Edição 127 - Revista do AviSite

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A Revista do AviSite

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Editorial

A ÚNICA RESPOSTA

PARA O DESAFIO BRASILEIRO

CONTRA A BRONQUITE INFECCIOSA BR

GANHE

DE PONTA A PONTA

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Juntos, além da saúde animal A Revista do AviSite


Sumário

16 Resistência de

salmonelas na ave e no ambiente

32 A avicultura além do

Diferentes fatores estressantes aos quais as salmonelas são submetidas promovem mudanças na biologia das células bacterianas, permitindo alterações nas características fisiológicas conhecidas para o gênero, determinando maior resistência à ave e ao meio ambiente

frango de corte

O Brasil representa aproximadamente cerca de 7% da produção mundial de carne de perus, parece pouco, mas o país está entre os 3 primeiros produtores e exportadores desta proteína animal

08 Notícias Curtas 10 Avelive Entrevista reúne jornalistas e influenciadores digitais para 11 BRF uma ‘aula’ sobre os nuggets da Bronquite infecciosa na produção de 21 Impacto frangos no Brasil

26 28 L-Seleniometionina – inovação em seu melhor 30 A adaptabilidade e o profissional do futuro reuniu mais de 100 avicultores em 38 Qualificaves Marechal Floriano

12 Os desafios da

Sanidade Avícola

A Coordenadora do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) no RS, Flávia Borges, aponta os destaques para o avanço dos aspectos sanitários no país

Saúde Animal promove 2° Encontro Empresarial 52 MSD na Europa para experiências com Innovax ND-IBD

54 Manejo de Ovos Férteis 58 O desafio de se construir margens no agronegócio Final 70 Ponto Importância da mistura nas fábricas de ração Nayara Tavares Ferreira e Lucielma Holtz, Polinutri

Níveis de zinco no desempenho e resposta imune

Select traz ao mercado brasileiro a tecnologia 42 Agro da HATO Lighting para iluminação em LED FACTA WPSA-Brasil marca os 30 anos 44 Conferência da entidade

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CEO da Aviagen explora “Responsabilidade de Alimentar o mundo”, tema da Conferência FACTA 2019

multinacional dinamarquesa CHR Hansen 48 Aapresenta o novo gestor de Saúde Animal no Brasil lança E-book sobre Laringotraqueíte em 50 Ceva parceria com a Mundo Agro

Estatísticas e preços 62 63 64 65 66 67 68 69

Produção e mercado em resumo Pintos de corte Produção de carne de frango Exportação de carne de frango Oferta Interna Desempenho do frango vivo Desempenho do ovo Matérias-primas A Revista do AviSite

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Editorial

Breve ‘raio-X’ do mercado de produção de proteína animal Um fato, em especial, foi destaque no mercado de animais vivos em junho corrente, conforme noticiou o AviSite: pela primeira vez na história, o preço médio do suíno ultrapassou, na média do mês, a marca dos R$100,00 por arroba. Não era sem tempo, pois o máximo anterior até 2018 - R$95,76/arroba - foi registrado em fevereiro de 2017, ou seja, há mais de dois anos. Determinada pela demanda externa surgida em consequência do surto de peste suína africana que afeta particularmente a China, a valorização do suíno tende a alcançar, também, o frango vivo e o boi em pé. Mas essa possibilidade permanece, por ora, no campo das expectativas. Em outras palavras: frango e boi estão fechando junho de 2019 com ligeiro recuo de preço. De menos de 1% o boi; mas de quase 5% o frango. De toda forma, o frango vivo obtém no semestre valorização de quase 30% em relação ao mesmo período de 2018, enquanto a valorização do boi não chega a 8%. Já o suíno completa o semestre com ganho muito similar ao do frango: +28,23%. Esses desempenhos, porém, sofrem sensível alteração quando a base de comparação é o primeiro semestre de 2017. E a principal constatação é a de que o preço médio do suíno neste ano ficou menos de 1% acima da alcançada dois anos atrás. E como o ganho do boi está próximo de 10%, o melhor resultado recai sobre o frango, cujo preço atual está 26% acima do registrado no primeiro semestre de 2017. Note-se, no entanto, que essa vantagem é apenas aparente. Pois, no mesmo período, as duas principais matérias-primas do frango – milho e farelo de soja – acumulam variação de preço muito similar – de 24,67% e 22,05%, respectivamente. Mercado avícola: analistas da Revista do AviSite trazem em destaque que o volume de cabeças de frango prontas para o abate em abril alcançou 493,9 milhões e significou um potencial de quase 1,153 milhão de toneladas de carne de frango. Esse volume de carne aponta redução de meio por cento sobre abril do ano passado e se coloca como o menor potencial real do primeiro quadrimestre. Na comparação com o mês anterior, a redução atinge quase 8%. Entretanto, março é mês mais longo e isso considerado, derruba o índice negativo para pouco menos de 5%. No acumulado dos primeiros quatro meses o potencial alcançou 4,714 milhões de toneladas e equivaleu a um crescimento de pouco mais de meio por cento em relação ao mesmo período do ano passado. O volume médio projetado para o ano – 1,178 milhão de toneladas - indica potencial produtivo superior a 14 milhões de toneladas, equivalendo a crescimento de 2,6% sobre o produzido em 2018. E, ainda, em junho, após quatro meses sucessivos de altas que chegaram a propiciar valorização de quase 25% em relação ao preço inicial de 2019, o frango vivo negociado no interior paulista enfrentou baixa próxima de 5% comparativamente ao mês anterior, sendo negociado por, em média, R$3,43/kg. Esse valor, na verdade, foi apenas um referencial em boa parte do mês, visto que, devido aos excedentes, muitos dos negócios efetivados no período sofreram deságio em relação à cotação de mercado divulgada. De toda forma, esse procedimento recaiu quase exclusivamente sobre as ofertas não programadas, a maioria delas provenientes de integrações que buscaram o mercado de aves vivas no intuito de preservar o mercado de aves abatidas, também afetado por queda de preço no mês. Boa leitura!

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Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP

ISSN 1983-0017 nº 127 | Ano XI | Julho/2019

EXPEDIENTE Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br Redação Giovana de Paula (MTB 39.817) imprensa@avisite.com.br Comercial Karla Bordin (19) 3241 9292 comercial@avisite.com.br Diagramação e arte Mundo Agro e Innovativa Publicidade luciano.senise@innovativapp.com.br Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação financeiro@avisite.com.br

Os informes técnicoempresariais publicados nas páginas da Revista do AviSite são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.


Eventos Notícias Curtas

2019 Agosto 16 a 20

XXI WVPAC – Congresso da Associação Mundial de Veterinários Avícolas

Ceva Saúde Animal promove evento técnico no Pará

Bronquite infecciosa e Laringotraqueite foram discutidos com produtores locais

Organização: Associação Tailandesa de Veterinários Avícolas Local: Bangkok International Trade andExhibition Centre – Bangkok, TailândiaO Site: www.wvpac2019.com/ 27 a 29

Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS) Local: Anhembi Parque, em São Paulo (SP). Promoção: Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) Informações: www.siavs.com.br

Setembro 03 e 04

Congresso Europeu de Microbioma Animal Local: Londres, Inglaterra Site: animalmicrobiomecongressusa.com/events/ animal-microbiome-uk-2019 24

13º Encontro MERCOLAB de avicultura Local: Cascavel / PR Site: mercolab.com.br/

Outubro 08 a 11

OVUM 2019 XXVI Congresso Latino-Americano de Avicultura Local: Lima, Peru Site: www.elovum.com 23 a 25

XI Simpósio Europeu de Genética Avícola Organização: Branch Checa da Associação Mundial de Ciência Avícola (WPSA) Local: City Conference Center, Praga, República Checa Site: www.espg2019.org/ 30 a 01/11

IV Simpósio de Bem-estar e Comportamento Animal - SiBem 2019 Local: Descalvado, SP Realização: Mestrado em Produção Animal da Universidade Brasil E-mail: strictosensu.des@universidadebrasil.edu.br Site: strictosensudes5.wixsite.com/sibem2019

Novembro 07 e 08

VI Workshop Sindiavipar Mabu Thermas Grand Resort Local: Foz do Iguaçu-PR Site: sindiavipar.com.br/workshop

A Ceva Saúde Animal, promoveu em junho, duas palestras na cidade de Santa Izabel, no Pará. O encontro, realizado na sede do Sindicato dos Produtores Rurais de Santa Izabel, com apoio da AvePará, teve como objetivo fomentar a discussão sobre a importância do controle da bronquite infecciosa e a prevenção da laringotraqueite. O evento contou com a participação de cerca de 30 produtores e representantes da região e abordou assuntos de grande relevância para a avicultura e que podem impactar de forma direta a sanidade e consequentemente a lucratividade da empresas. O tema Broquite Infecciosa: A tecnologia promovendo a lucratividade foi abordado pela Dra. Priscilla Rocha, gerente comercial da Ceva, que possui larga experiência no diagnóstico e prevenção da bronquite infecciosa. Priscilla ressaltou a importância do controle da Bronquite Infecciosa, ferramentas adequadas e modernas, como o Cevac iBras, para evitar os prejuízos produtivos causados pela doença, que impactam diretamente na produção. Já o encontro sobre Laringotraqueite: Importância e experiências práticas da prevenção dessa enfermidade foi discutido pelo Gerente de Produto da Unidade Aves da Ceva, Dr., Felipe Pelicioni (foto), que palestrou sobre a importância da prevenção da Laringotraqueite com vacinas modernas aliadas a robustos programas de biosseguridade. Pelicioni explicou que as atividades tiveram foco no segmento de postura comercial da Ceva e foi importante para atender os produtores do interior do Estado. “Foi uma ótima oportunidade de levar informações e conceitos técnicos atualizados e estratégias de promoção da sanidade e aumento da lucratividade, baseadas na pesquisa e tecnologia dos produtos Ceva”, complementou.

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Painel do Leitor Fale com a redação, peça números antigos, faça sua assinatura e anuncie na Revista do AviSite. Entre em contato pelo telefone 19-3241-9292, de 2ª a 6ª feira, das 8h às 17h00.

Última Edição

CLICK DA AVICULTURA A BRF convidou jornalistas e influenciadores digitais para um dia diferente em sua planta-modelo em Jundiaí (SP). O objetivo foi o de acompanhar como é feito um dos produtos mais populares da empresa, os nuggets. A editora da Revista do AviSite, Giovana de Paula (foto) também esteve presente. “Foi uma experiência incrível e conhecemos o processo produtivo de uma das maiores empresas do setor”, disse. Se você tiver uma foto bem legal de nosso setor, encaminhe para imprensa@avisite.com.br. Ela pode aparecer em nossas Redes Sociais e também na próxima edição! Participe!

As 4 notícias mais lidas no AviSite em Junho

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18/06 - Cobertura Especial Conbrasul A Cobertura especial da 2ª . Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos, realizada em Gramado (RS) foi a notícia amplamente mais lida no OvoSite no mês de junho.

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13/06 - Santa Catarina e Paraná disputam primeiro lugar na exportação de carne de frango Nos cinco primeiros meses de 2019, SC com 39,10% do total, assumiu a liderança do setor - mas apenas na receita cambial (o Paraná ficou com 38,31%, 0,79 ponto percentual a menos). Já no volume, o PR mantém a liderança conquistada há tempos, com 39,39% do total, 1,33 ponto percentual a mais que SC, com 38,06%.

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06/06 - Produção de pintos de corte aumentou 1,4% no 1º trimestre de 2019

19/06 - Carne de frango: mais de 20% da receita cambial provém do mercado chinês

O levantamento mensal efetuado pela APINCO junto ao setor representado apontou que em março passado foram produzidos em todo o Brasil perto de 516 milhões de pintos de corte, menos de meio por cento a mais que no mesmo mês de 2018.

Dados consolidados da SECEX/ ME relativos aos quatro principais itens de carne de frango exportados pelo Brasil apontam que entre janeiro e maio deste ano os embarques do produto aumentaram quase 5%, enquanto a receita cambial apresentou incremento de 7,5%.

Há 10 anos no AviSite www.avisite.com.br

Campinas, 01/07/2009 - Carnes encerram semestre com embarques e faturamento menores Ao lado da carne suína, a de frango é a única entre as quatro principais carnes exportadas pelo Brasil com possibilidade de ter encerrado o semestre com volume igual ou superior ao do primeiro semestre de 2008. Dados compilados pelo MAPA junto à SECEX/MDIC e relativos aos cinco primeiros meses de 2009 mostram que até maio apenas a carne suína registrava aumento de volume (de 7,2%) em relação ao mesmo período do ano passado. Já a carne de frango (cujos dados não incluem o produto salgado) apresentava redução de apenas 1,3%, índice que pode ter sido zerado ou revertido com os embarques de junho. Essa possibilidade, entretanto, permanecia distante para a carne bovina e para a carne de peru, cujos volumes retrocederam na mesma proporção – queda de 15,6%. Com relação à receita cambial, porém, tudo indica que vai levar algum tempo para que as quatro carnes se recomponham. E, novamente, a situação “menos ruim”, digamos, é a da carne suína, cuja receita apresentou o menor índice de queda, -16,8%, vindo a seguir a carne de frango, com redução de receita de 18,7%.

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Notícias Curtas Produção

Carne de frango: potencial de produção aumentou 1% no quadrimestre inicial de 2019 Considerado o alojamento interno de pintos de corte (dado levantado pela APINCO) e o peso médio alcançado pelos frangos abatidos em estabelecimentos sob inspeção federal, estadual ou municipal (dado obtido a partir do número de cabeças abatidas e da carne produzida levantados pelo IBGE), conclui-se que o potencial brasileiro de produção de carne de frango girou em torno de 4,7 milhões de toneladas no primeiro quadrimestre de 2019, apresentando aumento de apenas 1% sobre idêntico período de 2018. Notar que esse potencial se refere, exclusivamente, à carne proveniente de pintos de corte. Ou seja, não inclui a carne proveniente de descartes (avós, matrizes, poedeiras) que, após o abate, se transformam em carne “de frango”.

Exportação

Em 2018, carne de frango exportada representou menos de 30% da produção inspecionada Contraposta a exportação de carne de frango (números da SECEX/ME) à produção de carne de frango inspecionada (dados do IBGE relativos aos abates em estabelecimentos sob inspeção federal, estadual ou municipal), observa-se que em 2018 o volume exportado correspondeu a 29,7% do total produzido sob inspeção, índice que representa queda de quase 5% sobre os 31,1% registrados em 2017. Note-se, porém, que esse índice sofreu fortes variações no decorrer do exercício passado. No segundo trimestre, por exemplo, as exportações corresponderam a menos de um quarto (24,2%) do total produzido sob inspeção. Já no trimestre

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seguinte, o terceiro de 2018, elas subiram significativamente e representaram 35,5% do total inspecionado. Essas variações “fora da curva” refletem os efeitos da greve dos caminhoneiros, em maio de 2018. Ela, por exemplo, represou as exportações do segundo trimestre, que recuaram mais de 21% no período. Já no terceiro trimestre a produção de carne de frango é que foi afetada em decorrência da menor produção de pintos de corte entre maio e junho. Daí as exportações do período (que aumentaram, compensando a perda do trimestre anterior) terem representado mais de um terço do total produzido no trimestre.


Exportação

Carne de frango amplia participação entre as principais carnes exportadas Os dados consolidados da SECEX/ME relativos aos cinco primeiros meses de 2019 apontam que apenas as carnes avícolas – de frango e de peru – obtiveram, na média do ano, preço médio superior ao do mesmo período de 2018. A despeito, porém, de as carnes bovina e suína continuarem com preço médio inferior ao de janeiro-maio do ano passado, elas não enfrentam perda. Pelo contrário. Pois graças a um aumento de mais de 16% no volume exportado, ambas registram ganho expressivo na receita cambial. A carne bovina, de quase 8% ; a suína, de praticamente 15% . Mas os melhores ganhos estão, sem dúvida, com a carne de fran-

go. Pois o incremento das exportações do setor alcançou os três indicadores avaliados: volume, preço e (por decorrência) receita cambial. Com isso, seu índice de participação na receita cambial total distanciou-se ainda mais do índice apresentado pela carne bovina. Detalhando, enquanto no fechamento do primeiro trimestre a diferença de participação entre as duas carnes era de, aproximadamente meio ponto percentual (carne de frango: 44,35% do total; carne bovina: 43,86% do total), agora subiu para 2,79 pontos percentuais (45,27% e 42,48% do total, respectivamente). (Abrindo rápido parêntese: na tabela abaixo, compilada pelo

MAPA, não foram consideradas as exportações de carne de frango salgada, próximas de 55 mil toneladas. Ou seja: a menos que lapso idêntico se aplique a outras carnes, o volume e a receita da carne de frango – e, por decorrência, a participação – são ligeiramente maiores que os apontados na tabela). Finalizando, observa-se que embora o preço médio da carne de peru venha apresentando ligeira melhora, seu volume e receita declinaram mais de 50 % . Em decorrência, a participação do produto na receita cambial das carnes, pouco superior a 1% nos cinco primeiros meses de 2018, se encontra agora abaixo de meio por cento.

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Eventos

Agroceres Multimix e MundoAgro Editora realizam AveLive durante o Siavs Evento será realizado em agosto, em São Paulo e grandes personalidades do setor já confirmaram presença

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Agroceres Multimix, junto com a Mundo Agro Editora, realiza pela segunda vez o Avelive durante a edição 2019 do Siavs. Uma ação inovadora, inédita no setor e que leva informação em tempo real, a empresa reunirá em seu estande grandes nomes do segmento, com a transmissão exclusiva de entrevistas que poderão ser acompanhadas ao vivo no AviSite, Ovosite, site da Agroceres Multimix e também nas Redes Sociais das empresas. A Revista do AviSite foi conversar com Eric Wood, coordenador de marketing da Agroceres Multimix, para saber como será feita a ação e buscar mais detalhes. Acompanhe na sequência. Revista do AviSite: Qual é a grande demanda identificada pela empresa para a realização do AveLive? Eric Wood: O SIAVS é um dos maiores eventos realizados para os produtores

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de aves e suínos e, que reúne em um só lugar as maiores autoridades da cadeia. Embora seja um evento que sempre bate recorde de visitantes, algumas pessoas não conseguem estar presente e, por isso, pensamos em transformar esse gargalo em oportunidade. Traremos grandes nomes da avicultura para responderem perguntas sobre diversos assuntos relacionados ao setor. Uma interação que proporcionará muita informação e novidades. Conte-nos o que foi preparado para o AveLive 2019. Qual é a estrutura para a ação? Dedicamos um espaço em nosso estande para a criação de um estúdio de gravação profissional. Transmitiremos toda ação ao vivo e, posteriormente, transformaremos as entrevistas em conteúdos disponíveis para visualização. Explique como ela é desenvolvida e por que da escolha da plataforma digital para esta ação. O mundo está conectado e a informação está – literalmente – na palma da mão das pessoas. Queremos facilitar o acesso ao AveLive e, nada melhor que os canais digitais. Transmitiremos dentro dos sites do AviSite e OvoSite, assim como o próprio site da Agroceres Multimix. Além disso, para quem prefere as redes sociais, também transmitiremos na página do Facebook da Agroceres Multimix. Opções não irão faltar. Como foi a análise da ação feita em 2017 durante o Siavs? Foi sensacional! Além de ter sido uma ação inédita no SIAVS, resultou em um produto com altíssima qualidade de informação. Tivemos grande adesão, e diversas pessoas fizeram comentários positivos sobre os conteúdos abordados durante as entrevistas. Portanto, assumimos o com-

promisso de continuar levando informação atualizada e de altíssima qualidade ao máximo de pessoas possível. Como é possível ter acesso às entrevistas e a todo o conteúdo posteriormente ao evento? Assim como fizemos com a primeira edição do AveLive, disponibilizaremos todo o material resultante das entrevistas no Agroflix, nossa plataforma de vídeos com conteúdos técnicos sobre o agronegócio. Lançaremos o conteúdo aos poucos, para que ninguém perca uma única entrevista. A Agroceres Multimix tem se destacado no setor por uma comunicação ousada, diferenciada e que privilegia diferentes plataformas, inclusive digital. Como a empresa está integrando a comunicação corporativa ao meio do agronegócio, mais especificamente da avicultura, e qual é a projeção da empresa para a evolução da comunicação dentro do agronegócio? Nossa preocupação em fornecer conteúdo de qualidade começou lá atrás, quando decidimos criar um blog que disponibilizasse artigos técnicos sem qualquer viés comercial. Acreditamos no potencial da plataforma e aprimoramos nossas redes. Hoje nosso agBlog já conta com mais de 300 publicações exclusivas, entre artigos, e-Books e vídeos técnicos. E por falar em vídeos técnicos, decidimos construir um ambiente próprio para organizar nossos conteúdos audiovisuais, o Agroflix. Além disso, quem nos acompanha nas redes sociais não perde nenhum conteúdo, pois atuamos ativamente no Facebook, Instagram e LinkedIn. A ideia é facilitar o acesso e promover conhecimento ao maior número de interessados, pois sabemos que um agronegócio mais desenvolvido é a chave para continuarmos mantendo nossa posição de destaque no Brasil e no mundo.


Empresas

BRF reúne jornalistas e influenciadores digitais para uma ‘aula’ sobre os nuggets Objetivo do encontro foi o de desmistificar o produto e a empresa afirma: “Sim, é 100% peito de frango”. Cecília Alexandre, Gerente Executiva de Marketing da Sadia e Fabio Bagnara, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da BRF foram os anfitriões e coordenaram as ações

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tradicional empanado de peito de frango da Sadia, os nuggets, com sua marca registrada, sempre foi alvo de dúvidas. Afinal, o que compõe um dos mais vendidos e requisitados produtos da Sadia? Seria só peito de frango ou seriam incluídos alguns subprodutos da produção avícola? Foi para responder a esta pergunta que a BRF reuniu em sua planta piloto em Jundiaí (SP) jornalistas e influenciadores digitais para uma ‘aula’ sobre o produto. Cecília Alexandre, Gerente Executiva de Marketing da Sadia e Fabio Bagnara, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da BRF foram os anfitriões e coordenaram as ações, que envolveram a apresentação dos ingredientes reais que compõe o produto, como o próprio peito de frango, cebola, alho, e os produtos para o empanamento, como as farinhas, assim como foi apresentado todo o processo produtivo, dentro de uma escala de produção.

“Todos buscam a verdade e o grande compromisso da Sadia é o de mostrá-la. Os nuggets são um dos mais populares produtos da empresa e estamos aqui hoje para que todos possam conhecer o processo produtivo, guardadas as devidas proporções, de como são feitos os nuggets e afirmar que sim, os nuggets são feitos com 100% carne do peito do frango”, explicou Cecília Alexandre. Fabio Bagnara destacou que a empresa busca sempre a melhoria em seu processo produtivo. “A ciência aplicada à produção de alimentos é constante. Hoje são abatidas cerca de 1 bilhão de aves todos os anos no Brasil e o nosso nível de comprometimento em todos os aspecto da cadeia é enorme. Cada parte da ave tem um destino e é comercializada, com uma proposta de melhor aproveitamento, com inovação, como por exemplo os pés para a China – que inclusive são mais valorizados do que o peito”, explicou. “Mas a carne incluída na produção dos nuggets são do peito do frango”, afirmou. A Revista do AviSite

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Saúde Animal

Os desafios da sanidade avícola A Coordenadora do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) na Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Flávia Borges Fortes aponta os destaques para o avanço dos aspectos sanitários no país

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Programa Nacional de Sanidade Avícola completou 25 anos em maio. Ao longo dos últimos anos, o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal, o Fundesa, vem contribuindo com o Programa de diversas formas. Uma delas é atuando no financiamento da capacitação de técnicos do Serviço Veterinário Oficial (SVO), através da participação em cursos e eventos relacionados à sanidade avícola. Foi também com recursos do Fundo que foi adquirido um super freezer, indispensável ao recebimento e conservação de amostras de material biológico direcionado a exames laboratoriais. Estes e outros investimentos em insumos e equipamentos ajudaram o Programa gaúcho a ter destaque no cenário nacional. Segundo a coordenadora do PNSA na Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (RS), Flávia Borges Fortes, o Brasil um sistema de defesa sanitária bem alicerçado que segue o preconizado pelas instituições de referência mundial, como a OIE. “Sempre é importante avaliar o que estamos fazendo e como estamos fazendo, pois sempre existem pontos a serem melhorados, mas percebo que realizamos um bom trabalho em nosso país, mesmo com todas as diferenças culturais e sociais que temos, respeitando as particularidades de cada região”, destacou.

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“O produtor deve compreender que seu papel é fundamental na defesa sanitária, pois ao constatar qualquer situação clínica compatível com as enfermidades de controle oficial ou mortalidade atípica imediatamente deverá notificar a autoridade sanitária”, destacou. Abaixo, acompanhe mais informações. Flávia fala sobre a evolução da sanidade no plantel avícola brasileiro e os desafios do setor no Rio Grande do Sul. O que representa para a avicultura brasileira o marco de 25 anos do Plano Nacional de Sanidade Avícola? Esta data é muito relevante para a avicultura brasileira, visto que um programa de sanidade avícola bem estruturado proporciona melhores diretrizes para a cadeia atuar, tanto no que diz respeito a inciativa privada quanto ao serviço veterinário oficial (SVO). A avicultura é muito dinâmica e precisa ter uma base legal robusta e atualizada visando salvaguardar o plantel nacional mantendo nossa sustentabilidade e competitividade perante os demais mercados. Qual a relação que se pode fazer entre a realidade brasileira na época da criação do PNSA e a atual? A globalização, que promoveu o crescimento do setor também trouxe novos desafios? A avicultura nacional cresceu e se tecnificou bastante desde a criação do

PNSA, se expandindo também para novos estados, demandando maior atenção do SVO, cujo papel principal é chancelar a sanidade das aves e seus produtos. Sem dúvidas a globalização tem sido um fator crucial, especialmente no que diz respeito à facilidade de deslocamento entre pessoas e animais, trazendo preocupações em relação à facilidade de transmissão de enfermidades. Neste sentido sempre orientamos que não se permita a entrada de pessoas alheias ao processo produtivo dentro dos estabelecimentos avícolas, pois esta é uma forma de transmissão de diversos agentes patogênicos, visto que o visitante pode ter estado em um local com animais doentes, transformando-se em carreador de uma enfermidade para dentro da granja. Em comparação com outros países produtores, como você avalia o sistema brasileiro de defesa sanitária para a avicultura? Somos bons? Há o que melhorar? Creio que temos um sistema de defesa sanitária bem alicerçado que segue o preconizado pelas instituições de referência mundial, como a OIE. Sempre é importante avaliar o que estamos fazendo e como estamos fazendo, pois sempre existem pontos a serem melhorados, mas percebo que realizamos um bom trabalho em nosso país, mesmo com todas as diferenças culturais e sociais que temos, respei-


tando as particularidades de cada região. Neste momento penso que um ponto fundamental de melhoria na nossa atividade de defesa é fazer com que os sistemas de emissão de Guias de Trânsito Animal "conversem" entre si, pois desta forma evitaremos o trânsito de animais para propriedades que não possuam cadastro no SVO ou que estejam com bloqueio sanitário, por exemplo. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento existe uma ferramenta, denominada PGA, que fará essa função, porém até hoje não está implementada de fato. Qual o papel do produtor neste contexto de sanidade? Ele está ciente de conceitos como responsabilidade compartilhada? O papel do produtor na manutenção da sanidade dos plantéis avícolas é fundamental, pois não se pode fazer defesa sanitária sem a colaboração daqueles que estão diariamente em contato com as aves. Cada vez mais se fala em responsabilidades compartilhadas

no sentido de somarmos esforços para juntos buscarmos um produto saudável e seguro, produzido de forma adequada, respeitando o bem-estar animal e evitando o uso indiscriminado de antimicrobianos. O produtor deve compreender que seu papel é fundamental na defesa sanitária, pois ao constatar qualquer situação clínica compatível com as enfermidades de controle oficial ou mortalidade atípica imediatamente deverá notificar a autoridade sanitária, a quem compete verificar e estabelecer se a causa da notificação requer atenção especial por parte do SVO ou se está dentro das ocorrências normais da atividade. A demora na constatação e na implementação de ações num caso de suspeita de doença de Newcastle, por exemplo, poderá dificultar o controle da enfermidade, trazendo prejuízos ainda maiores para o setor. Quanto antes uma enfermidade desta magnitude for detectada, mais rápido poderemos agir visando seu controle.

“A avicultura nacional cresceu e se tecnificou bastante desde a criação do PNSA, se expandindo também para novos estados, demandando maior atenção do Serviço Veterinário Oficial (SVO), cujo papel principal é chancelar a sanidade das aves e seus produtos” Flávia Fortes.

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Saúde Animal

Flávia Borges Fortes

“O produtor deve compreender que seu papel é fundamental na defesa sanitária, pois ao constatar qualquer situação clínica compatível com as enfermidades de controle oficial ou mortalidade atípica imediatamente deverá notificar a autoridade sanitária”.

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Quais os próximos passos? Desafios? Atender a cadeia avícola é um desafio por si só, devido a sua dinâmica. Tudo acontece de forma rápida e cadenciada, e todos os elos deverão estar interligados e funcionando bem, e nosso desafio é conseguir acompanhar esta velocidade. Manter os fiscais estaduais agropecuários atualizados e motivados para atender as demandas da cadeia, mesmo frente a tantos outros programas sanitários sob sua responsabilidade também é uma equação que procuramos resolver diariamente. Tecnificar e modernizar alguns procedimentos do nosso dia-a-dia, especialmente no que se refere a trâmites burocráticos é um desejo e um desafio para os próximos tempos. Facilitar a tramitação das informações entre a ponta (Inspetoria de Defesa Agropecuária) e o Nível Central é um dos objetivos a curto ou médio prazo. O Rio Grande do Sul se destaca de alguma forma no cenário nacional quando o assunto é sanidade avícola? O RS sem dúvidas se destaca no cenário nacional, com uma quantidade expressiva de estabelecimentos avícolas comerciais e de reprodução. Atualmente estamos com ótimos percentuais de registro dos estabelecimentos comerciais (aves de corte e postura), passando de 90%. Isso demonstra maturidade e empenho do setor em se adaptar às normativas vigentes de biosseguridade. O SVO também está sempre atuando nas notificações de mortalidades atípicas e doenças contempladas no PNSA, e estas atividades geram documentos auditáveis que demonstram a sensibilidade do nosso serviço em estar presente nas ocorrências sanitárias do plantel avícola do estado. Um evento, no Espírito Santo, tratou sobre os 25 anos do PNSA, fale um pouco sobre isso. O evento contou com a presença de representantes do Serviço Veterinário Federal e Estadual de 23 estados da federação e Distrito Federal, num total de cerca de 70 participantes. Os palestrantes foram servidores do MAPA e também professores com renomada atuação na área de sanidade avícola, mais especificamente biosseguridade, salmonelas e bem-estar animal. A presença de servidores de outros estados nos proporcionou uma troca interessante de experiências e também um alinhamento de ações e perspectivas para o futuro do PNSA. Diversas legislações foram debatidas, seus entraves e propostas de soluções, ficando a proposta de que grupos de trabalho se responsabilizem por modificar as mesmas, visando atualizá-las conforme as demandas tanto do SVO quanto da iniciativa privada.


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Ciência & Pesquisa

Resistência de salmonelas na ave e no ambiente

Diferentes fatores estressantes aos quais as salmonelas são submetidas promovem mudanças na biologia das células bacterianas, permitindo alterações nas características fisiológicas conhecidas para o gênero, determinando maior resistência à ave e ao meio ambiente Autora: Profa. Dra. Anderlise Borsoi Universidade Tuiuti do Paraná – UTP/PR

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notório o sentimento estarmos perdendo a batalha frente as salmonelas quando falamos principalmente de frangos de corte, pois é o fomento que provê a ave para o abate e no abate é que contabilizamos as perdas decorrente das positividades. E sim, também o produtor está contabiliza custos extras em limpeza, desinfecção, fermentação e troca de cama. Estas poucas palavras são suficientes para destinar um tempo para lermos qualquer matéria que trate de salmonelas. Embora a maioria das pessoas considerem já saber muito a respeito, sempre há algo para ser relembrado. O presente artigo trata de resistência das salmonelas na ave e meio am-

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A Revista do AviSite

biente, particularizando sorovares em alguns momentos. Talvez estes itens sejam importantes para entender o porquê, mesmo tanto se fazendo, ainda temos salmonelas na produção.

Resistências em salmonelas Diferentes fatores estressantes (Figura 1) aos quais as salmonelas são submetidas promovem mudanças na biologia das células bacterianas, permitindo alterações nas características fisiológicas conhecidas para o gênero, determinando maior resistência à ave e ao meio ambiente. A Salmonella é considerada mesofílica, com algumas cepas sendo capazes de sobreviver a temperaturas extremamente baixas ou altas (2°C a

54°C). Os fatores Sigma são proteínas que compõem subunidades fundamentais da RNA polimerase. Fatores Sigma alternativos controlam a expressão gênica de bactérias, detectando as mudanças no ambiente. Os fatores Sigma podem detectar perturbações na membrana externa e ativar genes em resposta ao estresse térmico, a fim de se adaptarem a altas temperaturas. O mecanismo utilizado é por ativação específica e transcrição de genes rpoH sob alta temperatura. A transcrição dos genes rpoH em Salmonella Enteritidis, por exemplo, mostrou-se ao nível mais alto quando cultivada a 42°C. Além disso, todos os genes de virulência foram positivamente regulados (upregulated) em resposta à alta temperatura.


O estresse tÊrmico encontrado durante o processamento de alimentos aumentou a termotolerância de cepas e induziu a expressão do gene de virulência hilA em Salmonella Enteritidis, Salmonella Typhimurium e Salmonella Senftenberg. Acredita-se que a resistência ao calor confere uma prÊ-adaptação às diferentes temperaturas. Salmonella usa proteínas de choque frio (CSP - cold shock proteins) como resposta para råpida adaptação a reduçþes de temperatura no ambiente. As CSPs são criadas durante a fase de aclimatação de 30°C a 10°C. Muitos estudos foram conduzidos sobre a capacidade das salmonelas aumentarem sua taxa de sobrevivência, expressando CSPs quando tratadas a baixa temperatura (5°C a 10°C) antes do congelamento. Foi demonstrado que Salmonella Enteritidis Ê capaz de sobreviver em partes de frango a 2°C, e em ovos de casca a 4°C, enquanto Salmonella Typhimurium sobrevive em frango

picado a 2°C; Salmonella PanamĂĄ tambĂŠm mostrou uma propensĂŁo elevada para sobreviver em ĂĄgar a 4°C e Salmonella Typhimurium e Salmonella Tennessee tiveram a capacidade de sobreviver em ambientes estuarinos abaixo de 10°C. Alta atividade de ĂĄgua (đ?‘Žđ?‘¤) ĂŠ necessĂĄria para o crescimento da maioria das bactĂŠrias, inclusive de salmonelas. Em alimentos, a đ?‘Žđ?‘¤ ĂŠ definida como a razĂŁo da pressĂŁo de vapor da ĂĄgua em uma matriz alimentar comparada com a da ĂĄgua pura na mesma temperatura. Por exemplo, em alimentos com baixa đ?‘Žđ?‘¤, ĂŠ necessĂĄrio tempo prolongado e temperatura alta para matar 90% das populaçþes de Salmonella (D-value). A umidade circundante pode influenciar a termotolerância de Salmonella, aumentando a temperatura necessĂĄria para inativar o organismo. Em produtos com alto teor de gordura, foi detectado que a resistĂŞncia ao calor da cepa de Salmonella Senftenberg 775W foi maior que

O estresse tÊrmico encontrado durante o processamento de alimentos aumentou a termotolerância de cepas e induziu a expressão do gene de virulência hil. A em Salmonella Enteritidis, Salmonella Typhimurium e Salmonella Senftenberg. Acredita-se que a resistência ao calor confere uma prÊadaptação às diferentes temperaturas

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CiĂŞncia & Pesquisa

a de Salmonella Typhimurium. Particularizando-se calor, Ê amplamente sabido que a cepa Salmonella Senftenberg tem alta resistência ao calor, com uma termotolerância de aproximadamente 30 vezes mais de Salmonella Typhimurium. A termotolerância de Salmonella em produtos avícolas, incluindo gema de ovo líquida e carne de frango destacam o caråter distintivo Salmonella Senftenberg para sobreviver a altas temperaturas de cozimento. Não só em alimentos, Salmonella Senftenberg e Salmonella Typhimurium tambÊm apresentaram maior resistência ao calor em cama de frango, quando comparadas a outros sorovares de Salmonella. Quanto aos åcidos, nas aves, a Salmonella atinge primeiro o papo com um faixa de pH de 4 a 5. Se ocorrer adaptação a esse pH, a Salmonella pode sobreviver e se adaptar a um pH mais åcido e, portanto, sobreviver aos efeitos antibacterianos do pH do estômago. Muitos fatores de virulência em bactÊrias, incluindo Salmonella, são regulados atravÊs do sistema PhoP / PhoQ. Os genes PhoP atuam no envelope celular bacteriano, aumentando a resistência ao baixo pH e aumentando a sobrevivência dentro dos macrófagos. Salmonella responde a desafios ambientais åcidos de pH 5,5 a 6,0 e posterior exposição das cÊlulas para pH 4,5 (choque åcido) um complexo resposta de tolerância ao åcido (ATR) que aumenta o potencial de sobrevivência de Salmonella sob ambientes extremamente åcidos (pH 3,0 a 4,0). Isolados de carcaças de frango Sal-

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monella Kentucky mostram mais sensibilidade ao ĂĄcido (pH 5,5) do que outros sorovares de Salmonella (Enteritidis, Mbandaka e Typhimurium). Na adaptação ao estresse em meio ĂĄcidos, hĂĄ envolvimento de genes de virulĂŞncia. Foi descrito que a virulĂŞncia pode ser ativada pelo estresse por ĂĄcido acĂŠtico, atravĂŠs do gene hilA, e, a expressĂŁo desse gene de virulĂŞncia em resposta ao pH foi demonstrado para diferentes sorovares de Salmonella (Typhimurium, Senftenberg, Heidelberg, Mbandanka, MontevidĂŠu e Infantis). Com base no descrito, acredita-se que a Salmonella tem um potencial de virulĂŞncia aumentado induzido por sobrevivĂŞncia a diferentes tensĂľes, incluindo ĂĄcido e calor. Salmonella, ainda, pode ser exposta ao estresse de dessecação por numerosos fatores presentes no ambiente de aves. A persistĂŞncia de cĂŠlulas de Salmonella no ambiente de galpĂŁo, poeira, fezes secas, matĂŠria e materiais do piso e equipamentos, mesmo apĂłs os procedimentos de limpeza e sanitização, podem expor Salmonella a dessecação e a sobrevivĂŞncia. O mecanismo genĂŠtico de sobrevivĂŞncia estĂĄ relacionado ao gene proP (Proline permease II). Quando as bactĂŠrias sĂŁo expostas ao estresse de dessecação, a đ?‘Žđ?‘¤ na cĂŠlula ĂŠ diminuĂ­da. Dentre os sorovares de salmonelas estudados, foi detectado que cepas de Salmonella Enteritidis, Typhimurium e Mbandaka sĂŁo mais tolerantes Ă dessecação. Estas, apĂłs dessecação, sobreviveram inda apĂłs exposição a detergentes e desinfetantes por atĂŠ 30 meses. Estudo interessante em dessecação, demonstrou que cĂŠlulas de Salmonella


Typhimurium em colônias que foram retiradas da superfície do ágar e ressecadas em poços plásticos de uma placa com múltiplos poços, tiveram uma taxa de sobrevivência de 68% após 3 meses de armazenamento e 10% após 9 meses de armazenamento.

Biofilmes de salmonelas Além das salmonelas apresentarem resistência ao calor, frio, pH e dessecação, podem apresentar capacidade de formação de biofilmes. Tias mecanismos auxiliam as Salmonella a permanecer em diferentes ambientes da produção avícola. Para sobreviver fora do hospedeiro, Salmonella é capaz de aderir a várias superfícies. A formação de biofilme favorece a resistência bacteriana e a persistência, mesmo em ambientes hostis, como abatedouros e fábricas de processamento de alimentos. Bactérias produtoras de biofilme, como a Salmonella, são uma séria ameaça à saúde pública devido à possibilidade deliberação de microorganismos patogênicos a partir

A termotolerância de Salmonella em produtos avícolas, incluindo gema de ovo líquida e carne de frango destacam o caráter distintivo Salmonella Senftenberg para sobreviver a altas temperaturas de cozimento

do biofilme, e consequentemente, a contaminação de produtos. A formação de biofilmes aumenta a capacidade de bactérias patogênicas sobreviverem a agentes estressores que são comumente encontrados em plantas de processamento de alimentos ou durante a infecção no hospedeiro. Foi demonstrado que a formação de biofilme por Salmonella confere resistência ao estresse de dessecação, calor, baixo pH e irradiação ionizante Estudos com formação de biofilmes demonstraram que, quando bactérias são expostas aos hormônios liberados pelo animal durante situação de estresse (catecolaminas), estas podem modificar sua virulência capacidade de formação de biofilmes. Neste sentido, em um de nossos estudos, desenvolvido por Hiller e colegas (2019), foi avaliada a influência das catecolaminas na formação de biofilmes por Salmonella Enteritidis (Tabela 1). Dentre as catecolaminas testadas, a noradrenalina pareceu ser mais eficiente para estimular a formação de

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Ciência & Pesquisa

Não só em alimentos, Salmonella Senftenberg e Salmonella Typhimurium também apresentaram maior resistência ao calor em cama de frango, quando comparadas a outros sorovares de Salmonella

biofilme por cepas de Salmonella Enteritidis a 12 ° C. Em outro de nossos estudos, foi demostrada a maior adesão de salmonelas à superfície, quando cepas de Salmonella Heidelberg foram expostas à indução ácida (dados não publicados). Ainda, a crescente resistência à ação desinfetantes é reportada em salmonelas quando em biofilmes e além desta, os biofilmes também conferem resistência aos antibióticos. Foi relatado que os biofilmes de Salmonella Typhimurium pré-formados em microplacas são até 2000 vezes mais resistentes à ciprofloxacina quando comparados às células planctônicas. Isto é particularmente preocupante, uma vez que a ciprofloxacina, juntamente com as cefalosporinas de terceira geração, como a ceftriaxona e a cefotaxima, são comumente usadas no tratamento de infecções por Salmonella não tifoide em humanos.

Considerações finais

Diante do exposto é possível notar que as salmonelas podem ser desafiadas a se tornarem resistentes, seja por ativação de genes de resistência a tensões, genes de virulência ou por formação de biofilmes. As habilidades das salmonelas resistirem aos diferentes desafios, na maioria das vezes, são induzidas pelo homem. Toda vez que os processos de controle são inadequadamente realizados, se permite que células de salmonelas sobrevivam, desenvolvam resistência e permaneçam no ambiente de produção. É plausível pontuar que na produção moderna de aves, o que potencialmente permite a permanência e aumento de resistência das salmonelas no campo e abatedouro, são principalmente as falhas na higienização de equipamentos e instalações, fermentação de cama ineficiente, peletização de ração ineficiente, uso imprudente de antibióticos e ácidos e manejo estressantes das aves. ANDINO, A. and HANNING, I. Salmonella enterica: Survival, Colonization, and Virulence Differences among Serovars. Hindawi Publishing Corporation e Scientific World Jour-

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nal, 2015. http://dx.doi.org/10.1155/2 015/520179 DONLAN, R.M.; COSTERTON, J.W. Biofilms: survival mechanisms of clinically relevant microorganisms. Clinical Microbiology Reviews 15:167–193. 2012. DUBOIS-BRISSONNET, F. Adaptation of Salmonella to Antimicrobials in Food-Processing Environments. 2012. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/59fb/4fda71ad0f7a a663af95293f36ffa61d1 4d1.pdf?_ga= 2.206560275.1672054860.155966371 3 -1645994304.1559663713 HILLER, C.C; LUCCA, V, ; CARVALHO, D.; BORSOI, A.; BORGES, K.A.; FURIAN, T.Q.; NASCIMENTO, V.P. Influence of catecholamines on biofilm formation by Salmonella Enteritidis. Microbial Pathogenesis. 130:54-58. 2019. doi: 10.1016/j.micpath.2019.02.032. LI, H.; BHASKARA, A.; MEGALIS, C.; TORTORELLO, M. L. Transcriptomic analysis of Salmonella desiccation resistance. Foodborne Pathogens and Disease, vol. 9, no. 12, pp. 1143–1151, 2012. LUCCA, V.; BORGES, K.A.; FURIAN, T.K.; BORSOI, A.; SALLE, C.T.P.; MORAES, H.L.S.; NASCIMENTO, V.P.. Growth and adhesion of Salmonella Heidelberg isolated from poultry are not influenced by norepinephrine (não publicado). O'DONNELL, P.M.; AVILES, H.; LYTE, M.; SONNENFELD, G. Enhancement of in vitro growth of pathogenic bacteria by norepinephrine: importance of inoculum density and role of transferrin. Applied Environmental Microbiology. 72:5097-5099. 2006. doi: 10.1128/AEM.00075-06 PODOLAK, R.; ENACHE, E.; STONE, W.; BLACK, D. G.; ELLIOTT, P.H. Sources and risk factors for contamination, survival, persistence, and heat resistance of Salmonella in low-moisture foods, Journal of Food Protection, vol. 73, no. 10, pp. 1919–1936, 2010. STEENACKERS, H.; HERMANS, K.; VANDERLEYDEN, J.; KEERSMAECKER, S. Salmonella biofilms: An overview on occurrence, structure, regulation and eradication Food Research International 45: 502–531.2012.


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Informe Técnico-Comercial

Impacto da Bronquite infecciosa na produção de frangos no Brasil Quando um lote é infectado pelo vírus da Bronquite infecciosa, os efeitos podem ser percebidos na granja, durante o transporte das aves ao abatedouro, e no frigorífico Autores: Jorge Chacón, Eduardo Loewen e Tharley Carvalho Serviços Veterinários – Ceva Saúde Animal - Brasil

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Brasil é um competidor de peso na produção de carnes no mundo. A indústria avícola ganha destaque em razão do seu alto nível tecnológico e qualidade sanitária do plantel. Diferente de outros países exportadores, o Brasil é livre de doenças que impõem barreiras sanitárias, como Influenza e Doença de Newcastle. Além disso a disponibilidade de insumos como milho e soja, a base para produção de aves, faz com que as empresas brasileiras tenham preços muito competitivos no mercado internacional. Atualmente as condições de exportação são favoráveis ao Brasil, visto a elevação da demanda internacional de carnes e uma estabilização dos custos com insumos. No mesmo sen-

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tido, as empresas voltadas para o mercado interno também se beneficiam, já que há com redução da oferta total de carne para o mercado interno e consequente elevação dos preços. Nesse cenário o empresário busca formas de incrementar sua produção e poder dispor de mais carne para comercialização. Vários fatores podem reduzir a eficiência produtiva da cadeia de forma localizada (matrizes, incubatório e abatedouro). Mas podem possuem capacidade de impactar todos os elos da cadeia como as doenças infecciosas fazem. Entre as doenças, a Bronquite infecciosa ganha destaque, pela sua capacidade de causar danos a vários setores da indústria de forma simul-

tânea. Infecções do vírus BR Bronquite em matrizes causam prejuízos não só na granja, mas seus impactos são percebidos no incubatório e granja de frango de corte. Da mesma forma, a infecção por este vírus em lotes de frango de corte afetará não só os indicadores de produtividade da granja, como no frigorífico, reduzindo a disponibilidade de carne, o que traz prejuízos milionários para as empresas. O presente artigo apresenta de forma resumida as principais perdas causadas pelo vírus BR da Bronquite infecciosa em granjas de frangos de corte. A publicação também mostra como o efeito da infecção viral pode diminuir a disponibilidade do produto final (carcaça) para a comercialização.


Estândares utilizados para cálculos: • Mortalidade de primeira semana: 1.20% • Mortalidade aos 46 dias: 4,0% • Peso ao abate: 3,2 kg. • Rendimento de carcaça: 76,58% • Semanas afetadas pela doença por lote: 12

Impacto da Bronquite no setor de frangos de corte Quando um lote é infectado pelo vírus da Bronquite infecciosa, os efeitos podem ser percebidos na granja, durante o transporte das aves ao abatedouro, e no frigorífico (Figura 2). O quadro clínico e a severidade resultante da infecção pelo vírus BR em lotes de frango de corte dependem de vários fatores intrínsecos do agente viral, da ave e do ambiente. Mas, em todos os casos, mesmo com ou sem a presença evidente de doença respiratória ou renal, a viremia levará a um menor consumo de ração e água (piora do GPD e conversão alimentar), aumento da mortalidade nas últimas semanas de vida e necessidade de antibioticoterapias para controlar as infecções bacterianas secundárias. Uma porcentagem de frangos afetados clinicamente irá morrer no caminhão durante o transporte da granja até o abatedouro, agravadas pelas condições do transporte. No abatedouro, os prejuízos também são milionários, pois além das condenações relacionados à presença de lesões nas carcaças decorrentes de doença da Bronquite infecciosa na granja (aerossaculite, colibacilose, aves caquéticas), existem outras condenações indiretas como a contaminação fecal.

Lotes com processo infeccioso na granja terão maiores condenações por contaminação fecal por dois motivos: a) Lotes de aves com tamanho desuniforme decorrente da infecção no campo terão carcaças de tamanho desuniforme, em consequência, haverá maiores cortes não intencionais de intestinos devido aos equipamentos automáticos de evisceração no frigorífico não conseguirem trabalhar com tamanho de carcaças desuniformes. b) Cortes e rupturas dos intestinos são em média três vezes mais intensos e frequentes em aves com aerossaculite (Russel, 2003). Aves doentes e desidratadas têm intestinos mais friáveis, os quais se rompem mais facilmente durante o manuseio automático ou manual. Quando as condenações de origem sanitária ou não sanitária são elevadas, há a necessidade de diminuir a velocidade da linha de abate, ou inclusive, parar o processo para fazer os cortes necessários para eliminar as partes afetadas (condenações parciais). Quanto maior o nível de tecnificação do frigorífico, maior é o custo da hora de abate. Assim, quanto maiores são as condenações sanitárias por infecções originadas na granja, maiores serão os prejuízos econômicos devido à diminuição da eficácia do processamento no frigorífico.

Parâmetros afetados pela Bronquite infecciosa que levam à menor disponibilidade de carne de frango para comercialização Como detalhado acima, os prejuízos da Bronquite infecciosa atingem vários setores da cadeia produtiva, e não apenas as granjas de matrizes e frango de corte. Baseados em acompanhamentos de lotes matrizes e frangos de corte adequadamente protegidos contra o vírus BR da Bronquite infecciosa por meio do uso de vacinas vivas (frangos de corte), e vivas e inativadas (matrizes de corte) com a cepa vacinal BR, foi possível quantificar as perdas econômicas causadas por este vírus em cada setor da cadeia produtiva. Na sequência são apresentados os impactos do vírus de campo BR sobre os parâmetros que afetam diretamente a disponibilidade de carne para venda. O impacto do vírus BR nos três itens resultará em ter 1.099 toneladas menos de carne de frango prontas para serem comercializadas (Tabela 1). Frangos de corte: Os efeitos da infecção do vírus BR em lotes de frangos de corte em parâmetros que afetam a disponibilidade de carne de frango para a comercialização podem ser mesurados na granja, e no abatedouro (Infográfico 1). A Revista do AviSite

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Informe Técnico-Comercial Estândares utilizados para cálculos: • Idade ao abate: 46 dias • Mortalidade aos 46 dias: 4,0% • Peso ao abate: 3,2 kg. • Rendimento de carcaça: 76,58% • Aproveitamento de carcaça após condenação parcial: 70% (**)

a) Na granja, o vírus BR causa em média uma diminuição do GPD de 3,16 gramas. Utilizando os estândares atuais, a infecção levará a ter 4,4 toneladas a menos de carne pronta para comercialização para cada lote de 40.000 frangos alojados. b) Uma mortalidade após os 35 dias aumentada em 1,32% pela infecção pelo vírus BR, acarretará em ter 1,2 toneladas menos de carne de frango pronta para comercialização para cada lote de 40.000 frangos alojados. c) Da mesma forma, uma mortalidade durante o transporte ao frigorífico (média de 0,18%) significará ter 0,176 toneladas de carcaça de frango a menos para comercializar para cada lote de 40.000 aves alojadas. d) No abatedouro, lotes infectados pelo vírus BR têm em média 0,65% mais condenação pelo critério

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definido como “colibacilose”, o que leva à eliminação total da carcaça e miúdos. Para lotes de 40.000 frangos abatidos, esta condenação leva a eliminar integramente 260 carcaças, o seja, 0,637 toneladas de carne não são aproveitadas para a comercialização. e) O vírus BR aumenta também as condenações classificadas como “aerossaculite total”, o que leva à eliminação total da carcaça, sem aproveitamento de miúdos. Acompanhamentos de campo, mostram que lotes positivos ao vírus BR têm em média 0,09% mais condenação de aerossaculite total que lotes negativos. Para lotes de 40.000 aves abatidas, esta perda adicional representa 0,088 toneladas de carne a menos para comercialização. f) Lotes positivos ao vírus BR têm em média 0,62% mais de condenações de “aerossaculite parcial” compa-

rados a lotes negativos. Nestes casos, a carcaça é aproveitada parcialmente, representando uma perda de 0,182 toneladas de carne para serem comercializadas para cada lote de 40.000 frangos abatidos. g) As condenações parciais de carcaças devido à contaminação fecal aumentam em média 1,2% quando os lotes apresentam aerossaculite, no caso do Brasil, principalmente causados pelo vírus BR. Este nível de condenação representa o não aproveitamento de 0,353 toneladas de carne por cada lote de 40.000 aves abatidas. Em resumo, a infecção do vírus BR da Bronquite infecciosa em lotes de matrizes pesadas causará várias perdas, os quais atingiram até o desempenho dos pintinhos na primeira semana. Em um lote infectado de 40.000 aves alojadas, os efeitos sobre a mortalidade de fêmeas, eclosão e pintinhos de primeira qualidade evitaram a produção e disponibilização de aproximadamente 1.099,75 toneladas de carne. No caso dos frangos de corte, a infecção pelo vírus BR da Bronquite infecciosa afeta vários parâmetros levando a perdas milionárias. Quando um lote de 40.000 frangos é infectado, o impacto do vírus sobre o GPD, mortalidade final e de transporte; condenações por aerossaculite, colibacilose e contaminação fecal totalizam 7,183 toneladas de carne de frango que não serão aproveitadas.


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Ciência & Pesquisa

Níveis de zinco no desempenho e resposta imune

A variação nos níveis de zinco não influencia no desempenho de aves de 1 a 35 dias de idade, porém as menores concentrações de zinco na dieta podem aumentar a produção de peróxido de hidrogênio por macrófagos peritoneais Autores: JCR Rezende¹*, TS Santos¹, MM Ayoagi¹, VB Fascina¹, JC Denadai¹, AC Pezzato¹, JR Sartori¹ (1) Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal – FMVZ/UNESP – Botucatu – SP – Brasil

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zinco é um micromineral necessário para o crescimento normal e mantença dos animais, fazendo parte do desenvolvimento ósseo, empenamento e processos enzimáticos. Além disso estudos mostraram que a suplementação de zinco também pode melhorar a proliferação de linfócitos T e consequentemente a resposta imune

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(5). Dessa forma o objetivo deste trabalho foi avaliar os níveis de zinco na dieta de frangos de corte de 1 a 35 dias de idade sobre o desempenho e resposta imune.

Materiais e Método Foram utilizados 1155 pintos, machos, Cobb, alojados em 35 boxes de 2,0 m² com densidade de 16,5 aves/

m², equipados com bebedouros tipo nipple, comedouro tubular e cama de maravalha reutilizada, sendo o presente estudo o quinto lote criado. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e sete repetições. As dietas foram formuladas segundo as recomendações de Rostagno et al. (3), variando somente a concentração de zinco. Os tratamentos consistiram em níveis crescentes de zinco (50%, 75%, 100%, 125% e 150% da exigência segundo Rostagno et al.[3]), a exigência preconizada por Rostagno et al. (3) é de 81,3; 71,5; 65 ppm de zinco nas fases pré-incial, inicial e crescimento. O desempenho foi mensurado de 1 a 35 dias de idade e as coletas para as análises da atividade de macrófagos peritoniais foram obtidas a partir dos 35 dias de idade. Aos 35 dias de idade foi escolhida uma ave por unidade experimental, para realizar a atividade respiratória de macrófagos peritoneais através da produção de peróxido de hidrogênio segundo metologia descrita por Russo et al. (4). Os resultados foram submetidos a análise de variância (ANOVA) com auxílio do programa estatístico SAS e o comportamento dos dados de ativi-


dade respiratória de macrófagos peritoniais foi avaliado pela análise de regressão, Broken Line, utilizando-se o procedimento Proc Reg do SAS, com o auxílio do programa Origin.

Resultados e discussão Nas condições do presente estudo a variação da suplementação de zinco nas dietas de frangos de corte não influenciaram o desempenho de 1 a 35 dias de idade. Rações com concentração de zinco dentro do recomendado, abaixo ou a cima das exigências nutricionais, 68, 34, 181 ppm de zinco respectivamente, não apresentaram efeito significativo no desempenho das aves durante todo período de criação (1). Entretanto na presente avaliação a atividade de macrófagos peritoniais, relacionados a produção de peróxido de hidrogênio, foi influenciado pelos níveis de zinco. O modelo de regressão segmentada, broken line, sugere que concentrações de zinco menores que 98,24% da exigência de zinco segundo as recomendações de Rostagno et al. (3) aumentam a produção de reativos de oxigênio pelo macrófagos peri-

Juliana Cristina Rezende, co-autora, da Unesp de Botucatu

toniais, ou seja concentrações menores que 79,87; 70,24; 63,86 ppm de zinco nas fases pré-incial, inicial e crescimento. Assim a produção de peróxido de hidrogênio pelos macrófagos peritoniais foi maior para os tra-

tamentos com menor quantidade de zinco dietético, e isso pode ter ocorrido devido à dependência simultânea de zinco e cobre pela superóxido dismutase dentro dos macrófagos (2), o zinco em excesso pode desencadear um desequilíbrio entre os microminerais nas células, e o excesso pode ser prejudicial para a produção de peróxido de hidrogênio.

Conclusão A variação nos níveis de zinco não influencia no desempenho de aves de 1 a 35 dias de idade, porém as menores concentrações de zinco na dieta podem aumentar a produção de peróxido de hidrogênio por macrófagos peritoneais.

Referências Bibliográficas 1. Bartlett JR, Smith MO. Poultry Science, 2003; 1580:1588-82 2. Cunningham-Rundles S,1993; 131:135 3. Rostagno HS, Albino LFT, Donzele JL, et al. 2011 4. Russo M, Teixeira HC, Marcondes MC. Brazil. Jour. Of Med and Biolog Res, 1989; 1271:1273-22 5. Shils M, Olson JA, Moshe S, Ross AC. 2002. A Revista do AviSite

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Informe Técnico Comercial

L-Seleniometionina inovação em seu melhor O metabolismo do Se orgânico (L-SeMet) tem vantagem sobre todos os outros compostos/quelatos de Se, pois é o único capaz de se incorporar na proteína animal de forma direta Autor: Luiz Gustavo Rombola, ORFFA DO BRASIL

É

de conhecimento global, que os níveis de selênio (Se) no solo podem estar deficientes e, consequentemente, também nos ingredientes e matérias primas utilizados na alimentação animal. A fim de se evitar a deficiência de Se e grandes perdas econômicas, o Se pode ser adicionado às dietas em diferentes formas. O selênio orgânico, no entanto, é capaz de fornecer ao animal a quantidade necessária de Se, devido a sua biodisponibilidade. Selênio (Se) orgânico é formado nas plantas, por meio de sua extração do solo e então transformação em L-Selenometionina (L-SeMet). Este composto é depositado na fração proteica das plantas por meio de incorporação não específica em substituição da L-metionina. Como o Se é análogo ao enxofre, podendo substituí-lo em uma série de compostos, incluindo a L-metionina. Este mecanismo permite que as plantas e animais, acumulem Se para uso futuro. A maioria das plantas usadas como matéria-prima em dietas para animais,

infelizmente, não são acumuladoras e, portanto, têm baixas concentrações de Se. Quando os animais digerem os vegetais utilizam a fração L-SeMet e a incorporam diretamente em suas frações proteicas. O que não ocorre, quando comparamos à ingestão de outras fontes de Se (inorgânicos e orgânicos) e que são primeiramente reduzidos a selenito de hidrogênio, aumentando temporariamente o status/concentração de Se no sangue do animal, mas esta concentração é reduzida imediatamente devido a excreção via urina ou respiração. L-SeMet, por outro lado, tende a ser acumulada e depositada nas frações proteicas por meio do aumento de selenoproteínas ao longo do tempo. Existem no mercado diversos tipos de Se orgânicos, que variam quanto a sua composição com relação a a L-SeMet e forma física (Tabela 1).

Selênio orgânico – número amplo de escolhas? O mercado de Se orgânico é dominado por uma quantia limitada de

produtos (Tabela 1). Sendo as leveduras utilizadas como fonte de Se orgânico para alimentação animal, desde o início do século XXI. Produtores de levedura alteraram o processo padrão de fermentação adicionando ao meio de cultura Se, por meio do selenito de sódio. Isso resulta na substituição do enxofre pelo Se na L-metionina, antes da incorporação na fração proteica da levedura. Infelizmente, devido a restrições metabólicas, é impossível que a levedura acumule todo o Se na forma biodisponível mais eficaz (L-SeMet). Somente ao redor de ± 63% do teor total de Se de uma levedura selenizada estará disponível sob a forma de L-SeMet. Quando levamos em consideração que a digestibilidade da proteína oriunda da levedura é de aproximadamente 80%, podemos concluir que apenas 50% do conteúdo total de Se de uma levedura selenizada estará disponível para o animal, sob a forma de L-SeMet. Além disso, há uma enorme variabilidade na quantidade de Se na forma de L-SeMet que uma levedura

Tabela 1 – Selênios orgânicos disponíveis no mercado

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Ingrediente/composto

Contém Se sob a forma de L-SeMet?

Todo Se é efetivo e biodisponível (L-SeMet)?

Produto não forma pó (Se < 0,2mg/m3 de ar)

L-Seleniometionina

Sim

Sim

Sim (Exc Selenium 4000)

Levedura Selenizada

Sim

Não

Não

Seleniometionina OH

Não

Não

Não

A Revista do AviSite


Tabela 2 - Efeitos da suplementação de L-SeMet na nutrição animal Espécie

Efeito

Frangos de Corte

Enriquecimento muscular / melhora da qualidade da carne (reduz perda por gotejamento, vitamina E, estabilidade lipídica) / menor excreção de Se / melhora do desempenho sob estresse (calor) / melhora do status antioxidante

Matrizes pesadas

Prole enriquecida com Se / aumento de status antioxidante / maior eclodibilidade / aumento da produção de ovos / aumento da fertilidade

Poedeiras

Ovo enriquecido com Se / frescor de ovo / menor hidrolise de albumem / melhorado a qualidade de casca

selenizada pode fornecer (All About Feed, agosto de 2018). Excential Selenium4000 (Orffa do Brasil) é um aditivo fonte de Se que traz toda sua concentração de Se na forma mais eficaz quando a biodisponibilidade (L-SeMet). Além disso, sua digestibilidade é de 100%, pois é um produto composto por um único aminoácido. O produto é a única fonte de Se orgânico livre de pó (menos de 0,2mg/m3 de Selênio no ar), sendo este um fator de grande importância para a segurança dos trabalhadores. Um terceiro aditivo fonte de Se orgânico, disponível sob a forma de Se metionina hidroxi análoga (OH-SeMet), não disponibiliza o Se diretamente para os animais, uma vez que precisa primeiramente ser convertido em L-SeMet, por uma via enzimática de dois passos. Dados científicos mostram que a disponibilidade relativa da forma OH, tanto para a metionina, co-

mo para a selenometionina é de apenas 80% em comparação com a forma 100% disponível (L-SeMet) (EFSA Journal 2012; Van Beirendonck et al. 2018).

vo e por calor, durante o transporte, crescimento e reprodução, aumentando também a disponibilidade de Se para o consumidor, por meio da biofortificação de produtos animais.

Vantagens para o animal

Performance em seu potencial máximo

O metabolismo do Se orgânico (L-SeMet) tem vantagem sobre todos os outros compostos/quelatos de Se, pois é o único capaz de se incorporar na proteína animal de forma direta. Isso permite, que o animal aumente de maneira eficiente suas reservas de Se e ao mesmo tempo, forneça o suprimento ideal de Se para seu metabolismo. Efeitos positivos podem ser observados desde estágios embrionários. O L-SeMet também será armazenado em seus produtos proteicos, como carne e ovos. Maior deposição garante o fornecimento de Se para os processos metabólicos de prevenção ao estresse oxidati-

L-SeMet traz benefícios comprovados de longa data comparado ao Se inorgânico. Devido a engenharia e inovação do dia-a-dia, o Se orgânico é hoje elevado ao seu potencial máximo. Excential Selenium4000 (Orffa do Brasil) é o único aditivo do mercado que fornece todo o Se em sua forma mais eficaz (L-SeMet), não possui variação na concentração quando comparado às outras fontes orgânicas de Se e, é a única fonte de Se orgânico que garante a segurança dos trabalhadores devido à ausência de Se no ar (<0,2mg/m3 de ar). Referências disponíveis mediante solicitação A Revista do AviSite

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Mercado de Trabalho

A adaptabilidade e o profissional do futuro Na seleção natural do mercado, pensar de maneira estratégica pode aumentar a sua probabilidade de fazer a leitura correta do futuro, permitindo que você antecipe os fatos e se adapte a eles para liderá-los

A

partir de uma observação lógica da evolução, o que Darwin diria hoje a um profissional que se prepara para um futuro que já começou? Um artigo de opinião na Harvard Business Review Press* fala que a adaptabilidade é a nova vantagem competitiva do mercado, onde os profissionais precisam as-

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sumir posições dinâmicas e sustentáveis para se manter à frente. Embora a necessidade de se adequar ao meio não seja algo tão novo assim – provavelmente a adaptação seja a estratégia de sobrevivência mais antiga do planeta –, seu conceito nunca fez tanto sentido no mundo corporativo quanto agora. É na atual realidade de frenéticas transformações e de incertezas que

o futuro das empresas e carreiras tradicionais tem sido colocado em xeque. Na seleção natural do mercado, pensar de maneira estratégica pode aumentar a sua probabilidade de fazer a leitura correta do futuro, permitindo que você antecipe os fatos e se adapte a eles para liderá-los. Por exemplo, se você é médico veterinário e trabalha com animais de pro-


Leonardo Thielo de La Vega é médico veterinário e empresário, fundador da F&S Consulting, cofundador da brStart, criador do selo Produtor do Bem, professor de pós-graduaçãona PUCPR, membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária, membro do Corpo Técnico da Facta, articulista da Revista do AviSite para tecnologia e empreendedorismo.

dução, sua rotina já está sendo modificada pela convicção dos consumidores de que os animais utilizados para a produção de alimentos devem ser bem tratados. A partir deste ponto, você já pode antecipar perguntas que ainda não foram feitas para produzir as respostas que este novo consumidor demandará em breve. Evidentemente que a sua habilidade de ler o futuro irá depender ainda de um novo modelo mental orientado em ver oportunidades onde antes você não enxergava nada. Se você estiver engajado, dificilmente uma oportunidade ainda não explorada e alinhada ao seu planejamento passará desapercebida por você. Desenvolva a habilidade de se adaptar, estude e aprenda sobre novas áreas, pense e se engaje estrategicamente. Se torne apto para este novo jogo. Afinal, como diria Darwin, a seleção natural irá agir invariavelmente favorecendo sempre o melhor adaptado. Pense nisso. Até a próxima. *https://hbr.org/2011/07/adaptability-the-new-competitive-advantage

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Tradição movida pela inovação.

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Produção

A avicultura além do frango de corte

Ele não é só um frango grande Autora: Isabella Lourenço Especialista Corporativo de Perus de Corte - BRF

A

demanda global por carne de peru tem um potencial significativo para o crescimento, perus são cultivados comercialmente na maior parte do mundo e novas operações estão sendo introduzidas em países sem uma indústria ainda estabelecida. A atual produção mundial de carne de peru é de 5,6 milhões de toneladas anuais e este número representa apenas 5,2% da produção total de carne de origem avícola. Historicamente, a maior parte da produção de perus está localizada em duas regiões: América do Norte (EUA, Canadá) e Europa (Alemanha, França, Italia entre outros). No entanto, os mercados em crescimento estão cada vez mais se tornando destaque na produção mundial: Países como a Espanha, Polônia e Rússia apresentaram ao longo dos anos um crescimento surpreendente de produção. Até então o crescimento mais impressionante foi visto na Rússia e na Espanha. Nos últimos dez anos, a produção na Rússia aumentou quase dez vezes e isso os elevou da 9ª para a 6ª posição na lista global de paises produtores de peru. Além disso o consumo per capita da Rússia aumentou de 0,4kg para

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1,7kg per capita e está previsto chegar a 4kg nos próximos anos. O consumo na América do Norte está estável há vários anos, de 7,7 a 8 kg per capita. O crescimento do consumo de carne de perus é relacionado a alguns fatores, entre eles: * O uso histórico de perus servidos inteiros como refeição de festividades em países com economias altamente desenvolvidas; O dia de ação de graças e natal ocorrem em novembro e dezembro respectivamente, o que explica a sazonalidade de estoques; * Consumo de carne de peru tornou-se mais rotineiro nas famílias de classe média-alta * Forte aumento de demanda por processados, principalmente do peito de peru e a utilização de carne de peru em produtos embutidos, como linguiças, presunto, bacon e produtos de delicatesse para o serviço de varejo de alimentos;

* A crescente competitividade da carne de peru, em comparação com carne bovina e suína; * Crescimento da população muçulmana em países com consumo de carne de porco alto. * Aumento da demanda para produtos com baixo teor de gordura, e alto teor de proteína. O Brasil representa aproximadamente cerca de 7% da produção mundial de carne de perus, parece pouco, mas o país está entre os 3 primeiros produtores e exportadores desta proteína animal. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2017 o país produziu 390 mil toneladas, e 72% da produção brasileira é destinada para o o mercado interno e cerca de 28% voltados para a exportação. A criação de perus se concentra basicamente na região sul do país, com destaque para região de Santa Catarina (32,71%) e Rio Grande do Sul (17,81%).

O Brasil representa aproximadamente cerca de 7% da produção mundial de carne de perus, parece pouco, mas o país está entre os 3 primeiros produtores e exportadores desta proteína animal

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Produção de preço de peito atraente, já que os outros cortes são tratados como compulsórios liquidáveis. De modo geral o preços dos cortes aponta grande demanda por peito e baixa demanda interna por pernas e as asas, basicamente porque o peito é consumido principalmente como produto processado tanto nos lares quanto fora de casa.

Sistema de criação

Hoje o mercado interno para produtos à base de peru é pouco competitivo quando comparado como o potencial da carne de frango no país. O volume de carne de perus está ainda bem distante das demais proteínas. O consumo brasileiro para essa proteína é de aproximadamente 1,7kg per capita-ano, bem abaixo se comparado com o frango que se aproxima dos 45kg no ano. De forma geral o sistema de criação de perus tem menos elasticidade que o sistema de produção de frangos de corte e isso faz com que o sistema se mantenha estável em termos de vo-

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lume de produção, até mesmo porque o mercado que dita o cenário internacional é o Europeu e ele impõe algumas exigências comerciais que devem ser criteriosamente seguidas. Como cerca de 28% da produção é destinada a exportação, a demanda varia muito de acordo com o balanço mundial da proteína suína, a atividade tem relação direta e inversamente proporcional com o consumo da proteína suína e está diretamente correlacionada ao preço de produção e demanda de carne. Além disso para ser rentável a produção europeia depende basicamente

O sistema agroindustrial de produção se assemelha ao do frango de corte, especialmente por ser verticalizado e baseado na produção integrada, entretanto o peru sem sombra de dúvidas não é um frango grande. A produção de frangos e perus de corte exibem diferenças fundamentais e que predeterminam a forma e modelo de criação dessas aves. Em função de características muito especificas nas fases de criação e nas exigências da própria ave, dividimos o sistema em 2 fases de criação: Iniciador de Perus e Terminador de Perus, a primeira fase tem o objetivo de recriar aves uniformes dentro da curva de peso padrão para serem transferidas para as propriedades de terminação cujo objetivo é a engorda das aves e no final deste ciclo é esperado que as aves estejam prontas para abate. Além disso a fase de STP (terminador de perus) pode variar também de acordo com as características e sexo dos animais. Normalmente as fêmeas se diferenciam em 2 categorias: fêmea leve e a fêmea pesada. A fêmea leve, a mais tradicional e conhecida, por se tratar da ave comercializada inteira para o Natal, é abatida aproximadamente com 60 dias com 4,0kg. Já a fêmea pesada é abatida com 110 dias de vida e aproximadamente 12 kg, e por fim o macho pesado que chega atingir 20 kg aos 140 dias de vida. Um ponto importante é que a produção nacional de perus não evoluiu na mesma velocidade que a produção de frangos quando o assunto é tecnificação e modernização de aviários, hoje grande parte dos aviários são convencionais, de pressão positiva, o que por si só é um grande desafio para manutenção das temperaturas de confor-


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Produção

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2017 o país produziu 390 mil toneladas, e 72% da produção brasileira é destinada para o o mercado interno e cerca de 28% voltados para a exportação 36

A Revista do AviSite

to exigidas pelas aves. Sendo assim a dificuldade de controle das temperaturas e umidades associados a variações das questões climáticas podem deixar as aves muito mais susceptíveis a problemas respiratórios, disfunções gastro intestinais e infecções bacterianas secundarias, associadas a níveis altos de amônia, Co e CO2 e poeira, por exemplo. A umidade excessiva afeta diretamente a qualidade da cama, aumentando também a susceptibilidade a calos de patas além das demais condenações ao abate. Por se tratar de uma ave de ciclo longo e para a obtenção de um sistema competitivo e rentável para a produção e exportação, são necessário medidas que possibilitem a identificação e redução de riscos à saúde dos

planteis de peru, e o foco em qualidade deve ser um dos principais indicadores da cadeia. A realização de lotes de qualidade estão atribuídos a um ambiente adequado envolvendo temperatura , umidade e qualidade de ar para atender as exigências da ave, um programa nutricional que envolvam nutrientes com qualidade, sejam eles água e ração, e um programa eficiente de prevenção, contemplando biosseguridade e controle de outros patógenos.

Desafios Sem sombra de dúvidas um dos maiores desafios da cadeia ainda é o consumo a nível nacional, as limitações de mercado interno estão basicamente relacionadas ao preço e a sazo-


nalidade do produto, por carregar um custo de produção mais alto que a produção de frango de corte a proteína chega ao consumidor com um preço mais elevado que a proteína de frango. Além disso o brasileiro consome pouco a proteína de peru, o que diferencia muito dos países europeus e do próprio EUA que tem um consumo regular da proteína de peru, o que não acontece no país por falta de novos produtos e pouca divulgação da proteína.

Carne de peru A carne de peru ficou conhecida mundialmente devido ao celebrado Thanksgiving que é comemorado na quarta quinta feira do mês de Novembro nos EUA. Também conhecida como o festival da colheita, por mais de 50 anos, a federação Nacional de Peru presenteia o presidente dos EUA com um peru vivo para dar inicio as comemorações ao Dia de Ação de Graças americano. De forma geral a carne de peru é usada mais comumente como uma

carne festiva em países como Europa, Brasil, México, Reino Unido. A carne do peito (carne branca)é sem dúvida a parte mais popular da ave, e é geralmente a parte mais cara da ave também. Entretanto há países como Israel, Turquia e México que tem grande preferencia pelos cortes, principalmente coxas e asas. No Reino Unido existe um mercado especializado no Natal, no qual o peru não é eviscerado imediatamente após o abate, ficando “pendurado” por quase uma semana , semelhante a técnica usada com aves de caça, esse processo supostamente tende a deixar a carne mais macia e aumenta seu sabor. Não existe tabu religioso quanto a carne de peru, em países que normalmente não se comem carne de porco e a carne de gado é muito cara, o peru entra como uma dos substitutos de maior preferência, e são comercializados nos mesmos formatos das demais carnes, como bifes, picadinhos, costeletas entre outros, assim como a carne de frango é uma alternativa sempre muito popular.

“Os benefícios relacionados a carne de peru são inúmeros, pois é um proteína relacionada a dietas saudáveis e hábitos alimentares melhores. Frequentemente incluída em dietas de baixa gordura, nutricionistas atestam que a carne de peru tem um teor de gordura muito pequeno: apenas 1 grama de gordura por grama de carne. Os consumidores habituais sabem que a carne de peru proporciona benefícios como redução dos níveis de colesterol e melhora na resistência do sistema imunológico. Conhecida por seu alto teor de proteína, é também é uma ótima fonte de niacina, vitamina B6 e selênio, nutrientes que ajudam na produção de energia. O selênio também serve como antioxidante e ajuda a aumentar a imunidade. Carne de peru também contém potássio, fósforo, zinco e ferro. Dois outros importantes nutrientes encontrados na carne de peru incluem triptofano e serotonina, que ajuda no aumento da imunidade. (Fonte: www.saudedica.com.br).” A Revista do AviSite

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Evento

Com foco nas tecnologias para os aviários, Qualificaves reuniu mais de 100 avicultores em Marechal Floriano O encontro, que aconteceu em maio, em Marechal Floriano, fez parte do segundo módulo do Programa Anual de Capacitação de Avicultores (Qualificaves Frango de Corte 2019)

A

presentar o que há de mais moderno na produção de aves e destacar algumas perspectivas para o setor de Frango de Corte, esse foi objetivo da palestra “Ambiência em prática”, comandada pelo especialista em Frango de Corte da empresa Cobb, Otávio Conde. O encontro, que aconteceu no último dia 15 de maio, em Marechal Floriano, fez parte do segundo módulo do Programa Anual de Capacitação

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de Avicultores (Qualificaves Frango de Corte 2019). Com a presença de mais de 100 avicultores e técnicos, o palestrante, que representa a instituição em todo o continente sul-americano há três anos, abriu o evento falando das perspectivas positivas para o setor, destacou o aumento da compra de carne de frango pela China, em decorrência da Peste Suína que atingiu o país oriental, e apresentou dados que revelam

O Qualificaves é realizado pela Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo, em parceria com empresas que atendem o setor


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Evento

A tecnologia durante todo o processo de desenvolvimento das aves foi um dos focos principais da explanação.

“A tecnologia é fundamental. É claro que a gente não vai conseguir colocar 100% dela em um único momento, agora o que importa é a gente buscar uma melhora constante, vedar bem o nosso aviário, investir na colocação de exaustores melhores que possibilitem a melhor circulação do ar, depois investir em uma placa evaporativa e nos inlets, ou seja, essa busca pela melhora contínua é fundamental” Discursou Otávio.

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uma boa expectativa para o setor de Frango de Corte, com destaque para o crescimento na venda de ração. A tecnologia durante todo o processo de desenvolvimento das aves foi um dos focos principais da explanação. “A tecnologia é fundamental. É claro que a gente não vai conseguir colocar 100% dela em um único momento, agora o que importa é a gente buscar uma melhora constante, vedar bem o nosso aviário, investir na colocação de exaustores melhores que possibilitem a melhor circulação do ar, depois investir em uma placa evaporativa e nos inlets, ou seja, essa busca pela melhora contínua é fundamental”, discursou Otávio. Otávio também destacou diversos pontos importantes para se promover uma boa ambiência para o desenvolvimento das aves, como a utilização de ferramentas de monitoramento do ambiente, que possuem preços acessíveis, e melhoram significativamente os resultados. Formado em medicina veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), o palestrante considera o ano de 2019 muito importante para o crescimento do setor. “O cenário atual é muito positivo, a perspectiva para 2019 é de um crescimento importante nas nossas exportações, à demanda do mercado interno também aumentou, então o panorama é muito positivo para a questão do preço do frango. Para gente poder aproveitar essa ‘onda’ boa é importante nós sermos eficientes, de forma energética, produzindo frangos com um menor número de alimentos possíveis e isso é conversão alimentar”, enfatizou o representante da Cobb. O palestrante fechou o encontro resumindo o ano em uma palavra: eficiência. “A palavra deste ano é eficiência. A gente tem que buscar ser eficiente, fazer mais com menos e para isso a tecnologia está aí para nos ajudar”, destacou Otávio. O Qualificaves é realizado pela Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo, em parceria com empresas que atendem o setor, trazendo à discussão temas relevantes para associados da entidade.


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Empresas

Agro Select traz ao mercado brasileiro a tecnologia da HATO Lighting para iluminação em LED Trabalhando em um ambiente mais favorável e com menos estresse, o resultado é uma melhor performance na produção

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Agro Select está trazendo ao mercado brasileiro a tecnologia da HATO Lighting para iluminação em LED. A iluminação destinada à avicultura tem vários aspectos que podem influenciar significativamente o comportamento, o bem-estar e o desempenho das aves. O primeiro aspecto da iluminação para aves é o espectro de luz. Um volume crescente de pesquisas confirma que as aves têm melhor desempenho sob um amplo espectro de luz. A cor está significativamente presente em um amplo espectro, significa que se aproxima o mais possível da luz natural do dia. Um segundo aspecto é a distribuição da luz. Uma distribuição correta permite que as aves utilizem otimamente o espaço disponível e estejam bem espaçadas em toda a área. As aves podem observar sombras e pontos de alta intensidade de luz melhor do que as pessoas, o que leva ao seu agrupamento ou para evitar lugares específicos na granja. Em terceiro lugar, é importante que uma lâmpada seja capaz de diminuir de maneira suave, profunda e constante de 100% -0% de intensidade, para simular as condições do nascer e do pôr do sol. Ao simular a intensidade como pôr-do-sol / nascer do sol dá às galinhas um sinal claro para se prepararem confortavelmente para descansar ou acordar. Se ligar ou desligar as lâmpadas de repente, irá chocá-las. O que irá resultar num aumento do estresse.

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A Revista do AviSite

Outro aspecto que é de importância significativa é a cintilação. Galinhas originalmente viviam na selva. Desde que eram presas, elas tinham que estar em guarda todo o tempo. Acredita-se que as lâmpadas oscilantes (que variam constantemente na emissão de luz) dão às galinhas a impressão de que um pássaro predador está voando acima delas. Essa constante - possível - ameaça causa o estresse das aves. Segundo a HATO Lighting toda granja requer uma solução sob medida. As diferentes dimensões e condições de um galpão exigem uma abordagem personalizada para garantir uma distribuição de luz uniforme. A empresa trabalha com iluminação estável para cada tipo de aplicação, onde a pesquisa completa e muitos anos de experiência garantem que cada lâmpada corresponda ao tipo de animal. O desempenho das galinhas poedeiras depende muito do layout da casa oferecida. A otimização do clima de luz - um aspecto importante do design estável - melhora o desempenho das galinhas poedeiras. A luz estimula a galinha poedeira: regula seu relógio biológico e biorritmo. A luz estimula o consumo de ração e influencia o comportamento da galinha poedeira. Desta forma, contribui para o bem-estar animal. O clima de luz apenas estimula a galinha se encaixar perfeitamente no tipo de alojamento relevante. As formas mais comuns de alojamento para galinhas poedeiras são gaiolas tradicionais, gaiolas enriquecidas, alojamento de colônias e sistemas de aviário. Cada

uma das formas de alojamento requer um design estável específico e, portanto, um sistema de iluminação que responda às necessidades da galinha poedeira Com frango de corte influencia na uniformidade dos filhotes na granja. A luz estimula a atividade. A luz influencia o consumo de ração, conversão alimentar e mortalidade, entre outras coisas. O grau de visibilidade e o desempenho do comportamento natural estão sujeitos, entre outras coisas, ao espectro de luz e à intensidade da luz. Seguindo demanda do mercado mundial focado no bem-estar animal, a Agro Select fechou uma parceria com a empresa HATO Lighting para a distribuição do sistema de iluminação em LED para o agronegócio brasileiro. Segundo Neusa Groot, (Diretora Comercial) da Agro Select a iluminação tem um amplo aspecto nos resultados que visam o bem-estar animal, olhando por este ângulo a Agro Select tem buscado parcerias com empresas que trabalham forte neste quesito. “Fechamos parceria com a empresa holandesa HATO Lighting visando trazer aos nossos clientes produtos de qualidade que poderão atender as cadeias de produção animal como aves, suínos, bovinos e outros. Neusa explica ainda que a HATO Lighting, atua há 45 anos no mercado, é uma das maiores fabricantes mundiais de soluções para iluminação agrícola e finaliza informando que o produtor pode preencher um formulário com os dados da granja e ele recebe um Plano de Luz ideal para sua produção.


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Evento

Conferência FACTA WPSA-Brasil marca os 30 anos da entidade e coloca a avicultura brasileira em evidência Evento técnico é um dos mais importantes do setor e durante três dias debateu temas relevantes para toda a cadeia

A

Conferência FACTA WPSA-Brasil, realizada entre os dias 14 e 16 de maio, marcou os 30 anos da criação da Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA), cumprindo sua missão de fomentar a discussão de temas relevantes para o setor e de antecipar problemas que, eventualmente, se apresentem na cadeia de produção. Com o tema “Frango: a responsabilidade de alimentar o mundo”, o evento reuniu profissionais e acadêmicos que acompanharam uma rica programação com assuntos pertinentes ao setor, como as novidades em automação para as diferentes etapas da criação, tendências locais e globais para a produção de aves, os desafios futuros, além de questões voltadas ao bem-estar animal e saúde. Segundo Irenilza de Alencar Nääs, presidente da FACTA, a avicultura é uma das áreas em ciência e tecnologia que está realmente colhendo o que plantou nos últimos 30 anos, já que o Brasil figura como um dos maiores produtores e o maior exportador mundial de carne de frango, considerada uma proteína animal de alta qualidade. “O Brasil é um dos poucos países que tem área para plantar cereais como milho e soja, que são bases da produção de frango. Com o aumento da população e, consequentemente, da demanda por carne, vemos isso quase como se, de fato, fosse

44 A Revista do AviSite


Segundo Irenilza de Alencar Nääs, presidente da FACTA, a avicultura é uma das áreas em ciência e tecnologia que está colhendo o que plantou nos últimos 30 anos, já que o Brasil figura como um dos maiores produtores e o maior exportador mundial de carne de frango.

nossa responsabilidade alimentar o mundo”, aponta. Irenilza acrescenta que, com um custo de produção muito competitivo, a cadeia avícola se reinventa rapidamente quando precisa e adota novas tecnologias com muito dinamismo, sendo essas algumas das características que influenciam o destaque da avicultura brasileira. “Por outro lado temos grupos de pesquisa nacionais que estão sempre interagindo com o segmento e focados em solucionar, e

até se antecipar, a problemas que eventualmente se apresentem nos setores da cadeia de produção. Esta cooperação é incentivada pela FACTA por meio do Prêmio Lamas e é salutar para que estejamos sempre à frente das demandas internacionais. O que nós buscamos na Conferência é justamente manter os profissionais atualizados, incentivar a pesquisa, sempre buscando temas de ponta e prospectando o futuro para nos mantermos atualizados. Essa tem sido a missão da FACTA”, finaliza. A Revista do AviSite

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Empresas

CEO da Aviagen explora “Responsabilidade de Alimentar o mundo”, tema da Conferência FACTA 2019 Jan Henriksen, compartilhou sua visão sobre o papel da indústria avícola para enfrentar grandes desafios

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produção global de alimentos precisará dobrar nas próximas cinco décadas para alimentar nossa população em rápido crescimento. Encontrar uma solução sustentável, com recursos limitados, será um desafio. Palestrando diante de um público de 300 pessoas da indústria avícola brasileira na 36ª Conferência Anual da FACTA, Jan Henriksen, CEO da Aviagen®, compartilhou sua visão sobre o papel da indústria avícola para enfrentar esses desafios. Considerado um dos mais importantes eventos avícolas da indústria avícola brasileira, a conferência foi realizada entre os dias 14 e 16 de Maio na Expo D. Pedro, em Campinas, estado de São Paulo.

Frango – uma solução sutentável Henriksen afirmou que o frango de corte é a fonte de proteína mais acessível e sustentável nas principais indústrias produtoras de carne do mundo, e sua popularidade segue crescente em todos os níveis socioeconômicos, podendo auxiliar em muitas das atuais preocupações – considerando toda a cadeia produtiva: Sustentabilidade: com uma pegada de baixo carbono, a produção avícola colabora com o meio am-

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biente, tornando-se uma solução sustentável. Os avanços genéticos em alimento e eficiência de água fortalecem ainda mais o conceito de sustentabilidade, contribuindo para a preservação da água, uso de terras e custos agrícolas. Eficiência de produção: os maiores desafios são os recursos limitados em economias emergentes de alto crescimento. A indústria avícola enfrenta esse desafio com tecnologias em granjas inteligentes, que permitem uma maior produção de alimentos com menos recursos. Henriksen citou exemplos como coleta e análise de big data aplicada em melhorias em saúde e bem-estar das aves, e maior precisão na previsão de metas de produção e processamento. Para continuar o desenvolvimento desses métodos e de tecnologias sustentáveis, os líderes avícolas globais devem continuar a trabalhar em estreita colaboração com empresas, organizações não-governamentais e governos, incentivando a indústria a desenvolver novos métodos e tecnologias sustentáveis para alimentar o mundo. Segurança no Fornecimento: a segurança alimentar e as barreiras comerciais impostas por doenças estão entre os maiores desafios da atualidade – a biossegurança é primordial para a prevenção e para es-

tabelecer padrões rígidos de higiene, juntamente com as granjas inteligentes, que maximizaram nossa capacidade de prevenção a doenças. Henriksen mostrou exemplos de robôs limpando e higienizando granjas, prevenindo ovos de chão e condições que ameacem a saúde, o conforto e a biossegurança das aves. E a tecnologia permite o monitoramento de tudo o que surge próximo às granjas, afastando patógenos. Outra ferramenta sendo utilizada atualmente é a compartimentação, assegurando o fornecimento de material genético. As unidades da Aviagen no Reino Unido, nos Estados Unidos e na Índia já obtiveram essa certificação.

A função do produtor Muitas das atuais melhorias em produção devem-se a técnicas equilibradas em seleção e melhoramento genético, aplicadas pelas empresas de genética. Henriksen salientou que a seleção genética proporciona melhorias consistentes em fatores como taxa de crescimento, reprodução, eficiência alimentar e viabilidade, bem como saúde e bem-estar animal. Além disso, intensos esforços em pesquisa mostram uma clara visão sobre as condições de nutrição e ambiência, que proporcionam melhor status


sanitário e bem-estar das aves, permitindo que as aves expressem o máximo potencial genético. E, é claro, compartilhar o conhecimento adquirido pela nutrição, saúde animal, biossegurança e manejo em toda a cadeia de valor é imperativo.

Um futuro sustentável Uma das responsabilidades mais importantes da indústria avícola para suportar o seu futuro, de acordo com Henriksen, é atrair jovens qualificados com visão e paixão pelo setor. Uma maneira de atingir esse objetivo é inspirá-los e entusiasmá-los pela produção avícola. “Para a juventude atual, uma carreira é mais do que apenas um trabalho a ser feito.

Ao invés disso, querem se sentir bem e ter ciência que estão fazendo a diferença para a sociedade. E mostramos a eles as grandes oportunidades em uma ampla variedade de carreiras, não apenas científicas, como veterinários, nutricionistas, incubadores, geneticistas e microbiologistas, mas também em logística, marketing, vendas e finanças, entre outras. Eles precisam saber que podemos proporcionar a eles desafios estimulantes e a satisfação em saber que estão realmente fazendo a diferença no presente e no futuro.”

A importância do Brasil na alimentação do mundo Henriksen enfatizou a importância do Brasil para o futuro do

setor avícola global. Com uma indústria avícola forte e bem estruturada, o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango. A alta especialização em exportação, combinada com a capacidade em atender as necessidades de diferentes mercados em todo o mundo, posiciona o país para apoiar a crescente necessidade global de proteína animal. “Trabalhando juntos, temos a capacidade de assumir o controle e atender plenamente as demandas globais por alimentos para as gerações futuras, enquanto criamos negócios lucrativos para os avicultores do mundo e preservamos o meio ambiente para nossos filhos e netos. Juntos, podemos moldar o futuro do mundo”, concluiu Henriksen. A Revista do AviSite

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Empresas

A multinacional dinamarquesa CHR Hansen apresenta o novo gestor de Saúde Animal no Brasil Alberto Inoue assume a posição com o objetivo de aproximar-se ainda mais da cadeia produtiva e consolidar a tendência do uso de soluções naturais para promoção da saúde animal

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CHR Hansen apresentou o médico veterinário Alberto Inoue que assume o posto de Head da Unidade de Negócios de Saúde Animal do Brasil. Inoue traz na bagagem mais de 20 anos de experiência em Saúde Animal, unindo-se ao time com o objetivo de fortalecer ainda mais a presença da empresa

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no segmento , além de contribuir para soluções naturais para proteção e produtividade de aves, suínos e demais espécies, como ruminantes, peixes e animais de companhia Alberto Inoue é graduado em Medicina Veterinária pela Unesp, na qual também concluiu seu mestrado em Patologia Animal (Salmoneloses). Ele possui especialização e MBA em Marketing e pós-MBA em Inteligência Empresarial, ambas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em sua carreira profissional, Inoue atuou em grandes multinacionais de saúde animal como Fort Dodge, Ceva, Pfizer e mais recentemente Boehringer Ingelheim, participando do lançamento de 19 produtos para aves e suínos. Ele também é membro do Comitê de Saúde Avícola do Estado de São Paulo (Coesa), corpo técnico da Facta e do Congresso de Ovos da APA.Em entrevista exclusiva à Revista do AviSite, Alberto Inoue destaca o atual momento do mercado e que o levou a assumir um novo desafio em sua carreira. “É gratificante analisar o perfil de uma empresa como a Chr Hansen, com 145 anos no mercado mundial trabalhando desde sua origem com soluções naturais. É uma empresa que tem como pilar estratégico ‘trabalhar por um mundo melhor” e isso se reflete nos seus diferentes segmentos de atuação, utilizando a biosciência para promoção de saúde e redução de dejetos no ambiente’, ”, apontou. “Vamos focar

nossas ações no reposicionamento da linha de produtos e consolidação da nossa atuação no mercado, . Estamos em um novo momento da saúde animal com a busca de alternativas mais saudáveis para a promoção do conceito de Saúde Única (integração da saúde animal, ambiental e humana)”, explicou. Alberto Inoue detalhou o crescimento da demanda por produtos naturais. “Havia um tempo em que ninguém acreditava nesta tendência, mas hoje as soluções naturais já estão inseridas em nosso conceito produtivo, tanto para a demanda no mercado interno como para produtos destinados ao mercado externo”, comenta. “Estamos em um momento de amadurecimento de conceitos. Com as mudanças nas legislações e demanda do mercado, surgiram muitos produtos alternativos e o potencial deles ainda não é totalmente conhecido. Cabe as empresas demonstrar e oferecer as melhores alternativas ao produtor”, reflete. Ele apontou também o que ele considera como diferenciais para consolidação da estratégia implementada pela Chr Hansen. Veja abaixo, alguns pontos mencionados: • Rastreabilidade: Todas as cepas Chr Hansen possuem registro na Comunidade Europeia, sendo portanto, um fator importante para empresas exportadoras ou que exigem certificação de origem de produtos


CHR Hansen é classificada como a empresa mais sustentável do mundo A empresa de biociência global, CHR Hansen é considerada a empresa mais sustentável do mundo pela Corporate Knights, uma empresa especializada em pesquisa de mídia e investimentos, com sede em Toronto. Isso foi anunciado durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, em 22 de janeiro de 2019, após a divulgação da classificação da Corporate Knights’ 15th annual Global 100 Most Sustainable Corporations in the World. Mais de 7.500 empresas foram analisadas em comparação com pares da indústria global em uma série de indicadores quantitativos de desempenho. A CHR Hansen marcou 100% no indicador de "receita limpa", refletindo que os produtos da empresa têm benefícios sociais e ambientais claros, conforme declarado na definição da Corporate Knights.

O poder das bactérias boas “Estamos extremamente orgulhosos e humildes por receber essa incrível honra. Eu acredito que uma das razões pelas quais a CHR Hansen foi classificada como número 1 é porque o mundo está começando a entender o poder das bactérias boas e o impacto que isso pode ter em alguns dos principais desafios que o mundo enfrenta, como desperdício de alimentos, uso excessivo de antibióticos e a necessidade de um setor agrícola mais sustentável para alimentar uma população mundial em crescimento, enquanto preservamos o nosso planeta para as gerações futuras”, diz o CEO Mauricio Graber. “A CHR Hansen dedica-se a promover uma adoção mais ampla de soluções naturais, e estamos realmente or-

• Especificidade: atualmente existem muitas alternativas de probióticos no mercado. Sabemos que existem mais de 1000 cepas somente de Bacillus subtilis com características genéticas, morfológicas e modo de atuação distintas. Desta maneira, é importante direcionar o probiótico correto para a necessidade específica • Informações mensuráveis: em se tratando de organismos vivos, a viabilidade e a homogeneidade são fundamentais para o sucesso no uso de probioticos. A Chr Hansen fornece aos seus clientes um serviço de recuperação de bacilos viáveis, de maneira que ele pode confirmar a quantidade de bacilos no produto, na ração pronta e até nas fezes das aves.

gulhosos de nossos produtos que são consumidos por mais de 1 bilhão de pessoas todos os dias. Ter um alcance global como esse é de fato uma grande responsabilidade, bem como uma oportunidade de fazer uma diferença positiva para pessoas, animais e plantas. Temos a sorte de ter clientes em todo o mundo que estão conosco nessa jornada - determinados a promover produtos sustentáveis e naturais para o consumidor final ”, explica ele. “Fomos, entre outras coisas, reconhecidos por nossos esforços para medir nosso impacto sobre os Objetivos Globais da ONU; 82% de nossa receita suporta diretamente essas metas, e a PWC revisou nossa metodologia para documentar isso.”

Segundo o executivo, a nova estratégia de atuação da Chr Hansen continuará seguindo os princípios fundamentais que garantiram sua solidez por longo período. “Devemos continuar focando em soluções naturais, com transparência e elevados padrões de qualidade como principais pilares para esse novo momento” conclui Inoue.

Saiba mais sobre a CHR Hansen • A Chr. Hansen publicou seu primeiro compromisso de sustentabilidade em 1949. • Bactérias boas podem reduzir o desperdício de alimentos, fazendo

com que os produtos frescos durem mais tempo - naturalmente. • Bactérias boas são tão eficientes quanto agroquímicos para uma série de culturas quando se trata de protegê-las. • Bactérias boas adicionadas aos alimentos garantem o bem-estar animal e podem reduzir o uso de antibióticos na cadeia alimentar. • Probiótico significa "a favor da vida". Estudos mostram que os probióticos podem ter efeitos benéficos sobre a função gastrointestinal e imunológica das pessoas. • Você provavelmente sentiu o sabor da Chr. Diariamente mais de 1 bilhão de pessoas consomem produtos que contém algo da Chr Hansen. A Revista do AviSite

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E-book

Ceva lança E-book sobre Laringotraqueíte em parceria com a Mundo Agro E-book foi desenvolvido pela pesquisadora Masaio Mizuno e o tema é “Epidemiologia e profilaxia da laringotraqueíte infecciosa das aves – História Natural da Doença”.

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om foco na disseminação de informações sobre a laringotraqueíte infecciosa, a Ceva em parceria com a Mundo Agro Editora e com a Drª Masaio Mizuno, uma das reconhecidas epidemiologistas do país, lança o e-book “Epidemiologia e profilaxia da laringotraqueíte infecciosa das aves – História Natural da Doença”. O material traz um panorama completo sobre o histórico da doença, sua importância econômica, impactos na granja, formas de diagnóstico, medidas de profilaxia, imunidade, vacinação, entre outros assuntos ligados a LTI. A obra foi desenvolvida pela Dra. Masaio, PhD, professora da USP e coordenadora do Comitê de Sanidade Avícola de São Paulo. Com vasta experiência, a profissional tem diversos trabalhos publicados no Brasil e no exterior,

tendo como foco de pesquisa a epidemiologia das principais enfermidades infecciosas e suas respectivas estratégias de controle. Em entrevista, Felipe Pelicioni, Gerente de Produto – Avicultura da Ceva, afirma que objetivo da empresa é disponibilizar conhecimento científico para o mercado, para assim ajudar a indústria avícola na busca de soluções e estratégias para prevenção de doenças. “A LTI é uma enfermidade que já traz enormes impactos na avicultura. Por isso, é fundamental que as informações estejam disponíveis para os produtores de forma rápida, simples e direta”, destacou.

Abaixo, mais informações. Como surgiu a demanda pelo tema? A Laringotraqueite é uma doença que têm causado sérios prejuízos em

Felipe Pelicioni, Gerente de Produto – Avicultura da Ceva

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algumas importantes regiões de produção avícola. Por questões relacionadas à epidemiologia do agente causador (Vírus da Laringotraqueíte Infecciosa), o adequado controle e prevenção dessa enfermidade só será possível de maneira efetiva se utilizarmos as informações técnicas e científicas como base para a construção das nossas estratégias. Portanto, a demando vem da necessidade dos avicultores e está totalmente alinhada com a visão de Ceva, que é de estar com nossos clientes além da saúde animal! Nesse caso, trazendo informações técnicas de alto nível, de forma simples e direta. Além disso, temos o privilégio de publicar um material escrito por umas das maiores especialistas em epidemiologia da medicina veterinária: Dra. Masaio Mizuno. Qual o principal objetivo da empresa com o lançamento do e-book? Nosso principal objetivo é disponibilizar conhecimento científico para o mercado, para assim ajudarmos a indústria avícola na busca de soluções e estratégias para prevenção de doenças, melhorias nas condições sanitárias das granjas e consequente aumento da produtividade. Com isso, vamos reforçar nossa posição como fonte de informação científica confiável e relevante.


Porque a opção pelo formato digital? A LTI é uma enfermidade que já traz enormes impactos na avicultura. Por isso, é fundamental que as informações estejam disponíveis para os produtores de forma rápida, simples e direta. O formato digital nos permite atingir esses objetivos. Esse conteúdo, além e ser disponibilizado no AviSite, será também usado como base para a elaboração de outros materiais impressos e digitais, como nosso CevaWorld, um boletim técnico da Ceva, que têm como objetivo principal a divulgação de informações científicas devidamente referenciadas, e com destaque para as ferramentas Ceva relacionadas à cada assunto. Qual o impacto da LTI atualmente no campo? É difícil dizer com precisão. Podemos afirmar que as áreas acometidas pela doença sofrem enormes prejuízos oriundos das mortalidades, que em situações super agudas pode ser superior

a 50%, além dos enormes gastos com medicamentos e medidas para o controle de outros agentes que podem abrir portas, ou agravar os quadros de infecção pelo vírus da LTI. Essa questão, é bastante discutida no e-book. Como a empresa trabalha a questão do desenvolvimento de produtos e serviços relativos à LTI? A linha de vacinas Ceva contra a LTI representa de forma clara toda a pesquisa e tecnologia presenta no nosso portfólio. A Ceva é a única empresa que pode oferecer duas vacinas recombinantes contra a LTI, que podem ser usadas para construir diferentes estratégias de vacinação, trazendo bons resultados em qualquer situação. Temos a Vectormune HVT LT, vacina de Marek que expressa antígenos prootetores da Laringotraqueíte infecciosa, e a Vectormune FP LT, que é uma vacina contra Bouba aviária que expressa outros antígenos protetores contra a LTI.

Dra. Masaio Mizuno, umas das maiores especialistas em epidemiologia, autora do e-book lançado pela Ceva. Com essas duas vacinas, podemos oferecer programas com ambas as vacinas administradas de forma associada ainda no incubatório, até programas que utilizem uma dose, ou várias, da Vectormune FP LT no campo. Isso tudo sem qualquer risco de reversão de patogenicidade, como pode ocorrer com determinado tipo de vacina viva atenuada, e ainda oferecendo programas com proteção precoce pela aplicação das vacinas ainda no incubatório.

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Empresas

O encontro em Amsterdã teve como objetivo fazer com que executivos e diretores presentes vivenciassem inúmeras experiências de inovação

MSD Saúde Animal promove 2° Encontro Empresarial na Europa para experiências com Innovax ND-IBD Iniciativa, que aconteceu em Amsterdã (HO), reuniu cerca de 20 clientes da empresa para apresentar os processos e diferenciais de inovação da empresa

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MSD Saúde Animal promoveu em maio em Amsterdã, na Holanda, o 2° Encontro Empresarial, iniciativa que reuniu cerca de 20 clientes com o intuito de ressaltar os processos e diferenciais de inovação da empresa. O destaque desta edição ficou por conta da INNOVAX® ND-IBD, a nova geração de vacinas avícolas da companhia lançada no final do ano passado. A programação contou com três painéis: “O Encontro com a inovação”, “A força de uma marca” e “O consumidor de hoje e amanhã”. A

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INNOVAX® ND-IBD liderou uma série de apresentações conduzidas por Laura Villarreal, diretora da unidade de negócios de avicultura. Já Thiago Tejkowski, gerente de marketing da unidade de negócio, abordou a importância da força de uma marca e conduziu visitas a importantes empresas Holandesas, como Amsterdamsche Football Club Ajax, Heineken Experience e Viscon Group. Além disso, inúmeros cases com a utilização da nova vacina foram abordados por clientes. O encontrou finalizou com três apresentações de consultores internacionais sobre “Tendências

dos consumidores da Europa e da América” e “Como construir uma cultura de Segurança Alimentar”, as quais foram comandadas pelo gerente comercial Fernando Farias. De acordo com Thiago, o encontro em Amsterdã teve como objetivo fazer com que executivos e diretores presentes vivenciassem inúmeras experiências de inovação. “No evento, levamos nossos clientes para conhecerem a fábrica da MSD Saúde Animal, em Boxmeer, a Viscon Group, em Gravendeel, o Porto de Rotterdam e as principais redes de supermercados de Amsterdã”, explica o gerente.


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Informe Técnico-Comercial

Manejo de ovos férteis no período pré-incubação O manejo dos ovos férteis no período entre a colheita na granja e sua incubação, ou período pré-incubação, possui um elevado peso no atendimento da demanda mundial de carne de frango Autor: Marco Antônio Fiuza Consultor técnico comercial de aves de corte na Agroceres Multimix

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produção O consumo brasileiro - per capita - de carne de frango é aproximadamente de 43 kg, ficando à frente do consumo das carnes bovina e suína que é de 37 e 14 kg, respectivamente. Dados da secretaria de estado de agricultura, pecuária e abastecimento de Minas Gerais relatam que o consumo per capita de carne de frango no Brasil teve um acréscimo próximo de 32% nos últimos 16 anos.

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Segundo relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) haverá uma expansão no consumo da carne frango nas próximas décadas, principalmente em países que são fortes produtores de grãos como o Brasil e Estados Unidos. A previsão é de uma ampliação de 16% na produção mundial de carnes. A carne de frango será líder nesse crescimento até 2025, considerando-se seu ciclo de produção curto que proporciona resposta imediata às oscilações da demanda do mercado consumidor. A evolução genética, aliada às tecnologias de produção e nutrição, são fa-

tores importantes no atendimento dessa demanda. Além disso, a evolução de manejo das aves e dos ovos férteis tem um peso elevado na obtenção de índices zootécnicos satisfatórios. A produção de pintos de corte de 1 dia inicia-se na granja de matrizes, onde são produzidos os ovos férteis, sendo estes enviados para a unidade de incubação, onde serão incubados, e os pintos nascidos manejados e enviados para a granja de frango de corte para engorda. O manejo dos ovos férteis no período entre a colheita na granja e sua incubação, ou período pré-incubação, possui um elevado peso no atendimento da demanda mundial de carne de frango. O custo do pinto produzido é composto por uma parte fixa (prédio, incubadoras, nascedouros, ninhos, comedouros, etc.) e outra parte variável (mão de obra, energia, ração etc.), sendo assim, quanto maior o número de pintos eclodidos, menor será o custo final do pinto produzido. Diante dessa situação, manejar os ovos férteis no período pré-incubação exige cuidados, evitando-se que os rendimentos zootécnicos e econômico da incubação sejam afetados por fatores externos. A seguir serão enumerados e comentados pontos importantes no período pré-incubação:


1- Coleta dos ovos férteis na granja Teoricamente, os ovos férteis devem ser fumigados até 2 horas após sua a postura, evitando-se a contaminação do seu meio interno pelas bactérias – eventualmente - contidas na casca. Seguir fielmente essa regra, na prática, é quase impossível, devido ao volume elevado de ovos produzidos ao longo do dia em um galpão de matrizes pesadas; sendo assim, recomenda-se que esses ovos sejam colhidos 6 a 8 vezes por dia e submetidos imediatamente ao processo de fumigação, evitando-se a sua contaminação. Nos lotes de matrizes com idade abaixo de 40 semanas, o consumo total de ração deve sempre ocorrer antes da coleta de maior número de ovos férteis, observada no período da manhã. Esse detalhe de arraçoamento reduz a quantidade de ovos colocados no piso do galpão pelas matrizes pesadas. 2- Desinfecção dos ovos férteis Imediatamente após a coleta dos ovos, esses serão submetidos ao processo de desinfecção com paraformol. Além de determinar exatamente o volume de paraformol a ser utilizado por m³ de fumigador, deve-se obter uma ambiência ideal para a realização do processo de fumigação: temperatura de 28°C e umidade acima de 60%. O tempo de exposição dos ovos férteis ao gás de paraformol não deverá exceder a 20 minutos; em seguida, a exaustão desse gás do meio interno do fumigador deverá ser realizada em, no máximo, 10 minutos. A retirada dos ovos férteis do fumigador deverá ser realizada imediatamente após o término do processo de exaustão. A permanência desses ovos por períodos prolongados dentro do fumigador, mesmo após a realização do processo de exaustão, será causa de perdas

embrionárias nas fases iniciais do procedimento de incubação. 3- Armazenamento dos ovos férteis na granja Após a fumigação, os ovos férteis serão mantidos sob temperatura ambiente abaixo do ponto de zero fisiológico (22°C), evitando-se o desenvolvimento celular do embrião; e umidade acima de 80%, reduzindo a desidratação do ovo fértil e, consequente, do embrião contido no seu interior. É importante evitar oscilações na ambiência dessa sala durante a permanência dos ovos férteis para diminuir as perdas embrionárias até o 7° dia da incubação. 4- Transporte dos ovos férteis da granja para o incubatório O transporte dos ovos férteis para o incubatório deve ser realizado em caminhão baú adequadamente

climatizado. A ambiência do baú deverá ser uma extensão da ambiência da sala de ovos da granja, evitando-se oscilações e ocorrência de choque térmico sobre o ovo fértil e, consequentemente, a morte do embrião durante seu transporte para o incubatório. A manutenção da estrada e do caminhão (molas, calibragem de pneus, freios, etc.) é extremamente importante para evitar perdas dos ovos férteis por quebras ou ocorrência de trincas em sua casca. O caminhão deverá ser conduzido por pessoa treinada, e conscientizada da importância quanto ao o transporte de ovos férteis, para que o faça de maneira cautelosa. Portanto, o treinamento dos motoristas é fundamental para manter o percentual de perdas de ovos, por trincas ou quebras durante o transporte, próximo de zero.

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Informe Técnico-Comercial

5- Sala de ovos do incubatório (recebimento, manejo e preparo da carga de incubação) A sala de ovos é responsável por receber os ovos férteis enviados pela granja, classificá-los, armazená-los e prepará-los para a incubação. A classificação consiste em retirar os ovos com defeitos de casca, tamanhos inadequados, etc. Os ovos férteis incubáveis serão classificados por tamanho ou peso, identificados (lote, tipo e data de produção) e colocados nos carrinhos de incubação. Esses carrinhos carregados serão enviados a uma sala com ambiência adequada para o armazenamento. 6- Armazenamento dos ovos férteis incubáveis na sala fria Essa é uma etapa na qual deve-se manter um acompanhamento de hora em hora das variáveis: temperatura e umidade, que são os principais parâmetros do fator “ambiência” da sala fria ou armazenamento. As temperaturas devem ser decrescentes com o aumento da permanência dos ovos na sala fria. Abaixo, uma sugestão de ambiência para sala fria de acordo com tempo de armazenamento. Recomenda-se, durante a permanência dos ovos férteis na sala fria, realizar a viragem das bandejas dos carrinhos (45°), de hora em hora, para evitar que os embriões tenham contato direto com as membranas internas da casca, o que resultará em aderências e morte. Ovos férteis com período de armazenamento abaixo de 6 dias possuem perdas insignificantes em sua eclodibilidade; a partir do 7º dia, deve-se subtrair um ponto percentual na taxa de eclosão para cada dia acrescentado no período de armazenamento desses ovos. Os ovos férteis devem permanecer em descanso por 3 dias na sala fria, antes de serem incubados, pois esse é o período necessário para que ocorra a

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gelatinização e o alcance de pH = 9, essenciais para realização das trocas gasosas entre o meio interno e externo do ovo fértil dentro das incubadoras, e a obtenção adequada do desenvolvimento embrionário. 7- Preparo da carga de ovos férteis para incubação O preparo da carga de ovos férteis para incubação deve considerar a idade das matrizes, tamanho e tempo de armazenamento dos ovos férteis e ambiência interna das incubadoras. Embora a tecnologia atual tenha reduzido os problemas de microclimas interno das incubadoras, verifica-se ainda pequenas diferenças de temperatura em suas diversas posições. Essas diferenças podem ser minimizadas, considerando-se o período de incubação dos ovos férteis. Sabemos que dentro de um mesmo lote de matrizes, os ovos menores possuem período de incubação menor que os ovos maiores; à medida que o período de armazenamento se estende, ocorre um aumento do período de incubação dos ovos férteis; ovos férteis originados de lotes no início e final de postura têm período de incubação maiores que aqueles originados de lotes de matrizes de idade mediana. Uma boa estratégia para reduzir essas diferenças é o posicionamento dos ovos férteis nos carrinhos de incubação. Como regra geral, deve-se colocar os ovos com períodos de incubação maiores nos microclimas das incubadoras com temperatura um pouco mais quentes (partes superior e posterior das incubadoras), para que ocorra um reequilíbrio no desenvolvimento embrionário durante o período de incubação, resultando em um nascimento dos pintos mais uniforme durante o período de eclosão. 8- Pré-incubação Finalizado o período antes da incubação, a carga de ovos férteis será

enviada para uma sala com ambiência controlada, onde permanecerá por 6 a 8 horas antes da colocação dos carrinhos com os ovos nas incubadoras. A temperatura dessa sala deverá ser de 28°C. A determinação da umidade da sala de pré-incubação poderá obedecer a seguinte regra geral: a umidade da sala de pré-incubação será reduzida em três pontos percentuais para cada 1°C de acréscimo na temperatura dessa sala, em relação à temperatura da sala onde estavam armazenados os ovos. A redução da umidade na sala de pré-incubação é importante, pois evitará a ocorrência da precipitação do vapor de água do ambiente sobre a casca dos ovos durante o procedimento de pré-incubação. A presença de gotículas de água na casca dos ovos incubáveis propiciará o carreamento de bactérias do meio externo para o meio interno desses ovos, aumentando sua perda de eclodibilidade por contaminação bacteriana durante o procedimento de incubação. Após o período de pré-incubação, os ovos férteis estarão preparados para serem enviados à incubadora, onde ocorrerá todo o desenvolvimento embrionário. A segmentação do setor da avicultura de corte é necessária para atender a demanda crescente mundial de carne de frango. A avicultura de corte exige uma elevada eficiência. O tema desse artigo abordou uma parte do processo de produção de pintos de 1 dia, sendo esse o elo entre a produção de ovos férteis na granja e sua incubação. Qualquer falha nessa fase, assim como em qualquer outra fase do procedimento de produção de ovos férteis e pintos de 1 dia, propiciará que fatores externos tenham influência negativa no rendimento de incubação e, consequentemente, redução na disponibilidade de carne de frango para atender o mercado consumidor mundial.


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Agronegócios

O desafio de se construir margens no agronegócio Este artigo tem como objetivo trazer os números relevantes do agro de 2018 e perspectivas de longo prazo, apontando as principais tendências e apostas para os próximos anos Autores: Prof. Dr. Marcos Fava Neves¹ e Vitor Nardini Marques² ¹Especialista em planejamento estratégico do agronegócio e professor titular FEA/ USP-RP e FGV São Paulo. ²Consultor na Markestrat Consulting Group.

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as duas últimas décadas, diferentes setores da economia brasileira tiveram dificuldades em contribuir com a geração de riqueza para o país. Na contramão desses resultados, o agro se mostrou uma máquina de criação de recursos à nossa sociedade. Fechados os números de 2018, vale refletir sobre eles. As exportações do agronegócio superaram os 100 bilhões de dólares, atingido o recorde de US$ 101,7 bilhões, valor 6% superior ao do ano de 2017, e, subtraindo-se as importações de US$14,0 bilhões, o agro nos trouxe um superávit de US$87,7 bilhões - 7,3% superior ao de 2017. Vale lembrar que tal número representa 42,4% das exportações, ou seja, quase metade de tudo que o Brasil exporta. Sem o agro o déficit na balança chegaria próximo aos US$30,0 bilhões! Nos últimos 20 anos, as exportações acumuladas do agro brasileiro atingiram incríveis US$ 1,28 trilhão, a valores de hoje, podemos estimar entre 5 a 10 trilhões de reais o montante que entrou pelos nossos portos e subiu até as fronteiras com os países andinos, movimentando a economia e permitindo distribuição de renda. Destaque para a China, nossa principal compradora, que adquiriu 35,0% de tudo que exportamos em

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2018, seguida pela União Europeia com 17,5%, EUA com 6,7%, Hong Kong com 2,5% e Irã e Japão com aproximadamente 2,1% cada. Os três maiores compradores foram responsáveis por quase 60% do total e os cinco maiores produtos (soja, carnes, florestais, cana e café) representaram quase 80% do total. Importante lembrar que a disputa comercial EUA versus China favoreceu a sojicultura brasileira, já que os chineses taxaram a soja americana, aumentando sua demanda pelo produto brasileiro. Os reflexos da “máquina de geração de riquezas” não são vistos apenas na perspectiva de entrada de dólares no Brasil, pois grande parte do que é produzido abastece o mercado interno, gerando renda com a produção de sementes, fertilizantes, defensivos, além de gerar empregos e recursos em toda a cadeia. De acordo com o MAPA, o valor bruto da produção (VBP) agropecuária, ou seja, o faturamento bruto das lavouras e pecuária foi de R$569,8 bilhões em 2018. Além disso, a alta produtividade alcançada e os preços competitivos dos alimentos nas gôndolas dos supermercados têm contribuído para o controle do processo inflacionário e consequente redução da taxa de juros. Como alimentos e bebidas possuem representatividade em torno de

25% no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a queda de preços de alimentos repercute na queda do índice inflacionário, assegurando o preço médio da moeda e garantindo maior e mais estável poder de compra aos brasileiros, permitindo a transferência de renda para outros setores da economia e desenvolvimento do país, conforme colocado na tese de Adriana Ferreira Silva “Transferências interna e externa de renda do agronegócio brasileiro”. E para o futuro? O que esperar do agronegócio? O Brasil é um produtor de alimentos, e com o ritmo de crescimento mundial, a demanda por esses produtos continuará crescente. O "Outlook Fiesp - Projeções para o Agronegócio Brasileiro 2028" acaba de ser publicado e traz importantes indicadores (sempre comparando produção 2018 com 2028), a saber: na cultura da soja, teremos um aumento de 21% na área plantada (atingindo 42,5 milhões de hectares), aumento de 12% na produtividade (3,8 toneladas por hectare) e aumento de 35% na produção total (162,3 milhões de toneladas) levando as exportações para o marco de 100,9 milhões de toneladas (crescimento de 21%). No milho, haverá aumento de 22% na área plantada (20,3 milhões de hectares), 24% na produtividade (6,1


Tabela 1. Estimativa de incremento de mercado 17/18 até 27/28.

Fonte: Elaborado pelos autores com base em USDA.

toneladas por hectare) e 52% na produção total (123,7 milhões de toneladas), levando as exportações para 45,8 milhões de toneladas (crescimento de 84%). Nas proteínas as projeções também são otimistas. A produção de carne bovina deve crescer 22% (atingindo 11,4 milhões de toneladas), já as exportações devem aumentar 54% (2,3 milhões de toneladas) e o consumo interno deve aumentar em 15%, atingindo 8,8 milhões de toneladas. Para carne de frango, haverá aumento de 23% na produção (16,1 milhões de toneladas), 29% nas exportações (5,6 milhões de toneladas) e 20% no consumo interno, atingindo 11,1 milhões de toneladas. Na produção de ovos teremos crescimento de 44% (159,5 milhões de caixas de 30 dúzias) enquanto que o consumo per capita deverá aumentar em 35% (21,3 dúzias por habitante no ano). Na carne suína, os saltos projetados também são representativos - na demanda doméstica aumento de 29% chegando a 3,8 milhões de toneladas e,

na produção, 28% (4,8 milhões de toneladas). Outra projeção promissora do agro brasileiro veio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Anualmente, tal órgão lança projeções para os próximos 10 anos. Seguem alguns números interessantes para o Brasil na tabela abaixo. Nesta pode-se perceber quanto deve crescer cada produto destes selecionados em termos de mercado até 2027/28, sempre com os valores de hoje. Somente nos produtos selecionados, complexo soja, milho, algodão e carnes, em 2027, o Brasil exportará US$ 28 bilhões a mais do que exportou em 2017. Como este é o número de 2027, se somarmos o valor adicional exportado ano a ano temos que estas cadeias produtivas trarão ao Brasil US$ 155 bilhões a mais nos próximos 10 anos, além do que já trazem anualmente. Portanto, se este desempenho continuar nos próximos 10 anos, somado a este adicional estimado pelo

O Brasil é um produtor de alimentos, e com o ritmo de crescimento mundial, a demanda por esses produtos continuará crescente A Revista do AviSite

59


Agronegócios

A alta produtividade alcançada e os preços competitivos dos alimentos nas gôndolas dos supermercados têm contribuído para o controle do processo inflacionário e consequente redução da taxa de juros USDA, o agronegócio trará US$ 1,1 trilhão na soma destes próximos 10 anos, isto sem contar o provável crescimento em papel e celulose e outros produtos florestais, café, frutas, flores, açúcar, etanol e outros produtos. Volume e valor impressionantes. Dessa forma, com a manutenção de preços no mercado global e estratégias de concentração de elos nas principais cadeias produtivas, se faz necessária a construção de margens para que as empresas ganhem competividade no mercado agro. Assim, gostaríamos de focar em quatro megatendências que mudarão a agricultura, ou melhor, estão mudando a agricultura e devem entrar na pauta das empresas no processo de construção de margens:

60 A Revista do AviSite

A primeira megatendência é a da Economia Digital e Tecnologia, que vem transformando a forma com que se faz agricultura e se toma decisões no campo. Com a utilização de drones, máquinas e sensores, o conceito de hectare está sendo substituído pelo metro quadrado, trazendo resultados mais eficientes às propriedades. Além disso, softwares de gestão e algoritmos têm permitido maior integração dos dados das lavouras, contribuindo com a tomada de decisão e com a agricultura preditiva. Ambientes virtuais de aquisição de insumos, defensivos e maquinários também têm surgido para facilitar o processo de compra. A segunda megatendência se refere à Inovação e Diferenciação. O mercado de alimentos tem passado por transformações constantes e aspectos como rastreabilidade, sustentabilidade e bem-estar se tornaram preocupações recorrentes para os consumidores de hoje. Dessa forma, se faz necessário a revisão da proposta de valor e criação de diferencias competitivos condizentes com o ambiente atual. A terceira, consiste na Economia Circular, muito trabalhada nos países europeus, a qual desponta com a ideia de integração de atividades, de modo que o subproduto ou resíduo de uma atividade se torne o insumo de outra, aproveitando materiais e reduzindo impactos ambientais. O esterco produzido por animais confinados se tornando fertilizante para a agricultura; resíduos vegetais como bagaço de laranja ou casca de uva são incorporados na ração animal; estes são exemplos da integração circular. A última tendência diz respeito à Economia Coletiva e Compartilhamento. Nos próximos anos, os agricultores não terão mais a necessidade de possuir inúmeros equipamentos, nem tantos ativos e máquinas, porque tudo poderá ser compartilhado, dentro do modelo Uber, por exemplo. Segue a ideia fundamental de se fazer mais com menos. Enfim, prevemos um ano de muito trabalho e de boas perspectivas para o mercado, tentando sempre construir margens.

Concluindo, o agronegócio tem sido o grande protagonista de nossa economia com desempenho notório em 2018, contribuindo de forma direta e indireta com nossa sociedade e com grande potencial para ir além nos próximos anos. Importantes reformas estão na pauta do governo e permitirão melhorar o desempenho do agro, com destaque para a limitação do tamanho do Estado (gasto público), reforma da previdência, terceirizações, reforma trabalhista, entre outras que devem permitir a melhoria do ambiente de negócios. No entanto, para que a “máquina geradora de renda” possa avançar fortemente é necessário que o setor privado se atente às mudanças de ambiente, adote os pacotes tecnológicos e melhore de forma continua seus mecanismos de gestão. Já na esfera pública o foco deve se concentrar na redução de seu peso e na aprovação de reformas que permitam a redução nos crescentes custos totais de produção, ligados à infraestrutura (projetos de concessões e privatizações), redução do problema previdenciário (de forma mais urgente possível), agilidade e eficiência do judiciário, simplificação fiscal/tributária, aumento do crédito, seguro e financiamento, facilitação dos processos de expansão da atividade agrícola (licenças, outorgas, autorizações) e redução da assustadora criminalidade no campo, entre outros. Algumas políticas públicas têm avançado no sentido de reverter tais gargalos de crescimento, no entanto, ainda é necessário agilidade e coerência entre discurso e ato. Outro aspecto relevante é o olhar sistêmico dentro das cadeias produtivas do agronegócio para consolidar o crescimento da cadeia como um todo. Com isto o governo, ao remover entraves, facilitará a competitividade nos próximos anos e criará mais combustível para esta máquina geradora de renda. Bons governos estimulam a geração de renda, pois com isto seus orçamentos permitem criar, ampliar e melhorar programas de distribuição de renda. Estimular a máquina do agronegócio é estimular a geração de oportunidades em nosso país.


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Estatísticas e Preços

Produção e mercado em resumo Produção de pintos de corte Janeiro a Março 1.578,164 Milhões | 1,41%

Produção de Carne de Frango Janeiro a Abril 4.714,100 mil toneladas | 0,59%

Exportação de carne de frango Janeiro a Maio 1.646,977 mil toneladas | 4,66%

Disponibilidade Interna Janeiro a Abril 3.440,300 mil toneladas | -0,02%

Farelo de Soja Janeiro a Junho R$1.198,00 | -5,74%

Milho Janeiro a Junho R$41,20 | -0,41%

Desempenho do frango vivo Janeiro a Junho R$3,26 | +29,88%

Desempenho do ovo Janeiro a Junho R$67,30 | -2,75%

62

A Revista do AviSite

N

Frango vivo tem forte valorização no semestre

o cenário internacional, em trabalho de sequenciamento genético, pesquisadores do Colégio Imperial de Londres e de Roslin Institute da Escócia, analisando células de galinha, adotaram técnicas que removeram a parte do DNA responsável pela capacidade de multiplicação do vírus da Influenza Aviária. Por ora, o achado permanece em nível laboratorial, mas o próximo passo é produzir aves geneticamente resistentes ao vírus da Influenza. O governo indonésio, diante do excesso de produção de carne de frango que tem causado fortes perdas ao setor, determinou que fossem sacrificadas todas as reprodutoras acima de 68 semanas, aproximadamente, 3 milhões de cabeças. E, se mesmo assim não resolver, poderá impor o sacrifício de reprodutoras a partir de 60 semanas.

N

o cenário nacional, o ministério da Agricultura baixou Portaria submetendo à consulta pública pelo prazo de 60 dias o projeto de Instrução Normativa que proíbe, no Brasil, a importação, fabricação, comercialização e uso de aditivos melhoradores de desempenho que contenham os antimicrobianos tilosina, lincomicina e tiamulina. Nos primeiros cinco meses deste ano, a exportação de carne de frango mostra uma acirrada disputa entre Paraná e Santa Catarina pelo primeiro lugar. Por enquanto, o Paraná detém o primeiro lugar no volume embarcado com 39,39% do total e Santa Catarina, em segundo, com 38,06%. Na receita o quadro se inverte, Santa Catarina alcança o primeiro lugar com 39,10% enquanto o Paraná fica em segundo com 38,31% do total. Ainda sobre os embarques de carne de frango realizados pelo Brasil, China e Hong Kong foram responsáveis por 20,5% da receita e 17,8% do volume. Aliás, a China sozinha, assumiu o primeiro posto como maior importadora da carne de frango brasileira, lugar que, por anos, foi ocupado pela Arábia Saudita. No acumulado do primeiro semestre o preço médio recebido na comercialização do frango vivo e na caixa de ovos no atacado paulista tiveram índices bem distintos: o frango vivo obtendo valorização na casa dos 30%, a caixa de ovos brancos sofrendo desvalorização de 2,7%.


Produção de pintos de corte

Produção de pintos de corte aumentou 1,4% no primeiro trimestre

O

EVOLUÇÃO MENSAL MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS

2017/2018

2018/2019

VAR. %

Abril

508,875

469,768

-7,68%

Maio

522,835

462,848

-11,47%

Junho

526,325

486,324

-7,60%

Julho

515,254

503,995

-2,19%

Agosto

531,982

528,934

-0,57%

Setembro

497,107

488,926

-1,65%

Outubro

521,308

533,029

2,25%

Novembro

506,821

495,274

-2,28%

Dezembro

534,215

546,727

2,34%

Janeiro

556,669

555,571

-0,20%

Fevereiro

484,996

506,784

4,49%

Março

514,578

515,808

0,24%

Em 03 meses

1.556,243

1.578,164

1,41%

Em 12 meses

6.220,966

6.093,989

-2,04%

Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

MAIOR VOLUME MENSAL NOS ÚLTIMOS 10 ANOS - Volume ajustado para mês de 30 dias - Maior volume produzido em cada ano

543,0

538,7

557,0 529,7

515,5

514,8

544,7

549,9

562,8

2010 a 2019 - Milhões de cabeças

511,5

levantamento mensal efetuado pela APINCO junto ao setor representado apontou que em março passado foram produzidos em todo o Brasil perto de 516 milhões de pintos de corte, menos de meio por cento a mais que no mesmo mês de 2018. Com esse volume, a produção do primeiro trimestre de 2019 ficou pouco acima de 1,578 bilhão de cabeças, aumentando 1,41% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. A produção média projetada para o ano indica volume próximo de 6,313 bilhões de cabeças. Se alcançado, significará aumento próximo de 4%. Mas, por enquanto, não se verifica aumento quando se analisa os últimos 12 meses, pois, entre abril de 2018 e março de 2019 o volume, embora próximo, ficou aquém dos 6,1 bilhões de cabeças, resultado que significa queda de 2% em relação aos 6,221 bilhões de cabeças produzidas em idêntico período anterior. Um dado interessante observado a partir do acompanhamento mensal registrado a partir de 2010 até março de 2019, aponta que no último quadriênio houve mudança significativa no período onde normalmente o maior volume de produção em cada ano acontece. Anteriormente, se concentrava no último trimestre do ano, mas, ultimamente, tem se concentrado no primeiro trimestre. Isso se verifica ao ajustar os volumes mensais equanimemente para meses de 30 dias. Assim, por exemplo, embora em fevereiro se registre, normalmente, o menor volume de cada exercício, no ajuste para 30 dias a produção efetiva pode corresponder ao recorde anual. Como ocorreu em 2016 e 2017 e se repete agora, em 2019. Observação final: o recorde deste ano, registrado em fevereiro (perto de 506,8 milhões de cabeças em valor nominal; quase 543 milhões de cabeças no ajuste para 30 dias) corresponde, praticamente, ao mesmo volume de novembro de 2011 (544,7 milhões de pintos de corte). Além disso, é inferior aos recordes do triênio 2014/2016.

NOV/10 NOV/11 JUN/12 ABR/13 OUT/14 OUT/15 FEV/16 FEV/17 JAN/18 FEV/19

A Revista do AviSite

63


Estatísticas e Preços Produção de carne de frango

Potencial aumenta pouco mais de meio por cento no quadrimestre

C

EVOLUÇÃO MENSAL MIL TONELADAS

MÊS Janeiro

2018

2019

VAR. %

1.195,3

1.199,9

0,38%

Fevereiro

1.109,6

1.108,6

-0,09%

Março

1.222,5

1.252,7

2,47%

Abril

1.159,0

1.152,9*

-0,53%

Maio

1.144,2

Junho

1.080,1

4.714,1

0,59%

Julho

1.121,1

Agosto

1.130,5

Setembro

1.141,0

Outubro

1.163,8

Novembro

1.153,8

Dezembro

1.159,0

Em 04 meses

4.686,4

Em 12 meses 13.779,9 Fontes dos dados básicos: APINCO e IBGE Elaboração e análises: AVISITE * Estimativa baseada no peso médio do IBGE para o 1º trimestre

CABEÇAS ABATIDAS

Corresponde ao número de pintos de um dia alojados internamente e que completaram 42 dias de idade no decorrer do mês; aplicada ao alojamento inicial viabilidade de 96%. Milhões de cabeças- Janeiro de 2018 a Abril de 2019

2018

535,6

2019

498,3

484,8

482,2

SET

493,1

482,7

AGO

437,2

467,2

476,3

474,6

478,0

493,9

485,2

508,7

523,5

512,1

JAN

FEV

MAR

64 A Revista do AviSite

ABR

MAI

JUN

JUL

OUT

NOV

DEZ

omo Como já informado em edição anterior, com a suspensão do fornecimento das projeções do potencial de carne de frango levantado pela APINCO, o Avisite, baseado na produção de pintos de corte divulgada pela própria APINCO desenvolveu metodologia própria para que essas informações possam ter solução de continuidade. Os parâmetros adotados para o presente levantamento compreendem o abate de frangos aos 42 dias de idade e mortalidade de 4% no período de criação. O peso médio utilizado foi obtido através das informações fornecidas pelo IBGE a partir do número de cabeças abatidas e da carne produzida em estabelecimentos sob inspeção federal, estadual ou municipal. Em abril de 2019 o peso utilizado para os cálculos corresponde ao peso médio do primeiro trimestre. Aceita essa metodologia, as indicações são de que o volume de cabeças prontas para o abate em abril alcançou 493,9 milhões e significou um potencial de quase 1,153 milhão de toneladas de carne de frango. Esse volume de carne aponta redução de meio por cento sobre abril do ano passado e se coloca como o menor potencial real do primeiro quadrimestre. Na comparação com o mês anterior, a redução atinge quase 8%. Entretanto, março é mês mais longo e isso considerado, derruba o índice negativo para pouco menos de 5%. No acumulado dos primeiros quatro meses o potencial alcançou 4,714 milhões de toneladas e equivaleu a um crescimento de pouco mais de meio por cento em relação ao mesmo período do ano passado. O volume médio projetado para o ano – 1,178 milhão de toneladas - indica potencial produtivo superior a 14 milhões de toneladas, equivalendo a crescimento de 2,6% sobre o produzido em 2018. Por ora, nos últimos doze meses – maio de 2018 a abril de 2019 – o potencial produtivo alcança 13,808 milhões de toneladas e representa apenas 0,2% de aumento sobre os doze meses do ano passado.


Exportação de carne de frango

Embarques de maio apresentaram melhor resultado dos últimos nove meses

D

EVOLUÇÃO MENSAL MIL TONELADAS

MÊS

2017/2018

2018/2019

VAR. %

Junho

362,965

231,731

-36,16%

Julho

375,633

454,791

21,07%

Agosto

407,568

387,768

-4,86%

Setembro

380,030

355,590

-6,43%

Outubro

358,809

356,439

-0,66%

Novembro

318,132

314,244

-1,22%

Dezembro

313,664

343,483

9,51%

Janeiro

323,694

274,515

-15,19%

Fevereiro

306,545

309,646

1,01%

Março

367,834

334,843

-8,97%

Abril

247,223

354,827

43,52%

Maio

328,351

373,146

13,64%

1.573,648

1.646,977

4,66%

4.090,449

4.091,022

0,01%

Em 05 meses

Em 12 meses

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC

EXPORTAÇÃO EM PERÍODO DE 12 MESES

Jun

Jul

Ago

2018

Nov

Dez

Fev

4,091

3,939

4,046 Jan

3,972

3,969

Out

4,018

Set

3,988

3,992

Mai

3,994

4,038 3,959

4,019

Maio de 2018 a Maio de 2019 Milhões de toneladas

4,090

ados consolidados da SECEX/ME relativos aos quatro principais itens de carne de frango exportados pela avicultura brasileira – inteiros, cortes, industrializados e carne salgada – apontam que os embarques de maio passado totalizaram 373,1 mil toneladas, resultado que representou aumento de, praticamente, 14% sobre o mesmo mês do ano passado. Esse foi, também, o melhor resultado obtido pelo setor desde setembro de 2018. Transcorridos os cinco primeiros meses do ano, o total embarcado se encontra próximo de 1,650 milhão de toneladas, quase 5% a mais que o registrado em idêntico período de 2018. O embarque médio do período – próximo de 330 mil toneladas projetado para o restante do ano aponta para volume próximo de 3,953 milhões de toneladas. De toda forma, as boas condições presentes no mercado internacional sugerem que o volume será bem superior ao obtido no período dos últimos doze meses. É oportuno notar – conforme nota expedida pelo Ministério da Economia – que alguns dos resultados mensais de 2018 e 2019 relativos ao volume e à receita da carne de frango passaram por revisão e foram atualizados. Com a revisão a distribuição por Unidade Federativa sofreu fortes modificações. Nesse sentido, mostram uma acirrada disputa entre Santa Catarina e Paraná pelo primeiro lugar nas exportações de carne de frango. Santa Catarina, com 39,10% do total, assumiu a liderança do setor - mas apenas na receita cambial (o Paraná ficou com 38,31%, 0,79 ponto percentual a menos). Já no volume, o Paraná mantém a liderança conquistada há tempos, com 39,39% do total, 1,33 ponto percentual a mais que Santa Catarina, com 38,06%. Por ora, o volume acumulado em período de doze meses – junho de 2018 a maio de 2019 – alcança 4,091 milhões de toneladas, praticamente o mesmo volume embarcado nos doze meses encerrados em maio do ano passado.

Mar

Abr

Mai

2019 A Revista do AviSite

65


Estatísticas e Preços Disponibilidade Interna de Carne de Frango

Oferta estimada para o 1º quadrimestre iguala-se à de um ano atrás

S

Evolução Mensal MIL TONELADAS

MÊS

2018

2019

VAR. %

Janeiro

871,6

925,4

6,17%

Fevereiro

803,1

799,0

-0,51%

Março

854,7

917,9

7,39%

Abril

911,8

798,1

-12,47%

Maio

815,8

Junho

848,4

Julho

666,3

Agosto

742,7

Setembro

785,4

Outubro

807,4

Novembro

839,6

Dezembro

815,5

Em 04 meses

3.441,1

3.440,3

-0,02%

Em 12 meses

9.762,2

-

-

Fonte dos dados básicos: APINCO - Projeções e análises: AVISITE

OFERTA MENSAL

816

840 807

785

666

743

816

803

798

799

848

855

872

912

918

925

Janeiro de 2018 a Abril de 2019 Mil Toneladas

J

F

M

66 A Revista do AviSite

A

M

J

J

A

S

O

N

D

ubtraído do potencial de carne de frango levantado pelo Avisite em abril - total de 1,153 milhão de toneladas – o volume comercializado no mercado externo, na casa de 355 mil toneladas, tem-se como resultado uma disponibilidade interna aparente de 798 mil toneladas. Esse volume equivale a redução de 13% em relação ao mês anterior. Entretanto, abril é mês mais curto que março e isso considerado, reduz o índice negativo para cerca de 10%. Na comparação anual o índice negativo atinge 12,5%. O volume acumulado nos primeiros quatro meses de 2019 alcançou cerca de 3,440 milhões de toneladas e, praticamente, repetiu o volume do mesmo quadrimestre do ano passado. A oferta média do período – cerca de 860 mil toneladas – projetada para o ano totaliza cerca de 10,321 milhões de toneladas. Se atingido, significará aumento próximo de 6% em relação à oferta interna estimada para 2018. O disponibilizado no ano passado indica que houve potencial de carne suficiente para o consumo de 46,8 kg por habitante. A projeção acima, se alcançada, indica consumo per capita superior a 49 kg. Por ora, o volume acumulado nos últimos doze meses – maio de 2018 a abril de 2019 – atinge 9,761 milhões de toneladas e equivale a consumo de 46,5 kg per capita. Dado interessante em relação ao potencial produtivo de carne de frango é que no ano passado o volume exportado representou cerca de 29% do total estimado. Neste quadrimestre equivale a apenas 27%. Tudo indica recuperação desse índice nos próximos meses pois o mercado externo se encontra francamente comprador. Empresas e analistas do mercado internacional preveem que haverá forte crescimento nos embarques brasileiros no segundo semestre e isso pode significar menor volume de carne disponibilizado no mercado interno. Por outro lado, como existe crescimento no alojamento de frango, eventuais dificuldades para dar vazão ao disponibilizado no mercado interno podem estar relacionadas à exaustão econômica do consumidor brasileiro.


Mercado

Desempenho do frango vivo em junho e no primeiro semestre de 2019

O melhor resultado semestral de todos os tempos

E

m junho, após quatro meses sucessivos de altas que chegaram a propiciar valorização de quase 25% em relação ao preço inicial de 2019, o frango vivo negociado no interior paulista enfrentou baixa próxima de 5% comparativamente ao mês anterior, sendo negociado por, em média, R$3,43/kg.

Valor médio dos seis primeiros meses de 2019 supera em mais de 15% a média dos 12 meses de 2018

Esse valor, na verdade, foi apenas um referencial em boa parte do mês, visto que, devido aos excedentes, muitos dos negócios efetivados no período sofreram deságio em relação à cotação de mercado divulgada. De toda forma, esse procedimento recaiu quase exclusivamente sobre as ofertas não programadas, a maioria delas provenientes de integrações

que buscaram o mercado de aves vivas no intuito de preservar o mercado de aves abatidas, também afetado por queda de preço no mês. Independentemente, porém, dos fracos resultados de junho (fechado, ainda, com vendas a preços abaixo do referencial – o que sinaliza mais dificuldades em julho, mês de férias escolares e, portanto, sem a merenda tradicional), o semestre foi completado com o melhor resultado de todos os tempos. Ou seja, pelo menos nominalmente, alcançou-se no período um valor médio que supera todos os semestres anteriores – tanto o primeiro como o segundo do ano. Não escapa, porém, que a marca registrada – R$3,26/ kg – se encontra apenas 6% acima do que foi alcançado no segundo semestre de 2016. Como, de lá para cá, a inflação oficial acumulada anda próxima dos 10%, fica claro que o desempenho atual não chega a representar grande avanço. Mesmo assim é impossível deixar de comemorar. Porque a cotação média dos primeiros seis meses de 2019 supera (em mais de 15%) o valor médio dos 12 meses de 2018 – ocorrência rara no setor, pois, em geral, a cotação do produto só se fortalece na segunda metade do ano. Sinalizou-se, acima, que o mês de férias pode influenciar negativamente o desempenho do mercado. Entretanto, não se pode ignorar que as exportações de carne de frango vêm num crescendo, com tendências de volumes ainda maiores no corrente semestre. E os embarques do produto, felizmente, não tiram férias.

FRANGO VIVO

Evolução de preços na granja, interior paulista – R$/KG Média mensal e variação anual e mensal em treze meses MÊS.

MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

JUN

3,07

22,77%

29,29%

JUL

3,00

20,00%

- 2,13%

AGO

3,00

20,00%

0,00%

SET

3,19

27,65%

6,46%

OUT

3,19

21,12%

-0,11%

NOV

3,02

11,73%

-5,45%

DEZ

2,94

8,89%

-2,54%

JAN/19

2,79

8,67%

-5,03%

FEV

2,94

18,63%

5,27%

MAR

3,23

37,11%

9,78%

ABR

3,55

61,36%

9,91%

MAI

3,60

51,64%

1,41%

JUN

3,43

11,94%

-4,69%

Média anual em 10 anos R$/KG 2010 2011 2012

R$ 1,65 R$ 1,92 R$ 2,08

2013

R$ 2,47

2014

R$ 2,42

2015 2016 2017 2018 2019

R$ 2,62 R$ 2,89 R$ 2,58 R$ 2,79 R$ 3,26

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Estatísticas e Preços Mercado

Desempenho do ovo em junho e no primeiro semestre de 2019

Semestre é fechado com preço médio negativo em relação a 2018

O

ovo branco extra comercializado no atacado da cidade de São Paulo alcançou, em junho passado, valor médio quase 10% superior ao do mês anterior (os valores especificados referem-se a cargas fechadas negociadas em embalagens de 2,5 dúzias). Mas encerrou o período com, quase, os mesmos baixos preços do início do mês. Ou seja: valorizou-se, como de hábito, na primeira quinzena e perdeu boa parte do ganho conquistado na segunda parte do mês. Porém, o que mais ressaltou no comportamento do produto em junho passado foi a forte queda em relação aos preços registrados um ano antes. Ou seja: em junho de 2018 (quando, aliás, alcançou a maior cotação do ano que passou), o ovo foi comercializado por valor 12% superior ao mais recente e, desde então, vem sofrendo desvalorização que, obviamente, não está acompanhada na mesma proporção pela redução dos custos. É verdade que, embora menos signi-

ficativo que em algumas ocasiões anteriores, o desempenho do ovo neste ano vem sendo bem melhor que o observado no segundo semestre do ano passado, ocasião em que os preços registrados retrocederam, nominalmente, ao menor patamar registrado entre 2015 e 2018 (quatro anos). Ainda assim, a média dos seis primeiros meses de 2019 ficou cerca de 2,7% aquém da obtida nos mesmos seis meses de 2018. Como o segundo semestre se inicia sob a égide das férias escolares, é difícil contar com alguma valorização do produto no decorrer do mês. Além disso, é impossível ignorar que, historicamente, os melhores preços do ano são registrados, quase invariavelmente, no primeiro semestre. Ou seja: estes próximos seis meses tendem a ser ainda mais desafiadores. A menos que o setor consiga controlar eficientemente a produção e, paralelamente, encontrar novos mercados para o produto.

OVO BRANCO EXTRA

Evolução de preços no atacado paulistano R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS Média mensal e variações anual e mensal em treze meses MÊS.

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MÉDIA R$/CXA

Média anual em 10 anos R$/CAIXA

VARIAÇÃO % NO ANO

NO MÊS

2010

JUN

80,23

-7,82%

27,67%

JUL

63,12

-24,52%

-21,33%

AGO

60,70

-24,44%

-3,82%

2012

SET

58,21

-21,85%

-4,11%

2013

OUT

50,12

-27,41%

-13,90%

NOV

56,71

-14,08%

13,16%

DEZ

55,00

-14,54%

-3,01%

2015

JAN/19

47,65

-11,63%

-13,36%

2016

FEV

72,12

1,08%

51,33%

MAR

71,64

-9,40%

-0,66%

ABR

76,96

13,59%

7,43%

MAI

65,31

3,93%

-15,14%

JUN

71,43

-10,96%

9,38%

2011

2014

2017 2018 2019

R$ 37,93 R$ 44,61 R$ 49,11 R$ 57,86 R$ 52,70 R$ 59,47 R$ 75,43 R$ 77,78 R$ 63,24 R$ 67,30


Milho e Soja Milho registra aumento em junho

Farelo de soja alcança maior preço do ano

O preço do milho registrou aumento de preço em junho. O preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, fechou o mês cotado a R$41,37, valor 9,4% acima da média alcançada pelo produto em maio último, quando ficou em R$37,82. Na comparação anual o índice foi negativo em 6,4%. Isso porque em junho do ano passado o preço praticado foi de R$44,19 a saca.

O farelo de soja (FOB, interior de SP) registrou o maior preço do semestre em junho de 2019. O produto foi comercializado pelo preço médio de R$1.247/t, valor 6,4% superior ao praticado no mês de maio quando atingiu R$1.172/t. Em comparação com junho de 2018 – quando o preço médio era de R$1,430/t – a cotação atual registra queda de 12,8%.

Valores de troca – Milho/Frango vivo Valores de troca – Farelo/Frango vivo

No frango vivo (interior de SP) o preço médio de junho, alcançou R$3,43 kg, atingindo desvalorização mensal de 4,7%. Assim, com a boa valorização do milho e a queda no preço do frango vivo, houve piora no poder de compra do avicultor. Nesse mês, foram necessários 201 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este volume representa quase 13% de queda no poder de compra em relação ao mês anterior, pois, em maio, a tonelada do milho “custou” 175,1 kg de frango vivo. Já em relação a junho do ano passado, houve melhora de 19,3% no poder de compra, pois, lá, foram necessários 239,9 kg de frango vivo para adquirir a tonelada da matéria-prima.

A desvalorização alcançada na cotação do frango vivo e a alta verificada no preço do farelo de soja em junho fez com que fossem necessários 363,6 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando piora de 10,5% no poder de compra do avicultor em relação a maio, quando 325,6 kg de frango vivo foram necessários para obter uma tonelada do produto. Na comparação em doze meses o índice ainda é altamente positivo, na casa dos 28%, pois, lá, foram necessários 465,8 kg para adquirir o cereal.

Valores de troca – Milho/Ovo

Valores de troca – Farelo/Ovo

O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), obteve boa valorização em junho e fechou à média de R$65,43, valor 10,3% superior ao alcançado no mês anterior, quando o produto foi negociado por R$59,31. Com a valorização mensal um pouco maior no preço médio dos ovos em relação ao milho, houve pequena melhora no poder de compra mensal do avicultor. Em junho foram necessárias 10,5 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em maio, foram necessárias 10,6 caixas/t, uma melhora de quase 0,9% na capacidade de compra do produtor. Entretanto, em doze meses houve piora de 5,8%.

De acordo com os preços médios dos produtos, em junho foram necessárias, aproximadamente, 19,1 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo registrou ganho mensal de 3,7%, já que, em maio, foram necessárias 19,8 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em relação a junho de 2018 a melhora no poder de compra atingiu apenas 1,1%, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 19,3 caixas de ovos.

junho junho julho julho agosto agosto setembro setembro outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho

53,00 53,00 51,00 51,00 49,00 49,00 47,00 47,00 45,00 45,00 43,00 43,00 41,00 41,00 39,00 39,00 37,00 37,00 35,00 35,00 33,00 33,00 31,00 31,00 29,00 29,00 27,00 27,00

2018 2018

2019 2019

MédiaJunho Junho Mínimo Média Máximo Mínimo Máximo 38,50 45,00 R$ R$ R$ 38,50 R$ 45,00

41,37 41,37

Fonte das informações: www.jox.com.br

Preçomédio médioFarelo Farelode desoja soja Preço R$/toneladaFOB, FOB,interior interiordedeSPSP R$/tonelada

1600 1600 1500 1500 1400 1400 1300 1300 1200 1200 1100 1100 1000 1000 950 950 900 900 850 850 800 800 750 750

junho junho julho julho agosto agosto setembro setembro outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho

Preçomédio médioMilho Milho Preço

R$/sacadede60kg, 60kg,interior interiordedeSPSP R$/saca

2018 2018

MédiaJunho Junho Média Mínimo Mínimo 1.200,00 R$R$ 1.200,00 R$R$

2019 2019

Máximo Máximo

1.260,00 1.247,00R$R$1.260,00 1.247,00 A Revista do AviSite

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Ponto Final

Lucielma Holtz e Nayara Tavares Ferreira da Polinutri

Importância da mistura nas fábricas de ração

A

tualmente muito se fala sobre nutrição de precisão, automatização dos galpões, eficiência dos programas sanitários, entre outros fatores que interferem na eficiência de produção avícola. Sabemos que desde a compra da matéria prima até o produto final na mesa do consumidor uma série de elementos inter-relacionados impactam na produção, e para minimizar os efeitos deletérios muitos processos devem ser revisados. Dentre esses processos, a fábrica de ração é um dos mais importantes, visto que a nutrição impacta diretamente a produção. Sabemos que a aquisição de matérias primas de boa qualidade e uma formulação correta, por si só, não são suficientes para garantir que os animais receberão uma dieta com adequado aporte nutricional se houver problemas no processo de mistura da ração. O processo pelo qual os ingredientes de boa qualidade são transformados em rações de altaa qualidade envolve três componentes dentro da fábrica: pessoal, maquinário e procedimentos. Se um desses três componentes falhar, provavelmente a produção de ração terá qualidade inconsistente. Assim, é igualmente importante garantir que esses três componentes sejam combinados para atingir a meta de produção eficiente de ração de alta qualidade. A adequada mistura visa obter maior homogeneidade

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das matérias primas formuladas, tanto sólidas como líquidas, e consequentemente uma ração com as características nutricionais planejadas. Se o misturador não estiver desempenhando corretamente essa função, as aves irão consumir mais de determinados nutrientes e menos de outros, influenciando o desempenho e consequentemente, a uniformidade do lote. Deve-se considerar que além das falhas no misturador, a mistura pode ser inadequada devido a falhas técnicas como: sequência de adição dos ingredientes, misturadores além da capacidade projetada, tempo de mistura; e pesagem incorreta dos ingredientes. Dessa forma, os responsáveis pelo de controle de qualidade das fabricas de rações devem estabelecer processos para que as pessoas, máquinas e procedimentos, possam ser monitorados para produzir alimentos que consistentemente contenham os nutrientes formulados em uma forma disponível. O monitoramento de todos os pontos críticos que afetam a qualidade da mistura é a melhor solução para minimizar os desvios dos padrões. É somente através de controles de processos e formulações bem organizados, com pessoal adequado e com precisão, que uma qualidade desejada de mistura pode ser alcançada. E assim, acompanhar a evolução da genética e tecnológica do atual sistema de produção avícola.


Desenvolver a avicultura com a mesma responsabilidade que cuidamos do mundo. Chr. Hansen é a empresa mais sustentável do mundo. Há mais de 145 anos desenvolvendo soluções naturais, a Chr. Hansen foi premiada em 2019 como a empresa mais sustentável entre 7.500 companhias, com faturamento superior a 1 bilhão de dólares, segundo a Corporate Knights.

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Probióticos registrados na Comunidade Europeia. A Revista do AviSite

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Ponto Final

Para quem gosta de velocidade, só a vacina que ultrapassa 100 bilhões de doses O vírus vacinal se replica em vários órgãos1.

Não lesiona a Bolsa de Fabricius2.

VAXXITEK® HVT + IBD é uma vacina vetorizada de alta tecnologia que protege a ave contra Gumboro e Marek, sem prejudicar o sistema imunológico3. (1) Belote, BL, Westphal, P, Pickler, L., Kraieski, AL, Santin, E. Avaliação da resposta imune e histologia da bolsa cloacal em frangos vacinados com vacina vetorial HVT-IBD e desafiados com cepa Moulthop G603 do vírus da doença de Gumboro. Archieves of Veterinary Science v22, n.4, p.130-159, 2017. (1) Rautenschein, S; Simon, B; Jung, A; Poppel, M; Pradini, F; Lemiere, S. Protective efficacy of Vaxxitek HVT-IBD in commercial layers and broilers against challenge with very virulent infectious bursal disease virus. 16th WVPAC Marrakesh, November 8th-12th, 2009.

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(2) Ingrao, F; Rauw, F; Lambrecht, B; Van der Berg, T. Infectious Bursal Disease: A complex host-pathogen interacion. Developmental and Comparative Immunology, 41 (2013) 429-438. (3) Rautenschlein, S; Lemiere, S; Simon, B; Prandini, F. A comparison of effects on the humoral and cell mediates immunity between an HVT IBD vector vaccine and an IBDV Immune Complex vaccine after in-ovo vaccination of commercial broilers. XXII WVPZ Congress, Cancun, Mexico. p.810-823, 2011. (3) Ingrao, F; Rauw, F; Lambrecht, B; Van der Berg, T. Infectious Bursal Disease: A complex host-pathogen interacion. Developmental and Comparative Immunology 41 (2013) 429-438.


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