Revista do OvoSite - Edição 71

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Setembro

NU TRI ÇÃO

Edição de setembro da Revista do OvoSite destaca a importância da nutrição adequada para melhorar a produtividade do plantel

De olho na IOB é o novo colunista da Revista do OvoSite INSTITUTO OVO BRASIL
2023 - No 71 - ano VIII - www.ovosite.com.br/revista

Voltadas à produção animal, as publicações da Mundo Agro Editora são reconhecidas pela credibilidade e zelo quanto às informações de mercado, estatísticas, notíciário nacional e internacional e novidades científicas e tecnológicas voltadas à agropecuária. E essa credibilidade é o diferencial estratégico para a comunicação do seu produto, serviço e da imagem da sua empresa.

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C O N F I E N O S M A I S D E C O F I E N O S M A I S D E C O N F I E N O M A I S D E 2 0 A N O S 2 0 A N O S 2 N O S D E E X P E R I Ê N C I A D E E X P E R I Ê N C I A D E X P E R I C I A E C R E D I B I L I D A D E N O E C R E I B I L I D A E N O E C R E D B I I D A D E N O A G R O N E G Ó C I O A G R O N E G Ó C I O A G R O N E G C I O

Caro leitor, A Revista do OvoSite traz uma novidade aos leitores, a partir de setembro o Instituto Ovos Brasil passa a contribuir com nossas edições digitais e no portal do OvoSite. Serão conteúdos técnicos, científicos, mercadológicos e novidades do IOB.

Essa edição irá trazer um conteúdo inédito sobre o “Uso de hidroxi-selenometionina melhora a produtividade e qualidade dos ovos de poedeiras criadas em condições de estresse por calor”.

Também sobre nutrição animal, Diogo Valle Gambaro, da Agroceres Multimix, escreve artigo exclusivo sobre “Atualização dos níveis de aminoácidos para poedeiras comerciais”.

Acompanhe as principais novidades do mercado de postura brasileiro nos Destaques OvoSite.

E mais.

Boa leitura.

Glaucia Bezerra

Mundo Agro Editora Ltda.

Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP

Publicação Trimestral nº 71| Ano VIII | Setembro/2023

06 06 07 40

Eventos As + lidas do OvoSite

Estatísticas e preços

08 12

Destaques OvoSite: Profissionais, Empresas & Instituições

Momento IOB

Instituto Ovos Brasil reforça seu compromisso institucional através de participações em eventos de destaque e projetos inovadores para promoção dos benefícios do consumo de ovos

Ponto-Final:

A cor do ovo altera o valor nutricional?

Redação Glaucia Bezerra (MTB 80373/SP) e Stefani Campos imprensa@mundoagro.com.br

José Carlos Godoy jcgodoy@mundoagro.com.br

Comercial Natasha Garcia e André Di Fonzo (19) 98963-6343 comercial@mundoagro.com.br

Diagramação e arte Gabriel Fiorini gabrielfiorini@me.com

Internet Gustavo Cotrim webmaster@mundoagro.com.br

Administrativo e circulação adm@mundoagro.com.br

4 A Revista do OvoSite
Os informes técnico-empresariais publicados nas páginas da Revista da Mundo Agro são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.
EXPEDIENTE
Editorial SUMÁRIO

Ondas de calor: os benefícios do uso do spray de poliuretano na avicultura

14

Nutrição Animal

Uso de hidroxiselenometionina

20

Ovos Brasil

O Ovo como um aliado para a Saúde Cardiovascular: Evidências a partir de uma Análise Global?

30

Sustentabilidade

Casca de ovo é base para fertilizante ecológico mais eficiente que convencionais

16

Atualização dos níveis de aminoácidos para poedeiras comerciais

28

Impactos da ocorrência de Bronquite, Laringotraqueíte e Influenza Aviária na produção avícola brasileira

5 A Revista do OvoSite
Sumário
36
Instituto Nutrição animal BASF Saúde animal

SETEMBRO

6ª Feira da Avicultura e Suinocultura do Nordeste

19/09 a 21/09

São Bento do Una/PB OUTUBRO

8º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio

25/10 e 26/10

São Paulo/SP

Victam Latam

3/10 a 5/10

Expo Center NortePavilhão Vermelho

São Paulo/SP

Desconto de 20% parceiro Mundo Agro com o cupom:

#MUNDOAGRO20OFF

As + lidas do OvoSite 1

Status da Influenza Aviária no Brasil pelo MAPA

O portal do OvoSite atualiza diariamente os seus leitores sobre as investigações de Síndrome Respiratória e Nervosa de Aves realizadas pelo Serviço Veterinário Oficial.

Leia na íntegra:

2 3

Exportação preliminar diária de ovos e ovoprodutos projeta expressivo aumento para setembro

As primeiras informações disponibilizadas pela secretaria de comércio exterior para o mês de setembro sinalizam novo aumento no volume exportado de ovos e ovoprodutos, seja na comparação mensal ou anual, mesmo com o mês atual tendo menor número de dias de embarques (20 dias), em relação a agosto último (23 dias) e setembro do ano passado (21 dias).

Leia na íntegra:

Plantel em produção segue evoluindo no decorrer do ano

O plantel instalado em setembro (desconsiderando a mortalidade, descartes antecipados ou prolongamento de lotes) subiu para quase 120,2 milhões de cabeças, mostrando incrementos de 1,7% no mês e de 7,7% em relação a agosto do ano passado. Embora o plantel produtivo venha apresentando crescimento gradativo, ainda se encontra 6,2% abaixo do recorde de 128,1 milhões de galinhas atingidos no decorrer de março de 2021.

+ em: www.ovosite.com.br e em nossas redes sociais

Leia na íntegra:

EVENTOS 6 A Revista do OvoSite

Milho registra queda anual de 22,8% até agosto

A safra recorde de milho continua contribuindo para que os preços da saca de milho permaneçam declinando. Considerando agosto último, os produtores do grão absorveram quedas no preço médio de 33,2% e 44,1% sobre, respectivamente, agosto de 2022 e 2021. O acumulado no decorrer do ano, por sua vez, apresentou quedas de 22,8% e 24,8% sobre, respectivamente, o mesmo período de 2022 e 2021, enquanto mostra índice positivo de 32,2% sobre o mesmo período de 2020.

Valores de troca Milho/Ovo

O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), obteve forte valorização no acumulado dos primeiros oito meses do ano, atingindo preço médio de R$160,31, equivalendo a aumentos expressivos de 26,6%, 53,8% e 99% sobre os recebidos, respectivamente, no mesmo período de 2022, 2021 e 2020. Assim, com a expressiva valorização no preço médio dos ovos em relação ao milho, os avicultores de postura comercial obtiveram ganhos em seu poder de compra. No período foram necessárias 7,6 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal, enquanto no mesmo período de 2022 foram necessárias 12,4 caixas/t, significando melhora de 64% em sua capacidade de compra. A comparação com o mesmo período de 2021 e 2020 apresenta melhoras de, respectivamente, 104,6% e 50,5% no poder de compra.

de 60 kg, interior de SP

Farelo de soja apresentou queda de 9,6% até agosto

Não tão expressiva quanto a verificada no milho, o preço do farelo de soja (FOB, interior de SP) também apresenta queda no acumulado de 2023. O preço médio do grão nos primeiros oito meses do ano alcançou R$2.463,00 por tonelada comercializada, significando quedas de 9,6% e 4,1% sobre, respectivamente, o mesmo período do ano passado e retrasado, enquanto a comparação com o mesmo intervalo de 2020 ainda sinaliza incremento expressivo de 50,5%.

Valores de troca Farelo/Ovo

De acordo com o preço médio dos produtos no acumulado dos primeiros oito meses, foram necessárias, aproximadamente, 15,4 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. Com isso, o poder de compra do avicultor de postura comercial registrou melhora de 40% em relação ao farelo de soja, já que no mesmo período do ano passado foram necessárias 21,5 caixas de ovos para adquirir a tonelada do cereal. Considerando o mesmo período de dois e três anos atrás, os ganhos atingem 60,4% e 32,2%, já que nos primeiros oito meses de 2021 e 2020 houve, respectivamente, a necessidade de 24,6 e 20,3 caixas de ovos para adquirir a tonelada do grão.

7 A Revista do OvoSite
ESTATÍSTICAS E PREÇOS
Preço médio Farelo
R$/tonelada FOB, interior de SP Mínimo 55,00 Mínimo 2.060,00 Máximo 94,00 Máximo 3.050,00 Média Jan-Ago 72,87 Média Jan-Ago 2.463,00
Preço médio Milho R$/saca
de Soja

Evonik destaca saúde intestinal durante 10º Unifrango

Parceira

melhorar a eficiência produtiva, redução de custos e melhor rentabilidade para o setor como um todo.

Acompanhia

alemã de produtos químicos Basf informou que teve lucro líquido de 499 milhões de euros (US$ 547,9 milhões, US$ 1 = 0,9084 euros), ou 0,56 euros por ação, no segundo trimestre de 2023. O resultado representa recuo de 76,1% ante o desempenho de 2,09 bilhões de euros (cerca de US$ 2,11 bilhões) em igual período de 2022, ou 2,31 euros por ação.

Para o segundo semestre do ano, a empresa avalia que não haverá queda adicional na demanda global “uma vez que os estoques de matériasprimas químicas nas indústrias clientes já foram significativamente reduzidos”, diz em comunicado. “No entanto, a Basf está assumindo apenas uma tentativa de recuperação, porque a demanda global por bens de consumo crescerá mais lentamente do que anteriormente previsto. Portanto, espera-se que as margens continuem sob pressão”.

de todas as edições do Encontro Avícola e Empresarial – Unifrango, a Evonik marcou presença na 10ª edição do evento, que acorreu de 18 a 20 de julho de 2023, em Maringá (PR). A empresa destacou um conceito inovador de saúde intestinal que propõe um olhar holístico para a produção avícola e inclui desde a monitoria do status sanitário do plantel com análises não invasivas, passando por recomendações com especialistas até a indicação da melhor estratégia de saúde e nutrição de acordo com a realidade de produção de cada empresa avícola com foco em

“Parte do portfólio de Zootecnia de Precisão da Evonik, o ScreenFloX permite que você monitore e quantifique continuamente patógenos gastrointestinais (GI) de forma rápida, precisa e confiável, com um aviso antecipado dos níveis de patógenos - permitindo que você tome medidas preventivas rápidas e eficazes”, pontuou Vinicius Teixeira, gerente Técnico para as Especialidades da Evonik.

8 A Revista do OvoSite DESTAQUES OVOSITE: PROFISSIONAIS, EMPRESAS & INSTITUIÇÕES
Basf registra lucro líquido de US$ 547,9 milhões no 2tri23, queda de 76,1% ante 2tri22
Equipe Evonik durante 10° Unifrango. Crédito: Evonik.

Coinfecção entre metapneumovírus e E-Coli desafia avicultores

Umestudo realizado em parceria pela Universidade Estadual Paulista e pela Zoetis, em 14 lotes de frango nos estados de Minas Gerais e Bahia, identificou a coinfecção entre duas doenças importantes: a metapneumovirose (AMPV) e E-coli.

O potencial sinérgico de dois ou mais agentes infecciosos duas num mesmo lote de

aves acarreta prejuízos por perda de desempenho, mortalidade e condenações de carcaça. “Esses dois patógenos, por si só, são capazes de causar grandes impactos na saúde e no bem-estar do plantel, os animais não se alimentam corretamente e ficam suscetíveis a outras infecções”, destaca o Gerente Técnico de aves da Zoetis, Eduardo Muniz.

eficiente do mercado

9 A Revista do OvoSite Consulte aqui o catálogo  Linha de embandejamento para ovos férteis HatchPerformance Line • Melhor posicionamento do ovos com ponta para baixo • Garantindo uniformidade no tamanhos de pintos nos incubatórios • Fácil operação e programação • Empilhamento fácil, eficiente e automático das bandejas que vão ao carrinho de incubação • Maximizando as taxas de eclosão com
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DESTAQUES OVOSITE: PROFISSIONAIS, EMPRESAS & INSTITUIÇÕES

Ceva Saúde Animal marca presença na 62ª Festa do Ovo de Bastos

Diversas

ações marcaram a presença da equipe da Unidade de Negócios Aves da Ceva Saúde Animal durante a 62ª Festa do Ovo de Bastos, evento que aconteceu de 12 a 17 de julho de 2023, no Recinto Permanente de Exposições Kisuke Watanabe (Bastos/SP). “Mais uma vez estivemos presentes levando muito mais do que nossas soluções”, disse Felipe Pelicioni, Gerente de Marketing Aves de Ciclo Curto da multinacional francesa para o Brasil.

“Promovemos a solidariedade,

em mais uma iniciativa pioneira da Ceva, que vai culminar com a doação de ovos para entidades assistenciais locais. Também, contamos com um

estande dentro do centro de exposição, muito procurado pelos avicultores participantes”, destacou o gestor, mencionando o jantar de

confraternização realizado junto ao distribuidor parceiro, com a presença de avicultores clientes e seus familiares no primeiro dia da Festa do Ovo.

Benefícios das leveduras na produção de ovos

em Bastos

Additiva Aleris e Avivet - Crédito: Giracom

AAdditiva, empresa irmã da Aleris Animal Nutrition, e a Avivet, distribuidora parceira em Bastos e região, uniram-se pela primeira vez na 62ª Festa do Ovo de Bastos, evento que acorreu entre 12 a 16 de julho de 2023, no Recinto Permanente de Exposições Kisuke

Watanabe, com o objetivo de propagar todo o conhecimento sobre as leveduras - um ingrediente que nos últimos anos tem tido uma crescente procura para o uso na nutrição animal.

“Avivet e AdditivaAleris

compartilham dos mesmos propósitos, razões que permitiram esta recém-criada parceria, com o objetivo de propagar e desmistificar o uso das leveduras na nutrição animal”, destacou o proprietário da Avivet, Wilson Oku.

10 A Revista do OvoSite
Felipe Pelicioni, Gerente de Marketing Aves de Ciclo Curto da Ceva Saúde Animal.

Conexão Novus discute desafios da avicultura para reduzir condenações na granja

Oevento

da Conexão Novus em Recife foi realizado em parceria com a Aliança Rural, objetivando levar conhecimento e discutir temas relevantes para o aumento da produtividade no Norte e Nordeste. O encontro teve a participação de mais de 50 profissionais de empresas avícolas.

“A avicultura do Nordeste tem feito sua parte e contribui para o aumento da oferta de carne de frangos e ovos no país. A região produz mais de 1,3 milhão de toneladas de frangos e quase 9 bilhões de ovos todos os anos, segundo dados consolidados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). É um resultado bastante expressivo”, afirma

Alessandro Lima, gerente regional de negócios da Novus. “Nosso papel é de parceria com os produtores. Nesse cenário, buscamos temas que interferem no resultado da operação e cuja avaliação possibilita o sucesso dos nossos parceiros”, destaca Kelen, gerente de serviços técnicos de avicultura da Novus.

Os principais desafios da avicultura para redução das condenações da granja ao abatedouro são temas da Conexão Novus em Recife. Foto: divulgação.

Instituto Ovos Brasil reforça seu compromisso institucional através de participações em eventos de destaque e projetos inovadores para promoção dos benefícios do consumo de ovos

A entidade reafirma seu papel de liderança no setor através de participações marcantes na ‘Festas do Ovo’, ‘Combrasul’ e ‘Avicultor 2023’, além de projetos inovadores para disseminar informações sobre a nutrição e benefícios dos ovos

refletem nosso compromisso em disponibilizar conhecimentos atualizados sobre os ovos e seus impactos positivos na dieta”, declarou Edival Veras, presidente do Instituto Ovos Brasil.

Enquanto o Instituto Ovos Brasil continua a desempenhar um papel ativo na promoção da indústria de ovos, suas participações destacadas em eventos de renome e seus projetos educativos inovadores solidificam ainda mais sua posição como uma fonte confiável e respeitada de informações sobre a nutrição e os benefícios dos ovos.

OInstituto Ovos Brasil reafirma seu compromisso inabalável na promoção da indústria de ovos e na disseminação de informações precisas e atualizadas sobre os inúmeros benefícios do consumo deste alimento. Nos últimos meses, a instituição tem se destacado não somente por sua atuação proeminente em eventos renomados, mas também por sua contribuição por meio de projetos educacionais de grande relevância.

Com um enfoque sólido em eventos de destaque do setor, o Instituto Ovos Brasil se fez presente nas prestigiadas ‘Festa do Ovo, em Bastos-SP’, ‘Combrasul, em Gramado-RS’ e ‘Avicultor 2023, em Belo HorizonteMG’. Nestas ocasiões, a instituição teve a oportunidade de interagir diretamente com profissionais da indústria, compartilhar conhecimentos especializados e consolidar sua posição de

liderança no âmbito da promoção do consumo de ovos.

Além de seu papel marcante em eventos de alta relevância, o Instituto tem se empenhado em projetos inovadores com o objetivo de esclarecer o público em geral acerca dos benefícios nutricionais intrínsecos aos ovos. Através de iniciativas educativas, como palestras proferidas pela renomada nutricionista do Instituto, Lúcia Endriukaite, em escolas técnicas e cursos superiores de nutrição, a instituição busca evitar equívocos, fornecendo informações confiáveis sobre a riqueza proteica e os nutrientes essenciais presentes nos ovos.

“Educar e fornecer informações precisas é fundamental para permitir que o público tome decisões informadas acerca de sua saúde e nutrição. Nossas ações

O Instituto Ovos Brasil é uma entidade sem fins lucrativos, que foi criada em 2007 com objetivo de educar e esclarecer a população sobre as propriedades nutricionais do ovo e os benefícios que o alimento proporciona à saúde. Entre seus propósitos, também destaca-se a missão de desfazer mitos sobre seu consumo. O IOB tem atuação em todo o território nacional e hoje é referência em informação sobre ovos no Brasil.

12 A Revista do OvoSite MOMENTO IOB
Sobre O Instituto Ovos Brasil
MODELO 01
INSTITUTO OVOS BRASIL LOGOMARCA 23/07/2008 • 25/02/2010 C100% M0% Y100% K0% antone 355C Verde C0% M12% Y100% K0% Pantone 109C Amarelo de C0% M20% Y100% K0% p/ C0% M0% Y60% K0% Gema de C0% M20% Y100% K0% p/ C0% M0% Y60% K0% Casca branca de C40% M82% Y100% K5% p/ C0% M8% Y18% K0% Casca vermelha C0% M0% Y0% K100% Pantone Process Black C Preto
OvosBrasil Instituto
13 A Revista do OvoSite GI-OVO | www.gi-ovo.com | sales@gi-ovo.com | +31(0)88-030 89 00 DO BRASIL PRODUZIDO NO BRASIL

Ondas de calor: os benefícios do uso do spray de poliuretano na avicultura

Uma maneira eficaz de prevenir as perdas causadas pelas ondas de calor é a aplicação de spray de poliuretano para isolamento térmico nos galpões avícolas

BASF

As ondas de calor se tornam cada vez mais fortes e frequentes, devido ao aumento do aquecimento global, e é crucial que sejam adotadas medidas para mitigar as mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Essas condições climáticas extremas representam um desafio adicional para a avicultura comercial, aumentando a necessidade de medidas de adaptação, como o uso de isolamento térmico, para minimizar os impactos negativos

das ondas de calor e garantir a sustentabilidade do setor em face dessas mudanças climáticas.

O calor pode causar impactos negativos na saúde e no desempenho das aves. As altas temperaturas levam ao estresse térmico, redução da ingestão de alimentos, queda na taxa de crescimento, diminuição da produção de ovos, aumento da mortalidade e comprometimento da qualidade da carne.

Ao aplicar o spray de poliuretano nas paredes e no teto dos galpões, é possível criar uma barreira eficiente contra o calor excessivo. Essa medida contribui para reduzir o estresse térmico e minimizar os impactos negativos nas aves. Além disso, o isolamento térmico proporcionado pelo poliuretano também ajuda a reduzir os custos com energia, uma vez que diminui a necessidade de uso de sistemas de resfriamento, como ventiladores e condicionadores de ar.

14 A Revista do OvoSite
O estresse térmico ocorre quando a temperatura ambiente está acima da BASF

zona de conforto das aves, que geralmente varia de 20°C a 24°C. Durante as ondas de calor, a temperatura pode ultrapassar os 30°C, o que resulta em um aumento na frequência respiratória e na perda de água por meio da respiração e do aumento da produção de urina. Esse processo causa desidratação e pode levar à morte das aves se não for

O isolamento térmico com poliuretano oferece várias vantagens em comparação com outros materiais, como lã de vidro ou EPS (poliestireno expandido), quando aplicados na avicultura. Algumas dessas vantagens incluem:

Elastopor®?

rígida de poliuretano que apresenta níveis condutividade térmica baixíssimos, quando isolantes convencionais mesmo após uso, e possui ótimas propriedades

Além da desidratação, o estresse térmico também afeta o sistema imunológico das aves, tornando-as mais suscetíveis a doenças. As altas temperaturas criam um ambiente propício para microrganismos patogênicos, aumentando o risco de infecções. Isso pode resultar em uma maior necessidade de tratamentos com medicamentos, o que representa um custo adicional para os produtores e pode afetar a qualidade dos produtos avícolas.

®?

rígida de poliisocianurato com similares às do Elastopor®

Elastopir® diferencia-se por possuir uma especial de retardância a chamas em sua

Uma maneira eficaz de prevenir as perdas causadas pelas ondas de calor é a aplicação de spray de poliuretano para isolamento térmico nos galpões avícolas. O poliuretano é um material isolante que possui propriedades de isolamento térmico superiores a outros materiais, como a madeira e o cimento. Ele ajuda a reduzir a transferência de calor do ambiente externo para o interior dos galpões, mantendo uma temperatura mais adequada para as aves, além de evitar a condensação de umidade nas paredes ou teto do galpão.

É importante ressaltar que a aplicação do spray de poliuretano deve ser feita por profissionais qualificados, seguindo as recomendações do fabricante. É necessário que o material seja aplicado de forma homogênea, sem falhas ou áreas mal isoladas, para

Descrição

O sistema Elastospray® é uma espuma rígida de poliuretano que consiste na aplicação por spray, em áreas como: coberturas, paredes, etc. Oferece uma ampla gama de benefícios, incluindo a melhoria da eficiência energética das edificações, aumento da vida útil, maior conforto para os ocupantes e severa resistência a intempéries.

proporcionando um ambiente interno mais controlado para as aves.

3. Resistência à umidade: O poliuretano é resistente à umidade, o que é uma vantagem significativa na avicultura. Ao contrário da lã de vidro, por exemplo, que pode absorver umidade e perder sua eficiência isolante, o poliuretano mantém suas propriedades mesmo em ambientes úmidos.

Este sistema apresenta níveis de condutividade térmica baixíssimos quando comparado a isolantes convencionais, e possui ótimas propriedades mecânicas. Pode ser utilizado em recuperação ou adaptação de estruturas existentes ou novas. Amplamente aplicado em câmaras frigoríficas, granjas, tanques, telhados e construções em geral.

4. Durabilidade e longa vida útil: O poliuretano é um material durável e resistente, capaz de manter suas propriedades isolantes por um longo período, resultando em economia de custos a longo prazo.

Benefícios

• Fácil aplicação

• Ótima aderência a qualquer tipo de substrato

5. Facilidade de aplicação: O spray de poliuretano pode ser aplicado de forma rápida e fácil, sem interferir nas atividades do aviário, adaptando-se a diferentes formas e superfícies, incluindo paredes, tetos e até pequenos espaços, permitindo uma instalação mais eficiente em comparação com outros materiais.

• Redução de até 90% da transferência de calor entre os ambientes**

• Aplicação de 400m²/dia com uma equipe de 4 pessoas

• Continuidade das atividades no interior do local da aplicação

6. Sustentabilidade: O uso de poliuretano pode reduzir a necessidade de sistemas de resfriamento, como ventiladores ou condicionadores de ar, resultando em menor consumo de energia e redução das emissões de gases de efeito estufa.

obter os melhores resultados.

Em conclusão, as ondas de calor representam uma ameaça significativa para a avicultura comercial, causando impactos negativos no desempenho das aves. A aplicação de spray de poliuretano para isolamento térmico nos galpões avícolas é uma medida eficaz para prevenir as perdas causadas pelo calor excessivo. O isolamento térmico proporcionado pelo poliuretano ajuda a reduzir o estresse térmico nas aves, minimizando os impactos negativos

na produção e na qualidade dos produtos avícolas.

O isolamento térmico com poliuretano oferece vantagens significativas em relação à lã de vidro ou EPS na avicultura. Sua eficiência térmica, vedação eficaz, resistência à umidade, durabilidade, facilidade de aplicação e sustentabilidade tornam o poliuretano uma escolha ideal para garantir um ambiente interno adequado e confortável para as aves, especialmente durante ondas de calor.

15 A Revista do OvoSite
** Deve ser observada a especificação do projeto construtivo.

Uso de hidroxi-selenometionina melhora a produtividade dos ovos condições

Experimento realizado no setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias, na UFPB, indica que a suplementação adequada de selênio na forma de OH-SeMet beneficia os produtores de ovos, melhorando a produtividade de seu plantel com produção de ovos com melhor qualidade, agregando mais valor à produção como um todo

Matheus Ramalho de Lima

Naiara Simarro Fagundes

16 A Revista do OvoSite
NUTRIÇÃO ANIMAL

hidroxi-selenometionina produtividade e qualidade

de poedeiras criadas em condições de estresse por calor

Oestresse oxidativo devido ao envelhecimento das aves e ao estresse por calor afeta negativamente a produtividade e a saúde das galinhas poedeiras. Entretanto, estudos têm relatado que a suplementação de selênio na dieta age positivamente na mitigação desses efeitos.

A suplementação de selênio em rações de poedeiras para atender as exigências desse mineral já é prática vigente em todo o mundo. Esta suplementação é feita tanto com fontes inorgânicas de selênio, como selenito de sódio, assim como com fontes orgânicas. Essas últimas, devido à sua maior biodisponibilidade, são naturalmente preferíveis e

normalmente estão disponíveis como levedura enriquecida com selênio, que mesmo com alta variabilidade (Hachemi et al 2023) é reconhecida por fornecer até 63% do selênio total como selenometionina (SeMet), ou formas puras sintetizadas de SeMet ou hidroxi-selenometionina (OHSeMet), que fornecem mais de 98% do selênio total como SeMet.

A vantagem da SeMet em relação a fontes inorgânicas ou outros compostos orgânicos de selênio (como por exemplo selenocisteína) é que a SeMet é metabolizada como um constituinte do pool de metionina. Essa característica leva ao armazenamento de selênio nos tecidos corporais dos animais,

podendo este ser liberado para manter o status de antioxidante e atender os requisitos de selenoproteínas ao longo do tempo, tão importantes para enfrentar situações futuras de estresse (Juniper et al., 2022). Estudos têm mostrado que a OH-SeMet aumenta a deposição de selênio no tecido animal de maneira mais bioeficaz que o selenito de sódio e a selênio levedura (Briens et al., 2013; Jlali et al., 2013; Zhao et al., 2017; Marco et al., 2021). Além disso, essa maior capacidade de armazenamento se traduz em uma maior expressão gênica e maior atividade de várias selenoproteínas que desempenham papéis fundamentais na defesa antioxidante (Zhao et al., 2017; Sun et al., 2021).

17 A Revista do OvoSite
ovos

Pelos motivos acima expostos, foi desenvolvido um estudo para avaliar o efeito da suplementação de selênio na forma de OH-SeMet sobre a produtividade, qualidade de ovos e status antioxidante de galinhas poedeiras Dekalb Brown de 50 a 70 semanas de idade criadas em condições de estresse por calor.

O experimento foi realizado no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias, na UFPB (Areia, PB). As aves foram alimentadas com dietas suplementadas em 0,3 ppm de selênio na forma de selenito de sódio ou de OH-SeMet (Selisseo®, Adisseo). Cada tratamento teve 12 repetições de 16 aves cada.

As aves foram alojadas em gaiolas dentro de galpão convencional, aberto nas laterais, com tela de arame, com renovação constante do ar. As temperaturas médias máximas e mínimas durante o período experimental foram de 28,2°C ± 1,73°C e 19,8°C ± 1,20°C, respectivamente, e a umidade relativa média foi de 87,7% ± 12,8%. O índice de temperatura-umidade (Thom, 1959) variou de 75,2 a 87,1, sendo valores a partir de 75 considerados “Alerta” para as aves, enquanto acima de 84 refere-se a uma situação de “Emergência”. Portanto, as aves durante o estudo estavam expostas a condições de estresse por calor, com elevado potencial de estresse oxidativo.

Quando o Selisseo® foi utilizado como fonte de 0,3 ppm de selênio em comparação ao selenito de sódio, observou-se uma melhora em 1,8% na taxa de postura (P=0,04), 1,8% no peso do ovo (P=0,01), 3,7% na massa de ovo produzida (P<0,01), além de uma melhora de 4,9% e 3,9% na conversão alimentar por massa (P<0,01) e por dúzia de ovos (P=0,04), respectivamente. Adicionalmente, o uso de Selisseo® em substituição ao selenito de sódio proporcionou 2,26 ovos a mais produzidos por ave alojada no período de 20 semanas. Considerando as respectivas viabilidades encontradas no

EM CONCLUSÃO, a suplementação de rações com 0,3 ppm de selênio na forma de Selisseo® (OH-SeMet) em comparação ao selenito de sódio melhora a produtividade, a qualidade de ovos e o status antioxidante de galinhas criadas em condições de estresse por calor. Esses resultados indicam que a suplementação adequada de selênio na forma de OH-SeMet beneficia os produtores de ovos, melhorando a produtividade de seu plantel com produção de ovos com melhor qualidade, agregando mais valor à produção como um todo.

experimento, em um plantel com 100 mil aves, o produtor poderia ter cerca de 880 caixas (30/dz) a mais, o que traria um aumento na receita de cerca de 160 mil reais apenas em 20 semanas.

O armazenamento prolongado dos ovos reduziu sua qualidade, mas o uso de Selisseo® na dieta das

18 A Revista do OvoSite NUTRIÇÃO
ANIMAL
A vantagem da SeMet em relação a fontes inorgânicas ou outros compostos orgânicos de selênio (como por exemplo selenocisteína) é que a SeMet é metabolizada como um constituinte do pool de metionina
Principais resultados com o uso de Selisseo® (Selisseo® vs. Selenito de sódio) Plantel de 100 mil aves* + 880 caixas de ovos (30/dz) com Selisseo® R$ 160.000,00 em 20 semanas ↑ 1,8% na postura 90,4 vs. 88.8 (%) +2 g de massa de ovo 57,5 vs. 55, 5 (g) +2,26 ovos em 20 semanas 126,58 vs. 124,32 (ovos/ave alojada) Ovos mais pesados 63,6 vs. 62,5 (g) -0,1 pontos na conversão 1,95 vs. 2,05 (g/g) *R$ 183,00
caixa de ovos (30/dz) 24/07/2023 - ovoonline.com.br; número de ovos produzidos considerando as viabilidades.

galinhas poedeiras minimizou esse efeito (P<0,05). Adicionalmente, os ovos produzidos por estas galinhas apresentaram cerca de 2,4 vezes maior teor de selênio (0,18mg/kg

para 0,44mg/kg, P<0,01). A suplementação com Selisseo® em comparação ao selenito de sódio aumentou a capacidade antioxidante das aves, com níveis mais elevados

de glutationa peroxidase no sangue, rins, fígado e mucosa intestinal, inclusive com maior resistência óssea, essencial especialmente para aves de idade mais avançada (P<0,01).

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19 A Revista do OvoSite www.adisseo.com
Artigo publicado na Poultry Science, volume 102, n. 2, em fevereiro de 2023. Pesquisa do CNPq – 1B

Atualização dos níveis de aminoácidos para poedeiras comerciais

20 A Revista do
OvoSite
NUTRIÇÃO ANIMAL
Diogo

Anutrição focada em atendimento dos aminoácidos digestíveis já é um assunto bastante estudado e há muitos anos utilizado na nutrição avícola, sendo que as primeiras publicações científicas com recomendações de aminoácidos surgiram em 1994, no NRC (National Research Council).

A exigência de aminoácidos é extremamente variável e dependente de outros fatores como ambiência, densidade de alojamento, consumo de ração, massa de ovos, relações com energia. A maioria dos experimentos era realizada com aminoácidos isolados, porém, em condições de ambiência, instalações e taxa de lotação diferentes, o que interfere na exigência dos mesmos.

Sabendo dessa elevada variabilidade, a utilização do conceito de formulação com base

na proteína ideal se difundiu largamente, uma vez que as relações entre os aminoácidos não são tão afetadas por fatores externos, como ocorre quando estudamos uma exigência de forma isolada. Sabendo disso, a utilização de relações de aminoácidos em função da Lisina nos permite extrapolar o resultado de um experimento de exigência de um determinado aminoácido.

Relação ideal de aminoácidos em relação à Lisina.

Temos diversas publicações como as tabelas brasileiras e os manuais das casas genéticas, cada uma com uma sugestão diferente de relações de aminoácidos em função da lisina digestível. Esse cenário traz muitas dúvidas sobre qual a melhor recomendação a ser aplicada na avicultura.

21 A Revista do OvoSite
b 356 380 364 357 610 636 621 601 369 373 402 378 617 627 691 676
Tabela 1: Comparação relações aminoácidos digestíveis / lisina digestível

Aminoácidos não essenciais

Outro ponto importante, quando passamos a trabalhar com Proteína Ideal, são os aminoácidos não essenciais, aos quais, muitas vezes, não damos a devida atenção. É importante salientar que quase 50% do N ingerido pelas aves vem dos aminoácidos não essenciais e, em casos de dietas com baixos níveis de PB (Proteína Bruta), as aves podem utilizar o N oriundo dos aminoácidos essenciais para sintetizar os não essenciais.

Alguns trabalhos consideram a relação entre o Nitrogênio Essencial (oriundo de aminoácidos essenciais) e o Nitrogênio Total da dieta

(oriundo dos aminoácidos não essenciais e outras fontes de N da dieta).

Em resumo, dietas com elevados valores de PB tendem a ter uma baixa relação E:T (Nitrogênio Essencial : Nitrogênio Total) devido à grande quantidade de Nitrogênio Total oriundo da PB, enquanto dietas com baixos teores de PB tendem a apresentar elevadas relações de E:T, pois existe menos N Total oriundo da PB e mais N originário dos aminoácidos suplementados sinteticamente.

Em situações de baixa E:T, a exigência de aminoácidos essenciais pode ser menor devido às elevadas quantidades de N Total na dieta, o que torna qualquer

fonte suplementar de N Essencial suficiente para atingir o resultado esperado.

Ou seja, em casos de baixa E:T podemos subestimar o nível ótimo de aminoácidos essenciais e, na situação inversa, o nível ótimo de aminoácidos tende a ser maior, pois o organismo da ave pode estar aproveitando o N Essencial para síntese de aminoácidos não essenciais.

Experimento com níveis de proteína bruta e níveis de metionina + cistina para poedeiras comerciais – Centro de Pesquisas Agroceres Multimix

22 A Revista do OvoSite E:T - ALTA
Níveis ótimos para produção de ovos em diferentes relações E:T:
NUTRIÇÃO ANIMAL

Massa de Ovos

Tendo em vista a enorme variabilidade para definição de níveis ótimos dos aminoácidos, um dos indicadores bastante importantes para nos ajudar a definir nossa estratégia nutricional seria a massa de ovos. Ela é um indicador que correlaciona o percentual de produção com o peso do ovo, nos dando a real noção da capacidade produtiva da ave, uma vez que a mesma é fisiologicamente capaz de produzir um número máximo de massa de ovos.

Com isso, podemos afirmar que, se trabalharmos para a obtenção de máximo peso de ovo de um

determinado lote, iremos obter um percentual de produção menor do que se buscarmos o maior número de ovos (% de produção). Utilizando a massa de ovos conseguimos fazer um ajuste mais preciso, tanto dos aminoácidos, quanto dos demais nutrientes da dieta, e ajustar melhor as trocas de fase de rações.

No gráfico abaixo vemos que o pico de massa de ovos acontece após o pico de postura, ou seja, mesmo com a estabilização do percentual de produção, as aves ainda precisam de uma ração mais adensada para atingir o pico de massa de ovos. Após o pico e início da queda da massa de ovos semanal podemos reduzir os níveis de aminoácidos e demais nutrientes da dieta.

CONHECENDO A QUESTÃO FISIOLÓGICA DAS AVES RELACIONADA À MASSA DE OVOS E PENSANDO NA QUESTÃO AMINOACÍDICA, TEMOS ALGUNS NUTRIENTES QUE IMPACTAM DIRETAMENTE A

QUESTÃO DA MASSA DE OVOS.

1. Proteína Bruta e Aminoácidos – Correlação positiva com peso e número de ovos

2. EMA –Correlação positiva com número de ovos e negativa para peso de ovo

3. Extrato etéreo – Correlação positiva com peso de ovo e baixa correlação com número de ovos

23 A Revista do OvoSite

NUTRIÇÃO ANIMAL

A evolução na genética de postura tem tido como foco a melhora na persistência de postura, ou seja, o aumento da massa de ovos produzida por ave. Comparando o manual de uma mesma linhagem de poedeira comercial (gráfico abaixo) de 2009 e 2022, podemos notar aumento de 3% na massa de ovos até as 50 semanas de idade e de 1,5g na massa de ovos semanal.

Ou seja, temos animais que convertem melhor e, teoricamente, possuem uma exigência maior de aminoácidos para sustentar esse ganho genético na massa de ovos.

Aliado ao ganho genético em massa de ovos, temos a questão de peso dos ovos. Comparando o perfil de peso médio dos ovos de

linhagens de uma década atrás, com aves atuais, vemos uma diferença gritante a partir de 50 semanas de idade. O peso dos

ovos das aves atuais apresenta uma estabilização em seu ganho de peso semanal.

24 A Revista do OvoSite
Lesson & Summers

Metionina + Cistina

Sabendo que o peso dos ovos das linhagens atuais é mais estável a partir de 50 semanas de idade e são aves que produzem um maior número de ovos, temos espaço para trabalhar melhor as relações, ou níveis de aminoácidos, principalmente de metionina + cistina.

Sabemos que esse aminoácido é o primeiro limitante para aves poedeiras, que possui elevada correlação com peso e número de ovos. Os níveis de metionina + cistina têm sido constantemente revisados e atualizados pelos manuais das casas genéticas.

Conforme as aves ganham

produtividade, espera-se que a exigência deste aminoácido aumente. Porém, temos alguns estigmas a serem quebrados com relação à metionina.

Há dez anos tínhamos aves a campo que possuíam um ganho de peso de ovo mais acelerado e, muitas vezes, era necessário adotar algumas ações para segurar o ganho de peso de ovos, entre elas, restringir a suplementação de metionina. O problema é que, por ser o primeiro aminoácido limitante para poedeiras, quando começamos a fornecer dietas com níveis basais, pensando em segurar o peso dos ovos, temos perda em número de ovos.

O trabalho abaixo elucida muito bem o que foi exposto no parágrafo acima.

25 A Revista do OvoSite
20 30 40 50 60 70 80 90 100
Peso ovo 2009 Peso ovo 2023

Consumo de Ração

Quando pensamos em exigências de aminoácidos, o consumo de ração é um dos indicadores mais importantes a ser medido. Ele é a base para qualquer nutricionista elaborar uma dieta balanceada e ajustada para determinada fase da vida do animal.

Uma das principais dificuldades para medir o consumo de ração com eficiência em granjas de postura é a questão estrutural como tipo de galpão, de comedouros e sistema de produção. Mas, é ele que nos permitirá mensurar a ingestão de cada nutriente e, especialmente, dos aminoácidos em mg/dia, nos dando a real noção da quantidade de nutriente que o animal está ingerindo.

No gráfico abaixo está uma simulação, considerando um lote de aves consumindo uma ração com níveis de metionina + cistina digestível de acordo com a recomendação do manual da linhagem para o período de início de produção (0,7% metionina + cistina dig). Quando passamos a medir com precisão o consumo de ração, conseguimos mensurar em mg/dia a ingestão diária deste nutriente.

26 A Revista do OvoSite b 356 380 364 357 610 636 621 601 369 373 402 378 617 627 691 676
NUTRIÇÃO ANIMAL

O Ovo como um aliado para a Saúde Cardiovascular: Evidências a partir de uma Análise Global?

Oovo, um alimento amplamente apreciado por sua praticidade, sabor e versatilidade, não apenas representa uma fonte acessível de proteínas, mas também apresenta uma rica combinação de vitaminas e minerais essenciais. No entanto, sua relação com a saúde cardiovascular tem sido objeto de debates. Um estudo recente conduzido por Sugihara, Norie e colegas explora a associação entre o consumo de ovos e a incidência de doença cardíaca isquêmica (IDHi) e mortalidade relacionada (IHDd) através de uma análise ecológica de dados.

Dada a relevância nutricional do ovo, que contém nutrientes cruciais para o desenvolvimento humano, surge a preocupação em relação ao

teor de colesterol presente em sua composição. Desde a década de 60, quando a Associação Americana do Coração estabeleceu um limite diário de 300 mg de colesterol, houve controvérsias sobre o consumo de ovos, apesar de seus diversos benefícios.

O estudo fundamenta-se em uma extensa base de dados internacional, denominada “Global Dietary Database (GBD)”, abrangendo 142 países no período de 1990 a 2018.

O GBD, gerenciado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation da Universidade de Washington, avalia o impacto global de doenças, lesões e fatores de risco, utilizando estimativas de consumo alimentar e nutrientes coletadas por especialistas em nutrição e epidemiologistas.

Os resultados destacam um aumento geral no consumo de ovos, embora com variações regionais. Paralelamente, foi observada uma redução na incidência e mortalidade da doença cardíaca isquêmica. Enquanto o Oriente Médio e o Norte da África exibiram taxas mais elevadas, regiões como a América Latina, o Caribe, o Leste Asiático e o Pacífico apresentaram incidências relativamente mais baixas, havendo uma notável queda na América do Norte.

Os dados revelaram uma associação estatisticamente significativa e inversa entre a ingestão de ovos e a incidência de IDHi (-0,253 ± 0,117, p < 0,05) e IHDd (-0,359 ± 0,137, p < 0,05), levando em consideração a faixa etária. Os autores enfatizam

28 A Revista do OvoSite
INSTITUTO OVOS BRASIL
Por Lúcia Endriukaite, nutricionista do Instituto Ovos Brasil

que o objetivo do estudo não é promover o consumo de ovos, mas sim que os resultados contrapõem descobertas de estudos de corte prospectivos que sugerem uma associação positiva entre o consumo de ovos e o risco cardiovascular.

O estudo apresenta algumas limitações, como a falta de consideração de variáveis individuais, como idade, gênero e estilo de vida, além das variações na preparação dos ovos e sua combinação com outros alimentos. No entanto, a análise global dos dados confirma que o consumo de ovos demonstra uma associação com menor incidência e mortalidade de doença cardíaca isquêmica. Devido ao seu perfil nutricional, acessibilidade financeira e versatilidade culinária, os ovos podem desempenhar um papel valioso na promoção de dietas saudáveis em âmbito internacional.

Sobre Lúcia Endriukaite

Lúcia Endriukaite é formada pela Faculdade de Nutrição da Universidade de Mogi das Cruzes e possui especializações em Fitoterapia pela ASBRAN, Fitoterapia Clínica pela Faculdade do Litoral Paranaense, Bases Nutricionais para Atividade Física pela FMU, e Administração de Serviço de Nutrição e Dietética pela São Camilo. Com vasta experiência na área de nutrição, ministra palestras em escolas técnicas, universidades e eventos do setor do agronegócio em todo o país. Além de atuar em seu consultório particular na área da educação, também é docente convidada em cursos de Pós-Graduação e responsável por pesquisas técnicas, elaboração de informativos e encartes educativos para a população e profissionais, no Instituto Ovos Brasil.

Referências:

Sugihara, N.; Shirai, Y.; Imai, T.; Sezaki, A.; Abe, C.; Kawase, F.; Miyamoto, K.; Inden, A.; Kato, T.; Sanada, M.; et al. The Global Association between Egg Intake and the Incidence and Mortality of Ischemic Heart Disease—An Ecological Study. Int. J. Environ. Res. Public Health 2023, 20, 4138. https://doi.org/10.3390/ijerph20054138

DiMarco DM, Norris GH, Millar CL, Blesso CN, Fernandez ML. Intake of up to 3 Eggs per Day Is Associated with Changes in HDL Function and Increased Plasma Antioxidants in Healthy, Young Adults. J Nutr. 2017 Mar;147(3):323-329. doi: 10.3945/ jn.116.241877. Epub 2017 Jan 11. PMID: 28077734.

29 A Revista do OvoSite MODELO 01
INSTITUTO OVOS BRASIL LOGOMARCA 23/07/2008 • 25/02/2010 C100% M0% Y100% K0% Pantone 355C Verde C0% M12% Y100% K0% Pantone 109C Amarelo de C0% M20% Y100% K0% p/ C0% M0% Y60% K0% Gema de C0% M20% Y100% K0% p/ C0% M0% Y60% K0% Casca branca de C40% M82% Y100% K5% p/ C0% M8% Y18% K0% Casca vermelha C0% M0% Y0% K100% Pantone Process Black C Preto
OvosBrasil Instituto

Impactos da ocorrência de Bronquite, Laringotraqueíte e Influenza Aviária na produção avícola brasileira

As infecções virais impactam as condições fisiológicas das aves, podendo provocar mortalidade e/ou morbidade, levando a alterações dos parâmetros produtivos e do desempenho zootécnico, taAis como a diminuição da fertilidade e da taxa de eclosão, diminuição da produção de ovos, alteração da qualidade da casca e do conteúdo dos ovos

SAÚDE
ANIMAL

As doenças infecciosas em animais são um grande desafio para o setor produtivo mundial, cujo impacto econômico é estimado em mais de US$ 10 bilhões/ano. A avicultura contempla 48% das doenças infeciosas que acometem as diferentes espécies de animais de produção (bovinos 33%, suínos 9%, ovinos 4%, caprinos 4%, búfalos 1% e outras espécies 1%), sendo as doenças respiratórias as maiores causadoras de problemas na indústria avícola mundial. Entre as doenças virais de maior impacto, destacam-se a Influenza Aviária (IA), tanto as de alta patogenicidade (IAAP) quanto as de baixa patogenicidade (IABP), e a Bronquite Infecciosa das Galinhas (BIG). Ainda, entre as doenças que causam grandes impactos para a avicultura mundial estão a Doença de Newcastle (DNC), a Doença Infecciosa da Bursa (Gumboro), as micoplasmoses e as salmoneloses. A Laringotraqueíte Infecciosa das galinhas (LTI), não figura entre as de maior impacto para a indústria avícola mundial (World Bank, 2011).

As infecções virais impactam as condições fisiológicas das aves, podendo provocar mortalidade e/ou morbidade, levando a alterações dos parâmetros produtivos e do desempenho zootécnico, tais como a diminuição da fertilidade e da taxa de eclosão, diminuição da produção de ovos, alteração da qualidade da casca e do conteúdo dos ovos, falsas poedeiras, perda do ganho de peso diário, perda na conversão alimentar, refugagens, condenações de carcaças, entre outros (Andreatti-Filho et.al., 2020). Podem ainda interferir nos mecanismos de resposta imunológica favorecendo infecções bacterianas secundárias, como por exemplo, as causadas por E. Coli que, particularmente, têm

apresentado perda da eficácia terapêutica de vários antibióticos, cuja resistência estaria associada ao uso de antimicrobianos para fins terapêuticos e não terapêuticos, levando à seleção e disseminação de diferentes microrganismos e de genes de microorganismos resistentes aos antimicrobianos

(Cardoso

Cabe lembrar que a BIG, assim como a LTI, induz sinais clínicos semelhantes aos da IA sendo diagnóstico diferencial e, por esta razão, deve ser notificada imediatamente ao SVO e, apesar de não serem preconizadas medidas de defesa sanitária animal, pelo

NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA

De acordo com a Instrução Normativa n° 50/2013, que lista as doenças passíveis da aplicação de medidas de defesa sanitária animal e de notificação obrigatória ao serviço veterinário oficial (SVO), a Influenza Aviária está incluída na lista de número 1, de doenças nunca registradas no País e que requerem notificação imediata de caso suspeito ou diagnóstico laboratorial. A Laringotraqueíte, assim como a Doença de Newcastle, encontra-se na lisa de número 2, de doenças que requerem notificação imediata de qualquer caso suspeito e a Bronquite Infecciosa das Galinhas está contemplada na lista de número 4, de doenças que requerem notificação mensal de qualquer caso confirmado.

31 A Revista do OvoSite

Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), os impactos na produção, causados pela BIG, em maior escala, e pela LTI, refletem em prejuízo financeiro.

Estudos conduzidos no Estado do Paraná em 2016-2017, maior produtor e exportador de frango de corte do Brasil, os prejuízos chegaram a US$ 9,88 milhões no frango de corte e mais de US$ 1,6 milhões nas reprodutoras. Colvero et.al. (2015), determinaram que a perda, para cada 1.000 aves, foi de US$ 3.567,4 e US$ 4.210,8 em 25-26 e 42 semanas de idade, respectivamente, enquanto que em frangos com 48 dias de idade a perda estimada foi de US$ 266,3. Estima-se que a LTI, somento no município de Bastos, poderia ter causado um prejuízo de mais de R$ 200 milhões se não fossem adotadas medidas de controle dos focos, em especial a adoção de vacinação emergencial.

Porém, o risco da ocorrência de doenças infecciosas como a Influenza Aviária (IA), considerada exótica no Brasil, ou ainda a doença de Newcastle (DNC) cujo último foco em nosso país ocorreu em 2006, representam um perigo permanente em qualquer local do mundo. Por sua patogenicidade, virulência e pela obrigatoriedade de se aplicarem procedimentos de abate sanitário, a IA e a DNC representam grandes perdas econômicas para a indústria avícola mundial (Revolledo & Ferreira, 2009). Surtos de IA ocorridos na Grécia, Itália, Reino Unido e Turquia, entre 2005 e 2015, considerando os custos com os procedimentos adotados para controle dos focos e a queda do consumo de produtos de origem avícola, acumularam um prejuízo de aproximadamente €$ 850 milhões. De acordo com a experiência mexicana, o surto de Influenza Aviária trouxe enormes prejuízos ao setor de produção de aves e ovos (férteis e de consumo), segundo Márquez (2013) foram mais de US$

760 milhões em 2012, sem considerar os empregos perdidos. Os surtos de IA (H7N9) na China, em 2013, por exemplo, que resultaram em infecções humanas com 131 casos registrados e 39 mortes, causou um Impacto econômico no setor avícola equivalente a US$ 1,24 bilhão em 10 províncias afetadas e de US$ 0,59 bilhão em oito provincias adjacentes não afetadas em medidas de controle. Os custos médicos e com saúde humana somaram US$ 5,4 milhões (Huo et.al, 2016). De acordo com Swayne et.al. (2017), o surto de gripe aviária de alta patogenicidade H5Nx (IAAP) de 2014-2015, resultando no programa de erradicação que custou ao governo dos EUA US$ 850 milhões. O surto teve um impacto negativo de US$ 3,3 bilhões na economia.

Como mitigar os riscos de doenças infeciosas?

A exposição e manutenção de um agente etiológico em uma população dependem do conhecimento da causalidade do agente que, quando presente, determina o aparecimento da doença. Assim, para mitigar os riscos relacionados à introdução, instalação, manutenção e

disseminação de vírus de doenças infecciosas e, consequentemente, diminuir os prejuízos causados por elas nas granjas, devem ser aplicadas medidas para prevenir ou controlar a presença dos agentes de doença, tais como monitoramento de doenças, implantação de programas de vacinação e adoção de medidas de biosseguridade (Sesti, 2005).

O monitoramento de doenças, as quais uma determinada população pode ser desafiada, é uma importante ferramenta que tem por objetivo, acompanhar as tendências, quer seja demonstrando a ausência de uma determinada infecção, ou sua presença e distribuição, ou ainda, para detectar o mais rápido possível a presença de doenças exóticas ou emergentes. Tem por objetivo, ainda, fornecer dados necessários para a análise de riscos, justificar medidas sanitárias e fornecer garantias aos parceiros de negócios (OIE, 2020).

A vacinação é uma forte aliada na prevenção, controle e eventualmente na erradicação de várias doenças. Induz a imunidade para prevenção de doenças e, em alguns casos, dependendo do tipo de vacina, reduz a transmissão de patógenos. Contribui ainda para a melhoria da saúde animal e humana, reduzindo a morbidade e a letalidade, para o bem-estar animal, sustentabilidade

32 A Revista do OvoSite
SAÚDE ANIMAL

da agricultura e redução do uso de antimicrobianos em animais. Os programas de vacinação devem ser específicos para cada situação epidemiológica e devem responder à gravidade dos desafios e atender às normas vigentes do Serviço Oficial de Sanidade Animal do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Brasil, 2010).

As medidas de biosseguridade para estabelecimentos avícolas no Brasil foram regulamentadas por meio da IN n° 56/2007, que estabeleceu os procedimentos para registro, fiscalização e controle de estabelecimentos avícolas de reprodução e comerciais. Apesar das alterações da norma supracitada, as adequações basicamente englobam itens de estrutura (galpões telados, cerca de isolamento, ponto de desinfecção de veículos, entre outros) e procedimentos (limpeza e desinfecção das instalações e equipamentos, controle de pragas, insetos e roedores, desinfecção de veículos, controle de visitantes, entre outros) a serem adotados para que se tenha um maior isolamento das produções animais, e assim diminuir o risco de introdução, instalação, manutenção e disseminação de doenças, em especial as altamente contagiosas e, assim, mantê-los com o melhor status sanitário possível.

Ainda, conforme mencionado por Sesti (2005), a implantação de bons programas de biosseguridade iniciase na elaboração de ações de controle a serem estabelecidas, seguidas de normas específicas, as quais findam na sua aplicação prática no campo e nas atividades diárias. Antes da elaboração e da implantação de qualquer programa de biosseguridade, é necessário que seja realizada uma análise para a definição dos riscos e desafios aos quais os sistemas de produção estão sujeitos. Em virtude da preocupação com a propagação do vírus da influenza aviária H5N1, para minimizar as repercussões do

comércio nos países afetados, a OIE introduziu o conceito de compartimentação, definido como sendo o estabelecimento de uma subpopulação animal com um determinado status sanitário em relação à uma infecção, mantida em uma ou mais explorações, independentemente da localização geográfica, separada do restante da população de suscetíveis por um sistema comum de gestão da biosseguridade, com regras mais rígidas para uma ou mais infecções contra as quais se aplicam medidas de vigilância e controle necessário caso venha a ocorrer doença ou infecção, para fins de manutenção do comércio nacional e internacional ou prevenção e controle de doenças em um país (Stone, 2017).

O controle de enfermidades transmissíveis nas produções animais deve ser baseado em intervenções que procuram interromper um ou mais elos conhecidos da cadeia epidemiológica de transmissão dos agentes causadores de enfermidades no homem e nos animais. As causas estão concentradas nas fontes de infecção e nas vias de transmissão (Thrusfield & Cristley, 2018). Em um estudo conduzido por Lagatta et.al. (2021), com a colheita de amostras em criatórios de aves de fundo de quintal localizados no entorno de compartimentos avícolas, para avaliação dos fatores de risco para introdução e disseminação dos vírus da IA e da DNC, preconizado pela IN n° 21/2014, não foram detectadas amostras positivas para estas doenças. Entretanto, foram detectadas amostras positivas para a BIG e para a LTI. A caracterização molecular da BIG foi agrupada com a cepa brasileira BR1, ou GI-11, baseada no gene S1, e a caracterização molecular da LTI detectou a cepa brasileira virulenta baseada do gene ICP4. Esses dados mostram que há circulação do vírus da BIG e da LTI em criações de fundo de quintal no entorno de estabelecimentos

avícolas. A ausência de limpeza e desinfecção, a falta de orientação profissional por médico veterinário, a proximidade com incubatórios e com outras criações de aves de fundo de quintal foram identificados, associados e hierarquizadas como principais fatores de risco para introdução e disseminação da BIG e da LTI na população estudada. Cabe destacar que a proximidade com incubatórios aumentou o risco de detecção para a BIG em 10.8 vezes (P<0.001).

A BIG é considerada doença presente no Brasil e sua vacinação está liberada, que, assim como o seu monitoramento, não possuem regulamentação especificas e devem ser realizadas de acordo com o interesse do setor. Para a LTI, o MAPA publicou o MemorandoCircular nº 72/2018/DSA/SDA/

33 A Revista do OvoSite
O controle de enfermidades transmissíveis nas produções animais deve ser baseado em intervenções que procuram interromper um ou mais elos conhecidos da cadeia epidemiológica de transmissão dos agentes causadores de enfermidades no homem e nos animais.

MAPA, que apresenta parecer favorável à liberação da utilização de vacina recombinante para LTI no plantel avícola nacional, podendo ser realizada a critério do programa sanitário de cada empresa ou produtor, desde que sejam utilizadas vacinas devidamente registradas e com indicação e uso para as espécies em questão. Além disso, a utilização de vacinas vivas para LTI esta proibida no Brasil, podendo ser autorizado, o uso da vacina viva de cultivo celular (TCO), pelo Departamento de Saúde Animal (DSA), dependendo da situação epidemiológica do caso em questão e do atendimento a requisitos e procedimentos para autorização e controle do uso dessas vacinas. No Estado de São Paulo, por exemplo, existe regulamentação específica para LTI (Resolução SAA n° 06/2019) que exige a obrigatoriedade de vacinação das aves alojadas no denominado Bolsão de Bastos e no município de Guatapará, que poderá ser revogada de acordo com o resultado do estudo da avaliação da eficiência vacinal e de circulação viral nestas localidades, pelo Serviço Veterinário Estadual (SVE).

O monitoramento para IA é realizado por interesse do PNSA. Assim, foram publicados uma série de atos legais, tendo como referência as recomendações da OIE, para fortalecer os serviços de defesa sanitária animal e aumentar a capacidade de prevenção da IA e controle da DNC, com destaque para o “Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle”. Em 2021, o MAPA alterou o anexo da Instrução Normativa n° 17/2006, em especial no que se refere aos procedimentos a serem adotados pelo SVO na ocorrência de notificações de mortalidade e/ou sinais clínicos compatíveis com as Síndromes Respiratórias e Neurológica (SRN) das aves e, também, altera a definição de caso suspeito e caso provável de SRN, compatíveis com a Influenza Aviária (IA) e a Doença de Newcastle (DNC). Quanto às notificações, em especial aquelas que se referem às taxas de mortalidade preconizadas, elas passaram a ser obrigatórias, quando ocorrer em 10% das aves dentro de um período de 72 horas, ou com aumento súbito e significativo em quaisquer estabelecimentos de aves

domésticas. A vacinação contra Influenza Aviária é proibida em todo o território nacional e são desencorajadas por interferir nas políticas de controle. De acodo com Capua & Alexander (2006), os vírus da IA (especialmente IAAP) ainda podem infectar e se replicar em aves vacinadas sem a apresentação de sinais clínicos.

Com relação às medidas de biosseguridade, considerando que, como todos os setores produtivos, a avicultura é fortemente influenciada pela sua estrutura de custos, havia um certo sentimento de que as adequações preconizadas pelas normativas poderiam impactar economicamente nas atividade de produção de frangos e de ovos comerciais de modo a levar, eventualmente, alguns avicultores ao abandono da mesma. Porém, em um estudo conduzido por Siekkinen et.al., (2008), demonstraram que o custo com a biosseguridade foi de US$ 0,035 por ave (intervalo de confiança de 90% US$ 0,025 - US$ 0,044) para produtores de frangos, e de US$ 0,757 por ave (US$ 0,393US$ 1,155) para reprodutoras, e que o tempo de trabalho dedicado à biosseguridade representou 8% do tempo total de trabalho nas granjas de corte e de 5% nas matrizes. Na avicultura de postura comercial Lagatta & Gameiro (2017), demonstraram que as medidas de biosseguridade custam, aproximadamente, US$ 0,54 / caixa

34 A Revista do OvoSite
SAÚDE ANIMAL

de ovo (30 dúzias). Ambos os estudos indicam que as medidas de biosseguridade têm custo baixo frente aos possíveis riscos de doenças e de seus impactos econômicos.

Por que mitigar o risco para doenças infecciosas?

De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB brasileiro, no ano de 2020, totalizou R$ 7,45 trilhões, sendo que a participação do agronegócio foi de 26,6%, aproximadamente R$ 1,98 trilhões. Nesse contexto, a avicultura se apresenta como um dos componentes mais importantes do agronegócio nacional e internacional, estima-se que o Valor Bruto da Produção (VBP) avícola nacional, frango e ovos, somam mais de R$ 126 bilhões, de acordo com Ranking do VBP da Agropecuária publicado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Por essa razão, apesar de não causarem restrições ao comércio nacional e internacional, o risco para a BIG e para a LTI devem ser mitigados por causarem grandes impactos na produção e consequentemente prejuízos econômicos. Entretanto, estima-se que entrada do vírus da IA no Brasil

seria um verdadeiro desastre. De acordo com os cenários criados e analisados por Fachinello & FerreiraFilho (2010), constata-se um impacto negativo no segmento avícola em todo o País, sendo mais intenso quando os focos ocorrem próximos das regiões produtoras e consumidoras. Regionalmente, destacam-se os prejuízos verificados no Sul, em virtude da atividade avícola dessa região ter grande peso na dinâmica econômica local e nacional. Para ovos frescos, as perdas mais significativas ocorreriam no Sudeste e Nordeste. A maior procura nacional interna e externa por bens substitutos, no caso as carnes bovina e suína, ajudariam a amenizar e, em alguns casos, a compensar, a queda do produto regional.

Nossa avicultura poderia levar anos para erradicar a doença e voltar a ser um player importante no cenário internacional, e seu impacto pode ser especulado na ordem de 25% do PIB do agronegócio, pois além da queda de consumo interno e do sacrifício de aves saudáveis, acreditase que o mercado internacional, além do fechamento para ovos férteis, aves vivas e produtos avícolas, aproveitaria para impor restrições para a exportação de animais e de produtos de origem animal de outras espécies, como bovinos e suínos, além de envolver outros setores do agro, como o de grãos, especialmente milho e soja, e assim abaixar o preço do “supermercado chamado Brasil”. Por ser potencialmente zoonótica, poderia haver, ainda, impactos no

sistema de saúde, em especial com os custos relacionados ao tratamento em humanos.

Assim, a única maneira de se manter sistemas de produção e seus respectivos rebanhos comerciais livres ou controlados, no que diz respeito à presença de agentes de enfermidades de impacto econômico na produtividade e/ou perigosos para a saúde pública, seria por meio da utilização de um efetivo programa de vigilância e de biosseguridade (Sesti, 2005). Márquez (2013) relata que as experiências mais traumáticas e dolorosas deixam muito conhecimento, com lições enriquecedoras, que são difíceis de esquecer. Por esta razão, considera importante o aprendizado com as experiências de outros países e que os gastos com monitoramento de doenças, adoção de vacinas e de medidas de biosseguridade, não representam um custo, mas sim um investimento, com retorno.

Para consultar a bibliografia completa acesse o QR Code ou o link no QR Code.

Luciano Lagatta é médico-veterinário na Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA). Possui mestrado pelo Departamento de Nutrição e Produção Animal (VNP) e doutorado pelo Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal (VPS), ambos pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP). É membro do Comitê Estadual de Sanidade Avícola (COESA-SP), da Comissão Técnica de Avicultura da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e do corpo técnico da Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA). Contato: lagatta@alumni.usp.br.

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Casca de ovo é base para fertilizante ecológico mais eficiente que convencionais

Processo de moagem mecanoquímica desenvolvido na UFPR cria produto com liberação controlada de nutrientes evitando desperdícios na lavoura e problemas ambientais relacionados a fertilizantes usados atualmente

Rodrigo Choinski

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SUSTENTABILIDADE
Credito-Ahborson-Morgue-FIle

Calcula-se que a cada ano sejam produzidas quase 6 milhões de toneladas de cascas de ovos no mundo. Dar uma destinação adequada a este material, rico em cálcio, é a ideia por trás de um projeto desenvolvido no Laboratório de Química de Materiais Avançados (Laqma) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que resultou em um fertilizante, que além do reaproveitamento do material demonstrou ter vantagens para a produção agrícola e para o meio ambiente.

A principal novidade do projeto do Laqma é a forma de produção do fertilizante desenvolvida pelos pesquisadores, tornando-a mais eficiente que outras formas de aproveitamento deste tipo de resíduo. A técnica utiliza um processo de moagem mecanoquímico, em que os materiais reagem para formar novos produtos por meio da energia térmica e de fricção da própria moagem.

A casca é colocada em um moinho de esferas de alta energia juntamente com fosfatos de potássio, que reagem para formar novos compostos capazes de fornecer fósforo, cálcio e potássio, três componentes essenciais para o desenvolvimento das lavouras.

Roger Borges, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que elaborou o projeto durante seu doutorado na UFPR, explica que a técnica é um desdobramento do trabalho que já vinha fazendo para o reaproveitamento do amianto.

“O principal constituinte do amianto é o carbonato de cálcio (CaCO3), que por sua vez também é o principal constituinte das cascas de ovos. Então, pensamos que por apresentar composição química parecida, as cascas de ovos também poderiam ser aproveitadas para produção de fertilizantes ecológicos inteligentes. Ou seja, fertilizantes que sejam produzidos a partir de resíduos ou rejeitos e apresentem

maior eficácia agronômica quando comparados com fertilizantes convencionais”, explica Borges.

O pesquisador explica que para o desenvolvimento da técnica se teve o cuidado de escolher um método que minimizasse a produção de subprodutos ou resíduos indesejáveis. A vantagem de ser um processo a seco, por exemplo, evita a necessidade de etapas dispendiosas de secagem, ao contrário de outros processos que utilizam a água como solvente.

O processo deve focar no uso de materiais provenientes da indústria alimentícia, que ao beneficiar o produto traz diversas vantagens, como aumento da vida útil, mas também produz uma grande quantidade de resíduos. Segundo um estudo publicado em 2009 pelo Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina, uma única indústria de produção de ovo pasteurizado no Rio Grande do Sul produzia mais de 100 toneladas de cascas de ovos por mês.

controlada.

“Quando chove, os fertilizantes convencionais liberam os nutrientes de uma vez enquanto que os de liberação controlada são estimuresponsivos, ou seja, respondem aos estímulos das plantas, mantendo os teores constantes ao longo do ciclo de produção”, comenta Wypych.

O pesquisador aponta que além de sobrecarregar as plantas com nutrientes em um primeiro momento, esses produtos são levados facilmente pelas chuvas o que priva as plantas de seus benefícios em um momento posterior.

A menor solubilidade do novo fertilizante também combate outro problema, quando são carregados para os cursos d’água, os nutrientes dos produtos convencionais fertilizam excessivamente algas que tomam contam de rios e lagos num processo conhecido como eutrofização.

Este processo deixa as águas turvas, em um tom esverdeado, consumindo o oxigênio de rios e lagos, o que ocasiona a morte de peixes e outros animais aquáticos. A decomposição de todo esse material orgânico produz, além do mau cheiro, gás carbônico e gás metano, que são os principais gases do efeito estufa.

Borges aponta ainda que a economia de produtos como o calcário, utilizado na produção de fertilizantes minerais por

Além da reutilização que evita que este material acabe descartado em aterros sanitários ou mesmo em terrenos inapropriados, contribuindo negativamente para poluição do meio ambiente, o produto apresenta outras vantagens.

Fernando Wypych, professor do Departamento de Química da UFPR que orientou o projeto, explica que por ser menos solúvel em água o novo fertilizante funciona de uma forma mais sustentável, devido a sua liberação ser

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Menor solubilidade em água torna produto mais eficiente e com menos impacto ambiental
“Todos os elementos químicos presentes no produto final apresentam alto valor agregado na agricultura, ou seja, não há necessidade de purificação”.

Calcário Agrícola

Brasileiro: produção por estado (1987/2020)

las de maneira sustentável. Em 2020, as lavouras brasileiras usaram mais de 45 mil toneladas de calcário agrícola, boa parte dele resultante da exploração de reservas do país.

Viabilidade econômica da técnica é promissora devido flexibilidade e maior valor agregado do produto

ser rico em cálcio, é outra vantagem, já que as reservas desses materiais são restritas e finitas, sendo essencial utilizá-

Para Borges a nova técnica deve ganhar aplicação comercial em breve, os pesquisadores fizeram dois pedidos de

patentes relacionadas ao projeto. Ele explica que uma proposta proveitosa para a indústria seria um sistema que combinasse diferentes fontes de materiais baseados em carbonato de cálcio, com foco principalmente no amianto e nas cascas de ovos que foram estudadas na pesquisa.

Outro ponto interessante é que a técnica cria um subproduto que pode ser utilizado para a produção de hidroxiapatitas, um material a base de fósforo e cálcio que tem grande afinidade biológica e é utilizado para a produção de próteses ósseas e dentárias. Com maior valor agregado, a substância torna a aplicação mais atrativa comercialmente.

Leia detalhes no artigo “Mechanochemical synthesis of eco-friendly fertilizer from eggshell (calcite) and KH2PO4“, publicado pelo periódico Advanced Powder Technology.

38 A Revista do OvoSite
Menor solubilidade do novo fertilizante combate o problema da eutrofização causada por produtos convencionais
SUSTENTABILIDADE

Queridinho

na mesa da família brasileira, os ovos foram, durante muito tempo, vistos como vilão na dieta da população, sendo erroneamente associado ao colesterol. Até hoje muitos mitos ainda rondam esse alimento, e uma dessas crenças se refere à cor da casca do ovo. Mas afinal, a cor do ovo influencia no seu valor nutricional? A cor dos ovos de galinha não interfere em seu sabor, qualidade ou valor nutricional. Sua cor está ligada a questões genéticas. A formação da casca e sua pigmentação é um processo independente do seu conteúdo interno.

De fato, é possível saber ou deduzir a cor da casca do ovo a partir da raça da galinha. De acordo com estudos, galinhas vermelhas/marrons tendem a pôr ovos de casca escura, em tons acastanhados. Na realidade todos os ovos em essência são brancos, a casca dos ovos de galinha é composta de carbonato de cálcio, um cristal de cor branca, devido a isso, todos os ovos são brancos a princípio.

A mudança de cor acontece no momento que ele está passando pelo oviduto - órgão de estrutura tubular que liga o ovário da ave à cloaca, que é a cavidade por onde sai o ovo - e é imerso em uma

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