagens, 7,8% lavouras, 1,2% florestas

Para Guerra, esse profissional deve dominar os conceitos básicos de ventilação; não apenas ter o cargo. “Existe uma ciência e engenharia por trás da ventilação, é fundamental

54 A Revista do
AviSite
Foto: @unifrango.oficial

plantadas. Os outros 3,5% dedicados a Infra Estrutura e outros.

Em termos de comparação, a área total destinada a proteção, preservação e conservação da vegetação nativa equivale a superfície de 48 países e territórios da Europa.

Palestras sobre IA e Bronquite Infecciosa encerram 10º Unifrango

Entre os palestrantes, o Dr. Paul Francis McMullin trouxe um panorama sobre a “Influenza aviária: biosseguridade e impactos da doença”. Para o especialista é preciso criar controles de biosseguridade protegendo a pirâmide de produção, com cuidados na observação, ciência, avaliação de risco, controle gerencial, manutenção, sistema de qualidade e auditoria independente específica.

“A biosseguridade do galpão, especialmente a bioexclusão, continua sendo primordial em todos

os setores. Manter e melhorar o ‘básico’, com foco em manutenção que apoia a bioexclusão efetiva e as barreiras entre o ambiente da granja e a ave. Manter uma atenção cuidadosa aos fatores que empurram ou atraem aves infectadas para a zona de biosseguridade”, salientou McMullin.

Seguindo as apresentações, o professor Antonio Piantino, Universidade de São Paulo, apresentou a palestra “Bronquite Infecciosa: desafios atuais e prevenção”. Em sua fala, Piantino destacou que a Bronquite Infecciosa é a maior causa de perdas econômicas para a indústria avícola brasileira e mundial. Caracteriza-se como uma doença infectocontagiosa.

“Entre os impactos causados na produção estão os problemas respiratórios e reprodutivos em machos e fêmeas, e renais em frangos, poedeiras e reprodutoras”, complementou.

Nos frangos a doença causa problemas respiratórios, condenação de carcaças no abatedouro. Nas poedeiras em desenvolvimento (frangas) causa o aumento dos casos de falsas poedeiras, e nas reprodutoras aumenta os casos de salpingite e problemas de casca.

“Dos 100 casos examinados em 2022, em 75 foram detectados o vírus da bronquite Infecciosa estirpe BR-I e 5 foram VAR2”, destacou Piantino. Ainda, de acordo com ele, as doenças infecciosas podem ter efeitos catastróficos sobre a avicultura industrial pelo seu impacto na produtividade, mortalidade e restrições comerciais. “Nos últimos anos, os principais desafios sanitários foram causados pelo vírus da Bronquite infecciosa (BI) e Salmonelas paratíficas que afetam a exportação de carne de frango. Embora a BI dificilmente leve a taxas

55 A Revista do AviSite

OGoverno Federal atualizou as medidas que podem ser adotadas para enfrentamento de emergências fitossanitárias ou zoossanitárias de que trata a Lei nº 12.873/2013, que autoriza a declaração de estado de emergência relacionado às atividades da defesa agropecuária.

A Medida Provisória nº 1.186 foi publicada no Diário Oficial (12/9). A partir dela, autoridades públicas do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) poderão adotar as seguintes medidas: estudo ou investigação epidemiológica e restrição excepcional e temporária de trânsito de produtos agropecuários por qualquer modal logístico no território nacional e internacional.

Também poderão determinar medidas de contenção, desinfecção, desinfestação, tratamento e destruição aplicáveis a produtos, equipamentos e instalações agropecuários, e a veículos em trânsito nacional e internacional no país; e realização ou determinação da realização compulsória de ações de mitigação e controle fitossanitário e zoossanitário.

A União poderá doar materiais, equipamentos e insumos considerados indispensáveis para o enfrentamento de emergência fitossanitária ou zoossanitária a órgãos e entidades federais, estaduais, distritais e municipais mobilizados, independentemente do cumprimento, por parte do beneficiário, dos requisitos legais de adimplência exigíveis para a celebração de ajuste com a administração pública federal.

Governo Federal atualiza medidas para enfrentamento da Influenza Aviária

A MP também autoriza o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a custear despesas de deslocamento de servidores e empregados públicos de outras instâncias do Suasa que atuarem em operações de defesa agropecuária convocadas pelo Ministério.

Além disso, o texto altera a Lei nº 8.745/1993 para incluir na possibilidade de contratação de excepcional interesse público, que prescinde de processo seletivo, as situações de iminente risco à saúde animal, vegetal ou humana, fitossanitária ou zoossanitária.

Outras iniciativas

O Governo Federal já realizou, neste ano, outras iniciativas para combater a influenza aviária — doença grave e de alta letalidade para aves domésticas e silvestres, com potencial para causar prejuízos econômicos ao país.

Em maio, o Mapa declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional, por meio da Portaria nº 587/2023, em função da detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) - H5N1 - em aves silvestres no Brasil. Em junho, a Medida Provisória nº 1.177/2023 abriu crédito extraordinário para enfrentamento do estado de emergência zoossanitária. O Mapa tem trabalhado em articulação com diferentes Ministérios e órgãos federais para prevenção e atuação frente aos possíveis impactos da disseminação da doença no Brasil.

56 A Revista do AviSite PONTO-FINAL
MAPA

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