A Revista do AviSite
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Editorial
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Sumário
final 20 Resultado Os fatores que
envolvem a qualidade de carcaças de frangos de corte
32 56 58
Eventos Conferência Facta: Palestrantes adiantam assuntos de suas apresentações SBSA: Membros do Nucleovet opinam sobre organização do encontro que completa 18 anos Catálogo de produtos e serviços
40 64 66
Reportagem empresarial Com atuação nas áreas de simbióticos, Ghenvet inaugura sua linha de produtos Swab de arrasto para monitoramento de Salmonella é destaque da bioBoaVista Basf investe no mercado de nutrição animal, com foco nos ingredientes de performance
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Artigo técnico Manejo para o controle de resistência a anticoccidianos
34 36 44 46 52
Informes Técnico-Comercial Cinergis: o Sistema MAIS e a levedura de Tórula IDEXX: No ranking das maiores e mais inovadoras empresas globais Ceva: Redução da pressão de infecção em granjas aviárias Vetanco: Cascudinho - Preocupação na produção de alimento Pas Reform: A biologia por trás da viragem na incubação industrial
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AviGuia Oceana Brasil destaca o efeito do Lithonutri na avicultura
48 Korin Em tempos de
consumidor cada vez mais exigente, mercado de ‘frango natural’ ganha espaço
06 08 09 82
Eventos Painel do Leitor Notícias Curtas Gramado receberá a Conbrasul Ovos em Junho Ponto Final A importância do Instituto Biológico para a sanidade avícola Por Antonio Batista Filho, Diretor Geral do Instituto Biológico
Estatísticas e preços 75 76 77 78 79 80 81
Produção e mercado em resumo Pintos de corte Produção de carne de frango Exportação de carne de frango Oferta Interna Desempenho do frango vivo em fevereiro Matérias-primas
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Editorial
Em frente Agora em março publicamos a primeira edição de nosso décimo ano! Uma marca que foi comemorada com muito trabalho em nossa redação. Começamos
Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP
o ano focados na publicação de conteúdo jornalística de qualidade para a avicultura de corte e postura. Selecionamos temas como os fatores que envolvem a qualidade de carcaças de frangos de corte. A reportagem é desenvolvida em forma de entrevista com o Professor Sérgio Vieira, da UFRGS. Para ele, uma carcaça de frango íntegra é resultante da otimização de todas as etapas do processo de produção. Vieira também traz informações sobre o Aviário de Ensino e Pesquisa do Departamento de Zootecnia da Universidade onde atua, que conta com 25 estudantes e dois pesquisadores envolvidos em atividades de pesquisa relacionadas ao produtor de aves do Brasil. Entre os projetos importantes conduzidos na atualidade estão os relacionados à pesquisa das relações causais entre nutrição e ambiente e as miopatias peitorais. Destes estudos, a equipe descartou a deficiência de selênio como causa das miopatias, mas também observou claramente que, dietas mais ricas em proteína, ao proporcionarem maior crescimento e rendimento muscular, também elevam a frequência e severidade das miopatias. Veja a íntegra da entrevista e mais informações na página 20. Também em destaque estão textos sobre os eventos que já definiram suas datas em 2017. Tradicionais parceiros do AviSite, o Simpósio Brasil Sul de Avicultura (4 a 6 de abril), a Conferência Facta (23 a 25 de maio) e o Siavs (29 a 31 de agosto) já definiram parte de sua programação. Além disso, esse ano realizamos em conjunto com a ABPA, a 3ª edição do Simpósio OvoSite. Em breve divulgaremos novas informações. Boa leitura!
ISSN 1983-0017 nº 110 | Ano V | Março/2017
expediente Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br Redação Érica Barros (MTB 49.030) Giovana de Paula (MTB 39.817) imprensa@avisite.com.br Comercial Karla Bordin Simone Barbosa comercial@avisite.com.br Diagramação e arte Mundo Agro e Innovativa Publicidade luciano.senise@innovativapp.com.br Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação Caroline Esmi financeiro@avisite.com.br
Os informes técnicoempresariais publicados nas páginas da Revista do AviSite são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.
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Eventos 2017 Março 14 e 15
I USPOULTRY: Simpósio de Avicultura da USP Local: Anfiteatro do prédio central do campus da USP de Pirassununga, SP Realização: Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP e Poultry Science Department da Mississippi State University Telefone: (16) 3209-1300
11 a 14
Conbrasul - 1ª Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos Local: Wish Serrano Resort e Convention, Gramado, RS Realização: Asgav e Ovos RS E-mail: conbrasul@asgav.com.br Informações: www.asgav.com.br 20 e 21
Curso FACTA sobre Abate e Processamento de Aves Local: Maringá, PR
Informações: www.funep.org.br
Realização: FACTA - Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia
21 a 23
Contato: (19) 3243-6555
15º Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos
Informações: www.facta.org.br
Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto, SP Realização: APA (Associação Paulista de Avicultura) Contato: (11) 3832-1422 Informações: www.congressodeovos.com.br
Avícolas E-mail: facta@facta.org.br
22 e 23
4ª Favesu - Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba Local: Venda Nova do Imigrante, ES
Abril
Realização: AVES e ASES
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E-mail: comercial@favesu.com.br
XVIII Simpósio Brasil Sul de Avicultura
Informações: www.favesu.com.br
Local: Centro de Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SC Realização: Nucleovet
Julho
Contato: (49) 3329-1640
13 a 16
E-mail: nucleovet@nucleovet.com.br
Festa do Ovo de Bastos
Informações: www.nucleovet.com.br
Local: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SP
Maio
Realização: Sindicato Rural e Prefeitura de Bastos Contato: (14) 3478-9800
9 a 11
Informações: www.bastos.sp.gov.br
EXPOMEAT - Feira Internacional de Processamento e Industrialização de Aves, Bovinos, Ovinos, Suínos e Pescado
Agosto 8 a 11
Contato: (11) 2730-0522
13ª TecnoCarne - Feira Internacional de Tecnologia para a Indústria da Proteína Animal
E-mail: contato@rofereventos.com.br
Local: São Paulo Expo, SP
Informações: www.expomeat.com.br
Realização: Informa Exhibitions
Local: Pavilhão do Anhembi, São Paulo, SP Realização: Enterprise
Informações: www.tecnocarne.com.br/pt 23 a 25
Conferência Facta 2017
SIAVS - Salão Internacional da Avicultura e Suinocultura 2017
Contato: (19) 3243-6555
Local: Anhembi Parque, São Paulo, SP
E-mail: facta@facta.org.br
Realização: Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)
Informações: www.facta.org.br/conferencia2017
Telefone: (11) 3095-3120
Junho 08 e 09
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29 a 31
Realização: Facta e WPSA-BR
Local: Expo D. Pedro, Campinas, SP
E-mail: siavs@abpa-br.org Informações: www.siavs.org.br
XIII Simpósio Goiano de Avicultura
Setembro
Local: Castro´s Park Hotel, Goiânia, GO
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Realização: Associação Goiana de Avicultura (AGA)
XII Encontro de Avicultura Mercolab
Contato: (62) 3203-3665
Local: Cascavel, PR
E-mail: simposiogoiano@terra.com.br
Realização: Mercolab
Informações: www.agagoias.com.br/site/index.php
Informações: www.mercolab.com.br
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Painel do aLeitor Fale com gente /avisite.portaldaavicultura
Fale com a redação, peça números antigos, faça sua assinatura e anuncie na Revista do AviSite. Entre em contato pelo telefone 19-3241-9292, de 2ª a 6ª feira, das 8h às 17h30.
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As 8 notícias mais lidas no AviSite em Fevereiro
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SC encerrou 2016 com aumento no custo do frango
Carnes iniciam 2017 faturando seu primeiro bilhão de dólares
Carne de frango abre 2017 no 6º lugar na pauta cambial
MAPA abre espaço para pequeno produtor de ovos
Dados da Embrapa Suínos e Aves apontam que em dezembro de 2016 a avicultura catarinense voltou a registrar pequeno aumento no custo de produção do frango. Em novembro o custo levantado havia ficado em R$2,49/kg; já no encerramento do ano subiu para R$2,50/kg.
Não chega a ser marca inédita, pois já registrada em janeiro de 2013 e 2014. De toda forma, o simples fato de as exportações das três principais carnes in natura – suína, bovina e de frango – terem iniciado 2017 com receita cambial superior a US$1 bilhão é, sem dúvida, extremamente animador.
Quarto lugar na pauta de produtos básicos e atrás apenas do petróleo, minério de ferro e farelo de soja, a carne de frango in natura iniciou 2017 mantendo o mesmo sexto lugar de janeiro de 2016. Porém, mesmo sem mudar de posição, aumentou em 2,24% sua participação na pauta cambial.
Através da Instrução Normativa nº 5 o MAPA estabeleceu novos critérios, aplicáveis especificamente a pequenos produtores, para avaliação de equivalência ao SUASA. Para usufruir dos novos critérios, o estabelecimento deve receber diariamente, no máximo, 3.600 ovos de galinha ou 18 mil ovos de codorna.
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Milho: poder de compra do frango ainda não se recuperou Após atingir seu pico de preços em maio de 2016, nos últimos nove meses o milho vem apresentando preços declinantes. Encerrou a primeira quinzena de fevereiro negociado, em média, por R$37,27/saca, valor 16% menor que o registrado há um ano e 30% inferior ao alcançado no pico de maio do ano passado.
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Embarques de carne de frango continuam promissores Comparativamente à semana inicial do mês, observou-se perda de ritmo nos embarques de carne de frango. Na segunda semana de fevereiro, o volume médio diário recuou quase 15%. Ainda assim, a média dos oito primeiros dias úteis do mês – 17.215 toneladas diárias – permanece elevada.
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Carne de frango ainda em baixa no mercado internacional
Desempenho do frango vivo em janeiro de 2017
Relativos a janeiro, números da FAO indicam que o preço da carne de frango segue em baixa; indicativo oposto ao verificado com as exportações brasileiras, já que dados indicam que a carne de frango in natura alcançou preço médio (US$1.611,90/t) que representou aumento de 5,67% sobre o mês anterior.
Nos últimos 5 anos, o frango vivo encerrou o 1º mês do ano valendo menos que na abertura do exercício. Em 2017 isso se repetiu. E nem poderia ser diferente. Primeiro, porque o País experimenta crise e segundo porque, na contramão desse cenário, o setor aumentou a produção.
Há 10 anos no AviSite www.avisite.com.br
Frango mantém a 5ª posição na pauta de exportações Campinas, 11 de setembro de 2007: Deixando para trás aviões, carne bovina, café em grãos, autopeças e celulose, o frango in natura se mantém na quinta posição da pauta exportadora desde agosto. O frango é responsável, ainda, por 2,67% da receita auferida pelo Brasil com as exportações. Aliás, rememorando que só a partir de 2001 o setor participa do seleto “clube do bilhão de dólares”, vale destacar que seis anos depois o segmento exportador de carne de frango está em vias de integrar o grupo dos três bilhões de dólares anuais, já que nos sete primeiros meses de 2007 sua receita cambial foi de US$2,285 bilhões (se considerado somente o produto in natura; inclusos, aí, industrializados e carne salgada, a receita cambial sobe, conforme a ABEF, para US$2,584 bilhões). Vale lembrar também que o complexo soja, que no acumulado janeiro-julho ocupava a segunda posição, está agora em primeiro lugar na pauta. Além disso, a carne bovina, que em agosto ocupava a 6ª posição, logo após o frango, está agora na 7ª posição.
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Produção Animal Avicultura
Notícias Curtas
Para postura
Gramado receberá a Conbrasul Ovos em Junho A Conbrasul Ovos, conferência organizada tendo como inspiração os eventos promovidas pela IEC (International Egg Comission) será realizada entre os dias 11 e 14 de junho, em Gramado, RS. A programação permite tanto a participação nos temas apresentados como a interatividade entre empresários, produtores, autoridades e convidados de diversos locais do Brasil e exterior que de alguma forma estão ligados ao setor de produção de ovos. Esta proposta de evento traz a oportunidade de avaliação de assuntos de extrema importância para a atualidade e para o futuro da atividade, e também a aproximação com conceitos e desenvolvimento da produção de ovos a nível mundial. Principais produtores, empresários, agroindústrias, dirigentes da área de equipamentos e tecnologias e convidados internacionais, participarão da conferência. “Desenvolvemos e estamos organizando este evento para que possamos impulsionar mais ainda o setor de produção de ovos para o desenvolvimento, porque hoje, a nível de união nacional, este segmento da avicultura ainda está disperso”, relata Eduardo Santos – Coordenador Executivo da Conbrasul Ovos 2017.
A conferência abordará temas relacionados ao mercado, economia, produção, bem estar animal, sanidade, saúde, promoção e marketing, além de momentos especiais para integração, networking e acesso a novos conceitos de produção. Uma das propostas da Conbrasul Ovos é disponibilizar mais um relevante ponto de encontro do setor. “Essa valorização por regiões é o que o setor necessita para evoluir com mais força e evidência nos desafios que ainda travam o avanço dinâmico da produção e do mercado de ovos interno e externo,” argumenta Santos. Participarão da Conbrasul Ovos dirigentes e produtores de ovos de diversos estados do Brasil. Até o final de fevereiro o evento já contava com os seguintes patrocinadores e apoiadores especiais: DSM , Boehringer Ingelheim, Bionutri Nutrição Animal, Blystersul, Vencomatic Group , Lohmann, Alltech e NPE – National Pasteuzized Eggs. Informações sobre o evento, como programação, inscrições, hospedagens, traslados e outras podem ser acessadas no site: www.conbrasul.ovosrs.com.br.
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Notícias Curtas
Espírito Santo
4ª FAVESU se destaca como principal evento da avicultura capixaba
A avicultura e a suinocultura, como demais atividades profissionalizadas, passam por constantes atualizações tecnológicas, de informação e produção. Em determinados momentos essas atualizações precisam estar ao alcance do produtor e das atividades de uma maneira geral. A FAVESU (22 e 23 de junho, Venda Nova do Imigrante, ES) consiste como um meio de aproximação do produtor de aves e suínos junto às tecnologias existentes na cadeia nacional e internacional, trazendo com isso as inovações em produtos e serviços que podem ser observados através da Feira de Negócios.
O evento traz o Seminário da Avicultura e Suinocultura Capixaba, composto de Reunião Conjuntural da Avicultura e Suinocultura, Palestra Magna, Qualificaves (Palestras Técnicas para o setor de Frango de Corte e Postura Comercial) e Qualificases (Palestras técnicas para a Suinocultura), além de uma abordagem sobre temas atuais relacionados às atividades. Este seminário tem enfoque na disseminação de conhecimentos mais atuais para produtores, gestores e colaboradores que lidam diretamente com os setores. A 4ª FAVESU contará ainda com um Espaço Gourmet que tornará possível a
Favesu 2015 recebeu 2.600 visitantes e 55 empresas expositoras
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atualização e treinamento de representantes do setor consumidor, onde aulas show gastronômicas e treinamentos através da vitrine da carne, proporcionarão a um público ligado a supermercados, hotéis, pousadas, restaurantes, bares, e o próprio consumidor final, um melhor conhecimento da qualidade dos produtos da avicultura e suinocultura, bem como as formas práticas de preparação. Os produtores e empresários dos segmentos poderão visitar ainda o espaço destinado à exposição de trabalhos científicos elaborados por estudantes de níveis superior e técnico com ênfase em assuntos ligados a cadeia de aves e suínos. Em 2015, a terceira edição da FAVESU, realizada em Venda Nova do Imigrante atraiu mais de 2.600 visitantes e 55 empresas expositoras. As Palestras Técnicas e Workshops tiveram a adesão de mais de 850 pessoas e a feira movimentou mais de R$ 20 milhões em negócios. A AVES e ASES congregam e atuam junto aos segmentos de Frango de Corte, Postura Comercial, Coturnicultura, Suinocultura, além do Sistema de Integração, de Incubação e da Indústria de aves, suínos e ovos do ES. Mais informações: www.favesu.com.br, comercial@favesu.com.br.
Biossegurança
Instrução Normativa nº 8 é publicada Assinada pelo Ministro Blairo Maggi na sede da ABPA (SP) em 21 de fevereiro e aguardada desde então por todos os segmentos da produção avícola, a Instrução Normativa nº 8, de 17 de fevereiro de 2017, foi publicada na edição de 3 de fevereiro do Diário Oficial da União. Estabelecendo regras mais rígidas de biossegurança para as granjas avícolas de todo o País, a nova Normativa altera, inclui ou exclui toda uma série de dispositivos de outra Instrução Normativa do mesmo gênero – a IN nº 10, de 11 de abril de 2013 – que, em sua essência, definiu programa de gestão de risco diferenciado para estabelecimentos avícolas. Para acessar, nas páginas 32 e 33 da edição desta sexta-feira do DOU, a íntegra da Instrução Normativa nº 8/17: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=12/04/2013&jornal=1 &pagina=2&totalArquivos=168. Acesse também (páginas 2, 3 e 4 do DOU de 12/4/2013) a íntegra
da Instrução Normativa nº10/2013, ora alterada: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index. jsp?data=12/04/2013&jornal=1&pagina=2&totalArq uivos=168. Como a interpretação conjunta das duas Instruções se tornou um tanto complexa, o MAPA promete consolidar e republicar no Diário Oficial a Normativa original (nº 10/2013). Mas o tempo já começa a correr, pois a Instrução Normativa mais recente entra em vigor na data de sua publicação. Isso significa, por exemplo, que daqui a exatos 540 dias (tempo estabelecido no texto publicado) fica proibido o alojamento de novas aves (de corte ou postura) em galpões que não possuírem tela de isolamento com malha de, no máximo, 2,54cm (uma polegada) ou outro dispositivo que impeça a entrada de pássaros, animais domésticos e silvestres. Quer dizer: quem ainda não o fez, tem até 24 de agosto de 2018 para se adaptar.
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Notícias Curtas
Nacional
SIAVS receberá encontro internacional de Ministros da Agricultura Maior encontro da avicultura e da suinocultura do Brasil, o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura – SIAVS (29 a 31 de agosto de 2017, no Anhembi Parque, em São Paulo / SP) receberá um encontro internacional de Ministros de diversos países, liderado pelo Ministro da Agricultura do Brasil, Blairo Maggi. De acordo com Francisco Turra, presidente da ABPA, dois ministros europeus já haviam confirmado presença no SIAVS, que é, também, o maior evento técnico e comercial dos setores avícolas e suinícolas brasileiros. “Em agendas que tive recentemente na União Europeia, os ministros da agricultura de Portugal e da Espanha haviam me informado que estariam conosco em nossa solenidade de abertura. Com a ação que o Ministro Blairo coordenará, temos a expectativa de contar com lideranças do agrone-
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gócio de países das Américas e de outros continentes”, destaca Turra.
Programação Maior evento dos setores no Brasil, o SIAVS contará com uma vasta programação de palestras voltadas à reflexão sobre os desafios e avanços técnico-sanitários e de estratégias de negócio, diante do novo momento econômico do país. Para tanto, vários dos mais influentes nomes da política, do empresariado, da área técnica e de outros elos do agronegócio nacional, especialmente da cadeia produtiva de proteína animal marcarão, presença no evento. “Em 2015, foram mais de 70 palestrantes e debatedores de diversos países, em uma ampla e complexa programação que contempla todo o sistema produtivo. De questões relacionadas à sustentabilidade aos avanços técnicos sanitários, genéti-
ca, manejo, nutrição e outros, até mesmo a debates conjunturais com CEO’s da cadeia produtiva, todos estarão na pauta do SIAVS, que também o maior evento político do setor”, explica Turra, lembrando que cinco governadores, dois ministros, deputados, secretários de agricultura e vários líderes da política e do agronegócio nacional participaram da solenidade de abertura, em 2015. Além de sua programação de palestras, SIAVS contará com uma série de atrações paralelas, com eventos tradicionais como o Simpósio OvoSite. A programação do SIAVS 2017 deverá ser disponibilizada em breve, pelo site www.siavs.com.br.
Em 2016
O peso da alimentação no custo do frango Os levantamentos mensais efetuados pela Embrapa Suínos e Aves mostram que em 2016 o custo de produção do frango atingiu a média, recorde, de R$2,85/kg, valor que representou aumento de 20,33% em relação aos R$2,37/kg registrados em 2015. Já era sabido, mas os números confirmam que a maior parte desse aumento foi devido ao custo da alimentação. Ou seja: excetuada a alimentação, todos os demais custos envolvidos na produção do frango aumentaram apenas 3,62% - abaixo, portanto, da inflação (6,29% pelo IPCA do IBGE). Já a alimentação, exclusivamente, passou de R$1,58/kg para R$2,03/kg, aumentando 28,61%, o que significa que sua participação no custo do frango se elevou de 66,86% para 71,50%, provavelmente o maior índice de todos os tempos. Notar, porém, que mesmo esse custo não reflete toda a realidade do setor, especialmente no tocante ao milho. Pois, no decorrer do exercício, enfrentando dificuldades não só quanto ao preço, extremamente elevado, mas também quanto à disponibilidade do grão, o setor foi forçado a recorrer às importações do grão, o que refreou a evolução do custo para quem contou com produto importado. Mas nem todos conseguiram essa benesse. Significativa parte do setor continuou dependente do produto interno que, no mercado paulista, subiu de cerca de R$30,00/saca (média 2015) para, aproximadamente, R$46,00/ saca – um aumento superior a 50%.
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Notícias Curtas
México é nº 1
Grandes importadores de frango dentro de uma década Os números do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) apontando as tendências de importação de carnes avícolas (frango e peru, exclusivamente) nestes próximos 10 anos (2017 a 2026) sugerem que não haverá mudança no rol dos 10 principais países importadores. O que há, sim, é alteração da posição ocupada por alguns deles em 2016. O México, por exemplo, tende a permanecer na mesma primeira posição. O mesmo, porém, não deve ocorrer com o Japão, atual segundo maior importador mundial, que pode recuar para o terceiro posto. Neste caso, trocaria de posição com a Arábia Saudita, que subiria do terceiro para o segundo lugar. Entre os 10 primeiros atuais a maior expansão é prevista para as Filipinas: mais de 60%. Já a maior redução – quase 56% a menos – recairá sobre a Rússia, país que poucos anos atrás liderava as importações mundiais de carnes avícolas. Segundo o USDA, a queda se deve não apenas ao aumento da produção interna, mas também a uma
lenta evolução da demanda, afetada pelas dificuldades econômicas do país. Apesar dessa redução e do incremento mínimo do Japão (+3,35%), em 10 anos os principais importadores deverão aumentar suas compras em quase 22%. Mas terão sua participação no total importado reduzida de 51% para 48%. E quem avança, neste caso, são os blocos de países importadores relacionados pela USDA – que tendem a manter a mesma posição ocupada em 2016, mas devem aumentar suas importações em quase 38% e, com isso, elevar a participação atual de 48,9% para 52% do total. Aqui, a maior expansão é prevista para os países do Norte da África, cujas importações tendem a dobrar em 2026, crescendo 102%. Porém, o maior incremento nominal deve ser o do Oriente Médio, cujo volume adicional (558 mil toneladas) representa quase 30% do adicional importado pelo conjunto desses blocos (1,889 milhão de toneladas a mais em 2026).
IMPORTAÇÃO DE CARNES AVÍCOLAS*
Tendência de evolução entre os principais importadores - 2016 (preliminar) e 2026 - MIL TONELADAS POSIÇÃO ATUAL (2016)
POSIÇÃO PREVISTA (2026)
2016
2026
VAR.
PARTICIPAÇÃO S/ O TOTAL 2016
2026
VAR.
9,7%
10,4%
7,3%
PAÍSES IMPORTADORES México
1
1
994
1.382
39,03%
Japão
2
3
956
988
3,35%
9,3%
7,4%
-20,2%
Arábia Saudita
3
2
888
1.103
24,21%
8,7%
8,3%
-4,1%
União Europeia
4
4
853
948
11,14%
8,3%
7,1%
-14,2%
China
5
5
444
675
52,03%
4,3%
5,1%
17,3%
Hong Kong
6
7
326
390
19,63%
3,2%
2,9%
-7,7%
Filipinas
7
6
266
428
60,90%
2,6%
3,2%
24,2%
Rússia
8
10
220
97
-55,91%
2,1%
0,7%
-66,0%
Canadá
9
8
158
178
12,66%
1,5%
1,3%
-13,0%
Coreia do Sul
10
9
125
178
42,40%
1,2%
1,3%
9,9%
5.230
6.367
21,74%
51,1%
48,0%
-6,0%
SUB-TOTAL 1
BLOCOS DE PAÍSES IMPORTADORES Oriente Médio (exceto Arábia Saudita)
1
1
1.575
2.133
35,43%
15,4%
16,1%
4,5%
Outros países do Sub-Saara Africano
2
2
1.091
1.505
37,95%
10,7%
11,3%
6,5%
América Central e Caribe
3
3
666
898
34,83%
6,5%
6,8%
4,1%
Outros países Asiáticos e Oceania
4
4
619
835
34,89%
6,0%
6,3%
4,1%
Ex-URSS (exceto Rússia)
5
5
507
646
27,42%
5,0%
4,9%
-1,7%
Oeste Africano (ECOWAS)
6
6
419
617
47,26%
4,1%
4,7%
13,7%
Norte Africano
7
7
SUB-TOTAL 2 TOTAL MAIORES IMPORTADORES
129
261
102,33%
1,3%
2,0%
56,2%
5.006
6.895
37,73%
48,9%
52,0%
6,3%
10.236
13.262
29,56%
100,0%
100,0%
-
Fonte dos dados básicos: USDA – Elaboração e análises: AVISITE - * Carne de frango e de peru, exclusivamente.
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Pouco mais de 3,015 milhões de toneladas
Exportação de carne de frango dos EUA aumentou 5% em 2016 A avicultura norte-americana encerrou 2016 exportando o maior volume de carne de frango em mais de dois anos. Em dezembro, o setor embarcou perto de 278 mil toneladas do produto, volume que representou aumento de quase 28% sobre o mesmo mês do ano anterior. Com esse desempenho, o volume total exportado no ano – pouco mais de 3,015 milhões de toneladas – aumentou 5,16%. Notar, porém, que todo o aumento registrado concentrou-se no segundo semestre, período em que volume exportado aumentou 16,21%. No fechamento do primeiro semestre havia sido registrada redução de, aproximadamente, 5%. Como curiosidade, registre-se que é situação totalmente oposta à observada no Brasil. Pois, por aqui, os embarques do primeiro semestre aumentaram 14,15%, enquanto os da segunda metade do ano recuaram 8,48%, fazendo com que a expansão anual ficasse em apenas 1,98%. Mesmo assim, o Brasil mantém absoluta hegemonia em relação às exportações norte-americanas. Pois, considerado apenas o produto in natura (90% do total), as exportações brasileiras foram cerca de 43% maiores que as dos EUA, superando a marca dos 4,3 milhões de toneladas. Além disso, a despeito da boa recuperação em relação a 2016, as exportações de carne de frango dos EUA continuam com volume inferior ao alcançado entre 2008 e 2014.
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Notícias Curtas
Resultados preliminares
Tendência das exportações para os próximos 10 anos indicam que Brasil permanece à frente
Daqui a 10 anos, os três principais exportadores mundiais de carnes avícolas (essencialmente, carne de frango e de peru) serão não só os mesmos de 2016 como também manterão a posição presente. Ou seja: a liderança continuará com o Brasil, seguido pelos EUA e pelo bloco de países que, então, estarão compondo a União Europeia. Mas os níveis de participação serão diferentes dos atuais. Baseado nos resultados (preliminares) de 2016, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) projetou a evolução das exportações de carne de frango de 2017 a 2026 entre os principais “players” do setor – o que envolve, além do trio já mencionado, a Tailândia, países da ex-União Soviética (excetuada a Rússia), China, Turquia e aqueles que o USDA denomina, excetuando o Brasil, de “outros sul-americanos”. Por essas projeções, quem registrará maior expansão – em valores relativos – serão exatamente os “outros sul-americanos”: em uma década, 63,33% de incremento no volume exportado. Na sequência vem outro bloco de países, os ex-integrantes da União Soviética, neste caso excetuada a Rússia, com perto de 50% de expansão. O terceiro maior índice de incremento é previsto para a Tailândia que, nestes próximos 10 anos, tende a aumentar suas exportações em 48,5%. E só na sequência vem o Brasil, com expansão projetada em 41,27%.
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Apesar, porém, do quarto lugar, as exportações brasileiras tendem a evoluir acima da média projetada para todo esse grupo de exportadores (+29,67%) e acima, também, do que é esperado das exportações norte-americanas (+21,84%), das europeias – incremento de apenas 3,67%, o que equivale a uma expansão negativa em relação ao crescimento vegetativo da população importadora – e, por fim, da China, o único grande exportador a fechar a década com exportações menores que as de 2016. Nessas projeções, o Brasil é um caso à parte. Em 2021 – isto é, em cerca de quatro anos – tende a superar a marca dos cinco milhões de toneladas anuais. E do adicional de carnes avícolas previsto para 2026 – 3,311 milhões de toneladas a mais que em 2016 – quase 54% serão de origem brasileira. Se esses desempenhos se confirmarem, a participação brasileira estará aumentando cerca de 9% e passando de 38,67% do total para 42,13% do total. Neste caso, a participação dos EUA recuará em torno de 6% e a da União Europeia cerca de 20%. Os demais exportadores tendem a registrar incremento de 4,2%. Mas por conta, apenas, dos aumentos de participação da Tailândia (+14,53%), dos países da extinta União Soviética (+15,20%) e, sobretudo, dos “outros sul-americanos”. Ou seja: devem perder participação Turquia e China, esta última experimentando redução superior a 35%.
Empresas
R$ 372 milhões
BRF tem primeiro prejuízo da história A recessão da economia brasileira não poupou a BRF nem mesmo nas festas de Natal e Ano-Novo. A companhia, que passou boa parte do último ano pressionada pela disparada das cotações do milho no país, reportou o primeiro prejuízo anual desde que foi criada, em 2009. No ano passado, a dona das marcas Sadia e Perdigão teve um prejuízo líquido R$ 372 milhões, ante um lucro líquido de R$ 2,9 bilhões em 2015. O resultado negativo foi provocado pelo desempenho do quarto trimestre, período no qual a BRF amargou perda de R$ 460 milhões. Geralmente, o quarto trimestre é o mais forte para a empresa, que vende as carnes típicas do fim do ano.
Receita líquida da BRF caiu 4,1% no quarto trimestre, somando R$ 8,590 bilhões Além do ambiente delicado no mercado interno, a BRF também foi afetada pela apreciação do real ante o dólar. Embora possa contribuir para reduzir as despesas com os grãos - commodities lastreadas em dólar -, a valorização da moeda brasileira reduz a rentabilidade das exportações da empresa, que lidera o comércio global de carne de frango. Nesse contexto, a receita líquida da BRF caiu 4,1% no quarto trimestre, somando R$ 8,590 bilhões. No acumulado de 2016, no entanto, a receita líquida da companhia aumentou 4,8%, para R$ 33,7 bilhões. O crescimento da receita com vendas em 2016 decorreu sobretudo das aquisições feitas pela BRF no exterior. A companhia, que vem apostando na globalização de suas operações, já investiu US$ 1,6 bilhão para se internacionalizar desde 2013. “A conjunção de fatores setoriais, conjunturais e de incertezas políticas, somada a alguns desafios de execução interna, nos levaram a resultados muito aquém do esperado e muito abaixo do potencial da BRF”, reconheceu a companhia, em comunicado assinado pelo presidente do conselho da administração da BRF, Abilio Diniz, e pelo CEO da empresa, Pedro Faria. Em meio à concorrência acirrada e à migração para marcas mais baratas, o lucro antes de juros e impostos (Ebit, na sigla em inglês) da BRF Brasil caiu 44,9%, para R$ 271 milhões. O Brasil é responsável por 40% das receitas da BRF. As informações são do Valor Econômico.
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Empresas
Matrizes
Cooperativa paranaense planeja aporte de R$ 190 milhões Copacol em números Receita em 2016
R$ 3,25 bilhões Funcionários
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Investimento em construções em 2016
R$ 208 milhões A cooperativa agrícola Copacol investirá R$ 190 milhões na expansão de sua estrutura física. Cerca de R$ 90 milhões irão para a construção de uma fábrica de ração para matrizes (galinhas reprodutoras) e dois armazéns de grãos. O restante será direcionado a uma nova granja e às obras de expansão da produção de suínos, que serão finalizadas no ano que vem, diz Valter Pitol, presidente da Copacol. Os aportes poderão crescer, a depender do cenário econô-
mico em 2017. A maioria dos recursos é obtida com o BNDES ou outros bancos. “O ano passado foi positivo para a área de grãos e piscicultura, mas ficou abaixo do esperado em relação à avicultura, que representa 60% da receita”, afirma Pitol. “Neste ano, deveremos ter uma das maiores safras de soja da história, e o mercado de frangos começou a dar sinais positivos.” A estimativa é faturar R$ 3,65 bilhões, uma alta anual de 12,3%.
Na Catalunha
Espanha sacrifica quase 18 mil patos após casos de vírus H5N8 As autoridades espanholas registraram casos de contaminação pelo vírus H5N8 da gripe aviária no nordeste do país, na comunidade da Catalunha, como informou a mídia local em 23 de fevereiro. De acordo com o jornal El Periódico, o foco foi descoberto em uma fazenda localizada na província de Gerona. Para evitar uma epidemia, cerca de 17.600 patos da cidade de Sant Gregori deverão ser sacrificados. E pelo menos outras seis fazendas da região foram colocadas sob quarentena como medida de precaução.
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Segundo a conselheira de Agricultura Meritxell Serret, esse subtipo do vírus da influenza Aviária detectado é inofensivo para os seres humanos, não tendo sido registrado nenhum caso de transmissão no mundo. No entanto, é considerado extremamente contagioso entres as aves, motivo pelo qual as medidas de controle precisam ser extremas. Esse é o primeiro foco de gripe aviária encontrado em uma granja comercial da Espanha desde o início do atual surto na Europa, em outubro passado.
Na camisa
Tradicional cooperação entre Chape e Aurora se intensifica em 2017
O design da nova geração dos incubatórios focados no futuro
Representantes da Aurora e Chapecoense A Aurora é a nova patrocinadora master da Chapecoense. O contrato de patrocínio foi firmado entre os presidentes da Associação Chapecoense de Futebol (ACF) Plínio David De Nês Filho e da Cooperativa Central Aurora Alimentos Mário Lanznaster, na sede da empresa, em Chapecó. O ato foi prestigiado pelos diretores de ambas as organizações e por profissionais da crônica esportiva de Santa Catarina. O contrato estabelece que a Aurora irá transferir, neste ano, o valor total de 4 milhões 560 mil reais em recursos financeiros. Em contrapartida, sua logomarca figurará de maneira destacada na parte frontal da camisa oficial da equipe. O acordo também prevê outras formas de exposição da marca. A iniciativa representa mais um passo na trajetória de mais de dez anos de cooperação da Aurora com o clube. O dirigente De Nês Filho disse que a história das duas instituições se misturam e que a Aurora expressa o que há de essencial no grande oeste catarinense: agronegócio e cooperação. “Enquanto presidir a Chape, jamais deixarei de convidar a Aurora para ser nossa parceira”, frisou. O presidente da Chapecoense informou que podem ser firmadas parcerias com outros grandes patrocinadores, mas a posição da Aurora na camisa será mantida. Um desses possíveis parceiros é a Caixa Econômica Federal. A Revista do AviSite
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Entrevista
“Carcaça de frango íntegra é resultante da otimização de todas as etapas do processo de produção” Professor Sérgio Vieira discute fatores que envolvem a qualidade de carcaças de frangos de corte
A
produção avícola brasileira não para de crescer. A adequação de todos os itens do sistema de produção demanda uma velocidade radical na tomada de decisões. Não há apenas um ator responsável por este cenário promissor, o que de fato existe é o compromisso do produtor brasileiro e da cadeia produtiva com o resultado final. A opinião é do Professor Sérgio Vieira, da Faculdade de Agronomia da UFRGS, ao falar sobre tema que envolve a sua principal área de
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atuação, a qualidade de carne de frangos de corte. Assunto recorrente em eventos e congressos nacionais, a qualidade de carcaças é vista como um atributo de escolha do consumidor. Para ele, uma carcaça com boa qualidade é resultante da otimização de todas as etapas do processo de produção. É definida como aquela que chega sem “defeitos” ao final do “chiller”. Além disso, não apresenta riscos à saúde do consumidor, apresenta bom aspecto geral e tem bom acabamento (cobertura muscular).
Ultimamente, tem se falado mais sobre as miopatias, doenças musculares em que as fibras musculares têm perda de seu funcionamento normal, muitas vezes gerando debilidade funcional (leia mais no box da página XX). É evidente a relação entre as aves que crescem mais rápido e que também produzem mais carne de peito com a frequência de miopatias. Mas para o Professor, isso acontece apenas em decorrência do fato de que nunca houve tanta proteína disponível, apesar de há ainda um extenso contin-
gente humano não atendido nas suas necessidades mínimas. “As miopatias são muito mais fáceis de serem observadas em abatedouros e têm sido relatadas em todas as espécies animais. Como frangos de corte são aqueles de maior velocidade de abate conhecida, é nesta espécie que qualquer alteração chama mais atenção”, afirma. De toda forma, o assunto precisa ser discutido. Portanto, confira abaixo a íntegra de uma entrevista com o Professor Sérgio Vieira, em que ele fala também sobre as mais recentes pesquisas sobre miopatias realizadas no laboratório da UFRGS (leia mais no box da página XX). Revista do AviSite: Quais são os principais fatores que interferem na qualidade de carcaças de frango? Professor Sérgio Vieira: A qualidade vista como atributo de escolha do consumidor é também resultante da avaliação realizada pelo órgão de Inspeção Sanitária e pelos critérios estipulados
pelos setores de Garantia da Qualidade das empresas desde a produção até a comercialização. Como a Inspeção Sanitária de produtos de origem animal é obrigatória, todas as demais normas, como “certificações”, para garantir a sanidade dos alimentos são voluntárias e adicionais a ela. Como princípio legal original, os alimentos a serem comercializados no Brasil devem atender os requisitos de garantia à saúde do consumidor, ou seja, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) chancela a segurança no que diz respeito aos riscos presentes nos alimentos. Portanto, uma vez passada a inspeção sanitária, as características de qualidade destacadas passam a estar relacionadas ao valor diferenciado do produto na visão do consumidor principalmente no aspecto visual, tais como, cor, textura, aparência geral e forma de apresentação do produto final. A inspeção na linha de abate é visual e individual, ou seja, os responsáveis treinados devem ser capa-
A condenação de carcaças com miopatias, portanto, segue critérios de aspecto visual
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Entrevista
Estudo de laboratório da UFRGS conclui que dieta rica em proteína eleva a frequência e severidade das miopatias
O Aviário de Ensino e Pesquisa do Departamento de Zootecnia da UFRGS conta com 25 estudantes e dois pesquisadores envolvidos em atividades de pesquisa relacionadas ao produtor de aves do Brasil. Possui recursos provenientes de projetos desenvolvidos com o ambiente produtivo e direciona os mesmos para solução dos problemas mais importantes da indústria. A produção científica está disponível em www.ufrgs.br/aviario. Entre os projetos importantes conduzidos na atualidade estão os relacionados à pesquisa das relações causais entre nutrição e ambiente e as miopatias peitorais. Destes estudos descartamos a deficiência de selênio como causa, mas também pudemos observar claramente que, dietas mais ricas em proteína, ao proporcionarem maior crescimento e rendimento muscular, também elevam a frequência e severidade das miopatias. Todos os recursos investidos na nossa equipe geram publicações e servem como base às teses dos alunos. Mais recentemente pudemos comprovar que a restrição alimentar reduz marcadamente a ocorrência das miopatias peitorais, sendo a aplicação da mesma uma decisão de caráter econômico. Pudemos também comprovar a inexistência de componente microbiológico na produção das miopatias peitorais e dorsal, corroborando com resultados de outros pesquisadores.
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zes de remover os “riscos” inerentes ao consumidor. Claro que existem limitações neste processo, principalmente devido à grande velocidade dos processos de abate atuais, mas também às limitações impostas pelas normas existentes. Os quadros do MAPA são, portanto, aliados e, potencialmente informadores dos pontos de risco, como ocorre em outros países que têm na produção agrícola fonte importante de recurso. Entretanto, como parte da estrutura estatal oficial, os mesmos têm limitações, algumas bem conhecidas. Sem dúvida os principais fatores de qualidade sanitária estão relacionados às características microbiológicas, pois estas são as de maior risco à saúde do consumidor. O Brasil, como grande exportador de alimentos, demanda muita responsabilidade dos gestores dos processos, seja de ordem pública ou privada. A população muitas vezes não entende claramente a importância nem mesmo tem a visão do esforço e comprometimento dos órgãos públicos e da indústria com a manutenção da qualidade estável dos alimentos dia após dia. É importante que todos tenham claro a real dimensão deste valor. Além do con-
sumo no mercado doméstico, o Brasil alimenta a maior parte das nações do mundo, nosso produto é visto como de qualidade superior. Nos próximos anos esta inserção aumentará, pois poucos países têm condições comparáveis às do nosso. Produzir alimentos, seja de origem animal ou vegetal, é parte real da nossa história e, como brasileiros devemos tratar esta condição da mesma forma como os franceses tratam seus vinhos e seus queijos, como os italianos tratam suas massas, como os gregos tratam suas azeitonas, como os australianos tratam suas carnes, etc… O frango brasileiro é o melhor em qualidade, preço de venda, segurança alimentar e sanidade, não há dúvida, temos os melhores grãos, as melhores genéticas, os melhores produtores, as melhores indústrias e os melhores e mais comprometidos técnicos Produzimos carne para todos os tipos de demandas, sejam para atender os critérios religiosos ou outras características intrínsecas aos diferentes povos. Para atender demandas tão restritas e exigentes, nossos produtores se especializam e seguem normas que envolvem adequação ao bem estar dos animais tendo indicadores claros de respei-
Para atender demandas tão restritas e exigentes, nossos produtores se especializam e seguem normas que envolvem também adequação ao bem estar dos animais
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Entrevista
Entendendo as miopatias É importante que o entendimento das miopatias seja claro e honestamente publicado. Apesar de apresentarem alteração visual nas carcaças das aves, elas não representam risco ao consumidor. Até o momento, estas têm sido vastamente investigadas, não tendo sido encontrado fator importante de risco a saúde do homem. Veja breve descrição de cada uma delas, sendo comum às mesmas à redução no suprimento de nutrientes às áreas de musculatura afetadas. A miopatia peitoral profunda resulta da perda de suprimento sanguíneo ao Pectoralis minor, músculo peitoral de baixa atividade em frangos de corte, mas que, por estar encaixado entre o peitoral maior (Pectoralis major) e o osso esterno, pode apresentar regiões isquêmicas pequenas que, têm, então, suprimento limitado de nutrientes. Segue morte celular e sua posterior regeneração. Inicialmente a aparência é sanguinolenta, mais ao final a coloração passa ao amarelo esverdeado. Por esta última observação esta miopatia também é chamada de doença do músculo verde. Não possui agente microbiológico envolvido ou outro fator de risco ao consumidor. O músculo Pectoralis minor é predominantemente composto de células glicolíticas e, portanto, de baixa capacidade de sustentação do exercício. Assim, picos de exercício moderadamente prolongados geram expansão hipertrófica no mesmo que, por incapacidade de espaço para sua acomodação terminam por produzir pequenas isquemias. • A miopatia dorsal-cranial afeta o músculo Latissimus dorsi anterior. Este músculo é necessário ao equilíbrio, pois mantém as asas contra o peito prevenindo que as mesmas despenquem estando conectadas à linha média torácica justamente para isto. É composto de células brancas e vermelhas (glicolíticas e oxidativas) e, portanto, pode sustentar exercício moderadamente prolongado. Provavelmente em função do acentuado crescimento muscular peitoral, este músculo venha a sofrer perda de suprimento de nutrientes, pois para manter a ave em equilíbrio, ele tem que permanecer contraído. A contração por período muito acentuado impede a irrigação adequada e produz perda de função temporária do músculo. São encontradas alterações de cor típicas, com presença de exsudato de cor amarelo esverdeado, dependendo da severidade e tempo decorrente do início da alteração celular. Até o momento não há nenhuma conexão desta miopatia com agente microbiológico ou outro quadro que possa gerar risco à saúde do consumidor. • A miopatia peito amadeirado (inclui aqui as estrias brancas) é uma alteração do Pectoralis major em que uma consistência mais rígida, quando comparado com músculos não afetados, é apresentada com aumento de palidez superficial e, eventualmente presença de exsudato. Este músculo é praticamente dominado por fibras glicolíticas, de baixa capacidade de manutenção do exercício. Dados científicos atuais descartam deficiências de nutrientes que, em outras situações produzem quadros similares, casos do selênio e da vitamina E. Também não há evidência alguma de fator causador microbiológico ou toxidez. Até o momento, ambos, o peito amadeirado e as estrias brancas, parecem estar relacionados à redução na vascularização da musculatura peitoral maior, que leva à perda temporária de função com subsequente regeneração da fibra muscular. A presença de exsudato com coloração variando do amarelo ao esverdeado também existe. Em casos mais acentuados há acúmulo de exsudato sob a pele e também sanguinolência.
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to à vida dos animais que vão gerar a proteína demandada ao redor do mundo. O Brasil tem os programas de controles de Salmonella mais exigentes do mundo, bem como de outros riscos microbiológicos. Seguimos regras de contaminantes e resíduos incomparáveis aos outros países, temos indicadores sempre positivos nesta área quando comparados com outros produtores no mundo, a vigilância contra a fraude é permanente. Qual é o ponto mais crítico no tocante à condenação de carcaças no abatedouro? Nossa produção não para de crescer. A adequação de todos os itens do sistema de produção demanda uma velocidade radical na tomada de decisões. Não há apenas um ator responsável por este cenário promissor, o que de fato existe é o compromisso do produtor brasileiro e da cadeia produtiva com o resultado final. Isto já faz parte da cultura do processo, seja ele invocado por um pequeno produtor do sul do Brasil seja pela avicultura de maior escala do centro-oeste. O avicultor, a indústria integradora, os veterinários e zootecnistas dos serviços de Inspeção Sanitária Federal e, em menor escala estadual, estão no processo impregnados pela cultura de valor do produto brasileiro. A necessidade de treinamento permanente dos veterinários e profissionais ligados no controle de qualidade é hoje mais importante do que no passado, primeiro porque as informações relacionadas aos riscos são muito maiores, mas também porque existem hoje condições sensíveis à condenação que não existiam antes, as miopatias são exemplos. Do que depende a obtenção de uma carcaça de frango íntegra? Esta é resultante da otimização de todas as etapas do processo de produção. A carcaça íntegra é aquela que chega sem “defeitos” ao final do “chiller”. Não apresenta riscos à saúde do consumidor, apresenta bom aspecto geral, bem formada e tem bom acabamento (cobertura muscular), adequando-se ao padrão esperado pelo consumidor, além de permitir a obtenção de todos cortes comerciais demandados pela indústria e, portanto, tem apresentação visual ótima. Reduz as perdas econômicas da planta de processo, pois permite a manipulação destinada a qualquer produto final. Qualquer fator dentro do processo que cause falha na apresentação da carcaça íntegra representa uma perda econômica para o setor e menor produção de alimento para a população. Quais são as causas de miopatia? Porque as miopatias são um assunto emergente na avicultura de corte? A evolução do homem como gestor dos recursos naturais vem produzindo alterações nas características dos produtos resultantes. Tem sido sempre assim, mas a velocidade das alterações atual-
mente é muito grande e, portanto, parece que existem hoje mais problemas do que no passado. Mas isto não é verdade! Em vários momentos da história da humanidade temos presenciado crises alimentares. À medida que a população cresce, vem sendo gerado um acentuado investimento em busca do atendimento das demandas relacionadas a este aumento. A proteína, como fonte original da vida, é demandada por cada novo indivíduo na superfície terrestre. Para produzir mais carne, os diversos segmentos envolvidos na produção têm tido a capacidade de gerar respostas positivas. Nunca houve tanta proteína disponível, entretanto, há ainda um extenso contingente humano não atendido nas suas necessidades mínimas. A quantidade de carne produzida por unidade animal atualmente é muito maior quando comparado com anos passados. Isto tem sido possível pela gestão adequada da genética, nutrição, sanidade e ambiência. A maior produção de carne como rendimento proporcional vem perseguindo uma tendência crescente nos últimos 50 anos. Nesse processo, todos animais de criação têm tido seu crescimento otimizado. Outras espécies passam pela mesma situação, bovinos de corte, ovinos, suínos, peixes, etc... As fibras musculares hoje são mais desenvolvidas e, muitas vezes, este processo (hipertrófico) tem limitações no suprimento de nutrientes, gerando uma incompatibilidade com o próprio crescimento fisiológico animal e, portanto, alteração nas caracte-
Miopatias predominantes possuem componentes relacionados à velocidade de crescimento e ao desenvolvimento da musculatura peitoral
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Entrevista
Inspeção na linha de abate é visual e individual, ou seja, os responsáveis treinados devem ser capazes de remover os “riscos” inerentes ao consumidor
rísticas visuais da musculatura. Ao final, grupos musculares têm seu funcionamento modificado, sendo, portanto, estas alterações caracterizadas como perdas funcionais da fibra muscular. Estimativas apontam que, desde 1957, o peso do frango de corte aos 40 dias de idade quadruplicou e o rendimento do peito aumentou em 80%. Estas alterações são reconhecidas como preocupantes sob o ponto de vista de geração de miopatias, pois estas desordens estão relacionadas com a vascularização do tecido muscular. Miopatias são doenças musculares em que as fibras musculares têm perda de seu funcionamento normal, muitas vezes gerando debilidade funcional. Estas miopatias têm tido relatos em todas as espécies animais, incluindo o homem. Ocorre que, devido ao grande volume de produção de carne, estas são muito mais fáceis de serem observadas em abatedouros. Como frangos de corte são aqueles de maior velocidade de abate conhecida, é nesta espécie que qualquer alteração chama mais atenção. Existem três miopatias importantes em frangos de corte: a miopatia peitoral profunda, a miopatia dorsal-cranial e as miopatias peitorais do peito amadeirado e das estrias brancas. Estas
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duas últimas têm sido agrupadas, uma vez que ocorrem quase que sempre de forma simultânea, ainda que não exista confirmação da existência de casualização separada das mesmas. Qual é o seu impacto econômico e para o consumidor? De fato, os impactos econômicos estão relacionados às perdas de rendimento no abatedouro devido à remoção de áreas mais afetadas que, muito frequentemente é desnecessária. Por exemplo, no caso da miopatia dorsal-cranial, é frequente a remoção das asas em conjunto com corte extenso efetuado no dorso incluindo as áreas adjacentes ao Latissimus dorsi anterior. Como não existe relação desta miopatia com agente microbiológico que possa estar incorrendo em risco às áreas adjacentes, como é frequente em casos de artrite, bem como o músculo afetado pela perda de função é único, a condenação das asas, neste caso, é desnecessária e representa uma perda econômica grande. Em paralelo, o exsudato de cor amarelo-esverdeado, composto primariamente de proteína solúvel, é totalmente eliminado na passagem das carcaças pelo “chiller” de acordo com testes feitos por nós (UFRGS) em abatedouros comerciais. Portan-
to, em geral, não resta alteração relevante para caracterizar aspecto repugnante após o “chiller”. A miopatia do peito amadeirado produz uma alteração razoável na carne sob o ponto de vista de capacidade de retenção de água. No processo de regeneração tecidual, existe um aumento na concentração de colágeno, e, portanto, a carne utilizada como matéria prima para produtos industrializados (temperados, empanados, etc) muitas vezes precisam ter alteração de processo. O colágeno é uma proteína abundante no organismo animal, presente em proporções típicas de acordo com o grupo muscular e a idade dos animais. Em comparação com a fibra muscular, o colágeno tem menos capacidade de retenção de água, pois é uma proteína que praticamente não tem cargas elétricas disponíveis. As maiores concentrações de colágeno podem ser sutis ou mais acentuadas de acordo com os diferentes graus da miopatia. O que apontam as mais recentes pesquisas sobre miopatias no mundo? É consenso entre os pesquisadores no mundo que as três miopatias predominantes e discutidas neste texto pos-
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Entrevista suem componentes relacionados à velocidade de crescimento e ao desenvolvimento da musculatura peitoral. É evidente em todas as publicações a relação entre as aves que crescem mais rápido e que também produzem mais carne de peito com a frequência de miopatias. Desta forma, são imediatamente descartados fatores relacionados às deficiências nutricionais ou outras patologias por agentes patogênicos, pois as mesmas produziriam redução na velocidade de crescimento bem como no desenvolvimento muscular. As miopatias, portanto, predominam em animais organicamente saudáveis. Todos os países produtores de frango vêm relatando a ocorrência de miopatias, especialmente aqueles que abatem aves mais pesadas, pois, conforme já observado anteriormente, existe uma relação importante entre a massa muscular peitoral e estas patologias. EUA, Itália, Argentina, Canadá, entre outros, têm apresentado grande ocorrência. Outros países, como os Estados Unidos, também enfrentam questões ligadas às miopatias? Os sistemas de produção, incluindo as genéticas de frangos de corte são hoje muito similares na comparação entre os
países. As diferenças importantes existentes hoje em dia estão relacionadas às doenças prevalentes em diferentes regiões. As miopatias a que nos referimos neste texto têm origem em deficiências no suprimento de nutrientes e não em agentes infecciosos. Elas estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento da massa muscular peitoral, sendo exacerbadas em aves de alto ganho de peso diário, principalmente entre a terceira e quinta semana de vida. São mais frequentes, portanto, em aves mais pesadas. Não há diferença evidente entre sexos ou regiões de climas diferentes. Claro que, em regiões muito quentes, os aviários com estruturas ambientais deficientes, impõem reduções nas taxas de ganho de peso e, portanto, têm aves menos afetadas por miopatias funcionais. As três miopatias descritas aqui têm sido relatadas nas várias regiões do mundo, aparentemente nas mesmas proporções ocorrentes no Brasil. Há, entretanto uma situação interessante: em muitos países a inspeção sanitária funciona em sistemas de auditoria, sendo a inspeção individual menos minuciosa e, em geral, com menos profissionais envolvidos no processo. Nestes, a tendência existente é de uma proporção de condena-
ções muito menor do que no Brasil. Em alguns casos as diferenças podem ser tão grandes que determinam aumento significativo de custo no Brasil quando comparado a estes países. O exemplo mais notável de diferenças no número de condenações ocorre na miopatia dorsal-cranial, em muitos países este problema é tido como inexistente, entretanto, quando feita a investigação esta miopatia é encontrada nas mesmas proporções do Brasil. Como funcionam os critérios de condenação envolvendo miopatias? As miopatias não representam risco à saúde do consumidor. A condenação de carcaças com miopatias, portanto segue critérios de aspecto visual. Há um critério específico que pode ser utilizado e que está nos Artigos 172 e 236 (RIISPOA) e Portaria 210/1998, que é o de “aspecto repugnante”. Por esta classificação, evita-se que cheguem ao consumidor carcaças ou cortes cárneos que possam gerar mal-estar pela sua apresentação. Entretanto, na prática, vários critérios têm sido utilizados para a condenação de miopatias. Isto ocorre pelo desconhecimento de problemas mais recentes ou mesmo pela informação
Produtor brasileiro e a cadeia produtiva têm se comprometido com o resultado final. Isto já faz parte da cultura do processo, seja ele invocado por um pequeno produtor do sul do Brasil seja pela avicultura de maior escala do centro-oeste
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Entrevista
Melhoria da qualidade é um processo permanente e que impacta diretamente a lucratividade do setor. Há uma luta constante para adequar tecnologias que permitam produzir com qualidade adequada acompanhando o aumento das velocidades de abate e das densidades de alojamento equivocada com relação às miopatias ou ainda pela falta de atualização na legislação vigente. A tendência no mundo é que as miopatias sejam categorizadas de acordo com seu estágio de severidade, o que, portanto, está correlacionado com o grau de desenvolvimento das mesmas. No caso do peito amadeirado, por exemplo, graus mais avançados (variando de 3 a 4 - há escalas que vão até 3 apenas) apresentam quantidade perceptível de exsudato e também sanguinolência, sendo então, as partes que apresentem este estado, removidas. Segundo esta tendência, a maior parte das carcaças fica totalmente preservada com a musculatura peitoral íntegra uma vez que os casos mais severos têm uma baixa predominância. Entendo que os colegas atuantes na inspeção sanitária, nos diferentes níveis, necessitam de um contato permanente com os pesquisadores para que a grande quantidade de novas informações seja rapidamente incorporada ao seu dia a dia. Assim, fica preservada a saúde pública e também se evitam medidas equivocadas que possam prejudicar o produtor, a indústria e indiretamente o consumidor. O Brasil precisa exercitar melhor a integração das áreas de produção com a pesquisa acadêmica, temos que liderar as mudanças, pois so-
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mos líderes da produção mundial. Nas nossas visitas à matadouros-frigoríficos sentimos sempre que esta interação é muito bem-vinda, tanto pelo serviço de inspeção quanto pelas áreas de garantia da qualidade das empresas. Na sua opinião, a legislação atual sobre condenação de carcaças funciona bem? Há problemas? Quais? O Brasil foi um país pioneiro na adoção de sistemas de inspeção sanitária pública obrigatória. Por muitos anos, entretanto, este sistema não teve o tamanho condizente com a importância da produção brasileira. Se ainda existem limitações, estas são hoje muito menores do que no passado, sendo majoritariamente devidas aos mesmos pecados que afetam o resto do setor público. O mais importante é que o corpo de profissionais existente hoje é totalmente profissionalizado e comprometido com a sua função de preservação da saúde do consumidor. Também, estes são os profissionais que garantem o cumprimento dos acordos internacionais firmados pelo Brasil. A regulamentação de abate de frangos de corte mais recente é a Portaria 210 de 1998. Com o passar dos anos a mesma vem sendo agregada de memo-
randos justamente para adequá-la à fatores novos importantes. Existe, entretanto, uma condição muito diferente no sistema de inspeção brasileiro quando comparado com o de outras regiões. Sendo o maior exportador mundial, e devido à importância que tem a avicultura de corte, o Brasil tem se adequado às legislações muito variadas e, muitas vezes antagônicas, de forma a poder fazer negócios com estes países. Esta situação fez com que as normas brasileiras sejam as mais rígidas, ou seja, nivelamos por cima, de maneira que todos os mercados possam ser atendidos. Existem medidas muito difíceis de serem implementadas, caso das regras de insensibilização utilizando corrente elétrica. Por exemplo, de fato, é muito difícil atender as demandas dos mercados Europeu e halal na mesma linha de abate. Da mesma forma, a lavagem de carcaças não é permitida no Brasil. Esta medida foi tomada inicialmente para adequar a legislação brasileira à europeia. É sabido hoje que a lavagem e desinfecção de carcaças é o método mais seguro para reduzir os riscos de contaminação fecal do que a remoção da área afetada. A lavagem e desinfecção são utilizadas em todos os abatedouros dos EUA com muito sucesso na garan-
tia de reduções de carcaças contaminadas por Salmonella, por exemplo. Se as miopatias representam grandes perdas econômicas, estas são ainda ínfimas comparadas às perdas impostas por condenações parciais por contaminação no Brasil. As condenações totais e parciais devido à contaminação variam de 8 a 12% do total das carcaças no Brasil. Em nosso estudo de 2011, estas perdas geraram um custo de U$ 0,10 por ave abatida no Brasil, totalizando um estimado de 324 mil toneladas naquele ano. Os EUA, maiores concorrentes do Brasil no mercado importador, tem zero como custo neste quesito. Assim, deveríamos alterar este critério, dedicando linhas específicas para o abate destinado ao mercado Europeu e permitindo a lavagem e desinfecção para os mercados que o permitem, que, aliás, são a maioria, incluindo o mercado doméstico brasileiro. O bem-estar animal é uma área em que o Brasil se distanciou positivamente dos outros países produtores. Há vários anos as integrações brasileiras fizeram a opção de abrirem suas portas a certificações e desde então o país sofre pouquíssimas perdas relacionadas a isto. É uma área em que os pesquisadores brasileiros são muito ativos e a interação com a indústria é muito boa. Já na área de condenações deveríamos fazer muito mais em função da importância que o país tem no cenário da proteína animal. A produção científica na área está muito abaixo do necessário para sustentar a ação do MAPA. Isto ocorre por falta de articulação das partes envolvidas (o próprio Ministério, as Universidades e as indústrias) o que representa uma oportunidade perdida, pois a operação de rotina dos abatedouros é um grande campo experimental que deixa de ser usado, inclusive com a inserção dos veterinários para produção de teses, artigos, etc, que podem vir a dar suporte à novas regulamentações. O que a avicultura precisa melhorar em termos de qualidade de carcaças? A pergunta, de fato é, o que tem sido feito para melhorar. Isto porque a melhoria da qualidade é um processo permanente e que impacta diretamente a lucratividade do setor. Temos uma luta constante para adequar tecnologias que permitam produzir com qualidade adequada acompanhando o aumento das velo-
cidades de abate, das densidades de alojamento, etc... Alguns fatores se destacam: • A sanidade dos animais, especialmente dos animais de um dia. As limitações impostas ao uso de desinfetantes como formaldeído não foram totalmente recuperadas com o uso das alternativas empregadas atualmente. Há uma necessidade atualmente de utilizar granjas de reprodutores com coleta automática de ovos devido ao aumento dos custos de mão de obra (que inclui o grande custo com causas trabalhistas no Brasil). Quando comparadas com as coletas manuais em grande frequência diária, que havia anteriormente, este processo ainda não é tão efetivo. Como resultado, ovos e, consequentemente, pintos contaminados chegam às granjas gerando falta de uniformidade no crescimento e podendo ser geradores também de celulite e outros problemas. Dominar mais efetivamente os equipamentos e processos envolvidos na coleta e desinfecção dos ovos é uma necessidade em curso. • A utilização de ambiência controlada tem tido uma grande evolução, que tem impactado positivamente nos indicadores de produção bem como na garantia de qualidade de carcaças. Ao permanecerem em ambientes que permitem um estado de conforto ambiental mais efetivo, as aves disputam menos espaço e, portanto, são menores os danos às carcaças como arranhões e hematomas, bem como também é drasticamente reduzida a frequência de celulites. Esta tecnologia é cara, mas essencial para a avicultura viável, especialmente porque permite otimizar a produção por área construída. • As tecnologias para produção de rações com granulometria e pelete adequados, bem como a nutrição precisa e, muitas vezes, densa em nutrientes, que permite a ave o desenvolvimento adequado com rendimento muscular otimizado. As fábricas de ração Brasileiras ainda carecem de tecnologia para maximizar o valor dos ingredientes utilizados nas rações. • Os processos e o treinamento de pessoal dentro dos abatedouros. São fatores conhecidos e que permanentemente ocupam os gestores das empresas. O aumento da velocidade de abate é uma necessidade para que o Brasil se mantenha competitivo, entretanto, este é um fator que necessita ter adequações importantes para que não imponha perdas.
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Evento
Palestrantes adiantam assuntos de suas apresentações na Conferência Facta Elizabeth Santin e Angelo Berchieri participam do evento
A
Avicultura Brasileira Superando Desafios é o tema da Conferência FACTA 2017, que acontecerá entre os dias 23 e 25 de maio de 2017, no Expo D. Pedro, em Campinas (SP). A organização divulgou o seu programa oficial em sua página na internet: www.facta.org. br/conferencia2017. Em sua 34ª edição, o encontro trará para discussão as questões relacionadas à superação dos desafios que a avicultura e vários outros segmentos da produção brasileira confrontam hoje devido à crise econômica. Palestrantes convidados discorrerão sobre temas relevantes, visando a compreensão das oportunidades para a avicultura brasileira. São esperados vários participantes, como técnicos da agroindústria, consultores, empresários, pesquisadores, professores, pós-graduandos e graduandos envolvidos no setor avícola nacional e internacional. Elizabeth Santin, Professora da
UFPR, está entre os palestrantes com o tema “Manipulação da microbiota e proteção contra enteropatógenos”. Ela diz: “Chama-se microbiota o complexo conjunto de microrganismos que habitam o trato gastrintestinal, respiratório ou pele dos animais, produzindo uma infinidade de metabólitos que tem papel fundamental na fisiologia do hospedeiro. Recentemente tem se produzido uma grande quantidade de informação sobre a microbiota, e já se discute sua função no auxílio da digestão, na nutrição das células intestinal e até mesmo no humor e comportamento das pessoas. Dentre todas essas funções, sua participação na maturação e regulação da resposta imunológica do hospedeiro e na proteção contra patógenos intestinais talvez seja a que mais interesse a produção avícola, pois além de melhorar a saúde e o desempenho zootécnico dos animais, também promove a produção de alimentos mais seguros ao consumidor”.
Angelo Berchieri Junior apresenta a palestra “Pulorose e tifo aviário: desafios da indústria avícola”
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A Revista do AviSite
Já Angelo Berchieri Junior, Professor da UNESP, discutirá o tema “Pulorose e tifo aviário: desafios da indústria avícola”. Ele conta que serão abordados os principais meios de disseminação dos agentes da pulorose e do tifo aviário com ênfase nas medidas de controle necessárias para prevenir a infecção das aves. “O tifo aviário, que parecia estar sob controle, foi observado em várias áreas de produção avícola do território nacional, atingindo o setor de reprodução, corte e postura comercial. Desde então tem sido combatido, mas não eliminado de planteis avícolas. A pulorose não tem sido observada nas mesmas proporções em que se observa o tifo aviário, contudo, tem sido diagnosticada em planteis reprodutores, demonstrando a necessidade de discussão a respeito da eficiência das medidas de controle adotadas atualmente.”
Conferência FACTA 2017
Elizabeth Santin vai falar sobre “Manipulação da microbiota e proteção contra enteropatógenos”
Data: 23 a 25 de maio de 2017 Local: Expo D. Pedro - Av. Guilherme Campos, 500, Bloco II (Anexo ao Parque D. Pedro Shopping) – Campinas (SP) Tel.: (19) 3243-6555 Inscrições: www.facta.org.br/conferencia2017
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Informe Técnico-Comercial
Produção sem antibióticos: o Sistema MAIS (Melhora do Ambiente Intestinal) da Cinergis e a levedura de Tórula Autor: Gabriel Jorge Neto, Médico Veterinário, CEO Cinergis
U
m dos novos mandamentos da produção animal pode ser sintetizado pela frase “TODAS AS DOENÇAS COMEÇAM NO INTESTINO”, do livro “10% humano”, de Allana Collen (2016). Assim, a Cinergis lança o seu “Sistema MAIS” (“Sistema de Melhoria do Ambiente Intestinal Saudável”), disponibilizando pré-misturas inteligentes, que gerarão significativa melhoria de desempenho zootécnico, com maior saúde intestinal, diminuindo as lesões por clostridium após as vacinações contra coccidiose e permitindo a criação de frangos e suínos sem o uso de antibióticos. O Sistema MAIS da Cinergis aumenta a imunidade dos animais, aglutina patógenos, adsorve toxinas intestinais, aumenta e alimenta as bactérias láticas e bifidogênicas e acelera a multiplicação dos enterócitos, das células reprodutivas e imunogênicas, sendo, portanto, indispensável para o controle de salmonelas e campilobacter. Com o am-
Com o ambiente intestinal fisiológico e equilibrado a conversão alimentar e o ganho de peso melhoram e, a saúde e resistência a doenças também
biente intestinal fisiológico e equilibrado a conversão alimentar e o ganho de peso melhoram e, a saúde e resistência a doenças também. Isso é facilmente avaliado pela efetiva melhoria na análise de propés para salmonela. O Sistema MAIS trabalha na melhoria do ambiente intestinal usando quatro importantes ferramentas: 1. A levedura integral hidrolisada de Tórula com 52 a 55% de proteína; 2. Lactose isomerizada; 3. 27 espécies de bactérias probióticas da Ghenvet de alta capacidade colonizadora e secretora; e 4. Alguns ácidos e seus derivados. A levedura de tórula utilizada pela Cinergis é produto de fermentação primária, usada também em alimentação humana (food grade) e é totalmente exportada para a Europa e Japão, não havendo disponibilidade no mercado brasileiro. A Cinergis inicia a oferta deste produto no Brasil após quase dois anos de testes em sua granja de frangos de corte de 700 mil frangos, em Porto Franco - MA, com resultados surpreendentes. A levedura de tórula contém de 52 a 55% de proteína bruta de alta digestibilidade e é fonte de nucleotídeos que o Brasil exporta para o Japão na forma de RNA (ácido desoxirribonucleico) e de onde se extrai nucleotídeos para alimentação de crianças lactentes, para alimentação parenteral de pessoas em UTI e para cosméticos (antirrugas, pois os nucleotídeos são excelentes aceleradores da multiplicação e regeneração celular). A levedura de tórula da Cinergis contém:
6% de ácido aspártico
12% de mananoóligosacarídeos (MOS)
8% de ácido glutâmico
14% de ingredientes de efeito UMAMI (flavorizantes)
9,5% de 1,3 e 1,6 betaglucanas
12% de nucleotídeos
O ácido aspártico estimula a produção fisiológica de hormônio do crescimento e testosterona, aumenta a formação do tecido muscular e é imunoestimulante. O ácido glutâmico e seu sub-produto, a glutamina, são fontes de energia para as células de multiplicação rápida, como os enterócitos e células reprodutivas. Eles estimulam a proliferação da mucosa intestinal (WU et al 2011) e o aumento saudável dos enterócitos (BARTELL e BATAL
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Livro 10% Humano, de Allana Collen, defende a ideia de que todas as doenças começam no intestino, o que também pode definir a base do Sistema MAIS, da Cinergis
2007), diminuem a permeabilidade da mucosa intestinal a bactérias patogênicas (XIAO et al 2012), acelera a recuperação da mucosa intestinal após inflamação (SUKHOTNIK et al 2009) aumenta a atividade mitótica no cólon e fornece o nitrogênio necessário para a síntese de ácidos nucleicos no organismo, permitindo respostas imediatas às necessidades proliferativas das células (LOBLEY et al 2001) e fornece energia para células imunológicas como linfócitos, macrófagos e neutrófilos (WU et al 2011). Os 1,3 e 1,6 betaglucanas são potentes imunoestimulantes e adsorvem diversas toxinas no muco intestinal (www.betaglucan.org). Sua ação é muito dependente do tamanho da partícula da glucana, já que os macrófagos têm diâmetro de 10 a 21 mícron. Nossa levedura de Tórula tem as glucanas micro particuladas para uma ação imunoestimulante elevada. Os nucleotídeos (originados do RNA) otimizam as funções das células T e das células natural killer, melhoram as funções imunes nas barreiras da mucosa intestinal, favorecem o desenvolvimento e reparação do trato gastro intestinal e são melhoradoras da multiplicação celular (M.IZABEL HANNAS 2010). Os mananooligosacarídeos (MOS) atuam aglutinando as bactérias que têm fímbrias do tipo um (salmonelas, Esclerichia coli patogênica, Vibrio, etc) e alimentam as bactérias láticas.
Cinergis faz pré-misturas inteligentes e o seu Sistema MAIS é indispensável para a melhora intestinal dos animais de produção
A levedura integral hidrolisada de tórula, originada da levedura Cândida utilis, com 52 a 55% de proteína, com matriz de ingredientes estabelecida pela Cinergis, com amino grama equilibrado, alta digestibilidade e níveis elevados de energia metabolizável, sendo importante nas fases iniciais em aquicultura, pet e leitões. A utilização de levedura integral hidrolisada de tórula traz excelente custo benefício, favorecendo a melhoria do ambiente intestinal. Para rações premium de cães e gatos também conferem o efeito flavorizante UMAMI. Para aquicultura melhora a viabilidade dos alevinos e em camarões a sobrevivência das larvas, com efeito imunoestimulante para auxílio no controle da Mancha Branca e Vibrio e pode substituir a farinha de peixe importada. Para leitões, pode substituir o farelo de soja e melhora o consumo devido ao efeito UMAMI fornecendo nucleotídeos, glutamina e ácido aspártico. Quando associamos a levedura integral de Tórula à lactose isomerizada e às bactérias probióticas temos uma excelente ferramenta para a saúde intestinal que pode ser facilmente medida pela melhora dos resultados da coleta de propés para análise da presença de salmonela em galpões de frangos e matrizes. O Sistema MAIS da Cinergis tem estratégias diferentes para cada etapa de sua criação. Esta é a Cinergis, a empresa que faz pré-misturas inteligentes, e o seu Sistema MAIS, indispensável para a melhora intestinal dos animais de sua produção. Informações sobre a Cinergis: www.cinergis.com.br gabriel.jorge@cinergis.com.br. A Revista do AviSite
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Informe Técnico-Comercial
IDEXX no ranking das maiores e mais inovadoras empresas globais Jonathan W. Ayers Chairman, President and Chief Executive Officer, IDEXX:
“Este é o reconhecimento de nosso crescimento desde a nossa fundação, há 34 anos”
O
momento atual tem sido de grande importância para a IDEXX e seus clientes. Em 2016, a empresa foi eleita uma das organizações mais inovadoras do mundo e uma das empresas mais confiáveis da América pela Forbes Magazine. Ainda no ano passado, o teste IDEXX SDMA™ foi certificado pela IRIS (International Renal Interest Society) como método de referência para detecção da função renal. Além destes destaques, a IDEXX lançou seu novo e revolucionário analisador: IDEXX SediVue® Dx. Com a inclusão da IDEXX no S&P 500, a medicina veterinária alcança um novo patamar de negócios O ano de 2017 começou com uma das conquistas mais importantes da história da empresa. A agência Standard and Poor’s anunciou que a IDEXX alcançou o índice S&P500, juntando-se a líderes globais como a Apple, Microsoft, Amazon e AT&T. “É uma honra incrível para a IDEXX ser incluída no S&P 500, juntamente com muitas das empresas mais respeitadas do mundo. ¬”, afirma o CEO Jon Ayers. “A IDEXX está orgulhosa de ser a primeira empresa voltada para a saúde dos animais a ser incluída no S&P 500. Estou profundamente grato a todos os nossos colaboradores que tornaram possível esta conquista.”
Ano de 2017 começou com uma grande conquista para a IDEXX: a inclusão da empresa no índice S&P500 O que é o S&P 500? O Standard and Poor’s 500 é um índice do mercado de ações dos EUA considerado o melhor indicador das principais ações norte-americanas de grande capitalização, com ativos de índices no total de US$ 2,2 trilhões. Você pode ler mais sobre o S&P 500 no site www.investopedia.com.
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Artigo técnico
Manejo para o controle de resistência a anticoccidianos Autores: Profa. Dra. Sarah Sgavioli1, Paulo Henrique Moura Dian2, Käthery Brennecke2, Eduarda Hubener3 (1) Professora Titular de Avicultura, Universidade Brasil, Descalvado, SP. (2) Professor do Mestrado em Produção Animal, Universidade Brasil, Descalvado, SP. (3) Mestranda em Produção Animal, Universidade Brasil, Descalvado, SP.
E
xistem várias espécies de protozoários parasitas que causam a coccidiose aviária, estas são: Eimeria tenella, Eimeria necatrix, Eimeria Brunetti, Eimeria praecox, Eimeria acervulina, Eimeria mitis, e Eimeria máxima (Shirley, 1986), cada espécie possui um local de predileção particular no trato digestivo da ave. Por exemplo, Eimeria acervulina afeta a parte superior do intestino delgado, Eimeria maxima afeta todo o intestino delgado, e Eimeria tenella ataca o ceco (Fanatico, 2006). Coccidiose é uma doença que no momento não pode ser erradicada, portanto, o objetivo é encontrar o equilíbrio entre os custos com diagnóstico, prevenção, tratamento e desenvolvimento de imunidade das aves, ao tentar manter a perda subclínica o mais baixo possível. As necropsias realizadas em clientes com avaliação dos escores de lesões e da saúde intestinal fazem parte da elaboração do programa de uso do anticoccidiano.
cina, narasina, maduramicina e semduramicina. De acordo com o transporte de cátions e a estrutura química são divididos em três grupos: 1. ionóforos monovalentes: monensina, narasina, salinomicina; 2. ionóforos glicosídeos monovalentes: maduramicina, semduramicina; 3. ionóforo bivalente: lasalocida (Kožárová et al., 2003) Salinomicina, monensina e narasina possuem maior eficácia no controle de E. acervulina e principalmente monensina e narasina são menos adequados quando há presença de E. tenella e E. máxima. Enquanto isso, maduramicina e senduramicina são mais eficientes contra E. tenella e menos contra E. acervulina (Mudríková, 2002). A Tabela 2 demonstra essa eficácia para cada espécie. Quanto mais acima na tabela, melhor o efeito sobre a espécie (Bafundo, 1995; Diniz, 2008).
Classificação e eficácia dos ionóforos
Controle a multiplicação de cepas de Eimeria resistentes
Até o momento são conhecidos seis inóforos eficazes na prevenção da coccidiose: monensina, lasalocida, salinomi-
Oocistos de coccídeos em condições de criação intensiva têm grande potencial de reprodução, com rápida esporula-
Tabela 1. Eficácia relativa dos anticoccídios ionóforos no controle de E. acrevulina, E. máxima e E. tenella.
Maior eficácia
E. acervulina
E. maxima
E. tenella
Salinomicina
Senduramicina
Maduramicina
Monensina
Lasalocida
Senduramicina
Senduramicina
Salinomicina
Lasalocida
Narasina
Monensina
Salinomicina
Lasalocida
Maduramicina
Narasina
Maduramicina
Narasina
Monensina
Menor eficácia
Adaptado de Bafundo (1995) e Diniz (2008).
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ção dos oocistos, especialmente em umidade de 60-80%. Recomenda-se que uma camada superficial da cama em volta dos bebedouros seja removida e substituída por material novo antes do alojamento das aves. Além disso, a ventilação da instalação deve ser verificada assegurando seu correto funcionamento para inibir a esporulação (Ruff, 1999). Os principais fatores ambientais que se deve levar em consideração são: ventilação, vazio sanitário e remoção de cama úmida (Allen e Fetterer, 2002). Além destes fatores, são relatadas diferenças com relação à eficácia de ionóforos, devido a variação da resposta de acordo com a espécie, diferenças no metabolismo e distribuição das drogas ou exposição prévia subletal do anticoccidiano.
Programas de rotação O sucesso no controle da coccidiose em frangos de corte depende do uso criterioso dos medicamentos anticoccidianos existentes. Em vista da sua eficácia comprovada ao longo de muitos anos, programas anticoccidianos à base de ionóforos devem ser considerados como o esteio no controle de coccídeos na produção de frangos de corte. Se usados criteriosamente, esses produtos devem continuar a ser úteis na luta contra a coccidiose. Sabemos que o efeito benéfico dos ionóforos no controle de coccidiose é devido em grande parte a sua eficácia em suprimir a coccidiose subclínica, permitindo o desenvolvimento da Eimeria que induza a imunidade das aves (Chapman, 1999). Uma abordagem adotada pela indústria avícola para reduzir o desenvolvimento de resistência tem sido alternar a utilização de compostos com diferentes
modos de ação em um mesmo lote. Este programa é chamado de ‘’shuttle’’ (intercâmbio/troca) onde diferentes drogas são utilizadas. Em geral um fármaco sintético, tal como nicarbazina é incorporado na fase inicial das aves e um ionóforo durante o crescimento e terminação. Portanto, se utiliza um mesmo programa por vários meses e em seguida usa-se um programa com drogas diferentes nos lotes subsequentes (Gunerate et al., 1991; Chapman, 2000; Merck Veterinary Manual, 2001). Chapman e McFarland (2003) defendem que o “descanso” dado ao grupo de anticoccidianos é vantajoso para aumentar a eficácia do programa, portanto, para o programa “shuttle” na fase de crescimento deve-se utilizar uma droga de outra classe, pois caso contrário a resistência cruzada poderia invalidar esta técnica. No entanto, a utilização de nicarbazina é restrita devido à toxicidade metabólica relatada quando as aves são submetidas a estresse por calor (McDougald e McQuistion, 1980; Keshavarz e McDougald, 1981), por esta razão seu uso é feito de modo conservador com lento desenvolvimento de resistência. De acordo com o Chapman (1997) o curto período de uso de cada classe provavelmente fornece segurança contra a falha das drogas. Segundo Chapman (2005) o uso prolongado de um mesmo medicamento irá resultar em um declínio gradual da eficácia da droga devido à seleção de estirpes resistentes. No caso de ionóforos esta queda pode levar vários anos para ser desenvolver. O autor cita que o programa “shuttle” retarda o desenvolvimento de resistência, pois as estirpes resistentes podem ser eliminadas pelo uso de uma droga com diferente mecanismo de ação, devendo, portanto, ser obrigatório o uso de um químico e um ionóforo ou vice-versa, portanto, por exemplo, o uso de dois ionóforos monovalentes em fases distintas não irá impedir o desenvolvimento de resistência. No entanto, a eficácia do programa “shuttle” em reduzir o desenvolvimento de resistência não foi avaliada de modo completo (Chapman, 1997). Deve-se ter atenção ao realizar a troca das drogas durante a criação das aves no programa “shuttle”. Cardozo e Yamamura et al. (2006) observaram pico de
eliminação de oocistos aos 37 dias de idade com uma eliminação de 7.020 oocistos por grama de fezes. Williams et al., (1999) acompanharam a eliminação de oocistos de aves medicadas produzidas no sistema industrial, obtendo pico de eliminação de oocistos aos 35 dias de idade com o valor médio de 42.400 oocistos por grama de fezes. Em ambos, a troca do anticoccidiano entre o 21 e 28º dia de produção pode ter resultado no pico de eliminação de oocistos. Portanto, a troca deve ser feita no momento mais oportuno para que não prejudique o programa estabelecido. Nos EUA cerca de 35-40% das empresas utilizam um programa que intercala o uso de vacina, onde para os dois primeiros lotes (janeiro a abril), se utiliza um programa que envolve a utilização de um ionóforo durante toda a criação ou a utilização de uma droga química na fase inicial em conjunto ou não com um ionóforo e uma outra classe de ionóforo durante o crescimento. Após este período se faz a remoção da cama reutilizada substituindo-a por uma cana nova, com a finalidade de reduzir a população de coccídeos. Uma vacina com estirpe sensível é então usada por mais dois lotes (maios a agosto), em seguida propõe-se que para os dois últimos lotes (setembro a dezembro) seja empregado um novo programa com drogas, diferentes das que foram utilizadas no início do ano (Chapman e Jeffers, 2014). Outra abordagem é o programa de “rotação” em que drogas com diferentes modos de ação são empregadas em lotes subsequentes (McDougald, 1982). A teoria que se tem para utilização de ambos os programas é que a alteração da classe utilizada pode controlar uma possível resistência desenvolvida, no entanto, não existem evidências que apoiem estas informações (Chapman e Jeffers, 2014; Chapman e Jeffers, 2015). O programa de rotação para ser eficiente deve levar em consideração o uso de diferentes classes de ionóforos e/ou uso de químico, o que auxilia na eliminação de estirpes resistentes, semelhante ao “shuttle” (Chapman, 2005). Apesar dos programas “shuttle” e “rotação” poderem retardar a aquisição de resistência, a maioria dos isolados de Eimeria mostram diferentes níveis de re-
sistência a várias drogas (Chapman, 1997; Daugschies et al., 1998; Peek e Landman, 2003). Além destes programas, de modo não rotineiro faz-se o uso de drogas químicas durante todo o período de criação, respeitando o período de carência, de modo a reduzir a pressão de infecção da coccidiose (Gussem, 2005), em um programa de “limpeza” (Chapman, 2005). Independente do programa escolhido importante é levar em consideração que diversos trabalhos indicam que a resistência cruzada ocorre em menor proporção entre produtos de classes diferentes, por exemplo, entre maduramicina e ionóforos monovalentes ou entre lasalocida e ionóforos monovalentes (McDougald, 1987; Bedrnik et al, 1989;. Marien et al, 2007). O debate é de particular importância na definição do programa de rotação. A troca entre um ionóforo monovalente para outro pode ser considerado rotação, no entanto, devido ao desenvolvimento de resistência incompleta este tipo de manejo é questionado. Portanto, a sugestão quanto à rotação para anticoccidianos é de que seja feita entre classes de ionóforos ou produtos químicos, a fim de manter a eficácia de anticoccidianos (Gussem et al., 2007). A lógica por trás dos programas é o fato de que, como referido anteriormente, a perda de sensibilidade é correlacionada com o tempo de exposição de droga, que deve ser mantido curto, se possível trocado a cada 4-6 meses (Hafez, 2008). Devido à ocorrência de resistência cruzada entre as drogas, anticoccidianos com modos de ação distintos devem ser usados em programas de “rotação” e “suffle” (Peek e Landman, 2012).
Considerações finais O acompanhamento regular do desenvolvimento de resistência das espécies de Eimeria contra diferentes grupos anticoccidianos tem um papel crucial na gestão de resistência para que seja feita a escolha correta de um programa e/ou droga eficaz. Portanto, se rotineiramente o anticoccidiano é ineficaz, deve-se optar por utilizar um anticoccidiano com diferente modo de ação. A literatura utilizada pode ser solicitada ao autor principal: Profa. Dra. Sarah Sgavioli, sarahsgavioli@yahoo.com.br A Revista do AviSite
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Reportagem empresarial II
Com atuação nas áreas de suas combinações), Ghenvet Empresa chega ao mercado para produzir frango sem antibiótico e sem perda de rendimento
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Ghenvet pretende lançar produtos inovadores com bactérias que resistam à parte ácida do sistema digestivo e que chegam ao intestino para colonizá-lo
onceitos e opiniões individuais e coletivas mudam. Assim aconteceu com a percepção das pessoas sobre o consumo de alimentos saudáveis. Agora os consumidores se interessam em saber sobre o modo de produção das carnes e as substâncias que ali estão presentes. Dessa forma, aconteceu também uma grande mudança de conceito envolvendo o uso de antibióticos na produção animal. Hoje em dia, o consumidor pede por alimentos produzidos sem antibióticos preventivos, os chamados melhoradores de desempenho (quando usados em baixa dosagem mesmo na ausência de algum microrganismo patogênico). Porque esta é a percepção geral de alimento saudável. Pesquisadores do mundo inteiro têm estudado o tema de forma crescente nos últimos anos e muitos congressos foram realizados para discutir especificamente este assunto. Grande centro produtor de alimentos para o mundo, o Brasil não fica de fora desta revolução na forma de produzir carne de frango e algumas empresas surgiram para oferecer produtos alternativos ao uso de antibióticos. Uma delas é a Ghenvet, que lança a sua linha de produtos em março de 2017. Estes lançamentos chegam com uma grande bagagem e a assinatura de um trio de profissionais já conhecidos no mercado pelo tino pelos negócios. Edir Nepomuceno (Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento), Heitor Cotrim (Diretor Industrial) e Gabriel Jorge Neto (Diretor Comercial) pesquisam probióticos, prebióticos e outros alternativos há tempos, inclusive antes de haver a demanda para este tipo de produto. “A questão da percepção do consumidor com a qualidade dos alimentos foi intensificada nos últimos 10 anos”, afirma Edir. Com a mudança de conceito já concretizada e as novas diretrizes divulgadas pelas principais escolas de nutrição animal no mundo, os gestores da Ghenvet, sediada em Campinas, SP, enxergaram o momento de se dedicar a fundo aos produtos que a empresa pretende colocar no mercado. Muito foi pesquisado. Edir, como Presidente da WPSA (Associação Mundial de Ciências Avícolas) entre os anos de 2012 e 2016, participou de pelo menos 35 congressos científicos internacionais como parte das suas atribuições neste período e na maioria deles o uso de antibióticos como promotores de crescimento e seus alternativos era colocado como prioridade nas discussões. Com a sólida formação científica, como
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simbióticos (probióticos, prebióticos e inaugura sua linha de produtos
Heitor Cotrim, Edir Nepomuceno e Gabriel Jorge: Trio de profissionais à frente da empresa
ex-professor de duas das maiores universidades brasileiras (USP e UNICAMP) e estudioso do assunto, está a seu cargo a seleção das cepas e formatação da composição dos produtos da Ghenvet. Edir conta que o uso dos alternativos está baseado em três pilares: efetividade comparativa, disponibilidade da matéria prima pra sua produção e preço compatível com sua destinação. Ou seja, ele tem que funcionar, tem que estar disponível em grande quantidade e precisa ter um custo beneficio adequado. Um exemplo é a levedura usada na fermentação da cana de açúcar. Descobriu-se que esta matéria prima e suas estruturas constituem excelente substrato para a saúde intestinal e como prebióticos. É um subproduto da produção de álcool e o Brasil é um grande produtor. Então, temos a levedura disponível em grande quantidade, que era, inclusive, jogada fora. Em linha com os estudos atuais, o Diretor Comercial Gabriel Jorge Neto, explica que, para substituir os promo-
tores químicos durante toda a vida do frango, o ideal é usar um simbiótico (combinação de prebiótico e um probiótico). Tudo isto faz parte de um novo conceito na nutrição animal, chamado de “nutrição eubiótica”, um termo novo para descrever tudo o que é bom na nutrição sem trazer riscos ao consumidor final, ou seja, produtos mais saudáveis. Gabriel Jorge Neto explica: “O prebiótico funciona como o alimento da bactéria e melhora o resultado do probiótico. Trata-se de um mercado que deve faturar, em 2021, 4,71 milhões de dólares”. Após um trabalho de seleção que durou oito anos, a Ghenvet chega ao mercado para oferecer alternativos para a produção de frango sem antibiótico. São 29 cepas de bactérias isoladas (aves e suínos). É a única na América Latina com estas credenciais. “Pretendemos lançar produtos extremamente inovadores com bactérias que resistam à parte ácida do sistema digestivo e que chegam ao intestino para colonizá-lo fortemente através de bactérias que tenham alta capaciA Revista do AviSite
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Reportagem empresarial II
à esquerda: Heitor, Gabriel, Caio César Jorge (Gerente de Estratégia) Marcos Rezende (Gerente Técnico Comercial) e Edir Nepomuceno. Na nova empreitada, Gabriel trouxe o filho Caio para ajuda-lo à direita: Fungo nematófago eliminando uma larva de Haemonchus no controle biológico de vermes redondos. A Ghenvet já tem tudo pronto para iniciar a sua produção e já realizou experimentos de campo com sucesso absoluto e em conjunto com a Universidade Federal de Viçosa. É uma produção inédita na América Latina e é um projeto da FAO para controle biológico de vermes redondos em pequenos ruminantes
Uma linha de probióticos e simbióticos deve ser lançada para revolucionar o controle de salmonella, com imunoestimulante aglutinador de salmonella, entre outras características 42
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dade de produzir ácidos graxos de cadeia curta e média e que também têm alta capacidade de aderir ao enterócito e também bactérias transformadoras de ácidos graxos em cadeia curta em ácido butírico, como o Clostridium butyricum (nome comercial GV 29)”, explica Gabriel, que também conta que a Cinergis (atuante no mercado de saúde e nutrição) vai produzir simbióticos em conjunto com a Ghenvet. Os prebióticos e probióticos poderão ser utilizados via injeção intra ovo (o que é novidade no Brasil), pela ração e pela água de beber. “O tempo é fator dominante na produção de frango, precisamos do máximo de ganho possível. Se junto com a vacina de Marek, você colocar bactérias pra colonizar o pintinho e alimentá-las (47 ingredientes), com esses multiplicadores celulares você consegue ganhar 40 gramas a mais por pintinho e melhorar a uniformidade e principalmente a imunidade”, justifica Gabriel. Um diferencial é que a empresa também vai produzir simbiótico com o objetivo de diminuir as lesões intestinais causada pela vacinação contra coccidiose, melhorando a imunidade que a vacina vai trazer para a ave e a performance zootécnica. “Nós também estamos desenvolvendo cepas que ajudarão os adsorventes de micotoxinas pra ajudar no controle de micotoxicoses”, completa Gabriel. As inovações não param por aí:
Uma linha de probióticos e simbióticos deve ser lançada para revolucionar o controle de salmonella na avicultura e suinocultura. Esta linha de produtos conterá imunoestimulante aglutinador de salmonella, prebióticos bifidogênicos, nutriente do enterócito (células intestinais) e bactérias probióticas de elevada eficiência e colonização intestinal. Existem críticas e comentários no setor sobre o custo dos probióticos e prebrióticos em substituição aos antibióticos. Não existe milagre. Diz Edir Nepomuceno: “Embora o custo por tonelada tratada seja mais alto, a melhoria da saúde intestinal e de performance no final faz com que o custo final da carne produzida fique similar e no futuro ainda melhor”. Edir, Gabriel e Heitor apostam alto na Ghenvet e no mercado de simbióticos. Para eles, nós próximos anos, 100% das agroindústrias passarão a usar prebiótícos, probióticos, óleos essenciais (fitoterápicos) e ácidos orgânicos de modo simbiótico como substitutos aos antibióticos curativos. Para finalizar, os três concordam que “os médicos veterinários e nutricionistas que estudarem profundamente os alternativos aos antibióticos e realizarem testes em granjas que permitam avaliar a melhoria da microbiota e souberem encontrar as melhores combinações destes produtos, serão os grandes consultores para a produção zootécnica do amanhã”.
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Informe Técnico-Comercial
Redução da pressão de infecção em granjas aviárias
Autor: MV MSc PhD Jorge Chacón, Gerente Serviços Veterinários – Ceva Saúde Animal
Introdução As aves alojadas podem-se infectar no aviário por agentes externos que ultrapassam as medidas de biosseguridade, mas também por agentes infecciosos que já estão presentes na granja. Muitos agentes infecciosos são resistentes fora da ave quando as condições ambientais (temperatura, humidade, luz,
oxigênio e outros) são-lhe favoráveis, podendo sobreviver em matéria orgânica ou até em pó por várias semanas ou meses. Quando o processo de limpeza e desinfecção do aviário e equipamentos não é bem realizado após a saída de um lote, estes agentes infectarão o próximo lote, sendo que a cama mal tratada é a principal fonte de “conservação e infecção” dos próximos lotes de aves, principalmente de parasitas (p.e. coccídeas), bactérias (p.e. Salmonella), mas também de vírus não envelopados (p.e. vírus de Gumboro) e envelopados (p.e. vírus da bronquite infecciosa). Ainda, em complexos de criação de lotes de múltiplas idades, a transmissão lateral de agentes infecciosos é maior e seu controle mais complexo devido ao convívio de aves infectadas e aves susceptíveis. Desta forma, as granjas deveriam dirigir suas ações não apenas em evitar ou minimizar o ingresso de agentes infecciosos (“pressão de infecção externa”), mas também em reduzir ou minimizar a presença destes agentes infecciosos na
granja (“pressão de infecção interna”).
Transmissão – Taxa de Reprodução “R” A propagação de qualquer agente infeccioso numa população dependerá da infectividade do agente, a susceptibilidade dos indivíduos na população e o índice de contato entre as aves. Os fatores que afetam a transmissão dos agentes infecciosos influem com variada intensidade para cada agente. Uma medição padrão da transmissão dos agentes infecciosos é a taxa de reprodução ou infecção (R). “R” é definido como o número de novas infecções causadas por uma infecção individual típica durante o período de infecção. Se R for inferior a 1, a infecção desaparecerá, resultando numa baixa percentagem de animais infectados. Se R for maior que 1, surtos leves ou severos podem ocorrer (Gráfico 1). A probabilidade e a magnitude de um surto severo aumentam à medida que o R aumenta. Assim, a vacinação preferencialmente não só deve reduzir significativamente a transmissão, mas também reduzir o R para menos de 1.
Pressão de infecção interna As medidas de bioseguridade são desenhadas e implementadas para evitar o ingresso de agentes infecciosos. Em muitos casos, a pressão de infecção externa é tão elevada que o patógeno consegue ultrapassar as medidas de bioseguridade e infectar as aves. De outro lado, muitos patógenos não são adequadamente eliminados do lote e assim se mantém no aviário representando uma ameaça para os próximos lotes a serem alojados. Para diminuir a pressão de infecção interna, deve-se procurar que as aves eli-
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consigam infectar uma outra ave do lote. Pelo contrário, numa população susceptível ou mal protegida, uma ave infectada pode infectar outras 20 aves susceptíveis, e cada uma destas aves outras 20, levando rapidamente ao comprometimento de todo o lote/granja (Gráfico 2).
Controle da presão de infecção interna Limpeza, desinfecção e vazio sanitário Sem dúvida a limpeza e a desinfecção são ações necessárias e fundamentais para diminuir a pressão de infecção interna (Tabela 1). As vacinas aplicadas no incubatório precisam entre duas a três semanas para induzir uma proteção adequada na ave. Esta janela de susceptibilidade deve ser coberta pela limpeza e desinfecção, principalmente quando o lote anterior teve problema sanitário. O maior tempo de vazio sanitário entre os lotes também ajudará a diminuir a pressão de infecção interna. minem para o ambiente a menor quantidade possível do patógeno. Quando a maioria dos indivíduos na população for resistente à infecção, menor multiplicação e consequentemente menor excreção do agente para o ambiente acontecerá. Para aumentar a resistência à infecção e doença, as aves devem ser corretamente imunizadas para que desta forma eliminem menor quantidade de patógenos para o ambiente. Este princípio é aplica-
do para todas as doenças. Experimentos controlados mesuraram a taxa de reprodução ou infecção (R), para o vírus da Bronquite infecciosa (VBI), agente altamente infeccioso. No estudo experimental, o R em aves não susceptíveis e susceptíveis foi 0,69 e 19,95, respectiva mente. Em outras palavras, numa população não susceptível ou bem protegida, o vírus de campo precisará infectar duas aves para que estas aves
Vacinação De forma geral, as vacinas vivas devem conferir proteção robusta contra sinais clínicos e mortalidade causada pela doença para a qual estão dirigidas. Porém, as vacinas também devem prevenir a infecção, replicação e excreção do patógeno para o ambiente. Ao diminuir a excreção, diminuirá também a quantidade do patógeno no ambiente e consequentemente a pressão de infecção para os próximos lotes (Gráfico 3). A ave vacinada é mais resistente à infecção, desta forma a taxa de replicação do vírus ou bactéria de campo será menor e por um tempo mais curto comparado à replicação na ave susceptível ou inadequadamente imunizada. A eficácia no controle da replicação e excreção de patógenos de desafio foi avaliada para várias vacinas comerciais, encontrando-se grandes diferenças entre vacinas desenvolvidas com tecnologias semelhantes e diferentes. Imunogenicidade, precocidade, grau de atenuação, homologia, título etc... são algumas das principais características da semente vacinal que influem na capacidade da vacina em controlar a excreção do agente patógeno para o campo.
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Informe Técnico-Comercial
Cascudinho: Preocupação na produção de alimento Autores: Marcelo Ivair Giachini e Rodrigo Cesarin - Assistentes Técnico Comercial Aves Vetanco. Fabio Luis Gazoni – Coordenador Técnico – Vetanco
Onde o cascudinho é encontrado no aviário? O cascudinho é encontrado em toda a estrutura do galpão, mas onde há maior incidência é na cama do aviário pois o ambiente é o mais propício para o desenvolvimento do inseto. Nesse caso, principalmente, embaixo dos comedouros onde há uma quantidade maior de ração que é desperdiçada servindo de alimento para o mesmo.
Quais os problemas que podem causar às aves? O que acontece em caso de ingestão? Os prejuízos provocados à avicultura são decorrentes da ingestão dos insetos principalmente na fase inicial das aves, pois são ingeridos pelas mesmas em grandes quantidades no lugar da ração balanceada.
Como ocorre a infestação dos cascudinhos? Tudo se inicia já no primeiro alojamento das aves, possíveis insetos que tenham ficado de lotes anteriores e através da migração dos mesmos de outros aviários. As fêmeas iniciam a postura em 6 a 10 dias após o acasalamento, cada fêmea produz aproximadamente 3,5 ovos por dia (Preiss & Davidson, 1968), após eclodirem passam por um estágio larval tornando-se pupas e finalmente o cascudinho adulto. Abaixo segue uma representação da capacidade de proliferação dos cascudinhos de 3 ciclos com apenas 100 ovos viáveis no ambiente.
A duração dos ciclos está diretamente ligada à temperatura ambiente onde se encontram os cascudinhos, conforme demonstra a Tabela abaixo.
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Presença de larvas e adultos de cascudinhos no inglúvio (papo) Segundo a avaliação realizada por Gazoni et. al., (2014) no sétimo dia de idade dos frangos de corte, o ganho de peso (g) e a conversão alimentar (C.A) de 60 frangos de corte misto da linhagem Cobb, está demonstrada na Tabela abaixo.
A ingestão do cascudinho determinou uma diminuição do consumo de ração, ocorrendo menor ganho de peso de 15,16 g/ave e o aumento da conversão alimentar em 0,134 no sétimo dia de vida das aves, em comparação com o grupo controle. Além da perda zootécnica, inúmeros trabalhos demonstram o potencial do cascudinho em transmitir bactérias, vírus, fungos e protozoários. Segundo Arends (2003) o Alphitobius diaperinus pode transmitir os vermes Raillietina cesticullus, R. magninumida, Choanotaenia infundibulum, Hymenolepis carioca, H. diminuta e H. cantaniana. Segabinazi et al., (2004) coletou insetos em seis empresas avícolas nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Dessas, 54 amostras foram em aviários de frangos de corte e dez em aviários de perus. Concluiu que o cascudinho (Alphitobius diaperinus) possui em sua superfície externa e interna diversas bactérias da família ENTEROBACTERIACEAE. Essas bactérias podem ser patogênicas para as aves que estão em
contato direto com o inseto, podendo ser caracterizado como vetor mecânico destas bactérias nos aviários estudados. Portanto, além das perdas diretas em produção, o Alphitobius diaperinus pode transmitir inúmeros patógenos descritos na Tabela abaixo:
Como é feito o controle do cascudinho? Hoje temos basicamente três métodos para o controle, dentre eles: • Controle químico; • Controle biológico; • Controle físico-químico, ou seja, fermentação de cama. A lona é uma grande aliada no controle do inseto, pois quando colocada sobre a cama e bem vedada, o cascudinho morre. Também é necessário associar o uso de um inseticida em pó em pontos estratégicos (possíveis pontos de fuga do inseto).
Como deve ser feito o manejo da cama para evitar o aumento da população de insetos?
Nos lotes com aves mais velhas o prejuízo causado pelo inseto é o estresse. No caso de infestações altas as aves são incomodadas pelos cascudinhos podendo haver lesões no peito da ave e posteriormente uma possível condenação desta carcaça no abatedouro.
Tudo começa com um bom vazio sanitário, onde a cama deve estar o mais seca possível. A umidade é um ponto negativo quando se trata de cascudinho, quanto mais umidade na cama maior será a proliferação dos insetos.
A intervenção química é recomendável? A intervenção química é sim recomendada, mas quando bem utilizada. É muito importante a utilização correta do inseticida químico para que não haja resistência adaptativa futura dos insetos. Todo inseto precisa de uma dose letal de inseticida para morrer, quando essa dose não for utilizada ou administrada na forma correta, com o passar do tempo, a dose comumente usada não terá mais efeito sobre o mesmo. Dessa forma, é necessário o aumento da dose para que o efeito seja positivo. Contudo, relembrando que tudo passa por um bom manejo no momento da aplicação do inseticida.
Lesão na região abdominal provocada por cascudinhos
Quais os tipos de produtos que devem ser empregados para o controle do cascudinho?
Presença de larvas na carcaça dos frangos
Devem ser empregados inseticidas devidamente registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Os produtos inseticidas que são aplicados no ambiente dos animais devem ter a comprovação da sua segurança de uso, garantindo que o mesmo não causará intoxicação nos animais e no homem (responsável pela aplicação do produto). E que o mesmo não deixará resíduos nos produtos de origem animal (carne, ovos). Para isso, esses produtos devem ter a aprovação e licenciamento pelo órgão responsável que é o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Dessa forma, realizaremos o controle dos cascudinhos de forma mais eficaz e teremos uma maior segurança no produto final.
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Agroindústria
Em tempos de consumidor cada vez mais exigente, mercado de ‘frango natural’ ganha espaço Em entrevista, Luiz Carlos Demattê Filho, Diretor Industrial da Korin, atesta: “O futuro da produção de proteína animal passa necessariamente por conceitos naturais”
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ediada em Ipeúna, no interior de São Paulo, a empresa Korin, como se diz na gíria, ‘nada de braçada’. Iniciada em 1994, em uma época em que pouco se falava sobre o uso de antibióticos na produção de frango e que ovos de galinhas criadas em gaiolas ainda não sofriam tantos questionamentos relacionados ao bem-estar animal, a Korin colhe agora os frutos de seu pioneirismo e registra índices de expansão da ordem de 15% ao ano. A empresa tornou-se conhecida principalmente pela produção e coLuiz Carlos Demattê Filho
“É preciso incentivar o uso de antibióticos de forma mais racional, de forma somente curativa, e não preventiva”
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mercialização do frango orgânico, aquele criado em áreas livres onde pastejam e podem expressar seu comportamento natural. Além disso, são alimentados com uma ração produzida a partir de grãos orgânicos certificados, sem nenhum ingrediente de origem animal e sem o uso de antibióticos terapêuticos. Tudo isso atestado pela Humane Farm Animal, que empresta um selo especial à Korin. Atualmente, em tempos em que muito se discute sobre o uso terapêutico de antibióticos, está em destaque também a linha “Livre de Antibióti-
cos”. Neste caso, os frangos são criados em galpões fechados (diferente da linha orgânica), mas com foco no uso de produtos naturais para favorecer a saúde dos animais, como probióticos, extratos vegetais, óleos essenciais e ácidos orgânicos. A Korin já adotava este método de produção desde que abateu o primeiro frango, o que lhe proporcionou uma vantagem quando o assunto antibiótico entrou em voga. Para conhecer mais sobre a experiência da Korin e sobre o mercado para este tipo de proteína, que chega ao consumidor com maior valor agregado, a Revista do AviSite foi recebida por Luiz Carlos Demattê Filho, médico veterinário especializado na produção de aves criadas em sistemas alternativos e Diretor Industrial da Korin há 17 anos. “A Korin nasceu antes da existência do nicho de mercado voltado para frangos orgânicos ou livre de antibióticos. A demanda e o nicho de mercado vieram posteriormente”, afirma ele. Revista do AviSite: Como a Korin se posiciona no atual momento da produção mundial de frango e as discussões sobre antibióticos? Luiz Carlos Demattê Filho: Antes mesmo destas importantes discussões virem à tona nós já trabalhávamos desta forma, a partir dos estudos de Mokiti Okada, fundador da Igreja Mes-
siânica e seus ensinamentos baseados na filosofia e no método de Agricultura Natural, que privilegia o perfeito equilíbrio entre preservação e uso dos recursos naturais.. Adotamos o padrão da natureza para a produção de alimentos. A Korin hoje produz carnes (frango, bovinos e peixes), ovos e produtos de mercearia (arroz, feijão, óleo, café, linha apícola e água). Falando exclusivamente de frangos, são quatro tipos (Antibiotic Free, Caipira, Orgânico e Solenne). Procuramos entender os animais, suas necessidades e adotamos nossa filosofia de trabalho. Como pioneira neste segmento, como a Korin entende o atual estágio mercadológico para alimentos que seguem a linha natural? A Korin foi a pioneira e temos inclusive auxiliado, em vários momentos, o Ministério da Agricultura a entender a demanda do setor e ‘nortear’
O problema não é a utilização dos antibióticos. É a forma como o produto é utilizado, sem critério a produção de frangos naturais. Quando iniciamos, era tudo muito novo, sem muitas normas claras e objetivas. Agora, o sistema está cada vez mais complexo e rígido, com normas e leis muito bem definidas. Para a produção do frango orgânico: o que pode e o que não pode? O importante é a definição de cada produto. Cada um dos quatro tipos de frangos produzidos pela Korin exige uma linha de produção, com regras claras, porém sempre seguindo as normatizações do Ministério da Agricultura, que são extremamente complexas. Quando este mercado ganhou força e porque a Korin optou por esta diferenciação? Como ela
identificou este nicho de mercado? Na verdade ela não identificou o nicho. É exatamente o contrário. Ela nasceu independentemente dele. A demanda e o nicho de mercado vieram posteriormente. Toda a nossa linha de produtos é produzida sob as vertentes: sem aditivos químicos, sem quimioterápicos, sem conservantes, economicamente viáveis, ecologicamente corretos, socialmente justos, culturalmente aceito, com bem-estar animal, dentro de um comércio justo. Devido à pressão crescente dos consumidores e da indústria alimentícia, as empresas produtoras de proteína precisam reduzir o uso de antibióticos, mas
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Agroindústria
A Korin nasceu sob os critérios de respeito à natureza, e dentro desta cultura é que a empresa desenvolveu sua linha de produtos diferenciados, com um amplo entendimento sobre o comportamento animal sem comprometer a eficiência da alimentação e a saúde dos animais. Como a Korin lida com esta realidade? De forma muito natural. A Korin pertence à Igreja Messiânica e nasceu sob os critérios de respeito à natureza, e dentro desta cultura é que a empresa desenvolveu sua linha de produtos diferenciados. Há um amplo entendimento sobre o animal. Hoje a Korin investe R$ 500 mil reais por ano em pesquisa para estar sempre atualizada e garantir a fidelidade de seu sistema produtivo. Em que ano foi lançada a venda do primeiro frango natural pela Korin e qual foi a porcentagem de aumento da produção do frango orgânico desde então? Lançamos nossa linha de frangos naturais em 2007 e de lá para cá registramos um aumento da ordem de 470% Atualmente, quantas aves estão alojadas? Quantas eram no início? Hoje temos cerca de 1 milhão de aves alojadas e começamos com 30 mil. Qual é o principal foco de vendas da empresa? Como a Korin não comercializa somente frango, trabalhamos com um segmento de mercado que conhece o real valor dos produtos mais naturais e suas relações sustentáveis e as adaptamos em cada localidade. Existe um aumento da procura por parte dos consumidores pelo frango natural? Sim, com certeza! Existe grande parcela dos consumidores que já estão adotando um novo pensamento sobre sua própria nutrição e buscando mais informações. Como é feita a garantia do status sanitário dos animais? Quais são as perdas e ganhos? É feita seguindo todos os padrões sanitários exigidos pelo Ministério da Agricultura, normalmente. Produzir naturalmente é entender o comportamento dos animais. Os índices zootécnicos e a produtividade se alteram quando se produz desta forma?
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Hoje as questões de produtividade são relativas. Poderíamos ter um índice de produtividade melhor, mas não refletiria a qualidade que buscamos para o nosso produto, nem a que o nosso público busca. Nosso consumidor é muito criterioso e entende do que está comprando. Quais são os aspectos nos quais a não utilização dos antibióticos alteram o sistema sanitário? Absolutamente em nenhum. Os antibióticos servem para engordar, não para deixar os animais saudáveis. O que deixa os animais saudáveis é o bem-estar animal, manejo adequado e nutrição de qualidade. Mas esta ainda não é a cultura implementada na avicultura, em sua maioria no Brasil. Como fica esta adaptação? O problema não é a utilização dos antibióticos. É a forma como o produto é utilizado, sem critério. É preciso incentivar o uso de forma mais racional, de forma somente curativa, e não preventiva. O mercado avícola, em nível mundial, já está mudando e no Brasil o início desta mudança também chegou. O futuro da produção de proteína animal passará necessariamente por estes conceitos, o Brasil queira, ou não. É uma exigência do consumidor.
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Informe Técnico-Comercial
A biologia por trás da viragem Autor: Dra. Marleen Boerjan, Diretora de P&D, Academia Pas Reform
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lém de ser um dos parâmetros principais, como as condições do ar e temperatura, a viragem é um item que também necessita ser controlado durante a incubação. Nas incubadoras comerciais, os ovos incubáveis são colocados nas bandejas de incubação com a câmara de ar voltada para cima e são virados regularmente em uma amplitude de 90°, ou seja, 45° para ambos os lados do eixo axial do ovo. Historicamente, as justificativas para a necessidade de realizar a viragem dos ovos frequentemente são: (1) pouca distribuição da temperatura no albúmen e gema e/ou (2) risco de aderência do embrião nas membranas extra-embriônicas (nas membranas internas da casca). Entretanto, a partir de pesquisas recentes, nós agora compreendemos que
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a viragem dos ovos durante a incubação é essencial para o desenvolvimento das membranas extra-embriônicas, incluindo o âmnio e cório-alantóide respectivamente. Simultaneamente, os compartimentos extra-embriônicos são preenchidos com fluído sub-embriônico, fluídos amniótico e alantoide. Ambas membranas e fluídos são essenciais para o ideal crescimento e desenvolvimento do embrião (revisado por Deeming 2002 in: Comportamento, ambiente e evolução da Incubação Avícola); Baggott et al., 2002). A formação das membranas e compartimentos é fundamental para a transferência dos nutrientes do albúmen e saco vitelínico, e por último, mas não menos importante, da casca, para o desenvolvimento embrionário. É essencial que o desenvolvimento embrionário ocorra em compasso com o
desenvolvimento dos tecidos extra-embriônicos, de modo que a partir do dia 12, quando o embrião inicia o crescimento, os lipídios da gema estejam preparados para serem transferidos através dos vasos sanguíneos de um saco vitelínico bem desenvolvido. Se o desenvolvimento das membranas do saco vitelínico e vascularização são insuficientes para o embrião, o seu crescimento será limitado. Os lipídios que são transportados pelos vasos sanguíneos da gema necessitam de um saco vitelínico bem desenvolvido para ser metabolizado. Portanto a viragem é essencial durante os dias 0-7, quando as primeiras membranas extra-embriônicas do saco vitelínico (área vasculosa e membrana vitelínica) e fluídos sub-embriônicos estão sendo formados. Logo após a incubação, o desenvolvimento das mem-
na incubação industrial branas extra-embriônicas a partir da área opaca do blastoderme inicia, e é reconhecido por um anel claro de membranas na gema. Com a incubação, vasos sanguíneos se desenvolvem para formar a área vasculosa (anel sanguíneo), que ocorre simultaneamente com o acúmulo de fluído sub-embriônico. O volume de fluído sub-embriônico atinge o seu pico no sexto dia de incubação. Nos dias seguintes de desenvolvimento embrionário, o fluído sub-embriônico é transportado para a cavidade amniótica e ao saco vitelínico em desenvolvimento. Se a viragem falha durante o período de formação do fluído sub-embriônico e do anel sanguíneo, a área vasculosa permanece pequena e o volume total do fluído sub-embriônico é diminuído. Consequentemente, falhas na viragem dos ovos causam um sério e
negativo impacto no crescimento do embrião. Se os embriões não são virados durante os dias 4-7, a absorção de nutrientes é afetada, o que atrasa o tempo de incubação e produz maior variabilidade na viabilidade do pintinho. Podemos, portanto, seguramente concluir que a viragem dos ovos é tão importante como os principais parâmetros climáticos de umidade relativa, CO2 e temperatura durante a incubação, não somente para a otimização da qualidade do embrião, mas também objetivando uma estreita janela de nascimento.
Conselhos... • Reconheça a importância da viragem durante a primeira semana de incubação como sendo essencial para o alcance do ideal crescimento embrionário.
• Se durante o embriodiagnóstico mais de 75% dos embriões dessa amostra forem encontrados mortos com um estágio de desenvolvimento similar, falhas de viragem durante os primeiros 10 dias de incubação provavelmente seja a causa. • Falhas de viragem podem resultar em um maior número de mal posicionamento (cabeça na ponta fina do ovo), especialmente em ovos de lotes mais velhos. • Aumento na variação do nascimento e presença de embriões pequenos não esperados também podem sugerir uma falha de viragem durante a primeira semana de incubação. • Objetivar sempre 45° de amplitude de viragem para cada lado, sabe-se que inferior a 42° já existe a possibilidade de perdas gradativas à medida que a amplitude diminui. A Revista do AviSite
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Artigo Técnico
Avaliação de marcadores enzimáticos em frangos de corte acometidos com a Miopatia Dorsal Cranial (MDC) Miopatia Dorsal Cranial (MDC) é caracterizada por ser uma lesão degenerativa e multifásica, de etiologia ainda desconhecida Autores: Renata Sesterhenn1, Caroline Carniel Hiller1, Daiane Carvalho1, Gabriela Zottis1, Hiran Kunert1, Franciele Maboni Siqueira2 e Vladimir Pinheiro do Nascimento1. (1) Departamento de Medicina Preventiva, Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Patologia Aviária (CDPA); (2) Departamento de Patologia Clínica, Laboratório de Bacteriologia Veterinária (LABACVET), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Introdução Nos últimos anos o Brasil ocupa posição de destaque no cenário avícola mundial, tendo atingindo em 2015 uma produção de 13,146 milhões de toneladas. Todavia, tais progressos no desempenho produtivo resultaram na criação de condições favoráveis a susceptibilidade às alterações metabólicas e a mudanças na estrutura celular do músculo esquelético. Assim, a incidência de alterações musculares vem adquirindo importância cada vez maior, como é o caso da Miopatia Dorsal Cranial (MDC) caracterizada por ser uma lesão degenerativa e multifásica, de etiologia ainda desconhecida que afeta o músculo anterior latis-
simus dorsi de frangos de corte, em linhagens mais pesadas, com maiores pesos ao abate e sem outros problemas aparentes. Estudos sugerem que alterações na concentração de enzimas plasmáticas podem ser indicativas de dano ao músculo esquelético, uma vez que estas enzimas não tem a capacidade de atravessar a barreira celular em condições normais. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da MDC sobre os marcadores enzimáticos de lesão muscular Creatina Quinase (CK), Aspartato Aminotransferase (AST), Alanina Aminotransferase (ALT) e Lactato Desidrogenase (LDH) em soro de frangos de corte.
Figura 1. Região dorsal cranial de carcaça de frango de corte. Músculo anterior latissimus dorsi (ALD) normal (a); Músculo com miopatia dorsal cranial (b). Indicação do músculo ALD (setas).
Materiais e Métodos Foram coletadas aleatoriamente 48 amostras de sangue de frangos de corte (24 amostras normais e 24 amostras de aves acometidas com a MDC, machos, linhagem Cobb 500), provenientes de criação comercial, abatidos em um matadouro-frigorífico localizado na região metropolitana de Porto Alegre/RS. A colheita de sangue procedeu-se na etapa da sangria. O material foi armazenado de maneira a se obter soro para a realização das provas bioquímicas. Durante o abate, foi realizada a classificação do músculo anterior latissimus dorsi, por meio de análise macroscópica, em normal=0 e com a MDC=1 (Figura 1), conforme metodologia descrita por Zimermann, 2008. Análises estatísticas foram realizadas no Programa SPSS, através de análise de covariância (ANCOVA) em nível de 5% de significância. O peso da carcaça foi empregado como covariável nas análises, em razão de estudos prévios demonstrarem a sua influência na ocorrência da MDC (3).
Resultados Ao analisar o comportamento da atividade das enzimas CK, AST, ALT e LDH, verificou-se que houve diferença significativa (p<0,0001) entre aves normais e acometidas com a MDC, conforme demostrado na Tabela 1. Foi possível observar uma forte influência
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Estudo surgiu após forte demanda do mercado A pesquisadora Renata Sesterhenn, do Departamento de Medicina Preventiva do Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Patologia Aviária (CDPA) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul explica à Revista do AviSite que o interesse pelo tema premiado durante a última edição do Avisulat
Renata Sesterhenn: “Interesse pelo tema surgiu à partir das altas taxas de condenações nos matadouros-frigoríficos da região sul do país”
(Miopatia Dorsal Cranial - MDC) surgiu à partir das altas taxas de condenações (parciais e totais) nos matadouros-frigoríficos da região sul do país. “Devido à relevante importância econômica das lesões musculares decorrentes desta miopatia e pelo envolvimento de um dos produtos de origem animal mais consumido no mundo, tornou-se necessária a busca de informações que venham a esclarecê-las, uma vez que são lesões atípicas de características patológicas desconhecidas e que vem acometendo um número significativo de frangos de corte, podendo oferecer risco à segurança alimentar dos consumidores, uma vez que essa afecção não possui etiologia ainda definida”, explica. “Para os produtos brasileiros não sofrerem medidas repressivas em nível internacional, é de suma importância que haja um suporte e respaldo técnico-científico entre as empresas, produtores avícolas e as universidades”, diz. Ela afirma ainda que as pesquisas nessa área são imprescindíveis para a compreensão do desenvolvimento muscular dos frangos de corte de linhagens comerciais, desde os mecanismos que regulam a estrutura celular do músculo esquelético (morfológicas/bioquímicas), bem como alternativas de manejo alimentar que permitam contornar a ocorrência desta miopatia, contribuindo assim, de forma significativa para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação na ciência avícola. “Este projeto faz parte de uma tese de doutorado, que já esta em seu terceiro ano de desenvolvendo. Os resultados obtidos a partir deste experimento indicam que esta miopatia seja uma lesão muscular localizada, visto que, os níveis séricos das enzimas CK, AST, ALT e LDH estavam fortemente elevados aos animais acometidos com a referida lesão”, destaca a pesquisadora.
da co-variável peso carcaça na atividade das enzimas AST (p<0,001), ALT (p<0,0001) e LDH (p<0,005).
Discussão A atividade sérica das enzimas CK, AST, ALT e LDH nas aves acometidas com a MDC apresentaram um aumento em sua concentração média, quando comparadas às aves que não apresentavam a lesão. Estudos sugerem que alterações em enzimas plasmáticas sejam um indicativo de dano hepático e/ou dano no músculo esquelético, em consequência de uma interrupção na permeabilidade da membrana de células musculares. Assim como encontrado no trabalho, elevações
acentuadas na atividade da enzima CK no plasma foram reportadas em várias condições patológicas musculares em aves, incluindo miopatias (4) e distrofia muscular congênita no músculo esquelético. A enzima CK é considerada a principal enzima sérica órgão-específica indicadora de lesão muscular. A mensuração elevada das enzimas AST, ALT e LDH juntamente com a enzima CK confirma lesão muscular. Porém, o aumento da atividade das enzimas AST, ALT e LDH está associado além de dano muscular, também a danos hepáticos (10). Valores de AST acima de 800 UI/L são altamente sugestivos de dano hepático severo (11). Autores avaliando miopatias, também
Tabela 1. Avaliação da atividade sérica das enzimas CK, AST, ALT e LDH (UI/L) em frangos de corte normais (NORM) e acometidos com miopatia dorsal cranial (MDC) (p<0,0001).
constataram elevações nos níveis séricos de ALT, AST, CK e LDH em frangos de corte de grau severo de lesão em comparação com normais, resultado muito semelhante com o presente trabalho.
Conclusões Os elevados valores da atividade da enzima CK em aves com a MDC confirmam que esta é a principal enzima sérica órgão-específica de lesão muscular. Em contrapartida, o aumento da enzima AST sugere além de dano muscular também dano hepático, uma vez que a mesma apresentou valores extremamente altos. Todavia, os indicadores LDH e ALT demostraram ser menos específicos, mas ainda bons parâmetros de dano muscular em frangos de corte. Assim, sugere-se que a ocorrência da MDC seja uma lesão muscular localizada, visto que os níveis séricos das enzimas CK, AST, ALT e LDH estavam fortemente associados aos animais acometidos com a referida lesão. Solicite as Referências Bibliográficas para imprensa@avisite.com.br A Revista do AviSite
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Evento
SBSA, em Chapecó, SC, atinge a maioridade Membros do Nucleovet opinam sobre organização do encontro que completa 18 anos
João Batista Lancini: Um dos temas principais do SBSA 2017 está relacionado com os sistemas de fiscalização e condenações
O
Núcleo Oeste de Médicos Veterinários (Nucleovet) já completou 46 anos. Seu maior legado para a avicultura é a realização do Simpósio Brasil Sul de Avicultura, que em 2017 entra em sua 18ª edição. Em tempos de preocupação extra com a Influenza Aviária, o SBSA, que acontece entre os dias 4 e 6 de abril, vai adotar algumas ações, como a utilização de tapetes sanitários e álcool desinfetante. Assim, é possível seguir o conselho apresentado nas palestras, que devem ter foco nas questões de sanidade, mercado e gestão. Para Peruzzo, este é o momento ideal para fortalecer o conceito de prevenção e biossegurança. Ainda abalada pelo acidente que ficou conhecido como a tragédia da Chape, que vitimou grande parte da delegação do time que tem quase o mesmo tempo de existência do Nucleovet, Chapecó concentra agora
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A Revista do AviSite
seus esforços na realização do evento avícola nacional que mais cresce nos últimos anos (leia mais no box da página XX). O SBSA sempre teve uma relação próxima com a Chapecoense, que vinha ganhando destaque nacional após sua ascensão da Série D à Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol. Em muitas edições, telões transmitiam jogos para o público que circula pelo disputado espaço do salão de estandes comerciais. Além disso, é comum que uma turma de colegas combine de ir à Arena Condá (vizinho ao Centro de Eventos Plínio Arlindo de Nês) para assistir aos jogos. Luis Carlos Peruzzo, atual Presidente do Nucleovet, atesta: “Pretendemos continuar tendo uma relação de cumplicidade com o legado da Chape, que era e continuará sendo o de um exemplo de boa gestão, humildade e superação”. A Revista do AviSite é MÍDIA OFICIAL do SBSA e o AviSite divulga informações sobre o evento e sua cobertura online através do hot site www.avisite.com.br/simposiobrasilsuldeavicultura2017. Acompanhe!
Luis Carlos Peruzzo: Momento é ideal para fortalecer o conceito de prevenção e biossegurança
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Catálogo de Produtos e Serviços Evento
Dedicação de membros do Nucleovet é a fórmula do sucesso O consultor João Batista Lancini faz parte da comissão científica do Simpósio Brasil Sul De Avicultura e participa da escolha da programação científica desde 1999, quando aconteceu a 1ª edição do encontro, que começou com 200 participantes. Segundo ele, o SBSA foi criado para atender a uma demanda regional dos técnicos envolvidos com a produção avícola que não podiam participar dos eventos realizados em outras regiões do país, em função de deslocamentos e custos elevados. “Foi uma forma de viabilizar as atividades do núcleo de veterinários que se encontrava em situação quase falimentar e atender, com custos baixos, eventos de alto padrão técnico para os colegas”, completa. Com um público crescente, o SBSA é considerado referência técnica em avicultura na América Latina, com um evento simples, de baixo custo para os participantes e que permite a educação continuada dos profissionais que estão no campo diariamente e, que muitas vezes, não têm oportunidade de buscarem cursos de especialização. “A qualidade do evento baseia-se em uma linha de conduta muito profissional, sem permitirmos a comercialização de temas”, completa. Veja na sequência trechos de entrevista realizada com João Batista Lancini. Revista do AviSite: O que podemos esperar do SBSA neste ano? João Batista Lancini: A cada ano os temas e palestrantes são renovados. Para a elaboração do programa científico seguimos, prioritariamente, as sugestões dos colegas das agroindústrias, que direcionam os temas mais relevantes para cada época. Neste ano, um dos temas principais está relacionado com os sistemas de fiscalização e condenações que serão intercambiados em um painel específico, buscando esclarecer a situação do Brasil frente aos principais concorrentes internacionais, ou seja, o que fazemos
bem e onde podemos melhorar nossa legislação para aumentar nossa competitividade. Este painel conta com o importante apoio da ABPA. Além deste tema, outros de muita importância para nosso mercado são relacionados ao controle de salmoneloses, à influenza aviária, à qualidade intestinal, avanços no manejo das aves através de experiências já implantadas em outros países e, não menos relevantes, a experiência das nossas empresas com as novas regras de utilização de antibióticos na produção animal. Além disso, um tema que sempre é solicitado é sobre a gestão de pessoas e a formação pessoal e profissional que o mercado exige. O que podemos esperar para as próximas edições do SBSA? Nosso evento está apoiado em 3 pilares: O grupo de técnicos que coordena e trabalha voluntariamente durante todo o ano para viabilizar os eventos, a satisfação dos nossos colegas de campo com a qualidade dos temas e palestrantes e, muito importante, o apoio das agroindústrias, entidades de classe e os fornecedores que financiam e viabilizam economicamente a realização dos simpósios. Qual é a fórmula do sucesso? O segredo é dedicação, desprendimento e humildade de toda equipe de colegas voluntários que “puxam” a frente para que todo ano, tenhamos um evento que atenda as expectativas do mercado. A manutenção como um evento exclusivamente técnico gera respeito junto aos colegas da avicultura. As empresas tem a oportunidade de apresentar suas inovações e interagirem com seus clientes nos eventos paralelos e na participação da Poultry Fair. As ações são bem separadas e claras. Com isso, penso que satisfazemos todos os públicos.
Catálogo de Produtos e Serviços
A Adisseo é um dos maiores fabricantes do mundo de aditivos e soluções nutricionais para animais. Sua missão é prover metionina, vitaminas, enzimas, antioxidantes, probióticos e serviços para uma nutrição animal sustentável.
Rovabio® ADVANCE, a única FEEDASE. Destinado a aves e suínos, Rovabio® ADVANCE é uma combinação singular de enzimas capazes de aumentar a digestibilidade da ração de forma completa, possibilitando máxima rentabilidade na produção animal.
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Debicadores Lyon Os debicadores produzidos pela Lyon Technologies são mundialmente conhecidos e aprovados, apresentam alta precisão com corte limpo e perfeito no bico da ave, são desenhados para proporcionar maior rendimento com o mínimo de manutenção e encontrados nas versões manual, utilizado por meios de unidade de força ou automático com controle de pé.
Bebedouros Nipple IMPEX
A Agro Select é importadora e distribuidora, exclusiva no Brasil, das marcas Impex (Holanda) fabricante de bebedouro nipple para aves e suínos, Salter(Inglaterra) fabricante de Balanças de Alta Precisão, Lyon Technologies (USA) fabricante de debicadores, lâminas e acessórios para debicagem. Comercializando produtos de alta qualidade, a empresa conta com uma equipe que atua no mercado há mais de 20 anos e representantes em todos os estados brasileiros, que buscam atender à necessidade de seus clientes com confiança, transparência e agilidade.
A IMPEX é pioneira na fabricação de sistemas de bebedouros para aves, mundialmente conhecida e com mais de 45 anos de experiência no mercado. Os bebedouros nipple são produzidos com 100% de garantia da mais alta tecnologia e qualidade. Seu uso é ideal para granjas poedeiras, de recria e frango de corte, entre outras, variando de acordo com cada produção e a necessidade específica de vazão de água.
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Desenvolvendo sistemas para o mercado nacional há mais de vinte anos, a Avecom, com sede em Uberlândia e atuante em todo o Brasil, é especializada em soluções para controle de produção de aves (Avós, Matrizes, Incubatório, Frango de Corte), suínos (UPL, Creche, Terminação), Fábrica de Rações, Abatedouro e gestão financeira para essas atividades.
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Catálogo de Produtos e Serviços Há 22 anos no mercado, a bioBoaVista destaca-se pela inovação e desenvolvimento de produtos para diagnóstico microbiológico que atendem as necessidades dos mais diversos setores da indústria, dos laboratórios de análises clínicas e da avicultura. Oferece soluções práticas nas análises microbiológicas dos laboratórios de controle de qualidade e no monitoramento microbiológico de ambientes, através de uma gama de produtos como meios de cultura prontos para uso, Swabs para coleta de amostras e Dry Bags com BPW (Água Peptonada Tamponada), entre outros.
Bolsas com meio de cultura desidratado Sistema de preparação e distribuição de meios de cultura em caldo, proporcionando melhor eficiência, praticidade e economia na realização dos testes de controle de qualidade microbiológicos. É rápido e fácil de preparar, barateia o custo de produção e reduz a mão de obra técnica e o tempo de preparo. Apresentação com capacidade para 5, 10 ou 20 litros. Razão Social: A.L.B Luz Epp. Endereço: Rua Hum, 437 - Jd. Novo Espírito Santo - Valinhos – SP - 13273-200. Telefones: (19) 3849-7499/ 3871-1822. E-mail: contato@bioboavista.com.br
www.bioboavista.com.br
Com tecnologia de alto rendimento, segurança e credibilidade, a Embritech fornece diversas configurações de máquinas para vacinação in ovo. Máquinas compactas e robustas com tecnologia de ponta e capacidades que variam de 25.000 a 50.000 ovos/ hora com o mínimo de mão de obra. A empresa se consolida no mercado brasileiro proporcionando o melhor resultado zootécnico e econômico aos seus clientes.
Safeeds é a junção de safe (seguro, do inglês) e feed, de ração. Ou seja, ração segura. Com esta preocupação, os pesquisadores investem na busca constante de novas tecnologias e na sustentabilidade dos produtos, sem descuidar da segurança alimentar. A Safeeds atua no mercado de aditivos não medicamentosos e alimentos funcionais para nutrição animal desde 2004.
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Razão Social: Calafate Indústria de Máquinas Agroindustriais Ltda Endereço: Rua Vicente Costa do Nascimento, 151 E – Dist. Ind. Flávio Baldissera – Chapecó – SC - 89813-826 Telefone: (49) 3324-0304 / 3361-9899 / E-mail: daga@embritech.com.br
www.embritech.com.br
ACIDSAFE® ACIDSAFE® é um produto microencapsulado, com formulação exclusiva, que combina ácidos orgânicos com potentes óleos essenciais, resultando em um aditivo sinérgico e eficaz para a alimentação de aves e suínos. Possui ação segura para o controle da flora, melhorando o GPD e a CA, com ação preventiva em problemas intestinais, além de reduzir a contagem de Salmonelas.
Endereço: Rod. BR 467, Rua Marginal, n° 21 - Cascavel - PR Telefone: (45) 3309-5000 E-mail: safeeds@safeeds.com.br
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Catálogo de Produtos e Serviços Com foco em inovação e qualidade, desde 2004 atuamos de forma pioneira nas áreas de nutrição e bem-estar animal. A partir de tecnologias e processos exclusivos, pesquisamos, desenvolvemos e industrializamos inovações em alimentos funcionais, aditivos zootécnicos e condicionadores ambientais.
NeoAcid Há uma década lançamos o aditivo zootécnico acidificante protegido, com tecnologia totalmente nacional: NeoAcid. Produzido com exclusivo processo industrial, liberação dos ativos em diferentes porções do trato gastrointestinal, eficácia comprovada como alternativa aos antibióticos promotores de crescimento, excelente retorno sobre o investimento e ação coadjuvante no controle integrado de Salmonella sp. SANEX Comércio e Indústria Veterinária Ltda Endereço: Rua José Mendes Sobrinho, 420, Curitiba – PR, CEP 81.350-320 Telefone: (41) 3249-1874 E-mail: sanex@sanex.com.br
www.sanex.com.br Zinpro Performance Minerals tem os minerais fabricados a partir de uma molécula única e patenteada, com a maior biodisponibilidade do mercado, o que significa maior absorção pelo animal, garantindo melhor retorno sobre o investimento.
Suplementar as dietas das aves com Zinpro Perfomance Minerals, proporciona: • Mais ovos incubáveis/galinha alojada (+ 3 ovos); • Mais pintinhos/galinha alojada (+ 3 pintinhos); • Embriões com melhor desenvolvimento ósseo; • Melhora da conversão alimentar (redução média de 3 pontos na CA); • Melhora da qualidade da carcaça. Zinpro Animal Nutrition (Brasil) Endereço: Rua Tiradentes, 1200 – Sala 101, Piracicaba, SP CEP – 13400-765, Brasil Telefone: (19) 3432-7372 E-mail: sac.zanbr@zinpro.com
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Reportagem empresarial
Swab de arrasto para monitoramento de Salmonella em aviários é destaque da bioBoaVista Soluções da empresa permitem economia de mão de obra e tempo
A
s exigências do Ministério da Agricultura para o controle das espécies de Salmonellas nas granjas avícolas são cada vez maiores, devido a posição de destaque que o Brasil ocupa no comércio internacional de carne de frango e também da preocupa-
ção com a segurança alimentar dos consumidores. Os dois fatores indicam o avanço do país nas questões de saúde humana e animal e entregam a dedicação do setor avícola para que isto de fato ocorra. A empresa bioBoaVista, que atua no mercado brasileiro há 23 anos
Produtos como placas com ágar, Swab propé e Bolsas com meio de cultura desidratado da bioBoaVista
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com soluções para diagnóstico microbiológico, desenvolveu os Kits Swabs de arrasto que são utilizados no monitoramento de Salmonellas de acordo com as normas do ministério da agricultura. Os Kits de Swabs de arrasto contém um ou dois pares de toucas (propés) em um saco de amostragem com tarja para identificação da amostra estéril e pronto para o uso. Os Swabs podem ser umedecidos com leite desnatado, água peptonada tamponada (BPW) ou outro meio de cultura de acordo com a necessidade ou exigência do local que será monitorado. Estes meios de cultura promovem a viabilidade e a recuperação de células injuriadas da Salmonella até o momento da análise, permitindo assim uma avaliação crítica do controle sanitário exigido. É a partir de um programa de monitoramento bem administrado que se alcança o controle efetivo das Salmonellas. Ana Luiza Bueno Luz, Diretora da bioBoaVista, lembra que o controle da Salmonella em aviários está mais rígido com a publicação da Instrução
bioBoaVista atua no mercado brasileiro com soluções para diagnóstico microbiológico
Normativa nº 20 de outubro de 2016, que submete todos os lotes antes do abate a uma coleta de amostra para a realização de ensaios laboratoriais segundo a metodologia oficial. Os Swabs também são oferecidos em lenços umedecidos com salina estéril ou com água peptonada tamponada, para serem usados no monitoramento ambiental , de equipamentos, em fábrica de ração e em outras necessidades das indústrias. A bioBoaVista fornece outros produtos que estão em destaque, como as bolsas com meio de cultura desidratado estéril, que permitem aos laboratórios a redução de mão de obra técnica, consumo de água, energia e tempo. Este sistema permite a preparação e a distribuição de meios de cultura em caldo com rapidez e praticidade, pois o laboratório levaria até 4 horas para o preparo do meio de cultura no processo tradicional, enquanto que com o sistema de bolsas desidratadas estéril consegue realizar em 15 apenas minutos, diz Ana Luiza e completando: “O produto que desenvolvemos tem capacidade para 20, 10 ou 5 litros com opção para vários meios de cultura em caldo. Nesta mesma linha de produtos para diagnósticos microbiológicos a empresa também produz meios de cultura prontos para uso em placas e em tubos e personalizados de acordo com a necessidade do cliente. Todos os frutos colhidos nos últimos anos fazem com que a diretora da bioBoaVista tenha boas perspectivas para 2017. “Esperamos um ano de 2017 com um bom crescimento para a avicultura nacional , tanto para o mercado interno como para o mercado externo ”. Seguindo este ritmo, a bioBoaVista projeta para os próximos meses o lançamento de um novo produto, o Caldo Half-fraser no sistema de bolsa seca, meio de cultura muito utilizado na análise da Listeria.
Histórico Há mais de 23 anos no mercado, a bioBoaVista destaca-se pela fabricação e inovação de produtos para diagnóstico microbiológico que
Ana Luiza Bueno Luz
“Alcançamos crescimento importante porque os nossos produtos levam economia para o cliente”
atendem às necessidades dos mais diversos setores das indústrias de alimentos, farmacêuticas, dos laboratórios de análises clínicas, da indústria de carnes e da avicultura. A sede da empresa está localizada em Valinhos, SP, e conta com uma estrutura de 800m2 de área construída. Ana Luiza Bueno finaliza: “Nossa indústria é focada na prestação de serviço, fazendo um produto personalizado”. Para informações sobre a bioBoaVista e seus produtos, consulte: www.bioboavista.com.br. A Revista do AviSite
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Informe Técnico-Comercial
Basf investe cada vez mais no mercado de nutrição animal, com foco nos ingredientes de performance Joanna Yamasaki, gerente sênior de Nutrição Animal da Basf, aponta que a indústria precisará trabalhar em novas tecnologias e soluções que permitam maiores ganhos de produtividade, sempre levando em conta os aspectos de sustentabilidade
A
Basf possui mais de 100 anos de atuação no mercado brasileiro. Durante esse período, o País atravessou uma grande transformação em sua estrutura, com um intenso processo de urbanização e industrialização. Um crescimento desse tamanho não acontece sem desafios estruturais - os quais a empresa enfrentou acreditando no Brasil, com foco em inovação e sustentabilidade. A inovação é um dos pilares na estratégia da Basf e está relacionada à melhoria contínua, ao desenvolvimento de soluções inovadoras mais próximas dos clientes e ao aumento da excelência em inovação regional e interna. Segundo a gerente sênior de Nutrição Animal da Basf para América Lati-
na, Joana Yamazaki, o futuro da nutrição animal estará relacionado à redução de custos de produção, sustentabilidade e eficiência na utilização de recursos. “Os produtores precisam produzir mais com menos, sem degradar o meio-ambiente e prejudicar o bem-estar do animal”, explica. Levando em conta todos os negócios da empresa, a Basf investiu, globalmente, quase €2 bilhões (€ 1,953 bilhão) em 2016, incluindo os desenvolvimentos para área de Nutrição Animal. Os laboratórios de pesquisa e desenvolvimento da empresa ficam em Ludwigshafen, na Alemanha. A estratégia We create chemistry – Nós transformamos a química para um futuro sustentável – está diretamente relacionada à forma como a Basf atua para gerar valor aos seus stakeholders. “Pa-
“O futuro da Nutrição em nível mundial é desafiador, visto que atingiremos nove bilhões de pessoas no mundo em 2050”. Joanna Yamasaki 66 A Revista do AviSite
ra a empresa, os principais ramos da química com maior potencial de mercado a médio e longo prazo são aqueles que atendem aos mais importantes desafios globais. Por isso, a companhia procura sempre desenvolver soluções inovadoras direcionadas às principais demandas da sociedade, como a alimentação, por exemplo. Além disso, ao longo dos últimos anos, a empresa já analisou 95,4% do seu portfólio sob a ótica da sustentabilidade e a estratégia é aumentar continuamente os produtos que contribuam substancialmente para impactos positivos de sustentabilidade (ambientais, sociais e econômicos)”, destaca Joana. Ela ainda explica que todo desenvolvimento e lançamento de novos materiais feitos pela Basf, leva em consideração os 3 pilares da sustentabilidade: Social, Ambiental e Econômico. “Nosso portfólio contribui de forma ativa para atender aos requisitos de sustentabilidade dos nossos clientes e da sociedade, atuando ativamente na redução de excreção de fósforo e minerais no ambiente, melhorias no bem-estar animal e otimização dos custos da dieta”, diz e completa: “Além do portfólio em si, temos o programa de sustentabilidade aplicada – SET, onde trabalhamos em parceria com a Fundação Espaço Eco desenvolvendo ações voltadas à socioecoeficiência junto aos nossos clientes”.
Joana Yamasaki, gerente sênior de Nutrição Animal da Basf:
“O mercado de nutrição animal é estratégico para a empresa, visto a relevância de questões relacionadas à alimentação mundial e à perspectiva de crescimento populacional global, onde a sustentabilidade terá papel fundamental para o sucesso a longo prazo”
O ano de 2017 para a Basf, segundo Joanna Yamasaki “Será um ano no qual as incertezas relacionadas à macroeconomia, aos custos de produção e aos aspectos financeiros ainda poderão impactar o desenvolvimento do mercado como um todo. As exportações continuarão desempenhando papel fundamental na balança comercial e olhando para nosso negócio de forma específica, vemos muitas possibilidades de crescimento para a Basf, solidificando nossa presença nos mercados de vitaminas e trabalhando forte no crescimento sustentável dos ingredientes de performance: Glicinatos, Ácidos Orgânicos, Natugrain TS e Natuphos E. Nossas principais linhas de trabalho para 2017 seguem no contínuo cresci-
mento de nossos ingredientes de performance, com destaque para nossas enzimas, glicinatos e carotenoides, em linha com nosso compromisso de garantir ao mercado as melhores soluções aliadas ao nosso portfólio já consolidado de vitaminas para Nutrição Animal”.
Alguns produtos em destaque da linha de nutrição animal da Basf “A fitase, o Natuphos E: a enzima garante uma melhor utilização do fósforo e de outros nutrientes importantes, como proteínas e minerais, durante o processo digestivo de aves e suínos. A carboidrase, o Natugrain® TS, um composto de beta-xilanase e beta-glucanase que auxilia na digestão dos
polissacarídios não amiláceos (PNAs): melhoria nos aspectos relacionados ao bem-estar animal como consequência da qualidade da cama de frango, melhoria nas condições gerais de higiene e ganhos na conversão alimentar. Outra linha importante são os glicinatos, microminerais essenciais para a vitalidade e produtividade dos animais. Adicionados à ração, eles servem, por exemplo, para reforçar o sistema imunológico e, consequentemente, proporcionar maior bem-estar ao animal. A linha de glicinatos da Basf inclui cobre, ferro, manganês e zinco. Sua alta biodisponibilidade garante um alto nível de fornecimento de microminerais aos animais, além de reduzir a quantidade desses elementos excretados no meio ambiente”. A Revista do AviSite
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AviGuia Tecnologia e inovação
Oceana Brasil destaca o efeito do Lithonutri na avicultura
Lithothanium in natura Os efeitos do Lithonutri na avicultura estão sendo divulgados pela Oceana Brasil. O produto é feito à partir da alga Lithothamnium calcareum, de origem vegetal com alta biodisponibilidade e podem ser considerados como minerais orgânicos. Segundo Carlos Massambani, líder comercial para nutrição animal da empresa o produto é natural, de fácil aplicação e sem carência, com excelente custo-benefício ao produtor e que passa por rigoroso controle de qualidade, com análises químicas, microbiológicas e monitoramos metais pesados. Iniciamos algumas pesquisas a campo em 2015 e 2016, e alguns dos clientes que testaram o produto já estão utilizando em suas granjas.
Temos uma pesquisa em andamento na Universidade Estadual de Aquidauana/MS e os resultados devem ser publicados no segundo semestre de 2017”, destaca e completa: “O mercado brasileiro é muito grande e tem ótimas perspectivas de crescimento e acreditamos que nossa tecnologia trará muitos benefícios aos produtores”. Localizada na Plataforma Continental do Maranhão, na altura da cidade de Tutoia, a jazida de concessão da Oceana Brasil é uma região de correntes marítimas e incidência solar que propicia às algas receberem maior luminosidade (maior fotossíntese), corrente marítima e salinidade. Essas características formam algas mais puras, reativas e com mais nutrientes. Com atuação nos mercados interno e externo, os produtos da Oceana são exportados para diversos países da Europa, América Central, EUA e Ásia e trazem o selo Certificado Orgânico do IBD – Associação de Certificação Instituto Biodinâmico. Possui ainda, todas as licenças ambientais e de operações do IBAMA, SEMA/Maranhão, ICM-BIO e BPF/MAPA. Todo processo produtivo da empresa está em conformidade com os princípios estabelecidos por órgãos reguladores nacionais e internacionais, como Anvisa brasileira, FDA estadunidense e EMA europeia, entre outros órgãos regionais e internacionais. A utilização da Lithothamnium calcareum na alimentação animal como suplemento mineral vem sendo praticada há mais de 200 anos na França, Irlanda e Inglaterra. No Brasil, a utilização desta alga se restringia somente à agricultura, no entanto, nos últimos anos, o lançamento de produtos a base de Lithothamnium calcareum como suplemento em rações para animais vem despertando o interesse de pesquisas de instituições públicas e privadas. afirma um estudo produzido pela médica veterinária Yara Lúcia Silva Souza e publicado na seção “Ciência e Tecnologia” (C&T) do AviSite. “Utilização da Alga Lithothamnium calcareum para poedeiras de linhagens leves). Para mais informações: www.oceanabrasil.com.br.
Contratação
Graziela da Silva é a nova gerente de produtos aves, suínos e aquicultura da Phibro Saúde Animal
Graziela tem vasta experiência em produção animal, em posições técnicas e de marketing, atuando em diferentes mercados, como ruminantes, suínos e na gerência de produtos para avicultura
A zootecnista Graziela da Silva acaba de assumir a gerência de produtos aves, suínos e aquicultura da Phibro Saúde Animal. Em seu novo desafio, desenvolverá estratégias e planos de negócios para as atividades, além de acompanhar o mercado e apoiar o crescimento da linha de produtos, fortalecendo a atuação em aves e suínos e ampliando o trabalho em aquicultura, área na qual a Phibro inicia os investimentos. Graduada em Zootecnia pela Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos – FZEA/USP é pós-graduada em Nutrição de Ruminantes pela ESALQ e MBA em Gestão Empresarial pela FGV. Ela já trabalhou em empresas como Kemin Industries, Nutron e Purina/Grupo Cargill. Saiba mais sobre a Phibro em www.phibro.com.br.
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AviGuia Contratação
Ceva anuncia novo Diretor na Unidade de Negócios Aves A Ceva Saúde Animal anuncia Giankleber S. Diniz como novo Diretor da Unidade de Negócios Aves. Com experiência de 28 anos na linha de produtos avícolas, o profissional irá contribuir com o desenvolvimento de novos negócios e mercados. “É um orgulho fazer parte da equipe Ceva. Estou muito animado com o novo desafio! A paixão pelo cliente que cada pessoa possui na Ceva é incrível e vêm de encontro a minha filosofia de vida em estar ao lado do cliente buscando seu crescimento e sucesso na atividade avícola”, comenta Gian.
IPPE (International Productions & Processing Expo) Cobb-Vantress reúne clientes e especialistas
Curso, promovido pela Universidade da Georgia em parceria com Universidade Texas Tech, ocorre após participação da empresa na IPPE
A Cobb-Vantress participou, de 3 a 8 de fevereiro, do tradicional evento Poultry School, promovido pela Universidade da Georgia em parceria com a Universidade Texas Tech, em Athens, nos Estados Unidos. O evento faz parte da programação da empresa no país, após a participação na IPPE (International Productions & Processing Expo) e reúne clientes convidados da América do Sul, entre profissionais e especialistas do setor. Segundo o diretor da Assistência Técnica da Cobb, Bernardo Gallo, o intuito do curso é atualizar os participantes sobre as novas tecnologias relacionadas ao processamento de aves. A programação de palestras teve como objetivo principal o tema da automação de frigoríficos. “O evento trouxe práticas para alcançar os melhores resultados nos abatedouros e ofereceu instruções sobre eficiência, baixos custos de processamento e qualidade da carne”, disse o executivo. Com a presença de mais de 30 pessoas, entre elas cinco clientes brasileiros da empresa, o curso abordou ainda instruções para aumento de produtividade e diferenciação de produtos industrializados. Veja mais em www.cobb-vantress.com.
AB Vista compartilha os benefícios econômicos obtidos com os últimos avanços em análise de ração Durante a IPPE 2017, a AB Vista demonstrou como analisar rações e ingredientes de maneira rápida e precisa, pode reduzir custos de produção. Os especialistas da AB Vista apresentaram os últimos avanços em espectroscopia de infravermelho próximo (NIR) e explicaram como estes têm permitido análises instantâneas e “in loco”. Dieter Suida, diretor da AB Vista para as Américas, afirma que estas mudanças representam uma oportunidade para os produtores otimizarem a formulação da dieta e o controle de qualidade, enquanto economizam.
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A Revista do AviSite
“Com os custos de produção de ração contribuindo atualmente com até 80% dos custos variáveis de produção animal, a capacidade de monitorar com precisão os nutrientes da dieta dá aos produtores o poder de tomar decisões estratégicas nas áreas de compras e de formulações”, explica e completa: “Na América Latina, o controle de qualidade mantém-se no topo da lista de prioridades, particularmente na monitoria da variabilidade da energia metabolizável do milho”. Para mais informações, visite www.abvista.com
PRODUTIVIDADE BLINDADA! Não deixe a colibacilose roubar seus lucros silenciosamente. A vacina Poulvac E. coli é uma solução inovadora que protege os resultados econômicos da sua granja.
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AviGuia Vaccinar incrementa network durante o evento
O Diretor de Negócios Nutrição da Vaccinar, Julio Pinto (esq.) e o Gerente Comercial Aves, Geraldo Francisco
Aviagen América A equipe da Aviagen América Latina aproveitou o IPPE para reunir e compartilhar bons momentos com seus clientes. Em 31 de Janeiro, a equipe hospedou 170 clientes latino-americanos para um jantar realizado em Atlanta. Durante o evento, a Aviagen reconheceu um marco importante para dois membros da empresa, recém aposentados: Ullrich Koehler, gerente de negócios da Aviagen para a América Latina e Caribe, e Ricardo Valle, gerente técnico regional para a América Latina e Caribe, se aposentaram após mais de 30 anos de serviços dedicados à empresa. Ambos foram homenageados durante o evento. Para mais informações: www.aviagen.com.
Vetanco reforça a marca BV Science
A Vaccinar focou sua atuação durante o IPPE nos principais diferencias competitivos da sua linha de aves, o Qualifeed e o Programa HD de matriz pesada. Ambos desenhados com base no conceito próprio de Nutrição de Precisão sustentado pelo tripé: High Definition (Alta Definição); High Development (Alto Desenvolvimento) e High Digestibility (Alta Digestibilidade). Mais detalhes em www.vaccinar.com.br.
A Vetanco esteve presente na IPPE e fortaleceu a marca BV Science, formada pela fusão dos departamentos de pesquisa, marketing e suporte técnico, da Vetanco e da Dr. Bata. Uma nova unidade de negócios para a inovação e o desenvolvimento, que vem para responder a necessidade global por consumos de alimentos livres de insumos de origem química. Outras informações: www.vetanco.com.br.
CASP: foco nas exportações
APC: seminário com Steve Leeson
Casp: Feira traz todas as tendências que serão seguidas no restante do ano e serve também como termômetro para o mercado A CASP, participou da IPPE 2017 com toda a sua equipe técnica presente e o foco foi conhecer as inovações e tendências que irão conduzir o mercado durante todo o ano e expandir as exportações para América do Sul, América Central e África. Segundo o gerente de exportação para proteína animal da CASP, Jorge Bianchi, a feira traz todas as tendências que serão seguidas no restante do ano e serve também como termômetro para o mercado. “Estamos recebendo visitantes do mundo todo e temos reuniões importantes com tomadores de decisões, que buscam soluções completas oferecidas pela CASP. A expectativa é que se iniciem aqui grandes negócios”. Mais detalhes em www.casp.com.br.
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A Revista do AviSite
Steven Leeson, Professor Emérito da Universidade de Guelph A APC, Inc. promoveu um seminário com Steven Leeson, Professor Emérito da Universidade de Guelph, durante o IPPE. Ele apresentou a palestra "Estratégias nutricionais para otimizar a saúde intestinal”, compartilhando sua visão sobre o estabelecimento de um rebanho saudável. Tom Schmitt, Vice-Presidente de Vendas Globais da APC destaca que a presença no IPPE permitiu encontrar os clientes atuais e mostrar a ciência e produtos da empresa a potenciais clientes. Saiba mais sobre a APC, Inc. em www.functionalproteins.com.
Equipe da Kemin South América reforça a participação internacional A equipe da Kemin South America (KASA) esteve presente com seu time de especialistas na IPPE 2017. Na ocasião, estiveram presentes o CEO South America – José Piccolotto, o Gerente Comercial da Kemin Equador - Hector Torrealba, Gerente Comercial da Colômbia - Yolemni Jimenez, Diretor Comercial de Monogástricos Brasil – Rafael Neme, o Gerente de Serviços Técnicos de Monogástricos Brasil – Marcos Téo e o Gerente de Marketing América do Sul– Paulo Oliveira. Além de participar do evento em um grande estande, a Kemin aproveitou o evento para criar uma área com salas de reuniões dentro do pavilhão do Brasil, permitindo receber clientes e parceiros de diversos países, entre eles Equador, Peru, Argentina, Colômbia entre outros. Mais detalhes em www.kemin.com. Stand da Kemin em Atlanta
BioCamp: estratégia alinhada à visão da empresa Com expansão dos seus negócios na América Latina, a BioCamp teve a oportunidade de fortalecer durante o IPPE a relação com seus clientes e apresentar as inovações de seus produtos da linha de probióticos COLOSTRUM®. A BioCamp conta com uma linha completa de probióticos, tanto produtos
de Exclusão Competitiva (NAGF) como de flora definida (DFM), nas diversas formas de aplicação (in ovo, spray no incubatório, como primeiro alimento, via ração e na água de bebida na granja). Mais informações pelo site www.biocamp.com.br
A Revista do AviSite
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AviGuia Hy-Line do Brasil: um palco para buscar conhecimento e expandir relações A Hy-Line do Brasil esteve presente na IPPE 2017. “É um evento de proporção global, em que a Hy-Line International comparece todos os anos com seu tradicional estande e jantar de confraternização para recepcionar seus clientes, representantes, distribuidores, parceiros e colaboradores do mundo todo, que lá comparecem para prestigiar o evento e conhecer as novidades do setor”, comenta Glauco Geromini, Consultor de Negócios da Hy-Line do Brasil. “A Feira de Atlanta é o palco para buscar conhecimento, fortalecer e expandir as relações comerciais, pois atrai os principais formadores de opinião e tomadores de decisão de todos os setores da indústria de proteína animal”, avalia Julio Archangelo, Diretor de Vendas da Hy-Line do Brasil. Mais informações em www.hylinedobrasil.com.br.
Para a Hy-Line do Brasil o evento gera conhecimento e fortalece a marca
Biovet: Expectativas superadas
Yamasa apresenta as linhas de embaladoras Farmpacker e YHD
Biovet: empresa mostra sua força durante o IPPE A participação da fábrica na IPPE foi iniciada em 2005, quando Nelson Yamasaki, presidente da empresa, decidiu investir na internacionalização da marca. O estande da Indústria de Máquinas Yamasa na IPPE 2017 teve dois equipamentos montados para apresentação ao público internacional que visita a tradicional feira americana. São as máquinas YHD – modelo de embandejadora de ovos férteis – e o modelo de embaladora Farmpacker, especial para embalagem de ovos comerciais direto do aviário. Cada uma delas desenvolvida dentro dos princípios que fazem o sucesso da Yamasa há mais de 50 anos: praticidade, eficiência e durabilidade. Mais informações em www.yamasa.com.br.
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A Revista do AviSite
O Laboratório Biovet participou da IPPE 2017. “Fiquei impressionado com a quantidade de pessoas de vários países que procuraram o estande do Biovet, os quais receberam atendimento qualificado e cordial, o que mostrou claramente a preocupação do laboratório em bem atender e orientar seus clientes, preocupação esta também demonstrada com o grupo de profissionais brasileiros que visitaram o estande do Biovet na feira”, avalia Marcos Lopes, Gerente de Produção de Matrizes e Incubatórios da Cooperativa Aurora. “Tenho certeza que uma parceria sólida entre a agroindústria e laboratórios fornecedores se fortalece assim, com produtos e serviços de qualidade, mas acima de tudo com profissionais comprometidos com a avicultura brasileira”, completa Marcos. Mais informações em: www.biovet.com.br.
Estatísticas e Preços
Produção e mercado em resumo Produção de pintos de corte Dezembro/2016 560,266 Milhões | -2,12%
Produção de carne de frango* Dezembro/2016 1.099,989 Mil toneladas | -2,01%
Exportação de carne de frango Dezembro/2016 356,915 mil toneladas | -9,11%
Disponibilidade interna* Dezembro/2016 743,074 Mil toneladas | +1,81%
Farelo de Soja Fevereiro/2017 R$1.002,00 | -20,92%
Milho Fevereiro/2017 R$37,47 | -16,04%
Desempenho do frango vivo Fevereiro/2017 R$2,63 | -0,81%
Desempenho do ovo Fevereiro/2017 R$84,48 | +8,84%
*Os números referem-se ao potencial de produção de carne de frango e ao potencial de disponibilidade interna. Todas as porcentagens são variações anuais.
Milho abundante e a preços acessíveis para o produtor de frangos e ovos
N
o cenário internacional, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) realizou projeções sobre a evolução dos principais países exportadores de carne de frango para os próximos 10 anos e, nesse sentido, os três maiores exportadores serão os mesmos e manterão a posição atual: Brasil, EUA e União Européia. A diferença é que o Brasil aumentará sua participação: enquanto nesse grupo dos principais exportadores respondeu por 39% do comércio exterior em 2016, sua participação aumentará para 42% em 2026. Por outro lado, a Associação Russa da Indústria de Carne torce para que haja entendimento entre Trump e Putin que favoreça a suspensão dos embargos existentes entre os dois países. E, pelas indicações do governo russo, isso pode vir a acontecer mais para o final deste ano. Nesse caso, o Brasil pode ser prejudicado por ter se tornado o principal fornecedor do mercado russo.
N
o cenário nacional, em sua mais recente projeção, a CONAB estima para 2017 suprimento de milho igual a 93 milhões de toneladas. O USDA corrobora esses números pois projeta volume muito similar, de cerca de 92,9 milhões. E isso significará milho suficiente e a preços acessíveis para a avicultura de corte e postura. E a boa notícia é a constatação de que, ao contrário do ano passado, o milho vem apresentando preços declinantes. No primeiro bimestre já foi quase 15% inferior ao mesmo período do ano passado. Com uma oferta mais ajustada às reais condições de consumo, os produtores de ovos começaram o ano comercializando melhor o seu produto na comparação com o produtor de frangos. Enquanto a caixa de ovos alcançou valorização de 2% no primeiro bimestre, o frango, vivo ou abatido, sofreu perda anual de 2%. De toda forma, as vendas externas de carne de frango devem caminhar bem no decorrer do ano. O crescimento estimado varia de 3% a 5%. Infelizmente, o que não começa muito bem são as vendas externas de ovos comerciais. Em janeiro houve retração de 52% nos embarques. A Revista do AviSite
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Estatísticas e Preços Produção de pintos de corte
Volume de pintos de corte recuou menos de 1% em 2016
O
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A Revista do AviSite
Evolução mensal MILHÕES DE CABEÇAS
MÊS
2015
2016
VAR. %
Janeiro
539,803
560,408
3,82%
Fevereiro
495,889
538,403
8,57%
Março
523,159
561,478
7,32%
Abril
527,185
540,962
2,61%
Maio
535,525
542,145
1,24%
Junho
552,167
551,131
-0,19%
Julho
573,266
514,831
-10,19%
Agosto
551,897
546,836
-0,92%
Setembro
555,216
497,702
-10,36%
Outubro
581,602
510,632
-12,20%
Novembro
497,604
525,170
5,54%
Dezembro
572,410
560,266
-2,12%
1º SEM
3.173,729
3.294,526
3,81%
2º SEM
3.331,995
3.155,437
-5,30%
6.505,724
6.449,964
-0,86%
NO ANO
Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE
Produção Anual
6,506
6,450
2016
6,232
2014
2015
6,147
2013
6,007
2012
6,245
2011
5,998
2010
5,560
2009
2,150
5,469
2008
5,152
2007
4,577
2006 a 2016 Bilhões de cabeças
2006
s últimos números divulgados pela APINCO apontam que em 2016 foram produzidos no Brasil perto de 6,450 bilhões de pintos de corte, 0,86% a menos que em 2015. Considerado, porém, que o ano foi bissexto, teve um dia a mais, o recuo pela média diária foi um pouco maior, de 1,15%. Preparado para crescer pelo menos 3% em relação ao ano anterior, devido ao inesperado e altíssimo custo das matérias-primas o setor foi forçado a desacelerar a produção. Mas como o processo só começou a ser desencadeado a partir do segundo trimestre, o volume produzido no 1º semestre acabou aumentando quase 4% em relação a idêntico período de 2015. Em outras palavras, a redução observada concentrou-se na segunda metade do ano, período em que o volume produzido retrocedeu mais de 5% em relação ao mesmo semestre do ano anterior. Com isso, o recorde de produção do ano desta vez não ocorreu em outubro, como tem sido habitual. Aliás, bem ao contrário, em outubro, pela produção média diária, foi registrado o menor volume do ano. E, neste caso, o recorde de 2016 foi registrado em fevereiro, mês em que a produção média de pintos de corte (18,566 milhões de cabeças/dia) ficou quase 13% acima da média registrada em outubro (16,472 milhões de cabeças/dia). De toda forma, nos últimos 10 anos o aumento na produção de pintos de corte ficou em 3,5% ao ano, índice considerado normal diante do crescimento observado na exportação de carne de frango que atingiu 4,7% de aumento no período. Entretanto, levando em consideração um período mais curto - cinco anos - o índice de aumento anual de pintos de corte cai para apenas 0,65%, enquanto as exportações de carne evoluíram apenas 1,8%. Ou seja, nos últimos anos o crescimento tem sido bem moderado. Mesmo assim, a expectativa para o corrente ano é de um crescimento de 3% na produção de pintos de corte.
Produção de carne de frango
Volume produzido foi levemente inferior a 2015
S
Evolução Mensal MIL TONELADAS
MÊS
2015
2016
VAR. %
Janeiro
1.116,600
1.156,035
3,53%
Fevereiro
1.033,528
1.116,196
8,00%
Março
1.144,505
1.197,361
4,62%
Abril
1.087,183
1.146,531
5,46%
Maio
1.134,876
1.172,248
3,29%
Junho
1.078,608
1.102,260
2,19%
Julho
1.142,342
1.172,162
2,61%
Agosto
1.192,926
1.126,977
-5,53%
Setembro
1.140,389
1.073,328
-5,88%
Outubro
1.188,835
1.125,320
-5,34%
Novembro
1.164,188
1.035,096
-11,09%
Dezembro
1.122,573
1.099,989
-2,01%
1º Semestre
6.595,299
6.890,631
4,48%
2º Semestre
No Ano
6.951,253
6.632,872
-4,58%
13.546,551
13.523,503
-0,17%
Fonte dos dados básicos: APINCO - Projeções e análises: AVISITE
POTENCIAL ANUAL Entre 2010 e 2016
13,524
2013
2015
2016
12,946
2012
13,547 2011
12,663
2010
12,662
12,312
12,863
Milhões de toneladas
2014
e esse volume foi ou não alcançado é outra história. Mas, partindo da produção de pintos de corte (APINCO) e estimando um rendimento padrão para os pintos alojados internamente - viabilidade média de 96%; abate aos 45 dias de idade; peso médio, abatido, de 2,350 kg para o mercado interno e de 1,350 kg para o mercado externo, aqui inclusos os “grillers” - a avicultura de corte brasileira fechou 2016 com um potencial de produção de pouco mais de 13,5 milhões de toneladas. Um resultado menor, mas praticamente igual ao registrado em 2015 (redução de apenas 0,17%). Essa redução provém da contenção da produção na segunda metade do ano, período em que os resultados iniciais de 2016 acabaram totalmente revertidos. Ou seja: frente a um incremento de quase 4,5% no primeiro semestre, ocorreu queda de pouco mais de 4,5% no semestre seguinte. Contava-se que essa redução se refletisse com maior ênfase no mercado interno, em declarada recessão. Mas as exportações – que haviam aumentado 14% no primeiro semestre – completaram o segundo semestre com um recuo (-8,48%) maior que o registrado na produção (-4,58%). De toda forma, nos últimos anos – 2010 a 2016 – o crescimento verificado na produção de carne de frango vem sendo bem moderado, não superando 1,6% ao ano. Essa evolução anual mais comedida, pode ser uma indicação de que não existe mais espaço para grandes índices de expansão. É certo que em determinados momentos, algumas enfermidades afetam outros países exportadores que sofrem bloqueios dos importadores, abrindo espaço para um possível crescimento nas vendas externas brasileiras. Mas, nem isso tem favorecido o Brasil nos últimos anos pois, de 2010 para 2016 as exportações evoluíram apenas 2% ao ano. Informações colhidas no mercado indicam a possibilidade de um crescimento de 3% em 2017. É um índice passível de ser atingido considerando que será um aumento não superior a 1,5% ao ano no biênio. A Revista do AviSite
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Estatísticas e Preços Exportação de carne de frango
Crescimento abaixo das expectativas
E
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A Revista do AviSite
EVOLUÇÃO MENSAL MIL TONELADAS
MÊS
2015
2016
VAR. %
Janeiro
271,043
311,004
14,74%
Fevereiro
296,390
314,567
6,13%
Março
343,023
398,019
16,03%
Abril
329,963
412,756
25,09%
Maio
322,186
385,579
19,68%
Junho
389,311
406,280
4,36%
Julho
440,476
356,209
-19,13%
Agosto
375,247
357,256
-4,79%
Setembro
360,974
380,502
5,41%
Outubro
324,109
308,077
-4,95%
Novembro
379,685
321,468
-15,33%
Dezembro
392,701
356,915
-9,11%
1º SEM
1.951,916
2.228,205
14,15%
2º SEM
2.273,192
2.080,427
-8,48%
4.225,108
4.308,632
1,98%
TOTAL
Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC
Exportação Anual
2010
2011
2012
4,309
3,995 3,892
3,918
3,943
4,225
Milhões de Toneladas
3,820
mbora tenha aumentado perto de 2%, o volume de carne de frango exportado em 2016 apresentou comportamento diferente do habitual. Exemplificando, em 80% dos últimos 15 anos o maior volume exportado esteve concentrado no segundo semestre. Ou seja: em apenas três ocasiões os embarques do semestre inicial do ano superaram os da segunda metade do ano. O ano que passou foi uma dessas ocasiões. As duas anteriores foram registradas na crise econômica (mundial) de 2008 e na crise de matéria-prima (quebra da safra norte-americana de milho) de 2012. O que, aliás, leva à constatação de que esse “fenômeno” vem se repetindo a cada quatro anos. Mera coincidência, naturalmente. Mas a realidade é que no primeiro semestre de 2016 as exportações brasileiras de carne de frango tiveram crescimento excepcional, com incremento de mais de 14% sobre o mesmo semestre de 2015. Efeito, claro, da Influenza Aviária que atingiu os EUA e forçou os importadores a buscar o produto em um fornecedor livre da doença. Infelizmente, porém, esse efeito foi passageiro. Pois, coincidentemente à volta dos exportadores norte-americanos ao mercado internacional, as vendas externas brasileiras passaram a registrar retração. Dessa forma, o semestre foi fechado com redução de quase 8,5% sobre o segundo semestre de 2015, além de registrar retração de 6,6% sobre o primeiro semestre de 2016. Pouco importando, agora, o real motivo dessa desaceleração, o fato é que a expansão do primeiro semestre foi quase toda neutralizada no segundo. Daí o incremento anual de volume de apenas 1,98%. Para o corrente ano, com a detecção de Influenza Aviária na Europa, Ásia e África, dividendos serão colhidos com relação às exportações brasileiras de carne de frango. Aliás, as previsões iniciais do setor indicam expectativa de crescimento anual variando de 3% a 5%.
2013
2014
2015
2016
Disponibilidade Interna de Carne de Frango
Produto ofertado no mercado interno retrocedeu 1,14% em 2016
T
Evolução Mensal MIL TONELADAS
MÊS
2015
2016
VAR. %
Janeiro
845,557
845,031
-0,06%
Fevereiro
737,138
801,629
8,75%
Março
801,482
799,342
-0,27%
Abril
757,220
733,775
-3,10%
Maio
812,689
786,669
-3,20%
Junho
689,297
695,980
0,97%
Julho
701,866
815,953
16,25%
Agosto
817,678
769,721
-5,87%
Setembro
779,415
692,826
-11,11%
Outubro
864,726
817,243
-5,49%
Novembro
784,503
713,628
-9,03%
Dezembro
729,872
743,074
1,81%
1º SEM
4.643,383
4.662,426
0,41%
2º SEM
4.678,060
4.552,445
-2,69%
TOTAL
9.321,443
9.214,871
-1,14%
Fonte dos dados básicos: APINCO - Projeções e análises: AVISITE
POTENCIAL DE DISPONIBILIDADE REAL
9,321
9,215
2015
2016
8,951
8,771
2013
2014
8,744
2012
8,921
2011
7,387
2009
2010
7,387
2008
7,018
2007
2006
6,636
8,493
Período de 2006 a 2016 Milhões de toneladas
endo como base o alojamento de pintos de corte, a APINCO divulgou os dados do potencial e oferta interna aparente de carne de frango em 2016. O potencial de produção de carne de frango atingiu cerca de 13,524 milhões de toneladas que, subtraídas as exportações do período - divulgadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) através do Aliceweb - no total de 4,309 milhões, disponibilizou no mercado interno o volume de 9,215 milhões de toneladas. A oferta disponibilizada resultou em redução anual de 1,14%. De toda forma, a redução esteve concentrada no segundo semestre quando os embarques de carne de frango também sofreram forte retração. Assim, enquanto no primeiro semestre a oferta interna foi quase meio por cento superior ao ano anterior, no segundo semestre houve redução de 2,7%. Entretanto, nem mesmo esse índice de redução na oferta interna - sem considerar o crescimento vegetativo da população foi suficiente para dar o equilíbrio necessário ao mercado, pois encontrou um consumidor ainda mais exaurido em sua capacidade financeira e endividado, nesta grave crise que se instalou sobre o país e que, só agora, começa a dar pequenos sinais de melhora. Não que isso seja suficiente para sugerir boa evolução no consumo interno de carne de frango para 2017. Nos últimos cinco anos o crescimento anual foi inferior a 0,7%, ou seja, abaixo do crescimento da população. Esse baixo índice vem de encontro ao entendimento de um empresário da indústria do frango que entende não haver mais espaço para altos índices de crescimento no mercado interno. Ele salienta que, mesmo em momentos de crise econômica, pouco será acrescentado em aumento no consumo de carne de frango, mesmo sendo produto de valor mais acessível. Mesmo assim, fontes do setor acreditam em crescimento de 3% na oferta interna para o corrente ano. A Revista do AviSite
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Estatísticas e Preços Desempenho do frango vivo em fevereiro de 2017
Novo mês traz expectativa de tempos melhores m fevereiro de 2017, o frango vivo comercializado no interior paulista completou o terceiro mês sucessivo de cotação em retrocesso. Assim, ainda que seu preço médio tenha ficado apenas meio por cento abaixo do que foi registrado no mês anterior, comparativamente aos R$3,10/kg em vigor no trimestre setembro-novembro de 2016 a queda acumulada girou em torno de 15%. Por outro lado, uma vez que em relação ao mesmo mês do ano passado a redução ocorrida em fevereiro não chegou a um por cento, à primeira vista o preço médio registrado foi plenamente justificável, visto, principalmente, que o milho, principal fator de custo do frango, também registrou queda em torno de 15% em relação ao que foi registrado um ano atrás. Notar, porém, que há um ano o frango vivo ocasionou pesado ônus para os produtores, pois o preço então alcançado – ainda que quase 13,5% superior ao de fevereiro/15 – foi insuficiente para cobrir o elevado custo do milho. Aqui, porém, o alto diferencial decorreu, muito mais, da base baixa no ano anterior do que, propriamente, da valorização do produto em 2016. De toda forma é oportuno observar que, a despeito do baixo preço registrado na ocasião, dois anos atrás o poder de compra do frango vivo em relação ao milho era superior ao atual. Ou seja: em fevereiro de 2015 uma tonelada de frango vivo gerou receita suficiente para adquirir 4,8 toneladas
de milho, já neste último fevereiro a mesma tonelada de frango vivo adquiriu não mais do que 4,2 toneladas de milho, 12% menos. Não obstante continuar com preços defasados, em fevereiro o frango vivo voltou a registrar adequação ao mercado, condição que não era observada há pelo menos seis meses, ou seja, desde agosto do ano passado. Pois então, logo depois de ter sido registrada a última alta de 2016, as cotações registradas passaram a ser apenas referenciais de preço, pois proliferaram as vendas a preços inferiores. Em fevereiro isso terminou, sinalizando não só o retorno do equilíbrio entre oferta e procura, mas também pequeno déficit de oferta. E se preços melhores não foram obtidos, foi por conta do mercado final, naturalmente recessivo em fevereiro e ainda mais neste ano, por força do alto nível de desemprego. A esperança de melhores tempos agora se renova já que o ano está apenas começando.
FRANGO VIVO
Evolução de preços na granja, interior paulista – R$/KG Média mensal e variação anual e mensal em treze meses MÊS.
MÉDIA R$/KG
Média anual em 10 anos R$/KG
VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL 13,45%
-3,90%
16,67%
5,41%
ABR
2,68
17,14%
-4,21%
MAI
2,50
15,21%
-6,79%
2011
JUN
2,81
13,57%
12,38%
2012
JUL
2,95
11,32%
5,00%
AGO
3,16
17,08%
7,16%
SET
3,10
7,94%
OUT
3,10
NOV
R$ 1,65
2010
R$ 1,92 R$ 2,08
2013
R$ 2,47
-1,93%
2014
R$ 2,42
3,93%
0,00%
2015
3,10
0,00%
0,00%
DEZ
3,02
-1,04%
-2,45%
JAN/17
2,65
-4,19%
-12,43%
FEV
2,63
-0,81%
-0,50%
Ago
R$ 2,64
2017
2017 Média 1995/2016 (22 anos)
117,5
Jul
113,5
107,1
102,3
Jun
R$ 2,89
2016
116,0
Mai
R$ 2,62
116,8
Abr
R$ 1,63
2,66 2,80
93,7
95,7
100,3
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Mar
2009
FEV/16
105,9 91,3
102,8 91,4
Fev
R$ 1,63
MAR
Preço relativo em 2017 comparativamente à média de 22 anos (1995/2016) Média mensal do ano anterior = 100
Jan
2008
Set
Out
Nov
119,6
E
Dez
Milho e Soja Preço do milho registra leve alta em fevereiro
Valor do farelo de soja registra queda
O preço do milho registrou alta no mês de fevereiro. O preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, fechou o mês cotado a R$37,47, valor 0,29% acima da média alcançada pelo produto em janeiro, quando ficou em R$37,36. A disparidade de preço do milho em relação ao ano anterior continua alta. O valor atual é 16% menor, já que a média de fevereiro de 2016 foi de R$44,63 a saca.
O farelo de soja (FOB, interior de SP) seguiu em fevereiro sua tendência de queda, registrada desde o segundo semestre de 2016. O produto foi comercializado ao preço médio de R$1.002/t, valor 2,05% inferior ao praticado no mês de janeiro – R$1.023/t. Em comparação com fevereiro de 2016 – quando o preço médio era de R$1.267/t – a cotação atual registra queda de 20,92%.
Valores de troca – Milho/Frango vivo O frango vivo (interior de SP) fechou o mês de fevereiro cotado a R$2,63/kg. O aumento no valor do milho e queda no preço do frango contribuiram para diminuir um pouco o poder de compra do avicultor. Nesse mês, foram necessários 237,5 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este volume representa uma pequena queda de 1% no poder de compra em relação ao mês anterior, pois, em janeiro, a tonelada do milho “custou” 235 kg de frango vivo.
Valores de troca – Farelo/Frango vivo A maior queda registrada no preço do farelo de soja em relação ao frango vivo no mês de fevereiro fez com que fossem necessários 381 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando melhora de 1,3% no poder de compra do avicultor em relação a janeiro, quando 386 kg de frango vivo obtiveram uma tonelada do produto.
Valores de troca – Farelo/Ovo O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), registrou em fevereiro a média de R$78,48, valor 41,6% acima do alcançado no mês anterior, quando o produto foi negociado a R$55,42. Com esta valorização, houve melhora significativa no poder de compra do avicultor. Em fevereiro foram necessárias 8 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em janeiro, foram necessárias 11,2 caixas/t, aumento superior a 41% na capacidade de compra do produtor.
Preçomédio médioMilho Milho Preço
fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho julho julho agosto agosto setembro setembro outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro
53,00 53,00 51,00 51,00 49,00 49,00 47,00 47,00 45,00 45,00 43,00 43,00 41,00 41,00 39,00 39,00 37,00 37,00 35,00 35,00 33,00 33,00 31,00 31,00 29,00 29,00 27,00 27,00
R$/sacade de60kg, 60kg,interior interiorde deSP SP R$/saca
2016 2016
2017 2017
MédiaFevereiro Fevereiro Máximo Mínimo Média Mínimo Máximo R$ R$39,00 36,00 39,00 R$ R$ 36,00 R$ R$
37,47 37,47
Fonte das informações: www.jox.com.br
De acordo com os preços médios dos produtos, em fevereiro foram necessárias aproximadamente 12,8 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo registrou aumento de 44,5%, já que, em janeiro, 18,5 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de farelo. Em relação a fevereiro de 2016 houve aumento de 38,3% no poder de compra, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 17,7 caixas de ovos.
Preçomédio médioFarelo Farelode desoja soja Preço R$/toneladaFOB, FOB,interior interiorde deSP SP R$/tonelada
1600 1600 1500 1500 1400 1400 1300 1300 1200 1200 1100 1100 1000 1000 950 950 900 900 850 850 800 800 750 750
fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho julho julho agosto agosto setembro setembro outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro
Valores de troca – Milho/Ovo
2016 2016
2017 2017
Média Fevereiro Fevereiro Média Mínimo Máximo Mínimo Máximo 980,00 R$ 1.020,00 R$ R$ R$ 980,00 R$ R$ 1.020,00
1.002,00 1.002,00
A Revista do AviSite
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Ponto Final
A importância do Instituto Biológico para a sanidade avícola
Antonio Batista Filho
É engenheiro agrônomo e pesquisador científico. Desde 2004 é Diretor Geral do Instituto Biológico
A
avicultura brasileira é a mais eficiente do mundo, tanto do ponto de vista zootécnico quanto sanitário, além do comércio internacional, uma vez que exportamos para mais de 155 países, atendendo todas as exigências destes importadores. Conseguimos esta proeza graças a uma interação entre os órgãos públicos e empresas privadas, através de empresários empreendedores e técnicos competentes. O Instituto Biológico (IB/APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, tem uma grande contribuição para a avicultura moderna atual, que começou na década de 40, ao lançar o tratado de Doença das Aves, por José Reis e Nóbrega, que até os anos 80 foi referência em várias universidades, além de ser traduzido para outros idiomas. O Instituto Biológico, até pouco tempo atrás, produzia insumos (antígenos e vacinas) necessários para o diagnóstico e proteção dos plantéis avícolas. A seção de doença das aves foi referência em sanidade avícola, sendo o primeiro laboratório de pesquisa e diagnóstico do Brasil, onde pesquisadores como Mário Nakano, Alberto Portugal e outros deram grande contribuição ao setor. Na década de 80, a seção de doença das aves foi transferida para o então Laboratório de Patologia Avícola de Descalvado, devido a sua localização estratégica e pela relevância nas áreas de pesquisa, diagnóstico e atendimento ao produtor. Este Laboratório, nos anos 2000, foi transformado em Centro Avançado de Sanidade Avícola, tendo como responsabilidade o
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A Revista do AviSite
Laboratório Avícola de Bastos, hoje Unidade de Pesquisa, voltada para a área de postura. Através de investimentos do Governo do estado, o Centro de Sanidade Avícola modernizou as suas instalações. Atualmente é referência em sanidade, credenciado junto ao MAPA para as principais doenças do Programa Nacional de Sanidade Avícola e possui certificação ISO 17025, com mais de 27 escopos acreditados pelo Inmetro. O reflexo dessa modernização também foi sentida na Unidade de Pesquisa de Bastos, também certificada pelo MAPA para diagnóstico das principais doenças do Programa Nacional de Sanidade Avícola. Além de atuar na área de pesquisa, o Centro de Sanidade realiza em média 2.500 análises microbiológicas e 7.000 análises sorológicas, mensalmente, entre micoplasmas, gumboro, Influenza e outras. Somos um dos poucos laboratórios credenciados para provas sorológicas de Influenza Aviária e Newcastle no Brasil. Neste momento de epidemia global de Influenza, o Instituto biológico, ciente da sua tradição e responsabilidade, acaba de adquirir através de recursos de fundação e iniciativa privada, um Real Time PCR, para vigilância ativa de Influenza aviária. Esta é a contribuição do Centro, que até pouco tempo era conduzido pelo pesquisador Antonio Guilherme Machado de Castro, que por mais de 35 anos foi responsável por este laboratório e agora passou o bastão para Ana Maria Iba Kanashiro. Desta maneira, queremos continuar a contribuir cada vez mais para este importante segmento do agronegócio brasileiro.
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