Revista do PecSite - Edição 09

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AGROCERES MULTIMIX

Desempenho exige muito mais que nutrição

TECNOLOGIA

Aplicativo gerencia custos na atividade leiteira

Quanto mais melhor

Pesquisa comprova que presença de árvores melhora a qualidade da pastagem, aumentando o teor de proteína bruta e resultando em melhor qualidade da alimentação animal

Setembro/2023 - No 09 - ano II www.pecsite.com.br/revista

Voltadas à produção animal, as publicações da Mundo Agro Editora são reconhecidas pela credibilidade e zelo quanto às informações de mercado, estatísticas, notíciário nacional e internacional e novidades científicas e tecnológicas voltadas à agropecuária. E essa credibilidade é o diferencial estratégico para a comunicação do seu produto, serviço e da imagem da sua empresa.

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C O N F I E N O S M A I S D E C O F I E N O S M A I S D E C O N F I E N O M A I S D E 2 0 A N O S 2 0 A N O S 2 N O S D E E X P E R I Ê N C I A D E E X P E R I Ê N C I A D E X P E R I C I A E C R E D I B I L I D A D E N O E C R E I B I L I D A E N O E C R E D B I I D A D E N O A G R O N E G Ó C I O A G R O N E G Ó C I O A G R O N E G C I O

Caro leitor,

As estimativas do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), obtidas com base nas informações de agosto, resultaram em R$ 1,142 trilhão para este ano. O valor é 2,4% maior em relação ao obtido em 2022, que foi de R$ 1,115 trilhão.

Poucos produtos trazem contribuição negativa ao crescimento do VBP. Estão incluídos, algodão, batatainglesa, mamona e trigo, que têm passado por um período de preços reais em decréscimo. Estes são acompanhados pela retração da carne de frango e carne bovina, ambas apresentando forte retração do VBP em relação ao ano anterior. Saiba mais nos destaques da edição de setembro da Revista do PecSite.

Sobre ILPF, pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste (SP) comprova que presença de árvores melhora a qualidade da pastagem, aumentando significativamente o teor de proteína bruta e a qualidade da alimentação animal.

Carrapato estrela e a febre maculosa, o patógeno que exige medidas severas de saúde pública volta a ser notícia no Brasil após mortes na cidade de Campinas, no interior de São Paulo.

E muito mais.

Boa leitura.

Publicação Trimestral nº 09 | Ano II | Setembro/2023

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Eventos

As + lidas do PecSite

Estatísticas e preços

08 14

Destaques PecSite:

Profissionais, Empresas & Instituições

Destaques PecSite:

Valor da Produção Agropecuária é atualizado para R$ 1,142 trilhão este ano

Ponto-Final:

Novas Unidades

Técnicas Regionais de Agricultura e Pecuária são instaladas em seis estados

Redação Glaucia Bezerra (MTB 80373/SP) e Stefani Campos imprensa@mundoagro.com.br

José Carlos Godoy jcgodoy@mundoagro.com.br

Comercial

Natasha Garcia e André Di Fonzo (19) 98963-6343 comercial@mundoagro.com.br

Diagramação e arte Gabriel Fiorini gabrielfiorini@me.com

Internet Gustavo Cotrim webmaster@mundoagro.com.br

Administrativo e circulação adm@mundoagro.com.br

4 A Revista do PecSite
Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP Os informes técnico-empresariais publicados nas páginas da Revista da Mundo Agro são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.
Editorial SUMÁRIO
EXPEDIENTE

Desempenho exige muito mais que nutrição

Presença de árvores melhora qualidade da pastagem

Carrapato estrela: como se prevenir contra a febre maculosa

Aplicativo gerencia

custos na atividade leiteira e auxilia produtores, cooperativas e indústrias de laticínios

5 A Revista do PecSite
AGROCERES MULTIMIX ILPF SAÚDE PÚBLICA TECNOLOGIA 16 22 28 30

OUTUBRO

8º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio

25/10 e 26/10

São Paulo/SP

NOVEMBRO

Victam Latam

3/10 a 5/10

Expo Center NortePavilhão Vermelho

São Paulo/SP

Desconto de 20% parceiro

Mundo Agro com o cupom: #MUNDOAGRO20OFF

12º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite e 7ª

Milk Fair

07/11 a 09/11

Chapecó/SC

Pecuária 360º 20/03 e 21/03

Goiânia/GO

+ em: www.pecsite.com.br e em nossas

Exportação de carne bovina atingiu 212,2 mil toneladas em agosto

O total embarcado atingiu quase 212,2 mil toneladas, significando aumento próximo de 15% sobre julho último, mas indicando queda de 7,2% em relação a agosto do ano passado. O volume acumulado nos primeiros oito meses do ano ficou próximo de 1,515 milhão de toneladas, significando queda de 4,3% sobre o mesmo período do ano passado. De toda forma, ainda aponta crescimento de 11% sobre o mesmo intervalo de 2021.

Leia na íntegra:

Desempenho exportador das carnes nos cinco primeiros dias úteis de setembro

Ainda que bastante auspiciosos, os primeiros resultados da SECEX/ME para as exportações de carnes de setembro corrente não devem ser interpretados literalmente, pois apontam – no tocante ao volume já embarcado – índices de expansão que fogem ao convencional. Ou seja: pela média diária, incremento de 73% no volume de carne suína, de 70% no de carne de frango e de, praticamente, 55% no de carne bovina.

Leia na íntegra:

As + lidas do PecSite 1 2 3

São Paulo tem vacinação contra febre aftosa suspensa

São Paulo é o sétimo estado brasileiro, além do Distrito Federal, a fazer parte da zona livre de febre aftosa sem vacinação. Com isso, a imunização dos rebanhos contra a doença será suspensa. A medida faz parte do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção contra a Febre Aftosa (PNEFA), coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) em parceria com os serviços veterinários locais e o setor agroprodutivo. Essa medida deve gerar impacto positivo aos pecuaristas, segundo a Associação Nacional da Pecuária de Corte (Assocon).

Leia na íntegra:

6 A Revista do PecSite
EVENTOS
redes sociais

ESTATÍSTICAS E PREÇOS

Milho registra queda anual de 22,8% até agosto

A safra recorde de milho continua contribuindo para que os preços da saca de milho permaneçam declinando. Considerando agosto último, os produtores do grão absorveram quedas no preço médio de 33,2% e 44,1% sobre, respectivamente, agosto de 2022 e 2021. O acumulado no decorrer do ano, por sua vez, apresentou quedas de 22,8% e 24,8% sobre, respectivamente, mesmos períodos de 2022 e 2021, enquanto mostra índice positivo de 32,3% sobre o mesmo período de 2020.

Valores de troca

O preço médio da arroba do boi gordo, (interior paulista), sofreu queda significativa no decorrer dos primeiros oito meses do ano. A arroba bovina atingiu valor médio de R$265,00, significando quedas de 19,3% e 14,8% em relação aos preços recebidos pelos pecuaristas nos mesmos períodos de 2022 e 2021, respectivamente. Mesmo assim, o resultado foi melhor que o verificado no milho considerando as bases de comparação, permitindo aos pecuaristas absorverem ganhos na relação entre os produtos. No período foram necessárias 68,7 kg, ou, 4,6 arrobas de boi vivo para adquirir a tonelada do cereal, enquanto no mesmo período de 2022 foram necessárias 71,9 kg, ou, próximo de 4,8 arrobas/t, significando leve melhora de 4,6% no poder de compra. Em relação ao mesmo período de 2021 a melhora no poder de compra dos pecuaristas atingiu 13,4%.

Preço médio Milho

R$/saca de 60 kg, interior de SP

Farelo de soja apresentou queda de 9,6% até agosto

Não tão expressiva quanto a verificada no milho, o preço do farelo de soja (FOB, interior de SP) também apresenta queda no acumulado de 2023. O preço médio do grão nos primeiros oito meses do ano alcançou R$2.463,00 por tonelada, significando quedas de 9,6% e 4,1% sobre, respectivamente, o mesmo período do ano passado e retrasado, enquanto a comparação com o mesmo intervalo de 2020 ainda sinaliza incremento expressivo de 50,5%.

Valores de troca

Considerando que a desvalorização verificada no mercado de boi gordo foi muito superior à verificada no mercado de comercialização do Farelo de Soja, os pecuaristas absorveram perdas no poder de compra nos primeiros oito meses do ano. De acordo com o preço médio de ambos os produtos, foram necessários, aproximadamente, 139,4 kg, ou, 9,3 arrobas de boi gordo (interior paulista) para adquirir uma tonelada do farelo, significando piora de 10,7% no poder de compra do pecuarista em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a perda atingiu 11,1% em comparação ao mesmo período de 2021, já que, lá, a necessidade foi de quase 124 kg, ou, apenas 8,3 arrobas para adquirir o cereal.

Preço

Farelo de Soja

R$/tonelada FOB, interior de SP

7 A Revista do PecSite
Milho/Boi
Vivo
Farelo/Boi Vivo
Mínimo 55,00 Mínimo 2.060,00 Máximo 94,00 Máximo 3.050,00 Média Jan-Ago 72,87 Média Jan-Ago 2.463,00
médio

Planta da Alltech no Paraná é destaque em relatório global de sustentabilidade

AAlltechlançou seu Relatório de Sustentabilidade 2022, que reúne as ações adotadas pela empresa para alinhar os negócios com seus compromissos com o Pacto Global das Nações Unidas, os Dez Princípios do Pacto Global, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e seu propósito de Trabalhar juntos por um Planeta de Abundância.

“Acreditamos que o agronegócio tem o maior potencial para impactar positivamente o futuro do nosso planeta, e é por isso que a Alltech está convocando nosso setor a Trabalhar juntos por um Planeta de Abundância. Não é apenas a missão da nossa empresa, mas um propósito global”, disse o Dr. Mark Lyons, presidente e CEO da Alltech.

Aleris e sua trajetória na pecuária leiteira presente na Agroleite 2023

Após sua estreia na Agroleite em 2022, a Aleris Animal Nutrition retorna à principal vitrine tecnológica e de networking da cadeia produtiva leiteira do Brasil, a Agroleite 2023, que ocorreu entre os dias 8 a 11 de agosto, no Parque de Exposições Dario Macedo, em Castro (PR)

“Nesta edição, compartilharmos a história da Aleris, uma empresa fundamentada na ciência, com a missão de agregar valor aos negócios dos nossos clientes”, declara Giuliano Pavani, Gerente de Negócios Ruminantes da Aleris Animal Nutrition.

8 A Revista do PecSite DESTAQUES PECSITE: PROFISSIONAIS, EMPRESAS & INSTITUIÇÕES
Giuliano Pavani, Gerente de Negócios Ruminantes da Aleris. Foto: divulgação.

JBS já acolhe 6,8 mil imigrantes em sua força de trabalho

Uma

das maiores empresas de alimentos do mundo, a JBS acaba de ultrapassar a marca de 6,8 mil imigrantes atuando em seus escritórios e unidades produtivas no Brasil. Com isso, a Companhia passa a contar com 4% de sua força de trabalho formada por pessoas de outras nacionalidades.

Para Fernando Meller, diretor-

executivo de Gente e Gestão da JBS, a Companhia considera que seu sucesso se baseia nas habilidades coletivas e nas experiências de seus colaboradores, razão pela qual valoriza e estimula a diversidade de origens, idiomas e culturas de suas equipes. “Isso não se restringe ao Brasil, essa é uma política que

aplicamos em todos os países em que estamos. Em outros locais, também temos quadros de trabalho diversificados, com a presença de imigrantes. Acreditamos que, ao somar conhecimentos de várias procedências, ampliamos a excelência do que entregamos aos nossos clientes”.

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DESTAQUES PECSITE: PROFISSIONAIS, EMPRESAS & INSTITUIÇÕES
FOTO DIVULGAÇÃO JBS

DESTAQUES PECSITE: PROFISSIONAIS, EMPRESAS & INSTITUIÇÕES

Associação de Girolando amplia atendimento em Rondônia

AAssociação

Brasileira dos Criadores de Girolando está reforçando sua equipe técnica em Rondônia. Na semana passada, o coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior, esteve no estado para uma visita de fomento em propriedades locais e para conduzir o treinamento da médica-veterinária Janaína Ferreira Peixoto Batista. Ela atuava como controladora do Serviço de Controle Leiteiro Oficial e, agora, passa também a realizar a inspeção e registro genealógico dos rebanhos locais, juntamente com o

Assocon fala sobre expectativas para o segundo semestre, no 3º Fórum Pecuária Brasil

AAssociação Nacional da Pecuária de Corte (Assocon) participou do 3º Fórum Pecuária Brasil, promovido pela Datagro, no dia 10 de agosto de 2023, no Blue Tree Transatlântico Convention Center, em São Paulo. Durante a abertura do evento, às 8h20, o presidente da entidade, Maurício Velloso, abordará as expectativas para o setor no segundo semestre.

“A pecuária brasileira é uma potência. Mesmo após um início de ano turbulento, nossa

proteína segue conquistando bons resultados de exportação e de qualidade, o que permitirá nossa expansão para novos mercados”, comenta Mauricio Velloso, presidente da Assocon. Em relação ao fórum, o presidente da associação acredita que “esse tipo de evento é muito importante para podermos dialogar e entender o que os pecuaristas esperam da gente, para, assim, podermos atuar cada vez mais e melhor, em benefício de um setor sempre forte para todos”.

técnico que já atende na região, Willian de Oliveira Santos. Segundo o coordenador do PMGG, o treinamento ocorreu em diversas propriedades de Rondônia. “A pecuária leiteira tem um grande potencial de crescimento na região, pois o estado abastece importantes capitais do Norte do Brasil, como Rio Branco, Manaus, Boa Vista, além do mercado interno. A raça Girolando, por permitir uma criação nos mais diferentes sistemas de produção, encaixa perfeitamente nas demandas dos produtores de Rondônia”, explica Edivaldo Júnior.

12 A Revista do PecSite
Mauricio Velloso, presidente da Assocon. Foto: divulgação. Nova técnica da Girolando em Rondônia e o coordenador do PMGG durante visita em fazenda. Foto: Divulgação.

DESTAQUE PECSITE: VBP AGROPECUÁRIA

Valor da Produção

Agropecuária é atualizado para R$ 1,142 trilhão este ano

As lavouras tiveram um faturamento de R$ 804,3 bilhões e a pecuária, de R$ 338,3 bilhões. A safra recorde de grãos, os preços agrícolas e as exportações são os principais fatores responsáveis por esses resultados

Asestimativas do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), obtidas com base nas informações de agosto, resultaram em R$ 1,142 trilhão para este ano. O valor é 2,4% maior em relação ao obtido em 2022, que foi de R$ 1,115 trilhão.

As lavouras, com crescimento de 4,2%, tiveram um faturamento de R$ 804,3 bilhões, e a pecuária, com retração de 1,6%, apresenta um faturamento de R$ 338,3 bilhões. A safra recorde de grãos deste ano, os preços agrícolas e as exportações são os principais fatores responsáveis por esses resultados.

Diversos produtos apresentaram desempenho favorável neste ano. Conforme análise do coordenador geral de Planos e Cenários da Secretaria de Política Agrícola

do Ministério da Agricultura e Pecuária, José Garcia Gasques, esse resultado se deve, especialmente, aos preços e ao volume produzido. Entre esses produtos, encontram-se amendoim, com aumento real de 11,7% no VBP, arroz 11,6%, banana 16,9%, cacau 13,1%, cana de açúcar 13%, feijão 7,3%, laranja 27,2%, mandioca 40,3%, soja, 3,0%, milho 1,1%, tomate 17,3% e uva 9,7%.

“Vários produtos desta relação apresentam neste ano, recordes do VBP em uma série de mais de 30 anos de cálculo. Entre esses estão, amendoim, cana-de-açúcar, feijão, laranja, mandioca, milho, tomate e outros”, registra Gasques.

Poucos produtos trazem contribuição negativa ao crescimento do VBP. Estão incluídos, algodão, batatainglesa, mamona e trigo, que

771,6

TOTAL LAVOURAS TOTAL PECUÁRIA

14 A Revista do PecSite
VBP AGROPECUÁRIA
343,8 Bilhões R$ 804,32 MAPA
-1,6% 4,2% 2022 2022 2023
Fonte: CGPOP/DAEP/SPA/MAPA.

AGROPECUÁRIA - BRASIL

têm passado por um período de preços reais em decréscimo. Estes são acompanhados pela retração da carne de frango e carne bovina, ambas apresentando forte retração do VBP em relação ao ano anterior. Por outro lado, na pecuária, os suínos, leite e ovos, têm tido desempenho bastante favorável.

Cinco produtos, que respondem por 81,7% do VBP das lavouras, apresentam melhor desempenho, são eles a soja, milho, cana-de-açúcar,

café e algodão. Outra observação salientada pelo coordenador, é que as exportações mostram-se favoráveis, tendo sido gerada uma receita da ordem de US$ 97,12 bilhões nessa metade do ano.

Finalmente, os resultados regionais mostram a liderança de Mato Grosso, seguido por Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Estes geram um faturamento de R$ 588,7 bilhões, que corresponde a 51,5% do VBP do país.

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TOTAL PECUÁRIA VBP TOTAL 1.153,3 338,31 1.142,62 Posição Região 2023 1 Centro-Oeste 349.650.261.950 2 Sudeste 282.559.838.001 3 Sul 278.977.456.641 4 Nordeste 104.431.836.001 5 Norte 73.441.991.903 Posição Estados 2023 1 Mato Grosso 182.920.810.342 2 Paraná 143.571.297.673 3 São Paulo 138.966.000.161 4 Minas Gerais 123.274.327.049 5 Goiás 95.873.864.475 6 Rio Grande do Sul 88.600.951.691 7 Mato Grosso do Sul 69.249.694.315 8 Santa Catarina 46.805.207.277 9 Bahia 46.676.981.121 10 Pará 26.254.038.588
Fonte: CGPOP/DAEP/SPA/MAPA. Produção e preços referentes
2,4% -1,6% 2022 2023 2023

Desempenho exige muito mais que nutrição

Com esse foco, a Agroceres Multimix desenvolve seu trabalho baseada na excelência da gestão de ingredientes e produtos, pesquisa e inovação e suporte técnico qualificado aos seus clientes

Em 2022, o Brasil produziu mais de 10 milhões de toneladas de carne bovina e captou quase 24 bilhões de litros de leite, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Esses números colocam o país como segundo maior produtor mundial de carne bovina e terceiro maior produtor de leite.

Segundo Ricardo Ribeiral, que é o diretor da empresa brasileira de nutrição animal, Agroceres Multimix, com o objetivo de apoiar os produtores brasileiros na melhoria de seus índices produtivos,

desde 1976 a empresa trabalha apoiada na máxima de que desempenho exige muito mais que nutrição.

Em 2016, com vistas a ampliar sua inserção no mercado de nutrição de bovinos de corte, a empresa adquiriu a matogrossense Novanis, junto com suas três fábricas. E, há mais de 45 anos, a Agroceres Multimix vem desenvolvendo seu trabalho baseada na excelência da gestão de ingredientes e produtos, pesquisa e inovação e suporte técnico qualificado aos seus clientes.

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AGROCERES MULTIMIX

Conhecendo os ingredientes no detalhe

Segundo o diretor da Agroceres Multimix, conhecer a fundo os ingredientes é fundamental para garantir a excelência de seus produtos finais. Para isso, a empresa dispõe de um laboratório equipado com tecnologia de última geração, com uma área para controle de qualidade e estrutura completa para análise de matérias primas que também oferece suporte a clientes.

Auditorias presenciais nos fornecedores de matérias primas é outra estratégia adotada pela Agroceres Multimix, com o objetivo de avaliar instalações, higiene e rastreabilidade entre outros pontos, que são considerados no momento de decisão da compra final. “Esse acompanhamento rígido do que estão nos fornecendo é fundamental para garantir a qualidade e eficácia das soluções que entregamos para o mercado”, explica Ribeiral.

Pesquisa e validação são o terceiro ponto muito valorizado pela empresa, que levanta as demandas do campo a partir de visitas técnicas e análise de tendências de mercado. As informações são discutidas nos fóruns técnicos internos da Agroceres Multimix, para posterior pesquisa e validação, não apenas em escala experimental, mas também comercial.

Por fim, o suporte técnico qualificado aos clientes, é garantido pela Agroceres Multimix através de uma equipe com 127 profissionais, entre médicos veterinários, zootecnistas e engenheiros agrônomos. A equipe de profissionais é 80% formada por especialistas, dos quais 70% são mestres e doutores, que realizam mais de 10 mil atendimentos técnicos por ano.

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Ricardo Ribeiral, diretor da Agroceres Multimix
Conhecer a fundo os ingredientes é fundamental para garantir a excelência de seus produtos finais.

Agroceres Multimix apresenta estrutura inédita de pesquisa

A Agroceres Multimix possui um Núcleo de Tecnologia e Inovação, cuja estrutura é inédita no mercado brasileiro de indústrias de nutrição animal. Anualmente, a empresa investe mais de R$10 milhões para desenvolvimento de novos produtos, validação e qualificação de insumos e aditivos, aperfeiçoamento das matrizes nutricionais, além de estudos de manejos e equipamentos.

Segundo o diretor da empresa, Ricardo Ribeiral, o Grupo Agroceres nasceu da pesquisa, em 1945, a partir do desenvolvimento do primeiro milho híbrido do Brasil. “Isso faz parte da nossa cultura e todas as unidades de negócios da Agroceres têm uma ligação muito forte com a pesquisa e a inovação”, explica.

Bem-estar Animal

Entre 1990 e 2023 mais de 1,3 milhão de animais, entre aves, suínos e bovinos participaram de experimentos dentro da estrutura de pesquisas da Agroceres Multimix, resultando em importantes avanços para o setor. Segundo o Gerente de Pesquisa e Saúde Animal da empresa, Tarley Araújo Barros, para cada experimento é desenvolvido um protocolo de bem-estar animal, que é avaliado por uma CEUA (Comissão Ética de Uso de Animais).

A referida Comissão é formada por funcionários da Agroceres Multimix, professores de universidades e membros da sociedade civil organizada. A CEUA também é registrada no CONCEA (Conselho Nacional de Controle e

Experimentação Animal), órgão federal a quem a empresa presta contas de todos os experimentos que realiza a cada ano.

Rigor Científico

Todos os experimentos desenvolvidos pela Agroceres Multimix são delineados respeitando os princípios básicos da experimentação animal, que são: a repetibilidade (aumenta a precisão das médias e reduz erros), casualidade/aleatoriedade (elimina intenção de priorizar determinado tratamento) e controle local (aumenta a precisão experimental).

Nos espaços de pesquisas da Agroceres Multimix também é aplicado o princípio do controle de meio, voltado para o ambiente e demais variáveis não experimentais que possam colocar o experimento em risco. As medidas fazem parte

dos cuidados essenciais para que os resultados dos experimentos tenham poder estatístico e alto grau de confiança.

Segundo o Gerente de Pesquisa, com as análises estatísticas é possível determinar parâmetros de qualidade e segurança dos dados, por meio de avaliação da homogeneidade dos resíduos experimentais e o intervalo de confiança das respostas, ancorados pelo que é conhecido no meio científico por valor de P.

Dados seguros e estruturados para gerar muita

análise

Todos os dados dos experimentos desenvolvidos no Núcleo de Tecnologia e Inovação da Agroceres Multimix são inseridos em um software próprio da empresa e

18 A Revista do PecSite AGROCERES MULTIMIX

abastecem uma plataforma analítica que apoia a tomada de decisões do grupo.

“Conseguimos segmentar os dados por linhagens de animais, idade, sistema de produção, entre outras características”, explica o Gerente de Pesquisas. “Dessa base analítica nós conseguimos extrair, por exemplo, recomendações de sistemas produtivos para nossos clientes”, completa.

Tarley explica ainda que a estrutura de pesquisas da Agroceres Multimix também abriga experimentos desenvolvidos em parceria com casas genéticas e universidades, entre outras entidades. Entre os parceiros da empresa para a realização de pesquisas e experimentos estão a EPAMIG, Universidade Federal de Viçosa, UFMG, UFLA, Unesp, USP, Kansas State University e Embrapa.

Fazenda Jumari sedia experimentos com bovinos de corte em escala comercial

Situada em Ipiaçu (MG), a Fazenda Jumari sedia as validações em escala comercial de experimentos com bovinos de corte da Agroceres Multimix. De propriedade da empresa, a Fazenda é composta por:

- Confinamento com 25 baias e capacidade média de 70 animais,

- RIP (Recria Intensiva a Pasto) em oito pastos, com área total de 375 hectares e uma média de lotação de 3,5 cabeças/há

- TIP (Terminação Intensiva a Pasto) em dez pastos com área total de 166 hectares e uma média de lotação de 7 cabeças/ha ao ano.

Um experimento está em

andamento na Fazenda Jumari para monitoramento integral dos animais por vídeo. As imagens abastecem um software, que mapeia todo o comportamento dos animais durante os experimentos e validações.

Segundo o Gerente de Pesquisa e Saúde Animal da empresa, Tarley Araújo Barros, a iniciativa permitirá avaliar a praticidade e efetividade da ferramenta, podendo embasar orientações a clientes da empresa.

Núcleo de Bovinos de Corte

Antes de seguirem para validação em escala comercial na Fazenda

Jumari, as pesquisas com bovinos de corte são desenvolvidas no Núcleo de Bovinos de Corte do Centro de Pesquisas da Agroceres Multimix, em Patrocínio (MG). Este núcleo é composto por dois galpões de confinamento com 24 baias, curral de manejo e um galpão de apoio para armazenar rações secas, feno e maquinário.

As pesquisas desenvolvidas com bovinos de corte nos últimos anos foram voltadas para o desenvolvimento de aditivos modificadores de fermentação ruminal, planos nutricionais para bovinos em confinamento, híbridos de milho para silagem e alimentos e dietas alternativas para diferentes conjunturas econômicas.

No Centro de Pesquisas, a Agroceres Multimix também é realizada a avaliação de digestibilidade de híbridos de milho para silagem, para a seleção de melhores híbridos destinados à alimentação animal. Essa vertente oferece à empresa informação altamente correlacionada com o desempenho na fazenda de seus clientes.

19 A Revista do PecSite
Tarley Araújo, gerente de pesquisas e sanidade da Agroceres Multimix

Na Agroceres Multimix, vacas produzem média de 42 litros de leite e apresentam 22% de taxa de prenhez

O Núcleo de Bovinos de Leite do Centro de Pesquisas da Agroceres Multimix, conta com um galpão climatizado com capacidade para 60 vacas em lactação e doze vacas secas.

O Free-Stall possui sistema de resfriamento adiabático evaporativo composto por placas de celulose, ventilação por pressão negativa e túnel de vento.

Alimentadas em sistema de cochos individualizados e automáticos, as vacas apresentam média de 42 litros de leite por dia, obtidos em sistema de ordenha semiautomática e com estrutura anexa no subsolo para coletar amostras de leite. Segundo o Gestor Técnico de Bovinos de Leite da Agroceres Multimix, Gilson Dias, esse é o resultado apresentado pelos animais, mesmo não se tratando do foco principal das pesquisas.

Ainda segundo o especialista, o leite produzido na unidade experimental apresenta teor de gordura que gira em torno de 4%, proteína em 3,3% e CSS 150 mil. Além disso, a equipe de pesquisadores da Agroceres Multimix avalia o nitrogênio ureico do leite (NUL), que está em torno de 1213mg/dl.

Esses parâmetros são rotineiramente utilizados como variáveis resposta em experimentos. A acurácia e sensibilidade nessas mensurações garantem boa capacidade de gerar respostas fidedignas dos tratamentos testados.

Embora os experimentos não sejam focados em reprodução, dados reprodutivos são constantemente monitorados. A taxa de prenhez no Centro de Pesquisas é de 22%, bem acima da média nacional que é 12% de prenhez. Segundo Gilson, boa reprodução é uma importante variável que expressa conforto e bom manejo dos animais.

Esse setor do Centro de Pesquisas também conta com bezerreiro conceito e sistema de recria de bezerras e novilhas em piquetes. O bezerreiro foi elaborado em um sistema de baias individuais e suspensas, construídos em alvenaria e possui sistema de escoamento de dejetos no intuito de reduzir o risco sanitário.

No bezerreiro também são feitas pesquisas com o intuito de gerar produtos e conceitos para máxima

saúde, desempenho e eficiência dos animais jovens. Isso, porque uma boa criação de bezerras garantem animais adultos mais saudáveis, produtivos e longevos.

Saúde e boa condição ruminal

Outro gargalo que afeta a maioria das propriedades com vacas de alta produção é a ocorrência de acidose ruminal e, por isso, Gilson Dias explica que o Centro de Pesquisas também realiza trabalhos para entender os desafios e garantir boa saúde aos animais. A correta adaptação a cada fase do animal, bom manejo nutricional e constância da oferta de nutrientes, são ferramentas que garantem bons resultados.

“A gente adapta essa vaca desde o préparto, com alimentos que ela vai digerir, utilizando fontes de fibra de alta digestibilidade em níveis corretos para que tenha uma boa ruminação, além de trabalhar com fontes diferentes de amido, conforme as fases de lactação, evitando também carboidratos de alta fermentação no pós-parto”, explica Gilson.

O núcleo de bovinos de leite é composto ainda por bezerreiro, piquetes de recria de bovinos leiteiros, conjunto de três silos para forragem e um sistema de tratamento de dejetos tipo reator UASB, que trata conjuntamente dejetos de suínos e bovinos, resultando em coproduto para fertirrigação, aplicado nas próprias lavouras do Centro de Pesquisas.

20 A Revista do PecSite AGROCERES MULTIMIX

Presença de árvores melhora qualidade da pastagem

Uma pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste (SP) comprovou que o manejo das árvores é estratégico para garantir o equilíbrio em sistemas de integração pecuária-floresta (IPF) ou silvipastoril. Além de manter a produtividade da pastagem e melhorar a qualidade da madeira remanescente, a forragem nesse sistema apresentou teor elevado de proteína bruta, quando comparada a um modelo pecuário tradicional, sem a presença do componente arbóreo, o que significa maior qualidade do alimento aos animais.

O avanço é importante porque

manter a produção de forragem em sistemas integrados com árvores é um desafio para o produtor rural, uma vez que o desenvolvimento das pastagens depende da incidência de luz. A diminuição da radiação afeta o crescimento dessas plantas, podendo ocasionar menor produtividade na pecuária.

Os sistemas silvipastoris são opções sustentáveis para o pecuarista realizar a intensificação das pastagens. Com as árvores integradas à pecuária, o produtor proporciona bem-estar aos animais e contribui para a remoção do carbono atmosférico e mitigação

das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Sem contar que o componente arbóreo é uma boa aposta para garantir créditos de carbono no futuro, uma nova alternativa de renda.

O trabalho, publicado no The Journal of Agricultural Science, concluiu que um pasto sombreado tem características nutritivas superiores e produtividade semelhante às de uma pastagem a pleno sol manejada da mesma maneira.

De acordo com o pesquisador José Ricardo Pezzopane, da Embrapa, o

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Pesquisa comprova que teor de proteína bruta foi superior na pastagem integrada às árvores, o que significa melhor qualidade da alimentação animal
ILPF
Paulo Francisco Menegucci

Leia o artigo científico: Productive and nutritive traits of Piatã palisadegrass after thinning the forest component of a silvopastoral system in southeastern Brazil

manejo das árvores no sistema silvipastoril proporcionou aumento da produção da forragem em comparação aos anos anteriores. Antes do desbaste, utilizando a média de duas estações – dois verões –, que a época mais produtiva da pastagem, a produção de forragem no silvipastoril foi 45% inferior ao sistema a pleno sol: 996 quilos por hectare contra 1,87 mil quilos por hectare, respectivamente. Nos dois verões posteriores ao manejo, a produção foi bem diferente: quase 2 mil quilos por hectare no modelo integrado e 2,38 mil quilos por hectare a pleno sol.

Segundo Pezzopane, não há

diferença estatística nesse caso. “Além de não ocorrer variação na produção, a forragem no silvipastoril apresentou teores de proteína bruta superiores, o que expressa maior qualidade do alimento aos animais. Importante ressaltar que os dois sistemas foram manejados sob o mesmo tipo de pastejo, ou seja, rotacionado com adubação nitrogenada da pastagem”, explica o pesquisador.

Práticas como o desbaste ou a desrama são opções para diminuir a competição por recursos entre o pasto e as árvores, garantindo uma produção equilibrada entre todos os elementos do sistema.

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A forragem na integração pecuária-floresta (IPF) apresentou teor elevado de proteína bruta quando comparado a um modelo pecuário tradicional - Foto: Gisele Rosso Sistema integrado ainda promove renda adicional com a madeira produzida.

EXPERIMENTO

O estudo avaliou as características produtivas e nutritivas do capim-piatã (Urochloa brizantha cv. BRS Piatã) após o desbaste do componente florestal do silvipastoril, formado por eucaliptos (Eucalyptus urograndis clone GG100). Também foram analisados a produção de forragem e o valor nutritivo, com as variáveis do microclima, no sistema intensivo a pleno sol com capim-piatã. O experimento ocorreu na Fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), de 2016 a 2018.

O sistema silvipastoril foi formado em 2011, com árvores plantadas em fileiras simples no espaçamento de 15 metros por 2 metros, totalizando 333 árvores por hectare. Antes do início do estudo, em 2016, foram retirados 50% dos eucaliptos em cada fileira e, assim, o espaçamento foi reduzido para 15 metros por 4 metros. Segundo dados da pesquisa, em outubro de 2017, as árvores tinham, em média, 27,8 metros de altura e 25,9 centímetros de diâmetro à altura do peito (DAP).

Durante o período experimental, o valor nutritivo e a produção de forragem foram avaliados em cinco ciclos de pastejo representativos característicos das estações do ano de dezembro de 2016 a março de 2018: verão, outono, inverno e primavera de 2017 e verão de 2018.

Resultados

O teor de proteína bruta foi maior no IPF do que a pleno sol na maioria das estações do ano. Já o acúmulo de forragem nos dois sistemas foi semelhante. A produção de forragem foi favorecida pelo desbaste, principalmente próximo ao evento, enquanto sua qualidade foi consistentemente superior no IPF. Assim, Pezzopane recomenda a adoção do desbaste de árvores em sistemas integrados para proporcionar produção de forragem semelhante a pleno sol e, ainda, com maior teor de proteína.

Quando o pecuarista consegue utilizar, na mesma área, pecuária e produção de madeira com eficiência, ele tem diversos benefícios. Além da renda alternativa com a madeira, há os serviços ecossistêmicos como diversificação de espécies e fixação de carbono (C), que geralmente não são computados. No entanto, Pezzopane alerta que esse modelo é bastante complexo, porque ocorrem interações variadas entre os elementos: pastagem, árvores e animais. “Resultados positivos dependem da capacidade de garantir interações sinérgicas entre tais componentes”, afirma ele.

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A produtora Maria Fernanda Guerreiro, que trabalha com sistemas integrados em sua propriedade desde 2013, confirma os resultados da pesquisa da Embrapa na prática. Ela conta que nunca teve problemas com o sombreamento das árvores, porque sempre fez o desbaste. Além de produtora, Guerreiro é engenheiraagrônoma.

“Eu tenho no sítio um medidor de radiação de luz fotossinteticamente ativa (PAR). Então, nunca tive problemas com o sombreamento da pastagem, pelo contrário, só tive benefícios. Eu trabalhei com desrama e desbaste dos eucaliptos. Quando o medidor apresentava sombreamento passando de 35%, a gente entrava com uma forma de manejo. Tirava as plantas mais finas, as doentes, e, assim, não tive problemas”, conta.

De acordo com ela, é possível perceber visualmente quando manejar; não é necessário ter o equipamento de medição de radiação. É preciso observar e estar atento a todos os elementos.

O momento certo para o manejo é indicado pelo nível de retenção de luz pelas árvores. Pezzopane recomenda o monitoramento constante e, caso ultrapasse os 35%, deve-se fazer o desbaste. Verificar o crescimento do diâmetro e da altura também contribui para definição do ponto ideal de manejo. Outros indicativos são a estabilização do crescimento das árvores, vigor das pastagens e as oportunidades de exploração da madeira para usos na propriedade ou para venda.

A qualidade da pastagem no silvipastoril tem relação com a

maior fertilidade do solo em comparação aos sistemas intensivos a pleno sol devido à diversificação da matéria orgânica do solo (MOS) e sua microbiota pelo desprendimento de raízes de diversas espécies e queda de serrapilheira. Segundo o estudo, a MOS e seu carbono resultam em taxa de mineralização de nitrogênio variada, beneficiando no longo prazo a suplementação de nitrogênio para as plantas.

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Foto: José Pezzopane
Manejo das árvores no sistema silvipastoril proporcionou aumento da produção da forragem.

“Este fator, com as mudanças fisiológicas causadas pelo sombreamento, geralmente resulta em espécies com maior teor de proteína bruta e digestibilidade in vitro da matéria seca em comparação com aquelas manejadas a pleno sol, o que explica o maior teor de proteína bruta da forragem na maioria das estações quando comparado às posições do intensivo a pleno sol,” detalha o pesquisador.

“Além disso, a presença de árvores reduz o escoamento superficial e permite explorar camadas mais profundas do solo para captação de água que, em condições de disponibilidade hídrica adequada, aumenta o uso total de água pelo sistema. Ainda, a sombra reduz a radiação e o estresse térmico nos bovinos, o que pode reverter em maior desempenho animal”, indica o pesquisador no trabalho.

Sob sombra em ambientes com temperaturas mais baixas, as enzimas são menos eficientes do que em pastagens a pleno sol, no processo de fotossíntese. A diminuição da eficiência resulta em maior concentração de enzimas por massa foliar e, como grande parte do nitrogênio da folha está presente nas enzimas da fotossíntese, há maior teor desse nutriente no tecido foliar.

A maior digestibilidade (DIVMS) em pastagens do IPF pode ser parcialmente atribuída a temperaturas mais elevadas no sistema a pleno sol quando comparado ao integrado. O aquecimento frequentemente

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ILPF
Pesquisa conclui que um pasto sombreado tem características nutritivas superiores e produtividade semelhante às de uma pastagem a pleno sol manejada da mesma maneira.

aumenta o teor de fibra das forragens, o que reduz qualidade e digestibilidade. Temperaturas altas também promovem o desenvolvimento mais rápido das forrageiras. Assim, é possível que a pastagem no silvipastoril foi

Manejo de árvores traz mais qualidade e produtividade

A produção equilibrada só vai ocorrer com práticas de manejo como desbastes e podas de acordo com a necessidade dos sistemas de produção. O estudo apontou que o desbaste no silvipastoril garante ao pasto características nutritivas superiores e produtividade semelhante às de uma pastagem a pleno sol.

As pastagens no IPF têm menos energia disponível para o crescimento, em comparação com pastagens a pleno sol. Assim, as plantas sombreadas adaptam-se morfológica e fisiologicamente para melhor aproveitamento da energia disponível. Plantas cultivadas sob baixa irradiação geralmente têm folhas mais finas com alta área específica foliar (AFE), o que aumenta a interceptação de luz. Isso é vantajoso para a planta em ambientes com pouca luz. O desenvolvimento de folhas mais finas é uma adaptação para diminuir a evapotranspiração, reduzindo a área foliar submetida à transpiração.

fisiologicamente menos madura que o pasto a pleno sol. Isso, por sua vez, contribui para a maior digestibilidade, já que essa característica da pastagem em geral diminui com a idade da planta.

Gisele Rosso (MTb 3.091/PR)

Embrapa Pecuária Sudeste

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Foto: Juliana Sussai

Carrapato estrela: como se prevenir contra a febre maculosa

Há dez anos, a equipe do pesquisador da Embrapa Renato Andreotti detectou o agente causador da febre maculosa brasileira (FMB), por meio de diagnóstico molecular, em Mato Grosso do Sul. Hoje, a doença tem preocupado as autoridades sanitárias em Campinas (SP), diante do cenário endêmico da região. O agente da FMB é a bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida pelo carrapato estrela (Amblyomma sculptum). O patógeno exige medidas de saúde pública e tem nas capivaras, gambás, cavalos, cães e bovinos, seus principais hospedeiros.

“Esses animais não são os vilões e o contato com eles, ou mesmo transitando nos locais onde habitam, pode ocasionar uma picada por um carrapato infectado (larvas, ninfas – conhecido como ‘micuins’) principalmente e, assim, se contrai a febre maculosa”, frisa Andreotti.

O carrapato estrela é uma espécie

que, por meio de sua picada, é capaz de infectar os seres humanos com a bactéria. Existem pelo menos outras quatro espécies de carrapatos relatadas com a circulação do agente na natureza, mas que não picam o ser humano com frequência.

Ao cair no solo, explica o parasitologista, uma fêmea do carrapato estrela é capaz de fazer a postura de cinco a oito mil ovos que se transformam em larvas. “Durante um simples piquenique no parque, milhares de carrapatos podem subir em uma pessoa. A bactéria pode ser transmitida caso o indivíduo seja picado por quatro horas contínuas pelo carrapato contaminado”, detalha.

Ele explica que o parasita também transmite vírus e outros agentes potencialmente patogênicos e que, ao picar alguém, o carrapato não apenas suga o sangue, mas injeta substâncias para evitar a reação do organismo do hospedeiro. “Quando faz isso, ocorre uma imunossupressão

no local da picada que facilita o desenvolvimento dos agentes transmitidos,” relata o especialista.

Medidas de controle do carrapato

De julho a novembro, as larvas e as ninfas aparecem e uma série de tratamentos carrapaticidas, com base nas especificações do fabricante, a intervalos semanais deve ser realizada nos animais. Nos meses mais quentes ocorre a predominância dos adultos, quando o controle pode ser realizado por tratamento com carrapaticida ou a retirada manual dos carrapatos e depositados em álcool 70%.

Deve-se roçar os pastos bem próximo ao solo, para que o sol possa aumentar a temperatura e diminuir a umidade no ambiente, reduzindo o tempo de vida do carrapato.

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O patógeno, que exige medidas de saúde pública, voltou a ser notícia após mortes na cidade de Campinas, no interior de São Paulo
SAÚDE PÚBLICA
Embrapa Gado de Corte

Cuidados pessoais para evitar a febre maculosa

Para evitar possibilidade de contaminação pela FMB alguns cuidados devem ser tomados a fim de reduzir a possibilidade de picada e a fixação dos carrapatos nos seres humanos:

• Uso de roupas claras, camisa de manga comprida e botas de cano longo com a proteção de fita adesiva entre a calça e a bota.

• Vistoriar o corpo e retirar os carrapatos imediatamente após terminar a atividade de campo.

• Matar os carrapatos mergulhando em álcool 70% e não esmagar entre as unhas para não correr o risco de contaminação. Para retirar os carrapatos da roupa pode ser usada fita adesiva e, em seguida, ferver as roupas antes de lavar.

Sete dias após o contato com carrapatos, se aparecerem sintomas de gripe forte (febre, desânimo e dores no corpo), falta de apetite e/ou manchas na pele, deve-se procurar um médico imediatamente e informar sobre o contato com carrapato.

No artigo “Carrapatoestrela (Amblyomma sculptum): ecologia, biologia, controle e importância”, da Embrapa e do Mapa, os autores destacam a importância do carrapato-estrela (A. sculptum), tanto para saúde animal quanto para a saúde pública. Sendo necessário conhecer as particularidades dessa espécie de ectoparasito a fim de se obter cada vez mais informações necessárias com relação a sua biologia, ecologia e sua capacidade vetorial na transmissão de patógenos. Leia na íntegra ou faça download do PDF pelo QR Code abaixo.

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O agente da FMB (a bactéria Rickettsia rickettsii), que é transmitida pelo carrapato estrela (Amblyomma sculptum). - Foto: Portal Tickencounter.org

Aplicativo gerencia custos leiteira e auxilia produtores, cooperativas e indústrias

Amaioria dos pecuaristas de Minas Gerais não registra os dados de despesas e receitas de suas atividades leiteiras e, portanto, não realiza apuração dos custos de produção. A informação vem de estudos realizados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do estado (EPAMIG).

Para ajudar a solucionar esse problema, a EPAMIG desenvolveu o aplicativo de Gerenciamento de Custos na Atividade Leiteira (GERCAL), voltado, sobretudo, para agricultores familiares. Segundo o pesquisador da EPAMIG, Djalma Pelegrini, a falta de controle dos custos na atividade leiteira impacta os negócios de maneira negativa. Para ele, o produtor, após prejuízos constantes, pode até ser levado a desistir da atividade.

“Quando não registramos as despesas, corremos o risco de realizar gastos além do necessário, o

que impacta diretamente nas contas. Além disso, quando não controlamos os custos, perdemos a oportunidade de fazer o planejamento econômicofinanceiro da propriedade e de realizar compras no momento adequado”, destaca Djalma Pelegrini, que participou do processo de idealização do sistema.

O GERCAL é um aplicativo para celular que estima os custos de produção de leite e auxilia os produtores na contabilidade gerencial das propriedades dedicadas à produção de leite. O aplicativo é fácil de usar, possui uma linguagem simples e está disponível para download na Play Store, sendo compatível com dispositivos Android.

O economista e desenvolvedor do GERCAL, Thiago Ladeira, explica que, após baixar o aplicativo, o produtor precisa inserir as

informações da propriedade, dados das instalações e dos equipamentos utilizados.

Logo após, o produtor precisa inserir as receitas totais e as despesas, tais como gastos com concentrados, combustíveis, aluguéis de pasto e mão de obra. Com a inclusão desses dados, é possível obter relatórios sobre o custo operacional efetivo, custo médio do litro do leite produzido, margem bruta e margem líquida da atividade leiteira.

“O GERCAL apresenta um bom cenário para o produtor entender se está conseguindo remunerar bem sua mão de obra e acumular capital necessário para repor os bens depreciados ao longo dos processos de produção. Por fim, alguns outros indicadores de interesse do produtor também estão disponíveis para auxiliá-lo em seus processos de tomada de decisão”, explica Thiago Ladeira, da EPAMIG.

30 A Revista do PecSite
O aplicativo GERCAL é uma solução especialmente útil para pecuaristas que operam em pequena escala e desejam iniciar o gerenciamento de custos
TECNOLOGIA

na atividade produtores, indústrias de laticínios

FACILIDADE

O aplicativo GERCAL permite aos produtores de leite calcular e gerenciar os custos de produção. Após o registro de dados cadastrais, financeiros e informações sobre o rebanho, o sistema gera um demonstrativo consolidado dos resultados.

Djalma Pelegrini explica que o GERCAL é um aplicativo livre e gratuito que pode ser utilizado

por produtores de leite, gestores de propriedades leiteiras e técnicos dos setores público e privado. “O APP fornece um relatório consolidado que permite aos produtores, gestores ou técnicos interpretarem o desempenho econômicofinanceiro da propriedade, incluindo a margem bruta e líquida, além de possibilitar a avaliação do desempenho técnico da propriedade”.

31 A Revista do PecSite custos
Imagens: Epamig

Novas Unidades Técnicas Regionais de Agricultura e Pecuária são

instaladas em seis estados

Osestados de Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul agora passam a contar com novas Unidades Técnicas Regionais de Agricultura e Pecuária (UTRAs) vinculadas às Superintendências Federais de Agricultura (SFA). A oficialização das novas unidades descentralizadas foi publicada na Portaria nº 597, no Diário Oficial da União (DOU).

A instalação de UTRAs tem como objetivo ampliar a atuação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) de forma descentralizada para aproximar o serviço técnico das zonas produtivas agropecuárias e agrícolas no Brasil.

Em Minas Gerais, é o município de Caratinga que recebe a nova Unidade Técnica, com a sigla UTRACAR. Já em Mato Grosso, a unidade fica na cidade de Sorriso - UTRA-SO - que foi recém inaugurada pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, por ser a primeira unidade descentralizada do estado.

No Paraná, dois municípios foram contemplados: Guarapuava, com a sigla UTRAGUAR e Toledo, com a sigla UTRATOL. Em Pernambuco a Unidade Técnica é no município de GaranhunsUTRAGARANHUNS - e no Rio de Janeiro é na cidade de Campos dos Goytacazes, a UTRACGOY.

Já o estado do Rio Grande do Sul ganha quatro novas Unidades Técnicas: em Passo FundoUTRAPFU; em Santa Maria - UTRASMA; em Pelotas - UTRAPEL; e em Ijuí - UTRAIJU.

“A oficialização das UTRAs no RS, por exemplo, são estratégicas e darão celeridade e eficiência nas ações de suporte ao setor agropecuário e fiscalizações. Com isto damos um passo importantíssimo para aperfeiçoar a nossa ação aqui no estado, aproximando o Mapa do setor produtivo. É uma resposta do ministro Carlos Fávaro a uma demanda de anos e que foi reforçada na sua visita ao Rio Grande do Sul, na 46ª Expointer”, comemora o superintendente federal de Agricultura no Rio Grande do Sul, José Cleber.

Com as novas unidades oficializadas, soma-se pelo Brasil 58 UTRAs espalhadas nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

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