A Revista do AviSite
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Editorial
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Sumário
dark house é 20 “Aviário unanimidade no Brasil”
Andrey Citadin, engenheiro mecânico, afirma que este sistema é o de melhor rentabilidade
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Eventos
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As 8 notícias mais lidas no AviSite e Há 10 anos
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Notícias Curtas Credores dão aval a plano da GTFoods
Informes Técnico-Comercial
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Idexx: Última parte - Os Dez Princípios da Interpretação Sorológica
25 Caderno técnico-comercial
Empresas patrocinadores de encarte especial sobre o uso de antimicrobianos dão suas opiniões
42 Evento Simpósio Internacional da
Facta sobre incubação atualiza as novidades sobre o tema
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AviGuia De Heus inaugura novo laboratório para Controle de Qualidade
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Ponto Final Rogério Iuspa Líder ou Chefe?
Estatísticas e preços 54 55 56 57 58 59 60 61
Produção e mercado em resumo Pintos de corte Produção de carne de frango Exportação de carne de frango Oferta Interna Desempenho do frango vivo em agosto Desempenho do ovo em agosto Matérias-primas
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Editorial
Com otimismo, setor constrói sua realidade
Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP
Prezados leitores, estivemos presentes ao Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs), realizado em São Paulo, na última semana de agosto. Este tem se constituído como um dos maiores eventos do setor, e a Revista do AviSite trará na próxima edição (Outubro) uma cobertura especial sobre o evento, porém, somente dando uma ‘pitadinha’ do que virá, é com grande satisfação que presenciamos o clima de otimismo durante o evento. Passado o ‘susto’ dos últimos meses, o setor de produção de proteína animal - que apresenta os números abaixo - mostrou sua força.
A produção de proteína animal no Brasil 4,1 milhões de empregos diretos e indiretos VPB de R$ 80 bilhões Carne de frango (2016) 12,9 milhões de toneladas produzidas (segundo maior produtor mundial) 4,3 milhões de toneladas exportadas para 160 países (líder mundial nas exportações) Consumo per capita brasileiro de 41 quilos (proteína mais consumida no Brasil) Carne suína (2016) 3,7 milhões de toneladas produzidas (quarto maior produtor mundial) 732 mil toneladas exportadas para 70 países (quarto maior exportador mundial) Consumo per capita brasileiro de 14,6 quilos (terceira proteína mais consumida Ovos (2016) 39,1 bilhões de unidades produzidas 10,4 mil toneladas exportadas Consumo per capita brasileiro de 190 unidades (Fonte: ABPA)
De acordo com levantamentos feitos junto às agroindústrias participantes, foram realizadas US$ 19 milhões em vendas nos três dias do Siavs. As empresas ainda projetam negócios de US$ 173,1 milhões a partir dos contatos feitos durante o evento. Damos os parabéns a todos os atores dos setores do setor de produção de proteína animal que tem construído esta linda história de recuperação e tem demonstrado uma capacidade enorme de reestruturação. Simpósio OvoSite: outro importante momento do Siavs foi a realização do Simpósio OvoSite, que contou com a participação de excelente público, altamente qualificado, com importantes atores do setor de postura, nacional e internacional. Aqui vai um agradecimento especial a todos os presentes! Acompanhe também a cobertura especial em nossas próximas edições! Em Setembro na Revista do AviSite: a matéria ‘de capa’ desta edição traz a utilização do sistema de produção de frangos de corte em aviários dark house. Segundo Andrey Citadin, engenheiro mecânico, este ainda é o que apresenta maior rentabilidade. E ainda: acompanhe o Caderno Técnico Comercial sobre a produção avícola sem o uso de antimicrobianos, cobertura do evento técnico promovido pela Facta, os números e as estatísticas da avicultura, as novidades dos nossos parceiros comerciais e muito mais! Boa leitura!
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A Revista do AviSite
ISSN 1983-0017 nº 116 | Ano V | Setembro/2017
EXPEDIENTE Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br Redação Érica Barros (MTB 49.030) Giovana de Paula (MTB 39.817) imprensa@avisite.com.br Comercial Karla Bordin comercial@avisite.com.br Assistente de Marketing Simone Barbosa Diagramação e arte Mundo Agro e Innovativa Publicidade luciano.senise@innovativapp.com.br Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação Caroline Esmi financeiro@avisite.com.br
Os informes técnicoempresariais publicados nas páginas da Revista do AviSite são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.
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Eventos
2017 Setembro
Outubro
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World Veterinary Poultry Association Local: Edinburgh, Escócia Informações: www.wvpac2017.com 12 a 15
X Encontro Técnico em Ciência e Tecnologia Avícolas - ETECTA Local: UFU - Uberlândia, Minas Gerais Realização: Faculdade de Medicina Veterinária - UFU E-mail: etecta@famev.ufu.br Informações: www.eventos.ufu.br/x-etecta 13 e 14
I Encontro Técnico em Avicultura Local: Areia, PB Realização: Grupo de Estudos em Tecnologias Avícolas Departamento de Zootecnia Universidade Federal da Paraíba/Centro de Ciências Agrárias E-mail: geta.ufpb@outlook.com.br 19
XII Encontro de Avicultura Mercolab Local: Cascavel, PR Realização: Mercolab Informações: www.mercolab.com.br 19
173º Jantar do Clube do Galo Mineiro Local: Ápice Convenções e Eventos, Pará de Minas, MG Realização: Avimig (Associação dos Avicultores de Minas Gerais) Contato: 31-3482-6403 E-mail: avimig@avimig.com.br Informações: www.avimig.com.br
Curso Facta Atualização sobre Salmonella e Campylobacter Local: Hotel Nacional Inn, Campinas, SP Realização: FACTA - Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas Informações: www.facta.org.br 20 e 21
III Simpósio de Bem-Estar e Comportamento Animal (SiBem) Local: Descalvado, SP Realização: Universidade Brasil Informações: www.universidadebrasil.edu.br
Novembro 7a9
Congresso sobre Saúde Intestinal e Imunidade em Aves e Suínos Local: Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Campinas,SP Realização: CBNA (Colégio Brasileiro de Nutrição Animal) Informações: www.cbna.com.br 9 e 10
V Workshop Sindiavipar Local: Foz do Iguaçu, PR E-mail: aviculturapr@sindiavipar.com.br Informações: www.sindiavipar.com.br
2018 Novembro 6a8
20 e 21
IV Congresso sobre Tecnologia da Produção de Alimentos para Animais Local: Centro de Eventos Shopping Mandacaru Boulevard, Maringá, PR Realização: CBNA (Colégio Brasileiro de Nutrição Animal) Informações: www.cbna.com.br/site/Eventos/Ver/ IV-Congresso-CBNA-sobre-Tecnologia-da-Producao-de-Alimentospara-Animais 26 a 29
XXV Congresso Latinoamericano de Avicultura Local: Guadalajara, México Informações: www.avicultura2017mx.com 28 a 30
V Encontro de Avicultura ABPA/ AVIPE Local: Hotel Atlante Plaza, Recife, PE Realização: AVIPE (Associação Avícola de Pernambuco) e ABPA Informações: www.avipe.org.br/index.php
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2ª Conferência da PSA (Poultry Science Association) no Brasil Local: Brasil
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Painel do aLeitor Fale com gente /avisite.portaldaavicultura
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As 8 notícias mais lidas no AviSite em Agosto
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Principais importadores de 2017 a 2025
Países líderes na exportação até 2025
Se posições se confirmarem, não serão muito diferentes das previstas para o corrente exercício. Os quatro primeiros postos permanecem inalterados. E se mudanças ocorrerem no 5º e 6º postos é porque o Japão, atual 5º colocado, tende a reduzir o ritmo de suas importações, o que fará com que caia para a 7ª posição.
Em novas projeções atualizadas anualmente, o USDA estima que ao final do período abrangendo os anos de 2017 a 2025 as exportações brasileiras de carne de frango corresponderão a, praticamente, 45% do total exportado pelos cinco líderes do setor.
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EUA: exportação quase 5% maior no 1º semestre Embora tenham encerrado o semestre com redução em relação ao mês imediatamente anterior, maio, os exportadores de carne de frango dos EUA completaram os seis primeiros meses de 2017 com um volume 4,67% superior ao do mesmo período de 2016.
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6ª posição da pauta continua ocupada pelo frango Embora relativamente pequena (US$64 milhões, apenas 1,7% a menos), essa diferença de receita em relação aos automóveis mantém a carne de frango na sexta posição da pauta cambial. Considerados apenas os produtos básicos, a carne de frango sobe para a quarta posição.
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PIB das atividades agropecuárias registra expansão O IBGE divulgou os números do PIB do 1º trimestre. Embora já fosse esperado um crescimento das atividades agropecuárias, o número oficial surpreendeu até os otimistas: ao longo do 1º trimestre, o setor cresceu 13.4% quando comparado com o trimestre anterior, e 15.2% quando comparado com o mesmo trimestre do ano passado.
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Preço internacional das carnes permanece estável Em julho, o Índice FAO de Preço dos Alimentos subiu 2,3% em relação ao mês anterior e atingiu a marca dos 179,1 pontos. Em ascensão há três meses e cerca de 10% superior ao resultado de um ano atrás, esse índice corresponde ao maior nível de preços registrado pelos alimentos desde janeiro de 2015.
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UFs exportadoras de frango entre janeiro e julho de 2017
Mundo Agro lança Encarte sobre Manejo Sanitário da Cama
O quadro de Unidades Federativas exportadoras de carne de frango continua abrangendo 16 estados mais o Distrito Federal. Desse total, 10 deles acusam volume menor que nos mesmos 7 primeiros meses de 2016, mas somente três – Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia - apresentaram redução também na receita cambial.
Com a proposta de tornar disponíveis os conhecimentos atuais sobre o Manejo Sanitário da Cama de Frango, a Mundo Agro Editora lança um Encarte Especial. Os responsáveis são Victor Roll, Érico Kunde, e Marcos Antônio Dai Prá, Médico Veterinário da Brasil Foods. Acesse em: www.avisite.com. br/EncarteEspecialCamadeFrango.
Há 10 anos no AviSite www.avisite.com.br
Alimentos Seguros: como crescer com segurança e qualidade Para discutir a qualidade e segurança no processo de produção de alimentos para animais, o CBNA, Colégio Brasileiro de Nutricional Animal, realizou durante o Congresso Internacional sobre Nutrição Animal e Alimentos Seguros uma série de palestras, que evidenciaram as formas para atender em quantidade e qualidade a necessidade do mundo globalizado. ngela Pellegrino Missaglia, engenheira química, mestre em engenharia de alimentos e consultora na área de Gestão de Qualidade do Sindirações, Sindicato Nacional das Indústrias de Alimentação Animal, apresentou o programa de certificação proposto pela entidade com o objetivo de atender a demanda do setor. O Feed e Food Safety compreende três estágios de certificação cujas características básicas harmonizam as tendências identificadas no mercado: BPF (Boas Práticas de Fabricação), APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) e BPF Avançado Nível EurepGAP (preenche os requisitos para acessar o mercado europeu). O APPCC foca a identificação e avaliação dos perigos de contaminação dos alimentos e, assim como o BPF, fiscaliza desde a fabricação do alimento até o produto final.
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Produção Animal Avicultura
Notícias Curtas
País quer comprar mais carne do Brasil
China deve ampliar números de frigoríficos brasileiros habilitados à exportação A China deve aumentar o número de frigoríficos brasileiros habilitados a exportar carnes para aquele mercado, disse o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Segundo ele, o presidente chinês, Xi Jinping, anunciou a disposição de ampliar a compra de carnes do Brasil durante reunião com o presidente Michel
Temer. “O presidente Xi Jinping disse que gosta e é garoto propaganda da carne brasileira”, destacou o ministro, ao comemorar a intenção do governo do país asiático. A China, acrescentou Maggi, é o principal parceiro do agronegócio brasileiro no comércio mundial. Em 2016, as exportações de produtos agropecuários do Brasil
para aquele mercado somaram US$ 17,8 bilhões. Dos US$ 17,8 bilhões exportados para a China em 2016, as carnes tiveram participaram de US$ 1,75 bilhão. Do total, US$ 702,8 milhões foram embarques de carne bovina. As vendas de frango totalizaram US$ 859,5 milhões e, as de suíno, US$ 189,3 milhões.
Matérias-primas
Estudo mensura custos do desperdício de grãos no país Segundo o jornal Valor, a combinação de rodovias em má conservação, transporte inadequado e necessidade de armazenamento faz o país perder milhões de toneladas de soja e milho colhidas em cada safra, ou alguns bilhões de reais. É o que reforça estudo recém-concluído pelo engenheiro agrônomo Thiago Guilherme Péra, coordenador do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (EsalqLog). Em 2015, aponta o trabalho, as perdas alcançaram 2,4 milhões de toneladas, ou 1,3% das produções de ambos os grãos naquele ano, e equivaleram a pouco mais de R$ 2 bilhões. “Parece pouco se olhamos o número relativo, mas os resultados absoluto e financeiro revelam como se desperdiça soja e milho por condições de infraestrutura inadequada no Brasil”, diz Péra. Os prejuízos foram calculados com base no “custo de oportunidade” vendas não realizadas (94,3% do valor total) - e em gastos logísticos desnecessários. “Os números retratam o ano de 2015, mas o desperdício é contínuo”, diz. O estudo indica que o uso de armazéns fora das fazendas é o maior causador de perdas físicas. “A necessidade de levar os grãos em caminhões, na maior parte das vezes por estradas não pavimentas e em condições precárias, provoca grande volume de perdas de soja e milho pelo caminho. E também há perdas dentro dos armazéns”, afirma o pesquisador. A logís-
tica ligada à armazenagem foi responsável, em 2015, por 67,2% do total das perdas físicas com soja e milho. Naquele ano, o desperdício foi de 660,9 mil toneladas de milho (0,8% da colheita) e 423,3 mil toneladas de soja (0,43% do total). Na sequência estão transporte rodoviário (13,3% das perdas), por meio do qual é carregada a maior parte da safra de grãos, terminal portuário (9%), transporte multimodal ferroviário (8,8%) e transporte multimodal hidroviário (1,7%). “Os números não são próximos a alguns alardeados pelo setor - 20% de desperdício no transporte, por exemplo -, mas, ao mesmo tempo, revelam que políticas públicas podem ser adotadas para mitigar o problema, como incentivo à construção de armazéns nas propriedades”, afirma. Péra cita o mercado americano como exemplo a ser seguido. Naquele país, diz, 55% dos armazéns estão dentro das fazendas, em média, e o percentual chega a 70% nos Estados do Cinturão do Milho. No Brasil, apenas 15% dos armazéns instalados estão dentro das propriedades. Outra conclusão importante apontada pelo trabalho de Péra, que contraria a crença dominante no setor, é que a utilização de diferentes modais [rumo a um destino específico] causa mais perdas que o uso exclusivo de caminhão. “Quando se retira a soja do caminhão para o terminal ferroviário há uma perda, que se soma às perdas observadas no transbordo da mesma soja do terminal para o vagão e depois
do vagão para o porto e por fim para o navio. Quer dizer, quanto mais se muda o grão de lugar, mas se desperdiça” - o pesquisador ressalta que o estudo abrange apenas perdas físicas e não leva em conta que os custos para transportar grãos por vários modais costumam ser mais vantajosos que apenas pelo sistema rodoviário. Se fosse para sonhar com um ambiente sem desperdício, a melhor opção para os produtores seria vender o grão no mercado doméstico e transportá-lo diretamente ao cliente. Nesse caso, a perda seria equivalente a apenas 0,13%. do volume total. A utilização de armazéns externos à fazenda, com multimodalidade e corredores rodoviários ruins com destino aos portos geram perdas equivalentes 2,32% do total transportado, segundo o estudo. Nas contas de Péra, a ampliação da capacidade de armazenamento de grãos dentro das fazendas poderia reduzir as perdas em até 21,7%. Já a melhora das condições das vias de transporte principal seria capaz de diminuir o prejuízo em 7%, enquanto estradas vicinais (que conectam as fazendas com os armazéns externos) asfaltadas reduziriam as perdas em 16%. “Além disso, o transporte demanda combustível nos caminhões, locomotivas e puxadores de barcaças. E levando em conta os cálculos de perda, eles emitem 38 mil toneladas de dióxido de carbono [1,3% da emissão total] para não levarem nada”, afirma Péra. A Revista do AviSite
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Notícias Curtas
Mercado
Frango, boi e suíno nos oito primeiros meses de 2017 Com a cotação inalterada desde o final de março, o frango é o único dos três animais vivos a registrar em agosto variação de preço igual a zero. Aliás, pelo quarto mês consecutivo, o que faz com que o desempenho dos oito primeiros meses de 2017 seja 8,34% inferior ao de idêntico período do ano passado. E se, em relação aos mesmos oito meses de 2014 e 2015 os resultados do frango vivo são positivos (+9,91% e +5,93%, respectivamente), permanecem muito aquém da inflação (IPCA) acumula-
da, o que significa que permanece com um valor real continuamente decrescente. Mas sob esse aspecto, nem boi e suíno escapam. O boi em pé, após dois meses de indefinições, voltou a reagir em agosto, mas permanece com preços negativos em relação ao que foi registrado entre janeiro e agosto dos dois últimos anos. Além disso, em três anos sua evolução de preços mantém-se em índices inferiores aos da inflação. O suíno, é verdade, registra boa evolução de preços no mês (+11,44%) e, no
ano, alcança valor médio que supera a inflação dos oito primeiros meses de 2015 e 2016. Porém, em relação a janeiro-agosto de 2014 apresenta evolução de preço (+11,32%) que corresponde à metade da inflação acumulada no período (+22,42%). Para frango e suíno a situação poderia ser bem pior não fosse seus dois principais fatores de custo – milho e farelo de soja – virem registrando uma superprodução que faz com que seus preços permanecem com valores nominais e/ou reais negativos – no mês e no ano.
VALOR MÉDIO
FRANGO, BOI E SUÍNO VIVOS
2014
2015
2016
2017
Frango (R$/kg)*
2,50
2,33
2,42
2,79
2,56
Boi (R$/@)*
134,72
121,84
146,80
155,42
139,21
Suíno (R$/@)*
79,50
71,90
67,74
69,05
80,04
Milho (R$/saca)
27,23
29,06
28,40
48,43
31,70
Farelo/soja (R$/t)
965,36
1.123,21
1.063,80
1.275,82
981,55
X
MILHO, FARELO DE SOJA
EM OITO MESES (JAN/AGO)
AGOSTO DE 2017
VARIAÇÃO REGISTRADA
Frango
EM UM MÊS
EM UM ANO
EM DOIS ANOS
EM TRÊS ANOS
0,00%
-8,34%
5,83%
9,91%
Boi
6,92%
-10,43%
-5,17%
14,25%
Suíno
11,44%
15,91%
18,15%
11,32%
Milho
-1,70%
-34,46%
11,76%
9,22%
Farelo/soja
-2,59%
-23,07%
-7,74%
-12,62%
Inflação (IPCA)
0,30%
2,57%
11,77%
22,42%
Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE
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A Revista do AviSite
Queda
Custo do frango retrocede ao valor de dois anos atrás
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NOVO APLICATIVO DA NUTRIAD O levantamento mensal da Embrapa Suínos e Aves apontou que em julho passado o custo de produção do frango (base: aviário com climatização positiva no estado do Paraná) ficou em R$2,29/kg. Isso significa que, nominalmente, retrocedeu a valor próximo do registrado dois anos atrás, em julho de 2015, quando o custo levantado ficou em R$2,30/kg. Embora menor, o custo de julho não foi muito diferente dos levantados em maio (R$2,31/kg) e junho (R$2,30/kg).
Mas ficou 21% abaixo do valor registrado um ano antes – R$2,91/kg em julho de 2016, o terceiro maior custo já enfrentado pelo setor. Além disso, correspondeu ao menor valor dos últimos 25 meses. Considerado o valor levantado ao final de 2016 – R$2,71/kg em dezembro – o último custo ficou 15,5% menor, retrocedendo à média, aproximada, de 2,4% ao mês. Já em relação ao pico – R$3,13/kg em junho de 2016 – o custo mais recente é quase 27% inferior.
Em Campinas (SP)
CBNA abre inscrições para o Congresso sobre Saúde Intestinal e Imunidade em Aves e Suínos Já estão abertas as inscrições para o Congresso sobre Saúde Intestinal e Imunidade em Aves e Suínos, organizado pelo Colégio Brasileiro de Nutrição Animal. O evento ocorrerá de 7 a 9 de novembro de 2017, no Instituto Agronômico de Campinas (IAC, Campinas/SP). Os interessados poderão se inscrever para o encontro pelo site www.cbna.com.br. Realizado anualmente, o Congresso sobre Aves e Suínos faz parte do calendário técnico-científico dos agentes do setor. De acordo com o presidente do CBNA, Godofredo Miltenburg, a atenção pela eficiência intestinal em monogástricos é objeto de estudos entre os mais variados centros de pesquisas em todo o mundo. “Isso devido a importância da temática. A eficiência zootécnica das aves
e suínos é uma busca incessante da cadeia de valor com objetivo de performar granjas visando o bem-estar animal e a sustentabilidade dessas atividades econômicas”, destaca. A grade do evento já está disponível para os interessados e traz especialistas expoentes, tais como: Ariovaldo Zani (Sindirações), Andrea Ribeiro (UFRGS), Steven Leeson (Universidade Guelf/Canadá), Theo Niewold (Universidade de Leuven/Bélgica), Nell Masey (Universidade de Nottoghan/Reino Unido), José Di Fábio (JF Laboratório de Patologia Animal), Gustavo Lima (Embrapa Suínos e Aves), Vinicius Cantarelli (UFL), Carlos Eduardo Junqueira Lourenço (Consultoria), Juan Antonio Mesonero Escuero (Nutreco/Espanha) e Prashant Kumar Mishra (Pancosma/Suíça).
A Nutriad apresenta seu novo aplicativo, o MycoMan®. Esta ferramenta auxilia no gerenciamento dos efeitos negativos causados por fungos e micotoxinas. Com base na análise dos níveis das principais toxinas, o MycoMan® informa o grau de desafio para diferentes espécies animais, além de indicar o produto e a dosagem mais adequados para reduzir os efeitos destes metabólitos tóxicos. O aplicativo também permite que você receba por e-mail o relatório completo de sua análise. MycoMan®: a ferramenta de avaliação que fornece informações rápidas e precisas para que você tome a decisão correta.
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Notícias Curtas
Mercado externo
EUA: exportação de frango quase 5% maior no 1º semestre EUA Evolução mensal das exportações de carne de frango MIL TONELADAS MÊS
2015/2016
2016/2017
VAR. %
VAR. NO MÊS
JUL
229,197
256,164
11,77%
12,21%
AGO
225,615
263,392
16,74%
2,82%
SET
219,882
267,765
21,78%
1,66%
OUT
237,736
257,006
8,11%
-4,02%
NOV
223,364
250,518
12,16%
-2,52%
DEZ
217,571
277,835
27,70%
10,90%
JAN
225,057
252,362
12,13%
-9,17%
FEV
242,583
247,398
1,98%
-1,97%
MAR
245,746
276,136
12,37%
11,62%
ABR
245,346
234,342
-4,49%
-15,14%
MAI
255,380
260,240
1,90%
11,05%
JUN
228,282
239,307
4,83%
-8,04%
EM 6 MESES
1.442,394
1.509,784
4,67%
-----------------
EM 12 MESES
2.795,759
3.082,463
10,25%
-----------------
Embora tenham encerrado o semestre com redução em relação ao mesmo mês do ano passado, os exportadores de carne de frango dos EUA completaram os seis primeiros meses de 2017 com um volume 4,67% superior ao do mesmo período de 2016. No entanto, apesar do ganho em relação ao primeiro semestre do ano passado, o total embarcado na primeira metade de 2017 continua inferior ao registrado no mesmo semestre do quadriênio 2012/2015. Projetado para a totalidade do ano, o resultado atual aponta exportações totais de cerca de 3,020 milhões de toneladas, praticamente o mesmo volume exportado em 2016 (3,015 milhões de toneladas). Mas esses números tendem a ser superados, visto que o acumulado nos últimos 12 meses registra expansão superior a 10%.
Fonte dos dados básicos: USDA - Elaboração e análises: AVISITE OBS.: Os dados, relativos apenas à carne de frango in natura, excluem também as exportações de patas de frango
Aumento
Cresce 2% a produção e alimentação animal na América Latina e Caribe Em julho deste ano foi concluído o estudo “Panorama da Produção de Alimentos para Animais de Produção da América Latina 2016”, projeto liderado pela mais importante associação setorial da América Latina, a FeedLatina. Anualmente, o estudo traça o panorama produtivo da atividade servindo de orientação para desempenho e auxílio dos associados, profissionais do meio e países que compõe a região. À frente do projeto está o Vice-Presidente da FeedLatina, Marcel Joineau, que explica o resultado do balanço. “2016 a FeedLatina identificou um montante
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produtivo de 150 milhões de toneladas, crescimento de 2% comparado com 2015”. O executivo lembra que este dado reúne informações de 19 principais países produtores da América, tendo como principais: Brasil (44,7%), México (21,5%), Argentina (10,6%), Colômbia (4,8%), Chile (4,3%) e Peru (3,3%). “A região vem em um crescimento sustentado desde 2009, ano em que iniciou o acompanhamento da FeedLatina baseados em informações geradas pelas principais associações setoriais de cada país – Sindirações, Conafab e Caena (Brasil, México e Argen-
tina, respectivamente). Agrega-se ao estudo gerado pela Food and Agriculture Organization (FAO, Roma/ITA – FAOSTAT)”, salienta Marcel Joineau. Do total apresentado, 75% são alimentos dedicados para frangos de corte, galinhas de postura e suínos, sendo este último responsável pelo incremento de 2% conforme explica Marcel Joineau: “A alimentação para a suinocultura teve um crescimento de 9,6% comparado com 2015, em especial na Argentina, país que cresceu 22% em 2015, acompanhados por Brasil e México, ambos com elevação de 4% no mesmo ano”, alinha.
PIB
Agropecuária é destaque positivo no primeiro semestre A agropecuária foi o grande destaque positivo da evolução da economia no primeiro semestre, de acordo com a coordenadora das Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis. A especialista comentou que, no primeiro semestre deste ano, ante igual período no ano anterior, o PIB da agropecuária cresceu 15% - enquanto a atividade da indústria mostrou recuo 1,6%, e a de serviços, queda de 1%. Embora a agropecuária tenha mostrado variação nula (0,0%) no segundo trimestre ante primeiro trimestre deste ano, na comparação com segundo trimestre do ano passado, subiu 14,9% notou Rebeca. Nesta comparação, houve aumentos nas produções de soja (19,7%); milho (56,1%); algodão (9,8%) e arroz (16,3%). “Não houve somente crescimento de colheita, como também ganho de produtividade”, notou ela.
Ao ser questionada se os resultados poderiam ter sofrido efeito de comparação estatística, tendo em vista que no ano passado todas as principais culturas de grãos do Brasil mostraram queda de produção por conta de problemas climáticos, ela admitiu que há este efeito. Mas considerou que, mesmo sem uso de comparação mais baixa, a atividade agropecuária teria subido de forma expressiva no primeiro semestre deste ano, tendo em vista os bons resultados do setor. Ela fez uma ressalva, no entanto. A especialista lembrou que as principais culturas do país, como soja e milho já foram colhidas em sua maioria. No caso do milho, apenas 30% falta a ser colhido, de acordo com ela, enquanto soja já estaria praticamente finalizada a colheita. Na prática, isto fará com que a próxima contribuição positiva de agropecuária, no PIB do segundo semestre seja menos favorável do que a observada no primeiro semestre.
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Notícias Curtas
R$ 2,9 bilhões
Terminal de Paranaguá é vendido Após mais de um ano de negociações, a estatal chinesa China Merchants Port Holding (CMPorts) anunciou a compra de 90% do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) e a empresa de serviços logísticos TCP Log, por R$ 2,9 bilhões (US$ 925 milhões). A transação envolve 90% dos ativos portuários. O fundo americano Advent, que tinha 50% da TCP, vendeu toda sua fatia. Os acionistas restantes – as empresas espanholas Galigrain e TCB –, também saem do negócio. Já os três sócios fundadores: Pattac, Soifer Participações e TUC Participações Portuárias vendem parte das ações, mas ficam, juntos, com 10% restantes dos ativos. A transação avalia o TCP em cerca de R$ 3,2 bilhões e a conclusão da operação está prevista para até o fim de 2017, após passar por crivo regulatório e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Fundado em 1998, o terminal brasileiro é considerado um dos mais modernos no País e tem bom potencial de crescimento.
Nos últimos anos, recebeu altos investimentos na renovação de equipamentos e na infraestrutura local, o que melhorou de forma expressiva a produtividade da empresa. O terminal tem capacidade para movimentar 1,5 milhão de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).
Tamanho Hoje, o TCP é o terceiro maior terminal de contêineres do País, atrás apenas de Santos Brasil e Brasil Terminal Portuário (BTP), ambos no Porto de Santos. O terminal também detém o maior número de tomadas refeer – infraestrutura exigida para a manutenção de contêineres de produtos refrigerados, como carnes – do País. Nos últimos meses, o TCP estava sendo alvo de cobiça de vários investidores. Além da estatal chinesa, o grupo árabe Dubai Port World (DP World) estava no páreo. A ideia original dos acionistas era abrir o capital do TCP ou vender apenas uma fatia a investidores privados. No entanto, a boa demanda pelo negó-
cio levou os controladores a rever essa estratégia. No ano passado, o TCP contratou os bancos BTG Pactual e Morgan Stanley para assessorá-lo nas negociações. O grupo China Merchants contratou o banco Santander. Em comunicado ao mercado, a China Merchants informou que “a entrada na América Latina, especialmente no Brasil, é crucial para a expansão global de sua rede de terminais”. A CMPort é uma das maiores operadoras globais de terminais de contêineres, com movimentação total de mais de 95 milhões de TEUs em 2016. A gigante chinesa possui operações na Ásia e detém, ainda, terminais de contêineres em países como Estados Unidos, África e Europa. O presidente da TCP, Luiz Antonio Alves, vai permanecer na empresa, de acordo com o comunicado ao mercado. Em nota, Alves disse que a entrada do novo controlador contribuirá para a nova fase de crescimento da TCP. “O Advent e os sócios-fundadores tiveram um papel fundamental, suportando a transformação operacional da empresa.”
Mudanças
Novacki (MAPA) anuncia novo modelo de inspeção para daqui a 60 dias Eumar Novacki, Secretário Executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) disse no início de setembro que, em 60 dias, deverá ser anunciado novo modelo de inspeção sanitária. “Contratamos uma consultoria e esperarmos apresentar um modelo que vai fazer verdadeira diferença para o país, um modelo sem burocracia focado nos resultados. É assim que nós precisamos caminhar”, afirmou.
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As mudanças, de acordo com o ministro interino, contribuirão para aumentar as exportações brasileiras no setor do agronegócio e atingir a fatia de 10% do mercado mundial no setor, que é a meta do ministério para os próximos cinco anos. Atualmente, essa participação é de 6,9%. O plano Agro+, que já completou um ano com mais de 700 ações de modernização e de desembaraço realizadas, foi outro instrumento do Mapa voltado para
a redução de custos e aumento da competitividade. “Estamos fazendo um trabalho que vai gerar frutos, lá na frente. Em momentos de crise, precisamos ser mais ousados para fazer as mudanças que o Brasil precisa”, declarou. “Não há crise que resista ao trabalho”, destacou, acrescentando que “o agronegócio é a locomotiva da economia, sendo responsável por cada um de três empregos e quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB)”.
Em 2018
McDonald’s anuncia política global para fim de antibióticos em frango O McDonald’s anunciou no último mês que irá começar a banir o uso de antibióticos humanos em sua cadeia global de fornecedores de frango a partir do ano que vem. Em comunicado, a companhia afirmou que está trabalhando no planejamento para a retirada dos medicamentos também de outras carnes, como a vacas e galinhas poedeiras. O McDonald’s afirmou já estar em contato com fornecedores de frango para iniciar a fase de retirada dos antibióticos, seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMC). A medida foi louvada por grupos de consumidores e de saúde pública.
Estruturação
JBS anuncia encerramento de abate de aves na unidade de Morro Grande, SC A JBS anunciou que vai encerrar as atividade de abate de aves na unidade de Morro Grande, no Sul catarinense, até 31 de outubro. Com isso, pelo menos 500 trabalhadores devem ser demitidos. A unidade deve continuar a produzir rações e outros produtos agropecuários. A medida deve gerar impacto na cidade, de 2.890 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Da arrecadação do município com Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS), 60% vêm da JBS. Segundo a empresa, a medida foi tomada em razão da “otimização e racionalização de sua malha produtiva”. Postos de trabalho: atualmente, 780 funcionários trabalham na unidade de Morro Grande e 50 devem permanecer após 31 de outubro. O sindicato da categoria informou que pelo menos 500 trabalhadores devem ser demitidos. A JBS também anunciou que a empresa vai diminuir em mais de 100 o número de avicultores que prestam serviço para ela. Na unidade de Morro Grande, são abatidas mais de 50 mil aves por dia. Em nota, a JBS disse que vai oferecer vagas para aqueles empregados que quiserem a transferência para as unidades de Forquilhinha e Nova Veneza, no Sul catarinense, e São José, na Grande Florianópolis, “limitada às vagas abertas em cada planta”. A princípio, as outras unidades no Sul do estado não vão ter cortes. A Revista do AviSite
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Notícias Curtas
Novo comando
BRF anuncia troca de CEO até dezembro
Pedro Faria O conselho de administração da BRF não esperou os resultados do terceiro trimestre e aprovou a saída de Pedro Faria do cargo de CEO da companhia.
Sócio da gestora de recursos Tarpon, que articulou a chegada do empresário Abilio Diniz à presidência do conselho, Faria assumiu a cadeira no início de 2015. Depois que a BRF registrou o primeiro prejuízo de sua história no ano passado, contudo, sua permanência passou a ser recorrentemente questionada pelos principais acionistas. O sucessor de Faria não foi escolhido, mas deve vir de fora da empresa. Em carta publicada pouco antes de uma teleconferência com jornalistas, Abilio afirma que quando Faria se tornou CEO, “nossos planos corriam como esperado”. Mas já no fim daquele ano, pontuou, a “conjuntura começou a mudar radicalmente” e 2016 teve início em meio a uma “tempestade perfeita”,
em grande medida provocada pelo aumento dos preços dos grãos e a problemas nos mercados doméstico e externo - e isso em meio à volatilidade do câmbio. “Essa combinação de fatores negativos nos levou a uma grande decepção com os resultados da BRF”, diz Abilio na carta. Segundo ele, as perspectivas já são melhores, mas mesmo assim “o momento de contribuição valorosa do Pedro à BRF como CEO está concluído”. De abril a junho, pelo terceiro trimestre consecutivo, a companhia ficou no vermelho. O prejuízo líquido foi de R$ 167,3 milhões, ante lucro de R$ 31 milhões em igual período de 2016. A receita líquida recuou 5,7% na comparação, para R$ 8 bilhões.
Expansão
Seara Alimentos anuncia investimentos e abertura de vagas em Uberaba (MG)
Empresa será reformada e vai gerar mais de 100 novos postos de trabalho - unidade já emprega 600 colaboradores A Seara Alimentos anuncia investimentos de R$ 4,5 milhões em sua unidade de Uberaba, em Minas Gerais. Desse
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total, R$ 3 milhões serão destinados à reforma, modernização e instalação de novos equipamentos na unidade. R$ 1,5 milhão será aplicado no treinamento e desenvolvimento dos colaboradores. “O objetivo da modernização é am-
pliar o mix de produtos e atender às demandas de consumidor brasileiro”, informa Isauro Paludo, Diretor Regional de Operações da Seara. “A reforma começa em 2 de outubro e termina em 90 dias. Estamos implementando o que há de mais moderno e eficiente na linha de produção de cortes de aves no país”, complementa o executivo. Durante o período de reformas, os colaboradores sairão em layoff pois “as obras e a instalação de novos equipamentos não permitem que a unidade permaneça funcionando”, explica Paludo. Com o layoff, todos os colaboradores terão seus rendimentos e benefícios mantidos. “Quando os colaboradores retornarem às suas atividades em 2 de janeiro de 2018, encontrarão uma unidade muito mais moderna e competitiva”, reforça o executivo. A seleção de novas vagas deve começar em novembro e as tratativas com a prefeitura estão adiantadas para que o processo seletivo seja realizado via SINE Municipal.
Exportação
UFs exportadoras de frango entre janeiro e julho de 2017 O quadro de Unidades Federativas exportadoras de carne de frango permanece o mesmo de meses anteriores, ou seja, continua abrangendo 16 estados mais o Distrito Federal. Desse total, dez deles acusam volume menor que nos mesmos sete primeiros meses de 2016, mas somente três – Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia apresentaram redução também na receita cambial. No caso de Mato Grosso e Bahia a
redução se deveu a uma concomitante queda no preço médio do produto exportado. Mas há um terceiro estado em que o preço médio recuou significativamente (-33,24%) e, mesmo assim, a receita cambial aumentou mais de 250%. Trata-se da Paraíba, UF em que esse desempenho foi determinado por um aumento de 435% no volume exportado. Esse ganho, entretanto, não impediu que a Região Nordeste fosse a
única a encerrar o período com resultados negativos nos três quesitos: volume, preço médio e receita cambial. Nas demais Regiões o volume exportado recuou, mas como o preço médio registrou aumento em relação à média registrada nos sete primeiros meses de 2016 a receita também apresentou incremento que culminou, ao final, em um retorno cambial 5,14% superior neste ano.
CARNE DE FRANGO Distribuição das exportações brasileiras por Unidade Federativa e Regi ão (ordenadas segundo o volume exportado) JANEIRO A JULHO DE 2017 UF
VOLUME MIL/T
RECEITA CAMBIAL
VAR. ANUAL
PARTICI PAÇÃO
US$ MI
PREÇO MÉDIO
VAR. ANUAL
PARTICI PAÇÃO
US$/T
VAR. ANUAL
PR
904,529
-3,46%
36,83%
1.456,755
7,27%
35,17%
1.610,51
11,11%
SC
555,866
-4,08%
22,63%
1.027,849
6,90%
24,82%
1.849,09
11,45%
RS
425,578
-3,45%
17,33%
685,934
2,12%
16,56%
1.611,77
5,77%
SP
150,142
-8,61%
6,11%
230,628
5,80%
5,57%
1.536,07
15,78%
MG
114,643
-16,15%
4,67%
182,940
-4,21%
4,42%
1.595,73
14,24%
GO
106,254
-7,06%
4,33%
198,920
3,31%
4,80%
1.872,11
11,16%
MS
105,336
2,29%
4,29%
198,385
20,35%
4,79%
1.883,35
17,65%
MT
59,653
-16,53%
2,43%
102,421
-16,92%
2,47%
1.716,94
-0,46%
DF
26,475
-8,25%
1,08%
45,800
0,97%
1,11%
1.729,92
10,05%
TO
2,944
-23,17%
0,12%
5,606
16,63%
0,14%
1.904,15
51,81%
ES
1,561
13,39%
0,06%
2,507
48,97%
0,06%
1.606,04
31,37%
PE
1,215
68,75%
0,05%
1,625
99,63%
0,04%
1.337,76
18,30%
BA
1,119
-54,73%
0,05%
1,500
-71,26%
0,04%
1.340,48
-36,52%
PB
0,432
435,3%
0,02%
0,416
257,4%
0,01%
963,46
-33,24%
CE
0,113
-----------------------------------
0,00%
0,100
-----------------------------------
0,00%
891,71
-----------------------------------
RR
0,043
-----------------------------------
0,00%
0,068
-----------------------------------
0,00%
1576,68
-----------------------------------
RJ
0,031
62,70%
0,00%
0,049
78,04%
0,00%
1567,33
9,43%
1.885,974
-3,64%
76,79%
3.170,538
6,00%
76,56%
1.681,11
10,00%
CO
297,719
-6,27%
12,12%
545,526
3,71%
13,17%
1.832,35
10,64%
SE
266,377
-11,91%
10,85%
416,124
1,33%
10,05%
1.562,16
15,04%
N
2,988
-23,19%
0,12%
5,675
15,32%
0,14%
1.899,40
50,14%
NE
2,879
-12,03%
0,12%
3,642
-40,78%
0,09%
1.265,19
-32,68%
BR
2.455,936
-4,97%
100,00%
4.141,504
5,14%
100,0%
1.686,32
10,64%
S
Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC - Elaboração e análises: AVISITE A Revista do AviSite
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Notícias Curtas
Reconhecimento
Irenilza de Alencar Nääs recebe prêmios internacionais
Irenilza A. Nääs, atualmente é professora na Engenharia de Produção da Universidade Paulista (UNIP), Professora Visitante Sênior no Mestrado em Zootecnia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Professora Colaboradora Programa de Pós-Graduação na Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e presidente da FACTA, São Paulo, Brasil, está sendo homenageada pela liderança internacional em programas de pesquisa, ensino e extensão na habitação de gado. A Professora Irenilza de Alencar Nääs foi premiada em julho deste ano pela Sociedade Americana de Engenheiros Agrícolas e Biológicos (ASABE American Society of Agricultural and Biological Engineers) e em junho do ano passado pela Comissão Internacional de Engenharia Agrícola e de Biossistemas (CIGR - International Commission of Agricultural and Biosystems Engineering). O Prêmio Fellow ASABE é a maior honra concedida pela Sociedade, homenageia membros de realizações e contribuições extraordinárias para o campo da engenharia de sistemas agrícolas, alimentares ou biológicos. A ASABE define como realização profissional meritória em conhecimentos e qualificações extraordinárias que possuem um
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mínimo de 20 anos de prática ativa ou relacionada à profissão de engenharia; O ensino da engenharia; Ou experiência com ensino, pesquisa e extensão relacionados à engenharia, um mínimo de 20 anos como membro-engenheiro ou membro ativo no ASABE. A premiação ocorreu em uma cerimônia realizada recentemente no Encontro Internacional Anual da ASABE, em Spokane, Washington nos Estados Unidos no período de 16 a 19 de julho de 2017. O Prêmio Mérito CIGR (International Commission of Agricultural and Biosystems Engineering) foi concedido a Profa. Irenilza por sua destacada liderança em construções rurais e impacto significativo de sua carreira na profissão de engenharia agrícola. A CIGR concede o mérito a um profissio-
nal por sua principal contribuição internacional para o avanço do conhecimento científico em relação à engenharia e ciência para o benefício da agricultura, meio ambiente, indústria e/ou setor rural na Europa. O vencedor do prêmio deve ter perfil de ser um cientista líder com forte publicação ou registro de patentes, ter uma compreensão clara dos desafios científicos frente à agricultura, ao meio rural e / ou a indústria e que ter feito uma grande contribuição para a inovação científica ou de engenharia que tenha sido reconhecida internacionalmente. O prêmio foi entregue durante a 4ª Conferência Internacional de Engenharia Agrícola (CIGR-AgEng2016) realizada em Aarhus, Dinamarca, em 26 a 29 de junho de 2016.
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Entrevista
“Aviário dark house é unanimidade no Brasil” Andrey Citadin, engenheiro mecânico, afirma que este sistema é o de melhor rentabilidade Fotos: Ronaldo Steckert
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m conversa com a Revista do AviSite sobre as necessidades, vantagens e desvantagens do sistema de produção de frangos de corte em aviários dark house, o engenheiro mecânico Andrey Citadin afirma que estes aviários permitem ganho em conversão alimentar, peso, densidade de aves e um melhor resultado da produção final. Os aviários dark house surgiram no mundo em 1990 de uma forma mais industrial. No Brasil a climatização de galpões começou nos anos 2000 e o sistema dark house começou por volta de 2010. Atualmente, cerca de 30% dos galpões são deste tipo. Andrey conta que estão sendo desenvolvidos novos exaustores com eficiência energética maior, porque eles são usados com mais frequência. “ Já se
falam em projetos para aproveitar a energia solar, sistemas mais eficientes com motores de maior rendimento e principalmente a gestão para ter a informação online. Hoje se pode controlar o aviário de qualquer lugar do mundo, pelo celular ou computador,” afirma. Leia a íntegra da entrevista na sequência. Quais são os equipamentos necessários para controle da temperatura e luminosidade em um aviário dark house? O conceito de dark house é um aviário escuro, mas aqui no Brasil o dark house acabou sendo ligado a uma ideia de um aviário escuro e climatizado ou um aviário climatizado com um certo escurecimento dentro do galpão. Se for pensar em dark house, basta
uma cortina preta escura ou preta-prata escura, que não deixe passar luminosidade de fora, não necessariamente climatizado. Para o Brasil ou para alguns outros mercados, como se tem esse conceito de aviário climatizado, um galpão completo tem, além da parte de alimentação e água (comedouros e bebedouros): ventilação (exaustores, inlets, cortina de entrada de ar/túnel door, fechamentos laterais - cortina preta ou preta-prata, ou alvenaria/bloco/material isolante que não deixe a luz de fora entrar no galpão), sistemas de resfriamento (painel evaporativo e sistema de nebulização), sistemas de aquecimento (aquecedor a lenha, a gás, elétrico, criadeiro por infravermelho) e toda a parte de controle (acionamento, controlador, softwares de gestão - pensando em um projeto bastante completo), culminando com a parte de iluminação, que hoje se trabalha muito com a lâmpada led. Esse projeto de iluminação tem que ser dimerizado (sistema que permite modular a intensidade de 0% a 100% da capacidade da lâmpada), para que se possa escurecer ou clarear o galpão no momento que se tenha interesse, já que cada idade da ave tem uma necessidade de luminosidade para se desenvolver melhor. Em geral, no princípio mais luz e no final menos luz. São dois parâmetros que ligam o dark house: a quantidade de luz e o tempo de exposição a essa luz. Qual é o esquema de luminosidade ideal? As empresas de um modo geral seguem as suas tratativas em relação à iluminação. Não existe um modelo ou
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A Revista do AviSite
uma necessidade de iluminação ideal. O tema não possui uma unanimidade em nível mundial. Há artigos que falam de cores (luz azul, verde, branca, amarela..). Há ainda muita discussão sobre o tema. Cada empresa então acaba fazendo suas avaliações práticas, determinando necessidade em termos de iluminação. Tem empresas, por exemplo, trabalhando com 40 lux em todo o galpão. Algumas com 30 lux e outras com 20 lux. Tem empresa que na zona de recebimento das aves (pinteira) faz com 20 ou 30 lux e outras áreas um pouco menos. Vai muito da necessidade que a empresa tem do ponto de vista do custo-benefício do investimento nessa iluminação. Como regra geral a genética diz que a ave inicialmente tem que estar entre 25 e 30 lux e no final do ciclo de vida de 3 a 5 lux. A gente dimensiona pelo máximo e dimerizando ele vai escurecendo o galpão até chegar a essa necessidade que tem no fim do lote.
O fundamental, além da quantidade de lux, é a uniformidade dentro do aviário. Quando dimensiona pra 40 lux, por exemplo, a gente coloca no ponto de mais alta ao ponto de mais baixa luminosidade, não pode passar de 20%. Então se você calcular com 40 lux, você tem que ir de 32 a 48 lux nesses pontos. Até para que determinadas aves não tenham quantidades muito diferentes umas das outras. Para regular isso se usa um software de projeto luminotécnico que determina, dá um mapa, com os pontos de maior e menor luminosidade dentro do aviário.
Há projetos na Europa de sistemas dark house que permitem luz natural em determinados momentos do dia, por meio de aberturas no teto ou pela lateral
Quais são as vantagens de um sistema dark house? Quais são seus objetivos? Existem também críticas e desvantagens? O bem estar das aves é garantido no sistema dark house? É um tema bastante discutido. Tem vertentes e conceitos divergentes. Por que veio? É um sistema que mantém a ave com menos atividade dentro do
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Entrevista
Estado com o maior índice de aviários no sistema dark house e onde a avicultura está mais atualizada é o PR
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aviário, automaticamente gasta menos energia. O animal fica mais parado, gasta menos energia e por consequência tem menor necessidade de consumir ração para repor aquela energia gasta. Automaticamente você tem um resultado de conversão alimentar melhor do que um aviário convencional. Num primeiro momento, o dark house veio para diminuir essa atividade, com menor stress, consequentemente a necessidade menor de climatização, já que o maior percentual de calor dentro do aviário é produzido pelas aves. Se ela mantém menos atividade, menos calor produz e mais eficiente fica o sistema de climatização. Quando mantém mais calma, as empresas viram uma oportunidade de aumentar a densidade de aves dentro desse modelo de galpão, o que gerou um custo-benefício em volume. Se formos pensar em dark, nos horários de ligar e desligar a luz, é possível “trocar a noite pelo dia”. Exemplo: durante o dia é um período mais quente e à noite mais frio. Se você apagar a luz no período mais quente a ave vai
ter menos atividade. Tendo menos atividade, ela produz menos calor e a necessidade dos equipamentos de climatização é menor. O produtor consegue disponibilizar um ambiente para a ave de acordo com o que entende ser melhor para o desenvolvimento dela. Nas análises realizadas pela maioria das empresas houve ganho em conversão alimentar, peso, densidade de aves, e o resultado da produção melhor. Por outro lado começou a haver algumas divergências do ponto de vista do bem-estar animal. Aí vem um pouco do que é o conceito disso. Algumas linhas de trabalho dizem que a ave precisa de iluminação natural em determinado tempo do dia. Se faz um aviário claro, com incidência de luz, acaba aquecendo mais o galpão. Então a ave acaba sendo atendida pela luminosidade natural, mas por outro lado ela também está sofrendo mais porque talvez a temperatura no calor não seja tão adequada ao seu conforto térmico. Então há essas divergências de cor-
rentes e contestações ao sistema dark nesse sentido. Para atender a essa demanda, há projetos na Europa de sistemas dark house que permitem luz natural em determinados momentos do dia, por meio de aberturas no teto ou pela lateral. A tecnologia caminha para as necessidades que vão surgindo. Hoje o dark house no ponto de vista da indústria é uma unanimidade no Brasil, por ser o sistema de melhor rentabilidade. Em termos de porcentagem, os rendimentos podem ser maiores? Os fabricantes têm pouco acesso a resultados. O resultado não é um parâmetro simples e é afetado por uma série de parâmetros que envolvem o aviário. Temperatura, umidade, manejo, qualidade de ração, clima, etc.... Ter um controle sobre todos esses parâmetros para fazer um comparativo é complicado. As empresas fazem análises, mas não transmitem essas informa-
ções. São dados apurados internamente para tomadas de decisões e aumentar competitividade do mercado e por isso não abrem os resultados. Mas tem casos que se fala em relação ao dark house de uma média de diminuição de 50g de ração consumida por ave (isso uma média, há casos melhores e piores). Se for pensar num aviário de 40 mil aves, essas 50g representam 200 kg de ração. Em outros aspectos há ganhos de peso e diminuição de um ou dois dias no período de crescimento das aves, automaticamente o produtor ganha mais esse período de trabalho. Nós não temos mensurado porque cada empresa tem seu processo de análise. No entanto, vale ressaltar que com a mudança da genética, que registra uma evolução contínua, esses parâmetros vão mudando. Se for pegar hoje, 80% dos projetos novos de aviários estão indo para o dark house. As empresas enxergaram benefício nesse sistema. O investimento não é muito dife-
Os aviários convencionais produzem em média 12 a 15 mil aves. Nos novos se produz de 30 a 40 mil. No Mato Grosso, onde a avicultura é mais nova, também há um índice grande de aviários climatizados, em torno de 70%
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Entrevista O investimento é maior do que um galpão convencional. Mas se pegar por ave alojada, é um investimento maior, mas esse retorno depende muito do ganho, de um bônus que às vezes a empresa paga para o produtor. Para a empresa integradora o dark house é mais produtivo e eficiente, automaticamente ela paga melhor o produtor porque é mais rentável. O retorno depende do que as empresas pagam por ave, porém com as taxas de juros atuais, se você pegar o recurso do produtor, normalmente esse retorno do aviário construído nesse sistema vai entre seis e oito anos. rente, se comparar um aviário todo climatizado sendo ou não dark house. Há quanto tempo existem os sistemas dark house no mundo? Porque eles surgiram? Quando chegaram ao Brasil? No mundo, surgiram nos anos 1990 de uma forma mais industrial. No Brasil a climatização de galpões começou nos anos 2000 e o sistema dark house começou por volta de 2010. Surgiu para aproveitar o melhor que a ave pode produzir. A genética evolui e cada vez mais traz uma necessidade diferente dos animais, então o aviário teve também que se adequar a essa nova ave que passou a chegar ao mercado. O sistema dark house acabou também vindo com base nessa evolução genética a partir dessa necessidade de controle, seja de luz ou de clima, dentro do galpão. 6- Qual é a porcentagem de aviários no sistema dark house no Brasil? Onde estão localizados principalmente? O Estado com o maior índice de aviários no sistema dark house e onde a avicultura está mais atualizada é o PR. Todos os grandes projetos recentes do Paraná seguiram essa linha. O Brasil ainda tem muitos aviários convencionais. Ainda deve ter uns 40% de aviários simples. Outros 30% climatizados numa condição média e talvez tenhamos 30% de aviários dark house. Mas se formos falar em aves alojadas, a conta muda. Os aviários convencionais produzem em média 12 a 15 mil
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A Revista do AviSite
aves. Nos novos se produz de 30 a 40 mil. Acredito que no Paraná tenha cerca de 60% de dark house. No Mato Grosso, onde a avicultura é mais nova, também há um índice grande de aviários climatizados, em torno de 70%. São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão com a automatização em crescimento também. Os circuitos de iluminação em led são apropriados e necessários? Existe este tipo de iluminação específica para a avicultura? Quais são as especificações ideais? A iluminação que permite dimerização melhor é a led. Se utilizar lâmpadas não desenvolvida para esse fim, vai acabar queimando. O sistema tem que ser específico para a agricultura, desde o bocal, isolamento, proteção contra umidade, amônia, etc. Uma série de situações que vão aumentar a vida útil do sistema. A led é a mais indicada e cada empresa tem opções para atender demandas. É fundamental que a lâmpada seja dimerizada de 0% a 100%. A lâmpada especificamente desenvolvida para a avicultura tem resistência às condições adversas que o galpão impõe (amônia, umidade alta, poeira), são elementos agressivos para a luminária. Em ano e meio se paga, comparado com os demais sistemas, pela durabilidade, consumo e por permitir a dimerização. Como ficam os custos de investimento? Eles podem ser recuperados em quanto tempo?
Quais são as novidades em termos de equipamentos para os sistemas dark house? O que está sendo pesquisado sobre este assunto atualmente? Em equipamentos, a tendência da tecnologia é buscar sistemas mais eficientes. Estão sendo desenvolvidos novos exaustores com eficiência energética maior, porque você liga mais frequentemente os exaustores; sistemas de resfriamento mais eficientes, sistemas de gestão sobretudo com a possibilidade de controlar aviário à distância; e em termos de consumo e eficiência energética. Já se falam em projetos para aproveitar a energia solar, sistemas mais eficientes com motores de maior rendimento e principalmente a gestão para ter a informação online. Hoje se pode controlar o aviário de qualquer lugar do mundo, pelo celular ou computador. O mercado está evoluindo, a genética está evoluindo, as empresas precisam ser mais competitivas, os sistemas têm que ser mais eficientes, a ração continua sendo o grande custo da produção - representa 65%, 70% do total da produção, seja de suínos ou aves. O Brasil “começou climatizando galpões” e a gente tem que “pensar num aviário para a avicultura”. Casar construção civil, sistemas de vedação e isolamento com a automação de equipamentos é o que vai fazer o sistema como um todo ser mais eficiente, automaticamente tornando a avicultura brasileira mais competitiva lá fora.
Caderno Técnico-Comercial | Produção avícola sem o uso de antimicrobianos
Encarte Especial sobre Uso de Antimicrobianos acompanha edição de setembro da Revista do AviSite
P
ara abordar os aspectos importantes que envolvem o uso de antimicrobianos, a Revista do AviSite publica um Encarte Especial com a participação de Ariovaldo Zani, Anderlise Borsoi, Lúcio Francelino Araújo, Elizabeth Santin, João Palermo Neto, José Henrique Stringhini, Fernando Ávila e Gabriel Jorge Neto. Os textos, em colaboração com outros envolvidos na equipe destes pesquisadores tratam nutrição, sistema imune, visão do produtor, saúde intestinal, desempenho, aditivos alternativos, probióticos, tendências de mercado e resistência bacteriana. O material aborda a substituição aos antibióticos promotores de crescimento, com produtos que podem trazer resultados zootécnicos e econômicos melhores e de modo mais natural. A professora Elizabeth Santin, da UFPR, sugere que os aditivos alternativos substitutos ao uso de antibióticos promotores de crescimento são viáveis desde que as medidas associadas ao conceito de análise de perigos e pontos críticos de controle (APPCC) sejam seguidas. “A aplicação dos conceitos do APPCC deixa claro que seu objetivo é controlar pontos críticos para se estabelecer as medidas corretivas, tão logo o risco seja detectado, reduzindo assim a probabilidade de erros que acarretem em prejuízo”, afirma, completando: “Dentro destas medidas o uso de aditivos é considerado como uma forma de prevenir ou controlar um determinado risco”. Há ainda comentários de Ariovaldo Zani, do Sindirações, que faz questão de lembrar: “Os antibióticos em medicina veterinária vêm sendo utilizados há décadas para combater eficazmente infecções e melhorar o desempenho zootécnico dos animais de produção”. Ele completa: “Os antibióticos tornaram-se centro de opiniões polêmicas de desdobramentos distintos, muito embora até a Agência Sanitária do Reino Unido declare que a resistência antimicrobiana enfrentada pela humanidade é primariamente resultado do uso dos antibióticos nas pessoas, mais do que seu uso em animais. A versão online do Encarte Especial sobre o Uso de Antimicrobianos está disponível em: www.avisite. com.br/EncarteEspecialAntimicrobianos. O leitor confere nas próximas páginas a opinião das empresas que são patrocinadoras do material encartado nesta edição da Revista do AviSite (Adisseo, Biocamp, Grasp, Nutriad, ICC, Imeve, Safeeds, Silvafeed, Perstorp e Phileo).
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Saúde e Biotecnologia em Nutrição Animal
A Revista do AviSite
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Caderno Técnico-Comercial | Produção avícola sem o uso de antimicrobianos
Selecionando novas cepas de Bacillus subtilis para desempenho consistente em frangos Autores: E. DEVILLARD1, P. NIELSEN2, L. RHAYAT1, V. JACQUIER1, A. TOSCAN3, P.A. GERAERT1 1: Adisseo, Antony, France; 2: Novozymes, Bagsvaerd, Denmark; 3: Adisseo Brasil
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adição de microorganismos vivos na ração tem o objetivo de melhorar o desempenho e a saúde animal, minimizar o uso de promotores de crescimento e promover o bem-estar animal. A microbiota intestinal das aves possui uma riqueza de gêneros e espécies de micrrorganismos, compondo um ecossistema complexo e variável de acordo com a alimentação, idade, ambiente condições de estresse. Esse ecossistema influencia diretamente a saúde intestinal e o aproveitamento de nutrientes. A adição dos microorganismos vivos, conhecidos como probióticos, modificam positivamente esse ecossistema da microbiota, porém seus efeitos serão dependentes do tipo da cepa utilizada. O estudo em questão relata os resultados de uma busca por novas cepas de ocorrência natural de Bacillus com propriedades probióticas relevantes na produção de frangos de corte. Foi realizada a caracterização filogenética de uma nova cepa, Bacillus subtilis 29784 (Deutsche Sammlung von Mikroorganismen), bem como sua avaliação no desempenho de frangos de corte criados em diferentes condições. Foram analisadas mais de 800 cepas e independentes de coleções de microrganismos europeias (Quality Presumption of Safety - QPS) e americanas (Generally Recognised as Safe – GRAS - e Association of American Food Control Officials - AAFCO), em busca
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A Revista do AviSite
de microorganismos não hemolíticos e eficazes quanto a atividade anti-Clostridium. Todas as espécies de Bacillus listadas faziam parte da extensa coleção de microrganismos da Novozymes. O resultado da seleção mostrou que apenas 32% das cepas não eram hemolíticas e somente 10% apresentaram atividade inibitória contra Clostridium perfringens nos testes in vitro. Ao final, 26 cepas preencheram ambos os critérios de seleção. Quando testadas em relação à suscetibilidade a antibióticos, de acordo com as diretrizes da agência European Food Safety Authority (EFSA), apenas 6 cepas satisfizeram todos os três critérios mencionados. A cepa B. subtilis 29784 então foi finalmente selecionada após passar por avaliações in vivo. Dentre as 6 cepas selecionadas, a B. subtilis 29784 foi a que produziu melhor desempenho em testes com frangos. Estudos filogenéticos, pelas suas características específicas, sugeriram que ela pertence a uma nova e quarta subespécie de B. subtilis. Foram conduzidos três estudos de desempenho de frangos de corte com esta cepa específica e em diferentes centros de pesquisa e com duas linhas genéticas de frangos de corte. O modelo dos estudos foi o mesmo, com três tratamentos (grupo controle, grupo controle suplementado com um produto concorrente da espécie B. subtilis e grupo controle suplementado com B. subtilis 29784). As dietas foram
Análises moleculares adicionais revelam que as duas cepas estudadas pertenceriam a subespécies diferentes e confirmam que a escolha da cepa é crucial para obter o melhor efeito do probiótico no desempenho do frango de corte
semelhantes entre os estudos e baseadas em milho e farelo de soja, mas diferiram pela presença ou ausência de subprodutos de origem animal e de fitase. Os níveis de nutrientes da dieta foram calculados para satisfazer os requisitos mínimos das aves, de acordo com as recomendações das linhagens. O desempenho foi avaliado aos 28 e aos 35 dias de idade dos frangos. Os três estudos de desempenho foram analisados independentemente. Em todos os estudos, os efeitos das diferentes cepas de B. subtilis foram maiores aos 35 dias do que aos 28 dias. Notavelmente, aos 35 dias, dependendo do estudo, as demais cepas de B. subtilis não mostraram a mesma eficácia para melhorar os dados de desempenho. O B. subtilis 29784 melhorou significativamente o desempenho nos três estudos (p <0,05), a média foi de 3,6% no ganho de peso médio (GPM) e uma melhora de 3,1% na conversão alimentar (CA). O outro produto de B. subtilis foi capaz de melhorar significativamente GPM e/ou CA em apenas
um dos estudos (p <0,05), sendo que a média nos três estudos resultou em melhor GPM de 1,7% e CA de 2,1%. A consistência observada nos ensaios in vivo com o B. subtilis 29784 indica que esta nova cepa se comporta mais naturalmente no trato gastrointestinal de frangos de corte do que as outras cepas de B. subtilis. Análises moleculares adicionais revelam que as duas cepas estudadas nesses estudos, pertenceriam a subespécies diferentes e confirmam que a escolha da cepa é crucial para obter o melhor efeito do probiótico no desempenho do frango de corte. A partir de critérios rigorosos de seleção, foi possível selecionar uma cepa única e exclusiva de B. subtilis. Esta cepa única, B. subtilis 29784 – nome comercial Alterion® - é capaz de promover a saúde intestinal ao modular a microbiota e reduzir microrganismos patógenos; é estável nas condições do trato gastrointestinal; segura tanto para os animais como para humanos e finalmente, melhora o desempenho produtivo e bem-estar animal. A Revista do AviSite
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Caderno Técnico-Comercial | Produção avícola sem o uso de antimicrobianos
Desafio do controle de Salmonella na cadeia avícola sem a utilização de antibióticos Departamento Técnico BioCamp Laboratórios
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e acordo com o Código de Ética Profissional do Médico Veterinário (D.O.U.: 25.01.2017) o Médico Veterinário deve “aplicar seus conhecimentos para o desenvolvimento científico e tecnológico em benefício da saúde única e bem-estar dos animais”. Para alcançar estes objetivos, o profissional deve “prescrever tratamento que considere mais indicado, bem como utilizar os recursos humanos e materiais que julgar necessários ao desempenho de suas atividades preservando o bem-estar animal evitando sofrimento e dor”. http://www.normaslegais.com.br/legislacao/ Resolucao-cfmv-1138-2016.htm
O problema mundial da resistência aos antimicrobianos (AMC) Organismos internacionais ligados às áreas de saúde pública e agricultura (FAO, OMS, OIE, Codex Alimentarius), importantes centros médicos de pesquisa nos EUA (CDC) e centros de saúde de referência na Europa (ECDC, EFSA, EMA), constroem uma agenda que promove o uso racional de AMC na saúde pública, saúde animal e agricultura. O motivo é o surgimento de Bactérias Multirresistentes aos Antimicrobianos (BMA) atualmente em uso na área humana e veterinária. A colaboração tripartite (FAO, OMS e OIE), há mais de 20 anos, desenvolve programas que visam atacar o problema da resistência aos
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A Revista do AviSite
AMC através de uma abordagem holística e multissetorial, desde que os AMC utilizados na produção animal podem ser iguais ou semelhantes aos utilizados nos humanos. www.who.int/foodsafety/areas_work/antimicrobial-resistance/tripartite/en/ As BMA que surgem em seres humanos, animais ou o meio ambiente podem circular de uma espécie para outra e de um país para outro. Elas não reconhecem fronteiras geográficas, humanas ou animais. O problema é tão grave que alguns pesquisadores acreditam que já vivemos uma “era pós antibiótico” (vide box).
AMC na produção animal De um modo geral os AMC se prestam a quatro formas de aplicação na produção avícola: A. Melhoradores de Desempenho B. Profiláticos ou Preventivos C. Metafiláticos D. Terapêuticos Apesar de uso imprescindível na forma terapêutica, as duas primeiras indicações de uso dos AMC (A e B), por serem administrados em planteis de animais sadios, têm seu uso seriamente questionado por consumidores, organismos internacionais ligados à saúde, enfim pela sociedade em geral, devido a potencial: • Presença de resíduos de AMC nos produtos avícolas; • Transferência de genes de resistência pelas BMA presentes nos produtos avícolas; • Seleção de BMA pelo uso de AMC na indústria avícola;
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era pós-antibiótica - na qual infecções comuns e pequenos ferimentos podem matar - está longe de ser em uma fantasia apocalíptica; é uma possibilidade muito real para o século XXI”, Keiji Fukuda, diretor assistente da OMS. O uso indiscriminado de antibióticos na agropecuária como melhoradores de desempenho, e nos hospitais, leva a rápida proliferação de bactérias resistentes aos antimicrobianos, que se espalham através do tráfego humano e das práticas inadequadas de higiene e saneamento básico. Fonte: “Who warns ‘post-antibiotic’ era”, Nature http://www.nature.com/news/ who-warns-against-post-antibioticera-1.15135
“
• Presença de resíduos de AMC ou de BMA no esterco e cama das aves; • Contaminação do meio ambiente tanto por resíduos de AMC como por BMA.
Alternativas aos AMC Melhoradores de Desempenho (AMD) A cada ano, a pesquisa & desen-
volvimento na indústria avícola apresenta alternativas técnicas - comercialmente viáveis - para substituir os AMD e também para o controle da enterite necrótica (EN) causada pelo Clostridium perfringens. O conceito proposto pelo Professor Stephen Collett (1) , da Universidade da Georgia - EUA, em 2013, contempla essas demandas. Trata-se de “Semear, Alimentar e Capinar” o trato digestório (TD) das aves para melhorar seu desempenho zootécnico e controlar a EN. Ao “semear” precocemente o TD com bactérias probióticas, criamos o microambiente necessário para o desenvolvimento harmônico de complexa comunidade microbiana, que compete com a população residente de Clostridium perfringens, com grande chance de evitar sua multiplicação e, assim, controlar o surgimento de quadros de EN, com o mesmo objetivo dos AMD, mas sem o risco do desenvolvimento ou seleção de BMR.
Alternativas ao uso dos AMC como Profiláticos ou Preventivos Os AMC aplicados dessa forma são utilizados, principalmente, em 3 momentos na vida das aves: A. Adicionados ao diluente da vacina de Marek: na vacinação “in ovo” ou no nascimento; B. Nos primeiros dias de vida do pintinho, na ração ou na água; Os principais objetivos, nessas duas primeiras situações, consistem na redução da mortalidade por onfalite (E. coli, Pseudomonas aeruginosa) ou tentativa de redução da contaminação dos pintos por salmonelas paratíficas. A abordagem técnica mais adequada, para diminuição destes problemas, sem uso dos AMC, contempla entre outros procedimentos: i) na granja de reprodutoras: reestabelecimento de microbiota complexa e harmônica (eubiose) através do uso de produtos de exclusão competitiva, visando a redução de bactérias oportunistas ou não; ii) no incubatório: pré-aquecimento uniforme e eficaz dos ovos, antes da incubação: serve para redu-
zir as grandes variações de temperatura, com superaquecimento dos embriões em algumas regiões das máquinas de incubação de cargas múltiplas. A maior uniformidade de temperatura nas máquinas diminui o estresse térmico do embrião, facilita a absorção da gema, a cicatrização do umbigo, redução das onfalites e mortalidade, sem uso dos AMC; iii) no incubatório: introdução precoce de microbiota de exclusão competitiva, ou probióticos múltiplos, no lote de pintos, via spray. C. Controle das infecções por salmonelas paratíficas. Alguns técnicos, assessores técnicos, RTs e sanitaristas ainda utilizam os AMC preventivamente, de forma estratégica ou periódica, nos planteis de aves em cria, recria ou produção com a pretensa e equivocada finalidade de redução das infecções por salmonelas paratíficas. Nos três itens descritos anteriormente (A, B e C), o uso de AMC de forma profilática ou preventiva, possui efeito reverso, no controle das salmonelas paratíficas. O uso de AMC altera a microbiota intestinal natural das aves (disbiose), reduzindo o efeito da exclusão competitiva, facilitando a colonização do TD, principalmente dos cecos, por salmonelas paratíficas. Para agravar o problema, estes procedimentos selecionam as BMR, aumentando sua prevalência nos animais, subprodutos e no ambiente. Novamente aqui, ao lado das medidas gerais de biosseguridade e imunização dos planteis, os produtos de exclusão competitiva e probióticos múltiplos são de grande auxílio na redução da colonização do TD das aves, sobretudo dos cecos, e da contaminação da cama e do ambiente, por salmonelas paratíficas. Os produtos de exclusão competitiva e probióticos são alternativas de eleição das autoridades, pesquisadores e organismos internacionais (OIE, EFSA, CODEX ALIMENTARIUS e USDA) para substituir os AMD e também para o controle das salmonelas paratíficas (2,3). (Bibliografia à disposição dos interessados).
A pesquisa & desenvolvimento na indústria avícola apresenta alternativas técnicas - comercialmente viáveis - para substituir os AMD e também para o controle da enterite necrótica
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Caderno Técnico-Comercial | Produção avícola sem o uso de antimicrobianos
Produção com qualidade X Programas antibiotic free? Autora: Liliana Longo Borges (P&D, ICC Brazil)
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em-se tornado cada vez mais evidente a influência exercida, não somente pelos consumidores, mas também pela comunidade científica e órgãos reguladores nacionais e internacionais sobre a retirada dos antibióticos como melhoradores de desempenho e uso racional da forma terapêutica na produção animal. Recentemente, foi proibido no Brasil o sulfato de colistina utilizado como aditivo zootécnico melhorador de desempenho na composição de rações para animais de produção. De acordo com o MAPA, a proibição dessa substância na alimentação animal é baseada nas recomendações dos organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), devido a possível influência na saúde humana. Os Estados Unidos, em janeiro deste ano, proibiram a utilização de qualquer substância antimicrobiana de importância na medici-
na humana e grandes empresas do mercado fast food aderiram às dietas antibiotic cuja produção C: 2free, M: 51 Y: 100 K: 0 não utiliza antibióticos nem na forma terapêutica. De acordo com a OMS, cerca de 600 milhões, ou quase 1 em cada 10 pessoas no mundo, adoecem depois de consumir alimentos contaminados. Destas, 420 mil pessoas morrem, incluindo 125 mil crianças com idade inferior a 5 anos. No Brasil, de 2007 a junho de 2016, 90,5% dos casos de doenças transmitidas por alimentos foram provocados por bactérias, sendo que os sorotipos mais encontrados foram a Salmonella spp (7,5%), seguida por Escherichia coli (7,2%) e Staphylococcus aureus (5,8%). O impacto dos antibióticos na microbiota do intestino tem sido mais recentemente investigado e pesquisadores mostraram que, além de alterar a composição da microbiota, os antibióticos também afetam a ex-
pressão gênica, a atividade proteica e o metabolismo geral da microbiota intestinal. As alterações microbianas causadas por antibióticos, além de aumentar o risco imediato de infecção, também podem afetar a homeostase imunológica básica em longo prazo. Com esta nova realidade, é imprescindível que a cadeia produtiva se adapte e aplique um rigoroso plano de manejo, saúde e nutrição, pois a transmissão pode se dar pela ração, ambiente ou ainda vertical (da matriz para o frango/poedeira), por isso o manejo adequado é essencial neste controle. Existem no mercado alternativas para o controle de bactérias patogênicas, como as vacinas vivas atenuadas (que no geral atuam sobre a Salmonella Gallinuram e Salmonella Typhimurium, tendo atuação também sobre a Salmonella Enteritidis), produtos que atuam sobre a ração como antimicrobianos bactericidas (normalmente compostos de ácidos orgânicos) ou que agem no organismo animal, como probióticos, ácidos orgânicos, extratos vegetais, prebióticos, etc. Cada produto possui dife-
Tabela 1. Resumo dos resultados do estudo de Ferreira et al. (2014) sobre a redução da contaminação de Salmonella Hieldeberg1 em frangos de corte suplementados com ImmunoWall®2 Re-isolamento3
Controle
ImmunoWall®4
Redução
Cama
3
91,7%
91,7%
----
3
Ceco
43%
38%
12,5%
Papo3
51%
24%
52,6%
(1) Infecção por Salmonella Hieldeberg aos 3 dias de idade (via oral, 3x10 UFC/ave de SH). (2) ImmunoWall® de 11 a 35 dias de idade à 0,5 kg/ton e de 36 a 42 dias à 2 kg/ton). (3) Re-isolamento semanal da SH na cama, papo e caco. (4) Médias dos re-isolamentos semanais por presença nas amostras coletas. 5
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Tabela 2. Desempenho de frangos de corte aos 42 dias de idade suplementados com AGP ou diferentes níveis de ImmunoWall® Tratamentos
CR (kg)
GP (kg)2
CA (kg/kg)3
Mortalidade (%)
FP4
Controle negativo
4,320
2,242
c
AGP (BMD)
4,273
2,395
a
1
1,927
1,7
267
a
1,784
2,3
307
ab
b
ImmunoWall® 0,25 kg/ton
4,437
2,360
1,880
0,0
294
ImmunoWall® 0,50 kg/ton
4,256
2,359ab
1,804ab
1,0
303
ImmunoWall® 1,00 kg/ton
4,347
2,399
1,812
1,0
307
a
c
b
*2.000 pintos Cobb500 com um dia de idade foram distribuídos em um DIC com 5 tratamentos, 10 repetições de 40 aves cada. Como desafio, as aves foram criadas em cama reutilizada. O experimento foi conduzido pelo Dr. Michael D. Simms - Virginia Diversified Research Corp. (VDRC), Harrisonburg, EUA – 2012. Dados não publicados. 1AGP - Bacitracina Metileno Dissalicilato. 2,3Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey à 5% de significância. 4FP: fator de produção = (GP (kg) x viabilidade (%) / CA x idade) x 100.
rentes formas de ação direta ou indiretamente modulando a microbiota e a resposta do sistema imune. O ImmunoWall® é uma das soluções que pode ajudar no programa de controle de patógenos, uma vez que é uma solução natural que ajuda na redução da contaminação e prevenção do problema. Fundamentada neste conceito, o ImmunoWall® se sobressai aos demais produtos por ser um composto de densa parede celular de Saccharomyces cerevisiae com altas concentrações de β-Glucanas e MOS, resultando em um aditivo com garantia de resultados e ótimo custo/benefício. O MOS é capaz de aglutinar bactérias patogênicas como E. coli e Salmonella, impedindo a colonização e proliferação destas populações no intestino. As β-Glucanas agem estimulando a produção e a atividade dos macrófagos, que são células de defesa de importante papel no sistema imunológico, capazes de fagocitar e destruir os mi-
ImmunoWall® se sobressai aos demais produtos por ser um composto de densa parede celular de Saccharomyces cerevisiae com altas concentrações de β-Glucanas e MOS
crorganismos. Assim, a suplementação de ImmunoWall® assegura que as aves mantenham o equilíbrio da microbiota intestinal e melhorem as respostas do sistema imune, resultando e diminuição da contaminação e da transmissão das bactérias patogênicas à outros órgãos do corpo. Em frangos de corte, um estudo foi publicado por Ferreira et al. (2014) com pintinhos de 3 dias de idade infectados com Salmonella Heidelberg (SH). Os resultados mostraram a eficácia na redução da presença da SH nos grupos suplementados com ImmunoWall® (0,5 kg/ton até 35 dias e posterior aumento da dose, 2 kg/ton, na dieta de terminação). A SH resultou em alta prevalência na cama durante todo o período avaliado (100%), porém houve uma redução de 50% na contaminação por SH no papo e 12,5% no ceco, quando comparado ao grupo controle contaminado (Tabela 1). Esta redução na contaminação por SH no papo e ceco é um ponto chave na segurança alimentar, pois reduz a contaminação da carcaça nos abatedouros, uma vez que estes órgãos podem se romper durante o processo. Outro estudo (dados não publicados) foi conduzido visando entender as respostas de desempenho dos animais a diferentes níveis de inclusão de ImmunoWall® comparados ao AGP. Não houve diferença estatística entre os diferentes níveis estudados de ImmunoWall® e o controle positivo (AGP) quanto ao ganho de peso, e para conversão alimentar o nível de 0,5 kg/ton foi similar ao AGP (Tabela 2).
Os resultados mostram que a substituição de um produto natural pelo AGP, não prejudica o desempenho, uma vez que os benefícios esperados sobre a saúde intestinal refletem também os índices zootécnicos. Estabelecer uma ligação entre a boa qualidade, o valor nutricional e a segurança dos alimentos é uma tarefa que tem exigido muitas pesquisas por parte das indústrias para assegurar a saúde pública. E embora a produção intensiva de aves seja um ambiente desafiador, a segurança alimentar se inicia na granja, onde é possível controlar os agentes patogênicos sem a utilização de antibióticos. No entanto, é de extrema importância que os produtores, que constituem o primeiro elo da cadeia produtiva se comprometam, pois é comprovado que a redução de agentes patogênicos no campo colabora significativamente com a redução do risco de doenças transmitidas pelos alimentos devido à contaminação bacteriana. A preocupação com a qualidade e composição dos ingredientes e dos aditivos utilizados na ração animal é uma tendência global e irreversível, considerando que o consumidor final está se tornando mais ciente da relação entre “nutrição e saúde”. A parede celular de levedura além de ser um aditivo natural, é uma solução viável para melhorar a saúde intestinal e a segurança alimentar em baixas dosagens, resultando em um excelente custo/benefício. (Bibliografia à disposição dos interessados). A Revista do AviSite
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Caderno Técnico-Comercial | Produção avícola sem o uso de antimicrobianos
Tecnologia natural Como pesquisa e produtos naturais se mostram eficazes no aumento dos índices zootécnicos Autor: Renato Giacometti, zootecnista e mestre em nutrição animal pela Universidade Federal de Lavras
O
desenvolvimento da avicultura brasileira teve início em meados da década de 60, juntamente com a utilização de antimicrobianos, para prevenir determinadas enfermidades. Com o passar dos anos, iniciou-se a utilização dos mesmos como promotores de crescimento, em doses subterapêuticas. Nos anos 80, tanto produtores como pesquisadores começaram a perceber que determinadas cepas bacterianas haviam se tornado resistentes à diversos antimicrobianos utilizados e que uma parcela considerável da microbiota bacteriana normal do trato gastrointestinal havia sido diminuída ou até mesmo eliminada devido a sua ação não-seletiva. Dentro dessa nova realidade, começou a ser formado um novo conceito de aditivo, na comunidade científica internacional, que poderia vir a substituir os antimicrobianos utilizados como promotores de crescimento na produção avícola, sem provocar prejuízos na microbiota intestinal normal, sem promover resistência bacteriana e sem deixar resíduos na carcaça das aves.
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A Revista do AviSite
Com um mercado cada vez mais competitivo, com muitos produtos oferecendo melhorias à produção avícola, algumas dúvidas (por parte dos produtores) surgem como, qual é a melhor opção para cada negócio? A IMEVE S.A., indústria veterinária pioneira na pesquisa e produção de probióticos para diversas espécies, vem elucidar alguns pontos, apresentando não só as diferenças entre classes de produtos, mas também suas soluções para a avicultura. Uma dúvida frequente que a equipe de campo se depara é qual a diferença e funcionalidade do probiótico frente aos prebióticos e antimicrobianos, como promotores de crescimento? Os probióticos são constantemente confundidos com os prebióticos, mas possuem funções e composições diferentes. Os prebióticos são constituídos por parede celular de leveduras, geralmente composta por polissacarídeos (mananoligossacarídeos -MOS ou frutoligossacarídeos – FOS) e servem, na maioria das vezes, de substrato (alimento) para os micro-organismos benéficos. Os antimicrobianos possuem ainda, função contrária aos probióticos e devem ser utilizados especialmente para tratar doenças, pois matam ou inibem a multiplicação das bactérias patogênicas, mas também das bactérias benéficas (ou parte delas) no organismo animal, comprometendo a microbiota benéfica do sistema digestivo. Utilizados como promotores de crescimento, podem
Investindo em pesquisas e avaliando a tendência mundial para o consumo de produtos sem resíduos, a IMEVE desenvolveu DBA Pó e PAS-TR, probióticos para serem misturados à ração
selecionar bactérias patogênicas resistentes, havendo também um comprometimento da saúde humana. Por esse motivo, atualmente existem inúmeras restrições dos países importadores de carne (Europa, América do Norte, Ásia etc.) ao uso de antimicrobianos como promotores de crescimento. Soluções com relação à nutrição avícola precisam ser estudadas para manter um saldo positivo nos negócios. Uma saída é optar por produtos alternativos (naturais), como por exemplo o aditivo probiótico, que não deixa resíduos na carne e ovos das aves e possuem a mesma eficiência que os promotores de crescimento.
“Constituído de micro-organismos vivos, que são componentes do sistema imune do intestino, o probiótico promove o equilíbrio entre absorção, secreção e controle de agentes patogênicos. Uma microbiota intestinal normal é essencial para manter a saúde das aves. Outras vantagens do probiótico são maior síntese de proteínas e vitaminas, estímulo na produção de anticorpos e principalmente, prevenção de diarreias bacterianas”, explica o zootecnista Renato Giacometti, mestre em nutrição animal e gerente técnico da IMEVE. O consumo dos probióticos permite uma melhora na digestibilidade das rações, garantindo melhor aproveitamento (absorção) dos nutrientes com consequente melhora nos índices zootécnicos, como ganho de peso, conversão alimentar, taxa de postura e qualidade dos ovos. Investindo em pesquisas e avaliando a tendência mundial para o consumo de produtos sem resíduos, a IMEVE desenvolveu DBA Pó e PAS-TR, probióticos para serem misturados à ração. “O primeiro é indicado para rações fareladas e o segundo, por ser termorresistente, tem indicação para rações fareladas e peletizadas. Os probióticos DBA e PAS-TR auxiliam na prevenção da contaminação das aves, pois promovem a colonização benéfica do intestino, não permitindo que bactérias patogênicas, como por exemplo, Salmonela, Clostridium e Escherichia Coli, se instalem no
Os probióticos DBA e PAS-TR podem ser incluídos em rações fareladas e peletizadas mesmo, acarretando problemas digestivos que resultam em queda na produção”, Outra inovação é uma combinação exclusiva de probiótico, vitaminas, eletrólitos e aminoácidos, o Polimeve Probiótico, um suplemento solúvel em água, que facilita o fornecimento destes elementos para as aves em suas diversas fases de desenvolvimento. “As granjas precisam de soluções rápidas e lucrativas para melhorar o desempenho das aves. Polimeve Probiótico Solúvel, melhora a qualidade intestinal, proporcionando uniformidade do lote, evitando refugos e também diminuindo a mortalidade. Auxilia na recuperação dos animais em situações de estresse, como transporte, alojamento, mudança de ração, variações bruscas de temperatura e transferências de locais de criação. Nosso departamento de P&D está em constante pesquisa para oferecermos soluções sustentáveis para o mercado veterinário nacional, principalmente em relação aos probióticos. São mais de 35 anos de tradição, que revertemos em produtos tecnológicos e inovadores”, finaliza Giacometti. A Revista do AviSite
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Reduzindo a resistência aos antibióticos; o que esperar dos aditivos destinados a alimentação animal? Autores: Tim Goossens, PhD e Daniel Ramírez, MVZ Gerentes de desenvolvimento de negócios em “Performance digestiva” Nutriad, Bélgica
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icrorganismos, como bactérias, fungos e parasitas, podem desenvolver resistência a substâncias antimicrobianas. Nos últimos anos, foram isolados microrganismos que desenvolveram resistência contra uma ampla gama de drogas importantes. Por isso, essas “super bactérias” se tornaram uma ameaça crescente para a saúde de seres humanos e animais. Nesse contexto, é dada atenção especial a várias estratégias que visam minimizar a necessidade de aplicação de antibióticos na produção animal, como maior foco no suporte veterinário, medidas de biossegurança, gerenciamento de produção e intervenções nutricionais, incluindo o uso de aditivos funcionais. De fato, alguns
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aditivos podem ter efeito benéfico sobre a saúde intestinal e o desempenho de animais, oferecendo assim uma alternativa aos promotores de crescimento antimicrobianos (AGPs) e reduzindo a necessidade do uso rotineiro de drogas veterinárias, aplicadas a infecções intestinais. No entanto, devemos observar que os antibióticos e os aditivos possuem características muito diferentes, o que tem consequências para sua própria aplicação. Muitas vezes, quando produtores pecuaristas enfrentam a necessidade ou o desejo de reduzir a suplementação de AGP pela primeira vez, vários deles se sentem tentados a procurar maneiras de remover os antibióticos no alimento e substituí-lo por outros ingredientes ativos, na esperança de que tenham
o mesmo efeito. Da mesma forma, os produtores que desejam minimizar as intervenções veterinárias podem tentar aplicar aditivos como maneira de curar uma doença iminente, na esperança de que terão efeito semelhante ao de uma droga. No entanto, tais abordagens ignoram o fato de que os aditivos têm modos de ação muito diferentes dos antibióticos, e que é necessário compreender totalmente esses mecanismos para poder usá-los da maneira correta. Para ilustrar isso, a Figura 1 relaciona alguns dos modos de ação de AGPs/antibióticos e de aditivos que promovem a saúde intestinal. Alguns dos mecanismos são semelhantes, enquanto outros são distintos. Consequentemente, é possível usar aditivos de alta qualidade para reduzir a dependência de AGPs: os dois produtos podem ser usados em conjunto, para oferecer mais opções para melhores saúde e crescimento. Como alternativa, quando o uso de AGPs é proibido ou deve ser restrito, aditivos que promovem a saúde intestinal serão necessários para preencher essa lacuna e aumentar o desempenho animal. A seguir, relacionamos alguns exemplos de como um butirato com liberação precisa (ADIMIX® Precision) pode reduzir e/ou minimizar as consequências da colonização intestinal por certas espécies de bactérias, por meio da
ativação de sinalização celular eucariótica e procariótica em vez da destruição direta de bactérias. Em um modelo de enterite necrótica em frangos, por exemplo, a suplementação do butirato de liberação precisa em aves afetadas, teve efeitos limitados sobre a contagem de Clostridium perfringens no trato intestinal. No entanto, estas aves tiveram menores escores por enterite necrótica (Figura 2). Esses resultados estão alinhados à hipótese de que o butirato, quando entregue diretamente no trato intestinal, previne ou repara os danos epiteliais intestinais, limitando assim a perda de nutrientes e a inflamação e, dessa forma, restringindo as condições que favoreceriam a superpopulação intestinal de Clostridium em estágios de vida posteriores.
Da mesma forma, o butirato de liberação precisa reduz a invasão de células epiteliais por Campylobacter e Salmonella, mas não deve ser usado como uma droga antibiótica a ser
aplicada no estágio final de produção apenas, na esperança de eliminar esses patógenos antes do abate dos animais. Isso é demonstrado por um experimento em que 0 ou 3 kg/t de butirato de liberação precisa foi adicionado em várias fases da ração para frangos infectados com Campylobacter jejuni no estágio de crescimento (Figura 3). Quando o produto foi adicionado a todas as fases de ração, ou a partir do momento em que as aves foram infectadas oralmente, o número de Campylobacter no ceco foi significativamente reduzido em comparação a aves do tratamento de controle. Entretanto, a inclusão do produto apenas no alimento inicial e/ou no alimento final surtiu menor efeito sobre a contagem da bactéria no ceco. Para concluir, antibióticos, quer sejam aplicados como drogas ou AGPs, podem ter efeito específico e direto sobre as bactérias intestinais. A desvantagem dessa abordagem é que as bactérias podem desenvolver resistência contra certas drogas, prejudicando o tratamento futuro de seres humanos e animais com antibióticos. Por outro lado, aditivos funcionais destinados a alimentação animal, como o butirato com liberação precisa, embora não atuem sobre problemas bacterianos agudos, preparam o trato gastrointestinal dos animais para superar as consequências negativas de determinadas doenças. Sendo assim, os aditivos, se apresentam como uma maneira segura para criar animais com menos antibióticos. A Revista do AviSite
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Caderno Técnico-Comercial | Produção avícola sem o uso de antimicrobianos
Os benefícios do Safmannan na redução do uso de antimicrobianos em aves
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Autor: Alain Riggi, Gerente Global de Aves – Phileo Lesaffre Animal Care
O
intestino é o órgão mais importante ao considerarmos que ele converte alimentos em carne. A redução da performance devido a inflamação intestinal crônica causada por bactérias soma-se aos impactos digestivos negativos causados por outras fontes de estresse e reforça o quão importante é a saúde intestinal no sucesso financeiro de um empreendimento avícola. Os antimicrobianos são utilizados para dirimir a preocupação com a saúde das aves e garantir a máxima performance. Contudo, os consumidores têm cada vez mais solicitado que as carnes sejam oriundas de criações livres de antibióticos. Um artigo publicado em 2016 por Jim O’Neil et al., revelou que pelo menos 700.000 pessoas morrem todos os anos devido a doenças que não respondem aos medicamentos disponíveis. Se nenhuma atitude for tomada para reverter este quadro, aproximadamente 10 milhões de pessoas morrerão em 2050 devido
Figura 1: Mortes atribuídas à resistência a antibióticos por ano
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A Revista do AviSite
Gráfico 1: Safmannan® auxilia a manter o comprimento dos vilos sob condições de desafios (Abudabos et al., 2013) a doenças resistentes aos medicamentos; mais que o total de mortes por câncer. Antibióticos promotores de crescimento têm sido banidos da avicultura europeia desde 2006 e o uso de antibióticos que possuem capacidade para prevenir doenças tem diminuído. Entretanto, ainda são necessários esforços se desejarmos manter a eficácia dos antibióticos quando animais doentes realmente necessitarem ser tratados, utilizando-os com cautela para preservar sua eficiência no futuro. Quando se fala em antibióticos, prevenção é a palavra chave para o futuro da produção animal: bom manejo nas granjas, alto grau de biossegurança e alta qualidade de alimentos são necessários para prevenir desordens fisiológicas e produzir aves mais saudáveis, mais resistentes e, consequentemente, que necessitem de menos antibióticos. Produtos alternativos aos
antibióticos estão exercendo um papel crescente na indústria avícola, e uma medida preventiva para melhorar a resiliência das aves é a adição de Safmannan® em suas dietas.
Efeitos positivos de Safmannan® na saúde intestinal: As poedeiras e frangos de corte estão altamente produtivos e uma boa saúde intestinal é importante para assegurar que as aves aproveitem as dietas da forma mais eficiente. 70% da capacidade do sistema imune das aves estão concentrados no intestino ou em seus arredores (GALT, placas de Peyer, baço, fígado, bursa de Fabricius), sendo fácil entender que uma boa integridade intestinal terá um impacto positivo no status imunitário e na performance das aves. Safmannan® é uma fração premium de levedura, produzida pela
Tabela 1: Médias de aglutinação de patógenos ao Safmannan® por microscopia eletrônica de varredura (adaptado de Posadas et al., 2017) Phileo Lesaffre Animal Care, através da fermentação de uma cepa própria e específica de Saccharomyces cerevisiae. O controle completo de todas as fases de produção desde o cultivo da cepa, garante um produto consistente e com uma composição de mananas e β-glucanas balanceada, resultando em um efeito positivo na saúde intestinal das aves. Safmannan® tem demonstrado seus benefícios à saúde intestinal das aves de várias maneiras: 1. Auxiliando na manutenção da capacidade absortiva do intestino Diversos ensaios têm demonstrado o efeito do Safmannan® na preservação do comprimento dos vilos sob condições de desafio fisiológico (Clostridium, por exemplo), ajudando a manter uma ótima absorção de ingredientes chaves (Abudabos et al., 2013). Por controlar a liberação de certas citocinas próinflamatórias, Safmannan® reduz o impacto da inflamação na mucosa intestinal, preservando o comprimento das vilosidades. Outro efeito positivo é a menor profundidade de criptas e maior relação
comprimento de vilo/profundidade de cripta, que é um indicador de boa saúde intestinal. 2. Protegendo a parede celular do intestino da fixação de patógenos Em ensaio realizado para demonstrar o efeito de Safmannan® na produção de células caliciformes, as quais secretam o muco que protege as paredes celulares do intestino, as aves que consumiram Safmannan® produziram três vezes mais células caliciformes quando comparadas às que receberam a dieta controle (Morales, et al., 2010). 3. Diminuição na pressão por patógenos no intestino Bactérias Gram negativas possuem a habilidade de se aderirem à parede celular do intestino através de antígenos específicos – as Fímbrias. Estes antígenos, então, se aderem às mananas cobrindo a superfície do epitélio intestinal. Como Safmannan® contém, pelo menos, 20% de mananas, as bactérias são atraídas e se ligam ao Safmannan®. Posadas et al., 2017 realizaram diversos ensaios para demonstrar esta teoria e Safmannan® aglutinou 98% da Salmonella typhimurium utilizada, além de 75% de Clostridium perfringens, que é uma
bacteria Gram positiva e não possui Fímbrias. 4. Impacto do Safmannan® no sistema imune Uma boa saúde intestinal está intimamente relacionada à capacidade imunológica das aves, e quanto mais ativo estiver o sistema inume, melhor sua ação contra patógenos. Temos observado que Safmannan® auxilia na manutenção da saúde intestinal, mas a sua suplementação também age diretamente na melhoria do sistema imune das aves. Assim como as mananas, outros componentes importantes de Safmannan® são as β-glucanas. Junto com as mananas, as β-glucanas são reconhecidas por diferentes receptores contidos nas superfícies das células dendríticas e dos macrófagos (PerezGarcia et al., 2011). Este reconhecimento permite uma reação rápida do sistema imune adaptativo contra os patógenos. A consequência é uma maior resposta vacinal em aves vacinadas contra doença de Newcastle (Gomez-Verduzco et al., 2009), demonstrada por diversos ensaios. Neste ensaio vacinaram frangos de corte aos 10 dias de idade com uma vacina de vírus vivo, e fizeram testes sanguíneos após uma e duas semanas após a vacinação. O método sorológico utilizado para avaliar o impacto de Safmannan® foi o da inibição da hemaglutinação (HI), e observou-se um aumento significativo da resposta de anticorpos duas semanas após a vacinação (aos 24 dias de idade) no grupo que consumiu o Safmannan®.
Conclusão
Gráfico 2: Maior resposta vacinal em aves suplementadas com Safmannan® (Gomez-Verduzco et al.,2009)
Dependendo das circunstâncias, um bom monitoramento e um ótimo manejo das granjas irão auxiliar a limitar os estresses e problemas de saúde das aves durante o período de criação. Como a utilização de alguns antimicrobianos tem sido questionada, Safmannan® representa um aditivo muito útil para a manutenção da saúde intestinal e do bom desenvolvimento das aves. www.phileo-lesaffre.com vendas@phileo.lesaffre.com (Bibliografia a disposição dos interessados) A Revista do AviSite
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Caderno Técnico-Comercial | Produção avícola sem o uso de antimicrobianos
Desafio do controle de Salmonella na cadeia avícola sem a utilização de antibióticos Autora: Juliano Trevizolli e Roberto Montanhini Neto, Safeeds Aditivos para Nutrição Animal
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vanços nas práticas de produção de aves, mudanças no estilo de vida, preferências dos consumidores e conscientização nutricional serviram para colocar os produtos de origem avícola como fontes de proteína animal de destaque para a nutrição humana, em escala global. Esta globalização acarretou, inevitavelmente, em mudanças importantes nos moldes produtivos e controles da avicultura. Muitas dessas mudanças foram balizadas em resposta aos apelos da opinião pública sobre o comércio internacional, especialmente, originada em países com alto grau de desenvolvimento e poder aquisitivo. Neste sentido, dentre as mais discutidas mudanças, a restrição ao uso de agentes antimicrobianos promotores de crescimento é a que obteve mais relevante destaque na mídia. Mediante as pressões exercidas por consumidores e ONGs internacionais, grandes redes de fast food, restaurantes e supermercados de amplitude transnacional passaram a oferecer produtos de origem animal provenientes de unidades de produção certificadamente isentas
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A Revista do AviSite
destes agentes promotores. Em diversos mercados e países, essas pressões resultaram em regulamentações que proibiram o uso destes produtos na produção animal. Para se adequarem às essas exigências do mercado e regulamentos, as operações industriais de aves têm buscado não somente alternativas aos ganhos de desempenho zootécnico e econômico, antes proporcionados pelos promotores de crescimento, mas também aos desafios de saúde e bem-estar animal, assim como, ao controle de micro-organismos de interesse de saúde pública que vinham sendo, de certa maneira, controlados pela adição destes agentes antimicrobianos. Atualmente, elevou-se a níveis flagrantes o desafio de controle de micro-organismos patogênicos amplamente associadas ao consumo de produtos de origem avícola, como Salmonella spp., Campylobacter spp. e Escherichia coli (i.e. APEC), ainda mais com a proibição do emprego de antibióticos promotores do tipo Gram-negativo. De maneira geral, essas bactérias Gram-negativas entéricas não costu-
mam produzir morbidade ou mortalidade em aves, comparativamente a alguns micro-organismos Gram-positivos, como o Clostridium perfringens. Este é sabido causador de enterites, cuja ocorrência também fica favorecida pela retirada dos agentes antimicrobianos promotores de crescimento. As perdas econômicas associadas à redução de desempenho de integrações acometidas por C. perfringens superam nos EUA a casa dos cinco centavos de dólar por ave, mas podendo diminuir em até 33% a rentabilidade esperada com a produção. O problema maior é
Enterites diminuem sensivelmente as proteções naturais da mucosa intestinal ou mesmo imunitárias (tanto locais quanto sistêmicas) das aves
que estas enterites diminuem sensivelmente as proteções naturais da mucosa intestinal ou mesmo imunitárias (tanto locais quanto sistêmicas) das aves, permitindo que as bactérias Gram-negativas, até então comensais em sua maioria, passem a ter condições de acesso e multiplicação no organismo das aves, gerando reais quadros patológicos e de contaminação sistêmica. Assim sendo, para um eficiente controle de micro-organismos de interesse em saúde pública em operações industriais, com destaque a própria Salmonella, faz-se necessário o emprego de aditivos alternativos aos antibióticos promotores de crescimento que atuem, simultaneamente e eficientemente, em bactérias Gram-negativas e Gram-positivas. A pesquisa científica recente vem amplamente produzindo trabalhos que avaliaram uma extensa gama de aditivos com potencial de controle da viabilidade e/ou multiplicação de bactérias patogênicas presentes no intestino de aves. Dentre estes aditivos, vêm se destacando em termos de eficácia os ácidos orgânicos e os óleos essenciais, isolados ou combinados entre si. Ainda assim, certos pontos são aclamados nestes estudos como sendo altamente relevantes à eficácia desses princípios ativos no controle de bactérias patogênicas. Considera-se imperativo o conhecimento da composição de ácidos orgânicos e óleos essenciais presentes nos aditivos, a dose destes aditivos frente ao nível de contaminação e espécies de bactérias à serem combatidas e, principalmente, a maneira e local que os princípios ativos são liberados e apresentados a estes micro-organismos-alvo. Por exemplo, várias pesquisas e trabalhos de campo com aditivos alternativos concluem que os ácidos orgânicos sozinhos e em doses baixas não controlam eficientemente patógenos Gram-negativos. De acordo com estes estudos, estas bactérias possuem a parede muito mais complexa, comparativamente àquelas Gram-positivas. Assim sendo, os autores recomendam uma dose, em média, dez vezes maior de ácidos orgânicos para o con-
trole simultâneo dos dois tipos de micro-organismos; muito provavelmente, essa recomendação seria economicamente inviável na prática industrial. Por outro lado, quando associados à óleos essenciais, é reduzida drasticamente a dose necessária para garantir um eficiente controle de patógenos com ácidos orgânicos, independentemente do tipo de parede celular que possuam. Os estudos comprovam ainda que a sinergia entre estes princípios ativos promove um potencial bactericida e/ou bacteriostático equivalente ou mesmo superior àquele observado com o uso de promotores antimicrobianos. Este potencial pode ser fortemente amplificado se esses princípios ativos estiverem apresentados em sua forma ativa exatamente onde se encontram as bactérias-alvo no trato gastrintestinal. É de conhecimento que os patógenos de maior interesse, notadamente a Salmonella, encontram-se nas porções mais distais do intestino. Neste local, a maioria dos ácidos orgânicos e óleos essenciais adicionados ao alimento na forma livre não seria capaz de chegar com a atividade que se espera, principalmente por razões relacionadas ao pH ao longo do trato e ação de enzimas endógenas. Para tanto, a tecnologia de micro-encapsulamento dos princípios ativos em matriz de triglicerídeos tem se mostrado a melhor maneira de apresentar estes aditivos alternativos. Por meio da ação de lipases endógenas sobre esta matriz, os ácidos e óleos essenciais ativos são liberados gradativamente aonde encontram-se os seus alvos. Não obstante, o diagnóstico da carga de patógenos a ser combatida é ponto inicial à tomada de decisão quanto ao aditivo alternativo a ser utilizado, assim como sua dose eficaz para o nível de controle que se busca. Além do mais, o controle deve abranger não somente o que se usa no alimento, mas sim todo um programa de biossegurança na cadeia de produção das aves. Tornam-se necessárias monitorias frequentes e continuadas, atentando-se às possíveis falhas que facilitem a entrada de Salmonella e outros patógenos na cadeia, como por exem-
Tecnologia de microencapsulamento dos princípios ativos em matriz de triglicerídeos tem se mostrado a melhor maneira de apresentar estes aditivos alternativos
plo, a avaliação da presença e gravidade de lesões na membra intestinal, a partir de medidas de comprimento de vilosidades. De qualquer forma, é imperativa a presença de profissionais focados e experientes, para garantir que as medidas de controle do programa sejam adaptadas à realidade e necessidade de cada integração e, sobretudo, que sejam corretamente realizadas. Por fim, apesar do grande desafio que enfrentamos na produção de aves sem a utilização de agentes antimicrobianos, atualmente há soluções tecnicamente viáveis para evitar perdas de desempenho zootécnico e a proliferação de micro-organismos de interesse de saúde pública, como Salmonella. Amplos programas que propõem a utilização de aditivos alternativos, compostos por ácidos orgânicos associados à óleos essenciais micro-encapsulados, em conjunto com ações sistêmicas na cadeia produtiva, têm se mostrado ferramentas altamente eficazes para que a indústria avícola se adeque às correntes exigências mercadológicas e regulamentares. A Revista do AviSite
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Caderno Técnico-Comercial | Produção avícola sem o uso de antimicrobianos
Como os taninos de quebracho e castanheira melhoram a produção avícola Autores: Leandro Redondo, Médico veterinário, doutor pela universidade de Buenos Aires e Mariano Fernandez-Miyakawa, Biólogo, doutor pela Universidade de Buenos Aires e pós doutorado pela Universidade da Califórnia Davis. Ambos são pesquisadores membros do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (CONICET), Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA)
A
moderna produção de alimentos de origem animal tem sido suportada durante muitos anos pelo uso de antibióticos promotores de crescimento (APC) em doses sub-terapêuticas, com o objetivo de obter uma melhor eficiência e rentabilidade produtiva. No entanto, ações como a proibição do uso de antimicrobianos em doses sub-terapêuticas na União Européia em 2006, a proposta da FDA de retirar os APCs nos Estados Unidos em 2013, a forte pressão dos consumidores exigindo carne de animais criados sem antibióticos, etc., trouxeram uma mudança radical no panorama mundial ao qual estávamos acostumados há mais de 30 anos (Dibner & Richards 2005). A experiência Européia nos mostrou há mais de dez anos, que um dos problemas que se tornou rapidamente evidente após a retirada de APCs foi o aumento da incidência de doenças infecciosas como a enterite necrótica causada por Clostridium perfringens (Van Immerseel Et al., 2004), levando a graves perdas econômicas. Há mais de dez anos, tendo em mente a visão de que a proibição do uso dos APCs seria global, decidimos concentrar nossos esforços no desenvolvimento de produtos alternativos, de menor custo e igualmente ou mais eficientes. Desta forma, procurou-se melhorar a saúde intestinal da produção avícola, evitando o desenvolvimento das doenças mais importantes das aves de produção, mantendo ou aumentando a produtividade do sistema avícola de maneira sustentável. Uma das alternativas mais competitivas é obtida com o uso dos taninos. Compostos polifenólicos solúveis em água de pesos moleculares variáveis, que se encontram em abundância na natureza e que são capazes de precipitar proteínas (Spencer et al., 1988). As plantas sintetizam esses compostos como mecanismos de defesa contra ameaças, incluindo por exemplo microrganismos patogênicos.
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A evidência científica atual sugere que o uso correto de determinados taninos, favorece a nutrição e a saúde dos animais (Frutos et al., 2004). É importante ressaltar que os efeitos positivos desses compostos nos animais dependem da dosem, da origem e da combinação dos taninos, e que o uso desses compostos deve ser recomendado com base em evidências científicas sólidas. Este é o caso do uso combinado de taninos de quebracho e castanheira, que sustentado por mais de 30 anos de pesquisa demonstrou seus efeitos benéficos e os mecanismos específicos de ação, justificando e suportando hoje em dia, o uso comercial nos sistemas mais avançados de produção avícola. A mudança para este tipo de produtos altamente inovadores, com base em um forte desenvolvimento tecnológico e de pesquisa, também é acompanhada por mudanças inovadoras de suporte técnico aos produtores e empresas que os utilizam. Para este fim, foi desenvolvido um sistema de avaliação abrangente para mensurar o impacto da adição destes produtos compostos por taninos como o Nutri P, não apenas sob a perspectiva de um melhor controle da microbiota intestinal que inclui a enterite necrótica, mas também avaliando seu efeito benéfico na eficiência produtiva e no controle da população e persistência de microorganismos resistentes aos antimicrobianos (Diaz Carrasco et al., 2016, Redondo et al., 2015). Com essa informação se avalia os parâmetros produtivos das granjas, o estado bacteriológico, anatomopatológico macroscópico e microscópico do intestino das aves, a qualidade física e microbiológica das camas. Mas uma parte fundamental deste serviço é a análise da dinâmica da microbiota intestinal das aves e das camas por meio do sequenciamento em massa (Next Generation Sequencing-NGS) do gene 16S bacteriano após a extração total do DNA das amostras. A aplicação das técnicas de sequen-
ciamento em massa (NGS) permitiu nos últimos anos, compreender o papel importantíssimo das comunidades bacterianas presentes nos intestinos das aves. A homeostase da microbiota não só protege os animais contra as infecções por patógenos intestinais como Clostridium perfringens mas também favorece os processos digestivos, tendo um grande impacto sobre a eficiência da produção (Oakley et al., 2014; Yeoman et al. 2012). Por estas razões, durante o monitoramento do uso do Nutri P a campo, quando os parâmetros patológicos são avaliados, são realizados estudos de metagenômica da microbiota intestinal. Por meio desses estudos, é possível analisar e identificar a população de bactérias presentes no intestino, principalmente nos cecos. Atualmente sabemos que os efeitos de promoção do crescimento são resultado em grande parte devido às mudanças induzidas na composição da microbiota intestinal pela ação desses produtos. Os resultados de ensaios em condições experimentais com Nutri P, que se confirmam nas avaliações comerciais, demonstram que estes compostos de taninos induzem mudanças distintas na diversidade da microbiota cecal. Enquanto antibióticos como a bacitracina de zinco impactam negativamente reduzindo a diversidade da microbiota de forma sustentada ao longo do tempo, a ação dos taninos determinam uma redução transitória, que é seguida pela proliferação de grupos de bactérias benéficas, como as bactérias produtoras de ácido lático ou bifidobactérias (Figura 1). Em todos os casos, estas bactérias foram fortemente diminuídas em animais que receberam antibióticos, mesmo em níveis próximos de 0. Também se observa em todos os animais que consumiram Nutri P, um aumento na relação dos phylum Firmicutes sobre Bacteroidetes. Esse aumento (Figura 2) está associado a uma maior eficiência na utilização dos nutrientes dos alimentos em diferentes espécies animais (incluindo camundongos, bovinos de corte e leite, humanos, etc.) e poderia explicar parte das melhorias produtivas observadas com o uso desses taninos em frangos de corte. As aves alimentadas com esses taninos mostraram uma diminuição drástica da proporção de bactérias do gênero Bacteroides, enquanto que uma série de bactérias membros da ordem Clostridiales pertencentes principalmente às famílias Ruminococcaceae e Lachnospiraceae foram aumentadas. Esses grupos taxonômicos têm sido associados a uma melhora na saúde intestinal e também com a eficiência na conversão alimentar em frangos de corte, sugerindo que o aumento, por exemplo, desse grupo de clostridios poderiam melhorar os resultados produtivos em um nível tal, que foi proposto o uso destes microorganismos como probióticos para aves. A tecnologia desenvolvida pela empresa Silvateam S.A. permite avaliar de forma integral o impacto desses aditivos inovadores compostos por taninos de quebracho e castanheira, assegurando seu uso no controle de problemas sanitários, como enterite necrótica causada por Clostridium perfringens.
Em aves consumindo Nutri P são observados aumentos significativos de bactérias benéficas como Lactobacillus, quando amostras de conteúdo cecal são analisadas em laboratório através do serviço de suporte técnico fornecido por Silvateam S.A.
O Nutri P (taninos hidrolisáveis) favorece o aumento da relação Firmicutes / Bacteroidetes em todas as idades amostradas em comparação com promotor antibiótico ou controle negativo. O aumento desta relação está associado a um melhor aproveitamento energético da dieta. A Revista do AviSite
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Evento
FACTA atualiza conhecimentos sobre Incubação Pintos robustos, fertilidade e manejo de ovos férteis são temas de Simpósio Internacional
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FACTA (Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas) promoveu nos dias 15 e 16 de agosto, o curso “Internacional sobre incubação de ovos”, no Hotel Meliá, em Campinas (SP). Em sintonia com as necessidades em abordar a tecnologia nas várias áreas de atuação da avicultura, o curso teve foco técnico específico e palestrantes nacionais e estrangeiros. O curso abrangeu todas as áreas de conhecimento técnico de incubatórios, passando por “Manejo de granja de matrizes” visando fertilida-
Anselmo Micheletti
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de, “Manejo de ovos férteis”, “Programas de qualidade”, “Gerenciamento de dados técnicos e administrativos”, “Implementação de automação de processos”, “Construção e ampliação de incubatórios”, “Ventilação de salas e máquinas”, além de outros temas atuais da área. Para Anselmo Micheletti, Diretor Executivo da FACTA e coordenador do curso, mais uma vez, a entidade “contribuiu com a formação e atualização técnica dos profissionais, colocando-os em contato com palestrantes nacionais e internacionais alinha-
Eduardo Costa
dos com o que há de mais novo na área, além de propiciar um espaço para a troca de informações e contatos profissionais entre todos os participantes”. Ele próprio foi responsável por uma apresentação em que relatou os conceitos e constatações sobre o manejo de reprodutoras pesadas visando maximizar a fertilidade. Segundo ele, o efeito multiplicador da avicultura só pode ser efetivo se a fertilidade e a eclosão forem otimizados. Além disso, para Anselmo, a hibridização de linhas complementares é essencial ao
processo de ganhos genéticos através das gerações. Para finalizar, ele lembra que machos são 10% da população, porém representam 50% da genética do frango. A especialista em incubação da Pas Reform, Lenise Souza, abordou o tema incubação circadiana, um novo conceito de incubação de etapa única modular. Ela explicou que estímulos periódicos (circadiano) nas temperaturas de incubação durante períodos críticos induzem a adaptação posterior do sistema regulatório. “Na rotina para aplicação buscamos a interação entre a qualidade do ovo (ou manejo do lote) sobre o efeito do estímulo térmico no campo, assim como em experimentos de pequena escala”, afirmou, completando: “Para encontrar os períodos sensíveis para os diferentes tipos de ovos mais pesquisas estão sendo desenvolvidas”. Normalmente, envidamos todos os esforços para produzir pintos de um dia com a melhor qualidade possível; no entanto, muitas vezes negligenciamos a severidade dos danos que podem ser causados a um lote de frangos devido ao mau processamento e inadequados armazenamento e transporte dos pintinhos. Para Eduardo Costa, da Cobb-Vantress, as aves devem ser mantidas em ambientes com o menor nível de estresse possível, utilizando.
Lenise Souza
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Evento
Aviagen apresenta técnica para manejo de ovos e manipulação térmica para extrair o máximo em ovos estocados
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Participantes foram convidados a testar a técnica SPIDES
Aline Kuntze: SPIDES é alternativa para os produtores não sofrerem com fatores como sazonalidade, tamanho de lotes de matrizes e demanda de mercado
SPIDES é alternativa para fatores como sazonalidade, tamanho de lotes de matrizes e demanda de mercado, já que permite a estocagem de ovos 44 A Revista do AviSite
m uma apresentação na manhã do primeiro dia do Simpósio da Facta sobre incubação de ovos, Aline Kuntze, Especialista em Incubação da Aviagen Inc apresentou a tecnologia de incubação denominada SPIDES (Curtos Períodos de Incubação Durante a Estocagem de Ovos). Introduzida pela Aviagen, a técnica de SPIDES mostrou-se eficaz na recuperação de eclodibilidade de ovos estocados durante longos períodos. Segundo Aline, esta é uma alternativa para os produtores não sofrerem com fatores como sazonalidade, tamanho de lotes de matrizes e demanda de mercado, pois ela permite a estocagem de ovos. “A técnica não é prejudicial para o embrião. Então, mesmo que você faça a manipulação térmica até o sétimo dia de idade, você pode decidir não estocar o ovo”, completa. O conceito do SPIDES é simples: Trata-se da a aplicação de curtos tratamentos térmicos aos ovos que serão estocados por longos períodos, no intuito de recuperação de eclodibilidade dos mesmos, de forma a evitar as perdas celulares e mortalidade embrionária precoce devido aos efeitos deletéricos da alta estocagem sobre os embriões. Aline Kuntze conta que até os gerentes de incubatórios mais resistentes têm adotado a prática quando vêem os benefícios. A tecnologia SPIDES auxilia na redução das perdas de eclodibilidade e melhoria na qualidade de pintinhos mimetizando o que a galinha realiza na natureza com a incubação natural. Cada vez que a galinha retorna ao ninho para realizar postura de outro ovo, ela reaquece os ovos que já estavam postos, proporcionando curto período de incubação e avançando o estágio de desenvolvimento embrionário. Foi observando este comportamento que a tecnologia foi desenvolvida. De acordo com os dados apresentados por Aline, bem aplicado, o tratamento pode preservar até 60% da eclodibilidade que seria perdida comparado com ovos que não passaram pelo tratamento. Como simula um processo natural, o SPIDES mostrou que é robusto e tem uma flexibilidade considerável. A velocidade de aquecimento, a temperatura final e os dias alvo para a implantação do SPIDES, como vimos, têm um amplo intervalo dentro do qual o tratamento funciona bem e traz vantagens na produtividade de bisavós, avós, matrizes, perus e matrizes leves.
Coopermaq apresenta linha de incubadora estágio único em Simpósio da Facta
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Coopermaq participou do Simpósio de Incubação da Facta como palestrante e patrocinadora. A empresa possui atualmente, no Brasil, 22 unidades de incubação do tipo estágio único, o que equivalem a 75 milhões de ovos por mês. Apresentando os diferenciais da empresa, Everson Salvaro, do Departamento de marketing e vendas, conta que a incubação estágio único proporciona melhor controle de temperatura, umidade e composição do ar, além de resultar em um número maior de pintos eclodidos com qualidade superior, quando comparada ao sistema multi-estágio tradicional. No estágio único algumas etapas da pré-incubação são automatizadas, diminuindo o manejo nos incubatórios. Com processos cada vez mais inteligentes, reduzem a mão de obra e evitam erros de operação. Segundo as informações de Salvaro, a Coopermaq trabalha com soluções completas que integram conceitos de incubação, automatização e climatização. As incubadoras Coopermaq estágio único dispõem de um pacote de ferramentas que atuam no controle de temperatura de casca Embriotherm que tem a função de controlar a temperatura de embrião ajustando a temperatura ambiente da incubadora de forma automática durante todo o processo, onde a troca gasosa é feita através do controle de co2, podendo monitorar a perda de peso em todo o período de incubação através da balança. Nos nascedouros a renovação de ar é feita pelo controle de co2 contando com auxílio da ferramenta SPDR que ajusta a janela de eclosão. Proporcio-
nando maior qualidade e uniformidade no nascimento. A Coopermaq, conforme Everson apresentou, disponibiliza ao mercado carrocerias de transporte de ovos e pintinhos. No transporte de ovos foi apresentado o sistema que permite controlar a refrigeração e aquecimento em único aparelho. Já no transporte de pintos está disponível um novo controle com tela de 7” touch screen, controle de co2, transmissão de dados sem fio. Esse sistema está disponível para carrocerias novas e upgrade de carrocerias usadas. Finalizando a apresentação, Everson apresentou a carroceria totalmente climatizada, que foi a grande novidade no mercado avícola nacional. Composta por um motor estacionário que atua na refrigeração do interior do baú. O controle de ventilação atua na renovação de ar com base nos níveis de co2, trabalhando com o reaproveitamento do ar interno.
Público recebeu informações sobre as carrocerias adequadas para o transporte de ovos
Everson Salvaro: Coopermaq trabalha com soluções completas que integram conceitos de incubação, automatização e incubação
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Evento
Hatch Tech apresenta suas ferramentas
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A qualidade máxima dos pintos percebida é fortemente dependente do projeto da incubadora
Público presente aprendeu sobre onde deveriam os pintinhos eclodir
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mpresa holandesa com 10 anos de Brasil, a HachTech, com sede em Chapecó, SC, usa sua juventude para inovar e trabalhar com uma série de processos diferentes. Para mostrar os seus diferenciais, a empresa participou do Simpósio de Incubação da Facta através de seu Gerente de Vendas, Sandro Cerqueira Leite. Buscando responder onde deveriam os pintinhos eclodir, Sandro afirma que os principais parâmetros de controle para o sucesso da incubação e consequentemente permitir que a ave expresse seu potencial genético a campo são: temperatura da casca (temperatura do embrião), uniformidade do ambiente da incubadora através de fluxo de ar controlado e de alta velocidade e ambiente do nascedouro pós-nascimento. De acordo com Sandro, a qualidade máxima dos pintos percebida é fortemente dependente do projeto da incubadora. Uma incubadora deveria fornecer as circustâncias ótimas para uniforme temperatura da casca dos ovos, permitir respiração embrionária e contínuo desenvolvimento pós nascimento através da correta temperatura corporal e acesso a ração e água. Quando tudo isto é garantido, qualidade superior chegará à granja todos os dias.
Para melhorar o ambiente e o bem estar das aves após o nascimento, a HatchTech desenvolveu um novo nascedouro, HatchCare. Em operação desde Janeiro de 2015, já nasceram mais de 700 milhões de pintos neste sistema. Nele, as aves são providas das necessidades básicas de vida, alimento, água, luz, ar fresco e temperatura ótima. O que permite o contínuo desenvolvimento e maturação de importantes órgãos pós nascimento. Sandro também lembrou da inauguração do novo incubatório da empresa Bell & Evans, nos Estados Unidos. O empreendimento é um completo incubatório HatchTech incluíndo HatchCare – o nascedouro com luz, ração e água. Os incubatório produzirá 78.000.000 de pintos de um dia anualmente, perfeito para a crescente demanda por produtos Bell & Evans orientados a bem estar animal e orgânicos. Além disso, há um novo incubatório da empresa OptiBrut GmbH sendo construído na Alemanha, com o objetivo de demonstrar transparência com bem esar animal, as paredes externas do edifício é toda em vidro, com capacidade para produzir 1,5 milhão de pinto por semana. Para finalizar, Sandro destacou outros pontos: O desenvolvimento ótimo do embrião é determinado pela manutenção da sua temperatura na faixa ótima de 100º F; o fluxo de ar uniforme entre a massa de ovos garante a manutenção da temperatura do embrião na faixa ótima (ar sempre busca o trajeto mais curto), a janela de nascimento é determinada durante a incubação, através da uniformidade de ambiente, a idade da matriz e o período de estocagem influenciam a janela da nascimento, métodos não naturais para ajustar a janela de nascimento afetam negativamente a qualidade do pinto, em condições ideais de temperatura corporal a ave perde 6,4% do peso em 24 horas, entretanto com o HatchCare, o mesmo número de horas no nascedouro os pintos apresentam peso 15% maior na retirada, peso aos 7 dias 10% maior, e peso 5% maior ao abate.
Informe Técnico-Comercial
Os Dez Princípios da Interpretação Sorológica
P
Última Parte – “Conheça sua situação de campo e epidemiologia da doença” ara apoiar produtores e veterinários, a IDEXX publicou com exclusividade na Revista Avisite a série “Os Dez Princípios da Interpretação Sorológica”. A cada edição, foram apresentadas importantes orientações que impactam no sucesso dos programas de monitoramento da sanidade, concebidos a partir da experiência dos técnicos e cientistas da IDEXX em mais de trinta anos de atuação na vanguarda da sanidade avícola.
PRINCÍPIO 9
Conheça sua situação de campo e epidemiologia da doença Quando realizar um trabalho de interpretação de dados sorológicos, não deixe de considerar todas as informações confiáveis às quais tiver acesso, pois isto poderá auxiliar na avaliação de determinadas situações da doença. Por exemplo, caso uma empresa nunca tenha passado por um desafio de Anemia das Galinhas, e desconhece se houve algum caso na região, geralmente não monitora esta doença pois, via de regra, “não há problema”. Este comportamento faz com que esta empresa se torne vulnerável e suscetível à entrada da doença em seu plantel. No caso da Anemia das Galinhas, o prejuízo está diretamente relacionado a progênie. Por isso o monitoramento de títulos de anticorpos é fundamental para prevenir e evitar disseminação de doenças no campo.
PRINCÍPIO 10
Saiba como e quando interpretar a sorologia em termos qualitativos e quantitativos Qualquer profissional de sanidade avícola busca elevação uniforme dos títulos de anticorpos após vacinação, como indicativo de soroconversão. Na produção aviária, os CV’s são obtidos pelo desvio padrão dividido pela média aritmética, multiplicado por cem. O %CV é uma medida de variação de anticorpos num grupo de amostras sorológicas, isso representa uma avaliação quantitativa. Quanto mais baixo o CV, mais uniforme é a resposta dos anticorpos. Um CV baixo normalmente correlaciona-se com bons procedimentos de vacinação ou resposta recente à exposição de campo a determinado agente patogênico. Assim, quanto mais baixo o %CV, mais uniforme é a resposta, independentemente do título. Em síntese, a resposta de anticorpos pode ser baixa em termos quantitativos (Títulos de Anticorpos Baixos) e ao mesmo tempo uniforme. Uma vez que o título ELISA ou a faixa de título ELISA reflete resposta quantitativa, os referidos títulos devem ser usados conforme ao lado.
Uso da resposta quantitativa do título ou faixa de título ELISA: 1) como referência para possíveis tendências de soroconversão numa empresa avícola face a exposições de campo; 2) para identificação da soroconversão rápida em amostras pareadas agudas e convalescentes em situações de diagnóstico; 3) para avaliações de vacinas e procedimentos de aplicação de vacinas; 4) para documentar a ausência de anticorpos com relação a agentes patogênicos como MG ou MS. Obs: É importante diferenciar as interpretações sorológicas a cada laboratório de ELISA, pois muitas vezes o resultado de altos títulos de anticorpos são considerados, erroneamente, como adequados após a vacinação. Porém não está relacionado a uma boa resposta vacinal, além disto podem mascarar os momentos de desafios de campo.
Para saber mais sobre como utilizar as ferramentas IDEXX em seu programa de sanidade, fale com nossa equipe técnica: Mariane Soares: 011 94258-0382 ; Mônica Brehmer 11 97683-3973 A Revista do AviSite
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AviGuia
De Heus inaugura novo laboratório para Controle de Qualidade Empresa investiu R$ 5 milhões no novo laboratório que conta com equipamentos mais modernos e resultará em uma evolução no sistema nutricional da empresa
Nova fábrica De Heus: a empresa inaugurou também neste mês de agosto a sua fábrica em Toledo (PR). Segundo Hermanus Wigman, essa nova unidade de fabricação é estratégica para o crescimento da empresa, porque traz um novo paradigma quanto a padrões de qualidade e de segurança sanitária em rações pré-iniciais para suínos e aves
Wigman: “Estaremos conectando o mercado brasileiro à vanguarda da tecnologia laboratorial de nutrição, assegurando ao mesmo tempo evolução contínua dos padrões de análise”
Koen De Heus: CEO da Royal De Heus veio diretamente da Holanda para as inaugurações da empresa em agosto
A De Heus inaugurou em Rio Claro (SP), neste mês de agosto, o seu Laboratório de Controle de Qualidade, que conta com uma estrutura de 270 m², equipamentos de última geração, equipe especializada em análises nutricionais de alta precisão e ampliará o espectro qualitativo das análises de ingredientes e produtos acabados da empresa. Segundo o diretor presidente da De Heus no Brasil, Hermanus Wigman, o laboratório significará uma evolução em seu sistema nutricional. “Nossa evolução tem sido constante no mercado mundial. Somos uma organização voltada ao desenvolvimento do processo nutricional e o laboratório é um
48 A Revista do AviSite
Novo laboratório da De Heus apresenta os mais modernos equipamentos
marco na trajetória da empresa”, destacou. Um grande diferencial do novo laboratório será sua integração à rede mundial da empresa, alinhando-se aos melhores padrões laboratoriais do mercado internacional. A De Heus investiu R$ 5 milhões no novo laboratório que conta com os equipamentos mais modernos e atuais. De acordo com o CEO da Royal De Heus, Koen De Heus, a empresa privilegia o máximo em termos de parceria com os seus clientes. “O novo laboratório foi construído para obtermos a melhor qualidade em nossos produtos, com a máxima segurança alimentar”, disse.
Comemoração
Vetanco completa 16 anos no Brasil No ano em que a Vetanco completa 30 anos, fabricando e distribuindo Produtos Seguros Para Alimentos Seguros, comercializados em mais de 40 países por todo o planeta, a Vetanco Brasil completa 16 anos. Esse marco é motivo de orgulho para a companhia, por estar inserida em um mercado extremamente qualificado e competitivo. Para comemorar essa data, no dia 29 de junho foi realizado um jantar na CAVE (Casa dos Amigos e Colaboradores da Vetanco), localizada anexa a matriz da empresa na cidade de Chapecó/ SC. Nesta ocasião, estiveram presentes todos os colaboradores da Vetanco Brasil, seus principais distribuidores/representantes e o Sr. Horacio Mancini, Vice-presidente da Vetanco S.A. Para mais informações, acesse www.vetanco.com.br
Foi realizada uma festa julina, com decoração temática, comidas típicas, fogueira e tudo mais… honrando a tradição, todos os colaboradores estavam caracterizados o que potencializou o clima de descontração e a alegria de estar em família confraternizando
A Revista do AviSite
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AviGuia Mudanças
MSD Saúde Animal anuncia cinco alterações organizacionais entre suas unidades de negócios Com o objetivo de aceleração das carreiras, a MSD Saúde Animal promove a troca de experiências e de casos de sucesso entre suas unidades de negócios. A empresa, que acaba de comunicar a promoção de Rinaldo Felício a diretor de marketing regional de Suínos, anuncia agora cinco alterações organizacionais entre suas unidades. Mauricio Morais, gerente de produtos de Ruminantes, assume a posição de gerente comercial de Suinocultura. Em seu lugar, fica Alexandre Palma, que deixa a função de gerente nacional de vendas de Avicultura. Fernando Farias, gerente de contas chave de Avicultura, assume o cargo de gerente comercial de Avicultura, e sua posição passa a ser ocupada por Marcel Razera, anteriormente na função de coordenador de território de Suinocultura. Já Cristia-
no Godoy, também coordenador de território de Suinocultura, assume a posição de gerente das contas chave Alibem, Aurora e Master de Suinocultura. A ação, alinhada entre os gestores das unidades de negócios envolvidas Laura Villarreal (Avicultura), Tiago Arantes (Ruminantes) e Rudy Claure (Suinocultura), foi realizada para proporcionar aos colaboradores a aquisição de conhecimento em negócios diversos e em posições complementares. O gerente de recursos humanos da MSD Saúde Animal, Odair Castro, explica: “A MSD oferece ferramentas de desenvolvimento para que os colaboradores estejam em constante aperfeiçoamento, possibilitando a construção de carreiras promissoras dentro da empresa”. Saiba mais em www.msd-saude-animal.com.br.
Processos e gestão
Especialista mundial em abatedouros da Cobb-Vantress visita clientes no Brasil O especialista David Beavers, que integra o time de Suporte Técnico Mundial da Cobb-Vantress, líder mundial no fornecimento de aves de produção para frangos de corte e em especialização técnica no setor avícola, esteve no Brasil para visitar clientes da unidade da empresa instalada no País. As empresas Flamboyã, Adoro, Rico, Holambra e Korin receberam orientações do especialista em abatedouros com foco em otimização de processos e rendimento. “As principais contribuições de David Beavers foram a revisão de conceitos dentro de cada processo empregado, seja a apanha no campo, a escalda e depena e até o rendimento dos cortes, sempre com foco na maximização de lucros e de rendi-
mento das plantas”, comentou André Murcio, especialista do Serviço Técnico da Cobb, que acompanhou todos os contatos com clientes. Em uma das visitas, Beavers orientou o cliente sobre o Sistema de Atordoamento (Stuning), reduzindo significativamente as perdas de partes condenadas da ave. “Identificamos uma grande quantidade de perda por hematoma de ombros/asas. Conseguimos reduzir essa condenação de 40% para 10% e o ajuste feito pelo nosso especialista gerará uma economia de mais de R$ 1 milhão, por ano, ao cliente. São números expressivos e que fazem muita diferença”, disse Murcio. Veja outras informações em www.cobb-vantress.com.
Encontros aconteceram em agosto nas empresas Flamboyã, Adoro, Rico, Holambra e Korin
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A Revista do AviSite
Aniversário
Sanphar reúne clientes e parceiros em Chapecó para comemorar seus 25 anos Para comemorar seus 25 anos de história, a Sanphar, empresa que oferece soluções integradas em saúde animal para aves e suínos, reuniu clientes, distribuidores, representantes, e também as equipes da Biomin e da Romer, que fazem parte do ERBER Group, em um jantar em Chapecó (SC), um dia antes do início do X Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, realizado entre os dias 1 e 3 de agosto. Na ocasião, foi apresentado ao mercado o novo gerente geral da Sanphar, Marco Aurélio Gama, em substituição a Ricardo Pereira, que assume integralmente a direção geral Biomin. Na abertura do jantar, os dois executivos relembraram alguns dos principais momentos políticos, econômicos e sociais dos últimos 25 anos, abordando o desenvolvimento da avicultura e da suinocultura nesse período, e a participação da Sanphar nesta trajetória. “Agradecemos a todos os clientes que ao longo desses anos abriram suas portas para que pudéssemos mostrar como melhor aplicar as nossas soluções. A confiança que vocês nos deram é muito
O gerente nacional da vendas da Sanphar, Rodrigo Bernardi, Ricardo Pereira e Marco Aurélio Gama valiosa!”, afirma o novo gerente geral da empresa Marco Aurélio Gama. Em seguida, os participantes do evento assistiram uma apresentação do presi-
dente da Escola de Marketing Industrial (EMI), José Carlos Teixeira, sobre “Relações Duradouras”. Saiba mais sobre a Sanphar em www.sanphar.net.
Maior desempenho animal
Kemin reforça sua linha de produtos para aves e suínos no combate ao uso de antibióticos A Kemin do Brasil está focada em garantir aos seus clientes soluções de nutrição e saúde sem o uso de antibióticos melhoradores de desempenho. A primeira solução é indicada tanto para aves quanto para suínos, é o CLOSTAT™, um probiótico que melhora a saúde intestinal, mantendo uma microbiota equilibrada. CLOSTAT ™ ajuda a desenvolver os mecanismos naturais de defesa do animal contra as bactérias indesejáveis no trato intestinal. O produto é um probiótico patenteado, selecionado de uma cepa exclusiva da Kemin, o Bacillus subtilis PB6.
O produto atua na prevenção de enterite necrótica e disbiose bacteriana, mantendo o trato gastrointestinal em equilíbrio (eubiose). Garante um melhor resultado econômico devido a redução na mortalidade e aumento na produtividade das aves. Para confirmar a eficácia do produto a longo prazo, foi realizado um estudo no mês passado na França, onde foi verificado que o produto possui eficiência satisfatória mesmo após quatro anos de uso continuo nos animais, não havendo resistência do Clostridium frente ao PB6.
Outra solução muito interessante, cujos benefícios em suínos já são bastante conhecidos é o BUTIPEARL™, uma fonte encapsulada de ácido butírico, com lenta liberação no trato digestivo do animal, promovendo o uso mais eficaz. BUTIPEARL™ melhora o desenvolvimento intestinal, melhorando a resposta do sistema imunológico.m “A Kemin tem a solução especifica para aves e suínos saudáveis, garantindo retorno e lucratividade para os produtores”, revela Leonardo Schlittler Silva, Gerente de Produtos Monogástricos da Kemin. Para mais informações, visite http://bit.ly/_Kemin. A Revista do AviSite
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AviGuia
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A Revista do AviSite
A Revista do AviSite
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Estatísticas e Preços
Produção e mercado em resumo Produção de pintos de corte Julho/2017 515,254 Milhões | +0,08%
Produção de carne de frango* Julho/2017 1.118,405 Mil toneladas | -4,59%
Exportação de carne de frango Julho/2017 375,633 mil toneladas | +05,45%
Disponibilidade interna* Julho/2017 742,772 Mil toneladas | -08,97%
Farelo de Soja Agosto/2017 R$965,00 | -25,94%
Milho Agosto/2017 R$27,32 | -40,49%
Desempenho do frango vivo Agosto/2017 R$2,50 | -20,91%
Desempenho do ovo Agosto/2017 R$80,33 | -04,37%
*Os números referem-se ao potencial de produção de carne de frango e ao potencial de disponibilidade interna. Todas as porcentagens são variações anuais.
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Matérias-primas contribuem na redução dos custos de frangos e ovos
N
o cenário internacional, as projeções divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em relação aos cinco maiores exportadores de carne de frango no final do período entre 2017 a 2025 estimam que as exportações brasileiras corresponderão a quase 45% dos embarques efetuados pelos cinco líderes do setor. Os demais terão a seguinte disposição: Estados Unidos (34,1%), União Europeia (10,9%), Tailândia (6,9%) e China (3,4%).
N
o cenário nacional, o custo de frango vivo levantado pela Embrapa Suínos e Aves referente a julho apontou R$2,29, praticamente o mesmo valor verificado em julho de 2015. Mas, em relação a julho do ano passado a redução foi superior a 21%, pois lá se atingiu o terceiro maior custo do setor, R$2,91. O mercado de frango vivo, por sua vez, continua pelo quinto mês consecutivo (abril-agosto/2017) com preço médio estabilizado em R$2,50, embora em alguns momentos tenham se realizado negócios abaixo dos valores de referência. Com isso, agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado alcança retração de 21% no preço médio, enquanto no acumulado do ano é um índice de redução menor, de 8,3% sobre o mesmo período de 2016. Já o mercado de ovos de postura comercial em agosto sofreu retração anual acima dos 4%. De toda forma, no acumulado do ano o índice é positivo, superior a 6%. O que tem contribuído de maneira preponderante com a avicultura de corte e postura são os preços de aquisição das matérias-primas básicas na alimentação das aves, milho e farelo de soja. O milho em agosto obteve preço médio de R$27,32 e alcançou índice de retração anual superior a 40%. No acumulado do ano a redução atinge quase 35%. O farelo de soja, por sua vez, obteve preço médio de 965,00 a tonelada e sofreu redução de 26% em relação a agosto do ano passado. Já no acumulado do ano, a retração é superior a 23%.
Produção de pintos de corte
Volume 5% menor até julho de 2017
O
EVOLUÇÃO MENSAL MILHÕES DE CABEÇAS
MÊS
2015/2016
2016/2017
Agosto
551,897
546,836
-0,92%
Setembro
555,216
497,702
-10,36%
Outubro
581,602
510,632
-12,20%
Novembro
497,604
525,170
5,54%
Dezembro
572,410
560,266
-2,12%
Janeiro
560,408
535,647
-4,42%
Fevereiro
538,403
494,423
-8,17%
Março
561,478
517,196
-7,89%
Abril
540,962
508,875
-5,93%
Maio
542,145
522,835
-3,56%
Junho
551,131
526,325
-4,50%
Julho
514,831
515,254
0,08%
Em 07 meses
3.809,357
3.620,555
-4,96%
Em 12 meses
6.568,086
6.261,162
VAR. %
-4,67%
Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE
PRODUÇÃO REAL Julho de 2016 a Julho de 2017 Milhões de cabeças
2016
Nov
Dez
Jan
Fev
Abr
Mai
Jun
16,6
498,6
Mar
17,5
526,3
518,4
525,2
Out
506,0
Set
16,6 17,0 16,9
508,9
17,3 17,7
529,7
18,1
494,2
497,7
Ago
17,5
542,2
16,6 16,5
500,5
Jul
17,6
529,2
16,6
498,2
levantamento mensal da APINCO indica que a produção brasileira de pintos de corte segue contida. Assim, em julho passado, foram produzidos pouco mais de 515 milhões de cabeças, volume que, embora 0,08% superior ao do mesmo mês de 2016, pela média diária foi 5,26% inferior ao do mês anterior. Também pela média diária – um indicador da produção real do setor – o volume de julho foi o menor dos últimos nove meses. Transcorridos os sete primeiros meses de 2017, o volume acumulado, da ordem de 3,620 bilhões de cabeças, se encontra cerca de 5% aquém do alcançado no mesmo período de 2016. Correspondente a uma produção média de 517,2 milhões mensais, esse volume projeta para os 12 meses do ano um total pouco superior a 6,2 bilhões – 3,8% a menos que o registrado no ano passado. Nos últimos 12 meses, porém, esse índice de redução é um pouco maior, já que os 6,261 bilhões de pintos de corte produzidos entre agosto de 2016 e julho de 2017 estão 4,67% abaixo do que se produziu em idêntico período anterior. O volume médio de pintos de corte produzido nos últimos cinco meses do ano passado atingiu cerca de 528,1 milhões, representando redução anual de 4,3%. Foi um período marcado por um cenário de retração intensa no comércio interno e externo da carne de frango. Se essa média se repetir nos últimos cinco meses de 2017, o índice de redução anual ficará próximo de 3%. De toda forma, o cenário atual indica recuperação dos embarques de carne de frango, o que deve demandar maior alojamento de pintos. Porém, esse mercado representa menos de um terço do volume de carne exportada. E o mercado interno, por sua vez, não dá sinais de reativação. Assim, a avicultura de corte deve prosseguir buscando o equilíbrio necessário que dê sustentação para se manter na atividade.
Jul
2017 A Revista do AviSite
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Estatísticas e Preços Produção de carne de frango
Índice negativo pelo sexto mês consecutivo
A
EVOLUÇÃO MENSAL MIL TONELADAS
MÊS
2015/2016
2016/2017
VAR. %
Agosto
1.192,926
1.126,977
-5,53%
Setembro
1.140,389
1.073,328
-5,88%
Outubro
1.188,835
1.125,320
-5,34%
Novembro
1.164,188
1.035,096
-11,09%
Dezembro
1.122,573
1.099,989
-2,01%
Janeiro
1.156,035
1.170,310
1,23%
Fevereiro
1.116,196
1.032,492
-7,50%
Março
1.197,361
1.134,631
-5,24%
Abril
1.146,531
1.092,666
-4,70%
Maio
1.172,248
1.100,587
-6,11%
Junho
1.102,260
1.062,401
-3,62%
Julho
1.172,162
1.118,405
-4,59%
Em 07 meses
8.062,793
7.711,492
-4,36%
Em 12 meses
13.871,704
13.172,202
-5,04%
Fonte dos dados básicos: APINCO - Projeções e análises: AVISITE
PRODUÇÃO REAL
Set
Out
2016
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A Revista do AviSite
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
2017
1.082
1.093
1.106 1.098
Nov
1.062
Ago
1.065
Jul
1.065
1.035
1.089
1.073
1.091
1.134
1.133
Julho de 2016 a Julho de 2017 Mil toneladas
Jul
s estimativas da APINCO tendo como base os pintos de corte alojados no período entre meados de maio a meados de junho mostram que em julho passado o Brasil produziu pouco mais de 1,118 milhão de toneladas de carne de frango, representando redução de 4,6% em relação ao produzido em julho de 2016. Foi o sexto mês consecutivo de volumes inferiores aos do mesmo período do ano passado. Embora o volume nominal indique que em julho se produziu o terceiro maior volume do ano, considerando a produção real, foi exatamente o contrário, só foi maior que o bimestre maio/junho. O total acumulado nos primeiros sete meses do ano indica pouco mais de 7,711 milhões de toneladas, representando 4,4% de redução sobre o mesmo período do ano anterior. O volume médio atual – cerca de 1,100 mil toneladas – projetado para o restante do ano aponta cerca de 13,220 milhões de toneladas. Se alcançado, equivalerá a redução anual de 2,2%. É um índice de redução bem menor do que o atingido nos últimos doze meses, entre agosto de 2016 a julho de 2017, na casa dos 5%. Considerando o total produzido em período de doze meses, o volume atingido até julho na casa dos 13,172 milhões de toneladas é o menor dos últimos 27 meses, ficando acima apenas do já distante abril de 2015. De lá pra cá, o volume anualizado veio subindo ininterruptamente até julho do ano passado, quando passou a regredir. É provável, porém, que o índice de redução no volume de carne de frango produzida seja maior que o projetado acima e menor que o alcançado nos últimos doze meses pois no segundo semestre do ano passado houve redução de quase 4% sobre o semestre imediatamente anterior. Assim, embora o mercado externo esteja em franca recuperação, podendo até fechar o ano atingindo as expectativas de entidades do setor que preveem crescimento de 2%, as condições presentes no mercado interno são cada vez mais difíceis.
Exportação de carne de frango
Embarques recuam 5% no acumulado do ano
O
EVOLUÇÃO MENSAL MIL TONELADAS
MÊS
2015/2016
2016/2017
VAR. %
Agosto
375,247
357,256
-4,79%
Setembro
360,974
380,502
5,41%
Outubro
324,109
308,077
-4,95%
Novembro
379,685
321,468
-15,33%
Dezembro
392,701
356,915
-9,11%
Janeiro
311,004
354,971
14,14%
Fevereiro
314,567
325,372
3,43%
Março
398,019
374,623
-5,88%
Abril
412,756
317,708
-23,03%
Maio
385,579
344,662
-10,61%
Junho
406,280
362,965
-10,66%
Julho
356,209
375,633
5,45%
2.584,414
2.455,935
-4,97%
4.417,130
4.180,153
-5,36%
Em 07 meses
Em 12 meses
Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC
EXPORTAÇÃO EM PERÍODO DE 07 MESES
2010 2011 2012 2013 2014
2015
2016
2,456
2,392
2,274
2,229
2,300
2,239
2,584
Janeiro a julho – 2010 a 2017 Milhões de Toneladas
2,166
s resultados consolidados da SECEX/ MDIC englobando os quatro principais itens componentes das exportações brasileiras de carne de frango – frango inteiro, cortes de frango, carne de frango salgada e industrializados de frango – confirmam que, pela primeira vez nos cinco meses passados, o volume mensal embarcado apresentou resultado positivo em relação ao mesmo mês de 2016. Ao somarem 375,6 mil toneladas, as exportações de carne de frango de julho último aumentaram quase 5,5% em comparação ao que foi registrado em julho do ano passado. Corresponderam, também, ao segundo maior volume dos últimos 12 meses, nesse período só perdendo das 380,5 mil/t de setembro/16. Pena, somente, que o preço médio dos quatro itens exportados venha sofrendo diluição no decorrer do tempo. Como consequência, a receita cambial não acompanhou proporcionalmente o aumento de volume. Totalizando pouco mais de US$606 milhões, apresentou resultado que significou aumento de apenas 1,65% sobre julho/16. Completados sete dos doze meses do ano, a receita cambial acumulada também registra diluição. Somando, agora, US$4,141 bilhões, apresenta incremento de 5,14% sobre idêntico período do ano anterior, contra, por exemplo, um incremento de 22% no trimestre inicial do ano. Consequência não só da menor recuperação de preços, mas também da queda no volume embarcado, cerca de 5% menor que nos mesmos sete meses de 2016. Supondo-se que nesses últimos cinco meses de 2017 os embarques mensais mantenham a média registrada no bimestre junho/julho – perto de 370 mil toneladas/ mês – o total do corrente exercício ficará pouco acima dos 4,3 milhões de toneladas, praticamente repetindo o total alcançado no ano passado – perto de 4,309 milhões de toneladas. Por ora, porém, o acumulado nos últimos 12 meses (4,180 milhões de toneladas) se encontra mais de 5% aquém do que foi alcançado em idêntico período anterior.
2017
A Revista do AviSite
57
Estatísticas e Preços Disponibilidade Interna de Carne de Frango
Oferta de julho caiu quase 9%
P
Evolução Mensal MIL TONELADAS
MÊS
2015/2016
2016/2017
VAR. %
Agosto
817,678
769,721
-5,87%
Setembro
779,415
692,826
-11,11%
Outubro
864,726
817,243
-5,49%
Novembro
784,503
713,628
-9,03%
Dezembro
729,872
743,074
1,81%
Janeiro
845,031
815,339
-3,51%
Fevereiro
801,629
707,120
-11,79%
Março
799,342
760,008
-4,92%
Abril
733,775
774,958
5,61%
Maio
786,669
755,925
-3,91%
Junho
695,980
699,436
0,50%
Julho
815,953
742,772
-8,97%
5.478,379
5.255,557
-4,07%
9.454,573
8.992,049
-4,89%
Em 07 meses
Em 12 meses
Fonte dos dados básicos: APINCO - Projeções e análises: AVISITE
OFERTA INTERNA EM PERÍODO DE DOZE MESES
J
A
S
O
2016
58
A Revista do AviSite
N
D
J
F
M
A
2017
M
J
8,992
9,065
9,062
9,093
9,051
9,091
9,185
9,216
9,202
9,273
9,320
9,407
9,455
Julho de 2016 a Julho de 2017 Milhões de toneladas
J
rojeções efetuadas pela APINCO a partir da produção de pintos de corte indicam que em julho passado o potencial de produção de carne de frango ficou pouco acima de 1,118 milhão de toneladas, volume 4,6% inferior ao apontado para o mesmo mês de 2016. As exportações de carne de frango, por sua vez, atingiram cerca de 375,6 mil toneladas e aumentaram 5,5% no ano. Com isso, a conclusão é que a produção destinada ao mercado interno chegou a quase 743 mil toneladas. O volume alcançado - mais exatamente 742.772 toneladas - apresentou recuo de quase 9% em relação a julho do ano passado. Em relação ao mês anterior, junho, houve aumento superior a 6%. Entretanto, julho é mês mais longo e isso levado em consideração, torna o aumento de apenas 2,8%. A oferta interna disponibilizada nos primeiros sete meses alcança 5,255 milhões de toneladas, equivalendo a redução de 4,1% sobre o mesmo período do ano passado. O volume médio do período - próximo de 751 mil toneladas - projetado para o restante do ano indica oferta pouco superior a 9 milhões de toneladas, representando 2,3% de retração anual. Por ora, o total acumulado nos últimos doze meses – agosto de 2016 a julho de 2017 – indica volume de 8,992 milhões de toneladas, equivalendo a quase 5% de redução sobre os doze meses imediatamente anteriores. As projeções efetuadas indicam a possibilidade do consumo per capita atingir cerca de 43,3 kg por habitante em 2017. Se confirmado, será o menor consumo de carne de frango desde 2009. Isso mostra que a permanência da crise econômica aliado ao alto desemprego tem afetado sobremaneira o poder aquisitivo do consumidor. E nem mesmo a carne de frango, proteína nobre e barata, tem ficado imune a ela. Mesmo assim, resta à avicultura de corte continuar fazendo o que sabe fazer melhor: ajudar o país e cumprir sua missão de disponibilizar à população carne de frango a preços bem acessíveis.
Desempenho do frango vivo em agosto e no ano de 2017
No ano, valor médio (R$2,56/kg) 8,5% menor que o dos mesmos oito meses de 2016 os últimos 10 anos foram raras as vezes em que o frango vivo registrou, em relação ao mesmo mês do ano anterior, queda de preço tão expressiva quanto a deste último agosto – redução de, praticamente, 21%. É preciso lembrar, no entanto, que há um ano o frango vivo atingia sua maior cotação de 2016 – maior, mas não a melhor, ressalte-se, porquanto o custo das matérias-primas corroía os ganhos do setor. Mais: foi a maior não porque o mercado absorvesse naturalmente os necessários repasses, mas porque, afetado pelos custos, o setor foi forçado a reduzir a produção, desbalanceando a relação oferta/procura. Hoje a situação é bem diferente, pois é o mercado que não suporta qualquer repasse de custo. Daí uma estabilidade de preço que já dura cinco meses e que só não torna crítica a situação do setor porque a supersafra de matérias-primas reduziu os custos de produção. Mesmo assim essa situação não é ideal. De um lado, por manter o setor em elevada ociosidade. Do outro – e principalmente – por não permitir a reposição das perdas acumuladas em 2016 e que levaram muitas empresas a reduzir e/ou paralisar suas atividades. As esparsas informações disponíveis sugerem que, neste instante, o setor poderia estar criando e abatendo mensalmente cerca de 560 milhões de cabeças de frango, volume que chegou a ser atingido no final de 2015,
isto é, quase dois anos atrás. Mas os últimos números do setor indicam que a produção atual se encontra, embora próxima, abaixo dos 500 milhões de cabeças. Ou seja: o índice de utilização do plantel reprodutor não chega a 90% do potencial instalado. Naturalmente, essa situação vem sendo determinada não apenas pelas restrições enfrentadas internamente pelo consumidor brasileiro, mas também pelo desempenho das exportações da carne de frango, cujo volume, até julho, decresceu perto de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Tudo isso faz com que, no ano, o frango vivo registre um valor médio (R$2,56/kg) cerca de 8,5% menor que o dos mesmos oito meses de 2016. O que, ressalte-se, se aplica também ao frango abatido, cujo preço – no Grande Atacado da cidade de São Paulo – apresenta no ano decréscimo próximo de 9% em relação à média registrada entre janeiro e agosto do ano passado.
FRANGO VIVO
Evolução de preços na granja, interior paulista – R$/KG Média mensal e variação anual e mensal em treze meses MÊS.
MÉDIA R$/KG
Média anual em 10 anos R$/KG
VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL 17,08%
7,16%
7,94%
-1,93%
OUT
3,10
3,93%
0,00%
NOV
3,10
0,00%
0,00%
2011
DEZ
3,02
-1,04%
-2,45%
2012
JAN/17
2,65
-4,19%
-12,43%
FEV
2,63
-0,81%
-0,50%
MAR
2,69
-3,77%
ABR
2,50
MAI
R$ 1,65
2010
R$ 1,92 R$ 2,08
2013
R$ 2,47
2,26%
2014
R$ 2,42
-6,79%
-7,22%
2015
2,50
0,00%
0,00%
JUN
2,50
-11,02%
0,00%
JUL
2,50
-15,25%
0,00%
AGO
2,50
-20,91%
0,00%
Mai
Jun
Jul
Ago
R$ 2,56
2017
2017 Média 1995/2016 (22 anos)
117,5
Abr
R$ 2,89
2016
116,0
Mar
R$ 2,62
116,8
86,6
113,5
86,6
107,1
86,6
102,3
86,6
93,7
86,6
95,7
R$ 1,63
3,16 3,10
93,3
100,3
2009
AGO
105,9 91,3
102,8 91,4
Fev
R$ 1,63
SET
Preço relativo em 2017 comparativamente à média de 22 anos (1995/2016) Média mensal do ano anterior = 100
Jan
2008
Set
Out
Nov
119,6
N
Dez
A Revista do AviSite
59
Estatísticas e Preços Desempenho do ovo em agosto e no ano de 2017
O menor valor nominal dos últimos sete meses
A
guardada com grande expectativa pelo setor, a chamada “volta às aulas” gerou baixo retorno para o setor. Porque, pela terceira vez neste ano, os preços alcançados foram menores que os do mesmo mês de 2016. Mas não só isso. Porque em agosto, pelo segundo mês consecutivo, a cotação média registrada (base: cargas fechadas do ovo branco extra negociadas no atacado da cidade de São Paulo) recuou também em relação ao mês anterior. Com isso, o produto retrocedeu ao menor valor nominal dos últimos sete meses, ficando acima, somente, do fraco resultado de janeiro. Ainda assim, o mau desempenho do inicio do ano pouco influencia os resultados acumulados do setor, que fecha os dois primeiros terços de 2017 obtendo uma cotação média 6% superior à do mesmo período de 2016 e que, por sua vez, já havia sido 33% superior à dos oito primeiros meses de 2015.
OVO BRANCO EXTRA
Evolução de preços no atacado paulistano R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS Média mensal e variações anual e mensal em treze meses MÊS.
MÉDIA R$/CXA
Média anual em 10 anos R$/CAIXA
VARIAÇÃO % NO ANO
NO MÊS
AGO
84,00
39,65%
-3,28%
SET
72,84
32,53%
-13,29%
OUT
68,56
11,14%
-5,88%
2010
NOV
68,04
4,55%
-0,76%
2011
2009
DEZ
74,00
11,92%
8,76%
JAN/17
61,42
-3,91%
-17,00%
FEV
84,48
8,89%
37,54%
2013
MAR
88,44
7,30%
4,69%
2014
ABR
91,13
35,77%
3,04%
MAI
83,31
14,81%
-8,58%
JUN
87,04
1,94%
4,48%
2016 2017
JUL
83,62
-3,72%
-3,93%
AGO
80,33
-4,37%
3,93%
R$ 43,62
2008
R$ 38,63 R$ 37,93 R$ 44,61 R$ 49,11
2012
R$ 57,86 R$ 52,70
Esse ganho, aliás, é que continua fazendo a grande diferença entre as aviculturas de corte e de postura. Pois em 2016, para um custo de produção que chegou a aumentar entre 25% a 30% em relação ao ano anterior, a valorização obtida pelo frango mal passou dos 10%, enquanto a do ovo superou os 25%. Como, em 2017, os ganhos do ovo (embora em índice bem menor) se mantêm – contra resultados crescentemente negativos no caso do frango – a situação do produtor de ovos continua mais cômoda que a do produtor de frangos. Isso, porém, não impede que se faça um alerta ao setor: o alojamento de pintainhas comerciais de postura tem, conforme informações correntes no mercado, crescido muito acima das médias habituais, o que deve, em futuro próximo, redundar em aumento significativo na oferta do produto. O País pode, sim, absorver muito mais do que é ofertado atualmente, pois o consumo de ovos ainda é relativamente pequeno frente às qualidades do alimento. Como pode, também, expandir sua penetração no mercado externo. Mas para que um e outro fator se concretizem é preciso profunda ação preparatória. Do contrário...
R$ 59,47
2015
R$ 75,43 R$ 82,31
100,2
101,2
111,3 101,7
Jul
112,6
114,7
117,2
Jun
106,7
Mai
111,1
Abr
115,6
110,03 109,3
121,07 111,5
120,7 117,50
112,23
Mar
2017 Média 2001/2016 (16 anos)
Ago
Set
Out
Nov
81,6
92,5
115,2
Preço relativo em 2017 comparativamente ao período 2001/2016 (16 anos) Média mensal do ano anterior = 100
Jan
Fev
60 A Revista do AviSite
Dez
Milho e Soja Pelo sexto mês consecutivo, preço do milho registra queda
Farelo de soja registra nova queda em agosto
O preço do milho registrou nova queda no mês de agosto. O preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, fechou o mês cotado a R$27,32, valor 0,76% abaixo da média alcançada pelo produto em julho, quando ficou em R$27,53. A disparidade de preço do milho em relação ao ano anterior continua alta. O valor atual é 40,5% menor, já que a média de agosto de 2016 foi de R$45,91 a saca.
O farelo de soja (FOB, interior de SP) registrou nova queda no valor da cotação em agosto. O produto foi comercializado ao preço médio de R$965/t, valor 2,43% abaixo do praticado no mês de julho – R$989/t. Em comparação com agosto de 2016 – quando o preço médio era de R$1.303/t – a cotação atual registra queda de 25,94%.
Valores de troca – Milho/Frango vivo
Valores de troca – Farelo/Frango vivo
O frango vivo (interior de SP) fechou o mês de agosto cotado novamente a R$2,50/kg. Este é o quinto mês consecutivo que o mercado registra esta média. A queda no valor do milho contribuiu para aumentar um pouco mais o poder de compra do avicultor. Nesse mês, foram necessários 182,1 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este volume representa um aumento de 0,77% no poder de compra em relação ao mês anterior, pois, em julho, a tonelada do milho “custou” 183,5 kg de frango vivo.
A manutenção no preço do frango vivo em relação à queda no valor do farelo de soja no mês de agosto fez com que fossem necessários 386 kgs de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando aumento de 2,49% no poder de compra do avicultor em relação a julho, quando 395,6 kg de frango vivo obtiveram uma tonelada do produto.
O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), registrou em agosto a média de R$74,33, valor 4,2% abaixo do alcançado no mês anterior, quando o produto foi negociado a R$77,62. Com esta queda, houve pequena perda no poder de compra do avicultor. Em agosto foram necessárias 6,1 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em julho, foram necessárias 5,9 caixas/t, perda de 3,5% na capacidade de compra do produtor.
Preçomédio médioMilho Milho Preço
agosto agosto setembro setembro outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho julho julho agosto agosto
53,00 53,00 51,00 51,00 49,00 49,00 47,00 47,00 45,00 45,00 43,00 43,00 41,00 41,00 39,00 39,00 37,00 37,00 35,00 35,00 33,00 33,00 31,00 31,00 29,00 29,00 27,00 27,00
R$/sacade de60kg, 60kg,interior interiorde deSP SP R$/saca
2016 2016
2017 2017
MédiaAgosto Agosto Mínimo Média Máximo Mínimo Máximo 24,70 30,00 R$ R$ R$ R$ 24,70 R$ R$ 30,00
27,32 27,32
Fonte das informações: www.jox.com.br
De acordo com os preços médios dos produtos, em agosto foram necessárias aproximadamente 13 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo registrou queda de 1,86%, já que, em julho, 12,7 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de farelo. Em relação a agosto de 2016 houve aumento de 28,67% no poder de compra, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 16,7 caixas de ovos.
Preçomédio médioFarelo Farelode desoja soja Preço R$/toneladaFOB, FOB,interior interiorde deSP SP R$/tonelada
1600 1600 1500 1500 1400 1400 1300 1300 1200 1200 1100 1100 1000 1000 950 950 900 900 850 850 800 800 750 750
julho julho agosto agosto setembro setembro outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho julho julho
Valores de troca – Milho/Ovo
Valores de troca – Farelo/Ovo
2016 2016
Mínimo Mínimo 950,00 R$ R$ 950,00
MédiaAgosto Agosto Média R$ R$
965,00 965,00
2017 2017
Máximo Máximo 990,00 R$ R$ 990,00 A Revista do AviSite
61
Ponto Final
Líder ou chefe? Rogerio Luiz Iuspa é Zootecnista, Gestor de equipes de vendas de alta performance
A
liderança é algo que será cada vez mais importante nas corporações e, um líder é um gestor de recursos humanos além de simplesmente cumprir as tarefas e gerar os resultados esperados ou mesmo superá-los. Sabe-se hoje que as empresas dependem cada vez mais das pessoas e as pessoas necessariamente precisam representar de forma digna a empresa a que representa, e nesse processo a empresa fica refém de seus gestores para garantir a multiplicação da cultura e uniformização do discurso a campo, porém já me adianto este é o estilo moderno de liderança e precisa ser compreendido pelas corporações de qualquer tamanho. Me inspira a escrever este artigo a quantidade de líderes que encontro pelo meu caminho profissional, digo líderes porque é o que todos dizem ser e para facilitar, vou dividir em dois grandes grupos, os líderes tipo líderes e os líderes tipo chefes. Um líder do tipo líder é alguém que inspira pessoas, que ajuda, que tem conhecimento de coaching que gosta de lidar com pessoas, que está lado a lado de seu liderado, é despertar nos outros a vontade de romper suas próprias barreiras, motivador, impulsionador, gera conhecimento e divide com a equipe, muitos sabem destes tópicos mas poucos colocam em prática, o líder deve influenciar pessoas a serem melhores e assim alcançar os objetivos estabelecidos sem que o liderado se sinta pressionado. Os líderes do tipo chefes são em sua maioria pessoas mais “experientes”, já tem uma vivência maior de mercado e admitem uma sistemática de trabalho de muitos, mas muitos anos atrás caso não tenha se transformado. Um líder do tipo cobrador, sem nenhum envolvimento com a equipe e muito menos com o trabalho de cada um, gerencia de uma mesa no escritório, olhando planilhas em excel que os outros fazem (ele não sabe
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A Revista do AviSite
trabalhar com a ferramenta) e adepto ao chicote e ameaças, deixando a equipe extremamente insegura e passível de incorrer no erro da busca incessante por resultados e errar no meio do caminho, o liderado vive em estresse contínuo e o líder tipo chefe se gaba disso, gerencia pelo medo e pelo terror, suas idéias nem sempre coerentes são impostas à equipe sem mesmo conhecer o mercado onde atua, normalmente esse tipo não vai a campo, não conhece os clientes e imagina como deve ser o trabalho no campo. O líder tipo chefe existe aos montes, mas ninguém assume, ninguém olha para seu umbigo para ver como está fazendo seu trabalho, é mais fácil avaliar os outros do que a sí próprio e é assim desde que o mundo é mundo! Porém o mundo muda, as relações empresa-colaborador mudam, o relacionamento entre líder e liderado evoluiu, inclusive com leis que o protegem e é necessário cada vez mais se atualizar, observar o mercado, os clientes, ajustar a equipe às expectativas dos clientes, ouvir a equipe, decidir com eles e montar planos estratégicos juntos com a orientação e monitoramento do líder. Acredito que todos os exímios leitores se lembraram de alguém que passou na sua vida profissional que pertença a cada um desses grupos. Na verdade o que importa é uma convivência pacífica, com bom ambiente de trabalho, sem pressões, onde cada um da equipe sabe claramente suas funções, num ambiente de conversa franca, cortesia, transparência e objetivos claros sem estressar negativamente a equipe, estando em linha com o líder tipo líder. mesmo! E vc que é líder? Faça um sincero exame de consciência e veja qual o seu estilo? Boa sorte aos líderes de boa vontade!
A Revista do AviSite
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Ponto Final
A vacina Bio-Coccivet, multivalente atenuada do Laboratório Biovet, totaliza mais de 30 milhões de aves vacinadas com resultados comprovadamente efetivos, desde o seu lançamento. Controle a Coccidiose em frangos de corte com vacinação contínua com Bio-Coccivet.
64 A Revista do AviSite