Edição 115 Revista do AviSite

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A Revista do AviSite

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Editorial

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Sumário

não é o limite 16 OParacéuOsler Desouzart,

crescimento do mercado doméstico este ano deve ser modesto, se é que haverá

das atividades 22 PIB agropecuárias

Felipe Serigati (FGV) afirma: Sozinho, setor agro não conseguirá tirar a economia brasileira do atoleiro

Técnico 46 Caderno Comercial Manejo

Sanitário da Cama Patrocinadores de Encarte Especial dão suas opiniões sobre o tema

06 08

Eventos As 8 notícias mais lidas no AviSite e Há 10 anos

28

Clarissa Vaz: Efeito de tratamentos de cama aviária sobre a infectividade de vírus e bactérias

09

Notícias Curtas Parceria entre AviSite, OvoSite e Agroceres Multimix trará oportunidades para os avicultores, dentro e fora da feira

34

Fernando Tavernari: Coeficientes de digestibilidade ileal de aminoácidos de rações fareladas e peletizadas para frangos de corte determinados com diferentes indicadores

Informes Técnico-Comercial

54

20

Aviagen: O melhoramento genético equilibrado promove a saúde e o bemestar das aves

Ianê Almeida: Avaliação de bem-estar em frangos de corte utilizando o método latency to lie

60

Nilsa Lima: Pegada de carbono da produção de frangos de corte

26

MSD discute o uso de Fortegra® e assuntos relacionados em Workshop

Catálogo de produtos e serviços

32

Poli-Nutri: Ácidos orgânicos em rações de frangos de corte: uma alternativa que virou realidade

66 74 70

Reportagem empresarial Há 60 anos, Laboratório Biovet espalha a ciência avícola brasileira pelo mundo

70

Ponto Final Sanidade é responsabilidade de todos Por Rogério Kerber

38

Vetanco: Estratégias de tratamento com Gamaxine® e Uniwall® Moss 25 em Matrizes de Frango

40

Farmabase: Nebulização com cloreto de Didecil Dimetil Amônio (DDAC) 12% com alto poder surfactante sobre as aves

44

Agro Select prepara lançamento de novo niple da Impex no Brasil

50

Pas Reform:Alimentação pós-eclosão feita de forma fácil e prática

58

Idexx: 3ª parte - Os Dez Princípios da Interpretação Sorológica

64

Cobb-Vantress possui laboratório próprio para controle interno de qualidade

Artigos técnicos Prêmio Lamas

AviGuia Hubbard se torna subsidiária do Grupo Aviagen

Estatísticas e preços 78 79 80 81 82 83 84 85

Produção e mercado em resumo Pintos de corte Produção de carne de frango Exportação de carne de frango Oferta Interna Desempenho do frango vivo em julho Desempenho do ovo em julho Matérias-primas

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Editorial

Cautela marcará o segundo semestre da avicultura brasileira

Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP

“Entramos no segundo semestre do ano e o otimismo nacional fará com que esperemos que seja melhor que o anterior. Mas o segundo semestre não foi sempre melhor que o primeiro?” Dessa forma, o consultor Osler Desouzart abre, seu artigo especial, que é tema de capa da edição de Agosto da Revista do AviSite. Ao longo de sua análise ele enumera os motivos que nos fazem recordar que “prudência e caldo de frango não fazem mal a ninguém”. Osler Desouzart destaca que “2017 não se tornará um ano excepcional para a nossa avicultura de corte no que diz respeito ao crescimento. Além disso, ele alerta que não podemos esperar melhoria na demanda internacional neste segundo semestre, ainda que seja legítimo esperar que o valor exportado supere o de 2016, mas com queda no volume”. Claramente este foi uma alerta para que o setor avícola de corte continue trabalhando forte, com confiança, pois o segundo semestre será um tanto quanto desafiador. Vale destacar que a forte recessão que se prolonga no país indica que a avicultura de corte deve continuar com baixos volumes no decorrer do segundo semestre buscando encontrar o equilíbrio necessário entre produção e demanda. Segundo os analistas da Mundo Agro Editora, no decorrer de julho o frango vivo permaneceu novamente cotado a R$2,50. Aliás, são mais de 4 meses com preço estabilizado nesse patamar. O mercado de ovos comerciais também quase finalizou julho sem alterações. Infelizmente, não conseguiu superar o pior período do mês sem sofrer baixas. Embora as indicações sejam de recuperação nos embarques de carne de frango no decorrer do segundo semestre, isso serve apenas de alento ao setor. Ajuda, mas não muito. O grande filão de consumo da carne de frango – dois terços do volume produzido – está direcionado ao mercado interno. E esse, continua em forte retração. E não se vislumbra, no curto prazo, melhora da economia que favoreça maior consumo.

ISSN 1983-0017 nº 115 | Ano V | Agosto/2017

EXPEDIENTE Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br Redação Érica Barros (MTB 49.030) Giovana de Paula (MTB 39.817) imprensa@avisite.com.br Comercial Karla Bordin comercial@avisite.com.br Assistente de Marketing Simone Barbosa Diagramação e arte Mundo Agro e Innovativa Publicidade luciano.senise@innovativapp.com.br Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação Caroline Esmi financeiro@avisite.com.br

Na parte técnica, esta edição traz vários artigos que receberam o Prêmio Lamas. Veja os temas abordados: “Efeito de tratamentos de cama aviária sobre a infectividade de vírus e bactérias”, de Clarissa Vaz, “Coeficientes de digestibilidade ileal de aminoácidos de rações fareladas e peletizadas para frangos de corte determinados com diferentes indicadores”, de Fernando Tavernari, “Avaliação de bem-estar em frangos de corte utilizando o método latency to lie”, de Ianê Almeida e “Pegada de carbono da produção de frangos de corte”, produzido por Nilsa Lima. Em um outro tema nesta edição, acompanhe os destaques das empresas no Catálogo de Produtos e Serviços do SIAVS 2017. E ainda, os últimos números, as análises para o setor avícola e muito mais. Boa leitura!

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Os informes técnicoempresariais publicados nas páginas da Revista do AviSite são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.


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Eventos

2017 Agosto

X Encontro Técnico em Ciência e Tecnologia Avícolas - ETECTA

Local: São Bento do Una, Pernambuco Realização: AVIPE (Associação Avícola de Pernambuco) E-mail: avipe@avipe.com.br Informações: www.avipe.org.br

Local: UFU - Uberlândia, Minas Gerais Realização: Faculdade de Medicina Veterinária - UFU E-mail: etecta@famev.ufu.br Informações: www.eventos.ufu.br/x-etecta

8 a 11

13 e 14

Local: São Paulo Expo, SP Realização: Informa Exhibitions Informações: www.tecnocarne.com.br/pt

Local: Areia, PB Realização: Grupo de Estudos em Tecnologias Avícolas Departamento de Zootecnia Universidade Federal da Paraíba/Centro de Ciências Agrárias E-mail: geta.ufpb@outlook.com.br

II Feira da Avicultura do Nordeste

13ª TecnoCarne - Feira Internacional de Tecnologia para a Indústria da Proteína Animal

13 a 15

XIV Curso de Atualização em Avicultura para Postura Comercial Local: Centro de Convenções - Campus Unesp/ FCAV Realização: Funep Informações: www.eventos.funep.org.br/Eventos/Detalhes#/ exibir/2130 15 e 16

Curso Internacional sobre Incubação Local: Melia Hotel, Campinas, SP Realização: FACTA - Fund. APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas Contato: (19) 3243-6555 E-mail: facta@facta.org.br Informações: www.facta.org.br/incubacao2017

I Encontro Técnico em Avicultura

19

XII Encontro de Avicultura Mercolab Local: Cascavel, PR Realização: Mercolab Informações: www.mercolab.com.br 26 a 29

XXV Congresso Latinoamericano de Avicultura Local: Guadalajara, México Informações: www.avicultura2017mx.com

Outubro 20 e 21

III Simpósio de Bem-Estar e Comportamento Animal (SiBem)

29 a 31

Local: Descalvado, SP Realização: Universidade Brasil Informações: www.universidadebrasil.edu.br

Local: Anhembi Parque, São Paulo, SP Realização: Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) Telefone: (11) 3095-3120 E-mail: siavs@abpa-br.org Informações: www.siavs.org.br

Novembro

SIAVS - Salão Internacional da Avicultura e Suinocultura 2017

29

3ª edição Simpósio OvoSite: Desafios na Produção e Comercialização de Ovos Local: Anhembi Parque, São Paulo, Auditório 9 Realização: Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e OvoSite Contato: (11) 3095-3120 E-mail: siavs@abpa-br.org Informações: www.avisite.com.br/Simposio-OvoSite-SIAV-EMailMkt. html

Setembro 4a8

World Veterinary Poultry Association Local: Edinburgh, Escócia Informações: www.wvpac2017.com

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12 a 15

2a6

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9 e 10

V Workshop Sindiavipar Local: Foz do Iguaçu, PR E-mail: aviculturapr@sindiavipar.com.br Informações: www.sindiavipar.com.br


A inovação que seu negócio necessita para evoluir

Da fábrica ao laboratório, qualidade que tem história Há 105 anos trazendo o progresso para o agronegócio, a De Heus tem garantido o sucesso de inúmeros produtores em dezenas de países. No Brasil, essa inovação também está presente em nossos produtos e serviços para que a evolução seja de todos. Nosso grande diferencial é a personalização das soluções em programas nutricionais, fruto do investimento contínuo da empresa em pesquisas, o que permite fornecer uma ração específica para cada situação, de acordo com suas necessidades. Tudo isso sempre buscando promover o menor custo ao mesmo tempo em que oferece o melhor desempenho zootécnico para o plantel.

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Painel do aLeitor Fale com gente /avisite.portaldaavicultura

Fale com a redação, peça números antigos, faça sua assinatura e anuncie na Revista do AviSite. Entre em contato pelo telefone 19-3241-9292, de 2ª a 6ª feira, das 8h às 17h30.

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As 8 notícias mais lidas no AviSite em Julho

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Frango vivo em MG recupera mais 10 centavos

Carne de frango: o pior 1º semestre em três anos

O frango vivo comercializado em MG recuperou 10 centavos no dia início do mês de julho, comercializado por R$2,30/kg., valor nominal 4,5% superior ao de junho, mas permanecendo com uma remuneração 23% e 27% menor que as obtidas, respectivamente, um ano atrás e em 31 de dezembro de 2016.

O frango abatido registrou em junho o menor valor do primeiro semestre. Comparativamente a junho do ano passado, as exportações retrocederam em índices bem superiores ao recuo na produção e, em consequência, a oferta ficou meio por cento acima da alcançada um ano atrás.

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Desempenho externo das carnes em junho de 2017 Próximas das 500 mil toneladas, as exportações de carnes in natura de junho passado aumentaram 10,33% em relação ao mês anterior, mas retrocederam 7% na comparação com junho de 2016. Neste caso, culpa exclusiva da carne de frango, cujo volume embarcado no mês retrocedeu quase 11% em relação a junho do ano passado.

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Carne de frango: produção um terço maior em 2027 A carne de frango tende a chegar a 2027 representando 52% do total produzido. Como a produção de 2017 sendo estimada em 13,440 milhões de toneladas, isso implica em um crescimento de 33,4%, o que significa alcançar em 2027 volume de 17,930 milhões de toneladas.

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Mesmo com redução, chineses lideram importação de frango O mercado chinês manteve-se – ainda que por pequena diferença, 1% a mais que a Arábia Saudita – como o principal destino da carne de frango brasileira. Ressalta-se ainda no ranking o atual posicionamento da África do Sul – 6º lugar no ano passado e agora na 4ª posição.

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Agroceres Multimix e Mundo Agro Editora realizam ação inédita durante o Siavs A Agroceres Multimix e a Mundo Agro Editora trarão informação de qualidade ao setor durante o SIAVS. O que de mais importante estiver sendo debatido durante o evento será transmitido através de entrevistas ao vivo.

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Perde ritmo a redução no custo de produção de frango O custo de produção de frango seguiu decrescente, em meados de julho. Mas a um ritmo mais lento que o observado nos quatro primeiros meses do ano. Entre janeiro e abril de 2017, o custo recuou à razão de 3,5% ao mês. Já em maio, esse índice caiu para menos de 2%.

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Subversão na curva sazonal de preços da produção animal A análise do comportamento de mercado do frango, do boi e do suíno vivos nos últimos 17 anos aponta que, na média, os preços pagos aos produtores retrocedem entre janeiro e maio, entrando em curva ascendente nos outros sete meses do ano.

Há 10 anos no AviSite www.avisite.com.br

Com greve dos FFAs pode ter começado o desmonte da inspeção federal Campinas, 31/08/2007: Há exatos trinta dias, em 31 de julho passado, o AviSite observou que, com a radicalização do movimento grevista, os fiscais federais agropecuários (FFAs) poderiam estar “municiando o inimigo” e abrindo caminho para o desmonte do sistema de inspeção federal no País (vide “Agrava-se impasse entre FFAs e governo”). Pois essa possibilidade é bem mais concreta do que se imaginava até agora. A ponto de se afirmar que a classe está pondo em risco a própria carreira, criada há menos de 10 anos. E que, mesmo não sendo extinta, pode acabar totalmente esvaziada. Para entender melhor o que vem ocorrendo é suficiente lembrar que alguns setores do atual governo condenam a estrutura de comercialização de produtos de origem animal vigente no Brasil (vinculada ao tipo de inspeção - federal, estadual ou municipal) e defendem a suficiência de uma inspeção municipal para que qualquer produto seja comercializado em qualquer parte do Brasil.

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Produção Animal Avicultura


Notícias Curtas

Mídia digital

AviSite lança e-book “Micoplasmoses aviárias” O AviSite lançou o e-book “Micoplasmoses aviárias”. O material foi composto pelos profissionais da BRF, Larissa Pickler (Médica Veterinária Patologista) e Filippe Scortegagna (Médico Veterinário e Mestrando em produção e saúde animal). Diante da gravidade e do impacto gerado na avicultura, os autores trabalharam neste material técnico o agente etiológico (importância e aspectos epidemiológicos), o Mycoplasma gallisepticum como agente de doenças respiratórias em aves, a participação do Mycoplasma synoviae em artrites aviárias, a patogenicidade e imunidade, os avanços no diagnóstico, o que existe de mais atual no controle e prevenção às micoplasmoses aviárias, além da legislação atual vigente e quais são as perspectivas futuras. Os principais temas do e-book “Micoplasmoses aviárias” são: • Agente etiológico – importância e aspectos epidemiológicos • Mycoplasma gallisepticum como agente de doenças respiratórias em aves • Participação do Mycoplasma synoviae em artrites aviárias • Patogenicidade e Imunidade • Avanços no diagnóstico • Atualidades no controle e prevenção • Legislação • Perspectivas futuras Acesse em: www.avisite.com.br/Ebooks/Panoramamgms/ebook.

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Notícias Curtas

AveLive: SIAVS de um ângulo diferente

Parceria entre AviSite, OvoSite e Agroceres Multimix trará oportunidades para os avicultores, dentro e fora da feira O mês de agosto marca mais um momento importante para o setor avícola. Durante os dias 29, 30 e 31, acontecerá em São Paulo o SIAVS (Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura), evento tradicional para todos os profissionais que atuam no elo da cadeia produtiva de aves e suínos. Para a edição desse ano, Agroceres Multimix, AviSite e OvoSite reservaram uma ação inédita e diferenciada, que favorecerá não somente os convidados presentes, mas também os interessados que não tiverem a oportunidade de visitar a feira. Chamado de “AveLive”, o projeto reunirá autoridades de grande importância para a avicultura nacional, para um bate-papo inteligente e atrativo e que será transmitido ao vivo. Os leitores dos portais terão um banner indicativo para acompanhar a programação. “A ideia surgiu de algumas ações que já havíamos realizado em outros segmentos, só que dessa vez, queremos levar conteúdo específico e de qualidade para o setor avícola. Traremos convidados de grande influência e de competências inquestionáveis para responderem perguntas e discutirem conosco o futuro da avicultura nacional, assim como trazer dicas fundamentais para o bom desenvolvimento do agronegócio”, aposta Eric Wood, Coordenador de Marketing da Agroceres Multimix. A ação acontecerá ao longo do dia 30 de agosto, dentro do estande da Agroceres Multimix. Entre os convidados estão: Érico Pozzer, Presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA); Nélio Hand, Diretor executivo da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo; Godofredo Miltenburg, atual Presidente do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA); Ariovaldo Zani, Vice-Presidente Executivo do Sindirações; Francisco Turra, Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA); Ricardo Santin, Vice-Presidente da Associação Brasileira

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de Proteína Animal (ABPA); Nestor Freiberger, Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura e do Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas do Estado do Rio Grande do Sul (SIPARGS) e; Masaio Mizuno Ishizuka, Consultora em Saúde Animal e Professora titular da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. De acordo com Érica Barros, Editora da Mundo Agro, a parceria entre as empresas para a realização desta ação mostra a força e crescimento da importância da comunicação com o objetivo de, acima de tudo, elevar o grau de conhecimento dos setores produtivos de proteína animal. “O mercado está cada vez mais competitivo e não existe margem de erro. O Agronegócio precisa ser mais assertivo em suas decisões e os grandes destaques do AveLive serão o de promover o debate e de colocar os setores ‘um passo à frente’ na tomada de decisões”, analisa e completa: “Esta ação

marca também o trabalho da Editora com novos formatos de comunicação para web, como a TV, com maior agilidade e proximidade com o público”.

O Siavs Serão mais de 10 mil m² de área para exposição, ampliando as oportunidades de compra/venda e de networking. Um evento completo que, a cada edição, tem o compromisso de proporcionar uma experiência inovadora e tecnológica para todos os participantes. “Temos o compromisso de levar ao produtor informações que o ajudem a alcançar seus objetivos e, com isso, contribuir para o desenvolvimento do agronegócio nacional. Por isso, construímos essa parceria com AviSite e OvoSite e estamos felizes em sermos vistos como agente de mudança e evolução deste tão importante setor”, completa Paulo Mokarzel, Gerente de Marketing da Agroceres Multimix.


IBGE

Carne de frango: per capita retrocede aos níveis de 2014 Contrapondo-se as projeções do IBGE para a evolução da população brasileira às projeções da APINCO sobre a oferta interna aparente de carne de frango conclui-se que no primeiro semestre de 2017 a disponibilidade per capita de carne de frango retrocedeu ao segundo menor nível do quinquênio 2013-2017. A média registrada neste ano é estimada em 43,322 kg. E isso se encontra apenas 0,63% acima dos 43,048 kg apontados para 2013. Na prática, aliás, o per capita atual é similar ao do primeiro semestre de 2014 (43,317 kg, diferença de apenas 5 gramas). O recorde aparente ocorreu em 2015, ano em que as projeções sugerem disponibilidade per capita muito próxima dos 45 kg. Assim, o disponível em 2017 vem sendo 3,71% menor. Notar que a oferta interna observada nos primeiros meses do ano passado sinalizou disponibilidade per capita anual superior à do mesmo semestre de 2015. Porém, os altos custos das matérias-primas aliados à perda da capacidade aquisitiva dos consumidores (então incipiente se comparada com a registrada no corrente exercício) impuseram melhor adequação ao mercado, o que redundou em forte retrocesso da produção. Em termos de disponibilidade per capita isso representou uma queda de cerca de 4% do primeiro para o segundo semestre de 2016. Desde setembro, o volume per capita ofertado vem se mantendo em relativa estabilidade.

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Notícias Curtas

2027

Carne de frango: produção um terço maior em 2027 Nas projeções do Ministério da Agricultura atualizadas anualmente, a carne de frango, cuja produção em 2017 deve representar 50% das três principais carnes, tende a chegar a 2027 representando 52% do total produzido. Como a produção do corrente exercício está sendo estimada em 13,440 milhões de toneladas, isso implica em um crescimento da ordem de 33,4%, o que significa alcançar em 2027 volume de 17,930 milhões de toneladas. Naturalmente, o incremento no índice de participação da carne de frango está vinculado a uma expansão menor das outras duas carnes. Assim, o aumento de produção da carne suína está sendo estimado em 28,6% e o da carne bovina em 20,5%. Concretizando-se as projeções atuais, em 2027 a produção brasileira das três principais carnes ficará próxima dos 34,3 milhões de toneladas, aumentando 28% em relação a 2017. A carne de frango deverá ser responsável pelo suprimento de 60% do volume adicional previsto.

Nunca será demais lembrar que, apesar de continuar apresentando evolução superior à das outras duas carnes, a de frango vem registrando, ano após ano, perda de ritmo nos índices de expansão anual. Assim, nas projeções do MAPA de quatro anos atrás (2013-2023), aponta-

va-se para a produção da carne de frango um incremento médio de 3,9% ao ano. Nas projeções atuais (2017-2027) esse incremento está sendo previsto em 2,9% - somente um ponto percentual a menos, mas representando, na verdade, desaceleração de 25% em apenas um quatriênio.

OCDE/FAO

Uma década de baixo crescimento para as carnes Comparativamente ao incremento de 20% observado nos últimos 10 anos, a expansão na produção de carnes do próximo decêndio (2017/2026) será bem mais limitada: não mais que 13%, nas projeções do relatório conjunto que acaba de ser divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Porém, se consideradas apenas as três principais carnes – bovina, suína e avícola (aqui, preponderantemente, carne de frango) – o índice de evolução será ainda menor, de pouco mais de 12%. O lado positivo disso é que a expansão será puxada pelas carnes avícolas, cujo incremento está sendo estimado em 15,6%

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- o que, mesmo assim, corresponde a um baixo crescimento anual: cerca de 1,5%. Conforme o relatório, a maior parte do aumento previsto deve ocorrer nos países em desenvolvimento e graças à utilização mais intensiva de rações balanceadas – processo facilitado pela perspectiva de uma crescente disponibilidade e baixos preços das principais matérias-primas destinadas à alimentação animal. Justificando o fato de as carnes avícolas liderarem a expansão do setor, o relatório observa que essa é a resposta a uma demanda global crescente “por uma proteína animal mais acessível que as carnes vermelhas”. E completa: “O menor custo de produção e o melhor preço (para o consumidor) contribuíram para tornar as carnes avícolas o produto prefe-

Carnes avícolas lideram a expansão do setor; essa é a resposta a uma demanda global crescente por uma proteína animal mais acessível que as carnes vermelhas rencial de produtores e consumidores nos países em desenvolvimento”. Em termos globais, o consumo de carnes tende a permanecer estagnado em torno dos 34 kg per capita. Assim,


deve chegar a 2026 girando em torno dos 34,6 kg, o que – comparativamente aos 34,1 kg do triênio base (2014/16) – significa incremento inferior a meio por cento ao ano. Embora os índices sejam baixos, são as carnes avícolas, novamente, que puxam o consumo per capita, em detrimento das carnes bovina e suína. Além disso, o aumento de demanda deve ficar concentrado nos países em desenvolvimento, onde continua ocorrendo maior crescimento populacional e intensa urbanização. O índice de incremento de consumo nos países desenvolvidos tende a corresponder a apenas um quinto do observado nos países em fase de desenvolvimento. Ainda globalmente, a evolução e a dinâmica do comércio de carnes permanecem dependentes dos surtos de doenças animais e das políticas comerciais de cada país. Mas a efetivação de novos acordos multinacionais de livre comércio pode alterar o comportamento do mercado. Entre outros possíveis fatores capazes de ocasionar a modificação das atuais

projeções estão as preferências do consumidor em relação a uma ou outra carne e a intensificação dos movimentos contra o consumo de carnes. No tocante ainda às preferências, os consumidores vêm revelando crescente

opção pelas carnes provenientes de animais criados livremente, em condições naturais, e, sobretudo, sem o uso de antibióticos. Mas ainda não está claro se estarão dispostos e terão condições de pagar o custo adicional daí decorrente.

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NotĂ­cias Curtas

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Opinião

O céu não é o limite

“Crescimento do mercado doméstico este ano deve ser modesto, se é que haverá” Autor: Osler Desouzart, OD Consulting

E

ntramos no segundo semestre do ano e o otimismo nacional fará com que esperemos que seja melhor que o anterior. Também adoramos no setor de avicultura de carne pensar que cada novo ano será melhor que o anterior, com mais produção, mais consumo e exportação. Os fatos e dados que costumam aguar o chopp de nossas convicções demonstram que o setor tem convivido com taxas de crescimento declinantes (conforme os Gráficos I, II e III). Estamos começando a sair de uma crise econômica, mas a cada motivo para comemorar melhoras que levam à retomada econômica somos contra arrestados por um novo escândalo de corrupção de uma classe política nefasta e nefanda, confirmando que o Brasil tem no seu governo seu maior inimigo. A malfadada operação carne fraca que não me deixa mentir, fazendo o que nem os USA e nem a UE-27 conseguiram – derrotar a competitividade das carnes brasileiras no mercado internacional. E a nós resta o trabalho de Sísifo (tipo de trabalho ou situação que é interminável e inútil). Mas o segundo semestre não foi sempre melhor que o primeiro? Os da-

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Tabela I – Brasil - Abates e Peso Total de Frangos sob Inspeção Federal

Visite-nos no SIAVS 2017 Rua 4 - Estande 69

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Opinião Brazilian Chicken Production, Consumption & Exports - % Growth over the previous year 40,0%

37,8% 35,0%

Brazil - Chicken Meat Total Production - % Growth over previous year

31,1% 30,0%

30,0%

26,2%

28,1%

25,6%

26,1%

25,0%

25,0%

20,9%

20,1%

20,0%

17,7% 15,0%

20,0%

14,2%

13,9% 10,9%

10,0%

10,8%

5,1%

5,0%

0,0%

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

-1,6%

-5,0%

-6,0%

Domestic Market

-10,0%

2009

-0,3%

2010

3,2%

2011

2012

15,0%

2,7%

-0,6%

-0,7% 2014

2013

12,7%

11,6%

10,0%

2015

2016

-2,7%

9,7%

9,5%

7,0%

8,3%

8,2%

5,0%

Exports

12,6%

10,1%

5,2% 4,6%

4,5%

Total Production

4,3% 0,5%

0,0%

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Gráfico I

0,0%

-0,3%

-1,4%

-1,7%

-2,7%

-0,2%

-5,0%

Gráfico II

Brazil - Chicken Meat Exports - % Growth over previous year 40,0%

37,8% 35,0%

31,1%

30,0%

26,2%

28,1%

25,0%

26,1% 20,9%

20,0%

17,7% 15,0%

20,1%

14,2%

13,9%

10,8%

10,9%

10,0%

5,1% 5,0%

3,2%

0,0%

2,7%

-0,3%

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

-0,6% -0,7%

-1,6%

-5,0%

-2,7%

Gráfico III

-6,0%

-10,0%

dos do Gráfico III demonstram que em uma série de 22 anos, de 1995 a 2016, ditas diferenças não foram significativas e que nos dois últimos anos a produção do segundo semestre foi inferior à do primeiro.

exportados no primeiro semestre caíram 6,4% em relação ao ano anterior. E não nos esqueçamos de que o Brasil exporta cerca de 30% de seu volume de produção de frango. Breve, estamos em recessão também no segmento avícola.

Se avaliarmos o desempenho dos primeiros cinco meses de 2017, a produção brasileira de frangos foi inferior em 4,45% ao mesmo período de 2016, com volume quase idêntico ao produzido em 2015. A ABPA anunciou que os volumes

Produção Brasileira de Carne de Frango - % por semestre 1º Semestre

2º Semestre

100% 90% 80% 70%

51,0%

52,4%

51,5%

53,1%

52,4%

52,1%

51,4%

53,0%

50,4%

50,6%

49,4%

60% 50%

51,2% 48,8%

40%

53,0% 47,0%

49,8% 50,2%

50,5%

51,4%

50,9%

51,4%

51,5%

49,5%

48,6%

49,1%

48,6%

48,5%

48,5% 51,5%

51,3% 48,7%

49,0% 51,0%

30% 20%

49,0%

47,6%

48,5%

46,9%

47,6%

47,9%

48,6%

47,0%

49,6%

49,4%

50,6%

10%

Gráfico IV

0%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

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A Revista do AviSite


Brasil - Consumo per capita de carne de frango (kg/hab/ano) 50,0

43,4

45,0

40,0

35,0

30,0

29,2

31,2

33,2 32,8 33,2

35,3 35,4

36,7

45,2

43,8

41,9

44,1 44,6 44,7

38,2 37,7

25,0

20,0

15,0

10,0

O design da nova geração dos incubatórios focados no futuro

5,0

0,0

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

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2012

2013

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2016

Gráfico V

Há razões para esperar que o segundo semestre deste ano seja diferente e que recuperemos os volumes perdidos? Acreditamos que não há razões para esperar que 2017 se torne um ano excepcional para a nossa avicultura de corte no que diz respeito a crescimento. Nossa participação no mercado internacional de frangos já alcança 33% do total e temos que considerar que houve reduções nos nossos

2017 não se tornará um ano excepcional para a nossa avicultura de corte no que diz respeito a crescimento. Além disso, não podemos esperar melhoria na demanda internacional no segundo semestre, ainda que seja legítimo esperar que o valor exportado supere o de 2016, mas com queda no volume

três maiores mercados (Oriente Médio-10,0%; Ásia -9,9% E União Europeia -13,5% - dados relativos ao período jan-jun 2017), graças a um misto de demanda mais contida e reflexos da Operação Carne Fraca, esta, aliás, parece ter atingido seus objetivos pois realmente enfraqueceu as exportações de carne. Não podemos esperar melhoria na demanda internacional no segundo semestre, ainda que seja legítimo esperar que o valor exportado supere o de 2016, mas com queda no volume. O mercado doméstico brasileiro seguirá entre os mais importantes do mundo, com o brasileiro ingerindo per capita uns 44,7 kg de carnes de frango (conforme Evolução do consumo per capita de frango – Gráfico IV). O cenário atual é de incipiente recuperação econômica semanalmente torpedeada por crises políticas. Não será espantoso que o crescimento do mercado doméstico este ano seja modesto, se é que haverá. Em um cenário otimista poderíamos prever 1% de crescimento, mas lamentavelmente não será de todo surpresa que caia até 1,5%. Esses motivos fazem com que recordemos ao produtor avícola brasileiro que prudência e caldo de frango não fazem mal a ninguém. A Revista do AviSite

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Informe Técnico-Comercial

O melhoramento genético equilibrado promove a saúde e o bem-estar das aves Autor: Santiago Avendaño, Diretor Global de Genética e Anne-Marie Neeteson, Vice-Presidente Global de Bem-Estar e Compliance (Aviagen)

A

Aviagen®, empresa líder mundial em genética de aves, possui um histórico bem-sucedido no cuidado com a saúde e o bem-estar das aves. Tanto o programa de melhoramento genético equilibrado quanto o programa de Pesquisa & Desenvolvimento destinam-se a selecionar e promover características para o bem-estar das aves. Ao mesmo tempo, a Aviagen produz aves que fornecem à população global uma fonte saudável de proteína animal, satisfazem as necessidades do mercado e possibilitam o sucesso do cliente. O melhoramento genético equilibrado impulsiona o sucesso dos clientes e o bem-estar das aves, simultaneamente Um programa de melhoramento equilibrado permite que características

de bem-estar e desempenho sejam desenvolvidas simultaneamente. O resultado são aves saudáveis e robustas com excelentes qualidades, que são boas tanto para as aves quanto para o mercado: ótima robustez esquelética e capacidade cardiovascular, melhoria da viabilidade, adaptabilidade a diversos ambientes e aptidão reprodutiva, citando apenas algumas. Essas características promovem o sucesso dos clientes, atendem as demandas do mercado e favorecem o bem-estar das aves. A tecnologia médica contribui para a saúde e o bem-estar das aves A Aviagen possui um rico histórico em implementar novas tecnologias em seu programa de melhoramento genético global, resultantes de extensa pesquisa e desenvolvimento. Muitos desses avanços foram adaptados de forma

inovadora do campo médico. Assim como as inovações tecnológicas em medicina destinam-se a melhorar a saúde, a longevidade e o bem-estar das pessoas, a Aviagen foi a primeira empresa de genética de aves a implementar muitas dessas inovações e promover, dessa forma, a saúde e o bem-estar de suas aves pedigree. Oxímetro de pulso para melhorar a capacidade cardiovascular. Quando o oxímetro de pulso foi desenvolvido em 1972, o nível de saturação de oxigênio do sangue de um paciente pôde então ser determinado sem extrair uma amostra de sangue. Quase 20 anos após essa invenção, a Aviagen começou a utilizar o oxímetro para medir os níveis de oxigênio no sangue das aves, melhorando a saúde cardiovascular. Uma boa função cardiovascular afeta o fluxo geral de sangue e oxigênio, o que é essencial para a saúde. Tecnologia de ultrassom para predizer o rendimento de carne. Em 1989, a Aviagen foi a primeira empresa de genética de aves a aplicar a tecnologia de ultrassom, utilizada na ciência médica, em seu programa de melhoramento genético. Junto com as consideráveis melhorias no bem-estar das aves inerentes ao programa de melhoramento genético da Aviagen, o ultrassom resulta em um efeito econômico positivo: pode determinar a quantidade de músculo, aumentando assim a eficiência da seleção genética para o rendimento favorável de carne. Seleção para robustez das pernas. A força das pernas é fundamental

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A Revista do AviSite


para a saúde geral e o bem-estar das aves. Aves com boa saúde nas pernas também possuem um sistema de suporte esquelético robusto. Desde que a Aviagen começou a selecionar para o fortalecimento das pernas há 25 anos, deformidades nas pernas e, também, a discondroplasia tibial (DT) diminuíram significativamente. A Aviagen observou grandes melhorias na saúde geral das pernas ao longo dos últimos 25 anos em todas as suas marcas, incluindo os produtos Ross® 308, Ross® 308 AP, Ross® 408 e Ross® 708, aves bastante populares nas Américas e em todo o mundo. Essas melhorias devem-se, em parte, a tecnologia de raios-x de baixa intensidade (lixiscópio) – um aparelho manual utilizado para produzir uma imagem instantânea. Desenvolvido originalmente pela NASA para estudar os efeitos da gravidade zero nos ossos e articulações dos astronautas no espaço (ntrs.nasa. gov), o lixiscópio pode detectar de forma não invasiva incidências clínicas e subclínicas de DT. Assim, o lixiscópio torna mais forte a seleção contra essas questões. Outra valiosa técnica desenvolvida para melhorar a saúde geral das pernas é a pontuação da marcha. Avaliada em uma escala de pontos, uma pontuação da marcha é usada para detectar problemas de locomoção com base na inspeção visual da habilidade de andar de uma ave. Utilizando este método, um grande número de aves pode ser

avaliado de forma não invasiva em um curto período de tempo. Este trabalho pioneiro da Aviagen tem contribuído para uma redução significativa dos problemas de pernas na indústria avícola mundial. Aumento da eficiência biológica. Um grande avanço para a indústria avícola mundial foi a incorporação da seleção genética para o Fator de Conversão Alimentar (FCR, sigla em Inglês). O FCR mede a eficiência de uma ave na conversão de alimento em peso corporal. Assim, com as melhorias em nutrição e no desempenho da conversão alimentar, menos alimento é necessário para produzir aves mais saudáveis e produtivas. Uma vantagem adicional é a conservação dos recursos naturais, uma vez que menos terras agrícolas são necessárias para a produção de alimentos às aves. Tecnologia genômica para aprimorar a seleção. A Aviagen foi a primeira empresa de genética de aves a incluir a informação genômica para fins de seleção. Desde 2012, a Aviagen usa a variação que ocorre naturalmente no código genético de uma ave para predizer o mérito genético com maior precisão em todas as características do programa de melhoramento. A informação genômica contribui com os esforços da Aviagen em selecionar aves mais fortes, saudáveis e produtivas. Cuidados com saúde, conforto e segurança das aves. A Aviagen coloca especial atenção na saúde, conforto e segurança das aves. Extensos recursos são comprometidos na manutenção de um programa abrangente de biossegurança, que proteja os lotes de pedigree de possíveis desafios de doenças. A equipe da Aviagen, bem como qualquer pessoa que se preocupa com as aves, é submetida a um treinamento minucioso sobre o manejo adequado das aves. E as condições de vida das aves são cuidadosamente reguladas para o melhor conforto, com ventilação adequada, temperaturas apropriadas e altos padrões de higiene. Melhorando a viabilidade junto com o bem-estar e o desempenho. Os dados da indústria avícola glo-

bal mostram que, embora os pesos médios dos frangos de corte tenham aumentado progressivamente ao longo das últimas décadas e as aves tenham se tornado mais eficientes em alimentação, características de bem-estar como a viabilidade também melhoraram. Este progresso pode ser atribuído ao programa de melhoramento genético equilibrado que faz do bem-estar animal um objetivo primário, ao mesmo tempo que aumenta o desempenho econômico. O resultado são aves mais saudáveis e robustas, que contribuem de forma significativa para a economia global. Mantendo a saúde e o bem-estar das aves no futuro. A Aviagen avalia continuamente tecnologias médicas modernas e não invasivas e outras inovações científicas para uso em um programa de melhoramento genético equilibrado. O objetivo de seleção genética da Aviagen continua centrado em melhorar a saúde, o bem-estar e o desempenho das aves. Como resultado de investimentos contínuos em P&D no programa de melhoramento, as técnicas de seleção genética continuarão a desenvolver-se, sustentando o bem-estar das aves e o progresso genético nos próximos anos. A Revista do AviSite

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Análise econômica

PIB das atividades agropecuárias Forte expansão, mas com transbordamentos limitados Autor: Felippe Serigati, Doutor em Economia pela Escola de Economia de São Paulo (EESP/FGV), professor e pesquisador do Centro de Agronegócios da FGV (GV Agro)

N

o início do mês de junho, o IBGE divulgou os números do PIB do 1º trimestre de 2017. Embora já fosse esperado um forte crescimento das atividades agropecuárias, o número oficial surpreendeu até os analistas mais otimistas: ao longo do 1º trimestre desse ano, o setor cresceu 13.4% quando comparado com o trimestre anterior (4º trimestre de 2016), e 15.2% quando comparado com o mesmo trimestre do ano passado (1º trimestre de 2016). Isso significa que, independente de qual se-

Atividades agropecuárias têm dado grandes contribuições para a economia brasileira, principalmente o exemplo de que o segredo para o crescimento de médio e longo prazo é a busca incessante por maior produtividade, não é por meio do nosso setor que o Brasil sairá da crise

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A Revista do AviSite

ja a base de comparação, o crescimento do setor foi muito robusto, alcançando a marca de dois dígitos. A robusta expansão do setor ao longo do primeiro trimestre contribuiu fortemente para que o Brasil, finalmente, encerrasse a maior recessão técnica da sua história. Os economistas chamam de recessão técnica quando a economia encolhe por dois trimestres ou mais de forma consecutiva. Como no 1º trimestre deste ano a economia brasileira voltou a crescer (1.0% em comparação com o 4º trimestre de

Setor agro já tem dado grandes contribuições para a economia brasileira. Porém, ele sozinho não conseguirá tirar a economia brasileira do atoleiro


2016), em termos técnicos, a mais longa e mais profunda recessão que se tem registro no Brasil (já durava 8 trimestres), finalmente, chegou ao fim. Embora as atividades agropecuárias não tenham sido o único setor que contribuiu para o fim da recessão técnica, pois a indústria também cresceu (0.9%), o universo agro foi o grande responsável pela expansão da economia no 1º trimestre. De acordo com a decomposição do crescimento do PIB feita pelo CODACE (Comitê de Datação de Ciclos Econômicos da

FGV), dessa expansão de 1% do PIB no 1º trimestre, as atividades agropecuárias responderam por 0.8%, enquanto que a indústria respondeu pelo 0.2% restante. Como o setor de serviços ficou estagnado ao longo do período, por um lado, não contribuiu para a expansão do PIB, porém, por outro, também não empurrou a economia para baixo. Em outras palavras, sem o forte crescimento das atividades agropecuárias, a economia brasileira teria crescido apenas 0.2% e não o 1% registrado pelo IBGE.

Embora as atividades agropecuárias não tenham sido o único setor que contribuiu para o fim da recessão técnica, o universo agro foi o grande responsável pela expansão da economia no 1º trimestre

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Análise econômica

O primeiro Plano Safra da era do teto dos gastos

No início de junho, foi apresentado o Plano Safra 2017/2018, o primeiro dentro do contexto da PEC do teto dos gastos. Em linhas gerais, o Plano anunciado estabeleceu que: • O volume de recursos oficiais para os produtores, em termos reais (isto é, descontada a inflação), será ligeiramente menor do que aquele ofertado no início da safra atual. Os R$ 190.25 bilhões anunciados são 2.84% maior do que os R$ 185 bilhões do Plano Safra ainda em vigor, enquanto que a inflação acumulada no período (IPCA) foi de 3.52%. Ou seja, em termos reais, o setor terá um volume menor de recursos à sua disposição na próxima safra; • Tanto em termos nominais quanto em termos reais, a taxa de juros do crédito agrícola ficou menor. Enquanto a taxa média do atual Plano Safra é de 9.5%, no Plano anunciado para a próxima safra houve queda entre 1 e 2 pontos percentais. Como as projeções da Pesquisa Focus do Banco Central sugerem que a inflação acumulada ao longo da safra 2016/2017 (3.52%) será menor que aquela acumulada ao

As atividades agropecuárias puxarão a economia brasileira para fora da crise? Embora as atividades agropecuárias estejam dando grandes contribuições para a economia brasileira, entre as quais, (i) a dinamização da economia pelo interior do país (isto é, fora das principais regiões metropolitanas), (ii) o auxílio na desaceleração da inflação, (iii) a atração de divisas via exportações e, principalmente, (iv) o exemplo de que o segredo para o crescimento de médio e longo prazo é a busca incessante por maior produtividade, não é por meio do nosso setor que o Brasil sairá da crise. Apesar dos grandes avanços promovidos pelo universo agro ao longo das últimas década, não parece que as atividades agropecuárias (ou até mesmo o agronegócio como um todo) tenha força para, sozinhas, tirar a economia do buraco.

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longo da safra 2017/2018 (4.47%), a taxa de juros real também irá diminuir. Em outras palavras, o crédito ficou mais barato, porém, levemente mais escasso. Esse desenho é coerente com a realidade imposta pela PEC do teto dos gastos. De acordo com essa regra, o conjunto dos gastos primários do governo não pode crescer em termos reais. para aumentar a alocação de recursos em uma despesa específica é necessário que outra(s) diminua(m) no mesmo montante. Importante: mesmo que a economia volte a crescer, não deverá haver mudanças nessa dinâmica, pois a PEC do teto dos gastos não está condicionada à receita do governo central, mas sim aos seus gastos primários em termos reais. Diante dessa situação, a espaço no orçamento do Tesouro para gastos com a equalização desses créditos é (e será) menor. Uma solução imperfeita é incentivar os instrumentos de crédito privado (por exemplo, letras de crédito) e a vinculação da taxa de juros oficial a uma fração da taxa Selic.

Os números divulgados pelo IBGE no início de junho voltaram a deixar esse ponto claro. Comparando com o 1º trimestre de 2016, a economia brasileira contraiu 0.4% ao longo do 1º trimestre de 2017. Por trás dessa contração, houve uma fortíssima expansão das atividades agropecuárias de 15.2%, e a contração de 1.1% e de 1.7% da indústria e dos serviços, respectivamente. Ou seja, mesmo as atividades agropecuárias crescendo espetaculares 15.2%, não foi suficiente para compensar a contração moderada da indústria de 1.1% ou para aquecer o setor de serviços. Na realidade, essa mesma conclusão já estava presente nos números apresentados na seção anterior desse artigo, quando discutimos a composição do crescimento de 1% do PIB brasileiro no 1º trimestre comparado com o 4º trimestre de 2016. Enquanto, de um lado, a forte expansão de 13.4% das atividades agropecuárias geraram um cresci-

mento de apenas 0.8% no PIB, o pequeno avanço de 0.9% da indústria (notadamente, na indústria extrativista de minérios e petróleo bruto) gerou um crescimento de 0.2% no PIB (uma vez que o setor de serviços ficou estagnado). Em outras palavras, mantidas as mesmas proporções, é como se o efeito multiplicador dessas indústrias fosse quase quatro vezes maior do que das atividades agropecuárias. Enfim, o setor agro já tem dado grandes contribuições para a economia brasileira. Porém, ele sozinho não conseguirá tirar a economia brasileira do atoleiro. A economia brasileira só voltará a crescer realmente quando, de um lado, a indústria se recuperar e, de outro, quando for possível ver essa recuperação do lado do consumo das famílias. Infelizmente, a forte contração dos investimentos ainda observada ao longo do 1º trimestre de 2017 sugere que temos um longo caminho pela frente.


Editorial

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Informe Técnico-Comercial

MSD discute o uso de Fortegra® e assuntos relacionados em Workshop Novo produto da empresa para controle da coccidiose conquista espaço

Time reunido para a foto oficial

N

o frio do Uruguai, a MSD Saúde Animal reuniu convidados e clientes no 1º Workshop Fortegra®, nos dias 28 e 29 de junho no Sheraton Colonia Golf Spa & Resort. Novidades são sempre bem vindas na avicultura e o assunto despertou o interesse dos participantes. Fortegra é um lançamento da MSD para auxiliar que o controle da coccidiose seja feito de maneira sustentável. Profissionais da empresa estavam entre os palestrantes, como Edival San-

tos, Renata Segismundo, Fernando Vargas, André Gomes e Laura Villarreal. Entre os palestrantes, o professor João Palermo Neto, da USP, falou sobre a restrição ao uso dos antimicrobianos e respondeu à pergunta: “É moda ou tendência?”. A resposta é direta: “É sim uma tendência de mercado, uma parcela da população vem exigindo que as aves sejam produzidas sem o uso de promotores de crescimento e em consequência as redes de distribuição estão também

Equipe MSD e clientes reunidos para comemorar os resultados de Fortegra®

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A Revista do AviSite

informando que vão comprar produtos com essas características”. Luís Fernando Ferrata, profissional da Yum Brands, dona das marcas KFC, Pizza Hut e Taco Bell, é responsável pelo fornecimento de frango para a KFC no mundo e está sediado no Brasil. Ele apresentou as tendências do mercado de fast food global do ponto de vista do consumidor. Como os consumidores hoje estão tratando as grandes redes de restaurante? Para ele, as pessoas estão exigindo o aumento dos controles e padrões do setor. “A questão dos antimicrobianos está bastante em alta, liderada pelos Estados Unidos, onde uma boa parte da população tem consciência e está demandando o controle e a redução no uso e as redes de restaurante estão seguindo isso”. A Yum Brands publicou há alguns meses a sua posição sobre o assunto, que é a redução global, o uso controlado e em alguns mercados, como nos Estados Unidos, a eliminação do uso de antimicrobianos que são de uso humano.


Clientes da MSD atestam e recomendam seus produtos “Uso a Coccivac (vacina viva atenuada para imunização de matrizes e poedeiras contra a coccidiose) há 8 anos, principalmente no verão”. Rick Tullos, da Harrison Poultry, da Georgia, EUA

“Nossa experiência de uso da Fortegra começou há 6 meses. Como Gerente de planta de incubação tive que estar atento aos números de investimento e operatividade que este novo desafio nos trouxe. É interessante destacar que para o uso correto de Fortegra o investimento é mínimo. É preciso apenas reforçar a iluminação, com aproximadamente 200 lux. Além disso, manter as aves em conforto térmico. Sobre o outro ponto que eu gostaria de falar, a operatividade não é complexa, não é necessário aumento de pessoal, simplesmente temos que manter um vínculo entre os técnicos da MSD e os funcionários, no sentido de capacitá-los e tirar dúvidas. O êxito é importante porque trata-se de uma planta de incubação, que é o ponto de partida da produção de frangos. Não tenham medo deste novo produto”

Carlos Dalmonte, médico veterinário, é cliente da MSD na Argentina. Há 30 anos trabalha na planta de incubação do frigorífico de aves Soychú.

“O Workshop atende a demanda do consumidor que quer menor uso de antibióticos. É importante manter a produção de alimentos de uma forma socialmente correta, com custo acessível para a população. Parabenizo a MSD por sua busca por novas tecnologias. Estamos juntos no processo de melhoria da produção de alimentos e de uma forma segura”.

Luis Carlos Farias, Gerente de avicultura e alojamento da Aurora

“A escolha do tema e das palestras foi muito feliz. O evento foi excelente e oportuno, o encontro entre as pessoas certas na hora certa. Construiu-se muito conhecimento. Este Workshop também vai de encontro com a proposta de inovação da MSD, um bom exemplo é a Fortegra, uma ferramenta que chega ao Brasil para controle de coccidiose, que vai contribuir também com a sustentabilidade da avicultura. Boa sorte para a MSD!”

Jefferson Lecznieski, Representante da DSM

A qualidade das palestras e nível de discussões foi fantástica, com a participação de todos os palestrantes. Falamos muito de tendências e controle com sustentabilidade. Destaco a aula de modelagem com o Professor Tarcísio.

Marcelo Ribeiro Silva, Flamboiã

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Prêmio Lamas

Efeito de tratamentos de cama aviária sobre a infectividade de vírus e bactérias Autores: Daiane Voss-Rech1,2, Iara M. Trevisol1, Liana Brentano1, Virgínia S. Silva1, Raquel Rebelatto1, Fátima R. F. Jaenisch1, Arlei Coldebella1, Sonia A. Botton2, Clarissa S. L. Vaz1 (1) Embrapa Suínos e Aves, Concórdia, SC (2) Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

O

manejo da cama de frangos de corte envolve o uso de procedimentos eficientes na inativação e controle de micro-organismos residuais, tanto para reuso entre lotes quanto para descarte por problemas sanitários. A Embrapa Suínos e Aves mantém uma linha de pesquisa que estuda a cama aviária reutilizada sob os aspectos de sanidade avícola. O estudo conduzido anteriormente demonstrou a eficiência de tratamentos de cama aviária na eliminação de Salmonella Enteritidis e redução de enterobactérias totais e mesófilos aeróbicos. Contudo, o efeito sobre vírus aviários e outros sorovares de Salmonella de difícil eliminação no ambiente avícola ainda é pouco compreendido. O presente estudo usou um bioensaio com aves sentinelas para avaliar a eficiência de tratamentos da cama aviária sobre o vírus da Doença de New-

castle (VDNC) como um modelo de vírus envelopado lábil; o vírus da Doença infecciosa da Bursa (VDIB) como um modelo de vírus não envelopado muito resistente ao ambiente; e S. Heidelberg devido à sua habilidade em persistir no ambiente das granjas de frangos de corte. O estudo financiado pela Embrapa (projeto 0313100900) foi conduzido nas instalações experimentais da Embrapa Suínos e Aves. Cama reutilizada de frangos de corte que não apresentaram problemas sanitários foi transportada ao local e testou negativa para Salmonella spp., VDIB e VDNC. A cama foi distribuída em 16 boxes experimentais (2 m2) com camada de 10 cm de altura. A contaminação viral ocorreu por meio de pintos SPF inoculados com cepas vacinais de VDIB (105,7DIE50) e VDNC (106,6DIE50) alojados sobre a cama aviária (10 pin-

tos/m2) por 6 dias, seguido de aspersão de um cultivo de S. Heidelberg isolada de campo sobre a cama aviária (1,6x109 UFC/m2). A seguir (dia 0), a cama foi submetida aos tratamentos experimentais, cada qual executado em salas individuais e com 4 repetições, durante 14 dias. Foram avaliados o tratamento (T) 1: fermentação plana (cama aviária não enleirada, umedecida e coberta com lona plástica impermeável por 12 dias, seguido de repouso por 2 dias); T2: adição de cal virgem (após 12 dias de repouso, foram adicionados 600 g/m2 de cal, seguido de repouso por 2 dias); T3: fermentação plana por 12 dias seguido de adição de cal (600 g/m2) e repouso por 2 dias; e T4: não tratado. O T5 consistiu de cama aviária nova não contaminada, e foi usado para detectar eventual contaminação cruzada entre os tratamentos. Amostras de cama aviária de

Figura 1. Níveis de amônia (N-NH4) detectados na cama aviária ao longo do período de tratamento

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A Revista do AviSite


todos os tratamentos foram colhidas nos dias 0, 6, 12 e 14, sendo submetidas ao isolamento de S. Heidelberg, quantificação de enterobactérias totais, determinação de pH, matéria seca e teor de amônia. Pintos sentinelas SPF (5 pintos/m2) foram alojados sobre a cama aviária após os tratamentos, e foram monitorados por meio de isolamento microbiológico, ELISA e RT-qPCR nas 1°, 3° e 5° semanas de alojamento. A contaminação da cama aviária antes dos tratamentos foi comprovada por meio da detecção da replicação viral do VDIB e VDNC nos pintos inoculados e pelo isolamento de S. Heidelberg na cama aviária. Na análise do efeito dos tratamentos de cama aviária, houve efeito significativo (p<0,05) de todos os fatores para todas as variáveis em ao menos um dia de avaliação. Ao final do período de avaliação, o T1 resultou em menores níveis de enterobactérias totais na cama aviária, indicando uma melhor quali-

dade microbiológica e diferindo significativamente dos T2 e T4. O pH da cama aviária somente foi afetado a partir do 12º dia de tratamento, quando a cal foi adicionada, e todos os tratamentos diferiram entre si. Contudo, no último dia de avaliação, os valores de pH em T2 e T3 não diferiram entre si, assim como o teor de matéria seca. No final do T2, o pH atingiu 9,3; porém a umidade foi reduzida em apenas 1% em relação ao controle (T4). A partir do sexto dia, T1 e T3 apresentaram concentrações significativamente maiores de amônia que os demais tratamentos (Figura 1). A temperatura média da cama aviária (faixa de 12,6 - 25,1°C) foi maior nos T1 e T3 em todas as avaliações, exceto no último dia para o T2. Por sua vez, S. Heidelberg foi detectada na cama aviária em T1, T2, T3 e T4 em todos os dias de avaliação. As aves sentinelas alojadas em T1 e T3 foram negativas para o VDIB (Figura 2), indicando que não permaneceu viável na

Fermentação plana é efetiva na eliminação do vírus da doença de Gumboro e pode ser recomendada para inativar o vírus na cama de frango em episódios da doença

A Revista do AviSite

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Prêmio Lamas cama aviária. Esse resultado pode ser indicador do mesmo efeito sobre outros vírus menos resistentes ao ambiente. Os maiores teores de amônia, detectados na cama aviária de T1 e T3, foram relacionados à atividade antimicrobiana observada (Figura 1). O T5 permaneceu negativo durante todo o experimento, indicando que

não houve contaminação cruzada entre os tratamentos. O VDNC não sobreviveu na cama aviária. De fato, vírus RNA fita simples, como o VDNC, são reconhecidamente mais sensíveis ao ambiente. Contudo, S. Heidelberg permaneceu viável na cama aviária, sendo detectada nas aves sentinelas de todos os

Em entrevista, Clarissa Vaz conta: Colaboramos com a agroindústria e com o serviço oficial AviSite: O que te levou a pesquisar este tema? Clarissa Vaz: Esse tema faz parte de uma linha de pesquisa da Embrapa Suínos e Aves e o trabalho dá continuidade aos nossos estudos anteriores. Havia o interesse por parte do serviço veterinário oficial em demonstrar cientificamente o efeito do tratamento de cama de frango sobre vírus aviários, tanto para o reuso entre lotes quanto para o descarte frente a episódios sanitários. Também procuramos colaborar com as agroindústrias em identificar estratégias para controle de Salmonella Heidelberg no ambiente avícola. Quanto tempo levou? A pesquisa iniciou em 2015 logo após a aprovação dos recursos de custeio num edital competitivo. A parte experimental que originou o trabalho apresentado na Conferência FACTA foi conduzida ao longo de 2016. Faz parte de uma tese maior? O trabalho faz parte do projeto de pesquisa iniciado em 2015

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tratamentos (Figura 3). Esse estudo demonstrou que a fermentação plana foi eficiente na inativação do VDIB residual na cama aviária. Todavia, na presença de S. Heidelberg, outras estratégias devem ser consideradas. Finalmente, o VDNC não sobreviveu na cama aviária, independente do tratamento avaliado.

sob minha liderança e com o apoio de vários colaboradores da Embrapa Suínos e Aves; e foi tema da dissertação de mestrado da colega Daiane Voss-Rech, analista da Embrapa Suínos e Aves, defendida em fevereiro de 2017 na UFSM, sob orientação da Profa. Sonia Botton e co-orientada por mim. Pretende continuar pesquisando este mesmo tema? Sim, há várias questões que ainda precisam ser elucidadas ou melhoradas nesse tema. Nesse ano realizaremos um workshop na Embrapa Suínos e Aves para debater o assunto junto ao setor avícola e definiremos a estratégia para continuidade da pesquisa. Qual é a importância dos resultados que você encontrou para a avicultura? Demonstramos que a fermentação plana é efetiva na eliminação do vírus da doença de Gumboro e pode ser recomendada para inativar o vírus na cama de frango em episódios da doença. Por outro lado, S. Heidelberg resistiu aos tratamentos avaliados e permaneceu infectiva na cama aviária. Portanto, na presença de S. Heidelberg, outras estratégias devem ser consideradas para o manejo da cama aviária.


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Informe Técnico-Comercial

Ácidos orgânicos em rações de frangos de corte: uma alternativa que virou realidade Autor: Nayara Tavares Ferreira (Gerente Técnica – Aves, Poli-Nutri Nutrição Animal)

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ara atender ao mercado externo e interno, com qualidade e segurança alimentar, foram necessárias importantes mudanças na produção de frangos. Essas mudanças ocorreram para que a indústria se adaptasse para atender às necessidades de consumo dos países europeus, árabes e do Japão, que influenciam no sistema de produção com medidas taxativas ao uso de material proveniente de OGM, abate orientado para crenças religiosas, além da restrição do uso de medicamentos na produção e proibição de antibióticos melhoradores de desempenho. Dentre as medidas restritivas citadas, a última afeta diretamente o sistema de produção, pois para atender aos mercados com redução de custos e aumento da eficácia econômica é imprescindível à substituição desses por tecnologias modernas, com o uso de insumos alternativos (ácidos orgânicos, pré e probióticos, extratos herbais, etc.) que melhoram a produtividade. Os produtos substitutivos precisam ser seguros, efetivos, baratos e de fácil utilização, porém, para ter sucesso e eficiência na produção os produtores de-

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vem considerar também a necessidade de melhoria do manejo geral da produção, como climatização, higiene das instalações, adequado suprimento de nutriente nas dietas, compra de material genético de incubatórios certificados com programas de saúde aviária. Existem inúmeros trabalhos na literatura comparando o desempenho das aves utilizando os insumos alternativos frente aos antibióticos promotores de crescimento. Entretanto, muitos deles possuem resultados inconclusivos e contraditórios, e isso se deve principalmente pela forma que esses estudos são realizados, aos desafios sanitários que as aves são submetidas, às doses utilizadas e ao delineamento experimental. Assim, é importante ressaltar que cada insumo alternativo tem finalidades de ação diferentes, podendo ser: redução da carga bacteriana no trato digestivo (ácidos orgânicos); melhoria da vitalidade dos enterócitos e vilos (ácidos orgânicos em vitaminas); estabilização da flora intestinal (pré e probióticos); otimização da digestão (enzimas, extratos herbais), redução da ingestão de substancias imunossupressoras como micotoxinas (sequestrantes, alumino-silica-

tos) e redução da inflamação (óleos essenciais e extratos vegetais). No caso dos ácidos orgânicos, há inúmeros benefícios aceitos e comprovados pela comunidade científica, sendo apontados como os aditivos mais promissores na substituição de antibióticos, com bons resultados produtivos e poucos efeitos colaterais, por não serem tóxicos ao homem. A ação mais efetiva dos ácidos é a atividade antimicrobiana, por proporcionar um meio favorável para bactérias lácticas, que são benéficas ao organismo do animal, além da melhoria da digestibilidade de nutrientes, do desempenho, valor nutricional e da morfologia intestinal. Dessa forma, devido às especificidades de cada ácido orgânico, se faz necessária a utilização de misturas de diferentes ácidos para um maior efeito sinérgico, o que não ocorreria se utilizados individualmente. Os ácidos orgânicos apresentam diferentes efeitos antimicrobiano, em função da região em que se encontram, ou seja, apresentam um maior efeito antimicrobiano nas regiões de pH mais baixo do que nas regiões de pH mais alto; e isso é relevante no uso das combinações dos ácidos e no desenvolvimento de produtos. As aves apresentam pH diferente ao longo dos segmentos do trato gastrointestinal, dessa forma, misturas de diferentes ácidos orgânicos com mais de um pKa, apresentam dissociações em diferentes pH e assim, mantêm a ação microbiana em maior extensão gastrointestinal. A eficiência antimicrobiana dos ácidos orgânicos depende da sua constante de dissociação (pKa), ou seja, o valor de pH em que 50% do ácido se encontra na forma dissociada, assim quanto maior o pKa de um ácido, mais efetivo ele será. Visto que a maioria dos ácidos orgânicos possuem pKa abaixo


de 5, as misturas de ácidos orgânicos se tornam vulneráveis e podem ser tamponadas em pH intestinal logo que passam pelo piloro, e assim, apresentariam um maior número de moléculas dissociadas, diminuindo a capacidade de penetração nas bactérias. Porém, pesquisadores desenvolveram os ácidos orgânicos protegidos por microencapsulação, para que esses ácidos tenham a ação no segmento intestinal correto para uma maior efetividade de atuação. Estudos apresentam que a matriz lipídica protetora usada na microencapsulação de mistura de ácidos orgânicos permite a liberação lenta dos ingredientes ativos, impedindo o desaparecimento imediato de tais compostos no início do processo digestivo. A maior permanência ao longo do trato gastrointestinal de compostos ativos permite que eles atuem de forma sinérgica na microflora intestinal e assim, reduzir a contagem bacteriana (1). Alguns exemplos de ácidos orgânicos e suas formas de ação estão relacionados: - Ácido Cítrico: Há uma redução na exigência de fósforo por aumentar a disponibilidade de P do milho e farelo de soja (2), aumento na digestibilidade dos aminoácidos (3), e quando associado com enzimas há aumento da energia metabolizável aparente (4) - Ácido Fumárico: Contribui diretamente para a produção de energia no organismo do animal como intermediário no ciclo de Krebs, assim como o ácido cítrico; melhora na conversão alimentar (6); redução da atividade de coliformes e bactérias; redução linear da mortalidade e melhoria nos ganhos de peso (7). - Ácido Sórbico: É um bom antimicrobiano, com boa atuação em pH mais elevados. Possui pKa mais alto, proporcionando uma maior quantidade de moléculas não dissociadas, o que caracteriza uma maior ação bactericida, inclusive com boa efetividade no controle da Salmonella (5). - Ácido Málico: Se utilizado corretamente, concomitante com medidas nutricionais, gerenciais e de biossegurança, é uma ferramenta poderosa na manutenção da saúde do trato gastrointestinal das aves (9)

Existe no mercado algumas combinações de ácidos orgânicos, com diferentes formas de apresentação e concentrações. Dentre as características que devem ser avaliadas em um complexo de ácidos orgânicos destaca-se a facilidade de manuseio e a qualidade da mistura quando incluído na ração. Pensando em todas as características necessárias para que uma mistura de ácidos orgânicos proporcione bons resultados no campo, a Poli-Nutri apresenta o BirdAcid®. O BirdAcid® é um aditivo regulador de acidez para aves, formulado a partir de quatro ácidos orgânicos (ácido cítrico, fumárico, málico e sórbico) e extrato de Yucca recobertos por uma matriz de triglicerídeos (Figura 1). Por ser micro encapsulado, proporciona uma ação em todos os segmentos intestinais das aves. Além disso, devido a sua característica rica em ácidos graxos de cadeia curta e média, o produto possui uma composição que favorece a ação contra desafios de campo envolvendo tanto bactérias gram negativas como positivas. A combinação desses ácidos proporciona uma série de benefícios, como a alteração do pH no microambiente em seu entorno, a ativação enzimática, estimula a produção de suco gástrico e da

secreção pancreática, melhora a digestibilidade dos nutrientes, além do afeito antimicrobiano na flora intestinal. E o extrato de Yucca proporciona redução na produção de amônia, melhorando a saúde animal e assim reduzindo os custos com medicamentos. Assim, o BirdAcid® é uma solução para a substituição dos promotores de crescimento, melhorando a digestibilidade dos nutrientes e mantendo a segurança alimentar.

Referências Bibliográficas

(1) Piva, A., et al. “Lipid microencapsulation allows slow release of organic acids and natural identical flavors along the swine intestine.” Journal of animal science 85.2 (2007): 486-493. (2) Boling-Frankenbach, S. D.; Snow, J. L., Parsons, C. M., Bakern, D. H. 2001. The Effect (3) of Citric Acid on the Calcium and Phosphorus Requirements of Chicks Fed Corn(4) Soybean Meal Diets. Poultry Science 80:783-788. (5) Partanen, Kirsi. “Organic acids-their efficacy and modes of action in pigs.” Gut environment in pigs/A. Piva, KE Bach Knudsen, JE Lindberg (2001). (6) Ao, T., et al. “Effect of enzyme supplementation and acidification of diets on nutrient digestibility and growth performance of broiler chicks.” Poultry Science 88.1 (2009): 111-117. (7) Schasteen et al. Organic acidis and their use in animal production. Novus International. Inc., St. Charles, MO, 2005 (8) Moharrery, A., and M. Mahzonieh. “Effect of malic acid on visceral characteristics and coliform counts in small intestine in the broiler and layer chickens.” Int. J. Poult. Sci 4.10 (2005): 761-764.

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Prêmio Lamas

Coeficientes de digestibilidade ileal de aminoácidos de rações fareladas e peletizadas para frangos de corte determinados com diferentes indicadores Autores: Fernando de Castro Tavernari1, Lenilson da Fonseca Roza2, Diego Surek1, Carina Sordi2, Poliana P. Rigo3, Cristiele Contreira4, Anildo Cunha Júnior1 (1) Embrapa Suínos e Aves (2) UDESC Chapecó (3) UNC Concórdia (4) Universidade Federal de Pelotas

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peletização é o processamento térmico mais comum utilizado em rações para frangos de corte no setor produtivo, porém as instituições de pesquisa geralmente utilizam rações fareladas nos ensaios de metabolismo para determinação de energia metabolizável e digestibilidade dos aminoácidos de alimentos e rações. A melhora no desempenho de animais que consomem rações peletizadas é comprovada em inúmeras publicações, o que pode ser atribuído a redução de desperdício no comedouro e as alterações de comportamento ingestivo, tempo de passagem no trato gastrointestinal e na digestibilidade dos nutrientes presentes na dieta (devido ao tratamento térmico) [1;2;3]. Embora fatores inerentes a peletização podem afetar a digestibilidade de rações peletizadas, como a tempe-

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ratura utilizada, tempo de retenção, pressão de vapor, diâmetro do anel da peletizadora e tamanho de pelete, a metodologia empregada para a determinação da digestibilidade também afeta os resultados. A coleta de conteúdo ileal é a metodologia mais adequada para avaliar a digestibilidade de aminoácidos de dietas/alimentos para frangos de corte, devido à fermentação microbiana no ceco. Mas, para isso substâncias indigestíveis (indicadores) devem ser adicionadas às dietas e recuperadas no conteúdo ileal, como maneira indireta de estimar a quantidade ingerida do nutriente (aminoácidos) associado a quantidade de conteúdo ileal coletado [4; 5]. A principal característica de um indicador é ser inerte na passagem pelo trato gastrointestinal, ou seja, não ser digerido ou absorvido. Alguns indicadores são frequentemente utiliza-

dos nos ensaios de digestibilidade, como a cinza insolúvel em ácido (CIA), o dióxido de titânio (TiO2) e o óxido de cromo (Cr2O3). No entanto, divergências na digestibilidade de nutrientes, em função dos indicadores e suas concentrações, têm sido relatadas [6; 7]. Assim, para avaliar a interação entre o processamento térmico de rações e a metodologia empregada para a determinação de digestibilidade de aminoácidos, realizou-se na estação experimental da EMBRAPA Suínos e Aves, um ensaio de metabolismo com frangos de corte. Em sala climatizada, foram alojados 480 frangos de corte da linhagem Cobb 500 dos 12 aos 22 dias de idade, distribuídos ao acaso em esquema fatorial 3x2 com 10 repetições de 8 aves cada. Os tratamentos experimentais consistiram em três diferentes indicadores de indigestibilidade,


CIA, TiO2 e Cr2O3 combinados com duas formas físicas de ração, farelada e peletizada. No último dia do ensaio, fez-se a coleta de conteúdo ileal para análises de aminoácidos e dos indicadores. Formulou-se apenas uma dieta para todos os tratamentos, a base de milho e de farelo de soja, seguindo exigências nutricionais de acordo com as Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos [8], variando apenas o indicador utilizado, de acordo com o respectivo tratamento, na dosagem de 5 g/kg de ração. As rações foram peletizadas em peletizadora a vapor, da marca Koppers Júnior C40, com motor de 50 CV e anel com furos de diâmetro de 3/16 polegadas a uma temperatura de 80ºC, com tempo de retenção de 10 segundos, pressão de vapor 1,5 kgf/ cm2 e os peletes foram cortados com aproximadamente 0,5cm. Os coeficientes de digestibilidade estandardizado dos aminoácidos foram calcula-

dos de acordo com Sakomura e Rostagno [5] e para a perda endógena foram utilizados os valores obtidos por Brito [9]. Não houve interação entre a forma física da ração e os diferentes indicadores, ou seja, o processamento da dieta demonstrou não alterar o dinamismo dos indicadores no trato gastrointestinal. O processamento térmico das rações não afetou a digestibilidade dos aminoácidos, comprovando que rações fareladas e peletizadas apresentam coeficientes de digestibilidade semelhantes, resultado que pode estar associado ao tempo de retenção e temperatura utilizada na peletização. Contudo, os coeficientes de digestibilidade dos aminoácidos das rações apresentaram diferenças (Figura 1) em função do tipo de indicador utilizado. Desta forma, a CIA apresentou maiores coeficientes de digestibilidade dos aminoácidos em relação aos indicado-

res TiO2 e Cr2O3, independente da forma física da ração, com exceção para lisina e metionina. Os valores de aminoácidos digestíveis calculados com o coeficiente de digestibilidade obtidos com CIA são próximos aos valores calculados na formulação utilizando as Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos. A taxa de recuperação dos indicadores influencia diretamente os resultados obtidos e só é possível ser calculado através de coleta total de excreta, através do balanço entre o total ingerido e o total excretado do nutriente. Neste mesmo ensaio, determinando a EMAn foi comprovado que a CIA apresenta maior taxa de recuperação, o que justifica os resultados obtidos com aminoácidos.

Referências bibliográficas [1] Macari, M., 2002. Neurofisiologia aplicada. In: Macari, M., Furlan, R. L., Gonzales, E. Fisiologia aviária apli-

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Prêmio Lamas

Linha de pesquisa busca quantificar as alterações causadas pelo processamento térmico

Fernando Tavernari recebe premiação da Professora Irenilza Nääs, Presidente da Facta cada a frangos de corte. Second ed, Jaboticabal, SP, Brazil. [2] Abdollahi, M.R., Ravindran, V., Svihus, B., 2013. Influence of grain type and feed form on performance, apparent metabolisable energy and ileal digestibility of nitrogen, starch, fat, calcium and phosphorus in broiler starters. Anim. Feed Sci. Technol., 186, 193–203. [3] Naderinejad, S., Zaefarian, F., Abdollahi, M.R., Hassanabadi, A., Kermanshahi, H., Ravindran, V., 2016. Influence of feed form and particle size on performance, nutrient utilisation, and gastrointestinal tract development and morphometry in broiler starters fed maize-based diets. Anim. Feed Sci. Technol. http://doi.org/10.1016/j.anifeedsci.2016.02.012

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O trabalho apresentado durante a Conferência Facta 2017 foi desenvolvido pelo aluno Lenilson da Fonseca Roza, do programa de mestrado em Zootecnia da UDESC/Chapecó sob a orientação do pesquisador da Embrapa Fernando de Castro Tavernari. O resumo faz parte da linha de pesquisa em avaliação de alimentos e rações submetidos a processamento térmico, que originou a tese defendida em fevereiro de 2017. O setor produtivo de aves e suínos utiliza a peletização em larga escala, contudo a base da nutrição ainda é desenvolvida com rações fareladas, como os valores de energia metabolizável, a digestibilidade e a disponibilidade de nutrientes ou mesmo as exigências nutricionais. O objetivo dos autores com esta linha de pesquisa é quantificar as alterações causadas pelo processamento térmico e propor modelos matemáticos que poderão auxiliar os nutricionistas a formularem dietas mais precisas, evitando o desvio de nutrientes e energia para a deposição de gordura e melhorando os ganhos produtivos (deposição proteica). O trabalho premiado servirá de base para as próximas pesquisas. O objetivo principal foi avaliar a possível interação entre a peletização de rações e os indicadores utilizados em ensaios de determinação de coeficientes de digestibilidade de aminoácidos, sendo comprovado que não há interação entre os dois fatores. Avaliando os efeitos separados, não foi observado diferença na digestibilidade dos aminoácidos de rações peletizadas com baixo tempo de retenção, embora tenha sido observado alteração na energia metabolizável. Foi comprovado que a cinza insolúvel em ácido é o indicador mais apropriado aos ensaios de digestibilidade de aminoácidos, devido a sua maior taxa de recuperação no experimento e principalmente por obter resultados de coeficientes de digestibilidade próximos aos calculados com as recomendações sugeridas pelas Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos. Assim, os indicadores utilizados nos experimentos influenciam diretamente os resultados obtidos, sendo este um importante fator a ser considerado quando for necessário comparar diferentes resultados de literatura. [4] Sales, J., Janssens, G.P.J., 2003. Methods to Determine Metabolizable Energy and Digestibility of Feed Ingredients in the Domestic Pigeon (Columba livia domestica). Poult. Sci., 82, 1457-1461. [5] Sakomura, N.K., Rostagno, H.S., 2016. Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricos, second ed. Jaboticabal, São Paulo. [6] Olukosi, O.A., Bolarinwa, O.A., Cowieson, A.J., Adeola, O., 2012. Marker type but not concentration influenced apparent ileal amino acid digestibility in phytase-supplemented diets for broiler chickens and pigs, J. Anim. Sci., 90, 4414–4420. [7] Smeets, N., Nuyens, F., Campenhout, L.V., Delezie, E., Pannecoucque, J., Niewold, T., 2015. Relationship between wheat characteristics and

nutrient digestibility in broilers  : comparison between total collection and marker (titanium dioxide) technique, Poult. Sci., 94, 1584–1591. [8] Rostagno, H.S., Albino, L.F.T., Donzele, J.L., Gomes, P.C., Oliveira, R.F., Lopes, D.C., Ferreira, A.S., Barreto, S.L.T., Euclides, R.F., 2011. Brazilian tables for poultry and swine: composition of feeds and nutritional requirements, third ed. Viçosa, Minas Gerais. [9] Brito, C.O., 2007. Performance and carcass evaluation of broiler chickens submitted to diets formulated based on total and digestible amino acids and estimates of growth and deposition of body tissue using mathematical equations. Thesis (Doctorate in Animal Science), Federal University of Viçosa, Viçosa, Brazil.


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Informe Técnico-Comercial

Estratégias de tratamento com Gamaxine® e ® Uniwall Moss 25 em Matrizes de Frango Autores: Carlos de Oliveira, Gerente Técnico Vetanco México, e Fabrizio Matté, Coordenador Técnico Vetanco Brasil

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olibacilose é um termo geralmente utilizado para infecções causadas por E. coli em animais. Nas aves, a infecção por E. coli é considerada secundária a outros agentes e a manifestação da doença é extra intestinal. Colibacilose é uma das principais doenças da avicultura moderna, por ser a causa de grandes perdas econômicas em todo o mundo, por quadros como colisepticemia, peritonite, pneumonia, pleuropneumonia, aerossaculite, pericardite, celulite, coligranuloma, doenças crônicas respiratórias complicadas, panoftalmia, salpingite, síndrome da cabeça inchada, osteomielite, ooforite e sinovite. Uma empresa da região d e Cuernavaca – México apresentava histórico de baixa produção de ovos e mortalidade elevada no período de 28 a 34 semanas de idade, em lotes de matrizes pesadas, problemas esses associados a colibacilose. Para diminuir as perdas produtivas e econômicas e auxiliar em melhorias na saúde intestinal das aves foi recomendado o uso de dois produtos, os quais são detalhados a seguir. GAMAXINE® um produto elaborado a partir da fermentação de cultivos puros de bactérias saprófitas inativadas, que favorece o equilíbrio da microbiota intestinal proporcionando uma melhor proteção contra desafios entéricos e melhorando o desempenho produtivo das aves. UNIWALL® MOS 25 é uma combinação única de ácidos orgânicos (acético, fórmico e propiônico com os sais formiato de amônio e propionato de amônio), parede de levedura (mananoligossacarídeos e betaglucanos) e um carrier mineral protetor, que oferece ao produto a capacidade de transporte ativo. Essa associação proporciona uma sinergia e modulação da micro-

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biota intestinal benéfica constituída por bactérias acidófilas, suprimindo a multiplicação de bactérias patogênicas.

Materiais e métodos Foram utilizados dois lotes de matrizes pesadas, da linha genética Ross 308 da região de Cuernavaca, México. Todas as aves receberam a mesma alimentação e os mesmos manejos. Os animais foram divididos em dois tratamentos de 19 mil aves cada um. O tratamento 1 (T1 – Controle) sem fornecimento de produtos, e o tratamento 2 (T2 – GXN + UMOS25), com o fornecimento dos produtos Gamaxine® e Uniwall® MOS 25, denominado T2. As aves do tratamento 2 receberam o Gamaxine® na semana 24 de idade (0,2 ml por ave em água de bebida) com uma segunda dose aos 14 dias após a primeira dose. Essas aves também receberam Uniwall® MOS 25 na ração, na dose de 2 kg/ton, entre as semanas 25 e 34 de idade. Os parâmetros avaliados foram: peso médio, mortalidade, percentual de produção de ovos diários, percentual de ovos incubáveis e ovos sujos.

Resultado e discussão As aves do T2 – GXM + UMOS25 iniciaram a produção de ovos com 2,26% com 25 semanas, enquanto as aves do T1 - Controle apresentaram uma produção de apenas 0,74% na mesma semana. Sendo que o recomendado pela linha genética é de 5% de produção para essa semana. A produção de ovos média para T2 – GXM + UMOS25 foi de 62% no período, e no T1 - controle de 39% no mesmo período. O pico de postura foi de 84,48% no T2 – GMX + UMOS25 e no T1 - controle de 67,03%, dados apresentados na Tabela 1. O pico de produção contemplado pela linha genética Ross é de 84,8%. Em números absolutos, o total de ovos produzidos (número de ovos por lote) foi de 899.230 no T2 – GMX+UMOS25 e 497.425 no T1 - controle. O peso das aves do T2 – GMX+UMOS25 ficou melhor que o T1- Controle e próximos ao recomen-

Tabela 1 - Produção média de ovos (%)

dado pela linha genética, levando em consideração que ambos estavam com o peso semelhante na semana 23, na entrada da fase de produção. Isso certamente, devido a uma melhor saúde e integridade intestinal, que permitiu uma melhor absorção dos nutrientes oferecidos na ração. O indicador de mortalidade demonstra que as aves do T2 – GMX+UMOS25 sofreram menos desafios entéricos, se demonstrando mais saudáveis que o T1- Controle. Os dados do T1 - Controle corresponderam ao histórico da empresa, ou seja, aumento da mortalidade na semana 28 de idade das aves. As aves que receberam o tratamento T2 – GMX+UMOS25 apresentaram uma mortalidade estável e controlada durante os períodos mais estressantes do pico de produção. Uma diferença de 1900 aves entre os tratamentos, isso representa 10% do lote.

Análises laboratoriais Para confirmar o diagnóstico presuntivo de colibacilose, concluído através das lesões de necropsias das aves, foram realizadas análises bacteriológicas e histopatológicas de intestino, fígado, baço e pâncreas, nas se-

manas 24 e 27 de idade. Nos resultados do primeiro exame bacteriológico, encontrou-se E. coli no pâncreas e intestino e no exame histopatológico encontrou colangite linfocítica leve relacionadas com E. coli. Na segunda amostragem, algumas aves apresentaram no exame bacteriológico a presença de Staphylococcus no baço e E. coli no pâncreas, enquanto a histopatológica revelou colangite linfocítica, peritonite linfocítica e heterofica provocada por E. coli.

Conclusão O tratamento das aves com Gamaxine® na água de bebida e Uniwall® MOS na ração favoreceu para diminuir os quadros históricos de Colibacilose, melhorando a produção de ovos, o peso médio e diminuindo a mortalidade das aves.

Referências BERCHIERI J, A et al. (2009): Doenças das aves. 2º Edição. FACTA. 457-471. BARNES, H. J, GROSS, W.B. Colibacilosis. Disease of poultry Necrotic enteritis. In: B. W. Calnek (ed.) Diseases of Poultry. 10th edition. Iowa State University Press, ed. Ames. 1997. p. 131–141. A Revista do AviSite

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Nebulização com cloreto de Didecil Dimetil Amônio (DDAC) 12% com alto poder surfactante sobre as aves: Prevenção de doenças e suporte terapêutico Autor: André Luiz Costa Machado, Médico Veterinário – Departamento Técnico Farmabase Saúde Animal

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limpeza e a desinfecção são imprescindíveis para o controle sanitário da avicultura moderna, sendo uma das principais ações na manutenção da biosseguridade. Um bom programa de limpeza e desinfecção é a base para uma boa saúde animal, uma vez que, em condições de confinamento, a gravidade e a ocorrência das enfermidades estão diretamente relacionadas ao nível de contaminação do ambiente. A desinfecção em si é o conjunto de medidas utilizadas para impedir a entrada e crescimento de microrganismos em um ambiente ou estrutura, tornando-os livres de agentes infecciosos, com o uso de substâncias desinfetantes ou outras formas físicas de desinfecção. Tem como meta reduzir a quantidade de microrganismos patogênicos no ambiente de criação. Um bom programa de desinfecção deve ser focado em todas as áreas de contato do ambiente com as aves, como o piso, cortinas, comedouros, água de bebida e, segundo trabalhos recentes, o ar do galpão, visando à diminuição da poeira e à inativação dos microrganismos em suspensão no ar.

Benefícios da utilização A necessidade de aumentar a produtividade na avicultura fez com que se desenvolvessem sistemas intensivos de criação. Isto, por sua vez, leva a um aumento na pressão de infecção por parte dos microrganismos patogênicos. A criação de aves confinadas em

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Aspersão com nebulizadores de Virukill 1% em galpão de postura comercial

alta densidade populacional gera um aumento na ocorrência de doenças respiratórias, geralmente devido a uma maior exposição dos animais a agentes patogênicos e degradação das suas condições ambientais. As perdas econômicas atreladas às doenças respiratórias têm sido associadas com a redução do ganho de

peso diário (GPD), e prejuízo na conversão alimentar, sendo ainda maiores na medida em que as lesões de aerossaculite se tornam mais severas. Quando existe uma densidade animal excessiva em uma instalação ou no caso de movimentação insuficiente de ar, criam-se condições favoráveis para a transmissão de agentes patogênicos entre animais doentes e sadios. Sabe-se que os microrganismos se movimentam através do ar, no núcleo de partículas líquidas (na forma de aerossóis) ou em pó de fezes ou ração. Nas infecções com origem aérea, a dose infectante na maioria dos casos determinará a ocorrência ou não da doença e a sua gravidade. Dessa forma, as perdas econômicas podem ser minimizadas, quando for baixa a exposição dos animais aos patógenos encontrados no ar. A utilização do produto Virukill em aves é capaz de proporcionar benefícios na produção como menores taxas de mortalidade, melhor produtividade das aves, menor risco de epidemias virais e menor uso de antibióticos. Estudos realizados com o produto, com o método de desinfecção por aspersão, demonstraram menores taxas de mortalidade e menores taxas de contaminações das aves em comparação com os animais do grupo controle.

Recomendação do uso do Virukill O Virukill é um desinfetante de última geração que possui em sua


Aspersão de Virukill 1% com Bomba Costal em galpão de postura comercial

formulação cadeias gêmeas de estrutura modificada à base de DDAC, associadas a um potente surfactante que amplia seu espectro de ação. Estas características garantem uma excelente eficácia frente aos principais vírus, bactérias e fungos que desafiam a avicultura moderna. O conceito de uso de desinfetante para desinfecção contínua em produção de aves é relativamente novo, sendo assim, há poucos trabalhos na literatura que tratam do assunto. Diante disto, se tornou necessário avaliar diversos aspectos para que o produto pudesse ser recomendado para aspersão em aves de produção, sendo o mais importante deles em questão, a segurança. Pesquisas com frangos de corte e poedeiras demonstraram que a utilização do produto na concentração de 1% não afetou negativamente parâmetros de produção como a taxa de crescimento, conversão alimentar e produção de ovos, comprovando desta forma a segurança e a não toxici-

dade na utilização do produto. Foi eficaz no controle da doença de Newcastle em frangos de corte e da Coriza infecciosa (Haemophilus paragallinarum) em poedeiras comerciais, impedindo o avanço da doença nos galpões e reduzindo significativamente a mortalidade dos lotes. Além disso, testes realizados in vitro com o Virukill garantiram a inativação dos principais patógenos encontrados hoje na avicultura como: Escherichia coli, Salmonella spp., Clostridium spp., Mycoplasma spp., Pasteurella multocida, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, vírus da infl uenza, vírus de gumboro, reovírus, adenovírus, vírus da bronquite infecciosa das galinhas, vírus da anemia infecciosa e vírus da laringotraqueíte infecciosa das galinhas. A recomendação de utilização em caráter preventivo consiste na aplicação do produto por aspersão na concentração de 1%, três a cinco vezes por semana no galpão.

Se houver alguma doença respiratória instalada, a sugestão é que o produto seja administrado também via água de bebida, na diluição de 1:10.000 L, impedindo desta forma, a disseminação da doença através dos bebedouros para as aves saudáveis. Este processo deve ser realizado em associação com antimicrobiano na água ou na ração, e só deve ser interrompido três dias após o final da medicação. Vale a pena ressaltar que devido ao fato de antibióticos não possuírem ação efetiva contra doenças virais, o programa de desinfecção contínua se torna um dos métodos mais efetivos para o seu controle como terapia de suporte. Considerando os resultados de aspersão e estudos realizados com o produto Virukill, na concentração de 1%, o uso do mesmo no método de desinfecção contínua foi eficiente em diminuir a carga viral e bacteriana do ambiente e auxiliar no controle das principais doenças respiratóA Revista do AviSite

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Informe Publicitário

Aspersão com nebulizadores em galpão de frangos de corte (Virukill 1%)

rias encontradas na avicultura comercial. A utilização do produto é altamente segura, podendo ser administrado na água de bebida ou por aspersão sobre as aves desde o primeiro dia de vida, garantindo melhor saúde animal sem acumular resíduos nos músculos, penas e ovos após secagem.

Método de aplicação No período mais fresco do dia, fechar as cortinas dos dois lados do galpão, ou apenas do lado que estiver na direção do vento, iniciar a nebulização ou aspersão de solução de água e desinfetante sobre os animais por um tempo mínimo de 10 minutos. Após o fim da nebulização, abrir as cortinas novamente tendo respeitado o tempo de 15 minutos de ação do produto no ar. A nebulização deve ser realizada com 5 mL de solução a 1% de Virukill por ave no galpão.

Cálculo para nebulização na avicultura • Ex: Galpão com 20.000 aves; • 5 mL por ave de calda do produto Virukill a 1% (1:100);

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• 5 mL x 20.000 aves = 100 litros de solução com 100mL de Virukill para aplicar por dia via aspersão no galpão;

Pulverização aérea Ajustar o lavador a jato ou bomba costal na regulagem de borrifação fina e aplicar a solução (calda) em todo o galpão na direção das aves.

Nebulização O manejo de nebulização consiste na utilização de bicos aéreos de alta pressão (nebulizadores) promovendo o fracionamento das gotas em partículas finas, que permanecem por mais tempo em suspensão no ambiente.

Referências 1 - BRAGG, R. R.; PLUMSTEAD, P. Continuous disinfection as a means to control infectious diseases in poultry. Evaluation of a continuous disinfection programme for broilers. Onderstepoort Journal of Veterinary Research, v. 70, n. 3, p. 219-229, 2003. 2 - BRAGG, R. R. Limitation of the spread and impact of infectious

coryza through the use of a continuous disinfection programme. Onderstepoort Journal Veterinary Research, v. 71, n. 1, p. 1-8, 2004. 3 - DERBISHIRE, J.B. Microbial disease and animal productivity. In: Microbes and Biological Produtivity. Cambridge: Cambridge University Press, p.125-147, 1971. 4 - DONALDSON, A.I. Factors infl uencing the dispersal, survival and deposition of airbone pathogens of farm animais. The Veterinary Bonen Survey, v. 48, n.2, p. 83-94, 1978. 5 - GREZZI G.G. Limpeza e desinfecção na avicultura. In: Conferência APINCO de Ciência e Tecnologia, 2007, Campinas, SP. Anais. p.161182, 2007. 6 - SOHIB, MA., DOSOKY, R.M. & ISMAIL, A. Decontamination of the air in broiler houses by some aerossol disinfectants. Assiut Veterinary Medical Journal, 23: p.142-150, 1991. 7 - WIEST, J.M. Desinfecção e desinfetantes. In: GUERREIRO, M.G. Bacteriologia Especial: com interesse em saúde animal e saúde pública. Porto Alegre, Sulina, Cap. 5, p.5165, 1984.


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Informe Técnico-Comercial

Agro Select prepara lançamento de novo niple da Impex no Brasil Fábrica na Holanda tem sistema robotizado para produção de bebedouros

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s sistemas de bebedouros niple da marca Impex são conhecidos mundialmente e sua rede de distribuidores está presente em mais de 90 países. No Brasil, a importadora e distribuidora oficial da marca é a Agro Select, situada em Artur Nogueira, interior de São Paulo.

Moldagem de niples plástico por injeção

Montagem de niples por robôs em fábrica da Impex

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Parte importante do crescimento do setor avícola é garantir a necessidade por água limpa das aves, que pode ser atendida através de um sistema automático de bebedouros, no qual a água flui por um sistema avançado de linhas. Estas linhas são equipadas com bebedouros niples automáticos, que permitem cada ave beber água na quantidade e frequência que ela desejar. A Impex é especializada em sistemas inovadores de bebedouros, que fornecem às aves a quantidade certa de água potável na medida do que elas necessitam. Ao fazer isso, a Impex está ajudando a tornar as operações do usuário final mais eficientes e otimizando a higiene nas granjas. Na fábrica Impex todos os componentes essenciais da ampla gama de sistemas de água para aves e suínos são produzidos, montados e testados por máquinas e robôs de última geração. Para a produção a Impex utiliza máquinas modernas com tecnologia CNC (Fast CAM-controlled), combinando flexibilidade, precisão, velocidade e confiabilidade. O diferencial é simples: Os robôs montam cada componente do bebedouro, produzindo niples completos, que são testados individualmente, verificando se não há vazamentos e assegurando a qualidade ideal e o fluxo de água. Além do controle individual dos bebedouros niples, os produtos são revisados com equipamentos de alta precisão através de várias análises de rugosidade, arredondamento, planicidade, quadratura e espessura.

Teste individual dos niples

Máquinas que são exemplo da tecnologia moderna Uma das técnicas utilizadas no processo de produção Impex é a moldagem por injeção de plástico. Os produtos de plástico da Impex devem satisfazer requisitos de qualidade individuais e, portanto, exigem suas próprias características específicas. Para tal, utilizam-se várias matérias-primas, tais como ASA, PP, Delrin® (POM), PCE e S-PVC, para que cada produto individual tenha as suas próprias características.


Bebedouros Niples I-Classic

Desde a sua criação em 1971, a Impex Barneveld BV passou de pioneira a fornecedora mundial de sistemas de bebedouros e acessórios para a criação de aves e suínos. Para manter e continuar esta posição de liderança e responder às necessidades do mercado - agora e no futuro - a Impex inova continuamente seus produtos e serviços, cuja qualidade, operação fácil e eficiência são aspectos fundamentais.

Bebedouros Niples I-Flex Um bom começo é muito importante para as aves de um dia. Os niples Impex Flex garantem água de fácil acesso por causa de seu pino de ação lateral de 360°. O fornecimento de água desses niples é suficiente em todas as fases de vida das aves, como resultado de sua fabricação de precisão. Todos os niples são feitos inteiramente de aço inoxidável de alta qualidade e alguns com um corpo exterior de Delrin (POM). Esses niples são especialmente adequados para frangos de corte, matrizes e poedeiras.

Niples I-Flex garantem água de fácil acesso por causa de seu pino de ação lateral de 360°

Bebedouro Niple I- Flex Bebedouro nipple

Os Niples Classic da Impex têm sua origem na primeira produção de bebedouros niples. Estes niples são especialmente desenvolvidos para as aves de aproximadamente 16 semanas de idade ou mais. Estes niples são fabricados com alta precisão para que o abastecimento de água seja suficiente, mas não excessivo. Os niples têm um pino com um movimento de 180°. Todos os nipples são feitos inteiramente de aço inoxidável de alta qualidade e alguns com um corpo exterior Delrin (POM). Estes niples são adequados especialmente para poedeiras e matrizes. A escolha final do niple depende do sistema da granja, das condições climáticas e do fornecimento de água durante o período de criação.

Niples Classic são fabricados com alta precisão para que o abastecimento de água seja suficiente, mas não excessivo

Bebedouro Niple I- Classic Bebedouro nipple

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Atenta às necessidades da avicultura brasileira, a Agro Select vai apresentar durante o SIAVS (29 a 31 de agosto, São Paulo, SP) um novo niple da Impex, sua parceira há mais de 10 anos. Aguarde novidades. Além da Impex, a Agro Select é importadora e distribuidora autorizada no Brasil das marcas Lyon (debicadores) e Salter (balanças). Para informações sobre a empresa acesse: www.agroselect.com.br

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Caderno Técnico-Comercial Manejo Sanitário da Cama de Frango

Controle de Cascudinho (Alphitobius diaperinus) Autor: Ourofino Saúde Animal

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Brasil se encontra como um dos maiores produtores de frango, apresentando no ano de 2016 uma produção de aproximadamente 13 milhões de toneladas. A avicultura é um dos setores agropecuários que mais tem crescido nas últimas décadas. Neste sentido, os frangos de corte são abatidos cada vez mais precocemente, sendo criados de maneira intensiva e submetidos a vários fatores de estresse como: vacinações, transporte, superlotação de galpões, excesso de frio e/ou calor, bem como a presença de insetos.

O atual sistema de criação e manejo das aves de corte favorece a proliferação do Alphitobius diaperinus, em aviários de frango de corte, principalmente pela constância da temperatura, pelo reaproveitamento da cama a cada troca de lote de aves e pela oferta abundante de alimento e abrigo. Por suas características comportamentais e hábitos biológicos que dificultam seu controle e o caracterizam como “transportador e disseminador” de patógenos, o cascudinho passou a ser considerado importante agente causador de prejuízos econômicos e sanitários na produção avícola.

Após a saída das aves no final do lote e retirada da cama, deve-se aplicar inseticida nas paredes, pilares, vigas, travessas e tesouras, além de muretas (por dentro e por fora) e beirais

Salmonella Thyphimurin (McAllister, 1994) BACTÉRIAS

Salmonella spp. (Paiva, 2000) Escherichia coli (McAllister, 1996) Bacillus spp. (Paiva, 2000) Streptococcus spp. (Paiva, 2000) Gumboro (Snedeker et al, 1967; Fenner et al, 1987)

VÍRUS

Leucose e Reovírus (Edison et al, 1996; De las Casas, 1973) Marek, Newcastle e Rotavírus (Paiva, 2000)

PROTOZOÁRIOS

HELMINTOS

FUNGOS

Eimeria spp. (Apuya, 1994) Histomonas meliagridis (Paiva, 2000) Choetaenio infundibulum e Raillietina cesticillus Hymenolepis carioca, H. cantiana, Heterakis gallinae (Paiva, 2000) Fusarium spp, Aspergillus spp, Candida spp. Micotoxinas

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Alphitobius diaperinus (cascudinho) Da ordem das Coleópteras e da família dos Tenebrionídeos, o artrópode Alphitobius diaperinus, popularmente conhecido como cascudinho ou besouro-da-cama, é um inseto de origem no leste africano. O cascudinho adulto pode ser reconhecido pelo seu corpo ovalado e tegumento escuro (quase negro) brilhante. Os ovos deste inseto possuem coloração branca leitosa de cório translucido e frágil que se aderem uns aos outros e ao substrato. Suas larvas são elateriformes, com corpo alongado e afilado, onde as de último instar tem coloração marrom. Já as pupas são do tipo exarata, coloração amarelo-pálida com pigmentação mais escura em algumas partes do corpo conforme o final da maturação se aproxi-


ma. Seu desenvolvimento passa por estágios de ovo, larva, pupa e adulto, onde as fêmeas neste último estágio procuram frestas e orifícios para realizarem a oviposição. Esta se realiza com a postura aproximada de 2.000 ovos e um período de incubação que varia entre 3 e 9 dias em temperaturas de 31ºC e 22°C, respectivamente. A fase larval passa por 8 a 11 estádios (ou instares), dependentes da temperatura ambiente, onde duram cerca de 18 dias à temperatura de 31°C e 70 dias sob temperatura de 22°C. A larva de último instar se enterra para empupar, após cessar sua alimentação. Com a mesma característica termo dependente de maturação, a pupa pode se desenvolver a adulto em quatro dias sob temperatura de 31°C ou 9,7 dias a 22°C. Devido à característica prolifera associada à restrita ação dos inseticidas em determinadas fases do ciclo de vida e além da ocorrência de resistência aos inseticidas. A indústria avícola vem enfrentando grandes desafios no controle das infestações. O controle dessa praga pode ser realizado com a utilização de armadilhas para captura dos insetos, revolver as camas evitando a umidade, fermenta-

Após a saída das aves no final do lote e retirada da cama, deve-se aplicar inseticida nas paredes, pilares, vigas, travessas e tesouras, além de muretas (por dentro e por fora) e beirais

Ciclo de vida cascudinho Fonte: (http://escola.britannica.com.br/assembly/188766/ Muitos-insetos-passam-por-um-processo-de-mudancas-fisicas-chamado) ção das camas após a saída das aves para morte dos insetos além da aplicação de produtos químicos inseticidas, que são comumente aplicados e tem em sua formulação compostos como piretróides e organofosforados. Para o controle químico do cascudinho, após a saída das aves no final do lote e retirada da cama, deve-se aplicar inseticida nas paredes, pilares, vigas, travessas e tesouras, além de muretas (por dentro e por fora) e beirais. Mesmo sem retirar a cama, deve-se abrir a cama sob os comedouros para possibilitar a pulverização do piso onde se encontram os insetos. Deve-se também abrir a cama ao redor dos pilares e muretas para pulverização do piso. Em formulações que tem a associação de um piretróide (cipermetrina), com um organofosforado (clorpirifós) e junto o butóxido de Piperonila, que é um sinergista tem uma eficácia de atuação contra o Alphitobius diaperinus. O butóxido de piperonila tem como sua principal função, potencializar os ingredientes ativos piretróides, reforçando e melhorando sua ação inseticida,

através da ação inibidora sobre o complexo enzimático do citocromo P450. Esta potencialização de forma efetiva vem contribuindo com bons resultados no controle das infestações. Os produtos devem ser administrados via pulverização ou atomização em instalações avícolas destinadas à produção de aves de corte e de postura, sem a presença das aves no momento da administração. A utilização do atomizador como meio de aplicação de produtos líquidos, se tornou muito prática, pois é de fácil manuseio, tem uma diminuição no tempo de aplicação e principalmente pela redução de água utilizada para aplicação do produto. Após a retirada das aves, o aviário deve ser submetido aos procedimentos usuais de limpeza e desinfecção e posteriormente à aplicação do produto. Cuidados em processos como vazio sanitário e biosseguridade são constantemente resultados e empregados para auxiliar o controle e a manutenção do “status” sanitário da indústria avícola brasileira. A Revista do AviSite

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Caderno Técnico-Comercial Manejo Sanitário da Cama de Frango

Importância da vacina viva para o controle das Salmoneloses em frangos de corte e poedeiras comerciais Autores: Eduardo C. Muniz – Gerente de Serviços Técnicos Aves Brasil – Zoetis

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filósofo grego Hipócrates é considerado o “pai da medicina”, pois dedicou grande parte do seu tempo para o diagnóstico e tratamento das doenças da época. Para o estudioso grego, todas as doenças tem seu início no intestino. Muitas das ideias defendidas por Hipócrates naquela época ainda são consideradas aplicáveis aos dias de hoje. Hipócrates já tinha consciência de que boa parte dos problemas de saúde do ser humano é decorrente do consumo de alimentos e água de má qualidade, assim como um bom estado de saúde e equilíbrio, depende de alimentos e água saudáveis. Atualmente, a cadeia agroindustrial encontra-se à frente deste desafio: produzir alimentos em quantidade suficiente para alimentar uma população crescente a preços competitivos de modo a garantir um produto sem risco à saúde do consumidor. Dentro deste contexto, a agroindústria cada vez mais implanta e consolida procedimentos que estejam alinhados com o “Food Safety” onde estão presentes tecnologias adequadas à produção evitando a contaminação do alimento. Aliado a isso, os padrões de qualidade do alimento produzido são estabelecidos por legislações que baseiam as ações de fiscalização por parte dos órgãos governamentais e são reflexo de um maior esclarecimento por parte da população. Isso estimula o desenvolvimento de “tecnologias limpas” que tem permitido significativa redução destes perigos a saúde do consumidor. Uma das tendências mais importantes no processo de segurança alimentar, dentro da indústria avícola, é o controle das Salmoneloses. Isso está dentro das maiores prioridades das empresas, pois a ocorrência de problemas pode por em risco a credibilidade das mesmas e pode causar grandes prejuízos financeiros em casos de contaminação uma vez que as salmonelas são potenciais causadoras de toxinfecções alimentares aos humanos. No primeiro semestre de 2017 houve um aumento significativo das notificações do sistema alerta rápido europeu (RASFF) ao produto avícola de origem brasileira. O sorovar mais prevalente identificado na carne de frango brasileira foi a Salmonella Heidelberg. O continente Europeu lidera a lista de compradores mais exigentes com relação ao controle dos parâmetros microbiológicos na carne de frango importada, sendo que os resultados da monitoria para Salmonella são publicados pela Autoridade Europeia em Segurança Alimentar (EFSA) por meio do sistema de alerta rápido em alimento

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Trabalhos científicos têm demonstrado que o uso das vacinas vivas, através de forte indução de proteção local com estímulo a imunidade de mucosa e maior amplitude de proteção cruzada, participam de maneira decisiva no controle das Salmoneloses (RASFF). Todo o controle e monitoramento estão baseados em legislações específicas que determinam medidas de proteção contra zoonoses em produtos de origem animal de modo a prevenir toxinfecções alimentares transmitidas pelos alimentos. Várias são as ferramentas utilizadas para controlar as Salmoneloses em aves, mas em especial nos últimos anos, tem se destacado a busca de um amplo e eficiente programa de vacinação desde as reprodutoras até as aves

comerciais de modo a evitar que este microrganismo se mantenha nos plantéis. A diversidade dos sorovares de Salmonella encontrados na natureza é considerado fator crítico na dificuldade do controle desta doença. Dessa forma, a composição inteligente entre vacinas vivas (replicantes) e mortas (não-replicantes) buscando a maior abrangência possível em relação aos principais sorovares presentes no ambiente é o caminho certo para a defesa das aves de produção comercial de corte ou de postura. No entanto, trabalhos científicos têm demonstrado que o uso das vacinas vivas, através de forte indução de proteção local com estímulo a imunidade de mucosa e maior amplitude de proteção cruzada, participam de maneira decisiva no controle das Salmoneloses. Altos níveis de IgA secretória no lúmen intestinal associado ao alto influxo de linfócitos citotóxicos no parênquima dos órgãos são uma combinação perfeita para proteção das salmonelas paratifoides que tem seu sítio principal o intestino das aves. Dessa forma, o uso da vacina viva (replicante) logo no início da vida das aves tem sido um grande reforço no moderno programa de vacinação contra as Salmonelas. Isso permite que a ave monte

Fonte: Everret et al., 2004 uma resposta imune precoce antes de ocorrer a exposição ao agente do ambiente. A atuação da vacina viva no lúmen intestinal, principalmente pela estímulo de produção de IgA é responsável por um fenômeno conhecido como imuno-exclusão da Salmonella onde a imunidade de mucosa seria responsável pelo bloqueio deste microrganismo. Além disso, em aves de vida longa, como as poedeiras comerciais, a vacina viva terá efeito como primer para as vacinas mortas e terá atuação parcial em outros sorovares por proteção cruzada. Contudo, a escolha do produto para compor o programa de vacinação dependerá da correta análise do desafio local e principalmente de requisitos básicos em relação a um adequado programa de vacinação contra as Salmoneloses. O controle das Salmoneloses continuará sendo um desafio para os profissionais que trabalham na Avicultura, principalmente em função da crescente exigência do mercado por um alimento seguro. Além disso, a complexa epidemiologia da Salmonella nos obriga a pensar nesta doença de forma ampla onde o agente etiológico, o hospedeiro e o ambiente estão em contínua interação. Certamente o programa de vacinação correto e adequadamente desenhado é um dos pontos críticos para a busca do controle da Salmonella dentro de um programa integrado que busque a produção de animais saudáveis com ganho no desempenho e levando a oferta de produtos de origem animal com maior segurança ao consumidor final. A Revista do AviSite

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Informe Publicitário

Alimentação pós-eclosão feita de forma fácil e prática Autora: Emmy Koeleman Tradução e adaptação - Pas Reform do Brasil

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objetivo de uma janela de nascimento mais curta com a menor variação possível, segue sendo prioridade na incubação de estágio único. Uma janela não ideal pode fazer com que vários pintinhos tenham que esperar um longo período antes de terem acesso ao alimento e à água. Existe uma crescente demanda de soluções práticas que ofereçam a liberdade de acesso ao alimento e água imediatamente após a eclosão, para promover o bem-estar dos pintinhos de 1 dia em situações com larga janela de nascimento. Contudo o ambiente quente dos nascedouros, associado com sistemas de umidificação, são propensos a contaminação e a proliferação de bactérias. Uma ideia nova e

inovadora, desenvolvida por um consórcio de 3 empresas, gerou a criação de um conceito prático e inteligente, que bloquiea a água no interior de um alimento semi úmido. É uma solução facilmente aplicável sem a necessidade de modificação dos nascedouros já existentes, para oferecer aos pintinhos mais precoces um perfeito começo. A incubação é uma arte e a Pas Reform, empresa fornecedora holandesa de soluções integradas para incubatórios, tem aperfeiçoado esta habilidade nas últimas dez décadas. Entretanto, a incubação de pintinhos implica em mais do que ter os corretos equipamentos de incubação e as ideais condições climáticas de ótima janela de nascimento. O conceito de alimentação pós-

-eclosão tem atraído a indústria avícola ao redor do mundo, já que as organizações de bem-estar animal em algumas áreas do planeta, têm exigido que os pintinhos (e também as aves nas granjas em geral) tenham acesso ao alimento e à água logo após o nascimento. Uma prática comum é oferecer o alimento e a água assim que as aves chegam nas granjas. A alimentação (gel ou ração semi-úmida) durante o transporte é típica para transporte de lotes de matrizes e avós, porque eles frequentemente permanecem viajando por longas distâncias. “Antes das aves serem transportadas, o acesso ao alimento e à água pode ser solicitado não somente por uma questão de bem-estar animal, mas tam-

Uma pareceria única entre empresas especialistas em incubação, em biotecnologia e premixes, tem gerado uma mudança no conceito de “early feeding” – O deselvolvimento do SmartStart™

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A Revista do AviSite


O já existente produto “After Egg Food” da Twilmij, foi tornado compatível para a aplicação nas condições do ambiente de incubação, através da utilização de um gel especial que impede a evaporação da água bém porque alguns clientes estão aderindo a essa prática por entenderem que ela é benéfica para o desenvolvimento da ave no campo. Um crescente grupo de pesquisadores indicam que a alimentação pós-eclosão realmente pode fornecer um melhor arranque para o desenvolvimento dos pintinhos de 1 dia”, explica Gerd de Lange, especialista sênior em avicultura da Pas Reform.

Parceria frutífera O interesse da Pas Reform em aprofundar-se na alimentação pós-eclosão vem do desejo de oferecer aos seus clientes completas soluções para incubatórios. As plantas de incubação constantemente se esforçam para reduzir a janela de nascimento que normalmente fica entre 12-24 horas. Manter a menor largura possível na janela de nascimento é essencial para conseguir obter lotes uniformes de pintinhos de 1 dia. No entanto, mesmo pequenas variações no controle climático do incubatório, combinadas com o fato de que os ovos incubáveis são frequentemente obtidos de diferentes origens (linha-

gem, idade do lote, tempo de estocagem), e que, portanto, necessitam de diferentes tempos de incubação, podem resultar em janelas de nascimentos mais longas do que outras. Quando a janela de nascimento é prolongada, os pintinhos que nasceram mais cedo têm que esperar um maior período nas bandejas de nascimento antes de serem transportados e finalmente ganhar acesso ao alimento e à água. “Existem evidências que sugerem que o acesso imediato após a eclosão ao alimento e água é melhor para as aves, e promove melhorias no bem-estar dos pintinhos de 1 dia em situações de janela de nascimento mais longas”, explica Bouke Hamminga, diretor Internacional de Vendas e Desenvolvimento de Negócios da Pas Reform. “Nosso foco é fornecer aos nossos clientes uma gama completa de soluções fáceis e práticas, durante todo o processo de produção - sendo assim, é lógico que estamos muito interessados em desenvolver soluções efetivas para os clientes que desejam utilizar a alimentação pós-eclosão.

“Este desejo levou-nos a buscar os profissionais mais experientes, para iniciar novas parcerias com duas inovadoras empresas holandesas, a start-up de biotecnologia In Ovo e a especialista em premixes Twilmij”.

Alimento e água combinados Todas as 3 empresas envolvidas neste novo projeto concordaram que a abordagem deve ser desenvolver uma solução fácil e prática, que permita que os pintinhos acessem livremente o alimento e a água tão logo seja possível dentro do nascedouro. “Alguns sistemas de alimentação pós-eclosão já estão sendo utilizados pela indústria, mas eles frequentemente exigem um grande investimento e intensivas adaptações aos atuais sistemas de incubação em uso. “Nós queríamos focar no desenvolvimento de um alimento pós-eclosão que pudesse ser utilizado nas bandejas de nascimento, que é o sistema utilizado com maior frequência ao redor do mundo”, explica Wouter Bruins, co-fundador da In Ovo. A Twilmij tem A Revista do AviSite

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Informe Publicitário

De uma forma natural, o SmartStart™ utiliza o NADES para reter a água como uma ração semi-úmida, como uma solução para viabilizar a alimentação pós-eclosão de uma forma prática e descomplicada

muita experiência com sua própria fórmula de ração já existente, a After Egg Food, que é usada durante o transporte de pintinhos de 1 dia. Marien van den Brink, gerente de P&D e nutricionista da Twilmij explica: “Após formar essa equipe, decidimos investigar possíveis novos produtos, ou como tornar a nossa ração After Egg Food compatível com o uso em um incubatório. A nossa ração é esfarelada semi-úmida e colorida de vermelho, com um conteúdo de água de 30%, e que também contém ingredientes de alta qualidade”. “Contudo a água evapora nos ambientes mais quentes (37°) de um incubatório, especialmente quando combinada em condições de alto fluxo de ar, então a nossa questão era ter de encontrar um método para reter a água no produto enquanto ele permanece exposto no ambiente do nascedouro. Desta forma, uma fonte de água líquida, como as que são atualmente fornecidas em sistemas alternativos de alimentação pós-eclosão, não seria necessária. Como a água nos incubatórios é propensa à contaminação e proliferação de bactérias, ela se torna um risco extra para os pintinhos recém eclodidos”. Bruins: “Na busca para encontrar soluções para fornecer água e alimento

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como um produto combinado, nos deparamos com o trabalho de alguns cientistas bioquímicos da Universidade de Leiden, na mesma cidade onde a In Ovo está sediada”. O Dr. Choi e sua equipe estão trabalhando em solventes eutéticos profundos (chamados de NADES), que são ingredientes da natureza, frequentemente encontrados em plantas do deserto. Eles descobriram que uma determinada combinação de ingredientes sólidos misturados resultam em uma formulação líquida. E mais importante, esta mistura permanece líquida e pode reter água, de tal forma que ela quase não evapora. “Isto é realmente ótimo”, explica Wouters Bruins, “como vimos uma clara ligação entre esta descoberta e a alimentação pós-eclosão, nós percebemos uma oportunidade de encontrar uma mistura NADES que pudesse ser utilizada na ração animal – algo que nunca havia sido feito antes – e com possibilidade de ser adicionado ao After Egg Food da Twilmij, com objetivo de reter o seu alto teor de água”.

SmartStart™ como resultado NADES vem em todas as formas e tamanhos e o desafio estava em encon-

trar uma combinação ideal que fosse aplicável na ração e segura para o seu uso. Bruins da In Ovo explica: “A nossa pesquisa resultou em um NADES feito de um açúcar misturado com pequenas quantidades de vitaminas e água. É seguro para usar nesta aplicação e testes mostram que a água foi mantida por pelo menos três dias dentro de nascedouros. A adição deste NADES ao After Egg Food criou um novo produto único, o qual recebeu o nome de SmartStart™. “O SmartStart™ pode ser colocado nas bandejas de eclosão durante a transferência dos ovos, sem a preocupação de que o alimento irá secar. Em outras palavras, é uma abordagem muito prática e nada complicada”, disse De Lange da Pas Reform. Ao mesmo tempo, os ingredientes do NADES são excelentes nutrientes para os pintinhos, além dos ingredientes presentes na ração After Egg Food da Twilmij. “O objetivo do SmartStart™ é viabilizar a alimentação pós-eclosão com relativa conveniência, flexibilidade, com pouco trabalho extra, podendo ser utilizado nos nascedouros já existentes nos incubatórios. É apropriado para o uso em ambientes de incubação modular (onde o incubatório pode fornecer a ração


em um, dois ou todos nascedouros) com um mínimo de instalação e investimento necessários para começar a utilizá-lo”, acrescenta Hamminga.

O princípio de bloqueio da água vem das plantas do deserto Como é possível que sementes de plantas no deserto iniciem a sua germinação após um longo período de terem sido enterradas em areia quente e seca? A resposta encontra-se nos componentes naturais, também conhecidos como Natural Deep Eutetic Solventes (NADES) – Solventes Naturais Eutéticos Profundos – que podem bloquear a água interna de forma que ela não evapore. Não é nem lipídeo nem água. O NADES é formado quando dois ou mais sólidos são misturados de tal forma que posteriormente se tornam líquidos na mistura. O NADES é natural, comestível e, em certas combinações, estável em relação à vaporização da água. Esta maravilha da natureza foi apresentada ao mundo da bioquímica e tem sido estudada pela equipe de pesquisas em Leiden, na Holanda, liderada pelo Professor Dr. Rob Verpoorte e Dr. Young Hae Choi. A capacidade de se ter sólidos em estado líquido é um achado interessante e nos faz pensar em uma variada e vasta gama de aplicações onde isto pode ser aplicado. Na busca por encontrar uma forma de fornecer água em condições quentes com alta velocidade de ar (dentro do nascedouro), o NADES surgiu como uma das soluções para superar a evaporação na ração pós-eclosão. Com o espessamento do solvente é criado um NADES em forma de gel, que tem a capacidade ainda melhor de reter a água. A adição deste gel ao produto já existente da Twilmij, tornou possível a utilização da ração no incubatório.

Parte da abordagem holística Esta parceria está animada pois a sua cooperação conduziu uma prova de conceito. O desenvolvimento do SmartStart™ está sendo visto como uma verdadeira mudança no jogo, como parte de uma abordagem holística que otimizará ainda mais as condições do incubatório e melhorará os resulta-

dos técnicos das aves, respeitando também as exigências do consumidor e atendendo a demanda de conceito de alimentação pós-eclosão. E este é apenas o começo. “Nós temos uma prova de conceito. Sabemos que as aves consomem a ração SmartStart™ e sabemos que ela funciona na prática no incubatório. Agora iremos otimizar a solução, melhorando o processo de automação para distribuição do alimento”, explicou De Lange. Van den Brink e Bruins acrescentam novas pesquisas e experiências práticas vindas do campo e que serão usadas para se obter mais ideias sobre o uso da ração pós-eclosão, já que algumas perguntas somente poderão ser respondidas quando aprendermos com a prática. “Nós agora utilizamos um produto com no mínimo 30% de água após três dias no nascedouro, o mesmo percentual que é atualmente utilizado na ração After Egg, e que tem provado ser suficiente. Para alguns incubatórios, pode ser adequado que todos os pintos eclodidos tenham acesso ao produto, para atender às exigências de bem-estar animal do mercado e consumidores. Já para outros incubatórios, pode ser benéfico garantir que todos os pintinhos tenham acesso ao alimento e à água antes de deixarem o incubatório. Talvez então faça sentido deixar os pintinhos por um período mais longo nas bandejas de eclosão, para que assim todos eles possam comer algumas gramas extra de ração. Todas essas questões mostram que a alimentação pós-eclosão ainda está em seus primeiros passos. Precisamos de mais dados para fornecer respostas satisfatórias - e o SmartStart ™ é certamente muito promissor para começar a responder “, explica Bruins.

Não esqueça da iluminação “Ao mesmo tempo, sabemos que a iluminação influencia o comportamento alimentar dos animais, então nós também estamos pesquisando mais sobre essa questão como parte do conceito do SmartStart™, explica De Lange. A iluminação torna mais fácil para os pintinhos a exploração do seu ambiente, e assim a localização do alimento. A intensidade da luz, cor, pro-

grama (dia/noite), tipo de lâmpada (LED, halogênio, etc.) e frequência da luz também fazem parte deste contexto. “Uma ave enxerga um diferente número de imagens por segundo do que nós. Enquanto nós enxergamos uma luz contínua em uma única frequência, para as aves a imagem parece cintilar. Isso não é problema quando aplicamos luz de LED. Testamos diversas variações de iluminação e constatamos que dois aspectos são chaves: a iluminação deve ser fácil de ser implementada nos nascedouros já existentes, e ser suficiente para todas as bandejas de nascimento, a fim de tornar a alimentação visível para os pintinhos recém eclodidos”, acrescentou De Lange.

Pronto para mais testes a campo A Pas Reform permanece focada no contínuo desenvolvimento da incubação modular de estágio único, sabendo que ela permite uma consequente redução da janela de nascimento. “Mas nós reconhecemos a relevância de estender as opções para nossos clientes, com um produto como o SmartStart™”, explica Hamminga. Os primeiros passos já foram dados e os primeiros resultados confirmam que o SmartStart™ funciona. “Esta é a nossa versão 1.0, e com forte prova conceitual, estamos prontos para melhorar ainda mais esta solução de alimentação pós-eclosão. “Uma coisa está clara como cristal. Ninguém quer ou precisa investir pesado em equipamentos para atingir esse objetivo. Os clientes estão buscando soluções práticas, fáceis e flexíveis que possam ser adaptadas nos seus atuais sistemas de incubação: uma solução efetiva que possa ajudar os incubatórios de todo o mundo a otimizar os seus processos de incubação e proporcionar a produção de um maior número de pintos uniformes e saudáveis”, conclui Hamminga. O SmartStart™ está patenteado e foi desenvolvido pela Pas Reform em parceria com a Universidade de Leiden, In Ovo e Twilmij. O seu lançamento no mercado está programado para ocorrer ao longo de 2017. O registro junto ao MAPA no Brasil já está em fase de preparação. A Revista do AviSite

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Prêmio Lamas

Avaliação de bem-estar em frangos de corte utilizando o método latency to lie Autores: Ianê Correia de Lima Almeida1, Ibiara Correia de Lima Almeida Paz1, Grace Alessandra Araújo Baldo1. (1) Fac. Med. Vet. Zootecnia da UNESP (FMVZ/ UNESP), Botucatu – SP, Brasil.

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bem-estar animal é um tema sistêmico, transversal a muitas áreas do conhecimento e, na atualidade, é caracterizado como uma das principais demandas do consumidor, cada vez mais consciente e exigente. Portanto, esta pode ser uma importante ferramenta para a agregação de valor ao produto final quando bem amparada em fundamentações científicas. Segundo Mendes et al. (2012) o bem-estar animal se tornou marketing para a conquista de novos mercados consumidores pela indústria alimentar. No entanto, deve-se compreender que a principal vantagem, do ponto de vista da cadeia produtiva, é que animais saudáveis, bem nutridos e em condições de expressar seu compor-

tamento sem nenhuma limitação, o que compreende também a facilidade de locomover-se, serão animais mais produtivos. Em conclusão, melhorias no bem-estar animal promoverão incrementos de produtividade à partir de aumentos no ganho de peso, melhora na homogeneidade dos lotes e diminuição das perdas em granjas e abatedouros, tornando este sistema de produção ainda mais sustentável. Contudo, quando pensa-se em melhorias do bem-estar na produção de frangos de corte um dos maiores entraves é a habilidade locomotora das aves. É reconhecido que a alta produtividade destes animais, quando comparadas à outras espécies, deveu-se, principalmente, às pesquisas em melhoramento

genético, nutrição e manejo e, levaram ao rápido crescimento do frango de corte. Mas, este alto potencial para rápido crescimento pode afetar a composição mineral dos ossos e cartilagens, favorecendo o aparecimento de alterações locomotoras (GONZALES & MACARI, 2000; BERNARDI, 2011). Com isso, os problemas de qualidade óssea, independentemente da causa, podem limitar a mobilidade das aves, reduzindo a produtividade e o bem-estar, isto porque, estas aves têm dificuldade de acessar comedouros e bebedouros, e podem ser pisoteadas. Sendo assim, o uso de métodos que estimem o conforto de frangos de corte à partir de sua habilidade locomotora torna-se cada vez mais necessário

Bem estar em foco com método para avaliação de problemas locomotores “Este estudo faz parte de um projeto maior, que inclui minha tese de doutoramento. No entanto, esta é uma linha de pesquisa que é estudada há muitos anos pela equipe da qual faço parte”. A explicação é de Ianê Correria de Lima. Ela conta também que o que a levou a pesquisar o tema foi o alto índice de problemas locomotores encontrados em aviários comerciais, que diminuem o bem-estar e a produtividade e aumentam as condenações de carcaças em abatedouros. “Esta linha de pesquisa é muito importante e deve ser estudada continuamente, principalmente devido às constantes mudanças nos padrões de produção e às crescentes exigências do mercado consumidor”, completa a autora. Atestado pela comissão que a entregou o primeiro lugar na categoria outras áreas do Prêmio Lamas 2017, o método mostrou-se viável para utilização em aviários comercias, podendo também ser aplicado às casas genéticas. Isto porque trata-se de uma avaliação de bem-estar animal, com medidas objetivas de tempo, precisas e rápidas. Ianê recebe da Professora Irenilza Nääs o Prêmio Lamas 2017

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O método mais utilizado pela indústria avícola para avaliar o bem-estar das aves, à partir de alterações locomotoras, é o gait score, este é um método subjetivo de análise da forma de caminhar frangos e avalia o bem-estar por meio de claudicação, sua vantagem é poder ser utilizado ainda no aviário (KESTIN et al, 1992; ALMEIDA PAZ et al, 2010; FERNANDES et al, 2012), além de permitir a avaliação não-invasiva de um grande número de aves em um curto espaço de tempo (MENDES et al., 2012). No entanto, este método, além de subjetivo é também impreciso. E por ser individual, pode apresentar variações entre observadores requerendo cuidado especial principalmente nas medidas intermediárias, uma vez que, tanto o frango normal, como aquele que não consegue andar (extremos) são de fácil detecção (NÄÄS, 2008; ALMEIDA PAZ et al., 2010). Compreendendo isso, alguns autores procuraram outros métodos para avaliar o bem-estar das aves através da

integridade de suas pernas, como o latency to lie. Neste método registra-se o tempo levado por cada ave para sentar-se em local inundado com água, considerando que as aves com pernas mais saudáveis levarão o maior tempo para sentar-se, evitando o contato com a água, uma vez que o contato corporal com a água é uma novidade e uma experiência aversiva para frangos (WEEKS et al., 2000). No entanto, mesmo que este tipo de avaliação demonstre bons resultados, acabou tornando-se inviável para utilização em aviários comerciais, por dispender muito tempo e espaço físico. Sabe-se, também, que o contato visual estabelecido pelas aves neste tipo de metodologia, poderia influenciar seu comportamento natural e acabar distorcendo os resultados, já que na primeira versão do teste, as aves eram alocadas em boxes inundados com água e avaliadas simultaneamente (BERG & SANOTRA, 2003). A partir disso, Berg e Sanotra (2003), modificaram a versão inicial do teste, realizando as avaliações

Figura 1. Vista interna do aviário de corte experimental em baldes individuais, o que impossibilitava o contato visual, contudo o tempo gasto para a realização da avaliação também é maior e havia a possibilidade da ave se apoiar nas extremidades interferindo no resultado. Portanto, o objetivo deste estudo foi correlacionar as metodologias de ava-

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Prêmio Lamas

liação de bem-estar latency to lie e gait score. E também avaliar a viabilidade de utilização desta versão do latency to lie, por validação com resultados de gait score.

Material e Métodos O estudo foi realizado nas dependências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – FMVZ, no aviário de corte da Área de Ensino, Pesquisa e Extensão em Avicultura de Corte (Figuras 1). Para realização do mesmo foram adquiridas 400 aves da linhagem Ross® 308 com 30 dias de idade de um aviário comercial e submetidas a um período de cinco dias de adaptação as instalações experimentais. O gait score foi avaliado em 100% das aves quando as mesmas atingiram 2.8 kg (±140 g), aproximadamente aos 39 dias de criação. Este teste foi realizado por avaliadores treinados e foi baseado na atribuição de escores da maneira como as aves caminharam, à partir de estímulos, em trajeto de um metro linear delimitado dentro dos boxes. Estes escores foram entre 0 e 5, sendo 0 - ave que caminhou normalmente e deu no mínimo dez passos ininterruptos, 1 -

ave que caminhou rapidamente e com raras claudicações, 2 – ave que caminhou rapidamente, mas com alguma dificuldade, dando até 6 a 8 passos em 1 m, 3 – ave que caminhou com severas claudicações em 1 m linear, 4 – ave que caminhou lentamente e quando estimulada usou as asas para se apoiar e 5 ave que não caminhou (KESTIN et al., 1992). Após a avaliação de gait score as aves foram identificadas em cada escore e, então realizou-se o teste latency to lie, que avaliou o tempo gasto pela ave para sentar-se quando exposta a uma situação desconfortável e incomum à sua criação (Figura 1). Para isto, foram adicionados 3 cm de água à temperatura ambiente em uma caixa plástica, onde as aves foram alocadas. Um cronômetro digital foi utilizado para registrar o tempo que a ave levou até a primeira tentativa de sentar-se, interrompendo-se o teste após 600 segundos. Os dados foram analisados utilizando-se o programa estatístico SAS 9.2, correlacionados pelo teste de Spearman ao nível de 5% de significância.

Resultados e Discussão Os gait scores 0 e 1 apresentaram

maior frequência entre as aves avaliadas, 67.89 e 23.61% (Tabela 1), respectivamente, o que acorda com o preconizado pelas diferentes normas de bem-estar. No entanto, ainda que existam altas porcentagens de animais caminhando normalmente nos aviários estes podem apresentar elevados índices de doenças do sistema locomotor (ALMEIDA PAZ, et al., 2010). O gait score está relacionado a capacidade de ganho de peso das aves (ALVES et al., 2016). Neste estudo, estabeleceu-se que as avaliações de gait score iniciar-se-iam com um mesmo peso corporal para todas as aves e não se fixou a idade. Conforme esperado, as aves com escores menores para habilidade de caminhar (0 e 1), ou seja, aquelas que caminharam com mais facilidade, permaneceram mais tempo em pé (Figura 1), evitando o contato com a água (Tabela 2) atestando sua habilidade locomotora e, desta forma validando os dados de gait score. As aves com escore 5 não foram submetidas ao teste latency to lie, pois não eram capazes de manterem-se em pé (Figura 2). Foi observada média correlação (-0.6408, p< 0,0001) entre os dois métodos de avaliação de bem-estar.

Conclusão Os resultados da versão adaptada do teste latency to lie foram validados pelos resultados do gait score e a substituição do gait score pelo latency to lie mostrou-se bastante viável para utilização em aviários comercias e casas genéticas. Desta forma, será possível realizar avaliações de bem-estar animal, com medidas objetivas de tempo, melhorando a precisão e a rapidez desta avaliação, uma vez que pode-se observar que as aves ficavam em média 368 segundos em pé, mesmo as mais saudáveis, portanto, pode-se diminuir o tempo de avaliação para 370 segundos, ou seja, uma economia de 40% do tempo dispendido para a avaliação.

Agradecimento Figura 1. Avaliação de latency to lie. Ave saudável e que permaneceu em pé por mais 370 segundos

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Figura 2. Avaliação de latency to lie. Ave com grave problema locomotor e quando colocada na água permaneceu sentada

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP. (Processo Nº 2016/04613-5). As referências bibliográficas estão disponíveis mediante consulta.


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Informe Técnico-Comercial

Os Dez Princípios da Interpretação Sorológica

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3ª parte – Investigando cepas do patógeno, variantes ou sorotipos de circulação local ara apoiar produtores e veterinários, a IDEXX publica a série “Os Dez Princípios da Interpretação Sorológica”. A cada edição, importantes orientações sobre as variáveis que impactam no sucesso dos programas de monitoramento da sanidade, concebidos a partir da experiência dos técnicos e cientistas da IDEXX em mais de trinta anos de atuação na vanguarda da sanidade avícola.

PRINCÍPIO 6

Evite o risco de avaliações de um único ponto Em situações de diagnóstico clínico, o teste sorológico pareado é de fundamental importância. Soro pareado significa o teste de amostras sorológicas colhidas nos períodos agudo e convalescente da doença. Muitos profissionais de sanidade avícola têm dificuldades de aceitar este conceito por acharem que, ao se aguardar a coleta de uma segunda amostragem no período convalescente, nada poderia ser feito com relação ao lote afetado. Nos sistemas atuais de produção em massa é fundamental analisar tendências específicas da empresa, visando estabelecer ações corretivas aplicáveis ao todo e não a lotes individuais. Amostras agudas e convalescentes requerem testes imediatos de anticorpos após a identificação dos primeiros sinais clínicos e após duas a três semanas para se permitir identificar a soroconversão com relação a algum agente específico. Muitas vezes, não é possível manter as aves durante esse período antes de sua entrada no mercado e, por isso, recomendamos que algumas aves permaneçam em isolamento por alguns dias antes de se obter novas amostras.

PRINCÍPIO 7

Estar em conformidade com as normas oficiais estaduais e federais Todas as metodologias de monitoramento de doenças exigidas pelos órgãos e agências oficiais devem ser aplicadas. Muitas empresas aviárias contam com um protocolo interno de testes com vistas à manutenção da salubridade, além de um programa de testes adicionais para cumprir as normas locais e requisitos de exportação de outros países.

PRINCÍPIO 8

Considere as cepas do patógeno, variantes ou sorotipos de circulação local É um erro determinar se uma específica faixa de anticorpos protege ou não tomando-se exclusivamente por base o perfil ou nível do título, sem levar em consideração os tipos de cepas, variantes ou sorotipos patogênicos circulantes na região. O teste ELISA é, via de regra, um teste quantitativo, no sentido de que não se pode diferenciar anticorpos específicos contra determinada cepa, sorotipo ou variante. Eis alguns exemplos típicos: • título de 3.000 pode proteger contra uma cepa Lukert do Gumboro, porém, talvez não proteja contra uma cepa DelE do Gumboro. • título de 2.000 para Bronquite pode representar exposição de campo em determinadas empresas enquanto que, para outras, pode ser uma resposta normal esperada. • título de 1.200 para REO pode ser interpretado como exposição de campo em algumas situações, enquanto que, para frango de corte, pode ser normal. Isso ilustra claramente a importância de se identificar os desafios e as tendências locais das doenças, o desempenho da vacina, o desempenho do grupo de vacinação, etc – todos dependentes dos procedimentos internos de uma empresa, em vez de desafios encontrados em partes distantes do mundo.

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Prêmio Lamas

Pegada de carbono da produção de frangos de corte* Autores: Nilsa Duarte da Silva Lima1*, Irenilza de Alencar Nääs1, Rodrigo Garófallo Garcia2 (1) Faculdade de Engenharia Agrícola – UNICAMP, Campinas-SP, Brasil. (2) Faculdade de Ciências Agrárias – UFGD, Dourados-MS, Brasil. *Parte da Tese de Doutorado em Engenharia Agrícola – nilsa.lima@feagri.unicamp.br

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produção intensiva de frangos de corte é uma atividade econômica significativa quando se considera o aumento da produção e o numero de aves abatidas. No entanto, a cadeia avícola precisa se ajustar as perspectivas de baixa emissão de carbono. Neste contexto, falta informação sobre o carbono equivalente emitido na cadeia de abastecimento da produção de frangos de corte em determinadas condições de criação (1, 2). A avaliação dos potenciais impactos dos gases no ambiente e no processo de produção torna-se essencial para a compreensão das consequências ambientais. Essa avaliação pode ser realizada por meio de monitoramento que auxiliam na avaliação da gestão de riscos e podem minimizar seus efeitos no ambiente circundante (2, 3). O objetivo deste estudo foi estimar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em carbono equivalente (toneladas de CO2-eq / ano) de frangos de corte do sistema intensivo.

Material e Métodos Os dados para avaliação da pegada de carbono foram registrados em uma granja com cinco aviários similares de sistema dark house. Os aviários do sistema dark house possuíam dimensões de 15 m de largura, 150 m de comprimento e 3,8 de altura e uma área de 2.250 m2, equipados com 12 exaustores com fluxo de ar de 580 m3 s-1, inlets, sistema de nebulização de alta pressão e paredes internas pintadas de preto, aquecimento automático, sistema de iluminação com lâmpadas fluorescentes. O período considerado como um lote compreendeu os 42 dias de crescimento das aves mais 15 dias de vazio sanitário dos galpões, totalizando 60 dias cada lote e 6 lotes por ano, para avaliar a pegada de carbono. A densidade de criação foi de 14 aves por m2. Os dados registrados (inputs) incluem: consumo de energia elétrica utilizada durante o processo de criação (equipamentos, iluminação, sistema de distribuição de ração e água, sistema de resfriamento e aquecimento), dimen-

Figura 1. Ferramenta de gestão de desempenho ambiental

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sões de cada aviário e área da granja, todo material utilizado na construção dos aviários, número de aves alojadas por lote, manejo de resíduos (cama e aves mortas), número de lotes em um ano e a ração (milho, soja, aditivos nutricionais e medicamentos), água, medicamentos fornecidos aos frangos nesse período e uso de combustível envolvido no processo. As emissões em carbono equivalente (outputs) foram calculadas com base na fonte de emissões e considerando todo o processo de produção de frangos de corte e o tipo de emissão. Foram classificados em dois tipos de emissões, de origem mecânica e não-mecânica. As emissões mecânicas são aquelas que resultam do uso de combustíveis fósseis, energia elétrica, máquinas móveis e estacionárias. As emissões da eletricidade são consideradas como emissão indireta, uma vez que não ocorrem dentro dos aviários, mas são resultados da atividade de produção. Para a emissão não-mecânica foi considerado o manejo de resíduos.


Para manter a avicultura competitiva também do ponto de vista ambiental A ideia de pesquisar este tema surgiu a partir do mestrado de Nilza Duarte Lima, com o início de um projeto para estimar a emissão de amônia na produção de frangos de corte. Depois disso, continuando nessa linha de pesquisa sobre o impacto ambiental da produção de frango, em sua tese de doutorado (Doutorado em Engenharia Agrícola – UNICAMP), que durou em torno de 2 anos para de concretizar, ela avaliou a pegada de carbono do processo produtivo com o objetivo de estimar a emissão de carbono equivalente. Com estes resultados e a partir da análise do ciclo de vida e contabilidade ambiental, Nilza e sua equipe confeccionaram um relatório (inventário dos gases de efeito estufa emitidos pela avicultura) para servir de apoio na elaboração de estratégias de mitigação desses gases e assim reduzir ainda mais a emissão de dióxido de carbono na atmosfera assim garantir que a avicultura continue competitiva também pelo ponto de vista ambiental. A autora conta que pretende continuar pesquisando este tema. “Ainda há muito que fazer. Este projeto possui várias outras linhas de pesquisa que estão sendo desenvolvidas concomitantemente”, conclui. Tanta dedicação garantiu a Nilsa o primeiro lugar na categoria produção do Prêmio Lamas 2017, apresentado durante a Conferência Facta.

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Prêmio Lamas Tabela 1. Emissões das fontes mecânica e não-mecânica para produção intensiva de frangos em toneladas de CO2-equivalente/ano

Tabela 2. Emissões da produção de frangos de corte de sistema intensivo

As emissões de GEE foram avaliadas usando planilhas do Instituto Mundial de Recursos (4) com fatores de emissão baseados na região e na categoria de produção (carne de frango). Os fatores de emissão e bases de dados das emissões foram utilizados segundo as Diretrizes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa (IPCC, 2006 e GWP-AR5). O sistema de produção de frangos de corte envolve vários processos que incluem recursos renováveis, não renováveis e materiais e serviços. As emissões são diluídas por natureza através de serviços renováveis, mas para isto é preciso considerar uma ferramenta de gestão ambiental (Figura 1).

Resultados e Discussão As emissões mecânicas foram de 97% das emissões totais que foram de 795 toneladas de CO2-eq/ano. As emissões anuais totais de fontes mecânicas foram de 740 toneladas de CO2-eq/ano para a produção de frangos, considerando que este valor deriva do uso de eletricidade que apresentou emissões de 21 toneladas de CO2-eq/ano. As emissões anuais de ma-

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nejo de resíduos (não-mecânica) apresentaram 55 toneladas de CO2-eq/ano (Tabela1). As emissões mais intensas são na forma de uso de energia, principalmente no uso de gás para aquecimento da fase inicial ao crescimento, incineração de aves mortas, diesel usado nos geradores de energia elétrica e manejo de resíduos, energia nos equipamentos em geral (sistemas automáticos das instalações) (5). A produção de ração para as aves representou cerca de 75% das emissões, de modo que o tipo e a origem das matérias-primas para a produção de ração explicam as emissões dentro desse sistema por depender de outros sistemas produtores ou envolvem outras cadeias de produção agrícola, como milho e soja, pois o usa da terra, energia (combustível e eletricidade) e insumos agrícolas contribuem para maiores emissões. As emissões totais para a produção de carne de frango foram 0,842 kg de CO2-eq por ave/ano e 0,337 kg de CO2-eq por kg de proteína/ano. Desmembrando essas emissões em fontes mecânicas foram de 0,807 kg de CO2-eq por ave/ano e 0,323 kg CO2-eq por kg de proteína/ano. E para as emissões não-mecânicas foram

0,060 kg de CO2-eq por ave/ano e 0,024 kg de CO2-eq por kg de proteína/ano. A avaliação ambiental global pecuário para frangos de corte obteve resultados de 24,9 kg de CO2-eq por kg de proteína para intensidade de emissão considerando um total de 977.036.192 cabeças/ ano de aves abatidas, e para o sistema Free-Range a intensidade de emissão foi de 72,0 kg de CO2-eq por kg de proteína e 14,0 kg de CO2-eq por kg de ovos para um total de 61.951.989 cabeças/ano (6).

Considerações Finais • Como diminuir a pegada de carbono ainda mais? • Promover opções de transporte para o setor agrícola; • Introduzir operações de frete mais eficientes em termos energéticos; • Criar incentivos para decisões de eficiência energética; • Exigir a divulgação de custos de energia para financiamentos a fim de estimular e aumentar de forma eficiente a modernização do sistema produtivo contribuindo assim para a redução do impacto ambiental no setor pecuário. As referências bibliográficas estão disponíveis mediante consulta.


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Informe Técnico-Comercial

Cobb-Vantress possui laboratório próprio para controle interno de qualidade Unidade é especializada no diagnóstico de enfermidades e contaminações

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Cobb-Vantress, líder mundial no fornecimento de aves de produção para frangos de corte e em especialização técnica no setor avícola, possui, em Guapiaçu (SP), um laboratório próprio para análise de produtos, ambientes e materiais da empresa. Localizado ao lado da sede administrativa, o Laboratório de Qualidade é altamente especializado no diagnóstico de enfermidades e contaminações e suas análises são fundamentais para avaliar a saúde das aves, dos ambientes e instalações da companhia, além dos lotes enviados ao cliente. Embora não seja um órgão oficial, por ser mantido pela Cobb, a unidade possui números e estrutura comparáveis a instituições credenciadas. Com capacidade para cerca de 600 análises

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diárias de Salmonella, a unidade recebe amostras de sangue, suabe de equipamentos e ambientes, ração, maravalha, vacinas etc. O principal foco do trabalho é confirmar se os materiais coletados possuem contaminação por Salmonella, Mycoplasma, Pseudomonas, vírus laringotraqueíte e outras bactérias, como Streptococcus, Staphlycoccus, E. coli, entre outras. Todas as amostras que chegam ao Laboratório passam por cadastramento, cada uma ganhando um código de barras, e entram em análise. Inicialmente, são depositadas em um meio de cultura, um material preparado para proporcionar a proliferação de possíveis bactérias presentes nessas amostras. Após 24h, a amostra passa para um segundo meio de cultura,

São cerca de 600 análises diárias de Salmonella, a unidade recebe amostras de sangue, suabe de equipamentos e ambientes, ração, maravalha e vacinas


onde permanece por mais 24h. Ao terceiro dia, a amostra é analisada pela qPCR, máquina que realiza a leitura de DNA das amostras. Caso não possua registros de enfermidades, a amostra é liberada. Caso haja dúvidas ou resultados positivos, outros testes são realizados pelo laboratório para confirmar ou descartar as contaminações. Embora menos de 1% do total de amostras confirmem contaminações, a unidade possui expertise para detectar qualquer um dos mais de dois mil e seiscentos tipos de Salmonella catalogadas mundialmente. Em caso de confirmação e identificação, o Laboratório é responsável por emitir um alerta para a área de Qualidade, que aciona a área de Produção, para que as medidas cabíveis sejam tomadas para corrigir os problemas detectados. Todos os resultados são reportados à unidade solicitante do teste e incluídos no programa QAS, que reúne resultados de análises feitos por unidades Cobb em todo o mundo. O Laboratório também realiza testes de Elisa, que identificam, através do soro do sangue das aves, se a imunidade detectada foi adquirida por vacina ou pelo contato com enfermidades, isto é, se a ave está protegida ou se ela apresenta alguma doença. Fundado em 2008, o Laboratório de Qualidade possui dez funcionários, que atuam em rodízio de funções, a cada três meses, para que todos estejam preparados para trabalhar em cada área da unidade.

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Rua José Morano, 96/112 • Nova Campinas • Campinas • SP • Brasil • (19) 3303 7050 • pt.aviagen.com A Revista do AviSite

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Reportagem empresarial

Números

Crescimento médio de 15% nos últimos 5 anos;

450 funcionários; 6 plantas produtivas (coccidiose, aftosa, raiva, biológicos, farmacológicos e hormonais)

Imagem aérea da sede do Laboratório Biovet em Vargem Grande Paulista (SP)

Há 60 anos, Laboratório Biovet espalha a ciência avícola brasileira pelo mundo Biovet conta com o único laboratório para produção de vacinas contra coccidiose aviária do hemisfério sul 70

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N

o mundo corporativo, accountability é uma prática que traz subsídios para todos os envolvidos numa cadeia produtiva pensarem e agirem como “donos” do negócio ou responsáveis pelo setor em que atuam. Fazer isso no sentido de “prestar contas” — agindo em todas as situações com responsabilidade e ética. No caso do Laboratório Biovet esse é um traço do DNA que marca os 60 anos da empresa, a serem completados em novembro. Reflete-se, por exemplo, na grande e proativa parceria mantida com os clientes da avicultura e dos demais setores que a empre-

sa participa, com vistas a assumir responsabilidades e buscar soluções conjuntas para realizar as tarefas importantes e, consequentemente, garantir e superar os resultados almejados. Esses diferenciais da marca, somados sobretudo à qualidade dos produtos, tiveram início pelas mãos de seu fundador, o médico veterinário René Corrêa, que sempre teve forte vocação científica. O Presidente do Biovet Dr. Roberto Corrêa resume da seguinte maneira o perfil empreendedor do fundador da empresa: “Formado ainda na época da Escola de Medicina Veterinária (precursora da


FMVZ-USP), meu pai sempre trabalhou em prol da saúde animal e pública, não só do Brasil, atuando em parceria com organizações acadêmicas, governamentais e corporativas”. Respeitado como cientista e pesquisador de nível internacional, Dr. René trouxe tais valores para o Laboratório que se tornou reconhecido pelo pioneirismo em produzir localmente vacinas antes exclusivamente importadas. “Continuamos a inovar com produtos sintonizados à realidade nacional e internacional, com cepas prevalentes direcionadas a controlar várias enfermidades após levantamentos epidemiológicos existentes em nosso meio”, diz Dr. Roberto. Assim foi orientado o investimento no Centro Técnico de Reprodução de Eimerias, liderado pelo pesquisador Juan Solis, que resultou na família de produtos Bio-Coccivet. “Desse modo, posso dizer que nossa trajetória é voltada a gerar valor ao agronegócio e ao País, com investimentos no desenvolvimento da pesquisa e da ciência veterinária no Brasil, além de promover empregos e oportunidades para diversas pessoas envolvidas nos nossos negócios”. Dr. Roberto diz isso com a experiência de quem já atuou em todos os setores do Biovet, ainda antes de sua participação como sócio (1970) e da sua formação como Médico Veterinário, em 1974, sendo atualmente o responsável técnico da empresa.

Investimentos constantes Relações duradouras são uma característica importante na história do Biovet. Mas a marca representa muito mais do que isso. Participando do dia a dia da empresa há 20 anos, o Diretor Superinten-

Hugo Scanavini Neto: seguimos há 60 anos com o mesmo nome da marca no setor de saúde animal dente Hugo Scanavini Neto acrescenta que o sucesso de todas as Unidades de Negócios (Avicultura, Pecuária, Pet, Internacional) está baseado em investimentos constantes em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). “Graças a isso nos tornamos uma das pouquíssimas empresas brasileiras que nunca mudou de controle acionário, razão social ou marca, até mesmo se considerarmos o que ocorre no mercado internacional de saúde animal”. Esse protagonismo não seria possível sem um desempenho financeiro consistente. Não por acaso, o Biovet tem mantido um crescimento médio de 15% nos últimos cinco anos. Tal posicionamento de mercado é respaldado pelas seis plantas produtivas (coccidiose, aftosa, raiva, biológicos, farmacológicos e hormonais). Essa infraestrutura própria levou a consolidação de um portfólio de mais de 100 produtos, como vacinas, antiparasitários, antimicrobianos, fármacos, suplementos que possibilitam que os médicos veterinários

tenham à disposição um arsenal para agir na prevenção ou no tratamento de enfermidades em rebanhos bovinos (corte e leite), ovinos, caprinos, equinos, suínos e aves; além de se empenhar com o mesmo foco no segmento de animais de companhia. “Podemos dizer que tanto o nosso laboratório para produção de vacina contra aftosa quanto o Centro Técnico de Reprodução de Eimerias representam o estado da arte em seus respectivos segmentos, sendo este último o único laboratório para produção de vacinas contra coccidiose aviária do hemisfério Sul”, diz o Diretor Superintendente.

Negócio avícola Para Alessandro Campos, Gerente de Negócios – Avicultura, o Centro de Pesquisa da empresa, localizado em Ibiúna (SP), é o responsável por permitir um modelo de trabalho no qual a equipe técnica trabalha próxima a seus clientes. “Nossa equipe técnica atua em todos os Estados

Imagens internas do laboratório em Vargem Grande Paulista

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Reportagem empresarial

As pessoas

Alessandro Campos: Trabalhar no Biovet significa satisfação pessoal Em seu quadro funcional de 450 colaboradores, o Biovet tem uma força especial para crescer e prosperar. Afinal, os talentos humanos fazem a diferença em uma empresa. Satisfeito com os seus 11 anos de casa, Alessandro Campos dá o seu depoimento sobre isso: “Para mim, trabalhar no Biovet significa muito. Tenho gratidão especial por algumas pessoas e empresas que me levaram a trabalhar com avicultura, ou que me deram as primeiras oportunidades nesse segmento, onde atuo há 13 anos. O Biovet, sem dúvida, foi onde mais pude crescer e me aprimorar, não só tecnicamente, o que já valeria a pena, mas como pessoa, já que os exemplos que tive nesses anos todos, de seriedade, humildade, respeito ao ser humano, vistos em todos os setores do Laboratório, mas sempre trazidos pelas lideranças, em especial pela família Corrêa, ajudaram a moldar minhas atitudes e comportamentos no trabalho. Isso tudo faz com que me sinta ainda mais responsável por todos os membros de nossa equipe. E nesse ano, em que se comemoram os 60 anos da fundação do Biovet, sempre mantendo a mesma marca e mesmo nome, coisa difícil de se ver no segmento, a satisfação é ainda maior. Poder fazer parte dessa história de pioneirismo, batalha, suor e, finalmente, sucesso, traz muita satisfação pessoal”.

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Brasileiros, onde presta serviços de assistência aos clientes que vão desde os treinamentos e capacitações de equipes de vacinação, elaboração e implantação de novos programas e protocolos vacinais, até auxílio nas monitorias e/ou diagnóstico das principais enfermidades da avicultura, sempre visando a melhoria das condições sanitárias dos planteis atendidos”, explica. Desde meados da década de 1980, o Centro de Pesquisas realiza a maioria das técnicas laboratoriais conhecidas para monitorias e detecções de agentes, provas em isoladores, além de provas auxiliares de controle dos produtos biológicos produzidos. “Sabemos que este tipo de trabalho, bastante valorizado por nossos clientes, nos dá maior segurança nas indicações e propostas técnicas a campo”, diz Alessandro. Desde o ano de 2013, na linha avicultura, o Biovet tem como principal produto a vacina contra coccidiose aviária Bio-Coccivet R, indicada tanto para reprodutoras leves e pesadas, quanto para poedeiras comerciais, sendo este último segmento o que mais vem crescendo nos últimos 5 anos, após a intensificação de alojamentos em sistemas verticais de produção de ovos. Segundo Alessandro Campos, este produto, “além de possuir um histórico de vendas nunca antes conquistado por outro produto no segmento, já que alcançou em 2008, apenas 3 anos após seu lançamento, uma participação de mercado de mais de 90%, que vem sendo mantida até hoje, foi também o responsável por uma mudança na per-

cepção da marca Biovet no segmento de avicultura industrial”. Ele completa: “Nossos clientes, parceiros, e até mesmo concorrentes, passaram a enxergar o Biovet de forma diferente, respeitando e considerando-o como importante player no mercado de saúde avícola, em especial no segmento das reprodutoras pesadas, onde estão os mais criteriosos processos envolvendo biosseguridade e programas de controles de doenças”.

Mercado internacional Vale ressaltar que hoje não só clientes do Brasil, mas também de outros países têm total acesso ao pacote de soluções com maior valor agregado desenvolvido pela marca, tais como a família Bio-Coccivet, serviços customizados, pesquisas e know-how para vencer os diversos desafios no campo. “Hoje a empresa comemora a exportação para diversos países. Está efetivamente presente na América Latina, Oriente Médio, África e Ásia, mercados que se destacam pelo alto nível de exigência”, informa o Gerente de Desenvolvimento de ovos Negócios Marcelo Zuanaze. “O Biovet, por estar inserido num dos principais mercados de saúde animal, que é o Brasil, leva para esses países a principal bandeira da produção de proteína de origem animal brasileira: a sanidade animal, fator este assegurado pelos programas e ferramentas disponibilizados pelo Biovet a todos os seus clientes (no Brasil ou nos países onde está presente)”, completa.

Roberto Corrêa: Também inovamos com produtos destinados a realidade nacional, com cepas prevalentes direcionadas a controlar várias enfermidades, após levantamentos epidemiológicos existentes em nosso meio


Profissionalização Desde 2010, o Biovet dispõe de uma estrutura organizacional profissionalizada, com conselho administrativo e administração executiva, que adota processos internos (administrativos, industriais) bem definidos, que possibilitam averiguações isentas dos pontos críticos de controle de todas as áreas do negócio. Isso impacta positivamente a gestão e o controle do negócio como um todo, tanto em termos de transparência quanto de valor, no sentido não só das soluções em saúde animal como na gestão dos recursos financeiros mesmo, necessários para realizar os investimentos para perenidade do negócio. A profissionalização garante agilidade na tomada de decisão, tal como exige o mercado de saúde animal. Na mesma linha, o Biovet possui a área de Desenvolvimento de Novos Negócios (liderada pelo MV Marcelo Zuanaze), que administra uma série de relações de cunho institucional e científico necessárias para criar produtos e parcerias e pesquisar novas soluções. Dessa forma, a marca man-

tém relacionamentos proativos com órgãos governamentais de todos os níveis, com faculdades como a FMZ-USP e inúmeros contatos corporativos. É importante ainda citar a atuação do Biovet junto ao Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos Para Saúde Animal), entre outros órgãos setoriais. Em momentos econômicos e sociais desafiadores como os atuais integrar-se a todos esses públicos de interesse é uma maneira importante de se engajar na estabilidade, no desenvolvimento e na perenidade empresarial, do mercado e do Brasil como um todo.

Histórico Em 1956, com a perda de vencimento pela extinção do regime de tempo integral e dedicação exclusiva aonde ele trabalhava (Instituto Biológico de São Paulo), e apoiado pela esposa, Alyrd Alves Corrêa, Dr. René Corrêa iniciou as atividades do Laboratório, que inicialmente ocupava uma casa alugada na Rua Humberto I, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo. A empresa foi batizada

com o nome de Biovet por sugestão de Alyrd Alves Corrêa. Na trajetória da empresa, além da participação de seu filho caçula e médico veterinário Dr. Roberto Corrêa, também é importante mencionar o incansável esforço do administrador Dr. Paulo Eduardo (*in memoriam), filho mais velho do casal empreendedor.

Ovos SPF O compromisso do Laboratório Biovet com a avicultura nacional vai além da fabricação de produtos biológicos de qualidade superior. Em vários momentos de sua história, a empresa manteve importante colaboração com o mercado, como em 2006, por exemplo, por meio do fornecimento de aves sentinelas que foram importantes para comprovar o fim do surto da doença de Newcastle em criação de aves não industrializadas no Rio Grande do Sul, que causou prejuízos à indústria avícola de todo o País. Isso só foi possível graças à existência dos dois aviários SPF (livre de agentes patogênicos específicos – specific pathogen free) do Laboratório Biovet.

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AviGuia Acordo

Hubbard se torna subsidiária do Grupo Aviagen A Aviagen® anunciou no início de agosto a assinatura de um acordo de compra da Hubbard Breeders, a divisão de genética de frangos de corte do Groupe Grimaud. O acordo entre as duas empresas foi assinado em 31 de Julho e será concluído ainda este ano. Como parte do acordo, a Hubbard operará como uma subsidiária integral do Grupo Aviagen, sob a direção de Jan Henriksen, CEO da Aviagen. A Hubbard continuará a ser uma empresa de genética de frangos de corte independente, com atividades comerciais e de produção separadas, e continuará tendo a França como sede.

Reconhecendo as vantagens comerciais "Congratulamos a chegada da Hubbard à família Aviagen", disse o CEO da Aviagen, Jan Henriksen. "A diversidade de produtos genéticos e o forte conhecimento da Hubbard em diferentes segmentos do mercado de genética de frangos de corte contribuirão e muito para a Aviagen expandir sua oferta de linhas de produtos. Estamos ansiosos em aproveitar toda a força do Grupo Aviagen para melhorar ainda mais a posição da Hubbard, como uma empresa atuante no mercado mundial de genética". Olivier Rochard, CEO da Hubbard, concorda que a estreita associação com a Aviagen irá agregar um grande valor à base de clientes globais da Hubbard. "Eu e minha equipe de gestores estamos encantados em nos tornar parte de uma organização mundial de primeira classe como a Aviagen. Estamos ansiosos em utilizar os pontos fortes de ambas empresas, particularmente nas áreas de tecnologia, P&D, eficiência em produção e capacidade de

distribuição", disse. "Compartilhamos com a Aviagen o objetivo final de avançar continuamente com o potencial genético de nossas aves, com segurança de abastecimento para o mercado global. Isso beneficiará nossos clientes em todo o mundo", concluiu.

Fornecer aos clientes uma transição perfeita, com mais benefícios As duas empresas continuarão a operar e apoiar seus clientes de maneira independente, sem interrupção em seus produtos e serviços habituais. Ao mesmo tempo, os clientes se beneficiarão das melhores práticas combinadas, experiência e conhecimento, bem como a forte dedicação ao sucesso do cliente, compartilhado por ambas empresas.

Sobre a Aviagen Desde 1923, a Aviagen® estabeleceu-se como líder mundial em genética de aves, desenvolvendo linhagens para a produção de frangos sob as marcas Arbor Acres®, Indian River® e Ross®. O Rowan Range® e os Machos Especiais® são categorias de produtos especiais que a empresa oferece, possibilitando a seus clientes atingirem as demandas em específicos nichos de mercado. A sede da empresa situa-se em Huntsville, Alabama (Estados Unidos) e a Aviagen detém operações próprias no Reino Unido, Europa, Turquia, América Latina, Índia, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos, além de joint ventures na Ásia. A Aviagen tem mais de 3.900 colaboradores e uma rede de distribuição global em mais de 100 países.

6 executivos em 18 meses

Zoetis Brasil exporta talentos para o grupo mundial Por ser a maior operação da Zoetis fora dos Estados Unidos, a unidade brasileira da empresa, que é líder mundial em saúde animal, tem se tornado um verdadeiro celeiro de talentos para os outros países. Nos últimos 18 meses, seis executivos da Zoetis Brasil foram nomeados para assumir posições no exterior. Dois deles foram para a área de Logística responsável por todas as operações fora dos EUA e estão baseados na Bélgica. Outros dois foram transferidos para os Estados Unidos, para as áreas de Finanças e Desenvolvimento de Negócios; um está no departamento de Compras Internacional, baseado em Dublin, na Irlanda, e um dos diretores brasileiros acaba de assumir toda a operação da Zoetis Chile. “A estratégia da Zoetis com estas movimentações é promover oportunidades de crescimento e desenvolvimento de carreira para os talentos da companhia, independentemente da sua localização geográfica”, explica Ana Avelar, Diretora de Recursos Humanos. As expatriações também estimulam a troca de conhecimentos e de boas práticas entre as unidades da empresa no mundo. O próprio diretor-presidente da operação brasileira, Paco Ortiz, atuou anteriormente no México, seu país de origem, nos Estados Unidos e na Ásia. A Zoetis descobre, desenvolve, fabrica e comercializa vacinas e medicamentos veterinários em mais de 100 países. Em 2016, faturou US$ 4,9 bilhões globalmente e US$ 245 milhões no Brasil. O país representa 5% dos negócios do grupo mundial. Mais informações em www.zoetis.com.br.

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Conhecimento

Boehringer Ingelheim Saúde Animal impacta mais de 500 avicultores com o Road Show Aves 2017 A avicultura está em constante crescimento no Brasil, sendo um dos pilares do agronegócio no país. A produção atingiu 13 milhões de toneladas de carne de frango em 2016 reforçando a importância desse negócio. Com o intuito de contribuir para o fortalecimento ainda maior da avicultura de corte, a Boehringer Ingelheim, uma das líderes globais em Saúde Animal, promove o Road Show Aves 2017, que leva conteúdo técnico altamente qualificado para produtores das principais regiões avícolas do país. A finalidade é que eles possam aumentar a produtividade de suas granjas e, consequentemente, seus lucros. “Queremos impactar mais de 500 produtores com o Road Show. Nosso principal objetivo é estar cada vez mais próximo da indústria avícola como um todo. Queremos que nossos profissionais, que são altamente qualificados, prestem serviços diferenciados e contribuam para a produção de uma proteína essencial com ainda mais qualidade para o consumidor final”, afirma Juliana Calveyra, gerente de Produtos de Aves da BI Saúde Animal. As palestras do Road Show Aves 2017 serão ministradas por nomes renomados da área, como Prof. Dr. Luiz Felipe Caron, professor da universidade Federal do Paraná - UFPR, Dr. Alberto Back, PhD e Prof. Dr. Paulo Lourenço, professor titular na Universidade Federal de Uberlândia – UFU/MG. O primeiro evento do projeto aconteceu em Gravatá (PE) e atraiu dezenas de produtores e técnicos em busca de novos conhecimentos. “Esclarecemos as principais dúvidas e continuamos levando informação técnica atualizada e colaborando para a expansão da avicultura. Nossos conteúdos e nosso portfólio completo, com produtos de sucesso como Vaxxitek, ajudam a preparar os profissionais para obter maior produtividade, garantindo sempre a segurança e a qualidade”, pontua Juliana Calveyra. As próximas etapas do Road Show Aves 2017 serão em Pará de Minas/MG (17/08), Chapecó/SC (14/09), Juliana Calveyra, gerente Bastos/SP (28/09), Cascavel/PR (05/10) e Santa Maria do Jetibá/ES (18/10). de Produtos de Aves da Para mais informações: www.boehringer-ingelheim.com/animal-health/animal-health BI Saúde Animal.

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AviGuia Mercado

Phileo reposiciona Safmannan no Brasil Seguindo o posicionamento global da marca, a Phileo Lesaffre Animal Care reposiciona o Safmannan no Brasil. A partir de agora, o nome Safmannan – até então relacionado a parede celular produzida a partir do creme de levedura de cervejaria - será referenciado apenas ao produto originado de uma cepa específica de levedura Saccharomyces cerevisiae, propriedade do grupo Lesaffre, produzida a partir de uma metodologia exclusiva na moderna fábrica da empresa na França. Essa cepa foi selecionada por suas características benéficas sobre a saúde intestinal e o sistema imunológico dos animais.

O objetivo da empresa com essa alteração é inserir o Safmannan em sua categoria “premium”, como já acontece em todo o mundo, ressaltando os benefícios do controle de todo o processo de produção a partir da fermentação primária (crescimento da cepa de levedura), que resulta em um produto com constância e qualidade excelentes para um contínuo desempenho animal. “Estamos lançando o Safmannan no Brasil, pois já é um produto consagrado em todo o mundo. É uma solução eficaz para promover uma melhor saúde intestinal, com inúmeros resultados de pesquisa e testes de campo para as diferentes espécies e seus desafios. O mecanismo de ação é bastante abrangente: aglutinação de patógenos, produção de muco para melhor integridade intestinal e modulação do mecanismo inflamatório além de ativação do sistema imunológico. É um produto com comprovado retorno sobre o investimento.”, explica Vanice Waldige, gerente da Phileo. No Brasil, o produto conhecido como Safmannan passará a se chamar “Safwall BR” (BR referindo-se a “brewery” – do inglês cervejaria). É importante ressaltar que o Safmannan produzido na França e o Safwall BR não possuem a mesma função, mas podem complementar um ao outro. O Safmannan francês, por assim dizer, é um imunoestimulante premium enquanto o SafWall age como um adsorvente de micotoxinas. Veja mais em www.phileo-lesaffre.com.

Contratação

Marco Aurélio Gama é o novo gerente geral da Sanphar A Sanphar, empresa que oferece soluções integradas em saúde animal para aves e suínos e que completou 25 anos de história tem um novo gerente geral. O médico veterinário Marco Aurélio Gama, que possui uma sólida carreira de mais de 26 anos de atuação em indústrias de saúde e nutrição animal, chega à Sanphar para dar continuidade ao trabalho desenvolvido nos últimos anos por Ricardo Pereira, que assume integralmente a gestão da Biomin, empresa que também pertence ao austríaco Erber Group. “Com sua ampla experiência no mercado, tendo passado por empresas dos mais variados portes e tendo implementado importantes estratégias que trouxeram grandes resultados para as companhias, Marco conduzirá a Sanphar neste marcante momento em que a empresa completa 25 anos de história, tendo se reinventado por diversas vezes, dando a sua fundamental contribuição ao desenvolvimento da avicultura e da suinocultura”, destaca Ricardo Pereira. Para o novo executivo da Sanphar, o desafio é fortalecer ainda mais a equipe de campo, que é reconhecida por sua excelência técnica e proximidade com o cliente, ampliar o portfólio de produtos e dar andamento ao projeto de atuação na área de vacinas, com o desenvolvimento de uma nova tecnologia para a prevenção da Diarreia Epidêmica Suína (PED). “A Sanphar completou 25 anos tendo enfrentado situações bastante adversas no mercado, sem-

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pre se desafiando e destacando-se pelo reconhecimento técnico de sua equipe de campo. As perspectivas para os próximos anos são extremamente positivas e a Sanphar quer estar sempre ao lado do produtor na nobre missão de oferecer proteína segura e de qualidade a um crescente mercado mundial”, destaca Marco Aurélio Gama. Mais informações: www.sanphar.net.

O médico veterinário Marco Aurélio Gama possui ampla experiência no mercado veterinário e dará continuidade ao trabalho de consolidação da empresa


Contratação II

STOP ANTIBIOTIC RESISTANCE.

HatchTech apresenta dois novos Gerentes de Vendas Internacionais

START USING AROMABIOTIC® MCFA.

Danny van Roekel Marc de Visser

PIGS

Devido ao desenvolvimento da companhia e crescimento da procura pelo conceito HatchTech, dois novos membros foram incorporados ao time de vendas. Danny van Roekel e Marc de Visser. Danny começou como Gerente de Vendas Internacionais para a região do Oriente Médio. Ele está fascinado com a cultura inovadora da HatchTech e acredita que os nossos produtos serão implementados em muitos mais projetos de incubatórios na região do Médio Oriente. Ele está ansioso por partilhar as nossas soluções únicas para produzir pintinhos de qualidade superior. Marc de Visser começou como Gerente de Vendas Internacionais para a região da Oceania. Após o seu estágio na HatchTech, ele ficou impressionado com o nível de inovação dos produtos da empresa. Segundo Marc, o seu emprego é uma combinação maravilhosa entre tecnologia, ligação com outras culturas e produção alimentar. Ele está altamente motivado para inspirar pessoas em todo o mundo, explicando-lhes como podem se beneficiar dos produtos da HatchTech.

POULTRY

CATTLE

Aromabiotic® MCFA: • • • •

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Estatísticas e Preços

Produção e mercado em resumo Produção de pintos de corte Junho/2017 526,325 Milhões | -4,50%

Produção de carne de frango* Junho/2017 1.062,401 Mil toneladas | -3,62%

Exportação de carne de frango Junho/2017 362,965 mil toneladas | -10,66%

Disponibilidade interna* Junho/2017 699,436 Mil toneladas | +0,50%

Farelo de Soja Julho/2017 R$989,00 | -31,13%

Milho Julho/2017 R$27,53 | -39,72%

Desempenho do frango vivo Julho/2017 R$2,50 | -15,25%

Desempenho do ovo Julho/2017 R$83,62 |-3,72%

*Os números referem-se ao potencial de produção de carne de frango e ao potencial de disponibilidade interna. Todas as porcentagens são variações anuais.

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Forte redução no volume de pintos não surtiu o efeito desejado

N

o cenário internacional, dados colhidos através de relatório conjunto divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), indicam que enquanto houve crescimento de 20% nos últimos 10 anos, a produção de carnes no próximo decêndio crescerá não mais que 13%. Entre as três principais carnes – bovina, suína e avícola – o índice ficará próximo de 12%. O lado positivo é que as carnes avícolas terão incremento superior a 15%, confirmando a tendência global de crescimento principalmente nos países em desenvolvimento. O fato negativo é que as estimativas sugerem crescimento de apenas 9% no volume produtivo do Brasil para a próxima década. Nos últimos 16 anos o crescimento superou os 100%.

N

o cenário nacional, projeções efetuadas através do Ministério da Agricultura indicam que, em 2027, a carne de frango deverá representar cerca de 52% das três principais carnes. E, ao contrário das projeções da OCDE/FAO, é previsto crescimento de volume superior a 33% nesta próxima década. As exportações de carne de frango terão crescimento maior, próximo de 38%. No primeiro semestre, a produção de pintos de corte ficou 5,7% abaixo do produzido no mesmo período do ano passado. Mesmo assim, o volume final disponibilizado de carne de frango foi mais do que suficiente para atender o mercado doméstico e externo. A forte recessão que se prolonga no país indica que a avicultura de corte deve continuar com baixos volumes no decorrer do segundo semestre buscando encontrar o equilíbrio necessário entre produção e demanda. No decorrer de julho o frango vivo permaneceu novamente cotado a R$2,50. Aliás, são mais de 4 meses com preço estabilizado nesse patamar. O mercado de ovos comerciais também quase finalizou julho sem alterações. Infelizmente, não conseguiu superar o pior período do mês sem sofrer baixas.


Produção de pintos de corte

Volume quase 6% menor no 1º semestre

O

EVOLUÇÃO MENSAL MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS

2015/2016

2016/2017

VAR. %

Julho

573,266

514,831

-10,19%

Agosto

551,897

546,836

-0,92%

Setembro

555,216

497,702

-10,36%

Outubro

581,602

510,632

-12,20%

Novembro

497,604

525,170

5,54%

Dezembro

572,410

560,266

-2,12%

Janeiro

560,408

535,647

-4,42%

Fevereiro

538,403

494,423

-8,17%

Março

561,478

517,196

-7,89%

Abril

540,962

508,875

-5,93%

Maio

542,145

522,835

-3,56%

Junho

551,131

526,325

-4,50%

Em 06 meses

3.294,526

3.105,301

-5,74%

Em 12 meses

6.626,521

6.260,738

-5,52%

Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

PRODUÇÃO PRIMEIRO SEMESTRE

2,650

2009

3,105

3,295

3,174

3,031

3,054

3,006

3,063

2,932

2,651

2008

2017

2016

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2007

2,192

2006

2,246

2,501

1º semestre de 2005 a 1º semestre de 2017 Bilhões de cabeças

2005

s últimos números da APINCO dão conta de que, embora superior à dos três meses anteriores, a produção de pintos de corte de junho passado continuou negativa em relação ao mesmo mês de 2016, fato que se repetiu em 11 dos últimos 12 meses. Em junho foram produzidos 526,3 milhões de pintos de corte, 4,50% a menos que um ano antes. Com esse resultado, o primeiro semestre de 2017 foi encerrado com uma produção total pouco superior a 3,1 bilhões de cabeças, volume que corresponde a uma redução de 5,74% sobre idêntico período de 2016. O índice de redução no acumulado dos últimos 12 meses não é muito diferente, pois o total produzido entre julho de 2016 e junho de 2017 – pouco mais de 6,260 bilhões de cabeças – ficou 5,52% abaixo do computado em idêntico período anterior. Uma retrospectiva da produção do setor aponta que reduções semestrais como a ocorrida neste ano são fatos raros no setor. Por exemplo, nos últimos 25 anos (1993/2017) isso ocorreu em apenas seis ocasiões. Mas nunca no nível registrado em 2017, próximo de 6%. Até agora, o maior nível de queda observado em um primeiro semestre comparativamente ao mesmo período do ano anterior havia sido observado em 2006 quando – como efeito, ainda, da crise de Influenza Aviária ocorrida em 2005 em boa parte do Hemisfério Norte – o volume de pintos de corte do primeiro semestre acusou recuo anual de 2,4%. No ano passado, mesmo com a forte crise no abastecimento de matérias-primas e a explosão dos custos de produção, a produção dos primeiros seis meses aumentou 3,8%, só registrando redução no segundo semestre. Ou seja: o recuo atual é o mais grave de todos os tempos. Evolução histórica desde 1990 indica que o volume produzido no primeiro semestre de cada ano representa 48,4% da produção anual. Se esse índice se confirmar o ano será fechado em 6,416 bilhões, demandando volume mensal próximo de 552 milhões até o final do ano.

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Estatísticas e Preços Produção de carne de frango

O pior 1º semestre em três anos

A

EVOLUÇÃO MENSAL MIL TONELADAS

MÊS

2015/2016

2016/2017

VAR. %

Julho

1.142,342

1.172,162

2,61%

Agosto

1.192,926

1.126,977

-5,53%

Setembro

1.140,389

1.073,328

-5,88%

Outubro

1.188,835

1.125,320

-5,34%

Novembro

1.164,188

1.035,096

-11,09%

Dezembro

1.122,573

1.099,989

-2,01%

Janeiro

1.156,035

1.170,310

1,23%

Fevereiro

1.116,196

1.032,492

-7,50%

Março

1.197,361

1.134,631

-5,24%

Abril

1.146,531

1.092,666

-4,70%

Maio

1.172,248

1.100,587

-6,11%

Junho

1.102,260

1.062,401

-3,62%

Em 06 meses

6.890,631

6.593,087

-4,32%

Em 12 meses

13.841,884

13.225,959

-4,45%

Fonte dos dados básicos: APINCO - Projeções e análises: AVISITE

PRODUÇÃO SEMESTRAL 1º semestre de 2014 a 1º semestre de 2017 Milhões de toneladas

80 A Revista do AviSite

2015

2016

6,593

6,633

6,595

6,527

6,165

2014

6,891

2º Semestre

6,951

1º Semestre

2017

s projeções da APINCO baseadas na produção de pintos de corte indicam que em junho passado o Brasil dispunha de potencial suficiente para produzir pouco mais de 1,062 milhão de toneladas de carne de frango. Em torno de 3,5% inferior aos registrados no mês anterior e no mesmo mês do ano passado, esse foi, também, o segundo menor volume real dos últimos 12 meses. Considerando-se ainda que essa produção correspondeu ao menor volume registrado em junho nos últimos três anos (perto de 1,079 milhão/t em 2015; 1,102 milhão/t em 2016), seria de esperar que tivesse propiciado boa reação do mercado. Isso, porém, não ocorreu e, pelo contrário, o frango abatido registrou no mês (base: atacado paulistano) o menor valor do primeiro semestre. Pois, comparativamente a junho do ano passado, as exportações retrocederam em índices bem superiores ao recuo na produção e, em consequência, a oferta (aparente, ressalte-se) ficou meio por cento acima da alcançada um ano atrás. Pouquíssimo, não há dúvida, mas mesmo assim crucial frente à perda crescente da capacidade aquisitiva dos consumidores. Notar, a propósito, que, cumulativamente, tanto o volume produzido como o ofertado internamente atingem no corrente exercício o mais fraco resultado do triênio 2015/2017. E isso se repete quer em termos semestrais, quer anualizados. Ou seja: a retração do setor produtivo continua insuficiente para garantir a sustentabilidade do mercado. Embora as indicações sejam de recuperação nos embarques de carne de frango no decorrer do segundo semestre, isso serve apenas de alento ao setor. Ajuda, mas não muito. O grande filão de consumo da carne de frango – dois terços do volume produzido – está direcionado ao mercado interno. E esse, continua em forte retração. E não se vislumbra, no curto prazo, melhora da economia que favoreça maior consumo.


Exportação de carne de frango

No semestre, resultados aquém do esperado

O

EVOLUÇÃO MENSAL MIL TONELADAS

MÊS

2015/2016

2016/2017

VAR. %

Julho

440,476

356,209

-19,13%

Agosto

375,247

357,256

-4,79%

Setembro

360,974

380,502

5,41%

Outubro

324,109

308,077

-4,95%

Novembro

379,685

321,468

-15,33%

Dezembro

392,701

356,915

-9,11%

Janeiro

311,004

354,971

14,14%

Fevereiro

314,567

325,372

3,43%

Março

398,019

374,623

-5,88%

Abril

412,756

317,708

-23,03%

Maio

385,579

344,662

-10,61%

Junho

406,280

362,965

-10,66%

2.228,205

2.080,302

-6,64%

4.501,397

4.160,729

-7,57%

Em 06 meses

Em 12 meses

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC

EXPORTAÇÃO EM PERÍODO DE 12 MESES

2016

Mar

Abr

Mai

4,161

Fev

4,204

Jan

4,245

4,340

Dez

4,363

Nov

4,353

Out

4,309

Set

4,344

Ago

4,403

Jul

4,419

4,399

Jun

4,417

Junho de 2016 a Junho de 2017 Milhões de Toneladas 4,501

s dados consolidados da SECEX/ MDIC abrangendo o frango inteiro, cortes de frango, carne de frango salgada e industrializados de frango indicam que os embarques de junho passado apresentaram ligeira melhora em relação aos dois meses anteriores. Mas, pelo quarto mês consecutivo, continuaram negativos (redução de 10,66%) em comparação ao mesmo período do ano anterior. O volume embarcado no primeiro semestre atingiu cerca de 2,080 milhões de toneladas, equivalendo a um retrocesso de 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O ponto positivo é que houve recuperação no preço médio. Com isso, a receita aumentou 5,8%. Mantido no segundo semestre o mesmo desempenho dos primeiros seis meses, o volume anual embarcado - 4,160 milhões de toneladas – cairá perto de 3,5% em relação a 2016. No ranking dos maiores importadores do produto brasileiro no primeiro semestre, houve poucas modificações ou troca de posições. A China, mesmo com fortíssima redução de quase um quarto nas importações em relação ao mesmo período de 2016, quando considerado o volume adquirido através de Hong Kong se manteve à frente da Arábia Saudita como o principal importador da carne de frango brasileira, mesmo por pequena diferença. O volume embarcado nos últimos doze meses – julho de 2016 a junho de 2017 – totaliza apenas 4,161 milhões de toneladas e representa queda de 7,6% em relação ao mesmo período imediatamente anterior. É visível a queda nos embarques anuais a partir do triste episódio denominado Carne Fraca em meados de março. Desde então, as quedas foram gradativas. Considerado, porém, o atual comportamento do mercado, a tendência é de recuperação dos volumes embarcados neste segundo semestre. De toda forma, para alcançar, pelo menos, o volume anual exportado em 2016, os embarques médios deste semestre devem girar em torno das 371,4 mil toneladas.

Jun

2017 A Revista do AviSite

81


Estatísticas e Preços Disponibilidade Interna de Carne de Frango

Oferta de junho foi a menor do semestre

T

Evolução Mensal MIL TONELADAS

2015/2016

2016/2017

VAR. %

Julho

MÊS

701,866

815,953

16,25%

Agosto

817,678

769,721

-5,87%

Setembro

779,415

692,826

-11,11%

Outubro

864,726

817,243

-5,49%

Novembro

784,503

713,628

-9,03%

Dezembro

729,872

743,074

1,81%

Janeiro

845,031

815,339

-3,51%

Fevereiro

801,629

707,120

-11,79%

Março

799,342

760,008

-4,92%

Abril

733,775

774,958

5,61%

Maio

786,669

755,925

-3,91%

Junho

695,980

699,436

0,50%

4.662,426

4.512,785

-3,21%

9.340,486

9.065,230

-2,95%

Em 06 meses

Em 12 meses

Fonte dos dados básicos: APINCO - Projeções e análises: AVISITE

OFERTA SEMESTRAL 1º semestre de 2010 a 1º semestre de 2017 Milhões de toneladas

4,513

4,552 4,662

4,678 4,643

4,434 4,262

4,228

4,198 4,530

4,188

4,472

2º Semestre

4,449

4,172

4,320

1º Semestre

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

82

A Revista do AviSite

endo como premissa o alojamento de pintos de corte efetivado entre meados de abril até meados de maio e considerando as exportações de carne de frango do mês, a APINCO estimou que em junho último a produção brasileira de carne de frango atingiu pouco mais de 1,062 milhão de toneladas, recuando 3,6% em relação aos 1,102 milhão de toneladas estimada para junho de 2016. Foi o menor volume real produzido no decorrer desse ano, mas que teve pouca influência no mercado interno pela queda acentuada - novamente - das exportações. Embora os embarques (363 mil toneladas) tenham sido superiores aos do mês anterior, caíram 10,7% em comparação a junho do ano passado, quando atingiram 406 mil toneladas. Com isso, a oferta disponibilizada no mercado interno ficou levemente abaixo das 700 mil toneladas, equivalendo a aumento de meio por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. Mesmo assim, foi a menor oferta real no decorrer dos primeiros seis meses de 2017. No semestre o volume ofertado atingiu quase 4,513 milhões de toneladas, representando queda de 3,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A oferta mensal – 752 mil toneladas – projetada para o ano indica oferta pouco superior a 9,020 milhões de toneladas. Se alcançada, significará redução anual de 2%. Entretanto, acompanhamento do volume semestral nos últimos dez anos indica que se produziu no primeiro semestre o equivalente a 49,13% da oferta anual. Se esse índice for alcançado em 2017, o volume pode chegar a 9,186 milhões. Mesmo assim, ainda ficará abaixo do disponibilizado no último biênio. Por ora, o volume acumulado nos últimos doze meses – julho de 2016 a junho de 2017 – indica volume de 9,065 milhões de toneladas, equivalendo a quase 3% de redução sobre os doze meses imediatamente anteriores.


Desempenho do frango vivo em julho de 2017

Mercado manteve estabilidade s variações de preço apresentadas pelo frango vivo em São Paulo sempre foram, para toda a avicultura brasileira, o referencial primário das condições de mercado. Aliás, não só para a avicultura, mas também para atacadistas e varejistas. Porque, além de indicadores das condições de oferta e procura do produto, os preços da ave viva sempre balizaram os valores praticados nos segmentos de comercialização posteriores à criação. Mas isso agora é passado. Pois em momento algum de sua história o frango brasileiro enfrentou tribulações e desafios como os observados a partir de março. E, no entanto, a ave viva comercializada no interior paulista passou por, praticamente, todo esse período (123 dias completados em 31 de julho) alheia a tudo o que ocorreu e sem qualquer mudança em sua cotação: R$2,50/kg. Enquanto isso, o frango abatido, refletindo as variações na oferta e na procura, operou com preços que variaram desde um máximo de R$3,60/kg até um mínimo de R$2,90/kg – diferença de quase 25% entre o máximo e o mínimo (base: preço médio do frango resfriado comercializado no Grande Atacado da cidade de São Paulo nos 120 dias decorridos entre 31 de março e 28 de julho de 2017). Em outras palavras, as análises de mercado do frango partindo do desempenho das aves vivas no interior de São Paulo já não têm maior significação. Pois, por exemplo, o simples fato de seu preço manter-se inaltera-

do há mais de 120 dias deixa a impressão de que o mercado se manteve estável durante todo esse período. E isso não é verdade, haja vista, também, que no mesmo espaço de tempo o preço do boi em pé recuou mais de 12% e o do suíno vivo chegou a cair quase 18%. De toda forma, registre-se que, a despeito da variação “zero” em relação a junho passado e aos outros dois meses anteriores, em julho o valor do frango vivo ficou 15,25% abaixo do registrado um ano antes, enquanto no ano alcança valor médio – R$2,57/kg – 11,1% menor que o obtido na média dos doze meses de 2016. A acrescentar, ainda, que a atual média está aquém, igualmente, da média anual registrada em 2015 (R$2,62/kg). E se, nominalmente, a diferença a menos não chega a 2%, em valores reais – isto é, levando em conta a inflação acumulada em mais de ano e meio – se encontra não muito distante dos 10%.

FRANGO VIVO

Evolução de preços na granja, interior paulista – R$/KG Média mensal e variação anual e mensal em treze meses MÊS.

MÉDIA R$/KG

Média anual em 10 anos R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL 5,00%

17,08%

7,16%

SET

3,10

7,94%

-1,93%

OUT

3,10

3,93%

0,00%

2011

NOV

3,10

0,00%

0,00%

2012

DEZ

3,02

-1,04%

-2,45%

JAN/17

2,65

-4,19%

-12,43%

FEV

2,63

-0,81%

MAR

2,69

ABR

R$ 1,65

2010

R$ 1,92 R$ 2,08

2013

R$ 2,47

-0,50%

2014

R$ 2,42

-3,77%

2,26%

2015

2,50

-6,79%

-7,22%

MAI

2,50

0,00%

0,00%

JUN

2,50

-11,02%

0,00%

JUL

2,50

-15,25%

0,00%

Mai

Jun

Jul

113,5

Ago

R$ 2,57

2017

2017 Média 1995/2016 (22 anos)

117,5

Abr

R$ 2,89

2016

116,0

Mar

R$ 2,62

116,8

86,6

107,1

86,6

102,3

86,6

93,7

86,6

95,7

R$ 1,63

11,32%

3,16

93,3

100,3

2009

2,95

AGO

105,9 91,3

102,8 91,4

Fev

R$ 1,63

JUL/16

Preço relativo em 2017 comparativamente à média de 22 anos (1995/2016) Média mensal do ano anterior = 100

Jan

2008

Set

Out

Nov

119,6

A

Dez

A Revista do AviSite

83


Estatísticas e Preços Desempenho do ovo em julho de 2017

Maior parte do período foi percorrida com os preços estáveis

S

enão impossível, é difícil conseguir a estabilidade de preços do ovo em julho. O mês é de férias – não só escolares, mas de boa parte da população. Com isso, no período, o ovo perde duas classes de consumidores: a merenda escolar e (parcialmente) o domiciliar. Pior, porém, quando parte dos consumidores domiciliares se encontra com o poder aquisitivo esgotado por conta, por exemplo, do desemprego. Foi o que se enfrentou neste último julho e, mesmo assim, a maior parte do período foi percorrida com os preços estáveis, os mesmos atingidos no final de junho. Ou seja: as baixas só ocorreram nos últimos dias do mês. Na verdade, foram as fortes ondas de frio ocorridas no mês que mais atuaram para que a estabilidade de preços predominasse. Elas ocasionaram as mais baixas temperaturas de todos os tempos em praticamente todos os estados do Centro-Sul do Brasil e, com os termômetros em baixa, sensível redução na produção de ovos.

OVO BRANCO EXTRA

Evolução de preços no atacado paulistano R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS Média mensal e variações anual e mensal em treze meses MÊS.

MÉDIA R$/CXA

Média anual em 10 anos R$/CAIXA

VARIAÇÃO % NO ANO

NO MÊS

JUL/16

86,85

46,19%

1,72%

AGO

84,00

39,65%

-3,28%

SET

72,84

32,53%

-13,29%

2010

OUT

68,56

11,14%

-5,88%

2011

2009

NOV

68,04

4,55%

-0,76%

DEZ

74,00

11,92%

8,76%

JAN/17

61,42

-3,91%

-17,00%

2013

FEV

84,48

8,89%

37,54%

2014

MAR

88,44

7,30%

4,69%

ABR

91,13

35,77%

3,04%

MAI

83,31

14,81%

-8,58%

2016 2017

JUN

87,04

1,94%

4,48%

JUL

83,62

-3,72%

-3,93%

R$ 43,62

2008

R$ 38,63 R$ 37,93 R$ 44,61 R$ 49,11

2012

R$ 57,86 R$ 52,70 R$ 59,47

2015

R$ 75,43 R$ 82,61

Apesar, porém, de as quedas de cotação terem sido observadas apenas nos últimos dias de julho, quando o consumo deu sinais de total exaustão, o mês foi fechado com resultado inferior ao registrado há um ano, fato que não ocorria desde janeiro de 2017. Em outras palavras, nos cinco meses decorridos entre fevereiro e junho de 2017 o ovo comercializado no atacado da cidade de São Paulo alcançou valor médio 12% superior ao dos mesmos cinco meses de 2016. Em julho passado seu preço enfrentou redução de 3,72%, quase o mesmo índice observado em janeiro (-3,91%). Foi registrada queda, também, em relação ao mês anterior. Assim, depois do bom resultado de junho – ocasião em que se atingiu o terceiro melhor resultado mensal do ano – o valor médio observado em julho retrocedeu perto de 4% e correspondeu ao terceiro menor preço dos sete primeiros meses de 2017. De toda forma, o que ocorreu no mês passado com o ovo não tem nada de anormal, pois corresponde, exatamente, ao que é observado na curva sazonal de preços do produto: ligeira perda de valor na passagem do primeiro para o segundo semestre. E mesmo no ano, os preços de 2017 acompanham a curva sazonal. Assim, em sete meses o produto alcança valor médio 10% superior à média de 2016. Pela curva sazonal esse acréscimo seria de 11,6%. Diferença, portanto, de apenas 1,6 ponto percentual.

Ago

101,2

Jul

100,2

Jun

101,7

111,3

114,7

117,2

112,6

Mai

111,1

Abr

115,6

110,03 109,3

121,07 111,5

120,7 117,50

112,23

Mar

2017 Média 2001/2016 (16 anos)

Set

Out

Nov

81,6

92,5

115,2

Preço relativo em 2017 comparativamente ao período 2001/2016 (16 anos) Média mensal do ano anterior = 100

Jan

Fev

84 A Revista do AviSite

Dez


Milho e Soja Pelo quinto mês consecutivo, preço do milho registra queda

Farelo de soja registra pequena queda em julho

O preço do milho registrou nova queda no mês de julho. O preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, fechou o mês cotado a R$27,53, valor 2,17% abaixo da média alcançada pelo produto em junho, quando ficou em R$28,14. A disparidade de preço do milho em relação ao ano anterior continua alta. O valor atual é 39,7% menor, já que a média de julho de 2016 foi de R$45,67 a saca.

O farelo de soja (FOB, interior de SP) registrou uma pequena queda no valor da cotação em julho. O produto foi comercializado ao preço médio de R$989/t, valor 0,1% abaixo do praticado no mês de junho – R$990/t. Em comparação com julho de 2016 – quando o preço médio era de R$1.436/t – a cotação atual registra queda de 31,13%.

Valores de troca – Milho/Frango vivo

Valores de troca – Farelo/Frango vivo

O frango vivo (interior de SP) fechou o mês de julho cotado novamente a R$2,50/kg. Este é o quarto mês seguido que a média se manteve. A queda no valor do milho contribuiu para aumentar um pouco mais o poder de compra do avicultor. Nesse mês, foram necessários 183,5 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este volume representa um aumento de 2,2% no poder de compra em relação ao mês anterior, pois, em junho, a tonelada do milho “custou” 187,6 kg de frango vivo.

A manutenção no preço do frango vivo em relação à queda no valor do farelo de soja no mês de julho fez com que fossem necessários 395,6 kgs de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando um pequeno aumento de 0,1% no poder de compra do avicultor em relação a junho, quando 396 kg de frango vivo obtiveram uma tonelada do produto.

Valores de troca – Farelo/Ovo O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), registrou em julho a média de R$77,62, valor 4,2% abaixo do alcançado no mês anterior, quando o produto foi negociado a R$81,04. Com esta queda, houve pequena perda no poder de compra do avicultor. Em julho foram necessárias 5,9 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em junho, foram necessárias 5,8 caixas/t, perda de 2% na capacidade de compra do produtor.

Preçomédio médioMilho Milho Preço

julho julho agosto agosto setembro setembro outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho julho julho

53,00 53,00 51,00 51,00 49,00 49,00 47,00 47,00 45,00 45,00 43,00 43,00 41,00 41,00 39,00 39,00 37,00 37,00 35,00 35,00 33,00 33,00 31,00 31,00 29,00 29,00 27,00 27,00

R$/sacade de60kg, 60kg,interior interiorde deSP SP R$/saca

2016 2016

MédiaJulho Julho Mínimo Média Mínimo 24,70 R$ R$24,70 R$ R$

27,53 27,53

2017 2017

Máximo Máximo 29,50 R$ R$ 29,50

Fonte das informações: www.jox.com.br

De acordo com os preços médios dos produtos, em julho foram necessárias aproximadamente 12,7 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo registrou queda de 4,1%, já que, em junho, 12,2 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de farelo. Em relação a julho de 2016 houve aumento de 39,4% no poder de compra, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 17,8 caixas de ovos.

Preçomédio médioFarelo Farelode desoja soja Preço R$/toneladaFOB, FOB,interior interiorde deSP SP R$/tonelada

1600 1600 1500 1500 1400 1400 1300 1300 1200 1200 1100 1100 1000 1000 950 950 900 900 850 850 800 800 750 750

julho julho agosto agosto setembro setembro outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho julho julho

Valores de troca – Milho/Ovo

2016 2016

Mínimo Mínimo 970,00 R$ R$ 970,00

Média Julho Julho Média R$ R$

989,00 989,00

2017 2017

Máximo Máximo 1010,00 R$ R$ 1010,00 A Revista do AviSite

85


Ponto Final

Sanidade é responsabilidade de todos Rogério Kerber tem graduação em Administração de Empresas e Direito. Está vinculado ao setor agroindustrial de produtos suínos desde 1965. Atualmente, presta consultoria ao SIPS, Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos, entidade de representação institucional da atividade no RS, atuando como diretor Executivo. Também é presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal, Fundesa, estando no sétimo mandato consecutivo à frente da entidade.

O

Fundesa – Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal – é uma entidade privada que representa quatro cadeias produtivas: suínos, aves e bovinos de corte e de leite. Criado em 2005, iniciou o recolhimento de contribuições em 2006 e já soma mais de R$ 72 milhões em saldo. Trata-se do único fundo no Brasil com esta configuração, que tem controles de receitas, despesas e aplicações separados por atividade. Esse controle individualizado por cadeia facilita a gestão dos recursos e a transparência sobre a utilização e aplicação das verbas. Toda a gestão dos recursos é feita seguindo critérios rigorosos e com apresentação de contas trimestrais ao público e a órgãos governamentais como Secretarias da Agricultura, da Fazenda, Cade e Assembleia Legislativa. Os dados ficam permanentemente disponíveis para consulta no site do fundo (www.fundesa. com.br). O Fundesa dá absoluta prioridade à transparência e à celeridade. Talvez este seja um dos fatores que fomente a grande participação de contribuintes mesmo que a participação no processo seja por livre adesão. A existência de um fundo desta natureza traz tranquilidade a produtores e agroindústrias, que sentem-se mais seguros em contribuir, vislumbrando resultados práticos. Além da transparência, o Fundesa age com agilidade na indenização dos produtores em casos de registro de enfermidades que exijam o abate sanitário. Os valores de indenização são estabelecidos pelos Conselhos Técnicos Operacionais de cada cadeia e homologados pelo Conselho Deliberativo, que é composto por nove entidades do setor produtivo.

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Outra diferença fundamental do Fundesa é que ele foi constituído de uma forma a ir além da administração de recursos em instituições financeiras. O Fundesa atua na proposição e execução de atividades para o fortalecimento de um sistema robusto de defesa sanitária, trabalhando de forma complementar ao serviço veterinário oficial. Temos o entendimento de que a prevenção é mais efetiva e menos onerosa do que apenas agir na compensação de produtores. O que se pretende é evitar que o problema chegue e, é claro, intervir quando necessário, com agilidade nas ações preventivas e no pagamento das indenizações. Cada vez mais o setor de produção é chamado à responsabilidade com a defesa sanitária. O Fundesa, através das entidades representativas que o compõe, lidera e estimula a participação de produtores e agroindústrias, na busca da adoção de procedimentos em biosseguridade, que tragam mais segurança aos planteis. Todos estão sendo chamados a serem protagonistas nesta transformação que trará mais segurança alimentar e acesso a mercados para os produtores gaúchos. Todos são responsáveis pelas conquistas que virão. Por fim, o fundo é composto pelas seguintes entidades: Federação da Agricultura do RS, Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS, Sindicato das Indústrias de Carnes do RS, Sindicato das Indústrias de Suínos do RS, Sindicato do Comércio Atacadista de Carnes Frescas e Congeladas do RS, Sindicato da Indústria de Laticínios, Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas, Associação Gaúcha de Avicultura e Associação dos Criadores de Suínos do RS.


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