Revista do AviSite - Edição 137

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Dezembro/2021 | nº 137 | Ano XIV

www.revistadoavisite.com.br

Retrospectiva | Perspectiva Avicultura não deixou faltar alimento na mesa dos brasileiros e ajudou o país a cumprir o seu papel de grande fornecedor mundial de proteína animal

Alberto Back

Desafio atual é o controle das salmonelas paratíficas

Maria Aparecida Iuspa

Adoção de tecnologias permite ao setor ofertar grandes volumes de carnes de alto valor nutricional e acessíveis à população




Eventos O ano de 2021 está próximo do fim. Como lembra Ricardo Santin, Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, a expectativa é promissora: a produção nacional de carne de frango pode alcançar entre 14,100 e 14,300 milhões de toneladas neste ano, elevação de 3,5% em relação a 2020 — que chegou a 13,845 milhões de toneladas. Esse será o maior volume já registrado pela avicultura nacio-

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Eventos e As mais lidas

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Mercado Desempenho do frango vivo em novembro e nos 11 primeiros meses de 2021

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Matérias-primas Milho registra crescimento anual de 59,2%

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Destaques AviSite: Profissionais, empresas e instituições Conheça as soluções oferecidas pela QIMA/WQS

nal na história. “O consumo per capita será de 46 quilos de carne de frango, um patamar que é 1,5% maior do que o registrado em 2020. Um sinal claro de que essa fonte de proteína se manteve presente na vida de uma parcela significativa da população, apesar do cenário pandêmico e de todas as dificuldades econômicas e sociais”, afirma Santin. Ainda falando sobre retrospectiva, o ano de 2021 será marcado pela superação de desafios históricos, alcançando recordes em produção, consumo e exportações. Para 2022, não há expectativa de queda nos custos de produção no curto prazo, em uma equação que considera não apenas o milho e a soja em patamares históricos, como

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também plásticos e papelão para embalagem, diesel, a energia elétrica, tudo está mais caro. Segundo Nélio Hand, Diretor-Executivo da Associação dos Avicultores do Espírito

Empresas e resultados Ex-ministro Francisco Turra será conselheiro da JBS

Santo, o entendimento é que o produtor e a indústria continuarão com cautela, especialmente com os custos. “O abastecimento será uma vertente de acompanhamento constante, já que muitos especialistas afirmam que a demanda mundial continuará aquecida, o que certamente manterá preços elevados. O que se espera é que as ferramentas que atenuam as elevações exageradas e desnecessárias possam continuar sendo aplicadas para que todos

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Produção, Mercado e Exportação Indústria de frango e suínos prevê menos farelo de soja e alta de preços com decisão sobre biodiesel

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CBNA: Nutricionistas debateram nutrição pré-natal e de animais jovens

possam continuar produzindo, seja quem produz insumo ou quem produz proteína”, afirma Nélio. Boa Leitura!

Expediente Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP Publicação Trimestral nº 137 | Ano XIV Dezembro/2021 Os Informes Técnicos-Empresariais publicados nas páginas da Revista do AviSite são de responsabilidade das empresas e dos autores que as assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro.

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Publisher Paulo Godoy paulo.godoy@mundoagro.com.br Redação Érica Barros (MTB 49.030) Paulo Godoy imprensa@mundoagro.com.br Comercial Andre Di Fonzo Natasha Garcia Paulo Godoy

(19) 3241 9292 | (19) 98963-6343 comercial@mundoagro.com.br Diagramação e arte Danielle Joanes danielle.joanes@gmail.com Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação financeiro@avisite.com.br


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Especial Retrospectiva | Perspectivas

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Processamento A importância da uniformidade de carcaça nos resultados do abate

Em 2021 Brasil retorna ao posto de 2º produtor mundial de carne de frango, aponta USDA

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Sindirações projeta crescimento de 4,5 em 2021 para a produção de ração animal

Informe empresarial Pluma Agroavícola comemora 22 anos de avanço e evolução no mercado

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Evento 6º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio debate tecnologias, gestão sustentável e diversidade na liderança

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Artigo Um novo olhar para a nutrição e saúde de aves e suínos

O bom exemplo da avicultura

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Informe Empresarial Ferraz Máquinas: a confiabilidade e tecnologia nos mais de 50 anos de história de um líder nacional em equipamentos e soluções ao agronegócio

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Informe Empresarial QIMA: Certificações de bem-estar animal e livre de antibióticos

Nélio Hand: Os desafios que não foram resolvidos, mesmo com a nossa persistência

Ciência e tecnologia Biotecnologia: uma aliada da avicultura

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Saúde Animal Salmonelas e a Salmonelose na avicultura de corte no Brasil

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Ponto final Perspectivas atuais e futuras de novos mercados de exportação e derivados (Leandro Feijó, Auditor Fiscal Federal Agropecuário desde 2022. Atualmente dirige o Departamento de Temas Técnicos, Sanitários e Fitossanitários)

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Eventos

2022 JANEIRO 25 a 27 de janeiro IPPE Expo, International Production & Processing Show 2022 Local: Georgia World Congress Center, Atlanta, EUA Realização: USPOULTRY Informações: www.ippexpo.org

FEVEREIRO 17 a 18 de fevereiro

Aves & Suínos 360º - Summit Local: Hotel Pullman Vila Olímpia, São Paulo, SP Informações: https://avesesuinos360.com.br

7 a 11 de fevereiro

34º Show Rural Coopavel Local: BR-277 Km 577, Cascavel, PR Realização: Coopavel Informações: https://showrural.com.br

MARÇO 22 a 24 de março

XIX Congresso de Ovos Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto, SP Realização: Associação Paulista de Avicultura (APA) e CDA (Coordenadoria de Defesa Agropecuária) Informações: www.congressodeovos.com.br

MAIO 10 a 12 de maio

15ª FENAGRA 2022 Local: Expo Dom Pedro, Campinas, SP Realização: Editora Stilo Informações: www.fenagra.com.br

JUNHO 8 e 9 de Junho

6ª Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba (Favesu) Local: Centro de Eventos Padre Cleto Caliman (Polentão) – Venda Nova do Imigrante, ES Realização: Associação dos Avicultores do ES Informações: www.favesu.com.br

9 e 10 de junho

Simpósio Goiano de Avicultura Local: Parque Agropecuário, Goiânia, GO Realização: Associação Goiana de Avicultura (AGA) e UFG Informações: www.agagoias.com.br

28 a 30 de junho

13ª edição do Simpósio Técnico da ACAV Local: Florianópolis, SC Realização: Associação Catarinense de Avicultura Informações: www.simposioacav.com.br

AGOSTO 7 a 11 de agosto

Congresso Mundial de Avicultura Local: Paris, França Realização: WPSA Informações: www.wpcparis2020.com

9 a 11 de agosto

Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS) Local: Anhembi, São Paulo, SP Realização: Associações Brasileira de Proteína Animal (ABPA) Informações: www.siavs.com.br/#feira

SETEMBRO 21 a 23 de setembro

V Simpósio de Avicultura e Suinocultura do Nordeste

10 a 12 de maio

38ª Conferência FACTA Local: Expo Dom Pedro, Campinas, SP Realização: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA) Informações: www.facta.org.br

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Realização: Grupo de Estudos em Tecnologias Avícolas da UFPB, Campus II – Areia Informações: Feira da Avicultura e Suinocultura – Avicultura do Nordeste


As Mais Lidas do AviSite

As cinco notícias mais lidas no AviSite em 2021 FAO mostra que preço das carnes se distancia dos preços dos alimentos e das matérias-primas

Arábia Saudita suspende implementação de shelf life de três meses para carne de frango

BRF se junta à AES para construir parque de energia eólica no Nordeste

Em abril passado, o preço das carnes apresentou evolução ligeiramente superior ao alcançado pelo Índice de Preços dos Alimentos da FAO (FFPI, na sigla em inglês): incremento de 1,75%, contra 1,66% do FFPI. Mas, em termos anuais, perdeu – e feio – para todos os demais alimentos acompanhados pela FAO.

As autoridades sanitárias do Reino da Arábia Saudita acolheram os argumentos das nações exportadoras, inclusive do Brasil, e de stakeholders locais, e decidiram pela suspensão da implementação da medida que determinava a adoção de um shelf life (prazo de validade) para a carne de frango congelada em três meses.

Receita cambial da carne de frango voltou a registrar resultado positivo no 1º quadrimestre de 2021

França avalia possibilidade de adotar vacinação contra gripe aviária

A BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, anuncia a formação de joint venture com subsidiária da AES Brasil para a construção de um parque eólico em Cajuína, no Rio Grande do Norte, com capacidade instalada de 160MW e geração de 80MW médios ao ano, a serem comercializados por meio de um contrato de compra e venda de energia de 15 anos. O investimento total estimado é de R$ 825 milhões, sendo que a BRF investirá de forma direta aproximadamente R$ 80 milhões, a serem desembolsados durante o desenvolvimento do projeto. Com essa iniciativa, a empresa avança em seu compromisso de se tornar Net Zero até 2040, priorizando fontes de energia limpa como a eólica e a solar. O início das operações do parque está previsto para 2024 e esta joint venture ainda está sujeita à aprovação das autoridades competentes.

Dados ainda preliminares da SECEX/ME indicam que – na somatória dos quatro principais itens exportados (frango inteiro, cortes, industrializados e carne de frango salgada) – os embarques de carne de frango de abril passado corresponderam ao maior volume dos últimos 11 meses, atingindo as 383,9 mil toneladas, resultado 15,55% superior ao registrado em abril de 2020.

O ministério da agricultura francês está considerando a possibilidade de adotar a vacinação preventiva das aves contra a Influenza Aviária como parte essencial de uma batalha mais direcionada contra os grandes surtos de gripe aviária de alta patogenicidade que ocorrem quase que anualmente no país. No último inverno e na primavera, a França registrou mais uma vez 475 surtos de gripe aviária em granjas avícolas.

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Mercado

Desempenho do frango vivo em novembro e nos 11 primeiros meses de 2021 A insegurança que vem marcando 2021 devido à pandemia (e que recrudesce agora com a detecção de nova variante da Covid-19) torna o corrente exercício nada memorável. Mas se há um mês que o produtor de frangos desejará tirar definitivamente da memória é novembro. Porque, às vésperas do período de Festas, os preços registrados no setor retrocederam ao menor nível dos últimos seis meses. Nos 11 meses de 2021 até agora transcorridos, seis deles (fevereiro a julho) foram encerrados com valorização em relação ao preço inicial do período; em outros três (agosto, setembro e outubro) o mês terminou como começou, sem nenhuma alteração de preço. Ou seja: em apenas dois (janeiro e novembro) o último preço do mês

Com o recuo de 9% em relação ao que foi praticado nos três meses anteriores (estabilidade de preço entre agosto e outubro), a cotação média de novembro ficou menos de 20% acima da registrada um ano antes, resultado que configura a menor variação anual observada desde agosto de 2020. Assim, enquanto nos quatro meses anteriores (julho a outubro) a diferença anual girou em torno dos 50%, agora caiu para 19,5%. Já o valor médio dos 11 primeiros meses de 2021, da ordem de R$5,31/kg, embora mais de 30% superior ao valor deflacionado dos 12 meses do ano passado, comparativamente ao que foi registrado no fechamento de 2021 (R$4,40/kg) apresenta evolução de pouco mais de 20%.

foi inferior ao do dia 1º. Só que em janeiro a diferença a menos foi de 2,3%. Já neste último novembro a redução ultrapassou os 13%. Ou bem mais, se considerado que boa parte dos negócios do mês esteve sujeita a descontos. A ocorrência é, sem dúvida, inusitada. Porque, normalmente, em novembro é registrado o segundo melhor preço de cada exercício, aquém apenas do alcançado em dezembro, período de Festas. Por sinal, analisada a curva sazonal de preços do setor (26 anos transcorridos entre 1995 e 2020) constata-se que em oposição ao menor preço do ano (mês de maio), o valor de novembro é quase 25% superior. Pois em 2021 esse ganho mal passa dos 3%, não cobrindo sequer a inflação acumulada no período.

FRANGO VIVO Evolução de preços na granja, ao produtor, interior de São Paulo - R$/KG

5,40

5,60

5,55

3ª semana (dias 16 a 20)

5,20

5,40

5,34

4ª semana (dias 22 a 27)

5,20

5,20

5,20

5ª semana (dias 29 e 30)

5,20

5,20

5,20

R$5,31

5,88

MÉDIA MENSAL NOS ÚLTIMOS 13 MESES

56,23%

6,27%

AGO

6,00 53,85%

2,21%

SET

6,00 47,13%

0,00%

OUT

6,00 40,16%

0,00%

NOV

5,87

5,46

19,53%

-9,03%

R$3,26

R$3,16

R$3,64

R$3,29 R$2,79

Fonte dos dados básicos: JOX Elaboração e análises: AVISITE

VALOR REAL

Obs.: Valor real deflacionado pelo IPCA do IBGE do mês de outubro de 2021

VALOR NOMINAL

2018

4,38%

R$2,58

76,40% 10,73%

R$2,89

2,41%

R$3,50

63,86%

R$2,62

4,97%

R$3,59

43,50%

R$3,89

3,68%

2017

5,52

38,01%

56,31%

JUL

8

5,29

-3,89%

2016

JUN

4,78

34,80%

2015

2021

MAI

4,67

-2,30%

R$2,42

ABR

4,45

39,42%

2014

MAR

4,29

6,68%

R$2,47

FEV

4,46

41,60%

2013

JAN

4,57

R$3,47

DEZ

ANUAL MENSAL

R$2,08

NOV

VARIAÇÃO

R$/KG

2012

2020

MÊS

2021

6,00

R$3,99

5,70

2ª semana (dias 8 a 13)

R$3,68

1ª semana (dias 1 a 6)

MÉDIA ANUAL NOMINAL E REAL EM UMA DÉCADA - R$/KG

2020

MED.

R$3,69

MAX.

2019

MIN.

NOVEMBRO DE 2021


Matérias-Primas Milho registra crescimento anual de 59,2% Faltando apenas um mês para o encerramento do ano, o preço do milho continua registrando forte incremento anual. No acumulado do ano o preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, alcançou cotação de R$95,61, equivalendo a aumento de 59,2% sobre a média alcançada pelo produto no mesmo período do ano passado, quando a cotação média atingida foi de R$60,06. Em relação ao mesmo período de 2019, o aumento supera os 131,3%.

Farelo de soja aumenta 36,4% em onze meses O farelo de soja (FOB, interior de SP) atingiu incremento expressivo no decorrer dos primeiros onze meses de 2021. O preço médio do período alcançou valor de R$2.518/t, representando índice positivo de 36,4% sobre o apontado para o mesmo período de 2020, quando a cotação média atingiu R$1.846/t. Na comparação com o mesmo período de 2019, o aumento supera os 107,5%.

Valores de troca | Milho/Frango vivo

Valores de troca | Farelo/Frango vivo

No frango vivo (interior de SP) o preço médio acumulado nos onze meses do ano alcançou R$5,30 kg, atingindo valorização anual próxima de 47%. Assim, com a maior valorização na cotação do milho em relação ao frango vivo, o avicultor permaneceu absorvendo perdas no poder de compra. Neste ano foram necessários 300,6 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este volume representa queda de 7,7% no poder de compra em relação ao ano de 2020, pois, no mesmo período do ano passado a tonelada do milho “custou” 277,4 kg de frango vivo.

Com a maior valorização do frango vivo no decorrer do ano, houve melhora no poder de compra do avicultor. Nesse ano foram necessários 475 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando melhora de 7,7% no poder de compra do avicultor em relação ao mesmo período de 2020 quando 511,6 kg de frango vivo foram necessários para obter uma tonelada do produto. A relação aponta piora expressiva na comparação com o mesmo período de 2019 quando foram necessários apenas 371 kg, significando perda de 21,9% no poder de compra.

Valores de troca | Milho/Ovo

Valores de troca | Farelo/Ovo

O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), obteve valorização extremamente baixa quando comparada à do milho no decorrer dos onze primeiros meses de 2021, atingindo preço médio de quase R$103,54, equivalendo a índice positivo de 30,1% sobre o recebido no mesmo período do ano passado, negociado por R$79,57. Assim, com a valorização no preço médio dos ovos bem inferior a alcançada pelo milho, os avicultores de postura comercial absorveram forte perda no poder de compra. No período foram necessárias 15,4 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal, enquanto no mesmo período de 2020 foram necessárias apenas 12,6 caixas/t, significando piora de 18,3% em sua capacidade de compra.

De acordo com os preços médios dos produtos no acumulado de 2021, foram necessárias, aproximadamente, 24,3 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. Com isso, o poder de compra do avicultor de postura comercial registrou perda de 4,6% em relação ao farelo de soja, já que no mesmo período do ano passado foram necessárias apenas 23,2 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Considerando o mesmo período de dois anos atrás, a perda dos avicultores atinge 20,4% já que de janeiro a novembro de 2019 houve a necessidade de 19,4 caixas para adquirir o produto.

Preço médio MILHO

Preço médio FARELO DE SOJA

R$/saca de 60 kg, interior de SP

R$/tonelada FOB, interior de SP

800

33,00 31,00 29,00 27,00 25,00 23,00 21,00 19,00 17,00

750 700 650 550

2010

Mínimo

95,61

Média Jan-Nov

95,61

Máximo

Mínimo

R$ 2.250,00

Média Jan-Nov R$

2.518,00

abril

maio

março

janeiro

fevereiro

dezembro

outubro novembro

setembro

julho

2010

2011

110,00

agosto

junho

abril

maio

janeiro fevereiro março abril maio

setembro outubro novembro dezembro

abril maio junho julho agosto

500

2011

Máximo

R$ 2.940,00

Fonte das informações: www.jox.com.br

600

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Notícias Curtas DESTAQUES AVISITE: PROFISSIONAIS, EMPRESAS & INSTITUIÇÕES

Conheça as soluções oferecidas pela QIMA/WQS Revolução da indústria de alimentos passa pela sustentabilidade ambiental, que exige capacidade de monitoramento da qualidade por toda a cadeia de fornecimento, do campo à mesa

Mario Berard: QIMA/WQS tem como premissa básica de negócio a segurança dos alimentos em primeiro lugar

A preocupação com a saúde e a sustentabilidade ambiental fazem parte das prioridades dos consumidores mapeadas pela PwC entre as tendências de consumo alimentar do Pós-Covid-19. A consultoria destaca que a revolução da indústria de alimentos passa, obrigatoriamente, por esses dois aspectos que exigem capacidade de monitoramento da qualidade por toda a cadeia de fornecimento, do campo à mesa. O desafio requer o apoio de empresa especializada capaz de atestar a procedência, a qualidade e a adequação às boas práticas de fabricação dos produ-

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tos colocados à venda, garantindo, ainda, a efetiva gestão da cadeia de fornecedores. Esse é o trabalho desenvolvido pela QIMA/WQS, companhia que tem ampliado o conjunto de soluções oferecidas em segurança de alimentos. “A QIMA/WQS tem como premissa básica de negócio a segurança dos alimentos em primeiro lugar”, salienta Mario Berard, CEO da QIMA/WQS. “O nosso objetivo vai além de oferecer soluções para a qualidade do produto, pois temos a missão de fornecer à indústria alimentícia certificações, auditorias, inspeções e treinamentos de

grande importância no mercado, que demonstram o seu comprometimento com a segurança dos alimentos”. Atualmente, o conjunto de certificações fornecidas pela QIMA/WQS abrange uma completa gama de soluções, como os protocolos da GFSI, segurança dos alimentos, gestão de fornecedores, auditorias de protocolos sustentáveis, auditorias éticas, selos de qualidade, inspeções e treinamentos.

Para saber mais, acesse: http://wqs.com.br


DESTAQUES AVISITE: PROFISSIONAIS, EMPRESAS & INSTITUIÇÕES

Ceva Poultry Innovation Summit 2021 reuniu avicultores da AL Atualizações epidemiológicas da BI com dados de campo; uma visão sobre o controle efetivo da BI na América Latina; e o espectro de proteção e administração das vacinas como ponto fundamental do controle da BI foram assuntos discutidos

De 26 a 28 de outubro a Unidade de Negócios Ceva Aves realizou seu evento global, o Ceva Poultry Innovation Summit, que reuniu, de forma virtual, profissionais da avicultura da América Latina. A programação seguiu com temas sobre as principais doenças avícolas da região, sendo elas a Bronquite Infecciosa (BI) e a doença de Newcastle, além de tratar dos avanços da vacinação no incubatório. No primeiro dia (26/10), quem deu as boas-vindas foi Sylvan Comte, Dire-

tor Corporativo Aves da Ceva. “O Poultry Innovation Summit é uma oportunidade para dar um mergulho em tópicos muito importantes, a nossa principal missão é simplificar o programa de vacinação o máximo possível para que ele seja totalmente eficaz”, inicia. Os palestrantes foram Guilhermo Gonzalez, Gerente Global de Serviços Veterinários de Aves da Ceva; Dr. Horacio Gameiro, da Granja Tres Arroyos; e Jorge Chacón, Diretor de Serviços Veterinários da Ceva Aves Brasil que, respec-

tivamente, apresentaram: as atualizações epidemiológicas da BI com dados de campo; uma visão sobre o controle efetivo da BI na América Latina; e o espectro de proteção e administração das vacinas como ponto fundamental do controle da BI. Para o Diretor de Serviços Veterinários para América Latina da Ceva, Dr. Luiz Sesti, as abordagens foram imprescindíveis e deram uma clara visão sobre a importância do monitoramento da Bronquite Infecciosa.

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Notícias Curtas DESTAQUES AVISITE: PROFISSIONAIS, EMPRESAS & INSTITUIÇÕES

Evonik: resultados de 2021 devem atingir o limite superior da previsão Estimativa é de Lucro ajustado de 2,4 bilhões de euros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA ajustado).

Após um desempenho vigoroso no terceiro trimestre, a Evonik divulga estimativas mais precisas em relação aos resultados para o ano em curso. A empresa agora estima um lucro ajustado de 2,4 bilhões de euros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA ajustado). Este é o limite superior da faixa anterior de 2,3 a 2,4 bilhões de euros que a Evonik estimava no meio do ano. As vendas também atingirão o limite superior do intervalo de previsão

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– 14,5 bilhões de euros. Anteriormente, a Evonik havia estimado vendas entre 13 e 14,5 bilhões de euros. “Continuamos registrando um forte crescimento no terceiro trimestre”, disse Christian Kullmann, presidente da diretoria executiva. “Todas as quatro divisões químicas se beneficiaram do incremento da demanda. Conseguimos compensar totalmente a alta no custo de matérias-primas, energia e logística com preços de venda mais altos”.

O EBITDA ajustado cresceu 24% para 645 milhões de euros no período de julho a setembro, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Na comparação com o segundo trimestre, as receitas se mantiveram estáveis, apesar dos custos extraordinários de cerca de 30 milhões de euros decorrentes de provisões de bônus mais altas, paralisações para manutenção e perda de vendas devido a falhas nas cadeias de abastecimento e falta de matéria-prima.


DESTAQUES AVISITE: PROFISSIONAIS, EMPRESAS & INSTITUIÇÕES

Aviagen renova certificação de compartimentação no Brasil Empresa também conta com a compartimentação em suas operações na Colômbia, no Reino Unido, Estados Unidos e Índia O mês de Novembro começou com novidades promissoras para a unidade brasileira da Aviagen®, que renovou mais uma vez o certificado de compartimentação para 13 unidades de produção localizadas nos estados de São Paulo e Minas Gerais. A certificação permite que a Aviagen continue exportando avós e matrizes Ross® 308 AP, caso ocorra algum foco ou surto de Influenza Aviária ou Doença de Newcastle em alguma granja do território nacional. Certificada desde 2019 no Brasil, a empresa também conta com a compartimentação em suas operações na Colômbia, desde 2020, no Reino Unido, Estados Unidos e Índia – sendo que a sua unidade no Reino Unido já se utilizou da compartimentação para exportar aves para a África do Sul e Japão.

Ivan Lauandos recebe o certificado das mãos da Ministra da Agricultura


Notícias Curtas DESTAQUES AVISITE: PROFISSIONAIS, EMPRESAS & INSTITUIÇÕES

Saúde do fígado é essencial para manutenção da produtividade em frangos de corte, afirma especialista da MCassab Empresa participa do 11º Encontro de Atualização Técnica da Avicultura Paraibana (ATUAV)

Bruno Amorim discutiu o tema “O efeito da saúde hepática no desenvolvimento e desempenho das aves”, no 11º Encontro de Atualização Técnica da Avicultura Paraibana

“A alta dos custos de produção dos frangos, puxada pelo milho e a soja, nos leva a buscar estratégias de redução de despesas, mantendo a mesma eficiência. Temos de nos adequar ao momento, mantendo a produtividade, com a pressão pela redução do uso de antimicrobianos e respeitando o bem-estar animal”, recomenda o zootecnista Bruno Amorim, coordenador de produtos na MCassab

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Nutrição e Saúde Animal, que discutiu o tema “O efeito da saúde hepática no desenvolvimento e desempenho das aves”, no 11º Encontro de Atualização Técnica da Avicultura Paraibana (ATUAV). “É preciso sempre fomentar o tripé da produção animal, formado por genética, nutrição e saúde. E, especificamente em relação à saúde, ter um olhar especial para o fígado”, explica o especialista. “O

fígado desempenha importantes funções, sendo essencial para a manutenção do desempenho produtivo das aves”, complementa. Entre suas funções, o órgão armazena energia na forma de glicogênio; atua no metabolismo de nutrientes, como carboidratos, lipídeos e proteínas; e ajuda a filtrar, processar e eliminar toxinas produzidas pelo organismo ou provenientes do ambiente.


DESTAQUES AVISITE: PROFISSIONAIS, EMPRESAS & INSTITUIÇÕES

Cobb-Vantress defende importância do manejo de matrizes nas primeiras 22 semanas “É como uma corrida de cem metros rasos. Não posso errar em nenhum momento” Toda grande agroindústria tem em sua estrutura avícola a criação de fêmeas que vão gerar os pintinhos para povoar as granjas. O processo é meticuloso, exige qualificação constante da equipe de colaboradores e, caso encontre desafios em qualquer uma das 22 semanas, até o início da postura, não há como reparar os efeitos negativos que vão ocorrer até as 65 semanas, quando encerra o ciclo produtivo dessa ave. “É como uma corrida de cem metros rasos. Não posso errar em nenhum momento”. A analogia da produção de matrizes com a prova mais rápida e técnica do atletismo é do médico veterinário e gerente Regional da Cobb-Vantress em Santa Catarina, Cristiano Emanuelli Pereira. Em webinar sobre manejo de fêmeas, ele defende três principais pontos de atenção durante a recria até as 22 semanas. “É importante saber que a recria tem três fases distintas e que não podemos falhar em nenhuma delas. Se chego ao final da primeira fase sem conseguir alcançar meus objetivos, não vou conseguir compensar as perdas nas fases seguintes”, pontua o profissional, que é mestre em medicina veterinária. Na fase inicial temos que ter atenção especial à formação esquelética da ave. Nessa fase, como em todas as outras, buscamos a maior uniformidade possível. Na segunda fase é importante controlar a conformação de peito para não ter muito depósito de músculo nessa área. Já a fase três é a partir das 12 semanas, quando começa a maturidade sexual para transformar essa ave em uma reprodutora de alto desempenho”, destaca Pereira.

Cristiano Emanuelli Pereira. “É importante saber que a recria tem três fases distintas e que não podemos falhar em nenhuma delas


Notícias Curtas EMPRESAS E RESULTADOS

Ex-ministro Francisco Turra será conselheiro da JBS Executivo vai substituir Wesley Batista Filho e Aguinaldo Gomes Ramos Filho

A JBS anunciou o ex-ministro da Agricultura Francisco Turra e o ex-presidente da Fiat no Brasil e na América Latina, Cledorvino Belini, como os novos integrantes de seu conselho de administração. Turra e Belini, que serão membros independentes do colegiado, vão substituir Wesley Batista Filho e Aguinaldo Gomes Ramos Filho, que renunciaram à função. Francisco Turra foi ministro da Agricultura entre 1998 e 1999, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Ele também presidiu a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e, mais recentemente, foi presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade da qual ainda é conselheiro.

Turra foi presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade da qual ainda é conselheiro


EMPRESAS E RESULTADOS

Seara e BRF devem ter margens mais altas em 2022, projeta Bank of América Com a alta significativa da carne bovina, as demais proteínas ganharm espaço na mesa do brasileiro Após um ano de alta nos custos de produção das cadeias de frango e suíno, as margens operacionais da Seara, que pertence à JBS, e da BRF devem ser mais altas em 2022, projeta o Bank of América, após conversas com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) sobre a tendência para o segmento no ano que vem. O ano que vem promete ser positivo para as cadeias produtivas de frango e suíno, de acordo com a ABPA. Com a alta significativa da carne bovina, as demais proteínas ganharam espaço na mesa do brasileiro. Desde 2019, o consumo per capita de carne suína cresceu 20% e a carne de frango avançou 10%. Em conversa com analistas do Bank of America, o diretor de mercado da

entidade, Luis Rua, afirmou que a expectativa é de que a produção brasileira cresça 4% em 2022 para atender a forte demanda no mercado interno e para exportação. A ABPA também prevê um cenário de custos favoráveis aos produtores rurais. Rua disse que a tendência é de que os preços dos insumos parem de subir e, eventualmente, recuem com a confirmação de uma safra de grãos cheia. Do lado das exportações, a ABPA espera um aumento de 7,5% em volumes neste ano, além de um incremento de 3,5% em 2022, apoiado por oferta adicional limitada de outros países, reabertura total do serviço de alimentação e menor competição com os EUA na

China em quartos de perna, compensando um declínio estrutural na demanda da Arábia Saudita. Para a carne de frango, a perspectiva é de avançar 12% nas exportações em 2021 e 13% no ano que vem. Segundo Rua, a demanda chinesa deve seguir forte, já que surgem surtos de peste suína africana na China e em outros países fornecedores, como a Alemanha e Dinamarca, que juntos fornecem 20% do total comprado pelos chineses. A ABPA também projeta crescimento superior a 5% no mercado interno neste dois anos, refletindo uma “mudança estrutural” no comportamento de consumo do brasileiro, disse o executivo.

EMPRESAS E RESULTADOS

Plena Alimentos amplia portfólio e produz carne moída de frango Produção é realizada na unidade fabril localizada em Contagem (MG)

A Plena Alimentos, uma das maiores empresas do segmento de proteína bovina do país, está expandindo o portfólio com uma novidade para os consumidores: carne moída de frango. O produto, que integra a linha Toda Hora, está no varejo, a partir deste mês, em embalagens de 500g. Diferente dos produtos tradicionais disponíveis no mercado (desfiados e em pedaços de frango, que são pré-cozidos), a carne moída da Plena é feita de peito de frango “in natura” e passa pelo processo industrial sem adição de conservantes, temperos e aditivos. A produção é feita na unidade fabril localizada em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), onde a empresa concentra as linhas de industrializados e processados. “Contamos com a parceria de fornecedores homologados, que cumprem todas as legislações exigidas pelos órgãos fiscalizadores e que atendem nossas especificações de qualidade e padrão para o processo produtivo”, afirma o diretor comercial da Plena, Roberto Oliveira.

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Notícias Curtas EMPRESAS E RESULTADOS

Cooperativas do Paraná continuam avançando no ranking das mil maiores empresas do país Coamo, C.Vale, Lar, Cocamar, Copacol, Agrária, Integrada, Castrolanda, Frimesa, Frísia, Coopavel, Coasul Copagril, Capal, Coopertradição, Coagru e Primato são os destaques A 21ª edição do anuário Valor 1000 que acaba de ser publicada pelo jornal Valor Econômico traz novamente em destaque um grupo de cooperativas do Paraná que tem figurado no ranking, subindo, em sua maioria, muitas posições entre as mil maiores empresas do país a cada levantamento. São elas: Coamo, C.Vale, Lar, Cocamar, Copacol, Agrária, Integrada, Castrolanda, Frimesa, Frísia, Coopavel, Coasul Copagril, Capal, Coopertradição, Coagru e Primato. Há cooperativas paranaenses também entre as 50 maiores empresas

do Sul do país e várias bem classificadas no setor agropecuário. O levantamento do Valor 1000 é feito em parceria com a Serasa Experian e o Centro de Estudos em Finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAE). Desta vez, foram analisados 1.102 balanços ante a 1.139 em 2019. Para chegar às mil maiores, a classificação final leva em consideração a pontuação obtida pelas empresas em oito critérios: receita líquida, margem Ebitda, giro do ativo, margem de atividade, ren-

tabilidade, cobertura de juros, liquidez corrente e crescimento sustentável. Entre eles, o de maior peso é a receita líquida, seguido da margem Ebitda e da rentabilidade do patrimônio. Além disso, o anuário traz as campeãs em 26 setores e os destaques nas cinco regiões do país. Na lista das 50 maiores empresas do Sul do país, estão presentes a Coamo (3º lugar), C.Vale (8º), Lar (11º), Cocamar (19º), Copacol (24º), Agrária (30º), Integrada (31º), Castrolanda (33º), Frimesa (39º), Frísia (40º), Coopavel (44º) e Coasul (49º).

EMPRESAS E RESULTADOS

Nestlé investe em startup que reproduz textura de pele e ossos em “frango vegano” Frango vegano usa grão de bico como ingrediente base Nos últimos anos, o mercado tem ganhado diversas alternativas para a substituição de produtos de origem animal, opções essas que estão cada vez mais elaboradas e semelhantes aos produtos alterados. Neste contexto, a Sundial Foods é uma startup que busca reproduzir em seu frango vegano a experiência completa do consumo de algumas partes do frango, incluindo a pele e os ossos. O frango vegano usa grão de bico como ingrediente base, o que também garante um nível substancial de proteína para o produto. Os ossos são reproduzidos com hastes de bambu e a pele é uma película proteica-lipídica. Com menos gordura saturada e mais fibras do que a versão de origem animal, o produto da Sundial Foods conta com, aproximadamente, a mesma quantidade de proteína (27 gramas por 100 gramas) que o frango normal (30,5 gramas por 100 gramas).

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Ossos são reproduzidos com hastes de bambu e a pele é uma película proteica-lipídica


EMPRESAS E RESULTADOS

Dália Alimentos já está habilitada a exportar carne de frango ao Japão Dália Alimentos foi autenticada com o Certificado de Conformidade GAS+2: Gestão de Alimento Seguro

A unidade frigorífica de frangos da Cooperativa Dália Alimentos, localizada em Arroio do Meio, recebeu o Selo Gestão do Alimento Seguro, emitido pela Certifee, empresa especializada em projetos de consultoria, auditoria e treinamento que envolve a produção primária, o transporte de alimentos, a indústria, os serviços de alimentação e a distribuição. Estando em total conformidade, a Dália Alimentos foi autenticada com o Certificado de Conformidade GAS+2: Gestão de Alimento Seguro, estágio que atende às normas legais vigentes no Brasil para as Boas Práticas de Fabricação (BPF), exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), além de requisitos do sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), com base na FSSC 22000.

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Notícias Curtas PRODUÇÃO, MERCADO E EXPORTAÇÃO

Indústria de frango e suínos prevê menos farelo de soja e alta de preços com decisão sobre biodiesel Manutenção da mistura de 10% de biocombustível no diesel de petróleo, medida que foi criticada também pela indústria de soja A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) se disse preocupada com a decisão do governo federal de manter em 2022 a mistura de biodiesel no diesel em 10%, quando o esperado era de 13%. “A preocupação setorial se relaciona com a potencial redução da oferta de farelo de soja, um derivado do esmagamento da soja em grão direcionada para obtenção de óleo para biodiesel. Menor oferta do produto poderá significar alta de preços, gerando perda de competitividade e inflação ainda maior para o consumidor, em meio ao momento de maior alta de custos de insumos da história da avicultura e da suinocultura do Brasil”, disse a entidade em nota. “Cabe ressaltar que o farelo de soja já acumula mais de 60% de elevação nos preços praticados ao longo deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.”

PRODUÇÃO, MERCADO E EXPORTAÇÃO

Pesquisa aponta que quase um quarto da população mundial tenta reduzir consumo de carnes Ter um estilo de vida mais saudável é a principal razão que os consumidores apontam para seguirem dietas veganas, vegetarianas e flexitárias. Uma nova pesquisa da Euromonitor International revela que 23% dos consumidores globais estão tentando limitar o consumo de carnes. Ter um estilo de vida mais saudável é a principal razão que os consumidores apontam para seguirem dietas veganas, vegetarianas e flexitárias. “A pandemia COVID-19 tornou os consumidores mais conscientes do impacto que suas ações individuais têm na sociedade. Um exemplo disso são os flexitaristas, que reduzem o consumo de produtos de origem animal e impulsionam o crescimento de alternativas à base de plantas”, diz Nozomi Hariya, sênior analista da Euromonitor International. O mercado de alimentos à base de plantas cresceu 9% em 2019-2020, ul-

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trapassando US$ 40 bilhões globalmente, de acordo com o estudo. No entanto, as reações são diferentes em cada região. Por exemplo, 57% dos consumidores globais acreditam que suas escolhas e ações podem fazer a diferença no mundo, enquanto apenas 25% dos entrevistados no Japão acreditam nesta afirmação, classificada como a mais baixa entre os 40 países pesquisados​​ globalmente, de acordo com a Voz da Euromonitor the Consumer: Lifestyles Survey 2021. O abastecimento sustentável, a redução do uso de embalagens plásticas e a busca por um menor desperdício de alimentos são três tendências que moldam a sustentabilidade nos tempos atuais, revela o estudo.


PRODUÇÃO, MERCADO E EXPORTAÇÃO

Produtora integrada da BRF participa de painel da COP26 Economia com energia é superior a R$12 mil por mês A produtora integrada da BRF – uma das maiores companhias de alimentos do mundo – Roseli Marcon, participa de um dos painéis da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP26, que está sendo realizada em Glasgow, na Escócia. O evento teve como tema “Promovendo a Transparência e Conformidade nas Cadeias Produtivas Agroflorestais”. Por meio de videoconferência direto de Capinzal, município do Meio-Oeste de Santa Catarina, Roseli abor-

dou sua experiência e cuidado ao produzir. Com propriedade na Linha Roça Grande, interior de Luzerna, Roseli foi uma das produtoras pioneiras na instalação de painéis solares na região Sul do Brasil, fruto de um convênio entre a Companhia e o Banco do Brasil. “A Roseli é uma empreendedora exemplar e trata a sua propriedade como se fosse um jardim. Prima pelo cuidado com os seus colaboradores e das aves. Também está em linha com as inovações do setor ao aderir ao projeto de instalação de painéis solares”,

destaca o diretor-geral de Agropecuária, Fábio Stumpf. Roseli Marcon está feliz com a instalação das 364 placas de geração de energia solar que atendem toda a granja e proporcionam uma economia superior a R$12 mil por mês na conta de luz desde 6 de julho deste ano. “Estou muito satisfeita com os resultados da geração de energia solar. Além de obter redução nos custos, é uma energia mais limpa reduzindo a emissão de gases de efeito estufa’’, ressalta a produtora integrada.

Roseli foi uma das produtoras pioneiras na instalação de painéis solares na região Sul do Brasil, fruto de um convênio entre a Companhia e o Banco do Brasil.

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CBNA

Nutricionistas debateram nutrição pré-natal e de animais jovens Entidade encerra um ano de eventos online bem sucedidos

Marcos Jank: “Vamos vender milho para que os países transformem em commoditie?”

Ariovaldo Zani, Presidente do CBNA

P

ara finalizar um ano de agenda cheia de eventos realizados no ambiente virtual, o Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA) realizou a 33ª Reunião Anual do CBNA, nos dias 10 e 11 de novembro. O tema principal foi nutrição pré-natal e de animais jovens.

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Como disse o Professor Urbano Ruiz, da Esalq, e um dos organizadores do evento, “o CBNA se manteve ativo e atento com as mudanças e tendências na nutrição e alimentação animal e com o contexto que vivemos, de distanciamento social e todas as restrições impostas pela pandemia do Coro-

navírus. Fizemos modificações em nossos eventos, incluindo atividades remotas, e implantamos algumas outras formas de comunicação sempre com o intuito de levar e compartilhar conhecimento com toda a comunidade, indústria e academia”. A programação contou com três salas para abordar os temas escolhidos nas áreas de aves, suínos e bovinos. No primeiro dia, logo após a abertura, aconteceram três palestras em comum para as três áreas: “Potencial do Agronegócio Brasileiro no Mercado Internacional (Marcos Jank)” e “Perspectivas de Milho e Soja para Produção de Proteína Animal (Marcos Fava Neves)”. O professor Marcos Jank lançou a pergunta: “A exportação de milho deve alcançar níveis preocupantes. Vamos vender milho para que os países transformem em commoditie? Os altos índices de exportação de milho impactam fortemente a produção de carne brasileira. Importante lembrar que temos 20 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar”. Já o consultor Fava Neves deixou uma tarefa que para os ouvintes possam se perpetuar na agricultura: “Compensação financeira (saber quando vender / você precisa ser melhor antes de ficar maior); manter a mente aberta (frequentar eventos, investir no uso de tecnologia); coletar e administrar todos os dados possíveis. Na parte da tarde, aconteceram apresentações para aves, suínos e bovinos. Na sala aves, foram discutidas a “Importância da alimentação nos primeiros 21 dias de vida de frangos de


corte”, “Melhorando a progênie pela nutrição das matrizes”, “Fundamentos e perspectivas da nutrição "in ovo" para frangos de corte e Nutrição de pintos de corte nascidos na granja”. Ao mesmo tempo, na sala suínos, foi a vez dos temas “Panorama sobre sustentabilidade no uso de fêmeas de alta prolificidade: nutrição e manejo”, “Redução nos teores protéicos em dietas para leitões e suplementação de aminoácidos”, “Alimentação de matrizes suínas e efeitos sobre a progênie” e “Processamento de ingredientes para leitões visando melhorar a digestibilidade de proteínas/carboidratos”. Na sala bovinos os assuntos discutidos foram: “Suplementação energética e proteica com foco na longevidade da matriz gestante - Foco na matriz”, “Suplementação energética e protéica na

A programação contou com três salas para abordar os temas escolhidos nas áreas de aves, suínos e bovinos matriz gestante com foco no desenvolvimento e no desempenho da progênie”, “Impacto da nutrição fetal na qualidade da carne da progênie” e “Impacto da nutrição fetal na reprodução de vacas de corte”. No segundo dia (11), na sala aves, entraram em pauta os temas “Desenvolvimento Fisiológico do Frango de Corte no Período Pós-Eclosão”, “Níveis de proteína, aminoácidos, energia e outros nutrientes nos primeiros 21 dias” e dois painéis, sobre “Aminoácidos funcionais em rações iniciais” e “Micronutrientes e Alimentos funcionais”. Na sala suínos, mais uma sequência de palestras: “Evolução dos conceitos nutricionais e de métodos de alimentação de porcas reprodutoras: histórico e perspectivas”, “Perspectivas sobre a retirada de óxido de Zn em dietas para

leitões”, “Ingredientes proteicos de alta digestibilidade para leitões”, “Uso de enzimas em dietas para leitões” e “Utilização de ingredientes fibrosos na alimentação de leitões como estratégia para redução dos efeitos da retirada de antimicrobianos das dietas”. Na sala bovinos, “Nutrição de vacas gestantes à luz da nutrigenômica”, “Como o manejo e a nutrição das vacas

no período seco afeta a vida produtiva das crias”, “Papel de nutrição na função imune de bezerras leiteiras”, “Qual a melhor estratégia para aleitamento de bezerras leiteiras?” e “Desafio do desaleitamento: como alimentar as bezerras para que tenham uma transição tranquila”. Para encerrar o dia 11 com chave de ouro, às 18:00 foram anunciados os vencedores dos trabalhos científicos.

AVES Título: DIGESTIBILIDADE ILEAL VERDADEIRA DO FÓSFORO DO FOSFATO BICÁLCICO PARA FRANGOS DE CORTE DETERMINADA PELO MÉTODO DE REGRESSÃO Autor: Felipe Dilelis

SUÍNOS Título: GRÃOS SECOS DE DESTILARIA DE MILHO DE ALTA PROTEÍNA E ADITIVOS MELHORADORES DE DIGESTIBILIDADE EM DIETAS DE SUÍNOS Autor: Vinicius R.C. Paula

BOVINOS Título: SACCHAROMYCES CEREVISIAE COMO CULTURA DE LEVEDURA OU LEVEDURA AUTOLISADA NO DESEMPENHO DE BOVINOS CONFINADOS Autor: Paulo E. Piemontez de Oliveira

CBNA VAI CONTINUAR COMPARTILHANDO CONTEÚDO DA SUA 33ª REUNIÃO ANUAL Diante dos muitos pedidos que chegaram de interessados nas apresentações do Congresso, o CBNA vai continuar com as inscrições abertas até 30 de novembro para aqueles que não puderam participar, pois a plataforma do Congresso permanecerá aberta até o

dia 05 de dezembro próximo para que os todos possam assistir ao conteúdo do Congresso. A 33ª Reunião Anual do CBNA teve o patrocínio de Adisseo, Elanco, Evonik, Phileo, Polinutri e a colaboração de Alltech, Manzoni, Sindirações e Ab Vista. Mais informações em: www.cbnaavessuinosbovinos.com.br

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Retrospectiva USDA

Em 2021 Brasil retorna ao posto de 2º produtor mundial de carne de frango, aponta USDA Produção brasileira de carne de frango registra aumento anual de 3,39%, com isso chegando aos 14,350 milhões de toneladas

D

epois de, no biênio 2019/2020, perder o lugar para a China, neste exercício o Brasil retorna à posição de segundo maior produtor mundial de carne de frango, posto que deve manter em 2022 – aponta o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Para aquele órgão, em 2021 a produção brasileira de carne de frango registra aumento anual de 3,39%, com isso chegando aos 14,350 milhões de toneladas. Já a produção da China tende a recuar cerca de 4% no ano, não passando dos 14 milhões de toneladas.

Por ora, fiquemos com as projeções relativas ao Brasil. Elas sugerem que, a despeito de todas as dificuldades enfrentadas desde 2020 e exacerbadas em 2021, a produção continuará em expansão. O previsto para 2022 é um volume superior a 14,7 milhões de toneladas, 2,5% a mais que o estimado para o corrente exercício. Embora os volumes apontados sejam mínimos, chama a atenção nas atuais projeções a indicação de que o Brasil importou (2020) e deve importar (2021 e 2022) cerca de 5 mil toneladas de carne de frango. Conforme o USDA,

76% desse volume provêm da Argentina e os restantes 24% do Chile. Entre janeiro e julho essas importações somaram 3 mil toneladas. No tocante às exportações brasileiras de carne de frango em 2021, o USDA corrigiu em mais de 5% sua projeção anterior (3,850 milhões de toneladas) e agora prevê que os embarques superarão os 4,050 milhões de toneladas. E sugere que, no ano que vem, ocorra aumento de pelo menos 3% em relação ao previsto para este ano, com o que o volume exportado pode aproximar-se dos 4,2 milhões de toneladas.

Disponibilidade interna – estimada em pouco mais de 10 milhões de toneladas em 2020 – irá aumentar perto de 3% em 2021 e pouco mais de 2% em 2022

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BRASIL | Tendências da carne de frango Produção, importação, exportação e oferta interna | 2020, 2021 (estimativa) e 2022 (1ª projeção) - mil toneladas 2020 A

2021 B

2022 C

B/A

C/B

13.880

14.350

14.720

3,39%

2,58%

IMPORTAÇÃO

5

5

5

0,00%

0,00%

EXPORTAÇÃO

3.874

4.055

4.180

4,67%

3,08%

OFERTA INTERNA

10.011

10.300

10.545

2,89%

2,38%

PRODUÇÃO

Fonte dos dados básicos: USDA – Elaboração e análises: AVISITE

irá aumentar perto de 3% em 2021 e pouco mais de 2% em 2022. Acesse, no site do USDA, o relatório assinado por Camila Aquino (com aprofundada análise de mercado) sobre as tendências da carne de frango brasileira em 2021 e 2022: https://apps.fas.usda.gov/newgainapi/api/ Report/DownloadReportByFileName?fileName=Poultry%20and%20Products%20 Annual_Brasilia_Brazil_09-01-2021

Previsto para 2022 é um volume superior a 14,7 milhões de toneladas, 2,5% a mais que o estimado para o corrente exercício.

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Neste caso, é sempre oportuno lembrar que as estimativas não incluem as exportações de pés/patas de frango – item que não dispõe de um código específico no sistema brasileiro. Por outro lado, o USDA passou a incluir, a partir deste relatório, as exportações brasileiras de carne de frango salgada, com ajuste retrospectivo nas estatísticas do órgão até 2006. Sob tal panorama, a disponibilidade interna – estimada em pouco mais de 10 milhões de toneladas em 2020 –

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Retrospectiva | Perspectiva

Sindirações projeta crescimento de 4,5% em 2021 para a produção de ração animal Para 2022 o cenário tende a ser promissor, com expectativa de boas safras e números positivos

A

s projeções do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) apontam que a produção de ração animal deve encerrar 2021 com um crescimento em torno de 4,5% em relação a 2020, quando foram produzidas 81,5 milhões de toneladas de ração. Esse crescimento se justifica pelo efeito das exportações, principalmente da China, que impactaram a demanda por carnes brasileiras. No primeiro semestre deste ano, o setor de rações animais registrou um crescimento de 5,2% se comparado ao mesmo período de 2020, somando uma produção de aproximadamente 39 milhões de toneladas. A indústria brasileira de alimentação animal manteve o desempenho, apesar dos desafios impostos pelo efeito dos fatores climáticos extremos (estiagem e geadas), pela alta do dólar no ambiente doméstico e o alto preço do milho e da soja.

FRANGOS DE CORTE De acordo com o vice-presidente executivo do Sindirações, Ariovaldo Zani, apesar do estratosférico custo dos principais insumos (milho e farelo de soja, afora os aditivos importados e indexados ao dólar), o auxílio emergencial e o persistente déficit interno chinês pelas carnes continuaram contribuindo na demanda por frango, e em consequência asseguraram avanço de 5,8% na produção de rações para frangos de corte durante o primeiro semestre de 2021, que culminaram em 18,5 milhões de toneladas.

GALINHAS DE POSTURA Em 2021 a produção de ovos está tendo um crescimento percentual um pouco mais tímido, quando comparado à avicultura de corte e a suinocultura. Muito embora o consumo doméstico tenha aumentado e sustentado o crescimento, como resultado da difi-

Expectativa de Produção de Ração (milhões de toneladas) Segmento

Ariovaldo Zani é vice-presidente executivo do Sindirações

2020*

2021**

%

Aves

41,4

42,8

3,5

Frangos de Corte

34,2

35,6

4,0

Poedeiras

7,15

7,26

1,5

Suínos

18,8

19,9

6,0

Bovinos

11,9

12,3

3,0

Leite

6,4

6,4

0,0

Corte

5,48

5,84

6,5

*Estimativa **Previsão Fonte: Sindirações / Adaptado: Revista do AviSite

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culdade financeira do consumidor, que na escala deixa de comprar carne bovina e opta pelas proteínas mais baratas. Durante o primeiro semestre, a produção de rações para poedeiras somou pouco mais de 3,5 milhões de toneladas e ajustada ao plantel de poedeiras em produção que permaneceu praticamente estável no período apurado. Desde maio, contudo, vem ocorrendo moderação natural no alojamento por conta da persistência do alto custo dos grãos e dos baixos preços pagos ao produtor de ovos. Com a escassez registrada em 2021 - um resultado dos efeitos climáticos adversos, seca, geadas, quebra de safra - o estoque de passagem ficou muito pequeno, e as exportações de grãos foram muito inferiores ao programado. “No fim das contas a expectativa do mercado levou a um efeito especulativo, com o milho chegando a algumas praças a custar R$ 120 a saca, algo que alguns anos atrás se pagava R$ 35. Diferente da soja, que está tendo um excelente ano de exportação”, explica Zani.

O QUE ESPERAR EM 2022? “Para 2022, estamos percebendo um alívio no preço do milho, mesmo ainda estando em altos patamares”, analisa o vice-presidente. Para ele existem perspectivas de que no próximo ano haverá uma recuperação nos setores produtivos e econômicos, um otimismo que se dá por conta da previsão de efeitos climáticos amenos, bem como a regularidade das estações chuvosas e da quantidade de precipitação. “Os modelos científicos indicam que o clima será mais amigável em 2022, seja no Hemisfério Sul ou Norte. E essa regularidade devolverá a produtividade que é necessária para o desempenho da produção de milho e uma continuidade no crescimento da produção de soja”, afirma Zani. Do ponto de vista de custo, a tendência é que haja um esfriamento nos preços dos grãos. Existem também as questões de câmbio, que influenciam diretamente os insumos que são importados (como as vitaminas, aminoácidos e aditivos) e pagos em dólar. Há também um direcionamento de que o câmbio seja mais valorizado ano que vem, com o real valendo um pouco mais. A certeza é que o mundo continuará demandando por alimentos produzidos no Brasil, como resultado da recuperação, mesmo em menor intensidade, que está ocorrendo na economia mundial. Esses efeitos positivos podem levar a indústria de ração animal para um crescimento esperado, em 2022, entre 4% e 4,5%, “números que refletem as análises das associações produtoras. E nós, do setor de alimentação animal, somos modulados pelo desempenho da produção animal”, completa o vice-presidente executivo. Para Zani, existe um conjunto de inputs que vão favorecer e trazer otimismo em 2022 para a cadeia de produção de proteína animal brasileira. “O preço do grão caindo, atrelado à queda do câmbio, melhores condições climáticas, maiores safras, mais oferta e menor preço, melhora na relação de oferta e demanda, valorização do real ou queda do dólar, são todas projeções que trazem um cenário mais amistoso para o próximo ano”, finaliza.


Retrospectiva | Perspectiva

O bom exemplo da avicultura Setor avícola segue líder, dialogando com todas as frentes e com apoio importante do Ministério da Agricultura Autor: Ricardo Santin, Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)

O

Brasil deve registrar recorde na produção e exportação de aves em 2021, conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A expectativa é promissora: a produção nacional de carne de frango pode alcançar entre 14,100 e 14,300 milhões de toneladas neste ano, elevação de 3,5% em relação a 2020 — que chegou a 13,845 milhões de toneladas. Esse será o maior volume já registrado pela avicultura nacional na história. O crescimento também é percebido no mercado interno. A estimativa fica entre 9,550 e 9,800 milhões de toneladas destinadas à mesa do brasileiro, o que corresponde a um aumento de 2% em comparação ao ano passado. O consumo per capita será de 46 quilos de carne de frango, um patamar que é 1,5% maior do que o registrado em 2020. Um sinal claro de que essa fonte de proteína se manteve presente na vida de uma parcela significativa da população, apesar do cenário pandêmico e de todas as dificuldades econômicas e sociais. No recorte das exportações, a ampliação do volume embarcado é ainda mais evidente: até 10%. Essa poderá ser a maior variação já contabilizada na

No recorte das exportações, a ampliação do volume embarcado é ainda mais evidente: até 10% 28

Ricardo Santin: “Consumo per capita será de 46 quilos de carne de frango, um patamar que é 1,5% maior do que o registrado em 2020. Um sinal claro de que essa fonte de proteína se manteve presente na vida de uma parcela significativa da população”


avicultura nacional, com volume superior a 4,5 milhões de toneladas, contra 4,231 milhões de toneladas do ano passado. A consistência da demanda asiática por aves e a grande busca de clientes tradicionais, como o Oriente Médio e a União Europeia, reforçaram ainda mais a expectativa de recorde. Cabe ressaltar, que não houve qualquer tipo de pressão de disponibilidade de produtos no Brasil. O consumidor brasileiro segue sendo o principal destino da produção. O ano de 2021 será marcado pela superação de desafios históricos, alcançando recordes em produção, consumo e exportações. Ampliamos nosso espaço nas gôndolas, mesmo em meio ao mais desafiador dos momentos de nossa história recente. E já percebemos, no fim deste ano, sinais de retomada econômica, com efeito positivo dos avanços da vacinação. Além disso, a implementação de programas de apoio à renda, criados a partir das necessidades impostas pela pandemia, contribuem para esse cenário animador. Por isso, as perspectivas para o desempenho das exportações e mercado interno em 2022 são positivas. O food service ganhará novo fôlego, ao mesmo

tempo em que veremos o restabelecimento do consumo em escolas e outros tradicionais destinos. No exterior, a pandemia deu sinais de recrudescimento, mas a curva de aprendizado sobre o vírus deverá possibilitar uma reação mais assertiva em relação ao que vimos em 2020 e no início do ano. Por outro lado, não há expectativa de queda nos custos de produção no curto prazo, em uma equação que considera não apenas o milho e a soja em patamares históricos, como também plásticos e papelão para embalagem, diesel, a energia elétrica, tudo está mais caro. Nada disso, porém, impediu resultados importantes, porque há empenho, dedicação e compromisso. A avicultura segue líder, dialogando com todas as frentes e com apoio importante do Ministério da Agricultura, liderado pela ministra Tereza Cristina. Os números só confirmam os importantes avanços e o enfrentamento do quadro, com medidas para a redução da pressão e assimetrias existentes no mercado de grãos, especialmente a partir do segundo semestre de 2020. Referência na América Latina. Exemplo para o mundo.

Produção nacional de carne de frango pode alcançar entre 14,100 e 14,300 milhões de toneladas neste ano, elevação de 3,5% em relação a 2020 29


Retrospectiva | Perspectiva

Os desafios que não foram resolvidos, mesmo com a nossa persistência Setor produtor de proteína animal deu conta do recado e não deixou faltar alimento na mesa dos brasileiros, ajudando, ainda, o país a cumprir o seu papel de grande fornecedor mundial de alimentos Autor: Nélio Hand, Diretor-Executivo da Associação dos Avicultores do Espírito Santo

O

ano de 2021, como se esperava, mostrou-se muito desafiador, não apenas sob o ponto de vista da pandemia do Covid-19, mas também por fatores que desde o ano passado vêm afetando fortemente o setor de proteína animal, especialmente pelos altos custos de produção. As fortes altas que ocorreram com o milho e o farelo de soja, além de outros insumos necessários para o dia a dia da produção, geraram dúvida, em certos momentos, se haveria o suficiente para suprir a demanda. Mesmo assim, os produtores “deram conta do recado” e não deixaram faltar alimento na mesa dos brasileiros e ajudando o país a cumprir o seu papel de grande fornecedor mundial. E mesmo com números otimistas para o fechamento do ano, com a pro-

Para 2022, o entendimento é que o produtor e a indústria continuarão com cautela, especialmente com os custos 30

Nélio Hand: Das medidas que foram adotadas, a mais importante foi a retirada do PIS e COFINS nas operações de importação de milho, o que já possibilitou que os custos fossem amenizados


dução nacional de ovos prevista em torno de 2% a mais e a produção de frangos podendo ser de cerca de 3,5% maior do que o produzido em 2020, as sequelas desses custos altos, potencializados por fatores especulativos, entre outros, deverão contribuir para resultados muito apertados e com muitos produtores fechando o ano com as contas no vermelho, especialmente os de pequeno porte, que representam um número significativo na avicultura. Aliás, alguns produtores não estão resistindo à crise vivenciada e estão encerrando suas atividades. E isso foi um alerta que nós fizemos, inclusive às nossas autoridades, já que não conseguimos ajustar os preços do produto final (e ainda não se consegue suficientemente) para auferir correções aos preços das proteínas ao consumidor na mesma proporção da elevação dos custos, ou seja, a mudança de patamar que muitas vezes nos foi justificada como necessária, especialmente em decorrência da alta demanda mundial, do câmbio e outros fatores justificados, não foi possível ser alcançada por nossos segmentos. Entre os problemas verificados, e que foram alvos dos alertas que fizemos, a percepção em relação a capacidade de pagamento do consumidor, que vem ficando defasada, sempre foi abordada. Paralelamente, o sentimento de escassez de insumos permeou várias vezes as discussões realizadas pelo setor, fazendo com que entidades estaduais e nacionais se mobilizassem no sentido de levar às autoridades competentes propostas de ações que pudessem garantir o abastecimento. Das medidas que foram adotadas, o que os produtores e a indústria consideraram como mais importante foi a retirada do PIS e COFINS nas operações de importação de milho, e, embora essa medida tenha chegado ao setor mais tarde do que se esperava, já possibilitou que os custos fossem amenizados, havendo também menor pressão sobre o comprador. Ou seja, a saca de milho, que nos últimos meses ultrapassou os R$ 110,00, hoje está em torno de R$ 92,00, mostrando que a busca por alternativas

É fundamental que o poder público entenda a sua importância, permitindo estrutura oficial para atender suficientemente o setor produtivo e permitindo, inclusive, o combate a concorrência desleal de abastecimento, principalmente por estados que estão distantes da produção, deve ser permanente e medidas como a retirada do PIS e COFINS devem ser contínuas, já que isso nitidamente permite que haja mais coerência

e que o mercado fique menos suscetível a especulações, sem levar prejuízos aos cofres públicos. Assim, quem produz o insumo pode continuar recebendo o valor desejável no seu produto e quem consome, pode pagar aquilo que de fato é o custo do insumo e que permita produzir proteína com um valor compatível com a renda do consumidor. Desde o começo da pandemia o setor nacional se antecipou em vários aspectos e a produção não ficou prejudicada. Continuou investindo, especialmente em tecnologia e processos, permitindo que não houvesse prejuízos nos volumes produzidos, pelo contrário, produzindo mais para poder levar produtos de qualidade e saudáveis à mesa do consumidor. Para 2022, o entendimento é que o produtor e a indústria continuarão com cautela, especialmente com os custos. O abastecimento será uma vertente de acompanhamento constante, já que muitos especialistas afirmam que a demanda mundial continuará aquecida, o que certamente manterá preços elevados. O que se espera é que as ferramentas que atenuam as elevações exageradas e desnecessárias pos-

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Retrospectiva | Perspectiva

Sentimento de escassez de insumos permeou várias vezes as discussões realizadas pelo setor

sam continuar sendo aplicadas para que todos possam continuar produzindo, seja quem produz insumo ou quem produz proteína. Continuaremos firmes e articulados na busca das alternativas também para a logística, a ferrovia é um caminho sem volta que está sendo buscado com afinco pelas entidades. O aprendizado que todos tivemos com o que ocorreu em 2018, e que volta e meia nos é lembrado através das tentativas de novas paralizações, deixa cada vez mais evidenciado de que não se pode depender exclusivamente de um único modal de transporte. E a própria estrutura defasada que existe em boa parte de nossas rodovias é um limitador de crescimento de muitos setores econômicos que dependem desse modal. E embora se perceba todas as movimentações das nossas autoridades para

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que estradas e ferrovias sejam melhoradas, muito há que se fazer. O transporte férreo ainda não chega aos que transportam pequenos volumes frente aos milhões de toneladas que são transportados para os portos. 2021 foi um ano de grandes avanços para a avicultura, o setor vem cumprindo o seu papel econômico e social, fazendo a sua parte no contexto sanitário, ambiental e de bem-estar animal, visando cada vez mais melhorar sua produção, e inclusive o acesso a novos mercados. A expectativa nesse contexto é que os demais atores que fazem parte desse complexo continuem participando e desempenhando também o papel que lhes é pertinente, assim como vimos nos últimos meses em algumas áreas. É fundamental que o poder público entenda a sua importância em todo esse contexto, permitindo estrutura ofi-

cial para atender suficientemente o setor produtivo e permitindo, inclusive, o combate a concorrência desleal e outros que prejudicam cada vez mais aqueles que buscam produzir pautados nos critérios das legislações. A pandemia mostrou sim sua capacidade de limitar muitas atividades, “impondo” várias regras e critérios de convivência social, prejudicando muitos segmentos da economia, mas não foi capaz de frear a produção animal e diminuir o consumo de grande parte das proteínas produzidas no Brasil. Isso se deu graças à rápida atuação de entidades representativas, das autoridades e especialmente de quem produz, adequando-se mais uma vez a uma realidade que por muitas vezes pareceu cruel nesses últimos meses, mas que vem sendo superada e que certamente está deixando a cada dia muitas lições para todos nós.


Inovação

Biotecnologia: uma aliada da avicultura Apesar de todas as dificuldades, o Brasil é um celeiro de inovação, ainda mais no setor agropecuário, temos diversas startups que trazem grandes benefícios Autor: Itamar Durli Junior, Doutorando em Biotecnologia pela Universidade Federal de Santa Catarina

N

os últimos meses, devido à pandemia de COVID19, temos escutado diversas palavras diferentes para a maioria das pessoas como PCR, DNA, recombinante, vetor viral, etc., palavras que fazem parte da rotina diária de profissionais de biotecnologia. Considerada a mais nova fronteira tecnológica, a biotecnologia é uma das áreas que mais deve avançar nos próximos anos. Mas como isso tudo vai ajudar a melhorar a produção de suínos? Uma rápida pesquisa por patentes depositadas na área de biotecnologia envolvendo suinocultura, no período de 1995 até 2020, nos dá uma boa ideia de como a biotecnologia tem avançado nos últimos cinco anos. O gráfico abaixo mostra um crescimento vertiginoso no número de patentes depositadas, o que significa um aumento no número de pesquisas relacionadas ao assunto. Estas patentes têm tópicos como a formulação de rações, o desenvolvimento de uma variedade de milho que, modificado geneticamente, pode ser utilizado na prevenção de doenças parasitárias em suínos. Há patentes que tratam de testes diagnósticos para a identificação de doenças infecciosas ainda no campo, acelerando o diagnóstico e dando mais rapidez também no início do tratamento e até sobre como silenciar uma proteína, permitindo que órgãos suínos possam ser transplantados para seres humanos. Muitas patentes ou inovações biotecnológicas que podem trazer benefí-

cios para a avicultura não utilizam o termo avicultura em seu tópico e por isso não aparecem neste gráfico, principalmente as que envolvem diagnóstico molecular e desenvolvimento de vacinas, que são mais abrangentes. Com os avanços da biologia molecular e da bioinformática, que são ferramentas biotecnológicas, podemos

realizar diagnósticos mais rápidos e precisos favorecendo o início de tratamentos ou o desenvolvimento de uma nova vacina através da vacinologia reversa. Essa técnica utiliza modelos matemáticos e computacionais para produção de vacinas, ajudando o cientista a focar nos mecanismos que têm a maior probabilidade de sucesso. Tal in-

Itamar Durli Junior

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Inovação FIGURA 1 | Gráfico mostrando número de patentes por período

ficar e substituir trechos do DNA por outros visando melhorar características nos animais. Você pode ver um pouco sobre isso no documentário Unnatural Selection (Seleção Artificial), disponível na plataforma Netflix, vale a pena assistir.

AS STARTUPS DE BIOTECNOLOGIA

Fonte: Derwent Innovations Index.

formação é algo muito importante quando sabemos que infelizmente o número de doenças infecciosas deve aumentar nos próximos anos. A tecnologia envolvida para o sequenciamento genético e análise genética de doenças infecciosas está cada vez mais barata e de fácil utilização, e muita novidade ainda vem por aí. Hoje, por exemplo, já é possível fazer o sequenciamento genético de um vírus ou bactérias na cozinha de casa, com um equipamento do tamanho de um celular e algum treinamento realizado online pelo Youtube. E a tendência é que os testes genéticos sejam mais rápidos, fáceis e baratos. Para termos uma ideia, com os avanços tecnológicos os valores de sequenciamento caíram a patamares muito abaixo do previsto. Um sequenciamento que chegou a custar cem milhões de dólares, em setembro de 2001, teve seu valor reduzido drasticamente a cada 18 meses chegando a valores próximos de 100 dólares em 2020. Isso pode ser visto no gráfico da lei de Moore, que prevê a queda no custo de tecnologias baseada na concorrência e no desenvolvimento do mercado. Além de todo o benefício de um diagnóstico rápido, as técnicas de biologia molecular nos permitem também avaliar geneticamente nossas ma-

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trizes ajudando a entender e a melhorar a produção. E, caso seja necessário, as técnicas podem até fazer algumas interferências genéticas visando uma melhora na produção. Apesar de parecer ficção científica e termos sérias questões éticas a respeito, existem hoje técnicas capazes destes feitos. Entre elas a CRISPR/cas9 que pode modi-

Apesar de a maioria destas patentes levantadas serem de gigantes multinacionais, muitas são oriundas de pesquisas universitárias que acabaram virando uma solução inovadora para o mercado nas mãos de jovens empreendedores, as famosas startups. A despeito de todas as dificuldades, o Brasil é um celeiro de inovação, ainda mais no setor agropecuário, onde temos diversas startups que trazem grandes benefícios. Temos startups que trabalham em todas as possíveis vertentes da biotecnologia, identificando proteínas alvo através da bioinformática, desenvolvendo testes diagnósticos mais precisos, vacinas mais eficazes e até mesmo de monitoramento de sanidade animal através de microchips. Algumas das startups de biotecnologia mais inova-


FIGURA 2 | MinIon, equipamento de sequenciamento genético Oxford Nanopore technologies

FIGURA 3 | Gráfico de Moore onde a linha rosa é a estimativa de preço da tecnologia no decorrer do tempo e a linha amarela é o preço real da tecnologia de sequenciamento genético.

doras do país são do setor agropecuário, na suinocultura por exemplo podemos citar algumas: Sentinell, utiliza tecnologia RFID para monitorar doenças infecciosas em matrizes em tempo real; Ylive, desenvolve probióticos que buscam modular a microbiota dos animais visando um melhor rendimento na produção e a redução do uso de antibióticos; Ymmuno, desenvolve soluções que visam controlar a proliferação de

bactérias como a Brachyspira spp. sem a utilização de antimicrobianos; Phagen, trabalha com o controle biológico de bactérias patogênicas, reduzindo a necessidade de antibióticos. E temos muitas outras que estão começando com ideias inovadoras e que valem a pena serem acompanhadas de perto, com certeza virá coisa boa por aí. Este texto não tem o objetivo de fazer previsões futurísticas a respeito de máquinas que irão produzir vacinas

Uma rápida pesquisa por patentes depositadas na área de biotecnologia envolvendo suinocultura, no período de 1995 até 2020, nos dá uma boa ideia de como a biotecnologia tem avançado nos últimos cinco anos. Há um crescimento vertiginoso no número de patentes depositadas, o que significa um aumento no número de pesquisas relacionadas ao assunto em tempo real ainda dentro da granja (apesar de ser uma ideia interessante, e que já deve estar sendo estudada). Mas sim um despertar para todas estas possibilidades, que podem viabilizar qualquer novidade futura. Em suma, devemos estar atentos, com olhos e mentes bem abertos para a inovação. Com toda certeza é a única maneira do nosso país se manter cada vez mais competitivo no setor.

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Saúde Animal

Salmonelas e a Salmonelose na avicultura de corte no Brasil Grande desafio atual é o controle das salmonelas paratíficas, que representam os outros quase 300 sorotipos que podem infectar as aves, além da Gallinarum e Pullorum Autores: Alberto Back, Med. Vet., MSc, PhD, Vânia Bernardes Med. Vet, MSc. MercoLab Laboratórios LTDA, Cascavel PR

A

té algumas décadas, a grande preocupação com as salmonelas na avicultura de corte no Brasil era com a S. Gallinarum e S. Pullorum, que produzem o tifo aviário e a pulorose respectivamente. Também são denominadas salmonelas tíficas, pois provocam elevada mortalidade e transmitem-se verticalmente em altas taxas. Na verdade, essa era uma preocupação não só do Brasil, mas do mundo todo onde existe avicultura comercial competitiva. A indústria avícola brasileira entendeu que para ser competitiva no mercado global não poderia se desenvolver convivendo com esses patógenos. Desde o início optou pela erradicação como medida básica de controle, associadas as demais medidas de biosseguridade. Com isso, temos hoje, plantel livre de tifo e pulorose. Ocasionalmente ocorrem surtos, mas são prontamente controlados (erradicados). Isso tem dado vantagem competitiva para um país exportador que somos. O fato de essas duas salmonelas serem muito adaptadas às aves (galinhas, perus, codornas) o seu controle é facilitado, pois outras aves e mamíferos não tem importância como multiplicador e disseminador desse agente. Pelo fato da S. Gallinarum e S. Pullorum estarem sob controle em aves de corte, o Brasil tem se tornado uma referência nesse assunto, quando comparado com a maioria dos países do mundo.

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Hoje, plantel livre de tifo e pulorose. Ocasionalmente ocorrem surtos, mas são prontamente controlados


Apesar do nosso sucesso no controle das salmonelas tíficas, o grande desafio atual é o controle das salmonelas paratíficas, que representam os outros quase 300 sorotipos que podem infectar as aves, além da Gallinarum e Pullorum. As salmonelas paratíficas estão presentes e amplamente disseminadas na avicultura de corte, sendo praticamente impossível a erradicação. Dentre os sorotipos mais comuns estão a S. Heidelberg e a S. Minnesota, principalmente na região sul, a maior produtora. Durante a última década, a S. Heidelberg predominou em número de isolados proveniente de amostras de frangos de corte principalmente no Estado do Paraná. Porém, de 2018 em diante outro sorotipo, a S. Minnesota, tem aumentado de frequência e neste ano de 2021 com dados tabulados até outubro atingiu 36% do total de isolados, ultrapassando a Heidelberg (Gráfico 1 – fonte MercoLab, 2021). Temos observado que a Minnesota tem um comportamento um pouco diferente da S. Heidelberg. Esse sorotipo tem sido detectado com mais frequência em

amostras provenientes de matrizes e também em amostras de ração, o que pode justificar o seu avanço na cadeia avícola, visto que a Heidelberg está mais restrita ao frango de corte e raramente é isolada na matriz e na ração.

Infecção por salmonelas paratíficas não causa sintomas ou lesões nas aves. Mas esse grupo de salmonelas têm o potencial de infectar humanos e causar toxinfecções alimentares

Dados compilados dos últimos 3 anos demonstram que a frequência de isolados dos demais sorovares (Mbandaka, Senftenberg, Schwarzengrund...) permaneceram estáveis, como mostra o Gráfico 2 (fonte MercoLab, 2021). A infecção por salmonelas paratíficas, em geral, não causa sintomas ou lesões nas aves e nem interferem em dados de produtividade, tanto no frango como na matriz. Porém, esse grupo de salmonelas têm o potencial de infectar, embora em baixa frequência e com pouca gravidade, humanos e causar toxinfecções alimentares, tornando se assim agentes relevantes para a saúde pública. Sendo o Brasil o primeiro no ranking dos países exportadores de carne de aves, tem havido grande pressão pelos importadores para com o controle dessas salmonelas. Estados como o Paraná, responsável por 35,47% do volume de abate brasileiro e mais de 40% das exportações de carne de frango em 2020 (ABPA 2021), tem feito esforços e investimentos significativos para o controle desse patógeno. O setor avícola, como um todo,

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Saúde Animal

Percentagem de S. Heidelberg X S. Minnesota em Aves de 2011 a 2021 (10)*

GRÁFICO 1 | Percentagem de S. Heildelberg x S. Minnesota em Aves de 2011 a 2021 (10)*

S. Heidelberg

S. Minnesota S. Heidelberg: 44,7 S. Minnesota: 36,0

41,0

33,6

42,3

37,5

31,0 21,0

27,3

11,0 1,0

1,0

2011

2012

2013

26,7

32,8 28,8

26,5 S. Minnesota: 2,2

43,6

1,4

1,8

3,3

2014

2015

2016

9,0

8,3

2017

2018

17,5

2019

24,6 S. Heidelberg: 20,6

2020

2021

Fonte:Fonte: MercoLab 2021 *Até outubro. MercoLab 2021

tem se preocupado e investido continuamente para redução dos índices de positividades para salmonelas. Entendemos que há muito para ser feito, mas também avançamos muito, a ponto de o Brasil ter se tornado uma referência no controle de salmonela no mundo. Com isso, temos atingidos níveis que nos permitem atender o mercado interno e exportar para os países mais exigentes. Quanto ao controle das salmonelas paratíficas, não é uma tarefa fácil, pelas suas características epidemiológicas e pela ampla difusão, ela exige: conhecimento, ação integrada na cadeia (matriz, ração, aviário/granja, incubatório

e frigorífico), monitoramento, uso de produtos anti-salmonela (ácidos, probióticos, prebióticos, extratos vegetais...), uso de vacinas (inativadas, vivas e de subunidades), cuidados de ambiência e manejo, associado a medidas rigorosas de biosseguridade. Vale salientar que não há um programa único que garanta controle absoluto. É fundamental que conheçamos as características dos sorotipos presentes, termos em mente de que eles não são todos iguais e a partir de então passarmos a usar as ferramentas e as ações acima descritas conforme os benefícios que cada uma delas proporciona para aquele ou aqueles soroti-

pos. O ideal seria obter aves livres e mantê-las em ambiente livre até o processo final, mas sabemos que isso nem sempre é possível. Seguem algumas das principais ações, a nível prático, que mais tem contribuído para o controle, principalmente em frangos de corte. a) intervalo entre lotes – para enfermidades gerais é usado 2 semanas, para salmonela deve ser de 3 a 4 semanas; b) cama seca (atividade de água) – quanto menor o teor de umidade na cama, menor é a taxa de sobrevivência (uso de cal tem sido um aliado);

Pocentagem dos principais sorotipos de Salmonella identificados em 2019, 2020 e 2021 (10)*

GRÁFICO 2 | Percentagem dos principais sorotipos de Salmonella identificados em 2019, 2020 e 2021 (10)*

40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0

2019

38

36,0 28,8 20,6

17,5 4,3 5,0 4,2 4,3 3,2 1,9 2,2 1,0 2,2 1,2 2,0 1,3 1,9 1,7 1,2 0,5

2020

2021

*Até outubro. Fonte: MercoLab 2021


c) densidade – quanto menor é o número de aves por m2, menor é a taxa de infecção e o tempo de sobrevivência da salmonela; d) limpeza e desinfecção – essa sempre foi praticada, mas para o controle de salmonela deve ser mais rigorosa e mais ampla no aviário e na propriedade. Aliada a limpeza, o controle de insetos e roedores deve ser intensificado; e) monitoramento – esse envolve a cadeia toda (aves, ração, ambiente), deve ser contínuo e com sorotipificação para que se possa identificar as portas de entradas e a eficiência das medidas de controle; f) aliadas a essas medidas, as demais acima como: uso de vacinas, aditivos na ração ou água, ambiência e manejo devem complementar o conjunto de ações.

GRÁFICO 1 Esse gráfico mostra o comportamento, nos últimos 10 anos, dos dois principais sorotipos de salmonelas prevalentes hoje. É possível que as medidas adotadas para controle da S. Heidelberg não são tão efetivas para S. Minnesota, o que permitiu o seu avanço.

GRÁFICO 2 Esse gráfico mostra a frequência dos 10* principais sorotipos de salmonelas de aves identificados em 2019, 2020 e 2021 até outubro. Em média são mais de dez mil sorotipificações por ano. Podemos ver que os dois principais sorotipos são Heidelberg e Minnesota, enquanto os demais permanecem em baixa frequência. Importante salientar, esses dados referem-se a amostras vindo principalmente do PR, SC, RS e MS.


Informe Empresarial

Pluma Agroavícola comemora 22 anos de avanço e evolução no mercado Empresa é referência no setor avícola, sendo considerada a maior produtora de ovos férteis da América Latina

Empresa é formado por 136 granjas de produção distribuídas da seguinte forma: 68 no Paraná, 14 em Santa Catarina, 22 em São Paulo, 16 no Distrito Federal, 12 em Goiás e quatro em Cassilândia

A

Pluma Agroavícola sempre se destacou no mercado pela evolução e crescimento acima da média. Hoje, com 22 anos de fundação, a empresa atua em oito estados do Brasil, sendo Paraná (com sua sede em Cascavel), Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Pernambuco e Distrito Federal. Em 1999, quando a empresa foi fundada, eram apenas cinco funcionários; hoje, são mais de 2.300 colaboradores. O empreendedorismo e a visão dos quatro sócios-proprietários, Lauri, Adroaldo e Adriano Paludo, e Mauri Mazurek, fizeram com que a Pluma se

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tornasse uma grande potência, sendo hoje referência no setor avícola, como a maior produtora de ovos férteis e pintos de corte da América Latina, com um alojamento anual de mais de 6 milhões de matrizes, produzindo mais de 80 milhões de ovos férteis por mês. Segundo o Presidente Lauri Paludo, a Pluma Agroavícola está em constante crescimento e se dedica cada vez mais para oferecer produtos de qualidade, sempre acompanhando as novas tecnologias que o mercado oferece e garantindo, assim, melhores resultados. "São 22 anos de avanço e evolução, somos referência no Brasil e também em outros países, quando o as-

sunto é produto avícola. Estamos preparados para atender a demanda cada vez mais exigente e também a expansão do mercado. As mudanças estão vindo e não podemos ficar parados, estamos sempre em busca do que tem de mais moderno e tecnológico", explica Lauri. Com equipamentos modernos e tecnologia de ponta, atualmente são 136 granjas de produção distribuídas da seguinte forma, 68 no Paraná, 14 em Santa Catarina, 22 em São Paulo, 16 no Distrito Federal, 12 em Goiás, quatro em Cassilândia, e no total 11 incubatórios, sendo todos os locais, com alto índice de eficiência e produtividade.


A empresa visa sempre expandir a produção, contando hoje com dezenas de produtores integrados e diversos parceiros. Atualmente, a Pluma fornece seus produtos para 100% do território nacional, e exporta para a América Latina, o Continente Africano e o Oriente Médio. "Toda essa preocupação em investir e propiciar um produto de altíssima qualidade é fruto do desejo de continuar competindo no mercado interno e externo, com valor e comprometimento de uma empresa de respeito, sempre em sintonia com as evoluções do mercado e sem deixar de lado a preocupação com a biossegurança e com a biosseguridade", conclui Lauri. Em 2022, a Pluma Agroavícola pretende investir ainda mais em tecnologia e produção e, com isso, expandir seus empreendimentos para outras cidades do Brasil. "Vivemos um momento de evolução e transformação. A empresa cresce a cada dia, hoje já somos mais de dois mil colaboradores e, com isso, aumenta também a complexidade das nossas operações e compromisso com nossos clientes, fornecedores e colaboradores", explica o Diretor Administrativo Adroaldo Paludo.

Pluma Agroavícola também produz ovos embrionados, que são fornecidos ao Instituto Butantan há sete anos, para a produção da vacina contra a gripe (H1N1 e suas variantes) e, neste ano, começou a fornecer para a produção da vacina Butanvac, contra o coronavírus

Adroaldo Paludo: “Hoje já somos mais de dois mil colaboradores e, com isso, aumenta também a complexidade das nossas operações e compromisso com nossos clientes, fornecedores e colaboradores”

OVOS INSTITUTO BUTANTAN GENÉTICA DE AVES CAIPIRAS Em 2020, a Pluma Agroavícola entrou no mercado de pintos caipiras, numa parceria com uma empresa experiente no setor, criando a Avipluma, que se dedica exclusivamente a essa atividade e visa atender um nicho de mercado cativo no setor avícola, crescendo em seu portfólio de produtos e se consolidando ainda mais no mercado. Segundo o Diretor Comercial, Adriano Paludo, a tendência para o mercado de carne e ovos de aves caipira é de crescimento e, por isso, a empresa resolveu investir em mais esta atividade. "A ave caipira tem o período de criação mais longo, cerca de duas vezes superior ao das aves industriais, com produção de ovos e carne menores, mas o produto diferenciado é de alta qualidade e, cada vez mais, conquista clientes exigentes, principalmente os consumidores urbanos. É um nicho que tem se mostrado lucrativo e que está só crescendo", afirma Adriano.

A Pluma Agroavícola também produz ovos embrionados, que são fornecidos ao Instituto Butantan há sete anos, para a produção da vacina contra a gripe (H1N1 e suas variantes) e, neste ano, começou a fornecer para a produção da vacina Butanvac, contra o coronavírus. Os processos de classificação, incubação, ovoscopia e transporte destes ovos são feitos de forma rigorosa, para evitar qualquer tipo de problema, e tudo é feito com equipamentos de última geração, para garantir a total qualidade. "Nós ficamos muito honrados em saber que estamos ajudando e colaborando com a saúde do nosso Brasil”, declara o supervisor de incubatório, Kleber Cadamuro. Em 2021, a Pluma, em parceria com a Fundepag, realizou um investimento para o credenciamento do Mapa. Com isso o Centro Avançado de Pesquisa Avícola (CEAV), mantido pelo Instituto Biológico (IB-APTA), em Descalvado, SP, pode fazer as análises de biologia

Lauri Paludo: “São 22 anos de avanço e evolução, somos referência no Brasil e também em outros países, quando o assunto é produto avícola. Estamos preparados para atender a demanda cada vez mais exigente e também a expansão do mercado”

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Informe Empresarial

Evandro é homenageado

Adriano Paludo: “Tendência para o mercado de carne e ovos de aves caipira é de crescimento e, por isso, a empresa resolveu investir em mais esta atividade”

molecular relacionadas à sanidade de aves. O valor investido foi de R$ 300 mil, que foram usados para adequações como compra de equipamentos, insumos e calibrações e capacitação técnica. O credenciamento do laboratório surgiu da necessidade de atendimento à demanda por análises de doenças de importância para a cadeia avícola. Segundo a veterinária Marcela Fregonezi, a empresa faz as análises das aves para os ovos controlados, que são usados na produção de vacina inativa em parceria com o Instituto Butantan, com muito mais agilidade e rapidez. “Uma vez por mês, de acordo com a legislação IN 56, nós temos que controlar nossos lotes. O equipamento que foi adquirido para análise de biologia molecular nos dá um resultado mais rápido e de confiança”, explica Marcela.

HISTÓRIA

Mauri Mazurek: “O pouco dinheiro que tínhamos, investimos no primeiro lote de matrizes: 12 mil galinhas para a produção de ovos férteis. Compramos esse lote para pagar com a própria produção. Das 12 mil aves, logo chegamos a 100 mil matrizes”

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Em 1999 nascia a Pluma Agroavícola, em Dois Vizinhos, a 180 km de Cascavel. Com anos de experiência no ramo avícola, os irmãos Lauri e Adriano Paludo, e o amigo Mauri Mazurek, resolveram abrir o próprio negócio, pois somavam características e conhecimento para implantar uma empresa competitiva e que oferecesse bons produtos. O início se fez apenas com os ovos férteis. "O pouco dinheiro que tínhamos, investimos no primeiro lote de matrizes: 12 mil galinhas para a produção de ovos férteis. Compramos esse

lote para pagar com a própria produção. Das 12 mil aves, logo chegamos a 100 mil matrizes. Com isto, a empresa ganhou corpo e começou a despertar o interesse de muitos clientes, chegando a um estágio em que precisávamos de foco. Nesse momento, mais um irmão Paludo, o Adroaldo, entrou também para a Pluma e viramos nossa atenção ao negócio próprio", explica o Diretor de Produção Mauri Mazurek. Assim estava composto o quarteto, cujas características se completavam e permitiam alavancar o negócio: Lauri líder e visionário; Mauri, diretor de produção, com grande experiência em Avicultura, respeitado em todo o setor por seu conhecimento técnico e por suas decisões assertivas; Adriano, diretor comercial, tem vasto know how no mercado; e Adroaldo, diretor administrativo, é gestor por natureza, desenvolvedor de pessoas por excelência e com extrema competência na administração dos negócios. Uma gestão inicial essencialmente familiar e que hoje possui um corpo de gerentes de nível sênior com estruturas próprias, que respondem à diretoria, a qual permanece familiar.

GERAÇÃO DE EMPREGOS Além da preocupação em fornecer produtos de qualidade, sempre acompanhando os avanços e novas tecnologias, a Pluma Agroavícola também se destaca na geração de empregos. Hoje


com mais de 2.300 colaboradores, a empresa investe cada vez mais em uma boa estrutura de trabalho. Segue contratando novos profissionais e expandindo cada vez mais as oportunidades de crescimento para quem já trabalha no grupo. “Nos preocupamos para que nossos colaboradores se sintam parte da empresa, que se sintam importantes no processo de crescimento da Pluma, por isso valorizamos o papel de cada um”, afirma o gerente de Recursos Humanos, Luciano Santin. Para o Gerente de Produção, Edson Evandro Alves de Meira, é um orgulho fazer parte da história de sucesso da Pluma. "Tive a felicidade de estar no momento certo e na hora certa, logo nos primeiros passos da empresa, e agora estamos nessa caminhada há mais de 20 anos. No início tudo era limitado, éramos uma equipe pequena, mas muito engajada, determinada a fazer com que a empresa conquistasse seu espaço no mercado, pois os diretores nos contagiaram com seus sonhos e tinham um espírito familiar com seus colaboradores. Aprendi que o sucesso acontece quando vivenciamos, participamos, acordamos e dormimos amando o que fazemos", comenta Evandro.

COLABORADORES Entre os mais de dois mil colaboradores, Olice Fiabane, 58 anos, e Deoli Fiabane, 57 anos, são exemplos da família Pluma. Casados há 37 anos e com três filhos, os dois vivem e trabalham atualmente na granja São Roque, em Dois Vizinhos, que hoje tem 40 mil ma-

trizes de ovos férteis. Antes disso, o casal já passou por várias outras propriedades, construindo sua história na empresa. Ele começou em 2001, como auxiliar de produção e, desde 2006, trabalha como monitor responsável pela granja. Já dona Deoli começou na empresa em 2006 e, desde então, desenvolve a função de auxiliar de produção. A vida do casal é de dedicação ao trabalho. Morando na granja, os dois iniciam cedo suas atividades para a produção. Seu Olice monitora outros nove colaboradores e, todos os dias, direciona o que cada um vai desempenhar. “Eu chego cedo e já sei o que cada um vai fazer: um vai tratar as aves, outro vai retirar as que estão mortas, outro vai fazer a coleta de ovos, sempre com uma rotina já definida”, explica Olice. Já dona Deoli dá o suporte e o apoio que seu Olice precisa durante a produção. Ela fica na portaria da granja, onde são feitos vários processos, como desinfecção dos ovos, registros, liberação das roupas para os colaboradores, entre outros. Toda a organização é feita por ela, o que traz uma grande segurança para o casal desenvolver seu trabalho durante a produção dos ovos férteis. “Em tudo o que precisar, eu estou lá para dar essa força e ajuda. Nós sempre trabalhamos juntos nas granjas; o que um faz, o outro também faz. E a gente se ajuda muito”, afirma Deoli. Com uma grande história de parceria, o casal se dedica ao trabalho e à vida na granja, com todo o suporte que a empresa dá. “Eu me sinto tranquilo em trabalhar na Pluma, pois é uma em-

Entre os mais de dois mil colaboradores, Olice Fiabane, 58 anos, e Deoli Fiabane, 57 anos, são exemplos da família Pluma. Casados há 37 anos e com três filhos, os dois vivem e trabalham atualmente na granja São Roque, em Dois Vizinhos presa que nos valoriza, que nos dá suporte e é de onde tiramos nosso sustento”, conclui Olice.

GRUPO PLUMA A Pluma Agroavicola é a empresa que deu origem ao Grupo PLUMA. Hoje o grupo conta com 14 Empresas e 117 unidades nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Distrito Federal, Goiás, Pará, Pernambuco e São Paulo. Ao todo são mais de 11.000 Colaboradores.

Sócios do Grupo Pluma Agroavícola

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Processamento

A importância da uniformidade de carcaça nos resultados do abate Das especificações que deve cumprir o fornecedor interno, a uniformidade das aves é das mais importante, porém, frequentemente, das menos consideradas Autor: Fábio Nunes, consultor na área de processamento

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as empresas avícolas em todo o mundo, a área de produção de frangos vivos e o abatedouro trabalham sob a relação “cliente e fornecedor internos”. Por esta razão, para ter o seu cliente interno (abatedouro) satisfeito, o seu fornecedor interno (produção viva) deve entregar-lhe, todos os dias, os frangos vivos segundo as especificações por ele re-

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queridas, para permitir-lhe, desta forma, otimizar os resultados técnicos e econômicos do abate. Das especificações que deve cumprir o fornecedor interno, a uniformidade das aves é das mais importante, porém, frequentemente, das menos consideradas. A avicultura mundial realizou um incansável e hercúleo trabalho ao longo das últimas décadas, o que tornou

possível elevar a produção mundial de carne de frango de uma posição incipiente, entre as proteínas de origem animal, a uma posição de liderança (Figura 1). Este fantástico resultado só foi possível graças aos enormes, constantes e concomitantes avanços nas áreas de genética, sanidade, nutrição e manejo que, juntos, transformaram o frango de


FIGURA 1 | Produção Global de Carnes por Tipo (MTm) 140

2018 2019 estim.

120

2020 f’cast

100 80 60 40 20 0 FAO, 2021 Frango

Suíno

tímido crescimento de antanho, numa máquina de conversão de proteínas vegetal em carne de altíssima eficiência (Figura 2). Atualmente, os parâmetros produtivos são ainda superiores – 2,900kg de peso vivo em 40 dias de engorda com uma conversão alimentar de 1,50, em média. Juntos, eles permitiram, não apenas, maximizar o potencial produtivo das aves como, também, reduzir os custos de produção, desta forma tornando a carne de frango mais e mais acessível a uma vasta maioria da população mundial que pode dispor de uma proteína nutritiva e de alta qualidade para enriquecer a sua dieta diária. Ao mesmo tempo, mas na outra extremidade, foram também notáveis os avanços na área de abate, que necessitou adequar-se para responder, de forma simultânea, à demanda crescente pela carne de frango e às restrições impostas pela gradual e crescente escassez e custo da mão de obra ao longo dos últimos anos. O que se viu, em resposta, foi um crescimento no grau de automação dos abatedouros, que beneficiou a área primária, o abate, mas principalmente a área secundária, a sala de cortes e desossa, onde sempre se concentrou o maior contingente da força labo-

Bovino

Ovino

ral nos abatedouros. Ademais, o aumento da demanda veio acompanhado pela exigência de maior padronização dos produtos, sejam frangos inteiros ou cortes, para atender ao dinâmico perfil de clientes e consumidores. Neste cenário, a uniformidade das aves vivas ganhou uma maior importância no contexto do abate pelos importantes benefícios operacionais, técnicos e económicos que os lotes uniformes geram para as empresas em comparação àqueles desuniformes. Os benefícios económicos da uniformidade começam a ser contabilizados a favor da empresa ainda na granja, muito antes, por tanto, que as aves tenham sido entregues ao abatedouro. Está amplamente comprovado que a uniformidade das aves é beneficiosa para o desempenho técnico e econômico dos lotes. Com aves mais homogêneas, as exigências nutricionais são menos variáveis, logo a margem de segurança nutricional para atender os requerimentos do lote é menor. Por conseguinte, o custo da nutrição se reduz ao mesmo tempo em que o desempenho da ave/lote aumenta. Os benefícios econômicos da uniformidade se expandem durante opera-

Ao mesmo tempo, mas na outra extremidade, foram também notáveis os avanços na área de abate, que necessitou adequar-se para responder, de forma simultânea, à demanda crescente pela carne de frango e às restrições impostas pela gradual e crescente escassez e custo da mão de obra ao longo dos últimos anos ção de abate, e, sobretudo, a de corte e desossa. A uniformidade dos lotes facilita e homogeneíza a operação de pendura por otimizar o posicionamento das aves nos ganchos. Para o atordoamento ela adquire uma importância ainda mais significativa, ao contribuir para o alcance homogéneo e consistente das aves durante o percurso pela cuba e por permitir maior previsibilidade e consistência do atordoamento, visto as aves funcionarem como um circuito elétrico durante o atordoamento, cuja resistência é diretamente proporcional ao peso vivo, entre outros fatores. Junto, tudo isto contribui ao asseguramento da qualidade e rendimento de carcaça e do cumprimento das regulamentações relacionadas ao bem-estar animal!

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Processamento FIGURA 2 | Evolução do Desempenho do Frango de Corte

Fonte: Mendes

Aves uniformes possuem um melhor desempenho frente a sangria automática, pois a posição, profundidade e extensão do corte é muito mais consistente, o que contribui para uma sangria mais eficaz. As aves, quando corretamente abatidas, perdem cerca de 50% do sangue durante a sangria, um porcentual que pode ser menor em

função das falhas que podem ocorrer durante a operação. Uma maior quantidade de sangue retido na carcaça e órgãos afetará, negativamente, o desempenho das operações subsequentes do processamento bem como a apresentação dos produtos. Lotes uniformes proporcionam uma escaldagem e depenagem mais

eficazes, assegurando, desta forma, uma melhor apresentação das carcaças e uma baixa incidência, ou ausência, de defeitos. As penas residuais exigem um repasse manual para que sejam removidas (custo); as lesões de asas ainda que sejam atribuíveis a distintas etapas da cadeia de processamento, tem a sua presença fortemente relacionada aos processos de escaldagem e depenagem deficientes! Carcaças uniformes tendem a apresentar um melhor desempenho na transferência automática da linha de abate à de evisceração – caem menos na bandeja, reduzindo, ou eliminando, a rependura e a mão de obra necessária ao trabalho; se posicionam mais facilmente e homogeneamente nos ganchos, contribuindo para o processo de evisceração, e, finalmente, asseguram maior precisão e homogeneidade ao corte das patas, contribuindo para a qualidade e o rendimento das carcaças e cortes. Quanto maior a uniformidade dos lotes, maior a precisão e consistência do ajuste das máquinas da linha de evisce-

Avicultura mundial realizou um incansável e hercúleo trabalho ao longo das últimas décadas, o que tornou possível elevar a produção mundial de carne de frango de uma posição incipiente, entre as proteínas de origem animal, a uma posição de liderança 46


ração e, por consequência, menor será a incidência de defeitos oriundos de operações mal executadas, de contaminação fecal e biliar, e de fallback do pacote de visceras e/ou perda de miúdos. Adicionalmente, com a maior uniformidade da matéria-prima o resfriamento resultará mais eficaz quanto à lavagem e desinfecção das carcaças, e mais homogêneo quanto à temperatura e absorção, logo de menor custo. Ainda que a tecnologia de cortes e desossa tenha passado por significativos avanços nos últimos anos, ainda é necessário respeitar os limites operacionais das máquinas para, assim, se conseguir extrair de cada carcaça o máximo do seu potencial de carne com a melhor apresentação e qualidade. Se a empresa possui os recursos necessários para dispor de mais de uma linha de cortes e/ou desossa de peitos e pernas, a questão da uniformidade da matéria-prima, ainda que premente, deixa de ser prioritária. Todavia, quando este

não for o caso, a uniformidade passa a ser uma exigência vital para o êxito do esforço de maximizar a qualidade e o rendimento dos cortes. Adicionalmente a tudo isto, as aves uniformes maximizam a disponibilidade de produtos dentro das faixas de peso comercial de interesse da empresa e reduzem, por consequência, a porcentagem dos produtos abaixo ou acima da faixa, que por seu menor valor comercial, reduzem a rentabilidade do mix de produção e vendas. Estudos de mercado realizados nos Estados Unidos mostraram que os cortes fora da faixa de peso comercial tinham um preço de venda 40% inferior. Finalmente, a uniformidade da matéria-prima contribui para melhorar a produtividade do abatedouro e da força laboral, o que faz baixar o custo operacional e aumentar a rentabilidade e a competitividade da empresa. A uniformidade das aves não é um trabalho casual. Não! Para ser possível

lográ-la, ela deve ser não do interesse de uma ou outra área, mas sim do interesse estratégico da empresa. Nesta condição, ela deve reunir os recursos e esforços de múltiplas áreas - matrizes, incubatório, nutrição e engorda – que deverão ser canalizados para a consecução das metas estabelecidas pela empresa. Uma vez posto o esforço coletivo em marcha, a eficácia do trabalho realizado no campo deve ser validada, regularmente, por meio do monitoramento da distribuição normal dos pesos de carcaça no abatedouro. Esses dados devem voltar ao campo para retroalimentar as ações de ajuste fino da cadeia de produção e cujos novos resultados deverão ser, novamente, validados, posteriormente, no abatedouro. Até que a empresa não alcance a meta de uniformidade que estabeleceu para si, a área de campo e o abatedouro deverão girar este “Ciclo PDCA” quantas vezes sejam necessárias. *Literatura disponível com o autor


Evento

6º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio debate tecnologias, gestão sustentável e diversidade na liderança Em edição 100% digital, o evento reuniu 2.500 participantes entre os dias 25 e 27 de outubro Fotos: Valmir Franzoi

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importância das tecnologias digitais, cada vez mais fundamentais para a comunicação e evolução do agro norteou os debates da 6ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio – CNMA, que ocorreu entre os dias 25 e 27 de outubro, em formato 100% digital. Neste ano, as discussões buscaram evidenciar o processo de digitalização como um fator fundamental para a inovação do novo agro, não apenas para gestão dentro da porteira das fazendas, mas para o sucesso de toda a cadeia produtiva. A Show Manager do evento, Carolina Gama, salienta que os debates amadureceram ao longo dos seis anos de história do CNMA, assim como as congressistas têm agregado, a cada dia, mais valor aos seus negócios e atividades. “Com essa edição registramos um marco em que a digitalização não aparece apenas como mais um elemento do cenário de tecnologias para o agronegócio, mas, sim, como algo fundamental para o futuro”. Durante o 6º CNMA, 2.500 congressistas acompanharam debates que destacaram a contribuição e a importância do papel das mulheres no crescimento do setor. Foram cinco mesas-redondas, cinco painéis, além do anúncio das vencedoras do 4º Prêmio Mulheres do Agro Bayer/ABAG, do lançamento do documentário “Quando ouvi a voz da terra”

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e a homenagem à embaixadora da edição, a agropecuarista Sônia Bonato. Os temas principais ficaram em torno de tecnologias – entre elas a digitalização do campo –, gestão, inovação, sustentabilidade e a COP-26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima).

O COMPROMISSO DO BRASIL EM ALIMENTAR O MUNDO Citando a produção nacional direcionada para o mercado externo, o presidente do Conselho da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Marcello Brito, lembrou que as exportações do Brasil para a China, até o primeiro semestre de 2021, foram de US$ 47,2 bilhões de dólares, uma alta de 39% na comparação com o primeiro semestre de 2020. Em seguida veio a União Europeia, com US$ 17,8 bilhões (+26%); seguida por Estados Unidos, com US$ 13,3 bilhões (+10%); Mercosul, com US$ 7,9 bilhões (+46%); e Japão, com US$ 2,2 bilhões (+22%). “Isso mostra como temos uma dependência intrínseca da China. Inclusive, até 2030, 60% do consumo da classe média mundial estará na Ásia. Mas precisamos salientar que, apesar disso, as tendências de mercado e a base de todo o financiamento ainda saem dos EUA e da Europa. Isso significa que vivemos num mundo globalizado, no qual em algum momento os

braços se encontram em um ponto da cadeia produtiva”. Para a presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Teka Vendramini, é importante ressaltar que o agronegócio do Brasil ainda é formado por 80% de pequenos produtores e que há muito a ser feito para que o nível de tecnificação desse percentual chegue ao mesmo patamar daqueles 20% que participam das exportações. Para ela, a pandemia foi uma crise transformadora e, após o baque inicial, o agronegócio brasileiro produziu muito e mostrou que tem protocolos firmes que permitiram ao Brasil exportar para o mundo inteiro. “Mas o momento atual está sendo de grandes desafios para o produtor rural, que está produzindo com 30, 40% de aumento de custo e não sabe como vai receber isso lá na frente. Além disso, e citando a colo-

6º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio


Carolina Gama é Show Manager do evento

cação do Marcello [Brito], temos essa dependência da China e estamos tendo problemas com a chegada de fertilizantes e outros insumos”. Mesmo assim, Teka cita que o agronegócio brasileiro “subiu de prateleira” porque a exigência é tão grande em cima dos produtores, que eles precisam fazer uma gestão muito eficiente e sustentável, mostrando para o mundo o trabalho que vem realizando dentro da sua propriedade.

UNIÃO ENTRE ECONOMIA E BIODIVERSIDADE

Painel - Agro Brasil para o Mundo

Painel Internacional

Painelistas debatem durante 6º CNMA

A mesa-redonda Bioeconomia analisou os principais pontos de como o mercado financeiro pode se integrar e interagir com as práticas e ações pautadas em sustentabilidade que são cada vez mais exigidas pela sociedade. Para o diretor de Sustentabilidade Corporativa do Bradesco, Marcelo Pasquini, a bioeconomia representa uma grande oportunidade para o Brasil. “Devemos fomentar mais a conversa e as ações sobre bioeconomia no país, pois esse é um nicho que ainda tem bastante espaço para crescer”. A Chief Commercial Officer do CME Group, Julie Winkler, lembra dos riscos financeiros associados a negócios sustentáveis. “Essa é uma das razões pelas quais é importante conscientizar os produtores acerca da necessidade de se adaptar às boas práticas. Dessa forma, é possível canalizar os recursos para que seja efetivada uma gestão das mudanças nesse tipo de negócio”.

AS 7 VIRTUDES CAPITAIS DAS MULHERES DO AGRO O painel “As 7 Virtudes Capitais das Mulheres do Agro - CNMA”, em que as representantes femininas do setor foram reconhecidas por suas múltiplas habilidades, teve como ponto alto a responsabilidade e resiliência das mulheres. Moderada por José Luiz Tejon, sócio-diretor da empresa Biomarketing e coordenador de conteúdo do evento, a mesa-redonda reuniu nomes como a pecuarista e presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA), Carla de Freitas; a fundadora e CEO da Agrosmart, Mariana Vasconcelos, a pesquisa-

Save the date A 7ª edição do CNMA está confirmada para os dias 26 e 27 de outubro de 2022, presencialmente, no Transamerica Expo Center em São Paulo (SP).

dora da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa, Petúla Ponciano Nascimento; e o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli. Para a presidente do NFA, “o evento é uma oportunidade de troca de ideias e sua criação depositou confiança nas mulheres. Dentro deste universo conseguimos afirmar nossa força e mostrar nossa paixão pela terra, pelo agro”, argumenta Carla de Freitas. Mariana Vasconcelos lembra que quando começou sua carreira quase não encontrava mulheres nos cargos de liderança. “Eu visitava o campo, as empresas e não me via representada. Hoje vemos outra realidade e por meio desse grupo encontramos sororidade. Aqui temos a oportunidade de errar e de empoderar outras mulheres”, afirma. Para a pesquisadora Petúla Ponciano Nascimento, a mulher cresce cada vez mais no comando das companhias devido a sua capacidade de comunicação. “Durante a pandemia pudemos vivenciar o papel de comunicadora da mulher. É ela quem desmistifica e traduz os acontecimentos para a sociedade, fazendo isso do micro para o macro, ou seja, de dentro de casa para a sociedade. Precisamos continuar atuantes para que possamos trazer uma realidade cada vez mais segura e responsável para nosso setor”. Convidado para homenagear as líderes deste mercado, Alysson Paolinelli deixou clara sua grande admiração e confiança no feminino. “Mulheres têm capacidade de tomar iniciativas com efetividade, sem perder o carisma e a paciência, virtude que tanto falta aos homens. Tenho que confessar que, ao longo dos meus 60 anos de carreira, fui surpreendido por esta força, que me ensina coisas novas a cada dia”.

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Desperdício de Alimentos

Um novo olhar para a nutrição e saúde de aves e suínos Setores avícola e suinícola conferem grande contribuição ao Dia Internacional da Conscientização sobre a Perda e o Desperdício de Alimentos e o Dia Mundial da Alimentação Maria Aparecida Melo Iuspa, membro do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal e Diretora Técnica da Evonik

Adoção de tecnologias permite ao setor ofertar grandes volumes de carnes de altíssimo valor nutricional e acessíveis a população

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uas datas muito importantes foram comemoradas nos meses de setembro e outubro ambas com forte relação com os segmentos de avicultura e suinocultura: O Dia Internacional da Conscientização sobre a Perda e o Desperdício de Alimentos (29/09) e o Dia Mundial da Alimentação (16/10) o qual faz alusão também a data de criação da Organização da Nações Unidas para alimentação e agricultura (FAO).

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Os setores avícola e suinícola conferem grande contribuição aos temas e trazem grandes benefícios a bem-estar população global e do planeta. Ao falar-se de desperdício de alimento, estão sendo consideradas as perdas no pós-colheita e varejo (14% de tudo que é produzido é perdido anualmente), logo não podemos deixar de adicionar, em contrapartida a este cenário, o quão altamente eficientes são as cadeias avícolas e suinícolas em

transformar grãos em carne. Adicionalmente, a intensa adoção de tecnologias permite ao setor ofertar grandes volumes de carnes de altíssimo valor nutricional e acessíveis a população, tornando o nosso segmento responsável em protagonizar todas as mudanças e tendências relativas aos temas. Diante disto, minha intenção é resgatarmos aqueles pensamentos e sentimentos que temos, eventualmente, sobre a importância da nossa cadeia para


Não podemos deixar de destacar o quão altamente eficientes são as cadeias avícolas e suinícolas em transformar grãos em carne o mundo Geralmente, pensamos que a importância da nossa indústria se limita a produção da porteira para dentro, entretanto seria interessante direcioná-lo rumo a predição das tendências de consumo, nos colocando a frente do novo. Para isso é necessário desafiar a todos nós técnicos e profissionais envolvidos e em especial aqueles diretamente ligados as áreas de saúde e nutrição a darem as mãos na busca de uma


Desperdício de Alimentos

Sabemos o quão importante são as responsabilidades, metas e obrigações de todos os setores ligados a produção de proteínas de aves e suínos

eficiência ainda melhor dos nossos animais a qual somente é alcançada quando conseguirmos ver a produção como um único organismo. Posto isto ouso levantar o seguinte questionamento: Quem da área de sanidade nunca responsabilizou a nutrição ou mesmo ao contrário pelos problemas de desempenho? Sabemos o quão importante são as responsabilidades, metas e obrigações de todos os setores ligados a produção de proteínas de aves e suínos. Entretanto, se seguirmos apontando as falhas, ignorando o que o departamento vizinho está fa-

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zendo, sem que as informações realmente possam ser compartilhadas de uma forma sistêmica, entre todos os elos da cadeia não conseguiremos avançar de forma consistente e robusta nas questões de sustentabilidade. Questões estas que batem à nossa porta, cobrando ações cujos resultados possam ser efetivamente mensurados a favor das demandas da sociedade e meio ambiente. Para que isso aconteça de forma rápida e eficaz não podemos negligenciar mais a grande necessidade que temos para a rápida adoção de tecnologias de IOT, big data e integra-

ção de todas as informações em uma só base que permita trazer soluções apontadas por algoritmos e soluções de IA e que guiem todos para um mesmo propósito. Adicionalmente, precisamos estar abertos a isto e entender que não existe mais espaço para um conhecimento setorizado. Precisamos ampliar nossos conhecimentos sobre toda a cadeia! Em que estágio se encontra sua empresa? No mercado podemos encontrar soluções tecnológicas diversas que se encontram nos mais diversos estágios de abrangência muitas capazes de se modular conforme as necessidades mais eminentes da empresas. Estas soluções devem permitir uma integração completa da cadeia do campo ao consumidor, gerando informações e soluções baseadas no maior número de variáveis possíveis. Lamentavelmente ainda no mercado não há nenhuma solução completa e sim partes da solução, fragmentados, nos mais diversos sistemas e empresas fornecedoras. De qualquer forma, o importante é sairmos da inércia e começarmos a busca por estas soluções que completas ou não possam no mínimo nos permitir iniciar a nossa jornada rumo ao presente futuro. Dentro do nosso próprio mercado há soluções 100% brasileiras que já permitem uma avaliação sistemática de resultados de campo, possibilitando a comparação e correlação entre fatores que afetam a saúde e desempenho dos animais de forma precisa e coesa. E aí, aceitam o desafio?



Informe Empresarial

Ferraz Máquinas: a confiabilidade e tecnologia nos mais de 50 anos de história de um líder nacional em equipamentos e soluções ao agronegócio Grande diferencial competitivo da empresa é o fato de fornecer todos os equipamentos necessários para o processo de produção da ração animal Luiz Gomide Ferraz, gestor da Ferraz Máquinas

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Ferraz é uma empresa familiar 100% nacional e que iniciou suas atividades no ano de 1970, na época atuando principalmente no mercado de cereais, tal como o beneficiamento do arroz. Em seguida, começamos a fabricar pequenas fábricas de rações farelada para granjas de aves de postura e também suínos. Com o passar dos anos, ampliamos bastante nosso portfólio de produtos e serviços, até chegarmos ao estágio atual, em que fornecemos plantas completas tanto para produção de rações fareladas, extrusadas de 400 Kg a

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16 toneladas por hora, peletizadas de 400 Kg a 30 toneladas por hora, e também plantas para produção de sal mineral e premix. Além dos equipamentos, fornecemos também peças de reposição, através da divisão denominada “Ferraz Parts”, tal como matrizes e capas de rolo para todas as principais marcas de peletizadoras do mercado, sendo que as matrizes são fabricadas em material de aço inoxidável com tecnologia de furação através do uso de broncas modelo canhão e processo de têmpera a vácuo, que garante um excelente perfil de rugosidade dos furos.

Além disso, também estamos aptos a fornecer serviços tais como locação de Munck, frete através de frota própria e instalação de redes de ar comprimido, vapor, líquidos e elétrica. Temos também a divisão “Autofer”, nossa subsidiária dedicada à elétrica e automação, que possui uma equipe ampla e qualificada para fornecimento de painéis de força e comando, supervisórios, CCM e softwares de automação industrial. Em minha visão, um dos grandes diferenciais competitivos da empresa é o fato de conseguirmos fornecer desde a moega de recepção até a ensacadeira, ou seja, todos os equipamentos que são necessários para o processo de produção da ração animal. Além disso, temos como premissa dedicar atenção muito grande ao pós venda, por isso mantemos um elevado estoque de peças de reposição à pronta entrega e também temos uma equipe de técnicos qualificados e especialistas em cada processo, que estão sempre visitando nossos clientes e checando se precisam de algum apoio, quer seja serviços de manutenção ou treinamento para seus operadores.


Empresa fornece também peças de reposição, através da divisão denominada “Ferraz Parts”, tal como matrizes e capas de rolo para todas as principais marcas de peletizadoras do mercado

Ferraz fornece plantas completas tanto para produção de rações fareladas, extrusadas de 400 Kg a 16 toneladas por hora, peletizadas de 400 Kg a 30 toneladas por hora, e também plantas para produção de sal mineral e premix

Acompanhamos e fornecemos suporte aos clientes desde a fase de elaboração do projeto, fabricação dos equipamentos, entrega, start up e também proporcionamos o treinamento dos operadores contratados. Atualmente vendemos nossos produtos e serviços para 21 países, sendo que os principais mercados são os países da América Latina e também o continente africano. Considero de grande importância que a empresa mantenha sempre seus valores originais, que são o respeito e foco na satisfação dos clientes, a busca contínua por inovação, e a humildade para sempre aprender e compartilhar conhecimentos com todos os quais temos contato. Investimos bastante também em qualificação de nossa equipe, quer seja através de cursos e treinamentos ministrados na própria empresa, quer seja através de ajuda de custo para cursos de graduação e especialização. Buscamos oferecer sempre a melhor relação custo/ benefício aos nossos clientes, por isso prezamos bastante por manter prazos de entrega rápidos, assim como valores competitivos e rigoroso padrão de qualidade. O prazo para entrega de fábricas completas, por exemplo, atualmente gira em torno de 4 a 6 meses, dependendo do porte e complexidade do projeto.

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Informe Empresarial

Certificações de bem-estar animal e livre de antibióticos O que são e qual a importância para a indústria alimentícia? Autor: Equipe Qima/WQS

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cada dia que passa, o consumidor está mais interessado em saber a origem dos alimentos em que ele e sua família estão adquirindo, incluindo até mesmo o sistema de criação dos animais. Além da segurança alimentar e da qualidade do produto para a sua decisão de compra, as pessoas querem saber como os animais são tratados e se os processos produtivos seguem protocolos rígidos de qualidade, o que aumenta a confiança do consumidor. Segundo a Global food trade and consumer demand for quality, 80% dos consumidores europeus se preocupam com o bem-estar animal. No Brasil não é diferente, uma pesquisa realizada no Nordeste concluiu que o consumidor acredita que uma criação mais voltada ao Bem-estar Animal e Livre de Antibióticos impacta diretamente na qualidade do produto final e está disposto a pagar mais por isso, além disso, admitem ter interesse em rótulos que atestam essa condição no produto. As certificações e selos de Bem-estar Animal e Livre de Antibióticos vão além de uma exigência do consumidor final, eles também impactam no mercado empresarial, identificando quais empresas estão assumindo esses compromissos. Desta forma, a marca se torna mais valorizada e respeitada, agregando valor ao produto final.

COMO AS CERTIFICAÇÕES FUNCIONAM? Alguns países já possuem leis que levam em consideração o tema Bem-estar Animal na indústria, mas todos os países devem levar em consideração o princípio das Cinco Liberdades: os animais devem estar livres de sede e fome; desconforto; dor, injúria ou

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Além da segurança alimentar e da qualidade do produto para a sua decisão de compra, as pessoas querem saber como os animais são tratados e se os processos produtivos seguem protocolos rígidos de qualidade, o que aumenta a confiança do consumidor


doença; medo e angústia, como também para expressar o seu comportamento natural. Quanto à certificação Livre de Antibióticos, o uso deles na nutrição animal ocorre desde a década de 1950, quando se descobriu em laboratório que eles poderiam ser utilizados para promover crescimento e melhorar o desempenho dos animais. Contudo, a aplicação excessiva e sem restrições durante anos resultou na resistência aos medicamentos e diversas discussões. A certificação contempla todas as fases do processo, desde o sistema de criação ao abatedouro. Consumidores atentos às constantes avaliações e pesquisas a esse respeito, passaram a exigir a exclusão total do antibiótico, seja de forma preventiva ou curativa, assim como, para acelerar o crescimento dos animais. As normas de ambas as certificações seguem em constante atualização, res-

peitando as novas orientações da ciência sobre os temas. Diante dessa demanda crescente, os selos consolidam a existência de um processo produtivo sustentável para os consumidores. Eles são uma importante ferramenta para comprovação, reconhecimento e comunicação com o consumidor que a empresa passou pelos protocolos rígidos necessários para apresentar o que o consumidor busca na prateleira. No caso das auditorias de Bem-estar Animal, os selos somente são conferidos após o cumprimento de rigorosos protocolos, auditados e verificados por profissionais qualificados, pela Professional Animal Auditor Certification Organization (PAACO). Os auditores da PAACO garantem o cumprimento das legislações, como também a conformidade das práticas com os animais com os melhores padrões internacionais da ciência do Bem-estar animal.

Consumidores atentos à constantes avaliações e pesquisas a esse respeito, passaram a exigir a exclusão total do antibiótico, seja de forma preventiva ou curativa, assim como, para acelerar o crescimento dos animais

As empresas que adquirem os selos de Bem-estar Animal e Livre de Antibióticos, garantem: Desenvolvimento sustentável; Atendimento às exigências de protocolos nacionais e internacionais; Produção com responsabilidade e melhor qualidade; Segurança, eficiência e melhoria contínua do processo; Fornecimento com as melhores práticas em todo o processo produtivo; Reconhecimento e agregação de valor à marca; Oportunidade de acesso a novos e emergentes mercados; Aumento da idoneidade e segurança entre os consumidores. Aplicação na embalagem do produto Comunicação de forma clara e direta com o seu consumidor;

SOBRE A QIMA/WQS A QIMA/WQS foi fundada em 1993, oferecendo soluções para a indústria de alimentos do campo à mesa por meio de certificações reconhecidas pela GFSI (BRCGS, GLOBALG.AP, SQF, IFS), segurança de alimentos, auditorias éticas, selos de qualidade, inspeções, treinamento e gestão da cadeia de fornecimento. Atualmente com sede em Charlotte, Carolina do Norte, com filiais no Brasil e México, fornecem serviços em todo o mundo.

Ganha a confiança do consumidor final.

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Ponto Final

Perspectivas atuais e futuras de novos mercados de exportação e derivados Autor: Leandro Diamantino Feijó, Auditor Fiscal Federal Agropecuário desde 2022. Atualmente dirige o Departamento de Temas Técnicos, Sanitários e Fitossanitários da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do MAPA

Leandro Diamantino Feijó

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ob a liderança da Ministra Tereza Cristina o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem trabalhado comprometido com a agenda de abertura, manutenção e ampliação de mercados para os produtos do agronegócio brasileiro. O alinhamento e a convergência de ações entre o MAPA e setor produtivo nacional tem permitido delinear estratégia de prioridades, otimizando esforços e catalisando resultados frutíferos para diferentes segmentos do agro. Nesse mesmo “espírito construtivo”, temos trabalhado em estreito relacionamento com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), com as Embaixadas e representações do Brasil no exterior e com nossos Adidos Agrícolas. Como resultado desse alinhamento abrimos desde janeiro de 2019 até o presente momento, 178 mercados para diferentes tipos de produtos. A diversificação da pauta de exportação brasileira é uma diretriz ministerial e as negociações para a abertura de mercados é uma realidade e também uma prioridade do MAPA. A Secretaria de Comércio e Relações Internacionais – SCRI/MAPA possui agenda de encontros frequentes com representantes setoriais do segmento,

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realizando reuniões de coordenação para troca de informações, que auxiliam no delineamento de plano estratégico para alcance de novos mercados. Destaco também a importância dos Adidos Agrícolas no processo de estratégia para a abertura e ampliação de mercados, assim como apoio para ações de inteligência e promoção comercial. Atualmente, contamos com 27 Adidos Agrícolas em 25 Postos, conforme a figura. Chamo atenção e convido o setor privado nacional também a verificar nos países em que temos Adidos Agrícolas a existência de ações que possam auxiliar o setor, seja na abertura, mas também em ações para ampliação e melhoria de acesso, assim como também para a realização de promoção comercial. A presença das empresas e entidades nos países considerados estratégicos é fundamental para conhecer o mercado, hábitos de consumo, contatos com importadores e promover ações de promoção. A pandemia da COVID-19 trouxe impactos e prejuízos para o agro, principalmente com o aumento dos custos dos insumos, dos combustíveis, frete, inflação, disponibilidade de containeres e desabastecimento em várias localidades do mundo.

Ao mesmo tempo foram catalisadas mudanças para os diferentes setores do agronegócio, com alterações nos hábitos dos consumidores e na percepção de risco e maior importância por atributos de rastreabilidade, inocuidade, bem estar animal, pesticidas, resistência aos antimicrobianos. Aliado a essas questões, passa a também fazer parte do processo de manutenção e abertura de novos mercados a sustentabilidade ambiental e a necessidade de se produzir em uma economia de baixo carbono, temas discutidos na 26.ª Conferência das partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada entre 1 e 12 de novembro de 2021 na cidade de Glasgow, na Escócia. O MAPA tem trabalhado nos fóruns internacionais de relevância, lutando pela defesa do princípio científico e da análise de risco junto a Organização Mundial do Comércio. Daí, a importância de fortalecer a atuação brasileira junto ao Acordo para a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias – SPS/OMS e seus órgãos de assessoramento científico: Codex Alimentarius, a Organização Mundial de Saúde Animql (OIE) e a Convenção Internacional de Proteção dos Vegetais (CIPV).


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