A Revista do AviSite
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Editorial
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Sumário Editorial
racional de anticoccidianos 20 Uso De difícil erradicação, objetivo é
encontrar o equilíbrio entre os custos com diagnóstico, prevenção, tratamento e desenvolvimento de imunidade das aves, ao tentar manter a perda subclínica o mais baixo possível
Prevalência de salmonelas aviárias e de relevância em saúde pública no Brasil
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Eventos
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As 8 notícias mais lidas no AviSite e Há 10 anos
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Notícias Curtas Frigorífico de aves da Languiru é aprovado em auditoria do governo iraquiano
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O uso do IDEXX APV Ab Test como ferramenta eficaz para o monitoramento do Pneumovirus Aviário
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Curso de Salmonelas da Facta
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Informes Técnico-comerciais Novus: Reduzindo Woody Breast e White Striping em Frangos – uma abordagem nutricional
AviGuia Bayer anuncia Marcio Dahmer como novo Gerente de Marketing
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Ponto Final Quem éramos, onde estamos, para onde iremos ?
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de Dália dos Prazeres, 12 Artigo da Fiocruz
Phibro: A combinação de Nicarbazina e Semduramicina e seus benefícios para o programa anticoccidiano
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Elanco: Demanda Proteica vs Restrição ao Uso de Antimicrobianos
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Ceva Saúde Animal comemora crescimento no mercado avícola
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Informes Técnico-comerciais BioCamp passa por momento especial com nova campanha de marketing para falar sobre o do uso de antimicrobianos na produção dos alimentos
Por José Paulo Kors, Presidente da APINCO - Associação Brasileira de Produtores de Pintos de Corte
Estatísticas e preços 40 41 42 44 45 46 47 48
Produção e mercado em resumo Pintos de corte Produção de carne de frango Exportação de carne de frango Oferta Interna Desempenho do frango vivo em outubro Desempenho do ovo em outubro Matérias-primas
Editorial
Buscando sinergia, convergência, e também racionalidade No Ponto Final, página 50, o médico veterinário José Paulo Kors dá a dica: “Estando a presidir a APINCO - Associação Brasileira de Produtores, de Pintos de Corte, que tem um dos mais completos bancos de dados do setor, sendo também sócio e diretor da AVAL - Associação Brasileira da Avicultura Alternativa, estimulamos todos os participantes da atividade avícola a buscar sinergias e convergências, minimizando divergências pontuais”. É verdade, a união em torno da difusão de conhecimento sempre foi marca da avicultura brasileira, de seus profissionais e técnicos. E as páginas desta edição mostram como os técnicos do setor, cada qual exercendo seu papel em sua empresa ou instituição governamental, juntos formam um manancial de conhecimento a cerca dos desafios da atividade em nossos tempos, que felizmente, pode ser compartilhado. E um desses desafios é manter uma abordagem racional em um mundo de tanta informação, muitas vezes contraditórias. Um mundo que pede mudanças instantâneas e radicais em processos produtivos consolidados, mas que não discute com profundidade todas suas implicações. E anticoccidianos é um destes temas. Ouvimos profissionais e pesquisadores a respeito do que seria razoável e racional no uso de anticoccidianos - página 20. Merece destaque também artigo da pesquisadora Dália dos Prazeres Rodrigues, que aborda um outro grande desafio: a Salmonella, e sua prevalência em territorio brasileiro. Os desafios impostos pelo patógeno são grandes, mas a ciência tem trazido novas ferramentas, como a tecnologia de sequenciamento, que pode levar à produção de vacinas cada vez mais eficazes.
Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP
ISSN 1983-0017 nº 118 | Ano X | Novembro/2017
EXPEDIENTE Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br Redação Érica Barros (MTB 49.030) imprensa@avisite.com.br Comercial (19) 3241 9292 comercial@avisite.com.br Diagramação e arte Mundo Agro e Innovativa Publicidade luciano.senise@innovativapp.com.br Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação Caroline Esmi financeiro@avisite.com.br
Boa Leitura!
Os informes técnicoempresariais publicados nas páginas da Revista do AviSite são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.
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Eventos
2017 Novembro
Agosto
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Local: Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Campinas,SP Realização: CBNA (Colégio Brasileiro de Nutrição Animal) Informações: www.cbna.com.br
Local: Não definido Realização: Acav (Associação Catarinense de Avicultura)
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12 a 14
Local: Auditório da Faculdade de Engenharia Agrícola da UNICAMP Realização: Fapesp, CNPq, Capes, Faepex e Munters Informações: www.ambienciadeprecisao.com
Local: Unesp - Campus de Jaboticabal Realização: Unesp - Campus de Jaboticabal, SP
Congresso sobre Saúde Intestinal e Imunidade em Aves e Suínos
III Workshop Internacional de Ambiência de Precisão
9 e 10
V Workshop Sindiavipar Local: Foz do Iguaçu, PR E-mail: aviculturapr@sindiavipar.com.br Informações: www.sindiavipar.com.br
2018 Janeiro 30 a 01/02
IPPE (International Production & Processing Expo) Local: Georgia World Congress Center, Atlanta , EUA Realização: US Poultry & Egg Association Informações: www.ippexpo.com
Fevereiro 5a9
Show Rural Coopavel - 30 anos Local: Cascavel, PR Realização: Coopavel Informações: www.showrural.com.br
Março 20 a 22
XVI Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto - SP Realização: APA Informações: www.congressodeovos.com.br
Abril 10 a 12
Simpósio Brasil Sul de Avicultura Local: Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SC Realização: Nucleovet Site: www.nucleovet.com.br
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Simpósio Técnico da Acav - matrizes pesadas (A confirmar)
Setembro Curso de Atualização em Avicultura de Postura Comercial
Outubro 16 a 18
VIII Clana – Congresso latino americano de nutrição animal Local: Centro de Eventos Expo D. Pedro – Campinas, SP Realização: CBNA e Amena Informações: www.cbna.com.br/site/Noticias/Agenda
Novembro 6a8
2ª Conferência da PSA (Poultry Science Association) no Brasil Local: Brasil
Ross 308 AP (AP95): a melhor genética para o Brasil está aqui. Por meio das mais avançadas tecnologias de melhoramento genético, a Aviagen desenvolveu o produto que o mercado esperava. Entre as características do frango, destacam-se sua baixa mortalidade, o maior ganho de peso do mercado, com 1 dia a menos para atingir o mesmo peso, e uma conversão alimentar 20 gramas melhor que o principal concorrente. Tudo isso sem comprometer a produtividade da matriz, com média de 148 pintos por fêmea alojada às 66 semanas. A Aviagen confirma seu compromisso com a indústria avícola, com o melhor da genética.
O produto que mais cresce em vendas no Brasil!
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Rua José Morano, 96/112 • Nova Campinas • Campinas • SP • Brasil • (19) 3303 7050 • pt.aviagen.com A Revista do AviSite
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As 8 notícias mais lidas no AviSite em Outubro
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EUA: exportação de frango cresceu 7% nos últimos 12 meses
Consumo mundial de carne de frango em 2017, pelo USDA
Os dados mais recentes do USDA mostram que mesmo tendo iniciado o segundo semestre de 2017 sem expansão em relação ao ano passado, índice de expansão no acumulado dos oito primeiros meses de 2017 +3,12% - não é muito diferente do observado no fechamento do primeiro semestre.
Números do USDA para 2017 indicam que o consumo mundial de carne de frango deve ter um crescimento inferior a 1%. O principal culpado é a China, cujo consumo total neste ano tende a recuar mais de 5,5%, consequência da IA.
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Os grandes importadores de carne de frango em 2008 e 2018
Pintos de corte: tendências do quadrimestre final de 2017
As primeiras previsões para 2018 do USDA sobre o possível comportamento dos maiores importadores mundiais de carne de frango apresentam muita similaridade com o que foi observado uma década atrás. Assim, por exemplo, oito dos 10 principais países já integravam o quadro de líderes em 2008.
Analisando-se a média dos passados 16 anos constata-se que nos primeiros oito meses o volume acumulado de pintos de corte representou 65,9% do total anual, sendo os 34,1% restantes distribuídos na seguinte proporção: 8,4% em setembro; 8,8% em outubro; 8,2% em novembro e 8,7% em dezembro.
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Tendências das exportações de frango no 4º trimestre A evolução das exportações de carne de frango no decorrer de 2017 tem sido muito idêntica à da curva histórica – neste caso, a curva que reflete a média registrada nos primeiros 17 exercícios dos anos 2000.
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Nova alternativa na desinfecção de ovos férteis Pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Graz (TUGraz), na Áustria afirmam que testaram com pleno sucesso - em laboratório - micro-organismos com efeitos antibacterianos identificados pela primeira vez em um projeto precursor iniciado em 2009.
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EUA e Brasil: os preços externos da carne de frango
Os números do IBGE sobre o plantel brasileiro de galináceos
O acompanhamento da FAO relativo aos preços internacionais da carne de frango obtidos por Brasil e EUA mostra que a recuperação brasileira registrada no início do ano cessou já a partir de março. O valor alcançado no nono mês do ano ficou apenas 7% acima da média alcançada em 2016.
De acordo com a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, foram abatidas no Brasil em 2016, nos estabelecimentos sob inspeção, perto de 5,9 bilhões de cabeças de frangos, 1,1% a mais que no ano anterior.
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No 3º trimestre, abate de frangos cresceu 8,4% sobre 2006, diz IBGE Conforme o IBGE, no terceiro trimestre de 2007 foram abatidos em estabelecimentos sob inspeção federal, estadual ou municipal perto de 1,1 bilhão de cabeças de frango, volume 2% superior ao registrado no trimestre anterior e 8,4% maior que o alcançado no mesmo período de 2006. Com esse resultado, o abate inspecionado dos nove primeiros meses de 2007 somou 3,221 bilhões de cabeças e correspondeu a um aumento de 10,5% sobre o volume divulgado pelo IBGE há um ano. Embora os abates mensais aparentem grandes variações, sua avaliação pelo número de dias úteis do mês revela maior estabilidade do processo. Assim, a média diária abatida no período foi de quase 17,2 milhões de cabeças, com variações de 4% e 6% abaixo e acima da média, respectivamente. De acordo com o IBGE, os abates ocorreram principalmente em estabelecimentos sob inspeção federal, onde corresponderam a 92,8% do total processado. Abatedouros sob inspeção estadual responderam por 5,6% do total abatido e os municipais por apenas 1,6%. E como não possuem abatedouros avícolas com qualquer tipo de inspeção, ficaram de fora desse levantamento o Maranhão, Amapá, Roraima, Amazonas e Acre.
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Produção Animal Avicultura
Copyright Zoetis Indústria de Produtos Veterinários Ltda. Todos os direitos reservados. Material Produzido OUT/2017.
as com a o co rdo or o accco e a de o d d do ad a sa s us u do d n an u m q qu a, em ulla ul de bu ess de õe aççõ aç diiiccca d nd n iin e s es e õ õe çõ ç aç a da d n en e m o ecco re r aos de ao de nd en aten o at ção, iaçã riia cr da cr to da to nt en omen r mom uer q qu alllq a ua ua da q qu c ci o l lo a s sa as la ra la para s, pa oss, do cido leci bele be ab ta sta est MR es os LM vos ovo nov no s ê n nê po japo do ja do ad ca erca no mer es, no es ve av de av dos de cido teci em te em
Para informações consulte o SAC: 0800 011 19 19.
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O MÁXIMO em E. maxima. Produção Animal Avicultura
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Notícias Curtas
Missão
Frigorífico de Aves da Languiru aprovado em auditoria do governo iraquiano
Languiru tem tradição no abate halal
A Languiru recebeu a visita de autoridades sanitárias do órgão fiscalizador do Governo do Iraque, parlamentares e representantes de clientes. A comitiva realizou auditoria no frigorífico de aves da cooperativa, em Westfália, coletando informações e avaliando especialmente o processo de abate Halal, que segue os princípios do Islã e atende exigência dos clientes e consumidores de cortes de carne de frango comercializados com os muçulmanos. A auditoria possibilita que o abatedouro mantenha sua habilitação Halal para exportações ao Iraque. A comitiva de auditores e autoridades governamentais iraquianas foi recepcionada pelo presidente, Dirceu Bayer, e, pelo vice-presidente, Renato Kreimeier, e acompanhada pela gerência, corpo técnico e de qualidade do frigorífico de aves, por representantes da trading internacional da Languiru, a empresa Four Import Export, e pelo supervisor de abate Halal sediado junto à unidade industrial, Said El Moutaqi. “O grupo em missão de auditoria teve como foco avaliar todo o processo de abate, especificamente o abate Halal. Na visita ao frigorifico, mostraram-se bastante satisfeitos com a qualidade dos produtos e processos. Entre os pontos fortes e importantes observados, os auditores elogiaram o processo produtivo. A Languiru tem motivos para se orgulhar do sucesso da missão”, ressalta Said.
Espuma atóxica
SC apresenta a outros Estados um reforço no plano de emergência avícola
Máquina emite uma espuma atóxica e biodegradável que permite eliminar rapidamente e sem dor 1.000 aves por minuto
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A Revista do AviSite
Santa Catarina desfruta da melhor condição sanitária do Planeta, livre das doenças que afetam centenas de países e comprometem a saúde animal de várias espécies. O preço desse status é a eterna vigilância, por isso, agroindústrias, governo e produtores rurais atuam em conjunto para evitar e controlar qualquer ocorrência que possa afetar a segurança sanitária por meio do Plano de Emergência Avícola. Em Concórdia, a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) apresentou a representantes de entidades de defesa sanitária de Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná, além da Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA), um novo instrumento para entrar em operação no caso de uma emergência avícola. É uma máquina fabricada nos Estados Unidos – a AVI Foamguard ST3, da marca Kifco – cuja finalidade é eliminar lotes de aves de
forma operacionalmente rápida, biologicamente segura e gerencialmente eficaz. A máquina emite uma espuma atóxica e biodegradável que permite eliminar rapidamente e sem dor, grandes plantéis – mais precisamente, 1.000 aves por minuto – e preservar as condições sanitárias de toda a cadeia produtiva. É a primeira do país e sua demonstração foi feita sem o emprego de aves na Granja Salvin, área rural de Concórdia. “O maior patrimônio da cadeia industrial avícola de Santa Catarina, considerada a mais avançada do país, é seu status sanitário”, realça o diretor executivo da ACAV Ricardo de Gouvêa. A aquisição do equipamento foi motivada pela consciência preservacionista. Nesse aspecto essencial reside a importância em adquirir e incorporar um equipamento de proteção e controle sanitário inédito no Brasil e de tecnologia avançada.
Incubatório Chapecó
30 anos contribuindo para a expansão da avicultura Com o objetivo de produzir pintainhos para abastecer os aviários dos integrados de aves, a Cooperativa Central Aurora Alimentos acreditou e investiu, em outubro de 1987, na criação do Incubatório Chapecó, localizado na Linha Serraria Reato, Distrito de Marechal Bormann. A planta incluía um incubatório e sete núcleos compostos de 25 aviários cada um medindo 130X12m para alojamento das matrizes. Trinta anos depois a unidade comemorou as conquistas alcançadas em um evento que reuniu funcionários, diretoria e autoridades municipais. Do total de sete núcleos dois foram criados para fins de alojamentos de aves recria e cinco para produção de ovos férteis para incubação, que eram enviados ao incubatório, classificados e incubados e, posteriormente, os pintainhos alojados aos quotistas da Cooperativa. Após 30 anos de mudanças e investimentos em melhorias, muita coisa mudou. Os aviários/núcleos próprios localizados na área onde o Incubatório está atualmente não existem mais e novas parcerias com produtores em forma de integração foram firmadas. A integração da região de Chapecó atualmente é composta por 18 núcleos de recria e 30 de produção. O gerente do Incubatório Marcos Tolentino Lopes salientou que no início a capacidade de incubação era de 40,8 milhões de ovos por ano. “Com a adesão de novas tecnologias foram realizadas ampliações e, atualmente, com um quadro de 135 empregados e com uma capacidade de incubar 97,04 milhões de ovos por ano, o Incubatório produz em média 250 mil pintainhos/dia, 6,5 milhões por mês e cerca de 78 milhões por ano”.
Unidade da Aurora Alimentos comemorou o trigésimo aniversário com homenagem aos pioneiros na construção do projeto
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Saúde Avícola
Prevalência de salmonelas aviárias e de relevância em saúde pública no Brasil Autora: Dalia dos Prazeres Rodrigues, Ph.D., Laboratório de Referência Nacional de Enteroinfecções Bacterianas/ Laboratório de Enterobacterias/IOC/FIOCRUZ
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complexo agroindustrial brasileiro tem como principal segmento a avicultura a qual ocupa o primeiro lugar em exportação. Esta é uma atividade dotada de uma eficácia produtiva, cujo desenvolvimento crescente representa um diferencial oriundo da combinação de contínuos progressos em genética, nutrição, ambiência e sanidade. Contudo microorganismos de características zoonóticas, como Salmonella spp dificultam este controle, tendo em vista que quase todos os plantéis podem estar contaminados. Sua presença esta comumente associada a um sistema de criação intensiva, atingindo aves jovens (até duas semanas de idade), mantendo os adultos como portadores assintomáticos por longo período. Sua elevada casuística esta diretamente relacionada à capacidade de im-
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plantação, propagação e permanência em diversos nichos ecológicos. Atualmente, são reconhecidos 2679 sorovares distintos capazes de infectar o homem e animais de sangues quente e frio e sua incidência e prevalência vem sendo motivo de preocupação para Saúde Pública e Sanidade Animal. A patogênese da salmonelose depende de uma combinação de vários fatores, incluindo os componentes da virulência, dose infecciosa, via de infecção, caracteristicas genéticas e estado imune do hospedeiro. Todas essas variáveis podem influenciar a resposta imune do hospedeiro, resultando em diferentes graus de inflamação: aguda, moderada, crônica ou assintomática. A infecção por S. enterica tem as seguintes características: a capacidade de interação com enterócitos que conduzem a diarréia (enterite induzida por Salmonella), invasão de células não fagocíticas e capacidade de sobreviver e proliferar dentro dos fagócitos, resultando em doença sistêmica. Essas características são determinadas por múltiplos fatores de virulência codificados em Ilhas de Patogenicidade (SPI) presentes e instáveis do genoma e ausentes em organismos não patogênicos. Sua aquisição se faz por transferência horizontal. Embora todas as salmonelas possam ser reconhecidas como patógenos potenciais, algumas estão presentes no intestino de aves sadias, sendo fonte de contaminação horizontal para o meio ambiente e para outras aves, através das fezes. Esta característica resulta na necessidade de intensificar programas de controle, tendo em vista a existência de diferentes fontes de contaminação incluindo roedores, alimentos, aves silvestres, insetos, transporte, meio ambiente e o próprio homem.
Apesar da resposta inflamatória do hospedeiro, Salmonella pode determinar um quadro de infecção assintomática, levando a liberação intermitente de células bacterianas nas fezes. Esta condição resulta em sério problema de saúde pública, porque animais assintomáticos carreiam o microorganismo por longo período com ciclos intermitentes de liberação do patógeno nas fezes. A salmonelose é uma das zoonoses mais complexa, tendo sido declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização de Agricultura Alimentar (FAO) como a zoonose mais comum e importante desde 1950. Sua epidemiologia e controle são complexos, em face às diferenças nos hábitos alimentares, elaboração de alimentos, criação de animais e padrões de higiene e saneamento. Seu controle é permanente, tendo em vista a emergência de novos sorovares e reemergência de outros, tanto nos países emergentes quanto nos industrializados. A transmissão pode ser do tipo vertical, a qual ocorre através da passagem no oviduto, seguindo infecção sistêmica ou ascendente, pela cloaca. Ela é crucial em aves infectadas com S. enterica subespecies enterica serovares Enteritidis, Typhimurium, Gallinarum, Heidelberg e Infantis. A transmissão para progênie ocorre por infecção transovariana, quando o ovário e os ovos em desenvolvimento são infectados no oviduto. A transmissão horizontal também ocorre por via fecal-oral ou transmissão aerogênica. Na cadeia epidemiológica, os animais, particularmente os de produção ocupam o ponto central na epidemiologia das salmoneloses entéricas, representando reservatório de importância sanitária e difícil controle. Entre eles, as aves representam um risco em poten-
cial em sua disseminação. Nestes animais, os sorovares de Salmonella não apresentam seletividade por linhagens ou raças, sendo encontrados em pombos, pássaros silvestres e aves para consumo, persistindo em galinhas com mais de 22 semanas. Há evidências da transmissibilidade também pode ser observada em outras espécies como por ex. em suínos, as secreções orofaríngeas podem disseminar a doença através do contato. Transmissão vertical de Salmonella em gado leiteiro, para o feto no útero. Os bezerros podem estar infectados no nascimento ou pós-nascimento. Se a progênie persistir infectada, não há chance de erradicação e o controle se torna complicado. Há evidências de propagação por alimentação, água potável, fômites, presença de portadores assintomáticos etc. Considerando este conjunto de informações é fácil entender porque os animais de produção são os principais disseminadores destes microorganismos. Alguns resultados sugerem que a duração do estado de portador depende do sorotipo, cepa, idade animal e outros fatores de risco. Seu caráter zoonótico mostra a capacidade de se adaptar em diferentes nichos ecológicos e difículdade no controle, em face a existencia de várias potenciais fontes ambientais. A carne de frango, ovos e seus subprodutos tem se convertido em um alimento amplamente consumido mundialmente por todas as classes sociais. Esta representa uma fonte relativamente barata de proteína de boa qualidade, cuja produção em grande escala é mais fácil que a de outros animais empregados como alimento. Cadeias de abastecimento alimentar atravessam várias fronteiras nacionais sendo necessária a colaboração entre governos, produtores e consumidores, visando garantir a segurança alimentar. No Brasil, a prevalência de Salmonella spp é reconhecidamente elevada, onde falhas no saneamento e oferta de água de qualidade são fatores que dificultam seu controle. Apesar do conhecimento quanto à elevada casuística, microrganismos envolvidos em infecções diarreicas não são de notificação
compulsória no Ministério da Saúde, o que torna difícil estimar sua real taxa de incidência. Outrossim a realização de Programas de Monitoramento representa ferramentas essenciais para o reconhecimento de sorovares circulantes, permitindo detectar a emergência e/ou reemergência de alguns e introdução daqueles com características exóticas. Neste sentido o LRNEB/IOC/FIOCRUZ participa através de atividades que incluem a caracterização antigênica conclusiva, monitoramento e caracterização da resistência antimicrobiana e subtipagem, visando o conhecimento dos clones circulantes. Se considerarmos a casuística ao longo desta década, de acordo com a distribuição regional, o maior percentual de cepas foi recebido da região sul, seguido da sudeste, centro-oeste e variando anualmente, norte e nordeste. Entre as fontes, ao longo dos ultimos cinco anos maior número foi de isolados de origem alimentar, seguida de ambiental, animal, matéria-prima/rações, humana e de ações de controle de qualidade de empresas. Em relação a caracterização dos sorovares prevalentes, foi possível reconhecer a circulação de 61 distintos, cuja apresentação geral aponta S. Heidelberg, S. Typhimurium, S. Schwarzengrund, S. Infantis; S.Minnesota, S. Agona, S. Senftenberg, correspondendo 65% das cepas analisadas ao longo dos últimos 10 anos, porem a frequência de alguns sorovares pode variar e apresentar uma flutuação em sua casuística. Particularmente, o histórico epidemiológico da Salmonella spp. é caracterizado pelo predomínio de alguns sorovares que se mantém disseminados em estágio contínuo. Inclui-se neste contexto, a Salmonella ser. Typhimurium, que embora varie anualmente sua permanência vem se mostrando constante durante os últimos anos, sendo reconhecido como importante sorovar isolado de diferentes fontes da cadeia alimentar no Brasil, com notória participação em surtos de origem alimentar e isolados de origem humana. Por outro lado Salmonella ser. Enteritidis, apresentou casuistica extremamente reduzida ao longo dos últimos
No Brasil, a prevalência de Salmonella spp é reconhecidamente elevada, onde falhas no saneamento e oferta de água de qualidade são fatores que dificultam seu controle
anos, condição que vem se apresentando desde 2004. Este sorovar teve uma ascensão mundial a partir da década de 90, sendo caracterizado como um dos principais agentes envolvidos em surtos alimentares associados à ingestão de carne de frango e ovos contaminados. Sua relevância para o setor avícola e Saúde Pública, culminaram na implementação de programas/ações voltadas para o seu controle, propiciando diretamente uma redução nos índices encontrados nos últimos anos na cadeia produtiva de alimentos de origem animal e consequentemente refletiu-se para os demais eixos da cadeia alimentar Porem uma situação vem ocorrendo auxiliando quanto ao conhecimento da dinâmica de circulação de Salmonella spp. contribui para a compreensão quanto aos fatores envolvidos na implantação e disseminação desse micro-organismo, permitindo estabelecer uma relação entre os sorovares predominantes, assim como a emergência de sorovares não tão frequentes Entre estes, alguns vem ascendendo e ocasionando problemas em sanidade animal e saúde pública em diferentes regiões como os sorovares Heidelberg, Infantis, Minnesota e Senftenberg se mantêm presentes em níveis variáveis em todas as fontes da cadeia alimentar. No computo geral nos últimos anos Salmonella enterica ser. Heidelberg está entre os sorovares mais detectados nas fontes animais, alimentar e ambiental, representando uma condição de risco A Revista do AviSite
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Saúde Avícola
A redução da Salmonella na produção avícola atualmente representa um sonho distante. Apesar disto, os avanços recentes na tecnologia de sequenciamento, estão permitindo uma melhor compreensão de Salmonella inclusive como ela responde a ameaças externas
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de infecção em seres humanos, tendo em vista que seu ciclo de transmissão envolve todas as fontes de isolamento e sua veiculação está associada à ingestão de alimentos, dos quais os de origem animal são os mais incriminados na transmissão de para o homem. Outro fator preocupante é a emergência e circulação de cepas de S. Heidelberg multirresistentes aos antimicrobianos cujo impacto poderá ser acompanhado e controlado tanto pela cadeia produtiva quanto em nível de Saúde Pública, já que o perfil de incidência dos mesmos vem apontando sua emergência em nosso meio. Nas cepas de origem animal, avaliando o total de cepas caracterizado nos últimos cinco anos, foi possível observar aumento gradativo de Salmonella ser. Gallinarum, o que representa fator de risco para o setor avícola, pois desempenham um papel relevante por serem responsáveis pelos quadros de Tifo aviário em aves adultas. Na indústria animal, este sorovar é capaz de causar significantes perdas econômicas, por determinarem a morte prematura das aves, como também diminuir a produção de ovos, aumentando os gastos no programa de controle e, consequentemente, reduzindo o valor dos produtos contaminados. Ressalta-se uma redução gradativa para Salmonella ser. Gallinarum, desde a implantação do Programa Nacional de Sanidade Avícola pelo MAPA (1995), no entanto, este sorovar embora controlado, não foi efetivamente erradicado. A Salmonella compreende um grande gênero e a sorotipagem é amplamente utilizado para classificar isolados em sorogrupos de acordo com o antígenio de superfície e a sua variabilidade. Entretanto, a sorotipagem não é eficaz para rastrear a origem dos surtos. Vários métodos de subtipificação à base de DNA foram desenvolvidos, numa tentativa para melhorar a reprodutibilidade e capacidade discriminatória na tipagem de Salmonella. Considerando a utilização deste método na avaliação de cepas de S.Enteritidis é possível observar este sorovar com maior estabilidade genética, provavelmente devido ao limitado rearranjo genético ou recombinações durante a evolução deste sorovar.
Entretanto em Salmonella ser. Heidelberg a preocupação não se restringe apenas ao Brasil, ocorrendo relatos de surtos em paises da America do Norte desde 2012, sendo um dos sorovares mais prevalentes em infecções humanas, ficando atrás da Salmonella ser. Enteritidis e Salmonella ser. Typhimurium. Entre as cepas avaliadas foram observados sete pulsotipos, todos inclusos em um grupo com 89% de similaridade. Salmonella ser. Oranienburg, Salmonella ser. Panama, Salmonella ser. Schwarzengrund também foram avaliadas através da PFGE e entre o total de sorovares analisados através da PFGE, Salmonella ser. Typhimurium foi que apresentou a maior diversificação genética, com 40 pulsotipos de um total de 99 cepas analisadas, tendo estas elevada prevalência na região Sul. A redução da Salmonella na produção avícola atualmente representa um sonho distante. Apesar disto, os avanços recentes na tecnologia de sequenciamento, estão permitindo uma melhor compreensão de Salmonella inclusive como ela responde a ameaças externas. Esta técnica já pode ser encarada como uma metodologia para emprego de rotina em medio prazo, tendo em vista que seu custo gradualmente vem se reduzindo. Esta tecnologia pode ser usada para acompanhar com maior precisão os surtos, fornecer dados para a concepção de melhores testes de detecção e levar ao desenvolvimento de vacinas mais eficazes. Isso pode nos ajudar e levar finalmente a um melhor controle de Salmonella e consequentemente melhor segurança alimentar.
Referências Bibliográficas
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Informe Técnico-Comercial
Reduzindo Woody Breast e White Striping em Frangos – uma abordagem nutricional Autor: Novus Internacional
D
escobertas recentes indicam que estratégias nutricionais podem ajudar a reduzir a incidência e a gravidade de woody breast e white striping, dois problemas de qualidade da carne cuja prevalência parece aumentar em muitos mercados. Pesquisadores estão explorando várias abordagens para diminuir o impacto dessas miopatias e os cientistas da Novus concluíram recentemente que os minerais orgânicos quelatados em combinação com antioxidantes podem reduzir significativamente a gravidade dessas miopatias de peito. Uma combinação de minerais orgânicos quelatados MINTREX® e antioxidante SANTOQUIN® pode reduzir a gravidade de woody breast e white striping em até 50% com base na análise de vários estudos. Como resultado, a Novus identificou uma estratégia nutricional comprovada para aju-
dar na redução de incidências graves dessas miopatias. Embora estes dois problemas não representem riscos conhecidos para os consumidores, eles afetam significativamente os produtores. Casos graves podem resultar em redução da qualidade da carne, levando a custos adicionais de processamento e descartes. Estima-se que a incidência de woody breast nos EUA pode chegar a mais de $200 milhões em perdas econômicas anuais (Kuttappan et al., 2016). Finalmente, os produtores têm opções para ajudar na proteção contra esse prejuízo. O que leva às incidências em questão ainda não está claro, mas os produtores podem ter certeza de que o impacto pode ser bastante reduzido.
Redução das miopatias Como as causas do woody breast e white striping permanecem ainda obs-
curas, é difícil definir uma solução única para prevenção dessas miopatias e a manutenção da lucratividade. Sabe-se que a severidade difere entre indivíduos, lotes e granjas, mas a causa permanece não confirmada. No entanto, os principais pesquisadores da indústria viram evidências de que a insuficiência circulatória e o estresse oxidativo no músculo estão associados à ocorrência dessas miopatias. O woody breast, assim denominado por seu aspecto endurecido ou “amadeirado”, é a miopatia mais grave e problemática, pois afeta significativamente a textura e o sabor da carne, afetando assim a aceitação do consumidor. O white striping é outro tipo de miopatia, onde o tecido conjuntivo cria “listras” brancas de espessura variável em todo o músculo do peito. Isso afeta a qualidade da carne. A indústria desenvolveu um sistema de classificação em que cada
Características físicas do peito amadeirado A deformidade causada por um peso (200grs) em sem caracteristicas de amadeiramento Parte inferior rígida e proeminete
B. Peito normal (sem caracteristicas amadeiradas) A. Peito com característica amadeirada Kuttappan et.al. 2016
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Características físicas de White Striping Linhas brancas paralelas à direção das fibras musculares
Níveis de White Striping anormalidade é avaliada com base na gravidade: de 0 (sem indicação de miopatia) até 3 (miopatias graves). Muitas vezes aparecendo simultaneamente, acredita-se que essas miopatias são consequência de insuficiência circulatória associada ao estresse oxidativo, levando a perda de integridade estrutural protéica. Sabendo disso, as equipes de pesquisa e desenvolvimento da Novus realizaram vários ensaios e revelaram o potencial para prevenir essas deformidades. Dr. Vivek Kuttappan, cientista e fisiologista da Novus comenta que “Um dos aspectos mais desafiadores para definir uma estratégia de prevenção em lotes com altas incidências de miopatias é encontrar e interpretar os resultados das pesquisas. Esta área ainda requer muito estudo e muitas novas opções e produtos anunciados como soluções potenciais não têm suporte científico. A Novus desenvolveu uma abordagem com base em anos de pesquisas, e trabalhos para provar hipóteses com nossos produtos e agora tem planos robustos para obter resultados reais. A Novus tem 14 anos de experiência com minerais orgânicos quelatados MINTREX®. Mais de dez estudos, realizados em instalações de pesquisa e comerciais, foram analisados e uma redução da gravidade de aproximadamente 50% de woody breast e white striping foi registrada quando MINTREX® foi adicionado às dietas de
frango de corte em comparação com aqueles sem. Depois de analisar vários estudos, realizados em centros de pesquisas e instalações comerciais, a estratégia nutricional da Novus foi desenvolvida em duas frentes: 1) apoiar o crescimento e desenvolvimento muscular saudável e 2) reduzir o estresse oxidativo no tecido. Para atingir esses objetivos, aditivos altamente biodisponíveis foram adicionados na dieta com a intenção de medir a redução das miopatias. Dados os processos naturais relativos ao crescimento do tecido muscular e do estresse oxidativo, minerais e antioxidantes foram selecionados devido aos seus efeitos positivos comprovados sobre a melhoria do peso corporal e as taxas de crescimento. Estudos indicaram que os minerais de alta biodisponibildade, como MINTREX, podem ajudar a reduzir o dano no tecido do peito provocado por estresse ou outras causas e ajudar no processo de regeneração. Foi então que criou-se a hipótese de que os mesmos minerais que suportam o crescimento muscular saudável poderiam ajudar a reduzir o desenvolvimento de miopatias. Foi comprovado que os frangos alimentados com minerais orgânicos quelatados MINTREX tiveram reduções significativas nos problemas de qualidade da carne, como woody breast e white striping, quando compara-
Kuttappan et.al. 2016
dos aos alimentados com minerais inorgânicos. Cinco ensaios que compararam diversos minerais inorgânicos contra os minerais orgânicos quelatados de Novus registraram redução da incidência de woody breast com MINTREX com uma diminuição média de 44,4% (Figura 1). Dois desses ensaios também analisaram também white striping, registrando uma redução de white striping severo em 46,1% (Figura 2).
Como as causas do woody breast e white striping permanecem ainda obscuras, é difícil definir uma solução única para prevenção dessas miopatias e a manutenção da lucratividade A Revista do AviSite
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Informe Técnico-Comercial
Porcentagem
Figura 1. Redução na incidência de peito amadeirado (scores 2-3)
Custos/Kg
Figura2: Mintrex reduz a incidência de white striping (scores 2-3)
senvolvimento muscular das aves. Além disso, os minerais quelatados (como zinco, cobre e manganês) funcionam como co-fatores para processos enzimáticos que são responsáveis pela remoção de radicais livres de oxigênio e manutenção do equilíbrio oxidativo. A adição de um antioxidante à dieta ajuda a fornecer um efeito sinérgico que posiciona as aves para um crescimento e desenvolvimento muscular saudáveis. Assim, as estratégias de intervenção para redução de miopatias estão fortemente focadas na prevenção de várias mudanças no tecido e vão além da simples adição de antioxidantes. Os estudos mostraram que o uso combinado de MINTREX e SANTOQUIN oferecem maior apoio ao desenvolvimento do tecido muscular saudável (Figuras 1 e 2). “SANTOQUIN, um antioxidante eficaz, trabalha em conjunto com o MINTREX para reduzir o estresse oxidativo nos músculos”, disse Kuttappan. “Juntos, os produtos da Novus trabalham para estimular processos saudáveis de crescimento e reparação, ajudando a reduzir os efeitos negativos e prejuízos provocados pelas miopatias “.
Impacto econômico
Equipes de pesquisa e desenvolvimento da Novus realizaram vários ensaios e revelaram o potencial para prevenir essas deformidades 18
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Os minerais orgânicos MINTREX são quelatados com duas moléculas de HMTBa (precursor da metionina). A forte ligação entre o mineral e o HMTBa permite ao mineral atingir o local de absorção adequado no intestino delgado, proporcionando uma melhor utilização do mineral pelo animal. Isso significa que as aves tem à disposição uma tecnologia nutricional para auxiliá-las no crescimento e desenvolvimento muscular ótimo e saudável e isso as ajuda a lidar com os desafios inerentes ao crescimento tecidual e ajuda a prevenir o desenvolvimento de miopatias. Os minerais orgânicos quelatados de alta biodisponibilidade são essenciais para o desenvolvimento adequado dos tecidos e ajudam a melhorar a integridade estrutural e apoiar o de-
Particularmente o woody breast e o white striping são responsáveis por prejuízos econômicos relevantes para o mercado, pois afetam um dos cortes mais valiosos da carcaça: os filés do peito. Nos EUA, de acordo com a nova diretirz do USDA-FSIS (United States Department of Agriculture - Food Safety and Inspection Service), o tecido inflamatório frequentemente associado ao woody breast e white striping (fluido gelatinoso espesso amarelo e/ou tecidos hemorrágicos) é “ impróprio para consumo humano” e são considerados “defeitos de corte”. Essa nova diretriz pode aumentar ainda mais os prejuízos da indústria norte americana que atualmente são estimados por Kuttappan em aproximadamente $200 milhões de dólares. O impacto global varia de acordo com a região, dependendo do custo
A Novus tem 14 anos de experiência com minerais orgânicos quelatados MINTREX®. Mais de dez estudos foram analisados e uma redução da gravidade de aproximadamente 50% de woody breast e white striping foi registrada quando MINTREX® foi adicionado às dietas de frango de corte
atual da carne e das práticas de produção de cada área. A idade em que a maioria das aves são abatidas e/ou comercializadas também tem um papel importante. Estudos realizados pela Novus mostraram que essas miopatias podem aumentar em gravidade à medida que as aves crescem.
O significado para o produtor Minerais orgânicos quelatados e antioxidantes são reconhecidos como ferramentas essenciais para o crescimento e o desempenho saudáveis em frangos de corte, mas as descobertas da Novus podem ajudar a reduzir miopatias responsáveis por prejuízos com um benefício único e claro retorno sobre o investimento. Uma estratégia nutricional adequada consiste em vários elementos que podem contribuir para a redução significativa de woody breast e white striping.
“A escolha de minerais de alta qualidade com alta biodisponibilidade é crucial para alcançar o efeito combinado com o antioxidante para ver a redução”, disse Bhoyar. Está comprovado que MINTREX® suporta as aves de crescimento rápido, especialmente ajudando a manter a integridade estrutural dos músculos. Os ajustes nutricionais podem ser ferramentas usadas para ajudar a melhorar o equilíbrio oxidativo dentro do tecido muscular, que está associado com woody breast e ocorrência de white striping. Juntos, os produtos da Novus trabalham para estimular o crescimento saudável e reparar processos, ajudando a reduzir os efeitos negativos das miopatia. Com base na ciência e pesquisas, a estratégia proposta pela Novus sobre a dieta de frangos pode servir como parte de uma solução abrangente para ajudar a reduzir a incidência dessas miopatias.
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Saúde animal
Coccidiose aviária: Doença comum na avicultura que precisa da utilização de métodos de controle para a garantia da produção economicamente viável Dois profissionais da indústria farmacêutica e um acadêmico dão suas opiniões e sugestões sobre o assunto
A
coccidiose é uma das doenças entéricas mais comuns em frangos de corte. O agente que causa a coccidiose em frangos (algumas espécies de Eimeria) está presente em todas as instalações avícolas. Com esta ampla distribuição do agente causador, o fato de um determinado lote de frangos ter ou não coccidiose está relacionado com as medidas de controle empregadas e a eficiência das mesmas. Medidas de controle incluem tantas medidas ambientais e de manejo como a estratégia anticocci-
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diana empregada para o seu controle. Esta é a opinião das fontes consultadas para esta reportagem. Fábio Mello, da Gerência Nacional de vendas - Suínos e Aves da empresa Zoetis, Graziela da Silva, Gerente de Produtos Aves, Suínos e Aquacultura da Phibro Animal Health e Sarah Sgavioli, Professora da Universidade Brasil, em Descalvado, SP. Eles concordam que Várias são as opções disponíveis em nosso mercado seja para o tratamento seja para a prevenção da coccidiose; há formas solúveis administradas via água de bebida e
há formas para administração via rações. Todas essas formulações podem ser classificadas com base na estrutura do ingrediente ativo principal em 4 sub- grupos: anticoccidianos ionóforos monovalentes, anticoccidianos ionóforos glicosídeos, anticoccidianos ionóforos bivalentes e a categoria dos anticoccidianos sintéticos, este com a mais vasta relação de produtos, únicos ou associados. Conheça na sequência mais sobre a opinião de cada um deles envolvendo o assunto coccidiose.
Fábio Mello
“Infelizmente a frequência e a penetração dos distintos produtos disponíveis nem sempre são regidas por comportamentos prudente e / ou racional na escolha – pressão por custo baixo (opção por formulações mais baratas) e promoção inadequada (sem base científica) levam ao uso exagerado de alguns ingredientes ativos minimizando os resultados esperados pelos produtores tanto no controle desta enfermidade como no desempenho zootécnico”.
Como é um programa de uso de anticoccidianos? São várias as opções e combinações possíveis de programas disponíveis em nosso mercado. Um dos pilares básicos que defendemos dentro de nossa companhia é a ética na elaboração e sugestão de programas – reconhecemos e fomentamos que todos os produtos disponíveis e que foram autorizados pelo MAPA para comercialização são muito bons, com resultados comprovados nos três principais grupos de provas: eficácia, toxicidade e resíduos. A questão principal dentro da escolha do programa ideal requer, além do pilar da ética, ser sustentado por dois outros pilares: o da prudência e o da racionalidade no uso. Quando reiteradamente citados o termo prudência, principalmente nos referimos à atenção estrita às recomendações em bula compartilhadas pelos fabricantes – ninguém melhor que o próprio fabricante para orientar em relação às doses possíveis, o período de retirada correto e as possíveis interações com outros componentes utilizados nas rações ou água de bebida. O pilar da racionalidade no uso lava-nos a decidir por uma formulação ou outra com base no desempenho e desafio atuais. Infelizmente não existe a tão sonhada “bala de prata” – todos os produtos disponí-
veis no mercado mundial possuem características positivas e pontos de atenção. Principalmente quanto à prevalência das distintas espécies de eimeria que estão presentes nos plantéis. O que é o uso racional de anticoccidianos? O uso racional deveria ser entendido como a escolha do produto mais adequado para a situação vivenciada por uma criação em um determinado momento. Historicamente os produtores mundiais foram condicionados a compreenderem o termo coccidiose como uma entidade única. Não faz muito sentido verificarmos que enfermidades outras causadas por um mesmo gênero de agentes, porém com espécies distintas recebam atenção especializada referente a cada distinta espécie (por exemplo salmoneloses, micoplasmoses etc) e que no caso da coccidiose aviária, com diferenças entre espécies ainda mais claras (patogenia, sinais clínicos e sintomas, localização principal no trato gastrointestinal, sensibilidade a medicamentos) sejam oferecidas medidas generalizadas. O uso racional, assim, prega a identificação da(s) espécie(s) mais prevalente em um determinado momento, em uma granja específica, e a indicação do produto que comprovadamente apresenta o melhor
resultado por uma perspectiva de custo x benefício. Há métodos científicos comprovados para determinar a maior ou menor sensibilidade de uma cepa em específico aos ingredientes ativos disponíveis – a prova AST (Anticoccidial Sensitivy Test) é um bom exemplo disto. Existem substâncias alternativas para substituir o uso de anticoccidianos? Há pesquisa neste sentido, e queremos crer que no futuro novidades comprovadamente eficientes surgirão. Neste momento, creio que ainda careçam de repetitividade de resultados – resultados são muito inconstantes ainda. Possivelmente por tentar-se adaptar estas novas ferramentas ao paradigma atual de criação.
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Saúde animal
Sarah Sgavioli
“O prejuízo imposto pelo parasita é tanto que, atualmente, o único meio economicamente viável de produzir frangos é por meio da utilização de anticoccidianos. Na prática, a utilização dos produtos anticoccidianos misturados na ração é uma condição básica para o sucesso da avicultura. Entretanto, considerando a preferência do consumidor por produtos mais naturais e a tendência por um menor uso de fármacos de uso veterinário devido a possibilidade da ocorrência de resíduos, torna-se necessário buscar outras formas de prevenção ou controle da coccidiose em aves”.
Apesar do Brasil ser um modelo de evolução quanto a criação de frangos de corte, a cadeia ainda não está preparada para a restrição total dos anticoccidianos
Quais são os anticoccidianos mais utilizados? Atualmente os anticoccidianos mais utilizados dentre os ionóforos são salinomicina, maduramicina, narasina, senduramicina e monensina e dentre os químicos nicarbazina. Salinomicina e monensina possuem maior eficácia no controle de E. acervulina. Enquanto isso, maduramicina e senduramicina são mais eficientes contra E. tenella e menos contra E. acervulina. A nicarbazina por possuir restrições de uso devido à toxicidade metabólica relatada quando as aves são submetidas a estresse por calor é utilizada de modo conservador, com lento desenvolvimento de resistência, apesar de ser uma molécula barata. É possível produzir aves sem o uso de anticoccidianos? De uma forma bem direta, sim, é possível produzir aves sem o uso de anticoccidianos, tanto que, algumas empresas no Brasil já o fazem. No entanto, resta saber a resposta para outras duas perguntas: é possível produzir aves sem o uso de anticoccidianos de maneira economicamente viável? A avicultura está preparada para produzir aves sem o uso de anticoccidianos? Para ambas as perguntas a resposta é não, a produção de frangos sem produtos de
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uso veterinário, ou mais especificamente sem anticoccidianos, ainda é inviável nas condições atuais de produção. Há necessidade de maiores estudos para encontrar formas economicamente viáveis, para aos poucos substituir parcialmente o uso destes produtos por aditivos alternativos destinados à alimentação animal e garantir ao consumidor o preço condizente com suas condições de compra. Além disso, a restrição total ao uso de anticoccidianos depende do comprometimento de todos os elos da cadeia, desde a fase da criação das matrizes, incubação dos ovos férteis, criação e abate, com atenção especial para a sanidade e manejo destas aves e instalações. O crescimento da avicultura se deve aos detalhes, aos conceitos aplicados de modo preciso e sem falhas. Apesar do Brasil ser um modelo de evolução quanto a criação de frangos de corte, a cadeia ainda não está preparada para a restrição total, mas com certeza estamos caminhando para isso. Restringir o uso de anticoccidianos implicaria em vários desafios, como redução da densidade do lote, maior tempo de vazio sanitário, limpeza com maior frequência, maior cuidado com temperatura, manutenção da biossegurança rigorosa, redução do estresse e reutilização da cama de modo eficiente.
Graziela da Silva
“Pontos básicos e importantes num programa anticoccidiano de sucesso são: 1. Uso de programas duais, ou seja, um anticoccidiano na fase inicial e outro diferente na fase de crescimento, de maneira a complementar as ações frente às 3 principais coccídeas predominantes em frango de corte; 2. Rotação dos anticoccidianos ionóforos empregados (a cada 6-8 meses, mediante acompanhamento e monitorias de campo); 3. Ao optar pelo uso de anticoccidianos químicos fazer o uso por período curto em função da rápida indução de resistência. Sugere-se o uso por cerca de 45 a 60 dias consecutivos. Essa recomendação não se aplica à nicarbazina (nem quando utilizada sozinha, no inverno e nem quando usada associada a ionóforos, no verão ou inverno); 4. Uso das doses registradas para uso e respeito aos períodos de carência estabelecidos e necessários.”.
Os anticoccidianos estão relacionados aos problemas com resistência ao uso de antimicrobianos? Há países que restringem o uso de aditivos na produção de proteína animal?
Não. Anticoccidianos não selecionam bactérias resistentes a antimicrobianos (AMRs) e nem tampouco são utilizados em medicina humana, que é hoje uma preocupação da Organização Mundial de Saúde – OMS com relação
aos antimicrobianos empregados em saúde animal. De acordo com a publicação de 2016 do British Poultry Council, Antibiotic Stewardship Scheme, o uso de ionóforos na produção de frango não aumenta o
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SaĂşde animal
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Saúde animal risco de desenvolvimento de AMRs tanto no frango quanto no ser humano. Há países que restringem, ou até mesmo proíbem o uso de certas categorias de aditivos na produção de proteína animal. Um exemplo é a União Europeia, onde o uso de antibióticos promotores de crescimento não é mais autorizado desde 1999. Mais recentemente, a partir de janeiro de 2017, os Estados Unidos da América limitaram o uso de antibióticos que são também importantes para a saúde humana apenas para tratamento, controle e prevenção de doenças em produção animal, ou seja, o uso de antibióticos como melhoradores de desempenho já não é mais permitido. Qual é a real necessidade do uso de anticoccidianos? A coccidiose, se não for bem controlada, traz prejuízos econômicos muito expressivos para a avicultura (piora da conversão alimentar e do ganho de peso, mortalidade dependendo da Eimeria envolvida, custos com tratamentos, dentre outros). Os anticoccidianos de forma geral são ferramentas eficazes, seguras e de baixo custo relativo no controle da coccidiose. É possível produzir aves sem o uso de anticoccidianos?
Sim, normalmente com algum nível de perda em desempenho quando comparado ao uso de anticoccidianos, mas é possível produzir. Vacina contra coccidiose é a ferramenta alternativa mais comumente empregada, com utilização muito frequente nos EUA como parte da estratégia de controle em função da ineficiência de ionóforos (coccídeas tolerantes) e mais recentemente em função do modelo de produção empregado por alguns produtores (produção ABF – antibiotic free, onde o uso de ionóforos não é permitido, apenas anticoccidianos químicos e vacina contra cocccidiose). Outras ferramentas para o controle de coccidiose que vem sendo testadas e que começam a ser utilizadas, principalmente em produções ABF são os extratos de plantas e alguns óleos essenciais de plantas com efeito sobre as coccídeas.
ses e período de uso). Para efetividade dos programas anticoccidianos é importante se ter atenção na qualidade de mistura, dosagem recomendada, sequência de mistura, entre outras atividades durante as produções das rações. Outro ponto importante com relação aos desafios à prevenção e controle da coccidiose diz respeito à garantir a biosseguridade e controlar o ambiente. São pontos de atenção: 1. Manejo da cama de frango de maneira a evitar umidade e cascões; 2. Intervalo entre lotes suficiente (cerca de 13 dias) para intervenções na cama. Sabe-se que o processo de fermentação tem ação em oocistos e essa ação pode ajudar a reduzir a pressão de infecção nas instalações avícolas; 3. Controle de doenças imunossupressoras (micotoxicoses e algumas doenças virais) que podem tornar as aves mais susceptíveis à coccidiose.
Como é um programa de uso de anticoccidianos? Um programa de uso de anticoccidianos eficaz deve considerar o desafio de coccidiose a ser enfrentado, a eficácia para os diferentes tipos de coccídeas e fase de uso dos anticoccidianos disponíveis. Um ponto importante é considerar nas escolhas os mercados consumidores a serem atendidos, já que alguns podem ter restrições a determinados princípios-ativos e/ou terem LMRs – Limites Máximos de Resíduos mais restritivos. Nesse ponto, e no que tange a resíduos, é importante escolher produtos com características físicas (granulação, por exemplo) que dificultem a contaminação cruzada em fábrica de rações.
Existem substâncias alternativas para substituir o uso de anticoccidianos? Sim. Já existem ferramentas de controle da coccidiose alternativas aos anticoccidianos. Substâncias alternativas, que vem sendo testadas e que começam a ser utilizadas, principalmente em produções ABF (antibiotic free - onde o uso de ionóforos não é permitido, apenas anticoccidianos químicos e vacina contra cocccidiose) que são: extratos de plantas (exemplo: extrato de Quillaja saponaria e Yucca schidigera, rico em saponinas triterpenóides) e alguns óleos essenciais de plantas com efeito sobre as coccídeas. Vale ressaltar que as substâncias consideradas alternativas aos anticoccidianos citadas possuem ação anticoccidiana constatada (redução da produção de oocistos, por exemplo), porém, normalmente com uma potência menor quando comparada aos anticoccidianos tradicionais (químicos e ionóforos). Além da ação anticoccidiana destas substâncias, sabe-se que outras características, como por exemplo o estímulo à imunidade ocasionado pelas saponinas, é um dos mecanismos de ação destas substâncias, colaborando para uma melhora da integridade intestinal não somente pelo controle das coccídeas.
Quais são os principais desafios relacionados à prevenção e controle da coccidiose? Nas condições brasileiras atuais, podemos dizer que somos privilegiados. De forma geral, os anticoccidianos disponíveis para uso permanecem eficazes. Não temos, por exemplo, cepas de coccídeas tolerantes aos ionóforos como acontece nos EUA. Nesse cenário, um desafio é manter a efetividade dos anticoccidianos disponíveis, através do uso correto e consciente (usando rotações, programas duais, respeitando do-
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Aviax® Plus. Dose dupla de segurança e qualidade contra a coccidiose.
Tecnologia testada e aprovada por bilhões de aves no Brasil. Aviax® Plus é o único do mercado com os dois aditivos no mesmo grânulo: Semduramicina e Nicarbazina, permitindo maior segurança na mistura, precisão no uso e eficácia no controle da coccidiose em frangos de corte. Aviax® Plus. Mais segurança e eficácia no controle da coccidiose. Semduramicina + Nicarbazina granuladas e juntas
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A combinação de Nicarbazina e Semduramicina e seus benefícios para o programa anticoccidiano Autores: Patrícia Tironi Rocha, MSc, Médica Veterinária, Gerente Técnica de Aves – Phibro, e Graziela da Silva, MBA, Zootecnista, Gerente de Produtos Aves, Suínos e Aqua - Phibro
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coccidiose, doença causada por protozoários do gênero Eimeria afetando a qualidade intestinal e piorando o desempenho, é um tema de extrema importância para a avicultura devido a seu grande impacto financeiro para o setor. Estima-se que os custos anuais da coccidiose no mundo estejam ao redor de dois bilhões de euros. Tendo em vista esses números, a indústria avícola não pode ser viável sem uma profilaxia baseada principalmente no uso de anticoccidianos (Peek e Landman, 2011). Entre os anticoccidianos, a semduramicina sódica pertence à classe dos ionóforos poliéteres e é produzida por fermentação com uma estirpe selecionada de Actinomadura roseorufa. O uso de semduramicina e semduramicina associado a nicarbazina em condições comerciais ou experimentos com frangos de corte em diversos países mostra a segurança, a eficácia e o excelente controle da coccidiose proporcionados pela ação da molécula
semduramicina e potencializada pela sua associação com nicarbazina.
Eficácia da semduramicina na coccidiose A semduramicina é um dos ionóforos considerados e reconhecidos como de eleição para o controle de Eimeria maxima e Eimeria tenella, tanto sozinho quanto em associação com a nicarbazina, e exerce ainda um bom controle da coccidiose causada por Eimeria acervulina. Cinquenta e sete estudos em bateria realizados com cepas de Eimeria de campo provenientes da Europa e norte dos Estados Unidos (Eimeria acervulina, Eimeria mivati / Eimeria mitis, Eimeria brunetti, Eimeria maxima, Eimeria necatrix e Eimeria tenella) mostraram que, na dose de 25 ppm, a semduramicina controla efetivamente a mortalidade, escores de lesão e inibe a depressão de ganho de peso quando comparada aos grupos controles infectados e não
1) Aviax Plus inclusão de 600 g / ton de ração ou 18 ppm de semduramicina + 48 ppm de nicarbazina: Possui uma excelente ação para E. maxima e E. tenella e uma ótima eficiência para E. acervulina.
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tratados para todas as espécies de Eimeria testadas (Logan et. al., 1993). A semduramicina, nas doses de 20 a 30 ppm em estudos em bateria com cinco espécies de Eimeria (E. acervulina, E. maxima, E. tenella, e. necatrix e. brunetti), mostrou amplo espectro anticoccidiano, reduzindo os escores de lesões e inibindo a perda de peso quando comparado aos grupos infectados e não tratados (Ricketts et al, 1992). O esquema representativo abaixo, demonstra a eficiência da ação do Aviax Premix 5% e Aviax Plus para as três principais coccídeas de frangos de corte. De acordo com os diversos experimentos realizados podemos classificar a ação dos produtos em excelente, ótima e boa, conforme demonstrado abaixo.
Consumo de ração não é reduzido Uma das preocupações dos técnicos da área de avicultura é com relação ao desempenho animal durante a administração de anticoccidianos. Nos trabalhos
2) Aviax Premix 5%inclusão de 450 - 500 g / ton de ração ou 22,5 a 25 ppm de semduramicina. Possui uma excelente ação para E. maxima e E. tenella e uma boa eficiência para E. acervulina.
EXCELENTE ÓTIMO BOM
conduzidos por Pesti et al. (1999a, 1999b e 1999c), em que a semduramicina foi administrada a frangos de corte na dose de 25 ppm, sem desafio de coccidiose, não foi observada alteração no consumo de alimento e alteração de empenamento quando comparada ao grupo controle (frangos recebendo dietas sem anticoccidianos). Trabalhos realizados no Brasil com Aviax Plus nas 3 doses registradas (500g/ ton, 550g/ton e 600g/ton) e com outros 2 produtos disponíveis comercialmente com associações de nicarbazina e ionóforo, administrados no período de 1 a 39 dias de idade em frangos de corte, mostram que não há depressão do consumo de ração em condição de uso de nicarbazina associada com semduramicina em experimento com desafio de coccidiose.
Conforme mostrado na tabela 1 abaixo, há melhoria no ganho de peso de todos os tratamentos quando comparados com o controle desafiado e não tratado, e o tratamento com Aviax Plus na inclusão de 600g/ton de ração obteve o melhor resultado de conversão alimentar (Estudo 151102BR, 2002). Ou seja, a semduramicina não prejudica o desempenho dos frangos porque não leva à redução do consumo de ração, como mostram os estudos. Assim como a associação com a nicarbazina também não leva à diminuição do consumo alimentar. Podemos concluir que Aviax Plus e Aviax Premix 5% melhoram o desempenho das aves, a conversão alimentar sem prejudicar o consumo de alimento, além de reduzir a mortalidade, ou seja, controlam a coccidiose e com isso trazem
Tabela 1 - Ganho de peso e consumo de ração (kg) no período de 1 a 46 dias Ganho de peso (kg)
Consumo de ração /ave (kg)
Conversão Alimentar
Desafiado / Não tratado
2,223b
5,304
1,944a
Desafiado / Aviax Plus 500 g/ton Semduramicina 15 ppm e Nicarbazina 40 ppm
2,431a
5,051
1,836ab
Desafiado / Aviax Plus 550 g/ton Semduramicina 16,5 ppm e Nicarbazina 44 ppm
2,425a
5,111
1,842ab
Desafiado / Aviax Plus 600 g/ton Semduramicina 18 ppm e Nicarbazina 48 ppm
2,432a
5,018
1,822b
Desafiado / Nicarbazina + Ionóforo A 500g/ton
2,343a
4,871
1,860ab
Desafiado / Nicarbazina + Ionóforo B 500g/ton
2,330a
5,030
1,874ab
Tratamento
Não significativo para consumo de ração. Médias com letras diferentes são estatisticamente diferentes (p<0,05). Aves desafiadas com E. acervulina, E. maxima e E. tenella aos 10 e 21 dias de idade.
um benefício econômico para a avicultura brasileira.
Referências Bibliográficas ESTUDO 151102BR. Evaluation of the efficacy of semduramicin plus nicarbazin on coccidiosis control and performance in broilers – Floorpen Efficacy Test. 2002 LOGAN, N. B. et al. Anticoccidial efficacy of semduramicin. 2. Evaluation against field isolates including comparisons with salinomycin, maduramicin and monensin in battery tests. Poultry Science, v. 72, n. 11, p. 2058-2063, 1993. PEEK, H. W.; LANDMAN, W. J. M. Coccidiosis in poultry: anticoccidial products, vaccines and other prevention strategies. Veterinary Quarterly 31:143-161, 2011. PESTI, G. M. et al. Studies on Semduramicin and nutritional responses: 1. level and source of protein. Poultry Science, v. 78, n. 1, p. 102-106, 1999a. PESTI, G. M. et al. Studies on Semduramicin and nutritional responses: 2. methionine levels. Poultry Science, v. 78, n. 8, p. 1170-1176, 1999b. PESTI, G. M. et al. Studies on Semduramicin and nutritional responses: 3. electrolyte balance. Poultry Science, v. 78, n. 11, p. 1552-1560, 1999c. PESTI, G. M. et al. The influence of withdrawal time on the performance of broiler chickens fed semduramicin. Poultry Science, v. 81, n. 7, p. 939-944, 2002. RICKETTS, A. P.; GLAZER, E.A.; MIGAKI, T.T.; OLSON, J.A.; Anticoccidial efficacy of semduramicin in battery studies with laboratory isolates of coccidia. Poultry Science, v. 71, n. 10, p. 98-103, 1992. A Revista do AviSite
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Informe Técnico-Comercial
Demanda Proteica vs Restrição ao Uso de Antimicrobianos Autor: Deyse Fernanda Woerner Galle Bonato, Médica Veterinária, Elanco Saúde Animal Ltda.
A
deA demanda por proteína animal para consumo humano cresce de maneira acentuada, felizmente, à medida que mais pessoas saem dos índices de pobreza e miséria. Os avanços em ambiência, boas práticas de manejo, genética, nutrição, associadas ao uso prudente e responsável de antimicrobianos potencializa os ganhos em produção e produtividade. Particularmente, aves são fontes rápidas e acessíveis de proteína de alta qualidade. Produtos avícolas, carne e ovos, não possuem restrições culturais, sendo recursos importantes ao suprimento da crescente demanda. Ao mesmo tempo que o mundo requer maior produção de proteínas, crescem as discussões relativas ao uso de antimicrobianos em produção animal e as inter-relações destes com casos de resistência bacteriana aos antimicrobianos, com especial ênfase em avicultura. Salois et al (2016) fizeram estudos dos impactos, econômicos e ambientais, da retirada dos antimicrobianos (incluindo-se os ionóforos) na produção avícola americana, alcançando resultados conforme gráfico a seguir:
% Diferença na Utilização de Recursos/ Galpão (RWA – Produção Livre de Antimicrobianos, Inclusive Ionóforos vs. CNV - Convencional) Source: Salois et al. 2016
Desde a intensificação da criação animal, os antimicrobianos provam-se como ferramentas efetivas no tratamento de infecções bacterianas e suas consequências à saúde animal. (Gustafson and Bowen 1997). O desenvolvimento de resistência aos antimicrobianos em bactérias patogênicas alvo é relativamente infrequente, adicionalmente, quando isto ocorre, normalmente é in vitro, e a associação clínica destes achados é questionada (McClary et al 2011). Apesar disto, as pressões de organismos internacionais, de grupos ativistas, da opinião pública e até da academia têm desafiado a produção animal a utilizar menores quantidades de antimicrobianos, cujo uso é importante à manutenção da sanidade, consequentemente do bem-estar animal, dos índices produtivos e até de indicadores de saúde pública. As discussões de uso dos antimicrobianos em produção animal fundamentam-se na possibilidade de bactérias resistentes a princípios ativos utilizados em animais e humanos causarem infecções ou toxinfecções em humanos e no processo terapêutico destes haver ineficiência da molécula, tratamento humano falhar. Hurd et al, 2004, relatam que a probabilidade de um ser humano adoecer contaminando-se com Campylobacter proveniente de ave que tenha sido tratada com macrolídeos durante sua criação e o tratamento medicamentoso falhar é menor que 1/14.000.00, equivalente a 22 casos de falhas terapêuticas/ano em país de população equivalente à americana. De todo modo, usos prudentes e racionais de antimicrobianos em produção animal fazem parte dos deveres éticos. Nesta abordagem de prudência, ciência e racionalidade enquadram-se, também, as classes farmacológicas cujo uso é restrito à medicina veterinária, tratados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como Não Importantes (Not Important), sem, portanto, possibilidade de falhas terapêuticas em humanos decorrentes de seu uso nos animais. É necessário que os esforços para controle e prevenção da resistência aos antimicrobianos sejam sistematizados, simultaneamente, nas medicinas humana e animal. A implementação de planos de vigilância precisa ser determinada e executada com auxílio de diferentes entes, inclusive governamentais, envolvidos. E requer grandes investimentos financeiros, laboratoriais e de recursos humanos. No âmbito da produção animal, os médicos veterinários são os mais aptos às decisões relativas à saúde animal, que impactarão na segurança alimentar, produtividade e indicadores ambientais (sustentabilidade da atividade). Ainda tratando da área produtiva, o movimento de revisão de usos de moléculas em produção animal, objetivando preservá-las para o uso em humanos, forçará o setor a evoluir ainda mais rapidamente em genética, nutrição, biosseguridade e manejo/ambiência, demonstrando, mais uma e inequívoca vez a capacidade e adaptabilidade deste setor produtivo.
30 A Revista do AviSite
A Revista do AviSite
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Evento
FACTA promove curso sobre Salmonella e Campylobacter na avicultura, com a participação da BioCamp
A Público participante
Equipe Biocamp presente no evento
Debates entre o público e Jacqueline Boldrin e Bauer Alvarenga
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FACTA (Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas) promoveu nos dias 17 e 18 de outubro o curso “Atualização sobre Salmonella e Campylobacter na Avicultura Industrial”, no Hotel Nacional Inn, em Campinas (SP). Em sua terceira edição, o curso buscou atualizar os profissiomais sobre sanidade avícola e saúde pública. Os problemas determinados pela Salmonella continuam sendo um tema atual e de máxima importância à sanidade avícola brasileira e mundial. Há sorotipos específicos de aves, que se traduzem em doenças que burlam os programas sanitários implementados pelas empresas avícolas e determinam prejuízos significativos ao setor. “Além de sorotipos que são encontrados nas aves sem causar doença específica, mas podendo acarretar problemas de saúde pública ao serem responsáveis por surtos de infecção alimentar oriundos de alimentos produzidos a partir de produtos avícolas”, finaliza Andreatti. A BioCamp participou do evento como patrocinadora e também apresentou uma palestra sobre as suas ferramentas para combate à Salmonella. Em um formato diferenciado com slides dinâmicos, bem trabalhados e fotos bem feitas, a empresa falou sobre o assunto que mais foi destaque na avicultura em 2017. Neste, a União Europeia passou a amostrar 100% das cargas de carne de frango do Brasil com testes para Salmonella. Diante disso, houve uma explosão nos casos de Salmonella e também maior preocupação com o tema. Com toda a sua equipe presente, a empresa frisou em diversos momentos que a microbiota tem papel importante no controle da enfermidade e a inclusão de probióticos o mais cedo possível é importante para isso. Alberto Back também foi convidado pela companhia para falar sobre o assunto. Ele destacou: “O controle tem que ser integrado. Não existe uma vacina, uma droga ou uma única solução para enfrentar a Salmonella. É preciso mais de um caminho”. E ressaltou: Monitoramento não é custo e a sorotipificação também é importante. Segundo ele, para o futuro não há nada de revolucionário a ser lançado. Leia mais sobre o assunto, veja mais fotos e assista vídeos sobre a palestra da BioCamp em: http://avisite.com.br/BioCamp-palestra-comercial
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AviGuia
Novo Gerente de MKT
Bayer anuncia Marcio Dahmer
Novidades na equipe
Francisco Bertolini integra equipe de monogástricos da Safeeds A Safeeds Aditivos para Nutrição Animal, sediada em Cascavel-PR, finaliza mais uma importante contratação neste ano de 2017. O médico veterinário Francisco Carlos Bertolini Junior assume o cargo de Gerente de Mercado para Monogástricos, com o objetivo de aprimorar a atenção aos clientes da Safeeds, nos próximos anos.
Marcio Dahmer trabalha na Bayer desde 2012 O médico veterinário Márcio Dahmer assume a Gerência de MKT Suínos, Aves e Aquacultura com o desafio de seguir a estratégia da companhia em nível mundial “A Bayer Saúde Animal Brasil segue uma estratégia global da empresa que é pautar o seu crescimento focada nas necessidades do cliente. A estratégia é trazer essa nova visão da Bayer a nível global e implementar no Brasil e levar ao crescimento dos segmentos suínos, aves e aqua, aumentando o share da empresa junto ao mercado”.
Francisco Carlos Bertolini assume o cargo de Gerente de Mercado para Monogástricos
Em Guadalajara
ICC recebe prêmio “Lauriston Von Schmidt”
Em Bom Despacho
Vaccinar conta com novo sistema de pesagem de microingredientes A Vaccinar implantou na unidade Bom Despacho, MG, em junho deste ano, um novo sistema de pesagem de microingredientes: o controle de todo sistema de pesagem através do PLC (Programmable Logic Controller). Segundo a Gerente de Regulatórios e Segurança de Alimentos, Cláudia Lúcio, ao eliminar a possibilidade de erro humano, o método amplia a segurança do processo. “Com esse procedimento, a pesagem acontece após o destravamento do sistema, pela leitura do código de barras. Dessa forma, pesa-se um único ingrediente por vez de modo a assegurar o controle total do modelo de pesagem”, explica.
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Profissionais da ICC recebem prêmio No dia 28 de setembro, a ICC foi homenageada com o prêmio “Lauriston Von Schmidt”, de melhor trabalho apresentado oralmente no XXV Congreso Latinoamericano de Avicultura, realizado em Guadalajara, México. A apresentação, intitulada “Eficácia da parede de levedura em galinhas comerciais sobre a colonização intestinal e ovariana de Salmonella Enteritidis”, foi conduzida no instituto Southern Poultry Research Group, nos Estados Unidos, pelo Dr. Charles Hofacre.
Informe Técnico-Comercial
Ceva Saúde Animal comemora crescimento no mercado avícola Líder no segmento de vacinas aviárias, empresa vem conquistando números expressivos no setor
A
Ceva reuniu a imprensa especializada em comunicação para a avicultura em uma charmosa boulangerie francesa no bairro Cambuí, em Campinas, SP, no dia 03 de outubro por um motivo especial: Sua equipe apresentou números e comemorou a conquista de mais de 70% do market share do mercado de vacinas aviárias para Gumboro com a Transmune IBD. Os quitutes estavam deliciosos, a companhia era muito agradável, assim como o ambiente, e nada como um brinde com Chandon. A Ceva Saúde Animal, líder brasileira em vacinas aviárias, terminou o mês de setembro com vários motivos para comemorar. A empresa conquistou a 3ª posição no mercado de saúde avícola do Brasil. Segundo dados do Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal), a companhia apresentou no primeiro semestre de 2017 um crescimento acima de 15%. “Os números comprovam a solidez da empresa, que desde sua fundação em 1999 vem apresentando um crescimento mundial de mais de 12% ao ano. Esse resultado está diretamente ligado à missão da Ceva, que é atender seu cliente com excelência. Nossa equipe investe constantemente no desenvolvimento de soluções personalizadas que atendam em primeiro lugar a demanda do consumidor”, afirma o Diretor da Unidade de Aves da Ceva Saúde Animal, Giankleber Diniz. Com sua atuação focada no desenvolvimento de biológicos, a empresa tem conquistado um Market Share expressivo nos últimos anos. Atualmente, a Ceva detém 30% do mercado avícola brasileiro e a expectativa é chegar aos 32,5% até o final de 2017. “Essa conquista é reflexo do trabalho realizado por nossa equipe e do constante investimento em P&D realizado pela Ceva. Nossos centros de pesquisas trabalham incansavelmente para o desenvolvimento de novos produtos”, afirma o Gerente de Marketing da Unidade de Aves da Ceva Saúde Animal, Marco Aurélio Lopes. Parte do crescimento da empresa está diretamente ligado à Transmune IBD. A vacina viva liofilizada complexo-imune, desenvolvida com exclusividade pela Ceva, é responsável pela proteção de mais de 70% dos pintos alojados no país, o que coloca a empresa na liderança no mercado de frangos de corte. “A Transmune é a vacina mais utilizada no Brasil para o combate à doença de Gumboro. Hoje, dois de cada três frangos alojados são imunizados com nosso produto, sendo que nove das dez maiores empresas do setor alimentício do país vacinam os frangos com Transmune”, conta Marco Aurélio. Mensalmente, a Ceva Saúde Animal comercializa cerca de 350 milhões de doses da vacina. A expectativa é chegar aos 4 bilhões de doses anuais até o fim de 2017. Além do mercado de Gumboro, a companhia também lidera os mercados de Newcastle, Bronquite Infecciosa e de vacinas vetorizadas, das 18 existentes no mercado, 15 foram desenvolvidas pela Ceva. Leia mais e acesse mais fotos e vídeos em: http://avisite.com.br/Ce vacelebraTransmune/
Momentos da coamemoração da Ceva
A Revista do AviSite
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Informe Técnico-Comercial
BioCamp passa por momento especial com nova campanha de marketing para falar sobre o do uso de probióticos na cadeia de produção dos alimentos Empresa também destaca participação e premiação em eventos avícolas internacionais Teresa Ruocco
E
m conversa com a Revista do AviSite, Teresa Ruocco, Analista de Inteligência de Mercado, conta sobre as ideias e objetivos da Bio-
Camp, que produz e comercializa probióticos para a avicultura. A cadeia de produção de proteína animal vive e se adapta à “Era pós Antibiótico”, na qual o consumidor exige a redução e mesmo a não utilização de antimicrobianos na produção dos alimentos. Com muita pesquisa e dedicação, a BioCamp possui ferramentas preventivas, como probióticos de exclusão competitiva, probióticos de flora definida e vacinas para o controle de enfermidades. Veja abaixo mais detalhes da entrevista sobre a campanha de marketing que está sendo publicada também na Revista do AviSite. Passe um resumo da ideia principal da campanha
A campanha surgiu com a ideia de um manifesto: “Por um mundo menos ANTI e mais PRÓ”. Ela está alicerçada em uma visão atual, onde a demanda do consumidor por produtos ditos “mais saudáveis” vem crescendo e a BioCamp está preparada para atender a esta demanda na forma de produzir. A campanha aborda estas questões: Pró Vida, Pró Saúde. O momento atual, também conhecido como “Era pós Antibiótico”- onde o consumidor exige a redução do uso de antimicrobianos na produção dos alimentos - provoca nas empresas grande apreensão quanto à elevação dos custos e diminuição de performance dos planteis. Para as empresas, as soluções de controle de enfermi-
Participação da profissional Jacqueline Boldrin de Paiva, Coordenadora de Pesquisa & Desenvolvimento da BioCamp em Edimburgo O XX Congresso da WVPA (World Veterinary Poultry Association) ocorreu na capital da Escócia, Edimburgo, entre os dias 4 e 8 de setembro de 2017. Este evento é uma oportunidade para, conversar com pesquisadores do setor avícola e para se manter atualizado sobre as pesquisas que estão sendo conduzidas no setor, especialmente em relação a sanidade e bem-estar animal. Com o tema “Mantendo presente as raízes do passado, investigando os desafios atuais, desenvolvendo soluções para o futuro”, o congresso atraiu em torno de 1200 participantes de 70 nacionalidades, pesquisadores e profissionais, incluindo palestrantes de todo o mundo. Jacqueline Boldrin de Paiva, Coordenadora de Pesquisa & Desenvolvimento da BioCamp, esteve em Edimburgo com o objetivo de atualizar a empresa quanto às pesquisas científicas que estão sendo conduzidas no mundo, no setor avícola, e ter conhecimento, em primeira mão, do que vem por aí em termos de inovação. Jacqueline também marcou a presença da BioCamp neste evento internacional e levou ao conhecimento dos profissionais da área, as pesquisas que estão sendo conduzidas pela BioCamp. A companhia também foi a única empresa brasileira a apresentar um trabalho científico no evento, no qual estavam presentes representantes de praticamente todas as multinacionais do setor avícola. “Foi interessante levar ao Reino Unido, - berço onde a cepa foi desenvolvida há 61 anos, - os resultados acerca das adaptações feitas com a cepa SG9R por nós na BioCamp”, afirma a profissional e complementa: “Somente o fato do trabalho ter sido selecionado para apresentação oral, demonstra o interesse da comunidade científica nesse estudo”.
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A Revista do AviSite
Tópicos principais do trabalho científico • Situação do tifo aviário (Salmonella Gallinarum) no Brasil e América Latina; • Necessidade de buscar alternativas que permitam: i) a vacinação precoce das frangas (antes das 5 semanas de vida); ii) simplificar o manejo de vacinação, principalmente em galpões verticais; iii) revacinar as aves durante o período de produção; • Reforçamos que as melhores medidas de controle são prevenção, biossegurança e erradicação das aves positivas (poedeiras comerciais) com destino apropriado das carcaças; • Apresentamos os resultados dos testes realizados em parceria com o Prof. Dr. Angelo Berchieri Jr. (FCAV-Unesp de Jaboticabal), nos quais alcançamos 100% de proteção nas aves vacinadas pela via oral no primeiro dia de vida e intramuscular na 5ª semana de idade em dois modelos de desafio, aves com 9 e 13 semanas de idade.
Jacqueline Boldrin
BioCamp no Congresso Latinoamericano (CLA) e premiação do médico veterinário Paulo Martins, Diretor Técnico da empresa Com a expansão dos seus negócios na América Latina, a BioCamp participou do Congresso Latinoamericano de Avicultura, entre 26 e 29 de setembro, em Guadalajara, no México, onde teve a oportunidade de fortalecer a relação com seus clientes e apresentar as inovações de seus produtos da linha de probióticos COLOSTRUM® e linha de vacinas CampVac®. Com novo estande, a empresa lançou também, nesta oportunidade, sua nova campanha de Marketing: “Por um mundo menos ANTI e mais PRÓ”, a qual já havia causado impacto positivo e interesse do público no SIAVS 2017. O ponto mais importante de sua participação no evento foi a premiação de Paulo Martins, um dos mais conhecidos e atuantes médicos veterinários da avicultura do Brasil, que foi homenageado durante o Congresso Latinoamericano de Avicultura. Martins recebeu o prêmio “Profissional Destacado da Avicultura”, por sua constante atuação em prol do desenvolvimento técnico setorial e pelo fortalecimento do trabalho pela sanidade na indústria avícola, interagindo com organizações nacionais e internacionais do setor. Formado em Medicina Veterinária pela Universidade de São Paulo, Martins tem uma longa trajetória dedicada ao setor avícola. Durante 42 anos de vida profissional trabalhou com manejo, patologia e imunologia de aves e suínos na América Latina e alguns países da Ásia, através de empresas nacionais e internacionais de saúde animal, produção e genética. É Membro do Conselho Técnico da Fundação APINCO de Ciências e Tecnologias Avícolas (FACTA), Membro do Comitê Estadual de Saúde Avícola (COESA) do Estado de São Paulo e Membro fundador da Associação dos Produtores de Pintos de Corte (APINCO). Atualmente ocupa o cargo de Diretor Técnico da BioCamp Laboratórios, em Campinas (SP). dades através do uso de ferramentas preventivas, como biosseguridade, exclusão competitiva, vacinas e outras, cada vez mais ganham importância. E a campanha aborda estas questões. Em que se a empresa se baseou para desenvolver a campanha? O uso de probióticos na Avicultura é amplamente reconhecido em âmbito internacional como substituto eficiente ao uso de fármacos na melhoria da saúde intestinal das aves e a ideia toda surgiu para valorizar o que é ser PRÓ. “Ser PRÓ é respeitar o consumidor e promover a produção de alimentos de forma ética e sustentável. Ser PRÓ é melhorar os índices de produtividade das aves, promovendo a saúde intestinal de maneira natural. Ser PRÓ é atuar no desenvolvimento fisiológico e imunológico do trato digestivo, melhorando a digestibilidade dos alimentos, a absorção dos nutrientes e a resistência às infecções bacterianas”. Como a empresa pretende se diferenciar através dela? Reforçando seu posicionamento no mercado. Qual o principal objetivo de posicionamento de mercado da empresa através da campanha? A empresa se posiciona de acordo com sua missão que é a de “Oferecer soluções naturais baseadas no princípio de uma ca-
deia única de saúde, do animal ao homem”. Vem ao encontro da demanda dos consumidores por produtos com uso racional ou sem uso de antibióticos na produção animal. Em nível percentual, de quanto foi o crescimento da empresa nos últimos 3 anos? A empresa tem tido um crescimento expressivo, maior que a média do mercado avícola, e aumentado, ano a ano, sua participação no mercado. A que se deve este crescimento e como foi este projeto organizacional? A BioCamp tem investido significativamente na área de P&D. O crescimento tem sido um reconhecimento às soluções apresentadas no mercado, com posicionamento com produtos altamente diferenciados. Depois de conquistar o mercado brasileiro e se tornar uma referência no segmento de soluções naturais para a Avicultura, a BioCamp tem como objetivo a internacionalização do laboratório, além de ampliar as áreas de atuação e as linhas de produtos. Há 18 anos, quando definiu sua missão, que é a de oferecer soluções naturais baseadas no princípio de uma cadeia única de saúde, do animal ao homem, a empresa viu a oportunidade de buscar so-
Paulo Martins
luções para atuais e futuras demandas do mercado. Como foi feito e estruturado este trabalho? A estruturação do trabalho ocorreu em todas as áreas, desde a Produção, Pesquisa e Desenvolvimento, Marketing, Canais de Comercialização e Regulatório, investindo na capacitação e profissionalização da equipe (pessoas altamente qualificadas). Como a empresa buscou se posicionar ao longo deste período? Para atingir os objetivos de expansão dos seus negócios, a BioCamp trouxe diferentes inovações ao mercado, desde novas soluções até diferentes vias de aplicação dos produtos. Tudo isso, alicerçado em investimento em pesquisa e desenvolvimento e capacitação da equipe. O posicionamento da empresa é estar próximo ao cliente atendendo suas demandas, além da aproximação com pesquisadores, com investimento substancial em pesquisas conduzidas em instituições renomadas. Onde a empresa projeta estar daqui a cinco ou dez anos? A visão da empresa para os próximos 5 anos é de expandir seus negócios na América Latina e mercado global de saúde animal, com a internacionalização da marca e ampliação do seu portfólio. A Revista do AviSite
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Informe Técnico-Comercial
O uso do IDEXX APV Ab Test como ferramenta eficaz para o monitoramento do Pneumovirus Aviário
O
Pneumovírus Aviário (APV) pode causar danos ao trato respiratório superior (traqueia), tais como o aumento dos movimentos ciliares e/ou danos e perda dos cílios, provocando sinais clínicos respiratórios como tosse, espirros, cabeça inchada e problemas respiratórios mais complexos. Este estresse dos cílios e do trato respiratório superior pode facilitar a multiplicação de E. coli e outras bactérias infecciosas, tais como Mycoplasmas, Bordetella sp, etc.1 O APV desempenha ainda um papel na multiplicação do vírus da bronquite infecciosa (IBV) no trato respiratório superior, podendo também afetar o trato reprodutivo e impactar na formação do ovo, aumento na percentagem de anomalias e queda na produção de ovos.2,3 As cepas mais prevalentes de APV são A e B, mas a cepa C está presente em algumas aves dos Estados Unidos.3 Por esta razão, é muito importante para o monitoramento do plantel, um kit de diagnóstico capaz de detectar qualquer uma das cepas de APV nas criações de frango comerciais.
Estudos de Sensibilidade e Especificidade O IDEXX APV Ab é um teste quantitativo capaz de detectar as cepas A, B e/ou C em aves SPF (Specific Pathogen Free), criações de frangos comerciais expostos a desafio de campo ou vírus vacinal. O IDEXX APV Ab Test, juntamente com o software IDEXX xChek Plus, pode ajudar a rastrear populações SPF ou monitorar criações que tenham sido vacinadas com a vacina viva ou inativada contra as cepas A, B e / ou C de APV. Vaccine B1
Vaccine B
Control
90% 80% 70%
Gráfico 3 IDEXX APV Ab Test População de frangos SPF n=612
60% 50%
Especificidade = 98.4% MEAN S/P = 0.058 STD = 0.047 STDs de corte = 3.0
40% 30% 20% 10%
160
Ponto de corte = 0.2
140 120
Frequência
Vaccine A 100%
100 80 60 40 20
x
0
16
23
30
35
43
4
46
0.
0.
28
22
34 0.
0.
10 0
-1 0
Dias após vacinação
20
42
x
46
x
38
x
34
x
30
x
26
0
Especificidade = 96.9% MEAN = 12% STD = 10% STDs de corte = 1.9
22
500
Entre 30% a 40%
30
18
1000
40
14
1500
Zona de suspeito:
50
6
2000
60
10
Títulos Médios
2500
Gráfico 4 ELISA de Bloqueio População de frangos SPF n=612
2
Control
-2
Vaccine B
-6
Vaccine B1
3000
Frequência
Vaccine A
0.
0.1
S/P
Dias após vacinação
Gráfico 2: Percentagem de amostras positivas com o IDEXX APV Ab Test – aves vacinadas com vacina inativada contendo antígenos A ou B
0.1 6
2
8
04 0.
43
.0
35
-0
30
.0
23
-0
.2 16
-0
0
.14
0
0%
-0
% Aves positivas
Gráfico 1: Percentagem de amostras positivas com o IDEXX APV Ab Test – em aves vacinadas com vacina inativada contendo o antígeno A ou B
Bloqueio
Conclusão O teste IDEXX APV Ab é um teste ELISA indireto quantitativo que: • Detecta a presença dos tipos A, B ou C de pneumovirus aviário com alta sensibilidade (gráficos 1 e 2). • Pode detectar resposta imunológica a vacinas vivas ou inativadas 16 dias após a vacinação (gráficos 1 e 2). • Apresenta melhor especificidade (98%) em populações SPF do que o formato de bloqueio ou ELISA competitivo (gráficos 3 e 4). • Pode ser usado com software IDEXX xCheck Plus para gerar baselines, monitorar programas de vacinação e desafio campo (A IDEXX preconiza a construção de um baseline para cada empresa). Referência Bibliográfica 1 Jones RC. Viral respiratory diseases (infectious bronchitis, infectious laringotracheitis and avian pneumovirus). Em:XIII Congresso da Associação Avícola Mundial de Veterinária ; Denver, Co ; 20-23 julho , 2003: 39-41. 2 Cook JK. Avian pneumovirus infections of turkeys and chickens. Vet J. 2000;160(2):118–125. 3 Cook JK, et al. Infectious bronchitis virus vaccine interferes with the replication of avian pneumovirus vaccine in domestic fowl. Avian Pathology. 2001;30:233–242.
Para saber mais sobre como utilizar as ferramentas IDEXX em seu programa de sanidade, fale com nossa equipe técnica: Mariane Soares: 011 94258-0382 ; Mônica Brehmer 11 97683-3973
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Estatísticas e Preços
Produção e mercado em resumo Mercados distintos para Frango abatido e Ovos comerciais em 2017 Produção de carne de frango* Produção de pintos de corte Setembro/2017 497,107 Milhões | -0,12%
Setembro/2017 1.060,520 Mil toneladas | -1,19%
Exportação de carne de frango Setembro/2017 380,030 mil toneladas | -0,12%
Disponibilidade interna* Setembro/2017 680,490 Mil toneladas | -1,78%
Farelo de Soja Outubro/2017 R$985,00 | -19,46%
Milho Outubro/2017 R$32,54 | -24,73%
Desempenho do frango vivo Outubro/2017 R$2,63 | -15,03%
Desempenho do ovo Outubro/2017 R$69,04 | +0,76%
*Os números referem-se ao potencial de produção de carne de frango e ao potencial de disponibilidade interna. Todas as porcentagens são variações anuais.
40 A Revista do AviSite
N
o cenário internacional, as primeiras projeções do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) sobre as tendências da carne de frango para 2018 sugerem que a produção mundial deve aumentar 1,2% no ano. Para o Brasil é projetado desempenho ligeiramente melhor: expansão de 2,26%. Em função disso, o Brasil – que supera a produção chinesa desde 2016 – consolida-se ainda mais como segundo produtor mundial de carne de frango.
N
o cenário nacional, em sua primeira previsão sobre a próxima safra de milho (2017/2018), a CONAB estima produção próxima de 93 milhões de toneladas, volume cerca de 5% menor que o projetado para a safra 2016/2017. Mesmo assim, a aquisição da matéria-prima deve ser realizada sem sobressaltos pois o estoque de passagem previsto é de 19 milhões de toneladas e, mesmo com as exportações do produto podendo chegar a 30 milhões de toneladas, a estimativa é de um estoque final superior a 24 milhões. No mercado do frango vivo paulista houve nova melhora no preço médio do produto em outubro. Mas, em relação a outubro do ano passado, o índice é negativo em 15%. E, no acumulado do ano, o índice negativo supera os 10%. Já o frango abatido no grande atacado indica retração anual superior a 20% enquanto nos primeiros dez meses do ano, o índice negativo supera os 12%. No mercado de ovos comerciais, a semana nacional do ovo passou em branco, sem grandes campanhas midiáticas ou melhora nas condições de comercialização do produto. Aliás, o ovo não obteve qualquer modificação no melhor período do mês para os negócios. E a segunda quinzena foi extremamente difícil para o setor, com excedentes em todos os elos da cadeia de negociação e baixas constantes nos negócios realizados. De toda forma, o mês terminou com preço médio levemente acima do alcançado em outubro do ano passado e no acumulado de janeiro a outubro é positivo em mais de 5%.
Produção de pintos de corte
Volume abaixo dos 500 milhões em setembro
O
EVOLUÇÃO MENSAL MILHÕES DE CABEÇAS
MÊS
2015/2016
2016/2017
VAR. %
Outubro
581,602
510,632
-12,20%
Novembro
497,604
525,170
5,54%
Dezembro
572,410
560,266
-2,12%
Janeiro
560,408
535,647
-4,42%
Fevereiro
538,403
494,423
-8,17%
Março
561,478
517,196
-7,89%
Abril
540,962
508,875
-5,93%
Maio
542,145
522,835
-3,56%
Junho
551,131
526,325
-4,50%
Julho
514,831
515,254
0,08%
Agosto
546,836
531,982
-2,72%
Setembro
497,702
497,107
-0,12%
Em 09 meses
4.853,896
4.649,644
-4,21%
Em 12 meses
6.505,511
6.245,712
-3,99%
Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE
PRODUÇÃO TRIMESTRAL
II
III IV
2014
I
II
III IV
2015
II
III IV
2016
I
1,558
II
1,544
1,547
1,596
1,559
1,660
I
1,634
1,652
1,615
1,559
1,525
1,606
I
1,594
1,680
1º Trimestre de 2014 a 3º Trimestre de 2017 Bilhão de cabeças
1,506
levantamento realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte indica que o volume de pintos de corte produzido em setembro ficou bem abaixo das primeiras previsões levantadas no mercado, acima dos 510 milhões. O volume produzido no mês atingiu cerca de 497,1 milhões de cabeças e ficou pouco abaixo do produzido em setembro do ano passado quando alcançou 497,7 milhões. Em relação ao mês anterior, agosto, a redução superou os 6,5%. Entretanto, considerando a produção diária por setembro ser mês mais curto, o índice de redução cai para 3,5%. Aliás, pela produção diária, em setembro se produziu o menor volume do ano. Isso demonstra a iniciativa da avicultura de corte em continuar buscando ajustar o volume produzido ao real mercado consumidor e, com isso, realizando ajustes nos alojamentos de pintos e alterando o andamento produtivo normal da atividade. Nesse sentido, em condições normais o volume produzido no terceiro trimestre é bem superior aos dois primeiros de cada ano. Entretanto, neste ano, o trimestre atual atingiu o menor volume do ano. Aliás, o menor volume de pintos produzido no terceiro trimestre dos últimos quatro anos. Passados três quartos do ano, a produção acumulada no período indica 4,650 bilhões de pintos de corte e representa queda de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Histórico do último septênio indica que nos primeiros nove meses se produz o equivalente a 74,61% do volume anual. Se esse índice for alcançado, a produção anual pode chegar a 6,232 bilhões de cabeças e sofrerá redução de 3,4% em relação ao ano passado, quando se produziu 6,450 bilhões de pintos. Por ora, nos últimos doze meses – outubro de 2016 a setembro de 2017 – o total acumulado alcança 6,246 bilhões e representa 4% de redução sobre o mesmo período imediatamente anterior.
III IV
2017 A Revista do AviSite
41
Estatísticas e Preços Produção de carne de frango
Em setembro, o menor volume diário produzido no ano
T
EVOLUÇÃO MENSAL MIL TONELADAS
MÊS
2015/2016
2016/2017
VAR. %
Outubro
1.188,835
1.125,320
-5,34%
Novembro
1.164,188
1.035,096
-11,09%
Dezembro
1.122,573
1.099,989
-2,01%
Janeiro
1.156,035
1.170,310
1,23%
Fevereiro
1.116,196
1.032,492
-7,50%
Março
1.197,361
1.134,631
-5,24%
Abril
1.146,531
1.092,666
-4,70%
Maio
1.172,248
1.100,587
-6,11%
Junho
1.102,260
1.062,401
-3,62%
Julho
1.172,162
1.118,405
-4,59%
Agosto
1.126,977
1.105,188
-1,93%
Setembro
1.073,328
1.060,520
-1,19%
Em 09 meses
10.263,098
9.877,200
-3,76%
Em 12 meses
13.738,694
13.137,605
-4,38%
Fonte dos dados básicos: APINCO - Projeções e análises: AVISITE
PRODUÇÃO TRIMESTRAL
I
42
II III IV 2014
A Revista do AviSite
I
II III IV 2015
I
II III IV 2016
I
3,284
3,256
3,337
3,260
3,372
3,421
3,470
3,476
3,476
3,301
3,295
3,375
3,265
3,123
3,183
1º Trimestre de 2014 a 3º Trimestre de 2017 Milhões de toneladas
II III 2017
endo como base o alojamento de pintos de corte realizado entre a segunda quinzena de julho e a primeira quinzena de agosto, os parâmetros utilizados pela APINCO para projetar o volume de carne de frango produzida mensalmente indicam que, em setembro, se alcançou cerca de 1,060 milhão de toneladas e representou o menor volume diário produzido em 2017. O total estimado – mais exatamente 1.060.520 toneladas - representa quase 1,2% de redução sobre setembro de 2016. Em relação ao mês anterior, agosto, embora a redução nominal indique 4%, considerando a produção real (diária) o índice é bem inferior, 0,8%. Nos primeiros nove meses do ano o volume alcança 9,877 milhões de toneladas e equivale a quase 3,8% de redução sobre o mesmo período do ano anterior. O volume acumulado de janeiro a setembro dos últimos sete anos representa cerca de 74,68% do volume anual no período. Se alcançado em 2017, significará total de 13,226 milhões de toneladas, representando redução de 2,2% sobre o ano passado. Por ora, o volume acumulado nos últimos doze meses – outubro de 2016 a setembro de 2017 – equivale a 13,138 milhões e representa 4,4% de redução sobre o mesmo período imediatamente anterior. Acompanhamento do volume trimestral mostra que neste terceiro trimestre se produziu o equivalente a 3,284 milhões de toneladas, indicando que o índice de crescimento sobre o trimestre imediatamente anterior não chegou a 0,9%. Além disso, permaneceu cerca de 1,6% abaixo do produzido no primeiro trimestre. Foi um volume bem inferior ao produzido no terceiro trimestre do último biênio: no terceiro trimestre de 2015 se produziu 3,476 milhões de toneladas e no mesmo período de 2016, 3,372 milhões de toneladas. Ou seja, o volume atual ficou acima apenas do produzido no mesmo período de 2014 e, mesmo assim, por uma diferença pequena, de apenas 19 mil toneladas, ou, índice de incremento inferior a 0,6%.
A Revista do AviSite
43
Estatísticas e Preços Exportação de carne de frango
O bom resultado de setembro
O
44 A Revista do AviSite
EVOLUÇÃO MENSAL MIL TONELADAS
MÊS
2015/2016
2016/2017
VAR. %
Outubro
324,109
308,077
-4,95%
Novembro
379,685
321,468
-15,33%
Dezembro
392,701
356,915
-9,11%
Janeiro
311,004
354,971
14,14%
Fevereiro
314,567
325,372
3,43%
Março
398,019
374,623
-5,88%
Abril
412,756
317,708
-23,03%
Maio
385,579
344,662
-10,61%
Junho
406,280
362,965
-10,66%
Julho
356,209
375,633
5,45%
Agosto
357,256
407,568
14,08%
Setembro
380,502
380,030
-0,12%
3.322,172
3.243,533
-2,37%
4.418,667
4.229,993
-4,27%
Em 09 meses
Em 12 meses
Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC
EXPORTAÇÃO EM PERÍODO DE 09 MESES
3,244
3,322
2,965 2,865
2,923
2,898
3,129
Janeiro a Setembro – 2010 a 2017 Milhões de Toneladas
2,851
s dados consolidados da SECEX/MDIC dão conta de que em setembro passado os embarques de carne de frango – considerados os quatro principais itens negociados pelo setor, ou seja, frango inteiro, cortes de frango, industrializados de frango e carne de frango salgada – somaram 380 mil toneladas, praticamente o mesmo volume registrado um ano antes, em setembro de 2016 (380,5 mil toneladas). Comparativamente ao mês anterior, agosto de 2017, o volume alcançado em setembro foi menor, retrocedendo quase 7%. Mas isso não significou queda dos embarques: o mês é que foi mais curto, com três dias úteis a menos (23 em agosto). Tanto isso é verdade que setembro teve o segundo melhor resultado dos últimos 12 meses, perdendo apenas para – exatamente – o mês anterior. Nos primeiros nove meses do ano os embarques atingiram 3,243 milhões de toneladas e equivaleram a 2,4% de redução em relação ao mesmo período do ano passado. O volume médio do período, projeta cerca de 4,325 milhões para 2017, equivalendo a uma reversão do índice negativo e prevendo um crescimento aproximado de 0,4%. Isso, porque o volume médio acumulado atingiu cerca de 360 mil toneladas, enquanto no último trimestre do ano passado ficou na casa de 328 mil toneladas. As indicações do mercado para este último trimestre são animadoras. Assim, se repetirem o desempenho médio do terceiro trimestre – quase 388 mil toneladas – o crescimento anual pode superar levemente os 2%. De toda forma, para atingir, pelo menos, o mesmo volume embarcado em 2016 será preciso exportar o equivalente a 355 mil toneladas por mês de outubro a dezembro. E, com certeza, esse volume deve ser superado. Por ora, porém, o volume acumulado nos últimos doze meses – outubro de 2016 a setembro de 2017 – alcança 4,230 milhões de toneladas e equivale a 4,3% de redução sobre o mesmo período imediatamente anterior.
2010 2011 2012 2013 2014
2015
2016
2017
Disponibilidade Interna de Carne de Frango
A menor oferta interna em mais de 3 anos
C
Evolução Mensal MIL TONELADAS
MÊS
2015/2016
2016/2017
VAR. %
Outubro
864,726
817,243
-5,49%
Novembro
784,503
713,628
-9,03%
Dezembro
729,872
743,074
1,81%
Janeiro
845,031
815,339
-3,51%
Fevereiro
801,629
707,120
-11,79%
Março
799,342
760,008
-4,92%
Abril
733,775
774,958
5,61%
Maio
786,669
755,925
-3,91%
Junho
695,980
699,436
0,50%
Julho
815,953
742,772
-8,97%
Agosto
769,721
697,620
-9,37%
Setembro
692,826
680,490
-1,78%
6.940,926
6.633,667
-4,43%
9.320,027
8.907,612
-4,43%
Em 09 meses
Em 12 meses
Fonte dos dados básicos: APINCO - Projeções e análises: AVISITE
OFERTA EM PERÍODO DE 09 MESES
6,941
6,634
6,942
2016
6,606
6,624
6,637
2015
6,248
6,655
Janeiro a Setembro – 2010 a 2017 Milhões de toneladas
2010
2011 2012
2013
2014
2017
onsideradas as projeções efetuadas pela APINCO a partir da produção de pintos de corte, em setembro passado pode ter sido registrada a menor oferta interna de carne de frango desde meados de 2014. Isso ajuda a explicar, por exemplo, a reação do frango abatido no mês e, sobretudo, a alta do frango vivo no final de setembro, após seis meses de preços inalterados. Pelos parâmetros adotados (viabilidade de 96% dos pintos alojados e peso médio, da ave abatida, de 2,350 kg para o mercado interno e de 1,350 kg para o mercado externo), a APINCO concluiu que a produção de carne de frango de setembro passado foi pouco além de 1,060 milhão de toneladas, resultado não muito diferente do registrado em junho (1,062 milhão/t), mas ainda superior, por exemplo, ao 1,035 milhão de toneladas de novembro de 2016. O que mudou, aí, foram as exportações que, em setembro, atingiram o segundo maior volume dos últimos 12 meses, ficando significativamente acima do que se atingiu em junho último ou em novembro do ano passado. Isso fez com que a oferta interna aparente do mês retrocedesse para 680,5 mil toneladas, volume que, nos últimos tempos, supera apenas as 671.383 toneladas registradas em abril de 2014. A ressalvar que – conforme indicações do próprio setor produtivo – o rendimento médio proporcionado pelas linhagens atualmente em criação tem superado os padrões (fixos) adotados pela APINCO e, assim, a produção efetiva de carne de frango e a consequente disponibilidade interna (após deduzidas as exportações) podem ter sido maiores que as apontadas na presente projeção. Mesmo isso, porém, não invalida a constatação de que a oferta interna vem sendo menor que a de meses anteriores. O volume acumulado tanto em nove meses quanto nos últimos doze meses alcança idênticos 4,43% de redução e demonstra o esforço do setor em ajustar a oferta interna à demanda existente. A Revista do AviSite
45
Estatísticas e Preços Desempenho do frango vivo em outubro e em 2017
No mês, variação de preço para cima de. Mas nada impede que novos ajustes para cima venham a ocorrer, pois, independente do período do mês (segunda quinzena), o mercado de aves vivas permaneceu firme – denotando oferta mais ajustada – enquanto no mercado de aves abatidas desencadeou-se processo de alta, normalmente só observado no início de um novo mês. A registrar, por fim, que o preço médio alcançado nos 10 primeiros meses de 2017 não foi muito além dos R$2,56/kg, valor que, comparado aos quase R$2,86/kg do mesmo período de 2016, significa redução de pouco mais de 10%. Como, doravante, prevalece a perspectiva de estabilidade, sem grandes variações nos valores ora praticados, a tendência é a de encerrar-se o presente exercício com os mesmos índices de redução atuais – cerca de 10% a menos que em 2016.
FRANGO VIVO
Evolução de preços na granja, interior paulista – R$/KG Média mensal e variação anual e mensal em treze meses MÊS.
MÉDIA R$/KG
Média anual em 10 anos R$/KG
VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL
2008
R$ 1,63
2009
R$ 1,63
OUT/16
3,10
3,93%
0,00%
NOV
3,10
0,00%
0,00%
DEZ
3,02
-1,04%
-2,45%
JAN/17
2,65
-4,19%
-12,43%
2011
FEV
2,63
-0,81%
-0,50%
2012
MAR
2,69
-3,77%
2,26%
ABR
2,50
-6,79%
-7,22%
MAI
2,50
0,00%
JUN
2,50
JUL
0,00%
2014
R$ 2,42
-11,02%
0,00%
2015
2,50
-15,25%
0,00%
AGO
2,50
-20,91%
0,00%
SET
2,50
-19,29%
0,08%
OUT
2,63
-15,03%
5,28%
86,7
R$ 2,89
2016
R$ 2,56
2017
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
119,6
117,5
116,8
86,6
113,5
86,6
107,1
86,6
102,3
86,6
93,7
86,6
95,7
R$ 2,62
2017 Média 1995/2016 (22 anos)
93,3
100,3
46 A Revista do AviSite
R$ 2,08 R$ 2,47
105,9 91,3
102,8 91,4
Fev
R$ 1,92
2013
Preço relativo em 2017 comparativamente à média de 22 anos (1995/2016) Média mensal do ano anterior = 100
Jan
R$ 1,65
2010
116,0
m outubro, após seis meses de uma estabilidade jamais vista no setor, o frango vivo (base: interior paulista) voltou a registrar variação de preço. E o que é melhor, para cima. O processo começou no último dia de setembro – quando um ajuste de cinco centavos rompeu a barreira dos R$2,50/kg, mantida por 183 ininterruptos dias – e prosseguiu até a quarta semana de outubro (dia 23) quando, com outros três ajustes também de cinco centavos cada, a ave viva estabilizou-se em R$2,70/kg. Porém, a média registrada no mês não chega a ser das mais estimulantes: R$2,63/kg, por ora o segundo menor preço de 2017. O que significa que embora supere em 5,28% o valor registrado entre abril e setembro, ainda permanece aquém dos pouco mais de R$2,63/kg registrados em fevereiro passado. Aliás, em valores nominais, o baixo valor atual abrange período bem mais amplo. Pois corresponde ao segundo menor preço em quase dois anos e meio. Ou seja: abaixo dos R$2,63/kg de outubro e dos R$2,50/kg que vigoraram por seis meses neste ano, só os R$2,17/kg de junho de 2015. E comparativamente ao que se alcançou um ano atrás a média de outubro corrente foi 15% inferior. Considerados os antecedentes mais recentes, é provável que os R$2,70/kg ora em vigor representem o início de uma nova fase de estabilida-
91,0
E
Out
Nov
Dez
Desempenho do ovo em outubro e em 2017
Cotações desabam, perda de R$10,00/caixa em duas semanas
MÊS.
MÉDIA R$/CXA
Média anual em 10 anos R$/CAIXA
VARIAÇÃO % NO ANO
NO MÊS
R$ 43,62
2008
OUT/16
68,56
11,14%
-5,88%
NOV
68,04
4,55%
-0,76%
DEZ
74,00
11,92%
8,76%
2010
JAN/17
61,42
-3,91%
-17,00%
2011
FEV
84,48
8,89%
37,54%
MAR
88,44
7,30%
4,69%
ABR
91,13
35,77%
3,04%
2013
MAI
83,31
14,81%
-8,58%
2014
JUN
87,04
1,94%
4,48%
JUL
83,62
-3,72%
-3,93%
AGO
80,33
-4,37%
3,93%
2016
SET
74,48
2,25%
-7,29%
2017
OUT
69,04
0,76%
-7,25%
2009
R$ 38,63 R$ 37,93 R$ 44,61 R$ 49,11
2012
R$ 57,86 R$ 52,70 R$ 59,47
2015
R$ 75,43 R$ 80,23
101,7 99,2
112,6 106,7
117,2
114,7 111,1
Mai
115,6
110,7 109,3
121,1 111,5
120,7 117,5
112,2
Abr
2017 Média 2001/2016 (16 anos)
Ago
Set
81,6
92,5
115,2
Preço relativo em 2017 comparativamente ao período 2001/2016 (16 anos) Média mensal do ano anterior = 100
Jan
Fev
Mar
Jun
Jul
111,3
Média mensal e variações anual e mensal em treze meses
Out
101,2
OVO BRANCO EXTRA
Evolução de preços no atacado paulistano R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS
R$61,42/caixa do mês de janeiro. É interessante notar que, tendo iniciado 2017 com preços nominais inferiores aos de 2016, o ovo passou a experimentar forte valorização a partir de fevereiro, com ápice em abril. E mesmo enfrentando pequenas reduções nos dois meses seguintes, encerrou o primeiro semestre obtendo valorização média de 10% em relação ao mesmo semestre de 2016. Porém, a partir de julho, época em que começou um processo de desvalorização que se estende por todo o segundo semestre, esse ganho passou a experimentar forte diluição. Tanto que os 10 primeiros meses de 2017 estão sendo encerrados com um preço médio de R$80,23/caixa, resultado apenas 5% superior à média dos mesmos 10 meses do ano passado. O mais curioso, porém, é que as sucessivas quedas ocorridas neste semestre ou mesmo o baixíssimo valor alcançado em outubro não têm nada de excepcional, são parte intrínseca da curva estacional de preços do ovo. Por essa curva constata-se que, exatamente no décimo mês do ano, é registrado o segundo menor preço de cada exercício. E o valor então registrado supera apenas o que foi registrado em janeiro. É exatamente o que vem ocorrendo em 2017. De toda forma, o resultado de outubro foge significativamente à curva sazonal. Por ela, o valor registrado no mês deveria ser ligeiramente superior (+0,2%) ao da média do ano anterior. Mas os R$69,04/caixa de outubro estão mais de 8% aquém da média de 2016 – R$75,43/caixa.
100,2
ovo branco extra iniciou outubro cotado, em média, por R$72,00/caixa (base: cargas fechadas negociadas no atacado da cidade de São Paulo), valor que não experimentou qualquer alteração mesmo na fase mais favorável de vendas do mês (época de pagamento dos salários). Muito pelo contrário, a estabilidade de preços observada até o início da segunda quinzena foi conservada a duras penas, porquanto durante todo o período a oferta superou a demanda, mantendo o mercado em extrema fragilidade. Diante de tal cenário manter os preços tornou-se tarefa impossível: as cotações desabaram. Em menos de duas semanas houve uma perda de R$10,00/caixa e o mês foi fechado com um valor quase 14% inferior ao das primeiras semanas. A cotação então alcançada – cerca de R$62,00/caixa – correspondeu ao menor valor registrado desde meados de janeiro de 2017. Em consequência, o preço médio de outubro retrocedeu mais de 7% em relação ao mês anterior e, passando ligeiramente dos R$69,00/caixa, correspondeu ao menor valor dos últimos 9 meses, sendo superado em 2017 apenas pelos
91,8
O
Nov
Dez
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Estatísticas e Preços
Milho e Soja Preço do milho registra aumento em setembro
Farelo de soja registra nova alta Depois de três meses em queda, o farelo de soja (FOB, interior de SP) voltou a registrar alta em outubro de 2017. O produto foi comercializado pelo preço médio de R$985/t, valor 3,1% superior ao praticado no mês de setembro – R$955/t. Em comparação com outubro de 2016 – quando o preço médio era de R$1,223/t – a cotação atual registra queda de 19,5%.
O preço do milho registrou valorização no mês de outubro. O preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, fechou o mês cotado a R$32,54, valor 9% acima da média alcançada pelo produto em setembro, quando ficou em R$29,85. A disparidade de preço do milho em relação ao ano anterior continua grande. O valor atual é 24,7% menor, já que a média de outubro de 2016 foi de R$43,23 a saca.
Valores de troca – Farelo/Frango vivo O frango vivo (interior de SP) fechou o mês de outubro novamente em alta e cotado a R$2,63/kg – alcançando índice 5,3% superior à média de setembro de 2017. A maior valorização do milho em relação ao frango vivo piorou o poder de compra do avicultor. Nesse mês, foram necessários 206,2 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este volume representa 3,5% de queda no poder de compra em relação ao mês anterior, pois, em setembro, a tonelada do milho “custou” 199 kg de frango vivo.
Valores de troca – Milho/Ovo O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), sofreu nova queda mensal em outubro e fechou à média de R$63,04, valor 7,9% abaixo do alcançado no mês anterior, quando o produto foi negociado por R$68,48. Com a queda no preço dos ovos e aumento no milho houve nova baixa no poder de compra do avicultor. Em outubro foram necessárias 8,6 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em setembro, foram necessárias 7,3 caixas/t, queda de 15,5% na capacidade de compra do produtor.
Preçomédio médioMilho Milho Preço
outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho julho julho agosto agosto setembro setembro outubro outubro
53,00 53,00 51,00 51,00 49,00 49,00 47,00 47,00 45,00 45,00 43,00 43,00 41,00 41,00 39,00 39,00 37,00 37,00 35,00 35,00 33,00 33,00 31,00 31,00 29,00 29,00 27,00 27,00
R$/sacade de60kg, 60kg,interior interiorde deSP SP R$/saca
2016 2016
2017 2017
MédiaOutubro Outubro Máximo Mínimo Média Mínimo Máximo 29,00 35,00 R$29,00 R$35,00 R$ R$
32,54 32,54
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A maior evolução na cotação do frango vivo em relação ao alcançado no farelo de soja em outubro fez com que fossem necessários 374,5 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando melhora de 2% no poder de compra do avicultor em relação a setembro, quando 382 kg de frango vivo obtiveram uma tonelada do produto. Na comparação em doze meses o aumento alcançou 5,3% já que lá, foram necessários 394,5 kg para adquirir o cereal.
Valores de troca – Farelo/Ovo De acordo com os preços médios dos produtos, em outubro foram necessárias aproximadamente 15,6 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo registrou queda mensal de 10,7%, já que, em setembro, 13,9 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de farelo. Em relação a outubro de 2016 houve aumento de 25,1% no poder de compra, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 19,5 caixas de ovos.
Preçomédio médioFarelo Farelode desoja soja Preço R$/toneladaFOB, FOB,interior interiorde deSP SP R$/tonelada
1600 1600 1500 1500 1400 1400 1300 1300 1200 1200 1100 1100 1000 1000 950 950 900 900 850 850 800 800 750 750
outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho julho julho agosto agosto setembro setembro outubro outubro
Valores de troca – Milho/Frango vivo
2016 2016
Mínimo Mínimo 960,00 R$ R$ 960,00
2017 2017
Média Outubro Outubro Média Máximo Máximo 1.010,00 R$ R$ R$ 1.010,00 R$
985,00 985,00
Fonte das informações: www.jox.com.br
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Ponto Final
José Paulo Kors
é Médico Veterinário pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP. Estagiou por um ano e meio no Serviço de Saúde Animal de Boxtel, na Holanda, especializando-se em avicultura de reprodução, de corte e de postura. Estagiou ainda em um período na Ross Breeders, em Edinburgh, Escócia, e outro na Dekalb, em West Virgínia, U.S. É sócio diretor da “D’avicol / Z K Aves Raras Ltda. Ocupa hoje a Presidência da APINCO - Associação Brasileira de Produtores de Pintos de Corte, e é também Diretor da AVAL - Associação Brasileira da Avicultura Alternativa.
N
ão se trata de psicanálise. Apenas reflexões sobre o frango nosso de cada dia. O frango de hoje não é mais o mesmo - é muito mais eficiente! Fosse o desempenho zootécnico hoje o mesmo de meados dos anos noventa, o custo do frango na granja estaria por volta de R$ 2,80 por quilo. Com a atual produtividade, gira em torno de R$ 2,25 por quilo. A diferença de R$ 0,55 a menos, o gato comeu? Não: o Sr. Consumidor comeu! O franguinho se tornou artista popular, com o nativo consumindo mais de 40 quilos per capita ao ano. Com isso, o alojamento mensal saltou de 200 milhões de pintos ao mês naquela época para os atuais 520 milhões. Alguém alerta - “Fazendo as contas, com o alojamento atual o brasileiro está comendo uns 65 quilos por ano, não os 40 quilos, cadê os 25 quilos que faltam?” Acontece que o nosso franguinho ficou faceiro, tirou passaporte, fala vários idiomas, e visita anualmente mais de 150 países, comercializando os 25 quilos que faltaram na conta acima! Duas observações importantes. Primeira: Consumimos mais de 40 quilos de galináceos per capita ao ano, talvez 45 a 47, uma vez que a crescente produção de frangos alternativos (coloridos, orgânicos, etc.), e as galinhas de descarte, leves e pesadas também terminam na panela. Segunda: Esse franguinho viajante deve tomar um baita cuidado, pois em toda alfândega pela qual passa, tem sua mala virada e revirada, no intuito de se encontrar algo para barrar o desembarque. Manter o bom status sanitário é crucial. Diferentemente do setor de postura comercial, que, se crescer a uma taxa cumulativa de oito por cento ao ano, levará uma década para atingir um consumo de 380 ovos per capita ao ano (no México
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Quem éramos, onde estamos, para onde iremos ? passa de 400), no setor de corte o incremento do mercado interno não deve ser muito maior do que o crescimento vegetativo. A exportação deve seguir crescendo, enfrentando, porém, resistências crescentes dos nossos compradores (produtores e entidades locais), e de nossos concorrentes (subsídios, dumping, etc.), pois nos tornamos a maior vidraça do setor exportador global. Precisamos ficar espertos! Como agiremos, qual será nossa atitude frente a estes desafios? Por definição, é impossível prever imprevistos! Mas é necessário conhecer os cenários, agir de forma proativa, preventiva e reativa aos obstáculos que inexoravelmente aparecem e continuarão aparecendo. Temos o recente exemplo da presteza com que o MAPA e a ABPA reagiram ao episódio da “Carne fraca”, quando as exportações de carne de frango (e outras carnes) despencaram em Abril, mas já em Agosto voltaram a superar as quatrocentas mil toneladas. Unir forças, mantendo cada agente sua identidade própria, encontrar complementariedades entre os atores desta imensa cadeia produtiva, inclusive com nossos vizinhos de cerca, produtores de milho, soja e demais insumos, será determinante. Sentemo-nos com mais frequência à mesma mesa, dialogando e buscando alternativas, ao invés de reunirmo-nos esporadicamente em ocasiões de crise, onde ora um lado se encontra fortalecido e na seguinte, fragilizado. Estando a presidir a APINCO - Associação Brasileira de Produtores de Pintos de Corte, que tem um dos mais completos bancos de dados do setor, sendo também sócio e diretor da AVAL - Associação Brasileira da Avicultura Alternativa, estimulamos todos os participantes da atividade avícola a buscar sinergias e convergências, minimizando divergências pontuais. Um bom Natal e Final ano a todos, que venha 2018.
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Ponto Final
A vacina Bio-Coccivet, multivalente atenuada do Laboratório Biovet, totaliza mais de 30 milhões de aves vacinadas com resultados comprovadamente efetivos, desde o seu lançamento. Controle a Coccidiose em frangos de corte com vacinação contínua com Bio-Coccivet.
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